AJES - FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ADMINISTRAÇÃO DO VALE DO JURUENA
BACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS
OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS FEDERAIS DAS ENTIDADES OPTANTES PELO LUCRO PRESUMIDO
Autor (a): Suely de Paulo Mantovani Orientador (a): Cleiva Schaurich Mativi
JUÍNA/2011
AJES - FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ADMINISTRAÇÃO DO VALE DO JURUENA
BACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS
OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS FEDERAIS DAS ENTIDADES OPTANTES PELO LUCRO PRESUMIDO
Autor (a):Suely de Paulo Mantovani
Orientador (a): Cleiva Schaurich Mativi
“Monografia apresentada ao curso de Bacharelado em Ciências Contábeis, da Faculdade de Ciências Contábeis e Administração do Vale do Juruena como exigência parcial para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.”
JUÍNA/2011
AJES - FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ADMINISTRAÇÃO DO VALE
DO JURUENA
BANCA EXAMINADORA ____________________________________________
Profª. Esp. Ângela Maria Dalberto EXAMINADOR (a)
____________________________________________ Prof. Esp. Adilson Leite Lira
EXAMINADOR (a)
______________________________________________
Profª. Ms. Cleiva Schaurich Mativi ORIENTADOR (a)
Dedico este trabalho, principalmente aos meus Pais José e Lourdes por acreditarem em minha capacidade, a minha família e amigos, pelo grande apoio nos momentos difíceis, durante esta caminhada.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, pelo amor que tens por sua filha, por me
fazer acreditar e me dar forças para que novamente pudesse prosseguir, nos
momentos em que desistiria desta caminhada.
Aos meus pais, Jose e Lourdes, pelo carinho e confiança depositados sobre
mim, pela educação que me deram desde criança, pelo exemplo de pessoas que
estimo em seguir, que fez me tornar a pessoa que hoje sou.
A meus irmãos, Paulo, que a pesar da distância, nos momentos que aqui
esteve sentiu-se orgulhoso de mim, meu outro irmão Valmir pela amizade e apoio
financeiro, as minhas irmãs Vilma e Roseli pela força e amizade nos momentos em
que precisei as minhas queridas sobrinhas, Raiane e Naiane e meu mais novo
sobrinho Andrei Jose. Ao meu esposo Celso, por seu amor, carinho, amizade e pela
compreensão quando em muitos momentos tive que deixá-lo para que pudesse me
dedicar a finalizar este trabalho.
Agradeço a todos do Escritório Contabilex, a minha comadre Angélica pela
amizade e carinho, a Bia pelo companheirismo e solidariedade, a Nina pela alegria,
a Dulcinéia pelos conselhos, ao Wladimir pela oportunidade de trabalho, ainda a
Monica e Rose, enfim que durante todos estes anos foram mais que amigos, e sim
família.
Aos amigos e familiares que me deram abrigo, em especial a família Araujo,
Cristina, Maria e Pedro que me deram além de moradia apoio e carinho, em um
determinado período desta caminhada.
Não poderia deixar de agradecer a todos os professores, pela paciência,
dedicação e sabedoria transmitidas nas aulas, em especial a professora Cleiva
Schaurich Mativi.
As minhas colegas de grupo, Angélica, Eulália, Gislaine, Fabiana e Michele,
nos momentos em que precisaram segurar as pontas quando eu atravessava por
momentos difíceis, em especial a Fabiana pelas iniciativas nos desenvolvimento dos
trabalhos em grupos. E aos demais colegas de classe.
“Para se ter sucesso, é necessário amar de verdade o que se faz. Caso contrário, levando em conta apenas o lado racional, você simplesmente desiste. É o que acontece com a maioria das pessoas.” Steve Jobs
RESUMO
Obrigações acessórias são obrigações que as entidades devem cumprir perante o Governo Federal, Estadual e Municipal, desde sua constituição, até sua extinção ou paralisação. As obrigações acessórias apresentam vários formatos, em formato de declaração, de livros e de demonstrativos contábeis, do qual, conforme o regime tributário da entidade e seu ramo de atividades o governo exigirá suas obrigações específicas. Cada obrigação apresenta seu órgão fiscalizador, de um modo geral, existem situações que deverá ser fiscalizado pelos Órgãos Municipais (Prefeitura), Estaduais (Secretaria da Fazenda) e Federais (Receita Federal do Brasil), para as entidades que apresentam funcionários registrados o órgão fiscalizador será o Ministério do Trabalho. Um dos objetivos do governo quando exige as obrigações acessórias é poder controlar o devido recolhimento dos tributos (obrigação principal) e assim tentar diminuir a sonegação. Diante de tantas características apresentadas pelas obrigações acessórias o trabalho abordará as obrigações acessórias exigidas pelo Governo Federal das entidades optantes pelo regime de tributação do lucro presumido; podemos classificar essas obrigações em: DCTF - Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais; DACON - Demonstrativo de Apuração das Contribuições Sociais; DIPJ - Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica; DIRF - Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte; SPED - Sistema Público de Escrituração Digital. Para elaboração deste trabalho a metodologia utilizada baseou em bibliográfica, descritiva e qualitativa, utilizando-se de meios em pesquisas em livros, legislação federal e sites governamentais. Palavras-chave: Obrigações Acessórias, Regimes de Tributação, Lucro Presumido.
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1. 1 VISÃO GERAL DA DCTF. ------------------------------------------------------------ 40 QUADRO 1. 2 VISÃO GERAL DA DACON. --------------------------------------------------------- 40 QUADRO 1. 3 VISÃO GERAL DA DIPJ. -------------------------------------------------------------- 41 QUADRO 1. 4 VISÃO GERAL DA DIRF. ------------------------------------------------------------- 41 QUADRO 1. 5 VISÃO GERAL DO SPED. ------------------------------------------------------------ 42
LISTA DE ABREVIATURAS
CAGED Cadastro Geral de Empregados e Desempregados COFINS Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social CSLL Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CTN Código Tributário Nacional DACON Demonstrativo de Apuração das Contribuições Sociais DCTF Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais DIPJ Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica DIRF Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte EI Empreendedor Individual GEFIP Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social GIA-ICMS Guia de Informação e Apuração do ICMS ICMS Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços IN Instrução Normativa IPI Imposto sobre Produtos Industrializados IRPJ Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica NF-e Nota Fiscal Eletrônica PIS/PASEP Programa de Integração Social/Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público RAIS Relação Anual de Informações Sociais RFB Receita Federal do Brasil SINTEGRA Sistema Integrado de Informações Sobre Operações Interestaduais com Mercadorias e Serviços SPED Sistema Publico de Escrituração Digital SRF Secretaria da receita Federal
SUMÁRIO
CAPÍTULO I INTRODUÇÃO ..................................................................................... 11 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ....................................................................................... 11 1.2 PROBLEMATIZAÇÃO ......................................................................................... 12 1.3 OBJETIVOS ........................................................................................................ 12 1.3.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 12 1.3.2 Objetivos Especificos .................................................................................... 13 1.4 DELIMITAÇÕES DA PESQUISA......................................................................... 13 1.5 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 13 1.6 ESTRUTURAS DO TRABALHO.......................................................................... 14 CAPÍTULO II REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................. 15 2.1 HISTÓRIA DA CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA ................................................. 15 2.2 DEFINIÇÕES DE CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA............................................. 15 2.3 DEFINIÇÕES DOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS ............. 16 2.4 DEFINIÇÃO DE LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA ..................................................... 19 2.5 - DEFINIÇÕES DE COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA ............................................. 21 2.6- DEFINIÇÕES DE OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA .................................................. 22 2.7 DEFINIÇÃO DE REGIME TRIBUTÁRIO; ............................................................ 26 2.8 PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS EM FORMATO DE DECLARAÇÃO. .................................................................................................................................. 29 2.8.1-DCTF- Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais; ................ 29 2.8.2-DACON- Demonstrativo de Apuração das Contribuições Sociais ............. 30 2.8.3-DIPJ- Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica ....................................................................................................................................31 2.8.4-DIRF- Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte .......................... 32 2.8.5-SPED- Sistema Público de Escrituração Digital .......................................... 33 CAPÍTULO III METODOLOGIA ................................................................................ 34 3.1 METODOLOGIA DA PESQUISA......................................................................... 34 3.1.1 MÉTODO .......................................................................................................... 34 3.2 CONCEITOS DE PESQUISA .............................................................................. 35 3.2.1 Pesquisa Bibliográfica ................................................................................... 35 3.2.2 Pesquisa Descritiva ........................................................................................ 36 3.2.3 Pesquisa Qualitativa ...................................................................................... 36 3.3 COLETAS DE DADOS ........................................................................................ 36 3.4 LIMITAÇÕES DA PESQUISA ............................................................................. 37 CAPÍTULO IV ANÁLISE DE CONTEÚDO ................................................................ 38 4. 1 ANÁLISE DE CONTEÚDO. ................................................................................ 38 CAPÍTULO V CONCLUSÃO ..................................................................................... 43 5.1 CONCLUSÃO. ..................................................................................................... 43 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 45
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Este trabalho foi desenvolvido com a intenção de trazer aos leitores, sendo
eles; empresários, contadores ou apenas interessados em se tornarem
conhecedores de novos assuntos, a realidade das empresas do lucro presumido,
quanto às obrigações acessórias em formato de declarações perante o Governo
Federal, pois as regras do sistema tributário brasileiro passam por constantes
mudanças e assim as entidades usuárias deste sistema se vêem perdidas no meio
de tantas mudanças, há, portanto a necessidade em definir as reais obrigações que
as entidades optantes pelo lucro presumido têm que cumprir a partir de sua
constituição.
