Curso de Direito Artigo Original
A (IN)EFICÁCIA DA INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA DO DEPENDENTE DE CRACK
THE (IN)EFFECTIVENESS OF COMPULSORY INTERNMENT OF CRACK’S DEPENDENT Claudia Kimie
1, Samuel Barbosa dos Santos
2 1 Graduanda do Curso de Direito 2 Professor Especialista do Curso de Direito
Resumo Este trabalho apresenta as dificuldades de se obter sucesso no tratamento do usuário de drogas psicotrópicas, podendo ser qualquer droga que leve à dependência. Sendo definidas como “aquelas que agem no Sistema Nervoso Central (SNC) produzindo alterações de comportamento, humor e cognição, possuindo grande propriedade reforçadora sendo, portanto, passíveis de autoadministração". Porém a ação de cada psicotrópico depende: da via de administração, do tipo da droga (estimulante, depressora ou perturbadora), do tempo e da frequência de uso, da qualidade da droga, da quantidade da droga, da absorção e da eliminação da droga pelo organismo, da associação com outras drogas, do contexto social bem como das condições físicas e psicológicas de cada um. Já a internação compulsória trata a respeito da internação feita “à força” pela justiça, obrigando o usuário a ter tratamento, embora haja a possibilidade do tratamento voluntário e o involuntário, sendo o segundo feito por motivo de surto ou agressividade exagerada e o paciente necessita de ser contido. Contudo a discussão apresentada neste trabalho visa à importância da recuperação desses usuários de forma a obter resultados satisfatórios e aumentar a confiança de um ex-dependente.
Palavras Chave: internação compulsória; drogas; usuários; dependentes.
Abstract This article presents the difficulties of obtaining success in the user treatment of psychotropic drugs, which can be any drug that leads to addiction. Being defined as "those Who act in the central nervous system (CNS) producing behavioral changes, mood and cognition and has high reinforcing propertyand are there fore likely to self-administration". Butt He action of each psychotropic depends: the route of administration, the type of drug (stimulant, depressantordisturbing), the time and frequency of use, the drug's quality, the amount of the drug, the absorption and elimination of the drug by the body, the association with other drugs, the social context and the physical and psychological conditions of each one. Moreover, compulsory hospitalization is about the admission made "by force" for justice, forcing the user to have treatment. Although there is the possibility of voluntary and involuntary treatment, the second made by out break of reason or exaggerated aggressiveness and the patient needs to be contained. However, the discussion presented in this article aims the importance of recovery of these users to obtain satisfactory results and increase the confidence of the ex dependent.
Keywords: compulsory hospitalization; drugs; users; dependent. Contato: [email protected]
Introdução
Não se sabe ao certo quando foi a
primeira vez que o ser humano teve contato
com substâncias alucinógenas, porém sabemos
que, de forma especulativa, que diversas
civilizações antigas associavam diversos frutos
a viagens ao mundo dos espíritos em busca de
contatos com seus ancestrais, como por
exemplo, os cultos pagãos que tem seu início
definido há cerca de 15 mil anos.
Até onde se sabe o vicio e a dependência
entre plantas e o homem teve seu início na
descoberta de que a autoadministração de
certas espécies poderiam aguçar as atividades
cognitivas, aumentar a energia, diminuir a dor,
ampliar a sensibilidade e até curar doenças.
A papoula (ópio), planta da espécie
Papversommiferum L., aparece escrita em
placas sumérias1
do terceiro milênio A.C.,
representada em cilindros babilônicos, imagens
da cultura creto-micênica e em hieróglifos
egípcios.
O arbusto de coca, planta do gênero
1 A Suméria geralmente considerada a civilização mais
antiga da humanidade, localizava-se na parte sul da
Mesopotâmia.
Erythroxylon, originário da região de Macchu-
Yunga, no antigo Alto Peru, foi disseminado
pelos incas. Desde o século III A.C., o hábito da
mastigação das folhas de coca é mostrado em
esculturas dos povos andinos, encontrando-se
presente em manifestações ritualísticas e
utilizado como forma de aliviar o esforço físico e
mental relacionado ao trabalho em altas
altitudes.
Já na Idade Média, com a volta de valores
pagãos, as drogas voltaram ao seu lugar de
destaque como substâncias terapêuticas,
passando a ser utilizadas, primordialmente, por
médicos e boticários europeus e como meio
recreativos, havendo também um aumento
significativo no consumo de bebidas.
Já nos anos 20 houve a primeira proibição
do consumo de álcool nos Estados Unidos,
através da lei seca o que deu início ao
contrabando de bebidas.
Nos anos 60, o consumo de drogas teve
seu ápice.
Nos anos 70, se criou o submundo do
tráfico de drogas.
No fim dos anos 80, surgiu o crack, que
nada mais é do que uma mistura de pasta de
cocaína com bicarbonato de sódio, droga que
conseguiu o que nenhuma outra havia
conseguido que foi unificar os dependentes de
todas as classes sociais em torno dela, por ser
mais barata, altamente viciante, de efeito letal
(entre 10 e 15 segundos) 2, em muitos casos
bastando a sua experimentação para tornar-se
dependente.
Somente, no século 20, quando o homem
começou a produzir drogas cada vez mais
viciantes que se fez, realmente, sentir o impacto
da propagação do uso de drogas. Percebeu-se,
então, o poder escravizante dessas drogas, do
álcool e a piora do aumento do uso e o poder
das novas drogas.
Hodiernamente, o consumo de drogas
está fora de controle, estando em evidência os
problemas com as cracolândias – local onde se
comercializa e se faz uso do crack e de outras
drogas – espalhadas por todo país.
Oportunamente, o álcool, que é citado em
2 http://www.obid.senad.gov.br/portais/OBID/index.php
toda a história da humanidade, tido como
símbolo de alegria e devaneio é a droga mais
popular da história e do mundo. Estudiosos o
têm como sendo a porta de entrada para o
mundo das drogas, por ser comumente
associado a festas e comemorações, bem como
as drogas.
Conceito
O Art. 1º da Lei 11.343/06 dispõe sobre
drogas em seu paragrafo único como
"substâncias ou os produtos capazes de causar
dependências, assim especificados em lei ou
relacionados em listas atualizadas
periodicamente pelo Poder Executivo da União.”.
A Organização Mundial de Saúde–OMS
define como droga sendo “qualquer substância
que, não sendo produzida pelo organismo, tem
a propriedade de atuar sobre um ou mais de
seus sistemas, produzindo alterações em seu
funcionamento". E ainda sim, de maneira mais
específica relaciona a droga psicotrópica como
sendo "aquelas que agem no sistema nervoso
central produzindo alterações de
comportamento, humor e cognição, possuindo
grande propriedade reforçadora, sendo passível
de autoadministração".
