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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES AVM – FACULDADE INTEGRADA PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU A UTILIZAÇÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO COMO VANTAGEM COMPETITIVA NA GESTÃO DE SUPRIMENTOS Marcelo do Couto ORIENTADOR: Prof. Nelsom Magalhães Rio de Janeiro 2016 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEIDE DIREITO AUTORAL

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1

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

A UTILIZAÇÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO COMO

VANTAGEM COMPETITIVA NA GESTÃO DE SUPRIMENTOS

Marcelo do Couto

ORIENTADOR:

Prof. Nelsom Magalhães

Rio de Janeiro 2016

DOCUMENTO P

ROTEGID

O PELA

LEID

E DIR

EITO A

UTORAL

2

Rio de Janeiro

2016

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

Apresentação de monografia à AVM como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Gestão de Compras e Suprimentos. Por: Marcelo do Couto

A UTILIZAÇÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO COMO

VANTAGEM COMPETITIVA NA GESTÃO DE SUPRIMENTOS

3

AGRADECIMENTOS

Agradeço a princípio a Deus que me permitiu a

inteligência.

Ao meu orientador pelas orientações precisas em

todos os momentos solicitados.

4

DEDICATÓRIA

À minha família pela base sólida que sempre me

deu força para encarar a vida de frente.

À minha filha fonte de inspiração para todas as

minhas conquistas.

À minha esposa que soube tão bem compreender

os meus momentos de ausência em função deste

trabalho.

5

RESUMO

As grandes organizações utilizam estrategicamente as ferramentas

de Tecnologia da Informação (TI) para adquirir vantagem competitiva na gestão

de suprimentos. Mas, como obter esse diferencial competitivo? Para responder

a essa pergunta, efetuamos um estudo detalhado onde abordamos esse tema,

utilizando pesquisas bibliográficas em livros e autores.

6

METODOLOGIA

A investigação foi realizada por meio de pesquisa bibliográfica em

livros, artigos de revistas e internet.

O Estudo de caso é uma estratégia de pesquisa que busca examinar um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto, pois este é especialmente adequado ao estudo de processos à medida que eles se desenrolam na organização. (Roesch, 1996, p.155).

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

Ferramentas de Tecnologia da Informação 11

CAPÍTULO II

Como utilizar as ferramentas de TI 29

CAPÍTULO III

As estratégias de sucesso no uso da TI como diferencial competitivo na

Gestão de Suprimentos 32

CONCLUSÃO 37

BIBLIOGRAFIA 38

ÍNDICE 40

8

INTRODUÇÃO

A competição entre as cadeias de suprimentos é um dos fatores de

dinamização do ambiente de negócios, pois as obrigam a recorrer a diferentes

estratégias que auxiliem no seu desempenho para obter vantagem competitiva

sustentável (CHRISTOPHER, 1997). São muitas as estratégias utilizadas e

dentre elas a de ser enxuta e ou ágil e adaptativa (LEE, 2004), assim como

acompanharem as suas velocidades evolutivas setoriais (FINE, 1999), por tipo

de produtos (FISHER, 1997), variação e visibilidade da demanda, tipo de

concorrência, turbulências e mudanças bruscas que incidem num ambiente

dinâmico de competição.

Para obter essa vantagem competitiva, as empresas estão

recorrendo aos sistemas integrados de informação, buscando automatizar seu

processo produtivo.

Figura 1: Ballou, Ronald H, 2001, p 58.

Apesar disso, ainda há algumas barreiras a serem superadas para o

maior crescimento do mercado de Supply Chain Management (SCM). Entre

elas estão a falta de confiança nos fornecedores desse tipo de solução, os

altos custos de implementação e a falta de um claro entendimento sobre os

benefícios dessa ferramenta. Além do medo por parte dos clientes desse tipo

de solução de implantar o sistema, pois ele compartilha as informações

internas com clientes, fornecedores e com os parceiros.

F á b r i c a

T r a n s p o r t eA r m a z e n a m e n t o

C o n s u m i d o r

F o r n e c e d o rT r a n s p o r t e

A r m a z e n a m e n t o

T r a n s p o r t e

T r a n s p o r t e

I n f o r m a ç ã o

9

Visando superar esse problema cultural, evidenciamos as principais

tecnologias da informação utilizadas pelas empresas, incluindo vantagens e

desvantagens dessas ferramentas.

Contudo, apenas relacioná-la não é o suficiente. Precisamos

analisar o motivo pelo qual apenas algumas empresas conseguem vantagem

em seu nicho de negócio.

Logo, revelamos o segredo do sucesso das grandes organizações.

10

CAPÍTULO I

FERRAMENTAS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

1.1. Sistemas de Informação

Os Sistemas de Informação são os sistemas ou práticas utilizadas

pelas empresas para melhorar o seu desempenho incluindo ter um custo

operacional adequado, processos logísticos inteligentes e integração com

fornecedores e clientes através de ferramentas que serão discutidas ao longo

deste estudo.

Um dos fatores mais relevantes ao desenvolvimento dos processos administrativos é a aplicação de tecnologia de informação, proporcionando um grande aumento de eficiência. Tais sistemas abrangem todas as ferramentas que a tecnologia disponibiliza para o controle e gerenciamento do fluxo de informação de uma organização (BALLOU, 1993, p. 58).

Existem, no mercado, alguns tipos de ferramentas que facilitam e

tornam a informação mais acurada para aplicação na cadeia de suprimentos,

alguns exemplos destes sistemas são: o código de barras, o EDI (Electronic

Data Interchange), o ECR (Efficient Consumer Response) e os ERPs que

integram todos os outros.

1.1.1. Sistemas Integrados de Gestão / ERP – Enterprise

Resource Planning

São sistemas de informação que integram todos os dados e

processos de uma organização em um único sistema. A integração pode ser

vista sob a perspectiva funcional (sistemas de: finanças, contabilidade,

recursos humanos, fabricação, marketing, vendas, compras) e sob a

perspectiva sistêmica (sistema de processamento de transações, sistemas de

informações gerenciais, sistemas de apoio à decisão).

Os ERPs em termos gerais são uma plataforma de software

desenvolvida para integrar os diversos departamentos de uma empresa,

11

possibilitando a automação e armazenamento de todas as informações de

negócios.

