doença é um estado no qual o funcionamento físico

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Doença é um estado no qual o funcionamento físico, emocional, intelectual, social, do desenvolvimento ou espiritual de uma pessoa está reduzido ou deteriorado em comparação com experiencia anterior (Potter e Perry, 2009, s/nº p). A partir da colocação das autoras, podemos entender que o adoecer não é apenas algo físico, mas também psíquico, cognitivo, afetando também as relações da pessoa com o seu meio. Vamos entender quais os tipos que ela pode se apresentar: Doenças agudas: geralmente são de curta duração e não necessariamente são graves. Uma virose, por exemplo, pode desencadear uma doença aguda, mas, adequadamente tratada, em poucos dias a pessoa retorna ao seu cotidiano. Outro exemplo é quando a pessoa sofre uma fratura. Doença crônica: são aquelas normalmente de desenvolvimento lento, e que duram acima de 6 meses. “De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças crônicas são as principais causa de morte e incapacidade no mundo” [1] Como exemplo de doenças crônicas, podemos citar a hipertensão arterial, diabetes, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), e muitas outras. A partir do diagnóstico de uma doença a pessoa não consegue conduzir sua vida da mesma forma como até então o fez, neste caso, mecanismos psíquicos inconscientes serão acionados até que ela possa enfrentar ou não a nova realidade que se vislumbra. Tais mecanismos, conforme Simonetti (2009, p. 37) são: negação, revolta, depressão e enfrentamento, podem ser explicados pelo mesmo autor da seguinte maneira: Negação - na posição de negação a pessoa pode agir como se a doença simplesmente não existisse, ou então minimiza sua gravidade e adia as providencias e cuidados necessários. É o famoso “empurrar com a barriga”, deixando para amanhã a

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as caracteristicas de adoecer

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Doena um estado no qual o funcionamento fsico, emocional, intelectual, social, do desenvolvimento ou espiritual de uma pessoa est reduzido ou deteriorado em comparao com experiencia anterior (Potter e Perry, 2009, s/n p). A partir da colocao das autoras, podemos entender que o adoecer no apenas algo fsico, mas tambm psquico, cognitivo, afetando tambm as relaes da pessoa com o seu meio. Vamos entender quais os tipos que ela pode se apresentar:Doenas agudas: geralmente so de curta durao e no necessariamente so graves. Uma virose, por exemplo, pode desencadear uma doena aguda, mas, adequadamente tratada, em poucos dias a pessoa retorna ao seu cotidiano.Outro exemplo quando a pessoa sofre uma fratura.Doena crnica: so aquelas normalmente de desenvolvimento lento, e que duram acima de 6 meses. De acordo com a Organizao Mundial da Sade (OMS), as doenas crnicas so as principais causa de morte e incapacidade no mundo[1]Como exemplo de doenas crnicas, podemos citar a hipertenso arterial, diabetes, doena pulmonar obstrutiva crnica (DPOC), e muitas outras. A partir do diagnstico de uma doena a pessoa no consegue conduzir sua vida da mesma forma como at ento o fez, neste caso, mecanismos psquicos inconscientes sero acionados at que ela possa enfrentar ou no a nova realidade que se vislumbra. Tais mecanismos, conforme Simonetti (2009, p. 37) so: negao, revolta, depresso e enfrentamento, podem ser explicados pelo mesmo autor da seguinte maneira:Negao- na posio de negao a pessoa pode agir como se a doena simplesmente no existisse, ou ento minimiza sua gravidade e adia as providencias e cuidados necessrios. o famoso empurrar com a barriga, deixando para amanh a consulta com o mdico, a realizao de determinado exame, o incio do tratamento, etc. (Simonetti, 2009, p.40).Revolta em geral a fase mais difcil para o profissional, pois a pessoa mostra-se