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piLm^rv^CH TofuLflft
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A l m a n a c h P o p u l a r
PAHA
1 8 7 8
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A ida no tem marcos nem barreiras,
E o pensamento*-irmo da liberdade^-
Quando as azas sacode, abate e quebra
Mais de uma autoridade
Lanai vossos preceitos e tratados
A's chanxas vivas de voraz incndio:
Alma que sente, que
s'inspir
e canta
No conhece compndio
FAGUNDES VAREIXA.
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1 D
U l l
1
L I
n
n
PARA
O
ANNO
DE
C o n t e n d o
d iver sos ar t igos
d e
i n t e r e s s e g e ra l ,
e
u m a par t e no t i c io sa , l i tt e rar ia e recrea t iva .
J
E D I T A D O P O R
POLITO D A
PRIMEIRO ANNO
i
3
1 9 3
TYP.
DA GAZETA DE CAMPINAS
4 0 - R U A
D O
C O M M E R C I O 4 0
C MPIN S
-
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T odo e qualquer artigo que tenha de ser enviado ao Al-
manach Populardeve ser dirigido ao editorHypolito da
SilvaRua
do"
Commercio n. 40Campinas.
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T EU
31
DIAS
Entra o sol em Aquarus a 19, s 5 h. 4 2' 45" da tarde.
PHASES DA LUA
9 Nova, a 3 s 11 h. 10' 30 " da manh-
3 C rescente, a 11 s 3 h. 54' 18 " da tarde.
C heia, a 18 s 9 h. 18' 18 " da tarde.
C Mingoante, a 25 O h, 56' 48" da tarde.
1 Tera iji Circumciso do Senhor.
2 Quarta s. Isidoro, b.
3 Quinta s. Antero, papa pi.
4 Sexta s. 'fito, b.
5 Sabbado s. Telesphoro, papa m.
6 DOMINGO Dia de Reis.
^ Segunda O. B. Luciano, presb. m.
8 Tera s. Maximiano, m.
9 Quarta s. Julio, m.
10 Quinta s. Nicanor, diac
11' 3 Sexta s. Hygino, papa e m.
12 Sabbado s. Taciana, m.
13 DOMINGO s. Potito, m.
14 Segunda s. Hilrio, b. e d.
15.Tera s. Paulo I
o
eremita.
16 Quarta s. Marcello, papa e m.
n Quinta s. Anto , abb .
18 Sexta s. Prisca, v. e m.
19 Sabbado s. C anuto, Rei da D inamarca.
20 DOMINGO s. Sebastio, m.
21 Segunda s. Ignez, v. e m.
22 Tera s. Vicente, m.
23 Quarta s. Raymundo de Penaforte.
24 Quinta s. Timotheo, b. e m.
25 C Sexta >J< A C onverso de S. P au lo.
26 Sabbado s. Polycarpo,)). m.
21 DOMINGO
s.
x
Joo
Chrisostomo, b. e d.
28 Segunda Santssimo Nome de Jesus.
29 Tera s. Francisco de Salles, b.
30 Quarta s. Martinha,. v. e m,
31 Quinta s. Pedro INolasco.
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8
F E V E R E I R O
TEM 28 DIAS
Entra o sol Piseis, em a 18, s 3 h. 4' 24" da Urde.
P HASES DA LUA
9 Nova, a 2, s 5 h. 24' 3 0" da manh.
3 C rescente, a 10, s 10 h. 24 ' 18 " da manh.
C heia, a 17, s 8 h. 24 ' 6" da ma nh.
Mingoante, a 24, 0 h. 19' 4 8 " da manh.,
1 Sexta s. Ignacio, b. m.
2 Sabbado iji Purificao de Nossa Senhora.
3 DOMINGO s. Braz b. e m.
4 Segunda s Andr urcino, b .
5 Tera s. Agueda, v. e m.
QuartaAs Chagas de Christ.
1 Quinta s. Romualdo, abb.
8 Sexta s. Joo da Matta.
9 Sabbado s Appollonia, v. m.
10 S'DOMINGO s. Scolastica, v.
11 Segunda s. Saturnino, ro-
12 .Tera s. Eulalia, v. m;
13 "Quarta s. C atharina de R iccis, v.
14 Quinta s. Valentim, m.
15 Sexta s. Faustino, m.
16 Sabbado 0. B. Onesimo, b.
n DOMINGO Da Septuagesima .
18 Segunda s. Teotonio,
conf.
19 Tera Orao da Christo-
20 Quarta s. Tyrannio, b.
21 Quinta s. Verulo, m.
22 Sexta A Cadeira de s. Pedro de Antioquia
23 Sabbado s. Pedro Damio, b. e d.
24 DOMINGO Da Sexagesim.
25 Segunda s. Vietori.no,' m .
26 Tera Paixo de Chrjsto.
21 Quarta s. Alexandre, m.
28 Quinta s. Macario, m.
http://vietori.no%2C%27/http://vietori.no%2C%27/ -
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o
M A R O
TEM 31 DIAS
Entra o sol em Aries a 20 s 9 h. 50' 6" da larde.
P UASES DA LUA
9 Nova, a 4, 0 h. 25' 0" da m anh.
3 C rescente, a 12,
4
1 h 8' 12" da manh.
C heia, a 18, s 6 h. 14' 18" da tarde.
C Mingoante, a 25, 1 h. 57'(', da tardu-
1 Sexta s. Leo, m.
2 Sabbado s. Jovino, m.
3 DOMINGO Da Quinquagesima.
A 9 Segunda s. C asimiro.
5 'tera s. Phoca, m.
6 Quarta Cinzas (Jejum at a P aschoa excepto aos do
mingos) s. Victor, m.
7 Quinta s. Thomaz de Aquino, d.
8 Sexta s. Joo de Deus.
9 Sabbado s. Francisca Romana viuva.
10 DOMINGO I
a
d Quaresma, s. Caio, m.
11 Segunda s. Heraclio, m.
12 3 Tera s. Gregono Magro, papa e doutor.
13 Quarta"
(Tmporas) s.
Sancha, v.
14 Quinta s. Pedro, m.
15 Sexta
(Tmporas)
s. Longuinhos, soldado, ni.
16 Sabbado {Tmporas) s. Hilrio, diac.
17 DOMINGO 2
a
daQuaresma, s. Patrcio.
18 Segunda s. Gabriel, archnnjo.
19-Tero s. Jos.
20 Quarta s. Archippo.
21 Quinta s. Bento, abb.
22 Sexta s. Emygdio, b. m.
23 Sabbado s. Victoriano, m.
24 DOMINGO 3
a
da Quaresma s. Marcos, m.
25 Segunda >J
-
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A B R I L
T EM
30 p u s
Entra o sol em T aurus a 20, s 2 h. 47' 30 " da m an h .
PHASES DA LUA
9 Nova, a 2, s 6 h. 2 1 ' 42 " da tarde .
3 C rescente, a 10, 0 h. 2* 18" da /tard e.
. Cheia, a 17, s 3 h. 4' 48" d manh.
C Mingoante, a24,s 5 h. 40' 36" da manh
1 Segunda s. Theodora, m.
2 9 Tera s. Francisco de Paula.
3 Quarta s. Pancracio, b. ra.
4 Quinta s. Isidoro, b. e d.
5 Sexta s. Vicente Ferreira.
6 Sabbado s. Xixto.
7 DOMINGO Da P aixo, s. Epiph anio, b .
8 Segunda s. Edeso, m.
9 Tera s. Prochoro; diac. m.
10 3 Quarta s. Ezechiel, propheta.
1L Quinta s. Leo, papa, d.
12 Sexta s. Zeno, b. m.
13 Sabbado s. Hermenegldo, m.
14 DOMINGO De
Ramos. s.
Tiburcio, m.
15 Segunda-Feira Santa. s. Basilissi, m.
16 Tera-Feira Santa. s. Engracia, v. m.
17 Q uarta-Feira Santa de T revas, s. An iceto, papa, m
18 Quinta-Feira Santa. O b. Apollonio, m.
19 Sexta-Feira Santa da Paixo, s. Timon, diac. m.
20 Sabbado Santo de Alleluia. s. Sulpicio, m.
21 DOMINGO P aschoa da Ressu rreio, s. Anselmo^ m. e d
22 Segunda s. Sotero, papa, m.
23 Tera s,. Jorge, m.
24 Quarta s. Fidelis de Syg ma ringa, m.25 Quinta s. Marcos, evangelista.
26 Sexta s. C leto, papa, m .
27 SabbadoOb. P edro Armen grio.
28 DOMINGO s, Paulo da Cruz.
29 Segunda s. P edro, m . '
30 Tera s. Catharina de Sena.
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1 1
M A I O
TEM 31 DIAS
Entra o sol em Gemini a 2 1 , s 2 h. 25' 30 " da m anh.
P HASES DA LUA
9 Nova, a 2, s 9 h. 57' 48 " da man h.
3 C rescente, a 9, s 7 h. 39' 42 " da tarde.
C heia, a 16, s 11 h. 38' 42 " da manh.
C M ingoante, a 23 , s 10 h. 49 ' 6" da tarde
9 Npva, a 31 , s 10 h. 55 ' 24 " da tarde
1 Quarta s. Philippe,
,
ra.
2 9 Quinta s. Athanasio, b . e d.
3 Sexta Inveno de Santa Cruz.
4 Sabbado s. Monica, me de s. Agostinho.
5 DOMINGO Maternidade de Nossa Senhora.
6 Segunda s. Joo, apstolo.
7 Tera s. Estanisau, b. m.
8 Quarta Appario de s. Miguel Archanjo.
9 3 Quinta s. Gregorio Nazianzeno, b . e d.
10 Sexta s. Antnio, b.
11 Sabbado s. Francisco de Jeronymo.
12 DOMINGO Patrocnio de s. Jos.
13 Segunda N. S. dos Mrtires.14 Tera s. Bonifcio, m.
15 Quarta s. Isidora Agrcola, m.
16 Quinta s. Ubaldo, b.
17 Sexta s. Paschoal Baylo.
18 Sabbado s. Venancio, m.
19 DOMINGO s. P edro C elestino, papa.
20 Segunda s. Bernardino de Sena.
21 Tera s. Timotheo, diac. m.
22 QuaVta A. b . Rita de C ssia, viuva.
23 C Quinta s Epitacio, b.
24 Sexta s. Manahen, d.25 Sabbado s. Gregorio VII, papa.
26 DOMINGO s. Philippe Neiy.
27 Segunda s. Maria M agdalena^de P azzis, T .
28 Tera s. Emilio, m.
29 Quarta s. Restituto, m.
30 Quinta ij< Asceno de C hristo.
31 9 Sexta s. Angela Mericia, v.
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J U N H O
T EM
30
DIAS
Entra,o
sol em
Cncer
a21, s 11 h. 10' 48" da
manh.
P i lSES
DA LUA
3 Crescente,
a 8, 1 h. 2' 6" da
manh.
Cheia,
a 14, s 8 h. 58' 30" da
tarde.
