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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORAFACULDADE DE DIREITODIREITO DIURNO 2011/2
Maria Paula Sanch! A"uin#
A Tri$u%a&'# (#! I)*#!%#! In(ir%#! n# +ra!il
Jui, ( F#raAn#
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Maria Paula Sanch! A"uin#
A Tri$u%a&'# (#! I)*#!%#! In(ir%#! n# +ra!il
Orientadora: Elizabete Rosa de Mello. Doutora em Direito pela Universidade Gama Filho,Mestre em Direito Públio pela Universidade Est!io de "!, Espeialista em DireitoPúblio e Direito Privado pela mesma Universidade e Esola da Ma#istratura do Estadodo Rio de $aneiro %EMER$&, Graduada pela Universidade Estadual Paulista%U'E"P&.(tualmente ) Pro*essora das Disiplinas de Direito +ribut!rio e Direito (dministrativo da Universidade Federal de $uiz de Fora%UF$F&. Foi (dvo#ada, Pro*essora de DireitoFinaneiro e +ribut!rio, -oordenadora 'aional dos -ursos de Ps/Gradua01o 2atosensu em Direito. -oordenadora de Pes3uisa do -entro / (adepol, Pro*essora
-oordenadora do -urso de Ps/Gradua01o de Direito Públio, -oordenadora dasDisiplinas de Direito Finaneiro e +ribut!rio, todos na Universidade Est!io de "!,Pro*essora das Disiplinas de 2e#isla01o +ribut!rio e Direito +ribut!rio da UniversidadeFederal do Rio de $aneiro%UFR$& e (ssessora de 4r#1o $ul#ador no +ribunal de $usti0ado Estado do Rio de $aneiro. +em e5peri6nia na !rea de Edua01o, om 6n*ase emM)todos e +)nias de Ensino e na !rea $ur7dia, om onsultoria 8ur7dio/tribut!ria eempresarial. "ia *undadora do nstituto de Direito +ribut!rio e Finan0as Públias de$uiz de Fora e Re#i1o.
Jui, ( F#raAn#
Disserta01o apresentada ao Pro*essor Riardo9raida, da Universidade Federalde $uiz de Fora omo re3uisito parial de aprova01o disiplina de Metodolo#ia $ur7dia e +)nias dePes3uisa.
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A TRI+UTA-.O DOS IMPOSTOS INDIRETOS NO +RASIL
(provada em %dia& de %m6s& de %ano&
9('-( E;(M'(DOR(
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Dedio este trabalho soiedade brasileira, 3ue muito inentivou para sua realiza01o.
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=De todos os animais, o homem ) a3uele a 3uem mais usta viver em rebanho.>
%$ean/$a3ues Rousseau&
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RESUMO
( presente disserta01o ob8etiva e5por o ap7tulo iniial da mono#ra*ia intitulada =(
+ributa01o dos impostos indiretos no 9rasil>. ( avers1o ao pa#amento de impostos em #eral,
) *ator ense8ador da eleva01o da tributa01o sobre impostos indiretos, em espeial sob os 3ue
inidem sobre o onsumo. Esta ) *ruto da in*lu6nia norte/ameriana, a 3ual se unha no
individualismo e aus6nia de solidariedade soial, realidade diversa dos pa7ses esandinavos,
3ue mesmo possuindo uma das maiores ar#as tribut!rias do mundo, veem a eleva01o da
ar#a tribut!ria om bons olhos.
Palavras/have: ?. -apitalismo. @. -oopera01o soial. A. -ar#a tribut!ria.
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A+STRACT
+his dissertation aims to e5pose the openin# hapter o* the mono#raph entitled B+a5ation o*
indiret ta5es in 9razil.B +he aversion to paCin# ta5es in #eneral is ense8ador *ator o* hi#h
ta5ation on indiret ta5es, in partiular in those on onsumption. +his is the result o*
(merian in*luene, hih ed#e in the individualism and la o* soial solidaritC, diverse
realitC o* the "andinavian ountries, hih despite havin# one o* the hi#hest ta5 burdens in
the orld, see the rise o* the ta5 burden ith #ood eCes.
eCords: ?. -apitalism. @. "oial -ooperation. A. +a5 burden.
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SUMRIO
? DA AVERS.O COOPERA-.O SOCIAL ELEVA-.O DA
TRI+UTA-.O INDIRETA NO +RASIL............................................................................?
