A IMPORTÂNCIA DO ATO DE BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL
THE IMPORTANCE OF THE ACT OF PLAYING IN CHILD
EDUCATION
CASTAGNETI, PAMELA1
GHELLERE, FRANCIELLE DE CAMARGO2
Resumo
O brincar é uma manifestação humana, que consiste no desprender da realidade para o mundo da imaginação. Todas as crianças buscam nas brincadeiras interpretações da realidade cotidiana. Para compreender a importância do brincar no processo de ensino e aprendizagem, é necessário conhecer a história da Educação Infantil. O problema que gerou a presente pesquisa foi: de que forma o brincar contribui no desenvolvimento do exercício das habilidades cognitivas, intelectuais e sociais em crianças de 4 a 5 anos de idade. O objetivo geral foi analisar o desenvolvimento infantil a partir da teoria formulada por Vygotsky. Seguido dos objetivos específicos: a) pesquisar sobre o contexto histórico, as definições e a importância da brincadeira segundo Vygotsky; b) compreender a função social da Educação Infantil para o desenvolvimento do exercício das habilidades cognitivas, intelectuais e sociais em crianças de 4 a 5 anos de idade; c) analisar o contexto das relações de ensino e aprendizagem (brincar e aprender) no contexto do Centro de Educação Infantil P.V. do município de Medianeira-PR. A metodologia empregada para a elaboração da pesquisa foi estudo de caso, com aplicação de questionário e observação, bem como pesquisa bibliográfica e documental. Palavras-chave: Brincar. Construção do Conhecimento. Educação Infantil.
Abstract
To play is a human manifestation, which consists in detaching from reality into the world of
imagination. All children seek in their play, interpretations of everyday reality. To understand
the importance of playing in the teaching and learning process, it's necessary to know the
history of child education. The problem that generated the present research was: How to play
contributes to the development of the exercise of cognitive abilities, intellectuals and social in
children 4 to 5 years of age. The general objective was to analyze child development from
the theory formulated by Vygotsky. Following the specific objectives: a) research on the
historical context, definitions and importance of play according to Vygotsky; b) to understand
1 Pedagoga pela UNIGUAÇU FAESI - Faculdade de Ensino Superior de São Miguel do Iguaçu.
2 Professora na UNIGUAÇU FAESI- Faculdade de Ensino Superior de São Miguel do Iguaçu.
Doutoranda no Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu – Sociedade, Cultura e Fronteiras, da
Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE.
the social function of Child Education for the development of the exercise of cognitive
abilities, intellectuals and social in children from 4 to 5 years of age; c) To analyze the
context of teaching and learning relationships (play and learn) in the context of the Center for
Child Education P.V. of the municipality of Medianeira-PR. The methodology used for the
elaboration of the research was case study, with application of questionnaire and
observation, well as bibliographical and documentary research.
Keywords: Play. Knowledge Building. Child education.
Introdução
Este artigo foi elaborado na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso de
Pedagogia, da UNIGUAÇU FAESI- Faculdade de Ensino Superior de São Miguel do
Iguaçu, no ano de 2015. Teve o intuito de compreender a função social da Educação
Infantil para o desenvolvimento do exercício das habilidades cognitivas, intelectuais
e sociais em crianças de 4 a 5 anos de idade e analisar o contexto das relações de
ensino e aprendizagem (brincar e aprender) no contexto do Centro de Educação
Infantil P.V. do município de Medianeira-PR.
A pesquisa descrita foi embasada nos processos de aprendizagem que
decorrem do ato de brincar, sob o ponto de análise da teoria cognitiva de Vygotsky3,
e está embasada no seguinte problema: de que forma o brincar contribui no
desenvolvimento do exercício das habilidades cognitivas, intelectuais e sociais em
crianças de 4 a 5 anos de idade, que frequentam o Centro de Educação Infantil P.V.
do município de Medianeira-PR?
Para compreendermos a problemática, elaboramos três hipóteses: a) o
contexto histórico, as definições e a importância da brincadeira segundo Vygotsky;
b) a função da Educação Infantil no desenvolvimento do exercício das habilidades
cognitivas, intelectuais e sociais em crianças de 4 a 5 anos de idade; c) as relações
de ensino e aprendizagem (brincar e aprender) no contexto do Centro de Educação
Infantil.
A metodologia empregada para a elaboração da pesquisa foi bibliográfica,
feita a partir de livros e publicações eletrônicas, os autores mais utilizados foram
Vygotsky (2007), Craidy (2001) e Crepaldi (2010). Os Documentos utilizados foram
3 Lev Semenovitch Vygotsky (em russo Лев Семёнович Выготский, transliteração: Lev Semënovič
Vygotskij, sendo o sobrenome também transliterado como Vigotski, Vygotski ou Vygotsky (Orsha, 17
de novembro de 1896 – Moscou, 11 de junho de 1934), foi um psicólogo Russo.
Lei de Diretrizes e Base da Educação nacional (Lei nº 9394/96) e Constituição
Federal do Brasil de 1988. O trabalho de campo envolveu questionários,
observações diretas com crianças de 4 a 5 anos, e conversas informais com
professores que atuam nesta área.
Para compreender a importância do brincar no processo de ensino
aprendizagem, precisamos esclarecer alguns aspectos essenciais. Sabe-se que o
brincar é um ato importante para o desenvolvimento da criança. Para que se possa
entender esta relevância é necessário conhecer o contexto histórico da brincadeira,
juntamente com as definições do jogo e brinquedo.
A Educação Infantil por sua vez merece atenção, pois é nesta fase que a
criança interage com o meio e com o outro, observando e recriando os
acontecimentos à sua volta. Desta forma é importante que o professor de Educação
Infantil tenha conhecimento do quanto o brincar é relevante para o desenvolvimento
cognitivo, social e intelectual, pois assim, consequentemente, influenciará no método
aplicado em sala de aula.
