AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA
ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E EDUCACIONAL
A INFLUÊNCIA DA FAMÍLIA NA APRENDIZAGEM DA CRIANÇA DE 0 A 5 ANOS
DE IDADE
Luciene Fermiano de Souza Pessoa.
Orientador: Ilso Fernandes do Carmo
ALTA FLORESTA/2011
AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA
ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E EDUCACIONAL
A INFLUÊNCIA DA FAMÍLIA NA APRENDIZAGEM DA CRIANÇA DE 0 A 5 ANOS
DE IDADE
Luciene Fermiano de Souza Pessoa.
Orientador: Ilso Fernandes do Carmo
“Trabalho apresentado como exigência para a obtenção do título de Especialização em Psicopedagogia Clínica e Educacional.”
ALTA FLORESTA/2011
FICHA CATALOGRÁFICA
PESSOA, Luciene Fermiano de Souza
A Influência da Família na aprendizagem da criança de 0 a 5 anos de idade.
31 F.
Descrição apresentado como exigência do Curso de Psicopedagogia Clínica e
Educacional da AJES- Instituto Superior de Educação do Vale do Juruena, como
parte dos requisitos apresentado como exigência para a obtenção do título de
Especialização.
1.A influencia da família na aprendizagem 2. Causas dos problemas 3. As dificuldades
AGRADECIMENTOS
A DEUS por ter me concedido a GRAÇA de ser mamãe pela segunda vez e
por me confortar e dar ânimo para que pudesse concretizar essa caminhada tão
árdua e distante do meu aconchego. Neste momento agradeço a ti Senhor por suas
infinitas graças de minhas idas e vindas na santa paz do Senhor.
DEDICATÓRIA
Eu, Luciene F. de S. Pessoa dedico esta monografia especialmente a meu
esposo Flávio que sempre esteve ao meu lado me apoiando e amparando nos
momentos mais difíceis da minha caminhada acadêmica, hoje quero retribuir meu
amor e apreço.
Dedico ainda a outras duas pessoas maravilhosas que o Senhor meu Deus
proporcionou fazerem parte da minha vida: meu filho o Kauã de 7anos de idade e o
mais novo (a) da casa que esta ainda no ventre da mamãe, mas que radia amor e
carinho por todos a sua volta.
... sem um horizonte que nos encante e nos torne esperançosa a luta, não passaremos de tarefeiros, carentes de perspectivas e de resultados (GANDIN &
CARRILHO CRUZ APUD PETTER 2008).
RESUMO
O motivo que me levou a escolher o referido tema surgiu do contato diário
que mantenho com crianças que dentre elas algumas não tem um bom
desenvolvimento cognitivo esperado pela sua fase, aprendem mal, tem problemas
de comportamento ou não se adaptam à escola de maneira satisfatória.
Portanto, o trabalho de pesquisa tem como finalidade conhecer as famílias e
compreender como essas influenciam no processo de ensino aprendizagem das
crianças. Vale ressaltar, que o desenvolvimento da criança depende da inter-relação
de vários fatores, como: biológica, sensorial, neurológica, emocional,
intelectual/cognitiva, educacional e socioeconômica, em outras palavras, dos fatores
intrínsecos e extrínsecos. Entretanto, o trabalho de pesquisa foi realizado em seis
turmas de pré-escola da instituição Edson Ferreira de Carvalho, ou seja, de cada
turma três pais (pai/mãe/avós) responderam o questionário aplicado, totalizando ao
todo uma amostra de 18 pais participantes.
Contudo conclui-se, que a respostas das famílias foram bem acessíveis e
até convenientes para a fase das crianças, porém dentre as respostas apenas
algumas delas afirmaram que “os filhos não tem limites, não seguem regras, o
convívio social é restrito, fala muito, a aprendizagem da criança é vista em sua
maioria ainda como aquelas atividades pontilhadas, a mãe é a principal responsável
por esta criança”, ou seja, cabe a ela acompanhar o filho (a) em todos os processos
escolares aos quais são necessários etc.
.
Palavras- chaves: Família; Instituição; dificuldades e aprendizagem
Palavras- chaves: Família; Instituição; dificuldades e aprendizagem
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO -----------------------------------------------------------------------------------------07
CAPÍTULO 1:
1.0 – A Educação Infantil é coisa séria-----------------------------------------------------------09
1.1 – Conceito de aprendizagem------------------------------------------------------------------10
1.2 – Distúrbio de aprendizagem------------------------------------------------------------------11
1.3 – Família e aprendizagem----------------------------------------------------------------------12
CAPITULO II:
2.0 – Diagnóstico das famílias atendidas pela instituição Edson Ferreira de
Carvalho--------------------------------------------------------------------------------------------------16
CONSIDERAÇÕES FINAIS-------------------------------------------------------------------------23
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS--------------------------------------------------------------26
ANEXOS ------------------------------------------------------------------------------------------------27
INTRODUÇÃO
Antigamente costumava-se atribuir à criança, toda culpa por seu fracasso
escolar. Hoje, porém, já se reconhece que as dificuldades em aprendizagem não se
dão no vazio, e sim em contextos, tanto situacionais, quanto interpessoais. Não
podemos falar de dificuldades tendo somente a criança como ponto de referência: o
"contexto" em que a criança se encontra precisa ser considerado. Assim, quer a
família, quer a escola, podem ser grandes responsáveis pela determinação dos das
dificuldades aprendizagem.
Considerando, que durante o processo histórico de desenvolvimento da
sociedade houve um período de desqualificação da “instituição familiar”, ou seja, as
famílias não tinham condições de dar as crianças uma educação formal, por isso, a
maioria das famílias da classe pobre era a responsável pela educação informal dos
filhos, e as camadas de classe alta, tinham tutores particulares. Mas com o tempo as
instituições escolares passaram a ser responsável por grande parte da educação
das crianças e os pais ficaram como simples coadjuvantes.
No entanto, vê se a necessidade da participação efetiva da família, em
estabelecer um vínculo entre a família e a escola, pois os professores em particular
conhecendo quem são as famílias, as crianças com quem irá trabalhar e a realidade
de cada uma delas, (referências, rotina, alimentação, saúde, historia de vida), terá
maior aproveitamento, principalmente, no período de adaptação da criança e a
família com a instituição.
