dono_tabela

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Produto: JT - BR - 8 - 02/10/08 8C-9C - CYANMAGENTAAMARELOPRETO 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 95% 98% 100% 2% 5% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 95% 98% 100% 2% 5% %HermesFileInfo:8-C:20081002: JT Quinta-feira, 2 de Outubro de 2008 www.jornaldatarde.com.br 8C especial futebol futebol especial 9C tab elas Além dos 11 critérios citados ao lado, há outros quatro levados em conta por Horácio Wendel para fabricar suas tabelas. “O objetivo é manter a imparcialidade clubística, reduzir os custos de viagem e assim fazer crescer o interesse técnico e esportivo sobre a competição”, explica. anos foi o tempo que Horácio trabalhou sob contrato com a CBF, entre 2001 e 2003 Nas duas primeiras rodadas, cada clube joga uma partida em casa e uma fora. Ninguém larga em vantagem ou desvantagem Nas duas últimas rodadas, cada clube joga uma partida em casa e uma fora. Ninguém leva vantagem na reta final Entre a última rodada do 1º turno e a primeira rodada do returno, cada clube joga uma vez em casa e outra fora Quem joga a primeira partida em casa, joga a última fora. E vice-versa milhões de reais é a soma das duas ações que Horácio move contra a CBF na Justiça Até a penúltima rodada (turno e returno), todas as equipes terão feito 9 jogos em casa e 9 fora Nas rodadas de clássico local, um dos clubes joga fora na jornada anterior. E o outro joga fora na partida seguinte Em cidades com dois clubes, sempre que um joga em casa, o outro joga fora Em cidades com quatro clubes, dois devem jogar em casa e dois fora. Em casa: um jogo no sábado e outro no domingo Dentro do mesmo turno, um clube não recebe (nem visita) dois adversários da mesma região Não há clássicos locais nas duas primeiras e nas duas últimas rodadas 11 passos para a tabela perfeita 3 Horácio Wendel O engenheiro acusa a CBF de usar seus critérios para fazer tabelas 2,25 Fiquei esperando por um acordo em 2004, mas ele não chegou. Por isso fui à Justiça Engenheiro processa CBF por ‘roubar’ suas fórmulas MARTÍNFERNANDEZ [email protected] ... AtabeladoBrasileirãofoipararna Justiça.Oengenheirocatarinense Horácio Wendel, de 58 anos, co- bra da CBF a autoria intelectual das tabelas das Séries A e B. Wendel não informa o valor, mas o JT ouviu de duas fontes do FórumdeJoinville(SC),onde cor- rem os processos, que a soma das pedidas chega a R$ 2,25 milhões Numa das ações ajuizadas em Joinville, ele pede ainda 5% do fa- turamento da Globo com o Brasi- leirão desde 2005. “De fato, pedi um percentual de quanto a Globo ganhaporqueelesmontamapro- gramação e garantem audiência em função das minhas idéias.” Horácio Wendel trabalhou sob contrato com a CBF entre 2001 e 2003.“Esse acordodetrêsanos foi cumprido corretamente. O pro- blema veio depois”, diz o enge- nheiro. “Em 2004, não quiseram renovar o contrato sob a alegação de que não precisavam mais dos meus serviços. E aí passaram a adotaroscritériosqueeutinhain- ventado para montar a tabela.” Wendel diz que, dos 15 critérios utilizados para armar a tabela, quatro são de autoria dele. Com a ajudadeumespecialistaeminfor- mática,elecriouumsoftware,ins- crito sob o número 52.614 e regis- trado em 21 de outubro de 2003 no Instituto Nacional de Proprie- dade Intelectual (INPI). “Alguns deles já eram utiliza- dos, claro, mas a CBF nunca con- seguiureunirtodososcritériosdu- rante todas as rodadas”, sustenta. “Em 2004, fiquei esperando por um acordo, mas ele não chegou. Por isso recorri à Justiça.” Ele começou a confeccionar as tabelas do Brasileiro em 2001, após o fiasco de organização da Copa João Havelange – nome da- do ao torneio nacional de 2000. “Eu já estudava o assunto havia dois anos”, conta. “Acompanha- va pelos jornais e me perguntava porque havia tantas falhas na or- ganização dos campeonatos.” O engenheiro cita, de cabeça, dezenas de erros registrados na CopaJoãoHavelange,umtorneio de turno único – foram 125 times nototal.