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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
APLICAÇÃO DE PENAS ALTERNATIVAS NOS
CRIMES TRIBUTÁRIOS
Por: Milton Trajano de Oliveira
Orientador
Prof. Anselmo Souza
Rio de Janeiro
2012
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
APLICAÇÃO DE PENAS ALTERNATIVAS NOS
CRIMES TRIBUTÁRIOS
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Direito Público e Tributário.
Por: Milton Trajano de Oliveira.
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AGRADECIMENTOS
Aos meus parentes e amigos, aos
companheiros de turma e professores da
AVM Faculdade Integrada, ao meu
orientador Prof. Anselmo Souza e a todos
aqueles que contribuíram para a
conclusão desta pós-graduação.
4
DEDICATÓRIA
Dedica-se este trabalho ao meu velho pai (in
memoriam), à minha querida mãe, à adorável
Raquel, ao meu filho Brayan e a meu irmão,
parceiro fiel em nosso escritório.
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RESUMO
O presente estudo visa analisar a aplicação de penas alternativas à prisão e
medidas despenalizadoras antes do recebimento da denúncia nos crimes
tributários.
A maioria dos doutrinadores penais e membros do Poder Executivo
defendem uma maior aplicação das penas não-privativas de liberdade nos crimes
de médio potencial ofensivo. A tendência do direito penal mínimo, que objetiva a
despenalização de alguns crimes, fundamentado nas Leis nº 9.099/95 e 9.714/98,
vislumbra como solução para uma resposta Estatal justa e eficaz, despertando a
consciência jurídica de toda a sociedade, procurando sancionar o infrator
conforme a gravidade do crime, e ainda, tutelar o patrimônio público. Objetivando
a ressocialização e reabilitação do apenado, que deve ter a sua dignidade
protegida.
Para que sejam eficazes, as penas substitutivas devem ter sua execução
acompanhada pela sociedade, órgãos públicos e privados. As penas e medidas
alternativas aplicáveis aos crimes tributários, possuem muitas espécies e atendem
aos interesses do acusado e do Estado-tributário, as quais serão apresentadas
neste trabalho. Palavras-Chave: Aplicação, Eficácia, Crimes Tributários, Penas
Alternativas, Ressocialização, Acusado, Despenalização, Estado, Sociedade,
Medidas Alternativas, Extinção da Punibilidade.
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METODOLOGIA
O presente trabalho foi desenvolvido através de investigação teórica, sendo
utilizada a bibliografia nacional. Os livros, homepages e os periódicos citados e
consultados, originam-se de doutrinadores nas áreas das ciências criminais, da
legislação fiscal e do direito penal tributário.
As disciplinas da área tributária sempre despertaram o nosso interesse,
principalmente a de Direito Penal Tributário. Por isso, durante as aulas foram
sendo coletados e armazenados os dados mais importantes ministrados, como
artigos jurídicos, trabalhos de grupo e os slides dos tópicos sobre os crimes contra
a ordem tributária e os crimes contra a previdência social, ambos abordados nesta
pesquisa.
A pesquisa explora o tema através de uma visão mais garantista e sob o
prisma da advocacia de defesa. Abordando-se as principais teses, medidas
despenalizadoras e penas alternativas defendidas pelos criminalistas em favor dos
acusados de praticar crimes tributários, seja no juízo de primeiro grau ou nos
órgãos colegiados.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - As leis e os crimes tributários 11
CAPÍTULO II - História das penas 17
CAPÍTULO III – Medidas Despenalizadoras no início da
ação penal tributária 21
CAPÍTULO IV – Penas Alternativas à prisão 24
CAPÍTULO V – O impacto nos tribunais 29
CONCLUSÃO 36
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 38
BIBLIOGRAFIA CITADA 41
ÍNDICE 44
8
INTRODUÇÃO
Durante a história da humanidade, pode-se salientar a grande luta das
autoridades públicas de vários ordenamentos jurídicos, em criar uma forma eficaz
de repressão aos diferentes tipos criminais. Predominava então o interesse
comum em face do regramento imposto a todos os cidadãos, isto é, o que
realmente importava era o bem geral e não o individual. Na verdade, sempre
existiram os tais “regramentos”, porém, com o intuito de satisfazer aos anseios e
necessidades nos relacionamentos humanos, foram sendo adaptados juntamente
com as formas punitivas, todavia, até hoje, ainda existem conflitos sobre a eficácia
e finalidade das penas.
É de suma importância ressaltar que esta pesquisa abordará a questão da
humanização das penas e de sua função social, objetivando uma verdadeira
ressocialização do apenado por crimes tributários. Tais medidas são necessárias
em face da influência dos meios de comunicação, que impulsionando o combate à
criminalidade, acabam por influenciar uma verdadeira onda de duríssimas
repressões aos criminosos de colarinho branco, levando o Poder Legislativo a
agravar as penas dos crimes fiscais.
Embora tenham ocorrido alterações quanto à qualidade e dosagem das
penalidades - evoluindo até chegar à pena de prisão - filósofos, juristas,
sociólogos e operadores do direito ainda se questionam sobre a eficácia do atual
sistema penal. Muitos países, inclusive o Brasil, denunciam a decadência da pena
de prisão.
É fato que os estabelecimentos prisionais estão superlotados, influenciam a
violência e não reabilitam o detento para que viva em sociedade novamente. Pelo
contrário, o aprisionamento altera o comportamento do condenado, aumentando
9
sua agressividade e o tornando mais perigoso, especialmente no caso dos
condenados por crimes tributários, os quais são classificados como de médio
potencial ofensivo. Este preso, na maioria das vezes, torna-se reincidente, sendo
necessário ocorrer uma reformulação na legislação penal, objetivando a
ressocialização do delinqüente e a despenalização dos crimes fiscais.
Muito embora a prática dos crimes tributários traga prejuízo financeiro ao
Estado, influenciando no desenvolvimento do país e manutenção das políticas
públicas, não se deve olvidar que por dificuldades financeiras ou outros motivos, o
delinqüente fiscal se vê envolvido na prática de algum tipo penal tributário. Sendo
certo, que além da tipificação de condutas contra a ordem tributária, o objetivo
principal da promulgação das leis nº 4.729/65, 8.137/90 e 9.983/00 que alterou o
Código Penal é a eficácia da arrecadação dos tributos e proteção ao erário.
Com o advento da declaração Universal dos Direitos Humanos, e,
posteriormente com a elaboração das Regras de Tóquio, iniciou-se um grande
mover mundial no sentido de aplicação de penas mais humanitárias aos delitos de
pequena e média gravidade. Assim, vários países já têm aderido ao modelo penal
alternativo, obtendo bons resultados no que tange a ressocialização do criminoso
e a diminuição da reincidência.