O francês Louis Chaloult, em 1971,
classificou as drogas psicotrópicas em três
grandes grupos:3
Drogas estimulantes do sistema
nervoso central:
Substâncias que aumentam a
atividade cerebral, vez que imitam ou
cooperam com os neurotransmissores
estimulantes do organismo do
indivíduo, como a epinefrina e
dopamina. Assim, dão sensação de
alerta, disposição e resistência, mas
que, ao fim de seus efeitos, conferem
cansaço, indisposição e depressão,
devido à sobrecarga que o organismo
se expôs. Exemplo: CRACK.
Drogas depressoras do sistema
3http://fep.if.usp.br/~profis/arquivos/ivenpec/Arquivos/Paine
l/PNL070.pdf
nervoso central:
Tais drogas apresentam uma
diminuição das atividades cerebrais
de seu usuário, deixando-o mais
devagar, desligado e alheio; menos
sensível aos estímulos
externos. Exemplo: álcool.
Drogas perturbadoras do sistema
nervoso central:
São aquelas drogas cujos efeitos são
relativos à distorção das atividades
cerebrais, podendo causar
perturbações quanto ao espaço e
tempo; distorções nos cinco sentidos
e até mesmo alucinações. Grande
parte destas substâncias é
proveniente de plantas, cujos efeitos
foram descobertos por culturas
primitivas, associando as
experiências vivenciadas a um
contato com o divino. Exemplo:
maconha.
Para o contexto específico do Brasil, os
dados oficiais sobre drogas são disponibilizados
pelo Observatório Brasileiro de Informações
sobre Drogas (OBID), órgão ligado à
Secretaria Nacional de Políticas sobre
Drogas (SENAD), da Presidência da República.
No site é possível acessar dados sobre os
diferentes estados e regiões brasileiras, por tipo
de droga e também com recortes de grupos
específicos.
Dependência
Nosso cérebro entende que tudo aquilo
que nos fornece prazer tem a capacidade de
nos viciar, cria-se assim a dependência da
substância. Sua característica é o desejo,
frequentemente forte e na maioria das vezes
irresistível, de consumir as drogas psicoativas com
ou sem prescrição médica.
A definição técnica é:
É um conjunto de fenômenos
fisiológicos, comportamentais e
cognitivos, que leva a pessoa a usar
uma droga de forma contínua
(sempre) ou periódica
(frequentemente) para obter prazer.
Alguns indivíduos podem também
fazer uso constante de uma droga
para aliviar tensões, ansiedades,
medos, sensações físicas
desagradáveis, etc. O dependente
caracteriza-se por não conseguir
controlar o consumo de drogas,
agindo de forma impulsiva e
repetitiva.4
A dependência química é um dos
fenômenos mais complexos de se obter
resolução na humanidade. Se de um lado temos
o uso da droga, do outro há a necessidade de
melhoria no sistema de ensino, a diminuição da
pobreza, o fortalecimento do papel familiar, a
inserção do dependente em atividades
esportivas, habitação, lazer, justiça, trabalho e
outros fatores.
Adentrando a perspectiva biopsicossocial5
vemos a facilidade no acesso as drogas
psicotrópicas, o desemprego, o tráfico e a
violência que pedem intervenções mais rígidas
e em diversas áreas sociais.
Essa dependência tem inúmeras
consequências negativas para o corpo humano,
inclusive as chamadas comorbidades6, como
bipolaridade, psicose, esquizofrenia, paranoia,
manias, entre outras. A consequência que tem
mais destaque é a devastação do sistema
neurológico, provocando problemas cognitivos e,
em alguns casos, oscilação de humor.
Os profissionais apontam que o primeiro
passo em direção à mudança é tomar
consciência e aceitar o problema, visto que
assim a possibilidade do dependente procurar
um tratamento para atingir a sua recuperação
aumenta consideravelmente, porém devemos
lembrar que boa parte dos dependentes tem
consciência da afetação da droga, mesmo
4 http://www2.unifesp.br/dpsicobio/cebrid/quest_drogas/dep
endencia.htm
5 Relativo a fatores biológicos, psicológicos e sociais.
6 Comorbidade patogênica ocorre quando duas ou mais
doenças estão etiologicamente relacionadas;
Comorbidade diagnóstica ocorre quando as manifestações
da doença associada forem similares às da doença
primária;
Comorbidade prognóstica ocorre quando houver doenças
que predispõem o paciente a desenvolver outras doenças.
reconhecendo, não buscam essa mudança.
Drogadição
É o termo utilizado para designar
genericamente qualquer classe de vício
bioquímico de um ser humano. Conhecido
também como toxicodependência, sejam quais
forem as causas de sua dependência, causadas
por fatores genéticos (filho de dependente
química), político-econômicos e sociais.
“Considera-se, no domínio das
ciências médicas conjugadas com
as ciências sociopolíticas, ser
"drogadição" o termo preferível para
referir quer a dependência, quer a
farmacodependência, quer a
toxicomania, na hipótese de se
poder inferir aí uma gradação, o que
usualmente acontece, na maioria
dos casos”.7
“Conforme aponta o Ministério da
Saúde, na Política Nacional de
Atenção aos Usuários de Álcool e
Outras Drogas, cerca de 10% da
população residente em centros
urbanos, tanto no Brasil como no
mundo, consome de forma abusiva
substâncias psicoativas, sem
distinção entre gênero, classe
econômica e demais variáveis. Em
termos epidemiológicos, dados do
Centro Brasileiro de Informações
sobre Drogas Psicotrópicas
(CEBRID) indicam que 17,1% dos
brasileiros do gênero masculino
são dependentes de álcool, e o
índice atinge 5,7% para o gênero
feminino (CARLINI et al., 2002).
Nesse mesmo estudo, verifica-se
que aproximadamente 4,0% dos
participantes já receberam algum
tipo de tratamento devido ao uso
de álcool, tendo os homens maior
representatividade (5,6%) que as
7 http://pt.wikipedia.org/wiki/Drogadi%C3%A7%C3%A3o
mulheres (2,5%)”.8
Toxicomania
A toxicomania caracteriza-se pelo uso
exorbitante e reiterado, e sem necessidade ou
prescrição (no caso das lícitas) de uma ou mais
substâncias psicoativas.
A OMS traz a definição de toxicomania
tendo quatro características:
I- uma compulsão de consumir o
produto;
II- uma tendência de aumentar as
doses;
III- uma dependência psicológica
e/ou física do(s) produto(s);
IV- o surgimento de consequências
nefastas sobre a vida cotidiana da
pessoa (emotivas, sociais,
econômicas etc.).
Cocaína
O hidroclorido de cocaína (pó branco e
cristalino) é extraído, por meio de processos
químicos, das folhas da coca, Erythroxylum
coca.