“OVascojogoucontraIn- tereGrêmioemPortoAlegre,mas recebeu os três mineiros no Rio.” O primeiro contato, segundo Horácio Wendel, foi com a Globo Esportes, braço da Rede Globo quedetémosdireitosdetransmis- são do Brasileirão. “Mostrei o tra- balho para a equipe do Marcelo Campos Pinto (principal executi- vo da área esportiva da emissora) e foi aprovado”, diz o engenheiro. “Depois, com a mudança no nú- merodetimesenoformatodedis- puta, tive que adaptar a tabela.” O Brasileirão de 2001 teve 28 ti- mes e a primeira fase foi em turno único,com os oito primeiros clas- sificados para um mata-mata. O de 2002 teve o mesmo sistema, mas com 26 clubes. Em 2003, pas- sou a vigorar a fórmula dos pon- tos corridos, com 24 times. Encerrado o Brasileiro de 2003, acaboutambémocontratodeHo- rácio com a CBF. E começou a ba- talhadeleparaprovarqueastabe- las dos anos seguintes foram fei- tas a partir de suas idéias eque de- veria ser recompensado por isso. Outro lado O diretor de competições da CBF, VirgílioElísio,nãoatendeuàsliga- ções do JT nesta semana. Mas o cartola já havia comentado o caso em outra oportunidade. “A CBF sempre fez tabelas, antes e depois (de contar com os serviços de Ho- rácio Wendel). Não precisamos deninguém para nos ensinar a fa- zer nosso trabalho.” Também é esse o argumento central da defesa. “Uma das prin- cipais funções da CBF é organizar campeonatos”, diz Rodrigo Ca- pella, advogado catarinense con- tratado pela entidade para acom- panhar o caso. OchefedaGloboEsportes,Mar- celoCamposPinto,nãofoiencon- trado para falar do assunto, ape- sar da insistência da reportagem. Horácio Wendel sempre gos- toude futebol.Quandocriança, foi mascote do Caxias de Join- ville, hoje no amadorismo. A idéia de unir a paixão pela bola comaaptidãoparaosnúmeros surgiu na faculdade de enge- nharia.Massófoipostaemprá- ticamesmonoiníciodadécada. A primeira proposta de tabe- laparaoBrasileirãofoiapresen- tada ao então senador Geraldo Althoff,catarinensecomoelee relator da CPI do Futebol. O político gostou da idéia e a encaminhou ao presidente do CruzeiroedeputadofederalZe- zéPerrella.DaíparaaGloboEs- portesedepoisparaaCBF,que adotouafórmulaportrêsanos. OcasamentofoipararnaJus- tiça, mas Horácio Wendel nun- ca parou de trabalhar em tabe- las para campeonatos de fute- bol – atividade que mantém pa- ralelamente à consultoria para indústrias do setor plástico. Ano passado, ele viajou pela Europa para tentar vender seu trabalho às principais ligas de futebol do Velho Continente. “Emalgunspaísesnãoaceita- ram porque era muito caro”, conta,semrevelaroquantoco- bra pelo serviço. “Em outros, gostaram do trabalho mas não aceitaram por razões políti- cas.” O próximodesafio é apre- sentar uma nova proposta de tabelaparaoCampeonatoPau- lista.“Queestácheiodeerros”, segundo Horácio Wendel. Em sua casa de Joinville, Horácio Wendel mostra a tabela que criou para a Série A Dono das Cada equipe joga, no máximo, duas vezes seguidas em casa ou fora. Nunca três vezes consecutivas CHICO MAUFRENTE/AE Software já foi oferecido até na Europa

