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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA RELEVÂNCIA DOS JOGOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL Por: LUCIA HELENA MARTINS PANGAIO Orientadora Profa. MS. Andréa Villela Mafra da Silva Rio de Janeiro 2010 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

RELEVÂNCIA DOS JOGOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Por: LUCIA HELENA MARTINS PANGAIO

Orientadora

Profa. MS. Andréa Villela Mafra da Silva

Rio de Janeiro

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

RELEVÂNCIA DOS JOGOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto A Vez do Mestre como requisito parcial para a obtenção do título de licenciado em Pedagogia. Orientadora: Profa. MS. Andréa Villela Mafra da Silva.

Rio de Janeiro

2010

AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos os que me auxiliaram na construção deste trabalho, de modo especial minha família, amigos, profissionais da educação infantil, a orientadora Profa. MS. Andréa Villela Mafra da Silva e a equipe do Instituto a Vez do Mestre.

RESUMO A presente monografia tem como objetivo analisar e compreender a importância do jogo na educação infantil e sua utilidade como recurso pedagógico levando em consideração a história desses jogos e brinquedos, como eles surgiram e foram utilizados inicialmente e como na atualidade o lúdico é oferecido de acordo com seus objetivos, de que forma estes objetivos são trabalhados dentro da sala de aula e em outros ambientes e o que é desenvolvido no aluno no aspecto motor, afetivo, social e cognitivo. Para a realização deste estudo, foi necessário entrevistar profissionais da educação infantil, oportunizando o relato de experiências e práticas educativas a fim de elaborar a conclusão deste trabalho. PALAVRAS-CHAVES: Lúdico, interação e conhecimento.

METODOLOGIA

Os métodos utilizados na realização deste estudo foram basicamente: a

pesquisa bibliográfica, webgráfica e pesquisa de campo com a utilização de

questionários e observação de campo para desenvolvimento do estudo.

No desenvolvimento deste trabalho foi realizada entrevista com dez

educadores da Creche Municipal Vereador José Carlos Theodoro, localizada

no município de Duque de Caxias e dez educadores da Escola Municipal Del

Castilho, localizada no município do Rio de Janeiro. Na entrevista os

educadores responderam a questionamentos sobre interação social,

desenvolvimento da oralidade, expressão corporal, música e recursos

pedagógicos que estão relacionados com sua prática pedagógica na educação

infantil.

Assim, foi realizada esta pesquisa com referencial teórico em livros e site

da Web e o referencial prático dos profissionais da educação com sua

experiência pedagógica, contribuindo na conclusão deste trabalho.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I - A HISTÓRIA DO BRINQUEDO E DO BRINCAR: A LUDICIDADE

NA TRAJETÓRIA DA ESCOLA NO BRASIL 9

CAPÍTULO II - A LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL: DEFINIÇÃO,

UTILIZAÇÕES, LIMITES E PERSPEC TIVAS 19

CAPÍTULO III - A VOZ DOS MESTRES: O LÚDICO NO COTIDIANO DA

ESCOLA 30

CONSIDERAÇÕES FINAIS 38

BIBLIOGRAFIA 40

WEBGRAFIA 41

ANEXOS 42

ÍNDICE 51

INTRODUÇÃO

O objetivo deste trabalho é ao longo do estudo analisar e compreender

qual a importância do jogo na educação infantil e sua utilidade como recurso

pedagógico, ou seja, analisar o seu uso e buscar compreender como o jogo

pode ser utilizado pelo professor no segmento de educação citado acima.

Assim sendo este estudo foi dividido em três capítulos. No primeiro

capitulo pretendeu-se analisar a história do brinquedo e do brincar, a ludicidade

na escola, qual a utilidade do brincar no desenvolvimento (cognitivo, emocional

e social) da criança.

No segundo capítulo, por sua vez, buscou-se compreender a ludicidade

na educação infantil, assim como sua definição, utilizações, limites e

perspectivas.

E por fim no terceiro capítulo procurou-se buscar a fala dos profissionais

da educação infantil sobre a prática dos jogos e da ludicidade dos mesmos

com seus alunos nos aspectos: social, motor, afetivo e cognitivo para verificar

sua importância como recurso pedagógico deste segmento de ensino.