Havendo dois tipos para consumo:
1ª. Durante a extração, prensam-se as
folhas no ácido sulfúrico ou querosene ou
gasolina, transformando em uma pasta,
conhecida como sulfato de cocaína, pode ser
fumada com cachimbos, pura ou com maconha;
2ª. Durante a extração, prensam-se as
folhas no ácido clorídrico e transformando em
pó, que é aspirado ou pode ser dissolvido e
injetado diretamente na veia.
Crack
O Crack surgiu como forma de
“popularizar” a cocaína, por seu preço exíguo.
Sua produção é à base de cocaína em pó
(antes de sua purificação) dissolvida em água e
misturada a bicabornato de sódio e aquecida
até que a parte sólida seja separada. Já seca, a
parte sólida é cortada em pedaços, que são
8 http://www.sissaude.com.br/sis/inicial.php?case2=3&idnot
=335
chamados de pedras. Por não passar pelo
processo de refinamento, pelo qual separa o pó
da cocaína, o crack é impuro, possuindo
grandes resíduos das substâncias utilizadas ao
longo do processo de produção.
São fumadas em cachimbos, na maioria
improvisada.
Os efeitos são condizentes ao da cocaína:
excitação, insônia, euforia, prazer,
hiperatividade, entre outros. Provoca também
uma perda de peso rápida, podendo chegar a
9kg por mês.
Por ser inalado, chega mais rápido a
corrente sanguínea, e seus efeitos são sentidos
quase que imediatamente – entre 10 a 15
segundos – porém seu efeito tem curta duração,
quase que 10 minutos, o que leva o usuário a
depressão e a procurar mais crack, sobrevindo
à fissura9. Por esse motivo se tornou uma droga
de fácil dependência, levando o usuário a ficar
agressivo e paranoico. Por seus efeitos rápidos
traz ao dependente sérios problemas, mentais,
respiratórios, infartos e derrames são bem
comuns entre usuários do crack.
O crack age de maneira tão agressiva que
na maioria das vezes o próprio dependente não
entende a gravidade da situação na qual se
encontra, enquanto outros entendem, mas por
sua substância altamente viciante não
conseguem largar a droga.
As recaídas fazem parte do quadro,
porque os circuitos de neurônios envolvidos nas
compulsões são ativados toda vez que o
usuário se vê numa situação capaz de evocar a
memória do prazer que a droga lhe traz.
Dentro de três semanas, o crack afeta o
organismo da seguinte maneira: a alta
temperatura de combustão no cachimbo queima
as vias nasais, afetando a laringe e esôfago; já
nos pulmões, a droga destrói os alvéolos,
facilitando as infecções e tornando as mais
fortes, podendo chegar a provocar hemorragia;
no sangue a pressão arterial é elevada e o ritmo
cardíaco acelerado, aumentando as chances de
doenças cardíacas; no aparelho digestivo, afeta
o estômago, os rins e o fígado; por fim, no
cérebro destrói as áreas responsáveis pelo
planejamento, controle de impulsos e
9 Uma avassaladora compulsão para usar a droga.
pensamentos, além de afetar os vasos
sanguíneos, o que pode levar o dependente a
ter convulsões.10
Por essa queda brusca do sistema
imunológico, vemos com facilidade dependente
com machucados ainda abertos (pela
dificuldade de cicatrização), dedos e lábios
queimados por causa da alta temperatura da
droga, além disso, muitos dependentes por não
conseguirem trabalhar para obter meio de
sustentar o vício passam até a se prostituir. A
promiscuidade eleva o risco de contaminação
de AIDS e outras DST’s, proliferando mais ainda
doenças seja por meio do compartilhamento de
materiais ou da prostituição. A paranoia
(vulgarmente conhecido como “nóia”) que surge
no momento em que o organismo sente a falta
da droga leva o dependente a atitudes mais
escrachadas, brutas e arrogantes, o tornando
assim um perigo em potencial para si e para os
outros.
O dependente que não consegue o
dinheiro começa a cometer pequenos furtos,
roubos e alguns acabam matando sua vítima
pela falta de discernimento.
Os usuários regulares de crack e/ou
de formas similares de cocaína
fumada (pasta base, merla e oxi)
somam 370 mil pessoas nas 26
capitais brasileiras e no Distrito
Federal. Considerada uma população
oculta e de difícil acesso, ela
representa 35% do total de
consumidores de drogas ilícitas, com
exceção da maconha, nesses
municípios, estimado em 1 milhão de
brasileiros.O levantamento mostra
ainda que, entre os 370 mil usuários
de crack e/ou similares, 14% são
menores de idade. Isso indica que
aproximadamente 50 mil crianças e
adolescentes usam regularmente
essa substância nas capitais do
país.11
10 http://saude.ig.com.br/minhasaude/os-efeitos-do-crack-
no-corpo/n1597573205849.html
11 http://www.antidrogas.com.br/mostraartigo.php?c=3990&
msg=N%FAmero%20de%20usu%E1rios%20de%20crack%
20chega%20a%20370%20mil%20nas%20capitais
Hodiernamente, cresce o número de
dependentes, pelo poder viciante que a droga
tem, porém boa parte dos dependentes sabe o
mau que a droga faz, no entanto o vício é tão
forte que mesmo sabendo os malefícios não
conseguem livra-se dele. A maior parte dos
dependentes começaram a utilizar a droga
apenas por curiosidade quanto aos efeitos e
pensando que ele não viciaria.
Princípios para investigação
motivacional:12
Pré-contemplação: O usuário não tem
consciência de que precisa mudar. É
resistente à abordagem e à
orientação.
Contemplação: Reconhece o
problema, aceita abordagem sobre
mudança, mas continua valorizando e
usando a droga.
Preparação: Reconhece o problema,
percebe que não consegue resolver
sozinho e pede ajuda. Esta fase pode
ser passageira, daí ser necessário
pronto atendimento quando solicitada
pelo indivíduo.
Ação: O usuário interrompe o
consumo, inicia tratamento
voluntariamente e precisa ser
acompanhado por longo tempo,
mesmo melhorando, pois ainda corre
grande risco de recaída, mantendo-se
ambivalente diante da droga.
Manutenção: Nesta fase, o usuário
está em abstinência, com risco de
recaída, ainda possível pela
ambivalência de sua relação com a
droga e fatores de risco próprios de
cada caso. Pensa nela com
frequência. Cuida-se preventivamente
do risco de recaída.
Recaída: Retorno ao consumo, após
período longo de abstinência. É
importante notar que recair não é
voltar ao zero. Necessária esta
percepção, para retomar a
recuperação, a fim de que a culpa e a
12http://uniad.org.br/desenvolvimento/images/stories/arquiv
os/cartilhacrack.PDF
desesperança não destruam o novo
empenho de melhora.
