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4 ANLISE DOS RESULTADOS
Nesse captulo so apresentados os resultados obtidos na pesquisa de
campo. Essa investigao nos permitiu construir um retrato atual da populao
residente na rea de estudo do Centro Histrico de So Lus-MA (ver Mapa 03),
conhecendo melhor como esta se comporta em relao ao contexto em que habita
hoje. Possibilitou, tambm, identificar as suas necessidades, para alcanar uma boa
qualidade de vida.
O corpo de dados composto por trs blocos de informaes. O primeiro
referente s Habitaes Multifamiliares, objeto de estudo desta pesquisa, com a
identificao dos apartamentos, reas, quantidade de moradores. O segundo diz
respeito pesquisa direta com os moradores, apresentando o perfil scio-econmico
dos usurios. J o terceiro refere-se satisfao dos moradores e suas
preferncias em relao s vantagens e s desvantagens de morar no Centro
Histrico.
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O tipo formal comum s quatro Habitaes edificao com ptio interno.
Implantadas sobre a testada e limites laterais dos lotes, as construes apresentam
em planta o partido em L, com ptios internos. Caracterizam-se, ainda, pelos
telhados em telha de barro do tipo capa e canal, as fachadas revestidas em azulejos
dicrmicos portugueses, (Habitao da Rua de Estrela), ou massa pintada, nas
demais Habitaes. A correspondncia de prumada dos vos da fachada
constante, bem como o arco abatido, que so as mais antigas e freqentemente em
pedra portuguesa, e das vergas de arco pleno. A porta principal apresenta-se
ligeiramente superior aos demais vos laterais da mesma fachada, com sobreverga
em cantaria lioz (pedra portuguesa). J as fachadas internas, so leves e vazadas,
salvo as venezianas e guilhotinas de proteo contra chuva, ou de rara alvenaria.
Como SILVA nos fala: Na frente, as esquadrias esto nas paredes. Nos fundos, as
paredes esto nas esquadrias (Silva, 1998, p.52).
FIGURA 17 Vedao da circulao interna comum dos apartamentos
Fonte: prpria, 2006.
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Seus beirais so curtos terminados com cimalhas trabalhadas, vos estreitos
regularmente dispostos e emoldurados, balces guarnecidos de grades de ferro
batido e piso em cantaria (geralmente, somente no pavimento trreo).
As edificaes so dotadas ainda de elementos arquitetnicos que
favorecem sua adequao ao clima local (quente e mido), como os elevados ps-
direitos e as varandas com esquadrias do tipo veneziana, voltadas para o ptio
interno, possibilitando a aerao dos ambientes (ver Figura 17).
Quanto acessibilidade, as edificaes no so adaptadas para pessoas
portadoras de necessidades especiais. O acesso ao pavimento superior feito
somente por escada e o prprio acesso principal de edificao no adequado
cadeirantes, no possuindo nenhum tipo de rampa e sim um degrau. Os banheiros
tambm no possuem dimenses mnimas para acesso de cadeira de rodas.
Os projetos das Habitaes Multifamiliares foram elaborados por uma classe
de profissionais detentora de um saber-fazer que se responsabiliza pela totalidade
das decises, admitindo que a futura populao de usurios fosse passiva por
excelncia e estaria sempre disposta e receptiva a incorporar indicaes superiorese iluminadas quanto aos melhores caminhos para a construo ou apropriao de
seus espaos privados. De fato, a populao no tem tido outra alternativa seno
aceitar essas imposies para, somente atravs do uso do espao, criar
mecanismos de defesa e superao de suas necessidades, revertendo os
significados dos espaos que lhes so impingidos, e criando com dificuldades
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ordens prprias que ultrapassam as ordens simplistas e abstratas dos planejadores
e, que normalmente, desconhecem.
Assim, se os responsveis pela concepo das Habitaes Multifamiliares
sabem pouco sobre os usurios que pretendem atingir, passam a saber menos
ainda sobre os efeitos das intervenes dos usurios nos espaos que eles
conceberam.
Os projetos de reforma foram realizados por arquitetos locais escolhidos
atravs de licitao. Os tcnicos responsveis do Subprograma de Promoo Social
e Habitao tm a funo de acompanhar o processo de desenvolvimento do projeto
e dar assistncia tcnica aos profissionais envolvidos, se caso fosse necessrio.
Alm do acompanhamento da obra, propriamente dita, que geralmente era realizada
por outra equipe de profissionais.
A leitura dos espaos pblicos e privados das edificaes constitui o veculo
principal para desvendar os significados de uma apropriao do espao, que
encontra no projeto arquitetnico o primeiro obstculo a ser transposto por no
atender s necessidades especficas de cada usurio.
Se a percepo dos espaos pode variar, a obra arquitetnica, ao contrrio,
concreta, objetiva e existe independentemente de nossa valorizao espacial e de
nosso comportamento. Entretanto, as qualidades atribudas ao espao no so
invariveis, alteram-se com a percepo do indivduo. Em outras palavras, ver uma
forma significa limitar a percepo segundo determinada intencionalidade; segundo
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expectativas e aspiraes do observador, seja ele um arquiteto, um crtico de
arquitetura ou um usurio.
