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jeferson bandeira
a relva dita a cor das nuvens
1a edio - 2011
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copyright jeferson bandeira, 2011
projeto grfico e capa: samir mesquita
contato: [email protected]
Bandeira, Jeferson. A relva dita a cor das nuvens: poemas e prosas poticas Jeferson Bandeira - Curitiba: J. Bandeira, 2011.
70 p. ; 10,5x17 cm.
1. Literatura brasileira - Paran. I. Ttulo.
CDD (22a Ed.) B869.15
c
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prefcio
apesar de agora estarmos em uma relva,
este livro de jeferson bandeira tem gosto de
fruta madura, onde cada poema traduz esse
amadurecimento do poeta em versos carregados
de percepes, a vida matou meu olhar de menino,
repletos de memria, aquele terreiro salpicado
de bolinhas foi o primeiro cu de estrelas que vi,
sempre envoltos pela impreciso do tempo, o dia
se estende como rede de corais. apesar disso,
sua viso de mundo sempre pontual, o tempo
aprende a esperar. mesmo quando o assunto
amor, quem aprendeu a amar prendeu-se guerra,
o que realmente importa sentir o pulsar das
palavras. ler um ato solene, uma espcie de
pseudo-morte, uma suspenso dos sentidos em
busca de seu mais alto grau de intui-o, e o
que o autor prope. o atemporal sempre flertan-
do com o tempo, tiquetaqueando a nostalgia com
o intuito de aprisionar em versos o que h de
mais precioso, puro, quando criana tinha cada
estrela como lampio, quando criana... era feliz,
o mistrio repousava sobre minhas plpebras.
de monsticos releitura de um poema, de
haicais prosa potica, o livro transita atravs
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das estaes do ano, o olhar do poeta um
flash captador de instantes nicos, foge o que
era presena, assenta-se o que distncia, a
beleza est unicamente no olhar. onde reside
essa beleza? no poeta, no poema ou no leitor?
no h como separar. isso nos remete ao
Sutra dos Mistrios Magnficos, como a lua
e o brilho da lua, do princpio ao fim, ambos
so indissociveis. a fasca potica reside nos
elementos quando se completam como um s.
a poesia no nasce para ser explicada, mas
para ser sentida, para estremecer o que h de
mais puro em ns, este interior que nunca se
decodifica, o nosso no-pensar, ou seja, a relva
quem dita a cor das nuvens em uma atmosfera
povoada de poemas, os poemas de jeferson bandeira.
alvaro posselt
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primavera
com satisfao que te abro para a vida,
pequeno boto germinado e aquecido na
semente, estrela que aos poucos incandesce.
no desprezes a chance de respirar o novo,
no temais as mos indelicadas e os olhos
insensveis. basta buscar-te em seiva, quando
pensar em podar-te prematuramente. pois vejo
que o sol vem despontando, esse sol. passada
a histria de uma infncia, ser vero.
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uma gota apenas
curvou-se em arco-ris:
fez-se primavera
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voa quanto der:
tuas asas, imagino,
bumerangue so.
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um dedo de sol
afastou minha cortina:
aura que surgia.
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um dedo de sol
afastou minha cortina:
aura que surgia.
a febre noturna
s me fez olhar a tempo
teu riso na lua.
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aquele terreiro
salpicado de bolinhas
foi o primeiro cu
de estrelas que vi.
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aquele terreiro
salpicado de bolinhas
foi o primeiro cu
de estrelas que vi.
no branco papel
(dez)rebanhadas estrelas
conduzem ao cu.
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pingos na vidraa.
todo cu se deita em pranto:
minha vista embaa.
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pingos na vidraa.
todo cu se deita em pranto:
minha vista embaa.
fera indomada
sacode o poema.
por que tem-la?
erro, seria dom-la.
deixem-na tecer,
confluir a fala,
varar o peito.
vento s , se solto.
poesia qualquer momento:
(carga de infncia)
invento.
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tudo tinha sido escrito,
mas veio tal vento...
redecorou o infinito.
