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13-15 OUTUBRO 2016CENTRO DE CONGRESSOS DO PORTO PALÁCIO HOTEL · PORTO · PORTUGAL

XIII CONGRESSOPORTUGUÊS DETRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSOLUSO BRASILEIRODE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICODE TRANSPLANTAÇÃO

RESUMOS

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13–15 OUTUBRO 2016 · PORTO · PORTUGALXIII CONGRESSO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSO LUSO BRASILEIRO DE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICO DE TRANSPLANTAÇÃO

CONGRESSO

3

DIRECÇÃOPresidenteSusana SampaioVice-PresidenteJorge Daniel TesoureiroCristina JorgeVogaisAndré WeigertDavid Prieto Fernando MacárioPedro Nunes

ASSEMBLEIA GERALPresidenteLa Salete Martins VogaisRui Filipe Manuela Almeida

CONSELHO FISCALPresidenteAlice Santana VogaisInês FerreiraCarla Damas

JÚRIS DE PRÉMIOS

Prémio Ana Maria Correia 2015Alice SantanaAníbal FerreiraCarlos Oliveira Catarina RomãozinhoMargarida Bruges

Bolsa de Investigação SPT 2015 António MartinhoBelmiro ParadaJosé GuerraLídia SantosTeresa Adragão

SEDEAv. de Berna, 30, 3ºF1050-042 LisboaTel: +351 217 819 565e-mail: [email protected]

www.spt.pt

CONGRESSO

SOCIEDADE PORTUGUESA DE TRANSPLANTAÇÃO

SECRETARIADO

NorahsEvents, Lda.Paula NoraTrav. Álvaro Castelões, nº 79, 2º andar – sala 94450-044 MatosinhosTel.: (+351) 220 164 206Telm.: (+351) 933 205 201e-mail: [email protected]

DESIGN

Next Color – Soluções Digitais, Lda.Isabel Pereira MonteiroRua Damião de Góis, 204050-225 PortoTel.: (+351) 220 167 634e-mail: [email protected]

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13–15 OUTUBRO 2016 · PORTO · PORTUGALXIII CONGRESSO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSO LUSO BRASILEIRO DE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICO DE TRANSPLANTAÇÃO

4

CONGRESSO COMISSÃO ORGANIZADORA

Susana Sampaio – Presidente

Aires MoutinhoConceição MotaCristina JorgeEduarda PereiraFátima FreitasFernando MacárioFernando NolascoFernando PrincipeHelena PessegueiroInês FerreiraIsabel GonçalvesIsabel TavaresJoana SantosJorge DanielJosé FragataJosé Teixeira de SousaLa Salete MartinsLeonidio Dias Lídia SantosManuela BurstorffPaulo PinhoRaúl MoreiraRui Dias

COMISSÃO CIENTÍFICA

A. Castro HenriquesAires MoutinhoAna Calvão da SilvaAníbal FerreiraAntonio MartinhoArnaldo FigueiredoCarlos OliveiraConceição MotaCristina JorgeDomingos MachadoEduarda PereiraFátima FreitasFernando JudasFernando MacárioFernando NolascoFernando PrincipeFernando VilaresFrancisco CruzHelena PessegueiroInês FerreiraIsabel GonçalvesIsabel TavaresJoana SantosJorge DanielJose FragataJosé GuerraLa Salete MartinsLeonidio DiasLidia SantosManuel AntunesManuel PestanaManuela BustorffMaria João QuadradoPaulo PinhoRaul MoreiraRui AlmeidaRui AlvesRui DiasSusana SampaioJ. Teixeira de Sousa

CONGRESSO

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13–15 OUTUBRO 2016 · PORTO · PORTUGALXIII CONGRESSO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSO LUSO BRASILEIRO DE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICO DE TRANSPLANTAÇÃO

PROGRAMA

5

SALA A

08:30 - 09:00 Abertura – Susana Sampaio09:00 - 09:20 Transplantação Brasil – Roberto Manfro 09:20 - 09:40 Transplantação Espanha – Valentín Cuervas-Mons09:40 - 10:00 Transplantação Portugal – Rui Filipe

09:00

10:00

SALA A SESSÃO DE ABERTURA10:00

10:30

PISO 0 ABERTURA DO SECRETARIADO08:00

SALA A

SESSÃO PLENÁRIADador Vivo. Dador Altruísta.

Moderadores: Domingos Machado, José Guerra, Mario Abbud Filho11:00 - 11:15 Dador altruista: A favor – A. Castro Henriques11:15 - 11:30 Dador Altruista: Contra – J. Medina Pestana11:30 - 12:00 Perspetiva Ética – Rui Nunes

11:00

12:00

SALA A

SESSÃO PARALELATransplante Renopancreático – Atualidades e controvérsias

Moderadores: A. Castro Henriques, Aníbal Ferreira, José Davide, Erika Rangel12:00 - 12:20 Complicam mais os candidatos em DP? Porquê? – La Salete Martins12:20 - 12:40 Fatores de risco para a trombose de enxerto pancreático – Donzília Silva 12:40 - 13:00 Dificuldades técnicas no retransplante pancreático – Donzília Silva13:00 - 13:20 Estratificação de Risco Cardiovascular no pré e pós transplante – Aníbal Ferreira13:20 - 13:30 Discussão

12:00

13:30

SALA B

SESSÃO PARALELAHepático-Pediátrico – Experiências e Controvérsias

Moderadores: Isabel Gonçalves, Nelson Gibelli Experiências:12:00 - 12:15 UTHPA, CHUC – Portugal – Sandra Ferreira12:15 - 12:30 Instituto da Criança - Hospital das Clínicas - Fac. de Medicina da Universidade de São Paulo, Brasil – Nelson Gibelli

Controvérsias: Indicação de transplante de fígado na ARPKLD: quando e como?12:30 - 12:45 A visão do Nefrologista – Rosário Stone12:45 - 13:00 A visão do Hepatologista – Isabel Gonçalves 13:00 - 13:20 Discussão

12:00

13:20

SALA C

SESSÃO PARALELAFronteiras no Transplante Cardíaco

Moderadores: José Pinheiro Torres, Maria José Rebocho, Fernando Atik12:00 - 12:20 Desafios na transplantação cardíaca – Manuel Antunes12:20 - 12:40 Vasculopatia do enxerto cardiaco - realidades e promessas – Noedir Stolf12:40 - 13:00 Selecção do receptor. Teremos ido longe de mais? – Juan Delgado13:00 - 13:20 Discussão

12:00

13:20

SALA D

SESSÃO PARALELAHistocompatibilidade

Moderadores: Rosário Sancho, Fátima Freitas, Roberto Manfro12:00 - 12:20 Papel da citometria fluxo na avaliação imune pre-transplante – Jorge Neumann12:20 - 12:40 Estudo molecular da urina de transplantados renais – António Martinho12:40 - 13:00 Importância da análise de epitopes HLA em transplantação renal – Semiramis Hadad do Monte13:00 - 13:20 Discussão

12:00

13:20

CAFÉ10:30

11:00

ALMOÇO13:30

14:30

QUINTA-FEIRA, 13 OUTUBRO 2016

SALA ACOMUNICAÇÕES BREVES

CB01 - RIM (CB-RIM-01 | CB-RIM-10) | Moderadores: Cecilia Silva, Sofia PedrosoCB02 - RIM (CB-RIM-11 | CB-RIM-20) | Moderadores: La Salete Martins, Rui Filipe

14:30

15:30

SALA B COMUNICAÇÕES BREVESCB03 - FÍGADO (CB-FIG-01 | CB-FIG-10) | Moderadores: Nuno Silva,Vitor Lopes

14:30

15:30

SALA A COMUNICAÇÕES ORAISCO02 - RIM (CO-RIM-01 | CO-RIM-08) | Moderadores: Manuela Bustorff, Rita Birne

15:30

17:00

SALA B COMUNICAÇÕES ORAISCO03 - FÍGADO (CO-FIG-01 | CO-FIG-09) | Moderadores: Jorge Daniel, Lúcio Pacheco

15:30

17:00

SALA C COMUNICAÇÕES ORAISCO04 - CORAÇÃO (CO-COR-01 | CO-COR-09) | Moderadores: David Prieto, Sandra Amorim

15:30

17:00

SALA D COMUNICAÇÕES ORAISCO05 - ENFERMAGEM (CO-ENF-01 | CO-ENF-09) | Moderadores: Anselmo Madureira, Bartira Roza

15:30

17:00

SALA E COMUNICAÇÕES ORAISCO06 - RIM (CO-RIM-09 | CO-RIM-16) | Moderadores: André Weigert, La Salete Martins

15:30

17:00

SALA D COMUNICAÇÕES BREVESCB05 - IMUNOLOGIA (CB-IMUN-01 | CB-IMUN-08) | Moderadores: António Martinho, Sandra Tafulo

14:30

15:30

SALA E COMUNICAÇÕES ORAISCO01 - PÂNCREAS (CO-PAN-01 | CO-PAN-04) | Moderadores: A. Castro Henriques, Aníbal Ferrreira

14:30

15:30

SALA C COMUNICAÇÕES BREVESCB04 - CORAÇÃO (CB-COR-01 | CB-COR-12) | Moderadores: Manuel Batista, Sandra Amorim

14:30

15:30

CAFÉ17:00

17:15

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6

PROGRAMA

SALA A

SESSÃO PARALELAComo aumentar a doação?

Moderadores: Ana França, Lucas Batista, J. Medina Pestana17:15 - 17:45 ABO incompatível – Leonidio Dias17:45 - 18:15 Dador em paragem cardio-circulatória - Maastrich III – Fritz Diekmann18:15 - 18:45 Dador vivo / Doação cruzada – Maria Valentin

17:15

18:45

SALA B

SESSÃO PARALELACarcinoma hepatocelular no Transplante Hepático

Moderadores: José Davide, Guilherme Tralhão, Valentín Cuervas-Mons17:15 - 17:45 Estadios O/A BCLC - indicação de transplante hepático – Donzília Silva 17:45 - 18:15 Dowstanding do carcinoma hepatocelular, ainda? – Ben-Hur Ferraz Neto18:15 - 18:45 Colangiocarcinoma - indicação de transplante hepático? – Ricardo Martins

17:15

18:45

SALA C

SESSÃO PARALELACoordenação: Doação como continuar a crescer?

Moderadores: Ana Calvão da Silva, Rosário Caetano Pereira, Joel de Andrade17:15 - 17:45 Doação e transplantação em Portugal – Fernando Rodrigues17:45 - 18:15 Doação e transplantação no Brasil – Valter Duro Garcia18:15 - 18:45 Dador coração parado – Roberto Roncon de Albuquerque

17:15

18:45

SALA D

SESSÃO PARALELAA enfermagem na gestão da doença crónica da pessoa transplantada

Moderadores: Manuel Valente, Janine Schirmer17:15 - 17:30 Adesão em doentes transplantados – Fernanda Moreno17:30 - 17:45 Ir para a pedra fria: o transplante hepático pela voz das pessoas com PAF – Sónia Novais17:45 - 18:00 A transição na pessoa submetida a transplante hepático – Juliana Silva18:00 - 18:15 Critérios de inclusão num programa de gestão de casos após transplante hepático – Liliana Mota18:15 - 18:25 Discussão

18:25 - 18:45 Dador em paragem cardio-circulatória - Potenciador da transplantação renal – Mário Branco Moderadores: Fernando Vilares, Aires Moutinho

17:15

18:45

SALA A

SESSÃO PLENÁRIAPAF e Transplante Hepático

Moderadores: Sofia Ferreira, Teresa Coelho, Lúcio Pacheco18:45 - 19:05 Recidiva de paramiloidose no transplante hepático sequencial – Cristina Alves19:05 - 19:25 Retransplante quando paramiloidose adquirida – Suzana Calretas19:25 - 19:45 Trombose da artéria no transplante hepático em paramiloidose familiar – Paulo Soares

18:45

19:45

SALA CCOMUNICAÇÕES ORAIS

CO07 - COORDENAÇÃO (CO-COORD-01 | CO-COORD-08)Moderadores: Rosario Caetano Pereira, Joel de Andrade

18:45

20:05

SALA DCOMUNICAÇÕES ORAIS

CO08 - IMUNOLOGIA/HISTOCOMPATIBILIDADE (CO-IMUN-01 | CO-IMUN-06)Moderadores: Leonidio Dias, Jorge Neuman

18:45

19:45

JANTAR (Hotel)21:00

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PROGRAMA

7

SALA A

SESSÃO PLENÁRIASaúde Oral

Moderadores: Alice Santana, Benedita Sampaio, Fernando Macário08:30 - 09:00 Infecções orais e repercussões sistémicas – Fabio Coracin09:00 - 09:30 Avaliação do doente no pre-transplante - avaliação multidisciplinar – Paulo Sérgio da Silva Santos09:30 - 10:00 Avaliação da saúde oral no doente transplantado – Otília Lopes

08:30

10:00

SALA C

SESSÃO PARALELATransplante de Córnea - Da colheita à aplicação

Moderadores: Maria João Quadrado, Raul Jorge Moreira 08:30 - 08:45 Boas práticas em colheita e armazenamento de tecidos colhidos – Luís Torrão08:45 - 09:00 Transplantes penetrantes – João Costa09:00 - 09:15 Transplantes lamelares anteriores – Miguel Gomes09:15 - 09:30 Transplantes endoteliais – Nuno Alves09:30 - 09:45 Gestão de risco em transplante de córnea – Walter Rodrigues09:45 - 10:00 Novas perspectivas nos transplantes de córnea – Maria João Quadrado

08:30

10:00

SALA A

SESSÃO PARALELADesafios em Transplante Renal

Moderadores: Conceição Mota, Rosário Stone, Deise Carvalho 10:30 - 11:00 Outcomes em transplante pediátrico. O que se pode melhorar? – José Eduardo Esteves11:00 - 11:30 Recidiva de GEFS – Clotilde Garcia11:30 - 12:00 Questões de genética e genómica do transplante renal – João Paulo Oliveira

10:30

12:00

SALA B

SESSÃO PARALELANovidades no Transplante Hepático

Moderadores: Aníbal Marinho, Luís Tomé, Teresa Branco10:30 - 11:00 Infecção VHC quando tratar? – Helena Pessegueiro11:00 - 11:30 Receptor infetado - quando contra-indicar o transplante hepático? – Edson Abdala11:30 - 12:00 Avaliação cardíaca pré-transplante - existe consenso? – Carlos Bento

10:30

12:00

SALA C

SESSÃO PARALELATransplante Pulmonar

10:30 - 10:50 Conferência: “Estado Atual do Transplante Pulmonar no Brasil: Problemas e Oportunidades” – Paulo Pêgo-FernandesModerador: José Fragata

MESA REDONDAModeradores: José Fragata, Paulo Pêgo-Fernandes

10:50 - 11:02 Optimização de dadores de pulmão - estratégia – Ivan Bravio11:02 - 11:14 Transplantação pulmonar nas bronquiectasias / tuberculose – Marcos Samano11:14 - 11:26 Monitorização da rejeição no transplante pulmonar – Luísa Semedo11:26 - 11:38 Manejo de infecção no pós-operatório – Rafael Carraro11:38 - 11:50 Uso de CEC na Transplantação pulmonar, quando e como – Paulo Calvinho11:50 - 12:00 Discussão

10:30

12:00

CAFÉ10:00

10:30

SEXTA-FEIRA, 14 OUTUBRO 2016

PISO 0 ABERTURA DO SECRETARIADO08:00

SALA D

SESSÃO PARALELARim Cirúrgico

Moderadores: Francisco Cruz, Rui Almeida, Antonio Martinho10:30 - 10:50 Avaliação e preparação pre-operatória do candidato a dador vivo - a visão do cirurgião – Miguel Ramos10:50 - 11:10 Nefrectomia dador vivo - que técnica para quem? – Lorenzo Marconi11:10 - 11:30 Refluxo vesico-ureterico: Qual a verdadeira importância em transplantação renal – Pedro Nunes11:30 - 11:50 Complicações em transplante - Desafios no diagnóstico precoce – Paulo Dinis11:50 - 12:00 Discussão

10:30

12:00

SALA E

COMUNICAÇÕES ORAISCO09 - CORNEA (CO-CORN-01 | CO-CORN-05)

Moderadores: Maria João Quadrado, Raul MoreiraVisita aos E-Posters

10:30

12:00

SALA A

SESSÃO PLENÁRIADSA, Rejeição Humoral e Imunossupressão - o que há de novo?

Moderadores: Helena Sá, Susana Sampaio, Roberto Manfro12:00 - 12:20 DSA: Is it important to characterize? – Jean Villard12:20 - 12:40 Rejeição Humoral – Fernando Nolasco12:40 - 13:00 Pharmacogenetic-based strategy for immunosuppression after kidney transplantation – Michel Mourad

12:00

13:00

ALMOÇO13:00

14:00

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13–15 OUTUBRO 2016 · PORTO · PORTUGALXIII CONGRESSO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSO LUSO BRASILEIRO DE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICO DE TRANSPLANTAÇÃO

8

PROGRAMA

SALA A COMUNICAÇÕES BREVESCB06 - RIM (CB-RIM-21 | CB-RIM-30) | Moderadores: Isabel Tavares, Lídia Santos

14:00

15:00

SALA A COMUNICAÇÕES ORAISCO10 - RIM (CO-RIM-17 | CO-RIM-22) | Moderadores: Célia Nascimento, Patricia Cotovio

15:00

16:00

SALA B COMUNICAÇÕES ORAISCO11 - FÍGADO (CO-FIG-10 | CO-FIG-14) | Moderadores: Helena Pessegueiro, Ben-Hur Ferraz Neto

15:00

16:00

SALA C COMUNICAÇÕES ORAISCO12 - PULMÃO (CO-PUL-01 | CO-PUL-05) | Moderadores: Carla Damas, Ivan Bravio

15:00

16:00

SALA D COMUNICAÇÕES ORAISCO13 - RIM (CO-RIM-23 | CO-RIM-28) | Moderadores: Arlindo Matos, Pedro Nunes

15:00

16:00

SALA E COMUNICAÇÕES ORAISCO14 - RIM (CO-RIM-29 | CO-RIM-34) | Moderadores: Conceição Mota, Clotilde Garcia

15:00

16:00

SALA B COMUNICAÇÕES BREVESCB07 - ENFERMAGEM (CB-ENF-01 | CB-ENF-07) | Moderadores: Juliana Silva, Fernando Nunes

14:00

15:00

SALA C COMUNICAÇÕES BREVESCB08 - PULMÃO (CB-PUL-01 | CB-PUL-10) | Moderadores: Marcos Samano, Luisa Semedo

14:00

15:00

SALA DCOMUNICAÇÕES BREVES

CB09 - COORDENAÇÃO (CB-COOR-01 | CB-COORD-10)Moderadores: Eduarda Pereira, Manuel Valente

14:00

15:00

SALA E COMUNICAÇÕES BREVESCB10 - RIM (CB-RIM-31 | CB-RIM-36) | Moderadores: Conceição Mota, Rosário Stone

14:00

15:00

SALA A

SESSÃO PARALELADessensibilização

Moderadores: Fernando Nolasco, Manuela Almeida, Federico Oppenheimer16:00 - 16:30 Que doentes em LA podem beneficiar de dessensibilização – Jorge Malheiro16:30 - 17:00 Esquemas terapeuticos de dessensibilização – Álvaro Pacheco Silva17:00 - 17:30 Discussão

16:00

17:30

SALA B

SESSÃO PARALELADecisões difíceis em Transplante HepáticoModeradores: Jorge Daniel, Luis Tomé, Ilka Boin

16:00 - 16:30 Incompatibilidade ABO - justifica-se? – Sofia Ferreira16:30 - 17:00 Trombose veia porta – Lúcio Pacheco17:00 - 17:30 Retransplantação - até quando? – António Canha

16:00

17:30

SALA C

SESSÃO PARALELACirurgia, Suporte Circulatório e TransplanteModeradores: Manuel Antunes, Noedir Stolf

16:00 - 16:30 ECMO e Transplante cardíaco – Roberto Roncon de Albuquerque16:30 - 17:00 Alternativas cirurgicas à transplantação – Fernando Atik17:00 - 17:30 Economia dos dispositivos de assistência ventricular – Theo de By

16:00

17:30

SALA D

SESSÃO PARALELAÉtica

Moderadores: A. Morais Sarmento, A. Norton Matos, Alfredo Mota16:00 - 16:30 Declaração Istambul - o que mudou? – Domingos Machado16:30 - 17:00 Tráfico de órgãos - Enquadramento legal. Que futuro? – Ana Pires Silva17:00 - 17:30 Discussão

16:00

17:30

CAFÉ17:30

17:45

SALA A

SESSÃO PLENÁRIASHUa e Transplantação Renal

Moderadores: Fernando Macário, Joana Santos, Marilda Mazalli17:45 - 18:05 Fisiopatologia do SHUa – Josefina Santos18:05 - 18:25 SHUa: recorrência, de novo e microangiopatias – Josep Campistol18:25 - 18:45 Uso do eculizumab no transplante renal – Manuel Arias Rodriguez

17:45

18:45

SALA B

SIMPOSIUM LIBBSOs desafios para melhorar a alocação de órgãos no Brasil

Presidente de Mesa: Eliana Régia Barbosa de Almeida19:00 - 19:20 Como é a política de alocação e distribuição de órgãos no Brasil?

– Maria Gerbase de Lima19:20 - 19:40 Política de alocação de órgãos em outros países do mundo. Quais os pontos fortes? – Irene Noronha19:40 - 19:55 Como está o aproveitamento dos órgãos distribuídos no Brasil? – Eliana Régia Barbosa de Almeida19:55 - 20:00 Discussão e encerrramento

19:00

20:00

JANTAR (Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões)21:00

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13–15 OUTUBRO 2016 · PORTO · PORTUGALXIII CONGRESSO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSO LUSO BRASILEIRO DE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICO DE TRANSPLANTAÇÃO

PROGRAMA

9

SALA A

SESSÃO PLENÁRIAInfecções em Transplante

Moderadores: Jorge Pratas, José Maria Aguado, Taina Sandes08:30 - 09:00 Infeções multi-resistentes – Edson Abdala09:00 - 09:30 Infeções fúngicas – Faouzi Saliba09:30 - 10:00 Infeções por Clostridium difficile – Monica Oleastro10:00 - 10:30 Discussão

08:30

10:30

SALA C

SESSÃO PARALELATransplante de Osso

Moderadores: Fernando Judas, Rui Dias, Rafael Prinz08:30 - 08:45 Banco de Tecidos do Serv Ortop CHUC – Rui Dias08:45 - 09:00 A utilidade do banco de osso para a ortopedia brasileira – Rafael Prinz09:00 - 09:15 Controlo da Qualidade do ambiente na área de processamento de aloenxertos do aparelho locomotor – Celeste Francisco09:15 - 09:30 A aplicação de enxertos na cirurgia reconstrutiva em estomatologia – Eugénio Pereira09:30 - 09:45 A aplicação de aloenxertos ósseos na cirurgia maxilo-facial – Renato Baldan09:45 - 10:00 A nova nomenclatura europeia de aloenxertos – Cristina Rocha10:00 - 10:15 A aplicação de aloenxertos tendinosos na cirurgia reconstrutiva da mão – Alexandre Marques

08:30

10:30

CAFÉ10:30

11:00

SÁBADO, 15 OUTUBRO 2016

SALA A

SESSÃO PLENÁRIAHepatite C no transplante

Moderadores: Carlos Oliveira, Cristina Jorge, Valentín Cuervas-Mons11:00 - 11:30 HCV e transplante Renal – Lidia Santos11:30 - 12:00 Impacto HCV no transplante hepático – Suzana Calretas12:00 - 12:30 Tratamento HCV - O que há de novo? – Maria Carlota Londoño12:30 - 12:40 Discussão12:40 - 12:50 CO-FIG-15 – Tratamento com Sofosbuvir e Daclatasvir na recidiva da Hepatite C pós-transplante – Laura C M Pinto, Elizabeth Balbi,

Barbara C Rodrigues, Luciana P Carius, Marcia Halpern, Karina PS Annunziata, Joyce RL Silva, Lucio F Pacheco-Moreira12:50 - 13:00 CO-FIG-16 – Tratamento da recidiva da infeção crónica VHC com antivíricos de ação direta em transplantandos hepáticos – Sérgio

Lima, David Ferreira, Sofia Ferreira, Judit Gandara, Vítor Lopes, Jorge Daniel, Helena Pessegueiro Miranda

11:00

13:00

SALA C

SESSÃO PARALELAModeradores: Antonio Campos, Fernando Principe, Ana Carneiro

Transplante de Medula Óssea11:00 - 11:30 Regulatory T Cells in Chronic Graft Vs Host Disease – João Lacerda11:30 - 12:00 Papel do IPST na transplantação de Células Progenitoras Hematopoieticas – Gracinda Sousa

Comunicações Orais12:00 - 12:15 Alotransplante de progenitores hamtopoieticos no tratamento Imunodeficiencias primarias – Fernando Campilho12:15 - 12:30 Autotransplantação em Linfoma Hodgkin – Experiência CHSJ – Inês Carvalhais12:30 - 13:00 Discussão e Visita aos E-Posters

11:00

13:00

SALA DCOMUNICAÇÕES ORAIS E COMUNICAÇÕES BREVES

CO15 - OSSO (CO-OSSO-01 | CO-OSSO-02) e CB11 - OSSO (CB-OSSO-01 | CB-OSSO-04)Moderadores: Fernando Judas, Rui Dias, Rafael Prinz

11:30

12:15

ALMOÇO13:00

14:00

PISO 0 ABERTURA DO SECRETARIADO08:00

SALA A

SESSÃO PLENÁRIAmTOR - que papel?

Moderadores: Teresa Morgado, Manuela Bustorff, Catarina Romãozinho14:00 - 14:20 Vantagens e Limitações do uso dos inbidores mTOR – Alice Santana14:20 - 14:40 Uso dos inbidores mTOR no pos-transplante imediato – Luís Rodrigues14:40 - 15:00 Resultados Transform – Federico Oppenheimer

14:00

15:00

SALA ACOMUNICAÇÕES BREVES

CB12 - RIM (CB-RIM-37 | CB-RIM-42) | Moderadores: Ana Rocha, Marta NevesCB13 - RIM (CB-RIM-43 | CB-RIM-47) | Moderadores: Ana Cerqueira, João Gonçalves

15:00

15:45

SALA B COMUNICAÇÕES BREVESCB14 - FÍGADO (CB-FIG-11 | CB-FIG-21) | Moderadores: Judit Gândara, Suzana Calretas

15:00

15:45

SALA CCOMUNICAÇÕES BREVES

CB15 - COORDENAÇÃO (CB-COORD-11 | CB-COORD-18)Moderadores: Fernando Rodrigues, Margarida Rios

15:00

15:45

SALA DCOMUNICAÇÕES BREVES

CB16 - ENFERMAGEM (CB-ENF-08 | CB-ENF-13)Moderadores: Aires Moutinho, Fernanda Moreno

15:00

15:45

SALA A COMUNICAÇÕES ORAISCO16 - RIM (CO-RIM-35 | CO-RIM-41) | Moderadores: Inês Ferreira, Lígia Pierrotti

15:45

17:00

SALA B COMUNICAÇÕES ORAISCO17 - RIM (CO-RIM-42 | CO-RIM-49) | Moderadores: Isabel Tavares, Lidia Santos

15:45

17:00

SALA CCOMUNICAÇÕES ORAIS

CO18 - COORDENAÇÃO (CO-COORD-09 | CO-COORD-12)Moderadores: Ana Calvão da Silva, Leonardo Ferraz

15:45

16:45

SALA D COMUNICAÇÕES ORAISCO19 - RIM (CO-RIM-50 | CO-RIM-56) | Moderadores: Cristina Jorge, Manuela Almeida

15:45

16:45

CAFÉ16:45

17:00

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13–15 OUTUBRO 2016 · PORTO · PORTUGALXIII CONGRESSO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSO LUSO BRASILEIRO DE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICO DE TRANSPLANTAÇÃO

10

PROGRAMA

ENCERRAMENTO – Susana Sampaio19:00

SALA A

SESSÃO PLENÁRIAO que há de novo?

Moderadores: Manuel Pestana, Rui Alves, Roberto Manfro17:00 - 17:20 Microbioma Humano e implicações no transplante – Benedita Sampaio17:20 - 17:40 Terapêuticas celulares – Irene Noronha17:40 - 18:00 Novos anticoagulantes orais – André Weigert

17:00

18:00

SALA A

SESSÃO DE ENCERRAMENTOModeradores: Susana Sampaio, Fernando Macário, Cristina Jorge

Bolsas de Investigação Astellas/SPT | Melhor Comunicação CLB2016 | Anúncio Congresso 2017

Bolsa 2013RM 3365 prevent liver damage induced by ischemia-reperfusion injury, maintaining a normal mitochondrial functionRui Miguel Martins, João S Teodoro, Anabela Rolo, JG Tralhão, Carlos Marques PalmeiraBolsa 2014Characterization of donor-specific anti-HLA antibodies detected before kidney transplantation and their impact on kidney graft outcomesJorge Malheiro, Sandra Tafulo, Leonidio Dias, La Salete Martins, Isabel Fonseca, Idalina Beirão, António Castro-Henriques, António Cabrita

Anúncio Melhor Comunicação CLB2016

Anúncio Congresso 2017

18:00

19:00

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13–15 OUTUBRO 2016 · PORTO · PORTUGALXIII CONGRESSO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSO LUSO BRASILEIRO DE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICO DE TRANSPLANTAÇÃO

COMUN

ICAÇÕES ORAIS

11

CO-PAN-01TRANSPLANTE PANCREÁTICO DEPOIS DE TRANPLANTE RENAL DADOR VIVO:UMA OPÇAO VIAVEL MAS COM PIORES RESULTADOSP. Ventura-Aguiar, J.Ferrer, E.Esmatjes, F.Oppenheimer, F.Diekmann, MªJ. Ricart

Servei de Nefrologia i Trasplantament Renal, Hospital Clinic Barcelona.

Introdução: A extensa lista de espera para trasplante simultaneo reno-pancreático, e

o conhecimento da melhoria de sobrevida do doente diabético tipo I transplantado

de rim quando comparado com a permanência em diálise, levou alguns centros a

preconizarem a opção de transplante renal dador-vivo e posteriormente realizar trans-

plante de pâncreas isolado.

Métodos e Pacientes: Foram incluídos todos os receptores de PA-ldK realizados no

nosso centro de 2007-2015. Incluíram-se parâmetros associados aos dador, trans-

plante, e receptor y identificaram-se causa de morte e motivo de perda de enxerto.

As sobrevivências foram calculadas por Kaplan-Mayer.

Resultados: Realizaram-se um total de 15 transplantes renais dador-vivo (idade recep-

tor 38±6 anos, tempo em diálise 12±11 meses, 40% não aparentado, compatibilidade

HLA 2,3±1,2; idade dador 50±13 anos; 2 ABO imcompativel; 1 transplante cruzado) e

18 transplantes PA-ldK (Tempo desde TRDV 13±5 meses; idade dador 31±11 anos;

compatibilidade HLA 1,1±0,9; CIT 11±2 horas; 3 retransplantes). Dois enxertos pan-

creáticos apresentaram trombose nas 24h post-transplante. O tempo de seguimento

foi de 4,8 ±1,8 anos.

A sobrevivência do paciente, rim, e pâncreas aos 12 meses é de 100%, 100%, e

83,0%, respectivamente, e aos 5 anos de 76,2%, 81,5%, e 53,5%. Comparativamente,

e no mesmo período, os resultados para transplante simultâneo rim-pancreas (SPK)

foram de 98,2%, 99,4%, e 89,4% ao ano para paciente, rim, e pancreas, respectiva-

mente, e de 93,4%, 91,2%, e 78,8% aos 5 anos.

A principal causa de perda dos enxertos pancreáticos foi a rejeição (n=5, 31%; inci-

dência rejeição: 85%; media 1,8±1,4 episódios/enxerto), seguido da trombose post-

transplante (n=2), e um por morte com enxerto funcionante (dois doentes faleceram -

um por hemorragia digestiva e outro por infecção).

Conclusões: As sobrevivências de paciente e enxertos no transplante PA-ldK são infe-

riores ao do transplante SPK, com uma elevada incidência de rejeição do enxerto

pancreático.

CO-PAN-02ANÁLISE DAS CAUSAS DE DESCARTE DO PÂNCREAS DE DOADORESFALECIDOS NUM CENTRO ÚNICO DE TRANSPLANTERanna Ribeiro, João Luis Erbs Pessoa, Adriano Miziara Gonzalez, Jose Osmar

Medina-Pestana e Erika Bevilaqua Rangel

Universidade Federal de São Paulo-Escola Paulista de Medicina. Central de

Transplantes da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo.

Introdução: O número de transplante de pâncreas vem reduzindo nos centros Ameri-

canos e não-Americanos devido a vários motivos: seleção mais rigorosa do receptor,

doadores inadequados (obesos, diabéticos, idosos) e reavaliação dos centros trans-

plantadores quanto à alocação e resultados do transplante de pâncreas.

Métodos: Análise do banco de dados do OPTN/UNOS e da Secretaria de Saúde do Es-

tado de SP referentes a um centro único quanto à alocação do pâncreas.

Resultados: Nos EUA, de 104047 doadores no período de 2000-2013, 24818 (23,85%)

foram ofertados para o transplante de pâncreas, sendo que 6369 foram descartados

(25,66%) e 18449 foram transplantados (74,34%). No Estado de São Paulo, de 5324

doadores viáveis no período de 2000-2014, 1478 (29,6%) foram ofertados para o trans-

plante de pâncreas no nosso centro, sendo que 1162 foram descartados (78,6%), 377

(25,5%) foram retirados e 316 (21,4%) foram transplantados. Nos EUA, as principais cau-

sas de descarte do pâncreas incluíram: doador (65,1%, exames laboratoriais altera-

dos> idade> tempo de internação> parada cardíaca), receptor (16,2%), qualidade

do órgão (10,1%), logística (6,5%) e critério técnico (1,9%). No nosso centro, as princi-

pais causas de descarte do pâncreas foram: doador (68,8%, idade> uso de álcool>

DM> exames laboratoriais alterados), qualidade do órgão (12,7%), critério técnico

(4,6%), receptor (1,4%) e logística (1,1%).

Conclusões: No nosso centro, são recusados 3 vezes mais pâncreas do que nos EUA,

sendo que os dados demográficos do doador, como idade, uso de álcool e DM con-

tribuíram mais para esta recusa do que complicações clínicas do doador, como exa-

mes laboratoriais alterados, tempo de internação e parada cardíaca.

CO-PAN-03AVALIAÇÃO DE 15 ANOS DO PROGRAMA DE TRANSPLANTE DE PÂNCREAS-RIM NUM CENTRO ÚNICOErika Bevilaqua Rangel, Adriano Miziara Gonzalez, Claudio Santiago Melaragno,

João Roberto de Sá, Marcelo Moura Linhares, Alcides Salzedas-Neto, Renato de

Marco, Maria Gerbase de Lima, Jose Osmar Medina-Pestana

Universidade Federal de Sao Paulo-Escola Paulista de Medicina. Instituto de

Imunogenética/AFIP-Associação Fundo de Incentivo à Pesquisa.

Introdução: O transplante simultâneo de pâncreas-rim (TSPR) é a opção mais ade-

quada para pacientes diabéticos em uso de insulina e uremia, estando associado à

redução das complicações micro- e macroangiopáticas e a melhor sobrevida.

Métodos: Análise dos dados demográficos dos pacientes submetidos ao TSPR num

centro único, no período de dez/2000 a abril/2015.

Análise estatística: t-test e curva de sobrevida de Kaplan-Meier. P<0,05 foi considerado

significante.

Resultados: Foram realizados 462 TSPR, sendo incluindo os seguintes dados demográ-

ficos do receptor: idade 35,5±7,7 anos, 58,9% do sexo masculino, 75,8% brancos e

tempo de diálise 39,2±22,8 meses. Quanto ao doador, a idade média foi 26,6±9,4

anos e a principal causa de óbito foi traumatismo craniano (63%). Em agosto/2013,

foi instituído o crossmatch virtual no nosso centro, de modo que o tempo de isquemia

fria (TIF) do enxerto renal reduziu de 15,1±5,5h para 12,6±3h (P=0,02) e do enxerto

pancreático reduziu de 15,1±4h para 11,8±2h (P=0,0003). A sobrevida em 15 anos

do paciente com indução com Timoglobulina ou Basiliximab foi 86,2% e 85,1%, res-

pectivamente, sendo superior aos casos sem indução (72,9%, P=0,021). A sobrevida

em 15 anos do enxerto renal com indução com Timoglobulina ou Basiliximab foi 79,2%

e 81,2%, respectivamente, sendo superior aos casos sem indução (65,6%, P=0,017).

A sobrevida em 15 anos do enxerto pancreático com indução com Timoglobulina ou

Basiliximab foi 70,2% e 77,2%, sendo superior aos casos sem indução (60,2%,

P=0,037).

Conclusões: Indução com Timoglobulina ou Basiliximab correlaciona-se com maior

sobrevida do paciente e dos enxertos renal e pancreático. A redução do TIF após a

introdução do crossmatch virtual deve impactar positivamente a sobrevida dos enxer-

tos e do paciente no futuro.

CO-PAN-04TRANSPLANTE DE PÂNCREAS NUM CENTRO PORTUGUÊS – RESULTADOS MAISDE 200 PROCEDIMENTOS DEPOISLa Salete Martins1,2, A C Henriques1,2, A Castro1,L Dias1,2, V Guardado1, Lígia Bessa1, T

Chuva1, M Almeida1,2, S Pedroso1,2, R Almeida2, J Davide2, A Cabrita1

1-Serviço de Nefrologia, 2-Departamento de Transplantação, Hospital Santo António,

CHP, Porto, Portugal.

Em doentes com Diabetes tipo1 e doença renal crónica, o TRP (transplante reno-pan-

creático simultâneo) continua a ser o tratamento de eleição, se reúnem condições

para este procedimento.

Analisamos os resultados do Transplante de pâncreas (TxP) no nosso centro, agora com

16 anos de actividade e com mais de 200 transplantes realizados. Destes, 191 são TRP,

e 11 são transplantes de pâncreas após um transplante renal isolado prévio (PAK).

Dadas as particularidades de cada tipo de TxP, apresentamos apenas os resultados

dos TRP. Tinham 35±6 anos, diabetes há 24±6 anos e estavam em diálise há 27±21

meses, exceptuando 8 TRP preemptive. A imunossupressão manteve-se

(ATG+Tac+MMF+Pred), bem como as profilaxias da infecção e da trombose. O tempo

de internamento (mediana) foi de 18 dias.

Tiveram necessidade de diálise 13.1% e de reintervenção cirúrgica 24.6% dos doen-

tes. Registou-se rejeição aguda em 12.56%. No final do follow-up (min=3 meses,

máx=16 anos, média=7 anos), perderam-se 41 enxertos pancreáticos e 20 enxertos

renais. A principal causa de perda do pâncreas permanece a trombose; a do rim a

rejeição crónica. Faleceram 16 doentes: 7 de causa CV, 5 de infecção, 1 de neopla-

sia, 3 de outras causas.

Num estudo aos 5 anos (n=42 TRP) tínhamos reportado uma incidência de rejeição

aguda de 19.1% e de reintervenções de 42.9%; noutro aos 10 anos (n=111 TRP) re-

portámos rejeição em 18% e reintervenções de 28.8%. A sobrevivência para doente

e enxertos (death-censored), rim e pâncreas reportada aos 5 anos foi 92%,89% e 78%.

Aos 10 anos foi de 91%,79% e 69%.

Actualmente, a sobrevivência para doente, rim e pâncreas ao 1º ano é de 97%,96%

e 87%; aos 5 anos 95%,93% e 80%; aos 10 anos 90%,84% e 74%.

Comparativamente a resultados prévios, registamos uma redução da rejeição aguda

e das complicações requerendo reintervenção cirúrgica. Mantêm-se os bons indica-

dores de sobrevivência ao 1º ano. Observa-se melhoria na sobrevivência dos enxertos

a longo-prazo.

CO-RIM-01MAIS DE 10.000 TRANSPLANTES RENAIS REALIZADOS EM CENTRO ÚNICONO BRASILJosé Medina Pestana

Hospital do Rim, Universidade Federal de São Paulo.

Objetivos: Descrever as atividades relacionadas à seleção, realização e acompanha-

mento de um grande número de pacientes transplantados demonstrando os resultados

em longo prazo.

Métodos: Análise retrospectiva dos dados de todos os receptores de transplante renal

realizados no Hospital do Rim de Agosto de 1998 a Dezembro de 2015.

Resultados: Foram realizados 11.436 transplantes renais e 271 transplantes pâncreas-

rim. O número total de agendamentos no ambulatório de pré-transplante aumentou

de 12 consultas/dia para 24 de 2001 a 2015. As notificações de morte cerebral do-

braram assim como o número médio de transplantes renais realizados por dia. A média

de consultas por dia no ambulatório do pós-transplante aumentou de 28 para 230

assim como o número de biópsias do enxerto renal aumentou de duas para mais de

sete por dia de 2003 a 2014. As taxas de infecção do sítio cirúrgico, infecção do trato

COMUNICAÇÕES ORAIS

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12

COMUN

ICAÇÕES O

RAIS

urinário e pneumonia associada ventilação mecânica reduziram-se de 2005 a 2015.

Já a infecção de corrente sanguínea aumentou de 5,5 para 8,3 casos por 1.000 dias

de cateter. A sobrevida cumulativa do enxerto em 5 anos aumentou de 75,9% para

92,1% de 1998 a 2014. 66% por cento dos pacientes que receberam transplante de

doador falecido e vivo alcançaram um ano de transplante com função do enxerto

excelente, respectivamente. Sessenta e oito por cento dos pacientes estão em segui-

mento, 12% evoluíram para perda do enxerto, 12% foram à óbito e 8% perderam se-

guimento.

Conclusão: Apesar do incremento no número de transplantes realizados, observou-se

melhor sobrevida do enxerto e do paciente associados a menores taxas de infecção

após o transplante renal.

CO-RIM-02READMISSÃO HOSPITALAR EM 30 DIAS APÓS O TRANSPLANTE RENAL:INCIDÊNCIA, CAUSAS E PROGNÓSTICOMelissa Gaspar Tavares, Marina Pontello Cristelli, Mayara Ivani de Paula, Hélio

Tedesco-Silva, José Medina-Pestana

Hospital do Rim, Universidade Federal de São Paulo.

Introdução: Na população em geral, a taxa de readmissão hospitalar (RH) em 30 dias

é uma métrica de qualidade bem aceita e um preditor de mortalidade. Estudos re-

centes indicam que isto também é verdadeiro entre os receptores de transplante renal.

Objetivo:O objetivo deste estudo é investigar a prevalência e influência de readmissão

hospitalar precoce (RH) no prazo de 30 dias após a alta hospitalar da hospitalização

inicial do transplante renal e se é um fator de risco para a mortalidade.

Métodos:Foram analisados todos os pacientes transplantados renais entre janeiro e

dezembro de 2011 e 2012 com seguimento em 1 ano, em um único centro e deter-

minada taxa de RH, características, fatores de risco e impacto sobre a mortalidade

durante os primeiros 12 meses pós-transplante. Foram incluidos todos os pacientes

maiores de 18 anos e foram excluidos os retransplantes, transplantes de múltiplos ór-

gãos, pacientes que perderam o enxerto ou que faleceram na internação do trans-

plante renal.

Resultados: Dentre os 1899 transplantes renais realizados no período, 1175 foram in-

cluídos nesta análise. Desses pacientes, cerca de 313 reinternaram em até 30 dias da

alta do transplante o que resultou em uma incidência de 26,6 %. Esses pacientes eram

mais velhos permaneceram mais tempo em diálise, tinham painel Classe II > 50%, re-

ceberam rins de doadores também mais velhos, tiveram mais função tardia do enxerto

e ficaram mais tempo inetrnados na internação do transplante quando comparados

com aqueles pacientes que não internaram em 30 dias. As principais razões para RH

foram infecção (67%), distúrbios metabólicos (11%), complicações cirúrgicas (14%),

rejeição aguda (5%) e eventos cardiovasculares (2%) e estenose de artéria renal (1%).

Na análise multivariada para readmissão hospitalar, idade do receptor, tempo de in-

ternação do transplante, sorologia negativa para CMV e ter tido rejeição aguda na

internação do transplante foram fatores de risco para readmissão em 30 dias. Além

disso, nas curvas de sobrevida, os pacientes que reinternaram em 30 dias tiveram pior

sobrevida do enxerto e maior mortalidade em 12 meses.

Conclusão: A média de RH foi de 26% e os pacientes que reinternaram em 30 dias ti-

veram pior desfecho em 12 meses. A melhor identificação de pacientes em risco pode

orientar o planejamento de alta hospitalar e acompanhamento ambulatorial pós-trans-

plante imediato.

CO-RIM-03TRANSPLANTE RENAL DE DADOR CADÁVER COM CRITÉRIOS EXPANDIDOS –EXPERIÊNCIA DE UM CENTROEmanuel Ferreira1, Joana Costa1, Catarina Romãozinho1, Lídia Santos1, Fernando

Macário1, Rui Alves1, Carlos Bastos2, Mário Campos1, Alfredo Mota2

1-CHUC, Serviço de Nefrologia; 2-CHUC, Serviço de Urologia e Transplantação Renal.

Introdução:O aumento da prevalência da doença renal crónica terminal impulsionou

a adopção de medidas para ampliar o pool de dadores, nomeadamente a expansão

dos critérios para aceitação de dador cadáver.

Objectivo:comparar a função e sobrevida do enxerto e receptores aos 5 anos pós-

transplante com rins de dador standard (DCS) e critérios expandidos (DCE). Avaliar fac-

tores do dador, receptor e transplante que influenciaram a sobrevida do enxerto.

Métodos:Estudo retrospectivo dos transplantes renais de dador cadáver realizados no

nosso Centro entre 1/01/2005 e 31/12/2009; follow-up de 5 anos.

Resultados: Realizaram-se 617 transplantes renais de dador cadáver -150 (24.3%) de

DCE e 467 (75.7%) de DCS. Tempo médio de follow-up de 49 20.4 meses.

Os DCE tinham idade superior (66.6 5.1 vs 39.7 13.3 anos;p=0.000), maior percenta-

gem de género feminino (50.7% vs 27%;p=0.000), menor taxa de filtração glomerular

estimada pela fórmula MDRD (TFGe) (72.1 22.3 vs 96.7 28.3 ml/min/1.73m2;p=0.000) e

maior mortalidade cerebrovascular (72.7% vs 49.9%;p=0.000). Os receptores de rins

de DCE tinham idade superior (58.6 8.5 vs 44.8 12.3 anos;p=0.000), maior proveniên-

cia da hemodiálise (97.3% vs 91.2%;p=0.012) e maior percentagem de primeiros

transplantes (95.3% vs 87.8%;p=0.008).

No pós-transplante verificou-se maior função tardia (28% vs 16.3%;p=0.001) e menor

função imediata (68% vs 80.3%;p=0.008) no grupo DCE; sem diferenças na disfunção

primária.

Aos 5 anos pós-transplante observámos menor TFGe (49.2 18.9 vs 67.8 24.6

ml/min/1.73m2;p=0.000), menor sobrevida do enxerto censurada para morte com en-

xerto funcionante (80.5% vs 87.1%;p=0.063) e menor sobrevida do receptor no grupo

DCE (85.1% vs 89.1%;p=0.231).

Na análise multivariável os factores que influenciaram positivamente a sobrevida do

enxerto foram: idade avançada do receptor (HR 0.94;p=0.001), ausência de rejeição

aguda confirmada em biópsia (HR 3.19;p=0.006) e TFGe 1 ano pós-transplante supe-

rior (HR 0.97; p=0.001). O maior tempo em diálise influenciou negativamente a sobre-

vida do enxerto apenas no grupo DCE (HR 1.03; p=0.029).

Conclusão: A adopção de medidas que reduzam o tempo em diálise, a prevenção

dos episódios de rejeição aguda e o diagnóstico e tratamento precoces da disfunção

peri-transplante poderão aumentar a sobrevida do enxerto.

Os excelentes resultados obtidos no grupo DCE corroboram a validade da sua utiliza-

ção, sobretudo se enquadrados numa adequada política de alocação de órgãos.

CO-RIM-04HYPERHOMOCYSTEINEMIA IN A PROSPECTIVE COHORT OF RENALTRANSPLANT PATIENTS: IMPACT ON ALLOGRAFT LOSS AND ALL-CAUSEMORTALITYSofia Santos1,2, Isabel Fonseca1,2,3, Laetitia Teixeira4,3, La Salete Martins1,2, Leonídio

Dias1, António Castro Henriques1,2, Denisa Mendonça4,3

1-Department of Nephrology and Kidney Transplantation, Centro Hospitalar do Porto,

Hospital de Santo Antonio, Porto, Portugal; 2-Unit for Multidisciplinary Investigation in

Biomedicine (UMIB), Porto, Portugal; 3-EPIUnit-Institute of Public Health, University of

Porto, Porto, Portugal; 4-Department of Population Studies, Institute of Biomedical

Sciences Abel Salazar (ICBAS), University of Porto, Porto, Portugal.

Introduction: In kidney transplantation, the impact of hyperhomocysteinemia on long-

term graft and patient survival is controversial.

Objectives and Methods: We prospectively followed a cohort of 202 renal transplant

(RT) recipients for a period of 16 years to examine the impact of fasting hyperhomocys-

teinemia on long-term patient and kidney allograft survival, controlling for other car-

diovascular risk factors. Plasma levels of homocysteine were measured in 1999 when

patients presented a mean follow-up time of 4.5 years since kidney transplantation. Pa-

tients were followed until the time of the first event (graft failure or patient death) or until

August 31, 2015. We examined the impact of hyperhomocysteinemia on graft and re-

cipient survival using the standard cause-specific Cox proportional hazard regression

model and using the subdistribution hazard regression model proposed by Fine and

Gray that accounts for the possibility that death with a functioning graft may act as a

competing risk for allograft failure.

Results: At measurement time, hyperhomocysteinemia (tHcy>15 micromol/L) was pres-

ent in 48.5% of the 202 RT patients, predominantly in male (56%). During 16 years of

follow-up, 94 grafts were lost, either as a result of loss of function (n=65, 32%) or patient

death (n=39, 19%). Both the standard cause-specific Cox and the Fine and Gray mod-

els showed that hyperhomocysteinemia was associated with shorter time to graft failure

(csHR = 2.0, P = 0.009; sHR = 1.7, P = 0.044). Female gender and acute rejection were

the other independent variables associated with graft failure. Regarding patient survival,

hyperhomocysteinemia was almost a predictor of patient death using the cause-spe-

cific Cox model (csHR = 1.91, P = 0.073) but not using the subdistribution model (sHR

= 0.71, P = 0.297).

Conclusions: Application of a regression model for subdistribution hazard showed that,

controlling for other cardiovascular risk factors, hyperhomocysteinemia has a detrimen-

tal effect on long-term graft survival, but not on patient survival.

CO-RIM-05ESTUDO PROSPECTIVO, ALEATORIZADO E CONTROLADO DESUPLEMENTAÇÃO COM COLECALCIFEROL EM TRANSPLANTADOS RENAIS –RESULTADOS PRELIMINARES AOS 30 MESESCristina Jorge1, Teresa Adragão1, Patrícia Matias1, Margarida Bruges1, Rita Birne1, Ivo

Laranjinha1, Regina Oliveira1, Ana Casqueiro1, Jorge Azinheira2, Maria João

Andrade3, André Weigert1, Domingos Machado1

1-CHLO, Hospital de Santa Cruz, Unidade de Transplantação Renal; 2-CHLO, Hospital

S Francisco Xavier, Serviço de Patologia Clínica; 3-CHLO, Hospital de Santa Cruz.

Serviço de Cardiologia.

Os benefícios da suplementação com vitamina D (vitD) nutricional nos receptores de

transplante renal (RTR) não estão bem definidos.

Pretendemos verificar prospectivamente os efeitos da suplementação com colecalci-

ferol (4000 UI/dia) num grupo de RTR (GD, N=73), comparando-os com um grupo de

RTR sem suplementação (GC, n=68). Na comparação entre os grupos foram utilizados

os testes T de Student, Mann Whitney U ou qui-quadrado; a análise de sobrevida foi

realizada pelo teste de Kaplan-Meier.

Os 2 grupos foram semelhantes no género (masculino: 57,4% vs 56,2%), idade (51 vs

52 anos), tempo de diálise (46 vs 53 meses (m)), tempo de isquemia fria (18h17min vs

18h43min), grau de sensibilização (0% nos 2 grupos), tempo de transplante (Tx) (46 vs.

48,5m) e principais comorbilidades. O tempo médio de follow-up foi 32m no GD e 30m

no GC (p=ns).

Os níveis basais de calcidiol foram semelhantes em ambos os grupos (18,7 vs. 19,1

ng/ml) e também a TFGe (EPI) (67,4 vs 63,3 mL/min /1,73 m2), a Hb (12, 8 vs 13 g/dl), a

PCR (0,5 vs. 0,61 mg/dl), a PTHi (107 vs 119 pg/ml), a fosfatase alcalina (72 vs 77 U/L), o

fosfato (P) (3,7 vs 3,5 mg/dl) ou o magnésio (1,7 vs 1,8 mg/dl). No entanto, o cálcio sé-

rico basal (9,8 vs. 10,2 mg/dl) foi significativamente menor no GD. Encontrámos um au-

mento significativo nos níveis de calcidiol (ng/ml) aos 6m (39,7 vs. 22,1), 12m (40,7 vs

22,1), 18m (40,6 vs 22,7), 24m (42,1 vs 22,2) e aos 30m (43,5 vs 21,1), sem aumento

significativo da calcemia, mas com redução significativa da PTHi (pg/ml) aos 6m (81

vs. 112), 12m (87 vs 103), 24m (76 vs 97,5) e aos 30m (64,2 vs 98,6) no GD em relação

ao GC. Também não houve diferenças entre os 2 grupos na evolução da fracção de

excreção de Ca, P, ou Mg.

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13–15 OUTUBRO 2016 · PORTO · PORTUGALXIII CONGRESSO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSO LUSO BRASILEIRO DE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICO DE TRANSPLANTAÇÃO

COMUN

ICAÇÕES ORAIS

13

Não notámos outras alterações, incluindo a relação proteina/creatinina urinária, pres-

são de pulso, índice de massa ventricular esquerda ou hospitalizações. O tratamento

com anti-hipertensores (incluindo iECAs ou ARAs), vitD ativa ou cinacalcet foi seme-

lhante entre os 2 grupos. Até ao momento não houve diferenças na sobrevida do en-

xerto (log rank=0,05, p=ns) ou do paciente (log rank=2.2, p=ns).

Em conclusão, a dose de 4000 UI / dia de colecalciferol mostrou-se segura e permitiu

subir os níveis de calcidiol do GD e reduzir a PTHi aos 6,12, 24 e 30 meses, em compa-

ração com o GC, sem outros resultados significativos até agora.

CO-RIM-06CLINICAL FEATURES AND OUTCOMES OF KIDNEY TRANSPLANT RECIPIENTSWITH FOCAL SEGMENTAL GLOMERULOSCLEROSIS RECURRENCE SUBMITTEDTO PLASMAPHERESISMansur JB, Sandes-Freitas TV, Mata GF, Mastroianni Kirsztajn G, Tedesco-Silva H,

Medina-Pestana JO

Hospital do Rim / Fundação Oswaldo Ramos - São Paulo, SP, Brazil.

Background: Focal segmental glomerulosclerosis (FSGS) has a high recurrence rate

after kidney transplantation (Tx). The diagnosis may be hindered by the absence of

early histological lesions. There is no established treatment, although plasma exchange

(PE), alone or combined with rituximab, is the most frequently used treatment.

Objective: To describe clinical-laboratorial profile and outcomes of patients diagnosed

with recurrent FSGS submitted to PE.

Methods: Retrospective single-center cohort study including all patients with recurrent

FSGS submitted to PE between 2003 and 2014.

Results: From 9017 kidney transplants, 63 patients (median: 28 years, min 5 - max 62,

63,5% male) were submitted to PE due to recurrent FSGS. In 55,6% of cases, histological

diagnosis of FSGS as a cause of chronic kidney disease was confirmed. Seventy percent

of patients received a kidney from a deceased donor; mean cold ischemia time was

23 hours. The most frequently immunosuppressive regimen consisted of tacrolimo, pred-

nisone, azathioprine or mycophenolate (76%). The incidence of delayed graft function

was of 66% in recipients of deceased and 21% in recipients of living donor kidney trans-

plants. Proteinuria > 0.5 g and > 3g were detected within 14 and 21 days after kidney

transplant, respectively. The first biopsy was performed at a mean time of 19 days but

in only 15% of the cases FSGS histological lesions were observed. Mean time to histo-

logical diagnosis was 135 days and to first PE was 79 days. A significant portion of pa-

tients received methylprednisolone pulse therapy (80%) and rituximab treatment (16%).

Fifty percent presented partial remission and complete remission occurred in 22% of

cases. Infection occurred in 68% of the patients. One, three and five-years allograft

survivals were 68%, 48% and 38%, respectively.

Conclusion: FSGS recurs early after kidney transplantation with proteinuria preceding

the development of histological lesions. Treatment was associated with high incidence

of infection, low complete remission rates and higher rates of graft loss, reinforcing the

need for further studies to determine a more efficient treatment.

CO-RIM-07NEPHROTIC RANGE PROTEINURIA IN RENAL TRANSPLANTATION: CLINICALAND HISTOLOGIC CORRELATES IN A 10-YEAR RETROSPECTIVE STUDYRita Leal1, Helena Pinto1, Ana Galvão1, Lídia Santos1, Catarina Romãozinho1,

Fernando Macário1, Rui Alves1, Jorge Pratas1, Vitor Sousa2, Carol Marinho2, Lígia

Prado e Castro2, Mário Campos1, Arnaldo Figueiredo3, Alfredo Mota3

1-Nephrology department, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Coimbra

Portugal; 2-Anatomic Pathology department,, Centro Hospitalar e Universitário de

Coimbra, Coimbra Portugal; 3-Urology and Renal Transplantation department, Centro

Hospitalar e Universitário de Coimbra, Coimbra Portugal.

Introduction: Proteinuria of more than 1g/day is one of the most accurate predictors of

graft loss and it is estimated that up to 13% of renal transplant recipients develop

nephrotic range proteinuria. However, despite the high incidence of nephrotic protein-

uria in renal transplant patients, its histologic correlates and prognostic implications are

still not well characterized. We assessed the clinical and histologic correlates of patients

with nephrotic range proteinuria (> 3.5g/day).

Methods: We have retrospectively analysed 55 kidney transplant biopsies of 44 renal

transplant recipients with nephrotic range proteinuria between 2006 and 2015. The

mean time of follow up was 86 months.

Results: We included 55 renal biopsies from 44 patients with a mean age of 45.2 + -

13.7 years. Our cohort included 86% recipients of deceased donor grafts (46.5% ful-

filled marginal donor criteria). The maintenance immunosuppressive regimen included

calcineurin inhibitors (tacrolimus N=24, cyclosporine N=15) in 70% and m-Tor inhibitors

in 30% of patients. The average proteinuria was 6.9 +- 3.8 g/day, with 52% of patients

presenting with nephrotic syndrome. The time between the transplant and the biopsy

was 44 months (range: 24-102.3). The histological findings were: transplant glomeru-

lopathy (11/50, 22%), de novo glomerular disease [11/50, 22%; (membranoproliferative

glomerulonephritis, N=4, and focal segmental glomerulosclerosis, N=3)], recurrence

of primary disease [11/50, 22%; (diabetic nephropathy, N=3 and IgA nephropathy,

N=3)], acute rejection (5/55, 10%), tubular atrophy and interstitial fibrosis without signif-

icant glomerular changes in (8/50, 16%) and other histological findings in (4/50, 8%).

Only 7 patients (14%) had remission of proteinuria after 3 months while 31 patients (62%)

had lost the graft at the time of follow-up. There was no statistically significant difference

between the histologic diagnosis and graft outcomeRit. There was no statistically signif-

icant difference between the maintenance immunosuppressive regimen or proteinuria

levels and graft outcome.

Conclusions: Nephrotic range proteinuria in renal transplant patients is related to high

rate of graft loss. The main causes of nephrotic range proteinuria in patients undergoing

biopsy are transplant glomerulopathy, recurrence of the underlying disease and de

novo glomerulonephritis.

CO-RIM-08COMPARATIVE STUDY BETWEEN KIDNEY TRANSPLANTATION WITH EXPANDEDCRITERIA DECEASED DONOR AND STANDARD CRITERIA DONOR IN A SINGLECENTER IN BRAZILLuana Soriano Mota, Claudia Maria Costa de Oliveira, Francisco Martho Leal Pinheiro

Junior, Larissa Costa de Oliveira Santos, Danilo Gonçalves Nóbrega, Paula FBC

Fernandes, Alda Angélica de Melo Costa

Hospital Universitário Walter Cantideo da Universidade Federal do Ceará.

Introduction: Kidney transplants with expanded criteria donor have been associated

with improved patient survival compared to those who remain on dialysis.

Objective: To compare renal function and survival of the kidney graft of deceased

donor with expanded criteria and standard criteria over a year in a single transplant

center.

Methods: 255 kidney transplant recipients with deceased donor were included in the

study between the years 2011 to 2013 and they were separated into two groups ac-

cording to the type of donor (expanded criteria donor - ECD and standard criteria donor

- SCD).

Results: 231 deceased donor transplants (90.6%) were performed with standard criteria

donor (SCD) and 24 (9.4%) with expanded criteria donor (ECD). There was no difference

in the prevalence of DGF (62,9% vs 70,8%; p = 0,44). Expanded criteria donor group

had lower glomerular filtration rate (GFR) at the end of the 1st year (56,8 ± 26,9 vs 76,9

±23,7; p = 0,001). Patient survival was significantly lower in the ECD group, but the graft

survival was not different after death-censored analysis.

Conclusion: The ECD group was associated with significantly lower levels of GFR during

the first year of transplant and a lower patient survival at the 1st year when compared

to the SCD.

CO-RIM-09INDUCED PLURIPOTENT STEM CELLS DOES IMPROVE EXPERIMENTALCHRONIC KIDNEY DISEASE BUT GIVE RISE TO WILMS TUMORS.Heloisa C. Caldas, Fernando H. Lojudice, Cinthia Dias, Ida M. M. Fernandes-Charpiot,

Maria Alice S. F. Baptista,Rosa S. Kawasaki-Oyama, Mari C. Sogayar, Christina M.

Takiya, Mario Abbud-Filho

Laboratory of Immunology and Experimental Transplantation - LITEX, Department of

Medicine FAMERP Medical School, Sao Jose do Rio Preto, SP, Brazil.

Background: The therapeutic effect of induced pluripotent stem cells (iPS) on the pro-

gression of experimental chronic kidney disease (CKD) has been yet demonstrated. In

the present study we sought to assess whether treatment with iPS efficiently retards pro-

gression of CKD when compared with mesenchymal stem cells (MSC).

Methodology: Untreated 5/6 nephrectomized female rats were compared with CKD an-

imals receiving same amounts of MSC or iPS cells. Renal function, histology, immunohis-

tochemistry and gene expression were studied in the remnant kidney. Implanted iPS

cell were tracked by the SRY gene expression analysis.

Results: Both treatments minimized elevation in serum creatinine, significantly improved

clearance and slowed down progression of disease at day 60th after surgery. The pro-

teinuria was significantly reduced only in the iPS group. Both treatments reduced

glomerulosclerosis, iPS decrease macrophages CD68+ and TGF-b was significantly re-

duced in rats from MSC group. Both types of treatments increased VEGF gene expres-

sion, TGF-b was upregulated only in the iPS group and IL-10 had low expression in both

groups. The SRY gene was found in 5/8 rats treated with iPS. These 5 animals presented

tumors with histology and cells highly staining positive for PCNA and WT-1 antibody char-

acteristics of Wilms tumor.

Conclusion: We concluded that iPSc cells may be efficient to ameliorate the CKD but

carries the risk of Wilms tumor development.

CO-RIM-10TRANSPLANTE RENAL COM DOADOR ABO INCOMPATÍVEL – EXPERIÊNCIA DEUM PROGRAMA ORGANIZADO NO BRASIL. Castro MCR, Malafronte P, Silva EF, Cunha MFM, Baptista-Silva JCC, Luzzi JR, Camargo

MFC

Núcleo de Transplantes do Hospital Samaritano, São Paulo-SP.

Sabemos que, cerca de 25% dos doadores vivos analisados para transplante renal,

revelam-se incompatíveis no sistema ABO com os seus receptores.

Entre 2012 e 2014, 25 pacientes renais crônicos foram avaliados para transplante renal

com doador ABO incompatível. Quinze pacientes (60 %) eram homens, de 26 a 65

anos (38+/-4), o tempo em diálise de 72 meses +/-16, 20 (80%) sensibilizados.

Doze pacientes foram excluídos e dos 13 pacientes restantes, quatro ainda estão em

avaliação. Nove pacientes foram transplantados, 3 com doador falecido ABO com-

patível e 6 com doadores ABO incompatíveis.

Dos seis pacientes transplantados com doadores ABO incompatíveis, 5 eram mulheres,

4 retransplantes, 2 estavam priorizados. A idade variou de 29 a 61 anos, 5 eram do

tipo sanguíneo O e um B (com 5 doadores do tipo sanguíneo A, 1 do tipo B) Todos doa-

dores foram parentes (3 HLA idênticos e 3 haplo-idênticos). O título de isoaglutininas

antes do preparo variou de 1/32 a 1/512. Os pacientes foram tratados com uma dose

de 500-1000 mg de Rituximab (Mabthera-Roche) e com uma média de 42 +/- 23 (11-

73) sessões de plasmaferese no pré-transplante renal, suficientes para reduzir títulos de

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13–15 OUTUBRO 2016 · PORTO · PORTUGALXIII CONGRESSO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSO LUSO BRASILEIRO DE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICO DE TRANSPLANTAÇÃO

14

COMUN

ICAÇÕES O

RAIS

isoaglutininas IgG-AGH para valores menores do que 1/16. Os transplantes foram rea-

lizados com Timoglobulina, Tacrolimo, Micofenolato e Prednisona, profilaxia para CMV

por 3 meses e Bactrin por 6 meses. Três pacientes elevaram os títulos de isoaglutininas

no pós- transplante (1 com rejeição à biópsia) e receberam respectivamente de 1, 2

e 14 sessões de plasmaferese. Três biópsias foram realizadas entre 7-14 dias pós-tx e

revelaram: NTA (2) e 1 rejeição Banff IB (tratada com plasmaferese), todas com C4d

positivo. As complicações clinicas e cirúrgicas foram habituais: O tempo de segui-

mento varia de 3-26 meses, não ocorreram óbitos nem perdas de enxerto, a creatinina

sérica atual é de 1.4 +/- 0.9 mg/dl as últimas dosagens de isoaglutininas variam de ½

a 1/32.

Concluímos que o transplante renal com doador ABO incompatível é factível e seguro

em nosso meio, e que permite o transplante de pacientes sem outras possibilidades,

propiciando bons resultados.

CO-RIM-11PREFORMED NON-DONOR-SPECIFIC ANTI-HLA ANTIBODIES HAVE ADETRIMENTAL IMPACT ON KIDNEY GRAFT OUTCOMES Jorge Malheiro1, Sandra Tafulo2, Ana Castro1, Leonidio Dias1, La Salete Martins1,

António Castro-Henriques1

1-Nephrology & Kidney Transplantation Unit, Centro Hospitalar do Porto, Portugal; 2-

IPST Porto, Portugal.

Introduction: The detrimental role of preformed donor-specific anti-HLA antibodies (DSA)

on kidney graft outcomes is well established. Non-donor-specific anti-HLA antibodies

(NDSA) impact has been less investigated and its association with antibody-mediated

rejection (AMR) and censored graft survival (CGS) remains controversial.

Methods: Clinical relevance of preformed NDSA detected by single-antigen beads

assay was evaluated retrospectively in 529 patients transplanted between 2007 and

2014 at our center, after the exclusion of 34 patients with preformed DSA. AMR and CGS

were the outcomes of interest.

Results: NDSA were present in 82 patients (15.5%): 36, 16 and 30 patients had de-

tectable NDSA-I only, NDSA-II only and NDSA I+II, respectively.

Table 1 shows comparatively the characteristics of patients with and without NDSA.

Comparing with patients without NDSA, AMR prevalence in patients with NDSA-I only was

8.3% (P=0.001), NDSA-II only was 12.5% (P<0.001) and NDSA I+II was 10.0% (P<0.001).

CGS according with NDSA status is shown in Fig. 1. At 5-years, CGS was 86.6% and

95.0% in patients with and without NDSA, respectively.

CGS according with NDSA class is shown in Fig. 2. At 5-years, CGS was 91.4%, 87.5%

and 80.6% in patients with NDSA-I only, NDSA-II only and NDSA-I+II, respectively.

Multivariable Cox regression (variables included: recipient age and gender, donor gen-

der and type, dialysis vintage, retransplant, ATG induction, acute rejection, delayed

graft function and NDSA presence) detected as independent predictors of graft failure

(death-censored) delayed graft function (HR=4.05, P=0.001) and NDSA presence

(HR=2.70, P=0.019).

Conclusions: Our results show an increased risk of AMR and graft loss in patients with

preformed NDSA. These patients require increased immunological surveillance and may

profit from intensified immunosuppressive therapy.

CO-RIM-12GENE EXPRESSION OF EXTENDED CRITERIA DONOR KIDNEYS (ECD) HAS ADISTINCTIVE INFLAMMATORY TRANSCRIPTIONAL PROFILE COMPARED TOSTANDARD KIDNEY DONORS.Greiciane Maria da Silva Florim, Camila Montoro Mazeti-Felicio, Heloisa Cristina

Caldas, Ida Maria Maximina Fernandes-Charpiot, Camila Zangrossi Dezotti, Maria

Alice Sperto Ferreira Baptista and Mario Abbud-Filho

Medical School Famerp-HB/Funfarme - Department of Medicine/Nephrology

Laboratory of Immunology and Transplantation Experimental - LITEX.

Background: Brain death develops a systemic pro-inflammatory state that may predis-

pose peripheral organs as the kidneys to injury after transplantation (Tx). It is unknown

whether this inflammatory burden affects in the same way extended (ECD) and standard

(SCD) criteria donor kidneys.

Objective: To measure the mRNA transcripts of ECD and SCD kidney biopsies (Bx) pre

and post-Tx and correlate with outcomes. Methodology: Gene expression profile of 80

pre-implantation (T0) and 51 Bx performed at day 90 (T90) were evaluated and corre-

lated with and donor characteristics and clinical outcomes.

Results: T0 Bx of ECD showed over-expressed transcripts of MCP-1, RANTES, TGF-b1 and

IL-10 when compared with SCD. Duration of donor hospitalization was associated with

the over-expression of MCP-1, RANTES and FOXP3 while upregulation of TGF-b1 was as-

sociated with serum creatinine at harvesting. Donor age and CIT were not associated

with any of the transcripts studied at T0. The T90 Bx gene expression relative to T0 showed

SCD upregulation of all cytokine and a distinctive gene expression pattern with down-

regulation of all cytokines was observed in ECD. One year post-Tx ECD had worse renal

function and inferior patient and graft survival rates.

Conclusion: Pre-Tx ECD kidneys have a heavier inflammatory response than SCD and

they change the transcriptional molecular profile post- Tx. Identifying molecular profiles

pre and pos-Tx might provide insights for donor pretreatment and may help to improve

the outcomes of ECD allografts.

CO-RIM-13FIBROGÉNESE NO TRANSPLANTE RENAL: BIOMARCADORES DA PROGRESSÃODA DISFUNÇÃO Joana Silva Costa, Rui Alves, Vitor Sousa, Carol Marinho, Catarina Romãozinho, Lídia

Santos, Fernando Macário, Jorge Pratas, Lígia Prado e Castro, Mário Campos,

Arnaldo Figueiredo

Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

A disfunção crónica do enxerto (DCE) é a principal causa de perda enxerto renal. Mar-

cadores de fibrogénese/transição epitélio-mesenquimal como alfa-actina (AA), CD163

(macrófagos) e perda de E-caderina têm sido estudados como preditores de DCE. OB-

JETIVOS: Revisão de biopsias realizadas por DCE na Unidade em 2014 e 2015, para re-

lacionar esses marcadores com a função do enxerto e progressão da DCE. MATERIAL

E MÉTODOS: Em 26 biópsias previamente realizadas em 22 transplantados renais, ava-

liou-se semi-quantitativamente intensidade e % células marcadas nos glomérulos, tú-

bulos e interstício. Destes, 4 mulheres e 18 homens, com idade 45,5±15,8 anos, o

tempo pós-transplante foi 4,2 anos (4-18 anos) e a TFG 25,8 ± 9,9 ml/min à data da

biópsia; 25 sob inibidores calcineurina (ICN), 2 sob inibidores mTOR, 20 sob anti-meta-

bolito e corticóides em todos os doentes. Rejeição celular aguda em 19 casos e toxi-

cidade a ICN em 5 casos. De 8,5 glomérulos em média/biópsia, houve esclerose <25%

em 17 casos, 26-50% em 5 e >50% em 4. À reavaliação nos cortes realizados, 5 doen-

tes não apresentavam glomérulos. Fibrose intersticial com padrão histológico B em 2

casos de nefropatia por poliomavirus (NBK); dos restantes, 14 com fibrose

intersticial/atrofia tubular em <=25% da área cortical, 8 em 26-50% e 2 em >50%.

Por disfunção terminal do enxerto, 12 doentes iniciaram diálise 5,8±4,7 anos pós-trans-

plante, com TFG média 20,9 ml/min aquando a biópsia. RESULTADOS: Maior intensidade

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13–15 OUTUBRO 2016 · PORTO · PORTUGALXIII CONGRESSO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSO LUSO BRASILEIRO DE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICO DE TRANSPLANTAÇÃO

COMUN

ICAÇÕES ORAIS

15

de AA mas menor %células marcadas nos casos com glomerulosclerose 26-50% (vs

<25%). Não houve aumento intensidade/marcação de AA ou da redução E-caderina

na fibrose intersticial avançada, mas houve aumento expressão CD163 nestes últimos.

Nos 2 casos de NBK, houve intensidade máxima e marcação de AA em 80% das céu-

las intersticiais. Tendência para maior expressão de AA, CD163 e perda de E-caderina

para TFG mais baixas. No entanto, nos 12 doentes que iniciaram diálise, apenas ligeiro

aumento da expressão de AA nos glomérulos. CONCLUSÃO: Este estudo evidencia as-

sociação da maior expressão de AA, CD163 e perda de E-caderina com a progressão

da doença renal. São necessários estudos prospetivos, randomizados e com maior nú-

mero de doentes para avaliar o valor preditivo destes marcadores.

CO-RIM-14O IMPACTO BENÉFICO DA DOAÇÃO DE VIVO NA SOBREVIVÊNCIA DOENXERTO RENAL É INDEPENDENTE DO GRAU DE INCOMPATIBILIDADE HLAAna Castro, Jorge Malheiro, Leonídio Dias, La Salete Martins, Vanda Guardado,

Manuela Almeida, Sofia Pedroso, António Castro Henriques, António Cabrita

Centro Hospitalar do Porto.

Introdução: O transplante renal (TR) de dador vivo (DV) apresenta maior sobrevivência

a curto e médio prazo do enxerto renal comparativamente ao TR de dador cadáver

(DC). Uma das desvantagens do TR DV é a menor compatibilidade HLA.

Objetivo: Determinar comparativamente o efeito da incompatibilidade HLA nos out-

comes dos receptores de enxerto renal de DV e DC.

Métodos: Foram obtidos os dados dos recetores de TR DC e TR DV realizados entre 1

de Janeiro de 2005 e 31 de Dezembro de 2014 e estabelecidos 4 níveis de compati-

bilidade, de acordo com a UK 2006 NKAS. Para a sua análise, foram reunidos em 2

grupos: baixo mismatch (MM) HLA (nível 1 ou nível 2) e alto MM HLA (nível 3 ou nível 4).

Resultados: Foram analisados 845 recetores: 667 (79%) de DC e 178 (21%) de DV. A

rejeição aguda precoce foi significativamente superior (P=0.006) nos grupos de DC

(n=64) e DV (n=26) com alto MM comparativamente aos grupos com baixo MM. Com-

parativamente ao grupo DV/altoMM, o risco de rejeição foi significativamente inferior

no grupo DC/baixoMM (OR=0.17, P=0.001) e no DC/altoMM (OR=0.42,p=0.006) num

modelo multivariado ajustado à idade do receptor, tempo de diálise, género do dador,

PRA>=20%, tipo de indução e atraso da função de enxerto. A sobrevivência censu-

rada de enxerto aos 4 e 8anos foi superior nos grupos de DV em comparação com os

grupos de DC, embora sem significado estatístico (tabela abaixo).

Na análise de sobrevivência Cox ajustada para a idade do receptor, tempo de diálise,

género do dador, PRA>=20%, tipo de indução, atraso da função de enxerto e rejei-

ção aguda, os grupos DC/altoMM (HR=2.63,P=0.028) e DC/baixoMM

(HR=2.78,P=0.045) foram preditores independentes de falência censurada de enxerto

em comparação com o grupo DV/altoMM.

Conclusão: O TR DV/altoMM, embora associado a uma maior incidência de rejeição

aguda, apresentou uma sobrevivência de enxerto superior ao TR DC/baixoMM. Impor-

tantemente, o TR DC/baixoMM foi um preditor independente de falência de enxerto

quando comparado com o TR DV/altoMM. Assim, uma elevada incompatibilidade HLA

não compromete a vantagem do TR DV em relação ao de DC em termos de sobrevi-

vência do enxerto.

CO-RIM-15INDICADORES DE ATIVIDADE MORFOLÓGICA E TRATAMENTO DAGLOMERULOPATIA DO TRANSPLANTE: UMA ANÁLISE RETROSPECTIVARui Abreu1, Fernanda Carvalho2, Helena Viana2, Isabel Mesquita2, Francisco

Remédio2, Marília Possante2, Inês Aires2, Fernando Caeiro2, Cecília Silva2, Patrícia

Cotovio2, Aníbal Ferreira2, Fernando Nolasco2

1-Serviço de Nefrologia, Centro Hospitalar Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real,

Portugal; 2-Serviço de Nefrologia, Hospital Curry Cabral, Lisboa, Portugal.

A glomerulopatia do transplante é um padrão morfológico da rejeição humoral cró-

nica e constitui a principal causa de falência tardia de enxerto renal. Apesar do im-

pacto clínico desta entidade, existe pouca evidência quanto à eficácia do seu

tratamento. O objetivo do estudo foi analisar dados anatomo-clínicos e a terapêutica

imunossupressora efetuada.

Apresenta-se um estudo observacional, retrospetivo e unicêntrico, em doentes trans-

plantados renais com glomerulopatia do transplante entre 2010 e 2015. Foram iden-

tificados 48 casos. A idade dos doentes era de 51 (41 – 57) anos, sendo a maioria do

sexo masculino (62,5%). A prevalência de HTA, dislipidemia e diabetes foi de 97,3%,

62,2% e 18,9%, respetivamente. A maioria dos doentes foi transplantada com rim de

dador cadáver (88,6%). Apenas 10,8% eram re-transplantados e 19,0% sensibilizados.

À data de realização da biópsia (tempo pós-transplante: 7,1 (3,6 – 11,8) anos), a crea-

tinina era de 2,0 (1,6 – 2,8) mg/dL e a proteinúria de 1,6 (0,7 – 3,1) g/24h. Os anticorpos

anti-HLA classe I e II estavam presentes em 48,4% e 35,5% respetivamente, com MFIs

de 5114 (2722 – 9068). Na MO, 56,3% apresentavam inflamação microvascular mo-

derada (g+ptc≥2) e 51,1% eram C4d positivo na IF. Verificou-se uma correlação ne-

gativa entre as compatibilidades HLA e o score ptc (r=-0,4, p=0,018). O tratamento

da glomerulopatia do transplante foi efetuado em 67,6% dos casos, com recurso a

múltiplas combinações farmacológicas. O rituximab (n=16) e a IGIV (n=13) constituí-

ram as atitudes terapêuticas mais comuns. O score ptc (p=0,021) e a presença de

C4d (p=0,03) constituíram critérios histológicos para início de imunossupressão e o

score ah (p=0,005) associou-se a atitude conservadora. A sobrevida do enxerto renal

aos 6 anos foi de 63,2%. O tratamento da glomerulopatia do transplante não se reve-

lou eficaz na melhoria da sobrevida do enxerto renal (log rank=0,975).

O tratamento da glomerulopatia do transplante constitui um dos principais desafios na

transplantação renal. É essencial o diagnóstico precoce, antes do aparecimento de

lesões crónicas e irreversíveis. O score ptc e a presença de C4d constituíram critérios

histológicos para decisão de instituição da terapêutica imunossupressora. O trata-

mento da glomerulopatia do transplante não demonstrou melhoria da sobrevida do

enxerto renal a longo prazo.

CO-RIM-16ENDOTHELIAL FUNCTION AND LEVELS OF CIRCULATING AND PROGENITORENDOTHELIAL CELLS IN KIDNEY TRANSPLANT RECIPIENTSS. Sampaio1,2,3,4, J. Quelhas-Santos1,2, S. Martins1,2, A. Cerqueira1,2,3,4, M.

Pestana1,2,3,4

1-Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S), Universidade do Porto, Portugal;

2-Instituto de Engenharia Biomédica (INEB)- Nephrology and Infectious Diseases Group;

3-Department of Renal, Urological and Infectious Diseases, FMUP, Porto, Portugal; 4-

Department of Nephrology, São João Hospital Center, Porto, Portugal.

Introduction and Aims: Endothelial dysfunction (ED) has been recognized as an early

risk marker of atherosclerosis that underlies the increased cardiovascular mortality in

Chronic Kidney Disease (CKD). Recent observations suggested that circulating endothe-

lial cells (CEC) may represent a biomarker of vascular damage whereas endothelial

progenitor cells (EPCs) may function as an endogenous regenerating system of the mi-

crovasculature.

In this study we aimed to assess endothelial function (RHI) and the circulating levels of

both CECs and EPCs in kidney transplant (KT) recipients with CKD stages 2 and 3a (n=9),

in pre-dialysis patients with CKD stages 2 and 3a (n=5) and in healthy subjects (HS)

(n=11).

Methods: Circulating levels of both EPCs and CECs in blood samples were assessed by

multicolor flow cytometry. Endothelial function was assessed by peripheral arterial

tonometry; reactive hyperemia index (RHI) < 1.65 was assumed to denote ED.

Results: The pre-dialysis group presented ED compared with HS group (1.62±0.1 vs

2.08±0.1, p=0.03), whereas RHI was similar between KT and HS groups (2.09±0.2 vs

2.08±0.1, p=0.17). This was accompanied in pre-dialysis group by ssignificantly higher

CECs levels in comparison with both HS and KT groups (287.2±96.7 vs 45.5±14.3,

p=0.02 and vs 41.2±6.4, p=0.02, respectively). Moreover, CECs levels were similar be-

tween KT and HS groups (41.2±6.4 vs 45.5±14.3, p=0.84). Circulating EPCs levels were

non-significantly reduced in both KT group and pre-dialysis groups in comparison with

HS group (91.6±20.1 vs 39.1±8.2, p=0.06 and 31.12±6.8, p=0.08, respectively).

Conclusions: Our preliminary results suggest that endothelial function may be better

preserved in KT patients than in pre-dialysis CKD patients with similar levels of renal func-

tion. This appears to be associated with lower levels of CECs in KT patients in comparison

with pre-dialysis patients with the similar levels of renal function.

CO-RIM-17MONITORIZAÇÃO TERAPÊUTICA DA GLOBULINA ANTI-TIMOCITÁRIA EMPACIENTES TRANSPLANTADOS RENAISFabiani Palagi Machado, Fábio Spuldaro, Alessandra Rosa Vicari, Roberto Ceratti

Manfro

Hospital de Clínicas de Porto Alegre.

Introdução: A globulina anti-timocitária (ATG) é utilizada na profilaxia e no tratamentodas rejeições celulares agudas. A monitorização da depleção dos linfócitos auxilia naeficácia e segurança do regime terapêutico. Esse controle é realizado pela contagemde linfócitos totais ou linfócitos CD3+ no sangue periférico. Objetivo: Avaliar a correlação das estratégias de monitorização do uso de ATG emtransplantados renais.Métodos: Estudo de coorte retrospectiva, em centro único, com a inclusão de todosos transplantados renais que utilizaram ATG profilático ou terapêutico, no período de01/2009 a 12/2013. As indicações para o uso profilático foram: risco imunológico, in-suficiência renal aguda do doador, tempo de isquemia fria ≥ 24 horas, e a ocorrênciade rejeição celular aguda grave no uso terapêutico. A contagem dos linfócitos totaisfoi feita pela avaliação do leucograma e a de células CD3+ por citometria de fluxo[anticorpos anti-CD3 (CD45 FITC e CD3 PE, BD Bioscience, Beckman Coulter, Exbio)].Após a dose inicial as subsequentes foram administradas de acordo com o númerode células CD3 (>20 células/mm³) e/ou contagem de linfócitos totais (> 200células/mm³). Foram utilizados dados pareados, contabilizando um total de 664 amos-tras em 226 pacientes. O nível de significância foi estabelecido em P < 0,05.

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16

COMUN

ICAÇÕES O

RAIS

Resultados: Os resultados obtidos com a contagem de linfócitos totais e células CD3+foram comparados e sua correlação avaliada. No total 201 pacientes utilizaram ATGprofilaticamente e 25 no tratamento de rejeição celular aguda. A dose média cumu-lativa de ATG foi de 5,77 mg/kg/paciente. A correlação entre o número de célulasCD3+ (> 20/mm³) e linfócitos totais (> 200/mm³) foi de 0,42 (coeficiente de Spearman).Utilizando-se a contagem de linfócitos CD3+ como padrão-ouro, os parâmetros diag-nósticos resultantes da contagem dos linfócitos no sangue periférico foram: sensibili-dade: 80%, especificidade: 53%, valor preditivo positivo: 42%, valor preditivo negativo85% e a área sob a curva 0,711 (IC 95% 0,671 – 0,751). Conclusão: Observou-se uma correlação fraca entre os testes. Ao considerar-se queos linfócitos T CD3+ periféricos representam uma avaliação mais segura da eficáciado ATG sugere-se o uso dessa técnica para a monitorização da terapia.

CO-RIM-18EFFECT OF EVEROLIMUS CONVERSION IN HEPATITIS C VIREMIA IN ADULTKIDNEY RECIPIENTSLarissa S. Pacheco1,2, Valter Duro Garcia1, Ronivan Dal Prá1, Bruna Cardoso1,2, Helen

Zanetti1,2, Jorge Neumann3, Auri Ferreira dos Santos1,2, Elizete Keitel1,2

1-Department of Nephrology and Kidney Transplantation, Santa Casa de Misericordia

de Porto Alegre, Porto Alegre, Brazil; 2-Post Graduation Program in Pathology,

Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Porto Alegre, Brazil; 3-

Transplant Immunology Laboratory. Santa Casa de Misericordia de Porto Alegre, Porto

Alegre, Brazil.

Introduction: There is no special immunosuppressive protocol for HCV positive renaltransplants recipients. The aim of this study was to evaluate the conversion effect toeverolimus on hepatitis C viremia in adult kidney recipients. Methods: This is a pilot single-center, prospective, randomized, open label controlledtrial with renal allograft recipients with positive serology for hepatitis C. Patients includedwere under immunosuppression including calcineurin inhibitors, antiproliferative andprednisone. They were randomized for conversion to Everolimus or maintenance of cal-cineurin inhibitor. Prednisone and antiproliferative were not changed. The exclusion cri-teria were eGFR below 30ml/min and proteinuria/creatinine index below 0.5. Results: Thirty patients were randomized and 28 followed by 12 months Conversiongroup=15 and control group=13. Real time PCR HCV levels expressed in log values wascomparable in both groups and among patients in the same group. The statistical analysisshowed no interaction effect between time and group, p-valueG*M= 0.852, overtime intra-groups, p-valueM=0.889 and between treatment and control group, p-value G=0.286.The mean viral load at baseline, 3, 6, 9 and 12 months was 5.8 ±0.74, 5.7 ± 0.89, 5.8 ±0.60, 5.7 ± 0.85, 5.8 ± 0.93 in the control group and 6.1 ± 0.83, 6.3 ± 0.95, 6.2 ± 0.87,5.6 ± 1.8, 6.1 ± 0.62 UI/ml in the treatment group. Compared to control, patients in con-version group showed a higher incidence of dyslipidemia, 66.7 vs. 23.1%, p=0.03 and pro-teinuria events, 53.3 vs. 7.7%, p=0.01. No differences were observed in the incidence ofanemia, 33.3 vs. 7.7%, p=0.17, new onset of post-transplant diabetes mellitus, 7.7 vs. 6.7%,p= 1.00 and urinary tract infection, 20.0 vs. 7.7%, p=0.60. The mean eGFR at the baseline,1, 3, 6, 9 and 12 month after randomization was similar in both groups. During the follow-up there was no acute rejection episode, malignancies, graft loss or death. Conclusion: Our pilot study did not show viral load decrease after conversion toeverolimus with antiproliferative maintenance therapy.

CO-RIM-19ESTUDO PROSPECTIVO RANDOMIZADO PARA AVALIAR EFICÁCIA ESEGURANÇA DA INDUÇÃO COM GLOBULINA ANTI-TIMÓCITO (ATG) 3MG/KGVS. 6MG/KG EM RECEPTORES DE TRANSPLANTE RENAL EM REGIME DEMANUTENÇÃO COM TACROLIMO E EVEROLIMOTainá Veras de Sandes-Freitas, Jeronimo Junqueira Junior, Maria Luiza de Mattos

Brito Oliveira, Celi Melo Girão, Ronaldo de Matos Esmeraldo

Hospital Geral de Fortaleza - HGF.

Introdução: Indução com ATG 4,5-7,5mg/kg tem sido utilizada pela maioria dos centrosdo mundo. Estudos recentes demonstram eficácia similar com doses <4,5mg/kg, re-duzindo eventos adversos e custos. Não há evidencias sobre o uso de ATG em dosesreduzidas em pacientes em regimes de minimização. O objetivo deste estudo é avaliara eficácia e segurança em 1 ano da indução com ATG 3mg/kg em pacientes de baixorisco recebendo um regime de manutenção livre de esteróides e baseado em tacro-limo(TAC) em concentrações reduzidas e everolimo(EVL).Métodos: Estudo prospectivo, randomizado, unicêntrico, incluindo receptores de trans-plante renal com doador falecido, adultos, com PRA≤50% e D.S.A negativo. A inclusãoiniciou em 30/06/2015, com previsão para término em junho/2017 (amostra esperada:100 pacientes/grupo).Os pacientes randomizados para o G1 receberam ATG 3mg/kg(1,5mg/kg x2 doses) e aqueles do G2 receberam 6mg/kg (1,5mg/kg x4 doses).O regimede manutenção consistiu de TAC C0 4-7ng/ml e EVL C0 4-7ng/ml. Resultados: Até o momento, 67 pacientes foram incluídos, com 1 screening-failure e 2drop-out. Reportaremos os dados preliminares dos 49 pacientes (G1 n=25, G2 n=24)com tempo de seguimento >3 meses. Os pacientes foram predominantemente ho-mens(65%), jovens(46±11anos), receptores de doadores de critério padrão(96%). Otempo de isquemia fria foi de 23±5h e 45% foram perfundidos em máquina de per-fusão. Uma menor contagem de linfócitos foi observada no G1 no D7 (401±195 vs.237±173/mm3, p=0,003), D15 (740±298 vs. 494±343/mm3, p=0,011) e M1 (999±465vs. 644±379/mm3, p=0,006), mas não M2 (1197±651 vs. 919±489/mm3, p=0,108),M3 (1135±511 vs. 1055±556/mm3, p=0,614), M6 (1230±492 vs. 1073±332/mm3,p=0,312) e M9 (1249±358 vs. 995±329/mm3, p=0,193). Não houve diferença quantoà incidência de DGF (52 vs. 58.3%, p=0,776), rejeição aguda (8 vs. 4,2%, p=1,000),eventos por CMV (20 vs. 21,7%, p=1,000), reinternações no primeiro mês (16 vs. 4,5%,p=0,352), infecções com necessidade de internação (28 vs. 39%, p=0,543), perdado enxerto (4 vs. 4,2%, p=1,000) ou óbito (nenhum caso até o momento).

Conclusão: Estes resultados preliminares mostram que a indução com ATG 3mg/kg em

pacientes de baixo risco recebendo um regime baseado em TAC-EVL parece ser igual-

mente segura e eficaz à dose padrão no curto prazo.

CO-RIM-20CONVERSÃO DE TACROLIMUS (TAC) A TACROLIMUS LP (TAC-LP) EMDOENTES TRANSPLANTADOS RENAIS - 6 ANOS DE FOLLOW-UPJosé Silvano, Luís Mendonça, Hugo Diniz, Catarina Meng, Carolina Belino, Sofia

Marques, Susana Sampaio, Ana Rocha, Inês Ferreira, Isabel Tavares, Joana Santos,

Manuela Bustorff, Manuel Pestana

Departamento de Nefrologia, Centro Hospitalar São João.

Introdução: O TAC-LP é uma formulação de libertação lenta com administração únicadiária, potencialmente com melhor aderência e perfil de segurança. Neste estudoavaliámos as doses, níveis plasmáticos de tacrolimus, resultados clínicos e perfil de se-gurança após conversão. Doentes e Métodos: Estudo retrospetivo de 126 doentes, 64.3 % do género masculinoconvertidos de TAC a TAC-LP com cerca de 6 anos de follow-up. Avaliadas caracterís-ticas demográficas, dose, níveis, taxa de filtração glomerular estimada (TFGe) pelaequação CKD-EPI, episódios de rejeição (RA), perda de enxerto (FTx) ou morte. Resultados: À data da conversão a idade média era de 44,2 anos (+11,76), tempomediano de 44 meses após transplante (1-189 meses), 100 doentes mantêm enxertofuncionante (TxFc), 14 faleceram com TxFc e 12 apresentaram FTx. Nos doentes quemantiveram TxFC, no momento de pré-conversão e aos 6 anos, a dose mediana deTAC era de 3,5mg/dia (1-10,5mg) vs TAC-LP 3mg (1-10,75mg; p=0,018); os níveis plas-máticos médios de 7.92ng/mL (+2,07ng/mL) vs 6,21 (+1,54; p<0,001) e TFGe médiade 57.72 ml/min (+ 18.5 ml/min) vs 71.29ml/min (+24.54 ml/min; p<0,001). Após con-versão, a TFGe era significativamente inferior nos doentes que faleceram ou perderamo aloenxerto (60,1+17,8 -TxFc vs 43,52+15,33 ml/min, p<0,001), não se tendo obser-vado diferenças para a dose(p=0.432) ou níveis plasmáticos (6.68+1.58 TxFc vs6.44+1.66 ng/ml) de tacrolimus.Conclusão: Neste trabalho demonstrou-se uma melhoria significativa da TFGe ao longode 6 anos após conversão. No mesmo período, ocorreu uma redução significativa dadose e dos níveis plasmáticos de tacrolimus, sem que tenham sido observadas dife-renças destes parâmetros nos doentes que faleceram ou perderam o aloenxerto.

CO-RIM-21EARLY VERSUS LATE CONVERSION FROM IMMEDIATE RELEASE TOPROLONGED RELEASE TACROLIMUS AFTER KIDNEY TRANSPLANTATION: ARETROSPECTIVE COHORT STUDY Luís Mendonça, Hugo Diniz, José Silvano, Catarina Meng, Carolina Belino, Susana

Sampaio, Ana Rocha, Inês Ferreira, Isabel Tavares, Joana Santos, Manuela Bustorff,

Manuel Pestana

Departamento de Nefrologia, Centro Hospitalar São João.

Introduction: The prolonged release tacrolimus (PR-TAC) has been advocated to im-prove kidney allograft outcomes when compared to the twice daily formulation (TAC).However, the best conversion point is unknown. The aim of this study was to comparepatients who were switched from TAC to PR-TAC according to the elapsed time afterrenal transplantation (RT). Methods: This study included 79 patients (45.3% female) transplanted between 2007-2010, divided in two groups: conversion before (group 1, 38 patients) and after (group2, 41 patients) year-1 post-RT. Serum creatinine and tacrolimus dose/levels were col-lected 1, 3, 6, 12, 36 and 60 months after RT. Mortality and graft loss rates were deter-mined at the end of follow-up. Results are presented as mean±SD/median(IQR).Results: Baseline eGFR (CKD-EPI) (56.2±19.3 vs 61.5±18.3 ml/min/1.73 m2), tacrolimusdose (6.4±3.3 vs 8.1±4.0 mg) and levels (9.4±2.0 vs 10.4±2.0 ng/mL) were similar be-tween groups. The median time from RT to conversion was 3 (1) months in group 1 and24 (13) months in group 2. One year post-RT, group 1 presented a statistically significanthigher eGFR (68.4±19.8 vs 59.8±17.7 ml/min/1.73 m2, p<0.05), as well as, significantlyinferior tacrolimus dose and levels (3.6±2.0 vs 5.3±2.8 mg; 7.7±6.6 vs 8.5±2.1 ng/mL,p<0.01). However, a significant increase in eGFR occurred in group 2 after conversionso that at year-5 post-RT, no difference was observed between groups (72.1±22.3 vs72.3±24.1 ml/min/1.73 m2). Tacrolimus dose (3.3±1.8 vs 3.8±2.2 mg) and levels(6.7±1.6 vs 6.5±1.9 ng/mL) were also similar at this point. No association was found be-tween eGFR at year-5 and the time elapsed between RT and conversion. The compositeoutcome of mortality/graft loss was not different between groups (7.9 vs 9.8%).Conclusion: This study demonstrated that early and late conversion from TAC to PR-TACwere associated with similar allograft function, tacrolimus dose/levels and mortality/al-lograft loss rate 5 years post-RT. Although, early converters presented better renal func-tion during the first 12 months, no association was found between allograft function atyear-5 and the time elapsed between RT and conversion.

CO-RIM-22INFLUÊNCIA DO TIPO DE INIBIDOR DE CALCINEURINA SOBRE A EXPOSIÇÃOAO ÁCIDO MICOFENÓLICOValter Duro Garcia1, Natiana Vizzioli1,2, Ronivan Dal Pra1, Helen Zanetti1,2, Bruna

Cardoso1,2, Roger Kirst1, Joao Carlos Goldani1,2, Auri Ferreira dos Santos1, Rafael

Linden3, Elizete Keitel1,2

1-Irmandade Santa Casa de Misericordia de Porto Alegre; 2-Universidade Federal de

Ciencias da Saude de Porto Alegre- Pos-Graduacao em Patologia; 3-Universidade

FEEVALE - Departamento de Farmacologia

Rio Grande do Sul- Brazil.

Introdução:Micofenolato de mofetil, MMF, e micofenolato de sodio, MPS, sao utilizadosna terapia de imunosupressao em transplantes de orgaos, sendo o acido micofenolico,

Page 17: Download do Livro de Resumos

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COMUN

ICAÇÕES ORAIS

17

MPA, o constituinte ativo. O alvo preconizado da area sob a curva (ASC) e de 30-60mcg*h ml-1. O MPA nao tem sido monitorado na rotina clinica. Objetivos: Avaliar a influencia do tipo de inibidor de calcineurina (IC) na exposiçao aarea sob a curva (ASC) do acido micofenolico (MPA). Métodos: Estudo transversal em adultos, com no mínimo 6 meses apos transplante, fa-zendo uso de MPA, IC e corticosteroide. As concentraçoes plasmaticas de MPA forammedidas por meio da cromatografia líquida de alta eficiencia. A coleta de sangue foirealizada 20 min pre-dose, 1h e 3h apos a dose da manha do MMF e acrescendo co-letas adicionais 2 e 4 horas com uso de MPS. A ASC0-12 foi calculada usando a ferra-menta on-line Imunossupressores Bayesian Dose Adjustment, disponivel emhttps://pharmaco.chu-limoges.fr. Resultados: Cem pacientes utilizando MPA,12 com MMF e 88 com MPS, IC ciclosporina,CSA, em 16 e tacrolimo, TAC, em 84 e prednisona foram incluidos. A media da ASC doMPA em pacientes com nivel de vale de CsA ate 100 ng/ml foi 47,56±17,45 e acimade 100 ng/ml foi de 24,06±5,21 (p=0,04). A media da ASC do MPA em pacientes comnivel TAC ate 5ng/mL ou acima de 5ng/mL foi similar, respectivamente, 43,83±21,8 vs48,07 ±18,34 ; p=0,343. Nos pacientes com CsA nao houve diferença no valor damedia da ASC entre os que usavam dose plena ou abaixo da plena de MPA, respec-tivamente, 46,01 ± 20,51 vs 38,4+ 13,71, p= 0,431, enquanto que nos pacientes comTAC, a ASC foi significativamente mais alta naqueles com dose plena; 60,28+24,02 vs40,73+14,54, p<0,001. Figura 1A e 1B. Conclusão: Em pacientes com CsA, a ASC do MPA aumentou com a reduçao da dosede CSA, independente da dose de MPA. Em pacientes com TAC, a interaçao foi de-pendente da dose de MPA e nao dos niveis de TAC.

CO-RIM-23URETERAL STENOSIS AFTER RENAL TRANSPLANTATION – A SINGLE CENTER 10-YEAR EXPERIENCEDiogo Gil-Sousa, Daniel Oliveira-Reis, Frederico Teves, Paulo Príncipe, António Castro

Henriques, José Soares, Avelino Fraga, Miguel Silva-Ramos

Centro Hospitalar do Porto.

Introduction: Kidney transplant (KT) is the definitive treatment for ESRD. Ureteral stenosis (US) is

one of the most common urologic complications and has been reported in 2.6-15% of KT.

Material and Methods:We reviewed data for 973 consecutive KT procedures performed

at our center between Jan/2004 and Sept/2014, with evaluation of US management

and recurrence rate.

Results: 973 KT performed by direct UV implantation Paquin technique, with a mean fol-

low-up time of 44,3±30,2 [3-111] months. During this period were reported 33 cases of

US (3,39%).

The interval from KT to US diagnosis was 10,6 ±23,0 [0,5-98,0] months. Majority of the US

were located in the distal ureter and UV junction (83,9%), with only 2 cases of middle

ureter stenosis and 2 cases of UP junction. Mean US length of 2,5 ±1,9 [1,0-10,0] cm.

Surgical management, global and treatment-specific recurrence rates are presented

in table 1. Primary surgical treatment recurrence rate was higher for the endoscopic

approach, with a mean global time from treatment to US recurrence of 6,9 ±16,3 [0-

65] months and median 2,0 months. Open surgical approach was the main recur-

rence’s treatment option (74%). We report 2 cases of graft loss (6,1%).

Success rate evaluation of overall and treatment-specific primary surgical management

did not reveal significant differences (p>0,05) according to stenosis length (<1,5; 1,5-

3,0; >3,0cm), time between transplant and stenosis (≤3; 3-12; >12months) and stenosis

location (distal, middle and upper ureter). However, there was clearly a trend to higher

success rate in smaller stenosis (<1,5 cm) and managed early (≤3 months), specifically

in balloon dilation.

Conclusion: US management should be decided on a case-by-case basis, according to

clinical characteristics, treatment-specific recurrence rate and previous surgical options.

CO-RIM-24ANÁLISE DO CUSTO-EFETIVIDADE DA MÁQUINA DE PERFUSÃO APÓSELEVADO PERÍODO DE TEMPO DE ISQUEMIA FRIA EM PROGRAMA DETRANSPLANTE DE RIM.Ana Cristina Matos, Daniel Malheiros, Silvia Morgado, Lucio Requiao-Moura, Milton

Borrelli, Mario Nogueira, Marcelino Durao, Eduardo Tonato, Alvaro Pacheco-Silva

Hospital Israelita Albert Einstein.

Introdução: No Brasil, a incidência de delayed graft function (DGF) é muito elevada

(60-70%), especialmente por variáveis relacionadas aos cuidados com o doador e

elevados tempo de isquemia fria (TIF). Essa alta incidência de DGF está associada à

aumento na hospitalização e impacto negativo na sobrevida do enxerto a longo

prazo.

Objetivo: analisar a relação de custo-efetividade do uso da máquina de perfusão

(MP) em relação à perfusão estática (PE) em programa de transplante com TIF elevado.

Metodologia: Incluídos dados de 54 rins de doador falecido preservados em máquina

de perfusão (MP) após longo TIF em preservação estática (PE), com média de TIF-22

horas, transplantados entre 02/2013 a 07/2013 foram comparados com 101 controles

históricos de transplantes realizados entre 11/2008 a 05/2012 perservados de forma

estática. Avaliamos o impacto da MP na incidência e tempo de DGF (TDGF) e tempo

de hospitalização (TH). Uma árvore de decisão probabilística foi desenvolvida consi-

derando a DGF como desfecho e os dados do nosso próprio hospital. Calculamos a

razão de custo-efetividade incremental (RCEI) e fizemos a análise de sensibilidade. Os

seguintes custos foram analisados: cirurgia, diária hospitalar, diálise pós-transplante,

hemoterapia, exames, custo do Kit e da solução de preservação e a depreciação da

máquina. Os custos foram trazidos aos valores vigentes em 09/2014. A taxa de con-

versão do dólar foi a de 11/2015, R$ 3,90 (reais) por dólar.

Resultados: O uso da MP acrescentou à PE 10 horas de TIF. A MP reduziu a incidência

(79,2% vs. 61,1%, p=0,02) e o TDGF (9 vs. 5 dias, p<0,001). Levando a uma redução

significativa do TH: 18 vs. 13 dias, p<0,001. O custo médio da MP foi de $12.588,15 e

do método PE foi de $16.660,83. O impacto econômico gerado foi de - $4.072,68. A

RCEI encontrada foi negativa, para cada DGF evitada economizou-se $226,26. As va-

riáveis de maior impacto na análise de sensibilidade foram o TH e o TDGF, diretamente

correlacionados com os custos hospitalares

Conclusões: O uso de MP após longo período de TIF contribuiu para recuperação mais

rápida da função renal, menor tempo de hospitalização e foi mais custo-efetividade

em curto-prazo.

CO-RIM-25TRANSPLANTE RENAL (TXR) COM RINS DE DOADORES FALECIDOS (DF) COMLESÃO AGUDA RENAL (LAR) GRAVE PRESERVADOS EM MÁQUINA DEPERFUSÃO PULSÁTIL HIPOTÉRMICA (MPP) NÃO É UM FATOR DE RISCO PARAPERDA DO ENXERTORonaldo de Matos Esmeraldo, Ivelise C. Brasil, Celi Melo Girao, Petrucia Maria

Antero Pinheiro, Romero M. Esmeraldo

Hospital Geral de Fortaleza.

Introdução: Estudos recentes de um único centro de TxR com rins de DF com LAR têm

demonstrado uma maior taxa de DGF (>60%), mas boa sobrevida do paciente e do

enxerto. Nosso objetivo foi determinar os desfechos com o TxR de rins de DF com LAR,

definida como DF com creatinina sérica terminal (CrT) ≥ 2,0 mg/dL ou que sujeitos a

terapia dialítica (TD), preservados em MPP.

Material e Métodos: Trata-se de uma análise retrospectiva de todos os pacientes Tx

no nosso centro entre maio/2011 a abril/2015, que receberam Tx com rim de DF pre-

servados em MPP (n=230). Biópsia pré-implante foi realizada na maioria dos rins para

excluir rins com necrose cortical ou alterações crônicas moderadas para graves. Os

pacientes foram alocados em dois grupos, de acordo com a CrT dos DF: G1, TxR de

rins com CrT <1,5 mg/dL sem TD (n=89) e G2, TxR de rins com CrT ≥2,0 mg/dL ou em

TD (n=98). Os resultados pós-Tx foram comparadas, com análise da ocorrência e du-

ração dos episódios de DGF, necessidade de diálise e perda do enxerto.

Resultados: A média da CrT no G1 foi de 0,9 ± 0,28 (0,2 – 1,44) mg/dl e no G2 de 3,21

± 1,28 (2 – 6,6)mg/dl. A taxa de DGF foi de 27% no G1 versus 40% no grupo com LAR

(p=0,058). A necessidade de diálise (número de sessões) foi a mesma nos dois grupos

[3,3 ± 3,2 vs 3,6 ± 2,6 (IC 95%: -1,138 a 0,538), P =0,063]. Não houve diferenças nas

taxas de perda do enxerto (3% vs 3,3%).

Conclusão: Nossos resultados mostram que os desfechos do TxR utilizando rins de DF

com LRA preservados em MPP são excelentes, com necessidade de diálise semelhante

ao grupo com CrT <1,5mg/dl.

CO-RIM-26RINS COM PEQUENOS TUMORES, UMA POSSIBILIDADE DE ÓRGÃOS PARATRANSPLANTE? Vanda Guardado, Manuela Almeida, Ana Castro, Teresa Chuva Miguel Ramos,

Arlindo Matos, Ramon Vizcaino, Leonídio Dias, Sofia Pedroso, La Salete Martins,

António Castro Henriques, António Cabrita

Hospital Santo António Porto.

A escassez de órgãos levou ao desenvolvimento de novas estratégias que aumentem

o número de enxertos disponíveis. A utilização de enxertos renais com pequenos tu-

mores tem sido descrita por vários grupos com sucesso sem evidência de recidiva de

neoplasia após nefrectomia parcial. Descreveremos o caso clínico de um doente hi-

persensibilizado com rim de dador vivo com nódulo renal.

Homem de 35 anos de idade, com DRC secundária a nefropatia de IgA, iniciou he-

modiálise em Agosto de 2000. Antecedente de 2 transplantes renais de dador cadá-

ver, com perda precoce, hipersensibilizado PRA classe I 99,96%, classe II 67,69%. Foi

efectuado protocolo de dessensibilização e indução com basiliximab, tacrolimus,

ácido micofenólico e prednisolona Transplante com dador vivo, o irmão de 38 anos

de idade, HLA idêntico, CM por CDC e CF negativos. Apresentava na TAC formação

quística de 29 mm rim direito, já identificado em exames prévios, sem evolução. Na

colheita verificada formação quística complexa, sugerindo possibilidade de neoplasia.

Após consentimento informado prosseguiu-se a doação com excisão da lesão em

Primary Surgical Treatment of US – N=32

SurgeryRecurrence Rate

Treatment-Specific Global

Balloon dilation 47% (15) 53%

50 %UV Reimplantation 25% (8) 25%

Single Catheterization 19% (6) 83%

Ureteroureterostomy (UU)with native ureter 9% (3) 0%

2nd Surgical Treatment (recurrence management) – N=15

UV Reimplantation 40% (6) 33,3%

40%

UU with native ureter 28% (4) 25%

Single Catheterization 20% (3) 66,6%

Balloon dilation 6% (1) 100%

Ureteropieloplasty 6% (1) 0%

3rd Surgical Treatment – N=5

UV Reimplantation 40% (2) 0%

0%UU with native ureter 40% (2) 0%

Balloon dilation 20% (1) 0%

Page 18: Download do Livro de Resumos

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18

COMUN

ICAÇÕES O

RAIS

banca. Identificou-se nódulo de esboço multinodular, esbranquiçado e amarelado,

com 2,5 cm de maior dimensão, tangencial à margem cirúrgica. Histologicamente

nódulo com aspectos morfológicos e perfil imunohistoquímico a favorecem a hipótese

de carcinoma papilar de células renais tipo 1. Grau nuclear de Fuhrman 2. Cirurgia

de implantação complexa pelos 2 transplantes prévios No pós TR sem função imediata

do enxerto, com necessidade de 4 sessões de hemodiálise. Efetuada biópsia renal ao

9º dia pós transplante, diagnóstico de NTA. Evoluiu com melhoria progressiva da fun-

ção. À data de alta creatinina 2.77 mg/dL, ureia 76 mg/dL. Após um ano imunossu-

pressão com Sirolimus, Tacrolimus e prednisolona. Creatinina 1.5 mg/dL, sem evidencia

de lesão tumoral no receptor nem no dador.

Concluímos que informação e consentimento do dador e receptor é fundamental nes-

tas situações bem como o seu follow up apertado. O facto de o doente ser hipersen-

sibiizado e o dador HLA idêntico foi primordial na decisão.

CO-RIM-27PRESERVAÇÃO DE RINS DE DOADORES FALECIDOS (DF) EM MÁQUINA DEPERFUSÃO PULSÁTIL HIPOTÉRMICA (MPP) VERSUS ARMAZENAMENTOESTÁTICO À FRIO (AFE): RESULTADOS DE TRÊS ANOS DE EXPERIÊNCIA DE UMCENTRO ÚNICO NO BRASIL.Ronaldo de Matos Esmeraldo, Ivelise C. Brasil, Petrucia Maria Antero Pinheiro, Celi

Melo Girão, Romero M. Esmeraldo

Hospital Geral de Fortaleza.

Introdução: O retardo de função do enxerto (DGF) é a principal complicação após o

transplante renal (Tx) com doador falecido (DD), com sua frequência variando entre

57% a 80% entre os centros brasileiros. O objetivo deste estudo foi avaliar os benefícios

da MPP na preservação de rins de DD versus AFE.

Material e Métodos: Trata-se de uma análise retrospectiva de todos os pacientes Tx

no nosso centro entre maio/2011 a abril/2015, que receberam Tx com rim de DD com

fatores de risco alto para DGF [idade ≥ 50 anos, creatinina sérica terminal ≥1,5 mg/dl,

rins enviados de outros estados, e um tempo estimado de isquemia fria (TIF)> 18h]. Os

pacientes Tx foram alocados em dois grupos, de acordo com método de conservação

utilizado: Grupo-I, receptores de rins preservados em MPP (n = 230) e Grupo-II, recep-

tores de rins preservados por AFE (n = 77). Os resultados pós-Tx foram comparadas,

com análise da ocorrência e duração dos episódios de DGF, necessidade de diálise,

tempo de permanência hospitalar (TPH) e rejeição aguda.

Resultados: Grupo-I apresentou os melhores resultados, com uma taxa significativa-

mente menor de DGF [31% vs 53% (IC 95%: -0,3442 a -0,19575; P <0,001)], menor ne-

cessidade de diálise [3,3 ± 2 vs 6 ± 4,7 (IC 95%: -3,418 a -1,582) 5, P <0,001], TPH

inferiores [15 ± 9 dias vs 22 ± 10 dias (IC 95%: -9,399 a -4,601), P <0,001]; o TIF foi

maior no grupo de MP [± 26 vs 19 ± 7h 4h (IC 95%: -8.797--5.203), P <0,001]. Não

houve diferenças nas taxas de rejeição aguda (5% vs 10%).

Conclusão: Em comparação com AFE, a preservação em MPP de rins de DD com fa-

tores de risco alto para DGF mostrou uma redução de mais de 40% no risco de DGF

[RR = 0,588 (IC 95%: 0,443 a 0,781), P<0,001], menor necessidade de diálise e um

TPH mais curto.

CO-RIM-28SURGICAL COMPLICATIONS IN EARLY POST-TRANSPLANT KIDNEY RECIPIENTSHelena Pinto1, Rita Leal1, Luís Rodrigues1, Lídia Santos1, Catarina Romãozinho1,

Fernando Macário1, Rui Alves1, Carlos Bastos2, António Roseiro2, Fátima Costa1,

Mário Campos1, Arnaldo Figueiredo2, Alfredo Mota2

1-Serviço de Nefrologia, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Coimbra

Portugal; 2-Serviço de Urologia e Transplantação Renal, Centro Hospitalar e

Universitário de Coimbra, Coimbra Portugal.

Introduction: Surgical complications in kidney transplant have been decreasing in the

past decades, mainly due to improvements in technical procedures. However, increas-

ing donor and recipient age, recipients with multiple co-morbidities and the use of po-

tent immunosuppressive drugs can change this tendency. These complications could

imply increase morbidity, hospitalization rate and costs.

The purpose of this study was to determine the incidence of early surgical complications

of kidney transplant in our institution and its association with donor and recipient factors,

as well as patient and transplant outcome.

Methods and Materials: A retrospective cohort study of all kidney transplants performed

during 2015 was made. We evaluated the incidence of complications and their treat-

ment. We focused on the surgical complications. The outcome of patient and graft was

evaluated at 3-month follow-up.

Results: During the study period 141 kidney transplants occurred. The majority of the re-

cipients were male and the mean age was 50.8 +-15.4 years. From the 141 patients,

17 had surgical complications in the first 3-month follow-up. The majority were urologic

complications (n=6) and vascular complications (n=6), followed by other complications

(n=5). From this group of patients 5 lost the graft during the follow-up, 4 due to surgical

complications (vascular) and 1 due to infectious complications. No deaths occurred.

Older age was a risk factor for other surgical complications (p=0.023) and graft loss

was associated with the existence of surgical complications, specifically vascular ones

(p<0.001). A significant statistic relation was found with patient weight for both surgical

complications in general and urologic complications (p=0.003 and p=0.034, respec-

tively). Although not a significant statistic relation, a marked tendency was found be-

tween BMI and surgical complications.

Conclusions: Our study describes early surgical complications in kidney transplant re-

cipients. The frequency of surgical complication we found is similar to the current liter-

ature. Our study reveals that older patients and obese patients have a higher risk of

surgical complications and that vascular complications often lead to graft loss. The se-

lection of transplant recipients is a difficult task and the possibility of additional surgical

complications in older patients should be taken in account.

CO-RIM-29ESTUDO COLABORATIVO BRASILEIRO DE TRANSPLANTE RENAL PEDIÁTRICO(COBRAZPED-RTX): RESULTADOS DE 2004 A 2016C. Garcia, J.M. Pestana, S. Martins, P. Nogueira, V. Barros, R. Rohde, M. Camargo, L.

Feltran, R. Esmeraldo, R. Carvalho, B. Schvartsman, M. Vaisbiche, A. Watanabe, L.

Claudio, M. Cunha, R. Meneses, L. Prates, V. Belangero, L. Palma, D. Carvalho, T.

Matuk, V. Benini, S. Laranjo, M. Abbud-Filho, I.M.M. Charpiot, H.J. Ramalho, E. Lima, J.

Penido, C. Andrade, M. Gesteira, M. Tavares, M. Penido, V. De Souza, M. Wagner

Hospital do Rim-UNIFESP – SP; Santa Casa-Porto Alegre- RS; Santa Casa –SP; Hospital

Pequeno Príncipe- PR; Hospital Samaritano- SP; Hospital Geral de Fortaleza- CE; H.

Bonsucesso – RJ; Instituto da Criança –USP-SP; UNICAMP – Campinas-SP; IUN-H Base S.

José Rio Preto, SP; Hospital das Clínicas UFMG- MG; Hospital Ana Neri-BA; Santa Casa-

Belo Horizonte- MG.

Objetivo: Determinar as características demográficas, taxas de sobrevida do enxerto e do

paciente, terapia imunossupressora e causas de óbito e perda do enxerto nos últimos 12

anos em 14 centros participantes que realizaram transplante renal pediátrico no Brasil.

Método: Dados de todos os transplantes renais (TxR) pediátricos realizados entre Ja-

neiro de 2004 e Fevereiro de 2016 nos centros participantes foram analisados com vis-

tas a dados demográficos, etiologia de base e sobrevidas do enxerto e paciente.

Resultados: 2268 transplantes renais pediátricos foram realizados entre 2004 e 2016

nos centros participantes. A idade mediana no momento do transplante foi de 12,2

[7,9-15,2] e 55,5% dos receptores eram masculinos. As etiologias mais freqüentes foram

malformações congênitas do trato urinário (46,7%) e glomerulopatias (33,5%, das quais

46% foram GESF). De acordo com o tipo de doador, 1566 (69,3%) dos TxR foram rea-

lizados com doadores falecidos (DF). Taxas de sobrevida do enxerto de acordo com

o tipo de doador em 12, 60 e 120 meses foram de 94%, 85% e 72% para doadores

vivos (DV) e 91%, 76% e 62% para DF, respectivamente (log rank test, P < .01). Perdas

do enxerto (20%) foram mais frequentemente causadas por trombose vascular, nefro-

patia crônica do enxerto, morte com enxerto funcionante, rejeição aguda e recorrên-

cia da doença de base. Receptores de DF tiveram 1,54 (intervalo de confiança 95%:

1,04-2,30) vezes mais chance de perda do enxerto comparados aqueles de DV

(P<0,05). As taxas de sobrevida do paciente em 12, 60 e 120 meses foram de 98%,

95 e 92% para DV e de 97%, 93% e 97% para DF, respectivamente. A taxa de morta-

lidade foi de 5,6%, principalmente devido a infecções e doença cardiovascular.

Conclusão: Os resultados deste estudo colaborativo são comparáveis aos registros in-

ternacionais. A presente iniciativa tem facilitado a troca de informações, promovido a

integração entre os centros de transplantes e levado ao conhecimento da comuni-

dade científica a realidade brasileira do TxR pediátrico.

CO-RIM-30IMUNOSSUPRESSÃO SEM ESTERÓIDES EM TRANSPLANTE RENAL PEDIÁTRICO(TRP) DE NOVO: ANÁLISE DE 15 ANOSRonaldo de Matos Esmeraldo, Maria Luiza M.B. Oliveira, Petrucia Maria Antero

Pinheiro, Rebeca Carvalho Souza Costa

Hospital Geral de Fortaleza, Fortaleza, CE, Brasil.

Introdução: Apesar dos resultados promissores de curto prazo com imunossupressão

livre de esteroides (ILE) em receptores de TRP, os dados sobre eficácia e segurança a

longo prazo têm sido escassos. O nosso objetivo é avaliar os resultados a longo prazo,

de um protocolo de ILE em TRP de novo.

Métodos: No período de 2001-2016, foram realizados e seguidos 225 TxRP em nosso

centro. Destes, analisamos os pacientes que receberam ILE. Um total de 170 (75%)

crianças não sensibilizadas (PRA<30%), com idades entre 3 e 20 (13,2 ± 4,8) anos,

submetidas ao primeiro Tx com doador vivo (35%) ou falecido (65%) foram analisadas

retrospectivamente. O protocolo de IS consistiu de indução com Timoglobulina (63%)

ou anticorpos anti-receptor da IL-2 (37%), em combinação com tacrolimo e ácido mi-

cofenólico (61%) ou everolimo (39%). Biópsias protocolares (nos meses 3, 6 e 12 pós-

Tx) ou por indicação clínica, foram realizadas em 52% dos pacientes. Os principais

desfechos clínicos foram analisados.

Resultados: O tempo médio de seguimento foi de 10,4 (0,5–15) anos; 61% dos pa-

cientes tiveram tempo de seguimento superior a 5 anos A sobrevida dos pacientes foi

de 97% e dos enxertos 85%. As biópsias de revelaram rejeição aguda (RA) no primeiro

ano de 8% e alterações borderline em 10% dos pacientes. A creatinina sérica de 1

ano foi 1,1±0,9; de 5 anos, 1,3±0,4 e de 10 anos, também 1,3 ± 0,4. Os níveis de li-

pídios no sangue não se alteraram. A ocorrência de infecção por CMV foi de 16%.

Diabetes mellitus pós-Tx foi visto em 3 pacientes (2%); 90% dos pacientes permanece-

ram livres de esteroides.

Conclusão: A terapia de indução seguida de tacrolimo + ácido micofenólico ou eve-

rolimo, permitiu evitação de esteroides, e seus eventos adversos, sem aumento da RA,

com excelente sobrevida dos pacientes e enxertos.

CO-RIM-31TRANSPLANTE RENAL – DE CRIANÇA A ADULTO. EXPERIÊNCIA DE UMHOSPITAL TERCEÁRIO.Natacha Rodrigues1, Alice Santana1, José Guerra1, Rosário Stone2, António Gomes

da Costa1

1-Serviço de Nefrologia e Transplantação Renal do Centro Hospitalar Lisboa Norte; 2-

Serviço de Pediatria do Centro Hospitalar Lisboa Norte.

Page 19: Download do Livro de Resumos

13–15 OUTUBRO 2016 · PORTO · PORTUGALXIII CONGRESSO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSO LUSO BRASILEIRO DE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICO DE TRANSPLANTAÇÃO

COMUN

ICAÇÕES ORAIS

19

A adolescência e a transição para Consulta de Adultos(CA) representam fases críticas

sobretudo na adesão à terapêutica que podem comprometer a evolução do trans-

plante renal. Avaliamos os doentes transplantados renais do nosso hospital que desde

o ano 2000 transitaram da Nefrologia Pediatrica para a CA.

Foram transferidos 45doentes: 54% do género masculino; idade 18,4+-0,96anos; etio-

logia da doença renal: 19doentes com uropatias, 16doentes com glomerulopatias,

3doentes com doenças quísticas e 7doentes com patologias menos comuns(nefrite

intersticial,trombose neonatal da veia renal, tumor de Wilms, cistinose e tirosinemia tipo

1). O diagnóstico de Doença Renal Crónica foi efetuado aos 7,5+-5,5anos, o início

de Terapêutica de Substituição da Função Renal (TSFR) foi aos 13,1+-3,5anos e o

tempo de espera para transplante renal foi de 13,3+-2,6meses. Quatro doentes rece-

beram transplante de dador vivo. Todos realizaram terapêutica de indução (basilixi-

mab em87%, Timoglobulina em13%) e terapêutica de manutenção com corticoides,

Micofenolato de Mofetil,ciclosporina em52% e tacrolimus em48%.

Ao longo dos 5,3+-4,3anos de follow-up na CA, a Taxa de Filtração Glomerular esti-

mada (TFGe) desceu de 85ml/min/1,73m2 para 71 ml/min/1,73m2. Sete doentes tive-

ram rejeições agudas e 13 doentes apresentaram mais de três doseamentos dos

inibidores da calcineurina com níveis infra terapêuticos. Durante o período de segui-

mento 9doentes transitaram para outra TSFR. Em 5doentes a perda de função do en-

xerto ocorreu no primeiro ano de follow-up na CA (4destes doentes apresentavam DRC

estadio 4 na altura da transição). Dos doentes com níveis infraterapêuticos 39% per-

deram o enxerto o que se verificou em apenas em 12,5% dos restantes. Os doentes

com níveis infraterapêuticos com perda do rim representam 55% do total das perdas

de enxerto. Faleceu apenas 1doente com complicações infeciosas.

Esta análise demonstra as diferentes etiologias da doença renal crónica na idade pe-

diátrica e reflete a elevada não aderência nestes doentes com a consequente rela-

ção desta com a perda de enxerto.

CO-RIM-33ANÁLISE DE CUSTO DAS TERAPIAS RENAIS SUBSTITUTIVAS EM CRIANÇAS EADOLESCENTES Maria Fernanda Camargo, Klenio Barbosa, Seiji Fetter, Ana C A M Bastos, Luciana S

Feltran, Paulo C Koch Nogueira

Hospital Samaritano São Paulo Brasil; Fundação Getulio Vargas São Paulo Brasil.

Esta pesquisa teve por objetivo comparar os custos da hemodiálise, ou diária (HDD) ou

hemodiálise convencional (HDC), com a transplante renal (TX) em crianças e adoles-

centes. Foi realizada análise retrospectiva dos custos em uma coorte envolvendo 30

crianças (18 meninos / 12 meninas), que foram submetidos a hemodiálise (16 HDC / 14

HDD), seguidos de TX, sendo a média de idade no TX de 9,9 anos (IQR = 4,3 - 12,8). Os

dados envolvem custos com materiais, medicamentos, equipamentos médicos, hono-

rários, taxas administrativas, taxas de hospitalização e exames laboratoriais. Os pacien-

tes foram observados por 20 meses em hemodiálise e após 27 meses do TX. Diálise

gerou custo médio de US 2900 / mês / paciente, com custo extra US 3300 de complica-

ções. O procedimento do TX foi mais caro, somando a média de US 15300 quando

realizado. No entanto, a análise de séries temporais mostrou que TX requer custo ele-

vado apenas no início, enquanto os custos de sessões de HD estão distribuídos por toda

a duração da terapia. Estimamos portanto modelo econométrico utilizando o método

sistema generalizado estimadores de-momentos para obter estimativas para a evolu-

ção dos custos. Este modelo mostrou claramente que após uma determinada duração

de terapia, a hemodiálise é mais cara, como se segue: a) Os pacientes sob HDC > 16

meses requerem custos mais baixos se receberem TX e b) TX é menos dispendioso para

pacientes em HDD> 14 meses. TX é uma terapia mais econômica a partir do “cutt-off”

de US 43590 de gastos, porque os meses seguintes não vão acrescentar muito aos cus-

tos acumulados. Por outro lado, a hemodiálise atinge duas vezes o custo acumulado

no transplante após 30 a 40 meses. Quando apenas sessões de hemodiálise e hospi-

talização por TX são considerados, o limiar acontece em USD 30513.

Os limiares estimados neste estudo indicam que, a longo prazo TX é economicamente

mais vantajoso do que HD e poderá servir para orientar a política pública, indicando

que TX deve ser preferido vis-à-vis a hemodiálise para pacientes pediátricos.

CO-RIM-34DOENÇA LINFOPROLIFERATIVA PÓS-TRANSPLANTE EM CRIANÇASTRANSPLANTADAS RENAIS: EXPERIÊNCIA DE UM CENTROFilipa Durão, Joana Gil, Patrícia Reis, Ana Rita Sandes, Carla Simão, José Esteves da

Silva, Rosário Stone

Unidade de Nefrologia e Transplantação Renal, Departamento de Pediatria, Hospital

de Santa Maria - CHLN, Centro Académico de Medicina de Lisboa; Centro de

Referenciação de Transplantação Renal Pediátrica.

Introdução e objetivo: A doença linfoproliferativa pós-transplante (DLPT) associada à

infeção EBV é uma complicação potencialmente fatal. O tratamento implica o equilí-

brio entre a redução da imunossupressão (IS) e a manutenção do enxerto. A evolução

do conhecimento associada a novas terapêuticas melhorou o prognóstico. Objetivo:

Descrever os casos de DLPT num centro de transplante renal (TR) pediátrico.

Métodos: Análise retrospetiva dos processos clínicos dos doentes transplantados (se-

tembro/95-março/16). Revisão das características demográficas, serologia EBV dador-

recetor pré-TR e seroconversão pós-TR. Descrevem-se os casos de DLPT.