4.1.1 Habitao Multifamiliar 01
A edificao est localizada na Rua Joo Gualberto, n. 49. Foi entregue no
ano de 2002, possuindo 12 apartamentos, com aproximadamente 50 m cada e uma
rea total de 1.500,00m, com 48 moradores.
De propriedade do Estado, anteriormente ali funcionava uma Secretaria
Estadual. Seu estado de conservao era regular. A fachada original estava
preservada, mas a parte interna estava descaracterizada. Possua acrscimos -
divisrias e algumas paredes em alvenaria. O telhado e as instalaes hidrulica e
eltrica estavam em estado precrio, com infiltraes. As esquadrias estavam bem
danificadas, como podemos verificar nas fotos seguintes.
FIGURAS 18 e 19 Adies feitas estrutura original parede em alvenarias e
divisrias
Fonte: Prodetur, 2003.
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FIGURAS 20 e 21 Estado de conservao do telhado
Fonte: Prodetur, 2003.
FIGURAS 22, 23 e 24 Infiltraes nas paredes internas e nas fachadas
internas.
Fonte: Prodetur, 2003.
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FIGURA 25 Localizao da Habitao Multifamiliar 01
rea de estudoHabitao multifamiliarVentilao predominanteFonte: prpria, 2005.
Atravs da anlise das plantas baixas do projeto de reforma, podemos
perceber que o mesmo buscou preservar ao mximo as caractersticas originais da
edificao, conservando a estrutura original, retirando os acrscimos, recuperando
os vos originais e re-valorizando o ptio central (Figura 26).
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FIGURA 26 Habitao 01 - Planta baixa de reforma do trreo
Acesso Principal
ExistenteConstruirDemolir
Fonte: Prodetur, 2003.
Nos pavimentos superiores, que podemos considerar pavimentos modelos,
pois os dois pavimentos possuem a mesma configurao espacial, o projeto de
reforma tambm buscou valorizar as caractersticas originais. Em entrevista
realizada a uma das arquitetas responsveis pelo projeto, arq. Mrcia Marques (ver
Apndice 03), podemos afirmar que o grande desafio do projeto seria recuperar as
caractersticas originais e ao mesmo tempo adapt-lo s condies modernas de
moradia, atravs de instalao eltrica para computadores, internet e at TV cabo.
Outra questo, que segundo a prpria arquiteta, foi uma das mais complicadas, foi
resolver a ventilao nos cmodos dos apartamentos, que foi solucionada atravs
da construo de fossos de ventilao.
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FIGURA 27 Habitao 01 -Planta baixa de reforma dos pavimentos superiores
ExistenteConstruirDemolir
Fonte: Prodetur, 2003.
Apresentam-se, a seguir, as plantas baixas atuais da edificao com a
indicao de cada apartamento.
No trreo da edificao podemos verificar as duas reas comerciais e dois
apartamentos. Tambm podemos verificar que pela orientao dos ventos
(nordeste), os dois apartamentos devem ser ventilados, o que tambm facilita a
entrada dos ventos que a edificao vizinha, do lado leste, mais baixa. Porm no
apartamento 1, quanto ventilao, a rea de servio a mais prejudicada, prova
disso que foi necessria a criao de um fosso de ventilao. Contudo, o morador
nos falou que pelo fosso entra pouca ventilao, mas que de uma maneira geral, o
apartamento ventilado.
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FIGURA 28 Habitao 01 - Planta baixa trreo
Fonte: Prodetur, 2003.
Os pavimentos superiores possuem a mesma configurao espacial. Cada
pavimento possui cinco apartamentos. Os apartamentos so favorecidos pela
orientao dos ventos. E ainda possuem uma circulao comum com fechamento
em esquadrias do tipo veneziana, voltada para o ptio interno.
O acesso a esses pavimentos feito atravs de uma escada, ou seja, como
falado anteriormente, o acesso de pessoas portadoras de necessidades especiais
no existe.
RUA JOO GUALBERTO
2
1
Salarea: 14,58 m
Banheirorea: 3,81 m
Dormitriorea: 12,45 m
Cozinharea: 12,81 m
rea de servio comum Habitao Multifamiliar
(banheiro e depsito)
Dormitriorea: 20,84 m
Banheirorea: 3,18m
Cozinharea: 9,70 m
Salarea: 20,84 m
Ptio Central
Acesso aospavimentos superiores
Loja comercial 01
Loja comercial 02
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FIGURA 29 Habitao 01 - Planta baixa do 1 pavimento
Fonte: Prodetur, 2003.
RUA JOO GUALBERTO
4
5
6
7
3
Cozinha
rea: 8,74 m
Salarea: 13,97 m
Dormitriorea: 12,45m
Banheirorea: 3,81 m
Salarea: 14,58 m
Cozinharea: 12,81 m
Dormitriorea: 10,75 m
Banheirorea: 3,30 m Dormitrio
rea: 17,18 m
Cozinharea: 9,30 m Cozinha
rea: 10,00 m
Salarea: 19,60 m Dormitrio
rea: 13,40 m
Cozinharea: 9,70 m Banheirorea: 2,80 m
Dormitriorea: 17,65 m
Dormitriorea: 15,48 m
Banheirorea: 3,50 m
Salarea: 30,41 m
Dormitriorea: 17,13 m
Banheirorea: 4,00 m
Dormitriorea: 8,70 m
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FIGURA 30 Habitao 01 - Planta baixa do 2 pavimento
Fonte: Prodetur, 2003.