Mingoante,
a 22, s 4 h. 22'
30"
da
tarde,
9 Nova,
a 3^,
s.9
h. 38'
12" da'manh.
1 Sabbado
s.
Juvencio,
m.
2 DOMINGO
s.
Marcellino, presb.
3 Segunda
s.
P ergentino,
m.
4 Tera
s.
Francisco Caraceiolo,
conf.
5 Quarta
s.
Bonifcio,
b. m.
6 Quintas . Noiber to ,
m.
7 Sexta
s.
Paulo,
b.
8
3
Sabbado (jejum)
s.
Maximino,
b.
9 DOMINGO
s.
Pr imo,
m.
10 Segunda
s.
Margarida, viuva,
li Tera
s.
Barnab, apstolo,.
12 Quarta
(Tmporas
jejrh)
s.
Joo
de
Facundo,
conf.
13 Quinta
s.
Antnio
de
Lisboa.
14
Sexta (Tempotas jejum)
s.
B asilio M agno,
b. e.d.
)5 Sabbado (Tmporas jejum)
s.
Vto,
m.
16 DOMINGO
s.
Joo Francisco Regis,
conf.
17 Segunda
s.
Thereza, viuva.
18 Tera
s.
Marcos,
m.
19 Quarta
s.
Juliana Falconera,
v,
20 Quinta )J* Corpo
de
Deus.
21 Sexta
s.
Luiz Gonzaga.
22
Sabbado
s.
P aulino,
b.
23 DOMINGO
s.
Joo, presb.
24 Segunda
)$(
Nascimento
de s.
Joo Baptista,
25 Tera
s.
Sosipater.-
26 Quarta
s.
Joo
m.
27 Quinta
s.
Crescente,
b.
28 Sexta
O
Sagrado Corao
de
Jesus.
29 Sabbado
iji Os ss.
apstolos Pedro
e
P aulo.
30
9
DOMINGO
A
P ureza
de
Nossa Senhora.
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1 3 -
J U L H O
T EM 31 DIAS
Entra o sol cm Lo a 22, s
IO
h. 4' 12" da tarde.
P HASES DA LUA
3 C rescente, a 7, s 5 h . 27 ' 30 " da man ha.
' C hi.'ia, a 14, s 8 h. 2' 12" da ma nh .-
3 Mingoante, a 22 , s 9 h. 23 ' 24 " da man ha.
9 Nova, a 29 , s 6 h. 47' 48 " da tarde.
1 Segunda s. Aro, m.
2 Tera
(ffa
no Arcebispado da Bahia) s. Processo, m:
3 Quarta s. Triphon, m.
4 Quinta s. Ozeas, propheta.
5 Sexta s. Miguel dos Santos.
6 Sabbado s. lsaias, propheta.
7 3 DOMINGO O P recioso Sangue de N. S. Jesus-C hristo.
8 Segunda s. Isabel, viuva.
9 Tera s. Vernica Juliana, v.
10 Quarta s. Janurio, m.
11 Quinta s. Pio, papa, m.
12 Sexta s. Joo Gualberto, abb.
13 Sabbado s. Anacleto, papa, m.
14 DOMINGO s. Boaventura, b. e d.
15 Segunda s. Henrique imperador.
16 Tera N. S. do Monte do Carmo.
17 Quarta s. Aleixo.
18 Quinta s. Simplorosa.
19 Sexta s. Vicente de Paulo.
20 Sabbado s. Jeronyrao Emiliano.
21 DOMINGO s Praxedes, v.
22 Segunda s. Maria Magdalena.
23 Tera s. Apollinario, b. m.
24 QuaVta s. C hristina , v. m .
25 Quinta Sanflago, apstolo.
26 Sexta Sant'Anna me de N Senhora.
27 Sabbado s. Pantaleo, medico, m.
28 DOMINGO s. Victor, papa, m.
29 9 Segunda s Martha, v.
30 Tera s. Abdon, np-
31 QuaVta s. Ignacio de Loyola.
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1 4 -
A G O S T O
T EM
31
DIAS
EDtra
o sol em
Virgo
a 23, s 4 h. 40'2 1 " da
manh.
PHASES
DA LUA
3 Crescente,
a
5,
s 10 h.
26' 42"
da
manh.
Cheia,
a 12, s 9 h. 23' 18"' da
tarde.
C . Mingoante,
a
2 1 ,
1 h. 15' 12" da
manh .
9 Nova,
a 28, s 3 h. 7' 6" d
manh.
1 Quinta
s.
Pedro.
2 Sexta
s.
Affonso Maria
de
Ligorio,
b. e d.
3 Sabbado Inveno
de s.
Estevo, pVoto-martyr.
4 DOMINGO
s.
D omingos.
5
3
Segunda
N.
Senhora
das
Neves.
6 Tera Transfigurao
do
Senhor.
H Quarta
s.
Caetano*
conf.-
8 Quinta
s.
C yriaco, diac.
9 Sexta
s.
Romo, soldado,
m.
10 Sabbado
s.
Lourenco, diac.
ra.
11 DOMINGO
s.
T iburcio,
m.
12
Segunda
s.
Clara,
v.
13 T er as. Hypolito
m.
14 QuaVta
s.
uzebio, presb.
15 Quinta
)J de V . e pe
diu com instncia parafallar ao proprietrio.Quando chegou sua presena entabolou-se a seguinte
conversa :
O senhor,diz o desconhecido, apontando para o qua
drocomprou ha alguns dias este quadro: custou-lhe
5:000 francos.
Sim, senho r.
Pois bem : eu quero-o absolutamente.
Graceja, sem duvida. '
No; o senhor pagou-o por
5:000
francos e eu lhe
dou por elle 7:000.
/
Repito-lhe que no me quero desfazer deste quadro,que faltava na minha colleco.
AfBrmo-lhe que m'o h" de ceder.
No,
senhor.
Recusa ?
Absolutamente.
T omado de um accesso de furor, o desconhecido ergueu
uma grossa benga lla e descarregou vigorosa pancada sobre
a cabea do sr. de V., o qual cahiu banhado de sangue.
Quando o sr. de V. voltou a si, o desconhecido tinha-se
affastado, o quad ro de Joo Stein-tinha dsapparecido e
estavam sobre a mesa sete notas de mil francos cada uma.
O sr. de V." intentou uma querella contra este compra
dor furioso. , ,
Bom meio de fazer-se compras.
CHARADA XXIII
12Este
sugeito por sua vez Deus.
-
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l
l l a r t y r e s d a l i b e r d a d e
Felippe dos Santos, esquartejado a 2 1 de Julho de 1720.
Reinado < * .loo V.
Jos Joaquim da Silva Xavier (Tira-dentes) enforcado e
esquartejado no dia 21 Abril de 1792 Reinado de Maria I.
Jos Joaquim Ribeiro de Abreu Lima (padre Rom a) fu
zilado a 29 de Maro de 1817. Reinado de Joo VI.
P adre Miguelinho (Miguel Joaqu im de Almeida e C as
tro) fuzilado a 12 de JulhO de 1817. Reinado de Joo VI.
Domingos Jos Martins a 12d e Agosto de 1817, fuzilado.
Frei Joaquim do Amor Divino C aneca,, fuzilado a 13 de
Janeiro de 1825.,Reinado de Pedro I.
Joo Guilherme Rattcliff, enforcado a 17 de Maro de
1 8 2 5 . Reinado de P edro I.
Libero Badar assassinado a 2 de Novembro de 1830 .
Reinado de Pedro I.
Dr. Joaquim Nunes Machado, assassinado em combate a
2 de Fevereiro de 1849. Reinado de Pedro II.
Pedro Ivo Velloso d Silveira desapparecido da priso
a 22 de Abril.de 1851. Reinado de Pedro II .
H o r a s v a a s
Postas 48 cartas sobre uma mesa, e havendo sido toma
das 3 das brancas, por 3 pessoas, adivinhar qual a somma
dos seus pontos.
P edi a cada uma das pessoas, que conte sobre o numero
de 'pontos da sua carta at 15, tirando das 45 as que lhe
faltarem para esse numero. Tomai depois as cartas restan
t e s , e contando-as disfaradameu te, o seu num ero ser a
somma dos pontos das 3 cartas
Assim, se a I
a
pessoa houvesse tirado um oito, por
exemplo, tomaria das 45 cart as, mais 7. Se a 2
a
houvesse
ficado com um nove tiraria mais 6. Se a 3
a
houvesse torna
do um quatro, tiraria mais 11. D'este modo restariam das
45 cartas21que exactamente a somma dos pontos das
3 cartas, oito, nove, quatro.
http://abril.de/http://abril.de/ -
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- 9 8
Ha nesse teu corpo negro, repassado
D'um effluvio magntico^ dormente,
A doura d'um fructo aveludado
E a indolncia nervosa da serpente.
Nas noites tropiceg do velho oriente
Eu quizera n'um frmito sagrado
Sentir pulsar o corao valente
Do teu seio no bronze immaculadp.
Teus olhos cheios de luar sombrio
Vertem-me n'alma um calido amavio,
Morna volpia, venenosa, estranha...
E's a tulip negra, a flor escura,
Queium lord ingle?j excntrico, procura
Pelas velhas cidades d'Allemanha.
Coimbra.
GUERRA JUNQUEIRO.
SONETO
(EM MANH DE PRIMAVERA)
Refresca a brisa : faxas purpurinas
Se desdobram das bandas do levante,
E a recem^nada aurora scintillante
Chora gottas de luz pelas campinas.
E' doce a atmosphera, o cu risonho,
Rompe medrosa e tmida a violeta,
No gramineo tapete a borboleta,
Voa, doideja, como alado sonho;
-
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- 9 8
Enfa o sabi cano maviosa,
E o colibri,imagem do desejo
Passa irrequieto do jasmim a rosa ;
O sol beija o riacho, a gua a flor,
E Deus sorrindo n'um abrao liga
Dois verbos santosmocidade, ampr.
Ytu.
F. NRDY.
E
esta
Um offlcial de marinha, de volta dos mares da P olyne-
sia, conta o seguiajte :
C hega a uma ilha, que lhe offerece o aspecto de ciyilisao
europa. onduzem-n'o a uma espcie de h ote l, onde"h
vrios quartos.
Encan tado destas apparenc ias de conforto, chama um
criado e pede-lhe que traga uma bacia com gua para la
var as mos.
O indgena olha-o espantado , e decla ra-lhe que naquel-
le paiz no se lavam as mos, attendend o a qu e, segundo
o preceito de um propheta da terra a mo do homem
pura, e purifica tudo o que ella toca.
D iabo pensa o martimo.
Estava ainda engolphado nas sua s reflexes, quando um
outro indgena lhe apresen ta uma. carta offlcial contendo
este convite:
com mandante da fragata admittido esta tarde
junto do rei pra a cerimonia do beija-mo
CHARADA XXIV
(DECAPITADA)
m
no ha uma para o senhorcomero jan tar.
Itatibense.