As penas alternativas foram introduzidas no Brasil quando da promulgação
da lei nº 9.714/98 como Regra Geral, que trata sobre as penas alternativas à
prisão, cujo intuito é reaproximar o apenado da sociedade. Esta lei ampliou o rol
das penas restritivas de direito, elencadas no artigo 43 do Código Penal, para dez
penas alternativas à prisão. Muito embora no âmbito do direito penal tributário,
existam outras medidas despenalizadoras vigentes desde a promulgação das leis
nº 9.249/95 e 9.430/96: o pagamento e o parcelamento do crédito tributário antes
do recebimento da denúncia, os quais extinguem a punibilidade do crime.
10
Desta forma, o surgimento de medidas e penas alternativas em matéria
tributária mudaram os objetivos da punição Estatal que deixou de privilegiar o
castigo, para prezar pela reabilitação do delinqüente, provocando impactos
diferentes nos três Poderes brasileiros. No Legislativo causou certo clima de
impunidade, pois, este Poder, parece se basear no princípio da Lei e da Ordem.
Já o Executivo defende as penas alternativas, pois foi este quem propôs as
Leis dos Juizados Especiais Criminais e das Novas Alternativas Penais. O
Governo Federal instituiu no âmbito do Ministério da Justiça, o Programa Nacional
de Apoio e Acompanhamento das Penas e Medidas Alternativas e a Central de
Apoio e Acompanhamento às Penas e Medidas Alternativas (CENAPA).
Por último, no Poder Judiciário, a legislação ampliou a responsabilidade do
magistrado, o qual após proferir a sentença condenatória, deverá verificar
obrigatoriamente o cabimento ou não das penas alternativas, principalmente nos
casos de crimes fiscais, os quais não são praticados com violência ou grave
ameaça à pessoa.
Na verdade, para que a aplicação de penas alternativas nos crimes
tributários torne-se uma realidade “in concreto”, é indispensável o envolvimento
dos operadores do direito, da comunidade, da iniciativa privada, dos Poderes da
República, enfim, da participação em conjunto de todos os segmentos da
sociedade, posto que está em evidência julgamentos de grande repercussão
envolvendo acusados de crimes contra a ordem tributária e assemelhados.
11
CAPÍTULO I
AS LEIS E OS CRIMES TRIBUTÁRIOS
A prática arrecadatória de tributos sempre existiu no Brasil. Esses tributos
são cobrados da população pelo Fisco, com intuito de manter a estrutura da
administração pública. Dentre os objetivos da arrecadação de tributos, destacam-
se o bem-estar da sociedade, os investimentos tecnológicos e científicos e a
manutenção dos Governos (Amaro, 2002).
O Estado brasileiro iniciou a cobrança de tributos no período colonial.
Naquela época a tributação incidia sobre as diversas mercadorias exportadas e
importadas. Sendo certo que os primeiros regramentos do Direito Tributário no
Brasil e o direito das províncias cobrarem tributos, surgiram durante o período
imperial.
Anos depois, após a proclamação da República e a promulgação das
primeiras constituições e leis tributárias, com o advento da lei nº 5.172/66 que
instituiu o Código Tributário Nacional – CTN e com a promulgação da CRFB/88,
que reservou o título VI, dos artigos 145 a 169, para tratar do sistema tributário
nacional, a administração pública implantou os mecanismos necessários, os
regramentos e o aparelhamento estatal do sistema tributário (Amaral, 2002).
Muito embora um dos principais objetivos da tributação seja o bem-estar
social, observa-se historicamente uma enorme resistência de alguns contribuintes
em pagar os tributos exigidos, acarretando a prática de crimes fiscais.
É notório que a carga tributária no país é pesadíssima e das mais elevadas
no mundo, provocando indignações e inúmeros repúdios da população e de
órgãos de defesa dos interesses coletivos. Contudo, devido à necessidade de
12
manutenção dos serviços públicos e a rotineira evasão fiscal, a administração
tributária vem aumentando constantemente a carga tributária.
Alguns tributaristas ressaltam que a necessidade de cobrir as despesas
públicas, a ausência de medidas de combate à evasão, que o altíssimo nível da
carga tributária, a má aplicação do dinheiro público e a complexidade do sistema
fiscal, criam um contexto favorável à sonegação dos tributos (Andrade Filho,
2007).
Ocorre que mesmo a cobrança dos tributos sendo repudiada pelos
contribuintes, entende-se que é por meio do montante arrecadado que o Estado
se mantém e custeia os serviços sociais. Logo, a exigência do pagamento de
tributos de forma proporcional à condição dos contribuintes é necessária ao
desenvolvimento do país, cabendo à sociedade organizada fiscalizar os gastos da
verba pública.
Com o imenso número de sonegação de tributos, se justifica as iniciativas
ultimamente tomadas pelos Órgãos competentes, objetivando a investigação e o
combate às infrações tributárias. Temos assim o seguinte quadro: enquanto os
contribuintes de parcos recursos buscam contribuir regularmente, vimos aqueles
com maior poder econômico se furtar às obrigações tributárias, acarretando
prejuízo ao erário público (Harada, 2006). Nota-se que pelo bem da coletividade, o
Estado-legislador constantemente cria mecanismos no combate aos crimes
fiscais.
Os crimes tributários trazem em seu núcleo central a fraude, o engano, o
engodo. Segundo Alexandre Fragoso as condutas fraudulentas realizadas pelo
contribuinte colocam à autoridade fazendária em erro, sendo que o contribuinte
aufere vantagens com prejuízo apenas ao patrimônio do Estado-Administração, ou
seja, o delito tributário é um verdadeiro estelionato fiscal (2009).
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1.1 - Direito penal tributário
A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 145, atribuiu aos entes
federados à competência de instituírem tributos. Assim, com vistas à preservação
da ordem tributária, o poder legislativo criminalizou condutas aos agentes que se
furtarem de suas obrigações tributárias, buscando a eficácia da arrecadação.
O Código Tributário Nacional elenca obrigações tributárias ao contribuinte,
contudo, nem sempre a sociedade as cumpre devidamente, caracterizando dessa
forma os crimes tributários.
Com vistas a combater os crimes fiscais e proteger a política tributária
Estatal, foi criado o Direito Penal Tributário, sendo este um ramo autônomo do
Direito Penal. Para alguns tributaristas trata-se do conjunto de normas que tutelam
o patrimônio do sujeito ativo da obrigação tributária e que prescrevem penas
privativas de liberdade e multa, quando o descumprimento das obrigações
tributárias se der através de condutas fraudulentas na forma prescrita em lei
(Alexandre Fragoso, 2009).
