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Page 2: A nova contabilidade pública

MÓDULO 1:

Conceito, aplicação e

mudanças

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Conceito-A Contabilidade pública é o ramo da

ciência contábil que estuda, orienta,controla e registra os atos e fatos daadministração pública, demonstrandoo seu patrimônio e as suas variações,bem como acompanha e demonstra aexecução do orçamento

Page 4: A nova contabilidade pública

Conceito A Contabilidade Pública brasileira é

conhecida por sua peculiaridade em relação à ciência da contabilidade.

Em razão da sua ligação muito mais forte com o orçamento público do que com o patrimônio (como ocorre na contabilidade tradicional), a contabilidade pública tem muitas características próprias e peculiares.

Page 5: A nova contabilidade pública

Conceito Por esse motivo, alguns de seus procedimentos

sempre foram motivo de críticas por contrariar osmais basilares princípios da ciência da contabilidade.

Como exemplo destas aberrações contábeis, épossível citar o regime misto de contabilização dereceitas e despesas, a não apropriação em ativos dedespesas efetuadas em bens de uso comum dopovo, a não apropriação da depreciação de ativos,entre outros procedimentos questionáveis, do pontode vista da ciência.

Page 6: A nova contabilidade pública

Conceito

O que é o regime misto?

Porque ele existia?

Como ficou agora?

Page 7: A nova contabilidade pública

Outras peculiaridades

superadas A não apropriação em ativos de despesas

efetuadas em bens de uso comum do povo veremos na contabilização patrimonial.

A não apropriação da depreciação deativos, entre outros procedimentosquestionáveis, do ponto de vista da ciência veremos na depreciação

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Outras peculiaridades

superadas Imagine a seguinte situação: o órgão público

executa despesas na manutenção ouconservação de um bem de uso comum dopovo, uma praça por exemplo. De acordo coma ciência da contabilidade, toda despesarealizada em um bem do imobilizado deve seragregada ao seu ativo. Mas, não: acontabilidade pública nacional sempre registroupuramente o fato como despesa, semcontrapartida no ativo.

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Outras peculiaridades

superadas Outro exemplo curioso é o da construção de

estradas. O órgão responsável usava recursosseus para construção de uma estrada, masnão podia contabilizá-la como bens emconstrução ou, ainda, como parte do ativo. Adespesa iria toda ser contabilizada semcontrapartida alguma.

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Outras peculiaridades

superadas A Contabilidade Pública também nunca

admitiu – a não ser em raras exceções

previstas na Lei 4.320/64 – a contabilização

da depreciação dos seus ativos, algo

totalmente incompatível com os princípios da

Ciência Contábil.

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Outras peculiaridades

superadas Por força da relação com o Orçamento, a

Contabilidade Pública também sempre registroucomo receita operações de entrada de caixa,mas que não são receitas efetivas, como, porexemplo, a alienação de bens ou as operaçõesde crédito. Por não alterar o patrimônio líquido,estas receitas não deviam ser consideradasreceitas de fato, mas por força da lei doorçamento assim sempre o foram.

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Mudanças na Contabilidade Pública

Brasileira Com as mudanças na Contabilidade Pública

que começaram a ocorrer no fim da décadapassada, com o objetivo de convergi-la àsPrincípios Contábeis Geralmente Aceitos, atendência é que, em um futuro próximo, aContabilidade Pública seja, em termos detécnicas e procedimentos, muito similar àContabilidade Privada

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Tudo começou em 2007 quando foi criado o Comitê Gestorda Convergência no Brasil. No ano seguinte, foi constituídoo Grupo de Trabalho da Contabilidade Pública (GTCP),com o objetivo de coordenar os trabalhos de tradução dasNormas Internacionais de Contabilidade Aplicada ao SetorPúblico (IPSAS), visando a sua disponibilização aosContabilistas atuantes no Setor Público, para, em seguida,iniciar os trabalhos de convergência, com vistas aapresentação das minutas das Normas Brasileiras deContabilidade Aplicadas ao Setor Público (NBCT SPConvergidas) para submissão a audiência pública e,posterior aprovação e publicação pelo Conselho Federalde Contabilidade – CFC.

