Download - 4 - cap15 - Rocha como Mat Const.pdf
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Livro: Materiais de Construo Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia
Maria Heloisa Barros de Oliveira Frasc IPT
Rocha como material de construo
Captulo 15
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Rocha: corpo slido natural, resultante de um processo geolgico determinado, formado por agregados de um ou mais minerais, arranjados segundo as condies de temperatura e presso existentes durante sua formao
Mineral: substncia slida natural, inorgnica e homognea, que possui composio qumica definida e estrutura cristalina caracterstica
Rochas e Minerais - Conceitos
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De acordo com seu modo de formao, as rochas compem trs grandes grupos, cada qual contemplando uma imensa variedade de tipos passveis de uso na construo civil
gneas: Sedimentares: Metamrficas:
Tal variedade muitas vezes traz dificuldades ao leigo e aos profissionais de engenharia e arquitetura, na escolha e especificao do material ptreo para determinada obra ou aplicao
Rochas
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Rocha gneas ou magmticas: resultam da solidificao de material rochoso parcial a totalmente fundido (denominado de magma), gerado no interior da crosta terrestre (Quadro 1). Distingem-se dois tipos: plutnicas ou intrusivas: resultam de lentos processos de
resfriamento e solidificao do magma, em profundidade. Material cristalino geralmente de granulao grossa Exemplos: granitos, gabros, sienitos, dioritos e outros
vulcnicas ou extrusivas: formadas na superfcie terrestre pelo extravasamento de lava por orifcios vulcnicos rpido resfriamento no permitem os minerais se formarem,
resulta em material vtreo ou cristalino de granulao fina Exemplos: rilitos, basaltos e outros
Rochas gneas
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Rochas gneas - Exemplos
Rocha Estrutura Cor Minerais Essenciais Exemplos de Rochas
Comerciais
Granito(p) Macia Cinza a rosa-avermelhado qz, pl, Kf, (bi, hb)
Vermelho Capo Bonito, Branco Cear, Cinza Andorinha, Cinza Corumb
Rilito(v) Macia / vesculo-amigdaloidal
Cinza, rosada, azulada
qz, pl, Kf, (bi, hb)
Azul Sucuru, Azul Paramirim
Diorito(p) Macia Cinza-escuro pl, bi, hb, (qz, Kf) Preto Piracaia, Preto Bragana, Preto So Gabriel
Sienito(p) Macia / fluxionar Rosa, marrom, azul
Kf, bi, nf, sd, ag, (bi, hb)
Caf Brasil, Caf Imperial, Azul Bahia
Gabro(p) Macia Cinza-escuro a preto pl, au, op Preto Absoluto, Preto Caf de Minas
Charnockito(p) Macia Verde-escuro qz, pl, Kf, hy (bi, hb) Verde Labrador, Verde Pavo
Pegmatito Heterognea Branco, bege qz, pl, Kf, micas Delicatus, Golden Himalaya
Abreviaes: qz = quartzo, pl = plagioclsio, Kf = feldspato potssico, bi = biotita, hb = hornblenda, ne = nefelina, sd = sodalita, ag = augita, op = minerais opacos (oxidos e/ou sulfetos), hy = hiperstnio.(p) = plutnica; (v) = vulcnica
Quadro 1 Exemplos de rochas gneas
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Rochas sedimentares: formadas por meio da eroso, transporte (fluvial, martimo ou elico) e deposio de sedimentos (clastos ou detritos) derivados da desagregao e decomposio de rochas na superfcie terrestre, da precipitao qumica ou, ainda, do acmulo de fragmentos orgnicos (Quadro 2)
Rochas metamrficas: derivadas de outras preexistentes que, no decorrer dos processos geolgicos, exibem mudanas mineralgicas, qumicas e estruturais, no estado slido, em resposta a alteraes nas condies fsicas e qumicas impostas em profundidades (Quadro 3)
Rochas Sedimentares e Metamrficas
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Rochas Sedimentares - Exemplos
Abreviaes: qz = quartzo, felds = feldspatos, si = slica, cc = calcita; arg = argilominerais.
