'W PODERJUDICIÁRIO
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Art. 10. Constituiato deimprobidadeadministrativaque causa lesãoaoerárioqualqueraçãoouomissão,dolosaouculposa,que ensejeperdapatrimonial,desvio,apropriação,malbaratamentoou dilapidaçãodos bens ouhaveresdasentidadesreferidasno art. IodestaLei, e notadamente:I - facilitar ouconcorrerporqualquerforma para aincorporaçãoaopatrimônioparticular, de pessoafísica ou jurídica, de bens,rendas,verbas ou valoresintegrantesdo acervopatrimonialdasentidadesmencionadasno art. Io destaLei;II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens,rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidadesmencionadas no art. Io desta Lei, sem a observância das formalidades legais ouregulamentares aplicáveisà espécie;
(•••);VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente;
XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente;
Os pedidosdeduzidosliminarmentepelo MP possuem,em suamaioria,
natureza acautelatoria, ainda que formulados no processo principal. Nada obsta que
possam ser deferidos, desde que presentes os requisitos próprios das medidas cautelares - a
plausibilidadedo direito e o perigo da demora.
A possibilidade de concessão de medidas cautelares no processo
principal atende a um reclamo de economia processual e encontra previsão expressa no art.
12 da Lei n°7.347/85,aplicáveltambémàsaçõesde improbidadeadministrativa,espécie
do gênero ação civil pública.
A providênciacautelarvisa aassegurarosfins doprocesso,garantindoa
efetividadedaprestaçãojurísdicional,nosentidode que oprovimentobuscadoseja certo e
útil parao^objetivovisado.
A plausibilidadedo direito se afere mediante cognição não exauriente, a
critérios\de meraprobabilidade,de que ademandadeduzidatenhachancesde
basenqselementosprefacialmenteministradosàapreciaçãojudicial.
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16)HAMILTON COELHO BRAGA:É sócio do Posto de Gasolina que teria
recebido milhões da prefeitura de Mocajuba sem fornecer a respectiva quantidade
em produtose ainda teriaparticipadoda fraude aosprocedimentoslicitatórios,
tanto que até mesmo o procedimento de contratação do posto teria sido fraudado;
17)FERNANDO JOSÉ DOS SANTOS BRAGA:É sócio do PostodeGasolina
que teriarecebidomilhões da prefeitura de Mocajuba semfornecera respectiva
quantidadeem produtose ainda teriaparticipadoda fraude aosprocedimentos
licitatórios, tanto que até mesmo o procedimento de contratação do posto teria
sido fraudado;
18)ASSESSORIACONTÁBIL PÚBLICA EEMPRESARIALDO TERCEIRO
SETOR(ASCEP):É o escritóriode Contabilidadeque tem comosóciaMaria do
Socorro, que seria uma das mentoras da organização de ímprobos de Mocajuba, e
onde segundo testemunhas parte dos procedimentos licitatórios de Mocajuba seriam
montados(fraudados).
IV - DOSPEDIDOSLIMINARES
O órgão autor pedeliminarmenteo afastamento do cargo público dos
requeridos que ostentam a condição de servidores públicos, sobretudo do Prefeito
municipal, Rosiel Sabá Costa; a indisponibilidade dos bens dos requeridos; a perda dos
direitospolíticos; a suspensão dopagamentode todos os fornecedores de serviços e do
pagamentode compra de material da prefeitura municipal semprocedimentolicitatório, e;
o afastamento dos sigilos bancário efiscal dosrequeridos.
Os fatos descritos pelo órgão ministerial ajustam-se em tese a diversos
ilícitos, ie diversa natureza - cíveis, administrativos e criminais. Na searaadministrativa,
içadoscojno atosde improbidadeadministrativa,nosmoldesdos artigos9o, 10 e
! I dVL i n°8.429/92,sobretudoascondutasprevistasnocaput do art. 10 e dosincisosI,
III, em/rol meramenteexemplificativo,assim dispostos:
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O perigo da demora está relacionado ao risco que a demora do processo
pode acarretar àutilidade do provimento judicial, condenando-o,ao final, a um
instrumentoesvaziadode suasfinalidades.
SegundoChiovenda,o processodeveproporcionara quem tem um
direito tudo aquilo e precisamenteaquilo quepodee deveobter.Ou, comodiria Galendo
Lacerda, citado por Emerson Garcia e Rogério Pacheco Alves (Improbidade
Administrativa. 4a ed. rev. ampl. Rio deJaneiro:LumemJúris,2008,p. 725), "Seafunção
cautelarse justifica, exatamente,pela necessidadede pronta e eficaz segurançacontra
determinadorisco, a tal ponto que constitui um de seuspressupostosfundamentaisa
existência dopericulum in mora, a concessão de mandado liminar assecuratório se revela
instrumentoindispensávelàconsecuçãodesseobjetivo. Não teria sentidoapreocupação
emacudiràurgênciado caso,sealei nãoautorizasseojuiz aproverde imediato".
