domingos arcanjo antónio nhampinga · 2017-03-10 · pedagógica de moçambique, para obtenção...

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Domingos Arcanjo António Nhampinga Análise do comportamento de preços de produtos constituintes de uma cesta básica. Estudo baseado nas técnicas de Box-Jenkins e função de transferência no período de 2006 2014, Cidade de Tete. Mestrado em Estatística Universidade Pedagógica de Moçambique Maputo 2016

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Domingos Arcanjo António Nhampinga

Análise do comportamento de preços de produtos constituintes de uma cesta

básica. Estudo baseado nas técnicas de Box-Jenkins e função de transferência

no período de 2006 – 2014, Cidade de Tete.

Mestrado em Estatística

Universidade Pedagógica de Moçambique

Maputo

2016

Domingos Arcanjo António Nhampinga

Análise do comportamento de preços de produtos constituintes de uma cesta

básica. Estudo baseado nas técnicas de Box-Jenkins e Função de

transferência no período de 2006 – 2014, Cidade de Tete.

Dissertação de mestrado apresentada a Faculdade

de Ciências Naturais e Matemática, Universidade

Pedagógica de Moçambique, para obtenção do grau

Acadêmico de Mestre em Estatística

Supervisor: Juan Tinguaro Rodríguez González

/Universidad Complutense de Madrid/

Universidade Pedagógica de Moçambique

Maputo

2016

Sumário

Dados curriculares do autor ....................................................................................... vi

Declaração ................................................................................................................ vii

Dedicatória ............................................................................................................... viii

Agradecimentos ......................................................................................................... ix

Resumo ....................................................................................................................... x

Abstract ...................................................................................................................... xi

Lista de figuras .......................................................................................................... xii

Lista de tabelas ........................................................................................................ xiii

Lista de abreviações e símbolos .............................................................................. xiv

CAPITULO I – INTRODUÇÃO .................................................................................. 15

1.1. Contextualização ............................................................................................ 15

1.2. Delimitação do estudo ..................................................................................... 16

1.3. Detalhamento do problema ............................................................................. 16

1.4. Objetivos ......................................................................................................... 18

1.4.1. Objetivo geral ............................................................................................ 18

1.4.2. Objetivos específicos ................................................................................ 18

1.5. Hipótese do trabalho ....................................................................................... 18

1.6. Importância do estudo ..................................................................................... 18

CAPITULO II - CARACTERIZAÇÃO METODOLÓGICA ........................................... 20

2.1. Caracterização dos dados .............................................................................. 20

2.1.1. Tipo e procedimentos de recolha dos dados ............................................ 20

2.1.2. Fonte dos dados .......................................................................................... 22

2.2. Procedimentos de análise de dados ............................................................... 22

CAPITULO III – DETALHES TEÓRICOS DO TRABALHO ....................................... 27

3.1. Inflação em Moçambique e estudos relacionados .......................................... 27

3.2. Análise fatorial (Analise preliminar) ................................................................. 29

3.2.1. Hipóteses do modelo de análises fatorial: ................................................ 30

3.2.2. Decomposição da variabilidade total ........................................................ 31

3.2.3. Pertinência de realização da análise fatorial ............................................. 31

3.2.4. Métodos de Extração dos fatores latentes ................................................ 34

3.2.5. Identificação de variáveis para cada fator ................................................. 36

3.2.6. Extrair as pontuações fatoriais .................................................................. 37

3.2.7. Avaliação e validação do modelo.............................................................. 38

3.3. Análise de séries temporais multivariadas ...................................................... 39

3.3.1. Conceito e termos importantes ................................................................. 39

3.3.2. Classificação das séries de tempo ............................................................ 41

3.3.3. Séries de tempo estacionárias e não estacionárias .................................. 42

3.3.4. Testes para detenção da estacionaridade ................................................ 42

3.3.5. Metodologia de Box-Jenkins ..................................................................... 44

3.3.6. Teste de casualidade de Granger ............................................................. 48

3.3.7. Função de transferência ........................................................................... 49

CAPITULO IV - APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ................ 51

4.1. Analise fatorial (Analise preliminar) ................................................................. 52

4.1.1. Identificando a pertinência da aplicação da análise fatorial ...................... 52

4.1.2. Identificando o número de fatores pertinentes .......................................... 54

4.1.3. Analise das comunalidades e interpretação dos fatores ........................... 55

4.1.4. Avaliação e validação do modelo obtido ................................................... 57

4.2. Estimação de modelos com base na metodologia de séries temporais .......... 59

4.2.1. Análise gráfica das séries ......................................................................... 60

4.2.2. Teste da raiz unitária e transformações das séries................................... 61

4.2.3. Estimação do modelo ARIMA para as séries SCP, USD e ZAR ............... 62

4.2.4. Seleção de modelos adequados as séries ............................................... 64

4.2.5. Analise dos resíduos da série SCP (Série principal)................................. 65

4.2.6. Modelação da SCP com base nas funções de transferência .................... 69

CAPITULO V - CONCLUSÃO E LIMITAÇÕES ......................................................... 75

5.1. Limitações ....................................................................................................... 76

Referências bibliográficas ......................................................................................... 78

Sites utilizados ....................................................................................................... 81

Anexos 1: Exemplar de ficha de recolha de preços nas lojas (HYPERMERCADO

ROYAL) ................................................................................................................. lxxxii

Anexo 2: Exemplar de ficha de recolha de preços nos mercados (MERCADO

KUACHENA-KUNHARTANDA) ............................................................................ lxxxiii

Anexo 3: Base de dados sobre preços de produtos (Preços em Metical) ............. lxxxv

Apêndice: Tabelas sobre o diagnóstico do modelo da série ZAR/MZN –

ARIMA(0,1,1) ........................................................................................................ lxxxix

vi

Dados curriculares do autor

Autor: Domingos Arcanjo António Nhampinga.

Naturalidade: Distrito de Mopeia, Província da Zambézia.

Nacionalidade: Moçambicana.

Data de nascimento: 02 de Fevereiro de 1987.

Formação: 2007 a 2011 – Bacharelato e Licenciatura em Ensino de

Matemática – Univ. Pedagógica de Moçambique_Quelimane.

2001 a 2005 – Ensino secundário do 1º e 2º ciclo (10ª – 12ª

classe) – Escola Secundaria Geral Eduardo Mondlane e Escola

secundaria 25 de Setembro respectivamente_Quelimane.

1994 a 2000 – Nível básico (1ª – 7ª classe) – Escola primaria 17

de Setembro_Quelimane; Escola primaria Guerra

Popular_Namacata e Escola primária do 2º grau de Namacata.

Título académico: Licenciado (Ensino de Matemática)

Instituição de trabalho: Universidade Pedagógica – Delegação de Tete (desde 2012)

Carreira universitária: Assistente estagiário

vii

Declaração

Declaro que esta dissertação é resultado da minha investigação pessoal e das

orientações do meu supervisor, o seu conteúdo é original e todas as fontes

consultadas estão devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia

final.

Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra

instituição para obtenção de qualquer grau académico.

Maputo, 03 de Agosto de 2016

_______________________________ Domingos Arcanjo António Nhampinga

viii

Dedicatória

Dedico esta dissertação:

A minha filha Alicia D. A. Nhampinga e,

A memória:

Do meu pai: Arcanjo António Nhampinga;

Da minha mãe: Beatriz Dauce Piriquito e;

Da minha irmã: Chica A. A. Nhampinga.

ix

Agradecimentos

Agradeço a deus, pela vida, saúde e força que me concedeu para tornar

realidade este sonho.

À minha mãe, Beatriz Dauce Piriquito que sempre me incentivou na continuidade

dos estudos e que deus a tenha.

Aos meus irmãos, Isabel, Tina, António e Maria pelo apoio moral e incentivo.

A minha esposa Velma. C. N. Simindila e filha Alicia D. A. Nhampinga por

tolerarem a minha ausência durante a realização das cadeiras curriculares e produção

do presente trabalho.

Aos professores do Master em Estatística, edição 2014, junto a coordenação do

curso na pessoa da Professora Begoña Vitoriano e Carlos Lauchande, pela ciência

que ousaram transmitir-me, em particular ao Professor Juan Tinguaro Rodríguez

González da Universidade Complutense de Madrid, pela sabia orientação e o cunho

cientifico que deu para realização deste trabalho.

Aos colegas do curso, pelos momentos de estudo e diversão proporcionados,

em particular aos da residência universitária de Lhanguene concretamente Alfeu Dias,

Pércio Chitata, Nasma Langa, Suvai Estevão, Henriques Laquene, Aly Jamal e

Leonel.

Ao instituto Nacional de Estatística (INE) Delegação de Tete na pessoa da

Delegada provincial, Teresa Teixeira e o responsável pela área de Índice de preços,

o sr. Manuel, na qual facilitaram a minha estadia na Instituição para fins de estágio

que culminou com a obtenção de dados para concretização deste trabalho.

Ao instituto de bolsas de estudo de Moçambique (IBE), na qual fui beneficiário

de uma bolsa de estudo parcial.

A direção da Universidade Pedagógica, Delegação de Tete por manter confiança

em mim e terem dado o parecer favorável que culminou com a autorização e

permissão da minha continuidade de estudos a tempo inteiro.

Aos que não pude mencionar, os meus profundos agradecimentos.

x

Resumo

A Presente Pesquisa tem por objetivo estudar o comportamento e produzir previsões a curto prazo em preços de produtos constituintes da cesta básica (Arroz, farinha de milho, óleo alimentar, peixe de segunda, feijão manteiga, açúcar amarelo e pão) mediante a combinação das metodologias de Box-Jenkins (BJ) e Função de Transferência (FT). Com o modelo de FT, procuramos avaliar se a taxa de câmbios USD/MZN e ZAR/MZN e, preço de petróleo exerciam influência sobre o índice de preços dos produtos constituintes da cesta básica e se poderiam melhorar o desempenho na previsão. Foi usada uma técnica complementar, a analise fatorial para entender o relacionamento entre as séries de preços constituintes da cesta básica com vista a redimensiona-las num ou mais índices de modo a facilitar o estudo. Assim, a analise fatorial conduziu-nos a indicação e/ou identificação de um único fator que designamos série conjunta de preços (SCP), pelo alto teor de correlaciomento que as séries apresentaram. Com ele foram construídos os modelos de BJ e FT, onde foi constatada que ela apresentava uma forte tendência crescente caraterizada por não estacionaridade. Sem aplicação de qualquer transformação, o modelo adequado sobre a série SCP foi o ARIMA(0,1,0) cuja as características vieram a melhorar quando introduzida uma variável fictícia caraterizada por valores atípicos severos nos meses de Dezembro de 2007 e Janeiro de 2008, moderados nos meses de Outubro de 2008, Dezembro de 2010 e Abril de 2011. Os testes de correlograma cruzado e o de casualidade de Granger conduziram-nos a indicação da taxa de câmbios ZAR/MZN como único fator que exercia influencias unidirecionalmente sobre o comportamento de preço de produtos constituintes da cesta básica cujo o melhor modelo para esta foi ARIMA(0,1,1). Assim, foi construído o modelo de função de transferência com a série SCP como a variável endógena e ZAR/MZN como exógena com uma intervenção devido aos valores atípicos observados que se mostraram relevantes na maximização da qualidade do modelo.

Palavras-Chave: Índice de preços da cesta básica; analise fatorial; Modelos de Box-Jenkins; Função de transferência.

xi

Abstract

The present research aims to study the behavior and produce short-term forecasts of prices of products that constitute basic basket food (rice, maize flour, cooking oil, fish Monday, butter beans, brown sugar and bread) by combining the methodologies of Box-Jenkins (BJ) and Transfer Function (FT). With the model of FT, we evaluate whether the rate of exchange USD / MZN and ZAR / MZN and oil prices exerted influence on the price index of the constituent products of the basic basket and could improve performance in the forecast. A complementary technique was used, the factor analysis to understand the relationship between the constituent price series of the basket in order to resize them in one or more indexes to facilitate the study. Thus, the factor analysis led us to display and / or identification of a single factor we call joint range of prices (SCP), with the high correlation of content that the series presented. With it, BJ and FT’s models were built, where it was found that it had a strong growing trend characterized by non-stationarity. Without applying any transformation, the appropriate model on the SCP’s series was the ARIMA (0,1,0) whose characteristics came to improve when introduced to a dummy variable characterized by outliers in the months of December 2007, January 2008, October 2008, December 2010 and April 2011. September 2011, December 2012, January 2008 and 2011 and February 2011. Cross-correlogram tests and the Granger causality led us to indicate the ZAR / MZN exchange rate as the sole factor that exerted unidirectionally influence on the price behavior of constituent products of the basic basket which the best model for this was ARIMA ( 0,1,1). Thus, the transfer function model was built with the SCP series as endogenous and ZAR / MZN as exogenous variable with an intervention due to outliers observed that proved relevant in maximizing the quality of the model.

Keywords: basic basket price index; factor analysis; Box-Jenkins models; transfer function

xii

Lista de figuras

Figura 1: Gráfico de sequência das séries constituintes da cesta básica ................. 52

Figura 2: Gráfico de sedimentação ........................................................................... 55

Figura 3: Gráfico de sequência da série SCP, ZAR_MZN, USD_MZN e preço de

Petróleo ..................................................................................................................... 60

Figura 4: Gráficos de regressão do logaritmo das médias e desvios padrões (sd)

anuas ........................................................................................................................ 62

Figura 5: Correlograma das séries SCP e USD_MZN em primeira diferença. ......... 63

Figura 6: Correlograma das séries ZAR_MZN ......................................................... 64

Figura 7: Correlograma residual de D(SCP) e D(SCP)+SCP_I ................................ 66

Figura 8: Diagrama de caixa do resíduo de D(SCP)+C............................................ 67

Figura 9: Detenção de atípicos nos resíduos de D(SCP)+C .................................... 67

Figura 10: Índice de preço real e estimado de D(SCP)+SCP_I ................................ 68

Figura 11: Teste de correlograma cruzado entre as series D_USD e D_ZAR com

D_SCO ...................................................................................................................... 71

Figura 12: Teste de normalidade de Jarque-Bera .................................................... 73

xiii

Lista de tabelas

Tabela 1: Estatísticas descritivas .............................................................................. 51

Tabela 2: Matriz de correlações entre as variáveis observadas ............................... 53

Tabela 3: Teste de KMO e de esfericidade de Bartlett ............................................. 54

Tabela 4: Variância total explicada – Factoração de eixo principal .......................... 54

Tabela 5: Variabilidade comum – comunalidades ..................................................... 56

Tabela 6: Matrizes anti-imagem ................................................................................ 56

Tabela 7: Variabilidade comum – comunalidades .................................................... 57

Tabela 8: Correlações reproduzidas ......................................................................... 58

Tabela 9: Pontuações factorias extraídos (Índice comum) ....................................... 59

Tabela 10: Teste de Dickey Fuler Aumentado .......................................................... 61

Tabela 11: Índices AIC e BIC de se comparação de modelos .................................. 65

Tabela 12: Atípicos detectados na SCP ................................................................... 66

Tabela 13: Diagnostico dos resíduos dos modelos D(SCP)+c,D(SCP) + SCP_I ...... 68

Tabela 14: Estimação do modelo D(SCP) + SCP_I .................................................. 69

Tabela 15: Teste de casualidade de Granger ........................................................... 70

Tabela 16: Estimacao do modelo1 de FT e o teste de correlacao serial LM ............ 72

Tabela 17: Teste de Heterocedasticidade condicional ............................................. 72

Tabela 18: Estimacao do modelo 2 de FT ................................................................ 73

Tabela 19: Testes de correlação serial e Heterocedasticidade de BPG .................. 74

xiv

Lista de abreviações

AGFI – índice de bondade (qualidade) de ajuste corrigido

AIC – Critério de informação Akaike

AR(p) – Auto regressivo de ordem p

ARIMA(p,d,q) – Auto regressivo e integrado de medias moveis de ordem p e q com d

diferenças

BIC – Critério de informação Bayesiana

BJ – Box-Jenkins

DNE – Direção Nacional de Estatística

FAC – Função de autocorrelação

FACP – Função de autocorrelação parcial

FT – Função de transferência

GFI – Índice de bondade (qualidade) de ajuste

i.i.d. – Independente e identicamente distribuídos

INE – Instituto Nacional de Estatística

JB – Jarque-Bera

KMO – índice de Kaiser, Meyer e Olkin

MA(q) – Medias moveis

MA(q) – Medias moveis de ordem q

MAS – Índice de adequação amostral

NRHo – Não se rejeita a hipótese nula

p – Numero de defasagens significativas auto regressivas

q – Numero de defasagens significativas de medias moveis

RHo – Rejeita-se a hipótese nula

RMSR – O índice de Root Mean Square Residual

SCP – Serie conjunta de preços

15

CAPITULO I – INTRODUÇÃO

1.1. Contextualização

Os preços de produtos a nível mundial não têm sido estáveis, devido a certos

fatores que o podem influenciar, tais como por exemplo, a taxa de câmbios, preços de

combustíveis, feriados nacionais e outros. Tal como outros países, Moçambique e, em

partícula a Cidade de Tete não foge desse cenário, devido por exemplo a que grande

parte de produtos provier de importação. A importação tem sido fortemente afetada

pelos câmbios e preços de combustíveis. Não sendo estes fatores estáveis, também

afetam diretamente na instabilidade dos preços de produtos básicos, sobretudos os

que são importados ou mesmo cujo sua matéria-prima é importada.

Tendo em consideração que a mudança de preços é um fenómeno que ocorre

frequentemente, neste trabalho procuramos estudar o comportamento dos preços de

produtos constituintes de uma cesta básica1 (O arroz, farinha de milho, óleo alimentar,

peixe de segunda, feijão manteiga, açúcar amarelo e pão), com recurso as técnicas

de análise de séries temporais, concretamente os métodos de BOX-JENKINS (BJ)

vulgo modelos ARIMA com sua extensão SARIMA e função de transferência (FT). Os

preços a que se refere foram colhidos dos principais mercados e lojas da Cidade de

Tete e, correspondem ao período desde dezembro de 2006 á outubro de 2014, dados

esses disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estatística delegação de Tete.

A ideia final foi obter um modelo estatístico que possa servir para prever os

preços a curto prazo, com intuito de disponibilizar esta ferramenta as famílias da

Cidade de Tete de forma que possa servir de guia para planificação das suas

despesas futuras.

O trabalho encontra-se estruturado em cinco capítulos e as devidas secções,

respectivamente:

CAPITULO I: Referente a introdução, na qual especificamos o problema, os

objetivos da pesquisa, as hipóteses e a importância do estudo.

CAPITULO II: Referente a caracterização metodológica do trabalho, na qual

especificamos o tipo, procedimentos de recolha, a fonte e os procedimentos de análise

dos dados.

1 http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2011/05/manual-de-procedimentos-do-subs%C3%ADdio-

%C3%A0-cesta-b%C3%A1sica.html http://www.verdade.co.mz/economia/19143-manual-de-procedimentos-do-subsidio-a-cesta-basica

16

CAPITULO III: Neste capitulo são apresentados alguns estudos realizados com

o mesmo enfoque cientifico que o presente e os detalhes teóricos da metodologia,

portanto, são apresentadas as teorias subjacentes as análises que foram feitas aos

dados (Analise factorial – que constituiu análise preliminar e analise dos modelos de

Box-Jenkins com ênfase nos modelos de função de transferência).

CAPITULO IV: Neste capitulo apresentamos e analisamos os resultados obtidos

a partir das técnicas estatísticas desenvolvidas no capitulo III. É importante referência

que a análise dos dados foi suportada com os pacotes de análise estatística: Excel,

IBM SPSS 22 e EVIEWS 9 SV.

CAPITULO V: São apresentados neste capitulo para além da síntese do

trabalho, as principais conclusões obtidas decorrentes da análise de dados.

Finalmente, apresentamos as referências bibliográficas e os anexos, este último

em que constam a base de dados usada para as análises e alguns exemplares das

fichas de recolhas de preços nos principais mercados e lojas da Cidade de Tete.

1.2. Delimitação do estudo

O trabalho centrar-se no estudo do comportamento e previsão de preços dos

produtos que compõem a cesta básica com forme a definição/realidade moçambicana:

O arroz, farinha de milho, óleo alimentar, peixe de segunda, feijão manteiga, açúcar

amarelo e pão em relação as variações de taxas de câmbio do Dólar/Rand face ao

Metical e o preço de combustível (petróleo) por litro, mediante a técnica de análise de

séries temporais baseados nos modelos de funções de transferência ou de regressão

dinâmica com variáveis estacionárias no período de 2006 à 2014, Cidade de Tete.