Direitos e Princípios Constitucionais
A Constituição da Republica Federativa
Brasileira (CRFB ou CF), traz em seu artigo 5º
os direitos. “Art. 5º Todos são iguais perante a
lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade...”. Ainda dentro da Carta Magna,
no artigo 1º, temos como fundamento à
dignidade.
José Afonso da Silva define direitos sociais como:
[...] dimensão dos direitos fundamentais do homem, são prestações positivas proporcionadas pelo Estado direta ou indiretamente, enunciadas em normas constitucionais, que possibilitam melhores condições de vida aos mais fracos, direitos que tendem a realizar a igualização de situações sociais desiguais. São, portanto, direitos que se ligam aos direitos de igualdade (Silva, 2013, p. 288).
Neste sentido está a lição do mestre LUIZ GUILHERME MARINONI13, in verbis:
De fato, para que se justifique a
intervenção do Ministério Público
na defesa de interesses individuais
(ainda que homogêneos), é
necessário que estes se caracterizem
como interesses sociais ou
individuais indisponíveis (art. 127,
caput, da CF). Não é, assim, qualquer
direito individual (ainda que
pertencente a várias pessoas) que
admite a tutela por via de ação
coletiva proposta pelo Ministério
Público, mas apenas aqueles
caracterizados por sua relevância
social ou por seu caráter
13 MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART,
Sérgio Cruz. Processo de Conhecimento. 6 ed. São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2007. pág. 732
indisponível. (grifei)
Corroborando esse entendimento, HUGO NIGRO MAZZILLI14 ensina o seguinte:
“É função institucional de o Ministério
Público zelar pelo efetivo respeito:
b) dos Poderes Públicos e dos
serviços de relevância pública aos
direitos assegurados na Constituição
relativa às ações e aos serviços de
saúde...
Como instrumento de atuação para
obter essas finalidades, a Lei
Complementar nº 075/93 prevê o
inquérito civil, a ação civil pública ou
outras ações...”
Dentre todos direitos fundamentais que a
Carta Magna dispõe, os mais importantes a
esse artigo são o que seguem.
I. Direito à Vida
É dever de o Estado protegê-la de forma
a garantir não somente o direito de permanecer
vivo, como o de oferecê-la a subsistência.
José Afonso da Silva entende como:
Vida, no texto constitucional (art. 5º,
caput), não será considerada apenas
no sentido biológico de incessante
auto atividade funcional, peculiar à
matéria orgânica, mas na sua
acepção biográfica mais
compreensiva. Sua riqueza
significativa é de difícil apreensão
porque á algo dinâmico, que se
transforma incessantemente sem
perder sua própria identidade. É mais
um processo (processo vital), que se
instaura com a concepção (ou
germinação vegetal), transforma-se,
progride, mantendo sua identidade,
até que muda de qualidade, deixando,
então, de ser vida para ser morte.
14 MAZZILLI, Hugo Nigro. Regime Jurídico do
Ministério Público. 3ª Ed. São Paulo: Saraiva, 1996.
pg. 226-230.
Tudo o que interfere em prejuízo
deste fluir espontâneo e incessante
contraria a vida.
“Consiste no direito de estar vivo, de
lutar pelo viver, de defender a própria
vida, de permanecer vivo. É o direito
de não ter interrompido o processo
vital senão pela morte espontânea e
inevitável”.
Sendo dever de o Estado garantir esse
direito a todas as pessoas, inclui-se o
dependente de droga que se encontra em risco,
sem ferir outros princípios como o direito à
liberdade, à intimidade, entre outros.
II. Princípio da Liberdade
Esse direito consiste em poder ir e vir a
qualquer lugar. Assim sendo, a internação
compulsória seria inconstitucional por restringir
esse direito ao internado.
No entanto, os defensores dessa medida,
que está em vias de se torna uma política
publica, é que não se trata de uma penalidade e
sim de um tratamento, não sendo possível
caracterizar a medida como sendo
inconstitucional, já que para o tratamento é
necessário que o dependente seja
completamente afastado do mundo das drogas,
para que não tenha uma possível recaída
durante o tratamento, o que faria com que fosse
perdido todo progresso obtido até então no
tratamento.
Para Silva (2013), o princípio da liberdade
é “um poder de atuação do homem em busca
de sua realização pessoal, de sua felicidade”.
III. Princípio da Dignidade Humana
Este tem como objetivo preservar o ser
humano, desde seu nascimento até o momento
de sua morte, garantindo o direito de existir e
meios que tornem possível uma vida de forma
digna. Sendo elencados todos os direitos
fundamentais inerentes à dignidade humana,
invocando o respeito aos direitos e garantias
individuais.
A Declaração Universal dos Direitos
Humanos da Organização das Nações Unidas
dispõe em seu artigo 1º a seguinte ordem
“Todos os seres humanos nascem livres e
iguais em dignidade e em direitos. Dotados de
razão e de consciência, devem agir uns para
com os outros em espírito de fraternidade”.
Lei de drogas
Antes da lei nº 11.343/06 – que trata os
crimes relacionados às drogas – com a Lei nº
6.368 de 21 de Outubro de 1976, o usuário tinha
pena de detenção e multa.
Art. 16. Adquirir, guardar ou trazer
consigo, para o uso próprio,
substância entorpecente ou que
determine dependência física ou
psíquica, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou
regulamentar:
Pena - Detenção, de 6 (seis) meses
a 2 (dois) anos, e pagamento de
(vinte) a 50 (cinquenta) dias-multa.
Com a nova lei em vigor passou a ter
como “pena”, o disposto no artigo 28.
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver
em depósito, transportar ou trouxer
consigo, para consumo pessoal,
drogas sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou
regulamentar será submetido às
seguintes penas:
I – advertência sobre os efeitos das
drogas;
II – prestação de serviços à
comunidade;
III – medida educativa de
comparecimento a programa ou
curso educativo.
O art. 28 prevê penas de advertência,
prestação de serviço à comunidade e medida
educativa de comparecimento a programa ou
curso educativo. Ela diz ‘comparecer’ e não ‘ser
internado’. Sendo assim, o dependente não
pode ser internado como se fosse uma pena.
Internação
A internação é tratada pela Lei 10.216/01,
e é prevista de três maneiras: a voluntária,
involuntária e a compulsória. A primeira ocorre
quando o paciente pede, vai por conta própria
ou aceita ser conduzido ao hospital. A segunda,
mais frequente, acontece quando o paciente
tem surtos e precisa ser contido, às vezes até
com uso de camisa de força, geralmente
solicitada por um terceiro interessado, familiar
ou amigo. Já a internação compulsória, que
conta com uma avaliação do juiz, serve para
casos em que é necessária uma medida mais
extrema, pelo paciente apresentar risco para si
ou para outrem, seja por transtornos mentais ou
uso de drogas, sendo essa o último recurso.