Rocha Estrutura Cor Minerais Essenciais Exemplos de Rochas
Comerciais
Arenito Istropa / laminada
Branca, bege, avermelhada, rosa
qz, felds. cimento: si, cc, am
Pink Brasil, Rosa Bahia.
Calcrio laminada Bege, alaranjada, amarronzada, preta
cc + fsseis. Pedra Cariri, Crema Marfil (Espanha);
Travertino Laminada / vacuolar / brechide
Bege amarronzado cc fsseis
Bege Bahia, Travertino Romano (Itlia).
Quadro 2 Exemplos de rochas sedimentares
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Rochas Metamrficas - Exemplos
Abreviaes: qz = quartzo, pl = plagioclsio, Kf = feldspato potssico, bi = biotita, hb = hornblenda, ne = nefelina, sd = sodalita, ag = augita, op = minerais opacos (oxidos e/ou sulfetos), hy = hiperstnio; mi = micas, felds = feldspatos, cc = calcita, do = dolomita, du = dumortierita, cl = clorita
Rocha Estrutura Cor Minerais Essenciais Exemplos de
Rochas Comerciais
Gnaisse Gnissica Branca, tons de cinza, amarelo, vermelho e rosa
felds, qz, bi / hb
Azul Fantstico, Amarelo Santa Ceclia, Branco Itanas.
Migmatito Migmattica Tons de cinza, vermelho e rosa
felds, qz, bi / hb
Kashmir Bahia, Kinawa Bahia, Champagne Tranado.
Milonito Milontica Tons de cinza, amarelo, rosa mi, felds, qz Pedra Paduana ou Miracema, Pedra Madeira.
Macia Branca, azul qz, mi, du (em quartzitos azuis).
Azul Macabas, Azul Imperial.
Quartzito
Foliada Branca, tons de amarelo, verde, rosa
qz, mi, Pedra So Tome, Pedra Luminrias, Pedra Gois
Mrmore Macia Cinza a branca, com tons verdes ou rosa
cc / do Branco Paran, Branco Esprito Santo, Branco Italva.
Ardsia Clivagem ardosiana Tons de cinza ou marrom mi, cl, qz
Ardsia Cinza, Ardsia Vinho, Ardsia Grafite
Quadro 3 Exemplos de
rochas metamrficas
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Propriedades de Engenharia
Rochas elementos nos quais so construdas obras de engenharia,
como tneis e barragens, as fundaes dos vrios tipos de edificaes, ou,
materiais usados na sua construo: agregados (tratados no Captulo 16) e rochas ornamentais e para revestimento (objeto deste captulo)
Cada rocha tem suas caractersticas intrnsecas, exclusivas e inerentes natureza geolgica do corpo rochoso que condicionam suas propriedades, designadas de
engenharia, por orientarem seu uso na construo civil
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Propriedades Relevantes Composio mineralgica: reflete a composio qumica
e as condies de formao e de alterao de cada mineral constituinte da rocha. Tem influncia decisiva nas propriedades e na durabilidade
Estrutura: compreende a orientao e as posies de massas rochosas em uma determinada rea, bem como as feies resultantes dos diversos processos geologicos rochas gneas: usualmente, so macias (Figura 1)
caractersticas fsicas e mecnicas homogneas (isotropia) rochas metamrficas e sedimentares: podem exibir estruturas e
isorientao mineral (Figura 2)
anisotropia (variao espacial das propriedades mecnicas, conforme o plano de orientao dos minerais). As maiores resistncias mecnicas, em geral, esto no plano ortogonal estruturao geral da rocha
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Propriedades Relevantes (cont.)
Figura 1 - Exemplo de rocha grantica, com estrutura macia Rosa Itupeva (SP)
Figura 2 - Exemplo de rocha gnissica, com estrutura orientada Amarelo Santa Ceclia
(ES)
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Propriedades Relevantes (cont.)
