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Direito AdministrativoDireito Administrativo
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UnB/CESPE OAB Direito Administrativo
Exame de Ordem 2009.3 Prova Prtico-Profissional pgina 1 de 11
DIREITO ADMINISTRATIVO
PEA PROFISSIONAL
Foi expedido mandado de priso preventiva contra Rubem, mdico pertencente ao quadro de pessoal do
Ministrio da Sade. Por considerar ilegal a referida medida, Rubem furtou-se ao seu cumprimento e deixou de
comparecer ao seu local de trabalho durante mais de quarenta dias consecutivos. Aps esse perodo, tendo sido
concedido habeas corpus em seu favor, o mdico retornou ao exerccio regular de suas funes laborais.
O ministro de Estado da Sade instaurou processo administrativo disciplinar para apurar suposta
irregularidade na conduta de Rubem, relativa a abandono de cargo. Na portaria de instaurao do processo, optou-se
pelo rito sumrio, tendo sido designados para compor a comisso disciplinar, como membro e presidente, dois
servidores federais estveis ocupantes do cargo de agente administrativo, ambos com escolaridade de nvel superior.
Foram indicadas, tambm, a autoria e a materialidade do fato tido como irregular. Trs dias aps a publicao da
portaria, o servidor foi indiciado por violao ao art. 138, c/c com o art. 132, inciso II, ambos da Lei n.o 8.112/1990,
e, posteriormente, citado para a apresentao de defesa no prazo de cinco dias.
Na pea de defesa, o advogado do servidor, em pedido administrativo, postulou a oitiva de testemunhas,
aduzindo que estas comprovariam que a ausncia do acusado ao local de trabalho fora motivada por seu
entendimento de que a ordem de priso seria ilegal e que, to logo afastada a ordem, o mdico retornara s suas
atividades.
O presidente da comisso de processo administrativo disciplinar indeferiu o pedido de produo de prova
testemunhal, considerando-o impertinente, sob o argumento de que o rito escolhido pela autoridade instauradora
prev instruo sumria, sem a possibilidade de produo de prova, nos termos do art. 133, inciso II, da Lei
n.o 8.112/1990.
No relatrio final, sugeriu-se a demisso do servidor, com fulcro nos artigos citados na pea de indiciao,
tendo sido a sugesto acolhida pelo ministro da Sade. A portaria de demisso por abandono de cargo, assinada h
cinco meses, foi publicada no Dirio Oficial da Unio h trs meses.
Considerando a situao hipottica apresentada, na qualidade de advogado(a) constitudo(a) pelo servidor pblico demitido, redija
a pea processual mais adequada ao caso, apresentando as questes de direito processual e material indispensveis defesa dos
interesses de seu cliente.
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QUESTO 1
Determinada pessoa jurdica, prestadora de servios de limpeza em diversosrgos pblicos da Unio, foi declarada inidnea para licitar e contratar coma administrao pblica pelo ministro de estado competente, com fundamento noart. 88 da Lei n.o 8.666/1993, aps o trmite de regular processo administrativo,no qual lhe foram assegurados a ampla defesa e o contraditrio.
Em razo de tal deciso, a Unio rescindiu unilateralmente alguns dos contratos vigentes celebrados com talpessoa jurdica, tambm com fundamento nas normas da Lei de Licitaes. Contra tal ato, a empresa impetrou omandado de segurana cabvel, sustentando, em suma, que a declarao de inidoneidade depende de deciso judicial,no podendo ser imposta pelo ministro. Consigna, alm disso, a impossibilidade de resciso dos contratos em curso,sob o argumento de que, ainda que se admita a validade da deciso que declarou sua inidoneidade para contratarcom o poder pblico, tal deciso no tem eficcia ex nunc, devendo ser aplicada apenas para contratos futuros.
Em face dessa situao hipottica, esclarea, com base na Lei n.o 8.666/1993, se a declarao de inidoneidade para contratar com aadministrao somente pode ser imposta por meio de demanda judicial e se existe alguma possibilidade de resciso, pela Unio, doscontratos vigentes.
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Exame de Ordem 2009.3 Prova Prtico-Profissional pgina 8 de 11
QUESTO 2
Jos, proprietrio de imvel onde nasceu e viveu poeta de renome nacional,pretende alien-lo a Lucas, que lhe ofereceu a melhor proposta. Entretanto, nostermos do plano diretor do municpio onde se localiza o imvel, este deveria serutilizado como museu da cidade, razo pela qual o municpio pretende adquiri-lo.
Em face dessa situao hipottica, na condio de parecerista do municpio, indique a providncia a ser tomada para que o municpioadquira o referido imvel, caso no seja vivel a realizao de desapropriao.
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QUESTO 3
Carlos exerce os cargos pblicos de professor de universidade federal, emregime de 40 horas semanais, e de professor da rede municipal de ensino, tambmem regime de 40 horas semanais. A administrao federal, ao constatar talacumulao, considerou-a ilcita e notificou o servidor para que optasse por um doscargos. O servidor manifestou seu interesse em continuar apenas na universidadefederal. Na sequncia, a administrao federal promoveu os descontos relativos restituio da remunerao que o servidor havia percebido durante o perodo em queacumulara os referidos cargos.
Considerando essa situao hipottica, discorra, com a devida fundamentao, sobre a regularidade dos referidos descontos naremunerao percebida pelo servidor.
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QUESTO 4
O estado-membro S desencadeou procedimento licitatrio para a construode uma escola pblica, tendo sado vencedora a empresa R. Homologado oprocedimento e adjudicado o objeto em favor da referida empresa, a administraopblica anulou o certame em razo da constatao de ocorrncia de irregularidade,por fato no imputvel administrao. Inconformada com a medida, a empresaimpetrou mandado de segurana sob o fundamento de que, aps a adjudicao, teriao direito lquido e certo de contratar com o poder pblico. Postulou, desse modo, aconcesso da segurana para impor administrao pblica o dever de celebrar ocontrato ou, alternativamente, para que fosse reconhecido o seu direito indenizaopelos prejuzos suportados em decorrncia da anulao.
Considerando essa situao hipottica, apresente, com a devida fundamentao, os argumentos indispensveis impugnao do pedidoformulado pela empresa impetrante.
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QUESTO 5
O Ministrio Pblico Federal ajuizou ao de improbidade administrativa contraagentes pblicos que simularam gastos para o recebimento indevido deR$ 100.000,00 em desfavor do municpio M, que tambm ingressou na ao no poloativo. Antes da deciso condenatria, os referidos agentes promoveram, em juzo, oressarcimento, ao errio, da quantia indevidamente recebida e postularam autoridade julgadora a extino doprocesso, sob o fundamento de que o ressarcimento integral do dano patrimonial causado ao errio implicariaausncia de prejuzo aos cofres pblicos, de modo a no mais se justificar a aplicao das sanes da lei que dispesobre improbidade administrativa (Lei n.o 8.429/1992).
A autoridade julgadora, em ateno aos princpios constitucionais do contraditrio e da ampla defesa, intimouo municpio para que se manifestasse acerca do alegado.
Em face dessa situao hipottica, responda, de forma fundamentada, se h amparo legal pretenso deduzida pelos agentes.
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