Tendo em vista que o trabalho abordou apenas as principais obrigações
acessórias em formato de declarações, das entidades optantes pelo regime de
tributação do lucro presumido perante o governo federal, vale ressaltar que o
assunto é bastante amplo, pois as obrigações acessórias apresentam vários
formatos: em formato de declarações, de livros e demonstrativos contábeis. Cada
destinada ao seu órgão competente, algumas de interesse do Governo Municipal,
outras do Governo Estadual e outras do Governo Federal.
As obrigações acessórias, em formato de declaração de livros e de
demonstrativos contábeis, foram às formas encontradas pelos órgãos fiscalizadores
de conseguir fiscalizar as entidades para o devido recolhimento dos tributos, que
caracteriza a principal fonte de receitas do governo, do qual são destinados para
várias finalidades como, por exemplo: construção de hospitais, escolas,
pavimentação, além de garantir saúde, educação e segurança para todo cidadão
etc.
A partir da constituição de toda e qualquer entidade empresarial, sendo ela
micro ou pequena empresa optante por qualquer regime tributário, a mesma deverá
ficar atenta às diversas regras exibidas pela legislação tributária, dentre essas
regras o pagamento correto dos tributos que caracteriza obrigação principal, envio
12
das declarações, impressão dos livros fiscais e contábeis, elaboração dos
demonstrativos contábeis, que caracteriza as obrigações acessórias. Se por algum
motivo algumas dessas obrigações principais e acessórias não forem cumpridas a
entidade arcará com diversas conseqüências, como por exemplo, pagamento de
multas.
1.2 PROBLEMATIZAÇÃO
Obrigações acessórias em formato de declarações perante o governo
federal são obrigações que as entidades devem cumprir desde sua constituição até
sua extinção, paralisação. Os contadores após escriturarem as receitas enviar os
tributos para as entidades e elas efetuarem o seu devido recolhimento, enviam
essas informações através de documentos eletrônicos para o Governo Federal, sua
finalidade é fiscalizar as entidades para o devido recolhimento dos tributos; podemos
classificar essas obrigações em: DCTF- Declaração de Débitos e Créditos
Tributários Federais; DACON- Demonstrativo de Apuração das Contribuições
Sociais; DIPJ- Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica;
DIRF- Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte; SPED- Sistema Público de
Escrituração Digital, diante disso surgiu a seguinte indagação.
Quais obrigações acessórias em formato de declarações perante o Governo
Federal estão sujeitas as entidades optantes pelo regime de tributação do Lucro
Presumido?
1.3 OBJETIVOS
1.3.1 OBJETIVO GERAL
Identificar as principais obrigações acessórias em formato de declarações
que as entidades optantes pelo regime de tributação do Lucro Presumido teriam que
cumprir a partir de sua constituição, paralisação até sua extinção perante o Governo
Federal, qual o significado e qual a finalidade de cada obrigação.
13
1.3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abordar as principais obrigações acessórias em formato de declaração
exigidas pelo Governo Federal, para as entidades optantes pelo regime de
tributação do Lucro Presumido.
Apresentar os significados de cada obrigação acessória em formato de
declarações do Governo Federal.
Apresentar a finalidade de cada declaração.
1.4 DELIMITAÇÕES DA PESQUISA
Este trabalho trata das principais obrigações acessórias em formato de
declarações perante o Governo Federal, exigidas das entidades optantes do regime
de tributação do lucro presumido, vale ressaltar que o assunto é bastante amplo,
pois as obrigações acessórias apresentam vários formatos, em formato de
declarações, de livros e demonstrativos contábeis, cada destinada ao seu órgão
competente, algumas de interesse do Governo Municipal, outras do Governo
Estadual e outras do Governo Federal.
1.5 JUSTIFICATIVA
O Sistema Tributário Brasileiro passa por constantes mudanças, inclusive a
legislação do Governo Federal, mediante esta situação muitas entidades sem
desejar deixa de prestar alguma informação ou presta tal informação em atraso,
diante disso há a necessidade em definir atualmente as reais obrigações em formato
de declarações que as entidades optantes pelo regime de tributação do Lucro
Presumido, devem cumprir, através das atividades desenvolvidas pelos contadores.
Além disso, ampliar a visão sobre a forma e importância de desenvolver este
trabalho, com objetivo de auxiliar os profissionais e todos os interessados no
momento da execução de suas atividades em seus locais de trabalho.
14
1.6 ESTRUTURAS DO TRABALHO
A estrutura do trabalho subdivide-se e 5 (cinco) capítulos, sendo capítulo I
introdução, capítulo II referencial teórico, capítulo III metodologia, capítulo IV análise
de conteúdo e capítulo V conclusão .
Inicialmente o trabalho abordará a introdução que é composta pela
contextualização, problematização, objetivos gerais e específicos, delimitação da
pesquisa e justificativa.
No capítulo II o trabalho tratará o referencial teórico apresentando
inicialmente um pouco da história da contabilidade tributária no Brasil, e sua
definição, abordará também os princípios constitucionais tributários, a legislação
tributária brasileira e seus tipos de tributos, definirá a competência de instituir
tributos atribuição dado a União, Distrito Federal, Estados e Municípios, tratará
também de obrigação tributária, em seguida abordará os principais conceitos de
regime tributário; mais específico sobre o regime tributário do lucro presumido; e
para finalizar o capítulo II virá o foco da pesquisa que é apresentar as principais
obrigações acessórias em formato de declaração das entidades optantes pelo lucro
presumido perante o Governo Federal.
No capítulo III será abordado à metodologia, descrevendo de que forma foi
elaborada a pesquisa, o capítulo IV tratará da análise de conteúdo, e por fim com o
capítulo V conclusão.
CAPÍTULO II
REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 HISTÓRIA DA CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA
Quanto ao surgimento da estrutura tributária Pêgas (2007, p. 3) determina:
A estrutura tributária na época do império foi praticamente mantida após a proclamação da república, permanecendo assim até a constituição de 1934. Neste modelo, a principal fonte de receitas públicas era o comércio exterior, com destaque para o imposto de importação, que alcançou em alguns anos, dois terços da receita total do setor público.
Segundo Iudícibus e Marion (2006, p. 30) a função da Contabilidade já no
início da civilização era “avaliar a riqueza do homem: os acréscimos ou decréscimos
dessa riqueza. Como o homem naturalmente é ambicioso, a Contabilidade existe
desde o início da civilização. Alguns teóricos preferem dizer que ela existe, pelo
menos, desde 4.000 antes de Cristo.”
O marco da contabilidade tributária ocorreu a partir da constituição de 1934,
momento esse em que as regras para cobrança dos tributos foi regulamentada, no
entanto, a contabilidade surgiu a aproximadamente 4000 a.C, ou seja, ela surgiu no
momento em que começou a ser exigido dos contribuintes os recolhimentos dos
tributos, havendo assim a necessidade por parte das empresas em manter controle
quanto às obrigações tributárias.