A escola de hoje não basta mais ser a dona do saber, querer assumir todas
as responsabilidades para si mesmas, pois o ambiente familiar também é peça
fundamental e necessária na educação da criança, ou seja, os pais são os
responsáveis legais e morais pela educação dos filhos. Até porque, as mudanças
sociais e tecnológicas a que o mundo está sujeito, requerem que a educação
assuma um papel renovador.
O projeto tem como propósito conhecer essas famílias e como essas
influenciam no processo de ensino aprendizagem das crianças
A pesquisa em amostra será realizada na escola municipal Edson Ferreira
de Carvalho do município de Nova Canaã do Norte, situado ao norte do estado de
Mato Grosso, a aproximadamente 700 quilômetros da capital, Cuiabá.
Contudo na prática sabemos que se não for bem trabalhado todos os
aspectos necessários ao desenvolvimento da criança (cognitivo, físico, afetivo, ...),
pode levar a criança a apresentar dificuldades de aprendizagem ou ate mesmos
alguns transtornos no futuro. E na realidade ainda nem professores nem instituição
estão sabendo lidar com essa realidade tão frequente no dia-a-dia.
Assim, dividi o trabalho em duas partes. A primeira refere-se a uma breve
discussão a “Educação Infantil é coisa seria”, “conceito de aprendizagem”, “distúrbio
de aprendizagem” e “família e aprendizagem”, ao qual destaquei aspectos centrais
para compreensão dessa problemática. A segunda parte remete a uma discussão
empírica, bem como os resultados obtidos com esta pesquisa.
O desfecho do trabalho refere-se sobre o que foi desenvolvido, as
dificuldades encontradas, algumas pistas para intervenções baseadas em teorias
pesquisadas no decorrer do trabalho.
08
1.0 -A EDUCAÇÃO INFANTIL É COISA SÉRIA.
A Educação Infantil constitui hoje um segmento importante no processo
educativo. Sua trajetória no Brasil tem mais de cem anos, mas só agora nas últimas
décadas seu crescimento alcançou maiores significações.
A demanda por creches e pré-escolas bem como a resposta dos sistemas
de ensino são práticas de ações comuns em diversos países. Vários fatores, como:
o avanço do conhecimento científico sobre o desenvolvimento da criança, a
participação crescente da mulher como força de trabalho nas indústrias, consciência
social sobre o significado da infância e o reconhecimento por parte da sociedade,
sobre o direito da criança a educação em seus primeiros anos de vida, sem
esquecer que a constituinte foi um marco decisivo na afirmação dos direitos da
criança incluindo a educação em creches e pré-escolas contribuíram para a
expansão da educação infantil no mundo.
Como afirma OSTETO, apud SCMITT (2006, p.11),
tanto creche quanto pré-escola como instituições educativas, tem uma responsabilidade para com a criança pequena, seu desenvolvimento e sua aprendizagem, a que requer um trabalho intencional e de qualidade.
Sendo assim, a educação infantil é oferecida no sentido de complementar a
ação da família, proporcionando condições adequadas de desenvolvimento físico,
emocional, cognitivo e social da criança e promover a ampliação de suas
experiências e conhecimentos. Entretanto, a instituição de educação infantil se
diferencia do ambiente familiar, uma vez que orientada pelo ideário educacional da
autonomia, ao qual busca organizar seu espaço e sua rotina de modo a promover o
desenvolvimento e aprendizagem da criança através de brincadeiras e de várias
modalidades de interação social possíveis, além da interação adulto-criança.
O currículo da Educação Infantil deve levar em conta o grau de
desenvolvimento da criança, pois segundo XAVIER FILHA (2007), à sociedade é
caracterizada por uma grande diversidade social e cultural, por isso não existe um
modelo padrão e único de família. Na atualidade a família não é aquela constituída
unicamente por casamento formal. Existem em nosso meio social, diversos arranjos
familiares ex: união de homossexuais, mesmo que ainda não seja reconhecido por
Lei, a monoparentais, consangüíneo etc. Esses arranjos introduzem vários conceitos
de família. Para SCOLTT, apud XAVIER FILHA (2007), família significa ponto de
inserção em que cruzam diferentes características. DIAS, apud XAVIER FILHA,
(2007, p. 44), ressalta que “família é um espaço em que se atualizam as tensões
sociais. È o espaço grupal onde se dá a aprendizagem social”, ou seja, para ele a
família é um espaço de definições dos papéis vinculados aos gêneros (fem/masc).
Os vários conceitos de família presentes em nossa sociedade, destacados
por XAVIER FILHA (2007), fazem com que na instituição de Educação Infantil o
planejamento seja o primeiro passo a serem desenvolvidos para que se garanta
sucesso no trabalho docente. Quem planeja, domina as atividades propostas em
sala de aula e sabe aonde quer chegar e quais os meios necessários para alcançar
os objetivos propostos pela escola.
Planejar é uma atitude de traçar, projetar, elaborar um roteiro para
empreender uma viagem de conhecimento, de interação de experiências múltiplas e
significativas sem excluir ninguém neste sentido há que se abrir espaço de formação
e possibilidade para todos (educadores, família e aluno).
Neste sentido a área da educação infantil, assim como qualquer outra área
da Educação, necessita do desenvolvimento de um planejamento para garantir que
as necessidades das crianças sejam atendidas. Neste contexto, somente por meio
de um planejamento sistemático é que podemos definir objetivos e metas a serem
alcançados ao longo do tempo, bem como priorizar o conhecimento e a interação
participativa com a família. Atualmente “como planejar” um trabalho educativo para
as crianças pequenas é uma busca constante um desafio a ser superado.
1.1 - CONCEITO DE APRENDIZAGEM
Ao estudar o tema da aprendizagem, observa-se que esta ainda não tem
uma definição precisa, pois aprendizagem é um termo abrangente. A verdade é que,
até o momento, a ciência não foi capaz de entender o que acontece no cérebro de
uma pessoa quando ela aprende alguma coisa. Porém, supõe-se que deve haver
uma modificação qualquer no sistema nervoso, cuja natureza ainda não foi
totalmente esclarecida. Assim, pela impossibilidade de observação direta, segundo
SANTOS (2007), a aprendizagem é constatada e estudada indiretamente, através
10
de seus efeitos sobre comportamento. No entanto não é somente a aprendizagem
que provoca alterações na conduta, mas também outros fatores como maturação,
lesões temporárias, drogas etc. Por isso torna se difícil definir aprendizagem como
simplesmente mudanças de comportamento.
