Alyne M. de Angelis,Ana Cecília Eiko M.Okubo ,Carine D.F. de Jesus,Carolina
Ribeiro,Daniel Sartori,Dayse Susan Bassani,Elisângela Gomes da Silva,Gisele C. da Silva,Gustavo F. de Miranda,Jáder B.Rebelato.
DEFINIÇÃO
É uma derivação externa da luz traqueal, através de cânula plástica ou metálica, cuja finalidade é garantir uma via aérea pérvia e/ou auxiliar na ventilação assistida prolongada.
INDICAÇÕESObstruções
Abscesso FaríngeoDisfunção LaríngeaReações AlégicasTrauma de cabeça/pescoçoCorpo estranho (principalmente em crianças)TumoresQueimadurasAnomalias Congênitas
INDICAÇÕESPneumopatias
Pneumonia graveDPOC complicadaSARA
Suporte Ventilatório
Limpeza de Vias Aéreas
CONTRA - INDICAÇÕES
Traqueostomia de urgência é uma contra-indicação relativa (riscos de complicações de 2 a 5x maiores do que em situações eletivas).
Traqueostomia a beira do leito (com exceção ao ambiente de terapia intensiva).
CÂNULASÉ um instrumento especial usada para
manutenção da comunicação entre a luz traqueal e o meio externo.
Consta de um pequeno tubo cilindrico, ligeiramente curvo e de calibre variável, correspondente à luz traqueal.
A cânula de escolha pode ser maleável (latex, PVC, silicone), ou metálicas.
CÂNULASAs metálicas são formadas por 3 partes: Cânula externa: conectada diretamente na
luz traqueal.Cânula interna: calibre menor, por onde
passam o ar e as secreções, motivo pelo qual deve ser trocada frequentemente.
Mandril: Funciona como condutor para a cânula externa.
As de plástico são formadas por:Cânula e mandril.Conector: parte da cânula interna que fica
para fora da pele e serve para conectar o tubo do ventilador, a bolsa de ressuscitação ou a válvula fonatória;
Balão piloto,tubo de insuflação,válvula de escape;
Balonete (“cuff”);
Fenestração: abertura na parte curva da cânula de traqueostomia e/ou na cânula interna, permitindo que o ar chegue às cordas vocais, à boca e ao nariz, e assim, que o paciente consiga falar.
Válvula fonatória ou botão:- serve para eliminar a necessidade de utilizar o dedo para bloquear a entrada da cânula para poder falar. - encaixada no conector e direciona o ar para as cordas vocais.
Passo a PassoPaciente em decúbito dorsal, elevação do
tronco a 30 graus, pescoço em hiperextensão e cabeça fixada (uso de coxim sob os ombros);
Realizar assepsia e antissepsia do campo;Infiltração de anestésico em pele e
subcutâneo - lidocaína a 2%;
Passo a PassoIncisão: Em colar, no meio da distância entre
a cartilagem cricóide e a fúrcula esternal , numa extensão de 4-5 cm, com abertura da pele, tecido subcutâneo ,músculo platisma e aponeurose cervical média, pinçamento e ligadura ou cauterização dos vasos.
Em casos de urgência, preferir a incisão vertical, por causar menos sangramento.
Passo a Passo
Incisão da rafe mediana com afastamento lateral da musculatura pré-traqueal e exposição do istmo da glândula tireóide, que pode ser afastado cranialmente ou caudalmente.
Abertura da fáscia pré-traqueal.Anestesiar a traquéia.
Passo a Passo
Incisão da traquéia com bisturi especial, em “T” invertido ou longitudinal, entre o 3º e 4º anéis traqueais .
No sentido longitudinal, retira-se um pequeno losango da parede anterior da traquéia, suficiente para a passagem da cânula. Deve ser usado um aspirador nesse momento para evitar penetração de sangue na árvore brônquica.
