Acidentes na Acidentes na Infância:Infância:
FMB/UFBAFMB/UFBAPPS-2010.1PPS-2010.1
Prof.a. Selma LopesProf.a. Selma Lopes
Sistematizando Nossas Ações: Sistematizando Nossas Ações: SBVSBV
• Prioridade:– Identificação e controle rápidos de condições e lesões
potencialmente fatais.
• Objetivos: 1.Ressuscitação. 2.Manutenção de adequada Oxigenação e Perfusão tecidual. 3. Preservação da função cerebral.
• Ações:– AA: Estabelecer a via aérea.– BB: Ventilação Assistida( evitar distenção gástrica e
Pneumotórax).– CC: Controle de perdas, posição anatômica– DD: ECoG, AVDI.– EE: Ambiente termicamente neutro, lesões ocultas, exame
secundário.
• Peculiaridades da Criança:– Parede torácica muito complacente.– Sinais precoces de hemorragia interna são sutis.– Maior susceptibilidade a hipotermia.
QUEDASQUEDAS
• É a causa mais comum de acidentes não fatais;
• A maioria ocorre em casa, ¼ em escolas, parques e clubes;
• Crianças menores de 4 anos sofrem quedas de um nível para outro;
• Crianças maiores caem ou escorregam de um mesmo nível ou colidem com outra pessoa ou com a mobília;
QUEDASQUEDAS• Nunca deixar criança sozinha em cima de
qualquer móvel;• Equipamentos de proteção capacete,
joelheira etc;• Baixar o estrado e o colchão do berço
assim que o bebê estiver sentando e não deixar objetos dentro;
• Desestimular andadores;• Instalar proteção nas escadas, janelas,
portões;• Limitar o acesso a cozinha e lavanderias;• Não manter móveis embaixo de janelas;• Não encerar pisos, mantê-los secos e com
tapetes bem aderidos;• Calçados devem ter solado de borracha;• Desencorajar brincadeiras em varandas,
deques, lages e terraços;
Prevenção de Acidentes Prevenção de Acidentes Domiciliares: ACIDENTES Domiciliares: ACIDENTES
AUTOMOBILÍSTICOSAUTOMOBILÍSTICOS
• Orientação para o trânsito;• Obrigatório o uso do cinto de
segurança e da “cadeirinha”;• Assento infantil ou conchinha –
do nascimento a 8 kg;• Assento reversível – bebês até 1
ano (9 kg), colocar de costas para o painel. Bebês até 18 kg – colocar de frente para o painel;
• “Booster” ou assento elevatório – crianças acima de 15kg e menos de 1,50m de altura;
• Encosto cervical e e cinto de 3 pontos são mandatórios;
Acidentes por Submersão: Acidentes por Submersão: Conceitos.Conceitos.
• Afogamento: Acidente por submersão, em um meio líquido, geralmente água, levando à asfixia e à morte, no ato do acidente ou não;
Acidentes por Submersão: Acidentes por Submersão: Epidemiologia.Epidemiologia.
• Nos EUA 80.000 acidentes ano com 9.000 óbitos;
• No Brasil 4,1 óbitos por 100.000 habitantes;
• 0 a 1 ano: banheira;• 1 a 5 anos: piscinas;• >10 anos: mares;
• Sexo 3:1 ;
Acidentes por Submersão: Acidentes por Submersão: FisiopatologiaFisiopatologia
• As complicações estão diretamente relacionadas a anóxia e ao volume de água aspirada;
• A presença de cloro na água não afeta o prognóstico;
• Edema pulmonar e microatelectasias;
• Diminuição da complacência pulmonar hipóxia;
• DHE: alterações discretas, sem necessidade de correção de início;
• Água do mar: – Ruptura da integridade da
membrana alvéolo capilar;– Fluxo osmótico dos vasos
sanguíneos para o interstício e parênquima pulmonar;
– Hipovolemia, hipernatremia e hemoconcentração;
• Água doce:– Inativação do surfactante
pulmonar: microatelectasias;– Fluxo de água para vasos
sanguíneos;– Hipervolemia, hiponatremia,
hemodiluição, hemólise e hipercalemia;
Acidentes por Submersão: Acidentes por Submersão: Quadro Clínico.Quadro Clínico.