Neste viés, SANTOS (2007), expõe que os estudiosos estabeleceram
critérios para ajudar discriminar as mudanças de comportamentos promovidas pela
aprendizagem daquelas que não o são. Mas, bem se sabe que a aprendizagem é a
capacidade de que quotidianamente necessitamos para responder adequadamente
às diferentes solicitações e desafios que se nos colocam na nossa interação com o
meio. Assim logo existem vários tipos de aprendizagem e diferentes processos
cognitivos.
Destas diferentes perspectivas sobre o conceito de aprendizagem,
atualmente, segundo TEORIAS (s.d.) ela é vista como um processo dinâmico e
ativo, em que os indivíduos não são simples receptores passivos, mas sim
processadores ativos da informação. Haja vista, que todo ser é capaz dentro de
suas limitações encontrar respostas para situações ou problemas, utilizando as mais
diversas maneiras sejam elas aderidas por ideias praticas, estímulos, interação etc.
Portanto, quando se fala em aprendizagem na Educação Infantil cria-se
várias hipóteses de como a criança pode alcançar o aprendizado. Bem se sabe que
é algo amplo e que não se estende apenas ao olhar cognitivo, mas em toda sua
amplitude da diversidade existente em nossa sociedade. Assim a aprendizagem na
vida da criança possibilita a ela além do convívio físico e humano, estabelece um
vinculo consigo mesmo e com o meio em que esta inserida.
1.2 - DISTÚRBIO DE APRENDIZAGEM
A definição de distúrbio de aprendizagem é ainda bastante problemática
para aqueles que se atuam no diagnóstico, prevenção e reabilitação do processo de
aprendizagem, pois ainda envolve vários questionamentos que são às vezes
coincidentes ou convergentes.
Em síntese, do ponto do vista etimológico, a palavra distúrbio pode ser
traduzida como “anormalidade patológica por alteração violenta na ordem natural” e
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refere a um grupo heterogêneo de alterações manifestas por dificuldades
significativas na aquisição e uso da audição, fala, leitura, escrita, raciocínio ou
habilidades matemáticas. Estas alterações são intrínsecas ao indivíduo e
presumivelmente devidas à disfunção do sistema nervoso central. (NUTTI, 2002 )
CUPELLO, apud FONSECA (1999), atribui os distúrbios de aprendizagem a
fatores biológicos e sociais, ou seja, esses fatores podem ser internos ou externos
ao individuo ex. condições sócio econômicas desfavorável (má nutrição, carência
afetiva, miséria etc), podendo o sistema nervoso central ficar comprometido. O autor
ainda menciona que a grande diferença entre o portador e não portador reside na
qualidade de sua linguagem, ou seja, a interação linguística é fundamental e
relevante para maturação emocional e para o desenvolvimento cognitivo da criança.
Contudo, conclui-se que os distúrbios podem ter causas emocionais, físicas,
neurológicas, emocionais, econômicas, intelectuais etc. e a família é parte
determinante nos resultados de aprendizagem da criança principalmente nos
primeiros anos de vida.
1.3- FAMÍLIA E APRENDIZAGEM
A aprendizagem humana, segundo BOSSA, apud FONSECA (1999) envolve
uma relação sujeito-objeto, ao qual enquanto a família, essa é responsável pela
qualidade de vida da criança e são eles os construtores do aparelho psíquicos dos
seus filhos. Ou seja, eles dependem totalmente dos adultos que estão a sua volta e
principalmente daqueles que lhes são mais próximos, pais, mães, avos etc.
Embora a criança nasça trazendo uma carga genética que também interfere
no seu destino, essa segundo BOSSA, apud FONSECA (1999), será menos
influente, quanto mais influente for à educação proposta a essa criança. Assim, são
através das influências familiares que se vai aos poucos moldando seu
comportamento.
No entanto, mesmo as influências familiares sendo relevantes no
desenvolvimento da criança, é preciso, segundo MUSSEN, apud FONSECA (1999),
ampliar essas influências de outros grupos ou entidades sociais. Embora muitas
vezes os valores adquiridos em família são ameaçados por contextos socializadores.
12
Considerando, que durante o processo histórico de desenvolvimento da
sociedade houve um período de desqualificação da “instituição familiar”, ou seja,
para os moralistas, segundo MARTINS apud XAVIER FILHA (2007), as famílias não
tinham condições de dar as crianças uma educação formal, por isso, a maioria das
famílias da classe pobre era a responsável pela educação informal dos filhos, e as
camadas de classe alta, tinham tutores particulares. Mas com o tempo as
instituições escolares passaram a ser responsável por grande parte da educação
das crianças e os pais ficaram como simples coadjuvantes.
Porém nos dias atuais, faz-se necessário rever esta posição no sentido de
estabelecer um vínculo entre a família e a escola. No entanto, vê se a necessidade
da participação efetiva da família, pois os professores em particular conhecendo
quem são as famílias, as crianças com quem irá trabalhar e a realidade de cada uma
delas, (referências, rotina, alimentação, saúde, historia de vida), terá maior
aproveitamento, principalmente, no período de adaptação da criança e a família com
a instituição. Segundo MARTINEZ, apud STRENZEL (2002, p.02),
Conhecer a história da criança e pelo menos parte da história de sua família pode trazer informações importantes para auxiliar a recebê-lo, desde que estejam inseridos numa proposta articulada da instituição.
Temos visto que MARTINEZ (idem), acredita na importância do
relacionamento entre a criança, família, educadores/instituição, pois é um momento
na vida da criança, rica de encontro e de formação de novas redes de relação num
novo lugar de vida e produção.
A escola de hoje não basta mais ser a dona do saber, querer assumir todas
as responsabilidades para si mesma, pois o ambiente familiar também é peça
fundamental e necessária na educação da criança, ou seja, os pais são os
responsáveis legais e morais pela educação dos filhos. Até porque, as mudanças
sociais e tecnológicas a que o mundo está sujeito, requerem que a educação
assuma um papel renovador.
Assim é preciso rever os conceitos de conceber a criança nos espaços das
instituições de educação infantil, pois estes devem funcionar como ambiente
socializadores, que propicie o desenvolvimento individual da criança nas interações
entre seus pais e com o adulto tanto entre a família quanto na instituição. E por isso
deve partir do contexto social a qual está inserida, colocar-se como parceria nas
13
buscas por soluções dos problemas, e cabe aos pais e professores ajudar nas
dificuldades que cada criança encontra.
