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ISSN 0104-6187 Dezembro/2000 Pseudomonas spp. Fluorescentes - Bactérias Promotoras de Crescimento de Plantas e Biocontroladoras de Fitopatógenos em Sistemas de Produção Agrícola Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Agrobiologia Ministério da Agricultura e do Abastecimento Documentos Número, 127

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ISSN 0104-6187

Dezembro/2000

Pseudomonas spp. Fluorescentes - BactériasPromotoras de Crescimento de Plantas e

Biocontroladoras de Fitopatógenos em Sistemas deProdução Agrícola

Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuáriaAgrobiologia

Ministério da Agricultura e do Abastecimento

Documentos

Número, 127

República Federativa do Brasil

PresidenteFernando Henrique Cardoso

Ministério da Agricultura e do Abastecimento

MinistroMarcus Vinicius Pratini de Moraes

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa

Diretor PresidenteAlberto Duque Portugal

DiretoresElza Ângela Battaggia Brito da Cunha

Dante Daniel Giacomelli ScolariJosé Roberto Rodrigues Peres

Embrapa Agrobiologia

Chefe GeralMaria Cristina Prata Neves

Chefe Adjunto de Pesquisa e DesenvolvimentoSebastião Manhães Souto

Chefe Adjunto AdministrativoVanderlei Pinto

DOCUMENTO Nº 127 ISSN 0104-6187Dezembro/2000

Pseudomonas spp. Fluorescentes - BactériasPromotoras de Crescimento de Plantas e

Biocontroladoras de Fitopatógenos em Sistemas deProdução Agrícola

Valéria C.P. ZagoHelvécio De-Polli

Norma G.

Seropédica - RJ2000

Exemplares desta publicação podem ser solicitadas à:

Embrapa AgrobiologiaCaixa Postal: 7450523851-970 – Seropédica – RJTelefone: (021) 682-1500Fax: (021) 682-1230e-mail: [email protected]

Expediente:Revisor e/ou ad hoc: João Carlos Pereira

Tiragem: 50 exemplares

Comitê de Publicações: Sebastião Manhães Souto (Presidente) José Ivo Baldani Norma Gouvêa Rumjanek José Antonio Ramos Pereira Robert Michael Boddey Dorimar dos Santos Felix (Bibliotecária)

Embrapa

ZAGO, V.C.P.; DE-POLLI, H.; RUMJANEK, N.G. Pseudonomas spp.Fluorescentes – Bactérias promotoras de crescimento de plantas ebiocontroladoras de fitopatógenos em sistemas de produção agrícola.Seropédica: Embrapa Agrobiologia, dez. 2000. 32p. (Embrapa-CNPAB.Documentos, 127).

ISSN 0104-6187

1. Pseudomonas spp. 2. Produção Agrícola. 3. Bacteria. 4. Crescimento. 5.Planta. I. De-Polli, H., colab. III.. Embrapa. Centro Nacional de Pesquisa deAgrobiologia (Seropédica, RJ). IV. Título. V. Série.

CDD 579.332

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................... 2

2. TAXONOMIA DE PSEUDOMONAS ................................................ 4

3. COLONIZAÇÃO DA RIZOSFERA ................................................... 4

4. PROMOÇÃO DE CRESCIMENTO ................................................... 6

5. MECANISMOS DE AÇÃO ................................................................. 7

5.1 PRODUÇÃO DE ANTIBIÓTICOS .............................................................................. 75.2 SIDERÓFOROS .................................................................................................... 95.3 PRODUÇÃO DE ÁCIDO HICROCIÂNICO (HCN).................................................... 115.4 PRODUÇÃO DE REGULADORES DE CRESCIMENTO.............................................. 115.5 COMPETIÇÃO POR SUBSTRATO E EXCLUSÃO DE NICHO ..................................... 125.6 MINERALIZAÇÃO DE NUTRIENTES ...................................................................... 125.7 PARASITISMO .................................................................................................... 135.8 AUMENTO DA NODULAÇÃO DE RIZÓBIOS ............................................................ 135.9 INDUÇÃO DE RESISTÊNCIA ................................................................................. 13

6. CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E GENOTÍPICA .................. 14

7. MELHORAMENTO GENÉTICO...................................................... 15

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................ 16

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................. 16

4

Pseudomonas spp. Fluorescentes - BactériasPromotoras de Crescimento de Plantas e

Biocontroladoras de Fitopatógenos em Sistemas deProdução Agrícola

Valéria Cristina Palmeira Zago1

Helvécio De-Polli2

Norma Gouvea Rumjanek2

1. Introdução

Dentre os grupos de bactérias mais estudados e de grande potencial

para utilização na agricultura encontram-se as rizobactérias promotoras de

crescimento de plantas (RPCPs), representando um subgrupo diverso de

bactérias que colonizam as raízes. O estudo desses microrganismos vem

merecendo destaque nos últimos anos. Devido à grande demanda por

tecnologias ‘limpas’, ou seja, a viabilização da agricultura sustentável, pode-se

esperar que futuramente, uma percentagem maior destas bactérias seja usada

na produção de alimentos.

O termo Rizobactérias Promotoras de Crescimento em Plantas (RPCPs)

foi adotado por Schroth & Hancock (1982) para descrever bactérias benéficas

bem adaptadas à s raízes das plantas, e para diferenciá-las das bactérias do

solo que não as colonizam ou não o fazem tão agressivamente (Botelho, 1996).

Historicamente, as pesquisas com rizobactérias não simbióticas, como

na área de tratamento biológico de sementes, foram iniciadas há um século,

com o objetivo de aumentar o crescimento e o rendimento das plantas. Essas

investigações com sistemas não rizobiais começaram na Rússia e na Ucrânia,

em 1885, usando Azotobacter chroococcum, Bacillus megaterium e outras

espécies de Bacillus (Mishustin, 1963; citado por Luz, 1996).

