doutrina do espirito santo - arthur w. duck

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    Doutrina do

    E sprito Santo

    Estudo elaborado pelo Conselho Pastoral da COBIM

    e compilado por Arthur W. Dck.

    JULHO DE 2004

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    Contedo

    1 Importncia da Doutrina do Esprito...........................................01

    2 Quem o Esprito Santo?............................................................. 03

    2.1 Ele um ser pessoal.............................................................. 03

    2.2 Ele divino............................................................................ 04

    3 O Esprito Santo no Antigo Testamento....................................... 07

    4 O Esprito Santo no N T ................................................................. 144.1 A relao entre o Esprito Santo e a obrade Cristo...............144.2 Semelhanas entre Cristo e o Esprito...................................184.3 A Vinda Definitiva do Esprito Santo.......................................18

    4.4 As Funes do Esprito Santo (Guthrie 1981,513ss)..............194.4.1 O Esprito glorifica a Cristo.............................................194.4.2 O Esprito convence o mundo do pecado....................204.4.3 O Esprito regenera as pessoas.......................................214.4.4 O Esprito Santo habita nos cristos...............................22

    4.4.5 O Esprito Santo a segurana do cristo.....................23

    4.4.6 O Esprito capacita para o testemunho......................... 244.4.7 O Esprito nos lembra dos ensinos de Jesus e ajuda aentend-los...............................................................................254.4.8 O Esprito santifica os cristos......................................264.4.9 O Esprito intercede pelos critos................................294.4.10 O Esprito capacita para o trabalho.............................294.4.11 O Esprito revela o que est por v ir ............................30

    5 Atitudes erradas contra o Esprito..................................................325.1 Pecado contra o Esprito Santo...............................................325.2 Entristecer o Esprito Santo..................................................... 38

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    5.3 Abafar / apagar o Esprito Santo5.4 Resistir ao Esprito Santo...........

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    6 Batismo com o Esprito Santo................................................... 446.1 Qual a concepo pentecostal tradicional sobre

    esse assunto?............................................................................ 466.2 Qual o conceito bblico de batismo no Esprito Santo?... .... 476.3 Existe uma 2- experincia? Como explicar os casos em Atos?Que soluo podemos propor para graus diferentes de maturidadena vida dos cristos?................................................................ .... 52

    7 Ser cheio do Esprito Santo....................................................... 63

    7.1 Que grupos de pessoas aparecem como cheios do Esprito

    na Bblia?.................................................................................. 63

    7.2 Como podemos ser continuamente cheios do Esprito? ..... 64

    7.3 Quais so as evidncias da plenitude do Esprito Santo? .... 67

    8 Dons do Esprito Santo.............................................................. 69

    Introduo........................................................................... 698.1 Estudo da Palavra Dom...................................................... .... 71

    8.2 Algumas consideraes sobre as palavras usadas para

    os dons do Esprito.................................................................... .... 73

    8.3 Tentativas de organizar os dons........................................ .... 77

    8.3.1 Manifestaes do Esprito........................................ .... 77

    8.3.2 Charsmatacomo servio a outros.......................... 78

    8.3.3 Dons e ministrios..................................................... 79

    8.4 Anlise dos dons citados na Bblia................................... 798.5 Alguns quadros para uma melhor visualizao................ 808.6 Descrio dos dons........................................................... , 8 18.7 Ensinos Bsicos sobre Dons............................................. . 1098.9 Descobrindo os seus dons............................................... 1 13

    9 - Fruto do Esprito Santo........................................................... . 116

    9.1 Descrio do Fruto do Esprito........................................ 1 18

    9.2 Algumas verdades sobre o fruto do Esprito Santo.......... 1 ? ?

    9.3 Concluso.......................................................................... 1? 5

    9.4 Avaliao do Movimento Pentecostal/Carismtico......... , 1?6

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    9.4.1 Um panorama histrico do movimento pentecostal/carismtico......................................................................... 1279.4.2 Que pontos positivos resultaram desse movimento? 13 3

    9.4.3 Alguns questionamentos (aspectos negativos) que ainda

    permanecem...................................................................... 136

    9.4.4 Algumas observaes finais....................................1429.5 Algumas questes atuais sobre o Esprito........................143

    9.5.1 A uno do Esprito...................................................143

    9.5.2 Separao entre corpo e esprito...........................1449.6 Concluso......................................................................... 150

    Bibliografia...................................................................................... 156

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    Prefcio

    Essa apostila sobre o Esprito Santo visa ajudar as pessoas da igreja acompreenderem melhor essa pessoa to vital e mal entendida pormuitas pessoas. Essas pginas foram preparadas para um seminrio quefoi dado na 1a. Igreja Evanglica Irmos Menonitas do Boqueiro em

    junho de 2001. Depois dessa data houve diverso^acrscimos motivadospor comentrios de pessoas e necessidades sentidas de esclarecimentode diversos pontos. Com certeza h muitas coisas a serem melhoradas.

    Essas pginas devem ser vistas como um documento de trabalho. Issosignifica que estamos abertos para sugestes e comentrios que possamcolaborar para a edificao do Corpo de Cristo. A bibliografia podeauxiliar aquelas pessoas que desejam se aprofundar mais no assunto.Os resumos colocados aps cada segmento foram usados comotransparncias para facilitar o aprendizado. Que Deus possa usar essas

    pginas para o seu proveito e principalmente para conhecermos melhorao Esprito Santo que Deus vivendo conosco.

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    - estudar sobre o Esprito Santo vital para os cristos. o EspritoSanto que est trabalhando na vida dos cristos nos dias de hoje;- no Antigo Testamento (AT) temos a atuao de Deus-Pai para comIsrael, seu povo. No Novo Testamento (NT) temos a redeno trazidapor Deus-Filho - jesus. A partir do livro de Atos o Esprito Santo estagindo na vida dos cristos at a volta de Cristo. Logo de vitalimportncia sabermos quem o Esprito Santo e qual a sua funoaqui sobre a terra;- a doutrina do Esprito Santo tende a ser mais confusa que as outras

    doutrinas - temos menos informao sobre o Esprito Santo do quesobre o Pai e o Filho. Somente temos uma passagem que fala maissistematicamente sobre o Esprito Santo (Jo 14-16). Nas outras passagensonde aparece sempre est ligado com outros ensinamentos (Erickson1996,847); %- tambm temos dificuldade em fazer uma analogia correta.Entendemos a figura do Pai e do Filho, mas difcil entender o Esprito- no visvel (Erickson 1996,847);- quando falamos em Esprito Santo que imagem vem sua mente?Facilmente entendemos a figura de Pai, pois todos tiveram um, ou atso pais. Tambm entendemos o conceito de Filho. Mas a questo mais complicada quando falamos do Esprito Santo. Quando pensamosem Esprito imaginamos uma fora, algo impessoal, at um fantasma,

    ou algo fluido como vemos nos filmes atuais. Isso complica a nossacompreenso do Esprito Santo;- no seu perodo sobre a terra o Esprito tem a funo de glorificar oPai e o Filho, logo tendemos a v-lo em subordinao. Isso tende afazer uma hierarquia em nossa teologia (similar teologia ariana - Jesus inferior a Deus) (Erickson 1996,847). Em nossa viso de sucessono queremos nem saber de algum que inferior;- nunca vamos admitir que vemos o Esprito Santo como inferior. Issono acontece na teoria. Mas na prtica possvel que isso estejaacontecendo. Ou ento justamente o contrrio, que o Esprito Santoest acima das outras pessoas da Trindade;- a falta de nfase nessa pessoa da Trindade, tem ajudado a formar omovimento pentecostal. Esse movimento tem enfatizado

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    demasiadamente essa teologia em detrimento de algumas outrasdoutrinas igualmente importantes (lei do pndulo). Com alguns dosexageros desse movimento, as igrejas que no eram pentecostaisfugiram desse assunto com medo de serem vistas com o esteretipode pentecostal. Isso aconteceu anos atrs quando a diviso entre

    tradicional e pentecostal era muito mais intensa. Ser pentecostal passoua ser orgulho para uns e desprezo para outros. Hoje essas distines jno esto mais to claras, nem temos uma animosidade to forte.Precisamos achar uma maneira bblica e equilibrada de conversar ediscutir sobre essa pessoa to fundamental em nossa teologia;- o Esprito Santo est presente sobre a terra de uma forma mais

    proeminente do que as outras pessoas da Trindade na atualidade. O

    Pai estava atuando especificamente no AT e o Filho, do incio do NTat o dia de Pentecostes. Hoje vivemos na era do Esprito (Erickson1996,846);- por no sabermos exatamente como pensar sobre o Esprito Santoexiste uma tendncia de descrev-lo como a parte emocional daTrindade. Ele realiza o sobrenatural que mexe tanto com as pessoas. E

    ele que leva as pessoas ao xtase. Isso se deve em especial, aomovimento pentecostal, e cultura de nossos dias. interessante quea cultura de nossos dias enfatiza, de modo especial que precisamossentir. Ravi Zacharias diz que essa gerao "ouve com os olhos e pensacom os sentimentos". Nesse contexto, precisamos saber o que a Bbliaensina sobre o Esprito Santo para no sermos totalmente dominados

    pela cultura ao nosso redor. O Esprito Santo no descrito como a

    parte emocional da Trindade. Ele to racional e sentimental quantoo Pai e o Filho, nem menos, nem mais.

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    - no AT, a palavra hebraica usada para descrever o Esprito Santo ruaclie no NT, a palavra gregapneuma =vento ou movimento de ar,sopro (Jo 3:8; Ap 11:11); esprito e Esprito; atitude, estado de esprito,

    disposio da pessoa ou grupo; sede da cognio e vontade (Van Peltet al. 1997,3:1073-75);- Jesus apresenta o Esprito aos discpulos por meio da palavra grega

    paracleto.A origem dessa palavra discutida (no gregoparakaleo).Dividindo a palavra, chegamos ao seu significado literal: "estar ao ladode". De fato, o significado de algum que est ao lado para oferecer

    ajuda, especialmente numa situao de julgamento, como umadvogado, um representante legal e no simplesmente algum quecaminha conosco, ou um conselheiro que nos sugere algumas coisasque vm sua cabea (Turner 1992,349; ver arson 1991,499);- duas coisas que precisam ficar muito claras coHi relao identidadedo Esprito Santo so:

    2.1 - Ele um ser pessoal- no uma fora ou poder impessoal (apesar de que no ATnormalmente aparece como tal), mas uma pessoa divina- quando falamos que ele esprito, no temos uma boa imagem mentalpara descrev-lo. Podemos pensar numa nuvem, um campo de fora,etc., o que tende a ser impessoal;

    - no gregopneuma uma palavra que no masculina nem feminina,mas neutra (no portugus somente temos o gnero masculino efeminino para as palavras [o carro, a casa], contudo no grego, almdestes dois, temos ainda o gnero neutro). No entanto, o NT sempreusa o pronome "ele" (masculino) para se referir ao Esprito (o queestaria gramaticalmente errado):" 13 Mas quando o Esprito da verdadevier, ele os guiar a toda a verdade. No falar de si mesmo; falar

    apenas o que ouvir, e lhes anunciar o que est po r vir. 14 Ele meglorificar, porque receber do que meu e o tomar conhecido avocs"[Jo 16:13-14];.. vocs foram selados em Cristo com o EspritoSanto da promessa, 14 que a garantia da nossa herana at a redenodaqueles que pertencem a Deus, para o louvor da sua glria"[Ef 1:14]);

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    -paracleto um agente pessoal. Jesus fala de outroparacleto: Eeu pedirei ao Pai, e ele lhes dar outro Conselheiro para estar com vocspara sempre"(Jo 14:16). A palavra outro = outro do mesmo tipo (masno deveramos dar demais importncia a esse ponto [Carson 1991,266]). Isso implica que Jesus eraol-parac/efoeque ele tem qualidadespessoais, da mesma forma que o Esprito tem qualidades pessoais(Erickson 1996,860);- Ef 4:30 fala sobre entristecer o Esprito, o que no possvel fazercom uma fora: No entristeam o Esprito Santo de Deus, com oqual vocs foram selados para o dia da redeno";-Mt 28:18-20fala de batizar em nome da Trindade-fica difcil imaginaro batismo em nome de uma fora .. batizando-os em nome do Pai

    e do Filho e do Esprito Santo".-em At 5:3-4, Pedro diz que Ananias havia mentido contra o Esprito,o que impossvel fazer contra uma fora: 3 Ento perguntou Pedro:*Ananias, como voc permitiu que Satans enchesse o seu corao>ao

    ponto de voc mentir ao Esprito Santo e guardar para s i uma parte dodinheiro que recebeu pela propriedade? 4 Ela no lhe pertencia? E,

    depois de vendida, o dinheiro no estava em seu poder? O que o

    levou a pensar em fazer tal coisa? Voc no mentiu aos homens, massim a D eus".O pecado contra o Esprito inimaginvel se este forconsiderado uma fora;- como um ser pessoal ele no simplesmente o poder ativo de Deussobre a terra, mas o prprio Deus na forma de Esprito para nos ajudarem tudo o que precisamos para continuar a obra de Cristo sobre a

    terra.