O presente artigo está organizado da seguinte forma: no primeiro capitulo
aborda-se a teoria de Vygotsky, conceituando jogo, brinquedo e brincadeira. No
segundo momento aponta-se a importância da Educação Infantil, e busca-se realizar
um breve olhar sobre essa etapa de ensino, bem como a importância que o brincar
exerce nesse processo. Por último analisa-se o contexto das relações de ensino e
aprendizagem (brincar e aprender) no Centro de Educação Infantil P.V. do município
de Medianeira, localizado no Estado do Paraná e realiza-se o trabalho de campo.
A teoria de Vigotsky e a importância do brincar no processo de aprendizagem
O brincar desperta muitos interesses, pois a brincadeira abre as portas da
imaginação e da interação, permitindo à criança sentir-se livre em suas escolhas. No
ato de brincar, o sujeito esquece os problemas da realidade que o cerca,
disponibilizando o seu tempo, para criar e recriar, e dessa maneira, aprender em seu
meio social.
O brinquedo desperta a atenção, o envolvimento e a curiosidade nas
crianças. Através da observação elas passam a imaginar e a criar sua própria forma
de brincar. Partindo da vontade de saber e de aprender como se dá o manuseio de
certos brinquedos, e da interação com outros indivíduos, através do diálogo ou do
uso da própria brincadeira, a criança passa a ver o objeto “brinquedo” como uma
nova forma de conhecimento.
O brinquedo cria na criança uma nova forma de desejo. Ensina-a a desejar, relacionando seus desejos a um “eu” fictício, ao seu papel no jogo e suas regras. Dessa maneira, as maiores aquisições de uma criança são conseguidas no brinquedo, aquisições que no futuro tornar-se-ão seu nível básico de ação real e moralidade (VYGOTSKY, 2007, p.118).
O ato de brincar está intrínseco à aprendizagem. As brincadeiras permitem ao
sujeito criar ou seguir regras do mundo real, normas e padrões de comportamentos.
Transformando- em uma ação social, simbólica, presente na cultura. Por exemplo:
quando as crianças brincam de professor e aluno, é necessário que os envolvidos
na brincadeira se portem como o esperado dentro de sua cultura. Em caso contrário,
os que ali brincam podem acabar não entendendo suas atitudes.
É possível observar no ato de brincar que as brincadeiras são compostas de
regras, e isso estimula o desenvolvimento infantil. As crianças sentem-se capazes
de fazerem muitas atividades, por exemplo, subir em uma árvore, muitos dos adultos
sente medo.
Dentro do ato de brincar, portanto, podemos encontrar brincadeiras providas
de regras: onde é preciso respeitar normas impostas pela sociedade, e a
imaginação: onde a criança tem a liberdade de criar seus personagens, dar vida a
objetos. Exemplos: brincar de escola, mãe e filho, médico, entre outros, ou usar latas
como capacete, potes como espada, pedaços de pano como cama, folhas secas
como comida, assim por diante.
As regras são impostas para que se comporte adequadamente seguindo as
normas da sociedade. Por exemplo, quando se está brincando, não se pode
frequentar a escola de biquíni, o professor não pode se comportar e falar como um
bebê, e as crianças não podem ser motoristas de caminhão. É preciso que mesmo
dentro das brincadeiras, sigam-se as regras.
A imaginação é a utilização que a criança faz de qualquer objeto como meio
para a brincadeira, por exemplo, uma caixa de papelão para o adulto é
simplesmente uma caixa de papelão, mas para a criança ela pode ser transformada
em um carro, um avião, uma torre, uma montanha, entre outras coisas, partindo do
princípio da imaginação utilizada por ela.
Tanto a construção (interna e externa) de regras, e o uso da imaginação pela
criança, são manifestações social, utilizada pela criança no momento da brincadeira,
conforme demonstrou Wajskop (2001).
A brincadeira é uma forma de atividade social infantil, cujas características imaginativas são diversas do significado cotidiano da vida, e fornece uma ocasião educativa única para as crianças. Na brincadeira as crianças podem pensar e experimentar situações novas ou mesmo do cotidiano, isentas das pressões (WAJSKOP 2001, P 30).
O brincar leva a criança a agir, ou seja, quando a criança brinca ela entende
que consegue desenvolver atividades que antes sentia dificuldade em desenvolver.
Ao adulto, cabe o papel de realizar, ou não realizar intervenções. Por isso, o espaço
escolar apresenta-se como ambiente fundamental para a prática de jogos e
brincadeiras. “A brincadeira em sala de aula precisa ser observada e encarada como
uma atividade que desperta o prazer e o interesse” (HARLOS e OLIVEIRA, 2009,
p.25).
A Educação infantil, nesse sentido, é espaço fundamental para inserção da
brincadeira, no sentido de despertar na criança novas aprendizagens.
Considerando que a brincadeira deva ocupar um espaço central na educação infantil, entendo que o professor é figura fundamental para que isso aconteça, criando os espaços, oferecendo-lhes material e partilhando das brincadeiras das crianças. Agindo desta maneira, ele estará possibilitando às mesmas uma forma de aceder às culturas e modo de vida adulta, de forma criativa, social, e partilhada (WAJSKOP, 2000, p.112).
Em todos os ambientes é necessário observar o que a criança já é capaz de
realizar (com ou sem a intervenção do adulto). A interação com o outro, desperta a
capacidade chamada por Vygotsky de zona de desenvolvimento proximal. Ou seja, o
conhecimento já adquirido pela criança se transformando em novos aprendizados.
Fazendo assim com que o sujeito consiga desenvolver ou resolver atividades sem a
dependência de um adulto, mas com sua orientação. Atividade antes composta de
dificuldades e barreiras.
Segundo Vygotsky (2007), a criança aprende muito antes de frequentar a
escola. As situações que as mesmas irão passar já são compostas de uma história
prévia. O contato com o adulto e a troca de informações faz com que a criança
desenvolva um vasto repertório de habilidades, de fato isto ocorre desde o primeiro
dia de vida.