Mudanças na Contabilidade Pública

Brasileira

Page 14: A nova contabilidade pública

Durante a análise, o CFC solicitou àFederação Internacional dos Contadores(IFAC), detentora dos direitos sobre as IPSAS,a autorização para traduzir para a línguaportuguesa aquelas normas. O IFAC assentiue conferiu ao CFC e ao Instituto Brasileiro deContadores (IBRACON), o direito de promovera tradução oficial no Brasil das referidasNormas Internacionais.

Mudanças na Contabilidade Pública

Brasileira

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Em agosto de 2008, o Ministério da Fazendaeditou a Portaria nº.184, que dispõe sobre asdiretrizes a serem observadas no Setor Públicoquanto aos procedimentos, práticas, elaboraçãoe divulgação das demonstrações contábeis, deforma a torná-las convergentes com as NormasInternacionais de Contabilidade Aplicadas aoSetor Público (IPSAS).

Mudanças na Contabilidade Pública

Brasileira

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A apresentação das NBCT SP Consolidadas(após a realização de diversos SemináriosRegionais em todo o Brasil) ocorreu no IISeminário Nacional de Gestão e ContabilidadePúblicas, realizado no mês de Outubro/2008, emBelo Horizonte/MG, o que culminou, emnovembro de 2008 com a aprovação das dezprimeiras NBCT SP pelo Plenário do CFC,inicialmente com vigência a partir de 1º dejaneiro de 2010.

Mudanças na Contabilidade Pública

Brasileira

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NBC TSP 16.1 – Conceituação, Objeto e Campo de Aplicação

NBC TSP 16.2 – Patrimônio e Sistemas Contábeis

NBC TSP 16.3 – Planejamento e seus Instrumentos sob o Enfoque Contábil

NBC TSP 16.4 – Transações no Setor Publico

NBC TSP 16.5 – Registro Contábil

NBC TSP 16.6 – Demonstrações Contábeis

NBC TSP 16.7 – Consolidação das Demonstrações Contábeis

NBC TSP 16.8 – Controle Interno

NBC TSP 16.9 – Depreciação, Amortização e Exaustão

NBC TSP 16.10 – Avaliação e Mensuração de Ativos e Passivos em Entidades do Setor Público.

Mudanças na Contabilidade Pública

Brasileira

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As normas aprovadas em 2008 foramrevistas no ano seguinte, com o objetivo dealinhá-las aos atos normativos expedidospela Secretaria do Tesouro Nacional, órgãocentral de contabilidade público do GovernoFederal. Assim, foi publicada a ResoluçãoCFC no. 1.268, que alterou, inclui e excluiitens das NBC T 16.1, 16.2 e 16.6.

Mudanças na Contabilidade Pública

Brasileira

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Em 2010, a Federação Internacional dos

Contadores (IFAC) aprovou e publicou o

“Plano de Ação da Convergência para o

Brasil”, preparado pelo CFC e Ibracon, com a

previsão da adoção, pelo Setor Público

Brasileiro das Normas Convergidas em 2012.

Mudanças na Contabilidade Pública

Brasileira

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Uma das principais mudanças na

contabilidade pública foi a mudança de

enfoque, inicialmente, muito vinculado ao

orçamento e agora mais voltado para o

controle do patrimônio público. Isso tem

reflexos, por exemplo, no regime contábil que

passa do misto para o de competência.

Mudanças na Contabilidade Pública

Brasileira

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Voltando ao conceito...

