[ fugas ]Parque
de Atracciones
de Madrid,
uma visita é
igual a emoção.
P. 15
Onze anos depois
de dar os primeiros
passos, o hip-hopnacional está
de boa saúde.
P. 6/7
[ flash ]
P. 10/11
A vida,segundo
DavidFonseca
[ formação ]No rescaldo
da Feira
de Emprego
e Formação
de Lisboa.
P. 8
Chegaram os patins
todo-o-terreno,
para provocar
experiências ainda
mais radicais.
P. 14
Director: Gonçalo Sousa Uva | Segunda-feira, 7 de Novemobro de 2005 | N.º 25 | Quinzenal | distribuição gratuita | www.mundouniversitario.pt
A vida,segundo
PRÓXIMA
EDIÇÃO
21 de Novembro
[ radical ]
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[ notícias ]2 | 7 NOVEMBRO 2005
Protestos na Faculdadede Direito de LisboaNo passado dia 27 de Outubro, a Asso-
ciação Académica da Faculdade de Di-
reito de Lisboa levou a cabo uma série
de medidas para manifestar «o seu mais
profundo repúdio pelo aumento da pro-
pina para o valor de 900 euros» e da
«sua não aplicação na melhoria do ensi-
no ou instalações da Faculdade», como
justificou em comunicado. A contestação
dos alunos também apontou para a
«existência de um relatório realizado pe-
la Inspecção-Geral das Finanças, que
aponta não só para irregularidades de
gestão mas sobretudo para um chocan-
te desgoverno orçamental da faculdade
nos últimos anos». Entre as medidas de
protesto adoptadas, destacou-se a cria-
ção de um logótipo humano às portas
da faculdade, no qual se lia a palavra
“Basta!” e a publicação de um anúncio,
no jornal Destak, com uma mensagem a
simular uma proposta de venda da fa-
culdade.
PrémioBluepharma/Universidadede Coimbra 2005As inscrições para a edição de 2005 do
Prémio Bluepharma/Universidade de
Coimbra já se encontram abertas, sendo
aceites trabalhos até ao próximo dia 15
de Dezembro. O prémio, que já vai na
sua terceira edição, é o resultado de um
protocolo estabelecido entre a Bluephar-
ma Indústria Farmacêutica S.A. e a Uni-
versidade de Coimbra, conferindo anual-
mente uma distinção de mérito a um tra-
balho de doutoramento apresentado em
universidades portuguesas. Este ano os
trabalhos a concurso devem incidir em
investigação fundamental ou aplicada
na área das ciências da saúde. O pré-
mio consiste na publicação do trabalho
e na atribuição de um patrocínio no va-
lor de 2500 euros para participação num
congresso científico internacional à es-
colha do premiado. Para mais informa-
ções, visitar o site www.bluepharma.pt.
Primeiros licenciados no Campus de Santo AndréConcluíram recentemente a licenciatu-
ra três dos primeiros alunos que fre-
quentaram o curso de Motricidade Hu-
mana, ramo de Educação Especial e
Reabilitação, no Campus universitário
de Santo André do Instituto Piaget.
Sendo os primeiros licenciados, foi um
momento marcante para a instituição,
que iniciou a sua actividade em 2002
com a abertura do Instituto de Estudos
Interculturais e Transdisciplinares, lec-
cionando os cursos de Motricidade Hu-
mana e Gestão de Hotelaria e Turismo.
AVEIROUNIVERSIDADE AVEIRO(Auditório da reitoria)8 de Novembro | Gala do Desporto2005.
VISEUINSTITUTO PIAGET (Aula Magna do Campus de Viseu) 9 de Novembro | IV ConferênciasInternacionais de Epistemologia eFilosofia & lançamento emPortugal do novo romance de JoséSaramago As Intermitências daMorte.
LISBOAUNIVERSIDADE NOVA(Faculdade de Economia) 9 e 10 de Novembro | 4º BusinessFórum – As Jornadas de Encontroentre Empresas e Alunos.
BRAGAUNIVERSIDADE DO MINHO (Campus de Gualtar)10 e 11 de Novembro | III EncontroInternacional de Análise Linguísticado Discurso
COIMBRAUNIVERSIDADE DE COIMBRA16 de Novembro | Manuel dosReis e a Relatividade.
A Danone prepara-se para lançar em Portugal oTrust, um jogo simulado de Gestão dirigido aosestudantes universitários com o objectivo de de-tectar futuros quadros para a companhia. O pro-jecto simula a gestão de uma unidade de negóciona América Latina, e desafia equipas de cinco es-tudantes finalistas ou pré-finalistas a assumirem adirecção da empresa. Em Portugal, a iniciativa vaiincluir 50 alunos divididos por 10 equipas, tendo aDanone convidado cinco universidades: InstitutoSuperior Técnico, Universidade de Coimbra, Fa-culdade de Economia da Universidade do Porto,Faculdade de Economia da Universidade Nova deLisboa e Universidade Católica de Lisboa. Os ven-
cedores da edições nacionais irão apresentar osseus projectos em Paris ao presidente e CEO daDanone, Franck Riboud, numa cerimónia a decor-rer em Abril de 2006.
VIDA MALVADAdiário de um estudante
Há alturas em que penso que defacto este país não anda para afrente. Que está parado. Umacoisa é ter de lidar com MárioSoares como candidato àPresidência da República – o quedá a impressão que os prota-gonistas políticos deste paísrenovam-se tanto como aprogramação natalícia da RTP.Outra coisa já é perceber quemesmo em áreas realmenteimportantes como o ensino su-perior, certas coisas continuamautenticamente congeladas notempo.Passo a explicar. Neste fim-de--semana que passou fui a casa.Visitar os pais, comer decen-temente (quando penso nisso atéme emociono), ver algumarapaziada com quem não estavahá uns tempos... enfim, o desempre. Como a data de certosexames começa a aproximar-see devido ao facto de a minhacidade não ter propriamente aanimação de uma Miami ou deum Rio de Janeiro, aproveitei odomingo para estudar algumacoisa. Disciplina eleita? FinançasPúblicas. Uma maçada com Mgrande mas, felizmente, umamatéria relativamente pequena.Um par de sebentas e está aandar. Estava eu completamente con-centrado no que estava a ler (em-bora já não me lembre o quê...) eentra o meu pater familias a fazero seu papel de pai diligente, amostrar interesse nas actividadescurriculares do filho (eu desconfioque o futebol devia estar nointervalo). Expliquei-lhe o que es-tudava, trocámos uns comen-tários, folheou os papéis... e derepente, espanto total! Então enão é que o meu pai, quando seformou em Direito aí há uns 356anos atrás, também fez FinançasPúblicas exactamente com asmesmas sebentas!!! Como é queé possível!!?? De certeza que hácoisas nesta vida que nãomudam ou que mudam pouco.Mas também de certeza que amaneira de encarar as finançasdo Estado, a legislação aplicável,a União Europeia ao barulho, etc,etc. mudou um bocadinho queseja em relação aos tempos doSr. Prof. Então um regime muda eumas miseráveis sebentas uni-versitárias não!? Incrível!! Nãome admirava nada era se nafaculdade de Medicina Dentáriaainda estivessem a ensinar aextracção de dentes com oauxílio de um serrote. Chiça!!!!!
Gustavo [email protected]
Agenda Universitária
Danone lança Trust
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outros, que não tenho tempo. Depois há o problema
da escolha, é sempre difícil. Imaginemos uma pes-
soa que lê um livro por ano, nas férias vai à Fnac
para se abastecer do livro anual, e é, por exemplo,
marceneiro, escultor de todo o tipo de madeira fina.
Entra e vê milhares de livros, dispostos em pratelei-
ras compridas. Sabe ao que vai, quer o Código daVinci, o vizinho leu e «diz que é bom», atravessa tudo
e vai direito ao livro encontra-o rápido, afinal nem foi
difícil. No entanto, não repara, nem quer saber, que
mesmo ao lado da dita obra está outra. E essa, que
ele não sabe qual, é um romance lindíssimo de uma
sociedade de marceneiros teutões que, durante o
século XVI, construíram uma pequena biblioteca
para uma princesa aprisionada num castelo bretão.
O que os bretões não sabiam é que, para além das
obras que lhe eram permitidas ler, a biblioteca encer-
rava um segredo. Por entre as prateleiras, incrusta-
das na madeira, havia gavetinhas minúsculas onde
estava o plano de fuga a realizar daí a três meses.
E por aí fora. Será que a pontaria do nosso amigo
marceneiro não está afinada. Nada disso, deixou que
apontassem por ele. Agora lê na praia sem gosto
nenhum, isto de ler não interessa nada.
Mas agora coisa mais séria, de aprendizagem sim-
ples e eficaz. No outro dia, acabei de ler A Insusten-tável Leveza do Ser, em que nunca tinha pegado,
imaginem, porque achava lamechas. E em traços
breves o que aprendi foi: que a República Checa foi
invadida pela Rússia em 1968, que Édipo, depois de
saber que amava a mãe furou os olhos com alfine-
tes e desapareceu, que a República Checa deve ser
linda, que Milan Kundera vê em Lisboa uma cidade
poética, e não apenas “sun and food”, que existe a
desesperante teoria do “eterno retorno”, ah, e tam-
bém que o amor é cruel. Isso também. Obrigado Milan
Kundera, por tudo, três contitos bem gastos. Despe-
ço-me já para não ser molesto. Se convenci uma só
pessoa a ler dou-me por satisfeito. Até à próxima.