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meus dedos em prece,
s que a linha do desejo
mos frias destecem.
tudo tinha sido escrito,
mas veio tal vento...
redecorou o infinito.
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quando estrelas
tomam as harpas,
lua em palco
sobre lmpido
lago.
atraem-se
alternados passos
a riscar:
inusitado
ondear
de lbios.
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quando estrelas
tomam as harpas,
lua em palco
sobre lmpido
lago.
atraem-se
alternados passos
a riscar:
inusitado
ondear
de lbios.
o sertanejo
teima
no cigarro
de palha:
sutil
agonia
de um vaga-lume
ao luar.
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bem antes da escola, lembra a me
ter falado da floresta de palavras.
dizia-se uma mata fechada:
coisas ainda exticas.
balbuciava, talvez sussurrasse
um trato, uma cumplicidade:
jogo entre palavras.
e como um desenho de rios
insinuava palavras, como chaves
que levavam a outras palavras.
fechada a lio, ia dormir
e volta e meia se debruava
sobre densos jardins seduzindo
quem os adentrava.
como um altivo caador
de borboletas se imaginava:
de redinha e tudo.
no mundo dos seus sonhos,
ou melhor, mundo das palavras,
caava letras.
se palavreava
no palavro da floresta.
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bem antes da escola, lembra a me
ter falado da floresta de palavras.
dizia-se uma mata fechada:
coisas ainda exticas.
balbuciava, talvez sussurrasse
um trato, uma cumplicidade:
jogo entre palavras.
e como um desenho de rios
insinuava palavras, como chaves
que levavam a outras palavras.
fechada a lio, ia dormir
e volta e meia se debruava
sobre densos jardins seduzindo
quem os adentrava.
como um altivo caador
de borboletas se imaginava:
de redinha e tudo.
no mundo dos seus sonhos,
ou melhor, mundo das palavras,
caava letras.
se palavreava
no palavro da floresta.
naquelas pipas aladas,
em tardes de pura farra de viver,
um lume novo rasgava nuvens
soltas pelo hlito ressecado
de quem deixou de se perceber
como ser, um algum,
uma identidade.
uma (in)certa leveza se precipitava
frente ao precipcio de contrariedades.
a dedo eram escolhidos os bambus
e quem se despisse das privaes
de um olhar to saturado
por essas fraudes procriadas
[extensivamente
notaria o fantstico da realidade,
a realidade fantstica.
no eram apenas bambus,
um simples papel de seda.
sim, algo mais palpvel
que entrava pelos olhos,
transitava pelos poros.
aquelas pipas eram verdadeiros pssaros
escapulidos da cartola inocncia.
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assentados sobre muros,
aqueles pssaros.
bandos alternados,
inocentes postados em linha.
se havia um lder, no sei.
um canto abafado
de bom dia...
perdia-se alm.
pousados nos muros,
me fitavam:
pobres olhares admirados.
no sei o porqu,
aqueles pssaros,
mesmo desintencionados,
tiravam a magia
das estrias contadas
por minha me.
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assentados sobre muros,
aqueles pssaros.
bandos alternados,
inocentes postados em linha.
se havia um lder, no sei.
um canto abafado
de bom dia...
perdia-se alm.
pousados nos muros,
me fitavam:
pobres olhares admirados.
no sei o porqu,
aqueles pssaros,
mesmo desintencionados,
tiravam a magia
das estrias contadas
por minha me.
pingou-se uma gota negra
na alva geleira.
como aquilo soasse bem,
encheu-se a tela num vai e vem.
da gota primeira perdeu-se
o rumo.
o vu da noite
invejou-se do feito
na terra
e para evitar futuras guerras
fez-se um combinado:
como o cu era escuro,
os pinguins estrelados
se refletiram brancos.
assim at hoje:
de dia os vemos de costas,
noite estufam o peito.
por isso a razo
do branco e preto.
enquanto achamos
que eles dormem...
velam nosso leito.