10
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A r e p u b l i c a
Trmeis? Vde-a dormindo socegada
a deusa dos combates sempiternos
:
rugem-lhe em torno os horridos invernos
e tudo
(
para ejla uma alvorada.
No penseis que ella* durma , embriagada
no sumo grato dos reaes phalernos
;
como Dante, desceu aos vis infernos
e repousa momentos da jornada.
Filhps do negro vai, filhos da serra,
erguei os vossos gladios coruscajtes,
luz daquelle olhar que se desrarra.
Ide, ap ertae-lhe os seios ub era nte s ...
de cada gota que cahir na terra
ho de surgir impvidos gigantes
Titulo hereditrio
Foi nomeado um indivduo para cirurgio
de
um bata
lho de guarda nacional, n'uma provncia, por serfilhode
um medico.
*'
Dias depois
um
outro apresntou-se requerendo uma
freguezia.
Mas como quer o sr. uma freguezia se no
padre ?
Eu sou filho do v igrio, sim , senhor.
CHARADA XXV
D vida.. 1
Encanto
2
Preldio
De canto
Bohemio.
-
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95
P u d o r
e
a m o r
( R I M A S )
Se
eu
fito afflicto
na tua
frente ardente,
A custo
e em
susto
meu
faminto olhar,
Singellas, bellas, odorosas rosas
Do pejo
eu
vejo
teu
semblante ornar.
Que santos cantos
de
risonhos sonhos
Ao peito affeito
a
padecer
me vem
Minha alm a
a
calma
da
esperana alcana,
Ea vida,
oh
qu'rida, mais enlevos
tem
E'
que
inda infinda, como outr'ora, agora
Te inflamraa
a
chamma
que os
amores
do :
No fallas, callas;
mas no
anceio
o
seio
Explende, accende,
no
rubor,paixo
Tremes
ai
temes
que, na
infncia,
esta anci
Do bello anhelo,
que a
affeio
te deu,,
A inveja esteja
com
atrozes vozes,
Cuspindo
e
rindo
a
macular-te
o vu ...
Mlogo
o
fogo
das
piores dores,
Que
a
terra encerra
no
seu^antro aq ui,
T inunde
e
afunde
na
fumaa
a
graa
Que Deus
dos
cus
te
dispensaraa
ti
1
Por isso
o
vio
das
formosas rosas
Do pejo
eu
vejoabrazear-te
o
albor
Commigo
eu
digo,
na
minha alma
cm
calma
:
No mente sente, como
eu
sinto, amor
F. QUIRINO DOS SANTOS
CHARADA XXVI
(DECAPITADA)
Nanonemo
mo pr.
-
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9 6
D.
Gertrudes que agora
Seus setenta conla
;
justa,
Diz, suspirando :Me custa
Ver mocinha que namora ...
A. TEIXEIRA.
CHARADA XXVII
DECAPITADA)
A q u e parasu a alma.
J.B.
CHARADA XXV1I1
12 2-rAgora mesmo* deSpi-se correndo este se
nhor. /
CHARADA XXIX
12Esta medida de cor que mata.
J u n t o d a e s t a t u a d e l o a n n a d ' A r e
Papai quem aquella mulher ?
Minha filha, ... um dos nossos grandes homens.
-
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9 9 -
Eis o que
resta...
E meus olhos se fitaram naque lle vulto immovel que
alvejava aos'reflexos amortecidos dos brandes.
Era um cadver
Ainda hontem, em meio das grandezas e dos ouropeis do
mundo, linha erguida a fronte, soberbo o
-porte,
scjntillante
o olhar.
Ainda hon tem o vento das paixes lhe contrahia o sem
blante, e aodado nas veias lhe corria generoso o sang ue.
Depois, e hoje a mo descarnada da morte lhe roou a
face,
o som lugubre e fatal da eternidade soou-lhe aos ou
vidos,
a hora extrema bateo-lho... cadver apenas
E alli pst deitado no feretro a do rmir esse som no de que
no pode desp ertar. Ahi est frio como ge lo, immovel
como a estatua de pedra que se v nos mausoleos ...
C omo horrvel o aspecto da m orte,, meu D eu s ... C omo
se comprime o corao
Aquelles olhos embaciados que nenhum movimento ani
ma e nenh um a luz refletem, aque lle sem blante sem cor,
aquelles lbios frios e roxos, aqu lla rigidez de membros ,
e, sobre tudo isso, esse ho rror que esvoaa em torno da
morte, esse silencio que eria os cabellos e faz o suor chir
em bagas
C omo feia a morte ...
Vi-o m orr er... Sobre o lei to/ revolvia-se o misero em
horrvel convulso, os olhos, j to fundos e meio vidra
dos,
agitavam -se nas orbitas ; a voz lhe estava presa nas
fauces, e apenas feria-me os ouvidos esse som rouco e s
pero,
essa intonao agreste que o preldio do estertor
que>se approxima.*
Nas palpebras despontou-lhe uma lagrima, que treraeo
um ins tan te, depois desceu-lhe pela face fria, e foi cahir
nas dobras da travesseiro.
Ouvia-se o m urm urar surdo de um gemido, grito com
primido de uma, dor profunda ; mas logo comeou o ester
tor da agonia
Era a lu ta ; m as terrvel, mas implacvel, sem interru p
o e sem trego as, ent re a vida que se esvaecia, que ia sa
rando a cada contraco dos msculos, a cada soluar do
misero, era a morte que' vinha segurar a presa...
-
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9 8
Eram os ltimo s, mas hericos esforos da alma para
conservar a posse desse corpo em que por tantos annos vi
ve ra... eram os extremos arrancos desse corpo alquebradqg
e sem foras, que lutava e se debatia ainda...
E continuou por algum tempo...
Mudo e horrorisado assisti a esse com bate travado entre
a vida e a morte . Vi esta ir pouco a pouco triump hand o ;
acompanhei-lhe os p rogressos, segui-lhe os passos, e de
pois o moribundo ergueo o corpo, em uma derradeira
convulso estendeo os braos, revirou os olhos, escancarou
medonha bocca, soltou um gemido, um suspiro arrancado
do intimo do peito , nova lagrima lhe brilho u nos olhos,
como a derradeira expresso de saudade mand ada terra;
depois tombou a cabea, deixou cahir pesados e desfalle-
cidos os braos, murmurou um gemido, mas to baixo que
mal pude ouvil-o...
T o depressa, meu Deus ... C omo rpida essa transi
o solem ne C omo horrvel a morte C omo
medonha essa luta
Ahi est elle, cadver j .. . Esto rigidos os membros
como o m rm ore; immoveis e frios como a estatia de pe
dra collocada sobre o mausoleo.
Brandes acrcssos reflectem pallida e lugubre luz na-
quelle sem blan te decomposto e livido ; depois entram os
pad res, e recitam em torno de feretro essas lamentaes
plangentes e triste s, esses suspiros, sentidos do propheta,*
es
ses ais doridos que tanto se casam com a tristeza da morte/
E elle, que ainda hon tem, no meio das grandezas e dos
ouropeis do m undo , tinha erguida a fronte, altivo o porte
e scintillante o olhar, vai ser hoje, dentro de algumas ho
ras,
pasto de vermes que lhe devoraro os mem bros, vai
sentir o frio da terr a, vai envo lver-se no silencio, nas tre
vas e no horror do tmulo ...
Cadver, podrido, terra, nada
Quanta lio no ha ahi no meditar do tm ulo, no con
templar do cadver ...
T anta vaidade na vi(ia, tanta g randeza, tanto orgulho ...
e depois, ao sopro gelado do archanjo da morte, esvae-sa
vida e apena s resta um corpo inanim ado e frio que horro -
risa os vivos
-
8/12/2019 Almanaque Popular 1878 Varias Coisas Entre Elas Varela
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- 99
Mais tarde, um pouco de terra, uma cruz e um cypreste.
eis o que resta c-o hom em
t
Conego
F . B SOUSA.
Quando Angela nasceu, no valle urabroso
Onde a casa paterna se escondia,
O rio murmurou mais sonoroso,
As aves concertaram na harmonia ;
Houve canes do vento na palmeira ;
A veiga de "perfumes rescendeu ;
Teve um sorriso a natureza inteira,
Quando Angela nasceu.
Quando Artgela viveu, em torno delia
O mundo em paraiso transformou-se.
Ao passar-lhe por frente da janella,
Enternecia o vento a voz to doce
Foi mais rtilo o sol e mais fecundo ;
Mais amorosa a lua enlangueceu...
Como que Dous este# s no mundo,
Quando Angela viveu.
Quando Angela morreu, qundo ao degredo
Resgatou-se dos anjos a irm presa,
Os ventos soluaram no arvoredo,
Os sabis gemeram na de veza;
O rio teve lagrimas de espuma ;
A luz vivida o sol amorteceu,
E amortalhou-se o vallp em densa bruma,
Quando Angela morreu
Lcio
DE MENDONA.
CHARADA XXX
1iste
elemento sustenta e fere.
-
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8 0
O d e s p o n t a r d a a u r o r a
(VERSO)
Que espectaculo para um am ante da simples natureza I
Assentada no cimo dos roched os, vejo sob meus ps uma
infinidade de ilhasinhas que se formam ao capricho dos
reg ato s; vejo dspenharem -se as guas com fragor do al
to das mo ntanhas e, espedaando-se em sua queda irem
com a sua inconstncia passear pela planiie. Jalgo -me a
Deusa da fonte que co rre a meu lado ; este ban co revesti
do de musgo, parece ser o throh o que a natureza permit-
tio-me go sa r: ella quer sem duvida que eu reine nestes
lugares para ser testemunha de seu triumpho.
Que ar fresco
que aroma embalsamado das hervas que
elevam-se em redo r de m im , e que parecem rasgar o seio
rido dos rochedos, para coroal-os depois com suas folhas
O dia comea a m isturar-se com as sombras da nou te;
mas ellas elevam-se insensivelmente : dir-se-hia que vu
que cobre a natureza comea a des enro lar-se . Logo uma
parto do cu clar : os astros que nelle esto suspensos,
empallidecendo parecem occultar-se com a approximao
d dia, em quanto que, do lado^do poente, a noute estende
-ainda debaixo das abobadas celestes um vu semea^f-
saphiras; as brilhan tes estrellas que esclareciam-n'a pare
cem reanim ar-se de todo seu fogo para opporem-se ao
despontar da aurora ; mas seus esforos so baldados; todo
o oriente tinge-se d as mais ricas e fillas cores : a nature
za ann uncia terra o seu dispertar pela voz de todos os
anim aes : um vento manso agita docem ente as folhas das
arv ore s; e, das cabanasvisinhas,,vejo sahirem nuvens de
fumaa* que ndiceim a cessao do repouso e o principio'
d'um trabalho penoso.' ,
A estrella Vnus disputa ainda aurora o imprio da
manh ; mas, contente de ter combatido um momento, an
tecipa sua derrota por uma fugida lenta, que deixa a victo-
ria ihdecisr
Da aurora o trium pho rpido; No ha nada mais bri
lhante do que o alvorecer da aurora, a verdadeira imagem
da natureza, porm nada to curto cqmo a sua du ra o
-
8/12/2019 Almanaque Popular 1878 Varias Coisas Entre Elas Varela
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-
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8
C a l o t e i r o g e n e r o s o
Ah sois vs, m est re? Em que vos posso ser til? Diz
um jano ta ;voltando-se na cama (era uma hora da tarde)" e
cumprimentando umhomem que lhe fora intrpduzido no.
quarto, ou que ahi entrara sem serannunciado.