1.3. Detalhamento do problema

Desde épocas transatas, que os preços dos produtos tendem a variar nos

mercados externos e internos. Este comportamento deve-se a vários fatores por

exemplo “diminuição da oferta em países produtores de cereais; crescente procura

em função do melhoramento do nível de vida em economias emergentes como a

17

China e Índia, subida contínua no preço de combustíveis e de insumos, e a produção

de bio- combustíveis, que tem competido com a produção de alimentos”2.

Recentemente, devido a depreciação do Metical face a principal moeda de

transação “Dólar”, observávamos uma subida brusca de preços dos produtos de

primeira necessidade, caso do pão, arroz, farinha de trigo em quase todo o país. De

certa forma estas subidas, influenciam diretamente na vida de cada cidadão, na sua

planificação. Mabota, et all (2008) avança que a mudança de preços influência

diretamente na vida das pessoas e, procura de forma detalhada apresentar ou

descrever o comportamento dos preços em Moçambique, focalizando seus estudos

para as principais cidades: Maputo, Beira e Nampula. No entanto, não procura estimar

um modelo (Estatístico/Econométrico) com vista a proporcionar previsões dos preços

para facilitar a planificação das despesas na vida quotidiana pessoas.

Cueteia, Guambe & Nhatsave (2012) descrevem com mais amplitude estatística

o comportamento dos preços, usando o conhecimento da análise de séries temporais

para entender o efeito da taxa cambial, no índice de preços para a economia

moçambicana no período de 2000 a 2011.

Atendendo a importância de que as pessoas saibam o estado ou comportamento

dos preços em cada época do ano de modo que possam prever os custos de suas

despesas, para uma melhor planificação, e que essa passa necessariamente por

terem informação suficientemente, de extrema qualidade e bem trabalhada, o

pesquisador pensou em estimar ou modelar uma ferramenta de análise do

comportamento destes preços face a flutuação do Dólar/Rand em relação ao Metical

e o preço de combustível (Petróleo), de forma que se possa disponibilizar mecanismos

de prever os preços dos produtos básicos aos nossos concidadãos em cada ano que

passa, se calhar para cada mês, de forma que os ajude na planificação das suas

despesas.

Deste modo, propõe-se estudar ou compreender: O comportamento dos preços

de produtos básicos em Tete e, proporcionar previsões destes a curto prazo, de forma

a facilitar a planificação das despesas básicas mensais das pessoas, não obstante,

2 http://ageconsearch.umn.edu/bitstream/55257/2/flash_50p.pdf

18

entender até que ponto a taxa de cambio Dólar/Rand face ao Metical e o preço do

petróleo afeta as variações de preços na Cidade de Tete.

Necessidade: Estimar o modelo de função de transferência para previsão de

preços dos produtos que constituem a cesta básica.

1.4. Objetivos

1.4.1. Objetivo geral

Analisar as variações de preços dos produtos que constituem a cesta básica

em função da taxa de câmbio do Dólar/Rand face ao Metical e o preço de

combustível (petróleo).

1.4.2. Objetivos específicos

Distinguir o comportamento dos preços das séries em vários períodos;

Avaliar a variabilidade de preços dos produtos de 2006 a 2014;

Verificar a tendência dos preços no período de 2006 a 2014;

Identificar as épocas do ano em que os preços tendem a variar com muita

fluidez;

Avaliar o efeito das variações do Dólar/Rand face ao Metical e o preço de

Petróleo sobre os preços;

Fazer as previsões dos preços de produtos constituintes da cesta básica a

partir de modelos de função de transferência ou regressão dinâmica com

variáveis estacionárias.

1.5. Hipótese do trabalho

Os preços de produtos constituintes da cesta básica são melhores preditos

quando introduzidas a variável taxa de câmbio e o preço de petróleo.

1.6. Importância do estudo

A cesta básica é comumente designada ao conjunto de produtos alimentares,

limpeza e doméstico consumido durante um mês por uma família. Em Moçambique,

esta cesta é definida com base no inquérito de orçamento familiar (IOF) realizado pelo

19

INE. Para o nosso estudo, socorremo-nos ao manual de procedimentos do subsídio a

cesta básica que apresenta os seguintes produtos como constituintes da cesta: Arroz,

farinha de milho, óleo alimentar, peixe de segunda, feijão manteiga, açúcar amarelo e

pão.

Estes produtos participam ativamente na dieta de cada cidadão Moçambicano,

sobretudo nas camadas sociais consideradas de baixo e médio rendimento e,

considerando que estes sofrem alteração permanente de seus preços é importante

que as famílias tenham informações sobre o comportamento destes preços para uma

boa tomada de decisão na altura de suas compras. É por isso que interessou-nos

estudar o comportamento dos mesmos, no sentido de intender como e porquê das

variações de preços destes produtos, em diversas artérias comerciais da Cidade de

Tete de forma que se possa facultar uma ferramenta preditiva de preços a curto prazo.

Intendendo o comportamento de preços em partes ou na sua totalidade permitirá

que o consumidor planifique com mais eficiência as suas despesas. Saberá, no

entanto, em que momentos do ano os produtos estarão com mais ou menos custos e,

isso, facilitara na tomada de decisão de que tipos de produtos poderá dar prioridade

num ou noutro mês, olhando para aquilo que são os seus rendimentos. Deste modo,

as famílias evitariam surpresas na planificação das suas despesas mensais quando

em sua posse tiverem informações relativas ao comportamento dos produtos, neste

caso, constituintes da cesta básica.

20

CAPITULO II - CARACTERIZAÇÃO METODOLÓGICA

2.1. Caracterização dos dados

2.1.1. Tipo e procedimentos de recolha dos dados

Qualquer análise estatística requere que tenhamos dados. Os dados podem ser

de variadas naturezas e prover de várias fontes, neste caso iremos trabalhar com

dados do tipo séries temporais, que são definidos como sendo “um conjunto de

observações dos valores que uma variável assume em diferentes momentos do

tempo” (GUJARATI & PORTER, 2011:45; PEREIRA, 1984:1).

Portanto, os dados a serem analisados referem-se aos preços dos produtos que

constituem uma cesta básica, as taxas de câmbio Dólar/Rand face ao Metical e o

preço de Combustível (Petróleo). As variáveis sobre preços de produtos foram

selecionadas de um conjunto de variáveis da base de dados sobre Índice de Preços,

disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estatística, Delegação de Tete (INE-Tete).

De acordo (INE, 2014),

A recolha destes preços é feita em mercados e outros

estabelecimentos de venda (lojas). Os preços são recolhidos

duas vezes por semana nos mercados para produtos frescos e

outros que pelas suas características estão sujeitos a variações

significativas de preços ao longo do mês e, mensal tanto em

mercados como em outros estabelecimentos (lojas), para os

restantes produtos.

Conforme apuramos, são usados como referências os mercados: Kuachena –

Kunhartanda, OUA, Primeiro de Maio, Cambinde (Matundo), Mercado Municipal-BCM,

e Canongola. A recolha de preços é feita na 3ª feira nos mercados de Primeiro de

Maio, OUA, Mercado Municipal e 5ª feira nos mercados Kuachena, Canongola e

Matundo. As 2ªs, 4ªs e 6ªs feiras, estão reservadas as recolhas de preços para as

lojas. No final de cada dia de recolha são feitas as médias de cada produto por dia de

recolha, sendo que no final do mês, feitas as médias mensais, que são os preços

apresentados na base de dados. Nas lojas geralmente como os preços veem

estampados nos produtos, o processo fica simplificado na medida que os

21

colaboradores do INE entram e registam os mesmos, sem necessariamente ser

importante perguntar os responsáveis, exceto os produtos selecionados, mas que não

tem preços estampados. Nos mercados o critério é mesmo passar de banca em banca

(geralmente já selecionadas), perguntar os preços dos produtos, pesa-los e registrá-

los, conforme a ficha de registros de preços de produtos em anexos.

Como se pode notar, os dados sobre os preços de produtos são recolhidos em

tempo finito e específico, assim as séries em estudo neste trabalho são classificadas

quanto ao tempo ou período de recolha como séries discretas, (PEREIRA, 1984:2).

Em geral, as séries que apresentamos neste trabalho são de caráter discreto quanto

ao tempo ou período de recolha das informações, contínuos quanto ao tipo ou estado

dos dados e multivariados pela forma simultânea de recolha dos preços para cada

variável.

Tomamos como base da cesta básica os seguintes produtos: O arroz, farinha de

milho, óleo alimentar, peixe de segunda, feijão manteiga, açúcar e pão3. Estes

produtos constituíram as variáveis (explicadas/Endógenas) na qual desejamos

estudar o seu comportamento e prevê-las a curtos prazo. Os preços estão medidos

em Meticais da nova família e são equivalentes a base de dados do INE-Tete de

acordo a tabela abaixo:

Cesta básica

(Internet)

Equivalente a base de

dados da INE-Tete

Abreviatura

Arroz Arroz A

Farinha de milho Farinha de milho FMi

Óleo alimentar Óleo alimentar OA

Peixe de segunda Peixe seco (exceto bacalhau) PS

Feijão manteiga Feijão manteiga FMa

Açúcar Açúcar amarelo granulado AAG

Pão Pão P

3 http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2011/05/manual-de-procedimentos-do-subs%C3%ADdio-

%C3%A0-cesta-b%C3%A1sica.html http://www.verdade.co.mz/economia/19143-manual-de-procedimentos-do-subsidio-a-cesta-basica

22

Adotamos para variáveis explicativas (Exógenas), a taxa de câmbio

MZN_DOLAR, MZN_RAND e o preço de petróleo em Meticais por litro. A escolha

destas variáveis como explicativas deve-se a grande parte de trabalhos de género

revelarem que estas são determinantes na variação de preços de produtos. Por

exemplo, a semelhança de CUETEIA, GUAMBE & NHATSAVE (2012) que usam a

função de transferência com a taxa de câmbio como variável explicativa para previsão

de índice de preços em Moçambique, SARMENTO, BEDUSCHI & ZEN (2007:20),

usam a função de transferência com a taxa de câmbios como variável explicativa para

previsão de preços de leite nos estados Brasileiros, produzindo-se com este estudo

bom ajustamento do modelo. Estes e outros estudos, conduziram-nos a optar pela

taxa de câmbio DOLAR/RAND face ao Metical e o preço de petróleo como variáveis

explicativas (Exógenas), pois tendo produzido bons efeitos n previsão de preços em

estudos anteriores pensamos nos que também produzira bons efeitos no estudo que

levamos a cabo que se caracteriza pela previsão de preços de produtos constituintes

da cesta básica, já citados nesta secção.

2.1.2. Fonte dos dados

A base de dados sobre o índice de preços foi disponibilizada pelo instituto

Nacional de Estatística – Delegação de Tete (INE), a quando do estágio realizado

nesta instituição pelo autor, em Setembro de 2015. Os dados referem-se ao período

de Dezembro de 2006 a Outubro de 2014. Nesta base de dados, está incluída o preço

de petróleo em Meticais por litro. Relativamente a taxa de câmbios, trabalhamos com

as taxas médias mensais de dezembro de 2006 à outubro de 2014, e foram extraídas

da página de internet com o sit www.oanda.com/currency/historical-rates/.

2.2. Procedimentos de análise de dados

Com esta base de dados pretende-se como pano de fundo estudar o

comportamento e fazer as previsões de preços de produtos que constituem a cesta

básica, que segundo o manual de procedimentos para subsídio de cesta básica4, são

eles: O arroz, farinha de milho, óleo alimentar, peixe de segunda, feijão manteiga,

4 http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2011/05/manual-de-procedimentos-do-subs%C3%ADdio-

%C3%A0-cesta-b%C3%A1sica.html http://www.verdade.co.mz/economia/19143-manual-de-procedimentos-do-subsidio-a-cesta-basica

23

açúcar e pão. Para entender melhor este comportamento e produzir-se melhores

predições dos preços, nas análises iremos ter em conta as variações das taxas de

câmbios Dólar/Rand face ao Metical e o preço de combustível (petróleo) recolhidos

em igual período que os preços, denotadas como variáveis explicativas (Exógenas).

Portanto, isto induz-nos a análise do comportamento dos preços dos produtos com

relação a variação da taxa de câmbios e preço de combustível. Para isso:

Foram feitas análises descritivas para caracterizar os dados, duma forma geral.

Estudamos a possibilidade de agregar as variáveis numa única, com base nas

técnicas de análise multivariada, concretamente análise fatorial. Segundo López

(2004:155), Peña (2012: 355) e Johnson & Wichern (2002: 477) as técnicas de

análises factorial visam descrever se possível as relações de covariância entre muitas

variáveis (Observadas) em termos de algumas implícitas (não observadas), a que

designamos de fatores, ou por outra, com esta técnica procura-se identificar factores

(Variáveis latentes) que expliquem em comum certas variáveis observadas com a

menor perca possível de informação original. (Tradução nossa).

De fato, a técnica tem sido uma técnica prévia a qualquer análise quando

dispomos de uma quantidade de variáveis, cuja análise pode tornar-se complicada.

Com esta técnica, as variáveis observadas podem resumir-se em algumas implícitas

ou não observadas, mas para isso deve-se garantir a menor perda de informação no

relacionamento que obtivermos, de modo que os factores recolham as melhores

características ou propriedades possíveis das variáveis na qual se agrupam. Assim,

obtendo factores comuns a certas variáveis, podemos analisar as variáveis

observadas conjuntamente ou de uma forma única. Portanto, quanto menor número

forem os factores, melhor será o resumo das variáveis explícitas e menos complicado

ficam as análises.

Para o nosso estudo, esta técnica foi indispensável na medida que dispúnhamos

de muitas variáveis a serem analisadas. Porém, com base nos factores que foram

identificados prosseguimos com as análises consecutivas, relacionando-os com as

variáveis explicativas (Taxa de cambio Dólar/Rand face ao Metical e o preço de

combustível “Petróleo”), com vista a estudar conjuntamente o comportamento dos

preços de produtos alimentares constituintes da cesta básica, identificar o modelo de

função de transferência e, fazer as previsões.

24

Assim, a analise fatorial seguiu o seguinte roteiro:

Analise da matriz de correlações (Analisamos as variâncias comuns duas a

duas, com a finalidade de observar quantos grupos temos, ou identificar os

grupos de variavas que aparentemente comportam a mesma característica.

Neste caso procuraremos estudar os testes de KMO e de Esfericidade de

Barlett). Segundo López (2004, p. 199) & Fernández (2011) estes testes no

geral procuram analisar se faz sentido aplicar análise factorial e até que ponto

os nossos dados se adequam ao modelo de análise factorial. (Tradução nossa)

Analise da variância total explicada e o gráfico de sedimentação. Esta analise

ajudou na tomada de decisão sobre a indicação do número de fatores

necessários para o reagrupamento das variáveis (Produtos constituintes da

cesta básica) ou uma mesma estrutura de covariância.

Analise das comunalidades tanto parciais como globais (Com vista a verificar a

percentagem que os factores determinados explicam o problema em relação

as variáveis inicias). Analise da matriz anti-imagem, com vista a da inclusão de

cada variável (individualmente) no modelo.

Identificação de variáveis para cada fator extraído, com base na análise de

matriz de factores.

Validação do modelo. Após ter-se chegado à conclusão de que o modelo foi

valido, procuramos extrair as pontuações factorias, que constituem o índice

comum as variáveis com mesma estrutura de covariâncias.

Feito isso, seguimos com as posteriores analises, que constituíram obviamente

aquilo que é a consecução dos nossos objetivos, analise das séries temporais com

enfoque as metodologias de Box-Jenkins e Função de transferência.

De acordo os desafios do trabalho aqui propusemos estudar, concretamente

“Explicar o comportamento (futuro) dos preços de produtos alimentares constituintes

da cesta básica com base nos preços passados (anteriores) destes e de certas

variáveis que se supõem auxiliar a explicação com exatidão como a taxa de câmbio e

o preço de petróleo”, entendemos segundo Souza (pp. 92, 93, 97), que se trata de

modelos de séries temporais multivariadas, conforme sua explicação, “são modelos

que procuram explicar o comportamento futuro de tZ por um modelo linear, obtido

através de análise conjunta do passado histórico de tZ e das ‘k’ séries de entrada ou

25

causais”. Chamamos atenção para o nosso estudo que, o modelo requerido em

pratica é um caso particular dos modelos multivariados propriamente ditos a que nos

referimos, pois, atendendo que as variáveis endógenas se mostraram com alto teor

de correlacionamento, não foi necessário ajustar um modelo multivariado

propriamente dito envolvendo todas as séries de preços, caso que foi saneado

obtendo-se um índice comum, que explicasse de forma global os preços.

São várias técnicas que caracterizam as séries temporais multivariadas, para

este estudo destacamos o modelo de função de transferência (FT) para sistemas sem

feedback, com recurso as metodologias de Box-Jenkins (BJ).

Em geral, a metodologia básica para previsões foram as técnicas de análise de

séries temporais concretamente a técnica regressão dinâmica com variáveis

estacionárias. Com esta técnica, procuramos estudar a possibilidade de incluir as

variáveis taxa de câmbio do Dólar/Rand face ao Metical e o preço de petróleo, para

avaliar o efeito que ela tem sobre os preços de produtos que compõem a cesta básica.

Segundo Sarmento, Beduschi & De Zen (2007), “quando as variáveis exógenas

introduzidas são de caráter quantitativo o modelo passa chamar-se de modelo de

função de transferência”. Assim, como as variáveis incluídas no modelo tem caráter

quantitativo, estimamos os preços com base no modelo de funções de transferência

sem feedback, pois, tomamos apenas em consideração a casualidade unidirecional.

Estes modelos não funcionam isoladamente, neste caso também foram

acompanhadas dos Modelos de BJ para séries multivariadas, conhecidos também

como modelos autoregressivos e integrados de médias moveis (ARIMA), de acordo

as características que os dados apresentaram na identificação do modelo de função

de transferência sem feedback adequado aos dados.

A análise de séries de tempo seguiu o seguinte roteiro:

Analise gráfica, com vista a identificação de padrões que revelam tendências e

Heterocedasticidade dos dados ao longo do tempo. Esta constituiu analise

previa da estacionaridade, condição primordial para análise de dados em series

de tempo, pois quando não apresentam esta característica não a podemos

estudar o seu comportamento fora do período em debate, ou seja, não é

possível generalizar o estudo para períodos subsequentes (GUJARATI &

26

PORTER, 2011:735). Também serviu para averiguar se as series teriam

características estocásticas ou determinísticas.

A análise da estacionaridade foi enfatizada com a técnica de Dickey-Fuller

Aumentado (Teste de raiz unitária), tendo sido aplicadas diferenças as series

para torna-las estacionarias.

Foi estudada a possibilidade/necessidade de transformação das series para

estabilização da variância mediante a técnica de Box-Cox.

Após a análise da estacionaridade e da possiblidade de transformação das

series, seguimos a identificação dos valores de “p,d,q” com base na análise

dos correlogramas, que constituíram os modelos ARIMA. Feito isso, foram

feitas estimações e validação dos modelos univariados. Não tendo sido

cumpridas algumas condições na validação de alguns modelos, feito feita a

análise de atípicos e estudada a possibilidade de influência destes na variação

de preços de produtos.

Realizamos o teste de casualidade de Granger para averiguar se a taxa

câmbios (UDS_MZN, ZAR_MZN) e o preço de Petróleo poderiam ser

consideradas exógenas ou por outra se causavam efeito unidirecionalmente

sobre a série que pretendeu estudar o comportamento. Esta técnica foi

complementada com a análise de correlograma cruzado, que culminou com a

identificação das variáveis exógenas que constituíram o modelo de FT

combinando os modelos Univariados anteriormente estimados, tendo no final

sido testada no final a eficácia do modelo (validação).

Como podemos entender, o estudo foi feito fundamentalmente com base em

abordagens quantitativas de pesquisa e contou com o auxílio/suporte dos seguintes

software:

Excel – Usado fundamentalmente para transformações/organização de dados;

SPSS 22 – Usado essencialmente para análise factorial e;

Eviews 9 SV – Usado para análise de séries de Tempo.

27

CAPITULO III – DETALHES TEÓRICOS DO TRABALHO

Nesta secção, procuramos apresentar duma forma breve estudos relacionados

com a pesquisa que se desenvolve neste trabalho e, os detalhes teóricos da

metodologia usada para análise dos dados de uma forma sintética, com vista a

proporcionar alguma ideia teórica dos procedimentos que foram usados para executar

a análise preliminar caracterizada pela análise fatorial e a análise final caracterizada

pelo modelo de função de transferência.

3.1. Inflação em Moçambique e estudos relacionados

Em vários países a mensuração da inflação tem vindo a ser determinante para

o controlo da economia. Moçambique, como parte de todo universo não foge à regra,

pois, a mensuração da taxa de inflação tem vindo a ser importante para caraterização

do índice de preços de produtos. Isto para além de permitir que o Governo controle a

economia, põe as famílias informadas sobre as variações de preços em vários

momentos.

