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10 Doença Respiratória Ocupacional: Pneumonite de Hipersensibilidade Séphora Alves Campos UFPR Letícia Furman Bacil UFPR João Adriano de Barros UFPR Arlete Ana Motter UFPR 10.37885/201202378

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10Doença Respiratória Ocupacional: Pneumonite de Hipersensibilidade

Séphora Alves CamposUFPR

Letícia Furman BacilUFPR

João Adriano de BarrosUFPR

Arlete Ana MotterUFPR

10.37885/201202378

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Saúde em Foco: doenças emergentes e reemergentes - Volume 2 118

Palavras-chave: Pneumonite de Hipersensibilidade, Saúde, Segurança, Doença Respiratória.

RESUMO

O objetivo foi relatar experiência sobre doença respiratória associada à atividade ocupa-cional, cujo diagnóstico clínico é Pneumonite de Hipersensibilidade Sub-aguda (PHS) e propor medidas preventivas e possibilidades para preservação da saúde, segurança e bem estar dos trabalhadores. Descrição da Experiência: Desenvolveu- se entre agosto a dezembro de 2015, em uma universidade pública do sul do Brasil. Uma servidora técnica administrativa do sexo feminino, de 68 anos, participou do estudo e assinou o TCLE. Desenvolveu os sintomas de tosse persistente, dispnéia e sudorese diária, após cinco meses de trabalho em local onde manuseava documentos antigos, mofados e empoei-rados. A remissão total dos sintomas ocorreu 4 meses após ser afastada do ambiente de trabalho e 6 meses após o início do tratamento com o pneumologista. Foi afastada do trabalho, mas outros trabalhadores estão expostos aos mesmos riscos respiratórios. Considerações finais: O melhor tratamento para a PHS é a prevenção, com remoção do antígeno ou uso de equipamento de proteção individual para reduzir a exposição ao material prejudicial. Recomenda-se limpeza adequada dos documentos e do ambiente, com pessoal especializado, para evitar riscos à outros servidores ou a eliminação do material com a digitalização dos documentos.

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CONTEXTUALIZAÇÃO

A Pneumonite de Hipersensibilidade (PH) ou Alveolite Extrínseca Alérgica é uma síndro-me complexa causada por uma resposta imune exacerbada devido a inalação de partículas usualmente orgânicas, pequenas o suficiente para alcançar os alvéolos. Resulta em distúrbio inflamatório pulmonar e imunológico, ocasionado pela inalação e sensibilização repetida de partículas de uma variedade de agentes por um indivíduo suscetível 1,2,6.

Se enquadra no grupo de doenças pulmonares intersticiais, subgrupo das doenças granulomatosas, assim como a sarcoidose e as infecções 4,5. Os agentes causadores são diversos, tornando-se difícil saber o antígeno causador no ambiente ao qual o indivíduo foi exposto. Fatores como a temperatura ou umidade do local desempenham um papel impor-tante no desencadear da doença 1,6.

Os antígenos mais frequentes que causam PH em todo o mundo são agentes mi-crobianos, proteínas animais e substâncias químicas de baixo peso molecular. Dentre os agentes microbianos destacam-se as bactérias, fungos e amebas 3,6. No entanto, nem todos os indivíduos expostos a essas partículas desenvolvem a doença, tendo também um fator genético considerável para determinar o surgimento e o curso da doença 8.

A PH está relacionada à atividades ocupacionais e exposições ambientais, tais como: trabalhadores rurais expostos a feno mofado, palha e rações; trabalhadores de transporte, carga e descarga de grãos e de bagaço de cana; trabalhadores de fabricação de queijos; trabalhadores de indústria química; e trabalhadores de ambientes fechados como escritó-rios e estúdios 5,7.

A prevalência da patologia varia consideravelmente em todo o mundo, dependendo de definição da doença, métodos de diagnóstico, tipo e intensidade da exposição, as condições geográficas, as práticas agrícolas e industriais e, dos fatores de risco do hospedeiro. Além disso, a prevalência definitiva da PH é incerta, principalmente porque os casos podem passar despercebidos ou mal diagnosticados 6,9. É mais comum o surgimento da doença em indiví-duos não fumantes, uma vez que, a nicotina reduz a ativação de macrófagos e a proliferação de linfócitos, no entanto a PH que ocorre em fumantes é mais grave e progressiva 5,6,10.

