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A CIDADE COMO PALCO BELO HORIZONTE PREFEITURA BELO HORIZONTE Diário Oficial do Município - DOM Ano XVIII N. 4.063 R$ 0,80 Tiragem: 2.500 5/5/2012 143 apresentações em 60 espaços, dos teatros às ruas de todas as regiões da cidade, além de oficinas e apresentações musicais. Durante 16 dias de junho, nova edição do FIT-BH vai fazer da capital mineira um verdadeiro palco para a arte Roberto Palermo

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Diário Oficial do Município

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A CIDADE COMO PALCO

BELO HORIZONTEP R E F E I T U R ABELO HORIZONTE

Diário Oficial do Município - DOMAno XVIII • N. 4.063• R$ 0,80 Tiragem: 2.500 • 5/5/2012

143 apresentações em 60 espaços, dos teatros às ruas de todasas regiões da cidade, além de oficinas e apresentaçõesmusicais. Durante 16 dias de junho, nova edição do FIT-BH vaifazer da capital mineira um verdadeiro palco para a arte

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BELO HORIZONTESábado, 5 de maio de 2012Diário Oficial do Município2

Poder Executivo

Grupos e espetáculos que fazem parte da

programação do

PalcoQuiet -

Arkadi Zaides Company (Israel)Los hijos se han dormindo – Compa-

nhia Daniel Veronese (Argentina)Abito –

Fondazione Pontedera Teatro (Itália)Voyageurs Immobiles – Compagnie

Philippe Genty (França)Translunar Paradise – Theatre Ad

Infinitum (Inglaterra)Tercer Cuerpo – Timbre 4 (Argentina)

Golgota Picnic – La Carniceria Teatro/Teatro Garonne (Espanha/França)

Um, Nenhum e Cem Mil – CacáCarvalho (Brasil/Itália)

RuaTime Out – Antagon (Alemanha)

Oxlajuj B’Aqtun – Centro CulturalSotz’il Jay – Guatemala

Lisboa – Fondazione PontederaTeatro (Itália)

Dominio Publico – Roger Bernat /FFF (Espanha)

EspaçosAlternativos

El Ultimo Ensayo –Yuyachkani (Peru)

Sin Titulo-Tecnica Mixta –Yayachkani (Peru)

Transfiguration – Olivier deSagazan (França) (foto)

Villa + Discurso – TeatroPlaya (Chile)

El Autor Intelectual – LaMaldita Vanidad (Colômbia)

Los Autores Materiales – LaMaldita Vanidad (Colômbia)The Theather – Farm in The

Cave (República Tcheca)

PalcoEstamira – Beatriz Sayad e DaniBarros (Rio de Janeiro)Depois do filme – AderbalFreire Filho (Rio de Janeiro)(foto)O Mistero Buffo – Grupo LaMínima (São Paulo)

Espaços AlternativosÓperas dos Vivos – Cia do Latão (São Paulo)Bença – Bando de Teatro Olodum (Salvador)O idiota – Mundana Cia. de Teatro (São Paulo)

RuaA Farsa do Advogado Pathelin – Rosados Ventos (Presidente Prudente/SP)Por que a gente não é assim? Ou porque a gente é assado? – GrupoBagaceira (Fortaleza)Sua Incelença, Ricardo III – Clowns deShakespeare (Natal)

PalcoEclipse – Grupo GalpãoAntes do Silêncio – Eid RibeiroNesta data querida – Cia LunaLuneraSobre dinossauros, galinhas edragões – Primeira Campainha(foto)A mulher sem pecado – Cia.Arlecchino de TeatroDressur + Play it Again – GrupoOfficina Multimédia / Grupo dePercussão da UFMG

EspaçosAlternativosMedeiazonamorta – Grupo Te-atro InvertidoA pequenina América e suaavó $ifrada de escrúpulos –Mayombe Grupo de Teatro

Atividades especiaisAlém de oferecer mais de 140 apresenta-

ções para o público da capital mineira, a 11ªedição do Festival Internacional de Teatro Palcoe Rua (FIT-BH) vai promover diversas atividadesespeciais em diferentes espaços da cidade. Ofi-cinas, palestras, exibição de filmes e uma vira-da teatral, composta por apresentações e showsrealizados durante 24 horas ininterruptas, sãodestaques na programação do festival.