2.2 DEFINIÇÕES DE CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA
O ramo da Contabilidade Tributária tem por objetivo estudar e controlar as
obrigações tributárias das entidades, tanto as obrigações principais quanto as
obrigações acessórias. O profissional deste ramo deverá estar atento às diversas
alterações que vem ocorrendo com a Legislação Tributária, este conhecimento
possibilitará ao profissional gerenciar as diferentes obrigações incidentes sobre as
atividades das entidades, elaborando assim um planejamento tributário adequado,
que além de proporcionar uma carga tributária reduzida, evitam-se possíveis
penalidades perante o governo. (FABRETTI, 2006, p. 30)
Pêgas (2007, p. 20), entende que:
16
Da associação do direito tributário com a ciência contábil, surge a contabilidade tributária, que representa o ramo da contabilidade cujo objetivo é aplicar e adaptar conceitos e princípios contábeis com a legislação tributária, de forma adequada, simultânea e, principalmente, integrada.
O objeto da Contabilidade Tributária é determinar a base de cálculo a ser
utilizado no momento em que os tributos forem calculados, conforme o regime
tributário da entidade, de maneira clara diante da visão do fisco, portanto, o contador
que é conhecedor e mantêm-se atualizado quanto os objetos da contabilidade
tributária, será capaz de elaborar de forma adequada os procedimentos adequados
no momento em que ele próprio ou sua equipe de contabilidade for realizar os
cálculos e provisões dos tributos incidentes sobre as atividades das entidades, as
quais serão abatidas do resultado econômico (contábil), para determinação do lucro
líquido á disposição dos acionistas, sócios ou titular. (FABRETTI 2005, p. 31).
2.3 DEFINIÇÕES DOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS
Princípios tributários referem-se aos limites estabelecidos em lei, que deverá
ser respeitados pela União, Distrito Federal, os Estados e pelos Municípios no
momento em que forem instituir as modalidades de tributos, para que nenhum
contribuinte seja prejudicado em uma determinada circunstância.
O caput do art. 150 da Constituição Federal, determina que “sem prejuízo de
outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios.”
É de suma importância atentar para o fato de que o princípio diz claramente
lei (fonte principal) e não decreto, portaria, instrução normativa etc. (fontes
secundárias). (FABRETTI, 2006, p. 119)
Princípio da legalidade
Conforme disposto no inciso I do art.150 da CF, o governo não poderá
aumentar ou exigir um novo tributo, sem que antes sejam estabelecidas as regras
em lei.
17
Princípio da Igualdade ou da Isonomia
Quanto ao princípio da igualdade ou da isonomia, o inciso II do art. 150 da
CF:
II- Instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos.
Ou seja, o governo deverá manter tratamento igual a todo contribuinte, tendo
ele poder aquisitivo ou não, independente de qualquer situação.
Princípio da Irretroatividade Segundo a Constituição Federal em seu artigo 150, inciso III, alínea a, o
governo não poderá cobrar tributos sobre fatos geradores, ocorridos antes do início
da vigência da lei que o instituiu ou aumentou.
Depreende-se desta afirmação que, por exemplo, se um determinado
contribuinte do ramo de indústria, vender seu produto em dezembro, e não recolheu
os tributos necessários da época, e no ano seguinte ocorrer alguma alteração na lei
que institui os tributos, e no próximo ano decide recolher os valores incidentes, o
mesmo deverá pagar de acordo com a lei vigente da época.
Princípio da Anterioridade
Conforme determinado na alínea b do inciso III do art. 150 da CF, o governo
não poderá exigir o pagamento de um determinado tributo no mesmo ano em que foi
publicada a lei que o instituiu ou aumentou.
Princípio da Competência
Quanto ao princípio da competência tributária, Oliveira et al, (2007, p. 26)
entende que “ é dado à União, aos Estados ou aos Municípios, que, por meio de
sua Casa Legislativa, exercitarão as competências tributárias, não sendo permitida
qualquer delegação ou prorrogação desta competência para outro ente que não seja
aquele expressamente previsto na constituição.’’
18
Princípio da Uniformidade
Conforme art. 151, inciso I da CF a cobrança dos tributos pela União deverá
ser igual perante, os Estados, Distrito Federal e aos Municípios, não havendo
diferenciação, do qual, as receitas recolhidas serão aplicadas nas regiões, que de
certa forma contribuíram com essas receitas.
Princípio da não discriminação tributária
Conforme disposto no art. 152 da CF os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios não poderão aplicar diferenças de alíquotas ou base de cálculo, sobre
bens e serviços, visando beneficiar ou prejudicar uma determinada operação.
Princípio da capacidade contributiva
A CF no seu artigo 145, parágrafo III inciso 1º, esclarece “sempre que
possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a
capacidade econômica do contribuinte [...] ’’
Pelo exposto, este princípio refere-se à capacidade atribuída ao
contribuinte de recolher seus tributos, conforme for crescendo seu poder de
contribuir. Oliveira et al, (2007, p. 27) interpreta este princípio da seguinte forma
‘‘o art.145, § 1.º, estabelece o princípio da capacidade econômica do contribuinte,
que, por mera definição, seria a possibilidade econômica de pagar tributos.’’
Princípio da autoridade tributária
De acordo com a CF no seu artigo 145, parágrafo III inciso 1º a União, os
Estados, o Distrito federal e os Municípios, fiscalizarão o momento em que ocorrerá
alteração na forma de recolhimento dos tributos pelo contribuinte, ou seja, quando
aumenta a capacidade econômica do contribuinte.
Princípio da tipologia tributária
Quanto ao princípio da tipologia tributária Oliveira et al (2007, p. 27) entende
que “ as taxas e os impostos não podem ter a mesma base de cálculo; portanto, as
19
espécies tributarias são definidas pela distinção de dois fatores: hipótese de
incidência e base de cálculo, conforme disposto no art. 145, § 2º.”
2.4 DEFINIÇÃO DE LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
Cada Município, Estado, Distrito Federal e União definem seus próprios
critérios para a cobrança dos tributos, de acordo com a Legislação de cada lugar
essas cobranças são as principais fontes de receitas, onde são destinados para
garantir os princípios básicos para os cidadãos que é o direito a saúde, educação e
segurança. (PÊGAS, 2007, p. 41).
A definição de legislação tributaria está especificado no Artigo 96 do CTN:
Art. 96- A expressão “legislação tributária” compreende as leis, os tratados, e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.
2.4.1- Definição de Tributo
A definição de tributo está especificada conforme a Lei nº 5.172/66 em seu
artigo 3º do CTN, que diz:
Art.3º- Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção por ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
Ainda sobre a definição de tributos Pêgas, (2007, p. 42) determina sobre as
espécies de tributos no Brasil:
O Brasil possui em sua estrutura normativa cinco espécies tributárias distintas, que são apresentadas a seguir: Impostos (competência comum a União, Estados e Municípios); Taxas (competência comum a União, Estados e Municípios); Contribuições de Melhoria (competência comum); Empréstimos Compulsórios (competência da União); Contribuições Especiais (competência da União).
Imposto
Os impostos são de natureza privada, ou seja, quem os administra é a
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, onde suas receitas serão
destinadas para diversas finalidades. (PÊGAS, 2007, p. 43)
20
De acordo com o Artigo 16º do CTN, imposto é “o tributo cuja obrigação tem
por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal
específica, relativas aos contribuintes”.
Taxas
Atualmente todos necessitam em algum momento de serviços
disponibilizados pelos setores públicos, então, a forma pelo qual pagamos por esses
serviços são especificados por taxas, onde o objetivo dessas cobranças é garantir
uma boa ordem de um determinado Município, Estado, etc...( PÊGAS, 2007, p. 43).
Perante o CTN, o artigo que define taxas é o Artigo nº 77, que diz:
Art. 77- As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, tem como fato gerador o exercício regular do poder de policia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto a sua disposição.
O entendimento de Pêgas, (2007, p. 43), quanto ao poder de polícia é como
sendo aquele ‘‘utilizado no sentido do poder de limitar e disciplinar, por parte da
administração pública, atividades de interesses públicos, tais como: segurança,
higiene, boa ordem, costumes, disciplina da produção, do mercado, tranqüilidade
pública e respeito á propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.”
Contribuições de Melhoria
A contribuição de melhoria é um valor cobrado pela União, Estados, Distrito
Federal e pelos Municípios, quando uma determinada obra pública após ser
concluída venha a valorizar algum imóvel de contribuinte, um exemplo dessa
cobrança, é o valor cobrado pela prefeitura quando a rua em que moramos está
sendo pavimentada. (PÊGAS, 2007, p. 44).
De acordo com o estabelecido no art. 81 do CTN:
Art. 81- A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.
21
Contribuições Sociais
As Contribuições Sociais foram criadas para financiar as atividades sociais
realizadas pelo governo, ou seja, os valores arrecadados por esse tributo será
destinado a garantir saúde, previdência e assistência social a todo cidadão. (
OLIVEIRA, et al, 2007, p. 24).