Granulao: refere-se ao tamanho dos gros diferencia, macroscopicamente, rochas gneas vulcnicas
(mais finas: afanticas) e plutnicas (mais grossas: fanerticas) e responde pela maior resistncia mecnica das primeiras, devido ao maior imbricamento e coeso dos minerais
Textura: o arranjo espacial microscpico dos minerais, muitas vezes exclusivos para alguns tipos de rochas, e est intimamente relacionada mineralogia e s condies fsicas vigentes durante a formao. A porosidade/permeabilidade e as resistncias mecnicas, em parte, dependem da textura, que tambm reflete o grau de coeso da rocha
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Caracterizao Tecnolgica
Realizada em laboratrios especializados, de acordo com ensaios e anlises normalizados
Compreendem a obteno de parmetros petrogrficos, fsicos e mecnicos que permitam a caracterizao tecnolgica da rocha para uso na construo civil ou no revestimento de edificaes
Procuram representar as diversas solicitaes s quais a rocha submetida, desde a extrao, esquadrejamento, serragem dos blocos em chapas, polimento das placas, recorte em ladrilhos, etc., at seu emprego final, incluindo- se as variadas formas de aplicao de cargas que poder vir a suportar no uso especificado
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Propriedades petrogrficas
O estudo petrogrfico estabelece a classificao da rocha
Compreende a descrio macroscpica (estruturao, cor) e microscpica (mineralogia, textura, granulao),
Para a engenharia enfatiza as caractersticas (alterao, deformao, padro de microfissuramento e outros) que possam influenciar o comportamento mecnico e a durabilidade sob as condies de uso a que ser submetida.
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Anlise Petrogrfica
Consiste na observao de sees delgadas da rocha (com espessura de 30 m) em microscpio ptico de luz transmitida, conforme (Figura 3)
Figura 3 Seo delgada de rocha grantica,
exibindo gros de quartzo (mais lmpidos) e de
feldspatos, em arranjo granular (istropo)
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Propriedades Fsicas Dureza
Tcnicas disponveis
Microdureza Knoop (HK ou HKN): objetiva a dureza das rochas. realizada ao microscpio e consiste em pressionar a superfcie polida da rocha com uma fora conhecida, com uma ponta de diamante.
Desgaste abrasivo por atrito, simulando o trfego de pessoas ou veculos: adota-se o tribmetro Amsler, que consiste na medio da reduo de espessura (mm) que placas de rocha apresentam aps um percurso abrasivo de 1.000 m, com o uso de areia essencialmente quartzosa como abrasivo.
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Propriedades Fsicas Densidade, Absoro e Porosidade
Densidade: importante parmetro para o clculo de cargas em construes, o dimensionamento de embalagens, os custos e meios de transporte, entre outras aplicaes.
Absoro de gua: considerada, em rochas para revestimento, como o valor numrico que reflete a capacidade de incorporao de gua
Porosidade: relativamente baixa nas rochas gneas e metamrficas, quando comparada de rochas sedimentares. Os poros, naquelas, no so representados por vazios, como nas sedimentares, mas sim pelas microfissuras, alteraes em minerais, contatos entre gros, etc.
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Propriedades Fsicas Densidade, Absoro e Porosidade (cont.)
calculadas a partir dos pesos de corpos-de-prova nas condies seca, saturada com gua e submersa em gua
densidade aparente (kg/m3) )(secsec subsata mmm = porosidade aparente (%) 100)()( sec xmmmm subsatasat =
absoro dgua aparente (%) 100)()( secsec xmmm aasat =
Fonte: NBR 12766/92
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Propriedades Fsicas Dilatao Trmica
As rochas, como vrios materiais de construo, dilatam- se quando se aquecem e contraem-se ao esfriarem, implicando variaes nas dimenses e no volume.