As atividades especiais do FIT-BH 2012têm ênfase na formação, na pesquisa e na ex-perimentação como pares do processo de cria-ção artística, a grande marca do festival. O FIT -Conexões Locais vai promover um estágio deconvivência entre grupos iniciantes e gruposprofissionais de Belo Horizonte que se apresen-tarão no evento. Outra atividade será o FIT –Conexões Externas, uma ação de intercâmbioque prevê o convívio entre os grupos locais, na-cionais e internacionais.

O FIT – Escola prevê a realização de trêspalestras sobre teatro contemporâneo e forma-ção artística com importantes nomes do teatronacional, em parceria com as escolas de teatroda capital. O FIT – Oficinas promoverá ativida-des abertas ao grande público, ministradas porgrupos e artistas nacionais e internacionais queintegram a programação do festival.

Movimentos Urbanos e Ponto de EncontroNa sua quinta edição, a Mostra Movimen-

tos Urbanos funciona como ação de descen-tralização cultural. O público poderá conferir aapresentação de 32 artistas selecionados em ca-tegorias que vão desde apresentação musical eDJs a performances cênicas e intervenção de ar-

tes plásticas. Em 2012, o tradicional Ponto deEncontro será instalado no Parque Municipal. Amostra será realizada durante os 12 dias do FIT-BH, com uma programação que reunirá mais de50 artistas, entre locais e nacionais.

Outras atividadesA programação do FIT também será mar-

cada por projetos midiáticos. A Revista FIT2012, quarta edição da publicação do festival,vai trazer artigos escritos por importantes no-mes do teatro local, nacional e internacional,com reflexões acerca dos conceitos propostospela curadoria. A publicação trará, ainda, umartigo em homenagem ao Grupo Galpão e umaseção especial dedicada ao centenário do dra-maturgo Nelson Rodrigues.

Outro novo projeto a integrar a programa-ção do festival é a TV FIT, que prevê entrevistasdiárias com grupos participantes, pautadas pelassingularidades do trabalho e pelo percurso artísti-co de cada grupo ou artista. Outra novidade é aprimeira edição do Cine FIT – Fronteiras Cinema-tográficas, que traz à capital mineira filmes inédi-tos na cidade, todos relacionados, de alguma for-ma, com as artes cênicas.

Virada TeatralUm dos principais destaques da programa-

ção do festival neste ano é a Virada Teatral FIT.Durante 24 horas, das 12h do dia 23 de junho às12h do dia 24, o público acompanhará uma pro-gramação cultural ininterrupta. Um Corredor Cul-tural será formado entre a Funarte (rua Januária,68, bairro Floresta) e o Teatro Marília (avenida Pro-fessor Alfredo Balena, 586, bairro Santa Efigênia),oferecendo apresentações de espetáculos teatrais,shows musicais e projeção de filmes.

RuaRomeu e Julieta – Grupo GalpãoRessonâncias – Quik Cia da DançaNaquele bairro encantado – Grupo Tea-tro PúblicoPalhaços à vista – Cia. Circustância

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Poder Executivo

ou pedalando em bicicletas.De acordo com a presidente da FMC,

Thaïs Pimentel, o FIT levanta uma série dequesitos, que mergulham a capital em um mo-

BH se prepara parao maior FIT da história

Serão 143 apresentações, divididas em60 diferentes espaços, como teatros, ruas e lo-cais alternativos. A nova edição vem embaladapor um sentimento de expansão. Será o maiorFIT já realizado, considerando o maior núme-ro de territórios ocupados em relação às edi-ções anteriores. Além da área central, 16 cen-tros culturais serão contemplados com espe-táculos. O público também poderá participarde atividades como palestras, ações de inter-câmbio, bate-papo com artistas e oficinas gra-tuitas, todas com ênfase na formação, pesqui-sa e experimentação do processo de criaçãoartística, ministradas por grupos e artistas nacio-nais e internacionais. O evento, realizado pelaPrefeitura de Belo Horizonte, por meio da Fun-dação Municipal de Cultura (FMC), é um dosmaiores festivais de teatro do país e um doscinco principais da América Latina.