Resultados: Incluídos 119 doentes, 51.3%♀, 85.7%> 2 anos (A) seguimento. Pré-TR 25

doentes (21.0%) seronegativos para EBV; primoinfeção pós-TR em 14 (56.0%). DLPT diag-

nosticada em 3 doentes (incidência 2.5%).

Caso 1:♂ caucasiano, TR aos 16.2A. Serologias EBV dador/recetor: desconhecida/ne-

gativa. IS de indução: basiliximab, micofenolato de mofetil (MMF), prednisolona (PDN);

manutenção com MMF, ciclosporina A, PDN. DLPT monomórfica (linfoma difuso de gran-

des células B, LDGCB) hepático, retro-ocular e cerebral, 1.9A pós-TR por primoinfeção

EBV. Apresentação clínica: disfunção do enxerto, sintomas gastrointestinais, perda pon-

deral. Suspendeu-se ciclosporina, MMF e reduziu-se PDN. Remissão em 6 meses (fol-

low-up 10.5A). Reiniciou IS com sirolimus, PDN. Perda do enxerto 12.3A pós-TR (má

adesão terapêutica).

Caso 2:♀ caucasiana, TR aos 6.3A. Serologias EBV dador/recetor: positiva/negativa.

IS de indução: basiliximab, MMF, PDN; manutenção com MMF, tacrolimus, PDN. DLPT

monomórfica intestinal (LDGCB) 1.0A pós-TR. Primoinfeção EBV. Quadro de febre, sinto-

mas gastrointestinais, massa intestinal. Carga viral indetetável. Reduziu-se IS e admi-

nistrou-se rituximab. Remissão em 2 meses (follow-up 2.7A, enxerto funcionante). IS

atual: MMF, tacrolimus, PDN.

Caso 3: ♂ caucasiano, TR aos 4.3A. Serologias EBV dador/recetor: desconhecida/po-

sitiva. IS de indução: globulina anti-timócito, MMF, PDN; manutenção com MMF, tacro-

limus, PDN. DLPT monomórfica renal e peri-ureteral (LDGCB), 0.9A pós-TR. Reativação

EBV. Apresentação: febre e disfunção do enxerto com obstrução. Reduziu-se IS e ad-

ministrou-se rituximab. Remissão após 3 meses. IS atual: MMF, tacrolimus, PDN. Boa fun-

ção do enxerto 2.1A depois.

Conclusão: Apesar da baixa incidência da DLPT é obrigatório manter a vigilância ativa

no seguimento pós-TR. O tratamento com redução da IS e, em dois doentes, adminis-

tração de rituximab permitiu a cura do linfoma com preservação do enxerto.

CO-RIM-35ESTRATÉGIAS PREVENTIVAS PARA INFECÇÃO A CMV E OUTCOMES NO PÓSTRANSPLANTE RENALDavid Navarro, Ana Carina Ferreira, Patrícia Cotovio, Fernando Caeiro, Inês Aires,

Cecília Silva, Francisco Remédio, Aníbal Ferreira, Fernando Nolasco

Centro Hospitalar Lisboa Central - Hospital Curry Cabral, Serviço de Nefrologia,

Lisboa, Portugal.

Introdução: A estratégia preventiva ideal para a infecção a CMV no pós-transplante

renal - preemptive vs profilaxia -não está claramente definida. O objectivo foi estudar

a incidência de infeção a CMV comparando a estratégia preventiva utilizada, e out-

comes associados.

Métodos: Estudo retrospectivo numa coorte de doentes consecutivos transplantados

renais num único centro de Janeiro/2010-Dezembro/2014. Foram analisados os dados

demográficos da população submetida a transplante renal. Análise estatística reali-

zada usando software STATA.

Resultados: 221 doentes, com idade média 46.85±12.67 anos, 64.25% homens,

78.30% caucasianos. Mismatch médio de 3.9±1.39, terapêutica indução com basili-

ximab em 40.72% (90 doentes); manutenção com TAC+MMF+PDN em 213 doentes.

Estratégia profiláctica em 150 (67.87%) doentes (vs 71 (32.13%) preemptive). Durante

um follow-up mediado de 30.05 (14.3-45.3) meses, verificou-se infecção a CMV em

80 doentes (36.2%). Destes, 10% (8 casos) desenvolveram doença a CMV. Os doentes

sob profilaxia cumpriram terapêutica durante 4.72 (3-6) meses. A infecção a CMV sur-

giu aos 4.91 (1.5-6.3) meses pós transplante. Verificou-se recidiva da infecção a CMV

em 14 doentes. No final do follow-up, observou-se sobrevida de 97.74% dos doentes

e 93.18% dos enxertos, com uma função renal média estimada por CKD-EPI de

64.20±24.05 ml/min/1.73m2.

Na análise univariada, os doentes mais idosos foram mais vezes submetidos a estraté-

gia preemptive (50.68±14.68 vs 45.98±12.09 anos; p=0.042). Mais doentes no grupo

preemptive desenvolveram infecção (56.3% vs. 26.7% profilaxia, p<0.001), sendo o

surgimento da infecção mais precoce no grupo preemptive: 2.89 vs 6.72 meses

(p=0.016). Os doentes com infecção tiveram tempos de profilaxia mais curtos (3.6 vs.

5.1 meses, p<0.001). Nenhuma estratégia foi superior na incidência de doença a CMV

(7.32% profilaxia vs 12.8% preemptive; p=0.63) ou nas recidivas de infecção a CMV

(14.63% profilaxia vs 20.5% preemptive; p=0.55).

Sem diferenças em termos de função renal, rejeições ou sobrevida do doente. A so-

brevida renal foi mais baixa na estratégia preemptive ((93.3% na profilaxia vs 89.2%

preemptive, HR 0.7: 0.5-0.9, p=0.02), aspecto que se manteve na análise multivariada.

Conclusão: Documentámos sobrevida renal inferior nos doentes sujeitos a estratégia

preemptive. Nos doentes sob profilaxia, notámos um menor tempo de terapêutica no

grupo de doentes que veio a desenvolver infecção a CMV.

CO-RIM-36TRATAMENTO DE INFECÇÃO A POLIOMAVIRUS NO TRANSPLANTE RENAL EPROGRESSÃO DA DOENÇA RENALRute Aguiar1, Ana Pimentel2, Patrícia Cotovio3, Fernando Caeiro3, Cecília Silva3, Inês

Aires3, Francisco Remédio3, Aníbal Ferreira3, Fernando Nolasco3

1-Serviço de Nefrologia, Hospital Espírito Santo, Évora, Portugal; 2-Nefrologia, Centro

Hospitalar do Algarve - Unidade de Faro, Portugal; 3-Unidade de Transplante do

Hospital Curry Cabral, Centro Hospitalar de Lisboa Central, Lisboa, Portugal.

Introdução: o Poliomavirus é um virus DNA muito seroprevalente na população em

geral e é causador de doença nos doentes imunocomprometidos. Nos doentes trans-

plantados renais, a doença manifesta-se por estenose ureteral e/ou nefrite tubuloin-

tersticial podendo levar à perda do enxerto. O seu tratamento não é consensual

variando entre centros de transplante e até entre médicos assistentes.

Este estudo pretendeu analisar os esquemas terapêuticos realizados em doentes com

infecção a virus BK e o seu impacto na função renal.

Materiais e métodos: estudo retrospectivo de doentes transplantados renais numa uni-

dade hospitalar entre os anos de 2010 a 2015. Foram incluidos todos os doentes com

deteção por DNA plasmático positiva para virus BK e analisados em subgrupos os

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13–15 OUTUBRO 2016 · PORTO · PORTUGALXIII CONGRESSO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSO LUSO BRASILEIRO DE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICO DE TRANSPLANTAÇÃO

20

COMUN

ICAÇÕES O

RAIS

doentes com carga viral superior a 104. Foram considerados 5 esquemas terapêuticos

para infecção por virus BK: (1) redução da imunossupressão de manutenção; (2) re-

dução da imunossupressão de manutenção+ Leflunomida; (3) redução da imunossu-

pressão basal + Leflunomida + Ciprofloxacina; (4) outros esquemas terapeuticos; (5)

sem qualquer tratamento. Foi analisada a relação dos diferentes esquemas com a va-

riação da taxa de filtração glomerular estimada (TFGe) segundo a equação CKD-EPI

(2009). A variação/ano da TFGe foi calculada a partir da data de carga viral máxima

até à data de negativação do virus ou fim de follow-up (perda de enxerto ou data

actual). A análise dos dados foi realizada com recurso ao programa R, tendo sido exe-

cutado o teste t (t-test) e o teste ANOVA para medições repetidas, ajustadas e não-

ajustadas para a idade, género e raça.

Resultados: foram incluidos 26 doentes com idade média de 52.5 anos [Intervalo inter-

quartil (IQI): 44 – 62], 88.5% do género masculino e 73.1% de raça caucasiana. O

valor da TFGe mediana à data de detecção do virus BK era de 43,6 mL/min/1.73 m2

(IQI: 36.7 – 56.9) e à data de negativação ou fim de follow-up era de 48,4 mL/min/1.73

m2 (IQI: 36.2 – 61.4). O teste não parametrico ANOVA não mostrou associação signifi-

cativa entre a variação da TFGe ao longo do tempo e os esquemas de tratamento

seleccionados para a infecção a virus BK (p value >0.10).

Conclusão: não se observou qualquer associação entre os esquemas de tratamento

utilizados para a infecçao a virus BK e variação da taxa de filtração glomerular, como

medida de outcome renal.

CO-RIM-37INFECÇÃO A CMV NO PÓS-TRANSPLANTE RENAL: QUAIS OS FACTORES DERISCO? EXPERIÊNCIA DE UM CENTRODavid Navarro, Ana Carina Ferreira, Patrícia Cotovio, Fernando Caeiro, Inês Aires,

Cecília Silva, Francisco Remédio, Aníbal Ferreira, Fernando Nolasco

Centro Hospitalar Lisboa Central - Hospital Curry Cabral, Serviço de Nefrologia,

Lisboa, Portugal.

Introdução: São conhecidos vários factores de risco que condicionam a infecção a

CMV no pós-transplante renal. O objectivo deste trabalho é caracterizar os factores

de risco e impacto da infecção a CMV.

Métodos: Estudo retrospectivo observacional de uma coorte de doentes consecutivos

transplantados renais entre Janeiro/2010-Dezembro/2014. Foram analisados os dados

demográficos e clínicos. Análise estatística realizada usando software STATA.

Resultados: 221 doentes, com idade média 46.85±12.67 anos, 64.25% homens,

78.30% caucasianos. Transplante duplo em 36 (16.29%) doentes (28 rim-pâncreas;8

rim-fígado); mismatch médio de 3.9±1.39, terapêutica indução com basiliximab em

40.72% (90 doentes) - destes, em 18 casos foi necessária 'transição' para timoglobulina.

Terapêutica de manutenção com TAC+MMF+PDN em 213 doentes.

Escolheu-se estratégia profiláctica em 67.87% dos doentes (vs 32.13% preemptive).

Durante um follow-up mediado de 30.05 (14.3-45.3) meses, verificou-se infecção a

CMV em 80 doentes (36.2%) e 8 casos de doença a CMV. A infecção a CMV surgiu

aos 4.91 (1.5-6.3) meses pós-transplante. No final do follow-up, verificou-se sobrevida

de 97.74% dos doentes e 93.18% dos enxertos, com uma função renal média esti-

mada de 64.20±24.05 ml/min/1.73m2.

Na análise univariada, 50% dos doentes sob basiliximab tiveram infecção (vs. 26.7%

dos doentes sob timoglobulina, p<0.001). Em 18 doentes dos 90 sob basiliximab, foi

efectuada timoglobulina adicional -este evento foi factor de risco para infecção (ocor-

reu em 61.1% vs. 34% em doentes sem timoglobulina após a indução, p=0.02). Sem

diferenças na taxa de infecção nos vários grupos de risco serológico, raça ou dador

vivo. A infecção a CMV não se associou a pior sobrevida do doente ou do enxerto,

nem a pior função renal.

Na análise multivariada, a idade mais avançada (p=0.04) e o uso de profilaxia com

valganciclovir (p=0.03) foram factores preditores de infecção a CMV, sendo que a es-

tratégia de profilaxia diminui eficazmente o risco de infecção em 70% (OR 0.3; IC 95%

0.1 - 0.8).

Conclusão: Os doentes mais idosos estão mais susceptíveis a infecção a CMV, e o prin-

cipal factor de risco é o protocolo imunossupressão inicial e utilização de valganci-

clovir. Nos doentes sob basiliximab, a 'transição' para timoglobulina deve levar a

reconsideração de estratégia preventiva da infecção CMV.

CO-RIM-38TUBERCULOSE PÓS TRANSPLANTE: ELEVADA INCIDÊNCIA DE LESÃO RENALAGUDA E PREJUÍZO PERMANENTE DA FUNÇÃO DO ENXERTO Silvana Daher Costa, Tainá Veras de Sandes Freitas, Camilla Neves Jacinto, Maria

Luiza de Matos Brito Oliveira, Fernando José Villar Nogueira Paes, Ronaldo Matos

Esmeraldo, Lorena Vasconcelos Mesquita Martiniano, Yago Sucupira Amaral,

Elizabeth de Francesco Daher

Hospital Geral de Fortaleza, Universidade Federal do Ceará.

Introdução: Tuberculose (TB) é a doença tropical negligenciada mais comum após o

transplante renal (TxR), com incidência 20-50 vezes maior que na população geral,

predominância de formas extrapulmonares ou disseminadas e alta mortalidade. Pouco

se sabe sobre o impacto da tuberculose e seu tratamento na função do enxerto renal.

Objetivo: Avaliar a função renal de receptores de TxR antes, durante e após a infecção

por TB.

Método: Estudo retrospectivo incluindo receptores de TxR de um centro de transplantes

brasileiro. Foram incluídos pacientes cujo diagnostico de TB foi realizado até dezembro

de 2014. Função renal foi avaliada pela creatinina sérica (Cr) e pela taxa de filtração

glomerular estimada pela formula MDRD (TFG), realizando ajuste LOCF para perdas e

óbitos. LRA foi classificada de acordo com os critérios KDIGO e a recuperação da fun-

ção renal foi avaliada 3 meses após o fim do tratamento da TB.

Resultados: Durante o período do estudo foram realizados 1604 TxR e 34 casos de TB

foram diagnosticados (2,1%). As medianas dos valores de Cr foram: 1,5mg/dL antes

do diagnóstico (Cr basal); 1,7mg/dL no diagnóstico (Cr diag) (p<0,001 vs. Cr basal); e

2,4mg/dL o valor mais alto durante a infecção (Cr Max) (p<0,001 vs. Cr basal). As TFG

nesses períodos foram de: 51,6ml/min, 43,4ml/min e 29,4mL/min, respectivamente. 29

pacientes apresentavam critérios para LRA. Três apresentaram rejeição aguda. Três

meses após o término do tratamento, 5 pacientes (14,7%) haviam perdido o enxerto

e 2 (5,9%) ido a óbito e a TFG neste período foi de 42,4 mL/min (p 0,032 vs. TFG basal).

Na análise univariada, LRA estádios 2-3 (OR 4,958 95% CI 1,062-23,157, p=0,042) es-

teve associado a perda do enxerto ou não recuperação da função.

Conclusão: A TB afeta negativamente a função do enxerto durante e após o trata-

mento. Formas mais graves de LRA são um fator de risco para perda ou prejuízo per-

manente da função renal.

CO-RIM-39DENGUE VIRUS INFECTION IN RENAL TRANSPLANT RECIPIENTS: 38 CASESFROM A SINGLE CENTER IN AN ENDEMIC AREAIMM Fernandes-Charpiot1, CF Estofolete2, GR Souza1, ML Nogueira1,2, MASF

Baptista1, M. Abbud-Filho1,3

1-Hospital de Base, FUNFARME/Faculdade de Medicina-FAMERP, 2-Laboratorio de

Virologia, 3-Instituto de Urologia e Nefrologia, S.J.Rio Preto.

Introduction: The growing number of transplants (Tx) in developing countries has brought

the impact of neglected tropical diseases such as Dengue infection (DI), and the natural

course of this disease is of interest to researchers dealing with kidney Tx in tropical areas.

Objectives: To report the impact of DI in 38 kidney Tx recipients (KTx) in a single center

from Brazil.

Methods: From January 2010 to May 2016, all KTx with confirmed diagnosis of DI were

studied.

Results: DI diagnosis was confirmed among 38 KTx, 82% (31KTx) requiring hospitalization

for 8 ± 8 days (2-40days). The majority (68%) of the cases occurred during the outbreaks

of 2013 (21%) and 2015 (47%). Patients had an average age of 49 ± 18 years, were

Caucasian (74%), female (53%), and non-diabetic (87%). Immunosuppression protocols

consisted of induction therapy in 63% of cases, and 68% were using calcineurin in-

hibitors, and 97% were taking steroids. Diagnosis was made 61 ± 63 months after trans-

plantation with the principal clinical features being: fever (82%), muscular pain (74%),

weakness (71%), headache (63%), leucopenia (71%), thrombocytopenia (79%), and

liver enzyme alteration (71%). Nineteen (50%) cases were diagnosed as dengue with

warning signs, and 2 cases (6%) as severe dengue (SD). Each diagnosis was confirmed

by at least one of the following serologic tests: NS1- dengue nonstructural protein 1 anti-

gen (11 - 27%), dengue-specific immunoglobulin M serology (28 - 64%), or dengue

virus serotype by reverse transcriptase-polymerase chain reaction (17 - 45%). Dengue

type 1 was the main subtype (16 cases). Co-infection with cytomegalovirus was present

in 18% of cases. Graft dysfunction occurred in 23 (61%) patients, 4 (11%) required dial-

ysis, but just one lost the graft. The two patients with SD had fulminant course and died

(5%).

Conclusions: The most common DI virus affecting our Tx population was type1. It seems

that the clinical manifestation of disease in KTx is not different from that in the general

population. However, KTx seems to carry the additional risk of threatening life in patients

in SD and graft dysfunction in all dengue cases.

CO-RIM-40REDUÇÃO DA INCIDÊNCIA DE INFECÇÃO POR CITOMEGALOVÍRUS EMRECEPTORES DE TRANSPLANTE RENAL RECEBENDO DOSE ÚNICA E REDUZIDADE GLOBULINA ANTI- TIMÓCITO (RATG).Mayara Ivani de Paula, Claudia Rosso Felipe, Marina Pontello Cristelli, Paula Ferreira

Orlandi, Laila Viana, Paulo Roberto de Carvalho, Cinthia Montenegro, André Caíres

Alvino de Lima, Igor Pietrobom, Hélio Tedesco-Silva, José Medina Pestana

Hospital do Rim, Universidade Federal de São Paulo.

Introdução: A infecção por citomegalovírus (CMV) está associada à significante mor-

bidade e mortalidade após o transplante de órgãos sólidos. Com o objetivo de reduzir

a incidência de infecção/doença por CMV, este estudo compara uma nova estratégia

de indução utilizando dose única de Timoglobulina (rATG) versus a estratégia histórica

em receptores de transplante renal “de novo” que não utilizaram profilaxia farmaco-

lógica para CMV.

Métodos: Trata-se de um estudo observacional, retrospectivo, desenhado para analisar

os desfechos de 102 receptores de transplante renal consecutivos recebendo dose

única de 3mg/kg rATG no primeiro dia após o transplante (G1), comparados com o

controle histórico de 102 receptores de transplante renal com o mesmo risco imuno-

lógico que receberam de 1,0 a 1,5 mg/kg por até 5 dias (G2). Todos os transplantes

foram realizados entre 2013 e 2014 e todos os pacientes foram tratados com tacrolimo,

ácido micofenólico e prednisona. O desfecho primário do presente estudo foi a inci-

dência cumulativa de infecção/ doença por CMV na população por intenção de tra-

tamento. O desfecho secundário incluiu a incidência do primeiro episódio de rejeição

aguda comprovada por biópsia, perda do enxerto, óbito e função renal no primeiro

ano após o transplante.

Resultados: Na população em estudo, a incidência de transplante renal com doador

de critério expandido foi de 80,5% e a proporção de receptores sensibilizados (Luminex

cPRA > 50%) foi de 19,5%, sem diferença estatística entre os grupos. A dose média

de rATG foi 3,0 ± 0,29 mg/kg no G1 e 6,2 ± 0,88 mg/kg no G2 (p<0,001). Não houve

diferença nas principais características demográficas. Pacientes que receberam dose

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13–15 OUTUBRO 2016 · PORTO · PORTUGALXIII CONGRESSO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSO LUSO BRASILEIRO DE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICO DE TRANSPLANTAÇÃO

COMUN

ICAÇÕES ORAIS

21

única de 3mg/kg de rATG como terapia de indução mostraram menor incidência de

infecção/doença por CMV comparado àqueles que receberam doses de 1,0 -

1,5mg/kg/dia (61,8% vs. 87,3%, p<0,001). Não houve diferença na incidência de re-

jeição aguda tratada (15% vs. 19%, p=0,452), rejeição aguda comprovada por

biópsia (10% vs. 9%, p=0,810), sobrevida do paciente (95,1 vs. 95,1%, p=0,986) e do

enxerto (91,2 vs. 90,2%, p=0,856). A média da taxa de filtração glomerular foi

42,2±21,6 mL/min vs. 46,4±21,6 mL/min, p=0,583)

Conclusão: Dose única de 3mg/kg de rATG está associada a significante redução na

incidência de infecção/doença por CMV sem comprometer a eficácia em receptores

de transplante renal de novo que não receberam profilaxia farmacológica para CMV.

CO-RIM-41NEFROPATIA POR POLIOMAVÍRUS: 10 ANOS DE EXPERIÊNCIA DE UMSERVIÇOJoana Silva Costa, Emanuel Ferreira, Rita Leal, Nsecumesso Bota, Catarina

Romãozinho, Vitor Sousa, Carol Marinho, Lídia Santos, Fernando Macário, Rui Alves,

Jorge Pratas, Mário Campos, Arnaldo Figueiredo

Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

A nefropatia por poliomavírus (BKVN) é uma causa de disfunção crónica do enxerto

renal. A viremia é o teste de rastreio recomendado e redução da imunosupressão é a

melhor estratégia para evitar a progressão da doença.

Objetivos: Avaliar fatores de risco, valor preditivo da viremia e progressão da disfunção

com a terapêutica na BKVN.

Métodos: Estudo retrospetivo em transplantados renais 2005-15 na Unidade, com BKVN

em biópsia.

Resultados: De 23 transplantados (19 Homens; 4 Mulheres), raça branca, com diag-

nóstico BKVN aos 17,8 ± 33,3 meses pós-transplante, apresentavam 51,2±12,1 anos

ao diagnóstico (5 com 60-70 anos; 1 com >70 anos). Total compatibilidades 2,1±1,2

(1,0 em DR). Indução: basiliximab (78,3%), timoglobulina (17,4%), nenhum (4,3%). Ao

diagnóstico, todos sob inibidor de calcineurina (ICN) (95,7% tacrolimus (FK) e 4,3% ci-

closporina (CSA)), anti-metabolito (52,2% ácido micofenólico (MY); 39,1% micofenolato

de mofetil (MMF); 8,7% azatioprina (AZA)) e corticóides. Houve 4 diabéticos. Ao diag-

nóstico, TFG 23,9±10,4 ml/min. Infecção a CMV em 2 casos; 12 rejeições agudas (RA)

prévias à BKVN; 1 rejeição humoral e 2 RA aquando o diagnóstico. Sinais toxicidade

ICN em 17,4%. Viremia >10^4 em 13 doentes. Terapêutica: redução ICN em 10 doen-

tes; conversão ICN em 11; suspensão (17)/redução (3) do anti-metabolito em 20 doen-

tes; quinolonas em 12 doentes; leflunamida em 5 doentes. Após terapêutica:

diminuição da viremia em 87,5% aos 3 e aos 6 meses, em 25,0% a 1 ano; viremia ne-

gativa em 12,5% aos 3 e aos 6 meses, 50% a 1 ano; recuperação/estabilização fun-

ção em 40,9%, agravamento função em 18,2% e falência terminal em 40,9% (9

doentes). Destes últimos, 4 com >60 anos; 8 homens; 1 diabético; basiliximab em 6, ti-

moglobulina em 2 e sem indução em 1; média compatibilidades 2,9; infecção CMV

em 1; RA prévia em 6 (pulsos de MTP em 1, MTP+timoglobulina em 3, nenhuma em 2);

viremia >10^4 cópias/ml em 5.

Conclusão: Os fatores de risco com maior associação a disfunção terminal foram

homem, RA e seu tratamento (MTP com timoglobulina). A viremia é um bom preditor

da BKVN, permitindo iniciar precocemente a terapêutica, a qual se associou a recu-

peração ou estabilização da função em 40,9%.

CO-RIM-42TRATAMENTO DA INFEÇÃO POR VHC EM TRANSPLANTADOS RENAIS (TR) –UM ANO DEPOISAndreia Campos1, Sofia Pedroso1, La Salete Martins1, Sofia Santos1, Leonídio Dias1,

Manuela Almeida1, Jorge Malheiro1, Josefina Santos1, MJCarvalho1, JM Ferreira2,

Isabel Pedroto2, A. Castro Henriques1, A.Cabrita1

1-Serviço de Nefrologia, Centro Hospitalar do Porto, Portugal; 2-Serviço de

Gastroenterologia, Centro Hospitalar do Porto, Portugal.

Introdução: A infeção pelo vírus da hepatite C (VHC) em TR associa-se a menor sobre-

vida global e do enxerto. As opções terapêuticas eram limitadas até ao aparecimento

dos antivíricos de ação direta (AAD). Há um ano reportamos o início do seu uso em

quatro doentes do nosso centro.

Objetivos: Analisar a eficácia dos esquemas terapêuticos usados em TR através da

avaliação da resposta virulógica sustentada(RVS), da repercussão na função renal e

na terapêutica imunossupressora.

Métodos: Inclusão de todos os TR com infeção VHC, genótipos(G) 1 e 3, submetidos a

tratamento com AAD.

Resultados: Incluiram-se 15 TR (73% homens, idade média 55±8anos) com infeção VHC

(viremia média inicial 6.5log) propostos para 12(n=8) ou 24 semanas(n=7) de trata-

mento. Dez (66,6%) apresentavam G1(40% subtipo 1a) e 5(33,3%) G3. Três tinham fi-

brose avançada e 5 cirrose. Os esquemas usados foram: sofosbuvir+ledipasvir(n=10);

sofosbuvir+ribavirina(n=3); sofosbuvir+daclatasavir(±ribavirina)(n=2); ombitasvir-pari-

taprevir-ritonavir+dasabuvir(n=1). Completaram o tratamento 14 doentes (1 em trata-

mento). Todos os TR tratados apresentaram viremia indetetável à 4ª semana tratamento.

Dois doentes sob ribavirina, necessitaram de iniciar estimuladores da eritropoiese; um

necessitou de suporte transfusional e outro de suspender o fármaco, inciando daclata-

savir. Os níveis séricos dos inibidores da calcineurina foram monitorizados e ajustados

para manter níveis terapêuticos - 4 doentes necessitaram de reduções temporárias da

dose de ciclosporina e 2 de aumento do tacrolimus. Em dois doentes verificou-se agra-

vamento da função renal e aumento da proteinúria; foram submetidos a biópsia renal

e nenhum apresentava critérios de rejeição. Os restantes mantiveram estabilidade da

função renal. Dez doentes têm um follow up superior a 3 meses pós-tratamento, oito

dos quais superior a 6 meses; todos apresentaram RVS.

Discussão e Conclusões: Salienta-se o aumento do número de doentes tratados. O

efeito rápido da inibição da replicação viral e a ausência de alterações relevantes

em mais de 90% dos doentes, nomeadamente ao nível da função renal e na estabi-

lidade dos níveis de imunossupressores confirmam que os AAD são uma terapêutica

promissora no tratamento e prevenção da recorrência da infeção nestes doentes. O

maior tempo de follow up é fundamental.

CO-RIM-43EARLY RE-HOSPITALIZATION POST-KIDNEY TRANSPLANT DUE TO INFECTIOUSCOMPLICATIONS: CAN WE PREDICT THE PATIENTS IN RISK?Rita Leal1, Helena Pinto1, Ana Galvão1, Luís Rodrigues1, Lídia Santos1, Catarina

Romãozinho1, Fernando Macário1, Rui Alves1, Mário Campos1, Arnaldo Figueiredo2,

Alfredo Mota2

1-Serviço de Nefrologia, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Coimbra

Portugal; 2-Serviço de Urologia e Transplantação Renal, Centro Hospitalar e

Universitário de Coimbra, Coimbra Portugal.

Introduction: Hospital readmissions are common in early post-kidney transplant and

are associated with increased morbidity, decreased quality of life and increased costs

both to patients and the healthcare system. One of the most common reasons for early

admission is infection due in part to the surgical procedure, immunosuppression, expo-

sure to nosocomial pathogens and the necessity for devices such as urinary catheters

and intravascular lines. The knowledge of the risk factors for re-hospitalization due to in-

fectious complications may help guide a preventive program at the first months. The

aim of this study was to evaluate the incidence of infectious complications in the first 3

months post-transplant and to identify risk factors associated with its occurrence.

Methods: We performed a retrospective cohort study of all the kidney transplants per-

formed during 2015. The primary outcome was readmission in the first 3 months post-

transplant due to infectious causes defined by clinical and laboratory parameters.

Results: We evaluated 141 kidney transplants during the study period, including 71%

of male gender with an overall mean age of 50.8 +-15.4 years. Prior to transplant 87%

of the patients were dialysis dependent (79% hemodialysis and 8% peritoneal dialysis)

and 13% underwent preemptive live donor kidney transplant. The induction immuno-

suppression was basiliximab in 84% and timoglobulin in 16% of the patients, while main-

tenance immunosuppression was calcineurin inhibitors in 94% and m-TOR inhibitors with

tacrolimus in 6% of the recipients. The global readmission rate was 49% of which 65%

were for infectious complications, followed by graft dysfunction (19%). The most com-

mon infections were urinary tract infection (N=28, 62%) and surgery related infections

(N=8, 18%). The risk factors that were significantly associated with re-admission for in-

fectious causes were higher body mass index (24.4 vs 26.3, p=0.03), the presence of

diabetes mellitus (OR=3.27, CI: 1.1-9.6, p=0.02), older donor (51.2 vs 56.5, p=0.007)

and longer cold ischemia time (16,9 vs 19,0; p=0.04). For the patients with infection re-

lated re-admission, 60% presented allograft dysfunction at the time of follow-up, with a

median creatinine of 1,65 +- 0,42 mg/dL. Three patients re-admitted for infectious com-

plication lost their graft for non-infectious reasons.

Conclusion: The incidence of re-hospitalization in the first three months post kidney trans-

plant is high and infectious complications, especially urinary tract infections, are one

of the main reasons. The risk factors identified in this study were higher body mass index,

the presence of diabetes mellitus, older donor and longer cold ischemia time.

CO-RIM-44CONTRASTING CHALLENGES IN THE MANAGEMENT OF PATIENTS WITH HIV-INFECTION AFTER KIDNEY TRANSPLANTATIONCristelli MP1, Cofán F2, Tedesco-Silva H1, Trullàs JC3, Santos DWCL1, Manzardo C2,

Agüero F2, Moreno A2, Oppenheimer F2, Diekmann F2, Medina-Pestana

1-Hospital do Rim, UNIFESP, São Paulo, SP, Brazil; 2-Hospital Clinic – IDIBAPS. University of

Barcelona, Barcelona, Spain; 3-Hospital d'Olot, Medical Science Department,

University of Girona, Girona, Spain.

Background: In the developed world, kidney transplantation (KT) in patients with HIV in-

fection is well stablished. In developing countries, that concentrates 90% of people liv-

ing with HIV, the experience is underreported.

Objectives: To compare KT among Brazilian patients with HIV-infection with a Spanish

cohort from a reference center.

Methods: Observational, retrospective cohort study including all consecutive KT in HIV-

infected patients >18 years-old in two centers in Brazil (C1) and Spain (C2) from 2005-

2015.

Results: There were 39 KT in C1 and 15 in C2, mostly middle-aged Caucasian males

with low immunological risk. Longer duration of HIV-infection and dialysis time in C2

pointed to more strict selection criteria in Spain. HAART was modified in 14/39 patients

in C1 and in 10/15 in C2 (p=0.042). Immunosuppression was changed in 15/39 patients

in C1and in 4/15 in C2 (p=0.416). Incidence of BPAR was 30.8% in C1 and 13.3% in C2

(p=0.302). In 12/22 episodes in C1 and in 1/4 cases in C2, acute rejection was pre-

ceded by changes on immunosuppression. In 8/12 patients in C1, but no in C2, there

were evidences for non-adherence. HIV infection remained well-controlled. At 3 years,

death-censored allograft survival was 90.6% in C1 and 93.3% in C2 (p=0.904). Patient

survival was 91.3% in C1 and 100% in C2 (p=0.663).

Conclusion: The unfavorable adherence profile among Brazilian patients calls for im-

provements in pretransplant selection. The opposite way to handle the complex inter-

actions between immunosuppression and antiretrovirals suggests the need for a greater

collaboration between nephrologists and infectologists.

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13–15 OUTUBRO 2016 · PORTO · PORTUGALXIII CONGRESSO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSO LUSO BRASILEIRO DE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICO DE TRANSPLANTAÇÃO

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COMUN

ICAÇÕES O

RAIS

CO-RIM-45FATORES DE RISCO PARA PNEUMONIA POR PNEUMOCYSTIS JIROVECIIDURANTE UM SURTO E UMA UNIDADE DE TRANSPLANTE RENAL.Lígia Camera Pierrotti1, Naíma Mortari1, Flavio Jota de Paula2, Maristela Pinheiro

Freire3, Hélio Caiaffa-Filho4, Elias David-Neto2, Luís Sergio Azevedo2

1-Divisão de Doenças Infecciosas e Parasitárias, Hospital das Clínicas da Faculdade

de Medicina da Universidade de São Paulo, SP, Brasil; 2-Serviço de Transplante Renal

do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo,

São Paulo, SP, Brasil; 3-Serviço de Controle de Infecção Hospitalar, Hospital das

Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, SP, Brasil; 4-

Laboratório de Biologia Molecular da Divisão de Laboratório Central, Hospital das

Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, SP, Brasil.

Introdução: Pneumonia por Pneumocystis jirovecci (PcP) é uma complicação pós-trans-

plante renal (TR) de alta morbidade e mortalidade. PcP pós-TR tardio tem sido cada

vez mais descrito, mas fatores de risco (FR) associados a uma situação de surto têm

sido pouco investigado.

Métodos: No período de surto (Jan 2011 a Dez 2014), 34 casos de PcP pós-TR (confir-

mados por identificação do agente em amostras respiratórias por exame de micoló-

gico direto ou PCR e/ou exame histológico) foram pareados com dois controles cada

(pacientes transplantados imediatamente antes e após o caso correspondente, e que

não desenvolveram PcP, com o mesmo tempo de seguimento pós-TR).

Os FR investigados foram relacionados ao doador e receptor, procedimento cirúrgico,

dados imunológicos, imunossupressão (IS), e eventos pós-TR. As análises univariadas

foram realizadas por teste de McNemar (variáveis dicotômicas) ou teste de Wilcoxon

(variáveis contínuas), e a multivariada por regressão logística condicional.

Resultados: No período do surto (2011-2014), a densidade de incidência (DI) de PcP

por 100.000 pacientes-ano foi de 2,28, comparado a 0,64 no período pré-surto (2006-

2010).

Nenhum caso PcP teve contato intrahospitalar prévio com outro caso de PcP. Idade

média foi de 51 anos, 44% do sexo masculino. Tempo médio entre a TR e a PcP foi de

17,7 meses, e a maioria dos pacientes estava em uso de micofenolato (88%) e sem

modificação da IS (83%) ou tratamento de rejeição (85%) nos últimos 12 meses. A mor-

talidade foi de 23,5%.

Sexo feminino, idade do doador e receptor, diálise pré-TR, diabetes mellitus, total de

mismatches, tempo de isquemia fria, terapia de indução, admissão hospitalar durante

os últimos 3 meses, rejeição durante os últimos 12 meses, doença por CMV durante os

últimos 12 meses, e linfócitos < 800 células /mm3 durante os últimos 3 meses foram es-

tatisticamente mais frequente entre os casos em relação aos controles (p < 0,05).

Na análise multivariada, PcP foi associada a maior idade do doador (OR 1,09, p 0,02),

maior número de mismatches (OR 2,39, p 0,02), e linfopenia durante os últimos 3 meses

(OR 5,78, p 0,04).

Conclusão: PcP tardia pós-TR não esteve associada à mudança e/ou intensificação

da IS prévia. Os FR para PcP durante o período do surto foram relacionados com a

idade de doador, total de mismatches e linfopenia nos últimos 3 meses.

CO-RIM-46TRANSPLANTE RENAL EM DOENTES HIV+: A EXPERIÊNCIA PORTUGUESAH. Diniz1, S. Sampaio1, C. Silva2, F. Nolasco2, S. Querido3, D. Machado4, P. Cruz5, C.

Oliveira5, A. Weigert4

1-Nefrologia, Centro Hospitalar de São João, Porto, Portugal; 2-Nefrologia, Centro

Hospitalar de Lisboa Central, Hospital Curry Cabral, Lisboa, Portugal; 3-Nefrologia,

Centro Hospitalar do Médio Tejo, Torres Novas, Portugal;

4-Nefrologia, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, Hospital de Santa Cruz,

Carnaxide, Portugal; 5-Nefrologia, Hospital Garcia de Orta, Almada, Portugal.

Até ao advento da terapia anti-retroviral combinada, os doentes HIV+ tradicional-

mente foram excluídos do universo da transplantação. A supressão eficaz e sustentada

da carga viral com esta terapêutica, permitiu que o transplante renal fosse equacio-

nado nestes doentes.

Os autores reviram os processos clínicos de todos os doentes HIV+ submetidos a trans-

plante de rim em Portugal até Abril de 2016, seguidos em quatro unidades de trans-

plantação.

Realizaram-se 25 transplantes renais em 24 doentes, 17 deles do sexo masculino e 12

melanodérmicos. A idade média à data de transplante era de 51,6 +12,2 anos. A in-

fecção HIV era conhecida, em média, há 12,2+4,9 anos, tendo 54% dos doentes cri-

térios de SIDA no passado; 5 doentes eram HIV-2; 3 doentes tinham co-infecção com

HCV. A etiologia da DRC era desconhecida em 33% da população; a nefropatia as-

sociada ao HIV foi a etiologia responsável pela DRC em 29% dos casos. O tempo

médio em técnica dialítica foi de 104,1+58,8 meses.

A maioria dos doentes recebeu terapêutica de indução com basiliximab (72%) ou ti-

moglobulina (20%). Em todos os casos, a terapêutica inicial de manutenção utilizada

foi tacrolimus, prednisolona e micofenolato de mofetil. Verificaram-se duas perdas pre-

coces do aloenxerto por causa vascular mecânica. Foi diagnosticada rejeição aguda

em 7 dos doentes (28%), 3 delas humorais e todas no 1º ano pós-transplante. Todos

os casos foram tratados com sucesso.

O tempo médio de follow-up foi de 25,8+22,3 meses. A creatinina plasmática média

foi de 1,26+0,98 mg/dl, com TFGe (CKD-EPI) de 57,9+29,3 ml/min. Verificaram-se dois

óbitos, um por trombocitopenia refractária e outro por infecção H1N1 complicada de

aspergilose pulmonar, sendo a sobrevida global de 92%. A sobrevida do enxerto (cen-

surada para a morte) foi de 87%. Não se verificou escape viral ou aumento da inci-

dência de infecções oportunistas.

As sobrevidas do enxerto e dos doentes foram globalmente sobreponíveis às da po-

pulação não-HIV+, apesar do aumento no número de rejeições agudas. Concluímos

que a transplantação renal é uma opção viável e com bons resultados, para doentes

HIV+ selecionados.

CO-RIM-47HCV INFECTION AND RENAL TRANSPLANTATION: A SINGLE CENTEREXPERIENCE Ana Fernandes1, Ivo Laranjinha2, Rita Birne2, Patrícia Matias2, Cristina Jorge2, Teresa

Adragão2, Margarida Bruges2, André Weigert2, Domingos Machado2

1-Serviço de Nefrologia do Centro Hospitalar de Setúbal; 2-Serviço de Nefrologia do

Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental.

Introduction: HCV infection is a major cause of liver disease in Kidney Transplant (KT).

New available drugs are expected to modify the clinical evolution of HCV infected renal

patients. We evaluated the impact of HCV infection in our KT recipients

Methods: Retrospective reviews of demographic and clinical data, HCV genotype, he-

patic enzyme evolution, renal function, immunosuppression and graft and patient sur-

vival of all HCV positive recipients of a renal allograft between 1985 and 2015.

Descriptive statistics and Kaplan Meyer curves were applied.

Results: In the last 30 years 1334 patients received a KT in our Unit, among these 60

were RNA-HCV. Two third of the patients were male, the mean age was 41,72 „b 16,78,

N=53 patients received a kidney from a deceased donor. The median time of dialysis

was 79 months. One patient had clinical liver disease before transplantation. N=44 had

genotype 1 HCV infection. The imunossupression regimen included calcineurin inhibitor,

mycophenolic acid and steroids. A quarter of the patients had acute tubular necrosis,

N=24 lost their graft and five died with a functioning graft. Most of the rejections oc-

curred in the first year post-transplantation and none resulted in loss of the graft. Post-

transplant clinical hepatic disease occurred in 14 recipients, but only one died of liver

failure. N=10 had new onset diabetes (NODAT) and 4 had a neoplasia, none received

HCV specific treatment. The median survival time of the graft was 13,37 years (CI 95%

10,67-16,06). The median survival time of graft of the patients of our Unit without HCV

infection was 14,61 years (CI 95% 13,82-15,40) (p=0,23)

Discussion/Conclusion: According to the literature HCV+ KT recipients are prone to

extra-hepatic complications (NODAT, greater risk of infection and neoplasia) and he-

patic complications (chronic hepatic disease and hepatocellular carcinoma). In the

experience of our center, we observed some of these complications. NODAT was less

frequent in our series than in literature. Median graft¡¦s survival time was not different in

HCV positive and negative. During this very large period of time we had very satisfactory

results. We hope that the new strategies now available will improve the results even fur-

ther.

CO-RIM-48IMPACTO DA IMUNOSSUPRESSÃO COM EVEROLIMO (EVL) NA TERAPIA PRÉ-EMPTIVA (TPE) DA INFECÇÃO POR CITOMEGALOVÍRUS (CMV) BASEADA NAMEDIÇÃO DA CARGA VIRAL POR PCR QUANTITATIVO EM TEMPO REAL (Q-PCR) EM RECEPTORES DE TRANSPLANTE RENAL (TXR) DE NOVO -RESULTADOS DE 4 ANOSRonaldo de Matos Esmeraldo, Clarissa Ferreira Lobo, Ana Carine Goersch Silva,

Maria Luiza M.B. Oliveira, Petrucia Maria Antero Pinheiro

Hospital Geral de Fortaleza.

Introdução: A medição da carga viral (CV) por Q-PCR tem se destacado como exame

de eleição no diagnóstico de infecção por CMV. O uso de imunossupressão com EVL

em TxR está associado a uma menor incidência de CMV. Avaliamos o potencial bene-

fício da TPE em pacientes TxR monitorados por Q-PCR em sangue total.

Métodos: Análise retrospectiva de 384 pacientes TxR, idade ≥16 anos, no período de

06/2012 a 06/2016, divididos em 2 grupos, de acordo com a imunossupressão: G1,

Tac/EVL (n=210); G2, Tac/EVL/MPS (n=70) e G3, Tac/MPS (n=104). Todos os pacientes

receberam Timoglobulina (6 mg/kg/d) ± esteroides. Nenhum paciente recebeu profi-

laxia para CMV. A infecção por CMV foi monitorizada de 15/15 dias com Q-PCR para

CMV (DNAemia expressa em UI/ml) nos primeiros 3 meses. Valganciclovir foi utilizado

nos casos de carga viral positiva, acima do ponto de corte estipulado (D±/R+ >5.000

UI/ml; D+/R- > 2.500 UI/ml).

Resultados: A viremia por CMV foi positiva em 103 pacientes (27%), sendo 14 casos

(4%) de CMV doença (febre e leucopenia) e 89 (23%) assintomáticos. A distribuição

dos casos por imunossupressão mostrou menor incidência de infecção por CMV nos

grupos em uso de EVL [G1, 18%; G2 17%) vs MPS (G3, 51%): G1 vs G3 (95% IC: -0, -

4366 a -0,2234; P <0,001); G2 vs G3 (95% IC: -0,4866 a -0,1934; P < 0.001). Não houve

diferenças entre os grupos quanto as taxas de DGF, episódios de rejeição aguda, so-

brevida dos pacientes e do enxerto.

Conclusões: A TPE guiada por monitoração com Q-PCR mostrou ser segura, com dimi-

nuição significativa de infecção por CMV nos pacientes TxR em uso de EVL comparado

com MPS [RR=0,350 (95% IC: 0, 256 a 0,480; p <0,001)].

CO-RIM-49FACTORES DE RISCO DA PNEUMONIA POR PNEUMOCYSTIS JIROVECII NOTRANSPLANTE RENAL Catarina Meng1, Carolina Belino1, Joselina Barbosa2, Hugo Diniz1, Luis Mendonça1,

Manuela Bustorff1, Ana Rocha1, Inês Ferreira1, Isabel Tavares1, Susana Sampaio1,

Manuel Pestana1

1-Serviço de Nefrologia, Centro Hospitalar São João; 2-Centro de Educação

Médica, Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Porto, Portugal.

Page 23: Download do Livro de Resumos

13–15 OUTUBRO 2016 · PORTO · PORTUGALXIII CONGRESSO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSO LUSO BRASILEIRO DE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICO DE TRANSPLANTAÇÃO

COMUN

ICAÇÕES ORAIS

23

Introdução: Apesar da profilaxia ter diminuído a incidência da Pneumonia por Pneu-

mocystis (PCP), vários clusters de PCP tem vindo a ser descritos recentemente. O apa-

recimento numa fase tardia, após término da profilaxia, levanta questões sobre a

duração adequada da mesma e quais os fatores determinantes da infeção.

Objetivo: Identificar os fatores de risco de PCP na época de profilaxia universal.

Métodos: Estudo caso-controle retrospetivo dos doentes que tiveram PCP entre

1.1.2005 e 1.6.2016, e comparação com um grupo de controlo considerando, para

cada caso, controlos consecutivos transplantados no mesmo ano, numa proporção

de 1:10. As variáveis contínuas foram expressas em mediana e intervalo interquartil

(IQR); as variáveis categóricas em número absoluto e percentagem. Na análise univa-

riada foram usados os testes de Qui-Quadrado, Fisher e Mann-Whitney. Na análise mul-

tivariada foi usada regressão logística com as variáveis com p <0.20 no modelo

univariado, com resultados reportados em Odds Ratio (OR) e foi considerada signifi-

cância estatística com p<0.05.

Resultados: Total de 12 casos de PCP, 50% sexo masculino, mediana de idade de 54

anos [47;61] e tempo follow-up de 6.2 anos [2.6;11.3]. Todos fizeram profilaxia de PCP

durante 6 a 12 meses. Não se observou diferença estatisticamente significativa entre

os grupos em relação à idade, género, etiologia da doença renal crónica, imunossu-

pressão de manutenção, diabetes, doença pulmonar e neoplasia.

Os casos tinham maior incidência de uso de ATG (75.0% vs 33.3%, p = 0.006), maior

taxa de rejeição tardia (após 18 meses pós-transplante, 25% vs 1.7%, p=0.049) e maior

taxa de infeção por CMV (41.0% vs. 12.5%, p=0.049).

No modelo multivariado o uso de indução com ATG (OR 5.2; CI 95%:1.3;20.6), infeção

por CMV (OR 4.0; CI 95%:1.1;14.9) e ocorrência de rejeição tardia (OR 27.3; CI

95%:2.3;323.0) constituíram fatores de risco independentes para PCP.

Conclusão: No nosso estudo a história de infeção CMV e de rejeição aguda foram os

principais fatores preditivos de PCP. Nestes doentes deve ser ponderado o reinício de

profilaxia da PCP.

CO-RIM-50PRE TRANSPLANTATION PSYCHOSOCIAL ASSESSMENT OF DONORS IN ALIVING DONOR KIDNEY TRANSPLANTATION PROGRAM: WHO ARE THEDONORS AND HOW ARE THEY EVALUATED?Inês Carvalho Frade, Alice Lopes, Isabel Fonseca, Sara Viveiros, Manuela Almeida,

Leonidio Dias, António Castro Henriques

Centro Hospitalar do Porto, Porto, Portugal.

Background: Psychosocial assessment of donors has been an important issue in Living

Donors Kidney Transplantation Programs. This remains a main object of clinical investi-

gation. Since 2003, psychological and psychiatric assessments are regularly performed

in candidates for kidney donation, at our hospital.

Aims: To describe results from pre transplantation psychosocial assessment of 80 kidney

living donors: demographic characteristics, relationship with recipients, motivations to

donate, quality of life (QoL) and psychosocial issues; to compare these results between

groups and explore possible correlations.

Methods: 80 living donor transplantations were performed and all donors completed a

psychosocial evaluation protocol: sociodemographic questionnaire, semi structured in-

terview, Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS), Living Donation Expectancies

Questionnaire (LDEQ), SF-36.

Results:Most donors were women (69%), mainly in thirties and fifties; 79% were married,

63% were related, 21% were mothers and 9%, fathers. Considering unrelated donation,

wives (n=14) and husbands (n=12) were predominant (31,3%). Most of subjects worked

(71%); 18% were unemployed.

More than 95% considered that pre evaluation had no negative impact on work, social

and familial life.

99% referred the desire of improving recipient´s QoL, and save their lives, as the mainmotivations to donate.

60% of subjects had no fear of medical implications of donation and the others ex-

pressed worries about their future.

Above 85% referred closely emotional relation with recipient. 60% considered they

need not time to think and 88% had a spontaneous decision. 92% considered to have

enough information about procedures and risks. 98% didn´t feel any pressure for do-nation.

From HADS: 15% had light or moderate anxiety; 98% had normal values for depression.

About 15 donors had psychiatric/psychological history and actual psychological symp-

toms, depressive being the most important (14%); only 3 subjects had actual psychiatric

diagnostic. 7.5% had psychological/psychiatric intervention with follow-up consulta-

tions, in 5 because of decision making difficulties.

Conclusions: Unrelated donors are more than 1/3 and represent special needs for psy-

chosocial evaluation respecting whether psychological or motivational/ethical issues.

A few donors were accepted having some minor psychological issues and they needed

follow up. Donors were strong-minded to donate and 60% had no fear of medical im-

plications.

CO-RIM-51ECONOMIC ANALYSIS OF SURVIVAL FOR PATIENTS UNDERGOING KIDNEYTRANSPLANT IN A PHILANTHROPIC HOSPITAL OF SAO PAULO, BRAZIL.Ana Cristina Carvalho de Matos, Daniel Malheiros, Silvia Regina Morgado, Lucio

Roberto Requiao-Moura, Alberto Hideki Kanamura, Miguel Cendoroglo Neto, Oscar

Fernando Pavao Santos, Alvaro Pacheco-Silva

Unidade de Transplante Renal e Departamento de Economia da Saúde do Hospital

Israelita Albert Einstein.

Brazil has one of the most important public programs of transplant in the world. Our hos-

pital is a private philanthropic that has already performed more than 2500 transplants

of solid organs financed by the Public Health System. However, there are few studies re-

lated to cost analysis in transplant in Brazil to support the maintenance of transplant as

a therapy cost-effective. Objective: To perform an economic analysis of survival for kid-

ney transplant patients in a philanthropic hospital. Methods: We included in this study

all admissions which resulted in cost related to kidney transplants, in all phases of trans-

plant treatment (pre, transplant and post-transplant) of the year of 2014. Unit costs were

associated to each health resource obtained from the hospital costing system. The unit

costs of materials and medicines corresponded to the average direct costs of acquisi-

tion. For daily rates, tests and procedures unit costs corresponded to the fixed and vari-

able costs associated with providing each service. Cost were collected in Brazilian Reais

(R$) and converted to USD, considering the exchange rate from November 30th, 2014

(1USD=R$3.9). A survival analysis was done using the Cox model, using all kidney trans-

plants performed since 2002 in our institution. Results: The total cost used for kidney

transplant program was $ 6,015,160.77 in 2014. Considering the period of 2014, the

cost was: in pre, transplant and post-transplant phases were $686,696.92,

$1,283,362.56 and $4,045,201.28 respectively. The mean survival time was 4,497 days

and the life expectancy calculated was 17 years in 922 patients included. Cost per

patient per year of life-saved was $4,114.33 Conclusion: In our Institution, the kidney

transplant is considered a cost-effective therapy since its value is lower than

$50,000.00/QALY, consumed in dialysis therapy.

CO-RIM-52USO DE ESPIRONOLACTONA COMO ANTIPROTEINÚRICO PÓS TRANSPLANTERENALMarcos Vinícius de Sousa, José Paulo de Siqueira Guida, Leonardo Figueiredo

Camargo, Gabriel Giollo Rivelli, Marilda Mazzali

Programa de Transplante Renal, Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de

Campinas – UNICAMP – Campinas – SP- Brasil.

Introdução: Proteinúria é um marcador de lesão renal e de risco cardiovascular. Pro-

teinúria tardia pós transplante renal está associada à redução da sobrevida de enxerto

e maior mortalidade. A aldosterona participa na progressão da disfunção crônica do

transplante, e antagonistas da aldosterona surgem como possíveis agentes nefropro-

tetores.

Objetivo: avaliar a eficácia e segurança da utilização do inibidor de aldosterona (es-

pironolactona) em transplantados renais.

Metodologia: Coorte retrospectiva de receptores de transplante renal, centro único,

12 meses acompanhamento. Critérios de inclusão: proteinúria tardia persistente, crea-

tinina ≤3mg/dL, potassemia normal. Critérios de exclusão: hiperpotassemia, antece-

dente de hipersensibilidade a droga, hipertensão arterial refratária (PAM ≥120 mmHg).

Critérios para interrupção: hiperpotassemia refratária ou intolerância ao tratamento.

Foram coletados dados demográficos, clínicos e laboratoriais no início do tratamento,

e nos meses 1,3,6,9, e 12. Análise estatística utilizou o programa EpiInfo 7.0, com sig-

nificância estatística se p<0.05.

Resultados: Foram incluídos 144 pacientes, idade 49.0 ± 13.2 anos, 75% do sexo mas-

culino, previamente hipertenso (96.1%) e 15% com história de diabetes. A maioria

(78%) recebeu rim de doador falecido, dos quais 18,7% eram doador de critério ex-

pandido. O tratamento foi iniciado 90.0 ± 136.5 meses pós transplante, não sendo in-

terrompido em nenhum paciente. Os pacientes foram divididos em 3 grupos, de

acordo com os níveis de proteinúria. Nos grupos B e C houve redução significativa da

proteinúria a partir do sexto mês de tratamento, sem comprometimento da função

renal. No grupo C, ao final de 1 ano, 1/3 dos pacientes apresentava proteinúria

≤1g/dia.

A (< 1g/dia) n=32 B (1 a 3 g/dia) n=82 C (≥ 3g/dia) n=27

Proteinúria inicial 0.6 ± 0.2 1.6 ± 0.5 5.9 ± 2.2

Proteinúria M6 0.6 ± 0.6 1.1 ± 1.0 ** 3.3 ± 2.8 **

Proteinúria M12 0.6 ± 0.4 1.0 ± 0.8** 2.8 ± 2.2**

TFG inicial 43.5 ± 22.0* 44.6 ± 18.2 36.4 ± 11.1*

• p<0.05 vs. outros grupos, ** p<0.05 vs. basal.

Conclusão: O uso de espironolactona foi seguro e eficaz neste grupo, e seu uso pode

ser considerado como alternativa para o controle de proteinúria > 1g/dia, mesmo na

presença de disfunção leve a moderada do enxerto.

CO-RIM-53HORMONA PARATIROIDEIA E FACTORES RELACIONADOS NO DOENTETRANSPLANTADO RENAL TARDIO. ESTUDO OBSERVACIONAL.Natacha Rodrigues, José Guerra, Alice Santana, Célia Nascimento, Marta Neves,

João Gonçalves, António Gomes da Costa

Serviço de Nefrologia e Transplantação Renal, Centro Hospitalar Lisboa Norte,

Portugal.

A Doença Mineral Óssea secundária à Doença Renal Crónica(DRC) tem grande im-

pacto na morbilidade e mortalidade dos doentes renais crónicos. Estudos recentes su-

gerem que, após o transplante nos doentes com hiperparatiroidismo secundário à

DRC, a hormona paratiroideia(PTH) apresenta uma redução inicial abrupta com pos-

terior estabilização, muitas vezes para valores acima do normal por hiperplasia prévia.

Pretendemos averiguar os níveis de PTH dos nossos doentes com mais de um ano de

transplante, compará-los com os valores prévios ao transplante e encontrar eventuais

factores influenciadores dos valores de PTH atual.

Avaliámos a PTH pré transplante e atual, a calcémia, fosfatémia, vitamina D (vit D), fos-

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13–15 OUTUBRO 2016 · PORTO · PORTUGALXIII CONGRESSO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSO LUSO BRASILEIRO DE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICO DE TRANSPLANTAÇÃO

24

COMUN

ICAÇÕES O

RAIS

fatúria, TFG estimada (TFGe) e tempo de seguimento após o transplante.

População: noventa e quatro doentes 62,8% do género masculino, idade 52,6 ± 13,6

anos; duração em diálise 57,5 ± 53,6 meses e duração follow-up pós transplante 103,1

± 72,6 meses; TFGe atual 60,3 ± 23,8 ml/min/1,73m2, calcémia 9,74±0,62mg/dl, fos-

fatémia 3,17±0,67mg/dl, fosfatúria 711,85±290,56, vit D 19,02±8,01pg/mL (87,4% com

valores <30pg/mL e 54% <20pg/mL).

A PTH pré-transplante foi de 510,8 +/- 406,6 pg/mL e a PTH atual foi de 191,75 +/- 163,7

pg/mL (p=0,000).

De acordo com os valores de PTH atuais, dividimos os doentes em 2 grupos: grupo 1

com PTH<100 pg/mL (N=24) e grupo 2 PTH > 100 pg/mL (N=69).

Em regressão logística univariada verificou-se influência estatisticamente significativa

da TFGe, do fósforo sérico e da Vitamina D no valor da PTH.

Grupo 1 Grupo 2 p

TFGe 68,7ml/min/1,73m2 57,4ml/min/1,73m2 0,03

Cálcio Sérico 9,6mg/dl 9,8mg/dl NS

Cálcio Urinário 126,7mg/24h 140,6mg/24h NS

Fósforo Sérico 3,4mg/dl 3,1mg/dl 0,03

Fósforo Urinário 673,4 724,5 NS

Vitamina D 22,5 ng/mL 17,7 ng/mL 0,01

Esta influência manteve-se significativa para estas variáveis na regressão logística mul-

tivariada (p<0,02).

Verificámos uma correlação inversa entre os valores de PTH e vit D p=0,001.

A função do rim transplantado, a fosfatémia e a vit D sérica influenciaram o valor de

PTH. A correlação entre vit D e PTH sugere que possa haver benefício na suplementa-

ção vitamínica, de forma a atingir valores alvo mais adequados.

CO-RIM-54ANÁLISE DA UTILIDADE NO SISTEMA PORTUGUÊS DE ALOCAÇÃO DE RINSCADÁVERNuno Moreira Fonseca, Cecília Silva, Patrícia Cotovio, Fernando Caeiro, Inês Aires,

Marília Possante, Margarida Domingos, Francisco Ribeiro, Francisco Remédio,

Fernando Nolasco

Serviço de Nefrologia, Centro Hospitalar Lisboa Central.

Introdução: Em alocação renal entende-se por utilidade a capacidade de empare-

lhar receptores e enxertos que apresentem sobrevidas expectáveis sobreponíveis. Os

critérios portugueses de seleção do par dador-receptor incluem as idades do par,

tempo em diálise, situação clínica, sensibilização e incompatibilidades imunológicas.

Recentemente foram desenvolvidas métricas capazes de avaliar a sobrevida prospec-

tiva do enxerto (score KDPI) e do receptor (score EPTS). O objectivo deste trabalho é

avaliar a utilidade produzida pelo actual sistema de alocação de acordo com o em-

parelhamento KDPI/EPTS dos pares dador-receptor.

Métodos: Foi selecionada uma amostra de doentes adultos transplantados (n=329)

com rim isolado numa unidade de transplantação portuguesa, desde a implementa-

ção dos actuais critérios de selecção do par dador-receptor (2007) até 2015. Para

cada par dador-receptor foram calculados os scores KDPI/EPTS utilizando as calcula-

doras disponíveis no website da OPTN. A informação clínica necessária para o cálculo

do EPTS do receptor (idade, tempo em diálise, diabetes, transplantes prévios) e do KDPI

do dador (idade, peso, altura, causa de morte, creatinina, HCV, raça, doação após

morte circulatória, diabetes e HTA) foram colhidas dos processos clínicos. Foram ex-

cluídos 63 doentes por falta de informação.

Resultados: Dos 266 receptores avaliados, 59% do sexo masculino (mediana de idades

51 anos). O emparelhamento de receptores com maior sobrevida estimada ou seja,

do 1º quintil (Q1) com dadores KDPI Q1 (Q1-Q1) foi de 34%. Para os pares Q2-Q2 foi

26%, Q3-Q3 17%, Q4-Q4 19% e Q5-Q5 32%. Globalmente, o emparelhamento de re-

ceptores e dadores de quintis análogos de EPTS e KDPI foi, em média, 26% [17-34%].

Quando emparelhados com um enxerto de quintil diferente, os receptores Q1, apre-

sentaram uma taxa de falência do enxerto duas vezes superior (20% vs. 47%) aos 5

anos.

Conclusão: O grau de utilidade produzido pelo sistema de alocação actual ainda é

insuficiente. Os receptores com maior sobrevida estimada não beneficiam na sua

maioria dos melhores enxertos disponíveis, podendo resultar em perdas de enxerto

precoces e evitáveis. Para maximizar a utilidade da alocação sugere-se que os critérios

de selecção par dador-receptor passem a contemplar métricas com maior capaci-

dade preditiva da sobrevida tal como os scores EPTS/KDPI.

CO-RIM-55TRANSPLANTE RENAL DE DADOR DIABÉTICO - APENAS UMA QUESTÃO DENEFROPATIA DIABÉTICA?David Navarro, Ana Carina Ferreira, Patrícia Cotovio, Fernando Caeiro, Inês Aires,

Cecília Silva, Francisco Remédio, Aníbal Ferreira, Helena Viana, Fernanda Carvalho,

Fernando Nolasco

Centro Hospitalar Lisboa Central - Hospital Curry Cabral, Serviço de Nefrologia,

Lisboa, Portugal.

Introdução: Dadores de critérios expandidos têm sido utilizados para superar a escas-

sez de órgãos disponíveis para transplante renal. O objectivo foi avaliar o impacto da

transplantação de dadores diabéticos, com ou sem alterações histológicas de nefro-

patia diabética, na função do enxerto renal.

Métodos: Estudo retrospectivo, observacional, de caso-controlo, de doentes transplan-

tados renais no nosso centro de 2002-2014. De acordo com a biópsia de implantação,

os dadores diabéticos foram classificados conforme a presença (Grupo A) ou ausência

(Grupo B) de nefropatia diabética. Os casos foram emparelhados com controlos (grupo

C), com base na data de transplantação. Avaliaram-se dados clínicos e demográficos

dos dadores/receptores. Análise estatística realizada com software STATA.

Resultados: Neste período, foram transplantados no centro 30 doentes com rins de da-

dores diabéticos: 13 enxertos com nefropatia diabética (grupo A) e 17 sem nefropatia

diabética (grupo B). Foi seleccionado um grupo controlo de 57 doentes transplantados

com rins de dadores não-diabéticos (grupo C).

Avaliámos 87 doentes, com 52.6±11.2 anos. PRA mediano de 0%(0-4), mismatch

médio de 3.8±1.4. Indução com basiliximab em 56 (64.4%) doentes; manutenção

com TAC, MMF e PDN em 64 (73.6%) doentes e CsA, MMF e PDN nos restantes 23

(26.4%).

Durante o seguimento (mediana 59.16 meses), ocorreram rejeições em 14 (16.28%)

doentes. Houve 4 (4.6%) mortes e 17 (19.5%) perdas de enxerto.

A B C p

Nº doentes 13 17 57 -

Idade receptor (anos) 51 56 51.9 NS

Idade dador (anos) 56.9 58.1 46.5 0,006

Receptor feminino (%) 76.9 35.3 40.4 0,039

Receptor raça negra (%) 16.7 6.7 63.8 <0,001

Indução timoglobulina (%) 46 52.9 28 NS

Tempo FUP (meses) 49.3 10.9 64.5 <0,001

HTA pós-tx (%) 83.3 86.7 19.6 <0,001

TFG final (ml/min/1.73m2) 33 51.1 54.8 0,03

ProtU final (g/24h) 0.9 0.12 0.39 NS

Sobrevida enxerto (%) 61.5 64.7 89.5 0,007

Sobrevida doente (%) 92.3 94.1 96.5 NS

Sem diferenças no tempo prévio em hemodiálise, mismatches, terapêutica de indução

e manutenção, diabetes/NODAT, hiperuricémia, dislipidémia ou rejeições.

Na análise multivariada, a presença de DM no dador (independentemente da histo-

logia), foi o único factor associado à perda de enxerto (p<0.001).

Conclusão: Os doentes que recebem rins de dadores diabéticos têm piores outcomes

- mais hipertensos e mais perdas de enxerto renal - independentemente da presença

de alterações histológicas de nefropatia diabética. A presença dessas lesões condi-

cionou pior função renal dos receptores.

CO-RIM-56SERVIÇO DE TRANSPLANTE RENAL HOSPITAL MARCIO CUNHA IPATINGA MGBRASIL – RESULTADOS DOS TRANSPLANTES RENAIS REALIZADOS NO PERÍODODE 2010 A 2015Carlos Alberto Calazans1, Daniel Costa Calazans2, Renato Ribeiro da Cunha3,

Daniel Lima Lopes3, Roberto Luiz Ribeiro4, Leonardo Davila Gonçalves4, Samira

Martins Vieira Dias5

1-Coordenador Tx Renal, 2-Nefrologista, 3-Urologista, 4-Cirurgião vascular, 5-

enfermeira – Hospital Marcio Cunha FSFX.

Introdução: O estado de Minas Gerais/BR à semelhança do programa de transplantes

implementado na Espanha foi dividido em 06 regiões visando otimizar a distribuição

de órgãos e aumentar o número de transplantes. Uma dessas regiões é a Regional

Leste do MG Transplantes que abrange 07 centros de Terapia Renal Substitutiva num

total de 1500 pacientes em programa de diálise cujo o único Centro Transplantador

da Regional Leste está localizado no Hospital Márcio Cunha da Fundação São Fran-

cisco Xavier na cidade de Ipatinga, MG. trata-se de uma Instituição de Saúde Acre-

ditado com Excelencia pela ONA e NIAHO/DIAS. Apresentamos os resultados dos

transplantes renais que foram realizados nesta Instituição no período de 2010 à 2015

num total de 192 transplantes.

Método: Dados numéricos com distribuição normal foram sumarizados por média e des-

vio padrão e os resultados foram comparados utilizando o teste t. Os dados categóricos

que não apresentaram distribuição normal foram resumidos em mediana e intervalo in-

terquartil e os resultados comparados através do teste não paramétrico de Mann-Whit-

ney. As variáveis categóricas foram expressas em número (frequência) e porcentagem

e a diferença entre os grupos foi verificada utilizando o teste do Qui-quadrado.

Análise de sobrevida do paciente foi realizada através do método de Kaplan-Meier e

os grupos comparados pelo test log-rank.

Foi considerado como resultado significante valor p<0.05

A análise dos dados foi efetuada por meio do software estatístico IBM SPSS 20.0 (Statis-

tical Package for the Social Sciences).

Foram avaliados os seguintes tópicos: Número anual de transplante doador vivo e fa-

lecido, sobrevida geral do paciente, sobrevida do enxerto com óbito censurado, so-

brevida do enxerto + sobrevida do paciente, sobrevida do paciente estratificado por

tipo de doador, sobrevida do enxerto com óbito censurado estratificado por tipo de

doador, sobrevida do enxerto + sobrevida do paciente estratificado por tipo de doa-

dor, sobrevida do paciente estratificado por ano, sobrevida do enxerto com óbito cen-

surado estratificado por ano, principais causas de perda do enxerto, principais causas

de óbito, análise separada do período de 2010 à 2012 e 2013 à 2015 considerando

sobrevida do paciente e do enxerto.

Resultados: Sabemos que a condição do enxerto no 1º ano pós transplante tem im-

pacto importante na longevidade do mesmo. Foi feito uma análise geral do período

2010 à 2015 considerando os tópicos acima descritos e também uma analise sepa-

rada do período de 2010 à 2012 e 2013 à 2015 após realização de várias ações ad-

ministrativas e técnicas. Os resultados mostraram na analise geral uma sobrevida do

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ICAÇÕES ORAIS

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paciente no primeiro ano de 90.8% e na analise do período de 2010 à 2012 sobrevida

do paciente 87.7% e no período de 2013 à 2015 uma sobrevida de 95.4%.

Os demais resultados serão apresentados.

CO-FIG-01MODULATION OF GLYCOGEN SYNTHASE KINASE-3B(GSK3B)/VOLTAGE-DEPENDENT ANION CHANNELS IN RAT ORTHOTOPIC LIVERTRANSPLANTATION USING IGL-1 SOLUTION: SOME CONSIDERATIONSArnau Panisello, Mohamed Amine Zaouali, Emma Folch-Puy, Alexandre Lopez*, Carlos

Castro*, René Adam*, Joan Roselló-Catafau

Instituto de Investigaciones Biomédicas de Barcelona, CSIC, Barcelona, Catalonia,

Spain; * Hôpital Paul Brousse, Villejuif, Paris, France.

Background: Injury due to cold ischemia reperfusion (I/R) is a major cause of graft Non-

function following liver transplantation'and the use of an appropriate preservation solu-

tion is crucial for the viability of liver grafts, Glycogen synthase kinase-3b (GSK3b)

phosphorylates voltage-dependent anion channel (VDAC), the most abundant protein

in the outer membrane of mitochondria, and this in turn increases cell death during the

ischemic insult. Thus, the inhibition of GSK3b activity is crucial for mitochondrial protec-

tion and the subsequent suppression of apoptosis. In this communication, we investi-

gated the involvement of GSK3b in livers subjected to orthotopic liver transplantation

(OLT) when IGL-1 preservation solution alone or supplemented with trimetazidine (an

anti-ischemic drug) were used.

Experimental: Male Sprague Dawley (200-250 g.b.w.) rats were classified as follows:

Group1= Sham; Group2 (UW) = Livers were flushed and preserved in UW for 8h at 4°C

and then subjected to OLT. Rats were sacrificed at 24 hours after transplantation ac-

cording to Kamada 's cuff technique; Group 3 (IGL-1)= Livers were flushed and pre-

served in IGL-1 solution for 8h at 4°C and subjected to OLT and finally Group 4: Same

as Group 3 but using IGL-1 solution supplemented with trimetazidine (TMZ), an anti-is-

chemic drug, at 10-6 M. Rats were sacrificed at 24hours after transplantation and then

blood and liver samples were collected for the subsequent determinations.

Determinations: ALT/AST, AMPK, AKT and their direct substrate, GSK3-b and p-VDAC were

determined by Western blot. Mitochondrial injury (GLDH) and oxidative stress (MDA) were

measured. Liver apoptosis (caspases 3) was also performed.

Results: 1) IGL-1 solution significantly reduced liver injury (AST/ ALT) and mitochondrial

damage (GLDH) when compared to UW. This graft protection was accompanied by in-

creased AKT phosphorylation and subsequent GSK3-b inhibition; 2)A significant reduc-

tion in p-VDAC and release of Cytochrome C and caspases levels were found. Liver

apoptosis prevention was by Tunnel assay and 3) Trimetazidine.

Conclusion: IGL-1 preservation solution increases the tolerance of the liver graft against

IRI through inhibition of GSK3b, preventing thus liver apoptosis.

CO-FIG-02IMUNOMODULAÇÃO, INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA E COMPLICAÇÕES DOUSO DO BASILIXIMABE NO PÓS-OPERATÓRIO DE TRANSPLANTE HEPÁTICO:ANÁLISE DE 115 PACIENTES E REVISÃO DA LITERATURA.Simone Reges Perales, Elaine Cristina de Ataide, Fábio Henrique Mendonça Chaim,

Raquel Silveira Bello Stucchi, Elisabete Udo, Ilka de Fátima Santana Ferreira Boin

Faculdade de Ciencias Medicas; Universidade Estadual de Campinas, Sao Paulo,

Brazil.

Basiliximabe, anticorpo monoclonal inibidor dos receptores de IL-2, é considerado efi-

ciente na prevenção do quadro de rejeição em transplante de órgãos sólidos, princi-

palmente, em receptores com disfunção renal os quais se beneficiariam com o retardo

na introdução dos inibidores de calcineurina e diminuição no uso de corticóides.

O objetivo do presente estudo foi descrever a população de pacientes submetidos a

transplante ortotópico de fígado no período de 2012 a 2016 no serviço de transplante

de fígado da Universidade Estadual de Campinas São Paulo Brazil, que receberam Ba-

siliximabe no pós-operatório, sendo a primeira dose 6 horas após a reperfusão do

órgão e a segunda dose no quarto dia de pós-operatório.

Resultados: no período estudado, 115 pacientes, foram submetidos a transplante de

fígado com o uso de Basiliximabe; 84 pacientes eram do sexo masculino (73,04%) e

31 do sexo feminino (29,95%), idade média de 54,23 anos. A principal causa da he-

patopatia foi o vírus C, presente em 59 pacientes (51,30%). No pós-operatório, foram

observados 28 casos de rejeição celular (24,34% dos pacientes), confirmados com

biópsia em 14 pacientes, sendo a rejeição celular aguda em 50%, rejeição celular

aguda tardia em 21,42% e rejeição celular crônica em 28,57% dos casos. Observou-

se insuficiência renal aguda em 32% dos pacientes, com necessidade de hemodiálise

em 20% dos casos. Ainda, observou-se 6,95% de trombose de artéria hepática, 2,6%

de trombose de veia porta, 2,6% de fístulas biliares, 17,4% de pneumonia e 3,4% de

sepse. O esquema de imunossupressão foi realizado com corticoide apenas na indu-

ção e, no pós-operatório, tacrolimus em 85,21%, micofenolato de sódio em 80,86%,

ciclosporina em 12,17% e Everolimus em 13,04% dos pacientes.

Em conclusão, na presente casuística, o uso de Basiliximabe influenciou na melhora

do percentual de pacientes com insuficiência renal aguda em nossa população, ca-

recendo, no entanto, de melhor estudo na avaliação do aparecimento da rejeição

celular.

CO-FIG-03POLYETHYLENE GLYCOL 35: AN EFFECTIVE STRATEGY TO PROTECT STEATOTICLIVERS AGAINST ISCHEMIA-REPERFUSION INJURY ASSOCIATED WITH RATLIVER TRANSPLANTATIONArnau Panisello, Mohamed Bejaoui, Alexandre Lopez1, Emma Folch-Puy, Anabela

Rolo2, Carlos Marques Palmeira2, René Adam1 and Joan Roselló-Catafau

Experimental Pathology Dept., Institute of Biomedical Research of Barcelona (IIBB),

Spanish Research Council (CSIC), Barcelona, Catalonia, Spain; 1-Centre Hépato-

Biliaire, AP-PH, Hôpital Paul Brousse, Paris, France; 2-Center for Neurosciences and Cell

Biology, Coimbra University, Coimbra, Portugal.

Objective: Ischemia reperfusion injury (IRI) leads to significant tissue damage in liversurgery. Polyethylene glycols (PEGs) are water soluble nontoxic polymers that haveproved their effectiveness against IRI. The objective of our study was to investigate thepotential protective effects of intravenous administration of a high molecular weightPEG of 35 kDa (PEG 35) in steatotic livers subjected to cold/ warm ischemia and thenreperfusion, respectively. Methods: Protocol 1 (cold ischemia + reperfusion): Zucker obese rats were pretreatedor not with PEG 35 at 10 mg/kg, then cold preserved for 24 h in UW solution and finally“ex vivo” perfused for 2h at 37ºC. Protocol 2 (warm ischemia + reperfusion): Zuckerobese rats were pretreated or not with PEG 35 at 10 mg/kg, then subjected to 2-hour-reperfusion. Determinations: liver injury and mitochondrial damage were measured bytransaminases levels (AST/ALT) and glutamate dehydrogenase (GLDH) activity levels, re-spectively. Also, confocal microscopy assays were carried out. Cell signaling pathwaysinvolved in the physiopathology of IRI (AMPK, e-NOS activation, AKT, MAP kinases), wereassessed by western blot techniques.Results: Intravenous administration of PEG 35 ameliorated significantly liver injury as ev-idenced by the decrease in AST and ALT levels after cold ischemia/ warm ischemia fol-lowed reperfusion. This was concomitant with mitochondrial protection as evidencedby better mitochondrial membrane polarization after storage and decrease in GLDHrelease after ex-vivo perfusion. Moreover, PEG 35 administration induced a significantphosphorylation of prosurvival protein kinase B (Akt) and the activation of cytoprotectivefactors eNOS and AMPK. Conclusion: Intravenous PEG 35 protects efficiently steatotic livers exposed to IRI con-firming that PEGs could be an useful tool for preventing IRI in steatotic livers.

CO-FIG-04MODULATION OF GLYCOGEN SYNTHASE KINASE-3B (GSK3B) IN RATORTHOTOPIC TRANSPLANTATION USING IGL-1 SOLUTION: SOMECONSIDERATIONSArnau Panisello, Mohamed A Zaouali, Eirini Pantazi, Alexandre Lopez*, René Adam*

and Joan Roselló-Catafau

Experimental Pathology Dept., Institute of Biomedical Research of Barcelona (IIBB),

Spanish Research Council (CSIC), Barcelona, Catalonia, Spain; *Centre Hépato-

Biliaire, AP-PH, Hôpital Paul Brousse, Paris, France.

Background: Injury due to cold ischemia reperfusion (I/R) is a major cause of graft Non-function following liver transplantation'and the use of an appropriate preservation solu-tion is crucial for the viability of liver grafts, Glycogen synthase kinase-3b (GSK3b)phosphorylates voltage-dependent anion channel (VDAC), the most abundant proteinin the outer membrane of mitochondria, and this in turn increases cell death during theischemic insult. Thus, the inhibition of GSK3b activity is crucial for mitochondrial protec-tion and the subsequent suppression of apoptosis. In this communication, we investi-gated the involvement of GSK3b in livers subjected to orthotopic liver transplantation(OLT) when IGL-1 preservation solution alone or supplemented with trimetazidine (ananti-ischemic drug) were used.Experimental: Male Sprague Dawley (200-250 g.b.w.) rats were classified as follows:Group1= Sham; Group2 (UW) = Livers were flushed and preserved in UW for 8h at 4°Cand then subjected to OLT. Rats were sacrificed at 24 hours after transplantation ac-cording to Kamada 's cuff technique; Group 3 (IGL-1)= Livers were flushed and pre-served in IGL-1 solution for 8h at 4°C and subjected to OLT and finally Group 4: Sameas Group 3 but using IGL-1 solution supplemented with trimetazidine (an anti-ischemicdrug) at 10-6 M. Rats were sacrificed at 24hours after transplantation and then bloodand liver samples were collected for the subsequent determinations.Determinations: ALT/AST, AMPK, AKT and their direct substrate, GSK3-b and p-VDAC weredetermined by Western blot. Mitochondrial injury (GLDH) and oxidative stress (MDA) weremeasured. Liver apoptosis (caspases 3) was also performed.Results: 1) IGL-1 solution significantly reduced liver injury (AST/ ALT) and mitochondrialdamage (GLDH) when compared to UW. This graft protection was accompanied by in-creased AKT phosphorylation and subsequent GSK3-b inhibition, 2)A significant reduc-tion in pVDAC and release of Cytochrome C and caspases levels were found. Liverapoptosis prevention was by Tunnel assay.Conclusion: IGL-1 preservation solution increases the tolerance of the liver graft againstIRI through inhibition of GSK3b, preventing thus liver apoptosis.

CO-FIG-05NEW INSIGTHS IN FATTY LIVER PRESERVATION: A ROLE FOR HIG MOBILITYBOX 1 AND SIRTUIN 1 Arnau Panisello, Eirini Pantazi, Mohamed Amine Zaouali, Emma Folch-Puy, Anabela

Rolo1, Carlos Palmeira1 and Joan Roselló-Catafau

Experimental Pathology Dept., Institute of Biomedical Research of Barcelona, CSIC-

IDIBAPS, Catalonia, Barcelona and 1-Center for Neurosciences and Cell Biology,

University of Coimbra, Portugal.

Background: Sirtuin 1 (SIRT1) is a NAD+-dependent histone deacetylase that regulates

various pathways involved in ischemia-reperfusion injury (IRI). Moreover, high mobility

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26

COMUN

ICAÇÕES O

RAIS

group box 1 protein (HMGB1) has also been involved in inflammatory processes during

IRI. However, both SIRT1 and HMGB1 role in liver preservation is poorly understood. In

this communication, we evaluated the potential relationship between SIRT1 and HMGB1

in steatotic and non-steatotic liver grafts preserved in IGL-1 preservation solution en-

riched or not with trimetazidine (TMZ), an anti-ischemic drug.

Steatotic and non-steatotic livers were preserved in IGL-1 preservation solution (24h, 40

C) enriched or not with TMZ (10 micro M), and then submitted to “ex-vivo” reperfusion

(2h; 37 C). Liver injury (AST/ALT), and function (bile output, vascular resistance) were eval-

uated. SIRT1, HMGB1, autophagy parameters (beclin-1, LC3B), PPAR-gamma and heat

shock proteins (HO-1, HSP70) expression were determined by western blot. Also, we as-

sessed oxidative stress (MDA), mitochondrial damage (GLDH) and TNF-a levels.

Results: Elevated SIRT1 and enhanced autophagy were found after reperfusion in

steatotic livers preserved in IGL-1+TMZ when compared to IGL-1. However, these

changes were not seen in case of non-steatotic livers. Also, HO-1 increases in IGL-1+TMZ

group was evident only in case of steatotic livers, whereas HSP70 and PPAR-gamma

proteins expression were enhanced only in non-steatotic ones. All reported changes

were consistent with decreased liver injury diminution, ameliorated hepatic function, as

well as decreased TNF-alpha and HMGB levels. In addition, the oxidative stress and mi-

tochondrial damage were efficiently prevented by the IGL- 1+TMZ use.

Conclusions: SIRT1 is associated with HMGB1 decreases and increased autophagy in

steatotic livers, contributing to increased tolerance to cold IRI.

CO-FIG-06THE IMMUNOEXPRESSION OF GLIPICAN3, GLUTAMIN SYNTHETASE, HPS70AND BETA-CATENIN IN HCC POST-LIVER TRANSPLANTATION. THEASSOCIATION BETWEEN GLIPICAN 3 AND BETA-CATENIN WITH THE PRESENCEOF LARGER HCC NODULES. Elaine Cristina de Ataide, Simone Reges Perales, Milena Silva Garcia, Raquel Silveira

Bello Stucchi, Cecilia Amelia Fazzio Escanhoela, Paulo Latuff; Jose Vassalo, Ilka

Fatima Santana Boin

Unversidade Estadual de Campinas.

Introduction: Hepatocellular carcinoma (HCC) is the sixth leading cause of cancer

worldwide. Its recurrence has indices in literature ranging between 6% and 26%. In the

literature, many factors are associated with the higher risk of recurrence, without a clear

definition of the best method that could possibly predict this highly lethal event.

Objective: The aim of this study was to evaluate the immunoexpression of immunohis-

tochemical markers: HSP70, Glipican3, Glutamin synthetase and Beta-Catenin, as long

as studying their association with tumor characteristics and prognosis of patients under-

going liver transplantation for HCC.

Methods: We studied 90 patients who underwent liver transplantation between 1998

and 2012. Afterward we evaluated factors related to survival, tumor recurrence and

the correlation of expression of the immunohistochemical markers.

Results: Immunohistochemical markers glutamin synthetase showed a positive trend to-

ward a better survival. Positive HSP70 patients had a higher prevalence of histologic

grade III. Patients with positive Glipican3 showed larger lesions and there was a higher

number of patients with AFP greater than 200 ng / ml. Patients with positive Beta-Catenin

showed larger nodules and there were more patients with histologic grade III. The asso-

ciation between Beta-catenin and Glipican3 presented positive association with larger

nodules.

Conclusion: Most of the markers studied presented correlation with at least one of the

variables studied, confirming our hypothesis that these markers can indeed assist in as-

sessing the prognosis of patients undergoing liver transplantation for HCC.

CO-FIG-07IMPACTO DO SHUNT PORTO-CAVA EM TRANSPLANTAÇÃO HEPÁTICAJoão Sousa, Dulce Diogo, Emanuel Furtado

Unidade de Transplantação Hepática Pediátrica e de Adultos, Centro Hospitalar e

Universitário de Coimbra.

Objetivo/Introdução: O objectivo deste trabalho é avaliar o impacto operatório da as-

sociação do shunt porto-cava (SPC) à técnica piggy back (PB) em transplantação he-

pática Pretende-se determinar qual a população de doentes que mais beneficia com

a aplicação da técnica.

Material e métodos: Análise retrospetiva de 120 transplantes hepáticos (60 com SPC

e 60 sem SPC), divididos em 4 grupos etiológicos (Cirrose Alcoólica (CA), Carcinoma

Hepatocelular (CHC), Retransplante (ReTH) e Outros) e 3 grupos de score MELD, doentes

com/sem circulação colateral e doentes obesos. Colheita e análises de variáveis re-

ferentes aos dadores, receptores e intervenção cirúrgica. O tratamento dos dados foi

realizado recorrendo ao software estatístico SPSS,

Resultados: Obteve-se redução do tempo de cirurgia, tempo de clampagem da veia

porta (TCP) e tempo de isquémia quente. Verificou-se uma redução acentuada no

consumo de hemoderivados em todos os grupos. Os grupos de CHC e ReTH foram os

que mais beneficiaram com o SPC, e o grupo CA foi o que menos se alterou. Doentes

sem circulação colateral não obtiveram diferença em nenhum parâmetro (excepto

TCP). Dentro dos grupos MELD, o SPC teve um efeito uniformizador na transfusão de he-

moderivados, e o seu benefício aumentou com o incremento do score.

Discussão: O SPC é vantajoso em transplantação hepática, podendo ser utilizado por

rotina. Não traz vantagem em doentes sem circulação colateral, mas poderá estar es-

pecialmente indicado em ReTH, no CHC e em doentes com score MELD mais elevado.

CO-FIG-08PREDICTORS OF ACUTE KIDNEY INJURY IN INDIVIDUALS UNDERGOING LIVERTRANSPLANTATIONVictor Nóbrega Rigaud de Oliveira, Liana Machado Codes Foulon, Jorge Luiz

Andrade Bastos

Faculdade de Medicina da Bahia da Universidade Federal da Bahia.

Acute kidney injury (AKI) is a common outcome in the post-operatory period of livertransplantation. However, very few scientific papers evaluate the impact of surgical fea-tures over the liver transplantation recipient's renal function following surgery. This re-search aims to evaluate the association between the surgical features of the livertransplant and the development of AKI in the first month after the transplant For this purpose it was performed a retrospective cohort study duly approved by a Com-mittee of Ethics in Research. In a sample of 127 patients, it was identified that 81.9%were male, with mean age of approximately 54 years old, average Body Mass Indexof 25.41 kg/m². In the sample, 45.7% had hepatitis C, 41.7% alcoholic liver disease,26% hepatocellular carcinoma, 22% were diabetic, 21.6% hypertensive and 26.4%had prior chronic kidney disease (CKD). 47.5% of the patients used vasoactive drugs inpostoperative period. The incidence of AKI one month after surgery was of 48.8% forthe RIFLE classification and 80.3% by the AKIN criteria. Eight deaths were recorded.There was statistically significant association between AKI after surgery with the use ofvasoactive drugs (p=0.006) and the prior diagnosis of hepatocellular carcinoma(p=0.03). The use of vasoactive drugs showed a statistically significant association withmortality (p=0.022) and kidney failure (p=0.003) outcomes. The previous CKD stagewas associated with statistical significance to the kidney failure outcome with p-valueof 0.047. It was not observed statistically significant association between age, sex, dia-betes, hypertension, prior CKD, MELD, APACHE II, post-operative AST peak or ischemiatimes and the development of AKI. Additionally, the vasoactive drugs used showed rel-ative risk of 3.31 (95% CI 1.41 to 7.76) for development of AKI RIFLE Failure and of 1.65(95% CI 1.13 to 2.4) for the outcome AKI RIFLE Injury. In conclusion, it was observed thatthere was a strong association between the use of vasoactive drugs and kidney functionimpairment after liver transplantation.

CO-FIG-09RECUPERAÇÃO DO SISTEMA DE FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA, APÓSMANOBRA DE PRINGLE EM RATOS WISTARGracinda de Lourdes JorgeI, Rodolfo dos Reis TártaroII, Cecília Amélia Fazzio

EscanhoelaIII, Ilka de Fátima Santana Ferreira BoinIV

I-Doutora em Ciências da FCM/Unicamp. SP. Brasil. Biomédica no Laboratório de

Transplante Hepático Experimental. NMCE/ FCM/ Unicamp. Campinas S.P. Brasil, II-

Mestre em Ciências da FCM/Unicamp. SP. Brasil;

III-Professora Assistente Doutora do Depto de Anatomia Patológica da FCM/Unicamp;

IV-Professora Livre-Docente e Associada do Depto de Cirurgia e da Unidade de

Transplante Hepático do HC/FCM/Unicamp.

Introdução: Pesquisas voltadas para isquemia e reperfusão (I/R) hepática, por inter-rupção rápida ou período maior da tríade portal no rato Wistar, tem demonstrado sériascomplicações. Objetivo: Avaliar a atividade respiratória mitocondrial e histologia do fígado em ratoWistar, após manobra de Pringle em dois tempos de estudo: imediato e tardio. Método: 28 ratos Wistar, machos, peso ± 308g, divididos em dois tempos de estudo:imediato (40 minutos) tardio (28ºdia). Anestesiados com tiopental sódico (25 mg/kg),xylazina (30 mg/kg) iv, submetidos a incisão em U no abdome. O pedículo hepáticofoi isolado, submetido à clampeamento com micro pinça vascular nos grupos isquê-micos. No Grupo Imediato (GI), nove animais foram submetidos à (20 minutos de is-quemia/20 minutos de reperfusão). No Grupo Operação Simulada Imediato (GOSI),cinco animais submetidos à manipulação do pedículo hepático. No Grupo Tardio (GT),nove animais foram submetidos à (20 minutos de isquemia/20 minutos de reperfusão).Após este tempo de oclusão a pinça foi removida, a incisão fechada e reaberta paraexames após o 28º dia. No Grupo Operação Simulada Tardio (GOST), cinco animaissubmetidos à manipulação do pedículo hepático, a incisão fechada e reaberta paraexames após o 28º dia. Após cada tempo realizou-se coleta de biópsia hepática paraavaliação mitocondrial e histológica, foram sacrificados sob anestesia. Aprovado(CEUA–Unicamp–Nº3042-1). Resultado: as mitocôndrias dos grupos isquêmicos (GI e GT), quando estimulada poradenosina difosfato ou carbonylcyanide p-trifluormetoxifenilidrazona, tiveram diminui-ção significativa da respiração quando comparadas GOSI/GOST, p<0,001. A razão docontrole respiratório (RCR) no grupo GI, quando comparado ao GOSI mostrou dife-rença significativa de p<0,02; a RCR do GT quando comparado ao GOST não mostroudiferença. No estado de repouso a velocidade da respiração entre os grupos isquê-micos não houve alteração. Os exames histológicos observou-se dilatação sinusoidalde 55,55% no GI e 66,66% no GT, balonização 77,77% no GI e 55,55% no GT e necrosefocal 11,11% nos grupos GI e GT. Conclusão: Após a manobra de Pringle em ratos Wistar, constatamos a recuperaçãodo sistema de fosforilação oxidativa e melhora da respiração mitocondrial, na histolo-gia não mostrou melhora das lesões entre os grupos isquêmicos.

CO-FIG-10LIVER TRANSPLANT WAITING LIST DYNAMICS REGARDING CHANCES OFGETTING A NEW LIVERSoraia Arruda, Michelle J. Moraes, Mario R. Alvares-da-Silva

School of Medicine, Graduate Course of Gastroenterology and Hepatology,

Universidade Federal do Rio Grande do Sul, GI-Hepatology Division, Hospital de

Clínicas de Porto Alegre, Porto Alegre, Brazil.

Background and Aims: Patients are included in liver transplant (LT) waiting list (WL) either

due to decompensated cirrhosis (CIR), hepatocellular carcinoma (HCC) or special con-

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COMUN

ICAÇÕES ORAIS

27

ditions (SPE) like refractory ascites. To the later two conditions additional points are given

at regular time intervals. We aimed to evaluate the WL dynamics in a LT program.

Methods: We carried out two studies: a retrospective (Aug 2008-Jul 2009, including 189

enlisted patients) and a prospective one (Nov 2012-May 2014, with a follow-up period

up to Nov 2015, including 169 LT candidates), comparing CIR, HCC and SPE. The fol-

lowing variables were assessed: K-in (rates of entering in the WL) - K-1in if CIR, K-2 in if

HCC and K-3in if SPE; K-out (rates of LT); K-1out (drop-out in CIR); K-2out (drop-out in HCC);

and K-3 out (drop-out in SPE).

Results: In the retrospective study, 112 cases (59.3%) were due to CIR, 63 (33.3%) to

HCC, and 14 (7.4%) to SPE. The median time from selection to enlisting were 194 days

(CI 95%152-236), 36 days (CI 95% 21-50), and 98 days (CI 95% 0-308) for CIR, HCC

and SPE, respectively (p<0.001). From the 86 transplanted patients (K-out=45.5%), 31

had CIR (K-1 in=27.7%), 44 HCC (K-2in=69.8%), and 11 SPE (k-3in=88.6%) - p<0.001.

Drop-out rates were higher in CIR K-1out=64.3%, K-2out=30.2%) and K-3out=21.4%, -

p<0.001. HR for LT was 85% (CI 95%1.35-2.55) times higher in HCC than CIR. In the

prospective study, 110 out of 167 evaluated patients were enlisted (K-in=65.9%). The

median time from selection to enlisting were 783 days (CI 95% 330-1236), 52 days (CI

95%17-87) and 184 days (CI 95%19-349) for CIR, HCC and SPE, respectively (p<0.001).

Regarding LT, K1-in was of 21.7%, K2-in, 76.4% and K3-in, 92.9% - p< 0.001. K-out was

of 57.3% (63/110)- K1-out=50%, K2-out=21.1% and K3-out=3.84%-p<0.001. HR for LT

was 329% (HR=4.29; IC95%=2.74–6.72) times higher in HCC than CIR.

Conclusions: LT rates were significantly higher and drop-out rates were significantly lower

in patients with HCC or SPE than in those enlisted due to CIR, suggesting that allocation

policy should be revised in order to ensure equity for patients.

CO-FIG-11EFEITO DA IMUNOSSUPRESSÃO COM TACROLIMUS EM BAIXAS DOSES NAFUNÇÃO RENAL ATÉ 1 ANO PÓS TRANSPLANTE HEPÁTICOAgnaldo Soares Lima, Francisco Guilherme Cancela Penna, Bárbara Buitrago

Pereira

Hospital das Clínicas e Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas

Gerais, Brasil.

Introdução: A manutenção da função renal é um desafio no cuidado dos pacientes

transplantados hepáticos. O objetivo deste estudo foi comparar dois protocolos de

imunossupressão com diferentes alvos de nível residual de tacrolimus, com relação à

função renal até um ano pós-transplante.

Método: Estudo retrospectivo de pacientes transplantados entre jan/2008 e dez/2014.

Foram excluídos menores de 16 anos, hepatite fulminante, transplantes duplos, sobre-

vida inferior a 6 meses e perda de seguimento. Dados clínicos, demográficos e labo-

ratoriais foram obtidos de registro prospectivo em software dedicado (Zeus). No Grupo

I, 2008-2013, o nível alvo de tacrolimus era 12,5ng/ml e 8ng/ml, respectivamente, aos

6 e 12 meses. No Grupo II, após 2014, o nível alvo era 8ng/ml e 4ng/ml, respectiva-

mente aos 6 e 12 meses pós-transplante. Foram calculados índice de massa corpórea,

clearance calculado de creatinina e variação entre o nível alvo e o nível sanguíneo

medido de tacrolimus, 6 e 12 meses pós-transplante. Variáveis foram analisadas em

comparações univariadas e correlações. Diferenças foram consideradas significantes

quando p<0,05.

Resultados: 264 pacientes foram estudados retrospectivamente, 191 do sexo mascu-

lino, mediana de idade 53,3 anos (16,1-73,9 anos). 241 pacientes foram imunossupri-

midos com protocolo do Grupo I. A mediana do clearance de creatinina foi de

87,3ml/kg/min, 68,9ml/Kg/min e 77,3ml/Kg/min respectivamente, no pré, 6 e 12 meses

pós-operatório. Grupo I e Grupo II foram semelhantes no clearance medido de crea-

tinina no pré-transplante (p=0,65) e no clearance calculado após 6 e 12 meses

(p>0,05) apesar da taxa residual de tacrolimus significativamente menor no Grupo II

aos 6 (8,8ng/ml vs 6,8ng/ml ; p=0,009) e 12 meses (7,5ng/ml vs 5,6ng/ml ; p=0,001). A

diferença entre o nível alvo e o nível obtido foi maior no Grupo II aos 6 meses (-30,4%

vs -42,4%; p=0,009) e aos 12 meses (-3,8% vs +35,0%; p<0,0001). Não houve corre-

lação entre taxa residual e clearance calculado.

Conclusão: Redução no nível-alvo não correspondeu à igual redução dos níveis do-

sados de tacrolimus, sendo uma provável explicação da falta de benefício na função

renal aos 6 e 12 meses pós-transplante. Possivelmente a insegurança do transplantador

em trabalhar com níveis baixos possa ser melhorada com a associação de imunossu-

pressores.

CO-FIG-12TRANSPLANTE NA POLINEUROPATIA AMILOIDÓTICA FAMILIAR ADQUIRIDA:INDICAÇÃO OU CONTRA-INDICAÇÃO?Paulo Oliveira, Dulce Diogo, Emanuel Furtado

Unidade de Transplantação Hepática Pediátrica e de Adultos; Centro Hospitalar e

Universitário de Coimbra.

Objectivo/introdução: A Polineuropatia Amiloidótica Familiar Adquirida (PAFA) é uma

patologia iatrogénica, descrita após a introdução da técnica de transplante hepático

sequencial (THS). O único tratamento para frenar a evolução da

doença é o retransplante hepático (ReTH).

O objectivo deste trabalho é a análise do risco/benefício do ReTH nos doentes com

PAFA.

Material e Métodos: Realizou-se uma análise retrospectiva da informação dos doentes

que desenvolveram clínica de PAFA e particularmente dos que realizaram ReTH, refe-

rentes ao período entre 10/1995 e 06/2014. Durante este período foram realizados 83

THS, sendo possível aceder aos registos clínicos de 75 doentes. Foram excluídos os

ReTH por outro motivo que não a PAFA e os óbitos até 2 anos após o ReTH. Foram ana-

lisadas variáveis referentes aos dadores, receptores e intervenção cirúrgica. O trata-

mento dos dados foi realizado recorrendo ao software estatístico SPSS, versão 21.

Resultados: 28 recetores (58,3%) desenvolveram PAFA e 10 foram submetidos ReTH

(35,7% dos doentes com PAFA). A PAFA apresentar um início muito mais precoce, tam-

bém tem uma evolução muito mais rápida quando comparada com a verificada em

doentes com PAF. A mortalidade aos 12 meses após ReTH por PAFA foi de 0% e a mor-

bilidade pós ReTH não foi superior à do THS. 90% dos doentes atingiram estabilização

da neuropatia adquirida após o ReTH.

Discussão: A elevada incidência e rápida evolução da PAFA, questiona a utilização

de enxertos PAF.

O ReTH por PAFA é um procedimento seguro e que melhora qualidade de vida dos

doentes.

CO-FIG-13TERAPIA PREEMPTIVA PARA CITOMEGALOVÍRUS EM PACIENTES PÓS-TRANSPLANTE HEPÁTICO DOADOR POSITIVO/RECEPTOR NEGATIVO.Ivelise Regina Canito Brasil, Juliana Custódio Lima, Raquel Lima Sampaio, Alessandra

Maria Mont´Alverne Pierre, Ticiana Mota Esmeraldo, Rodrigo Vieira Costa Lima, Lia

Fernandes Alves de Lima, Ronaldo de Matos Esmeraldo

Serviço de Transplante Hepático - Hospital Geral de Fortaleza.

A infecção por citomegalovírus (CMV) é a maior causa de morbidade entre pacientes

imunossuprimidos, principalmente transplantados, e é responsável por mortalidade

considerável. Além da própria doença pelo CMV causar diretamente pneumonite, en-

terite e hepatite; existem os efeitos adversos inerentes à terapêutica. O risco para CMV

após o transplante de órgãos está fortemente relacionado às sorologias do doador e

receptor, sendo o maior fator de risco para a doença a situação de doador positivo/re-

ceptor negativo. Devido aos custos gerados tanto pelas complicações da doença

quanto pelo tratamento, há a necessidade de estabelecer a melhor relação custo –

benefício entre os protocolos de terapia preemptiva versus terapia profilática. O ob-

jetivo deste trabalho é analisar os custos da terapia preemptiva em pacientes recep-

tores de transplante hepático de doador com sorologia positiva em receptores

negativos e os benefícios e complicações deste protocolo.

Metodologia: O protocolo do serviço para esse tipo de paciente adota a terapia

preemptiva que inclui dosagem de PCR-CMV a cada 2 semanas a partir do 14º dia

pós-transplante por um período de 3 meses. Uma vez positivado o PCR (> 2.500 UI) é

realizado o tratamento com valganciclovir 450 mg 2 comprimidos/dia por 21 dias.

Resultados: Do total de 75 pacientes transplantados de janeiro de 2012 a março de

2015, 13 eram receptores negativos e doadores positivos e foram submetidos à terapia

preemptiva. Destes, 7 positivaram PCR, sendo que 1 desenvolveu a doença CMV (he-

patite). Dos 6 pacientes que não receberam tratamento, nenhum desenvolveu a

doença CMV. Quanto ao custo, cada um desses 13 pacientes realizou 6 exames de

PCR, totalizando 600 reais/paciente, o que equivale a um custo de 7.800 reais em exa-

mes. O custo do tratamento com valganciclovir foi em média 6.657 reais/paciente tra-

tado. Assim sendo, o custo total da terapia preemptiva em nosso serviço foi de 54.399

reais. Se todos os 13 pacientes tivessem recebido o tratamento, este teria sido com 1

comprimido/dia por 30 dias (protocolo terapia profilática) e o custo simulado total seria

de 185.445 reais. Dessa forma, a terapia preemptiva gerou ao serviço uma economia

de 131.046 reais.

CO-FIG-14DESEMPENHO DAS CULTURAS DE VIGILÂNCIA PARA GRAM NEGATIVOSMULTI-DROGA RESISTENTE EM PACIENTES SUBMETIDOS A TRANSPLANTE DEFÍGADOMaristela Pinheiro Freire, Ligia Câmera Pierrotti, Isabel Cristina Villela Soares

Oshiro,Patrícia Rodrigues Bonazzi, Inneke Marie Van Der Heijden, Flavia Rossi, Silvia

Figueiredo Costa, Luiz Augusto Carneiro D’Albuquerque, e Edson Abdala

Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

As infecções por bacilos gram negativos multi-droga resistente(BGN-MDR) são uma im-

portante causa de morbi-mortalidade em pacientes submetidos a transplante de fí-

gado (TF). A identificação precoce de colonizados por BGN-MDR é importante para

prevenção de transmissão.

O objetivo deste estudo é avaliar o desempenho das culturas de vigilância para BGN-

MDR em pacientes submetidos a TF.

Foram avaliados todos os pacientes submetidos a TF no período de Novembro de 2009

a Novembro de 2011. As culturas de vigilância (CV) foram colhidas no momento do

transplante e semanalmente até alta ou final do segundo mês pós-TF. Foram coletados

CV dos sítios axilares, orofaringe e inguino-retal. As culturas foram semeadas em meio

seletivo com ceftriaxone e Imipenem. Foram pesquisados os seguintes BGN-MDR: A.

baumannii (ABRC) e P. aeruginosa (PARC) resistente a carbapenemico, K. pneumoniae

e outras Enterobacterias produtora de ESBL ou resistente a carbapenemico. Para iden-

tificação das espécies foi utilizado o kit API 20NE API 20E. Para analise de desempenho

foi calculado a taxa de sensibilidade, valor preditivo negativo e acurácia. Para calculo

dessas taxas assumiu-se que o método de identificação tinha 100% de especificidade.

Foram incluídos no estudo 181 pacientes e coletados 4110 CV. O agente mais comu-

mente identificado foi ABRC em 43,5% dos pacientes, seguido de K. pneumoniae re-

sistente a carbapenemico (KPRC), 36,6% e K. pneumoniae ESBL+(23,6%), outras

Enterobactérias resistentes a carbapenemico (22,0%) e PARC em 14,1%. O sitio com

melhor positividade foi o inguino-retal para todos os BGN-MDR, no entanto se apenas

este sitio coletado haveria uma falha na identificação de ABRC em 34,9% dos casos.

O agente com maior taxa de sensibilidade foi KPRC, 92,5% e a PARC apresentou o

melhor valor preditivo negativo, 98,1%. As CVs para ABRC tiveram o pior desempenho

Page 28: Download do Livro de Resumos

13–15 OUTUBRO 2016 · PORTO · PORTUGALXIII CONGRESSO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSO LUSO BRASILEIRO DE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICO DE TRANSPLANTAÇÃO

28

COMUN

ICAÇÕES O

RAIS

com uma sensibilidade de 80,6%. A proporção de colonizados que evoluiram para

infecção foi de 41,6% para pacientes com KPRC,38,8% para ABRC, 27,3% para PARC

e 16,5% para Enterobacteria ESBL+.

Conclusão: As CV devem ser consideradas na terapêutica empírica. O desempenho

das CVs foi melhor para Enterobacterias que para ABRC, e neste ultimo é importante

a pesquisa de mais de um sitio de CV.

CO-FIG-15TRATAMENTO COM SOFOSBUVIR E DACLATASVIR NA RECIDIVA DA HEPATITEC PÓS-TRANSPLANTE. Laura C M Pinto, Elizabeth Balbi, Barbara C Rodrigues, Luciana P Carius, Marcia

Halpern, Karina PS Annunziata, Joyce RL Silva, Lucio F Pacheco-Moreira

Hospital Quinta D Or.

Atualmente, estima-se que a infecção crônica pelo vírus C afete 170 milhões de pes-

soas no mundo, sendo uma das principais causas de insuficiência hepática crônica e

carcinoma hepatocelular. É a principal indicação para transplante hepático em vários

países, sobretudo no Brasil. Mas devido a grande recorrência do vírus após o trans-

plante, o risco de perda do enxerto é 30% maior. A resposta virológica sustentada (RVS)

ao tratamento após o transplante melhora na sobrevida do enxerto e do paciente.

Recentemente, novas medicações para tratar a hepatite C foram aprovadas. Todas

podem ser utilizadas no pós-transplante com maior segurança, menos efeitos colate-

rais, menor interação com os imunossupressores e maiores índices de RVS.

Este trabalho tem por objetivo relatar a experiência com o uso de sofosbuvir e dacla-

tasvir na recidiva da hepatite C.

Em nosso serviço, 62 pacientes finalizaram o tratamento com sofosbuvir (400mg/dia) e

daclatasvir (60mg/dia). Desses, 47 eram genótipo 1, 14 genótipo 3 e um genótipo 2.

Foram analisadas as seguintes variáveis: sexo, idade, associação com carcinoma he-

patocelular, biópsia hepática, esquema imunossupressor e variação de seus níveis sé-

ricos, efeitos colaterais, carga viral na semana quatro e ao fim do tratamento. No

genótipo 1 o tratamento teve duração de 12 semanas nos pacientes sem cirrose ou

com cirrose compensada e 24 semanas nos cirróticos descompensados e no genótipo

3 a duração foi de 12 semanas, independente da cirrose compensada ou não. A ri-

bavirina (600mg a 1g/dia) foi associada apenas no genótipo 3. Entre os com genótipo

1, 27 eram homens e 20 mulheres, 12 cirróticos sendo sete Child A, cinco Child B e ne-

nhum Child C, 22 tinham carcinoma hepatocelular associado na indicação do trans-

plante, apenas um tinha invasão vascular no explante. Já nos com genótipo 3, 10

eram homens e quatro mulheres, apenas dois cirróticos, sendo um Child A e outro Child

B, nove tinham associação com carcinoma hepatocelular, nenhum com invasão vas-

cular no explante. A maioria teve confirmação histopatológica de recidiva eviden-

ciada pela biópsia hepática. A tolerância às medicações foi excelente e os efeitos

colaterais mais comuns foram fadiga, cefaléia e náuseas. A resposta virológica foi ne-

gativa ao final do tratamento em 37 dos com genótipo 1, 12 dos com genótipo 3 e

no genótipo 2. Todos apresentaram queda da carga viral de pelo menos 5 logs em

relação ao valor pré-tratamento. Porém, observou-se queda no nível sérico dos imu-

nossupressores, sobretudo com tacrolimus, havendo necessidade de se aumentar a

dose. Desta forma, observamos que o esquema incluindo sofosbuvir e daclatasvir é

seguro e eficaz na recidiva do vírus C após o transplante, mas que há interação com

os imunossupressores, principalmente com tacrolimus, reduzindo seu nível sérico.

CO-FIG-16TRATAMENTO DA RECIDIVA DA INFEÇÃO CRÓNICA VHC COM ANTIVÍRICOSDE AÇÃO DIRETA EM TRANSPLANTANDOS HEPÁTICOSSérgio Lima, David Ferreira, Sofia Ferreira, Judit Gandara, Vítor Lopes, Jorge Daniel,

Helena Pessegueiro Miranda

Unidade de Transplante Hepático e Pancreático, Centro Hospitalar do Porto, Portugal.

Introdução: A cirrose hepática por vírus da hepatite C (VHC) é uma indicação fre-

quente para transplante hepático nos adultos. A reinfeção pelo VHC após o transplante

é praticamente universal e está associada a pior prognóstico, com uma progressão

muito rápida da doença quando comparada com não transplantados. Os novos es-

quemas terapêuticos que contêm antivíricos de ação direta (AAD) apresentam eleva-

das taxas de resposta virológica sustentada (RVS) e bom perfil de segurança, podendo

vir a modificar favoravelmente o prognóstico destes doentes.

Objetivo e Métodos: Análise retrospetiva das características e resposta à terapêutica

dos doentes transplantados hepáticos submetidos a tratamento da recidiva de infeção

VHC com os novos AAD.

Resultados: Foi iniciado tratamento com AAD em 32 doentes, 94% eram homens com

idade média de 59 anos (37-71). As indicações de transplante foram descompensa-

ção da cirrose hepática em 44% dos casos e carcinoma hepatocelular em 41%. Em

56% a infeção pelo VHC era pelo genótipo 1, em 28% genótipo 3 e em 13% genótipo

4. A maioria (63%) tinha realizado tratamento prévio com interferão peguilado (IFN-

peg) associado ou não a ribavirina (RBV). Em 34% dos doentes foi anteriormente diag-

nosticada rejeição celular com necessidade de aumentar a imunossupressão. A

indicação de tratamento foi infeção crónica pelo VHC, tendo a maioria dos doentes

realizado avaliação histológica prévia (91%). Em 38% dos doentes o grau de fibrose

pelo score METAVIR era ≥ F3. À data da avaliação, 27 dos doentes tinham terminado

o tratamento há mais de 12 semanas. Cinco aguardam avaliação da RVS ou fim de

tratamento. Todos os doentes foram tratados com esquemas contendo sofosbuvir, 23

com ledipasvir, 5 com daclatasvir e 3 com IFN-peg. A RBV foi associada em 25 casos.

Em 6 doentes a duração de tratamento foi de 12 semanas e de 24 nos restantes. Ve-

rificou-se RVS em 100% dos casos. Não foram referidos efeitos adversos relevantes atri-

buíveis aos AAD, tendo havido dois casos de anemia secundária à RBV, que não

obrigaram a interrupção da terapêutica.

Conclusão: A excelente RVS observada com os novos AAD no tratamento da recidiva

da infeção VHC nos transplantados hepáticos permite eliminar esta complicação do

transplante, com melhor prognóstico esperado a longo prazo, e menor dificuldade no

controlo do enxerto destes doentes.

CO-COR-01INFLUENCE OF DRUGS BINDED TO NANOPARTICLES IN CORONARY DISEASEOF RABBIT TRANSPLANTED HEARTLucas R Barbieri, Domingos D Lourenço-Filho, Elaine R Tavares, Paulo S Gutierrez, Raul C

Maranhão, Noedir AG Stolf

INCOR.

Background: Coronary allograft vasculopathy is an inflammatory-proliferative process

that compromises the long-term success of heart transplantation and currently has no

effective prevention and treatment. The lipid nanoemulsion(LDE) can carry chemothe-

rapeutic agent in the circulation and concentrates them in the heart.

Methods: Twenty eight rabbits fed cholesterol diet and submitted to heterotopic heart

transplantation were treated with cyclosporine A (10mg/kg/daily-orally) and allocated

to four groups of 7 animals. One group was treated with intravenous LDE- metotrexate

(MTX) (4mg/kg/weekly); a second with LDE-paclitaxel (PACLI) (4mg/kg/weekly), the third

one with association of LDE-PACL (4mg/kg/weekly) I with LDE-MTX(4mg/kg/weekly) and

the control group received only weekly intravenous saline solution. Animals were sacri-

ficed 6 weeks later for morphometric, histological, immunohistochemical and gene ex-

pression analysis of the graft and native hearts.

Results: Compared to controls, grafts of LDE-PACLI treated rabbits showed 50%reduction

of coronary stenosis and in the LDE-MTX and LDE-MTX/PACLI stenosis was around 18%

less than control but this difference was not statistically significant. In the 3 treatment

groups macrophage infiltration was decreased. In LDE-MTX group, gene expression of

pro-inflammatory factors TNF-a, MCP-1, IL-18 and VCAM-1, and MMP-12 was strongly

diminished whereas expression of anti-inflammatory IL-10 increased. In the other two

treatment, groups (LDE-PACLI and LDE-PACLI/MTX) there was not a consistent influence

in pro and anti-inflammatory gene expression.

Conclusions: LDE-PACLI promoted strong improvement of the cardiac allograft vascu-

lopathy. LDE-MTX and LDE-MTX/PACLI decreased coronary stenosis but without statistic

significance. Macrophage infiltration was decrease in the three treatment groups. This

new preparation maybe candidate for future clinical trials.

CO-COR-02SOBREVIDA, MORTALIDADE PRECOCE, NO PRIMEIRO ANO E TARDIA EMTRANSPLANTAÇÃO CARDÍACAManuel Batista, David Prieto, Pedro Antunes, Manuel Antunes

Centro de Cirurgia Cardiotorácica e Transplantação de Órgãos Torácicos; Centro

Hospitalar e Universitário de Coimbra - Portugal.

Introdução: O transplante cardíaco(TxC) é a terapêutica de última linha da insuficiên-

cia cardíaca terminal, permitindo aumentar a sobrevida.

Material e Métodos: De Nov2003-Mai2016 realizaram-se 312TxC em 309 doentes. Os

autores apresentam a sobrevida ao 6 Meses, 1º,3º,5º,7º e 9º anos e analisam as mor-

talidades precoce (≤30 dias), no 1ºAno (31-365 dias) e tardia (>365 dias).

Resultados: 91 doentes (29,4%) já faleceram, 68 homens (74,8%). Idade à data do

TxC-52,1±14,39A (min.4, máx.71) e à data da morte-55,2±14,8A (min.7, máx.80). Etio-

logias mais frequentes da miocardiopatia(Nº/%): isquémica(41/45), dilatada (19/20,8)

e valvular (7/7,6). Graus de prioridade: I (1), II (5), V (27), VI (56) e VII (2). Factores de

risco cardiovascular(N/%): Dislipidémia (39/42,8), Tabagismo (36/39,5), Diabetes

(33/36,2), HTA (33/36,2), história familiar (12/13,1). Portadores de CD I(40/43,9), Doença

arterial periférica (33/36,2), PSAP-50,8±15,8mmHg e Resistência vascular pulmonar-

3,46±2,27UW. Taxa de filtração glomerular (TFG-MDRD)-63,57±39,25ml/min/1,73m2,

com 54 doentes (59,3%) ≤60ml/min/1,73m2 e 20 doentes (21,9%) com hemoglobina

≤10g/dl.

Dadores: 68 homens (74,7%), disparidade de sexo-32 (35,1%), idade-35,83±11,5A

(min.9, máx.55). Principais causas de morte: TCE (57/57,1%) e AVC hemorrágico

(27/29,6%). 37 dadores (40,6%) locais. Técnica cirúrgica-Bicava (100%) e cirurgia car-

díaca prévia (29/31,8%), a maioria (14/48,2%) coronária. Ocorreram 32 complicações

perioperatórias, as mais frequentes: disfunção biventricular(8), ventrícular direita(5), es-

querda(4) e hemorragia(7). Tempos de isquémia fria/total/CEC, respectivamente:

54,44±39,59/93,48±45,25/106,86±9,19 minutos. Ventilação mecânica-32,9horas. 25

doentes (27,4%) necessitaram inotrópicos ≥48h. 87 doentes (95,6%) fizeram Basiliximab

e todos esquema triplo:CsA+MMF+Prd (82/90,5%) e FK+MMF+Prd (9/9,5%). Ocorreu

troca de imunossupressão em 34 (37,3%), 28(30,7%) para inibidores mTOR. Duração

do internamento:20,7±25,09 dias (min.1, máx.182).

Sobrevida aos 6 Meses e 1º,3º,5º,7º e 9ºAnos, respectivamente: 89,6, 87,9, 82,5, 77,7,

70,3 e 61,7%. Mortalidade Precoce, 1ºAno e Tardia, respectivamente (N/%): 15/4,8%,

22/7,1% e 54/17,4%. Em relação ao total de falecidos (N91), os valores são, respecti-

vamente:15/16,4%, 22/24,2%, 54/59,3%.

Causas principais de morte: Infecção (35/38,4%), Neoplasia (13/14,2%), Vascular

(13/14,2%) e Cardíaca (12/13,1%). Principal infecção: Pneumonia (24/77,4%). Neopla-

sias mais frequentes: PTLD (3/23%) e cólon (3/23%). Causas vasculares: AVChemorrágico

(6/46,1%), AVCisquémico (5/38,4%), HTPulmonar (2/15,3%). Causa cardíacas: Disfunção

precoce do enxerto (4), Rejeição (celular-3,humoral-1,hiperaguda-1), Doença vascular

do enxerto(3).

Causas principais de Mortalidade Precoce (N/%): Vascular (8/53,3%), cardíaca

(4/26,6%) e infecciosa (3/20%). No 1ºAno: Infecção (13/59,1%), cardíaca (3/13,6%).

Page 29: Download do Livro de Resumos

13–15 OUTUBRO 2016 · PORTO · PORTUGALXIII CONGRESSO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSO LUSO BRASILEIRO DE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICO DE TRANSPLANTAÇÃO

COMUN

ICAÇÕES ORAIS

29

Tardia: Infecção (19/35,1%), neoplasia (12/22,2%), cardíaca (5/9,2%), vascular (4/7,4%)

e psiquiátrica (4/7,4%).

Conclusões: Os doentes falecidos tinham um perfil de risco elevado pelas múltiplas

co-morbilidades. Apesar de 29,4% de doentes falecidos, a sobrevida no nosso Centro

é 10% superior ao registo da ISLHT. 40% faleceram no 1º ano. As causas vascular e

cardíaca predominam no 1ºmês, a infecciosa e cardíaca no 1ºAno e a infecciosa e

neoplásica a partir daí, sublinhando os efeitos nefastos da imunossupressão.

CO-COR-03RESULTADOS EM TRANSPLANTAÇÃO CARDÍACA PEDIÁTRICA – EXPERIÊNCIADE UM CENTRO. Manuel Batista, David Prieto, Pedro Antunes, Manuel Antunes

Centro de Cirurgia Cardiotorácica e Transplantação de Órgãos Torácicos; Centro

Hospitalar e Universitário de Coimbra - Portugal.

Introdução: A melhoria dos cuidados à população pediátrica com miocardiopatia

(MC), congénita ou adquirida, conduziu a que um número crescente sobreviva com

insuficiência cardíaca e que, cada vez mais, sejam propostos para transplante car-

díaco (TxC).

Material e Métodos: De Nov2003-Mai2016 realizaram-se 312TxC(309 doentes). Oito

(2,5%) tinham idade ≤18anos. Apresentamos a demografia, tempo em lista de espera

(TLE), etiologia da MC, características dos dadores, dados cirúrgicos, imunossupressão

(IS), intercorrências, evolução da hemoglobina (Hb), função renal (creatinina e taxa

de filtração glomerular (TFG)-fórmulaMDRD), glicémia, ficha lipídica (Colesterol total(CT),

HDL e Triglicerídeos (TG)) e uricémia, PSAP e FEVE aos 6M, 1A, 3A e 5A após o TxC e a

mortalidade.

Resultados: 6 (75%) doentes eram rapazes, idade 12,5±3,8A(min.3, máx.16) e IMC

19,9±3,06kg/m2. TLE: 42,8±45,3dias (min.3, máx.132). Etiologia da MC (Nº): idiopática

(3), miocardite (2), hipertrófica (1), congénita (1) e iatrogénica (1). Um tinha prioridade

emergente (IV), 1 CDI CDI, 2 pacemaker, 5 anemia e 3 lesão renal. Dadores: 7 eram

do sexo masculino, idade 22,5±11,46A (min.9, máx.46), IMC 22,2±3,82kg/m2, todos

falecidos por TCE e 3 (37,5%) eram locais. Em todos foi usada a técnica Bicava, ne-

nhum tinha cirurgia cardíaca prévia, não ocorreram complicações e os tempos de is-

quémia fria/total e CEC foram, respectivamente: 55,87±28,01/70±39,39, 80,1±29,54

minutos. Tempo de ventilação:13,7±4,52horas e só 2 necessitaram inotrópicos ≥24

horas. Todos fizeram Basiliximab e esquema triplo: FK+MMF+Prd (6) e CsA+MMF+Prd

(2). Estiveram internados 17,12±9,38 dias (min.10 e máx.32). Intercorrências (Nº): Re-

jeição ≥2R-1ºano (2), Infecções (21, 8 com internamento), Infecção-CMV (6), Convul-

sões (3), Neoplasias (2), Diabetes (2), Hipertrigliceridémia (4), Hipercolesterolémia(2),

Hiperuricémia (4), HTA (3), Valvulopatias (2), Derrame pericádico (1). Vasculopatia en-

xerto (0).

Dados analíticos à data do TxC(0), 6M, 1A, 3A e 5A foram, respectivamente:

Hemoglobina (g/dl): 9,77±1,42, 11,27±1,58(p0,05), 11,64±1,61(p0,69), 11,88±1,04

(p0,50), 13,65±1,72 (p0,039).

Creatinina (mg/dl): 1,06±0,65, 1,12±0,46 (p0,75), 1,17±0,35 (p0,66), 1,15±0,49

(p0,92), 1,12±0,35 (p 0,45).

TFG (ml/min/1,73m2): 145,08±100,76, 127,10±118,69 (p0,53), 93,58±49,93 (p0,15),

88,56±39,50 (p0,22), 79,12±25,82 (p0,39).

Glicémia (mg/dl): 131,25±47,74, 96,28±15,83 (p0,11), 96,57±22,61 (p0,13),

93,50±24,12 (p0,09) e 100,25±29,20 (p0,05).

CT (mg/dl): 164,00±31,02, 177,28±37,26 (p0,036), 180,42±55,35 (p0,22),

158,71±22,02 (p0,66), 191,75±94,30 (p0,42).

HDL (mg/dl): 35,87±8,37, 41,00±14,03 (p0,20), 40,57±10,13 (p0,32), 40,00±8,75

(p0,21), 41,25±12,65 (p0,36)

TG (mg/dl): 120,00±41,69, 172,00±120,75 (p0,06), 182,14± 162,03 (p0,61),

135,25±59,35 (p0,99), 135,75±58,18 (p0,22)

Uricémia (mg/dl): 6,15±0,41, 7,20±1,61 (p0,16), 8,35±2,72 (p0,09), 7,64±2,08 (p0,09),

9,10±3,89 (p0,25)

A PSAP e FEVE no 1ºM, 6M, 1A, 3A e 5A, foram, respectivamente:

PSAP (mmHg): 37,00±6,04, 30,85±6,74 (p0,07), 26,71±5,37 (p0,02), 26,85±5,63

(p0,03), 29,00±7,34 (p0,15)

FEVE (%): 66,75±10,06, 69,37±8,55 (p0,49), 69,28±6,47 (p0,42), 70,14±4,48 (p0,29),

70,75±5,90 (p0,34)

Sobrevida média: 1892,12±1200,68. 4 doentes (50%) faleceram (Nº): PTLD (2), pneu-

monia (1) e asfixia (1) (min.104, máx.2583dias).

Conclusões: A manutenção duma boa função do enxerto e redução da PSAP ocorreu

à custa de múltiplas co-morbilidades e intercorrências, sendo a PTLD a mais temível.

CO-COR-04RETRANSPLANTAÇÃO CARDÍACA EM PORTUGAL: 3 CASOSManuel Batista, David Prieto, Pedro Antunes, Manuel Antunes

Centro de Cirurgia Cardiotorácica e Transplantação de Órgãos Torácicos; Centro

Hospitalar e Universitário de Coimbra - Portugal.

Introdução: A falência do enxerto cardíaco é o grau mais prioritário para transplanta-

ção, mas a limitação de dadores torna o retransplante cardíaco(RTxC) eticamente dis-

cutível.

Material e Métodos: De Nov2003-Mai2016 efectuaram-se 312 transplantes cardíacos

(TxC) (309 doentes). 3 doentes (0,1%) foram submetidos a RTxC, todos em contexto de

disfunção precoce do enxerto (DPE)/rejeição. Em todos foi usada a técnica Bicava, in-

dução com basiliximab e esquema triplo (MMF+CsA+Prd).

Caso 1: Homem, 54 anos, IMC-30,8 kg/m2, ARh+, Miocardiopatia isquémica (MCI),

portador de CDI, Hipertensão pulmonar (HTP) (RVP-5,4UW), Diabetes, Hipertensão arte-

rial, Dislipidémia, Ex-fumador, Hiperuricémia, Arteriopatia periférica, Insuficiência renal

(IRC) (TFG-MDRD-22,3ml/min/1,73m2) e história familiar de cardiopatia. Fez TxC

(10.12.2013), dador não local, homem, 56 anos, ORh+, IMC-29,4 kg/m2, falecido por

AVChemorrágico (AVCh). Os tempos de isquémia fria/total/CEC (TIF/IT/CEC)

foram:75/110/120 minutos. Ocorreu disfunção biventricular (DBV) por rejeição-3R e

agravamento da IRC, com necessidade de suporte aminérgico, ECMO, hemodiafiltra-

ção-venovenosa-continua (HDFVVC) e ventilação mecânica(VM). Por manter DBV fez

RTxC (18.12.2013), com dador homem, 34 anos, ORh+, IMC-29,3kg/m2, falecido por

TCE. TIF/IT/CEC foram:15/45/116 minutos. Necessitou dobutamina mais 48 horas e VM

mais 84 horas. Desde então, sem rejeição, sem vasculopatia do enxerto, boa função

(FEj-55%), PSAP-35 mmHg, função renal estável (TFG-22,3ml/min/1,73m2) e profissional-

mente activo.

Caso 2: Homem, 47 anos, IMC-23,03kg/m2, ARh+, MCI, HTP (RVP-5UW), portador de

CDI. Antecedentes: dislipidémia, fígado de estase (Bilirrubina total (BT)-2mg/dl) e IRC

(TFG-64,9ml/min/1,73m2). Realizou TxC (15.07.2014), com dador local, mulher, 27 anos,

ARh+, IMC-27,9kg/m2, falecido por AVCh. TIF/IT/CEC, foram: 20/48/80 minutos. Ocorreu

Disfunção ventricular direita (DVD) com necessidade de suporte aminérgico, ECMO e

por agravamento da IRC iniciou HDFVVC. Por manter DVD fez RTxC (01.08.2014), com

dador não local, homem, 42 anos, ARh+, IMC-24,7kg/m2, falecido por AVCh. TIF/IT/CEC

foram:123/153/158 minutos. Manteve suporte aminérgico, VM, ECMO, HDFVVC, tendo

ocorrido hepatite isquémica(BT-12mg/dl) e pneumonia, com óbito ao 13ºdia.

Caso 3: Mulher, 44 anos, IMC-17,75kg/m2, ARh+, Displasia arritmogénica VD, porta-

dora de CDI-CRT-D. Antecedentes: AVC (sem sequelas), Hipertiroidismo (amiodarona)

e fígado de estase (BT-2mg/dl). Fez TxC (20.04.2016), com dador não local, mulher,

40anos, ARh+, IMC-20,8kg/m2, falecido por AVCh. TIF/IT/CEC foram: 82/104/106 minu-

tos. Ocorreu DBV, hepatite isquémica/tóxica (BT-41mg/dl), com necessidade de suporte

aminérgico, ECMO e VM. Por manter DBV fez RTxC (05.05.2016), com dador homem,

38 anos, ARh+, IMC-27,4 kg/m2, falecido por TCE. TIF/IT/CEC foram:80/114/79minutos.