Pedro Lobo, Marketing, IADE
«Uma casa sem livros é um corpo sem alma». Eu
sou da mesma opinião, embora gostos não se dis-
cutam, e assim calo-me. E calo-me porque se não
perco amigos, muita gente que tem outro tipo de
valor que prezo que não é o dos livros. Mas pen-
sando melhor é tão difícil calar-me. Às vezes caio
na inoportunidade de no meio de uma conversa
sobre, por exemplo, o melhor caminho até à Aveni-
da de Roma, importante, com certeza, começar a
falar de um livro que li. Acontece o caso de que me
torno louco, varridinho. Ou se a conversa é mais
“interessante”, sobre a postura política ou sobre este
ou aquele investimento público, tento outra vez sair
da discussão da vida alheia e forço a entrada no
mundo dos meus amigos. As personagens, claro
está. Mais uma vez me olham de lado, depois de lar-
garem um comentário abrupto retomam a conversa.
Será por isso que me enterro e fico feito bicho-do-
-mato?
Mas, porque será que a leitura se torna para tanta
gente um bicho-de-sete-cabeças? Em primeiro
lugar, o livro lembra a escola, e se a escola foi dura,
deixá-la ficar onde está. Melhor assim. Que leiam os
E o prémio vai para o representante do ISCSP, pela iniciativa e esforços que
moveu para ter o MU na sua faculdade. Ele enviou e-mails, falou com respon-
sáveis, arranjou contactos... E, verdade seja dita, também foi eleito pela extre-
ma simpatia com que termina os seus e-mails: «despeço-me, antecipada-
mente grato pela disponibilidade de vossa excelência, e com renovados
votos de elevada estima e consideração.» Temos cavalheiro!
Delegado de Outubro
4 | 7 NOVEMBRO 2005
O ritual de jogar às cartas
[ poder à palavra ]
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BLÓGAMOS & AFINS
CANTINA
Respondemos a possíveis dúvidas e publicamos receitas:[email protected]
Tudo.A memória do corpo pintada de negro,E nos prados,Eivados de solidão,O respirar aleatório do corpo sobre aágua.(...)
http://opoemainsone.blogspot.comDuarte,
Universidade do Algarve
__________________________________
Continua a enviar blogues marados ou sites interessantes da tua autoria
ou nem por isso. O Mundo Universitário divulga!
Ingredientes:1 embalagem de massa folhada frescapara tartes150 g de fiambre (fatia grossa)150g de queijo 2 pacotes de natas3 ovosSal e pimenta q. b.
Modo de preparação:Forra a tarteira com a massa folhada epica o fundo com um garfo. Corta ofiambre e o queijo aos quadradinhos e
põe por cima da base. Bate doispacotes de natas com três ovos,tempera com sal e pimenta e deita estepreparado por cima do recheio. Leva aforno médio durante cerca de 35minutos. Atenção, podes substituir oqueijo e o fiambre por o que quiseres,até porque as tartes são óptimasformas de aproveitar os indesejadosrestos.
ConselhoAcompanha com arroz branco e salada
Envia a tua opinião
Já alguma vez pararam para pensar naquele fenó-
meno incrível e semi-sobrenatural que consegue
concentrar multidões de estudantes nas faculda-
des, logo às 8 da manhã? Não estou, obviamente,
a falar das aulas. Estou, isso sim, a falar de um ritual
que consegue viciar mais do que café, álcool ou
tabaco: jogar às cartas. É francamente curioso per-
ceber que cerca de 98% da população estudantil
já se baldou a pelo menos uma aula para acabar
uma Espadinha ou uma Sueca. Mais curioso ainda,
é constatar que uma grande percentagem nem
sequer chega a pôr a hipótese de ir às aulas, uma
boa “jogatana” de cartas é motivo suficiente para ir
fazer turismo à faculdade.
Há ainda aquele pequeno grupo de “Jogadores
Anónimos” que eleva o vício ao seu expoente máxi-
mo, e identifica-se pelos seguintes sintomas: um
verdadeiro “JA” acorda às 6 da manhã, enfrenta 45
minutos de trânsito para chegar à faculdade à hora
do ritual, chumba a metade das cadeiras, tem
assento vitalício numa das mesas do bar e só pousa
o leque de cartas para comer e ir à casa de banho
(com a devida autorização dos outros jogadores
anónimos).
É assim que um grupo minoritário de estudantes
oficializa a sua verdadeira devoção ao baralho de
cartas, mas a maioria gosta apenas de substituir
uma enfadonha aula teórica por uma sessão inten-
sa de King ou Poker chinês.
A verdade nua e crua é que as aulas são automati-
camente relegadas para segundo plano quando
alguém decide lançar a brilhante ideia do “’Bora aí
jogar uma cartada?”.
JornalismoEscola Superior de Comunicação Social
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Já dizia Cícero:
Tarte de queijo e fiambre
11 ANOS DE HIP-HOP6 | 7 NOVEMBRO 2005
Já lá vão uns aninhos desde que o hip-hop se instalou por terras lusas e os portuguesespuderam contactar com uma das mais vibrantes e revolucionárias culturas urbanas da históriarecente. Numa altura em que o movimento tuga vai entrando numa fase de maioridade, o MUfaz a retrospectiva do que se passou nestes primeiros 11 anos de pura ebulição cultural. BIGUP! | por Diogo Torgal Ferreira
[ flash ]
Mais do que um movimento musical, ohip-hop é um verdadeiro movimentosocial de matriz urbana que teve a suaorigem em bairros nova-iorquinos comoo Bronx ou o Harlem. Inspirado nossoundsystems jamaicanos, a revoluçãoque germinou no fim da década de 70 eprincípios dos anos 80, através da von-tade e criatividade de ilustríssimos comoKool Herc, Africa Bombatta ou GrandMaster Flash, constitui hoje uma dasmais marcantes manifestações socio-culturais dos últimos tempos, capaz deinfluenciar diversas áreas como as artesplásticas, o cinema, a literatura ou o des-porto. O vírus foi-se espalhando natural-mente e também contaminou Portugal.
|1994, Instauração da Rapública|Relativamente ao momento fundador dohip-hop português propriamente dito, asdúvidas são muito poucas. É absoluta-mente unânime que o ponto de partidapara todo o processo foi a edição deRapública, em 1994. Depois de, durantea década de 80 e início da de 90, se terassistido a uma tímida mas profícua infil-tração do hip-hop por entre os subúrbiosda Grande Lisboa (bairros como Ama-dora, Chelas, Cacém e toda a MargemSul), em 94 chega o momento de toda aaprendizagem ser posta à prova. Comoresultado, surge uma colectânea que,ainda que espelhando uma evidente ino-cência criativa, reflectia toda a vontadeque existia na época em fazer coisasdentro do hip-hop, contando com a par-ticipação de muita gente que ainda hojeestá envolvida com o movimento. Alémdo próprio Boss AC, pioneiros como osLíderes da Nova Mensagem – coman-dados pelo incontornável General D,autor do fundamental Pé na tchon, Cara-pinha na Céu de 1995 –, os Zona Dreadde D-Mars – mais tarde nos Micro oucomo Rocky Marsiano –- ou os Family deMelo D. O disco acabaria por ter um assi-nalável sucesso comercial e marcaria oinício de uma fase de auto-replexão dohip-hop nacional. Na sequência ainda surgiram tentativasde repetir a fórmula do Rapública (todasmais ou menos falhadas), e ensaiaram--se aproximações mais comerciais(quem não se lembra do hit Não SabeNadar dos Black Company de Guto?),mas o hip-hop português acaba por sesentar no divã sem saber que rumo
tomar. Apesar de a indústria ter reco-nhecido a existência do género e do seupúblico, o hype criado à volta do fenó-meno acaba por se diluir em poucotempo e sente-se a necessidade de vol-tar às origens. De fazer uma revisão damatéria dada. O espírito de militânciaregressa, dá-se um retorno ao under-ground e ao espírito do it yourself. As pro-duções caseiras multiplicam-se, clubese salas de concerto começam a organi-zar noites hip-hop e editoras indepen-dentes começam a dar os seus primei-ros passos (Loop Recordings, comoexemplo máximo). Depois de talvez ter tentado dar passosgrandes de mais, o hip-hop tuga arran-java forma de se reinventar e criar raízesno país. Agora é que as coisas iriammesmo disparar.
| Nação Tuga |Por meados da décadade 90 – numa alturaem que, exceptuan-do os Da Weasel ealguns projectospontuais, o hip-hopnacional tinha umavisibilidade bastanterelativa, confinada aum nicho de públicofiel, mas reduzido – jáse sentia qualquer
coisa no ar. Havia a sensa-ção de que o público esta-va finalmente preparadopara propostas nacionais. Era a época em que Portu-gal descobria a MTV e ohip-hop made in the USAcomeçava a tomar de as-salto os tops americanos,eram os tempos em que os
nossos pró-prios MC, DJ,produtores eb-boys sentiamter já a baga-gem necessáriapara dar vida aum movimentogenuinamente
português. Enquanto projectos como osMind Da Gap, Da Weasel ou Boss AC secontinuavam a afirmar no panoramamusical, aparecia uma nova fornada detalentos como os Micro, Chullage ouSam the Kid. Na noite portuguesa (comdestaque para a de Lisboa e Porto)começa a surgir mais espaços e opor-tunidades para bandas e MC darem aconhecer a sua música. DJ como Kro-nik, Bomberjack ou Cruzfader, paraalém de serem presença obrigatória emproduções de estúdio, tornam-se ver-dadeiros cabeças de cartaz no circui-to de clubes e discotecas. Tudo soma-do, dava a sensação de que desta vezé que a coisa tinha vindo mesmo paraficar e finalmente o hip-hop iria esta-belecer-se na cultura portuguesa.Foram anos de verdadeira euforia cria-tiva, onde a música hip--hop portu-guesa assumia uma identidade pró-pria. Até o fado e a cantiga popular por-tuguesa são fonte de inspiração e desampling nos ritmos do rap nacional.
| Cenas de um filme |Desde Rapública até ao ano dagraça de 2005 foi um longocaminho. Longe de ser exaus-tiva ou fechada, aqui fica umalista de alguns episódios daaventura hip-hop em Portugal.