Em que peseo dispostono art. 17, § 7o, da Lei n° 8.429/92,a exigir
notificaçãoda parterequeridapararespostaantesdo recebimentoda inicial, entendonão
haveróbice àconcessãodasliminarespostuladas,inaudita altera parte: os pressupostosdas medidascautelares- a plausibilidadedo direito e o perigo da demora- não se
confundemcom osrequisitosparaorecebimentodaAção de Improbidade,aindaquenestecasouns eoutrosestejamimbricados.
O que se exige, para o recebimentoda inicial, é um lastro probatório
mínimo do cometimentodo ato improbo,do qual sepossamextrairos indíciossuficientes
de autoria,a fim de evitar lides temeráriaseinjustas,preservandoo agentepúblico e aprópriahon^sabilidadedaAdministraçãoPública.
regra do art. 17, § T, da Lei n° 8.429/92guardasimetria com o
d&Dosto no art. 514 do CPP. Em tomo dessedispositivo,se construiujurisprudêncianoseriadode que, estandoadenúnciarespaldaem inquérito policial, anotificaçãoprçfria édispe\sá/elenão geranulidadeabsoluta.A esserespeito,oenunciadoda súmula330 do
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STJ: "é desnecessáriaa respostapreliminar de que trata o artigo 514 doCódigo de
ProcessoPenal,na açãopenalinstruídaporinquéritopolicial".
Lá comocá,deve-sedispensara notificaçãoprévia daparterequerida,
quando a ação de improbidade encontrar-seamparadaem procedimentoapuratório
instaurado pelo órgão ministerial, sobretudopara efeito de apreciaçãode medidas
liminaresinaudita altera parte quandoissosefizer indispensávelparasalvaguardar,desde
logo, os fins do processo.
Essealvitre encontraamparona doutrinade EmersonGarciaeRogério
PachecoAlves (Ob. cit., p. 725), paraquem"(...) oprocedimentoora instituído[os autores
referem-seao §T do art. 17 daLIA, introduzidopelaMP 2.088-35,de27/12/2000],oqual
não incidirá quandoa inicial estiver lastreadapor inquérito civil ou por procedimentos
administrativos regularmenteinstauradospela própria administraçãoou por órgãos
externosde controle (...), não inviabiliza a decretaçãode medidascautelaresinaudita
altera pars, sobpenade esvaziamentoda regracontidano art. 5o, XXXV, daConstituição
Federaleda próprianoçãode jurisdiçãocomofunçãoquederivadasoberaniaestatal".
Cito da jurisprudência do STJ:
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. IMPROBIDADE.
VIOLAÇÃO DOS ARTS. 165 E 535 NÃO CONFIGURADA.CABIMENTO DA AÇÃO CIVIL PÚBLICA. AUSÊNCIA DERELAÇÃO TRIBUTÁRIA. INDISPONIBILIDADE DOS BENS.DECRETAÇÃO INAUDITA ALTERA PARTE. POSSIBILIDADE.REQUISITOS. ART.7o DA LEI 8.429/1992. 1. Cuidam os autos deAção Civil Pública movida pelo Ministério Público do Estado de MatoGrosso contra a ora recorrente e outros, em virtude de supostaimprobidade administrativaenvolvendoconcessãoe usofraudulentosdecréditos de ICMS. 2. Não está configurada ofensa aos arts. 165 e 535 doCódigo deProcessoCivil, uma vez que oTribunal de origem conferiufundamento suficiente à controvérsia que lhe foi apresentada, relativa àdecretação deindisponibilidadedos bens. 3. A Ação Civil Pública porimprobidade administrativapode serpropostacontra qualquer agentepúblico, inclusive os queintegrama AdministraçãoFazendária e, emquadrilha,montamcréditosfrios de ICMS. 4. Épossíveladeterminação
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de indisponibilidade e seqüestro de bens, para fins de assegurar oressarcimento ao Erário, antes do recebimento da petição inicial da Açãode Improbidade. Precedentes do STJ. 5. Recurso Especial não provido.(Recurso Especial n° 1113467/MT(2009/0072095-1),2aTurma do STJ,
Rei. Herman Benjamin. j. 09.03.2010, unânime, DJe 27.04.2011).
Ambos os requisitos ou pressupostos acima - indícios suficientes de
autoria e plausibilidadedo direito -, porque distintos, podem seravaliadosde forma
separadae emmomentostambémdiferentes.Ou seja,é possívela aferição,desdelogo,
dos pressupostosdasmedidascautelares,semprejuízoda posterioranálisedos requisitos
necessáriosao recebimentoda inicial.