De cara, uma novidade para abrir a pro-gramação. No sábado, dia 9 de junho, a cida-de recebe, de forma simultânea, três espetá-culos grandiosos. O grupo Galpão faz areestreia nacional do clássico “Romeu eJulieta”, na Praça do Papa, mesmo local desua estreia em BH, em 1992. Enquanto isso, ogrupo alemão Antagon apresenta “Time Out”,assim como o Clowns de Shakespeare, de Na-tal-RN, encena “Sua Incelença, Ricardo III”.No festival, o público poderá conferir atra-ções oriundas de mais de dez países, comoArgentina, França, Itália, Espanha, Israel, Re-pública Tcheca, Alemanha e outros. O horá-

Festival é um dos maiores atrativos culturais da cidade,reunindo mais de 140 apresentações artísticas e atividades

especiais inéditas em todas as regiões da capital mineira

Quebra deFronteiras

O trio de curadores do 11° FIT-BH, forma-do por Marcelo Bones, Grace Passô e Yara deNovaes, realizou um trabalho focado no concei-to de teatralidade e seus deslocamentos. “Umevento desse porte não pode ser somente umapanhado de espetáculos, é necessário estabe-lecer uma reflexão sobre o teatro e a produçãocultural do nosso tempo”, avalia Marcelo Bones,que também assina a direção artística do festi-val. A ideia foi reunir espetáculos que dialoguemcom o teatro e com diversas linguagens artísti-cas, sem se esquecer da relação com os espaçosurbanos e as fronteiras que são quebradas dian-te das questões abordadas pelas atrações e ativi-dades especiais.

A relação com o espaço urbano tambémse apresenta como uma das diretrizes do FIT-BH. O reflexo disso são espetáculos espalha-dos por todas as regiões da cidade, o que tornaessa edição a mais descentralizada já vista pe-los mineiros. Como explicou Bones, os pilaresque sustentam o festival fazem com que o tea-tro funcione como uma plataforma de debatesobre os usos do espaço público. Essas açõesreforçam a tendência de colaboraçãomulticultural da arte e estabelecem um inter-câmbio, que possibilita a troca de experiênciasentre os próprios artistas, os realizadores jovense profissionais e o público participante.

Outro ponto interessante é que, pela primeira vez, umaedição do evento exibe uma estreia nacional. O público mi-neiro poderá assistir, em primeira mão, ao novo espetáculoprotagonizado pelo ator paraense Cacá Carvalho, “Um, Ne-nhum e Cem Mil”, desfecho da trilogia em torno da obra doescritor italiano Luigi Pirandello, com direção de RobertoBacci. O diretor também integra a programação com seucoletivo da Fondazione Pontedera Teatro em duas partes.A primeira é uma homenagem ao poeta Fernando Pessoa,com a adaptação de “O Livro do Desassossego” parao palco, na montagem “Abito”. A segunda celebra osheterônimos do poeta português no espetáculo de rua“Lisboa”, com atores cantando, declamando poemas

vimento positivo. “Ele reúne pessoas,gera empregos diretos e indiretos e va-loriza a cidade”, pontua. Ela ainda des-tacou que esta é a edição mais expan-siva que os espectadores irãovivenciar. “Temos o orgulhode produzir o maior FIT dahistória, com a qualidadeque todo belo-horizontino mere-ce”, afirma.

rio e os locais dos espetácu-los ainda serão divulgados.

Durante 16 dias, entre 9 e 24 de junho, BeloHorizonte vai respirar teatro com adiversidade de atrações locais, nacionais eestrangeiras que integram o 11° FestivalInternacional de Teatro Palco e Rua (FIT-BH)

Eduardo MoreiraAtor, diretor e fundador do grupo Galpão

“O FIT traz de volta a Belo Horizonte ummarco do teatro brasileiro em dimensões univer-sais. É a chance de toda uma nova geração assistira um espetáculo que, provavelmente, foi muitocomentado pelos pais e pelos mais velhos, masque não pôde ser assistido por essa rapaziada maisnova”.

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Poder Executivo

Ricardo KoctusBaixista da banda Pato Fu

“Todo movimento que propor-ciona a aproximação do grande pú-blico com a arte é de grande impor-tância cultural e o FIT-BH é, sem dú-vida, um dos maiores. Permite ao ar-tista apresentar sua arte para um pú-blico diversificado, quebrando barrei-ras sociais. Favorece a cultura de umaforma ampla e legítima e coloca BeloHorizonte culturalmente no primeiromundo”.