Art. 6o. A internação psiquiátrica
somente será realizada mediante
laudo médico circunstanciado que
caracterize os seus motivos.
Parágrafo único. São considerados os
seguintes tipos de internação
psiquiátrica:
I - internação voluntária: aquela que
se dá com o consentimento do
usuário;
II - internação involuntária: aquela
que se dá sem o consentimento do
usuário e a pedido de terceiro; e
III - internação compulsória: aquela
determinada pela Justiça.
Para qualquer uma das modalidades de
internação, é necessária uma avaliação prévia e
um laudo médico justificando-a. Ainda hoje, é
muito debatido entre profissionais se a
internação compulsória é ou não uma medida
eficaz. Discute-se quanto a ser cabível somente
quando restarem provados que a ineficácia dos
recursos extra-hospitalares ou quando
apresentar iminente risco à vida do dependente
ou de terceiro – por exemplo, risco de suicídio,
abortamento, portador de esquizofrenia ou outra
doença psiquiátrica grave.
A internação compulsória está prevista no
artigo 9º da lei acima citada:
Art. 9o. A internação compulsória é
determinada, de acordo com a
legislação vigente, pelo juiz
competente, que levará em conta as
condições de segurança do
estabelecimento, quanto à
salvaguarda do paciente, dos demais
internados e funcionários.
A internação compulsória possui
fundamento também nos artigos 1.767, III e
1.777 do Código Civil:
Art. 1.767. Estão sujeitos a curatela:
III - os deficientes mentais, os ébrios
habituais e os viciados em tóxicos;
Art. 1.777. Os interditos referidos nos
incisos I, III e IV do art. 1.767 serão
recolhidos em estabelecimentos
adequados, quando não se
adaptarem ao convívio doméstico.
Porém, devemos lembrar que a
internação compulsória só deve ser utilizada
como última medida. Quando não há
possibilidade de manter o paciente em
tratamento em casa, por apresentar risco para
os outros, sendo necessária a comprovação
através de laudo médico.
Nesse sentido, segue decisão do STJ:
HABEAS CORPUS - AÇÃO CIVIL DE
INTERDIÇÃO CUMULADA COM
INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA -
POSSIBILIDADE - NECESSIDADE
DE PARECER MÉDICO E
FUNDAMENTAÇÃO NA LEI N.
10.216/2001 - EXISTÊNCIA NA
ESPÉCIE - EXIGÊNCIA DE
SUBMETER O PACIENTE A
RECURSOS EXTRA-
HOSPITALARES ANTES DA
MEDIDA DE INTERNAÇÃO -
DISPENSA EM HIPÓTESES
EXCEPCIONAIS 1. A internação
compulsória deve ser evitada, quando
possível, e somente adotada como
última opção, em defesa do internado
e, secundariamente, da própria
sociedade. É claro, portanto, o seu
caráter excepcional, exigindo-se, para
sua imposição, laudo médico
circunstanciado que comprove a
necessidade de tal medida. 2. A
interdição civil com internação
compulsória, tal como determinada
pelas instâncias inferiores, encontra
fundamento jurídico tanto na Lei n.
10.216/2001 quanto no artigo 1.777
do Código Civil. No caso, foi cumprido
o requisito legal para a imposição da
medida de internação compulsória,
tendo em vista que a internação do
paciente está lastreada em laudos
médicos. 3. Diante do quadro até
então apresentado pelos laudos já
apreciados pelas instâncias inferiores,
entender de modo diverso, no caso
concreto, seria pretender que o Poder
Público se portasse como mero
espectador, fazendo prevalecer o
direito de ir e vir do paciente, em
prejuízo de seu próprio direito à vida.
4. O art. 4º da Lei n. 10.216/2001
dispõe: "A internação, em qualquer de
suas modalidades, só será iniciada
quando os recursos extra-
hospitalares se mostrarem
insuficientes." Tal dispositivo contém
ressalva em sua parte final,
dispensando a aplicação dos
recursos extra-hospitalares se houver
demonstração efetiva da insuficiência
de tais medidas. Essa é exatamente a
situação dos autos, haja vista ser
notória a insuficiência de medidas
extra-hospitalares, conforme se extrai
dos laudos invocados no acórdão
impugnado. (...)”
O pedido de internação compulsória deve
ser direcionado ao Juiz, pois o fundamento do
pedido é o fato de o dependente químico estar
impossibilitado de decidir acerca da própria
saúde.
De toda forma, a medida, deferida em
caráter emergencial e temporária, deve
preceder de manifestação do Ministério Público
e será sempre deferida no intuito de proteger o
interesse do dependente. Ainda em tempo, cabe
a um especialista responsável pelo tratamento
decidir sobre quanto tempo que se faz
necessária a internação (§ 2º do Art. 8º).
Art. 8º. A internação voluntária ou
involuntária somente será autorizada
por médico devidamente registrado
no Conselho Regional de Medicina –
CRM do Estado onde se localize o
estabelecimento.
§ 1º. A internação psiquiátrica
involuntária deverá, no prazo de
setenta e duas horas, ser comunicada
ao Ministério Público Estadual pelo
responsável técnico do
estabelecimento no qual tenha
ocorrido devendo esse
mesmoprocedimento ser adotado
quando da respectiva alta.
§ 2º. O término da internação
involuntária dar-se-á por solicitação
escrita do familiar, ou responsável
legal, ou quando estabelecido pelo
especialista responsável pelo
tratamento.
A internação (involuntária ou compulsória)
deve ser realizada o mais breve possível, pois,
o quanto antes, o paciente deve ser cientificado
dos direitos previstos no parágrafo único do Art.
2º da Lei 10.216/2001, mormente o direito
previsto no inciso V:
Art. 2º. Nos atendimentos em saúde
mental, de qualquer natureza, a
pessoa e seus familiares ou
responsáveis serão formalmente
cientificados dos direitos enumerados
no parágrafo único deste artigo.
Parágrafo único. São direitos da
pessoa portadora de transtorno
mental:
(…)
V – ter direito à presença médica, em
qualquer tempo, para esclarecer a
necessidade ou não de sua
hospitalização involuntária; (Grifo
próprio)
(...)