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meu pai entornava uns tragos, foi embora.
minha me era secretria - eu, com vergonha.
irmo, eu no tinha. Deus sabe o que faz.
sozinho, menino, andando na 9 de julho,
via a histria de joana (uma menina,
mais ou menos, da minha idade
ia de carro em carro entregando um
bilhetinho)
comprida histria que talvez no acabe mais.
no meio-dia branco de luz uma voz
tentava me animar, era minha imaginao
dando-me tudo o que a vida no quer.
sonho lindo que nem camila,
sonho gostoso, sonho bom.
depois do expediente, claro, a me ficava
sentada costurando (metfora para quem
devia criar uma composio).
no reclamava, ao contrrio de mim.
l longe meu pai talvez medicasse,
tratando dos dentes de possveis
pacientes de muita renda.
e eu aqui, invejando a vida de charles augusto
(que at nome de prncipe j tinha).
dizendo tudo isso sem saber
que a minha histria
era mais bonita que a de joana.
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meu pai entornava uns tragos, foi embora.
minha me era secretria - eu, com vergonha.
irmo, eu no tinha. Deus sabe o que faz.
sozinho, menino, andando na 9 de julho,
via a histria de joana (uma menina,
mais ou menos, da minha idade
ia de carro em carro entregando um
bilhetinho)
comprida histria que talvez no acabe mais.
no meio-dia branco de luz uma voz
tentava me animar, era minha imaginao
dando-me tudo o que a vida no quer.
sonho lindo que nem camila,
sonho gostoso, sonho bom.
depois do expediente, claro, a me ficava
sentada costurando (metfora para quem
devia criar uma composio).
no reclamava, ao contrrio de mim.
l longe meu pai talvez medicasse,
tratando dos dentes de possveis
pacientes de muita renda.
e eu aqui, invejando a vida de charles augusto
(que at nome de prncipe j tinha).
dizendo tudo isso sem saber
que a minha histria
era mais bonita que a de joana.
vero
chegaste ao vero cheia de sonhos, e trazendo
contigo o calor de ainda semente. agora,
desabrochada flor, olhos sedentos se debruam
sobre o vio de tua seiva fina, viva, pulsante.
chegada a hora das escolhas, dos tropeos,
da gama de utopias, do rosrio de certezas.
aproveita, como carpe diem, que se aproxima o
filme estreando na despedida, despedida desse
sol. lusco-fusco em ascenso, outono.
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a janela contorneia quadro vivo
cometa aflito:
suspiro
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se em veludo verso
h nos olhos fria pedra:
desejo em sangrar.
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do poema a busca:
noite escura.
persegue, some,
soma lutas.
tenta encurralar:
normas impuras.
dilema sacro-ertico,
encana, surta.
jogo ldico-nevrlgico,
destranca,
avulta.
poema em contra,
chama pura.
dilema que encanta,
enquanto amarga
e (lou)cura.
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escorre a calma do sentimento,
enquanto lbios buscam o beijo:
o resto segredo indecifrvel.
do poema a busca:
noite escura.
persegue, some,
soma lutas.
tenta encurralar:
normas impuras.
dilema sacro-ertico,
encana, surta.
jogo ldico-nevrlgico,
destranca,
avulta.
poema em contra,
chama pura.
dilema que encanta,
enquanto amarga
e (lou)cura.
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ardem poros, nuvens chilenas.
espigas, lagos, frutos exticos.
beijo de janela calentado em falso sol,
metade demarcada friamente em d.
que no pode um ser, l alm do amor,
costurar cortinas pluviais, alpendres
[desrticos.
aquoso na equao dissolvida
em esperas,
golondrina alvejada em fulgor:
rasante mortal.
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captura-se quando primavera.
ao riscar estrelas em plen,
inflama-se como anis de saturno.
supera-se num breve sorriso puro,
tocando ao ser tocada, como a ctara
impecavelmente afinada das cigarras.
navegando manhs de relva intocada,
arranhando o dia com mos de fada.
ardem poros, nuvens chilenas.
espigas, lagos, frutos exticos.
beijo de janela calentado em falso sol,
metade demarcada friamente em d.
que no pode um ser, l alm do amor,
costurar cortinas pluviais, alpendres
[desrticos.
aquoso na equao dissolvida
em esperas,
golondrina alvejada em fulgor:
rasante mortal.