Yara de NovaesAtriz e diretora

“O FIT se consolidou como um fes-tival pelo anseio que causa no público.Desde o início teve uma parcela de con-tribuição para a formação estética e artís-tica de atores, diretores, criadores de tea-tro e, também, do público. Além de pro-mover a fruição artística, é pedagógico,uma vez que abre as portas para discus-sões e debates, o que forma e torna o pú-blico aberto e antenado para as manifes-tações da contemporaneidade”.

Vicente FrançaGuitarrista da banda Dibigode

“O FIT é importante para Belo Ho-rizonte não somente por movimentar acidade cultural e artisticamente como poraportar grandes grupos e espetáculos tea-trais do país e do mundo, promovendo umintercâmbio cultural de grande valor paraBH. O evento alimenta a perspectiva peladiversidade quando estende apresenta-ções para outras formas de expressão. Issotudo de uma forma bem acessiva. Todossaem ganhando”.

Guto BorgesVocalista da banda Dead LoversTwisted Heart

“O FIT é um festival que aconteceao ar livre, de forma gratuita e que é umaherança pra essa geração que tem reto-mado a cultura de rua em Belo Horizon-te. Além disso, uma das marcas mais im-portantes do festival é a integração de di-versos artistas, formando um ponto de en-contro entre os diferentes canais de cul-tura”.

Artur AndrésMúsico do Uakti

“O FIT é um dos mais importantesfestivais de teatro do Brasil e faz com quea cultura mineira e a brasileira, como umtodo, se beneficie. Sempre que o Uakti via-ja para o exterior ouvimos de várias pes-soas o quão positivo é o festival. Vida lon-ga ao FIT”.

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Poder Executivo

Em 18 anos de história, o Fes-tival Internacional de Teatro Palco eRua de Belo Horizonte (FIT-BH) jáultrapassou a marca de um milhãode espectadores, cerca de 150 milpessoas por edição. Criado em1993, o festival recebeu ao longodesses anos cerca de 245 grupos,aproximadamente 277 espetáculose 750 apresentações, incluindoshows, performances, musicais in-tervenções culturais e oficinas, rea-lizadas por todas as regiões da capi-tal mineira. Espetáculos de pesocomo “Bivouac” (1994), “Dimonis”(1996), “O Bracelete de Jade e ou-tras árias de ópera chinesa” (2000),“Um Molière Imaginário” (2004),“Um Homem é um Homem”(2008) e “Simplesmente eu, ClariceLispector” (2010) são exemplos quemarcam a importância do festival,que já recebeu em seus vários pal-cos artistas expressivos como os gru-pos Galpão e Fora de Sério e obrasde diretores do nível de Cacá Car-valho e Dias Gomes.

De acordo com o coordena-dor do FIT-BH e diretor de açõesculturais da Fundação Municipal deCultura (FMC) Rodrigo Barroso,desde a sua primeira edição, há 18anos, o festival vem crescendo emconteúdo, ampliando o público, es-timulando a formação de novosgrupos teatrais e ofertando aos mo-radores da cidade a possibilidadede acessar espetáculos de ponta naprodução cênica contemporânea

18 anos de história,

artee culturapara milhões de belo-horizontinos

Como tudo começouTudo começou em 1993 por iniciativa da Secretaria

Municipal de Cultura, atual Fundação Municipal de Cul-tura, através da união de duas propostas de festivais inter-nacionais: um de palco, feito pela direção do Teatro Fran-cisco Nunes, e outro, de rua, feito pelo Grupo Galpão. Doencontro dessas duas propostas nasceu o Festival Interna-cional de Teatro Palco e Rua de Belo Horizonte (FIT-BH),cuja primeira edição, realizada em junho de 1994, pro-movida pela Prefeitura de Belo Horizonte, contou com asparcerias do Teatro Francisco Nunes e do Grupo Galpão.

A abertura do festival foi realizada pelo grupo fran-cês Générik Vapeur, com o espetáculo “Bivouac”. O pú-blico viu uma cena inusitada: dezenas de atores pinta-dos de azul e muitos tambores espalhados pela Praçada Estação, no Centro de Belo Horizonte. A interven-ção causou impacto e repercussão na cidade, tornan-do-se uma prática aguardada com expectativa pelaspessoas. Outro espetáculo de destaque foi “O Asno”,do grupo Fora do Sério, de São Paulo, com apresenta-ção realizada na Praça da Liberdade, na região Centro-Sul de Belo Horizonte.