• Rapública – Vários artistas,1994.
• More than 30 Motherfuckers(EP) – Da Weasel, 1994.
• Pé na tchon, Karapinha na Céu– General D, 1995.
• Filhos da Rua – BlackCompany, 1996
• 3.º Capítulo – Da Weasel, 1997.• Sem Cerimónias – Mind Da
Gap, 1997.• Manda Chuva – Boss AC, 1998.• Microestática – Micro, 1999• Rapresálias (Sangue,
Lágrimas, Suor) – Chullage,2001
• Beats Vol. 1: Amor – Sam theKid, 2003
• The Pyramid Sessions– Rocky Marsiano, 2005.
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No princípio era oVerbo
| 77 NOVEMBRO 2005
[ flash ]
Por fim, a revolução tinha real-mente chegado… e estava a sertelevisionada.
|The revolution… will be televised|Passados cerca de 11 anos desdeo início da viagem, pode-se dizerque se está a entrar numa novafase. Uma fase de maioridade. Jánão é aquele movimento mais oumenos underground que satisfazia oapetite de uns quantos milhares deabnegados fãs. O fenómeno massi-ficou-se. O hip-hop é a música commais airplay e volume de vendas nomercado americano. Um pouco por
todo o mundo, assiste-se a maioresou menores hip-hop invasions e, ine-vitavelmente, Portugal também abriuas portas do mainstreampara a músi-ca nascida há 20 anos nos bairrosmais duros da Big Apple.Num momento em que o génerovive tempos de alguma fartura anível nacional, também se torna evi-dente alguma dualidade. Auma ver-tente indy – de militância, fiel às raí-zes e com um espírito de indepen-dência do qual não abdica –, junta--se um lado mais rádio friendly,apoiado pelas grandes editoras(que, entretanto, acordaram para ofenómeno) e focado para o grande
público. A dicotomia apenas com-prova que já existe por terras lusasuma verdadeira indústria hip-hop. Eela está por todo o lado. Na música(o último Re-Definições dos Da Wea-sel chegou a tripla platina, feito únicono hip-hop nacional), nas televisões(basta ver uma telenovela portugue-sa), na moda, na agenda de espec-táculos, nas rádios, na publicidade,e por aí fora. Quem esteve no último dia 1 deOutubro no Pavilhão Atlântico eassistiu ao concerto de 50 Cent ecompanhia (com a excelente aber-tura de um emocionado Boss AC)sabe que já se está numa nova era
do hip-hop nacional. Tudoaponta para que os temposque se avizinham sejam osmais entusiasmantes possí-veis. Já foi percorrido umlongo caminho, mas aindahá muita coisa por experi-mentar. Desta entrada naidade adulta só se podemesperar coisas boas, comoas recentes novidades têmmostrado: The Pyramid Ses-sions, de Rocky Marsiano, éum bom exemplo. Sendo ohip-hop o furacão musical ecriativo que tem sido no últi-mo quarto de século, a únicacoisa que apetece dizer éthe sky is the limit.
O Activista Durante a infância, na sua Croácia natal, come-çou a interessar-se por som. Já em Portugal, tor-nou-se um dos pioneiros do movimento. Mem-bro dos Micro, sócio fundador da Loop Recor-dings e artista por conta própria, D-Mars akaRocky Marsiano disserta para o MU sobre o pas-sado e presente do hip-hop luso.
Mundo Universitário | Como e quando é que o hip--hop entra na tua vida?D-Mars | Quando comecei a ouvir hip-hop ainda estava nopaís onde nasci, a Croácia. Quando tinha 13 ou 14 anostive os primeiros contactos através de um vizinho meu quevivia no mesmo prédio onde eu vivia e também através daMTV que na altura passava diariamente o programa YO!MTV Raps. Depois comecei a escrever as minhas primei-ras rimas ainda em croata e mais tarde em inglês. Depois,quando cheguei a Portugal, conheci algum do pouco pes-soal que havia na altura envolvida com o hip-hop, come-cei a escrever em português e acabei por entrar nos ZonaDread.
MU | Como é que funcionavam as coisas na época?DM | Na altura do Rapública havia muito poucas bandase a prova disso é que quase tudo o que existia participouno disco. Era tudo feito numa de curtir e sem pensar emfazer carreira ou coisas do género. Depois da euforia doRapública, quando formei os Micro, o pessoal é quecomeçou a fazer as nossas próprias edições e a criar ummercado paralelo ao mercado normal da indústria disco-gráfica.
MU | Achas que o hip-hop lusoneste momento já entrou na suamaioridade?DM |Eu acho que não. Acho que estámuito longe disso. As vendas dos dis-
cos não permitem grandes aventu-ras, não há eventos suficientes a acon-
tecer... Parece-me que há toda umanova geração a aderir ao hip-hop, mas que
não compreende verdadeiramente esta cultura,a maneira de estar e de viver que isto representa. É maisuma moda do que outra coisa.
MU | Como vês, a dicotomia existente no hip-hop entreo mainstream e o underground? Há espaço para os dois?DM | Acho que sim. O mercado português é tão pequenoque os dois mundos têm de coexistir. Mas mesmo o sec-tor nacional mais comercial ainda está muito longe dosníveis do que se passa lá fora. Independentemente disso,essa relação de amor/ódio com o hip-hop mais comerciale com o dinheiro sempre esteve presente... faz parte damaneira de ser desta cultura.
MU| Mesmo apesar das modas, o hip-hop continuaentão a ser algo que implica genuína militância?DM | Sim! Esta fase, mais tarde ou mais cedo, acabará porse desvanecer e depois os que ficarem por cá são aque-les que vão continuar a manter a cena viva. A nível artísti-co e criativo é importante dar saltos e não só fazer coisasiguais ao que se faz lá fora. Não nos podemos agarrar afórmulas... Temos de fazer disto uma forma de arte!
[ formação ]8 | 7 NOVEMBRO 2005
Mundo Universitário | Qual é o objec-tivo da Feira?João Costa | O objectivo principal é ter nomesmo espaço as empresas que, nomomento, estão a recrutar mais econvidar as pessoas para uma visita quepermite falar cara a cara com oresponsável de recrutamento.
MU | Como é que surgiu a ideia de criara Feira?JC | Este é um conceito que existe hámuitos anos no Norte da Europa ou nosEstados Unidos. Como eu estudei nosEUA, estava habituado a ver este tipo deeventos e lembrei-me que em Portugalhavia essa lacuna. Na altura, já existiaalguns workshops nas faculdades, masque acabam por ser uma apresentaçãocom um recrutamento dirigido apenaspara jovens a finalizar os seus cursos, nãoé um recrutamento tão em massa comona Feira. Aqui é para todo o tipo de perfis
que, efectivamente, cada vez mais sãojovens licenciados.
MU | Como avalia o sucesso da Feiraao longo dos sete anos?JC | É a 14.ª Feira de Emprego que orga-nizamos, mas o sucesso é relativo. Acha-mos que o mercado ainda não está comogostaríamos, que as empresas que estãoa recrutar não irão estar na Feira, e éprecisamente essas que queremos aqui.
MU | Acha que há pouca oferta? JC |Acho! Para o número de pessoas quetemos sempre nos nossos eventos aoferta é pouca. Costumamos empregarcerca de 20% das pessoas que nos vêmvisitar e isso é pouco. O desemprego estáa subir, cada vez há menos empregos
disponíveis no mercado e o nossosucesso tem muito a ver com o mercadolá fora, se o mercado está retraído nósnão podemos crescer muito.
MU | Como classifica a afluência dosuniversitários?JC | Tem vindo a crescer substancial-mente. No início, a percentagem maiselevada era a de pessoas já com algumaesperiência, com uma idade maisavançada, agora é ao contrário, cada vezsão mais jovens e com maisqualificações. É o que se passa lá fora,cada vez há mais jovens recém--licenciados disponíveis no mercado,portanto, é obvio que esses jovens vêmàs nossas feiras, e ainda com outranuance, esses jovens têm mais aptidõespara este tipo de eventos.
MU | Mas essa procura deriva dagrande percentagem de jovens recém--licenciados que não encontramtrabalho?JC | Claro! Paralelamente a esta 7.ª Feirade Emprego e Formação de Lisboaestamos a realizar a 1.ª Feira da Carreiraa da Requalificação Profissional, que éprincipalmente para os jovens recém--licenciados. Nos últimos anos, prin-cipalmente no último ano e meio, temosnotado que o número de jovens recém--licenciados tem crescido muito. Quandoperguntamos a um jovem há quantotempo está desempregado, muitas vezesa resposta é que terminou o curso há um
ano ou ano e meio, mas ainda nãoarranjou nada. Isso preocupa-nosbastante, e nós achamos que o jovemtem de ter uma procura muito mais activa,porque a verdade é que acabam por teruma procura muito passiva, deixando otempo passar. Achamos também que nãoexiste gestão da carreira em Portugal,principalmente para os jovens, e issodevia ser feito antes da entrada nafaculdade, durante e após a faculdade,como em alguns países em que existe umtutor, um coatching. Isso ajudaria osjovens, que têm de mudar de postura emrelação ao mercado, se não vão continuarapenas a vir à Feira durante os próximosanos.