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seria entre a areia um ser
de seiva.
sedentos tentculos, vias
serenas.
de areia um ser
sereia
seria um bote na veia
ser de areia.
sereia e meia
lua entre estrelas
sereneia
sobre frgil teia.
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ela quer que
deixe de moda
e case.
mas a moda
deix-la
na saudade.
seria entre a areia um ser
de seiva.
sedentos tentculos, vias
serenas.
de areia um ser
sereia
seria um bote na veia
ser de areia.
sereia e meia
lua entre estrelas
sereneia
sobre frgil teia.
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meu grito vira gato,
vai pelos telhados roando sua ausncia.
a lua, em todo seu esplendor de brancura,
se apaga ao tocar a geada polvilhando
[os olhos.
viro gelo seco ao toque das estrelas,
perfume de alfazema indo de encontro,
evaporo entres as rosas murchas.
viro sapo e inflo o peito,
um efeito sonoro sai meio sem jeito,
rebate na lua, d na estrada insegura.
e toda a arquitetura traz evidncias
de que a rota escura nica clareza.
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em jasmins o delrio pede pouso.
respira outra essncia.
sabe da fragilidade do olhar.
quando se desata do concreto,
algo muda como um todo.
dilogo novo sobre a rspida mudez
desenrola linha.
traduz-se entre ptalas e clios:
carnosa sintonia.
um fogo novo transforma em cristais
o pasmo abrigado nas retinas.
em jardins de lr ios tudo se recria.
meu grito vira gato,
vai pelos telhados roando sua ausncia.
a lua, em todo seu esplendor de brancura,
se apaga ao tocar a geada polvilhando
[os olhos.
viro gelo seco ao toque das estrelas,
perfume de alfazema indo de encontro,
evaporo entres as rosas murchas.
viro sapo e inflo o peito,
um efeito sonoro sai meio sem jeito,
rebate na lua, d na estrada insegura.
e toda a arquitetura traz evidncias
de que a rota escura nica clareza.
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por detrs da lua,
sinto a procura
abdicar o tom
de lcida.
subornar nuvens,
captar reminiscncias
de loucura,
desterrar castelos de algodo
e seda crua.
por detrs da lua,
fantasia de sol
em noite obscura.
deitando drinques,
alicerando fraturas
no cristal colrio
de novas descomposturas.
entre o efmero e o brio,
quem sabe
uma noite mal-dormida.
um dia amargo sem partida
a recordar.
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-
falso
amor
curado
a lgrimas
(e)terno
escravo
de
banhos-
maria.
por detrs da lua,
sinto a procura
abdicar o tom
de lcida.
subornar nuvens,
captar reminiscncias
de loucura,
desterrar castelos de algodo
e seda crua.
por detrs da lua,
fantasia de sol
em noite obscura.
deitando drinques,
alicerando fraturas
no cristal colrio
de novas descomposturas.
entre o efmero e o brio,
quem sabe
uma noite mal-dormida.
um dia amargo sem partida
a recordar.
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falta amor
falta calor
falta a prpria falta.
desejos sem preliminares,
rabiscados
pelo prprio hlito
so levados.
falta dor
falta frio
falta a prpria falta
de sentir vazio.
beijos vm rotulados,
ausente dono,
comem poeira
assentada.
falta olhar
para as coisas
e cont-las
risadas.
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foi em noites lilases de conchas e algas
flutuando em mares ecos de sereias
e de harpas em sinfonia de nuvens
[cordas soltas
que te disse: espera-me.
ainda eu tinha um pouso,
indeterminada insnia,
era natural que minhas setas j tivessem
alvejado o lbulo de coraes
[ inexperientes em mares.
e fui, como astuto marinheiro,
arrastando as plagas
de territrios beijos vaporizados,
carcias mnimas.
eis que o grande lobo do mar rugiu
[no peito-mor.
hoje apenas me resta dizer: esquea-me.
o feitio jogou as velas contra o rochedo.
falta amor
falta calor
falta a prpria falta.
desejos sem preliminares,
rabiscados
pelo prprio hlito
so levados.
falta dor
falta frio
falta a prpria falta
de sentir vazio.
beijos vm rotulados,
ausente dono,
comem poeira
assentada.
falta olhar
para as coisas
e cont-las
risadas.