CAPÍTULO I

A HISTÓRIA DO BRINQUEDO E DO BRINCAR:

A LUDICIDADE NA TRAJETÓRIA DA ESCOLA NO

BRASIL

Vários são os brinquedos utilizados nas salas de aula, nas

brinquedotecas, nos pátios e nas recreações. Eles possuem várias origens e

histórias e se tornaram importantes para a criança e na educação infantil.

Segundo Atzingen (2001), os brinquedos são divididos em:

. Brinquedos afetivos: bonecas, casa de bonecas, marionetes e bichos de

pelúcia. As marionetes eram utilizadas no Egito para divertir os faraós e tinham

o corpo feito de madeira e a cabeça feita de marfim. Em Atenas, o teatro de

marionetes apresentava as tragédias gregas. Na Idade Média, muitos países

europeus utilizam as marionetes para representar autos religiosos e os padres

para ensinar o evangelho. Com o surgimento de peças cômicas, as

autoridades religiosas proibiram sua apresentação nas igrejas e as marionetes

passaram a ser uma diversão popular nas ruas, tendo tema livre e

apresentadas em feiras e parques. No século XII, se tornaram populares na

Itália e na França e difundiram-se pela Europa. O manipulador de bonecos

viajava com seu grupo e se apresentavam para o público contando histórias

que podiam ser tiradas do teatro, de alguma ópera ou de alguma lenda. No

século XVI, os portugueses trouxeram o teatro de marionetes para o Brasil,

para ser utilizado como instrumento para a catequese dos índios. Em

Pernambuco, os bonecos eram vestidos nas mãos (como luvas) e ganharam o

nome de mamulengo (de mão molenga).

. Brinquedos que se referem ao céu, água e terra: aviões, barcos, trens, carros

e bicicleta. Os barcos a vela que percorriam o rio Nilo, há cinco mil anos eram

observados por crianças e elas começaram a fazer miniaturas de

embarcações. Na Inglaterra em 1898, foi registrada a primeira patente em

nome de Thomas Pilot, de um barco feito de lata em miniatura, que se

movimentava por um sistema de propulsão de jatos de água aquecida através

de um chama. Após cinco anos, as fábricas de brinquedos alemãs lançaram

réplicas de navios famosos, como o Mikasa, da Marinha Imperial Japonesa, e o

HMS Terrible, um navio de guerra inglês.

. Brinquedos clássicos: pião, caleidoscópio, cavalo-de-pau, carrossel, caixinhas

de música e chocalho. O pião é um objeto cônico, que faz um movimento de

giro. Há cerca de três mil anos a.C. na Babilônia existiam os piões que eram

feitos de argila e com as bordas decoradas com formas humanas e também de

animais ou em relevo. Os japoneses pintavam sua superfície com detalhes e

foram os primeiros a sulcarem o redor da circunferência e produzir piões que

quando eram movimentados assobiavam.

. Brinquedos que envolvem o ato de subir, descer e rebolar: aro, argolas,

bambolê, balanço e gangorra. O bambolê era feito de fios secos de parreira

por crianças no antigo Egito e também por crianças da Grécia e de Roma. Ele

era lançado no ar como se fosse um bastão e as crianças o pegavam com o

corpo mantendo em movimento. Ele era feito de cana-de-açúcar na América

do Sul e de metal ou madeira, na Inglaterra. O brinquedo como conhecemos

hoje feito de plástico colorido, foi fabricado nos Estados Unidos em 1958 e se

tornou popular. Os americanos Arthur Melin e Richard Knerr trouxeram esta

ideia da Austrália, em que estudantes de ginástica se divertiam com aros de

bambu na cintura.

. Brinquedos que movimentam a bola: bola, bola de gude e boliche. O primeiro

boliche talvez tenha sido encontrado por um arqueólogo inglês em um túmulo

de uma criança egípcia que continha bolas e pinos. Na Inglaterra no século

XII, surgiu o jogo de boliche na grama em que o objetivo do jogo era colocar a

bola o mais próximo possível do alvo sem derrubá-lo. A versão moderna do

boliche surgiu na Alemanha sendo jogado com nove pinos dispostos na forma

de um losango. Os americanos modificaram o boliche, através da colocação

dos pinos para a forma triangular e acrescentaram mais um pino, tendo o nome

de ten pin bowling (boliche de dez pinos).

