A História e Filosofia da Ciência no Instituto Federal de Educação, Ciência
e Tecnologia do Amazonas
ANA CLÁUDIA RIBEIRO DE SOUZA*1
No apagar das luzes do ano de 2008, o Presidente da República, Luís Inácio Lula da
Silva, sancionou o Decreto-Lei Nº. 11.892, de 29 de dezembro, que criou de uma só vez trinta
e oito Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia. Isto se deu a partir de toda uma
estrutura educacional que o Governo Federal já possuía e vinha ampliando desde 1909 com a
criação pelo Decreto-Lei No. 7.566 de 23 de setembro, assinado por Nilo Peçanha, criando
dezenove Escolas de Aprendizes Artífices que deveriam ser instaladas em cada uma das
capitais dos Estados da então jovem República.
As Escolas Técnicas pertenciam a Rede Federal de ensino ministrando educação
profissional no nível médio. Pela Constituição Federal de 1988 coube aos Munícipios a
responsabilidade do Ensino Fundamental, ao Estado a responsabilidade do Ensino Médio, e a
União a Educação Superior. Para não estadualizar a rede federal de ensino médio, as Escolas
Técnicas, as mesmas deveriam passar a oferecer cursos de nível superior, resguardando o
cumprimento de diversas normas. As primeiras Escolas Técnicas a se transformarem em
Centros Federais foram as do Rio de Janeiro, Paraná e Minas Gerais.
Esta Rede Federal foi criada com a missão de promover uma educação de excelência
através do ensino, pesquisa e extensão, visando à formação do cidadão crítico, autônomo e
empreendedor, comprometido com o desenvolvimento social, científico e tecnológico do País,
e, como está no Decreto-Lei de sua criação:
Art. 2o Os Institutos Federais são instituições de educação superior, básica e profissional, pluricurriculares e multicampi, especializados na oferta de educação profissional e tecnológica nas diferentes modalidades de ensino, com base na conjugação de conhecimentos técnicos e tecnológicos com as suas práticas pedagógicas, nos termos desta Lei (BRASIL: 2012).
Os Institutos Federais possuem uma estrutura única no âmbito da legislação
educacional do país, pois possibilitam a uma mesma instituição oferecer a educação básica e a
* Professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas. Doutora em História Social pela PUC/SP.
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educação superior. Isto quer dizer que num hipotético Campus de um Instituto Federal podem
transitar alunos que estudem no curso técnico de mecânica, para a modalidade de jovens e
adultos, o PROEJA, e acadêmicos do curso stricto sensu de doutorado em Mecânica dos
fluidos, e que um mesmo professor esteja ministrando aulas nestes dois cursos.
No Amazonas o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia foi criado com a
união de três autarquias federais já existentes no Estado, o Centro Federal de Educação
Tecnológica do Amazonas, a Escola Agrotécnica Federal de Manaus e a Escola Agrotécnica
Federal de São Gabriel da Cachoeira. Contando atualmente com 10 Campi, sendo três no
município de Manaus, e os demais nos municípios de Coari, Maués, Parintins, Presidente
Figueiredo, Lábrea, Tabatinga e São Gabriel da Cachoeira, são ofertados 15 cursos de
graduação, sendo nove tecnologias, quatro licenciaturas e duas engenharias. Todos os cursos
de graduação do IFAM são ofertados nos Campi de Manaus, a exceção de uma turma de
licenciatura intercultural indígena no Campus São Gabriel da Cachoeira.
O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (IFAM), em sua
unidade do Campus Manaus Centro, em 2002 então quando da mudança de sua característica
estatutária de Escola Técnica Federal do Amazonas para Centro Federal de Educação
Tecnológica do Amazonas, passou da ofertar cursos de graduação como Tecnologia em
Produção Publicitária e os cursos de Licenciatura em Ciências Biológicas e Licenciatura em
Química.2
Em 2007 tivemos a oportunidade de trabalhar no Centro Federal de Educação
Tecnologia de São Paulo, ministrando a disciplina História da Ciência no quinto período do
curso de Licenciatura em Física. Observamos no transcorrer do curso que esta disciplina
representou para os alunos a possibilidade de observarem, lerem, e refletirem sobre a
formação e o desenvolvimento não somente de pontuais conceitos do campo específico da
física, como massa, energia ou alguma determinada lei, mas da correlação histórica em que tal
processo ocorreu. Permitiu para alguns um entendimento holístico do ensino com a ciência,
2 O funcionamento dos cursos de licenciatura em Ciências Biológicas e licenciatura em Química foi autorizado pela Resolução nº 03-CONDIR-CEFET-AM, 1º de agosto de 2002, reconhecido pela Portaria Ministerial nº. 830 de 14 de novembro de 2008, publicada no Diário Oficial da União em 17 de novembro de 2008, cuja reformulação foi aprovada pela Resolução nº 016-CONDIR-CEFET-AM, 31 de outubro de 2008.
