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GESTÃO DE CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
INTRODUÇÃO
Uma vez divulgado o resultado da licitação e
encerrado o procedimento licitatório, surge, para
a administração, a faculdade de convocar o
vencedor para firmar o contrato ou instrumento
equivalente.
CONTRATO ADMINISTRATIVO
Os contratos administrativos estão subordinados:
à Lei 8.666/93;
às cláusulas definidas no edital;
aos preceitos de direito público;
supletivamente, aos princípios da teoria geral dos
contratos e às disposições de direito privado.
(art. 54)
CLÁUSULAS NECESSÁRIAS
Todo contrato administrativo tem cláusulas
essenciais ou necessárias, que fixam o objeto da
avença e estabelecem as condições para sua
execução, complementam e esclarecem a
vontade das partes.
A Lei 8.666/93 relacionou, exemplificativamente, 13
cláusulas consideradas necessárias (art. 55, I a
XIII).
CLÁUSULAS NECESSÁRIASCláusulas cuja ausência pode conduzir à nulidade do contrato:
I – Objeto do contrato.
II – Regime de execução ou forma de fornecimento (art. 6).
III – Preço, condições de pagamento e de reajuste (art. 4).
IV – Prazos contratuais (art. 57).
VII – Direitos e responsabilidades das partes
(contrato bilateral) – penalidades e multas (art. 87).
CLÁUSULAS NECESSÁRIAS
V – Especificação dos recursos orçamentários (previsão
de recursos orçamentários).
VI – Garantias (art. 56).
VIII – Casos de rescisão (art. 78).
IX – Direitos da Administração em casos de rescisão (art.
80).
CLÁUSULAS NECESSÁRIAS
X – Importação de bens (moeda em que se
realizará a operação e a taxa para conversão
para moeda estrangeira).
XI – Vinculação ao ato convocatório.
XII – Legislação aplicável em casos omissos.
XIII – Requisitos e exigências da habilitação.
GARANTIA
É uma das faculdades que a Administração Pública
servindo para assegurar o cumprimento de seu
contrato; cabendo ao contratado optar por uma das
modalidades de garantia.
(art. 56, caput, e § 1º)
ESPÉCIES DE GARANTIAS
Caução – garantia em dinheiro, ou em títulos da
dívida pública (caução real) – (Lei 11.079/04).
Seguro-garantia – é uma apólice de seguro.
Fiança bancária – o banco é solidário com o
contratado até o limite da responsabilidade da
fiança.
GARANTIA
A lei limita o valor da garantia, que não poderá
exceder a 5% ou 10%, conforme o caso, do valor do
contrato, e será liberada ou restituída após a
execução do contrato e, quando em dinheiro,
atualizada monetariamente.
(art. 56, §§ 2º, 3º e 4º).
CLÁUSULAS IMPLÍCITAS
Também constam em todo contrato administrativo,
mesmo que não estejam descritas no instrumento
contratual, por serem próprias da natureza do
ajuste público.
(art. 58)
CLÁUSULAS IMPLÍCITASA administração tem a prerrogativa de:
Alteração unilateral do contrato (limites = interesse
público/direitos do contratado).
Rescisão unilateral pela administradora do contrato (art.
79,I).
Fiscalização da execução do contrato.
Aplicação das sanções (art. 77 e seg.).
Ocupação cautelar de instalações (art. 80, II), serviços
essenciais.
FORMALIZAÇÃO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO
Termo de contrato registrado – obrigatório no caso
de concorrência e tomada de preço (dispensa e
inexigibilidade), cujo valor corresponder às
modalidades citadas:
- em livro próprio;
- no processo da respectiva licitação ou da
dispensa;
- em escritura pública (imóveis).
(arts. 60 e 62)
INSTRUMENTO CONTRATUAL
Outros documentos hábeis – contratos
resultantes das demais modalidades de licitação
(convite):
- carta-contrato;
- nota de empenho de despesa;
- autorização de compra ou ordem de
execução de serviço.