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Um encontro entre empresas e quem procura trabalho.Assim se resume a filosofia da Feira de Emprego e Formação de Lisboa que, nos passados dias 21 e 22 de Outubro, realizou a sua sétima edição. João Costa, da organização, contou ao MU os objectivos da feira e apontou o dedo à passividadedos jovens recém-licenciados. | por Sofia Pinto Leite
A procura, a oferta e o recrutamento
«O nosso alvo são os jogadores casuais,novos e velhos, homens e mulheres.»Ainda que muito poucos lhes liguem, osjogos para telemóveis já conquistaram umespaço no mercado. Afinal, como explicaWilhelm Taht, Marketing Manager da Mr.Goodliving, empresa dedicada ao fabrico edistribuição de jogos móveis. nem sequerse trata de uma competição com asconsolas ou os PC. «Com a capacidadeactual da maioria dos telemóveis, éimpossível termos mecânicas tão ricascomo as que se preparam para aparecerna PlayStation3 ou na Xbox 360.» Mas
como plataformas para jogar, ostelemóveis apresentam algumas van-tagens consideráveis em relação aosseus competidores. A maior de todasserá provavelmente o seu nível deimplementação. Qualquer pessoa, hojeem dia, tem um telemóvel no bolso, estejaonde estiver. Só falta que a tecnologia queos equipa permita outras aventuras esabe-se lá onde este segmento de umadas mais rentáveis indústrias deentretenimento vai parar. Os títulos da Re-alNetworks, empresa-mãe da Mr. Good-living, esses já chegam aos quatro cantosdo mundo.
Ruminantes das Neves Quem não tem bits, caça com aimaginação, com o inesperado, com oimprovável, com o devaneado. Nós, queaqui no Play assumimos a preferência
pelas 128 bits, ainda que também sejamosdeclarados e inveterados amantes de umbelo RPG ou RTS no PC, aceitámos o
desafio da produtora Mr. Good-living eassumimos as rédeas de Turbo
Camels Xmas Special. Se onome vos parece estranho, oque dizer das corridas decamelos disfarçados derenas (isso mesmo!) e
conduzidos pelos maisimprováveis Pais Natal que omundo já conheceu. Ali. B, opersonagem encarnado pelojogador, ostenta feições turcas,um belo par de óculos de sol euma enorme queda para o jogosujo, cotoveladas, empurrões),como aliás todos os participantesnestas corridas, o próprio e
genuíno Santa incluído. A edição de Natalde Turbo Camels é isso mesmo. Umamistura de simplicidade e arrojo namecânica com gráficos que nãoenvergonham ninguém e animações desaltar do camelo. Entre pontapés,cotoveladas e inesperadas travagens dasbestas, salva-se quem mais depressaconduzir os camelos até ao xadrez, emincursões dignas da Mais Louca Corrida doMundo.
| 97 NOVEMBRO 2005
Os jogos para telemóveis ganham cada vez mais força nomercado mundial. O MU falou com uma empresa finlandesa quese dedica ao desenvolvimento desses títulos. E testou uma dassuas propostas para este Natal, o alucinado Turbo Camels XmasSpecial. | por Miguel Aragão
[ play ]NOVIDADES
Corridasde camelos
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Black & White 2A EA anunciou, finalmente, o lan-çamento de Black & White 2. Orevolucionário título de Peter Molyneuxvolta a colocar os jogadores na pele detão hilariantes quão poderosas di-vindades cujas escolhas e decisõesinfluenciam o desenrolar da história.Conquistar o respeito dos nativos, e,através da guerra ou do contactopacífico, criar uma sociedade é oprincipal objectivo. E enquanto aescolha do bem resulta num mundoonde tudo é belo e onde impera aalegria e a boa disposição; a escolhado mal equivale a um caminho te-nebroso, sem vida e onde os sons maiscomuns são os do sofrimento. Black &White 2 acrescenta à edição originalinúmeras novidades. Além de terdisponível uma vasta selecção depersonagens, inclui ainda melhora-mentos ao nível gráfico, da inteligênciaartificial e da mecânica de jogo. Comsistemas meteorológicos passíveis detambém serem controlados, o tipo decolónia criada depende agora ex-clusivamente da vontade do jogador.Poderá optar por encantadoras aldeiasrurais com mercados e bares, ou pormetrópoles colossais com arranha--céus e anfiteatros. A experimentar!
Buzz! The Music Quiz.É o primeiro deuma série deconcursos. Com5 mil perguntase mais de 1000clips musicais,Buzz! prometepuxar, e muito,pela cabeça dos amantes da música.Apresentado com quatro campainhasespecialmente concebidas (e uma hubUSB que as liga a todas à tua Play-Station 2), este questionário musicalpode ser jogado por qualquer pessoa,em grupo ou a solo. O primeiro passo deuma série que promete dar muito quefalar, e que carregar no buzz também.
SingStar 80’s.O primeiro SingStar especifico de umaépoca coloca nas PS2 de milhares de fãsda série o melhor da música dos anos 80.A mecânica mantém-se, tal como oaspecto. A verdadeira novidade é opacote de 30 temas que a muito poucospassará despercebido. Desde KarmaChameleon (Culture Club) a Come OnEileen (Dexy’s Midnight Runners),passando por Power of Love (FrankieGoes To Hollywood) e até Atomic(Blondie). Uma lista que se prepara paramarcar os jogos, depois de ter feitohistória no mundo da musica.
Mundo Universitário | Conta-me umpouco da tua infância e adolescênciaem Leiria?David Fonseca | Digamos que soudaqueles que, se não tivesse entradonuma banda e tornado uma figurapública, ninguém se lembraria de mimhoje em Leiria. Nunca dei muito nasvistas, antes pelo contrário, era muitointrovertido... o chamado nerd. Eraaplicado na escola, tinha boas notas eera bem comportado. O ponto deviragem dá-se na adolescência. Entreinuma área artística e conheci uma datade pessoas (ainda hoje os meusamigos mais próximos) que meensinaram a olhar as coisas de outraforma e a interessar-me por fotografia,pintura e música.
MU | É nessa altura que a música setorna uma paixão?DF | Sim, mas como melómano e nãocomo músico. Eu só comecei a tocarguitarra acústica por volta dos 18 anose só aí passei a interessar-me se-riamente por música. Como músico ascoisas só se clarificam aos 23, até aí euera um fã. Um fã total e absoluto queinclusivamente teve um programa derádio, onde só passava coisas alter-nativas.
MU | Sei que a fotografia é umapaixão de que ab-dicas em função damúsica. Isso é mes-mo necessário? DF | É! Eu acho queum bom fotógrafo, talcomo um bom músico,tem de ser uma pes-soa muito focada na-quilo que faz e isso, naminha opinião, servepara todo o tipo depessoa que tenta serboa em qualquer área.Em qualquer outra artehá que ter uma grandedisponibilidade mental e física. Se as-sim não for, fica-se sempre aquém dopretendido.
MU | Quem te ouvir pensa que és umperfeccionista…DF | E sou (risos). Só para perceberes,para fazer este disco deixei de tocar aovivo durante um ano inteiro. Sabendode antemão que a vida não pára, queos meus interesses não deixam deexistir, tenho de dedicar-me só a umacoisa. Se tento dedicar-me a duas outrês, aí é que as coisas se dispersamde mais.
MU | Alguma vez a fotografia vaiassumir a prioridade?DF | Acho que esse momento poderáestar mais perto do que parece. Acabei
10 |[ ídolos ]
7 NOVEMBRO 2005
A Vida, segundo
este disco novo, com oqual estou muito contente,quero interpretá-lo ao vivoe depois talvez tenha mais
disponibilidade mental para isso. Ascoisas já estão mais encaixadas eassim será mais fácil dedicar-me aoutras coisas, entre elas a fotografia.
«A pessoa que fez as músicas nos Silence 4 é obrigatoriamente umapessoa diferente agora»MU | Como aconteceu o fim dos Si-lence 4 e a passagem para o projec-to a solo? DF | Não houve propriamente um diadefinido. Eu acho que as coisas sedecidiram por si próprias. Nós parámosa banda de forma a poder pegar nelaoutra vez quando nos apetecesse,congelámos os Silence 4. O problemafoi que eu resolvi fazer um disco a solopara ver o que acontecia e gostei muito
da experiência (risos). Senti-me muitomais à vontade nestes moldes do quena banda e comecei a ver o retorno aosSilence 4 mais como um obstáculo doque propriamente uma coisa positiva.Haveria sempre muitas coisas que euqueria fazer que nunca sobreviveriamna banda e não me sentia com energiasuficiente para estar envolvido nos doisprojectos em simultâneo. Sendo eu oprincipal compositor do grupo, não terialógica continuar a ter que dividir ascoisas.
MU | O “cantautor” David Fonsecados Silence 4 é uma pessoa diferen-te do “cantautor” Little David Boy? DF | (Risos) Isso do Little David Boy éapenas uma questão técnica. Eu nãoposso usar o meu próprio nome naSociedade Portuguesa de Autores, porisso utilizo outro nome.
MU | A pergunta mantém-se. O Daviddos Silence 4 é o mesmo David na
David
Depois da aventura colectiva com os Silen-ce 4, David Fonseca resolveu enfrentar omundo sozinho. Em conversa com o MU ejá com o novíssimo Our Hearts Will Beat asOne nas prateleiras, o músico de Leiriaacredita num futuro risonho.| por Diogo TorgalFerreira
carreira a solo?DF | Não. Quando comecei na bandanem sequer via a minha carreira decompositor de uma forma tão séria.Digamos que, com o tempo, depois decompor dezenas de músicas, umapessoa vai tentando melhorar e querendoir mais longe naquilo que faz. Foi exac-tamente isso que aconteceu com estedisco e o que tem vindo a acontecersempre. A pessoa que fez as músicasnos Silence 4 é obrigatoriamente umapessoa diferente agora.
MU | Há quem ache a tua músicamelancólica. Encaras a vida demaneira pessimista?DF | Não, eu até sou uma pessoa muitopositiva e a melancolia nem sequer fazparte da minha vida. Mas isso nãosignifica que não faça parte da minhacriação musical. Não me parece quealguém consiga escrever sobre estadosmelancólicos se experimentar melan-colia sistematicamente. É impossível!Esses estados de espírito trazemconsigo uma certa apatia sobre o mundoque depois, pelo menos para mim, nãose coaduna com um momento criativo. Auma pessoa apática, as coisas são-lheindiferentes. Eu acho é que tenhomomentos claros de melancolia, per-cebo-os e foco-me neles.