Esta necessidade de estudar o comportamento dos preços medidos pela

inflação, em Moçambique começa segundo Carsane (2005) perto de 1989 e, as

recolhas de preços eram praticamente feitas nas principais artérias comerciais da

Cidade de Maputo, mais tarde estendidas para cidades da Beira e Nampula e como

entidade responsável o Instituto Nacional de Estatística (INE), antes designada de

Direção Nacional de Estatística (DNE). Portanto, durante muito tempo estas três

cidades foram tomadas como indicadores da inflação Moçambicana e, com o mercado

comercial a crescer em todo pais, foram também abrangidas as cidades capitais

províncias, onde são praticadas a recolha de preços até ao momento, com isso, o

índice de preços começou a ser abrangente com caraterísticas reais e representativas

para Moçambique.

Entretanto, de lá para cá, diferentes pesquisas foram realizadas tanto para

comparar preços entre Cidades Moçambicanas e Sul-Africanas bem como para

estudar o comportamento real dos preços de produtos medidos pela inflação. Com

estes estudos, procuramos delinear as variáveis explicativas usadas no presente

trabalho a pesar de que trabalhamos com os verdadeiros preços de produtos como

variáveis explicadas e não exatamente a taxa de inflação, pelo fato de que este índice

28

o determinaríamos de forma empírica mediante a técnica de analise fatorial associada

a outras técnicas como por exemplo a diferenciação de séries.

Pesquisas similares foram realizadas por Pokhrel & Pimpão (2015), que no

estudo sobre variação de preços em Moçambique chegam a conclusão de que existe

diferenças significativas entre preços de Nelspruit (Uma cidadela da África do Sul) e,

Maputo, Beira e Nampula. Neste estudo, frisa-se que as margens comerciais variam

de 81% a 92% de diferença de preços em produtos processados e 50% em produtos

básicos. Importante salientar que o estudo foi descritivo, com uma visão comparativa

de preços de produtos entre as três principais cidades Moçambicanas e Nelspruit.

De acordo Cueteia, Guambe & Nastase (2012), nos seus estudos sobre o

comportamento de preços (2000-2011) em função da taxa cambial, com base nas

técnicas de séries temporais, o principal factor que afecta a economia Moçambicana

é a taxa de cambio (Dólar, Rand).

Uma conclusão similar é dada por Nizar (2016), no seu estudo sobre “analise

estrutural e previsão da inflação em Moçambique usando modelos de séries

temporais”, onde usa as variáveis macroeconômicas (Índice de preços ao consumo

de Moçambique, Índice de preços ao consumo da África do sul, Taxa de câmbio

Metical/dólar, Taxa de câmbio Metical/Rand, Preços de diesel (Metical/litro), Preços

de gasolina (Metical/litro), Índice de emprego, Agregados monetários, Taxas de juro

de facilidade permanente de cedência) para explicar o comportamento da inflação

Moçambicana no período compreendido entre 2005 a 2015. No seu estudo, constata

que a inflação Moçambicana é calculada com base nos índices de preços das três

grandes cidades do país, Maputo, Beira e Nampula e, é explicada principalmente por

si mesma e pela inflação sul-africana.

Uma outra conclusão importante é dada por Carsane (2005), no seu estudo

sobre “determinantes da inflação em Moçambique, um estudo econométrico no

período de 1994 a 2004”, analisa a influência de variáveis macroeconômicas na

inflação moçambicana com base nas técnicas de séries temporais e constata que esta

depende de dois fatores: Internos e externos.

Factores internos: dificuldade de controlo monetário, depreciação do Metical

face ao Rand e dólar e oscilações na produção agrícola nacional por alterações

na s condições climáticas do pais.

29

Factores externos: a exportação da inflação sul-africana para Moçambique, a

evolução do Rand no mercado cambial sul-africano e, a evolução do preço de

petróleo no mercado internacional.

Uma análise introspectiva das principais conclusões tiradas a partir dos

resultados apresentados pelos pesquisadores acima mencionados, dá-nos uma ideia

de que quando se fala de preços de produtos em Moçambique, refere-se aos preços

colhidos das três principais cidades Moçambicanas (Maputo, Beira e Nampula).

Portanto, mesmo que sendo colhidas preços em todas as cidades provinciais, ainda o

indicador da inflação em Moçambique tem sido capitalizado pelas três principais

cidades. Um importante resultado que observamos é de que a inflação Moçambicana

depende principalmente da taxa de cambial e o preço de petróleo, o que nos conduziu

a usar estas variáveis como sendo as explicativas, apesar de que maior parte dos

resultados provem de estudos descritivos. Assim, entendemos que deveria ser

realizado um estudo sobre preços mais voltada a Cidade de Tete, para entender se o

fenômeno que se julga ocorrer em Moçambique, apresentados pelos pesquisadores

referenciados acima e representadas por preços das Cidades de Maputo Beira e

Nampula, também ocorrem na Cidade de Tete.

3.2. Análise fatorial (Analise preliminar)

A técnica de análise fatorial é uma metodologia prévia a análise de dados

aplicada a dados multivariados. Servimo-nos desta técnica para analisar a

possibilidade de encontrar fatores latentes que expliquem de uma forma comum

algumas, se não todas variáveis endógenas com vista a tornar mais simplificada as

análises consecutivas, determinado por exemplo um índice comum as variáveis de

modo que se possa permitir um estudo conjunto do comportamento das variáveis

explicadas.

De acordo Johnson et al. (1992) citado por Cruz & Topa (2009:13),

A análise fatorial fornece a melhor explicação sobre quais

variáveis podem atuar juntas e quantas variáveis podem

impactar na análise, além disso, a análise fatorial busca nos

30

dados originais uma estrutura linear reduzida, gerando um novo

conjunto de variáveis independentes, os factores.

Seja 1( ,..., )pX x x as variáveis na qual queremos associar a fatores latentes

(não observados), o modelo da análise fatorial de acordo Ferreira (1996:3011),

Johnson & Wichern (2002: 478) fica expresso da seguinte forma:

1 1 11 1 1 1

1 1

m m

p p p pm m p

x c F c F

x c F c F

ou X CF

Onde: mF - São os fatores comuns ou variáveis latentes (não observáveis) as

variáveis;

mpc – São as cargas fatoriais. Indicam o peso que cada fator comum possui

sobre a variável em estudo;

p - As médias relativas a variável px

p - Erro ou fatores latentes específicos.

3.2.1. Hipóteses do modelo de análises fatorial:

As hipóteses que se seguem servem para averiguar se o modelo é ou não bom.

Assim, o modelo de análise fatorial deve cumprir as seguintes hipóteses:

Os fatores devem seguir uma distribuição norma de media zero e variância um,

isto é, (0,1)mF N , ou:

0mE F . A esperança dos fatores deve ser zero.

' ' 1Cov FF E FF . Os fatores devem ser independentes entre si.

Os resíduos devem seguir uma distribuição norma de media zero e variância

constante, isto é, (0, )p N , ou:

0pE . A esperança dos resíduos deve ser zero.

' 'Cov E . Os resíduos são independentes entre si.

Finalmente, os fatores e os resíduos também são independentes, isto é:

' ' 0Cov F E F

31

3.2.2. Decomposição da variabilidade total

A variabilidade total é representada pelas correlações das variáveis duas a duas.

Conforme se expressa no modelo, elas decompõem-se em: Variância Comum;

Variância específica de cada variável e variância devido aos erros de medição.

Unindo-se as variâncias específicas e devido aos erros obtendo a variabilidade total

decomposta em duas variabilidades: variâncias comuns e devido aos erros.

2 2

1

var 'm

j j ij j j j

i

X diag CC c h

Onde: 2

jh . Variância comum. Representa a percentagem que os fatores comuns

explicam cada uma das variáveis em estudo. Variáveis com comunalidades maior que

0,5 são razoavelmente bem explicadas pelos fatores comuns. Valores suficientemente

pequenos podem indicar a invalidez da variável para o estudo, sendo recomendada a

sua retirada. Outra medida que pode ser usada para tomar decisão sobre a retirada

de uma variável na análise fatorial pode ser a medida de adequação de MSA, que é

um caso particular de KMO, medidas essas desenvolvidas no ponto 3.2.3.

j . Variância específica. Representa a percentagem que os fatores comuns

não explicam ou falham na explicação da variável em estudo. Quanto mais perto de

zero estiver menos falha se comete a explicação da variável em estudo.

Geralmente a soma das variâncias comuns e especifica deve ser igual a unidade.

3.2.3. Pertinência de realização da análise fatorial

A pertinência de realização da análise fatorial depende da matriz de correlações,

pois, só se poderá realizar analise fatorial com determinadas variáveis se a matriz de

correlação não for identidade. Segundo Perez (2004: 175), antes de se realizar uma

análise fatorial devemos analisar se as variáveis observadas estão correlacionadas

duas a duas. Caso estejam, faz sentido a realização da análise fatorial. (Tradução

nossa).

Isto pode verificar-se diretamente na matriz de correlações ou usando os testes

de Esfericidade de Barlett e a medida de adequação amostral de KMO (Kaiser, Meyer

e Olkin). Neste caso, a aplicação da análise fatorial estará dependente da

concordância destes testes. Podemos admitir realizar a análise fatorial nos casos em

32

que a discordância dos testes, mas na incerteza de que o ajuste será efetivamente

bom. Caso os dois testes discordam, não se recomenda a realização da análise

fatorial.

É importante referenciar que os testes podem concordar, mas haver

necessidade de invalidez de uma ou mais variáveis. Para, isso, além de uma análise

cuidadosa das comunalidades pode-se recorrer também ao índice de adequação

amostral individual de MSA (Measure of Sampling Adequacy).

3.2.3.1. Teste de esfericidade de Barlett

Tem o pressuposto de que todas as variáveis são independentes, isto é:

Ho: A matriz de correlações é identidade.

H1: A matriz de correlações não é identidade.

O teste de esfericidade de Barlett usa o seguinte estatístico:

2 51 ln

6r

pd n r

rd Segue uma distribuição de Chi-quadrado com 1

2

p p graus de liberdade a

nível de significância, isto é, 2

1,1

2 2

p px

. Se 2

( 1),1

2 2

r p pd x

rejeita-se a hipótese

numa e, aconselha-se a realização da análise fatorial.

n Refere-se ao número de observações vulgarmente tamanho da amostra;

p Refere-se ao número de variáveis envolvidas no estudo e;

|r| Refere-se ao determinante da matriz de correlações.

3.2.3.2. Índice de KMO (Kaiser, Meyer e Olkin)

O índice de KMO é outra medida de averiguação da pertinência do uso da

análise fatorial, visando averiguar a homogeneidade ou o grau de intercorrelações das

variáveis, comparando as correlações parciais observadas entre as variáveis

(MAROCO, 2007; BRITES, 2007) e, é medida pela seguinte expressão:

33

2

2 2

ij

i j i

ij ij

i j i i j i

r

KMOr c

Neste caso, 2

ijr Refere-se ao quadrado dos elementos da matriz original de

correlação fora da diagonal, como vem especificado i j e;

2

ijc Refere-se ao quadrado da correlação parcial entre as variáveis.

Este índice é medido na escala de zero há um, isto é, 0 1KMO .

De acordo Fernández (2011), os níveis aceitáveis para realização da análise

fatorial são: 0,75KMO ⇒ Bom ajuste, 0,5KMO ⇒ Ajuste aceitável e para

0,5KMO ⇒ o ajuste não é aceitável. Na perspectiva de Mingoti citado por Cruz &

Topa (2009), Sharma (1996) e, Pestana & Gageiro (2000) citados por Maroco (2007),

se 0,90KMO teremos ajuste ótimo, se 0,80 0,90KMO temos bom ajuste,

se 0,70 KMO 0,80 temos ajuste razoável, se 0,60 0,70KMO temos baixo

ajuste e, se 0,60KMO temos ajuste inadequado. Brites (2007) apresenta também

uma escala quase parecida à de MINGOTI, SHARMA e, PESTANHA & GAGEIRO,

com uma pequena alteração na interpretação a partir da escala de 0,60 KMO 0,70

que considera ajuste razoável, 0,50 0,60KMO Mau ajuste e 0,50 ajuste

inaceitável. De um modo geral, estes autores tendem a convergir sobre a escala de

tomada de decisão ao averiguar-se a pertinência do uso da análise fatorial baseando-

se no índice de KMO.

Importa referir que não é seguro basear-se apenas neste índice, devendo o

pesquisador usar outras medidas de análise da pertinência de realização da análise

fatorial, sobretudo quando a quantidade de variáveis em estudo é ligeiramente pouca.

Conforme vem expresso na metodologia, após estes testes, devemos também

analisar as comunalidades parciais e globais, com vista a verificar até que ponto os

fatores latentes explicam o problema em relação as variáveis observadas. As

comunalidades também variam de zero a um e, quanto mais perto de 1 (um) estarem

melhor explicação tem as variáveis em estudo.

34

3.2.3.3. Necessidade de invalidar variáveis

Perante um modelo de análise fatorial nem sempre todas variáveis se revelam

relevantes para o estudo, devendo em alguns casos ter que se invalidar certas

variáveis. Uma forma de identificar variáveis exóticas ao estudo seria analisar

profundamente as comunalidades, pois, variáveis com comunalidades muito baixas

poderiam ser consideras não bem explicadas pelos fatores, fato que as

condicionariam a sua retirada da análise. A outra forma seria a análise do índice de

adequação amostral e individual de MAS.

Índice de adequação amostral e individual de MSA

O índice de adequação amostral e individual de MSA é uma particularização do

índice de adequação amostral de KMO, ela serve para avaliar se uma determinada

variável pode ser usada para analise fatorial ou se seja mede o grau de adequação

de uma variável a analise fatorial. Um índice relativamente menor que 0,05 pode

indicar a invalidez da variável correspondente ao tratamento da análise fatorial e, um

índice relativamente aproximado a unidade pode indicar que a variável seja relevante

para o estudo, (MAROCO,2007; LÓPEZ,2004). O índice é dado por:

2

2 2

ij

j i

ij ij

j i j i

r

MSAr c

Onde: 2

ijr Refere-se ao quadrado dos elementos da matriz original de

correlação fora da diagonal, como vem especificado i j e;

2

ijc Refere-se ao quadrado da correlação parcial entre as variáveis.

Este índice, pode ser diretamente observado na saída da diagonal da “Matriz

anti-imagem correlação” do SPSS.

3.2.4. Métodos de Extração dos fatores latentes

A análise fatorial refere-se a uma gama de métodos pelos quais aplicamos para

um grupo de variáveis observadas de forma à redimensiona-las com base noutras

variáveis latentes ou não observadas a que chamamos de fatores comuns. De acordo

Lopez (2004:196) e observando a opção da IBM SPSS statistics 22 “Redução de

35

dimensão Fator Extração Métodos”, são nos apresentados os seguintes

métodos a que nos referimos para extração de fatores comuns:

Componentes principais;

Mínimos quadrados não ponderados;

Mínimos quadrados generalizados;

Verossimilhança máxima;

Factoração de eixo principal;

Método alfa de analise fatorial e;

Factoração de imagem.

Estes métodos permitem a determinação da matriz das cargas factorias e por

conseguinte a extração dos fatores. Porém, nem sempre têm o mesmo resultado,

devido a várias razões como se pode perceber em Fernandez (2011:12): ter sido

encontradas comunalidades baixas, dispor-se de um número reduzido de variáveis

observadas (Nossa tradução). Diante deste facto, é preciso analisar profundamente

cada método, devendo experimenta-los se possível todos e analisar qual dos métodos

recolhe maior variância explicada. Caso haja concordância no número de fatores

extraídos, pode-se utilizar apenas um dos métodos.

Após aplicação dos métodos e extraídos os fatores, é importante que se define

o número de fatores necessários que possam explicar razoavelmente bem as

variáveis observadas. Destacaremos a seguir alguns critérios que possam ajudar na

identificação do número de fatores comuns:

3.2.4.1. Como decidir sobre número de fatores?

Em princípio, é importante relembrar que um bom modelo deve apresentar o

menor número possível de fatores relativamente a quantidade de variáveis, caso

contrário torna-se desnecessário redimensionar as variáveis observadas. Este

número pode ser definido ou identificado mediante a análise dos seguintes critérios:

Analisar a tabela de variabilidade total explicada: Nesta tabela, pode ser

observada os Autovalores (quando analisada a matriz de correlações) ou a

percentagem cumulativa da variância.

a) Analisando os Autovalores: Neste caso, o número de fatores latentes

corresponderá por defeito ao número da Autovalores maiores que um. No

36

entanto, pode o autor definir um limite mínimo (geralmente próximo de um, ou

segundo o conselho de alguns autores 0,7) na qual queira recolher os fatores

baseando-se nos Autovalores.

b) Analisando a percentagem da variância: Cada fator está quantificado com a

percentagem de variância a que explica o modelo, neste caso, o número de

fatores tende a ser definido pela quantidade de fatores cuja percentagem

cumulativa vale no mínimo 75%.

Analisar o gráfico de sedimentação (Scree plot): Neste gráfico os fatores

vêm representados pelos seus Autovalores. A ideia neste critério é de recolher

todos fatores que estiverem acima do ponto de inflexão do gráfico (onde a

curva, curva com maior intensidade).

3.2.5. Identificação de variáveis para cada fator

O passo a seguir depois de determinação do número de fatores, consiste na

seleção das variáveis que constituem uma combinação linear para cada fator. Fazem

parte de um fator, um grupo de variáveis que estiverem altamente correlacionadas

entre si. Isto faz parte daquilo que chamamos de interpretação dos fatores, atribuindo

cada fator um grupo de variáveis que possuem cargas fatoriais suficientemente altas.

Podemos realizar essa redistribuição ou agrupamento das variáveis observadas

em fatores analisando a matriz de componentes, na qual são nos apresentados as

cargas fatoriais ou o peso que cada fator imprime para explicar uma certa variável.

Neste caso, quanto maior for o peso ou a carga fatorial de um fator em detrimento de

outro sobre uma variável, mais se identifica com esta variável.

Para melhor interpretação dos fatores, Cruz & Topa (2009:29) classificam as

cargas fatoriais na seguinte escala: nível mínimo aceitável cargas maiores que

0,30; consideravelmente importante cargas entre 0,40 à 0,50 e, importantes ou

aceitável cargas maiores que 0,50.

37

3.2.5.1. Pertinência de fazer-se a rotação

É importante lembrar que nem sempre a solução inicial que nos é dada deixa

bem claro a separação dos grupos, pois, observando a matriz de componentes em

alguns casos tendem a deixar uma lacuna na escolha das variáveis ou interpretação

dos fatores. É possível verificar variáveis que se identificam com todos fatores,

deixando um equívoco para qual grupo ou fator o elegemos. Nestes casos, para além

de fazer a visualização gráfica dos fatores, a melhor solução seria realizar uma rotação

dos fatores para garantir uma melhor interpretação dos fatores.

De acordo Lopez (2004:182) & Fernandez (2011:16), há duas formas básicas de

fazer a rotação de factores:

Ortogonal ou rígidos constituídos por exemplo pelos métodos Varimax,

quartimax, equamax e;

Oblíqua constituídos pelos métodos Oblimin, Oblimax, Promax, Quartimin ,

Biquartimin y Covarimin.

3.2.6. Extrair as pontuações fatoriais

Tendo sido aprovado a aplicação da análise fatorial aos dados e por conseguinte

ter se bem interpretado os fatores, há necessidade de calcular as pontuações fatoriais.

De acordo a finalidade, um certo conjunto de variáveis poderão ver-se reagrupadas

ou substituídas por um índice que as caracteriza em comum. Este índice servirá agora

de uma nova variável que vêm a simplificar as múltiplas que existiam e, assim

podendo prosseguir análises consecutivas de uma forma conjunta.

Este índice é designado pontuação fatorial, que são os valores ou escores que

representam cada uma das observações originais, de acordo o grupo formado. De

acordo Lopez (2004:189) e o que o pacote IBM SPSS statistics 22 nos apresenta,

estas estimações se podem obter mediante:

Regressão: considera-se uma regressão múltipla 1 1 i p pF x x e se

estima F mediante o método de mínimos quadrados. 1 i iR , Onde i

representa o vetor coluna das correlações entre o fator e a variável.

Barlett e Anderson-Rubin.

38

3.2.7. Avaliação e validação do modelo

Todo e qualquer modelo antes de ser aplicado precisa ser testado a sua

validade. Para que os modelos de Analise Fatorial sejam validos, precisam ser

garantidas que:

Os resíduos sigam uma distribuição normal de media zero e variância .

A matriz de covariâncias residuais seja diagonal.