No caso,a farta documentaçãoqueinstrui o pedido,entredepoimentos,
documentosencaminhadosao MP ou arrecadadosna buscaeapreensãoe orelatório do
TCM, que teria detectadoirregularidadesem todos os procedimentoslicitatórios do
Município de Mocajuba, nos anos de 2009 a 2012, fornece, em examepreliminar, a
verossimilhançadosfatosarticuladosnainicial ou aplausibilidadedo direito.
O perigo da demora resulta da constatação,a partir do que
preliminarmenteapuradopelo órgão autor, de que os requeridosestariamdilapidandoo
eráriodesde2009,anoem queogruposupostamentelideradopelo requeridoRosiel Sabá
Costa chegouao poder. Com sua reeleiçãopara um mandatopor mais quatro anos,a
supostaapropriaçãoindevida derecursosdo Município só tenderiaa aprofundar-se,se
nenhumamedidafor adotadade imediatoparaconterasanhacom que se teriam lançadosobre o patrimônio público.
Registrodepassagemque, de acordocomainicial, licitaçõesdoanode
2013, portahto,deboisde desencadeadoo procedimentoapuratóriodo órgão ministerial,tambémes ariamsendofraudadas.
EM ESPÉCIE
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A perda(rectius: suspensão)dosdireitospolíticosnãoémedidacautelar,
mas simefeito daeventualprocedênciadaaçãodeimprobidade.Daíporqueo art. 20 da
LIA éexpressoem estabelecerque "aperdada funçãopúblicae asuspensãodosdireitos
políticossóseefetivamcomotrânsitoemjulgadodasentençacondenatória".
Nãocabe,portanto,o seudeferimentoliminar.
A suspensãodo pagamentode todos os fornecedoresde serviçose do
pagamentode comprade materialda prefeituramunicipal, semprocedimentolicitatório,comoformuladoinicialmente,seriainviável: issopoderiaaté inviabilizaro funcionamento
da AdministraçãoPública municipal eos serviçosprestadosà população,com risco de
danomuitosuperiorao quesepretenderiaprevenirou remediarcomamedida.
Na emendaapresentadaposteriormente,o órgão autor especificao
alcanceda medida,indicandoasempresasdemandadascomoaquelascujospagamentos
deveriamser suspensos.No entanto,um obstáculode ordem processualimpedea sua
concessão:o pedido é dirigido à prefeitura (rectius: Município) de Mocajubae oente
público não é parte na demanda;não estásujeito aosefeitosda decisãonela proferida,
senãoporforça dotrânsitoemjulgadodasentençafinal.
A açãoé voltadacontra osagentespúblicossupostamenteímprobose
terceiros com eleseventualmentemancomunados,os quais se submetem às decisões
proferidasnos autos.
Da mesma forma, é incabível arequisiçãoao Município da relação de
dorescie serviços e dosprocedimentoslicitatórios que justificariam os pagamentos
uspensão\serequer.Nem os pedidospoderiamserdirigidos aosprópriosrequeridos:
procedimentossão,porventura,fraudulentos,nãoestariamelesobrigadosa produzir
contrasipróprios.
§ PODERJUDICIÁRIO
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Nada obsta que o órgão ministerial requeira asprovidênciasacima pelo
procedimento adequado de exibição dedocumentos.A diferença em relação às medidas
cautelares abaixo é que estas são voltadas contra os próprios requeridos, ainda que para a
efetivaçãode uma ou de outranão sedispenseo concursodeterceiros.
Nos casos acima, asprovidênciassolicitadasdizem respeito a direto
interesse do Município, que não é parte na causa e lhe deve ser franqueado o contraditório,
por meio do devido procedimento legal.
V.l - DA INDISPONIBILIDADEDOSBENS
Segundo art.7o da LIA, a indisponibilidadeos bens é cabível quando o
ato de improbidade administrativa causar lesão ao patrimônio público ou ensejar
enriquecimentoilícito, devendorecairsobrebensqueasseguremo integral ressarcimento
do dano,ousobreo acréscimopatrimonialresultantedo enriquecimentoilícito.
O dispositivonadamais faz doque normatizar,no plano dalegislação
infraconstitucional,ocomandoinsculpidono §4o do art. 37 daConstituiçãoFederal.
Como sobejamente narrado na exordial, os atos nela descritos teriam
causadogravelesãoao patrimôniodo Município egerado,emcontrapartida,porefeitodas
supostasfraudes,enriquecimentoilícito dosrequeridos.
