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A EXPANSÃO URBANA E AS CONSEQUÊNCIASPARA CABECEIRAS DE DRENAGEM: UM ESTUDO
DE CASO NAS NASCENTES DO CÓRREGOVERTENTE 1 – UBERABA – MG
Juliana Paula da Silva Rodrigues
Universidade Federal de Goiás
INTRODUÇÃO
A ocupação urbana, associada ao pouco ou nenhum planejamento, ocasiona
inúmeras alterações do meio físico, no qual se encontra a cidade, propiciando a ocorrência
de diversos impactos ambientais.
Como consequências dessa ocupação desordenada do meio urbano têm se a
retirada da vegetação natural, a ocupação de áreas com riscos de deslizamentos, uso e
ocupação desordenada do solo, aumento das áreas urbanas impermeabilizadas, ampliação
das taxas de escoamento superficial o que pode gerar processos erosivos nas encostas,
assoreamento dos rios e enchentes na área urbana. O que se intensifica com a constante
expansão urbana.
Em áreas urbanas um dos exemplos que pode-se mencionar de ação antrópica
que influencia nos impactos ambientais é a construção de loteamentos, sendo que um
desses impactos consiste no aparecimento de processos erosivos, pois tem se uma
desproteção do solo e uma concentração de águas superficiais devido à diminuição ou
inexistência de área de infiltração e à necessidade de canalizar o esgoto das estruturas
locais. Sendo que quando há sistemas apropriados de condução das águas, o problema
pode ter origem no ponto de lançamento das águas captadas. Pois, os incrementos das
vazões, por ocasião das chuvas intensas, aliadas às alterações no nível freático, fazem com
que a dinâmica do processo seja acelerada. (IDE, 2009)
Outra consequência da ocupação desordenada das cidades diz respeito à
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preservação dos recursos hídricos, estando as nascentes, muitas vezes, propensas à
degradação, apesar de serem elementos de suma importância na dinâmica hidrológica.
Pois, constituem focos da passagem da água subterrânea para a superfície e pela formação
dos canais fluviais, sendo importantes para a recarga dos aquíferos.
Segundo a resolução nº 303 do CONAMA estabelece-se que “nascente ou olho
d’água é o local onde aflora naturalmente, mesmo que de forma intermitente, a água
subterrânea” (BRASIL, 2002. Art. 2º, II). Essa definição é o ponto de partida para a gestão
ambiental, pois a partir dela, são definidas as áreas de preservação permanente.
A cidade de Uberaba, na qual ocorreu a sua ocupação ao entorno do Córrego
das Lajes, tem sofrido diversos impactos ambientais urbanos provenientes de sua formação
e expansão sem o devido planejamento.
Portanto, o presente artigo, fruto da monografia em Geografia, tem por objetivo
discorrer sobre as consequências da implantação de um loteamento nas proximidades da
cabeceira do Córrego Vertente 1, um dos afluentes do Córrego das Lajes, em Uberaba- MG.
Localização e caracterização da área de estudo:
A área do presente estudo encontra-se no perímetro urbano de Uberaba.
Cidade esta que se localiza no estado de Minas Gerais, mais precisamente no Triângulo
Mineiro.
A cidade de Uberaba (MG) encontra-se localizada no interior da bacia do Córrego
das Lajes. Esta bacia possui 26,38 km2 e é afluente esquerdo do Rio Uberaba e está
densamente ocupada pela população, conforme observada na figura 1, já ultrapassado pela
mancha urbana do município os limites da bacia.
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Figura 1: Mapa de localização da bacia do córrego das Lajes - Uberaba (MG)
Autor: SILVA, R. T. S. Org.: RODRIGUES, J. P.S
Conforme afirma Carvalho (1998) em seu processo histórico de crescimento
urbano, o Córrego das Lajes vem tendo suas águas, e de seus afluentes, utilizadas em
diversos momentos e de diferentes formas. Portanto, as primeiras moradias da cidade
foram construídas nas proximidades do córrego, o que facilitava o abastecimento. Assim, a
formação e expansão urbana de Uberaba se deram ao entorno do mesmo.
A área de estudo do presente trabalho, a bacia do Córrego Vertente 1, conforme
figura 2, é uma das sub-bacias do Córrego das Lajes, está localizada a NE do perímetro
urbano, onde encontra- se as nascentes. Podendo ser caracterizada a partir do uso e
ocupação do solo, sendo este marcado pela densa ocupação da população, estando seu
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entorno margeada por moradias, na maioria dos casos, condomínios fechados. Várias vias
públicas e há a presença de uma linha férrea. Na área, tem-se a presença de um
reservatório de contenção, conhecido como “piscinão”.