(art. 62)
INSTRUMENTO CONTRATUAL
Contrato verbal – regra geral, é nulo e de
nenhum efeito. Exceção: pequenas compras de
pronto pagamento, não superiores a 5% do
limite estabelecido no artigo 23, II, “a”, feitas
em regime de adiantamento, hoje em torno de
R$ 4 mil (Lei 9.648, de 27 de maio de 1998).
(art. 60, parágrafo único)
INSTRUMENTO CONTRATUAL
Dispensa ou substituição do “termo de
contrato” – Nos casos de compra (qualquer valor)
com entrega imediata e integral dos bens
adquiridos, dos quais não resultem obrigações
futuras, inclusive assistência técnica.
(art. 62, § 4º)
NOS CASOS EM QUE FOI DISPENSADA OU INEXIGÍVEL A LICITAÇÃO, HÁ CONTRATO ?
A decisão deve atender aos termos do ato que
autorizou a dispensa ou sua inexigibilidade e a
respectiva proposta.
(art. 54, § 2º)
ASSINATURA DO CONTRATO
O edital deve estabelecer o prazo para assinatura do
contrato, que pode ser prorrogado uma vez, por
igual período, quando solicitado pela parte, desde
que justificado o motivo e aceito pela Administração.
Também deve ocorrer antes de expirado o prazo
estabelecido no edital.
(art. 64, § 1º)
ASSINATURA DO CONTRATOSe o licitante vencedor não assinar o termo de contrato, ou
não aceitar, ou retirar o instrumento no prazo, é facultado à
Administração:
- Convocar os licitantes remanescentes;
- Revogar a licitação.
(art.64, § 2º)
Se passar mais de 60 dias da data da entrega da proposta,
sem convocação para a contratação, o licitante fica liberado
do compromisso. (art. 64, § 3º)
PUBLICIDADE
A regra é decorrência direta do princípio
constitucional, devendo ser observada no processo
licitatório e no contrato administrativo.
(art. 37 da Constituição Federal)
PUBLICAÇÃO DO CONTRATO
É condição de eficácia. O instrumento contratual
somente produzirá efeitos, via de regra, após
publicado na imprensa oficial.
Não é necessária a publicação integral, bastando
divulgar sua notícia resumida na imprensa oficial
(extrato), com os nomes das partes, o objeto e o
valor do ajuste.
PUBLICAÇÃO DO CONTRATO
O prazo para publicação é de até 20 dias, contados
do quinto dia útil do mês seguinte ao da data da
assinatura.
(art. 61, parágrafo único)
ACESSO E EMISSÃO DE CERTIDÃO OU CÓPIA AUTENTICADA
A administração não pode se recusar a fornecer
informações e cópias dos procedimentos
licitatórios.
(art. 63)
PRAZOS CONTRATUAIS
São extintivos do ajuste;
Condicionam as etapas da execução;
Prorrogação;
Sua inobservância pode conduzir à inadimplência, ou,
mesmo, à inexecução contratual.
PRAZOS CONTRATUAIS
Devem ser diferenciados no que diz respeito à sua
duração e à sua vigência.
DURAÇÃO
É o limite de tempo, estabelecido em contrato, para
a entrega da obra, do serviço ou da compra, que,
se não cumprido, torna o contratado inadimplente.
VIGÊNCIA
É o período em que o contrato tem validade.
Tem início com a formalização do contrato (data,
assinatura e publicação), salvo se outra posterior
estiver contemplada.
PRAZO DE VALIDADE DO CONTRATO
Regra – vigência no ano civil (1 de janeiro a 31 de
dezembro).
Veda – contratos sem prazo determinado (art. 57, §
3).
PRAZO DE VALIDADE DO CONTRATO
Exceção
Projetos contemplados nas metas estabelecidas
no Plano Plurianual – quatro anos (art. 57, I);
Serviços – forma continua – 60 meses + 12 meses
(art. 57, II, c/c § 4º);
Aluguel de equipamento e programas de
informática – 48 meses (art. 57, IV).
PRORROGAÇÃO
É o prolongamento da vigência do contrato além do
prazo inicial, no mesmo contrato e nas mesmas
condições anteriores.
Essa extensão de vigência, é admitida sem
licitação, desde que prevista expressamente
no edital e no instrumento original.