    2.2 - Ele divino- a Bblia faz questo de mencionar que o Esprito Deus, entretantono o faz de maneira to direta como descreve a divindade de Jesus;- ele o Esprito do Senhor: O Esprito do SENHOR veio sobre ele, demodo que liderou Israel e fo i guerra"(Jz 3:10); Ora, o Senhor oEsprito e , onde est o Esprito do Senhor, ali h liberdade" (2 Co3:17);- ele est presente na criao: Era a terra sem forma e vazia; trevascobriam a face do abismo, e o Esprito de Deus se movia sobre a face

    das guas"(Gen 1:2);- o pecado contra o Esprito maior que o pecado contra Jesus:

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    31 Por esse motivo eu lhes d igo: Todo pecado e blasfmia sero

    perdoados aos homens, mas a blasfmia contra o Esprito no ser

    perdoada. 32;

    Todo aquele que d isser uma palavra contra o Filho do homem ser

    perdoado>contudo quem falar contra o Esprito Santo no ser

    perdoado, nem nesta era, nem na que h de vir" (Mt 12:28-32);- a mentira contra o Esprito foi mentira contra Deus. 3 Ento perguntouPedro: "Ananias, como voc perm itiu que Satans enchesse o seu

    corao, ao ponto de voc mentir ao Esp rito Santo e guardar para si

    uma parte do dinheiro que recebeu pela propriedade? 4 Ela no lhe

    pertencia? E, depois de vendida, o dinheiro no estava em seu poder?

    O que o levou a pensar em fazer tal coisa? Voc no mentiu aos

    homens, mas sim a Deus"(At 5:3-4);- ele est presente em algumas passagens junto com o Pai e o Filho:. . batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Esprito Santo"(Mt28:18-20); A graa do Senhor Jesu s Cristo, o amor de Deus e acomunho do Esprito Santo sejam com todts vocs"(2 Co 13:14),aparentemente em posio de igualdade;

    -alinguagem usada em 1 Co 3:16-17 ("16 Vocs no sabem que sosanturio de Deus e que o Esprito de Deus habita em vocs? 17Se

    algum destruir o santurio de Deus, Deus o destruir; pois o santurio

    de Deus, que so vocs, sagrado") quase a mesma usada em 1 Co6:19-20 ("19 Acaso no sabem que o corpo de vocs santurio doEsprito Santo que habita em vocs, que lhes fo i dado por Deus, e que

    vocs no so de s i mesmos? 20 Vocs foram comprados por alto

    preo. Portanto, glorifiquem a Deus com o seu prprio corpo")umavez para Deus e outra para o Esprito.- o Esprito conhece as profundezas dos nossos pensamentos - qualidadedivina: " 10 mas Deus o revelou a ns por meio do Esprito.O Espritosonda todas as coisas, at mesmo as coisas mais profundas de Deus.

    11 Pois, quem conhece os pensamentos do homem, a no ser o esprito

    do homem que nele est? Da mesma forma, ningum conhece os pensamentos de Deus, a no ser o Esp rito de Deus"(1 Co 2:10-11);- o Esprito pode mudar o corao humano: "8 Quando ele vier,convencer o mundo do pecado, da justia e do juzo . 9 Do pecado,

    porque os homens no crem em mim; 10 da justia, porque vou

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    para o Pai, e vocs no me vero mais; 11 edo juzo, porque o prncipe

    deste mundo j est condenado"(Jo 16:8-11);- o Esprito eterno:"quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espritoeterno se ofereceu de forma imaculada a Deus, purificar a nossa

    conscincia de atos que levam morte, para que sirvam os ao Deus

    vivo!"(Heb 9:14) (Erickson 1996,858);- por ser Deus, o Esprito no em nada inferior aos outros membrosda Trindade. Ele realiza outras funes, no entanto, isso no implicaem inferioridade.

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    - no AT a palavra ruachtem muitos significados:- vento,- sopro/flego (flego de vida) (Gen 6:17),

    - vitalidade humana ('recobrar foras' - 1 Sam 30:12), disposio/emoo, inclinao, carter, como por exemplo um, 'esprito deamargura' (Gen 26:35), 'esprito de adultrio/prostituio' (Os 4:12); -mente, ser interior (Is 40:13);- conotaes comuns so 'energia' e 'invisibilidade', por isso,metaforicamente, fala-se da atividade de Deus ou a extenso de suavitalidade na criao e entre a humanidade (Turner 2000,551)- no temos tantas referncias sobre o Esprito Santo no AT. Isso sedeve, em parte, porque reconhecemos que temos uma revelaoprogressiva [ou melhor, cumulativa, como expressa Elmer Martens]dentro da Bblia (Erickson 1996,866);- temos perto de 100 referncias ao Esprito^Vio AT (entre 88 e 97vezes - os estudiosos discutem entre si sobre a traduo mais adequada

    para a palavra ruach em diversas passagens, j que ela pode tersignificados diferentes. Nem sempre to fcil distinguir o significadoem alguns textos) (Packer 1991,55);- a expresso "o Esprito de Deus" somente aparece 11 vezes no AT;"o Esprito do Senhor" 25 vezes na Bblia e somente 3 vezes no AT; oEsprito do Senhor chamado de santo (Is 63:10-11; SI 51:11), masessa designao se torna mais comum no perodo interbblico (no NT,temos em torno de 90 vezes que aparece o termo Esprito Santo).Todavia, mesmo tendo poucas referncias, a operao do Esprito doSenhor pervasiva e diversa (Van Pelt et al. 1997,3:1075; Paige 1993,404; Turner 2000, 551);- "no AT, 'o Esprito de Deus' sempre Deus em atuao, mudando ascoisas" (Packer 1991,55; Turner 2000,558);

    - falar no Esprito significa falar sobre a presena de Deus e poder."M as os egpcios so homens, e no Deus; seus cavalos so carne, e

    no esp rito. Quando o Senhor estender a mo, aquele que ajuda

    tropear, aquele que ajudado cair; ambos perecero jun tos" (Is31:3);" Procurem no livro do Senhor e leiam: Nenhum desses animaisestar faltando; nenhum estar sem o seu par. Pois foi a

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    sua boca que deu a ordem , e o seu Esprito os ajuntar"(Is 34:16);" Quem definiu lim ites para o Esprito do Senhor, ou o instruiu comoseu conselheiro?"(Is 40:13) (Paige 1993,404). Nesse sentido falar namo ou brao do Senhor tem a mesma idia de poder grandioso efirmeza de propsitos, sua onipotncia (Packer 1991,56; Turner 2000,

    551);- desde o incio, o Esprito estava ligado com a profecia. Mas Moissrespondeu :"Voc est com cimes por mim ? Quem dera todo o povo

    do SENHOR fosse profeta e que o SENHOR pusesse o seu Esprito

    sobre e les!" (Num 11:29); "O Esprito do SENHOR se apossar devoc, e com e les voc profetizar, e ser um novo hom em" (1 Sam

    10:6); Mas, quanto a mim, graas ao poder do Esprito do Senhor,estou cheio de fora e dejustia, para declarar a Jac a sua transgresso,e a Israel o seu pecado"(Miq 3:8); (veja tambm 1 Sam 19:20-24; Ez11:5; Joel 2:28-29). Especialmente nos profetas, o Esprito tem umcarter moral que est associado com a justia, julgamento, e viverem aliana: Quando o Senhor tiver lavado a impureza das mulheresde Sio, e tiver limpado por meio de um esprito de julgamento e de

    um esprito de fogo o sangue derramado em Jerusalm "(Is 4:4); "5Naquele dia o Senhor dos Exrcitos ser uma coroa gloriosa, um belo

    diadema para o remanescente do seu povo. 6 Ele ser um esprito deju stia para aquele que se assenta para julgar, e fora para os que

    fazem recuar o ataque na porta"(Is 28:5-6);"Quanto a mim, esta aminha aliana com eles", diz o Senhor. "O meu Esprito que est em

    voc e as minhas palavras que pus em sua boca no se afastaro dela,nem da boca dos seus filhos e dos descendentes deles, desde agora e

    para sempre", diz o Senhor"(Is 59:21); Apesar disso, eles se revoltarame entristeceram o seu Esprito Santo. Por isso ele se tornou inimigo

    deles e lutou pessoalmente contra eles"(Is 63:10), etc. (Paige 1993,404);- a expresso o "Esprito do Senhor" = agente pessoal de Deus -

    mostra a atividade de Deus no mundo."Ento o SENHOR Deus formouo homem do p da terra e soprou em suas narinas o flego de vida, eo homem se tornou um ser vivente" (Gen 2:7); Ento o Esprito doSENHOR se apossou de Jeft. Este atravessou Gileade e Manasss,

    passou porM isp de Gileade, e da avanou contra os amonitas"(Jz11:29); Para onde poderia eu escapar do teu Esprito?

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    Para onde poderia fugir da tua presena?"(S1139:7) (Milne 1987,182; Guthrie 1981, 511);- de acordo com Packer (1991,56ss), o Esprito de Deus.A. Molda a criao, dando-lhe forma, e anima os seres criados (Gen1:2; 2:7; SI 33:6; J 26:13: 33:4).

    - o Esprito de Deus o agente da criao (S1104:29; J 33:4), comotambm da recriao depois do dilvio (Gen 8:1) (Van Peltetal. 1997,3:1075; Grudem 1999, 532; Turner 2000, 551).

    B. Controla o curso do que chamamos natureza e histria (S1104:29-30; Is 34:16; 40:7);- a histria no algo cclico que automtico. Deus intervm e

    controla o que acontece na histria;- Deus sustenta toda a vida (Gen 6:17; 7:15; J 33:4; S1104:29-30)(Turner 2000,551) e controla soberanamente o que acontece com aspessoas (Van Pelt 1997,3:1075).