RUA JOO GUALBERTO
12
11
10
9
8
Cozinharea: 8,74 m
Salarea: 13,97 m
Dormitriorea: 12,45m
Banheirorea: 3,81 m
Salarea: 14,58 m
Cozinharea: 12,81 m
Dormitrrea: 10,75 m
io
Banheirorea: 3,30 m Dormitrio
rea: 17,18 m
Cozinharea: 9,30 m Cozinha
rea: 10,00 m
Salarea: 19,60 m
Cozinharea: 9,70 m
Dormitrrea: 17,65 m
io
Dormitrrea: 15,48 m
io
Banheirorea: 3,50 m
Salarea: 30,41 m
Banheirorea: 4,00 m
Dormitriorea: 8,70 m
Dormitriorea: 17,13 m
Dormitriorea: 13,40 m
Banheirorea: 2,80 m
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4.1.2 Habitao Multifamiliar 02
A primeira edificao inaugurada pelo Subprograma de Promoo Social e
Habitao, est localizada na Rua da Estrela, n. 350. Foi entregue no ano de 2001,
possui 12 apartamentos, com aproximadamente 45 m cada e uma rea total de
2.000,00m. Possui aproximadamente 50 moradores.
A propriedade do imvel pertence do Estado, anteriormente funcionava uma
Secretaria Estadual, seu estado de conservao era muito ruim. A fachada original
revestida por azulejos portugueses, estava preservada, mas a parte interna estava
bastante descaracterizada. Possua vrios acrscimos. O telhado se encontrava em
estado precrio. As esquadrias do tipo pivotante tambm estavam bem danificadas.
Infelizmente, no foram encontradas fotos da edificao antes da reforma.
As informaes sobre a situao anterior foram obtidas com as arquitetas que
desenvolveram o projeto arquitetnico e com os tcnicos do Subprograma de
Promoo Social e Habitao. Contudo, foi feita a anlise a partir das plantas baixas
de demolio e construo, nas quais podemos notar o grau de descaracterizao
anteriormente existente. Esta edificao se diferencia ainda das demais, por possuirum pavimento inferior, abaixo do nvel da rua.
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FIGURA 31 Localizao da Habitao Multifamiliar 02
rea de estudoHabitao multifamiliarVentilao predominanteFonte: prpria, 2005.
Podemos considerar que o projeto de reforma dessa edificao foi o que
proporcionou maior desafio equipe de arquitetas responsveis, tendo em vista a
existncia de um pavimento inferior, em pssimas condies de ventilao; era o
imvel que apresentava um estado de degradao interna mais adiantada, com
poucas paredes originais, alm de ter sido o primeiro projeto do Subprograma de
Promoo Social e Habitao fruto de muitas expectativas e disputas polticas.
No trreo da edificao funciona um comrcio dedicado venda de
brinquedos populares, como podemos ver na figura 32.
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FIGURA 32 Detalhe do comrcio existente na edificao
Fonte: prpria, 2005.
Possui mesma filiao estilstica da edificao anterior, do tipo colonial. A
edificao do tipo sobrado com uso misto: no trreo funcionava o comrcio e nos
demais pavimentos o uso era residencial.
FIGURA 33 Habitao 02 - Planta baixa de reforma do trreo
RUA
DA
ES
TREL
A
Acesso Principal
ExistenteConstruirDemolir
Fonte: Prodetur, 2003.
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Da edificao original, basicamente s existia a fachada, as paredes
envoltrias do lote, e alguns resqucios construtivos como, pilares, vergas, e
esquadrias, o que proporcionou um desafio tentativa de resgatar a identidade da
edificao e, ao mesmo tempo, proporcionou uma maior liberdade de criao ao
projeto de reforma, tendo em vista a rea livre disponvel. notrio que este buscou
valorizar as caractersticas originais remanescentes.
No pavimento trreo, podemos observar que existiam poucas paredes
originais e vrios acrscimos. Em entrevista realizada com uma das arquitetas
responsveis pelo projeto, arq. Graci Perez (ver Apndice 04), podemos comprovar
a liberdade de criao no projeto de reforma. As maiores preocupaes foram em
no descaracterizar ainda mais a estrutura interna. Outra questo, que segundo a
prpria arquiteta foi uma das mais complicadas, foi resolver a ventilao nos
cmodos dos apartamentos, principalmente os apartamentos situados no pavimento
inferior. Isso foi resolvido atravs da construo de fossos de ventilao, alm de ter
sido feita instalao eltrica para ar condicionado, caso os moradores achassem
necessrio.
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FIGURA 34 Habitao 02 - Planta baixa de reforma do pavimento inferior
RUA
DA
ES
TREL
A
ExistenteConstruirDemolir
Fonte: Prodetur, 2003.
No pavimento inferior, que est abaixo do nvel da rua e sem nenhum
contato com a mesma, podemos perceber, a quase ausncia total de ventilao
natural, apesar do ptio interno, possibilitar a entrada eventual e parcial de ventos,
estes se tornam insuficientes para ventilar os ambientes, tornando a rea bem
quente, e desconfortvel. Este fato est atestado pela reclamao de vrios
moradores. Este pavimento possui dois apartamentos, rea de lazer comum e rea
de servio, com lavanderia e coradouro.