Embora autônomo, o Direito Penal Tributário contém similitudes com o
Direito Penal, vez que criminaliza e estabelece sanções penais àqueles que
violarem as normas da ordem tributária e à atividade arrecadatória estatal.
Valendo-se a administração tributária de inúmeras atividades e ações, buscando
assegurar o cumprimento da legislação tributária (Harada, 2006).
1.2 - Crime de sonegação fiscal
A primeira lei a definir tipos penais tributários foi a Lei nº 4.729, promulgada
em 14 de julho de 1965, regulamentando a matéria em nosso ordenamento
jurídico. Elencando no artigo 1º quatro crimes fiscais, definindo que o dolo nos
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ilícitos tributários é o prejuízo financeiro causado à Fazenda Pública, e cominando
pena de seis meses a dois anos, e multa de duas a cinco vezes o valor do tributo
(Fragoso, 2009).
Posteriormente, com o advento da lei nº 5.569/69 incluiu-se uma nova
conduta na lei de sonegação fiscal, que consistia em coibir a sonegação de
qualquer percentagem sobre a parcela dedutível ou deduzida do imposto sobre a
renda.
Sobre a eficácia da legislação penal tributária afirmou Pimentel (1987) que
a lei de sonegação fiscal é a mais importante das leis tributárias, haja vista ter sido
promulgada especialmente para fortificar o sistema de arrecadação dos tributos,
coibindo a sonegação e a evasão, mediante a imposição de sanções severas, com
caráter específico, a comportamentos antes considerados puníveis somente como
infrações administrativas.
Passados alguns anos da aprovação da lei de sonegação fiscal, entendiam
alguns legisladores que as penas imputadas aos acusados por crimes tributários
deveriam ser agravadas, posto que os danos causados ao erário atinge à
coletividade. Porém, a maioria dos juristas discorda da posição adotada pelo
Congresso Nacional, pois entende a doutrina que a legislação penal tributária é
eficaz e atende aos objetivos da pena (Andrade Filho, 2007).
Embora a lei de sonegação fiscal com sua posterior alteração, tenha
criminalizado os crimes fiscais, observa-se que o tratamento proporcionado ao
delinqüente tributário é diferenciado, haja vista o objetivo estatal ser, tão-somente,
a arrecadação de tributos (Correa, 1996). Assim, procurando aperfeiçoar e
readequar a legislação fiscal existente à realidade do país, e aumentar o tempo de
pena, em 1990 surge a Lei nº 8.137 passando a definir como crimes contra a
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ordem tributária, dentre outros, os delitos de sonegação fiscal, elencados na Lei nº
4.729/65.
1.3 - Crimes contra a ordem tributária
A lei nº 8.137 promulgada em 27 de dezembro de 1990 estabeleceu nos
artigos 1° e 2° os crimes contra a ordem tributária, sendo alguns de natureza
formal e outros de natureza material. Segundo alguns doutrinadores, a legislação
em comento também teria revogado parcial e tacitamente a Lei nº 4.729/65
(Correa,1996).
A citada lei ampliou as condutas ilícitas contra o Fisco e agravou as
penalidades estabelecidas pela lei de sonegação fiscal, elevando as infrações
tributárias à categoria de crimes de médio potencial ofensivo (Harada, 2006).
Pelo fato da lei nº 8.137/90 ser mais benéfica ao criminoso, quando a
tipificação da conduta do agente eventualmente colidir com quaisquer dispositivos
do Código Penal, deverá prevalecer às normas da legislação tributária, caso
também atenda melhor aos interesses da administração tributária, sujeito passivo
dos crimes fiscais (Eisele, 2002).
1.4 - Crimes contra a previdência social
O primeiro dispositivo que tipificou os crimes contra a previdência social foi
o artigo 5º do Decreto Lei nº 65 de 14 de dezembro de 1937, que tinha a seguinte
redação:
“o empregador que retiver as contribuições recolhidas de seus
empregados e não as recolher na época própria incorrerá nas
16
penas do art. 331, n.2 da Consolidação das Leis Penais, sem
prejuízo das demais sanções estabelecidas neste Decreto Lei”
A referida legislação vigorou até a promulgação do Código Penal de 1940,
e, posteriormente outras leis trataram do tema. Contudo, apenas no ano 2000 o
Poder Legislativo alterou de forma contundente os dispositivos penais que
tratavam dos crimes contra a previdência social, com a aprovação da lei nº 9.983
(Andrade Filho, 2007).
O objetivo da Lei nº 9.983 de 14 de agosto de 2000, foi à adequação e
tipificação dos tipos penais previdenciários. Dita lei inseriu no Código Penal os
crimes de apropriação indébita previdenciária, no artigo 168-A, criminalizando a
conduta daquele que deixa de repassar à previdência social as contribuições, no
prazo legal, estabelecendo pena de 2 a 5 anos de reclusão e multa. Segundo
Celso Delmanto (2007), o referido crime se consuma quando o agente deixa de
recolher o tributo, ou seja, no momento do vencimento da Guia de Recolhimento
da Previdência Social – GRPS.
A segunda alteração promovida no CP foi o acréscimo do artigo 337-A;
tipificando o crime de sonegação de contribuição previdenciária, o qual estabelece
como crime a ação ou omissão que resulta na sonegação de contribuição
previdenciária, seja pela sua supressão ou redução. Prevendo uma pena de 2 a 5
anos de prisão e multa (Delmanto, 2007).
17
CAPÍTULO II
HISTÓRIA DAS PENAS
Segundo o tradicional dicionário Aurélio básico da língua portuguesa a
palavra pena significa
“Punição imposta pelo Estado ao delinqüente ou contraventor,
em processo judicial de instrução contraditória, por causa de
crime ou contravenção que tenham cometido, com o fim de
exemplá-los e evitar a novas infrações” (FERREIRA, 1988, p.
493)
2.1 - Decadência da pena de prisão
Muitos doutrinadores, filósofos, sociólogos e operadores do direito,
salientam que a pena de prisão encontra-se falida por não ter meios de se evitar a
criminalidade e até mesmo reabilitar o condenado. Conforme ensina Damásio
Evangelista de Jesus (1998)
“Durante muitos anos imperou um ambiente otimista,
predominando a firme convicção de que a prisão poderia ser
um instrumento idôneo para realizar todas as finalidades da
pena e que, dentro de certas condições, seria possível
reabilitar o delinqüente. Esse otimismo inicial desapareceu, e
atualmente predomina uma atitude pessimista, que já não tem
muitas esperanças sobre os resultados que se conseguir com
a prisão tradicional. A crítica tem sido tão persistente que se
pode afirmar, sem exagero, que a prisão está em crise” (p.