Contabilidade pública é o ramo da ciência

contábil que estuda, orienta, controla e

registra os atos e fatos da administração

pública, demonstrando o seu patrimônio e

as suas variações, bem como acompanha

e demonstra a execução do orçamento

Page 22: A nova contabilidade pública

Conceito Então a Contabilidade Pública, faz:

A) registra os atos e fatos da administraçãopública – importante diferença em relação àContabilidade tradicional (assinatura de umcontrato, por si só)

B) demonstrando o seu patrimônio e as suasvariações – igual à contabilidade tradicional

C) acompanha e demonstra a execução doorçamento – outra importante diferença dacontabilidade tradicional

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Conceito O registro dos atos é uma das peculiaridades da

contabilidade pública, já que isso não acontece,via de regra, na contabilidade privada. Ex:.registro de convênio, contrato, etc. não éregistrado na contabilidade comercial, enquantonão produzir efeitos patrimoniais, mas nacontabilidade pública, pela mera expectativa deproduzir efeitos patrimoniais este ato éregistrado em contas de controle.

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Conceito O controle dos atos da administração

pública, que é realizado por meio de contasde compensação (que agora são chamadasde Contas de Controle de Atos Potenciais), eo controle do orçamento (registro da previsãoda receita, fixação da despesa e da suaexecução) são uma das principais diferençasentre a contabilidade empresarial e a pública.

Page 25: A nova contabilidade pública

Peculiaridades da Contabilidade Pública

Contabilidade Privada Contabilidade Pública

Um único regime de contabilização, ou

seja, de competência ou de caixa para

receitas e despesas

Como era: regime misto, sendo caixa

para receitas e competência para

despesas.

Como ficou: dois regimes de

contabilização, o patrimonial que

segue a competência para receitas e

despesas e o orçamentário que

permanece no regime misto (caixa

para receita e competência para

despesas)

Page 26: A nova contabilidade pública

Peculiaridades da Contabilidade Pública

Contabilidade Privada Contabilidade Pública

Uso de Contas Patrimoniais e de

Resultado, apenas

Uso de Contas Patrimoniais, de

Resultado, de Controles de Aprovação

do Planejamento e do Orçamento

(antes registradas nas contas de

Compensação) e de Controles de Atos

Potenciais (antes chamadas de Contas

de Compensação)

Page 27: A nova contabilidade pública

Peculiaridades da

Contabilidade Pública

Peculiaridades da Contabilidade Pública

Contabilidade Privada Contabilidade Pública

Cada empresa, um plano de

contas

Plano de contas nacional unificado

entre União, Estados e Municípios

Page 28: A nova contabilidade pública

Peculiaridades da Contabilidade Pública

Contabilidade Privada Contabilidade Pública

Balanço Patrimonial,

Demonstrativo do Resultado do Exercício,

Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados

(podendo ser substituído, em alguns casos, pela

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido),

Demonstração dos Fluxos de Caixa,

Demonstração do Valor Adicionado e Notas

Explicativas

Balanço Orçamentário (já existia),

Balanço Financeiro (já existia),

Balanço Patrimonial (já existia),

Demonstração das Variações Patrimoniais (já existia),

Demonstração do Fluxo de Caixa (novo),

Demonstração das Mutações do Patrimoniais (novo),

Demonstrativo do Resultado Econômico (novo).

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Peculiaridades da Contabilidade Pública

Contabilidade Privada Contabilidade Pública

Lei 6404/76, com alterações Normas Brasileiras de Contabilidade

Pública (NBC T 16)

Manual de Contabilidade Aplicada ao

Setor Público (Portaria Conjunta STN/SOF

nº 1, de 20 de junho 2011).

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Peculiaridades da Contabilidade Pública

Contabilidade Privada Contabilidade Pública

Apuração dos custos opcional Antes: obrigação formal.

Agora: implementação de sistema

integrado de custos

Page 31: A nova contabilidade pública

Campo de Aplicação A contabilidade pública aplica-se à

Administração Direta (Poder Executivo;Poder Legislativo, inclusive o Tribunal deContas; Poder Judiciário e Ministério Públicoda União, Estados, Distrito Federal eMunicípios) e a Administração Indireta(autarquias, incluindo as AgênciasReguladoras, Fundações Públicas e EmpresasDependentes).

