dorsal oceânica

5
Dorsal oceânica Estrutura de uma dorsal oceânica. Esquema de funcionamento de uma dorsal oceânica. Inner Core Outer Core 700 km Mantle Asthenosphere Trench "SLAB PULL" Ridge Lithosphere Trench Mecanismo de circulação mantélica explicativo da formação das dorsais oceânicas. Dorsal oceânica, também dorsal submarina, dorsal meso-oceânica ou crista média oceânica, é a designa- ção dada em oceanografia física às grandes cadeias de montanhas submersas nos oceanos que resultam do lento Idade da crusta oceânica. A vermelho as regiões mais jovens, junto das dorsais; a azul as mais antigas, por exemplo, junto das costas norte-africana e norte-americana. A diferente extensão dos fundos de cada idade fornecem um claro indício da dife- rente velocidade de expansão em cada ponto, diferença que origi- nou as zonas de fractura (falhas transformantes) claramente vi- síveis como descontinuidades habitualmente perpendiculares às dorsais. Carta topográfica e batimétrica do oceano Árctico e terras pró- ximas, sendo visíveis as principais dorsais oceânicas árcticas, como a dorsal de Lomonossov. afastamento das placas tectónicas. [1] São grandes eleva- ções submarinas situadas na parte central dos oceanos da Terra, com uma altura média de 2000 a 3000 metros acima dos fundos oceânicos circundantes. Na sua região central apresentam um rift, cuja aparência geral é a de 1

Upload: darlly-reis

Post on 19-Mar-2017

98 views

Category:

Science


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Dorsal oceânica

Dorsal oceânica

Estrutura de uma dorsal oceânica.

Esquema de funcionamento de uma dorsal oceânica.

Inner Core

Outer Core

700 km

Mantle

Asthenosphere

Trench"SLAB PULL"

RidgeLithosphere

Trench

Mecanismo de circulação mantélica explicativo da formação dasdorsais oceânicas.

Dorsal oceânica, também dorsal submarina, dorsalmeso-oceânica ou crista média oceânica, é a designa-ção dada em oceanografia física às grandes cadeias demontanhas submersas nos oceanos que resultam do lento

Idade da crusta oceânica. A vermelho as regiões mais jovens,junto das dorsais; a azul as mais antigas, por exemplo, junto dascostas norte-africana e norte-americana. A diferente extensãodos fundos de cada idade fornecem um claro indício da dife-rente velocidade de expansão em cada ponto, diferença que origi-nou as zonas de fractura (falhas transformantes) claramente vi-síveis como descontinuidades habitualmente perpendiculares àsdorsais.

Carta topográfica e batimétrica do oceano Árctico e terras pró-ximas, sendo visíveis as principais dorsais oceânicas árcticas,como a dorsal de Lomonossov.

afastamento das placas tectónicas.[1] São grandes eleva-ções submarinas situadas na parte central dos oceanosda Terra, com uma altura média de 2000 a 3000 metrosacima dos fundos oceânicos circundantes. Na sua regiãocentral apresentam um rift, cuja aparência geral é a de

1

Page 2: Dorsal oceânica

2 1 DESCRIÇÃO

um sulco axial percorrendo longitudinalmente a dorsal,ao longo do qual são emitidas lavas provenientes da as-censão de magma do manto sublitosférico.

1 Descrição

O surgimento das placas e seu consequente afastamentosão devidos às correntes convectivas de magma divergen-tes no manto, que dão origem a riftes. As dorsais subma-rinas dos oceanos estão conectadas, formando a maior ca-deia de montanhas do mundo, com cerca de 65 000 kmde extensão. Esta cadeia montanhosa seria vista do es-paço se não fossem os oceanos. É diferente das cadeiascontinentais na composição formada por basaltos isentosde deformação.As dorsais oceânicas são grandes elevações submarinassituadas na parte central dos oceanos da Terra. Apre-sentam uma altura média de 2000 a 3000 metros acimados fundos oceânicos circundantes e um sulco central, umrifte, por onde são continuamente emitidas lavas prove-nientes do manto sublitosférico. Estas lavas ascendem àsuperfície da crusta oceânica através de fissuras forma-das no fundo do oceano, dando origem a novos vulcõessubmarinos e ao crescimento da crusta oceânica.Devido à contínua formação de nova crusta ao longo dasmargens do rifte, as rochas são mais jovens nas imedi-ações da dorsal (próximo da região de fissura) do quena periferia da bacia oceânica. Esta expansão leva a quelongo de milhões de anos, o fundo do oceano (e portantoo oceano em si) cresça e se expanda, pelo que os conti-nentes de ambos os lados do oceano se afastam entre si.Isto é o que sucede actualmente com o Oceano Atlântico,que se expande e provoca que a Europa e a África se afas-tem do continente americano, processo que se iniciou hácerca de 180 milhões de anos. Por outro lado, a perma-nente renovação do fundo dos oceanos por este continuofluir de magma faz com que esta classe de crusta seja,em geral, consideravelmente mais jovem que as crustascontinentais, pelo menos nas regiões mais próximas daprópria dorsal.Alguns cumes das dorsais sobressaem acima do nível mé-dio do mar e formam ilhas vulcânicas, como a Islândia,os Açores, a ilha de Santa Helena ou a ilha de Ascensão.As etapas principais da formação de uma dorsal oceânicasão:

• A - formação de um rifte continental, com abau-lamento e afundamento da região central; em ge-ral há fractura em pontos triplos e formação deaulacógenos;

• B - formação de falhas normais;

• C - formação de um oceano estreito comsedimentação progradante;

• D - alargamento do oceano, com formação demargens continentais passivas maduras.