No pavimento superior, as observaes so praticamente as mesmas dos
outros pavimentos: muitas adies, esquadrias em estado ruim de conservao,
falta de ventilao.
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FIGURA 35 Planta baixa de reforma do pavimento superior
ExistenteConstruirDemolir
RUA
DA
EST
REL
A
Fonte: Prodetur, 2003.
No trreo da edificao, podemos verificar as duas reas comerciais e trs
apartamentos. Tambm podemos verificar que pela orientao dos ventos
dominantes (nordeste), os apartamentos no devem ser bem ventilados, como pde
ser confirmado posteriormente com os moradores. Tambm podemos observar que
em relao ao dimensionamento dos cmodos, a cozinha foi a mais prejudicada. E
que fruto tambm de vrias reclamaes dos moradores, por ser um ambiente
pequeno e com rara ventilao.
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.FIGURA 36 Habitao 02 - Planta baixa trreo
Dormitriorea: 8,53 m
Banheirorea: 2,06 m
Dormitriorea: 8,76 m
Salarea: 13,26 m
Cozinharea: 6,06 m
Salarea: 12,93 m
Dormitriorea: 8,20 m
Banheirorea: 2,05 m
Dormitriorea: 8,74 m
Salarea: 17,38 m
Dormitrios
rea: 8,75 m
Cozinharea: 8,28 m
Banheirorea: 2,60 m
RU
A
DA
Fonte: Prodetur, 2003.
Na planta baixa do pavimento inferior, podemos observar os trs
apartamentos. Neste pavimento tambm esto localizados a lavanderia e coradouro
comuns aos apartamentos. Possui ainda uma cozinha e lavado de apoio para a rea
de lazer.
ESTRELA
Lojas
456
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FIGURA 37 Planta baixa do pavimento inferior
Fonte: Prodetur, 2003.
No pavimento superior existem mais seis apartamentos. Podemos dizer que
alguns apartamentos so simtricos dois a dois (apartamento 01 simtrico ao
apartamento 02). Tambm percebemos que a cozinha possui dimenses mnimas.
RU
A
DA
ESTRELA
123
Dormitriorea: 8,53 m
Banheirorea: 2,06 m
Dormitriorea: 8,76 m
Salarea: 13,26 m
Cozinharea: 6,06 m
Salarea: 12,93 m
Dormitriorea: 8,20 m
Banheirorea: 2,05 m
Dormitriorea: 8,74 m
Salarea: 17,38 m
Dormitriosrea: 8,75 m
Cozinharea: 8,28 m
Banheirorea: 2,60 m
Lavanderia coletiva rea de VivnciaDepsito
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FIGURA 38 Habitao 02 - Planta baixa do pavimento superior
Dormitriorea: 8,53 m
Banheirorea: 2,06 m
Dormitriorea: 8,76 m
Salarea: 13,26 m
Cozinharea: 6,06 m
Salarea: 12,93 m
Dormitriorea: 8,20 m
Banheirorea: 2,05 m
Dormitriorea: 8,74 m
Salarea: 17,38 m
Dormitriosrea: 8,75 m
Cozinharea: 8,28 m
Banheirorea: 2,60 m
Dormitriosrea: 9,50 m
Banheirorea: 2,63 m
Cozinharea: 5,00 m
Salarea: 13 m
Dormitriosrea: 9,50 m
Banheirorea: 2,63 m
Cozinharea: 5,00 m
Salarea:15,34 m
Dormitriosrea: 7,30 m
Salarea: 13,75 m
RUADAESTREL
A
89
7
101112
Fonte: Prodetur, 2003.
Ao contrrio das outras edificaes analisadas nesta pesquisa, este imvel
no possui varandas comuns com fechamento em esquadrias do tipo venezianas, o
que causa reclamaes referentes temperatura e ventilao dos apartamentos,
que no so favorecidos pela ventilao predominante.
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4.1.3 Habitao Multifamiliar 03
A edificao est localizada na Rua da Palma, n. 336. Foi entregue no ano
de 2003, possui 05 apartamentos, com aproximadamente 50 m cada e rea total de
795,00m e cerca de 20 moradores.
FIGURA 39 Localizao da Habitao Multifamiliar 03
Fonte: prpria, 2005.rea de estudoHabitao multifamiliarVentilao predominante
De propriedade do Estado, o edifcio anteriormente estava
fechado/desocupado e seu estado de conservao era precrio. A fachada original
no estava preservada e ainda apresentava comprometimento estrutural, com
grandes rachaduras (ver Figuras 40 e 41). Internamente, estava bastante
descaracterizado, com vrios acrscimos em alvenaria e muita vegetao, alm de
lixo. O telhado estava comprometido e existiam muitas infiltraes nele. Restavam
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as esquadrias das fachadas e algumas da parte interna, mas todas estavam bem
danificadas. Enfim, antes da reforma, a edificao estava em estado precrio, como
podemos verificar nas fotos a seguir.
FIGURAS 40 e 41 Fachada lateral e principal e detalhe da rachadura
Fonte: Prodetur, 2003.