CONDICIONANTES DA PRORROGAÇÃO
Alterações das condições contratuais pela Administração
(art. 57, § 1º, I, III e IV);
alteração do projeto ou especificações;
interrupção da execução do contrato ou diminuição do
ritmo de trabalho;
aumento das quantidades (nos limites da lei).
Caso fortuito ou força maior (art. 57, § 1º, II);
Ato ou fato de terceiro (art. 57, § 1º, V);
Inadimplemento da Administração (art. 57, § 1ºº, VI).
NULIDADE
As conseqüências da nulidade impedem os efeitos jurídicos que
ele deveria produzir, além de desconstituírem os já produzidos.
Vícios :
na licitação (art. 49, § 2º);
na contratação (art. 59).
Espécie de vícios no contrato
Hipóteses de anulabilidade (contratada);
Hipóteses de nulidade (art. 59).
NULIDADE
Invalidação do contrato – princípio do prejuízo – na ausência
de prejuízo ao interesse público, não ocorre a invalidação.
Responsabilidade civil do Estado – a nulidade não exonera a
Administração do dever de indenizar o contratado, pelo que
houver executado até aquela data e por outros prejuízos
comprovados, desde que tenha sido comprovada sua boa-fé:
enriquecimento sem causa (administração) e responsabilidade
de quem deu causa (art. 59, parágrafo único).
ALTERAÇÃO CONTRATUAL
Unilateralmente, pela Administração:
alteração do projeto ou de suas especificações;
modificações quantitativas (25%) – (art. 65, § 1º).
Ao particular restará, se for o caso, eventual indenização
pelos danos que vier a suportar.
ALTERAÇÃO CONTRATUAL
Consensual:
substituição da garantia;
substituição do regime de execução ou modo de
fornecimento;
alteração das condições de pagamento;
recomposição do equilíbrio econômico-financeiro.
EQUILÍBRIO CONTRATUAL
As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos
contratos administrativos somente poderão ser alteradas com
a anuência do contratado. (art. 58, § 1º)
No caso da alteração unilateral do contrato, para adequação
às finalidades de interesse público (art. 58, I), é garantido ao
contratado a revisão do equilíbrio econômico-financeiro. (art.
58, § 2º)
REAJUSTE
É a majoração dos valores unitários ou de parte do valor
global contratado, para compensar a inflação e atender às
elevações do mercado, decorrentes da desvalorização da
moeda ou do aumento geral de custos no período da
execução.
Como se trata de exceção, há que ser expressamente
previsto pelas partes e delimitados nos seus índices
correcionais, no instrumento inicial do contrato.
REAJUSTE
A Lei 10.192/2001, que dispõe sobre as medidas
complementares ao Plano Real, estabelece que, nos contratos
com prazo de duração igual ou superior a um ano, é admitida
a possibilidade de reajuste por índices de preços gerais,
setoriais, ou por índices que reflitam o custo dos insumos
utilizados nos contratos; e que a periodicidade de
reajustamento não pode ser inferior a um ano.
REAJUSTE
A Lei 10.192/2001 (art. 3º, parágrafo único) dispõe
que a periodicidade de um ano a que se refere à
lei, será contada a partir da data da proposta ou
do orçamento a que esta se referir.
REAJUSTE
É uma conduta contratual autorizada por lei,
facultando às partes adotá-lo ou não, segundo as
conveniências da Administração, em cada
contrato que for firmado.
REAJUSTE
Não é uma imposição legal, mas sim uma
faculdade concedida à Administração de incluir a
cláusula de reajustamento de preço em seus
ajustes, quando julgar necessário para evitar o
desequilíbrio financeiro no contrato (art. 93, art.
40, XI c/c os arts. 55, III, e 65, II, “d”, e § 6o).
REAJUSTE
Devem estar previstos no contrato:
- O reajustamento dos preços;
- Os índices de correção;
- A fórmula, estabelecida em norma legal ou
regulamentar da respectiva Administração contratante.
Calculado o reajustamento devido, adita-se o contrato ou se
consignam simplesmente os novos preços, com a
demonstração dos respectivos cálculos, na forma
estabelecida no contrato ou na legislação pertinente.