O adulto de maneira geral, assim como o professor, são peças fundamentais
para que o desenvolvimento cognitivo, intelectual e social na criança ocorra, através
da estimulação utilizada nos momentos de brincadeiras e jogos feitos dentro e fora
da sala de aula.
Segundo Vygotsky (2007).
As crianças podem imitar uma variedade de ações que vão muito além dos limites de suas próprias capacidades. Numa atividade coletiva ou sob orientação de adultos, usando a imitação, as crianças são capazes de fazer muito mais coisas (VYGOTSKY, 2007, p.101).
A criança usa a brincadeira, e a interação resultante dela para criar a zona de
desenvolvimento proximal. Isto é, a distância existente entre o nível atual de
desenvolvimento, até o nível potencial.
A zona de desenvolvimento proximal define aquelas funções que ainda não amadureceram, mas que estão em processo de maturação, funções que amadurecerão, mas que estão presentemente em estado embrionário. Essas funções poderiam ser chamadas de "brotos" ou "flores" do desenvolvimento, ao invés de "frutos" do desenvolvimento. O nível de desenvolvimento real caracteriza o desenvolvimento mental retrospectivamente, enquanto a zona de desenvolvimento proximal caracteriza o desenvolvimento mental prospectivamente Segundo (VYGOTSKY, 2007, p. 98).
A zona de desenvolvimento proximal na criança, portanto, é do que o domínio
psicológico se transformando constantemente, permitindo assim que a criança passe
a desenvolver sozinhas, atividades e funções que antes precisava de auxilio de
outra pessoa.
Em toda a atividade que a criança desenvolve, ela necessita de um contato,
seja com algo ou alguém. Então, a interação com objetos e pessoas, se transforma
em aprendizado, pois visa despertar o interesse para nova forma de
desenvolvimento e conhecimento.
A interação social desperta nos indivíduos nova capacidades cognitivas. “[...]
Numa atividade coletiva ou sob a orientação de adultos, usando a imaginação, as
crianças são capazes de fazer muitas outras coisas” (VYGOTSKY, 2007, p.101). As
crianças podem realizar novas ações, ou seja, obter novos aprendizados.
A criança constrói sua imaginação, observando a sociedade de modo geral.
Cria suas brincadeiras representando papais sociais, respeitando as regras
impostas, o que pode e o que não pode ser feito pela mesma. Assim gera seu
desenvolvimento, pois se abstrai da brincadeira, fatos que ocorrem de maneira real
na sociedade.
O jogo, o brinquedo e a brincadeira
Segundo o Mini Dicionário da língua portuguesa (2007), o jogo é uma
brincadeira em forma de disputa, envolvendo regras para que se tenha um
ganhador. Há variadas formas de representar o jogo, como por exemplo: jogos
tradicionais, os quais compreendem, o faz de conta, de construção encaixe de
peças, de regras e o cooperativo, cada um deles com suas especialidades e sua
importância no desenvolvimento da criança.
No caso do jogo tradicional, esse tipo de atividade lúdica apresenta-se como manifestação cultural ligada à transmissão oral, folclore, cultura popular, assumindo característica de anonimato, conservação e universalidade, porque, apesar de suas origens serem desconhecidas permanecem no universo infantil (CREPALDI, 2010, p. 38).
Jogos tradicionais: são os que não se modificam mesmo com o passar dos
tempos, como por exemplo: as cantigas de roda. Estas manifestações culturais
ocorrem de forma livre tanto fora do âmbito escolar quando dentro.
No ambiente escolar, o jogo deve representar uma forma educativa. Ao
elaborara os conteúdos para determinada turma o professor precisa dar ênfase ao
brincar, através de jogos. Esta aprendizagem precisa ser significativa, para que o
desenvolvimento intelectual, cognitivo e motor ocorram.
Jogo do faz de conta: é considerado um jogo simbólico, onde a criança
começa a expressar sonhos e fantasias. Momento onde a criatividade é vista
concretamente.
Os jogos de construção: são de livre manuseio de peças de encaixe que
compõem o mundo imaginário da criança. Enriquecem a experiência sensorial e a
criatividade. Desenvolvendo o cognitivo e a manipulação.
O jogo com regras: é de essencial importância, pois através dele a criança
passa a compreender as regras sociais. Importante também destacar a necessidade
das crianças respeitarem as regras vindas de fora ou construída por eles.
Outra manifestação de aprendizado através dos jogos é o estabelecimento de
cooperação do grupo. O jogo cooperativo: com ele se aprende a trabalhar em
equipe, ajudar, se colocar no lugar do outro. Transformar competição em
cooperação.
Neste tipo de jogo, o participante aprende a se colocar no lugar do outro, priorizando sempre os interesses coletivos. O importante não é ganhar ou perder, mas sim participar, aperfeiçoar-se, reforçar a confiança em si e no outro, aceitando-o como ele é. Acreditamos que esta modalidade deva ser incentivada principalmente nesses tempos conturbados pela competição e conflito (CREPALDI, 2010, p.47).
Tendo em vista os objetivos em comum, ou seja, a cooperação mútua,
estabelecida na sociedade, as pessoas irão sempre precisar uma das outras, então
por que não despertar na criança este interesse em pensar no outro como uma
equipe. O adulto, nesse contexto, tem papel fundamental, tanto na observação,
quanto na interação com os sujeitos que se desenvolvem, a partir da construção da
aprendizagem.
Um exemplo de construção de aprendizagem, que o adulto deve observar, é
quando a criança empilha blocos de madeira na realidade, o sujeito está construindo
conhecimento no momento do brincar, uma vez que, pedacinhos pequenos de
madeiras podem erguer muralhas de um castelo, ou seja, é a criança quem cria,
novos tipos de castelos.
O brinquedo desperta o interesse nas crianças, com suas cores e formas
variadas. Considerado objeto lúdico que dá suporte a brincadeira.