    %

    C. Revela a verdade e a vontade de Deus aos seus mensageiros, por

    comunicao direta e/ou percepo destilada (Num 24:2; 2 Sam 23:2;2 Cro 12:18; Is 61:1-4, etc.);- s vezes, a revelao mais clara e direta e em outras vezes, atravsda lei e outros acontecimentos;- no AT, "o Esprito Deus ativo como criador, controlador, revelador,vivificador e capacitador,e em tudo isto Deus se faz presente aoshomens da maneira dinmica, exigente em que o Senhor agora se faz

    presente aos crentes" (Packer 1991,56).

    D. Ensina o povo de Deus, atravs destas revelaes, o caminho dafidelidade e da frutificao (Ne 9:20; S1143:10; Is 48:16; 63:10-14);- na maioria dos incidentes onde aparece o Esprito no AT, ele atuacomo o canal de comunicao entre Deus e os homens. Nesse sentido,

    ele visto como o Esprito da profecia, ou seja, ele comunica a vontadee sabedoria de Deus para o seu povo por meio de uma palavra, sonhoou viso (Turner 2000,551).

    E. Instiga uma reao pessoal a Deus - conhecimento de Deus nosentido da prpria Bblia - na forma de f, arrependimento,

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    7:14; Zc 4:6) (Packer 1991, 56);- como um todo, no AT o Esprito Santo se restringe a capacitarindivduos. Essa capacitao parece no estar ligada a qualificaesticas e morais, pois o Esprito capacitou pessoas como Balao, queno era uma pessoa boa. Mesmo assim, ele foi um canal utilizado por

    Deus para realizar os seus propsitos. Mas quando essa pessoa j noera mais til, o Esprito Santo podia deixar a pessoa. Vemos issoacontecendo com Saul (1 Sam 16:14) e Sanso (Jz 14:6). Provavelmentedeveramos entender a orao de Davi para que Deus no tire dele oseu Esprito dentro desse contexto (SI 51:11) (Ladd 1993,331-32). Aoque tudo indica, a presena do Esprito em Davi era permanente (Van

    Pelt et al. 1997, 3:1076)- parece que temos casos em que o Espritotrabalha na vida das pessoas de forma permanente e em outras, d aindicar que o Esprito vinha sobre a pessoa para a realizao de umatarefa especfica, como no caso dos juizes (Erickson 1996,869). Nocaso de Balao e Sanso, a obra do Esprito atravs de suas vidas nemest relacionada com o carter da pessoa. Balao era um profeta pagoe Sanso, um juiz escravizado por suas paixes (Fredricks 1988,84).O Esprito vinha sobre a pessoa e a capacitava para o servio. Issopouco tinha a ver com a santidade, como vimos acima, porm com opropsito de realizar a obra que Deus designara para eles (Fredricks1988,88);- no temos a idia de Trindade de Deus no AT. Deus somente revelouesta faceta atravs de Cristo no NT. Sabendo disso, olhamos para o AT

    e vemos j ali a atuao do Esprito de Deus (Packer 1991,57);- no AT, o Esprito Santo aparece de forma pessoal somente no sentidode ser uma automanifestao do prprio Deus, uma extenso de suavitalidade pessoal. Logo, a frase "o Esprito do Senhor" = o prprioDeus em ao (mo, dedo, brao do Senhor). Mas o NT muda esseconceito na direo da Trindade (Turner 2000,558);- no perodo intertestamentrio, cria-se (mesmo que no de forma

    uniforme) que o Esprito da profecia tinha sido retirado de Israel depoisdos ltimos profetas por causa do pecado da nao e que este Espritoseria derramado sobre o Israel restaurado no final (Turner 1992,342);- o AT aguardava uma nova era do Esprito de Deus: " 14 A fortaleza

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    ser abandonada, a cidade barulhenta ficar deserta, a cidadela e a

    torre das sentinelas se tornaro covis, uma delcia para os jum entos,

    uma pastagem para os rebanhos, 15 at que sobre ns o Esprito seja

    derramado do alto, e o deserto se transforme em campo frtil, e o

    campo frtil parea uma floresta" (Is 32:14-15); 3 Pois derramarei

    gua na terra sedenta, e torrentes na terra seca; derramarei meu Espritosobre sua prole, e minha bno sobre seus descendentes.4 Eles

    brotaro como relva nova, como salgueiros jun to a regatos"(Is 44:3-4);"Mo mais esconderei deles o rosto, pois derramarei o meu Espritosobre a nao de Israel. Palavra do Soberano, o SENHOR"(Ez 39:29);28 "E, depois disso, derramarei do meu Esprito sobre todos os povos.

    Os seus filhos e as suas filhas profetizaro, os velhos tero sonhos, os

    jovens tero vises. 29 At sobre os servos e as servas derramarei domeu Esprito naqueles dias. 30 Mostrarei maravilhas no cu e na terra:

    sangue, fogo e nuvens de fumaa. 31 O so l se tornar em trevas, e a

    lua em sangue, antes que venha o grande e tem vel dia do Senhor. 32

    E todo aquele que invocar o nome do Senhor ser salvo, pois, conforme

    prometeu o Senhor, no monte Sio e em Jerusalm haver livramento

    para os sobreviventes, para aqueles a quem o Senhor chamar"(Joel2:28), sempre no contexto da restaurao de Israel e da renovao daaliana. Os efeitos desse evento so comparados a um deserto que setorna um campo frtil (Is 32:15) e a terra seca se tornando uma torrentede guas (Is 44:3-4); em cada caso, o derramar do Esprito de Deusrepresenta uma ao definitiva onde o Senhor reivindica e sela o Israelrestaurado como seu prprio povo da aliana. O Esprito do Senhorderramado sobre eles serve como um testemunha permanece da"aliana de paz" e da "aliana de eternidade" (Van Pelt et al. 1997,3:1077). Parece que o Esprito no AT se restringe aos lderes e profetasdo povo (indivduos). O povo do AT aguarda o tempo em que todo oIsrael ter parte do Esprito da profecia: "> depois disso, derramareido meu Esprito sobre todos os povos. Os seus filhos e as suas filhas

    profetizaro, os velhos tero sonhos, os jovens tero vises"(Joel 2:28;cf Num 11:29 Mas M oiss respondeu: " Voc est com cimes pormim? Quem dera todo o povo do SENHOR fosse profeta e que o

    SENHOR pusesse o seu Esprito sobre eles!")(Turner 2000,551). Nose trata meramente da vinda do Esprito sobre indivduos, mas um

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    4.1 - A relao entre o Esprito Santo e a obra de Cristo- o Esprito est presente em todo o ministrio de Jesus, a partir de suaconcepo (Lc 1:35). Malaquias fora o ltimo profeta e depois disso,

    temos um silncio proftico de aproximadamente 400 anos. Agoraligado com o nascimento de Jesus temos diversas profecias - Deusest falando outra vez (o Esprito Santo est conectado com profecia).O prprio Joo Batista reconhece a Jesus como muito superior a ele,apesar de que a profecia dizia que Joo estaria cheio do Esprito desdeo ventre de sua me (Lc 1:15). Joo no afirma possuir o Esprito, mas

    que Jesus alm de ter o Esprito, batizar as pessoas com o Esprito ecom fogo (Erickson 1996,870).- quando Jesus apresentado no templo, Simeo, que recebera ainstruo de que veria o ungido do Senhor antes de sua morte,profetiza movido pelo Esprito que Jesus seria uma luz para os gentios(Lc 2:25-34);- o Esprito vem sobre Jesus de forma visvel no seu batismo. Logo

    depois vemos que Jesus estava cheio do Esprito (Lc 4:1) e foi levadopelo Esprito para ser tentado. Depois da tentao Jesus vai para aGalilia no poder do Esprito (Lc4:14) onde reconhece que o Espritodo Senhor est sobre ele para realizar a obra de Deus (Lc 4:18-21).Jesus expulsa demnios pelo poder do Esprito (Mt 12:28) ondepodemos ver que Jesus no atribui os milagres a si mesmo, mas ao

    Esprito. Quando os 70 voltam felizes por causa da vitria alcanada,Jesus se alegrou no Esprito Santo, o que mostra que ele estcompletamente cheio pelo Esprito (Lc 10:21) (Erickson 1996,871-72).- existe um pouco de dvida sobre como vemos a vinda do Espritosobre Jesus no seu batismo. Em Marcos lemos literalmente que o Espritoentrou em Jesus (eisno grego) (Mc 1:10), enquanto que Mateus e

    Lucas enfatizam que o Esprito veio sobre Jesus como uma pomba (Mt3:16; Lc 3:22) (Bock 1994,340). Mas no devemos levar essa distinomuito a srio, pois Marcos usa essa preposio de uma maneira maisampla do que os outros evangelistas (France 2002, 78). Estritamentefalando o Esprito no vem sobre Jesus, mas temos uma viso. O termo"os cus se abriram" a frmula padro para se referir a uma

    experincia visionria (cf. At 7:56;

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    10:11; etc.). A explicao da viso vem logo em seguida com o que visto [Esprito descendo em forma de pomba] e ouvido [voz do cu].O significado desse evento que a partir desse momento o Espritoestar com Jesus como o poder para executar a tarefa messinica (porisso se utiliza SI 2:7 [Mc 1:11b e paralelos]); em especial o servo-mensageiro de Isaas 42:1-2 (Mc 1:11 e paralelos; cf. Is 53:7 e 61:1-2). A viso do Esprito descendo como pomba provavelmente evoca apomba como arauto ou mensageiro confivel e portador de boas novas(cf. Gen 8:11) e desta forma interpreta o Esprito sobre Jesus como opoder para proclamar as "boas novas" messinicas (Turner 1992,345);- no sabemos exatamente quem ouviu a voz de Deus. Aparentementesomente Jesus (e Joo Batista [Jo 1:32]) viu o Esprito descendo sobre

    ele: "Naquele momento o cu se abriu',e ele viu o Esprito de Deusdescendo como pomba e pousando sobre ele"(Mt 3:16). [Tambmfica evidente que o Esprito desce em forma simblica de pomba - forma de pomba, j que o Esprito no tem forma (France 2002, 78)].Est se iniciando uma nova era do Esprito quele que vai batizarcom o Esprito precisa passar pela uno formal do Esprito. Jesus foi

    gerado pelo Esprito (Mt 1:20), logo ele era "do Esprito Santo" desde

    a sua concepo. Aqui a uno tem a ver com a inaugurao formalde seu ministrio. Isto se baseia no padro da coroao do rei e dacomisso como servo (Hagner 1993,57-58). A evocao de SI 2 e aspassagens do Servo de Isaas j mostram aqui que Jesus vai ser rei eservo. O batismo como uma inaugurao, um chamado para iniciara misso que sempre era o propsito de Jesus (Bock 1994,344);

    - a uno de Jesus no deve se vista somente em termos de sabedoria,poder e capacitao, mas tambm como confirmao e endosso/aprovao. O poder que Jesus exibe em Lucas/Atos atribudo a suaprpria autoridade, pessoa ou nome e no somente ao Esprito:"Todosficaram admirados, e diziam uns aos outros:

    "Que palavra esta? At aos espritos imundos ele [Jesus] d ordens

    com autoridade e poder, e eles saem!"(Lc 4:36); " 12 Estando Jesus

    numa das cidades, passou um homem coberto de lepra. Quando viu

    Jesus, prostrou-se, rosto em terra, e rogou-lhe: "Se quiseres [Jesus],

    podes purificar-m e".. . . 17Certo dia, quando ele ensinava, estavam

    sentados ali fariseus e m estres da lei, procedentes de todos

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    os povoados da Galilia, da Judia e de Jerusalm. E o poder do Senhor

    estava com ele para curar os doentes"(Lc 5:12,17); .. vieram paraouvi-lo e serem curados de suas doenas. Os que eram perturbados

    por espritos imundos ficaram curados, 19 e todos procuravam tocarnele>porque dele saa poder que curava todos"(Lc 6:18-19); Mas