Independentemente da causa ou do ambiente, a histopatologia da PH é constituída por uma pneumonite intersticial granulomatosa bronquilocêntrica caracterizada pela presença de granulomas mal formados e um infiltrado intersticial proeminente composto por linfócitos, células plasmáticas e macrófagos2,5,11,15.

O diagnóstico de PH depende de um alto grau de suspeita clínica, o reconhecimento de exposição à um antígeno e uma constelação clínica, radiológica, laboratorial e achados patológicos, já que a PH é de difícil diagnóstico, podendo ser confundida com demais doenças do aparelho respiratório 5,6. Existem três formas de PH: aguda, subaguda e crônica. Na forma

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aguda os sintomas podem incluir febre, mialgia, tosse, calafrios, mal-estar, dispneia e ester-tores inspiratórios e há melhora no quadro quando o indivíduo é removido da área de exposi-ção. Além disso, ocorre um aumento nos leucócitos e neutrófilos no líquido broncoalveolar 12.

Na forma subaguda o indivíduo é acometido de forma gradativa no decorrer das sema-nas de exposição ao agente causador. Os principais sintomas são dispnéia aos esforços, fadiga, tosse produtiva, mal-estar e perda de peso. A TC pode mostrar nódulos centrolobu-lares esparsos, opacidades em vidro despolido e aprisionamento aéreo lobular. 5,6.

Já na forma crônica pode-se observar o padrão ventilatório restritivo obstrutivo típico que pode ser explicado pela presença de granulomas do processo inflamatórios das vias aéreas ou mesmo a fibrose nos achados radiológicos, com imagem em favos-de-mel e hi-póxia grave. Exposições de baixo nível e por longos períodos são características na história de indivíduos que progridem para a fase crônica 1,12,13. Nesta fase, observa-se dispneia aos esforços, crepitações inspiratórias e a alta de linfócitos T no lavado broncoalveolar 14.

O fator reumatoide é frequentemente positivo, embora a causa exata seja desconheci-da 5,9,15. O melhor tratamento para a PH é a prevenção, com remoção do antígeno, quando possível, ou uso de equipamento de proteção individual para reduzir a exposição ao mate-rial prejudicial 12.

Assim, o objetivo deste estudo é relatar experiência sobre doença respiratória associada à atividade ocupacional, cujo diagnóstico clínico é PHS, bem como propor medidas preventi-vas e possibilidades para preservação da saúde, segurança e bem estar dos trabalhadores.

DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA

Estudo do tipo relato de experiência, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da própria universidade sob o número 1175594. A coleta de dados ocorreu entre agosto a de-zembro de 2015, em instituição pública de ensino superior do sul do país.

Inicialmente procedeu-se o levantamento bibliográfico para dar suporte teórico ao caso estudado e a coleta de dados. O repertório teórico resultou de revisão bibliográfica nacional e internacional sobre PH, PHS, condições de trabalho em locais que arquivam documentos an-tigos, saúde do trabalhador, limpeza e conservação de arquivos, entre outros. As informações foram obtidas pelos próprios pesquisadores da consulta a documentos, entrevistas, avaliação fisioterapêutica e observações dos locais de trabalho. Havia um roteiro pré-definido somente em relação à ficha de avaliação de fisioterapia respiratória e em relação às observações.

Participou a servidora M.B.A, sexo feminino, 68 anos com diagnóstico clínico de PHS. A participante deste estudo exerce o cargo de nível superior de técnico em assuntos educacionais. Possui histórico de hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia e hipotireoidismo,

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ambos em acompanhamento médico e sob o uso de medicação. Sem histórico de taba-gismo ou etilismo.

Quanto à história ocupacional, apesar de ter trabalhado durante muito tempo ma-nuseando papéis em outra instituição, até então não havia apresentado qualquer tipo de sintoma respiratório. Na universidade em questão, em setembro de 2013, foi trabalhar em pró- reitoria onde havia uma sala de arquivo “morto”, e cinco meses depois iniciou com tosse seca/forte, dispnéia e sudorese.

A partir de abril de 2014 passou a ser acompanhada pelo médico pneumologista, o qual realizou avaliação e investigação do quadro clínico concluindo tratar-se de PHS.