Para a determinao do coeficiente de dilatao trmica linear (10-3 mm/m.oC) a rocha submetida a variaes de temperatura em um intervalo entre 0oC e 50oC
Finalidade: dimensionamento do espaamento das juntas em revestimentos, destacadamente, de exteriores (pisos, paredes e fachadas)
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Propriedades Mecnicas Compresso
Importante indicativo da integridade fsica da rocha
A presena de descontinuidades (fissuras, fraturas), alterao ou outros aspectos que interfiram na coeso dos minerais
em valores menores do que aqueles
caractersticos para o tipo rochoso em questo
Finalidade: fornecer parmetros para o dimensionamento do material rochoso utilizado como elemento estrutural, ou seja, com a finalidade de suportar cargas
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Propriedades Mecnicas Compresso Resistncia compresso (MPa): tenso que provoca a ruptura da
rocha, quando submetida a esforos compressivos (Figura 4) determinada nas condies seca e saturada, concordante e
paralelamente estruturao da rocha (no caso de gnaisses, migmatitos etc.)
AP
c =c = resistncia compresso (MPa) P = carga total de ruptura (N) A = rea de aplicao da carga (mm2)
Fonte: C170/90(1999)
Figura 4 Determinao da resistncia compresso, perpendicular (esquerda) e paralelamente (direita) estruturao.
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Propriedades Mecnicas Flexo
Flexo (mdulo de ruptura): solicitaes de flexo em rochas empregadas em edificaes - telhas (ardsias), pisos elevados, degraus de escadas, tampos de pias e balces. Nesses casos, tambm so produzidos esforos de trao em certas partes da rocha (Figura 5)
Flexo (ou flexo por carregamento em quatro pontos): esforos flexores em placas de rocha, simulando o esforo do vento em placas de rocha fixadas em fachadas com ancoragens metlicas (Figura 6)
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Trao na Flexo
tf = resistncia trao na flexo (MPa)P = carga total de ruptura (N)L = vo (cm)b = largura (cm)d = espessura (cm)
223
dbLP
tf =
Fonte: C 99/87(2000)
Figura 5 Ilustrao esquemtica da determinao da resistncia trao na flexo
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Flexo
f = resistncia flexo (MPa) P = W = carga mxima (N) L = distncia entre os cutelos inferiores (mm) (L = 10d) b = largura do corpo-de-prova (mm) (10 cm)10 cm)d = espessura do corpo-de- prova (mm)
243bdWL
f =
Fonte: ASTM, 2005 - C 880/98
Figura 6 Ilustrao esquemtica da determinao da resistncia flexo
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Velocidade de Propagao de Ondas Ultra-snicas Longitudinais
Finalidade: avaliar, indiretamente, o grau de alterao e de coeso das rochas
Importante: por se tratar de um dos poucos ensaios no destrutivos disponveis para verificao de propriedades rochosas
Muito empregado na avaliao da degradao de rochas, especialmente nos estudos sobre o estado de conservao de monumentos histricos
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Especificaes e Requisitos
Especificaes (comuns em normas americanas ASTM): constituem-se na proposio de valores limites, mximos e mnimos, para as propriedades determinadas nos diferentes materiais rochosos, com o objetivo de auxiliar na avaliao da qualidade tecnolgica das rochas, independentemente, em princpio, do tipo de utilizao futura dos produtos beneficiados.
Requisitos (comuns nas normas europias CEN): so basicamente parmetros estatsticos de tolerncia para valores dimensionais, visando o controle de qualidade de materiais fornecidos em dimenses especficas, nas obras,para incrementar a beleza e a uniformidade do trabalho final.
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Rochas Ornamentais e para Revestimentos - conceitos -
Fontes: BSI, 2002; ABNT, 2003 ; ASTM, 2005
ASTM CEN ABNT
Rocha Ornamental
Monumental stone: rocha de qualidade adequada para ser minerada e cortada como rocha dimensionada, tal qual existe na natureza e usada pela indstria de monumentos e memorial.
--
Material rochoso natural, submetido a diferentes graus ou tipos de beneficiamento, utilizado para exercer uma funo esttica.
Rocha para Revestimento
Building stone: rocha natural, com qualidades necessrias para ser minerada e cortada como rocha dimensionada, tal qual existe na natureza e usada na construo civil.
Building stone: rocha natural usada em construes e em monumentos
Rocha natural que, submetida a processos diversos de beneficiamento. utilizada no acabamento de superfcies, especialmente pisos, paredes e fachadas, em obras de construo civil.
Rocha Dimensionada
Dimension stone: rocha natural que foi selecionada e cortada em tamanho e formas especficos.