Relativamente a matriz de covariâncias residuais (correlações residuais), nem

sempre será diagonal, mas isso não impede que façamos o nosso estudo. Pois, para

Maroco (2007) um bom ajuste do modelo de análise fatorial poderá ser indicado por

uma percentagem relativamente abaixo de 50% de correlações resíduas superiores a

0,05 fora da diagonal principal.

Para complementar a avaliação da qualidade do modelo, MAROCO sugere que

sejam analisados por exemplo os seguintes índices:

O índice de Goodness of fit Index (GFI). Este índice é dado por

2

1 0,5GFI tr , onde tr é a soma dos elementos da diagonal

imediatamente inferior a diagonal principal da matriz de correlações

residuais. Varia de zero a um e, se maior que 0,9 podemos dizer que o

modelo é bom. Este índice pode ser ajustado pela seguinte expressão:

2

11 1

p pAGFI GFI

p m p m

Onde: p Refere-se ao número de variáveis envolvidas no estudo e;

m Refere-se a ao número de factores identificados para o modelo.

O índice de Root Mean Square Residual (RMSR). Este índice é dado por

22

1

ij

i j iRMSR

p p

Onde: 2

ij Refere-se ao quadrado das correlações residuais e;

p Refere-se ao número de variáveis envolvidas no estudo.

Os níveis de mensuração do ajuste do modelo são:

39

Se 0,1RMSR temos indicação de que o ajuste é ruim;

Se 0,1RMSR temos a indicação de que o ajuste é bom e;

Se 0,05RMSR temos indicação de que o ajuste é ótimo.

3.3. Análise de séries temporais multivariadas

Neste item dedicaremos ao detalhamento teórico das séries de tempo, com

destaque particular as séries multivariadas baseadas em modelos de Box-Jenkins

(ARIMA e suas extensões) e de função de transferência ou regressão dinâmica,

procurando duma forma sumária apresentar e explicar os principais pontos para a

efetivação de uma análise com base em metodologias de séries de tempo

mencionadas.

3.3.1. Conceito e termos importantes

São ditas séries de tempo, ao conjunto de observações/dados numéricos

recolhidos ao longo de um período, em que as observações vizinhas são

dependentes. Denotamos por 1, ,...,k k

t t t tX x t T x x , onde t representa o período

de recolha de uma determinada observação e, k o número de variáveis em estudo ou

que se deseja estudar, em particular se k=1 0 1, , ,...,t t tX x t T x x x , (PEREIRA,

1984; MORRENTIN & TOLE, 1981).

Em análise de séries temporais é comum que se pretenda:

Estudar o comportamento das séries, no sentido de se perceber como é

que elas são formadas. Nesta ordem de ideia, faz sentido entender a

dependência entre as observações vizinhas ou analisar se a observação

presente depende da anterior ou da posterior, aqui o conceito de

operadores de retardo e avanço é importante. Estudar a estacionaridade

da série, isto implica averiguar se a série possui uma certa tendência (um

toque na natureza da média) ou se ela é heterocedástica (um toque na

natureza da variabilidade da série) ou ainda se a função de covariância

depende ou não da defasagem. Importa também neste objetivo averiguar

40

se em certos períodos constantes a série apresenta uma mesma

característica, isto é, se é sazonal.

Outro interesse nas séries pode ser realizar previsões a curto ou longo

prazo se as características da série assim o permitirem, este processo

envolverá a construção de modelos matemáticos que facultem previsões

mais ou menos aproximadas a realidade.

Assim, em análise de séries de tempo encontramos termos de ordem como:

Operador de retardo (defasagem), operador de avanço, tendência,

Heterocedasticidade, sazonalidade, a função da média, função da covariância, função

de Auto correlação e modelagem. Estes fazem um conjunto de termos necessários

para o estudo de uma série de tempo, assim temos:

Função da média Dada pela expressão tE x .

Função da covariância Dada pela expressão

, ,t t h t t h hE x x Cov x x

Função de autocorreção Dada pela expressão

0

cov ,

var

t t hhh

t

x x

x

.

Operador de retardo Definido pela expressão: h

t h tx L x

Tendência: É a característica crescente ou decrescente que

as séries apresentam, o que indica que a média não

é constante em diferentes momentos.

Operador diferença Definido pela expressão: 1dd

t tx L x . Usado

geralmente para denotar as diferenças feitas a uma

série que apresenta tendência. Neste caso d

representa o número de diferenças feitas para tornar

uma série não-estacionaria em estacionária.

Heterocedasticidade: É a característica contrária a homocedasticidade,

verifica-se quando a série não apresenta variância

constante em diferentes momentos. As observações

41

apresentam uma variação irregular ao longo do

tempo em relação a média.

Sazonalidade: É a característica das séries quando apresentam

um comportamento semelhante periódico, isto é, um

comportamento que tende a repetir-se em períodos

constantes por exemplo nos mesmos meses ou

mesmo trimestres de anos diferentes.

Modelagem: É o processo que conduz a construção de

modelos para previsão de tx .

3.3.2. Classificação das séries de tempo

Ainda Pereira (1984), classifica as séries de tempo quanto ao tipo de dados,

quanto ao tempo de recolha da informação e, quanto ao número de variáveis que

deseja ter a informação, assim temos:

Quanto ao tipo ou estado dos dados podem ser:

Discretas: Quando a variável assume valores enumeráveis, isto é, tx IN

Continuas: Quando a variável assume valores em qualquer intervalo

numérico, isto é, ,t a bx I .

Quanto ao tempo ou espaço de índices de recolha dos dados, podem ser:

Discretas: Quando o tempo é finito e enumerável, isto é, 0t IN .

Continuas: Quando o tempo assume valores num intervalo, isto é, ,a bt I

. Nestes casos muitas vezes a série é denotada por ( )x t em vez de tx .

De acordo o número de variáveis em estudo, podem ser:

Univariadas: Quando se recolhe dados sobre uma variável, isto é, k=1.

Multivariadas: Quando se recolhe dados sobre mais de uma variável, isto

é, k>1.

As séries podem também ser caracterizadas como: Estacionárias ou não

estacionárias, estocásticas ou determinísticas, (BUENO, 2011:10).

42

De acordo Gujarati & Porter (2011), séries estocásticas ou aleatórias referem-se

as que são impossíveis de prever a tendência dos dados com o passar do tempo, ao

passo que séries determinísticas são aquelas cuja tendência dos dados é previsível,

tal como prevemos o próprio tempo.

3.3.3. Séries de tempo estacionárias e não estacionárias

Para Bueno (2011) “A estacionaridade é a primeira ideia que se deve ter para

estimar uma série temporal”, pois esta é uma condição importante pela qual se não

cumprida não podemos avançar qualquer outro estudo sobre a série. Neste caso,

mecanismos devem ser encontrados para estacionalizá-la, de modo que se permita

proceder com análises posteriores. Em séries não estacionarias as previsões não são

feitas muito além do período em estudo.

Portanto, uma série de tempo diz-se estacionária em covariância se a sua média

e variância permanece invariante no tempo e, a covariância só depende do incremento

(tamanho da defasagem), (GUJARATI & PORTER, 2011; SARTORIS, 2008:276), isto

é:

A média for constante: constantetE x

A variância for constante: 2 2

t tE x Var x

A covariância depende da defasagem: , ,t t h t t h hE x x Cov x x

Nesta ordem de ideia, uma série de tempo é considerada não estacionaria

quando não cumpre pelo menos uma das condições acima sobre a estacionaridade.

A detenção de não estacionaridade de uma série pode ser por via do gráfico de

sequência, da análise do correlograma, dos testes de raiz unitária., como a seguir nos

debruçaremos melhor.

3.3.4. Testes para detenção da estacionaridade

Como se sabe, o trabalho com as séries de tempo exige que elas sejam

estacionárias, caso não sejam é necessário encontrar mecanismos para

estacionalizá-la. Porém, é preciso antes averiguar se ela é ou não estacionária.

Destacamos a seguir algumas técnicas para averiguação da estacionaridade e

posterior solucionamento do problema.

43

Analise gráfica: Com base no gráfico de sequência, detectamos o problema

de não estacionaridade se os dados possuírem uma certa tendência ou ainda,

possuírem uma estrutura ou variação irregular das observações ao longo

tempo.

Análise do correlograma: Na perspectiva de Gujarati & Porter (2011), uma

série terá características de estacionaridade se os coeficientes da

autocorrelação giram em torno de zero em várias defasagens, portanto as

autocorrelações são muito baixas, próximas de zero. Quando os coeficientes

de autocorreção nas diversas defasagens possuem valores muito alto,

próximos de 1, a série terá características não estacionárias, neste caso os

dados tendem a decrescer muito lentamente a zero. Portanto, estas

características podem ser observadas nos diagramas de FAC ou FACP.

Teste da raiz unitária: Refere-se a um conjunto de testes que visam detectar

a não estacionaridade de uma série. Têm o pressuposto de que se as

autocorrelações de uma série forem iguais a unidade, ela é não estacionária.

Destacamos neste trabalho o teste de Dickey-Fuller cujo detalhes teóricos

podem aprofundados em (GUJARATI & PORTER, 2011; BUENO, 2011).

Outros testes com a mesma pretensão podem ser visto em Bueno (2011) ou

na funções do Software Eviews, tais como:

Dickey-Fuller aumentado (1979); Philips-Perron (1988); Kwiatkowski-Philips-

Schamidt-Shin; Eliott-Rothenberg-Stock Point-Optima; Ng-Perron; MacKinnon

(1991,1996)

3.3.4.1. Teste de Dickey-Fuller e Dickey-Fuller aumentado

Considere a série 1t t tx x

. O teste de DF, pressupõe que 1 (A

autocorrelação é igual a um). Neste caso, se a hipótese nula é satisfeita, concluímos

que a série é não estacionária. A série só será estacionaria se 1 . Em geral, séries

estacionárias possuem autocorrelações significativamente iguais a zero.

Este teste é de acordo Bueno (2011:119) um pouco menos eficiente porque

considera o erro como um ruído branco, o que nem sempre pode ocorrer, fato que

pode causar ineficiência do teste, podendo fornecer resultados distorcidos. Este

problema vem a resolver-se com o teste de Dickey-Fuller aumentado que procura

44

estimar

1 1 ...t t h t h tx x x escrita como combinação das suas diversas

defasagens e um termo de erro.

3.3.5. Metodologia de Box-Jenkins

A metodologia de Box-Jenkins é comumente usada para explicar o

comportamento de uma variável através das observações anteriores da mesma

variável. De acordo Souza (1981, 82), “os modelos de Box-Jenkins assumem que a

série temporal em estudo representa uma realização de um processo estocástico que

foi gerado pela passagem sucessiva de um ruído branco”. Portanto, trata-se de

modelos de regressão de uma variável com ela mesma ou um termo de erro a que é

designado ruído branco.

Ao se fazer previsão com modelos de Box-Jenkins, deve-se garantir que as

características da série permanecem constantes ao longo do tempo futuro, por isso a

necessidade de requere dados estacionários, (POKORNY, 1987:343) citado por

(GUJARATI & Porter, 2011: 771).

As classes de modelos de Box-Jenkins são:

MA (q) Médias móveis: t tx L .

AR (q) Autoregressivos: t tL x .

ARMA (p, q) Autoregressivos de médias móveis: t tL x L .

ARIMA (p, d, q) Autoregressivos e integrados de médias móveis, com d

diferenças: d

t tL x L . De acordo Gujarati &

Porter, (2011: 740), “ série é dita integrada de ordem (d) se

for necessário diferenciá-la d vezes para que se torne

estacionaria”. Em geral, são diferenciadas séries não

estacionárias.

SARIMA , , , ,s

p d q P D Q Autoregressivos e integrado de médias movem

com sazonalidade de período s:

s D d s

s t tL L x L L .

45

Onde:

tx É uma série estocástica ou aleatória, uma série cujos valores

desfasados não estão correlacionados.

t É um ruído branco, isto é, uma série estacionária com as seguintes

características: 0tE , 2var t e 1cov , 0t t

.

2

1 2 1 1 2 21 ... ...h

t t h t t t h t hL x x L L L x x x x

2

1 2 1 1 2 21 ... ...h

t h t t h t hL t L L L t

1dd L É o operador de diferença simples.

1D

D s

s L É o operador de diferença sazonal.

2

1 21 ...s s s Ps

PL L L L É o operador Autoregressivos estacional

de ordem P.

2

1 21 ...s s s Qs

QL L L L É o operador das médias móveis

estacionais de ordem Q.

Os modelos ARIMA e SARIMA, são usados para séries de tempo não

estacionárias. Portanto, de acordo as características ou o comportamento da série,

poderá ser modelada baseada numa das classes de modelos de Box-Jenkins acima

indicadas, que são classes desenhadas para modelos univariados. Assim, para

identificar modelos preditivos melhores na perspectiva de Box-Jenkins é necessário

seguir algumas etapas, que seguiremos apresentar

3.3.5.1. Etapas da metodologia de Box-Jenkins

No estudo das séries de tempo, mais do que o estudo do comportamento das

séries, interessa identificar um modelo capaz de produzir predições a curto ou longo

prazo sobre os dados. Por exemplo, interessa-nos neste estudo, para além do

comportamento dos preços, estimar os preços futuros de forma que se facilite a

planificação segura das despesas a curto prazo nas famílias da cidade de Tete.

Portanto, a metodologia de Box-Jenkins que consiste em ajustar modelos das

classes de modelos que anteriormente apresentamos, privilegia as seguintes etapas

importantes: Identificação, estimação, diagnóstico do modelo e previsão.

46

a) Identificação.

Nesta fase procuramos entender as caraterísticas da série de forma que

possamos selecionar vários modelos que poderão ser considerados adequados aos

dados, portanto, de acordo Morrentin & Tole (1981:251) “objetivo final desta etapa é

determinar os valores de p, d, q do modelo ARIMA(p,d,q) e a estimação preliminar dos

parâmetros”. Segue-se algumas características que se devem estudar

cautelosamente:

Estudar a estacionaridade da série.

Como anteriormente foi explicado, esta caraterística pode ser identificada

fazendo análise do gráfico de sequência para detectar uma possível tendência dos

dados e o fenómeno de Heterocedasticidade. Pode ainda ser detectada fazendo

análise das FAC e FACP ou mesmo com base nos testes da raiz unitária. Uma

transformação da série é sempre necessária quando detectada que não é

estacionaria. Como foi dito na seção 3.2.4 acrescenta ainda Bueno (2011:114) que o

problema de tendência seja ela estocástica ou determinística é resolvido diferenciando

série e o fenómeno de Heterocedasticidade por uma transformação logarítmica ou

outras que se lograrem serem adequadas.

Verificar se a série é sazonalidade.

Procurar identificar se os dados apresentam uma certa estrutura regular

constante mensal, trimestral, semestral ou anual.

Identificar os valores de p, d, q.

Os valores de p, d, q são identificados fazendo análises das funções de

autocorreção. Pode diretamente serem analisados os diagramas das FAC e FACP

(Correlograma). Segundo Felipe (2012:22) “os correlogramas delimitam um intervalo

de confiança para os coeficientes no qual as estatísticas da FAC e FACP devem

variar, sendo o intervalo definido por: 2 2

1 1IC ;

k k kz zn n

”.

Para a identificação dos valores de p e q, SCHRÖDER & DIAS (2012)

apresentam uma tabela resumo de resultados básicos das FAC e FACP. Em anexo

47

serão exibidos alguns diagramas modelos para a identificação das diferentes classes

de modelos de Box-Jenkins.

Modelo FAC FACP

MA Picos significativos Decai exponencialmente

AR Decai exponencialmente Picos significativos

ARMA Decai exponencialmente Decai exponencialmente

Os valores de p e q estão associados aos números de autocorrelações

significativamente diferentes de zero.

b) Estimação

Este item dedica-se a estimação definitiva dos parâmetros (Média, Variância,

correlações e autocorrelações) das quais o número de parâmetros é definido pelos

valores de p, d, q. A média é inclusa no modelo se d=0, caso contrário é exclusa,

(MORRENTIN & TOLE, 1981:268). Os parâmetros são igualmente estimados por

Mínimos quadrados ou máxima verossimilhança, sendo alguns os seguintes:

i. A média:1

1 n

t

t

xn

.

ii. A variância (covariância de ordem zero): 2

2

0

1

1 n

t

t

xn

.

iii. As correlações: 2

1

1cov ,

1

n

t t h h t t h

t

x x x xn

.

iv. As autocorrelações: 0

hh

.

c) Diagnóstico do modelo:

Nesta fase preocupamo-nos em averiguar se o modelo é bom. As propriedades

de um bom modelo são identificadas com base na análise residual. Comumente num

bom modelo o resíduo de ser um ruído branco. Assim:

Os resíduos devem possuir um comportamento aleatório, devendo as suas

autocorrelações não apresentar uma estrutura padronizada ou específica;

As autocorrelações residuais devem decair rapidamente para zero, ou seja,

devem ser não significativas;

48

Realizar o teste de Ljung-Box Q* para confirmar que o erro é um ruído branco.

Este teste supõe que: Os resíduos são independentes e identicamente

distribuídos (iid), ou seja, os resíduos não são autocorrelados.

Verificar se o ruído é normalmente distribuído;

Verificar se não há problema de Heterocedasticidade.

Verificar se o modelo não possui parâmetros em excesso ou mesmo

desnecessários. Esta caraterísticas pode ser observada usando os critérios

AIC (Akaike Information Criteria) e SBC (Schwartz Bayesian Criteria), que

visam a comparar modelos, para identificação do melhor e tem em vista a

variância do erro, o tamanho amostral e os valores de p, d, q e Q. Assim, são

considerados modelos adequados os que apresentam menor AIC ou BIC.

3.3.6. Teste de casualidade de Granger

Quando se pretende realizar regressões de ty em função das , 1,2,...tix i séries

baseadas na metodologia de FT com recursos aos modelos de BJ é importa verificar

se as , 1,2,...tix i séries ajuda ou não a prever ty . Portanto, para análise de FT

importa-nos garantir que a direção de casualidade seja unidirecional.

Se considerarmos o caso bivariado (x,y), para realizara o teste de casualidade5

Bueno (2011:223) avança que:

1. “Se estime a equação 20 ,21 ,22 2

1 1

p p

t i t i i t i t

i i

y x y

2. Teste-se a hipótese nula de que tx não causa Granger a ty , isto é:

1,21 2,21 ,21: ... 0o pH contra ,21: 0a iH , com i=1,2,...

Com base na estatística

2 2 2

, 2 12 1

u r uF F p T p

p T p

Entretanto esta técnica leva em conta o pressuposto de que as séries sejam

estacionarias, embora em modelos VAR6, quando series são não estacionarias a

diferenciação pode criar perda na potência do teste de casualidade, (BUENO, 2011;

GUJARATI & PORTER, 2011)

5 Outros detalhes podem ser visto em GUJARATI & PORTER(2011: 648) 6 Vectores autoregressivos

49

3.3.7. Função de transferência

Os modelos de função de transferência (FT) são comumente usados quando se

pretende realizar uma regressão de ty em função das , 1,2,...tix i variáveis baseado

na metodologia de BJ, portanto, é de interesse nestes modelos explicar ou estudar o

comportamento da série de saída ty a partir do seu passado e do passado de outras

variáveis, visando averiguar as , 1,2,...tix i variáveis melhoram o desempenho de

predição de ty .

De acordo Bruscato, Artes & Toloi (2003:12) & Souza (1981:92), a construção

de modelo de FT baseia-se na hipótese de que existe uma relação de casualidade

unidirecional das séries de entrada , 1,2,...tix i para série de saída ty . Fava (2000)

citado por Sarmento, Beduschi & Zen (2007) sublinha ainda que valores passados das

séries de saída não devem exercer influencias sobre valores da série de entrada.

Neste caso, a direção de casualidade deve ser conhecida para além de que as séries

devem cumprir a condição de estacionaridade, assim:

A relação transmissão de efeitos de tx para ty é dada pela expressão:

1 1 2 2 ...t o t t t t t ty v x v x v x v B x n

7, onde:

V(B) é conhecida como função de transferência;

Vi, i=0,1,2,3, … “São as respostas a função impulso. Indicam como a série de

entrada tx é refletida na série de saída ty , (SOUZA,1981:94).

tn É um processo estacionário ARMA(p,q).

O objetivo da metodologia de FT é segundo Souza (1981) de identificar a FT

V(B), mas existem aqui vários impasses na identificação desta função, tais como: Ter

um número excessivo de pesos (Vi); não leva em consideração um possível

defasamento no efeito da variável de entrada e independência serial da série de saída.

O problema é controlável substituindo V(B) pelo quociente ( )

( )

w B

B e, a relação linear de

ty em função de tx rescreve-se por:

7 Tomamos como exemplo uma única variável de entrada ( tx )

50

1 1 0 1 1

( )... ...