OMP nãoprecisaomontantedasupostalesão,mesmoporqueovolume
dessasalegoriasfraudesinviabilizariam,nessafasepreambular,essaavaliação.No entanto,
fala em yinte milhões de reais, considerandoamédia anual de quatro milhões de reaisdesviados, a partindo ano de 2009.
adaobstanteasolidariedadedosagentespara oressarcimentodo dano,
o STJ jntendeque a constrição deve incidir sobre cada patrimônio na medida da
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responsabilidade de cada um. Como essa responsabilidade só pode ser afirmada na
sentençafinal e osparâmetrostrazidos pelo MP são muito gerais para se divisar, em tese, a
responsabilidade de cada requerido, deve-se buscar na própria inicial esses parâmetros.
Segundo oMP, a empresa Polo teria recebido irregularmente, no período
considerado, a quantia de R$ 3.500.000,00. Esse, portanto, deve ser o montante a ser
bloqueado dos bens da empresa PoloPavimentaçãoe Construção Ltda e dos seus sócios,
Luiz Alfredo Quaresmade Miranda, Maria daConceiçãoQuaresmaLourinho, Thaináda
Cruz e Miguel Océlio Seixa deMiranda. O mesmoparâmetrodeve seradotado,por
identidade em tese de situações, em relação às empresas Construtora Engecil e Sonagro
Sol Nascente.
No que se refere ao Posto Renascer Ltda e seus sócios, Hamilton Coelho
Braga eFernandoJosé dosSantosBraga, bem como aoPresidenteda Câmara de
Vereadores,Edinilton DomingosAlmeida Braga, que estariam envolvidos nasfraudescom
venda de combustíveis para oMunicípio, o valor a ser bloqueado é de R$ 3.600.000,00,
montantecorrespondenteaproximadamenteàvendadecombustívelnoperíodo,conforme
depoimentoprestadoao órgãoministerial por Evaldo Braga,descritocomo "laranja" no
supostoesquemadevendailegal decombustívelaoMunicípio.
Afirma também a inicial queViviane Rodrigues Carvalho, esposa de
LuizCarlosCardosoLopes,registrouaexpressivamovimentaçãoem sua conta daquantia
de R$ 1.700.000,00, grande parte da qualdepositadapela empresa Polo. Esse, portanto,
deve ser o valor a ser bloqueado dopatrimôniodos dois e também dos bens dos servidores
Willison Acioli Lopes e Ajax João Ferreira Paes, na ausência de elementos mais
consisteníeTclQmontantedo dano que estessupostamenteteriamcausado.
contadoraMaria do Socorro Alves e sua empresade Assessoriae
Contabilidadeteria participaçãoemtodasessasfraudes,razãopelaqual deveter seusbens
idos peloriaior dos valoresbloqueadosdos demaisrequeridos,com exceção de
sta, ou seja, R$ 3.600.000,00.
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De Rosiel Costa, considerando-se que seria o principal mentor,
coordenador e beneficiário das fraudes, o bloqueio de seus bens deve conformar-se ao
montante de R$ 5.000.000,00, considerando-se que não seria o único beneficiário das
fraudese que, nototal, os valoresbloqueadosseriamsuficientesao ressarcimentodos
danos projetados peloMP.
V.2 - DA QUEBRADOSSIGILOSBANCÁRIOSE FISCAL
Ambos os sigilos - bancário e fiscal - são resguardadospela
ConstituiçãoFederal,aogarantiro direito à intimidadee àvida privada,como também
pela Lei Complementarn° 105, cujo art. 4o contemplaashipótesesdeafastamentodo
sigilo bancárioporordemjudicial, quandonecessárioparaapurarapráticadeilícitos, entre
outros casos, contra a Administração Pública e aquelescometidos por organização
criminosa.
O sigilo fiscal é resguardadopelo art. 198 do Código Tributário
Nacional,ressalvandooseuafastamentoporordemjudicial.
Embora erigidos à condição de direito fundamental,não hádireito
absolutonaordemjurídicapátriaeos sigilos nãopodemservirde anteparoimpermeávelàprática de ilícitos.
Além de servircomomeio deprova,amedidavisa arastrearosvalores
supostamentedesviadosdos cofres públicos e asua destinaçãofinal, possibilitando,a
exemplo da indisponibilidadede bens, o futuro ressarcimentodos danos porventurasuportado^pelQentepúblico.
do levanamentod
podeçáti açar o rot
omentea partir damovimentaçãobancáriadaspessoasinvestigadase
; suasituaçãoeconômico-financeirae evoluçãopatrimonial é que se
identifi»?iro das verbas porventura desviadas do erário, e assim seidentificar
?m^fequem^eivamenteffoi beneficiadoequemeventualmenteconcorreuparaisso.