= bloco bruto (rough block). --
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rochas ornamentais: todos os materiais rochosos aproveitados pela sua aparncia esttica e utilizados como elemento decorativo, em trabalhos artsticos e como materiais para construo
rochas para revestimento: constituem uma aplicao especfica das rochas ornamentais, compreendendo os produtos do desmonte de materiais rochosos em blocos, de seu subseqente desdobramento em chapas, processamento e corte em placas, ladrilhos e tampos para uso na construo civil
rochas decorativas: rochas cujas propriedades fsicas e mecnicas no permitem sua utilizao extensiva na construo civil, mas que pela sua apreciada aparncia esttica, so usadas em ambientes internos, como peas especiais, ou em acabamentos personalizados
Rochas Ornamentais e para Revestimentos - conceitos empregados neste capneste captulotulo -
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Tradicionalmente, duas grandes categorias: granitos, na qual se incluem as rochas silicticas (gneas e
metamrficas), mrmores, entendidos como qualquer rocha carbontica, tanto
de origem sedimentar (calcrios) ou metamrfica, passvel de polimento
Atualmente tambm englobam: quartzitos, arenitos, calcrios, travertinos e ardsias, cada
qual objeto de normalizao e especificao prprias
Rochas Ornamentais e para Revestimentos - classificao comercial -
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Caractersticas Diferenciais dos Principais Tipos Comerciais
Rocha Caractersticas
Granitos homogeneidade textural e estrutural; maior uniformidade das propriedades fsicas e mecnicas; maior variedade de usos; maior facilidade de controle de qualidade e recepo de material.
Gnaisses / Migmatitos
quantidade, dimenses, variedades e disposio tridimensional dos minerais respondem pela heterogeneidade textural e estrutural e pela abundncia de padres estticos;
propriedades diferem de acordo com os planos de orientao da rocha. Calcrios / Mrmores
cores claras com tonalidades pastis utilizados em interiores; menor resistncia relativa ao desgaste abrasivo; nem todos os tipos so adequados para usos em exteriores.
Travertinos diferenciam-se dos calcrios pela estrutura vacuolar (presena de cavidades); em geral, so submetidos a tratamentos com produtos qumicos (resinagem); mais adequados para interiores.
Quartzitos
quartzitos foliados naturalmente exibem superfcie rugosa e no so submetidos a processos de processamento onerosos;
acabamento naturalmente rstico das placas + baixo desgaste abrasivo adequados para pisos e pavimentos de exteriores, de alto trfego e reas molhadas (bordas de piscinas, por exemplo).
Ardsias
usadas principalmente como telhas, na Europa, por resistir flexo suficiente para suportar o peso da neve, e por proporcionar isolamento trmico;
no Brasil, so usadas principalmente no revestimento de pisos e pavimentos, aliando seu padro natural e baixo custo de extrao e produo.
Arenitos mais porosos e menos resistentes que as outras rochas; necessitam de cuidadoso dimensionamento, especialmente da espessura.
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Rocha Peso (Densidade) Absoro de
gua Resistncia
Abraso Resistncias Mecnicas(*)
Granitos Pretos > = ou < < = ou >
Granitos Amarelos = ou < > < < ou >> < a < = a >
Arenitos < a >> < (b)
Nota: So considerados, para comparao, granitos granitos verdadeirosverdadeiros, homogneos e inalterados.
(*) Resistncias compresso e flexo.(a) Propriedades determinadas segundo o plano de gnaissificao da rocha (de menor resistncia mecnica).(b) Considera-se somente a resistncia flexo
Comparao Simplificada de Propriedades de Diferentes Tipos Rochosos
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Principal aplicao: em revestimento, como placas ou ladrilhos, em pisos e escadas de interiores e exteriores (tambm denominados revestimentos horizontais), fachadas e paredes de interiores e exteriores (ou revestimentos verticais). Tambm so consumidas na forma de peas acabadas e semi-acabadas, como tampos de mesas e de bancadas de cozinhas ou de lavatrios e arte funerria
Pavimentao: empregadas em caladas, ruas, sarjetas etc., geralmente em estado natural, sem processamento, na forma de paraleleppedos e lajotas
Alvenaria: elementos estruturais em edificaes, compondo principalmente paredes.