Figura 2: Localização da bacia Córrego das Lajes e a área de estudo em destaque
Fonte: Prefeitura Municipal de Uberaba (2009) modificado por RODRIGUES (2013)
Devido à utilização associada à recreação e lazer que, ao entorno do “piscinão”,
foi criado o Parque das Acácias, que possui uma pista para caminhada, quadras para prática
de esportes e aparelhos de ginástica. A criação desse parque, consequentemente, valorizou
a área ao seu redor, que até então, (conforme figura 3) possuía um menor adensamento
populacional, conforme pode ser observado em imagem do Google Earth de 2006, período
em que o mesmo ainda se encontrava em fase de construção. A valorização imobiliária
nessa área atraiu empreendimentos para a construção de condomínios fechados ao redor,
alguns voltados para as classes mais altas da população, como é o caso do residencial
Flamboyant.
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Figura 3: Situação em que se encontrava a área de estudos antes da inauguração do Parque dasAcácias, 2006
Fonte: Google Earth
METODOLOGIA
Inicialmente, para a metodologia deste trabalho, com objetivo de estudar sobre
a análise de bacias hidrográficas em áreas urbanas, assim como o que já está escrito
referente ao córrego da presente pesquisa e as características ambientais da área, foi
realizada uma revisão de literatura bibliográfica, incluindo livros, artigos, teses e
dissertações. Esta etapa prosseguiu durante toda a pesquisa, com o intuito de aprofundar
nos temas referentes aos estudos de impactos ambientais, sobretudo em área urbanas,
paisagem e teoria geossistêmica.
A metodologia de análise foi pautada nos diferentes estudos como: Beltrame
(1995) que propõe estudo em bacias hidrográficas; Coelho Neto (2003) e análise de bacias
hidrográficas, mais especificamente da evolução das cabeceiras de drenagem; Bertrand
(1972) a partir de sua análise da paisagem; Tricart (1977) com a teoria dos meios
ecodinâmicos; Casseti (1991) e a compartimentação da paisagem; Christofoletti (1999) e a
teoria sistêmica nos estudos ambientais; Ross (1990) com suas contribuição para o
entendimento da paisagem e Guerra (2010, 2012) com os estudos ambientais, mais
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precisamente os realizados em áreas urbanas;
De modo geral, a metodologia de análise teórica utilizada no presente trabalho
foi a teoria geossistêmica, uma vez que esta permite uma análise integrada da paisagem.
Sendo assim, a paisagem foi analisada como base na teoria dos meios ecodinâmicos de
Tricart (1977) e Christofolett (1999) com suas contribuições através da teoria sistêmica nos
estudos ambientais. Nesse sentido a paisagem foi entendida como a resultante dos diversos
elementos que a compõe, e tendo seu equilíbrio regulado pelos fluxos de matéria e energia.
Foram realizados trabalhos de campo na área com o intuito de se fazer uma
análise da sua atual situação, bem como o uso e ocupação do solo e os principais impactos
ambientais provenientes das ações antrópicas, sobretudo após a implantação do
loteamento na área de estudo.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A partir das análises do uso e ocupação do solo na sub-bacia foi possível
constatar que a mesma encontra-se altamente urbanizada, devido à criação de vários
loteamentos ao seu redor. O que provocou diversas consequências à bacia hidrográfica,
pois “as alterações impostas ao meio físico (ou aos seus componentes) pelo homem,
implementadas mediante ocupação desordenada, exploração e utilização predatória dos
recursos naturais, resultam em impactos negativos, tanto para o meio físico quanto para o
meio biótico.” (COSTA, 2008, p.28).
Além do loteamento (Figura 4), há ainda presença de pequena propriedade rural
com atividade pecuária. Nas áreas onde não esta impermeabilidade devido à construção
dos arruamentos, tem-se o solo caracterizado como pastagem e solo exposto. A jusante da
área de estudo encontra-se a bacia de contenção. Nas proximidades da bacia de contenção,
devido à valorização da área, tem-se a presença de condomínios fechados, voltados para as
classes mais altas da população. Essa densa ocupação populacional gera diversas
consequências para conservação dos cursos hídricos na área urbana. Uma vez que, segundo
Tucci & Collischonn (1998):
À medida que a cidade se urbaniza, em geral, ocorrem os seguintes impactos: (i)
aumento das vazões máximas (em até 7 vezes, Leopold, 1968) devido ao
aumento da capacidade de escoamento através de condutos e canais e
impermeabilização das superfícies; (ii) aumento da produção de sedimentos
devido a desproteção das superfícies e a produção de resíduos sólidos (lixo); (iii)
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deterioração da qualidade da água, devido a lavagem das ruas, transporte de
material sólido e as ligações clandestinas de esgoto cloacal e pluvial. (p. 2)
Podendo ocasionar ainda o aumento na frequência das enchentes “não só pelo
aumento da vazão, mas também pela redução de capacidade de escoamento provocada
pelo assoreamento dos condutos e canais”. (TUCCI & COLLISCHONN, 1998, p. 2)
Figura 4: Loteamento de casas populares na área de estudo
Autor: RODRIGUES, J. P. S (2013)
A área de estudo vem sofrendo diversos danos provenientes às ações
antrópicas, primeiramente devido à canalização do córrego das Lajes nas porções mais
baixas, o que esta ocasionando que este sistema busque novas formas de equilíbrio, o que
pode ser evidenciado no aparecimento de processos erosivos a montante do córrego. E,
posteriormente, devido à expansão urbana ao redor da nascente, que pode se observado
pelas obras de infraestrutura da prefeitura ao redor da área para a implantação de ruas
para a construção de um loteamento de casas populares.
