7/9/2011 | Maristela Barenco Corrêa de Mello | (24) 2237-5801
Alguns dedos de Prosa:
conversando sobre Psicologia,
Educação Ambiental, Cultura
da Paz e Espiritualidade
Este Informativo é uma
publicação semanal dedicada a
Educadores, cujos conteúdos
são de inteira responsabilidade
da autora. Seu objetivo é
formativo: oferecer subsídios e
reflexões em Psicologia,
Educação Ambiental, Cultura
da Paz e Espiritualidade, e
renovar o propósito rumo a
uma educação transformadora.
Da impotência e da resistência à ruptura e criação:
o desafio ético-estético de uma Educação Ambiental
Na perspectiva de um senso comum e geral, a educação ambiental é aquela
parte da Educação que trabalha com questões relativas ao meio ambiente e à crise
ambiental. Um educador ambiental, nesta perspectiva, seria aquele que empreende
projetos concretos que incidem sobre o meio ambiente, numa atitude de reparação. São
exemplos destes projetos, o plantio de árvores, o reflorestamento de encostas, o
cuidado e a coleta seletiva do lixo, a limpeza de rios, a preservação de áreas ambientais,
o cuidado com as matas ciliares, entre muitos outros. Mas... podemos ficar apenas neste
nível de compreensão? Antes, já refletimos, numa perspectiva epistemológica e
filosófica, que a Educação Ambiental, antes de ser prática, é uma “epistemologia”, ou
seja, uma forma própria de conceber e construir o conhecimento, levando em conta as
inter-relações entre toda a vida, superando as dicotomias herdadas do pensamento
moderno. Numa perspectiva ética e política, precisamos ainda ampliar as visões
simplistas em Educação Ambiental e em relação à prática dos educadores ambientais.
Isso implica em contextualizar os pequenos e pontuais projetos à luz de uma dimensão
política planetária, estrutural, quase invisível, que configura o sistema do capital, de
orientação neoliberal, e que não apenas enfraquece e neutraliza os mais interessantes
projetos, como os coopta, até mesmo financiando-os. Assim, a mesma Coca-Cola,
transnacional que fabrica milhões de garrafas pet’s que poluem nossos rios e mares,
entre outras coisas, financia, por exemplo, a formação de 200 catadores da Associação
dos Catadores do Aterro Metropolitano do Jardim Gramacho (RJ). O mesmo Eike Batista,
que tem sido denunciado ultimamente pelo Greenpeace em função da exploração
petroleira de sua empresa OGX, no Parque Nacional Marinho de Abrolhos (BA),
ameaçando as baleias (e ativistas!), entre muitas outras ações que ameaçam o meio
Boletim No. 7, Ano I
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sistema, que configuram sua política, suas
estratégias e contra-ataques na perspectiva
de sua perpetuação, à revelia de todas as
crises que ameaçam a vida planetária,
sobretudo a dos mais pobres, dão-nos uma
sensação de extrema impotência. Porque
são políticas que, como dissemos, afirmam-
se à revelia dos estudos, pesquisas,
diagnósticos e percepção de impactos,
elaborados por Universidades e Centros de
Pesquisa, mas também partilhados pelas
comunidades locais, que conhecem seus
habitats. E apesar de conhecermos tão bem
o princípio da precaução, já anunciado na
Carta da Terra, insistimos nas políticas do
agora, que não levam em consideração nem
o
ambiente, traz em seu site um link só sobre
ações socioambientais. O mesmo governo
Dilma Roussef, que se diz comprometido com o
Meio Ambiente (e possui como carro-chefe o
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC),
responsável pela construção de gigantescos
empreendimentos devastadores, entre eles a
política das hidrelétricas, cujos impactos
socioambientais são ignorados) convive
simultaneamente com o depoimento do
Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, que
ao ser interrogado sobre os impactos de tais
hidrelétricas, afirma publicamente que
precisam ser relevados em função da
concretização do programa energético em
questão. Estas “contradições” aparentes do
Práticas que nos levam ao exercício da impotência ou práticas que nos levam ao exercício
repetitivo das formas de resistência despontam como uma política ambiental insuficiente.
o futuro do Planeta nem o futuro das gerações, e seus direitos.