Alm das funes estticas, desempenham importante funo de sustentao (ou loading-bearing), suportando cargas compressivas
empregada na forma natural na construo de muros, comum em vrias regies do Brasil, executados por artfices que empregam tcnicas artesanais, cujos mtodos praticamente no foram objetos de registro
Usos
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Usos
Figura 7 - Exemplo de uso da pedra como alvenaria (A), pavimento (P) e revestimento de
parede (R)
Figura 8 - Exemplo de uso da pedra no revestimento de piso
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padro estpadro estticotico (definido natureza da rocha, tipologia do jazimento, composio
mineralgica, intensidade e tipo de alterao, presena de tenses confinadas, heterogeneidade estrutural e textural, entre outros)
++propriedades fpropriedades fsicas e mecnicassicas e mecnicas
++alterabilidadealterabilidade
==usos mais adequados e a durabilidade do material no usos mais adequados e a durabilidade do material no
revestimento de edificarevestimento de edificaeses==
melhor relamelhor relao custoo custo--benefbenefciocio
Escolha e Seleo
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Critrios para Escolha e Seleo
Fonte: Frasc (2004), modificado
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Principais Solicitaes de Uso xx Ambiente (exterior / interior)
Fonte: Frasc (2004), modificado
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Propriedades Relevantes xx UsosFuno do Revestimento
Pisos Paredes Propriedade
Ext (a) Int. Ext. Int. Fachadas Tampos (b)
Tipo de rocha 8 8 8 8 8 8 Absoro de gua 8 8 8 8 8 8
Desgaste abrasivo (dureza) 8 8 -- -- -- -- Flexo 8 8 8 8 8 8
Compresso 8 8 8 8 8 -- Dilatao trmica 8 8 8 8 8 --
Acabamento superficial 8 8 8 8 8 8 Resistncia a agentes
qumicos 8 8 8 8 8 8 Sanidade da rocha 8 8 8 8 8 8
Nota: 8 = obrigatria; 8 = muito importante; 8 = importante; -- = desnecessria.((a) especialmente pias de cozinha.((b) trfego de pedestres e de veculos
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O tipo de acabamento determinante, conforme o uso acabamento rstico ou com rugosidade obrigatrio no
revestimento de pisos em exteriores ou reas freqentemente molhadas
Alguns tipos de acabamentos: Polido: plano, liso, lustroso e altamente refletivo produzido por
abraso mecnica e polimento. Levigado: plano e no refletivo; produzido por abraso mecnica,
em diferentes graus. Trmico (ou Flameado): realizado por meio de uma rpida
exposio do material a uma chama em alta temperatura (maarico), resultando na esfoliao da superfcie da rocha, tornando-a rugosa.
Acabamento Superficial da Rocha
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Alterao das rochas um fenmeno natural, que ocorre ao serem expostas na superfcie terrestre, em resposta s novas condies e pela atuao do intemperismo
Principais agentes intempricos (principalmente em rochas para revestimento: umidade, independente da origem (chuva, nvoa, umidade
relativa do ar, solo) temperatura do ar, que pode acelerar as reaes qumicas insolao e resfriamento noturno, responsveis pelos
movimentos trmicos vento e energia cintica, que promovem ao abrasiva sobre as
paredes constituintes do ar e poluentes atmosfricos (gasosos e
aerossis), que condicionam as taxas de ataque qumico
Alterao de Rochas
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As rochas, ao serem utilizadas na construo civil, sero novamente expostas a diferentes condies ambientais, intempricas e de uso.