Page 32: A nova contabilidade pública

Campo de Aplicação

ATENÇÃO! Empresas dependentes são

aquelas que utilizam recursos do orçamento

público para despesas de pessoal, custeio em

geral ou de capital, excluídos, no último caso,

os provenientes de aumento de capital.

Page 33: A nova contabilidade pública

Campo de aplicação O critério para identificar se órgão ou

entidade está sujeito à CPU é verificar serecebe recursos orçamentários da LeiOrçamentária. Se sim, deve manterregistros contábeis de acordo com a CPU;se não, apenas pela Lei 6404/76(contabilidade tradicional). - tradição davinculação da CPU ao orçamento!

Page 34: A nova contabilidade pública

Objeto O primeiro objeto da contabilidade pública é o

patrimônio, constituído este por bens, direitos e

obrigações vinculados a uma entidade (pessoa

física ou jurídica). No entanto, nesse conceito de

patrimônio a ser controlado NUNCA FORAM

considerados os bens que que NÃO atendessem

à característica de específico e não generalizado,

de propriedade dessas entidades.

Page 35: A nova contabilidade pública

Objeto

Assim dentre os bens que compõem o patrimônio, os bens de uso comum do povo (mares, praças, rios) nunca foram considerados no universo contábil do patrimônio público.

O que são bens de uso comum do povo? E porque nunca foram contabilizados?

Page 36: A nova contabilidade pública

ObjetoCC - Lei nº 10.406 de 10 de Janeiro de 2002

Art. 99 “São bens públicos”:

“I – Os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas,ruas e praças”;

“II – Os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinadosa serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual,territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias”.

“III – Os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoasjurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real,de cada uma dessas entidades.

Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-sedominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direitopúblico a que se tenha dado estrutura de direito privado.

Page 37: A nova contabilidade pública

Objeto

ATENÇÃO! Os bens de uso comum do povo,como os mares, rios, estradas, ruas, praças, etc.,não eram objetos de registro contábil, ou seja,não eram registrados no patrimônio da entidadepública.

Mas a convergência da Contabilidade Pública àsnormas internacionais exigiu a mudança dessapostura.

Page 38: A nova contabilidade pública

Objeto

Vejam o que consta na Resolução CFC 1.137/2008:

"Os bens de uso comum que absorveram ouabsorvem recursos públicos, ou aqueleseventualmente recebidos em doação, devem serincluídos no ativo não circulante da entidaderesponsável pela sua administração ou controle,estejam, ou não, afetos a sua atividade operacional."

Page 39: A nova contabilidade pública

Objeto Mas espera aí! Dizer que os bens de uso comum do povo

(praças, estradas, mares, rios) devem ser registrados noativo circulante parece algo meio estranho, não é mesmo?

Como contabilizar o valor do mar? De praças, deestradas?

Na verdade, o que a nova contabilidade exige, sob oenfoque patrimonial, é que as despesas dos órgãospúblicos com estes bens sejam registradas emcontrapartida com o ativo não circulante.

Page 40: A nova contabilidade pública

Objeto Ou seja, se uma estrada vale, digamos, 20

bilhões, pelo seu valor de mercado, mas só

houve gastos na sua construção de 1 bilhão e

de manutenção anual de 500 milhões, então o

valor a ser registrado é de 1,5 bilhão e a cada

ano, mais 500 milhões. É esse o valor que deve

ser registrado na contabilidade pública (o valor

gasto, investido) e não o valor do bem em si.

Page 41: A nova contabilidade pública

Objeto

O segundo objeto da contabilidade pública é

o orçamento e sua execução, o orçamento

aqui entendido como a peça autorizativa

para arrecadar receitas e a realizar

despesas.

Page 42: A nova contabilidade pública

Objeto O terceiro objeto da contabilidade pública

são os atos potenciais, que são atos

administrativos que no momento de seu

registro não alteram o patrimônio, porém,

futuramente poderão vir a afetá-lo, por

exemplo: convênios, contratos, avais,

fianças, cauções em título, etc.