A construção desse loteamento ocasionou mais degradação à área, pois esse
tipo de obra altera o uso do solo. Uma vez que para a criação de loteamentos urbanos, estes
são precedidos por intensa atividade de retirada da cobertura vegetal, movimentação de
volumes de terra e desestruturação da camada superficial de solo. E essa camada superficial
do solo, tendo sua estrutura alterada, torna-se menos resistente à erosão. (TUCCI et al.
1998)
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Figura 5: Obras para a implantação do loteamento
Autor: RODRIGUES, J.P.S. (2013)
As obras para a criação desse loteamento (figura 5) tem ainda como
consequência um aumento na produção de sedimentos que, posteriormente, vão sendo
depositados no curso d’água, pois os solos “ficam expostos para erosão no lapso de tempo
entre o início do loteamento e o fim da ocupação. Quando a bacia urbana está
completamente ocupada e o solo praticamente impermeabilizado, a produção de
sedimentos tende a decrescer.” (TUCCI & COLLISCHONN, 1998)
Outras consequências das obras que ocorreram na área foram a retirada de
vegetação e de solos pelas máquinas (figura 6), o que gerou uma maior fragilidade deste
solo. Pois a retirada de vegetação assim como revolvimento deste solo interfere na coesão
dessas partículas, tornando este solo mais susceptível a ter partículas arrastadas pela
enxurrada.
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Figura 6: retirada de solo e vegetação para a implantação do loteamento
Autor: RODRIGUES, J. P.S. (2013)
Associada a textura do solo nessa área, com a presença da argila, que cria uma
zona compactada, grande parte dos sedimentos menores que encontra-se acima tendem a
ser arrastados em um evento chuvoso.
Figura 7: Foto panorâmica da área de estudo no período das obras
Autor: NEVES, S. A.(2013)
Foi possível observar também, na ocasião, que nas obras havia o intuito de se
despejar os dejetos do loteamento nas proximidades da área das nascentes (figura 7), o que
posteriormente foi modificado, pois as obras, nesse local, foram abandonadas.
A alta taxa de impermeabilização do solo no entorno da área, devido à densa
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ocupação populacional, aumenta as taxas de escoamento superficial. Esse escoamento
acaba por gerar processos erosivos nas encostas, o que se intensifica em consequência do
uso e ocupação do solo, pois na área que ainda não é asfaltada, o solo é caracterizado com
área de pastagem e solo exposto. Os arruamentos das partes altas dos loteamentos ao
redor faz com que água da chuva escoe sentido nascente, fazendo com que a declividade
aumente a energia cinética da chuva.
A alta taxa de impermeabilização do solo ao redor da área da nascente,
associada ao solo exposto, que se encontra bem próximo a rua, aumenta a quantidade de
água que escoa nessa superfície, uma vez que nessa área não há vegetação que possa
“barrar” o escoamento, o que acaba por acarretar um aumento na quantidade de
sedimentos transportados.
A enxurrada que chega pelos arruamentos não traz apenas sedimentos, mas
também grande quantidade de lixo. Bem próximo à rua tem se a formação de processos
erosivos que devido à forma que já se encontram, futuramente, tende a se tornar ainda
maiores.
Figura 8: Sulcos no solo e presença de lixo
Autor: RODRIGUES, J. P. S. (2013)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pode-se afirmar, a partir de todas as análises realizadas, que a área de estudo
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encontra-se bastante fragilizada. Como consequência das modificações antrópicas, esse
sistema buscou uma nova forma de equilíbrio, alterando a sua dinâmica natural.
A alta taxa de impermeabilização do solo, em seu entorno, proveniente da
expansão urbana, faz com que se tenha um aumento do escoamento superficial em
detrimento da infiltração. O aumento do escoamento superficial, por sua vez, intensifica o
aparecimento de processos erosivos. E como consequência da diminuição da infiltração,
tem se uma perda no abastecimento de água no lençol subterrâneo, uma vez que a área de
recarga foi diminuída.