M.B.A iria ser submetida em junho a uma cirurgia bariátrica, sendo assim precisou passar por uma avaliação mais detalhada do sistema respiratório. O pneumologista concluiu: déficit funcional pulmonar, sendo a capacidade vital de 79% do ideal e difusão de O2 de 67% do ideal, doença apresenta nexo causal e temporal com o local de trabalho (manuseio de papéis antigos e mofados onde se desenvolvem fungos que são os maiores causadores desta doença no mundo), as primeiras providências são o imediato afastamento do local de contaminação e, caso não haja melhora, a paciente iniciará imunossupressão¹¹. Além disso, o médico solicitou mudança do local de trabalho.

Houve perda de 35 kg após cirurgia bariátrica realizada em 16/07/2014. A partir do diagnóstico de PHS, foi afastada do trabalho até 07/01/2015 quando retornou para outro setor da instituição.

Também foi realizado a análise do trabalho realizado pela Unidade de Reabilitação Funcional (URF) que descreveu “foi observado que a servidora teve contato com arquivos tipo caixas de papelão para arquivo morto, tamanho ofício, 36x24cm, no manuseio de docu-mentos antigos de cursos da universidade, em sala específica para a guarda dos mesmos”. Porém, não puderam afirmar contaminação por microrganismos e solicitaram a avaliação da segurança do trabalho.

Por outro lado, o parecer da segurança no trabalho informa que não efetuam avaliação de fungos/ácaros e outros microrganismos presentes em arquivos de documentos, livro entre outros objetos armazenados em uma sala de guarda de documentos. Sugerem que contratem órgãos, entidades ou terceiros que possam efetuar tais avaliações para atender a solicitação da perita da URF. Também foi sugerido a contratação de empresa especializada em higienização para eliminar possíveis fungos, ácaros e bactérias de objetos do local.

Em dezembro de 2014 o laudo da avaliação da capacidade laborativa fez constar: “ser-vidora impedida de realizar atividades com exposição/manipulação de documentos/papéis antigos/guardados em ambiente sem ventilação/manutenção/higienização adequada, para fins terapêuticos.”

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Na avaliação fisioterapêutica apresentava tórax normolíneo, tipo respiratório, nasal/na-sal, ritmo respiratório, eupneico. Sem uso de musculatura acessória ou tiragens intercostais. Não apresentava deformidades torácicas. Expansibilidade torácica diminuída nas bases. Não apresentou baqueteamento digital representando um melhor prognóstico 8. Na ausculta pulmonar: murmúrio vesicular presente bilateralmente. Força muscular respiratória grau 3 para intercostais superiores, intercostais inferiores e diafragma. Edema grau I/V, em tornozelo esquerdo. Relata parestesia em pé esquerdo, após ter realizado cirurgia de coluna.

RESULTADOS E IMPACTOS

Os sintomas da servidora surgiram 5 meses após iniciar o trabalho no setor onde manuseava documentos antigos e a remissão total dos sintomas ocorreu 4 meses após o afastamento do local de trabalho, entretanto, outros trabalhadores desempenham suas atividades no mesmo ambiente, podendo desencadear problemas de saúde, como alergias respiratórias, sinusite, gripe, pneumonia e/ou problemas dermatológicos 16,17.

Felizmente, neste caso, o diagnóstico clínico foi rápido e assertivo, sustentado pela avaliação clínica, história ocupacional, somando-se aos exames de radiografía de tórax, to-mografía de tórax e espirometría. A servidora não necessitou do uso de corticosteroides orais no tratamento de PH, conforme a literatura preconiza 15, apenas foi prescrito corticosteróide nasal. A obesidade era um fator limitante à sua capacidade respiratória, pois resultava em comprometimento pulmonar restritivo. Nesse sentido, a cirurgia bariátrica foi positiva para a evolução clínica da paciente.

O posto de trabalho da servidora era uma sala ampla, bem ventilada e bem iluminada, onde haviam vários outros postos de trabalho. Contudo, necessitava dirigir- se a outra sala (para o arquivamento de processos antigos) com cerca de 30 metros, pouco arejada por uma janela pequena, repleta de prateleiras de madeira e inúmeras caixas de papelão para o arquivo de papéis já em estado de amarelamento. A poeira acumulava-se nos documentos, já que não fazem limpeza do ambiente, devido a falta de equipe especializada e dúvidas quanto às técnicas adequadas de limpeza e higienização (relato do coordenador do local). A poeira é um agente de deterioração comprometedor ao material documental e pode comprometer a saúde e segurança daqueles envolvidos no manuseio de processos.