Alterabilidade (Aires-Barros, 1991) a aptido da rocha em se alterar em funo de: caractersticas intrnsecas: dependentes do tipo e natureza da rocha, do
grau de alterao e de fissuramento, da porosidade e da configurao do sistema poroso, etc. Nas rochas ornamentais, tambm h a influncia dos defeitos como microfissuras gerados no processamento
fatores extrnsecos: relacionados s caractersticas ambientais em que ocorre a alterao (temperatura, pH, Eh, umidade, foras biticas) e do correto dimensionamento, colocao e manuteno. Leva-se a intensidade e o carter cclico das variaes externas;
tempo Durabilidade (ASTM, 2005) a capacidade da rocha em manter a
aparncia e as caractersticas essenciais e distintivas de estabilidade e resistncia degradao ao longo do tempo. Esse tempo depender do meio ambiente, do uso e da finalidade da rocha em questo (por exemplo, em exteriores ou interiores). Est fundamentalmente relacionada conservao.
Alterabilidade e Durabilidade de Rochas
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Deteriorao, numa definio simples, o conjunto de mudanas nas propriedades dos materiais de construo no decorrer do tempo, quando em contato com o ambiente natural. Implica a degradao e o declnio na resistncia e aparncia esttica, nesse perodo (Viles, 1997).
Relativamente s rochas alterao considerada qualquer modificao do material, mas no
implica necessariamente o empobrecimento de suas caractersticas degradao ou deteriorao, por sua vez, uma modificao do
material rochoso que supe sempre uma degenerao, sob a ptica da conservao
Patologia, em rochas para revestimento, so as degradaes que ocorrem durante ou aps uma obra, como resultado de procedimentos inadequados de colocao, de limpeza e de manuteno, muitas vezes em decorrncia da adoo de critrios incorretos na escolha e dimensionamento da rocha.
Envelhecimento so as que modificaes (acomodaes naturais) que ocorrem ao longo do tempo, sob condies adequadas de uso e manuteno
Deterioraes xx Patologias
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O conhecimento dos mecanismos e da taxa de atuao dos agentes degradadores muito til para o estabelecimento de medidas preventivas e de proteo do material rochoso para aumento da vida til
Com esse intuito, so realizados ensaios de alterao acelerada, em laboratrio, que simulam situaes potencialmente degradadoras, por meio da exposio da rocha a agentes intempricos e poluentes atmosfricos (Tabela 1)
Visam conhecer as respostas das caractersticas intrnsecas a essas solicitaes, bem como determinar mecanismos de degradao
Ensaios de Alterao Acelerada
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Ensaios de Alterao Acelerada (cont.)
ENSAIO OBJETIVO Intempries
Congelamento e degelo (EN 12371:2001 / ABNT NBR 12.769:1992)
Verificao da eventual queda de resistncia da rocha (por ensaios mecnicos) aps 25 ciclos de congelamento e de degelo.
Choque trmico (EN 14066:2003)
Verificao da eventual queda de resistncia da rocha (por ensaios mecnicos) aps simulao de variaes trmicas bruscas que propiciem dilatao e contrao constantes.
Exposio a atmosferas salinas (EN 14147:2004)
Simulao, em cmaras climticas, de ambientes martimos ricos em sais e potencialmente degradadores e verificao visual das modificaes decorrentes.
Saturao e secagem No h norma especfica
Simulao de intemperismo, realizada pela verificao da eventual queda de resistncia mecnica da rocha, aps ciclos de umedecimento em gua e a secagem em estufa.
Intemperismo artificial. No h norma especfica
Simulao da exposio ao intemperismo, por ciclos de umedecimento e secagem em cmaras de condensao e radiao de luz ultravioleta. Especialmente indicado para verificao de possvel fotodegradao de resinas aplicadas em rochas, a serem usadas em exteriores.
Tabela 1 Exemplos de ensaios de alterao acelerada (Fonte: Frasc (2004), modificado) (continua no prximo slide)
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Ensaios de Alterao Acelerada (cont.)ENSAIO OBJETIVO
Ao de Poluentes Exposio a atmosferas de dixido de enxofre (Frasc 2003)
Simulao, em cmaras climticas, de ambientes urbanos poludos (umidade e H2SO4), potencialmente degradadores de materiais rochosos, e verificao visual das modificaes decorrentes.