Juntamente com isso, ainda nos deparamos com uma enorme crise ética na
política, crise de corrupção, de princípios e de valores, corrompendo os poderes
executivo, o legislativo e o judiciário, corrompendo os Estados e seus aparatos, os
partidos políticos e repartições públicas, as instituições e as pessoas. Crise esta que
não parece se constituir apenas em um nível endêmico, mas epidêmico, que atravessa
a prática cotidiana e se estende, inclusive, em momentos de fragilidade histórica,
como em períodos de tragédia e catástrofes. Atravessa os mais altos e os mais
elementares escalões da vida em sociedade, as macro e as micropolíticas, põe em
xeque aspectos importantes da vida, e ameaça o próprio futuro do Planeta. Tal
realidade, histórica, fez despontar e desponta inúmeras formas de resistência
populares, de organizações e articulações sociais, em movimentos e em instituições.
Esta é uma dimensão importante da sociedade civil: controlar a esfera política e
pública e promover ações organizadas e políticas de resistência. Grande parte das
ações e projetos sociais que se desenvolvem nas organizações não-governamentais e
demais organizações sociais têm este intuito de resistir. Resistir através de iniciativas
organizativas, de mobilização, políticas, resistir através de iniciativas educativas.
Importante às organizações que resistem é o senso crítico para sempre
interpretar e reinterpretar o âmbito de sua atuação, para que não sejam cooptadas e
silenciadas. Acostumamo-nos a nos referir às políticas públicas, como se estivéssemos
nos anos 80, no processo de elaboração da Constituição Brasileira. Igualmente,
falamos na importância de uma participação da sociedade civil, organizada nos
espaços dos Conselhos de Direitos que, sem dúvida, se constituíram em paradigmas
avançados em termos de políticas, de participação, de democracia. Mas quase não se
estuda o porquê estes Conselhos não funcionam, o porquê desses Conselhos não
serem paritários como deveriam, e quais os interesses que predominam na lógica
deste fazer político.
Sugestões de Leituras
GUIMARÃES, Mauro (Org.). Caminhos
da Educação Ambiental: da forma à ação. 3ª. ed. Campinas, SP: Papirus, 2008, (Coleção Papirus Educação), 112 p.
Este livro, organizado pelo Prof. Mauro Guimarães, da UFRRJ, é uma coletânea teórico-filosófica importante, elaborada por autores que são pensadores críticos e militantes em Educação Ambiental, como Mauro Guimarães (abordagem relacional), Carlos Frederico Bernardo Loureiro (com sua teoria crítica), Isabel Cristina Moura de Carvalho (abordagem hermenêutica), Luiz Augusto Passos e Michèle Sato (abordagem fenomenológica) e Taciana Neto Leme (reflexão sobre a prática). Tal trabalho insere-se no horizonte do compromisso de buscar pensar e elaborar uma identidade para a Educação Ambiental, tendo-se em conta a crítica ao projeto capitalista hegemônico e aos conceitos relativos a um paradigma clássico, que se pretende ampliar, enriquecer. A importância indireta da obra, além de nos possibilitar construir uma ”comunidade de aprendizado”, é perceber a diversidade de concepções que fazem parte deste campo.
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Sugestões de Filmes
Reinaldo José de Lima
Primeiramente gostaria de agradecer o convite da querida amiga Maristela para fazer parte desta ideia cheia de informação, reflexão e acima de tudo sensibilidade, uma característica peculiar da nossa Stela. A proposta aqui será a de trazer pequenas sinopses e indicações de filmes de nacionalidades diferentes com o objetivo de possibilitar interações variadas com a imagem e as narrativas cinematográficas. Espero que gostem.
Nosso primeiro filme chama-se VERMELHO COMO O CÉU (2006), produção italiana, dirigida por Cristiano Bortone e que narra a vida de Mirco, um garoto de 10 anos de idade que vive na região da Toscana e é apaixonado por cinema. Após um acidente perde a visão e, rejeitado pela escola pública, é enviado para um instituto para cegos na cidade de Gênova. É neste ambiente, após a descoberta de um gravador, que começa a criar histórias sonoras que mudarão sentidos e paradigmas. Realizado com extrema sensibilidade – algo muito peculiar no cinema italiano – “VERMELHO COMO O CÉU”, traz a superação como possibilidade sempre real e por isso envolve o espectador de maneira única – assim como qualquer ser humano – diante das transformações, sejam elas vistas das mais variadas formas. Para finalizar, um pequeno registro para quem curte as curiosidades que envolvem as narrativas cinematográficas: a história do filme é baseada na vida real de Mirco Mencacci, um renomado editor de som da indústria cinematográfica da Itália – o elemento que faltava para se envolver de vez com o filme. Até a próxima.
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Sugestões de Atividades
Trabalho com Ervas
Medicinais
Um trabalho com ervas
medicinais possibilita muitas formas
de sensibilização. Cada família guarda
tradições de conhecimento do uso de
plantas e os avós são portadores
privilegiados destes saberes. Ademais,
as ervas estão ao redor de nossas
casas e seu reconhecimento nos
aproxima da natureza.