Entretanto, os primeiros inoculantes usados na agricultura foram os

rizóbios (Rhizobium e Bradyrhizobium), que fixam o nitrogênio em simbiose

com leguminosas. Somente nos anos 50 é que microrganismos não rizobiais

foram utilizados na agricultura. Em 1958, mais de 35 milhões de hectares de

1 Bolsista de Doutorado da Embrapa Agrobiologia.2 Pesquisadores da Embrapa Agrobiologia, Caixa postal 74505, Cep: 23.851-970, Seropédica-RJ.

5

terras cultivadas foram tratadas com inoculantes não rizobiais na Rússia,

aumentando o rendimento agrícola em 10 a 20%. Estes foram chamados de

fertilizantes bacterianos (Luz, 1996).

Nas décadas de 60 e 70, investigadores da Índia também usaram

inoculantes produzidos na Rússia e Ucrânia e isolados indianos de Beijerinckia

e de Pseudomonas (Balasundaram & Sem, 1971; citado por Luz, 1996).

Embora o reconhecimento de que certas bactérias poderiam estimular o

crescimento das plantas já estivesse estabelecido, somente com os trabalhos

de Burr et al. (1978), em batata, e de Kloepper & Schroth (1978) em rabanete,

iniciou-se um grande interesse por parte da indústria americana, quando estes

dois últimos cientistas estabeleceram o conceito de rizobactérias promotoras

de crescimento de plantas (RPCPs). Esses investigadores utilizaram estirpes

específicas de Pseudomonas fluorescens e de P. putida e obtiveram aumentos

significativos no rendimento da cultura da batata e do rabanete. Após esses

trabalhos, as RPCPs passaram a ser investigadas numa grande amplitude de

espécies de plantas. Estes trabalhos evidenciaram, conclusivamente, a

capacidade das RPCPs em promover o crescimento e a bioproteção de plantas

(Luz, 1996).

Os efeitos benéficos exercidos pelas RPCPs são realizados através do

estímulo ao crescimento da planta ou através da proteção microbiológica. Nos

últimos anos, têm-se tornado aparente que não há uma clara separação entre

promoção de crescimento e controle biológico induzido por inoculantes de

bactérias. Alguns trabalhos iniciais de Kloepper e colaboradores, mostravam

que a resposta da planta esteve relacionada ao controle dos microrganismos

deletérios nativos, ao invés da promoção direta de crescimento.

A promoção direta de crescimento ocorre quando uma rizobactéria

produz metabólitos que promovem diretamente o crescimento das plantas sem

a interação com a microflora nativa do solo. Em contraste, antibióticos,

sideróforos e ácido hidrociânico (HCN), que decrescem a atividade de

patógenos e/ou microrganismos deletérios, consequentemente, aumentam o

crescimento das plantas e são exemplos de promoção indireta pelo controle

biológico (Kloepper, 1993).

Uma padronização dos termos empregados na ampla literatura

envolvendo estas bactérias é sugerido, pois os diversos termos empregados

6

como “rizobactérias promotoras de crescimento de plantas”, “bactérias

benéficas as plantas”, “RPCPs diretas e indiretas”, dentre outros menos

comuns, tem gerado confusão entre os pesquisadores. Os autores sugerem os

termos “Bactérias promotoras de crescimento de plantas”-BPCPs (englobaria

também as bactérias habitantes da filosfera) e “BPCPs-biocontroladoras”

(bactérias com mecanismos de ação de promoção de crescimento e de

supressão de patógenos (Bashan & Holguin, 1998).

A maioria das estirpes de RPCPs documentadas até então, pertence aos

gêneros Pseudomonas (gram-negativas) e Bacillus (gram-positivas). Sendo

que, dentre o gênero das Pseudomonas, o maior número das espécies refere-

se ao grupo das fluorescentes.

Pseudomonas spp. fluorescentes também estão envolvidas na

conservação do ambiente. Seus metabolismos de carbono e energia são

responsáveis pela dissimilação de nitrato e degradação de compostos

xenobióticos. A diversidade metabólica das Pseudomonas spp. fluorescentes,

dá à estas bactérias uma grande habilidade para adaptação a vários

ambientes, tais como solo e rizosfera (Latour & Lemanceau, 1997).

2. Taxonomia de Pseudomonas

O gênero Pseudomonas compreende um taxon de organismos muito

versáteis metabolicamente, capazes de utilizar uma grande variedade de

compostos orgânicos simples ou complexos. Consequentemente, eles estão

distribuídos por solos e água, sendo importantes como patógenos de plantas,

animais e humanos, com algumas estirpes relacionadas à promoção de

crescimento de plantas e biocontrole de fitopatógenos.

O gênero Pseudomonas Migula 1894 foi originalmente estabelecido

baseado em características morfológicas e metabolismo celular. O

reconhecimento de que trata-se de um gênero bastante heterogêneo e as

subsequentes reorganizações taxonômicas, são resultados de estudos

moleculares por muitos anos. Reconhece-se, atualmente, como Pseudomonas

(stricto sensu), apenas as espécies que se agrupam com P.aeruginosa e P.

fluorescens no grupo I de homologia DNA-rRNA (Pallleroni et al., 1973) e

7

subclasse γ das Proteobacteria (Woese, 1987), com pelo menos 30 espécies

validadas.

Com base nas caractéristicas fenotípicas, as espécies do gênero

Pseudomonas do grupo I DNA-rRNA, são divididas em dois grupos distintos,

segundo suas propriedades de produzir pigmentos fluorescentes (pioverdinas)

ou de acumular nas células inclusões de poli-α-hidroxibutirato (não-

fluorescentes) (Kimura & Ribeiro, 1994). No entanto, muitas dúvidas ainda

permanecem quanto à taxonomia deste gênero.

3. Colonização da rizosfera

A influência das raízes e as modificações bioquímicas e físicas

ocasionadas pela presença destas, promovem habitats especializados para os

microrganismos do solo. A rizosfera, como definido por Hiltner (1904) e citado

por Lynch (1990), é a região do solo sob influência das raízes. Alguns autores a

dividiram em: endorrizosfera (várias camadas dos tecidos da raiz); rizoplano

(superfície bidimensional da raiz) e ectorrizosfera (representando o solo

adjacente à raiz) Kloepper, 1996).