Entre as mudanças mais palpáveis que um sistema de ERP propicia

a uma Organização, sem dúvida, está a maior confiabilidade dos dados, agora

monitorados em tempo real, e a diminuição do retrabalho. Algo que é

conseguido com o auxílio e o comprometimento dos funcionários, responsáveis

por fazer a atualização sistemática dos dados que alimentam toda a cadeia de

módulos do ERP e que, em última instância, fazem com que a empresa possa

interagir. Assim, as informações trafegam pelos módulos em tempo real, ou

seja, uma ordem de vendas dispara o processo de fabricação com o envio da

informação para múltiplas bases, do estoque de insumos à logística do produto.

Tudo realizado com dados orgânicos, integrados e não redundantes.

Para entender melhor como isto funciona, o ERP pode ser visto

como um grande banco de dados com informações que interagem e se

realimentam. Assim, o dado inicial sofre uma mutação de acordo com seu

status, como a ordem de vendas que se transforma no produto final alocado no

estoque da companhia.

Ao desfazer a complexidade do acompanhamento de todo o

processo de produção, venda e faturamento, a empresa tem mais subsídios

para se planejar, diminuir gastos e repensar a cadeia de produção. Um bom

exemplo de como o ERP revoluciona uma companhia é que com uma melhor

administração da produção, um investimento, como uma nova infra-estrutura

logística, pode ser repensado ou simplesmente abandonado. Neste caso, ao

controlar e entender melhor todas as etapas que levam a um produto final, a

companhia pode chegar a ponto de produzir de forma mais inteligente, rápida e

melhor, o que, em outras palavras, reduz o tempo que o produto fica parado no

estoque.

A tomada de decisões também ganha uma outra dinâmica. Imagine

uma empresa que por alguma razão, talvez uma mudança nas normas de

segurança, precise modificar aspectos da fabricação de um de seus produtos.

Com o ERP, todas as áreas corporativas são informadas e se preparam de

12

forma integrada para o evento, das compras à produção, passando pelo

almoxarifado e chegando até mesmo à área de marketing, que pode assim ter

informações para mudar algo nas campanhas publicitárias de seus produtos. E

tudo realizado em muito menos tempo do que seria possível sem a presença

do sistema.

Considerando o exemplo acima, podemos dizer que um ERP

consiste basicamente na integração de todas as atividades do negócio, entre

elas, finanças, marketing, produção, recursos humanos e compras logísticas.

Com o benefício direto de facilitar, tornar mais rápido e preciso o fluxo de

informação permitindo assim o controle dos processos de negócios. Portanto, o

processo de tomada de decisão empresarial.

Segundo Souza (1999), existe características dos sistemas

integrados de gestão que os tornam diferentes de outros sistemas existentes,

permitindo-nos fazer uma análise de custo-benefício de sua aquisição, são

elas:

� Os ERPs são pacotes comerciais;

� São desenvolvidos através de modelos padrões de

processos;

� Integram sistemas de várias áreas das empresas;

� Utilizam um banco de dados centralizado;

� Possuem grande abrangência funcional.

Antes mesmo de a empresa fazer as pesquisas de fornecedores

ERPs para aquisição dos pacotes comerciais, é recomendável que a mesma

faça o levantamento da real necessidade da implantação do ERP, quais são as

metas da empresa e o que ela espera do sistema. O próximo passo é

consultar fornecedores que satisfaçam as necessidades previamente definidas.

Existem alguns fornecedores de sistemas que geram solução na

área logística e em outros segmentos que exigem tecnologia de informação. O

13

mercado brasileiro de fornecedores de sistemas pode citar dentre outros: SAP

Brasil, Datasul, Manugustics, Promática, Scala e JDEdwards.

1.2 Sistemas de Informações Logísticas

Atualmente observa-se, uma significativa inclinação do

desenvolvimento de sistemas integrados de gestão para aplicação na cadeia

de suprimentos, visto que todos os processos de negócios internos já foram

integrados, restando apenas obter vantagem competitiva da integração da

cadeia de suprimentos (fornecedores, compradores, distribuidores e

revendeores).

Com isso, passa a ser possível à integração com as demais unidades

de um grupo empresarial por meio de EDI com compartilhamento (parcial) da

base de dados. Para tal, os maiores desafios encontrados são: sistemas

geograficamente distantes e distintos, com hardwares diversos, necessidade

intensiva de sistemas de telecomunicações, bases de dados diversas,

operando em estruturas organizacionais e culturas empresariais diversas.

A seguir comentaremos sobre algumas ferramentas integradas de

gestão aplicadas a cadeia de suprimentos.

1.2.1. WMS (Warehouse Management System)

O Sistema de Gerenciamento de Armazéns, chamado de WMS, é

uma tecnologia utilizada em armazéns onde ele integra e processa as

informações de localização de material, controle e utilização da capacidade

produtiva de mão-de-obra, além de emitir relatórios para os mais diversos tipos

de acompanhamento e gerenciamento.

14

O sitema prioriza uma determinada tarefa em função da

disponibilidade de um funcionário informando a sua localização no armazém.

Com este recurso ocorre um aumento na produtividade quando diferentes tipos

de tarefas são intercaladas.

Este sistema tem capacidade de controlar o dispositivo de

movimentação de material feito por Veículos Guiados Automaticamente (AGVs)

e fazer interface com um Sistema de Controle Automatizado do Armazém

(WACS) que tem a função de controlar equipamentos automatizados como as

esteiras e os sistemas de separação por luzes e carrosséis.

Com uma ferramenta desse porte a empresa passa a ter um ganho

na produtividade com a economia de tempo nas operações de embarque e

desembarque, transporte e estocagem de mercadoria e ainda controlar o

estoque de produtos no seu armazém. Podendo ainda permitir que o gerente

de logística controle as operações de armazém apenas de longe observando

apenas se o funcionamento do sistema está adequado às operações logísticas.

Em paralelo ao WMS existe o WCS que é um Sistema de Controle

de Armazém e não um gerenciador se diferenciando assim do WMS em alguns

aspectos. O WCS não oferece uma variedade de relatórios para auxiliar no

gerenciamento das atividades; não tem flexibilidade de hardware; a

customização é limitada a mudança de campos e nomes, e a instalação deste

sistema não pode ser feita de forma modular, somente integral. A contrapartida

de todos esses aspectos negativos é que ele oferece um ótimo

acompanhamento e controle das atividades (se limitando a controle) e existe

um custo reduzido de software e hardware requerido para a implementação

dessa solução.