    Jesus d isse: Algum tocou em mim; eu se i que de mim saiu poder"

    (Lc 8:46);" Reunindo os Doze, Jesus deu-lhes poder e autoridade paraexpulsar todos os demnios e curar doenas"(Lc 9:1); Eu lhes deiautoridade para pisarem sobre cobras e escorpies, e sobre todo o

    poder do inim igo; nada lhes far dano" (Lc 10:19); " 12 Vendo isso,Pedro lhes d isse: "Israelitas, por que isto os surpreende? Por que vocs

    esto olhando para ns, como se tivssemos feito este homem andar

    por nosso prprio poder ou piedade? .. .1 6 Pela f no nome de Jesus,o Nome curou este homem que vocs vem e conhecem. A f que

    vem por meio dele lhe deu esta sade perfeita, como todos podem

    ver"(At 3:12,16); "7 Mandaram trazer Pedro e Joo diante deles ecomearam a interrog-los: "Com que poder ou em nome de quem

    vocs fzeram isso?" 8 Ento Pedro, cheio do Esprito Santo, disse-

    lhes: "Autoridades e lderes do povo! 9 Visto que hoje somos chamados

    para presta r contas de um ato de bondade em favor de um aleijado,

    sendo interrogados acerca de como ele fo i curado, 10 saibam os

    senhores e todo o povo de Israel que por meio do nome de lesus

    Cristo, o Nazareno, a quem os senhores crucificaram , mas a quem

    Deus ressuscitou dos mortos, este homem est a curado diante dossenhores"(At 4:7-10). Mesmo o poder que os discpulos recebem

    enviado por Jesus para eles, de modo que Jesus tem autoridade sobreeste poder (Lc 9:1; 24:49 com 2:32-34). O Esprito associado compoder em At 2:38 ("Arrependam-se, e cada um de vocs seja batizadoem nome de Jesus Cristo para perdo dos seus pecados, e recebero o

    dom do Esprito Santo"),no porque o Esprito a fonte do poder,mas porque o Esprito mostra que Deus est com Jesus: 37Sabem o

    que aconteceu em toda a Judia, comeando na Galilia, depois do

    batismo que Joo pregou, 38 como Deus ungiu a Jesus de Nazar com

    o Esprito Santo e poder, e como ele andou por toda parte fazendo o

    bem e curando todos os oprim idos pelo Diabo, porque Deus estava

    com ele"(At 10:37-38). A mesma nfase de "ser escolhido por Deus"est presente em Lc 4:18-19 ("O Esprito do Senhor est sobre mim,

    p o rq u e e le m e ungiu para p rega r boas novas . . ."),

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    uma passagem que fala de sua uno e olha para trs para o seu batismo.Depois do batismo e confirmao temos a presena e direo doEsprito de Deus para a sua obra: "Jesus, cheio do Esprito Santo, votoudo Jordo e foi levado pelo Esprito ao deserto ,. . . Jesus voltou para a

    Galilia no poder do Esprito, e po r toda aquela regio se espalhou a

    sua fama"(Lc4:1,14). Em Lucas, o Esprito confirma e guia mais doque capacita Jesus, mesmo que ele tambm capacita: Eu lhes envio a

    promessa de meu Pai; mas fquem na cidade at serem revestidos dopoder do alto"(Lc 24:49; 4:14). As duas idias esto presentes - podere confirmao - mas a nfase est sobre a direo, identificao esuporte/sustento mais do que sobre a proviso. Essa distino importante porque os discpulos tm um relacionamento diferentecom o Esprito do que Jesus. Os discpulos esto totalmente sujeitos aoEsprito, que vem a eles por intermdio de Jesus: "32 Deus ressuscitoueste Jesus, e todos ns somos testemunhas desse fato. 33 Exaltado

    direita de Deus, ele recebeu do Pai o Esprito Santo prometido e

    derramou o que vocs agora vem e ouvem"(At 2:32-34). Dessa formao batismo de Jesus um endosso e confirmao de Jesus em sua misso

    de Messias-Servo (Bock 1994, 344-45);- por outro lado nos evangelhos aparece diversas vezes que Jesus estfazendo uma obra extraordinria por causa da presena do Esprito.Jesus expulsa demnios "pelo Esprito de Deus"(Mt 12:28). A passagemparalela de Lucas diz "pelo dedo de Deus"(Lc 11:20). Como se tratada expulso de espritos poderia ser lgico que se usasse o EspritoSanto como o agente para expulsar os espritos maus (Guthrie 1981,519). Jesus inicia o seu ministrio em Nazar depois de sua tentao,"no poder do Esprito" (Lc 4:14) e confirma que a promessa do Espritode Is 61:1-2 se cumpriu nele (cf. Lc 4:16ss). Esse texto mostra o tipo deministrio que Jesus teria: pregar, curar e libertar. A nfase messinicase encontra na uno da pessoa que tem o Esprito predito no AT. Damesma forma Mateus inclui uma citao do Hino ao Servo (Is 42:1-4)

    que conecta o ministrio de cura com a posse do Esprito (Mt 12:15ss).Os fariseus o acusam de trabalhar com o poder de Belzebu, mas Mateusclaramente indica que obra direta do Esprito (Mt 12:28). Fica claroque o ministrio de Jesus realizado por

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    um homem do Esprito. Isso ainda no quer dizer que Jesus oprottipo para a experincia crist, pois isso tira a sua singularidade.Por outro lado o Esprito que atua na igreja o mesmo que atuou noministrio de Jesus (Guthrie 1981,520-21)

    4.2 - Semelhanas entre Cristo e o Esprito Santo- existem muitas semelhanas entre Cristo e o Esprito Santo com relaos suas funes. Jesus chamou o Esprito Santo de um outro paracleto(do mesmo tipo) (Turner 1992,349);1 - Ambos so enviados pelo Pai ao mundo (Jo 3:16-17; 5:43; 16:27-28; 18:37);2 - Ambos so chamados de santo (Jo 6:39 paralelo, 14:26) e so

    caracterizados pela verdade (Jo 14:6 paralelo 14:7; 15:26; 16:13);3 - Jesus o grande Mestre e o Esprito Santo vai ensinar todas ascoisas (14:6);4-Assim como o Messias testifica de Deus e revela todas as coisas (Jo4:25-26), revela de forma suprema a si mesmo e ao Pai, assim tambmo Esprito Santo testifica sobre e revela especialmente o Filho glorificado(15:26-27; 16:13-14);5 - Assim como Jesus saiu para convencer o mundo que apesar detudo o rejeitou (1:12), assim tambm a tarefa do Esprito Santo convencer o mundo (Jo 16:8-12), mas o mundo tambm no o recebe(14:7; 15:18-26);- isso acaba mostrando que a iniciativa tomada por Jesus ser continuadadepois de sua morte. At agora Jesus agira como o paracleto, mas

    daqui a pouco o Esprito Santo tomar o lugar dele para continuar essafuno (Turner 1992,349).

    4.3 - A Vinda Definitiva do Esprito Santo- em Atos 2 lemos que as profecias concernentes vinda definitiva doEsprito Santo sobre a terra se cumpriram. J vimos que havia diversasprofecias no AT falando de uma nova era do Esprito. Isso se cumpreaps a ascenso de Cristo para o cu.- o Esprito veio para ficar sobre a terra. Ele o representante daTrindade que agora atua sobre a terra. Mas at quando vai ficar? Existeum certo grau de dvida (dependendo da posio escatolgica adotada),se o Esprito iria junto com os cristos no arrebatamento. Mas essaquesto envolve muito mais as posies

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    sobre a volta de Cristo do que sobre a presena do Esprito sobre todaa carne. Onde todos concordam que esta a era do Esprito, a partirde Pentecostes. Ele a pessoa divina que est entre ns at o fim dostempos.

    4.4 - As Funes do Esprito Santo (Guthrie 1981, 531 ss)4.4.1 - O Esprito glorifica a Cristo- " Ele me glorificar, porque receber do que meu e o tomarconhecido a vocs"(Jo 16:14);- a principal tarefa do Esprito Santo a de glorificar a Jesusintermediando a presena de Cristo para ns (Packer 1991,63-64)- quando esquecemos que esta a funo principal do Esprito Santo,

    tendemos a ver o que o Esprito Santo de maneira muito egocntrica- o que ele pode nos dar.. Pensamos naquilo que o Esprito Santopode nos dar e no em qual a sua funo determinada pelo prprioJesus;- a prpria vinda do Esprito Santo em Atos 2 mostra claramente queele tinha uma funo missionria. Os 120 falam nas lnguas das pessoas

    presentes, na festa em Jerusalm, anunciando a eles as grandes obras

    de Deus. Com isso anunciam aos judeus espalhados pelo mundo asboas novas da salvao que Deus j prometera no passado. Isso setorna um aperitivo do que est para acontecer no livro de Atos onde oevangelho se espalha pelo mundo conhecido da poca. Assim amaldio da Torre de Babel aparentemente revertida (Keener 1996,37). Atravs do Esprito Santo as naes do mundo podem se unir

    outra vez baseados na obra de Cristo que intermediada pelo EspritoSanto;- a pregao de Pedro logo em seguida chamando as pessoas aoarrependimento mostra a nfase do Esprito Santo;- o Esprito Santo no fala na prpria autoridade, mas sempre apontapara Jesus (Jo 16:13);

    - ele no busca a prpria glria, porm sempre aponta para Jesus.

    Nesse sentido Packer diz que o Esprito Santo um holofote apontadopara Jesus (Packer 1991,62-63);- Packer nos diz que o Esprito nunca tem uma mensagem: "Olhe paramim; escute-me; venha a mim; conhea-me", entretanto sempre:"Olhe para ele e veja a sua glria; oua-o, e escute as suas palavras; va ele e tenha vida; conhea-o e prove o seu dom

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    de alegria e paz" (Packer 1991,63). Nesse sentido o Esprito Santo ocasamenteiro que nos une com Cristo e faz de tudo parapermanecermos juntos (Packer 1991,63);- esse pode ser um teste interessante: qualquer grupo que afirma possuiro Esprito, mas aparece ressaltando a obra do Esprito Santo ao invs

    da obra de Cristo, est se desviando do ensino bblico sobre o EspritoSanto;- o Esprito somente vem quando Jesus vai embora (Jo 16:7). totalmente essencial que Jesus complete a obra de salvao antes davinda do Esprito (Carson 1991,533), para que este possa continuar aobra de Cristo sobre a terra. O Esprito passa a ser o substituto de Jesus(Turner 1992,350). O Esprito Santo o outroparacletoque deve ser

    entendido como a presena do Jesus ausente com os discpulos. SeJesus est presente atravs do Esprito, Jesus e o Esprito no podemestar juntos sobre a terra ao mesmo tempo (Brown 1970, 710-11).