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w
o interesse
responsabili:
V.3-
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Colho a esse respeito os seguintes precedentes:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA.IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. QUEBRA DE SIGILO
BANCÁRIO E FISCAL. 1. A jurisprudência tem reconhecido apossibilidade de quebra do sigilo fiscal e bancário em ações de naturezacível, tendo o Supremo Tribunal Federal consolidado o entendimento deque não possuir caráter absoluto a garantia dos sigilos bancário e fiscal,sendofacultadoao juiz decidir acerca da conveniência da sua quebra emcaso de interesse público relevante. 2. Restoudemonstrada aexcepcionalidadea autorizaro deferimentoda medidarequerida,tendoem vista a necessidade de verificar a existência ou não de possívelenriquecimentoilícito por partede agentepúblico.3. A medidarequeridase mostraessencialeútil, para quesepossamobterelementossuficientesa caracterizar e comprovar a prática dos atos de improbidadeadministrativainvestigadospeloMinistério Público Federal.4. Agravode instrumento improvido. (Agravo de Instrumento n° 0061546-32.2003.4.03.0000/SP, 4aTurma do TRF da 3a Região, Rei. ConvocadoLeonelFerreira,j. 24.11.2011,unânime,DE 16.01.2012).
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO.IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. QUEBRA DOS SIGILOSBANCÁRIO E FISCAL. FUNDADAS RAZÕES DE INTERESSEPÚBLICO. DECISÃO MANTIDA. 1. O direito ao sigilo bancário efiscal não é absoluto, sendo, portanto, possível a sua quebra mediantedecisão judicial devidamentefundamentada,nos casos de relevanteinteressepúblico, notadamentepara secomprovara práticadeatosdeimprobidadeadministrativa.(Precedentes:AG 2009.01.00.011550-3-DF,Rei.DesembargadorFederalHilton Queiroz,Quarta Turma, e-DJFl p.326 de 09.10.2009; RESP 200702443728,Herman Benjamin, STJ.SegundaTurma, 30.09.2010;dentreoutros).2. Agravo de instrumentodesprovido.(Agravo deInstrumenton°0024229-73.2011.4.01.0000/PA,3a Turma do TRF da Ia Região, Rei. Carlos Olavo. j. 16.09.2011,unânime,DJ 14.10.2011)..
Presentes osrequisitos da medidacautelar,como acimareportado,é
perfeitamentepossíveloafastamentodossigilosbancárioefiscal, de forma apreservar-sepúblico\ em detrimento do particular, na apuração de ilícitos, na
ação dosseusagentes e noressarcimentoao erário do que foi desviado.
AST^MENTODOSAGENTESPÚBLICOS
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De acordo com parágrafoúnico do art. 20 da LIA, "a autoridade judicial
ou administrativa competente poderá determinar o afastamento do agente público do
exercício do cargo, emprego oufunção,sem prejuízo da remuneração, quando a medida se
fizer necessária à instrução processual".
Em comentário ao dispositivo, Emerson Garcia e Rogério Pacheco
Alves (Ob. Cit., p. 733) sublinham:"(...) Por intermédiodo afastamentoprovisório do
agente,busca olegisladorfornecerao juiz umimportantíssimoinstrumentocom vistas à
buscadaverdadereal, garantindoa verossimilhançadainstruçãoprocessualdemodo a
evitar que a dolosaatuaçãodo agente,ameaçandotestemunhas,destruindodocumentos,
dificultando a realizaçãodeperíciasetc, deturpeou dificulte a produçãodos elementos
necessáriosàformaçãodo convencimentojudicial. Busca-se,enfim, propiciarum clima de
franco e irrestrito acesso ao material probatório, afastando possíveis óbices eu a
continuidadedo agenteno exercício do cargo, emprego, função ou mandatoeletivo
poderiaproporcionar"(destaquei).
Entreasmedidascautelarespostuladaspelo MP, essa é amais drástica,
sobretudoporqueatingetambémorequeridoRosiel SabáCosta,detentordo cargoeletivo
de Prefeito do Município. Nem por isso se apresentainviável o seu deferimento.Pelo
contrário,nascircunstânciasdescritasna inicial, amedidasefaz absolutamentenecessária.