( )t t t t h t t r t r t b t b s t b s t

w By v B x x n y y w x w x w x n

B

Onde: ( ) ( )B e w B São polinômios de graus r e s.

Quando necessário a introdução de uma intervenção, West et al. (2002) citado

por Russo & Camargo (2008:98), diz que “o modelo de FT de Box e Jenkins (1976)

descreve a qualidade da característica observada ty como uma função de três fontes

de variabilidade”:

Onde: tI é a função indicadora representada por zero quando a serie apresenta-

se estável e um quando apresenta quebras estruturas. Portanto, quebras estruturas

podem ser verificadas quando existem atípicos severos.

Para identificação de FT com ênfase na metodologia de Box-Jenkins, Bruscato,

Artes & Toloi (2003) apresenta o seguinte algoritmo:

1. Ajustar modelos ARIMA para as séries integrantes do modelo. Esta fase será

consubstanciada com as técnicas de BJ para modelos univariados explicados

na secção 3.2.5

2. Calcular a função de correlação cruzada entre as séries residuais com

objetivo de identificar uma possível relação linear entre os resíduos.

Sarmento, Beduschi & Zen (2007) sublinha ainda que esta função mede se a

variável de entrada e de saída são correlacionadas em diferentes períodos

de tempo e ajuda-nos a identificar o sentido da relação casual entre as

variáveis. Neste caso, para retardos positivos na relação x,y, correlações

significativas indicam que y é preditora de x e vice-versa.

É importante ressaltar que a direção causal das variáveis poderá ser discutida

com base nos testes de casualidade de Granger e, que as correlações

cruzadas viram a confirmar o resultado.

3. Determinar a forma preliminar do ruído;

4. Identificar o modelo de função de transferência para as séries tx e ty ,

combinando os modelos univariados das séries integrante.

51

CAPITULO IV - APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Neste item serão apresentados e discutidos os resultados das análises feitas de

acordo a metodologia proposta, analise fatorial (analise preliminar) que abrangi

apenas as variáveis relativas a produtos alimentares constituintes da cesta básica e

análise de séries de tempo baseados em modelos de função de transferência que

abrange todas variáveis. As análises foram feitas com suporte no pacote estatístico

IBM SPSS statistics 22 e Eviews 9 SV. Foi também usado o Excel para a

reorganização dos dados das tabelas extraídas e alguns cálculos importantes, cujo

SPSS não nos possibilitou faze-los. Foram analisados dados sobre preço de produtos

alimentares constituintes de uma cesta básica, nomeadamente arroz, farinha de milho,

óleo alimentar, peixe de segunda, feijão manteiga, açúcar amarelo e pão num total de

sete variáveis cujos preços foram colhidos nos principais mercados e lojas da Cidade

de Tete, no período de Dezembro de 2006 ao Outubro de 2014. As variáveis taxa de

câmbios e o preço de petróleo entram como explicativas, para melhor predição dos

preços de produtos alimentares citados.

Cada variável é constituída por 95 observações e não se observou nenhuma

ausência de observações. Nota-se que no período em estudo os preços de produtos,

a taxa de câmbios e o preço de petróleo tiveram muita oscilação. Por exemplo, o

DOLAR variou de 23,69 à 37,07 Meticais com uma média de 28,35, o RAND de 2,38

à 5,17 com uma média de 3,46, o petróleo variou de 17,71 a 33,53 com uma média

de 28,32, o arroz variou de 17,61 a 33,47 com uma média de 27,44, a farinha de milho

variou de 20,37 a 33,91 com uma média de 30,0, …, como mostra a tabela1 das

estatísticas descritivas.

Tabela 1: Estatísticas descritivas

Fonte: Analise de dados em IBM SPSS 22

A Figura 1 dos gráficos de sequência das séries constituintes da cesta básica

ilustram que elas apresentam uma tendência crescente estocástica e, quase que

USD_MZNRAND_MZ

NPetróleo Arroz

Farinha de

milho

Óleos

alimentare

s

Peixe

seco

(excepto

bacalhau)

Feijão

manteiga

Açúcar

amarelo

granulado

Pão

Válido 95,00 95,00 95,00 95,00 95,00 95,00 95,00 95,00 95,00 95,00

Ausente 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

28,35 3,46 28,32 27,44 30,00 63,77 75,98 39,89 27,89 39,69

27,83 3,36 29,00 27,98 32,61 67,38 84,00 38,44 28,56 41,22

23,6884a

2,3848a 33,53 32,6833,260869565217390

a 72,17 94,00 34,53 33,70 41,22

3,15 0,62 5,80 5,47 4,43 10,63 31,81 8,83 5,68 3,51

9,91 0,39 33,64 29,91 19,66 113,01 1011,63 77,94 32,27 12,32

23,69 2,38 17,71 17,61 20,37 38,88 29,50 23,81 18,38 29,80

37,07 5,17 33,53 33,47 33,91 72,79 132,57 56,88 35,46 42,96

a. Ha vários modos. O menor valor é mostrado

Estatísticas

Modo

Desvio Padrão

Variância

Mínimo

Máximo

N

Média

Mediana

52

apresentam uma mesma estrutura, o que provaremos mais adiantes mediantes testes

adequados da analise factorial. Em geral, os preços de produtos constituintes da cesta

básica registaram subidas deste Dezembro de 2006 a outubro de 2014, com exceção

do pão que praticamente desde 2010 vem se mantendo constante, como revela a

Figura 1. Olhando para os objetivos finais, o de estudar o comportamento destes

preços mediante técnicas de series de temporais, entendemos que pelo caráter

constante que a série pão apresenta, não seja necessário introduzi-la nos nossos

modelos, pois, a partir de 2010 ela não apresenta uma caraterística estocástica,

condição fundamental para estudos com métodos de series de tempo.

Figura 1: Gráfico de sequência das séries constituintes da cesta básica

Fonte: Analise de dados em EVIEWS 9 SV

4.1. Analise fatorial (Analise preliminar)

4.1.1. Identificando a pertinência da aplicação da análise fatorial

A Tabela 2 mostra-nos as correlações entre as variáveis duas a duas.

Pretendemos com esta informação averiguar se há necessidade de realização da

análise fatorial. Como se pode observar, as correlações entre as variáveis são muito

16

20

24

28

32

36

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Arroz

16

20

24

28

32

36

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Açúcar amarelo granulado

20

30

40

50

60

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Fei jão manteiga

30

40

50

60

70

80

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Óleos alimentares

28

32

36

40

44

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Pão

20

40

60

80

100

120

140

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Peixe seco (excepto bacalhau)

20

24

28

32

36

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Farinha de milho

53

altas variando de 0,802 à 0,973, o que nos indicia a afirmar que as variáveis são

correlacionadas. Além de mais, os p_valores são todos menores que 0,05, rejeitando-

se a hipótese de que as correlações entre as variáveis são nulas, facto que não deixa

dúvidas nenhuma que as variáveis estão relacionadas e que o ajuste do modelo

poderá ser efetuado. O determinante da matriz de correlação ( 65,212 10 ) é

relativamente diferente de zero, pelo que a matriz de correlações pode ser invertida

ou invertível, sendo assim, minimamente garantimos que será possível aplicar os

métodos de extração de análise fatorial.

Não sendo uma conclusão definitiva, buscamos mais subsídio para decisão nos

testes de KMO e de Bartlett.

Tabela 2: Matriz de correlações entre as variáveis observadas

Fonte: Análise de dados em IBM SPSS 22

De acordo a condição imposta por Fernández (2011:8), o índice de KMO (0,838)

que nos é apresentado na Tabela 3 é muito satisfatório e favorável a realização da

análise fatorial. Vemos também que a estatística de Bartlert (1108,997) é muito maior

que o qui-quadrado calculado (27,4883) a 95% de confiabilidade e 15 graus de

liberdade, além de que _ 0,0 0,05p valor , rejeitando-se assim a hipótese de

ArrozFarinha de

milho

Óleos

alimentares

Peixe

seco

(excepto

bacalhau)

Feijão

manteiga

Açúcar

amarelo

granulado

Arroz 1,000 ,933 ,927 ,919 ,847 ,973

Farinha de milho ,933 1,000 ,962 ,839 ,802 ,910

Óleos alimentares ,927 ,962 1,000 ,832 ,809 ,915

Peixe seco

(excepto bacalhau),919 ,839 ,832 1,000 ,893 ,960

Feijão manteiga ,847 ,802 ,809 ,893 1,000 ,860

Açúcar amarelo

granulado,973 ,910 ,915 ,960 ,860 1,000

Arroz ,000 ,000 ,000 ,000 ,000

Farinha de milho ,000 ,000 ,000 ,000 ,000

Óleos alimentares ,000 ,000 ,000 ,000 ,000

Peixe seco

(excepto bacalhau) ,000 ,000 ,000 ,000 ,000

Feijão manteiga ,000 ,000 ,000 ,000 ,000

Açúcar amarelo

granulado,000 ,000 ,000 ,000 ,000

Matriz de correlaçõesa

Co

rre

laçã

oS

ig. (1

extr

em

ida

de

)

a. Determinante = 5,212E-6

54

independência das variáveis. Como se pode observar, as duas medidas dão um bom

indício de que o ajuste do modelo poderá ser bom e neste caso, podemos aplicar a

análise fatorial aos dados.

Tabela 3: Teste de KMO e de esfericidade de Bartlett

Fonte: Analise de dados em IBM SPSS 22

Conforme os resultados anteriores, vamos procurar analisar quantos fatores

serão necessários para a redimensão das variáveis.

4.1.2. Identificando o número de fatores pertinentes

Optamos em usar o método de Factoração de eixo principal, pois, este método

utiliza variabilidades comuns e especificas e isso garante a obtenção de pesos

fatoriais elevados que fazem com que os fatores sejam bem interpretados (Maroco,

2007). Assim, de acordo a Tabela 4 da variância total explicada vemos que há apenas

um autovalor maior que um, isto nos indicia a identificação de apenas um único fator

que explica um 89,349% da variabilidade total explicada, percentagem superior ao

mínimo necessário para que o modelo seja bem explicado, 75%.

Não sendo essa única forma para determinação do número de fatores, a seguir

apresentamos o critério baseado no gráfico de sedimentação

Tabela 4: Variância total explicada – Factoração de eixo principal

Variância total explicada

Fator

Valores próprios iniciais Somas de extração de carregamentos ao quadrado

Total % de variância % cumulativa Total % de variância % cumulativa

1 5,463 91,056 91,056 5,361 89,349 89,349

2 ,293 4,889 95,945

3 ,149 2,476 98,421

4 ,042 ,703 99,123

5 ,039 ,657 99,781

6 ,013 ,219 100,000

Método de Extração: Fatoração de Eixo Principal.

Fonte: Analise de dados em IBM SPSS 22

,838

Aprox. Qui-quadrado 1108,997

df 15

Sig. ,000

Teste de KMO e Bartlett

Medida Kaiser-Meyer-Olkin de adequação

de amostragem.Teste de

esfericidade de

Bartlett

55

Conforme a descrição do critério baseado no gráfico de sedimentação, vemos

que o ponto de inflexão mais acentuado se situa no segundo fator e, a cima deste

apenas existe um único fator ou por outra, o gráfico decresce lentamente a partir do

segundo fator. Assim, um único fator acima do ponto de inflexão mais acentuado

indica que o modelo poderá ser explicado com base num e único fator. Esta teoria

entra em concordância com as do critério utilizado na análise da variância total

explicada, conforme está expresso na Tabela 4, neste caso ficamos claro que será

necessário apenas um único fator para composição do modelo.

Figura 2: Gráfico de sedimentação

Fonte: Analise de dados em IBM SPSS 22

4.1.3. Analise das comunalidades e interpretação dos fatores

Com esta análise procuramos averiguar se as variáveis estão otimamente

representadas pelos fatores identificados, caso não poderá ser sugerida por exemplo

a retirada da variável cuja representação não é significativa. Como se pode observar

na Tabela 5 as comunalidades são muito altas, variando de 0,773 à 0,973. Este

resultado não nos indicia a retirada de nenhuma variável, além do mais vem a reforçar

a ideia de que o fator identificado é suficiente e, representa bem as variáveis

observadas, neste caso, representa bem os preços de produtos alimentares

constituintes da cesta básica em estudo. Mesmo assim, os índices de adequação

amostral individual de MSA, caracterizado pelos valores da diagonal principal da

matriz da Tabela 6 são muito altos (variando de 0,787 à 0,895) superiores a 0,05, o

que nos indica que nenhuma variável poderá ser invalidada do estudo.

56

Tabela 5: Variabilidade comum – comunalidades

Comunalidades

Inicial Extração

Arroz ,960 ,964

Farinha de milho ,939 ,885

Óleos alimentares ,944 ,885

Peixe seco ,955 ,882

Feijão manteiga ,827 ,773

Açúcar amarelo granulado ,979 ,973

Método de Extração: Fatoração de Eixo Principal.

Fonte: Analise de dados em IBM SPSS 22

Tabela 6: Matrizes anti-imagem

Fonte: Analise de dados em IBM SPSS 22

As análises anteriores conduziram-nos a identificação de um e único fator e que

este condiciona-nos uma boa analise fatorial. No nosso intender, a interpretação deste

fator sendo ele único, está bem claro, não havendo necessidade de fazer-se uma

rotação. Como se pode observar na Tabela 7 onde nos é apresentado as cargas

fatoriais que variam de 0,879 à 0,986 vemos que o fator se identifica bem com cada

uma das variáveis em estudo.

ArrozFarinha de

milho

Óleos

alimentare

s

Peixe

seco

(excepto

bacalhau)

Feijão

manteiga

Açúcar

amarelo

granulado

Arroz ,895a -,327 ,024 ,133 -,114 -,599

Farinha de milho -,327 ,866a -,696 -,072 ,044 ,123

Óleos alimentares ,024 -,696 ,827a ,374 -,255 -,376

Peixe seco (excepto

bacalhau),133 -,072 ,374 ,790

a -,569 -,751

Feijão manteiga -,114 ,044 -,255 -,569 ,881a ,275

Açúcar amarelo

granulado-,599 ,123 -,376 -,751 ,275 ,787

a

Matrizes anti-imagem

Co

rre

laçã

o a

nti-

ima

ge

m

a. Medidas de adequação de amostragem (MSA)

57

Assim, o nosso modelo será expresso da seguinte forma respetivamente:

1

2

3

4

5

6

0,982

0,941

0,941

0,939

0,879

0,987

i

a

A F

FM F

OA F

PS F

FM F

AAG F

Tabela 7: Variabilidade comum – comunalidades

Fonte: Analise de dados em IBM SPSS 22

4.1.4. Avaliação e validação do modelo obtido

Até agora procuramos analisar se os dados que temos poderiam propiciar-nos a

uma análise fatorial, e com os testes feitos, provamos que essa análise é possível

diante destes dados, tendo sido identificado um fator que explica um 89,349% da

variabilidade total dos dados. Este fator apesar de parecer representar bem os dados,

pode não garantir que o modelo seja adequadamente aplicável, portanto, para

completar o estudo vamos a seguir avaliar ou diagnosticar o modelo.

A matriz de correlações residuais apresentada na Tabela 8 apresenta 3

correlações residuais em valor absoluto superiores a 0,05 correspondente a um 20%.

Esta percentagem é inferior a 50% e, é relativamente baixa no que se refere a

presença de correlações resíduas altas, o que nos indicia a dizer que o modelo está

bem ajustado. Vamos confrontar esse resultado com os testes ou índices de GFI e

RSMS.

Fator

Arroz ,982

Farinha de milho ,941

Óleos ,941

Peixe seco

(excepto ,939

Feijão manteiga ,879

Açúcar amarelo

granulado,986

Método de Extração:

Fatoração de Eixo Principal.

Matriz dos fatoresa

58

Tabela 8: Correlações reproduzidas

Fonte: Analise de dados em IBM SPSS 22

4.1.4.1. Analisando o índice de GFI, AGFI e RMSR.

Conforme as correlações apresentadas na Tabela 8, os índices de GFI, AGFI e

RMSR serão respetivamente dados por:

2

2

2

,009 0,077 0,051 0,068 0,007)

,096) 1 0,5 0,009 0,99535

1 0,5 ( )

1 0,5 (0

1 0,5 (0 4

GFI tr

GFI

GFI

2 2

1 6 6 11 1 1 1

6 1 6 10,995354 0,989158

p pAGFI GFI

p m p m

2

0,0363140,0347

22

1 6 6 192

ij

i j iRMSR

p p

O índice de GFI e AGFI são maiores que 0,9 e o índice de RMSR é menor que

0,05. Portanto, estes índices de acordo as suas condições (ver p. 36) e, em

conformidade com o resultado da análise correlações resíduas maiores que 0,05,

proporcionam-nos um bom/ótimo ajuste do modelo de análise fatorial aos dados sobre

preços de produtos alimentares constituintes da cesta básica.

ArrozFarinha de

milho

Óleos

alimentares

Peixe

seco

(excepto

bacalhau)

Feijão

manteiga

Açúcar

amarelo

granulado

Arroz ,009 ,004 -,003 -,016 ,004

Farinha de milho ,009 ,077 -,044 -,025 -,018

Óleos alimentares ,004 ,077 -,051 -,018 -,013

Peixe seco (excepto

bacalhau)-,003 -,044 -,051 ,068 ,033

Feijão manteiga -,016 -,025 -,018 ,068 -,007

Açúcar amarelo

granulado,004 -,018 -,013 ,033 -,007

b. Os resíduos são computados entre as correlações observadas e reproduzidas. Há 3 (20,0%)

resíduos não redundantes com valores absolutos maiores que 0,05.

Correlações reproduzidasR

esíd

uo

b

Método de Extração: Fatoração de Eixo Principal.

59

Com este resultado, o modelo formulado poderá ser aplicado sem sobressaltos,

pois está garantida a validade do modelo de analise fatorial. Como o nosso objetivo

era de encontrar fatores latentes que explicassem o conjunto de variáveis com alto

grau de correlacionamento, tendo-se identificado um e único fator e provado que com

este o ajuste do modelo é bom, podemos agora determinar um índice que resume as

variáveis em estudo de tal modo que possamos prosseguir com as análises seguinte,

concretamente análise de séries temporais baseadas no modelo de função de

transferência.

Este índice a que vamos identificar como escores ou pontuação fatorial, foi

estimado a partir do SPSS, pelo método de regressão ou de Thompson e, apresenta-

se estandardizado, pois possui media zero e variância 1, como mostram os dados:

Tabela 9: Pontuações factorias extraídos (Índice comum)

Fonte: Analise de dados em IBM SPSS 22

4.2. Estimação de modelos com base na metodologia de séries temporais

Neste subitem vamos discutir e analisar o comportamento das séries em estudo.

No ponto 4.1. discutimos a estrutura de covariância entre as séries relacionadas com

preços de produtos constituintes da cesta básica, tendo-se constado que elas estão

altamente correlacionadas e que geram um único fator. Com esta conclusão,

procuramos determinar um índice comum as séries (A que designamos “Séries

conjuntas dos produtos SCP”), de forma que possamos estudar o comportamento

conjunto delas.

Assim, neste item a dedicação será o estudo do comportamento univariados das

séries SCP, USD/MZN, ZAR/MZN e Petróleo.