?.? A INFLUNCIA NORTE AMERICANA NA AVERS.O AOS IMPOSTOS E
O PIONEIRISMO DOS PASES ESCANDINAVOS......................................................55
?.@ OS IMPOSTOS INDIRETOS...............................................................................55
REFERNCIAS....................................................................................................@H
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1 DA AVERS.O COOPERA-.O SOCIAL ELEVA-.O DA TRI+UTA-.OINDIRETA NA SISTEMTICA +RASILEIRA
-om o advento da Era Moderna e om ela a elebra01o do ontrato soial, os
patuantes abriram m1o de parela da liberdade natural, passando a parela restante deter
unho meramente onvenional. Iisando a se#uran0a das rela0Jes e5isteniais, os indiv7duos
patuaram a sua uni1o omo povo, *ormando o 3ue viria a se oneber soiedade.
( vida on8unta em soiedade entre os povos, trou5e a tona a neessidade de
uni1o de es*or0os para a manten0a soial, a 3ual iniialmente onebia/se em divis1o de
tare*as, onde al#uns a0avam, outros lavravam a terra, outros uidavam da se#uran0a dos
povos.
Essa situa01o perdurou durante s)ulos, perdendo seus ontornos, paulatinamente,
e atualmente, dada a on8etura soial omple5a, a =divis1o de tare*as> moldada em =*un0Jes
soiais> espe7*ias deu lu#ar a ontribui01o soial do individuo para om o =todo>
desempenhar o papel de ontribuinte.
Oorre 3ue na realidade brasileira, diversamente do posiionamento adotado pelos
pa7ses esandinavos, / reonheidos internaionalmente pela e5elente 3ualidade de vida e
solidariedade soial, tendo o termo =imposto> onota01o positiva, 8! 3ue d! ense8o a melhores
ondi0Jes soiais /, a popula01o ativa n1o ontribui de bom #rado para o *unionamento da
m!3uina públia, se8a por aus6nia de on*ian0a na administra01o públia ou por ine5ist6nia
de solidariedade soial.
Pensadores pol7tios e eonKmios, omo $ohn Garland Pollard, sintetizam o
ide!rio de muitas soiedades, em espeial a brasileira, os 3uais ont)m alto unho de avers1o
ao pa#amento de impostos, omo =O imposto ) a arte de pelar o #anso *azendo/o #ritar o
menos poss7vel e obtendo a maior 3uantidade de penas.> Da mesma *orma, 9en8amin Franlin
='ada ) mais erto neste mundo do 3ue a morte e os impostos.> 'o 9rasil, vale destaar a*rase di*undida pelo e5/presidente Fernando Lenri3ue -ardoso =+odo imposto ) ruim, por
isso hama/se imposto, sen1o se hamaria volunt!rio.>.
O 3ue por i#nornia ou desonheimento, a soiedade brasileira n1o perebe )
3ue os relames otidianos s1o anta#Knios. ndissoiada da melhoria da saúde públia,
edua01o, se#uran0a, dentre outros direitos alamados, esta o aumento da ar#a tribut!ria,
sendo eonomiamente imposs7vel, a 3ual3uer pa7s, mesmo a3ueles dotados de estabilidade
eonKmia e pol7tia, reduzir a ar#a tribut!ria e e*etuar melhoria nas ondi0Jes soiais.
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?N
Dada a notria avers1o da popula01o brasileira de ontribuir para om o *iso,
tem/se veri*iado, desde o advento da era moderna, estrutura01o *isal %arreada01o e #asto&
voltada para limitar a ompreens1o dos ontribuintes, levando/os sistematiamente a
superdimensionar os bene*7ios do #asto públio e a subdimensionar seus ustos. Este
*enKmeno *iou onheido literatura eonKmia omo ilus1o *isal, sendo, reorrentemente,
utilizado omo e5plia01o para e5pans1o dos #astos públios.
(l#uns meanismos utilizados para ria01o de ilus1o *isal s1o, dentre outros, aos
3uais n1o se destina o presente estudo a analisar, a bai5a visibilidade e omple5idade na
arreada01o tribut!ria, 3ue levam os ontribuintes a subestimarem a ar#a tribut!ria e desta
*orma a aeitarem n7veis mais elevados de tributa01o.