Quanto as Contribuições Sociais Oliveira, et al, (2007, p. 24) define:
As contribuições sociais instituídas têm como base os lucros das sociedades, a folha de pagamento dos empregados e o faturamento das empresas. Atualmente, são subdivididas em contribuições ao INSS, Contribuição Sindical, Contribuição ao PIS/PASEP, Contribuições Sociais Sobre o Lucro Liquido e Contribuições para o Fundo de Investimento Social (COFINS).
Contribuições Econômicas
Contribuições econômicas são contribuições exigidas pelos órgãos
fiscalizadores das classes profissionais, onde os valores arrecadados são
destinados à regulamentação e fiscalização dos profissionais conforme sua classe
profissional. (PÊGAS, 2007, p. 45).
Quem define um exemplo de Contribuições Econômicas é Pêgas, (2007, p.
45) que diz:
Por exemplo, a anualidade desembolsada pelos contadores para o CRC é considerada uma contribuição econômica, com característica de contribuições parafiscais, pois os recursos são administrados por entes definidos pelos Estados em beneficio da categoria profissional.
2.5 - DEFINIÇÕES DE COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
Competência tributaria é o poder atribuído a União, aos Estados, o Distrito
Federal e os Municípios de instituir, arrecadar e fiscalizar os tributos, sempre
obedecendo às limitações de poder, porém, do outro lado está o contribuinte que
após efetuar qualquer transação conforme seu ramo de atividades e regime
tributário, o mesmo passa a ter obrigações com o governo, devendo recolher
devidamente os tributos e cumprir com muitas outras exigências, conforme a Lei
determina. (OLIVEIRA, 2007, p. 26)
Quanto a competência de instituir tributos administrados pela União, Oliveira,
et al, (2007, p. 25) afirma:
22
A Constituição em vigor assim distribui, entre os diversos níveis de governo, a competência de estabelecer os tributos:
Compete a União instituir impostos (grifo nosso) sobre: Importação de produtos estrangeiros; Exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; Rendas e proventos de qualquer natureza; Produtos industrializados; Operações de créditos, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores imobiliários; Propriedade territorial rural; Grandes fortunas;
O autor ao definir os tipos de tributos estabelecidos pela União utiliza um
sinônimo de tributo para defini-lo, uma vez quê imposto é uma modalidade de
tributo.
Os Estados e o Distrito Federal através de sua administração poderá instituir
impostos, de acordo com Oliveira, et al (2007 p. 25) sobre: “ transmissão causa
mortis e doação de quaisquer bens e direitos; operações relativas à circulação de
mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e
intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se
iniciem no exterior; propriedades de veículos automotores”.
Assim como a União, os Estados e o Distrito Federal os Municípios também
tem o poder de instituir tributos sobre algumas transações efetuadas pelos
contribuintes, tanto pessoas físicas como pessoas jurídicas, onde segundo Oliveira,
et al (2007, p. 25) compete aos Municípios instituir impostos sobre: “propriedades
predial e territorial urbana; transmissão inter vivos, por ato oneroso, de bens imóveis
e de direitos reais sobre imóveis, ressalvadas as exceções legais; serviços de
qualquer natureza”
2.6- DEFINIÇÕES DE OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
Pode-se dizer que obrigação tributária é quando o contribuinte sendo ele
pessoa jurídica (empresa) ou pessoa física, em alguma circunstância, deve recolher
tributos quando efetua alguma transação, como por exemplo: algum tipo de serviço
prestado ou venda de algum bem etc.
Quanto a definição de obrigação tributária afirma o autor Oliveira et al (2007,
p. 28) como sendo “a relação de Direito Público na qual o Estado (sujeito ativo) pode
exigir do contribuinte (sujeito passivo) uma prestação (objeto) nos termos e nas
condições descritos na lei (fato gerador).’’
23
Para formalização da obrigação tributária (obrigação principal e obrigação
acessória) vários elementos são necessários, sendo eles a Lei (princípio de tudo,
pois institui os tributos), contribuinte ou responsável, sujeito ativo, sujeito passivo,
fato gerador obrigação principal e obrigação acessória. (OLIVEIRA et al 2007, p. 28).
a) Lei
Dentro das obrigações tributárias a Lei é um dos principais elementos, pois é
ela quem cria os tributos e a maneira em que deverá ser recolhido pelos
contribuintes, (princípio da legalidade dos tributos). Contudo, assumem, em um
sistema jurídico, formas diferentes de expressão, a partir de um texto fundamental
(Constituição), as regras ordinárias de convivência (leis em sentido restrito), que a
partir de então nasce às obrigações principais e as obrigações acessórias.
(OLIVEIRA et al 2007, p. 28).
b) Contribuinte ou Responsável
Contribuinte é toda pessoa, sendo ela pessoa jurídica ou pessoa física
(sujeito passivo) que em alguma circunstancia contribui para com os cofres públicos,
através do recolhimento de tributos.
O CTN no seu artigo 121, parágrafo único, (2010, p. 733) determina:
Parágrafo único: O sujeito passivo da obrigação principal diz-se: I – contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador. II – responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei.
c) Sujeito ativo
O sujeito ativo da obrigação será os governantes Municipais, Estaduais, do
Distrito Federal e da União, no momento que institui as obrigações principais e
acessórias conforme a competência de cada ente, sempre com intuito de recolher e
fiscalizar os tributos.
Quanto ao sujeito ativo da obrigação principal e acessória, o artigo 119 do
CTN diz ser “a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir o
seu cumprimento”.
24
d) Sujeito Passivo
O sujeito passivo das obrigações principais e acessórias será todo
contribuinte, sendo ele pessoa jurídica ou pessoa física, que em algum momento
deverá cumprir com essas obrigações.
Quanto ao sujeito passivo da obrigação principal e acessória os artigos 121
e 122 do CTN determinam:
Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributos ou a penalidade pecuniária.
Art. 122. Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às prestações que constituam o seu objeto.
e) Fato Gerador
Existem duas hipóteses que ocorrem fato gerador, quando a obrigação
principal passa a existir que a partir dessa existência conseqüentemente passa a
existir a obrigação acessória.
Quanto ao fato gerador das obrigações tanto as principais quanto as
acessórias, está definido nos artigos 114 e 115 do CTN, que diz:
Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. Art.115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal.
Quanto às modalidades das obrigações o artigo 113 do CTN determina a
“obrigação tributária é principal ou acessória”.
f) Obrigação Principal
Obrigação principal é o momento em que algum tributo deverá ser recolhido
por algum contribuinte independente da situação, como por exemplo: quando uma
entidade comercial efetua uma compra de mercadoria fora de seu estado, no
momento em que esta mercadoria estiver em transição de um estado para o outro
será exigido do destinatário (quem compra), conforme a situação, o pagamento de
um tributo denominado ICMS (Imposto sobre Operações relativas à Circulação de
Mercadorias e sobre Prestações de Serviços). Existem duas pessoas envolvidas
25
nesta obrigação, o sujeito ativo (quem determina tais cobranças, que é o governo) e
o sujeito passivo (contribuinte, que tem o dever de efetuar os recolhimentos).
A obrigação principal surge e tem por objeto segundo o inciso 1º do artigo
113 do CTN, quando:
§ 1.º A obrigação tributária surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o credito dela decorrente.
Base De Cálculo Base de cálculo será o montante definido em lei, sobre o qual será aplicada
a alíquota de um determinado tributo, com a finalidade da geração do valor a ser
pago.
Segundo Oliveira et al (2007, p. 30) quanto a base de cálculo: A base de cálculo, conforme a Constituição Federal, deve ser definida em lei complementar, estando sua alteração sujeita aos princípios constitucionais da legalidade (mudança somente por outra lei), da anterioridade (a lei deve estar vigente antes de iniciada a ocorrência do fato gerador) e da irretroatividade ( a norma não pode atingir fatos passados).
Alíquota
Alíquota é o percentual aplicado sobre um determinado valor (base de
cálculo) para determinação do valor a pagar das diversas formas de tributos, ou
seja, cada tributo apresenta sua alíquota própria, conforme a lei determina.