Data SCP Data SCP Data SCP Data SCP Data SCP Data SCP Data SCP

31/12/06 -1,90178 31/03/08 -1,08347 30/06/09 -0,60773 30/09/10 0,0797 31/12/11 0,72127 31/03/13 1,11552 30/06/14 1,20916

31/01/07 -1,87778 30/04/08 -0,97288 31/07/09 -0,56316 31/10/10 0,09209 31/01/12 0,75417 30/04/13 1,10077 31/07/14 1,13579

28/02/07 -1,89891 31/05/08 -0,88388 31/08/09 -0,57164 30/11/10 0,24745 29/02/12 0,72739 31/05/13 1,00223 31/08/14 1,01352

31/03/07 -1,89829 30/06/08 -0,82217 30/09/09 -0,58546 31/12/10 0,52755 31/03/12 0,72294 30/06/13 1,00002 30/09/14 1,03188

30/04/07 -1,89688 31/07/08 -0,80534 31/10/09 -0,61192 31/01/11 0,55164 30/04/12 0,71278 31/07/13 0,97995 31/10/14 1,04643

31/05/07 -1,88191 31/08/08 -0,74718 30/11/09 -0,58703 28/02/11 0,52908 31/05/12 0,72436 31/08/13 1,04049

30/06/07 -1,82263 30/09/08 -0,82198 31/12/09 -0,4537 31/03/11 0,6078 30/06/12 0,80664 30/09/13 1,04391

31/07/07 -1,79584 31/10/08 -0,53256 31/01/10 -0,45445 30/04/11 0,46211 31/07/12 0,82121 31/10/13 1,04986

31/08/07 -1,79925 30/11/08 -0,43736 28/02/10 -0,47605 31/05/11 0,48748 31/08/12 0,79217 30/11/13 1,11733

30/09/07 -1,79925 31/12/08 -0,43112 31/03/10 -0,42878 30/06/11 0,55164 30/09/12 0,84187 31/12/13 1,0938

31/10/07 -1,77009 31/01/09 -0,30528 30/04/10 -0,38867 31/07/11 0,55537 31/10/12 0,88033 31/01/14 1,08569

30/11/07 -1,76756 28/02/09 -0,3267 31/05/10 -0,21791 31/08/11 0,44619 30/11/12 0,9658 28/02/14 1,14382

31/12/07 -1,43242 31/03/09 -0,40418 30/06/10 -0,14463 30/09/11 0,59082 31/12/12 1,03636 31/03/14 1,14486

31/01/08 -1,11795 30/04/09 -0,50518 31/07/10 -0,03861 31/10/11 0,5626 31/01/13 1,1061 30/04/14 1,16638

29/02/08 -1,12885 31/05/09 -0,54539 31/08/10 0,10621 30/11/11 0,6886 28/02/13 1,17102 31/05/14 1,15164

60

4.2.1. Análise gráfica das séries

Da Figura 3 observamos que as séries SCP, USD_MZN, ZAR_MZN e Petróleo

não apresentam uma estrutura padronizada ou especifica o que nos leva a crer que

elas são aleatórias ou seja estocástica, a pesar de que a partir de aproximadamente

metade de 2011 a série Petróleo vem se mantendo constante e, possui quedras

estruturais muito acentuadas. No nosso entender a característica apresentada pela

série petróleo não é muito adequada a análise de séries temporais, pois, o seu preço

desde 2011 vem se mantendo constante facto que garante a sua previsão mesmo

sem qualquer análise estatística. A séria SCP apresenta uma forte tendência

crescente, sem muita volatilidade nos dados ao longo do tempo, entretanto a

tendência nos indicia crer que ela é não estacionária. As séries USD_MZN, ZAR_MZN

e Petróleo apresentam uma tendência não muito notável, entretanto, vemos nelas

uma variação irregular nos dados em relação à média, apresentando uma forte

caraterística heterocedástica, essa caraterística também típica de não

estacionaridade. De acordo as características das séries que nos são apresentadas

pela Figura 3, entendemos no geral que as séries em estudo ao são estacionarias

carecendo de alguma diferenciação para torna-las estacionarias.

Para confirmar os resultados da análise gráfica socorremo-nos ao teste de

Dickey-Fuller aumentado, apresentado na Tabela 10. Também, calcularemos o

coeficiente da transformação de Box-Cox para averiguar se haverá necessidade de

logarítmizar as séries para estabilizar a variância.

Figura 3: Gráfico de sequência da série SCP, ZAR_MZN, USD_MZN e preço de Petróleo

Fonte: analise de dados em EVIEWS 9SV

-2

-1

0

1

2

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

SCP

20

24

28

32

36

40

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

USD_MZN

2.0

2.5

3.0

3.5

4.0

4.5

5.0

5.5

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

ZAR_MZN

16

20

24

28

32

36

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Petróleo

61

4.2.2. Teste da raiz unitária e transformações das séries

O teste de Dickey-Fuller Aumentado realizados a nível de significância de 5%

sobre as séries originais dá-nos conta de que não se pode rejeitada a hipótese nula

de que as séries são não estacionárias, isto é, não se rejeita que 0 : 1H , como se

observa na tabela resumo abaixo, os p_valores são maiores que o nível de

significância. Este resultado se consola com o da análise gráfica, entretanto quando

aplicadas uma diferença todas elas tornam-se estacionarias, como revela os

resultados da Tabela 10, em que o teste da raiz unitária sobre a serie diferenciada

danos um p_valor=0, rejeitando-se a hipótese de não estacionaridade das séries em

primeira diferença.

Tabela 10: Teste de Dickey Fuler Aumentado

Série Dif. Estatística Valor

critico

P_valor Resultado

Série

original

SCP 0 -2,0108 -2.8925 0,2818 (int) NRHo

USD_MZN 0 -1,770053 -2,8928 0,3931 (int) NRHo

ZAR_MZN 0 -1,710953 -2,8928 0,4225 NRHo

Série

diferenciada

<uma dif.>

SCP 1 -7,8530 -2,8928 0,0000 (int) RHo

USD_MZN 1 -3,91767 -1,9444 0,0001 RHo

ZAR_MZN 1 -,206718 -1,9443 0,0000 RHo

Fonte: Analise de dados em EVIEWS 9 SV

A análise gráfica não nos permitiu conceber qualquer transformação as séries,

sendo que confirmada com os métodos de Box-Cox. Os coeficientes de Box-Cox

para as séries SCP, USD_MZN e ZAR_MZN estão muito afastados de zero apontando

que não haja necessidade de aplicação de logaritmo para cada uma das séries em

estudo, como observamos na Figura 5, da regressão do logaritmo das médias e dos

desvios padrão anual das séries em estudo ( ( ) ( )anualLN sd LN x ), em que 1

. Indicadores de para outras transformações da série tx são apontados por

GUJARATI & PORTER (2011:204) onde: 1 tx , 22 tx , 0,5 tx ,

10,5

tx ,

11

tx .

Comparando os indicadores das diversas transformações de Box-Cox aos

valores de das séries em estudo, vemos que em nenhuma das séries é

plausivelmente a aplicação de qualquer transformação, se não a variável SCP na qual

62

1 , em que devemos mantê-la. Assim, não aplicaremos qualquer transformação as

variáveis em estudo. A seguir mostramos parte dos cálculos de :

Para SCP temos: 10,0469 0,0469 ,0461 9

Para USD_MZN temos: 4,8902 1 4,8902 3,8902

Para ZAR_MZN temos: 2,6497 1 2,6497 1,6497

Figura 4: Gráficos de regressão do logaritmo das médias e desvios padrões (sd) anuas

Fonte: Analise de dados em Excel

4.2.3. Estimação do modelo ARIMA para as séries SCP, USD e ZAR

Como pudemos analisar anteriormente, as séries são estacionarias em primeira

diferença (d=1) e sem aplicação de quaisquer transformações. Seguimos identificar

os valores provisórios de p e q, com base nos correlogramas das FAC e FACP. A

estatística de Ljung-Box vai nos permitir averiguar a significância dos coeficientes,

mas também veremos se as FAC e FACP estão todas dentro do intervalo de confiança

que seguimos estimar:

y = -0,0469x - 1,9241R² = 0,0022

-3

-2,5

-2

-1,5

-1

-0,5

0

-3 -2 -1 0 1

LN(S

D)

LN(abs(media))

SCP

y = 4,8902x - 16,597R² = 0,2745

-2

-1,5

-1

-0,5

0

0,5

1

1,5

3,1 3,2 3,3 3,4 3,5 3,6LN

(SD

)

LN(media)

USD_MZN

y = 2,6497x - 4,7569R² = 0,2365

-3

-2,5

-2

-1,5

-1

-0,5

0

0 0,5 1 1,5 2

LN(S

D)

LN(Media)

ZAR_MZN

63

5%

0,025 0,025

1 1IC ;

95 950,20108806; 0,201088

kz z

De modo geral, as estatísticas de Ljung-Box apontam que a série SCP em

primeira diferença não apresenta autocorrelações significativas em nenhuma

defasagem, com isso a série D(SCP) pode considerar-se independente e

identicamente distribuída. Não observamos quaisquer características sazonal, dado

que a FAC e FACP na sua decima segunda e vigésima quarta defasagem não

apresentam autocorrelações significativamente diferentes de zero. Assim, os estudos

sugerem provisoriamente o modelo ARIMA(0,1,0).

Para série USD_MZN em primeira diferença, a estatística de Ljung-Box aponta

que existem autocorrelações significativas. Como se pode observar na figura 4.2.3 da

série D(USD_MZN), a primeira e terceira autocorrelação da FAC e FACP ilustram

claramente que não são significativas, os seus valores respetivamente FAC (4.52 e

0.237) e FACP (0.452 e 0.252) estão fora do intervalo de confiança estimado ( 5%ICk

),

para além de que a estatística de Ljung-Box apresenta-se com P_Valor=0. Assim, as

características apresentadas apontam provisoriamente para ARIMA (0,1,2).

Entretanto, a FAC na defasagem 14 também apresenta um valor (-0.205) que se

encontra fora do intervalo de confiança estimado, mas não muito significativa em

relação ao 5%ICk

.

Figura 5: Correlograma das séries SCP e USD_MZN em primeira diferença.

Fonte: Analise de dados em Eviews 9 SV

Date: 07/22/16 Time: 23:16

Sample: 2006M12 2014M10 D(SCP)

Included observations: 94

Autocorrelation Partial Correlation AC PAC Q-Stat Prob

1 0.192 0.192 3.5717 0.059

2 0.025 -0.012 3.6336 0.163

3 0.091 0.092 4.4531 0.217

4 0.010 -0.025 4.4642 0.347

5 -0.024 -0.022 4.5212 0.477

6 0.088 0.093 5.3158 0.504

7 0.077 0.045 5.9298 0.548

8 -0.169 -0.198 8.9179 0.349

9 -0.017 0.043 8.9476 0.442

10 0.072 0.064 9.5039 0.485

11 -0.079 -0.079 10.182 0.514

12 0.034 0.063 10.308 0.589

13 -0.011 -0.067 10.321 0.668

14 -0.145 -0.107 12.709 0.550

15 -0.186 -0.123 16.677 0.339

16 -0.114 -0.108 18.191 0.313

17 -0.086 -0.025 19.065 0.325

18 -0.050 0.027 19.356 0.370

19 0.031 0.011 19.471 0.427

20 -0.197 -0.199 24.186 0.234

21 -0.082 0.032 25.011 0.247

22 0.003 -0.013 25.013 0.296

23 0.137 0.173 27.409 0.239

24 0.142 0.096 30.003 0.185

Date: 05/20/16 Time: 13:41

Sample: 2006M12 2014M10 Série D(USD_MZN)

Included observations: 94

Autocorrelation Partial Correlation AC PAC Q-Stat Prob

1 0.452 0.452 19.852 0.000

2 0.146 -0.073 21.947 0.000

3 0.237 0.252 27.536 0.000

4 0.070 -0.183 28.025 0.000

5 -0.005 0.061 28.028 0.000

6 0.011 -0.069 28.040 0.000

7 -0.002 0.051 28.040 0.000

8 -0.092 -0.146 28.920 0.000

9 -0.154 -0.058 31.437 0.000

10 -0.072 0.025 31.995 0.000

11 -0.093 -0.063 32.934 0.001

12 -0.158 -0.060 35.685 0.000

13 -0.156 -0.102 38.409 0.000

14 -0.205 -0.115 43.162 0.000

15 -0.198 -0.035 47.637 0.000

16 -0.071 0.073 48.223 0.000

17 0.025 0.070 48.299 0.000

18 -0.029 -0.085 48.402 0.000

19 -0.007 0.039 48.409 0.000

20 -0.063 -0.195 48.891 0.000

21 -0.142 -0.047 51.367 0.000

22 -0.101 -0.097 52.654 0.000

23 -0.076 -0.022 53.393 0.000

24 -0.036 0.011 53.556 0.000

64

A série ZAR_MZN em primeira diferença apresenta na primeira defasagem para

FAC e FACP pico significativo, observamos isso a partir da estatística de Ljung-Box

cujo p_valor<0.05, mas também vemos que os coeficientes (0.408 e 0.408) estão

muito além do intervalo de confiança estimado ( 5%ICk

), como é ilustrado na figura 6 da

série D(ZAR_MZN). Não observamos picos significativos na decima segunda e

vigésima quarta defasagem, o que nos remete a dizer que o modelo não é sazonal.

Assim, as características apresentadas sugerem um ARIMA (0,1,1) sem constante.

Figura 6: Correlograma das séries ZAR_MZN

Fonte: Analise de dados em Eviews 9 SV

Portanto, os modelos provisórios adaptados para as séries SCP, USD_MZN e

ZAR_MZN são respectivamente: ARIMA (0,1,0); ARIMA (0,1,2) e ARIMA (0,1,1), todos

eles sem a inclusão da constante.

4.2.4. Seleção de modelos adequados as séries

Para a seleção do melhor modelo ou modelo adequado para cada série foram

usados os critérios AIC (Akaike Information Criterion) e BIC (Bayesian Information

Criterion). De acordo QUEIROZ, tendo identificados os modelos provisórios, faremos

várias combinações desde a ordem mínima até a máxima e, baseando-se nos critérios

AIC e BIC selecionaremos o melhor de cada série.

Date: 05/20/16 Time: 15:22

Sample: 2006M12 2014M10 Série D(ZAR_MZN)

Included observations: 94

Autocorrelation Partial Correlation AC PAC Q-Stat Prob

1 0.408 0.408 16.124 0.000

2 0.072 -0.113 16.629 0.000

3 0.101 0.139 17.636 0.001

4 0.065 -0.032 18.065 0.001

5 0.018 0.009 18.099 0.003

6 -0.039 -0.065 18.254 0.006

7 0.064 0.129 18.684 0.009

8 0.090 0.003 19.533 0.012

9 -0.018 -0.055 19.567 0.021

10 0.043 0.089 19.769 0.032

11 0.038 -0.042 19.930 0.046

12 -0.039 -0.044 20.093 0.065

13 -0.170 -0.168 23.320 0.038

14 -0.148 -0.007 25.774 0.028

15 -0.038 0.003 25.936 0.039

16 -0.051 -0.014 26.238 0.051

17 -0.116 -0.088 27.823 0.047

18 -0.150 -0.104 30.480 0.033

19 -0.079 0.019 31.234 0.038

20 -0.052 -0.018 31.568 0.048

21 -0.137 -0.084 33.897 0.037

22 -0.180 -0.123 37.974 0.018

23 -0.042 0.107 38.204 0.024

24 -0.015 -0.029 38.231 0.033

65

Os critérios AIC e BIC de acordo a tabela11 sugerem para as séries USD_MZN

e ZAR_MZN os seguintes modelos respetivamente, ARIMA (0,1,1), ARIMA (0,1,1) que

são os que apresentam menor coeficiente de AIC e BIC. Entretanto, a série conjunta

(SCP), não carênciou de uma análise AIC ou BIC, pois, já fora identificado por defeito

que é ARIMA (0,1,0).

Tabela 11: Índices AIC e BIC de se comparação de modelos

Fonte: Analise de dados em EVIEWS 9 SV

4.2.5. Analise dos resíduos da série SCP (Série principal)

O nosso principal objetivo nesse estudo é modelar as séries de preços de

produtos constituintes da cesta básica. Sendo vários os produtos envolvidos, foi

obviamente com base na análise fatorial identificado um índice comum a que

chamamos da série conjunta de preços (SCP). A modelação desta série culminou até

ao momento com a identificação do modelo ARIMA (0,1,0), cujo o diagnóstico é

apresentado nas próximas secções.

A avalição global do modelo [D(SCP) + C], como se observado na Tabela 13,

indica que a 95% de confiança os resíduos são iid, ou seja, os resíduos não são

autocorrelados, pois o p_valor=0,370>0,05. Esse resultado é coadjuva com o ilustrado

no correlograma residual da Figura 7 da série D(SCP)+C na qual observamos que as

estatísticas individuas de Ljung-Box indicam que as autocorrelações são

significativamente iguais a zero, pois, os p_valores em todas defasagem são maiores

que 0.05, para além de que as autocorrelações encontram-se dentro do intervalo de

confiança estimado. Mas, para este modelo, as condições de Heterocedasticidade e

normalidade não são satisfeitas, como se observa na Tabela 13.

Model Selection Criteria Table

Dependent Variable: D(USD_MZN)

Date: 06/17/16 Time: 07:28

Sample: 2006M12 2014M10

Included observations: 94

Model LogL AIC* BIC HQ

(0,1)(0,0) -89.269012 1.921453 1.975219 1.943178

(0,2)(0,0) -89.055323 1.938007 2.018656 1.970595

(0,0)(0,0) -103.048764 2.190500 2.217383 2.201363

Model Selection Criteria Table

Dependent Variable: D_ZAR

Date: 06/17/16 Time: 07:39

Sample: 2006M12 2014M10

Included observations: 94

Model LogL AIC* BIC HQ

(0,1)(0,0) 52.742523 -1.068264 -1.014498 -1.046538

(0,0)(0,0) 42.949931 -0.883156 -0.856274 -0.872294

66

Figura 7: Correlograma residual de D(SCP) e D(SCP)+SCP_I

Fonte: Analise de dados em EVIEWS

Ao nível de confiança de 95% foi realizada o teste de Heterocedasticidade

condicional (ARCH) na qual a hipótese de não Heterocedasticidade condicional foi

rejeitada com um p_valor=0,0071, assim, entendemos que o problema da falta de

normalidade é devido a presença de atípicos. As Figuras 8 e 9 ajudou-nos a identificar

os atípicos que resumidamente apresentamos na tabela que segue abaixo, ou seja os

que consideramos estarem a provocar deturbo aos dados.

Tabela 12: Atípicos detectados na SCP

Ano 2007* 2008* 2008 2010 2011

Meses 12 01 10 12 04

Sinal + + + + -

Consultado ao sector da INE sobre estes valores, foi-nos possível entender que

estes atípicos são caraterizados por períodos de subidas/descidas bruscas de preços

dos produtos devido à proximidade de datas festivas caso concreto do Natal e Ano

novo onde encontramos atípicos severos (*) e, 25 de Setembro, uma importante data

comemorativa em Moçambique onde encontramos atípicos moderados. Assim, para

eliminar o problema de Heterocedasticidade condicional e de não normalidade,

entendeu-se que se devia introduzir uma variável fictícia (dummy) a que designamos

por “SCP_I” com vista a verificar se realmente as subidas/decidas afetavam o

comportamento dos preços.

Date: 07/22/16 Time: 23:32

Sample: 2006M12 2014M10 D(SCP)

Included observations: 94

Autocorrelation Partial Correlation AC PAC Q-Stat Prob

1 0.192 0.192 3.5717 0.059

2 0.025 -0.012 3.6336 0.163

3 0.091 0.092 4.4531 0.217

4 0.010 -0.025 4.4642 0.347

5 -0.024 -0.022 4.5212 0.477

6 0.088 0.093 5.3158 0.504

7 0.077 0.045 5.9298 0.548

8 -0.169 -0.198 8.9179 0.349

9 -0.017 0.043 8.9476 0.442

10 0.072 0.064 9.5039 0.485

11 -0.079 -0.079 10.182 0.514

12 0.034 0.063 10.308 0.589

13 -0.011 -0.067 10.321 0.668

14 -0.145 -0.107 12.709 0.550

15 -0.186 -0.123 16.677 0.339

16 -0.114 -0.108 18.191 0.313

17 -0.086 -0.025 19.065 0.325

18 -0.050 0.027 19.356 0.370

19 0.031 0.011 19.471 0.427

20 -0.197 -0.199 24.186 0.234

21 -0.082 0.032 25.011 0.247

22 0.003 -0.013 25.013 0.296

23 0.137 0.173 27.409 0.239

24 0.142 0.096 30.003 0.185

Date: 07/23/16 Time: 00:04

Sample: 2006M12 2014M10 D(SCP)+SCP_I

Included observations: 94

Autocorrelation Partial Correlation AC PAC Q-Stat Prob

1 0.133 0.133 1.7186 0.190

2 0.121 0.105 3.1623 0.206

3 0.030 0.002 3.2535 0.354

4 -0.115 -0.136 4.5801 0.333

5 0.083 0.114 5.2704 0.384

6 0.048 0.057 5.5089 0.480

7 0.108 0.081 6.7118 0.459

8 0.075 0.018 7.2946 0.505

9 -0.183 -0.210 10.857 0.286

10 0.023 0.067 10.917 0.364

11 -0.052 0.002 11.214 0.426

12 -0.056 -0.061 11.565 0.481

13 -0.033 -0.093 11.687 0.553

14 -0.126 -0.080 13.467 0.490

15 -0.124 -0.094 15.231 0.435

16 0.054 0.156 15.563 0.484

17 -0.031 -0.017 15.673 0.547

18 -0.030 -0.121 15.779 0.608

19 0.067 0.124 16.322 0.636

20 -0.160 -0.133 19.443 0.493

21 -0.020 0.012 19.492 0.554

22 -0.051 -0.013 19.822 0.594

23 -0.020 -0.043 19.872 0.650

24 0.072 0.005 20.547 0.665

67

Figura 8: Diagrama de caixa do resíduo de D(SCP)+C

Fonte: Analise de dados em SPSS

Figura 9: Detenção de atípicos nos resíduos de D(SCP)+C

Fonte: Analise de dados em EVIEWS 9 SV

A introdução da variável fictícia (SCP_i), a que vulgarmente chamamos de

variável dummy eliminou o problema de Heterocedasticidade e da normalidade, e

melhorou o desempenho de previsão como revela o MAE e RMSE (apresentam os

menores valores) ilustrado na Tabela 13, parece revelar que os valores ajustados

68

apresentam quase o mesmo padrão que os observados (ver Figura 10), o que nos faz

crer que dentro do período em análise os dados apresentam-se com um

comportamento estático.