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trepidam os trilhos em sentido inverso,
no h sol, por ou porto.
as malas se colocam alinhadas,
a mo vacila, o olhar se projeta:
um filme estreia na despedida.
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outono
de nada adianta orvalhar-te, j quase extinta
flor. as indagaes s aceleram o processo.
foste o que te possibilitaram teus anseios -
reprimidos ou no - e o curso do rio por onde
a vida foi levada. o vio que era exuberante
internamente, agora vai descolorindo na ponta
das ptalas. mas tudo valeu, no foste
cristal jamais usado. conservaste lembranas,
mesmo que pouco as recorde. e esse arrefeci-
mento, assim em dispersos acordes, anuncia-se
inverno.
trepidam os trilhos em sentido inverso,
no h sol, por ou porto.
as malas se colocam alinhadas,
a mo vacila, o olhar se projeta:
um filme estreia na despedida.
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ao sabor da brisa cptica,
lambo as feridas, cicatrizo imperfeitos
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desguam meus olhos:
rio que no quer calar
perdido em crregos.
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caducaram
o fruto, a mo e o olhar.
o fruto se julgava altivo;
a mo, livre; o olhar, pleno.
mas no princpio era o adjetivo:
efmero.
tudo estava escrito
no barro que prendeu
o mosquito.
depois o fssil acobertou
o verbo.
o envelhecer fugiu
de mansinho,
carregava um embrulho:
relgio.
naquele tempo ainda biolgico.
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tarde, eu sinto,
o pulso das nuvens descora,
a cartilagem do adeus enrijece.
no tinha como,
contas de desejo espalhadas,
claridade obscura nas gavetas
[do presente.
(uma religio desfeita entre as mos)
foi arder quando o inverso
se fez carne de amante primaveril,
trajetria de projteis dispersos no olhar.
o trem alertou o ausente,
os galhos se camuflaram entre os pingos,
a chama da hora cuspiu os excessos.
tarde eu sinto
o tamboril de um canto fnebre
ritmado nos nervos de cada verso.
caducaram
o fruto, a mo e o olhar.
o fruto se julgava altivo;
a mo, livre; o olhar, pleno.
mas no princpio era o adjetivo:
efmero.
tudo estava escrito
no barro que prendeu
o mosquito.
depois o fssil acobertou
o verbo.
o envelhecer fugiu
de mansinho,
carregava um embrulho:
relgio.
naquele tempo ainda biolgico.
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sorriso plido entre folhas cariadas.
beija-flores em mutiro socorrem o sonho.
cactos capturam lgrimas pela adaga
[do destino evocadas.
(ferrugem)
presente contrabandeado caduca,
[em flagrante autuado.
a natureza tenta absolvio,
o corao delata recorrncia no ato.
sem outra escolha, o corpo lastima:
[espinhos, cacos.
(ferrugem)
engrenagens de suas foras,
para espanto, travam simultaneamente.
a esperana detida, os desejos
[recusam defesa.
incapaz do extraordinrio, vai ao cho
[colossal prisioneiro.
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pouco amor ainda resta no copo.
feito de amor pouco resta ainda.
poucas slabas os olhos serenos.
sereno da vida o outono aprimora.
pouca cinza para tanta lgrima:
aurora fria.
copo e corpo contemplam o mrmore.
pouco frio, algum resqucio.
pouca iluso ainda resta no corpo.
copo cheio de rancor e pouca vida.
formas hbridas os focos de argila.
terreno da partida, assombro se vangloria.
pouca pressa para tanta agonia:
demora inspida.
sorriso plido entre folhas cariadas.
beija-flores em mutiro socorrem o sonho.
cactos capturam lgrimas pela adaga
[do destino evocadas.