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1.2.2. RFID (Radio Frequency System)

Identificação via Radio Freqüência é, relativamente, uma das mais

novas tecnologias de coleta automática de dados. Inicialmente surgiu como

solução para sistemas de rastreamento e controle de acesso na década de 80.

A maioria dos tags RFID conter pelo menos duas partes. Um deles é

um circuito integrado para armazenar e processar informação, modulando e

desmodularem uma radiofrequência (RF), e outras funções especializadas. A

segunda é uma antena para receber e transmitir o sinal.

Esses sistemas conseguem localizar em tempo real os estoques e

mercadorias, as informações de preço, o prazo de validade, o lote, enfim, uma

gama de informações que diminuem o processamento dos dados sobre os

produtos quando encontrados na linha de produção.

A figura 02 explica o diagrama esquemático básico de todos os

sistemas de RFID.

Figura 02 – Halliday, Steve, 2002, p 01.

Fonte: http://www.hightechaid.com/tech/rfid/rfid_technology.htm

16

Há diversos modelos de RF existentes no mercado como chaveiros,

Smart Card, crachás, dentre outros. O tipo de RF é definido conforme a

aplicação, ambiente de uso e performance.

Figura 03 - Halliday, Steve, 2002, p 01.

Fonte: http://www.hightechaid.com/tech/rfid/rfid_technology.htm

As etiquetas inteligentes ou Smart Labes são encontradas em

material de papel (ou similar) tipo etiqueta para imprimir, com um Tag de RFID

encaixado nela. Os exemplos são mostrados na figura 04.

Figura 04 - Halliday, Steve, 2002, p 01.

Fonte: http://www.hightechaid.com/tech/rfid/rfid_technology.htm

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1.2.2.1 Vantagens e desvantagens de utilização da RFID

A principal vantagem do uso de sistemas RFID é realizar a leitura

sem o contato e sem a necessidade de uma visualização direta do leitor com o

Tag. É possível, por exemplo, colocar a RF Tag dentro de um produto e realizar

a leitura sem ter que desempacotá-lo, ou, por exemplo, aplicar o Tag em uma

superfície que será posteriormente coberta de tinta ou graxa. O tempo de

resposta é baixíssimo menor que 100 ms, tornando-se uma boa solução para

processos produtivos onde se deseja capturar as informações com o Tag em

movimento. O custo da RF Tag apresentou uma queda significativa nos últimos

anos, tornando-a viável em alguns projetos onde o custo do produto a ser

identificado não é muito alto.

Como vantagens da Tecnologia RFID, podemos destacar:

� Capacidade de armazenamento, leitura e envio dos dados

para etiquetas ativas;

� Detecção sem necessidade da proximidade da leitora para o

reconhecimento dos dados;

� Durabilidade das etiquetas com possibilidade de reutilização;

� Contagens instantâneas de estoque, facilitando os sistemas

empresariais de inventário;

� Precisão nas informações de armazenamento e velocidade na

expedição;

� Localização dos itens ainda em processos de busca;

� Prevenção de roubos e falsificação de mercadorias;

� Melhoria no reabastecimento com eliminação de itens

faltantes e aqueles com validade vencida.

18

Percebemos que tais vantagens são significativas e que agregam

informações aos produtos que antes implicavam em mais tempo para serem

obtidas.

Como desvantagens, podemos apresentar os seguintes itens:

� O custo elevado da tecnologia RFID em relação aos sistemas

de código de barras é um dos principais obstáculos para o

aumento de sua aplicação comercial. Atualmente, uma

etiqueta inteligente custa nos EUA cerca de 25 centavos de

dólar, na compra de um milhão de chips. No Brasil, segundo a

Associação Brasileira de Automação, esse custo sobe para

80 centavos até 1 dólar a unidade;

� O preço final dos produtos, pois a tecnologia não se limita

apenas ao microchip anexado ao produto. Por trás da

estrutura estão antenas, leitoras, ferramentas de filtragem das

informações e sistemas de comunicação;

� O uso em materiais metálicos e condutivos pode afetar o

alcance de transmissão das antenas. Como a operação é

baseada em campos magnéticos, o metal pode interferir

negativamente no desempenho. Entretanto, encapsulamentos

especiais podem contornar esse problema fazendo com que

automóveis, vagões de trens e contêineres possam ser

identificados, resguardadas as limitações com relação às

distâncias de leitura. Nesse caso, o alcance das antenas

depende da tecnologia e frequência usadas, podendo variar

de poucos centímetros a alguns metros (cerca de 30 metros),

dependendo da existência ou não de barreiras;

� A padronização das frequências utilizadas para que os

produtos possam ser lidos por toda a indústria, de maneira

uniforme.

19

� A invasão da privacidade dos consumidores por causa da

monitoração das etiquetas coladas nos produtos. Para esses

casos existem técnicas de custo ainda elevado, que

bloqueiam a funcionalidade do RFID automaticamente

quando o consumidor sai fisicamente de uma loja (BOSS:

2004).

1.2.3. Rastreamento de Frotas com Tecnologia GPS

Rastreamento é o processo de monitorar um objeto enquanto ele se

move. Hoje em dia é possível monitorar a posição ou movimento de qualquer

objeto, utilizando-se de equipamentos de GPS aliados a links de comunicação.

O casamento GPS + comunicação é necessário, pois o receptor

GPS localiza sua própria posição; esta deve ser transmitida via canal de

comunicação para uma central que fará efetivamente o monitoramento. Esta

tecnologia é comumente conhecida como AVL (Automatic Vehicle Location).

GPS é um sistema de posicionamento mundial formado por uma

constelação de 24 satélites que apontam a localização de qualquer corpo sobre

a superfície terrestre. Um aparelho receptor GPS recebe sinais desses satélites

determinando sua posição exata na Terra, com precisão que pode chegar à

casa dos centímetros.

A tecnologia GPS é bem conhecida hoje, e comercialmente viável,

tendo inclusive fornecedores de equipamentos consolidados e preços

formados. As variáveis que efetivamente determinam o custo e o modo de

operação do rastreamento de veículos são canais de comunicação entre o

veículo e a central de monitoramento e o pacote de serviços oferecidos por

esta central.

A ligação feita entre a central de comunicação e o ponto rastreado

pode ser feito via telefonia celular que tem seus aparelhos baratos para a

solução que oferece, e tem restrições como qualquer outra solução que é estar

20

acessível apenas onde tem cobertura de telefonia celular e o custo da

comunicação ainda é alto.