(s arater7stias do sistema tribut!rio e do modelo de *ederalismo *isal adotadono 9rasil tornam a pol7tia *isal muito susept7vel ao *enKmeno da ilus1o *isal. Observa/se
na estrutura *isal brasileira um #rande número de impostos, ada um om uma s)rie de
partiularidades, resultando em um alto n7vel de omple5idade na arreada01o. (l)m disso, a
arreada01o depende *ortemente de impostos indiretos, o 3ue diminui a visibilidade do
sistema.
Utilizando um modelo eonom)trio de orre01o de erros os autores / "ilva e
"i3ueira %@H?A& / enontram evid6nias de 3ue 3uanto mais vis7vel o sistema tribut!rio menor o #asto *ederal, on*orme previsto pela teoria de ilus1o *isal.
O #asto públio no 9rasil reseu substanialmente nas duas últimas d)adas,
a8udando no resimento do P9, se#undo dados divul#ados em @H?A pelo nstituto 9rasileiro
de Geo#ra*ia e Estat7stia %9GE&. 'esse mesmo per7odo, a ar#a tribut!ria subiu de @N,@
para era de A do P9.
-omo demonstrado avers1o da soiedade em pa#ar impostos in*luenia no
aumento do #asto públio. Dessa *orma, o meio pre*erenial utilizado pelos #estores públios para arreadar impostos, tem sido e*etuado por meio da tributa01o indireta. 'o entanto, paira
a se#uinte inda#a01o: os impostos indiretos o*endem os prin7pios da apaidade ontributiva
e da 8usti0a da tributa01oQ "e positivo, de 3ue *orma tem a soiedade ooperado para essa
o*ensaQ o 3ue pretende demonstrar a presente disserta01o.
131 A INFLUNCIA NORTE AMERICANA NA AVERS.O AOS IMPOSTOS E O
PIONEIRISMO DOS PASES ESCANDINAVOS
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Os idad1os dos Estados Unidos da (m)ria, norteiam/se pela m!5ima, pro*erida
pelo e5/Presidente, 9en8amin Franlin ='ada ) mais erto neste mundo do 3ue a morte e os
impostos.>, alando o sistema tribut!rio no individualismo, e na aus6nia de oopera01o
soial 3ue oasiona in8usti0a tribut!ria.
O reonheimento da in8usti0a tribut!ria partiu do bilion!rio Sarren 9u**ett. Em
@HHT, ele a*irmou 3ue todas as pessoas bem/suedidas pa#avam perentualmente menos
impostos do 3ue suas empre#adas dom)stias.
Realidade diversa, preseniamos nos pa7ses esandinavos, os 3uais s1o *amosos
pelo altos 7ndies de DL %ndie de Desenvolvimento Lumano&.
Em sueo, a palavra =satt> tem dois si#ni*iados: =impostos> e >tesouro>. 'a
l#ia da maioria dos sueos, assim omo dos demais povos da Esandin!via, os tributos s1oo pre0o 8usto 3ue se pa#a por uma soiedade mais humana, i#ualit!ria e harmKnia V e por
isso menos violenta.
( erteza da ontrapresta01o in*luenia, ) bvio, o sistema de saúde públia destes
pa7ses, proporiona atendimento de 3ualidade a todos, independentemente da renda de ada
um. ( edua01o, #ratuita e de alto n7vel, #arante oportunidades i#uais de aesso de todos os
idad1os ao ensino, do pr)/esolar universidade. (s idades s1o limpas. Os transportes
públios s1o or#anizados e e*iientes V e em nenhuma estrada da "u)ia pa#a/se ped!#io. 'o entanto, h! outro *ator 3ue re3uer es*or0o de ompreens1o do sentimento de
humanidade e solidariedade 3ue molda o pensamento esandinavo, o 3ual n1o se observa na
soiedade brasileira.