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por possibilitar questionamentos até então ausentes em outros espaços de sua formação
superior.
Como literatura transversal do curso adotamos o livro da “O que é História da
Ciência”, da professora Ana Maria Alfonso-Goldfarb, e “O Universo: teorias sobre sua
origem e evolução”, do professor Roberto Martins. Os alunos debatiam os textos propostos
ora maravilhados com o internalismo e o externalismo que então identificavam na ação dos
pesquisadores da física, ora perplexos com os textos teóricos, sem os cálculos que para eles
eram a expressão da verdade.
Nas ponderações no final deste curso, os alunos destacaram como proposição mais
instigante a de conhecer o trabalho de Boris Hessen, cientista, filósofo e historiador russo, que
em 1931 apresentou a sua famosa comunicação "As Raízes Sócio-Económicas dos Principia
de Newton" no Segundo Congresso Internacional de História das Ciências, que ocorreu em
Londres, com o argumento de que tanto a temática da obra Príncipios Matemáticos da
Filosofia Natural de Newton, como a física da época são reflexos dos problemas técnicos que
o Reino Unido enfrentava para viabilizar sua produção material.3
Neste trabalho Boris Hessen, russo e respirando o materialismo dialético, expõem que
para se entender a obra de Newton temos que analisar, em detalhes, a luta de classes na época
da revolução inglesa e as teorias políticas, filosóficas e religiosas. Por esta abordagem a
economia é a base da influência, mas não é a única que determina o fazer científico. A
política; a luta de classes e os reflexos dessas lutas nas mentes de seus participantes; as teorias
políticas, jurídicas e filosóficas e as concepções religiosas também influenciam o cientista em
seu trabalho.
Para os licenciandos de física o trabalho de B. Hessen desmistifica a ideia de que a
pesquisa científica desenvolvida por I. Newton seja um carisma da providência divina e que
seus trabalhos não são frutos, como querem acreditar alguns, de seus geniais dotes pessoais.
Por vezes ou licenciandos tem nas mais diversas disciplinas de física seus professores
reforçando a ideia do gênio criador na ciência.
3 O texto proposto como leitura para os alunos no curso foi o de Olival Freire Jr.
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No sentido oposto a estes professores está a proposta da História da Ciência de uma
crítica a história dos grandes gênios, poia a sociedade se desenvolve como um todo orgânico,
e pela sua existência e desenvolvimento, ela deve produzir seus bens materiais. Na produção
social de suas próprias vidas as pessoas entram em determinadas relações que não dependem
de suas vontades, essas relações concordam com o desenvolvimento alcançado pelas forças
produtivas materiais da época em que vivem, e o conjunto dessas relações de produção forma
a estrutura econômica de uma determinada época, isto, no entendimento do materialismo
histórico, para o qual o modo de produção da vida material condiciona os processos quer
social, político ou espiritual de uma dada sociedade.
Quando esta discussão foi tratada nas turmas da licenciatura em Física e Ciências
Biológicas no primeiro semestre de 2012, no IFAM no curso de História e Filosofia da
Ciência levou os alunos a uma reflexão sobre os princípios e critérios para o financiamento da
pesquisa científica no Brasil, discutindo que muitos ainda são os desafios para que a ciência
se desenvolva de forma mais igualitária em todo território nacional e para que se cumpra
verdadeiramente seu papel de promoção social, conforme aponta um estudo da UNESCO
sobre políticas em ciência e tecnologia no Brasil: “O Brasil enfrenta um grande desafio em
fazer com que os investimentos realizados em Ciência e Tecnologia cheguem cada vez mais
de forma homogênea à população e possam efetivamente melhorar a sua qualidade de vida”
(UNESCO, 2012).