Uma atividade lúdica é uma atividade de entretenimento, que dá prazer e diverte as pessoas envolvidas. O conceito de atividades lúdicas está relacionado com o ludismo, ou seja, atividades relacionadas com jogos e com o ato de brincar.Os conteúdos lúdicos são muito importantes na aprendizagem. Isto porque é muito importante incutir nas crianças a noção que aprender pode ser divertido. As iniciativas lúdicas nas escolas potencializam a criatividade, e contribuem para o desenvolvimento intelectual dos alunos (SIGNIFICADO DE LÚDICO, s.d).
Toda criança um dia possuiu ou inventou um brinquedo muito apreciado por
ela. O sujeito cria o brinquedo de acordo com a necessidade do momento, por
exemplo: um pedaço comprido de madeira pode ser transformado em um cavalo.
Os brinquedos trazem consigo uma marca associadas ao contexto cultural.
Mesmo os brinquedos industrializados organizados nas prateleiras de uma grande loja são apenas um potencial de brinquedos, não os são ainda. Esses objetos se transformarão em brinquedos apenas quando forem usados pelas crianças em uma situação de brincadeira, utilizados livremente para dar vida aos enredos por elas inventados (WAJSKOP, 2007, p. 40).
Muitas vezes os brinquedos industrializados perdem seu valor, pois a criança
tem o interesse de descobrir como tudo é feito, por vezes é fácil observar os sujeitos
quebrando ou desmontando algo, para tentar fazer sua montagem novamente. Ou
seja, quando a criança constrói e reconstrói algo, ela interage com o objeto e
constrói conhecimento.
Vygotsky (1998, p. 137) considerou que “[...] a essência do brinquedo é a
criação de uma nova relação entre o campo do significado e o campo da percepção
visual, ou seja, entre situações no pensamento e situações reais”.
Independentemente da época ou do momento, qualquer objeto pode ser
transformado e utilizado pela criança como forma de brinquedo.
A brincadeira é o ato onde a criança desperta o lúdico, não há necessidade
de regras. Nesse contexto, a criança faz uso de jogos e brinquedos, constrói novos
conhecimentos, e desenvolve a aprendizagem. A imaginação fica mais evidente,
assim a criança faz do “faz de conta” a vida em sociedade.
A brincadeira é uma linguagem infantil que mantém um vínculo essencialcom aquilo que é “não brincar”. Se a brincadeira é uma ação que ocorre noplano da imaginação isto implica que aquele que brinca tenha domínio dalinguagem simbólica. Isto quer dizer que é preciso haver consciência dadiferença existente entre a brincadeira e a realidade imediata que lheforneceu conteúdo para realizar-se. Nesse sentido para brincar é precisoapropriar-se de elementos da realidade imediata de tal forma a atribuir-lhesnovos significados. Essa peculiaridade da brincadeira ocorre por meio daarticulação entre a imaginação e a imitação da realidade. Toda brincadeira éuma imitação transformada, no plano das emoções e das ideias, de umarealidade anteriormente vivenciada (BRASIL, 198 8, p.27).
A brincadeira permite que a criança crie, invente recrie, formule regras,
aprenda a viver e a conviver em sociedade, respeitar seus colegas. Através dela a
criança faz descobertas e adquire novos conhecimentos.
Elementos como identidade e autonomia são despertados através do faz de
conta. A criança quando pequena adapta-se facilmente ao ambiente a qual está
inserida, sendo capaz de em um determinado momento em suas brincadeiras, fazer
uso de formas variadas de comunicação (sujeito-objeto e objeto-sujeito), pois se
utiliza da imaginação.
Brincar é meio de expressão, é forma de integrar-se ao ambiente que o cerca.Através das atividades lúdicas a criança assimila valores, adquirecomportamentos, desenvolve diversas áreas de conhecimento, exercita-sefisicamente e aprimora habilidades motoras. No convívio com outras criançasaprende a dar e receber ordens, a esperar sua vez de brincar, a emprestar etomar como empréstimo o seu brinquedo, a compartilhar momentos bons eruins, a fazer amigos, a ter tolerância e respeito, enfim, a criança desenvolvea sociabilidade (RIBEIRO, 2002, P. 56).
Partindo assim para o desenvolvimento de algumas capacidades como a
imaginação: criação de algo irreal, memória: guardar fatos, imitação: reprodução de
algo, atenção: cuidados, respeito, interesse. Portanto, o ato de brincar, é o momento
espontâneo da criança, processo em que esta se expressa, experimenta, representa
e adquire novos conhecimentos. Durante o desenvolvimento de novas experiências
e descobertas, o momento lúdico, destaca-se como mecanismo de suporte. Por isso
enfatizamos que o adulto e especialmente, o professor têm um papel de facilitador,
pois em determinado momento orienta e dirige o processo de aprendizagem e em
outros, as crianças são responsáveis por suas próprias brincadeiras.
A importância da Educação Infantil no processo de aprendizagem
A infância é uma etapa marcante, com diversos momentos de descobertas,
aquisição de conhecimentos e interação com o outro. Nesse processo, a Educação
Infantil é uma etapa marcante no desenvolvimento infantil. Quando a criança entra
em contato com outras crianças em um meio que estimula o seu aprendizado, ela
desenvolve capacidades motoras, afetivas e sociais. Todas as interações se tornam
novos aprendizados.
Nestes ambientes (escolas, institutos, entre outros), deve-se desenvolver a
autonomia da criança, pois ela esta em busca constante de seus desejos, busca ser
capaz de decidir o que gosta ou não, as coisas que são boas ou ruins. Nesse
processo o educador tem papel fundamental.
É na infância que a criança constrói os conhecimentos para a vida toda. E o
professor precisa estar atento, e não ser meramente um transmissor de
conhecimento, mas sim um mediador, criando possibilidades, para que a criança
busque por conta própria seus estímulos, construindo seu conhecimento.
A Educação Infantil, portanto, envolve a socialização, o desenvolvimento de
varias habilidades (intelectual, cognitiva, motora, entre outras), e produz o alicerce
para as etapas futuras de escolarização.