Uma atividade interessante
é pedir que as crianças tragam de suas
casas ervas que existam em seus
quintais ou informações caseiras
sobre suas indicações. A tarefa do
professor é ser mediador e articulador
destes saberes, complementando as
informações trazidas. É interessante
que possa servir dois tipos de chás,
suaves, capim-limão erva cidreira, por
exemplo, para que as crianças e
jovens possam saborear. Desta
atividade, desdobram-se muitas
outras: a criação de um canteiro
escolar ou canteiros comunitários nas
casas.
Duas ervas são muito
importantes em um contexto de
aprendizagem: o alecrim, que
desperta a atenção (num cenário de
dispersão), e a lavanda, calmante
(num cenário de hiperatividade).
Nestes casos, os óleos essenciais
puros, diluídos em água, garantem o
resultado.
3 Falamos de sociedade civil organizada como se esta existisse e como se,
por exemplo, os últimos 8 anos de Governo Lula não tivessem tornado híbridos os
campos da sociedade civil e do poder público, com consequências sérias em termos
democráticos. As consequências deste hibridismo, não refletido com a seriedade e a
profundidade que merece, apresentam-se, por exemplo, no enfraquecimento e
desmobilização da sociedade civil. Também na flexibilização das organizações não-
governamentais, hoje rotuladas como Terceiro Setor, que vão sendo cada vez mais
questionadas sobre sua credibilidade, sua ideologia, seus ideais de militância de seus
quadros, ao tornarem-se braços executores do poder público, diluindo assim a sua
identidade de fiscalizadoras, controladores e propositoras em relação ao Estado. Tal
hibridismo gerou uma capilarização da corrupção, em todos os segmentos, que não
distingue, muitas vezes, propostas, partidos, ideologias, e gerou um massivo
descrédito, por parte da população, que já não associa a dimensão política como
aquela capaz de promover as transformações coletivas efetivas. Gerou um
enfraquecimento das políticas públicas que não são mais do que políticas de
Governo e não de Estado, efetivas e autônomas às mudanças eleitorais. Neste
cenário, os discursos críticos socioambientais não deveriam se remeter naturalmente
a instâncias políticas, como se existissem e funcionassem, mas sim desvelar e
postular quais outros modelos políticos precisam ser forjados enquanto a Educação
Ambiental se forja a si mesmo. Precisamos desenvolver mecanismos sociais que
possam ir além da sensação de impotência, que muitas vezes nos imobiliza e nos tira
as esperanças, e dos esforços de resistência frente a este sistema que não apenas se
perpetua historicamente, como tem se capilarizado na forma de uma cultura que
convive pacificamente com a lógica da corrupção e da falta de ética.
No último Informativo trouxemos à reflexão as palavras de Félix Guattari,
filósofo, psicanalista e militante francês. Guattari é importante a este debate, porque
além de nos ajudar a pensar o mundo em que vivemos e a própria forma como
pensamos este mundo, nos ajuda a compreender que o sistema econômico
planetário não é apenas um sistema da economia política, mas também da economia
subjetiva. Ele nos chama a atenção para algo que os movimentos de emancipação
social ainda não entenderam plenamente, e que a máquina capitalista bem
entendeu, e que ainda fica no domínio da psicologia, da filosofia e dos hospitais
psiquiátricos, onde não circulam o sistema de “significação dominante”: que
qualquer mudança na estrutura macropolítica e macrossocial terá que levar em
conta os processos de produção da subjetividade. Para ele, todos os fenômenos
importantes da atualidade envolvem dimensões do desejo e da subjetividade.
Enquanto Marx foi brilhante ao evidenciar o processo pelo qual se dá, no
Capitalismo, a sujeição econômica através de uma “mais-valia econômica”, Guattari
é brilhante ao enfatizar um sistema de correspondência entre a economia e a
cultura, pois esta se ocupa da sujeição subjetiva através de uma “mais-valia de
poder”, agravando o que se chama exploração. O capitalismo, para além de ser um
sistema de produção e de economia, é modelizador e impõe um modo de ser, de
estar no mundo, um modo relacional. Mas a novidade ainda vai além, e é aqui que
podemos vislumbrar modos de atuar politicamente que não apontem nem para a
sensação de impotência nem para a de uma mera resistência.