inconformada com o que est vivendo, por estar doente e projeta sua frustrao para o outro. Conforme Simonetti (2009) a pessoa cai na real, enxerga a doena e enche-se de uma revolta que pode ser dirigida para qualquer lado: contra a doena, contra o mdico que a comunica, contra a equipe de enfermagem, contra si mesmo, contra a famlia, contra o mundo ou contra quem aparecer por perto. O autor justifica tal comportamento afirmando que:quando uma pessoa adoece, ela perde a liberdade, no pode mais fazer o que quer, tem que fazer algo em relao a doena, como,por exemplo, gastar seu tempo procurando tratamento, ou ento mudar hbitos de vida, e todos ns sabemos como irritante mudar nossos hbitos (p.44-45)DepressoKbler-Ross (1926-2004) considera que este tipo de depresso como reativa, ou seja, uma reao emocional aos acontecimentos negativos pelas quais a pessoa est passando e pela perdas que podero ocorrer. A mesma autora considera um momento importante e que ajudar na aceitao do diagnstico e do tratamento.Enfrentamento nesta posio a pessoa se sente fortalecida para enfrentar tudo o que est acontecendo: a doena, o tratamento e at mesmo a morte se essa for a situao.A mdica Elizabeth Kbler-Ross (1926-2004) foi pioneira no estudo sobre as reaes emocionais da pessoa com doena grave. Seu trabalho fundamental para os profissionais que trabalham com pacientes crnicos, graves e/ou sem possibilidade de tratamento, pois nos ajuda na compreenso das reaes e comportamento apresentados por esses pacientes. Descritos como estgio de adaptao, Kbler-Ross escreve que esses estgios no se manifestam seguindo uma ordem, podendo variar de acordo com o momento e a prpria situao da pessoa. Assim, so descritos os estgios:Negao e isolamento mais observado no incio, quando a pessoa recebe a notcia de sua doena e da gravidade da situao. .A frase mais comum nesse estgio : No possvel, no comigo. Outra reao esperada a dvida quanto troca dos exames. Quanto ao isolamento, isso ocorre como uma tentativa da pessoa de fugir do sofrimento. Gradativamente, vai havendo a aceitao parcial.Raiva quando no h como negar a situao e tudo uma certeza, a reao ser de raiva e indignao. Aqui a frase comum : Com tanta gente ruim no mundo, por que isso foi acontecer comigo, afinal sempre fui uma boa pessoa. Nesse estgio a relao profissional-paciente difcil sendo importante a compreenso por parte dos profissionais. A raiva sempre projetada para o exterior atravs de comportamentos agressivos.Barganha nesse momento a pessoa tenta negociar com Deus ou com o que ela acredita que pode devolver-lhe a condio anterior doena. H uma tentativa de troca, o importante resgatar a sade e para tanto podem ser realizadas promessas, sacrifcios, enfim tudo ser vlido para que a doena regrida ou desaparea.Depresso aqui uma grande tristeza se abate sobre a pessoa, h um desnimo, a vontade de ficar em silencio. A pessoa lamenta para si mesma as perdas que vem acumulando devido doena e tambm pela possibilidade da morte. importante a famlia e os profissionais estarem atentos para que esse estgio no se estenda por longo tempo, pois trata-se de um perodo de lamento, mas que deve haver uma reao para que o prximo estgio acontea.Aceitao o ultimo estgio descrito por Kbler-Ross e nesse momento a pessoa conseguiu superar os estgios anteriores, principalmente a depresso. possvel para a pessoa, aceitar tanto o tratamento como tambm a morte. Concluindo, Kbler-Ross afirma que em todos os estgios o sentimento de esperana sempre est presente, mesmo quando a pessoa j est na aceitao, pois tal sentimento est voltado para a sua recuperao e melhora. Enfim, com a esperana que o profissional deve trabalhar junto ao paciente, pois isso trar confiana no tratamento e aumentar a sua expectativa de vida.Os ganhos secundrios de adoecer e suas consequencias: Podemos entender que os ganhos secundrios so de certa forma compensaes