Outra opção é a comunicação via rádio. Esta modalidade é muito

simples de implantar, tem um custo de implantação baixo, onde não há custo

de comunicação, tendo que fazer a regulamentação com a ANATEL (no Brasil).

Com a possibilidade de rastrear veículos a empresa pode saber

onde se encontra o veículo que está fazendo determinada entrega e fazendo

um link com o sistema via web a empresa pode colocar a disposição do cliente

a localização da entrega.

1.2.4. Código de barras

O sistema surgiu da idéia de se criar um mecanismo de entrada de

dados mais rápida e eficiente, vendo que com o passar do tempo mais

microcomputadores estavam sendo fabricados com um grande potencial em

armazenamento e processamento de dados.

A leitura de código de barras exige que sejam utilizados alguns

aparelhos específicos e que são adotados conforme a necessidade da

empresa. Alguns desses aparelhos são os leitores (caneta ótica, slot reader,

leitor CCD, pistola laser, scanner omnidirecional e o leitor automático de

documentos), os decodificadores (decodificador para teclado, decodificador

para interface serial e decodificador para joystick) e impressoras especiais

(software para impressão e impressoras profissionais). As impressoras

matriciais não têm funcionalidade para esse fim. As impressoras jato de tinta e

laser não estão adaptadas para comportar rolos de etiquetas e papel contínuo.

Por isso é que foram desenvolvidas impressoras profissionais para impressão

de código de barras.

Existe uma padronização mundial para a leitura de código de barras.

Para cada produto ou objetivo da identificação existe um tipo de código. Por

exemplo:

21

� O EAN – 13, EAN – 8 e UPC são utilizados na unidade de

consumo, ou seja, na embalagem do produto que o

consumidor final esta comprando. Exemplo: 1 litro de leite em

caixa;

� O EAN/DUN – 14 (SCC - 14) / UCC/EAN 128 são utilizados

nas caixas que embalam as várias unidades desses produtos

unitários. Exemplo: um engradado contendo 12 litros de leite

em caixa;

� O UCC/EAN - 128 são usados nos pallets dentro dos

galpões de supermercados ou distribuidores. Estes levam no

código de barras Identificadores de Aplicação (AI).

O código de barras, comprovadamente, tem uma margem de erro

menor que a coleta de dados feita manualmente, sendo assim a maneira mais

eficaz de coletar dados em termos velocidade da informação, facilidade de

migração para o sistema de controle de estoque e facilidade da adoção da

prática do VMI.

1.2.5. EDI - Electronic Data Interchange

O EDI (Eletronic Data Interchange) ou intercâmbio eletrônico de

dados é uma ferramenta tecnológica de informação, que tem sido utilizada

pelas organizações para ligar seus componentes e parceiros, de modo a gerar

perfeita integração, rápida comunicação e agilidade na resposta.

No entender de Pizysieznig (2002) o EDI influência a cadeia de valor

quando a adoção de estratégias para uma vantagem competitiva em um

mercado globalizado.

O EDI é uma rede de acesso restrito aos clientes do provedor, que permite a conexão entre os sistemas eletrônicos de informação entre empresas, independentemente dos sistemas e procedimentos utilizados no interior de cada uma. A função principal de um provedor de EDI é no momento de adesão de um cliente a rede, instalar o hardware e software para a tradução das informações da empresa em padrões já normatizados internacionalmente. Na operação do sistema, o

22

provedor deve garantir tanto o registro da transação (comunicação) entre dois parceiros na rede, quanto o sigilo em relação ao acesso de terceiros a estas informações. As empresas não entram em contato apenas com bancos, mas com todos os parceiros nos negócios. A troca de informação gera economias e maior eficiência para todos os participantes da rede. Assim, cada um é, ao mesmo tempo, cliente e fornecedor de informações. (PIZYSIEZNIG, 2002, p. 55)

Este conceito de comunicação entre empresas, o EDI compreende

todas as trocas de documentos e informações entre todos os participantes das

transformações, potencializando recursos de tempo e capital eliminando todo e

qualquer tipo de ineficiência da cadeia de valor.

A adoção do EDI implica em reconfigurar no sistema logístico,

englobando todos os parceiros comerciais, sejam eles fabricantes,

transportadores ou varejistas.

1.2.6. VMI – Vendor Managed Inventory

O VMI ou Estoque Administrado pelo Fornecedor é uma ferramenta

muito importante principalmente para a cadeia de suprimentos que pretende ou

já trabalha com o JIT (Just-in-Time). O principal objetivo desta técnica é fazer

com que o seu fornecedor, através de um sistema de EDI, verifique a sua real

necessidade de produto, no momento certo e na quantidade certa. Este

recurso tem uma maior funcionalidade para as empresas que um grande

número de fornecedores e possui um amplo mix de produtos.

A integração permite que se faça de acordo com o forecast uma

mudança de planejamento de reabastecimento, pois a informação chega ao

seu fornecedor em tempo real. O nível de detalhamento é tanto que, detectada

a demanda de produto acabado, o software se encarrega de traçar planos para

a produção, planejamento de abastecimento e distribuição para os depósitos.

23

1.2.6.1 Vantagens na utilização do VMI

Fornecedor e cliente

� Falhas de comunicação são reduzidas e todo o processo é

realizado em menor tempo e com maior eficácia;

� Redução de lead time na cadeia de abastecimento;

� Atenuação de incerteza na gestão do estoque;

� A estreita relação entre as partes permite a automatização de

atividades;

� Maior satisfação por parte do cliente final.

Cliente

� Maior estabilidade na gestão do estoque e consequente

redução de probabilidade de rupturas;

� Redução de custos de processamento de encomendas;

� Melhoria do nível de serviço.

Fornecedor

� Menor incerteza na previsão da procura;

24

1.2.6.2 Desvantagens na utilização do VMI

Alguns problemas relacionados com a implementação do VMI

(SIMCHI-LEVI et al., 2003, p. 158):

� A necessidade de utilizar avançadas tecnologias o que traz um

acréscimo de custos;

� A extrema confiança que terá que existir entre as duas partes;

� A aceitação por parte dos funcionários de ambas as partes da sua

responsabilidade, assim como dos objetivos do VMI;

� O aumento de custos para o fornecedor que poderá ser diretamente

proporcional ao aumento da sua responsabilidade com a gestão do

stock;

� A inexistência de regras claras em relação aos custos com a gestão de

stocks, com incidência no fornecedor;

� A implementação do EDI (Electronic Data Interchange) que deverá ser

testada para garantir a confiabilidade dos dados.