A estatística de LB revela que os resíduos são independentes e identicamente

distribuídos, o teste de Jarque-Bera bem como o de Kolmogorov-Smirnov dá conta de

que os resíduos estão normalmente distribuídos, não apresentado características

heterocedástica, como revela os testes ARCH e BPG na Tabela 13. Não constatamos

picos significativos no correlograma mesmo depois de introduzida a variável fictícia,

mantendo-se assim o modelo univariado final adoptado para SCP na seguinte forma:

D(SCP) = 0.272964*SCP_I, cujo coeficientes revelam-se significativos e

proporcionam um bom ajuste (Tabela 14).

Tabela 13: Diagnostico dos resíduos dos modelos D(SCP)+c, D(SCP) + SCP_I

Medidas de ajuste D(SCP)+c D(SCP)+SCP_I

Autocorrelação e Independência

Ljung-Box Q (Modelo global)

0.370 0,6

Durbin-Watson 1,6157 1,5116 Autocorrelação residual (LM) 0,1802 0,0120

Heterocedasticidade

ARCH 0,0071 0,8718

BPG 0,0952

Normalidade Jarque-Bera 0.000, 0,8191

Kolmogorov-Smirnov 0,0020 0,1070

Desempenho de previsão

RMSE 0,084 0,06

MAE 0,059 0.046

R ao quadrado 0.993 0.996 Fonte: Analise de dados em EVIEWS 9SV e SPSS

Figura 10: Índice de preço real e estimado de D(SCP)+SCP_I

Fonte: Analise de dados em IBM SPSS 22

69

Tabela 14: Estimação do modelo D(SCP) + SCP_I

Fonte: Analise de dados em Eviews 9 SV

4.2.6. Modelação da SCP com base nas funções de transferência

Estivemos nas seções anteriores estimando o modelo univariado do índice de

preços de produtos constituintes da cesta básica a que designamos SCP (série

conjunta de preços). Nesta secção, interessa-nos estudar a influência da taxa de

câmbios (USD_MZN e ZAR_MZN) e o preço de petróleo em Meticais sobre a SCP,

ou seja, interessa-nos saber se a taxa de câmbios e o preço de petróleos ajuda a

prever o índice de preços de produtos constituintes da cesta básica. Olhando para

aquilo que foi a análise gráfica da Figura 3, entendemos que não será útil prever a

séries SCP com base no preço de petróleo, neste caso, trabalharemos apenas com

as taxas de câmbio USD/MZN e ZAR/MZN.

A técnica que iremos aplicar (Função de transferência) requer que as séries de

entrada e de saída seja estacionarias e, que a relação entre as de entrada e saída

deve sejam de casualidade unidirecional. Para tal, seguimos analisar as variáveis com

base no teste da casualidade de Granger e os correlogramas cruzados.

4.2.6.1. Teste de casualidade de Granger

Com a condição de que as variáveis devem ser estacionarias8 e que não deve

haver quebras estruturais, seguimos testar a casualidade das variáveis em primeira

diferença (porque as séries originais não são estacionaria), não sendo incluída

8 Outros detalhes das condições para realização do teste de casualidade de Granger podem ser vistos

em GUJARATI, Damodar N. & PORTER, Dawn.

Dependent Variable: D(SCP)

Method: Least Squares

Date: 07/23/16 Time: 00:00

Sample (adjusted): 2007M01 2014M10

Included observations: 94 after adjustments

Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.

SCP_I 0.272964 0.028464 9.589913 0.0000

R-squared 0.426422 Mean dependent var 0.031364

Adjusted R-squared 0.426422 S.D. dependent var 0.084039

S.E. of regression 0.063647 Akaike info criterion -2.660358

Sum squared resid 0.376734 Schwarz criterion -2.633302

Log likelihood 126.0368 Hannan-Quinn criter. -2.649429

Durbin-Watson stat 1.511665

70

qualquer outra transformação pelo pressuposto explicados pelas transformações de

Box-Cox.

Os resultados da Tabela 15 do teste de casualidade de Granger, apoiada na

metodologia VAR, dão-nos conta de que a taxa de cambio ZAR_MZN melhora a

previsão dos preços de produtos constituintes da cesta básica, ou seja, a variável

ZAR_MZN precede temporalmente os valores da série SCP. Este resultado, pode ser

observado no teste de casualidade de Granger efetuado a um nível de significância

de 5%, quando a série SCP é tomada como variável dependente, onde a série

ZAR/MZN apresenta um p_valor=0,0477. Verificamos igualmente que quando as

séries ZAR/MZN e USD/MZN são tomadas como variáveis dependentes, a série SCP

apresenta um p_valor=0,1421 e 0,4457, respectivamente dando conta de que a série

SCP não precede temporalmente as séries ZAR/MZN e USD/MZN.

Com estes resultados podemos dizer que entre as variáveis que propusemos

estudar não ocorre o fenômeno de casualidade bidirecional, pois, a um único sentido

em que a série ZAR/MZN melhora o desempenho de previsão da série SCP.

Tabela 15: Teste de casualidade de Granger

Fonte: Analise de dados em EVIEWS 9 SV

Dependent variable: D_SCP

Excluded Chi-sq df Prob.

D_USD 1.797139 2 0.4072

D_ZAR 6.087680 2 0.0477

All 6.105741 4 0.1914

Dependent variable: D_USD

Excluded Chi-sq df Prob.

D_SCP 1.616024 2 0.4457

D_ZAR 2.942238 2 0.2297

All 4.188733 4 0.3811

Dependent variable: D_ZAR

Excluded Chi-sq df Prob.

D_SCP 3.902559 2 0.1421

D_USD 8.130251 2 0.0172

All 10.15903 4 0.0378

71

4.2.6.2. Teste de correlograma cruzado

O teste de correlações cruzadas ilustrada na Figura 11, revela que a nível de

confiança de 95% existem correlações significativas para as relações

ZAR_MZN/SCP e USD/SCP nos retardos (lag) 9, 21 e 6,7,21, 22 respectivamente,

este resultado permite afirmar que existe um relacionamento entre as séries ZAR e

USD com SCP no sentido de a taxa de cambio precede os preços de produtos e, em

concordância com teste de casualidade de Granger, fica claro que a série ZAR/MZN

precede temporalmente SCP. Assim, seguimos estimar o modelo de função de

transferência e analisar e os coeficientes são significativamente diferentes de zero.

Figura 11: Teste de correlograma cruzado entre as series D_USD e D_ZAR com D_SCO

Fonte: Analise de dados em IBM SPSS 22

4.2.6.3. Estimação do modelo e analise do desempenho de predição

De acordo os resultados do teste de casualidade efetuado na seção 4.2.6.

Coadjuvados com o de correlações cruzadas efetuadas nesta seção, entendemos de

modo geral que a série ZAR_MZN causa unidirecionalmente efeitos na SCP, isto é,

os valores de ZAR_MZN ajudam a prever os valores de SCP. Deste modo, a SCP

passa apenas a ser prevista pela série ZAR_MZN (série cujo modelo univariado é

ARIMA(0,1,1), com ótimo ajuste, como se pode ver os resultados nas tabelas e figuras

do diagnostico em anexo 4). Assim, estimamos o modelo de função de transferência

combinado os modelos ARIMA univariado da série SCP e ZAR/MZN, como segue o

modelo 1 de FT:

1

0

( ) ( _ )r

t i t i t

i

D SCP c D ZAR MZN n

DZAR,DSCP(-i) DZAR,DSCP(+i) i lag lead

0 -0.1447 -0.1447

1 -0.0842 -0.1535

2 -0.1517 0.0761

3 0.1075 0.1427

4 0.1486 0.0372

5 -0.0724 0.0132

6 -0.1641 0.1007

7 -0.0770 0.2275

8 -0.0392 0.1878

9 -0.2576 -0.0020

10 -0.2005 -0.0912

11 -0.0218 0.0208

12 -0.0709 0.0332

13 -0.0467 0.1252

14 -0.0358 0.1366

15 0.0795 0.1808

16 0.0402 -0.0091

17 0.0699 0.0273

18 0.1389 0.0780

19 0.0934 0.0383

20 0.1648 0.1012

21 0.2274 -0.0076

22 0.1758 -0.0780

23 0.0768 -0.0647

24 0.0355 -0.0588

DUSD,DSCP(-i) DUSD,DSCP(+i) i lag lead

0 0.0514 0.0514

1 -0.0681 0.0126

2 -0.0089 0.0155

3 0.0458 0.0962

4 0.0456 0.1197

5 -0.0621 -0.0838

6 -0.2523 -0.0814

7 -0.2174 0.2612

8 -0.1310 0.1566

9 -0.0748 -0.0687

10 -0.0722 -0.0331

11 -0.0581 -0.1336

12 -0.1427 -0.1207

13 -0.1293 0.0562

14 -0.0733 0.0995

15 0.0060 0.0488

16 0.0342 -0.0003

17 0.0332 0.0951

18 0.1841 -0.0330

19 0.1342 0.0668

20 0.1038 0.0222

21 0.2254 0.0269

22 0.2356 0.0136

23 0.0920 -0.0165

24 0.0652 -0.0340

72

Os coeficientes do modelo mostraram-se relevantes e os resíduos não são

autocorrelados, ou seja, são iiid, como revela a Tabela 16. Entretanto, não cumpre

com as condições de Normalidade e de Heterocedasticidade, cujo problema deriva

pela presença de atípicos conforme os resultados da Tabela 17 do teste de

Heterocedasticidade condicional, em que a hipótese de não presença desta

Heterocedasticidade é rejeitada.

Tabela 16: Estimacao do modelo1 de FT e o teste de correlacao serial LM

Fonte: Analise de dados em Eviews 9 SV

Neste caso, identificamos os atípicos que por sinal coincidem com os do modelo

univariado da série SCP, ilustrados na Tabela 12. Com isso, e de acordo West et al.

(2002) citado por Russo & Camargo (2008) o modelo a ser ajustado irá levar em conta

a intervenção nos meses que foram mencionados onde apresentam-se forte quebra

estrutural. Assim segue o modelo 2 de FT:

1 1

0 0

( ) ( _ ) _r s

t i t i t i t

i i

D SCP c D ZAR MZN SCP I n

Onde: 1, se se verifica quebra estrutural

SCP_I=0, se nao se verifica quebra estrutural

Tabela 17: Teste de Heterocedasticidade condicional

Fonte: Analise de dados em EVIEWS 9 SV

Dependent Variable: DSCP

Method: Least Squares

Date: 07/24/16 Time: 06:50

Sample (adjusted): 2007M08 2014M10

Included observations: 87 after adjustments

Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.

DZAR(-7) 0.125225 0.057652 2.172102 0.0326

C 0.033569 0.009142 3.672131 0.0004

R-squared 0.052587 Mean dependent var 0.032670

Adjusted R-squared 0.041441 S.D. dependent var 0.087001

S.E. of regression 0.085179 Akaike info criterion -2.065407

Sum squared resid 0.616712 Schwarz criterion -2.008720

Log likelihood 91.84522 Hannan-Quinn criter. -2.042581

F-statistic 4.718028 Durbin-Watson stat 1.693968

Prob(F-statistic) 0.032633

Breusch-Godfrey Serial Correlation LM Test:

F-statistic 0.975222 Prob. F(2,83) 0.3814

Obs*R-squared 1.997501 Prob. Chi-Square(2) 0.3683

Heteroskedasticity Test: ARCH

F-statistic 0.607060 Prob. F(1,84) 0.4381

Obs*R-squared 0.617054 Prob. Chi-Square(1) 0.4321

73

Conforme a Tabela 18, da estimação do modelo 2 de FT, os coeficientes são

significativamente diferentes de zero e, o diagnóstico do modelo revela que possuirá

um ótimo ajuste, pois, a nível de confiança de 95% é satisfeita a condição de

normalidade com um p_valor=0,7123 (ver Figura 12), os resíduos são iid e, é satisfeita

a condição de Homocedasticidade (ver Tabela 19). Neste caso, o modelo revela ser

adequado, pois presenta maior R2 e menor AIC e BIC (ver Tabelas 16 e 18).

Tabela 18: Estimacao do modelo 2 de FT

Figura 12: Teste de normalidade de Jarque-Bera

Fonte: Analise de dados com EVIEWS 9 SV

Dependent Variable: DSCP

Method: Least Squares

Date: 07/24/16 Time: 07:24

Sample (adjusted): 2007M08 2014M10

Included observations: 87 after adjustments

Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.

C 0.024647 0.006403 3.848954 0.0002

DZAR(-7) 0.118033 0.039967 2.953248 0.0041

SCP_I 0.257244 0.026686 9.639811 0.0000

R-squared 0.550192 Mean dependent var 0.032670

Adjusted R-squared 0.539483 S.D. dependent var 0.087001

S.E. of regression 0.059040 Akaike info criterion -2.787333

Sum squared resid 0.292799 Schwarz criterion -2.702302

Log likelihood 124.2490 Hannan-Quinn criter. -2.753094

F-statistic 51.37322 Durbin-Watson stat 1.893628

Prob(F-statistic) 0.000000

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

-0.10 -0.05 0.00 0.05 0.10 0.15

Series: Residuals

Sample 2007M08 2014M10

Observations 87

Mean 6.62e-18

Median -0.002031

Maximum 0.156089

Minimum -0.132682

Std. Dev. 0.058349

Skewness 0.208494

Kurtosis 2.884777

Jarque-Bera 0.678441

Probability 0.712325

74

Tabela 19: Testes de correlação serial e Heterocedasticidade de BPG

Fonte: Analise de dados em EVIEWS 9SV

Breusch-Godfrey Serial Correlation LM Test:

F-statistic 1.142232 Prob. F(2,82) 0.3241

Obs*R-squared 2.358067 Prob. Chi-Square(2) 0.3076

Test Equation:

Dependent Variable: RESID

Method: Least Squares

Date: 07/24/16 Time: 08:15

Sample: 2007M08 2014M10

Included observations: 87

Presample missing value lagged residuals set to zero.

Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.

C 3.83E-05 0.006393 0.005985 0.9952

DZAR(-7) 0.005330 0.040120 0.132844 0.8946

SCP_I -0.002205 0.026682 -0.082655 0.9343

RESID(-1) 0.043212 0.109170 0.395824 0.6933

RESID(-2) 0.157808 0.109920 1.435670 0.1549

R-squared 0.027104 Mean dependent var 6.62E-18

Adjusted R-squared -0.020354 S.D. dependent var 0.058349

S.E. of regression 0.058940 Akaike info criterion -2.768835

Sum squared resid 0.284863 Schwarz criterion -2.627116

Log likelihood 125.4443 Hannan-Quinn criter. -2.711769

F-statistic 0.571116 Durbin-Watson stat 2.024202

Prob(F-statistic) 0.684327

Heteroskedasticity Test: Breusch-Pagan-Godfrey

F-statistic 1.480662 Prob. F(2,84) 0.2334

Obs*R-squared 2.962642 Prob. Chi-Square(2) 0.2273

Scaled explained SS 2.602730 Prob. Chi-Square(2) 0.2722

Test Equation:

Dependent Variable: RESID^2

Method: Least Squares

Date: 07/24/16 Time: 08:16

Sample: 2007M08 2014M10

Included observations: 87

Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.

C 0.003422 0.000501 6.827579 0.0000

DZAR(-7) -0.003868 0.003128 -1.236433 0.2197

SCP_I -0.002451 0.002089 -1.173602 0.2439

R-squared 0.034053 Mean dependent var 0.003366

Adjusted R-squared 0.011055 S.D. dependent var 0.004647

S.E. of regression 0.004621 Akaike info criterion -7.882346

Sum squared resid 0.001794 Schwarz criterion -7.797315

Log likelihood 345.8821 Hannan-Quinn criter. -7.848107

F-statistic 1.480662 Durbin-Watson stat 1.792767

Prob(F-statistic) 0.233363

75

CAPITULO V - CONCLUSÃO E LIMITAÇÕES

Neste estudo procuramos de forma suscita analisar o comportamento de preços

de produtos constituintes da cesta básica, com recurso as metodologias de Box-

Jenkins e função de transferência. Utilizou-se dados reais, obtidos a partir da base de

dados sobre índice de preços do instituto nacional de estatística – delegação de Tete,

cuja a recolha dos respectivos preços foi feita nos principais mercados e lojas da

Cidade de Tete, no período de Dezembro de 2006 a Outubro de 2014. Dados sobre

as taxas de câmbio USD/MZN e ZAR/MZN foram obtidos a partir do sit

www.oanda.com/currency/historical-rates/. A nossa fonte sobre os produtos

constituintes da cesta Básica foi o manual de procedimentos do subsídio a cesta

básica, cujo produtos constituintes são: Arroz, farinha de milho, óleo alimentar, peixe

de segunda, feijão manteiga, açúcar amarelo e pão.

Da análise gráfica sobre as séries de preços observamos de um modo geral que

elas apresentam uma tendência crescente ao longo do período em análise, o que nos

garante concluir que durante este período os preços sofreram aumento mensalmente,

com exceção do preço de pão que praticamente vem se mantendo constante desde

2010, característica essa que ocorre devido ao subsidio que as autoridades

governamentais têm vindo a atribuir a este produto. A constatação de que a variável

pão mantem-se constante por um período longo, induziu-nos de imediato a sua

retirada do modelo quer de analise fatorial e de séries temporais, pois, o principal

fundamento é de que as séries não sejam previsíveis em primeira instancia.

Realizamos a analise fatorial sobre seis das sete séries de preços em estudo,

com vista a averiguar se elas comportar-se-iam de modo similar, o que nos levaria a

encontrar um ou mais índices que explicassem de forma conjunta certas variáveis

para simplificar/facilitar o estudo em séries de tempo. Portanto, este estudo conduziu-

nos a identificação de um único fator que explica a variabilidade total em 89,348%,

percentagem considerada satisfatória. De acordo os valores do índice, MAS que

variaram de 0,787 à 0,895, não foi necessário extinguir nenhuma variável no modelo

de analise fatorial. Foram usados os índices de AGI, AGFI e RMSR para validação do

modelo cujo valores respetivamente 0,99; 0,989 e 0,0347 mostraram ser satisfatório

para sua avaliação.

76

As pontuações factorias obtidas da análise fatorial mediante o método de

regressão ou de Thompson, constituíram o índice comum a que chamamos de série

conjunta de preços (SCP). Com ela, procuramos estudar o comportamento conjunto

dos preços de produtos constituintes da cesta básica mediante as metodologias de BJ

e FT. O modelo estimado para série conjunta foi ARIMA(0,1,0) cujo diagnostico não

cumpriu com as condições de normalidade e homocedasticidade. Constatou-se que

estas condições não foram satisfeitas devido a presença do problema de

Heterocedasticidade condicional, resolvido quando introduzida no modelo uma

intervenção (variável fictícia) caraterizada por valores atípicos severos detectados nos

períodos de Dezembro de 2007 e Janeiro de 2008, moderados nos meses de Outubro

de 2008, Dezembro de 2010 e Abril de 2011. Assim, o modelo adequado para séria

SCP foi ARIMA(0,1,0) com uma intervenção.

Os testes de casualidade de Granger e Correlograma cruzado conduziram-nos

a identificação da taxa de câmbios ZAR/MZN como o principal fator que influencia e/ou

explica as flutuações/variações dos preços de produtos constituintes da casta básica,

pois, esta causa a maneira de Granger (causa unidirecionalmente) efeitos sobre os

preços de produtos na Cidade de Tete. Assim, foi estimada o modelo de FT constituída

pelas séries SCP como endógena e ZAR/MZN como exógena, usando a combinação

dos modelos ARIMA(0,1,0) com uma intervenção da série SCP e ARIMA(0,1,1) da

série ZAR/MZN, conclusão consubstanciada pelos resultados de Pokhrel & Pimpão

(2015), Cueteia, Guambe & Nastase (2012), Nizar (2016) e Carsane (2005), a pesar

de Nizar e Carsane fazem analise e menção a mais fatores. O modelo de FT estimado

revelou ter boas propriedades preditivas, sendo que garantida as condições de

normalidade e homocedasticidade dos resíduos.