    4.4.2 - O Esprito convence o mundo do pecado- 8 Quando ele vier, convencer o mundo do pecado, da justia e do

    ju zo . 9 Do pecado, porque os homens no crem em mim; 10 daju stia , porque vou para o Pai, e vocs no me vero mais; 11 e do

    ju zo , porque o prncipe deste mundo j est condenado" (Jo 16:8-

    11);- o Esprito tambm tem uma funo especfica para com o mundo - convencer do pecado, da justia e do juzo;- pecado: incredulidade (no crer em Jesus). O Esprito vai convenceras pessoas de que elas se recusam a glorificar a Jesus e no querendoque Jesus tenha domnio sobre elas. Ele convence da culpa diante deDeus, da posio de pecador;-justia: mostrar ao mundo a justia de Deus que entrega Jesus paramorrer pelos pecadores - mostra que o mundo no tem justia(Osborne);

    - juzo: mostra que o prncipe desse mundo foi vencido de uma vezpor todas. O diabo continua sendo o prncipe deste mundo, mas jperdeu a batalha na vida daqueles que se colocam debaixo daautoridade de Cristo (Osborne);- sem o Esprito, as pessoas nunca chegam a reconhecer a sua

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    situao diante de Deus - permanecem na escurido.

    4.4.3 - O Esprito regenera as pessoas-"4 Mas quando, da parte de Deus, nosso Salvador, se manifestarama bondade e o amor pe los homens,

    5 no por causa de atos de justia por ns praticados, porm devido

    sua misericrdia, ele nos salvou pelo lavar regeneradore renovador

    do Esprito Santo(Tit 3:4-5);- o Esprito Santo exerce funo especial na converso da pessoa. Aconverso ocorre quando a pessoa se arrepende, abandonando opecado, e se volta para Deus crendo nas suas promessas. Para quepossa haver o arrependimento precisamos estar convencidos dos

    nossos pecados. Isso obra do Esprito Santo - ele convencer omundo do pecado. Sem esse trabalho do Esprito Santo no ocorreconverso (Erickson 1996,872-73);- depois que ocorre a convico dos pecados, a pessoa precisa decidiro que vai fazer com eles. Ela pode estar convencida dos pecados emesmo assim continuar praticando-os. H muitos fumantes que sabem

    que a chance de contrarem cncer de pulmo bastante grande,mas continuam insistindo em fumar por diversos motivos;- essa convico de pecados pode vir de formas muito distintas.Algumas pessoas tm reaes mais emocionais, enquanto outras sotomadas de uma convico muito forte, sem necessariamente teremgrandes expresses emocionais. Essas diferenas so muito pessoais,mas o que realmente importa se a pessoa toma a deciso de entregar

    o controle da vida a Cristo. Levantar a mo ou fazer orao comalgum ainda no indicador de que aconteceu uma transformaona vida da pessoa. A "nica prova da converso passada umaconstante converso presente" (Packer 1991,67);- quando a pessoa decide se livrar dos seus pecados e entregar ocontrole da vida para Jesus, o Esprito Santo realiza a regenerao da

    pessoa. Ela nos transforma colocando um desejo l dentro de fazer o

    que agrada a Deus. Isso ningum de ns pode fazer. Jesus descreveuesse processo para Nicodemos como o novo nascimento. A pessoanasce de novo (de cima) atravs da atuao do Esprito Santo (Tit3:5). Alm de no podermos realizar o novo nascimento, noconseguimos explic-lo;

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    - o Esprito nos leva a uma relao viva com Jesus Cristo. Essatransformao ocorre atravs da f "em" Cristo (Milne 1987,188). F deixar as obras meritrias de lado e confiar totalmente na provisode Deus para a nossa salvao;- ai ocorre a unio com Cristo = estar unido com toda a extenso desua misso redentora. Morremos com Cristo, fomos sepultados comele e fomos ressuscitados com Ele (Rom 6:1-11) e agora estamosassentados nos lugares celestiais com Ele (Ef 2:6 - estamos em uniocom Cristo numa outra esfera onde os poderes csmicos no mais tmdomnio sobre ns [Lincoln 1990,108]) e participaremos da glriavindoura com Ele (1 Jo 3:2) (Milne 1987,189);- na regenerao o Esprito nos une com Cristo (Milne 1987,189).

    4.4.4 - O Esprito Santo habita nos cristos-" 16 E eu pedirei ao Pai, e Ele lhes dar outro Conselheiro para estarcom vocs para sempre, 17 o Esprito da verdade. O mundo no pode

    receb-lo, porque no o v nem o conhece. Mas vocs o conhecem,

    pois ele vive com vocs e estardem vocs" (Jo 14:16-17);- o mundo no pode receb-lo. Ningum pode fazer por merecer apresena do Esprito em sua vida (Guthrie 1981,533);- a iniciativa no parte do homem, mas de Deus que entrega o Espritocomo presente imerecido (vem do Pai -Jo 14:16,20; e tambm doFilho Jo 15:26; 16:7);- quando entregamos o controle da nossa vida a Cristo o Esprito Santovem habitar conosco para nos ajudar a viver como agrada a Deus;

    - no existe nenhuma indicao de que o Esprito acaba forando abarra na vida dos no-cristos. Dewar sugere que ele acaba sobrepondoas idias dos no-cristos para lev-los a uma deciso certa com relaoa Jesus. No podemos concordar com isso visto que a funo do Esprito convencer o mundo do pecado, da justia, e do juzo deixando aescolha com a prpria pessoa (Guthrie 1981, 533). Por outro lado,

    desde que o ser humano caiu em pecado ele insiste em seu prprio

    caminho. Se Deus no o convencer de que esse caminho est errado,por si s a pessoa nunca encontra a Deus;

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    - quando falamos que aceitamos a Jesus, na verdade quem vem morarem ns no Jesus propriamente dito, mas o Esprito de Jesus. O Jesusfsico no pode caber dentro do meu corao, literalmente falando.Dois corpos fsicos no podem ocupar o mesmo espao ao mesmotempo. Nesse sentido isso linguagem figurada. o Esprito de Jesus

    que vem morar em ns. incrvel que a Bblia fala que toda a Trindadevem morar em ns (Jo 14:23 - eu e o Pai viremos e faremos nelemorada).

    4.4.5 - O Esprito Santo a segurana do cristo- "21 Ora, Deus que faz que ns e vocs permaneamos firm es emCristo. Ele nos ungiu, 22, nos selou como sua propriedade e ps o seu

    Esprito em nossos coraes como garantia do que est por viY'(2 Co1:21-22);- o Esprito Santo nos dado como um selo - a garantia de que somosdele. O selo significa a marca de autenticidade (2 Co 1:22). O Esprito o penhor, a garantia de que aquilo que foi protyigtido vai se concretizar- o 1g pagamento garantindo a transao (pagamento de um ms de

    aluguel adiantado que voc recebe de volta quando desocupa oapartamento se ele estiver em ordem). Tambm usado ainda hoje emgrego para a aliana do casamento (Belleville 1996,68). O Esprito agarantia de que a igreja ser redimida totalmente no final (Belleville1996,68). A idia de selo a de um carimbo que mostra que de fatopertencemos ao nosso dono, como os animais eram marcados (Martin1986, 28; Lincoln 1990, 39), mostra a proteo de Deus sobre os

    salvos (Ap 7:1-8; 9:4). Deus os proteger das tribulaes para que semantenham firmes na f apesar de todas as lutas at o dia de suaredeno (Lincoln 1990, 39);- sabemos que permanecemos nele pelo Esprito que nos deu (1 Jo3:24);- Rom 8 nos d vrias indicaes que podem servir de segurana para

    ns. O Esprito nos livra da lei (8:2) dando-nos a liberdade de nosermos escravos da carne, mas obedecermos ao Esprito (8:4). Estamosno Esprito e o Esprito est em ns (8:9,11). O Esprito nos guia e asobras da carne so destrudas. Aqueles que so guiados pelo Espritoso dele (8:14). O Esprito nos d a convico de que realmente somosfilhos de Deus (8:16) (Erickson 1996, 875). Essa

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    segurana difcil de descrever principalmente para aqueles quenunca experimentaram. Quando o Esprito d essa segurana, a pessoasabe que a tem, mas quase impossvel explic-la para as pessoas queno a tm. (ex. saber o gosto de certa fruta sem experimentar);- o Esprito confirma que de fato somos filhos adotivos de Deus.

    4.4.6 - O Esprito capacita para o testemunho- "26 Quando vier o Conselheiro>que eu enviarei a vocs da parte doPai, o Esprito da verdade que provm do Pai, ele testemunhar a meu

    respeito. 2 7 E vocs tambm testemunharo, pois esto comigo desdeo princpio"(Jo 15:26-27);- o Esprito testemunha de Cristo e os cristos movidos pelo Espritofazem o mesmo;- fica patente que os seguidores de Jesus precisavam do Esprito paratestemunhar da obra de Cristo no livro de Atos;- o testemunho precisa ser sobre Jesus, sobre a sua vida, a salvaoque proporciona e tambm sobre o julgamento. Esse testemunho doscristos vai causar diviso no mundo (Jo 15:20). Os cristos precisam

    contar com oposio e at perseguio dentro do mundo quandoanunciam s pessoas o evangelho de Cristo (Carson 1991,530);- Jo 14:12 - vocs faro obras maiores do que eu fiz - pelo contextovemos que se trata de uma nova era com a glorificao de Jesus. Atagora tudo o que Jesus faz est um tanto obscuro porque o plano desalvao ainda no est completado. Durante a vida terrena de Jesusos seus ensinos eram somente parcialmente entendidos e mesmo assuas obras no realizavam todo o seu propsito at que ele tivessemorrido, ressuscitado e fosse exaltado. Ao contrrio, as obras que osdiscpulos faro no poder do Esprito j esto diretamente revelando oFilho. Em Atos, 3000 se convertem num dia. O alcance foi maior queno tempo de Jesus. No entanto no devemos pensar somente emnmeros, mas no poder e na clareza que surgem a partir da revelao

    do plano de salvao (Carson 1991,495-96);- fica claro tambm que o Esprito vai capacitar os cristos a daremtestemunho na hora da perseguio (Mc 13:11; Mt 10:19-20; Lc 12:12.Quando estiverem sendo perseguidos por sua f, o Esprito

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    no vai deixar que esteja a ss nos momentos de sua apologia. Elemesmo vai falar atravs dos seus seguidores. Os discpulos devem seros canais atravs dos quais o Esprito vai agir (Guthrie 1981,523);- o testemunho tambm acontece com poder (Lc 24:49; At 1:8). Poderem Lucas normalmente significa poder para vencer as foras do mal,atravs de milagres ou atravs da autoridade de Deus que vem atravsdo Esprito (Lc 1:17; 4:36; 5:17 etc.) como tambm de anunciar oevangelho (Bock 1996,1943-44). O poder para testemunhar com poderest em contraste com o desejo de poder poltico que os discpulosalmejavam (At 1). Jesus mostra que recebero um poder superior paraserem testemunhas at os confins da terra (Bruce 1988,36). Esse poderinclua obras poderosas como tambm que a palavra produziria fruto.

    E fcil imaginar que precisariam de muito poder do alto para poderemresistir a todas as perseguies que enfrentariam. Se pensarmos somentenas dificuldades que Paulo enfrentou para levar o evangelho adiantepodemos estar certos de que a coisa no era muito simples. E houvepocas onde a perseguio foi muito mais forite.