(ferrugem)
presente contrabandeado caduca,
[em flagrante autuado.
a natureza tenta absolvio,
o corao delata recorrncia no ato.
sem outra escolha, o corpo lastima:
[espinhos, cacos.
(ferrugem)
engrenagens de suas foras,
para espanto, travam simultaneamente.
a esperana detida, os desejos
[recusam defesa.
incapaz do extraordinrio, vai ao cho
[colossal prisioneiro.
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por que querer da lua
um rosto, um aroma, uma identidade?
fazem juras eternas,
empunham sentimentos etreos,
e para qu?
quem cobrou o qu? apenas algum
[que se afoba,
come segundos com tamanho mpeto.
na desordem dos sonhos,
caa escritos em papel carbono
para estampar um amor,
mais puro suborno,
entre almas ausentes de adorno.
no branco da lua no h o que v
- nem se v nada -
apenas uma iluso sequer escapulida
[do casulo.
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no cavalo da vida aventurar-se.
rasgar rios; descortinar horizontes.
pedir um copo de insnia
quando do momento decisivo.
este lombo projetado,
carrega o peso que lhe cabe.
colecione seus pobres amores,
impossibilidades tidas como indiferenas
do destino amor.
cavalgue; arranhe a relva:
flores cultivou a provar a falta de zelo.
ao notar a palidez nas veias do animal,
assente ao cho como fibrosa folha
[ressecada.
a terra sempre sabe acolher.
por que querer da lua
um rosto, um aroma, uma identidade?
fazem juras eternas,
empunham sentimentos etreos,
e para qu?
quem cobrou o qu? apenas algum
[que se afoba,
come segundos com tamanho mpeto.
na desordem dos sonhos,
caa escritos em papel carbono
para estampar um amor,
mais puro suborno,
entre almas ausentes de adorno.
no branco da lua no h o que v
- nem se v nada -
apenas uma iluso sequer escapulida
[do casulo.
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desvir tue o pretexto,
aspereza de ausncia,
fenda na riqueza,
plenos olhos imaturos.
olhe no espelho, se convena,
todo gesto sutil pouca luz
contida na cripta do passageiro.
no! seu gosto, se pronto no evapora,
estampa no ar reminiscncias.
- deleite labial entorpecente -
ilude tato, amanhece cinza.
segue-se carncia,
espao ralo
nfima
nostalgia.
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sobre rstico caixo
chora a gaita
do velho:
colono desconsolado.
desvir tue o pretexto,
aspereza de ausncia,
fenda na riqueza,
plenos olhos imaturos.
olhe no espelho, se convena,
todo gesto sutil pouca luz
contida na cripta do passageiro.
no! seu gosto, se pronto no evapora,
estampa no ar reminiscncias.
- deleite labial entorpecente -
ilude tato, amanhece cinza.
segue-se carncia,
espao ralo
nfima
nostalgia.
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-
s queria
aquec-la naquela noite,
confort-la,
aquela noite,
mas ela preferiu
beijar a minha fronte,
descer at meus ps
e arrastar-me
at o nada
daquela ponte.
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a fala da flor, um tanto cortada,
suprime assim possa expressar o todo.
evita-se excesso, tempo pouco,
ri-se o osso, hospeda despedida.
ptalas slabas desabrocham ilcitas,
abrem-se em mistrio, quebram expectativas.
o vocbulo da flor poda conquistas,
pega ao avesso, desliza pela vista.
porto de espera, confluncia martima,
em silncio tanto mais comunica.
s queria
aquec-la naquela noite,
confort-la,
aquela noite,
mas ela preferiu
beijar a minha fronte,
descer at meus ps
e arrastar-me
at o nada
daquela ponte.
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teve medo de arriscar. seu corpo ficou intacto,
preservado. como um cristal, jamais usado,
que se guarda com tanto carinho. belo nos seus
tantos anos, mas vazio de lembranas.