. Brinquedos de pontaria: dardos, bumerangue e ioiô. O bumerangue de

madeira mais antigo foi encontrado na Austrália há aproximadamente dez mil

anos. Em paredes de pedra na África do Norte existem pinturas de

bumerangue e possuem cerca de nove mil anos. Na tumba do faraó

Tutankâmon, foi encontrado um caixote com muitos bumerangues, alguns

adornados com ouro e marfim. Muitos povos conheciam o bumerangue como

uma arma de caça.

. Brinquedos feitos de papel: cata-vento, origame e pipa. O cata-vento surgiu,

segundo referências, na China (antes de Cristo). Também era chamado de

papa-vento. Existe uma relação entre sua criação e a dos moinhos de vento.

Os antigos egípcios tinham conhecimento que se colocasse velas nos barcos,

à força dos ventos iria facilitar sua navegação. Com isto, passaram a utilizar

este princípio para tarefas como moer grão e bombeamento da água. Os

persas utilizaram a força dos ventos poucos séculos antes de Cristo e no ano

de 700 d.C. contruíram moinhos de vento. O cata-vento é associado à energia

eólica (energia que é gerada pela força dos ventos).

. Brinquedos que envolvem o jogo: dados, dominó resta um, tangram, cubo

mágico, jogos de tabuleiro, xadrez, dama, bingo, jogo-da-velha e jogo de

varetas. O cubo mágico foi criado por Erno Rubik. Ele lecionava arquitetura na

capital da Hungria (Budapeste) e gostava de geometria e formas

tridimensionais. Em 1974 juntou com elásticos e pequenos blocos de madeira

até obter um método que levasse ao resultado desejado. Erno apresentou aos

seus alunos o cubo pintado com seis cores diferentes e o efeito foi

surpreendedor. Este novo brinquedo passava de mão em mão e ninguém

conseguia solucioná-lo. Ele causava fascínio, mas era difícil produzi-lo na

indústria, por causa das condições econômicas da Hungria. Somente no ano

de 1977, surgiram nas lojas de Budapeste os primeiros cubos. Em 1981, os

cubos já eram fabricados no Brasil.

. Brinquedos para passar o tempo: monta-palavras, palavras cruzadas, quebra-

cabeças, labirinto e batalha naval. O monta-palavras foi criado por um arquiteto

desempregado, Alfred Mosher Butts em 1931. Ele fez um jogo de montar

palavras para ocupar o seu tempo e o chamou de criss cross (entrecruzado).

Era uma centena de peças de madeira, em que cada uma tinha letra do

alfabeto. O jogo foi traduzido para diversas línguas e possui uma versão em

braile.

.Brinquedos para movimentar o corpo: peteca, perna-de-pau, futebol de mesa e

de botão e tênis de mesa. A peteca foi passando de geração em geração

pelos índios que brincavam com uma trouxinha de folhas cheias de pedras

amarrada em uma espiga de milho. Eles a chamavam de Peteca que significa

bater. Nos Jogos Olímpicos de 1920 realizados na Bélgica, os atletas

brasileiros levaram peteca como diversão nos intervalos das competições.

Técnicos e atletas de outros países se encantaram com essa novidade e

queriam conhecer suas regras. Foi explicado pelo chefe da delegação

brasileira que ainda não existia regras para o jogo. Estas foram criadas em

1932 por João Perrenoud Teixeira de Souza.

. Brinquedos que juntam as peças: jogos de encaixe que podem formar casas,

carros e o que a imaginação permitir. O jogo de encaixe, o Lego, foi criado em

1949. São tijolinhos de plástico que juntos se transformam em objetos

variados.

. Brinquedos que envolvem a curiosidade: lápis de cera, carimbos de borracha

e molas. Os primeiros lápis de cera foram criados na Europa e o mais provável

é que eram feitos de óleo e carvão.