MU | Li algures que tens umaformação musical autodidacta e bemtardia. Como explicas o teu sucessocomo compositor?DF | Durante uns tempos pensei que ofacto de não ter grandes bases deformação e concepções técnicas meajudava na composição. Hoje em dia jánão estou tão certo disso. Acho que omeu à-vontade na escrita de cançõesvem do facto de realmente gostar muito
de escrever música. Embora não toquebem nenhum instrumento, tenho umainclinação natural para os tocar.
MU | Neste disco cantas mais umamúsica em português. Como é a tuarelação com a língua materna?DF | Eu acho que é muito boa. Achoque o factor inglês/português namúsica nacional é uma falsa questão,mas não tenho dúvidas de que parauma pessoa que está habituada a ouvir
música anglo-saxónica (como eu), émuito mais difícil escrever emportuguês do que em inglês. Mas issonão inviabiliza de maneira alguma ocantar em português. O grande desafioe dificuldade de escrever música emportuguês é que tudo oque se escreva cria umelo muito mais directocom quem ouve. Como inglês cria-se umabarreira inevitável,
por ser uma língua estrangeira, onde oouvinte tem de tomar atenção, com-preender, traduzir e com o português acompreensão é directa.
MU | E isso intimida-te?DF | É óbvio que intimida. A ideia deque estás a dizer uma coisa que éimediatamente e literalmente com-preendida por quem ouve é maisassustadora. Mas também é umdesafio maior.
«Sou completamenteinfluenciado pelo que gosto de ouvir»MU | Inspiras-te no que ouves? DF | Completamente! Eu tenho a ideiaque todos os músicos querem imitaraqueles que admiram. A partir desseponto, há aqueles que assumem as su-as influências mas conseguem seguir oseu próprio caminho e construir umaidentidade própria e depois há aquelesque se limitam a fazer cópias. Eu soucompletamente influenciado pelo quegosto de ouvir..
MU | Do que tens ouvido ultima-mente, o que destacarias a nívelnacional e internacional?DF | Internacionalmente, os ArcadeFire foram aqueles que nos últimostempos mais me surpreenderam. Éuma banda absolutamente iluminada!Eu fui contaminado de uma maneiramuito natural e não pelas grandescríticas nos jornais e coisas do género.Estava em casa a ver o Late Night
com o Conan O’ Brien, apanheia prestação deles no programae quando ouvi senti-me comple-tamente esmagado. E isso émuito raro acontecer! A nível na-cional, não me tenho fixado emnenhum projecto em especial.Gosto muito dos Pluto, até porqueconheço o projecto desde muitocedo e considero o Peixe um dosmelhores guitarristas portugueses e oManuel [Cruz] é uma pessoa muitotalentosa.
MU | Esperavas que os Humanosalcançassem tanto sucesso?DF | Nem pensar. Sabíamos quetínhamos um disco nas mãos que podiair longe, mas é sempre difícil fazergrandes previsões. Nesse aspecto, omercado é um bocado imprevisível.Quando comecei a perceber que odisco era comentado, que haviapessoas que nem sequer ouvemmúsica a comprá-lo, aí percebi quetínhamos alguma coisa grande emmãos. É um projecto muito popular epor isso chegou a muita gente.
MU | É para repetir? DF | Acho que não. Foi um projectoepisódico e nem sequer se fala nisso.Nós dizemos sempre que é um epi-sódio para não repetir, mas daqui a 10anos, se nos apetecer, repetimos aexperiência e não prestamos contas aninguém.
| 117 NOVEMBRO 2005
[ ídolos ]
Our Hearts Will Beat as One, o segundo
capítulo:
Episódios de um estudante em Lisboa«Mudei-me para Lisboa quandoentrei na Escola Superior de BelasArtes de Lisboa (ESBAL) e fuimorar para um lar de estudantes,que ainda tornou os acontecimen-tos mais emocionantes. Haviaimensa gente nas mesmas con-dições, foi a loucura total», recordaDavid, com alguma nostalgia.«Depois fui morar para uma casacom uns amigos, vivi em Lisboados 19 aos 31.» Academicamentefalando, as coisas não tiveram omelhor início para o rapaz lei-riense: «na ESBAL as coisas nãome correram muito bem... desin-teressei-me do curso logo depois de quatromeses e passei o resto do ano na boémia(risos). No segundo ano tentei redimir-me,mas desisti a meio porque não gostava nadadaquilo». Razões para o insucesso? «Não medei bem com o curso, com as pessoas... enfim,aquilo não era para mim.»
Depois de uma primeira tentativagorada, era hora de mudança: «fuipara a Escola Superior de Teatro eCinema (ESTC), onde reencontreiuma paixão que já vinha dos meus15 anos, a fotografia.» Encontradoo lugar certo, David tirou «obacharelato de direcção de foto-grafia com muito gosto porqueaquilo era mais prazer do queobrigação». Quanto à vida estu-dantil, o ex-líder dos Silence 4 nãotem grandes problemas em re-velar-se e confessa que nuncateve grande espirito académico.Com sinceridade, diz que «nem a
ESTC tinha grandes tradições académicas,nem eu ligava muito a essas coisas. Chegueia ir a algumas festas universitárias, masnunca gostei muito desse mundo. Com ascoisas que já tinha na minha vida, como abanda e a fotografia, nunca me seduziu muitoesse universo».
«Acho que o mundo temtantas coisas interessantes,
que não me apetece inventar nada»
MU | Fala-me do novo disco. Concordariascomigo se te dissesse que é sobre relações humanas, em
última análise, sobre relações amorosas?DF | Mais relações humanas do que amorosas. Já se sabe que quando
fazes músicas que falam de amor ou do coração, se subentende uma relaçãoamorosa. Mas, de qualquer maneira, concordo quando dizes que é um disco
sobre ligações e relações humanas. É aquilo que gosto de focar, as coisas queestão à minha volta, as coisas que observo, tudo baseado na minha vivência. Nãoconsigo fazer ficção e nem sequer vejo interesse nisso. Acho que o mundo temtantas coisas interessantes, que não me apetece inventar nada. Mais vale seguir oque está à nossa volta.
MU | Ouvir o disco deu-me uma grande sensação de esperança… parece-tepossível?DF | Era isso exactamente o que eu pretendia. O título é dado no futuro porisso mesmo. Quando falei com os músicos com quem gravei e lhes disse
que queria um disco positivo, a olhar para cima, ao contrário do que tinha feito antes, que era
mais centrado no passado, mais intimista, mais a olhar para baixo. Este álbum é
virado para o futuro, fala de coisas que também podem ser problemáticas,
mas sempre de uma maneira positiva.
12 | 7 NOVEMBRO 2005
De fora, só as gaivotas[ noites e copos ]
Vindo expressamente do Cazaquistão para o efeito, Borat co-mandou as tropas na noite de todas as estrelas e fez das suas.Apresentou as Pussicat Dolls como «as prostitutas da música»,revelou que no seu país «Shakira significa vagina» e teimou emchamar Coldplay aos Green Day e vice-versa. A abrir as hostilidades, Madonna mostrou pela primeira vez aovivo o novíssimo single do não menos novo Confessions on aDance Floor, o 14.º álbum da cantora, que não quer sair do tro-no de rainha da pop por nada deste mundo. Em excelente for-ma física e com novo look, não desiludiu. Voltaria a subir aopalco lá para o meio da cerimónia para, emocionada, entregar otroféu Free Your Mind a Sir Bob Geldof, o “Senhor Live Aid”,que transforma a magia da música em fonte de receita paraquem mais precisa.Em matéria de intervenção, Jareh Leto, responsável por anun-ciar o Melhor Grupo Alternativo, não se fez de rogado e convi-dou a audiência a repetir as palavras de ordem que ia gritando«Guerra!», «Paz!», «Pobreza!», «Caridade!», «GeorgeBush!», mas aqui o público não colaborou e respon-deu com uma vaia monumental. «Ainda bem que hojeexiste uma alternativa», rematou Jareh.O resto foi brilho e cor na noite de todos os acordes.
Pela primeira vez em Lisboa, os Europe Music Awards – que se realizaram noPavilhão Atlântico, no passado dia 3 de Novembro – suscitaram o frenesim quese anunciava. Outra coisa não seria de esperar, afinal a mistura da cerimónia éexplosiva: música, espectáculo, fama, dinheiro, e muito glamour. Lamentável ofacto de a imprensa, confinada a uma pequena sala, não ter podido sentir mais deperto o ambiente eléctrico das luzes e das estrelas. Conta-se o que se viu peloecrã e os apontamentos que, entretanto, algumas das vedetas, de passagem pelolocal, foram deixando. | por Raquel Louçã Silva | fotos Lusa
Resumindo e concluindoMelhor Artista Masculino: Robbie WilliamsMelhor Artista Feminina: ShakiraMelhor Grupo: GorillazMelhor Grupo Rock: Green DayMelhor artista Hip-Hop: Snoop DogMelhor Grupo Alternativo: System of a DownMelhor canção: Coldplay, Speed of SoundMelhor Artista R&B: Alicia KeysMelhor Artista Pop: The Black Eyed PeasMelhor Álbum: Green Day, American IdiotArtista Revelação: James BluntMelhor Vídeo: The Chemical Brothers, BelievePrémio Free Your Mind: Sir Bob GeldofMelhor Grupo Português: The Gift
The Gift«Perdoem a imodéstia, mas nós merecíamos»
Robbie Williams«A Madonna é absoluta-
mente maravilhosa, nem
acredito que tem 89 anos!»