Muito se discute a respeito da
inconstitucionalidade da internação compulsória,
argumentando que essa ofenderia os direitos
citados anteriormente. Porém muito se tem
falado sobre o direito à liberdade quando se fala
sobre a internação compulsória dos
dependentes. No entanto, nenhum direito
sobressai aos demais, assim como o direito à
liberdade, o direito à vida é primordial para que
possa substabelecer os outros. Apesar de não
estar autorizada constitucionalmente, seria
justificada na medida em que o usuário poderia
colocar em risco os direitos fundamentais seus
ou de terceiro. Vale ainda ressaltar que para se
aceitar a existência do procedimento da
Internação Compulsória, esta deverá ser regida
pelo Princípio do Devido Processo Legal,
expresso na CF no artigo 5º, inciso LIV:
LIV – ninguém será privado da
liberdade ou de seus bens sem o
devido processo legal;
Apesar de a lei nº. 10.216 prever a
internação compulsória como medida
a ser adotada por um juiz, o que se
vê na prática com os usuários de
álcool e outras drogas contraria a lei,
pois introduz a aplicação de medida
fora do processo judicial. Maus-tratos,
violência física e humilhações são
constantes nessas situações. Há
registros de tortura física e
psicológica e relatos de casos de
internos enterrados até o pescoço,
obrigados a beber água de vaso
sanitário por haver desobedecido a
uma norma ou, ainda, recebendo
refeições preparadas com alimentos
estragados. 15
O que dizem alguns especialistas do
Brasil sobre a internação compulsória:
15 http://site.cfp.org.br/publicacao/relatorio-da-4a-inspecao-
nacional-de-direitos-humanos-locais-de-internacao-para-
usuarios-de-drogas-2a-edicao/
Para Arthur Guerra, psiquiatra,
professor da Faculdade de Medicina
(FM) e coordenador do Grupo
Interdisciplinar de Estudos sobre
Álcool e Drogas: “De forma geral, a
internação involuntária é um
procedimento médico realizada no
mundo todo há muitos anos, que
obedece a critérios superobjetivos. A
visão médica não vai deixar esse
paciente se matar. O médico, no
mundo todo, não acha que é um
direito do ser humano se matar, pois
entende que esse paciente está
doente e tem de ser internado.
Depois daquele momento de fissura e
excesso, quando estiver recuperado,
o paciente vai dizer: ‘Obrigado,
doutor’”. 16
Ronaldo Laranjeira, professor titular
do Departamento de Psiquiatria da
UNIFESP, diretor do INPAD (Instituto
Nacional de Ciência e Tecnologia
para Políticas Públicas do Álcool e
outras Drogas) do CNPq e
coordenador da UNIAD (Unidade de
Pesquisas em Álcool e Drogas): “Nos
casos mais graves, a internação é a
alternativa mais segura. O ideal seria
que ninguém precisasse disso, mas a
dependência química é uma doença
que faz com que a pessoa perca o
controle”.17
Dráuzio Varella, médico oncologista,
cientista e escritor. Foi voluntário na
Casa de Detenção de São Paulo
(Carandiru) por treze anos e hoje
atende na Penitenciária Feminina da
Capital: “A internação compulsória é
um recurso extremo, e não podemos
ser ingênuos e dizer que o cara fica
internado três meses e vira um
cidadão acima de qualquer suspeita.
16 http://www.reporterdiario.com.br/Noticia/381210/internac
ao-involuntaria-para-dependentes-quimicos-divide-
opinioes/
17http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,EMI25539
5-15257,00-INTERNAR+A+FORCA+RESOLVE.html
Muitos vão retornar ao crack. Mas,
pelo menos, eles têm uma chance”.18
Pesquisa do DataFolha divulgada no
dia 25 de janeiro de 2012 aponta que
90% dos brasileiros apoiam a
internação involuntária de
dependentes de crack.19
Segundo o National Institute on Drug
Abuse (EUA), uma das instituições
mais respeitadas do mundo nessa
questão, funciona tanto quanto o
tratamento feito quando o paciente se
interna voluntariamente. Na
publicação Principles of Drug
Addiction Treatment: A Research-
Based Guide (Princípios do
Tratamento do Vício em Drogas: Um
Guia Baseado em Pesquisa), o
instituto apresenta quais são os
princípios de um tratamento eficaz. O
texto diz “o tratamento não precisa
ser voluntária para ser eficaz.
Sanções ou incentivos impostos pela
família, ambiente de trabalho ou pelo
sistema judicial podem aumentar
significativamente a taxa de
internação e de permanência – e
finalmente o sucesso das
intervenções de tratamento”.20
No documento “Principles of Drug
Dependence Treatment”, de 2008, a
OMS considera que o tratamento de
dependência de drogas, como
qualquer procedimento médico, não
deve ser forçado. Admite, porém, que
“em situações de crise de alto risco
para a pessoa ou outros, o
tratamento compulsório deve ser
determinado sob condições
específicas e período especificado
18http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,EMI25539
5-15257,00-INTERNAR+A+FORCA+RESOLVE.html
19 http://datafolha.folha.uol.com.br/po/ver_po.php?session=
1175
20 http://www.drugabuse.gov/publications/principles-drug-
addiction-treatment-research-based-guide-third-
edition/principles-effective-treatment
por lei”.21
Somente diante do caso concreto,
excepcionalmente e como último recurso, a
internação será indicada como uma etapa
necessária do processo de reabilitação do
adicto22
. Destaque–se jurisprudência oportuna
sobre o tema:
INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA.
Boituva. Dependência química.
Pedido de internação compulsória
feita pela mãe, sob alegação de
furtos sucessivos e conduta
agressiva. – A mãe relata que o filho,
capaz e viciado em drogas, vem
furtando objetos da residência e,
quando em abstinência, vem
ameaçando a integridade física da
autora e do irmão; há atestado
médico recomendando a internação
para tratamento da dependência
química e os art. 6º § único III e 9º da
LF nº 10.216/01 permitem a
internação compulsória por ordem do
juiz. A perícia médica será feita
durante a internação. Inexistência de
erro ou abuso na decisão agravada.
– Agravo desprovido.
(TJ-SP – AI: 888851020118260000
SP 0088885-10.2011.8.26.0000,
Relator: Torres de Carvalho. Data de
Julgamento: 23/05/2011, 10ª Câmara
de Direito Público, Data de
Publicação: 26/05/2011)
REEXAME NECESSÁRIO.
APELAÇÃO CÍVEL. INTERNAÇÃO
COMPULSÓRIA. O caso. Pedido de
internação compulsória em face de
maior, com dezoito anos de idade
quando ajuizada a ação, para
tratamento contra drogadição.
19http://www.unodc.org/documents/drug-
treatment/UNODC-WHO-Principles-of-Drug-Dependence-
Treatment-March08.pdf
22 Indivíduo compulsivo.
Confirma sentença de procedência.
Reexame necessário. As sentenças
ilíquidas desfavoráveis à União, ao
Estado, ao Distrito Federal, aos
Municípios e às respectivas
autarquias e fundações de direito
público estão sujeitas ao reexame
necessário. Precedente
jurisprudencial. MANTIVERAM A
SENTENÇA EM REEXAME
NECESSÁRIO. (Reexame Necessário
Nº 70061267183, Oitava Câmara
Cível, Tribunal de Justiça do RS,
Relator: Rui Portanova, Julgado em
30/10/2014).