A disciplina levou os alunos à discussão de que uma grande reforma no campo da
ciência e tecnologia precisa ser viabilizada com certa urgência, e o Programa Ciência sem
Fronteiras pode contribuir com isto, a fim de diminuir as diferenças no desenvolvimento das
distintas regiões geográficas do Brasil, na busca de um planejamento estratégico que permita
a uma maior parte da população de usufruir dos benefícios advindos do desenvolvimento
tecnológico, tendo em vista a estreita relação entre desenvolvimento científico-tecnológico e
bem-estar socioeconômico no favorecimento da inclusão social.
No IFAM, Campus Manaus Centro, em 2008 se discutia a reestruturação curricular
das licenciaturas em Ciência Biológica e Química, bem como a estruturação curricular dos
novos cursos de licenciatura que seriam implantados no ano seguinte, licenciatura em
Matemática e licenciatura em Física. Na oportunidade estávamos regressando de São Paulo
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onde realizamos o Mestrado em História da Ciência e o doutorado em História ambos pela
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Na época propusemos a inclusão da disciplina de História e Filosofia da Ciência na
matriz curricular das quatro licenciaturas em questão, de preferencia num período do meio do
curso, como era no Centro Federal de Educação Tecnologia de São Paulo, o que possibilitaria
ao aluno já ter tido um contato mais aprofundado com conteúdos específicos da respectiva
Ciência para o qual ele haveria de se licenciar. Após inúmeras reuniões e discussões como
cabe quando se trata da elaboração de uma matriz curricular a disciplina foi inserida nas
quatro licenciaturas citadas com 80h/a, sendo 40h/a no primeiro período e 40h/a no segundo
período, isto é os períodos iniciais do curso.
Desde então viemos ministrando esta disciplina para as turmas de licenciatura em
Física4, e posteriormente para licenciatura para Ciências Biológicas usando como referencial
o livro O que é História da Ciência, da professora Ana Maria Alfonso-Goldfarb, por
entendermos pertinente as questões por ela apresentadas. Inicialmente a provocação sobre o
significado do próprio conceito de História da Ciência, não sendo está uma simples junção
dos conceitos já estabelecidos do que venha a ser história e ciência distintamente. A História
da Ciência tem sua própria metodologia de analise que no decorrer do século XX foi se
constituindo, e isto é proposto com a utilização no decorrer do curso, incluindo a continuidade
no segundo período, de textos do professor Roberto Martins, e de fragmentos da literatura de
George Sarton, Gaston Bachelard, Thomas Kuhn dentre outros.
Como a disciplina é oferecida nos períodos iniciais, o que foi contrario a nossa
proposta, há uma dificuldade em se discutir aspectos epistemológicos das Ciências pela
imaturidade intelectual, como já foi dito, do grupo de alunos. É então estruturado um debate
com a historiografia da história e filosofia da ciência mostrando a História da Ciência como
uma construção de escolhas metodológicas que se constituíram a partir do século XVI, com a
discussão entre Antigos e Modernos e fundamentalmente nos séculos XVIII e XIX, com o
4 O curso de Física foi autorizado pela Resolução nº 015-CONDIR-CEFET-AM, 31 de outubro de 2008.
Ainda não tem portaria de reconhecimento porque o processo (201113906) está em trâmite no e-MEC aguardando publicação da mesma. Nota de avaliação: 4. Ainda não ocorreu a formatura de nenhum aluno.
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modelo de experimentação de Galileu Galilei e o Principia de Isaac Newton. Mas, por vezes,
chegamos ao final do curso, e nem a diferenciação conceitual entre história, ciência e história
da ciência alguns alunos parecem terem assimilado.
Sabemos que algumas devem ser as disciplinas do primeiro período quando os
professores que lá ministram seus cursos encontram os alunos provavelmente em duas
possíveis categorias: ou oriundos do ensino médio, acabaram a bem pouco tempo seus estudos
nesta etapa estudantil; ou os alunos que há muito tempo, para alguns, décadas, não estudam, e
que pelas atuais políticas governamentais conseguem ingressar no ensino superior. Quer um
ou outro grupo apresentam significativas dificuldades para o estudo das temáticas da História,
quanto mais da Filosofia das Ciências. Este grupo de aluno nas séries iniciais dos cursos de
graduação encontra dificuldade na literatura proposta, em sua análise e reflexão, há inclusive
alunos que desistem ou são reprovados por não conseguirem acompanhar o desenvolvimento
do curso, que busca ser dialético.