Shakira«Em Portugal
sinto-me em casa»
System of a Down«A Civilzação é um fracasso total!»The Black Eyed PeasGorillaz
Green Day, os heróis da noite
Pussicat Dolls
Bob Geldof«Estou a ficar velho: espero que um Live Aid tenha sido suficiente para acordar o mundo.»
[ moda ]| 137 NOVEMBRO 2005
GravataPara este Outono-Inverno a gravata foiuma constante nas passerelles eapresentou-se em dois registos com-pletamente diferentes. Por um lado,vemo-la enquanto símbolo de so-
fisticação e, por outro, enquanto mar-cador de irreverência. Com o nóclássico perfeito, ou com uma laçadamais descontraída num registo street-wear, o seu uso parece ser obri-gatório.
Casacos com gola de peleNesta estação, o simples casaco ganhaum novo visual com a aplicação de pêlonas golas. De peles verdadeiras oufalsas, na cor natural ou tingida, oresultado é um abrigo de aparência
luxuosa. Vison, astracã e a raposaapresentam-se como as peles maispopulares. Uma boa notícia para osmais friorentos preocupados em en-frentar o frio com estilo.
VeludoPara além de ser uma forte tendênciano que toca ao vestuário feminino, oveludo é o material rei quando nosreferimos à moda masculina. Em fatoscompletos ou blazers, trata-se de umaluxuosa segunda pele obrigatória emqualquer guarda-roupa. A textura rica éacompanhada por tons cativantes. Opreto, verde e azul-escuro, bordeaux eo malva são as principais cores dapaleta outonal.
Quem disse que um homem não se deve preocupar com a aparência? David Beckham, Luís Figo e Lenny Kravitz são nomes que certamente tesão familiares. Nas aparições em público, o seu estilo cuidado fez com que se denominasse o novo homem do século XXI de metrossexual.Nesta edição, o MU mostra alguns dos mais actuais looks de passerelle, para que saibas quais são as peças chave da estação. Tudo isto paraque te sintas melhor ao ver o que está do outro lado do espelho | por Manuel Arnaut Martins | Fotos: Rui Vasco/modalisboa
MaxicachecolOs materiais e cores são os maisdiversos. Desde o cetim à lã, do pretoàs mais variadas misturas de cores,tudo é permitido desde que se respeitea característica fundamental: o com-primento. Apenas com uma volta aopescoço, e chegando quase ao chão,esta forma reinventada do tradicionalcachecol dá uma grande dinâmica aqualquer look, graças ao movimentoque transmite.
Do Outro Lado do Espelho
PedroMourão
PedroMourão
Lois
AlvesGonçalves
AlvesGonçalves
PedroMourão
MiguelVieira
MiguelVieira
14 | 7 NOVEMBRO 2005
Há novidades no mercado dos patins. Lançados recentemente nos EUA, os Landroller deslizam agora para aEuropa. Portugal e Alemanha são os primeiros a abrir as portas à sua comercialização já em meados deste mês,como explicou Alexandre Duro da Sportconde, empresa responsável pela sua vinda. Para já, o que se sabe é queaté os tortuosos caminhos de BTT deixarão de ser um obstáculo. | por Raquel Louçã Silva
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Mundo Universitário | Por que é queos Landroller são catalogados comopatins todo-o-terreno?Alexandre Duro | Tem a ver com a prin-cipal característica diferenciadora rela-tivamente aos patins em linha actuais.Os patins em linha permitem andar numpiso em asfalto ou até de calçada à por-tuguesa, mas não permitem atravessarum jardim e muito menos andar num tri-lho de BTT. Ora, os Landroller adaptam--se a tudo isso, como tal a parte do todo--o-terreno está explicada e a ideia é queas pessoas aproveitem as suas poten-cialidades e se divirtam.
MU | Como é que tem sido a reacçãode quem já experimentou?AD | Este produto, num primeiro impac-to junto do potencial comprador, vaivaler sobretudo pelo aspecto comple-tamente diferente relativamente aoque existe actualmente e que tema ver com o ângulo das rodas. Aprimeira tendência é de cepticis-mo, as pessoas duvidam queseja possível calçar as duasbotas com as rodas naquelaposição e manter o equilíbrio ea tendência é porem os joelhospara dentro para tentarem endi-reitá-las. Mas tem sido uma sur-presa porque quem não conseguiamanter-se de pé com os patins tradi-cionais agora consegue.
MU | Receia que o preço trave a acei-tação do produto?AD | Os Landroller vão ser lançadoscom um preço de 225 euros. Teorica-mente, segmenta, mas Portugal écheio de surpresas. É um país com umsalário mínimo que não chega aos 400euros, mas também é o país onde no
| Os criadores e a obra || Os criadores e a obra |
Tudo começou há 10 anos, quando BertLoritt e Warren Winslow, dois amigosamericanos, resolveram desenvolver umconceito de patins todo-o-terreno. Wins-low, formado em design industrial e re-conhecido restaurador de automóveisantigos, também era um patinador e es-quiador apaixonado. Por viver numaquinta, lembrou-se que, se cortasse osesquis e lhes acrescentasse rodas, osseus cães seriam capazes de o puxarpelos terrenos acidentados do campo.Loritt, a viver em Los Angeles, e que depatinador não tem nada, é um inventorconsagrado. Com patentes em diversasáreas da indústria, achou que a ideia re-sultaria num objecto pouco elegante. Porisso, pegou num par de botas de esqui eencontrou maneira de as prender dentrodo eixo de uma roda suficientemente
grande para o efeito. Winslow achouque a solução era de tal forma
inovadora que poderia resultar.Seguiram em frente, mas ainstabilidade obrigou-os a re-pensar o modelo. Só que,
nem acrescentando uma pe-quena roda atrás ou à frente,
se conseguiu resolver a questão– a verdade é que havia demasia-
da fricção entre a bota e a roda.Como diz a sabedoria popular, para
grandes males grandes remédios. Es-queceram o projecto uni-roda e coloca-ram duas rodas de uma bicicleta a pedalna parte exterior do pé. Para resultar eranecessário aplicar materiais mais leves(mais pequenos). Winslet inspirou-se nomodelo da moto de neve, ao reparar queas rodas das lagartas que a impulsio-nam tinham um diâmetro que não exce-dia os 18 centímetros. Comprou meiadúzia delas e verificou que afinal eramesmo possível criar uns patins parachegar onde os em linha não chegavame andar à vontade pela quinta.
[ radical ]
Patins todo-o-terreno
Natal as pessoas gastam 70 milhõesde euros para mandar as boas festaspor telemóvel.
MU | Daqui a um ano, quantos paresconta ter vendido?AD | Os Landroller não são um produ-to para vender na mesma quantidadeque os Hellys [ténis com uma roda no
calcanhar, lançados em Junho de 2004]que, num ano somam quase 35 mil uni-dades vendidas. Mas se na Primaverade 2006 se concretizar o modelo paracrianças (agora só há a partir do 37),poderá significar um impulso de vendas.No entanto, e sou muito cauteloso, sevendermos 2000 unidades poderá serum número interessante.
Adrenalinaelevadaao cubo
A adrenalina aumenta à medida que asquatro cadeiras agarradas à roldana so-bem cada vez mais alto. Num abrir e fe-char de olhos já se está a 63 metros de al-tura, o equivalente a 20 andares, de ondese vê o Palácio Real no horizonte e, embaixo, as copas das árvores e algumaspessoas do tamanho das formigas. De re-pente, a corda solta-se. Começa-se a des-cer em queda livre a mais de 80 quilóme-tros por hora. O coração bate com maisforça. Ouvem-se gritos, há quem cerre osdentes e volte a fechar os olhos: «Vou mor-rer!». Um…dois segundos. E tudo acababem. Chega-se a terra firme, mas há quemnão consiga dar dois passos seguidos. Para um aventureiro que se preze, esta é amelhor forma de começar o dia no Parquede Atracciones de Madrid. Tanto mais quea Lanzadera, como lhe chamam os espa-nhóis (Lançadeira, em português), fica logono início da Zona do Maquinismo. É, po-rém, desaconselhável a cardíacos, grávi-das e crianças, e antes de embarcar é pre-ciso não esquecer de deixar todos osobjectos pessoais à entrada. Até os sapa-
tos ficam de fora.Nesta época do ano, a altura ideal para vi-sitar o parque é ao fim-de-semana, quandotodos os restaurantes estão abertos. A en-trada normal custa 22,60 euros, com car-tão jovem 20 e dá acesso a todas as diver-sões. Por isso, há que chegar cedo, depreferência antes do almoço, para poderpercorrer todo o parque e não perder asmelhores diversões.
| Uma tarde de aventura |Depois da Lanzadera, o melhor é seguir pa-ra a Tarântula. A original montanha russa éa última novidade do parque e encarrega--se de voltar a fazer subir os níveis de adre-nalina. A uma velocidade de 70 quilómetrospor hora, a cabina para quatro pessoas per-corre mais de 700 metros entre loopings,subidas vertiginosas e descidas acelera-das. E à medida que vai deslizandopelos carris, vai girando sobre simesma, dando voltas de 360graus. É dose dupla deexcitação, durante umminuto e meio.
Depois de o coração quase saltar pela bo-ca, o melhor é acalmar os ânimos e refres-car as ideias. Mesmo ao lado, o Aserraderoproporciona uma espécie de passeio ao arlivre numa mina do Far-West. As canoasdeslizam calmamente pelos trilhos de ma-deira e canais de água, mas, quando me-nos se espera, aparecem umas descidasalucinantes que terminam com um splashdentro de água. Resultado: roupas enchar-cadas e a alma revigorada.