1.2.7. (Efficient Consumer Response)

Recentemente, o varejo de massa (supermercados, lojas de

conveniência, farmácias, dentre outros.) e o atacado (distribuidores e centros

de distribuição) ganharam um novo instrumento de relacionamento com as

indústrias. É a ECR - Efficient Consumer Response, ou Resposta Eficiente ao

Consumidor. Trata-se de uma filosofia que visualiza a cadeia de suprimentos

como um fluxo integrado e único de todas as funções do negócio.

No passado, e até hoje, muitos varejistas encaravam seus

fornecedores com certa suspeita, quase que como adversários. Pouca lealdade

era apresentada por parte do varejista e, consequentemente, o fornecedor

jamais estava seguro quanto ao seu futuro relacionamento com a organização.

Frequentemente, o departamento de compras era cobrado no seu papel de

25

arrancar o melhor negócio possível de um fabricante. O nome dado a este jogo

era ganha-perde.

O elemento mais importante da ECR será levar ao mercado, no

momento certo, os produtos que o cliente realmente deseja, mais rapidamente,

numa qualidade mais elevada e com um custo menor.

A ECR foi uma iniciativa importante de mudança dentro das

empresas e, como em qualquer mudança, surgirão obstáculos e restrições, o

que é comum nestes casos.

Os requisitos para se por em prática a filosofia do ECR e fazer os

check out nas saídas das mercadorias das lojas (PVs) e ter o controle do

estoque no fornecedor. Como o volume de produtos é muito grande, tanto o

fornecedor quanto o varejista, precisa utilizar uma coleta de informação que

seja acurada e rápida tendo a sua disposição o código de barras. E o controle

do estoque do ponto de venda feita pelo fornecedor é usada à ferramenta de

VMI com transmissão de dados via EDI, onde temos precisão e rapidez na

operação.

A cadeia produtiva ideal passa por alguns sistemas de informação

em uma ordem lógica:

RespostaEficiente ao

Cliente

IntercâmbioEletrônico de

Dados

Entrada deDados

Elaborador por: Marcelo do Couto

1.2.8. Geographic Information System – GIS

A tecnologia da informação, que surgiu como ferramenta de redução

de custos e agilizadora do processamento de informação têm sido cada vez

mais aplicado em todos os ramos da atividade humana, devido ao crescimento

exponencial de seus recursos e habilidades. O Sistema de Informação

26

Geográfica – GIS está ao alcance de pequenas, médias e grandes empresas,

proporcionando um melhor processo de analise dos clientes bem como a

utilização de um instrumento mais adequado na formação de zonas de vendas.

Diante desse cenário, milhares de transportadores ou varejistas compartilham

esses recursos para montar, formar e manter parcerias. O GIS está relacionado

com uma ferramenta que associa banco de dados a mapas digitalizados.

No Brasil existe uma grande disponibilidade de software de GIS,

capazes de executar tarefas, tais como: roteamento, estudo de localização,

obtenção de matriz de distancia, entre outras. Na tabela 1 encontram-se os

principais software e os sites de seus fabricantes.

Tabela 1 – Lista de Software de GIS

Fonte: Nazário, 1998, p. 2

SOFTWARE SITE (FABRICANTES)

Arc-info, BusinessMap www.esri.com

Deskmapp www.gfmi.com.br

MapInfo www.mapinfo.com

Maptitude, TransCAD www.caliper.com

MaxiCAD www.maxidata.com.br

Tactician www.tactician.com

A interação entre as diversas áreas de trabalho da organização é de

vital importância para que este sistema funcione adequadamente, pois a

manutenção de dados depende de vários setores, já que a logística possui

interface com a área de marketing, finanças e produção.

Muitas organizações estão adotando os GIS na formulação do

planejamento estratégico, visto que o aumento do número de variáveis,

27

principalmente geográfica, tornam as decisões mais complexas. Assim, a

necessidade do uso de tal ferramenta para a competitividade da empresa, à

medida que facilita as tomadas de decisões com dados confiáveis e

atualizados.

1.2.9. Simulação de Informações em Logística

A simulação é outro aplicativo tecnológico que auxilia a gerencia na

identificação, avaliação e comparação de alternativas operacionais.

Saliby (1999), a define como o uso de modelos para estudo de

problemas reais de natureza complexa, através da experimentação

computacional.

Segundo Saliby (1999) Assim, a simulação consiste no

processo de construção de um modelo que replique o

funcionamento de um sistema real ou idealizado (ainda a ser

construído) e na condução de experimentos computacionais,

com este modelo com o objetivo de melhor entender o

problema em estudo, testar diferentes alternativas para sua

operação e assim propor melhores formas de operá-lo.

A aplicação da simulação como ferramenta de apoio à tomada de

decisão facilita e revela aos dirigentes a melhor maneira para realizar

determinada tarefa ou resolver alguns problemas. Através de Softwares

poderão processar problemas complexos, obtendo economia de tempo e

exatidão das informações.

A tabela 2 apresenta os principais Softwares de simulação e seus

fornecedores.

Tabela 2 – Lista de Software de Simulação

Fonte: www.coppead.ufrj.br/pesquisa/cel

28

PRODUTO EMPRESA ENDEREÇO DA HOME PAGE

ARENA Systems Modeling

Corporation

www.sm.com

AutoMod Autosimulations www.autosim.com

Extend Imagine That www.imaginethatinc.com

GPSS H Wolverine Software

Micro Saint Micro Analysis & Design www.madboulder.com

ProModel ProModel Corporation www.promodel.com

SIMPLE ++ AESOP (Alemanha) www.aesop.de

Simscrip II.5 e

MODSIM III

CACI Productos www.caciasl.com

TAYLOR II b F&H Simulations (Holanda) www.taylorii.com

VisSIM Visual Solutions www.vissim.com

Não há dúvida que a gestão de suprimentos foi fortemente

influenciada pela evolução da tecnologia da informação, disponibilizando

informações através de ferramentas como as citadas neste estudo e outras,

possibilitando às organizações agilidade nos processos, confiabilidade, mais

eficiência e menor custo.

Esta é a era cibernética de suprimentos, sendo os computadores e

sistemas de comunicação fundamentais para a execução eficiente das

operações. Permite aos dirigentes um gerenciamento estratégico, satisfazendo

sua demanda, oferecendo o seu produto no tempo e no lugar certo, ao menor

custo.