A sociedade medieval foi marcada por um período onde as crianças eram
consideradas mini adultos, sem direito a infância vivenciavam e participavam de todo
o modo de vida adultocêntrico, inclusive no trabalho manual. Baseavam-se na
construção social da criança, isto é, preparar a criança para o mundo adulto, desse
modo, não havia preocupações com as faixas etárias, isto é idade que o indivíduo
deve ter para que possa realizar determinadas ações, conforme citado por Craidy
(2001).
Por um bom período na história da humanidade, não houve nenhuma instituição responsável por compartilhar esta responsabilidade pela criança com seus pais e com a comunidade da quais estes faziam parte (CRAIDY, 2001, p. 13).
Na constituição da sociedade industrial, deu-se a participação da mulher na
área do trabalho industrial. Devido à saída das mulheres para o mercado de
trabalho, houve a necessidade de locais para deixarem seus filhos, enquanto
trabalhavam. Esse fato acarretou a existência de locais de caráter assistencialista.
No Brasil o primeiro contato com a educação infantil, ou até mesmo o
atendimento a crianças surgiu basicamente no início do século XX, caracterizado
pelo assistencialismo, custodia, de benefício e voltado ou atendimento de filhos de
mães pobres e trabalhadoras.
Ainda com a evolução das indústrias e o aumento do trabalho assalariado,
surgem leis que mencionam o dever do estado em disponibilizar creche e pré-escola
atendendo crianças de 0 a 6 anos. Considerando suas especificidades e
particularidades, proporcionando momentos de cuidado, brincadeiras e educação.
Segundo Craidy ( 2001).
O que se pode notar, do que foi dito até aqui, é que as creches e pré-escolas surgiram a partir de mudanças econômicas, políticas e sociais que ocorrem na sociedade: pela incorporação das mulheres à força de trabalho
assalariado, na organização das famílias, num novo papel da mulher, numa nova relação entre os sexos (CRAIDY, 2001, p. 15).
A partir de então os filhos de mulheres trabalhadoras teriam atendimentos
assegurados por lei. Mas este por sua vez ainda possuía cunho assistencialista. A
constituição Federal de (1988) assegurou o reconhecimento da criança como
cidadã, detentora de conhecimentos. “Art. 208- O dever do Estado com a educação
será efetivado mediante a garantia de: [...] IV – atendimento em creches e pré-
escolas às crianças de zero a seis anos de idade [...]” (BRASIL, 1988).
Na atualidade, a Educação Básica é assegurada dos 4 anos aos 17 anos,
conforme definida pela Emenda Constitucional nº 59 de 2009. “Art. 208 – educação
básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17(dezessete) anos de idade,
assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso
na idade própria (BRASIL, 2009).
A educação Básica está compreendida e assegurada da seguinte maneira: - 0
a 3 anos: educação infantil: creche; - 4 e 5 anos: educação infantil: pré-escola; -
ensino obrigatório; - 6 a 14 anos: ensino fundamental – ensino obrigatório; - 15 a 17
anos: ensino médio – ensino obrigatório.
No que concerne à Educação Infantil (Creche e Pré-escola), enquanto etapa obrigatória de escolarização é necessária os seguintes aspectos: cuidados, brincadeiras e aprendizagem, sendo orientadas de forma integrada para que possa contribuir as crianças um bom desenvolvimento de suas capacidades de interação com o outro, conhecimento da sua realidade social, ou cultural a de que está inserido (BRASIL, 1998, v. 1).
É importante que a criança, quando em idade de frequentar a Educação
Infantil, tenha a oportunidade de manipular objetos, sendo estes jogos ou
brinquedos, e interagir com outras crianças, sendo estas da mesma idade ou não.
O brincar tem função importante dentro da educação infantil, ajuda na
construção da reflexão, autonomia e criatividade, dando impulso e auxiliando na
aprendizagem. Ao brincar a criança usa a sua realidade, normas regras, papeis
sociais para fundamentar suas brincadeiras, podendo assim por meio da interação
discutir sobre as mesmas. Nesta mesma sequência de fatos a criança aprende a
conhecer o que tenha interesse, a fazer algo que ela observa no adulto, a conviver
em sociedade ou em grupo, a ser confiante, ter curiosidade, saber de seus limites e
ter autonomia em suas ações, desenvolver também a linguagem e pensamentos.
O fato de a criança, desde muito cedo, poder se comunicar por meio de gestos, sons e mais tarde representar determinado papel na brincadeira faz com que ela desenvolva sua imaginação. Nas brincadeiras as crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação. Amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio da interação e da utilização e experimentação de regras e papéis sociais (BRASIL, 1998, p. 22 v.2).
As crianças vivem em um mundo de fantasias, o brincar faz e fez parte da
vida da criança independentemente da época, dos costumes dentro de sua cultura,
ou dos padrões e viveis sociais. Misturando realidade e faz-de-conta. O brincar faz
com que a criança crie métodos para elaborar significados, faz seleções de ideias
que possam ser utilizadas em sociedade, sua percepção fica apurada, e sua
socialização é cada vez mais eficiente.
Todo o processo de formação socialização, desenvolvimento de habilidades
psicomotoras, sociais, físicas, afetivas, cognitivas e emocionais tem como base de
auxilio de construção o brincar. Brincando a criança expõem seu sentimento,
aprende, constrói, explora, pensa, sente, reinventa e se movimenta.
O brincar é considerado como um ato que estimula o prazer, pois tem
capacidade envolver a criança de forma singular, de forma totalmente intensa,
deixando a criança livre para demonstrar que se conhece e possui personalidade
própria.
O brincar é uma atividade que acontece sem que haja uma exigência, uma
obrigação acontece naturalmente, e é uma ação necessária, para que isso aconteça
“o brincar” é necessário que sua autonomia de escolher companheiros já esteja bem
desenvolvida pois precisa escolher com quem brincar, e entre eles devem ter o
entendimento do que poderão desenvolver dentro da brincadeira, que papel cada
um dos integrantes deve assumir, do que irão brincar, que objetos poderão ser
usados, todos os itens devem estar em comum acordo entre participantes.