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Sugestões de Filmes
Reinaldo José de Lima
Primeiramente gostaria de agradecer o convite da querida amiga Maristela para fazer parte desta ideia cheia de informação, reflexão e acima de tudo sensibilidade, uma característica peculiar da nossa Stela. A proposta aqui será a de trazer pequenas sinopses e indicações de filmes de nacionalidades diferentes com o objetivo de possibilitar interações variadas com a imagem e as narrativas cinematográficas. Espero que gostem.
Nosso primeiro filme chama-se VERMELHO COMO O CÉU (2006), produção italiana, dirigida por Cristiano Bortone e que narra a vida de Mirco, um garoto de 10 anos de idade que vive na região da Toscana e é apaixonado por cinema. Após um acidente perde a visão e, rejeitado pela escola pública, é enviado para um instituto para cegos na cidade de Gênova. É neste ambiente, após a descoberta de um gravador, que começa a criar histórias sonoras que mudarão sentidos e paradigmas. Realizado com extrema sensibilidade – algo muito peculiar no cinema italiano – “VERMELHO COMO O CÉU”, traz a superação como possibilidade sempre real e por isso envolve o espectador de maneira única – assim como qualquer ser humano – diante das transformações, sejam elas vistas das mais variadas formas. Para finalizar, um pequeno registro para quem curte as curiosidades que envolvem as narrativas cinematográficas: a história do filme é baseada na vida real de Mirco Mencacci, um renomado editor de som da indústria cinematográfica da Itália – o elemento que faltava para se envolver de vez com o filme. Até a próxima.
Guattari entende que a criação de saídas e a transformação do mundo não
são processos que podem se dar apenas com a denúncia do mundo em que nos
encontramos e a resistência neste mundo, mas através de um processo ativo,
criativo, propositivo: através da produção e da invenção de subjetividades delirantes,
com capacidade de romper com os sentidos dominantes de mundo; através da
afirmação dos valores numa esfera particular e da multiplicidade de processos de
semiotização, com capacidade de criar novos sentidos de mundo e de modos de
viver; como já dissemos no outro Informativo, através da reapropriação de
dimensões essenciais da existência, como o desejo, a angústia, a morte, a dor, a
solidão, o silêncio, a relação com o cosmos, com o tempo, processos invisibilizados,
porque promovem uma verticalidade na singularidade; enfim, através da reinvenção
dos modos de trabalho e produção, de ensino e aprendizagem, em formas de
produção de sentido e de práxis. Tal projeto, que é muito mais ousado que uma
mera resistência, caracteriza-se por uma produção, nos moldes das pulsões do
inconsciente, de máquinas de guerra, capazes de promover revoluções moleculares.
Se formos trazer para o âmbito da Educação Ambiental o que nos sugere
Guattari, podemos responder à questão inicial. Práticas que nos levam ao exercício
da impotência ou práticas que nos levam ao exercício repetitivo das formas de
resistência despontam como uma política ambiental insuficiente. Ambas reforçam a
tendência à infantilização, que, segundo Guattari, consiste numa das mais
importantes estratégias do sistema, que se manifesta na forma como as instâncias
do Estado pensam por nós, organizam por nós a produção e a vida social. Em outras
palavras, enquanto desenvolvemos práticas impotentes ou arcaicamente resistentes,
somos como crianças que esperneiam diante dos projetos de nossos pais, que
sempre prevalecem. Frustrar os processos, romper com os processos para poder
criar ou como uma das formas de criar, aponta para uma perspectiva diferente.
Em Educação Ambiental, significa compreender basicamente que vivemos
em um mundo com muitos projetos de mundos. E que precisamos saber a serviço de
quais projetos nossas práticas corroboram, pois conscientes ou não, estamos sempre
corroborando em direção a um projeto. E que podemos ser autores também de
outros projetos coletivos de mundo, para além dos que existem. Significa
compreender, em Educação Ambiental, a importância de não apenas desenvolver
ações isoladas, pontuais, desarticuladas, mas refundar lugares sociopolíticos mais
simétricos dos humanos com os humanos, destes com a natureza, destes com as
outras formas de vida, destes com a Terra, da qual somos parte. Significa
compreender que o mesmo projeto de mundo que destrói a natureza, destrói
também o ser humano, sobretudo os pobres e excluídos. E que não podemos cuidar
da árvore, da água, do lixo, do ar, sem cuidar dos seres humanos que compõem a
grande teia da vida.
E você, Educador Ambiental, ensaia práticas impotentes, de resistência ou
sobretudo criativas e propositivas? Mas em que consiste uma prática ou práticas
criativas e propositivas? O filósofo Nietzsche distinguia dois tipos de criação: uma
que desponta da “fome” enquanto escassez; outra, que desponta do “supérfluo”
enquanto abundância... Questão intrigante, que refletiremos no próximo número.
