doença mental e espiritismo

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DOENÇA MENTAL E ESPIRITISMO – UMA VISÃO ALTERNATIVA Por Danilo Pastorelli O Espiritismo vem desde o século XIX lançando luz sobre os mais variados temas que até então pareciam insolúveis. A doença mental – ou a loucura – tratada de forma marginal pela ciência durante milênios, chamou a atenção do codificador lionês que lhe reservou alguns artigos na famosa Revue Spirite. Mas como deve ser encarado o problema da doença mental sob a ótica espírita? Quais os elementos envolvidos nesse processo de tanta dor? Qual o papel da família que tem em seu seio um doente? São essas algumas das questões que nos propomos abordar nas linhas que se seguem. História e a visão materialista Hoje em dia o termo doença mental é preferível à palavra loucura para designar os portadores de algum distúrbio psíquico, isso porque nas últimas décadas a doença mental tem sido tratada de forma mais racional. A classe médica e mesmo a sociedade civil em geral vem mudando a maneira como encara esse distúrbio. Mas nem sempre foi assim. O francês Michel Foucault (1926-1984), em seu livro clássico sobre

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DOENA MENTAL E ESPIRITISMO UMA VISOALTERNATIVA

Por Danilo PastorelliO Espiritismo vem desde o sculo XIX lanando luz sobre os mais variados temas que at ento pareciam insolveis. A doena mental ou a loucura tratada de forma marginal pela cincia durante milnios, chamou a ateno do codificador lions que lhe reservou alguns artigos na famosaRevue Spirite. Mas como deve ser encarado o problema da doena mental sob a tica esprita? Quais os elementos envolvidos nesse processo de tanta dor? Qual o papel da famlia que tem em seu seio um doente? So essas algumas das questes que nos propomos abordar nas linhas que se seguem.

Histria e a viso materialistaHoje em dia o termo doena mental prefervel palavra loucura para designar os portadores de algum distrbio psquico, isso porque nas ltimas dcadas a doena mental tem sido tratada de forma mais racional. A classe mdica e mesmo a sociedade civil em geral vem mudando a maneira como encara esse distrbio.Mas nem sempre foi assim. O francs Michel Foucault (1926-1984), em seu livro clssico sobre a histria da loucura, estabeleceu um paralelo interessante entre a loucura e a lepra. A lepra, na Antigidade, era objeto de excluso e supresso de elementos da sociedade; o portador da doena era o bode expiatrio culpado de causar males aos outros. Os vales dos leprosos eram lugares ermos, afastados das cidades, em que se depositavam todos os doentes leprosos escorraados do convvio social comum. A loucura, sobretudo a partir da Idade Mdia, viria ocupar o lugar da lepra, como alvo da brutalidade dos homens ditos normais. Seria, nas palavras do autor, o novo espantalho, que estabeleceu com a sociedade uma relao de diviso e excluso.Na sociedade medieva, ou medieval, temerosa dos poderes espirituais ocultos, a doena mental passa a ser encarada como resultado da presena demonaca, da fora maligna na sua plena ao. O louco era submetido a sesses de tortura fsica e psicolgica; no havia compreenso e um sentimento de dio e temor rondavam a relao entre os sos e os doentes.O desconhecimento quase que completo, levou busca de tratamentos antiquados e dolorosos aos doentes. A trepanao o embrio das modernas lobotomias consistiam na abertura de buracos nos crnios dos doentes de 2,5 a 5 cm de dimetro, sem anestesia ou assepsia adequadas. Os doutores buscavam remover apierre de folie(pedra da loucura) que acreditavam existir nos crebros dos doentes. O que acontecia de fato que eram feitas verdadeiras mutilaes que exauriam as foras dos doentes e, por vezes, acabavam por deixar os pacientes privados de certos movimentos.A partir do sculo XIX, com o nascimento da psicanlise e as importantes contribuies de Freud, a psiquiatria como um dos braos da medicina pde avanar em alguns pontos no tratamento da loucura, mas no suficientemente. Freud, com o desenvolvimento da teoria da libido, no conseguiu dar conta do complexo problema da deficincia mental. Jung ento questionou a influncia capital do aparelho gensico do desenvolvimento do ser, defendido por Freud.Os tratamentos com eletrochoque, a eletroconvulsoterapia, as