Deve-se lembrar que o brincar é uma necessidade física, e que todos têm o
direito de brincar. É uma experiência complexa e abundante.
Brincar constitui-se, dessa forma, em uma atividade interna das crianças, baseada no desenvolvimento da imaginação e na interpretação da realidade, sem ser ilusão ou mentira. Também tornam-se autoras de seus papéis, escolhendo, elaborando e colocando em práticas suas fantasias e conhecimentos, sem a intervenção direta do adulto, podendo pensar e
solucionar problemas de forma livre das pressões situacionais da realidade imediata (BRASIL, 1998, p.23 v.2).
Para que se possa dar sentido é importante concluir que, pra a criança a
brincadeira, o brincar não se trata apenas de diversão, mas pode e deve ser vista
como uma forma de educação, construção, socialização e desenvolvimento das
suas potencialidades.
Análise do contexto e relações de ensino e aprendizagem na Educação Infantil
Este trabalho se orienta por uma pesquisa de campo em um Centro de
Educação Infantil P.V. do município de Medianeira. Os alunos encontram-se na
faixa-etária de 4 a 5 anos. Foi necessário realizar uma pesquisa de campo, onde os
professores envolvidos no ensino de crianças entre 4 a 5 anos, respondessem a
algumas questões que envolvem o ato de brincar.
O Centro de Educação Infantil onde realizado o trabalho de campo, oferece
diversos ambientes cativantes, tais como: 10 (dez) salas de aula, 1 (uma) sala para
aulas de inglês, 1(um) laboratório de informática, banheiros adequados, refeitório,
área recreativa, parquinho, secretaria/coordenação, lavanderia e cozinha.
O corpo docente do Centro de Educação Infantil é composto por 1 (uma)
Diretora, 1 (um) vice diretor, 1 (um) pedagogo, 12 (doze) professores, 2(duas)
estagiárias, 1 (uma) cozinheira e uma pessoa para os serviços gerais. A maioria dos
pais dos alunos é de classe média assalariada, todos moram no meio urbano, a
maioria longe do Centro de Educação (grande maioria das crianças vem para o
Centro acompanhadas pelos pais, outros poucos fazem uso de meio de transporte
coletivo). São poucos os pais que disponibilizam de tempo para orientar e
acompanhar a vida e o desempenho escolar de seus filhos, ficando exclusivamente
para o Centro de Educação Infantil esta tarefa.
O Centro foi criado em setembro de 1996, com a ideia principal de atender
crianças de berçário à maternal II, neste ano de 2015 completou dezenove anos. O
Centro de Educação Infantil P. V. iniciou suas atividades em uma casa
especialmente construída para esse fim, reforçando a ideia de que a escola para
crianças pequenas deve ser semelhante à sua casa. A equipe fundamentou-se na
ideia de uma escola que fosse um espaço estimulador da produção de
conhecimento e de reflexão crítica, numa construção contínua com o grupo,
priorizando sempre o brincar. Cada espaço foi preparado pensando-se no bem estar
e no melhor aproveitamento das crianças.
Recentemente o Centro de Educação Infantil P.V. realizou mais duas
ampliações, com o objetivo de ampliar sua estrutura e espaço físico, passando a
atender mais uma turma de maternal I e uma turma de pré-escola.
Para a teoria sócio-interacionista o sujeito aprende nas relações, no pensar em soluções, nas suas vivências individuais diante do plano social. O homem é um ser cognoscente e é através do seu pensar, a partir das relações sociais que ele constrói o seu conhecimento (PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO, p.16).
A interação com o outro faz com que o sujeito aprenda e consiga construir
seu conhecimento.
O Centro adota a teoria de Vygotsky, que sucinta que é a partir das relações sociais (cultura) que o sujeito desenvolve suas funções psicológicas superiores para então se apropriar do conhecimento, concebido como algo cultural e historicamente produzido pelos homens (PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO, p.16).
É também através da interação social que o homem aprimora o seu
conhecimento. O ser humano aprende nas relações sociais, porém a aquisição, a
forma como o aprendizado ocorre, é individual de acordo com a história de vida do
sujeito.
Por isso é possível afirmar que o conhecimento se dá do plano social para o individual. Ou seja, o sujeito cognoscente pensa a respeito daquilo que já foi historicamente produzido pelo homem para torná-lo seu, de acordo com suas relações socioculturais (PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO, p.16).
Através da interação social o sujeito observa o que ocorre ao seu redor, em
sua sociedade, adquirindo uma cultura que vem passando por todos a gerações.
O Centro de Educação Infantil P. V. tem como objetivo atender aos ideais de educação, cujos procedimentos pedagógicos privilegiam a construção de competências básicas para a formação de cidadãos com argumentação sólida, responsabilidade social e ação comprometida com a realização pessoal, profissional e social, desenvolvendo e promovendo uma educação de qualidade. (PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO, p.16).
Fica desta forma sobre responsabilidade da escola e do profissional ali
presente estabelecer meios pra promover uma educação de qualidade.
A pesquisa de campo foi realizada com 6 professores de pré-escola I e II da
rede particular de ensino do Município de Medianeira – PR nos mês de agosto de
2015. Um dos professores a quem foi entregue o questionário optou em não realizar
a pesquisa. De acordo com Gil (2006, p.53 ):
No estudo de campo, o pesquisador realiza a maior parte do trabalho pessoalmente, pois é enfatizada importância de o pesquisador ter tido ele mesmo uma experiência direta com a instituição de estudo. Também se exige do pesquisador que permaneça o maior tempo possível na comunidade, pois somente com essa imersão na realidade é que se podem entender as regras, os costumes e as convenções que regem o grupo estudado (Gil, 2006, p.53).
Sendo assim a pesquisa de campo tem como objetivo o envolvimento do
pesquisador para conseguir informações do problema para chegar a uma resposta
ou uma hipótese para se comprovar.