Oliveira et al (2007, p. 30) determina que “ assim como a base de cálculo, a
alteração da alíquota também está sujeita aos princípios constitucionais da
legalidade, da anterioridade e da irretroatividade.”
g) Obrigações Acessórias
Obrigações Acessórias são obrigações que as entidades deveram cumprir
perante a legislação, a partir do momento em que forem constituídas até sua
extinção e/ ou paralisação. Tendo em vista que o trabalho abordará apenas as
principais obrigações acessórias em formato de declarações perante o governo
federal exigidas das entidades optantes pelo regime de tributação do lucro
presumido, vale ressaltar que o assunto é bastante amplo pois as obrigações
acessórias apresentam vários formatos, em formato de declarações, de livros fiscais
26
e contábeis e demonstrativos contábeis, cada destinada ao seu órgão competente,
algumas de interesse do governo municipal, outras do governo estadual e outras do
governo federal, podemos classificar essas obrigações com: DCTF- Declaração de
Débitos e Créditos Tributários Federais; DACON- Demonstrativo de Apuração das
Contribuições Sociais; DIPJ- Declaração de Informações Econômico-Fiscais da
Pessoa Jurídica; DIRF- Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte; SPED-
Sistema Público de Escrituração Digital; essas modalidades de declarações têm a
finalidades de apresentar ao governo todos os tributos que as empresas optantes
pelo regime de tributação do lucro presumido recolheram a cada mês ou a cada
trimestre.
Pêgas, (2007, p. 638 ) determina:
Portanto, de forma resumida, é possível afirmar que as obrigações acessórias representam dever administrativo para o contribuinte, como por exemplo, escrituração de livros fiscais e envio de declarações.
Segundo Oliveira et al (2007, p. 29) obrigação acessória será “ cumprimento
de formalidades complementares, destinadas a comprovar a existência e os limites
da operação tributada e a exata observância da legislação aplicável (obrigação acessória).”
Perante a legislação os incisos 2º e 3º do artigo 113 do CTN, que a define: § 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse de arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua observância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária.
Quanto as obrigações tanto as principais quanto as acessórias Pêgas,
(2007, p. 638) determina: A obrigação principal é extinta com o pagamento do tributo. E a partir daí nasce um conjunto de obrigações, decorrentes do cumprimento da obrigação principal. Esse conjunto de obrigações é denominado de OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS.
2.7 DEFINIÇÃO DE REGIME TRIBUTÁRIO;
Regime tributário é a maneira pelo qual as entidades deveram recolher seus
tributos, atualmente no Brasil existem quatro modalidades de regime tributário que
27
são eles: Simples Nacional; Lucro Presumido; Lucro Real e Lucro Arbitrado, cada
modalidade de regime tributário apresenta seus critérios quanto ao cumprimento
das obrigações principais (recolhimento dos tributos) e obrigações acessórias
(informações apresentadas ao fisco).
Simples Nacional- É uma modalidade de regime tributário instituído pela
Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, do qual o contribuinte
deverá recolher sobre a sua receita bruta mensal, os tributos de forma unificada, ou
seja, as entidades optantes por esse regime recolhem IRPJ, IPI, CSLL, COFINS,
Contribuição para o PIS/PASEP, INSS (cota patronal), ICMS, ISSQN em uma única
guia de pagamento, vale lembrar que para cada atividade desenvolvida, existe uma
regra. (LUNELLI, 2011, p. 7).
Lucro Real- Como o próprio nome já diz, Lucro Real é uma modalidade de
tributação do qual a entidade recolhe os tributos sobre o lucro obtido no final de cada
período.
Segundo Oliveira et al, (2007, p. 181):
É o lucro liquido do período apurado na escrituração comercial, denominada lucro contábil, ajustado pelas adições, exclusões e compensações autorizadas pela legislação do Imposto de Renda. Os ajustes do lucro liquido do período de apuração e a demonstração da apuração do lucro real devem ser transcritos no Livro de Apuração do lucro Real (Lalur).
Lucro Arbitrado- Para Lunelli (2011, p. 16) o “arbitramento de lucro é uma
forma de apuração da base de cálculo do imposto de renda utilizada pela autoridade
tributária quando a pessoa jurídica deixa de cumprir as obrigações acessórias
relativas à determinação do lucro real ou presumido.”
Lucro Presumido- É uma forma de regime de tributação, que uma
determinada empresa escolhe para efetuar o recolhimento dos tributos, do qual para
calcular os tributos serão utilizadas apenas as receitas da empresa. Uma empresa
optante pelo Lucro Presumido deverá recolher PIS (Programa de Integração Social);
COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social); IRPJ (Imposto
28
de Renda da Pessoa Jurídica) e CSLL (Contribuição Social Sobre o Lucro Liquido)
sobre sua receita. Conforme o ramo de atividades da empresa será englobado
outros tributos como, por exemplo; se a empresa for de Prestação de Serviços ela
deverá recolher o ISSQN (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza) se for
comercio e efetuar compras fora do Estado ela deverá recolher o ICMS (Imposto
Sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) e sendo indústria a empresa deverá
recolher o IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados) e quando a empresa tiver
funcionário deverá assegurá-los através do pagamento do INSS (Instituto Nacional
de Seguridade Social), FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e
Contribuições Sindicais, vale ressaltar que existem muitas regras quanto ao regime
de tributação com base no Lucro Presumido, porém a regra geral é essa.
O Lucro Presumido é uma forma de tributação que utiliza apenas as receitas
da empresa para apuração do resultado tributável de IR e CSL. Com isso, estes
tributos são calculados por um resultado estimado, encontrado através de
percentuais definidos em lei. PÊGAS, (2007, p. 404)
NEVES, VICECONTI, (2007, p. 16) determinam que:
A pessoa jurídica habilitada à opção pelo regime de tributação com base no lucro presumido deverá manter escrituração contábil nos termos da legislação comercial. Poderá ficar dispensada da escrituração contábil a pessoa jurídica que, no decorrer do ano-calendário, mantiver Livro Caixa, no qual deverá ser escriturada toda a movimentação financeira, inclusive a bancária.
O momento da opção pelo regime de tributação do Lucro Presumido poderá
ser feito quando a empresa é constituída, por opção dos sócios e acionistas da
empresa, porém existem alguns ramos de atividades que não permite a opção por
outro regime de tributação. Quando a empresa for optante por outro regime de
tributação, como por exemplo, do Simples Nacional, a empresa só poderá mudar
seu regime no início do exercício seguinte.
Quanto à opção pelo regime de tributação pelo Lucro Presumido, Lunelli,
(2011, p. 10) determina:
Em princípio, todas as pessoas jurídicas podem optar pelo Lucro Presumido, salvo aquelas obrigadas à apuração do Lucro Real. Contudo, para verificar se esse é o regime mais benéfico para a empresa, necessário realizar simulações, pois caso a empresa tenha valores consideráveis de despesas dedutíveis para o IRPJ, é muito provável que o lucro real seja mais econômico.
29
2.8 PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS EM FORMATO DE
DECLARAÇÃO.
A partir do momento em que uma entidade é constituída, a mesma passa a
ter muitas obrigações perante os órgãos fiscalizadores do governo, que vai desde o
pagamento dos tributos à prestação das informações quanto o devido recolhimento
dos tributos, diante disso serão apresentados a seguir as obrigações que as
entidades optantes pelo lucro presumido deverão apresentar para o governo federal.
2.8.1- DCTF- Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais;
De acordo com sítio RFB (2011), a DCTF é um documento eletrônico que
deve ser entregue a RFB (Receita Federal do Brasil) através do programa gerador
da DCTF, via Certificado Digital (documento eletrônica, que possibilita que as
pessoas físicas e jurídicas possam autenticar documentos por meio eletrônico
através de assinatura digital), através da internet pelo Receitanet, deverá ser
entregue até o 15º ( décimo quinto ) dia do 2º (segundo) mês subseqüente ao mês
de ocorrência dos fatos geradores, nos casos de extinção, incorporação, fusão ou
cisão outros critérios deverão ser seguidos. Para as entidades que tem filiais a
declaração deverá ser transmitida de forma centralizada pela matriz.
Desde que começou a ser exigida, quanto à periodicidade, várias alterações
ocorreram, no início, por exemplo, sua periodicidade era mensal (informações
oacorridas apenas em um mês), após alguns anos passou a ser trimestral (
informações ocorridas durante três meses), a partir de 2005, a DCTF passou a ter
periodicidade mensal ou semestral (informações ocorridas durante seis meses),
atualmente após a última alteração em 27 de novembro de 2009, quanto a
periodicidade a DCTF deverá ser transmitida mensalmente. Seu objetivo é informar
ao governo federal todos os tributos e contribuições que a empresa recolheu ou
deixou de recolher em um determinado período a que ela se refere, essa declaração
abrange a informação do IPI, PIS, COFINS, CSLL, IRPJ e impostos retidos por
terceiros, a apresentação deste informativo está previsto em lei, e a não
apresentação ou apresentação com dados indevidos acarretará em multas, que
variam de R$ 200,00 (duzentos reais) para pessoas jurídicas inativas e de R$
500,00 (quinhentos reais) para as demais situações.