convulses induzidas por metrazol, a induo a febre, enfim, nunca foram completamente bem sucedidos no auxlio aos doentes. Tratamentos por vezes polmicos e resultados efmeros levaram a partir das dcadas de 60 e 70 a um movimento conhecido por antipsiquitrico, que questionava as terapias convencionais e o sistema psico-hospitalar tradicional.Viso espritaO fato que a cincia tradicional nunca soube realmente o que provocava a doena mental. Por que pessoas relativamente ss em alguma fase da vida comeavam a manifestar traos de insanidade? Por que outras j nasciam doentes? E ainda, por que tantas se curavam sem razo aparente?A psiquiatria tem estado atada, verdade, pelos limites do crebro, pelas barreiras do corpo material, fonte que, sabemos, no a origem principal da doena, mas sim a manifestao de algo que externo a ele. Vejamos agora no que o Espiritismo contribuiu para o entendimento dessa questo.Allan Kardec e os Espritos da Codificao nos apresentaram um elemento primordial para o entendimento do ser humano na sua essncia: oEsprito. O ser imortal; aquele que viveu e viver inmeras existncias atravs das reencarnaes; o ser que possui um histrico de uma vida milenar que no se restringe somente vida presente. O Espiritismo abalou as estruturas do materialismo vigente, trouxe uma revoluo no campo das idias, inovou os conceitos religiosos e cientficos. A idia da existncia do Esprito pde explicar a gnese de muitos problemas da vida cotidiana.Atravs da lei da reencarnao, explicou a questo das causas atuais e passadas das nossas aflies; que como seres imortais, somos fruto do que fizemos anteriormente. Sofremos mais ou somos mais felizes de acordo com o que viemos construindo nas nossas existncias nas diversas moradas do Pai.Uma das idias mais importantes introduzidas pelo Espiritismo fora a daLei de causa e efeito, emprestada de certa maneira da lei da fsica de ao e reao. A Lei de causa e efeito nos deu uma amplido de viso que nos ajudou a compreender, por exemplo, que nossa vida presente reflexo do que temos sido at hoje, inclusive de nossas vivncias passadas. Nossas faltas anteriores, nossos erros passados surgem hoje como expiaes; assim como nossos acertos aparecem-nos como paliativo ou recompensa na vida atual. Plantamos sementes voluntariamente e hoje somos chamados colheita. uma lei natural.A loucura ou a doena mental, como preferir deve ser tambm encarada sob esse prisma, como reflexo de uma atitude passada. Como se manifesta de uma forma negativa, trazendo sofrimento tanto para o doente, como para a famlia, h que se concluir que seja reflexo de uma falta anterior.Emmanuel e Joanna de ngelis nos explicam que so vrias as causas da loucura e que, quase sempre, so contradas por faltas em uma existncia anterior. O suicdio, o uso inadequado das faculdades mentais, o envolvimento exagerado com a vida mundana, ou mesmo um progresso intelectual sem a contraparte moral podem ser assinalados como causas anteriores de uma vida atual mergulhada na insanidade.O Esprito que procedeu assim, no seu desencarne percebe que viveu de forma desequilibrada sente-se ele prprio um criminoso. No seu tribunal de conscincia v que foi causador de uma desarmonia muito grande e na aferio dos males que praticou sente-se culpado. Suas faltas todas, assim como as boas aes tambm, impregnaram o seu perisprito e ele v no processo do reencarne a nica forma de reparao possvel. Busca um mecanismo auto-punitivo que possa absolv-lo dos males que praticou. Sente que uma nova vida na Terra, num corpo portador de uma doena mental, poder livrar-lhe do peso das suas aes infelizes.No processo da reencarnao, o Esprito aplica-se-lhe de forma consciente ou inconsciente, uma punio porque deseja evoluir e sabe que para isso tem de apagar os erros cometidos no passado. Veja que no uma punio vinda unicamente de Deus, ou um veredicto traado por um deus vingativo, mas antes disso, um alerta da conscincia do prprio Esprito que se sente faltoso com a harmonia universal, pois sabemos que ningum se escusa da prpria conscincia.A partir do momento da permisso do reencarne e a posterior fase da concepo, o Esprito passa a imprimir nas molculas de DNA do novo corpo fsico, as suas necessidades e heranas. Essas impresses materiais sero recursos propiciatrios sua evoluo. Os atos anteriores