Respeitadasas opiniõesem contrário,francamenteminoritárias,de que
nãoseriapossíveloafastamentocautelardo detentorde mandadoeletivo, o entendimento
do STJéiteratwoemadmitir, excepcionalmente,amedida:
PROCESSO CIVIL. ADMINISTRATIVO. IMPROBIDADEADMINISTRATIVA. AFASTAMENTO CAUTELAR DEPREFEITO. RECURSO ESPECIAL. EFEITO SUSPENSIVO.IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DOS REQUISITOSAUTORIZADORES. 1. Oart. 20,parágrafoúnico, da Lein°/8.429/92(Lei de ImprobidadeAdministrativa) estabeleceque "A autoridadejudicial ouadministrativacompetentepoderádeterminaro afastamento
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do agentepúblico do exercício do cargo, empregoou função, semprejuízo daremuneração,quando a medida se fizer necessária àinstrução processual". 2. Na hipótese, as instâncias ordináriasconstataram a concreta interferência na prova, qual seja, a nãoprestaçãode informações e documentosaos Órgãos de controle(CâmaradeVereadoreseTribunal de Contas Estadual e daUnião), oque representa risco efetivo à instrução processual. Demais disso, nãodesarrazoadooudesproporcionalo afastamentodo cargopelo prazo de180 (cento e oitenta) dias, pois seria, no caso concreto, o temponecessário para verificar "a materialidade dos atos de improbidadeadministrativa". Medida cautelar improcedente. (Medida Cautelar n°19214/PE (2012/0077724-4), 2a Turma do STJ, Rei.HumbertoMartins, j. 13.11.2012, unânime, DJe20.11.2012).
Presente aplausibilidade do direito, como demonstradoacima ad
nauseam,o perigo da demora reside no risco fundado de que apermanênciado agente no
cargo público possa prejudicar a instruçãoprocessual.
Não é demais lembrar que o Prefeito de municípios de pequeno porte,
como é o caso de Mocajuba,possuem,no âmbito daAdministraçãoPública municipal, um
poder de mando praticamenteincontrastável,portando-semuitas das vezes como um
verdadeirosoba.
Convémanotar também, como relatado pelo órgãoministerial, que os
requeridosvêm, desdeo início dasinvestigações,criando todo tipo de dificuldadesao
esclarecimento dos fatos e com issoprejudicandoa instrução processual. Ora teriam se
negadoaapresentarosdocumentosrequisitadosdiversasvezespelo órgãoministerial,ora
teriam prestado depoimentosdesencontradosou mendazes, ora teriam tentado forjar
procedimentoslicitatórios parasupostamenteatenderospedidos,ora aindateriamtentado
esconder evidências ou prova e, só a muito custo, depois da intervenção judicial, é que o
órgão autor/teria logrado localizar e apreender esses documentos.
Afora isso, registro também do pedido do MP que overeadorNilsen
e Vasconcelos teria recebido ameaça de morte depois de formular denúncias
Frefeito RosielCostaem razão dos fatos emapuração.
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Da mesma forma, a testemunha Edivaldo Braúlio teria prestado
depoimento ao MP em Cametá por receio de represálias, por entender que os requeridos,
sobretudo o prefeito municipal, são pessoas perigosas.
O imediato afastamento desses agentes públicos de suas funções faz-se
imprescindível para assegurar a higidez da instrução processual, obstando que, no
exercício do cargo, venhameventualmentea forjar documentos, suprimir ou esconder
provas, como teriam feito antes, ameaçar testemunhas ou influir para que alterem seus
depoimentos,e assim lhes sergarantidaa continuidadedaspráticasilícitas queestariam
em curso há mais de quatro anos.
Essas são situaçõesconcretas,extraídas dos elementoscolhidos no
procedimentoapuratórioconduzidopelo MP e queautorizam,à luz dajurisprudênciado
STJ, o afastamentodo agentepúblico de seucargo, inclusive o detentorde mandado
eletivo, comono casodoprefeitomunicipal.
A esse respeito, consulto os julgados a seguir:
PEDIDO DE SUSPENSÃO DE MEDIDA LIMINAR.AFASTAMENTO DE PREFEITO. LESÃO ÀORDEM PÚBLICA. Anormadoart. 20,parágrafoúnico,da Lein° 8.429,de1992,queprevêoafastamentocautelardo agentepúblico durantea apuraçãodos atosdeimprobidade administrativa, só pode ser aplicada em situaçãoexcepcional,como a dos autos.Hipótese em que a medida está fundada na existência de indícios demanipulação dos documentospúblicos relativos às irregularidadesapuradas,bem como nainfluênciadorequerentenaproduçãodaprovatestemunhai,o que evidencia risco efetivo à instrução processual.Agravoregimentalnãoprovido. (AgRg na SLS 1.382/CE, Rei. MinistroARI PARGENDLER,CORTEESPECIAL,julgadoem01/06/2011,DJe23/09/2011).