63).
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Muitos foram os motivos que levaram à decadência da pena de prisão.
Encabeçando a lista estão os problemas na gestão do sistema penitenciário
nacional, que se encontra superlotado, impedindo a eficaz execução da pena.
Esse motivo, somado a problemas como falta de educação de qualidade, saúde
pública deficiente, falta de emprego e saneamento básico, e, principalmente a má
distribuição de renda e a desigualdade social, influenciam o cometimento de
crimes e o crescimento da criminalidade (Sica, 2002).
. Embora o Poder Público tente se eximir de suas responsabilidades
direcionando a responsabilidade para o direito penal e a pena de forma específica,
cabe ressaltar que o objetivo do direito penal é o tratamento do crime e do
delinqüente face à infração jurídica (Fragoso, 2003).
No Brasil os estabelecimentos prisionais já são insuficientes para atender a
demanda criminal, as unidades penais acabam recebendo um número maior de
apenados do que poderiam comportar, submetendo os condenados a uma
convivência desumana e degradante, impossibilitando as metas de
ressocialização. Assim, a prisão gera a desadaptação da convivência em
sociedade (Thompson, 2002).
2.2 - Conseqüências das penas privativas de liberdade
O sistema penal causa grandes males ao preso. A prisão não pode deixar
de fabricar criminosos, pois o sentimento de injustiça que experimenta é uma das
causas que mais podem tornar seu caráter ruim, e, ainda, não diminui a taxa de
criminalidade, provoca a reincidência, corrompe, perverte, favorece a criação de
um meio de delinqüentes, com organização hierarquizada e voltada para o
cometimento de futuros delitos, bem como fabrica indiretamente delinqüentes, ao
fazer cair na miséria à família dos detentos (Foucault, 2000).
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O criminalista Damásio de Jesus salienta que o sistema prisional é uma
verdadeira escola da criminalidade, permitindo que se faça imperar no
estabelecimento penal os ensinamentos do mundo do crime que são passados a
delinqüentes prematuros, os quais na maioria das hipóteses teve no delito um
episódio isolado de suas vidas. O resultado do convívio neste ambiente terrível é
conhecido de todos, um criminoso às vezes primário tem alteração criminógena no
caráter maior do que o do momento de seu aprisionamento, impedindo sua
reintegração natural ao convívio social (Damásio, 2000). Então este ambiente
acaba por transformar os presos em pessoas irresponsáveis e sem iniciativa
própria, como salienta Augusto Thompson
“A posição de inferioridade atesta, agudamente, terem sido
julgados desmerecedores de confiança pela sociedade,
perante a qual perderam a reputação. Impedidos de exercer
o papel econômico de macho, interditados de controlar os
eventos de seu imediato ambiente, sentem-se despojados de
sua masculinidade. Assimilam, consciente ou inconsciente-
mente, o ensinamento, transmitido de diversificadas e
eficientes maneiras, de que o meio ambiente deve
administrar por eles” (2002, p. 58).
A maioria dos estabelecimentos penais se divide internamente pela
quantidade ou periculosidade das facções ali representadas; quanto maior o
número de adeptos, maior o seu poder persuasivo. Muitos desses presos andam
armados, proclamando um verdadeiro terror na cadeia, estabelecendo regras e
projetos que vão desde o repúdio a novos apenados, passando por planos de
ataque às facções rivais até a morte de inimigos (Thompson, 2002). Ressalte-se o
lamentável episódio ocorrido em setembro de 2003, no Estado do Rio de Janeiro,
onde no Complexo Penitenciário de Gericinó (Bangu) um grupo de detentos julgou
e condenou à morte alguns rivais declarados. Outros continuam a comandar de
20
dentro da cadeia seqüestros, homicídios, roubos e o tráfico de drogas em seus
redutos.
Também, no ambiente prisional, podem ocorrer problemas sérios de saúde
física e psicológica, tanto pela falta de higiene como pela lavagem cerebral feita
pelos presos mais antigos com o fim de que seja aceito a vida ilícita como opção
permanente. Existe ainda o aspecto social, pois a prisão gera a desadaptação da
convivência em sociedade, acarretando compatibilidade de comportamento ao
sistema social da penitenciária (Fragoso, 2003).
Conforme afirmam os mais variados estudiosos, a prisão é um produto caro
e reconhecidamente não ressocializa, pelo contrário, dessocializa. A falência ou o
fracasso da pena de prisão é o fator preponderante para a difusão das penas e
medidas alternativas. Segundo Gomes (2000) a prisão é cara, ineficaz, reproduz a
violência e a delinqüência e deve ser utilizada com a mais absoluta parcimônia.
Reservem-se as prisões única e exclusivamente para o infrator violento e perigoso
que de fato se constitui em risco e ameaça ao convívio social.
21
CAPÍTULO III
MEDIDAS DESPENALIZADORAS NO INÍCIO DA AÇÃO
PENAL TRIBUTÁRIA
Conforme aludido, as alternativas penais à prisão surgiram de ideais
humanitários e dos defensores da prevenção especial positiva, buscando
primeiramente fazer com que o acusado não cometa infrações penais no futuro e
proporcionando mais uma chance ao condenado antes de remetê-lo à prisão,
lugar reservado para os apenados verdadeiramente perigosos (Gomes, 2000).
Ao analisar a legislação tributária, afirma Correa (1996) que a falta de
cumprimento da obrigação tributária deveria ser punida apenas pecuniariamente,
repudiando-se a aplicação de sanção criminal, a qual restringe a liberdade
individual, haja vista a condenação penal ser desnecessária e excessiva.
Sendo notório que o infrator tributário não pratica o crime com violência ou
grave ameaça à pessoa, acarretando prejuízo apenas aos cofres públicos, não
podendo cumprir pena com os apenados por crimes gravíssimos e hediondos.
Conforme salienta Eisele (2002)
“No que se refere aos crimes contra a ordem tributária, a
finalidade da pena consistente na prevenção individual resta,
em princípio, prejudicada, pois seus agentes via de regra, não
são pessoas que atuam à margem do contexto social; não
sendo sujeitos desviados ou marginais, inexiste, motivo, pelo
qual a pena consiste em um instituto predominantemente
retributivo, no que tange ao seu reflexo individual, de
conteúdo repressor, eis que inexiste necessidade de
submeter autores de delitos de tal natureza a “tratamento”,
22
mas sim de os conscientizar da gravidade do ato praticado”
(p. 93).
3.1 - As causas de extinção do crédito tributário
A decadência e a prescrição são causas de extinção do crédito tributário, ou
seja, os tributos atingidos por um dos institutos citados excluem a existência do
delito fiscal.