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inverno
o que sobrou de ti, desabrochada flor? para
onde foi teu perfume? a terra guardou tua
memria. outra semente gesta os poros dessa
fina camada desprendida na hora do adeus.
chegou o tempo de costurar as fendas, a relva
comea a desgelar. h um novo aroma no ar,
uma nova tentativa de descobertas. abre o pei-
to para capturar borboletas; e que a relva ditea
cor das nuvens. venha, primavera, abrao-te.
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mas sempre pensamos
que sentimos
o que h de mais
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quando for embora, no feche a porta,
que para ver se as memrias
optam por manterem-se vivas
ou inslitas.
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passada a chuva,
a relva dita
a cor das nuvens.
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vasculhei as cinzas,
signif icados em brasa
ainda delatavam
resqucios de carcia.
da frico:
renascido fogo,
ardidos olhos;
lgrimas alcolicas,
il citas.
combusto ao revs,
ferida a latejar.
abriu-se a cicatriz:
emanava ausncia.
passada a chuva,
a relva dita
a cor das nuvens.
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como pesa.
estrada esburacada,
ranger de rodas:
carro de boi, charrua em marcha.
o tempo
aprende a esperar.
fruta matura, canto ecoa.
a neblina baila,
a fumaa se arrasta.
e olhos...descansam:
frentica mquina.
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to crua
condena olhos enamorados,
inbeis, cobertos por camadas
herdadas em dias de completo degredo,
distante como nunca pensado
do instinto primeiro.
abre meus olhos para alm lua,
edif ica com seus lbios
slabas sussurradas em plantas da noite
submersas na qumica do luar.
assim grande, quanto menor
aparenta ser.
suave, impactante,
quando contm o impulso
de derramar-se em relva mida.
solta nos olhos penetrantes.
nua como jamais algum foi.
como pesa.
estrada esburacada,
ranger de rodas:
carro de boi, charrua em marcha.
o tempo
aprende a esperar.
fruta matura, canto ecoa.
a neblina baila,
a fumaa se arrasta.
e olhos...descansam:
frentica mquina.
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-
quando venta fininho,
olhos dela se espalham:
colibris sem ninho.
seta, em memria
a mos que j descoram,
inventa histria.
quando venta fininho,
desejos se embaralham:
canibal marinho.
seta, sem piedade,
aos nos que j devoram,
traz liberdade.
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no conta-gotas da
minha alma
baixou a
calma
at a
pon
ta
.
quando venta fininho,
olhos dela se espalham:
colibris sem ninho.
seta, em memria
a mos que j descoram,
inventa histria.
quando venta fininho,
desejos se embaralham:
canibal marinho.
seta, sem piedade,
aos nos que j devoram,
traz liberdade.
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-
palavras lquidas,
condutoras de luz fria:
glida matria gris.
da boca de amantes
escorrem cabisbaixas
em aes descabidas.
entre rvores fragmentam
folhas,
ferem troncos.
perigosas balas cclicas,
reviram bocas,
retorcem sonhos.
como lquido esfarelam aos olhos,
descentralizam carcias.
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na matria gasosa
minha voz re-pousa.
luzes investigam a rosa.
na relva o orvalho
se interroga.
a cada pingo da manh
uma cano voa.
a cada raio da manh
uma borboleta soa.
toda uma atmosfera
em ritmo e prosa.
toda uma vida avante na proa.
desconhece-se o feito
do tempo que nos interroga.
palavras lquidas,
condutoras de luz fria:
glida matria gris.
da boca de amantes
escorrem cabisbaixas
em aes descabidas.
entre rvores fragmentam
folhas,
ferem troncos.
perigosas balas cclicas,
reviram bocas,
retorcem sonhos.
como lquido esfarelam aos olhos,
descentralizam carcias.
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-
morre em mim teu silncio,
embrutece o que era lapidado.
foge o que era presena,
assenta-se o que distncia.
nostalgia, palavra intervalar,
separa, atravs de vales,
meus sonhos de meus desejos,
meus lbios de tua pele inteira.
morre no nada meu pedido,
escurece o que era lmpido.
escorre o que amor em esperas infindas.