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Page 1: dono_tabela

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JTQuinta-feira,2deOutubrode2008www.jornaldatarde.com.br8C especial futebol futebol especial 9C

tabelas

Alémdos11critérioscitadosao lado,háoutrosquatro levadosemcontaporHorácioWendelparafabricarsuastabelas.“Oobjetivoémantera imparcialidadeclubística,reduziroscustosdeviagemeassimfazercrescerointeressetécnicoeesportivosobreacompetição”,explica.

anosfoiotempoqueHoráciotrabalhousobcontratocomaCBF,entre2001e2003

Nasduasprimeirasrodadas,cadaclubejogaumapartidaemcasaeumafora.Ninguémlargaemvantagemoudesvantagem

Nasduasúltimasrodadas,cadaclubejogaumapartidaemcasaeumafora.Ninguémlevavantagemnaretafinal

Entreaúltimarodadado1ºturnoeaprimeirarodadadoreturno,cadaclubejogaumavezemcasaeoutrafora

Quemjogaaprimeirapartidaemcasa,jogaaúltimafora.Evice-versa

milhõesdereaiséasomadasduasaçõesqueHoráciomovecontraaCBFnaJustiça

Atéapenúltimarodada(turnoereturno),todasasequipesterãofeito9jogosemcasae9fora

Nasrodadasdeclássicolocal,umdosclubesjogaforanajornadaanterior.Eooutrojogaforanapartidaseguinte

Emcidadescomdoisclubes,semprequeumjogaemcasa,ooutrojogafora

Emcidadescomquatroclubes,doisdevemjogaremcasaedoisfora.Emcasa:umjogonosábadoeoutronodomingo

Dentrodomesmoturno,umclubenãorecebe(nemvisita)doisadversáriosdamesmaregião

Nãoháclássicoslocaisnasduasprimeirasenasduasúltimasrodadas

11passosparaatabelaperfeita

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HorácioWendelOengenheiroacusaaCBFdeusarseuscritériosparafazertabelas

2,25

Fiqueiesperandoporumacordoem2004,maselenãochegou.PorissofuiàJustiça

EngenheiroprocessaCBFpor‘roubar’suasfórmulas MARTÍNFERNANDEZmartin.fernandez@grupoestado.com.br...AtabeladoBrasileirãofoipararnaJustiça.OengenheirocatarinenseHorácio Wendel, de 58 anos, co-bra da CBF a autoria intelectualdastabelasdasSériesAeB.

Wendel não informa o valor,mas o JT ouviu de duas fontes doFórumdeJoinville(SC),ondecor-remosprocessos,queasomadaspedidaschegaaR$2,25milhões

Numa das ações ajuizadas emJoinville,elepedeainda5%dofa-turamentodaGlobocomoBrasi-leirão desde 2005. “De fato, pediumpercentualdequantoaGloboganhaporqueelesmontamapro-gramação e garantem audiênciaemfunçãodasminhas idéias.”

Horácio Wendel trabalhou sobcontrato com a CBF entre 2001 e2003.“Esseacordodetrêsanosfoicumprido corretamente. O pro-blema veio depois”, diz o enge-nheiro. “Em 2004, não quiseramrenovarocontratosobaalegaçãode que não precisavam mais dosmeus serviços. E aí passaram aadotaroscritériosqueeutinhain-ventadoparamontaratabela.”

Wendeldizque,dos15critériosutilizados para armar a tabela,quatrosãodeautoriadele.Comaajudadeumespecialistaeminfor-mática,elecriouumsoftware,ins-critosobonúmero52.614eregis-trado em 21 de outubro de 2003noInstituto Nacional de Proprie-dadeIntelectual (INPI).

“Alguns deles já eram utiliza-dos, claro,masa CBFnuncacon-seguiureunirtodososcritériosdu-rantetodasasrodadas”,sustenta.“Em 2004, fiquei esperando porum acordo, mas ele não chegou.Por issorecorrià Justiça.”