Tanto a decadência como a prescrição, possui o condão de extinguir o
crédito tributário, sendo que na decadência, extingue o próprio direito da
autoridade tributária de constituir o crédito tributário e no caso da prescrição, afeta
a própria pretensão da Fazenda Pública de exigir do contribuinte o crédito
tributário (Machado, 2004)
Sendo causas de extinção do crédito tributário consequentemente
extinguem a obrigação tributária e, portanto, a própria relação jurídica tributária
entre Fisco e contribuinte, agindo como uma verdadeira causa de exclusão da
tipicidade penal, pois, se não há crédito tributário não há que se falar em tributo
suprimido ou reduzido, ou seja, não haverá crime tributário sem a presença do
tributo devido (Jesus, 1998).
3.2 - A extinção da punibilidade
Os crimes tributários tramitam processualmente na forma prevista no artigo
394 e seguintes do Código de Processo Penal, conforme a pena máxima
cominada, podendo tramitar sob o Rito Sumário ou Ordinário. Ou ainda, pelo Rito
Sumaríssimo (lei 9.099/95) nas hipóteses previstas no artigo 2º da lei 8.197/90,
quando praticados isoladamente.
23
Conforme exaustivamente elencado anteriormente, o Estado-legislativo
criou mecanismos para despenalizar os crimes de natureza tributária, antes
mesmo de uma sentença criminal. As primeiras medidas despenalizadoras
propostas pela administração pública, de caráter geral e voltadas ao delinqüente
tributário ocorreu com a promulgação das leis 9.099/95, 9.249/95 e 9.430/96, que
instituíram, respectivamente, a transação penal e a suspensão do processo, o
pagamento e parcelamento do valor sonegado, inclusive contra a previdência
social, acarretando, a extinção da punibilidade e a suspensão da ação criminal se
efetivados antes do magistrado receber a denúncia, comprovando-se que o intuito
do Fisco é arrecadar os tributos sonegados (Sica, 2002).
Devido ao elevado valor sonegado e apurado pelo Ministério Público no
momento de oferecimento da denúncia, nas ações penais de natureza tributária
acarreta em sua maioria, a impossibilidade de o agente pagar ou parcelar o crédito
tributário.
Então, não ocorrendo à extinção da punibilidade, a substituição das penas
privativas de liberdade por medidas alternativas ao encarceramento ou pena de
multa é mais recomendável ao infrator tributário.
Sendo certo que o juiz no momento do arbitramento da pena pecuniária,
analisará a situação econômica do réu e o proveito financeiro obtido com o crime.
24
CAPÍTULO IV
PENAS ALTERNATIVAS À PRISÃO
A crise do sistema punitivo e a ineficácia da pena de prisão são matérias
antigas, sendo observadas e discutidas por grandes filósofos e estudiosos
reformadores. Em suas análises sempre ressaltaram sobre a dura privação da
liberdade, sugerindo formas de punição que protegessem a dignidade humana e
limitassem o Direito Penal (Jesus, 2000).
No plano jurídico a Lei nº 9.714/98, alterou a redação do artigo 43 e
seguintes do Código Penal ampliando e ratificando o rol das penas restritivas de
direitos, instituindo outras modalidades de medidas alternativas à prisão, com a
denominação de “penas alternativas” (substitutivos penais). Sobre essa
denominação, ensina Damásio de Jesus (2000):
“Alternativas penais, também chamadas substitutivos penais
e medidas alternativas, são meios de que se vale o legislador
visando impedir a que o autor de uma infração penal venha a
ser aplicada medida ou pena privativa de liberdade” (p. 29).
O professor Heleno Fragoso (2003) afirma que
“O CP vigente prevê, ao lado das penas privativas da
liberdade, as restritivas de direitos (art. 43, CP). A partir da
Lei 9.714/98, que promoveu extensa modificação da matéria
no Código Penal, o rol e o âmbito de incidência das penas
restritivas de direitos foi sensivelmente aumentado, o que
sem dúvida merece aplauso. Com a recente alteração
legislativa” (p. 381).
25
Afirma ainda Damásio de Jesus (2000) que as Penas Alternativas são
sanções de natureza criminal diversas da prisão e que o seu objetivo principal é a
ressocialização do infrator.
Depreende-se então, que o Estado-tributário tem priorizado à aplicação de
penas alternativas nos crimes tributários, que são de médio potencial ofensivo,
haja vista o bem jurídico tutelado ser apenas os recursos financeiros do Estado.
4.1 - Princípios fundamentais da lei nº 9.714/98
As penas alternativas são resultado das tendências do direito penal
moderno, especificamente da terceira tendência que trata do modelo alternativo,
isto é, do “direito penal mínimo”. Neste modelo é adotado um direito penal de
intervenção mínima - baseado na teoria da prevenção geral e específica positiva -,
pretendendo por intermédio da pena, respeitar os valores sociais legalmente
protegidos e a consciência jurídica de toda a sociedade. Assim, a pena de prisão
seria cabível apenas para os que cometerem crimes mais graves e a intervenção
penal ocorreria somente em severa necessidade (Sica, 2002).
Conforme ensinam os principais juristas, com o advento da lei das penas
alternativas, agora existe no sistema de Justiça Penal brasileiro, dois subsistemas,
a saber: o clássico, o qual privilegia o encarceramento porque acredita na função
dissuasória da prisão, e o alternativo, que procura sancionar o infrator conforme a
gravidade da infração, com penas e medidas alternativas, ou seja, não retirando o
delinqüente do convívio familiar, social e profissional (Gomes, 2000). Assim,
salienta ainda o criminalista Luiz Flavio Gomes, que o objetivo do subsistema
alternativo é despenalizar, que tem seu significado traduzido conforme segue
26
“Despenalizar, por seu turno, significa adotar institutos ou
penas e medidas substitutivas ou alternativas, de natureza
penal ou processual, que visam a, sem rejeitar o caráter
ilícito da conduta, dificultar ou evitar ou restringir a aplicação
da pena de prisão ou sua execução ou, ainda, pelo menos,
sua redução” (2000, p. 59).
Portanto, seguindo ainda as lições de Gomes (2000), as infrações que
existem atualmente, incluindo-se as tributárias, seguem a seguinte classificação:
“a) infrações de lesividade insignificante (devem ser regidas
pelo princípio da insignificância, com a conseqüência de que
ficam excluídas da incidência do Direito Penal); b) infrações
de menor potencial ofensivo (crime com pena de prisão até
um ano e todas as contravenções, que admitem as soluções
consensuadas da lei dos juizados criminais); c) infrações de
médio potencial ofensivo (as que admitem a suspensão
condicional do processo - pena mínima não superior a um
ano - ou penas substitutivas - crimes culposos e crimes
dolosos com pena até quatro anos, excluídos os crimes
cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa); d)
infrações de grande potencial ofensivo (crimes graves, mas
não definidos como hediondos - homicídio simples, por
exemplo); e) infrações hediondas (às quais aplica-se o
regime especial da lei dos crimes hediondos)” (p. 100).