Cristalizao de Sais Ao da cristalizao de sais (EN 13919:2002) (Frasc 2003)
Imerso parcial de corpos-de-prova em solues de natureza cida (cido sulfrico) para simulao da cristalizao de sais (eflorescncias e subeflorescncias) na face polida dos ladrilhos.
Ao da cristalizao de sais (EN 12370:1999)
Consiste em nmero determinado de ciclos de imerso de corpos-de-prova em soluo salina e secagem em estufa. Rochas porosas (arenitos, por exemplo) podem se desintegrar antes do final do ensaio. Pouco apropriado para granitos.
Limpeza Resistncia ao ataque qumico (ABNT NBR 13.819/87, Anexo H, modificado)
Consiste na exposio, por tempos predeterminados, da superfcie polida da rocha a alguns reagentes comumente utilizados em produtos de limpeza, para verificar-se a susceptibilidade da rocha ao seu uso.
Manchamento
Resistncia ao manchamento(ABNT NBR 13.819/87, Anexo G, modificado)
Verificao da ao deletria de agentes manchantes selecionados, de uso cotidiano domstico e/ou comercial, quando acidentalmente em contato com a rocha. Objetiva orientao do uso da rocha como tampos de pias de cozinha ou de mesas residenciais ou de escritrios.
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Conservao se refere a qualquer ao para prevenir a degradao de materiais (Feilden, 1994)
A regra principal da conservao a da mnima interveno, e a preveno a ao mais indicada, devendo ser efetivada por meio de procedimentos adequados de manuteno e limpeza
A preservao enfoca a manuteno do estado j existente, de modo a evitar a continuidade de deteriorao porventura instalada.
Conservao, Manuteno e Limpeza
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A caracterstica comum a todos os exemplos de degradao e patologias mencionados anteriormente a irreversibilidade, ressaltando, mais uma vez, a importncia da preveno
Parte dela j est contemplada na correta e criteriosa escolha da rocha e na elaborao de projetos arquitetnicos, subsidiados pelas propriedades tecnolgicas da rocha especificada e pelos ensaios de alterao adequados ao uso em foco
Como, em muitos casos, a negligncia ou a irregularidade na manuteno a principal causa das deterioraes, mister o projeto tambm estabelecer um plano de conservao, contendo os futuros cronogramas de limpeza e manuteno e os custos envolvidos.
Conservao, Manuteno e Limpeza (cont.)
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Normas Vigentes
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Rocha como material de construo Rochas e Minerais - ConceitosRochasRochas gneasRochas gneas - ExemplosRochas Sedimentares e MetamrficasRochas Sedimentares - ExemplosRochas Metamrficas - ExemplosPropriedades de EngenhariaPropriedades RelevantesPropriedades Relevantes (cont.)Propriedades Relevantes (cont.)Caracterizao TecnolgicaPropriedades petrogrficasAnlise PetrogrficaPropriedades Fsicas Dureza Propriedades Fsicas Densidade, Absoro e PorosidadePropriedades Fsicas Densidade, Absoro e Porosidade (cont.)Propriedades Fsicas Dilatao TrmicaPropriedades Mecnicas Compresso Propriedades Mecnicas Compresso Propriedades Mecnicas FlexoTrao na FlexoFlexoVelocidade de Propagao de OndasUltra-snicas LongitudinaisEspecificaes e RequisitosRochas Ornamentais e para Revestimentos- conceitos -Rochas Ornamentais e para Revestimentos- conceitos empregados neste captulo -Rochas Ornamentais e para Revestimentos- classificao comercial - Caractersticas Diferenciais dos Principais Tipos ComerciaisSlide Number 31Usos Usos Escolha e Seleo Slide Number 35Slide Number 36Slide Number 37Acabamento Superficial da RochaAlterao de RochasAlterabilidade e Durabilidade de RochasDeterioraes x PatologiasEnsaios de Alterao AceleradaEnsaios de Alterao Acelerada (cont.)Ensaios de Alterao Acelerada (cont.)Conservao, Manuteno e LimpezaConservao, Manuteno e Limpeza (cont.)Referncias BibliogrficasNormas VigentesNormas VigentesNormas VigentesNormas VigentesNormas VigentesNormas Vigentes