Uma extensiva colonização é essencial para alcançar um eficiente

controle biológico e estimular o crescimento das plantas. A colonização da

rizosfera deve-se a uma maior disponibilidade de nutrientes em relação ao solo

não-rizosférico. Esta disponibilidade é resultado da translocação de

fotosssintatos da parte aérea das plantas, via floema, para as raízes, onde

sustentam os processos biossintéticos, sendo uma parte liberada para o solo

rizosférico. A quantidade de fotossintatos rizodepositados é variável em função

da espécie vegetal e dos fatores ambientais, sendo os valores mais comuns

entre 10 e 100 mg de carbono/grama de raiz seca ou, aproximadamente, 20%

dos fotossintatos (Whipps, 1985).

O efeito da rizosfera sobre as bactérias não é específico, havendo a

presença de diferentes grupos morfológicos, fisiológicos e taxonômicos.

Entretanto, as bactérias gram-negativas compõem uma grande percentagem

da rizosfera, devido à suas altas taxas de crescimento, respondendo a adição

8

de ácidos aminados e açúcares solúveis, produzindo ácido por adição de

glicose e sendo resistentes à antibióticos (Alexander, 1977).

Os microrganismos colonizam apenas 7 a 15% da superfície das raízes

e se localizam, principalmente, nas regiões de ramificações e partes mais

velhas da raiz. Ecologicamente são agrupados em: oportunistas (predominando

nas raízes mais novas, com crescimento rápido, alta capacidade competitiva e

população de pequeno tamanho) e estrategistas (com maior tamanho de

população, alta longevidade, baixa mortalidade e crescimento lento, são muito

especializados e predominam nas raízes mais velhas) (Siqueira & Franco,

1988).

A quimiotaxia contribui para o estabelecimento da colonização da

rizosfera de Pseudomonas (Scher et al., 1985, De Weger et al. 1987). Alguns

pesquisadores também mostraram a influência de aglutininas, quando uma

linhagem de P. putida aderiu-se à s raízes de feijão e pepino, através de seu

complexo de glicoproteínas. Essas evidências foram comprovadas com a

obtenção de mutantes negativos para aglutinação. Comparados à linhagem

nativa, os mutantes negativos aderiram-se à s raízes em menor extensão,

colonizando-as moderadamente e levando a uma menor proteção de plantas

de pepino contra Fusarium oxysporum (Tari & Anderson, 1988).

Algumas estirpes de Pseudomonas possuem polissacarídeos com

longas cadeias laterais de O-antigênico. Observaram-se que mutantes não

produtores destas cadeias laterais, não diferiram das linhagens selvagens com

relação ao ataque à partículas de sefadex ou raízes esterilizadas de batata.

Enquanto outros pesquisadores observaram resultados contrários à acertiva

acima (Broek & Vanderleyden, 1995). Estes achados conflitantes podem ser

atribuídos a possíveis diferenças nos isolados bacterianos, na espécie de

planta e nas condições físicas do solo, particularmente a umidade (De Weger

et al., 1987; Melo, 1998b).

A motilidade foi uma característica essencial para a colonização

competitiva nas raízes, quando um mutante não-móvel de Pseudomonas

putida, inoculado em raízes de espinafre, juntamente com a estirpe selvagem,

demonstrou que a sua população no rizoplano foi muito inferior a da estirpe

móvel (Sakai et al., 1996). No entanto, em outros trabalhos constatou-se que

mutantes imóveis foram capazes de colonizar as raízes de forma semelhante

9

as linhagens nativas, de onde se concluíu que a motilidade não foi essencial

neste processo (Howie et al., 1987; Scher et al., 1988). Vê-se, portanto,

necessidade de maior aprofundamento neste tema.

Para prover um efetivo biocontrole, a bactéria da rizosfera precisa estar

presente nas raízes no lugar certo (abaixo da coifa), no tempo certo (antes do

patógeno causar dano extensivo) e em quantidade suficiente. Como exemplo,

pode-se citar a habilidade de estirpes de Pseudomonas fluorescens em

supressionar a doença ‘take–all’ em trigo que foi diretamente proporcional à

sua densidade populacional (Raaijmakers et al, 1999, mencionado por Haas et

al., 2000).

4. Promoção de crescimento

Nos referimos aqui, ao crescimento e desenvolvimento das plantas de

forma geral, incluindo os efeitos benéficos na germinação de sementes,

emergência de plântulas, comprimento de ramos e tamanho e produção de

grãos e frutos. Assim, como exemplo dos efeitos de RPCPs na produtividade,

podemos citar aumentos de 33% na produção de ervilha e de até 150% em

plantas de rabanete com inoculação de Pseudomonas spp. (Parke et al., 1991;

Kloepper & Schorth, 1981).

Sementes de arroz, amendoim e quiabo foram inoculadas com espécies

de Pseudomonas spp. fluorescentes isoladas do rizoplano de arroz e pimentão,

respectivamente. A germinação das sementes aumentou com a inoculação da

espécies, sendo maior em amendoim. O comprimento dos ramos e raízes,

crescimento das plântulas e produção das culturas também aumentou com a

inoculação (Dileep et al.;1998).

Experimentos em condições controladas e em condições de campo

mostraram aumento da emergência de plântulas em até 100% ocasionadas por

P. fluorescens e P. putida. Essas bactérias, têm aumentado a emergência de

plântulas, principalmente em condições de baixa temperatura do solo (Kloepper

et al., 1986). Uma linhagem de P. aeruginosa e uma de P. fluorescens

induziram aumento na germinação de sementes que haviam sido submetidas

por 10 dias à condições de baixa temperatura. Plantas originadas de sementes

10

bacterizadas com Pseudomonas, submetidas a um período de frio, tiveram um

conteúdo de matéria seca superior ao controle. A promoção da emergência de

plântulas foi atribuída a produção de antibióticos por estas bactérias (Hofte et

al., 1991).

Rizobactérias isoladas do rizoplano de milho de inverno, cv. Piranão de

inverno – ESALQ, ou seja, variedade com antocianina nas folhas, plantada sob

condições de baixa temperatura (16oC), foram selecionadas visando obter

bactérias que aumentassem a germinação de sementes, por ocasião do plantio

de inverno. Observou-se que cerca de 72% dos isolados bacterianos,

principalmente do gênero Pseudomonas spp., aumentaram a germinação de

sementes em 31% (Melo & Lucon, 1995).