do Esprito, herdeiro de si mesmo, lhes plasmam o destino futuro e, atravs do seu desejo de redimir-se, aplica-se-lhe a pena necessria aos crimes que lhe pesam na economia moral.Notemos que o Esprito no louco, pois tem a conscincia de suas faltas e deseja repar-las. certo que h Espritos que tm de ser submetidos a uma reencarnao compulsria, mas mesmo nesses casos o Esprito no louco, e sim ter em mos um corpo que no lhe permitir manifestar todas as suas faculdades.Na nova vida encarnada a doena poder manifestar-se desde o nascimento ou poder ser desencadeada por uma aparente causa material: uma fixao, um trauma, um estresse ou mesmo uma decepo. O que devemos saber que em ambos, o grmem da doena mental j estava registrado no perisprito do reencarnante. Da neurose mais simples, passando pelo mongolismo, pela demncia, pela esquisofrenia: a gnese sempre espiritual.Outro aspecto que temos de considerar a loucura desencadeada por um processo obsessivo, que tambm tem por causa um ato anterior. A obsesso um mecanismo de cobrana do ser desencarnado em relao ao encarnado. Um histrico de disputas e relaes no resolvidas envolvem vtima e algoz, agora em papis trocados. O obsessor acredita que sua m influncia e vingana do ofensor encarnado se livrar da dor que carrega, influncia essa que pode inclusive levar o obsediado a um diagnstico equivocado de deficincia mental. Com a devida terapia esprita, mudana de comportamento do encarnado, reforma ntima e amor dos companheiros mais prximos quase certo que a cura total possvel nesses casos.A doena mental expiao ou prova tambm para os pais que podem ter sido coadjuvantes nas faltas desses espritos. Eles so agora testados e devero aplicar todo o amor possvel na convivncia com o doente, sendo responsveis pelo ser dbil que os acompanha. Sabemos que a cura total quase sempre impossvel porque consta do plano reencarnatrio da criatura, mas a dor tanto do doente quanto da famlia pode ser suavizada se tivermos em mente que nunca estamos sozinhos; se confiarmos e termos a figura divina como nosso norte, espritos amigos estaro sempre nos inspirando e colaborando em nossa caminhada.A teraputica esprita no tratamento da loucura essencialmente preventiva, pois sugere a resignao ante as vicissitudes da vida que poderiam causar o afloramento da doena. O auto-conhecimento, a busca constante da reforma ntima e a transformao pessoal de cada um constituem meios eficazes de manter a sade psquica de todos, j que qualquer um de ns pode ser doente em potencial.O auto-conhecimento to bem aplicado por Santo Agostinho uma das chaves mestras na preveno de toda e qualquer doena. A auto-observao no dia-a-dia, na busca constante de identificar os pontos a serem melhorados, as fraquezas e ms tendncias so elementos importantes para assegurar a qualidade de vida. A proposta de renovao ntima, de transformao moral, da mudana dos hbitos mentais, da substituio do pensamento negativo pelo positivo so ferramentas de preveno ditados pelo Cristo e renovados pelo Espiritismo.A f e confiana em Deus devero nos dar uma natural resignao ante as tribulaes cotidianas e o Espiritismo nos faz lembrar que a vida na Terra sempre passageira; que se passarmos por tudo de forma equilibrada uma sorte mais feliz nos aguardar no plano espiritual.Se olharmos para a vida eterna do Esprito que somos, veremos que passamos hoje apenas uma fase passageira nessa existncia. Que a cruz, embora possa parecer demasiado pesada, pode ser perfeitamente carregada se tivermos fora e confiana na providncia divina. Todo esforo ser recompensado e aos olhos do Pai, cada gota de suor ser computada no final.Nunca h injustia alguma vinda do cu. Encaremos as dificuldades como oportunidades de progresso. Essa a proposta do Espiritismo.Bibliografia FOUCAULT, M.J.P.Histria da loucura na idade clssica. So Paulo: Perspectiva, 1978. FRANCO, D. P. (Jonna de ngelis Esprito).No rumo da felicidade. Santo Andr: Ed. Centro Esprita Dr. Bezerra de Menezes, 2001. FRANCO, D. P. (Jonna de ngelis Esprito).O ser consciente. Salvador: Centro Esprita Caminho da Redeno, 1993. KARDEC, A.Revista Esprita. Sobradinho: Edicel. (1890, 1861, 1863, 1864 e 1865). XAVIER, F.C. (Emmanuel Esprito).Religio dos Espritos. XAVIER, F.C. (Andr Luiz Esprito). Ao e reao. Rio de Janeiro: FEB, 1996.