Existem dois processos que aparentam ser responsáveispela separação que se observa nas dorsais do centro dosoceanos, não sendo claro qual deles é a principal: (1)a subducção nas margens continentais e o consequenteefeito de arraste sobre os materiais da crusta; e (2) o efeitode «correia transportadora» resultante do fluxo de mate-riais na parte superior do manto terrestre.No primeiro caso, aponta-se o efeito de arraste sobre asdorsais, considerando que o peso da cordilheira empurrao resto da placa, afastando-a do centro e aproximando-ade uma zona de subducção. Na zona de subducção, o pesoda placa que está sendo “puxada” para baixo, arrasta oresto da placa em direcção àmargem onde o afundamentoocorre.A outra teoria que procura explicar a formação de novacrusta oceânica no centro das dorsais submarinas apontaa acção do movimento convectivo do manto, que no casofunciona como uma «correia transportadora». Contudo,os que se opõem a esta teoria apontam que a parte su-perior do manto, a astenosfera, é demasiado flexível paraque a fricção gerada possa fazer mover uma placa tectó-nica.A velocidade de criação de novo material no fundo dooceano, conhecida geralmente como velocidade de ex-pansão do fundo oceânico, é pequena e é medida em mi-límetros/ano. Para uma classificação rápida, as velocida-des são subdivididas em:

• Rápidas: mais de 200 mm/ano

• Medianas: cerca de 60 mm/ano

• Lentas: menos de 20 mm/ano

O novo material formado nas dorsais mesoceânicas, aoarrefecer, transforma-se em rocha, com os respectivosminerais ferromagnéticos alinhados de acordo com as li-nhas de força do campo magnético terrestre. Estudandoa sua orientação, foi possível determinar as variações queocorreram no campo magnético da Terra ao longo da his-tória do planeta.O processo pelo qual uma fractura como o Grande Valedo Rift se converte numa dorsal oceânica não está aindatotalmente entendido, ainda que se acredite que a área doMar Vermelho seja um exemplo, no qual o Golfo do Suez,no norte, representaria as etapasmais precoces, o norte doMar Vermelho uma etapa intermédia e o sul deste umaetapa mais avançada da formação.São designadas por zonas de fractura das dorsais as fis-suras que atravessam as suas cristas, marcando a direc-ção do deslizamento segundo o rumo das chamadas falhastransformantes, resultado da compensação das tensões aque se submete a dorsal e todo o fundo marinho pelas di-ferentes velocidades a que se produz a expansão do fundo

Page 3: Dorsal oceânica

3

marinho ao longo das dorsais. Um exemplo destas zonasde fractura é a famosa falha de San Andrés (que emergedomar na costa da Califórnia, Estados Unidos), ainda quea maioria seja submarina.A cadeia montanhosa que marca a dorsal apresenta umrelevo muito acidentado, com encostas amplas e cristasmarcadas em geral por um profundo desfiladeiro longitu-dinal, chamada vale de afundamento ou rifte, ao longoda qual se produzem numerosos sismos superficiais eerupções vulcânicas que emitem lavas de composiçãobasáltica.Para os lados da dorsal vai aumentando pouco a pouco aespessura da crusta vulcânica e a espessura dos sedimen-tos. A actividade sísmica atenua-se rapidamente. Foradas cristas há apenas vulcões dispersos que formammon-tanhas isoladas. As cristas da dorsal podem estar deslo-cadas lateralmente ao longo de troços extensos que cor-respondem a zonas de fractura.Nos limites entre duas placas, a lava ascende até à super-fície, arrefece e solidifica, ao mesmo tempo que a crustamais antiga se vai separando de ambos lados da dorsal.Em alguns pontos do Atlântico médio, a dorsal desloca-se cerca de 2 cm ao ano, enquanto que no Pacífico orientalse move mais depressa, à razão de cerca de 14 cm anu-ais. A mudança gradual do volume submerso das dorsaisoceânicas provoca modificações muito ligeiras do níveldo mar a uma escala de tempo geológico.Nas cristas das dorsais existem também fumarolas efontes hidrotermais das quais brota fluido rico em mine-rais a uma temperatura de até 350 ºC através de fissurasno fundo marinho. Estas fontes de água depositam es-truturas colunares de sulfuretos metálicos que mantêmcolónias de animais pouco comuns. Os compostos queestes mananciais de água quente emitem desempenhamuma importante função na manutenção da composiçãoquímica da água do mar.