Page 43: A nova contabilidade pública

Os objetos da Contabilidade Pública

1º Objeto O patrimônio público, incluindo os

bens de uso comum do povo, nos

termos da Resolução 1.137/2008

(contas patrimoniais e de resultado)

2º Objeto Orçamento Público e sua execução

(contas de Controle de Aprovação e

Planejamento do orçamento)

3º Objeto Atos potenciais (contas de Controles

de Atos Potenciais)

Page 44: A nova contabilidade pública

ObjetoContabilidade Privada Contabilidade Pública

O patrimônio O patrimônio público, incluindo os

bens de uso comum do povo, nos

termos da Resolução 1.137/2008

(contas patrimoniais e de resultado)

Orçamento Público e sua execução

(contas de Controle de Aprovação e

Planejamento do orçamento)

Atos potenciais (contas de Controles

de Atos Potenciais)

Page 45: A nova contabilidade pública

Objetivo Notem que “objetivo” é diferente de “objeto”.

O objetivo da contabilidade pública é fornecer informações atualizadas e exatas:

aos administradores para subsidiar a tomada de decisões;

aos órgãos de controle interno e externo para cumprimento de sua missão institucional;

às instituições governamentais e particulares para fins estatísticos ou de interesse dessas instituições;

à sociedade.

Page 46: A nova contabilidade pública

Regime contábil

Na contabilidade, seja pública ou privada,

existe o que chamamos de regime contábil

de caixa e de competência.

Mas o que é regime de caixa e regime

de competência?

Page 47: A nova contabilidade pública

Regime contábil Regime de Caixa: No regime de caixa ou

regime de gestão anual, tudo o que a

entidade ou órgão público recebe ou paga

durante o ano financeiro é considerado

receitas e despesas do exercício, ainda que

se sejam receitas e despesas referentes a

exercícios anteriores.

Page 48: A nova contabilidade pública

Regime contábil Regime de Competência: O regime de

competência, ou regime de exercício, é

aquele em que os tributos lançados e não

arrecadados e as despesas empenhadas

e não pagas, são apropriadas ao

exercício como se de fato essas receitas

e despesas houvessem sido realizadas.

Page 49: A nova contabilidade pública

Regime contábil A doutrina contábil sempre entendeu que a

previsão do artigo 35 da Lei 4320/64 estabeleciaum regime contábil misto, ou seja, regime decompetência para a despesa e regime de caixapara a receita.

“Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro:

I – as receitas nele arrecadadas;

II – as despesas nele legalmente empenhadas”.

Page 50: A nova contabilidade pública

Regime contábil No entanto, a Secretaria do Tesouro Nacional (STN)

desde 2004 (1º manual da receita pública), nesseperíodo ainda timidamente, vinha tentando alteraressa interpretação do artigo 35. Com a publicação da4ª edição do manual da receita e mais recentementena 1ª edição do manual da receita nacional (aplicávela todas as unidades da federação a partir de 2009) aSTN esclareceu a interpretação a ser dada ao artigo35 da Lei 4320/64.

Portaria Conjunta STN/SOF nº 3, de 2008 da STN e da SOF.

Page 51: A nova contabilidade pública

Regime Contábil Segundo a 4ª edição do manual da receita, o

regime de caixa citado no artigo refere-se ao

regime orçamentário e não ao regime

contábil, pois a Lei 4320/64 ao tratar da

contabilidade no Título IX – Da contabilidade,

determina que as variações patrimoniais devem

ser evidenciadas, sejam elas independentes ou

resultantes da execução orçamentária.

Page 52: A nova contabilidade pública

Regime contábil

Como era (art. 35, I e II, Lei 4320/64):

Como ficou:

Orçamentário Contábil

Misto (Caixa para Receitas e Competência para Despesas)

Orçamentário Contábil

Misto Competência

Page 53: A nova contabilidade pública

Regime Contábil CESPE/CARGO 6/ANAC/2009 – 64 A

contabilidade aplicada ao setor público, assimcomo qualquer outro ramo da ciência contábil,obedece aos princípios fundamentais decontabilidade. Dessa forma, aplica-se, em suaintegralidade, o princípio da competência, tantopara o reconhecimento da receita quanto para adespesa. Esta afirmativa está correta ouincorreta?