FIGURAS 42 e 43 Detalhe da estrutura em madeira da escada
Fonte: Prodetur, 2003.
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FIGURAS 44 e 45 A porta principal antes e depois da reforma
Fonte: Prodetur, 2003.
Assim como os projetos das edificaes anteriores, este projeto de reforma
tambm buscou preservar ao mximo as caractersticas originais da edificao,
conservando a estrutura original, retirando os acrscimos, recuperando os vos
originais e re-valorizando o ptio central.
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FIGURA 46 Habitao 03 - Planta baixa de reforma do trreo
RUA
DA
PAL
MA
Acesso Principal
ExistenteConstruirDemolir
Fonte: Prodetur, 2003.
Hoje, no pavimento trreo, esto localizadas seis reas comerciais, possui
ainda uma rea comum com lavanderia e coradouro coletivo. No pavimento superior,
esto localizados os cinco apartamentos.
Notamos tambm que a edificao possua dois acessos por escada, mas
com a reforma somente a escada original permaneceu.
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FIGURA 47 Habitao 03 - Planta baixa de reforma do pavimento superior
RUADA
PALMA
ExistenteConstruirDemolir
Fonte: Prodetur, 2003.
Como os apartamentos esto voltados para a direo da ventilao
predominante (nordeste), nenhum morador nos relatou problema algum em relao
ventilao natural.
Em entrevista realizada a um dos engenheiros responsveis pelo projeto,
eng. Alcindo Costa ( ver Apndice 05) , podemos observar que o grande desafio do
projeto seria recuperar as caractersticas originais, que se encontravam bastante
prejudicadas pela ao do tempo e pela edificao ter ficado prolongadamente sem
uso.
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FIGURA 48 Habitao 03 - Planta baixa do trreo
RUA
DA
PAL
MA
Fonte: Prodetur, 2003.
No trreo da edificao, encontramos seis reas comerciais, sendo trs
delas dedicada ao Projeto Teatro Escola (ver Figura 49), abrigando, assim, o uso
institucional.
FIGURA 49 Projeto Teatro Escola
Fonte: prpria, 2005.
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Tanto o acesso ao pavimento superior, por escada, como o acesso ao
prprio pavimento trreo da edificao (em plano mais elevado ao da rua), no so
adaptados s pessoas portadoras de necessidades especiais.
O pavimento superior, alm de ser favorecido pela orientao dos ventos
predominantes, ainda possui uma circulao comum com fechamento em
esquadrias do tipo veneziana, voltada para o ptio interno, como a Habitao
Multifamiliar 01.
FIGURA 50 Habitao 03 - Planta baixa do pavimento superior
Fonte: Prodetur, 2003.
RU
A
DA
PALMA
Salarea: 17,00 m
Banheirorea: 2,35 m
Dormitriorea: 10,35 m
Dormitriorea: 9,80 m
Cozinharea: 5,03 m
Dormitriorea: 13,26 m
Cozinharea: 4,93 m
Banheirorea: 2,32 m
Dormitriorea: 9,95 m
Salarea: 20,45 m
Banheirorea: 2,66 m
Cozinharea: 4,50 m
Dormitriorea: 9,11 m
Dormitriorea: 10,00 m
Salarea: 16,66 m
Salarea: 16,60 m
Banheirorea: 2,17 m
Cozinharea: 7,10 m
Dormitriosrea: 9,90 m
Salarea: 16,15 m
Dormitriosrea: 9,15 m
Banheirorea: 2,20 m
Cozinharea: 6,30 m
-
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4.1.4 Habitao Multifamiliar 04
A edificao est localizada na Rua do Giz, n. 66. Foi entregue no ano de
2003, possui 04 apartamentos, com aproximadamente 60 m e rea total de
700,00m e cerca de 16 moradores.
FIGURA 51 Localizao da Habitao Multifamiliar 04
Fonte: prpria, 2005.rea de estudoHabitao multifamiliarVentilao predominante
Funcionava como uma Secretaria Estadual e seu estado de conservao era
ruim. A fachada original estava preservada, internamente estava descaracterizado,
com acrscimos em alvenaria. O telhado estava comprometido e possua ainda
muitas infiltraes, como podemos verificar nas fotos seguintes.
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FIGURAS 52 e 53 Detalhe dos acrscimos em divisria e das infiltraes
Fonte: Prodetur, 2003.
FIGURAS 54 e 55 Detalhe do telhado e do forro de madeira
Fonte: Prodetur, 2003.
FIGURAS 56 e 57 Detalhe da escada e uma vista do ptio interno para a
edificao
Fonte: Prodetur, 2003.
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Atravs da anlise das plantas baixas de reforma percebemos que o projeto
de reforma buscou preservar ao mximo as suas caractersticas originais.
FIGURA 58 Habitao 04 - Planta baixa de reforma do trreo
RUA
DO
GIZ
Acesso Principal
ExistenteConstruirDemolir
RUA JOO GUALBERTO
Fonte: Prodetur, 2003.
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FIGURA 59 Habitao 04 - Planta baixa de reforma do pavimento superior
R
UA
DO
GIZ
ExistenteConstruirDemolir
RUA JOO GUALBERTO
Fonte: Prodetur, 2003.