Três isolados de P. aeruginosa, quando aplicados em bacterização do

substrato e da semente, mostraram aumento da emergência e peso seco das

plântulas, além de antagonismo à P. solanacearum. Porém, por serem

patogênicas à homens e animais não se recomenda o seu uso em controle

biológico de doenças (Peixoto et al., 1995).

Porém, nem sempre os efeitos benéficos da utilização destas estirpes

reflete-se em melhoria no crescimento e produção das culturas. Pseudomonas

spp. fluorescentes obtidas da rizosfera de algodão, milho, soja e tomate, foram

inoculadas em sementes de algodão, por bacterização. Alguns isolados

diminuíram significativamente a porcentagem de sementes portadoras de

Fusarium spp., sendo que agerminação e emergência das plântulas não

diferiram da testemunha (Pizzinatto & Freitas, 1996).

Os mecanismos de ação responsáveis pela produção de crescimento

em plantas, podem estar ligados inicialmente à inibição do patógeno, ou seja,

beneficiando o crescimento vegetal de forma indireta. Muitas vezes é difícil

reconhecer os mecanismos e relacioná-los à promoção direta de crescimento,

visto que mais de um mecanismo é produzido pela bactéria.

11

5. Mecanismos de ação

Compostos como sideróforos, reguladores de crescimento e centenas de

diferentes metabólitos secundários, incluindo antibióticos e HCN são

produzidos por Pseudomonas spp. fluorescentes.

Mas em que condições as moléculas precursoras são canalizadas para

a biossíntese de metabólitos secundários ao invés de direcioná-las ao

metabolismo primário? O termo ‘idiofase’ refere-se a uma peculiar fase onde os

microrganismos produzem os metabólitos secundários e distingue-se da

‘trofofase’ (nutricional), quando os microrganismos devotam seus metabolismos

à síntese máxima de componentes celulares e ao crescimento. A ‘idiofase’ é

caracterizada pelo crescimento não–exponencial, tipicamente causada por

limitações nutricionais do ambiente e alta densidade de células (Haas et al.,

2000).

Quando tais limitações se fazem presentes, estes mecanismos de ação,

que estimulam o crescimento direto ou indireto, são produzidos.

5.1 Produção de antibióticos

A antibiose é a produção de compostos bactericidas, fungicidas ou

micostáticos e nematicidas. Substâncias produzidas pelas RPCPs já foram

isoladas e algumas identificadas. Os antibióticos são compostos orgânicos de

baixo peso molecular que, em baixas concentrações, são deletérios ao

crescimento ou à atividades metabólicas de outros organismos (Fravel, 1988).

Existe uma grande diversidade de antibióticos produzidos pelas

diferentes estirpes de Pseudomonas. Compostos como fenazinas,

pioluteorinas, pirrolnitrinas, tropolonas, piocianinas e 2,4 diacetilfloroglucinol

têm sido isolados de Pseudomonas spp. do solo. Estes, juntamente com os

sideróforos e HCN, parecem ser derivados do ácido corísmico, um

intermediário da rota do ácido chiquímico (Campbell et al., 1993). Alguns

compostos, como as tropolonas, tem amplo espectro de ação, o que pode não

ser desejável por eliminar outros organismos benéficos (Botelho, 1996).

12

Embora o mecanismo pelo qual o composto 2,4 diacetilfloroglucinol (Phl)

inibe o crescimento de fungos não esteja claro, várias hipóteses são cogitadas.

Certas espécies de plantas produzem floroglucinóis, que são depositados

externamente nas superfícies dos tecidos das plantas e podem estar

envolvidos na defesa da planta contra a invasão de patógenos. O 2,4

diacetilfloroglucinol é um membro da classe de compostos floroquinolina e

pode atuar na ruptura da membrana do fungo. Por outro lado, a produção de 2,

4 diacetilforoglucinol por bactérias pode ativar a indução de resistência

sistêmica. Esta hipótese é baseada na observação de que a presença de Phl

na rizosfera inibiu a podridão preta de raiz, causada por Thielaviopsis basicola,

sem redução drástica da população do fungo (Pierson, 1998).

A produção de Phl por P.aureofaciens Q2-87 é seu principal mecanismo

de inibição patogênica. Um mutante negativo na produção de Phl (Phl-) foi

criado por mutação Tn5 e, subsequentemente, mostrou ter perdido a habilidade

de inibir Gaeumannomyces gramicis var. tritici “in vitro”. A região do genoma de

Q2-87 que contém a inserção Tn5 foi subclonada e usada para identificar três

cosmídeos contendo DNA homólogo de uma biblioteca genômica de Q2-87.

Dois dos três cosmídeos foram hábeis para complementar vários mutantes Phl–

para a produção de Phl e a inibição ao fungo voltou a ser observada (Vicent et

al., 1991).

No entanto, a pirronitrina (Prn), sintetizada a partir do triptofano, inibi o

crescimento, mas não mata o organismo alvo, provavelmente, interferindo na

função normal da membrana (Pierson, 1998).

Mutagênicos químicos foram usados para criar mutantes de P.

fluorescens BL915 negativos para a produção de pirrolnitrina. Um dos mutante

(2-1), foi inábil à inibição de R. solani “in vitro”. Um fragmento 4,9 kb HindIII-

EcoRI do cosmídeo pANT9 de uma biblioteca genômica de BL915 restaurou a

produção de Prn e a supressão da doença para o mutante 2-1 (Gaffney et al.,

1994).

Outros compostos têm mostrado diferentes graus de especificidade e

podem ser efetivos contra alguns organismos fitopatogênicos, como por

exemplo, a pioluteorina de Pseudomonas spp. fluorescentes, que foi efetiva no

controle de “damping-off” de algodão, causado por Phytium, enquanto a

pirrolnitrina, de outra Pseudomonas, foi mais eficiente contra Rhizoctonia solani

13

(Howell & Stipanovic, 1980). Isolados de Pseudomonas spp. produzindo 2,4

diacetilfloroglucinol (Phl), foram superiores no controle de Fusarium em tomate

e Pythium, causando “dampping off” em pepino, do que aqueles produzindo

pioluteorina (Plt) em adição ao 2,4 diacetilfloroglucinol (Phl) (Sharifi-Tehrani, et

al.; 1998).