Sugestões de Filmes
Reinaldo José de Lima
Primeiramente gostaria de agradecer o convite da querida amiga Maristela para fazer parte desta ideia cheia de informação, reflexão e acima de tudo sensibilidade, uma característica peculiar da nossa Stela. A proposta aqui será a de trazer pequenas sinopses e indicações de filmes de nacionalidades diferentes com o objetivo de possibilitar interações variadas com a imagem e as narrativas cinematográficas. Espero que gostem.
Nosso primeiro filme chama-se VERMELHO COMO O CÉU (2006), produção italiana, dirigida por Cristiano Bortone e que narra a vida de Mirco, um garoto de 10 anos de idade que vive na região da Toscana e é apaixonado por cinema. Após um acidente perde a visão e, rejeitado pela escola pública, é enviado para um instituto para cegos na cidade de Gênova. É neste ambiente, após a descoberta de um gravador, que começa a criar histórias sonoras que mudarão sentidos e paradigmas. Realizado com extrema sensibilidade – algo muito peculiar no cinema italiano – “VERMELHO COMO O CÉU”, traz a superação como possibilidade sempre real e por isso envolve o espectador de maneira única – assim como qualquer ser humano – diante das transformações, sejam elas vistas das mais variadas formas. Para finalizar, um pequeno registro para quem curte as curiosidades que envolvem as narrativas cinematográficas: a história do filme é baseada na vida real de Mirco Mencacci, um renomado editor de som da indústria cinematográfica da Itália – o elemento que faltava para se envolver de vez com o filme. Até a próxima.
VOCÊ SABIA?
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Setembro: chegada da primavera,
tempo de regeneração!
A dinâmica da natureza é fantástica!
Cada estação é um grande cenário que nos convida
a sincronizar as nossas energias com a Vida,
para que possamos exercer nosso protagonismo de forma renovada e única.
Depois de um longo e silencioso Inverno, onde as forças da vida se recolhem e
hibernam,
experimentando a força do recolhimento e da introspecção,
irrompe a Primavera,
considerada a primeira estação da Vida,
devido à sua força de arranque e de regeneração.
Segundo os chineses, com sua sabedoria de mais de 5 mil anos a.C.,
é a estação do vento e do movimento. Seu elemento é a madeira.
Seu órgão é o fígado, e sua víscera, a vesícula biliar.
Sua hora do dia, o amanhecer.
Seu movimento, o de expansão.
Seu sabor, o ácido e o azedo.
Sua cor é a verde.
Seu órgão sensitivo, de abertura, os olhos.
O seu tecido, os tendões.
A sua forma de manifestação, a unha.
Sua emoção equilibrada, o livre fluxo para agir.
Sua emoção desequilibrada, a raiva e a contrariedade.
Somos convidados a entrar em contato com este universo em manifestação.
Como estação do vento e do movimento, do desabrochar das flores
e da alegria dos pássaros e animais, a primavera faz desabrochar tudo o que
semeamos de longa data.
Ela deixa patente o que o inverno cultivou de forma latente.
Colhe-se o que se semeou e se plantou.
Muitos projetos vingam. Muitos sonhos se concretizam.
Muitos projetos terminam, muitas relações chegam ao fim,
muitas pessoas morrem...
Recomenda-se usar roupas leves,
cuidar do fígado e da vesícula biliar,
comer alimentos ácidos e azedos,
andar descalços,
sentir o vento tocar nossa pele,
entrar em contato com novas ideias e sentimentos positivos.
Para que esta energia renovada tome conta de nós e de nossa vida,
ainda é tempo de realizar mudanças, faxinas e limpezas,
internas e externas,
emocionais, afetivas e físicas.
E sobretudo restabelecer contato
com a natureza que somos,
com a Pacha Mamma, da qual somos filhos e filhas,
de onde depende nossa vitalidade, alegria, integração.
Tempo de oportunidades!
Maristela Barenco Corrêa de Mello
Graduada em Teologia (ITF
Petrópolis), Psicologia (Universidade
Católica de Petrópolis), Mestre em
Educação (UERJ) e Doutora em Meio
Ambiente (UERJ). Formada em
Terapias Holísticas (ASBAMTHO).
Educadora social há 25 anos
Seção Cinema
Reinado José de Lima
Professor graduado em Pedagogia e
Coordenador Pedagógico do Centro
Educacional Canto de Criar – Areal
(RJ)
Maristela Barenco
Corrêa de Mello
(24) 2237-5801 [email protected]