Necessitou dobutamina mais 48 horas e VM mais 54horas. Ocorreram pneumonia, po-

lineuropatia e epilepsia. Encontra-se ainda internada(36dias), com melhoria da função

hepática (BT-3mg/dl), boa função renal e do enxerto (FEj-55%).

Conclusões: No contexto de DPE/Rejeição refractários à terapêutica, a RTxC deve ser

considerada.

CO-COR-05DADORES MARGINAIS: EVOLUÇÃO DA FRACÇÃO DE EJECÇÃO, VOLUMEVENTRICULAR ESQUERDO E PRESSÃO SISTÓLICA DA ARTÉRIA PULMONAR EMRECEPTORES DE ÓRGÃOS COM NECESSIDADE DE CIRURGIA CARDÍACAASSOCIADA AO TRANSPLANTE. Manuel Batista, David Prieto, Pedro Antunes, Manuel Antunes

Centro de Cirurgia Cardiotorácica e Transplantação de Órgãos Torácicos; Centro

Hospitalar e Universitário de Coimbra - Portugal.

Introdução: A escassez de órgãos é a principal limitação da transplantação e o uso

de dadores marginais é uma maneira de a ultrapassar.

Material e Métodos: De Nov2003-Mai2016 realizaram-se 312 transplantes (309 doen-

tes). Em 21 doentes (6,7%) realizou-se cirurgia cardíaca (valvular, coronária ou outra)

associada à transplantação (Cir+TxC). Os autores apresentam a demografia, tempo

em lista de espera (TLE), etiologia da miocardiopatia (MC), características dos dadores,

dados cirúrgicos, imunossupressão, evolução da fracção de ejecção do ventrículo

esquerdo (FEVE), volumes diastólico(VEd) e sistólica (VEs) do VE ao 1ºMês, 1º, 2º e

3ºanos, PSAP à data do transplante (T0), 1º, 2º e 3ºanos e a mortalidade.

Resultados: 21 (76,1%) doentes eram homens, idade 58,4±7,7 anos (min.45, máx.71)

e IMC 23,09±3,86 kg/m2. TLE:40,41±29,43 dias (min.1, máx.93). Etiologia da MC

(Nº/%): Isquémica (9/33%), dilatada (4/19%), valvular (3/14%), idiopática (3/14%) e ia-

trogénica (2/9,5%).

Factores de risco mais frequentes (N/%): Dislipidémia (13/62%), Tabagismo (11/52%) e

HTA (7/33%). 15 doentes (71,4%) tinham prioridade VI, 8 (38%) cirurgia cardíaca prévia,

15 (71,4%) lesão renal (TFG-MDRD ≤ 60 ml/min/1,73m2), 5 (24%) anemia (Hb ≤10 g/dl),

5 (24%) doença arterial periférica e a PSAP média era 49,14±13,13mmHg.

Dadores: 14 (66,6%) eram homens, idade 41,4±11,61 anos (min.15, máx. 56) e IMC

25,14±2,59 kg/m2. Causas de morte: AVC hemorrágico (AVCh)-11 (53%), TCE-7 (33%)

e Anóxia-3 (14%). Dez (47%) eram dadores locais.

Em todos foi usada a técnica Bicava. Cirurgias associadas: Anuloplastia mitral poste-

rior-9(42,8%), Plastia mitral-2, Plastia mitral+tricúspide-2, CABG-2, Encerramento de CIA-

2, Plastia mitral+CABG-1, Plastia tricúspide-1, Susbstituição Aorta ascendente-1,

Anastomose cava superior esquerda/artéria pulmonar-1). Tempos de isquémia fria, total

e CEC, respectivamente: 45,33±34,76, 88,14±36,98, 123,04±61,83minutos. Tempo

de ventilação:35,10±49,75 horas, mas só em 6(28.5%) foi ≥24h e só 5 (23,8%) neces-

sitaram inotrópicos ≥48 horas. Complicações: disfunção ventricular-4 casos (19%), em

3 foi necessário suporte mecânico; tamponamento-1 e hemorragia-1.

Dezoito doentes (85,7%) fizeram Basiliximab e todos esquema triplo: CsA+MMF+Prd

(19/90,5%) e FK+MMF+Prd(2). Duração do internamento: 22,14±37,74dias(min.8,

máx.182).

A FEVE, VEd, VEs no 1ºMês, 1º, 2º e 3ºanos foram, respectivamente:

FEVE (%): 72,43±6,63, 72,25±5,51 (p0.26), 71,46±4,15 (p0.25), 70,25±5,37 (p0.88).

VEd (mm): 43,81±7,55, 46,87±7,33 (p0.06), 47,46±6,71 (p0.55), 45,75±7,13 (p0.32).

VEs (mm): 25,37±5,64, 27,31±5,71 (p0,23), 28,46±4,84 (p0,69), 28,00±6,76 (p0,17).

PSAP (mmHg) em T0 e 1º, 2º e 3ºanos foi, respectivamente: 48,82±13,08, 30,35±5,86

(p0,04), 30,15±4,33 (p0,20), 30,33±5,85 (p0,16).

Sobrevida média: 1542,23±1263,28 dias (min.9, máx.4437). 8 doentes (38%) falece-

ram (Nº): AVCh-2, Morte súbita-2, Disfunção precoce enxerto-1, Endocardite-1, Toxo-

plasmose cerebral-1, Pneumonia-1) (min.9, máx 2864 dias).

Page 30: Download do Livro de Resumos

13–15 OUTUBRO 2016 · PORTO · PORTUGALXIII CONGRESSO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSO LUSO BRASILEIRO DE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICO DE TRANSPLANTAÇÃO

30

COMUN

ICAÇÕES O

RAIS

Conclusões: O uso destes órgãos marginais associou-se a FEVE e volumes do VE nor-

mais e estáveis ao longo de 3 anos e uma redução significativa (p0.04) da PSAP no

1ºmês, com estabilidade posterior.

CO-COR-06SURVIVAL AFTER HEART TRANSPLANTATION: INFECTION AND TUMORALDEVELOPMENT AHEAD OF ACUTE CELLULAR REJECTIONIsa Elói Fernandes, David Prieto, Manuel Batista, Lina Carvalho, Manuel J. Antunes

Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

Background: The impact of acute cellular rejection (ACR) on long-term survival during

the first years after heart transplant (HT) is not established, as well as its role on cardiac

allograft vasculopathy (CAV). New immunosuppressors have led to a decline of the in-

cidence of ACR and raised the incidence of infections and tumors. We analyzed the

impact of ACR on long-term survival and considered the occurrence of neoplasia, in-

fections and CAV in the selected patients.

Methods: Between November 2003 and May 2013, 236 HT were performed. Patients

under 18-years old and patients undergoing organ transplantation before HT were ex-

cluded. Recipients with at least one episode of ACR event graded as ≥2R (Group A

n=47) were compared with recipients free of ACR event graded ≥2R (Group B n=171),

subdivided in recipients free of any event of rejection (Group B2 n=74) or at least one

1R event (Group B1 n=97), in the first 3 years after heart transplantation.

Results: Incidence of ACR was higher in the first 6 months after heart transplantation (P

< 0.001). There was no significant statistical difference in long-term survival (P =0.101)

or incidence of CAV (P=0.144) between the two groups. A slightly tendency for a lower

long-term survival (61.7 ± 7.3% vs. 77.1 ± 3.7%) and survival free of CAV (75.9 ± 6.6%

vs 86 ± 3.5%) was verified in Group A. Also was verified a decrease in long-term survival

between Groups B2, B1 and A (77.2% ± 5.1 vs 70.8 ± 5.9% vs 67.5 ± 7.7%). Malignancy

de novo had an higher incidence in Group B (P=0.026) while infections (P=0.036) was

a complication more frequent in Group A.

Conclusion: With this study, we verified that we have a small rate of ACR and mostly oc-

curs in the first 6 months. The effective immunosuppression regimen or maybe a state

of over-immunosuppression may lead to a higher incidence of tumors and infections.

This study also suggests that recipients with ACR events are more likely to suffer from CAV

however with out statistical significance.

CO-COR-07DOADORES DE ALTO RISCO: HÁ SEGURANÇA NA REALIZAÇÃO DOTRANSPLANTE CARDÍACO UTILIZANDO-SE DOADORES MARGINAIS?Ronaldo Honorato Barros dos Santos, Fabio Antônio Gaiotto, Domingos Dias Lourenço

Filho, Fernando Bacal, Sandrigo Mangini, Monica Samuel Avila, Luis Seguro, Fabiana

Marcondes Braga, Iáscara Wosniack, Carlos Imberg, Audrey De Paulo, Ana Maria

Duque, Pablo Maria Alberto Pomerantzeff, Fabio Biscegli Jatene, Roberto Kalil Filho

Núcleo de Transplantes do Instituto do Coração - InCor - Hospital da Clínicas da

Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Introdução: O transplante cardíaco é o tratamento de escolha para a InsuficiênciaCardíaca terminal, entretanto, é realizado em número insuficiente em nosso meio, ha-vendo grande carência de órgãos. A utilização de doadores com critérios expandidos,ditos limítrofes (ou marginais), mesmo aqueles com alto risco, pode ser uma opçãopara o aumento do número de transplantes. Objetivo: Avaliar a segurança na utilização de doadores classificados como de altorisco, utilizando-se o escore do Eurotransplante. Material e métodos: No período de 07/2013 até 06/2016, foram realizados 123 trans-plantes cardíacos utilizando-se sempre a mesma proteção miocárdica e com a téc-nica bicaval uniatrial esquerda (com alguns casos com a técnica bipulmonar). Osdoadores foram divididos em 2 grupos, conforme a pontuação do Eurostransplante,sendo doadores de baixo risco aqueles até 17 pontos e os de alto risco acima de 17pontos. O escore foi aplicado baseando-se nas informações contidas da ficha de no-tificação do doadores, no momento da oferta dos órgãos. A mortalidade na primeirasemana e em 30 dias após o transplante, bem como a incidência de disfunção agudado enxerto foram comparadas. Resultados: Em 88 doadores (71,55%) apresentavam menos de 17 pontos (baixo risco),e em 35 doadores (28,45%) mais de 17 pontos. A idade média dos doadores foi de 33anos sendo o mais velho 50 anos. As causas responsáveis pela alta pontuação foram:uso de drogas ilícitas, parada cardiorrespiratória, altas doses de drogas vasoativas ehipernatremia. A mortalidade foi de 8 (6,50%) receptores na primeira semana (sendo 3óbitos dos doadores de alto risco) e de 15 (12,19%) receptores até 30 dias (sendo 7óbitos dos doadores de alto risco), sendo a incidência de disfunção aguda do enxertosemelhante em ambos os grupos. Não houve significância estatística entre os grupos. Conclusão: A utilização de enxertos oriundo de doadores marginais é segura e podeaumentar o número de transplantes em nosso meio.

CO-COR-08IMPACTO DA CRIAÇÃO DE UM NÚCLEO DE TRANSPLANTES NAMORTALIDADE EM LISTA DE ESPERA EM TRANSPLANTE CARDÍACO. ESTUDOCOMPARATIVO ENTRE DUAS ERAS. Ronaldo Honorato Barros dos Santos, Fabio Antônio Gaiotto, Domingos Dias Lourenço

Filho, Fernando Bacal, Sandrigo Mangini, Monica Samuel Avila, Luis Seguro, Fabiana

Marcondes Braga, Iáscara Wosniack, Juliana Ainhia de Souza, Jaqueline Aparecida

Leite de Melo, Carlos Imberg, Pablo Maria Alberto Pomerantzeff, Fabio Biscegli

Jatene, Roberto Kalil Filho

Núcleo de Transplantes do Instituto do Coração - InCor - Hospital da Clínicas da

Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Introdução: O transplante cardíaco é o tratamento de escolha para a insuficiência

cardíaca terminal, entretanto ainda é realizado em número insuficiente em nosso meio.

Uma das causas pode ser considerada pela falta de doadores adequadamente cui-

dados, contribuindo como grande causa para baixa utilização dos enxertos. Mas, uma

outra causa que pode ser significativa, mesmo nos dias atuais, é a não profissionaliza-

ção das equipes de transplante, especialmente as de coração. Este fato contribuí

para a baixa taxa de utilização dos corações ofertados.

Objetivo: Avaliar retrospectivamente o impacto na mortalidade em lista de espera de

receptores listados para transplante cardíaco, antes e após a criação de um Núcleo

de Transplantes (em 2013) com profissionais dedicados em tempo integral para esta

finalidade.

Material e métodos: Foram avaliadas duas eras distintas: uma antes da criação do

Núcleo de Transplantes e outra após a criação deste. Foram analisados as mortalida-

des absolutas (pacientes) e as porcentagem, comparando-se os anos de 2011, 2012,

2013, 2014, 2015 e 2016 (analisando-se os meses de janeiro até junho). Também foram

comparados com o Estado, valores que refletem o desempenho global do sistema de

transplantes nos mesmos períodos.

Resultados: As taxas de mortalidades em lista de espera de 2011 a 2016 (de janeiro

até junho) foram respectivamente: 55,9%, 52,09%, 33,61%, 40,24%, 19,03% e 6,38%.

Os óbitos absolutos (receptores) foram, no mesmo período de 2011 a 2016: 10, 7, 5,

6, 3 e apenas 1 paciente em 2016 faleceu a espera do transplante. Em comparação

com o Estado, as taxas de mortalidade de 2011 a 2016 foram: 46,62%, 28,75%,

21,13%, 32,2%, 26,18% e 18,31%.

Conclusão: A criação de Núcleo de Transplante com profissionais dedicados para

esta finalidade, impacta significativamente na taxa de mortalidade dos receptores

em fila de espera, contribuindo, inclusive, no desempenho de todo o sistema do Es-

tado. Além disso foi observado que houve aumento significativo no número de trans-

plantes realizados desde 2013.

CO-COR-09TRANSPLANTES CARDÍACO EM CARÁTER DE PRIORIDADE - EXPERIÊNCIA EM135 CASOS CONSECUTIVOS DE TRANSPLANTE. Ronaldo Honorato Barros dos Santos, Fabio Antônio Gaiotto, Domingos Dias Lourenço

Filho, Fernando Bacal, Sandrigo Mangini, Monica Samuel Avila, Luis Seguro, Fabiana

Marcondes Braga, Iáscara Wosniack, Luciana Akutsu Ohe, Jaqueline Aparecida Leite

de Melo, Carlos Imberg, Noedir Antonio Gropo Stolf, Pablo Maria Alberto

Pomerantzeff, Fabio Biscegli Jatene, Roberto Kalil Filho

Núcleo de Transplantes do Instituto do Coração - InCor - Hospital da Clínicas da

Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Introdução: O transplante cardíaco é o tratamento de escolha para a insuficiência

cardíaca terminal. No entanto a baixa oferta de órgãos e a característica de nosso

centro (de alta complexidade) faz com que os pacientes avaliados e listados para

transplante cardíaco, sejam indicados em caráter prioritário. Ao contrário do que

ocorre em vários centros ao redor do mundo, nossos transplantes são realizados em

prioridade em mais de 90% dos casos.

Objetivos: Avaliar e compartilhar nossa experiência com receptores transplantados

em caráter de prioridade, comparando os resultados dos diferentes grupos priorizados:

com drogas vasoativas (DVA), com balão intra-aórtico (BIA) e com algum tipo de assis-

tência circulatória mecânica (ACM).

Material e métodos: De Janeiro de 2013 até 01/06/2016, foram inscritos 213 recepto-

res, dos quais 179 (84%) em caráter de prioridade. Destes receptores, 84 (46,9%) foram

priorizados com BIA, 78 (43,6%) foram priorizados com DVA, 9 (5,0%) foram autorizados

pela câmara técnica, 7 (3,9% em suporte com ACM de qualquer tipo e 1 (0,6%0 foram

priorizados por transplante agudo. Do total de inscritos em prioridade, 21 pacientes

foram removidos, 6 foram suspensos e 16 permanecem ativos, aguardando por um

coração. O óbito pré-transplante ocorreu em 22 (12,29%) pacientes priorizados.

Resultados: Do total de 179 priorizações, foram transplantados 135 (75,41%) recepto-

res, dos quais 56 (41,48%) receptores em uso de BIA (com 12 (21,42%) óbitos pós trans-

plante), 49 (36,29%) em uso de DVA (com 9 (18,36%) óbitos pós transplante), 4 (2,96%)

autorizados pela câmara técnica (sem óbitos) e 5 (3,70% em uso de ACM de qualquer

espécie (com 4 (80%) de óbitos pós-transplante). A nossa taxa global de óbitos foi de

37 (27,40%) receptores durante todo o período (com óbitos variando de 1 dia a 900

dias).

Conclusão: A realização de transplante cardíaco em pacientes em caráter de priori-

dade representa quase a totalidade dos casos de nossa instituição. Embora não ideal,

especialmente na era dos dispositivos de assistência ventricular de melhor qualidade,

o uso do balão intra-aórtico é muito útil e prova-se eficaz em nosso meio. Os dados

refletem a carência de instituições que tratem adequadamente os pacientes porta-

dores de insuficiência cardíaca terminal em nosso país.

CO-ENF-01ADESÃO E AUTOCUIDADO EM PACIENTES SUBMETIDOS A TRANSPLANTEPULMONARSusana Beatriz de Souza Pena, Vera Lúcia Mendes de Paula Pessoa, João David de

Souza Neto, Raquel Carvalho dos Santos, Antero Gomes Neto, Juan Alberto Cosquillo

Mejia e Nádia Moraes de Almeida

Hospital Dr. Carlos Alberto Studart Gomes em Fortaleza-Ceará-Brasil.

O transplante pulmonar surge como a única alternativa de sobrevivência do paciente

acometido por uma doença pulmonar avançada. É caracterizado pelo intenso sofri-

mento e desconforto, resultantes da doença de base, que o limitam a viver. O acom-

panhamento ambulatorial exige do paciente disciplina e responsabilidade diante dos

Page 31: Download do Livro de Resumos

13–15 OUTUBRO 2016 · PORTO · PORTUGALXIII CONGRESSO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSO LUSO BRASILEIRO DE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICO DE TRANSPLANTAÇÃO

COMUN

ICAÇÕES ORAIS

31

cuidados complexos sugeridos pela equipe multiprofissional.

Objetivo: Conhecer aspectos relacionados a adesão ao tratamento e autocuidado

do paciente submetido ao transplante pulmonar, acompanhado ambulatorialmente

em um hospital de referência em Fortaleza-Ceará.

Metodologia: Tratou-se de uma pesquisa de caráter exploratório com abordagem

qualitativa, em um hospital de referência em doenças cardiovasculares e pulmonares

na cidade de Fortaleza-Ceará. Foram entrevistados 10 transplantados de pulmão, no

período de setembro de 2015 a janeiro de 2016. A organização e análise dos dados

foram respaldadas em fundamentos fenomenológicos e utilizada a saturação teórica

para o encontro das unidades significativas. A partir disso foram levantadas duas ca-

tegorias temáticas: acompanhamento ambulatorial pela equipe, no pós-transplante

pulmonar e o cotidiano da pessoa submetida ao transplante.

Resultados: Foi observado que os transplantados demonstraram aprendizado a res-

peito das práticas de adesão e autocuidado orientados pela equipe multiprofissional.

Além disso, expressaram conhecimento e assimilação sobre essas práticas, além de

vontade em dar seguimento ao tratamento complexo e contínuo. Porém, alguns trans-

plantados apresentaram dificuldades em seguir a adesão e o autocuidado por con-

frontar com hábitos e gostos os quais têm apreço.

Conclusão: Percebe-se que muitas são as limitações sofridas pelos pacientes ao se

candidatarem ao transplante pulmonar, de maneira que eles se lançam nessa cirurgia

como opção única para uma vida com qualidade. Falta assimilação por parte deles

a respeito do preço que se tem a pagar na obrigatoriedade em seguir rigorosamente

as orientações sugeridas pela equipe multiprofissional. Se faz necessária a participa-

ção conjunta e integral de todos os profissionais com o intuito de promover interven-

ções múltiplas e práticas educativas no planto terapêutico singular do transplantado.

CO-ENF-02O FOLLOW-UP DE ENFERMAGEM TELEFÓNICO APÓS TRANSPLANTAÇÃOHEPÁTICALiliana Andreia Neves da Mota, Maria Adelaide Sousa Cruz, Anabela Ferreira

Campos, Catarina Alexandra Oliveira

Centro Hospitalar do Porto - Unidade de Transplantação Hepática e Pancreática;

Escola Superior de Enfermagem do Porto.

Introdução: Aquando da preparação do regresso a casa a pessoa vê-se desafiada

a incorporar um conjunto de orientações tendo em vista o sucesso da transplantação.

O regresso a casa é o primeiro desafio que é colocado às pessoas, pelo que o contato

precoce com os profissionais com quem estabeleceram parcerias estreitas pode ser

fator facilitador deste processo de transição.

Objetivo: Compreender após a alta a avaliação que a pessoa transplantada hepática

faz da sua condição de saúde, tendo em vista a melhoria da qualidade dos cuidados

prestados.

Metodologia: Análise documental, retrospetiva, à documentação efetuada em im-

presso próprio do follow-up de enfermagem telefónico. Os dados correspondem ao

período de janeiro de 2014 a Março de 2016 e foram sujeitos a análise de conteúdo.

Resultados: Foram 49 os doentes que integraram as consultas. Do conjunto de sinais

e sintomas indicativos de alterações na função hepática verificamos que 92% nunca

sentiu prurido, 96% nunca teve vómitos, 90% não refere alterações do apetite, 80%

nunca teve dor, 61% refere cansaço, 98% nunca teve ascite, 76% não refere sono-

lência e a totalidade dos participantes nunca teve hemorragias. Todos os doentes re-

ferem tomar a medicação à hora certa e 8% refere ter esquecido pelo menos uma

toma da medicação. A estratégia mais utilizada para não esquecer a toma da medi-

cação é o telemóvel (50%). A maioria (80%) considera que a qualidade da informa-

ção fornecida desde o pré ao pós transplante é boa.

Conclusão: O cansaço emerge como a área com maior impacto na vida das pessoas

após transplante hepático. A percentagem de clientes que esqueceram uma das tomas

da medicação até ao 5º dia pós alta é significativa, pelo que as terapêuticas a imple-

mentar devem ser repensadas tendo em vista a melhoria da qualidade dos cuidados.

CO-ENF-03O MODELO DE ACOMPANHAMENTO DE ENFERMAGEM DE UM CENTRO DETRANSPLANTAÇÃO HEPÁTICALiliana Andreia Neves da Mota, Fernanda Santos Bastos, Maria Alice Correia Brito

Centro Hospitalar do Porto - Unidade de Transplantação Hepática e Pancreática;

Escola Superior de Enfermagem do Porto.

Introdução: O sucesso da transplantação hepática depende em grande parte da ca-

pacidade do indivíduo se autocuidar após transplante. Neste quadro, o acompanha-

mento pelos profissionais de saúde dos clientes submetidos a transplante hepático

assume uma importância basilar.

Objetivo: Compreender o modelo de enfermagem em uso num Centro de transplan-

tação hepática; Identificar os aspetos de saúde mais relevantes para os enfermeiros;

Nomear as intervenções de enfermagem mais frequentemente identificadas pelos en-

fermeiros; Identificar as áreas de intervenção dos enfermeiros no follow-up do interna-

mento.

Metodologia: Análise documental, retrospetiva, aos processos de enfermagem do Sis-

tema de Apoio à Prática de Enfermagem da consulta externa e dos registos em papel

do follow-up efetuado pelos enfermeiros do internamento. Efetuada análise de con-

teúdo aos dados do período de Julho de 2010 a Setembro de 2014.

Resultados: O agendamento das consultas de enfermagem da consulta externa re-

sultam dos agendamentos efetuados pelos médicos, tendo sido 1460 os contatos que

originaram registos de enfermagem. Cada cliente tem em média 5 contatos de en-

fermagem. O aspeto de saúde mais frequentemente identificado é a “suscetibilidade

à infeção” (67,3%), sendo a intervenção, com integridade referencial, mais frequen-

temente associada o “Ensinar sobre prevenção de complicações”. As intervenções

identificadas pelos enfermeiros da consulta são na sua maioria do âmbito do “Obser-

var” (52,72%): “monitorizar” (34,0%), vigiar (13,83%), avaliar (4,89%). O follow-up efe-

tuado pelos enfermeiros do internamento distribui-se pelo pré transplante e 1º, 3º e 6º

mês após transplante, tendo sido efetuadas no período em análise 268 consultas.

Emergem como critérios fundamentais da sua consulta as competências para gerir o

regime terapêutico, a assiduidade a consultas e meios complementares de diagnós-

tico, o consumo de bebidas alcoólicas, avaliação do conjunto de sinais e sintomas

indicativos de alteração da função hepática e a qualidade de vida.

Conclusão: Da análise do modelo de enfermagem em uso verificamos uma relação

de complementaridade entre as diferentes consultas de enfermagem e diferentes in-

tencionalidades nas mesmas. Consideramos que seria importante o desenvolvimento

de modelos de acompanhamento de clientes que tenham necessidades especiais

pela complexidade da situação ou por dificuldade na autogestão.

CO-ENF-04DIABETES PÓS TRANSPLANTE HEPÁTICO - ESTUDO DE CASOCatarina Oliveira, Liliana Mota, Adelaide Cruz, Anabela Campos

Centro Hospitalar do Porto - Unidade de Transplantação Hepática e Pancreática.

Introdução: Várias são as co morbilidades associadas à terapia imunossupressora que

o doente transplantado hepático está sujeito. A diabetes emerge como uma das com-

plicações mais comuns, pelo que importa compreender o impacto do incremento da

complexidade da doença na vida do doente.

Objetivo: Com este estudo pretendemos operacionalizar a teoria das Transições de

Meleis à vivência de um doente numa situação de transplante hepático por Vírus C e

que desenvolveu diabetes pós transplante.

Metodologia: Efetuado estudo de caso, analisado à luz da teoria de Médio alcance

de Meleis, aplicando-a ao caso de um doente do sexo masculino, transplantado por

Vírus C, com antecedentes de obesidade e que desenvolveu diabetes pós transplante.

Foram analisados os registos eletrónicos de enfermagem do internamento e realizada

entrevista semiestruturada.

Resultados: Para o doente, o transplante surgiu como um imperativo, o que ajudou na

consciencialização da mudança que ocorreu na sua vida e demonstrou-se envolvido

em todo o processo. Com o transplante hepático surgiu a necessidade de mudanças

no comportamento e estilos de vida, as quais o doente estava disposto a aceitar. Com

o desenvolvimento de uma nova doença, a diabetes, o doente ficou mais apreensivo,

preocupado com a sua nova condição. Após a análise dos condicionalismos da tran-

sição, nomeadamente fatores facilitadores, como é o caso da sua condição socioe-

conómica; o apoio da esposa e dos fatores inibidores, nomeadamente o significado

atribuído à sua nova condição “(…) mas eu não era diabético, como é possível?” e

as crenças culturais e atitude “(…) agora posso comer um bolinho (…) é caseirinho (…

) então que faço aos ovos caseiro que tenho lá em casa?!”, visto ser uma situação

nova o doente não teve conhecimento nem preparação prévia, tornando-se um fator

inibidor. Deste modo, foram planeadas e executadas terapêuticas de enfermagem

que visaram a consciencialização do doente para a sua nova condição como dia-

bético, a promoção da adesão ao novo regime terapêutico e no domínio de novas

competências.

Conclusão: Desta forma foi possível implementar um processo de Enfermagem indivi-

dualizado e uma prática mais sustentada, com intervenções de enfermagem que per-

mitiram capacitar a doente para gerir o seu regime terapêutico e melhorar

significativamente a sua qualidade de vida.

CO-ENF-05O SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO DE DOENTES E A REPRESENTATIVIDADE DOSCUIDADOS DE ENFERMAGEM NA TRANSPLANTAÇÃOMaria Adelaide Sousa Cruz, Liliana Andreia Neves da Mota, Anabela Ferreira Campos,

Catarina Alexandra Oliveira

Centro Hospitalar do Porto - Unidade de Transplantação Hepática e Pancreática;

Escola Superior de Enfermagem do Porto.

Introdução: O Sistema de Classificação de Doentes (SCD) tem por princípio a gestão

de recursos humanos em função do nível de dependência dos doentes, tendo em

vista a gestão da qualidade, a eficácia e a eficiência. As necessidades de cuidados

dos doentes submetidos a transplante visam a capacitação da pessoa para se auto-

cuidar autonomamente após a cirurgia.

Objetivos: Identificar as necessidades de cuidados dos doentes transplantados; com-

preender a relevância do quadro de classificação em uso na transplantação; Refletir

acerca da gestão de recursos humanos na transplantação.

Metodologia: Análise documental, retrospetiva, aos dados do SCD e ao processo de

enfermagem do Sistema de Apoio à prática de Enfermagem no período de Janeiro a

Dezembro de 2015. Os dados foram sujeitos a análise de conteúdo.

Resultados: A área central de necessidade de cuidados de enfermagem pelo doente

transplantado e o autocuidado nas suas diversas vertentes: higiene, uso sanitário, mo-

vimentação, alimentação e gestão do regime terapêutico. Associam-se ainda inter-

venções no âmbito da gestão de sinais/sintomas, na preparação de doentes para

meios complementares de diagnóstico, tratamentos a feridas e atividades nas consul-

tas de enfermagem (pré e pós transplante). Nem todas as áreas nomeadas têm ex-

pressão no quadro de classificação em uso (cirurgia e medicina). No quadro de

classificação em uso a área com maior peso anual é a da medicação, seguindo-se

a dos sinais vitais e outras avaliações; havendo assim uma elevada expressão da área

Page 32: Download do Livro de Resumos

13–15 OUTUBRO 2016 · PORTO · PORTUGALXIII CONGRESSO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSO LUSO BRASILEIRO DE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICO DE TRANSPLANTAÇÃO

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COMUN

ICAÇÕES O

RAIS

interdependente dos enfermeiros. O SCD demonstra que as horas de cuidados neces-

sárias são inferiores às prestadas, havendo assim excesso de recursos humanos.

Conclusão: Pela complexidade da cirurgia de transplante hepático o doente tem ne-

cessidade de cuidados muitos específicos de enfermagem, para que seja respeitado

o tempo de adaptação à nova condição, na qual o enfermeiro é um verdadeiro fa-

cilitador do processo de transição. Neste quadro, era relevante o desenvolvimento de

um quadro de classificação adequado às reais necessidades dos doentes submetidos

a transplante.

CO-ENF-06PERCEPÇÃO DE PACIENTES SUBMETIDOS AO TRANSPLANTE CARDÍACOSOBRE A CONSULTA DE ENFERMAGEM AMBULATORIALJéssica Naiane Gama da Silva, Vera Lucia Mendes de Paula Pessoa, Susana Beatriz

de Souza Pena, Virna Ribeiro Feitosa Cestari, Raquel Sampaio Florêncio, Paulo

Ricardo da Silva Justino, Keyla Harten Pinto Coelho, Mabel Leite Pinheiro Costa, Lia

Ricarte de Menezes, Maria Gyslane vasconcelos Sobral

Hospital de Messejana - Dr. Carlos Alberto Studart Gomes; Fortaleza - CE, Brasil.

As Doenças Cardiovasculares (DCV) caracterizam-se como um grupo de doenças crô-

nicas de grande problema atual de saúde pública, que tem exigido uma melhor rees-

truturação das instituições de saúde nas unidades cardiológicas no intuito de aprimorar

tecnologias para intervirem de maneira eficaz, garantindo a qualidade do cuidado

ao paciente cardiopata crônico (1). Dentre as estratégias tecnológicas utilizadas, des-

taca-se o Transplante Cardíaco (TC), uma das principais terapêuticas no tratamento

do paciente cardiopata crônico que apresenta falência cardíaca, cujo sucesso im-

plica em um aumento significativo da sobrevida, bem como na qualidade de vida

deste(2). Além das repercussões para a vida do cliente transplantado e seus familiares,

exige a assistência de uma equipe multiprofissional, entre os quais se incluem a enfer-

meira com capacitação específica, a fim de garantir o melhor nível de saúde e de

bem-estar. Este estudo objetivou conhecer a percepção de transplantados cardíacos

em relação à consulta de enfermagem em um ambulatório na Unidade de Transplante

e Insuficiência Cardíaca (UTIC). Estudo descritivo, de abordagem qualitativa, realizado

na UTIC de um hospital público, localizado em Fortaleza, Ceará, de julho a novembro

de 2013, com 11 pacientes transplantados cardíacos. Os discursos foram obtidos por

meio da entrevista semiestruturada e organizados de acordo com análise temática.

Emergiram as seguintes categorias temáticas: mudanças e sentimentos no pós-trans-

plante cardíaco e o fazer da enfermeira. Os pacientes revelaram o impacto sofrido

pelo transplante cardíaco e satisfação no acolhimento pelos profissionais, em especial,

a enfermeira. Expressaram o reconhecimento das orientações prestadas, das modifi-

cações estabelecidas nesse processo e do vínculo entre enfermeira-paciente. Os

transplantados cardíacos compreenderam que a enfermeira age de forma humani-

zada, acolhedora, cria vínculos, além de promover o autocuidado a fim de garantir

melhorias na saúde, por meio da consulta de enfermagem ambulatorial.

Referências: 1. Silva EA, Carvalho DV. Transplante cardíaco: complicações apresenta-

das por pacientes durante a internação. Esc Anna Nery. 2012;16(4):674-81; 2. Aguiar

MIF, Farias DR, Pinheiro ML, Chaves ES, Rolim ILTP, Almeida PC. Qualidade de vida de

pacientes submetidos ao transplante cardíaco: aplicação da escala WHOQOL-BRIEF.

Arq Bras Cardiol. 2011;96(1):60-7.

CO-ENF-07AS TERAPÊUTICAS DE ENFERMAGEM DE REABILITALÇÃO NATRANSPLANTAÇÃO HEPÁTICAAnabela Ferreira Campos, Liliana Andreia Neves da Mota, Maria Adelaide Sousa

Cruz, Catarina Alexandra Oliveira

Centro Hospitalar do Porto - Unidade de Transplantação Hepática e Pancreática;

Escola Superior de Enfermagem do Porto.

Introdução: A anestesia e a agressão cirúrgica do transplante provocam uma hiper-

secreção brônquica e uma disfunção ciliar que, associadas à limitação da tosse e

dos movimentos respiratórios, e à imobilização do doente vão contribuir para que surja

uma retenção de secreções, podendo provocar infeções bronco pulmonares e ate-

lectasias. Estas limitações são originadas por causas múltiplas como a anestesia, a dor,

os analgésicos, a própria ferida cirúrgica ou a distensão abdominal.

Objetivo: Conhecer as terapêuticas de enfermagem de reabilitação implementadas

num centro de transplantação hepática tendo em vista a promoção do potencial de

autonomia do doente.

Metodologia: Análise documental, retrospetiva, ao processo de enfermagem no Sis-

tema de Apoio à Prática de Enfermagem. Efetuada análise de conteúdo aos dados

do período de Janeiro de 2015 a Dezembro de 2015.

Resultados: Foram incluídos na análise dos dados os registos de 36 doentes. O aspeto

de saúde mais frequentemente identificado pelos enfermeiros de reabilitação é a

“aprendizagem de habilidades” (94,4%). As terapêuticas implementadas são na sua

maioria do âmbito da cinesiterapia respiratória com intervenções no âmbito do Exe-

cutar e Instruir acerca da tosse e técnica respiratória em mais de 90% dos casos. Con-

tudo em alguns casos (11%) são identificados aspetos no âmbito da mobilidade, com

terapêuticas que visam o reforço muscular e a deambulação, inscritas no âmbito do

“Executar” em 90% dos casos.

Conclusão: A cinesiterapia respiratória emerge como a área de maior relevância para

os enfermeiros da unidade em estudo. As terapêuticas de enfermagem a implementar

visam a otimização do doente tendo em vista a promoção do seu potencial de auto-

nomia, dotando o doente de conhecimento e capacidades, não prolongando o seu

tempo de internamento e, por isso com impacto nos custos em saúde.

CO-ENF-08A TRANSIÇÃO NA PESSOA SUBMETIDA A TRANSPLANTE HEPÁTICOJuliana Maria Correia da Silva, Dina Maria Duarte Dias Simões, Lídia Margarida

Ferreira Carvalho, Fernando Manuel Matias dos Reis

Unidade de Transplantação Hepática Pediátrica e de Adultos (UTHPA), Centro

Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

A pessoa submetida a transplante hepático vivência no período pós-operatório umagrande necessidade de se adaptar à sua nova condição. Este processo enquadra-seno domínio das transições. Independentemente do tipo de transição, o processo dereconstrução do papel é um elemento crítico. A reformulação da identidade implicaconhecimento para tomar decisões e habilidades para lidar com a nova situação,sendo assim necessário adquirir novos conhecimentos e habilidades com vista ao de-senvolvimento de competências (Brito, 2012). No seio da equipa de enfermagem da unidade existe a preocupação em realizar en-sinos à pessoa submetida a transplante hepático e ao cuidador para que estas pos-sam gerir o regime terapêutico. Este processo está muito influenciado pelasensibilidade individual de cada enfermeiro não estando sistematizado à luz de umreferencial teórico o que não evidencia a tomada de decisão do enfermeiro. Porque consideramos que os cuidados de enfermagem que prestamos podem sermais significativos para as pessoas e adequados às suas reais necessidades face aosseus projetos de saúde, propusemo-nos a desenvolver este Projeto de Melhoria Contí-nua da Qualidade dos Cuidados de Enfermagem. Este projeto tem como objetivos otimizar a documentação dos cuidados de enferma-gem, produzir indicadores no âmbito da gestão do regime terapêutico e papel deprestador de cuidados, fundamentar a tomada de decisão clínica em enfermageme obter ganhos em saúde no âmbito da gestão do regime terapêutico. O projeto tem um horizonte temporal de 1 ano (Janeiro 2016 a Janeiro de 2017). Aamostra é constituída pelas pessoas submetidas a transplante hepático durante o pri-meiro semestre de 2016, excluindo-se as pessoas submetidas a re-transplante. Os instrumentos de recolha de dados são: questionário de avaliação familiar e socialaplicado na consulta pré-transplante, check-list para consulta de informação do pro-cesso clínico e entrevista semiestruturada a realizar à pessoa transplantada/cuidador2 meses após o transplante. Os resultados a apresentar são preliminares dado que a recolha de dados ainda estáa decorrer.

CO-ENF-09ATIVIDADES GERENCIAIS DESENVOLVIDAS PELO ENFERMEIRO NO PROCESSODE DOAÇÃO DE ÓRGÃOS E TECIDOSNeide da Silva Knihs, Ana Carolina Barbosa, Aline Pestana Magalhães, Aline Ghelere,

Ivonei Bittencourt, Sayonara de Fátima Barbosa

Universidade Federal de Santa Catarina.

O processo de doação de órgãos e tecidos envolve diferentes profissionais no decorrerde suas etapas. O enfermeiro que atua diretamente na equipe responsável por notifi-car o potencial doador junto as Centrais de Transplantes, desenvolve atividades assis-tências e gerenciais nesse processo. Como membro dessa equipe tem papelfundamental no gerenciamento do processo de doação de órgãos. Objetivo: Identificar as atividades gerenciais desenvolvidas pelo profissional enfermeiro,membro da equipe de doação, junto ao processo de doação de órgãos e tecidos. Metodologia: Trata-se de um estudo quantitativo, exploratório e descritivo. O estudofoi realizado em duas instituições hospitalares situadas no sul do Brasil e que notificampotenciais doadores de órgão e tecidos. A amostra foi composta por 104 prontuáriosde pacientes notificados a Central de Notificação Captação e Distribuição de Órgãosdo Estado. A coleta de dados foi realizada por meio de instrumento (checklist elabo-rado por meio da legislação vigente no país). A análise dos dados foi realizada deforma descritiva onde foram utilizadas as frequências relativas (percentuais) e a fre-quência absoluta (n) das classes de cada variável. Resultados: A maior prevalência de causa de morte foi o Acidente Vascular CerebralHemorrágico (AVCH) 34%, seguido por Traumatismo Crânio Encefálico (TCE) 22%. Foramcomputadas 1616 atividades gerenciais, com uma média de 15,4 atividades para cadapaciente notificado como potencial doador. Dentre as principais atividades gerenciaisestavam: 99% preenchimento de todos os documentos do processo de doação, 100%notificação do potencial doador de órgãos a Central de Transplantes, 95% encaminha-mento de todos os documentos a Central de Transplantes, 95% gerencia da manuten-ção do potencial doador, 93% gerencia das condições hemodinâmicas do potencialdoador, 69% gerencia da coordenação de sala cirúrgica, 70% conferência do preen-chimento dos relatórios do processo e 65% gerencia na reconstituição do corpo. Considerações Finais: é possível perceber que o enfermeiro está diretamente envol-vido em atividades burocráticas quanto ao gerenciamento do processo de doação.Nota-se que há uma preocupação quanto ao gerenciamento da manutenção dessepaciente. Também, foi possível perceber a necessidade de uma maior adesão desseprofissional quanto a coordenação de sala cirúrgica e reconstituição do corpo.

CO-COORD-01POSITIVE IMPACT OF A CLINICAL GOAL-DIRECTED PROTOCOL ONREDUCING CARDIAC ARRESTS DURING POTENTIAL BRAIN DEATH DONORSMAINTENANCE.Glauco A. Westphal, Elisabeth Coll, Rafael L. de Souza, Silvana Wagner RN, Artur

Montemezzo AS, Fernanda Cani, Gabriel Torres, Stefan Halla, Tiago C. Carnin AS,

Míriam C. Machado, Joel de Andrade

Central de Transplantes do Estado de Santa Catarina, Brazil.

Introduction: The disproportion between the large organ demand and the low number

of transplantations performed represents a serious public health problem worldwide.

Page 33: Download do Livro de Resumos

13–15 OUTUBRO 2016 · PORTO · PORTUGALXIII CONGRESSO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSO LUSO BRASILEIRO DE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICO DE TRANSPLANTAÇÃO

COMUN

ICAÇÕES ORAIS

33

Reducing the loss of transplantable organs from deceased potential donors as a func-

tion of cardiac arrest may contribute to the increase of organs donations. Our purpose

was to test the hypothesis that a goal-directed protocol to guide the management of

deceased donors may reduce the losses of Potential Brain Dead Donors (PBDD) due to

cardiac arrest (CA).

Methods: A quality improvement project which included 27 hospitals that reported de-

ceased donors prospectively to the Transplant Center of the State of Santa Catarina,

Brazil. All deceased donors reported prospectively between May 2012 and April 2014

were analysed. Hospitals were encouraged to use the VIP approach check-list during

the management of PBDD. The checklist was composed of the following goals: protocol

duration 12 to 24 hours, temperature >35°C, mean arterial pressure (MAP) ≥65 mmHg,

diuresis 1-4 mL/kg/h, corticosteroids, vasopressin, tidal volume=6-8 mL/kg, positive end-

expiratory pressure (PEEP)=8-10 cmH2O, sodium <150 mEq/L and glycemia <180

mg/dL. A logistic regression model was used to identify predictors of CA.

Results: There were 726 PBDD notifications, of which 324 (44.6) were actual donors, 141

(19.4%) CAs, 226 (31.1%) family refusals and 35 (4.8%) contraindications. Factors asso-

ciated with CA reduction included use of the checklist (OR 0.43, p<0.001), maintenance

performed inside the intensive care unit (ICU) (OR 0.49, p=0.013) and vasopressin ad-

ministration (OR 0.56, p=0.04). More than 3 interventions had association with less CAs

(OR: 0.19, p<0.001). After 24 months, CAs decreased from 27.3% to 14.6% (p=0.002),

reaching 12.1% in the following two four-month periods (p<0.001). Simultanous increases

in organ recovered per donor (ORPD) and actual donors were observed.

Conclusion: A quality improvement program based on education and the use of a goal

checklist for the management of potential donors inside the ICU is strongly associated

with a decrease in donor loss due to CA and an increase in actual donors and ORPD.

CO-COORD-02REVISÃO DOS CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO DE DADORES: NÃO DESPERDÍCIO -A NOSSA EXPERIÊNCIA DE 22 ANOSAna Maria Calvão da Silva, Rosa Portugal, Rafael Menéndez, Albertina Freitas,

António Martinho, Jorge Tomaz

Gabinete Coordenador de Colheita e Transplantação de Coimbra – Centro

Hospitalar e Universitário de Coimbra.

Introdução: O aumento crescente de doentes em lista de espera para transplante ea alteração no perfil do dador veio condicionar o conceito de dador ideal. No pre-sente, a avaliação do potencial dador deve ser o mais exaustiva possível com vista aoptimizar o aproveitamento de órgãos.Objectivos: Avaliar as causas de exclusão de dadores de órgãos / tecidos nos Hospitaisda área de acção do Gabinete Coordenador de Colheita e Transplantação do CentroHospitalar e Universitário de Coimbra (GCCT-CHUC) - Centro do País e Açores.Material e Métodos: Pesquisa retrospectiva realizada nos registos do GCCT-CHUC. Osdados coligidos referem-se ao total de potenciais dadores em “Morte Cerebral” e aosmotivos de exclusão para a doação em especial por serologia viral, no período com-preendido entre Fevereiro de 1994 e Dezembro 2015.Resultados: Dos 1799 potenciais dadores cadáver em “Morte Cerebral” notificados aoGCCT-CHUC, 1446 foram efectivos e 353 excluídos. Dos dadores excluídos: 253 (71,7%)foram por história clínica / idade, 47 (13,2%) por paragem cardíaca, 3 (0,9%) por ins-crição no Registo Nacional de Não Dadores (RENNDA), 38 (10,8%) por serologia viral /treponema pallidum e 12 (3,4%) estrangeiros não residentes / problemas com familia-res. Dos 38 casos de exclusão por serologia viral / treponema pallidum: 10 foram porVHB (5 por HBsAg+ e 5 por HBcAc+ isolado), 16 por HCV Ac +, 6 por HTLV I/II Ac +, 2por HIV 1+2 Ag/Ac + e 4 por T.pallidum + (IgG, IgM) – a partir de 07/09/2009 deixoude ser critério de exclusão.Foram efectuados a posteriori Testes de Ácidos Nucleicos (TAN), em 6 casos de HCV Ac+ (4 foram positivos e 2 negativos) e em 2 casos de HBcAc + isolado foram negativos. Nos 6 casos de HTLV I/II Ac + foi feito teste confirmatório (Western Blot) a posteriori etodos foram negativos.Destacamos 3 casos de HTLVI/II Ac + no teste de screening (CMIA) em que em tempoútil realizamos teste confirmatório (W. B.) que foi negativo e assim recuperamos estes 3dadores. Num caso de HBcAc + (isolado) enviamos os rins para Espanha.Conclusão: A análise dos dadores perdidos permite identificar, de acordo com o es-tado da arte, a possibilidade de recuperar com segurança dadores excluídos por se-rologia viral. O recurso a testes confirmatórios e testes de biologia molecular em tempoútil parece-nos mandatório. Esta questão deve ser motivo de reflexão para os que têm o poder de decisão detransplantar, sobretudo à luz da Directiva Europeia nº 2010/53 relativa a Normas deQualidade e Segurança de Órgãos Humanos destinados a transplantação, transpostapara a ordem jurídica portuguesa pela Lei nº 36/2013, de 12 de Junho.

CO-COORD-03PACIENTES HIPERSENSIBILIZADOS INDICADOS PARA TRANSPLANTE RENAL –COMPORTAMENTO DA LISTA DE ESPERA: INSCRIÇÃO, MORTALIDADE ETRANSPLANTE.Joselio Emar de Araujo Queiroz, Rosana Reis Nothen, Lucio Roberto Requiao Moura,

Samira Scalso de Almeida

Coordenação Geral do Sistema Nacional de Transplantes - Ministério da Saúde.

Introdução: O Transplante Renal é uma terapia de substituição indicada para pacien-

tes com Doença Renal Crônica Avançada. No Brasil, o primeiro transplante renal com

doador vivo foi realizado, em 1964, no Rio de Janeiro e com doador falecido, em

1967, no interior do estado de São Paulo.Ao longo dos anos, com o aprimoramento da utilização dos imunossupressores e anormatização da legislação sobre os transplantes, essa técnica cirúrgica vem emconstante evolução, atingindo ao final de 2015, 5409 procedimentos cirúrgicos no

Brasil. Entre os pacientes com indicação para o transplante renal, alguns candidatosapresentam uma resposta acentuada ao painel linfocitário dos antígenos HLA dos doa-dores – PRA ≥ 80% e são classificados com hipersensibilizados.Objetivos: Identificar entre os pacientes inscritos na lista para transplante renal no Brasilo quantitativo dos pacientes com painel de reatividade - PRA ≥ 80% e traçar o perfildesses pacientes, quanto à incidência de transplantação, mortalidade, gênero, idadee fatores limitantes da cirurgia.Métodos: Foram analisados prontuários eletrônicos e relatórios analíticos e sintéticos,coletados através da base de dados do Sistema Informatizado de Gerenciamento doSistema Nacional de Transplante – MS e do Sistema Informatizado de Transplantes doEstado de São Paulo, de pacientes listados para transplante e observada à movimen-tação de status entre o período de 01/01/2015 a 31/12/2015, mapeando a prevalênciados receptores com PRA ≥ 80% no tocante a inscrições, mortalidade e transplantação.De forma semelhante o estudo traçou a incidência dos casos novos de pacientes queingressarão em lista nesse período. Na análise, foram comparados variáveis como sexo,idade, regiões onde esses pacientes foram listados e valor do resultado do painel. Resultados: A prevalência de pacientes inscritos na lista de espera para transplanterenal com PRA ≥ 80% é de 14,3%. O estudo verificou que o fim de 2015, tinha-se umnúmero de 23347 pacientes na lista para transplante de Rim, onde 3349 da lista deespera eram hipersensibilizados e que dos 5409 transplantes realizados, 4337 oriundosde órgãos de doadores falecidos e que desses procedimentos, apenas 235, 5,4% per-tencia a essa classe de sensibilidade. A análise da incidência aponta que no períodofinal do estudo, 9,8% dos pacientes que entraram na lista foram classificados comohipersensibilizados.Conclusão: Os resultados obtidos evidenciam que a entrada de pacientes com perfilde hipersensibilidade na lista para transplantes vem aumentando de forma gradual eque os resultados de transplantação para esses candidatos permanecem estáveis. Adificuldade na realização de transplantes, oriunda de fatores imunológicos, alertapara a necessidade de ampliarmos as discussões sobre programas, atualizações nalegislação e regras de seleções que potencializem os transplantes de pacientes comesse quadro clínico.

CO-COORD-04MORTE ENCEFÁLICA: CONHECIMENTO DOS ESTUDANTES DA RESIDÊNCIAMULTIPROFISSIONAL DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIOKenya Mara Veras Santos, Maria Inês Gomes de Oliveira, Janaína de Jesus Castro

Câmara

Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão; Central De Notificação,

Captação e Distribuição de Órgãos do Maranhão, São Luís – Maranhão – Brasil.

Introdução: Ressalta-se a importância do conhecimento dos profissionais de saúdesobre conceito do diagnóstico de morte encefálica (ME), como facilitador do processode doação de órgãos e tecidos para transplante. Objetivos: Verificar o conhecimento dos estudantes da residência multiprofissional emsaúde sobre o conceito de diagnóstico de ME. Metodologia: Estudo quantitativo e descritivo. Foi aplicado questionário com 20 que-sitos objetivos a 54 estudantes da residência multiprofissional em saúde de um hospitalde ensino no término da disciplina de “Doação e Transplante”. Foi solicitado qualificaro conhecimento individual sobre o conceito de ME, sobre se morte encefálica é igualà morte, sobre o processo de doação e transplante, entre outras.Resultados e Discussão: No quesito sobre como eles classificavam seu conhecimentosobre doação de órgãos, 46,5% consideravam razoável, 46,5% como bom, 3% muitobom, e 2% pouco; 2% não responderam. O total de participantes afirmou conhecer odiagnóstico de ME, embora 8 residentes (14,8%) tenham discordado quando questio-nados se morte encefálica é sinônimo de morte. Há escassez de estudos na literatura,envolvendo Residência Multiprofissional em Saúde quanto ao conhecimento da ME. Es-tudo com um total de 531 estudantes da graduação de enfermagem e medicina, evi-denciou que 88% da enfermagem e 90% da medicina informaram corretamente odiagnóstico de ME, embora desconhecessem seus mecanismos fisiopatológicos1.Outro, envolvendo 61 acadêmicos de enfermagem, demonstrou que 9,8% souberamconceituar ME, 78,7% não sabiam como é feito seu diagnóstico e 77% desconheciamquem deve fazer o diagnóstico.2 No entanto, tais estudos envolveram alunos da gra-duação, ao contrário do presente estudo, em que os participantes são profissionais dapós-graduação, inseridos nos diversos serviços de um hospital universitário de alta com-plexidade com política institucional de transplante, fato que pode ter sido responsávelpelo elevado percentual de afirmação sobre o conhecimento do conceito de ME.Conclusão: O conhecimento sobre o conceito de ME, no geral, foi considerado satis-fatório, com 100% de afirmativa; contraditoriamente, 14,8% dos alunos não admitiramque a ME significasse a morte, o que remete à discussão da necessidade de aprofun-damento do ensino da ME e de sua fisiopatologia junto aos programas de residências,multiprofissional e médica.

CO-COORD-05VARIAÇÃO REGIONAL DE SERVIÇOS HOSPITALARES E SUA ASSOCIAÇÃOCOM A EFETIVAÇÃO DA DOAÇÃO DE MÚLTIPLOS ÓRGÃOS NO BRASIL.Glauco Adrieno Westphal, Verônica Westphal, Benito Oliveira Fernandes, Agenor

Spallini Ferraz, Arlene Teresinha Cagol G Badoch, Claire Carmem Miozzo, Cristiano

Augusto Franke, Daniela Ferreira Salomão Pontes, Daniela Ledo, Eliana Régia

Barbosa de Almeida, Eraldo Salustiano de Moura, Fabiana Molina, Gyanna Lys de

Melo Moreira Montenegro, Leny Nascimento Mota Passos, Maria Ines Gomes, Noemy

Alencar de Carvalho Gomes, Omar Lopes Cançado Junior, Regiane Clelia Ferrari,

Rodrigo Alves Sarlo, Joel Andrade

Brazilian Research in Intensive Care Network – BRICNet; Hospital Moinhos de Vento.

Introdução: Os desfechos do processo de doação de órgãos dependem da qualifi-

cação hospitalar e dos recursos públicos disponibilizados à saúde. O propósito desse

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34

COMUN

ICAÇÕES O

RAIS

estudo é testar a hipótese de que o desempenho da doação de múltiplos órgãos no

Brasil varia de acordo com as características dos hospitais e a variação regional de

recursos destinados à saúde.

Método: Estudo retrospectivo que avaliou o perfil de doação de órgãos em 118 hos-

pitais de 18 estados das 5 macrorregiões brasileiras em 2014 e 2015. Foram avaliadas:

notificações de morte encefálica (ME), recusas familiares, paradas cardíacas, doações

efetivas e contraindicações de acordo com as seguintes características regionais e

hospitalares: índice de desenvolvimento humano (IDH), gastos em saúde per capita,

número de leitos hospitalares e de UTI, referência em emergências e atividade de

transplante. Um modelo de regressão logística foi usado para identificar variáveis pre-

ditoras de doações efetivas e das perdas por recusas familiares, paradas cardíacas

ou contraindicações.

Resultados: Foram avaliadas 5099 notificações de ME, com 1609 (31.6%) doações

efetivas, 1388 (27.2%) recusas familiares, 846 (16.6%) perdas por parada cardíaca,

676 (13,3%) contraindicações e 476 (9.2%) perdas por outras causas. As notificações

foram mais frequentes nos hospitais públicos (OR 2.93, p=0.002), as doações ocorre-

ram em maior número nos hospitais de ensino (OR 2.89, p=0.01) e regiões com maior

IDH (OR 2.26, p=0.09). Houve menos paradas cardíacas nos hospitais de ensino (OR

0.34, p=0.02) e as contraindicações foram maiores nas referências de emergência

(OR 2.25, p=0.04. Não identificamos preditores para recusas familiares.

As taxas de doação variaram de 16.7% na região norte a 38.3% na região sul (r=0.52)

conforme as variações regionais de: leitos de UTI/100.000 habitantes (r=0.52), IDH

(r=0.61) número de hospitais de ensino (r=0.65), referências de neurocirurgia (r=0.90) e

serviços de transpantes (r=0.90). Paradas cardíacas e das recusas familiares correlacio-

naram-se negativamente com a distribuição regional de hospitais de ensino (r=-0.79 &

r=-0.75), IDH (r=-0.77 & r=-0.94) e leitos de UTI/100,000 habitantes (=-0.87 & r=-0.95).

Conclusão: As chances de perdas de doadore por parada cardíaca foram menores

nos hospitais de ensino e em regiões com maior IDH implicando em maiores taxas de

doações efetivas.

CO-COORD-06DISPARIDADES REGIONAIS DO TRANSPLANTE NO BRASILAlmeida, E. R. B; Cavalcante, R. G; Lima, M. M. P; Lima, P. E. S; Teixeira, M. N. A;

Beltrão, L. A. A.

Central de Transplantes do Estado do Ceará/Brasil.

Introdução: O Brasil é um país com enorme extensão territorial, com área de 8.514.876

km², população acima de 200 milhões e seu território dividido em cinco regiões geo-

gráficas: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Existem notáveis desigualdades

entre essas regiões e entre seus estados e cidades. São desigualdades de extensão

territorial, densidade populacional, socioeconômicas e também no desempenho das

doações e transplante de órgãos. A região Sudeste concentra 44% da população bra-

sileira e é responsável por aproximadamente 56% do produto interno bruto brasileiro.

Objetivo: Identificar e analisar as diferenças nas atividades de doação e transplante

nas regiões brasileiras.

Material e Métodos: Análise comparativa dos dados de doação e transplante em

cada uma das regiões no ano de 2015, tomando os indicadores: doadores efetivos

por milhão da população (pmp), transplante de rim (pmp), transplante de fígado

(pmp), transplante de pulmão (pmp), transplante de coração (pmp) e transplante de

pâncreas (pmp).

Resultado: A taxa de doadores efetivos entre as regiões variou de 3,3 pmp na região

Norte a 23,7 pmp na região Sul. Os transplantes de rim e fígado foram realizados em

todas as regiões. Quanto ao transplante renal, a região Sul apresentou significativa

taxa de 43,1 pmp, quase 6 vezes a região Norte. Ao analisarmos os números de trans-

plante hepáticos, a região Sudeste (13,4 pmp), região Sul (11,7) e a região Nordeste

(6,2) foram as mais ativas. O transplante cardíaco ainda distante do objetivo de 8 pmp,

destaca-se a região Sudeste com 2,3 pmp e Centro-Oeste com 2,0 pmp. A Região

Norte não realiza transplante de coração. No transplante de pâncreas, destacou-se

a região Sudeste com 1,3 pmp, distante das demais regiões e da média brasileira (0,6

pmp). O transplante de pulmão foi realizado em apenas três regiões e em pequeno

número, apresentou uma variação de 0,1 a 1,2 pmp.

Conclusão: Esforços contínuos devem ser realizados para reduzir essas disparidades,

proporcionando o atendimento da população em sua região de domicílio. Atualmente

objetivando atenuar essas disparidades o ministério da saúde desenvolve atividades

de Tutoria em Doação e Transplantes para os entes federativos necessitados de coo-

peração tecnológica para o seu aperfeiçoamento ou implantação.

CO-COORD-07EDUCAÇÃO EM DOAÇÃO DE ÓRGÃOS: UMA EXPERIÊNCIA COM O ENSINOA DISTÂNCIAKarla Cusinato Hermann, Paulo Roberto Antonacci Carvalho, José Roberto Goldim

Hospital de Clínicas de Porto Alegre e Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Introdução: A demanda tem ultrapassado a oferta de órgãos para transplante. Atitu-

des com base em educação podem contribuir para o aumento das taxas de doação

de órgão. O Ensino a Distância (EAD) tem sido visto como uma estratégia para a edu-

cação frente às novas tecnologias. O objetivo desta pesquisa foi avaliar os resultados

da pesquisa incluída no EAD “Processo de Doação de Órgãos e Tecidos para Trans-

plantes” promovido pelo hospital do estudo.

Material e Métodos: Estudo com delineamento do tipo experimento antes-depois rea-

lizado em um hospital de referência para transplantes no sul do Brasil, no período de

dezembro de 2014 a dezembro de 2015. Foi disponibilizado pela Comissão Intra-Hos-

pitalar de Doação de Órgãos e Tecidos do hospital do estudo um EAD para todos os

profissionais da instituição com temas relacionados ao diagnóstico de morte encefá-

lica e doação de órgãos. Os participantes do curso, se quisessem, poderiam responder

as mesmas três perguntas pré e pós-EAD. Os dados relacionados com a caracteriza-

ção da amostra e com os resultados da pesquisa foram coletados através dos ques-

tionários. As variáveis foram descritas por frequências absolutas e relativas. Para avaliar

as diferenças antes e depois do EAD, o teste qui-quadrado de McNemar foi aplicado.

O nível de significância adotado foi de 5% (p<0,05).

Resultados: Realizaram o curso EAD 6.235 (88%) profissionais do hospital do estudo,

sendo que 3.616 (58%) responderam os questionários pré e pós-EAD. Após o curso EAD,

os enfermeiros (p=0,042), os técnicos e auxiliares em enfermagem (p<0,001) e os ou-

tros profissionais (p<0,001) passaram a acreditar que não existe recuperação de al-

guém que está em morte encefálica. Também os técnicos e auxiliares em enfermagem

(p=0,002) passaram a se declarar mais em vida pela doação de órgãos após a morte.

Discussão e conclusões: A maioria da comunidade interna mostrou interesse no as-

sunto, parece esclarecida, solidária e confiante no sistema. O EAD em estudo se mos-

trou decisivo para a mudança de conhecimento e de opinião dos participantes que

inicialmente se posicionaram no grupo “Não sei”. Dessa forma, a disponibilização do

EAD parece ser uma estratégia positiva para aprendizado e conscientização sobre

doação de órgãos para transplantes.

CO-COORD-08BUSCA ATIVA DE POTENCIAIS DOADORES COMO INCREMENTO PARADOAÇÃO DE ÓRGÃOS PARA TRANSPLANTESKarla Cusinato Hermann, Maria Liege Bazanella de Oliveira, Paulo Roberto

Antonacci Carvalho

Hospital de Clínicas de Porto Alegre / Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Introdução: A identificação de potenciais doadores (PD) é o primeiro passo do pro-

cesso de doação e transplante e pode trazer impacto no número final de doadores

de órgãos. Esta identificação pode se dar de forma ativa (visita rotineira às unidades

de cuidados intensivos visando à procura de PD) ou passiva (atitude da equipe assis-

tente em comunicar a existência de PD). Este estudo tem como objetivo conhecer o

resultado da identificação de PD no hospital do estudo.

Material e métodos: Estudo retrospectivo realizado em um hospital público, geral e

universitário de referência no sul do Brasil, no período 2011-2014. Houve a identifica-

ção da Busca Ativa de Potenciais Doadores (BAPD) através do acompanhamento roti-

neiro de pacientes atendidos nas unidades de cuidados intensivos, com ênfase nos

mais graves (Glasgow ≤ 8), visando à procura de pacientes com evolução para morte

encefálica (ME). A BAPD também teve caráter educativo para diagnóstico de ME e

doação de órgãos para as equipes assistentes. Quando não foi realizada a BAPD, a

equipe médica assistente estava orientada a notificar a ocorrência de ME à Comissão

Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante do hospital do es-

tudo, caracterizando a Busca Passiva de Potenciais Doadores (BPPD). As variáveis co-

letadas foram relacionadas com a identificação dos pacientes mais graves e

ocorrências relacionadas. A análise foi descritiva e os resultados foram expressos em

números absolutos e percentagens.

Resultados: Houve 2.700 óbitos com 261 pacientes acompanhados na BAPD, onde

foram diagnosticadas 98 ME, resultando em 18 contraindicações médicas, 80 PD e

39 doadores. Na BPPD foram comunicadas 25 ME resultando com 12 contraindicações

médicas, 13 PD e 4 doadores.

Discussão e conclusões: Quando analisados os PD, constatou-se um maior número de

doações de órgãos na BAPD (49%) do que na BPPD (31%). Com isso, a BAPD mostrou-

se efetiva para doação. Equipes assistentes melhor preparadas para ME e doação de

órgãos podem estar mais motivadas e também informar de forma mais consistente às

famílias de PD. Como consequência, podem aumentar os índices de consentimento

familiar para doação. Propõe-se, portanto, a BAPD como ferramenta para incrementar

a doação de órgãos para transplantes.

CO-COORD-09DOAÇÃO DE ORGÃOS NA COMUNIDADE ESCOLARAna Fernandes, António Gomes, Andreia Fernandes

Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca, EPE.

Introdução: Em Portugal, a morte cerebral, constitui a fonte maioritária de doação de

orgãos para transplante. A legislação portuguesa assenta no consentimento presumido

e o número de cidadãos inscritos no Registo Nacional de Não Dadores (RENNDA) não

tem sofrido alterações ao longo dos anos (0.36%). Tal poderá dever-se ao desconhe-

cimento da lei por parte da generalidade dos cidadãos e como tal é importante que

sejam encontradas oportunidades para divulgação,

Metodologia: Desde 2012 a 2016 a Coordenação Hospitalar de Doação realiza re-

gularmente palestras em escolas secundárias dos conselhos de Amadora e Sintra aos

alunos do 12º ano das áreas de biologia. As sessões são efetuadas nas escolas pelo

Coordenador hospitalar de Doação do Hospital Fernando Fonseca e têm duração de

90 min. Desde 2013 foi introduzido um questionário de seis perguntas fechadas de es-

colha múltipla de resposta individual e anónima após palestra para avaliar a atitude

dos alunos relativamente à perspectiva pessoal sobre a doação de órgãos.

Resultados: Entre 2014-2016 foram respondidos 467 questionários. 65,4% do sexo fe-

minino, idade média de 17,5 +- 1,6 anos. Mais de 90% dos alunos respondeu aceitar

ser transplantado se necessário e aceitar doar órgãos para transplante. 55% não res-

pondeu ou respondeu negativamente quanto à aceitação de doação de órgãos de

familiares próximos na ausência de vontade expressa em vida. 25% dos alunos não

reconheceu a morte cerebral como morte.

Conclusão: Globalmente, a atitude para com a doação de orgãos e tecidos após a

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COMUN

ICAÇÕES ORAIS

35

morte é positiva, embora a posição favorável relativamente à doação por um familiar

seja menos expressiva, sobretudo desconhecendo a vontade expressa em vida. O

nível de informação na população escolar do secundário não está optimizada quanto

aos aspectos básicos sociais e científicos da doação de órgãos. Estratégias e oportu-

nidades de divulgação são necessárias e devem ser planeadas para que as posições

individuais sejam alicerçadas em conhecimentos corretos.

CO-COORD-10IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE (SGQ) NOPROCESSO DOAÇÃO DE ÓRGÃOS, TECIDOS E CÉLULAS, PARA TRANSPLANTE- EXPERIÊNCIA DO HOSPITAL PROF. DOUTOR FERNANDO FONSECA, EPE (HFF)Ana Fernandes, Fátima Pinheiro, Patrícia Marques, António Gomes, Antonieta

Domingues, Alberto Batista

Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca, EPE.

Introdução: O transplante de órgãos é o único tratamento válido para muitas falências

de órgãos, sendo a escassez destes, a nível mundial, o principal fator limitante da

transplantação.

A doação de órgãos e tecidos para transplante é atualmente, uma atividade de par-

ticular importância na área da saúde, incluída como marcador de qualidade nos cui-

dados de fim de vida

Em Portugal esta atividade está devidamente regulamentada e estruturada, fazendo

parte dela uma grande parte dos hospitais da rede pública e atualmente alguns pri-

vados. O HFF faz parte da rede nacional de colheita e transplante, desde 2008.

A implementação de ferramentas que promovam e otimizem a doação e a qualidade

dos produtos finais para que os órgãos, tecidos e células tenham a melhor qualidade

e segurança para os seus recetores, conduziu o HFF ao desenvolvimento, no início de

2015, de um SGQ, segundo a NP EN ISO 9001 no processo de doação e colheita de

órgãos, tecidos e células.

Objetivos globais da implementação de um SGQ, segundo a NP EN ISO 9001:2015

1.Otimizar o processo Doação e Colheita de com ganhos de eficiência, definindo e

introduzindo (a) uma maior uniformidade de práticas no processo (“Como fazer” e

“quando fazer”), (b) atribuindo responsabilidades (“Quem faz”) e requisitos de quali-

ficação (Formação), (c) estabelecendo os recursos necessários (“Com o quê”) tor-

nando, assim, o processo suficientemente robusto (com a menor probabilidade

possível de erros) e criando ainda as condições para a sua monitorização e conse-

quente melhoria contínua do mesmo (estabelecimento de indicadores de processo

e resultado);

2.Preparar o hospital para um aumento progressivo do número de órgãos e tecidos

colhidos por dador cadáver, e de células por dador vivo, maximizando o potencial

de colheita dos dadores;

3.Aumentar o número de dadores em morte cerebral e coração parado, normalizando

e divulgando protocolos com os critérios de identificação, avaliação e manutenção

de dadores nos Serviços do HFF;

4.Avaliação retrospetiva da eficácia da implementação dos protocolos, através da

implementação de um processo de auditoria e divulgação dos resultados obtidos;

5.Obtenção do reconhecimento externo com a concessão da certificação.

CO-COORD-11PROJETO ESCOLA DE TRANSPLANTES: PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA DESUCESSO NO BRASILTadeu Thomé, João Seda Neto, Eduardo A. Fonseca, Rogério C. Afonso, Sérgio F. R.

Zanetta, Rosana S. Bonanho, Vânia R. Bezerra, Laura M. Sapia, Wilma M. Silva, Vera

L. A. Aquino, Bruna C. Oliveira, Fabrício C. Calil, Maria A. Ferraz, Silvia M. A. Ferreira,

Paulo Chapchap

Hospital Sírio-Libanês.

Introdução: No Brasil, os programas de transplantes e as atividades de doação de ór-

gãos e tecidos possuem diferentes resultados entre as cinco regiões do país. Algumas

delas não realizam nenhuma atividade na área enquanto outras possuem desempe-

nho comparáveis aos países com os melhores números do mundo. Enquanto isso, a

mortalidade de pacientes em lista de espera continua a ser um problema de âmbito

nacional. O projeto Escola de Transplantes, uma iniciativa privada com parceria pú-

blica, foi criado com a finalidade de diminuir essa disparidade regional através das

capacitações profissionais e atividades assistenciais, contribuindo para o avanço tec-

nológico e disseminação de conhecimento no meio transplantador.

Objetivo: Capacitação profissional nas atividades de doação e transplantes de órgãos

e tecidos.

Metodologia: Através do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sis-

tema Único de Saúde, um hospital com atividades de responsabilidade social implan-

tou o projeto de capacitação profissional com três iniciativas, sendo a primeira

relacionada ao transplante de fígado pediátrico (TFP), a segunda ao tratamento da

insuficiência cardíaca refratária (TICR), através do transplante cardíaco (TC) e implante

de dispositivos de assistência circulatória mecânica (DAC), e a terceira às ações de

capacitação em doação de órgãos e tecidos.

Resultados: No período de 2009 a 2015, foram realizados, pelo projeto, 193 transplan-

tes, sendo 178 TFP e 15 TC, 24 implantes de DAC de curta e longa permanência, e

realizados cursos de capacitação profissional nas áreas de doação de órgãos e teci-

dos. No total, foram capacitados 581 profissionais da área da saúde, entre médicos,

enfermeiros e outros da equipe multidisciplinar, oriundos das 5 regiões do país. Destes,

32 foram para o TFP e 15 para o projeto TICR. Dois novos centros de transplante foram

implantados com suas atividades iniciadas por profissionais capacitados pelo projeto

e 21 trabalhos científicos foram publicados em revistas médicas internacionais.

Conclusão: Dessa maneira, o projeto Escola de Transplantes vem contribuindo com o

aumento do número de doação e transplantes de órgãos e tecidos no Brasil, além da

geração e disseminação de conhecimento nesta área.

CO-COORD-12IMPLANTAÇÃO E VALIDAÇÃO DE SISTEMA ONLINE DE MONITORAMENTO DEPOSSÍVEIS DOADORES DE ÓRGÃOS Ghellere A, Wagner S, Lisboa R, Botelho Leandro, Andrade Joel

CNCDO SC.

Ao analisar a epidemiologia da morte encefálica no Brasil, estima-se que não são iden-

tificadas cerca de 30% de todas as mortes encefálicas, considerando-se que há 70 mor-

tes encefálicas por milhão de população a cada ano. Desta maneira, a sistematização

da busca do possível doador é uma ferramenta imprescindível neste cenário, possibili-

tando o monitoramento diário dos pacientes que possam evoluir para morte encefálica.

Objetivo: Construir, implantar e validar uma ferramenta de monitoramento e identifi-

cação de possíveis doadores, através de um Sistema Online web centralizado.

Metodologia: Trata-se da construção, implantação e validação de um Sistema Online

via web, composto por dois módulos: de Busca Ativa de Possíveis Doadores de Órgãos

e Informativo de Óbito. O módulo de Busca Ativa é uma ferramenta de padronização

do processo de identificação de possível doador, onde ocorre o cadastro e atualiza-

ção frequentes dos dados dos pacientes que preenchem os seguintes critérios: venti-

lação mecânica, lesão encefálica catastrófica, escala de coma de Glasgow 3,

(ausência de reflexos óculo-motor, córneo-palpebral e da tosse, associado à ausência

de movimento respiratório espontâneo perceptível) ausência de um ou mais reflexos

de tronco. Os dados são acompanhados em tempo real pela Central de Transplantes.

Já o módulo de Informativo de Óbito é uma ferramenta para identificação de possíveis

perdas de doadores, desencadeando ações de melhorias no processo de busca

ativa. A construção ocorreu em conjunto com empresa de desenvolvimento de sistema

web, baseados em formulários adaptados do Modelo Espanhol de Transplante. A va-

lidação do sistema ocorreu em 12 Hospitais do Estado de Santa Catarina, com fre-

quência de registro diária, durante o período de 6 meses

Resultados: Após a implantação e avaliação do Sistema, os ajustes foram realizados

conforme a opinião dos avaliadores.

Conclusão: O sistema mostrou-se simples e eficaz no processo de identificação e mo-

nitoramento do possível doador de órgãos. Obteve também aceitação e adesão das

Comissões Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante.

CO-IMUN-01RAPAMYCINE INDUCED CHANGES IN LYMPHOCYTES SUBSETS STUDIED BYFLOW CYTOMETRY IN KIDNEY TRANSPLANT PATIENTSP Xavier1, M Magalhães2, S Sampaio-Norton3, T Guimarães2, JG Oliveira4

1-IPST-Área Transplantação, Porto, Portugal; 2-Serviço Patologia Clínica, CHSJ, Porto,

Portugal; 3-Serviço Nefrologia, CHSJ, Porto, Portugal; 4-CINTESIS/ Departamento

Medicina, FMUP, Porto, Portugal.

Rapamycine (Rapa) and calcineurin inhibitors (CNI) are commonly used as immuno-

suppressants in kidney transplantation (KTx). Their mechanism of action are different,

Rapa preferentially acts distally to CsA without interference upon IL-2 synthesis. Our

group has reported on the usefulness of flow cytometry analysis (FCAs) of lymphocyte

subsets present in peripheral blood sample (PBL) and fine-needle aspiration biopsies

(FNAB) for clinical surveillance as it reaches very high predictive positive values for acute

rejection diagnosis. We hypothesized that when Rapa substitutes for CNI a few changes

on lymphocyte subsets should occur. Two kidney transplant patient groups were

analysed, one treated with CNI and mycophenolate mofetil (MMF) plus prednisolone

(Pred), n=40 and the Rapa group, n=10, treated with combination of Rapa, MMF plus

Pred. There was no significant differences when comparing the demographics, all first

cadaver KTx and all rejection-free for the first six months. PBL and FNAB were collected

on day 7 post-KTx and we used a FACSscan from BD and monoclonal antibodies from

BD and Coulter. We studied several T and B lymphocyte subsets as we have previously

described. Analysis was done by MW U test (Statsoft). When comparing PBL populations

we observed a significant down-regulation by Rapa on CD3DR (p=0.007), CD8DR

(p=0.048), CD57 (p=0.041) and CD45RO (p=0.02) as compared to CNI treated groups.

The same subsets were down regulated in FNAB although the significance was restricted

to CD8CD57 (p=0.007), CD57 (p=0.002) and CD45RO (p=0.008). Of interest no signif-

icant differences were observed when comparing CD3CD25, CD25, CD3CD122 and

CD122 subsets between groups, all partially dependent on IL-2 synthesis. We surmise

these observations are of interest as we have reported CD3DR and CD8DR represent,

one of the most discriminating subsets as regarding acute rejection diagnosis indirectly

suggesting the superior immunosuppressive potential of Rapa as compared to CNI.

CO-IMUN-02HLA EPITOPE MISMATCH LOAD IS SIGNIFICANTLY ASSOCIATED WITH HLA-INCOMPATIBLE KIDNEY TRANSPLANTATION OUTCOMESSandra Tafulo1, Jorge Malheiro2, Leonídio Dias2, Cecília Mendes1, Ermelinda Osório1,

Manuel Dias1, Manuela Almeida2, La Salete Martins2, Sofia Pedroso2, António Castro-

Henriques2, Luísa Lobato2, Fátima Freitas1

1-Oporto blood and transplantation center, IPST, Porto, Portugal; 2-Nephrology &

Kidney Transplantation Unit, CHP, Porto, Portugal.

HLA antigens mismatches (AgMM) between donor-recipient pair in kidney transplanta-

tion is a risk factor for HLA antibodies production. Considering each HLA antigen as a

string of epitopes, epitope mismatching (EpMM) load has been associated with anti-

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COMUN

ICAÇÕES O

RAIS

body-mediated rejection (AMR) and graft failure (GF).

The aim of this study was to access HLA EpMM effect, in contrast with classical AgMM, in

transplant outcome in 61 kidney patients with preformed donor-specific antibodies (DSA).

HLA typing was performed for HLA-A,-B,-DRB1 using DNA methods and HLA alleles in-

ferred using EpVix®. EpMM was determined for HLA-A,-B,-DR (DRB1/3/4/5) and -DQ

(DQA1/B1). AgMM were determined for HLA-A,-B,–DR. HLA antibody specificities were

determined using LABScreen™ SAB(MFI>1000).

Preformed DSA HLA-class I were identified in 50 recipients and HLA-class II in 33. AMR

was reported in 18 patients and GF in 13. The average number of HLA-ABDR AgMM was

3.72±1.24, being 1.21±0.66, 1.36±0.66, 1.15±0.60 for -A,-B and -DRB1, respectively.

The EpMM average number was 22.3±13.6, 23.4±12.1, 39.5±31.7, 13.8±9.5,

85.2±39.6 and 99.0±45.4 for HLA-A,-B,-DR,-DQ,-ABDR and –ABDRDQ, respectively.

Patients with AMR had higher EpMM, when compared with no AMR, for HLA-DR (34.0 vs

52.8;p=0.030), -DQ (11.9 vs 18.4;p=0.025), -ABDR (77.9 vs 102.6;p=0.036) and -AB-

DRDQ (121.0 vs 89.7;p=0.021).

ROC analysis was performed to determine the predictive ability of each EpMM and

AgMM combinations for AMR occurrence. EpMM for HLA-DR>27 (AUC=0.677), -DQ>17

(AUC=0.683), -ABDR>72 (AUC=0.671) and –ABDRDQ>80 (AUC=0.689) were significant

predictors of AMR, while EpMM HLA-A and –B, and all combinations of HLA AgMM were

not.

Only EpMM for HLA-DQ>17 (OR=9.06,P=0.011), -ABDR>72 (OR=5.58,P=0.034) and –

ABDRDQ>80 (OR=8.03,P=0.026) were significant risk factors for AMR, in analyses ad-

justed for DSA strength and class. Also, EpMM>75 (above median) for HLA-ABDR and

>89 (above median) for –ABDRDQ were the single predictors of GF (HR=10.44;p=0.025

and HR=8.31;p=0.010), in analyses adjusted for DSA strength and AMR.

Eight-years censored graft survival was significantly lower in patients with higher(>89)

EpMM for HLA-ABDRDQ, considering the overall cohort (P<0.001) or stratifying according

to AMR occurrence (no AMR P=0.035,AMR P=0.013).

EpMM load was a better predictor of AMR and GF than classical HLA AgMM. Hence,

EpMM analyses may contribute for improvement outcomes in HLA-incompatible kidney

transplantation.

CO-IMUN-03ESTUDO DA ASSOCIAÇÃO DO POLIMORFISMO K121Q NO GENE ENPP1COM REJEIÇÃO AGUDA EM PACIENTES TRANSPLANTADOS RENAISRoberto Ceratti Manfro – Manfro, Denise Alves Sortica, Marjoriê Piuco Buffon, Bruna

Bellicanta Nicoletto, Pamela Sachs Nique, Laura Faresin, Ricieli Pacheco Crestani,

Andrea Carla Bauer, Daisy Crispim, Luis Henrique Canani

Hospital de Clínicas de Porto Alegre/UFRGS.

Introdução: A doença renal do diabetes (DRD) é uma complicação crônica microvas-

cular que afeta aproximadamente 40% dos pacientes com diabetes mellitus (DM),

sendo uma das principais causas de falência renal. Transplante renal é o tratamento

de escolha para pacientes em estágio final da doença renal crônica, incluindo pa-

cientes com DM, sendo a rejeição aguda (RA) uma importante complicação deste

tratamento. O uso de biomarcadores como método prognóstico ou de detecção de

RA em pacientes transplantados renais é uma estratégia atrativa para diagnóstico

desta complicação. Alguns estudos têm avaliado a relevância do polimorfismo K121Q

(rs1044498) no gene ENPP1 como um marcador da DRD. Neste contexto, avaliar a as-

sociação deste polimorfismo com a RA em pacientes transplantados renais parece

ser relevante.

Objetivo: Avaliar a associação entre o polimorfismo K121Q no gene ENPP1 e a rejeição

aguda em pacientes transplantados renais.

Métodos: Estudo de coorte em pacientes transplantados renais de um hospital univer-

sitário. Pacientes brancos, com pelo menos seis meses de transplante, foram incluídos

no estudo. Dados sócio-demográficos e clínicos foram coletados. A genotipagem do

polimorfismo K121Q (rs1044498) no gene ENPP1 foi realizada pela técnica de discrimi-

nação alélica por PCR em tempo real utilizando sondas TaqMan MGB (Thermo Fisher

Scientific). Análise da regressão de Cox foi utilizada para avaliar a sobrevida do enxerto

de acordo com a presença do genótipo Q/Q. Este estudo foi aprovado pelo comitê

de ética do HCPA e todos os pacientes do estudo assinaram um termo de consenti-

mento livre e esclarecido.

Resultados: Dos 476 pacientes incluídos no estudo, 104 apresentaram RA (21,8%). A

frequência do genótipo Q/Q foi maior nos pacientes com RA comparado aos pacien-

tes que não rejeitaram (9,8% vs. 3,9%, p=0,035). Após controle para compatibilidade

de HLA, transfusão de sangue e número de gestações, o genótipo Q/Q permaneceu

como um preditor independente para a RA (hazard ratio= 1,922; IC 95% 1,114 –

3,318).

Conclusão: O polimorfismo K121Q no gene ENPP1 está associado com a RA em pa-

cientes brancos transplantados renais. Se confirmados, estes achados poderão repre-

sentar uma nova ferramenta genética preditora de RA.

CO-IMUN-04PROVA CRUZADA VIRTUAL POSITIVA (VXM): CORRELAÇÃO ENTRE APRESENÇA DE ANTICORPOS ANTI-DOADOR (DSA) E A PROVA CRUZADA PORCITOMETRIA (FCXM)Juliana Montagner1, Elizete Keitel2, Robert Liwski3 and Jorge Neumann1

1-Laboratory of Transplantation Immunology, Santa Casa Hospital, Porto Alegre, Brazil;

2-Kidney Transplantation Unit, Santa Casa Hospital, Porto Alegre, Brazil; 3-HLA Typing

Laboratory, Queen Elizabeth II Health Sciences Center, Dalhousie University, Halifax,

Canada.

A prova cruzada virtual é uma excelente ferramenta no processo de avaliação de

risco imune pré-transplante, facilitando a seleção do receptor. Entretanto, se empre-

gada indiscriminadamente, pode ser uma barreira ao transplante para muitos pacien-

tes, especialmente se considerarmos DSAs detectados por single antigen beads (SAB)

com baixos níveis de fluorescência (MFI).

Estudos recentes, nossos e de outros (Piazza, EFI2016), reportam bons resultados em

pacientes transplantados com DSA, mas com FCXM negativo. Isto reforça que a esco-

lha do MFI para considerar os DSAs como VXM positivo necessita de uma correlação

cuidadosa com o resultado do FCXM. Neste estudo buscamos estabelecer a correla-

ção entre o MFI do DSA e o resultado da FCXM.

O resultado de 2.843 FCXM com doadores falecidos realizados em nosso centro entre

03/15 e 03/16 foram correlacionados com a soma das MFIs dos DSAs. Os doadores

foram tipados (HLA-A, B, C, DR, DQ) por SSP. A FCXM foi feita pelo Protocolo Halifax (Liwski

et al. ASHI Q2015). O teste SAB (OneLambda) foi realizado com os soros pós tratamento

por calor. Usamos o limiar de 1000 MFI. Todos os soros com anticorpos anti-DP foram

excluídos.

De 1859 VXM negativos (sem DSA), 56 foram FCXM positivos (3% falsos positivos). De

318 VXM positivos (DSA > 1K MFI), 214 (67.3%) foram FCXM positivos. A concordância

VXM x FCXM foi locus e MFI dependente. DSAs HLA-A e B apresentaram FCXM positivo

(T e/ou B) em 80%, 93% e 100% em casos com 1K, 2K e 5K cutoffs respectivamente.

DSAs HLA-DR resultaram em FCXM B positivo em 54%, 89% e 100% dos casos com os

mesmos cutoffs. DSAs anti HLA-C e DQ resultaram em FCXM consistentemente positivos

apenas quando o cutoff foi de 10K.

A concordância entre o VXM e a FCXM depende do limiar MFI e do locus do DSA. O

limiar de 1000 não é útil para a previsão de uma FCXM positiva, independentemente

da especificidade do DSA. Para DSAs contra HLA-A, B e DR, limiares entre 2 e 5K podem

ser usados na previsão de uma FCXM positiva. Para DSAs anti HLA-C e DQ apenas va-

lores superiores a 10K são preditivos.

CO-IMUN-05EPITOPE VIRTUAL CROSSMATCH IN KIDNEY TRANSPLANTATIONIsabela Martins Costa, Luiz Claudio Demes da Mata Sousa, Adalberto Socorro da

Silva, Mário Sérgio Coelho Marroquim, Gilberto Antônio Borges Coelho, Glauco

Henrique Willcox, João Marcelo Medeiros de Andrade, Bruno de Melo Corrêa,

Elizabeth Lima Guimarães, Antônio Vanildo Sousa Lima, Deylane Menezes Teles e

Oliveira, Raimundo Antônio Cardoso Júnior, Semiramis Jamil Hadad do Monte

Universidade Estadual do Piauí; Universidade Federal do Piauí; LIB - Laboratório de

Imunogenética e Biologia Molecular - UFPI.

Development of strategies to increase kidney transplantation for highly sensitized pa-

tients (HS) is a highly desirable issue. Keeping it in mind, we developed the EpViX, a soft-

ware that automates HLAMatchmaker algorithm and conduct crosmatches based upon

epitope compatibility (Epitope-vXM). The aim is to evaluate the Epitope-vXM accuracy

in predicting CDC actual crossmatch (CDCXM) results. Comparisons were accom-

plished between CDCXMs and Epitope-vXMs results from each of deceased donors vs.

recipients in kidney transplant wait lists in Brazil Single Center during thirteen months.

We found Epitope-vXM to be highly sensitive (92.38%) and specific (94.78%) approach,

accurately predicting CDCXM test results. This can be inferred from Positive Predictive

Value (88,08%) and Negative Predictive Value (96.75%). The user friendly web-based

Epitope-vXM software can accurately predicts CDCXM results and has the potential for

increasing the transplant chances among HS patients. The Epitope-vXM is a unique,

faster and more accurate approach to perform a higher number of crossmatches for

deceased donors, using just a browser on tablet, smartphone or computer. Together,

our findings motivates the incorporation of Epitope-vXM in the clinical practice to organ

allocation.

CO-IMUN-06ANEMIA HEMOLÍTICA NO PÓS-TRANSPLANTE RENAL E OS ANTICORPOSPOLICLONAISAlice Lança, Rita Birne, Ivo Laranjinha, Sofia Coelho, Alexandra Atalaia, Liliana Cunha,

Tiago Carvalho, Cristina Jorge, Margarida Bruges, Patrícia Matias, Teresa Adragão,

Andre Weigert, Domingos Machado

Serviço de Nefrologia do Hospital Santa Cruz, CHLO, Lisboa, Portugal.

Introdução: A anemia hemolítica (AH) após o transplante renal (TR) pode associar-se

ao síndrome hemolítico-urémico (SHU), à presença de anticorpos irregulares (AcI) ou

resultar do uso de inibidores da calcineurina (ICN). Contudo, uma relação com os an-

ticorpos policlonais (AcP) raramente foi descrita.

Métodos: Análise da incidência de AH nos primeiros 30 dias de TR num coorte de doen-

tes que receberam aleatoriamente ATG-Fresenius® (ATG-F) ou Timoglobulina® (TMG)

entre 01/2009 e 04/2016. Definida AH como uma descida ≥1 g/dL de hemoglobina

(Hb) em 24h e haptogloblina <30 mg/dL. Excluídos doentes com causas identificadas

de AH.

Resultados: Incluídos 180 doentes; 59% homens; média idade 50 ± 11 anos; 6% re-

cebeu um enxerto de dador vivo e 16% um segundo TR; menos de 1% foi pre-emptive;

58.9% utilizaram ATG-F® (dose cumulativa média (DCM): 17.9/kg) e 41.1% TMG®

(8.4/kg). Dos 180 doentes, 11.7% desenvolveram AH. Dados demográficos, modali-

dade e duração da TSFR, etiologia da doença renal, tipo de dador, tempo de isque-

mia fria, anemia, uso de eritropoetina (EPO) e transfusões sanguíneas (UCE) prévias

foram semelhantes nos grupos ATG-F® e TMG® e nos com e sem AH. O uso de ATG-F®

foi preditor de AH; 95,2% dos doentes que desenvolveram AH tinham recebido ATG-

F® (p=0.001); as doses de ATG-F® foram semelhantes nos doentes com e sem AH; os

doentes com AH pós-AcP tiveram Hb mais baixa aos 7 e 15 dias (≤1g/dL; p=0.001) e

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13–15 OUTUBRO 2016 · PORTO · PORTUGALXIII CONGRESSO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSO LUSO BRASILEIRO DE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICO DE TRANSPLANTAÇÃO

COMUN

ICAÇÕES ORAIS

37

necessitaram de mais UCE (mediana 2 vs 0; p=0.006). A Hb aos 30 dias pós-TR foi idên-

tica nos 2 grupos mas a dose de EPO foi superior nos doentes com AH (19238 vs 12952

UI/semana; p=0.005). Não se encontraram diferenças significativas na creatinina, imu-

nossupressão de manutenção (ICN, inibidores da mTOR, antiproliferativos), incompati-

bilidades HLA, Ac específicos contra o receptor ou Ac reativos contra o painel. O grupo

HA não apresentava AcI. Por último, 19% dos doentes que utilizaram ATG-F® desenvol-

veram AH comparativamente aos 0.01% que usaram TMG®.

Conclusão: Neste estudo, 11.7% dos doentes apresentaram AH, dos quais 95.2% utili-

zaram ATG-F®, sendo que um estudo prospectivo poderá demonstrar a relação dos

AcP com a AH.

CO-CORN-01DOAÇÃO DE TECIDO OCULAR NO ESTADO DE SÃO PAULO. ANÁLISE DAQUALIDADE DO TECIDO DOADO.João Luis Erbs Pessoa, Janine Schirmer, Denise de Freitas, Bartira de Aguiar Roza

Universidade Federal do Estado de São Paulo (UNIFESP).

O transplante de córnea é uma técnica bem sedimentada, devolvendo oportunidadea pacientes que outrora apresentavam perda da acuidade visual ligada a este tecido.Um dos questionamentos que subsidiaram essa pesquisa está ligada a qualidade dotecido ocular captado. Os dados a princípio foram analisados descritivamente. Asexistências de associações entre duas variáveis categóricas foram verificadas utili-zando-se o teste de Qui-Quadrado, ou alternativamente em casos de amostras pe-quenas, o teste exato de Fisher. As associações lineares entre duas variáveis denatureza numérica foram avaliadas via correlação de Pearson. Foi utilizado o teste tde Student para amostras independentes ou Análise de Variâncias – ANOVA para secomparar médias entre dois grupos e mais de dois grupos, respectivamente. Foramanalisados os dados de 5.560 córneas ópticas captadas no Estado de São Paulo noano de 2013. A distribuição dos doadores segundo sexo foi de 60,2% masculino e39,8% feminino. A maior parte dos doadores 45,9% estavam na faixa etária de 50 à69 anos. A causa mortis mais encontrada entre os doadores está ligada as doençasdo aparelho circulatório com 40,3% dos casos. Os tempos médios entre óbito e enu-cleação e entre óbito e preservação foram respectivamente de 4,2 horas (Desvio Pa-drão (DP)=3,1 horas) e 9,8 horas (5,0 horas). Além disso, a média de contagem decélulas foi de 2.492,2 mm2 (DP=633,2 mm2). Foi observado que que as córneas quepossuem maior qualidade estão ligadas as causas externas de mortalidade. Foi ob-servado que quanto menor o tempo entre o óbito e a preservação melhores são asavaliações do epitélio e das dobras de descemet. Verificou-se diferenças de médiasde contagem de células por faixa etária (p<0,001) e CID10 (p<0,001), sendo que asmédias de contagens de células de córneas cujos doadores tinham idade até 39foram similares entre si e superiores aos das córneas cujos doadores tinham mais de50 anos. Observou-se ainda que média de contagens de células das córneas cujodoador foi a óbito por causas externas foi superior em comparação as outras causas.

CO-CORN-02QUALIDADE DO TECIDO OCULAR CAPTADO NAS AGENCIAS FUNERARIASDO ESTADO DE SÃO PAULOPatricia Fadul de Oliveira Santos, Janine Schirmer, Denise de Freitas, Bartira de

Aguiar Roza, João Luis Erbs Pessoa

Universidade Federal do Estado de São Paulo (UNIFESP).

Introdução: O transplante de córnea apresenta a maior taxa de sucesso e o mais rea-lizado em todo o mundo. Verifica-se que a qualidade da córnea doada e sua conser-vação até a utilização são extremamente importantes para o sucesso da cirurgia, ecom isso, para um bom resultado visual. Objetivo: Analisar a qualidade do tecido ocular captado nas funerárias do Estado deSão Paulo. Métodos: Estudo quantitativo com coleta de dados dos doadores de córneas no Es-tado de São Paulo, cuja a extração ocorreu entre 01/01/2015 à 31/01/2015. Foramavaliadas 1.036 córneas. Para as análises estatísticas foram utilizados os testes deANOVA e o Teste de igualdade de duas proporções. Resultados: Das 1036 córneas avaliadas, a média de idade dos doadores foi de 54,7anos. São diversas as causas de descarte para córneas não viáveis: 29% sorologiapositiva, 21% outros, 37% Opacidade, 1% Material impróprio para dosagem,1% Arcosenil, 1% Lesão epitelial, 1% Corpo estranho, 1% Choque séptico, 3% Infiltrado, 1%Leucoma. Na preservação do corpo foi encontrado que 42% destes são preservadosem câmara fria e 58% não são preservados em câmara fria. 71% das córneas cap-tadas foram avaliadas como tectônicas. 18,3% destes tecidos foram captados emagências funerárias. Das córneas captadas em funerárias somente 15% delas foramavaliadas como ópticas, sendo que das córneas captadas em instituições hospitalares32% foram avaliadas como ópticas, com significância estatística de p-valor<0,001.Para os tempos entre óbito e enucleação para córnea óptica, temos que a média dafunerária foi de 5:52 h contra 3:57 h no hospital (p-valor= 0,028). Conclusão: A qualidade do tecido ocular captado em agência funerária possui umamaior probabilidade de ser avaliado como tectônico ou descartado quando compa-rado aos captados em instituições hospitalares que possui maior probabilidade de seravaliados como ópticos.

CO-CORN-03TERAPIAS OCULARES AVANÇADAS NA UNIVERSIDADE DE COIMBRA Esmeralda Costa1,2, João Gil1, Mafalda Laranjo2, Andreia Rosa1, Maria João

Quadrado1, Maria Filomena Botelho2, Joaquim Murta1

1-Centro de Responsabilidade Integrado de Oftalmologia, Centro Hospitalar e

Universitário de Coimbra;

2-Departamento de Biofísica, IBILI, Faculdade de Medicina da Universidade de

Coimbra.

Introdução: O laboratório para investigação em células estaminais oculares resulta

de um protocolo de colaboração entre a AIBILI (C-TRACER2) e a Faculdade de Medi-

cina da Universidade de Coimbra (FMUC). A sua missão é desenvolver investigação

na área das células estaminais oculares para, no futuro, fornecer terapias celulares

com aplicação clínica. Presentemente o laboratório desenvolve a sua actividade em

duas linhas de investigação principais: (1) a expansão de células estaminais límbicas

ex vivo e (2) o isolamento e cultura de células do endotélio corneano.

Objectivo: Esta exposição pretende descrever as atividades do Laboratório de Inves-

tigação em Células Estaminais Oculares da FMUC.

Material e métodos: São descritas as principais técnicas empregues para cada linha

de investigação e respectivos resultados.

Resultados: A expansão de células límbicas é realizada a partir de explantes cultivados

sobre membrana amniótica humana. Esta técnica revelou ser muito eficaz na expan-

são de células obtidas a partir de dador cadáver. Assim, estão neste momento defini-

dos os procedimentos para o processamento, armazenamento e controlo de

qualidade de membrana amniótica humana, bem como o protocolo de cultura de

células estaminais límbicas isento de produtos de origem animal.

No que diz respeito à investigação em endotélio corneano foram testados vários pro-

tocolos com vista a optimizar os parâmetros de estabelecimento e manutenção de

culturas primárias. O isolamento de células sob a forma de colónias esféricas em sus-

pensão seguido da expansão em frascos revestidos com poli-L-Lisina permitiu obter

camadas confluentes. A origem endotelial das células expandidas foi confirmada por

imunocitoquímica. No entanto, os resultados revelaram-se inferiores aos publicados na

literatura.

Conclusões: Os protocolos referentes à cultura de células estaminais límbicas estão

definidos e são adequados a aplicação clínica. Neste momento, aguardamos a ob-

tenção de autorização legal para prosseguirmos para a fase clínica. A expansão de

células carece de mais esforços para melhorar a sua reprodutibilidade, no entanto,

os resultados já obtidos reforçam a importância desta linha de investigação.

CO-CORN-04PENETRATING KERATOPLASTY TODAY: WHEN AND WHY?João Quadrado Gil, Esmeralda Costa, Andreia Rosa, Maria João Quadrado,

Joaquim Murta

Centro de Responsabilidade Integrado de Oftalmologia - Centro Hospitalar e

Universitário de Coimbra.

Introduction: Over the last decades corneal transplantation has been the most com-

mon human solid tissue transplanted and, arguably, the most successful one. In recent

years, both indications and techniques for corneal grafts have changed. Penetrating

keratoplasty (PK) is no longer the treatment of choice for all corneal disorders and se-

lective lamellar keratoplasties (LK) have been gaining momentum. The rationale for LK

implies that the patient will be best served by removing only the diseased corneal layers

and preserving healthy tissue.

Methods: We review current indications and corneal tissue use for penetrating and la-

mellar surgeries in our center and in the literature.

Results: A marked shift from PK to LK surgeries was observed in our center, with PK ac-

counting for 93% of the transplants performed between 1995 and 2011, but only for

60.5% of transplants performed more recently (2012 to 2013). A similar trend was obser-

ved in the literature. This coincided with an increase in the number of endothelial kera-

toplasties (EK) (increasing from 2% to 30.1%) and in the number of anterior keratoplasties

(1% to 7.1%). Again, a similar evolution is reported in the literature. Overall, EK seems to

have better outcomes than PK and lesser rejection rates. However, EK remains unsuitable

for several cases and presents worst outcomes for some indications, like failed PK. The

use of anterior keratoplasties (AK) has also increased with the years but at a lesser rate

than EK. Graft rejection rates seem to be better in AK but visual outcomes are compara-

ble or worse. Importantly, outcomes obtained from analyzing registry data seem to point

to worst results with LK compared to PK, which might provide a more realistic assessment

of generalized results compared with results from privileged specialist groups.

Conclusion: Despite advances in EK, PK is still common. It remains the preferred choice

for several important indications and presents comparable or better outcomes in some

“real-life” scenarios. A rigorous knowledge of changing trends in indications, techniques,

and demands for corneal grafts is essential to improve clinical results and to guide eye

bank’s activity and planning.

CO-CORN-05OUTCOMES AFTER ULTRA-THIN DESCEMET STRIPPING ENDOTHELIALKERATOPLASTY USING TWO DIFFERENT TECHNIQUES FOR GRAFTPREPARATIONPedro Gil1, Marco Marques1, Inês Laíns1,2, Mariana Oliveira1, Andreia Rosa1,2,3,

Esmeralda Costa1,2, Maria João Quadrado1,2,3, Joaquim Murta1,2,3

1-Department of Ophthalmology, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra

(CHUC), Coimbra, Portugal;

2-Faculty of Medicine, University of Coimbra (FMUC), Coimbra, Portugal; 3-Unidade

de Oftalmologia de Coimbra (UOC), Coimbra, Portugal.

Purpose: To report the functional outcomes after ultra-thin Descemet stripping automa-

ted endothelial keratoplasty (UT-DSAEK) grafts acquired using two different techniques

and to identify prognostic factors related to visual recovery.

Methods: Retrospective case-series. Patients submitted to UT-DSAEK with a minimum fol-

low-up of 6 months were identified. Two different techniques were used to obtain the UT-

DSAEK grafts. The first included a variable thickness femtosecond laser-assisted first cut,

while a second cut using a 300µm microkeratome head was made to reach the desired

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13–15 OUTUBRO 2016 · PORTO · PORTUGALXIII CONGRESSO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSO LUSO BRASILEIRO DE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICO DE TRANSPLANTAÇÃO

38

COMUN

ICAÇÕES O

RAIS

110µm final graft thickness (n=37). The second technique included two variable thickness

sequential cuts with microkeratome heads to reach a final graft thickness between 100-

150µm (n=19). Main outcome measures included logMAR best-corrected visual acuity

(BCVA), specular microscopy and anterior chamber optical coherence tomography data.

Adverse events during the follow-up period were reviewed.

Results: A total of 56 eyes of 52 consecutive patients matched the inclusion criteria,

with a mean age of 64.2±11.8 years (range 35-84). In terms of underlying aetiology

leading to UT-DSAEK, Fuchs dystrophy (FD) was the most frequent primary diagnosis

(n=40; 71.4%), followed by bullous keratopathy (BK) (n=16; 28.6%). A multivariate model

revealed that at 12 months follow-up, FD eyes were associated with a significantly better

BCVA (0.17 logMAR) when compared to BK eyes (0.70 logMAR) (b=0.485, p<0.001). In

the multivariate analysis, reduced central graft thickness was significantly associated

with improved visual outcomes (b=0.005, p=0.020). A total of 3 (5.36%) graft failures

were reported.

Conclusions: UT-DSAEK is a lamellar corneal transplantation technique associated with

good visual outcomes at 12 months follow-up and a favourable safety profile. Central

graft thickness is an important prognostic factor for visual recovery, which is dependent

on the underlying aetiology.

CO-PUL-01INCIDÊNCIA E MORTALIDADE POR CÂNCER APÓS TRANSPLANTE PULMONARMariana Schettini Soares, Oswaldo Gomes Júnior, Herbert Felix Costa, Lucas Matos

Fernandes, Luis Gustavo Abdalla, Silvia Vidal Campos, Ricardo Henrique de Oliveira

Braga Teixeira, Marcos Naoyuki Samano, Paulo Manuel Pêgo-Fernandes

Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da FMUSP.

O risco aumentado do desenvolvimento de câncer no pós-operatório de transplante

de órgãos é estabelecido na literatura. A terapia imunossupressora atua como princi-

pal fator de risco no surgimento de malignidade, sendo maior o risco quanto maior o

grau de imunossupressão. Os tipos de câncer mais comuns consistem em câncer de

pele não-melanoma e doença maligna linfoproliferativa pós-transplante (PTLD), sendo

esta última importante causa de mortalidade.

Avaliamos neste trabalho a incidência e mortalidade por câncer nos pacientes trans-

plantados de pulmão no Instituto do Coração (São Paulo/Brasil) entre setembro de 2000

e abril de 2016.

Neste período foram avaliados 261 pacientes. Vinte e dois pacientes desenvolveram

vinte e oito neoplasias correspondendo a uma incidência de 10,7%. A mortalidade

específica pela doença foi de 7,2%. Observamos maior incidência de câncer de pele

não-melanoma, correspondendo a 53,6% dos casos e PTLD, 10,7% dos casos. Cons-

tatamos uma alta frequência de câncer de próstata em nossos pacientes, sendo ob-

servados 4 casos (14,3%). Os demais tipos de câncer constituíram 21,4%.

Segundo registros da ISHLT, a taxa de malignidade após o transplante pulmonar em

cinco anos é de 23% e em dez anos, 43%. A mortalidade associada às neoplasias

chega a 15% no último grupo, sendo a relacionada ao linfoma de 2,9%. A neoplasia

de pele é a mais comum, seguida também da PTLD. Krynitz et al, em análise de pa-

cientes transplantados na Suécia, observou uma incidência de neoplasia de próstata

de 1%.

As taxas de incidência e mortalidade por câncer em nossa coorte foi menor quando

comparadas com o registro da ISHLT. A prevalência dos tipos de neoplasia se asseme-

lham, mas a incidência da neoplasia prostática foi maior em nossa população, suge-

rindo a necessidade de maior rastreamento pré-operatório do câncer de próstata em

pacientes que serão submetidos ao transplante de pulmão em nosso meio.

CO-PUL-02PERICARDITE CONSTRICTIVA APÓS TRANSPLANTE PULMONAR Oswaldo Gomes Júnior, Filippe Moura de Gouvea, Herbert Felix Costa, Lucas Matos

Fernandes, Luis Gustavo Abdalla, Priscila Cilene Leon Bueno de Camargo, José

Eduardo Afonso Júnior, Marcos Naoyuki Samano, Paulo Manuel Pêgo Fernandes

Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da FMUSP.

A pericardite constrictiva (PC) é uma condição rara, frequentemente associada a ci-

rurgias cardíacas. Seu aparecimento após transplantes pulmonares é ainda mais raro

e poucos casos foram descritos. Sua etiologia é desconhecida, mas sua alta morbi-

mortalidade exigem o rápido reconhecimento e suspeição da doença.

Relatar nossa experiência após três casos diagnosticados de pericardite constritiva re-

lacionados ao transplante pulmonar (TxP).

No período de setembro de 2000 e abril de 2016, foram realizados 261 TxP, sendo que

a taxa de transplantes com necessidade de circulação extra-corpórea foi de 15%.

Foram diagnosticados três casos de pericardite constritiva. Todos os pacientes eram

do sexo masculino, com idade entre 41 e 62 anos, diagnóstico de bronquiectasias (2

casos) e FIP (1caso). Os pacientes desenvolveram dispneia progressiva e sinais de in-

suficiência cardíaca congestiva, cujo ecocardiograma evidenciou derrame pericár-

dico com sinais de restrição de enchimento ventricular. No primeiro caso, foi realizada

drenagem pericárdica sem melhora dos sintomas e rápida evolução para choque

cardiogênico e óbito. O exame post-morten evidenciou pericardite constritiva como

a causa do óbito.

Nos dois casos subsequentes, o diagnóstico de derrame pericárdico foi seguido de

realização de ressonância magnética cardíaca que confirmou o espessamento peri-

cárdico e os sinais clínicos de pericardite constritiva. Ambos foram submetidos à peri-

cardiectomia subtotal e em um destes foi também necessária a realização de incisões

relaxadoras no epicárdio (waffle procedure). Houve melhora dos sintomas respiratórios

e os pacientes apresentam evolução favorável.

A PC é uma condição rara após TxP com poucos casos descritos. Não está associada

a assistência circulatória e nem à manipulação do pericárdio. A despeito dos diag-

nósticos de bronquiectasias e a frequente associação com infecções micobacteria-

nas, não identificamos granulomas e ou pesquisas para BAAR sugestivas. Embora na

maioria dos casos a progressão da doença se dê de forma lenta e insidiosa, em nossa

experiência evidenciamos um caso com evolução rápida para choque cardiogênico

e óbito, alertando para a importância de manter um alto grau de suspeição em pa-

cientes com sinais de ICC após TxP. A pericardiectomia permanece como melhor

opção para o tratamento definitivo da PC e deve ser realizada logo após seu diag-

nóstico.

CO-PUL-03DOADOR DE PULMÕES COM ANOMALIA BRÔNQUICA: ASPECTOSTÉCNICOS DO TRANSPLANTEJoão Paulo Cassiano de Macedo, Oswaldo Gomes Júnior, Herbert Felix Costa, Lucas

Matos Fernandes, Luis Gustavo Abdalla, Rafael Medeiros Carraro, Marcos Naoyuki

Samano, Paulo Manuel Pêgo-Fernandes

Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da FMUSP.

Anomalias congênitas traqueobrônquicas são raras e podem ser classificadas em

brônquio traqueal, fístula tráqueo-esofágica e atresia traqueal. O brônquio traqueal é

uma anomalia na qual o brônquio do lobo superior direito tem origem na traqueia e

sua incidência é de 0,2%. Pela sua semelhança à anatomia suína, também é cha-

mado de pig bronchus, sendo assintomático e diagnosticado por meio de broncos-

copia ou exame de imagem ao acaso. Relatamos o caso de um doador de múltiplos

órgãos que apresentava esta anomalia anatômica congênita, e na qual foi realizado

um transplante bilateral.

Doador masculino, 39 anos, vítima de trauma crânio encefálico por acidente auto-

mobilístico. Realizou tomografia computadorizada de tórax que evidenciou a presença

de brônquio traqueal, confirmada durante a cirurgia de extração de órgãos. O pre-

paro do coto brônquico do doador envolveu a inclusão do brônquio traqueal e a

anastomose foi realizada por meio de sutura contínua na parede membranácea e

pontos simples na porção cartilaginosa. O coto brônquico do doador foi preparado

da maneira habitual, um anel proximal à bifurcação brônquica. Não houve compli-

cações brônquicas e a recuperação pós-operatória foi normal.

Embora haja várias alternativas para a realização deste transplante, como a anasto-

mose traqueal, transplante contra-lateral isolado e lobectomia superior seguida de

transplante bilobar, o transplante sequencial seguindo a técnica convencional é fac-

tível, sendo necessário maior cuidado no preparo do coto brônquico.

CO-PUL-04PNEUMONIA AGUDA FIBRINÓIDE EM ORGANIZAÇÃO EM TRANSPLANTEPULMONAR : A DISFUNÇÃO DO ENXERTO MAIS TEMIDAOswaldo Gomes Junior, André Nathan Costa, Rafael Medeiros Carraro, Ellen

Caroline Toledo do Nascimento, Ricardo Henrique de Oliveira Braga Teixeira, Silvia

Vidal Campos, Marisa Dohlnikoff, Marcos Naoyuki Samano, Paulo Manuel Pego

Fernandes

Instituto do Coração (Incor) do HCFMUSP, São Paulo - Brasil.

O transplante de pulmão é o tratamento de escolha para pneumopatias crônicas, em

estágio avançado, e a sobrevida, após o procedimento, vem aumentando conside-

ravelmente. Assim, a prevalência da disfunção crônica do aloenxerto (CLAD) tende a

aumentar.

Paraskeva descreveu a pneumonia aguda fibrinoide em organização (AFOP), em pa-

cientes de transplante pulmonar, que não apresentam nenhuma das duas formas

usuais de disfunção do enxerto (BOS e RAS). Assim, a AFOP pode ser considerada como

nova forma de CLAD. Apresenta prognóstico ruim, com tempo médio de sobrevida de

101 dias após o diagnóstico.

Acreditamos que AFOP é entidade clínica, radiológica e histopatológica que pode

estar presente em transplantados de pulmão. Avaliamos retrospectivamente dados his-

topatológicos de 232 pacientes transplantados entre Janeiro/2000 e julho/2010 para

estudar presença de qualquer histopatologia associada com AFOP: 1) conglomerado

fibrina intra-alveolar com distribuição desigual, 2) organização tecido conjuntivo frouxo

intraluminal, 3) inflamação intersticial leve, 4) hiperplasia pneumócitos tipo 2.

Prevalência de casos confirmados de AFOP em nossa coorte (5/232; 2,15%), foi superior

à relatada por Paraskeva et al. (3/194; 1,5%). Pacientes (idade = 19-64), 4 sexo mas-

culino e 1 feminino, com doença pulmonar supurativa (3), enfisema (1), bronquiolite(1).

Tempo entre transplante e diagnóstico foi de 276 a 2592 dias (média 1328 dias). Todos

apresentavam dispnéia e infiltrado intersticial. Tratamento para estes pacientes foi: au-

mentar imunossupressão (pulso metilprednisolona) e optimização níveis séricos tacro-

limus.

Apesar do tratamento, três pacientes evoluíram com CLAD rapidamente progressiva

(2 BOS e 1 padrões RAS), com tempo médio para perda do enxerto e morte de 367

dias (142-546 dias). Um paciente realizou retransplante de pulmão bilateral com boa

evolução.

Um paciente (estágio 1 BOS e AFOP) respondeu bem ao tratamento e permanece es-

tável durante 1702 dias. A última paciente encontra-se estável com 120 dias após

diagnóstico.

CLAD é a maior limitação para sobrevida, após tranplante pulmonar, sendo AFOP uma

forma grave. Sua presença foi descrita após surto viral (H1N1). Assim, infecção deve

ser considerada como precursor desta condição.

Nossos dados, referentes à AFOP, reforçam necessidade de mais investigação, para

melhor compreensão desta forma de CLAD, visando melhor prognóstico para esses

pacientes.

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COMUN

ICAÇÕES ORAIS

39

CO-PUL-05RETRANSPLANTE PULMONAR: EXPERIÊNCIA DO SERVIÇO DE TRANSPLANTEDO INCOR-FMUSPCarraro RM, Camargo PCLB, Campos SV, Afonso Jr JE, Costa AN, Abdalla LG,

Fernandes LM, Samano MN, Pego-Fernandes PM, Teixeira RHOB

Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP.

Introdução: O número de casos Retransplante Pulmonar (ReTxP) vem aumentando pro-

gressivamente nos últimos anos. Inicialmente era indicado principalmente nos casos de

disfunção aguda do enxerto, porém atualmente os pacientes com disfunção crônica do

enxerto têm sido mais elegíveis, com melhores taxas de sucesso a curto e longo prazo.

Objetivo: Descrever a experiência de ReTxP no Instituto do Coração da FMUSP.

Resultados: No período de 2003 a 2015 foram realizados 255 transplantes em nosso

serviço, sendo 5 pacientes submetidos a ReTxP. As indicações do ReTxP foram Síndrome

de Bronquiolite Obliterante (SBO) (4) e disfunção aguda do enxerto com deiscência

de anastomose brônquica (1). Três pacientes eram do sexo masculino; a idade média

dos pacientes foi 29,2 anos (16-41); o tempo médio de sobrevida do enxerto antes do

retransplante foi de 1049 dias, sendo que todos os casos de ReTxP por SBO tiveram

mais de 1 ano de sobrevida. O tempo médio de seguimento após o ReTxP foi 804 dias

(menor 30 dias; maior 1545 dias); nenhum dos pacientes vivos apresentam critérios

para disfunção crônica do enxerto. Dois pacientes apresentaram complicação de es-

tenose de anastomose brônquica, tratados com dilatação e endoprótese brônquica.

O único que evolui com óbito após 30 dias do ReTxP apresentou diagnóstico de toxi-

cidade neurológica pelos inibidores de calcineurina no primeiro TxP, que foi determi-

nante para SBO por dificuldade de manejo da imunossupressão de manutenção; após

o ReTxP teve complicação neurológica grave com quadro convulsivo refratário.

Discussão: A indicação e realização de ReTxP vem crescendo mundialmente, apesar

de apresentarem sobrevida média precoce e tardia pior em relação ao primeiro trans-

plante. Está bem estabelecida em casos de complicações cirúrgicas das vias aéreas

e DPE, porém cada vez mais pacientes com SBO apresentarão indicação, e sobretudo

os de indicação mais tardia (após 3 anos do primeiro transplante), apresentarão me-

lhores desfechos clínicos com o ReTxP.

CO-OSSO-01A UTILIZAÇÃO DE TECIDO TENDINOSO EM TRANSPLANTES HOMÓLOGOSORTOPÉDICOS – A REALIDADE BRASILEIRA DO BANCO DE TECIDO MUSCULOESQUELÉTICOSouza, JEO; Ferreira, LL; Barros, EF; Maia, E; Souza, S; Prinz, RAD

Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad – INTO (Rio de Janeiro

– RJ).

O nosso banco de Multitecidos é atualmente o único banco público no país. No ano

passado (2015), ampliamos a captação de ossos e tendões para atender a todo o

Brasil. Na prática, o instituto expandiu sua atuação no País e deixou de depender ape-

nas das doações realizadas no Rio de Janeiro. Desta forma o banco é responsável

pelos processos de: captação, processamento das peças captadas e distribuição de

ossos e tendões processados para utilização em cirurgias de transplante na área da

ortopedia e odontologia em todo o território nacional.

Após liberação para uso, os tecidos atendem a solicitações de hospitais e cirurgiões

cadastrados no Sistema Nacional de Transplantes. O transporte é realizado por com-

panhias aéreas brasileiras, através de um acordo de cooperação firmado pelo Sistema

Nacional de Transplantes. Em 2014, o banco recebeu 635 solicitações de enxertos

para transplantes, sendo cerca de 10% procura por tendões. A necessidade por te-

cido tendinoso aumentou gradativamente com o passar do tempo: 14% em 2015 (708

solicitações recebidas) e até o primeiro semestre de 2016 a busca por tendões ultra-

passa 17% das 289 requisições encaminhadas para o banco de multitecidos. Das so-

licitações realizadas, a grande maioria está relacionada a reconstrução ligamentar

em joelhos, mas atualmente nota-se uma demanda crescente por outros procedimen-

tos cirúrgicos, como para estabilização articular do cotovelo e da articulação acrô-

mio-clavicular, assim como em procedimentos de reconstrução de lesões de tendões

em membros superiores e inferiores.

Para ser doador de tecido tendinoso no Brasil, a legislação determina que o doador

deve possuir entre 18 e 55 anos. Enquanto para a doação de tecido ósseo a faixa

etária se amplia até os 70 anos. Como grande parte dos doadores se encontram

numa faixa etária acima dos 55 anos, a possibilidade de captação destes tecidos é

menor do que a do tecido ósseo, o que torna necessário o desenvolvimento de alter-

nativas que visem uma maior disponibilização destes tecidos.

Após o processamento, os tecidos são acondicionados em embalagens plásticas tri-

plas estéreis, adequadas para o armazenamento em temperatura controlada de -

80ºC, em ultracongeladores com validade de dois anos para tendões e cinco anos

para tecido ósseo. O tempo menor de armazenamento do tendão para transplante

também é outro ponto que deve ser analisado no desenvolvimento de uma logística

que permita o atendimento ininterrupto a solicitações de tendões para transplante.

CO-OSSO-02O BANCO DE TECIDOS MUSCULOESQUELÉTICO E SUA PRODUTIVIDADE NAÁREA DE TRANSPLANTES BRASILEIRA.Souza, JEO; Ferreira, LL; Barros, EF; Maia, E; Souza, S; Prinz, RAD

Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad – INTO (Rio de Janeiro

– RJ).

O banco de tecidos é responsável pelos processos de captação, processamento e

distribuição de ossos e tendões para utilização em cirurgias de transplante na área

da ortopedia e odontologia em todo o território nacional. Possuindo, desta forma, equi-

pes preparadas para realizar captações 24 horas por dia, 365 dias do ano.

O processo de captação é gerenciado pela Central Estadual de Transplantes, que ao

ser notificada sobre um óbito, averigua junto a família a possibilidade da doação. Em

caso afirmativo, a equipe de captação é informada e após avaliações minuciosas

de exame físico, histórico do paciente, resultados sorológicos e de biologia molecular

NAT-HCV e NAT-HCV e de prontuário do possível doador realiza a cirurgia de captação

de ossos.

O processamento é realizado em área limpa com rígido controle de qualidade: ar to-

talmente filtrado para evitar contaminação por bactérias e/ou fungos, monitoramento

de temperatura e pressão. Todas as peças produzidas são submetidas a exames mi-

crobiológicos, radiológicos e histopatológicos para minimizar os riscos para a saúde

do receptor. Estes resultados determinam a aprovação ou não do produto como apro-

priado para o transplante. Os tecidos são acondicionados em embalagens plásticas,

triplas, estéreis, adequadas para o armazenamento a uma temperatura controlada

de -80ºC, em ultracongeladores.

Após liberação para uso, os tecidos atendem a fila de espera em hospitais cadastra-

dos no Sistema Nacional de Transplantes. E são transportados gratuitamente pelas

companhias aéreas brasileiras, através de um acordo de cooperação firmado pelo

Sistema Nacional de Transplantes. Em 2014, o banco realizou 27 captações e conse-

guiu atender mais de 90% de todas as solicitações recebidas. No ano seguinte, foram

30 captações, contemplando cerca de 70% das requisições. E no primeiro semestre

de 2016, 16 captações foram realizadas com atendimento de 86% da demanda.

A grande dificuldade na doação de ossos é o desconhecimento da população que

o doador é reconstituído com material sintético, mantendo sua aparência preservada

ao final do procedimento. Verificamos um aumento de 90% na doação de tecidos

musculoesqueléticos após conscientização da população através de reportagens des-

tacando o nosso desabastecimento em emissoras de TV. O papel do Banco de Tecidos

Musculoesquelético é de fundamental importância no Brasil, pois favorece uma me-

lhoria na qualidade de vida, ofertando produtos para transplantes para toda a popu-

lação brasileira.

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40

COMUN

ICAÇÕES BREVES

CB-RIM-01ANÁLISE DE FATORES DE RISCO PARA DISFUNÇÃO PRIMÁRIA DO ENXERTOEM TRANSPLANTE RENAL EM SERVIÇO PUBLICO NO ESTADO DO CEARÁVinícius da Costa Moreira, Francisco José Maia Pinto, Ronaldo de Matos Esmeraldo,

IVELISE REGINA CANITO BRASIL

Universidade Estadual do Ceará, Hospital Geral de Fortaleza.

Introdução: a disparidade entre a disponibilidade de órgãos de doadores-cadáveres

e o número de pacientes necessitando de transplante renal tornou aceitável a expan-

são do pool de doadores, incluindo-se aqueles com comorbidades como hipertensão

e diabetes. Assim, ganhou relevância o desenvolvimento de sistemas de escores clíni-

cos como o Kidney Donor Risk Index (KDRI), que pudessem auxiliar na predição de dis-

função primária do enxerto (DGF), para lidar com um risco maior para tal desfecho

entre os doadores de critério expandido. Paralelamente ao maior uso de enxertos

desse tipo de doador, a incidência de DGF tem crescido e implicado hospitalização

prolongada com necessidade de diálise. DGF trata-se de importante fator de risco

para rejeição aguda e associa-se a menor sobrevida do enxerto.

Objetivos: analisar a utilidade do KDRI para a predição de DGF, traçar o perfil clínico

dos doadores e verificar a incidência de DGF.

Métodos: executou-se uma coorte retrospectiva, por análise de prontuários de 362 pa-

cientes submetidos a transplante renal (e de seus respectivos doadores), de janeiro de

2011 a dezembro de 2013. Excluíram-se transplantes combinados, de doador vivo ou

com perda de seguimento. Para análise estatística, usou-se o software SPSS versão 21.

Resultados: a média de idade dos doadores foi 30,62+-13,90 anos, havendo história

de hipertensão arterial sistêmica em 20 (5,5%) dos doadores e de diabetes mellitus

em 8 (2,2%) deles; 257 (71%) dos doadores eram do sexo masculino. A principal causa

de morte consistiu em trauma cranioencefálico (253, ou 69,9%, dos doadores), se-

guido por acidente cerebrovascular, identificado em 97, ou 26,8%, dos doadores.

Apenas 11 (3%) dos doadores atenderam ao critério expandido. O valor médio de

KDRI foi 0,89+-0,22, variando de 0,56 a 1,87. O tempo médio de isquemia fria foi de

21,02+-6,28 horas. A incidência de DGF foi de 54,5%. KDRI a partir de 0,83 mostrou-

se fator de risco para a ocorrência de DGF, com OR = 2,16; IC 95% = [1,38;3,38]; p-

valor = 0,001.

Conclusão: KDRI a partir de 0,83 associou-se a 2,16 vezes mais chances de ocorrência

de DGF, podendo constituir ferramenta suplementar à tomada de decisão clínica

quanto ao emprego ou não de determinado enxerto.

CB-RIM-02ANÁLISE GLOBAL DE SERVIÇO DE TRANSPLANTE RENAL COM 3 ANOS DEFUNCIONAMENTO.Finni Patricia, Fagundes Claudia, Glasberg Denise, Barros Onofre, Imada Alicia,

Lustoza Priscila, Reis Marilia, Pires Ana Claudia, Matuck Tereza, Carvalho Deise

Centro Estadual de Transplantes Hospital São Francisco de Assis Rio de janeiro/ RJ -

Brasil.

O Serviço de Transplante Renal teve inicio em fevereiro de 2013 e até o momento rea-

lizou 652 transplantes renais. Foram analisados os primeiros 354 transplantes com doa-

dor falecido no período de fevereiro de 2013 a março de 2015. Características do

receptor: média de idade (46±12 anos), sexo masculino (64%),doença de base: HAS

(33,6%), média de tempo em diálise (52±46 meses) e 94% PRA -negativo. Em relação

ao doador: média de idade (42±16 anos), sexo masculino (56%), causa de óbito :

Acidente Vascular Cerebral (52,8%),Traumatismo Cranio-Encefálico (40%);média do

tempo de isquemia fria (17±6h).A terapia de indução foi com Thimoglobulina em

57,6%, sendo que 81% foram convertidos de Micofenolato Sódico para inibidor MTOR

em torno do 14°dia (GRUPO 1), 19% seguiram com Micofenolato sódico (GRUPO 2) e

42,4% induziram com Basilixmab e esquema imunossupressor: Tacrolimus, Micofenolato

sódico e corticoide (GRUPO 3). A taxa de função retardada do enxerto e o índice de

Rejeição Aguda foram semelhantes nos 3 grupos. A incidência de infecção por Cito-

megalovírus foi 18%no grupo 2,13% no grupo 3 e 6% no grupo1; p<0,05. A função

renal ao final do primeiro ano avaliada pela média de creatinina sérica foi de

1,36±0,64 (grupo 3) 1,87±1,0 (grupo 1) e 2,0±2,7 (grupo 2) p<0,05. A sobrevida do

enxerto ao final de 2 anos foi de: 87% (grupo1), 83% (grupo 3) e 82% (grupo 2).Nosso

serviço com apenas 3 anos de funcionamento conseguiu um número expressivo de

transplantes e com bons resultados a curto prazo. Tentativas de mudanças no esquema

de imunossupressão para diminuir taxas de infecção por CMV foram feitas e a princípio

com resultados satisfatórios.

CB-RIM-03MELHORA DO MIOCÁRDIO SEIS MESES APÓS O TRANSPLANTE RENAL:ESTUDO DE RESSONÂNCIA CARDÍACA SEM CONTRASTEMariana Moraes Contti, Luis Gustavo Modelli de Andrade, Hong Si Nga, Paula

Dalsoglio Garcia, Henrique Mochida Takase, Maryanne Machado da Silva e

Maurício Fregonesi Barbosa

Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu - São Paulo - Brasil.

Introdução: Pacientes com doença renal crônica (DRC) estadio 5 apresentam risco au-

mentado de doenças cardiovasculares, sendo a hipertrofia do ventrículo esquerdo (HVE)

fator de risco independente para eventos cardiovasculares e óbito. O transplante renal

está associado à redução do risco cardiovascular e regressão da HVE ao Ecocardio-

grama, entretanto esse exame superestima a massa do VE em pacientes com DRC. A

ressonância nuclear magnética, por sua vez, proporciona medidas mais detalhadas da

estrutura cardíaca, independente do volume, até mesmo na população com DRC. Re-

cente técnica de ressonância cardíaca, o Mapeamento T1 Miocárdico reflete doença

miocárdica, envolvendo o miócito e o interstício, sem usar contraste. Identifica presença,

padrão e extensão da fibrose miocárdica em pacientes com Cardiomiopatia Hipertró-

fica, porém não há estudos em Transplantados Renais. Postula-se que o transplante renal

contribua para a redução do T1 miocárdico. Pretende-se investigar, com esse recurso,

se ocorre melhora do coração após o Transplante renal. E caso positivo, se é devido a

melhora no volume intravascular ou no miócito e interstício.

Objetivo: Avaliar, 6 meses após o transplante renal, a variação do T1 nativo Miocár-

dico.

Método: Entre 18/03/15 a 21/04/16 foram avaliados, em centro único, 11 pacientes

com mais de 18 anos submetidos a transplante renal com doador falecido. Todos

foram submetidos a dois exames de ressonância cardíaca (o primeiro realizado no pri-

meiro mês, e o segundo 6 meses pós-transplante).