Ao propormos a seguinte atividade avaliativa no primeiro semestre de 2012 para as
referidas turmas,
Leiam com atenção o texto a seguir:
Heisenberg demonstra que a ingênua objetividade da física convencional está no mesmo plano mítico da antiga convicção de que o sol girava em torno da terra. Os soviéticos, agora, lutam contra a realidade para manter este ponto de vista ingenuamente objetivo. Epuuer si muove.
Entretanto, com muita sofisticação, a teoria do quantum também condiciona os conceitos “factuais” da vida cotidiana, sabendo-se que devem ser tomadas em consideração como fazendo parte da realidade de quem observa: e isso destrói o mito do observador completamente separado e desapegado, tudo considerando com objetividade científica. O observador é parte do observado. Somos uma parte da natureza, e nosso conhecimento da natureza nada é se não é conhecimento da natureza como conhecida por nós que fazemos parte dela.
MERTON, Thomas. Reflexões de um espectador culpado. Petrópolis: Vozes, 1970. p. 345
Estabeleça uma crítica do fragmento acima com as proposições estruturadas pelas discussões da História e Filosofia da Ciência sobre a produção do conhecimento científico e a neutralidade do cientista.
Observamos que muitos alunos não conseguiam discorrer sobre a questão proposta.
Indagando sobre qual era a dificuldade, os alunos relataram que não sabiam quem era
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Heisenberg, não tinham noção de quando o mesmo viveu, nem sua contribuição à Física.
Quanto a afirmação Epuuer si muove, também não tinham ideia de quem, quando ou onde tal
frase fora promunciada.
Acreditamos que o desenvolvimento do curso de História e Filosofia da Ciência é
fundamental na preparação de um profissional que, como afirma o Projeto Pedagógico do
curso de licenciatura em física,
[...] o Licenciado em Física deverá apresentar as seguintes competências e habilidades: planejar, organizar e desenvolver atividade e materiais relativos ao Ensino de Física. Sua atribuição central é a docência na Educação Básica, que requer sólidos conhecimentos sobre fundamentos de Física, seu desenvolvimento histórico, e suas relações com diversas áreas, assim como, sobre estratégias para transposição do conhecimento da Física em saber escolar. Além de trabalhar diretamente na sala de aula, o licenciado deve elaborar e analisar materiais didáticos, como livros, textos, vídeos, programas computacionais, ambientes virtuais de aprendizagem, entre outros. Realizar ainda pesquisas no ensino de Física, coordenando e supervisionando equipes de trabalho. Em sua atuação, prima pelo desenvolvimento do educando, incluindo sua formação ética, a construção de sua autonomia intelectual e de seu pensamento crítico (IFAM: 2012).
E o do curso de licenciatura em ciências biológicas,
O Licenciado em Ciências Biológicas terá como competências e habilidades básicas: formação sólida e generalista em princípios e teorias das Ciências Biológicas e Ciências afins; capacidade de elaborar e executar projetos e pesquisas científicas e pedagógicas de forma competente e ética; planejar, desenvolver e avaliar atividades de ensino aplicando os conhecimentos epistemológicos, científicos e pedagógicos para que ocorra aprendizagem dos alunos; expressar-se corretamente e com desenvoltura, utilizando as diversas formas de linguagens e representações, atuando como protagonista no processo comunicativo; articular os conteúdos da Área de Ciências Biológicas, com os conteúdos das diferentes áreas de conhecimento de forma interdisciplinar. Formar professores-pesquisadores sujeitos de sua formação e prática didático-científica, aptos a atuar no ensino de Ciências/Biologia referenciados por critérios éticos e legais, comprometidos com a qualidade de ensino na Educação Básica e empenhados na preservação e melhoria da qualidade de vida do planeta (Ibidem).
Os Projetos Pedagógicos dos cursos predizem um profissional que além dos sólidos
conhecimentos sobre fundamentos na área específica, conheça de seu desenvolvimento
histórico, e suas relações com diversas áreas, e isto é exatamente o que o estudo da História e
Filosofia da Ciência possibilita. A interdisciplinaridade está na gênese dos estudos e
discussões que conduzem os estudos como, pois os avanços da ciência, a complexidade dos
problemas da sociedade moderna e a necessidade de inovação levarão, inevitavelmente, a um
processo de convergência entre as diversas áreas do conhecimento e o progresso do campo
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interdisciplinar da pesquisa científica, afirmaram em 2008 cerca de duzentos pesquisadores
que participaram da Terceira Reunião de Coordenadores de Programas de Pós-Graduação da
Área Interdisciplinar, promovido pela CAPES.