Fenazinas são moléculas heterocíclicas contendo nitrogênio, das quais

mais de 60 diferentes derivados têm sido identificados. A produção de fenazina

por P.aureofaciens 30-84 contribui para sua competitividade ecológica com

outros microrganismos nativos (Mazzola et al., 1992). Baseado na análise

funcional dos genes phz de algumas espécies, é sugerido que espécies

diferentes de Pseudomonas spp. fluorescentes tem sistemas genéticos

similares que conferem a habilidade para sintetizar fenazina-1- carboxilato

(PCA) (Mavrodi et al., 1998).

A inibição do crescimento de Phoma betae (Pleospora betae) e R.

solani, isoladas de sementes e raízes de beterraba, foi obtida através de

inoculação com Pseudomonas spp. fluorescentes, associadas à produção de

fenazina (Lovic et al.; 1993).

A frequência de Pseudomonas spp. fluorescentes produzindo

floroglucinol e fenazina foi determinada em raízes de trigo crescido em 3 solos

supressivos para a doença “take-all” (causada por Gaeumannomyces graminis

var. tritici) e em 4 solos condutivos. Estirpes produzindo fenazina não foram

detectadas em raízes de nenhum dos solos. Todavia, Pseudomonas spp.

fluorescentes foram isoladas de todos os três solos supressivos à densidades

variando de aproximadamente 5x105 to 2x106 unidades formadoras de

colônias/g de raiz. Nos solos condutivos, Pseudomonas spp. produzindo Phl

não foram detectados ou foram detectados em densidades pelo menos 40

vezes menor que aqueles nos solos supressivos. Isto sugere que as

Pseudomonas spp. fluorescentes produtoras de Phl têm um importante papel

na natureza supressiva desses solos para “take-all” de trigo. Análises de PCR e

hibridização por ‘southern blot’ demonstraram que genes específicos dentro

dos loci biossintéticos para Phl e fenazina são conservados entre várias

estirpes de Pseudomonas largamente distribuídas (Raaijmakers et al.; 1997).

Observou-se em estudo com isolados de Pseudomonas spp

fluorescentes da rizosfera de beterraba, o envolvimento de viscosinamida, um

14

antibiótico lipopeptídico, além do 2,4 diacetilfloroglucinol e endoquitinase, na

ação antagonista de algumas estirpes à ‘damping-off’ (Phytium ultimum e

Rhizoctonia solani) (Nielsen et al., 1998).

Várias Pseudomonas spp. fluorescentes importantes no controle

biológico produzem sinais N-acil-homoserinas-lactonas (N-acil-HSL) que

regulam genes, que por sua vez, codificam produtos envolvidos na supressão

de patógenos. Esses sinais regulam a expressão da amplitude de várias

características bacterianas envolvida nas interações entre microrganismos e

hospedeiro-microrganismo. Todavia, para bactérias patogênicas, pouco é

conhecido a respeito da regulação do gene mediado por N-acil-HSL em

bactérias do controle biológico. O papel do N-acil-homoserina lactonas (N-acil-

HSL) é considerada na regulação do antibiótico fenazina, no controle biológico

por Pseudomonas spp. fluorescentes (Pierson et al., 1998).

5.2 Sideróforos

Os sideróforos são compostos de baixo peso molecular, queladores de

ferro, produzidos pela maioria das bactérias e fungos sob condições limitantes

desse elemento.

Embora o ferro seja abundante em solos aerados (1-6%), é

frequentemente indisponível para as plantas devido a sua solubilidade, que é

dependente do pH e controlada pela baixa solubilidade dos óxidos de ferro. A

disponibilidade do ferro para as raízes das plantas pode assim, depender de

quelantes orgânicos que manteriam um adequado suprimento de ferro por

difusão e fluxo de massa em concentrações tão baixas como 10-8 M (Powell et

al., 1980).

À medida em que o pH do solo decresce, a disponibilidade de ferro

aumenta e os sideróforos se tornam menos efetivos. O nível crítico de ferro,

necessário para provocar a supressão do crescimento de um patógeno fúngico

por parte de uma linhagem de P. putida, é menor que 10-6 mol m-3 (Simeoni et

al., 1987, citado por Melo, 1998b).

Um aspecto comum a todos os sideróforos é que formam complexos

octaédricos com o Fe+++ e são agrupados pelo tipo estrutural (hidroximatos e

fenolatos/catecolatos). De fato, quase todas as bactérias aeróbias e anaeróbias

15

facultativas produzem sideróforos, diferindo, contudo, na eficiência de

produção. As espécies pertencentes ao grupo das Pseudomonas spp.

fluorescentes produzem sideróforos verde-amarelados, fluorescentes, solúveis

em água, como a pioverdina, cujo nome comum é pseudobactina, que

apresenta alta afinidade com Fe+++ e transporta esses elemento para o interior

das células. Dessa maneira, os microrganismos fixam Fe+++ , tornando-o

menos disponível a outros incapazes de produzir agentes similares de

transporte de ferro, ou cuja produção é comparativamente menor, ou ainda que

produzam sideróforos que têm menos afinidade por ferro que as RPCPs. Assim

a população destes microrganismos é reduzida e um ambiente mais favorável

para o crescimento das raízes é criado (Kloepper et al., 1980a; Luz, 1996).

Outros sideróforos, além da pioverdina, atuando na supressão de ‘damping-off’

em tomate, como o derivado de salicilato, pioquelina e ácido salicílico (Buysens

et al., 1996).

Um estudo sobre os mecanismos pelos quais a expressão gênica

controla o ferro, envolvido no metabolismo de pioverdina em Pseudomonas

aeruginosa mostrou que a transcrição desses genes foi reprimida pela

presença de ferro no meio de crescimento. Três promotores desses genes

foram clonados e a atividade desses promotores mostrou-se dependente da

quantidade de ferro no meio de cultura (Rombel et al.; 1995).