REVISÃO CONTRATUAL
É a recomposição extraordinária de preços.
Não confundir com reajustamento contratual de
preços.
REVISÃO CONTRATUAL
A revisão contratual pode ser:
1. Por interesse da própria Administração –
surge quando o interesse público exige a
alteração do projeto ou dos processos técnicos de
sua execução, com aumento dos encargos
ajustados.
REVISÃO CONTRATUAL
Limites de alteração do contrato – é facultado à administração
pública, nas mesmas condições contratuais:
-Acrescer ou suprimir em até 25% – nas obras, serviços ou
compras;
-Acrescer até 50% – no caso particular de reforma de edifício
ou de equipamentos. (art. 65, § 1º)
REVISÃO CONTRATUAL
2. Superveniência de fatos novos – quando sobrevêm atos
do Governo, ou fatos materiais imprevistos e imprevisíveis
pelas partes, que dificultam ou agravam o prosseguimento
e a conclusão do objeto do contrato, por obstáculos
intransponíveis em condições normais de trabalho, ou por
encarecimento extraordinário das obras e serviços a cargo
do contratado.
REVISÃO CONTRATUAL
Nessa categoria de atos e fatos ensejadores da revisão do
contrato, entram as chamadas teoria da imprevisão:
Caso fortuito – evento decorrente da vontade do homem,
que repercute negativamente na execução do contrato, como
greve, rebeliões, conturbações sociais, etc.
Força maior – evento decorrente da força da natureza que,
por ausência de qualquer intenção das partes, impõe
obstáculo à execução regular do contrato. Exemplo:
enchentes, inundações, tufões, etc.
REVISÃO CONTRATUAL
Fato do príncipe – é todo ato geral, imprevisível, do Poder Público
que, incidindo indireta ou reflexamente no contrato, onera de
modo substancial a sua execução, ou impõe obrigação
insuportável para o contratado. Exemplo: Aumento do IPI de
produtos cujo fornecimento tenha sido contratado.
Fato da administração – é o ato da Administração que, incidindo
diretamente sobre o contrato, impede sua regular execução,
equiparando-se, nos efeitos, à força maior, como por exemplo, na
interrupção prolongada e imotivada de pagamentos devidos ao
contratado ou a não-liberação de área, local ou objeto necessário à
execução do contrato.
REVISÃO CONTRATUAL
Interferências imprevistas – ocorrência de fatos materiais
imprevistos, mas existentes ao tempo da celebração do
contrato.
É a descoberta de obstáculos materiais, naturais ou
artificiais, depois de iniciada a execução do contrato,
embora sua existência seja anterior ao ajuste, mas só
revelada com as obras ou serviços em andamento.
EXECUÇÃO DO CONTRATO
Executar o contrato é cumprir as suas cláusulas segundo a
comum intenção das partes no momento de sua celebração.
A execução do contrato refere-se:
à realização de seu objeto;
aos prazos combinados;
à perfeição técnica dos trabalhos;
às condições de pagamento; e
a tudo o mais que for estabelecido no ajuste.
RECEBIMENTO DO OBJETO DO CONTRATO
Constitui a etapa final da execução de todo ajuste
administrativo para a liberação do contrato.
Esse recebimento pode ser provisório ou definitivo.
RECEBIMENTO PROVISÓRIO
Obras e serviços – recebimento mediante termo
circunstanciado, assinado pelas partes, até 15 dias da
comunicação escrita do contratado.
Aquisição de equipamentos de grande vulto –
recebimento mediante termo circunstanciado.
Compra ou locação de equipamentos – recebimento
mediante recibo, para verificação da conformidade do
material com a especificação (art. 73, I, “a” e II, “a”).
RECEBIMENTO PROVISÓRIO
Regra geral, os testes e demais provas exigidos por normas
técnicas oficiais para a boa execução do objeto correm por
conta do contratado.
(art. 75)
A exceção deve estar prevista no edital.