29

Porém, nesta concepção deve-se incluir não somente as máquinas e

as instalações físicas, mas também as organizações, as condições das

atividades e a formação dos indivíduos que operam estes sistemas. Visto que a

tecnologia é antes de tudo conhecimento, que pode ser desenvolvida através

de habilidades e treinamentos.

O ponto importante a ser discutido nas linhas que se seguem é

como utilizar as ferramentas de tecnologia da informação disponíveis de forma

a alcançar vantagem competitiva na gestão de Suprimentos.

30

CAPÍTULO II

COMO UTILIZAR AS FERRAMENTAS DE TI

Nas páginas anteriores verificamos diversos tipos de tecnologias da

informação disponíveis no mercado. Contudo, o principal problema é como

utilizá-las de forma estratégica para a Organização.

Uma das formas mais simples de adquirir as ferramentas corretas

será alinhando estrategicamente o uso da TI com o negócio da empresa.

Mas, o que seria esse alinhamento estratégico? Como poderíamos

utilizar as ferramentas adequadas de TI na Gestão de Suprimentos a fim de

conseguirmos vantagem competitiva?

Primeiramente, precisamos entender que o alinhamento estratégico

corresponde à adequação estratégica e integração funcional entre os

ambientes externos (mercado, política, fornecedores, etc.) e internos(estrutura

administrativa e recursos financeiros, tecnológicos e humanos) para

desenvolver as competências e maximizar a performance organizacional.

O alinhamento entre negócio e TI é alcançado quando um conjunto

de estratégias de TI (sistemas, objetivos, obrigações e estratégias) são

derivadas do conjunto organizacional (missão, objetivo e estratégias).

31

Figura 5: Brodbeck, 2001, p 24.

O modelo acima (vide figura 7) adota uma visão espacial, contendo

um plano de frente representando a promoção do alinhamento entre os itens

do plano de negócios e de TI durante a etapa de formulação do processo de

planejamento estratégico e vários planos de fundo representando a promoção

do alinhamento contínuo durante os diferentes estágios da etapa de

implementação do processo de PE. Estes estágios podem ser comparados à

etapa de avaliação do modelo de planejamento estratégico de SI de King

(1988) e demonstram o dinamismo do alinhamento ao longo do tempo. Desta

forma, o modelo pode ser interpretado como um cubo formado pelo ciclo de

cada processo de planejamento (n ciclos), representando a continuidade da

promoção do alinhamento, expresso pelo:

� Alinhamento circular (no plano) entre objetivos e estratégias

de negócio e de TI, indicando que o redirecionamento de

alinhamento pode ser feito por ambos, a qualquer instante;

32

� Alinhamento cíclico e crescente no tempo e espaço, indicando

o movimento dos itens planejados do estado presente para o

estado futuro, implementando-se a visão básica de processo

em movimento proposta por Boar (1994).

A promoção do alinhamento circular é representada pelo ajuste

contínuo dos objetivos e recursos organizacionais com os projetos de TI,

contemplando infra-estrutura, processos, pessoas e demais recursos

necessários para o suporte do negócio. Este ajuste deve ser mantido por todo

o horizonte de planejamento, independentemente da etapa do processo.

A promoção do alinhamento cíclico é representada pelo mesmo ajuste

dos itens organizacionais especificados para o alinhamento circular, mas

crescente no tempo. A manutenção desse alinhamento deve ser mantida por

meio de reuniões de avaliação contínuas das estratégias e dos objetivos

planejados, enquanto executados, e do seu consequente reajuste, evoluindo

para os próximos estágios da etapa de implementação e assim

consecutivamente.

Para processos de planejamentos com horizonte de longo prazo (3-5

anos), os objetivos estratégicos devem ser descritos por meio de projetos

estratégicos, por sua vez divididos em objetivos de curto prazo (até 01 ano),

possibilitando melhor controle operacional das metas estabelecidas e

garantindo ajuste mais apurado entre as partes e com relação ao todo.

Com relação aos objetivos estratégicos, o modelo propõe que sejam

estabelecidas metas fixas e variáveis, também subdivididas em períodos de

curto prazo, para seu melhor monitoramento e ajuste ao longo do processo de

planejamento. As metas fixas, consideradas estáticas, são aquelas propostas

no início do período de planejamento, contendo as proposições a serem

alcançadas no final do horizonte de planejamento. As metas variáveis,

consideradas dinâmicas são as alteradas à medida que o processo está sendo

executado e que os redirecionamentos estratégicos se realizam. O alinhamento

total será obtido quando as informações representativas do modelo de gestão

estratégico da organização, fornecidas pelo SII e por outros sistemas

33

estratégicos, permitirem o ajuste permanente das metas executadas com

relação ao padrão estabelecido, favorecendo o seu atingimento integral.

Este modelo operacional poderá ser utilizado em todos os setores da

empresa. Contudo, ao utilizá-lo em setores estratégicos, tais como na cadeia

de suprimentos, transporte e distribuição de materiais, ocasionam resultados

estratégicos bastante significativos.

No próximo capítulo, verificaremos que as empresas que utilizaram

modelos de alinhamento estratégico e de TI obtiveram grandes vantagens

competitivas em seu nicho de negócio.

34

CAPÍTULO III

AS ESTRATÉGIAS DE SUCESSO NO USO DA TI COMO

DIFERENCIAL COMPETITIVO NA GESTÃO DE

SUPRIMENTOS

Para superar os concorrentes, a utilização da tecnologia da informação

na logística tornou-se crucial.

Veja abaixo as medidas que algumas grandes empresas tomaram para

melhorar a cadeia de suprimentos.

3.1. Hewlett Packard

Fundada em uma garagem por dois amigos, em 1939, a empresa HP

disparou em crescimento no mercado. Com sua alta tecnologia trazida pelos

estudiosos Bill Hewlett e David Packard, estudantes da Universidade de

Stanford, a HP teve início no Oeste da Califórnia.

Por surgir na região do “Vale do Silício” a empresa HP herdou desde

cedo a mais alta tecnologia já vista, o que foi determinante para seus

lançamentos e inovações. Começando com um oscilador de baixa frequência,

usado pelos estúdios de Walt Disney World para a criação do filme animado

Fantasia, tal invento foi revolucionário e divisor de águas em meados de 1938.

Por volta de 1945, David Packard assumiu a administração do grupo,

com Bill Hewlett supervisionando as pesquisas. A partir de então a empresa se

especializou em instrumentos de medida eletrônica e calculadoras financeiras e

científicas, entrando mais tarde, nos anos 60 na era da informática, com

lançamentos de seus primeiros modelos de computadores.