. Brinquedos que envolvem as brincadeiras de criança: amarelinha, bolhas de

sabão, cama-de-gato e cinco marias. A amarelinha recebeu muitos nomes no

Brasil: sapata, maré, academia, avião, maca, etc. Ela é uma das formas de um

jogo antigo romano dos odres, no qual os jogadores tinham que saltar em um

pé só, sobre sacos feitos com a pele do bode e untados com azeite. A

amarelinha tradicional possui o formato de uma cruz com um semicírculo em

uma das pontas, onde está escrito a palavra céu, lua ou cabeça. Na outra

ponta vem à casa do inferno ou pescoço (escrito também). Na área de

descanso, chamada de braços ou asas, é que é permitido equilibrar-se sobre

os dois pés. Na área do corpo ou quadrado equilibra-se em um pé só. Outro

formato para a amarelinha é o de caracol ou labirinto. De início era desenhada

no chão com giz ou carvão, atualmente é fabricada em plástico. As bolhas de

sabão são utilizadas em brincadeiras desde o tempo dos romanos, sendo feitas

com um canudo de palha. No século XVII era uma diversão praticada na

França e recebeu o nome de bouteilles, como uma referência às garrafas que

guardavam o líquido feito com sabão e água e algumas vezes com açúcar

também, para aumentar a sua consistência. A cama-de-gato ou brincadeira

com barbante tem por objetivo trançar um cordão entre os dedos das duas

mãos e ir alterando as figuras formadas. O mais provável é que tenha origem

asiática. É praticada em várias partes do mundo. Em 1928, na Austrália

durante uma expedição antropológica constatou-se que os aborígenes já

praticavam muitas brincadeiras com barbantes. Uma versão atual para esta

brincadeira é usar um elástico e trançá-lo com as pernas. O jogo cinco marias

tem vários outros nomes: três marias, jogo do osso, bato onente, telhos, arriós,

nécara, chocos, etc. É um jogo pré-histórico e há várias formas de ser

praticado. Umas dessas formas, é lançar uma peça para o alto e antes que ela

caia no chão, deve-se pegar outra peça. Depois tentar pegar duas, três, quatro

e cinco, ficando com todas elas na mão. Na antiguidade, os reis praticavam

esse jogo com pedras preciosas, pepitas de ouro, âmbar ou marfim. É popular

até os dias de hoje na maior parte do mundo e é praticado com saquinhos de

pano cheios de areia, sementes ou caroços de frutas.

Os brinquedos são classificados em categorias, conforme o International

Council for Children’s Play e o Centre National d’ Information du Jouet (França)

(ATZINGEN, 2001). Sendo assim, estes são classificados em brinquedos para:

a primeira idade, atividades físicas, atividades intelectuais, reproduzir o mundo

técnico, desenvolvimento afetivo, atividades criativas e relações sociais.

Um brinquedo para a primeira idade é o chocalho. O chocalho

proporciona a diversão e a produção de som de acordo com o movimento

que é realizado. Os sacerdotes usavam os chocalhos em rituais da tribo e

estes eram feitos de argila e frutas secas. Em lugares próximos do mar o

chocalho era feito com pedaços de conchas. No Egito é que foi criado o

chocalho para criança, tendo formato de pássaros, ursos e porcos.

Um brinquedo para atividade física, como a bola, por exemplo, é

utilizada nos jogos e nas brincadeiras e é um dos mais antigos, feitas há

milhares de anos na China (com crinas de animais) e no Japão (fibra de

bambu). Os romanos e gregos confeccionavam a bola com tiras de couro e

penas de aves. No Brasil a bola de futebol chegou em 1894 por Charles Miller.

Quem criou a bola de futebol branca foi Joaquim Simão, um brasileiro, no ano

de 1935. Este tipo de bola foi criada, com a finalidade de que pudesse ser

vista à noite com mais facilidade pelos jogadores.

Na atividade intelectual, o quebra-cabeça é utilizado para compor peças

de figuras, paisagens, animais, pessoas, lugares e outros. Em 1763, o inglês

John Spilsbury, inventou um mapa dividido em pedaços de madeira como

auxílio aos professores para o ensino da geografia. Em 1787, o inglês William

Darton, fez um quebra-cabeças com o retrato dos reis ingleses e após dois

anos lançou um jogo com a linha cronológica da história da Inglaterra.

Para a reprodução do mundo técnico, o carrinho representa o

movimento, a velocidade e possui uma variedade de cores, tamanhos e

modelos. Os carrinhos com motor apareceram nos primeiros anos do século

XX, os mais baratos eram feitos de madeira havendo uma variedade de

modelos e tamanhos. Os pneus eram sólidos e as rodas eram de raio (como

as rodas da bicicleta). Em 1905 uma fábrica de brinquedos (Bing) produziu

uma miniatura de um carro de marca.