RECEBIMENTO PROVISÓRIO
Poderá ser dispensado o recebimento provisório nos casos
de :
Gêneros perecíveis e alimentação preparada;
Serviços profissionais;
Obras e serviços de valor até R$ 80 mil, desde que
não se componham de aparelhos, equipamentos e
instalações sujeitos a verificação de funcionamento e
produtividade.
Nestes casos, o recebimento será feito mediante recibo.
(art. 74)
RECEBIMENTO DEFINITIVO
É o que a Administração faz em caráter permanente,
incorporando o objeto ao seu patrimônio e considerando
o contrato regularmente executado pelo contratado. (art.
73, I, “b” e II, “b”)
RECEBIMENTO DEFINITIVO
Obra ou serviço – por meio de termo circunstanciado de
vistoria, após comprovação de adequação do objeto aos
termos contratuais (defeito – art. 69).
O prazo para a vistoria ser realizada não poderá ser superior
a 90 dias, salvo casos excepcionais, devidamente
justificados e previstos no edital. (art. 73, § 3º)
RECEBIMENTO DEFINITIVO
Compra ou locação de equipamentos – recebimento
mediante recibo, após a verificação da qualidade e
quantidade do material e conseqüente aceitação.
Omissão da administração – inerte após decorridos os
prazos necessários, presume-se sua aceitação.
RESPONSABILIDADE
O recebimento provisório ou definitivo não exclui a
responsabilidade civil pela solidez e segurança da obra ou
do serviço, nem ético-profissional, pela perfeita execução do
contrato. (art. 73, § 2º)
REJEIÇÃO DO OBJETO DO CONTRATO
A administração deverá rejeitar, no todo ou em parte, a obra,
o serviço ou o fornecimento que estiver em desacordo com o
contrato, pois está implícita em todo ajuste administrativo a
perfeição do objeto contratado.
Essa rejeição só poderá ocorrer antes do recebimento
definitivo.
(art. 76)
RESCISÃO DO CONTRATO
É uma das formas de extinção do contrato, é forma
excepcional, por importar prematura cessação do ajuste em
meio de sua execução.
A lei, ao cuidar da inexecução do contrato:
relacionou as situações fáticas que podem ensejar a rescisão
do ajuste (arts. 77 e 78, I a XVII);
apontou três modalidades de rescisão (art. 79, I a III); e
indicou as conseqüências da rescisão unilateral pela
administração (art. 80).
SITUAÇÕES FÁTICAS
Motivos para rescisão do contrato:
Não cumprimento de cláusulas contratuais;
Cumprimento irregular;
Lentidão no cumprimento;
Atraso injustificado;
Paralisação;
Subcontratação, fusão, cisão ou incorporação, não
admitidas no edital e no contrato;
SITUAÇÕES FÁTICAS
Desatendimento das determinações (fiscalização);
Cometimento reiterado de faltas;
Decretação de falência ou insolvência civil;
Dissolução da sociedade ou falecimento do contratado;
Alteração social ou a modificação da finalidade ou da
estrutura da empresa (que prejudique a execução do
contrato);
Interesse público na rescisão;
SITUAÇÕES FÁTICAS
Suspensão por ordem da administração (+ 120 dias);
Atraso pela administração aos pagamentos devidos (+ 90
dias);
Omissão de providências a cargo da administração
(liberação);
Caso fortuito ou de força maior impeditivo da execução do
contrato;
Os casos de rescisão serão formalmente motivados nos autos
do processo, assegurado o contraditório e a ampla defesa.
MODALIDADES DE RESCISÃO
A rescisão pode ocorrer por diversas formas:
Rescisão administrativa – ato unilateral da administração,
- independentemente de decisão judicial;
- não é discricionária, mas vinculada aos motivos que a
norma legal ou o contrato consignam como
ensejadores desse excepcional distrato.
RESCISÃO ADMINISTRATIVA
O ato rescisório pode ser expresso em decreto ou despacho,
deve descrever o estado em que se encontrava a obra, o
serviço ou o fornecimento e indicar os motivos e disposições
normativas ou contratuais que embasaram a rescisão, para
evidenciar a legitimidade e fixar-se a indenização, se
devida.
RESCISÃO JUDICIAL
É a decretada pelo Poder Judiciário.