Trago a conta de todo o facto que me deveis.e nesta
occasio m uito me obsequiareis' dahdo-me algum dinheiro.
Abri, abri
a
minha secretaria, n'ma dessas gavetinhas
de baixo...
O alfaiate abre uma gaveta.
No essa, a outra.
O alfaiate abre segunda gaveta?
T ambm no essa,a imraediata.,. excellente ; acer-
tastes agora. Que vedes nessa gaveta.
Papeis, diz o credor.
No'ha duvida; so contas,e podeis tambm ahi met-
ler a vossa. Adeuse voltou-se para o outro lado.
O feitio contra o feiticeiro
, Um pequeno aldeo recm-chegado de P oruga l entrou
por casualidade n'uma taverna^para com prar dous vintns
de bananas. Achava-se l um sugeito que gosava do foro de
jocoso.
A modo que o estou conhecendo,"s moco?(lhe diz
o sujeito.)
No duvido (responde o rapaz.)
A modo que conheo teu pai...
No duvido.
A modo que era sapateiro...
Quem sabe?
Se no me engano foi elle que fez isto... que tragonos
pes? .
Tambm podia ser. Meu pai era ferrador.
O jocoso metteu a viola n sacco.
VEREDIANO DE CARVALHO
-
8/12/2019 Almanaque Popular 1878 Varias Coisas Entre Elas Varela
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8 * -
Certo doutor a um campino
P oro de palha comprou
Para alimento d'um burro,
Que ao cheiral-a a regeitou.
Era de m qualidade,
Por isso o pobre animal
No mettia nella o dente,
Mesmo com fome infernal
Dahipor tempo.o campino,
Cheio de manha talvez,E carregado de palha,
Torna ao doutor outra vez
Diz o doutor :Leve a palha,
No volte c, que me espanta
Tenho a outra atravessada
Ainda aqui na garganta I
MANOEL DE CASTRO SAMPAIO.
C a s a m e n t o , e o s p r i m e i r o s " t r s
p o e t a s d e I n g l a t e r r a
Shakespeare casou e abandonou a mulher.
Milton casou trs vezes, e foi abandonado pela primeira
mulher.
Ryron casou, e deixou
a
mulher pouco tempo depois.
De quem seria a culpa, delles ou dellas ?
CHARADA XXXII
3
2-Esta ave queima uma cidade.
C H A R A D A X X X I I I
22 A dignidade canta e falia.
-
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- 8 1
E s t a t s t i c a
c u r i o s a
De um jornal que se publica em P ortugal, transcreveu o
Artista do Rio Grande os seguintes dados artsticos, que
merecem ser colleccinados aos monumentaes despachos
e officios de alguns dos actuaes .delegados de policia e lu
teranos subdelegados e mais agentesda situao.
Eil-os.
*^
j
Dados estatsticos pelo senhor administrador, aos quaes
eu o ringedor desta freguezia ind irigo a seguinte relaxao
do anno que corre digo corrente.
Mortos na freguezia.Nenhum aqui todos morrem em
suas casas.
Nascidos. Idem po r idem.
C idados.Dez, e mais oito , e mais o tio Roque Mar-
manjo, o Z da Rita, o Thomaz Estolla e muitos outros.
Almas.Nenhuma ; nesta freguezia no se cr em to
lices.
Casas publicas.A do sr. prior e a da sra. fidalga; to
das as mais so uns palheiros.
C ontribuio. Nesta freguezia devem pagal-as os pro
ves,
que os rriais no teem com que.
C eriaes.Aqui no ha ceriaes nem mel e porque no
mais abelhas do que as abespas ; quan to ao mais apa
nha se cebada e palha para o consumo dos cidados.
Gado vaccum.O boi do juiz ord inrio , algumas cabras
da famlia delia e borregs de leite.
Gado do outro.O porco do meu escrivo e algumas
gallinhas, pintos, patos e alguns indivduos proprietrios.
P r e v e n o e x t e m p o r n e a
Um falso devoto preparava-se n'um a sexta feira para se
fortificar com um caldo succulen to de carn e, de que ja ti
nha engolido o primeiro sorvo, quando o creado por es
crpulo lhe lembrou que era dia de magro.
Toma, diz-lhe o gloto, applicaudo-lhe um murro.
Nunca me prevines seno m ui to cedo, ou muito tarde ,
quando j no tem remdio.E c ontinuou a tomar o caldo-
-
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8 5
6 s c r e n t e s
A O M E U A M I G O I . L A C E R D A
I
Elle, era alferes de Z uavos ; ella , costureira em uma d a s
ruas mais escuras de P aris. No preciso dizer que se
amavam porque essa circumstancia adivinha-se logo que se
principia a leitura de um conto.
II
Elle por occasio da guerra franco-prussiana teve de par
tir para a fronteira ; ella teve de serrar com m ais cuidado
a porta do seu qua rto para que as balas inimigas no en
trassem sem pedir licena. Quando se despediram juraram-
se amor eterno.
111
A imagem d'ella que 0 collocava sempre na vanguarda
dos exrcitos e a delle que a fazia trabalhar at altas horas da noite ao som da metralha que j ameaava Paris de
muito perto.
IV
Entraram os prussianos em P a ri s; vencedores, era im
possvel dete l-os na carreira vertiginosa que lhes traou a
victoria, e naquelle cen tro de elegncia e luxo, fascinou-os
tambm a virtude e a belleza.
Quizeram raptar a costureira.
O denod o com que o alferes tinha pellejadofquando se
tratava d defesa da ptria provam -n'o as feridas que rece
bera e o posto que j exercia, de coronel dos Z uavos. Aca
bada a guerra voltou a Paris e procurou a interessante cos
tureira.
-
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- 8 6
VI
Subiu ao quarto andar da casa em que ella hab itava eachou a porta fechada.
Retrocedendo, pediu imformaes da sua querida , v i -
sinha do primeiro an da r; e sta, apenas lhe pde dizer que
no primeiro dia depois da guerra em que se no ouvio um
s estampido do canho, vira subir pelas escadas dois mi
litares que conseguiram forar a porta do quarto da desven-
turada menina ; mas no mesmo instante o povo agglomCra-
va-se em volta do seu cadver que jasia na rua.
T inha-se atirado , da janella abaixo. O coronel sem dar
grandes mostras de tristeza, disse.de si para si: Slvou-se
VII
Acreditando em ou tra vida alm da campa, vida de ven
turas infinitas desejava morrer para as fruir.
Uma das feridas que no conseguira curar, fez-lhe o favor
de o deixar.morrer.
Poucos momentos antes de exhalar o ultimo suspiro disse
com a serenidade da convico :
Realiza-se o meu desejo, vou ser feliz.
VIII
No cemitrio do P re Lach aise, meia noite, hora em
que as W ibis exhibem as suas darsas vertiginosas e des
enfreadas e em que soltas d todas as convenes sociaes se
entregam aos prazeres que a imaginao lhes sugge-
rio em ou tros tempos o coronel e' a costureira segredavam
encostados prpria campa : no fomos-perjuros, porisso
somos felizes agora.
E as danas abafaram=-lhes o colloquio.
MORAL
ainda qt
J. OLIVEIRA.
F e esperana, meu amigo, e ainda que seja no outromundo
Campinas.
-
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8 9
E s b o o s
Ard" a lenha em um canto da lareira
Na meio d'uns tijollos dennegridos :
E transborda no cho sobre uma esteira,
A uia dos cajds recem-colhidos..
Era cima de uma tosca prateleira,
Presa por dous cips bem retorcidos
Fum egam n'uma folha de palm eira...
Batatas, girim, nambu cosidos.
Trs creancinhas louras, no terreiro,
Riem, de um bem-te-vi que est cantando
Nas esteiradas ramas de um coqueiro.
O pae anda na roa mourejando,
E a me, com ar feliz e prasenteiro.
Vae o caf do almoo preparando.
CHARADA XXXIV
22Depois de parvo, pregando moral
D e p o i m e n t o
Um homem foi citado como testemunha para comparecer
n'um tribunal de audincia geral.
- Am igo, diz-lhe o presidente, quando chegou a sua vez
de depor. Sabeis como a desordem comeou ?
Testemunha.
Eis aqui as expresses de que se servio o
ru, sr. juizVs sois um imbecil, sois...
/ .
(percebendo que os jurados e o auditrio comea
ram a rir da ingenuidade da testemunha) dirigi-vos, di
rigi-vos antes, aos srs. jurados.
-
8/12/2019 Almanaque Popular 1878 Varias Coisas Entre Elas Varela
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8 8
I > e f e z a d e r u
A um certo que havia morto um co com ura golpe d'a-
labarda, e que havia sido chamado a juizo, perguntou o
juiz porque, lhe "no tinha antes batido comocabo da ala-
barda.
P orque elle me no mordeu com a cauda, respondeu
o canicida.
L o g o g r i p h o
Meu leitor
Tenha cuidado
Que por lettras
Decifrado.
Mulher.
Homem
Mulher.
Homem
, Mulher.
Homem
Mulher.
Homem
Mulher.
Homem
Mulher.
Homem
Campinas.
1,3, 3, 7 ,5 ,1 ,5 ,6 , 2.
2 , 4 , 1 , 5 , 6 , 7 , 8
1,2,3,4,2.
1,
5i 6, 8.
7,
8, 6, 2, 4 , 5, 2.
2 , 7 , 4 , 5 , 2 , 8 ' . ' .
5 , 4 , 5 , 2 .
2 , 7 , 4 , 5 , 2 , 6 , 8 .
Pense agora
no conceito:
Nomeprprio
d'm sujeito.
J. F. DE
CAMARGO
PAES.
-
8/12/2019 Almanaque Popular 1878 Varias Coisas Entre Elas Varela
153/206
8-
Na ponte de Itoror
( F E I T O S G L O R I O S O S DO E X E R C I T O B R A Z I L E I R O
No dia
5
de Dezembro de 1868, transpondo uma forte di
viso do exercito, ao mando do marechal Alexandre Gomes
de Arglo Ferro'(visconde de Itaparica),uma ponte sobre
o regato Itoror , no P araguay, o general Jos Joaquim de
Andrade Neves (baro do Triumpho) reproduzio ahi o feito
herico
de
Bonaparte na ponte d'Arcle sobre o Alpon,
quando vendo a sua diviso apoderar-se de um terror indi-
sivel, exclamou : C amaradas, acompanhae o vosso ge
neral
Andrade Neves, vendo a diviso de que fazia parte apo
derada do terror causado pela metralha que varria todaa
ponte, exclamou : Camaradas, acompanhem este estan
darte E collocando-se frente de seus bravos companhei
ros, de um s impeto galgou a terrvel posio pouco antes
inarcessivel, passando todaa fora sobre os cadveres dos
nossos que entulhavam a ponte, que tinha sido cortada pe
los paraguayos antes do combate,e desabara pouco antes
;deste feito her ico.