    4.4.7 - O Esprito nos lembra dos ensinos de Jesus e ajuda aentend-los- "M as o Conselheiro, o Esp rito Santo, que o Pai enviar em meunome, lhes ensinar todas as coisas e lhes far lembrar tudo o que eulhes disse"(Jo 14:26);- o Esprito vai lembr-los de tudo que Jesus falou para que possamensinar "tudo que vos tenho ordenado" (Mt 28:19-20);

    - aqui temos em mente que o Esprito orientou os escritores bblicosquando escreviam os livros para que no contivessem erros.- o Esprito prometeu guiar em toda a verdade (Jo 16:13) - toda averdade necessria para a salvao e para viver a vida crist (Osborne);- significa entender a obra de Cristo e aplic-la para a vida das pessoas.A revelao em Jesus foi completada, mas precisa ser renovadaconstantemente quando proclamada (Osborne);- qualquer experincia precisa ser interpretada para que possa fazersentido para ns. Assim os discpulos quando escrevem sobre a obrade Cristo precisam interpretar o que viram e ouviram

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    primeiramente para a sua audincia original e que se aplica para nspor se tratar da verdade imutvel do evangelho. Nesse sentido podemosconfiar que aquilo que precisamos saber o Esprito fez os apstoloslembrarem quando escreveram os evangelhos (Osborne). Deus nodeu uma revelao nova aos apstolos, mas os ajudou a completar a

    revelao trazida por Jesus (Carson 1991,505). O Esprito vai ajudaros apstolos a entender o sentido real das palavras de Jesus (Brown1970, 650). Carson cr que esse versculo se aplica muito mais aosprprios apstolos do que s geraes subseqentes (1991,505). Numcerto sentido podemos entender que ele lem braria o que Jesus falou,o que somente poderia ocorrer com os apstolos e no com as geraes

    que nunca ouviram a Jesus. Por outro lado, creio que o Esprito ainda

    est presente hoje fazendo com que consigamos entender o significadoreal das palavras que Jesus falou para as nossas vidas. No meu entenderisso no tem a ver com dar a interpretao correta, mas com ailuminao para podermos aplicar essas verdades para o nosso dia-a-dia.- da mesma forma como Jesus no falava de si mesmo, nem agia por

    iniciativa prpria (Jo 3:34-35; 5:19-20; 7:16-18; 8:26-29,42-43;12:47-50; 14:10), assim tambm o Esprito falar somente o que tiverouvido (Jo 16:14-15) (Carson 1991,540).

    4.4.8 - O Esprito santifica os cristos- "Mas ns devemos sempre dar graas a Deus por vocs, irmos

    amados pelo Senhor, porque desde o princpio Deus os escolheu paraserem salvos mediante a obra santificadora do Esprito e a f na

    verdade"(2 Tess 2:13);"Assim foram alguns de vocs. Mas vocs foramlavados, foram santificados, foram justificados no nome do Senhor

    Jesus Cristo e no Esprito de nosso D eus"(1 Co 6:11);- o termo santificao tem a idia de separar ou consagrar para umdeterminado fim. Somos separados e consagrados para ser totalmente

    de Cristo (At 26:18; 1 Pe 1:2) (Milne 1987,199). Por um lado somosdeclarados justos por Deus com base na sua obra - j que nadapodemos fazer para dar um jeito no nosso pecado sem a ajuda divina.O outro lado da moeda o nosso esforo para obedecer ao Esprito eassim possibilitar que o Esprito nos transforme em conformidade como carter de Cristo;

    - a separao entre aceitar a Jesus como Salvador e depois como

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    Senhor artificial demais. Tudo faz parte de um mesmo pacote queprecisamos estar dispostos a encarar.- santificao o processo onde em obedincia ao Esprito, que nosorienta basicamente atravs da Palavra, nos tornamos cada vez maisparecidos com Jesus. Isso no ocorre simplesmente em nossos atos

    exteriores e visveis (os fariseus eram mestres nisso), mas muito maisem nossa motivao que vai se mostrar claramente em nossos atosvisveis (sermo do monte). o processo pelo qual o meucomportamento vai se conformando cada vez mais de acordo com anossa posio em Cristo (Erickson 1996,968);- aqui temos o conceito de ser guiado pelo Esprito (Rom 8:14; Gal5:18). No se refere necessariamente a uma experincia exttica,mas de abandonar as obras da carne e da lei para seguir obediente aoEsprito;- tambm aqui temos a idia de que onde o Esprito est presente ah liberdade (2 Co 3:17). No estamos mais debaixo do peso da leique somente consegue lidar com o exterior^ mente e a motivaoprecisam ser mudadas para que as pessoas aprendam a fazer o que

    certo, pois caso contrrio pecam (vivem pecando) e se tornam outravez escravos do pecado (Jo 8:34);- os cristos precisam se tornar o que j so (Milne 1987,200). Eles sonova criatura em Cristo e precisam aprender a viver como novascriaturas, com novos valores que se mostraro em novos hbitos. Essamudana no fcil especialmente se nos orgulhamos da maneiracomo somos.- aqui entra o fruto do Esprito - so qualidades que o Esprito querproduzir na vida da pessoa. Elas so vistas em oposio s obras que acarne produz na vida das pessoas. Rm 8 nos mostra duas realidades: Alei do pecado e a lei do Esprito. A velha natureza sempre puxa para opecado! como a lei da gravidade. Quando o Esprito Santo habitaem mim, ele sempre mostra como agradar a Deus e d a fora para

    que eu o possa fazer. Cabe a mim decidir obedec-lo. O Esprito esttrabalhando para mortificar aquelas partes que no devem permanecercom os cristos alm de produzir outras qualidades que devemcaracterizar a nossa vida (Erickson 1996,875). Quem manifesta o frutodo Esprito em sua vida realmente mostra que tem maturidade na vidacrist. O cristo recebe um ou mais dons quando se converte. Algunscertamente

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    precisam de desenvolvimento e outros j esto presentes sem que apessoa faa nada por eles. Mas o fruto do Esprito precisa serdesenvolvido. Isso acontece num trabalho de parceria entre o EspritoSanto e a pessoa. Ele me convence do pecado e eu preciso decidir sequero concordar com ele e mudar de vida, ou permanecer como

    estou. O Esprito no far o trabalho sozinho. Preciso desenvolver umestilo de vida baseado nos valores do Reino de Deus. O fruto do Espritose mostra de maneira especial quando passamos por dificuldades;- no podemos esquecer, no entanto, que a vida crist comunitria.A santidade deve ser buscada individualmente e coletivamente. Devome importar com os irmos da igreja, e preciso deles para crescer. Acartas que estimulam a nossa santidade so endereadas as igrejas(Milne 1987,201);- a santidade deve ser buscada e almejada. Mas existe a diferenaentre "o j e o ainda no". Queremos ser como Cristo (1 Jo 3:2-3) esabemos que Deus vai realizar a obra completa em ns (Fp 1:6), masessa obra somente ser terminada quando estivermos na glria.- a santificao no instantnea nem ocorre num nico dia. E um

    processo cheio de lutas. As disciplinas espirituais (orao, leitura emeditao na Palavra, etc.) podem nos ajudar, pois preparam o terrenopara que o Esprito possa nos transformar. Preparamos a terra, adubamose plantamos, porm precisamos depender de Deus para mandar achuva no tempo certo e saber que a germinao das sementes dependedele.- podemos passar por crises em nossa vida crist, Deus usa-as para nosconscientizar de que realmente precisamos mudar;- devemos descansar em Deus sabendo que a obra de santificaosem Deus totalmente impossvel. Ele o 19 interessado em nossasantificao (1 Tess 5:23). Por outro lado Deus no faz a obra sozinho.Colaboramos com essa obra de Deus (Ef 5:26; Tit 2:14; Heb 13:20-21). Somos chamados a deixar o que nos atrapalha, a mortificar as

    obras da carne, etc. (Col 3:9-10). Estamos em guerra no somentecontra a carne, mas contra os poderes das trevas (Milne 1987,202-204);- precisamos evitar o extremo do perfeccionismo que afirma quepodemos ficar sem pecar aqui j sobre a terra. Tambm devemos evitara passividade, aguardando at que o Esprito faa a

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    4.4.9 - O Esprito intercede pelos cristos- "26 Da mesma forma o Esprito nos ajuda em nossa fraqueza, poisno sabemos como orar, mas o prp rio Esprito intercede por ns

    com gemidos inexprimveis. 27 E aquele que sonda os coraes conhece

    a inteno do Esprito, porque o Esprito intercede pelos santos deacordo com a vontade de Deus"(Rom 8:26-27).- todos temos dificuldades em nossas oraes.- no sabemos exatamente como discernir a vontade de Deus emalgumas coisas que oramos. Temos fraquezas prprias da naturezadecada (Moo 1996,524).

    - alguns acham que os gemidos inexprimveis aqui se referem oraoem lnguas (Fee 1994,580). Isso improvvel, pois o dom de lnguas restrito por Paulo para alguns crentes e aqui a referncia a todos oscristos (Moo 1996,525). Moo acha que por causa de nossa fraquezapodemos orar por coisas erradas, mas isso n&tleve nos desesperar,pois o Esprito dentro de ns sabe o que certo e intercede por aquelascoisas que esto em perfeito acordo com a vontade de Deus (Moo1996, 526). O Esprito conhece as nossas maiores necessidades e ascomunica a Deus de forma especial (Hunter 1993, 733; Cranfield1975, 423-35).- os gemidos so provavelmente do Esprito e imperceptveis para ns.Logo, gemidos seria algo metafrico (Moo 1996,525-26).- a intercesso do Esprito paralela com a intercesso de Cristo no

    cu por ns (Rom 8:34).- orar no Esprito, (Ef 6:18) significa orar ciente da presena de Deusque o Esprito traz, aproximando-se de Deus com a confiana demaneira simples como uma que criana se aproxima do seu pai (Hunter1993, 733). E a orao inspirada, guiada e que tornada efetiva peloEsprito (Lincoln 1990,452).

    4.4.10 - O Esprito capacita para o trabalho-" 7A cada um, porm , dada a manifestao do Esprito, visando aobem comum"(1 Co 12: 7).- ele distribui capacitaes para que os cristos possam continuar a suaobra aqui sobre a terra.- ele distribui os dons s pessoas para que possam edificar a igreja

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    e continuar o Reino de Deus;- esse ponto desenvolvido mais abaixo quando falamos sobre osdons do Esprito Santo.

    4 .4 .1 1 -0 Esprito revela o que est por vir

    -"Mas quando o Esprito da verdade vier, ele os guiar a toda a verdade.No falar de s i mesmo; falar apenas o que ouvir, e lhes anunciar oque est po rv/r" (Jo 16:13);- muitas vezes esse texto tem sido interpretado como o Esprito Santorevelando detalhes escatolgicos, porm este no o elemento centraldesse texto.- a principal funo aqui de falar do que vai acontecer como

    conseqncia da revelao climtica.que temos em Cristo, seu ministrio, morte, ressurreio e exaltao.Isso inclui o testemunho do Esprito sobre Jesus, seu ministrio para omundo (Jo 16:8-11) primariamente atravs da igreja (Jo 15:26-27), opadro de vida e obedincia do Reino de Deus que est irrompendoat a sua consumao. Assim o Esprito est tornando conhecidas as

    implicaes da revelao de Deus em Jesus Cristo (Carson 1991,540-41). Em outras palavras, inclusive aquelas previses sobre os ltimosdias dadas nos outros livros da Bblia no so uma revelao nova eindependente de Cristo, mas uma derivao do ensino de Jesus edaquilo que ele quer mostrar igreja (Maier 1989,2:183-84). Inclusiveo Apocalipse se denomina a revelao de Jesus Cristo (Ap 1:1). O Apocalipse e outros textos que falam sobre o futuro tm a funo de

    dar algumas pinceladas sobre o futuro para que saibamos o que aindavem antes do fim para que nos preparemos para enfrentar as situaesdifceis sem desanimar. Essas profecias no tm a funo especfica dedizer ainda quantos kms faltam at um lugar especfico - eles soindicadores gerais e no algo preciso.- de acordo com Morris, "dificilmente podemos entender isso com o

    sentido de que o futuro ser esclarecido aos cristos, porque: 1) aspalavras no dizem necessariamente isso, e 2) em todos esses sculosos cristos tm estado to perplexos como todos os outros quanto aoque est por vir. Antes, as palavras significam que o Esprito levar oscrentes a entender o que o caminho cristo significa" (Morris 2003,312);

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    - no devemos fechar as portas para novas predies sobre o futuro,mas tudo precisa ser feito com muito cuidado, pois muitas pessoasmuito piedosas antes de ns tinham certeza das predies que fizerame muitas deias se mostraram totalmente erradas (ex. datas sobre a voltade Cristo).