Segundo MAISTRO, apud STRENZEL (2002, p.03)
È necessário que tanto a instituição como a família rompam com o mascaramento das diferenças, onde cada um ouve apenas a sua própria voz e considera os seus pontos de vista como únicos, legítimos, freando a construção de uma relação mais sintonizada, embora sempre sujeita a conflito. Necessitando quebrar o “muro do isolamento “ para que ocorra um dialogo em que a presença e participação da família possa se concretizar.
Contudo na prática sabemos que se não for bem trabalhado todos os
aspectos necessários ao desenvolvimento da criança (cognitivo, emocional, físico,
afetivo etc.), pode levar a criança a apresentar dificuldades de aprendizagem ou ate
mesmos alguns transtornos no futuro.
E a família é uma instituição fortemente influenciada pelo contexto
sociocultural ao qual esta na função específica das famílias, especialmente no
requisito “cuidar”.
Como já vimos à relação escola-família é um fator de grande importância,
tornando-se necessária a parceria de todos para o bem estar do educando. Cuidar e
educar envolve estudo, dedicação, cooperação, cumplicidade e principalmente,
amor de todos os responsáveis pelo processo que é dinâmico e está sempre em
evolução e não se restringe a somente a família ou a instituição, mas sim ambas as
partes.
Percebem-se, referente à relação família, que essa se constitui enquanto ser
social desde seu nascimento e que seu conhecimento e socialmente construído e
culturalmente transmitido na interação com outros seres sociais. (VASCONCELLOS,
apud, ANDRADE, 2007).
A primeira socialização da criança com o mundo é feita pelas pessoas mais
próximas de seu vínculo de convivência, ou seja, por meio da instituição familiar.
Contudo
O bebê, inicialmente possui reflexos que lhe garantem a sobrevivência, como, por exemplo, o reflexo de sucção que possibilita sua alimentação. Depois ele inicia a aprendizagem, passando de reflexos para comportamentos aprendidos, como por exemplo, sugar objetos pelo prazer da sensação que produzem. A evolução acontece a partir dos reflexos que transformam-se em comportamentos aprendidos que, posteriormente, chegam ao nível da representação mental, ou seja, da capacidade de pensar sobre as pessoas, objetos e situações na ausência física deles. A
14
representação mental inicia-se mais tarde aproximadamente aos dois anos de idade. (BELLO, 2008)
Quando esse processo acontece de forma equilibrada a aprendizagem da
criança tende a acontecer de maneira equilibrada, porem esses é alguns dos
requisitos necessários ao pleno desenvolvimento da criança em todos seus
aspectos. Pois é preciso que a criança desde seu período intrauterino, vivencie
momento de alegrias, amor, carinho etc. Caso isso não ocorra essa criança pode ate
desenvolver uma aprendizagem embora superficial, ou seja, acaba acarretando
alguns problemas de linguagem ou ate mesmo a ter dificuldade de aprendizagem
escolar.
A criança necessita em seu dia-a-dia de comunicação de sentimentos e
idéias que possibilite e leve a estimular a aprendizagem. No entanto é preciso que a
família trabalhe os valores e regras com as crianças não deixando elas a mercê de
suas próprias vontades, para que assim elas possam aprender a conviver em
sociedade.
A família nuclear (pai, mãe e filhos), como ressalta LOURO, apud XAVIER
FILHA (2007), é uma forma de significação e atribuição de sentido. Essas
significações não são intrínsecas ao objeto e sim uma construção social cultural
produzida em determinada sociedade pelas mais diversas instituições sociais. Entre
elas os meios de comunicação ex: mediante os anúncios publicitários aparecem
somente às imagens de família ideal/nuclear. Sendo assim, a família que não segue
tais modelos é considerada “desestruturada”.
15
2.0 - DIAGNÓSTICO DAS FAMÍLIAS ATENDIDAS PELA INSTITUIÇÃO EDSON
FERREIRA DE CARVALHO.
Ao classificar os tipos de famílias e os sujeitos que os compõem, a
sociedade rotula, distingue, discrimina e estabelece divisões. Na atualidade a família
não é aquela constituída unicamente pelo casamento formal. Haja vista, que essas
configurações passaram por mudanças no decorrer dos séculos nos quais muitas se
baseiam nas relações de afeto.
Assim tomando por base o diagnóstico realizado com as famílias verifiquei
nos questionário que uma parte, ou seja, 11,11% constituem uma união consensual.
É importante lembrar (TORRES, apud XAVIER FILHA, 2007) que a conjugalidade
possui várias dimensões. As uniões se formam a partir da relação amorosa e na
concretização da sexualidade, porém antes a união das famílias se dava por
interesses econômicos, de negociações entre as famílias.
Já o percentual de mulheres sem cônjuge e responsável pelos filhos é de
também de 11,11%. Essa é uma forma de conjugalidade que pode ser citada como
aquela que se forma a partir de gravidez na adolescência, ou até mesmo provindo
de uma separação indesejável, ao qual essa mãe passa a constituir uma família
monoparental, onde ela é a pessoa de referência.
Porem, 66,66%, a maior parte das famílias é casada. Mas pode-se dizer que
dentre estes, existem varias outras formas de representações muito comum em
nosso meio e que devem ser consideradas e respeitadas na sua diversidade.
Contudo, observa que mesmo sendo a maior parte das famílias composta
por pais e mães casadas às mães são as que estão como a principal responsável
em estar acompanhando a criança, o que parece o pai ficar em segundo plano, ou
seja, não participa ativamente do processo educacional da criança deixando essa
responsabilidade apenas para mãe.
Mediante os conceitos descritos, percebe-se que a diferença é algo
construído socialmente em determinada sociedade e de acordo com o contexto. O
que podemos como educador (a) é entender e compreender as diferenças
proporcionando um olhar mais atento em nossa prática cotidiana com as crianças e
suas famílias.