Antes de passar a outra zona, équase pecado perder a maior
montanha russa do par-que. Só o nome – Torna-
do – fala por si. Sãomil metros deloopings, voltas com-pletas e subidas edescidas, a mais de
80 quilómetros por ho-ra. Tem todos os ingre-
dientes para que se possasentir um verdadeiro torna-
do: para além do barulho ensur-decedor, as cabinas estão presas pela par-te de cima e os pés vão a abanar. É umaincrível sensação de liberdade. Mais umavez, objectos pessoais e sapatos ficam de
fora. Mas isto é apenas uma amostra domuito que há para fazer na Zona do Maqui-nismo, e da adrenalina que se faz sentir.
| Horas de tranquilidade |A seguir ao almoço, para não haver proble-mas de digestão, as diversões recomendá-veis estão na Zona da Tranquilidade. Tal-vez começar pela Jungle, a Selva, emportuguês. Sobe-se para uma jangada quedesliza por um canal de água e, durante 10minutos, visita-se o espaço temático comtribos indígenas, animais selvagens e tem-plos ancestrais. Tudo a fingir, é claro. Outrapossibilidade é o Zeppelin, uma reprodu-ção dos antigos meios de transporte emforma de balão, que está a 10 metros dochão e que percorre lentamente quase to-do o recinto. Na Zona da Natureza, o contacto com omeio ambiente é uma realidade. Principal-mente com a água. A maioria das diver-sões misturam adrenalina q.b. e muitos ba-nhos. Por aqueles lados, um impermeávelé um bom amigo. Los Fiodos são um bomexemplo: a descida a 56 quilómetros porhora promete não deixar ninguém enxuto. No final da tarde, aconselha-se um passeioa pé pelo parque. Há muitos jardins paraver e na Zona Infantil pode-se andar a ca-valo. Para terminar o dia, a melhor opção éregressar ao início: à Lanzadera. Voltar asubir 63 metros e ver um pôr do Sol mara-vilhoso. Tudo perfeito… até à queda livre.
| 157 NOVEMBRO 2005
A poucos quilómetros de Madridencontra-se um verdadeiro ex-líbris de aventura e animação. Cincomontanhas russas, com muitos loo-pings, prometem fazer as delícias de quem quiser correr o risco depassar pelo Parque de Atracciones.| por Catarina Cristão
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[ fugas ]
| Dicas |
| Como chegar |
Autocarros: 33 e 65Metro: Linha 10, Estação de BatánTeleférico de Madrid: Durante 15minutos, num percurso de 2,5 qui-lómetros, tem-se uma vista fascinantesobre Madrid e sobre o Parque delOeste, com lagos e riachos. A ex-tremidade de partida fica situada noPaseo del Pintor Rosales, metro deArgüelles. O bilhete de ida e volta custa4,45 euros. Com cartão jovem, 3,80.
ContactosTelefone: + 34 902 34 50 01Fax: + 34 91 526 80 33
Onde comerNo recinto existem muitos restaurantesde fast-food e gelatarias. Pizas, ham-búrgueres e gelados são fáceis deencontrar. Para os adeptos de comidasaudável, o melhor é levar de casa efazer um piquenique num dos jardins.
Usar impermeável (à venda no recinto)Levar apenas uma mochila com o indispensávelLevar roupa e calçado práticos
Outros parques em Espanha:
Isla MágicaPavilhão de Espanha, SevilhaTelefone: + 902161716
Entrada: 20 euros
Selwo AventuraMálagaTelefone: + 34 902 19 04 82Entrada: 20 euros
Parque de la Naturaleza ValwoValladolidTelefone: + 34 983832759Entrada: 14,50 euros
Parque de Atracciones de MadridAdrenalinaelevadaao cubo
16 | 7 NOVEMBRO 2005
Mundo Universitário | Como é que ofado aparece na tua vida?Mafalda Arnauth | Eu acho que a mú-sica sempre foi o meu mundinho se-creto, mas não fazia a menor ideia deque poderia vir a ser cantora. Até aosmeus 14/15 anos, a minha voz enrou-quecia em meia hora e, além disso, ti-ve uma fase em que fiquei muito doen-te. Mas depois parece que a vozlimpou e, finalmente, começou a ga-nhar segurança. Havia música em mi-nha casa, não fado, mas só por alturada minha entrada na faculdade [Facul-dade de Medicina Veterinária] é queacordei para o facto de poder cantar.As coisas até começaram de uma ma-neira disparatada, quando me obriga-ram a cantar um fado na praxe. Quan-do viram que eu conseguia cantarumas coisas, apesar da minha relutân-cia, fizeram-me cantar noutros dias etudo isso acabou por ser uma desco-berta decisiva na minha vida. Tudomudou. Os meus hábitos, as minhasreferências, a minha vivência… acabeipor me viciar no fado.
MU | Em 2004 lançaste um Best of eagora vem aí o Diário. Com este dis-co inauguras uma nova etapa na tuacarreira? MA | Este disco acontece numa fasetotal de renovação do meu trabalho.Tinha uma necessidade muito grandede avançar e de evoluir. Construí estedisco totalmente sozinha. Só há ummês que tenho este casamento com aUniversal… este disco é todo eu. Éuma nova fase e ao mesmo tempouma revisão da matéria dada até ago-ra. Eu precisei de saber exactamentepor que é que sou assim hoje em dia.É um álbum de influências, de vivên-cias, dos bocadinhos todos das mi-nhas histórias. Todas as partes deste
disco representam momentos específi-cos da minha vida, que sempre meacompanharam.
MU | Como vês a relação actual da ju-ventude portuguesa com o fado?MA | Eu acho que a juventude portugue-sa está muito mais agarrada ao fado eaproximou-se muito de certas pessoasque apareceram nos últimos anos. Dá--me a sensação de que as novas gera-ções têm um sentir muito próprio e en-contraram em algumas vozes novasuma forma de se emocionarem semsentir qualquer tipo de vergonha.
MU | Li no teu blogue que ainda nãosabes qual é o teu fado. Ainda estása descobrir?MA | Cada vez que tento forçar o futuro,este insiste em mostrar-me que as coi-sas não são bem como eu quero (ri-sos)… já tenho tido essa experiência.
Aprendi que, se me fixar demasiado nu-ma ideia e achar que ela vai acontecerassim, normalmente acontece noutrosmoldes. Isso nem sequer quer dizer queseja para pior, tenho é de ter a flexibili-dade necessária para estar preparadapara isso, senão corro o risco de criarum conjunto de frustrações muito gran-de. Há factos na vida que nunca contro-lamos e, sabendo que estou em cons-tante mutação, tento não pensar muitonesse tipo de preocupações.
MU | O fado é necessariamente umamúsica melancólica e triste? MA | O meu fado, a minha natureza, nãoé derrotista. Mas isto não invalida nada.Quando estou triste, às vezes preciso decantar fado. Muitas vezes tens de atra-vessar a sombra para chegar à luz e euacho que o fado vive muito dessa duali-dade: da luta do bem contra o mal, doYing e Yang. Em todas as vidas há coisas
positivas e negativas, mas o que eu pro-curo é não me deixar acomodar à triste-za e à dor.
Ao mesmo tempo que lança omais recente álbum – o pessoalís-simo Diário – Mafalda Arnauth ini-cia uma nova fase na sua carreirae na sua vida. Confidências einconfidências de uma mulher fa-dista. | por Diogo Torgal Ferreira
[ boa vida ]
Temos mais 10 T-shirts dos Squee-
ze Theeze Pleeze para oferecer
àqueles que acertarem na resposta
à pergunta:
• Qual o nome do novo
álbum da banda?
Envia a resposta com o teu nome e
morada até ao dia 17 de Novembro
para mundo@mundouniversita-
rio.pt. Os vencedores receberão
um e-mail no dia 18.
PASSATEMPO
O First-Person-Shooter (FPS), que electrizou umageração, salta, agora, do computador para o grande ecrã.Doom: Sobrevivência é uma aventura de acção, terror eficção científica, que nos transporta para um escuro eperturbante futuro, com promessas de todo o terrorvisceral que transformou o jogo num fenómeno global. Na Estação de Pesquisa de Olduvai, a comunicaçãoentrou em colapso. As poucas mensagens que passamnão são encorajadoras. Atingiu-se o nível 5 dequarentena e as únicas almas que podem entrar ou sair
são os elementos do Esquadrão de Resposta Táctica Imediata – marinesempedernidos, armados até aos dentes com um arsenal suficiente paraneutralizar o inimigo. A receita, tal como o jogo (o primeiro surgiu em 93), jáé velha. The Rock (The Scorpion King) e Karl Urban(The Lord of the Rings) são os protagonistas desteDoom. O quarto filme de The Rock a atingir onúmero 1 nos EUA arrecadou cerca de 12,80 milhõesde euros na primeira semana de exibição. Mas teráde aguentar--se mais algum tempo para conseguirrecuperar os seus pesados 50 milhões de euros deorçamento.Estreia: 3 de Novembro.
A vida de Drew Baylorparece estar a ir por águaabaixo. Depois de ter cau-sado um prejuízo de mi-lhões de dólares na com-panhia de ténis onde tra-balha é despedido. Emseguida, a sua namoradaabandona-o sem apelonem agravo. À beira dodesespero, Drew vê-seconfrontado com umairónica forma de resol-ver os seus problemas:um regresso à sua ci-dade natal, no sul dosEUA, devido ao faleci-mento do pai. A este regresso àsorigens, junta-se uma hospedeirade bordo pela qual se apaixona,
dando início a um ro-mance que pode aju-dá-lo a pôr tudo denovo em ordem. Rea-lizado pelo quase fa-moso Cameron Cro-we, este Elizabeth-town conta com doisdos meninos bonitosda indústria do cinemaactual – Orlando Blo-om e Kirsten Dunst – efoca temas caros aoautor de Jerry Maguire:crises de identidade, adepressão do homemmoderno e o amor comoúnica salvação numa so-
ciedade implacável.Estreia: 10 de Novembro.