(TJ-RS – REEX: 70061267183 RS,
Relator: Rui Portanova, Data de
Julgamento: 30/10/2014, Oitava
Câmara Cível, Data de Publicação:
Diário da Justiça do dia 04/11/2014)
APELAÇÃO CÍVEL. INTERNAÇÃO
COMPULSÓRIA. TRATAMENTO
CONTRA DROGADIÇÃO. Internação
Compulsória. Internação compulsória
em face de maior com 23 anos de
idade para tratamento contra
drogadição, pois portador de
TRANSTORNO MENTAL E DE
COMPORTAMENTO AGRESSIVO
DECORRENTE DO USO DE
SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS,
PSICOSE INDUZIDA POR DROGAS
(CID 10 F19.2). Sentença procedente.
Legitimidade passiva. Os entes
estatais são solidariamente
responsáveis pelo atendimento do
direito fundamental à saúde. Logo,
não há em ilegitimidade passiva ou
obrigação exclusiva de um deles.
Direito à saúde e princípio da reserva
do possível. A condenação do Estado
para que forneça tratamento médico
ou medicamento encontra respaldo
na Constituição da República, em
razão da proteção integral
constitucionalmente assegurada ao
direito fundamental à saúde. Assim,
tal condenação não representa
ofensa ao princípio da reserva do
possível. Condenação do Município
ao pagamento de honorários em favor
do FADEP. Configurada a pretensão
resistida é adequada à condenação
do Município ao pagamento de
honorários advocatícios em favor do
FADEP. Tendo em vista a natureza
da presente ação, inviável a extinção
ou redução dos honorários
advocatícios postulada no apelo,
restando mantido o valor fixado pela
sentença. Da necessidade do
tratamento. A necessidade da
internação restou atestada pelos
documentos apresentados e
comprovou-se que a medida, já
efetivada, mostrou-se indispensável
para preservar a vida e a integridade
física do apelante e de sua família.
NEGARAM PROVIMENTO.
(Apelação Cível Nº 70060921657,
Oitava Câmara Cível, Tribunal de
Justiça do RS, Relator: Rui Portanova,
Julgado em 30/10/2014).
(TJ-RS – AC: 70060921657 RS,
Relator: Rui Portanova, Data de
Julgamento: 30/10/2014, Oitava
Câmara Cível, Data de Publicação:
Diário da Justiça do dia 04/11/2014)
APELAÇÃO CÍVEL. INTERNAÇÃO
COMPULSÓRIA. TRATAMENTO
CONTRA DROGADIÇÃO. Internação
Compulsória. Internação compulsória
em face de maior com 24 anos de
idade para tratamento contra
drogadição, pois viciado em crack
(CID 10 F14.0). Sentença procedente.
Legitimidade passiva. Os entes
estatais são solidariamente
responsáveis pelo atendimento do
direito fundamental à saúde, inclusive
transporte para viabilizar tratamento
médico. Logo, não há em
ilegitimidade passiva ou obrigação
exclusiva de um deles. Direito à
saúde e princípios da legalidade e
isonomia. A condenação do Estado
para que forneça tratamento médico
ou medicamento encontra respaldo
na Constituição da República, em
razão da proteção integral
constitucionalmente assegurada ao
direito fundamental à saúde. Assim,
tal condenação não representa
ofensa aos princípios da legalidade e
isonomia. Necessidade de avaliação
antes da internação. Desnecessária a
avaliação da apelada pelo CAPS
municipal para justificar sua
internação, porquanto seu quadro de
dependência química esteja
suficientemente comprovado nos
autos. Desnecessidade de obediência
a ordem de atendimento. Não há se
falar em desobediência à ordem de
atendimento, porquanto comprovada
grave situação do paciente, a teor do
artigo 5º, inciso XXXV, da
Constituição Federal. Condenação do
Município ao pagamento de
honorários em prol do FADEP.
Configurada a pretensão resistida é
adequada à condenação do Município
ao pagamento de verba honorária.
Assim, é de rigor a fixação de
honorários advocatícios em favor da
Defensoria Pública. DERAM
PROVIMENTO AO APELO DA
AUTORA E NEGARAM
PROVIMENTO AO RECURSO DO
ESTADO. (Apelação Cível Nº
70061652608, Oitava Câmara Cível,
Tribunal de Justiça do RS, Relator:
Rui Portanova, Julgado em
30/10/2014).
(TJ-RS – AC: 70061652608 RS,
Relator: Rui Portanova, Data de
Julgamento: 30/10/2014, Oitava
Câmara Cível, Data de Publicação:
Diário da Justiça do dia 04/11/2014)
Porém um estudo feito pelo psiquiatra e
coordenador do Programa de Orientação e
Atendimento a Dependentes (Proad) Dartiu
Xavier da Silveira, da Universidade Federal de
São Paulo (Unifesp), mostra que apenas 2%
dos pacientes internados contra a vontade têm
sucesso no tratamento e 98% deles reincidem.
“A porcentagem de fracassos é alta demais para
que a medida seja adotada como política
pública no enfrentamento do crack” 23
.
“(...) Outras questões se apresentam
na esfera do drogadicto e quanto aos
profissionais e formas de tratamento.
Não é fácil tratar viciados, até porque
não há uma única resposta de cura.
Cada pessoa é uma individualidade,
uma singularidade que requer
direcionamento específico do seu
problema. Como as pessoas são
diferentes, tem que haver diferentes
formas de tratamento. (SANTOS,
1977) 24
Ronaldo Laranjeira, professor de
Psiquiatria da UNIFESP, diretor do INPAD
(Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para
Políticas Públicas do Álcool e outras Drogas) e
coordenador da UNIAD (Unidade de Pesquisas
em Álcool e Drogas), opina da seguinte maneira:
“Nos casos mais graves, a internação é a
alternativa mais segura. O ideal seria que
ninguém precisasse disso, mas a dependência
química é uma doença que faz com que a
pessoa perca o controle” 25
.
Conclusão:
A evolução do processo de dependência
química no universo atual necessita da
verificação de algumas vertentes: social, familiar
e do Estado.
Foi necessário o homem e a mulher para
constituir a família, necessitou-se da religião
para fomentação do estado espiritual, o Estado
no processo das endemias sociais necessita
cumprir o seu papel, bem como a família, o
abandono não é solução social para a questão
endêmica do Crack no território brasileiro.
De modo geral, a família abandona o
dependente, a sociedade o exclui e o Estado
21http://www.psiquiatria.unifesp.br/d/proad/noticias/?pagina
=3
24 SANTOS. Jorcelino Luiz dos Santos. Drogas: Psicologia
e Crim. Porto Alegre. Editora Sagra Luzzato. Pg. 199.