A História e Filosofia da Ciência é uma disciplina que poderia ser oferecida como
optativa em qualquer curso de graduação, mas em si tratando de Licenciaturas, ela é muito
mais pertinente devido à estreita relação entre historiadores da ciência e educadores, como
afirma A. M. Alfonso-Goldfarb,
Já que a História da Ciência oferece em suas pesquisas discussões interessantes sobre os vários modelos de conhecimento, o que sempre ajuda a repensar o ensino em geral. Mas, particularmente no ensino e na educação científicas, a História da Ciência tem servido como grande estimulo. No que se refere aos professores, um trabalho desenvolvido sobre a História da Ciência evita que seus alunos sejam tratados com pequenos gregos que devem ser transformados em jovens Newtons.
Quanto aos estudantes, rompendo com a ladainha sobre a superioridade e a predestinação do conhecimento científico, torna-se possível sua maior participação, colocando ideias diferentes do livro-texto e dúvidas. O estudo da gênese das ideias científicas também ajuda a que se entenda melhor seus processos e convenções, evitando a velha técnica escolar de aprender de cor (2004: 88-89).
Ampliar a formação dos futuros professores de Física e Ciências Biológicas com a
noção de que História e Filosofia da Ciência não é perfumaria ou um momento de lazer no
ensino da específica disciplina, é o desafio que se coloca desenvolvimento do curso no IFAM.
Após o primeiro ano do curso, e tendo cumprido dois períodos de estudos de História e
Filosofia da Ciência alguns alunos começam a se debruçarem por meio de assuntos
específicos, como energia, matéria ou célula, a terem como tema do Seminário
Interdisciplinar5, um proposta pedagógica que visa orientar o aluno no decorrer de todo o
5 Visando incentivar o desenvolvimento da autonomia do aluno no gerenciamento de seu próprio processo de formação e enriquecimento profissional e cultural, os Cursos de Licenciatura em Química, Ciências Biológicas, Matemática e Física do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (IFAM), entendem que se faz necessário incorporar ao seu Projeto Pedagógico um conjunto de atividades e experiências relacionadas à pesquisa a serem constituídas pelo aluno, ao longo de sua formação. Cabe salientar, que a prática enquanto pesquisa, deve ocorrer durante todo o processo de ensino e aprendizagem, uma vez que ensinar requer dispor tanto de conhecimentos como mobilizá-los para a ação, compreendendo-o como um processo de (re)construção do conhecimento. Nessa perspectiva, a formação de professores para educar e ensinar deve pautar-se nos seguintes princípios: tomar a pesquisa como componente essencial da e na formação do professor; considerar a prática social concreta da educação como objeto de reflexão e de formação ao longo do processo formativo e como um de seus princípios epistemológicos e valorizar a docência como atividade coletiva, intelectual, crítica e reflexiva (IFAM, 2009: 2).
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curso no que diz respeito a elaboração de sua monografia de conclusão de curso, os seus
projetos com temas de interface Ciência e no Ensino.
Referências
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1994.
BRASIL. Decreto-Lei Nº. 11.892 Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11892.htm> Acesso em 9 de
junho de 2012.
FREIRE JR, Olival. Sobre “As Raízes Sócio-Económicas dos Principia de Newton”.
Revista da SBHC, n. 9, p. 51-64, 1993.
HESSEN. Boris. As Raízes Sócio-Económicas dos Principia de Newton. In: GAMA, Ruy.
Ciência e Técnica: Antologia de textos históricos. São Paulo: T. A. Queiroz, 1993.
IFAM. Licenciaturas. Disponível em
http://www.cmc.ifam.edu.br/index.php?option=com_content&view=article&id=240&Itemid=
79 Acesso em 19 de junho de 2012.
IFAM. Seminário Interdisciplinar das Licenciaturas. Mimeo, 2009.
MARTINS, Roberto. O Universo: teorias sobre sua origem e evolução. São Paulo:
Moderna, 2004.
UNESCO. Políticas em Ciência e Tecnologia no Brasil. Disponível em: <http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/natural-sciences/policies-on-science-and-technology/> Acesso em 07 jun. 2012. SOUZA, Ana Cláudia Ribeiro de. A Escola de Aprendizes e Artífices do Amazonas: os
caminhos de sua implantação, 1909 a 1942. Dissertação de Mestrado, PUC/SP, 2002.