Quanto ao conforto trmico, notamos que os cmodos esto voltados para a
direo da ventilao predominante (nordeste). Nesta edificao, todos os
moradores entrevistados elogiaram a ventilao da edificao.
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No pavimento trreo, esto localizadas as reas comerciais (ver Figura 60),
alm da rea comum com lavanderia e coradouro coletivo. No pavimento superior,
esto localizados os apartamentos.
FIGURA 60 Habitao 04 - Planta baixa do trreo
Acesso aopiso superior
Loja 03
Loja 04
RUA
DO
GIZ
Loja 01
Loja 02
RUA JOO GUALBERTO
rea de servio(lavanderia, depsitos)
rea de vivncia
Fonte: Prodetur, 2003.
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FIGURA 61 Loja no pavimento trreo da edificao
Entrada principalda edificao
Fonte: prpria, 2006.
O acesso ao pavimento superior feito somente atravs de uma escada, o
que no permite o acesso de pessoas portadoras de necessidades especiais. E
todos os acessos edificao, esto em um plano mais elevado rua, sem oferecer
nenhuma condio de acesso s pessoas portadoras de necessidades especiais.
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Dormitrrea: 11,35 m
Cozinharea: 10,00 m
Banheirorea: 4,15 m
Hall de Escada
Salarea: 16,95 m
Salarea: 16,05 m
Cozinharea: 6,15 m
Banheirorea: 3,75 m
Dormitriorea: 14,87 m
Dormitrrea: 9,71 m
Dormitrrea: 12,38 m
Dormitriorea: 12,61 m
Cozinharea: 9,72 m
Salarea: 19,80 m
Banheirorea: 3,60 m
Hall de Escada
Circulao
Cozinharea: 10,30 m
Salarea: 14,75 m
Banheirorea: 4,26 m
Dormitriorea: 12,80 m
Dormitriorea: 11,35 m
FIGURA 62 Habitao 04 - Planta baixa do pavimento superior
Dormitriorea: 17,95 m
io
io
io
R
UA
DO
GIZ
4
3
12
RUA JOO GUALBERTO
Fonte: Prodetur, 2003.
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Vale destacar que esta Habitao vizinha Habitao Multifamiliar 01,
localizada Rua Joo Gualberto, 49; como podemos verificar na figura 63.
FIGURA 63 Habitaes multifamiliares 01 e 04
Fonte: Prodetur, 2003.
Habita o Multifamiliar 01
Habita o Multifamiliar 04
Atravs da pesquisa in loco, podemos observar que apesar das
reclamaes, principalmente em relao ao dimensionamento dos cmodos e do
conforto de alguns deles, os usos previstos no projeto arquitetnico esto sendo
atualmente respeitados.
No Quadro 03, podemos compreender melhor os itens comuns s
edificaes analisadas.
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QUADRO 03 Resumo da anlise dos projetos de reforma das Habitaes
Multifamiliares.
Todas as edificaes so de propriedade do Governo do Estado.Possuem filiao estilstica do tipo colonial. As edificaes estudadas so do
tipo sobrado de uso misto: no trreo funciona comrcio e a dependncia de
servio, nos demais pavimentos o uso residencial.Caractersticas
principais A tipologia comum s quatro Habitaes edificao com ptio interno.
Implantadas sobre a testada e limites laterais dos lotes, a construes
apresentam em planta o partido em L, com ptios internos.
Acessibilidade
Em nenhumas das edificaes h rampas para acesso de pessoas
portadoras de necessidades especiais, ao contrrio, em todas elas, osacessos principais de cada edificao h um degrau.
Conforto
Ambiental
Apesar de trs das quatro edificaes possurem originalmente uma
circulao interna comum com fechamento em esquadrias do tipo veneziana,
e tambm da preocupao dos profissionais envolvidos nos projetos de
reforma favorecendo a ventilao, alguns apartamentos permaneceram
bastante quentes.
Fonte: prpria, 2006.
Dimensionamento
Problema existente em quase todos os apartamentos, em parte, tambm
um problema de adaptao das famlias.
4.2 Perfil dos moradores das Habitaes Multifamiliares
Dos 33 apartamentos, foram aplicados questionrios em 26 deles, o que
perfez um total 72,72% do universo estudado. Os resultados obtidos atravs dos
questionrios com os moradores responsveis por cada apartamento nos permitiram
uma melhor percepo de seu perfil.
Apresentamos a seguir os resultados dessa pesquisa que complementaram
a anlise tcnica das edificaes (Item 4.1).
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Constatamos que 92% dos moradores so naturais do Maranho e 62% dos
chefes de famlia so homens. Vale ressaltar ainda que 46% dos moradores
entrevistados so solteiros, apenas 21% so casados, os demais so separados ou
vivos. Em relao quantidade de filhos residindo na moradia, 71% no possuem
filhos, os demais possuem 01 filho morando com o casal, 02 filhos e 04 filhos
morando no mesmo apartamento (8% cada, totalizando 24% com filhos). Isso torna
evidente o perfil predominante dos usurios das moradias: pessoas sozinhas, sem
companheiros ou dependentes (29%); seguido por chefes de famlias com um nico
filho (21%). No grfico 01 podemos observar a quantidade de pessoas por unidade
habitacional.