Resultados: Comparando-se a primeira e a segunda ressonância, não houve mu-

dança em nenhum dos parâmetros: Fração de Ejeção, Volume Diastólico Final Inde-

xado, Massa de VE indexada (MVEI), Septo Interventricular ou Parede Posterior de VE.

O valor médio do T1 nativo caiu de 1351 (±51,64) para 1302 ms (±51,59), com p=

0,027. Foi demonstrado, além disso, uma correlação positiva entre o T1 nativo e a MVEI

(Correlação de Pearson = 0,43, p= 0,046).

Conclusão: Seis meses após o Transplante já foi observado redução significativa no

T1 miocárdico, mesmo nessa pequena amostra. Conclui-se, portanto, que o Trans-

plante Renal é responsável por melhora do Miocárdio desses pacientes não apenas

por garantir a redução do volume intravascular, mas também por melhorar miócito e

interstício.

CB-RIM-04DIABETES MELLITUS PÓS-TRANSPLANTE DE NOVO NO PRIMEIRO ANOPÓS-TRANSPLANTEJoana Silva Costa, Adriana de Sousa Lages, Catarina Romãozinho, Rui Alves,

Margarida Bastos, Carla Baptista, Lídia Santos, Fernando Macário, Mário Campos,

Francisco Carrilho, Arnaldo Figueiredo

Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

A incidência de diabetes mellitus pós-transplante de novo (NODAT) pode variar de 10

a 46%, sendo mais elevada no primeiro ano pós-transplante. A identificação de fatores

risco (FR) é importante na prevenção da doença e suas complicações. OBJETIVOS E

MÉTODOS: Avaliar a prevalência de FR (recetor masculino, idade avançada, dador

cadáver, número de compatibilidades, HCV, risco CMV, história familiar diabetes mellitus

2 (DM2), índice massa corporal (IMC) elevado, HDL<40 mg/dl, trigliceridos (TG)>150

mg/dl e imunossupressores) e o tratamento de NODAT. De 119 transplantados em 2014

na Unidade, excluiram-se diabéticos pré-transplante ou sem seguimento de 1 ano. RE-

SULTADOS: De 91 transplantados, 32 mulheres e 59 homens, raça branca, com

48,3±12,3 (mín.20-máx.69) anos, 5 eram de dador vivo e restantes dador cadáver.

Todos HCV negativos. Diagnóstico de NODAT mediante glicemia jejum>= 126 mg/dl

em 20 doentes (21,9%), com HbA1c 6,37±0,92%, 16 homens e 4 mulheres, 51,3± 9,2

(mín.36-máx.66) anos (4 com >60 anos), todos dador cadáver, 2,2±1,1 compatibili-

dades (1,0±0,7 em DR). Destes, 2 tiveram rejeições agudas –uma no único doente

CMV dador positivo/receptor negativo –tendo ambos realizado pulsos de metilpredni-

solona. Metade dos doentes apresentavam história familiar de DM2. IMC pré-trans-

plante 26,3± 4,8 (mín.18,7-máx.37,8) kg/m2, sendo >25 kg/m2 em 13 doentes.

Diagnóstico aos 2,9 ± 2,7 meses: <=1 mês em 7 doentes; 2-7 meses em 12 doentes;

>7 meses em 1 doente. HDL<40 mg/dl em 7 doentes e triglicéridos>150 mg/dl em 10

doentes. Ao diagnóstico, todos sob corticóides (dose 12,6± 5,2mg), 14 sob tacrolimus

(tacrolinemia 8,0± 1,8 ng/ml), 1 sob ciclosporina (ciclosporinémia 159,8 ng/ml); 5 sob

everolimus + tacrolimus (everolinemia 4,9 ± 1,8 ng/ml, tacrolinemia 6,8 ±1,19 ng/ml).

Em um dos doentes houve conversão tacrolimus a ciclosporina. Não se verificaram

eventos cardiovasculares. Tratamento: modificação estilo vida (MEV) 9 doentes, insulina

(INS) 6 doentes, anti-diabéticos orais (ADO) 4 doentes, INS + ADO 1 doente. CONCLU-

SÃO: Verificou-se elevada prevalência de NODAT no recetor masculino, dador cadáver,

sob tacrolimus (inclusive em doses terapêuticas), com maior relação com excesso de

peso e hipertrigliceridemia do que com idade avançada. A doença foi controlada

na maioria com MEV. São necessários estudos de maior duração para melhor evidên-

cia de NODAT.

CB-RIM-05PARATIROIDECTOMIA NO HIPERPARATIROIDISMO TERCIÁRIO APÓSTRANSPLANTE RENAL – EXPERIÊNCIA DE UM CENTROCatarina Meng, Luciano Pereira, Patrícia Martins, Ana Rocha, Inês Ferreira, Isabel

Tavares, Manuela Bustorff, Susana Sampaio, Manuel Pestana

Centro Hospitalar São João.

O Hiperparatiroidismo (HPT) constitui complicação comum na população com Doença

Renal Crónica (DRC) e pode persistir em até 25% dos doentes 1 ano após o transplante

renal (TR). No tratamento médico a hipercalcemia limita frequentemente o uso de vi-

COMUNICAÇÕES BREVES

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COMUN

ICAÇÕES BREVES

41

tamina D e seus análogos. Os calcimiméticos são usados off-label mas os resultados

associados à sua utilização são escassos. A paratiroidectomia constitui o único trata-

mento potencialmente curativo; contudo, para além dos riscos associados à Cirurgia

vários autores reportam uma deterioração significativa da função renal após a Cirurgia

por mecanismos ainda por esclarecer.

Os autores realizaram um estudo observacional retrospetivo com o objetivo de carac-

terizar os doentes transplantados renais submetidos a paratiroidectomia na nossa ins-

tituição no período entre 1.1.2005 e 31.1.2015 e os resultados clínicos e laboratoriais

1ano após Cirurgia.

Foi obtida uma amostra de 15 doentes; idade mediana de 54 anos e tempo pós-trans-

plante mediano de 3 anos (2-17 anos). As indicações para Cirurgia foram hiperpara-

tiroidismo com PTH acima do limite superior do normal com ou sem hipercalcemia

associada. O uso de calcimiméticos foi deixado ao critério do Nefrologia assistente,

sendo que 8 doentes estavam sob cinacalcet. Os valores médios de PTH, Cálcio e Fós-

foro prévios à Cirurgia foram, respetivamente 262 pg/ml, 5.2mEq/L e 6.8mg/L.

Foram efetuadas 5 paratiroidectomias uniglandulares, 4 biglandulares e 6 subtotais. A

mediana de internamento foi de 6 dias e não se registaram óbitos associados ao pro-

cedimento Cirúrgico. Verificou-se descida estatisticamente significativa da PTH e fósforo

ao final de 1 ano (PTH média=106pg/ml, Fósforo médio 4,6mg/dl). Comparando os

valores de taxa de filtração glomerular (TFG) antes e 1 ano após Paratiroidectomia,

estes não diferiram de forma estatisticamente significativa (mediana de 65ml/m/1.73m2

vs 63.4ml/m/1.73m2, p=0.7).

O tempo de follow-up mediano foi de 4 anos.

Tal como nos doentes com HPT secundário, a Paratiroidectomia constitui uma opção

no tratamento do HPT persistente pós-transplante. Na nossa amostra não se verificou

deterioração da função renal 1 ano após Cirurgia. São necessários estudos randomi-

zados para avaliar a eficácia e segurança dos calcimiméticos no HPT persistente, assim

como a comparação da eficácia destes com a Cirurgia.

CB-RIM-06RECURRENCE OF PRIMARY DISEASE IN KIDNEY TRANSPLANT RECIPIENTS – 10YEARS OF TRANSPLANT BIOPSIESHelena Pinto1, Rita Leal1, Fátima Costa1, Luís Rodrigues1, Lídia Santos1, Catarina

Romãozinho1, Fernando Macário1, Rui Alves1, Jorge Pratas1, Vítor Sousa2, Carol

Marinho2, Lígia Prado e Castro2, Mário Campos1, Arnaldo Figueiredo3, Alfredo Mota3

1-Serviço de Nefrologia, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Coimbra

Portugal; 2-Serviço de Anatomia Patológica, Centro Hospitalar e Universitário de

Coimbra, Coimbra Portugal; 3-Serviço de Urologia e Transplantação Renal, Centro

Hospitalar e Universitário de Coimbra, Coimbra Portugal.

Introduction: The recurrence of primary disease is an uncommon finding in kidney trans-

plant biopsies. However, it can lead to graft loss, especially if appropriate treatment is

not timely initiated.

The objective of this study was to determine the incidence of recurrence of primary dis-

ease in our transplant kidney biopsies of the last 10 years, as well as their outcomes.

Methods And Materials: A retrospective study of all the kidney transplant biopsies per-

formed since 2006 to 2015 was made. We analyzed 19 kidney transplant biopsies of

18 patients with recurrence of kidney disease in transplant.

Results: From the 19 kidney biopsies showing recurrent primary disease, 6 were IgA vas-

culitis, 5 focal segmental glomerular sclerosis, 5 diabetic nephropathy, 2 atypical he-

molytic uremic syndrome and 1 primary hyperoxaluria. Patient mean age was 42.3 ±

13.9 years and the majority were male. The mean time from transplant to kidney biopsy

was 52 months. Patients presented with nephrotic syndrome (n=9), graft dysfunction

(n=5), nephrotic proteinuria and graft dysfunction (n=3) or nephrotic proteinuria (n=2).

At the time of the biopsy the mean serum creatinine was 2.2mg/dL (with mean basal

value of 1.3mg/dL) and proteinuria was 8.3g/day (4 patients without 24-hour proteinuria

measurement). The primary diagnosis in the biopsy was recurrence of primary disease

in 17 cases, while in the other 2 it was cellular rejection. Treatment varied accordingly

with the specific diagnosis, but in 6 cases it was adjustments of maintenance immuno-

suppression, in 3 cases methylprednisolone pulses (2 of them for cellular rejection), in 5

cases plasmapheresis (2 of them with methylprednisolone pulses and one with Ritux-

imab), in 2 cases ACE inhibitor and in 3 patients there was no change in the therapeutic

plan. Complete remission was achieved in 8 patients (in 2 cases this improvement was

resultant of control of cellular rejection), partial remission in 3 and no remission in 8.

Conclusion: In our study recurrence of primary disease occurred in a small number of

patients, but this finding altered the therapeutic plan as well as renal outcome in the

majority of them. This diagnosis should not be forgotten when approaching graft dys-

function and/or proteinuria.

CB-RIM-07TRANSPLANTE RENAL DE DADOR DE CRITÉRIOS EXPANDIDOS - UMA ANÁLISERETROSPECTIVA DE 5 ANOS Marta Ruivo, Patricia Cotovia, Ana Carina Ferreira, Cecília Silva, Fernando Caeiro,

Inês Aires, Aníbal Ferreira, Francisco Remédio, Fernando Nolasco

Centro Hospitalar Lisboa Central - Hospital Curry Cabral - Serviço Nefrologia.

Introdução: O transplante renal de dadores de critérios expandidos (DCE) permite au-

mentar o número de órgãos, sendo incerto o seu impacto a longo prazo.

Objetivo: Avaliar a influência de fatores relacionados com DCE na função do enxerto

e na sobrevida do recetor.

Métodos: Análise retrospetiva de 74 transplantes renais de DCE, realizados entre 2008

e 2012. Avaliadas características de recetores e dadores, presença de comorbilidades

e características associadas ao transplante. Foi avaliada a função do enxerto através

do cálculo da TGFe (CKD-EPI). Efetuada regressão de Cox para avaliação de morte

ou perda de enxerto e disfunção de enxerto (TFGe <30 ml/min).

Resultados: A idade média dos recetores foi 52,9±12,2 anos, 57% do sexo masculino,

21.6% com HTA, 13.5% com DM2. Vintage em diálise de 69,5±36,2 meses. O tempo

de seguimento pós-transplante foi de 65±21 meses.

Dadores com idade média de 60±9,8 anos, 58% do sexo masculino e TFGe de

81,4±26,5ml/min/1.73m2. O tempo de isquémia fria (TIF) médio foi 16±3,8 horas. 43,2%

dos recetores possuía >4 incompatibilidades HLA. Indução com Timoglobulina em 52%

dos casos. No pós-transplante, 47% apresentou função imediata. Ao longo do segui-

mento, 7 morreram e 16 perderam o enxerto. A sobrevida do enxerto aos 3 anos foi

82,6%, com TFGe média de 52,8±20,9 ml/min/1.73m2.

A presença de >4 incompatibilidades HLA associou-se a maior perda de enxerto ou

morte (OR 2.85, p= 0.043).

Na análise multivariada, isoladamente o TIF, a idade do dador, o tipo de imunossupres-

são ou as comorbilidades do recetor ou dador não se associaram a disfunção ou

perda de enxerto, ou morte. Tendo em conta a interação entre a idade do dador e o

TIF, verifica-se que, nos dadores com >60 anos, cada hora de isquémia acresce um

risco de 60% de disfunção de enxerto (HR 1.6, p=0.03).

Conclusão: Os DCE são um grupo heterogéneo cuja utilização tem sido crescente nos

últimos anos. Isoladamente, à exceção do número de incompatibilidades, o TIF ou

idade do dador não parecem afetar a sobrevida ou função do enxerto. No entanto,

o TIF crescente parece influenciar a função do enxerto no caso de dadores com mais

de 60 anos.

CB-RIM-08PRINCIPAIS CAUSAS DE MORTALIDADE APÓS O TRANSPLANTE RENAL:CASUÍSTICA DE UMA UNIDADEBrigite Aguiar1, Rita Leal1, Helena Pinto1, Catarina Romãozinho1, Lídia Santos1,

Fernando Macário1, Rui Alves1, Mário Campos1, Arnaldo Figueiredo2, Alfredo Mota2

1-Serviço de Nefrologia, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Coimbra

Portugal; 2-Serviço de Urologia e Transplantação Renal, Centro Hospitalar e

Universitário de Coimbra, Coimbra Portugal.

Introdução: A perda de enxerto (PE) funcionante relacionada com a mortalidade

deve-se em parte à inclusão de doentes de maior risco cardiovascular e também ao

uso de potentes esquemas de imunossupressão que podem ter efeito sinérgico.

Objectivos: Identificar as principais causas de morte nos transplantados renais com

enxerto funcionante e avaliar se existem diferenças em relação ao longo do tempo.

Métodos: Estudo retrospetivo dos doentes falecidos com enxerto funcionante trans-

plantados no CHUC-HUC entre 1987 a 2011. Variáveis demográficas e clínicas foram

colhidas da base de dados da Unidade.

Resultados: Foram transplantados 2233 doentes, 916 doentes (41%) antes de 2000 e

1317 depois (59%); 51% permanecem com o enxerto funcionante, e as duas principais

causas de PE foram a transferência para hemodiálise por rejeição crónica (20.3%) e

a morte (20.5%). Das PE que ocorreram por morte (n=456) foram após follow-up médio

72.9± 65.8 meses: 95 doentes após 10 anos de follow-up:116 entre 5-10 anos, 133

doentes entre 1-5 anos, 113 antes do 1º ano. A idade média foi de 49.1 anos, tempo

médio em diálise 50.1 meses: 310 homens (68%), 48 diabéticos (10.5%), 340 (74.2%)

hipertensos, 130 fumadores (28.4%), 20 seropositivos HCV (4.4%) e 290 CMV (63.3%).

Idade média do dador 37.4 anos.

Causa de morte cardiovascular em 155 doentes(33.9%); infeciosa em 140; neoplásica

em 61; outras em 29 (6.1%) e desconhecida em 73(6.0%). Avaliando a década em

que os doentes foram transplantados (antes e após 2000), verificamos que as mortes

por doença cardiovascular (n=166 vs 39;p<0.001), por neoplasia (n=46 vs 15, p=ns)

e por doenças infeciosas (n=80 vs 59;p=ns) diminuíram entre a primeira e segunda

década.

O grupo de morte cardiovascular era mais hipertenso, sendo que as principais etiolo-

gias da DRC nesse grupo eram a nefropatia diabética e nefroangioesclerose

(n=43,27.7%), maior proporção do género masculino (75%) e com maior tempo em

hemodiálise (55.4 meses). O grupo de morte por infeção apresentava maior proporção

de submetidos a terapêutica de indução (35%), no entanto, sem diferença estatisti-

camente significativa.

Conclusão: A mortalidade de causa cardiovascular foi a principal causa de PE fun-

cionante, e esta tem vindo a reduzir significativamente entre as décadas analisadas.

CB-RIM-09THE PORTUGUESE KIDNEY ALLOCATION LAW OF 2007 AND ITS IMPACT INTRANSPLANTION OF HIGHLY SENSITIZED PATIENTSRute Carmo, Catarina Meng, Inês Ferreira, Ana Cerqueira, Susana Sampaio, Manuel

Pestana

Nephrology Department, Hospital São João, Porto, Portugal.

Kidney transplantation is considered the renal replacement therapy of choice. A new

law of organ allocation was implemented in August 2007 to overcome the longer await-

ing lists for highly sensitized (HS) patients.

We aimed to evaluate the outcomes of this policy in our centre. We retrospectively

analysed deceased kidney transplant receptors with a PRA>50%, between 2008-2011.

During this period, 277 patients were transplanted and 18 (6,5%) were considered HS.

Sixty-one percent (n=11) of HS were female, with a mean age of 50,2±10,1 years. In

50% of the cases the aetiology of the chronic kidney disease was unknown. The vintage

on dialysis was 105,1±65,2 months. Thirteen patients (72,2%) were previously trans-

planted. The mean peak PRA was 72,6±15,4% and they had 4,3±1,8 HLA mismatches.

In all cases, the immunosuppression consisted in thymoglobulin followed by tacrolimus,

Page 42: Download do Livro de Resumos

13–15 OUTUBRO 2016 · PORTO · PORTUGALXIII CONGRESSO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSO LUSO BRASILEIRO DE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICO DE TRANSPLANTAÇÃO

42

COMUN

ICAÇÕES BREVES

MMF and prednisolone.

Mean follow up time was 52,3±33,45 months; eGFR at discharge time was 46,9±22,2

ml/min/1,73 m2 and at the end of follow-up was 71,8±22,2. Ten patients (55,6%) had

an acute rejection, most of them being antibody mediated rejections.

During the follow-up, six patients (33%) lost their graft, 4 of them in the first year of trans-

plantation due to acute antibody mediated rejection.

Graft survival (death-censored) was significantly lower in the highly sensitized group

(77,8% at 1 year, 72,7% at 2 years, 66,7% at 5 years) compared with the non HS pop-

ulation (98,1%; 96,5%; 94,9%) (log rank 0,001). Patient survival was similar in both groups

(94,4% vs. 94,6%; log rank 0,87).

As expected, hyperimmunized receptors were predominantly females, had previously

being transplanted and were on dialysis for a longer time despite being young. Al-

though, there were a high rate of rejections, only six patients lost their graft and the ma-

jority was in the immediate post transplant period (1 month). Patients that didn´t havegraft failure in the first year, presented an important renal function recovery.

These results suggest that the effort must be done in the peri-transplant period with the

implementation of desensitizing protocols.

We would like to emphasize that the use of aggressive immunosuppression wasn´t as-sociated with higher mortality.

CB-RIM-10CONSULTA DE PÓS-TRANSPLANTAÇÃO RENAL - EXPERIÊNCIA DE UM CENTROULTRA-PERIFÉRICOMiguel Gonçalves, Pedro Vieira, Luís Resende, José Durães, Nuno Rosa, José Alves

Teixeira, Gil Silva

Serviço de Nefrologia, Hospital Central do Funchal, Funchal, Portugal.

O Transplante renal (TxR) é o tratamento de eleição para o estadio terminal da Doença

Renal Crónica, proporcionando maior sobrevida e qualidade de vida. O follow-up em

consulta de pós-TxR permite a gestão das complicações inerentes ao TxR e ao declínio

da função do enxerto.

O seguimento de doentes com TxR é realizado na Região Autónoma da Madeira

(RAM), em colaboração com as Unidades de Transplantação, desde 1985. Até

31/Dez/2015, foram seguidos 190 doentes incidentes cumulativos. Registaram-se 45

falências do enxerto renal (22 por disfunção crónica, 14 por morte com enxerto fun-

cionante, 6 por rejeição aguda e 3 por outras causas) e 3 transferências para outras

unidades. As principais etiologias da DRC nos doentes transplantados foram as doen-

ças glomerulares (22%), nefropatia diabética (14%) e malformações urológicas (10%),

e 31% não tinham etiologia determinada. As Unidades de Transplantação de origem

mais frequentes foram o Hospital de Santa Maria (45,8%), Hospital da Cruz Vermelha

Portuguesa (26,7%) e o Hospital de Santa Cruz (15,5%).

A 31/Dez/2015 estavam inscritos na consulta de pós-TxR 142 doentes (118 transplantes

com enxerto renal de dador cadáver, dos quais 5 doentes submetidos a 2ºTxR; 15

transplantes de dador vivo; 9 transplantes reno-pancreáticos). Destes, 60,6% eram do

sexo masculino, com idade média de 50±13,1anos (min. 18 anos; máx. 79 anos), e

tempo de transplante médio 110±75,6 meses (min. 1 mês; máx. 382meses). A sobre-

vida global dos enxertos renais foi 96,7% aos 12meses, 93.2% aos 24meses, 87,4%

aos 60 meses, 80,3% aos 120 meses e 61,8% aos 240 meses.

Em 2015 foram realizadas 1373 consultas de pós-TxR. Registaram-se 26 internamentos,

com duração média 17±21,5dias, sendo as causas infecciosas o motivo mais fre-

quente de internamento (65,4%). Ocorreram 2 episódios de rejeição comprovados his-

tologicamente.

O seguimento integral dos doentes transplantados na RAM permitiu descentralizar e

reduzir as consultas de seguimento nas Unidades de Transplantação, assegurando a

proximidade nos cuidados prestados com redução de custos económicos e absen-

tismo laboral, com taxas de sobrevida renal sobreponíveis e melhoria na qualidade

de vida dos doentes e das suas famílias.

CB-RIM-11DP PÓS TRANSPLANTE RENAL – OUTCOMES E EXPERIÊNCIA DE UM CENTROP. Campos1, P. Branco2, A.Gaspar2, J.D.Barata2

1-S. Nefrologia Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca; 2-S. Nefrologia Hospital de

Sta Cruz. Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental.

Introdução: Assistiu-se a um aumento na sobrevida do aloenxerto renal, nas últimas

décadas, contudo habitualmente este não mantém função por toda a sobrevida do

doente. Após falência de enxerto os doentes retornam técnica dialítica não existindo

consenso acerca do seu impacto na sobrevida. Os autores apresentam uma revisão

dos doentes que iniciaram diálise peritoneal (DP) após falência do aloenxerto.

Métodos: Estudo observacional, com avaliação sistemática dos doentes que ingres-

saram num programa de DP, entre janeiro 2007 e março 2016, após a falência do

aloenxerto renal. Esta população foi comparada com os doentes incidentes em DP.

Valor-p <0.05 foi considerado significativo.

Resultados: Entre 137 doentes incidentes em DP, 17 doentes foram admitidos após

perda de aloenxerto com idade mediana (IQR) 50.5 (32.5-58.7) anos, 65% homens,

23.5% diabéticos, Hemoglobina (IQR) 10.6 (9.7 -11.8), tempo TSFR (IQR) 138.2 (40.5-

196). Imunossupressão com inibidor da calcineurina e micofenolato foi descontinuada

até 120 dias após início DP. Prednisolona manteve-se 2.5-7.5mg/dia.

A tabela 1 apresenta análise comparativa com a população de doentes incidentes

em DP, tendo em conta a última avaliação clínica.

DP após transplante DP naive Valor-p

(n = 17) (n = 120)

Idade (IQR) anos 50.5 (32.5-58.7) 53.7 (16.2) NS (0.21)

Género masculino (%) 65 67 NS (0.75)

Tempo em DP (SD) meses 52.78 (40.9) 52 (19.7) NS (0.43)

Taxa de peritonites (ep/pt/ano) 0.83 0.45 0.023

Dtes sem peritonite (%) 37 49.1 NS (0.52)

D/P Creatinina (SD) 0.67 (0.09) 0.66 (0.09) NS (0.83)

wKt/V (SD) 2.24 (0.91) 2.25 (0.55) NS (0.93)

Icodextrina (%) 47.3 31.5 NS (0.49)

Diurese Residual (IQR) 350 (0-937.5) 1500 8475 -2225) 0.01

Hemoglobina (IQR) g/dL 10.6 (9.7 – 11.8) 11.7 (10.8-12.6) NS (0.07)

Albumina (SD) g/dL 3.3 (0.6) 3.5 (0.58) NS (0.37)

PCR (SD) mg/dL (IQR) 1.3 (0.65-2.09) 1.1 (0.5-1.6) NS (0.23)

PTH (SD) ug/mL (SD) 792 (495.6) 613.8 (496.2) NS (0.36)

Tabela 1 – Análise comparativa dos doentes incidentes em DP após transplante ou

naive. IQR – Amplitude interquartil, NS – Não significativo, SD – desvio padrão,

A única diferença com significado estatístico foi na taxa de peritonites, superior no

grupo em DP após perda do aloenxerto, sem diferença na proporção de doentes com

peritonite. Outros factores como recorrência de peritonite ou falhas técnicas podem

assim desempenhar um papel no aumento da incidência de peritonites recidivantes.

A proporção de icodextrina apesar de não estatiscamente significativa parece supe-

rior no grupo pós-transplante, possivelmente para controlo de volume devido a menor

diurese residual.

Conclusão: Na nossa amostra de 135 doentes com um seguimento médio superior a

50 meses, a opção por DP não apresenta diferenças de outcome na eficácia dialítica,

parâmetros de nutrição ou inflamação em relação à população incidente em DP. A

única diferença com significado estatístico foi na taxa de peritonites, superior no grupo

pós-transplante, sugerindo que a susceptibilidade à infecção pode manter-se aumen-

tada mesmo após descontinuação da terapêutica imunossupressora.

CB-RIM-12PATIENTS THERAPEUTICAL ADHERENCE AFTER KIDNEY TRANSPLANTANTION:THE ADERE PORTUGAL STUDYAlexandra Torres, Lidia Santos, Catarina Romãozinho, Rui Alves, Fernando Macário

Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Coimbra, Portugal.

All patients that undergo kidney transplantation need immunosuppressive medication

for the rest of their lives. According to recent clinical guidelines (KDIGO), this immuno-

suppressive medication should be initiated before or at the moment of the transplant,

in order to prevent an acute rejection of the transplanted tissue [1]. Therefore, thera-

peutic adherence is crucial to assure the success of the transplantation and reduce

the risk of mortality [2-4]. The primary objective of this cross-sectional, observational

study is to evaluate the immunosuppressive medication adherence in patients who have

undergone a kidney transplantation, according to the Basel Assessment of Adherence

with Immunosuppressive Medication Scale (BAASIS). Secondary objectives included as-

sessing the possible relation between patients’ sociodemographic and clinical charac-

teristics and the therapeutic adherence to immunosuppressive medications. The study

was conducted in the Hospitals of University of Coimbra (CHUC) in Portugal, and it was

approved by the Ethical Committee and by the National Committee for Data Protection.

Study sample included 200 patients (mean age: 54 ± 12 years), where 62.5% were

men. About one-half of the patients had a primary education and about 30% were cur-

rently employed; however, the majority of the population (61%) was retired. The BAASIS

measures patients’ taking, skipping, timing (>2 hours from prescribed time) and dose

reduction of drugs. Patients were classified as non-adherent when reporting deviations

in both drug timing and taking. Overall, 60% of the patients showed some kind of de-

viation: 14.5% had missed a dose, 54.5% presented a time deviation, and 9% had mis-

sed both dose and timing. Deviations in therapeutic adherence, both missing dose and

timing dimension, were significantly higher (p < 0.05) for older patients. In conclusion,

this study confirms the common problems and challenges of patients after a kidney

transplantation, in order to prevent or improve their compliance to immunosuppressive

medication.

References: [1] KDIGO Transplant Work Group. 2009; Am. J. Transplant. 9 Suppl 3:S1-155;

[2] Vlaminck H., et al. 2004; Am. J. Transplant. 4:1509-1513; [3] Denhaerynck K., et al.

2005; Tranpl. Int. 18:1221-1233; [4] Tielen M., et al., 2014; J. Transpl. 14(675301): 1-9.

CB-RIM-13ANALISANDO A IDADE DO DOADOR E DO RECEPTOR: PROGNOSTICO DAFUNÇÃO DO ENXERTO E DA SOBREVIDA DO PACIENTEFagundes Cláudia, Finni Patrícia, Correia Maria Sueli, Barros Onofre, Nunes Eloá,

Imada Alícia, Lustoza Priscila, Matuck Tereza, Carvalho Deise

Centro Estadual de Transplantes do Hospital São Francisco de Asssis- Rio de Janeiro-

RJ/ Brasil.

Nos últimos anos, com a expansão do pool de doadores idosos para transplante renal,

classificações e estratégias têm sido desenvolvidas a fim de analisar os desfechos des-

ses enxertos. Com o objetivo de avaliar o prognostico de transplante em doadores e

receptores idosos, a amostra de 349 receptores com doador falecido, consecutiva-

mente incluídos foi dividida de acordo com a idade do doador e do receptor em 4

grupos: DnRi (doador novo vs. Receptor idoso)n= 47 (13%) pacientes, DnRn(doador

novo/Receptor novo) n=205 (58%), DiRn (Doador idoso /Receptor novo) n=76 (21%) e

DiRi (Doador idoso/Receptor idoso) n=21(6%) dos pacientes. Foram definidos doadores

Page 43: Download do Livro de Resumos

13–15 OUTUBRO 2016 · PORTO · PORTUGALXIII CONGRESSO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSO LUSO BRASILEIRO DE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICO DE TRANSPLANTAÇÃO

COMUN

ICAÇÕES BREVES

43

e receptores idosos aqueles com idade ≥55 anos. Entre as características basais dos

receptores não houve diferença entre o tempo em diálise (DnRn 56±47, DiRn 46±42,

DnRi 46±35 e DiRi 49±46meses, p=ns) e a doença de base (DnRn 38%, DiRn 32%,

DnRi 43% e DiRi 38% de hipertensão arterial como principal causa), p=ns; Não houve

diferença na creatinina de retirada do doador (DnRn 1,7±1,5, DiRn 1,6±1,1, DnRi

1,4±1,2 e DiRi 1,3±1,1 mg/dL, p=ns), porém o grupo de doador novo/receptor idoso

(DnRi) apresentou o maior tempo de isquemia fria de 18±7 horas de toda a amostra,

p=0.039 entre os grupos. Os grupos de doadores idosos (DiRn e DiRi) apresentaram

pior função renal ao final de 1 ano avaliada pelo percentual de pacientes com crea-

tinina sérica inferior a 1.5 mg/dl, 25% e 28%, respectivamente vs. 69% e 62% para os

grupos DnRi e DnRn, p<0.01. Média de creatinina ao final do primeiro ano pós trans-

plante: 1,2±0,5 (DnRi), 1.5±1,1 (DnRn), 2,3±1,2 (DiRn) e 2,0±1,1(DiRi). Com relação à

sobrevida do paciente, os grupos com receptores novos apresentaram sobrevida su-

perior aos grupos com receptores idosos ao final de 2 anos; 90% (DnRn) e 93% (DiRn)

vs. 79% (DnRi) e 80% (DiRi), p<0.01. Ao analisarmos as complicações no pós-trans-

plante, não houve diferença estatística entre o desenvolvimento de função retardada

do enxerto, diabetes pós-transplante e rejeição aguda. Concluindo, a idade do doa-

dor apresentou impacto significativo no prognostico da função do enxerto enquanto

na sobrevida do paciente, a idade do receptor parece ter um papel mais importante.

CB-RIM-14PERCEPÇÃO DA SEGURANÇA DO PACIENTE TRANSPLANTADO RENALJanaína de Jesus Castro Câmara, Maria Inês Gomes de Oliveira, Mónica Andrea

Miranda Aragão, Nailde Melo Santos

Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão - Brasil.

Introdução: A segurança do paciente no cenário mundial é um componente crítico

de melhoria da qualidade do cuidado de saúde.

OBJETIVO: Avaliar a percepção de segurança do paciente em uma Unidade de Trans-

plante Renal.

Material e Métodos: Estudo descritivo-exploratório, de abordagem quantitativa, reali-

zado com 25 participantes, na Unidade de Transplante Renal de um hospital público

de ensino. A coleta de dados se deu por meio da aplicação do questionário Hospital

Survey on Patient Safety Culture - HSOPSC. Dentre as dimensões avaliadas, foi definida

a dimensão Percepção geral da segurança do paciente, na qual foram mensurados

quatro itens, com o intuito atender o objeto questionado.

Resultados e Discussão: Na dimensão Percepção geral da segurança do paciente; o

item A10R, “É apenas por acaso que erros mais graves não acontecem por aqui” cor-

responderam a 14 respostas positivas (56%). Já o item A15, “A segurança do paciente

jamais é comprometida em função de maior quantidade de trabalho a ser concluída”

teve 7 respostas positivas (28%). O A17R, “Nesta unidade temos problemas de segu-

rança do paciente” correspondeu a 5(20%). E o item A18, “Os nossos procedimentos

e sistemas são adequados para prevenir a ocorrência de erros”, teve 12 respostas po-

sitivas (48%). Os estudos nacionais revelaram que a “Percepção geral da segurança

do paciente” receberam escore considerado baixo. Pesquisa realizada em duas Uni-

dades de Terapia Intensiva no estado de Santa Catarina, o percentual de apenas

26,1% de respostas positivas1. Outro estudo em UTI Neonatal de Santa Catarina apre-

sentou escore de 36% de respostas positivas2. Em outros países está apresentada com

escores mais elevados. Estudo realizado nos hospitais do Líbano verificou que a segu-

rança do paciente tem sido percebida de forma substancial pelos profissionais envol-

vidos, recebendo um percentual de respostas positivas de 72,5%3. Já nos hospitais

da Espanha, a referida dimensão apresentou escore de 48,7% de respostas positivas4.

Conclusão: Evidenciou-se a partir da percepção dos profissionais de enfermagem,

que a segurança do paciente carece de medidas e ações concretas para assegurar

procedimentos e sistemas adequados, prevenindo a ocorrência de erros e garantindo

a qualidade do cuidado seguro.

CB-RIM-16NEFROPATIA DIABÉTICA NO ENXERTO RENALAdriana de Sousa Lages, Joana Costa, Margarida Bastos, Patrícia Oliveira, Carla

Baptista, Rui Alves, Jorge Pratas, Catarina Romãozinho, António Roseiro, Carlos

Bastos, Vitor Sousa, Carol Marinho, Luís Cardoso, Nuno Vicente, Diana Oliveira,

Diana Martins, Mara Ventura, Nelson Cunha, Lígia Prado e Castro, Arnaldo

Figueiredo, Francisco Carrilho

Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

Introdução: A nefropatia diabética (ND) no enxerto renal pode surgir em doentes com

Diabetes (DM) pré-transplante e na DM pós-transplante (DMPT).Histologicamente, a re-

corrência no enxerto pode atingir 40% dos doentes aos 6.4 anos após transplante

sendo responsável pela perda de função em 1.8% destes.

Materiais/Métodos: Análise retrospetiva de 475 biópsias de enxerto renal (BR) realizadas

no período entre janeiro de 2005 e dezembro de 2015 e seleção de doentes com re-

sultados histológicos compatíveis com ND no enxerto.

Resultados: Do total de BR realizadas (n=475), identificaram-se 6 doentes com lesões his-

tológicas compatíveis com ND no enxerto. Dos seis casos selecionados, 4 doentes eram

do género masculino (66.7%) e 2 do género feminino (33,3%); com idade à data da BR

de 54.7±8.2 anos (mín 47; máx 68) e todos com enxerto proveniente de dador-cadáver.

Eram portadores de DM pré-transplante 4 doentes: três com DM tipo 1 (caso 1 a 3) e

um com DM tipo 2 (caso 6). O caso 5 refere-se a um doente portador de DMPT 1 mês

após transplante aos 40 anos com DRC por Doença Renal Poliquística Familiar.

À data da BR, a duração de DM era de 28.0±14.4anos (min 9; máx 40), HbA1c de

7.2±0.7% e todos encontravam-se sob insulinoterapia. Nos doentes com DM prévia

(n=4), a DRC tinha como etiologia ND.

O caso 4 refere-se a um doente não portador de DM com DRC por Nefroangioescle-

rose embora o dador-cadáver tivesse diagnóstico de DM tipo1 conhecido; o exame

histológico confirmou a presença de esclerose de Kimmelstiel-Wilson no enxerto.

O tempo médio decorrido entre o transplante e a realização da BR foi de 70 meses

(mín 14 dias; máx135meses) sendo em 5 dos 6 casos motivada por disfunção crónica

do enxerto agudizada. Em 50% dos doentes (dois com DM tipo 1 e um com DMPT) foi

reiniciada terapêutica dialítica 175±52 meses após transplante renal.

Conclusão: O transplante renal constituiu um dos pilares terapêuticos da ND. No se-

guimento destes doentes é fundamental otimização do controlo glicémico pelo im-

pacto funcional no enxerto. Questiona-se se um doente portador de DM possa ser

considerado dador adequado de enxerto renal em situações particulares.

CB-RIM-17A OBESIDADE PRÉ-TRANSPLANTE COMO FATOR PROGNÓSTICO DAEVOLUÇÃO DO TRANSPLANTE RENALJoana Silva Costa, Emanuel Ferreira, Rita Leal, Catarina Romãozinho, Lídia Santos,

Fernando Macário, Rui Alves, Mário Campos, Arnaldo Figueiredo

Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

A obesidade está associada a múltiplas complicações pós-transplante e estima-seque 60% dos doentes têm Índice de Massa Corporal (IMC)>30Kg/m2 no momento dotransplante. Objetivos: Comparar as complicações do primeiro ano pós-transplante em doentescom IMC pré-transplante <30 Kg/m2 (grupo 1) e >=30 Kg/m2 (grupo 2). Métodos: Estudo retrospetivo em >18 anos, com primeiro transplante renal dadorvivo/cadáver na Unidade em 2014. Excluiu-se transplante duplo ou em bloco. Resultados: De 102 transplantados, 68,6% homens e 31,4% mulheres, de 49,7±12,4anos, o IMC pré-transplante médio foi 25,6 Kg/m2 (15,7-38,3 Kg/m2). Grupo 1: 89 doen-tes (3,4% baixo peso, 50,6% peso normal, 46,0% excesso peso); Grupo 2: 13 doentes(76,9% obesidade grau I, 23,1% obesidade grau II). Sem diferenças significativas entreos grupos em idade e género do recetor ou dador, diabetes pré- transplante, ou tempoisquémia fria. Complicações <3 meses pós-transplante: mais função tardia no Grupo1 (vs Grupo 2) (19,3% vs 15,4%), infecções ferida cirúrgica (5,6% vs 0%), complicaçõesurológicas (24,7% vs 15,4%) e vasculares (12,4% vs 7,7%), aumento ponderal (63% vs38,5%) e diabetes de novo pós-transplante (6,74% vs 0%). A maioria destas complica-ções ocorreram nos IMC >=25 kg/m2. O Grupo 2 teve mais função lenta (11,4% vs15,4%), TFG média após alta mais baixa (50,9±18,7 ml/min vs 49,0 ml/min), infecções(25,8% vs 100%), nomeadamente urinárias (14,6% vs 46,2%), rejeições agudas (RA)(5,6% vs 7,7%) e sobrecarga hídrica (2,2% vs 15,4%), com aumento do tempo médiode internamento (10 vs 11 dias). Depois dos 3 meses, aumentaram as complicaçõesurológicas e vasculares e diabetes pós-transplante (7,9% vs 15,4%) no Grupo 2, man-tendo o Grupo 1 maior aumento ponderal e o Grupo 2 o predomínio de infecções.TFG média sobreponível em ambos os grupos. Sem diferenças significativas entre osgrupos. Falência do enxerto em 4 doentes: falência primária, disseção arterial eixoaorto-ilíaco,1 RA no Grupo 1; 1 RA no Grupo 2. Conclusão: As complicações no primeiro ano pós-transplante não foram significativa-mente superiores nos doentes com IMC pré-transplante >=30 Kg/m2, salientando-seno entanto o maior risco de infecção (predominantemente urinária) e de diabetes pós-transplante a partir dos 3 meses exibido nestes doentes.

CB-RIM-18NODAT(NEW-ONSET DIABETES AFTER TRANSPLANTATION) APÓS TRANSPLANTERENAL(TR)Andreia Campos1, Raquel Almeida2, La Salete Martins1, Jorge Dores2, Sofia Santos1,

Leonídio Dias1, Sofia Pedroso1, Manuela Almeida1, Jorge Malheiro1, Josefina

Santos1, A. Castro Henriques1, António Cabrita1

1-Centro Hospitalar do Porto, Serviço de Nefrologia,Portugal; 2-Centro Hospitalar do

Porto, Serviço de Endocrinologia, Portugal.

Introdução:O aparecimento de diabetes(DM) após transplantação renal, NODAT (New-

Onset Diabetes After Transplantation) associa-se a aumento do risco de doença car-

diovascular e a menor sobrevida global e do enxerto renal.

Objetivos Caracterização dos transplantados renais com NODAT.

Métodos Análise: retrospetiva e descritiva dos adultos submetidos a TR de 2009 a 2013.

Excluiram-se doentes com história prévia de diabetes, transplante simultâneo de múl-

tiplos órgãos e tempo de follow up inferior a 6 meses. Definiu-se diabetes segundo os

critérios da OMS. Compararam-se dois grupos: com(DM+) e sem NODAT(DM-).

Resultados: Dos 556 doentes submetidos a TR, incluiram-se 309. O tempo médio de

follow-up foi de 4 anos. O rastreio da DM foi realizado em todos os doentes através da

glicemia em jejum; nenhum doente realizou PTGO. Apresentaram alterações do me-

tabolismo da glicose 99 doentes: 68 tinham critérios de NODAT, 17 tinham anomalias

da glicemia em jejum e 14 hiperglicemia pós-operatória transitória. O tempo médio

para o aparecimento da DM foi de 8,9±15.3 meses, com 73.5% dos diagnósticos rea-

lizados nos primeiros 6 meses pós-TR.

Os doentes DM+, eram mais velhos na data da transplantação (54,1±11,5 vs 45,7±13

anos, p<0.001), tinham maior frequência de antecedentes familiares de DM (30,9%

vs 8,3%, p<0.001), maior IMC com critérios para obesidade (17,6%vs4,6%, p<0.001).

Não houve diferenças estatisticamente significativas relativamente ao sexo do recetor,

idade e sexo do dador, etiologia da doença renal, terapêutica imunossupressora

usada, infecção VHC ou infeção CMV. O número de eventos vasculares foi significati-

vamente superior no grupo DM+ (10,3% vs 2,5%, p=0.009). Não houve diferenças es-

tatísticas na sobrevida global e do enxerto renal entre os grupos. Dos 60 doentes em

seguimento, 25% encontram-se sem fármacos anti-diabéticos, 36.7% sob anti-diabé-

ticos orais e 38,3% sob insulinoterapia.

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13–15 OUTUBRO 2016 · PORTO · PORTUGALXIII CONGRESSO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSO LUSO BRASILEIRO DE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICO DE TRANSPLANTAÇÃO

44

COMUN

ICAÇÕES BREVES

Conclusões: Neste cohort, 1/5 dos doentes desenvolveu NODAT, prevalência possivel-

mente subestimada tendo em conta a utilização da glicemia em jejum como método

de rastreio preferencial. O diagnóstico e tratamento precoces e o reduzido tempo de

follow up podem justificar a ausência de diferenças na sobrevida global e de enxerto

entre os grupos. Contudos os doentes DM+ tiveram mais eventos vasculares.

CB-RIM-19AVALIAÇÃO DO PESO RELATIVO DAS VARIÁVEIS DO DOADOR DE CRITÉRIOEXPANDIDOFagundes Cláudia, Finni Patrícia, Reis Marília, Pires Ana Cláudia, Assis Livia, Wagner

Tereza, Matuck Tereza, Carvalho Deise

Centro Estadual de Transplantes do Hospital São Francisco de Assis - Rio de Janeiro -

RJ/ Brasil.

Com a disparidade entre o número de pacientes na lista de espera e o número de ór-gãos ofertados, o uso de doadores de critério expandido (DCE) vem crescendo nosúltimos anos. Desde 2002, o critério UNOs definido como resultado de uma combina-ção de fatores do doador, entre os quais a idade avançada, morte por acidente vas-cular encefálico e elevações dos níveis de creatinina no momento da retirada do rim,vêm sendo amplamente empregado. O objetivo do presente estudo é analisar o pesorelativo de cada uma das 3 variáveis da classificação de UNOs de doador com critérioexpandido, sobre o prognóstico no transplante renal. Foram incluídos 139 pacientestransplantados com DCE, classificados por doador >60 anos ou Doador >50 anos as-sociado à creatinina de retirada >1,5mg/dL ou acidente vascular cerebral comocausa de óbito; e avaliados o prognostico quanto a função renal ao final do primeiroano (definido por creatinina <1,5mg/dL) e sobrevida do enxerto aos 2 anos. Na amos-tra, a média da idade do doador foi de 48±17 anos, média da creatinina de retiradade 2,1±1,77 mg/dL, tempo de isquemia fria de 18±6 horas e 67% dos doadores apre-sentavam doença cerebrovascular como causa de óbito (n=93). Na análise multiva-riada, incluindo as 3 variáveis do critério UNOs de doador de critério expandido(Doença cerebrovascular como causa de óbito, creatinina de retirada e Idade doDoador, como variáveis quantitativas) observamos que somente a idade do doadorcom risco relativo de 1,03(IC 95%1,01-1,05) p<0,001) é fator preditivo independentede melhor função renal ao final do primeiro ano (creatinina <1.5mg/dL). Por outro lado,na análise de sobrevida de enxerto ao final de dois anos, a idade do doador e acausa de óbito são fatores independentes preditivos de perda de enxerto (RR 1,02(IC95%1,01-1,04) e 9,09 (IC95%2,11-38,1), p<0.001 respectivamente). Concluindo,entre os 3 critérios extensamente utilizados na pratica clinica apenas a idade do Doa-dor e óbito por doença cerebrovascular são preditivos independentes de perda doenxerto ao final de dois anos.

CB-RIM-20AVALIAÇÃO DOS DESFECHOS RELACIONADOS AO USO DE ENXERTOSRENAIS PROVENIENTES DE DOADORES DE CRITÉRIOS EXPANDIDOSAdriana Reginato Ribeiro, Alessandra Rosa Vicari, Desirée Wieth Molin, Roberto

Ceratti Manfro

Unidade de Transplante Renal, Serviço de Nefrologia, Hospital de Clínicas de Porto

Alegre.

Introdução: O uso de rins provenientes de doadores de critérios expandidos (DCE) tem

sido uma estratégia utilizada para aumentar a disponibilidade de órgãos para trans-

plante renal (TR).

Objetivo: Estudar o impacto do uso de órgãos DCE nos desfechos após o TR.

Método: Foram estudados retrospectivamente os pacientes que receberam TR em cen-

tro único, no período de janeiro de 2009 a março de 2015. Foram analisadas incidên-

cia de disfunção inicial do enxerto (DGF) e de rejeição aguda (RA), a taxa de filtração

glomerular (TFG) do pela fórmula MDRD e as sobrevidas de pacientes e enxertos.

Resultados: No período estudado 613 pacientes receberam TR de doador falecido,

sendo 414 (67,5%) de doadores de critérios padrão (Grupo 1) e 199 (32,5%) de DCE

(Grupo 2). Não foram observadas diferenças quanto à raça, gênero, cor do doador e

receptor, doença de base, transplantes prévios, número de missmatches HLA e imu-

nossupressão. A incidência de DGF foi maior no grupo 2 (64,5% vs 73,5%; p=0,033), o

que determinou uma diferença significativa no tempo de internação, que também foi

maior no grupo 2 (p <0,02), porém não houve diferença na incidência de RA (20,6%

vs 22,2%), p=0,66. A comparação da função do enxerto mostrou que o grupo 1 apre-

sentou TFG significativamente maior em 1 mês (45,5 ± 24,3mL/min vs 34,4 ±

17,7mL/min), 3 meses (55,6 ± 27,3mL/min vs 40,7 ± 16,2mL/min), 6 meses (55,0 ±

23,7mL/min vs 40,6 ± 16,1mL/min) e 12 meses (60,5 ± 24,3mL/min vs 44,3 ±

18,3mL/min); (p < 0,01).

No período do estudo houve 78 perdas de enxerto sendo 49 (11,8%) no grupo 1 e 29

(14,6%) no grupo 2. Não houve diferença na sobrevida do enxerto em 1 ano (92,4%

vs 89,3%), 3 anos (89,2% vs 87,9%) e 5 anos (85% vs 78,9%); (p=0,268) e na sobreviva

do paciente em 1 ano (96,4% vs 96,3%), 3 anos (91,2% vs 94,3%) e 5 anos (86,4% vs

92%); (p=0,264).

Conclusão: O uso de rins de DCE não impactou na sobreviva do enxerto e do receptor,

mostrando ser, em médio prazo, uma estratégia segura para aumentar o número de

transplantes renais.

CB-RIM-21TROMBOSE VASCULAR PRECOCE PÓS TRANSPLANTE RENAL: PODEMOSIDENTIFICAR OS PACIENTES EM RISCO?Rafael Augusto Piolli de Freitas, Marcelo Lopes de Lima, Marilda Mazzali

Programa de Transplante Renal- Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de

Campinas- UNICAMP- Campinas-SP-Brasil.

Introdução: O sucesso do transplante renal tem melhorado no passar dos anos, prin-

cipalmente devido ao aperfeiçoamentos dos imunossupressores. A trombose vascular,

embora rara, têm-se tornado um importante fator limitador de resultados, impactando

de forma negativa na sobrevida precoce de enxerto. Atualmente 5% dos transplantes

são perdidos por trombose, nos primeiros 30 dias pós cirurgia. Diversos fatores foram

apontados como causa, porém os estudos são conflitantes e, variando de acordo

com as características de cada serviço.

Objetivos: identificar os fatores risco para trombose vascular em receptores e trans-

plante renal.

Métodos: Estudo retrospectivo tipo caso-controle. Foi realizada revisão sistemática dos

prontuários dos pacientes submetidos a transplante renal em um único centro, nos úl-

timos 10 anos, com diagnóstico de trombose vascular do enxerto. Como controles

foram utilizados os receptores dos rins contralaterais do mesmo doador.

Resultados: Comparando os possíveis fatores causais entre os pacientes que sofreram

trombose precoce do enxerto e os pacientes que receberam o rim contralateral, do

mesmo doador falecido, encontramos maior risco para trombose vascular (OR 11,32,

p=0,0345) para rins com veias múltiplas. Intercorrências na captação renal, como le-

sões vasculares e má perfusão, foram fatores de risco para trombose vascular nas pri-

meiras vinte e quatro horas (OR 7,111, p=0,0330).

Conclusão: Na presente série foram fatores de risco para trombose vascular a multi-

plicidade de veias do enxerto e intercorrências na cirurgia de captação renal. Não

foi possível a identificação de fatores relacionados ao receptor.

CB-RIM-22TRANSPLANTE RENAL DE DADOR VIVO: ANÁLISE RETROSPECTIVA DOSDADORESMário Góis, João Sousa, Ana Pena, Francisco Remédio, Aníbal Ferreira, Fernando

Nolasco, Eduardo Barroso

Hospital Curry Cabral, Centro Hospitalar Lisboa Central.

O transplante renal de dador vivo apresenta melhores resultados clínicos do que o

transplante renal de dador cadáver, exigindo, contudo, uma avaliação criteriosa dos

potenciais dadores. Foram analisados retrospectivamente os 38 dadores, com tempo

médio de seguimento de 45±11 meses. Os dadores do género feminino eram 73,6%

(n=28) e a maioria apresentava algum grau de parentesco com o receptor (60,5%),

sendo a maioria destes o progenitor (n=14). A creatininemia (Pcr) pré-doação era de

0,77±0,1mg/dl e a taxa de filtração glomerular estimada (TFGe) pela fórmula CKD-EPI

era de 99,3±19,4 ml/min/1,73m2. A pressão arterial sistólica (PAs) era de 128±16mmHg

e a pressão arterial diastólica (PAd) de 74±11mmHg. Ao longo do seguimento não se

verificou uma alteração significativa da PAs (127±21mmHg, p=NS) e da PAd

(72±11mmHg, p=NS), mas aumentou o número de dadores sob hipotensores (9 vs 18,

p<0,01). Assistiu-se a um agravamento da Pcr após a doação (1,0±0,23mg/dl,

p<0,001) e a uma queda da TFGe (75,3±19,1ml/min/1,73m2, p<0,001). A proteinuria

também agravou de forma estatisticamente significativa (136±97mg/24h vs

217±192mg/24h, p<0,05), com 2 dadores com proteinuria >0,5g/24h. Três dadores

desenvolveram hematuria microscópica. Analisando dois grupos – grupo 1 (G1: da-

dores com <50 anos) e grupo 2 (G2: dadores com ≥50 anos), verifica-se uma diferença

entre ambos na PAs pré-doação (G1:122±14mmHg vs G2:138±16mmHg, p<0,05) e

pós-doação (G1:118±14mmHg vs G2:139±24mmHg, p<0,05), mas sem diferença na

proteinuria. Existia também diferença na Pcr pré-doação (G1:0,73±0,14mg/dl vs

G2:0,85±0,13mg/dl, p<0,05), mas não na Pcr pós doação. Regista-se diferença na

TFGe entre ambos os grupos, mas com maior significado estatístico na pré-doação

(G1:109,7±14,8ml/min/1,73m2 vs G2:83,4±14,2ml/min/1,72m2, p<0,001) do que na

pós-doação (G1:82,4 ± 19,9ml/min/1,73m2 vs G2:64,7 ± 11,8ml/min/1,72m2, p<0,05).

Na nossa experiência, a maioria dos dadores é do género feminino e tem algum grau

de parentesco com o receptor. Verificámos um agravamento da Pcr e da TFGe, assim

como da proteinuria. Embora os valores tensionais não se tenham alterado significati-

vamente, aumentaram o números de dadores sob hipotensores. Não existe diferença

entre a Pcr pós-doação entre os dadores de ≥50 anos e os dadores com <50 anos,

embora exista na TFGe.

Estes resultados demonstram a importância do acompanhamento clínico dos dadores

vivos.

CB-RIM-23RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NO DIAGNÓSTICO DE ABCESSOS EM RIMTRANSPLANTADOMatuck Tereza, Barros Onofre, Reis Marilia, Correia Maria Sueli, Alvarenga Maria

Fatima, Fagundes Claudia, Finni Patricia, Carvalho Deise

Centro Estadual de Transplantes do Hospital São Francisco de Assis.

Abcessos renais ou perinéfricos não são complicações frequentes no transplante renal.

Os autores mostram 3 casos de pacientes jovens (37, 39 e 24 anos) transplantados res-

pectivamente há 5 anos, 15 anos e 5 meses, todos com função renal normal, rece-

bendo terapêutica de manutenção com micofenolato sódico, sendo que em um

associada com inibidor MTOR e nos outros dois com tacrolimus, que apresentaram

quadro de febre alta e grave comprometimento da função renal, necessitando em

dois casos de terapia dialitica. A hemocultura foi negativa nos três e a urinocultura ne-

gativa em um e positiva nos outros dois 2 (klebsiela pneumoniae).Todos mostraram ima-

gem ultrassonográfica com diminuição da diferenciação córtico medular. A

tomografia computadorizada sem contraste foi compatível com pielonefrite, com den-

sificação da gordura circunjacente ao rim. A ressonância magnética, também reali-

zada sem contraste, mostrou a presença de múltiplos abcessos nos enxertos. Dois

pacientes responderam ao tratamento com antibiótico por tempo prolongado, ocor-

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COMUN

ICAÇÕES BREVES

45

rendo melhora progressiva da função renal com diminuição e subsequente desapa-

recimento dos abcessos. Um paciente não recuperou função renal e evoluiu com

perda do enxerto. Embora a ressonância magnética seja um método, muitas vezes,

preterido em relação à tomografia computadorizada devido ao seu custo, nesses

casos se mostrou extremamente válida, não só para o diagnóstico, como também

para o acompanhamento durante o tratamento.

CB-RIM-24FATORES DE RISCO E CAUSAS DE NEFRECTOMIAS NO PERÍODO PRECOCEPÓS TRANSPLANTE RENAL (30 DIAS) EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIORuellas H R; Molina C A F; Andrade M F; Moyses Neto M; Muglia V F; Tucci Jr S.

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo.

A insuficiência renal terminal é o resultado de muitas doenças crônicas, degenerativas

ou congênitas. Das modalidades de terapia renal substitutiva o transplante é a de me-

lhor resultados a curto e longo prazo.

A complicação mais frequente do transplante renal é a disfunção do enxerto. As cau-

sas dessa disfunção classificam-se em imediatas, precoces e tardias conforme o

tempo pós-operatório e podem levar à perda do órgão transplantado. Entre as indi-

cações de nefrectomia no período precoce (até 30 dias) destacam-se: trombose ar-

terial, venosa ou de ambos, deiscência de anastomose e ruptura da artéria renal.

Entre janeiro/2003 e dezembro/2013 foram realizados 590 transplantes renais neste

hospital universitário. O estudo analisou retrospectivamente os dados médicos de 28

pacientes com indicação de nefrectomia do enxerto renal no primeiro mês após trans-

plante, representando 4,74% do total. Os parâmetros clínicos e laboratoriais avaliados

foram: tempo entre transplante e nefrectomia, etiologia da insuficiência renal, comor-

bidades, compatibilidade HLA, tempo de isquemia fria, intercorrências cirúrgicas, imu-

nossupressão, manifestações clínicas, achados de ultrassonografia e cintilografia,

descrição cirúrgica e resultado anátomo-patológico.

As causas básicas da nefrectomia foram, majoritariamente, relacionadas à trombose

arterial ou venosa. As diretrizes de transplante renal apontam taxa total de trombose

arterial de 0,9 a 3,5% e de trombose venosa de 0,9 a 7,6%. Neste estudo foram 1,52%

e 2,37%, respectivamente.

O estudo concorda com estatísticas médicas globais de fatores de risco. O erro técnico

deve ser evitado, de modo que a anastomose necessita ser realizada com cuidado e

técnica adequada. Outros fatores estão envolvidos como: idade do paciente, comor-

bidades, o tempo de isquemia fria, o estado das artérias renais e ilíacas, geralmente

com placas de ateroma.

A avaliação pré transplante a fim de identificar sinais infecciosos tanto do doador

quanto do receptor faz-se necessária, já que as consequências podem ser catastrófi-

cas, com perda do enxerto, sepse e morte. A introdução e manutenção de métodos

de identificação precoce dos sinais de risco aumentado de perda do enxerto renal

permitem intervenção antes do evento desfavorável tentando, assim reduzir a taxa de

nefrectomia precoce e a morbimortalidade.

CB-RIM-25FOLLOW-UP DA CONVERSÃO PARA INIBIDORES MTOR EM TRANSPLANTADOSRENAIS COM NEOPLASIAS PÓS-TRANSPLANTE: CASUÍSTICA DA CONSULTABrigite Aguiar1, Helena Pinto1, Rita Leal1, Catarina Romãozinho1, Lídia Santos1,

Fernando Macário1, Rui Alves1, Mário Campos1, Arnaldo Figueiredo2, Alfredo Mota2

1-Serviço de Nefrologia, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Coimbra

Portugal; 2-Serviço de Urologia e Transplantação Renal, Centro Hospitalar e

Universitário de Coimbra, Coimbra Portugal.

Introdução: O follow-up das neoplasias desenvolvidas no período pós-transplante renal

(TxR) deve incluir não só o controle da neoplasia mas também a preservação da função

renal. A conversão para inibidores Mtor (imTOR) tem potencialmente ambos os efeitos.

Objectivos: Determinar o número de doentes transplantados renais que desenvolveram

neoplasias após transplante renal e que foram convertidos para imTOR avaliando a

sua eficácia, segurança e impacto na função do enxerto.

Métodos: Estudo observacional, retrospectivo que incluiu 72 doentes seguidos em con-

sulta pós-transplante renal que foram convertidos para imTOR após o diagnóstico da

neoplasia. Avaliação do impacto da conversão em relação à função do enxerto renal,

evolução da proteinúria, dislipidémia, causas de perda do enxerto (PE). Variáveis de-

mográficas e clínicas foram colhidas a partir dos processos clínicos.

Resultados: Num total de 72 doentes, 79.2% eram do género masculino, idade média

49 anos à data do transplante. Tempo médio desde o TxR até à conversão de 94

meses. Neoplasias que motivaram a conversão: renal(15), gastrointestinal(14), cutâ-

neas(12), próstata(12), ginecológicas(4), PTLD(4), Sarcoma de Kaposi(4) e outras(7). Cin-

quenta doentes foram convertidos para everolimus e 22 para sirolimus. A taxa de

filtração glomerular inicial foi de 60.4 ml/min/1.73m2 versus 58.0 29.1 ml/min/1.73m2

no último controlo (p não significativo (ns)). Creatinina sérica inicial 1.56 ± 1.03 mg/dl

versus 1.3 ± 0.9 mg/dl no último controlo (p=ns). Observou-se aumento da proteinúria

e da dislipidémia, mas com p=ns. Num follow-up médio de 123.9 meses a PE ocorreu

em 19 casos. A principal causa de PE foi a morte, que ocorreu em 14 doentes, sendo

que na maioria dos casos (10) esteve diretamente relacionada com a neoplasia; 2

casos de causa cardiovascular e 2 de causa desconhecida. A PE por rejeição crónica

ocorreu em 5 doentes. A sobrevivência do doente e do enxerto renal desde a data

da conversão foi de 81.7% e 93% respetivamente.

Conclusão: Os resultados sugerem que a conversão para imTOR após diagnostico de

neoplasia é uma alternativa terapêutica segura, uma vez que permite preservar a fun-

ção do enxerto. A maioria das mortes que ocorreram após conversão estiveram dire-

tamente relacionadas com a neoplasia e não com eventos cardiovasculares.

CB-RIM-26NEOPLASIA DA PRÓSTATA EM DOENTES SUBMETIDOS A TRANSPLANTE RENAL:DIAGNÓSTICO E TRATAMENTOJoão Carvalho, Pedro Nunes, Paulo Jorge Dinis, Hugo Antunes, Belmiro Parada,

Lorenzo Marconi, Pedro Moreira, Arnaldo Figueiredo, António Roseiro, Carlos Bastos,

Francisco Rolo, Vitor Dias, Arnaldo Figueiredo

C.H.U.C - Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

Introdução: Atualmente, sabe-se que o risco de neoplasia da próstata é reduzido em

doentes submetidos a transplante renal. Contudo, a sua incidência e o seu tratamento

não estão extensamente estudados.

Métodos: Neste estudo, realizámos um estudo retrospectivo dos doentes do sexo mas-

culino transplantados no nosso centro desde 1980 até 2016 para avaliar a incidência,

tratamento e seguimento da neoplasia da próstata na nossa população.

Resultados: De 1819 doentes submetidos a transplante renal, 20 homens foram diag-

nosticados com neoplasia da próstata, perfazendo uma incidência de 1%. Verificou-

se que estes doentes em 45% sofriam de hipertensão arterial. A idade mediana

aquando do transplante renal foi de 53,4 anos com uma idade mediana aquando

do diagnóstico de neoplasia da próstata de 61,5 anos. O PSA mediano inicial foi de

55,12 ng/mL e o Gleason score foi 7 (3+4) em cerca de 50% dos casos, sendo o tumor

moderadamente diferenciado em 61,1%. Em apenas 11,1% verificou-se metastização

óssea, não se verificando metastização visceral. Em 84,2%, optou-se como primeiro

tratamento o tratamento cirúrgico, sendo que em 5,3% optou-se por radioterapia e

em 10,5% optou-se por hormonoterapia. Em apenas 5% dos doentes, desenvolveram-

se outras neoplasias, especificamente neoplasia da pele. Verificou- se perda do en-

xerto em 35%, decorrente na maioria das vezes da morte do doente (42,9%). A

sobrevida média do enxerto foi de cerca de 12 anos. A maioria dos doentes está viva

com enxerto funcionante (65%), sendo que 20% faleceram, em 5% perdeu-se o se-

guimento e 10% entraram de novo em hemodiálise. A morte dos doentes decorreu

predominantemente de eventos cardiovasculares (75%)

Conclusões: A incidência de cancro da próstata em doentes submetidos a transplante

renal é baixa no nosso centro, sendo que o tratamento cirúrgico parece ser uma boa

opção inicial a tomar nestes doentes.

CB-RIM-27FOLLOW-UP DE DADORES VIVOS DE RIM EM PROGRAMA DE TRANSPLANTERENAL COM ANTECEDENTES PRÉVIOS DE SINTOMATOLOGIA PSIQUIÁTRICAAlice Lopes, Ana Matilde Santos, Manuela Almeida, Inês Carvalho Frade, Isabel

Fonseca, Sara Viveiros, Leonidio Dias, António Castro Henriques

Centro Hospitalar Do Porto, Hospital Santo António, Porto, Portugal.

Introdução: O transplante renal de dador vivo tem benefícios para o recetor, sendo

uma alternativa ao transplante de dador cadáver. Estudos têm sido feitos para avaliar

o efeito da doação no dador; as comorbilidades mentais mais estudadas são a an-

siedade e depressão; as patologias psiquiátricas graves são contraindicação para a

doação. Existem poucos estudos sobre dadores e patologia/sintomas psiquiatricos pré-

vios e pós doação. No nosso centro são aceites alguns dadores que tendo sintomato-

logia e antecedentes psicopatológicos são elegíveis para a doação.

Pretende-se avaliar a morbilidade psicopatológica pós-doação dos dadores entre

2005 e 2013, e verificar a adequação dos critérios usados para avaliação.

Métodos: A amostra incluiu todos os dadores vivos de rim entre 2005 e 2013. A infor-

mação foi obtida pela consulta do processo clínico, das consultas de psiquiatria e psi-

cologia, pré e pós doação. Recolheram-se dados sociodemográficos e de

indicadores de psicopatologia (sintomas e medicação psicotrópica), obtidos na en-

trevista e através de testes psicológicos usuais na avaliação. Foram também consul-

tados os processos clínicos dos recetores tendo-se estudado as principais

intercorrências cirúrgicas e durabilidade do enxerto.

Efetuou-se um estudo descritivo dos dados, relacionando-se os dados do dador com

as variáveis estudadas no recetor.

Resultados: Numa amostra de 95 dadores (70,5% mulheres, 32,6% mães e 32,6% ir-

mãos e 81,1% casados/união de facto), 15,8% tinham antecedentes psiquiátricos. Oito

dadores necessitaram de acompanhamento posterior à doação (8,4%); 2 reportaram

necessitá-la devido a intercorrências relacionadas com a doação. Quatro destes da-

dores tinham antecedentes psiquiátricos. Os diagnósticos foram depressão e ansie-

dade.

Conclusões: Verificou-se uma baixa taxa de intercorrências pós-cirúrgicas nos dadores

e nos recetores. A depressão e ansiedade foram os diagnósticos encontrados, sendo

os doentes tratados em ambulatório. A avaliação psicossocial revelou-se adequada.

CB-RIM-28POST-TRANSPLANT LYMPHOPROLIFERATIVE DISEASE: EXPERIENCE OFNORTHEASTERN BRAZILLarissa Costa de Oliveira Santos, Claudia Maria Costa de Oliveira, Sonia Leite da

Silva, Maria Luisa M.B. Oliveira, Paula FCBC Fernandes, Ronaldo Matos Esmeraldo

Hospital Universitario Walter Cantideo da Universidade Federal do Ceará e Hosptial

Geral de Fortaleza - Ceará.

Introduction: The Post-transplant Lymphoproliferative Disease (PTLD) is the most common

malignancy after solid organ transplants (TX) in adults (excluding nonmelanoma skin

cancer and cervical carcinoma in situ). It occurs predominantly in the first year post-TX

and non-Hodgkin's lymphoma (NHL) and extra-nodal involvement is more frequent.

Objectives: To report the experience with 10 cases of PTLD in kidney transplant recipi-

ents, diagnosed at two transplant centers in northeastern Brazil.

Page 46: Download do Livro de Resumos

13–15 OUTUBRO 2016 · PORTO · PORTUGALXIII CONGRESSO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSO LUSO BRASILEIRO DE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICO DE TRANSPLANTAÇÃO

46

COMUN

ICAÇÕES BREVES

Case reports: In a period of 15 years (2000-2015) and a population of 2683 kidney TX

recipients, 10 cases of PTLD were diagnosed. Six patients (pts) were male, aged 6-63

years at diagnosis and 4 had a deceased donor. The diagnosis of PTLD ranged from 3

months to 25 years (median of 61 months; 2 cases in the first year, 2 cases between 1-

3 years and 6 cases after 3 years). The induction therapy with basiliximab/ daclizumab

occurred in 4 and with thymoglobulin in 1 patient. The clinical presentation was fever

(6 pts), weight loss (4), lymphadenopathy (cervical (4), mesenteric/retroperitoneal (2)

and mediastinal (2)), abdominal mass (3) and isolated kidney dysfunction (1). The di-

agnosis was made by biopsy of abdominal mass/mesenteric lymphonode (3 pts), me-

diastinal node (2), cervical lymphonode (4), gastric/duodenal mucosa (1) and kidney

allograft (1). The histologic type was diffuse large B cell Non-Hodgkin's lymphoma CD20

+ in 4 pts, Burkitt lymphoma of large and intermediate cells CD20+ (1), diffuse small T

cell NHL CD20 – (1), NHL monomorphic of the renal allograft CD20+ (1) and Hodgkin

lymphoma of the type nodular sclerosis in 3 pts. Patients were treated with reduction of

immunosuppression (RI) in all pts; rituximab in 4; chemotherapy in 8 and radiotherapy

in 1 patient. Four patients died (disease recurrence (1), infection (2), pericardial effusion

(1)) and 7 complicated with graft loss (death (4), acute graft dysfunction at the diagnosis

of PTLD (1) and chronic allograft dysfunction after RI (2)).

Conclusion: The incidence of PTLD was low in the study population, but there was a

great impact on the survival of grafts and patients. The diagnosis was delayed after

renal TX, with a predominance of monomorphic B-cell NHL. This late diagnosis may sug-

gest that it should not be related to the Epstein Barr virus. The treatment of PTLD requires

a balance between the eradication and cure of the disease and the preservation of

graft function.

CB-RIM-29INFECÇÕES NO PÓS-TRANSPLANTE RENAL: SERÁ O TEMPO DE ISQUÉMIAFRIA UM FACTOR FACILITADOR?Paulo Dinis, João Carvalho, Pedro Nunes, Lorenzo Marconi, Pedro Moreira, Belmiro

Parada, António Roseiro, Vitor Dias, Carlos Bastos, Francisco Rolo, Rui Alves,

Fernando Macário, Arnaldo Figueiredo

Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

O transplante renal mantém-se como o tratamento preferencial para a doença renal

crónica terminal. Este procedimento permite que os doentes dependentes de diálise

usufruam de marcadas melhorias na sua qualidade de vida e sobrevivência, pelo que

se reveste de uma grande importância e se encontra em contínua evolução. Contudo,

a transplantação renal não se encontra isenta de complicações, de entre as quais se

destacam as associadas ao procedimento cirúrgico e à imunossupressão, como as

infecções pós-operatórias e a rejeição do enxerto quer aguda quer crónica.

Assim, são diversas as variáveis modificáveis que influenciam o prognóstico e o sucesso

da transplantação renal. Uma das mais importantes é o tempo de isquémia fria –

tempo durante o qual o enxerto, após colheita do dador, é colocado em hipotermia

até ao momento da sua reperfusão no receptor. Existem vários trabalhos a demonstrar

que um maior tempo de isquémia fria conduz a um aumento de incidência de função

tardia do enxerto, com consequências que incluem taxas aumentadas de rejeição

aguda e sobrevivências do enxerto inferiores. Assim parece de vital importância tentar

reduzir ao máximo este período.

Por outro lado, as infecções hospitalares são das complicações mais frequentes após

o transplante renal, sendo responsáveis por um aumento das taxas de morbilidade e

internamentos prolongados com os custos que daí advêm. De acordo com a literatura,

existem alguns factores de risco associados ao surgimento desta complicação impor-

tante, dentro dos quais se poderá encontrar as extensão das lesões de isquémia-re-

perfusão. Porém, o tempo de isquémia fria não tem sido visto como um factor de risco

para o aparecimento de infecções no pós transplante renal.

Assim, propomo-nos apresentar um trabalho retrospectivo recorrendo à base de dados

prospectiva de doentes submetidos a transplante renal no Serviço de Urologia e Trans-

plantação Renal do CHUC, procurando responder à questão: existirá relação entre a

duração do tempo de isquémia fria e a incidência de complicações infecciosas após

o transplante renal?

CB-RIM-30NEOPLASIA DO OVÁRIO - A DIFICULDADE DO DIAGNÓSTICO NO DOENTETRANSPLANTADO RENAL. A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO.Natacha Rodrigues1, Laila Viana2, Juliana Mansur2, Hélio Tedesco2, Medina Pestana2

1-Serviço de Nefrologia e Transplantação Renal do CHLN, Portugal; 2-Serviço de

Transplantação Renal do Hospital do Rim e Hipertensão, Brasil.

O carcinoma do ovário representa 3% das neoplasias em mulheres sendo a incidência

na população transplantada igual à da população geral. A dor abdominal é uma

manifestação frequente. Este sintoma comporta um vasto diagnóstico diferencial no

doente transplantado renal dificultando o diagnóstico. Os autores apresentam uma

doente transplantada renal com dor abdominal com diagnóstico final de carcinoma

do ovário após biópsia de lesão secundária intestinal.

Mulher de 47 anos com DRC etiologia indeterminada, transplantada renal há 17 anos,

sob azatioprina, ciclosporina, corticoterapia. Apresentou-se com quadro com três se-

manas de evolução de dor abdominal tipo cólica de localização variável e náuseas.

Foi medicada empiricamente com ciprofloxacina. A investigação por coproculturas,

isospora, cryptosporidium e CMV foi negativa. Manteve queixas nas duas semanas se-

guintes e internou-se para investigação.

À observação apresentava abdómen globoso, depressível, doloroso à palpação da

fossa ilíaca esquerda, sem reação peritoneal, ruídos hidroaéreos mantidos. Laborato-

rialmente constatava-se leucograma com 15.400 cels/mm2, PCR 9mg/dl, creatinina

0,9mg/dl (creatinina basal 1,0mg/dl). A TC abdominal demonstrou líquido livre na ca-

vidade, divertículos cólicos dispersos, densificação da gordura mesentérica na transi-

ção colon descendente e sigmóide com espessamento parietal. Admitiu-se

diverticulite aguda não complicada. Foi medicada com ceftriaxone e metronidazol

em regime ambulatorial por duas semanas. A doente mantinha dor à palpação dos

quadrantes inferiores do abdómen, leucograma com 15200 cels/mm2, PCR 6 mg/dl.

TC abdómen e pelve revelava extensão dos achados anteriores ao cego com área

focal de gordura na fossa ilíaca esquerda, formações heterogéneas 8,7x7x7cm região

anexial direita e 5,4x4,7 na região anexial esquerda. Iniciou-se tratamento com anti-

biótico carbapenêmico. Na semana seguinte a doente mantinha queixas, culturas e

serologias negativas para histoplasma e EBV. TC abdominal evidenciava extensão dos

achados prévios com formação gasosa adjacente à maior formação diverticular. Rea-

lizou-se mini-laparotomia com biópsias da massa intestinal. Constatou-se carcinoma

de alto grau com presença de receptor hormonal - carcinoma do ovário. Iniciou-se

quimioterapia neoadjuvante com carboplatina e paclitaxel para posterior tentativa

de resseção cirurgica. Está atualmente em tratamento.

O diagnóstico de carcinoma do ovário no doente transplantado renal é dificultado

pela inespecificidade dos sintomas. O quadro é frequentemente interpretado como

patologia gastrointestinal resultando num diagnóstico tardio.

CB-RIM-31TRANSPLANTE RENAL EM PACIENTES PEDIÁTRICOS COMGLOMERULOESCLEROSE SEGMENTAR E FOCALC. Garcia, J.M. Pestana, S. Martins, P. Nogueira, V. Barros, R. Rohde, M. Camargo, L.

Feltran, R. Esmeraldo, R. Carvalho, B. Schvartsman, M. Vaisbiche, A. Watanabe, L.

Claudio, M. Cunha, R. Meneses, L. Prates, V. Belangero, L. Palma, D. Carvalho, T.

Matuk, V. Benini, S. Laranjo, M. Abbud-Filho, I.M.M. Charpiot, H.J. Ramalho, E. Lima, J.

Penido, C. Andrade, M. Tavares, M. Penido, V. De Souza, M. Wagner

Hospital do Rim-UNIFESP – SP; Santa Casa-Porto Alegre- RS; Santa Casa –SP; Hospital

Pequeno Príncipe- PR; Hospital Samaritano- SP; Hospital Geral de Fortaleza- CE; H.

Bonsucesso – RJ; Instituto da Criança –USP-SP; UNICAMP – Campinas-SP; IUN-H Base S.

José Rio Preto, SP; Hospital das Clínicas UFMG- MG; Hospital Ana Neri-BA; Santa Casa-

Belo Horizonte- MG.

Introdução: O estudo colaborativo brasileiro de transplante renal pediátrico iniciou em

2004 como uma iniciativa multicêntrica, visando analisar, relatar e dividir os resultados

do transplante renal pediátrico no Brasil.

Objetivo: Examinar a sobrevida do enxerto em pacientes com Glomeruloesclerose

Segmentar e Focal (GESF) que foram submetidos a transplante renal pediátrico entre

2004 e 2016.

Método: Dados de todos os transplantes renais pediátricos realizados entre Janeiro de

2004 e Fevereiro de 2016 de 14 centros participantes foram revisados. Dados demo-

gráficos, etiologia da doença renal e sobrevida do enxerto e do pacientes foram ana-

lizados. Os pacientes foram divididos em dois grupos: GESF e outras etiologias e

também avaliados quanto ao tipo de doador: vivo (DV) ou falecido (DF). Nesta avalia-

ção a população foi dividida em 4 grupos: GESF+DV, GESF +DF, não-GESF+DV e não-

GESF+DF.

Resultados: 2268 transplantes renais pediátricos foram realizados entre 2004 e 2016.

A idade mediana no momento do transplante foi de 12,2 [7,9-15,2] e 55,5% dos re-

ceptores eram masculinos. As etiologias mais freqüentes foram malformações congê-

nitas do trato urinário (46,7%) e glomerulopatias (33,5%, das quais 46% foram GESF).

As taxas de sobrevida do enxerto de acordo com a etiologia em 12, 60 e 120 meses

foram de 88%, 68% e 60% para GESF, e de 92%, 81% e 67% para as demais etiologias,

respectivamente (log rank test, P < 0.01). Os receptores não-GESF+DV tiveram uma

melhor sobrevida do enxerto comparados com aqueles de não-GESF+DF, GESF+DV

ou GESF+DF.

Conclusão: Os receptores GESF tiveram uma sobrevida do enxerto inferior aos demais

pacientes. Os resultados deste estudo colaborativo são comparáveis aos registros in-

ternacionais.

CB-RIM-32EFEITO DO PESO CORPORAL DO DOADOR NO TRANSPLANTE RENALPEDIATRICOAna Paula Carvalho, Izadora Pires, Alvaro Mozo, Vandrea Souza, Roberta Rohd,

Viviane Bittencourt, Clotilde Druck Garcia, Mário Bernardes Wagner

Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, Hospital da Criança Santo

Antônio - HCSA, Universidade de Caxias do Sul - UCS, Universidade Federal de

Ciências da Saúde de Porto Alegre - UFCSPA.

Introdução: O transplante renal (TR) com doadores muito pequenos ou com peso cor-

poral inferior a 15 Kg ainda é um procedimento desafiador pelas dificuldades técnicas

que o método exige, porém é uma opção a ser considerada haja vista a redução do

tempo em fila de espera para transplante, bem como os benefícios que TR realizado

em idade pediátrica possibilita.

Objetivo: Avaliar o impacto de doadores com peso corporal inferior a 15 Kg no trans-

plante renal pediátrico.

Metodologia: Análise de banco de dados longitudinal de transplantados renais pe-

diátricos no período de janeiro de 2014 a fevereiro de 2016. Análise estatística: Teste

t de student, Teste Mann Whitney, Log-rank. Nível de significância: P<0,05.

Resultados: Foram realizados 77 transplantes renais pediátricos neste período. De

acordo com o peso corporal dos doadores: 14 estavam com peso corporal menor ou

igual a 10 kg (grupo 1), 14 estavam com peso entre 10 e 20 kg (grupo 2), e 49 apre-

sentavam peso maior do que 20 kg (grupo 3). A idade média no momento do trans-

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13–15 OUTUBRO 2016 · PORTO · PORTUGALXIII CONGRESSO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSO LUSO BRASILEIRO DE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICO DE TRANSPLANTAÇÃO

COMUN

ICAÇÕES BREVES

47

plante foi de 12,4 anos, e a maioria dos receptores eram do sexo masculino (52%).

Sete transplantados perderam o enxerto neste período, sendo 2 no grupo 1, 2 no grupo

2, e 3 no grupo 3, sem diferença significativa entre os grupos. De acordo com o peso

corporal do doador, a sobrevida do enxerto em seis meses foi de 83%, 73%, e 93%

nos grupos de 1, 2 e 3, respectivamente (log-rank, p-valor = 0,5). A relação de peso

doador / peso do receptor foi dividida em 3 grupos: o grupo que apresentou relação

menor que 0,5 foi definido como grupo A e continham 18 indivíduos, no grupo B foram

alocados os transplantados que apresentaram relação de 0,5 a 1,5 e continham 21

pacientes e o grupo C foi composto por transplantados que apresentaram relação

maior que 1,5 e continham 35 indivíduos, não houve diferença no número de enxerto

perdido ou sobrevida do enxerto em seis meses nestes grupos (log-rank, p = 0,4).

Conclusão: No presente estudo, não encontramos resultados piores no transplante

renal com doadores pequenos.

CB-RIM-33TRANSPLANTE RENAL EM PACIENTES COM SÍNDROME DE BIEDL BARDETClotilde Garcia, Alvaro Mozo, Roberta Rohde, Viviane Bittencourt

Hospital Santo António - Complexo Hospitalar Santa Casa De Porto Alegre - UFCSPA.

Introdução: Anomalias renais, displasia renal e / ou lesões tubulointersticiais, são acha-

dos comuns na maioria dos pacientes com síndrome de Biedl -Bardet (SBB). Essa é uma

doença genética, heterogênea, autossômica recessiva, cujas características principais

incluem obesidade, polidactilia, déficit cognitivo, retinite pigmentar e hipogonadismo.

O objetivo deste trabalho é relatar a nossa experiência com o transplante renal em

pacientes com SBB.

Método: Entre Junho de 2006 e Fevereiro de 2016, 5 crianças com SBB (4 meninas)

dentre elas 3 irmãs, foram submetidas a transplante renal. Na maioria dos casos(4), os

rins foram retirados de doadores falecidos, e em 4 o transplante foi preemptivo. A

média de idade no momento do transplante foi de 8,8 anos (variação: 6 - 14 anos).

Resultados: Os cinco pacientes apresentavam polidactilia, retinite pigmentar, déficit

cognitivo e obesidade centrípeta. A média do índice de massa corporal em 3 meses

foi de 25,9. Em nenhum dos casos ouve rejeição do enxerto. As causas para insuficiên-

cia renal terminal foram diversas, como a diminuição na diferenciação cortico-me-

dular (n=1), perda da diferenciação cortico-medular e cistos corticais (n=1), displasia

renal e persistência do seio urogenital (n=1),uretero-hidroneforse com ureterocele obs-

trutiva(n=1), displasia renal bilateral (n=2). Os imunossupressores utilizados foram ta-

crolimo, ácido micofenólico e prednisona em todos os pacientes, a indução foi com

inibidor de IL2 (n=4) e timoglobulina (n=1). A média da taxa de filtração glomerular

foi de 84,8 mL / min / 1,73 m2, 3 meses após transplante. taxa de mortalidade de 0%

até a presente o momento. Como complicações apresentaram piora da obesidade

(n=5), infecção urinária (n=2), hipertensão arterial (n=1) e desenvolvimento de dia-

bete melito pós-transplante (n=1)

Conclusão: Transplante renal é o tratamento de escolha para crianças com insuficiên-

cia renal crônica terminal incluindo aquelas com síndrome de Biedl -Bardet, porém

um dos problemas que observamos nestes pacientes foi piora da obesidade. Deve-se

dar um atenção especial ao IMC e talvez ao uso de terapia imunossupressora livre de

esteróides.

CB-RIM-34NECESSIDADES ESPECIAIS NO PREPARO DE TRANSPLANTE RENAL EMCRIANÇAS PEQUENASLuciana de Santis Feltran, Maria Fernanda Carvalho de Camargo, Miriam de Fátima

Moraes Cunha, Simone Maria Rodrigues de Melo Perentel, Erica Francisco da Silva,

Shirley Sayuri Komi, Leticia de Fátima Lazarini, Paulo Cesar Koch Nogueira

Hospital Samaritano de São Paulo.

Objetivo: Crianças pequenas têm necessidades específicas para alcançar o trans-

plante renal (TX). Nosso objetivo é descrever os desafios envolvidos no preparo do TX

em crianças pequenas.

Métodos: Estudo descritivo de uma coorte de crianças pesando <15 kg quando en-

caminhados para TX em um centro de transplante de 2010 até 2014. O desfecho do

estudo foi o tempo para inscrição na lista de TX com doador falecido ou para realiza-

ção de TX com doador vivo. As seguintes variáveis de exposição foram consideradas:

idade, sexo, peso CAKUT como etiologia da doença renal, necessidade de cirurgia

urológica no centro de TX, número de transfusões de sangue anteriores, PRA no início

do estudo e ocorrência de comorbidades não urológicas. Os resultados foram basea-

dos em modelo com análise uni e multivariável de Cox.

Resultados: Foram estudadas 111 crianças (82 sexo masculino), com mediana de

idade de 2,2 anos (IQR = 0,9-3,6) e mediana de peso de 9,9 kg (IQR = 6,9-12,0). CAKUT

foi a etiologia em 78 casos (70%) e 41 (37%) necessitaram de cirurgia urológica no

centro de TX. Outras comorbidades estavam presentes em 75 crianças (68%), en-

quanto 17 (15%) tiveram PRA positivo e 96 estavam em diálise na chegada ao centro

de TX. Após seguimento mediano de 0,7 anos (IQR = 0,3 - 1,5), 85 pacientes (77%)

foram inscritos na lista de espera. Função renal residual em 13 e morte em 7 foram as

principais causas de não inscrição na lista de espera.

Na regressão de Cox multivariada os fatores associados com o resultado foram: a)

idade (HR = 1,09 IC 95% = 1,02-1,17, p = 0,011), b) CAKUT como a etiologia (HR =

0,61 IC95% = 0,39-,95, p = 0,029) e c) comorbidades não urológicas (HR = 0,60 IC

95% = 0,39-0,94, p = 0,024)

Conclusões: Os desafios mais comuns que dificultam o preparo de crianças pequenas

para o transplante renal são: diagnóstico de CAKUT e presença de comorbidades não

urológicas nessas crianças. Acreditamos que tais pacientes devam ser encaminhados

para centros especializados nesse tipo de atendimento.

CB-RIM-35RITUXIMABE COMO PRIMEIRA ESCOLHA NO TRATAMENTO DARECORRÊNCIA DE GESF APÓS TRANSPLANTE RENAL EM PEDIATRIA - RELATODE CASOSClotilde Garcia, Viviane Bittencourt, Roberta Rohde, Vandrea de Souza, Izadora

Tonetto, Samantha Dickel, Alvaro Mozo, Ana Paula Carvalho, Valter Garcia

Serviço de Nefrologia Pediátrica - Hospital da Criança Santo Antonio - Complexo

Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre - UFCSPA.

Introdução: Rituximab (RTX) vem sendo recentemente usado com resultados promis-

sores no tratamento da GESF recorrente após transplante renal. Relatamos nossa ex-

periência com RTX como primeira escolha nesta situação, em transplante renal

pediátrico.

Pacientes e Métodos: Relato série de casos, 13 pacientes com recorrência de GESF

após o primeiro transplante renal. Definida recorrência por proteinúria (IPC >=2.0) e

redução da albumina. Utilizado RTX 375mg/m² (1-4 doses) assim que o diagnóstico de

recorrência foi estabelecido, associado a pulsos de metilprednisolona (3-6). Conside-

ramos resposta completa IPC <0,2 e albumina >3 mg/dl e resposta parcial: IPC <2,0

e albumina > 3mg/dl. Os pacientes que não responderam, foram submetidos à plas-

maferese(PP).

Resultados: Oito (8/13) pacientes tiveram resposta parcial ou completa somente com

RTX e cinco (5/13) não responderam, sendo necessário acrescentar PP. Dos 5 pacientes

que fizeram RTX e PP somente 1 não respondeu. Cinco pacientes responderam no pri-

meiro mês, 5 dentro de três meses após o RTX, 2 após 6 meses e 1 após 11 meses. Dez

pacientes ainda permanecem em remissão com boa função do enxerto (creatinina

sérica média 0,78 ± 0,24mg/dl). Um perdeu o enxerto por não adesão ao tratamento,

sem recorrência. Um paciente teve remissão completa com o RTX e apresentou recor-

rência 6 meses após, sem resposta ao segundo curso da RTX e PP. Não ocorreu efeitos

adversos importantes, com protocolo de cuidados pré- e pós tratamento

Conclusão: O uso de RTX com ou sem PP nesta série de casos, foi segura e eficaz. Ini-

ciar o tratamento com RTX em pacientes pediátricos com recorrência de GESF após o

transplante renal. É um tratamento menos invasivo e menos oneroso comparado com

PP. A PP, tratamento padrão ouro, fica como opção adicional. A resposta ao RTX é im-

previsível. Manter este tratamento como primeira linha é uma opção.

CB-RIM-36ACUTE REJECTION IN PEDIATRIC KIDEY TRANSPLANTLuiza do Nascimento Ghizoni Pereira, Suelen Bianca Stoppa Martins, Luciana de

Fátima Porini Custódio, Hélio Tedesco Silva Junior, José Osmar Medina Pestana,

Paulo Cesar Koch Nogueira

Hospital do Rim.

Objectives: To evaluate the incidence of acute rejection (AR) in pediatric patients sub-

mitted to kidney transplantation, as well as the related risk factors and impact of AR in

allograft function and survival during follow up.

Methods: Retrospective cohort including all pediatric patients submitted to kidney trans-

plant between 2011 and 2015. The effects of possible risk factors for AR were tested

with multivariable Cox regression. To estimate the impact of AR in allograft, we evaluated

graft survival adjusted for AR occurrence and glomerular filtration rate (GFR) by

Schwartz’s formula using last visit creatinine.

Results: The cohort included 230 patients, with mean age of 13.3±4.0 years, being 94%

from deceased donor and 93% first transplants. As immunosuppression, the majority re-

ceived basiliximabe with tacrolimus, prednisone and azathioprine. Allograft survival in

1 and 5 years was 92.5% and 72.1% respectively. The major cause of graft loss was

thrombosis (27%) followed by chronic and acute rejection (21.6 and 13.5%). During a

follow up median of 1.74 years we observed 86 episodes of AR and survival without

acute rejection was 73% in first year and 55% in 5 years. The risk factors for this outcome

were: a) number of mismatches (HR 1.32 CI 1.08 – 1.61 p= 0,003), b) DGF (HR 2.64 CI

1.71 – 4.07 p<0.001), and c) bad adherence to treatment (HR 2.32 CI 1.50 – 3.58

p<0.001). The impact of having any episode of AR on estimated GFR, independent of

time after transplant when it happened, was significant, with mean estimated GFR of

39±28ml/min and in affected children versus 55±28 ml/min (p<0.001). The occurrence

of AR did not influence 5 years graft survival (HR 1.38 CI 0.72 – 2.63 p=0.331).

Conclusion: AR is a frequent outcome in our patients, being related to number of mis-

matches, DGF and bad adherence, and it has an important impact in GFR in long-term

follow up. It is plausible that with longer follow up of our cohort AR will exhibit also impact

in graft survival.

CB-RIM-37EARLY POST-TRANSPLANT INFECTIONS IN KIDNEY TRANSPLANT RECIPIENTSRita Leal1, Helena Pinto1, Ana Galvão1, Luís Rodrigues1, Lídia Santos1, Catarina

Romãozinho1, Fernando Macário1, Rui Alves1, Mário Campos1, Arnaldo Figueiredo2,

Alfredo Mota2

1-Serviço de Nefrologia, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Coimbra

Portugal; 2-Serviço de Urologia e Transplantação Renal, Centro Hospitalar e

Universitário de Coimbra, Coimbra Portugal.

Introduction: Infections in kidney transplant are a major cause of morbidity and mor-

tality. When occurring during the first months, they are typically associated with compli-

cations of the surgery or indwelling medical devices and most commonly include

genitourinary tract infection, bacteremia, surgical site infection, pneumonia and intra-

abdominal infection. About 80% of transplant infections are bacterial and in the early

post-transplantation period they are similar to health care associated infections in the

Page 48: Download do Livro de Resumos

13–15 OUTUBRO 2016 · PORTO · PORTUGALXIII CONGRESSO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSO LUSO BRASILEIRO DE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICO DE TRANSPLANTAÇÃO

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COMUN

ICAÇÕES BREVES

non-transplant surgical population, with increasingly multidrug resistant pathogens. This

represents a challenge and prompt administration of empiric antimicrobial therapy is

essential for effective treatment.

Methods and Materials: We performed a retrospective cohort study of all the kidney

transplants performed during 2015 evaluating the incidence of infections. The devel-

opment of infection was defined by clinical and laboratory data and we characterized

the site of infection, responsible pathogen, antimicrobial therapy, recurrence of infection

and three-month outcome.

Results: During the study period, 141 kidney transplants were performed with a recipient

overall mean age of 50.8 +-15.4 years. The global infection rate in the first 3-months

post-transplant was 32% (N=45) of which 49% (22/45) had concurrent urologic compli-

cations. Infectious intercurrence at the time of transplant surgery occurred in 55,5%

(25/45) patients and was related to the presence of diabetes mellitus, higher body mass

index and older donor age (p<0.05).

The infection sites were: urinary tract infection (N=28, 62%), surgery related infections

(N=8, 18%), dialysis access infections (N=3, 7%), respiratory infections (N=2, 4%), in-

fectious diarrhea (N=2, 4%) and CMV infection (N=2, 4%). Klebsiella pneumonia was

the most common agent detected by blood and urine cultures (N=18), followed by

Pseudomonas aeruginosa (N=5), Escherichia coli (N=3) and Enterococcus faecium

(N=2). One patient presented with Aspergillus fumigatus pneumonia and two patients

were admitted due to CMV infection. Empirical broad-spectrum antibiotics were used

in 26 patients and there was the need to antibiotic escalation in 16 patients after the

result of culture susceptibility. The mean time of antibiotic therapy was 12.4+-7,2 days.

Re-infection rate was 35.5% (16/45): 5 patients with 2 readmissions, 5 patients with 3

readmissions and 6 patients with more than 3 readmissions. Most of the re-infections

were due to recurrent urinary tract infections for the same pathogen [87.5% (14/16)].

The mean creatinine value at time of follow up was 1.6+-0.4mg/dL. Three patients lost

their graft, but none due to infection due non-infectious causes.

Conclusions: Infectious complications during the first three months post kidney trans-

plantation are mainly related to the urinary tract and there is a high rate of recurrence.

Aerobic gram-negative bacilli constitute more than half of all pathogens detected and

most patients needed broad-spectrum antibiotics.

CB-RIM-38PREVENÇÃO DA INFECÇÃO POR CITAMEGALOVÍRUS EM DOENTES DE ALTORISCO NO PÓS TRANSPLANTE RENAL – ESTRATÉGIA HÍBRIDALiliana Cunha, Ivo Laranjinha, Alice Lança, Sofia Coelho, Tiago Carvalho, Rita Birne,

Cristina Jorge, Margarida Bruges, Domingos Machado

Hospital de Santa Cruz, Centro Hospitalar Lisboa Ocidental.

Introdução: A infeção por citomegalovírus (CMV) induz significativa morbilidade e mor-

talidade no transplante renal (TR). As recomendações das Sociedades Espanholas de

Transplantação e de Doenças Infecciosas recém-publicadas propõem a profilaxia nos

doentes de alto risco (dador CMV IgG positivo/receptor IgG negativo (D+/R-) ou sub-

metidos a terapêutica anti-linfócitária) durante 6m e rastreio após.

Objectivo: Analisar os resultados de uma estratégia híbrida (profilaxia e concomitante

rastreio) em doentes de alto risco.

Métodos: Análise retrospectiva do protocolo de prevenção da infecção por CMV nos

doentes transplantados entre 2014-2015, que consistiu: doentes de alto risco – profila-

xia com valganciclovir e rastreio da antigenémia CMV (agCMV) durante 6m, após sus-

pensão da profilaxia rastreio nas 2 consultas seguintes; grupo D±/R+ – rastreio da

agCMV em todas as consultas durante 6m. Excluídos doentes com seguimento <6m

(n=5), sobrevida enxerto <6m (n=3) e D-/R- (n=2).

Resultados: Incluímos 96 doentes com média idade 52,6±12anos, 59,4% sexo mas-

culino e seguimento mediano 506,6dias (IQR 365,8). Os receptores eram 11,5% sero-

negativos (D+/R-).

Nos doentes com indução com ATG/TG (n=37), 18,9% apresentaram agCMV positiva

nos primeiros 6m e 3 foram tratados. Após suspensão da profilaxia, 16% positivaram

após uma mediana de 73,5 dias (IQR 39,5) e 5 foram tratados.

Nos doentes D+/R- (n=8), 37,5% positivaram agCMV nos primeiros 6m e todos foram

tratados. Aos 35 e 50 dias após suspensão do tratamento, 2 recidivaram e um aos 76

dias após profilaxia.

Nos doentes D±/R+ (n=51), 39,2% apresentaram agCMV positiva nos primeiros 6m e

19 foram tratados. Dois doentes positivaram após suspensão do tratamento e 1 após

os 6m de rastreio (253 dias).

Observamos 22,2% infecções nos 6m de profilaxia. Após a suspensão da profilaxia/tra-

tamento, o tempo mediano até antigenémia positiva foi 50 dias (IQR 48). Em 72,7%

dos casos o diagnóstico fez-se dentro do protocolo. Documentamos 2,1% de infecções

graves.

Conclusão: A infeção CMV nos primeiros 6 meses pós TR, foi frequente nos doentes

sob profilaxia pelo que o rastreio da agCMV. Os nossos dados sugerem que o rastreio

deve ser mantido por um período não inferior a 50 dias após a suspensão da profila-

xia/tratamento. O protocolo proporcionou uma baixa prevalência de infecções graves.

CB-RIM-39REATIVAÇÃO DA HEPATITE B APÓS TRANSPLANTE RENAL EM DOENTES COMANTIGÉNIO HBS NEGATIVOCatarina Meng, Carolina Belino, Manuela Bustorff, Ana Rocha, Inês Ferreira, Isabel

Tavares, Susana Sampaio, Manuel Pestana

Centro Hospitalar São João.

A reativação do vírus da Hepatite B (HBV) no contexto da imunossupressão (IS) pode

ser severa e potencialmente fatal. Embora mais frequente nos doentes com antigénio

HBs (AtgHBs) positivo, pode ocorrer em doentes com infeção pelo HBV resolvida (AtgHBs

negativo e anti-HBc positivo), e nestes doentes a presença do anticorpo para o AtgHBs

(anti-HBs) parece diminuir o risco de reativação. No transplante renal (TR) o risco de

reativação do HBV nos doentes com infeção resolvida não é claro e é controversa a

necessidade de profilaxia antivírica nesta população.

Objetivo: Avaliar o risco de reativação do HBV em doentes submetidos a TR com anti-

HBc positivo e AtgHBs negativo.

Métodos: Estudo cohort retrospectivo, de doentes submetidos a TR entre 1.1.1994 e

31.12.1994, comparando a serologia do HBV na data do transplante com a serologia

durante o período de follow-up. Definiu-se como perda de imunidade descida do título

do anti-HBs para valor <10 IU/L e considerou-se reativação o reaparecimento do

AtgHBs associada a carga viral HBV> 2000 IU/L. Foram excluídos os doentes sem sero-

logias prévias (137), AtgHBs positivo (7), falência primária do TR (28) e sobrevida do

aloenxerto <30 dias (13).

Resultados: Amostra de 964 doentes em 1144 transplantes renais neste período. Dos

99 (10,3%) com positividade para anti-HBc, 74 doentes tinham título anti-HBs> 10UI/L,

e a IS incluiu ATG (n=19), e a maioria fez IS tripla. Nenhum fez profilaxia antivírica. Tempo

de follow-up médio de 8 anos e 10 meses. 12 Doentes (16.2%) perderem a imunidade,

e 2 reativaram 6 e 8 anos após TR com morte por falência hepática aguda e perda

do TR por disfunção crónica, respetivamente. Houve 17 episódios de rejeição aguda

(RA), sendo este o único fator de risco identificado de perda de imunidade (OR=7,2;

p=0,01).

Conclusões: Nos nossos doentes com infeção HBV resolvida observamos um risco de

reativação do HBV de 2%, com consequência fatal num doente. O aumento da IS no

contexto de RA esteve associado a perda de imunidade. É fundamental a monitoriza-

ção periódica do HBV nestes doentes e só um estudo maior e prospetivo, poderá es-

clarecer os que poderão beneficiar de profilaxia anti-vírica.

CB-RIM-40ESTRATÉGIAS PARA REDUÇÃO DE INFECÇÃO PELO CITOMEGALOVIRUS EMTRANSPLANTE RENAL COM DOADOR FALECIDOFagundes Cláudia, Finni Patrícia, Correia Maria Sueli, Alvarenga Maria de Fatima,

Morgado Luciano, Glasberg Denise, Abrão Olga, Matuck Tereza, Carvalho Deise

Centro Estadual de Transplantes do Hospital São Francisco de Assis- Rio de Janeiro -

RJ/ Brasil.

A infecção pelo citomegalovírus (CMV) é comum após transplante de órgãos sólidos.

Estratégias para minimizá-la vem sendo desenvolvidas. O objetivo do estudo é avaliar

se houve diferença na incidência de CMV com a introdução de novo esquema imu-

nossupressor.

Métodos: Inclusão consecutiva de 354 pacientes transplantados renais com doador

falecido no período de fevereiro/2013-julho/2015. Três distintos esquemas de imunos-

supressão foram empregados de acordo com a prática clínica do serviço. Grupo 1-

Indução com basiliximab associado a tacrolimus, micofenolato sódico e corticóide

(n=152). Grupo 2- Indução com timoglobulina associado a tacrolimus, micofenolato

sódico e corticóide (n=63) e Grupo 3- Indução com timoglobulina associado a tacro-

limus, micofenolato sódico e corticóide, com conversão protocolar no 140 dia pós

transplante renal do antimetabolico (micofenolato sódico) para inibidores da mTOR

(n=139).

Resultados: A incidência de infecção por CMV foi de 12%(n=19) no grupo 1 seguidos

por 6%(n=9) e 17%(n=11) nos grupo 3 e 2, respectivamente; p=0.051. Houve recidiva

da infecção por CMV (mais de 2 episódios) em 31% dos pacientes do grupo 1, por

outro lado no grupo 3 apenas 1 paciente (D+/R-) apresentou recidiva da infecção por

CMV. Em relação ao numero de episódios de rejeição aguda, o grupo 2 apresentou

29 % seguido por 20% do grupo 1 e 12% do grupo 3; p=0.01. Ao analisarmos a amos-

tra pelas características clínicas de 354 receptores de transplante com doador fale-

cido, de acordo com a infecção pelo citomegalovírus, não houve diferença estatística

entre o grupo com infecção vs. sem infecção pelo CMV, quanto à idade do doador

(42±17 vs.42±16 anos), idade do receptor (48±12 vs. 47±12 anos), tempo de isque-

mia fria (16±4 vs. 17±6 horas), tempo em terapia de substituição renal prévio ao trans-

plante (62±57 vs. 52±43 meses), número de missmatchs (3±1 vs. 3,5±1,1),

respectivamente, p=ns. No modelo multivariado, inserindo como variável qualitativa

os 3 grupos de imunossupressão, o grupo 3 (conversão protocolar) apresenta efeito

protetor no desenvolvimento de infecção pelo CMV: RR 0,32 (IC95% 0,13-0,84),

p=0,02.

Concluindo, a estratégia de conversão precoce com inibidores da m-TOR parece re-

duzir a incidência de CMV, mesmo em pacientes com indução com anticorpos anti-

linfócitos.

CB-RIM-41TERAPIA IMUNOSSUPRESSORA EM PACIENTES INFECTADOS PELO HIVSUBMETIDOS A TRANSPLANTE RENAL: METANÁLISE DE SÉRIE DE CASOSSebastião Pires Ferreira Filho, Ricardo Augusto Monteiro de Barros Almeida, Regina

El Dib, Luis Gustavo Modelli de Andrade, Ricardo de Souza Cavalcante, Danilo

Galvão Teixeira, Thomaz Eduardo Arcangelo, Matheus Esteves Pelicer

Faculdade de Medicina de Botucatu - FMB. Universidade Estadual Paulista.

Introdução: A infecção pelo HIV era contraindicação absoluta para transplantes de

órgãos, mas, estudos recentes sugerem que o transplante renal em pacientes com HIV

é viável e seguro. O trabalho tem como objetivo identificar, através de metanálise pro-

porcional de série de casos, os esquemas de imunossupressão mais efetivos e seguros

nesses pacientes.

Métodos: Foram incluídos estudos de relatos e série de casos que tenham avaliado qual-

Page 49: Download do Livro de Resumos

13–15 OUTUBRO 2016 · PORTO · PORTUGALXIII CONGRESSO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSO LUSO BRASILEIRO DE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICO DE TRANSPLANTAÇÃO

COMUN

ICAÇÕES BREVES

49

quer esquema de imunossupressão utilizado em PVHA submetidos a TxR bem como os

demais critérios de inclusão estabelecidos. Os desfechos de interesse foram mortalidade

geral, sobrevida do enxerto, episódios de rejeição aguda, curso clínico e laboratorial

da infecção pelo HIV. A pesquisa foi realizada através das fontes: MEDLINE, EMBASE, e LI-

LACS. Dois revisores independentemente selecionaram os estudos e utilizou-se um for-

mulário padrão para extrair as informações relevantes dos estudos. Foram realizadas

metanálises proporcionais de série de casos comparando a ocorrência dos desfechos

em diferentes esquemas de imunossupressão por meio do software StatsDirect.

Resultados: Dos 2841 estudos inicialmente indentificado, 47 estudos respeitaram os

critérios de inclusão e exclusão. Até o presente, puderam ser avaliados os dados de

31 artigos, totalizando 125 pacientes quanto ao esquema de indução e 79 quanto

ao esquema de manutenção da imunossupressão Quando se analisaram os esquemas

imunossupressores utilizados na indução da imunossupressão, não foi identificada di-

ferença estatística em todos os desfechos estudados. Ao se analisarem os esquemas

de manutenção, pode-se observar diferença significante para os desfechos perda do

enxerto ao final do primeiro ano e do seguimento total entre os grupos que utilizaram

CsP+MMF+PDN e FK+MMF+PDN, com maior sobrevida do enxerto entre os pacientes

que utilizaram FK+MMF+PDN, e a necessidade de descontinuação do esquema de

manutenção por qualquer causa, aqueles indivíduos que utilizaram FK+MMF+PDN

precisaram descontinuar seu esquema em menor número de vezes que os pacientes

que utilizaram CsP+MMF+PD.

Discussão: Considerando-se o pequeno número de pacientes, a análise destes dados

deve ser realizada com reservas ainda, porém, caso a mesma se mantenha ao se in-

crementar o poder estatístico através de maior casuística, talvez possa evidenciar

maior potência e/ou menor interação medicamentosa prejudicial do esquema

FK+MMF+PDN frente à CsP+MMF+PDN.

CB-RIM-42AVALIAÇÃO DO ESQUEMA IMUNOSSUPRESSOR E DA FUNÇÃO RENAL DEPACIENTES TRANSPLANTADOS RENAIS COM BK POLIOMAVÍRUS POSITIVO,ALÉM DO SEGUIMENTO PARA CLAREAMENTO DO VÍRUSWagner Tereza, Assis Lívia, Fagundes Cláudia, Finni Patrícia, Barros Onofre, Morgado

Luciano, Savassi Flavia, Gomes Stéphanie, Varella Rafael, Matuck Tereza, Carvalho

Deise

Centro Estadual de Transplante do Hospital São Francisco de Assis -Rio de Janeiro RJ -

Brasil.

A replicação do BK poliomavírus pode causar nefropatia e perda precoce da função

do enxerto renal. O objetivo do estudo foi avaliar o esquema imunossupressor e a fun-

ção renal dos pacientes transplantados que tiveram resultado positivo para presença

de poliomavírus, além da ocorrência de clareamento do vírus no grupo com pesquisa

positiva. Estudo prospectivo, iniciado em abril/ 2015, em que foram avaliados 47 trans-

plantados renais (doador falecido/vivo), que realizaram coletas de plasma de 2 em 2

meses, até completar um ano de transplante. O DNA viral, obtido do plasma, foi iden-

tificado pela reação de cadeia de polimerase. Os pacientes foram divididos em 3

grupos conforme esquema imunossupressor: GRUPO 1- Thimoglobulina, Tacrolimus, Ini-

bidor MTOR e corticoide; GRUPO 2- Thimoglobulina, Tacrolimus, Micofenolato Sódico e

corticoide ; GRUPO 3- Basiliximab, Tacrolimus, Micofenolato Sódico e corticoide. A in-

cidência global de poliomavírus foi de 25% (n=12/47) e quando dividida por grupos

:20%,27% e 31%, respectivamente(p=ns). O uso de metilprednisolona como pulsote-

rapia para tratamento de rejeição foi realizada em 2(17%)dos pacientes positivos e 6

(17%) dos pacientes negativos, portanto não havendo relação com o aumento da in-

cidência de poliomavírus. Quanto à função renal, também não houve diferença entre

os pacientes com resultado positivo e negativo para polioma, com média de creati-

nina 1,7± 0,7, ao final do seguimento. Dos pacientes com resultado positivo para po-

lioma, 83% (n=10/12) negativaram o vírus no plasma, sendo que desses, 50% com

critérios para clareamento do vírus (3 amostras negativas consecutivas) e 50% ainda

em seguimento (1 ou 2 amostras negativas). O clareamento ocorreu independente do

esquema imunossupressor utilizado. Conclusão: em nosso estudo, não houve diferença

tanto na incidência quanto no clareamento do poliomavírus de acordo com a imu-

nossupressão. Em relação à função renal, também não foi observada diferença entre

os pacientes com resultado positivo ou negativo para o vírus, no entanto é necessário

um maior tempo de acompanhamento para avaliação da nefropatia.

CB-RIM-43INCIDENCE OF CMV AND BK VIRUS INFECTIONS WITH DIFFERENT SCHEMESOF IMUNOSSUPRESSIONRute Carmo, Inês Ferreira, Sofia Marques, Susana Sampaio, Manuel Pestana

Nephrology Department, Hospital São João, Porto, Portugal.

Nowadays, the immunosuppression (IS) used in kidney transplantation (KT) increased the

graft survival due to a reduction of acute rejection. The incidence of opportunistic in-

fections doesn´t appear to be reduced. We aimed to evaluate if different schemes ofIS had influence in the incidence of these infections.

Observational retrospective study, including consecutive KT during the period between

January of 2010 and December 2012 (n=196). We divided the patients in 4 groups ac-

cording to the IS protocol (CNI minimization – n=70; CNI standard – n=82; induction

with thymoglobulin (TMG) – n=34; no induction therapy – n=10).

The mean follow-up was 40,15±12,13 months.

The demographic characteristics were similar between the groups, except in the TMG

group, in which female gender predominated.

8,9% had a negative CMV serostatus. The incidence of CMV infection, syndrome or dis-

ease was similar across the groups (p=0,98); 46 patients were submitted to primary pro-

phylaxis with valgancyclovir, but 23,9% of them developed syndrome or invasive dis-

ease, most of them after 3 months of KT. Patients treated for rejection had CMV earlier.

To monitor BK virus infection, we used viruria > 107. The incidence and the time of the

diagnosis was similar for all the groups; 6 patients had BK nephropathy, all were treated

with cidofovir, and only one lost the graft. Patients treated for a rejection presented BK

viruria more frequently (30,8% vs. 17,7% p<0,05).

These results support the hypothesis that the CMV prophylaxis tend to have a more se-

vere and later presentation of the disease.

The incidence of BK virus infection isn’t influenced by the IS scheme, albeit the greater

exposure to IS during acute rejection increases the risk of this infection. BK nephropathy

wasn’t associated with a reduction in the graft survival, although early recognition and

treatment may have contributed to these results.

CB-RIM-44SENSIBILIDADE DA HEMOCULTURA PARA AVALIAR A PARASITEMIA DADOENÇA DE CHAGAS EM PACIENTES TRANSPLANTADOS RENAISJuliana J. G. Ferreira, Sandra C. B. Costa, Marilda Mazzali, Fernanda Ramos

Gadelha, Eros A. de Almeida

Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas - SP - Brasil.

A doença de Chagas pode ser reagudizada em pacientes submetidos à terapia de

imunossupressão. Nesses casos, a quantidade de parasitas no sangue aumenta e

podem ocorrer lesões cutâneas e comprometimento do sistema nervoso central, agra-

vando o estado de saúde do paciente. O objetivo do trabalho foi avaliar a parasitemia

de pacientes chagásicos submetidos ao transplante renal através da técnica de he-

mocultura. Seis pacientes foram analisados, sendo 4 do sexo feminino (66,66%) e 2 do

sexo masculino (33,33%), e a média de idade foi 50,3 (35-66 anos). A doença renal

de base mais prevalente foi a glomerulonefrite crônica, em 3 pacientes (50%), e os

outros pacientes apresentaram insuficiência renal crônica secundário à pielonefrite

(16,66%), insuficiência renal crônica por causa indeterminada (16,66%) e nefropatia

diabética (16,66%). Os pacientes foram transplantados em 1996 (16,66%), 2010

(16,66%), 2011 (16,66%), 2014 (33,33%) e 2015 (16,66%). Para a realização da técnica

de hemocultura foram coletados 24 mL de sangue total e cada amostra foi centrifu-

gada a 3500 rpm para separar o plasma das hemácias. Após descarte do plasma, as

hemácias foram lavadas com meio de cultura Liver Infusion Tryptose (LIT). Depois de

descartar o sobrenadante, foram adicionados 6 mL de meio LIT em cada tubo, totali-

zando 4 tubos para cada paciente. As amostras foram incubadas a 28°C e 10 µL de

cada amostra foi analisada entre lâmina e lamínula no microscópio óptico 40x a cada

15 dias durante 120 dias. Cem por cento das amostras apresentaram resultados ne-

gativos para o crescimento de T. cruzi, referindo a esta técnica uma baixa sensibilidade

para esse grupo de pacientes. Cinco pacientes (83,33%) apresentaram sorologia rea-

gente e um paciente (16,66%) apresentou sorologia inconclusiva. A discordância entre

os resultados sorológicos e parasitológicos pode ser justificada pelo fato de que

83,33% dos pacientes foram tratados com benznidazol.

CB-RIM-45REVISITANDO O CTIOMEGALOVIRUS EM PACIENTES TRANSPLANTADOSRENAISSimone Senna, Ana Flavia Zerbin Mazzia, Helen Kris Zanetti, Roger Kist, Elizete Keitel,

Valter Duro Garcia, Jorge Neumann

Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre.

Introdução: O citomegalovírus (CMV) está entre os principais agentes infecciosos que

acometem pacientes transplantados renais. A infecção por CMV está relacionada ao

status sorológico do doador e receptor, bem como o tipo e intensidade da imunossu-

pressão utilizada. A infecção determina o aumento da morbi-mortalidade após o trans-

plante. O Laboratório de Imunologia de Transplantes realiza o diagnóstico de

antigenemia para o CMV desde o ano de 1994 como rotina para pacientes transplan-

tados renais.

Objetivo: Caracterizar os pacientes transplantados renais mais recentes e seus desfe-

chos quanto ao resultado de antigenemia para o CMV dos últimos 10 anos (2005-

2015).

Resultados: No período de 2005 a 2015 foram transplantados 2287 pacientes dos

quais 95% foram transplantados renais (46% CMV positivos), 2,2% rim e pâncreas (32%

CMV positivos), 1,6% rim e fígado (54% CMV positivos) e 0,6% rim após outros trans-

plantes anteriores (36% CMV positivos). Entre os 2180 pacientes transplantados renais,

45% apresentaram antigenemia positiva para o CMV. Quando comparados separa-

damente os períodos de 2005-2010 e 2011-2015 o número de transplantados renais

com antigenemias positivas aumentou 48,8% (384/78) para 60,1% (590/981), contudo

o número de óbitos entre estes pacientes diminuiu de 13,8% (53/384) para 6,6%

(39/590).

Discussão: Os resultados mostram que nos últimos 5 anos houve um aumento signifi-

cativo (p valor 0,00001) de casos positivos de CMV em pacientes transplantados renais,

porém com diminuição dos óbitos observados na população de CMV positivos (p valor

0.0001).

Conclusão: A infecção por CMV na população estudada não comprometeu o sucesso

do enxerto, nem mesmo em pacientes re-transplantados, já que o número de pacien-

tes em acompanhamento aumentou 50% e o número de pacientes que retornaram a

diálise diminuiu na mesma proporção. Contudo, análises estatísticas detalhadas estão

sendo realizadas para melhor compreensão dos resultados associados aos desfechos

de casos.

Page 50: Download do Livro de Resumos

13–15 OUTUBRO 2016 · PORTO · PORTUGALXIII CONGRESSO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSO LUSO BRASILEIRO DE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICO DE TRANSPLANTAÇÃO

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COMUN

ICAÇÕES BREVES

CB-RIM-46AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO VACINAL DOS CANDIDATOS EM LISTA DE ESPERAPARA TRANSPLANTE RENAL EM HOSPITAL REFERÊNCIA DO INTERIOR DE SÃOPAULO - BRASILCamargo.LF; Rivelli.GG; Sousa.MV; Mazzali.M; Stucchi.RSB

Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP.

O presente estudo tem como objetivo avaliar a situação vacinal de pacientes renaiscrônicos pré-transplante e implementar uma atenção sistematizada por meio da ela-boração de uma base de dados.A pesquisa incluiu pacientes com doença renal crônica, inscritos no Cadastro Técnicode Transplantes - Lista de Espera para Transplante Renal, atendidos pelo Ambulatóriode Pré-Transplante Renal da Universidade Estadual de Campinas, no período de No-vembro de 2013 a dezembro de 2015. Os participantes receberam um questionáriopreviamente validado, que será aplicado em entrevista com o responsável pelo pro-jeto, além de coleta de dados retrospectivos junto ao centro responsável pela terapiarenal substitutiva (TRS) e a partir dos prontuários médicos.Foram incluídos no estudo 105 pacientes. Não foram encontradas diferenças com re-lação a demografia dos pacientes do estudo (sexo, idade, etiologia da doença renal).As maiores taxas de cobertura vacinal completa foram encontradas para vacinaçãocontra hepatite B (73%) seguido da Influenza anual (67%). Nenhuma outra vacina atin-giu índices maiores que 50% de cobertura vacinal nesse grupo estudado, mesmosendo considerado de risco infeccioso alto. A vacinação contra pneumococo atingiu40%, a vacina combinada contra difteria e tétano 37%, a vacina contra sarampo,caxumba e rubéola chegou a apenas 18%, e a vacina oral contra Poliomielite (Sabin)7%. O estudo ainda evidencia a baixa aderência ao esquema vacinal recomendadomundialmente de dose dobrada para hepatite B (apenas 71% daqueles que comple-taram a vacinação).Entre os dados coletados na entrevista, não foi significativo o impacto da orientaçãovacinal durante o tratamento da doença renal para maior ou menor cobertura vaci-nal, em nenhuma das vacinas estudadas. Já o local de realização da vacinação au-mentou a cobertura vacinal para a vacina de sarampo, caxumba, rubéola,pneumococo e hepatite B quando feita na clinica de TRS, e para difteria e tétanoquando feita na UBS.Por fim, também houve influencia da frequência da diálise na soroconversão dos pa-cientes para a hepatite B, impacto até então nunca evidenciado em outros trabalhosna literatura.Há nítida necessidade de se aumentar a indicação de vacinação nos portadores dedoença renal. O trabalho dentro das clínicas de TRS parece ter o maior impacto sobrea cobertura vacinal.

CB-RIM-47TRANSPLANTE RENAL EM PACIENTES HIV POSITIVOS. EXPERIÊNCIA INICIAL DEUM ÚNICO SERVIÇO. Finni Patricia, Fagundes Claudia, Assis Livia, Wagner Tereza, Abrão Olga, Alvarenga

Maria de Fátima, Morgado Luciano, Matuck Tereza, Carvalho Deise

Centro Estadual de Transplantes do Hospital São Francisco de Assis / Rio de Janeiro/

RJ- Brasil.

Com o advento da terapia antiretroviral de alta atividade (Highly Active AntiretroviralTherapy- HAART), a evolução dos pacientes infectados pelo vírus da Imunodeficiênciahumana (HIV) mudou significativamente, com acentuada diminuição nas taxas de mor-bimortalidade desta população, assim proporcionando maior sobrevida, o que acar-reta o aumento do número de casos de Insuficiência Renal Crônica secundária aoHIV. Diante dessa nova realidade, o transplante Renal passou a ser considerado umaalternativa de terapia substitutiva. Neste relato, apresentamos nossa experiência inicial,com cinco casos de transplante renal em pacientes HIV + num total de 652 no períodode 3 anos. Os critérios utilizados para considerar os pacientes elegíveis foram: conta-gem CD4> 200 céls/mm3, carga viral <50 cópias RNA/mL e tratamento regular comHAART > 6 meses. Foram realizados 04 transplantes com doador falecido (01 re-trans-plante) e 01 com doador vivo–mãe. A média de idade foi 40 anos; 04 do sexo mas-culino; 03 da raça negra; PRA negativo em 04 e classe II -11% em 01 (re-TX). Esquemade indução foi Thimoglobulina 1mg/kg/dia por 07 dias, esquema imunossupressor: Ta-crolimus, Micofenolato sódico e corticoide. 01 paciente apresentou trombose do en-xerto 1 semana pós –tx; 01 apresentou quadro de rejeição aguda com respostasatisfatória após pulsoterapia com Metilprednisolona; 02 apresentaram função retar-dada do enxerto. A função renal encontra-se normal até o 6°mês pós TX. Em relaçãoao ajuste de nível sérico de Tacrolimus, apenas 01 apresentou difícil controle, fazendo1mg/dia a cada 15 dias para atingir nível sérico desejável,no 5°mês pós TX apresentouSarcoma de Kaposi sendo convertido de Tacrolimus para MTOR, e atualmente comdose de 0,75mg 1x/semana. Os demais pacientes se mantêm com Tacrolimus0,10mg/kg/dia com níveis séricos aceitáveis. Nossa experiência, apesar do curto pe-ríodo de acompanhamento, mostra que o transplante renal se constitui numa terapiasegura em pacientes HIV+ cuidadosamente selecionados. A imunossupressão não pa-rece ter impacto negativo no curso da infecção pelo HIV neste período inicial.

CB-FIG-01O IMPLANTE DE UM FÍGADO DESPROPORCIONALMENTE GRANDE PODEAUMENTAR A INCIDÊNCIA DE COMPLICAÇÕES APÓS O TRANSPLANTEHEPÁTICO EM CRIANÇAS PORTADORAS DE ATRESIA E VIAS BILIARES?EXPERIÊNCIA DO INSTITUTO DA CRIANÇA-HCFMUSPAna Cristina Aoun Tannuri, Thiago Ianner Silva, Ana Caroline Dantas Marques,

Helena Thie Miyatani, Maria Merces Santos, Manoel Carlos P Velhote, Marcos

Marques da Silva, Nelson E M Gibelli, Uenis Tannuri

Instituto da Criança - Hospital das Clínicas - Faculdade de Medicina - Universidade

de São Paulo.

Os avanços técnicos e dos cuidados peri-operatórios têm permitido a realização de trans-

plantes hepáticos em crianças cada vez menores. O implante de um fígado despropor-

cionalmente grande para o receptor (chamada situação large-for-size) tem sido cada

vez mais frequente, e ainda não são completamente conhecidos os efeitos deste fato.

Objetivos: Avaliar a diferença entre as incidências de complicações do transplante

hepático intervivos em crianças portadoras de atresia de vias biliares (AVB) compa-

rando o grupo que recebeu um enxerto large-for-size (índice de peso do enxerto/re-

ceptor- GBWR ≥4%) e o que recebeu enxerto de peso compatível- GBWR <4%).

Métodos: Foi realizada análise retrospectiva dos casos de AVB submetidos a transplante

intervivos em nosso centro de julho de 2012 a julho de 2015. Os dados analisados in-

cluíram peso do enxerto e do receptor e a incidência de complicações vasculares,

biliares, rejeição aguda, sepse e mortalidade. Os pacientes foram divididos em 2 gru-

pos de acordo com o GBWR: grupo A, em que o GBWR era ≥4%; e grupo B, com GBWR

<4%. Comparou-se por teste de chi-quadrado ou Fisher as incidências das compli-

cações nos dois grupos, considerando significante p≤0.05.

Resultados: Foram incluídas 27 crianças no grupo A e 34 no grupo B. As complicações

portais foram significativamente mais frequentes no grupo A do que no B (29,6% x 5,9%,

p=0,047). Complicações arteriais foram vistas em 1 paciente do grupo A e 3 do grupo

B. Complicações biliares ocorreram em 2 pacientes do grupo A e 5 do B. Pelo menos

1 episódio de rejeição celular aguda ocorreu em 3 crianças do grupo A e 8 do B. 3

crianças de cada grupo apresentaram quadros sépticos. A sobrevida foi de 75% no

grupo A e 85% no B. As incidências de complicações arteriais, biliares, rejeição e sepse

e a mortalidade não foram estatisticamente diferentes entre os dois grupos.

Conclusões: Em crianças portadoras de AVB, o implante de um fígado desproporcio-

nalmente grande leva a aumento na incidência de trombose ou estenose portal. Me-

didas no intento de se adequar o tamanho do enxerto ao receptor podem melhorar

os resultados dos transplantes intervivos nestes pacientes.

CB-FIG-03ANÁLISE DO USO DO CELLSAVER E MORTALIDADE NO TRANSPLANTEHEPÁTICOAndre Pereira, Gilberto Peron, Arnaldo Bernal, Catiana Gritti, Felipe Borges, Jorge

Marcelo Padilla Mancero, Andre Ibrahim David

Hospital da Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Introdução: O transplante hepático é considerado o melhor tratamento para doençashepáticas irreversíveis. Devido à complexidade do procedimento geralmente são ne-cessárias múltiplas transfusões sanguíneas. Uma opção para reduzir esta necessidadeé a utilização do Cellsaver propiciando a recuperação celular e reinfusão do sangue.O objetivo desse estudo é avaliar a mortalidade em relação ao número de unidadesde hemácias lavadas e recuperadas pelo CellSaver e a mortalidade peri-operatória. Material e métodos: Levantamento de dados dos pacientes transplantados que utili-zaram CellSaver no período de Junho de 2014 à Maio de 2016. Resultados: Foram realizados 30 transplantes de fígado, sendo o diagnóstico preva-lente a Cirrose hepática pelo Vírus da hepatite C (37%), desses 24 (80%) transplantadosutilizaram o CellSaver, no qual possuíam um MELD mediano de 30 (variação 13-40).Levando em conta a utilização do CellSaver em unidades de hemácias lavadas e re-cuperadas nota-se uma mediana de quatro (variação 2-45). Seis foram à óbito (25%),desses o MELD mediano foi de 32 (variação 29-40) e a utilização de hemácias lavadase recuperadas teve uma mediana de sete. Conclusão: Os pacientes que foram a óbito, sendo o MELD acima de 29, necessitaramde quantidades elevadas de unidades de hemácias lavadas e recuperadas, sendoque a mediana das unidades foi de sete, 43% a mais dos que não foram a óbito.

CB-FIG-04TROMBOSE DE ARTÉRIA HEPÁTICA PÓS-TRANSPLANTE ORTOTÓPICO DEFÍGADO: EXPERIÊNCIA DE 5 ANOS.Catherine Puliti Hermida Reigada, Elaine Cristina De Ataíde, Thiago Jordão Almeida

Prado Mattosinho, Ilka de Fátima Santana Ferreira Boin

Universidade Estadual de Campinas.