- Ação adequada – ação ordinária de rescisão.
- Obrigatória para o contratado e opcional para a
administração, que poderá usar a rescisão
administrativa.
RESCISÃO JUDICIAL
A Ação de rescisão de contrato admite pedidos cumulados
de indenização, retenção, compensação e demais efeitos
decorrentes das relações contratuais em discussão,
processando-se sempre no juízo privativo da administração
interessada.
RESCISÃO JUDICIAL
A Ação popular é também cabível para a invalidação de
contrato firmado com a Administração, desde que ilegal e
lesivo de seu patrimônio, conforme dispõem a Constituição
da República (art. 5º, LXXIII) e a Lei federal 4.717/65.
Essa invalidação importa a extinção do contrato, com todos
os consectários da anulação do ajuste e da condenação
judicial, nos termos em que for acolhido o pedido inicial do
autor popular.
MODALIDADES DE RESCISÃO
Rescisão Amigável – É a que se realiza por mútuo
acordo das partes, convencionando-se a extinção do
contrato e o acerto dos direitos dos distratantes.
Como todo distrato, deve ser feito pela mesma forma
utilizada no contrato: escritura pública, termo
administrativo ou qualquer outro escrito correspondente
ao do ajuste original.
RESCISÃO AMIGÁVEL
É essencial que, na rescisão amigável, se observem as
exigências legais e regulamentares que se configurou para
a contratação, isto é, se o contrato dependeu de
autorização legislativa ou de ordem superior, para a
rescisão amigável, será necessária idêntica autorização ou
ordem, para que as partes se componham e firmem o
distrato, nos limites da permissão legal ou hierárquica.
MODALIDADES DE RESCISÃORescisão de pleno direito – independentemente da
manifestação de vontade de qualquer das partes, diante da só
ocorrência do fato extintivo do contrato, previsto em lei, no
regulamento ou no próprio texto do ajuste, tais como o
falecimento do contratado, a dissolução da sociedade, a falência
da empresa, o perecimento do objeto contratado e demais
eventos de efeitos semelhantes.
Não há necessidade de termo de rescisão, nem decretação
judicial, sendo meramente declaratório; o essencial é que se
comprove documentalmente o fato ou o ato extintivo do
contrato.
CONSEQÜÊNCIAS DA RESCISÃO CONTRATUAL
Assunção do objeto do contrato (apossamento);
Continuidade da execução;
Ocupação (rescisão;)
Intervenção na execução do contrato (antes da rescisão);
Execução da garantia contratual – indenização das
perdas e danos da administração;
Retenção de créditos.
SANÇÕES PENAIS E ADMINISTRATIVAS
O descumprimento de cláusulas contratuais, bem como as
ações ou omissões que venham a trazer prejuízo ao erário
público, ou a prática de atos em desacordo com os preceitos
da lei, estão sujeitos a sanções, sem prejuízo das
responsabilidades civil e criminal.
SANÇÕES PENAIS E ADMINISTRATIVAS
As sanções são aplicáveis tanto ao contratado quanto ao
servidor público (mesmo que exerça, transitoriamente ou
sem remuneração, cargo, função ou emprego público). (art.
84).
SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
Contratado
A Administração Pública, sem a necessidade de intervenção
de qualquer outro, poderá aplicar penalidades à outra parte
(particular).
Esse poder não é deferido em contratos regidos pelo direito
privado, mas somente às contratações regidas pelo direito.
SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
Em razão do poder de auto-executoriedade administrativa, a
própria administração escolhe, valora e executa a penalidade
contratual cabível contra o contratado inadimplente.
SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
Podem ser:
Advertência – comunicação por escrito da falta cometida
pelo contratado e o termo de sua aplicação.
SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
Multa – sanção pecuniária que será descontada da garantia
ofertada, quando existente. Não havendo garantia, ou
sendo superior ao seu valor, poderá a administração
cobrá-la judicialmente. Ela deve ser fixada no
instrumento convocatório.
SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
Rescisão unilateral do contrato – opera-se diante das
faltas contratuais, como sanção pela inadimplência, ou fato
superveniente desabonador da idoneidade do contratado,
que afete ou possa afetar a execução do ajuste, autorizando
a administração a utilizar garantias, e a reter os créditos do
inadimplente para pagar-se dos prejuízos decorrentes da
inexecução do ajuste (art. 80, III e IV).
SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
Suspensão provisória ou temporária – a penalidade
importa a proibição de o contratado participar de licitação
ou de vir a ser contratado por prazo não superior a dois
anos. Depende de regular processo de apuração da
responsabilidade administrativa pela inexecução contratual
e fica restrita ao âmbito do órgão contratante. Restringe-se
ao órgão que a decretou (Ex: uma secretaria de Estado).
Pode ser aplicada em conjuntamente com a advertência e a
multa.
SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
Declaração de inidoneidade – é estendida a todos os
órgãos e entidades da administração que a impôs. É
imposta, ao contrário das demais, pelos ministros de Estado,
secretários estaduais ou municipais, ou como dispuser a lei
local. A reabilitação pode ser deferida passados dois anos
da imposição da sanção e desde que cessado o motivo de
sua imposição, como, por exemplo, com a modificação da
equipe técnica do contratado.
SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
Dentre as sanções, as mais gravosas são:
suspensão provisória; e
declaração de inidoneidade.
Todas, porém, dependem de regular processo administrativo,
assegurando a ampla defesa e o contraditório. (art. 87, § 2º)
SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
As sanções podem ser impostas tanto a pessoas
físicas como jurídicas.
SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
Estão impedidos de contratar com a administração pública, as
empresas ou profissionais que:
Tenham sofrido condenação definitiva por praticarem, por
meios dolosos, fraude fiscal no recolhimento de quaisquer
tributos;
Tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os objetivos
da licitação;
Demonstrem não possuir idoneidade para contratar com a
administração em virtude de atos ilícitos praticados. (art. 88)
SANÇÕES
Servidor Público
Além das sanções civil e criminal, os crimes
definidos na lei, ainda que simplesmente
tentados, sujeitam os autores, quando servidores
públicos, à perda do cargo, emprego, função ou
mandato eletivo.
GERENCIAMENTO
O controle e fiscalização do contrato é poder-dever da Administração.
GESTÃO X FISCALIZAÇÃO DO CONTRATO
Não se deve confundir GESTÃO com FISCALIZAÇÃO de contrato.
A gestão é o serviço geral de gerenciamento de todos os contratos; a fiscalização é pontual.
GESTÃO DO CONTRATO
Na gestão (Administração de Contratos),
cuida-se, por exemplo, do reequilíbrio
econômico-financeiro, de incidentes relativos
a pagamentos, de questões ligadas à
documentação, ao controle dos prazos de
vencimento, de prorrogação, etc. É um
serviço administrativo, propriamente dito,
que pode ser exercido por uma pessoa ou um
setor.
FISCALIZAÇÃO DO CONTRATO
A fiscalização é exercida necessariamente por um representante da administração, especialmente designado, como preceitua a lei, que cuidará pontualmente de cada contrato.
Com a designação de um servidor, é permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo com informações pertinente a essa atribuição.
(art. 67).
FISCALIZAÇÃO DO CONTRATO
Quando o objeto do contrato interessar a
mais de uma entidade pública, caberá ao
órgão contratante, perante a entidade
interessada, responder pela sua boa
execução, fiscalização e pagamento,
facultando à entidade interessada o
acompanhamento da execução do contrato.
(art.112, parágrafo único)
FISCALIZAÇÃO DO CONTRATONatureza da Fiscalização – acompanhar o desenvolvimento da atividade do particular e anotar todas as ocorrências em registro próprio, determinando, se for necessário, as providências devidas para a regularização. (art. 67, § 1o)
As decisões e providências que ultrapassarem a competência do representante deverão ser solicitadas a seus superiores em tempo hábil para tomada de decisão. (art. 67, § 2o)
FISCALIZAÇÃO DO CONTRATO
1. Preposto do contrato (local da obra ou serviço). (art. 68)
2. Reparação de defeitos ou incorreções resultantes da execução ou de materiais empregados. (art. 69)
3. Indenização por danos causados à Administração ou a terceiros. Não se exclui a responsabilidade da Administração no que toca a fiscalização ou acompanhamento. (art. 70)
FUNÇÕES DO GESTOR DO CONTRATO
Planejamento;
Organização;
Comando;
Coordenação;
Controle; e
Fiscalização.