AGRAVO REGIMENTAL NA SUSPENSÃODE LIMINAR E DESENTENÇA. GRAVE LESÃO À ORDEM PÚBLICA.AFASTAMENTO. PREFEITO. AGRAVO REGIMENTALDESPROVIDO. I
I - A jurisprudênciada CorteEspecial e a do c. SupremoTribunalFederaltêm admitidoqueprefeitoafastadodo cargopor decisãojudicial
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podeformular pedidodesuspensãode liminar e de sentença alegandograve lesão à ordem pública (v.g. STJ, AgRg na SLS 876/RN, Rei. Min.Humberto Gomes de Barros, DJe de 10/11/2008. STF, SS 444 AgR/MT,Tribunal Pleno, Rei. Min. Sydney Sanches, DJ de 4/9/1992, e Pet 2.225AgR/GO, Tribunal Pleno, Rei. p/ acórdão Min. Sepúlveda Pertence, DJde 12/4/2002).II - In casu, o requerente, prefeito municipal, foi afastadocautelarmentedo cargo, mediante decisão do juízo a quo, por interferirconcretamentena instruçãoprocessualvalendo-se de funcionários do município paraesconder provas e ocultar vestígios acerca de supostos atos deimprobidade a ele atribuídos.III - Consoante a jurisprudência deste Tribunal, não se configuraexcessivo o afastamento cautelar de prefeito municipal pelo período de90 dias, ainda que o afastamento do agente público seja anterior àdecisão proferida no âmbito desta Corte. Agravo regimental desprovido.(AgRg na SLS 1.630/PA, Rei. Ministro FELIX FISCHER, CORTEESPECIAL, julgado em 19/09/2012, DJe 02/10/2012).
Por se matar demedidacautelar, é da suanaturezaa transitoriedade,não
seadmitindoo afastamentodo agentesine die.EmersonGarciae RogérioPachecoAlves
(Ob. Cit., p. 741) sugerem o prazo de 112 (cento e doze) dias, resultado da soma dos
diversos prazos da ação civil pública.
Como se viu no julgamento da Medida Cautelar n° 19.214/PE, o STJ
não considera desproporcional ou desarrazoado o prazo de 180 dias, necessário à
verificação da materialidade do ato deimprobidade.
Éprecisoatentartambémparaadiretriz de queoprazoparaaconclusão
da instrução processual "não pode resultar de mera soma aritmética" (RHC n° 1.453, rei.
Min. Vicente Cernichiaro,DJU 9/12/91), mas antes develevar em conta a complexidade
do caso e as dificuldades que um processo, com vários réus e inúmeros documentos,
naturalmenteNicarreta.
Assim, reputo razoável o prazo de 180 (cento e oitenta) dias para que os
agentesj)úblicos\fiquemafastadosde suasfunções.Numaanáliserealista,esse prazo é
insu^ciente para aconclusãodo processo.No entanto,é suficientea que osrequeridos
aprese\itejnsuasdefesasesepossater uma visão mais completapossíveldos atosaeles
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imputados, possibilitando ao juiz avaliar danecessidadede manutenção ou não dessas
medidasou eventualmenteda adoção de outras.
VI - DOSPROVIMENTOSCAUTELARES
Nos termos da fundamentação acima, cumpridos ospressupostoslegais,
DEFIROPARCIALMENTEas liminares postuladas pelo MP para determinar:
1. Aindisponibilidadedosbensdosrequeridos,comoaseguir:
ííí Em relaçãoà empresaPolo Pavimentaçãoe ConstruçãoLtda e aos seus
sócios,Luiz Alfredo QuaresmadeMiranda,Maria daConceiçãoQuaresma
Lourinho, Thainá da Cruz eMiguel Océlio Seixa deMiranda, e às
empresas Construtora Engecil e Sonagro Sol Nascente,até olimite de R$
3.500.000,00:
'm No que se refere ao Posto Renascer Ltda e seus sócios, Hamilton Coelho
Braga e FernandoJosédos SantosBraga, bem como aoPresidenteda
Câmara de Vereadores, Edinilton Domingos Almeida Braga, até o
patamarde RS3.600.000.00:
ü QuantoaViviane RodriguesCarvalhoeLuiz CarlosCardosoLopes,bem
como aosservidoresWillison Acioli Lopese Ajax João Ferreira Paes,até o
montantede R$ 1.600.000.00:
- Relativamenteà contadoraMaria do Socorro Alves e sua empresade
Assessoriae Contabilidade,até asomade R$3.600.000.00:
'm Do patrimônio de Rosiel Costa,deve serbloqueadoo montante de R$
rXooo.ooo.oo.
2. O aíastamentodos sigilos bancáriose fiscal dos requeridos,relativamenteà
inovmentação\financeirae àsdeclaraçõesdeimpostoderendadosúltimos cinco
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3. O imediato afastamentodos cargosou funçõesdos requeridosque ostentama
condiçãodeservidoresouagentespúblicos,pelo prazo de 180 (cento e oitenta)
dias,semprejuízode suasremunerações,comoa seguirdiscriminado:
- ROSIEL SABÁ COSTA - do cargo de Prefeito do Município de
Mocajuba. Em substituição,deve assumir o cargo, durante o período de
afastamento, o Vice-Prefeito do Município;
'm EDINILTON DOMINGOS ALMEIDA BRAGA - do cargo de
Presidente da Câmara deVereadoresdo Município de Mocajuba.A_
substituiçãodo Presidente afastado, durante o período deafastamento,deve
dar-se de acordo com o Regimento Interno da CasaLegiferante:
í. LUIZ CARLOSCARDOSOLOPES,WILLISONACIOLI LOPESE
AJAXJOÃOFERREIRAPAES- doscargosou funçõesrespectivasque
ocupam na estrutura da Administração Pública do Município de Mocajuba.