A fonte de dados foi coletada no próprio centro de educação infantil. A
pesquisa de campo em educação, portanto, caracterizou-se pela ida da
pesquisadora a campo, visando a coleta de dados, através de entrevista e
questionário, com objetivo de descobrir de que forma o brincar contribui para o
desenvolvimento do exercício das habilidades cognitivas, intelectuais e sociais em
crianças de 4 a 5 anos de idade, que frequentam o Centro de Educação Infantil P.V.
do município de Medianeira-PR
Para melhor esclarecimento do problema de pesquisa realizou-se uma
revisão bibliográfica que permitiu, à pesquisadora, a apropriação do conhecimento
para a compreensão mais aprofundada do tema.
Para a realização desta pesquisa o instrumento de coleta de dados foi o
questionário e entrevista com questões abertas foram cuidadosamente elaborados
pela própria autora deste artigo e validado por professores da UNIGUAÇU-FAESI. O
questionário consistiu em um conjunto de questões predefinidas e sequenciais
apresentadas aos professores da rede particular de ensino, diretamente pela
pesquisadora.
A técnica de análise de dados utilizada foi feita tendo como base a discussão
dos resultados obtidos na coleta de dados com o apoio de autores do tema
estudado. Para a melhor visualização dos dados coletados foram elaborados
gráficos visando obter as estatísticas para a análise, interpretação e conclusão de
caráter indutivo.
As observações ocorreram por aproximadamente 1 (um) mês nas turmas com
a faixa etária de 4 a 5 anos, e se deram de forma prazerosa e proveitosa. Durante as
aulas observadas pode-se perceber a forma instigante em que o ato de brincar é
inserido na criança, bem como a maneira fascinante que os alunos a veem.
Observou-se no ambiente escolar, que todas as atividades e brincadeiras
propostas pelos professores eram objetivadas para que os alunos utilizassem seu
imaginário, seus conhecimentos do meio a qual convivem, e que através da
bagagem que possuíam, pudessem resolver os desafios desenvolvendo suas
próprias estratégias. Os professores utilizam músicas, brincadeiras, jogos, para que
os alunos pudessem participar e se interessar pelas aulas.
Análise e discussão dos resultados
A primeira questão apresentada aos professores foi: Qual a sua formação?
Como podemos observar na figura 1.
Figura 1-Qual a sua formação?
Fonte: Dados da pesquisa.
Após a coleta de dados constatou-se que 57% dos profissionais responderam
que possuem formação de Magistério juntamente a outra licenciatura.
Muito se exige hoje do profissional. A sociedade atual permeia a formação
acadêmica como sendo essencial para um bom desenvolvimento de suas funções
dentro do seu campo de atuação.
Em um segundo momento, questionou-se sobe a faixa etária que cada um
atua, na qual todos trabalhavam com crianças de 4 a 5 anos de idade. Juntamente
com esta questão levantou-se uma segunda questão que se tratava em saber a
quanto tempo atuavam com esta faixa etária.
Figura 2-A quanto tempo atua com esta faixa etária?
Fonte: Dados da pesquisa.
Os profissionais que trabalham a mais de 5 anos resultou em 40% dos
questionados. Mesma porcentagem dos que trabalham de 1 a 3 anos.
A questão a seguir refere-se ao tema do presente artigo, enfatizando sua
importância. Questionando os profissionais da seguinte maneira. Você considera o
brincar importante? No qual percebeu-se que a resposta foi a mesma, escolhida por
todos os profissionais.
Figura 3-Você considera o Brincar importante para:
Fonte: Dados da pesquisa.
O profissional que atua na área da educação deve estar preparado
para perceber as necessidades básicas de uma aula produtiva, e o que cada
atividade planejada por ele pode desenvolver com os seus alunos. Dando ênfase no
desenvolvimento das habilidades cognitivas, intelectuais e sociais das crianças.
Mesmo com todo o planejamento, o professor precisa estar atento à
frequência com que realiza suas atividades, deu-se assim a questão de número 4.
Figura 4-A frequência das atividades lúdicas de seus alunos são:
Fonte: Dados da pesquisa.
Dos questionados 80% responderam que as atividades acontecem
diariamente.
As atividades que envolvem brincadeiras geralmente estão sobre
responsabilidade do professor onde 57% do questionados assim responderam como
podemos observar na figura 5.
Figura 5-As atividades que envolvam brincadeiras são desenvolvidas pelo (a):
Fonte: Dados da pesquisa
De acordo com Oliveira (2000, p. 129).
No comportamento diário das crianças o brincar é algo que se destaca como essencial para o seu desenvolvimento e aprendizagem. Dessa forma, se quisermos conhecer bem as crianças, devemos conhecer seus brinquedos e brincadeiras.
O que se pode concluir é a necessidade de observar cautelosamente quais
brinquedos são oferecidos para as crianças e de que maneira os mesmos os
manuseiam, para que não se perca o objetivo do brincar.
Ao longo de sua formação, o acadêmico busca o aprimoramento de alguns
conteúdos. No caso dos profissionais de educação, a Educação Infantil é uma das
áreas de atuação. Dentro desta existem momentos e métodos a serem aplicados, o
brincar é um deles. Pensando nesta hipótese, elaborou-se a seguinte questão: Em
sua formação acadêmica, a aplicação de atividades lúdicas foi enfocada. O
resultado pode ser observado na figura 6.
Figura 6- Em sua formação acadêmica, a aplicação de atividades lúdicas foi enfocada?
Fonte: Dados da pesquisa.
Como pode-se observar todos os profissionais responderam que em sua
formação acadêmica as atividades lúdicas foram sim e muito enfocadas. Segundo
Friedmann (1996, p.71), “[...] Os educadores que dão destaques ao jogo espontâneo
no planejamento, consideram-no como um facilitador da autonomia, da criatividade,
da experimentação, da pesquisa e de aprendizagens significativas.”
Através do brincar a criança adquire autonomia, criatividade, tem a
oportunidade de experimentar várias maneiras do brincar. É brincando que a
criança aprende.