Afirma também o referido professor, que o sistema penal alternativo incide
de forma prioritária nos grupos “b” e “c”; podendo, face à conduta delitiva, ser
aplicado também, nos grupos “d” e “e” (Gomes, 2000).
27
4.2 - Penas alternativas nos crimes tributários
Segundo os cientistas penais não existe por parte dos Poderes Legislativo e
Executivo, uma Política Criminal Única, ou seja, demonstram seguir rumos
diferentes.
Existe atualmente no Brasil a falsa crença de que a criminalidade somente
será reduzida com o agravamento das penas e a supressão das garantias do réu.
O Poder Legislativo por vezes adota o princípio da “Lei e da Ordem” com
propostas de execução da pena e de leis mais severas, e, ainda, por afirmarem
que as penas alternativas não reduzem o número de encarcerados e não
possuem conteúdo intimidativo (Jesus, 1998). Assim, afirma Cezar Roberto
Bitencourt (2000):
“Se não houver vontade política de tornar efetiva a
operacionalização das “novas penas” alternativas à prisão,
traduzida na dotação orçamentária necessária, com criação
de quadro de técnicos especializados para acompanhamento
e fiscalização da execução das novas penas, construção em
massa de casas de albergados, adoção de uma política
pública de convênios das entidades referidas no art. 46, § 2º,
do Código Penal, com o sistema criminal e apoio a todas as
unidades federativas, o insucesso da nova política criminal
será inevitável, por duas razões: de um lado, pela não-
aplicação das alternativas, quando cabíveis, violando os
direitos do sentenciado; de outro lado, pela aplicação correta
da previsão legal da substituição, mas sem nenhuma
possibilidade de controle e fiscalização de sua execução” (p.
70).
28
Damásio de Jesus afirma que o Poder Executivo segue em direção oposta,
pois “se tem filiado à corrente do modelo alternativo e do direito penal mínimo,
como demonstra sua iniciativa na edição das Leis dos Juizados Especiais
Criminais (Lei n. 9.099/95) e das Penas Alternativas (Lei n. 9.714/98)” (2000, p.
24).
Como medida importante tomada pelo Poder Executivo, em face de sua
credibilidade na eficácia das penas alternativas, ressalte-se a criação no âmbito da
Secretaria Nacional de Justiça: do Sistema de Penas e Medidas Alternativas e o
Programa Nacional de Apoio e Acompanhamento das Penas e Medidas
Alternativas pelo Ministério da Justiça, através da Portaria MJ nº 153, de 27 de
fevereiro de 2002. Quando da aprovação desta portaria, foram considerados: 1) A
necessidade de fomentar o estabelecimento de programas de execução de penas
e medidas alternativas, com mecanismos para a sua efetiva fiscalização, em
cumprimento das ações previstas no Plano Nacional de Segurança Pública; 2) O
alto índice de reincidência criminal de egressos do sistema penitenciário; 3) O
custo excessivamente oneroso que a pena privativa de liberdade impõe ao
Estado; 4) A baixa aplicação de penas e medidas alternativas por falta de
estrutura de apoio para fiscalização; 5) A necessidade do encarceramento
principalmente para criminosos de maior potencial ofensivo (DEPEN, 2006).
Todavia, para que o novo modelo punitivo torne-se eficaz, faz-se necessário
um trabalho em conjunto de todos os segmentos da sociedade (Sica, 2002).
Assim, entre os juristas existe muito otimismo em face do novo modelo penal
tributário, os quais afirmam que, superados os preconceitos e divulgados os
resultados propostos, as penas alternativas nos crimes tributários alcançarão suas
finalidades.
29
CAPÍTULO V
O IMPACTO NOS TRIBUNAIS
Com a promulgação da Lei nº 9.714/98, a atuação do Poder Judiciário
tornou-se essencial. As penas alternativas à prisão deixaram de consistir apenas
em faculdade do juiz, passando a ser direito do condenado, quando forem
preenchidas as condições legais. As penas alternativas são autônomas, isto é,
não são acessórias, não dependendo da imposição da sanção detentiva, e,
também, não podem ser aplicadas cumulativamente com a pena privativa de
liberdade. Assim, o juiz é obrigado a apreciar e aplicar tais penas devendo
justificar, de forma fundamentada, quando não houver possibilidade da pena
alternativa ser aplicada ao caso concreto (Damásio, 2000). Assim também
entende Gomes (2000):
“O juiz já não tem que ficar esperando que os outros poderes
atuem: cabe-lhe o estrito cumprimento da lei de Execução
Penal, criando patronatos, os conselhos da comunidade etc.
Nada disso depende do executivo, só do Judiciário. A boa e
correta aplicação da lei, assim como o sucesso da sua
fiscalização, depende sobretudo do próprio juiz, cuja omissão
pode ser reputada imperdoável” (p. 103).
Mostra-se desta forma totalmente compatível na aplicação de penalidades
por crimes tributários, a teoria de Justiça Restaurativa, posto que objetiva
restabelecer as relações sociais e reparar o prejuízo causado ao Erário pelo
acusado. Principalmente pelo fato do Judiciário estar adotando nos últimos anos, a
aplicação de penas pecuniárias.
30
Nas penas alternativas, o juiz primeiro fixa a prisão para depois aplicar as
penas restritivas de direitos (art. 43 e ss. do CP). Para que ocorra a substituição o
juiz deve considerar os antecedentes, a culpabilidade, a personalidade, a conduta
social do delinqüente e os motivos e circunstâncias dos fatos, considerando ser a
sanção jurídica, suficiente para o crime praticado (Fragoso, 2003). Luiz Flávio
Gomes relata que a escolha da medida deve ser baseada em avaliação dos
critérios estabelecidos com respeito tanto à natureza e à gravidade do delito
quanto à personalidade e aos antecedentes do delinqüente (2000). Cezar
Bitencourt (2000) afirma que “O limite de duração das penas restritivas será o
mesmo que teria a pena privativa de liberdade substituída (art. 55 do CP)” (p. 79).
Assim, a aplicação e execução das penas alternativas à prisão encontram-
se descritas no artigo 44 e seguintes do Código Penal, estão vinculadas as
decisões do juiz e se aplicam a quaisquer tipo penal existente no ordenamento
jurídico brasileiro, mesmo em se tratando de crimes gravíssimos ou hediondos.