Ao longo do caminho, concorrentes foram aparecendo, como por

exemplo, a Apple. Conta-se que a empresa de Steve Jobs surgiu de um projeto

do jovem garoto chamado Stephen Wozniak, que criou um computador

pessoal, porém não obteve sucesso e atenção da empresa HP para que seu

invento fosse lançado no mercado pela marca.

35

Mais tarde, Jobs juntou-se a Stephen para criar a Apple já no patamar

de concorrente direta da HP. Com isso, houve um regresso na fatia de

mercado ocupada antes pela empresa a nível mundial, principalmente pelo

surgimento de novas opções em itens de tecnologia que desempenham as

mesmas funções e também com varias opções de preço.

Nos anos 80 o estouro de tecnologia da empresa recebeu maior

investimento no setor de impressoras, no qual as impressoras HP são muito

famosas pela tecnologia, qualidade e preço justo por uma impressora caseira

ou até mesmo profissional, com funções de fácil compreensão e excelência em

impressão jato de tinta e até mesmo laser.

As impressoras HP são também famosas no mercado atual de

impressoras multifuncionais, ou seja, são impressoras fortes no mercado, de

todos os modelos e estilos, para suprir todo tipo de necessidade e gosto.

Apenas nos anos 90 foi quando a HP se estabilizou no mercado da tecnologia

para então firmar raízes e gerar vendas.

Packard morreu em março de 1996 e Hewlett, em janeiro de 2001.

Hoje a HP detém 7% de vendas, estando em 3º lugar no ranking de vendas

mundial, utilizando como ferramentas principais de gestão a sustentabilidade e

a efetiva gestão da cadeia de suprimentos.

Em Junho de 2004, a Companhia iniciou a etiquetagem RFID nas

impressoras na fábrica em São Paulo e não mais em caixas ou pallets como

nos pilotos anteriores, objetivando ganhar eficiências operacionais e reduzir

custos internos.

A fábrica localizada em Sorocaba, São Paulo, foi escolhida dentre 26

outras para o projeto-piloto por ser a primeira unidade do grupo com o

conceito end-to-end supply chain, ou seja, com todos os elos da cadeia

produtiva (manufatura, distribuição e logística reversa) em uma única

localidade.

36

O piloto foi muito bem sucedido e atualmente a HP já etiqueta o chassi

das impressoras com o propósito de obter informações do começo ao fim da

cadeia de suprimentos. Está criando, portanto, uma cadeia integrada, não

apenas através do fluxo de materiais, mas também sob o ponto de vista de

fluxo de informações, com plena visibilidade sobre os tempos de produção, de

parada de materiais em estoque, controle de FIFO (First-In-First-Out) e de

despachos entre a fábrica e o centro de distribuição.

A infra-estrutura de RFID instalada executa a coleta e a adição de

informações referentes à execução da operação ao longo da cadeia produtiva.

Tais informações são trazidas de volta para a HP, possibilitando uma gestão

mais eficaz da operação.

A implementação da HP Brasil foi reconhecida mundialmente como a

mais avançada já realizada, recebendo do líder de mídia, RFID Journal, o

prêmio Best RFID Implementation.

Igualmente, teve sua excelência reconhecida pelo Supply-Chain

Council(SCC), sendo considerado segundo lugar do prêmio 2007 Supply-Chain

Excellence na categoria Technology Excellence.

A HP Brasil foi também vencedora do prêmio “Excelência Corporativa”,

na categoria “Inovação”, concedido pela APICS – Association for Operation

Management (Associação para Gerenciamento de Operações). Os vencedores

foram conhecidos durante a Conferência Internacional e Feira da APICS 2007,

realizada nos EUA.

A implementação da HP foi considerada também um dos melhores

projetos de T.I. do ano, constando do 2007 Info World 100 "The Best IT

Projects of 2007". Esta premiação anual tem como objetivo reconhecer projetos

de T.I. que demonstram a utilização mais criativa de tecnologias de ponta na

melhoria de processos e obtenção de metas corporativas.

O projeto da HP de implementação de identificação por radiofrequência

– RFID - foi também classificado entre os TOP 25 Projetos de Inovação

37

Brasileiros, em pesquisa realizada pelo Monitor Group e Revista Exame. O

mais abrangente levantamento sobre inovação realizado no Brasil avaliou um

total de 228 projetos brasileiros de inovação.

O projeto de RFID da HP igualmente foi listado entre os top 50 na

categoria de Innovation Mastery pelo Gerenciamento de Manufatura e Supply

Chain em RFID. Este prêmio é dedicado às empresas que atingiram resultados

significantes ou inovações disruptivas em conceito de produto, design,

manufatura ou habilidade de entregar produtos para os clientes.

3.2. Walmart

Em termos de complexidade, a operação da Walmart, a maior rede de

varejo do planeta, provavelmente não encontra rivais em nenhuma outra

empresa. Com seus mais de 70.000 fornecedores e 6.660 lojas, manter as

gôndolas bem abastecidas é um tremendo desafio de logística. Para conseguir

organizar toda essa estrutura, a Walmart foi pioneira no uso de uma das

principais ferramentas de controle de carga, as etiquetas de identificação por

radio frequência (RFID, a sigla em inglês). A quantidade de informações que

podem ser armazenadas por esse sistema é muito superior à dos tradicionais

códigos de barras. A identificação via rádio também faz com que não seja

necessário sequer abrir o caminhão para saber o que há dentro dele.

O sistema desenvolvido pela matriz americana da Walmart foi aplicado

nos outros 15 países onde o grupo atua. No Brasil, algumas das inovações

mexeram com o mercado. Uma delas foi à introdução do agendamento para a

entrega de cargas. A Walmart define um horário no qual o fornecedor tem

preferência para descarregar. Com isso, ganha agilidade de armazenamento.

Na outra ponta, o fornecedor fica com o caminhão menos tempo parado. Essa

tática tem impacto direto no custo do frete. Um caminhão que não pega fila

para descarregar tem um custo por tonelada de 75 reais para um frete de 300

quilômetros. Quando o tempo de espera é de um dia e meio, o valor chega a

250 reais.