Durante dez dias de apresentações, o público con-feriu espetáculos de grupos de Argentina, Bolívia, Co-lômbia, Espanha e França e dos estados de São Paulo,Sergipe e Rio Grande do Norte, além de grupos locais,que apresentaram espetáculos na rua e nos palcos. Alémde teatros e espaços abertos da região Centro-Sul, osbairros Santa Efigênia e Santa Tereza, os ônibus e o me-trô também foram palcos de espetáculos e intervençõesculturais.

ExpansãoNa segunda edição do evento, em 1996, teve

início a parceria com a Associação Movimento Te-atro de Grupo de Minas Gerais (MTG), integradapor importantes grupos profissionais mineiros. Nes-te ano, o FIT se expandiu no tempo e no espaço,em número de espetáculos e equipes. Ampliadopara 15 dias, alcançou também as cidades deBetim, Contagem e Mariana. Pesquisa feita juntoao público durante o evento naquele ano revelou88% de avaliação positiva, 7% de avaliação regu-lar, 5% de desconhecimento e 0% de avaliaçãonegativa.

O grupo Comediants, da Espanha, fez o es-petáculo de abertura com a peça “Dimonis”, umaespécie de ritual demoníaco, na Praça da Estação,às escuras, levando o público ao delírio. E cadauma das nove regiões da capital recebeu uma apre-sentação de rua, já naquela ocasião um exercíciode ampliação da descentralização do festival.

Além de valorizar a diversidade estética e aqualidade do evento, com o passar dos anos o FIT-BH procurou homenagear grupos com passagemmarcante pela história. O espetáculo francês“Bivouac”, por exemplo, foi reapresentado em1999. Sempre com foco na democratização, ofestival foi se reformulando ao longo dos anos. “OFIT-BH é referência na cidade e cumpre um deseus principais objetivos: projetar e inserir BeloHorizonte no circuito nacional e internacional dasartes cênicas”, salientou Rodrigo Barroso.

mundial. “O FIT-BH cumpre a fun-ção de oferecer bens culturais dealta qualidade, além de possibilitarque a produção teatral local tenhavisibilidade nacional e internacio-nal”, ressaltou Rodrigo.

Abertura do festival foi marcado pelo espetáculo “Bivouac”, encenado na Praça da Estação

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Poder ExecutivoSábado, 5 de maio de 2012Diário Oficial do Município2 8

A mais conhecida história de amor da humanidade promete emocio-nar os belo-horizontinos em mais uma edição do Festival Internacional deTeatro Palco e Rua (FIT-BH). Depois de nove anos sem subir aos palcos dacapital mineira (a última apresentação foi realizada em 2003, no Paláciodas Artes), o espetáculo “Romeu e Julieta”, uma das apresentações de aber-tura do FIT-BH 2012, na Praça do Papa, no dia 9 de junho, será encenadopelo Grupo Galpão, que teve na montagem da tragédia de Shakespeareum marco em sua carreira. Ao atualizar o sentido da história, a concepçãodo diretor Gabriel Villela para o espetáculo do Galpão transpôs a tragédiados dois jovens apaixonados para o contexto da cultura popular brasileira.Esse conceito sustenta todo o espetáculo, especialmente na figura do narrador,que rege toda a ação com uma linguagem inspirada em Guimarães Rosa eno sertão mineiro.

Desde sua estreia na histórica cidade de Ouro Preto, em 1992,“Romeu e Julieta” construiu uma carreira de sucesso de público e crítica,no país e no exterior. Foi visto 272 vezes, em quase 60 cidades brasileiras eem nove outros países (Espanha, Inglaterra, Portugal, Holanda, Alemanha,Estados Unidos, Uruguai, Venezuela e Colômbia), com apresentações emteatros, estádios ou, preferencialmente, em praças públicas, reunindo

Versão especialde clássico deShakespeare

volta a encantarpúblico da capital

Depois de nove anos longe dos palcos da cidade,“Romeu e Julieta” volta a ser apresentada pelo