Page 54: A nova contabilidade pública

Gabarito: Correto

Regime Contábil

Page 55: A nova contabilidade pública

Desta forma, hoje temos para a receita dois

enfoques o contábil e o orçamentário, sob o

enfoque contábil o regime é o de

competência, tanto para a receita quanto

para a despesa.

Regime Contábil

Page 56: A nova contabilidade pública

Já sob o enfoque orçamentário, o regime émisto, sendo o regime de caixa para areceita e regime de competência para adespesa.

Para a despesa nada mudou, tanto sob oenfoque contábil quanto o orçamentário oregime para a despesa é o de competência,não apresentando nenhuma novidade

Regime Contábil

Page 57: A nova contabilidade pública

Regime Contábil

Page 58: A nova contabilidade pública

MÓDULO 2:

Plano de contas e contabilização

Page 59: A nova contabilidade pública

Plano de Contas

O que é um Plano de Contas?

Page 60: A nova contabilidade pública

Plano de Contas Um plano de contas é a estrutura básica da

escrituração contábil,formada por um conjunto

de contas previamente estabelecidas, que

permite obter as informações necessárias à

elaboração de relatórios gerenciais e

demonstrações contábeis, conforme as

características gerais da entidade, possibilitando

a padronização de procedimentos contábeis.

Page 61: A nova contabilidade pública

Plano de contas

Um plano de contas nada mais é do que um

rol de contas que podem ser utilizadas para

a contabilização, como, por exemplo,

CAIXA, BANCOS, RESTOS A PAGAR.

Page 62: A nova contabilidade pública

Plano de contas Com a nova contabilidade, todos os entes

públicos brasileiros (federal, estadual e

municipal) deverão utilizar uma mesma

estrutura de contas, conhecida como plano

de contas único ou plano de contas aplicado

ao setor público – PCASP.

Page 63: A nova contabilidade pública

Plano de contas - Objetivo O objetivo do plano de contas da

administração federal:

Realçar o estado patrimonial e suasvariações, concentrando as contas típicas decontrole nos grupos de compensação deforma a propiciar o conhecimento maisadequado da situação econômico-financeirade uma gestão administrativa;

Page 64: A nova contabilidade pública

Plano de contas - Objetivo

Padronizar o nível de informações dos

órgãos da administração direta e indireta

com a finalidade de auxiliar o processo de

tomada de decisão, ampliando a

quantidade dessas informações e

facilitando a elaboração do balanço geral

da União;

Page 65: A nova contabilidade pública

Plano de contas - Objetivo Permitir, através da relação de contas e

tabelas, a manutenção de um sistema

integrado de informações orçamentárias,

financeiras e patrimoniais na administração

pública federal, com a extração dos relatórios

necessários à analise gerencial, inclusive

balanços e demais demonstrações contábeis,

capaz de atender aos aspectos legais e fiscais.

Page 66: A nova contabilidade pública

Plano de contas O plano de contas da administração

federal está organizado da seguintemaneira:

Estrutura;

Relação de contas;

Dois adendos: Adendo “A” – Tabela de eventos;

Adendo “B” – Tabela de conta corrente contábil.

Page 67: A nova contabilidade pública
Page 68: A nova contabilidade pública

Plano de contas Quanto à estrutura, as contas que

compõem o plano de contas do governo

federal está estruturado em níveis de

desdobramentos, classificadas e

codificadas de modo a facilitar o

conhecimento e a análise da situação

orçamentária, financeira e patrimonial.