Adisritmia cerebral caracterizada pelaalterao no ritmoe intensidade dasondas eltricas cerebrais.Psiquiatricamente chamada de epilepsia, esta patologia apresenta um conjunto de sintomas capazes de alterar a conscincia e aconduta dos pacientes.Os transtornos podem ser das emoes,do sentimento, da conduta, entre outros. A convulso,sintoma mais conhecidoda doena apenas um dentro de um contexto amplo.A alteraoatinge de 4% a 6% dapopulao mundiale vem sendo diagnosticada com mais frequncia nos ltimos anos. Os pesquisadores ainda no conseguiram relacionar o aumento da incidnciaa novos comportamentosou devido evoluo da medicina diagnstica.Sintomas da disritmia cerebralOs sintomas dadisritmia cerebralcostuma aparecer a partir dos dois anos de idade. possvel, no entanto, queo mdicoou a famlia s os identifiquem depois desta idade, o que podeprejudicar o desenvolvimento neurolgicoda criana.Pessoas sem qualquersintoma neurolgicotambmpodem desenvolver a alteraode uma hora para outra, sem causa aparente. Adolescentes e jovens entre 14 e 30 anos esto entre o grupo mais afetado pela doena.Uma pessoa s diagnosticada comdisritmia cerebralquandoapresenta uma criseou, como popularmente conhecido, ataque epiltico. Esse ataque pode vir acompanhado de uma crise de enxaqueca, dores fortes no olho, dificuldade para ver ou dupla viso, ardncia na boca ou no rosto,desmaios, tremulao no corpo e convulses.Fique atento s crises de disritmia cerebralPessoas que tm ataques dedisritmia cerebralapresentam convulses,desmaio rpidoou demorado. Debater-se e babar antes ou durante a crise so sintomas de um ataque.Alguns pacientes sofrem de transtorno deconscincia sbita, ou seja, a crise acontece e a pessoa parece estar dormindo, quando na verdade est desmaiada. Esses casos exigem alerta mximo, pois o paciente pode ir a bito, devido interrupo da freqncia cerebral.Diagnstico e tratamentoO diagnsticode epilepsiapode ser feito apsexame clnicoe anlise de exames neurolgicos de angiografia e de tomografia computadorizada. O tratamento pode ser feito com mdico neurologista ou psiquiatra.No h curapara doena, mas ela pode ser controlada e o paciente ter uma vida de qualidade e com poucas restries.O tratamento feito basicamente com medicamentos, que evitam as descargas cerebrais irregulares, e terapia comportamental. Os remdios so de ao forte e exigem cuidados especiais.Oincio do tratamento, em alguns casos, pode ter indicao de ser feito em hospital, para controle depossveis efeitos colaterais.Veja como proceder durante um ataque deepilepsia:1. CuidadoDeixe a pessoadeitada de costase retire os objetos com que ela possa se machucar.2. BabandoCaso ela esteja babando, vire a cabeapara o lado.3. MordidasColoque umpano ou lenoentre os dentes para evitar mordidas na lngua.4. QueixoLevante o queixopara facilitara entrada do ar.5. TapasNo d tapasnem jogue guanem tente a segurar.6. SamuEmcaso de dvidas, ligue para o 192, o nmero do Servio de Atendimento Mvel de Urgncia (Samu).

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