Galpão em BH, na Praça do Papa

O diretorAntônio Gabriel Santana Villela

é diretor, cenógrafo e figurinista. Co-meçou como diretor na década de1990, dotado de uma teatralidade bar-roca, com frequentes apelos ao imagi-nário brasileiro. Formou-se como di-retor teatral pela Escola de Comunica-ções e Artes da Universidade de SãoPaulo (ECA/USP) e estreou na nova car-reira em 1989, com o espetáculo “VocêVai Ver o Que Você Vai Ver”. Dirigiudiversas outras peças como “O Concí-lio do Amor”, em 1989, “A Guerra San-ta”, uma versão brasileira de “A DivinaComédia” que estreou em 1993, “A Fa-lecida”, história de Nelson Rodriguesestreada em 1994, e “Morte e VidaSeverina”, clássico de João Cabral deMelo Neto, em 1997. Em 2001, Villeladirigiu dois espetáculos com texto deChico Buarque, “Os Saltimbancos” e “Gota d’Água”.

Mais Gabriel Villela no FITAlém do clássico “Romeu e Julieta”,

Gabriel Villela, um dos mais importantes no-mes do teatro contemporâneo no país, diri-ge outro espetáculo que integra a 11ª edi-ção do FIT-BH. Encenado pelo Grupo deTeatro Clowns de Shakespeare, de Natal, noRio Grande do Norte, a peça “SuaIncelênça, Ricardo III” também parte de umtexto do mais famoso dramaturgo inglês. Oespetáculo ganha a rua através do universolúdico do picadeiro do circo, criando umdiálogo entre o sertão e a Inglaterra da épo-ca elisabetana, período associado ao reinoda rainha Isabel ou Elizabeth I (1558-1603), que corresponde ao ápice da renas-cença inglesa, na qual floresceu a lite-ratura e a poesia do país. Na apresenta-ção, o rock clássico inglês se agrega àsinscelenças, gênero musical tipicamentenordestino.

plateias que variaram entre 300 e 4 mil espectadores.Em julho de 2000, a versão do Galpão para o espetá-culo coroou sua trajetória com uma série de apresen-tações em Londres, no palco do Shakespeare’s GlobeTheatre, um dos mais importantes palcos teatrais in-gleses, que teve como um de seus sócios ninguémmenos do que William Shakespeare, responsável portransformar o espaço em arena para apresentaçõesde clássicos como “Hamlet” e “Rei Lear”. O grupo vaise apresentar novamente em Londres, no mesmo lo-cal de 12 anos atrás, nos dias 19 e 20 deste mês.

O encontro com Gabriel Villela marcou a ousa-dia do Grupo Galpão em fazer um clássico na rua. Aotexto original do espetáculo, que foi encenado pelaprimeira vez na capital em 1992, na Praça do Papa,no bairro Mangabeiras, juntam-se elementos da cul-tura popular brasileira e mineira, presente nas serestase modinhas, nos adereços e figurinos que remetemao interior do Brasil. O ator Eduardo Moreira, queinterpreta Romeu na adaptação do clássico, desta-cou a grandiosidade do espetáculo, afirmando que aencenação leva parte da cultura minei-ra para diversas partes do mundo. “Oespetáculo criou uma nova estética parao teatro popular e de rua, circulou poralguns dos mais importantes festivais domundo e é um grande divulgador no ex-terior da cultura brasileira e mineira.Usando elementos da cultura popular,presentes na música, nos figurinos, nocenário e na adapta-ção conduzida porum Shakespeare quese expressa em umaprosódia do sertãode Guimarães Rosa,o espetáculo encan-tou os maiores espe-cialistas do drama-turgo inglês”, disse.

A volta do espetáculo à capital mineira e oprazer em interpretar um dos maiores personagensda dramaturgia mundial também foram ressaltadospor Eduardo. “O FIT traz de volta a Belo Horizonteum marco do teatro brasileiro em dimensões uni-versais. É a chance de uma nova geração assistir aum espetáculo que, provavelmente, foi muito co-mentado pelos pais, mas que não pôde ser assistidopelos mais novos”, destacou. “Sinto um grande pra-zer e uma grande alegria por poder interpretar umdos personagens mais emblemáticos da dramaturgiauniversal, em uma peça que estabelece uma comu-nicação sempre avassaladora com o público”, con-cluiu Eduardo.

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