Foi observado também homologia do DNA entre os genes de síntese de

sideróforos no patógeno oportunista animal Pseudomonas aeuruginosa, e 3

espécies associadas à plantas, P. siringae, P. putida e Pseudomonas sp. B10,

sendo consistente com a hipótese de que os genes de síntese de diferentes

sideróforos tem o envolvimento de um mesmo conjunto ancestral de genes

(Rombel & Lamont; 1992).

Estudos para comprovar se a supressão de doenças era causada pela

produção de sideróforos e/ou antibióticos já foram bem documentados.

Kloepper et al. (1980b) demonstraram em experimentos controlados, que a

adição de ferro, na forma de etilenodiamina tetracetato de Fe+++ (Fe EDTA),

aboliu a ação antagonística “in vitro”. Observaram, também, que o sideróforo

pseudobactina, purificado de P. fluorescens. B-10, exibiu atividade

bacteriostática contra Erwinia carotovora, fato que não ocorreu com a

pseudobactina-férrica, sideróforo complexado com ferro. Observaram também,

16

que o sideróforo pseudobactina induziu um aumento significativo no

crescimento de plantas de batata, enquanto que o sideróforo complexado com

FeEDTA não foi capaz. Evidenciando assim, um mecanismo de ação através

da produção de sideróforos, demonstrando a sua capacidade de sequestrar o

Fe +++ da rizosfera (Kloepper et al., 1980a).

O complexo Fe-sideróforo pode ser específico para o organismo que o

produziu. Desta forma, pode ser restringido o crescimento de fungos e

bactérias, havendo controle das populações microbianas pelo organismo

produtor. Entretanto, sabe-se que algumas estirpes de Rhizobium meliloti são

capazes de utilizar sideróforos produzidos por outras. Os sideróforos

produzidos são idênticos ou suficientemente similares em estrutura para serem

transportados pelo sistema de transporte de membranas de cada estirpe e a

utilização de um sideróforo está correlacionada com a presença de proteínas

específicas da membrana externa (Reich & O’Connell (1993), citados por

Botelho, 1996).

Entretanto, muito pouco é conhecido sobre os efeitos causados na

obtenção de ferro pela planta. Um grande número de trabalhos mostra que os

vegetais superiores são capazes de obter ferro dos sideróforos de

microrganismos (Cline et al., 1984).

A planta também pode contribuir com sideróforos, dos quais se

beneficiaria os microrganismos da rizosfera. Um fitosideróforo foi estudado

como uma fonte de ferro para Pseudomonas spp. fluorescentes na rizosfera. O

55Fe suprido como Fe-fitosideróforo foi absorvido por isolados de

Pseudomonas putida, crescendo sob condições de deficiência de ferro. A

adsorção diminuiu quando as bactérias foram crescidas em presença de ferro.

Todavia, nenhuma diferença na absorção foi observada quando um mutante

deficiente em sideróforo foi testado (Marschner & Crowley, 1998).

5.3 Produção de ácido hicrociânico (HCN)

A produção de HCN pelas RPCPs parece ser um fenômeno bastante

comum. Este metabólito, derivado da glicina, além de apresentar propriedades

inibidoras de patógenos, também pode promover o crescimento das plantas

diretamente, aumentando o desenvolvimento dos pêlos radiculares (Luz, 1996).

17

As Pseudomonas spp. fluorescentes da rizosfera diferem em suas

habilidades de produzir HCN. De 30 isolados testados, apenas um isolado de

Pseudomonas putida foi produtor de HCN, promovendo a acumulação de

fenólicos e fitoalexinas em cotilédones de Phaseolus vulgaris (Zdor &

Anderson; 1991).

Aproximadamente 12% dos isolados de Pseudomonas spp.

fluorescentes, de rizosfera de Lotus cornicutatus avaliadas “in vitro” contra os

fungos fitopatógenos Pythium ultimum e Rhizoctonia solani,. inibiram um ou

ambos os fungos. Dos isolados selecionados “in vitro”, três estirpes de

Pseudomonas fluorescens produziram HCN e sideróforos, mas a adição de

ferro ao meio não afetou a atividade antagônica, além disso enzimas líticas tais

como quitinases e beta 1,3 glucanase também não foram detectadas,

sugerindo como principal mecanismo de ação a produção de HCN (Bagnasco

et al., 1998).

Por outro lado, alguns investigadores têm postulado que a produção de

HCN pode ser realizada também, por rizobactérias deletérias, que podem,

assim, restringir o crescimento das raízes de batata, sendo, portanto,

responsáveis pelo decréscimo de rendimento da cultura com rotações curtas.

De acordo com esta teoria, a produção de HCN pelas rizobactérias deletérias é

realizada através da competição por Fe+++, mediada por sideróforos, requerido

para a produção de HCN (Bakker et al., 1989; Schippers et al., 1991).

5.4 Produção de reguladores de crescimento

Reguladores de crescimento de plantas são substãncias orgânicas que

influenciam os processos fisiológicos de plantas em baixas concentrações. A

produção de reguladores de crescimento como metabólitos microbianos no

solo está diretamente ligada à disponibilidade de substratos, incluindo

exsudatos de plantas e resíduos de animais. Os microrganismos produtores

exercem um importante papel no controle de seu próprio ambiente, afetando o

metabolismo da planta. Os microrganismos, por sua vez, afetam a composição

química de exsudatos liberados e, consequentemente, seu suprimento

nutricional (Melo, 1998b).

18

A maioria dos trabalhos da literatura sobre a influência das RPCPs, no

crescimento das plantas, atribui esse fenômeno a um efeito indireto associado

ao controle biológico de patógenos secundários (Kloepper et al., 1980b,

Kloepper & Schroth, 1981). No entanto, em alguns trabalhos, observou-se que

a promoção de crescimento de plantas, por RPCPs, também tem sido

relacionada a produção de giberilinas (Holl et al., 1988), auxinas (Boronin et al.,

1993) e ácidos lático e succínico (Yoshikawa, 1993).