30
As penalidades quanto aos contribuintes que deixarem de apresentar a
DCTF está especificado no art. 7° da Instrução Normativa RFB nº 1.110, de 24 de
dezembro de 2010.
Quanto aos contribuintes obrigados, está especificado de acordo com o
art.2º da Instrução Normativa RFB nº 1.110, de 24 de dezembro de 2010.
Quanto aos contribuintes dispensados, está especificado no art. 3° da
Instrução Normativa RFB nº 1.110, de 24 de dezembro de 2010.
2.8.2- DACON- Demonstrativo de Apuração das Contribuições Sociais
De acordo com sítio RFB (2011), o DACON é uma declaração enviada a
RFB através de um relatório eletrônico, onde neste relatório, será detalhado a
movimentação ocorrida durante o período dentro da empresa para a realização do
cálculo do valor do PIS e COFINS a pagar ou PIS e COFINS a compensar, é uma
obrigação acessória que deverá ser apresentada por todas as entidades que
efetuarem o recolhimento do PIS e COFINS, sendo elas optantes do regime
cumulativo (é aquele no qual se paga o PIS e COFINS sobre o valor do faturamento
bruto- empresas baseadas no regime de tributação do lucro presumido) ou não
cumulativo (é aquele em se paga o PIS E COFINS baseado no valor agregado-
empresas do regime de tributação do lucro real) de contribuição. Quando começou a
ser obrigada, a entrega da DACON era efetuada mensalmente pelas pessoas
jurídicas obrigadas à entrega mensal da Declaração de Débitos e Créditos
Tributários Federais (DCTF) e semestralmente pelas demais pessoas jurídicas,
porém, as empresas poderiam optar pela entrega mensal. Esta declaração deverá
ser apresentada até o 5º (quinto) dia útil do 2º (segundo) mês subseqüente ao mês
de referência, existem outras regras quanto à extinção, incorporação, fusão e cisão
total ou parcial.
A não apresentação do DACON acarretará em varias penalidades, dispostas
segundo art. 7º da Instrução Normativa RFB nº 1.015, de 5 de março de 2010.
Os contribuintes obrigados à entrega do DACON estão especificados
conforme art. 2º da Instrução Normativa RFB nº 1.015, de 5 de março de 2010.
31
Quanto aos contribuintes dispensados da entrega do DACON, está
especificado conforme art. 3º da Instrução Normativa RFB nº 1.015, de 5 de março
de 2010, de.
Existem regras quanto à forma de apresentação do DACON conforme
especificado no art.5º da Instrução Normativa RFB nº 1.015, de 5 de março de 2010.
2.8.3- DIPJ- Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica;
Conforme o sítio da RFB, (2011) a DIPJ é uma declaração enviada pelas
pessoas jurídicas a RFB, através do programa gerador do arquivo disponibilizado
pela RFB, sua transmissão será através do programa Receitanet, por meio de
assinatura digital mediante certificado válido do qual deverá ser apresentada
anualmente, compreendendo o resultado das operações do período de 01 de
janeiro a 31 de dezembro do ano anterior à da declaração, o prazo de entrega será
especificado através de Instrução Normativa estabelecida pela RFB conforme o ano
calendário.
Segundo Lunelli (2011, p. 50) a “DIPJ contém informações sobre os
seguintes impostos e contribuições devidos pela pessoa jurídica: Imposto sobre a
Renda Pessoa Jurídica - IRPJ; Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI;
Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR; Contribuição Social sobre o
Lucro Líquido - CSLL; Contribuição PIS/PASEP; Contribuição Social para o
Financiamento da Seguridade Social - COFINS. ’’
As penalidades para os contribuintes que deixarem de enviar esta
declaração no prazo estabelecido ou transmiti-la com incorreções ou omissões está
prevista conforme art. 6º da Instrução Normativa RFB nº 1.028, de 30 de abril de
2010.
Quanto aos contribuintes obrigados a transmitir esta declaração está
especificado no art.1º da Instrução Normativa RFB nº 1.028, de 30 de abril de 2010.
A obrigatoriedade de transmissão da DIPJ não se aplica aos contribuintes,
conforme estabelecidos no § 1º do art. 1º da Instrução Normativa RFB nº 1.028, de
30 de abril de 2010.
32
2.8.4- DIRF- Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte
Conforme disponibilizado no sítio RFB, (2011), a DIRF é uma declaração
anual enviada a RFB, pela fonte pagadora do imposto de renda retido na fonte, ou
seja, todos sendo pessoas físicas ou jurídicas que houver pagado ou creditado
rendimentos em algum período do ano calendário da declaração. Para geração do
arquivo utiliza-se um programa disponibilizado pela RFB, a entrega deverá ser feita
através do programa Receitanet também disponibilizada pela RFB, sendo que a
partir do ano calendário de 2010 para as pessoas jurídicas exceto para as pessoas
jurídicas optantes pelo regime de tributação baseado no Simples Nacional, é
obrigatória a transmissão através de assinatura digital mediante certificado digital
válido, quanto ao período de entrega será especificado através de instrução
normativa instituído pela RFB, conforme o ano calendário. Esta declaração abrange
o valor do imposto de renda e/ou contribuições retidas na fonte, dos rendimentos
pagos ou creditados para seus beneficiários; o pagamento, crédito, entrega emprego
ou remessa a residentes ou domiciliados no exterior, ainda que não tenha havido a
retenção do imposto, inclusive nos casos de isenção ou alíquota zero; os
rendimentos isentos e não-tributáveis de beneficiários pessoas físicas e jurídicas
domiciliadas no País e os pagamentos a plano de assistência à saúde – coletivo
empresarial.
Referente às penalidades quando o declarante deixa de entregar ou exceder
o prazo de entrega ou entregar dados incorretos ou omitir alguma informação está
especificados no art. 1° da Instrução Normativa SRF nº 197, de 10 de setembro de
2002.
Estarão obrigados a entregar a DIRF as pessoas jurídicas e físicas que
houver creditado ou pagado rendimentos que tenha sofrido retenção de imposto
sobre a renda na fonte durante qualquer período do ano calendário que abrange a
declaração, de acordo com o estabelecido nos artigos. 1° e 2º da Instrução
Normativa RFB nº 1.033, de 14 de maio de 2010.
Quanto às regras de preenchimento da DIRF e as informação que deveram
constar nesta declaração está especificado no capítulo V da Instrução Normativa
RFB nº 1.033, de 14 de maio de 2010.
33
2.8.5- SPED- Sistema Público de Escrituração Digital
Segundo o sítio do SPED, o Sistema Público de Escrituração Digital é um
moderno sistema que visa de uma única vez recepcionar as diversas modalidades
de obrigações acessórias em um único arquivo em única declaração, seu
preenchimento será através de um programa gerador do arquivo disponibilizado
gratuitamente pelo sítio do Sped, ou poderá ser formulado através de sistemas
internos de Software nas entidades obrigadas, sua transmissão será através de
assinatura digital utilizando-se certificado válido, o período de sua entrega será no
15º (décimo quinto) dia do mês subseqüente a ocorrência do fato gerador.
Possibilitando com as parcerias fisco-empresas, planejamento e
identificação de soluções antecipadas no cumprimento das obrigações acessórias
em face às exigências a serem requeridas pelas administrações tributárias. Quanto
aos obrigados a transmitir essa declaração não foi especificado em lei, ocorre que a
partir da obrigatoriedade da emissão da NF-e depois de alguns meses surge à
obrigatoriedade, o contribuinte será notificado via e-mail, através do endereço
cadastrado perante ao Estado. Sua administração compete ao Governo Federal em
parceria com os Governos Estaduais e Municipais.
De acordo com disposto no Art.2º do Decreto nº 6.022, de 22 de janeiro de
2007, o Sped é:
Art. 2º- O Sped é instrumento que unifica as atividades de recepção, validação, armazenamento e autenticação de livros e documentos que integram a escrituração comercial e fiscal dos empresários e das sociedades empresárias, mediante fluxo único, computadorizado, de informações.
CAPÍTULO III
METODOLOGIA
3.1 METODOLOGIA DA PESQUISA
A monografia foi desenvolvida através de pesquisas bibliográficas,
utilizando-se de meios em pesquisas em livros, legislação federal e sites
governamentais, buscando referência teórica possibilitando a obtenção de
informações sobre a avaliação como um processo de conhecimento.