Tambm na occasio do desabamento da ponte o general
Gorjo,
ao
cahir no precipcio, exclamou : C am aradas...
vejam como m or re um soldado ., ,
So factos estes dign os'dos descendentes dos hericos
lusitanos.
THOM GONALVES FERREIRA MENDES.
Ooiticidencias
Em 12 de Outubro de 1492, Christovam Colombo desembarcando
em
C at-Island, uma das ilhas Baham , caio de
joelhos, com todaa sua equipagem, dando graas a Deus
por haver descoberto a America.
4
Em 12 de Outub ro de 1798 nasceu em Lisboa d. P edro rv.
Em 12 de Outubro de 1822, proclamando-se a indepen
dncia do Brazil foi acclamado Imperador.
L/6
-
8/12/2019 Almanaque Popular 1878 Varias Coisas Entre Elas Varela
154/206
-o
ISao
sei
Dize,
sinh, o que
fizeste,
hontem
da flor mimosa que te dei ?
Guardei
Se por acaso meu amor te desse,
tu guardarias como a flor?
No seiI
O que fizeste da pombinha rola,
que no jardim te confiei?
Matei.
P ois tu mataste a pobresinha ? Entoeras capaz de me matar
No sei
Onde guardaste a poesia triste,
que ao teupiano,recitei?
, Rasguei
E nem ao menos conservaste um verso,
para o author no oxidar1
No sei
A i
no me mates respondendo assim
Deixa um momento de zombar commigo 1
Dize se posso acalentar a esp'rana,
de ser amado por voc.
No digo
E's muito ingrata1P ois ters coragem,
de ver a esp'rpa que me resta, morta ?
Queres a sorte da rlinha dar-me ?
Queres que eu morra de paixo
Qu'importa ?
Pois bem eu juro me esquecer de ti,
Mas,
dize ao menos porque assim me tratas
Ser porque teu corafco tem dono?
No me aborrea, v plantar batatas
BAPTISTA NUNES.
-
8/12/2019 Almanaque Popular 1878 Varias Coisas Entre Elas Varela
155/206
OI
]> o s e n t e s a m o r ?
A '
E X M A . S R A . D . M A R IA A . D E A . SE A BR A
Que sentes quando escutas
Em noite d'alvo luar,
Na frondosa e bella floresta
Doce brisa a sussurrar?
0 que sentes quando escutas
Da rola o triste gemido,
Na folhagem do arvoredo
Sempre magoado e dorido?
Que sentes quando avistas
Sobre os ramos da palmeira
O mavioso canarinno
Affagando a companheira?
Do terno sabi s'escutas
O sonoro modular,
O que julgas que elle exprimeNo harmonioso cantar?
Quando vs a natureza
Se ostentar com tal primor.
Tu no soffres como eu soffro
?
No sentes tambm amor
?
Mogy-mirim.
M. CARMELITANA
D
ARANTES.
I t O g o g r i p h
(POR LETTRAS)
E' um nome 1, 4, 6, 7.
Um nome 5, 3, 5, 3, 4, 7.
E' um nome 1, 2 ,3 ,-4 ,7 .
Um nome .
C ampinas-1877. ^ ^ ^ ^
-
8/12/2019 Almanaque Popular 1878 Varias Coisas Entre Elas Varela
156/206
Requerimento curioso
Diz um corao amante, nascido no lugar do Tormento,
termo da villa da fflco, freguezia dos MartyriqA bispa
do do districtodo Desgosto e residente na cidadeawPenas,
que passando o sippficado pela rua dos Mysterios, encon
trou-se com a ronda de seus olhos, sendo preso ordem
de seus affectos,achando-se,; pois, recolhido s adas de
sua ausncia, carregado com os du ros e pe adAfijgrilhes
de seu amor, o supplicado vem perante a sua rt 6eeza
requerer queo faa soltar do tyranno degredo de suain
gratido,
pelo que:"'
P .
a v. exc. se digne chamal-o sala livre de seu peilo,
afim deser interrogad o, e confessar o
crime de am al-a
eternamente-r-E. R. M.
despachoLastimando seriamente talacontecimento,
seja o supplicado posto em liberdade ; devendo consolar-se
com o presente despacho, e tendo mais cautela em n se
encon trar com a ronda de meusolhos,pra no ter a des
ventura de que ia sendo victima.
CHARADA XXXV
21Deus no espao homem.
Paraphrase
C erto* orador brazileiro de grande nom eada, hoje falle-
cido,
estando na oppsio do senado, e tendo cahido o mi
nistrio, que guerreara" dissertou sobre a vida do defunto
governo, e concluio deste modo : abiit, excessit, evas,
erupit.
Sendo instigado a fallar. vulg arm ente ,'assim verteu o l-,
tim: Amolou canellas, estirou asgambias, deu s trancas;
e fi-se cm os diabos
EUSEBIO FAYARD.
-
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3
E s c o l a u o o t u r n a
D A L O J A M A O N I C A I N D E P E N D N C I A
Esta aula que funcciona regu larm ente foi fundada pela
loja Independncia a I
o
de Junho de 1875, e desde ento
de dia para dia augmenta-se o numero de alumnos, que j
eleva-se a 110, proporo que o publico vai reconhecen
do sua utilidade.
Alli presta-se realm ente grande servio causa da ins
truo.
O m ethodo do ensino inteiramen te practico, isto ,
aqulle que melhor tem provado e que adoptajdo nas mo
dernas escolas de primeiras lett ras , imitao do system a
americano.
O ensino dado gratuitamente, e a loja fornece tambm
gratuitamente aos alum nos todos os objectos necessrios
ao estudo, o que sobremodo reala o fim altamente huma
nitrio que se tem em vista.
A matricula franca s pessoas de todas as classes ou
condies uma vez que o matriculando no seja menor de
7 annos, e sujeite-se disciplina estabelecida.
O curso do ensino compe-se de leitura, escripta, arith-
rnetica, practica (exerccios sobre as 4 operaes fundamen-
taes), elementos de gramm atica portugueza , noes de
geographia e historia ptria.
At Dezembro de 1876 leccionaram os srs . Manoel Jos
da Fonseca e Jos Manoel de Faria.
Cumpre aqui mencionar que estes distinctos cavalheiros,
prestaram-se gratuitame nte a ensinar, empregando todos
os esforos e dedicao para que os alum nos apro veitas
sem ; pelo que so merecedores dos maiores encomios.
O actual professor, sr. Bento C unha tambm digno de
elogios pela sollicitude que emprega no desempenho de
seu cargo.
A escola Independncia mais uma dessas provas irre
cusveis que a maoneria costuma oppor s injustas a ccu -
saes que de continuo lhe fazem raalevolamenteosespritos
E ' espancando as trevas pela diffuso das luzes der ra
madas pela escola, pela imp rensa, pela tribuna e por to-
-
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1
dos os meios adequados, que essa philantrop ica instituio
trabalha em penhadamente para levar a effeito a sacrosanta
misso a que se impoz, afim de dar ao povo pelo exerccio
effectiv de sua liberdade e de seus direitos civis e polticas
toda a felicidade e melhoramentos de que pde gozar.
Oxal possa ella realisar logo esse nobilissimo inten to,
e vejamos de vez dissipadas essas negras e sinistras nuvens*
que toldam o horisqnte
da-
ptria, dando-nos srios receios
1
pelo futuro
J
J. P . DE CAMPOS.
Dormeno lindo divan
Foi a fronte recostar
Nos lbios perpassa um riso
Como um raio de luar
Sonhana fronte serena
De noiva cinge a grinalda
E'
linda como a florinh
Da rocha suspensa fralda
Despertaum olhar febril
Dirige ao redor de si
Depois, de novo dormente
Pende a cabea d'Uri
Da pobre Julieta^a vida
Como a flor, emmurcheceo:
Dormio... sonhou... sorrio.,.
Pendeo a fronte. . . morreo
*
Campinas1877.
. S . P j N T O .
-
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5
A,
t i . . .
W lth thee conversing, 1 forgetall time .
(MILTONParadise
lost.)
Que hora3
que eu
passo risonho, esquecido
meu anjo querido , sosinho
a teu
lado
;
que breves instantes, alegre
que eu
goso
teu rosto formoso mirando enlevado
1
Teus negros cabellos
nos
homb ros...
to
soltos,
na fronte, revoltos
me
imprimem seus beijos...
iimYalma
se
afunda
n'um mar de
delicias,
e suaves caricias,
de
loucos desejos:
P quando
td
fallas,
que o
pudico seio
fiajpita
em
anceio, mulher adorada
ai, penso
que
vejo
bem
longe
n'um
sonho
formoso
e
risonho viso encantada
Oh1 quantos ardores
dos
olhos derramas,
que [lcidas chammas
n'um
tmido olhar
que amor,
que
perfume do collo nevado
que
o
peito abrazado
vem
mais abrazar.
Semelhas-tes virgens Urisdo propheta,
a casta Julieta,
aos
archanjos
do ceu ;
oh pallida estrella surgida no escuro
meu triste futuro allumia...
sem vu
E agora
que a lua
tranquilla vagando
prosegue scismando
teu
seio
a
beijar...
escuta,nofujas meu louco desejo
n'um fervido beijo
tu
deixas matar?...
Campinas.
HELEODORO COSTA.
CHARADA XXXVI
25E' fora do commum
;
desusado.
ARGEMIRO C. DE
OLIVEIRA
-
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6
SONETO
Oh C hqunha no sei s'i st o maniaOu.mesmo se loucura ou demncia :
Tenho tamanha sde de sciencia,
Que at vou estudar astronomia
Receio, se perder a paciepcia,
Que a sede v crescendo dia a dia I
Se assim acontecer,
:
a hypocondria
Far do mira um ente sem consciepcia
Sem deixar os meus doces ideaes,
Vou lanar-me dos livros- nos -escolhos
Estudando as scierfcias naturaes.
Sim Preciso lutar nesses abrolhos
Para.vr se os teus lbios so coraes
E estudar as estrellas dos teus olhos
FAVILLA NUNES.
O s d o u s t a l e n t o s
A certo sujeito, que no era tolo,jperguntaram :
Quando aprecia V. o talento do homem?
Quando falia.
E o da mulher ?
Quando calla.
D . J o o I I I , e o n . 5
D
r
Joo IH , foi o dcimo quinto rei de P ortuga l, reinou
trinta e cinco annos, m orreu, de cincoenta o cinco annos e
cinco dias,, casou em 1525, com a irm de C arlos V , e o
seu quinto filho m orreu de cinco annos.