O aumento da taxa de sedimentos sendo arrastados e depositados a jusante,
devido ao aumento do escoamento superficial, pode acarretar um assoreamento desse
córrego assim como uma diminuição da vida útil da bacia de contenção devido a grande
quantidade de sedimentos que estão sendo depositados.
Como a área a montante das nascentes era uma área de contribuição de
recarga, que agora encontra-se diminuída devido a intensa urbanização, o que provocou
uma diminuição na infiltração. Com isso a tendência da nascente é recuar a jusante, tendo
um rebaixamento do nível do freático, alterando a capacidade de reposição de água.
Descaracterizando assim a área úmida, o que deixa de ser protegida por lei, permitindo a
ocupação e exploração da área. Estando a existência dessa nascente comprometida
futuramente.
Algumas recomendações para diminuição da degradação da área são: proteger
as cabeceiras de drenagem mantendo ou recuperando a vegetação arbórea, não só na área
da APP, mas também na área ao em torno, permitindo uma maior infiltração da água que
vai contribuir para o abastecimento dos lençóis subterrâneos; impedir a entrada do gado na
área de proteção permanente a fim de se diminuir a compactação dos solos.
E medidas relacionadas à drenagem urbana, ou seja, buscando medidas que
propiciem a contenção do escoamento próximo ao local onde ele está sendo gerado, tais
como superfícies de infiltração, valetas de infiltração abertas, bacias de percolação e
pavimentos porosos (CANHOLI, 2005). Além de planejamento urbano a fim de evitar que os
desenhos dos arruamentos permitam a concentração demasiada do escoamento
superficial.
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A EXPANSÃO URBANA E AS CONSEQUÊNCIAS PARA CABECEIRAS DE DRENAGEM: UM ESTUDO DE CASO NAS NASCENTES DO CÓRREGO VERTENTE 1 – UBERABA – MG
EIXO 4 – Problemas socioambientais no espaço urbano e regional
RESUMO
O êxodo rural possibilitou um crescimento urbano desordenado, com a ocupação de locais
inapropriados, causando impactos ambientais em áreas urbanas. Como consequências dessa
ocupação desordenada do meio urbano têm se a retirada da vegetação natural, a ocupação de
áreas com riscos de deslizamentos, uso e ocupação desordenada do solo, aumento das áreas
urbanas impermeabilizadas, ampliação das taxas de escoamento superficial o que pode gerar
processos erosivos nas encostas, assoreamento dos rios e enchentes na área urbana. O que se
intensifica com a constante expansão urbana. A cidade de Uberaba, na qual ocorreu a sua
ocupação ao entorno do Córrego das Lajes, tem sofrido diversos impactos ambientais urbanos
provenientes de sua formação e expansão sem o devido planejamento. Portanto, o presente
artigo, fruto da monografia em Geografia, tem por objetivo discorrer sobre as consequências da
implantação de um loteamento nas proximidades da cabeceira do Córrego Vertente 1, um dos
afluentes do Córrego das Lajes, em Uberaba- MG. A proposta metodológica pautou-se em uma
revisão bibliográfica referente aos estudos ambientais, sobretudo aos impactos ambientais em
áreas urbanas, cabeceiras de drenagem, teoria geossistêmica. De modo geral, a metodologia de
análise teórica utilizada no presente trabalho foi a teoria geossistêmica, uma vez que esta permite
uma análise integrada da paisagem. Foram realizados trabalhos de campo na área com o intuito
de se fazer uma análise da sua atual situação, bem como o uso e ocupação do solo e os principais
impactos ambientais provenientes das ações antrópicas, mais precisamente da implantação do
loteamento. A partir das análises realizadas em campo, assim como de imagens de satélites, foi
possível constatar que a área de estudo vem sofrendo diversos danos provenientes às ações
antrópicas, primeiramente devido à canalização do córrego das Lajes nas porções mais baixas, o
que esta ocasionando que este sistema busque novas formas de equilíbrio, o que pode ser
evidenciado no surgimento de processos erosivos a montante do córrego. Processos esses que
foram intensificados devido à implantação do loteamento, pois este tipo de obras é precedido por
intensa atividade de retirada da cobertura vegetal, movimentação de volumes de terra e
desestruturação da camada superficial de solo, camada esta que fica mais susceptível à erosão.
Tem se ainda como consequência um aumento na produção de sedimentos que, posteriormente,
vão sendo depositados no curso d’água, ocasionando o assoreamento do córrego. Como a área a
montante das nascentes era uma área de contribuição de recarga, que agora se encontra
diminuída devido à intensa urbanização, o que provocou uma diminuição na infiltração. Com isso a
tendência da nascente é recuar a jusante, tendo um rebaixamento do nível do freático, alterando a
capacidade de reposição de água. Estando a existência dessa nascente comprometida
futuramente.
Palavras-chave: expansão urbana; cabeceira de drenagem; impactos ambientais.
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