A pesquisa quanto aos objetivos, se caracteriza como sendo bibliográfica
descritiva e qualitativa, uma vez que os dados coletados e analisados permitirão
abordar as principais obrigações acessórias em formato de declarações das
entidades optantes pelo regime de tributação do lucro presumido e qual sua
finalidade.
Deslandes, Gomes e Minayo (2007, p. 14), entendem por metodologia “ o
caminho do pensamento e a pratica exercida na abordagem da realidade. Ou seja, a
metodologia inclui simultaneamente a teoria da abordagem (o método), os
instrumentos de operacionalização do conhecimento (as técnicas) e a criatividade do
pesquisador (sua experiência, sua capacidade pessoal e sua sensibilidade).”
Metodologia para Silva (2003, p. 25), é “o estudo do método na busca de
determinado conhecimento”.
3.1.1 MÉTODO
Para Trujillo (1974, p. 24) apud Marconi e Lakatos (2006, p. 44), método é “a
forma de proceder ao longo de um caminho. Na ciência os métodos constituem os
instrumentos básicos que ordenam de inicio os pensamentos em sistema, traçam de
modo ordenado a forma de proceder ao cientista ao longo de um percurso para
alcançar um objetivo”.
SILVA (2003, p. 39) entende método como sendo “etapas dispostas
ordenadamente para investigação da verdade, no estudo de uma ciência para atingir
determinada finalidade [...]”
35
3.2 CONCEITOS DE PESQUISA
Deslandes, Gomes e Minayo (2007, p. 16), entendem por pesquisa como
sendo “a atividade básica da ciência na sua indagação e construção da realidade. É
a pesquisa que alimenta a atividade de ensino e a atualiza frente a realidade do
mundo. Portanto, embora seja uma pratica teórica, a pesquisa vincula pensamento e
ação”.
Cervo e Bervian (2002, p. 64), descreve pesquisa como “uma atividade
voltada para a solução de problemas teóricos ou práticos com o emprego de
processos científicos.”
Existem inumeráveis tipos de pesquisas, onde cada tipo de pesquisa possui,
além do núcleo comum de procedimentos, suas peculiaridades próprias. (CERVO;
BERVIAN, 2002, p. 65).
A pesquisa deste trabalho caracteriza-se por bibliográfica, pois os dados
coletados foram através de livros, legislação federal e informações de site
governamentais, e descritiva qualitativa, pois descreve as características dos dados
coletados e seus significados.
3.2.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA
A pesquisa bibliográfica é aquela que procura explicar um problema a partir
de referências teóricas publicadas em documentos. Pode ser realizada
independentemente ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental, busca
conhecer e analisar as contribuições culturais ou cientificas do passado existentes
sobre um determinado assunto, tema ou problema. (CERVO; BERVIAN, 2002, p.
65).
Para Silva, (2003, p. 60) “essa pesquisa explica e discute um tema ou
problema com base em referencias teóricas já publicadas em livros, revistas,
periódicos, artigos científicos etc.”
36
3.2.2 PESQUISA DESCRITIVA
As pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das
características de determinada população ou fenômeno, ou então, o
estabelecimento de relações entre variáveis, suas características mais significativas
está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, através de
questionários e observação sistemática. (GIL, 2008, p. 42).
Para Cervo e Bervian, (2002, p. 66) a pesquisa descritiva “observa, registra,
analisa e correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-los.”
3.2.3 PESQUISA QUALITATIVA
A pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares. Ela se
preocupa nas Ciências Sociais com um nível de realidade que não pode ou não
deveria ser quantificado. Ou seja, ela trabalha com o universo dos significados, dos
motivos, das aspirações, das crenças, dos valores e das atitudes. (DESLANDES;
GOMES; MINAYO, 2007, p. 21)
Segundo Nagel (1978, p. 84-93) apud Marconi e Lakatos (2006, p. 109) a
análise qualitativa “aborda a distinção entre leis e teorias do ponto de vista de sua
característica qualitativas: a possibilidade de as primeiras a, denomina de leis
experimentais, formularem relações entre características observáveis, ou
experimentalmente determináveis de um objeto de estudo ou classe de fenômenos,
ao contrario das segundas, denominadas “leis teóricas” ou, simplesmente, “teoria”.
3.3 COLETAS DE DADOS
Para inicializar a coleta de dados, os materiais utilizados foram
bibliográficos, através de livros, materiais eletrônicos e legislação, possibilitando a
elaboração do referencial teórico, com a intenção de responder o problema proposto
sobre as principais obrigações acessórias em formato de declaração das entidades
optantes pelo regime de tributação do lucro presumido perante o governo federal.
37
3.4 LIMITAÇÕES DA PESQUISA
A limitação da pesquisa se deu pela dificuldade em encontrar material atualizado,
através livros.
CAPÍTULO IV
ANÁLISE DE CONTEÚDO
4. 1 ANÁLISE DE CONTEÚDO.
A Contabilidade e o Direito são duas ciências que caminham juntas, pois o
Direito e sua ciência têm a função de disciplinar as diversas normas jurídicas
vigentes num país, dentro destas normas está o direito tributário que é utilizado pela
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, formando assim o Sistema Tributário
Nacional de cada ente, sistema esse que tem a função de criar e disciplinar as
formas de tributos sempre obedecendo aos Princípios Constitucionais Tributários,
estabelecido pela legislação e fiscalizar a arrecadação e distribuição das receitas,
que são destinadas a garantir os princípios básicos a todo cidadão, que é o direito a
saúde, educação e segurança. Por sua vez entra o ramo da Contabilidade Tributária,
ciência, que tem por objetivo estudar e controlar as obrigações tributárias das
entidades, tanto as obrigações principais (recolhimento dos tributos) quanto às
obrigações acessórias (transmissão das declarações, elaboração dos livros fiscais e
contábeis e apuração dos demonstrativos contábeis), que é a ferramenta
fundamental para o adequado planejamento tributário, pois possibilita ao usuário
estudar e controlar as obrigações tributárias das entidades, o profissional deste ramo
deverá estar atento às diversas alterações que ocorrem com a Legislação Tributária,
este conhecimento possibilitará ao profissional gerenciar as diferentes obrigações
incidentes sobre as atividades das entidades, elaborando assim um planejamento
tributário adequado, que além de proporcionar uma carga tributária reduzida através
da escolha adequada do regime tributário em que a entidade deverá atuar,
possibilitará que as penalidades perante o governo sejam evitadas.
O governo no intuito de arrecadar suas receitas através da cobrança dos
tributos estabelece as formas de arrecadação especificadas por regimes tributários,
que atualmente no Brasil existem quatro formas destinadas as pessoas jurídicas:
Lucro Real, Lucro Presumido, Lucro Arbitrado e o mais recente Simples Nacional, e
para as pessoas físicas o EI (Empreendedor Individual).
39
A partir do momento em que uma entidade é constituída a mesma deverá
cumprir com todas as exigências estabelecidas pela legislação, que vai desde o
recolhimento dos tributos ao cumprimento das obrigações acessórias.
As obrigações acessórias criadas pelos sistemas tributários dos entes
fiscalizadores do governo são obrigações que as entidades devem cumprir, elas
apresentam vários formatos, em formato de declaração, de livros e em formato de
demonstrativos contábeis, essas obrigações são exigidas pelo governo,
principalmente no intuito de conseguir fiscalizar o devido recolhimento dos tributos
pelos contribuintes, do qual para cada localização existe um órgão fiscalizador, ou
seja, Governo Federal, Estadual e Municipal.
São inúmeras formas de obrigações acessórias em formato de declarações,
algumas sobre a administração da Secretaria de Fazenda( GIA-ICMS, SINTEGRA),
do Ministério do Trabalho (RAIS, CAGED, GEFIP) e da Receita Federal do Brasil
(DCTF, DACON, DIPJ, DIRF, SPED) dentre outros, para cada regime tributário
existem suas próprias regras. Para as entidades optantes pelo regime de tributação
baseado no lucro presumido serão especificadas suas modalidades de obrigações
acessórias em formato de declaração, que foi foco desta pesquisa.
A DCTF é uma obrigação em formato de declaração exigida das entidades
optantes pelo regime de tributação do lucro presumido, enviada ao servidor da RFB,
com a finalidade de apresentar informação quanto ao recolhimento do IPI, PIS,
COFINS, CSLL, IRPJ e impostos retidos por terceiros. Como observado no quadro
1.1.