5.1. Limitações

Como qualquer pesquisa, observamos neste estudo algumas

fragilidades/constrangimentos. Uma das fragilidades que nos deparamos foi a de não

conseguir trabalhar com dados de 2015, devido a mudança nas formas de gestão dos

dados no sector de índice de preços do INE, pois, sendo o nosso objetivo trabalhar

com os preços de cada produto, para o período de Novembro de 2015 os preços não

estão disponíveis por produto. Assim, o estudo não foi feito olhando para conjuntura

77

econômica atual de Moçambique. A ser assim, os próximos trabalhos poderão incluir

este aspecto, mesmo assim pensamos que poderá apenas trabalhares com a inflação.

A outra fragilidade refere-se aos próprios preços. Como vem na metodologia, os

preços de produtos referem-se a preços médios mensais, em que são colhidos

semanalmente em diversas artérias comercias e: 1 – achado a media semanal; 2 –

achado as medias mensais. Como se pode entender, os preços que chegam ao

público sofreram muitas alterações, e como se sabe a média não é um bom estimador

devido a influência dos extremos que pode sofrer. Tendo em conta que em cada um

dos mercados ou mesmo comerciantes podem praticar seus preços, trabalhar com os

preços médios mensais pode perigar as conclusões.

A indisponibilidade das agencias bancarias internas em fornecer dados sobre

taxas de câmbio devido a um processo burocrático muito acentuado, conduziu-nos a

procura de fontes de internet caso site www.oanda.com/currency/historical-rates/.

Pensamos que seria mais viável e seguro trabalhar com taxas de câmbios fornecidas

pelas agências bancarias internas.

Contudo, pensamos que fora desses aspectos trabalhamos com o maior rigor

possível para garantir qualidade ao trabalho.

78

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v. www.portalaction.com

lxxxii

Anexos 1: Exemplar de ficha de recolha de preços nas lojas (HYPERMERCADO ROYAL)

Fonte: INE-Tete

INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA Cidade da TETE 05

INQUÉRITO AOS PREÇOS - LOJAS Estab: HYPERMERCADO ROYAL 051083 Cod Estab. 90156

Circuito

Ano 2016 Cod. Inq.

Hora ___________ 2 Semana

Endereço: AV.Julious Nherere

Mês / Dia Quantidade C Preço Quantidade C Preço Quantidade C Preço Quantidade C Preço Quantidade C Preço Quantidade C Preço

Janeiro 1,000 1,000 1,000 1,000 0,125 0,500

Fevereiro

Março

Abril

Maio

Junho

Julho

Agosto

Setembro

Outubro

Novembro

Instrumento de notação do Sistema Estatístico NacionalLei 7/96 de Julho de 1996, resposta obrigatória

Atenção: Preencher com letra

bem legível

0113701001 0114102002

Descrição do

Produto

Arroz extra embalado, Dona

Ana, 1kg

Farinha de trigo especial

embalado, Florbela, 1 Kg

Pacote de bolachas Nacional,

Maria, 0.200 Kg

Frango inteiro morto,

Nacional 1 Kg

Conserva de peixe em

lata, Luck Star

Leite fresco de vaca,

Ultramel 1L

Cod

Variedade 0111101009 0111402001 0111701001 0112601001

lxxxiii

Anexo 2: Exemplar de ficha de recolha de preços nos mercados (MERCADO KUACHENA-KUNHARTANDA)

Mês/Ano FEVEREIRO/2016

Cidade de Tete - 05 Semana 3

Inquiridor

INSTITUTO NACIONAL DE

ESTATISTICA Código 051005

INDÍCE DE PREÇO NO CONSUMIDOR

Mercado KUACHENA

Novo Código Produto

Descrição

U Medida (Lata, Montinho, Kg, Lt, ...) Preço Peso

Preço Anterior

0111201099 Milho branco Uma (1) Lata de 20 litros Lata 18,000

Far. de Trigo Normal

0112709099 Frango vivo Uma (1) Unidade Unidade 1,000

Peixe Pedra de 1ª

Peixe Corvina de 2ª

0113201099 Carapau congelado de 2ª Kilograma (16/18) Kg 1,000

Camarão médio fresco

Carangueijo médio

0113601001 Peixe seco Unidade (Palma da mão) Unidade 0,400

Camarão seco,

0116101099 Laranja Montinho (4 und normais) Montinho 0,750

0116102099 Limão Montinho (4 und grandes) Montinho 0,500

Tangerina

0116201099 Banana Pega (8/10 und normais) Pega 0,800

0116202099 Abacate Uma (1) Unidade normal Unidade 0,100

Papaia

lxxxiv

Ananás

Maçã

0116706099 Coco Uma (1) Unidade normal Unidade 1,000

Malambe Um (1) Copo Copo 0,900

0117101099 Alface Um (1) Pé folhas grandes Pé 0,350

0117102099 Folhas de Abóbora(Mboa) Um (1) Molho Normal Molho 0,150

0117103099 Folhas de Mandioqueira Um (1) Molho Normal Molho 0,150

Folhas de batata doce Um (1) Montinho Normal Montinho 0,100

0117105099 Folhas de Feijão Nhemba Um (1) Montinho Normal Montinho 0,100

0117201099 Couve Um (1) Molho Normal Molho 0,150

0117202099 Repolho Uma (1) Cabeça normal Cabeça 1,800

0117301099 Tomate Montinho 4 und grandes Montinho 0,400

0117302099 Pimento Montinho 4 und normais Montinho 0,300

0117303099 Pepino Montinho 4 und normais Montinho 0,900

0117305099 Feijão verde Montinho normal Montinho 0,300

0117307099 Quiabo Montinho 4/5 und normais Montinho 0,100

0117401099 Alho Montinho (4 cabeças normais) Montinho 0,100

0117403099 Cebola Montinho 4 und grandes Montinho 0,300

0117404099 Cenoura Montinho 4 und normais Montinho 0,350

0117502002 Feijão Nhemba Uma (1) Caneca de azeite Caneca 0,700

0117701001 Batata Um (1) Montinho Normal Montinho 0,500

0117801099 Batata doce Um (1) Montinho Normal Montinho 0,700

0117802099 Mandioca Um (1) Montinho Normal Montinho 0,700

Farinha de Mandioca

0454101099 Lenha Molho de 3 á 4 Unidades Molho 1,000

0454102001 Carvão Uma (1) Lata de 20 litros Lata 1,000

Fonte: INE - Tete

lxxxv

Anexo 3: Base de dados sobre preços de produtos (Preços em Metical)

Data USD_MZN ZAR_MZN Petróleo Arroz Farinha de milho

Óleos alimentares

Peixe seco

(excepto bacalhau)

Feijão manteiga

Açúcar amarelo

granulado Pão

31/12/06 25,1768 3,5531 21,10 17,66 20,37 38,88 30,00 27,03 18,38 29,80

31/01/07 25,6865 3,5478 21,10 17,87 20,50 38,88 29,50 27,81 18,38 29,80

28/02/07 25,8 3,578 20,93 17,61 20,59 39,08 29,50 26,72 18,42 29,80

31/03/07 25,7961 3,4883 20,93 17,63 20,50 39,19 30,00 26,72 18,38 29,80

30/04/07 25,7973 3,603 20,93 17,74 20,50 38,98 30,25 26,72 18,38 29,80

31/05/07 26,02 3,6883 20,93 17,71 20,61 40,23 33,00 25,31 18,46 30,31

30/06/07 25,8117 3,5835 23,54 17,71 20,83 40,75 35,75 26,25 18,76 31,33

31/07/07 25,709 3,6602 23,70 17,71 21,04 40,96 38,00 26,25 18,84 31,33

31/08/07 25,591 3,5234 23,70 17,71 21,04 40,75 38,00 26,25 18,84 31,33

30/09/07 25,741 3,5985 23,70 17,71 21,04 40,75 38,00 26,25 18,84 31,73

31/10/07 25,7534 3,786 27,47 17,92 21,04 41,38 38,00 26,25 19,22 36,02

30/11/07 24,963 3,6982 28,48 17,92 21,04 41,38 38,00 26,25 19,30 36,02

31/12/07 24,01 3,4809 28,48 19,53 23,67 47,71 43,00 26,72 20,54 36,02

31/01/08 23,6884 3,3738 25,47 19,37 25,59 54,58 45,50 33,13 20,46 36,02

29/02/08 24,0616 3,1277 28,72 19,37 25,59 54,79 43,00 33,13 20,44 36,02

31/03/08 24,1487 2,9967 28,72 19,95 26,22 54,58 40,50 33,75 20,66 36,02

30/04/08 24,1703 3,0883 28,72 20,37 27,09 58,13 43,25 32,19 21,26 36,53

31/05/08 24,19 3,1555 28,72 20,95 27,05 60,83 42,25 34,53 20,90 39,29

30/06/08 24,0752 3,0154 28,72 21,58 27,83 61,46 42,50 34,53 20,86 39,29

31/07/08 24,0621 3,13 29,33 22,21 27,61 61,67 42,50 34,53 20,90 39,29

31/08/08 24,0103 3,1189 29,33 22,84 26,96 62,29 46,00 35,31 21,50 39,29

30/09/08 24,111 2,983 29,33 23,24 27,61 63,33 45,00 23,81 24,40 39,29

lxxxvi

31/10/08 24,1323 2,4814 29,33 23,24 28,26 63,54 45,00 38,44 23,92 39,29

30/11/08 24,2923 2,3848 28,81 24,29 29,24 63,96 45,63 38,44 24,30 40,71

31/12/08 24,7892 2,4749 25,58 24,55 29,67 62,92 47,50 38,44 23,90 40,71

31/01/09 25,2971 2,5466 22,77 24,82 32,61 62,50 48,75 38,44 23,96 42,14

28/02/09 25,6957 2,5598 19,47 25,34 31,96 62,08 47,50 38,44 23,98 42,14

31/03/09 26,486 2,6481 17,71 25,92 32,39 59,58 50,00 34,53 23,58 42,14

30/04/09 26,616 2,9428 17,71 26,18 30,43 58,13 50,00 34,53 23,30 42,14

31/05/09 26,6055 3,1628 17,71 26,08 29,35 58,33 50,00 34,53 23,38 42,14

30/06/09 26,6013 3,2874 17,71 25,82 27,83 58,13 50,00 34,53 23,68 41,12

31/07/09 26,6242 3,3211 17,71 25,82 27,72 58,75 50,00 34,53 24,90 41,12

31/08/09 26,5048 3,3167 17,71 26,08 27,72 58,96 46,25 34,53 24,90 40,10

30/09/09 27,1232 3,5781 17,71 26,82 27,07 58,75 50,00 32,97 24,90 42,96

31/10/09 27,9232 3,7068 17,71 26,55 26,72 58,96 50,00 32,97 24,66 42,96

30/11/09 28,3443 3,7425 17,71 26,97 26,74 59,58 50,00 32,97 24,66 42,96

31/12/09 28,6695 3,7871 17,71 26,39 27,11 61,46 47,50 38,44 25,22 42,96

31/01/10 27,9155 3,7163 17,71 25,08 26,85 62,92 50,75 39,22 25,10 41,22

28/02/10 27,5805 3,5671 17,71 24,37 26,98 64,17 52,75 37,47 25,04 41,22

31/03/10 27,7071 3,715 19,03 24,37 27,11 64,58 54,00 37,47 25,94 41,22

30/04/10 31,0543 4,2044 22,81 24,37 27,33 65,21 54,00 37,59 26,54 41,22

31/05/10 33,9142 4,41 23,16 25,16 30,37 65,21 54,00 37,59 27,34 41,22

30/06/10 34 4,4149 29,00 25,68 31,85 65,08 54,00 37,59 27,34 41,22

31/07/10 35,0048 4,6061 29,00 25,68 32,41 65,08 64,00 37,59 28,26 41,22

31/08/10 37,0726 5,0455 29,00 27,26 32,59 65,92 74,00 38,38 28,36 41,22

30/09/10 36,3817 5,0611 29,00 27,63 31,93 66,33 74,00 37,59 28,20 41,22

31/10/10 36,0355 5,1725 29,00 27,63 31,93 67,17 74,00 37,59 28,16 41,22

30/11/10 35,775 5,0897 29,00 27,98 32,67 67,38 84,00 39,94 28,56 41,22

31/12/10 33,9161 4,9297 29,00 29,19 32,46 67,58 94,00 49,53 28,88 41,22

31/01/11 32,4258 4,659 29,00 31,69 33,80 71,96 94,00 34,38 32,14 41,22

28/02/11 31,5161 4,3531 29,00 29,14 33,11 69,67 94,00 45,63 29,42 41,22

lxxxvii

31/03/11 30,9613 4,4463 29,00 31,24 33,11 69,88 94,00 45,63 29,62 41,22

30/04/11 30,99 4,5748 29,00 31,51 33,15 71,13 94,00 34,38 30,74 41,22

31/05/11 30,1052 4,3592 31,41 31,42 33,37 71,54 94,00 34,38 31,14 41,22

30/06/11 28,9433 4,2276 33,53 31,69 33,80 71,96 94,00 34,38 32,14 41,22

31/07/11 27,9177 4,0834 33,53 30,66 33,35 71,75 94,00 37,50 32,14 41,22

31/08/11 26,8306 3,7575 33,53 28,49 33,07 71,75 89,05 37,50 32,14 41,22

30/09/11 26,87 3,5443 33,53 30,95 33,80 71,83 89,05 38,61 32,54 41,22

31/10/11 26,6823 3,3279 33,53 30,92 33,37 72,17 89,05 37,98 32,42 41,22

30/11/11 26,6692 3,2489 33,53 32,45 33,91 72,58 89,00 40,16 32,64 41,22

31/12/11 26,6666 3,2303 33,53 32,72 33,48 72,17 95,00 41,09 32,56 41,22

31/01/12 26,8921 3,3286 33,53 32,98 33,26 72,17 95,00 42,50 32,76 41,22

29/02/12 27,0086 3,5015 33,53 32,72 32,83 72,17 95,00 42,81 32,54 41,22

31/03/12 27,3281 3,5663 33,53 32,68 32,83 71,96 95,00 42,81 32,54 41,22

30/04/12 27,6588 3,5042 33,53 32,95 32,61 71,33 95,00 42,81 32,54 41,22

31/05/12 27,4119 3,3389 33,53 32,95 33,48 70,92 94,00 42,03 32,68 41,22

30/06/12 27,8 3,2865 33,53 32,95 33,91 70,92 94,00 45,16 32,88 41,22

31/07/12 27,8276 3,3507 33,53 33,21 33,91 71,13 94,00 45,16 32,96 41,22

31/08/12 28,3739 3,4143 33,53 33,21 33,26 70,92 94,00 45,16 32,96 41,22

30/09/12 28,665 3,4435 33,53 32,68 33,26 72,17 95,00 47,50 32,86 41,22

31/10/12 28,9094 3,3169 33,53 32,95 33,48 72,38 95,00 48,28 32,96 41,22

30/11/12 29,7827 3,3614 33,53 33,47 33,91 72,38 104,00 48,28 33,02 41,22

31/12/12 29,496 3,397 33,53 32,684 33,69565 72,375 111,5 51,40625 33,18 41,22

31/01/13 29,8429 3,3801 33,53 32,684 33,47826 72,375 117,7381 53,75 33,18 41,22

28/02/13 30,1998 3,383 33,53 32,68 33,26 72,79 118,00 56,88 33,38 41,22

31/03/13 29,9255 3,239 33,53 31,89 33,26 72,58 118,13 55,31 33,46 41,22

30/04/13 30,4945 3,3299 33,53 32,16 33,70 72,58 116,11 53,75 33,46 41,22

31/05/13 30,034 3,207 33,53 32,68 33,91 72,17 115,00 47,50 33,66 41,22

30/06/13 29,6727 2,9432 33,53 32,68 33,70 72,17 115,00 47,50 33,86 41,22

31/07/13 29,8944 2,9934 33,53 32,68 33,26 72,17 110,00 49,06 33,70 41,22

lxxxviii

31/08/13 29,8085 2,9438 33,53 32,68 33,26 72,38 117,75 49,84 33,70 41,22

30/09/13 29,789 2,963 33,53 32,68 33,26 72,17 119,00 49,84 33,70 41,22

31/10/13 29,664 2,9754 33,53 32,68 33,26 72,38 119,00 49,84 33,78 41,22

30/11/13 29,986 2,9228 33,53 32,95 33,04 72,58 115,63 53,75 34,06 41,22

31/12/13 29,9426 2,8712 33,53 32,95 33,91 71,54 109,13 53,75 33,90 41,22

31/01/14 30,0139 2,7506 33,53 32,68 33,91 71,75 109,75 53,75 33,70 41,22

28/02/14 31,7205 2,8734 33,53 32,68 33,91 71,75 120,38 53,75 33,70 41,22

31/03/14 31,6487 2,9285 33,53 32,68 33,91 71,75 117,88 54,53 33,70 41,22

30/04/14 31,1842 2,9399 33,53 33,21 33,91 71,75 117,50 54,53 33,90 41,22

31/05/14 31,43 3,0031 33,53 33,37 33,48 72,17 117,50 53,75 34,06 41,22

30/06/14 31,4423 2,9332 33,53 32,84 33,26 71,96 132,57 52,97 34,66 41,22

31/07/14 30,8871 2,8803 33,53 32,84 32,83 71,96 120,35 52,19 35,46 41,22

31/08/14 30,2887 2,8246 33,53 32,32 32,61 71,75 118,94 47,66 35,46 41,22

30/09/14 30,5123 2,7624 33,53 31,53 33,04 71,96 124,43 47,66 35,26 41,22

31/10/14 31,0726 2,7891 33,53 31,53 32,83 71,96 124,81 48,44 35,46 41,22

Fonte: INE -Tete

lxxxix

Apêndice: Tabelas sobre o diagnóstico do modelo da série ZAR/MZN – ARIMA(0,1,1)

Estimação do modelo ARIMA(0,1,1)

Correlograma residual

Teste de Heterocedasticidade condicional

Dependent Variable: DZAR

Method: ARMA Maximum Likelihood (OPG - BHHH)

Date: 07/24/16 Time: 08:07

Sample: 2007M01 2014M10

Included observations: 94

Convergence achieved after 7 iterations

Coefficient covariance computed using outer product of gradients

Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.

MA(1) 0.479255 0.092753 5.167011 0.0000

SIGMASQ 0.019009 0.002434 7.808556 0.0000

R-squared 0.188046 Mean dependent var -0.008128

Adjusted R-squared 0.179220 S.D. dependent var 0.153829

S.E. of regression 0.139364 Akaike info criterion -1.079628

Sum squared resid 1.786861 Schwarz criterion -1.025515

Log likelihood 52.74252 Hannan-Quinn criter. -1.057771

Durbin-Watson stat 1.987438

Inverted MA Roots -.48

Date: 07/24/16 Time: 08:09

Sample: 2006M12 2014M10

Included observations: 94

Q-statistic probabilities adjusted for 1 ARMA term

Autocorrelation Partial Correlation AC PAC Q-Stat Prob

1 0.004 0.004 0.0016

2 0.040 0.040 0.1569 0.692

3 0.077 0.077 0.7453 0.689

4 0.020 0.018 0.7855 0.853

5 0.039 0.033 0.9383 0.919

6 -0.074 -0.082 1.5032 0.913

7 0.054 0.049 1.8011 0.937

8 0.103 0.105 2.9225 0.892

9 -0.086 -0.082 3.7070 0.883

10 0.074 0.063 4.3002 0.891

11 0.005 -0.002 4.3024 0.933

12 0.012 0.006 4.3193 0.960

13 -0.136 -0.147 6.3892 0.895

14 -0.099 -0.086 7.5027 0.874

15 0.013 -0.003 7.5208 0.913

16 -0.032 0.004 7.6367 0.938

17 -0.061 -0.035 8.0755 0.947

18 -0.118 -0.134 9.7233 0.915

19 -0.025 -0.025 9.7994 0.938

20 -0.019 -0.009 9.8435 0.957

21 -0.064 -0.004 10.351 0.961

22 -0.168 -0.183 13.902 0.874

23 0.031 0.045 14.026 0.901

24 -0.021 0.008 14.082 0.924

Heteroskedasticity Test: ARCH

F-statistic 0.070545 Prob. F(1,91) 0.7911

Obs*R-squared 0.072039 Prob. Chi-Square(1) 0.7884

xc

Teste de normalidade

0

2

4

6

8

10

12

14

-0.4 -0.3 -0.2 -0.1 0.0 0.1 0.2 0.3 0.4

Series: Residuals

Sample 2007M01 2014M10

Observations 94

Mean -0.005340

Median -0.003126

Maximum 0.393526

Minimum -0.459492

Std. Dev. 0.138509

Skewness 0.037631

Kurtosis 3.780627

Jarque-Bera 2.408917

Probability 0.299854