É preciso também ter conhecimento das mudanças que a família tem sofrido
e trabalhar com elas. Atualmente, segundo XAVIER FILHA (2007), as mulheres têm
ocupado cada vez mais espaço no mercado de trabalho, e muitas vezes isso tem
afastado da casa e do contado diário com os filhos gerando um desconforto a ela
mesma que se sente muito atarefada e aos filhos que se sentem abandonados, ou
seja, deixado para segundo plano. Nestes casos é preciso companheirismos de
todos na família no sentido de minimizar essas distancia e saber que dispor de um
pouco de tempo para estar com as crianças no dia-a-dia, vale mais que passar um
dia inteiro com elas ao final do mês a fim de recuperar o tempo perdido.
Referente à escolaridade percebe-se que essa geração de pais, vem
buscando mais a escola.
Quadro 1: estudo dos chefes de família
Tempo de estudo Percentual
Ensino médio completo, cursando ensino superior. 38,88%
Graduados 5,55%
Cursando series iniciais e finais 55,57%
Quando esse processo ocorre, ou seja, quando os pais têm essa
consciência e busca estudar, atualizar-se com os fatos e os avanços tecnológicos
expostos ao nosso meio e principalmente de forma adequada, segundo BANDEIRA
(2006), a criança encontra também formas de aprender e esse aprender geralmente
acontece de maneira equilibrada.
Portanto, além de familiares dotados de conhecimentos, é preciso favorecer
a criança o amor, atenção, tempo e as condições necessárias para que ela brinque,
explore os objetos e situações, experimente etc. Caso isso não aconteça,
(BANDEIRA, 2006), essa poderá apenas ter um conhecimento superficial, o qual
pode levá-la a ter dificuldade escolar ou outras alterações futuras.
Embora observem que os pais têm buscado mais estudo, eles ainda
encontram-se com um media salarial muito baixa, pois 44,44% responderam que a
renda mensal é de apenas um salário mínimo e 27,77% estão com renda superior
dois salários mínimos. E dentre os que estão com renda maior verifiquei no
17
questionário que são os que possuem nível de escolaridade maior e/ou estão
cursando nível superior.
Já relacionado à moradia, 33,33% das famílias pesquisados possuem casa
própria e 22,22% ainda não conseguiram suas moradia e pagam aluguel. Dentre
estes pesquisados houve ainda respostas referentes aos tipos de moradia (alvenaria
e madeira, financiada, quitada,etc.).
É importante salientar que todos esses requisitos, ora explicitado são dados
a serem levados em consideração ao quais esses, direto ou indiretamente podem ou
acaba influenciando na aprendizagem da criança.
VALMASEDA, apud FONSECA, 1999), salienta as diferentes classes
sociais, ao quais essas influenciam na aprendizagem das crianças, ou seja, crianças
oriundas de familiares que oferecem maiores oportunidades para aprendizagem da
linguagem da criança chegarão à escola mais preparadas propriamente ditas, ao
contrario daquelas que trazem da sua infância experiências mais ou menos pobres,
com maior probabilidade ao fracasso escolar.
Portanto, segundo FONSECA (1999), é preciso cuidar para não rotular o
fracasso escolar simplesmente pelo fato de a criança ser provinda de classe baixa,
media ou alta, é preciso levar em consideração todos os aspectos que são
proporcionados a essa criança, contudo, as crianças de classe baixa passarão por
um esforço maior para superar as dificuldades, passando de um ambiente
desestimulante para um ambiente que lhe proporcione oportunidade de realizar
experiências, interação, carinho, ter regras etc.
Outros dados agora de maior relevância para o projeto em si, foram
perguntas realizadas as famílias que abrange o aspecto aprendizagem nas crianças.
Quadro 2: Como os filhos andaram e como esse processo aconteceu na vida deles?
Pergunta Resposta Porcentual
Fez uso do andador 05 27,77%
Engatinhou livremente 12 66,66%
Andou sem antes engatinhar 01 5,55%
Embora esses dados pareçam ser insignificantes, isso não é verdade, pois
esse processo na infância da criança, segundo BANDEIRA (2006), pode levar a
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queimar etapas que são essenciais, pois nessa fase é preciso que a criança receba
estimulo e que o andar seja um processo natural ao qual a criança terá
oportunidade de aprender a levantar, cair, superar obstáculos etc. já o uso de
equipamentos que estimule esse processo a criança não vai ter essas oportunidades
e isso lhe prejudicara mais tarde no seu processo de ensino aprendizagem. Porem
muitas famílias pensa na praticidade que esses aparelhos parecem proporcionar e
acabam adquirindo esses, como algo essencial na vida dos seus filhos sem saber
que esse ao invés de ajudar esta prejudicando.
Já relacionado a adaptação do filho na instituição ou em outro ambiente, as
famílias foram unanimes em dizer que não encontram dificuldades e aceitam com
facilidade esse momento.
No aspecto comportamento, houve respostas diversas e mais de uma
resposta por família, mas dentre elas predominou que no geral os filhos são em
44,44% comunicativos e 27,77%% tímidos e quietinhos. Já o restante dos
pesquisados foram “corajosos” e “verdadeiros” vou assim utilizar esse termo, pois,
disseram que o filho é comunicativo mais também agressivo. E para superar essas
dificuldades apresentadas 61,11% das famílias diz conversar com as crianças e
22,22% conversa, mas também acaba cortando algo que a criança gosta e 5,5% da
coloca de castigo e o restante não responderam.
Esse aspecto comportamental mencionado, segundo XAVIER FILHA (2007),
é bastante preocupante, pois é fundamental no sentido de que as famílias saibam
discernir uma criança comunicativa de uma criança sem limites, que corta a
conversa dos outros, não sabe esperar sua vez para falar, fala sem parar, fala muito
alto etc. pois isso tem gerado muita dificuldade para o professor em sala de aula que
lida com várias crianças ao mesmo tempo e esse tipo de comportamento ansioso e
sem controle acaba dificultando o trabalho do professor, dos coleguinhas que
necessitam de maior atenção, silêncio enfim, são vários os prejuízos neste sentido.
Isso ainda tem levado em sua maioria a dificuldade de realizar atividades que
necessita de concentração, espaço, tempo etc.
Já sobre os hábitos da criança no ambiente familiar, todos os pesquisados
disseram que os filhos falam muito e dentre estes 16,66% disseram que além de
falar muito os filhos interrompem os adultos quanto estão falando.
19
Quando perguntado em casa qual é o hábito de falar com as crianças?