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    5 - Atitudes erradas contra o Esprito

    5.1 - Pecado contra o Esprito Santo- o relato sobre o pecado contra o Esprito Santo aparece nos 3evangelhos sinticos (Mt 12:22-37; Mc 3:20-30; Lc 12:4-12).

    - o contexto aqui trata de Jesus que est realizando a sua obra sobre aterra.- os fariseus esto vendo os milagres de Jesus e no querem crer neles.A nica sada para eles, j que no podem negar que os milagres estoacontecendo, afirmar que esto sendo feitos pelo poder do diabo.- acreditava-se que pessoas realizavam exorcismos com a ajuda deoutros seres espirituais (Keener 1997,230).- o resultado que Jesus acusado de estar praticando feitiaria queera uma ofensa muito sria naqueles dias especialmente entre o povode Israel (Keener 1997,230).-Jesus argumenta que se um reino quer prosperar precisa ter harmoniaentre si - no pode uma parte guerrear contra a outra possuindo omesmo objetivo-ou esto do seu lado ou do lado do inimigo.

    - o diabo poderia at permitir alguns exorcismos somente para ganhara credibilidade das pessoas, mas a longo prazo isso no se justifica.- os lderes religiosos tambm tinham exorcistas que supostamentetrabalhavam em nome de Deus. Jesus questiona: se eles trabalhavampara Deus por que o acusavam de trabalhar com o poder do diabo?- Jesus est dizendo que o seu poder vem de Deus e que ele temautoridade sobre os espritos imundos dado por Deus - pelo Esprito.Pelo Esprito ele estava expulsando os demnios.- Jesus amarrou o homem forte e est tirando as suas riquezas. A idiaaqui que se algum quer roubar a casa de algum no vai conseguirfaz-lo sem antes amarrar o dono da casa. Se este estiver desamarradovai fazer tudo ao seu alcance para impedir que o ladro tire a suapropriedade. Assim Jesus amarra o inimigo para poder tirar dele o que

    est em posse dele. Aqui no est se afirmando que as pessoasdominadas pelo inimigo so posse legal dele. simplesmente umafigura de linguagem para ilustrar uma verdade.

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    - os professores da lei da poca reconheciam que um pecado deliberadocontra Deus (blasfmia) normalmente era imperdovel (Keener 1997,232) - pecado "com a mo levantada" (pecados intencionais comatitude desafiadora) como vemos em Num 15:30 Mas todo aqueleque pecar com atitude desafiadora, seja natural da terra, seja

    estrangeiro residente>insulta o SENHOR, e ser eliminado do meiodo seu povo".- o pecado de Pedro negando Jesus no se enquadra dentro dessacategoria j que ele alcana o perdo (Mt 28:10, 16-20). Para nsprovavelmente o pecado de Pedro no deveria ser perdoado. MasDeus conhece o corao das pessoas e no julga pela aparncia

    - a meno aqui contra os fariseus que esto a beira de se tornarem

    indesculpveis.- o pecado aqui se refere dureza de corao deles em suadeterminao de rejeitar qualquer prova de que Jesus divino eatribuir as provas que Jesus d ao diabo (Keener 1997,232). Jesus osadverte que no apenas esto negando o trabalho do Esprito, mastambm esto manifestando a sua perversidade espiritual. Aqueles que

    so espiritualmente perversos a ponto de chamarem o ministrio decura que Jesus executa de "mau" esto em perigo de rejeitar o Espritode Deus e com isso rejeitar qualquer possibilidade de perdo. Estaspessoas se colocam para alm da possibilidade de perdo, no porqueo perdo de Deus limitado em si mesmo, mas porque eles recusamo perdo, pois acham que "mau" em si mesmo (Everts 1992,6:745).

    Uma vez que o testemunho do Esprito sobre a obra de Deus atravs

    de Cristo rejeitado permanentemente, nada pode ser perdoado, jque o plano de Deus foi rejeitado (Bock 1996,1143). Quem recusa oplano de Deus para o perdo, precisa tentar achar o perdo em outrolocal. Como no existe outra maneira de se reconciliar com Deus estapessoa fica sem possibilidade de encontrar o perdo.- seria a pessoa que est to determinada contra Cristo que procura

    qualquer explicao para desacreditar as provas que mostram que Jesus divino (Keener 1997, 232).- quando Jesus estava sobre a terra nem todas as pessoas oreconheceram como o Filho de Deus. Sua presena era um tantoenigmtica. Mesmo o discpulos levaram tempo at crerem que setratava realmente do Messias. "A falha em reconhecer Jesus durante

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    sua misso terrena (Mc 3:21; At 3:17) era menos grave do que atribuirdeliberadamente sua misso inteira, especialmente suas boas obras, aSatans, sendo esse o erro dos fariseus. A vinda de Pentecostes fezdesaparecer a distino. Jesus apresentado como Filho de Deus,com o poder da ressurreio, e o evangelho da cruz pregado no

    poder do Esprito. A rejeio dessa mensagem e do Cristo que elaencerra rejeio do Esprito que d testemunho de sua verdade (Hb10:29).Esse pecado imperdovel se mantido, pois coloca a pessoa alm danica esperana de redeno" (Milne 1987,113).- o pecado contra Jesus que pode ser perdoado a rejeio da verdade

    e do evangelho que Jesus apresentou. Para isso existe perdo j quetodos passamos por esse estgio. O pecado contra o Esprito Santo nopode ser perdoado, pois a rejeio da mesma verdade com totalconscincia de que est rejeitando a obra do Esprito mesmo que nopossa haver nenhuma outra explicao plausvel para os exorcismosque Jesus praticava (Carson 1995a, 291 -92). Outra idia que Jesusveio como servo e no como o rei que os judeus estavam esperando

    e por isso talvez dissessem algo contra ele na ignorncia (Twelftree1992, 76). At 3:17 poderia explicar essa ignorncia: "Agora, irmos,eu se i que vocs agiram po r ignorncia, bem como os seus lderes".- opecado contra o Esprito a rejeio da verdade quando a pessoaest totalmente consciente de que est rejeitando a verdade, mesmoque no exista outra explicao plausvel para tal (Carson 1995a, 291 -

    92).- como Jesus est libertando as pessoas do domnio do inimigo, arejeio da obra do Esprito que est atuando atravs de Jesus implicaem rejeitar a obra de salvao que Jesus oferece - blasfemar contraJesus e sua misso aqui na terra (Hagner 1993,347).- a pessoa que nega que Cristo pode salvar, e que atribui as suas obrasa outras fontes no vai buscar a Jesus para ser salva. Se ela se ope aoEsprito que trabalha para convenc-la do pecado, ela no serconvencida do pecado, i.., no vai se arrepender sem esseconvencimento e por isso se coloca alm do perdo (Blocher 2000,785).- o pecado a atribuio da obra que Deus est fazendo a Satans

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    (Twelftree 1992, 76). E isso feito de maneira totalmente consciente.- o contexto de Lc 12:4-12 nos fala sobre o medo de assumir umcompromisso com Jesus em virtude do medo face oposio dosinimigos. Quem rejeita o compromisso com Jesus seguidamente pormedo, mesmo sabendo que a deciso que precisa ser tomada

    (consciente) vai endurecendo o seu corao e vai ser julgado um diacomo um perdido (Bock 1996,1142-45). Aqui provavelmente estamoslidando com a apostasia (Everts 1992 6:745). A diferena entre ablasfmia contra o Filho de Homem seria um ato de rejeio duranteo seu ministrio (rejeio instantnea) enquanto que a blasfmia contrao Esprito seria uma rejeio persistente e decisiva (deciso de rejeiopermanente). Quando uma pessoa rejeita obstinadamente e de maneiradecisiva, ela recusa a mensagem ou evidncia a favor da obra doEsprito - essa pessoa no perdoada (Bock 1996,1141 -43).- mas ser que existe evidncia de que os fariseus estavam rejeitandoa Jesus e sua obra de forma consciente? Em Jo 3:1 -2 lemos: "7 Haviaum fariseu chamado Nicodemos, uma autoridade entre os judeus. 2

    Ele veio a Jesus, noite; e d isse: "M estre, sabemos que ensinas da

    parte de Deus, pois ningum pode realizar os sinais miraculosos queests fazendo, se Deus no estiver com ele".Nicodemos vem a Jesus ediz: Sabemos.. . O plural provavelmente indica um grupo de fariseusque pensavam como Nicodemos que Jesus era muito mais do que ummero ser humano (Carson 1991,187). Isso parece provar que os fariseussabiam quem Jesus era, mas conscientemente recusaram.- dificilmente essa rejeio algo que acontece em um s momento. algo contnuo e persistente.- a pessoa que endurece o seu corao frente obra de Cristo emsalvar as pessoas assim se posicionando para alm de onde o perdode Deus possa alcan-lo (Nolland in Bock 1996,1141).- quando uma pessoas atribui ao diabo a obra do Esprito, isso podecausar uma confuso muito grande na conscincia da pessoa. Quando

    o bom se torna mau, perde-se qualquer parmetro para discernir entreo bem e o mal. Quando isso acaba, a conscincia perde a sua funoe a pessoa perde a capacidade de distinguir entre o certo e o errado.Logo nunca vai se arrepender e est perdida (Guthrie 1981,522).

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    - somente Deus sabe quando uma pessoa ultrapassou o ponto e nopode mais voltar. Aos nossos olhos no haveria volta para Paulo ouPedro, mas para Deus havia. Himeneu e Alexandre ao que tudo indicaconscientemente rejeitaram o ensino e blasfemaram. Eles foramentregues a Satans - expulsos da igreja (onde Jesus reina) para o

    mundo (onde o diabo reina). A idia que a pessoa veja o quo ruima vida fora da igreja, e veja as vantagens de estar no time de Jesus, searrependa e volte para a comunho (1 Tim 1:12-20).- muitas vezes cristos novos se questionam se cometeram o pecadocontra o Esprito Santo. Esse pecado a dureza de corao que no searrepende. Se existe o desejo de se arrepender, seguramente voc

    no cometeu esse pecado. Enquanto existir o desejo de voltar comunho com Deus podemos descansar de que no cometemos opecado imperdovel.- alguns outros textos tm sido conectados s vezes com a blasfmia.Isso, porm um pouco forado. No podemos fazer essa ligaodireta entre esses textos. Basicamente a nica coisa que une estestextos s palavras de Jesus seria o fato de que o perdo nem sempre

    est disponvel o que contrasta com a mensagem principal dasEscrituras, a livre oferta da salvao que est disponvel at o retornode Cristo (Blocher 2000,785).a) Heb 6:4-6 - apostasia para a qual no existe o perdo:"4 Ora, para aqueles que uma vez foram ilum inados, provaram o

    dom celestial, tornaram-se participantes do Esprito Santo, 5

    experimentaram a bondade da palavra de Deus e os poderes da eraque h de vir, 6 e caram, im possvel que sejam reconduzidos ao

    arrependimento; pois para s i mesmos esto crucificando de novo o

    Filho de Deus, sujeitando-o desonra pblica-esse texto fala das pessoas que j tiveram um encontro direto comDeus, experimentaram o Esprito Santo e depois abandonaram a f.Esse texto est mostrando que para essas pessoas impossvel voltaroutra vez para a f em Jesus Cristo. H um grupo de pessoas quequando se desvia no consegue mais voltar. Esse texto no deve servisto simplesmente como um texto isolado falando de uma possvelapostasia. O livro de Hebreus escrito para judeus que haviam seconvertido, mas por estarem sendo pressionados queriamabandonar a Jesus e voltar para o Judasmo. E nesse

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    contexto que temos o texto acima.

    b) 1 Jo 5:16-17- pecados para a m orte e pecados no para amorte

    - "16 Se algum vir seu irmo cometer pecado que no leva morte, ore, e Deus dar vida ao que pecou. Refiro-me quelescujo pecado no leva morte. H pecado que leva morte; noestou dizendo que se deva orar por este. 17 Toda injustia pecado, mas h pecado que no leva morte" .