VII - DOSEXPEDIENTES
Oficie-se aos cartórios de registros de imóveis de Mocajuba, Igarapé
Miri, Abaetetuba, Maritubae Belém,determinandoa indisponibilidadede bensexistentes
em nome de cada um dos requeridos, até o limite dos valores estabelecidos no item VI, 1 e
que encaminhem relação de todos os bens em nome réus, e se chegaram a negociar algum
bem imóvel, apartir dejaneirode 2013.
Oficie-se ao DETRAN/PA para que informe, no prazo de 15(quinze)
dias úteis, se/foi registrada algumatransferênciade veículos por algum dosrequeridos,no
período de £010\a 2013.
Oficie-seà Presidênciado Tribunal de Justiça, aoTribunal Regionalda
e ao Diretor do Foro da SeçãoJudiciária da Justiça Federal em Belém
da/presentedecisãoe para que aencaminhemaos juizes deIo grau,
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solicitandonãoproferiremquaisqueratosjudiciais de alienaçãodebens,homologaçãode
acordosoutransaçõesqueimportemdiminuiçãodopatrimôniode cadaum dosrequeridos.
Insira-se, por meioeletrônico,através do sistema RENAJUD, a restrição
detransferênciadequalquerveículoemnomedecadaum dos requeridos,paraque não
registremmudançadepropriedadeno Sistema RENAVAM.
Oficie-seàSECRETARIADA RECEITA FEDERAL para queforneça
cópiasdasDeclaraçõesdeImpostode Rendados réus,inclusive daspessoasjurídicas,
relativasao período de 2008 a 2012.
Oficie-seaoBANCO CENTRAL DO BRASIL, para querequisiteàs
instituições bancárias,sobretudoBradesco,Banpará, Banco do Brasil e Itaú, que
forneçam,NO PRAZO DE 15 (quinze)DIAS ÚTEIS, informes bancárioscompletos,
inclusiveextratosdecontascomtodasastransaçõese movimentaçõesbancáriasdiárias
dos requeridos,com valoressuperioresà R$ 3.000,00(três mil reais), a partir de
01/01/2009. As informações deverão ser remetidasexclusivamenteem MÍDIA
ELETRÔNICA,NÂO REGRAVAVEL,NO LEIAUTE PRECONIZADOPELA
CARTACIRCULARBACENn° 3.454/2010.
Oficie-se à Junta Comercial do Estado do Pará (JUCEPA) para que
informe, no prazo de 15(quinze) dias úteis, as empresascadastradasem nome dos
demandados.
Notifiquem-se os requeridos para apresentarem manifestação
preliminar,/instruídacom documentosou justificações,nos termosdo art. 17, § 7o, daLei n° 8.42 )/92.
interessi
Intime-se o Município de Mocajuba para, querendo, manifestar
causa,rjos termosdo art. 17, §3o, da Lei Federal8.429/92.
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Dê-se ciência dapresentedecisãoà Mesa Diretora da Câmara de
VereadoresdoMunicípio deMocajuba,inclusiveparaque,no prazo de 48 (quarenta e
oito) horas, providencie para que o Vice-Prefeito de Mocajuba tome posse no
cargo, em substituiçãoao Prefeito afastado, sob pena de multa diária de R$
5.000,00 (cinco mil reais), a cargo pessoal do vereador queassumiras funções do
Presidente afastado, sem prejuízo da responsabilidadeadministrativaecriminal.
O Oficial de Justiça deve certificar o dia e a hora em que o Prefeito e o
Presidente da Câmara de Vereadores do Município de Mojuba forem intimados da presente
decisão,havendo-seporafastadosdesuasfunçõesa partir deentão,quandonãopoderão
praticar quaisqueratos alusivos às atribuições dos cargos respectivos,sob pena de
haverem-se os atos como inválidos e osagentes,em descumprimentoà presente decisão,
sujeitando-seàresponsabilidadecriminal.
Processe-se em sigilo até a elaboração dos expedientes acima,
necessários ao cumprimento das providências determinadas.
Ciênciaao MP.
De Oeiras doParávparaMocajuba,03/12/2013.
JOSÉRONAL IRA SALES
Juiz deDireito,Auxiliando na Comarcade Mocajuba
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