Todo o profissional tem uma maneira de observar o que ocorre a sua volta.
Desta forma elaborou-se a seguinte questão: Você, enquanto professor (a) sente a
necessidade de que o brincar seja mais explorado em sua realidade escolar?
Figura 7-Você, enquanto professor(a), sente a necessidade de que o brincar seja mais explorado
em sua realidade escolar?
Fonte: Dados da pesquisa.
Como pode-se observar 40% dos profissionais responderam que não sentiam
a necessidade do brincar ser mais explorado, enquanto outros 40% acham que pode
ser mais explorado.
A seguir as questões abertas:
8) Em sua opinião, como o brincar contribui para o desenvolvimento das
habilidades cognitivas, intelectuais e sociais em crianças de 4 a 5 anos de idade.
Segue a baixo as respostas dos profissionais.
Resposta A
O brincar parra essa idade é a principal atividade, e é de suma importância no seu desenvolvimento. É através da brincadeiras que as crianças desenvolvem suas capacidades, criações e imaginação.
Resposta B
Brincando a criança de desenvolve mais, pois se assemelha a pessoa adulta a qual convive, sendo em casa, na escola ou na sociedade. No ato de educar acrescentamos a brincadeira. É mais fácil com que eles gravem o assunto abordado, em forma de teatro, músicas e brincadeiras.
Resposta C
O brincar é fundamental, através de brincadeiras, jogos, as crianças aprendem a importância da interação social, desenvolvem o espirito de competitividade e respeito pelo próximo, adquirem confiança, senso de cooperação, definem alguns traços de caráter e personalidade. Brincar é a melhor maneira de preparar as crianças para o convívio em sociedade.
Resposta D
No desenvolvimento motor, emocional, social, sensorial e cognitivo.
Resposta E
Pois nessa fase a criança aprende brincando, e a melhor forma de ensinar e desenvolver, as habilidades das crianças é proporcionando brincadeiras que contribuam e façam com que a criança busque o seu próprio desenvolvimento e aprendizado.
9) Qual a função da Educação Infantil no desenvolvimento cognitivo,
intelectual e social da criança.
Segue a baixo as respostas dos profissionais.
Resposta A
A educação infantil é uma das mais complexas fases no desenvolvimento da criança, ela tem que estar vinculada a educação e ao afeto, não basta apenas repassar conteúdos, conhecimentos, o trabalho com afetividade torna a formação das crianças mais seguras e felizes.
Resposta B
Desenvolve...O amadurecimento das crianças ocorre de acordo com a idade, e convívio com adultos, não podemos cobrar demais responsabilidade dos pequenos. As brincadeiras e atividades lúdicas são de suma importância para o desenvolvimento e aprendizagem pois é passando conhecimento de um para outro que aprendemos cada vez mais.
Resposta C
Função importantíssima e de grande responsabilidade como a de escolher profissionais qualificados e preparados para dar suporte ás crianças, profissionais que exerçam a profissão com sinceridade, firmeza, respeito e acima de tudo com muito amor afinal ser professor é ser formador de opiniões. Caráter exemplo a ser seguido.
Resposta D
Cognitivo: vocabulário ampliado, expressa sentimentos e emprega verbos. Consegue se referir a objetos e seres ausentes. Contar histórias e inventar. Identifica números. Constrói frases. Exibe curiosidade insaciável, inúmeras perguntas. Ajuda a ser sociável com outras crianças dividir objetos.
Resposta E
A função é proporcionar um ambiente e um aprendizado agradável, fazer com que a criança busque e queira aprender através das atividades propostas.
Todos os professores se sentem preocupados com a qualidade do ensino de
seus alunos. A formação do profissional é fundamental para um bom andamento das
atividades aplicadas, e do que é preciso para uma boa e qualificada metodologia. É
de responsabilidade do professor oferecer a seus alunos momentos onde os
mesmos possam desenvolver a criatividade, imaginação, e a construção do
conhecimento.
Considerações finais
Na pesquisa de campo houve a compreensão de que o ambiente escolar
propicia, na maior parte do tempo, o contato da criança com o brincar. Isso porque a
recepção dos alunos ao chegar à escola é com formas variadas de brincar.
A maioria dos alunos permanecem no centro de Educação Infantil durante o
período matutino e vespertino, e o brincar faz parte da rotina deste estabelecimento
de ensino. Após atividades rotineiras como café da manhã e atividades descritas nos
planejamentos e projetos, as crianças voltam a brincar.
O almoço e o horário do sono também são atividades de rotina. Logo após
acordarem, novamente são recepcionados em suas salas com brinquedos, ou
brincadeiras. Estes se sentem em casa, pois tem toda a liberdade de expressar-se e
criar formas para suas brincadeiras.
Dentro do desenvolvimento das atividades, os professores buscam realizar
em forma de brincadeiras, métodos para que as crianças consigam entender os
conteúdos transmitidos. Deixando as aulas mais prazerosas. Seguindo as rotinas o
recreio é outro momento em que os alunos adoram estar, pois além do espaço,
vários instrumentos, brinquedos e resgate de brincadeiras são realizados pelos
professores.
A aula de educação física também é um momento muito esperado pelos
alunos. É insaciável a vontade pelo conhecimento e a curiosidade pela descoberta
de novos jogos e brincadeiras. Para que após um dia todo na escola não se torna
cansativo, ao fim do dia os alunos, após todas as atividades concluídas são
dispensados para novas formas de brincadeiras. Cada sala é equipada com vários
materiais que cativam as crianças, em busca da criatividade.
Sendo assim, compreende-se com este texto que o brincar é fundamentar na
formação social, cognitiva e intelectual das crianças, e que o profissional envolvido
com estes pequenos deve estar preparado para elaborar formas variadas de instigá-
los, desenvolvendo a criatividade, o imaginário e sociabilidade. Pretende-se com
este estudo, dar continuidade a uma pesquisa futura, dando continuidade ao tema
estudado.
Referências
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