77,77% dos pesquisados citaram que falam corretamente com as crianças e 22,22%
disseram utilizar o linguajar da criança. E as atividades lúdicas que eles
desenvolvem com as crianças no seu dia-a-dia são diversas vai desde (subir em
arvores, andar de bicicleta, dançar, jogos eletrônicos, ouvir musica, jogar bola e ate
leituras), dentre estes estão 66,68% dos entrevistados. Já no requisito “cantar e
dançar”; e “andar de bicicleta” somaram-se 33,32%. Isso mostra que as crianças
gostam muito de atividade que envolve a voz, som, motricidade, equilíbrio etc., ou
seja, não é perfil próprio da maioria das crianças ficar parada, pois, em si elas são
“elétricas” e isso faz com que elas tenham maior rendimento e melhor adaptação em
todas as atividades propostas a elas.
O local de maior acesso em repartições pública ou eventos culturais com os
filhos foi mencionada a igreja 33,33% seguido de 27,77% praça, e o restante
opinaram entre igreja, praça, festas, aniversario etc.
Contudo vale ressaltar às vezes, o meio familiar, embora de nível
socioeconômico elevado, se for pouco estimulante e superprotetores, segundo
FONSECA (1999), podem privar a criança de um desenvolvimento autônomo,
reforçando, por exemplo, uma fala infantilizada; situações de rejeição em relação à
criança podem favorecer o aparecimento de dificuldades de comunicação;
ambientes patológicos podem também influir no processo de desenvolvimento das
crianças, e consequentemente em suas capacidades comunicativas.
BOSSA, apud FONSECA (1999), ressalta que mais do que responsáveis
pela qualidade de vida, os pais são construtores do aparelho psíquico dos seus
filhos. Nascendo numa condição de total incompletude, o ser humano depende
totalmente dos adultos que estão a sua volta, especialmente de seus pais ou
daqueles que fazem função paterna e materna. Embora trazendo uma carga
genética que também interfere no seu destino, o fator genético será menos influente,
quanto mais influente for a educação.
A tabela a seguir mostra como estas famílias influenciam na aprendizagem
dos seus filhos no ambiente familiar.
Quadro 3: Como eles veem a aprendizagem da criança de 0 a 5 anos? E qual é o
método pedagógico utilizado em casa para ensinar as crianças.
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Aprendizagem Percentual Método utilizado Percentual
Desenhar, pular corda, esconde-esconde, com carrinhos e outros.
33,33% Leituras 11,11%
Atividade pontilhadas, seguidas de atividades de brincadeiras.
22.22% Leituras e desenhos
33,33%
Outras atividades diversas (leituras, atividades pontilhadas, desenhos, bonecas etc)
44,45% Desenhos 38,9%
Livros que outros indicaram e desenhos
11,11%%
Jogos eletrônicos 5,55%
Esses dados significam que as famílias precisam cada vez mais propiciar
ambiente estimulador aos filhos, a fim de que esses tenham uma aprendizagem
espontânea e livre, e que essas sejam prazerosas, atrativas. Assim, quando a
criança ingressar no ensino formal terá mais facilidade em adquirir e assimilar novos
conhecimentos. Sem contar que os estímulos pedagógicos quando realizado no
meio familiar favorece o desenvolvimento da criança, a criatividade e o gosto pelas
atividades propostas pelo professor em sala. Porem esse processo precisa ser
repensado e bem elaborado no sentido de não forçar a criança nem traumatiza
levando ao fracasso escolar ou descontentamento pedagógico futuro, pois nessa
fase ainda elas precisam aprender brincando de maneira natural e espontâneo, e
muito métodos utilizados pelas famílias muitas vezes satisfaz mais o gosto do adulto
do que da criança.
Embora não saiba da real situação ou critérios que as famílias utilizaram
para responder o questionário, ambas as perguntas carecem de respostas
verdadeiras, assim como as demais respostas até agora apresentadas, pois
somente assim será possível traçar meios para intervenções ao fracasso escolar,
dificuldade no ensino aprendizagem, adaptação, comportamento e outros.
Outra questão enfatizada foi qual o comportamento a família não aceitaria
nos filhos? Houve mais de uma resposta e todas variadas (birra, palavrões, falar
mal, mostrar língua etc). Embora entre esses prevaleceu 33,33% um maior índice
que não admitem que os filhos falem mal, mostre língua e falem palavrões,
No requisito participação da criança na família ficou 11,11% delas os filhos
tem regras a seguir, 22,22% disse que os filhos realizam sua própria higienização,
5,55% disse que o filho (a) utiliza os meios de comunicação livres e opina nos
21
assuntos dos adultos. Os restantes disseram que os filhos ajudam nas tarefas de
casa, tem horário para dormir etc.
Contudo o papel da família no desenvolvimento e aprendizagem da criança
fica mais evidente quando, segundo FONSECA, 1999), analisamos as causas para a
ocorrência das dificuldades. As indagações sobre “as influências da família no
ensino aprendizagem das crianças” deve ser vista com bastante cautela. Porque as
causas não são limitadas a explicações físicas ou psicológicas nem a análise de
conjuntura social, exclusivamente, mas sim, a partir de um enfoque multidimensional
que deve englobar fatores orgânicos, afetivos, sociais, cognitivos e pedagógicos em
articulação com o social.
A análise demonstrou que os dados apresentados não evidenciaram
propriamente problemas de aprendizagem nas crianças, mas sim, variações das
famílias nos usos feitos dessa, influenciam na aprendizagem das crianças. Cabe,
pois, à escola, favorecer ou desfavorecer o desenvolvimento do ensino aprendizado.
Sua atuação deverá divergir conforme a procedência das diferentes crianças. Sabe-
se que certos contextos sociais são predominante na escola, o que provoca em
algumas crianças uma descontinuidade entre os aprendidos em casa e os utilizados
na escola.
22
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo desta pesquisa foi verificar até que ponto a família pode
influenciar de maneira positiva ou negativa na aprendizagem da criança
A escolha do tema surgiu do contato diário que mantenho com crianças que
dentre elas algumas não tem um bom desenvolvimento cognitivo esperado pela sua
fase, ou seja, aprendem mal, tem problemas de comportamento ou não se adaptam
à escola de maneira satisfatória.
Esbarrei-me, porém, numa séria dificuldade a questão é bastante complexa
e os problemas de aprendizagem não ocorrem de maneira simples, isolada,
podendo haver vários intervenientes. Decidi-me, pois, pela pesquisa teórica, e a
prática a fim de conhecer essa real situação.