-
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9
(D
vmm
u r in a Q w a i t k o
J unto da janella de uma casa de modesta apparencia, a
menina Rosahnda, dava-se por uma bella tarde de Abril aos
misteres d costura, garganteando uma ligeira cano.
Ao mom ento em que se lhe ia acabar a Jjnha, que ento
pespontava em pontos unidos e quasi imperceptveis, uma
pea d. lvissima bre tan ha , quiz retom ar descuidosam en-
te o novello que pousava sobre o balco da jane lla.
P orem as costas da mo da gentil dona tendo dado de .
encontro ao novello, este precepitou rse do balco e ro
lou no passeio.
C omo de p rever, Rosalinda teve um ligeiro susto , er
gueu-se rpida e ficou sobre duvidosa, meia curvada no pa-
rapeito.
Ha sempre um "cavalheiro delicado a prestar-se em soc-
corro de uma dama affiicta. A menina Rosalinda encon
trou o seu anjo salvador.
C asualmente, vinha passando o sr. Alfredo, galhardo
moceto, e cuja delicadeza proverbial; ao ver toda rosa
da
e
cheia de perturb ao a formosa dam a, baixou-se .mais
que rpido, ergueu o novello, e com um acortezia toda ur
banidade, fez delle entrega bella Rosalinda.
Houve ento um comm ercio mutuo de phrases galantea-
doras, ondejo corao metteu-se de permeio com seu jogue
te todo intimo.
Encurtando a historia, dah i por diante Alfredo cas sou
repetidas vezes, e todos os dias, por casa de Rosalinda, es
perando occasio asada de ap anha r mais algum novello.
Rosalinda tentava s vezes pres tar-se ao prazer do obse-
quoso cava lheiro, mas as faces tingiam -se-lhe de pejo
quando em tal pensava, e substitua este anheto por um
olhar que dizia mais que todos os novellos da terra.
Neste procurar de novellos passou Alfredo, um bom par
de mezes, at que afinal sentindo o corao tornado em
brazeiro incrvel, foi depol-o aos ps de Rosalinda que sen
tia queimar-se o seu na mesma pyra.
Dizem que duro com duro no faz bom muro; mas fogo
13
-
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com fogo do-se optim am ente, a ju lga r p*r Alfredo e Ro
salinda, que no dom ingo passado uniram -se para s se
apartarem, quando a morte chamar um delles
Esto, pois, casados: julg ue-se por isto a influencia que
um nv(llo de linha pde exercer sobre dous c oraes.
JLIO DE ALBERGARIA.
CHARADA XXXVII
Eu tenho, tu tens, elle tem1
Eu estou; tu ests, elle est1
Eu sinto, tu sentes, elle sente 1
C O N C E I T O
Eu sou, tu s, elle .
Campinas.
CHARADA XXXVIII
21 Reinando Phebo esta flor sacerdote.
Campinas.
Dona H. L.
A. QUEIROZ.
G E R E B I T A
Quem entre ns no conhece o Gerebita ?
Ainda spam aos nossos ouvidos os roucos e inintelligiveigdiscursos, declamados em alta voz, nas horas mo rtas da nou
te,
nas ruas desta cidade.
Muitas vezes a chuva cahja a cn taro s, os raios cruza
vam-se nos cus, rompendo por vezes o man to negro da
procella ,e o vulto legendrio do nosso here trocando
pujas^s com os troves no espao, desafiava com 'gesto
-
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- o
enrgico e im po nen te a gua que o ensopava, e os raiosque o 8llum iavam . ,
Era bello de ver-se En tretanto , dentro daquelle craneo
est um espirito atrophiad o pela embriaguez perennee
naquelle peito b ate um corao profundamen te mo nar-
chico.
Quando alguma vez algum desses espiritos pervertidosda
pocha pela mon omania democrtica, querendo pr a p ro
va oamor mona rchia, d Gerebita, bradava-lhe no ouvido:
Viva a R epublica 1
Elle, como despertado do profundo en torpec ime nto, que
dominava suas faculdades, respondia:
Arg entina Viva S. M. o Imperador
E por este modo conciliava as sua s idigs com as do in -
terpellante; saudava a Repu blica Arg entin a, mas no a
idia republicana.
C ontava o Gerebita nesta cidade protectores altam ente
collocados. Nunca faltu-lhe o codrio, nem o po quoti
diano. Trajava com certo apuro e elegncia, o que no im
pedia de fazel-o s vezes bem phahtasia .
Tinha elle um fundo bom, um interior perfeitamente bem
formado, encoberto pela mascara, sempre alyarmente riso-
nha, que no o aban don ava.
Ningum ouviu de sua boce uma palavra que denu n
ciasse, siqu er, o trat am en to que 'lhe era dado pelos seus
protectores; e nem estes nunca proferiram contra elle a m
nima palavra de queixa.
Um dia um g aiato carregou-o para Y t. A nossa cidade
eterna acolheu mal o Gereb ita. Abandonado pelas ruas
dessa cidade tristem ente bella, onde a vida corre mansa e
tranquillam ente, e onde com dificuldade abrem -se os cor
des d bolsao que a tornou celebre na provnciao Ge
rebita passou pelas, agru ras da mizeria e da fome. En tre
tanto o G erebita foi muito tempo sach risto d parochia de
Santa Cruz desta cidade; o que devia ser uma cousa recom-
mendavel para o reverendissimo povo . -
Os coraes bem fortoados quo tisaram-se nesta cidade
e o dinheiro, como semp re, appareceu a rodo, e dentro em
poucoo Gerebita cavalgando, ufano, um quadrpede m uar,
estendia suas vistas saudosas por sobre os horizontes tfe
-
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-
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lot
S?cS"a^
alC
1
'
t e Q d 0
- m p r e
as
pernas firmes
umi
m
do
a
Lu rfW
ll e
'
(
C O m o d e c o s t u m e
'
n a
P
r t a d
b
t
e
"
quim
do
Luiz Cometa,
no
saguo
do
theatro.
Ahi
appa-
rcceu
um
inglez bastante emborrachado,
e
disposto ain
da
chupar mais alguma cousa.
Similia similibus facile congregantur. Vendo
o
Gerebita,
dirigiu-se
elle
em
tom emphatico
o
Bife: Voc brazilei-
ro;
eu
inglez. Voc negro;
eu
branco. Mas todos
ns so
mos bebedorese du-lhe
um
formidvel abrao.
Expanses destas
no
so raras.
Li certo
que o
Gerebita
ra um
pndego
de
fora;
tambm
certo
que nas
occasies solemnes sabia despir
oar magano
de
borracho,
e
revestir-se
de
gravidade adqua-
da
ao
caso.
E '
assim que, quando,
aos
domingos,
ia
pre
encher
as
suas funces
de
sachrista, envergando o trajo
domingueiro,
ningum enxergava, e resmungava
o la-
tinrio
com a
mesma gravidade
com que
engulia
um co-
pasio
do seu
homonymo.
Nestas occasies
uma
cousa o encommodava: Quando
levava ao sacerdote ovinun, sentia
um
prurido-na
garganta;
os
seus olhos cresciam para
o
calix;
as
narinas
dilatavam-se;
e,
eraquanto oSanguis C hr ist i-p erm an e
cia
no
calix, sentia elle
um
anceio religioso que o fazia
desejar commungar, como o padre,
uma, cem, mil
vezes.
Em verdade, tris te sacrifcio, verdadeiro supplicio de
T a n-
talo soffria aquella natureza identificada comovinho, vendo-
o correr
por
outra garganta, que no
a sua .
Um
dia,
o ingra to, enlevado
e
todo paramentado, bateu
a linda plumagem
em
companhia
de ura
amigo
do
peito;
e hoje
a
Pauliceia possue
em
seu seio esse ente original
e
excntrico,
que por
muito tempo
foi o
encanto
de
algun*
campineiros felizes.
Campinas.
A . \J
CHARADA
XL1
2 - 1 Esta fructa harmoniosa
animal,
famninas.
*
( ,ES
-
-
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?
1
E T E A ^ I E I
Como ? perguntas meu anjo
Se acaso amei-te algum dia
Olvidaste por ventura
As juras que eu proferia
De amr-te para sempre
Embora despresasses
O meu amor constante,
As illuses fugaces ?
Oh por D eu s,n o me perguntes
Se o meu amor e desvello
E' to puro como a rosa
Com que enfeitas teu cabello:
Mulher, amo-te tanto
Quanto se ama a Deus
O meu amor puro
Como o puro azul dos cus
Campinas
S< -
A. DE GoDoy
CHARADA XL
22 Olha na Hespanha como bello na F ra n ca e ste no
tavl vulto.
Campinas.
J. GES".
CHARADA XLI
12 O nico que no dorme este instru m en to.
Campinas.
J . GES.
-
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1 0 3
H O N T E M E H O J E
H iiive um tempo em que teus olhos
Meigamente me fictaram:
No volver terno, indiscreto,
Um segredo revelaram.
Foi no tempo em que o sorriso
Que a teus lbios assomava,
Illudindo os sentimentos
A meus olhos enganava.
Nesse tempo s' a verte
Os momentos empregava,
E a tua imagem bella,
A meus sonhos povoava.
Quando a tua voz ouvia
De ternura repassada,
Tinha a alma por instantes
N'uma illuso emballada.
Mas c'o o tempo tudo muda,
E a tua ingratido,
Ennumblou ditosos dias,
Tornou frio o corao.
Nem um s dos teus sorrisos
Nem dos olhos um volver
Nem da voz meigos acentos,
Me faro enternecer.
Nem sequer em sonhos vejo
A tua sombra querida:
No encantas, no facinas,
Porque foste fementida.
Campinas.
J. CSAR DE G ES.
-
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- O I
LOGOGRIPHO
(Ao sr. H. da Silva)
Desculpe se o logogripho
No feito com engenho;
Agora, se achar difficil
Desembrulhal-o, convenho.
Tercia e tercia bem unida
Pondo ainda um vogl
E' uma fructa com certeza,
E' do reino vegetal.
Tercia prima,e uma nota,
Lindo peixe saboroso;
Quarta e prima lem bra a velha.
Desse tempo to ditoso.
Segunda, quarta e terceira
Mudando a Jvogal do fim
T ens nome prprio sem custo
Sem ser Antnio ou Joaquim.
Terceira e mais um ditongo
Bem dissesegurai bem I
Tercia, quarta e uma letra
Nos rios, no mar tambm.
O todo uma espcie de sacco sem fundo
No qual se derrama milhes de reales;
Uns crem ser o throno das glorias divinas,
Mas outros affirmam ser fonte de males.
Campinas.
JOS' FRANCISCO DE CAMARGO PAES.
C HARADA XL1I
12 Esta preposio na musica secreta.
Campinas.
J. GES.
-
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- 1 0 5 -
Alexandre Herculauo
e
Guerra Junqueiro
Os jorna es tm publicado ultimam ente diversos epis
dios da vida do primeiro historiador e philosopho por
tuguez.