GRFICO 01 Nmero de pessoas no apartamento
N DE PESSOAS NO APARTAMENTO ATUAL
29%
21%17%
17%
8%8%
01 PESSOA 02 PESSOAS 03 PESSOAS
04 PESSOAS 05 PESSOAS ACIMA DE 05 PESSOAS
Fonte: prpria, 2005.
Em relao idade, a maioria dos moradores entrevistados situa-se entre 31
a 40 anos, ou seja, a maioria da populao , em potencial, economicamente ativa
(Grfico 02). importante ressaltar, que nenhuma criana foi entrevistada e que
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nenhum jovem, com menos de 20 anos foi encontrado nos dias da aplicao do
questionrio, por isso no aparecem no grfico.
GRFICO 02 Idade dos moradores entrevistados
NVEL DE ESCOLARIDADE
54%
25%
21%
MDIO SUPERIOR (CURSANDO) SUPERIOR
29%
50%
21%
20 A 30 ANOS 31 A 40 ANOS 41 A 50 ANOS
IDADE
Fonte: prpria, 2005.
O nvel de escolaridade dos moradores entrevistados indica que a maioria
possui apenas ensino mdio (54%), ou ainda est cursando o ensino superior (25%),
conforme o Grfico 03.
GRFICO 03 Nvel de escolaridades dos moradores entrevistados
Fonte: prpria, 2005.
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A maioria dos moradores economicamente ativa (condio necessria
para acesso ao Programa), sendo, todos, funcionrios pblicos do Estado, locados
no Poder Judicirio (58%), na rea de educao (17%) e ocupando cargos de
secretrias (17%) ver Grfico 04.
Em relao ao perfil econmico dos moradores, podemos classificar a
populao como de classe mdia1 (conforme definio do Subprograma de
Promoo Social e Habitao), pois a maioria das famlias possui um rendimento
mensal de 3 a 5 salrios mnimos (Grfico 06). Apesar da mdia de pessoas por
famlia ser de quatro pessoas, observamos que no temos nenhum grupo familiar no
qual todos os membros sejam economicamente ativos. A maioria da populao
possui ainda 1 a 2 pessoas com renda por apartamento (Grfico 05).
GRFICO 04 Ocupao profissional dos moradores das Habitaes
Multifamiliares
OCUPAO PROFISSIONAL
58%
17%
17%8%
POLICIAL/JUDICIRIO PROFESSOR/CULTURA SECRETRIA NO INFORMOU
Fonte: prpria, 2005.
1 Por exigncia do Subprograma de Promoo Social e Habitao, o funcionrio inscrito noprograma deve possuir renda igual ou superior R$ 600,00.
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GRFICO 05 Nmero de pessoas com rendimentos por apartamento
N DE PESSOAS COM RENDA
50%
46%
4%0%
01 PESSOA 02 PESSOAS 03 PESSOAS 04 PESSOAS
Fonte: prpria, 2005.
Este perfil se enquadra, at certo ponto, no padro de moradias estabelecido
pelo Subprograma de Promoo Social e Habitao. O que quer dizer, que este foi
certamente uma das condicionantes dos projetos realizados.
GRFICO 06 Renda mdia familiar dos entrevistados
RENDA MDIA FAMILIAR
25%
58%
17%
AT 03 SALRIOS MNIMOS DE 03 A 05 SALRIOS MNIMOS
ACIMA E 05 SALRIOS MNIMOS
Fonte: prpria, 2005.
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4.3 Satisfao dos moradores
Esta parte da pesquisa teve a inteno de avaliar a satisfao dos
moradores quanto ao apartamento, edificao e ao Centro Histrico onde moram.
Como verificamos pelos dados coletados, a maioria dos entrevistados est satisfeita
com seus apartamentos e, de um modo geral, com as condies de moradia da
edificao e do Centro Histrico, incluindo, neste caso, segurana, limpeza, servios
de infra-estrutura, opes de lazer da rea e tambm as suas vantagens e
desvantagens.
importante tambm destacar as condies da moradia anterior dos
entrevistados, para podermos estabelecer uma comparao mais precisa (Quadro
04). A maioria da populao no possua anteriormente um imvel prprio, mesmo
que, nesse caso, o prprio no tenha uma conotao de propriedade jurdica e sim
o sentido de privado para a famlia ou para si (atravs do Subprograma de
Promoo Social e Habitao, os moradores tero o direito de comprar o
apartamento dentro de 10 anos, usando os valores j pagos o aluguel, como parte
do pagamento). A populao residia em imveis de aluguel ou morava com
parentes, o que justifica o desejo da to sonhada casa prpria, mesmo que estaapresente condies pouco desfavorveis. Este o meu lugar, o que parece
prevalecer nas avaliaes, pois como podemos observar que apesar de no
possurem imvel prprio, o local da residncia possua uma boa infra-estrutura
(75%), porm a maioria morava distncia do local de trabalho (79,1%),
representando de imediato a mudana para o Centro Histrico uma economia na
renda mensal da famlia.