25 http://www.uniad.org.br/desenvolvimento/images/stories/
PPTS/Pol%C3%ADtica%20do%20tratamento%20do%20CR
ACK%20-%20simples.pdf
não fomenta políticas públicas para o
tratamento e o reingresso do mesmo na
sociedade.
Culturalmente falando, o incentivo aos
excluídos é proporcionalmente inverso ao
processo de formação do cidadão, entramos na
esfera da condição sine qua non, a educação
básica, a maioria dos usuários de Crack não
teve acesso à educação por completo.
Embora, para que, a medida seja
cumprida, se faz necessário uma determinação
judicial, ainda sim, é longaa espera por uma
vaga. Em razão disso cresce o número de
decisões que obrigam o Poder Público a manter
o dependente em uma rede privada. Algumas
dessas entidades recebem recursos de órgão
federal e se disponibilizam a prestar assistência
gratuita a quem necessita. A questão deve ser
analisada sob a ótica das prioridades
constitucionais e do estudo particular das
condições familiares de cada necessitado.
Quando a situação se torna tão fática que
o cenário é degradante e insustentável,
deixando seres humanos lançados à própria
sorte, medida como a internação compulsória
pode ser plenamente adotada garantindo não só
o direito à vida, como a segurança e também a
saúde. Torna-se essencial privar a liberdade de
ir e vir para que se vislumbre alguma hipótese
de devolver ao dependente químico algum
resquício de dignidade, tirando-o das ruas
imundas em que são largados inconscientes a
própria sorte. Não pode ser tido como ofensa ao
princípio da dignidade humana, quando as
condições insalubres em que se encontram, não
trazem a eles quaisquer tipos de dignidade.
Muitos tratam a medida como sendo
higienista – um dos pilares sustentados pelos
críticos da política de internação à força –,
quando direitos como a vida, a saúde e a
dignidade são diuturnamentedesprezadas
fundamentos constitucionais para que o Estado
possa tomar medidas que protejam os cidadãos
que são dependentes químicos.
Observamos que a efetivação de medidas
paliativas possui algumas dificuldades,
começando pelas falta de vagas nos
estabelecimentos públicos capazes de proceder
ao tratamento. A falta de programas capazes de
suprir as necessidades dos dependentes. A falta
de recursos para entidades, sem fins lucrativos,
que se dispões a prestar essa assistência
necessária. A falta de apoio e interesse da
família do dependente.
De modo geral, têm o poder estatal, a
finalidade de preservar a vida e a saúde, os
bens maiores do ser humano. A nova política de
saúde mental visa o tratamento em rede
substitutiva, ou seja, em locais que o paciente
possa frequentar, sem a necessidade de passar
longos períodos internados, longe da
convivência familiar e comunitária.Um plano de
trabalho conjunto com o estado, à sociedade e
família, pode alavancar uma mudança radical
nesse processo que só aumenta com o passar
dos anos.
Ainda dentro do tratamento os
profissionais procuram provocar uma epifania
no dependente, pois ele precisa ao menos estar
disposto a mudar ou toda tentativa de ajuda
será em vão. As tentativas diversificam
conforme as resistências do dependente
procuram conquistar a confiança e construir um
objetivo de vida em conjunto com ele.
Demonstrando sempre que o necessário é a
(re)construção da identidade, o resgate ao seu
circulo social, familiar e profissional, bem como
as suas habilidades e qualidades. Conforme a
apropriação desses valores, a interrupção do
uso de drogas se torna inevitável.
Enfim, do diálogo entre o Direito à Vida e
à Liberdade sentido nos temas ligados à
dependência química a melhor solução ainda é
limitar o livre arbítrio do doente para lhe
preservar a própria vida.
Agradecimentos:
Não há como falar em agradecimento e
não pensar em Deus em primeiro momento, que
é Pai, Filho e Espírito Santo. Que sabendo das
minhas fraquezas dá-me vida e forças para lutar,
me sustenta nos momentos difíceis, de angústia
e sofrimento e me impulsiona para frente para
honra e glória do seu santo nome.
Ao meu filho, Hugo Koiti, pelas noites
intermináveis, acordado comigo estudando (ele
é um anjo), por ser a base da minha vida, sem
ele nada seria possível.
Ao Felipe Almeida que foi de grande
importância nesse momento tão crucial.
Aos meus irmãos, Claudio e Cesar, que
foram a base de amizade na minha vida.
Aos meus pais pela educação que me
deram ao longo da vida. Sem vocês não estaria
aqui.
Aos amigos, tanto aos que obtive ao
longo dessa jornada quanto aos que já faziam
parte da minha vida e que me auxiliaram e
incentivaram, em especial, ao Carlos Henrique
que tenho como um irmão; Bruna Araújo que
esteve sempre ao meu lado; Roberta Keylla que
tenho como uma irmã; Felipe Moyses que é
muito mais do que um amigo pra mim; Bárbara
Brandão, que foi de muita importância ao longo
desses anos todos; Petterson Juliani que ao
longo da faculdade não me deixou desistir.
E, principalmente, a minha família, que
me enriqueceram com suas presenças,
facilitando o crescimento e amadurecimento,
tanto meu, quanto deles, meus padrinhos,
primos, tios. Em especial, minha avó, Sonia
Gomes, que é a inspiração para eu almejar este
momento, e meu avô, Edward Ramos, que foi a
base de apoio para todos, e afinal, eles são os
pilares da nossa família.
Amo todos vocês.
E ademais, mas não menos importantes,
aos professores que me auxiliaram e ensinaram,
em especial, ao meu orientador que me
acompanhou durante esta tão sonhada trajetória;
ao digníssimo Marcelo Batista que além dos
ensinamentos que me passou como professor é
um grande amigo que espero levar pra vida;
outrossim, a ilustríssima Kênia Carina, a quem
sempre me incentivou e maravilhou com suas
aulas de penal; se hoje estou onde estou devo a
cada um dos professores que conheci ao longo
desta incessante prossecução pelo
conhecimento.
Por fim, quero agradecer a todos que de
alguma forma me ajudaram ou me incentivaram
a seguir em frente e conquistar, mesmo que
tardiamente, esta graduação, pois será de
grande valia em minha vida.
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(Decreto-lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940) e à lei das contravenções penais (Decreto-lei nº
3.688, de 3 de outubro de 1941). Vademecum digital. São Paulo: Rideel, 2014.
20. _________. Lei no 11.343, de 23 de agosto de 2006. Institui o Sistema Nacional de Políticas
Públicas sobre Drogas – Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e
reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à
produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas; define crimes e dá outras providências.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11343.htmr>. Acesso
em: 10 nov. de 2014.
21. < http://www.direitoshumanos.etc.br ><Acesso em: 20 nov. de 2014.>
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