Passo a Passo
Introdução da cânula traqueal externa, observando sua curvatura.
Retira-se o mandril, observa-se a boa funcionalidade da respiração e, então, é feita a aspiração de sangue ou secreções.
Após a retirada do mandril, insere-se a cânula interna.
Passo a Passo
Fixar a cânula. Em casos de cânulas com “cuff”, deve-se insuflá-lo.
Fechamento da pele e tecido subcutâneo com pontos separados.
A cânula é amarrada por um cadarço ao redor do pescoço.
PASSO A PASSO DA TRAQUEOSTOMIA DE EMERGÊNCIAPosicionar paciente com extensão de pescoço
e com a mão esquerda segurar firmemente a laringe e a traquéia.
Realizar a diérese entre a cartilagem cricóide e a fúrcula esternal.
PASSO A PASSO DA TRAQUEOSTOMIA DE EMERGÊNCIA
Abrir a parede anterior da traquéia e imobilizar o segmento traqueal.
Inserir cânula ou tubo na traquéia e insuflar o balonete.
Após isso, ventilar e oxigenar o paciente, cuidar da anestesia local e hemostasia. Fixar a cânula, com dois pontos simples, um de cada lado.
TRAQUEOSTOMIA PERCUTÂNEAIntrodução de cânulas na mesma localização
que a traqueostomia convencional (3°e 4° anéis traqueais), por meio de uma punção percutânea.
É uma traqueostomia realizada sem a dissecção cirúrgica convencional .
Rápida execução; poder ser realizada à beira do leito; poder ser realizado por não-especialistas, além de possuir um resultado estético melhor.
TécnicaPalpação da cartilagem cricóide – localização
dos 3° ou 4° anel traqueal;Introdução de uma agulha na luz traqueal;Passagem de um fio-guia metálico por dentro
da agulha;Retirada da agulha e passagem de catéter
plástico sobre o fio-guia;
Dilatações seriadas pela introdução de cateteres de diâmetros progressivos;
Introdução de cânula de traqueostomia;Dilatatores, catéter-guia e guia metálico
removidos.
TROCA DA CÂNULA
A troca da cânula não deve ser realizada antes que se forme um trajeto fistuloso entre a traquéia e a pele, que ocorre em torno do 5º dia.
RETIRADA DA CÂNULA
Antes de retirar a cânula, deve ser testada a respiração por via natural, realizada por obstrução da cânula.
Retirada a cânula, comprime-se o ferimento com curativo apertado.
Não há necessidade de suturar a pele. A ferida é ocluída em 6-8 dias.
COMPLICAÇÕES INTRA OPERATÓRIAS
SangramentoMau posicionamento do tuboLaceração traqueal e Fístula
traqueoesofágicaLesão do nervo laríngeo recorrentePneumotórax e PneumomediastinoParada Cardiorrespiratória
COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS PRECOCES
Sangramento Infecção da FeridaEnfisema SubcutâneoObstrução da CânulaDesposicionamentoDisfagia
COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS TARDIAS
Estenose traqueal e subglóticaFístula traqueoinominadaFístula traqueoesofágicaFístula traqueocutâneaDificuldade de extubação
BIBLIOGRAFIAGOFFI, F. S. Traqueostomias. In Costa, A. T.: Técnica Cirúrgica: bases anatômicas, fisiopatológicas e técnicas de cirurgia. 3ª edição. São Paulo: Editora Atheneu,1990. p. 401-406.PEREIRA,Paulo Roberto Bueno.Traqueostomias.TORRES E SOUZA,Wilson;EULÁLIO, José Marcus Raso. Traqueostomia.In.:Cirurgia de Emergência com testes de auto avaliação.Ed.Atheneu. 1998.p.749-755.TSUZUKI,Seigo;MARQUES,Euclydes Fontegno.Traqueostomia.In.:Clínica Cirúrgica.Vol.3.Ed.Sanvier,1994.