Tratando-se de crimes tributários é obrigatória a substituição da pena de
prisão por pena alternativa, quando a pena final não for superior a quatro anos
(inclusive), pois estes crimes não são praticados com violência ou grave ameaça à
pessoa e limitam-se ao prejuízo material. Heleno Fragoso salienta que existem
duas condições para que ocorra a substituição pelas penas alternativas:
“São duas as condições para que se opere a substituição. A
primeira condição é objetiva e se relaciona com a quantidade
da pena privativa da liberdade imposta (não superior a quatro
anos) ou a natureza do ilícito penal (crime culposo). Nos
crimes dolosos, a substituição da pena privativa da liberdade
por pena restritiva de direitos só se pode fazer se a pena
imposta não for superior a quatro anos. Nos crimes culposos,
a substituição pode-se fazer qualquer que seja a pena. A
31
segunda condição é subjetiva: o réu não pode ser reincidente
em crime doloso. No entanto, a substituição será possível,
ainda que o réu seja reincidente em crime doloso, desde que
se verifique que, em face da condenação anterior, a medida
seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha
operado em virtude da prática do mesmo crime (art. 44, § 3º,
CP)” (2003, p. 381-382).
5.1 - Instrumento ressocializador
Sendo o alvo principal a se alcançar, a redução da incidência da pena de
prisão. A segunda meta que se almeja com a aplicação de penas alternativas diz
respeito à ressocialização do criminoso tributário, para se evitar a reincidência. Os
defensores das penas alternativas afirmam que as maiores virtudes delas são: a)
evitar o encarceramento, que é fator dessocializador; b) estimular o senso de
responsabilidade no delinqüente; c) almejar a sua ressocialização por vias
alternativas, fora da prisão (Fragoso, 2003).
Afirma René Ariel Dotti que um tratamento mais humanitário dado ao
delinqüente constitui num grande contra-estímulo à reincidência de crimes
tributários, pois assim, os objetivos individuais e coletivos, buscarão satisfazer aos
valores sociais, culturais que são prospectivas necessárias à conservação ética da
personalidade do apenado (2002).
Dentro do ideal ressocializador há um ponto essencial para um eficaz
resultado, garantindo a reinserção social do condenado tributário e a humanização
do cumprimento de pena, como ensina Damásio de Jesus (2000)
“É fundamental mobilizar toda a variedade de recursos
comunitários para ajudar e apoiar as autoridades
32
encarregadas da administração da justiça Penal a fim de
conseguir a reinserção social do delinqüente individualmente
considerado. A participação da comunidade pode ajudar os
delinqüentes a estabelecer vínculos significativos na
comunidade, tomar consciência do interesse que a
comunidade tem por eles e ampliar as possibilidades de
relação e apoio que podem continuar mesmo após ter
terminado a aplicação da medida não-privativa de liberdade”
(p. 197).
Também é importante ressaltar a preocupação e iniciativa de alguns
Tribunais de Justiça de nosso país. Alguns já têm criado em suas Comarcas uma
estrutura voltada à aplicação e acompanhamento das penas alternativas,
principalmente no que envolve a ressocialização do delinqüente.
Na Comarca da Capital do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, foi
implantado o primeiro projeto de monitoramento da pena de Prestação de
Serviços à Comunidade em 1991; no mês de junho de 2001, foi criada a primeira
Central de Penas e Medidas Alternativas no Fórum da Capital, pertencendo a Vara
de Execuções Penais. Sendo ampliado o projeto, foram completamente
capacitadas no ano de 2003 as Centrais do interior, como a de Campos, Duque de
Caxias, Niterói, Volta Redonda e Petrópolis.
A Central de Penas Alternativas acompanha a execução de sursis e das
penas restritivas de direito previstas na legislação penal, que são encaminhadas
através da Carta de Execução de Sentença (CES) ou Carta Precatória. Esta
Central comporta a grande maioria dos processos recebidos na DPMA (TJRJ,
2006).
33
5.2 - Vantagens e espécies de penas alternativas
Antes da Lei nº 9.714/98, existia na legislação penal brasileira 06 (seis)
penas alternativas (multa, prestação de serviços à comunidade, limitação de fim
de semana, proibição do exercício de cargo ou função, proibição do exercício de
profissão e suspensão da habilitação para dirigir veículo). Foram incluídas pela
nova lei 04 (quatro) sanções (prestação pecuniária em favor da vítima, perda de
bens e valores, proibição de freqüentar determinados lugares e prestação de outra
natureza). Assim, agora contamos com um total de 10 (dez) sanções substitutivas
à prisão (Gomes, 2000).
A respeito de cada espécie de pena alternativa prevista em nossa
legislação, citam-se os ensinamentos dos professores Damásio de Jesus (2000) e
Heleno Cláudio Fragoso (2003):
1ª) prestação pecuniária (art. 43, I) – consiste no pagamento à vítima, a
seus dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social de
importância fixada pelo juiz, não inferior a 1 nem superior a 360 salários mínimos;
2ª) perda de bens e valores pertencentes ao condenado tributário em favor
do fundo penitenciário Nacional (art. 43, II), considerando-se o prejuízo causado
pela infração penal ou o proveito obtido por ele ou terceiro (art. 45, § 3º);
3ª) prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas (art. 43, IV,
e 46): atribuição de tarefas gratuitas ao condenado (art. 46, § 1º) em entidades
assistenciais, escolas, hospitais etc (art. 46, § 2º);
4ª) proibição de exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como
de mandato eletivo (CP, art. 47, I); será aplicada somente em casos que se
relacionem com abuso ou violação dos deveres inerentes ao cargo, atividade ou
função;
5ª) proibição de exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam
de habilitação oficial, de licença ou autorização do Poder Público (art. 47, II);
34
devendo ser apreendidos os documentos que autorizam o exercício do direito
interditado;
6ª) suspensão de autorização ou habilitação para dirigir veículo (art. 47, III)
- aplica-se aos crimes culposos de trânsito;
7ª) proibição de freqüentar determinados lugares (art. 47, IV);
8ª) limitação de fim de semana ou “prisão descontínua” (arts. 43, VI, e 48);
consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por cinco horas
diárias, em casa de albergado ou estabelecimento adequado;
9ª) multa (art. 44, § 2º), recolhimento aos cofres públicos;
10ª) prestação inominada (art. 44 § 2º) em que o juiz, havendo aceitação do
condenado, pode substituir a prestação pecuniária (arts. 43, I, e 45, § 1º), que se
cumpre com o pagamento em dinheiro à vítima, em prestação de outra natureza.