– De crianças assintomática até quadros graves;
– O tempo de submersão está diretamente relacionado com a gravidade da lesão neurológica.
– Síndrome de disfunção múltipla;
– Respiratório:• Tosse, ruídos adventícios,
edema agudo de pulmão e apnéia;
• RX tórax: Imagem pulmonar normal não afasta gravidade nas primeiras 72 horas;
Acidentes por Submersão: Acidentes por Submersão: Abordagem.Abordagem.
• ABC...• Retirar o paciente o
mais rápido possível da água;
• Aquecimento (>33o C)• Transporte ao hospital
com O2 a 100%;
• Restrição hídrica se possível
Acidentes por Submersão: Acidentes por Submersão: Abordagem.Abordagem.
• Critérios Prognósticos: Orlowsky– 1 < 3 anos– 2 Tempo de submersão > 5 minutos;– 3 Nenhuma tentativa de reanimação por 10
minutos após o salvamento;– 4 Coma no setor de emergência;– 5 pH arterial < 7,1;– < 2 pontos = 90% de recuperação;– >3 pontos = 5% chance de recuperação;
Obstrução das Vias aéreas: Obstrução das Vias aéreas: Asfixia e Aspiração de Corpo Asfixia e Aspiração de Corpo
EstranhoEstranho• É a terceira causa mais
comum de morte relacionada a lesões em criança menores de 1 ano;
• Os menores de 5 anos representam 85 % dos casos;
2:1 ;• O tipo de corpo estranho
está muito relacionados aos hábitos alimentares da população;
Obstrução das Vias aéreas: Obstrução das Vias aéreas: Aspectos Clínicos Aspectos Clínicos
• Dependem do tamanho, composição e localização;
• Assintomático ou oligossintomático;
• Tosse paroxística ( evento);• Rouquidão, afonia, roncos,
odinofagia, dispnéia de intensidade variável, apnéia e asfixia;
• Obstruções mais baixas causam sintomas mais tardios;
• Diagnóstico diferencial: laringite, epiglotite, asma, outras pneumopatias;
Obstrução das Vias aéreas: Obstrução das Vias aéreas: TratamentoTratamento
• Tosse natural – crianças maiores e conscientes;
• Manobra de Heimlich para crianças maiores de 1 ano;
• Golpes no dorso com compressões torácicas em menores de um ano;
• ABC...;• Hospitalização;• Broncoscopia;• Retirada cirúrgica;
Obstrução das Vias aéreas: Obstrução das Vias aéreas: TratamentoTratamento
QueimadurasQueimaduras• Podem ser térmicas ,
elétricas ou químicas.• 33% faixa etária dos
0 aos 7 anos, 15% dos 7 aos 15 anos;
• Geralmente ocorrem nos horários das principais refeições;
• A cabeça e o pescoço são as áreas mais atingidas;
Queimaduras: ProfundidadeQueimaduras: Profundidade• Primeiro Grau:
lesão se restringe a epiderme;
• Segundo Grau: lesão atinge a derme superficialmente ou profundamente;
• Terceiro Grau: ausência de derme viável;
Queimaduras: TratamentoQueimaduras: Tratamento• ABC...• Água fria;• Remover anéis, colares e
pulseiras;• Nas queimaduras químicas
não usar agente neutralizante; lavar com água corrente por 30 minutos;
• Hidratação oral ou venosa a depender da gravidade;
• Tratamento especializado.
Queimaduras: GravidadeQueimaduras: Gravidade
Intoxicação ExógenaIntoxicação Exógena• A maioria das crianças
se intoxica com medicamentos (28%), e também são estes responsáveis por maior taxa de óbitos;
• Aspectos epidemiológicos diferentes em relação a faixa etária;
Intoxicação Exógena: História Intoxicação Exógena: História clínicaclínica
• Nas intoxicações Conhecidas:– Estimar a quantidade
ingerida;– Intervalo entre a
ingestão e o primeiro cuidado;
– Presença de sintomas;
• Sinais de Suspeita:– < 5 anos;– Inicio agudo;– Disfunções de múltiplos
órgãos;– Alteração dos níveis de
consciência;– Situações de estresse ou
mudança ambiental;
Intoxicação Exógena: Intoxicação Exógena: Quadro Quadro Clínico e tratamento:Clínico e tratamento:• De hiperagitação a coma; • Relacionado ao agente;• Instituir o ABC...;• Avaliações laboratoriais;• Tratamento específico (antídoto) e
sintomático;• Descontaminação de superfícies;• Descontaminação do TGI.