A trombose de artéria hepática (TAH) é reportada em 4 a 15% dos transplantes ortotó-picos de fígado (TOF), sendo mais frequente nos transplantes pediátricos. Fatores as-sociados à TAH incluem dissecção da parede da artéria, erro técnico na anastomose,estenose no tronco celíaco, variação anatômica arterial presente no doador ou re-ceptor, reconstrução arterial complexa no enxerto durante o backtable e alta resis-tência microvascular causada tanto por rejeição como por lesão deisquemia-reperfusão. Foram analisados os casos de trombose de artéria hepática pósTOF de janeiro de 2007 a dezembro de 2012 no Hospital das Clínicas da UniversidadeEstadual de Campinas para traçar o perfil desses pacientes e relacionar possíveis fa-tores de risco. Foram analisados 263 transplantes e a incidência de TAH encontradafoi de 7,9%, sendo precoce de 71,4% e tardia de 28,6%. 23,8% dos pacientes apre-sentavam CHC. A média pura do MELD foi 22. 52,8% dos pacientes eram Child C.Quanto à técnica de explante utilizada, 85,7% de Piggy-Back e 14,2% de Standard.Houve variação anatômica arterial no enxerto em 14,2% dos casos, sendo a maioria(66,6%) artéria hepática direita da mesentérica superior. Em 38% dos casos a anasto-mose da artéria no receptor foi realizada na hepática própria, em 33,3% na hepáticacomum, em 23,8% na hepática direita e em 4,7% no tronco celíaco. 19% dos pacien-tes foram politransfundidos. Em 16,6% dos pacientes com TAH tardia houve infecçãopor CMV e rejeição celular aguda. Houve complicações biliares em 38% dos pacien-tes. A taxa de retransplante nos casos de TAH precoce foi de 46,6% e de TAH tardia foide 16,6%. A sobrevida dos pacientes submetidos à retransplante por TAH precoce foide 14,28% e por TAH tardio foi de 100%. A trombose de artéria hepática é uma com-plicação grave do transplante hepático. Conhecer seus fatores de risco, obter esmerona técnica operatória, realizar diagnóstico precoce, além de procurar acesso a abor-dagens menos invasivas como a endovascular em casos selecionados, pode evitar a

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13–15 OUTUBRO 2016 · PORTO · PORTUGALXIII CONGRESSO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSO LUSO BRASILEIRO DE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICO DE TRANSPLANTAÇÃO

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ICAÇÕES BREVES

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necessidade de retransplante, como diminuir significativamente a morbi-mortalidadedos pacientes no pós-operatório.

CB-FIG-05TRANSPLANTE HEPÁTICO “LARGE FOR SIZE” PORCINO COM MANIPULAÇÃODO FLUXO VENOSO PORTAL: ESTUDO HEMODINÂMICO, HISTOLÓGICO EBIOMOLECULAR Daniel Rangel Moreira de Albuquerque, Ana Cristina Aoun Tannuri, Alessandro

Rodrigo Belon, Maria Cecilia Coelho Mendonça, Raimundo Renato Magalhães,

Josiane de Oliveira Gonçalves, Suelen Sokoll Serafini, Nelson E M Gibelli, Uenis

Tannuri

Instituto da Criança - Hospital das Clínicas - Faculdade de Medicina da Universidade

de São Paulo.

Introdução: Em crianças com menos de 10Kg encontramos frequentemente situação

denominada large-for-size, onde o enxerto excede 4% do peso do receptor. A lesão

de isquemia/reperfusão (LIR) é resposta inflamatória mediada pelas células de Kupffer

(CK), que liberam espécies reativas de oxigênio e citocinas pró-inflamatórias (TNF-a,

IL-1 e IL-6) que recrutam polimorfonucleares e linfócitos perpetuando a lesão mesmo

após restabelecimento do fluxo sanguíneo. O hipofluxo portal pode piorar a LIR na si-

tuação large-for-size. Desta forma, um shunt mesentérico-cava tentando direcionar o

fluxo para a porta poderia ser benéfico nesta situação.

Métodos: Doze porcos Landrace-Largewhite pesando aproximadamente 20 kg foram

submetidos a transplante hepático com doadores de peso duas vezes maior que dos

receptores e distribuídos em dois grupos: large-for-size (LFS)(n=6) e large-for-size com

shunt (SHUNT)(n=6). Foi aferido o fluxo venoso portal, arterial hepático e colhido mate-

rial para estudo histológico e biomolecular uma hora após a reperfusão, quantifi-

cando-se a expressão dos gene da iNOS, eNOS, IL-6, BAX e BCL, cfos/c-jun, ICAM e

TNF-a.

Resultados: Logo após o término das anastomoses o fluxo portal no grupo SHUNT era

maior que no LFS (880 ± 84.85mL / min vs. 548 ± 109 mL / min, p<.001), mas após 1

hora eles se igualavam. O fluxo arterial após 1 hora era menor no grupo SHUNT

(p=0.029). Lesão histológica foi mais intensa no grupo LFS que no SHUNT (p=.0016). Ex-

pressão do gene eNOS foi maior no grupo LFS (p=.04) e do pró-apoptótico BAX maior

no SHUNT (p=.04).

Conclusões: O shunt entre veia cava e mesentérica superior não conseguiu aumentar

o influxo de sangue para o fígado de maneira persistente e pode estar implicado na

diminuição do fluxo arterial. No entanto, o aumento temporário do influxo portal pode

ter atenuado a lesão do large-for-size.

CB-FIG-06LIVER RETRANSPLANTATION: A SINGLE-CENTER EXPERIENCESantos F, Correia de Barros F, Aragão I, Sá Couto P, Esteves S, Aguiar J, Fonseca L,

Branco T, Moreira Z

Serviço de Anestesiologia, Cuidados Intensivos e Emergência Médica - Centro

Hospitalar do Porto.

Background and Goal of Study: Orthotopic liver retransplantation (re-OLT) carriesgreater surgical risks, longer hospital stay and significantly poorer outcome in terms ofgraft and patient survival. Several variables can affect the outcome. Our center has aliver transplantation program since May 1995, with 1220 transplants performed untilJune 2016. The aim of this study was to identify the pre-, intra- and postoperative vari-ables that may influence the outcome of first liver retransplantation, at a single institution. Material and Methods: The medical records of re-OLT recipients between January 2006and February of 2015 were analysed retrospectively. Only patients submitted to first re-OLT were qualified for inclusion, 82 total. Endpoints included patient death at 3, 6 and12 months. Univariate and multivariate logistic regression were performed to identifyvariables associated with patient death following first re-OLT.Results and Discussion: Univariate logistic regression analysis revealed that red bloodcell (RBC) transfusion was associated with patient survival at 3 and 6 months (M) and 1-year (Y) follow-up (p values 0.002; 0.007; 0.013, respectively). Intraoperative crystalloids(>4000ml) were also associated with patient survival at 3M (p= 0.043), and colloids(>1000mL) at 3M and 6M (p values 0.050; 0.045, respectively). Postoperativehaemodialysis was associated with patient survival at 3M, 6M and 1Y follow-up (p values0.019; 0.018; 0.025, respectively). Contrary to other studies, variables as gender, MELD,creatinine, albumin and sodium didn’t reveal association with patient survival. Variablessignificant at P<0.25 in univariate logistic regression were included in multivariate lo-gistic regression model. In this multivariate analysis only postoperative haemodialysiswas identified as a significant independent predictor of patient survival, but only at 3M(it was not a significant predictor of survival at 6 or 12 months) (p=0.021; OR=7.030 [CI95% 1.344-36.775]). These findings support previously published studies demonstratingthe independent association between postoperative haemodialysis and adverse out-comes after re-OLT. Conclusion: In our center, the need for haemodialysis in the postoperative period of re-OLT is an independent risk factor for patient survival at 3 months. This finding could servemedical teams to identify patients at risk, increasing their surveillance in an attempt toreduce the early mortality.

CB-FIG-07TRANSPLANTE HEPÁTICO E DOENÇA HEPÁTICA POLIQUÍSTICA - EXPERIÊNCIADE UM CENTRODavid Ferreira, Sérgio Lima, Sofia Ferreira, Judit Gandara,Vítor Lopes, Helena

Pessegueiro Miranda, Jorge Daniel

Unidade de Transplante Hepático e Pancreático, Centro Hospitalar do Porto, Portugal.

Introdução: A doença hepática poliquística (DHP) é uma doença hereditária rara re-

lacionada com o desenvolvimento embrionário da via biliar. Caracteriza-se pela pre-

sença de quistos de número e de dimensões muito variáveis dispersos pelo

parênquima hepático. Associa-se em mais de 80% dos casos à doença renal poliquís-

tica autossómica dominante (DRPAD). A função hepática tende a manter-se preser-

vada mesmo em fases muito avançadas da doença, sendo a doença renal crónica

(DRC) o quadro dominante. Contudo, a sintomatologia incapacitante, associada à

presença de quistos numerosos e/ou de grandes dimensões, é a indicação mais fre-

quente para transplante hepático (TH) nestes doentes.

Métodos: Análise retrospetiva e caracterização dos doentes transplantados hepáticos

com DHP num centro de transplantação hepática.

Resultados: Foram transplantados 8 doentes, quatro homens e quatro mulheres, com

idade média de 54 anos (48-60). Todos tinham o diagnóstico de DRPAD e 50% história

familiar de DHP.

Todos tinham dores abdominais, saciedade precoce, com implicações graves na ati-

vidade diária, e perda de massa muscular. Dois dos doentes apresentavam ascite re-

fratária.

Em dois casos houve infeção prévia de quistos hepáticos. Num doente havia aneuris-

mas cerebrais. Todos tinham DRC, seis com necessidade de hemodiálise e um com

antecedentes de infeção de quistos renais.

A técnica cirúrgica utilizada foi a clássica em sete casos e “piggy-back” apenas num

doente. Foi realizado transplante duplo fígado-rim em cinco doentes. O tempo médio

de cirurgia foi de 5 horas (4-8). Foram transfundidas, durante a cirurgia, em média 11 uni-

dades de glóbulos rubros (0-20). Verificaram-se quatro casos de complicações vasculares,

dois de complicações infeciosas (infeção por CMV e abcesso hepático) e um de com-

plicação biliar (coleperitoneu). Em quatro doentes houve necessidade de nova laparo-

tomia e dois foram retransplantados. Três dos doentes faleceram em consequência da

cirurgia. Uma doente faleceu ao 3º ano após o transplante por neoplasia gástrica.

Conclusão: O TH é a única técnica curativa na DHP. A sua indicação baseia-se na pre-

sença de sintomas incapacitantes com forte impacto na qualidade de vida ou, exce-

cionalmente, na existência de doença hepática avançada. Deve ser realizada uma

seleção criteriosa da indicação e oportunidade do transplante hepático na DHP, pela

maior morbi-mortalidade peri-operatória.

CB-FIG-08TRANSPLANTE HEPÁTICO PEDIÁTRICO INTERVIVOS: ANÁLISE DE 711TRANSPLANTES CONSECUTIVOS EM 21 ANOSRenata P.S. Pugliese, Paulo Chapchap, Eduardo A. Fonseca, Tadeu Thomé, João

Seda Neto

Hospital Sírio-Libanês / A.C. Camargo Cancer Center.

Introdução: O transplante hepático é o tratamento de escolha para doença hepática

terminal. Em países com escassez de órgãos, o transplante intervivos pode ser empre-

gado.

Objetivo: descrição dos pacientes pediátricos submetidos ao transplante hepático

com doador vivo, caracterização clínica e complicações pós-transplante.

Casuística e método: Foram avaliadas crianças e adolescentes submetidas ao trans-

plante hepático com doador vivo, no período de junho 1995 a junho 2016, através

da revisão de prontuários.

Resultados: Neste período, foram realizados 711 transplantes hepáticos pediátricos pri-

mários, sendo 387 (54%) do sexo feminino e 324 (46%) do masculino, com idade entre

1 mês a 18 anos e 7 meses, mediana 13 meses. A Atresia de Vias Biliares foi a principal

indicação (61%). O peso variou de 3 a 75 Kg, mediana 8,4 Kg; o z-score Peso/estatura

médio foi de -1,76. A média do PELD/MELD foi 14, sendo que 51% com ascite e 43%

com cirurgia prévia ao transplante. 85% dos pacientes receberam o segmento lateral

esquerdo com transfusão em média de 30ml/Kg de concentrado de hemácias. A me-

diana do tempo de internação foi: UTI 4 dias, enfermaria 10 dias e total 16 dias. Com-

plicações: reoperação 18%; fístula biliar 7,5%; trombose de veia porta 8%; estenose

biliar 11,9%; doença linfoproliferativa 8,9%; e trombose de artéria hepática 2,9%. A

taxa de re-transplante foi de 3,5%. 94 crianças foram a óbito (13%).

Conclusão: A maior parte das crianças submetidas ao transplante hepático é porta-

dora de Atresia de Vias Biliares, nos primeiros 2 anos de vida, desnutridas e com insu-

ficiência hepática. O transplante hepático pediátrico com doador vivo tem bons

resultados, sendo uma alternativa segura para o tratamento de portadores de doença

hepática, especialmente em países com escassez de órgãos.

CB-FIG-09TRANSPLANTE DE FÍGADO PARA O CARCINOMA HEPATOCELULAR. DOADORVIVO VERSUS DOADOR FALECIDO. RESULTADOSEduardo A. Fonseca, João Seda Neto, Marcel A. R. Benavides, Helry L. L. Candido,

Rogério C. Afonso, Rodrigo Vincenzi, Karina M. O. Roda, Mário Kondo, Plínio Turine

Neto, Tadeu Thomé, Paulo Chapchap

Hospital Sírio-Libanês / A.C. Cancer Center.

Introdução: A sobrevida após transplante de figado para o carcinoma hepatocelular

(CHC) foi inicialmente pobre devido a alta taxa de recorrência tumoral, sendo consi-

derado no passado uma contra-indicação ao transplante. A melhor seleção de can-

didatos teve impacto favorável na menor taxa de recorrência tumoral, assim como na

sobrevida destes pacientes, equiparando-os aos resultados de outras indicações ao

transplante. Destaca-se no cenário de tratamento destes pacientes o transplante com

doador vivo, modalidade realizada com maior frequência no continente Asiático.

Material e Método: Coorte retrospectiva de 66 pacientes transplantados por CHC,

comparando sobrevida global, sobrevida livre de doença e taxa de recorrência nos

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COMUN

ICAÇÕES BREVES

grupos de receptores transplantados com doador vivo (65.1%) e doador falecido

(34.1%).

Resultados: A mediana de tempo de acompanhamento dos pacientes foi de 102

meses. A sobrevida global / atuarial (52.5% versus 52.6%), a sobrevida livre de doença

(45.2% versus 52.6%) e a taxa de recorrência (15.8% versus 9.1%) não apresentaram

diferença estatisticamente significante entre os grupos de receptores transplantados

com doador vivo e doador falecido, respectivamente.

Discussão e Conclusão: O transplante com doador vivo aumenta o acesso ao trata-

mento do CHC, sendo ferramenta de auxílio no tratamento de pacientes que aguar-

dam em lista de espera com CHC. A inclusão de preditores de comportamento

biológico tumoral podem auxiliar na melhor seleção de candidatos, resultando em

menor taxa de recorrência tumoral pós-transplante, otimizando assim a utilização se-

gura de enxertos provenientes de doador vivo ou falecido.

CB-FIG-10OPERATIVE MANAGEMENT FOR ACUTE ARTERIAL THROMBOSIS FOLLOWINGADULT LIVER TRANSPLANTATIONArthur J. Ghissi, Marcio F. Chedid, Tomaz J. M. Grezzana-Filho, Aljamir D. Chedid,

Mario R. Alvares-da-Silva, Ian Leipnitz, Matheus J. Reis, Mario G. Cardoni, Paulo

Ricardo C. Cardoso, Alexandre de Araujo, Soraia Arruda, Antonio B. Lopes, Cleber

D. P. Kruel and Cleber R. P. Kruel

Liver and Pancreas Transplant and Hepatobiliary Surgery Unit and Division of

Gastroenterology and Hepatology, Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Federal

University of Rio Grande do Sul (UFRGS).

Background: Acute hepatic artery thrombosis is one of the most severe complications

in liver transplantation. Its early detection and appropriate management are crucial in

order to prevent graft failure and death. The aim of this study was to identify all cases

of hepatic artery thrombosis and report its management and outcomes.

Methods: A review of all consecutive adult patients who underwent first orthotopic

whole-graft liver transplants at our institution between March 2002 and December 2014

was performed.

Results: A total of 227 patients were included in this study. There were 15 episodes of

acute hepatic artery thrombosis. There were 12 cases of complete arterial thrombosis

and 3 cases of thrombosis involving only one of the main hepatic arteries. All 3 cases

of right or left lobe arterial thrombosis were managed conservatively with systemic he-

parinization and yielded successful outcomes. Three out of the 12 cases of complete

arterial thrombosis were managed with re-listing for liver transplantation. The remaining

9 cases of complete arterial thrombosis were subjected to reoperative treatment

through open thrombectomy, intra-arterial alteplase and redo of the hepatic artery

anastomosis. Five of those 9 patients achieved long lasting graft function (1 patient died

of acute myocardial infarction and the remaining 3 patients died of sepsis).

Conclusions: Hepatic artery thrombosis is an aggressive complication following liver

transplant. Left or right lobe arterial thrombosis can be managed safely through systemic

heparinization. Complete main hepatic artery thrombosis deserves early detection.

Prompt operative management may lead to allograft salvage and prevent liver failure

and death.

CB-FIG-11QUALITY OF LIFE AND PSYCHOSOCIAL ASPECTS IN LIVER TRANSPLANTATION:A LONGITUDINAL SURVEYAlice Lopes, Alexandra Sousa, Inês Carvalho Frade, Isabel Fonseca, Carla Rodrigues,

Helena Miranda, Teresa Coelho, Jorge Daniel

Centro Hospitalar do Porto, Porto, Portugal.

Background: Quality of life (QoL) is an outcome measure after liver transplantation (LT).

Important improvements in QoL after LT have been reported in many studies, but fewer

studies include transplanted patients with Hereditary Transthyretin Amyloidosis (A-TTR).

Aims: To evaluate and compare QoL and Psychosocial items in patients with A-TTR and

other diagnosis, after transplantation in two moments. Data were collected 7 years

apart.

Methods: 107 patients were evaluated in 2006 and 2013. A Sociodemographic question-

naire, EuroQoL, and HADS were applied. In 2006, subjects had been transplanted for more

than 1 year and less than 9. Three groups were made according years of transplant.

Results: 73 subjects (68%) had A-TTR, 34 (32/%) had been transplanted due to other dis-

eases. 51% were female, 73% married. In the second moment, mean age was 50 years

old (min23-max79).

When we compared evaluations, in the 2nd moment more patients were depressed

(HADS: p=0,011), in EuroQoL, results were better for pain and anxiety/depression

(p<0,001). Considering A-TTR vs. other diagnosis, we found statistically significant values

for depression (p=0,013) in the first moment but not in the second; A-TTR patients had

significantly better EQ-5D values for pain (p<0,001) and anxiety/depression (p=0,021);

other diseases’ group had no statistically significant changes.

There were no significant differences for gender.

Considering years of transplant, A-TTR patients had significant differences in EQVAS

(p=0,018) and EQ-Index (p=0,013), with poorer QoL for the 2 groups with more than 11

yrs after transplantation. A-TTR patients had also poorer EQ scores (11-14 yrs: p=0,020,

p=0,00; >14 yrs: p=0,045, p=0,008) and were more depressed (p=0,008) when com-

pared with groups of patients with other diagnosis, and same yrs of transplantation.

Conclusions: Depression is a relevant psychosocial issue as time passes by transplan-

tation. Considering QoL, there are no significant changes for patients with other diseases

other than A-TTR. In these patients there is a significant worsening of QoL, mainly after

11 years of transplant.

CB-FIG-12RELATIONSHIP BETWEEN B-LINES AND PULMONARY CAPACITY IN CIRRHOTICPATIENTS: PRELIMINARY RESULTSPerin, P. O. L.; Silva, A. M. O.; Neto, F. C.; Boin, I. F. F. S.; Martins, L. C.

Universidade de Campinas (UNICAMP), São Paulo, Brazil.

Introduction: It is known that cirrhotic patients have lower pulmonary capacity due pulmo-

nary restriction by ascites. Ultrasound is an important tool to evaluate pulmonary edema.

In this study, we compared the results in pulmonary function tests with lung ultrasound

in cirrhotic patients without ascites.

Objectives: To observe if there is a reduction in pulmonary function in cirrhotic patients

with B-lines but without ascites or pleural effusion.

Methods: Inclusion criteria: end liver disease adults listed for liver transplant.

Exclusion criteria: fulminant hepatitis and cirrhotic patients with ascites or pleural effusion.

The recruitment was made during routine consultation on clinic. After reading and sig-

ning the consent term, patients were submitted to the tests, that included: Personnel

data, MELD calculation, spirometry (FEV 1, FEM 25-75 and FVC were measured, using

EasyOne Diagnostic Spirometer Word (Zurich, Switzerland), following the guidelines) ma-

ximum inspiratory and expiratory peak measurement with manovacuometer and lung

ultrasonography:

Lung ultrasonography was performed using FUJIFILM SonoSite Inc. Titan model sono-

graphy with 6 MHz transducer. The patients were on supine position with elevated head

during the exam. The presence of ascites and pleural effusion was observed. We divi-

ded each hemi thorax in 6 parts: anterior, medium and posterior, and then in superior

and inferior. We considered significant B-lines when appeared three or more lines in a

longitudinal view between two ribs. We also divided these finding in focal (one part of

six or unilateral b-lines or diffuse (bilateral B-lines meaning pulmonary edema). We also

measured internal jugular vein and inferior vena cava diameter.

Statistical Analysis System 9.4 for windows (SAS Institute Inc., Cary, NC, USA) were used and

the groups compared using Mann-Whitney test. The level of significance adopted was 5%.

Results: Diffuse B-lines were detected in 18 (48%) patients.

A mean FVC of 74,94 +/- 8,1 correlated with diffuse B-lines, with a p-value of 0,003 and

mean FVC of 88,26 +/- 13,8 correlated with the absence of diffuse B-lines.

Conclusion: Until now, there is a lower FVC in patients with diffuse B-lines, showing a di-

rect effect in FVC.

CB-FIG-13COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS DO TRANSPLANTE HEPÁTICO INTERVIVOSPOR HEPATITE FULMINANTE E ATRESIA DE VIAS BILIARES EM UM CENTROQUATERNÁRIOAna Cristina Aoun Tannuri, Pedro De Oliveira Braga, Ana Caroline Dantas Marques,

Helena Thie Miyatani, Nelson E M Gibelli, Uenis Tannuri

Instituto da Criança - Hospital das Clínicas - Faculdade de Medicina da Universidade

de São Paulo.

Introdução: O transplante de fígado intervivos é uma modalidade que vem crescendomuito no Brasil devido a oferta de órgãos de doadores cadáveres não suprir a de-manda da fila de transplante.Essa modalidade de transplante traz algumas questões éticas, principalmente para trans-plantes de urgência, como é o caso da hepatite fulminante (HF). Alguns consideramque a urgência do transplante prejudicar os preparativos, aumentando os riscos ao doa-dor numa condição em que o prognóstico do receptor é considerado já reservado. Emcontrapartida, grandes centros já utilizam o transplante intervivos para patologias maisprevalentes, como é o caso da atresia de vias biliares (AVB), com bons resultados. Objetivo: Nosso trabalho visa realizar a comparação do prognóstico, complicações esobrevida em cinco anos de pacientes que realizaram transplante intervivos por HFem relação a pacientes transplantados por AVB na mesma técnica. Material e Métodos: Foi realizada análise dos prontuários das crianças submetidas atransplante hepático intervivos por AVB ou HF no Instituto da Criança do Hospital dasClínicas da FMUSP de junho de 1998 a julho de 2015. Foram coletados dados referen-tes à incidência de complicações ao doador, disfunção primária, rejeição aguda ecrônica, complicações arteriais, portais, estenose de veia hepática, infecções, este-noses biliares e sobrevida em 5 anos. Foi realizado teste de chi-quadrado para com-parar as frequências de complicações e curva de Kaplan-Meyer para comparaçãodas sobrevidas dos grupos AVB e HF. Considerado significativo p≤.05. Resultados: Não houve complicações graves nem óbitos para os doadores em ne-nhum dos grupos. Nos receptores, a incidência de complicações portais (21,4% x 0%,p=0,01) e infecciosas (75% x 30,1%, p=0,001) foi maior no grupo AVB que no HF. Nosdemais dados a comparação não mostrou diferença estatisticamente significante. Asobrevida em 5 anos foi de 72,4% no grupo HF e 80% no grupo AVB (p>0.05).Conclusões: Nossos dados permitem concluir que o transplante intervivos é uma boaopção terapêutica para crianças portadoras de HF, uma vez que os riscos aos doa-dores são baixos e os resultados para os receptores são comparáveis aos dos trans-plantes intervivos por AVB, havendo inclusive melhores índices de complicações portaise infecciosas.

CB-FIG-14IMPACTO DA SAÚDE BUCAL NA QUALIDADE DE VIDA DE INDIVÍDUOS EMLISTA DE TRANSPLANTE HEPÁTICOLiliane Lins, Inácio Aguiar, Fernando Carvalho, Larissa Souza, Viviane Sarmento,

Liana Codes, Paulo Bittencourt, Raymundo Paraná, Jorge Bastos

Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia.

Introdução: Pacientes com doença hepática crônica tendem a apresentar baixa qua-

lidade de vida e precário estado de saúde bucal, principalmente em estágios avan-

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COMUN

ICAÇÕES BREVES

53

çados da doença. Existe uma lacuna na literatura sobre o impacto da saúde bucal

na qualidade de vida de indivíduos em lista de transplante de fígado.

Objetivo: Avaliar o impacto da saúde bucal na qualidade de vida de indivíduos em

lista de transplante hepático.

Método: Estudo descritivo com 116 pacientes com doença hepática crônica, 29 em

lista de espera para transplante hepático (Grupo 1) e 87 (Grupo 2), em acompanha-

mento no Serviço de Gastroenterologia de um Hospital Universitário. O estado de saúde

bucal foi avaliado segundo o padrão da Organização Mundial de Saúde e da Asso-

ciação Européia de Saúde Dentária Pública. A qualidade de vida relacionada à saúde

foi mensurada por meio do SF-36.

Resultados: Grupo 1 e Grupo 2 apresentaram composição semelhante por idade e

sexo. Gengivite foi 2,1 vezes mais frequente (P<0,01) no Grupo 2 que no Grupo 1

(51,7% versus 24,1%, respectivamente); periodontite foi 2,6 vezes mais frequente

(P<0,0003) no Grupo 1 (72,4% versus 27,6%, respectivamente). A qualidade de vida

física e mental de pacientes do Grupo 1 foi inferior, à dos pacientes do Grupo 2. Os

21 pacientes do Grupo 1 com periodontite apresentaram menor qualidade de vida

relacionada à saúde física (36,2±9 versus 47,3±9,7; P<0,0003), comparados aos 24

pacientes do Grupo 2 com doença periodontal avançada, especificamente nos do-

mínios Estado Geral da Saúde (35,5±8,1 versus 44,6±12,4; P<0,006), Capacidade

Funcional (35,4±12,9 versus 47,1±11,1; P<0,002) e Dor (39,4±9,5 versus 47,3±10,5;

P<0,02). A qualidade de vida foi mais baixa (P<0,0003) nos 21 pacientes com perio-

dontite do Grupo 1 do que nos 24 pacientes com periodontite do Grupo 2; e mais alta

(P<0,06) nos 47 pacientes com gengivite do Grupo 2, comparada aos 7 pacientes do

Grupo 1.

Conclusão: Periodontite associou-se a baixa qualidade de vida relacionada à saúde

em pacientes em lista de transplante hepático, especificamente em domínios relacio-

nados à saúde física.

CB-FIG-15ASPECTOS ODONTOLÓGICOS NOS CANDIDATOS DE TRANSPLANTE DEFÍGADO E PÂNCREAS-RIMAndrea Helena Francisca Ramaglia Pereira, Alcides Augusto Salzedas-Netto, Denise

Caluta Abranches, Carolina Frade Magalhães Gerardim Pimentel Mota, Mirella

Medeiros Monteiro, José Osmar Medina-Pestana, Erika Bevilaqua Rangel, Adriano

Miziara Gonzalez

Universidade Federal de Sao Paulo-Escola Paulista de Medicina.

Introdução: Os transplantes de fígado e de pâncreas-rim tem se tornado cada vez

mais frequentes. Com o uso dos imunossupressores, qualquer infecção latente tem um

potencial risco de eclosão após o transplante, incluindo as infecções bucais. Faz-se

necessário, portanto, exame odontológico minucioso antes do transplante a fim de

erradicarmos possíveis focos infecciosos.

Métodos: A partir de agosto de 2015, todos os pacientes candidatos a transplante de

fígado e pâncreas-rim que forem incluídos na fila de espera no nosso centro passarão

a ser avaliados por um único odontologista, preenchendo um protocolo rigoroso, que

abrange a análise clínica da cavidade oral, a análise radiológica do complexo ma-

xilo-bucal e a necessidade de tratamento dentário previamente ao transplante. Foram

realizadas análises uni- e multivariadas para identificar os fatores de risco para trata-

mento dentário antes do transplante de fígado ou de pâncreas-rim (P<0.05 foi consi-

derado significante).

Resultados: No período compreendido entre agosto de 2015 a abril de 2016, em uma

amostra preliminar, foram avaliados 38 pacientes, sendo 17 candidatos a transplante

de fígado e 21 candidatos a transplante de pâncreas-rim. A maioria desses candidatos

necessitou de tratamento odontológico antes do transplante (78,6% dos candidatos

a transplante de fígado e 82,4% dos candidatos a transplante de pâncreas-rim). Nos

candidatos a transplante de fígado, os dados demográficos e etiológicos da doença

de base não apresentaram significância estatística em relação à necessidade de tra-

tamento odontológico antes do transplante. O MELD dos pacientes também não apre-

sentou significância estatística (p=0,09). Em relação aos candidatos a transplante de

pâncreas-rim, o tempo de história de diabetes mellitus (DM) foi significante (p=0,008).

Conclusões: Existe uma alta taxa de necessidade de tratamento odontológico nos

candidatos a transplante de fígado e de pâncreas-rim em nossa instituição. Não se

identificaram fatores de risco nos candidatos a transplante de fígado. No entanto, nos

candidatos a transplante de pâncreas-rim, o tempo de história de DM se mostrou um

fator de risco para tratamento odontológico previamente ao transplante.

CB-FIG-16INFLUÊNCIA DO RASTREIO DE TUBERCULOSE SOBRE A INCIDÊNCIA DETUBERCULOSE PÓS TRANSPLANTE HEPATICOSandra A. Morais1, Judit Gandara1, Sofia Ferreira1, Vitor Lopes1, Jorge Daniel1,

Raquel Duarte2,3,4, Martina Sester5, Helena Pessegueiro Miranda1,3

1-Unidade de Transplante Hepático e Pancreático, HSA/CHP, Porto, Portugal; 2-

Departamento Pneumologia, Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho EPE,

Vila Nova de Gaia, Portugal; 3-EPI Unit, Public Health Institute, University of Porto, Porto,

Portugal; 4-Clinical Epidemiology, Predictive Medicine and Public Health Dept,

Medical School, University of Porto, Porto, Portugal; 5-Department of Transplant and

Infection Immunology, Saarland University, Homburg, Germany.

Introdução: O rastreio de tuberculose (TB) em doentes candidatos a transplante de

orgão sólido, em países de baixa prevalência como Portugal, é realizado apenas em

doentes com fatores de risco ou história de contato. Contudo, a melhor abordagem

destes doentes não foi ainda definida, dado desconhecer-se qual a repercursão do

rastreio e quimioprofilaxia sobre a incidência da TB em doentes transplantados.

Objetivo: Avaliar a influência dos fatores de risco e do impacto do rastreio e quimio-

profilaxia sobre o desenvolvimento de TB pós-transplante hepático (THO).

Material e métodos: Estudo retrospectivo, institucional, de doentes submetidos a THO

entre 01.01.2007 e 31.12.2012. Foram colhidos e analisados dados demográficos, cli-

nicos e laboratoriais. Os resultados descritivos foram apresentados sob a forma de fre-

quencia (%), média ou desvio padrão. Foi usado o student T test para comparação

entre variaveis continuas e o Fisher exact test para comparação entre variaveis cate-

góricas. Valores de p<0.05 foram considerados significativos.

Resultados: Foram avaliados 369 doentes, 224 homens (60.7%) e 145 mulheres. Foi

documentada infeção previa por TB em 4,9%, diabetes em 26.6%, história de abuso

de alcool em 46.3% e tabagismo em 18.7% dos doentes. O rastreio for realizado em

8.4% (31) dos doentes, e apenas 1 destes necessitou de quimioprofilaxia previamente

ao THO. Nove doentes (2.4%) desenvolveram TB pós-THO, sendo o envolvimento extra-

pulmonar a forma de expressão mais frenquente (5/9 doentes).

Foi observada associação entre tratamento imunossupressor (IS) previo ao THO e de-

senvolvimento de TB até 2 anos pós-THO, 44,4vs5,0% (p=0.001); e ainda entre o nú-

mero de anos de THO e o desenvolvimento de TB, 6,8±4,1 anos vs 4.5±2.9 anos

(p=0.019).

Discussão: A incidência de TB pós-THO foi cerca de 130 vezes mais frequente que a

população portuguesa em geral (18.7 casos/100 000 habitantes). Tendo-se constatado

que a IS previa ao THO, bem como o número de anos de THO (≥7 anos) teve influência

no desenvolvimento de TB pós-THO. Assim, tal como descrito na literatura, foi observado

que um estado de IS prolongado é fator de risco para o desenvolvimento de TB em

doentes transplantados, pelo que será indicada a realização de rastreios periódicos

neste grupo de doentes.

CB-FIG-17INCIDÊNCIA DE CITOMEGALOVÍRUS NOS PACIENTES RECEPTORES DEFÍGADO EM USO DE EVEROLIMOIvelise Regina Canito Brasil, Alessandra Maria Montalverne Pierre, Ticiana Mota

Esmeraldo, Tamizia Cristino Severo de Souza, Rosirene Barroso Jacobsen, Germana

Alves Corsino, Veronica Melo Benevides Queiroga, Juliana Custódio Lima, Lia

Fernandes Alves De Lima, Rodrigo Vieira Costa Lima, Ronaldo De Matos Esmeraldo

Hospital Geral de Fortaleza.

Introdução: A infecção por citomegalovírus (CMV) após o transplante é uma das com-

plicações mais comuns com elevação da morbidade, mortalidade e até perda do

enxerto. A transmissão ocorre através do órgão transplantado, devido a uma reativa-

ção de infecção latente ou após uma infecção primária em paciente soro-negativo.

Sua incidência após o transplante hepático (TOF) varia entre 22-29%. Os principais fa-

tores de risco são transplantes em que o doador é positivo para CMV e o receptor é

negativo ou uso de anticorpos depletores de linfócitos. Alguns dados sugerem que os

inibidores m-TOR (Im-TOR) como everolimo e sirolimo apresentam um efeito anti- CMV,

reduzindo a incidência e a gravidade da doença.

Objetivo: Determinar a incidência do CMV em uma população de pacientes trans-

plantados de fígado em uso de everolimo.

Métodos: Estudo quantitativo e descritivo em que foram avaliados 71 pacientes re-

ceptores de fígado em uso de everolimo, entre março de 2010 à Setembro de 2015.

Setenta pacientes foram seguidos através da terapia preemptiva e foram testados PCR

para CMV a cada 14 dias até o terceiro mês após o transplante e apenas um realizou

profilaxia universal com valganciclovir.

Resultados: Dos pacientes analisados, 71,8% eram do sexo masculino (51/71) e a

média de idade foi 53,5 anos. Apenas 15,5% dos pacientes apresentaram infecção

por CMV (11/71) e nenhum caso de doença invasiva por citomegalovírus.

Conclusão: A incidência da infecção por CMV em pacientes transplantados de fígado

em uso de everolimo foi menor que o relatado na literatura. Dessa forma infere-se que

o everolimo possa ter efeito anticitomegalovirus. Tornam-se necessários estudos con-

trolados para confirmação.

CB-FIG-18RECIDIVA DE CHC PÓS TRANSPLANTE HEPÁTICO EM PACIENTES EM USO DEEVEROLIMO Ivelise Regina Canito Brasil, Alessandra Maria Montalverne Pierre, Ticiana Mota

Esmeraldo, Tamizia Cristino Severo de Souza, Rosirene Barroso Jacobsen, Germana

Alves Corsino, Veronica Melo Benevides Queiroga, Juliana Custódio Lima, Rodrigo

Vieira Costa Lima, Ronaldo De Matos Esmeraldo

Hospital Geral de Fortaleza, Universidade Estadual do Ceará.

Introdução: O uso do everolimo no transplante hepático apresenta outros benefícios

além da relevante melhora da função renal ao associá-lo a doses reduzidas do inibi-

dor de calcineurina, sem prejuízo a eficácia da imunossupressão. O risco de neoplasia

é significativamente maior em pacientes transplantados, sendo inclusive uma impor-

tante causa de óbito no pós-transplante tardio. Devido as propriedades anti-prolifera-

tiva e anti-angiogênica dos inibidores m-tor (Im-tor) como o everolimo, pode ser

utilizadono esquema de imunossupressão como uma opção segura e com bons resul-

tados em transplantados com carcinoma hepatocelular.

Objetivo: Avaliar a evolução dos pacientes portadores de hepatocarcinoma trans-

plantados que fizeram uso dos (Imtor) como imunossupressor em 5 anos do Serviço de

transplante hepatico do Hospital Geral De Fortaleza.

Métodos: Estudo retrospectivo da evolução dos 26 pacientes transplantados de fígado

portadores de hepatocarcinoma, consecutivamente, que fizeram uso do everolimo

no esquema de imunossupressão no período de setembro de 2010 a setembro de

2015.

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COMUN

ICAÇÕES BREVES

Resultados: A sobrevida global neste período foi de 84%, sem perda do enxerto, a re-

cidiva tumoral foi de 11,5%. A maioria dos pacientes eram do sexo masculino (69%),

e não foi observado incidência elevada de hérnias incisionais (15,3%), não houve

casos de trombose de artéria hepatica após introdução do everolimo, a incidência

de aftas orais foi de 7,6% e a infecção pelo CMV foi demonstrada em 11,5% dos pa-

cientes analisados. A taxa global de infecção foi 30,7%. Não houve nenhum caso de

rejeição celular entre os 26 pacientes analisados e o nivel sérico médio de everolimo

foi de 3,7ng/ml.

Conclusão: O estudo mostra que o uso do everolimo em recipientes de transplante

hepatico com hepatocarcinoma é uma alternativa segura e eficaz com baixo índice

de recidiva tumoral, com baixo risco de complicações como rejeição, infecção pelo

cmv, hérnias incisionais e trombose de artéria hepática.

CB-FIG-19PERFIL E RESULTADOS DE 250 TRANSPLANTES HEPÁTICOS NO ESPÍRITOSANTO - BRASILGustavo Peixoto Soares Miguel, Isaac Walker de Abreu, Suelen Sampaio Lauer

Hospital Meridional.

A Equipe de Transplante Hepático do Hospital Meridional é a única ativa em todo Es-

tado do Espírito Santo – Brasil. Este trabalho propõe análise dos resultados e perfil destes

pacientes por meio da revisão sistemática dos prontuários dos transplantados do pe-

ríodo de janeiro de 2005 a Dezembro de 2015.

Dos 236 pacientes beneficiados pelo Transplante Hepático, entre os 250 transplantes

realizados em quase 11 anos, 72,4% foram homens, com média de idade de 51,1

anos (1-70 anos), a Cirrose Alcoólica foi a principal etiologia (20% isoladamente) e

presente como uma das indicações em pelo menos 33,6% dos transplantes. A asso-

ciação de causas mais frequente foi de Carcinoma Hepatocelular com Cirrose por

Vírus da Hepatite C.

Pelo menos 58 pacientes necessitaram de reintervenções cirúrgicas, a maioria de La-

parotomia Exploradora para revisão de Hemostasia e/ou Retransplante Hepático. Dos

Retransplantes 73,3% evoluíram ao óbito em até 2 meses. Trombose de artéria hepá-

tica foi responsável por 40% das indicações ao Retransplante, seguida de rejeição e

recidiva da doença de base (ambas em 13% das ocorrências), Trombose de Veia

Porta e não funcionamento primário em 6,7% dos casos cada. O intervalo médio entre

o 1º e o 2º transplante foi de 223 dias (2-1714dias) com mediana de 14 dias.

Atualmente 152 pacientes de 236 transplantados estão vivos, com sobrevida em 1

ano de aproximadamente 71%. O pico de mortalidade ocorreu do pós-operatório

imediato ao 2º mês (63,8% dos óbitos). Dentre as complicações cirúrgicas, houve 19

casos de manifestações hemorrágicas, 16 casos de fístula biliar, 14 de TAH, 3 de este-

nose biliar e 3 de Trombose de Veia Hepática. O tempo médio de Internação em uni-

dade de terapia intensiva foi de 8,52 (1-198) dias, mediana 6 dias e o tempo total de

Internação Hospitalar em decorrência do ato operatório foi em média 21,7 (1-200)

dias mediana de 15 dias.

A Equipe da referida instituição a despeito das dificuldades impertinentes, como a es-

cassez de doadores, em um Estado com pouco menos de 4 milhões de habitantes e

logística desfavorável tem apresentado resultados satisfatórios dentro do cenário que

se insere e comparado às médias de outros centros no Brasil.

CB-FIG-20SURVIVAL BENEFITS OF ANTIVIRAL THERAPY IN PATIENTS WITH RECURRENTHEPATITIS C AFTER ORTHOTOPIC LIVER TRANSPLANTATIONLeticia Pisoni Zanaga, Aline Gonzalez Vigani, Rodrigo Nogueira Angerami, Andrea

Giorgetti, Cecília Amelia Escanhoela, Elaine Cristina Ataíde, Ilka de Fátima Santana

Ferreira Boin, Raquel Silveira Bello Stucchi

Universidade Estadual de Campinas - Brasil.

Introduction: Recurrent hepatitis C after orthotopic liver transplantation (OLT) is universal

and can lead to graft failure and, consequently, reduce survival. Hepatitis C treatment

can be used to prevent these detrimental outcomes.

Objectives: To describe rates of hepatitis C recurrence and sustained virological re-

sponse (SVR) to interferon-based treatment after OLT and its relation to survival, clinical

decompensation and progression of liver disease.

Methods: Retrospective analysis of medical records of 127 patients who underwent OLT

due to complications of chronic hepatitis C between January 2002 and December

2013. Fifty six patients were diagnosed with recurrent disease, 42 patients started inter-

feron-based therapy and 37 completed treatment. Demographic, treatment and out-

come related variables were compared between SVR and non responders (non-SVR).

Results: There was an overall SVR rate of 54.1% with interferon-based therapies. SVR was

associated with longer follow-up after treatment (median 66.5 vs. 37 months for non-

SVR, P=0.03) and after OLT (median 105 vs. 72 months, P=0.074), smaller rates of dis-

ease progression (15% vs. 64.7%, P=0.0028) and of death (5% vs. 35.3%, P=0.033).

Regardless of the result of therapy (SVR or non-SVR), there was a significant difference

between treated and untreated patients regarding the occurrence of death

(P=0.000008) and months of survival (P<0.00001).

Conclusions: Even with suboptimal interferon-based therapies (in comparison to the

new direct acting antivirals) there is a 54.1% SVR rate to treatment. SVR is associated

with improved survival and reduced risks of clinical decompensation, loss of the liver

graft and death.

CB-FIG-21POLIMORFISMOS DO GENE IL28B EM DOADORES E RECEPTORES DETRANSPLANTE DE FÍGADOMachado NA, Magri MC, Dantas BP, Terrabuio DRB, Campos SV, Prata TVG, Carrilho

FJ, D’Albuquerque LAC, Tengan FM, Abdala E

Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, São

Paulo.

Introdução: A história natural da recidiva da hepatite C em pacientes transplantados

cursa com alta taxa média anual de progressão da fibrose hepática. Essa progressão

tem sido associada a alguns fatores de risco, entre eles os polimorfismos de nucleotí-

deo único (SNPs) do gene da Interleucina 28B (IL28B). Tem sido descrita relação dos

genótipos desses SNPs na recidiva do HCV, progressão da fibrose, níveis de alanina

aminotransferase (ALT), carga viral e resposta ao tratamento antiviral pós-transplante.

Objetivo: Descrever a frequência dos SNPs do gene IL28B em doadores e receptores

de transplante de fígado.

Desenho do Estudo: Estudo de coorte retrospectiva.

Casuística e Métodos: Casuística composta por 184 pacientes atendidos no Hospital

das Clínicas da FMUSP, submetidos a transplante de fígado por cirrose devido à hepa-

tite C e seus pares de doadores, totalizando 368 participantes. Após a extração do

DNA genômico de amostra de soro, os SNPs rs12979860 (C>T), rs8099917 (T>G) e

rs12980275 (A>G) do gene IL28B foram determinados pela técnica de reação em ca-

deia da polimerase (PCR) em tempo real, utilizando o sistema TaqMan.

Resultados: Sessenta e nove vírgula seis por cento dos receptores eram do sexo mas-

culino, a média de idade de 53,7 anos e a mediana de 55 anos; 59,8% dos doadores

eram do sexo masculino, a média de idade de 41,9 anos e a mediana de 43 anos.

As frequências, pareadas entre receptor/doador, por SNP, foram: rs12979860 – 29,2%

CT/CT, 19,2% CT/CC, 11,1% CC/CC, 9,3% CT/TT, 8,1% CC/CT, 8,1% TT/CT, 7,6% TT/CC,

3,5% CC/TT e 3,5% TT/TT; rs8099917 – 37,1% TT/TT, 25,7% TG/TT%, 14,2% TT/TG, 14,2%

TG/TG, 4,0% GG/TT, 2,2% TT/GG, 1,1% TG/GG, 1,1% GG/TG e 0,0% GG/GG; rs12980275

– 26,3% AG/AG, 20,9% AG/AA, 15,5% AA/AA, 13,1% AA/AG, 5,9% AG/GG, 5,9% GG/AA,

5,9% GG/AG, 3,5% GG/GG e 2,3% AA/GG.

Tabela 1. Dados demográficos e epidemiológicos de 184 transplantes de fígado in-

cluídos para análise de progressão da fibrose hepática na recidiva da hepatite C

Característica Porcentagem (N) Média Mediana

Gênero (Receptor)

Feminino 30,4% (56) - -

Masculino 69,6% (128) - -

Gênero (Doador)

Feminino 40,2% (74) - -

Masculino 59,8% (110) - -

Idade na data do transplante

Receptor* - 53,7 55

Doador** - 41,9 43

* Os dados de 1 caso estavam indisponíveis; **Os dados de 6 casos estavam indispo-

níveis

Conclusões: O pareamento de genótipo entre receptor/doador mais prevalente do

SNP rs12979860 da IL-28B foi CT/CT, do rs8099917 foi TT/TT e do rs12980275 foi AG/AG.

CB-COR-01COMPARAÇÃO DA FORÇA E POTÊNCIA MUSCULAR EM PACIENTESTRANSPLANTADOS CARDÍACOSMaria do Socorro Quintino Farias1,3, Nahra Santos Rebouças2, Débora Ximenes de

Águila2, Maria José Melo Ramos Lima2, Renata Rocha Pamplona2, Adelina Braga

Batista2, Michelle Rabelo3

1-Coordenadora do serviço de Reabilitação Cardíaca do Hospital Dr Carlos Alberto

Studart -Gomes - Fortaleza, Ceará, Brasil; 2-Fisioterapeuta do serviço de Reabilitação

Cardíaca do Hospital Dr Carlos Alberto Studart Gomes - Fortaleza, Ceará, Brasil; 3-

Docente do curso de Fisioterapia do Centro Universitário Estácio do Ceará -

Fortaleza, Ceará, Brasil.

Introdução: Pacientes transplantados cardíacos (TxC) possuem alterações do sistema

muscular, principalmente em membros inferiores, consequente da debilidade do mús-

culo cardíaco pré-transplante. Uma avaliação isocinética permite a mensuração de

força e demais variáveis de desempenho muscular.

Objetivo: Comparar força e potência muscular de pacientes transplantados cardíacos

através de teste isocinético.

Materiais e métodos: Estudo transversal realizado no Laboratório de Biomecânica do

Curso de Fisioterapia de uma Instituição de Ensino Superior do Ceará, onde participa-

ram indivíduos transplantados cardíacos, avaliados no dinamômetro isocinético (Bio-

dex®), com protocolo de contrações CON/CON do joelho a 60º/s e 300º/s, de cinco

e trinta repetições, respectivamente, e intervalo de 30 segundos entre as velocidades.

Variáveis avaliadas: Pico de torque a 60º/s (PT60) e 300º/s (PT300) para os membros

dominantes (MD) e não-dominantes (MND). Todos os participantes realizaram Reabili-

tação Cardíaca. Análise estatística utilizada teste t-student para amostras pareadas e

adotado p<0,05.

Resultados: Constituíram o estudo 12 homens e 2 mulheres, com idade média de

40,92±15,99 anos, IMC médio 24,70±4,14kg/m2; onde 6 indivíduos tinham <6 meses

de TxC (grupo 1), 4 indivíduos tinham entre 6 meses e 1 ano de TxC (grupo 2), e 4 com

mais de 1 ano de TxC (grupo 3). A média do PT60 no grupo 1 para o MD foi

192,60±30,97N e MND foi 186,22±32,42N; no grupo 2 para o MD foi 189,74±32,04N

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ICAÇÕES BREVES

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e para MND foi 180,61±36,13N; e grupo 3 para o MD foi 186,29±34,02N e para MND

foi 169,61±26,32N. A média do PT300 no grupo 1 para o MD foi 84,23±21,06N e MND

foi 84,63±24,64N; no grupo 2 para o MD foi 83,33±21,95N e para MND foi

83,70±25,63N; e grupo 3 para o MD foi 77,74±22,48N e para MND foi 73,54±21,08N.

Na comparação entre as médias das variáveis analisadas não foram encontradas di-

ferenças significativa entre os grupos.

Conclusão: Embora não haja diferença estatística entre força e potência muscular

dos pacientes transplantados, observa-se uma redução na produção de força em

alta velocidade dos indivíduos com maior tempo de TxC, fato que pode ser explicado

pela falta de seguimento ou diminuição de atividade física por parte dos pacientes.

CB-COR-02RESPOSTA CARDIOVASCULAR DURANTE AVALIAÇÃO ISOCINÉTICA DEINDIVÍDUOS TRANSPLANTADOS CARDÍACOSMaria do Socorro Quintino Farias1,4, Nahra Santos Rebouças2, Débora Ximenes de

Águila2, Maria José Melo Ramos Lima2, Renata Rocha Pamplona2, Sofia Andrade de

Moraes Neubauer2, Adelina Braga Batista2, João David de Souza Neto3, Michelle

Rabelo4

1-Coordenadora do serviço de Reabilitação Cardíaca do Hospital Dr Carlos Alberto

Studart –Gomes – Fortaleza, Ceará, Brasil; 2-Fisioterapeuta do serviço de

Reabilitação Cardíaca do Hospital Dr Carlos Alberto Studart Gomes – Fortaleza,

Ceará, Brasil; 3-Médico Cardiologista - Unidade de Transplante e Insuficiência

Cardíaca do do Hospital Dr Carlos Alberto Studart Gomes – Fortaleza, Ceará, Brasil;

4-Docente do curso de Fisioterapia do Centro Universitário Estácio do Ceará –

Fortaleza, Ceará, Brasil.

Introdução: O transplante cardíaco ortotópico causa total desnervação do coração.

Após o transplante cardíaco, o paciente apresenta intolerância ao exercício físico

pela alteração no desempenho hemodinâmico, resultante de anormalidades cardía-

cas, neurormonais, vasculares. A avaliação de força e demais variáveis de desempe-

nho muscular pode ser mensurada através da dinamometria isocinética que permite

o estudo da função dinâmica dos músculos.

Objetivo: Avaliar as alterações cardiovasculares de indivíduos transplantados cardía-

cos através de teste isocinético.

Materiais e métodos: Estudo transversal realizado no Laboratório de Biomecânica do

Curso de Fisioterapia de Instituição de Ensino Superior em Fortaleza-CE. Participaram

do estudo indivíduos transplantados cardíacos, avaliados no dinamômetro isocinético

Biodex®, com protocolo de contrações CON/CON do joelho a 60º/s e 300º/s, respec-

tivamente de cinco e trinta repetições, e um intervalo de 30 segundos de repouso. A

pressão arterial foi verificada com um estetoscópio (Littman Stethocospe Cardiologia

II, EUA) e um esfigmomanômetro aneróide devidamente calibrado. A pressão arterial

foi verificada em ambos os braços e o valor médio foi considerado para as análises

antes, durante e cinco minutos após a realização do teste. Todos os pacientes eram

participantes de um programa de reabilitação cardíaca e foram submetidos a este

cardiopulmonar de esforço. A análise estatística utilizada foi o teste t-Student para

amostras pareadas, com p<0,05.

Resultados: Participaram 14 transplantados cardíacos, 12 homens e 2 mulheres com

idade média de 40,92 ± 15,99, IMC médio 24,70±4,14, sendo maioria com menos de

um ano de transplante cardíaco. As variáveis Pressão Arterial Sistólica, Frequência Car-

díaca e Duplo Produto sofreram alterações significativas durante o teste (p<0,05).

78,9%(11 pacientes) atingiram 70 a 84% da FC máxima prevista no pico do esfprço ape-

sar do déficit cronotrópico. VO2 max = 21,09±4,78;Força muscular 190,54±30,94Nm;

Potência muscular 83,80±20,31 Watts.

Conclusão: O teste isocinético para força e potência muscular implicam em altera-

ções significativas de pressão arterial, frequência cardíaca e duplo produto. Também

observamos a baixa capacidade aeróbia na maioria dos transplantados e os dados

sugerem que a força e potência por via anaeróbia provavelmente dependa de al-

guma composição com a via aeróbia.

CB-COR-03TRANSPLANTAÇÃO CARDÍACA E RENAL SIMULTÂNEA EM SEIS CASOS:EVOLUÇÃO DA FRACÇÃO DE EJECÇÃO DO VE, PSAP, FUNÇÃO RENAL EPERFIL METABÓLICO.Manuel Batista1, David Prieto1, Pedro Antunes1, Arnaldo Figueiredo2, Alfredo Mota2,

Manuel Antunes1

1-Centro de Cirurgia Cardiotorácica e Transplantação de Órgãos Torácicos; 2-

Serviço de Urologia e Transplantação Renal, Centro Hospitalar e Universitário de

Coimbra - Portugal.

Introdução: Nos doentes com insuficiência cardíaca e renal terminais, a melhor opçãode tratamento seria o transplante de ambos os órgãos(TxC+R).Material e Métodos: De Nov2003-Mai2016 realizaram-se 312 transplantes cardíacos(TxC) (309 doentes). Em 6 doentes (1,9%) realizou-se, simultaneamente, TxC+R. Os au-tores apresentam a demografia, tempo em lista de espera (TLE), etiologia da Miocar-diopatia (MC), grau de prioridade, factores de risco cardiovascular (FRCV),características dos dadores, dados cirúrgicos, imunossupressão (IS), intercorrências,evolução função renal(creatinina, taxa de filtração glomerular (TFG)-fórmulaM RD), gli-cémia, HbA1c, Colesterol total (CT), HDL, Triglicerídeos (TG) e uricémia, PSAP e FEVE no1ºA, 2ºA e 3A após o TxC+R e a mortalidade. Resultados: Todos eram homens, idade-61,8±5,5anos e IMC-24,63kg/m2. TLE-79,6±45,9dias. Etiologia da MC (Nº): dilatada (3), valvular (2) e restritiva (1). Graus de prio-ridade: V (3) e V I(3). FRCV:Dislipidémia (5), Diabetes (3), HTA (3), Tabagismo (2). Portadoresde CDI (2), CRT-D (3), Doença vascular periférica (3). PSAP média:44,55±23,52mmHg. TFGmédia:18,8±5,1ml/min/1,73m2, um doente em hemodiálise(HD).

Dadores: 4 eram homens, idade-43,33±8,2anos, IMC-28,08±3,46kg/m2, falecidos por

TCE (3), AVC hemorrágico (2) e Anóxia (1). Dois (25%) eram dadores locais. Em todos

foi usada a técnica Bicava, 3 doentes tinham cirurgia valvular prévia, não ocorreram

complicações e os tempos de isquémia fria/total/CEC foram, respectivamente:

58,00±42,05 / 95,40±46,30 / 92,80±13,60 minutos. Ventilação mecânica:

167,00±335,98horas. Dois doentes necessitaram de inotrópicos ≥1semana, 1 por dis-

função ventricular direita e outro disfunção biventricular (DBV), com necessidade de

ECMO. Todos fizeram Basiliximab e esquema triplo:CsA+MMF+Prd (5) e FK+MMF+Prd

(1). Duração do internamento: 39,5±47,4dias. Em 2 ocorreu disfunção do enxerto renal

com perda de função: necessidade de transplantectomia e início de HD em um, e

morte de outro por DBV. Intercorrências (Nº): Infecções(25, 8 com internamento), Infec-

ção-CMV (6), Neoplasias (2), Convulsões (1), Intoxicação alumínio (1), e ausência de

Rejeição celular/humoral/Vasculopatia/Valvulopatia/ Derrame pericárdico.

Resultados à data do TxC+R e 1º, 2º e 3ºanos, respectivamente:

TFG (ml/min/1,73m2): 18,27±5,66, 54,40±17,03(p0.02), 55,12±17,93 (p0.03) e

57,96±22,65(0.94).

Creatinina (mg/dl): 3,70±1,47, 1,42±0,47 (p0.06), 1,40±0,42 (p0.07), 1,40±0,60 (p0,17).

Glicémia (mg/dl): 137,80±45,72, 122,40±54,67 (p0.68), 141,60±36,92 (p0.84),

162,50±63,31 (p0.51)

HbA1c (%): 5,55±0,45, 5,88±0,40 (p0.05), 6,28±0,78 (p0.02), 6,20±0,42 (p0.02)

CT(mg/dl): 196,00±59,31, 188,80±36,03 (p0.73), 198,20±58,74 (p0.92), 185,50±41,73 (0.76)

HDL (mg/dl): 56,40±21,39, 43,00±9,61 (0.88). 47,40±13,97 (0.11), 52,75±16,45 (0.70)

TG(mg/dl): 142,80±26,01, 188,20±57,37 (p0.21), 181,20±17,3 (0.08), 185,00±33,07 (p0.25)

Uricémia (mg/dl): 7,54±3,35, 6,40±2,41 (p0.35), 5,96±1,86 (p0.32), 5,55±1,86 (p0.12)

PSAP (mmHg): 34,00±12,38, 26,40±5,17 (p0.22), 23,80±3,56 (p0.14), 22,25±5,59

(p0.19) FEVE (%) no 1º Mês e 1ºA, 2ºA e 3ºA foram, respectivamente:70,40±10,28,

67,20±3,34 (p0.49), 68,20±4,32 (p0.55), 70,00±5,88 (p0.86)

A sobrevida média foi de 1027,66±621,60dias. 2 doentes (50%) já faleceram: disfun-

ção precoce do enxerto cardíaco (22 dias), Sarcoma angiocêntrico(5 anos).

Conclusões: Na nossa pequena série de TxC+R conseguiu-se uma boa função do en-

xerto cardíaco e razoável função renal e controlo metabólico.

CB-COR-04FATORES CLÍNICOS E NUTRICIONAIS RELACIONADOS À MORTALIDADEPRECOCE APÓS TRANSPLANTE CARDÍACOLeilane Giglio Canelhas de Abreu; Lis Proença Vieira; Tatiana Teixeira Gomes;

Fernando Bacal

Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da

Universidade de São Paulo - Brasil.

Introdução: O estado nutricional prejudicado tem relação com pior prognóstico na

insuficiência cardíaca, cuja mortalidade tende a ser menor naqueles com maior ín-

dice de massa corporal (IMC), porém não se sabe o seu impacto na mortalidade pre-

coce após o transplante (TX) cardíaco. O objetivo do estudo foi verificar associação

das medidas pré-operatórias do IMC e área de superfície corporal (ASC), além de ca-

quexia, infecção, tempo de intubação orotraqueal (IOT), creatinina pós-operatória, in-

suficiência renal aguda (IRA), miocardiopatia de base, fração de ejeção (FE), débito

cardíaco (DC), pressão pulmonar média (PPM), hemoglobina, diabetes mellitus (DM) e

Interagency Registry for Mechanically Assisted Circulatory Support (INTERMACS) com a

mortalidade nos primeiros 30 dias após TX cardíaco.

Métodos: Estudo retrospectivo com pacientes adultos submetidos ao TX cardíaco em hos-

pital especializado em cardiopneumologia entre de janeiro de 2013 e agosto de 2015.

Excluídos pacientes com dados incompletos de peso e altura.

Para a análise das variáveis foi utilizado o teste qui-quadrado para verificar associação

entre a mortalidade e as variáveis independentes. As variáveis numéricas foram testa-

das quanto a sua normalidade pelo teste de Shapiro-Wilk. No caso de distribuição nor-

mal foi utilizado o teste t-student não pareado, caso contrário foi utilizado o teste

Mann-Whitney. Considerou-se p significante <0,05.

Resultados: A amostra foi composta por 103 pacientes, com maior prevalência do gê-

nero masculino 65 (63,1%) e média de idade de 45 anos. A principal miocardiopatia

de base foi chagásica (37,9%), seguida da isquêmica (16,5%), idiopática (12,6%) e

outras (33%). Quanto ao estado nutricional 26,2% eram baixo peso, 55,3% eutróficos,

14,6% sobrepeso e 3,9% obesos. Ocorreram 16 óbitos (15,5%) em até 30 dias após o

TX. Observou-se associação do óbito com tempo de IOT (p<0,01), creatinina pós-ope-

ratória (p<0,01), IRA (p<0,01) e INTERMACS (p=0,01). Não se verificou diferença quanto

ao IMC (p=0,36), ASC (p=0,91), DC (p=0,24), etiologia (p= 0,27), FE (p=0,68), PPM

(p=0,59), hemoglobina (p=0,07), DM (p=0,11) e infecção (p=0,83).

A caquexia cardíaca não se associou à mortalidade precoce (p=0,61), mas sim com

a presença de infecção (p=0,005).

Conclusão: A mortalidade até 30 dias após o TX cardíaco foi associada ao tempo de

IOT, creatinina pós-operatória, IRA e INTERMACS.

CB-COR-05IMPACTO DA HEMOGLOBINA PRÉ-TRANSPLANTE NOS TEMPOS DE ISQUÉMIA,CEC, VENTILAÇÃO MECÂNICA, SUPORTE INOTRÓPICO, COMPLICAÇÕESPERI-OPERATÓRIAS, DURAÇÃO DO INTERNAMENTO E NA SOBREVIDA EMTRANSPLANTAÇÃO CARDÍACAManuel Batista, David Prieto, Pedro Antunes, Manuel Antunes

Centro de Cirurgia Cardiotorácica e Transplantação de Órgãos Torácicos, Centro

Hospitalar e Universitário de Coimbra - Portugal.

Introdução: A anemia é um problema frequente em doentes com insuficiência car-

díaca, incluindo naqueles propostos para transplantação(TxC).

Page 56: Download do Livro de Resumos

13–15 OUTUBRO 2016 · PORTO · PORTUGALXIII CONGRESSO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSO LUSO BRASILEIRO DE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICO DE TRANSPLANTAÇÃO

56

COMUN

ICAÇÕES BREVES

Material e Métodos: De Nov2003-Mai2016 realizaram-se 312TxC em 309doentes. 78

casos (25%) tinham valores de Hemoglobina (Hb)<12g/dl (Grupo-A) e 234

doentes≥12g/dl (Grupo-B). Os autores pretendem avaliar o impacto prognóstico da

hemoglobina pré-transplante nos tempos de isquémia fria (TIF), total (TIT), CEC, ventila-

ção mecânica(VM), suporte inotrópico, complicações peri-operatórias, duração do

internamento e na sobrevida. Os grupos eram comparáveis em idade (52,38±12,93

vs 51,84±11,42 Anos) (p0,791), relação-M/F (75,6 vs 78,2%), IMC (22,95±3,57 vs

23,53±2,8 kg/m2) (p0,267), prevalência dos factores de risco cardiovascula r(%): Dis-

lipidémia (55,1 vs 47,4), HTA (41vs35), Diabetes (30,7 vs 26,9), Tabagismo (47,4 vs 44,4)

e cardiopatia familiar (16,6 vs 14,5). Etiologias mais frequentes(%): isquémica(34,6 vs

39,3) e dilatada (38,4 vs 34,6). Tinham cirurgia cardíaca prévia 37,2 vs 27,7%, doença

vascular periférica 33,3 vs 29,9% e CDI 48,7 vs 50,4%. Os valores de PSAP(mmHg), RVP

(UW), creatinina sérica (mg/dl) e TFG-MDRD (ml/min/1,73m2) eram comparáveis em

ambos os grupos, respectivamente: 49,97±16,32 vs 46,88±15,45 (p0,278), 2,90±1,43

vs 3,27±1,50 (p0,153), 1,44±0.86 vs 1,34±0.39 (p0,338) e 62,22±40,13 vs

56,15±19,56 (p0,459). Quanto ao grau de prioridade 10vs0 transplantes (12,8 vs 0%)

foram emergentes. Idade dos dadores (38,19±11,75 vs 31,79±11,24) (p0,002). Causas

mais frequentes de morte: TCE (50 v s56%) e AVC hemorrágico (37,1 vs 34,6%). Os da-

dores locais representaram 43,5 vs 38,8%. A técnica cirúrgica foi a bicava (100 vs

100%). 95,6 vs 96,7% fizeram Basiliximab e todos esquema triplo:CsA+MMF+Prd (93,6

vs 88,1%) e FK+MMF+Prd (6,4 vs 11,9%).

Resultados: Os TIF, TIT e CEC (minutos) foram, respectivamente: 53,51±40 vs

46,37±28,08 (p0,170), 87,46±42,67 vs 88,00±31,06 (0,922) e 94,67±22,37 vs

99,87±41,57(0,339). Os tempos de VM (minutos) foram 29,36±50,00 vs 17,40±13,77

(p0,057) e em 20,5 vs 12,3% foi necessário ventilação ≥24h. A necessidade de inotró-

picos ≥24h foi 46,1 vs 29,4% e as complicações peri-operatórias foram 24,2 vs 12,3%.

A duração do internamento foi semelhante (16,5±12,28 vs 18,63±24,23) (p0,357). A

mortalidade foi 26 vs 65 doentes (33,3 vs 27,7%), com mortalidade precoce (≤30 dias),

no 1ºAno (31-365 dias) e tardia (>365dias), respectivamente: 19,3 vs 15,3%, 38,4 vs

18,4% e 42,3 vs 50,7%.

A sobrevida global no 1º,3º,5º,7º e 9ºanos é, respectivamente: 87,9, 82,5, 77,7, 70,3

e 61,7%. Relativamente aos Grupo-A vs B os valores são:80,5 vs 90,7, 80,5 vs 87,9, 75,2

vs 85,2, 73,2 vs 81,2 e 68,9 vs 78,8%. No subgrupo com Hb (9-10g/dl) (N23) a sobrevida

foi, respectivamente: 82, 82, 66,8, 57,2 e 57,2% e ainda menor no subgrupo com

Hb<9(N17): 62,7, 62,7, 61,4, 53 e 53%

Conclusões: A anemia pré-TxC estava associada a casos mais graves (prioridade

maior), cirurgia cardíaca prévia e dadores mais velhos e associou-se a maior tempo

de ventilação, maior necessidade de inotrópicos, mais complicações peri-operatórias

e mortalidade e diminuição da sobrevida, sobretudo para valores inferiores a 9g/dl. A

optimização dos valores de Hb no período pré-TxC poderá contrariar este impacto.

CB-COR-06CORONARY ALLOGRAFT VASCULOPATHY AFTER CARDIACTRANSPLANTATION: PREVALENCE, PROGNOSTIC AND RISK FACTORSPedro M Correia, David Prieto, Carlos S Pinto, Manuel Batista, Manuel J Antunes

Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

Background: Coronary allograft vasculopathy (CAV) is still a serious long-term compli-

cation after cardiac transplantation. We intended to evaluate the prevalence of CAV

in a single institution, its impact on survival and to explore associated risk factors.

Methods: From November-2003 through January-2015, 288 patients were submitted to

cardiac transplantation. After excluding those with paediatric age (n=8), those with

previous renal or hepatic transplantation (n=2) and those who didn’t survive the first

year after cardiac transplantation (n=35), the study population resulted in 243 patients.

Thirty six patients with CAV, diagnosed by a new >50% coronary artery stenosis in any

vessel during follow-up, were compared with a non-CAV group.

Results: Recipient male sex predominated in the CAV group (97% vs. 74%; P=0.004),

as did ischemic etiology (58% vs. 34%; P=0.005). Although not reaching statistical sig-

nificance, CAV patients also had more dyslipidemia (58% vs. 49%), history of smoking

(56% vs. 44%) and peripheral vascular disease (42% vs. 29%). Donor’s male sex tended

to prevail in CAV group (86% vs. 75%; P=0.142), while donor age was slightly higher in

this group (37±13 vs. 35±11; P=0.401). Prolonged use of inotropic support and me-

chanical assistance after cardiac transplantation were comparable between groups.

Survival between CAV and non-CAV group was comparable at 5-year (87±3% vs.

91±5%), but tended to be lower for CAV patients in 10-year interval (55±11% vs.

73±4%), although not statistically significant (P=0.309). Freedom from CAV at 5 and 10

years was 88±2% and 72±5%, respectively. By multivariate analysis, risk factors for CAV

were recipient’s male sex (HR: 9.7; 95% CI: 1.3–71.4: 1.02–1.11; P=0.026), donor age

(HR: 1.03; 95% CI: 1.002–1.07; P=0.036) and ischemic etiology (HR: 2.14; 95% CI: 1.09–

4.20; P=0.026).

Conclusions: This data confirms CAV as a common long-term complication following

cardiac transplantation, strongly associated to intrinsic factors of both recipient and

donor. Although short to mid-term survival did not appear to be affected by CAV, long-

term survival appears lower, hence a longer follow-up is needed.

CB-COR-07HEART TRANSPLANTATION: EARLY RESULTS OF TWO DIFFERENT REGIMES OFIMMUNOSUPPRESSIONCarlos F. Branco, David Prieto, Manuel Batista, Lina Carvalho, Manuel J. Antunes

Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

Introduction: the management of induction and maintenance immunosuppression ther-

apy after heart transplantation (HT) remains a controversial issue. The dosage and the

timing has been a changing target. We evaluated the incidence of acute cellular re-

jection (ACR) [≥1R grade], major infection and survival in first year after HT in patients

receiving two different induction immunosuppression regimes and with a reduction in

intensity of triple maintenance immunosuppression dose.

Methods: From November-2003 to June-2015, 297 patients were submitted to HT. After

excluding those with pediatric age (n=8), those with previous renal or hepatic trans-

plantation (n=2), those submitted to retransplantation (n=2), patients with early death

without endomiocardial biopsy (n=11) and those in a transition maintenance regime

(n=26), the study population resulted in 248 patients who were divided into two groups:

patients receiving the previous regime of two doses of basiliximab (group A, n=210)

and those receiving a single dose of basiliximab (group B, n=38). All the patients were

treated with a maintenance standard triple immunosuppressive regimen of corticos-

teroids, an inhibitor of calcineurin and mycophenolate mofetil but immunosuppressive

loader in group A.

Results: Mean age of the recipients (group A vs. group B) was 55.5±9.9 vs. 54.5±10.8

years (p=0.608); 76.3% vs. 77.6% were male (p=0.860); 28.9% vs. 27.1% were diabetic

(p=0.819); and ischemic etiology was present in 36.8% vs 39.0% of the patients

(p=0.798), respectively. No differences were found, at first year, between the two groups

concerning global ACR incidence (55.2% vs. 52.6%, p=0.767) and major ACR (≥2R

grade) (9% vs. 10.5%, p=0.773). Time-free from ACR at 3rd, 6th and 12th months was,

respectively 57.6±3.4% vs. 65.8%±7.7%; 51.4±3.4% vs. 50.0±8.1%; and 44.8±3.4%

vs. 47.4±8.1% (p=0.766). Time-free from major infection at 3rd, 6th and 12th months

was, respectively 82.4±2.6% vs. 76.3±6.9%; 79.5±2.8% vs. 71.1±7.4%; and

75.2±3.0% vs. 65.8±7.7% (p=0.222). Survival at 3rd, 6th and 12th months was, respec-

tively 96.2±1.9% vs. 97.4±2.6%; 94.3±1.6% vs. 94.7±3.6%; and 91.1±1.9% vs.

86.8±5.5% (p=0.328).

CB-COR-08DOES SMOKING RUIN YOUR TRANSPLANTED HEART? Filipe Leite, David Prieto, Manuel Batista, Manuel J Antunes

Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

Introduction and Objectives: Smoking is a major cause of preventable morbidity and

mortality in the developed world. It induces a pro-inflammatory state and vascular dam-

age. In heart transplant patients it is thought that this translates in a reduced life ex-

pectancy even though the evidence is limited. We aimed at analysing heart transplant

patients, comparing recent smokers, past smokers and non-smokers, in terms of cardio-

vascular risk factors, postoperative complications and mortality.

Methods: Search the Center´s database for heart transplant patients from November2003 to December 2014. After excluding those with paediatric age (n=8), those with

previous renal or hepatic transplantation (n=2), the study population resulted in 274

patients. 152 non-smokers (NS), 37 recent smokers (RS) and 65 past smokers (PS).

Results: Preoperative age was not significantly different (p=0.659). RS or PS were more

predominantly male (92.6%) compared to 65.4% of NS (p<0.001). There was a differ-

ence in the incidence of hypertension (27.1% NS, 35.1% RS, 61.1% PS, p<0.001), dys-

lipidemia (36.4 NS, 58.4% RS, 70.5% PS, p<0.001) and peripheral vascular disease

(22.2% NS, 40.5% RS, 47% PS, p<0.001). The incidence of ischaemic heart disease was

lesser in NS (24.6%) compared to RS (48.6%) and PS (55.2%) (p<0.001), with 51.1% of

past-smokers having been submitted to CABG. Ventilation time was not different

(p:0.961) nor were perioperative complications (p:0.504).The incidence of respiratory

infections was greater in PS. (46.9% NS, 40.5% RS, 61.1% PS, p=0.046).There was no dif-

ference in the incidence of graft vascular disease (p=0.53), but NS appear to develop

it later. Overall survival was worse in PS, with a 5 and 10 year survival of 82% and 40.8%,

compared to 90% and 60.5% in NS and 97% and 60.8% in RS.

Conclusion: Past smokers presented more risk factors, did worse postoperatively and

had lower survival. This suggests that smoking has negative and prolonged conse-

quences, but its cessation, whilst important, needs to be accompanied with control of

other risk factors in order to minimize coronary disease.

Non-smokers present with diseases other than vascular, reinforcing the link between

smoking and atherosclerosis.

CB-COR-09NECESSIDADES DOS PAIS DA CRIANÇA SUBMETIDA A TRANSPLANTECARDÍACO: INTERVENÇÃO DE ENFERMAGEMJoana Silva, Fatima Matoso, Paulo Pereira

Centro Hospitalar Lisboa Central, Hospital de Santa Marta, Serviço Cirurgia

Cardiotorácica.

O transplante cardíaco é uma opção viável para crianças com cardiomiopatia refra-

tária à terapêutica médica ou malformação cardíaca congénita inoperável.

A investigação está centrada na temática das Necessidades dos pais da criança sub-

metida a transplante cardíaco: Intervenção de enfermagem, e tem por objetivos com-

preender quais as necessidades sentidas pelos pais das crianças submetidas a

transplante cardíaco após o regresso a casa, e assim identificar as dimensões a incluir,

pelos enfermeiros na educação para a saúde e preparação para a alta da criança

submetida a transplante cardíaco pediátrico e sua família.

A escolha do tema, Necessidades dos pais da criança submetida a transplante car-

díaco, surge da reflexão diária de um grupo de enfermeiros da Unidade de Cuidados

Intensivos Pediátricos, que cuidam de crianças transplantadas e das suas famílias, não

só no período que sucede o Transplante Cardíaco mas também, muitas vezes, num

período de espera que antecede o procedimento. propomo-nos realizar um estudo

descritivo e transversal com recurso a metodologia quantitativa e qualitativa da inves-

tigação.

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13–15 OUTUBRO 2016 · PORTO · PORTUGALXIII CONGRESSO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSO LUSO BRASILEIRO DE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICO DE TRANSPLANTAÇÃO

COMUN

ICAÇÕES BREVES

57

Os participantes são os pais de crianças submetidas a transplante cardíaco, a quem

será aplicado um questionário. A recolha de dados deverá decorrer numa consulta

de acompanhamento da criança transplantada num serviço de Cardiologia Pediá-

trica de um Hospital Central, após a autorização do estudo, dada pelo conselho de

administração respeitando todos os princípios ético-legais de uma investigação no

âmbito da saúde.

A análise dos dados será efetuada com recurso a um programa informático SPSS e à

análise de conteúdo para as perguntas abertas. Das respostas dos participantes, pre-

tende-se obter dados que reflitam os sentimentos dos pais durante o internamento da

criança, as dificuldades sentidas quer no internamento quer posteriormente no re-

gresso a casa, as vivências das crianças e dos pais bem como o apoio dado pelos

profissionais de saúde e pela comunidade.

O enfermeiro ao investigar as necessidades e dificuldades dos pais da criança sub-

metida a transplante cardíaco tem como objetivo a melhoria contínua da qualidade

dos cuidados de enfermagem.

CB-COR-10TRANSPLANTE CARDÍACO EM AMILOIDOSE: RESULTADOS DE CENTROTRANSPLANTADOR DO NORDESTE DO BRASILJoão David de Souza Neto, Camylla Santos de Souza, Juan Alberto Cosquillo Mejia,

Vera Mendes, Maria do Socorro Quintino Farias, Rodrigo Almeida Fontenele, Bianca

Alves de Miranda, Guilherme Almeida Fontenele, Caroline Sbardellotto Cagliari,

Emídio Germano da Silva Neto

Unidade de Transplante e Insuficiência Cardíaca do Hospital de Messejana Dr.

Carlos Alberto Studart Gomes.

Fundamento: Nos portadores de amiloidose com insuficiência cardíaca refratária, re-

comenda-se o transplante cardíaco como forma de tratamento.

Objetivo: Analisar dados pré-operatórios e resultados cirúrgicos de transplantes car-

díacos por amiloidose realizados em hospital público de Fortaleza, no nordeste do Bra-

sil, de 2011 a 2013.

Métodos: Revisão de literatura e de prontuários de 3 pacientes portadores de amiloi-

dose transplantados (idade:49,6±13,02; NYHA IV; Intermacs 3; FE:53%; RVP:3,61±0,72

Woods). O 1º paciente possui histórico familiar de amiloidose, Doença de Chagas e

eclampsia. TC evidenciou enfisema pulmonar e aterosclerose na aorta. O 2º possuía

tireoideopatia, ascite, edema de MMII, hepatomegalia e crepitações pulmonares di-

fusas. Já o 3º possuía hipertensão e IgG reagente para CMV e toxoplasmose. Sobre

os doadores, um era mulher (vítima de enforcamento), e dois, homens (vítimas de TCE

por capotamento e por espancamento), com idade de 35,3±5,79 e FE, 63,3%.

Resultados: Realizaram-se transplantes cardíacos ortotópicos bicavais, sem intercorrên-

cias intraoperatórias (CEC:109±16,3 min; clampeamento aórtico e isquemia

fria:151,6±8,49 min). O 1º evoluiu sem intercorrências importantes em pós-operatório (PO)

e recebeu alta um mês após transplante. O 2º apresentou derrame pericárdico, medias-

tinite e deiscência de esterno. Realizou reconstrução esternal e drenagem pericárdica

no 21º dia de PO. Recebeu alta 2,5 meses depois, com NYHA II. Ambos os pacientes en-

contram-se em seguimento ambulatorial, sem outras intercorrências ou rejeição ao trans-

plante. O 3º paciente foi à óbito por choque, decorrente de infecção respiratória.

Conclusão: O transplante cardíaco é o tratamento padrão para IC refratária ao tra-

tamento clínico, aparecendo como uma das causas a cardiopatia restritiva por ami-

loidose. Na nossa pequena amostra, o transplante mostrou-se eficaz em 2 dos 3

pacientes, devolvendo aos mesmos uma maior sobrevida.

CB-COR-11CAPTAÇÃO DE ENXERTOS EM LONGA DISTÂNCIA: EXPERIÊNCIA ERESULTADOS EM 137 TRANSPLANTES Ronaldo Honorato Barros dos Santos, Fabio Antônio Gaiotto, Domingos Dias

Lourenço Filho, Fernando Bacal, Sandrigo Mangini, Monica Samuel Avila, Luis

Seguro, Fabiana Marcondes Braga, Iáscara Wosniack, Audrey De Paulo, Carlos

Imberg, Pablo Maria Alberto Pomerantzeff, Fabio Biscegli Jatene, Roberto Kalil Filho

Núcleo de Transplantes do Instituto do Coração - InCor - Hospital da Clínicas da

Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Introdução: A captação de coração, embora relegada a um segundo plano durante

o processo do transplante, possuí caráter decisivo no que tange a mortalidade pre-

coce, especialmente quando da utilização de enxertos com elevado tempo de is-

quemia. Em nosso meio uma parte significativa dos enxertos são oriundos de doadores

de longa distância (distantes a mais de 100 km de nosso centro). Esta modalidade de

captação é amplamente utilizada em quase todos os centros transplantadores pelo

mundo e contribui com uma parcela expressiva de enxertos em alguns centros.

Objetivo: Avaliar a mortalidade dos enxertos oriundos de captação de longa distância,

bem como as peculiaridades envolvendo esta modalidade de captação.

Material e métodos: No período 23/11/2012 até 31/05/2016 forma realizados 137 trans-

plantes dos quais 66 (48,17%) enxertos foram captados à longa distância. A captação

ocorreu com auxílio de aeronaves de diversos portes (helicópteros, turbo hélices, jatos

executivos e até jatos comerciais). As menor distância foi de 120 km e maior foi de

1.100 km. Os tempos de isquemia variaram de 02:00 horas a 05:06, com média de

03:30 horas. A solução de proteção empregada foi o HTK - Custodiol em todos os

casos. Em 85% dos casos foram empregados duas ou mais aeronaves (avião + heli-

cóptero). Em alguns casos também se utilizou deslocamento terrestre.

Resultados: Dos 66 transplantes que utilizaram enxertos de longa distância, a mortalidade

foi de 17 (25,75%) receptores, com moratlidades de 1 a 386 dias, sendo que destes, 9

(13,63%) receptores faleceram em até 30 dias (com 5 (7,57%) óbitos em até 1 semana).

Com tempo de isquemia superior a 03:30 foram perdidos 9 (13,63%) receptores.

Conclusão: A utilização de enxertos captados à longa distância é segura e pode ser

realizada mesmo em distâncias superiores a 1.000 quilômetros, podendo contribuir

significativamente para o aumento do número de transplantes.

CB-COR-12VA-ECMO AS BRIDGE TO HEART TRANSPLANT: SINGLE-CENTER EXPERIENCERoberto Pinto, Sandra Amorim, Elson Salgueiro, José Pinheiro Torres, Maria Júlia

Maciel e Paulo Pinho

Centro Hospitalar S. João- Hospital S. João.

Background: Limited options are available for patients with severe cardiogenic shock.

Peripheral veno-arterial ExtracorporealMembrane Oxygenation (VA-ECMO) has emerged

as a powerful tool as a bridge for either decision, recovery or heart transplant.

Methods: Since 2011, peripheral VA-ECMO has progressively been adopted for refrac-

tory cardiogenic shock of multiple aetiologies in our center. We retrospectively reviewed

the cases were VA-ECMO was implemented in our center as a successful bridge for

heart transplant.

Results: 41 heart transplants were performed in our centre since 2011. We identified 9

patients were ECMO was used as a bridge to transplant. 6 patients were males and the

mean age was 47,6±15,2 years (range 24 to 68 years). Ischaemic cardiomyopathy

was the ethiology is 5 patients, while idiopathic/familial origin was present in 2 patients;

toxic and post-infectious amounted for one case each.

Six patients were in INTERMACS 1 (“crash and burn”) profile while the remaining three were

in INTERMACS 2 (“sliding on inotropes”). All patients were on concurrent inotropes, 8 were

mechanically ventilated, 4 were on continuous renal replacement therapy and 4 were

concurrently or previously had intra-aortic balloon-pump. 3 patients were blood group O+.

Mean time in ECMO was 5 days (range 2-10 days) and 8 patients were on support until

the surgery. The 30 day and 6 month survival rates were 77,8% and 55,5% respectively.

5 patients are still alive after a mean of 32 months.

The median time of hospitalization after transplant was 45 days, mainly to extensive de-

conditioning and need for aggressive rehabilitation. One patient had a major vascular

complication requiring leg amputation in the post-operative period but resumed to in-

dependent life. The post discharge follow-up of these patients has been unremarkable.

Conclusions: Peripheral VA-ECMO can successfully bridge patients with refractory car-

diogenic shock to transplantation. However, the observed hospital mortality is relevant,

particularly in the early post-transplant period reflecting “accumulated” multifunction

organ damage. Those who survive this early phase have an excellent outcome, but still

need particular attention, namely in terms of rehabilitation.

CB-IMUN-01PREVALENCE OF HLA-DR15 IN LUPUS KIDNEY TRANSPLANT PATIENTSMaria Izabel Neves de Holanda, Claudia Gonçalves Fagundes, Denise S Glasberg,

Alvaro Borela, Fernanda Feres, Alicia Imada, Luis Fernando Christiani

Hospital Federal de Bonsucesso.

Background: Systemic Lupus erithematosus (SLE) is a severe auto imune disease, cha-

racterized by envolvement of multiple organ systems. Lupus Nephritis is one of the mainly

complications of the disease and is associated with poor survival and high morbidity,

particularly for patients who develop end-stage renal disease (ESRD). the cause of the

disease is complex and both environmental and genetic factors are involved. recent

studies demonstrated that HLA class II genes are consistently associated with SLE sus-

ceptibility, especially some alleles of DR-15.

Methods: The aim of this study is to evaluate the association of HLA-DR15 in a Lupus pa-

tients that underwent to a kidney transplant between 1981 and 2016 in Bonsucesso Fe-

deral Hospital, Rio de Janeiro, Brazil. This is a retrospective study, and the Lupus group

was compared with a control group. The control Group was composed with patients

from the subsequent transplants in the same year of the lupus patients transplant. The

analyses were performed using Chi square test.

Results: Forty eight patients were included in the lupus group, 41 female patients, 23

were caucasian, 25 african-american.The median age was 31 years old. Thirty one pa-

tients in this group was Live donor transplant.. The control group was composed by 92

patients, 65 female patients, 43 patients were caucasian, 49 african americans. The

median age was 43 years old. The prevalence of undelying diseases were 51 hyper-

tension patients, 5 diabetes,13 glomeruloesclerosis, 12 Polcistic Kidney disease and 10

others diseases. Forty three underwent to a live donor transplant.The HLA DR-15 allelle

was present in 16(33%) patients in the lupus group compared with 15 patients(16%) in

the control group(p=0,021).

Conclusions: The association of HLA DR-15 in lupus patients was relevent in this study.

Further studies are necessary to evaluate this correlation with lupus nephritis and the

progression of this patients after kidney transplant and the graft survival.

CB-IMUN-02CROSSFLOW NO PRÉ-TRANSPLANTE: DESFECHOS CLÍNICOS ELABORATORIAIS EM PACIENTES TRANSPLANTADOS RENAIS.Jamile Abud1,3, Bruna Brasil Dal Pupo2, Cynthia Keitel4, Elizete Keitel2,4, Roberto

Ceratti Manfro1 e Jorge Neumann3

1-Programa de Pós Graduação em Ciências Médicas da UFRGS, Porto Alegre/RS,

Brasil; 2-Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, RS, Brasil; 3-

Laboratório de Imunologia de Transplantes, Santa Casa de Porto Alegre, RS, Brasil; 4-

Serviço de Transplante Renal da Santa Casa de Porto Alegre, RS, Brasil.

Introdução: A prova cruzada por Citometria de Fluxo (Crossflow) tem substituído o teste

por Citotoxicidade dependente de complemento (CDC/AGH), em virtude de sua maior

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13–15 OUTUBRO 2016 · PORTO · PORTUGALXIII CONGRESSO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSO LUSO BRASILEIRO DE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICO DE TRANSPLANTAÇÃO

58

COMUN

ICAÇÕES BREVES

sensibilidade e menor tempo de execução, bem como por diminuir a variabilidade

interanalista e sofrer menor interferência de células com baixa viabilidade.

Objetivos: Acompanhar a evolução clínica e laboratorial dos transplantados renais na

Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre selecionados para transplante renal com

o crossflow pelo protocolo Halifax (pHal), comparando estes transplantes com os rea-

lizados pós CDC/AGH.

Materiais e Métodos: Na coorte de teste utilizamos os resultados de crossflow a partir

de setembro de 2013, sendo que um grupo controle foi montado a partir dos resulta-

dos de CDC/AGH anteriores a esta data. Foram coletadas variáveis de desfecho clínico

e laboratorial utilizando os prontuários eletrônicos dos pacientes e registros do labora-

tório de imunologia de transplantes da Santa Casa. O tempo de acompanhamento

foi de um ano.

Resultados: Foram analisados 97 pacientes transplantados entre outubro de 2013 e

outubro de 2014 (pHal) e 98 pacientes transplantados entre outubro de 2012 e setem-

bro de 2013 (controles). A sobrevida dos pacientes não diferiu entre os grupos (pHal:

93% versus controles 91%; P =0,79), da mesma forma não houve diferença significativa

na sobrevida dos enxertos (pHal: 86% versus controles 83%; P=0,56). Não houve dife-

rença significativa nas médias de creatinina (pHal: 1,71±1,39 versus controles:

1,64±0,80; P=0,431) e no tempo de retardo da função renal (P=0,199). No grupo pHal

ocorreu um caso de perda de enxerto de causa imunológica, enquanto que no grupo

controle foram 3 casos. Houve uma diferença significativa na incidência de Rejeição

Aguda Mediada por Anticorpos (RAMA) entre os grupos pHal (3,8%) e controle (25,7%)

(P= 0,001).

Conclusões: Os resultados sugerem que não há perda de qualidade no teste pHal

quando avaliamos a sobrevida dos pacientes e dos enxertos a partir da avaliação clí-

nica pós transplante em um ano. Observamos uma diminuição de RAMA nos pacientes

do grupo Crossflow em relação ao grupo controle. Os dados confirmam que a utiliza-

ção do Crossflow aumenta a sensibilidade da prova cruzada, e comprovam uma boa

correlação clínica pós transplante.

CB-IMUN-03RISK FACTORS FOR ANTIBODY-MEDIATED REJECTION IN KIDNEY TRANSPLANTRECIPIENTS WITH PRE-TRANSPLANT DONOR-SPECIFIC ANTIBODIES – THEROLE OF INDUCTION WITH IVIG.Patricia Souza, Anna Rita Aguirre, David Machado, Gislene Bezerra, Helcio

Rodrigues, Fabiana Agena, Flavio de Paula, Elias David-Neto, Maria Cristina R Castro

Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - SP -

Brasil.

Pre-transplant DSA is a risk factor for ABMR. The aim of this study is to evaluate risk factors

for ABMR in DSA+ pts. Graft and patients survival were analyzed.

Unicentric, retrospective study including 937 kidney recipients > 18yo transplanted be-

tween Jan/09-Dec/2013. They were followed for 34±20mo. PreTx DSA (A/B/DR) was an-

alyzed by single antigen bead and AR by Banff'09.

From 937 enrolled the majority were male (57%), 1st Tx (93%), blood transfusion (BT;

53%), pregnancies (74%), deceased donor (63%), Thymoglobulin (41%) and IVIg (1.4%;

being 14% in DSA+ pts) as induction. Were classified according to preTx PRA as: 744

(75%) non-sensitized (NS;PRA=0%) and 26% (243) sensitized (S;PRA≥1%). Among S pts,

37.5% (91) were preTx DSA+ while 62.5% (241) were DSA-. Overall 1st year ABMR inci-

dence was 4.7%, as follows: NS 7% 6/76); DSA- 30% (7/23) and 79% DSA+ (31/39),

p<0.0001. Risk factors for ABMR were previous Tx (OR 15, p<0.0001; BT (OR 2.7, p=0.01);

female (OR 3.6, p<0.001); >5 mismatches (OR 2.3, p=0.025) and preTx DSA+ (OR

9.41;p<0.0001). DSA-MFI was similar between AR+ (4419±3690) and AR- (3670±2707).

Among DSA+, being 2 or more DSA (OR 2.6, p<0.04 and transplant without IVIg as in-

duction (OR 1.8, p=0.05) was associated with ABMR occurrence. Graft survival in

DSA+/AR+ (60%) pts was worse when compared to DSA+/AR- (96%) vs DSA-/AR+ (83%),

DSA-/AR- (80%), NS/AR+ (84%) and NS/AR- (86), p<0.0001. Pts survival was similar in all

groups.

Conclusion: PreTx DSA was a risk factor for AR, especially if more than 2 DSAs. AR occur-

rence in DSA+ pts strongly impacted on long-term graft survival when compared to

DSA+ pts without AR, highlighting the impact of acute rejection on graft survival. IVIg as

induction therapy was protector for ABMR occurrence.

CB-IMUN-04BASILIXIMAB E TIMOGLOBULINA, 2 ANOS DE FOLLOW-UP APÓS INDUCÃOAna Pimentel, Rute Aguiar, Patrícia Cotovio, Cecília Silva, Fernando Caeiro, Inês

Aires, Francisco Remédio, Aníbal Ferreira, Fernando Nolasco

1-Nefrologia, Centro Hospitalar do Algarve - Unidade de Faro, Portugal; 2-Nefrologia,

Hospital Espírito Santo - Évora, Portugal; 3-Unidade de Transplante, Centro Hospitalar de

Lisboa Central – Hospital Curry Cabral, Lisboa, Portugal.

Introdução: A imunossupressão de indução varia dependendo do risco imunológico

do doente. O objectivo foi comparar o grupo de transplantados de maior risco imu-

nológico que realizou timoglobulina, com o de menor que realizou basiliximab.

Métodos: Foram incluídos 91 doentes transplantados entre 2013 e 2014. Foram excluí-

dos os doentes com menos de 1 ano de follow-up e com disfunção terminal precoce

do enxerto. Retrospectivamente foram analisados os dados demográficos, perfil imu-

nológico, esquema de indução e alteração da dose da imunossupressão, episódios

de rejeição celular e mediada por anticorpos comprovadas por biopsia e terapêutica

instituída, infeções e alterações hematológicas.

Foram divididos em 2 grupos consoante o anticorpo utilizado na indução. No protocolo

da Unidade, receptores com ≥2 compatibilidades HLA e/ou PRA <25% fazem indução

com basiliximab (20mg ao 0 e 4º dia), enquanto que receptores com < 2 compatibi-

lidades, PRA ≥25% e/ou 2o transplante fazem indução com timoglobulina (1.5mg/Kg,

10 dias).

Resultados: A maioria dos doentes eram do sexo masculino (N=58) com idade média

de 46.5 anos. 64% dos doentes fez indução com timoglobulina (N=61), 83% cumpriu

10 dias e em 57% houve necessidade de reduzir a dose (N=35) sobretudo ao 4o dia.

Treze doentes (14.2%) tiveram função tardia do enxerto (DGF) e não se registou ne-

nhuma neoplasia.

Os episódios de infeção nos 3 primeiros meses pós-transplante (N=78) foram respon-

sáveis pela maioria dos reinternamentos e do prolongamento do tempo de interna-

mento, cerca de metade no pós-transplante imediato (N=38). A bacteriémia, infeção

do trato urinário (ITU) e febre sem foco foram as causas mais comuns.

Entre os 2 grupos, não se verificaram diferenças na incidência de infeções, quer no

pós-transplante imediato, quer ao 1o, 3o e 6o mês, quer no 1o ano após transplante

(p=0.49, p=0.15, p=0.24, p=0.58, respectivamente). As ITU foram as mais frequentes

e mais recorrentes em ambos os grupos. Verificou-se que o grupo que realizou timo-

globulina apresentou maior incidência de leucopenia (p<0.001; RR 2.41 95% CI RR

[1.43; 4.06]) e trombocitopenia (p=0.014; RR 1.91 95% CI RR [1.06; 3.44]) durante o

tempo de follow-up, a maioria necessitando igualmente de redução da dose de MMF.

Não se observaram diferenças na incidência de DGF.

A dose mediana de timoglobulina foi de 13.7 mg/Kg [12.7; 14.71] por ciclo, não se

observando relação com maior incidência de infeção no pós-transplante imediato

(p=0.47), aos 3 (p=0.80), 6 (p=0.07) e 12 meses (p=0.38), assim como não se regis-

taram diferenças relativamente às complicações hematológicas e a DGF.

Nos transplantados renais que realizaram biopsia do enxerto, houve 8 rejeições celu-

lares e 6 mediadas por anticorpos, com 3 doentes a terem os 2 tipos em simultâneo.

As rejeições foram mais comuns nos 3 primeiros meses pós-transplante, não havendo

diferenças entre os 2 grupos de indução quanto à incidência de rejeição (p=0.2) e

DGF (p=0.13).

Conclusões: Durante os 2 anos de follow-up, o grupo que realizou indução com timo-

globulina apresentou maior incidência de leucopenia e trombocitopenia, mas a dose

cumulativa não parece ter influência na incidência dessas alterações hematológicas

e de complicações infeciosas. Nos transplantados renais, a dose cumulativa não tem

influência na incidência de rejeição.

CB-IMUN-05ANTICORPOS ANTI-HLA C1Q+, DEPOSIÇÃO DE C4D E SOBREVIDA DOENXERTO RENALJosé Gago, Rui Alves, Luís Rodrigues, Catarina Romãozinho, Fernando Macário,

Lídia Santos, António Martinho, Arnaldo Figueiredo

Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra - Serviço de Urologia e Transplantação

Renal; Centro de Sangue e Transplantação de Coimbra.

Introdução: A rejeição mediada por anticorpos/humoral (RH) é uma causa importante

de disfunção aguda ou crónica do enxerto renal. Actualmente a RH é definida pela

presença de anticorpos específicos contra o dador (AED), evidência de interação de

anticorpos com o endotélio vascular e alterações histológicas agudas ou crónicas. A

utilização de C4d como marcador tecidular de imunidade humoral tem tido impor-

tante papel para o diagnóstico de RH, há no entanto um considerável número de bió-

psias que mostram lesões mediadas por anticorpos que são negativas para este

marcador. A capacidade de fixação de c1q por parte dos AED parece ser uma ferra-

menta que poderá ajudar no diagnóstico de RH, nomeadamente naquelas em que

não se identificam depósitos de C4d.

Estudo: Foram analisadas todas as biópsias de enxertos renais de 2008 a 2015 do Cen-

tro Hospitalar e Universitário de Coimbra tendo 17 delas achados histológicos sugestivos

de rejeição humoral (crónica ou aguda), presença de anticorpos específicos contra

o dador e pesquisa de c4d. Foi ainda avaliada a capacidade de fixação de c1q.

Resultados: Dos 17 doentes biopsados, 8 (47%) revelaram a capacidade de fixação

de c1q sendo que 5 apresentavam depósitos de c4d. No que se refere aqueles que

não apresentavam capacidade de fixação de c1q (9), 6 apresentavam depósitos de

c4d. Relativamente à função do enxerto 59% (10) perderam o enxerto tendo 6 AED

com capacidade para fixarem complemento, e 7 com depósitos de c4d nos capilares

peritubulares. 4 apresentavam capacidade de fixação e c4d+.Nos doentes sem

perda do enxerto renal, 2 eram c1q+ e 7 c1q-.

Conclusão: Os números deste trabalho são de pequena dimensão e sem poder esta-

tístico para se poder tirar conclusões, sendo que os números parecem mostrar uma

tendência para uma maior perda de enxerto nos c1q + (60%) relativamente aos c1q-

(40%). Não parece existir uma correlação positiva entre a capacidade de fixação de

c1q e a presença de depósitos de c4d.

CB-IMUN-06CINÉTICA DE ANTICORPO DOADOR ESPECÍFICO EM PACIENTES COMREJEIÇÃO AGUDA MEDIADA POR ANTICORPO TRATADOS COMPLASMAFERESE E BORTEZOMIBLúcio R. Requião-Moura, Margareth Afonso Torres, Araci Sakashita, Maurício

Fregonesi R. Silva, Ana Cristina C. Matos, Alvaro Pacheco-Silva

Hospital Israelita Albert Einstein.

Introdução: a melhor opção de tratamento para a rejeição aguda mediada por an-

ticorpo (RAMA) não está bem definida em evidências robustas e recentemente o inte-

resse por drogas como o Bortezomib tem aumentado.

Objetivo: Avaliar a cinética de anticorpos doador específicos (DSA) em pacientes tra-

tados para RAMA com Plasmaferese (PP) e Bortezomib, naqueles com RAMA refratária.

Métodos: Avaliamos episódios de RAMA diagnosticados entre 2007 e 2014. O trata-

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13–15 OUTUBRO 2016 · PORTO · PORTUGALXIII CONGRESSO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSO LUSO BRASILEIRO DE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICO DE TRANSPLANTAÇÃO

COMUN

ICAÇÕES BREVES

59

mento da RAMA consitiu de PP adicionado de imunoglobulina (0,4g/kg) ao final da úl-

tima PP. Bortezomib foi utilizado em pacientes que não apresentaram redução supeior

a 50% no DSA mais elevado ou na soma dos DSA após 6-12 PP (RAMA refratária). DSA

foi detectado por Luminex e expresso em MFI. Cinética do DSA foi avaliada utilizando

três variáveis: DSA mais elevado, todos os DSA e soma dos DSA de cada paciente.

Resultados: A incidência de RAMA foi de 4,2% (n=32), com tempo médio para diag-

nóstico de 14 dias [8-883], sendo que 81,5% dos episódios ocorreram no primeiro mês.

As principais alterações na biópsia foram CPT (58,8%) e NTA (30%) e 20% tiveram C4d

negativo. O número de PP foi de 7,9±6,3 (6[1-24]). Entre todos os pacientes houve re-

dução significativa nas variáveis de cinética: DSA mais elevado de 6.436 para 1.175

(p<0,001); todos os DSA (n=56) de 4.872 para 1.087 (p<0,001); soma dos DSA de 7.395

para 1.966 (p<0.001). Bortezomib foi utilizado em 22% (n=7), sendo 57,1% advindos

de tratamento de dessensibilização. Nesses pacientes a PP interferiu pouco na cinética

dos DSA: todos os DSA (n=19) de 3.931 para 3.275 e soma dos DSA de 14.657 para

12.896. Após o Bortezomib houve redução para 1.308 (p=0,008) e 2.057 (p=0,006),

respectivamente. Sobrevida do enxerto e do paciente após 1 ano foram de 81,1% e

100%, respectivamente.

Conclusões: O tratamento da RAMA com PP foi efetivo em 80% dos pacientes. Nos de-

mais o uso de Bortezomib conferiu resposta satisfatória.

CB-IMUN-07ANTICORPOS ANTI-HLA DADOR: COMO ABORDAR? Isabel Mesquita1, Inês Aires1, Rui Abreu2, Rosário Sancho3, Luís Ramalhete3,

Fernanda Carvalho1, Helena Viana1, Patrícia Cotovio1, Fernando Caeiro1, Cecília

Silva1, Marília Possante1, Francisco Remédio1, Aníbal Ferreira1, Fernando Nolasco1

1-Serviço de Nefrologia, Hospital Curry Cabral, Lisboa, Portugal; 2-Serviço de

Nefrologia, Centro Hospitalar Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real, Portugal;

3-Centro do Sangue e da Transplantação de Lisboa – Área da Transplantação.

Introdução: Um dos avanços mais importantes na transplantação renal (Tx) foi a de-monstração do poder lesivo de aloanticorpos anti-HLA (DSA) e sua associação com arejeição mediada por anticorpos (ABMR). Métodos: Estudo retrospectivo em doentes (dts) transplantados entre Janeiro de 2010a Dezembro de 2014 com DSA identificados pós-Tx.Resultados: A presença DSA foi identificada em 57 dts e analisada em 3 grupos: anti-corpos (Ac) de novo (grupo A): ausência de DSA pré-Tx e crossmatch (XM) pré e pós(48h) (n=18); Ac pré-Tx (grupo B): presença de XM ou DSA, conhecidos antes do Tx ouaté 48h pós-Tx (n=26); Ac possívelmente pré-Tx (grupo C): sem XM ou pesquisa de singleantigen pré-Tx ou até 48h, com DSA identificado posteriormente (n=13). A avaliaçãohistológica estava disponível em 54 dts. O intervalo até à lesão foi: 16 meses no grupoA, 0,2 meses no grupo B e de 118 meses no grupo C. Os diagnósticos principais foram:ABMR aguda (n=13), ABMR crónica (n=9), glomerulopatia Tx (n=9), outras lesões nãorelacionadas (n=8) e sem alterações (n=15). Apesar da presença de DSA, 42.6%(n=23) não desenvolveram lesão renal dependente de anticorpos.Foi efetuada terapêutica em 61,4% dos casos (n=35/57), com múltiplas combinaçõesfarmacológicas: rituximab 50,9%, (n=29/57), IGIV 50,9%, (n=29/57) e plasmaférese12,3% (n=7/57). O aumento da imunossupressão/introdução de tacrolimus, everolimusconstituíram outras opções. Na evolução dos DSA verificou-se no grupo A que 27,8% negativaram, 5,6% estabili-zaram e 66,7% subiram; grupo B 30,8% negativaram, 3,8% estabilizaram e 65,4% su-biram e no grupo C 7,7% negativaram e 92,3% subiram. No que respeita ao follow-up, no grupo A 17 dts mantém o enxerto funcionante e 1 ini-ciou hemodiálise; no grupo B 21 dts mantém o enxerto, 4 começaram hemodiálise e1 morreu; no grupo C 5 dts mantém o enxerto, 7 iniciaram hemodiálise e 1 faleceu.87% dos dts com outras lesões histológicas não relacionadas/sem alterações tem oenxerto funcionante. Conclusão: Ausência de lesão renal significativa, apesar dos DSA, associou-se a ex-celente prognóstico. A identificação de DSA requer cuidados redobrados mas com vi-gilância activa e actuais protocolos terapêuticos é possível a manutenção dosenxertos no médio prazo.

CB-IMUN-08EM BUSCA DO MENOR RISCO IMUNE EM TRANSPLANTE RENAL. DETECÇÃODE ANTICORPOS ANTI-DOADOR POR PROVA CRUZADA POR CITOMETRIA DEFLUXO OU SINGLE ANTIGEN BEADS?Juliana Montagner, Heloisa Tarasconi, João Wurdig, Sandra Fernandes, Elizete

Keitel, Valter Garcia, Jorge Neumann

Laboratório de Imunologia de Transplantes e Serviço de Transplante Renal, Santa

Casa de Porto Alegre, RS, Brasil.

Apesar de já em uso há alguns anos, os testes baseados em single antigen beads (SAB)

ainda não alcançaram um consenso em sua interpretação e diversas modificações

tem sido testadas (desnaturação, EDTA, calor, diluições, C1q e outras). A ausência de

reação, levando a uma prova cruzada virtual negativa, é provavelmente o único re-

sultado largamente aceito.

É diretriz em nosso Hospital oferecer a possibilidade do transplante a receptores mesmo

na presença de anticorpos anti-HLA do doador (DSA), desde que a prova cruzada por

citometria de fluxo (cross flow) seja negativa. O objetivo deste estudo é o de analisar

o resultado destes transplantes e validar, ou não, esta política liberal.

Todos os transplantes com rim de doador falecido realizados entre 03/2013 e 03/2016

foram incluídos. Todos tiveram o cross flow pré-transplante negativo para linfócitos T e

B. A detecção de eventuais DSAs foi feita por SAB (One Lambda) após o tratamento do

soro com calor para evitar efeito prozona. Pacientes com anticorpos anti HLA-DP foram

excluídos por não termos ainda a tipagem DP dos doadores (N final = 526).

Avaliamos os seguintes parâmetros: sobrevida do enxerto e do paciente, creatinina

pós um ano e idade do doador. Estas variáveis foram comparadas em receptores com

e sem a presença de DSA anti-A, B, C, DR e/ou DQ (cutoff >1.000 mfi). Nenhum pa-

ciente foi transplantado com DSA acima de 5.000 mfi.

Os parâmetros estudados não mostraram qualquer diferença estatisticamente signifi-

cativa. Sobrevida do paciente em um ano foi de 92,7 x 90,2 % comparando presença

ou ausência de DSA (p=0.723). Sobrevida do enxerto foi de 83,6 x 85,7% (incluindo

perda por óbito) com a sem DSA (p=0.689). A creatinina em 1 ano foi de 1.85 e 1.77

com e sem DSA (p=0.318) e a idade do doador também não mostrou diferença, com

um p=0.206 para doadores <60 anos e um p=0.933 para >60.

Nossos resultados não mostraram diferença na sobrevida do paciente ou do enxerto

e nem na creatinine após um ano. Consideramos, portanto, que transplantar rins na

presença de DSA pode ser seguro, desde que a prova cruzada por citometria no pré-

transplante seja negativa.

CB-ENF-01CONSISTÊNCIA INTERNA DE QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DOCONHECIMENTO DE PACIENTES EM FILA DE TRANSPLANTE HEPÁTICOPriscilla Caroliny de Oliveira, Heloísa Barboza Paglione, Samantha Mucci,

Alessandra Duarte Santiago, Renata Fabiana Leite, Vanessa Silva e Silva, Janine

Schirmer, Bartira de Aguiar Roza

Universidade Federal de São Paulo.

Objetivo: Verificar a consistência interna de um questionário de avaliação de conhe-

cimento sobre o processo de transplante de fígado e avaliar o conhecimento dos can-

didatos em fila de espera para transplante de fígado, bem como sua percepção sobre

o próprio conhecimento.

Método: Estudo quantitativo, descritivo/exploratório com pacientes em lista de espera

para transplante de fígado.

Resultados: 62 pacientes constituíram a amostra, tempo de fila médio de 5,7 anos. A

média de acertos no questionário foi de 7,4 com desvio padrão de 2,5. As questões

relativas à fase pós-transplante tiveram os piores índices de acerto. 43% apontaram

ter recebido informações sobre doença e 77,4% não as consideraram suficientes. Com

relação à compreensão da doença e transplante, 37,1% e 45,2% apontaram respec-

tivamente compreensão insuficiente. A consistência interna do questionário, verificada

por meio do alpha de Cronbach foi 0,813.

Conclusão: Os resultados apontaram necessidades de informação em relação ao pe-

ríodo pós-operatório do transplante.

CB-ENF-03E-HEALTH DO TRANSPLANTE: DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMAINFORMATIZADO PARA ATENDIMENTO E MONITORAMENTO DO PACIENTETRANSPLANTADOMarcelo Longarezi Valvassora, Grazia Maria Guerra, Maria Cristina Mello Ciaccio

Hospital Israelita Albert Einstein.

Introdução: O transplante é um tratamento para muitas doenças crônicas, e tem comoobjetivo salvar vidas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes transplantado, sis-temas informatizados de monitoramento podem ser usados para o acompanhamentodesses pacientes em suas residência o que leva a redução de custos e garante aten-dimento a emergências com a urgência necessária. Objetivo: apresentar o desenvolvimento de um sistema informatizado para o atendi-mento e a monitoramento do paciente transplantado. Método: a trajetória desta pesquisa seguiu duas fases: a primeira foi uma revisão inte-grativa da literatura, do tipo metodológica, exploratória e descritiva. Os dados foramcoletados na Biblioteca Virtual em Saúde, nas Bases de Dados LILACS, MEDLINE eSCIELO e nos sites eletrônicos e a segunda a construção de um modelo de sistema in-formatizado, o e-health do transplante. Resultado: Na primeira fase foram encontradas 549 pesquisas após o cruzamento dosdescritores, sendo que 50% dos artigos foram encontrados na base Medline e 25% LI-LACs, 44% foram publicados no período de 2008 a 2009 e somente 16 atenderam oscritérios de inclusão e, entre essas, sete foram excluídas por estarem repetidas em duasbases de dados. Os artigos foram analisado detalhadamente com a presença de 3pesquisadores que extraíram as principais recomendações para a construção do “E-Health do Transplante”. A segunda fase compreendeu a construção da proposta dosistema informatizado que é composto pelas etapas de concepção, projeto, criaçãoe desenvolvimento do sistema e a apresentação do sistema com a descrição do pro-duto com seus componentes. O software desse projeto é uma versão alfa, que foi cons-truída em Linguagem de marcação de hipertexto e com Javascript. Conclusão: Buscou-se com a criação do modelo, alcançar objetivos como organiza-ção, padronização e operacionalização das atividades tendo em vista a promoção,recuperação e reabilitação do paciente, além de favorecer o conhecimento e a com-preensão dos fatores responsáveis pelas complicações potenciais, e organizar as con-dições necessárias para delinear o tratamento, o cuidado e a educação em saúdede forma qualificada.

CB-ENF-04COMPARAÇÃO DA NECESSIDADE DE CUIDADOS DE ENFERMAGEM ENTREOS PACIENTES SUBMETIDOS AO TRANSPLANTE HEPÁTICO E OS DEMAISPACIENTES CRÍTICOSAline Cafruni Gularte, Denise Espindola Castro, Débora Feijó Villas Bôas Vieira, Karla

Cusinato Hermann, Soraia Arruda

Hospital de Clínicas de Porto Alegre. RS/ Brasil.

O transplante é uma grande conquista da ciência no século XX, resultando numa me-

lhor qualidade de vida para os pacientes submetidos a essa terapia. Para isso, há ne-

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ICAÇÕES BREVES

cessidade de cuidados intensivos e de alta complexidade principalmente, no pós-

operatório imediato (POI).

Objetivos: Comparar se há diferença entre as necessidades de cuidado de enferma-

gem dispensados aos pacientes em POI de transplante hepático (TxH) com os demais

pacientes clínicos- cirúrgicos críticos no centro de terapia intensiva (CTI).

Método e Resultados: Avaliação da série histórica através do Nursing Activities Score

(NAS) entre pacientes submetidos a TxH e demais pacientes clínicos-cirúrgicos crítica-

mente enfermos, no período de janeiro de 2011 a junho de 2015 em uma CTI adulto

de um hospital de ensino no Sul do Brasil. Foram acompanhados um total de 2.486

pacientes com 21.828 observações no período e deste total, 118 foram pacientes que

receberam TxH (4,74% da amostra) com 589 observações. As médias do NAS de 24h

entre os pacientes críticos e os que foram submetidos a TxH foram respectivamente,

80,99% e 80,44% em 2011, 78,22% e 89,24% em 2012, 77,26% e 74,69% em 2013,

74,70% e 72,44% em 2014 e 79,53% e 81,86% em 2015. Apresentando uma diferença

somente no ano de 2012. Na análise da equação de estimativas generalizadas (GEE)

com dados de 2013 verificamos que ambos os grupos de paciente apresentam um

NAS mais elevado nas primeiras 48 horas de internação, sem diferença no NAS de

ambos os grupos. Foi significativo para um P< 0,05 a diferença das médias quando

comparado o primeiro e segundo dias em relação ao terceiro até o sétimo dias de in-

ternação. Esses indicadores permitem ao gestor de enfermagem prever a necessidade

da razão enfermeiro-paciente necessárias para o atendimento de qualidade e a se-

gurança deste paciente.

Conclusão: A série histórica permite avaliar a evolução das necessidades de cuidados

dos pacientes, sendo importante instrumento de gestão no CTI. Nesse estudo não foi

verificado diferença entre as necessidades de cuidados dos pacientes de TxH e demais

pacientes críticos, sugerindo que, os pacientes graves independentemente da causa

de internação não apresentam diferenças significativas nos cuidados prestados.

CB-ENF-05PAPEL DO ENFERMEIRO NO PERIOPERATÓRIO EM TRANSPLANTE DE PULMÃOINTERVIVOS: RELATO DE EXPERIÊNCIAEnf. Janete Mota Paixão e Andrea Conrad

Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre R/S.

Introdução: O transplante se pulmão inter vivos é uma alternativa terapêutica segurae eficaz no tratamento, determinando melhoria na qualidade e na perspectiva devida. O papel da enfermagem no centro cirúrgico é de suma importância para o su-cesso do transplante e por este motivo objetivou-se relatar o papel do enfermeiro noperi operatório.Metodologia: É um relato de experiência no qual descrevemos as principais atividadesdo enfermeiro no peri operatório no transplante de pulmão inter vivos. Resultado: Muitas funções cabem ao enfermeiro no Peri Operatório desde a parte bu-rocrática, organização do setor até a funcionalidade e esclarecimentos/orientaçõesgerais para o doador, receptor e para os acompanhantes. O primeiro papel do en-fermeiro neste procedimento é assegurar a segurança do doador e receptor garan-tindo que o procedimento seja realizado conforme o planejado, atendendo aos cincocertos: paciente, procedimento, lateralidade (lado a ser operado), posicionamento eequipamentos. Por ser um procedimento de alta complexidade é importante destacaralgumas atividades relevantes para o sucesso do transplante desde a retirada até oimplante do órgão: reservar UTI, preparar o doador e receptor, monitorizar ambos ospacientes depois de anestesiado, posicionar corretamente, alocar a equipe de en-fermagem, prever e prover materiais e equipamentos, comunicar o laboratório ebanco de sangue do início da cirurgia. Também faz parte do trabalho do enfermeiroa organização de documentos e a evolução dos pacientes.Conclusão: Considera-se de fundamental importância o papel do enfermeiro, atuandomuitas vezes não só como cuidador, mas também como psicólogo, justamente naquelemomento em que o paciente está apreensivo no bloco cirúrgico, aguardando pelotransplante, seja como receptor na expectativa de ver solucionado um problema quelhe afeta há anos, seja como doador consciente de que lhe será tirado um pedaço docorpo, mesmo que seja para proporcionar a cura de alguém que lhe é estimado. ¹ ².

CB-ENF-06CRENÇAS DE PROFISSIONAIS DA ENFERMAGEM RELATIVAS À DOAÇÃO DEÓRGÃOS E TECIDOS PARA TRANSPLANTEMaristela Santini Martins1, Fabiana Lopes Pereira Santana2, Fabiana Cristina Baza

Remédio Miname3, Lilia Alessandra Tardelli Bastos Antunes4, Maria Carolina Silvano

Pacheco Corrêa Furtado5, Marcelo José dos Santos6

1-Centro Universitário Adventista de São Paulo - UNASP / Escola de Enfermagem da

USP - EEUSP; 2-Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein - FICSAE;

3-Instituto Coração - InCor; 4-Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio -

CEUNSP; 5-Conselho regional de enfermagem de São Paulo - Coren-SP; 6-Escola de

Enfermagem da Universidade de São Paulo - EEUSP.

A falta de órgãos para transplante reflete não apenas um déficit de potenciais doadores

mas, também, falha no processo de captação, evidenciada pela reduzida conversão

de potenciais doadores em doadores cujos órgãos foram transplantados. Vários fatores

podem contribuir para a (não) efetivação da doação, dentre eles, as crenças dos pro-

fissionais de enfermagem, que podem interferir na tomada de decisão dos familiares.

Este estudo objetivou conhecer as crenças da equipe de enfermagem relativas ao

processo de doação de órgãos e tecidos para transplante.

Estudo exploratório, descritivo com abordagem qualitativa. Participaram membros da

equipe de enfermagem, que responderam uma entrevista, norteadas pelas questões:

O que você pensa sobre doação de órgãos e tecidos para transplante? Você já viveu

alguma experiência pessoal ou de alguém próximo com doação de órgão para trans-

plante?

As entrevistas foram transcritas e os discursos submetidos à análise temática, segundo

Minayo.

Foram identificadas as seguintes crenças relativas ao processo de doação de órgãos

e tecidos para transplante: O profissional que entrevista a família do possível doador

está interessado, unicamente, em captar os órgãos e tecidos; quando uma pessoa

viva doa um órgão, ela se prejudica; a legislação que regulamenta o processo de

doação de órgãos nem sempre funciona; questões religiosas influenciam a doação

de órgãos e tecidos para transplantes; a discussão sobre a doação de órgãos deve

ser iniciada na infância; a população é desinformada sobre o processo de doação

de órgãos; todas as pessoas deveriam doar órgãos e tecidos; a retirada de órgãos e

tecidos para transplante altera a aparência do corpo do doador; na retirada dos ór-

gãos para transplante, o cuidado está focado, unicamente, nos órgãos retirados, em

detrimento do corpo do doador; o transplante de órgãos e tecidos melhora a quali-

dade de vida do receptor; após o diagnóstico de morte encefálica, é possível a re-

versão do quadro; e a importância da doação de órgãos e tecidos para transplante

é inquestionável.

O conhecimento das crenças relativas à doação de órgãos e tecidos para transplante

pode contribuir para a discussão, capacitação e aprimoramento de profissionais de

enfermagem. Ainda, poderá servir de base para ações educativas para a equipe de

enfermagem como um todo.

CB-ENF-07O PAPEL DE ENFERMAGEM NA MANUTENÇÃO DO POTENCIAL DOADOR DEÓRGÃOSSoraia Arruda, Karla Cusinato Hermann, Denise Espindola Castro

Hospital de Clínicas de Porto Alegre / Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Introdução: A enfermagem tem um papel fundamental na manutenção do potencial

doador de órgãos, principalmente, na prevenção da deterioração orgânica que se

sucede com a morte do encéfalo. Devem ser realizados cuidados imediatos mesmo

quando as possibilidades terapêuticas curativas se esgotaram.

Objetivo: Descrever a atuação da enfermagem na assistência ao potencial doador de

órgãos e relacionar com os principais diagnósticos de enfermagem e fatores de risco.

Material e métodos: Trata-se de uma revisão bibliográfica não-estruturada que consi-

derou publicações pertinentes ao tema, tendo por base as diretrizes da Associação

de Medicina Intensiva Brasileira e da NANDA Inc.

Resultados: Os principais cuidados indispensáveis à manutenção do potencial doador

se referem às alterações da temperatura corporal, alterações endócrinas, adequação

do suporte nutricional, alterações hematológicas, ventilatórias e cuidados oculares.

Os principais diagnósticos de enfermagem relacionados e sinais e sintomas são: ven-

tilação espontânea prejudicada, desobstrução ineficaz de vias aéreas, troca de gases

prejudicada, e déficit no autocuidado para banho. Os fatores de risco associados

são: risco de infecção, risco de sangramento, risco de desequilíbrio eletrolítico, risco

de glicemia instável, risco de lesão de córnea, risco de desequilíbrio na temperatura

corporal, risco de volume de líquidos deficiente, e risco de débito cardíaco diminuído.

Discussão e Conclusão: Os cuidados de excelência na manutenção dos potenciais doa-

dores não diferem, significativamente, daqueles que dispensamos aos pacientes critica-

mente enfermos. É fundamental conhecer os processos fisiopatológicos que envolvem a

ME e colocar em prática tais conhecimentos, pois assim o enfermeiro pode instituir medidas

terapêuticas adequadas, contribuindo para mudanças no cenário dos transplantes.

CB-ENF-08ADESÃO TERAPEUTICA NO PÓS TRANSPLANTE - HEPÁTICOLídia Carvalho

Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

A não adesão é um problema que surge diariamente na nossa prática. No caso dos

doentes submetidos a transplante hepático, a não adesão terapêutica constitui um

factor preditivo de morbilidade e mortalidade.

Apesar de pensarmos que um doente submetido a transplante hepático deva ter uma

adesão terapêutica praticamente de 100%, a verdade, é que isso não acontece. Pois,

apesar de ter estado numa lista de espera e dependente da disponibilidade de um

órgão, estudos existentes revelam taxas elevadas de não adesão terapêutica de

doentes transplantados.

Sendo a adesão terapêutica um dos factores mais importantes para o sucesso do

transplante hepático, a equipa da unidade de transplantação deve saber quais as

dificuldades sentidas pelos doentes, no intuito de as colmatar.

Com o objectivo de conhecer e melhorar a adesão ao regime terapêutico dos doen-

tes no pós transplante hepático, vamos apresentar os dados dos primeiros 8 meses de

2016, o que nos vai permitir determinar a taxa de não adesão, bem como as suas

causas no sentido de desenvolver estratégias de adesão.

CB-ENF-09MENSURACAO DA ADESAO A TERAPIA DE IMUNOSSUPRESSORES-IMSS EMADULTOS NO POS TRANSPLANTE RENAL-PTXR EM HOSPITALTRANSPLANTADOR NO BRASILRenata Leite, Bartira de Aguiar Roza, Janine Schirmer, Vanessa S Silva, Priscilla C. de

Oliveira, Jose Osmar Medina Pestana

Universidade Federal de Sao Paulo / Hospital do Rim.

A adesao e um desafio importante na vida dos pacientes no PTXR, por ser uma questao

multifatorial, segundo Organizacao Mundial de Saude. O Objetivo do estudo explora-

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ICAÇÕES BREVES

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torio, prospectivo, transversal foi mensurar a adesao a terapia de imunossupressores

em 181 adultos no PTXR, no periodo de janeiro de 2014 a dezembro 2015.

Metodo: Aplicacao de questionarios estruturados como BAASIS®,socio- econômico

baseado no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica e clinico em adultos PTXR com

mais de quatro semanas apos alta hospitalar.

Discussao / Resultados: Amostra estudada foi homogenia entre homens e mulheres,

faixa etaria media foi de 44 anos,media de 5,3 anos de transplante renal,com renda

familiar entre 1 a 4 salarios minimos brasileiros,100 nomearam-se catolicos e 71 Evan-

gelicos, 66 possuem o nivel fundamental e 70 o ensino medio,sao utilizados 1,3 meio

de transporte para ir as consultas multiprofissionais sobressaindo o uso de ônibus,trem

e ambulancia. Os de raca parda,casados,com indice massa corporal normal,com

vinculo empregatício tem maior adesao em comparacao aos solteiros, divorciados/se-

parados, autonomos e obesos.Provavelmente, porque estes ultimos apresentam vin-

culo social mais empobrecido e nao possuem uma rotina tao rigorosa a ser seguida

quanto o outro grupo. Quanto a variavel cuidador,atendimento farmaceutico exclu-

sivo,rejeicao aguda do enxerto nao interferiram na avaliacao da adesao neste pe-

riodo de estudo. A maioria fazia uso do esquema triplice de IMSS com destaque ao

tracolimo, azatioprina ou micofenolato e prednisona.O tempo medio de separacao

de IMSS foi de 4,02 minutos. Identificamos na aplicacao do BAASIS que 106 pacientes

responderam “nunca” nas quatro situacoes do BAASIS® apontando adesao total,sendo

que 34 deixaram de aderir a uma das quatro situacoes uma vez por mes. De uma

forma geral,tem-se que 75 pacientes deixaram de aderir a uma das quatro situacoes

nas ultimas quatro semanas, valor este superior ja encontrado em outros centros inter-

nacionais.

Conclusão: Devemos concentrar esforcos nas questoes diretas e indiretas que envol-

vem a adesao,da compreensao,mais proxima da realidade,da participacao ativa do

individuo no seu tratamento.Novas estrategias devem ser tracadas para atinguir me-

lhores niveis de adesao e diminuir os riscos de eventual perda do enxerto.

CB-ENF-10TRANSPLANTADOS CARDÍACOS ACOMPANHADOS EM AMBULATÓRIO:IDENTIFICAÇÃO DOS DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEMSusana Beatriz de Souza Pena, Vera Lúcia Mendes de Paula Pessoa, Nádia Moraes

de Almeida e Lúcia de Fátima da Silva

Hospital Doutor Carlos Alberto Studart Gomes, referência norte-nordeste no Brasil.

Localizado na cidade de Fortaleza, estado do Ceará-BRASIL.

Trata-se de um estudo acerca da identificação de diagnósticos de enfermagem mais

prevalentes em pacientes transplantados do coração. Consideram-se as doenças crô-

nicas uma epidemia na atualidade, pois atingem tanto países subdesenvolvidos como

desenvolvidos.

Objetivo: Descrever os diagnósticos de enfermagem prevalentes em pacientes trans-

plantados cardíacos adultos acompanhados em ambulatório de um hospital de refe-

rência em Fortaleza-Ceará.

Metodologia: A pesquisa foi descritiva exploratória de campo e realizada em uma

Unidade de Transplante e Insuficiência Cardíaca da instituição, com pacientes trans-

plantados cardíacos em acompanhamento ambulatorial. Para coleta dos dados, uti-

lizou-se um formulário aplicado no ambulatório de IC, no período de setembro a

dezembro de 2015. Foram incluídos pacientes transplantados cardíacos adultos com

idade maior que 19 anos e menor que 60 anos e excluídos os que transplantaram

outro órgão além do coração. A amostra foi de 55 pacientes. Os dados descritivos

foram apresentados em tabelas, considerando frequências absolutas e relativas. A in-

ferência dos diagnósticos de enfermagem, aprendidos a partir do levantamento de

dados pela entrevista e exame físico foi realizado utilizando raciocínio crítico e julga-

mento clínico, conforme a taxonomia da Nanda I. A pesquisa considerou, sob o ponto

de vista da ética, a Resolução 466/2012, do Conselho Nacional de Saúde.

Resultados: Foram encontrados que 80% dos transplantados eram homens, com va-

riação de idade de 22 a 59 anos, 61,8% eram casados, 49% tinham até 9 anos de

estudo, 56,4% residiam em outra capital e 63,6% recebiam até 1 salário mínimo. Os

diagnósticos de enfermagem mais prevalentes foram: Risco de função cardiovascular

prejudicada (96,4%), Estilo de vida sedentário (90,9%), Conhecimento deficiente

(61,8%), Risco de perfusão tissular cardíaca diminuída (36,3%), Risco de perfusão tis-

sular periférica ineficaz (32,75), Risco de resposta alérgica (27,3%), Risco de débito

cardíaco diminuído (23,6%) e Dor aguda (21,8%).

Conclusão: Observou-se que o perfil desta população é crítico e vulnerável a diversos

fatores de riscos cardiovasculares. Percebe-se a importância do diálogo entre o en-

fermeiro e o paciente em prol de se atingir a confiança e assim sensibilizá-lo sobre a

importância da adesão ao tratamento pós-transplante.

CB-ENF-11LOGÍSTICA DO TRANSPORTE DE ÓRGÃOS DESTINADOS A TRANSPLANTES EMUM ESTADO NO SUL DO BRASILSuellyn Valdirene Da Silveira, Keyla Cristiane do Nascimento

Universidade Federal de Santa Catarina, BRASIL.

Introdução: Desde a década de 1960, com os primeiros transplantes renais e cardía-

cos realizados no mundo, e com a evolução dos conhecimentos técnicos e científicos

da farmacologia da rejeição de órgãos e tecidos (que culminou com a criação da

ciclosporina na década de 1980), mesmo sendo uma tônica em debate no campo

médico e científico do contexto em saúde e sociedade, a atividade de transplante

de órgãos ainda encontra profundas lacunas no que diz respeito à estudos logísticos.