No desenvolvimento afetivo, as bonecas, os bichinhos de pelúcia e as

miniaturas de animais, despertam o sentimento de amar e cuidar.

Possivelmente as primeiras estatuetas de bonecas foram feitas de barro pelo

Homo Sapiens há 40 mil anos na África e na Ásia com intenções ritualísticas.

A mudança da boneca de objeto de ritual para brinquedo, provavelmente

aconteceu no Egito, há cinco mil anos. As bonecas e bonecos não possuíam

aparência infantil e sim eram miniaturas de adultos e com o sexo definido, para

que não fosse um sacrilégio a criança egípcia brincar com um objeto de ritual

de argila, somente seria aceito se o objeto representasse um simples mortal,

como um servo. Em túmulos egípcios, encontraram-se bonecas esculpidas em

pedaços de madeira com o cabelo feito de cordões de argila ou contas de

madeira. Em Roma e na Grécia em 500 a.C., as bonecas eram chamadas de

nympha e pupa, que tinham o significado de “moça pequena”. As meninas

gregas brincavam com as bonecas e algumas tinham braços e pernas

articulados. Os meninos romanos brincavam com bonecos de argila e de cera

que representavam os soldados. A transição das bonecas do modelo adulto

para o infantil, não está documentada de forma clara, porém pode ter ocorrido

quando os artesãos fizeram bonecas carregando seus filhos, que passaram a

ter a preferência das crianças.

Em atividades criativas o origami (dobradura de papel), que possibilita

inventar objetos, animais e outros, estimulando a imaginação da criança. Os

chineses criavam formas e objetos usando o papel no primeiro século da era

cristã.

Nas relações sociais, o jogo-da-velha, oportuniza brincar com o outro e

esperar sua vez de jogar. Foi encontrado no Egito, no Templo de Kurna um

jogo da velha em uma escavação. Ele faz parte dos jogos ditos como trilha,

porque o objetivo do jogador era dispor as peças para formar uma linha reta.

Os chineses conheciam o jogo com o nome de luk tsut k´i, em 500 a.C.. Em

catedrais da Inglaterra, encontraram-se tabuleiros do século XIV, que eram

usados por religiosos para passar o tempo. O jogo-da-velha pode ser jogado

com sementes, grãos, peças ou com uso de desenho sinalizando as jogadas.

No Brasil, foi utilizada a Revista do Jardim de Infância para tornar

público as práticas empregadas nas instituições de ensino e agrupar elementos

importantes para organizar o ensino infantil, através do sistema froebeliano

(KUHLMANN JR., 2007). Com essa publicação, era divulgado o conhecimento

teórico-prático das ações pedagógicas para as escolas infantis, públicas e

particulares, sem deixar de lado os costumes e o modo de ser do povo

brasileiro. Nesta revista eram publicados itens como: artigos teóricos sobre

Froebel e os jardins-de-infância (biografia, princípios pedagógicos, materiais e

atividades), relatórios que tratavam a respeito do jardim e experiências

relatadas por professoras, artigos de princípios pedagógicos e metodologias,

exemplos de planejamento de jardim-de-infância de outros países, atividades e

materiais propostos para serem empregados na prática da escola (cantos,

contos, versos, poesias e jogos) e ideias de exercícios físicos a serem feitos

com as crianças. Havia flexibilidade e autonomia para que as educadoras

adaptassem as ações e o ensino.

As rotinas da escola possuíam as seguintes características: atividades

distribuídas em tempo definido e mudança no tipo de atividade (alternando da

motora para cognitiva). As canções e práticas corporais contribuem para

indicar o início e o fim das atividades, assim como outros recursos eram

utilizados na organização do dia, como: sinais (para comando) e adivinhações

(para escolha do ajudante do dia). Vários momentos eram acompanhados de

um significado simbólico, como a música, gestos da educadora e formações

corporais dos alunos. Na contação de histórias, as crianças eram convidadas

a realizar os movimentos que a narração sugeria como: movimentar partes do

seu corpo, utilizar de mímicas e reproduzir sons.