( ar#a tribut!ria na "u)ia, por e5emplo, ) uma das mais altas do mundo,
ompreendendo era de N do Produto nterno 9ruto %P9&, ontra era de A, no aso
do 9rasil. 'o entanto, in3uiridos sobre a alta ar#a tribut!ria
=-ertamente n1o>, ele diz, Robert Sindahl, o Robben, popular #ar0om do pub loal 3ue *re3uento em Estoolmo. =E todos se bene*iiam do sistema,3ue ) universal. Ou se8a, os mais rios pa#am mais impostos, mas tamb)mn1o preisam pa#ar para 3ue seus *ilhos estudem at) universidade, por e5emplo. E se eu mesmo resolver ser m)dio, posso ome0ar a estudar amanh1, sem #astar uma rona %oroa suea&>.
n3uirido sobre a possibilidade de redu01o dos impostos, assim se mani*estou:
=( redu01o de impostos si#ni*ia 3ue eu passo a ter HH oroas %era de @HHreais& a mais no bolso>, disse na +I suea, na )poa, um dos idad1osentrevistados. =Para mim, 3ue 8! #anho um bom sal!rio, essa 3uantia e5tra
n1o *az tanta di*eren0a. Mas *az uma di*eren0a enorme para a soiedade, e por isso aho 3ue esse dinheiro seria melhor empre#ado para #arantir a3ualidade das nossas esolas, hospitais e servi0os em #eral>.
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Embora na primeira mani*esta01o a =l#ia do retorno>, permeie o depoimento do
sueo, na se#unda mani*esta01o e*etivamente demonstra humanidade e solidariedade soial.
132 A ELEVA-.O DOS IMPOSTOS INDIRETOS
(lberto Deodato %@H?H, p.AWH& nos ensina 3ue:
mpostos indiretos s1o os 3ue #ravam um ato ou um *ato ou um ob8eto,obrados em virtude de tari*as impessoais, e 3ue reaem sobre ertos *atosintermitentes, onstatados dia a dia %...& seu arater7stio ) 3ue desonhee a pessoa do ontribuinte e o 3uantum determinado por tari*as, s seonheendo, e5atamente esse 3uantum 3uando o ontribuinte ) alan0ado pelo mposto.
(dotando postura avessa ao pa#amento de impostos, oorre a proli*era01o dos
impostos indiretos, os 3uais det)m bai5a visibilidade, o 3ue evidentemente a*ronta os
prin7pios da apaidade ontributiva e, onse3uentemente da 8usti0a da tributa01o. (ssim, em
an!lise super*iial, poderia ser a*irmado 3ue a prpria soiedade estaria a inutir na politia de
#est1o *isal, ulminando na ado01o ada vez maior de impostos indiretos os 3uais s1o
inompat7veis om a -onstitui01o Federal de ?XWW.
( -onstitui01o de ?XWW atribui aos indiv7duos ela subordinados direitos e
deveres para 3ue ha8a uma oletividade *eliz e harmKnia, pautada numa base de 8usti0a,
honradez e a erteza de um retorno e*iiente na redistribui01o da renda, proporionando
saúde, edua01o e 8usti0a para todos.
Para se obter a t1o alme8ada 8usti0a *isal, entretanto ) de e5trema importnia
observar as di*eren0as e5istentes entre os ontribuintes, devendo ada um arar om o Knus
tribut!rio de aordo om as suas ondi0Jes eonKmias, impedindo a tributa01o de indiv7duos
3ue perebam apenas o su*iiente sua subsist6nia e de sua *am7lia.
Diante do e5posto, o 3ue depreende ) 3ue os impostos indiretos n1o observam
essa orienta01o prinipiol#ia onstituional/tribut!ria.
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REFERNCIAS
ANDRADE, Rita de Cássia. O ICMS – Princípios Informadores – Sustitui!"o
#riutária e seus efeitos danosos $ n"o cumu%ati&idade. Disponí&e% em'(ttp'))***.+urisite.com.r)doutrinas)#riutario)douttriut-.(tm%. Acesso em' - defe&ereiro de -/.
DEODA#O, A%erto. Manua% de Ci0ncia das 1inan!as. 2. ed. S"o Pau%o' Sarai&a. p.2.
MAC3ADO, 3u4o de 5rito. Curso de Direito #riutário. 67 ed. S"o Pau%o' Ma%(eirosEditores, --. p.8.
MAR#E99O, A%e:andro. ;asto p Afonso da Si%&a. Ap%icai%idade das normas constitucionais. S"o Pau%o'Re&ista dos #riunais, 62.
http://www.jurisite.com.br/doutrinas/Tributario/douttribut101.htmlhttp://www.jurisite.com.br/doutrinas/Tributario/douttribut101.html