Page 69: A nova contabilidade pública

Plano de contas

As contas são identificadas por um código

composto de 09 (nove) dígitos, que são

distribuídos em níveis de desdobramento mais a

conta corrente, classificados e codificados da

seguinte forma:

Page 70: A nova contabilidade pública

Nível Número de dígitos / nome nível

1º Nível X - Classe

2º Nível X - Grupo

3º Nível X - Subgrupo

4º Nível X - Elemento

5º Nível X - Subelemento

6º Nível XX - Item

7º Nível XX - subitem

Conta Corrente Código variável

Plano de contas

Page 71: A nova contabilidade pública

Plano de contas

Page 72: A nova contabilidade pública

Plano de contasClasse

Grupo

Subgrupo

Elemento

Sub-elemento

Item

Sub-item

Page 73: A nova contabilidade pública

Plano de contas

ATENÇÃO! BASTANTE COBRADO! A

consolidação dos balanços será efetuada

no 3º nível (subgrupo).

Page 74: A nova contabilidade pública

Cada classe é desdobrada em grupos, que

por sua vez são desdobrados em subgrupos,

e assim sucessivamente até atingir, se

necessário, o sétimo nível denominado de

subitem.

Plano de contas

Page 75: A nova contabilidade pública

Importante observar que nem todas as

contas são desdobradas até o sétimo nível

(subitem), as contas podem ser

estruturadas, por exemplo, até o terceiro,

quarto ou quinto níveis.

Plano de contas

Page 76: A nova contabilidade pública

O código da conta corrente é um código

variável que permite o tratamento das

informações conforme a individualização

exigida pela conta objeto do detalhamento,

de acordo com a tabela própria estruturada

e cadastrada para permitir maior

flexibilidade no gerenciamento dos dados

Plano de contas

Page 77: A nova contabilidade pública

IMPORTANTE! O código da conta corrente

é variável porque pode se resumir a um par

de dígitos ou a um grupo composto por

dezenas de dígitos.

Plano de contas

Page 78: A nova contabilidade pública

A relação das contas é um rol de contas

desdobradas em nível mais detalhado

possível, que contempla títulos contábeis

ordenados e codificados, necessários ao

registro dos atos e fatos administrativos.

Plano de contas

Page 79: A nova contabilidade pública

Questões CESPE/ACE/TCU/2004 - As entidades

privadas sem fins lucrativos, quando

recebem recursos referentes a convênios

com a administração pública,

exclusivamente para efeito de prestação de

contas, devem adotar o mesmo modelo de

plano de contas da União.

Page 80: A nova contabilidade pública

Estrutura básica do plano de

contas

No plano de contas do governo federal, o

primeiro nível do plano de contas representa

a classificação máxima na agregação das

contas nas seguintes classes, que variam

de um a oito:

Page 81: A nova contabilidade pública

Plano de contasCÓDIGO CONTA SINTÉTICA

1 ATIVO

2 PASSIVO

3 VARIAÇÕES PATRIMONIAL DIMINUTIVA (EX: DESPESA)

4 VARIAÇÕES PATRIMONIAL AUMENTATIVA (EX: RECEITA)

5 CONTROLES DE APROVAÇÃO DO ORÇAMENTO

6 CONTROLES DE EXECUÇÃO DO ORÇAMENTO

7 CONTROLES DEVEDORES (ANTIGAS CONTAS DE COMPENSAÇÃO)

8 CONTROLES CREDORES (ANTIGAS CONTAS DE COMPENSAÇÃO)

Page 82: A nova contabilidade pública

Plano de contas

Os números impares são destinados às

contas devedoras e os números pares às

contas credoras. São duas classes de contas

patrimoniais (números 1 e 2) e seis classes

de contas de resultado (3, 4, 5, 6, 7 e 8).

Page 83: A nova contabilidade pública

Plano de contas ATENÇÃO! Toda a conta impar (1, 3, 5 e 7)

aumenta pelos débitos e diminui pelos créditos, toda conta par (2, 4, 6 e 8) aumenta pelos créditos e diminui pelos débitos.

Ativo – Conta devedora – Aumenta com débitos, diminui com créditos.

Passivo – Conta credora – Reduz com débitos, aumenta com créditos.


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