A partir dos contos, eram trabalhadas e desenvolvidas outras atividades

por toda a semana. Tais atividades eram: conversas, jogos de movimento,

materiais froebelianos (para construção de figuras dos contos), desenhos,

recortes e colagens. Os professores recebiam a sugestão de agrupar o

conteúdo das lições com histórias relacionadas ao mesmo tema, extraindo-se

uma lição moral e explorando, por exemplo, as características dos animais e

realizar o movimento dos mesmos. O recreio, jogos cantados, jogos

organizados, brinquedos e outros, aprimoravam o crescimento e

desenvolvimento físico. O recreio proporcionava o contato da criança com a

natureza, objetivando a observação de sua beleza.

Segundo Froebel (2007) os exercícios corporais contribuem no

conhecimento do corpo, para saber usá-lo, adquirir habilidades para

aprendizagens motoras e se tornar ágil (FROEBEL apud KUHLMANN JR,

2007).

Os jogos são importantes por possibilitar o contato da criança com a

natureza e o relacionamento com outras pessoas. Na Revista do Jardim de

Infância, havia traduções feitas de brincadeiras de países variados

(Alemanha, Inglaterra e França), tais brincadeiras eram cantigas de roda,

jogos para brincar no pátio e jogos de imitação. Além dos jogos vindos de

outras culturas, também se fazia uso de jogos da cultura brasileira, passados

por tradição, como os brinquedos de movimento, imitação e que tem a

melodia como uso. Na atividade realizada com bola, era explorado as

características de tal objeto, como: forma, cor, material que era feita, se era

leve ou pesada, se era lisa ou áspera. Da mesma forma se trabalhava

assim explorando as qualidades de diversos objetos. As atividades de

expressão eram realizadas com atividades de poesia, conto, desenho,

pintura, escultura e outros.

Em relação aos brinquedos, segundo Rolllet (2007) Eram eliminados os

materiais que trouxessem perigo para as crianças e era reconhecido o papel

do jogo e do brinquedo na formação da personalidade da criança e no seu

desenvolvimento (ROLLET apud KUHLMANN, 2007).

Segundo Comby (2007), os brinquedos são objetos necessários para

as crianças, sendo essencial inclusive como um instrumento de socialização.

Há o instinto social do ser humano de associar-se a semelhantes e este

instinto se faz desde o berço e o amor pelos seus brinquedos demonstra

como ela se sentiria só sem eles, pois eles compõem a sua sociedade. O

brinquedo é um instrumento educativo que oferece uma variedade de

noções intelectuais, impressões sensoriais, imagens e sensações que

possuem durabilidade, devendo ser oferecido sempre para a criança

(COMBY apud KUHLMANN JR, 2007).

Nas brinquedotecas, o brinquedo atua como mediador entre a criança

e o mundo e inicia uma prática educativa organizada que contribui para a

socialização, que é um processo no qual o indivíduo faz parte da sociedade

(KRAMER, 2007).

Uma variedade de brinquedos é oferecida para as crianças que os

utilizam de forma coletiva, aprendendo a dividir com o outro, a negociar o seu

uso e desenvolvem a convivência de forma prazerosa. Este tipo de espaço

surgiu nos Estados Unidos (anos 1930) e vem se propagando pelo mundo e no

Brasil.

O professor tem a oportunidade de observar seus alunos nesse

momento da brinquedoteca, ou seja, perceber como eles se relacionam entre

si e com a divisão e uso do brinquedo e suas preferências.

No Brasil, a primeira brinquedoteca surgiu em São Paulo (1981) na

Escola Indianapólis, por Nylse Cunha, Maria Júlia Kovacs e Stela Rivas

Teixeira, com a finalidade de oferecer atividades lúdicas de forma livre e

espontânea.

Em São Paulo, no ano de 1984, criou-se a Associação Brasileira de

Brinquedotecas (ABB), com a intenção de colocar em prática o intercâmbio

entre as brinquedotecas que existiam e oferecer um auxílio a novos projetos.

Até pouco tempo o poder público não incentivava as brinquedotecas

nacionais, mas atualmente há um interesse por seminários e debates que são

promovidos por algumas Secretarias de Educação e Desenvolvimento Social.