Considero o estudo da família de suma importância para a aprendizagem da
Criança. É junto dela que a criança realiza as primeiras e mais importantes
experiências de sua vida.
Este trabalho possibilitou conhecer alguns dos fatores que interferem no
processo de ensino-aprendizagem prejudicando-o, muitas vezes severamente e está
uma ineficiente educação familiar.
Os pais, principalmente, de forma direta ou indireta e ate mesmo de maneira
inconscientemente, podem permitir ou obstruir o processo de construção da
individualidade de seus filhos.
O presente projeto serviu-me para maior conscientização sobre o
envolvimento dos pais no processo de educação dos seus filhos e poderá servir de
contribuição a pais e educadores. Ao qual cada um tem suas responsabilidades e
compromisso de introduzirem influências positivas que sejam capazes de
compensar as deficiências ligadas ao contexto de criação familiar da criança.
Acredito que, se os pais souberem do poder e da força dos seus contatos
com seu filho, se forem orientados sobre a importância da estimulação precoce e
das relações saudáveis em família, as dificuldade de aprendizagem, distúrbios e
outros fatores poderão ser minimizados.
Conhecer e compreender a família e criança e suas experiências anteriores
num trabalho em conjunto, acredita-se que poderá haver maior compreensão por
parte dos educadores e, por conseguinte, melhor êxito no seu trabalho,
Todos os pesquisados citaram aspectos psicodinâmicos da família como
possíveis dificultadores da aprendizagem da criança. Dentre eles, a intensa
capacidade para lidar com os limites e a frustração de modo mais autônomo. Sobre
isso, as famílias pesquisadas, embora tenha apresentado respostas bem acessíveis
e ate conveniente para fase dessas crianças, algumas delas afirmaram que “os
filhos não tem limites, não segue regras, o convívio social é restrito, falam muito, a
aprendizagem da criança é vista em sua maioria ainda como aquelas atividades
pontilhadas, a mãe é a principal responsável por esta criança” etc.
No entanto todos esses fatores tem grande influencia no processo de
ensino aprendizagem, ou seja, se a criança não tiver uma base familiar calcada em
fatores positivos como, estímulos, regras, controle emocional, convívio social,
respeito a diversidade, entre outros pode levar a criança a ter ou apresentar
problemas escolar seja ele de ordem cognitiva, afetiva, comportamental e outros.
Contudo conclui-se que esse é um dos fatores que tem levado algumas
crianças de famílias ao qual realizei essa pesquisa a terem comportamento
inadequado, dificuldade de concentração, descontrole comunicativo (falam muito alto
e sem limites),dificuldade em obedecer regras, de adaptação entre outros. Todos os
fatores tem dificultado o trabalho do professor em sala e levado à criança a ser
taxado em sua maioria de maneira preconceituosa como “criança rebelde, com
distúrbio, dificuldade de aprendizagem, bipolaridade, criança problema da sala etc”.
Enfim são várias as situações que no dia-a-dia da sala de aula o professor
se depara e que muitas vezes lhe foge do controle e quase sempre sem saber lidar
busca ajuda na coordenação, psicólogos, psicopedagogos e outros. Porem quando
o professor tem conhecimento das causas e busca entender o contexto e trabalhar
em parceria com a família em muitos casos esses podem ser resolvidos com
facilidade.
A partir dessa conclusão e ao olhar de alguns pesquisadores espera-se que
haja ação-reflexão-ação por parte dos profissionais que atuam com essas crianças e
que promova junto a instituição propostas, que levem as famílias a assumirem suas
24
responsabilidade num trabalho em conjunto com a escola, numa parceria mutuo
onde o professor possa conhecer a criança dentro de suas especificidade, além do
ambiente escolar e que os pais assuma o seu papel e passe a valorizar a criança e a
estimula-la desde o seu período intra-uterino, facilitando o seu desenvolvimento
posterior em todos os aspectos, haja visto que a família é a base e a criança tendo
essa base estará menos vulnerável a apresentar prejuízos no seu ensino-
aprendizagem, tão pouco outros dificuldade que geralmente acometem essa
clientela de 0 a 5 anos. Ao qual a mesma, porém só vai sendo redefinida e
compensada com apoio, terapias e outros atendimento quando já estão na
alfabetização isso ainda quando ocorre. Sabemos que quanto antes for
diagnosticado o problema, e levado a tratamento e acompanhamento seja ele de
ordem psicopedagógica, psicológica ou outra os resultados serão bem maiores e as
chances dessa criança se multiplicarão.
25
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRADE, Daniela Barros da Silva Freire, et.al. Psicologia: temática da educação infantil sob o olhar da psicologia. Cuiabá: EdUFMT,2007 BANDEIRA, Maria de Lurdes, et.al. Antropologia: infância, educação e cultura. Cuiabá: EdUFMT,2006.Fasciculo 4 ___________. Infância, cultura e socialização. Cuiaba: EdUFMT, 2006. Fascículo 3 BELLO, Tania Regina. O papel da família na aprendizagem infantil. 2008. Disponível em: http://www.artigos.com/artigos/saude/fonoaudiologia/o-papel-da-familia-na-aprendizagem-infantil-3055/artigo/. Acesso em: 03 jun.2011. CORDEIRO, Amanda Nogueira, et.al. Inserção de crianças na creche: tempo para família. Belo Horizonte: UFF, 2004. FONSECA, Neumar Gianotti. A influência da família na aprendizagem da criança. São Paulo: Centro de especialização em fonoaudiólogia clinica linguagem-CEFAC, 1999. NUTTI, Juliana Zantut. Distúrbios, transtornos, dificuldades e problemas de aprendizagem. 2002. Disponível em: http://www.psicopedagogia.com.br/artigos/artigo.asp?entrID=339. Acesso em: 03 jun. 2011. SANTOS, Liones. O conceito de aprendizagem. Resumo do Artigo, 03 de dezembro de 2007. SHVOONG.com. A fonte global de resumos e críticas. Disponível em: http://pt.shvoong.com/f/tags/filosofolionessantos-conceito-aprendizagem/page-2/ . Acessado em 15 maio 2011
SCMITT, Adriana, et.al. Registro do planejamento na educação infantil. Mestre em Educação. FURB, SC. Vol.1, nº2. (abril 2006).Disponível em: http://www.unirevista.unisinos.br/_pdf/UNIrev_Rausch.pdf. Acesso em: 03 jun. 2011. STRENZEL, GiandreaReuss. Tempo de chegada na creche: conhecendo-se e fazendo-se conhecer. Florianopolis: UFSC, 2002. TEORIAS, e factores de aprendizagem – Conceito e Características da Aprendizagem.(s.d).Disponível em : http://formacao.atwebpages.com/2_1_conceito_caracteristicas_aprendizagem.htm. Acesso em: 03 jun. 2011 XAVIER FILHA, Constantina. A criança, a família e a instituição de educação infantil. Cuiabá: EdUFMT, 2007. Fascículo I _________.A criança a família e a instituição de educação infantil. Cuiabá: EdUFMT, 2007. Fascículo II.