PLANEJAMENTO
Prorrogação em tempo hábil;
Abertura de nova licitação antes do vencimento;
Recebimento do objeto;
Acompanhamento das retenções e recolhimento de tributos;
Envio de faturas e medições ao setor competente ao
pagamento; e
Publicação dos atos.
ORGANIZAÇÃO
Na busca por qualidade e produtividade, deve-se estabelecer
um modelo básico de processo, dito um processo-padrão, a
ser configurado e adaptado para os processos.
Os contratos devem ser digitalizados, ordenando e
organizando de forma cronológica cada documento.
ORGANIZAÇÃO
O objetivo é permitir uma rápida e perfeita interação com as
etapas de cada contrato existente, de forma a que se tenha
acesso, no computador, a todas as informações que estão no
papel, como vigência do contrato, forma de pagamento, entre
outras facilidades.
ORGANIZAÇÃO
Manter atualizados os sistemas/mapas/planilhas de
informações sobre licitações, permitindo um
rigoroso acompanhamento dos processos, de
seus prazos, etc., por quem quer que seja: TCE,
Controle Interno, Coordenações; etc.
COMANDO
A área de gestão, com uma visão macro, faz
o gerenciamento geral.
As decisões e providências que ultrapassam a
competência do fiscal devem ser solicitadas
ao Gestor do Contrato em tempo hábil para
adoção das medidas convenientes.
COORDENAÇÃO
Cumprir e fazer cumprir as diretrizes e políticas
pertinentes, bem como a legislação.
Manter contatos estreitos com os demais
setores, buscando a otimização e racionalização
de procedimentos, com vistas à agilidade e
eficiência.
FISCALIZAÇÃO DOS CONTRATOS PELOS TRIBUNAIS DE CONTAS
Os contratos submetem-se aos Tribunais de Contas, que
devem controlá-los (art. 113).
A Constituição Federal de 1988 deu competência aos Tribunais
de Contas para analisar não apenas a legalidade, como
também a legitimidade e a economicidade (art. 70).
ABRANGÊNCIA
Aplicam-se as disposições da Lei 8.666/93:
aos convênios;
aos acordos;
A outros instrumentos congêneres celebrados
por órgãos e entidades da administração.
(art.116)
SISTEMA DE GERENCIAMENTO
Colegiado Multidisciplinar;
Delegação individual supervisionada;
Gestores permanentes por área.
COLEGIADO MULTIDISCIPLINAR
Características positivas:
• Amplo conhecimento em:
– Situação atual e objetivos da organização;
– Áreas técnicas da organização;
– Procedimento licitatório; e
– Contratos;
• Autoridade para evitar pressões;
• É composto, preferencialmente, por grupo rotativo;
• Oferece alta qualidade nas contratações.
COLEGIADO MULTIDISCIPLINAR
Características negativas:
• Permite surgimento de dependência;
• Possibilidade de formação de ilha dentro da
organização.
DELEGAÇÃO INDIVIDUAL
Características positivas:
• Prioriza servidor com domínio da área
técnica;
• Dispõe de grupos de apoio para auxílio do
gestor;
• Possui autoridade para evitar pressões;
• Objetivos claros no momento da delegação;
• Supervisão competente (relatório).
DELEGAÇÃO INDIVIDUAL SUPERVISIONADA
Características negativas:
• Férias;• Licenças;• Ausências.
GESTORES PERMANENTES POR ÁREA
Características positivas:
• Gestor tem amplo domínio da área técnica;
• Autonomia e autoridade na sua esfera;
• Formação de substituto para ausências.
GESTORES PERMANENTES POR ÁREA
Características negativas:
• Dificuldade de acesso às áreas atinentes;
• Possibilidade de problemas na área
legal/burocrática;
• Descomprometimento.