Observou-se também, estímulo de crescimento e produção de várias

culturas em casa de vegetação e em experimentos de campo em resposta à

inoculação de Pseudomonas fluorescens, que foram atribuídos aos efeitos da

produção de fitohormônios por parte do inoculante (Höflich, 1992). Também foi

observado produção de substâncias tipo AIA (ácido indol acético) “in vitro” e na

rizosfera das plantas de trigo em ‘vaso de Leonard’ (Freitas & Germide, 1992).

As Pseudomonas spp. fluorescentes produziram AIA em resposta aos

exsudatos de raiz de milho (Benizri et al., 1998; Pan et al., 1999).

5.5 Competição por substrato e exclusão de nicho

A exclusão competitiva de organismos deletérios por Pseudomonas na

rizosfera, é um dos modos de ação de supressão de doenças deste gênero.

Este mecanismo tem sido apontado como sendo o responsável pelo

biocontrole de Phytium e Fusarium (Rovira et al., 1990; Elad & Chet, 1987).

O fenômeno da exclusão de nicho é verificado com espécies de

Pseudomonas, já que estas, por suas altas variabilidades metabólicas

predominam sobre os microrganismos que colonizam nichos específicos nas

raízes, fenômeno observado em batata e em beterraba açucareira (Burr et al.,

1978; Kloepper et al., 1980b).

19

5.6 Mineralização de nutrientes

A elevação da disponibilidade de fósforo tem sido creditada a certas

RPCPs, aumentando o crescimento por estímulo da absorção desses

elemento.

Verificou-se, em estudo onde a hidroxiapatita foi usada para avaliar o

efeito da inoculação de sementes com Pseudomonas spp., que a quantidade

de hidroxiapatita dissolvida pela bactéria não diferiu significativamente do

controle não inoculado. Em outro trabalho, no entanto, observou-se a absorção

de fósforo pela inoculação das sementes com P.putida (Lifishitz et al., 1987).

Rodrigues & Fraga (1999) citam que estirpes do gênero Pseudomonas,

Bacillus e Rhizobium estão entre as bactérias com maior potencial de

solubilização de fósforo.

5.7 Parasitismo

A lise por enzimas hidrolíticas excretadas pelos microrganismos é um

aspecto do micoparasitismo. Quitinase e β-1,3 glucanase (laminarinase) são

enzimas importantes no controle de fungos, devido à s suas habilidades de

degradar os componentes das paredes celulares daqueles microrganismos.

Algumas RPCPs têm sido mostradas como produtoras de enzimas líticas,

como quitinases (Ordentlich et al., 1987).

Foi verificado em experimento em condições de casa de vegetação, que

Burkholderia cepacia (Pseudomonas cepacia), produzindo β-1,3 glucanase,

diminuiu a incidência de doenças causadas por Rhizoctonia solani, Sclerotium

rolfsii e Phytium ultimum em 85, 48 e 71%, respectivamente (Fridlender et al,

1993).

5.8 Aumento da nodulação de rizóbios

Algumas estirpes de RPCPs têm sido apresentadas como promotoras da

nodulação simbiótica por espécies de rizóbios fixadores de nitrogênio em

leguminosas em experimentos de campo (Burns et al., 1981; Turner &

Backman, 1991).

20

Os mecanismos propostos pelos quais as RPCPs podem aumentar a

nodulação de Rhizobium são: produção de proteínas de ligação na membrana

celular (Burns et al., 1981), produção de agentes antimicrobianos (Li &

Alexander, 1988), estímulo da colonização de raízes por fungos micorrízicos,

que resultam em mudanças nas morfologia das raízes (Meyer & Linderman,

1986).

A coinoculação de RPCPs e Bradyrhizobium apresentou um aumento na

nodulação e fixação de nitrogênio em soja à temperatura subótima da zona

radicular. O efeito das diferentes estirpes variou com a temperatura da zona

radicular. O aumento na nodulação da soja devido à RPCPs foi atribuído, em

grande parte, à melhor performance fisiológica das plantas (Zhang et al., 1997).

5.9 Indução de resistência

A indução de resistência pode ser definida como um processo de defesa

ativa da planta, em que esta utiliza múltiplos mecanismos induzidos

sistemicamente por agentes bióticos e abióticos, e que se apresenta eficiente

contra uma variedade de patógenos de plantas (Luz, 1996).

Embora a competição por Fe pareça ser o principal modo de ação de

Pseudomonas spp. fluorescentes contra Fusarium oxysporum, observou-se

que a competição não poderia levar em conta todos os dados experimentais de

controle da murcha de fusarium em cravo. Os autores consideraram a hipótese

de que a estirpe WCS417 de P. fluorescens poderia melhorar a resistência da

planta hospedeira (Van Peer et al.,1990). Com a separação física da estirpe de

Pseudomonas spp. fluorescentes na raiz, e o patógeno F. oxysporum sendo

inoculado no caule, não é possível atribuir os efeitos benéficos observados à

interação microbiana. Além disso, uma acumulação aumentada e acelerada de

fitoalexina no caule de cravo pré-inoculado com a bactéria foi observado (Van

Peer et al., 1991). A indução de resistência sistêmica (IRS) por Pseudomonas

putida e outras RPCPs. foi observada também promovendo crescimento em

plantas de pepino e reduzindo significativamente a severidade de

Pseudomonas syringae pv. lacrrymans e Colletotrichum orbiculare (Wei et al.,

1996).

21

A indução de resistência sistêmica também foi observada em pepino e

em tomate contra ‘Vírus do Mosaico do Pepino’ por Pseudomonas spp.

fluorescentes e outras RPCPs (Raupach et al., 1996).

Os mecanismos propostos para indução de resistência sistêmica das

plantas pelas RPCPs incluem vários processos bioquímicos, tais como:

aumento da produção das proteínas solúveis em ácido (Zdor & Anderson,

1992), acúmulo de fitoalexinas (Van Peer et al., 1991), lignificação (Hoffland &

Bik, 1993), ácido salicílico em baixa concentração de ferro (Leeman, 1995a),

estímulo da atividade da peroxidase (Wei et al.,1996) e cadeia lateral

antigênica-O de lipossacarídeos de membrana externa (Leeman et al, 1995c).