Uma boa ventilação é fundamental para o conforto dos servidores e para a conservação do acervo, além de reduzir bastante a proliferação de fungos, bactérias, insetos e o apareci-mento de pragas 18,19. Além disso, temperatura e umidade controladas evitam a proliferação de agentes biológicos como por exemplo os fungos, sendo um dos principais causadores da PH. No caso de bibliotecas e arquivos, são mais comuns os fungos que vivem dos nutrientes encontrados nos papeis 20.

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O armazenamento dos documentos em móvel de madeira não é recomendado, pois há contaminantes químicos que deterioram os documentos. Os móveis mais adequados seriam os de metais esmaltados. O acondicionamento dos documentos em caixas de polipropileno corrugado (polionda) sem aditivos é material inócuo e durável 19, bem como o acondiciona-mento em caixas de papel alcalino 21. Portanto, a substituição das caixas atuais, de papelão, por caixas plásticas ou de papel alcalino seria o ideal.

Observou-se que dois servidores trabalhavam na antesala o que poderia colocar em risco a saúde desses trabalhadores também. O coordenador relatou que deixa máscara e luvas disponíveis para os servidores utilizarem quando necessitam manusear esses papéis, entretanto os pesquisadores não conseguiram observar se isso de fato acontece. É impor-tante destacar a importância do treinamento do uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), elemento indispensável no manuseio de materiais contaminados por microrganismos, que oferece ainda proteção contra a poluição ambiental provocada pela poeira 15. Estes equipamentos destinam-se a proteger contra riscos e ameaças à segurança e saúde dos trabalhadores, ocasionados por agentes químicos e agentes biológicos, como microrganis-mos, insetos e roedores 18.

O local do estudo, não se beneficiou de inovação tecnológica, pois os documentos con-tinuam arquivados em sua forma física, quando o ideal seria digitalizar todos os processos e eliminar os papéis. Entretanto, os processos continuam a se acumular nas prateleiras da sala designada arquivo “morto”.

Não havendo possibilidade de digitalizar o material do acervo, a instituição poderia proporcionar treinamento aos servidores em técnicas básicas de limpeza e conservação de documentos. O acervo disperso em instituições públicas e privadas como universidades, bibliotecas públicas, arquivos públicos, cartórios, instituições culturais e religiosas, entre outras, geralmente enfrentam problemas comuns, que vão desde condições físicas inade-quadas de armazenamento à falta de pessoal especializado 21. Nesse sentido, o Grupo de Estudos em Preservação da UFRGS22 defende a conservação preventiva, ou seja, evitar e controlar a ação de agentes agressores, antecipando-se ao evento ou atuando no momen-to em que ocorre.

Ainda, a gestão poderia incluir esforços para garantir uma equipe especializada em limpeza e higienização de documentos e de profissionais que atuam na conservação-restau-ração de livros e documentos, já que a equipe atual não possui formação para tal atividade.

Recomenda-se que sejam colhidas amostras de ar ambiente, com a finalidade de iden-tificar microrganismos e compostos químicos, a contratação de uma assessoria de controle microbiológico para identificar e quantificar os fungos do ambiente, assim como fornecer orientações quanto à sua patogenicidade e aos métodos de higienização do acervo 17.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

As condições de armazenamento de documentos no local de trabalho onde a servidora desenvolveu o quadro de PHS deixa a desejar em termos de climatização, mobiliário, lim-peza e higienização. As ações que se propõem visam preservar a saúde dos trabalhadores, conservar o acervo documental e restabelecer condições ambientais satisfatórias para o conforto dos servidores.

O diagnóstico clínico foi precoce e assertivo, possibilitando o restabelecimento da servidora em curto espaço de tempo. Espera-se contribuir para a prevenção de doenças respiratórias associadas à atividade ocupacional de outros trabalhadores submetidos a si-tuações laborais similares. Por fim, o estudo permite reflexão sobre a importância de uma organização do trabalho que crie condições e que permita intervenções de gestão visando uma melhor saúde, segurança e bem-estar.

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