Acidentes por Animais Acidentes por Animais Peçonhentos: OfidismoPeçonhentos: Ofidismo
• Importante por sua freqüência e gravidade;
• 4 tipos: Bothrops, Crotalus, Lachesis, Micrurus;
• Acidente botrópico( urutu e jararaca):– Mais freqüentes;– Veneno tem ação coagulante e
necrosante;– Manifestações locais de edema dor
e sangramento, evoluindo em 10% doas casos para abcesso e necrose;
– Manifestações sistêmicas: distúrbio de coagulação e Hemorragia e choque
Acidentes por Animais Acidentes por Animais Peçonhentos: Acidente BotrópicoPeçonhentos: Acidente Botrópico• A complicação
mais temida é a Insuficiência Renal;
• Fatores que contribuem para complicações:– Demora no atendimento;– Aplicação de torniquete;– Manipulação cirúrgica
precoce – Crianças, gestantes e
Idosos;
• LEVE: – sinais/sintomas locais,
coagulograma normal;
• MODERADO:– Manifestações locais
mais evidentes mais gengivorragia, epistaxe, Tcoagulação alterado;
• GRAVE:– manifestações locais
intensas, hemorragias, hipotensão, oligúria, tc incoagulável;
Acidentes por Animais Acidentes por Animais Peçonhentos: Acidente BotrópicoPeçonhentos: Acidente Botrópico
• ABC...• Alívio da dor;• Não garrotear;• Drenagem postural;• Acesso venoso,• Limpeza local;• Soro: 2 a 12 ampolas, diluídas
em SF EV lento;• Tratamento das
complicações,• Acompanhamento
laboratorial:• Se persistir alteração do TC
com 12 hs repetir 4 ampolas de Soro;
Acidentes por Animais Peçonhentos:Acidentes por Animais Peçonhentos: Laquético, Crotálico e ElapídicoLaquético, Crotálico e Elapídico
• Acidente Laquético:– Surucucu– Sinais locais semelhantes ao
botrópico;
• Acidente Crotálico:– Cascavel;– Veneno tem ação hemolítica e
neurotóxica;– Sintomatologia sistêmica abundante
e pouca sintomatologia local;– Quadro neuroparalítico precoce com
ptose, diplopia, oftalmoplegia; – Mialgia e hemoglobinúria levando a
IRA se manifestam em 6 a 12 horas;– Soro:Usa-se de 10 a 20 ampolas;
• Acidente Elapídico:– Coral– Ação neurotóxica;– Ausência de sinais
locais;– Quadro neuroparalítico
evolui rapidamente para paralisia respiratória;
– É sempre grave;– Tratamento: soro 10
ampolas e noestigmina; VM/UTI
Acidentes por Animais Acidentes por Animais Peçonhentos: EscorpionismoPeçonhentos: Escorpionismo
• A gravidade está relacionada a proporção entre a quantidade de veneno e massa corporal, a sensibilidade individual do indivíduo e ao retardo no atendimento;
• O veneno é uma neurotoxina;• Leve: dor local e parestesia;• Moderado: dor intensa, sudorese,
náuseas, vômitos, agitação, sialorréia; arritmia e hipotensão;
• Grave: além dos acima bradicardia, ICC, edema agudo de pulmão e coma;
• Tratamento: alivio da dor; Soro, VM/UTI para casos moderados a grave.
Acidentes por Animais Acidentes por Animais Peçonhentos: AraneísmoPeçonhentos: Araneísmo
• É o acidente menos grave;• Foneutrismo: Armadeira
– É a forma mais comum no brasil
– Sintomas locais como dor com irradiação;
– Em crianças pode provocar o choque neurogênico;
• Loxoscelismo: Aranha Marrom– É o acidente aracnídeo mais
grave em nosso meio;– Pode ser usado o soro até no
30 dias após o acidente;– Ação proteolítica;– Reações locais e/ou
sistêmicas como anemia, icterícia e hemoglobinúria, com IRA;
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