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no acuse o desmando do desejo.
a f lor se abre em beijo.
o sol, enciumado com o ensejo,
manda chuva a espantar o pssaro.
amar uma dor impaciente,
seja da falta, medo da perda.
quando se cai na teia do amor,
o alimento como o prprio definhar.
quanto mais se prende, mais se encerra.
quem aprendeu a amar prendeu-se guerra.
morre em mim teu silncio,
embrutece o que era lapidado.
foge o que era presena,
assenta-se o que distncia.
nostalgia, palavra intervalar,
separa, atravs de vales,
meus sonhos de meus desejos,
meus lbios de tua pele inteira.
morre no nada meu pedido,
escurece o que era lmpido.
escorre o que amor em esperas infindas.
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-
beija-flor ousado, ressentido
ao cravar-se no infinito
a rosa lhe fitou, olhar das ltimas:
- doce beija-flor, que perdure,
desmaterializou-se a afinidade entre ns.
a flor feneceu
ao toque do bico em riste:
heri triste arrependido.
na tarde de outono
... lgrimas do pssaro,
a terra resignou-se.
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-
f icar romper desejos.
se lcool de mgoas restar,
garoar ressentimentos.
contra o destino ser a penas
um vento retido nas retinas.
beija-flor ousado, ressentido
ao cravar-se no infinito
a rosa lhe fitou, olhar das ltimas:
- doce beija-flor, que perdure,
desmaterializou-se a afinidade entre ns.
a flor feneceu
ao toque do bico em riste:
heri triste arrependido.
na tarde de outono
... lgrimas do pssaro,
a terra resignou-se.
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-
no fuja da noite anseio sufocante.
o dia se estende como rede de corais.
nada alm disso. nada.
preciso ser forte para recolher a rede.
o anncio de escassez no vem de hoje.
no prematuro.
prematura nossa vida
calibrada pelo intransponvel.
mas preciso ser forte.
e nos sabemos fracos.
preciso de muito. somos pouco.
nossa luz nos olhos no ajuda nas trevas.
nossa luz pirateada. contrabando.
e como por tudo um dia se paga,
apaga-se a chama. nos apagamos.
mediante a que propinas
queremos anistia?
nosso ouro de tolo.
somos desprovidos do que possa agradar.
no fuja da noite anseio sufocante.
como perduraria to assim
avesso s leis do mar?
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-
sentados no meio-fio da vida, no observam o
rio de fatos. num olhar cmplice, estreitam-se
mais, apenas isso. nada de riscar na poeira
assentada os sonhos rarefeitos. a beleza est
unicamente no olhar. o casal de pombos no
entende de futuros e destinos.
no fuja da noite anseio sufocante.
o dia se estende como rede de corais.
nada alm disso. nada.
preciso ser forte para recolher a rede.
o anncio de escassez no vem de hoje.
no prematuro.
prematura nossa vida
calibrada pelo intransponvel.
mas preciso ser forte.
e nos sabemos fracos.
preciso de muito. somos pouco.
nossa luz nos olhos no ajuda nas trevas.
nossa luz pirateada. contrabando.
e como por tudo um dia se paga,
apaga-se a chama. nos apagamos.
mediante a que propinas
queremos anistia?
nosso ouro de tolo.
somos desprovidos do que possa agradar.
no fuja da noite anseio sufocante.
como perduraria to assim
avesso s leis do mar?
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-
deve brindar o crepsculo.
arrastar um arco-ris.
furtar a fragilidade das nuvens.
levantar cores para delinear
nossos anseios volveis,
nossas certezas cmplices.
a volatil idade do vinho
no ultrapassa nosso costume
de parecermos inteiros,
verdadeiros heris gregos
na mstica do longevo.
deve brindar o crepsculo
com as estrelas das oito,
entre os vus do efmero
colecionar doces desesperos.
no esvoaar das horas,
trancafiar promessas alheias.
abrir o peito para capturar borboletas.
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