No Brasil, os aspectos logísticos são considerados como a segunda maior causa de

não efetivação de transplantes após a notificação da morte encefálica, perdendo

somente para a não efetivação por negativa familiar.

Objetivos: Descrever o processo logístico de transporte de órgãos destinados para

transplante realizados no estado de Santa Catarina, além de identificar os trâmites lo-

gísticos para transporte efetivo de órgãos destinados a transplante e os fatores/condi-

ções facilitadoras e dificultadoras durante o processo de transporte de órgãos.

Metodologia: Estudo exploratório-descritivo, com abordagem qualitativa, sendo es-

colhida a Análise de Conteúdo postulada por Laurence Bardin para processamento

dos dados. As informações foram coletadas por meio de questionário online disponi-

bilizado com o aplicativo Survey Monkey®™ aos participantes da pesquisa, contando

10 questões abertas que procuravam observar a experiência do profissional e o pro-

cesso de trabalho em relação ao transporte de órgãos. Os aspectos éticos foram se-

guidos de acordo com a Resolução n. 466/2012 do Conselho Nacional de

Saúde/Brasil.

Resultados: Foram encontradas quatro categorias de acordo com análise de con-

teúdo, porém só apresentaremos duas devido à extensão do projeto: 1.Atividades es-

senciais e trâmites para o transporte de órgãos efetivo e seguro; 2.Obstáculos

encontrados para o transporte de órgãos no Estado de Santa Catarina.

Considerações Finais: Espera-se que este trabalho possa dar subsídios científicos mais

concretos para a prática do transporte de órgãos no Estado de Santa Catarina, po-

dendo tornar-se um estudo de referência no que diz respeito ao processo logístico de

captação e transporte de órgãos destinados à transplante na região. Além disso, es-

pera-se somar este trabalho à produção científica nacional na área de transplante

de órgãos, que ainda encontra obstáculos e lacunas.

CB-ENF-12INTEGRAÇÃO PSICOLOGIA E ENFERMAGEM NA AVALIAÇÃO DECUIDADORES DE CANDIDATOS `A FILA DE ESPERA PARA TRANSPLANTECARDÍACO: RELATO DE EXPERIÊNCIAElaine Marques Hojaij, Fabricio Canova Calil, Bruna Carneiro Oliveira, Maria

Auxiliadora Ferraz, Silvia Moreira Ayub Ferreira

Hospital Sírio Libanês, Centro de Cardiologia, São Paulo - SP, Brasil.

Introdução: Avaliação de candidatos a transplante cardíaco verifica condições gerais

ideais para obter melhor qualidade de vida e maior sobrevida no pós-transplante. Esta

engloba o conhecimento da rede de suporte social/familiar do candidato. Deve-se

identificar um ou mais cuidadores, capazes de assumir a responsabilidade pelos cui-

dados do paciente e cumprir organizada e seguramente as recomendações do tra-

tamento. Entrevistas com cuidadores ocorrem individualmente, com psicólogos,

assistentes sociais e enfermeiros. Ausência de cuidadores ainda durante o período crí-

tico da internação pós-cirurgia, não é incomum na nossa prática.

Métodos: Entrevistas conjuntas com enfermagem, psicologia e potenciais cuidadores

(não excluindo entrevistas individuais). Enfermeiro oferece informações sobre o pro-

cesso de transplante (avaliação, fila de espera, pós-operatório imediato e pós-ope-

ratório tardio). Mesmo já de posse, profissionais novamente colhem informações sobre:

estado civil; escolaridade; atividade profissional; moradores da residência aonde o

paciente iria após o transplante; rotina/dinâmica da família; disponibilidade de

tempo/afetiva; pessoas que efetivamente se envolveriam no tratamento; uso de subs-

tancias psicoativas, história de doença mental e tratamentos destas; possibilidade de

deslocamento (sempre que necessário) ao ambulatório de seguimento pós trans-

plante; disponibilidade para permanência no hospital durante período de internação

para transplante; grau de compreensão das informações recebidas; capacidade de

expressão e de assumir postura ativa. Reações dos participantes são observadas e re-

gistradas pela psicóloga. Psicóloga também é facilitadora dos questionamentos dos

cuidadores e orientação do enfermeiro. Ao final, todos assinam Termo consentindo

que foram orientados sobre todo o processo.

Resultados: Contradições que ocorriam nos discursos de pacientes e cuidadores são

melhor esclarecidas. Potenciais cuidadores passaram a avaliar melhor suas condições

para assumirem os cuidados e passou-se a ter maior número de cuidadores conside-

rando-se incapazes para isto, evitando que o “abandono” se configure após a cirurgia

(nestes casos, alternativas são avaliadas junto ao paciente). O tempo dispensado para

estas avaliações reduziu-se. Maior integração entre profissionais, aprendizado e cum-

plicidade nas discussões de casos com equipe de saúde. Complementação das ati-

vidades executadas por cada um.

Conclusão: Esta prática simples do trabalho em conjunto da psicologia com enfer-

magem contribui para maior agilidade e efetividade no processo de seleção de cui-

dadores mais aptos e envolvidos no processo de tratamento.

CB-ENF-13A EQUIPE DE SAÚDE DAS UNIDADES DE CRÍTICOS: A DIFÍCIL DECISÃO EMDESCONECTAR O SUPORTE AO PACIENTE EM MORTE ENCEFÁLICA APÓS ARECUSA FAMILIARNeide da Silva Knihs, Ana Caraolina Zanoni, Aline Pestana Magalhães, Aline

Ghellere, Ivonei Bittencourt, João Luiz Erbs

Universidade Federal de Santa Catarina.

Quando do diagnóstico de Morte Encefálica, o paciente torna-se um potencial doador

de órgãos e tecidos (com exceção das contra indicações absolutas), nesse momento

a família é entrevista sobre a possibilidade de doação. Quando essas pessoas optam

em não autorizar a doação ou quando esse paciente não for um potencial doador, a

equipe médica das unidades de críticos tem respaldo legal (Resolução 1.826/2007)

para desconectar os equipamentos e entregar o corpo à família. Contudo, ainda há

muitos casos em que esse procedimento não é realizado e o corpo permanece por

alguns dias, mesmo morto, conectados aos equipamentos. Objetivo: identificar se a

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13–15 OUTUBRO 2016 · PORTO · PORTUGALXIII CONGRESSO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSO LUSO BRASILEIRO DE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICO DE TRANSPLANTAÇÃO

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COMUN

ICAÇÕES BREVES

equipe de saúde segue a resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) para

desligar os equipamentos quando a família recusa a doação de órgãos e tecidos.

Trata-se de um estudo quantitativo e descrito. A coleta de dados foi realizada em um

hospital geral de grande porte do sul do Brasil. Os dados foram obtidos juntos aos pro-

fissionais que atuam nas unidades de pacientes críticos. Para as análises descritivas

das variáveis quantitativas foram utilizadas as frequências relativas (percentuais) e a

frequência absoluta (N) das classes de cada variável. Participaram do estudo 83 pro-

fissionais, 21 médicos (25,4%), 31 enfermeiros (37,3) e 31 técnicos de enfermagem

(37,3). 47% dos entrevistados estão na faixa etária entre 30 e 39 anos, destes 39,8%

possuem +84 meses de formação profissional e atuam cerca de 01-11 meses na uni-

dade 31,3%. Quando questionados se acreditavam no diagnóstico de ME, 100%

(n=21) dos médicos, 93,50% (n=28) dos enfermeiros e 97% (n=29) dos técnicos de

enfermagem acreditam nesse diagnóstico. Quando questionados aos médicos se evo-

luiriam para retirar todo o suporte caso a família recusasse a doação 43% (n=9) res-

ponderam que não evoluiriam. Quando questionados a equipe de enfermagem se

desligariam os equipamentos caso o médico evoluísse no prontuário, 22,6% (n=7) dos

enfermeiros não fariam e 42% (n=13) dos técnicos de enfermagem não fariam. Con-

siderações finais, apesar de praticamente 95% dos profissionais dizer que acreditam

no diagnóstico de ME, há muitas dúvidas sobre a sessar o suporte terapêutico e entre-

gar o corpo a família quando do diagnóstico de ME.

CB-PUL-01AVALIAÇÃO FUNCIONAL E DA MECANICA VENTILATÓRIA DE PULMÕESSUBMETIDOS AO TRATAMENTO COM SOLUÇÃO SALINA HIPERTONICA EMMODELO DE MORTE ENCEFALICALiliane Moreira Ruiz, Vanessa Sana Vilela, Karina Andrighetti Braga, Natalia

Aparecida Nepomuceno, Aristides Tadeu Correia, Paulo Manuel Pêgo Fernandes

Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

As baixas taxas de captação de órgãos sólidos é um fator problemático para a maioria

das equipes transplantadoras, principalmente para a equipe do transplante de pul-

mão, em virtude da suscetibilidade desse órgão quando exposto a ação deletéria do

mecanismo da morte encefálica. Neste contexto a utilização de solução salina hiper-

tônica surge como recurso terapêutico que vem sendo difundido na prática clinica,

para reposição volêmica e também por apresentar função imunomodulatória. OBJE-

TIVO: Utilizar a solução salina hipertônica para a melhora da perfusão pulmonar em

animais submetidos a morte encefálica.

Metodo: Vinte ratos wistar subdivididos em quatro grupos. FALSO OPERADO – animais

submetidos ao procedimento cirúrgico, trepanação, sem indução da morte encefá-

lica; MORTE ENCEFÁLICA – animais submetidos ao procedimento cirúrgico, trepanação,

indução da morte encefálica e administração de 4ml/kg de solução fisiológica 0,9%;

HIPERTONICA 0’ - animais submetidos ao procedimento cirúrgico, trepanação, indução

da morte encefálica e administração de 4ml/kg de solução salina hipertônica ime-

diatamente após a morte encefálica e HIPERTONICA 60’ - animais submetidos ao pro-

cedimento cirúrgico, trepanação, indução da morte encefálica e administração de

4ml/kg de solução salina hipertônica uma hora após a morte encefálica. Foram ava-

liados parâmetros da função pulmonar (delta pO2) nos momentos inicial e final, com-

placência pulmonar e resistência das vias aéreas e tecidual, nos momentos inicial, 2

horas e 4 horas pós morte encefálica.

Resultados: Foi observado uma diminuição da função pulmonar ao longo do tempo,

com significativa redução do delta pO2 nos grupos HIPERTONICA 60’ e FALSO OPERADO

(p=0,008 e 0,05, respectivamente). Na analise da complacência, o grupo MORTE EN-

CEFÁLICA apresentou queda significativa em relação ao seu valor basal (P=0,037) ao

longo do tempo. No mesmo grupo MORTE ENCEFÁLICA, houve aumento significativo

da resistência ventilatória (p=0,012) ao longo do tempo. Tais diferenças não foram

observadas nos demais grupos.

Conclusão: A morte encefálica não altera a função pulmonar e a resistência das vias

aéreas, entretanto, prejudica a resistência tecidual e a complacência pulmonar. Tanto

o tratamento precoce quanto o tardio atuam como elementos protetores ao longo do

tempo da mecânica ventilatória.

CB-PUL-02COMPLICAÇÕES ABDOMINAIS APÓS TRANSPLANTE PULMONARHerbert Felix Costa, Paula Malvezzi Messias, Oswaldo Gomes Júnior, Lucas Matos

Fernandes, Luis Gustavo Abdalla, Silvia Vidal Campos, Marcos Naoyuki Samano,

Paulo Manuel Pêgo Fernandes

Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da FMUSP.

O transplante pulmonar é o tratamento de escolha para pacientes com doença pul-

monar avançada refratária ao tratamento conservador. Complicações de trato gas-

trointestinal e trato biliar estão entre as mais frequentes no período pós-transplante,

com incidências que giram em torno de 40% a 62%. O objetivo deste estudo foi ana-

lisar a incidência de complicações abdominais nos pacientes submetidos a trans-

plante pulmonar no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP entre os

anos de 2003 e 2014.

Foram analisados retrospectivamente prontuários dos 216 pacientes que foram sub-

metidos a transplante pulmonar entre agosto de 2003 e dezembro de 2014 no InCor-

HCFMUSP. Os pacientes foram seguidos por um ano após o transplante com o objetivo

de identificar complicações abdominais, definidas como qualquer quadro pós-ope-

ratório acometendo trato gastrointestinal, fígado, pâncreas ou vias biliares com ne-

cessidade de tratamento farmacológico, cirúrgico, endoscópico ou radiológico.

As complicações abdominais foram classificadas como precoces (<30 dias) e como

tardias (>30 dias até 1 ano). A gravidade das complicações foi categorizada segundo

a classificação de Clavien-Dindo.

Foram realizados 221 transplantes em 216 pacientes no período analisado (5 re-trans-

plantes), sendo 174 (79%) bilaterais e 47 (21%) unilaterais. A principal causa de trans-

plante foi enfisema pulmonar (23%), seguida por fibrose cística (22%), bronquiectasia

(19%) e fibrose pulmonar (18%). O número de pacientes com alguma complicação

abdominal foi de 36 pacientes (16,3%), sendo as principais causas abdome agudo

inflamatório (17%), abdome agudo obstrutivo (17%), gastroparesia (11%), síndrome da

obstrução intestinal distal (11%), abdome agudo perfurativo (8%) e CMV (8%), sendo

todas as demais causas contabilizando apenas um caso cada. Separando esses pa-

cientes de acordo com a classificação de Clavien-Dindo, tivemos 17 pacientes

(47,2%) com complicações grau II, 3 pacientes (8,3%) com complicações grau IIIa, 5

pacientes (13,8%) com complicações grau IIIb, 7 pacientes (19,4%) com complica-

ções grau IV e 4 pacientes (11,3%) com complicações grau V

Complicações abdominais são eventos comuns após transplante pulmonar, sendo as-

sociados a importante morbimortalidade. Portanto, deve-se dar especial atenção ao

risco de evolução para esse tipo de complicação para se ter um reconhecimento e,

por conseguinte, um tratamento precoce e mais eficaz.

CB-PUL-03RECONDICIONAMENTO PULMONAR IN-VIVO ATRAVÉS DO USO DASOLUÇÃO DESTEEN EM MODELO DE CHOQUE HEMORRÁGICOKarina Andrighetti de Oliveira Braga, Liliane Moreira Ruiz, Natalia Aparecida

Nepomuceno, Aristides Tadeu Correia, Paulo Manuel Pêgo Fernandes

Incor - Instituto do Coração do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da

Universidade de São Paulo.

O choque hemorrágico é frequente em doadores de órgãos, em sua maioria vitimas

de trauma. Nesses pacientes, a reposição volêmica (NaCl a 0,9%), muitas vezes con-

tribui com a formação de edema pulmonar. A solução de Steen tem apresentado re-

sultados positivos na redução de edema pulmonar em experimentos de perfusão ex

vivo, em virtude do seu potencial coloidosmótico. Trata-se de uma solução tamponada,

do tipo extracelular, contendo dextrano e albumina. Nossa hipótese baseia-se na re-

cuperação volêmica in vivo através da infusão de solução de Steen em modelo de

choque hemorrágico. Para isso foram estudados os seguintes grupos experimentais:

Grupo SHAM, submetido à cateterização vascular e monitoramento durante 190 minu-

tos; Grupo CHOQUE, manutenção do choque hipovolêmico (PA=40mmHg) e observa-

ção por 190 minutos; Grupo STEEN e Grupo ALBUMINA, manutenção em choque

hipovolêmico por 60 minutos seguidas de tratamento com a solução de Steen (4ml/kg)

ou Albumina (4ml/kg), respectivamente. Foram avaliados: Pressão Arterial Média (PAM),

função pulmonar e mecânica ventilatória. Os dados foram registrados no momento

basal, pós choque e pós tratamento. RESULTADOS: Após 10 minutos do início do experi-

mento, a PAM foi menor nos grupos submetidos ao Choque hemorrágico quando com-

parados ao grupo SHAM (p<0,001). Houve recuperação dos níveis pressórico nos

grupos tratados STEEN e ALBUMINA. A função pulmonar, medida através da gasometria

arterial (delta PO2), diminuiu ao longo do tempo no grupo CHOQUE (p=0,016). Não

houve diferença estatística de deltaPO2, ao longo do tempo, nos demais grupos. O

Choque hemorrágico não alterou os parâmetros de resistência tecidual pulmonar e re-

sistência das vias aéreas. No entanto, houve diminuição da complacência pulmonar

nos animais do grupo CHOQUE ao longo do tempo (p<0,001). Não houve variação da

complacência pulmonar ao longo do tempo nos grupos SHAM e tratados com STEEN

ou ALBUMINA (p> 0,093). Não observamos diferença estatística entre o grupo submetido

à reposição volêmica com STEEN em relação ao grupo que recebeu ALBUMINA.

Conclusão: O Choque hemorrágico diminui a função e a complacência pulmonar ao

longo do tempo. A reposição volêmica com STEEN ou ALBUMINA atua como um trata-

mento protetor em relação a esses parâmetros.

CB-PUL-04EFEITOS DO BASILIXIMABE E DA TERAPIA TRÍPLICE NA EXPRESSÃO DO GENEMUC5AC E NA QUALIDADE DO MUCO DE VIAS AÉREAS DE RATOSAristides Tadeu Correia, Afonso da Silva Alves Bento, Hugo Kenji Matsushima Hirano,

Elizabete Silva dos Santos, Maria Cecília Ribeiro de Souza, Marcia Cristina Augusto

Cottet, Monique Matsuda, Paulo Manuel Pêgo-Fernandes, Rogerio Pazetti

Laboratório de Pesquisa em Cirurgia Torácica-LIM61, Programa de Pós-Graduação

em Cirurgia Torácica e Cardiovascular, Instituto do Coração-InCor, Hospital das

Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Introdução: Estudos prévios mostraram que as drogas imunossupressoras comumente

usadas no transplante de pulmão prejudicaram a depuração mucociliar das vias aé-

reas de ratos. O basiliximabe tem sido usado como terapia de indução antes do trans-

plante pulmonar em diversos centros ao redor do mundo e com poucos relatos de

efeitos colaterais. Assim, devido à sua alta especificidade e poucos efeitos indeseja-

dos, acreditamos que o basiliximab, diferentemente das outras drogas imunossupres-

soras, não altera a reologia do muco, a quantidade de muco ácido e neutro e a

expressão de mucina pelo gene Muc5ac.

Métodos: Quarenta ratos Wistar machos foram divididos em 4 grupos: Controle (água);

Basiliximabe; Terapia Tríplice (tacrolimus, micofenolato e prednisona), e Basiliximabe +

Terapia tríplice. O basiliximabe foi administrado em duas doses (1º. e 4º. dia do estudo).

As drogas da terapia tríplice foram administradas por gavagem diariamente por 7 dias,

com início no dia da 2ª.dose de basiliximabe. Após este período, foi avaliada a trans-

portabilidade do muco in vitro, a quantidade de muco ácido e neutro em lâminas co-

radas com ácido periódico de Schiff e azul alciano, e a expressão do gene Muc5ac

por PCR em tempo real.

Page 63: Download do Livro de Resumos

13–15 OUTUBRO 2016 · PORTO · PORTUGALXIII CONGRESSO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSO LUSO BRASILEIRO DE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICO DE TRANSPLANTAÇÃO

COMUN

ICAÇÕES BREVES

63

Resultados: Não houve diferença significativa entre os grupos em nenhum dos parâ-

metros analisados (p > 0,05).

Conclusão: O basiliximabe e a terapia tríplice não alteraram a reologia do muco, a

quantidade de muco ácido e neutro e a expressão de mucina do gene Muc5ac após

7 dias de tratamento. Apoio financeiro: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado

de São Paulo.

CB-PUL-05AVALIAÇÃO DA MECÂNICA VENTILATÓRIA APÓS TRANSPLANTE PULMONARUNILATERAL EM RATOS: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO COM CREATINAFrancine Maria de Almeida, Angela da Silva Battochio, João Napoli Pitton, Katiusa

de Abreu Alves, Paulo Manuel Pêgo Fernandes, Rogerio Pazetti

Laboratório de Pesquisa em Cirurgia Torácica-LIM61, Programa de Pós-Graduação

em Cirurgia Torácica e Cardiovascular, Instituto do Coração – InCor, Hospital das

Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Brasil.

Introdução: A lesão de isquemia e reperfusão após o transplante pulmonar é a prin-

cipal causa de disfunção do enxerto e está associada com inúmeras alterações es-

truturais e funcionais, como diminuição da integridade da barreira alvéolo-capilar e

edema alveolar e intersticial. O uso da creatina monohidratada (Cr) para fins terapêu-

ticos vem crescendo nos últimos anos devido ao seu potencial efeito antioxidante,

além de capacidade de estabilização de membranas celulares e melhora na capa-

cidade energética das células, com resultados benéficos na prevenção e tratamento

de doenças musculares, neurológicas e cardiovasculares.

Objetivo: Avaliar o efeito da suplementação com creatina sobre a mecânica ventila-

tória de animais submetidos a transplante pulmonar unilateral.

Métodos: Foram utilizados 32 ratos machos Wistar (350g) como receptores, randomi-

zados em quatro grupos de acordo com: (i) administração de água (A) ou creatina

(Cr, 0,5/kg/dia) dada aos doadores, por gavagem, cinco dias antes do transplante; e

(ii) tempo de isquemia fria do enxerto (90 ou 180 minutos). Durante o transplante, os

animais foram ventilados com o aparelho flexiVent (volume corrente=10mL/kg, fre-

quência respiratória=80 ciclos/min e PEEP=2 cmH2O). A anestesia geral foi mantida

com 3% de isoflurano. Imediatamente após a reperfusão do enxerto e após 120 mi-

nutos, avaliamos a resistência das vias aéreas (RAW), a resistência (GTIS) e a elastância

(HTIS) do tecido pulmonar.

Resultados: Após a reperfusão imediata, os grupos que receberam creatina apresen-

taram diminuição de resistência e elastância de tecido: GTIS (A90 vs Cr90, p=0,038);

A180 vs Cr180, p=0,001); e HTIS (A90 vs Cr90, p=0,003; A180 vs Cr180, p=0,021); e

de maneira similar após a reperfusão final: GTIS (A180 vs Cr180, p=0,003); e HTIS (A90

vs Cr90, p=0,021; A180 vs Cr180, p=0,049). A resistência das vias aéreas aumentou

na reperfusão imediata (A90 vs Cr90, p=0,009; A180 vs Cr180, p=0,044).

Conclusão: A suplementação com creatina atenuou os danos causados pela IR neste

modelo de transplante pulmonar unilateral em ratos.

Apoio financeiro: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.

CB-PUL-06EFEITOS DO BASILIXIMABE ASSOCIADO OU NÃO COM A TERAPIA TRÍPLICESOBRE A EXPRESSÃO DO GENE MUC5B NAS VIAS AÉREAS DE RATOSMarcia Cristina Augusto, Aristides Tadeu Correia, Elizabete Silva dos Santos, Maria

Cecília Ribeiro, Monique Matsuda, Paulo Manuel Pêgo-Fernandes, Rogerio Pazetti

Laboratório de Pesquisa em Cirurgia Torácica-LIM61, Programa de Pós-Graduação

em Fisiopatologia Experimental, Faculdade de Medicina da Universidade de São

Paulo.

Um dos maiores desafios no tratamento dos pacientes receptores de enxerto pulmonar

continua sendo evitar os efeitos colaterais tóxicos das drogas imunossupressoras, como

ciclosporina, tacrolimus, azatioprina e micofenolato. Experimentalmente, já demons-

tramos que tais drogas interferem na depuração mucociliar das vias aéreas de ratos,

seja diminuindo a frequência de batimento ciliar, seja alterando as características vis-

coelásticas do muco respiratório. Considerando o aumento do uso das drogas de in-

dução da imunossupressão nos últimos anos, julgamos importante verificar se o

basiliximabe apresenta os mesmos efeitos observados com as outras drogas. Assim,

este estudo tem por objetivo analisar se a expressão do gene Muc5b, responsável pela

produção de uma das principais mucinas componentes do muco respiratório, é afe-

tado pelo uso do basiliximabe associado ou não à terapia tríplice. Quarenta ratos Wis-

tar machos foram divididos em 4 grupos: Controle (água); Basiliximabe; Terapia Tríplice

(tacrolimus, micofenolato e prednisona), e Basiliximabe+Terapia tríplice. O basiliximabe

foi administrado em duas doses (1º. e 4º. dia do estudo). As drogas da terapia tríplice

foram administradas por gavagem diariamente por 15 dias, com início no dia da

2ª.dose de basiliximabe. Após esse período, os animais foram eutanasiados, amostras

do parênquima pulmonar coletadas e o RNA total extraído para análise da expressão

gênica por PCR em tempo real. Não houve diferença significativa entre os grupos

quanto à expressão relativa do gene Muc5b (p>0,05). Assim, concluímos que o basi-

liximabe e a terapia tríplice baseada no tacrolimus não alteraram a expressão do

gene Muc5b. Para realizar este estudo tivemos apoio financeiro da Fundação de Am-

paro à Pesquisa do Estado de São Paulo.

CB-PUL-07AVALIAÇÃO DA VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA APÓSTRANSPLANTE PULMONAR UNILATERAL EM RATOS: EFEITO DASUPLEMENTAÇÃO COM CREATINAAfonso da Silva Alves Bento, Francine maria de Almeida, Aristides Tadeu Correia,

Ângela da Silva Battochio, João Napoli Pitton, Grace Balbin, Henrique Takashi

Moriya, Paulo Manuel Pêgo-Fernandes, Daniel Gustavo Goroso, Rogerio Pazetti

Laboratório de Pesquisa em Cirurgia Torácica-LIM61, Programa de Pós-Graduação

em Cirurgia Torácica e Cardiovascular, Instituto do Coração – InCor, Hospital das

Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Brasil. Laboratório

de Engenharia Biomédica, Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, Brasil.

Universidade Mogi das Cruzes, São Paulo, Brasil.

As alterações do ritmo cardíaco após o transplante pulmonar (Tx) são frequentes e

podem resultar em instabilidade hemodinâmica, dispneia e congestão pulmonar. Além

disso, esses fatores podem atrapalhar o diagnóstico de problemas relacionados dire-

tamente com o Tx, como eventos de rejeição aguda ou pneumonia. Os fatores envol-

vidos no processo de isquemia e reperfusão do enxerto, como o dano oxidativo pelo

acúmulo e liberação de espécies reativas de nitrogênio e oxigênio, podem afetar o

funcionamento do coração no período pós-operatório imediato. Dentre os agentes

usados para se tentar minimizar esses danos, a creatina tem tido destaque devido ao

seu potencial efeito antioxidante, além de capacidade de estabilização de membra-

nas celulares e melhora na capacidade energética das células, com resultados be-

néficos na prevenção e tratamento de doenças musculares, neurológicas e

cardiovasculares. Avaliamos o efeito da suplementação com creatina sobre a varia-

bilidade da frequência cardíaca de animais submetidos a Tx unilateral. Utilizamos 16

ratos machos Wistar (350g) como receptores, randomizados em dois grupos de acordo

com a administração de água (A) ou creatina (Cr, 0,5/kg/dia) dada aos doadores, por

gavagem, cinco dias antes do transplante. Todos os enxertos foram submetidos a is-

quemia fria por 180 minutos. Durante o transplante, os animais foram ventilados com

o aparelho flexiVent (volume corrente=10mL/kg, frequência respiratória=80 ciclos/min

e PEEP=2 cmH2O) equipado com sensor de eletrocardiograma. A anestesia geral foi

mantida com 3% de isoflurano. Os sinais eletrocardiográficos foram obtidos antes do

transplante e após 120 minutos de reperfusão do enxerto, sendo analisadas a frequên-

cia cardíaca (FC) e sua variabilidade (VFC). Não houve diferença entre os grupos nos

dois momentos avaliados tanto em relação à FC quanto à VFC. No entanto, observou-

se uma redução significativa da FC em ambos os grupos 120 minutos após a reperfu-

são em comparação com os valores obtidos antes do transplante (A, p=0,040; Cr,

p=0,001). Por outro lado, houve um aumento significativo da VFC após a reperfusão

do enxerto tanto no grupo A (p=0,24) quanto no Cr (p=0,001). Assim, a suplementação

com creatina não teve efeito sobre a frequência cardíaca e sua variabilidade neste

modelo de Tx unilateral em ratos. Apoio financeiro: FAPESP e CNPq.

CB-PUL-08QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES COM DOENÇAS SUPURATIVAS NO PRÉ EPÓS-TRANSPLANTE PULMONAR Amanda Aparecida Castro Coelho, Ana Gabriella Dal Bello, Renata Aparecida

Lucas Camargo, Maria Ignez Zanetti Feltrim

Instituto do Coração, Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo.

Introdução: Doenças pulmonares crônicas impactam no comprometimento da con-

dição físico-funcional e qualidade de vida (QV). Dentre os candidatos ao TxP, desta-

cam-se os pacientes com doenças supurativas, fibrose cística (FC) e bronquiectasia

(BQ), que têm como particularidades infecções respiratórias de repetição e acúmulo

de secreção pulmonar, o que os obriga a tossir e expectorar constantemente. O trans-

plante pulmonar (TxP) é uma terapia largamente aceita para aqueles pacientes com

doença pulmonar avançada. Os benefícios incluem prolongar a sobrevida e melhorar

a QV.

Objetivos: Estudar a QV de pacientes com FC e BQ em lista e em um seguimento de

três anos consecutivos após o TxP.

Casuística e Métodos: Coletaram-se dados pessoais e clínicos. Os pacientes com FC

e BQ foram avaliados no ambulatório do serviço de fisioterapia quando em lista de

espera para o TxP e nos momentos de 6 meses, 1 ano, 2 anos e 3 anos após o TxP.

Foram aplicados os questionários Short-form36 (SF-36) e Saint George's Respiratory

Questionnaire (SGRQ). A análise estatística utilizou os testes One Way RM e t-Student

pareado, para nível de significância estatística de p<0,05.

Resultados: Foram inclusos 43 pacientes (idade 30,05±11,4), 20 mulheres (46%) e 23

homens (53%). Destes, 20 BQ e 23 FC. As piores pontuações no SF-36 foram nos domí-

nios de capacidade funcional (24 BQ e 45 FC), aspectos físicos (30 BQ e 49 FC), estado

geral da saúde (36 BQ e 40 FC) e aspectos emocionais (38 BQ). Em ambos os grupos

observou-se o mesmo comportamento: no pós TxP houve referência de melhores pon-

tuações estatisticamente significantes nos domínios relacionados aos componentes fí-

sicos. Os domínios não afetados pelo TxP foram dor e vitalidade em ambos os grupos,

aspectos sociais e saúde mental em BQ, saúde mental e aspectos emocionais em FC.

No SGRQ todos os domínios melhoraram significantemente a partir do sexto mês e man-

tendo até o terceiro ano.

Conclusão: O TxP melhora a QV de indivíduos com doenças pulmonares supurativas,

sobretudo nos componentes físicos. A partir de seis meses após a cirurgia, não apre-

senta diferença entre BQ e FC.

Palavras-chave: Transplante de pulmão, qualidade de vida, fibrose cística.

Page 64: Download do Livro de Resumos

13–15 OUTUBRO 2016 · PORTO · PORTUGALXIII CONGRESSO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSO LUSO BRASILEIRO DE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICO DE TRANSPLANTAÇÃO

64

COMUN

ICAÇÕES BREVES

CB-PUL-09DENGUE EM PACIENTES TRANSPLANTADOS DE PULMÃOCampos SV, Camargo PCLB, Carraro RM, Afonso Jr JE, Costa AN, Gomes Jr O, Costa

HF, Abdalla LG, Fernandes LM, Samano MN, Pego-Fernandes PM, Teixeira RHOB.

Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP.

Introdução: Dengue é uma doença causada pelo vírus Flaviviridae transmitida princi-palmente pelo Aedes aegypti. Pode ter três manifestações clínicas: (1) dengue clássica(DC), febre súbita, cefaleia, mialgia, artralgia, dor retro-ocular, náusea e vômito. Acha-dos laboratoriais inespecíficos: leucopenia, linfopenia, trombocitopenia e elevaçãode transaminases; (2) febre hemorrágica do dengue, ocorrendo no segundo episódiode infecção por dengue por um sorotipo diferente de vírus, caracterizada pelas mes-mas manifestações da DC e eventos hemorrágicos; (3) síndrome do choque do den-gue, caracterizada por hipotensão arterial. Dengue é endêmica em mais de 100países com áreas tropicais e subtropicais como o Brasil. Não há vacina ou tratamentoespecífico. Pacientes transplantados podem se expor a áreas endêmicas, havendopoucos casos reportados nessa população e, atualmente, sem relatos na literaturaem transplante de pulmão (TxP). Objetivo: O objetivo deste estudo é relatar casos de dengue em pacientes submetidosa TxP no Instituto do Coração-HC-FMUSP. Resultados: Dentre os 235 pacientes transplantados de Agosto/2003-Agosto/2015, qua-tro pacientes desenvolveram DC, sendo dois homens, com média de idade de 41 anos(mínimo 22, máximo 60 anos). Dois estavam recebendo ciclosporina, micofenolato só-dico e prednisona, 1 estava com Tacrolimus, micofenolato sódico e prednisona e 1 es-tava com tacrolimus, azatioprina e prednisona. Principais achados laboratoriais foramLeucopenia, trombocitopenia e elevação de creatinina. Todos os pacientes apresen-taram recuperação total dos sintomas de 5 a 7 dias, sendo que 1 evoluiu a óbito após1 ano por rejeição aguda, sendo 3 anos após o TxP. Os demais pacientes apresentamsobrevida de 2, 3 e 13 anos após o TxP. Não foram observadas complicações comochoque e hemorragia. Nenhum paciente evoluiu com disfunção do enxerto.Discussão: Publicação anterior avaliou 27 transplantados renais com dengue obser-vando curso clínico e desfecho similares a população geral. Os poucos casos relata-dos em transplantes de órgão-sólidos sugerem que a doença tem sidosubdiagnosticada, talvez pelo quadro clínico leve. Acreditamos que a ausência decomplicações graves seja em decorrência da diminuição da resposta inflamatóriacausada pela imunossupressão. Os casos relatados acima são, ao nosso conheci-mento, os primeiros descritos em TxP, reforçando a dengue como diagnóstico diferen-cial em síndromes febris nesta população.

CB-PUL-10CORRELAÇÃO ENTRE ACHADOS HISTOPATOLÓGICOS EBRONCOASPIRAÇÃO APÓS O TRANSPLANTE PULMONARCarraro RM, Nascimento ECT, Szachnowicz S, Costa AN, Camargo PCLB, Campos SV,

Afonso Jr JE, Samano MN, Pego-Fernandes PM, Dolhnikoff M, Teixeira RHOB

Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP.

Introdução:O refluxo gastroesofágico (RGE) e episódios de broncoaspiração (BA) cons-

tituem causa de agravo não imunológico e fator de risco para disfunção crônica do

enxerto pulmonar. Esporadicamente casos de BA são observados em biópsias trans-

brônquicas realizadas para pesquisa de rejeição celular aguda. O reconhecimento

do material exógeno aspirado no tecido pulmonar permite o diagnóstico, entretanto,

está ausente na maioria dos casos. Alterações morfológicas diversas têm sido asso-

ciadas aos episódios de BA, porém ainda não se estabeleceu esta relação no pulmão

transplantado.

Objetivo: Descrever achados histopatológicos encontrados em biópsias pulmonares

transbrônquicas de vigilância que possam se correlacionar com episódios de BA no

pulmão transplantado.

Métodos: Foram selecionados 11 casos, sendo RGE positivo 4, RGE negativo 2 e BA 5.

Realizada correlação de achados de biópsias, estudo funcional de RGE, culturas de

lavado broncoalveolar (LBA) e desfechos clínicos.

Resultados: Nos 4 pacientes com diagnóstico de RGE observamos focos de exsudato

neutrofílico na submucosa e mucosa brônquica, por vezes, com erosão da mucosa,

consistentes com bronquite neutrofílica (BN). Não houve correlação com quadro in-

feccioso, sendo as pesquisas diretas de microorganismos no tecido e culturas do LBA

negativas. Todos pacientes evoluíram com disfunção crônica do enxerto, necessidade

de retransplante (1) ou óbito (3). Outros achados foram pneumonia organizante (1/4)

e bronquiolite crônica (1/4). Dentre os 5 pacientes com achados de BA, quatro reali-

zaram estudo funcional compatível com RGE patológico; destes apenas 1 paciente

apresentou o padrão de BN, evolução para perda do enxerto e necessidade de re-

transplante; os demais permanecem com função pulmonar estável após um tempo

médio de seguimento de 29 meses. Os dois pacientes controles com estudo de RGE

normal também apresentaram achado de BNE, porém com evidência de infecção

no LBA concomitante (P. aeruginosa; Aspergillus sp.), e boa evolução funcional tardia

do enxerto.

Discussão: O diagnóstico de RGE é frequente após o transplante pulmonar, mas nem

sempre se correlaciona com lesão tecidual e disfunção do enxerto. A análise das bió-

psias transbrônquicas e padrões de lesão tecidual decorrentes de BA pode ser um

fator importante nesta correlação, identificando grupos de pacientes distintos, sobre-

tudo em relação ao tratamento cirúrgico precoce do RGE.

CB-COORD-01O PSICÓLOGO NA MEDIAÇÃO POSITIVA PARA A DOAÇÃO DE ÓRGÃOS:PAPEL DO PROFISSIONAL NA EQUIPE MULTIDISCIPLINARLuiz Antonio da Silva, Sandro de Gouveia Montezano, Cesar Augusto Marcelino

Hospital Estadual Alberto Torres.

Este artigo tem por objetivo identificar na literatura o papel do psicólogo nas Comissões

Intra-Hospitalares para Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTTs) como

fator associado ao florescimento, paz de espírito e acolhimento familiar no processo

de captação e doação de órgãos. Materiais e Método: Revisão integrativa realizada

com objetivo de responder ao seguinte problema de pesquisa: “qual a importância

do papel do psicólogo no momento do processo da entrevista na captação e doação

de órgãos para transplante nas CIHDOTTs”? A análise dessa variável de pesquisa foi

feita com o uso do critério de Oxford de evidência de publicação, em buscas com os

descritores “doação de tecidos e orgãos; Psicologia em Saúde; resiliência psicológica

e estudos de intervenção” sem corte temporal para seleção. Toda a literatura conside-

rada está no intervalo de 2009-2015. Conclusão: Concluiu-se que o psicólogo é um

agente facilitador do diálogo entre a família em luto e a decisão de doação de órgãos

e tecidos entre seres humanos, um mediador importante que pode atuar na elabora-

ção da dor do luto com ênfase no florescimento, paz de espírito e acolhimento antes,

durante e depois no processo de captação e doação de órgãos para transplantes.

Descritores: doação de tecidos e órgãos, psicologia em Saúde, resiliência psicológica

e estudos de intervenção.

CB-COORD-04DOAÇÃO DE ÓRGÃOS: ATITUDES DOS PROFISSIONAIS DE UM HOSPITAL DEREFERÊNCIA NO SUL DO BRASILDenise Espindola Castro, José Roberto Goldim, Karla Cusinato Hermann, Paulo

Roberto Antonacci Carvalho

Hospital de Clínicas De Porto Alegre – RS - Brasil.

Introdução: O desconhecimento do desejo do potencial doador em vida pela doa-

ção é um dos principais motivos pelos quais as famílias não consentem na doação

de órgãos. O estudo tem como objetivo avaliar a atitude dos profissionais de um hos-

pital de referência para transplantes relacionado à doação de órgãos.

Material e Métodos: Foi disponibilizado um curso sobre doação de órgãos na moda-

lidade Ensino a Distância pelo hospital do estudo para todos os profissionais da insti-

tuição. O estudo foi realizado em um hospital de referência no sul do Brasil no período

de 08/12/14 a 31/01/15. O curso não teve caráter obrigatório, mas foi realizada ampla

divulgação. Os participantes poderiam, se quisessem, responder a pesquisa de opi-

nião pós-curso. Havia perguntas de conhecimento sobre morte encefálica e de opi-

nião sobre doação e transplante. Foram analisadas as respostas referentes à pergunta

“Você é a favor de se autodeclarar em vida pela doação de órgãos após a morte?”.

A análise estatística foi descritiva e os resultados foram expressos em números absolutos

e percentagens.

Resultados: Dos 7.118 profissionais do hospital do estudo, 1.833 (26%) realizaram o curso

em 54 dias após a sua divulgação. Destes, 1.650 (90%) responderam a questão objeto

desta pesquisa. Observou-se que 1.523 (92%) eram a favor de se autodeclarar em vida

pela doação após a morte, 48 (3%) não eram a favor da doação em vida após a

morte, 52 (3%) não sabiam responder e 27 (2%) não responderam a esta pergunta.

Discussão e conclusões: Houve grande interesse dos profissionais em realizar o curso.

A maioria dos participantes mostrou-se a favor da autodeclaração em vida pela doa-

ção, o que vai ao encontro de outros estudos que demonstram a existência de uma

atitude positiva da população mundial (52 a 91%) acerca da doação. Em contrapar-

tida, apenas 44% das famílias optam pela doação no Brasil. Tendo em vista que a le-

gislação exige a autorização da família para a doação de órgãos de pessoas

falecidas, parece ser urgente estimular conversas familiares sobre o assunto e implantar

um registro nacional de doadores que possam se autodeclarar em vida pela doação

após a morte.

CB-COORD-05AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS DE UM PROJETO DE COORDENAÇÃO INTRA-HOSPITALAR EM DOAÇÃO DE ÓRGÃOS E TECIDOS PARA TRANSPLANTE NOBRASIL.Priscilla Caroliny de Oliveira, Ana Cristina Carvalho de Matos, José Eduardo Afonso

Junior, Heloisa Barboza Paglione, Renata Fabiana Leite

Hospital Israelita Albert Einstein.

Introdução: Em 2008 foi criado um projeto de coordenação intra-hospitalar de doa-

ção de órgãos e tecidos para transplante em hospitais público, denominado “Núcleo

de Captação (NCAP)”. Tal projeto estimula o cumprimento da lei para a implantação

da Comissão Intra-Hospitalar em Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante no

Brasil, por meio da agregação de recurso humano especializado, com objetivo de

aumentar o número de doadores de órgãos e tecidos e a eficiência do processo de

doação no âmbito intra-hospitalar. Sendo assim, após oito anos de projeto implantado,

foi realizada avaliação para conhecer os resultados desta estratégia.

Objetivo: avaliar os resultados de um projeto que tem como premissa consolidar as

Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes.

Método: Estudo epidemiológico, retrospectivo, transversal realizado com os dados do

processo de doação de 12 hospitais no período de 2008-2015.

Resultados e discussão: em análise. Serão avaliados os indicadores de desempenho

do processo de doação: número de notificação de morte encefálica, número de doa-

dores efetivos e taxa de consentimento de cada hospital. A análise preliminar aponta

que o NCAP foi responsável por 12% das doações efetivas e 20% das notificações de

ME no estado.

Conclusão: O NCAP aperfeiçoou as práticas ligadas à doação de órgãos e tecidos

para transplantes, desde a identificação do potencial doador, passando por todas as

etapas ligadas ao diagnóstico de morte encefálica, até a doação efetiva dos órgãos

e tecidos. A presença do coordenador intra-hospitalar é benéfica e promissora, tanto

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13–15 OUTUBRO 2016 · PORTO · PORTUGALXIII CONGRESSO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSO LUSO BRASILEIRO DE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICO DE TRANSPLANTAÇÃO

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ICAÇÕES BREVES

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socialmente quanto financeiramente, pois, por meio dos resultados apresentados, pu-

demos observar a nítida melhora no número de notificações de morte encefálica e

doação efetiva no período após introdução do profissional especialista.

CB-COORD-06INFLUÊNCIA DA DURAÇÃO DO PROTOCOLO DE MORTE ENCEFÁLICA NAOCORRÊNCIA DE PARADAS CARDÍACAS EM POTENCIAIS DOADORES DEÓRGÃOS Tiago Costa Carni, Diego Roberto Soares, Fernando Osni Machado, Joel de

Andrade, Flávio Ricardo Liberali Magajewski, Glauco Adrieno Westphal

Central de Transplantes do Estado de Santa Catarina, Brasil.

Objetivo: Avaliar a influência da duração do protocolo de morte encefálica (DPME)

sobre as perdas de potenciais doadores (PD) por parada cardíaca (PC).

Métodos: Estudo prospectivo que incluiu todos os PD doadores notificados à Central

de Transplantes de Santa Catarina no período de maio de 2014 a abril de 2015. Foi

analisado o risco de PC em PD de acordo com a DPME para identificar o limiar em

que probabilidade de ocorrência de PC aumenta. Variáveis clínicas e demográficas

como sexo, idade, causa da morte encefálica, local do manejo clínico e disfunções

orgânicas no início (t0) e no fim (t1) do protocolo foram analisadas. Valores de P<0,05

foram considerados significativos.

Resultados: Dos 262 PD analisados, 210 foram doadores efetivos. Houve maior risco

de PC nos protocolos com duração inferior a 18 horas (AUC = 0,65 95% IC [0,58-0,71]

p = 0,01), mas o prolongamento da DPME não foi fator determinante na ocorrência

de PC. A análise multivariada encontrou as seguintes variáveis associadas à ocorrência

de PC: idade (1,04 95% IC [1,01a 1,07] p=0,02), SOFA score em t0 (1,31 95% IC [1,08a

1,54] p=0,004) e componente pulmonar do SOFA em t1 (1,47 95% IC [0,99 a 2,22]

p=0,058). SOFA ≥ 11 em t0 associou-se a um maior risco de PC.

Conclusão: O prolongamento da DPME não influenciou a ocorrência de PC e proto-

colos com duração inferior a 18 horas apresentaram maior risco de PC. Disfunções or-

gânicas evidenciadas ao início do protocolo de ME tiveram associação com o risco

de PC em PD.

CB-COORD-07SEGURANÇA NA COORDENAÇÃO DE CIRURGIA DE RETIRADA DE MÚLTIPLOSÓRGÃOS PARA TRANSPLANTEFabiane de Avila Marek, Karla Cusinato Hermann, Paulo Rolim Neto, Jaqueline

Wilsmann, Jeane Cristine de Souza da Silveira, Kátia Kosciuk Lima

Serviço de Enfermagem em Centro Cirúrgico/Hospital de Clínicas de Porto Alegre.

Introdução: A primeira legislação em doação de órgãos e transplante surgiu há quase

cinco décadas no Brasil. À medida que esse processo foi sendo ampliado e aprimo-

rado, a legislação foi sofrendo modificações, mas com o principal objetivo de regi-

mentar essa prática em todo o território nacional. Conforme a Associação Brasileira

de Transplantes de Órgãos é de responsabilidade de cada profissional envolvido nesse

processo o conhecimento, bem como o cumprimento, das leis, dos decretos e das

portarias regentes no país. Com a finalidade de facilitar a averiguação da documen-

tação legal, trazendo maior segurança a essa etapa do processo, foram desenvolvi-

dos check lists pela equipe de Enfermeiros Coordenadores de Cirurgia de Retirada de

Múltiplos Órgãos (RMO) para Transplante em um hospital universitário do sul do país.

Objetivo: Descrever o uso de check lists no processo de doação de órgãos para trans-

plante.

Método: Relato de experiência.

Resultados: Foi em meados de 2001 que a Equipe de Coordenação de RMO para

Transplantes foi criada nessa instituição, sendo o seus principais objetivos o de asse-

gurar o cumprimento da legislação vigente e o de agregar maior agilidade na cirurgia

de remoção de órgãos, principalmente quando essa era realizada fora dos domínios

da instituição. Conforme a equipe foi aprimorando seus conhecimentos e estudando

uma maneira de garantir maior agilidade no processo, sempre enfocando a segu-

rança na conferência dos documentos, foram elaborados check lists nos quais cons-

tam todos os dados do doador, desde os documentos legais exigidos por lei no Brasil,

até os dados como sorologias, exames de laboratório, tipagem sanguínea e informa-

ções da história clínica pregressa do indivíduo.

Conclusão: Sendo o processo de doação de órgãos para transplante complexo, en-

volvendo muitos documentos e exames, o uso de check lists traz facilidade e segu-

rança na averiguação de todas as minúcias do processo. É necessário equipe de

enfermagem capacitada, treinada e atualizada no que se refere à legislação de seu

país.

CB-COORD-08THE INTERFERENCE OF POWER RELATIONS IN THE PROCESS OF KNOWLEDGEBUILDING DURING ORGAN DONATION PROCESSES: A FOUCAULDIANAPPROACH Vanessa Silva e Silva1,2, Joan E. Tranmer1, Bartira de Aguiar Roza2, Janine Schirmer2

1-Queen's University; 2-Federal University of Sao Paulo.

The complexity and the interdependency of health care are challenges that nurses

from different fields will have to face (Sommerfeldt, 2013). According to Hart (2015),

power issues and status are part of and affect the inter-professional teamwork dynamics.

Therefore, questions related to the inter-professional power relations include: How power

is seen and used in health care settings by the health care professionals? How should

the concept of power/knowledge be applied to health inter-professional relations? How

is the balance between power and knowledge in the intensive health care team? This

paper aimed to discuss the power relations among health care professionals focusing

in acute care settings specifically during organ donation processes and its interference

in the process of knowledge building.

The knowledge building in health care scenario is complex and this paper addressed

important concepts that interfere direct or indirectly in this construction. The concept

of power was unfolded and demonstrated to be a dynamic concept that can be cor-

related with different hierarchical systems. The inter-professional power relations in health

care settings showed a balance between the roles played for each profession and the

knowledge construction among them. Once the balance is broken the relations are

threatened, what consequently interfere in the outcomes of knowledge building. Knowl-

edge represents the fuel and the outcomes of power through Foucault’s thoughts and

its effects in the health care team will vary depending on the way it is employed. For

the health care professionals, knowledge can be interpreted as a threat or a help de-

pending on the level of participation they had on its construction. The knowledge as a

threat or oppression can be overcome if the OTDC nurse engages people in the learn-

ing process towards effective knowledge building. Gramsci’s critical theory and Freire’s

critical pedagogy concepts were employed to address the issue of power imbalance

due to the differentials of knowledge in the inter-professional team. It was discussed

how to involve the team to become participatory in the process of knowledge building.

This paper contributes to the nursing field in a general view, since nurses are learners

and educators in essence.

CB-COORD-09POTENCIAL DE DOAÇÃO EM ASSISTOLIA DE UM HOSPITAL PÚBLICO DEJOINVILLE (BRASIL)Ivonei Bittencourt, Juan Bautista Gallan Torres, Alice Regina Strehl Amoros Torres,

Neide da Silva Knihs

Hospital Municipal São José.

A escassez de órgãos para transplante tem vitimado 2.333 pessoas a espera do órgão

no Brasil em 2015. Este problema tem levado muitos países da Europa à desenvolver

um programa de doação de órgãos em assistolia. O presente estudo teve como ob-

jetivo mensurar o potencial de doação em assistolia em um hospital público de Join-

ville/SC e foi desenvolvido no XII Curso Master Alianza de Donacion y Trasplante da

ONT - Espanha.

Foi realizado uma analise retrospectiva da história clínica dos pacientes que tiveram

morte circulatória, internados nas 2 UTIs no período de Julho a Dezembro de 2015.

Através de uma ficha de dados foi analisado quais pacientes tiveram a suspensão do

tratamento de suporte vital, o número de potenciais doadores com idade menor que

65 anos e sem contra-indicações gerais para doação de órgãos.

Durante o período estudado houve o falecimento de 56 pacientes, 16 destes por ME,

resultando 40 por parada cardiorrespiratória, com média de tempo de internação de

7 (1 – 30) días, idade de 61 (20 – 87) años, 21 (52,5%) são mulheres, realizando-se Li-

mitação do Tratamento de Suporte Vital em 10 deles (25%). Destes, somente 3 são ele-

gíveis como doadores em potencial. Os demais 7 apresentaram contra indicação

clínica para a doação em assistolia (4 com idade maior que 65 anos, 2 com neopla-

sias e 1 com sepse). Estes 3 doadores potenciais dariam um incremento em apenas 6

meses de 13,04% sobre os doadores detectados em morte encefálica no hospital.

Considerando que um doador falecido doa o mínimo de 2 rins, 1 fígado e 2 córneas,

teríamos 15 pacientes retirado da lista de espera.

Apesar do Brasil precisar melhorar outros aspectos do processo de doação e trans-

plante como a entrevista familiar, podemos concluir que é evidente que há uma ne-

cessidade urgente de melhoria em captação de órgãos e a doação em assistolia

seria uma solução para minimizar este problema. Este estudo será estendido para men-

surar o potencial de doação em assistolia no estado de Santa Catarina (Brasil).

CB-COORD-10IMPLANTACAO DO MODELO DE GERENCIAMENTO DO PROTOCOLO DEMORTE ENCEFALICA-ME NO PROCESSO DOAÇÃO DE ORGAOS-PDO EMHOSPITAL NOTIFICADOR DO BRASILRenata Leite, Janine Schirmer, Bartira Aguiar Roza,Vanessa S.Silva,Priscilla C.Oliveira,

Jose Eduardo A.Junior,Ana Cristina C.de Matos

Hospital Israelita Albert Einstein / Universidade Federal de São Paulo.

O gerenciamento do PDO contribui na sistematizacao da assistencia,com melhoria

continua na busca da excelencia do cuidado.Identificar melhores praticas,estabele-

cer protocolos para o gerenciamento que sejam eficazes no controle de riscos,pre-

vencao e reducao de evento adverso.Ainda há carencia de resultados destas

iniciativas.

Objetivo: descrever as fases de desenvolvimento do modelo de gerenciamento do

protocolo de ME e do PDO com resultados iniciais da aplicacao de modelo no hospital

notificador no Brasil.

Método: Estudo descritivo,com base no seguimento dos indicadores da comissao in-

trahospitalar de doacao no periodo de janeiro a marco de 2016,com todos os pa-

cientes com criterios para avaliacao de ME. O protocolo foi desenvolvido em 3 etapas:

Diagnostico Situacional baseado em indicadores de 2015 com levantamento de pon-

tos criticos mapeado; elaboracao do modelo de gerenciamento do protocolo de ME

e PDO; Implementacao do modelo, analise dos resultados preliminares.

Resultados: Realizado diagnostico situacional em casos ocorridos no ano de 2015,

com pontos de melhoria do processo,da admissao do paciente na recepção,suspen-

sao das drogas sedativas,comunicacao da gravidade do caso, diagnostico de ME,

comunicacao do obito,entrevista familiar,extracao multiorganica e/ou tecidual,entrega

do corpo. O macro fluxo foi desenhado com a ferramenta Vision®. O modelo de pro-

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COMUN

ICAÇÕES BREVES

tocolo administrativo / assistencial foi disponibilizado para as areas como

recepcao,controladores de acesso,setor de humanizacao/acolhimento, cumprimento

aprazamento entre os exames clinicos medicos com justificativa de nao cumprimento,

priorizacao no atendimento no banco de sangue e laboratório-kit potencial doador

de órgãos/tecidos. Apos capacitação hospitalar,no primeiro trimestre de 2016 foram

14 casos em ME foram acompanhados, 03 casos com contraindicacao medica,11

entrevistas, 09 doacoes, 2 não doadores em vida, 6 casos foram efetivados a doação

de órgãos e tecidos, 1 com sorologia positiva para HIV,1 caso sorologia positiva para

Chagas, 1caso com sorologia positiva Hepatite C. Em 3 casos apresentaram desa-

grado com atendimento ofertado. Foi dado direito a escuta,acionado area respon-

savel, e houve doacao dos 3casos.Atuacao da Psicologia, serviço social

precoce,respeito ao aprazamento entre os exames clinicos com queda de 40% do

tempo histórico hospitalar,permitindo o maximo de tempo aos familiares para o enten-

dimento/decisão quanto a doacao.

Conclusão: modelo de gerenciamento do processo de doação mostrou-se eficaz pro-

movendo alinhamento entre as equipes assistenciais/administrativa na otimização do

protocolo de ME e PDO.

CB-COORD-11O CUSTO MÉDIO DO TRANSOPERATÓRIO DE UM TRANSPLANTE HEPÁTICO.Ivelise Regina Canito Brasil1, Núbio Vidal de Negreiros Gomes Filho2, Talita Nicolau

de Oliveira1

1-Universidade Estadual do Ceará; 2-Universidade de Fortaleza.

O transplante no Brasil é financiado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), segundo Tribunal

de Contas da União (2006) o benefício aos pacientes ultrapassa o procedimento em

si, já que os transplantados se beneficiam também de medicação gratuita e acompa-

nhamento posterior à sua alta, portanto pelo o que se espera é um dos procedimentos

de grande custo aos cofres públicos, tendo em vista que no mesmo relatório naquele

ano o Brasil já era detentor do maior sistema público de transplantes do mundo. É de

se salientar que o financiamento do transplante pelo Governo resulta numa situação

de ganha-ganha entre ele e a sociedade, tendo em vista que permite aos transplan-

tados uma sobrevida, o que aumenta o bem-estar social, bem como permite ao Go-

verno a captação de recursos de mais contribuintes, aumentando, assim, sua receita

tributária. Contudo no atual contexto de crise brasileira e arrocho fiscal, se faz neces-

sário avaliar a eficiência dos gastos públicos, pois sabe-se que as decisões de restrição

orçamentária todas os setores públicos podem ser afetados. Este estudo teve como ob-

jetivo avaliar o custo médio do transoperatório do transplante hepático para um Hospital

de referência neste procedimento no Brasil em 2014. Contando com as informações

de 88,89% da população transplantada em 2014 neste equipamento público foi pos-

sível primeiramente confirmar que os gastos naquele ano se distribuíam normalmente,

permitindo descobrir que um dos indivíduos teve um gasto que pode ser considerado

atípico, bem como que o hospital para o transoperatório tinha um gasto que corres-

pondia entre 14,66% e 16,98% dos recursos repassados pelo SUS a um nível de con-

fiança de 95% e que as três contas que mais oneravam esta parte do procedimento

eram: “Equipe Multidisciplinar”, com percentuais que variavam entre 40% e 75%, “San-

gue-Hemoderivados”, com variação entre 6% e 24%, e “Material”, entre 4% e 25%.

Acredita-se, entretanto, que a implantação de um sistema informatizado em hospitais

públicos como tonariam as anotações mais precisas e permitiriam ao hospital o enten-

dimento da evolução dos custos de cada paciente em tempo real.

CB-COORD-12REENGENHARIA DO SISTEMA INFORMATIZADO DE TRANSPLANTES DOSISTEMA BRASILEIRO DE TRANSPLANTES: MAIOR TRANSPARÊNCIA, MAIORACOMPANHAMENTO DOS PROCESSOS DE DOAÇÃO E FERRAMENTASGERENCIAIS MODERNASJoselio Emar de Araujo Queiroz, Jairo Luiz Silveira Filho, Thais Lucena de Oliveira,

Claudia Cristina Rodrigues, Rosana Reis Nothen, Efraim Machado Zalmoxis,

Jaqueline Viana Santos

Coordenação Geral do Sistema Nacional de Transplantes - Ministério da Saúde.

Introdução:O processo de doação é dinâmico e exige um acompanhamento preciso,

principalmente no gerenciamento das listas dos receptores com indicação para trans-

plantes, no registro dos potenciais doadores, e na alocação dos órgãos e tecidos para

transplantes. Todo este processo deve acontecer de forma equânime a todos os re-

ceptores e doadores, considerando as flexibilizações previstas em lei para abranger

as diferenças regionais existentes. Assim, para acompanhar este dinamismo, um sistema

informatizado de gerenciamento do processo de doação e transplantes – o Sistema

Nacional de Transplantes - eSNT é indispensável e será constantemente atualizado para

abranger as novas perspectivas e necessidades. O trabalho de reengenharia do atual

sistema brasileiro foi iniciado em junho de 2012 é uma parceria com uma Universidade

Federal do Brasil e tem previsão de implantação para maio/2017.

Objetivos: Desenvolver o e-SNT, um sistema que atenda plenamente os processos ope-

racionais e de gestão do processo de doação e transplantes no Ministério da Saúde

com ênfase em melhorias na usabilidade, segurança, transparência, amplitude de

acesso a todos os integrantes do processo e que permita a unificação destes dados

das bases de dados brasileiras.

Metodologia: As evoluções e validações foram levantadas em reuniões, workshops e

validação com os integrantes das centrais estaduais, nacional de transplantes, equi-

pes médicas e câmara técnicas nacionais, nas quais foram pontuadas as necessida-

des de evolução.

Resultados: O e-SNT, além de disponibilizar ferramentas gerenciais que permitirá a aná-

lise das doações de forma completa, possibilitará um acompanhamento mais preciso

de todo o processo de forma transparente e segurança sobre: a entrada de pacientes

na lista de espera; a regra de seleção na alocação dos órgãos e tecidos; a rastrea-

bilidade das etapas do processo de registro e acompanhamento dos doadores.

Conclusão: Evidenciou-se a importância do envolvimento de vários atores com co-

nhecimento de transplantes nas etapas de levantamento de requisitos, validação e

desenvolvimento para o sucesso do projeto. Limitações financeiras, ajustes de dimen-

sionamento do escopo, e rotatividade da equipe foram dificuldades identificados no

desenvolvimento do trabalho.

CB-COORD-13IMPORTÂNCIA DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL NA AVALIAÇÃO DO DOADORRENAL NÃO APARENTADOMaria Cecília Stefanini1, Renata Posi1, Graça Maria Marino Totaro1,Tércio Genzini2,

Marcelo Perosa Miranda2, Huda Maria Noujaim2, Leonardo Mota2, Juan Rafael

Branez2, Luiz Estevam Ianhez3, David Machado3, Leon Alvim3, Kamily Hernandez

Oliveira4, Marcio Moreno Paredes4, Sandra Matta5

Hospital Bandeirantes - SP, Hospital Beneficência Portuguesa - SP, Clinica Hepato - SP.

Introdução: No Brasil há escassez de doadores falecidos (DF) e crescimento constanteda fila (ABTO dez2014:18147 pacientes aguardado rim). Como alternativa para dimi-nuir pacientes em fila, algumas equipes realizam transplante intervivos com doadoresaparentados (TIVDA), iniciativa que tem sido insuficiente por fatores que impossibilitama doação entre familiares ou por ausência de doador. Diante disso, outro caminhotem sido realizar transplantes com doadores vivos não aparentados (TIVDNA). GrupoHepato (GH) criou protocolo para avaliação e acompanhamento de doadores nãoaparentados (DNA), com avaliação e cuidados multiprofissionais (MP) aos que se apre-sentam como possíveis DNA.Objectivos: Avaliar impacto de TIVDNA frente a demais TX-rim realizados de 2012 a06/2016; Destacar cuidados no protocolo para avaliação/acompanhamento DNA;Apontar que fator mobilizador pode justificar doação, independente de parentesco. Métodos: Análise dados 2012-06/2016 ABTO e GH (TIVDA, TIVDNA, TDF).Levantamentode fatores mobilizadores DNA.Levantamento de cuidados MP com doador. Resultados: Acolhida,avaliações direcionadas,intervenções MP em protocolo especí-fico TIVDNA permitiram que 27% (resultado parcial) TIV do GH no período estudado fos-sem com DVNA. Conclusão: Abertura para essa modalidade TX,com rigoroso protocolo MP, cuida dodoador,favorece receptor e pacientes em fila que não dispõem nem de DNA.Outrasaberturas devem ser consideradas para lidar com essa questão no Brasil.

CB-COORD-14ANÁLISE DAS OFERTAS DE RINS PELA CENTRAL NACIONAL DE TRANSPLANTEPARA UMA CENTRAL ESTADUAL – OS 5 PRIMEIROS MESES DE 2016.Maria Inês Gomes de Oliveira, Mariana Almeida Quixabeira, Maryanna Batista

Carneiro de Miranda, Kellen Cristine Louzeiro Silva Bravin, Deusilene Pedra Viegas,

Janaína de Jesus Castro Câmara

Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos do Maranhão -

CNCDO/MA.

Introdução: Uma política estadual de transplante que viabilize o retorno social espe-

rado, passa por estratégias de incremento da taxa de efetivação de potenciais doa-

dores (PD) que se encontra muito aquém do seu potencial e necessidades. Ofertas de

órgãos pela Central Nacional de Transplantes - CNT podem exercer impacto positivo

no número de transplantes em regiões com baixas taxas de doadores efetivos.

Objetivos: Conhecer a potencialidade das ofertas de órgãos pela CNT para um Estado

do Nordeste e proporcionar feedback sobre essas ofertas.

Material e Método: Estudo retrospectivo, que analisou de janeiro a maio de 2016, as

ofertas renais da CNT através do email institucional da central estadual, quanto ao

tempo de isquemia fria (TIF) até a oferta e até o horário previsto para chegada dos ór-

gãos. Fatores demográficos (idade, sexo) e clínicos (causa da morte encefálica-ME,

creatinina inicial e final, tipagem sanguínea), e se houve aceite ou recusa foram ana-

lisados. Utilizou-se média e percentagem.

Resultado e Discussão: De 01/01/2016 até 25/05/2016 foram encaminhadas 36 ofertas

de rins ao Estado, com apenas 1 aceite, sendo 39% rim direito, 39% ambos e 22% es-

querdo; A idade média foi de 48 anos (3 a 67); 56% masculinos; tipagem sanguínea A

foi a mais prevalente (45%), seguida de O (36%); causas de ME foram AVC - 61%, TCE

- 31% e Encefalopatia Anóxica - 8%. Creatinina inicial média foi 1,3mg/dL (0,4 a 7) e

final 2,5 mg/dL (0,8 a 6,4); TIF médio até a oferta foi de 8 horas (1 a 29) e até a chegada,

20 horas (5 a 36), ambos considerados elevados e muitas vezes, proibitivos para um

eventual aceite. Metade das recusas tanto na origem como no destino foi pelas con-

dições clínicas do doador, inclusive pela creatina média final e pelo TIF prolongado.

Conclusão: Depreende-se que a CNT deva, dentro da ordenação jurídica vigente,

otimizar sua política de distribuição de órgãos que racionalize as ofertas em termos

de tempo viável para melhor aproveitamento das ofertas de órgãos pelos Estados.

CB-COORD-15A IMPORTÂNCIA DAS UNIDADES DE PRONTO ATENDIMENTO – UPAS NANOTIFICAÇÃO DE POTENCIAIS DOADORES DE ÓRGÃOS NO ESTADO DOCEARÁ/BRASILAlmeida, E. R. B; Cavalcante, R. G; Lima, M. M. P; Lima, P. E. S; Teixeira, M. N. A;

Beltrão, L. A. A.

Central de Transplantes do Estado do Ceará/Brasil.

Introdução: As 23 Unidades de Pronto Atendimento – UPAS construídas pelo Governo

do Estado a partir de 2011 e em funcionamento em 18 municípios do Ceará são ser-

Page 67: Download do Livro de Resumos

13–15 OUTUBRO 2016 · PORTO · PORTUGALXIII CONGRESSO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSO LUSO BRASILEIRO DE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICO DE TRANSPLANTAÇÃO

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ICAÇÕES BREVES

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viços intermediários entre a atenção básica e as unidades hospitalares. Com a aber-

tura do protocolo de Morte Encefálica nas UPAS a Central de Transplantes passou a

ser notificada desde 2013 e iniciou um processo de capacitação objetivando apoiar

as UPAS como unidades notificantes. Desta forma, avaliar o impacto nas notificações

em decorrência da participação das UPAS no total de notificações no Estado do Ceará

se faz relevante.

Materiais e Métodos: A pesquisa foi realizada utilizando dados primários quantitativos,

com informações de janeiro de 2013 a maio de 2016, oriundos dos relatórios de noti-

ficações da Central de Transplantes do Estado do Ceará.

Resultados: A análise dos dados demonstrou que as UPAS, instaladas no Estado a partir

de 2011, começaram a notificar no ano de 2013, com participação de 01 potencial

doador. Em 2014 observou-se a notificação de 06 UPAS com 08 potenciais doadores,

chegando a 14 potenciais doadores em 2015, quando a 10ª unidade passou a noti-

ficar. Em 2016, considerando as notificações parciais até maio, temos 12 notificações

de 06 UPAS e projeta-se uma participação de 29 potenciais doadores nas notificações

do Estado do Ceará.

Conclusões: Conclui-se que a instalação das Unidades de Pronto Atendimento passou

a contribuir com as notificações, e vem aumentando significativamente desde a pri-

meira unidade notificante. Percebeu-se também que os cursos realizados com a par-

ticipação dos profissionais das UPAS contribuíram para esse resultado e que há a

necessidade de manutenção da educação permanente junto aos mesmos.

CB-COORD-16PRODUÇÃO E IMPACTO DA IMPLEMENTAÇÃO DO BANCO DE TECIDOSOCULARES NO CENÁRIO DE TRANSPLANTES DE CÓRNEA DO ESTADO DORIO DE JANEIROVictor Roisman, Gustavo Bonfadini, Rafael Prinz, Rodrigo Sarlo, Eduardo Rocha

Programa Estadual de Transplante (PET) - Rio de Janeiro (RJ) - Brasil; Instituto Nacional

de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad – INTO (Rio de Janeiro – RJ).

O presente trabalho objetiva descrever a produção do Banco de Tecidos Oculares do

estado do RJ, com ênfase no impacto que a sua criação, em setembro de 2013, trouxe

ao estado do Rio de Janeiro e na fila de espera pelo transplante de córnea.

A baixa notificação de possíveis doadores e a alta taxa de negativa familiar na doa-

ção associado ao insuficiente número de córneas disponibilizadas por Banco de Olhos

são os principais fatores que limitam o aumento do número dos transplantes de córnea

no Brasil.

A criação do Banco de Olhos na cidade do Rio de Janeiro, associado a politicas que

estimulam o aumento da notificação e captação de córneas visa diminuir a fila de

espera para transplante de córnea no Estado.

O Estado do Rio de Janeiro (RJ) produz o segundo maior Produto Interno Bruto (PIB) na-

cional, possui população estimada de 15.993.583 pessoas. Em dezembro de 2015, a

lista no RJ era de 1337 pacientes à espera de um transplante.

Este trabalho apresenta uma revisão sobre a produtividade bem como da fila de trans-

plantes de córnea no Estado do RJ.

Desde a inauguração do Banco de Olhos, observou-se uma crescente disponibilidade

de tecido ocular no Rio de Janeiro (Figura 2). No último trimestre de 2013, foram utili-

zadas 29 córneas originadas pelo BTO, 9,35% do total dos transplantes realizados. No

ano de 2014, este número saltou para 96, representando 31,89% do total de trans-

plantes do estado. Em 2015, foram 145 córneas originadas do BTO, o que representa

32,73% do total de cirurgias realizadas. O ano de 2015 representou recorde histórico

do número de transplantes de córnea realizados no Rio de Janeiro, impulsionado em

significativa parcela pela crescente produção do BTO.

Apesar da produtividade crescente, observa-se que a fila de espera por transplante

aumentou nos últimos anos. Com a retomada das atividades a partir de 2010 e a cre-

dibilidade construída pelo PET (Programa Estadual de Transplantes), há um forte movi-

mento de inscrição de novos pacientes na fila. Este aumento denota que a demanda

por tecido corneano ainda é maior do que a oferta, e que a produtividade ainda

deve aumentar para que seja alcançado um status de diminuição de fila de espera

e finalmente, a “fila zero”.

CB-COORD-17ANÁLISE DAS PERDAS DE POTENCIAIS DOADORES NO ESTADO DE SANTACATARINAGhellere A, Lisboa R, Wagner S, Andrade J

CNCDO/SC.

Os dados da ABTO de 2015 apresentam sinais de evolução no número de doadores

de órgãos efetivos no Brasil, porém quando comparado à taxa de doadores p.m.p.,

obteve-se uma pequena queda em relação ao ano anterior. Embora tenha-se uma

evolução no número de doadores efetivos, esta ainda não acompanha proporcio-

nalmente o aumento das listas de espera para transplante. Diante disso, há a neces-

sidade de rastrear os fatores e ambientes onde ocorre o maior número de perdas de

potenciais doadores. O presente estudo tem como objetivo analisar a frequência e

os locais em que as perdas de potenciais doadores ocorrem. Metodologia: Trata-se

de um estudo quantitativo, descritivo, através da coleta de informações realizadas por

meio de planilhas de notificações de Morte Encefálica da Central de Transplantes do

Estado de Santa Catarina. Foram rastreados os dados de 40 hospitais notificantes de

Santa Catarina no ano de 2015. Resultados: Foram notificados 499 pacientes, desses

440 (88,2%) foram na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), 46 (9,2%) no Serviço de Emer-

gência (SE) e 13 (2,6%) em Outros Setores. Foram realizadas 376 (75,4%) entrevistas,

sendo que 88,6% foram na UTI, 9,0% no SE e 2,4% em Outros Setores. Com relação as

perdas de potenciais doadores, a recusa familiar obteve um total de 151 (40,2%),

sendo que, na UTI foram 38,7%, 52,9% no SE e 44,4% em outros setores, quando con-

siderando o número de entrevistas por setor. A parada cardíaca (PC) foi um total de

10,2%, sendo que 84,3% foram na UTI, 15,7% foram no SE. Considerações: ainda que

prevaleça a concepção de que pacientes neurocríticos graves estejam internados

em UTI, foi possível perceber um número significativo de notificações no SE e em outros

setores. Em relação as perdas por recusa familiar, podemos constatar que a taxa de

recusa familiar é maior no SE e em Outros Setores, quando comparado a UTI, visto que

é necessária uma atenção maior no acolhimento a essas famílias. Já em relação à

perda por PC, vemos que no SE é quase o dobro da taxa aferida na UTI.

CB-COORD-18UMA DÉCADA DE EVOLUÇÃO DA COORDENAÇÃO DE TRANSPLANTES EMSANTA CATARINA – UMA HISTÓRIA DE SUCESSOGhellere A, Lisboa R, Botelho L, Westphal G, Wagner SS, Andrade J

CNCDO/SC.

Introdução: Santa Catarina vem apresentando na última década uma evolução na

efetivação de doadores de múltiplos órgãos. O propósito deste trabalho é descrever

e analisar os motivos destes resultados.

Método: Analisamos a evolução das notificações de potencias doadores de órgãos

e a efetivação das doações em nosso estado. Analisou-se também as atividades es-

tratégicas desenvolvidas pela CNCDO/SC na última década objetivando atingir tais

resultados.

Resultado: Em 2004 Santa Catarina efetivou 44 doadores de múltiplos órgãos, em 2014

foram 202 doadores, um crescimento de 459,1 %. Tal evolução foi possível através de

uma grande esforço de organização e educação desenvolvidos pela CNCDO/SC. Em

especial a capacitação permanente dos Coordenadores Intra-hospitalares de trans-

plante, médicos e enfermeiros envolvidos neste processo nos principais hospitais do

estado. Destacamos o Curso de Coordenadores de Transplante, Curso de Comunica-

ção em Situações Críticas e Cursos que englobam todas as etapas que envolvem o

processo de doação de órgãos para transplante. Outros fatores fundamentais foram

a implantação de roteiros técnicos de todas as etapas (notificação, manutenção, en-

trevista familiar). A profissionalização da atividade de coordenação a partir de 2013

é outro destaque, através de pagamento de gratificações mensais aos profissionais

das principais CIHDOTT.

Discussão e Conclusão: O sucesso do Sistema Estadual de Transplantes de Santa Ca-

tarina esta baseado na capacitação e profissionalização dos envolvidos no processo

de doação e transplante (adaptação do Modelo Espanhol de coordenação). A com-

binação destes elementos levou Santa Catarina a alcançar mais de 30 doadores efe-

tivos de múltiplos órgãos por milhão de população nos últimos 3 anos. O melhor índice

já alcançado na história do Brasil.

CB-OSSO-01RECONSTRUÇÃO DE MAXILA ATRÓFICA COM USO DE OSSO HOMÓLOGO,TELA DE TITÂNIO E FIBRINA RICA EM PLAQUETAS: RELATO DE CASORenato Costa Franco Baldan, Fabio Luiz Coracin, Liliane Elze Falcão Lins Kusterer,

Walmyr Mello, Paulo Sérgio da Silva Santos

Comissão Odontológica da ABTO (Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos).

Paciente do gênero masculino, leucoderma, 73 anos, demonstrava desconforto mas-

tigatório com uso de prótese total removível superior, desejando avaliar a possibilidade

de uma reabilitação oral por meio de implantes osseointegráveis.

Ao exame clínico, notou-se atrofia severa da maxila confirmada por tomografia com-

putadorizada de feixe cônico, que demonstrava a necessidade de aumento do vo-

lume ósseo previamente à instalação dos implantes dentários.

A cirurgia foi realizada com anestesia local. Após a confecção das incisões o descola-

mento do tecido mole permitiu a visualização completa do leito receptor. Retirou-se

amostra de sangue periférico do paciente, coletada através de seis tubos de 9ml (Va-

cuette), centrifugados a 45o, 2.700 rpm por 12 minutos, originando-se coágulos de fi-

brina convertidos em membranas ricas em plaquetas. Promoveu-se o aumento ósseo

com uso de tecido ósseo humano doado do Banco de Tecidos Músculos Esqueléticos

de Marilia, São Paulo, Brasil. O volume ósseo particulado de 25 cm3 incluído no leito

receptor foi misturado a duas destas membranas e, em seguida, estabilizado com a fi-

xação da tela de titânio. Sobre a tela as demais membranas foram dispostas. O retalho

foi reposicionado e suturado com fio de nylon 5-0. Após oito meses, foi realizada uma

tomografia na região confirmando-se a estabilidade óssea, que demonstrou a viabili-

dade de uma segunda fase cirúrgica onde a tela de titânio foi removida e seis implan-

tes osseointegráveis de plataforma HE 4.1mm, por 10 e 8 mm de altura por 3,75 de

diâmetro (SIN/SW) foram instalados, com valores de torque variaram de 35 a 40 N.cm2.

O paciente encontra-se em fase final de reabilitação protética oito meses após a ins-

talação dos implantes. Neste intervalo não apresentou exposição óssea ou comorbi-

dades. Tomografias computadorizadas subsequentes foram realizadas para controle

do caso.

Discussão: Na última década no Brasil ampliou expressivamente o número de cirúrgias

de reconstrução óssea com uso de tecido homógeno. Concomitante a isto, observou-

se na literatura científica novas alternativas de obtenção de concentrados plaquetá-

rios, como o L-PRF. Unindo os benefícios destas propostas às técnicas avançadas de

reconstrução procurou-se melhorias na osteoindução e osteogênese. O caso clínico

aqui demonstrado descreveu a viabilidade clínica deste conceito terapêutico.

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COMUN

ICAÇÕES BREVES

CB-OSSO-02ALOTRANSPLANTAÇÃO ÓSSEA MACIÇA EM RECOLOCAÇÕESARTROPLÁSTICAS DA ANCAFernando Judas, Celeste Francisco, Rui Dias

Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE.

Introdução: A implantação de uma prótese total da anca representa uma das inter-

venções do sucesso clínico em cirurgia reconstrutiva ortopédica. Todavia, qualquer

tipo de artroplastia não resiste à prova do tempo, a médio ou a longo prazo a falência

mecânica é inevitável. O descolamento assético constitui a complicação mais fre-

quente das próteses da anca. Associado ao descolamento dos implantes instala-se a

perda de substância óssea, que coloca problemas de ordem técnica para a implan-

tação de nova prótese. Uma das soluções para reconstrução dessas lises ósseas inclui

alotransplantação óssea.

Objetivo: O objetivo deste trabalho é mostrar a evolução de uma recolocação de

prótese da anca aos 7 anos de recuo, usando-se um aloenxerto ósseo maciço crio-

preservado.

Material e Métodos: Trata-se de uma mulher com 63 anos, submetida a intervenção

cirúrgica devido a um descolamento da cúpula acetabular cimentada associada a

uma grave lise óssea, de acordo com a classificação dos HUC. Devido à dimensão

da perda óssea foi usada uma cabeça femoral de grandes dimensões, colhida em

dador jovem sem alterações degenerativas. Após a sua preparação, a cartilagem foi

totalmente removida, e o aloenxerto moldado por forma a preencher a grande perda

óssea cavitária. Os espaços remanescentes foram preenchidos com aloenxerto es-

ponjoso granulado, de molde a eliminar espaços vazios. Em seguida foi aplicada uma

armadura de reconstrução acetabular e cimentada uma cúpula acetabular, em con-

dições de estabilidade mecânica.

Resultado: Aos 7 anos de evolução o exame radiográfico mostra estabilidade mecâ-

nica da nova artroplastia e incorporação do aloenxerto maciço. A doente manifesta

elevado grau de satisfação com o resultado da operação.

Discussão: Os aloenxertos maciços estão sujeitos à reabsorção óssea, a uma fragiliza-

ção estrutural com risco de fratura e, em última consequência, a um processo pro-

gressivo de falência mecânica. Neste caso é de supor que, aliado à técnica cirúrgica,

o respeito pelos critérios que formam a tríada da osteocondução foram conseguidos

e, daí, permitiram a perenidade do resultado alcançado.

Conclusão: Os aloenxertos maciços continuam a ocupar um lugar importante na ci-

rurgia de recolocação artroplastica da anca, mostrando um desempenho biológico

e mecânico muito favoráveis.

CB-OSSO-03APLICAÇÃO DE ALOENXERTO GRANULADO ESPONJOSO CRIOPRESERVADOEM CIRURGIA RECONSTRUTIVA DO APARELHO LOCOMOTORFernando Judas, Celeste Francisco, Rui Dias

Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE.

Introdução: O cirurgião ortopedista dispõe, atualmente, de um leque alargado de

técnicas cirúrgicas para a reconstrução de perdas de substância óssea do aparelho

locomotor, sejam de origem traumática, degenerativa, inflamatória ou tumoral. Para

isso, usa os biomaterais de substituição óssea, a implantação de endopróteses articu-

lares, a distração óssea progressiva, os autoenxertos vascularizados, entre outros. Den-

tre os substitutos do osso, os aloenxertos criopreservados sob a forma de grânulos

continuam a ocupar um lugar de primordial importância na cirurgia reconstrutiva or-

topédica, apesar do valor dos substitutos de origem sintética que incluem a hidroxia-

patite, o fosfato tricálcico, biovidros e outros. Objetivo: avaliar a evolução do número

de aloenxertos granulados esponjosos cripreservados disponibilizados pelo Banco de

Tecidos Ósseos do CHUC ao longo dos últimos cinco anos, levando em conta os outros

tipos de aloenxertos disponíveis para aplicação clínica.

Material e Métodos: Procedeu-se a uma revisão da casuística do Banco de Tecidos

Ósseos do CHUC, através da consulta dos processos clínicos informatizados, procu-

rando determinar o número de aloenxertos disponibilizados no período compreendido

entre janeiro 2011 e dezembro de 2015, quanto à etiologia das situações clínicas em

que os aloenxertos foram aplicados.

Resultados: O Banco de Tecidos Ósseos do CHUC disponibilizou para aplicação clínica

7400 aloenxertos do aparelho locomotor para aplicação clínica, no período com-

preendido entre 1983-2015. Será apresentada a casuística dos últimos 5 anos.

Discussão: Estes resultados estão de acordo com a literatura internacional, uma vez

que os aloenxertos granulados encontram a sua principal indicação na reconstrução

de lises ósseas de pequenas e médias dimensões, mormente as associadas à patologia

de índole iatrogénica como são os descolamento de próteses da anca e do joelho,

assim como na reconstrução de defeitos ósseos de origem tumoral ou traumática. Neste

contexto, note-se que é um biomaterial de fácil preparação e aplicação, sem limita-

ções quanto à quantidade, apresentando as propriedades viscoelásticas do osso es-

ponjoso distinguindo-se, assim e com indiscutíveis vantagens, dos substitutos sintéticos.

Conclusões: O aloenxerto granulado esponjoso criopreservado foi o enxerto mais re-

quisitado pela comunidade ortopédica nacional durante os cinco últimos anos, se-

guido à distância pelas cabeças femorais na forma maciça. A grande maioria dos

aloenxertos foi usada em recolocações de próteses da anca, do joelho e no trata-

mento das complicações de fraturas traumáticas.

CB-OSSO-04REABILITAÇÃO TOTAL BIMAXILAR, APLICAÇÃO DE ALOENXERTOS ÓSSEOSFRESCOS-CONGELADOS- CASO CLÍNICOEugénio Miguel Pereira, Fernando Judas, Fernando Guerra, Alexander D´AlviaSalvoni

Universidade de Coimbra, Faculdade de Medicina, Departamento de Medicina

Dentária, àrea de Reabilitação Oral, Prótese Fixa/Oclusão.

Descrição do caso clínico: Paciente de 48 anos, ASA I, sexo feminino, da consulta de

Medicina Dentária, Universidade de Coimbra, referiu queixas funcionais e estéticas.

Avaliou-se clinica e radiologicamente, tendo-se observado mobilidade dentária, de-

feitos ósseos horizontais e verticais, presença de implantes dentários com perda óssea

comprometedora. Como objectivo, avaliou-se a viabilidade da reconstrução maxilar

de defeitos ósseos verticais e horizontais com aloenxertos ósseos para suporte de pró-

tese implanto-suportada fixa. No maxilar realizou-se extracção total dentária e explan-

tação de implantes; reconstrução óssea vertical e horizontal com aloenxertos

frescos-congelados; instalação dos implantes e, reabilitação protética implanto-su-

portada.

Na mandibula, após extracção total dos dentes, instalaram-se cinco implantes den-

tários em carga imediata e respectiva reabilitação protética implanto-suportada. As

cirurgias realizaram-se sob anestesia local. A cicatrização dos aloenxertos e implantes,

decorreu sem complicações pós-operatórias. A taxa de sobrevivência dos implantes

a 3 anos foi de 100%.

Discussão: Um dos pré-requisitos para instalação de implantes, consiste na existência

adequada de volume ósseo. Uma planificação das condições intra-orais e escolha

adequada das técnicas de reconstrução óssea, constituem factores cruciais para a

longevidade das reabilitações orais. A aplicação de aloenxertos ósseos frescos-con-

gelados nas reconstruções de defeitos ósseos maxilares apresenta vantagens face à

aplicação de autoenxertos, tais como: ausência de zona dadora, maior disponibili-

dade, menor tempo cirúrgico.

Conclusão: O plano de reabilitação proposto, utilizando aloenxertos ósseos e proto-

colo de carga imediata mandibular, mostrou ser uma opção de tratamento viável na

resolução dos problemas encontrados, possibilitando a instalação de implantes com

reabilitação fixa implanto-suportada estável ao longo de dois anos.

Palavras-chave: Aloenxertos ósseos; autoenxertos; carga imediata; defeitos ósseos ho-

rizontais, defeitos ósseos verticais; área dadora; reabilitação implantossuportada.

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POSTERS

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PO01FLORESCIMENTO, PAZ DE ESPÍRITO E ACOLHIMENTO FAMILIAR NA DOAÇÃODE ÓRGÃOS.Luiz Antonio da Silva, Sandro de Gouveia Montezano, Leonardo Teodosio, Fernanda

Andrade, Elaine Soares

Hospital Estadual Alberto Torres.

As zonas problemáticas que envolvem a doação de órgãos no Brasil, contudo, é in-

tensa: há dificuldades na captação de órgãos e na estruturação de uma logística efi-

ciente que reduza ao mínimo as perdas, existe um trabalho pouco significativo no

esclarecimento da população a respeito de fatores que envolvem a doação de órgãos

– a exemplo da Morte Encefálica (ME) e do suporte de familiares de doadores e recep-

tores e há inúmeras demandas que envolvem os profissionais que atuam na captação

de órgãos para a efetivação de seu trabalho que requerem não apenas competências

clínicas, mas a disposição de um suporte psicológico e subjetivo apto a favorecer bons

resultados. Nesse cenário surgiram as Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Ór-

gãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT), cujo objetivo é dar maior eficiência na

identificação de doadores potenciais em ME e na promoção de suporte a fim de que

a doação se efetiva com a família e envolvidos gerais. Os descritores aplicados para

a busca foram utilizados em português, espanhol e inglês, considerando os termos:

doação de órgãos, transplantes, florescimento, paz de espírito, psicologia, acolhimento

familiar, resiliência, morte encefálica – utilizados em conjunto ou em separado. O ob-

jetivo deste Trabalho ‘e descrever o impacto das atividades com ênfase no floresci-

mento, paz de espírito e acolhimento familiar na doação de órgãos. O método utilizado

foi uma busca aplicada em cada base, com as adaptações necessárias para a sua

interface de dados, a fim de manter uma coleta o mais eficiente possível para cada

particularidade. O problema de pesquisa que estruturou a busca foi: de que forma a

presença do psicólogo pode (caso possa), nas CIHDOTTs, influenciar na obtenção de

um melhor índice de captação de transplantes e no florescimento, acolhimento e paz

de espírito dos familiares envoltos no processo? Discussão: De acordo com o estudo

aplicado, foram observadas 30 famílias que após ter seu familiar com diagnóstico de

ME(morte encefálica) decretada, foram acolhidas pela CIHDOTT local esclarecendo o

protocolo com entrevista para possível doação, que sendo consentida, é oferecida di-

nâmica psicológica, com base estrutural no conceito do Florescimento Humano e Paz

de Espírito, a titulo de produzir sentimentos e pensamentos positivos substanciais acerca

da verdadeira compreensão e alívio da morte e o morrer.

PO02MORTE ENCEFÁLICA: CONHECIMENTO DE FUTUROS MÉDICOS BRASILEIROSRosane Almeida de Freitas, Fernando Henriques Almada Dibo, Ângela Andréia

França Gravena, Cátia Millene Dell Agnolo, Elizabete de Almeida Benguella, Sandra

Marisa Pelloso, Maria Dalva de Barros Carvalho

Universidade Estadual de Maringá - Hospital Universitário de Maringá.

Anualmente milhares de pessoas morrem na lista de espera por transplantes. A escas-

sez de órgãos e tecidos para transplantes é considerada um grave problema mundial.

A morte encefálica corresponde a principal fonte de órgãos para transplantes. Con-

siderando que constatação da morte encefálica (ME) é feita por equipe médica e a

realização do diagnóstico de ME tem grande importância ética o objetivo deste tra-

balho foi analisar o conhecimento dos alunos de 5º e 6º ano das escolas médicas

sobre o processo de determinação da morte encefálica de um Estado da Região Sul

do Brasil. Esta pesquisa corresponde a um estudo observacional, transversal, descritivo

realizado no período de setembro de 2013 a março de 2014. Participaram da pes-

quisa 635 alunos, sendo 337 (53,1%) provenientes de escolas públicas e 298 (46,9%)

de escolas privadas,. Cerca de 333 (52,4%) cursavam o sexto ano de medicina. A

média de idade dos alunos foi de 25,4 anos ± 3,56, prevaleceu o sexo feminino

(54,6% - 347) e a religião católica (61,7% - 392), 84,2% dos alunos relataram não ter

segurança em aplicar o protocolo de ME. Um baixo percentual de alunos, 15,7%,

acertaram 75% ou mais das questões sobre ME, critério estabelecido como parâmetro

para considerar como conhecimento suficiente. Aproximadamente 45% (282) dos en-

trevistados não souberam relatar quais os pacientes candidatos a realização do pro-

tocolo de ME. Estudar o conhecimento dos alunos de medicina ao final do curso, pode

fornecer informações de qualidade do ensino sobre o tema determinação de ME na

graduação. Neste estudo conclui-se que os alunos do quinto e sexto ano das escolas

médicas do estado do Paraná apresentam pouco conhecimento sobre o protocolo

de ME. Esses dados indicam a necessidade de se rever o currículo das escolas médi-

cas, de modo a destacar a importância do tema para a formação do profissional. O

profissional médico deve estar capacitado, para realizar todo o processo de determi-

nação da ME, desvinculando-o, a princípio, da doação de órgãos e entendendo este

como um diagnóstico médico, que deve ser dado aos familiares, independente do

paciente ser ou não doador de órgãos e tecidos para transplantes.

PO03PORTAL OF THE NATIONAL HEALTH SERVICE: SO USEFUL AS THEINFORMATION IT WILL PROVIDEBruno A Lima1, Helena Alves2

1-Oficina de Bioestatistica, Ermesinde, Portugal; 2-Instituto Nacional de Saude, Dr

Ricardo Jorge, Porto, Portugal.

February 1st, 2016, the Portuguese minister of health announced and launched the

website, so called Portal of the National Health Service (PNHS). The PNHS was conceived

to provide measures and indicators regarding the Portuguese national health service

in order to make available clear and useful information to patients, clinicians and re-

searchers. This portal recognizes the right of the Portuguese citizens to be informed

about the Portuguese health service and the need to improve confidence in its services.

One of the pages of the PNHS is dedicated to Transparency and one of his sections has

the topic of transplantation activities in Portugal. In this section, we could find (at least

until May, 2016) the number of transplanted patients and the number of wait listed pa-

tients for transplantation by organ and by year, between 2011 and 2015. Also the num-

ber of organ donors per million inhabitants was provided for each one of the years

between 2011 and 2015. Unfortunately, we can only presume that this number of donors

include both living and deceased donors because there’s no information regarding the

kind of donors or the kind of transplants performed. The information provided for trans-

plantation activities is scarce and badly presented. There is no information previously to

2011, or information about donors and transplant types that is already publicly available

at the Spanish website of ‘Organizacion Nacional de Trasplantes’ and the Newsletter

Transplant of the European Council concerning the Portuguese activities in organ trans-

plantation. Also information regarding: incidence and prevalence of renal replacement

therapy (dialysis or transplant); time on dialysis until transplantation; median waiting time

for transplantation (defined as the time on dialysis did it take before 50% of the waiting

list patients in a given year received a transplant); or the number of donors and per-

formed transplants combining different age groups, are pertinent to achieve the goals

of the PNHS website. Here, we intended to point out opportunities for the improvement

of the PNHS in order to respond to the need for a more transparent health service.

PO04A CRIAÇÃO DE EQUIPA DE COLHEITA MULTITECIDOS DE ORIGEM HUMANANUM HOSPITAL CENTRAL: CONTRIBUIÇÃO PARA A AUTOSSUFICIÊNCIANACIONALFátima Gonçalves, Maria João Xavier, Teresa Lobo

Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE - Gabinete Coordenador de Colheita e

Transplantação.

Uma dos objetivos definidos pela autoridade nacional, o IPST, IP, é que Portugal seja

um país autossuficiente a nível de tecidos de origem humana. A colaboração com o

Banco de Tecidos do IPST, IP (entidade responsável pela análise, processamento, pre-

servação, armazenamento e distribuição de tecidos de origem humana) situado no

Centro de Sangue e Transplantação de Lisboa e o Gabinete Coordenador de Colheita

e Transplantação permitiu perceber que este objetivo estava longe de ser concreti-

zado sendo recorrente a importação de pele, córneas e tecido músculo-esquelético

por parte do Banco de Tecidos do IPST, IP para dar resposta às solicitações nacionais.

Em 2015, a Coordenação Nacional de Transplantação efetuou um curso teórico- prá-

tico de formação de equipas de colheita multitecidos, em estreita colaboração com

o Banc de Sang i Teixits de Barcelona, sob a égide do Departamento de Anatomia da

Nova Medical School/FCM, Lisboa, com objetivo dinamizar a criação destas equipas

nos respetivos Hospitais. Este curso foi frequentado por colaboradores de três Institui-

ções hospitalares da zona de Lisboa.

A criação da equipa única para a colheita multitecidos com as características defini-

das no curso supracitado num Hospital central permitiu inverter a tendência e possibi-

litou iniciar a recuperação do objetivo definido. A equipa de colheita multitecidos é

constituída por 3 elementos, que iniciam a atividade após o final da colheita de órgãos

em dador em morte cerebral. Atualmente dispõe de 5 colaboradores em funções mas

está a programar formação específica para mais colaboradores no decorrer de 2016.

Os resultados obtidos em 2015 e no 1º trimestre de 2016 demonstram que a criação

destas equipas é uma enorme mais-valia para as Instituições, sendo visível o seu con-

tributo com o aumento de tecidos músculo-esqueléticos bastante significativo (uma

peça colhida em 2014 para 93 peças colhidas em 2015) bem como o aproveitamento

de um maior número de tecido cardiovascular.

PO05ACOMPANHAMENTO ÀS FAMILIAS DOADORAS NO PÓS DOAÇÃO: RELATODE EXPERIÊNCIAAna Cleyde Carneiro Lima, Kênia Mara Santos Veras, Jose De Ribamar Oliveira Lima

CNCDO-MA.

Introdução: As famílias enfrentam um momento de crise quando recebem a notícia

de morte encefálica, pois geralmente são repentinas sem dar tempo de internalizarem

a questão e tendo que vivenciar inúmeras perdas que modificam rapidamente a vida

de cada um dos membros da família, nesse sentido o acolhimento às famílias durante

todo o processo é imperativo, entretanto no pós doação muitas vezes essas famílias

não recebem um acompanhamento e construirão uma ideia a partir de suas próprias

vivências com a equipe que poderá ser positiva, mas também negativa e essa im-

pressa será repassada a seus amigos e comunidade.

Objetivo: Analisar e discutir a importância do acompanhamento às famílias doadoras

no pós doação.

Método: Pesquisa documental com dados secundários. Caso: rapaz de 20 anos, aten-

dido em emergência com cefaleia, vômitos onde é medicado e retorna para casa,

POSTERS

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POSTERS

volta novamente ao hospital inconsciente, tomografia revela Hemorragia Subarac-

nóide, evolui em coma aperceptivo, sendo procedido o exame diagnóstico de Morte

Encefálica. Realizado entrevista familiar. Doação consentida.

Discussão: Mãe e Pai chocados com o rápido desfecho do caso e impactados com

a morte do seu primogênito e apegados a fala do neurocirurgião de que o jovem

pode ter nascido com a patologia e que seria bom investigar os 2 irmãos mais novos,

a equipe ofereceu suporte médico e psicológico ao terminar o processo de doação.

Após 10 dias a família retornou a instituição em busca do suporte oferecido, se esta-

beleceu um vínculo positivo com a família e os membros da equipe designados para

o acompanhamento, foram feitos consultas, exames e iniciou-se a psicoterapia de

apoio com a mãe e o irmãos do doador.

Conclusão: O acompanhamento da família foi fundamental para auxiliar a família a

vivenciar suas perdas e obter uma visão positiva da Doação de Órgãos e se tornar

multiplicadora do processo.

PO06PERFIL DOS DOADORES DE ÓRGÃOS EM UM ESTADO BRASILEIRO NOPERÍODO DE 2010/2015Ana Cleyde Carneiro Lima, Roberta Paula Amorim Pereira, Mariana Almeida

Quixabeira

CNCDO-MA.

Introdução: Considerando a relevância do transplante de órgãos para salvar e ofere-

cer melhor qualidade de vida a pacientes portadores de doenças sem perspectivas

terapêuticas e a necessidade de conhecer melhor a etiologia de morte encefálica

dos doadores do Estado. Este estudo se propõe a analisar o perfil de doadores de ór-

gãos em um Estado Brasileiro, no período de janeiro de 2010 a dezembro de 2015.

Método: Pesquisa documental com dados secundários: sexo, idade média (IM), causa

do óbito, grupo sanguíneo, raça.

Resultados: Observou-se que 49,5% encontravam-se entre 35-59 anos, a raça negra

é maioria. O sexo predominante foi o masculino com 56%, os motivos de óbitos entre

os doadores foram 50% Acidente Vascular Cerebral (AVC), 27% Traumatismo Crânio

Encefálico (TCE) e 23% de outros motivos.

Discussão e Conclusão: A faixa etária encontrada condiz com a literatura, assim como

maior predominância do sexo masculino. A causa de morte mais presente (AVC) houve

significância estatística relacionada à doença crônico degenerativa, que tem como

fatores de risco o sobrepeso e hipertensão arterial sistêmica (HAS). Com relação à

etnia, a raça negra se sobrepõe e reflete o perfil demográfico da região em que o

estudo foi realizado.

PO07PROJETO DE ACOMPANHAMENTO PSICOSSOCIAL AS FAMILIAS DOADORASNO PÓS DOAÇÃOAna Cleyde Carneiro Lima, Maria Inês Gomes de Oliveira, Deuzilene Pedra Viegas,

Kellen Cristine Louzeiro Bravim

CNCDO-MA.

Introdução: As famílias doadoras vivem momentos de intensa angústia e dificuldades

diante da morte de seu familiar, sem conseguir perceber muitas vezes de maneira

adequada os fatos, em especial, sua tomada de decisão em consentir a retirada de

órgãos para transplante. Muitas vezes é a primeira vez que entram em contato com o

assunto, ou possuem muitas dúvidas em relação ao mesmo, ou ainda não receberam

a atenção devida durante o processo de doação. Além do mais, ressalte-se que o

momento do luto pode se revestir de um álibi para instalação de uma patologia men-

tal; sem a devida atenção por parte da equipe multiprofissional, essa família poderá

criar fantasias, crenças distorcidas acerca da doação de órgãos e gerar sentimentos

dúbios e questionamentos se a decisão tomada foi a melhor.

Objetivo: oferecer suporte psicossocial as famílias doadoras nos pós doação.

Metodologia: utilizar a visita domiciliar como ferramenta de cuidado no desenrolar do

processo de luto; fazer os encaminhamentos adequados à cada situação, ofertar

atendimento psicológico na unidade hospitalar com o profissional que acolheu a fa-

mília durante o processo de doação, mensurar as possíveis interferências da rede so-

cial da família em relação a doação de órgãos. Resgatar e fortalecer o vínculo que

foi estabelecido durante a internação hospitalar do doador.

Resultados: O projeto encontra-se em fase de implantação, portanto os resultados

estão impossibilitados de serem mensurados.

Conclusão: Ações que apoiem as famílias nos pós doação podem ajudar a família a

elaborar seu luto e gerar satisfação na atitude altruísta da doação de órgãos cons-

truindo a possibilidade de uma nova doação e sendo agente multiplicador por ter vi-

venciado o processo e orientar sua rede social a seguir seu exemplo, pois repassarão

uma impressão positiva acerca da doação de órgãos. O projeto vislumbra também

oferecer um feedback as equipes de captação quanto a postura do profissional na

ótica da família durante todo o processo de doação.

PO08O ENFERMEIRO COMO COORDENADOR DE CIRURGIA DE RETIRADA DEMÚLTIPLOS ÓRGÃOS PARA TRANSPLANTEFabiane De Avila Marek, Karla Cusinato Hermann, Paulo Rolim Neto, Jaqueline

Wilsmann, Jeane Cristine de Souza da Silveira, Kátia Kosciuk Lima

Serviço de Enfermagem em Centro Cirúrgico/Hospital de Clínicas de Porto Alegre.

Introdução: Em um hospital universitário do sul do Brasil foi criado, em meados de 2001,

uma Equipe de Coordenação de Retirada de Múltiplos Órgãos (RMO) para Transplan-

tes formada exclusivamente por enfermeiros. A equipe pioneira nessa atividade no

Brasil foi criada a partir do modelo americano de coordenação, acabando por ex-

pandir seu conhecimento e sua atuação para as outras instituições. Atualmente seu

trabalho é reconhecido por todas as instituições que realizam a cirurgia de doação

de órgãos quanto aquelas que realizam os transplantes.

Objetivos: Abordar as atividades na trajetória de 15 anos da equipe de enfermeiros.

Metodologia: Relato de experiência.

Resultados: Em maio de 2001 um grupo de enfermeiros foi criado e passou a receber

treinamentos teóricos e práticos acerca da coordenação de cirurgia de RMO para

transplantes. A ideia inicial era de acompanhar a equipe de transplante hepático nas

doações efetuadas fora da sua instituição. A partir do final daquele ano, a equipe ob-

teve seu reconhecimento pela instituição, passando a ser remunerada com sobreaviso

e hora extra em caso de chamado. Em 2002 houve a ampliação de sua atividade

junto a outras equipes transplantadoras: fígado infantil, coração, rins, córneas, pân-

creas, pulmão. A partir de 2003, sua atividade foi agregada ao Centro Cirúrgico do

próprio hospital, assim conferindo maior agilidade e segurança na RMO efetuada por

equipes de captação do estado. Dentre as suas atividades estão: checar a disponi-

bilidade do material; coordenar a coleta de exames laboratoriais; trabalhar conjun-

tamente à equipe de enfermagem do Centro Cirúrgico; realizar a evolução do

procedimento em prontuário; auxiliar na perfusão dos órgãos durante período de is-

quemia; controlar a manutenção da temperatura do órgão durante a isquemia; coor-

denar o adequado acondicionamento para transporte de cada órgão; manter

contato com a Central de Transplantes local e a família do doador.

Conclusão: Esta atividade do enfermeiro tem contribuído para a legalidade bem

como para a segurança de todas as etapas envolvidas, diminuindo os erros e a que-

bra de etapas essenciais para os resultados esperados nos transplantes. A manutenção

dessa equipe há 15 anos reflete a sua importância em um processo complexo como

a de doação de órgãos.

PO09RECUSA FAMILIAR PARA A DOAÇÃO DE CÓRNEAS Karla Cusinato Hermann, Paulo Roberto Antonacci Carvalho, Maria Liege Bazanella

de Oliveira, Ondina Francisca de Almeida Cardoso

Hospital de Clínicas de Porto Alegre / Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Introdução: A oferta de córneas não preenche a demanda para transplante. Em 2015

a lista de espera por este tipo de tecido no Brasil era de 10.210 pacientes. O sucesso

da captação de córneas é inversamente proporcional à recusa para a doação de

córneas por parte dos familiares do potencial doador. Este estudo tem como objetivo

descrever os motivos de recusa familiar para doação de córneas.

Material e Métodos: Pesquisa retrospectiva realizada nos registros de todas as entre-

vistas realizadas para captação de córneas de potenciais doadores de coração pa-

rado em um hospital universitário, público e geral localizado no sul do Brasil. Foi

estudado o período de janeiro de 2011 a dezembro de 2015 com a identificação dos

motivos de recusa dos familiares para a doação de córneas.

Resultados: No período referido ocorreram 891 entrevistas com familiares de potenciais

doadores de córneas com 487 (55%) recusas para a doação. Como causas da não

efetivação da doação de córneas relacionadas à entrevista tiveram: 126 (26%) pelo

potencial doador ser contrário à doação em vida, 112 (23%) pelos familiares se ma-

nifestarem contra a doação, 106 (22%) por desconhecimento do desejo do potencial

doador 98 (20%) por familiares indecisos quanto à doação, 26 (5%) por familiares de-

sejarem o corpo integro 12 (2%) por familiares com receio da demora na liberação

do corpo, 6 (1%) por convicções religiosas e 1 (1%) por familiares estarem descontentes

com a assistência prestada ao paciente.

Discussão e Conclusão:Muitos são os motivos para os familiares recusarem a doação

de córnea. Neste estudo, quase dois terços (316/487) dos familiares recusaram a doa-

ção em função da falta de comunicação familiar sobre o tema. Uma maior conscien-

tização da população sobre o assunto mostra-se como um caminho que poderá

aumentar os índices de captação de córneas e diminuir a lista de espera para trans-

plante. Um registro nacional de doadores também poderia dar subsídios para a deci-

são dos familiares pela doação de córneas.

PO10DO PASSADO AO PRESENTE – DOAÇÃO DE ÓRGÃOS NA REGIÃO CENTRODE PORTUGAL: 1994-2015Ana Maria Calvão da Silva, António Alves, Maria João Henriques

Gabinete Coordenador de Colheita e Transplantação do Centro Hospitalar e

Universitário de Coimbra.

Introdução: O aumento do número de dadores de órgãos na Região Centro de Por-

tugal é uma consequência directa da motivação e excelente colaboração dos Ser-

viços de Medicina Intensiva, do trabalho continuado dos Coordenadores Hospitalares

de Doação e do Gabinete Coordenador de Colheita e Transplantação (GCCT). O cres-

cimento verificado nos últimos anos deve-se ao aumento dos dadores do foro médico,

o que levou a uma profunda alteração no perfil do dador.

Material e Métodos: Análise retrospectiva de todos os dadores em Morte Cerebral (MC)

dos Hospitais da área de acção do GCCT-CHUC desde o início da actividade deste

Gabinete em Fevereiro 1994 até 31 de Dezembro 2015, direccionada para a evolução

do número dos Hospitais dadores, causa de morte e idade dos dadores, taxa de apro-

veitamento de órgãos e ofertas a outros centros.

Resultados: A actividade de colheita de órgãos em dadores em MC reflectiu-se em

1446 efectivos, num total de 1799 notificados. Foram colhidos 4187 órgãos e 4952 te-

cidos.

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13–15 OUTUBRO 2016 · PORTO · PORTUGALXIII CONGRESSO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSO LUSO BRASILEIRO DE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICO DE TRANSPLANTAÇÃO

POSTERS

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Dos órgãos colhidos enviamos para outros centros de transplantação nacionais: 159

rins, 467 fígados + 13 lobos direitos, 60 corações, 38 pulmões, 33 pâncreas. Para Es-

panha enviamos 9 rins, 12 fígados, 1 coração e 4 pulmões.

A tipologia do dador alterou-se radicalmente passando essencialmente de traumática

para médica.

Em 1994, 83,4% dos dadores eram de causa traumática versus 21% em 2015. O maior

crescimento dos dadores do foro médico verificou-se a partir de 2002.

A idade média dos dadores passou de 34 anos em 1994 (6,4% com idade superior a

60 anos) para 57,3 anos em 2015 (39% com idade superior a 60 anos).

Esta nova realidade leva a que a taxa de aproveitamento de órgãos venha a baixar

com maior repercussão para o rim (96,6% em 1994 versus 70% em 2015) e coração

(36,7% em 2004 versus 18% em 2015).

A contribuição dos hospitais dadores passou a ter uma expressão crescente com o iní-

cio dos novos hospitais ao longo do tempo (2 em 1994 → 13 em 2015).

Discussão e Conclusões: Os resultados obtidos levaram a que desde 2008 a Região

Centro ocupasse uma posição cimeira na doação de órgãos no nosso País (40.5 pmp

em 2015) contribuindo para o desenvolvimento dos programas de transplantação do

nosso hospital e de outros.

A nova realidade dos dadores – causa médica, mais velhos e com múltiplas co-mor-

bilidades – impõe o recurso a um maior número de exames complementares com vista

a optimizar o aproveitamento de órgãos e reduzir ao máximo o tempo de isquémia

dos mesmos.

PO11DESAFIOS DA COORDENAÇÃO DE TRANSPLANTES NOS TEMPOS DE HOJEFernando Nunes e Rosário Caetano Pereira

CHP - Hospital Santo António.

Introdução: É um facto conhecido que o perfil do dador atual se tem gradualmente

modificado. Esta alteração, que se iniciou mais precocemente nos países europeus,

torna-se agora um fenómeno mundial. A idade crescente, a inversão da causa de

morte cerebral e as co-morbilidades são realidades que a coordenação de trans-

plante tem de otimizar junto das equipa de transplante.

PO12O IMPACTO DOS CURSOS DE CURTA DURAÇÃO EM DOAÇÃO DE ÓRGÃOS:ANÁLISE DE PRÉ E PÓS-TESTEPaura, P.R.C.; Barros Júnior, O.O.; Almeida, A.C.; Vascouto, G.R.; Montezano, S.G.;

Sarlo, R.A.

PET - CNCDO/RJ.

Introdução: A presente pesquisa faz parte de uma série de ações do Serviço Educa-

ção e Pesquisa da CNCDO, desenvolvido por equipe multidisciplinar; e teve como ob-

jeto os Cursos: Básico- voltado para a unidade hospitalar e realizado em auditório- e

o “Hands On” – destinado a profissionais de saúde dos setores com ventilação mecâ-

nica in locu, com duração de 3 horas e 20 min respctivamente, contendo aulas teó-

ricas, visando a informação de profissionais de saúde no Processo de Doação e

Transplante (D-Tx). O objetivo foi avaliar o impacto destes Cursos no conhecimento

sobre o Processo D-Tx.

Material e Método: Trata-se de estudo transversal onde foram analisados os dados re-

ferentes a 2 Cursos Básicos e 1 Hands On realizados no período de 2015 e 2016. Foram

planilhados em Excel® os resultados de cada questionário coletados antes e após os

Cursos. Esse questionário, padronizado pela CNCDO, contem 6 questões fechadas

com os seguintes temas: Abordagem de Morte Encefálica (ME), Comunicação de Más

Notícias (CMN), sequencia de acontecimentos (SA), manuseio de documentos (DOC),

doador (DO) e desligamento de aparelhos (DESLIGAMENTO). As respostas foram classi-

ficadas como sim e não e apresentadas em percentual com análise do aumento das

respostas sim como indicador de ganho de conhecimento.

Resultados: Participaram da pesquisa 142 profissionais e 117 responderam ambos os

questionários. As respontas SIM no pré teste e o respectivo aumento foi de: 59-41% nas

questões de ME; 67-13% nas de CMN; 35-108% na de SA; 16-194% na de DOC; 65-

6% em DO; e 20-70% na de DESLIGAMENTO; gerando um impacto de 44% de ganho

geral de conhecimento. Não foi possível identificar um padrão de diferença no ganho

de conhecimento entre instituições participantes ou tipo de curso.

Discussão e Conclusão: Os Cursos resultaram em aumento no conhecimento do Processo

D-Tx. Teve maior impacto nos temas predominantemente técnicos e menor nos que en-

volvem também atitudes com dimensões éticas e/ou relacionais. Resultados revelam que

cursos de curta duração é um instrumento importante para informar sobre aspectos ope-

racionais do processo e aponta a necessidade de aprofundar temas “ético/relacionais”

em cursos de maior duração que se utilize de diferentes metodologias.

PO13DOAÇÃO DE ÓRGÃOS E TECIDOS PARA TRANSPLANTES EM CRIANÇAS EADOLESCENTESElizabete Almeida Benguella, Rosane Almeida de Freitas, Cátia Millene Dell Agnolo,

Silvana Delatore, Sandra Marisa Pelloso, Maria Dalva de Barros Carvalho

Universidade Estadual de Maringá - Programa de Pós Graduação em Ciências da

Saúde; Universidade Estadual de Maringá - Hospital Universitário de Maringá.

O Brasil é o segundo país do mundo em número absoluto de transplantes ficando atrás

somente dos Estados Unidos. Porém, essa colocação não garante o número efetivo

de doações, pois, a recusa familiar é responsável por 47% das não doações a nível

nacional, 45% no Estado do Paraná, variando de 37% em São Paulo a 84%, em Ser-

gipe. O consentimento da doação de órgãos foi descrito como um processo difícil

principalmente em casos de crianças e adolescentes. De acordo com a Sociedade

Brasileira de Nefrologia atualmente existem aproximadamente 95.000 pacientes em

diálise sendo que destes 4,5% tem idade até 18 anos, 0,3% seriam menores de 12

anos. Diante da necessidade dos transplantes e da escassez de órgãos o objetivo

deste trabalho foi analisar os fatores que permeiam o processo de doação de órgãos

e tecidos para transplantes em crianças e adolescentes. Trata-se de uma pesquisa

documental, estudo descritivo, transversal, retrospectivo acerca da doação de órgãos

e tecidos para transplantes em crianças e adolescentes que foram a óbito em um Es-

tado da Região Sul do Brasil no período de janeiro 2011 a dezembro de 2015. Foram

analisados 345 óbitos notificados à central Estadual de Transplantes do Paraná, Sendo

241 (70%) em morte encefálica (ME) e 104 (30%) em Parada Cardiorrespiratória (PCR).

Dos óbitos houve um maior número de doações em PCR e um maior número de ne-

gativas familiares em ME, sendo ME com 75 (31%) doações e 166 (69%) não doações

e em PCR 96 (92%) doações e 08 (8%) não doações. Do total de óbitos mais de 50%

(174) resultaram em não doação de órgãos e tecidos, destes 40% (69) por recusa fa-

miliar, 24% (42) por ME com evolução para PCR e 25% (45) outras causas e apenas

10% (18) por contra indicação clínica. As informações obtidas neste estudo fornecem

dados relevantes, a fim de detectar falhas durante o processo de doação/transplante

desde a identificação do potencial doador, abordagem familiar, captação até a rea-

lização do transplante de órgãos e tecidos.

PO14ENSINO DE DOAÇÃO E TRANSPLANTE NA PÓS-GRADUAÇÃO: EXPERIÊNCIANA RESIDENCIA MULTIPROFISSIONALJanaína de Jesus Castro Câmara, Maria Inês Gomes de Oliveira

Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão; Central de Notificação,

Captação e Distribuição de Órgãos do Maranhão.

Introdução: "Doação e Transplante” constitui campo de conhecimento pouco explo-

rado e não se encontra inserido nas grades curriculares dos cursos de graduação e

pós-graduação da área da saúde no país. Uma equipe multiprofissional possui com-

petências e habilidades para desempenhar atividades voltadas para a saúde, sendo

também importante apreender e compreender o processo de doação e transplante

para dele participar de forma ativa, consciente e oportuna.

Objetivo: Relatar a experiência da disciplina “Doação e Transplante” em Programa de

Residência Multiprofissional.

Material e Métodos: Relato de Experiência sob a perspectiva de docentes atuantes

no planejamento, organização, ministração e avaliação da disciplina em programa

de residência integrada multiprofissional em saúde de um hospital universitário, Mara-

nhão-Brasil. A disciplina de 30 horas/aula é oferecida aos alunos de: educação física,

enfermagem, farmácia, fisioterapia, nutrição, odontologia, psicologia, serviço social

e terapia ocupacional. Conteúdo programático envolve a vivência do luto e comuni-

cação de más notícias, morte encefálica, manutenção do potencial doador, acolhi-

mento e entrevista familiar, aspectos éticos e legais da doação de órgãos/tecidos. As

metodologias foram a exposição e debate dos aspectos teóricos da Política de Doa-

ção e Transplantes no Brasil e a discussão de casos e situações-problema, com enfo-

que multidisciplinar.

Resultados e Discussão: Os alunos têm apresentado reflexões sobre a compreensão,

em suas inúmeras interfaces, do processo de doação e transplantes de órgãos e te-

cidos e têm despertado para sua participação ativa no processo dentro da especifi-

cidade de cada área. Ao longo de três anos, observa-se interesse progressivo por

parte dos residentes e mais desenvoltura da preceptoria envolvida. E sem dúvida, a

capacitação de profissionais é fundamental na consolidação do programa brasileiro

de doação e transplante.

Conclusão: A experiência converge ao preconizado como uma das estratégias da

Política de Doação e Transplante, qual seja, capacitação técnica e cientifica dos pro-

fissionais - formação do capital humano sintonizado aos seus princípios, visando o in-

cremento das notificações de potenciais doadores e sua efetivação, traduzida pelo

aumento do número de transplantes de órgãos e tecidos para a sociedade.

PO15ANÁLISE DOS RESULTADOS DE PROGRAMA DE CAPTAÇÃO DE ÓRGÃOSREALIZADO POR IMPORTANTE CENTRO TRANSPLANTADOR BRASILEIROCamylla Santos de Souza, Graça Torres, Dafne Lopes Sales, Gyslane Vasconcelos,

Rodrigo Almeida Fontenele, Bruna Gomes de Castro, Crislâine Andrade Borges,

Guilherme Almeida Fontenele, Amanda Ferino Teixeira, João David de Souza Neto

Unidade de Transplante e Insuficiência Cardíaca do Hospital de Messejana Dr.

Carlos Alberto Studart Gomes.

Fundamento: Desde a organização da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Ór-

gãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT), em 2008, que um hospital transplantador

de Fortaleza, Brasil, realiza levantamentos estatísticos avaliando os índices de doações

de órgãos na instituição.

Objetivo: Analisar resultados de captações realizadas em hospital transplantador do

Nordeste brasileiro, de 2010 a 2015.

Métodos: Revisão de dados estatísticos organizados pela CIHDOTT do próprio hospital.

Resultados: Em 2010, dos 1612 óbitos, entrevistaram-se 310 (19,2%) para doação de

córnea, com aceitação de 223 (71%). De 5 mortes encefálicas (MEs), 2 doaram múl-

tiplos órgãos. Em 2011, dos 1818 óbitos, entrevistaram-se 307 (16,8%), com aceitação

de 73 (23,7%). Todos os 4 MEs doaram fígado e rins, bem como realizaram-se as pri-

meiras 3 doações de válvulas cardíacas. Em 2012, dos 1856 óbitos, entrevistaram-se

350 (18,8%), com aceitação de 114 (32,5%). Das 3 MEs, apenas 1 doou múltiplos ór-

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13–15 OUTUBRO 2016 · PORTO · PORTUGALXIII CONGRESSO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSO LUSO BRASILEIRO DE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICO DE TRANSPLANTAÇÃO

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POSTERS

gãos, como também, todos os 9 entrevistados aceitaram doar válvulas cardíacas. Em

2013, de 1799 óbitos, entrevistaram-se 349 (19,3%), com aceitação de 52 (14,8%). De

8 MEs, apenas 1 doou múltiplos órgãos, bem como realizaram-se ambas as doações

de válvulas cardíacas consideradas. Em 2014, de 1661 óbitos, entrevistaram-se 278

(16,7%), com aceitação de 56 (20,1%). Já em 2015, dos 1966 óbitos, entrevistaram-

se 330 (16,7%), com aceitação de 50 (15,1%). Das 5 MEs, 2 doaram múltiplos órgãos,

bem como ambos os entrevistados doaram suas válvulas cardíacas.

Conclusão: Um hospital transplantador também pode ser doador de órgãos e tecidos.

Em oito anos de atuação, os resultados de doação foram muito favoráveis e beneficia-

ram 568 pacientes em transplante de córnea, 10 de fígado, 10 de rim e 8 de válvula.

PO17CATETER DE ARTÉRIA PULMONAR: CUIDADOS DE ENFERMAGEMRELACIONADOS AOS PACIENTES NO PÓS-OPERATÓRIO DE TRANSPLANTECARDÍACOVitoria Nascimento de Souza1, Adriana Cândido dos Santos2, Raquel Sampaio

Florêncio3, Maria da Conceição Procopio da Silva2, Paulo Renato Fernandes

Mafaldo3, Samyla Fernandes de Sousa2

1-Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará - Hemoce; 2-Faculdade

Metropolitana da Grande Fortaleza; 3-Universidade Estadual do Ceará - UECE.

Introdução: A monitorização hemodinâmica (MH) em situação de transplante é um

fator extremamente relevante na assistência ao paciente. Dentre os métodos de mo-

nitorização mais utilizados está o cateter de artéria pulmonar (CAP) que permite uma

avaliação precisa do estado hemodinâmico.

Objetivo: Identificar os cuidados de enfermagem na manutenção do cateter de arté-

ria pulmonar no pós-operatório (PO) de transplante cardíaco.

Método: Estudo predominantemente qualitativo, documental, realizado no ano de

2015 em um hospital de nível terciário na cidade de Fortaleza/CE, Brasil. Foram utiliza-

dos os registros de enfermagem dos pacientes até 72hs do PO de transplante car-

díaco. Ao todo, no ano de 2015, foram realizados 24 transplantes cardíacos e após

aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, apenas 11 prontuários fizeram parte

da análise final do estudo. Foi confeccionado um instrumento para auxiliar a coleta

de dados, que aconteceu durante o período de Novembro/2015 à Janeiro/2016. Uti-

lizou-se o método de Análise de Conteúdo para o desenvolvimento do estudo. Ante-

riormente a coleta de dados, o estudo foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa,

onde obteve aprovação sob CAEE nº49996215.0.0000.5039.

Resultados: Durante a análises dos dados foram identificadas as seguintes categorias:

hemodinâmica, curativos e retirada de dispositivos e cateteres. Das evoluções de en-

fermagem contidas nos prontuários, observou-se que apenas 6 registros continham in-

formações sobre quais medidas hemodinâmicas foram realizadas. Identificou-se que

5 registros apresentavam algum dado sobre a troca de curativo. No entanto, não foi

possível constatar informações que detalhassem a realização do procedimento, bem

como a periodicidade das trocas. Constatou-se que 8 registros apresentavam algum

dado sobre a retirada do cateter e/ou introdutor.

Conclusão: Por meio das categorias analisadas, pode-se identificar que a manuten-

ção, avaliação e manejo do CAP é uma atividade pouco registrada pelos profissionais

enfermeiros. Enquanto que os registros encontrados acabavam sendo muito surpefi-

ciais e não detalham como eram realizados esses cuidados. Percebe-se ainda a difi-

culdade que os enfermeiros têm de utilizar o CAP, uma vez que o conhecimento sobre

esse instrumento ainda é limitado.

PO18ASPECTOS LEGAIS E ÉTICOS DO INTRA OPERATÓRIO DE TRANSPLANTES DEÓRGÃOSGiovana Dutra*, Maria Aparecida Andreza Leopoldino

Hospital de Clinicas de Porto Alegre (HCPA).

O enfermeiro deve ter conhecimento dos princípios de boas práticas éticas e ter re-

cursos disponíveis para avaliar o mérito, riscos e questões sociais relacionadas ao trans-

plante de órgãos. Nesse sentido, os enfermeiros devem registrar todas as ações

realizadas no intra operatório de transplante de órgãos. Pois, os registros realizados nos

prontuários dos pacientes tornam-se fonte inestimável de dados que podem ser utili-

zados por todos os membros da equipe de saúde. As anotações de enfermagem tem

como finalidade a comunicação de informações sobre o paciente, possibilitar o en-

sino, a pesquisa, a realização de auditorias e a verificação de aspectos legais.

Objetivo: Identificar as produções científicas nacionais, da área da Enfermagem,

acerca dos aspectos éticos e legais envolvendo o transplante de órgãos.

Método: Revisão Sistemática realizada nas bases de dados da Medline, LILACS, BDEnf

e IBCS, artigos científicos disponíveis gratuitamente, publicados no período de

04/02/2006 a 04/02/2016, nas línguas inglesa, espanhola e portuguesa com os descri-

tores: “Aspectos éticos e legais”, “Registros de enfermagem” e “Publicações científicas

e técnicas”.

Resultados: Os registros de enfermagem são um dos meios para avaliar o cuidado

prestado a partir da adoção de indicadores de qualidade que mensuraram tanto o

processo como os resultados da assistência, existindo, assim, uma correlação positiva

entre os registros e a qualidade do cuidado. Qualquer procedimento realizado com

o paciente, que envolve a participação da enfermagem deve ser registrado, em res-

peito ao Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem (COREN, 1973) que consi-

dera que o enfermeiro deve "[...] Registrar no prontuário do paciente as informações

inerentes e indispensáveis ao processo de cuidar". Pois, a finalidade da anotação do

enfermeiro é fornecer informações relacionadas à assistência de enfermagem pres-

tada, assegurando, assim, a comunicação entre os membros da equipe de saúde e

garantindo continuidade do cuidado de enfermagem. Embora algumas atividades

não sejam de competência da enfermagem, ela é corresponsável pela sua realização

e por esse motivo deve ser documentada a sua ocorrência.

Conclusão: A contínua evolução dos transplantes exige dos profissionais de enferma-

gem uma constantemente atualização sobre a legislação e a dinâmica da assistência.

Profissionais capacitados que trazem consequentemente, sucesso ao transplante de

órgãos.

PO19GRUPO HIPERDIA - FERRAMENTA PARA A REDUÇÃO DO NÚMERO DETRANSPLANTE RENAL: RELATO DE EXPERIÊNCIAQuiti dos Anjos Lopes, Milena da Silva Santos, Sandra Cristina Biava, Joel Pedroso,

Denise Caldeira Chwal Pedroso, Mariela Dal Ri Barbosa, Kelen Pereira Selau, Maria

Aparecida Andreza Leopoldino, Giovana Dutra*

Hospital de Clinicas de Porto Alegre (HCPA).

As estratégias, para enfrentar a escassez tanto da obtenção de órgãos e tecidos,

quanto à estrutura necessária para a realização dos mesmos, podem ser a prevenção

e promoção da saúde. As ações de prevenção/promoção à saúde podem diminuir a

incidência de hipertensão arterial e diabetes mellitus bem como suas complicações,

reduzindo a necessidade de transplante de rins, considerando-se que elas são as prin-

cipais causas de falência renal.

Objetivo: Relatar a assistência multidisciplinar prestada aos pacientes do Grupo HIPER-

DIA de um Município da Região Sul, do Brasil.

Material: O Grupo HIPERDIA, de um Município da Região Sul, do Brasil, é composto por

equipe multidisciplinar - que conta com médico clínico, nutricionista, enfermeiro, psi-

cólogo, fisioterapeuta e educador físico, que realizam exames laboratoriais, avaliação

antropométrica e orientação quanto ao estado nutricional, palestras com profissionais

das diversas áreas da saúde e participação na academia do SUS, os portadores de

hipertensão arterial (HAS) e diabetes mellitus (DM).

Resultados: O transplante renal trata-se de uma alternativa terapêutica segura e eficaz

no tratamento de portadores de HAS e DM que se encontra em estagio avançado. Dessa

forma, o Grupo HIPERDIA foi criado, visando fortalecer e expandir as ações prevenção/pro-

moção à saúde de portadores de HAS e DM. Para minimizar as consequências da HAS e

DM, faz-se necessário a Educação Permanente em Saúde (EPS) que visa promover mu-

danças nas práticas de saúde dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).

A EPS visa promover a formação e o aperfeiçoamento de profissionais que atuam na

rede de atenção básica, de modo a estimular e aprimorar o desenvolvimento de

ações e atividades de apoio, e realização do auto cuidado pelo portador de HAS e

DM. Uma vez, que o número de pacientes na fila de transplante renal, cresce conti-

nuamente desde 2007. Dentre os estados mais realizaram transplantes renais no Brasil

são Rio Grande do Sul e São Paulo.

Conclusão: A atuação da equipe multidisciplinar no acompanhamento do portador

de HAS e DM é de extrema valia, visto que o Grupo HIPERDIA pode ser um instrumento

valioso para a diminuição do número de transplantes de rins no Brasil.

PO20CUIDADOS DE ENFERMAGEM: MEDIDA DE PREVENÇÃO DA MEDIASTINITENO PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO DE TRANSPLANTE CARDÍACOWilem Gomes Daminelli, Ellen Hettwer Magedanz, Giovana Dutra,Maria Aparecida

Andreza Leopoldino

Hospital de Clinicas de Porto Alegre (HCPA).