40
Quadro 1. 1 Visão Geral da DCTF.
Fonte: Elaborada pela pesquisadora.
A DACON, também é uma declaração enviada ao servidor da RFB, onde
sua finalidade é apresentar de forma detalhada a movimentação ocorrida durante o
período dentro da entidade para a realização do cálculo do valor do PIS e COFINS a
pagar ou PIS e COFINS a compensar, podendo ser observado no quadro 1.2.
Quadro 1. 2 Visão Geral da DACON.
Figura 1
Fonte: Elaborada pela pesquisadora.
DCTF
MENSAL15 (décimo
quinto) dia do 2º(segundo) mês subsequente ao
mês de ocorrencia dos fatos geradores
PIS
COFINS
CSLL
IRPJ
Impostos retidos por terceiros
DACON
MENSAL5 (Quinto) dia utíl do 2
(Segundo) mês subsequente ao mês de
referência.
PIS
COFINS
41
A DIPJ é uma declaração enviada pelas pessoas jurídicas ao servidor da
RFB, com a finalidade de apresentar o resultado das operações do período de 01 de
janeiro a 31 de dezembro do ano anterior à da declaração, podendo ser analisado
no quadro 1.3.
Quadro 1. 3 Visão Geral da DIPJ.
Fonte: Elaborada pela pesquisadora.
A DIRF é outra declaração enviada pelas pessoas jurídicas, com o objetivo
de apresentar o valor do imposto de renda e/ou contribuições retidas na fonte, como
se observa no quadro 1.4.
Quadro 1. 4 Visão Geral da DIRF.
Fonte: Elaborada pela pesquisadora.
DIPJ
ANUALprazo de entrega será especificado
atraves de IN conforme o ano
calendário
IRPJ
CSLL
IPI
ITR
PIS/PASEP
COFINS
DIRF
ANUAL prazo de entrega será
especificado através de IN, conforme o ano
calendário
Imposto de Renda e/ou contribuições retidos
na fonte
42
O SPED é um moderno sistema que visa de uma única vez recepcionar as
diversas modalidades de obrigações acessórias em um único arquivo em única
declaração, sobre a administração do Governo Federal em parceria com os
Governos Estaduais e Municipais.
Quadro 1. 5 Visão Geral do SPED.
Fonte: Elaborada pela pesquisadora.
SPED
MENSAL 15º(décimo quinto) dia do mês subsequente a ocorrência dos fatos
geradores
Diversas modalidades de obrigações
acessórias em um único arquivo em única
declaração
CAPÍTULO V
CONCLUSÃO
5.1 CONCLUSÃO.
Em seu contexto geral as obrigações acessórias apresentam vários
formatos, cada destinada ao seu órgão fiscalizador, ou seja, governo Federal,
Estadual e Municipal, tendo como objetivo principal a fiscalização das entidades
para o devido recolhimento dos tributos e fiscalização de possíveis fraudes.
O Governo Federal em sua esfera exige das entidades sendo ela de
qualquer regime tributário o cumprimento das obrigações acessórias, em formato de
declarações, de livros e demonstrativos contábeis. Como o foco desta pesquisa foi
às principais obrigações acessórias em formato de declaração perante o Governo
Federal das entidades optantes pelo lucro presumido, todos os objetivos foram
alcançados, pois as principais obrigações são: DCTF uma modalidade de
declaração exigida das entidades optantes do lucro presumido que tem a finalidade
de apresentar informações quanto ao recolhimento do IPI, PIS, COFINS, CSLL,
IRPJ e impostos retidos por terceiros; DACON, outra declaração onde sua finalidade
é apresentar de forma detalhada a movimentação ocorrida durante o período dentro
da entidade para a realização do cálculo do valor do PIS e COFINS a pagar ou PIS e
COFINS a compensar, a DIPJ outra declaração que tem a finalidade de apresentar o
resultado das operações do período de 01 de janeiro a 31 de dezembro do ano
anterior à da declaração; a DIRF uma declaração com o objetivo de apresentar o
valor do imposto de renda e/ou contribuições retidas na fonte e por fim o SPED um
moderno sistema que visa de uma única vez recepcionar as diversas modalidades
de obrigações acessórias em um único arquivo em única declaração, sua intenção é
simplificar a vida dos contribuintes, pois a entidade obrigada deixará de entregar
várias declarações e sim uma única, sua administração pertence ao Governo
Federal em parceria com os Governos Estaduais e Municipais. Desde já recomendo
este assunto para os futuros acadêmicos, pois o assunto é bastante amplo, visto que
as obrigações apresentam vários formatos; de declarações (o acadêmico poderá
aprofundar nas obrigações perante o Estado, ou do Município, perante o Ministério
44
do Trabalho etc...) de livros (fiscais e contábeis) e em formato de
demonstrativos contábeis (Balanço Patrimonial, Demonstrativo do Resultado do
Exercício...).
45
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Livros
CERVO. Armando Luiz; BERVIAM, Pedro Alcino. Metodologia cientifica. 5ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2002. DESLANDES, Suely Ferreira; GOMES, Romeu; MINAYO, Cecilia de Souza. Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. 25ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007. FABRETTI, Láudio Camargo. Contabilidade Tributaria. 10ª ed. São Paulo: Atlas, 2006. ________, Láudio Camargo. Contabilidade Tributaria. 9ª ed. São Paulo: Atlas, 2005. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª Ed. São Paulo: Atlas 2008. IUDICIBUS, Sergio de; MARION, José Carlos. Introdução à teoria da contabilidade para nível de graduação. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 2006. LUNELLI, Reinaldo Luiz. Manual de obrigações tributárias acessórias. Obra eletrônica - edição atualizável 2011-Portal Tributário. 2011. MARCONI, Mariana de Andrade, LAKATOS, Eva Maria. Metodologia científica. 4ª ed. – 3ª. São Paulo: Atlas, 2006. NEVES, Silvério das, VICECONTI, Paulo Eduardo V. Contabilidade Avançada e Análise das Demonstrações Financeiras. 15ª ed. São Paulo: Frase Editora, 2007. OLIVEIRA, Luís Martins de. Manual de contabilidade tributária / Luis Martins de Oliveira... [et al.]. – 6. ed. São Paulo: Atlas, 2007. PÊGAS, Paulo Henrique. Manual de contabilidade tributária. 5ª ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2007. SILVA, Antônio Carlos Ribeiro de. Metodologia da pesquisa aplicada á contabilidade: orientações de estudos, projetos, relatórios, monografias, dissertações, teses. 2ª ed. São Paulo: Atlas 2003. Material da Internet BRASIL, Receita Federal do. DCTF. Disponível em: http://www.receita.fazenda.gov.br/GuiaContribuinte/DCTF/default.htm. Acesso em 20 de set. de 2011.
46
BRASIL, Receita Federal do. DACON. Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/Dacon/InfoGerais/OrienGerais.htm>. Acesso em 23 de set. de 2011. BRASIL, Receita Federal do. DIPJ. Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/DIPJ/2011/PergResp/default.htm>. Acesso em 23 de set. de 2011. BRASIL, Receita Federal do. DIRF. Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/TextConcat/Default.asp?Pos=1&Div=PessoaJuridica/dirf/2011/Perguntas/ >. Acesso em 24 de set. de 2011. BRASIL, Receita Federal do. SPED. Disponível em: <http://www1.receita.fazenda.gov.br/sobre-o-projeto/apresentacao.htm>. Acesso em 26 de set. de 2011. BRASIL, Receita Federal do. IN RFB nº 1.110, de 24 de dezembro de 2010. Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/ins/2009/in9742009.htm>. Acesso em 20 de set. de 2011. BRASIL, Receita Federal do. IN RFB nº 1.015, de 5 de março de 2010. Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/ins/2010/in11102010.htm>. Acesso em 23 de set. de 2011. BRASIL, Receita Federal do. IN RFB nº 1.028, de 30 de abril de 2010. Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/ins/2010/in10282010.htm>. Acesso em 23 de set. de 2011. BRASIL, Receita Federal do. IN RFB nº 1.033, de 14 de maio de 2010. Disponível em:< http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/ins/2010/in10332010.htm >. Acesso em 24 de set. de 2011. BRASIL, Receita Federal do. IN SRF nº 197, de 10 de setembro de 2002. Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/ins/2002/in1972002.htm>. Acesso em 07 de out. de 2011. BRASIL, Receita Federal do. Decreto nº 6.022, de 22 de janeiro de 2007. Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/Decretos/2007/dec6022.htm>. Acesso em 26 de set. de 2011.