São muitas as vantagens provenientes das penas alternativas, como
salienta Damásio de Jesus (2000):
a) diminuem o custo do sistema repressivo;
b) permitem ao juiz adequar a reprimenda penal à gravidade objetiva do
fato e às condições pessoais do condenado;
c) evitam o encarceramento do condenado nas infrações penais de menor
potencial ofensivo;
d) afastam o condenado do convívio com outros delinqüentes;
e) reduzem a reincidência;
f) o condenado não precisa deixar sua família ou comunidade, abandonar
suas responsabilidades ou perder seu emprego.
Existem ainda, outras vantagens, segundo artigo da Vara de Execução de
Penas Alternativas do Tribunal de Justiça de Pernambuco (2006):
1ª) Para o Poder Judiciário - Desafogam as já esgotadas vias tradicionais;
torna-se um agente punitivo mais justo e eficaz, visando ao fim da impunidade
35
para delitos de pequeno e médio potencial ofensivo. Desenvolve o seu papel de
agente social.
2ª) Para a Instituição - Torna-se parceira do poder Judiciário; é valorizada
como agente de responsabilidade social; recebe colaboradores sem ônus.
3ª) Para o Beneficiário - Promove sua ressocialização, resgatando a sua
cidadania; através de seu trabalho e habilidades, mostrar-se útil à sociedade; não
ficar preso - livre do isolamento que estimula a marginalização -, permanecendo
no meio social e familiar, contribuindo para a redução do índice populacional nos
presídios Estaduais.
5.3 - Fixação da pena de multa nos crimes tributários
A norma geral para fixação da pena pecuniária (de multa) na esfera criminal
encontra-se definida no artigo 49 e seguintes do Código Penal, observando-se
especialmente a situação econômica do réu. Que no caso de processos tributários
de vultoso valor sonegado, o juiz poderá aumentar a multa até o triplo.
A lei que define os crimes contra a ordem tributária estabeleceu
cumulativamente, além da pena corporal, a aplicação de multa ao infrator
tributário. Existem discussões sobre a eficácia da aplicação da pena de multa
prevista no artigo 8º da lei 8.137/90 aos réus de crimes contra a ordem tributária,
em face da extinção do BTN (Bônus do Tesouro Nacional) pela Lei 8.177/91 e da
promulgação da lei 9.714/98, que instituiu as penas substitutivas à prisão.
O entendimento doutrinário e jurisprudencial majoritário, afirma que deverá
ser aplicada nas hipóteses de crimes tributários a regra mais benéfica ao
criminoso, que é aquela prevista no artigo 49 do Código Penal, por se tratar de
Regra Geral e prever que a multa pecuniária terá caráter apenas substitutivo e não
cumulativo como prevê a lei 8.137/90, ficando o magistrado impedido de aplicar
pena de multa, cumulada com a pena privativa de liberdade.
36
CONCLUSÃO
As penas alternativas encontram-se elencadas no artigo 43 do Código
Penal. Depois do advento da Lei nº 9.714/98, ampliou-se para dez o número das
penas substitutivas.
Os países que adotaram e tem investido na aplicação das penas
alternativas, obtiveram grandes resultados, diminuindo os índices de reincidência.
O sistema prisional brasileiro encontra-se falido, tendo se tornado uma
escola do crime, ficando pouco provável a reabilitação e a ressocialização do
criminoso tributário.
A tendência do direito penal mínimo no Brasil, inaugurado com a Lei nº
9.099/95 (Lei dos Juizados Especiais Criminais) e reforçado com a promulgação
da Lei nº 9.714/98 (Penas Alternativas), encontra-se cada vez mais defendido e
reconhecido pela sociedade, sendo aplicado nos crimes de pequeno e médio
potencial ofensivo. Tendo por objetivo descarceirizar, despenalizar e
descriminalizar certos delitos.
O combate aos crimes tributários não será resolvido apenas com o lema da
“Lei e da Ordem”, promovido pelos meios de comunicação e defendido pelo Poder
Legislativo que adota uma política criminal repressiva, com a elaboração de leis
que agravam a pena dos crimes fiscais.
Em sentido inverso, segue o Poder Executivo, que no âmbito do Ministério
da Justiça, criou por intermédio da Secretaria Nacional de Justiça, a Central
Nacional de Apoio e Acompanhamento às Penas e Medidas Alternativas
(CENAPA), e também, o Sistema de Penas e Medidas Alternativas e do Programa
37
Nacional de Apoio e Acompanhamento das Penas e Medidas Alternativas. Tendo
por objetivos realizar ações necessárias, fiscalizar a execução e fornecer verba
para a aplicação das Penas Alternativas em âmbito nacional.
No Poder Judiciário, a aplicação das medidas despenalizadoras antes do
recebimento da denúncia nas hipóteses de crimes tributários, bem como das
penas alternativas, quando cabíveis, passou a ser obrigatória pelo juiz e direito do
criminoso tributário.
As leis mais recentes em matéria fiscal deixa evidenciado que o objetivo
principal do Estado-tributário é a arrecadação de tributos, e, não a condenação
penal do contribuinte sonegador.
Tudo isso que foi apresentado nesta pesquisa, leva-nos a crer que a
aplicação das penas alternativas e medidas despenalizadoras nos crimes
tributários, são mais adequadas ao acusado, pois proporciona a sua reabilitação e
ressocialização. E também atende aos interesses da Fazenda Pública - sujeito
passivo nos crimes fiscais - que é tutelar o patrimônio público e a sociedade.
38
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44
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
AS LEIS E OS CRIMES TRIBUTÁRIOS 11
1.1 - Direito penal tributário 13
1.2 - Crime de sonegação fiscal 13
1.3 - Crimes contra a ordem tributária 15
1.4 - Crimes contra a previdência social 15
CAPÍTULO II
HISTÓRIA DAS PENAS 17
2.1 - Decadência da pena de prisão 17
2.2 - Conseqüências das penas privativas de liberdade 18
CAPÍTULO III
MEDIDAS DESPENALIZADORAS NO INÍCIO DA
AÇÃO PENAL TRIBUTÁRIA 21
3.1 - As causas de extinção do crédito tributário 22
3.2 - A extinção da punibilidade 22
45
CAPÍTULO IV
PENAS ALTERNATIVAS À PRISÃO 24
4.1 - Princípios fundamentais da lei nº 9.714/98 25
4.2 - Penas alternativas nos crimes tributários 26
CAPÍTULO V
O IMPACTO NOS TRIBUNAIS 29
5.1 - Instrumento ressocializador 31
5.2 - As vantagens e espécies de penas alternativas 33
5.3 - Fixação da pena de multa nos crimes tributários 35
CONCLUSÃO 36
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 38
BIBLIOGRAFIA CITADA (opcional) 41
ÍNDICE 44