Trata-se de uma revisão sistemática que buscou produções científicas nas bases de

dados MedLine, LILACS e BDEnf a partir dos descritores: Mediastinitis, Nursing Care, Car-

diovascular Infections, Thoracic Surgery, Transplantation e Postoperative Period. Foram

incluídas produções científicas nacionais e internacionais, do período entre 1º de ja-

neiro de 2005 a 31 de dezembro de 2015, que estavam disponíveis gratuitamente na

íntegra, na língua portuguesa e inglesa. O objetivo foi identificar quais são os principais

cuidados de enfermagem para reduzir as taxas de mediastinite no período pós-ope-

ratório de transplante cardíaco. Devido à complexidade dos cuidados requeridos

pelos pacientes no período pós-operatório de transplante cardíaco, para que haja

qualidade da assistência de enfermagem prestada, o enfermeiro deve organizar e

planejar o cuidado a partir dos sinais e sintomas apresentados pelo paciente. Nesse

sentido, o reconhecimento precoce das manifestações clínicas da mediastinite no pe-

ríodo pós-operatório de transplante cardíaco por parte da enfermagem é muito im-

portante para que a realização do tratamento se de forma adequada. E essa deve

ser realizada a partir da aplicação das etapas metodológicas do processo de enfer-

magem. Evitando, assim, que haja grave complicação infecciosa que atinge o acesso

transesternal do paciente, redução da mortalidade e melhoria da saúde e estado fun-

cional do paciente. Dessa forma, a equipe de enfermagem deve ter observação con-

tínua para que a tomada de decisão e os cuidados sejam realizados de forma rápida

visando minimizar as complicações.

Conclusões: A equipe de enfermagem que trabalham com pacientes no período pós-

operatório cardíaco devem ser capacitadas para a identificação precoce dos sinais

e sintomas de mediastinite no período do pós-operatório de transplante cardíaco.

Dessa forma, a utilização da sistematização da assistência de enfermagem, capaci-

tações/treinamentos dentro dos serviços, mudanças de atitudes e educação conti-

nuada são pontos fundamentais para a qualidade do processo assistencial, nas

instituições hospitalares.

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PO21PAINEL DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA DA ENFERMAGEM BRASILEIRA SOBREDOAÇÃO E TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS: REVISÃO SISTEMÁTICAKaren Deis Pereira, Andrea Conrad, Giovana Dutra*, Maria Aparecida Andreza

Leopoldino

Hospital de Clinicas de Porto Alegre (HCPA).

Considerando o grau de complexidade que envolve a doação e transplantes de ór-gãos e tecidos e sendo a enfermagem atuante no processo percebe-se a necessi-dade de se conhecer as publicações acerca do tema. Afim de, atualizar-se sobre dasnecessidades básicas da estrutura, processo e resultados que envolvem a doação etransplantes de órgãos e tecidos após a promulgação da Lei nº 9.434/97 que dispõesobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de trans-plante e tratamento.Objetivo: Identificar as produções científicas, da área da Enfermagem, após a criaçãoda Politica Nacional de Doação e Transplantes de Órgãos e Tecidos.Método: Revisão Sistemática realizada nas bases de dados da Medline, LILACS, BDEnfe IBCS, artigos científicos disponíveis gratuitamente, publicados no período de04/02/1997 a 04/02/2016, nas línguas espanhola e portuguesa com os descritores: “En-fermagem”, “Obtenção de tecidos e órgãos” e “Publicações científicas e técnicas”.Resultados: A enfermagem até 1960 ficava apenas na área instrumental, no atendi-mento às solicitações da equipe médica e às ações de previsão e provisão para odesenvolvimento do ato anestésico-cirúrgico.Após houve um intenso desenvolvimento de técnicas cirúrgicas e instrumentais desen-cadeando a necessidade de haver uma fundamentação científica que o embasassee que dessa identidade ao papel do enfermeiro no processo que envolve a doaçãoe transplante de órgãos e tecidos. Pois, as competências clínicas do enfermeiro devemincluir desde a avaliação e gestão do doador falecido, do receptor de transplante,do potencial doador ou do doador vivo, ensino e aconselhamento de receptores detransplante e doador vivo relacionado à gestão do autocuidado, vida saudável e pre-paro para morte pacífica na iminência da mesma. Sendo, assim importante que seproduza publicações cientificas quanto seu papel dentro do processo de doação etransplante de órgãos e tecidos.Conclusão: O número de produções científicas, da área da Enfermagem, após a cria-ção da Politica Nacional de Doação e Transplantes de Órgãos e Tecidos, ainda sãoinsuficientes, nota-se a necessidade que se façam mais estudos que abordem maissobre o assunto tendo-se em vista a importância legal que o enfermeiro tem em par-ticipar desse processo.

PO22SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PERÍODOTRANSOPERATÓRIO DE TRANSPLANTE CARDÍACOGiovana Dutra, Quiti dos Anjos Lopes, Milena da Silva Santos, Catiana Benetti Foss

Holdorf, Maria Aparecida Andreza Leopoldino

Prefeitura Municipal de Gramado RS/Brasil.

Para que a equipe de enfermagem consiga realizar suas atividades de cuidado no pe-ríodo transoperatório de cirurgia cardíaca, o enfermeiro necessita de instrumentos con-ceituais e técnicos para abordar a realidade da prática durante os períodos:pré-operatório, transoperatório e pós-operatório de transplante cardíaco. Dessa forma,a sistematização da assistência de enfermagem (SAE), emerge como uma forma deorientar o cuidado, visto que sua operacionalização busca atender as necessidadesbásicas do paciente. O objetivo foi identificar as produções científicas da área da En-fermagem, sobre a importância da SAE, como instrumento para o cuidado ao paciente,no período transoperatório de transplantes cardíacos. Trata-se de uma revisão sistemá-tica realizada nas bases de dados MedLine, LILACS e BDEnf, a partir da questão nor-teadora: “Como está as produção de pesquisas científicas, da área da Enfermagemquanto a importância da SAE para a atuação do enfermeiro durante o transoperatóriode transplante cardíaco?”, que buscou produções científicas nacionais no período de1º de janeiro de 2005 a 31 de dezembro de 2015, no idioma português e espanhol.Para tanto, utilizou-se os seguintes descritores: “Cirurgia Torácica”, “Transplante”, “Cui-dados de enfermagem”, “Registros de enfermagem” e “Papel do profissional de enfer-magem”. No período transoperatório de transplantes cardíacos a prática ou aimplantação de instrumento para o planejamento, à execução e avaliação do cui-dado faz-se necessária, dessa forma, a SAE é utilizada para embasar e fundamentarcientificamente as ações do enfermeiro. A SAE vem sendo utilizada nos últimos anoscomo instrumento para a resolução de problemas dos pacientes e tornar o cuidadoindividualizado,norteando o processo decisório do enfermeiro nas situações de geren-ciamento da equipe de enfermagem. Apesar de sua grande importância no períodotransoperatório de transplante cardíaco percebeu-se que há uma lacuna na área daenfermagem quanto ao tema, pois encontrou-se apenas quatro artigos em portuguêspublicados no período relatado,necessitando que mais pesquisas sejam realizadas porparte da Enfermagem para aprimoramento do conhecimento e capacitações/treina-mentos dentro dos serviços,levando a mudanças de atitudes e educação continuadados profissionais que atuam no Centro Cirúrgico de transplantes cardíacos.

PO23ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA MANUTENÇÃO FISIOLÓGICA DOPOSSÍVEL DOADOR DE ÓRGÃOS E TECIDOS EM UMA UNIDADE HOSPITALARPÚBLICA DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA DE SÃO LUÍS – MASocorro de Maria Moraes Reis, Polianna Costa Santos, Silvia Helena Cardoso de

Araújo Carvalho, Heloísa Rosário F. Oliveira Lima, Daydyllannee Gonçalves Alencar

Silva, Josilene Barros da Silva, Lúcia Silmara Soares de Araújo, Sarah de Sousa Leite

Hospital Municipal Djalma Marques; Faculdade Estácio São Luís; Universidade

Federal do Maranhão.

Introdução: No Brasil, assim como nos outros países o transplante de órgãos e tecidos

é uma alternativa terapêutica segura e eficaz no tratamento de diversas doenças, de-

terminando melhoria na qualidade e na perspectiva de vida. No entanto a lista de es-

pera versus o número de transplantes é um fator inquestionável. Diante dessa realidade

verifica-se que o enfermeiro é peça fundamental para que se tenha tanto a identifi-

cação do possível doador de órgãos quanto à efetivação da doação.

Objetivo: Verificar o conhecimento dos enfermeiros sobre a assistência de enfermagem

na identificação do possível doador de órgãos e tecidos nos setores de

urgência/emergência e UTI de um hospital municipal de São Luís-MA.

Metodologia: Aplicou-se um estudo exploratório-descritivo, transversal, com aborda-

gem quantitativa, realizado no período de abril a maio de 2015.

Resultados: O estudo foi composto por 27 enfermeiros, onde 85,2% eram do sexo fe-

minino; 66,7% apresentaram tempo de serviço de 1 a 10 anos; quanto ao recebimento

de orientações sobre o assunto, 66,7% responderam que sim, sendo que 55,5% infor-

maram que as orientações foram fornecidas pela CIHDOTT; 81,5% afirmaram nunca

ter participado de capacitação especifica sobre o processo de doação.

Conclusão: A necessidade de aperfeiçoamento e treinamento contínuos a respeito

da fisiologia da Morte Encefálica deve ser uma constante nos serviços de saúde, vi-

sando uma melhor assistência e consequentemente maior viabilidade de órgãos e te-

cidos para possíveis doações.

Descritores: Assistência de Enfermagem, Enfermagem, Morte Encefálica, Educação

Continuada.

PO24DOAÇÃO E TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS E TECIDOS: IMPORTÂNCIA DAEDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDEMilena da Silva Santos, Catiana Benetti Foss Holdorf, Quiti dos Anjos Lopes, Maria

Aparecida Andreza Leopoldino

Prefeitura Municipal de Gramado.

Introdução: Para aumentar número de transplante de órgãos e tecidos, no Brasil, é es-

sencial melhorar quatro pilares que apoiam o processo de doação de órgãos e teci-

dos para transplante: legislação, financiamento, organização e educação. A

educação é a mais acessível e pode ser realizada a partir da conscientização por

parte da equipe que cuida de um possível doador (PD).Faz-se necessária à Educação

Permanente em Saúde (EPS) dos profissionais que nas Unidades de Terapia Intensiva e

serviços de emergência dos Hospitais.

Objetivo: Identificar produções científicas, da área da Enfermagem, quanto à impor-

tância da EPS entre profissionais de saúde que lidam com um PD.

Método: Revisão Sistemática realizada nas bases de dados Medline, LILACS e BDEnf

artigos científicos disponíveis gratuitamente, publicados no período de 04/02/2009 a

04/02/2016, nas línguas inglesa e portuguesa com os Mesh: “Teaching”, “Tissue and

Organ Procurement” e “Patient Education as Topic”.

Resultados: Para aumentar o número de transplantes de órgãos e tecidos deve-se ga-

rantir a adequada preservação e posterior viabilidade dos órgãos e tecido até sua

extração. Isso implica investimentos em materiais e equipamentos especializados, além

de equipe de profissionais capacitados para identificar e diagnosticar a morte ence-

fálica, sobre tudo, capacitados para realizar a entrevista familiar e executar os cuida-

dos de manutenção dos órgãos e tecidos. Estudos demonstram que no Brasil, um

número insuficiente de profissionais para a assistência aos PD, contrariando as exigên-

cias normativas de quantificação adequada da equipe como indispensável para o

cuidado de qualidade e parte da estrutura do serviço. Fazendo-se, necessário a EPS

que, de acordo com Portaria Ministerial visa promover mudanças nas práticas de

saúde do SUS e produzir resultados sanitários satisfatórios ao cidadão e a coletividade

sobre um determinado tema, como é o caso de doação e transplante de órgãos e

tecidos.

Conclusão: A EPS são necessidades de conhecimento e de organização de deman-

das educativas geradas no processo de trabalho apontando caminhos e fornecendo

pistas ao processo de formação, desta forma reforça a sua importância,tendo como

conseqüência o aumento do número de doações e transplante de órgãos e tecidos.

PO25DELINEAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DOS POTENCIAIS E EFETIVOS DOADORESDE ÓRGÃOS DE UMA INSTITUIÇÃO FILANTRÓPICA DA CIDADE DE CAXIASDO SUL/RS.Ana Paula Concatto Casagrande, Geórgia Biondo, Hugo Diogo Folchini de Castilhos

Hospital Pompéia, Caxias do Sul/RS.

Doação de órgãos e tecidos é um ato de solidariedade e amor através do qual a pes-

soa manifesta o desejo de ajudar outras pessoas que aguardam por transplante na

fila de espera.

No processo de doação de órgãos enfrentamos diversas dificuldades como negativas

familiares. A causa principal é o entendimento da família à respeito sobre o que é

morte encefálica, além de crenças, mitos, fase de negação da quanto ao luto e des-

conhecimento do desejo de doar.

Objetivo: Delinear o perfil epidemiológico da instituição filantrópica da Cidade de

Caxias do Sul que é referência para neurologia e traumatologia, com o intuito de ex-

plorar e demonstrar dados armazenados de potenciais e efetivos doadores de órgãos

e tecidos no ano de 2015.

Resultados: A instituição estudada é um hospital filantrópico que atende 70% SUS com

298 leitos sendo 30 leitos para terapia intensiva adulto e 10 leitos para terapia intensiva

neonatal. Dos 43 prontuários (100%) analisados, pela CIHDOTT, apenas 21 foram doa-

dores efetivos (46,5%).

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Os casos mais frequentes, nesta instituição, que conduzem ao diagnóstico de morte

encefálica (ME) são: acidente vascular cerebral isquemico ou hemorrágico (AVC) e o

traumatismo cranio encefálico (TCE). Este estudo evidenciou que o AVC representou

mais da metade de todas as causas de morte encefálica, sendo que a maioria dos

doadores são do sexo feminino e a faixa etária que predominou foi 41 a 60 anos de

idade e 45,4% dos casos são de negativas familiares.

As causas de não efetivação da doação de órgãos são múltiplas e estão relacionadas

à instabilidade hemodinâmica e metabólica dos doadores, ao não reconhecimento

ou atraso na determinação da morte encefálica e devido a recusa do consentimento

familiar da doação dos órgãos e tecidos para transplante.

Conclui-se que os profissionais da saúde envolvidos no processo de doação de ór-

gãos, devem ter como planejamento estratégico a educação continuada da popu-

lação desde infância, multiplicando a importância de ser um doador de órgãos e

tecidos.

PO26ESTRATÉGIAS PARA CAPACITAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE NOPROCESSO DE DOAÇÃO E TRANSPLANTE NO MARANHÃOHeloisa Rosário Furtado Oliveira Lima, Francisca Georgina Macedo de Sousa,

Ângela Inês Brito Veiga, Polianna Costa Santos, Mara Alessandra Pereira Moreira,

Kenya Mara Veras Santos, Rafaella Cristina Lopes Matos Viana, Nailde Melo Santos,

Maria Inês Gomes de Oliveira, Janaína de Jesus Castro Câmara

Universidade Federal do Maranhão.

Introdução: Os profissionais da saúde têm papel importante na divulgação de infor-

mação sobre o processo de doação-transplante na comunidade, principalmente

quando comparado a outros meios de comunicação, por causarem maior impacto e

por serem formadores de opiniões. Portanto, a educação desta categoria é de grande

valia na instituição com disponibilização de informações claras e específicas sobre o

processo de doação. Estudos evidenciam que, quando ocorre uma informação posi-

tiva a respeito do processo de doação por meio de um profissional da saúde, resulta

em atitudes positivas da sociedade sobre o tema.

Metodologia: Esta investigação é parte da Dissertação de Mestrado intitulada “DAS

FRONTEIRAS INSTITUCIONAIS À MOBILIZAÇÂO SOCIAL: intervenções no processo de doa-

ção e transplante de órgãos e tecidos”, vinculada ao Programa de Pós-Graduação

em Enfermagem da Universidade Federal do Maranhão/Brasil. Realizou-se investigação

com abordagem qualitativa apoiada na Pesquisa Convergente Assistencial.

Resultados: Estratégias realizadas: confecções de folders personalizados e informativos

da instituição com fluxograma do serviço; elaboração de guia prático de bolso para

manejo de potencial doador; sessões de esclarecimentos de dúvidas e divulgação

do cenário de doação e transplante no Maranhão; treinamentos in loco com exposi-

ção dialogada do processo de doação-transplante; acompanhamento dos casos de

manutenção do potencial doador e abertura de protocolo de morte encefálica com

suporte técnico da Central Estadual de Transplante; elaboração de banner informativo

para treinamentos; promoção de eventos relacionados ao assunto nas instituições de

saúde na Semana Estadual de Doação de Órgãos; promoção de capacitações com

temas relacionados ao processo de doação; capacitação dos profissionais do Serviço

de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), priorizando o transporte do potencial doa-

dor e palestras de sensibilizações em vários hospitais de São Luís.

Conclusão: As intervenções contribuíram no aumento das notificações de óbitos e

morte encefálicas; maior número de hospitais iniciando e concluindo protocolo de

morte encefálica; agilidade na conclusão do protocolo; suporte técnico da Central

de Transplante na realização do protocolo e na manutenção do potencial doador e

mudança favorável do Estado do Maranhão no processo de doação e transplante

de órgãos no cenário Nacional.

PO27GESTÃO DO REGIME TERAPÊUTICO: O CORE DA INTERVENÇÃO DEENFERMAGEM DA UTHPFernando Nunes

CHP - Hopsital Santo António, Unidade de Transplantação Hepática e Pancreática.

A UTHP abriu as suas portas em 2010. Desde então a equipa de enfermagem foi de-

senvolvendo estratégias no sentido de promover intervenções no âmbito do autocui-

dado da pessoa sujeita a transplante hepático, nomeadamente na autonomia

relacionada com a gestão do regime terapêutico.

PO28CAMPANHA DE DOAÇÃO DE ÓRGÃOS DA CNCDO DE UM ESTADO DONORDESTE BRASILEIRO DE 2015: RELATO DE EXPERIÊNCIAHeloisa Rosário Furtado Oliveira Lima, Polianna Costa Santos, Mara Alessandra

Pereira Moreira, Maryanna Batista Carneiro de Miranda, Ângela Inês Brito Veiga,

Mariana Almeida Quixabeira, Rafaella Cristina Lopes Matos Viana, Kenya Mara

Veras, Loutegards de Sousa Carvalho Pereira, Deuzilene Pedra Viegas

Universidade Federal do Maranhão.

Introdução: Para aumentar a adesão das famílias de um Estado Nordestino à doação

de órgãos e tecidos, se tornou necessário investir em campanhas que estimulassem a

doação, com foco na sensibilização e ênfase na importância da autorização para a

captação de órgãos e tecidos. Assim, com o slogan “EU ASSUMI - MINHA FAMÍLIA JÁ

SABE: SOU DOADOR DE ÓRGÃOS”, esta campanha visou motivar as pessoas a manifes-

tarem em vida o desejo de se tornar doador, ampliando as oportunidades de melhorar

a qualidade e/ou salvar vidas dos pacientes em lista de espera deste Estado.

Objetivo: Contribuir, com o desenvolvimento de atividades, para o aumento das noti-

ficações de morte encefálica e consequentemente possibilitar um maior número de

doações.

Metodologia: Estudo descritivo do tipo relato de experiência.

Resultados: Foram efetivadas atividades pela Central Estadual com a elaboração de

projeto; formação das comissões; edição de documentação oficial; entrega dos ofí-

cios com solicitação de patrocínios; busca de parcerias com empresas públicas e pri-

vadas; confecções de camisas; reuniões com autoridades em busca de apoio;

organização de caminhada, culto e missa em prol da doação; realizadas palestras

de sensibilização e mobilização nos hospitais e outras unidades de saúde, igrejas, em-

presas, universidades, faculdades, escolas públicas e privadas, com distribuição de

folders e laços verdes; parcerias com Serviço de Atendimento Móvel de Urgência

(SAMU), Secretária Municipal de Trânsito e Transporte (SMTT), Corpo de Bombeiro e Po-

lícia Militar; blitzs sociais nos semáforos, com distribuição de folders informativos e ex-

posição de faixas com frases sobre o tema de doação no momento em que o sinal

fechava; stands de sensibilização em todos os shoppings da cidade; informes nas ins-

tituições de ensino; palestras em instituições hospitalares; solicitação de iluminação

verde nos monumentos da cidade; apoio logístico; material gráfico; imprensa e mídia

da campanha. De maneira geral a campanha adquiriu sua identidade por meio do

material gráfico produzido e pela divulgação na impressa local.

Conclusão: A campanha contribuiu com o aumento discreto de notificações de morte

encefálica de 2014 para 2015, com os respectivos valores 28 e 36. E teve um papel

importante em esclarecer e informar a sociedade sobre o ato de doar.

PO29CARACTERÍSTICAS DOS PACIENTES APÓS O TRANSPLANTE RENAL EM UMHOSPITAL UNIVERSITÁRIONailde Melo Santos1, Isaura Letícia Tavares Palmeira Rolim2, Regina de Fátima Cruz

de Morais3, José Nazareth Barbosa Santos Filho4, Janaína de Jesus Castro Câmara5

Universidade Federal do Maranhão - UFMA.

Introdução: A doença renal crônica consiste da perda progressiva e irreversível das

funções renais, na qual fracassa a capacidade do corpo de manter os equilíbrios me-

tabólico e hidroeletrolítico, resultando em uremia e acúmulo de outros resíduos nitro-

genados no sangue, e que podem iniciar um quadro agudo ou de maneira lenta e

progressiva. É considerada uma síndrome progressiva, por isso, causa perda de parte

da função renal. A DRC é determinada por filtração glomerular de menos de 60

mL/min/1,73 m² com duração de três meses ou mais.

Objetivo: Identificar as características dos pacientes após transplante renal em um

hospital universitário.

Método: Estudo descritivo, quantitativo, realizado de março de 2013 a junho de 2015

com pacientes em acompanhamento ambulatorial após o transplante renal.

Resultados: Fizeram parte do estudo 149 pacientes, destes 51% eram do sexo mascu-

lino, com idade entre 35 e 61 anos (66,4%), residentes na capital do Estado (57%), sol-

teiros (57%). O nível de escolaridade predominante (42%) foi de até oito anos de

estudo, com renda familiar de até dois salários mínimos (87,2%) e sem nenhuma ocu-

pação definida (40,9%). Faziam hemodiálise antes do transplante (97,3%) e apresen-

taram média de tempo pós-transplante de 5,64 anos.

Conclusão: Conhecer as características dos pacientes possa contribuir no planeja-

mento da assistência aos pacientes e favorecer mais qualidade de vida após o trans-

plante renal.

PO30COMPREENSÃO DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM SOBRE A DOAÇAODE ÓRGÃOS E TECIDOS EM UM HOSPITAL PÚBLICO - SÃO LUÍS-MANailde Melo Santos1, Regina de Fátima Cruz de Morais2, José Nazareth Barbosa

Santos Filho3, Janaína de Jesus Castro Câmara4, Vilma Sousa Melo5, Isaura Letícia

Tavares Palmeira Rolim6

Universidade Federal do Maranhão - UFMA.

Introdução: O transplante de órgãos e tecidos é uma alternativa terapêutica segura

e eficaz no tratamento de diversas doenças crônicas, no controle das insuficiências

terminais de alguns órgãos e falência de alguns tecidos. O conhecimento e a com-

preensão do processo de doação tornam o procedimento mais difundido no meio

profissional facilitando a identificação e as possibilidades de doação.

Objetivo: Conhecer e ampliar a compreensão dos profissionais de enfermagem sobre

a doação de órgãos e tecidos.

Material e Método: Estudo do tipo relato de experiência estruturado na vivência da

equipe de enfermagem do Hospital Público Municipal Djalma Marques em São Luís-

Maranhão-Brasil utilizando palestras educativas com orientações através de perguntas

objetivas relativas à compreensão sobre doação e transplantes.

Resultados: Este estudo demonstrou envolvimento dos profissionais da equipe de en-

fermagem diante da identificação do potencial doador e do processo de doação.

Além de propiciar a ordem e a direção do cuidado de enfermagem, ajudando o pro-

fissional na tomada de decisões.

Conclusão: Este estudo proporcionou uma análise do conhecimento da equipe sobre

o processo de doação e transplante na equipe de enfermagem, contribuindo para

discussões e estruturação do assunto como conteúdo das discussões e treinamentos

do Hospital. Melhorar o conhecimento dos profissionais e a participação interdisciplinar

das necessidades da população diante das doenças crônicas com possibilidades de

tratamento através do transplante de órgãos e tecidos é uma possibilidade de mu-

dança na realidade encontrada.

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PO31ANÁLISE DOS DOMÍNIOS DO SF-36 NA QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTESTRANSPLANTADOS RENAISNailde Melo Santos1, Isaura Letícia Tavares Palmeira Rolim2, Vilma Sousa Melo3, José

Nazareth Barbosa Santos Filho4, Janaína de Jesus Castro Câmara5, Regina de

Fátima Cruz de Morais6

Universidade Federal do Maranhão - UFMA.

Introdução: A Qualidade de Vida é definida pela Organização Mundial de Saúde

como a percepção acerca de sua posição na vida, no contexto cultural e sistema de

valores do local onde vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e

preocupações. A mensuração da qualidade de vida dos pacientes submetidos ao

transplante renal é realizada no critério medida e valor atribuído pelo paciente aos

itens selecionados como avaliação. Os instrumentos padronizados enfocam as três di-

mensões: física, emocional e social.

Objetivo: Verificar através do Sf-36 as mudanças na qualidade de vida dos pacientes

submetidos ao transplante renal e a correlação entre os domínios do SF-36.

Método: Estudo descritivo, quantitativo realizado com 149 pacientes. A análise estatís-

tica utilizou os programas Microsoft-Excel XP e Sphinx-Demo (V5). Os testes t paramétri-

cos para comparação da média de cada domínio com a média global e para medir

o grau de associação (r) e o grau de dependência foi o Coeficiente de Correlação

Linear de Pearson e o Coeficiente de Determinação (R²), considerando p-0,05.

Resultados: Comparadas as médias dos domínios, a Capacidade Funcional apresen-

tou o maior e o de Dor o menor resultados. Na correlação entre os domínios, as asso-

ciações são baixas e o grau de dependência é pequeno.

Conclusão: Este estudo avaliou a qualidade de vida dos pacientes após o transplante

renal, visando contribuir nos programas de assistência aos pacientes submetidos ao

transplante renal.

PO32MONITORIZACÃO HEMODINÂMICA: FATOR DE RISCO PARA INFECÇÃO DOPACIENTE DE TRANSPLANTE CARDÍACOVitoria Nascimento de Souza1, Adriana Cândido dos Santos1, Cláudia Regina

Pereira2

1-Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará - Hemoce; 2-Universidade

Federal do Ceará - UFC.

Introdução: A monitorização hemodinâmica (MH) em situação de transplante é um

fator extremamente relevante na assistência ao paciente. Dentre os métodos de mo-

nitorização mais utilizados está o cateter de artéria pulmonar (CAP) que permite uma

avaliação precisa do estado hemodinâmico.

Objetivo: Identificar como os cuidados de enfermagem podem diminuir o risco de in-

fecções dos pacientes em uso de CAP no pós-operatório (PO) do transplante cardíaco.

Método: Estudo predominantemente qualitativo, documental, realizado no ano de

2015 em um hospital de nível terciário na cidade de Fortaleza/CE, Brasil. Foram utiliza-

dos todos os registros e evoluções de enfermagem dos pacientes com até 72hs do PO

de transplante cardíaco. Ao todo, no ano de 2015, foram realizados 24 transplantes

cardíaco. Foi confeccionado um instrumento para auxiliar a coleta de dados, que

aconteceu durante o período de Novembro/2015 à Janeiro/2016. Utilizou-se o método

de Análise de Conteúdo para o desenvolvimento do estudo. Anteriormente a coleta

de dados, o estudo foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa, onde obteve apro-

vação sob CAEE nº49996215.0.0000.5039.

Resultados: Identificou-se que 5 registros apresentavam algum dado sobre a troca de

curativo. No entanto, não foi possível constatar informações que detalhassem a reali-

zação do procedimento, bem como a periodicidade das trocas. Apenas 2 prontuários

continham dados sobre a presença de hiperemia e sinais flogisticos na inserção do

cateter, o que não permiti concluir que existiram apenas esses casos.

Conclusão: A ausência de registros mais detalhado impedem a obtenção de resulta-

dos fidedignos. A assistência de enfermagem acaba sendo deficiente em relação a

realização dos registros. Os dados fornecidos pelos profissionais da assistência são ex-

tremamente relevantes para o favorecimento da qualidade de vida do paciente e

para uma diminuição da rejeição do órgão.

PO33RIGIDEZ ARTERIAL EM PACIENTES HIPERTENSOS TRANSPLANTADOS DECORAÇÃOJoao David de Souza Neto, Italo Martins de Oliveira, Hermano Alexandre Rocha,

José Wellington de Oliveira Lima e Fernando Bacal

Hospital de Messejana, Fortaleza, CE, BRASIL e Universidade Estadual do Ceará,

Fortaleza, CE, BRASIL.

Introdução: A hipertensão pós-transplante é uma comorbidade muito prevalente e

está associada com complicações cardiovasculares e disfunção do enxerto subse-

quente.

Objetivos: Este estudo teve como objetivo avaliar a rigidez arterial em pacientes sub-

metidos a transplante de coração e sua correlação com hipertensão arterial.

Métodos: Estudo prospectivo, observacional e analítico. O grupo foi composto pelos pa-

cientes adultos submetidos a transplante cardíaco num hospital público referência em

transplante. A rigidez arterial foi obtida através da monitorização ambulatorial da pressão

arterial e usando o índice ambulatorial de rigidez arterial (IARA) como resultante medida.

Análises de regressão logística multivariada para controlar confusão foi utilizada.

Resultados: Em um grupo de pacientes de transplante de coração (85 adultos), a hi-

pertensão foi independentemente associada com a rigidez arterial (OR 4,98, IC 95%

1,06-23,4), bem como médias sistólica e diastólica, e descenso noturno.

Conclusões: O IARA é um método novo, não-invasivo, de baixo custo e de fácil reali-

zação que pode contribuir para melhor definir a rigidez arterial associada com a hi-

pertensão, podendo contribuir para avaliar prognóstico em pacientes transplantados

cardíacos.

PO34PERFIL DOS DOADORES EFETIVOS DE CORAÇÃO NO ANO DE 2015.Márcia Regina Bueno, Juliana Maria Anhaia de Sousa, Audrey Rose da S. A. de

Paulo, Ana Maria Peixoto Cardoso Duque, Jaqueline Apa. Leite de Melo, Luciana A.

Ohe, Fabiana Goulart Marcondes-Braga, Ronaldo Honorato Barros Santos Fábio

Antônio Gaiotto, Fernando Bacal

Instituto do Coração (InCor) - Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da

Universidade de São Paulo.

Introdução: O transplante cardíaco representa uma opção valorosa para os pacientes

em estado avançado e irreversível de Insuficiência Cardíaca. Á captação de órgãos

á distância contribui para aumentar o número de doadores.

Objetivo: Caracterizar o perfil do doador efetivo de coração, no ano de 2015, notifi-

cados pela CNCDO-SP a um Centro Transplantador de Coração da cidade de São

Paulo.

Metodo: Estudo de caráter retrospectivo, utilizando as fichas de notificação de doa-

dores enviadas pela CNCDO-SP.

Resultados: Em 2015 foram realizados 42 transplantes de coração, sendo 16 destas

captações realizadas em cidades do interior do estado de São Paulo (distância > 50

Km) e 13 realizados em outros estados. A causa de Morte Encefálica mais comum foi

Trauma cranioencefálico (66,7%), seguido de Hemorragia subaracnoide (14,3%). Os

doadores eram em sua maioria do sexo masculino (83,3%), com média de idade de

29,2 anos, brancos (52,4%), pesavam em torno de 78 kg e altura de 175 cm e sendo

o tipo sanguíneo “O” de maior prevalência (57,1%). Comorbidades encontradas foram

etilismo (31%), HAS (19%) e tabagismo (16,6%). Em relação ao uso de drogas vaso-

pressoras, a Norepinefrina esteve presente em 88,1% das notificações com doses em

torno de 0,18 mcg/kg/min, seguido da Vasopressina (40,4%). Referente ao ecocardio-

grama, metade dos doadores havia realizado ecocardiograma e apresentavam Fra-

ção de Ejeção Ventricular em torno de 64,2%. Dos doadores de fora do município de

São Paulo, 65,51% realizaram ecocardiograma. Com relação à sobrevida dos recep-

tores, 35 (83,3%) apresentaram boa evolução pós procedimento e 7 (16,7%) evoluíram

a óbito em até 50 dias pós transplante.

Conclusão: Observa-se a tendência em aceitar doadores jovens com menor freqüên-

cia de hipertensão arterial e doses menores de vasopressores. A disponibilidade da

ecocardiografia pré-transplante contribui para aumentar a aceitação dos doadores

do coração. Estas características aumentam a probabilidade de sucesso do trans-

plante. A utilização de doadores de longa distância possibilitou aumento expressivo

no número de transplante. Ressaltamos a importância da manutenção do doador em

nossa comunidade para o sucesso do procedimento, visto que o menor tempo de is-

quemia do órgão reflete bons resultados no pós operatório.

PO35FATORES DE RISCO CARDIOVASCULARES E DOADORES DE CORAÇÃOJaqueline Apa. Leite de Melo, Luciana A. Ohe, Márcia Regina Bueno, Juliana Maria

Anhaia de Sousa, Audrey Rose da S. A. de Paulo, Ana Maria Peixoto Cardoso Duque,

Sandrigo Mangini, Ronaldo Honorato Barros Santos Fábio Antônio Gaiotto, Fernando

Bacal

Instituto do Coração (InCor) - Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da

Universidade de São Paulo.

Introdução: O transplante cardíaco é o tratamento de eleição para pacientes com

insuficiência cardíaca refratária, no entanto dentre as dificuldades inerentes destaca-

se a limitação de doadores, comprometendo a sobrevida em fila. Em nosso meio, a

dificuldade para realização de cineangiocoronariografia e ecocardiograma na ava-

liação de potenciais doadores limita ainda mais a utilização de doadores com vários

fatores de risco de cardiovasculares.

Objetivo: Estimar a frequência de fatores de risco cardiovasculares em potenciais doa-

dores de coração e o impacto na viabilização de transplantes cardíacos.

Metodologia: Estudo de caráter retrospectivo, descritivo, realizado com os formulários

dos doadores enviados pela Central de Notificação, Captação e Distribuição de Ór-

gãos do Município de São Paulo, no ano de 2015 obtidos a partir de banco de dados

do Núcleo de Transplantes de um Centro Transplantador de Coração.

Resultados: Foram 497 notificações (62,8% do sexo masculino), das quais 42 resultaram

em transplante cardíaco. Os doadores apresentavam: hipertensão arterial sistêmica

(HAS) em 34%, tabagismo 34%, diabetes 5%, sobrepeso 45%, obesidade 15%. 26%

dos potenciais doadores apresentavam idade acima de 45 anos. Doadores sem fa-

tores de risco representaram 16% das ofertas e 28,6% dos transplantes cardíacos, 1

fator de risco 29% dos doadores e 45% dos transplantes, 2 fatores de risco 24% das

ofertas e 19% dos transplantes, 3 ou mais fatores de risco 30% representando 3% dos

doadores. Apenas 1,6% e 25% dos potenciais doadores realizaram, respectivamente,

cineangiocoronariografia e ecocardiograma.

Conclusão: a presença de fatores de risco cardiovasculares é comum nos doadores.

A idade mais elevada e a presença de múltiplos fatores de risco impactam em ele-

vada recusa de potenciais doadores. Tal situação poderia ser minimizada com a rea-

lização de ecocardiograma e cineangiocoronariografia, especialmente neste perfil

de população.

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13–15 OUTUBRO 2016 · PORTO · PORTUGALXIII CONGRESSO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSO LUSO BRASILEIRO DE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICO DE TRANSPLANTAÇÃO

76

POSTERS

PO36CARACTERIZAÇÃO CLÍNICA-EPIDEMIOLÓGICA DE PACIENTES COMMIOCARDIOPATIAS ACOMPANHADOS AMBULATORIALMENTETaiane Emyll Silva Sampaio, Vera Lúcia Mendes de Paula Pessoa, Camila Milagros

Gomes Lima, Graziele Alcântara Albuquerque, Lorena Campos de Souza, Ana Mara

Alves Cardoso, Luzy Hellen Fernandes Aragão Martins, Raquel Sampaio Florêncio,

Yasmim Néri Pinheiro, Dafne Lopes Salles, Paulo Ricardo de Silva Justino, Jênifa

Cavalcante dos Santos

Unidade de Transplante e Insuficiência Cardíaca do Hospital de Messejana dr. Carlos

Alberto Studart Gomes.

As Doenças Cardiovasculares são patologias crônico-degenerativas causadas por al-

terações no funcionamento do sistema cardíaco. Existem vários tipos de miocardio-

patias que acometem o coração dentre elas estão a de origem Isquêmica, Alcoólica,

Hipertensiva, Idiopática e Chagásica. Mesmo com o tratamento, as cardiopatias crô-

nicas podem provocar muitas limitações físicas, sendo necessário um cuidado huma-

nizado e educativo para otimizar a qualidade de vida destes pacientes. Objetivou-se

investigar o perfil sociodemográfico e clínico de pacientes com miocardiopatias de

diferentes etiologias em avaliação para transplante cardíaco. Tratou-se de um estudo

descritivo, quantitativo, por meio de 165 fichas de pacientes acompanhados ambu-

latorialmente em um hospital de referência localizado em Fortaleza, Ceará. A análise

dos dados foi realizada por meio de estatística descritiva. Para as variáveis quantitati-

vas utilizou-se o cálculo da média e desvio-padrão e para as variáveis qualitativas

realizou-se o cálculo da frequência simples e relativa. O estudo atendeu a todas as

normas éticas em pesquisa. A média de idade de 49,23 (+11,61) anos. Houve um pre-

domínio do sexo masculino (67,3%) comparado com 32,7% do sexo feminino. De

acordo com os dados obtidos, uma maioria de 11,5 % (19) tinha escolaridade corres-

pondente ao ensino fundamental completo. Algumas co-morbidades puderam ser ob-

servadas, tais como hipertensão arterial (HAS) (49,7%), dislipidemia (2,4%) e diabete

melito 2 (12,7%). Sobre as etiologias das cardiopatias, houve uma maior prevalência

de pacientes com miocardiopatia isquêmica (20,6%), seguido da hipertensiva com

(18,8%) dos pacientes. Quanto à fração de ejeção inicial observou-se média de 32,7%

com desvio padrão de + 10,13%. De acordo com o tempo de insuficiência cardíaca

(IC), 32,7% dos pacientes relataram ter essa etiologia há mais de cinco anos. O estudo

reforça a relevância de se conhecer os principais fatores de risco associados a IC, a

saber a HAS e dislipidemia. A identificação desses fatores possibilita a elaboração de

estratégias preventivas a fim de reduzir a incidência de novos casos e de agravos re-

lacionados a IC, consequentemente a indicação de transplante cardíaco.

PO37A EXPERIÊNCIA DE SER TRANSPLANTADO CARDÍACO NA ADOLESCÊNCIATaiane Emyll Silva Sampaio, Jéssica Naiane Gama da Silva, Paulo Ricardo de Silva

Justino, Jaqueline de Souza Pereira, Francisca Samara Sousa Alves, Vera Lúcia

Mendes de Paula Pessoa, Raquel Sampaio Florêncio, Lorena Campos de Souza

Unidade de Transplante e Insuficiência Cardíaca do Hospital de Messejana dr. Carlos

Alberto Studart Gomes.

A adolescência é uma fase complexa da vida, marcada por transformações em todos

os aspectos. Em vista disso, é merecedor de especial atenção aquele adolescente por-

tador de cardiopatia e que realizou transplante cardíaco. Objetivou-se caracterizar o

perfil sociodemográfico e clínico dos pacientes transplantados na adolescência, bem

como compreender a experiência de ser transplantado cardíaco nessa faixa etária.

Tratou-se de um estudo descritivo, predominantemente quantitativo realizado no hos-

pital de referência em Fortaleza, Ceará. A amostra foi composta inicialmente por 19

pacientes, os mesmos transplantados durante adolescência. A coleta de dados se deu

pelo preenchimento do formulário com os dados dos prontuários, para depois serem

analisados no programa SPSS. À época do transplante, a idade média dos adolescen-

tes foi de 14,1 anos (+ 3,2). Destes, 77,8% eram do sexo masculino, 61,1% moravam

no interior, 55,6% eram do grupo sanguíneo A e metade (50,0%) desses adolescentes

estavam abaixo do peso. Verificou-se ainda que o tempo médio de espera na lista

única para transplante cardíaco foi de 8,7 meses (+ 21,2) e, no momento da doação,

38,9% estavam aguardando em casa. Ademais, observou-se que 11,1% já foram sub-

metidos ao retransplante, por disfunção ventricular ou rejeição crônica do enxerto e

que 38,9% foram à óbito. O transplante cardíaco na adolescência caracteriza-se por

um procedimento complexo que exige da equipe interdisciplinar preparo técnico, sen-

sibilidade e reconhecimento das peculiaridades inerentes àqueles que vivenciam essa

experiência em uma fase onde ser saudável é o esperado. Chama atenção nos dados

obtidos o longo tempo de espera pelo órgão, período este no qual o adolescente,

apesar de permanecer em domicilio, convive com os sintomas limitantes da insuficiên-

cia cardíaca. As complicações, tais como disfunção ventricular e rejeição, determinam

a necessidade de retransplante submetendo o adolescente e família a um novo pro-

cesso de avaliação e preparo. E, mesmo sendo observado um percentual relevante

de óbito, tal fato não retira dos adolescentes a indicação para transplante e a espe-

rança de uma vida o mais próxima possível do normal.

PO38QUALIDADE DE VIDA DO PACIENTE TRANSPLANTADO CARDÍACO:REPERCUSSÃO DO USO DO FÁRMACO IMUNOSSUPRESSORYasmim Neri Pinheiro, Vera Lucia Mendes de Paula Pessoa, Lorena Campos de

Sousa, Taiane Emyll Silva Sampaio, Paulo Ricardo da Silva Justino, Glauber Gean de

Vasconcelos, Aline Alves Braga, Maria Gyslane Vasconcelos Sobral, Wanessa Maia

Hospital de Messejana - Dr. Carlos Alberto Studart Gomes. Fortaleza - CE; Brasil.

O transplante cardíaco requer dos pacientes inúmeros cuidados visando prevenir com-

plicações, dentre as quais a rejeição do enxerto. A utilização correta dos imunossu-

pressores, com observância de dose e horário prescrito, passa a ser prioritária e de

extrema relevância na vida dos transplantados. Esses pacientes são absorvidos por

demandas que muitas vezes interferem no cotidiano, com reflexos diretos na quali-

dade de vida. Objetivou-se compreender as repercussões do uso do imunossupressor

na qualidade de vida de pacientes transplantados cardíacos. Trata-se de um estudo

descritivo, predominantemente qualitativo, realizado em um hospital público de refe-

rência em cardiologia em Fortaleza-Ceará. Os participantes foram 10 transplantados

cardíacos acompanhados ambulatorialmente. As entrevistas foram gravadas e trans-

critas em sua íntegra, posteriormente as falas foram organizadas e analisadas segundo

os pressupostos da análise temática. Das falas extraímos 92 recortes expressivos, con-

densados em 18 unidades de significados, posteriormente agrupadas em três cate-

gorias. A primeira categoria evidenciou aspectos relacionados ao uso do

imunossupressor, no qual os pacientes transplantados são conscientes da necessidade

de seguir rigorosamente a prescrição desses medicamentos, principalmente com re-

lação aos horários, e sabem das repercussões negativas que o uso irregular dos imu-

nossupressores ocasiona no organismo, cuja complicação mais citada por eles foi a

rejeição do enxerto; a segunda categoria ressaltou a adesão e a qualidade de vida

desses pacientes, que ao comparar a sintomatologia antes do transplante e a vida

no pós-transplante consideram que a sua qualidade de vida melhorou consideravel-

mente, no entanto, demonstram insatisfação relacionada as restrições impostas, prin-

cipalmente no que se refere a dieta; na terceira categoria os pacientes expressam

gratidão e satisfação com o transplante cardíaco, pois sabem a dificuldade em con-

seguir um doador de órgão e que o transplante cardíaco era a última alternativa para

manutenção da vida, assim sendo, eles ressaltam a necessidade de seguir as orien-

tações da equipe multidisciplinar para evitar rejeição do órgão e aumentar a sobre-

vida no pós-transplante. A exposição desses fenômenos é fundamental na

compreensão da realidade do transplantado de forma a proporcionar aos profissio-

nais subsídios para promover a qualidade de vida desses pacientes.

PO39DESENVOLVIMENTO DE MODELO EXPERIMENTAL DA DOENÇA VASCULAR DOENXERTO NO TRANSPLANTE CARDÍACO.Fiorelli AI, Lourenço-Filho DD, Tavares ER, Maranhão RS, Gutierrez PS, Stolf NAG,

Jatene FB

Instituto do Coração da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Fundamento: No transplante cardíaco a doença vascular do enxerto é uma compli-

cação insidiosa, caracterizada por inflamação perivascular persistente com hiperpla-

sia intimal e representa o principal fator limitante do transplante em longo prazo. O

desenvolvimento da doença vascular em modelo experimental oferece vantagens

por permitir a analise das alterações histopatológicas em curto espaço de tempo,

bem como, estudar meios de coibir a sua evolução. Todavia, não existe um modelo

ideal e criação oferece diferentes desafios.

Objetivo: Avaliar o desenvolvimento da doença vascular do enxerto nos vasos coro-

nários e o grau de hiperplasia intimal no coração transplantado de coelhos submetidos

á dieta rica em colesterol.

Material e Método: Vinte e um coelhos machos da raça Nova Zealand(Brancos) com

peso médio de 3,4±0,6kg foram eleitos como receptores e receberam corações pro-

venientes de 20 machos (Vermelhos) com peso médio de 2,7±0,5kg. O transplante foi

realizado de forma heterotópica na região cervical. Todos os animais foram alimenta-

dos com ração enriquecida de 0,5% de colesterol e receberam 10mg/kg/dia ciclos-

porina-A por via oral. Após o período observação de seis semanas, os coelhos foram

sacrificados para análise. Ambos os corações, nativo e doador, foram submetidos à

análise histopatológica nas artérias coronárias, quando se avaliou a morfometria dos

vasos, hiperplasia intimal e reação inflamatória. O protocolo do estudo foi aprovado

pelo Comitê de Ética em Experimentação Animal da Universidade de São Paulo.

Resultados: A Tabela 1 apresenta os valores do perfil laboratorial de ambos os grupos

de estudo e a Tabela 2 expressa a morfometria das coronárias dos enxertos cardíacos

de ambos os grupos.

Tabela 1 – Comportamento do Perfil Laboratorial

Parâmetros Inicial 6ª Semana

Peso Corpóreo (kg) 3,7±0,6 3,5±0,8

Lípides (mg/dL)

Total colesterol 58±33 563±195 *

HDL colesterol 9±5 17±3 *

Triglicérides 194±120 212±99

Perfil Hematológico

Hemácias (109 /mL) 5,2±0,7 4,9±2,0

Leucócitos (106 /mL) 6,3±1,8 6,9±2,1

Linfócitos (%) 72,0±8,3 75,0±5,8

Monócitos (%) 8,3±3,6 8,1±4,5

Neutrófilos (%) 19,7±5,5 16,9±5,4

Enxerto versus Coração Nativo: * p<0,001.

Tabela 2 – Estudo Morfométricos das Artérias Coronárias

Morfometria Coração Nativo Enxerto

Área da Lâmina Elástica (mm²) 16,4±5,7 148,6±136,4 p<0.05

Área do Lume Arterial (mm²) 16,4±5,7 11,4±12,8 p<0.05

% Estenose em relação ao nativo 0 90,8±9,5 p<0.05

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POSTERS

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Conclusões: O coelho mostrou-se eficaz no desenvolvimento da doença vascular do

enxerto pela sua dificuldade em metabolizar o colesterol e a dieta hipercolesterolê-

mica permite acelerar a inflamação.

PO40COMPORTAMENTO DA DP/DT DO VENTRÍCULO DIREITO DURANTE OSEPISÓDIOS DE REJEIÇÃO AGUDA NO TRANSPLANTE CARDÍACO.Fiorelli AI, Aielo V, Benvenuti LA, Stolf NAG e Jatene JB

Instituto do Coração da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Fundamento: Os episódios de rejeição jogam importante papel durante toda a evo-

lução do paciente submetido ao transplante cardíaco. Com o advento da ciclospo-

rina as alterações hemodinâmicas tornaram-se pouco expressivas e a biopsia

endomiocárdica rotineira passou a ser considerado o exame padrão no seu diagnós-

tico. Todavia, determinações hemodinâmicas utilizadas com frequência em estudos

de laboratório que não têm sido utilizados na sua plenitude na prática clínica.

Objetivo: Avaliar o comportamento da dP/dt do ventrículo direito determinada durante

as biopsias endomiocárdicas para o controle dos episódios de rejeição aguda no

transplante cardíaco.

Material e Método: A população alvo do estudo consistiu de um grupo de X pacientes

com transplante de coração que foram submetidos à biopsia endomiocárdica para

controle da rejeição e durante o procedimento foi realizado o cateterismo direito com

auxílio do cateter de Swan-Ganz. Foram obtidas entre 3 a 6 espécimes de miocárdio

para análise histológica e quantificação do grau de rejeição de acordo como pre-

conizado pela ISHLT-2013. O cateterismo fez parte da complementação do estudo e

não introduziu morbidade adicional. As variáveis hemodinâmicas controladas foram

os seguintes registros pressóricos: em átrio direito, ventrículo direito e em artéria pul-

monar. Posteriormente, a extremidade do cateter foi deslocado até o interior do ven-

trículo direito para registro da curva pressórica. As +dP/dt máxima e –dP/dt máxima

foram determinadas elegendo-se as partes das curvas correspondentes à sístole e a

diástole, respectivamente.

Resultados: Os resultados das variáveis hemodinâmicos obtidas foram divididos em

dois grupos em função dos achados da biopsia endomiocárdica que exigiram pulso-

terapia. A análise comparativa dos registros pressóricos acima mencionados não exi-

biram diferenças significativas. Os valores determinados da +dP/dt e -dP/dt

encontram-se abaixo discriminados.

Valores dos Valores da

+dP/dt e -dP/dt

N Média±Desvio Padrão

+dP/dt Sem Pulsoterapia 23 12,48±5,35

+dP/dt Com Pulsoterapia 18 10,35±4,00 p=0,150

-dP/dt Sem Pulsoterapia 23 11,62±4,85

-dP/dt Com Pulsoterapia 18 10,86±4,70 p=0,618

Conclusões: A análise das determinações hemodinâmicas dos valores da +dP/dt e -

dP/dt não exibiram diferenças significativas, todavia, é possível que ampliação da

amostra possa se obter informações diferentes.

PO41EXPRESSÃO GÊNICA DA DOENÇA NA VASCULAR DO ENXERTO. ESTUDOEXPERIMENTAL.Fiorelli AI, Lourenço-Filho DD, Tavares ER, Gutierres PS, Maranhão RC, Stolf NAG e

Jatene FB

Instituto do Coração da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Fundamento: A doença vascular do enxerto é uma complicação que ocorre forma

lenta e progressiva após o transplante de coração e limita a sobrevida tanto do en-

xerto quanto do próprio receptor. Trata=se de uma resposta inflamatória de caráter

imune que agride o endotélio e a íntima da artéria coronária, produzindo em reação

inflamação perivascular persistente com hiperplasia intimal. A oclusão das artérias co-

ronárias é o desfecho final, levando à disfunção do enxerto. Trata=se de uma enti-

dade ainda pouco conhecida e sem um tratamento eficaz.

Objetivo: Estudar o comportamento da expressão gênica de mediadores inflamatórios

e receptores celulares durante o desenvolvimento da doença vascular do coração

transplantado em modelo experimental.

Método: Foram selecionados 10 coelhos machos da raça Nova Zealand (Brancos)

com peso médio de 3,4±0,6kg e 10 machos (Vermelhos) com peso médio de

2,7±0,5kg, sendo que os brancos foram os receptores de enxertos cardíacos prove-

nientes dos coelhos vermelhos. O coelho foi o animal eleito na presente investigação,

devido a sua incapacidade de metabolizar o colesterol. Desta forma, pode-se obser-

var alterações histológicas nas artérias coronárias semelhantes aquelas observadas

em humanos. O coração doador foi transplantado em posição heterotópica na região

cervical, por questões de facilidades técnicas.

Todos os animais foram alimentados com ração enriquecida de 0,5% de colesterol e

receberam 10mg/kg/dia ciclosporina A. Após o período experimental, os coelhos foram

sacrificados para análise. O protocolo do estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética

em Experimentação Animal da Universidade de São Paulo.

Resultados – Os resultados obtidos das análises de Receptores Celulares e de Media-

dores Inflamatórios encontram-se expressos na Tabela 1.

Sigla Coração Coração

Nativo Transplantado p

A CD 36 1,0±0,19 1,05±0,06 >0,05

LDLR 1,0±0,79 14,48±0,25 <0,001

LRP-1 1,0±0,18 46,90±0,15 <0,001

B IL-1b 1,0±0,82 20,54±0,02 <0,001

IL-18 1,0±0,07 53,75±0,03 <0,001

TNFa 1,0±0,36 44,01±0,13 <0,001

VCAM1 1,0±0,00 36,03±0,38 <0,001

MCP-1 1,0±0,15 181,18±0,09 <0,001

A – Receptores Celulares e B – Mediadores Inflamatórios

Conclusões: A doença vascular do enxerto apresenta comportamento inflamatório de

origem imune e induz a ativação de diferentes receptores celulares e mediadores in-

flamatórios quando analisados por meio da expressão gênica no tecido miocárdico.

PO42PERFIL CLÍNICO-HEMODINÂMICO-DEMOGRÁFICO DOS RECEPTORES DECORAÇÃO EM UM CENTRO TRANSPLANTADOR DO ESTADO DE SÃO PAULOENTRE 2014 E 2015.Márcia Regina Bueno, Juliana Maria Anhaia de Sousa, Audrey Rose da S. A. de

Paulo, Ana Maria Peixoto Cardoso Duque, Jaqueline Apa. Leite de Melo, Luciana A.

Ohe, Fabiana Goulart Marcondes-Braga, Ronaldo Honorato Barros Santos Fábio

Antônio Gaiotto, Fernando Bacal

Instituto do Coração (InCor) - Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da

Universidade de São Paulo.

Introdução: Os avanços na área de transplantes cardíacos no Brasil tem sido notórios,

atingindo a marca de mais de 300 transplantes em 2015, totalizando neste ano 353

transplantes cardíacos no Brasil segundo dados da Associação Brasileira de Transplantes

e Órgãos. Nosso centro tem contribuído cada vez mais para expandir estes números.

Objetivos: Comparar o perfil dos receptores de coração adulto transplantados entre

os anos de 2014 e 2015 em nossa instituição.

Metodologia: Estudo observacional descritivo, utilizando dados obtidos a partir de

banco de dados de receptores de coração transplantados entre os anos de 2014 e

2015 em um centro transplantador do estado de São Paulo.

Resultados: Em 2014, foram ofertados à nossa instituição pela CNCDO-SP, 528 poten-

ciais doadores de coração adulto. Destes, 8,3% foram convertidos em transplantes

(n=44). Durante o ano de 2015, dentre os 497 doadores de coração adulto, a taxa

de procedimentos permaneceu estável, ficando em 8,4% (n=42). Em 2014, foram in-

cluídos em fila de transplante cardíaco adulto 95 receptores, sendo 54 (57,8%) como

prioridade e destes, 35 (36,8%) utilizavam Balão intra-aórtico (BIA) e 01 (1%) usava

ECMO (Extracorporeal Membrane Oxigenation). Já em 2015, foram incluídos em lista

de transplante 87 receptores de coração adulto, sendo 63 como prioridade (72,4%).

Dentre os adultos priorizados, 33 (54,2%) estavam em uso BIA. A média de dias em lista

de espera pelo órgão foi de 179,9 dias em 2014 e 182,7 dias em 2015. Observamos

21 óbitos (22,1%) entre os pacientes incluídos em fila em 2014 e 3 óbitos (3,4%) entre

os pacientes incluídos em 2015. No período de 30 dias após o transplante, ocorreram

5 óbitos tanto em 2014 (11,3%) quanto em 2015 (11,9%).

Conclusão: Observamos que a taxa de transplantes permaneceu estável durante o

período avaliado e a maioria dos procedimentos ocorreu em pacientes priorizados

que estavam em uso assistência circulatória, do tipo BIA. A mortalidade após trans-

plante também permaneceu comparável a de outros centros no mundo. Embora o

uso efetivo dos doadores ofertados ainda seja pequeno, a taxa de mortalidade em

lista de espera do nosso serviço tem decrescido nos últimos anos.

PO43PECULIARIDADES REGIONAIS NAS INDICAÇÕES DE TRANSPLANTE DECÓRNEA NO BRASILMarcia Regina Issa Salomão Libânio, Jairo Luiz Silveira Filho, Josélio Emar de Araújo

Queiroz, Priscilla Passarelli Tostes, Tadeu Thomé e Rosana Reis Nothen

Coordenação Geral do Sistema Nacional de Transplantes.

Objetivo: Este trabalho tem como objetivo identificar eventuais disparidades entre as

indicações de transplante de córnea em diversos estados brasileiros das cinco regiões

do país e realizar a sua comparação com os dados do estado de São Paulo, dados

globais nacionais e internacionais.

Método: Os dados foram obtidos no sistema informatizado do Sistema Nacional de

Transplantes, referentes a todas as inscrições realizadas no ano de 2015. Foram incluí-

dos os estados do Amazonas, Ceará, Goiás, Minas Gerais, Pernambuco e Rio Grande

do Sul, incluídos em um projeto de monitoramento do processo de doação-trans-

plante. Estão representadas as cinco regiões do país e os dados foram comparados

aos do estado de São Paulo e dados nacionais e internacionais.

Resultado: A maioria dos pacientes inscritos apresenta o diagnóstico de ceratocone

ou ceratopatia bolhosa, mas foi encontrada uma diferença em alguns estados, com

maior proporção de inscrições relacionadas a infecções corneanas, traumas e outras

distrofias corneanas, assim como houve relação com a faixa etária dos pacientes re-

ceptores em cada região.

Conclusão: A diferença no perfil das indicações pode estar relacionada não somente

à prevalência relacionada às características genéticas e faixa etária da população,

mas também ao tipo de assistência oftalmológica, incluindo a atenção primária à

saúde na área específica de Oftalmologia, diagnóstico precoce, acesso à lista única

de receptores, tratamento clínico e cirúrgico disponíveis localmente. A disparidade

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pode indicar a necessidade de intervenções específicas, de forma a reduzir a de-

manda pela indicação do transplante, nos casos em que for evitável, assim como tem

implicações também no que se refere à captação de doadores e à escolha das di-

ferentes técnicas de transplante a serem utilizadas.

PO44INTERVALOS ENTRE AS ETAPAS DO PROCESSO DOAÇÃO-TRANSPLANTE EQUALIDADE DAS CÓRNEAS DOADAS Marcia Regina Issa Salomão Libânio, Jairo Luiz Silveira Filho, Josélio Emar de Araújo

Queiroz, Priscilla Passarelli Tostes, Tadeu Thomé e Rosana Reis Nothen

Coordenação Geral do Sistema Nacional de Transplantes.

Objetivo: Este trabalho tem como objetivo avaliar a correlação entre os intervalos de

tempo entre as diversas etapas do processo de captação de córneas para trans-

plante, a qualidade das mesmas no momento de liberação pelos bancos de tecidos

oculares e o índice de utilização para transplantes.

Métodologia: Foram avaliados os seguintes intervalos de tempo: prazo entre a parada

cardiorrespiratória e a enucleação dos globos oculares, a enucleação e a preserva-

ção das córneas, a preservação e a liberação das mesmas para transplante pelos

bancos de tecidos oculares e pelas Centrais de Transplante e a utilização destes teci-

dos para transplantes. Estes prazos foram correlacionados com a classificação das

córneas no momento da liberação pelos bancos de tecidos oculares e o índice final

de utilização das mesmas para transplante.

Resultados: Intervalos de tempo maiores entre as diversas etapas estão associados a

uma pior qualidade das córneas captadas e a uma taxa mais baixa de utilização das

mesmas para transplantes. Outros fatores consistiram na faixa etária do doador e na

ausência de microscópio especular nos bancos de tecidos oculares avaliados, que

também implicaram em um menor índice de utilização.

Conclusão: A taxa de utilização das córneas doadas para transplante é maior quando

os intervalos são menores entre as diversas etapas do processo doação-transplante,

individualmente ou como uma somatória dos prazos. Há causas de retardo relaciona-

das aos bancos, às Centrais de Transplante e às equipes transplantadoras. Identificar

os pontos possíveis de melhoria poderá melhorar os resultados dos transplantes e mi-

nimizar as perdas de córneas doadas, além de oferecer subsídios para a distribuição

inter-regional de córneas captadas para transplante.

PO45DISPARIDADES REGIONAIS NO ÍNDICE DE APROVEITAMENTO DAS CÓRNEASDOADAS PARA TRANSPLANTE NO BRASILMarcia Regina Issa Salomão Libânio, Jairo Luiz Silveira Filho, Josélio Emar de Araújo

Queiroz, Priscilla Passarelli Tostes e Tadeu Thomé

Coordenação Geral do Sistema Nacional de Transplantes / Ministério da Saúde.

Objetivo: Este trabalho tem como objetivo identificar eventuais disparidades entre o

índice de aproveitamento das córneas doadas para transplante, segundo a faixa etá-

ria do doador, em diversos estados brasileiros das cinco regiões do país e realizar a

sua comparação com os dados do estado de São Paulo, dados globais nacionais e

internacionais.

Método: Os dados foram obtidos no sistema informatizado do Sistema Nacional de

Transplantes, referentes a todas as doações de córnea efetivadas no ano de 2015.

Foram incluídos os estados do Amazonas, Ceará, Goiás, Minas Gerais, Pernambuco e

Rio Grande do Sul, incluídos em um projeto de monitoramento do estado separada-

mente, devido à forma de regionalização local. Estão representadas as cinco regiões

do país e os dados foram comparados aos do estado de São Paulo e dados nacionais

e internacionais.

Resultado: O índice de aproveitamento para transplante foi variável entre os diversos

estados, principalmente no que se refere às faixas etárias de doador acima de 60

anos de idade, com um índice de aproveitamento inversamente proporcional à faixa

etária.

Conclusão: A diferença no índice de aproveitamento pode estar relacionada a diver-

sos fatores como: definições da faixa etária para captação pelos bancos de tecidos

oculares e Centrais de Transplante em cada estado, existência de microscópio espe-

cular nos bancos de tecidos oculares, prazos entre a captação, processamento e trans-

plante das córneas doadas, assim como às diferentes técnicas de transplante

disponíveis localmente. O número de pacientes inscritos na lista regional também tem

como consequência uma limitação da faixa etária do doador aceita pelas equipes

transplantadoras locais, que solicitam córneas de doadores mais jovens. As informações

sobre os índices de aproveitamento poderão ser utilizados para o estabelecimento de

estratégias relacionadas à distribuição interestadual das córneas excedentes.

PO46MIXED BIOLOGIC AND SYNTHETIC ARTERIAL CONDUITS IN LIVERTRANSPLANTATION: REPORT OF TWO CASESMarcio F. Chedid, Tomaz J. M. Grezzana-Filho, Aljamir D. Chedid, Luiz Pedro P.

Hendges, Ian Leipnitz, Mario R. Alvares-da-Silva, Ariane N. Backes, Matheus J. Reis,

Cleber D. P. Kruel, and Cleber R. P. Kruel

Hospital de Clinicas de Porto Alegre, Federal University of Rio Grande do Sul (UFRGS),

Porto Alegre, Brazil.

Background: Arterial conduits (ACs) are created whenever there is intimal dissection of

the recipient´s hepatic artery. In ACs, usually a segment of donor iliac artery (DIA)bridges the recipient´s infrarenal aorta to hepatic artery of the liver allograft (HAA).However, available segment of DIA may not be long enough or may not possess enough

quality to enable its inclusion in the AC. No previous report of ACs composed of a seg-

ment of DIA and prosthetic material (mixed biologic and synthetic arterial conduits,

MAC) has been found in the literature.

Case 1: A 51 year-old female underwent deceased donor (DD) LT for HCV-related cir-

rhosis and hepatocellular carcinoma (HCC) within Milan criteria. Available segment of

DIA was sewn to recipient´s infrarenal aorta utilizing running 5-0 polypropylene sutures.MAC was placed pre-pancreatic and retrogastric, and DIA segment was sewn to a

6mm polytetrafluoroethylene (PTFE) graft. Distal end of PFTE graft was sewn to HA utilizing

running 7mm polypropylene sutures. Patient was mantained on intravenous heparin for

72 hours and transitioned to oral acid acetylsalicylic 100mg/day thereafter. Complica-

tions included urinary sepsis and transient neurologic toxicity to tacrolimus. She was dis-

charged home on post-transplant day 25. MAC is patent and allograft has normal

function 32 months post-transplant.

Case 2: A 61 year-old female also underwent DDLT due to HCV-related cirrhosis and

HCC within Milan criteria. A MAC was created through sewing a nº 8 PTFE graft to recip-

ient´s infrarenal aorta utilizing 4-0 running polypropylene sutures. Distal end of PTFE graftwas sewn to the available segment of DIA utilizing running 5-0 polypropylene sutures.

Distal end of DIA was sewn to HA utilizing running 7-0 sutures. Patient was maintained on

intravenous heparin. Post-transplant complications included transient acute renal failure

and reoperation for intraperitoneal hemorrhage on post-transplant day 8. Following re-

operation for intraperitoneal bleeding, heparin was stopped, and patient was switched

to oral acid acetylsalicylic 100mg/day. She has patent AC and normal allograft function

on post-transplant day 90.

Conclusion: To our knowledge, this is the first report of LT utilizing MAC. Further reports

are necessary to determine whether MACs would offer any advantage over fully syn-

thetic ACs.

PO47MUSCLE SURFACE ELECTROMYOGRAPHY DIAPHRAGM IN PATIENTSSUBMITTED TO LIVER TRANSPLANT AND ELIGIBLE TO EXTUBATION.Duarte, RP; Sentanin, AN; Tonella, RM; Oliveira da Silva, AM; Boin, IFSF

Universidade Estadual de Campinas - Gastrocentro UNICAMP.

Introduction: Liver transplantation is a surgical procedure that leads to decrease in di-

aphragmatic excursion, causing a loss of lung function. The use of surface electromyo-

graphy (sEMG) is an easily applicable method to provide important information

eletrodiagnosis. AIMS: To measure sEMG diaphragm postoperative liver transplantation

and compare the values of diaphragmatic muscle, during mechanical ventilation (MV)

and after extubation.

Materials and Methods: A study conducted in patients undergoing Liver Transplantation

in the Intensive Care Unit Tranplantation. Selected individuals of both genders, aged ≥

18 years and signed the consent form. Information about the patient and procedure

were collected from hospital records, and sEMG was performed in the supine position

and head elevated to 35 after opening the spontaneous mode, with support pressure

≤ 10 cm H2O, Glasgow Coma Scale ≥ 11, minimum dosages vasoactive drugs, and re-

peated 30 minutes after extubation. The capitations signs were made by surface elec-

tromyography (EMG System Brazil) and electrodes stickers. Statistical analysis was

performed using the statistical program GranphPad INSAT 3 and performed Tukey-

Kramer Multiple Comparisons Test and paired t-test, where p <0.05 was statistically sig-

nificant.

Results: The sample consisted of 12 individuals being 66.6% male and 33.4% female, pre

surgical MELD averaged 21 ± 8.3, surgical time 370.41 ± 117.4 minutes and the time

between the opening of the spontaneous mode and extubation is 297 ± 150.99 minutes.

The average RMS (µV) to right diaphragma muscle 27.06 ± 32.52 and 11.3 ± 19.6 before

and after extubation, 25.63 ± 11.16 34.60 ± 14.64 to the left. Significant differences cor-

relating RMS before and after extubation were found (p = 0.041); MELD and surgical time

(p = 0.0001); RMS summit before and after extubation (p = 0.015); RMS before extubation

domes with time MV (p = 0.0001) and MELD with time MV (p = 0.0001).

Conclusion: It was possible to evaluate and identify the difference between RMS di-

aphragma muscle before and after extubation, and as the MELD and VM Time interfere

in them.

Key Words: Liver Transplantation, sEMG, Mechanical Ventilation.

PO48INCISÃO ÚNICA EM “J” PARA TRANSPLANTE COMBINADO FÍGADO-RIM:MANTENDO O RIM RETROPERITONEALFelipe Pedreira Tavares de Mello, Eduardo de Souza Martins Fernandes, Joaquim

Ribeiro Filho, Leandro Savatonne Pimentel, Ronaldo Andrade, Pedro Tulio Rocha

Hospital Adventista Silvestre - Rio de Janeiro, Brasil.

O transplante combinado fígado-rim (TcFR) é o procedimento de escolha para pa-

cientes em fase terminal da doença hepática e renal. A principal etiologia de injúria

renal aguda (IRA) em pacientes cirróticos são as infecções bacterianas, seguida da

hipovolemia, síndrome hepatorrenal e nefropatia parenquimatosa. A presença de IRA

está associada a mau prognóstico em pacientes com cirrose hepática. A sobrevida

de cirróticos com IRA é inferior a de pacientes com o mesmo grau de insuficiência he-

pática (IH), e função renal normal. Além disso, o TcFR apresenta vantagens adicionais

como benefício imunológico (suposta proteção do enxerto de fígado), redução do

tempo de internação hospitalar e em unidade de terapia intensiva, além do consumo

global de recursos. O implante renal extraperitoneal, tem como vantagens a facilidade

de acesso percutâneo para biopsias, procedimentos sobre as vias urinárias, diminui-

ção da incidência de torção do pedículo vascular, além de promover um efeito com-

pressivo em caso de sangramento, sendo este um compartimento mais restrito. A hérnia

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incisional pós transplante é uma complicação comum e possui uma incidência de 5

a 34%. A utilização de duas incisões no TcFR, em tese, pode comprometer a vascula-

rização da parede abdominal entre as duas clássicas incisões (Mercedes e Gibson),

acarretando em um menor aporte vascular, contribuindo para maior incidência de

hérnia incisional. Uma única incisão mantendo o rim extraperitoneal ainda não foi re-

latada. Descrevemos esta combinação, através de uma nova incisão, de Mello, com

formato da letra “J”, visando o benefício de uma incisão única, com excelente campo

operatório para o TcFR. Abrimos campo de estudo na avaliação da diminuição do

tempo operatório, menor chance de comprometimento nervoso, diminuindo a inci-

dência de infecção do sítio cirúrgico, e possível diminuição do impacto da isquemia

tecidual no risco de hérnias incisionais.

PO49TRANSPLANTE HEPÁTICO BEM SUCEDIDO EM HEPATITE FULMINANTEASSOCIADA AO VIRUS DA DENGUEBAIA CES, Braga RP, Lallee MP, Quintela EHD, Pereira OI, Terrabuio DRB, Leitão RMC,

Giarolla I, Tuma P

Hospital de Transplantes de São Paulo Euryclides de Jesus Zerbini - São Paulo - Brasil.

Paciente branca, 41 anos, procurou serviço médico devido a epigastralgia, mal-estar

e icterícia. Sem alteração de consciência e sem comorbidades, sem uso de medica-

mentos. Ao exame: REG, ictérica 2+, afebril, normotensa, FC 110bpm, GCS 15. Ab-

dome sem ascite ou visceromegalias. Exames: Hb 13,7g/dl, leucócitos 11.400/mm3,

plaq 123.000/mm3, INR 2,6, BT 5mg/dl, Cr 0,8mg/dl, TGP 420 U/L,TGO 409 U/L. Anti HAV

IgM, Anti HBs, AgHBs, Anti HBc-IgM, Anti HCV, Anti HIV: negativos. EFP: gama-globulina

de 2,6 g/dl; IgA 786mg/dl e IgG 2538mg/dl; IgM negativa para CMV, EBV e leptospirose.

FAN, Ac-AML Ac-antimitocôndria negativos. Ultrassonografia e TC mostram fígado de

tamanho normal, contornos preservados, vias biliares sem dilatação e pequena ascite.

Sorologia para dengue com IgM reagente.

Frente aos achados foi feito o diagnóstico de hepatite aguda, cuja etiologia mais pro-

vável se deve ao vírus da dengue. No 10ºDI apresentou sonolência e flapping eviden-

tes, piora laboratorial com INR 4,5 e BT 7,6g/dl. TC de crânio com discreto edema

cerebral. Inscrita para transplante como hepatite fulminante, priorizada por critérios

do King’s College.Submetida ao TX em 10 de junho de 2015, com doador falecido (17 anos, TCE), isque-

mia total = 6h9min. O aspecto visual do explante é característico de hepatite fulmi-

nante. Teve evolução satisfatória, com um episodio de rejeição tratado com boa

resposta. Alta hospitalar no 16o PO do TX.

O anatomopatológico mostrou fígado reduzido (615 g) alternando áreas francamente

colapsadas com ilhas de tecido preservado. O histológico mostra áreas extensas de ne-

crose em pontes confluentes com colapso do arcabouço reticulínico, colagenização,

metaplasia ductular intensa e infiltrado inflamatório linfomonocitário com plasmócitos e

raros eosinófilos. Os hepatócitos remanescentes mostram tumefação, vacuolização nu-

clear e esteatose macro e microvesicular (10%), e inclusões eosinofílicas do tipo Mallory

em áreas periportais; colestase intracelular, canalicular e ductular discretas.

Dengue (Flavivirus), não tem um antiviral específico. A forma de hepatite fulminante é

rara, mas há vários casos relatados, especialmente na Índia e sudeste asiático. Em

2015 foram notificados 1.649.008 casos no Brasil, com 863 óbitos. A literatura pesqui-

sada não mostra caso de hepatite fulminante transplantada por dengue, no mundo.

PO50ESTEATO-HEPATITE: DIAGNÓSTICO CRESCENTE DE INDICAÇÃO DETRANSPLANTE DE FÍGADOBaía, CES

Hospital de Transplantes de São Paulo Euryclides de Jesus Zerbini.

Na tabela abaixo encontram-se destacados alguns dos principais diagnósticos que

justificaram a inscrição em lista de espera para transplante de fígado em adultos na

Secretaria da Saúde de São Paulo (capital e interior), expressos em percentual de cada

diagnóstico entre os pacientes inscritos no ano apontado:

Ano de inscrição (N por ano) VHB+VHC Álcool CHC NASH Cripto

2010 (N=1.290) 39,9 15,3 12,4 0,9 7,1

2011 (N=1.408) 34 19,2 7,5 1,8 8,3

2012 (N=1.337) 37,8 19,7 6,7 3,1 10,3

2013 (N= 1.360) 34,3 23,1 6,0 3,1 11,0

2014 (N= 1.185) 36,1 21,3 5,1 4,6 8,4

2015 (N= 1.244) 30,8 21,8 5,5 5,5 9,9

2016 (1/jan-13/4, N = 327) 25,1 20,2 6,1 6,7 10,4

Tabela: percentual da participação de alguns diagnósticos de inscrição em lista de

espera para transplante de fígado, no Estado de São Paulo; VHB+VHC: cirrose causada

pelo VHB ou pelo VHC; Álcool: cirrose alcoólica; CHC: carcinoma hepatocelular; NASH:

cirrose por esteatohepatite não alcoólica; Cripto: cirrose criptogênica

A observação dos dados de 2010 a 2015 mostra estabilidade com tendência de redu-

ção da participação das cirroses de etiologia viral, elevação consistente da participa-

ção da cirrose alcoólica (elevação de 5 pontos percentuais, ou 45% a mais), redução

da participação do hepatocarcinoma em 6 pontos percentuais ou cerca de 50% a

menos, aumento da participação da esteatohepatite não alcoólica superior a 700%.

Embora haja a expectativa de uma redução importante da participação da cirrose

de etiologia viral nos próximos anos com o uso das novas drogas antivirais, a tendência

a aumento da proporção da inscrição em lista de espera de casos de cirrose por ál-

cool e NASH já vem se manifestando nos últimos anos.

Essa tendência evidencia que ações de saúde pública devem ser tomadas para evitar

que essas doenças, que apresentam bom potencial de controle precoce, levem a

formas graves de manifestação com indicação de transplante e óbitos durante a fase

de espera.

PO51ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA EM PROGRAMA DETRANSPLANTE HEPÁTICO: ASPECTOS ÉTICOS E BIOÉTICOSLiliane Lins, Antônio Falcão, Viviane Sarmento, Larissa Souza Santos, Inácio Aguiar

Silva, Paulo Bittencourt Liana Codes, Maria Auxiliadora Evangelista, Alessandra

Oliveira Castro, Fernando Martins Carvalho*, Jorge Bastos

Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia, Salvador Bahia, Brasil.

Introdução: A formação de profissionais da saúde deve estar vinculada às políticasestatais de saúde e educação. A implementação do Sistema Unificado de Saúde na-cional demandou a revisão do processo formativo de profissionais da área da saúde,gerando Diretrizes Nacionais Curriculares para que a dimensão humana alie-se a co-nhecimentos técnicos, éticos, críticos e criativos, articulados a atividades formativasno ensino, pesquisa e extensão. Objetivo: Descrever as ações de ensino, pesquisa e extensão desenvolvidas pelo pro-jeto “Aspectos Éticos e Bioéticos Envolvidos na Atenção à Saúde Bucal de Pacientescom Doença Hepática Crônica” em Programa de Transplante Hepático. Métodos: Descrição das ações desenvolvidas no âmbito do Projeto, usando dadosprovenientes de relatórios técnicos e científicos, artigos publicados e de estatísticasdo Serviço de Odontologia de um Hospital Universitário. Em 2013 e 2014, o referidoprojeto recebeu financiamento público estadual e federal, propiciando a reabilitaçãointegral de pacientes com doença hepática. Resultados: Apesar de pacientes com Doença Hepática Crônica serem assistidos emrelação à saúde bucal no Hospital Universitário desde 2002, os recursos para trata-mento eram bastante limitados, inclusive pela falta de recursos humanos na área deOdontologia. O projeto iniciou em 2011, baseado na evidência de que pacientes emlista de transplante hepático que tiveram acesso à tratamento dentário apresentammenor morbimortalidade. Aspectos éticos e bioéticos investigados, por meio de análisequalitativa dos dados do serviço, revelaram: acessibilidade limitada a tratamentoodontológico; inativação em lista por infecção bucal; baixa escolaridade associadaa precários hábitos de higiene bucal; e impacto potencial sobre os recursos públicosem saúde, visto que pacientes com doença hepática avançada necessitam de inter-venção cirúrgica odontológica em ambiente hospitalar, implicando em maior custopara o tratamento. Desde 2013, o projeto vincula-se à Residência do Hospital Univer-sitário, participando da formação de estudantes de graduação, residentes em Odon-tologia Hospitalar, mestrandos, bolsistas de extensão e de iniciação científica. Conclusões: Ações de Ensino, Pesquisa e Extensão do Programa de Transplante Hepá-tico, além de contribuírem para a formação de discentes e profissionais de Odontolo-gia, de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais, realizam ações de Políticasde Saúde para melhor atenção às necessidades da população.

PO52EFEITO DO USO DE SIMBIÓTICOS EM PACIENTES SUBMETIDOS ATRANSPLANTE HEPÁTICONicole Bernardi, Cleber Rosito Pinto Kruel. Lea Teresinha Guerra, Marcio Fernandes

Chedid, Thais Ortiz Hammes

Hospital de Clínicas de Porto Alegre.

O transplante hepático possui uma das maiores incidências de infecção pós-operatóriaem relação a todos os transplantes de órgãos. Muitas das infecções observadas sãoderivadas do intestino, devido a disbiose, um distúrbio caracterizado pela disfunçãocolônica, na qual ocorre predomínio das bactérias patogênicas sobre as bactérias be-néficas. Este efeito favorece a translocação bacteriana, a qual tem demonstrado serum importante fator patogênico para o desenvolvimento de infecções.A alternativa terapêutica para minimizar os efeitos da disbiose é a administração deprebióticos, probióticos ou simbióticos, a fim de restaurar a flora intestinal. O uso desimbióticos pode modular a microbiota intestinal e o sistema imune e promovem a in-tegridade da mucosa. Assim, a translocação bacteriana e suas complicações podemser prevenidas.Diversos estudos tem comprovado que o uso de simbióticos em cirurgias do aparelhodigestivo alto contribui para diminuição da taxa de infecção, consequentementereduz a necessidade de uso de antibióticos e a permanência hospitalar. Além disso,minimiza os custos hospitalares, tendo em vista que 10% do custo são utilizados emantibióticos. Desta forma, o uso de simbióticos seria muito menos oneroso para as ins-tituições hospitalares.As conclusões dos ensaios clínicos realizados até agora indicam que a terapia comsimbióticos parece segura e sem quaisquer efeitos secundários graves relatados. Porém,existem poucos estudos na literatura sobre a utilização de simbióticos em transplantehepático. Assim é necessário investigar seus efeitos sobre as complicações infecciosasassociadas ao transplante de fígado a fim de possibilitar o uso futuro dessa terapia.Objetivos: Verificar os efeitos da administração de simbióticos no pós-operatório empacientes submetidos a transplante hepático em relação a taxa de infecção, tempode internação e necessidade adicional de administração de antibióticos.Métodos: Estudo prospectivo, duplo cego, em pacientes adultos submetidos a trans-plante hepático, randomizados para tratamento com simbióticos (grupo S) ou pla-cebo/controle (grupo C) 2 vezes ao dia durante 15 dias. Os principais desfechos aserem estudados serão as complicações infecciosas e clínicas, uso de antibióticosadicionais à terapia profilática, tempo de permanência hospitalar pós-cirúrgico, mor-talidade e perfil nutricional. Será um estudo piloto que irá avaliar os efeitos diversos douso de simbióticos.

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PO53HEPATITE AUTO-IMUNE EM DOENTE TRANSPLANTADO HEPÁTICO QUANDODO TRATAMENTO COM SOFOSBUVIR/DACLATASVIRSérgio Lima, David Ferreira, Judit Gandara, Vítor Lopes, Rámon Vizcaino, Jorge

Daniel, Helena Pessegueiro Miranda

Unidade de Transplante Hepático e Pancreático, Centro Hospitalar do Porto.

Introdução: A alta prevalência da infeção pelo vírus da hepatite C (VHC) e a sua as-

sociação a alterações imunológicas são enormes desafios clínicos e terapêuticos. Vá-

rios auto-anticorpos associados à hepatite auto-imune (HAI) são frequentemente

encontrados na infeção pelo VHC. A nova era de tratamentos da infeção VHC com

antivirais de ação direta (AAD) permite eliminar mais de 90% das infeções pelo VHC,

porém ainda se desconhece o seu papel em múltiplas manifestações auto-imunes re-

lacionadas com a infeção pelo VHC.

Caso Clínico: Apresentamos um caso de um homem de 62 anos, transplantado he-

pático em 2010 por cirrose VHC genótipo 3a, sem tratamento antiviral prévio. Os auto-

anticorpos eram negativos antes do transplante. Teve rejeição celular aos 6 meses

pós-transplante, com resposta favorável a aumento da dose de ciclosporina. No ter-

ceiro ano de seguimento, por recidiva da infeção pelo VHC com hepatite crónica

com atividade e fibrose portal sem pontes em biópsia, iniciou tratamento com peg-in-

terferão e ribavirina. Apesar da resposta virológica rápida, suspendeu terapêutica às

6 semanas por intolerância hematológica. Ao quinto ano de seguimento, após nova

histologia que mostrava cirrose hepática com muita atividade inflamatória, foi proposto

tratamento com sofosbuvir/daclatasvir (12 semanas).

Às 4 semanas de tratamento, verificado agravamento não expectável do perfil hepá-

tico, com valores máximos de bilirrubina total 6,08mg/dL, TGO 283U/L e TGP 179U/L,

com carga viral VHC indetetável <15UI/mL, imunoglobulina G 5383 mg/dL, anticorpos

anti-nucleares 1/160, anti-músculo liso 1/640, anti-actina-F 143U/mL. A biópsia hepática

confirmou cirrose e hepatite de interface exuberante, além de infiltrado inflamatório

rico em plasmócitos. Iniciou prednisolona 60 mg/dia, com rápida resposta clínica e

analítica, mantendo níveis terapêuticos de ciclosporina.

Conclusão: Os autores apresentam um caso em que a terapêutica com AAD se asso-

ciou a um agravamento clínico e analítico de uma HAI “de novo”, em transplantado

infetado com VHC, que apenas reverteu após o início de corticoterapia, tratamento

imunossupressor adequado para esta entidade.

PO54AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS FAMILIARES DE PACIENTESSUBMETIDOS AO TRANSPLANTE HEPÁTICO ADULTO: ESTUDO PILOTOLetícia Rosito Pinto Kruel, Lidiane Boreba, Guacira Paz, Sabrina Fuhr, Cleber Rosito

Pinto Kruel, Cleber Dario Pinto Kruel

Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Sabe-se que o índice de sobrevida de pacientes submetidos a transplante de fígado

seja altamente satisfatório, um dos objetivos de uma equipe de transplante atualmente

é o de proporcionar melhora significativa na qualidade de vida e no funcionamento

psicossocial destes pacientes. Atualmente, os índices de qualidade de vida são co-

nhecidos como fundamentais nos resultados das intervenções terapêuticas. Entretanto,

não existem estudos avaliando a qualidade de vida do familiar neste tipo de popula-

ção. A assistência psicológica em programas de transplante de fígado pode auxiliar

tanto os pacientes quanto os seus familiares a lidarem com sintomas de ansiedade e

de depressão e consequentemente melhorando a qualidade de vida de ambos.

O objetivo principal deste estudo é avaliar a qualidade de vida (pré e pós transplante)

dos familiares de pacientes submetidos ao transplante Hepático Adulto no Programa de

Transplante Hepático Adulto do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, RS, Brasil. Os objetivos

secundários são avaliar os sintomas de ansiedade e sintomas de depressão dos familiares.

Método: É um estudo de Coorte. A 1a medida: será 1 mês pré- transplante. E a 2a me-

dida: 6 meses pós o transplante. A coleta dos instrumentos será com familiar respon-

sável pelo paciente. Instrumentos: A qualidade de vida será medida através da

WHOQOL-bref: versão validada para o português Brasileiro. E os sintomas de ansiedade

através do Inventário de Ansiedade de Beck (BAI) e os sintomas de depressão através

Inventário de Depressão de Beck (BDI). Critérios de inclusão: Familiares de pacientes

adultos que estiverem na lista do transplante hepático adulto portadores de hepato-

patia crônica de qualquer etiologia, com graus variáveis de gravidade da doença

hepática e que concordarem participar do estudo. Critérios de exclusão: Os familiares

que não concordarem participar do estudo.

PO55MUDANÇA DOS INDICADORES DA SOBREVIDA EM TRANSPLANTES COMMELD ALTO E DISFUNÇÃO RENAL, COMO FOI?Andre Ibrahim David, Andre G. S. Pereira, Arnaldo Bernal, Felipe S. Borges, Angela

Caputi, Tiago Emanuel de Souza, Catiana Gritti, Gilberto Peron, Jorge Marcelo

Padilla Mancero

Hospital São Joaquim Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Introdução: Receptores com MELD alto ainda são comuns no Brasil, principalmente

em São Paulo, devido à escassez de doadores e a concentração da população. Ape-

sar dos receptores terem MELD alto, os doadores com critérios expandidos são comu-

mente utilizados, implicando nos resultados. Objetivo: Analisar os indicadores e atitudes

que mudaram a sobrevivência do nosso serviço nos ultimos dois anos.

Material e Método: Estudo retrospectivo com banco de dados prospectivo. Analisados

31 transplantes de figado em 30 doentes no período de junho 2014 a maio de 2016.

Resultados: Amostra de receptores com MELD alto (Mediana de 27). Após a primeira

fase com mortalidade de aproximadamente 40%, revisamos indicações, protocolos,

cuidados, ambientes e compartilhamento de informações. As principais providências

foram: seleção criteriosa de doadores, revisão criteriosa dos candidatos, otimização

da Equipe multiprofissional e uso de tecnologia de comunicação. Apesar dos pacien-

tes com MELD alto, na segunda fase estamos com sobrevida de 100%.

Conclusão: Aprofundamento do conhecimento dos "detalhes" da relação doador/re-

ceptor e compartilhamento com a Equipe e um grupo experiente em transplantes são

fundamentais para alcançar bons resultados.

PO56AVALIAÇÃO DE FATORES RELACIONADOS À RECORRÊNCIA DOCARCINOMA HEPATOCELULAR EM UM HOSPITAL ESCOLA NO BRASILMariana Bina Posatto, Elaine Cristina de Ataíde, Catherine Puliti Reigada, Cecilia

Amelia Fazzio Escanhoela, Thiago Jordão Almeida Prado Mattosinho, Ilka FSF Boin

Unidade de Transplante Hepático - HC - Unicamp - SP - Brasil.

Introdução: O tratamento de escolha para o carcinoma hepatocelular (CHC) irresse-

cável é o transplante de fígado (TF), promovendo uma sobrevida alta, porém ainda li-

mitada devido à alta recorrência do tumor chegando até 27%. Assim, o objetivo deste

estudo foi avaliar quais os fatores associados a recorrência tumoral.

Métodos: Foram analisados retrospectivamente dados de 11/136 (8%) pacientes trans-

plantados durante o período de 2010 até 2015 com recidiva do CHC. Desses pacien-

tes foram colhidos dados epidemiológicos, clínicos, cirúrgicos, anatomopatológicos

e relativos ao doador.

Resultados: A maioria dos pacientes era homem, com média de 53,8 anos quando

transplantados e com hepatite viral. Dos 11 analisados, 8 foram a óbito, sendo a so-

brevida média entre a data do transplante e de óbito de 18 meses (2,7 – 78,2).

Quando colocados em lista, a média da alfafeto-proteina (AFP) foi de 400,2 ng/dl,

porém apenas 3/7 acima de 200 ng/dl sendo que 2/8 fizeram tratamento prévio com

quimioembolização. No momento da cirurgia, o MELD médio foi de 15,9, em 6/10 o

tempo de isquemia fria foi maior do que 8h e a média de CH foi de 4,6 unidades.

Sobre o explante, o número médio de tumores foi 3, o tamanho médio do maior nódulo

foi 4,6 cm e 6/8 estavam fora do critério de Milão. De 8 pacientes, 7 tinham tumor bi-

lobular, 1 teve invasão macrovascular e 1 teve microinvasão vascular e a maioria era

grau II/III de Edmonson-Steiner. Dos 11 doadores, maioria era cadáver, do sexo mas-

culino e ficaram mais que 3 dias na UTI, com idade média de 35,5 anos.

Conclusão: Segundo o exame do explante a maioria dos pacientes realizou o TF fora

do critério de Milão, com altos níveis de AFP e longo tempo de isquemia fria.

PO57TRANSPLANTE HEPÁTICO: O DESAFIO NO DIAGNÓSTICO PRECOCE DASHEPATITES VIRAIS ATRAVÉS DA REALIZAÇÃO DE TESTES RÁPIDOSQuiti dos Anjos Lopes, Milena da Silva Santos, Sandra Cristina Biava, Mariela

Barbosa, Sabrine de Oliveira,Maria Aparecida Andreza Leopoldino

Prefeitura Municipal de Gramado-RS/Brasil.

Introdução: No Brasil os casos de hepatite C está entre 1% a 2%, estimando um índice

de 0,65% na região Sul do país. A prevenção e controle da hepatite C dependem de

uma complexa avaliação da infecção. Sua capacidade de tornar-se crônica em até

85% dos infectados, aumenta o risco de desenvolvimento de complicações graves,

como cirrose hepática e câncer de fígado que levam ao transplante hepático. Em

2011, o Ministério da Saúde introduziu na Rede Pública testes rápidos para triagem de

hepatites virais B e C como uma medida que faz parte de uma série de mudanças

em relação à ampliação do diagnóstico e tratamento precoce das hepatites virais.

Objetivo: Identificar a prevalência do número de casos de hepatite C a partir dos

dados da Secretaria Municipal de Saúde de um Município da Região Sul do Brasil,

através dos exames laboratoriais e Testes Rápidos de HCV realizados.

Método: Foram avaliados o número de casos positivos entre os resultados dos exames

laboratoriais realizados no ano de 2013 e os resultados dos Testes Rápidos de HCV rea-

lizados no ano de 2015.

Resultados: Estima-se que existam mais de 150 milhões de casos de hepatite C, sendo

cerca de três milhões, no Brasil. Em 2013, a Secretaria Municipal de Saúde de um Mu-

nicípio da Região Sul do Brasil, realizou 121 exames laboratoriais que identificou (n=38)

31,4% de casos de hepatite C. Em 2015 foram realizados 2607 Testes Rápidos de HCV

que identificou (n=39) 1,49% de casos de hepatite C. Os dados mostraram que após

a implantação dos Testes Rápidos de HCV houve aumento no atendimento à popula-

ção disponibilizando o diagnóstico precoce da hepatite C, o que possibilitou o pla-

nejamento de ações de promoção e prevenção primária fazendo com que haja uma

diminuição da evolução dos casos mais graves, que levam a necessidade de trans-

plante.

Conclusões: A hepatites C responde por uma importante proporção das indicações

de transplante de fígado. Os Testes Rápidos para HVC são um importante instrumento

para detecção precoce dos casos e diminuição do número de transplantes de fígado.

PO58MISTURA DE SOLUÇÕES DE PRESERVAÇÃO HEPÁTICA NA UNIVERSIDADEESTADUAL DE CAMPINAS DE 2010-2014Catherine Puliti Hermida Reigada, Elaine Cristina de Ataíde, Thiago Jordão Almeida

Prado Mattosinho, Ilka de Fátima Santana Ferreira Boin

Univeridade Estadual de Campinas.

As diferentes soluções de preservação hepática visam minimizar a lesão de isquemia-

reperfusão, processo complexo de dano celular causado pela hipóxia e exacerbado

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pela restauração da oxigenação. Os princípios da preservação são baseados em

eventos fisiológicos que ocorrem durante a isquemia fria, que incluem perda da inte-

gridade celular, consumo excessivo de ATP, acúmulo de ácido láctico, influxo intrace-

lular de sódio e água, acúmulo de cálcio e formação de radicais livres.

A mistura de soluções de preservação durante o procedimento de captação deve-se

ao fato deste ser um procedimento multidisciplinar, sendo que cada serviço tem um

protocolo de perfusão. Apesar dos inúmeros estudos comparando a eficácia das di-

ferentes soluções de preservação hepática, ainda não foi estabelecido nenhum que

pudesse apontar se essa mistura de soluções que ocorre na prática é maléfica ao fun-

cionamento e sobrevida do enxerto hepático. Este foi um estudo retrospectivo que

analisou 206 transplantes na Universidade Estadual de Campinas no período de 2010

a 2014. Observou-se 4 grupos de perfusão: UW e Eurocollins (4,8%); HTK and Eurocollins

(38,5%); UW alone (10%) e IGL-1 e Eurocollins (46,7%). Entre os diferentes grupos, não

houve diferença com relação à disfunção de enxerto e grau de lesão de preservação,

assim como não houve diferença na sobrevida do enxerto hepático. Pudemos concluir

que a mistura de soluções de preservação no procedimento de retirada é muito

comum e pode ser realizada com segurança.

PO59LUTOS COMO MOTIVAÇÃO DE PACIENTE A SER TRANSPLANTADO HEPÁTICORafaela Tavares Nóbrega

Hospital Universitário Walter Cantídio – Universidade Federal do Ceará / Empresa

Brasileira de Serviços Hospitalares.

A avaliação psicológica pré-transplante objetiva indicar aptidão psíquica do pacientepara tratamento, além disso propicia espaço de escuta, identificação de fragilidadese potencialidades a serem trabalhadas. Caso o paciente necessite internação no pe-ríodo de espera do transplante, a avaliação psicológica pode ocorrer conjuntamenteao acompanhamento psicológico do período de hospitalização. Este trabalho objetivaapresentar o caso de um paciente do sexo masculino, 56 anos, internado com diag-nostico de cirrose hepática por esquistossomose, incluso em lista de espera para trans-plante de fígado, em hospital geral da cidade de Fortaleza, Brasil. No atendimentopsicológico o paciente aceitou vinculação e expressou sentimentos relacionados aoadoecimento, internação, espera pelo transplante. Demonstrou humor estável e fun-ções psíquicas sem alterações. Apresentou boa compreensão sobre o adoecimentoe tratamento, com expectativas realistas. A motivação dos pacientes também é as-pecto verificado. Neste caso, o paciente relatou histórias de perdas e lutos, que apartir da intervenção psicológica foram relacionados à motivação para aceitar e ade-rir ao transplante, Ele informou que dois de seus irmãos também apresentaram suadoença, ambos faleceram em espera pelo transplante. Outro familiar citado, atravésdo qual são abordados sentimentos de luto e motivação, é a filha do paciente, a qualfaleceu aos 16 anos por aneurisma cerebral de forma repentina. Ao relatar a históriade sua filha o paciente emocionou-se, assim como no momento de lembrança deseus irmãos, vítimas da mesma patologia que o expõe a risco vida enquanto esperao transplante. Ao relatar estas perdas, o paciente demonstrou ainda estar em processode elaboração dos lutos, diante disso, a intervenção psicológica facilitou elaboração,aceitação e associação desses fatos à motivação para o transplante, de forma a pro-mover o enfrentamento e expressão de esperança de que ele seja submetido ao trans-plante e recupere-se positivamente, ao contrário de seus parentes que nãoconseguiram usufruir da qualidade de vida possibilitada a partir do procedimento.Vale destacar a ressignificação das histórias de perdas facilitada pelo espaço de es-cuta do atendimento psicológico ofertado durante a internação. Neste caso, luto re-lacionado aos familiares contribuiu promovendo sentimento de enfrentamento dopaciente, ao contrário de significados negativos que poderiam advir.

PO60TRANSFUSÃO NO TRANSPLANTE HEPÁTICO DE ADULTO – 2011-2015Mendes J, Mousinho G, Lobo F, Esesumaga A, Furtado E, Tomaz J.

Centro Hospitalar Universitário Coimbra.

O Serviço de Sangue e Medicina Transfusional do Centro Hospitalar e Universitário deCoimbra (CHUC) assegura o suporte transfusional dos doentes submetidos a transplantehepático com maior proximidade, relativamente a outras cirurgias, havendo um médicode presença física durante toda a cirurgia. Para melhor compreensão do suporte trans-fusional subjacente a estes doente foi realizado um estudo retrospectivo de todos osdoentes transplantados entre 2011 e 2015 (5 anos) no CHUC, tendo sido recolhidos osdados de 230 doentes adultos durante este período. Foi avaliada a evolução da gravi-dade dos doentes pela escala de MELD, assim como a quantidade de componentessanguíneos e hemoderivados (plasma humano inactivado) ao longo dos 5 anos. A es-cala de MELD é uma medida de risco de mortalidade para os doentes com doençahepática terminal e é também utilizada para priorizar a alocação dos doentes paratransplante hepático. Dada a sua importância nestes doentes, este trabalho teve tam-bém como objectivo averiguar a sua relação com a quantidade de componentes san-guíneos e plasma humano inactivado que são administrados durante a cirurgia, tendosido realizada a análise correlacional através do coeficiente de correlação de Pearson.Pode-se observar que em relação à escala de MELD não houve uma variação esta-tisticamente significativa nos diferentes anos incluídos no estudo. Já em relação aoscomponentes sanguíneos e plasma humano inactivado administrados durante as 48hapós o início da cirurgia, verificou-se uma diminuição acentuada nos últimos 5 anos,sobretudo entre 2011 e 2012.A escala de MELD, apesar de ser um bom indicador da gravidade da doença hepá-tica, não demonstrou ter uma relação significativamente forte com a quantidade decomponentes sanguíneos e plasma humano inactivado administrados, tendo-se obtidocoeficientes de correlação de Pearson inferiores a 0.3, não se assumindo assim comvalor preditivo para as necessidades transfusionais nestes doentes.

PO61HEPATITE AGUDA GRAVE LEVANDO AO TRANSPLANTE HEPÁTICO NOSEGUNDO TRIMESTRE DE GRAVIDEZ – RELATO DE CASOIvelise Regina Canito Brasil, Luciana Cidrão Frota, Francisco Cesar Pontes Texeira,

Ticiana Mota Esmeraldo, David Silveira Marinho, Lucas Medeiros Lopes, Samuel

Roque Alves, Eveline Studart Barbosa, Joaquim Luiz De Castro Moreira

Hospital Geral de Fortaleza; Universidade Estadual do Ceará.

O espectro das hepatopatias na gravidez se estende desde elevação assintomática

de enzimas até perda irreversível de função hepática. A insuficiência hepática aguda

afeta negativamente a sobrevida materna e fetal, e pode ser devida a causas rela-

cionadas à gestação, por ela exacerbadas, ou independentes. O manejo deve ser

individualizado e considerar o risco-benefício para mãe e feto, representando um im-

portante dilema técnico e ético. Apesar dos avanços no tratamento, o transplante he-

pático deve ser considerado uma opção terapêutica, procurando-se evitar a

resolução da gestação, ou prolongando-a o máximo possível, a fim de resguardar a

vitalidade materna e fetal. Há poucos relatos na literatura de transplante hepático nos

dois primeiros trimestres de gestação, e a maioria teve como desfecho fetal a perda

espontânea ou induzida, entretanto existem alguns relatos de manutenção bem-su-

cedida da gravidez após o transplante, com boa preservação da vitalidade fetal.

Aqui relatamos o caso de uma jovem de 19 anos que, durante o segundo trimestre de

sua segunda gestação, passou a apresentar icterícia, coagulopatia e flapping, de

provável etiologia auto-imune, preenchendo os critérios de King’s College para insufi-

ciência hepática aguda. Foi transferida ao Serviço de Transplante Hepático do Hospital

Geral de Fortaleza, onde foi medicada com prednisona. A investigação adicional mos-

trou sorologia IgM indeterminada para herpes vírus, sendo associado aciclovir ao tra-

tamento, porém sem melhora clínica ou laboratorial significativa. A paciente foi então

submetida a transplante hepático com doador cadáver, entretanto apresentou volu-

mosa hemorragia digestiva alta no intra-operatório, necessitando de altas doses de

vasopressores. Evoluiu com boa recuperação hemodinâmica no pós-operatório,

porém com óbito fetal devido ao choque prévio, tendo sido realizada a indução da

expulsão fetal e posterior curetagem uterina. Foi realizada uma endoscopia digestiva

alta no pós-operatório, que evidenciou esofagite erosiva grau B de Los Angeles, uma

variz esofágica de fino calibre sem sinais da cor vermelha, e duas úlceras gástricas

ativas, às quais foi atribuída a causa da hemorragia. Após a intervenção, a paciente

foi imunossuprimida com tacrolimus e micofenolato de sódio, e evoluiu com melhora

clínica e laboratorial, mostrando-se neste caso o transplante como a solução efetiva

para a total recuperação da paciente.

PO62ONE HUNDRED CONSECUTIVE LIVER TRANSPLANTS UTILIZING IGL-1PRESERVATION SOLUTIONMarcio F. Chedid, Aljamir D. Chedid, Mario R. Alvares-da-Silva, Ian Leipnitz, Tomaz J.

M. Grezzana-Filho, Henrique R. Bosi, Matheus J. Reis, Geraldo Machado Filho, Arthur

J. Ghissi, Paulo Rolim Neto, Alexandre de Araujo, Soraia Arruda, Antonio B. Lopes,

Cleber D. P. Kruel and Cleber R. P. Kruel

Hospital de Clinicas de Porto Alegre, Federal University of Rio Grande do Sul (UFRGS),

Porto Alegre, Brazil.

Background: There are only four prior studies reporting on outcomes of liver transplan-

tation utilizing Institutes Georges Lopez-1 (IGL-1) preservation solution.

Methods: In this study, a review of one hundred consecutive adult patients who under-

went first orthotopic whole-graft liver transplant utilizing IGL-1 preservation solution was

performed. Patients were transplanted at our institution between 2013 and 2016. Primary

endpoint was 90-day graft failure.

Results: Of all 100 patients included in this study, 37 were females; median age, 58

years-old (range 18-71). There were 3 episodes of primary non function of the liver graft.

There were overall 12 deaths, 10 of those occurring on first 30 post-transplant days.

There were 21 reoperations. Fourteen biliary complications occurring during the first 90

post-transplant days.

Conclusions: Liver transplantation utilizing IGL-1 was accomplished with acceptable

mortality and morbidity rates in this series. Liver transplantation can be performed safely

utilizing IGL-1 preservation solution.

PO63MULTIMODALITY IMAGING EVALUATION OF LIVER TRANSPLANTATION AND ITSCOMPLICATIONSRuben Carvalho, Inês Martins, Filipa Vilas-Boas, Carlos Macedo, Inês Pereira, Isabel

Sapeira

Hospital Distrital de Santarém; Centro Hospitalar do Porto.

Background: Liver transplantation is an established therapeutic option for patients with

end-stage liver disease or acute liver failure, with an increasing number of these pro-

cedures being performed worldwide.

The most common indication for liver transplant is still hepatitis-related liver cirrhosis with

or without HCC.

In the post-transplant period, the goal of imaging is to identify vascular and biliary com-

plications. The long-term follow-up also allows clinicians to identify

recurrence of the primary disease and/or detect disease related to long-term immuno-

suppression.

Imaging Findings: The spectrum of possible post-op liver transplants complications in-

clude vascular (thrombosis/stenosis of the hepatic artery, portal vein, IVC ou hepatic

veins; pseudoaneurisma hepatic artery), biliary (obstruction due to choledocolithiasis

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or bile duct stricture; bile duct leakage), procedure-related (abcess, infection and he-

matoma; bowel obstruction) and recurrence of primary disease.

Conclusion: The clinical presentation of liver transplant complications is often nonspe-

cific, and prompt detection of these complications on imaging studies has a major role

in the management of these patients and has increased survival rates after surgery.

Radiologists must be familiarized with transplantation procedure and postsurgical fin-

dings.

PO64TRANSPLANTE DE FÍGADO PEDIÁTRICO: A REALIDADE BRASILEIRATadeu Thomé, João Seda Neto, Eduardo A. da Fonseca, Rogério C. Afonso, Sérgio F.

R. Zanetta, Paulo Chapchap

Hospital Sírio-Libanês.

Introdução: O transplante de fígado pediátrico mudou radicalmente a história natural

das doenças hepáticas na infância e sua principal indicação é a atresia de vias bi-

liares. A sobrevivência destes pacientes transplantados é superior a 90% em um ano

e a maioria consegue atingir a idade adulta. No Brasil, essa modalidade possui dife-

rentes desempenhos entre suas cinco regiões, sendo que alguns Estados não realizam

nenhuma atividade enquanto outros possuem performances comparáveis aos países

com os melhores números do mundo. Enquanto isso, a necessidade de transplantes

ainda está longe de ser atingida e a mortalidade em lista de espera continua a ser

um problema de âmbito nacional.

Objetivo: Identificar e relatar a situação das atividades relacionadas ao transplante

de fígado pediátrico no Brasil.

Metodologia: Realizada análise quantitativa, retrospectiva, no período de 2005 a

2015, dos números de transplantes realizados no Brasil, a partir dos dados informados

pelas equipes à Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos. Os dados foram ca-

tegorizados de acordo com o centro transplantador, seu respectivo Estado e modali-

dade do transplante.

Resultados: A média anual de procedimentos se manteve estável nos últimos 11 anos,

porém houve queda de 6 pontos percentuais, em relação ao total de transplantes,

desde 2010. A partir de 2013, houve queda do número de procedimentos com doador

falecido, totalizando no último ano 68 (39%) casos. Apenas dez Estados realizam esta

modalidade, sendo São Paulo responsável por 68% (120) dos transplantes no último

ano e, destes, 76% (91) foram com doadores vivos. Do total dos intervivos do país, nos

anos de 2013 e 2014, 76% (167) foram em crianças com idade igual ou inferior a 2

anos e, dos transplantes com doadores falecidos, 45% (80) eram em adolescentes

com idade entre 12 e 18 anos. Em 10 anos (2005 a 2014), 3 equipes foram responsá-

veis por 56% (1.622) dos transplantes no país. Em 2015, houve 245 novas inscrições,

31 evoluíram a óbito em lista de espera e, ao final do ano, ainda 102 aguardavam

pelo transplante.

Conclusão: Esses dados demonstram a necessidade de ampliação do número de

transplantes em outros Estados do Brasil.

PO65PORTUGUESE PUBLIC CORD BLOOD BANK INVENTORYDuarte S., Ramoa P., Aires P., Oliveira S., Peixoto M., Freitas F., Maia S., Xavier P.

Instituto Português do Sangue e da Transplantação, IP.

Background: The Portuguese Public Cord Blood Bank (BPCCU) is committed to create

and maintain a focused inventory based on quality, safety and biological characteris-

tics, namely, total nucleated cells (TNC) and CD34+ cell counts, in order to deliver the

highest therapeutic value for patients. The aim of this study was to analyze the umbilical

cord blood (UCB) units in our inventory available for transplantation.

Material and methods: A total of 420 units cryopreserved from January 2013 to De-

cember 2015 were analyzed. All the collection, transporting, processing, cryopreser-

vation and storage procedures were carried out according to the Portuguese law and

the international standard operating procedures published by NetCord/FACT. The cryo-

preserved units were stratified in four groups considering the minimum acceptable of

2.5 *107 TNC/ kilogram and 1.5 *105 CD34+/ kilogram patient body weight : Group I)

TNC <125*107/U and CD34+ >6*106/U; Group II) TNC 125 - 149*107/U and CD34+ 6

- 9*106/U; Group III) TNC 150 - 199*107/U and CD34+ 9.5 - 12*106/U and Group IV)

TNC >200*107/U and CD34+ >12*106/U. A descriptive analysis was made.

Discussion: Ours results show a significantly increase number of UCB with high TNC and

CD34+ cells content over this period of time. This reflects the changes 90*107,

120.0*107/U and 150.0*107/U introduced on the criteria of acceptance to be cryopre-

served along 2013, 2014 and 2015 respectively. Among 420 units cryopreserved, 167

(40%) are suitable for transplantation, which means, that we must focus on collecting

units with more than 150.0*107/U to get a therapeutic inventory higher than 60%.

PO66IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE DE QUIMERISMO PÓS TRANSPLANTE DE CÉLULASPROGENITORAS HEMATOPOIÉTICASClemente Irina1, Gonçalo Ana2, Faria Carina2, Dias Mónica2, Barbosa Isabel1*,

Mendes Carlos2*

1-Grupo de Investigação Oncogenética do IPO Porto, Porto, Portugal; 2-Serviço de

Hematologia Laboratorial do IPO Porto, Porto, Portugal; *Autores séniores conjuntos.

O transplante de células progenitoras hematopoiéticas é o tratamento preferencial

para várias doenças hematológicas. O estudo do quimerismo hematopoiético é im-

portante na avaliação da recuperação hematológica dos doentes. O desenvolvi-

mento de quimerismo completo num doente transplantado significa que mais que 95%

das células provém do dador, um valor inferior significa presença de quimerismo misto

com a presença de células do doente. O doente pode sofrer recaída da doença no

período inicial pós transplante apresentando quimerismo misto nas várias linhagens

celulares.

A presença de quimerismo misto ao primeiro mês pós transplante pode ser interpretada

como uma fase de tolerância que indicará posteriormente o sucesso do transplante

ou a recaída da doença. A análise de quimerismo nas diferentes subpopulações leu-

cocitárias aumenta a sensibilidade e especificidade na monitorização pós transplante,

principalmente a análise de quimerismo nos linfócitos T e células progenitoras hema-

topoiéticas.

No nosso centro, no sangue periférico e na medula óssea as células mononucleares

e os granulócitos são separados por gradiente de densidade, os linfócitos T, B e as cé-

lulas progenitoras hematopoiéticas são separados por meios imunomagnéticos num

separador automático, posteriormente é extraído o DNA das diferentes linhagens ce-

lulares. A interpretação correta do resultado do quimerismo nas subpopulações leu-

cocitárias poderá estar dependente da pureza das células isoladas.

O PCR multiplex permite a análise simultânea de 12 STRs e o locus do gene da ame-

logenina, que discrimina os cromossomas sexuais. Os fragmentos amplificados são se-

parados por electroforese capilar num sequenciador automático. A percentagem de

quimerismo é calculada através do software comercial, apenas os alelos informativos

do dador e do doente são considerados. Esta análise permite o cálculo automático

da percentagem de DNA das subpopulações leucocitárias dador/doente, assim como

a exclusão de possíveis artefactos inespecificos, tais como: pull-up peaks, stutter peaks,

ou sinais intensos “offscale”.

O significado clinico do quimerismo misto é ainda controverso, devido à diversidade

de fatores que podem estar correlacionados: regime de condicionamento, fonte de

células utilizada no transplante, doença enxerto contra hospedeiro, entre outros.

O quimerismo é um parâmetro precoce na avaliação do sucesso do transplante, for-

necendo informações relevantes que determinarão possíveis intervenções terapêuticas

no período pós transplante.

PO67COLHEITA DE MEDULA EM PEDIATRIA - TRÊS PERSPETIVAS: DOENTE, DADOR EPROCEDIMENTOCláudia Alves, Fátima Amado, Filipa Bordalo, Sara Ferreira, Sérgio Lopes, Catarina

Pinho, Tânia Rodrigues, Susana Roncon

Serviço de Terapia Celular – Instituto Português de Oncologia do Porto, EPE.

O transplante de medula óssea em crianças e jovens com anemia aplásica (AA) é po-

tencialmente curativo sobretudo na presença de dador HLA-compatível. A maioria dos

pediatras e associações médicas defendem ser eticamente correto expor os dadores

pediátricos aos potenciais riscos da dádiva em prol dos benefícios para o recetor. O

consentimento informado aos pais é uma exigência legal. Com este trabalho pre-

tende-se realçar os cuidados associados à colheita e processamento de medula rea-

lizada a lactente saudável para transplante de irmão com peso superior.

Doente do sexo masculino, 8 anos, 23,5Kg, com AA e indicação para transplante por

quadros infeciosos graves de repetição; dador com 8 meses, 11,4kg e 980mL de vo-

lémia. Colheita de medula realizada quatro meses após o diagnóstico no bloco ope-

ratório, sob anestesia geral, através de múltiplas punções aspirativas nas cristas ilíacas

posteriores (20ml/kg de peso do dador); meio anticoagulante com citrato, ratio 1:5.

Enxerto medular com aspeto e volume adequados (202mL), bom conteúdo celular

(2,12x108 leucócitos/kg de peso do recetor), viável e funcional (>500x105 CFU-GM);

contaminação por Staphylococcus hominis sensível à oxacilina. Procedeu-se a centri-

fugação invertida por incompatibilidade ABO major do par dador-recetor (AO); no

final, a recuperação celular foi 66%.

Infusão do enxerto a fresco, sem reações adversas, nomeadamente febre ou hemólise.

No período pós-transplante, o doente apresentou hemoculturas negativas; foi trans-

fundido com 5 concentrados eritrocitários (CE) e 8 concentrados plaquetários, de

acordo com o protocolo instituído; teve recuperação dos neutrófilos ao dia+17 e das

plaquetas ao dia+16. Dois anos após encontra-se livre de doença.

O dador não teve complicações durante a colheita; no recobro foi transfundido com

1 CE (dádiva dirigida da mãe) para reposição da hemoglobina e volemia. Teve alta

24h depois, bem-disposto, sem défices funcionais nem hematomas nos locais de pun-

ção e medicado com ferro+vitamina C durante 4 meses.

A colheita de medula num dador pediátrico é exequível e de baixo risco, desde que

devidamente programada. O processamento de medula com baixo volume é um de-

safio técnico que requer profissionais especializados e boas práticas laboratoriais. O

sucesso terapêutico esperado nestes doentes é diretamente dependente do investi-

mento realizado.

PO68MAJOR QUALITY PARAMETERS OF LONG-TERM CRYOPRESERVED CORDBLOOD UNITS - A SINGLE CENTER EXPERIENCEBordalo F, Amado F, Ferreira S, Pinho AC, Lopes S, Roncon S

Serviço de Terapia Celular, Instituto Português de Oncologia do Porto FG, EPE.

Introduction: Cord Blood (CB) is a well-recognized source of stem cells for hematopoi-

etic transplant. Its advantages are long-term storage, ready availability for the recipient

and no risk for the donor. The aim of this study was to evaluate the quality of 15 CB units

cryopreserved in our direct donation bank.

Materials and Methods: All these units were processed without red cells reduction, in a

24-hours period after collection, then were cryopreserved with a controlled-rate freezer

and transferred to a liquid nitrogen container. We used cryogenic bags highly resistant

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to very low temperatures. However, due to missing data we do not considered these

CB units suitable for transplant. In this study, the CB were thawed and washed in our ISO

7 cleanroom, inside of an air flow cabinet. We performed cellular counts, viability as-

says, sterility testing and clonogenicity.

Results and Discussion: The CB were stored during 11-20 years (mean 16±3). We ana-

lyzed 12 CB because 3 bags were broken during storage (20%); this percentage is much

higher than that found in our daily practice (4%), which may be caused by the long

cryopreservation period. Visual examination of the product showed evidence of he-

molysis in 10 CB and fibrin clots in 1.

The recovery of total nucleated cells (TNC) was 73±14%; CD34+ cells enumeration

48.3±29.3x105 and CFU-GM quantification 28.5±19.3x104. The TNC and CD34+ cells

viability was 70±8% and 91±5%, respectively. We obtained a strong positive relation-

ship between CD34+ cell and CFU-GM (R2=0.76). We found 4 contaminated CB, one

of them was already positive after processing (Enterococcus faecalis, Escherichia coli

and Streptococcus mitis). We hypothesize that the pre-freezing hemocultures were not

representative of the product; however, we cannot exclude a cross-contamination dur-

ing the storage.

Despite our small serie, the results of cellular viability, purity and potency indicate that

long-term cryopreservation does not negatively affect the quality of CB units for further

use, even in the presence of contamination, hemolysis and aggregates. We think that

every CB bank should have an expert to help transplant physicians selecting the best

unit for his patient based on the quality control results performed before final release.

PO69MONITORING MINIMAL RESIDUAL DISEASE (MRD) IN AUTOLOGOUSCELLULAR THERAPY PRODUCTS COLLECTED BY APHERESIS – EXPERIENCE OFA SINGLE CENTERFerreira S, Amado F, Bordalo F, Lopes S, Pinho AC, Roncon S

Serviço de Terapia Celular, Instituto Português de Oncologia do Porto Francisco

Gentil, EPE.

Introduction: The autologous transplant of peripheral blood stem cells (PBSC), harvested

by apheresis on oncologic patients after chemotherapy and/or radiotherapy, is a ther-

apeutic strategy used in several diseases. Some studies suggest that incomplete disease

eradication before collection could lead to the reinfusion of tumor cells and be asso-

ciated with patient relapse and a lower survival. This study aims to evaluate the per-

centage of MRD-contaminated grafts in patients proposed to hematopoietic transplant

with initial genetic alterations in our hospital.

Methods: A retrospective study was performed from May 2006 to February 2016. The

inclusion criteria were patients with genetic alterations at diagnosis or relapse. The re-

search was performed using fluorescent in situ hybridization or/and real time polymerase

chain reaction techniques.

Results: MRD was researched in samples of PBSC collected from 39 male/28 female pa-

tients (n=67), with a median age of 51 (7 m – 70) years old. Their diagnosis were: non

Hodgkin’s lymphoma (NHL) n=24, multiple myeloma (MM) n=16, neuroblastoma (NB)

n=17, acute myeloid leukemia (AML) n=5, acute lymphoblastic leukemia (ALL) n=2,

Hodgkin's disease (HD) n=2 and Ewing’s sarcoma (Ewing S.) n=1. Only 6 grafts were

MRD+, but with a very low tumour cell contamination (1-2%). Three contaminated grafts

were eliminated: 2 patients (1 AML, 1 NB) were proposed to different chemotherapy

lines and received a negative cellular therapy product; ALL patients died before the

second mobilization. Two MM patients were infused with the autologous grafts. In the

remaining patient (Ewing S.), we performed a positive selection of CD34+ cells after

thawing and before graft infusion. At present, 2 patients are alive and in complete re-

mission, 9 and 10 years after treatment (Ewing S., AML); 3 patients deceased 1, 7 and

4 years after transplant (2 MM, 1 NB respectively).

Discussion: As it was a very small and heterogeneous sample, conclusive remarks of

the role of MRD significance in Stem-Cells grafts are not possible. In the same way, we

only performed one ex vivo tumoral purging with identical results to those found on lit-

erature. Future trials should address physicians to choose the best option to eradicate

tumor cells: chemotherapy pretransplantation or immunotherapy postransplantation.

PO70KEY PERFORMANCE INDICATORS TO ASSESS THE QUALITY OF A COLLECTIONFACILITY: EXPERIENCE OF A SINGLE CENTER Pinho AC1, Bordalo F1, Lopes SM1, Ferreira S1, Amado F1, Mota J2, Roncon S1

1-Serviço Terapia Celular, Instituto Português Oncologia do Porto Francisco Gentil,

EPE;2-Centro do Sangue e Transplantação do Porto, Porto, Portugal.

Introduction: Allogeneic hematopoietic stem cell transplantation (allo-HSCT) has evol-

ved into an effective immunotherapy for the treatment of a variety of disorders. When

patients do not have a familiar matching donor, transplant centers (TC) search for an

unrelated donor. The selected donor must be previously evaluated by the collection

center (CC) to donate peripheral blood stem cells (PBSC) or bone marrow (BM); donor

lymphocytes can also be asked after allo-HSCT.

This work aims to evaluate the quality of our performance as CC with volunteer donors

of the National Registry.

Methods: We retrospectively evaluated the requests received since 2013 until 2015, ex-

cluding the cancellations. Countries of destination, number and type of cell therapy

products (CTP) were firstly determined.

We established and analyzed three performance indicators: response capacity to TC

requirements; quality of CTP (number of cells, sterility and functionality); satisfaction of

patients and donors (acknowledgments, complaints, answers to three surveys: in the

collection day, 24h and 1-2 months after).

Results: We evaluated 201 requests: 146 PBSC, 43 BM and 12 lymphocytes. Concerning

the destination, 85% were sent to Europe (66/171 to Portugal), 12% to America and 3%

to Oceania.

We took an average of 4 days to reply to the work-up requests; 91% of the donor clea-

rances were sent at time; 100% of CTP were delivered on the agreed date.

The total number of cells requested was accomplished in 76% of cases (23/43 BM,

18/146 PBSC and 8/12 lymphocytes were not achieved); 97% of CTP were sterile (6 con-

taminated BM); 100% presented good clonogenicity.

We received 10/2 acknowledgments/complaints from donors and 20/2 from patients.

The global satisfaction of our donors was 92% on the collection day; only 1 donor re-

mained unsatisfied after the procedure.

Conclusion: The optimal level of all the results motivates us to proceed with this grateful

activity.

We consider that these indicators well evaluate the CC performance and shall be con-

tinuously monitored to earlier detect any deviation of the stated goals.

We further suggest the establishment of universal indicators in order to standardize prac-

tices, share expertise and improve the quality of services and products provided to the

patients.

PO71MANIFESTAÇÕES BUCAIS NA DOENÇA DO ENXERTO CONTRA HOSPEDEIRO:RELATO DE CASOS CLÍNICOSViviane Sarmento, Liliane Lins, Antônio Falcão, Patricia Leite Ribeiro, Mariana

Carvalho Coelho

Hospital Universitário Professor Edgar Santos, Universidade Federal da Bahia.

Introdução: A doença do enxerto contra o hospedeiro (DECH) inclui uma série de al-

terações teciduais que ocorrem após o transplante de medula óssea alogênico,

quando as células T do doador, presentes no enxerto, reconhecem e reagem com an-

tígenos de histocompatibilidade do receptor (hospedeiro), induzindo uma resposta

imune e causando dano tecidual. Esta doença acomete vários órgãos, sendo a cavi-

dade bucal particularmente afetada.

Objetivo: O objetivo deste trabalho é relatar dois casos clínicos de pacientes porta-

dores de DECH com manifestações bucais.

Método: Serão relatados os casos de dois pacientes do sexo masculino, um com 45

anos e outro com 59 anos de idade, portadores de leucemia mieloide aguda. Os pa-

cientes foram submetidos a transplante de medula ósseo alogênico, tendo evoluído

com DECH, com lesões bucais, oculares, cutâneas e hepáticas.

Resultados: Na boca, foram observadas alterações de cor e textura nos lábios, mucosa

jugal, língua, assoalho de boca, orofaringe, palato e gengiva. As lesões, de aspecto

liquenoide, eram dolorosas e dificultavam a deglutição e fonação. Um dos pacientes

também apresentou candidíase bucal sobreposta às lesões de DECH. Os pacientes

foram tratados com analgésicos, anestésicos tópicos, anti-fúngicos, corticoides e imu-

nomoduladores, com remissão dos sintomas. Os pacientes continuam em proservação.

Conclusão: A identificação e o manejo das lesões bucais da DECH são importantes

atribuições do cirurgião-dentista, com o objetivo de controlar tais manifestações e me-

lhorar a qualidade de vida dos indivíduos acometidos.

PO72SHOULD BOTH CD34+ CELL AND CFU-GM BE QUANTIFIED IN PBPC GRAFTS?Lopes SM, Bordalo F, Pinho AC, Ferreira S, Amado F, Roncon S

Serviço de Terapia Celular, IPO Porto.

Hematopoietic progenitor cells (HPC) were historical identified by functional assays,

such as the ability to establish long term cultures in a feeder layer, engrafting in lethally-

irradiated mice, and differentiating into all blood cell lineages under appropriate stimuli.

Although these assays allow for a precise identification of HPC and a true estimate of

their transplant potential, they’re lengthy, often difficult to establish and expensive.

With advances in Flow Cytometry (quantifying cellular antigens with fluorochrome-la-

beled monoclonal antibodies), immature cells began to be defined more by their ex-

pression of specific antigens than in vitro behavior. While many antigens may be used,

such as CD90, CD105, CD133 or CD117, quantification of CD34 expressing cells in pe-

ripheral blood progenitor cells (PBPC) grafts is the standard by which grafts are evalua-

ted and cell dose to be infused is calculated. Although accurate, immunophenotyping

is still a surrogate for cell pluripotency. To have a functional evaluation of PBPC collec-

ted, we perform clonogenic assays in every apheresis product, by adding a diluted

sample to a semi-solid media supplemented with growth factors (Methocult, Stemcell

Technologies) and counting the colonies formed after 14 days of incubation at 37°C

and 5%CO2.

In a total of 999 PBPC grafts collected from 2011 to 2015, for both autologous and al-

logeneic HPC transplant, we evaluated the total of CD34+ cells and CFU-GM on the

first day of apheresis. When colony growth is such that individual colonies cannot be

distinguished, absolute CFU-GM result is given as >500x105 CFU, as it was the case in

517 of the 999 collections.

CD34+ cells proved to be a good estimate of clonogenic potential, with PBPC collec-

tions of >300x105 CFU-GM having significantly more CD34+ cells than poorer grafts

(529 vs 173x106, p<1X10-73). In the 482 grafts where both the CD34+ and CFU-GM

could be quantified, the 2 values showed good linear correlation (R2=0.72) and both

could be associated with hematological recovery of patients.

We can conclude that although CD34+ cell count is a good indicator of PBPC graft

quality, the enumeration of CFU-GM allows for an evaluation of actual engraftment po-

tential and should be performed in every apheresis product.

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13–15 OUTUBRO 2016 · PORTO · PORTUGALXIII CONGRESSO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSO LUSO BRASILEIRO DE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICO DE TRANSPLANTAÇÃO

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POSTERS

PO73GESTAÇÃO EM PACIENTE TRANSPLANTADA DE PULMÃO: RELATO DE CASOCarraro RM, Camargo PCLB, Campos SV, Afonso Jr JE, Costa AN, Gomes Jr O, Costa

HF, Abdalla LG, Fernandes LM, Samano MN, Pego-Fernandes PM, Teixeira RHOB

Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP.

Introdução: A gestação em pacientes transplantadas de pulmão não é encorajada

devido ao maior risco de complicações materno-fetais durante o período gestacional

e puerpério. O objetivo deste trabalho é descrever a condução do caso de uma pa-

ciente submetida a Transplante Pulmonar (TxP) que apresentou duas gestações.

Relato do caso: Paciente feminina, 38 anos, submetida a TxP bilateral aos 30 anos por

Enfisema secundário a deficiência de alfa-1-antitripsina, usando como esquema imu-

nossupressor Azatioprina, Prednisona e Tacrolimus. Catorze meses após o procedimento,

recebeu o diagnóstico de gravidez, sendo suspensa a Azatioprina até o final do primeiro

trimestre. Gestação sem intercorrências, realizado parto cesário eletivo com 34 sema-

nas. Após 31 meses do TxP apresentou leucopenia, sendo suspensa a Azatioprina, com

boa evolução. Iniciado micofenolato sódico 6 meses após o parto por oscilação da

função pulmonar, porém sem critério funcional à época de disfunção crônica do en-

xerto. Após 4 anos do primeiro parto TxP, realizado diagnóstico da segunda gestação,

sendo suspenso o micofenolato. Evoluiu sem intercorrências sendo realizado parto ce-

sário eletivo com 38 semanas de gestação. Ambos neonatos apresentaram peso ade-

quado para a idade gestacional (AIG) e ausência de malformações.

Discussão: Dentre os transplantes de órgãos sólidos, o TxP apresenta maior risco de

complicações na gestação, que envolvem prematuridade, baixo peso ao nascer,

perda do enxerto no pós parto e maior morbi-mortalidade a longo prazo, principal-

mente hipertensão arterial e diabetes.