Ele começou a confeccionar astabelas do Brasileiro em 2001,

após o fiasco de organização daCopaJoãoHavelange–nomeda-do ao torneio nacional de 2000.“Eu já estudava o assunto haviadois anos”, conta. “Acompanha-va pelos jornais e me perguntavaporque havia tantas falhas na or-ganizaçãodoscampeonatos.”

O engenheiro cita, de cabeça,dezenas de erros registrados naCopaJoãoHavelange,umtorneiode turno único – foram 125 timesnototal.“OVascojogoucontraIn-tereGrêmioemPortoAlegre,masrecebeuostrêsmineirosnoRio.”

O primeiro contato, segundoHorácioWendel, foi comaGloboEsportes, braço da Rede Globoquedetémosdireitosdetransmis-sãodoBrasileirão. “Mostreiotra-balho para a equipe do MarceloCamposPinto (principalexecuti-voda áreaesportiva daemissora)efoiaprovado”,dizoengenheiro.“Depois, com a mudança no nú-merodetimesenoformatodedis-puta, tivequeadaptaratabela.”

OBrasileirão de2001 teve28 ti-meseaprimeirafasefoiemturnoúnico,comosoitoprimeirosclas-sificados para um mata-mata. Ode 2002 teve o mesmo sistema,mascom26clubes.Em2003,pas-sou a vigorar a fórmula dos pon-toscorridos,com24times.

Encerrado oBrasileiro de 2003,acaboutambémocontratodeHo-ráciocomaCBF.Ecomeçouaba-talhadeleparaprovarqueastabe-las dos anos seguintes foram fei-tasapartirdesuasidéiasequede-veriaserrecompensadopor isso.

Outro ladoOdiretordecompetiçõesdaCBF,VirgílioElísio,nãoatendeuàsliga-ções do JT nesta semana. Mas ocartolajáhaviacomentadoocasoem outra oportunidade. “A CBFsemprefeztabelas,antesedepois(decontarcomosserviçosdeHo-rácio Wendel). Não precisamosdeninguémparanosensinarafa-zernossotrabalho.”

Também é esse o argumentocentraldadefesa.“Umadasprin-cipaisfunçõesdaCBFéorganizarcampeonatos”, diz Rodrigo Ca-pella, advogado catarinense con-tratadopelaentidadeparaacom-panharocaso.

OchefedaGloboEsportes,Mar-celoCamposPinto,nãofoiencon-trado para falar do assunto, ape-sardainsistênciadareportagem.

Horácio Wendel sempre gos-toudefutebol.Quandocriança,foi mascotedo Caxias deJoin-ville, hoje no amadorismo. Aidéia de unir a paixão pela bolacomaaptidãoparaosnúmerossurgiu na faculdade de enge-nharia.Massófoipostaemprá-ticamesmonoiníciodadécada.

Aprimeirapropostadetabe-laparaoBrasileirãofoiapresen-tadaaoentãosenadorGeraldoAlthoff,catarinensecomoeleerelatordaCPIdoFutebol.

Opolíticogostouda idéiaeaencaminhou ao presidente doCruzeiroedeputadofederalZe-zéPerrella.DaíparaaGloboEs-portesedepoisparaaCBF,queadotouafórmulaportrêsanos.

OcasamentofoipararnaJus-tiça, mas Horácio Wendel nun-caparoudetrabalharemtabe-las para campeonatos de fute-bol–atividadequemantémpa-ralelamenteàconsultoriaparaindústriasdosetorplástico.

Ano passado, ele viajou pelaEuropaparatentarvenderseutrabalho às principais ligas defuteboldoVelhoContinente.

“Emalgunspaísesnãoaceita-ram porque era muito caro”,conta,semrevelaroquantoco-bra pelo serviço. “Em outros,gostaramdotrabalhomasnãoaceitaram por razões políti-cas.”Opróximodesafioéapre-sentar uma nova proposta detabelaparaoCampeonatoPau-lista.“Queestácheiodeerros”,segundoHorácioWendel.

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