ANEXO
AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA
CURSO:PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E EDUCACIONAL
Senhores pais ou responsáveis sou professora de Educação Infantil (pré-escolar) da
escola Municipal Edson Ferreira de Carvalho e acadêmica do curso de
psicopedagogia Clinica e Educacional pela AJES, Instituto Superior de Educação do
Vale do Juruena. Ao qual estou finalizando meu curso de pós graduação e estou
realizando meu trabalho de monografia pela qual escolhi as turmas pré escolares
para realizar esse questionamento que servira de referencia de caso para meu
trabalho. Se possível gostaria de contar com sua ajuda respondendo esse
questionário, você não precisa se identificar e seus dados servirão posterior para
que professores e instituição possam realizar estratégias de melhoria interventivas
que favorecem o processo de ensino aprendizagem das crianças de até 5 anos de
idade que estuda na referida instituição.
1- Identificação 1. 0- Dados de parentesco do responsável pela criança:
( ) Mãe ( ) Pai ( ) avó ( ) avô ( ) Irmão ( ) Tio ( ) Tia ( ) tutor
( ) tutora ( )Irmã ( ) outro
( ) qual descreva?----------------- 1.1- Situação civil do responsável pela criança:
( ) solteiro(a) ( ) divorciado(a) ( ) Casado(a) ( ) separado(a) judicial. ( ) união consensual ( ) falecidos?
( ) outra. Qual?--------------------------------- 2 - Perfil socioeconômico
2.0- Escolaridade do responsável pela criança: ( ) analfabeto/ não estudou. ( ) series iniciais incompletas ( ) series iniciais completas e series finais incompletas. ( ) series finais completas/ ensino Médio incompleto
( ) ensino Médio completo/ universitário incompleto. ( ) universitário completo 2.1Qual a rende mensal da família? ( ) menos de um salário mínimo ( ) um salário mínimo ( ) de um a dois salários ( ) três salários ( ) mais de três salários mínimos 2.2- Relacionado à sua moradia, ela é? ( ) alugada ( ) quitada ( ) própria ( ) madeira ( ) alvenaria ( ) financiada ( ) possui quartos de meninas e meninos separados
( ) outra. Qual? -------------------------------------------------- 3- Práticas de aprendizagens aplicadas 3.0- Ainda quando bebê seu filho (a) ? ( ) fez uso de andador ( ) engatinhou livremente ( ) andou sem antes engatinhar 3.1- Como você enfrenta o momento de adaptação de seu filho na instituição de Educação Infantil? Ou em qualquer outro ambiente? ( ) com facilidade ( ) com dificuldade
( ) outra. Qual?________________________ 3.2- Como é o seu filho? ( ) agressivo ( ) judia de outras crianças ( ) tímido (quietinho) ( ) chora fácil ( ) comunicativo ( ) possessivo (tudo é só dele, não dividi as coisas)
( ) outros. Qual? -------------------------------------------
3.3-O que você faz para superar essas dificuldades da criança ( ) Conversa ( ) Bate ( ) Coloca de castigo ( ) Grita ( ) corta algo que ele(a) gosta. ( ) só ameaça ( ) outras. Qual?--------------------------------------- 3.4 Relacionado aos hábitos. Como seu filho (a) age dentro de casa com os familiares? ( ) fala muito ( ) da muita gargalhada ( ) fala com esforço ( ) interrompe os adultos quando estão conversando ( ) sussurra, ou seja, fala baixinho no ouvido. ( ) fala alto ou gritado ( ) outro. Qual? --------------------------------------------- 3.5- Na sua casa, tem o habito de falar. ( ) corretamente as palavras ( ) utilizam apelidos ( ) falam a linguagem dos filhos(as) sejam elas corretas ou não. 3.6- Que atividades lúdicas mais desenvolvem junto com seu filho (a) em sua casa? ( ) Joga bola ( ) natação ( ) Jogos eletrônicos ( ) Canta, dança ( ) anda de bicicleta ( ) brinca com as mãos ( ) ouvi musica ( ) leituras ( ) sob em arvores ( )Outras. Qual? ------------------------------ 3.7- Você e seu filho (a) participam de repartições publicas ou eventos culturais? ( ) Desfile ( ) praça ( ) igreja ( ) festas. Qual? ------------------------------
3.8- Como você vê aprendizagem para criança de ate 5 anos? ( ) leitura ( ) desenhar ( ) saber ler e escrever ( ) atividades pontilhadas ( ) atividades de brincadeiras como: pular corda, bonecas, esconde-esconde, com carrinhos...) ( ) outras. Qual? --------------------------------------- 3.9- Em casa quando você realiza alguma atividade pedagógica com seu filho (a). Qual método você utiliza? ( ) leitura ( ) livros que outros indicaram ( ) cartilha que sua mãe utilizou com você quando era criança ( ) desenhos ( ) atividades rodadas no computador (ou mimeografadas) ( ) jogos lúdicos ( ) jogos eletrônicos (computador, vídeo games, etc). 3.10- Que comportamento você não aceita em seu filho (a)? Que ele (a): ( ) Responde ( ) Chora ( ) Falar mal ( ) Birra ( ) mostre língua ( ) fala palavrões
( ) outros. Relate? --------------------------------------- 3.11- Explique como é a participação da criança (filho ou filha) na sua família? ( ) Ajuda nas tarefas de casa ( ) realiza sua própria higienização ( ) opina nos assuntos dos adultos ( ) Não participa dos assuntos abordados ( ) tem horário para dormir e acordar ( ) tem regras a seguir ( ) os meios de comunicação é deixado a uso livre pela criança.
( ) outras. Relate? ---------------------------------------------------