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QUADRO 04 Condies anteriores de moradia dos moradores das
Habitaes Multifamiliares
CONDIES ANTERIORES DA MORADIA
54,1% moravam com parentesSITUAO DO
IMVEL 45,8% pagavam aluguel
BOA 75% tinham boas condies de infra-estruturaINFRA-
ESTRUTURA PRECRIA 25% apresentavam condies precrias
DISTNCIA DO
SERVIO
Fonte: prpria, 2005.
79,1% moravam longe do local de servio
Em relao s atuais condies de moradia, e primeiramente em relao
mudana para o Centro Histrico, podemos citar que um dos principais motivos que
mais atraram os moradores foi justamente a possibilidade de habitar perto do local
de trabalho (62,5%), seguidos pela melhoria das condies de moradia (16,6%) e
pela oportunidade de participao no Subprograma de Promoo Social e Habitao
(8,3%). Somente 8,3% pessoas afirmaram que tinham vontade de viver no Centro
Histrico.
Em geral, os moradores elogiaram a infra-estrutura das edificaes (58,3%).
As reclamaes relacionaram-se principalmente dimenso dos apartamentos, pois
os moradores gostariam de ter mais espao, que os cmodos fossem maiores.
Quanto s instalaes hidrulicas, tambm existem algumas crticas nos casos em
que os problemas com as infiltraes no foram totalmente sanados. Uma outra
crtica enfatizou a manuteno da edificao prevista em contrato, como sendo de
responsabilidade dos tcnicos do Subprograma de Promoo Social e Habitao.
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Os moradores reclamam de no terem a devida assistncia para resolverem
problemas de ordem fsica/estrutural (Quadro 05 ).
De um modo geral, o bairro considerado seguro, ou oferecendo os
mesmos riscos que outros locais da cidade (95,8%), havendo satisfao com o
policiamento da rea.
J o barulho, uma reclamao muito citada pelos moradores, pois como a
rea de interesse turstico, existem muitos bares, que geralmente promovem festas
com som alto. E as Habitaes analisadas esto localizadas justamente na rea de
maior concentrao desse tipo de servios.
QUADRO 05 Condies atuais de moradia
Condies de moradia atual
Custos 87,5% tiveram reduo de gastos depois que vieram morar no Centro
Histrico, principalmente com transportes.
58,33% dos apartamentos tm boa estrutura, no apresentam srios
problemas;
50% j necessitaram de alguns servios no rejunte do piso, instalaes
eltricas/hidrulicas e outros acabamentos;
Infra-
estrutura
12,5% acham os seus apartamentos pequenos.
95,8% no consideram o Centro Histrico mais inseguro que outros bairrosdo mesmo padro e esto satisfeitos com o policiamento;Segurana
4,2% acham as ruas da rea inseguras e no esto satisfeitas com o
policiamento;
Limpeza Todos constatam servios de limpeza no local.
Barulho 45,8% incomodam-se com o barulho externo.
Fonte: prpria, 2005.
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Em relao satisfao quanto ao processo seletivo de moradores do
Subprograma de Promoo Social e Habitao, 58,3% dos entrevistados o
consideraram timo; 33,3% consideraram regular, justificando para esta resposta
que o critrio de seleo dos moradores excludente. Devido a esta observao,
20,8% dos moradores falaram da falta de uma fiscalizao mais rigorosa dos
candidatos para realmente assegurar que estes ainda no possuam imvel. Alguns
moradores fizeram ressalvas em relao ao tamanho do apartamento que, segundo
estes, deveriam corresponder ao tamanho da famlia moradora.
Quanto ao Subprograma de Promoo Social e Habitao, 33,3% avaliaram
o programa como timo, pela iniciativa de recuperar edifcios para transform-los em
moradia no Centro Histrico; 37,5% o avaliaram como bom, ressaltando que o
projeto arquitetnico muito bom. No entanto, faltaria cumprir integralmente os
objetivos do programa, como, por exemplo, fiscalizando quem mora nos
apartamentos, pois existem moradores que no so funcionrios pblicos e no
respeitam as regras bsicas de convvio social; 25% dos moradores o avaliaram
como regular e somente 12,5% o avaliaram como ruim.
Vrios elogios foram feitos ao projeto, considerando um meio de facilitar aconservao e humanizao da rea, sendo bom para o Governo (por manter os
prdios conservados e pelo retorno financeiro), e bom para os moradores (por
estarem residindo em uma rea central).
Um morador ressaltou que as pessoas selecionadas para o programa
deveriam ter a compreenso do valor esttico e histrico deste espao. Outro
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morador sugeriu que o governo incentivasse a iniciativa privada para transformar
outros prdios abandonados em habitaes, para assim, tornar o Centro Histrico
mais habitado. Percebemos, ento, que h uma certa conscincia, ainda que
pequena, do valor histrico e arquitetnico tanto do imvel quanto do Centro
Histrico. Uma esperana de maiores transformaes futuras, portanto.
importante destacar que apesar das reclamaes, 100% dos moradores
consideram o Centro Histrico um bom lugar para morar, pretendendo continuar
morando no Centro Histrico e v-lo ainda mais habitado. Enfim, pela prpria opinio
dos moradores, o Subprograma de Promoo Social e Habitao um bom
investimento, tanto por tentar resolver o problema da moradia, como por promover a
revitalizao da rea. Mas ainda h problemas a serem resolvidos e esta avaliao
aponta algumas delas.