As medicações imunossupressoras devem ser monitorizadas de perto. Como no pri-

meiro ano o nível destas medicações deve ser mais alto, a gestação é fortemente de-

sencorajada neste período, com menor risco de complicações de 1-2 anos após o

procedimento. Todos os imunossupressores atravessam a barreira placentária entrando

na circulação fetal. A azatioprina está associada a malformações congênitas, princi-

palmente hipospádia e polidactilia. O micofenolato também está associado a mal-

formações mais severas, estando proscrito na gestação, assim como inibidores da

m-thor.

Apesar do maior risco de complicações, a paciente evolui sem critérios de disfunção

crônica do enxerto pulmonar até o momento, apesar de sua imunossupressão modi-

ficada em ambas as gestações, que evoluíram sem complicações materno-fetais.

PO74PERFIL DO DOADOR EFETIVO DE PULMÃO NUM CENTRO TRANSPLANTADORDO ESTADO DE SÃO PAULO, NO ANO DE 2015Jaqueline Aparecida Leite de Melo, Luciana Akutsu Ohe, Audrey Rose da Silveira

Amancio de Paulo, Márcia Regina Bueno Freire Barbosa, Juliana Maria Anhaia de

Sousa, Ana Maria Peixoto Cardoso Duque, Marcos Naoyuki Samano, Paulo Manuel

Pego Fernandes, Luis Gustavo Abdalla, Lucas Matos Fernades

InCor-HCFMUSP.

Introdução: O transplante pulmonar é a indicação e opção terapêutica para pneu-mopatias crônicas e avançadas, a fim de proporcionar aos receptores sobrevida sa-tisfatória e melhora na qualidade de vida. Porém, o pulmão é o órgão sólido que maissofre com os efeitos deletérios da morte encefálica e ás infecções. Dados da ABTO re-velam que a taxa de aproveitamento é muito baixa (0,4 pmp), cerca de 5% da ne-cessidade estimada.Objetivo: Caracterizar o perfil doador efetivo de pulmão, no ano de 2015, notificadospela Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos do Município de SãoPaulo (CNCDO-SP) a um centro transplantador de pulmão do estado de São Paulo. Métodos: Estudo de caráter retrospectivo, realizado no Núcleo de Transplantes do InCor-HCFMUSP, utilizando as fichas de notificação de doadores enviado pela CNCDO-SP.Resultados: Em 2015, foram realizados 24 transplantes de pulmão. Dos doadores acei-tos, 15 (62,5%) eram do sexo masculino, com média de idade de 22 anos, sem ante-cedentes de tabagismo ou drogadição, sendo a causa mais comum de ME, o TCEcom 14 casos (58,3%) e tempo de intubação orotraqueal de 3,25 dias. Foram feitas19 das captações (79,2%) á distância, ou seja, em um raio maior que 50 Km de nossainstituição, incluindo outros estados. O resultado das gasometrias das notificações gi-raram em torno de 325,7mmHg, o que foi confirmado com novos exames com pressãoexpiratória final positiva de 5 cmH2O e FiO2 100%. A avaliação “in loco” realizada porenfermeiras do Núcleo de Transplantes capacitadas para a manutenção do potencialdoador de coração e pulmão foi feita em 20,8% dos casos, e destes, 60% apresenta-ram melhora nos resultados de gasometria arterial e equilíbrio hídrico.Conclusão: Concluímos que, os pulmões utilizados tinham poucas características mar-ginais, e quando utilizados, a morbidade foi descartada. A captação do órgão á dis-tância impulsionou o número total de procedimentos e a avaliação e manutenção “inloco” do doador contribuiu para a melhora de sua estabilidade hemodinâmica, ecom isso, aumentamos o número de transplantes realizados, esperando como resul-tado, a longo prazo, a diminuição o tempo de espera e óbito em lista.

PO75CONTRIBUTO DA PSICOLOGIA NO TRANSPLANTE PULMONARNélia Rebelo da Silva e Telmo Baptista

Centro Hospitalar Lisboa Central e Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa.

A importância dos aspetos psicossociais no sucesso dos programas de transplantação

está desde há muito reconhecida e comprovada. A avaliação psicológica pré-trans-

plante está integrada na rotina da maioria dos centros, sendo menos frequente o

acompanhamento psicológico nas etapas posteriores ao transplante.

O doente/família quando é referenciados para um centro de transplante pulmonar,

já percorreu um longo caminho de gestão da doença.

Para o doente o centro de transplantação é um ponto de chegada, por outro lado,

para a equipa cada novo doente é um ponto de partida. O doente chega com um

dado conhecimento e representação acerca da sua doença, sintomas, tratamentos,

rotinas, perdas e expectativas, resultantes das suas vivências pessoais, traços de per-

sonalidade, recursos emocionais, estilo de confronto e suporte socio-afetivo.

Ao psicólogo compete integrar as crenças e significações dos doentes acerca da

saúde e da doença, proporcionando escuta e valorização da experiência subjetiva

dos indivíduos.

Frequentemente, o horizonte do doente está focado no alcançar a oportunidade de

transplante, para lá do qual o caminho a percorrer é desconhecido, ameaçador e

implica reorganização do seu projeto de vida.

Para que este caminho conjunto seja percorrido numa aliança de colaboração e de

partilha entre doente-família-equipa, não basta avaliar o estado dos órgãos, é neces-

sário acolher e conhecer cada doente e família como um todo: quem são, quais os

seus recursos.

No hospital predomina o foco na doença e não na pessoa doente, são os psicólogos

que, pela sua formação, detêm melhores competências para identificar, valorizar e

sinalizar os aspetos saudáveis e os recursos adaptativos de cada individuo/família,

convidando a restante equipa a um olhar que vá para além da doença ou disfunção

diagnosticada. Apesar da doença, se a equipa, o doente e a família forem encora-

jados a uma avaliação mais abrangente, que integre aspetos positivos, a afirmação

da individualidade e a capacidade de decisão, estaremos a conquistar terreno nos

domínios da dignidade, do respeito e da humanização dos cuidados de saúde.

PO76REPRODUTIBILIDADE DO TESTE DE CAMINHADA DE SEIS MINUTOS NAAVALIAÇÃO DE PACIENTES PARA O TRANSPLANTE PULMONARBarbara Barao Mucci Senger, Danubia Lopes Da Silva, Fabio Isaias Rodrigues, Paulo

Pêgo-Fernandes, Maria Ignez Zanetti Feltrim

Serviço de Fisioterapia - Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade

de Medicina da Universidade de São Paulo – São Paulo – SP; Serviço de Cirurgia

Torácica - Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina

da Universidade de São Paulo – São Paulo – SP.

Introdução: O teste de caminhada de seis minutos (TC6) é utilizado na avaliação da

capacidade funcional em pacientes encaminhados ao programa de transplante pul-

monar (TxP). O efeito aprendizado é um fator de interferência nos resultados e na re-

produtibilidade do teste. No entanto, pacientes em estágio avançado da doença

apresentam grandes limitações e é possível que esta diferença não seja significante.

Objetivo: avaliar a reprodutibilidade do TC6 em pacientes com doenças pulmonares

avançadas em avaliação para o TxP.

Método: Incluídos pacientes em avaliação ao TxP, com doença pulmonar grave, sub-

metidos a dois testes de caminhada, com intervalo de 30 minutos entre eles. No início e

ao término dos testes foram coletados: saturação periférica de oxigênio, frequência car-

díaca, frequência respiratória, pressão arterial e referencia para fadiga e dispneia (escala

de Borg). Calculou-se a distância percorrida e o tempo de recuperação da SpO2.

Análise estatística: ANOVA One Way para comparação entre os grupos e t-Student pa-

reado para comparação intragrupos ou seu correspondente não paramétrico Wilco-

xon, para nível de significância p<0,05.

Resultados: Foram estudados 146 indivíduos, com diagnóstico clínico de Enfisema Pul-

monar (EP), Fibrose Pulmonar (FP), Bronquiectasia (BQ) e Fibrose Cística (FC). Observou-

se diferença estatística em todas as variáveis ao término dos dois testes. A distância

percorrida no 1° teste foi de 424 metros (342-504) e no 2° de 456 metros (360-523)

(p<0,001). No grupo BQ a distância percorrida aumentou no 2º teste, porém sem sig-

nificância estatística (484±96 versus 504±92 metros (p=0,091)). Houve diferença sig-

nificante em FC (488 versus 514 metros p=0,023), em EP (381 e 402,5 metros (p<0,001))

e em FP (411 e 427,5 metros (p<0,001)). Os pacientes com FP apresentaram os meno-

res valores de SpO2 durante os testes e os maiores tempos de recuperação da SpO2

(3m42s e 3m22s), porém com distâncias percorridas maiores comparadas ao grupo

EP (41 metros); este foi o grupo com maior interrupções durante o teste.

Conclusão: Pacientes com acentuadas limitações aos esforços apresentaram o efeito

aprendizado no TC6; este efeito variou conforme a doença pulmonar, porém sem atin-

gir diferenças mínimas importantes (25-50ms).

PO77ANALISE DE DOADORES OFERTADOS E ACEITOS PARA TRANSPLANTEPULMONARLuciana Akutsu Ohe, Jaqueline Aparecida Leite de Melo, Audrey Rose da Silveira

Amancio de Paulo, Juliana Maria Anhaia de Sousa, Marcia Regina Bueno Freire

Barbosa, Ana Maria Peixoto Cardoso Duque, Marcos Naoyuki Samano, Paulo

Manuel Pego Fernandes, Luis Gustavo Abdalla, Lucas Matos Fernandes

Incor - HCFMUSP.

O transplante pulmonar é indicado para pacientes portadores de pneumopatia avan-

çada. No entanto, o número de procedimentos realizados anualmente ainda é baixo

se comparado a outros órgãos sólidos.

Analisar todos os doadores aceitos para transplante pulmonar a partir da ficha de no-

tificação da Central de Transplantes em 2015, comparando doadores cujo transplante

foi efetivado com doadores que foram descartados “in loco”.

Estudo retrospectivo, descritivo, realizado com os formulários dos doadores ofertados

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POSTERS

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pela Central no ano de 2015 obtidos a partir de banco de dados do Núcleo de Trans-

plantes institucional. As informações dos doadores foram enviadas através de uma

ficha que contempla história, exames laboratoriais e descrição radiológica. Quando

a pO2 arterial (pO2 inicial), coletada com FiO2 100% e PEEP 5mmHg foi menor do que

300mmHg, nova gasometria (pO2 optimizada) foi solicitada. Foram aceitos todos os

doadores cujo valor de pO2 (inicial ou optimizada) fosse maior do que 300mmHg e

com radiografia de tórax normal.

No ano de 2015 foram ofertados 670 doadores de pulmão. Destes, foram aceitos 39

doadores dos quais 24 resultaram em transplante e 15 foram descartados. Dos doa-

dores aceitos e efetivados, 60% eram do sexo masculino, com idade média de 25,9

anos, não tabagistas, sem relatos de drogadição e tempo médio de intubação de

3,3 dias. A pO2 inicial média foi de 325,7mmHg e após optimização de 425,2mmHg,

sendo que 25% destes doadores tinham pO2 inicial<300mmHg. Dos doadores des-

cartados in loco, 53,3% eram do sexo feminino, com idade média de 27,9 anos, 33,3%

eram tabagistas, 26,7% tinham relato de uso drogas ilícitas e o tempo médio de intu-

bação foi de 4,3 dias. Nestes doadores, a pO2 inicial foi de 259,9mmHg e após opti-

mização, de 318,7mmH e neste grupo, 60% dos doadores tinha gasometria inicial

abaixo do valor preconizado. Agrupando-se os doadores com pO2 inicial<300mmHg

(16 doadores), observamos que a taxa de efetividade de transplante foi de 44%.

Concluímos que doadores aceitos e efetivados para transplante são mais jovens, tem

melhor gasometria de notificação e após optimização, menor incidência de taba-

gismo e drogadição. A coleta de nova gasometria se mostrou efetiva em aumentar o

número de transplantes.

PO78RECIDIVA DE SÍNDROME HEMOLÍTICO-URÊMICA ATÍPICA PÓS TRANSPLANTERENAL: RELATO DE CASOKellen Micheline Alves Henrique Costa Miguel, Almira Gabriela de Araujo Dantas,

Kalyanne Cabral de Paula, Kessia Larissa de Medeiros Quirino, Raquel Martins e

Quinino, Jose Bruno de Almeida

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Hospital Universitário Onofre Lopes.

Introdução: A Síndrome Hemolítico Urêmica Atípica (SHUa) constitui-se em patologia

rara decorrente da ativação anômala da via complemento. A mortalidade é de apro-

ximadamente 25% e há progressão para doença renal crônica terminal em metade

dos casos. Infelizmente muitos pacientes não são diagnosticados ou o são muito tar-

diamente resultando em desfecho desfavorável. No contexto do transplante renal exis-

tem ainda diagnósticos diferenciais difíceis, como a ocorrência de rejeição, recidiva

de glomerulopatias e toxicidade por medicamentos (como os imunossupressores) re-

tardando mais ainda o tratamento específico.

Método: Relatamos o caso de paciente sexo feminino, 36 anos, internada no serviço

de Transplante Renal do Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL) após 4 meses de Trans-

plante Renal (TXR) doador vivo não aparentado (esposo). Paciente com 6 missmatches,

painel 0%, sem indução, com rejeição vascular tratada diagnosticada no 5° dia pós-

operatório, mantendo creatinina basal pós alta de 1,3. A doença renal crônica era de

etiologia desconhecida, diagnosticada 10 dias após parto cesariano não complicado.

Na admissão pós TXR observado hipertensão arterial de difícil controle, oligúria, cefa-

léia e edema. Laboratorialmente constatado proteinúria não nefrótica e piora progres-

siva de função renal, com queda discreta de hemoglobina, plaquetopenia e provas

de hemólise positivas. Biópsia renal diagnóstica evidenciou microangiopatia trombó-

tica, sem sinais de rejeição, com c4d e painel negativo. ADAMTS-13 normal.

No dia do diagnóstico realizado sessão de plasmaférese com imunoglobulina e, em

menos de 24h, administrada primeira dose de Eculizumabe com melhora rápida da

oligúria/função renal sem necessidade de diálise, das provas de hemólise e ascensão

das plaquetas. Teve alta para acompanhamento ambulatorial com creatinina de 1,5

em uso de Eculizumabe.

Resultado: Observamos que o diagnóstico precoce e rápido início do tratamento es-

pecífico da SHUa foi providencial para a sobrevida da paciente e do enxerto renal.

Conclusão: Os profissionais de saúde que compõem a equipe de TXR precisam estar

atentos ao diagnóstico de SHUa tanto no contexto do pré-transplante quando no se-

guimento pós transplante renal.

PO79RECORRÊNCIA PRECOCE DE GLOMERULONEFRITE DE C3 NOPÓS-TRANSPLANTE RENALDavid Navarro, Marília Possante, Fernanda Carvalho, Fernando Nolasco

Centro Hospitalar Lisboa Central - Hospital Curry Cabral, Serviço de Nefrologia,

Lisboa, Portugal.

Introdução: A recorrência de doenças glomerulares no pós-transplante renal tem im-

portante impacto na sobrevida do enxerto renal, sendo frequente a recorrência das

glomerulonefrites membranoproliferativas (GNMP). Pouco se sabe sobre o timing da re-

corrência, seu tratamento no pós-transplante e impacto na sobrevida do enxerto.

Pretendemos apresentar um caso de uma recorrência extremamente precoce da

doença glomerular no enxerto renal.

Caso clínico: Retratamos um doente de 44 anos, caucasiano, com DPOC e doença

renal desde 1998 - inicialmente manifestada por quadro nefrítico, cuja biópsia renal

mostrou GNMP tipo 1, com evolução para DRC5d em 3 anos.

Foi transplantado renal aos 56 anos, em 2010, 5 mismatches, com terapêutica de in-

dução com timoglobulina e de manutenção com TAC, MMF e PDN. A evolução foi fa-

vorável, com diurese imediata e rápida diminuição da retenção azotada, sem

evidência de rejeição, e biópsia de implantação sem alterações. A biópsia de enxerto

protocolada aos 15 dias pós-transplante revelou padrão de GN endocapilar, com IMF

com depósitos granulosos de C3 no mesângio e paredes capilares. Documentou-se

C3 discretamente inferior ao valor de referência, com C4 normal; crioglobulinémia e

TASO negativos; ESU com discreta leucocitúria e eritrocitúria mínima, com isolamento

de Proteus em urocultura. É repetida biópsia do enxerto ao mês pós-transplante, que

mostrou GN proliferativa mesangial, com menor proliferação e desaparecimento da

exsudação. O doente teve alta com função renal normal (Scr 1.2 mg/dl) e proteinúria

de 0.35 g/24h, admitindo-se GN pós infecciosa vs. recorrência da doença primária

como hipóteses mais prováveis.

Durante o seguimento, o doente manteve boa função renal, embora sempre com dis-

creta eritrocitúria, e com proteinúria máxima de 0.6g/24h. A avaliação do comple-

mento foi sobreponível à realizada durante o internamento inicial (C3 discretamente

baixo, C4 normal). Aos 44 meses pós-transplante, o doente sofre um TCE com HSA, da

qual viria a falecer.

Conclusão: A classificação da GNMP sofreu alterações importantes, melhor reflectindo

os mecanismos fisiopatológicos subjacentes. A revisão à posteriori do caso e da mi-

croscopia electrónica permitiu desvendar uma glomerulonefrite de C3. Tanto quanto

nos foi possível apurar, a recorrência da doença passados 15 dias de transplante é a

mais precoce documentada até à data.

PO80HISTOPLASMOSE PÓS-TRANSPLANTE RENAL.Luiz Felipe Guimarães1, Maristela Pinheiro Freire2, Elias David Neto3, Flávio Jota de

Paula3, Márcia Halpern1, Renato Torres Gonçalves4, Guilherme Santoro-Lopes1,Lígia

Camera Pierrotti5

1-Serviço de Doenças Infecciosas e Parasitárias, Hospital Universitário Clementino

Fraga Filho, Rio de Janeiro, RJ, Brasil; 2-Serviço de Controle de Infecção Hospitalar,

Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, SP,

Brasil; 3-Serviço de Transplante Renal do Hospital das Clinicas da Faculdade de

Medicina da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil; 4-Coordenação Geral

de Transplantes de Órgãos, Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, Rio de

Janeiro, RJ, Brasil; 5-Divisão de Doenças Infecciosas e Parasitárias, Hospital das

Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, SP, Brasil.

Introdução: Histoplasmose pós-transplante (TX) de órgão sólido é uma doença pouco

prevalente, podendo associar-se a alta morbidade e mortalidade. Há, todavia, pou-

cas estudos analisando o prognóstico da doença em receptores de TX.

Segue-se uma descrição dos casos de histoplasmose pós-TX renal em dois centros bra-

sileiros, e uma análise dos fatores de risco (FR) para a mortalidade.

Material e Método: Descrição dos casos de histoplasmose pós-TX renal diagnosticados

de janeiro 2000 a dezembro de 2015 em dois centros de TX no Brasil, considerando as

características do receptor, do transplante, da doença fúngica, tratamento e evolu-

ção. Os casos foram classificados como doença disseminada (pelo menos dois órgãos

comprometidos ou cultura de sangue ou medula óssea positiva), e localizada. A aná-

lise univariada dos FR para óbito-30 dias empregou teste qui-quadrado ou teste exato

de Fisher para variáveis dicotômicas, e teste de Mann-Whitney para variáveis ordena-

das, considerando-se nível de significância de 0,05).

Resultados: Identificamos 21 casos de histoplasmose pós-TX rim e 1 caso pós-TX rim/

pâncreas – em média 78,5 meses pós-TX (4,8 – 227,4 meses). A maioria dos pacientes

(n=16) estava em uso de prednisona, micofenolato e tacrolimus no momento da his-

toplasmose; 5 estavam em uso de esquema duplo (micofenolato+prednisona) e o res-

tante usava sirolimus, micofenolato e prednisona).

Doença localizada ocorreu em 10 e disseminada em 12 casos. Houve 5 óbitos em 30

dias (23%). Em dois destes casos, houve rápida evolução para o óbito, sem tratamento.

Outro paciente faleceu 12 meses após o diagnóstico, 6 meses após suspender o tra-

tamento de manutenção.

Dos 20 pacientes tratados, terapia inicial com anfotericina B foi utilizada em 14 pa-

cientes. Todos os óbitos em 30 dias ocorreram em pacientes com doença disseminada

(p=0,04). Comparados aos pacientes em uso de esquema triplo com tacrolimus, os

pacientes em esquema duplo tenderam a apresentar maior frequência de doença

disseminada (80% versus 44%; p=0,3) e maior mortalidade em 30 dias (60% versus

13%, p=0,07).

Discussão e Conclusões: Histoplasmose pós-transplante é uma complicação tardia

associada a alta mortalidade. As tendências observadas sugerem que a gravidade

da apresentação e o prognóstico seja melhor em pacientes tratados com tacrolimus.

PO81FALSO ANEURISMA ANASTOMÓTICO EM ARTÉRIA DE RIM TRANSPLANTADO –DIFERENTES ESTRATÉGIAS TERAPÊUTICAS PARA PRESERVAÇÃO DO ENXERTOAugusto Ministro1,2, Luis Mendes Pedro2, Tiago Ferreira2, Lucas Batista1, Alice

Santana1, Nestor Alves1, José Guerra1, José Fernandes e Fernandes2

1-Unidade de Transplante Renal, 2-Serviço de Cirurgia Vascular, Hospital de Santa

Maria - CHLN, Lisboa, Portugal.

Os falsos aneurismas extra-renais após transplante são raros, mas comportam um ele-

vado risco de perda do enxerto. A rejeição e a susceptibilidade à infecção são par-

ticularidades dos receptores que assumem uma importância singular na etiologia

desta complicação.

Os autores apresentam o caso de uma doente do sexo feminino de 49 anos submetida

a transplante renal de dador cadáver com construção da anastomose arterial na ar-

téria ilíaca primitiva direita. Aos 5 meses pós-transplante, a doente desenvolveu um

quadro de claudicação intermitente do membro inferior direito. O estudo por Angio-

Tomografia computorizada (ATC) documentou a presença de um falso aneurisma da

anastomose arterial com oclusão da artéria ilíaca externa a jusante. O tratamento

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POSTERS

consistiu na ressecção do falso aneurisma e construção de um bypass com influxo na

artéria ilíaca primitiva e target distal na artéria renal do enxerto com veia grande sa-

fena. Foi isolada Candida albicans na peça cirúrgica e instituída terapêutica anti-fún-

gica de longa duração. No seguimento habitual por Eco-Doppler foi detectado um

novo falso aneurisma da anastomose entre o enxerto venoso e a artéria renal, o qual

foi confirmado por ATC. A avaliação ecográfica seriada demonstrou aumento progres-

sivo das dimensões do falso aneurisma até um diâmetro de 24 mm.

A doente foi submetida a tratamento endovascular do falso aneurisma com stent co-

berto Viabahn® (W.L. Gore and Ass. Inc., Flagstaff, AZ, USA) por via umeral, obtendo-se

exclusão completa do falso aneurisma e preservação da função do enxerto.

O caso descrito ilustra como a utilização de diferentes soluções no armamentário do

cirurgião vascular permite o tratamento bem-sucedido de complicações do trans-

plante renal, preservando a função do enxerto e contribuindo para o aumento da sua

sobrevida.

PO82KIDNEY TRANSPLANT ACTIVITIES: PORTUGAL WITHIN THE EUROPEAN UNIONBruno A Lima1, Helena Alves2

1-Oficina de Bioestatistica, Ermesinde, Portugal; 2-Instituto Nacional de Saude, Dr

Ricardo Jorge, Porto, Portugal.

To evaluate the performance of kidney transplant activities in Portugal we must compare

the available information with other countries within the European Union (EU). In this study,

we aim to use the available open data regarding kidney transplant, common to the

28 countries establishing the EU.

Data between 2003 and 20014 are based on the Global Observatory on Donation and

Transplantation (GODT) data, produced by the WHO-ONT collaboration. We retrieved

data regarding the 28 countries of the EU. Rates per million population (pmp) for the

number of deceased donors, kidney transplants with deceased donor, kidney trans-

plants with living donors and total number of kidney transplants were used. With this

data, we defined the ranking of Portugal, in comparison to the remaining 27 EU coun-

tries, for each one of these indicators of kidney transplant activity. All statistical analysis

was performed with R software.

In 2009, Portugal was in the first place on the EU ranking of kidney transplants pmp with

deceased donor and total number of kidney transplants pmp. Portugal reaches this

place after a moderate but consistent growth in their annual position since 2005. After

2011, we can observe a drastic fall in the rankings of total number of kidney transplants

pmp, until the 14th position registered in 2014. Although in 2013 and 2014, there are a

slight improve in the Portuguese rank for deceased donor pmp (5th and 4th, respec-

tively) there is a decreased in the Portuguese rank of the number of kidney transplants

with deceased donors pmp (6th and 9th respectively). In the EU, Spain is the country

with the best rank positions regarding kidney transplant with deceased donor on the

analyzed period. Austria, France and Crotia (mainly after 2009) are other countries who

have good rank positions. Regarding kidney transplants with living donors: Holand, Den-

mark, Cyprus, UK and Sweden are the countries that occupy the top rank positions be-

tween 2003 and 2014.

PO83SUCCESSFUL TREATMENT OF POST RENAL TRANSPLANT URINE LEAK DUE TO ARARE SURGICAL COMPLICATIONRita Leal1, Helena Pinto1, Paulo Jorge Dinis2, Luís Rodrigues1, Lídia Santos1, Fernando

Macário1, Ana Galvão1, Pedro Nunes2, Francisco Rolo2, Mário Campos1, Arnaldo

Figueiredo2, Alfredo Mota2

1-Serviço de Nefrologia, 2-Serviço de Urologia e Transplantação Renal, Centro

Hospitalar e Universitário de Coimbra, Coimbra Portugal.

Introduction: Urine extravasation in the early post-transplant period is a serious compli-

cation frequently related to technical issues, either with the donor operation or the trans-

plant itself. There is little literature regarding the use of renal grafts with simple cysts but

when there are no surgical complications during the transplant, the outcome is gener-

ally similar to non-marginal renal grafts. We present the case report of a kidney trans-

plant recipient, who received a graft with a simple cyst that suffered rupture during

implantation surgery with subsequent calyx necrosis and urine leak.

Case Report: A 51 year-old white female patient, with end-stage renal disease due to

indeterminate cause, in regular automatic peritoneal dialysis program for 16 months

was admitted in our transplant unit in September 2015 to receive a kidney transplant,

from a 61 year-old female cadaveric donor. During the surgical procedure, it was no-

ticed a simple cyst located on the middle third of the graft parenchyma that suffered

rupture during implantation. The patient presented immediate diuresis and progressing

decrease of serum creatinine but 48 hours post-transplant she maintained abundant

wound drainage. Biochemical analysis of the fluid was compatible with urine and a uri-

nary-CT scan revealed a hypodense triangular area located at the cyst area with ex-

travasation of contrasted urine. She underwent surgical correction of the urinary fistula,

with the identification of an open renal calyx that was sutured and glued with biological

glue (TISSEEL®). After surgery the drainage was progressively reduced and sequential

urinary-CT scan revealed decreased volume of the urinary collection. After six months

of follow-up she has been clinically stable, without readmissions, with serum creatinine

of 1.4 mg/dL and no collections in imaging exams.

Conclusion: We present a rare case of post-kidney transplant urinary leakage due to

calyx necrosis secondary to the rupture of a graft cyst during the transplant surgery that

was successfully treated with suture of the open calyx and application of biologic glue

(TISSEEL®).

PO84MYCOTIC PSEUDOANEURYSM AFTER KIDNEY TRANSPLANTAugusto Ministro1,2, Tiago Ferreira2, Lucas Batista1, Alice Santana1, Nestor Alves1, Isa

Santos1, José Guerra1, José Fernandes e Fernandes2

1-Kidney Transplant Unit, HSM, CHLN, Lisboa, Portugal; 2-Vascular Surgery Department,

HSM, CHLN, Lisboa, Portugal.

Vascular complications after kidney transplant may cause allograft loss. We treated 2

patients who had extrarenal mycotic pseudoaneurysm. A 54-year-old man had de-

ceased-donor kidney transplant with end-to-side arterial anastomosis that was recon-

structed 8 days after transplant because of rupture and major bleeding. At 60 days

after transplant, he had high serum creatinine level, and Doppler ultrasonography

showed a pseudoaneurysm of the arterial graft anastomosis and postanastomotic renal

artery stenosis. Treatment included surgical excision of the pseudoaneurysm and vas-

cular reconstruction with an inverted long saphenous vein bypass from the common

iliac to the donor renal artery. Fluconazole was prescribed according to mycological

culture of the resected pseudoaneurysm that revealed Candida albicans. A 48-year-

old woman developed nondisabling intermittent claudication at 5 months after kidney

transplant. A pseudoaneurysm was observed in the donor renal artery anastomosis on

Doppler ultrasonography and computed tomography angiography. Treatment included

renal artery thrombectomy and common iliac bypass to the hilar donor renal artery

with inverted ipsilateral long saphenous vein. Operative samples showed Candida al-

bicans and she was treated with fluconazole. Both patients had satisfactory outcomes

and both kidney allografts were preserved.

In summary, extrarenal mycotic pseudoaneurysms after kidney transplant require a high

index of suspicion for early diagnosis, and preservation of the kidney graft may be

achieved with surgical treatment and antifungal therapy.

PO85WHAT CAN WE DO WHEN ALL COLLAPSES? - A CASE OF COLLAPSINGGLOMERULOPATHY AND LUPUS-LIKE SYNDROME WITH GRAFT AND PATIENTLOSTHelena Pinto1, Rita Leal1, Fátima Costa1, Luís Rodrigues1, Lídia Santos1, Catarina

Romãozinho1, Fernando Macário1, Rui Alves1, Jorge Pratas1, Vítor Sousa2, Carol

Marinho2, Lígia Prado e Castro2, Mário Campos1, Arnaldo Figueiredo3, Alfredo Mota3

1-Serviço de Nefrologia, 2-Serviço de Anatomia Patológica, 3-Serviço de Urologia e

Transplantação Renal, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Coimbra

Portugal.

Introduction: Collapsing glomerulopathy is a rare form of glomerular injury, generally

associated with HIV infection but can occur with other viral infections, autoimmune dis-

eases, and drugs. The association with systemic lupus erythematosus is very unusual.

We present a case of collapsing glomerulopathy in a kidney transplant recipient that

progressed concomitantly with a lupus-like syndrome with a fatal disclosure.

Case Report: We present a case of a fifty-year-old man, with chronic kidney disease

secondary to focal and segmental glomerulosclerosis, who received a cadaveric kid-

ney transplant in 2007.

No relevant intercurrences until May 2015, when he presented with nefrotic proteinuria

(+/- 4g/day). A kidney biopsy was performed, which revealed no major alterations. In

September the clinical status evolved with full nephrotic syndrome (proteinuria 19g/day)

and the biopsy was repeated, this time with features of collapsing glomerulopathy. ANA

and Anti-dsDNA antibodies were positive, with normal remaining immunological study

(ANCA, Anti-GBM, complement). Viral markers and malignancy screening were nega-

tive. Patient was treated with corticosteroids pulses and plasmapheresis (7 treatments)

but a rapid deterioration of kidney function was seen and patient became dialysis de-

pendent. The patient was discharged in regular hemodialysis program with low dose

immunosuppressive treatment. In October he was hospitalized in Gastroenterology de-

partment with hematemesis, but few days later he developed respiratory failure with

pulmonary hemorrhage and was admitted in intensive care unit. Auto-immune study

was repeated, which revealed a relative complement consumption, with ANA and Anti-

dsDNA antibodies positive titers. ANCA and Anti-MBG were negative. Treatment with in-

travenous corticosteroids, plasmapheresis and human immunoglobulin was ineffective

with fatal outcome.

Discussion: Collapsing glomerulopathy is a rare diagnosis either in native as in transplant

kidneys. The majority of patients have poor outcome. We present a case of collapsing

glomerulopathy in a kidney transplant recipient, that presented with nephrotic syndrome

and normal graft function that rapidly deteriorated. The presence of positive auto-im-

munity and the development of pulmonary hemorrhage favors the diagnosis of a lupus-

like syndrome, which could have been the trigger for the glomerular disease.

Conclusion:This case report points to the association of collapsing glomerulopathy and

lupus-like syndrome, as suggested by other few studies in literature.

PO86ANGIOSARCOMA OF SOFT PARTS WITH INFILTRATION BONE IN ACHRONICALLY IMMUNOSUPPRESSED RENAL TRANSPLANT RECIPIENT: REPORTOF A CASETarcila Nóbrega Queiroga Feitosa, Ana Maria Dias Pontes, Daniela Jéssica Santos

Oliveira, Rodolfo Vinícius Leite Celerino, Geovane Dino Araújo Júnior, Cleanne

Rayssa Paulino Vasconcelos, Rafael Fábio Maci

ISAS-Instituto Social de Assistência à Saúde.

Introduction: Imunossupression in the setting of solid organ transplantation is associated

with the development of a variety of malignant tumors, most commonly squamous car-

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cinomas and non-Hodgkin’s lymphoma. Sarcomas, apart from Kaposi’s sarcoma, are

relatively infequent.1 Angiosarcomas are rare malignant tumors of endotelial origin and

are little reported in the literature described after renal transplantation.2

Objective: To report the case of a patient undergoing renal replacement therapy with

kidney transplantation who developed angiosarcoma of high-grade of soft tissue with

infiltration in right hipbone.

Methodology: This is an exploratory-descriptive study, extracted from the patient's me-

dical record in a Renal Transplant Service in the city of Campina Grande, Paraiba, Brazil.

Results: JCS, 43, male, hypertensive, uncertain etiology of chronic kidney disease, who

underwent renal transplantation with cadaver donor in 09/08/2011; Induction with Ba-

siliximab and initial immunosuppression with prednisone, tacrolimus and mycopheno-

late sodium. After two months of renal Tx showed PCR positive for CMV, being treated

with ganciclovir. In October 2013 it underwent biopsy of the graft presenting acute cel-

lular rejection type IA. After three years and four months post-tx, new renal graft biopsy

was performed, which detected the presence of BK virus, confirmed by PCR. He was

converted to everolimus, azathioprine and prednisone. In July 2015, after four years

and five months the patient arrives with fever, asthenia, anemia, anorexia and intense

localized pain in right upper quadrant, walked with great difficulty. He performed ra-

diography and tomography that showed no changes. But the MRI detected massive

pelvis expansive formation involving the right ischial pubic branch, with involvement of

soft tissues, and other similar formations in the left iliac bone, acetabular region and is-

chio-pubic branch. In September 29, 2015 was conducted iliac bone biopsy and soft

tissue being diagnosed angiosarcoma of high-grade soft tissue with infiltration and bone

destruction. The patient evolved to death on October 12, 2015 and was unable to per-

form any palliative treatment because of his clinical condition, despite the decrease

of immunosuppressive drugs.

Conclusion: Angiosarcoma is not found often involving bone and soft parts of the pelvis

region, these tumor locations has worse prognosis.3 When it comes to transplant, the

prognosis is even more disheartening because of the immunosuppressive treatment.

Keywords: kidney transplantation; neoplasia; Angiosarcoma.

PO88EVEROLIMO (EVL) ASSOCIADO A TACROLIMO (TAC) E INDUÇÃO COMTIMOGLOBULINA (TG) EM DOSE REDUZIDA NO TRANSPLANTE RENAL:PROFILAXIA EFETIVA CONTRA O CITOMEGALOVÍRUS (CMV) EM RECEPTORESCMV IGG POSITIVOSCavalcanti F.C.B., Silva I.A., Costa C.N.O.D.A., Pinto A.H.C., Fonseca I.B.

Serviço de Transplante Renal - Real Hospital Português de Beneficência em

Pernambuco - Recife - Brasil.

Em protocolo com indução com TG ou basiliximab, TAC, micofenolato sódico (MPS) ou

azatioprina (AZA) e prednisona (PRED), nossa incidência histórica na Instituição de in-

fecção pelo CMV é de 40%. Objetivamos avaliar a influência do EVL em substituição

ao MPS ou AZA na infecção pelo CMV. Do total de 138 transplantes realizados entre

novembro de 2014 e novembro de 2015, 60 (43,5%) foram receptores de rim de doa-

dor falecido padrão, não-sensibilizados, sem profilaxia com valganciclovir, e recebe-

ram imunossupressão com timoglobulina 3mg/Kg dose única, tacrolimo 0,2mg/Kg/dia,

everolimo 1,5mg 2 vezes ao dia, prednisona 0,5mg/Kg/dia com redução até 5 mg/dia.

Foram excluídos 7 casos – 5 óbitos precoces, 1 trombose arterial, 1 disfunção primária.

Dos 53 receptores, 6 (11,3%) apresentaram rejeição confirmada por biópsia. Conver-

são de EVL para MPS foi realizada em 3 casos por proteinúria e em 4 casos por rejeição

aguda. 46 receptores permaneceram no protocolo inicial, 35 homens, 11 mulheres,

com idade 44±1,8 anos (21-76), com seguimento de 9,5±0,5 meses (2-18). 33 enxertos

eram de doadores masculinos, 13 femininos, com idade média dos doadores de

35±1,9 anos (16-59). Em relação à sorologia CMV IgG, 5 pacientes eram negativos

(R-) (sendo 4 doadores positivos D+/ 1 doador negativo D-). Todos (5/5) (100%) apre-

sentaram infecção pelo CMV. 41 receptores eram CMV IgG positivos (R+) (sendo 31

D+/ 6 D-/ 4 D IgG indeterminados). Destes, apenas 2/41 (4,9%) apresentaram infecção

pelo CMV. Dos 41 casos, 1 receptor R-/D+ foi a óbito aos 2 meses pós-transplante por

pneumonite pelo CMV. Os 6 casos restantes de infecção pelo CMV responderam ao

tratamento com ganciclovir. Os 40 receptores encontram-se com enxerto funcionante.

Concluímos que imunossupressão com TG em dose reduzida associada a EVL,TAC e

PRED é efetiva na prevenção de rejeição aguda e induz baixa incidência de infecção

pelo CMV em receptores CMV IgG positivos.

PO89PROTOCOLO COM EVEROLIMO DE NOVO EM RECEPTORES DE RINS COMCRITÉRIOS EXPANDIDOS Raquel Martins e Quinino, Kellen M A H Costa, Maurício Galvão Pereira, José Bruno

de Almeida, Kalyanne Cabral de Paula

Hospital Universitário Onofre Lopes-UFRN.

A função retardada do enxerto(FRE) tem incidência elevada de aproximadamente

60% no Brasil e está associada à pior função renal e portanto pior sobrevida do en-

xerto.Diversas estratégias imunossupressoras vem sendo testadas com o intuito de re-

duzir esta incidência.

Em nosso centro transplantador avaliamos prospectivamente, no período de 3 meses,

24 receptores de transplante renal que apresentavam baixo risco imunológico e que

receberam rins de doadores com critérios expandidos.Para estes pacientes seleciona-

dos, aplicamos um novo protocolo onde fazíamos indução com Tymoglobulina na dose

de 4,5mg/kg, Everolimo (3,0mg/dia), Prednisona e baixas doses de Tacrolimo(mantendo

nível sérico de 4-5pg/ml).Objetivamos ver a nossa incidência de FRE,função renal,infec-

ção por Citomegalovírus (CMV),complicações cirúrgicas e taxas de rejeição do enxerto.

Resultados: Dos 24 pacientes estudados 70% apresentaram FRE, 8 pacientes (33%) ti-

nham creatinina acima de 1,5mg/dl,1 perdeu o enxerto e 4 pacientes (16%) apresen-

taram rejeição aguda diagnosticada por biópsia renal.Tivemos complicações

cirúrgicas em 4 pacientes (16%) e a nossa incidência de infecção por citomegalovírus

foi de apenas 10%.

Conclusão: Com o protocolo instituído observamos importante redução de infecção

por citomegalovírus,uma boa função renal e baixa incidência de rejeição ao final de

3 meses.Não houve redução em nossa taxa de FRE e observamos baixa incidência

de complicações cirurgicas.

PO90CHIKUNGUNYA PÓS-TRANSPLANTE RENAL: DESCRIÇÃO DE QUATRO CASOS.Lígia Camera Pierrotti1,2, Elias David-Neto3, Odelin Nicole Encinas Sejas1, Francine

Brambate Carvalhinho Lemos3, Jose Otto Reusing Junior3, Ana Patrícia Nascimento2,

Hélio Caiaffa-Filho4, Luís Sérgio Azevedo3

1-Divisão de Doenças Infecciosas e Parasitárias, Hospital das Clínicas da Faculdade

de Medicina da Universidade de São Paulo, SP, Brasil; 2-Centro de Pesquisa Clínica

do DASA, Medicina Diagnóstica, São Paulo, Brasil; 3-Serviço de Transplante Renal do

Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, São

Paulo, SP, Brasil; 4-Laboratório de Biologia Molecular da Divisão de Laboratório

Central, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São

Paulo, SP, Brasil.

Introdução: Chikungunya (CHIK) é causada por um alphavirus transmitido por mosqui-

tos do gênero Aedes, o mesmo mosquito vetor dos vírus da dengue e do zika. No Brasil,

os primeiros casos de CHIK autóctone foram reportados em setembro de 2013, e desde

então, mais de 20.000 casos suspeitos foram registrados, principalmente nas regiões

do Nordeste do país. A maioria dos casos de CHIK são caracterizados por febre e po-

liartralgia, às vezes associada à erupção cutânea, dor ocular, e mialgia. O risco de

apresentação atípica grave está relacionada com a idade avançada e presença de

comorbidades, e mortalidade é rara.

Segue a descrição dos primeiros quatros casos de CHIK em pacientes pós-transplante

renal (TR) do nosso serviço.

Resultados: Em 2016 o nosso serviço identificou os primeiros quatro casos de CHIK pós-

TR, confirmados por teste de PCR positivo (três casos) ou teste sorológico específico

(um caso). O local da aquisição da infecção referida foi a região do Nordeste (75%),

e desconhecida em um caso.

Os pacientes apresentavam, em média, 89 meses pós-TR (30-120 meses), idade média

de 55,3 anos, e 75% eram do sexo feminino. Os pacientes estavam em uso de pred-

nisona 5 mg/dia + micofenolato e tacrolimus (75%), ou tacrolimus e everolimus (25%).

A apresentação clínica predominante foi febre (75%) e poliartralgia (100%), de caráter

migratório, sem sinais de artrite. Os demais sintomas foram conjuntivite (25%), erupção

cutânea (50%), e cefaleia (75%).

Todos os pacientes evoluíram de forma satisfatória. A dose da prednisona foi aumen-

tada para 20 mg/dia para o tratamento da artralgia, com boa resposta clínica. As

avaliações laboratoriais antes, durante, e após o quadro de CHIK mostraram que a

infecção não alterou os valores de creatinina, leucócitos, e plaquetas (tabela 1).

Tabela 1. Evolução laboratorial da creatinina, leucócitos e plaquetas no período pré,

durante, e após o quadro de Chikungunya.

Pré-CHIK Durante quadro CHIK Pós-CHIK

(média 133 dias) (média 49 dias)

Creatinina (mg/dL) 0,85 (0,69 – 1,12) 0,97 (0,66 – 0,97) 0,85 (0,80 – 0,91)

Leucócitos 7.782 (5.580 – 10.250) 6.440 (3.280 – 9.100) 8.773 (7.040 – 11.030)

Plaquetas 256.750 (139. – 391.) 265.000 (142. – 354.) 246.750 (188. – 285.)

Discussão e conclusão: CHIK ainda é um diagnóstico raro pós-TR. A presente série de

casos sugere uma evolução favorável da doença nessa população. Os médicos pre-

cisam manter uma suspeita clínica maior para arboviroses em regiões tropicais onde

os mosquitos Aedes são amplamente distribuídas, incluindo CHIKV, dengue e zika.

CHIKV deve ser considerada em pacientes com início agudo de febre e poliartralgia.

PO91RECONSTRUÇÃO COM PIELOVESICOSTOMIA A BOARI DEVIDO A ESTENOSEURETERAL SECUNDÁRIA À INFECÇÃO POR BK VÍRUS APÓS TRANSPLANTERENAL: RELATO DE CASOAna Luisa Sousa de Carvalho1, Carla Caroline Medeiros dos Santos1, Cesar de

Araujo Britto1, João Henrique da Câmara Silveira1, John Heyder Galvão1, Newton

Azevedo Neto1, Paulo José de Medeiros2, Renata Menezes Bezerra1

1-Liga Acadêmica Liuro Ufrn; 2-Departamento de Medicina Integrada Ufrn; Uro/Huol.

Introdução: Nefropatia associada ao BK vírus (BKV), do gênero polyomavirus, surge

como diagnóstico diferencial entre causas de disfunção após transplante renal (TR),

comumente ligado a regimes imunossupressores contendo tacrolimus e infecção do

trato urinário (ITU) de repetição. Cerca de 50% dos pacientes com esta infecção per-

dem a função do enxerto. O BKV tem trofismo pelo urotélio, podendo causar estenose

ureteral. Dentre as opções de reconstrução ureteral, a técnica de Flap de Boari (FB)

está indicada, quando o defeito é muito longo e a mobilidade do ureter é limitada.

Objetivos: apresentar caso de paciente submetido a reconstrução urinária com FB

para correção de estenose ureteral, causada por infecção por BKV.

Métodos: Relato de caso de paciente de 64 anos, que foi submetido a TR, em abril de

2015 (doador falecido), evoluindo com quadro de ITU de repetição, estenose ureteral

e gradual perda da função renal.

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POSTERS

Resultados: paciente com ureterohidronefrose, após 5 meses do transplante. Inicial-mente, tratado com nefrostomia e depois submetido a reimplante ureteral usando ure-ter nativo. Após retirada do cateter DJ, apresentou episódios de sepse urinária, comnova colocação de DJ. Pielografia demonstrou obstrução inflamatória do ureter. Emdezembro de 2015, submetido a reconstrução com FB. Biópsia renal revelou nefropatiapelo BKV, com progressiva perda da função renal. Após 6 meses, o paciente foi sub-metido à transplantectomia. Conclusões: Reimplante ureteral à Boari é um procedimento ainda pouco reportado,mas com bons resultados evidenciados. Nefropatia por BKV após transplante renal éuma complicação rara (1-5%), mas séria. Não há estudos que comprovem tratamentoeficaz contra o BKV em pacientes imunossuprimidos.

PO92PROTOTECOSE NUM DOENTE TRANSPLANTADO RENAL: UMA CAUSA RARADE INFECÇÃOH. Diniz1,2, A. Rocha1,2, M. Bustorff1,2, I. Ferreira1,2, I. Tavares1,2, J. Santos1,2, S.

Sampaio1,2, S. Rebelo3, D. Pinheiro3, M. Pestana1,2

1-Serviço de Nefrologia, Centro Hospitalar de São João, Porto, Portugal;

2-Departamento de Doenças Renais, Urológicas e Infecciosas, FMUP, Porto, Portugal;

3-Serviço de Patologia Clínica, Centro Hospitalar de São João, Porto, Portugal.

A Prototecose é uma infecção extremamente rara provocada por espécies de Protot-heca, uma alga aclorófila e ubíqua. Existem 3 formas principais de apresentação: cu-tânea, bursite do olecrâneo ou doença disseminada. A forma cutânea é a maisfrequente. O diagnóstico definitivo depende da identificação do organismo em exa-mes culturais ou histológicos. A anfotericina B (AmB) é o tratamento habitualmente re-comendado nos doentes imunossuprimidos. Os autores descrevem um caso de um homem de 79 anos com diabetes mellitus tipo2, transplantado renal de dador cadáver em 2009. Fez imunossupressão de induçãocom basiliximab e terapêutica de manutenção com ciclosporina, prednisolona e mi-cofenolato mofetil. Em dezembro de 2015 foi-lhe diagnosticado pneumonite intersticial,após realização de broncoscopia (BFC) e biópsia pulmonar com estudo microbioló-gico negativo. Iniciou tratamento com prednisolona na dose de 1 mg/kg/dia com pos-terior desmame. Um mês depois foi internado por tosse produtiva com expectoraçãohemoptóica e dispneia. Realizou BFC com isolamento de E. coli, fez tratamento comceftriaxone e melhorou. Durante o internamento apresentou edema no dorso da mãoe antebraço esquerdo com erosão da face extensora do antebraço, que evoluiu paraúlcera. Simultaneamente, apresentava um eritema violáceo na porção distal da pernae tornozelo esquerdo. Efectuou biópsia cutânea da lesão do antebraço e raspado cu-tâneo da lesão do tornozelo, com isolamento de Prototheca wickerhammi. O resultadoanatomo-patológico - derme com numerosos microorganismos ovóides Grocott e PASpositivos – corrobou o isolamento microbiológico, fazendo assim o diagnóstico de Pro-totecose cutânea disseminada. Iniciou tratamento com AmB lipossómica (AmBL) commelhoria das lesões. Ao 20º dia de tratamento com AmBL, desenvolveu pneumoniacom insuficiência respiratória e choque séptico, com desfecho fatal.Identificamos a realização de doses elevadas de prednisolona em doente já previa-mente imunossuprimido, idoso e diabético como os principais factores de risco parao desenvolvimento desta infecção oportunista. A mortalidade elevada da Prototecosenos receptores de transplante de órgão sólido (estimada em 89%), torna essencial oconhecimento e identificação rápida desta infecção para a instituição de terapêuticaprecoce adequada.

PO93RETORNO DO PACIENTE A HEMODIÁLISE APÓS O TRANSPLANTE RENAL:PRINCIPAIS FATORES RELACIONADOSNeide da Silva Knihs, Luana Vieira, Aline Pestana Magalhães, Aline Ghelere, Ivonei

Bittencourt

Universidade Federal de Santa Catarina.

O intuito do transplante renal é devolver ao paciente qualidade de vida, melhorar as

condições de saúde, tornar esse paciente mais independente no meio social, familiar

e profissional. O objetivo: identificar os principais fatores relacionados ao retorno do

paciente ao tratamento de hemodiálise, após o transplante renal. Trata-se de uma pes-

quisa quantitativa exploratória e descritiva, a qual foi desenvolvida em quatro institui-

ções de saúde que desenvolvem o tratamento no sul do Brasil, à amostra foi composta

por 54 prontuários de pacientes que realizaram o transplante e retornaram à hemodiá-

lise. Principais resultados identificados: faixa etária mais acometida pelo retorno à he-

modiálise 40 a 49 anos (19) 33,93%, sexo masculino (42) 75%, a principal causa da

lesão renal foram Hipertensão Arterial (14) 25% e a Nefropatia Crônica (10) 17,8%, prin-

cipais fatores do retorno à hemodiálise: Rejeição aguda (17) 30,1% e a Rejeição Crô-

nica (14) 25%. Considerações finais: o estudo mostra que no pós-transplante o paciente

deverá estar atento ao risco de rejeição, a imunidade baixa, a infecções oportunistas,

fatores esses que podem desencadear uma série de complicações à saúde e a so-

brevida do enxerto e o retorno à hemodiálise. Assim, torna-se imprescindível o acom-

panhamento da equipe interdisciplinar junto ao paciente, bem como o apoio da

família, os quais irão proporcionar auxílio na adesão aos cuidados no pós-transplante.

PO94MANEJO ODONTOLÓGICO E O TEMPO NECESSÁRIO PAR AADEQUAÇ&ATILDE;O BUCAL PRÉVIA AO TRANSPLANTE RENALWalmyr Ribeiro de Mello, Paulo Sérgio da Silva Santos, Cristiana Miranda França,

Maria Fernanda Carvalho de Camargo, Fábio Luiz Coracin

Hospital Samaritano de S&atilde;o Paulo - Brasil.

As alterações na cavidade bucal, tais como a periodontite e outras manifestações bu-

cais decorrente de uma saúde bucal deficiente, são comuns em pacientes com

doença renal crônica (DRC) e podem contribuir para o aumento da morbidade e mor-

talidade devido a alteraçães sistêmicas, inflamações, infecções e complicações ate-

roscleróticas. A condição bucal satisfatória é uma condição necessária para a

evolução dos pacientes submetidos ao transplante renal e se considera necessária

uma rigorosa avaliação bucal, e tratamento das necessidades odontológicas se ne-

cessário, pré-transplante. Esta atenção odontológica tem como objetivo remover in-

fecções bucais que possam ter repercussão sistêmica e comprometer todo o

transplante levando a falência do órgão ou consequências relacionadas com a imu-

nossupressão. O objetivo deste estudo transversal foi avaliar as necessidades odonto-

lógicas encontradas em pacientes a ser submetidos ao transplante renal e o tempo

para resolução destas necessidades. Foram avaliadas as condições de saúde bucal

e o tempo necessário para o preparo odontológico prévio ao transplante renal em 52

pacientes e as condições avaliadas incluíram a presença de cáries dentárias, doença

periodontal, comorbidades associadas, tempo de DRC, duração do tratamento odon-

tológico e conhecimento dos pacientes sobre a necessidade de adequação bucal.

Os resultados mostraram que aproximadamente 30% dos pacientes apresentavam al-

guma infecção de origem odontogênica e o tempo entre o diagnóstico da DRC e o

início do suporte odontológico foi de 50,2 meses. A mediana de tempo para adequa-

ção bucal prévia ao TR foi de 84 dias (variaç&atilde;o: 10-248 dias). O conhecimento

dos pacientes sobre a necessidade de adequaç&atilde;o bucal foi vista em 55,8%

dos pacientes. A adequação bucal foi realizada totalmente em 84% dos pacientes.

O tempo de preparo odontológico para o transplante foi longo, porém 84% dos pa-

cientes tiveram suas necessidades odontológicas resolvidas em mediana de 84 dias

sendo que quase metade dos pacientes não conheciam a necessidade de trata-

mento das doenças bucais antes do TR. Esta informaç&atilde;o é relevante para a

equipe transplantadora no planejamento dos transplantes de rim e atendimento mul-

tidisciplinar dos pacientes.

PO95ESPOROTRICOSE EM RECEPTOR DE TRANSPLANTE RENALWagner Tereza, Morgado Luciano, Lustoza Priscila, Assis Livia, Finni Patricia,

Fagundes Cláudia, Matuck Tereza, Carvalho Deise

Centro Estadual de Transplantes do Hospital São Francisco de Assis - Rio de Janeiro/

RJ Brasil.

Esporotricose é uma infecção fungica que afeta principalmente pele, tecido subcu-

taneo e linfáticos adjacentes, sendo mais frequentes em regiões tropicais e raramente

encontrada em receptores de transplante renal. Os autores decrevem o caso de um

paciente de 32 anos, sexo masculino, pardo, portador de insuficiencia renal cronica

secundário a glomerulonefrite cronica, tempo de diálise de 5 anos, submetido à trans-

plante renal com doador falecido (doador de critério expandido) em novembro/2013,

recebendo indução com timoglobulina e manutenção com tacrolimus, micofenolato

sódico e corticóide, com conversão protocolar de micofenolato sódico para inibidor

de mTOR no 14 dia; evolui com boa função do enxerto. As complicações no primeiro

ano pós transplante com indicação de internação foram: infecção urinaria (aos 30

dias), Infecção por citomegalovirus (aos 60 dias), celulite membro inferior direito com

necrose de tecido celular subcutaneo, necessitando de desbridamento cirurgico(aos

12 meses). Durante a última internação apresentou lesões nodulares em membro in-

ferior direito (histopatologico compativel com eritema nodoso). Após 22 meses do trans-

plante, apresentou quadro de lesões cutaneas ulceradas exsudativas em couro

cabeludo, face (com destruição parcial do lábio), membros superiores e inferiores,

biopsia da lesão compativel com micose profunda, inicialmente diagnostico de pa-

racoco que após revisão da lamina observou tratar-se de esporotricose. Realizado tra-

tamento com anfotericina B durante 14 dias, seguido de manutenção com itraconazol

oral e ajuste da imunossupressão, evolui com cicatrização das lesões. Na sequencia,

apresentou piora progressiva da função do enxerto e após 8 meses, na vigencia do

tratamento específico, surgiram novas lesões em membros superiores e artrite em joe-

lho direito. Reiniciado anfotericina B e suspenso imunossupressão, porém com piora

progressiva do quadro clinico, choque septico refratário e óbito. A esporotricose é uma

micose profunda que de acordo com a literatura apresenta boa evolução clinica com

o tratamento. No caso exposto, a despeito da terapêutica adequada, a infecção fun-

gica não foi controlada evoluindo para disseminação e óbito.

PO96AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES TRANSPLANTADOSRENAIS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIOPaula Frassinetti Castelo Branco Camurça Fernandes, Ana Maria Vieira Lage, Aline

Teles Andrade, Mariana Lima dos Reis, Claudia Maria Costa de Oliveira

Universidade Federal do Ceará - UFC.

Objetivo: Este trabalho faz uma avaliação da qualidade de vida (QV) e traça um perfil

dos pacientes transplantados renais em um Hospital Universitário situado no nordeste

do Brasil.

Metodologia: Participaram 197 pacientes transplantados renais. Como instrumentos

de coleta de dados foram utilizados o Questionário SF – 36 (analisado quantitativa-

mente pelo SPSS, versão 17.0) e questionário sócio demográfico para fins de caracte-

rização da amostra.

Resultados: Em relação às médias, quatro de oito domínios, foram abaixo de 50%,

apenas o aspecto social foi estatisticamente significante, representando uma melhora

da qualidade de vida com o tempo de transplante.

Conclusões: O estudo evidenciou que a capacidade funcional aumenta de maneira

progressiva ao longo dos anos após o transplante.

Palavras chaves: Qualidade de vida. Doença Renal Crônica. Transplante Renal.

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13–15 OUTUBRO 2016 · PORTO · PORTUGALXIII CONGRESSO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSO LUSO BRASILEIRO DE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICO DE TRANSPLANTAÇÃO

POSTERS

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PO97SÍNDROME HEMOLÍTICO-URÊMICA (SHU) EM TRANSPLANTADO RENAL, COMPERDA PRECOCE DO ENXERTO. RELATO DE CASOTarcila Nóbrega Queiroga Feitosa, Ana Maria Dias Pontes, Ana Valeria L. Benicio

Moraes, Juliana Borborema e Rafael Fabio Maciel

ISAS-Instituto Social de Assistência à Saude.

Introdução: Síndrome hemolítico-urêmica (SHU) é uma doença rara caracterizada pela

tríade de anemia hemolítica microangiopática, trombocitopenia e doença renal. Ela

pode ser classificada como "típica" ou "atípica". A primeira é secundária à infecção

por alguns sorotipos de E. coli, produtores da toxina Shiga-like. A forma "atípica" (SHUa)

pode ser esporádica ou familiar e tem mau prognóstico, está associada a uma ativa-

ção excessiva do sistema do complemento, que causa lesão tecidual e estimula me-

canismos trombóticos. O transplante renal nos pacientes com SHUa é comprometido

pela alta taxa de reativação da doença (25%-50%), levando a uma perda do enxerto

renal em 10 a 50% dos pacientes.

Objetivo: Relatar um caso de reativação de SHUa, em paciente transplantado de rim.

Metodo: J.O.V.F, 35 anos, feminino, em HD há 5 anos, etiologia da DRC (Bx renal em

2011): nefropatia por IgA crescente com microangiopatia trombótica associada a HAS

maligna. G1P1A0 (Apresentou Síndrome edemigênica associado a Lesão Renal Aguda

durante gestação). Tx Renal em 14/07/2015, Hospital Antônio Targino, Campina Grande

(PB), doador vivo não relacionado (Marido), 30 anos, TIF: 1:30h, TIQ: 3m e 26s. Diurese

imediata. Imunossupressão inicial: TAC + MYF + PRED. Boa evolução nos primeiros 3

meses, com restabelecimento da função renal (creatinina basal 1 mg/dl). Internação

em 08/10/2015 por piora da função renal (Cr 3,02 mg/dl).

Resultado: Tratamento inicial: pulsoterapia (metilprednisolona 500mg/ 3 dias). Bx renal:

Microangiopatia Trombótica (Microtrombos em capilares glomerulares e aferentes). Em

18/10/15 foi internada novamente com quadro de EAP, contração da diurese e piora

importante da função renal (Cr=7,9 mg/dl). A USG doppler evidenciou perfusão renal

precaria e Bx renal com resultado similar a Bx anterior. Anemia (presença de esquizó-

citos em sangue periférico) e plaquetopenia, necessitando de várias transfusões de

hemocomponentes. Necrose do enxerto, transplantectomizado.

Conclusão: Diante do desfecho e ao se considerar a história clínica do paciente, os

autores concluem se tratar de uma SHU atípica.

PO98ACHADOS DOPPLER NAS COMPLICAÇÕES DOS TRANSPLANTES RENAISSampaio-Macedo C1; Castro, A.F.2; Louro, João1; Oliveira, J.A.1; Amorim, J.1; Nunes-

Carneiro, D.3; Teixeira-Gomes, M.1

1-Serviço de Radiologia, 2-Serviço de Nefrologia, 3-Serviço de Urologia, Centro

Hospitalar do Porto.

Objectivos: Rever e ilustrar o especto imagiológico ecográfico e Doppler das compli-

cações precoces e tardias do transplante renal (TR).

Background: O transplante renal é actualmente a terapêutica de escolha para o tra-

tamento da insuficência renal crónica terminal. Este pode exibir diversas complicações

médicas e cirúrgicas. O estudo Eco-Doppler é uma técnica de primeira linha na ava-

liação destas, pelo facto de ser simples, inócua, com baixos custos e bem tolerada

pelo examinado.

Métodos: Foi efectuada uma pesquisa no sistema informático do Centro Hospitalar,

abrangendo os últimos dez anos, das complicações do TR.

Resultados: Os autores apresentam casos ilustrativos das complicações do transplante

renal, que podem ser sistematizadas como: complicações vasculares (estenose da ar-

téria renal, trombose da artéria renal, trombose da veia renal, enfarte renal, pseudoa-

neurismas, fístula artériovenosa), complicações urológicas (uropatia obstrutiva,

colecções perirrenais) e complicações médicas (rejeição aguda/necrose tubular

aguda/ toxicidade a fármacos, rejeição crónica e infecção do enxerto).

Conclusões: No decorrer da sua vida, o enxerto renal pode exibir diversas complica-

ções que podem comprometer a integridade do mesmo e a sobrevida do receptor.

O Eco-Doppler é um exame com elevada acuidade na detecção de certas compli-

cações.

PO99INFECÇÃO SIMULTÂNEA DE DENGUE E CHIKUNGUNYA EM TRANSPLANTADORENAL. RELATO DE CASOJuliana Borborema, Ana Valeria L. Benicio, Daniela Jéssica S. Oliveira, Dayana

Sampaio de Almeida, Maysa Romeika Correia Rocha, Rafael Fábio Maciel

ISAS-Instituto Social de Assistência à Saúde.

Introdução: A dengue e a Chikungunya são doenças infecciosas, transmitidas princi-

palmente pelo mosquito Aedes aegypti, onde a disseminação acontece de forma re-

lativamente rápida, constituindo um problema de saúde pública. A dengue pode

apresentar desde sintomas moderados até febre hemorrágica. A Chinkugunya apre-

senta sintomas mais característicos: febre mais alta e artralgia. Esta pode permanecer

de semanas a anos.

Objetivo: Relatar um caso de paciente transplantado renal com infecção concomi-

tante de Dengue e Chikungunya, confirmados através de exame sorológico (IgG e

IgM).

Métodos: Estudo observacional retrospectivo através do prontuário de um paciente

transplantado renal com sintomatologia característica, apresentando infecção simul-

tânea de Dengue e Chikungunya. Os dados foram sintetizados a partir das evoluções

multiprofissionais, exames e prescrições, após internação do paciente em um Serviço

de Transplante Renal na Paraíba, Brasil.

Resultados: A.A.M., 41 anos, submetido a transplante de rim há dois anos e sete meses.

Em 05/04/2016 apresenta febre alta, mialgia, artralgia, erupções cutâneas e dor forte,

articular. Creatinina sérica 5,3, leucopênico, trombocitopênico e, diante da suspeita

sintomatológica de doenças provenientes da transmissão do Aedes aegypti, foram

realizadas sorologias para Dengue e Chikungunya (sorologia para Dengue IGM e IGG,

pelo método imunocromatográfico, REAGENTES; Anticorpos Anti Chikungunya IGM, REA-

GENTE) A conduta consistiu em ajuste na imunossupressão, analgésicos e hidratação

endovenosa; O paciente permaneceu normotenso (120x70 mmHg) e com diurese pre-

sente (média de 3 a 4 l/dia). Recebeu alta hospitalar após sete dias, com poucas quei-

xas de mialgia, retornando à dosagem imunossupressora anterior à internação e

creatinina sérica de 3,45.

Conclusão: Os autores alertam para a possibilidade das doenças transmitidas pelo

Aedes aegypit ocorreram simultaneamente. Neste caso, apesar da ocorrência, o des-

fecho foi satisfatório.

Palavras chaves: Dengue; Chikungunya; Transplante de Rim.

PO100ABORDAGEM SOCIAL JUNTO A PACIENTES EM PRÉ TRANSPLANTE RENAL: UMRELATO DE EXPERIÊNCIAMariana Lima dos Reis, Marcia Uchoa Mota

Universidade Federal do Ceará.

O profissional de serviço social atua, enquanto residente, no atendimento a pacientes,

familiares e cuidadores assistidos no ambulatório pré-transplante renal, na enfermaria

e no setor de Serviço Social. O trabalho é desenvolvido em equipe multiprofissional,

visando contribuir para integralidade da atenção à saúde, tanto dentro do hospital

quanto na rede de serviços ofertados pelo SUS, através do fortalecimento da rede de

referência e contra referência. O setor de Serviço Social é marcado pela demanda

espontânea, ou seja, pacientes e familiares atendidos nos serviços de transplante bus-

cam resolução para os mais variados problemas relacionados ao tratamento e às

questões que interferem nesse, como suporte familiar, moradia, ajuda de custo, ga-

rantias previdenciárias e assistenciais dentre outros. Trata-se de um atendimento de

orientação social, portanto, de relação direta entre profissional e usuário, face to face

espaço onde ocorre o processo de mediação (universalidade, singularidade, parti-

cularidade). São necessárias escuta qualificada e o preciso uso da palavra. Após iden-

tificar a demanda dos usuários é necessário traçar um plano de ação para

solucioná-la. Algumas vezes é suficiente orientação social direta ao usuário e/ou fami-

liar, mas há casos em que é imprescindível a elaboração de relatórios sociais, contatos

interinstitucionais, encaminhamentos e/ou diálogo com equipe multiprofissional. os (as)

pacientes são atendidos por equipe multiprofissional, sendo orientados sobre a tera-

pêutica do transplante e avaliados quanto à viabilidade ou não de realização da ci-

rurgia. Trata-se do momento ímpar de preparação de paciente e familiares para o

transplante e o pós-transplante. Cada profissional de saúde atua dentro de suas com-

petências e atribuições, sempre em diálogo com as outras categorias, com o objetivo

de conhecer a história e o contexto de cada paciente, assistindo-o (a) adequada-

mente com vistas a contribuir para o sucesso da terapêutica. Enquanto profissional de

formação generalista, o (a) assistente social precisa se debruçar sobre outras discipli-

nas, específicas da área de assistência em transplante, para que possa realizar aten-

dimento qualificado aos usuários. Ao final de cada atendimento ambulatorial é preciso

elaborar um Parecer Social, que apresenta de forma clara a opinião do (a) assistente

social quanto à viabilidade ou não de realização da cirurgia no (a) paciente.

PO101CASO DE TUBERCULOSE DISSEMINADA EM PACIENTE TRANSPLANTADORENALKellen Micheline Alves Henrique Costa Miguel, Kalyanne Cabral de Paula, Almira

Gabriela de Araujo Dantas, Kessia Larissa de Medeiros Quirino, Raquel Martins e

Quinino, Jose Bruno de Almeida

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Hospital Universitário Onofre Lopes.

Introdução: A tuberculose disseminada pode resultar de infecção primária do Myco-

bacterium tuberculosis ou a partir de reativação de focos latentes secundário a con-

tato prévio. A sua forma disseminada não é de fácil diagnóstico pois as manifestações

clínicas e laboratorias são inespecíficas e multiformes, especialmente em pacientes

imunossuprimidos, como nos casos dos Transplantados renais. A baciloscopia pode

ser negativa em aproximadamente 2/3 dos casos, e a necessidade diagnóstica é

mandatória devido ao seu potencial desfecho fatal nos casos não identificados em

tempo hábil.

Métodos: Relatamos o caso de um paciente do sexo Masculino, 54 anos, internado

no serviço de Transplante Renal do hospital Universitário Onofre Lopes, 4 meses pós

transplante por doador falecido, 52 anos, óbito por AVCH, com 4 Missmatches. Pa-

ciente com Painel Zero. Realizado indução com Timoglobulina, e iniciado esquema

imunossupressor com Tacrolimo, Everolimo e Prednisona. Transplante ocorrido sem in-

tercorrências, estabilizando função renal pós transplante com creatinina de 0,8mg/dL

(TFG CKD-EPI 102,7mL/min/1,73m2)

A causa de DRC consiste em Nefropatia diabética. Nesse momento, apresentando

quadro de dor lombar intensa, refratária a analgesia com opióide, associado a ema-

grecimento, hiporexia e linfonodomegalias disseminada; além de picos febris durante

internamento hospitalar.

Na investigação diagnóstica foram evidenciados os seguintes aspectos: Biópsia de lin-

fonodo submandibular evidenciando necrose caseosa com granulomas; Tomografia

Computadorizada de tórax com Múltiplos granulomas difusos bilaterais sugestivos de

Tuberculose Miliar; Ressonância Magnética de Coluna Lombar compatível com lesão

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13–15 OUTUBRO 2016 · PORTO · PORTUGALXIII CONGRESSO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSO LUSO BRASILEIRO DE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICO DE TRANSPLANTAÇÃO

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POSTERS

granulomatosa indicando Mal de Pott; além de pesquisa de PCR em escarro para Ba-

cilo de Koch positiva. A partir disso, fechado diagnóstico de Tuberculose Disseminada.

Resultado: Iniciado Tratamento com esquema clássico de Rifampicina, Isoniazida, Pi-

razinamida de Etambutol. O paciente evoluiu com melhora satisfatória das queixas ini-

ciais apresentadas, já na primeira semana de tratamento específico.

Conclusão: Apesar de a Tuberculose manter elevada prevalência no Brasil, a incidên-

cia de Tuberculose disseminada em pacientes pós transplante renal não tem sido ob-

servada frequentemente. Esse relato suscinta a necessidade de produção de

protocolo para manejo de Tuberculose (em suas diversas formas) nesse grupo especí-

fico de pacientes, a fim de otimização da terapia, e minimização de efeitos adversos

e colaterais.

PO102TUBERCULOSE GÉNITOURINÁRIA - APRESENTAÇÃO RARA DE UMA INFEÇÃOAINDA FREQUENTE NO DOENTE TRANSPLANTADO RENAL. A PROPÓSITO DEUM CASO CLÍNICO.Natacha Rodrigues1, Laila Viana2, Juliana Mansur2, Hélio Tedesco2, Medina Pestana2

1-Serviço de Nefrologia e Transplantação Renal do CHLN, Portugal; 2-Serviço de

Transplantação Renal do Hospital do Rim e Hipertensão, Brasil.

A infeção por M. tuberculosis no doente transplantado apresenta maior incidência de

manifestações extra-pulmonares. A tuberculose genitourinária é uma afeção rara, ha-

bitualmente associada a infeção disseminada. O tratamento é dificultado pela inte-

ração entre inibidores da calcineurina e tuberculostáticos e pela iatrogenia destes

fármacos. Os autores apresentam um doente transplantado renal tardio com sintomas

urinários, com diagnostico de tuberculose por biópsia prostática e que desenvolve he-

patotoxicidade aos tuberculostáticos.

Homem de 62 anos, com DRC de etiologia indeterminada, transplantado há 15 meses,

dislipidemia e insuficiência mitro-aortica grave. Admitido por quadro de polaquiuria,

com três dias, imperiosidade miccional, dor lombar esquerda e cansaço fácil. Eviden-

ciava presença de Murphy renal positivo à esquerda. Apresentava hematocrito 27,3%,

leucograma 15200céls/mm2, PCR 15,4mg/dl, creatinina 2,54mg/dl (creatinina basal

1,7mg/dl), ESU leucocituria 15cels/campo. Colheu culturas e iniciou-se cefalosporina

de 3ª geração.

No D3 internamento apresentou febre, dor torácica e lombar, sem alteração eletrocar-

diográfica nem analitica. TC tórax mostrou nódulo 0,7cm no lobo superior direito, nódulo

2,7cm na região paravertebral a nivel T8, nódulo 1,6 cm posterior à aorta descendente

a nível T11. As culturas foram negativas para aerobios, anaerobios, fungos e micobac-

térias, serologias negativas para agentes oportunistas. Manteve Febre. TC abdominal

mostrou adenomegalias retroperitoneais, próstata aumentada com parenquima hete-

rogéneo sugestivo de abcessos. Exame físico urológico evidenciou massa no testiculo

esquerdo contigua com epididimo espesso, dolorosa à palpação, prostata aumentada,

lisa, flutuação com diametro 2 cm. EcoDoppler sugestivo de epididimite com abcesso,

prostata lobulada 54 cm3 com coleções nas glandulas internas bilateralmente, vesi-

culas seminais aumentadas com coleções que foram puncionadas tendo-se identifi-

cado bacilos alcool-ácido resistentes. Iniciou-se rifampicina, isoniazida, pirazinamida

e etambutol. Boa evolução clínica. D6 terapeutica dirigida desenvolveu hepatotoxici-

dade secundária aos fármacos. Manteve o etambutol e iniciou antibiótico aminogli-

cosídeo e quinolona com melhoria da lesão hepática. Reintroduziu-se gradualmente

cada fármaco, ficando medicado com etambutol, levofloxacina, rifampicina e isonia-

zida. A ecografia de controlo mostrou melhoria generalizada. Programou-se manter te-

rapeutica por nove meses, que o doente está atualmente a cumprir.

É necesário considerar M. tuberculosis no doente transplantado renal incluindo os qua-

dros de infeção extra-pulmonar. O manejo da terapeutica dirigida para M. tuberculosis

é dificultado pelos efeitos adversos frequentes, como a hepatotoxicidade.

PO103ENCAPSULATING PERITONEAL SCLEROSIS AFTER KIDNEY TRANSPLANTATION –CASE REPORTRute Carmo, Inês Ferreira, Ana Nunes, Susana Sampaio, Manuel Pestana

Serviço de Nefrologia, Hospital São João, Porto, Portugal.

Encapsulating peritoneal sclerosis (EPS) is a rare complication of peritoneal dialysis (PD)

characterized by bowel obstruction with typical histological or radiological features.

Many cases are diagnosed after the cessation of PD.

We report a case of a 46-year-old male with chronic kidney disease of undetermined

aetiology diagnosed at 32 years old. He started haemodialysis soon after the diagnosis

and he switched to APD one year later. Two months later he had a peritonitis. Eight years

after the onset of PD, the PET confirmed a medium high transporter status and a reduc-

tion of the ultrafiltration. The abdominal CT scan didn´t show significant alterations. Atthat time, he received a deceased donor kidney transplant (KT). He presented delayed

graft function, and the allograft biopsy evidenced a IIA cellular rejection. The treatment

implemented was thymoglobulin, followed by triple immunosuppression (IS). He recov-

ered renal function with a baseline creatinine of 1-1,2 mg/dL. Tenckhoff catheter soon

after to an episode of peritonitis.

Five years later, he presented abdominal pain associated with post prandial vomiting,

and weight loss of 4 kg. The abdominal ultrasonography identified small bowel dilatation

and a residual ascites. The blood tests revealed leucocytosis, neutrophilia and elevated

protein C reactive. Liver and pancreatic enzymes were normal. The endoscopic study

showed an erythematous gastritis. He was discharged with ciprofloxacin and omepra-

zole, but re-admitted afterwards. Adbominal examination revealed multiple palpable

nodular areas. CT scan showed small bowel distension, diffuse densification of the

omentum and thickening and calcifications of the peritoneal membrane. EPS was pre-

sumed, and prednisolone augmented along with tamoxifen, with resolution of the symp-

toms an no recurrence after 2 years of follow-up.

This case highlight the need to include EPS in the differential diagnosis of subocclusive

disturbances in PD patients submitted to KT. The late presentation could be a conse-

quence of the high dose of IS treatment, which may have contributed for the success

of this conservative approach.

PO104DOENÇA RENAL ATEROEMBÓLICA NO TRANSPLANTE RENAL: EXPERIÊNCIADE UM CENTROCarolina Belino, Catarina Meng, Isabel Tavares, Ana Rocha, Inês Ferreira, Joana

Santos, Manuela Bustorff, Susana Sampaio, Manuel Pestana

Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho.

Introdução e Objetivos: Estima-se que o ateroembolismo no transplante renal estejasubdiagnosticado, por vezes interpretado como rejeição ou toxicidade. A incidênciapoderá estar a aumentar, dado a idade e risco cardiovascular de dadores e recep-tores. Fomos averiguar a prevalência desta patologia na população de transplantadosde um centro submetidos a biópsia por disfunção do aloenxerto entre 1983 e 2016. Resultados: Em mais de 1200 transplantes renais, 4 casos de ateroembolismo. Mulher, 61 anos, Doença Poliquística, AVC isquémico e HTA. 1º Transplante em 2001,dador de critérios expandidos, tempo de isquemia fria prolongado. IMS com CSA, MMFe Prednisolona. Função renal tardia. Biópsia: necrose tubular extensa, arterioesclerosesevera e ateroembolismo. Sem recuperação, com enxertectomia após 1 mês.Homem, 55 anos, Doença Renal Poliquística, antecedentes de AVC hemorrágico, HTAe positividade de anticorpos anti-fosfolipídicos. 1º Transplante em 2014, dador stan-dart, foi hipocoagulado. IMS com Basiliximab, manutenção com TAC, MMF e predni-solona. Função renal tardia. Biópsia com critérios de rejeição borderline eateroembolismo. Realizou 3 pulsos de metilprednisolona e suspendeu hipocoagulação.Recuperação parcial da função renal. Após 2 anos com creatinina de 1,7 mg/dl.Homem, 55 anos, etiologia indeterminada, fumador, HTA. 1º Transplante renal em 2005,disfunção crónica (creatinina basal 1,5-1,7mg/dl). IMS com TAC, MMF e prednisolona.Correcção de aneurisma da aorta abdominal com trombo exuberante em 2015 comlesão renal aguda. Realizou 3 pulsos de metilprednisolona por suspeita de rejeiçãonão confirmada. Biopsia: lesões de aterosclerose e Ateroembolismo em relação pro-vável com procedimento. Recuperação lenta da função renal, após 1 ano com crea-tinina de 1,9 mg/dl.Mulher, 55 anos, etiologia indeterminada, HTA. 1º Transplante em 5.2016. Dador de cri-térios expandidos. IMS com Basiliximab e manutenção com TAC, MMF e prednisolona.Níveis supraterapêuticos de TAC. Função tardia. Biópsia renal: enfarte renal e Ateroem-bolismo. Cintigrafia com enfarte renal da metade inferior no rim. Sem recuperação dafunção, mantém-se em diálise.Conclusões: Com o envelhecimento quer do recetor quer do dador e uso de dadoresde critérios alargados, o diagnóstico de Ateroembolismo poderá tornar-se cada vezmais prevalente e deverá ser considerado nos diagnósticos diferenciais de disfunçãodo aloenxerto.

PO105MAIOR FATOR DE RISCO PARA PERDA DE ENXERTO RENAL: ADOLESCÊNCIAFelipe Sbrolini Borges, Vanessa Suemi Takenaka, Gabriel Castilho Schnorr, Laís Pacca

Nicolellis, Sibele Braga, Jorge Marcelo Padilla Mancero, Irene de Lourdes Noronha,

André Ibrahim David

Hospital Beneficiência Portuguesa de São Paulo.

Relato de caso de uma paciente jovem que foi submetida a dois transplantes renais in-

tervivos. O primeiro devido a insuficiência renal por glomeruloesclerose focal aos 4 anos

de idade, no qual sua mãe foi doadora. Evoluindo bem até os 16 anos de idade, quando

passou a tomar os imunossupressores de maneira inadequada e evoluiu com rejeição

tardia do órgão implantado, iniciando diálise peritoneal como terapêutica substitutiva.

Aos 20 anos foi submetida a novo transplante renal intervivos, desta vez o pai foi o

doador, porém evoluiu com rejeição hiperaguda e perda do enxerto. Após a rejeição

dos órgãos implantados nos dois transplantes, a mesma permaneceu em diálise peri-

toneal, desenvolvendo uma peritonite esclerosante encapsulante, porém desenvolveu

uma fibrose muito intensa (escamas) recobrindo os tecidos viscerais, que comprome-

teram o funcionamento fisiológico de todo aparelho digestivo.

No dia 30 de Agosto de 2014 foi internada no Hospital Beneficência Portuguesa de

São Paulo por quadro de constipação intestinal, além de náuseas e vômitos há dois

meses; foi introduzida dieta parenteral para melhora do aporte nutricional e submetida

a videolaroscopiadiagnóstica, evidenciando grande quantidade de líquido purulento,

estenose em ileo terminal e ceco devido grande quantidade de calcificações em

todo o peritoneo, confirmando um quadro de obstruções intestinal franca e então rea-

lizado ileostomia para retirar a paciente do quadro de abdômen agudo obstrutivo,

além da realização da lavagem da cavidade abdominal para retirada das calcifica-

ções intra-abdominais e drenagem da cavidade abdominal.

Após a primeira abordagem cirúrgica a paciente evoluiu com a resolução do quadro

de obstrução intestinal, foi realimentada por via oral, melhorou sua qualidade de vida

e a ileostomia manteve-se funcionante por todo o período, além da melhora do qua-

dro infeccioso após a lavagem e drenagem da cavidade abdominal da mesma.

Houve mais duas abordagens cirúrgicas, para lavagem da cavidade abdominal. Du-

rante este período, foi submetida a hemodiálise com Heparina. A paciente apresentou

quadro de hemorragia abdominal e foi submetida a terceira intervenção cirúrgica

para controle do sangramento. No dia 8 de Novembro de 2014, cinco dias após a

terceira intervenção cirúrgica, aos 23 anos de idade, apresentou acidente vascular

cerebral hemorrágico extenso morte encefálica.

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13–15 OUTUBRO 2016 · PORTO · PORTUGALXIII CONGRESSO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSO LUSO BRASILEIRO DE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICO DE TRANSPLANTAÇÃO

POSTERS

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PO106AGRAVAMENTO DA FUNÇÃO RENAL APÓS TRATAMENTO DA INFEÇÃO VHCEM TRANSPLANTADOS RENAIS (TR) – SERÁ APENAS UMA SIMPLESCOINCIDÊNCIA?Andreia Campos1, Josefina Santos1, La Salete Martins1, Sofia Pedroso1, Sofia Santos1,

Leonídio Dias1, Manuela Almeida1, Sofia Pedroso1, J Ramón Vizcaíno2, A. Castro

Henriques1, A. Cabrita1

1-Serviço de Nefrologia, Centro Hospitalar do Porto, Portugal; 2-Serviço de Anatomia

Patológica, Centro Hospitalar do Porto, Portugal.

Introdução: A infeção pelo vírus da hepatite C (VHC) em TR associa-se a uma diminui-

ção da sobrevida global e do enxerto. A progressão acelerada da fibrose hepática,

a nefrotoxicidade do vírus e o aumento do risco de diabetes são condicionantes do

prognóstico. Os novos esquemas terapêuticaos estão associados a altas taxas de res-

posta virulógica sustentada(RVS). Não estão descritos casos de agravamento da fun-

ção renal associados aos novos fármacos.

Objetivos: Apresentação de dois casos de TR com infeção VHC e RVS que agravaram

função renal após tratamento.

Caso 1: Homem de 59 anos, TR há 26 anos, sob monoterapia com MMF. Genótipo 1b.

Previamente ao início do tratamento, carga viral 9790000 cópias; creatinina 1mg/dl.

Caso 2: Homem de 60 anos, TR há 15 anos, sob ciclosporina, prednisolona e MMF. Ge-

nótipo 1b. Previamente ao início do tratamento, carga viral 1000000 cópias, creatinina

1,1 mg/dl.

Ambos tinham uma glomerulonefrite crónica provável. Sem episódios de rejeição no

pós-transplante. Sem alterações urinárias previamente ao tratamento. Cumpriram 12

semanas de tratamento com sofosbuvir+ledipasvir com RVS após 9 meses de follow

up. Mantiveram níveis adequados de imunossupressão.

Após tratamento, verificou-se agravamento paulatino da função renal em ambos os

casos e proteinúria de novo, sem etiologia aparente:

1.creatinina máxima 1,8mg/dl e proteínuria 1,8g/g.

2.creatinina máxima 2,1 e proteinuria nefrótica, com sindrome nefrotico.

Estudo imunológico sem alterações. Pesquisa de DSA negativas. Foram submetidos a

biópsia renal:

1. 8 glomérulos, expansão e proliferação mesangial, fibrose e atrofia tubular em 30%

e infiltrado inflamatório linfomononuclear; depósitos mesangiais de IgA.

2. infiltrado inflamatório linfomononuclear e hialinosa grave arteriolar, sem critérios de

rejeição.

Conclusão: A alteração súbita da função renal nestes dois doentes, estáveis há 15

anos, após tratamento com novos fármacos levanta algumas questões: será que o tra-

tamento do VHC alterou o alvo do sistema imunológico destes doentes? Haverá rela-

ção dos fármacos com este agravamento?

Apenas o follow up mantido e a descrição de casos semelhantes nos permitirá tirar

conclusões futuras. A biópsia do enxerto renal deve ser sempre realizada.

PO107COLECISTITE POR SALMONELLA PARATHYPHI EM DOENTE TRANSPLANTADORENAL – CASE REPORTCatarina Meng, Luciano Pereira, Carolina Belino, Manuela Bustorff, Ana Rocha, Inês

Ferreira, Isabel Tavares, Susana Sampaio, Manuel Pestana

Centro Hospitalar São João.

Introdução: A colecistite aguda é uma complicação rara da enterite aguda por Sal-

monella. Tanto quanto os autores conhecem, não existem casos descritos de colecistite

por Salmonella parathyphi em transplantados renais.

Descrevemos o caso de um homem de 48 anos; DRC secundária a nefropatia diabé-

tica, transplantado renal em 15/8/2011; imunossupressão com basiliximab, tacrolimus,

micofenolato de mofetil e prednisolona; função renal imediata e excelente com

pCreat basal 1mg/dl. Sem intercorrências significativas no período pós-transplante, no-

meadamente episódios de rejeição. Recorreu ao serviço de urgência, 3 anos e 10

meses após transplante, por quadro de diarreia e vómitos com 3 dias de evolução,

sem febre ou dor abdominal. Hipotenso, taquicárdico, anúrico após fluidoterapia, ana-

liticamente com aumento dos parâmetros inflamatórios(PCR 122mg/L) e lesão renal

aguda (com pCreat 6mg/dl) pelo que iniciou ciprofloxacina após colheita de rastreio

séptico e hemodiálise. Evidenciou resolução do quadro clínico e recuperação da fun-

ção renal para o basal embora mantendo elevação sustentada dos parâmetros infla-

matórios, pelo que se escalou antibioterapia para piperacilina-tazobactan.

Crescimento em hemoculturas de Salmonella parathyphi resistente à ciprofloxacina,

sensível à piperacilina-tazobactan. Realizou ecografia abdominal que mostrou cole-

cistite perfurada com abcesso perihepático sem evidência de litíase, tendo sido sub-

metido a colecistotomia. Isolada Salmonella parathyphi no líquido de drenagem. Teve

alta após 14 dias de antibioterpia, com normalização dos parâmetros inflamatórios.

Internado novamente 2 meses após a alta por recidiva do quadro clínico. Ecografia

mostrou colecistite aguda associada a litíase biliar. Isolamento de Salmonella parat-

hyphi em coproculturas. Optou-se por estratégia conservadora com antibioterapia

com piperacilina/tazobactan que o doente cumpriu por 14 dias, com resolução da

sintomatologia e descida de parâmetros inflamatórios. Foi orientado para colecistec-

tomia diferida que aguarda.

Conclusão: A Salmonella parathyphi deve ser considerada como causa possível de

colecistite aguda a complicar uma enterite em transplantados renais. É necessário um

elevado grau de suspeição para o diagnóstico, nesta população de doentes imuno-

suprimidos que podem experienciar uma complicação potencialmente fatal como a

perfuração vesicular na ausência de sinais evidentes de irritação peritoneal.

PO108MAGNÉSIO SÉRICO E FATORES RELACIONADOS EM DOENTESTRANSPLANTADOS RENAIS TARDIOS. ESTUDO OBSERVACIONALNatacha Rodrigues, José Guerra, Alice Santana, Célia Nascimento, Marta Neves,

João Gonçalves, António Gomes da Costa

Serviço de Nefrologia e Transplantação Renal, Centro Hospitalar Lisboa Norte, Portugal.

Introdução: Níveis baixos de magnésio sérico são fatores de risco para doença car-diovascular e doença mineral óssea. Alguns autores constataram níveis mais baixosde magnésio em doentes transplantados renais com melhores taxa de filtração glo-merular e em doentes medicados com inibidor da calcineurina, especialmente como tacrolimus. Pretendemos avaliar os níveis de magnésio sérico (MgS) nos doentes trans-plantados renais com mais de um ano de follow-up, estabelecer fatores de risco as-sociados e avaliar o impacto da ciclosporina vs tacrolimus nos níveis de magnésio.Doentes e Métodos: Estudo observacional seccional incluindo 94 transplantados re-nais. A hipomagnesemia foi considerada para magnésio sérico<1,4mg/dl. Avaliámoso MgS e urinário, a calcémia, TFG estimada (TFGe), tempo de seguimento após o trans-plante e terapêutica imunossupressora.Resultado: Noventa e quatro doentes: 62,8% homens; idade 52,6 ± 13,6 anos; IMC26,1 ± 4,5 Kg/m2; 81,3% realizaram hemodialise no pré-transplante; duração em diá-lise 57,5 ± 53,6 meses e duração follow-up pós transplante 103,1 ± 72,6 meses; TFGe60,3 ± 23,8 ml/min/1,73m2.Cinco (5,3%) doentes apresentaram hipomagnesemia. Em regressão linear multiva-riada, o MgS foi influenciado pela TFGe (p=0,001), pelo magnésio urinário (p=0,004)e pelo tipo de inibidor calcineurinico (p=0,02). Comparámos os 57 doentes sob ciclosporina com os 37 sob tacrolimus. O grupo sobciclosporina apresentava doentes mais idosos (p=0,003), follow-up mais longo(p=0,000) e menores níveis de cálcio (p=0,006). O MgS foi de 1,9+_0,26 mg/dl nosdoentes sob ciclosporina e 1,78+_0,26 mg/dl nos doentes sob tacrolimus (p=0,04).Os doentes com TFGe >45 ml/min/1,73m2 apresentaram MgS de 1,80+/-0,23mg/dlenquanto doentes com TFG < 45ml/min/1,73m2 apresentaram MgS de 1,99+/-0,29mg/dl (p=0,001).Apenas nos doentes com TFGe mais baixas, o tipo de inibidor da calcineurina utilizadoteve influência estatística nos níveis de MgS (p=0,035). Discussão/Conclusão: Os nossos doentes transplantados renais têm baixa prevalênciade hipomagnesemia. Os valores de MgS correlacionaram-se com a TFGe. Apesar doMgS ser mais baixo nos doentes sob tacrolimus vs ciclosporina, não foram encontradasdiferenças significativas dos valores de MgS nos doentes com TFG >45ml/min/1,73m2.

PO109PROGRESSAO DA DOENCA VASCULAR NO POS TRANSPLANTE RENOPANCREATICOAna Messias, Fernando Caeiro, Carina Ferreira, Inês Aires, Aníbal Ferreira, Fernando

Nolasco

Centro Hospitalar Lisboa Central – Hospital Curry Cabral, Serviço de Nefrologia.

Introdução: A Diabetes Mellitus (DM) é uma doença metabólica associada a complicaçõesmicro e macrovasculares. Quando complicada com doença renal apresenta pior prog-nóstico cardiovascular e vital. O transplante reno-pancreático (TRP) melhorou o prognósticodestes doentes, contudo, os eventos cardiovasculares continuam a ocorrer no pós-TRP. Objetivos: O objetivo primário do estudo foi o de avaliar a relação dos fatores de riscocardiovasculares, co-morbilidades prévias e duração da DM e da diálise com a inci-dência de eventos (enfarte agudo do miocárdio (EAM), acidente vascular cerebral(AVC) e complicações da doença arterial periférica (DAP)) no pós-TRP. O objetivo se-cundário foi o de avaliar a evolução dos fatores de risco cardiovasculares no pós-TRP. Métodos: Estudo retrospetivo de doentes com DM tipo 1 submetidos a TRP entre Janeiro2011 e Maio 2015, com um período mínimo de follow-up de um ano (excluiu-se aperda de enxertos e de follow-up no primeiro ano). No objetivo primário, efetuou-seanálise de sobrevida (regressão de Cox) até ao evento cardiovascular. No objetivo se-cundário, a comparação foi efetuada através do paried t-test. Resultados: Durante o período de follow-up foram observados 28 doentes (57% do gé-nero masculino) com idade média de 36,7±7,6 anos, tempo mediano de DM tipo 1 ede diálise de 23,5 anos e 26 meses, respetivamente. A mediana do tempo de follow-up foi de 32,5 meses. 8 doentes mantiveram necessidade de insulina no pós-TRP ime-diato, mas apenas 3 continuaram insulinodependentes no final do follow-up.Ocorreram 8 eventos cardiovasculares (1 AVC e 7 complicações associadas à DAP).Não se verificou uma relação estatisticamente significativa entre os fatores de risco,incluindo a dependência de insulina, e os eventos cardiovasculares. Contudo, osdoentes com hábitos tabágicos pré-TRP apresentaram tendência para mais eventos.Verificou-se apenas melhoria dos valores de HbA1c (9,2±1,9% vs 5,6±0,7%, p < 0,001)e triglicéridos (141±104 vs 93±34, p < 0,007). Conclusão: Apesar do curto período de follow-up, a incidência de eventos macrovas-culares foi reduzida (apenas um AVC), predominando as amputações minor. Um fol-low-up maior tornará possível avaliar o prognóstico cardiovascular pós-TRP e compararcom doentes diabéticos tipo 1 em diálise ou submetidos apenas a transplante renal.

PO110MULTIMODALITY IMAGING OF PANCREAS TRANSPLANTATION AND ITSCOMPLICATIONSSampaio-Macedo, C1; Castro, A.F.2; Louro, João1; Oliveira, J.A.1; Amorim, J.1; Preza-

Fernandes, J.M.3; Carvalho, R.4; França, M.1

1-Serviço de Radiologia, 2-Serviço de Nefrologia, 3-Serviço de Cirurgia Geral, Centro

Hospitalar do Porto; 4-Serviço de Radiologia, Hospital de Santarém.

Learning Objectives: To review and illustrate the imaging spectrum of findings of the

normal and abnormal pancreas transplant on ultrasound, CT and MRI.

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13–15 OUTUBRO 2016 · PORTO · PORTUGALXIII CONGRESSO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSO LUSO BRASILEIRO DE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICO DE TRANSPLANTAÇÃO

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POSTERS

Background: Pancreas transplantation is an effective treatment for type 1 Diabetes mel-

litus and is being increasingly performed worldwide. Early recognition of graft-related

complications is fundamental for graft survival. We present normal pancreas-graft ima-

ging appearances and the imaging features of postoperative complications, after an

extended review of the Hospital’s database.

Results/Imaging Findings: Post-transplantation complications of the allograft may be

classified as parenchymal, infectious, enteric or vascular. In our institution, the most fre-

quent complications, by order of relevance, were graft pancreatitis, infection, and ne-

crosis secondary to arterial or venous thrombosis. Less common complications included

pancreatic fistula, bleeding, duodenal anastomosis dehiscence and small bowel obs-

truction.

Different imaging techniques can assess postoperative pancreatic graft. Although Dop-

pler ultrasound is the first-line technique, CT and, to a minor degree, MRI, have been

increasingly performed when ultrasound findings are equivocal.

Discussion/Conclusion: The authors discuss and illustrate radiologic findings in pancrea-

tic transplantation complications on US, CT and MRI and discuss the role of radiology in

therapeutic options.

PO111CO-TRANSPLANTATION OF XENOGENEIC BONE MARROW-DERIVEDMESENCHYMAL STEM CELLS ALLEVIATES REJECTION OF PANCREATIC ISLETSIN NON-OBESE DIABETIC MICECarla Corradi-Perini1, Thatiana Mara dos Santos1, Niels Olsen Saraiva Câmara2,

Miguel Carlos Riella3, Carlos Alberto Mayora Aita3

1-Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Escola de Ciências da Vida, Curitiba,

Brazil; 2-Universidade de São Paulo, Instituto de Ciências Biomédicas, São Paulo, Brazil;

3-Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Escola de Medicina, Curitiba, Brazil.

Bone Marrow Mesenchymal stem cells (BM-MSC) have generated a great perspectivein the field of regenerative medicine, and also in the treatment of inflammatory andautoimmune diseases in the past decade due to their immunomodulatory and anti-in-flammatory properties. Here, we investigated the effect of xenogeneic BM-MSC andpancreatic islets co-transplantation obtained from Wistar rats in preventing rejection orinducing tolerance to islet transplantation in non-obese diabetic (NOD) mice. NOD micewere treated with co-transplantation of pancreatic islets and BM-MSC (islet+MSC group)or pancreatic islets only (islet group). Compared to the islet group, islet+MSC had alower expression of inflammatory markers, such as, TNF-á (13.40±0.57 vs. 9.90±0.12,p=0.01), MCP-1 (51.30±6.80 vs. 9.00±1.80, p=0.01) and IL-1â (16.2±1.65 vs.6.80±1.00, p=0.04). Comparing the expression of immune tolerance markers it is notedthat animals receiving the co-transplantation showed a significantly higher expressionthan the islet group of IL-4 (25.60±1.96 vs. 2.80±0.20, p=0.004), IL-10 (188.40±4.60vs. 4.55±0.12, p=0.0001) and Foxp3 (34.20±1.3 vs. 1.30±0.2, p=0.004), respectively.These results suggest an immunomodulatory action of BM-MSC in islet xenotransplanta-tion showing that these stem cells have the potential to mitigate the early losses of grafts,due to the regulation of the inflammatory process of transplantation.

PO112CBL-B EXPRESSION IN MIXED LYMPHOCYTE REACTIONS IN A POPULATION OFKIDNEY TRANSPLANT PATIENTS UNDER DIFFERENT THERAPIESP Xavier1, P Aires1, S Sampaio-Norton2, JG Oliveira3

1-IPST-Área Transplantação, Porto, Portugal; 2-Unidade R&D de Nefrologia,

FMUP/CHSJ, Porto; 3-CINTESIS-FMUP/CHSJ, Porto, Portugal.

Cbl-b is expressed in T lymphocytes, regulates CD28-dependent T cell activation, down-regulates LFA-1 activation and attenuates PLC¦Ã1 and PKC-¦È and secondarily IL-2 pro-duction diminishes. Cbl-b role in human transplantation has not been defined yet. Wepublished data on modulation of mixed lymphocyte reaction (MLR) by supernatants(s/n) from cultures of graft biopsies of stable kidney transplants (KTx). We studied Cbl-bin MLR either as donor-recipient (R/D) or third-party recipient (R/T) combinations, eitherwith or without these s/n in KTx. MLR were done between 6 and 24 months post-transplant, all patients free of rejection.Biopsies were done on day 7 post-KTx with recovery of s/n at 96 hours of incubation;then 100uL of these s/n were added at the outset of MLR. At the end of the MLR, cellswere recovered to obtain cytospins for immunostaining for Cbl-b by APAAP methodol-ogy. When cpm decreased by at least 30% as compared to wells not supplementedwith s/n we called it down-regulation.Patients were first cad¨¢ver KTx, group I: MMF/tacrolimus (n=16), group II: Rapamycin(RAPA)/tacrolimus (n=11) and no diference in demographics between groups. Cbl-bquartilhes: MLR R/D, group I (9;611), group II (22;344), p=0,31. Groups I combined withII, R/D (8;344), R/T (308;911), p=0,07. Down-regulation of cpm by adding s/n was signif-icantly higher in R/T, p=0,007 versus R/D.These preliminary results show no significant difference in Cbl-b expression in MLR KTxunder MMF versus RAPA treatment. Of interest the significantly higher modulation in MLRtreated by s/n in R/T pairs was paired with a close to significant difference in Cbl-b ex-pression. A further study encompassing rejection cases is of potential significance.

PO113COMPARAÇÃO DOS VALORES DE MFI EM SOROS COM E SEM DILUIÇÃOGabriela Garcez1, Fernanda Bianchi Cazarote1, Cristina von Glehn1, Carlos Alberto

Mayora Aita2

1-Laboratório de Imunogenética, Hospital Universitário Cajuru, Curitiba, Brazil;

2-Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Escola de Medicina, Curitiba, Brazil.

A presença de anticorpos anti-HLA específicos contra o doador antes ou depois do

transplante pode representar diferentes implicações conforme sua afinidade e título.

Os testes imunológicos como “single antigen beads” com a plataforma LUMINEX (SAB)

permitiram uma maior compreensão da aloimunidade e da resposta humoral nos

transplantes e a possibilidade de predizer resultados das provas cruzadas através do

crossmatch virtual. Uma limitação significante desses testes é sua inabilidade de quan-

tificar os anticorpos. Embora, haja uma tendência em relacionar os valores brutos de

MFI com o título de anticorpos e usá-lo dessa forma para a discriminação dos anticor-

pos em aceitáveis e inaceitáveis ou, ainda, para uma escala de risco de rejeição.

Esse trabalho tem o objetivo de identificar à proporção de pacientes que exibem efei-

tos inibitórios no soro gerando resultados falso-negativos ou valores de MFI baixos. Para

isso 98 soros de pacientes hipersensibilizados, 67 reagentes para classe I e II, 19 so-

mente para classe I e 12 para classe II foram testados sem e com diluição de 1:8, na

mesma placa teste de SAB, segundo o protocolo do fabricante. O cut off considerado

foi de 500 MFI ajustado pelo algoritmo HLAMatchmaker (EpVIX). O efeito de "saturação"

foi determinado por um aumento de pelo menos 25% do MIF de cada molécula HLA

obtidos nos testes sem e com diluição. 48,9% dos soros mostraram o efeito de “satura-

ção”, desses 62,5% eram de pacientes inscritos para um 2º transplante com ou sem

um segundo evento de sensibilização. Entre as candidatas mulheres ao 1º transplante

com pelo menos uma gestação. 25% apresentaram saturação do soro versus 10%

que não apresentaram. Estes dados indicam que o valor de MFI nos teste de SAB com

soros sem diluição não correspondem ao real "status" imunológico de um paciente. A

prevalência de um efeito prozona, responsável pela "saturação", é alto entre os pa-

cientes sensibilizados que aguardam um transplante. A rotina do preparo do paciente

a um transplante deve incluir testes periódicos com diluição do soro.

PO114DETERMINAÇÃO DA FREQUENCIA DE ALELOS HLA -A, -B, -C, -DRB1 E -DQ1EM DOADORES FALECIDOS DE ÓRGÃOS SÓLIDOS.Jessica Ross1, Jamile Abud2,3, Heloísa Tarasconi3, Julia Poeta1, Jorge Neumann3

1-Centro Universitário Ritter dos Reis/ UniRitter de Porto Alegre, RS, Brasil; 2-Programa

de Pós Graduação em Ciências Médicas da UFRGS, Porto Alegre/RS, Brasil; 3-

Laboratório de Imunologia de Transplantes, Santa Casa de Porto Alegre, RS, Brasil.

Introdução: A compreensão do sistema HLA e de sua frequência em certa população,

é extremamente significativa, na avaliação do risco pré-transplante em receptores

com presença de anticorpos anti-HLA no painel de reatividade de anticorpos.

Objetivos: Determinar a frequência alélica dos alelos HLA -A, -B, -C, -DRB1, e - DQ dos doa-

dores falecidos de órgãos incluídos em processos de prova cruzada de nosso Serviço.

Materiais e Métodos: Foram coletados dados demográficos, grupo sanguíneo e tipa-

gem HLA dos doadores de órgãos sólidos de 1993 a 2015 retrospectivamente utilizando

os registros do Laboratório de Imunologia de Transplantes.

Resultados. A amostra foi composta por 3.097 doadores onde a maioria foram homens

(59,2%) e 40,8% foram do sexo feminino. Os grupos sanguíneos “O”, “A”, “B” e “AB” apre-

sentaram a distribuição de 47,2%; 38,8%; 10%; 4% respectivamente. A idade média

foi de 41 anos (DP 19,116%). Quanto à procedência, o estado do RS apresentou a

maior frequência (74,3%). Em relação às causas de falecimento o Acidente Vascular

Cerebral foi responsável por 51,6% dos óbitos, TCE por 35,9%, Hipóxia por 8,5% e ou-

tras por 4%. Em 1993 foram realizados 46 processos de doadores falecidos, já em 2015

foram 343 doadores, com um aumento de 7,4 vezes (645%). As tipagens HLA mais pre-

valentes de acordo com o lócus gênico foram: HLA-A2 *02 (25,1 %), HLA -B *35 (11,6%),

HLA -C *07 (22,2%), HLA -DR *07 (13%), e o HLA -DQ *06 (21,2%).

Conclusões: Confirmamos um aumento significativo de processos de doação de ór-

gãos sólidos de 1993 até 2015, que se deve principalmente às campanhas nos meios

de comunicação, conscientizando a população da sua importância. As prevalências

dos alelos HLA-A, HLA-B, HLA-C, HLA-DR e HLADQ encontradas podem ser utilizadas

como ferramenta importante para a realização de Crossmatch virtual, possibilitando

avaliação de risco a partir da prevalência do anticorpo presente no painel de reati-

vidade do receptor. O estudo contribuirá principalmente para a estimativa de trans-

plantabilidade e tempo provável de espera em nossa lista de receptores.

PO115IMPACTO DOS ANTICORPOS ANTI-HLA PRÉ-FORMADOS NO DESFECHO DOTRANSPLANTE RENALCynthia Keitel da Silva1,2, Gisele Meinerz1,2, Elizete Keitel1,2,3, Rosana Mussoi Bruno2,3,

Jamile Abud4, Damaris Mikaela Balin Dorsdt3, Andre Kohatsu Coutinho3, Jorge

Neumann4, Valter Duro Garcia2

1-Programa de Pós Graduação em Patologia da UFCSPA, Porto Alegre/RS, Brasil;

2-Serviço de Transplante Renal da Santa Casa de Porto Alegre, RS, Brasil;

3-Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, RS, Brasil; 4-

Laboratório de Imunologia de Transplantes, Santa Casa de Porto Alegre, RS, Brasil.

Introdução: O transplante renal é o tratamento de escolha para a maioria dos pa-

cientes com doença renal crônica terminal. Um dos fatores determinantes para a so-

brevida do enxerto é a presença de anticorpos anti-HLA pré-formados contra o doador

(DSA). A análise por citometria de fluxo e Luminex são métodos muito sensíveis e que

melhoraram consideravelmente a detecção de DSA, porém ainda não está clara a

relevância da detecção destes anticorpos em níveis baixos e os estudos demonstraram

resultados controversos.

Objetivo: Comparar a sobrevida do enxerto renal em receptores que apresentam DSA

pré-formados com pacientes sem estes anticorpos.

Metodologia: Coorte retrospectiva que incluiu pacientes adultos que receberam trans-

plante renal no período de janeiro de 2009 a dezembro de 2012.

Resultados: Foram analisados 640 receptores de transplante de rim, sendo 4 conju-

gados rim e pâncreas. Foram 471 (73,6%) transplantes com doadores falecidos, sendo

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que 28,1% destes eram considerados doadores com critérios expandidos (UNOS). 69%

dos receptores tinham painel de reatividade de anticorpos diferente de zero e 20,2%

apresentavam pelo menos 1 DSA. Os pacientes com DSA apresentaram menor sobre-

vida do enxerto em 5 anos (69,7% x 80%; p=0,017). Neste mesmo grupo, a sobrevida

do enxerto em 5 anos foi ainda menor nos receptores de doadores com critérios ex-

pandidos, quando comparados a doadores ideais (47,7% x 69,3%; p=0,018). Não

houve diferença na sobrevida do receptor.

Conclusões: Estes dados sugerem um impacto negativo do DSA pré-formado na so-

brevida do enxerto renal e nos alerta para o risco de submeter estes pacientes ao

transplante renal, especialmente com doadores com critérios expandidos.

PO116DIAGNÓSTICO DE MORTE ENCEFÁLICA EM VÍTIMAS DE ACIDENTES: ANÁLISEDO PROCESSORosane Almeida de Freitas, Elizabete de Almeida Benguella, Cátia Millene Dell'

Agnolo, Sandra Marisa Pelloso, Maria Dalva de Barros Carvalho

Universidade Estadual de Maringá - Hospital Universitário de Maringá.

Introdução: As vítimas de causas externas por traumas, seja por acidentes de trânsitoou violência em geral, são em sua maioria jovens que evoluem para ME tornando-sepotenciais doadores. Considerando que o tempo de determinação de ME pode in-terferir na qualidade dos órgãos ofertados, o objetivo deste estudo foi analisar o tempodo processo de determinação de ME.Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo retrospectivo e descritivo sobre o processode determinação de ME e sua duração, em pacientes vítimas fatais por causas exter-nas ocasionadas por traumas, em um município do Noroeste do Paraná Brasil, no pe-ríodo de janeiro a dezembro de 2012.Resultados: A média de tempo entre período compreendido entre a constatação docoma irresponsivo e início do protocolo de determinação de ME, nos quatro hospitaisanalisados foi de 18,90±13,62 horas e a média de encerramento do protocolo comExame Complementar dos quatro hospitais estudados foi de 12±8 horas e do encer-ramento com prova clínica foi de 10±6 horas. Conclusão: Os dados apresentados descrevem uma falha em todo o processo de ME,desde a detecção do coma irresponsivo até a finalização do protocolo de determi-nação ME, aumentando consideravelmente o período de tempo de seu diagnóstico.

PO117TRAJETÓRIA DA COMISSÃO INTRA HOSPITALAR DE DOAÇÃO DE ÓRGÃOS ETECIDOS PARA TRANSPLANTES: DE COMISSÃO À CRIAÇÃO DO SERVIÇORosane Almeida de Freitas, Cátia Millene Dell Agnolo, Andresa Marques Cason,

Maria Aparecida Pinheiro da Silva, Tatiana Sayuri Hizukuri, Maria Amélia Fernandes,

Janete Tavares Cotrim Ribeiro, Rosa Maria Domingos, Daniela Grignani Linhares,

Eduardo Cappellazzo, Elizabete Almeida Benguella, Maria Dalva de Barros Carvalho

Universidade Estadual de Maringá-Hospital Universitário de Maringá.

Introdução: As Comissões Intra Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos paraTransplantes (CIHDOTTs) foram criadas, com a finalidade de auxiliar as centrais esta-duais de notificação e melhorar a organização do processo de doação e captaçãode órgãos e tecidos para transplantes dentro dos hospitais. A CIHDOTT do Hospital Uni-versitário Regional de Maringá (HURM) foi criada há 16 anos e a partir de agosto de2015 foi instituída como Serviço. O processo de doação de órgãos é um processocomplexo e exige conhecimento técnico científico dos profissionais envolvidos. Objetivo: Divulgar a importância da transformação da Comissão em Serviço de doa-ção de órgãos e tecidos em um Hospital Universitário em um município da Região Suldo Brasil. Metodologia: Trabalho realizado através de relato de experiência. Resultados: Descrição das dificuldades encontradas antes da implantação do serviçocomo: demora para a realização do diagnóstico de morte encefálica (ME), ausênciade espaço físico adequado para arquivos de documentos e realização de acolhi-mento e abordagem familiar, falta de materiais e equipamentos, não realização debusca ativa diária, ausência de notificações de óbitos à Central de Transplantes,pouco conhecimento na área de atuação, perdas de doações de órgãos e tecidospara transplantes. Conquistas após a implantação do serviço: notificação de 100%dos casos de ME e da Parada Cardiorrespiratória (PCR), primeira CIHDOTT de Maringáa ter profissional com dedicação exclusiva, primeiro hospital a realizar captação depulmões em Maringá, aquisição de espaço físico para arquivo de documentos, aco-lhimento e abordagem familiar, aquisição de materiais e equipamentos, visibilidade eapoio equipe multidisciplinar e membros da CIHDOTT, realização de Atividades aca-dêmicas e científicas, participação e apresentação de trabalhos em eventos nacio-nais e internacionais, publicação de Artigos Científicos, campanhas de doação,aumento do número de doações em ME e PCR.Conclusão: A criação e estruturação do SIHDOTT e o envolvimento dos profissionaisdos diversos setores do HUM, vêm contribuindo de forma significativa para a identifi-cação precoce dos Potenciais Doadores de Órgãos e consequentemente para dimi-nuir a fila de espera de órgãos e tecidos para transplantes.

PO118O CONHECIMENTO DOS ESTUDANTES DE ODONTOLOGIA SOBRE DOAÇÃOE TRANSPLANTES DE ÓRGÃOSPaulo Sérgio da Silva Santos, Patrícia Sanches Kerges Bueno, Marilena Chinali

Komesu, Beatriz Roque Kubata, Karin Sá Fernandes, Marina Helena Cury Gallottini

Magalhães, Liliane Elze Falcão Lins Kusterer

Faculdade de Odontologia de Bauru - Universidade de São Paulo, Brasil.

O crescente aumento no número de transplantes de órgãos pode colocar o cirurgião

dentista em contato com pacientes transplantados no seu cotidiano clínico, fato que

exige que ele tenha um mínimo conhecimento que possibilite manejo e entendimento

de todo o processo pelo qual o paciente transplantado é submetido.

Um questionário que aborda questões sobre conceito e diagnóstico de morte ence-

fálica, doação e transplantes de órgãos, sem identificação de nome, idade e sexo,

foi aplicado a 477 alunos de graduação do curso de Odontologia, em quatro institui-

ções públicas brasileiras.

Alunos do 1º e último semestre foram avaliados, sendo 307(64,4%) do 1º e 170(35,6%)

do último. Observou-se pouco conhecimento de todos os alunos em relação a doação

e transplante de órgãos. Grande parte dos acadêmicos 392(82%) nunca havia assis-

tido a uma aula ou palestra sobre doação e transplante de órgãos.

Sobre conceito e diagnóstico de morte encefálica, 67% respondeu saber o conceito,

porém 80% afirmou não saber como é feito o diagnóstico.

Em questões mais específicas, quando questionados quais transplantes podem ser rea-

lizados a partir de um doador com morte encefálica diagnosticada, cerca de 63%

respondeu não saber.

Análises mais apuradas mostram que dos 369(77,3%) alunos que responderam ter co-

nhecimento bom ou regular sobre doação e transplante de órgãos, 38(10,2%) destes

afirmaram que córnea poderia ser um transplante realizado intervivos, o que seria uma

resposta errada e demonstra que, mesmo os que afirmam ter conhecimento sobre o

assunto, apresentam erros conceituais básicos.

Dos 477 respondentes, 285(59,7%) acreditam que o dentista deve atuar na área de

transplante de órgãos e tecidos, entre esses 40(11,3%) respondeu que o cirurgião den-

tista deve atuar antes do transplante, 15(4,2%) durante, 40(11,3%) após e 190(53,5%)

todas as fases.

Dessa forma concluímos com essa pesquisa que a formação do graduando em Odon-

tologia é deficitária na área de transplantes de órgãos, fato preocupante já que a

demanda por tratamento bucal de pacientes transplantados vem crescendo devido

ao próprio aumento no número de transplantes realizados. Portanto esse futuro profis-

sional da saúde deve receber melhor formação para o manejo destes pacientes.

PO119MONITORIZAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE UM LABORATÓRIO DEPROCESSAMENTO CLASSE DRodrigues T1,2, Amado F2, Ferreira S2, Bordalo F2, Lopes S2, Pinho C2, Roncon S2

1-Liga Portuguesa Contra o Cancro, Núcleo Regional do Norte; 2-Serviço de Terapia

Celular, Instituto Português de Oncologia do Porto FG.

Introdução: A monitorização da biossegurança implementada num laboratório de pro-cessamento de produtos de terapia celular é uma exigência em áreas classificadas econtroladas. A análise de fatores com potencial impacto na atividade, como contami-nações, permite minimizar o risco de uma forma adequada e eficiente. Com a perspe-tiva de design da gestão das contaminações detetadas no laboratório classe D foi feitoo estudo dos resultados positivos obtidos nos testes microbiológicos entre 2012-2015. Métodos: O laboratório executa, periodicamente, de acordo com as good manufac-turing practices e classificação ISO, testes de esterilidade por contacto e exposiçãoao ambiente de placas de agar com meio sólido e nutritivo, em atividade e repouso,de forma alternada. Realizaram-se ao ambiente, luvas dos profissionais e superfícies:bancadas, câmaras de fluxo laminar (CFL), pass box.A análise das culturas efetuou-se no serviço de microbiologia. Resultados positivos comsignificado foram reportados ao sistema de biovigilância para investigação de causas. Para análise estatística recorreu-se ao teste one-way ANOVA no GraphPad Prisma v0.6para p<0,05.Resultados e Discussão: Durante 4 anos detetaram-se 86(5%)/1838 contaminações,sendo 77% no ambiente e 12% nas bancadas. Os microrganismos mais frequentes foramBacillus spp e Staphylococci coagulase-negative (CNS) (43 e 37% respetivamente); em2014, após falha elétrica, foi identificado Aspergillus spp (1 colónia) no ambiente. Em2015, detetou-se na luva de operador pós-atividade um número superior a 50 colóniasde CNS; contudo, 93% das contaminações apresentaram apenas 1 colónia.Não existem diferenças estatisticamente significativas na distribuição das contamina-ções/ano nem quanto ao tipo de microrganismos.Conclusão: Estas contaminações não ocasionaram interrupção da atividade. A inves-tigação de uma positividade com significado laboratorial resultou na definição e im-plementação de ações corretivas (reforço das práticas de higienização, limpeza desuperfícies e condutas de ar, revisão dos filtros de alta eficiência), e preventivas (cum-primento do plano de manutenção, repetição dos testes positivos). A eficácia das me-didas foi avaliada sistematicamente pela gestão da qualidade e por entidadesexternas através de auditorias, com apoio da comissão de controlo de infeçãoquando solicitado. Por não terem sido detetados desvios significativos na monitorização semestral micro-biológica e de partículas, o laboratório foi avaliado como classe C.

PO120SEMANA DA DOAÇÃO DE ÓRGÃOS: UM RELATO DE 3 ANOS DEEXPERIÊNCIAClotilde Druck Garcia1,2,3, Bruna Brasil Dal Pupo1,3, Matheus Henrique Gomes

Zanon3, Marina Cornelli Girotto1,3, Camilla do Valle Pereira1,3,3, Aline Pizzato

Souza1,3, Larissa Karsburg1,3, Paula Perusato1,3, Ana Júlia Monteiro1,3, Gabriela

Marinho1,3, Pedro Menna Barreto1,3, Betina Foscarini1,3, Amanda Acauan1,3, Carlos

Acosta1,3, Valter Duro Garcia2

1-Liga de Transplante de Órgãos do Hospital Dom Vicente Scherer; 2-Serviço de

Transplante Renal da Santa Casa de Porto Alegre, RS, Brasil; 3-UFCSPA.

Introdução: Muitas são as causas de não-concretização da doação de órgãos no

Brasil. A principal delas continua sendo a taxa de recusa familiar de potenciais doa-

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POSTERS

dores, que em 2015 foi de 44%, consequência da falta de conhecimento sobre o pro-

cesso e sobre a intenção do paciente em doar.

Objetivos: Educar e conscientizar estudantes da área da saúde e familiares acerca

do processo de doação e, consequentemente, aumentar o número de doadores.

Materiais e Métodos: De 2013 a 2015, foi realizada, durante a semana do Dia Nacional

de Doação de Órgãos, a “Semana de Doação de Órgãos”. Nos três anos de evento,

foram organizadas diversas atividades lúdicas promovendo a discussão sobre o tema.

Resultados: Nos dois primeiros anos, foram exibidos documentários seguidos de de-

bates com especialistas da área de transplantes e relato de pacientes. No terceiro

ano do evento, foi organizada uma aula-show com a banda “Los Tresplantados”, cujos

integrantes são transplantados e cujas canções refletem acerca do assunto. Ao fim

de cada semana, foi organizado o “Jogo pela Vida”, uma partida de futebol entre

transplantados e alunos. Em 2013, realizou-se também um flash mob, com o objetivo

de formar uma fila de pessoas ao redor de todo o perímetro do complexo hospitalar

da Santa Casa. Já em 2014, uma manhã de atividades educativas, shows e apresen-

tações foi organizada para crianças no Hospital Santo Antônio e para seus familiares.

O “flash mob” contou com mais de 1500 participantes e a atividade infantil, com mais

de 100 participantes. A aula-show contou com cerca de 100 participantes. Estima-se

que as atividades nos três anos de evento tenham totalizado aproximadamente 1874

participantes, englobando acadêmicos e profissionais da área da saúde, professores,

transplantados e familiares.

Conclusões: O transplante é uma terapia especializada e multidisciplinar. Dessa ma-

neira, para que o número de doações cresça, é necessária uma abordagem social

voltada para a educação e conscientização. A elaboração de atividades como as

que ocorreram durante as Semanas de Doação de Órgãos é uma maneira de atingir

esse objetivo por meio da integração de alunos, professores, funcionários e comuni-

dade externa e que deveria ser, portanto, incentivada pelas universidades.

PO121OFICINA DE DOAÇÃO E TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS PARA ESTUDANTES DEENSINO FUNDAMENTALClotilde Druck Garcia1,2,3, Larissa Lemos Karsburg1,3, Bruna Brasil Dal Pupo1,3, Matheus

Henrique Gomes Zanon1,3, Marina Cornelli Girotto1,3, Camilla Machado do Valle

Pereira1,3, Aline Pizzato Souza1,3, Paula Perusato Pereira1,3, Ana Júlia Fonseca Carneiro

Monteiro1,3, Gabriela dos Santos Marinho1,3, Betina Gabriele Foscarini1,3, Amanda

Acauan de Aquino1,3, Pedro Kern Menna Barreto1,3, Carlos Andres Acosta Casas1,3

1-Liga de Transplante de Órgãos do Hospital Dom Vicente Scherer; 2-Serviço de

Transplante Renal da Santa Casa de Porto Alegre, RS, Brasil; 3-Universidade Federal

Ciências da Saude de Porto Alegre - UFCSPA.

Introdução: O Brasil, cuja população é de cerca de 205.000.000 de habitantes, é um

dos países que mais realiza transplantes de órgãos e tecidos no mundo. De acordo

com o Ministério da Saúde, foram realizados 23.666 transplantes em 2015. Neste pe-

ríodo foram identificados 9.727 potenciais doadores dos quais 2.836 (29,15%) foram

efetivados. Estudos indicam que a falta de informação e a recusa familiar (44%) são

os principais fatores que contribuem para essa realidade.

Objetivos: Proporcionar o diálogo sobre doação e transplantes de órgãos com ado-

lescentes e professores e esclarecer dúvidas sobre o processo, bem como torná-los

vetores dessas informações dentro dos ambientes escolar e familiar uma vez que – se-

gundo a lei nº 10.211- a doação depende da autorização dos familiares.

Materias e Métodos: Realizou-se uma oficina para adolescentes entre 13 e 15 anos,

estudantes de três escolas da Região Metropolitana de Porto Alegre durante o evento

“Museu de Anatomia”. A oficina teve duração média de 50 minutos e foi organizada

como um jogo de perguntas e respostas sobre o processo doação-transplante. Os es-

tudantes foram divididos em dois grupos e na frente deles foi organizada uma fila de

espera para transplante de órgãos com bonecos. A cada resposta certa o grupo po-

deria retirar um boneco da fila e ler em voz alta a etiqueta que ele carregava infor-

mando o órgão que ele aguardava receber e quantas pessoas estão na fila para esse

transplante atualmente no Brasil.

Resultados e Conclusão: 133 estudantes e 5 professores participaram da oficina nos

três dias oferecidos. As questões mais erradas pelos estudantes foram: “Quem pode

ser um doador de múltiplos órgãos?”; “Alguém pode roubar seus órgãos para realizar

um transplante?” e “Após a doação de múltiplos órgãos o corpo fica deformado?” -

erradas em duas das três apresentações. A questão mais acertada foi: “Quero ser doa-

dor de órgãos, o que devo fazer?” - acertada nas três apresentações. Pode-se dizer

que os objetivos do projeto foram atingidos e que é evidente a importância do diálogo

sobre doação e transplante de órgãos em ambientes escolares sendo fundamental

que professores e alunos trabalhem em prol da doação de órgãos.

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13–15 OUTUBRO 2016 · PORTO · PORTUGALXIII CONGRESSO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃOXV CONGRESSO LUSO BRASILEIRO DE TRANSPLANTAÇÃOII ENCONTRO IBÉRICO DE TRANSPLANTAÇÃO

BOLSA DE INVESTIGAÇÃO

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RM 3365 PREVENT LIVER DAMAGE INDUCED BY ISCHEMIA-REPERFUSIONINJURY, MAINTAINING A NORMAL MITOCHONDRIAL FUNCTIONRui Miguel Martins, João S Teodoro, Anabela Rolo, JG Tralhão, Carlos Marques

Palmeira

Department of Life Sciences and Center for Neurosciences and Cell Biology, University

of Coimbra, Portugal.

Objective: Ischemia reperfusion (IR) injury leads to significant tissue damage in liver sur-

gery/transplantation. The objective of our study was to investigate the potential protec-

tive effects RM3365 (added in Celsior solution), an isoquinoline alkaloid described as a

sirtuin modulator, in livers subjected to cold ischemia and then reperfusion.

Methods: Cold ischemia + reperfusion: Male Wistar rats were pre-perfused or not with

RM3365 (20 mM added in Celsior solution), then cold preserved for 12 h in this same

solution and finally ex-vivo perfused for 1h at 37 ºC. Liver injury and mitochondrial

bioenergetics functions (mitochondrial membrane potential, respiration, ATP content,

permeability transition) were measured. Sirtuin 1 and 3 content (and activity), autophagy

(LC3B, p62) and apoptosis markers (caspase 3, cytochrome c and Bax translocation)

were determined by western blot.

Results: RM3365 protected mitochondria from mitochondrial permeability transition in-

duction, as well as the decrease in state 3 mitochondrial respiration, the lag phase and

the decrease in ATP content caused by I/R. Additionally, RM3365 addition modulates

sirtuins content and autophagy/apoptosis mechanisms.

Conclusion: Addition of RM3365 to Celsior solution in conditions of hepatic I/R, protects

the liver by maintaining mitochondrial function and hepatic energetic balance.

CHARACTERIZATION OF DONOR-SPECIFIC ANTI-HLA ANTIBODIES DETECTEDBEFORE KIDNEY TRANSPLANTATION AND THEIR IMPACT ON KIDNEY GRAFTOUTCOMESJorge Malheiro1,2, Sandra Tafulo3, Leonídio Dias1, La Salete Martins1,2, Isabel

Fonseca1,2, Idalina Beirão1,2, António Castro-Henriques1,2, António Cabrita1

1-Nephrology and Kidney Transplantation Department, Hospital de Santo António,

Centro Hospitalar do Porto; 2-Unit for Multidisciplinary Investigation in Biomedicine

(UMIB), Porto, Portugal; 3-Centro do Sangue e Transplantação do Porto.

Introduction: Alloantibodies, particularly when donor-specific, are one of the most im-

portant factors that cause both early and late kidney graft dysfunction. New techniques,

such as solid phase techniques (Luminex technologies), have revealed these antibodies

from patient sera.

Objectives & Methods: Improve our understanding of the impact of donor-specific anti-

HLA antibodies (DSA) presence and characteristics, detected by solid phase systems

(Luminex®), on kidney graft outcomes using retrospectively stored pretransplant sera

from adult kidney transplanted patients in our unit between 2007-2012.

For this purpose, two different Luminex® assays will be used. SAB (single-antigen bead)

assay allows for the identification of allelic specificity of anti-HLA antibodies detected

in the patient serum; then, by typing donor HLA loci each anti-HLA antibody may be re-

cognized as donor-specific. SAB C1q assay further characterizes DSA by determining

their ability to fix complement, the main pathway by which antibody-mediated injury

develops in the graft.

Clinical appraisal of the laboratory results will be conducted, accounting for observed

clinical outcomes as acute rejection incidence, graft function, proteinuria incidence

and degree, besides patient and graft survival. Relevant histological information will be

collected considering the updated Banff classification of the graft biopsies performed.

Clinical Impact: Our study will allow a more comprehensive pretransplant immune pro-

filing of each patient anti-HLA antibody status and characteristics using these new tech-

nologies. A better insight into the clinical relevance of these antibodies in kidney

transplantation as well as possible targets for therapeutic intervention set to improve

kidney graft outcomes is expected. Moreover, highly-sensitized patients are accumu-

lating in the waiting lists (at present, in our unit, roughly 20%). These patients have pre-

formed anti-HLA antibodies against allelic specificities highly prevalent (>80%) in their

potential donors, precluding their chance of receiving a kidney graft. Additional infor-

mation about anti-HLA antibodies characteristics may advance their transplantability

and improve the results of kidney transplantation across HLA-barrier.

BOLSA DE INVESTIGAÇÃO

Page 96: Download do Livro de Resumos

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ign:

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COMISSÃO ORGANIZADORAPresidente do CongressoSusana Sampaio

Aires MoutinhoConceição MotaCristina JorgeEduarda PereiraFátima FreitasFernando MacárioFernando NolascoFernando PrincipeHelena PessegueiroInês FerreiraIsabel GonçalvesIsabel Tavares

Joana SantosJorge DanielJosé FragataJosé Teixeira de SousaLa Salete MartinsLeonidio Dias Lídia SantosManuela BurstorffPaulo PinhoRaúl MoreiraRui Dias

NorahsEvents, Lda.Paula NoraTrav. Álvaro Castelões, nº 792º andar – sala 94450-044 MatosinhosTel.: (+351) 220 164 206Telm.: (+351) 933 205 201e-mail: [email protected]

SECRETARIADO