que a pessoa tem e que s foram possveis a partir da doena. At mesmo na criana, conforme Peanha (2008) observa-se o desejo de preservar ganhos secundrios como a obteno de maior ateno da me (p.216). A ateno, o carinho e outros ganhos materiais que a pessoa pode ter a partir do adoecer, aparentemente parecem interessantes, mas do ponto de vista psicolgico e da recuperao da pessoa, eles podem representar algo negativo, afinal para o paciente h o medo de que tudo se perca depois da cura. importante que o profissional esteja atento, principalmente quando o paciente comea a apresentar comportamentos de desinteresse pelo tratamento, Por exemplo, ausncias injustificveis, ou refere sempre no sentir melhora, mesmo quando tudo indica que ela deveria existir.A dor e suas repercusses emocionais. Os diversos tipos de dor:As caractersticas da dor e suas variaes, podem se apresentar da seguinte maneira, conforme Carvalho (1999, p.17):localizao a dor pode ocorrer nos msculos, juntas, dentes, pele, ou membros amputados, caracterizando a dor fantasma. A localizao tambm pode ser pontual e bem definida ou difusa, difcil de ser apontada.Qualidade principal sensao, ou forma que a dor toma, pode ser formigamento, queimao, ardor, pontada, latejamento, presso, perfurao e corte, entre outros.Intensidade a intensidade da dor pode ser percebida como forte, fraca e em uma grande variedade de graduao entre os extremos sem dor e dor excruciante, ou insuportvel.Frequencia a dor pode ser ininterrupta ou episdica, ocorrendo em diferentes intervalos de tempo.Natureza a dor pode ser orgnica, com causa fsica conhecida e reconhecida ou psicognica, sem qualquer causa fsica, associada ao funcionamento ou momento psicolgico da pessoa.Etiologia a varivel desencadeadora da dor pode ser fratura, cirurgia, artrite reumatoide, cortes acidentais, acidente qumico ou pancada, entre vrias outras.Durao um episdio doloroso pode permanecer por diferentes perodos de tempo, variando de alguns segundos a meses.importante para o profissional conhecer e saber distinguir os tipos de dor, tendo em vista que ela poder variar de acordo com o tipo e a sua durao. Quanto aos tipo temos::Dor aguda de acordo com diversos autores, a dor aguda o desconforto que tem durao (de alguns segundos a menos de seis meses). Ela est associada ao trauma ou leso tecidual, algum processo inflamatrio ou doenas. Por exemplo, se machuca, tem uma leso ou trauma muscular, situao de ps-operatrio, entre outras.Dor crnica o desconforto com durao superior a seis meses podendo durar muitos anos e geralmente acompanha alguma doena ou est associada a uma leso tratada. Como exemplo, temos a fibromialgia, a artrite reumatoide, alguns tipos de cncer e outras tantas, inclusive a dor fantasma que a dor que ocorre na pessoa que teve um membro amputado, mas continua sentido, dores e/ou latejamento, apesar de saber que o membro no mais existe.Dor recorrente Carvalho (1999) escreve que a dor recorrente tambm aguda, porque ocorre em episdios de curta durao, mas tem uma caracterstica crnica, por que se repete ao longo de muito tempo, s vezes ao longo de quase uma vida, e no est claramente associada a uma etiologia especfica, tal como ocorre com as dores agudas e crnicas. O exemplo mais conhecido de dor recorrente a enxaqueca, na qual o paciente sofre de forte dor de cabea intercalada por perodos livres de qualquer dor (Carvalho, 1999, p.17). O assunto da dor to srio que diversos estudos so realizados a esse respeito; seu acompanhamento e tratamento exigem a participao de diversos profissionais num trabalho de equipe, em funo do alvio da dor. fundamental que sejam oferecidos todos os recursos possveis para o alvio e que a pessoa nunca seja banalizada em suas queixas, pois, comum a pessoa ter seu humor alterado, e a prpria percepo da realidade se compromete diante de todo sofrimento que a dor provoca.