DOOM: SobrevivênciaDOOM: Sobrevivência
Fadistapor culpada praxe
Elizabethtown
MIGUEL ÂNGELO OPÕE ARTE AO SEXO
| 177 NOVEMBRO 2005
PORTOFesta do Cinema Australiano -cinemaNuma iniciativa que visa animar aBaixa portuense ainda antes da suaedição de 2006, o Fantasporto junta-seà Embaixada Australiana em Portugale promove um ciclo com o melhorcinema actual daquele país.Cinema Passos Manuel | Até 11 deNov., às 18h e 21h45
Voz do Silêncio: Prisões PolíticasPortuguesas – FotografiaImagens limpas de locais de memóriaescura, como as prisões políticas doTarrafal ou o Forte de Peniche.Fotógrafo: Pedro Medeiros Centro Português de Fotografia |Até 29 de Janeiro
LISBOAA Fábrica de Nada – teatro musicalOs Artistas Unidos apresentam umespectáculo dirigido essencialmente aum público juvenil. «Uma fábrica decinzeiros fecha e os trabalhadores,não querendo ficar desempregados,resolvem continuar a trabalhar numanova produção: nada. À volta de nadaorganiza-se tudo, desde a escolha dogerente da fábrica aos furtos dosprodutos e aos tribunais, com muitamúsica cantada e tocada a mostrar porque caminhos segue esta história.»Texto original: Judith Herzberg |Encenação: Jorge Silva MeloCulturgest | Grande Auditório | Até13 de Nov.
ALMADA13.ª Quinzena de Dança de Almada -dançaChega Outubro e Almada acolhe maisuma edição do Festival Internacionalde Dança Contemporânea. Uma vin-tena de coreógrafos de 13 países di-ferentes apresenta a enérgica co-municabilidade da dança moderna.Espaço ainda para workshops e confe-rências.Fórum Municipal Romeu Correia |Até 13 de Nov.
ÉVORAFIKE 2005 - Festival Internacional deCurtas Metragens de ÉvoraCerca de uma centena de filmes devários pontos do mundo revelam, nassecções competitiva e não competi-tiva, olhares menos conhecidos da7.ªarte. Uma organização conjunta doCineclube da Universidade de Évora edo Páteo do Cinema da S.O.I.R.Joaquim António de Aguiar.Auditório do Colégio Espírito Santo(Universidade de Évora) e outroslocais da cidade| De 18 a 26 de Nov.| www.fikeonline.net
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Não é número,é arte| O MU SUGERE |
[ boa vida ]
É conhecido pelo seu trabalho como músi-co, mas Miguel Ângelo, vocalista dos Del-fins, é multifacetado. Com formação em ar-quitectura, já apresentou programas detelevisão, foi júri de outros, dedica-se à ex-ploração de um bar e também escreve. Artevs Sexo é o nome do seu quinto livro, que jáse encontra à venda. «Co-mecei a escrever há algumtempo», revelou ao MU esublinhou: «é uma coisaque faço sem pressão ne-nhuma, por exercício deprazer.» Na sua primeira in-cursão no mundo das shortstories (até agora só tinhaescrito romances) revela 69histórias de «amor à (p)ar-te». De actores sentimen-tais a cantores torturados,de realizadores de cinemafrustrados a artistas sui ge-neris, é vasto o rol de per-
sonagens. «Muitas das pessoas são obvia-mente do meu convívio, mas funcionamapenas como ponto de partida para umadeambulação», avançou, explicando que«foi um acto um bocadinho “vampiresco”,em que usei imagens que tenho das pes-soas para chegar a algo completamente di-
ferente». O livro foi apresentado nu-ma sex-shop porque «numagaleria de arte seria dema-siado pretensioso». Res-pondendo a uma provoca-ção do MU, Miguel Ângelodiz ainda que não está ausar a sua popularidade pa-ra vender livros: «preferiaque o meu nome nem vies-se na capa, não sei se osfãs de Delfins são os fãsdos meus livros, acho quehá diferença e espero quehaja essa diferença.»
Mundo Universitário | Qual é a géneseque está na base do Festival Número?Dinis Guarda | A génese fundamental épromover a cultura multimédia em geral.Tanto os novos talentos como as pessoasque tenham marcado mais recentemente omundo das artes. O Festival não se esque-ce de ir buscar algumas referências históri-cas, já por cá passaram Petty Smith ou Re-flectir Tan, se bem que esteja sempre comum olho no futuro.
MU | Porquê “Jogos neurológicos” aservir de lema à edição deste ano?DG | É a ideia da sociedade de jogo emque vivemos. O jogo no que se refere àsconsolas ou aos próprios casinos e ainda aideia de jogo de nervos que se vive numasociedade instável que está constantemen-te em mudança. Acreditamos que atravésda criação artística é possível incentivar océrebro humano a perspectivar novas solu-ções.
A sexta edição do Número, Festival Internacional de Multimédia,Filme e Música de Lisboa já está a decorrer. Até dia 13, a capitalabre os braços às artes para espantar o “jogo de nervos” dasociedade actual, como conta Dinis Guarda, da organização. | por Raquel Louçã Silva
MU | O que é que pode adiantar relativa-mente às performances de multimédiaque vão decorrer no Taborda?DG | São performances que misturam dan-ça, música e vídeo. São para todos aque-les que se interessam por teatro e dança eé a oportunidade de assistir ao trabalho daCarlota Lagido e do Miguel Bonneville,dois nomes que têm vindo a ganhar peso.
MU | E no Clube Lua, o que é que se vaipassar?DG | No Clube Lua estamos a falar maisdo conceito festival de música, na linha doHype@Tejo, com destaque para a músicaelectrónica e pop. Nomes conhecidos co-mo Jay Jay Johanson e DJ Rupture vãoser boas atracções.
MU | Que tipo de público frequenta oNúmero?DG | É essencialmente um público univer-sitário, jovens a partir dos 17 anos. Um pú-blico urbano e interessado que vai aosFestivais de Verão, por exemplo, e quegosta de estar a par do que vai surgindo anível de música, cinema e das artes emgeral. Em muitos casos vêm precisamenteà procura de descobrir projectos novos. Játemos um público fiel e, de ano para ano, aadesão tem vindo a aumentar. Estamos afalar de cerca de 10 mil pessoas por edi-ção. E temos inclusivamente recebido críti-cas positivas em Relatórios das NaçõesUnidas, UNESCO e Comissão Europeia. Écerto que ainda estamos em expansão,mas tem de ser passo a passo.
Relógios para arregaçar a manga com estilo, ténis para correr sem parar, agendas que são objectos de arte e tecnologia em grande. Cabe tudo nonosso bazar | por Raquel Louçã Silva
Fósseis de
pulsoRelógios Diesel.
A colecção Outono//Inverno 2005 traz
as novidades da marca
que junta estilo e glamour
e o MU destaca
os modelos com pulseira de
pele, em preto e castanho.
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casam com umacaixa em aço
inoxidável. Doisanos de garantia. www.diesel.com
Cinema de sofáSair de casa para ir ao cinema em dias de chuvae frio nem sempre é motivador. Com o selo“Qualidade de Imagem Hollywood”, o projectorPanasonic PT – AE900 promete sessões de homecinema sem igual. Com íris dinâmica, correcçãode cor e dos níveis de brancos e negros, garanteainda flexibilidade de posicionamento graças aozoom óptico de 2X e às funções de ajuste de lentevertical e horizontal. Está ainda equipado com umpainel LCD de alta definição, com aproxima-damente 2,76 milhões de pixéis.www.pronosonic.ptP.V.P. 2200 euros
18 | 7 NOVEMBRO 2005
[ 5ª dimensão ]
Bazar das novidadesAgenda com arte!Chama-se agenda 51% LOMO e é uma das agendas dopróximo ano com ar mais apetecível para quem gosta defotografia. Metade das imagens resultam do desafio lan-çado a três fotógrafos e a outros três fotojornalistas,enquanto a outra metade resulta de material disponívelem arquivo, fruto de concursos e eventos vários que aembaixada lomográfica tem vindo a organizar desde2000.www.lomografiaportugal.comP. V. P. 12 euros
Rato street racerSurpreendente. A ideia não é tirarcredibilidade à secretária, um localsério e de trabalho, mas descontrair oambiente com um “brinquedo” al-tamente profissional no desempenhodas suas funções. É compatível comPC ou MAC e a ligação pode ser es-tabelecida via PS2 ou cabo USB.Extremamente leve, este carro de pesomede 10,5 cm de comprimento e 6 delargura. Disponível em diferentes cores,as luzes dianteiras constantementeligadas dão-lhe um efeito visualatraente que se destaca ainda mais ànoite.www.iwantoneofthose.comP. V. P. 12,95 euros
Aindamais inteligentes
Há coisa de uma ano a Adidas lançou omodelo de ténis “inteligente”, Adidas_1. Agora
saiu a versão ainda mais inteligente, os Adidas_1.1.O conceito mantém-se, mas a capacidade de respostaaumenta. Para quem ainda não está familiarizado, fica
aqui uma breve explicação de como funcionam os “ténis-máquina”: um pequeno cérebro alojado na sola processa
1000 vezes por segundo as informações que os impactos dacorrida ou caminhada vão transmitindo, depois envia ordensao motor para que proceda a alterações de ordem física e acapacidade de amortização se adapte às necessidades do
terreno.O motor é novo e permite mais 153% de torção.Atenção, porque não são só facilidades: os dispositivos
electrónicos são sensíveis à humidade e à sujidade,pelo que não se deve abusar em terreno demasiado
húmido ou com barro. www.adidas.comP. V. P. 250 euros