Todos esses factos trazidos pela imprensa ao conheci
mento publico tendem a dem onstrar a inabalvel austeri
dade de caracter e a sizudez do inspirado artista, que cin-
zelou
B
colossal assombrosa estatua de Eurico.
En tretan to, He rculan o, fora das suas horas de concen
trao, era jovial e faceto, como o revela a seguinte anec-
dola :
Guerra Junqueiro, ao concluir o seu notvel poema
A Morte de D. Joo, lembrou-se, muito naturalmente, de
o dedicar ao grande escriptor.
P edio cartas de apresentao e dirigio-se a Vai de Lo
bos,
onde Herculano o recebeu com benevolncia e affabi-
lidade extremas.
Junqueiro chegara de noite a Vai de Lobos f, no obs-
^ m t e o cansao da jornad a, prolongou at ao amanhecer a
"rotura do poema.
Herculano, costum ado a deitar-se muito cedo , soffria,
apparentemente resignado, mas intimam ente constrang ido,
o Supplicio que o imaginoso poeta lhe quiz inflingir.
No dia" immediato, Junqueiro ouvia da boca do veneran
do mestre a mais lisongeira opinio acompanhada do con
sentimento para a dedicatria.
Regresso a Lisboa
hoje"
mesmo c vou cheio de orgulho,
disso Junqueiro.
No, accudio He rcu lan o; o meu amigo ha de per-
mittir que eu lhe mostre tambm as minhas obras novas.
Demore-se at amanh.
T oda a gente suppunha que Herculano possua preciosos
trabalhos inditos e Junq ueiro pensou desde logo no grande
trium pho que colheria sendo o primeiro a revelar e a fallar
dos escriptos que o auctor da Historia de Portugalno
mostrara aos mais ntimos amigos.
Ficou.
Herculano pedio o brao ao joven revolucionrio e l
14
-
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1 0 8
foram os dois para a formosa qu int a, em alegre con ver
sao.
'C hegados ho rta, Herculano mostrou a Jun queiro a
grande variedade de hortalias, os rotuudos repolhos, as
bellas cpuves, dizendo d'onde mandara vir as sem ente s,
como preparara a terra...
Dalli foram ao jardim .
Estas flores, explicava He rcu lano, so, minhas filhas.
Fui eu que lhes dei cores to variadas pela combinao do
pllen de muitas flores...
Depois percorreram os olivaes. Herculano fallava sem
pre,
no sanindo de asumptos agrcolas.
A' noite voltaram para a modesta vivenda. Jun queiro
manifestava-se ancioso pelo cum prim ento da prom essa de
Herculano.
Este, percebendo a anciedade do*hospede, disse-lhe :
J lhe mostrei as minhas obras novas, meu am igo.
C onfesse que ninguem,em P ortugal,come m elhor, repolho do
que eu...
Junqueiro ficou desapontado GASPAR DA SILVA.
CHARADA XLIII
21 Ilha chineza da C aledonia.
Campinas. J .G E S .
On entre, on crie,
Et c'est Ia vie ,
On crie, on sort,
Et c'est Ia mort.
A S O N E D E C H N C E L
E ' N I G M E
Je ne suis pas ce que je suis
Car sij 'tais ce que je suis
Je ne serais ce que je suis.
DOUBLE-SIX.
-
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1 9
(POR
LETTRAS)
Foi propheta8, 9, 4, 8, 11, 9.
Este senhor ; - 4 , 3 , 11, 9, 10, 4, 6, 8, 2.
E' da musica4, 5, 8, 11.
E s t a f l r -3 , 1 1 , 5 , 6 , 8 , 9 , 2 .
Uma fructa10, 4, 1, 11, 5, 4.
Q ueda s u s to - 10 , 8 , 5 , 2 .E en ca n ta -7 , 11, 5 , I, 2 , 3 , 8 , 4 .
Este arbusto6, 11 , -3 ,3 , 4 .
Decifre meu leitor,
Se bom decifrador.
Campinas.
F. LADEIRA.
A f o r m o s u r a
O' formosura nico objecto cuja posse no se pde
adquirir, nem mesmo a troco dos mais opulentos theso u-
souros ; eternam ente inaccessivel aquelles que no lo
gram possuil-a ; flor ephem era e frgil que desponta,
cresce, desabrocha sem haver necessidade de cultiv al-a,
puro dom do cu formosura a mais valiosa entre,
todas as coroas que o acaso pde offertar a uma cabea
T u s admirvel e rara como tudo que existe fora da ini
ciativa do homem ; como o azul do Armam ento, o ouro
das estrellas e o cndido aroma dos lyrios E' possvel
trocar um tosco banco por um thro no , conqu istar o m un
do,
illudir a fria dos elementos P orm , quem poder
resistir a ajoelhar diante de ti, esplendida personificao do
pensamento de Deus 1
(Gautier) D. GUIOMAR TORREZO.
-
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1 0 8 -
S O I N
A' MINHA AMIGA D . ELOISA;DE LA T OUR DUFR ESNE
Cara amiga, se me estimas
avec un profoundamour,
d licena que estas rimas
puissententrer danstonsejour
Sim,- permitte que estas
phrases,
sans aucune construction,
possam Ir agora, audazes,
altirer ton attentiqn.
Se o mundo chamar-te
formosa e gentil,
v bem que te cercam
beaucoup
de prilsl
Considera, minha amiga,
que ce monde est bien cruel
quasi sempreovicio,a in triga,
s'enveloppent ddn s le miei1
Quantas rozas perfumadas
aux abimes sont tombes
pelos prantos orvalhadas
de leurs tiges detaches
Eu vi muitas vezes
em linda manh
dormir sob flores
de Ires laids serpents I
Ai
por Deus nunca tropeces,
aux pines duchemin
ao senhor envia preces,
en priant toujurs le bien1
Vejas sempre na virtude
ta compagne e[seule amie i-
sincera, no te illude,
ni te donne pas oVennui
Ha muito quem saiba
somente fingir I
o mundo .comedia,
Qui fait tressaillirI
(Porto-AlegreBrazil.)
D. ANNALI VIEIRA DO NASCIMENTO.
CHARADA XLV
11 T odo paizdev"~~ter ura p ronom e que al im en ta .
Campinas. *
J. GES,-
-
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8/12/2019 Almanaque Popular 1878 Varias Coisas Entre Elas Varela
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Corte.
1 1
De tudo ellecapaz
E'
o
homem
das
affrontas
Traz sempre
as
armas promptas
...
Mas afinal
de
contas,
. . . . muitobom rapaz...
A R T H U R A Z E V E D O .
Q U A D R O
(NO LBUM
DE UMA
SENHORA)
E' blloo co dolar... Entre umsorriso
Gozam dois coraes n'um s transporte,
Sonha oesposo feliz, vidoe sfrego
Bebe
os
sorrisos
da
feliz consorte.
-Ergue-sea esposa em e . . . seu vulto ednico
Comoqueostenta-se en* clares im m erso ...
Beijanafronte oesposo idolatrado ,
Ese inclina asorrir por sobreumbero
Rompem
da
terra
as
m elodias mgicas,
Brotam floresde luz no ethereo trilho,
E Deus passando junto
ao
bero exclama
:
Bemdita sejaam e que em bala ofilho ...
Bem dito
anjo
do lar nos
lbios delle
Brilha
a
prece vivaz como
um
diama nte. ..
Feliz exulta
o
pae,
e a
esposa oscla
A loira fronte
ao
festejado infan te
I
Ouve-se
uma
harmonia,
e
lentamente
P or entre
os
dedos
do
Senhor desfilam
Todas
as
flores
que no
co
se
occultam,
Todososastrosque noco scintillam ...
CARLOS FERREIRA.
FIM
-
8/12/2019 Almanaque Popular 1878 Varias Coisas Entre Elas Varela
175/206
A l m a n a c h P o p u l a r
PARA 178
S e n h o r a s
cujos nomes honram as paginas deste Almanach
lllmas. e Exmas. Sras.
D.
Amlia Janny.
D.
Aunalia Vieira do Nascimento.
D.
C atharina R. A . Lucas.
D.
Francisca Carolina Garcia Redondo
-
D.
Guiomar Torrezo,
D.
H. L.
1). Jesephina Sarm ento.
I).
M. Carmehtana de Arantes.
D.
Maria A. Salles Pinto.
D.
Narcisa Amalia.
A u c t o r e s
dos artigos assignados deste Almanach
A. J. Magalhes.
A.Teixeira.
A. Queiroz.
A. C.
Affonso Celso Jnior.
Alfredo Benicio de Souza.
Antnio Joaquim Daniel do P rado.
Argemiro C. de Oliveira.
Arthur Azevedo.
Avelino Rraziliense.
Ausone de C hancel.
Baptista N unes.
Bohemio.
Carlos Ferreira
Christovam Ayres.
Double-Six.
Euzebio Fayard.
F. Ladeira.
F. B. de Souza (conego.)
F. Nardy.
F. Quirino dos Santos
-
8/12/2019 Almanaque Popular 1878 Varias Coisas Entre Elas Varela
176/206
Favilla Nunes.
Fernandes da Cunha Filho.
Fus Roupinho.
G. Souza. .
Gaspar da Silva.
Guerra Junqueiro.
Guilherme Braga-
H .
H . daS .
Heleodoro Costa
Ignacio Lacerda.
Itatibense.
J. A. de Godoy.
J . B .
J. Csar de Ges.
J . F .
J. F. de Camargo Paes.
J. P. de Campos.
J . S .
P into .
Joaquim Ladeira-
Joaquim Oliveira.
Joaquim Xavier da Silveira.
Jos de Maistre.
Jlio de Albergaria.
Jlio Cezar Machado.
Jlio Mesquita.
L.
Lcio de Mendona.
M. daM. 1.
Manoel de Castro Sampaio
P edro da Silveira.
P inheiro C hagas.
Publio Syro.
Samuel Smiles.
Sacramento Macuco.
Thom Gonalves F. Mendes.
Um charadista.
Um portuguez,
Veridiano Carvalho.
Victor C hampiers.
-
8/12/2019 Almanaque Popular 1878 Varias Coisas Entre Elas Varela
177/206
1
c S
c S
H
s
fj
fcl
C S
t i
i>
V^M^mAS
F e r r e i r a N o v o I r m o s
Completo sortimento
de fazendas, armarinho,
perfumarias,* roupas feir
t a s ,
calados, etc. , etc
Altas novidades em se-
das,linhos e ls,fitas,bor
dados, etc. Especialida
des em todas as qualida
des de fazendas, por pre
os razoveis
Saccam vista, a 30,
60 e 90 dias sobre
o
acre
ditado Banco do Minho
e todas as suas agencias
em Portugal, Hespanha
e Ilhas.
Esquina da do General Osrio
SLmmmM.B
C O
i
P
s
H'
rf
P
t s
p
1
C O
-
8/12/2019 Almanaque Popular 1878 Varias Coisas Entre Elas Varela
178/206
A O B R A V O D E V E N E Z A
59 R u a L u z U a n a - 5 9
ESQUINA DO BECCO DO INFERNO
D l O G O A/VI A R A L & C .