38

Outra inovação logística desenvolvida pela Walmart é o sistema "retail

link", uma plataforma de informações que processa nos Estados Unidos todas

as vendas da rede no mundo. Com uma senha, os fornecedores podem ter

acesso a dados que indicam o desempenho de seus produtos em cada uma

das lojas da Walmart em qualquer lugar do planeta. Com base nesses

números, é possível reduzir ou aumentar o fornecimento de mercadorias para

uma determinada região -- e, se necessário, reestruturar completamente a

operação. A Walmart é conhecida por puxar para baixo os preços dos produtos

expostos nas gôndolas, aspecto que tornou o fundador da companhia, Sam

Walton, um mito na história do capitalismo. A estratégia de preços baixos,

porém, não seria possível sem os enormes investimentos feitos em tecnologia

logística.

A principal estratégia da direção do Walmart é torná-la uma empresa

flexível e aberta a mudanças, tornando assim seus métodos de trabalho em

permanente processo de evolução.

39

CONCLUSÃO

A vantagem competitiva baseada em sistemas integrados de gestão

suprimentos ocorre com o entendimento da necessidade de aquisição de

tecnologia de informação para integração da cadeia produtiva, a fim de atender

o cliente final é atualmente a fonte de vantagem competitiva mais cobiçada no

mercado, porém devem ser repensados os processos organizacionais, bem

como e seu redesenho.

Toda a tecnologia que hoje está à disposição é capaz de gerar

soluções que satisfaçam qualquer necessidade de mercado. Podemos efetuar

links através de um sistema integrado, ERP, o aplicativo de código de barras

que migra informações para um sistema de estoque onde tem informações

atualizadas a qualquer tempo por meio de um outro aplicativo de EDI. Isso tudo

pode estar disponível na intranet e extranet para toda a cadeia de produção a

fim de otimizar o processo em termos de eficiência de resposta ao cliente.

Em face todo o exposto, devemos ter consciência do enfoque sempre

nos negócios e não na tecnologia, servindo a mesma apenas como suporte a

tomada de decisões de forma mais rápida e eficiente. Para isso é necessário

aliar o sistema de informações de suprimentos ao sistema de informações

gerenciais, sendo fundamental para a definição e operacionalização do

conceito de supply chain management.

De um modo geral, o sucesso da implantação desses sistemas e as

vantagens advindas de suas aplicações dependem do processo de

amadurecimento empresarial. Dessa forma, todo o processo de gestão de

suprimentos pode ser otimizado, permitindo a maior eficácia nos processos

internos e de comunicação com a cadeia de suprimentos. Lee;Whang (2002)

indica que o segredo está em utilizar as informações e alavancar os recursos

disponíveis para coordenar ações, priorizando os fluxos de informações. A

palavra chave passa a ser a integração empresarial para obtenção de

vantagem competitiva.

40

BIBLIOGRAFIA

BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: planejamento,

organizações e logística empresarial. São Paulo: BOOKMAN, pp 26, 2001.

BOWERSOX, D. J. Logistics Informations Systems; SECTION VIII

BRODBECK, A. F. Alinhamento estratégico entre os planos de negócio e de

tecnologia de informação: um modelo operacional para a implementação. 2001.

332 f. Tese (Doutorado em Administração) — Universidade Federal do Rio

Grande do Sul, Porto Alegre, 2001.

CHRISTOPHER, Martin. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos

- 1ª ed., 2002.

FINE, C. H. Mercados em Evolução Contínua: Conquistando Vantagem

Competitiva num Mundo em Constante Mutação. Rio de Janeiro: Editora

Campus, Brasil, 1999, 262p.

FOX, T. Logistics Informations Systems Design; Chapter 3; pp 714-717 2002.

LAUDON, Kenneth C. Sistemas de Informação Gerenciais - 5ª ed., 2004.

LEE, Hau L; WHANG, Seungjin. Gestão da E-SCM, a cadeia de suprimentos

eletrônica. HSM management, São Paulo: HSM Management, n.30, pg 109-

116, jan-fev 2002.

41

WEBGRAFIA

ROBERTY, Mark. HP Implanta Tecnologia RFID em Toda a Cadeia de

Suprimentos. Disponível em: <brasil.rfidjournal.com/noticias/vision?8448/>;

Data de acesso: 15/08/2016.

RFID CENTER OF EXCELLENCE, HP & RFID. Disponível em:<

<http://www.rfid-coe.com.br/_Portugues/HPeRFID>. Data de acesso:

15/08/2016.

42

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTOS 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

FERRAMENTAS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 10

1.1.Sistemas de Informação 10

1.1.1. Sistemas Integrados de Gestão / ERP 10

1.2. Sistemas de Informações Logísticas 13

1.2.1. WMS (Warehouse Management System) 13

1.2.2. RFID (Radio Frequency System) 15

1.2.2.1. Vantagens e desvantagens de utilização da RFID 16

1.2.3. Rastreamento de frotas com tecnologia GPS 19

1.2.4. Código de barras 20

1.2.5. EDI – Electronic Data Interchange 21

1.2.6. VMI – Vendor Managed Inventory 22

1.2.6.1. Vantagens na utilização do VMI 23

1.2.6.2. Desvantagens na utilização do VMI 24

1.2.7. Sistemas de Informação 24

1.2.8. Geographic Information System – GIS 25

1.2.9. Simulação de Informações em Logística 27

CAPÍTULO II

COMO UTILIZAR AS FERRAMENTAS DE TI 30

CAPÍTULO III

AS ESTRATÉGIAS DE SUCESSO NO USO DA TI COMO

DIFERENCIAL COMPETITIVO NA GESTÃO DE SUPRIMENTOS 34

3.1. Hewlett Packard 34

3.2. Walmart 37

CONCLUSÃO 39 BIBLIOGRAFIA 40

43

WEBGRAFIA 41 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 44 ANEXOS 45

44

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AGVs – Veículos guiados automaticamente

EDI - Electronic Data Interchange ECR - Efficient Consumer Response

EDI - Electronic Data Interchange ERP – Enterprise Resource Planning

GIS - Geographic Information System

GPS – Global Position System

JIT - Just-in-Time

PE – Planejamento Estratégico

RF – Rádio frequência

RFID - Radio Frequency System

SCM - Supply Chain Management

TI – Tecnologia da Informação

VMI – Vendor Managed Inventory

WACS - Sistema de Controle Automatizado do Armazém

WCS - Sistema de Controle de Armazém

WMS - Warehouse Management System

45

ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 01 – Internet 38

46

ANEXO 01

INTERNET - RFID

http://www.hightechaid.com/tech/rfid/rfid_technology.htm

47