    - esse texto menciona que pessoas que se desviaram da f e no

    cometeram os pecados para a morte podem ser recuperados atravsdo trabalho de outros cristos.- pecados para a morte em 1 Joo seriam aqueles que so totalmenteincompatveis com um cristo: negar que Jesus o Filho de Deus,recusar-se a obedecer aos mandamentos Deus, amar o mundo eodiar o irmo. Esses pecados pertencem s pessoas que pertencem aoreino das trevas e no ao reino da luz. Quem escolhe deliberadamenteesse caminho est a caminho da morte, pois deliberadamente se recusaa crer em Jesus Cristo. Os pecados que no seriam para a morte seriamaqueles que cometemos quando somos vencidos pelas tentaes, masno fundo queremos seguir a Jesus. Seguramente nesse texto as pessoasque cometeram o pecado para a morte eram aqueles que haviamestado na igreja e abandonado para seguir falsos mestres (Marshall

    1978,247-49). Joo no incentiva a orao por aquelas pessoas quepecaram para a morte, mas tambm no probe que se faa.

    c) Tg 5:19-20 - desvio da f e arrependimento- 19 Meus irmos, se algum de vocs se desviar da verdade e algum

    o trouxer de volta, 20 lembrem-se disso : Quem converte um pecador

    do erro do seu caminho, salvar a vida dessa pessoa e far que

    muitssimos pecados sejam perdoados"(Tg 5:19-20).- esse texto fala de pessoas que se desviaram, mas que podem voltar.Seria um texto paralelo que enfatiza o contrrio dos textos queacabamos de ler. Esse texto se refere a pessoas que esto sedesviando pelos pecados que Tiago j citou em sua carta: os que nopermanecem fiis nas provaes; que culpam a Deus pelas

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    provaes; que ouvem e no praticam a palavra; favorecem o ricoem detrimento do pobre; falam que tem f, mas a sua vida no mostra,etc. Mesmo que estas pessoas esto se desviando da verdade, podemser recuperadas pela atuao de um outro cristo que se aproximadele para traz-lo de volta.- o que conclumos que existem pessoas que se desviam da f e nomais voltam. No existe mais o caminho de volta para elas. Outrasainda podem voltar. Mas esses textos no nos do maiores informaessobre qual seria o motivo pelo qual uns poderiam voltar e outros no.- no creio que 1 Jo 5:16-17 se refira ao pecado contra o EspritoSanto, pois no vemos nenhuma ligao com o texto nos evangelhos.No entanto o castigo similar.

    - deveramos ter muito cuidado antes de dizer que algum cometeu opecado contra o Esprito Santo. Somente Deus sabe quem passou paraalm do ponto onde o perdo no mais pode alcan-lo.

    5.2 - Entristecer o Esprito Santo- "25 Portanto, cada um de vocs deve abandonar a mentira e falaraverdade ao seu prximo, pois todos somos membros de um mesmo

    corpo. 26 "Quando vocs ficarem irados, no pequem ". Apazigem a

    sua ira antes que o so l se ponha, 27 e no dem lugar ao Diabo. 28 O

    que furtava no furte mais; antes trabalhe, fazendo algo de til com as

    mos, para que tenha o que repartir com quem estiverem necessidade.

    29 Nenhuma palavra torpe saia da boca de vocs, mas apenas a que

    for til para edificar os outros, conforme a necessidade, para que

    conceda graa aos que a ouvem. 30 No entristeam o Esp rito Santode Deus, com o qual vocs foram selados para o dia da redeno(Ef4:25-30).- entristecer o Esprito est ligado diretamente com o v. 29 onde falade palavras destrutivas sendo faladas entre os membros da igreja(0'Brien 1999,345). De uma maneira mais ampla est ligado com osv.25-29 onde podemos entristecer o Esprito atravs da mentira (v.25),falta de reconciliao (v.26), roubo (v.28) e palavras podres (as palavrasrefletem o que h em nosso corao [Stott 2001,138-39]) (v.29) (Ewert1998, 103). Isso destri a unidade do corpo de Cristo [os relacionamentos dentro do corpo] e por isso devem serevitado (Fee 1994, 713; 0'Brien 1999, 348). "Na verdade qualquer

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    coisa incompatvel com a pureza ou com a unidade da igreja incompatvel com a sua prpria natureza [Esprito] e, portanto, fere-o. . . ele entristecido por todo o nosso abuso da fala" (Stott 2001,139-40).- mas essa exortao tambm est ligada fortemente ao contexto maior

    de 4:25-5:2 onde est em contraste com o "dar lugar ao diabo" (v.27).O Esprito entristecido quando por qualquer pecado a unidadecorpo de Cristo destruda (0'Brien 1999,346). Essas aes acabamse opondo ao trabalho do Esprito de construir/edificar a igreja (Ef 2:22;4:3-4) (Lincoln 1990,307).- existe um paralelo interessante aqui com Is 63:10 onde Isaas lembrade como Deus guiara o povo do deserto com a sua presena e os

    redimira (Ex 33:8-14). Isaas interpreta essa presena de Deus comosendo o Esprito Santo. "Apesar disso, eles se revoltaram e entristeceramo seu Esprito Santo"(Is 63:10). Agora as pessoas so exortadas a nofazerem o mesmo que Israel fez (0'Brien 1999,346-47).- o Esprito selou os cristos no dia de sua redeno - Deus os carimboucom o seu prprio carter e garantiu proteg-los (Ef 1:13) at tomar

    posse completa deles no dia da redeno. Logo seria muita cara depau se eles se comportam agora de maneira a entristecer o Espritoque o selo de que pertencem a Deus (0'Brien 1999, 349).- entristecer o Esprito de Deus significa entristecer o Esprito que caracterizado pela santidade e que o prprio Deus trabalhando navida deles (Lincoln 1990,307).- o Esprito nos foi dado para coisas melhores: conversa verdadeira

    que edifica, contribuir com os necessitados, bondade e perdo (Fee1994, 716). Deus nos deu o seu Esprito para que andemos como opovo de Deus (Fee 1994, 716).- certamente o Esprito quer a nossa santidade. Ele nos convence dopecado e empurra para uma vida santa. Mas se no lhe damos ouvidose damos espao para o inimigo atravs de aes erradas que

    praticamos, entristecemos o Esprito e damos cada vez menos espaopara ele em nossas vidas.

    5.3 - Abafar / apagar o Esprito Santo- "79 No apaguem o Esprito. 20 No tratem com desprezo as

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    profecias, 21 mas ponham prova todas as coisas e fiquem com o que

    bom. 22 Afastem-se de toda forma de mal"(1 Tess 5:19-22).- o contexto mais provvel que temos aqui so extremos a seremevitados. Paulo entende que estamos na poca do Esprito econseqentemente das manifestaes do Esprito. Ao que tudo indica

    estamos tratando aqui do culto pblico da igreja (Stott 1991,131).Nesse contexto uma liturgia muito mecnica pode abafar o Espritobem como exageros podem nos abrir para qualquer Esprito.- apagar est ligado com a palavra fogo em diversos textos do NT (Mt3:11 par. Lc 3:16; Lc 12:49. At 2:3; Rom 12:11) para demonstrar oEsprito Santo ou a sua ao (Bruce 1982b, 125).- Fee acha que poderia haver 2 exageros/abusos aqui: (1) demais xtase,normalmente o falar em lnguas como em Corinto; ou (2) um xtasemal-orientado/desviado, usado por pessoas que profetizavam para

    justificar um comportamento errado ou predies erradas sobre a voltade Cristo o que levou a profecia como um todo a perder a confianada igreja. A outra possibilidade (3) que Paulo oferece aqui algopreventivo, baseado na experincia exttica incontrolada que eles

    tinham no paganismo (Fee 1994,58).- o que fica claro que Paulo no est dizendo para as pessoas deixaremde usar algo que pode ser usado de forma errada, como fica claro em1Co 12-14. O antdoto para o uso errado o uso correto dasmanifestaes do Esprito (Fee 1994,58-59).- a ordem dentro desses versculos para que os tessalonicenses deixemde lado o hbito de apagar o Esprito. Isso no quer dizer que elestinham esse costume, mas que no devam ter essa prtica (Bruce1982b, 125). Talvez com medo dos excessos alguns profetas estavamdeixando de trazer a mensagem de Deus para a congregao. Issoeqivale a apagar o que o Esprito est querendo dizer para a igreja(Robeck 1993, 760-61).- nesse contexto est falando de profecias. O Esprito pode ser abafado

    / apagado quando o profeta se recusa a passar adiante a mensagemque recebeu de Deus, ou quando as pessoas no permitemque ele passe essa mensagem para a congregao (Bruce 1982b,125). Essa mensagem poderia ser uma profecia ou at o

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    falar em lnguas (Wanamaker 1990,202).- recusar a ouvir a mensagem de Deus (profecia) que servia paraedificao, exortao e encorajamento da comunidade (1 Co 14:3,31) seria como no querer ouvir a palavra de Deus para essacomunidade (Wanamaker 1990,202).

    - o AT mostra dois casos onde isso acontece: Jeremias diz que se elerecusar a falar a mensagem que Deus colocou nele, ela se torna comoum fogo dentro dele (Jer 20:9); e Ams que foi proibido de falar amensagem de Deus (Am 2:12) (Bruce 1982b, 125).- possvel que as pessoas em Tessalnica (como mais tarde em Corinto)valorizavam mais os dons espetaculares do que a profecia que erafalada. A profecia precisa ser dada na igreja, pois ela dada para

    edificar a igreja (Bruce 1982b, 125).- por outro lado a profecia tambm deve ser testada para evitar quefalsos profetas surjam que vo destruir o rebanho. Aqui no temosnenhuma meno de critrios utilizados para avaliar a profecia (Bruce1982b, 126). Mas fica claro em outros textos como isso deve ser feito.Fee sugere que 2 Tess 2:2,15 possa nos ajudar nesse sentido. Ali

    dito que devem permanecer firmes nas tradies em que foramensinados (Palavra - provavelmente a pregao de Paulo) ou por meioda carta (provavelmente 1 Tess) (Fee 1994, 60-61). Isso analisadomais a fundo quando falamos sobre o dom de profecia, mas queremoscolocar aqui alguns pontos importantes sugeridos por Stott para julgara profecia: (1) Concorda com as Escrituras; (2) O profeta reconheceque Jesus veio em carne (a prova inicial era se a pessoa reconhecia

    que Jesus era o Senhor [1 Co 12:3] que depois se tornou mais especficaligando o profeta ao Jesus histric