Os proprietrios deste conhecido estabele
cimento de fazendas, participam aos seus
numerosos amigos e freguezs, que lendo
resolvido vender s a dinheiro ; -fizeram
grandes abatimentos nos seus preos. O
sortimen to da nossa casa feito pelos princi-
paes importadores do Rio de Jan eiro , pelo que
podemos garantir que todas as fazendas, que
verfdemos, finas ou grossas, no tem rival,
quer no preo, quer na qua lidade, no mercado
de Xani
pinas.
E s p e c i a l i d a d e s :
C asimiras modernas para homem e para
vestidos de senhora, pannos pretos de seda ,
superiores ls e artigos para forros.
D I O G O A M A R A L & G .
C A M P I N A S
-
8/12/2019 Almanaque Popular 1878 Varias Coisas Entre Elas Varela
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A r g o l a s a m e r i c a n a s
P a r a c h a v e s
So m uito comm odas e pos
suem as seguintes vantagen s :
Servem pa ra ajuntar as cha
v e s , e ao mesm o tem po , sendo
argolas, ha lugar para o nome
do dono.
So fceis de ab rir e fechar.
So feitas de pr ata allem , e
no so sujeitas a enferrujar,
q u eb ra r ou ab rir , como as ar
golas de ao : so muito fortes
e bonitas.
C ada argola am ericana com
o nome do dono, custa
PREO FIXO-3g000
Manoel Alves de Barros Cruz
3 0 - R u a d o C o m m e r c i o - 3 0
Oujio Armarinho C ampineiro Largo do Rosaric
SO * A DINHEIRO
Campinas
-
8/12/2019 Almanaque Popular 1878 Varias Coisas Entre Elas Varela
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3OIRXJA LUZITANA-30
Este antigoebem conhecido estabeleci
mento tem sempre o mais completo sortimen
to de fazendas de algodo, l, linho e seda.
Armarinho, chapos, roupas feitas e cala
dos para senhoras e meninas
Enxovaes completos para baptizadose ca-
samentos.
Lindo e variante sortim ento de tape tes ,
re-
des inglezas, toalhas de linho e crochet, per-
fumarias de superior qualidade, e muitos
outros artigos que seencontram por preo s
:
muito baratos em casa de
Go/VES
Sr
M . A T H I A S
-
8/12/2019 Almanaque Popular 1878 Varias Coisas Entre Elas Varela
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oGran
T urco
Cachimbos de todas as
qualidades, fumo superior,
cigarros de palha, charutos
finos e tudo quanto os Srs.
fumantes possam desejar.
CHAPEOS
para homens, senhoras e
creanas, o que se possa ex i
gir em bom gosto e superio
ridade.
QUINQUILHARIAS
C ompleto sortimento de
quinquilharias.
P r e o s c o n i m o d o s
B - R u a D i r e i t a i
B
-
8/12/2019 Almanaque Popular 1878 Varias Coisas Entre Elas Varela
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N O G U E I R A & S A L L E S
A
RU A D IRE ITA TV 5 A
Teem sempre um lindo sortimento
J
de
ls,
linho de diversos padres, ch itas, cretones
padres lindssimos, chitas setim de todasas
cores,
beija-flor brancosede cores, objectos
de phantsia prprios para presentes, o ou
tros muitos artigos que seria longo *mencio-
nal-os.
5
A
-
R u a
D i r e i t a
-
5 A
CAMPINAS
-
8/12/2019 Almanaque Popular 1878 Varias Coisas Entre Elas Varela
183/206
A'Casa
Vermelha
F -
*
*
n L U Z I T A N A |
Antnio Joaqu im R ibe i- |
ro,
tem sempre grande sor
time nto de fazendas de to- I
das as qualidad es, roupas |
feitas, arm arin ho e tudo f
quanto possa constituir o f
sortim ento de um estab ele- |
cimento desta or de m . I
P r e o s b a r a t i s s i m o s |
A '
DINHEIRO
|
38 R u a L u z i t a n a - 3 8 f
-
8/12/2019 Almanaque Popular 1878 Varias Coisas Entre Elas Varela
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P a d r e B e l c h i o r d e P o n t e s
OMANCE ORICINAL
D E
JLIO -RIBEIRO
2 volumes legantemente impres
s o s .
4#000
H i s t o r i a s C a m b i a n t e s
D E
CARLOS FERREIRA
] volume . . . 28000
A ' venda no escriptorio da Ga
zeta de Campinas.
RUA DO COMMERC1O-40
-
8/12/2019 Almanaque Popular 1878 Varias Coisas Entre Elas Varela
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D r .
M . F . d e
C a m p o s S a l l e s
A D V O G A D O
6 4 - R U A DO COMMERCIO-64
e&m&m&B
O S
A D V O G A D O S
M o r a e s S a l l e s e 'D e lf i n o C i n tr a
tm o
seu
escriptorio
de
advocacia
rua
do C om
mercio n. 49, ondo poderoserprocurados para
os misteresde
sua
profisso.
C a m p i n a s
D R . P . Q U I R I N O
D O S
S A N T O S
/kDVOGADO
63-Rua Formosa-eS
O ADVOGADO
JORGE MIltAM>\
E O SO I XI C 1T A D O R
F r a n c i s c o G l y c e r i o
tm o seu escriptorio rua do Commercio
n. 73,
onde podem serprocurados a qualquer hora do
dia.
Campinas
-
8/12/2019 Almanaque Popular 1878 Varias Coisas Entre Elas Varela
186/206
-
8/12/2019 Almanaque Popular 1878 Varias Coisas Entre Elas Varela
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F a z e n d a s , m o d a s e a r m a r i n h o
J. M . A ZE VE D O & FILHO
R u a d o C o m m e r c i o , e s q u i n a
d a d e B a r r e t o L e m e
T m sempre o melhor e mais variado
sortimento de cassas, ls, sedas, brins,algodes, morins e toda a qualidade de
fazendas.
MODAS
Riqussimos cortes de vestido de pri
morosos gostos.
ARMARINHO
C ompleto sortimento de "objectos de
quinquilharia, perfumadas, etc.
A p r e o s m o d e r a d o s
E SQU I N A D A D E BA R R E T O LE M E
Campinas
-
8/12/2019 Almanaque Popular 1878 Varias Coisas Entre Elas Varela
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A L F A I A T A R I A
A n t n io A l v e s d a S i l v a
EM
C A M P I N A S
Aprompta com perfeio lisf
e brevidade quesquer en- /
commendas, tanto desta,ci
dade como de fora, para o
que possue hbeis profissio-
naes.
Preos commodps.
R u a
d o C o m m e r c i o - i l
-
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CASA EM PARIZ
RE DEPARADIS P OISSONNIERE-11
W e i l l F r r e s
R U A D 0 C 0 M M E R C I 0 - 3 6
O A M ^ I I S T A S
Temos sempre um grande
sortimento
de
fazendas
das ul
t imas modas
de
P ariz. Assim
como: roupas feitase camisas
para homense meninos. T en
do nossa casa scio
em
P ariz
para fazer especialmente
as
nossas compras, estamos habi
litados
a
vender tudo
por
pre
os muito moderados.
3 6 - R u a
d o
C o m m e r c i o - 3 6
-
8/12/2019 Almanaque Popular 1878 Varias Coisas Entre Elas Varela
190/206
A u g u s t o
d e
A n d r a d e C o u to
23-RUA DffiEITA-23
C A M P I N A S
T em sempre" grande e variado sortimento de g
neros am ericanos, austracos, ieglezes v francezes.
F O G E S E C O N M I C O S
de todos os tam an ho s, carrinhos para criana, .ta
petes, redes, selins inglezes, camas de ferro, 'cadei
ras de .balano, venezianas, lampees de keros ene,
cestas para roupa, cestos para com pras, e t c , etc.
P r e o s m d i c o s
R U A J M R E I T A - 2 3
C A M P I N A S
-
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191/206
o _
C M
A O
P A R A S O T E R R E S T R E
GRANDE BAZAR DA JUVENTUDE
R u a D i r e i t a -
Neste bem sortido
e
novo estabelecimento
encontra-se sempre grande variedade de
artigos de utilidade e p hantasia, como
sejam :
Livros recreativos, scientificos e religio
s o s ; completo sortimento de papel, livros
para escripturao mercantil e objectos de
escriptorio, lbuns, quad ros, imagens e
estampas ; charutos, fumos diversos e ar
tigos para fumantes.
ELECTR1C1DADE
Do-se gratuitam ente choques electri-
cos s pessoas que soffrerem de convul
ses nervosas, e vendem-se campainhas
electricas, lan ternas mgicas, eollares e
atineis electricos; e bem assim muitos
outros artigos do
HAUTE NOUVEAIT
G u i l h e r m e d e L i m a
CjfciUEPi l t&S
-
8/12/2019 Almanaque Popular 1878 Varias Coisas Entre Elas Varela
192/206
[
M.
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p
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c
s
*
e
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o
s
e
n
e
- K_a t t t
i -
3
i
tf
P
0
d-
S B
1
1
3
-
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193/206
Chapas americanas
marcar vestidos, roupa de cama, gunrdanapos, len
os e todo o gnero de roupas de seda, linho e al
godo, assim como tambm cartes de visitas, li
vros, envelopes, e toda a qualidade de papeis, clara
e]exactamente com o nome da pessoa com peten te.
Garante-se dar
uma chap a
to boa, como pode
ria conseg uir-se em
L o n d r e s o u N e w - Y o r k
Cada chapa com o nome da pes
soa e acompanhada de um fras-
qu inho de tinta, um pincel e uma
direco sobre a m aneira de em
pregar a chapa, custando tudo
P r e o l i x o 3 S O O O
Manoel Alves
de
Barros Cruz
3 0 - R U A DO C OM M E RC IO 30
O u
no Armarinho Campineiro (Largo do Rosrio)
S A DINHEIRO
C a m p i n a s
-
8/12/2019 Almanaque Popular 1878 Varias Coisas Entre Elas Varela
194/206
A
E S M E R A L D A
Este estabelecimento, con
tinua sempre a ter o mais
variado e completo sortimen
to de fazendas, modas, per-
fumarias, ohjectosde arma
rinho e de phantasia.
Os seus preos j reconhe
cidamente moderados, / de
vem ser um incentivo para
que o pbJico d preferencia
a esta casa que est nos ca
sos de satisfazer completa
mente todas as exigncias
da economia.
R u a d o C o m m e r e i o - 4 5B
E U G N I O
-R
-
8/12/2019 Almanaque Popular 1878 Varias Coisas Entre Elas Varela
195/206
F r a n a , C a m a r g o
&
I r m o
14 A-RUA DO GENERAL 0S0R I0-1 4 A
LARGO D O R O S R I O
Nesta casa encontra-se
sem pre l indo e variado sor
timento de