2 Notas

[1] “Breve caracterização domeiomarinho” no site do Depar-tamento de Botânica da Universidade de Coimbra, Portu-gal acessado a 30 de junho de 2009

3 Principais dorsais oceânicas

• Dorsais dos Oceanos Pacífico e Antártico

• Dorsal Sudeste-Pacífica - constitui umprolongamento, através da Dorsal Pacífico-Antártica, das dorsais do Oceano Índico(Dorsal Antártico-Australiana)

• Dorsal de Gorda• Dorsal de Juan de Fuca

Distribuição mundial das dorsais oceânicas.

• Dorsal do Explorador• Dorsal Antártico-Americana• Dorsal do Pacífico Oriental• Dorsal do Chile• Dorsal dos Galápagos• Dorsal de Scotia• Dorsal Antártico-Pacífico

• Dorsais do Oceano Índico• Dorsal de Áden• Dorsal do Índico Oriental• Dorsal do Índico Central• Dorsal Arábico-Índica (Dorsal de Carlsberg)• Dorsal do Índico Ocidental• Dorsal Antártico-Australiana

• Dorsal Média do Atlântico• Dorsal de Knipovich (entre a Gronelândia eSvalbard)

• Dorsal Mohns (entre Svalbard e a Islândia)• Dorsal de Kolbeinsey (norte da Islândia)• Dorsal de Reykjanes (sul da Islândia)• Dorsal do Atlântico Norte• Dorsal do Atlântico Sul, que liga através daDorsal Africano-Antártica com aDorsal do Ín-dico Ocidental

• Dorsais do Oceano Ártico• Dorsal de Lomonossov• Dorsal de Gakkel (Dorsal Mesoártica)

4 Ver também• Fossa oceânica• Vulcão submarino• Triângulo de Afar• Geografia da Islândia

Page 4: Dorsal oceânica

4 5 LIGAÇÕES EXTERNAS

5 Ligações externas• Giftig, heiß und stockdunkel – LebensraumMittelozeanische Rücken. Artikel auf demGeowissenschaften-Portal planeterde.de

• Submarine Volcanoes at Divergent Plate Boundaries

• Ridge 2000

• UHNAI-Exploring the Deep Subseafloor on theflanks of the Juan de Fuca Ridge system

• Folha: Formado em poucos dias, buraco gigante naÁfrica pode criar novo oceano

• An explanation of relevant tectonic forces

• Mid-Ocenic ridge, like baseball seam (TheDynamicEarth, USGS)

• Ridge2000, StudyingMid-Ocean Ridges fromMan-tle to Microbe

Page 5: Dorsal oceânica

5

6 Fontes dos textos e imagens, contribuidores e licenças

6.1 Texto• Dorsal oceânica Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Dorsal_oce%C3%A2nica?oldid=45913360 Contribuidores: LeonardoG, Philipi,Rui Silva, Alexg, Whooligan, RobotQuistnix, Sturm, Angrense, YurikBot, Leonardo.stabile, LijeBot, João Sousa, Thijs!bot, JAnDbot,Bisbis, Idioma-bot, TXiKiBoT, VolkovBot, SieBot, AlleborgoBot, DorganBot, DragonBot, BOTarate, Numbo3-bot, Luckas-bot, Salebot,Yonidebot, RedBot, Helvioferreira, FMTbot, EmausBot, Salamat, Stuckkey, Addbot, Yasnodark e Anónimo: 15

6.2 Imagens• Ficheiro:Commons-logo.svg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/4a/Commons-logo.svg Licença: Public domainContribuidores: This version created by Pumbaa, using a proper partial circle and SVG geometry features. (Former versions used to beslightly warped.) Artista original: SVG version was created by User:Grunt and cleaned up by 3247, based on the earlier PNG version,created by Reidab.

• Ficheiro:Dorsaloceanica.jpgFonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/72/Dorsaloceanica.jpg Licença: Public domainContribuidores: ? Artista original: ?

• Ficheiro:Earth_seafloor_crust_age_1996_-_2.png Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f5/Earth_seafloor_crust_age_1996_-_2.png Licença: Public domain Contribuidores: ? Artista original: ?

• Ficheiro:IBCAO_betamap.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d5/IBCAO_betamap.jpg Licença: Publicdomain Contribuidores: ? Artista original: ?

• Ficheiro:Mid-ocean_ridge_topography.gif Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/c0/Mid-ocean_ridge_topography.gif Licença: Public domain Contribuidores: http://geomaps.wr.usgs.gov/parks/animate/index.html Artista original: USGS

• Ficheiro:Oceanic_spreading.svg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/27/Oceanic_spreading.svg Licença: CCBY-SA 3.0 Contribuidores: Obra do próprio SVG, based on the public domain USGS image found here [1] and originally uploaded hereArtista original: Surachit

• Ficheiro:World_Distribution_of_Mid-Oceanic_Ridges.gif Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/69/World_Distribution_of_Mid-Oceanic_Ridges.gif Licença: Public domain Contribuidores: USGS, U.S Geological Survey; http://pubs.usgs.gov/gip/dynamic/baseball.html Artista original: J M Watson

6.3 Licença• Creative Commons Attribution-Share Alike 3.0