A indução por resistência parece ser dependente da estirpe, já que as P.

fluorescens WCS417 e WCS374 induziram resistência em rabanete, enquanto

P. putida WCS358 foi ineficiente em rabanete (Leeman et al., 1995b) e em

cravo (Diujff et al., 1993).

Trabalhos recentes mostram que a indução de resistência sistêmica

mediada por RPCPs apresenta-se bastante parecida com os trabalhos

clássicos. Neste caso, os sistema de resistência sistêmica (SRI) requeriria

indução via pré-inoculação com patógenos fracos, o que, em última análise,

dificultaria o desenvolvimento de formulações comerciais. Já o SRI mediado

por RPCPs poderá ser utilizado via produção de inoculantes para o controle

efetivo de doenças de plantas (Melo, 1998b).

A maioria das RPCPs, apresenta vários mecanismos de ação.

Mecanismos múltiplos foram observados em P. putida e em P. fluorescens.

Uma das estirpes testada de P. putida apresentou capacidade de solubilizar

fosfato, produziu sideróforo, estimulou a germinação de sementes e aumentou

o crescimento das plantas em condições estéreis, além de produzir um nível

baixo de AIA (Boronin et al., 1993). A estirpe BK8661 de Pseudomonas putida,

que produz sideróforos, antibióticos e HCN suprimiu o crescimento de Septoria

tritici e Puccinia recondita f. sp. tritici ‘in vitro’ e em folhas de trigo (Flaishaman

et al.; 1996).

Ainda outros mecanismos são citados na literatura, como: detoxificação

do solo em volta das raízes (Walton & Anderson, 1990), aderência das RPCPs

à s hifas dos patógenos por interação de lectinas que inibem o crescimento

22

adicional do fungo (Nelson et al., 1986) e a inativação de estimulantes de

propágulos de fungos presentes no exsudato das raízes (Van Dijk, 1995).

6. Caracterização fenotípica e genotípica

Diversos esforços têm sido feitos para conhecer a diversidade das

populações nativas de Pseudomonas spp. fluorescentes no ambiente rizo e

filosférico das culturas agrícolas. Esses estudos visam a um aprofundamento

sobre as interações entre microrganismos, entre microrganismos-plantas e

sobre a interferência dos fatores bióticos e abióticos, para então, viabilizar a

utilização do potencial natural das RPCPs.

A abundância e a composição de espécies de Pseudomonas spp.

fluorescentes saprofíticas foram estudadas na rizosfera de milho, girassol e

alfafa (Emnova et al.; 1995); arroz (Zeigler & Alvarez; 1990); filosfera de

beterraba (Rainey et al; 1994) e outras culturas (Tzeng et al.; 1994).

Na verdade, estes são os primeiros passos para a seleção de

microrganismos com potencial de utilização na agricultura ou em

biorremediação. Após testes bioquímicos, fisiológicos e de patogenicidade, os

isolados microbianos mais promissores como RPCPs e biocontroladores são

inoculados em plantas, via semente (bacterização), tratamento das raízes ou

injeção no caule ou raízes (Chen et al.; 1992) ou manipulados geneticamente,

objetivando aprofundamento sobre os mecanismos de ação ou introdução

destes microrganismos geneticamente modificados no ambiente.

7. Melhoramento genético

A maioria dos agente de controle biológico e biorremediação, que têm

sido descritos até então, são de ocorrência natural, ou seja, microrgansimos

indígenos. Estes continuaram por algum tempo a ser a fonte principal de

agentes de biocontrole potencialmente efetivos. Todavia, no futuro, a

23

manipulação genética e o melhoramento das estirpes selvagens, trarão muitos

avanços no controle biológico.

Uma vez que uma estirpe seja selecionada, é possível produzir estirpes

superiores por modificações genéticas. Tais modificações são mutações não-

específicas (com indução por irradiação, químicos ou inserção de plasmídeos),

recombinação sexual ou assexual do genoma das duas estirpes parentais, ou

transformação sítio- específico (Harman & Lumsden, 1990).

As recombinações sexuais ou assexuais permitem a recombinação dos

genomas de duas estirpes. Quando as estirpes são identificadas com

atividades complementares específicas (habilidade para controlar diferentes

patógenos ou melhorar a habilidade de competir eficazmente com a microflora

nativa), uma estratégia utíl pode ser combinar essas estirpes e gerar um

microrganismo com características desejavéis (Harman & Lumsden, 1990).

As mutações de inserção têm sido bastante usadas para inativar genes

específicos nas bactérias. Usando os mutantes negativos para a produção de

antibióticos fenazinas e pirrolnitrina, foi possível demonstrar a ação destes no

antagonismo à fitopatógenos (Thomashow & Weller, 1988; Gaffney et al.,

1994).

A recombinação de DNA já está sendo utilizada para a introdução de

genes que codificam endotoxinas (genes TOX-cry) de Bacillus thuringiensis,

em Pseudomonas fluorescens, para superar as limitações econômicas e

biológicas no controle de insetos que são pragas de solo, mostrando até então,

bons resultados (Botelho, 1996).

8. Considerações finais

Muito se tem avançado nestas últimas décadas, nos estudos sobre a

utilização de RPCPs e seus mecanismos de ação, graças à s técnicas de

biologia molecular. Sabemos, no entanto, que muito há ainda a se

compreender das interações microrganismo- hospedeiro -ambiente.

24

Devido à complexidade dos fatores bióticos e abióticos envolvidos e a

necessidade imperativa de conservar-se os recursos naturais, o emprego das

RPCPs deve ser criteriosamente orientado por estudos ecológicos.

Desta forma, um dos meios mais racionais de controle biológico seria o

manejo da microflora epífitica associada à s plantas. Isto se dá pela utilização

de práticas agrícolas conservacionistas, aumentando o teor de matéria

orgânica, melhorando a estrutura, aeração e teores de umidade dos solos, ou

seja, proporcionando ao agroecossistema, condições para exercer um controle

biológico natural.

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