Segundo Kramer (2007), a brinquedoteca promove: o favorecimento da

brincadeira, o combate as desigualdades sociais em relação aos brinquedos,

auxilia a criança-consumidor em uma educação para aprender a escolher e

facilita trocas e encontros por meio da brincadeira.

A organização da brinquedoteca se faz por cantinhos de brincar, assim

como: canto da casinha, dos jogos, dos livros, das fantasias, dos carros, dos

brinquedos tradicionais, das sucatas e outros. Deste modo, o profissional que

está inserido neste espaço tem a oportunidade de conhecer melhor a criança,

observando seu desenvolvimento e elaborando estratégias de ação.

Alguns questionamentos precisam ser feitos para orientar o

funcionamento deste espaço lúdico, de acordo com KRAMER (2007), pois não

é somente oferecer o acesso ao acervo de brinquedos, mas sim de

proporcionar uma ação educativa que possui o brinquedo e a brincadeira como

eixos condutores. O objetivo da brinquedoteca é proporcionar condições

necessárias para as crianças trocarem experiências entre si e com adultos.

Tais questionamentos são: Que brinquedos fazem parte do acervo? Como

estão arrumados? Com que intenção foram escolhidos? Como é a

organização física e social da brinquedoteca? Como o público reage na

brinquedoteca? Que apropriação faz do acervo? Quais as brincadeiras

recorrentes?

Desta forma, o brinquedo sendo bem explorado e bem organizado

proporciona uma brincadeira que se torna um momento especial de

apropriação e criação de valores para as crianças que fazem uso deste espaço

físico.

CAPÍTULO II

A LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL:

DEFINIÇÃO, UTILIZAÇÕES, LIMITES E

PERSPECTIVAS

O lúdico é utilizado na educação infantil nas mais variadas formas:

jogos, brincadeiras, cantigas de roda, etc. Através da ludicidade, o professor

desenvolve um trabalho pedagógico que estimula a curiosidade e participação

do aluno nas atividades que são propostas.

O ato de brincar é importante no desenvolvimento da criança, tanto no

aspecto pscicológico, cognitivo e sociocultural, pois através da brincadeira, ela

aprende, a saber, quem ela é e agir no mundo que a cerca (KRAMER, 2007,

p.179).

Segundo Vygotsky (2007), com o brinquedo a criança vai além do seu

comportamento habitual, pois ele possui as tendências do desenvolvimento e é

uma fonte para o desenvolvimento (VYGOTSKY apud KRAMER, 2007, p.179).

Assim, quando a criança faz uso do brinquedo, o seu modo de brincar e

seu gosto apontam uma criação de atos e também de sentidos. Durante a

brincadeira, ela se apodera dos conteúdos que estão disponíveis, fazendo com

que estes se tornem um conhecimento através de uma construção específica.

De acordo com o Referencial Curricular Nacional Para a Educação

Infantil (2002), as crianças possuem uma natureza singular, ou seja, pensam e

sentem o mundo através de um jeito próprio e na construção do conhecimento

se utilizam de diferentes linguagens. Os sinais, os gestos, os espaços e os

objetos que envolvem o ato de brincar, possuem o valor e o significado daquilo

que eles aparentam ter. Quando brinca, a criança repensa e recria os

acontecimentos que lhe deram origem e também transforma o conhecimento

que já tinha em um conceito com o qual brinca, imitando alguém, algo

conhecido, experiência vivida em família ou outros ambientes, cenas vistas na

televisão, cinema ou narradas em livros, etc. Sua auto-estima é favorecida

com as brincadeiras, pois auxilia a superar de forma progressiva suas

conquistas com criatividade.

O ato de brincar se expõe através de categorias de experiências.

Nestas categorias se incluem:

. O movimento e mudanças que são percebidas através da mobilidade física.

. A relação com os objetos e suas características físicas e também a

combinação e associação entre eles.

. A linguagem oral e gestual que proporcionam muitos níveis de organização

que são utilizados na brincadeira, os conteúdos sociais, como por exemplo, os

papéis, situações, atitudes e valores que fazem referência ao modo como é

construído o universo social.

. Os limites que são definidos pelas regras, estabelecendo um recurso

necessário para a brincadeira.

Tais categorias de experiências se formam em três modalidades

básicas: brincar de faz-de-conta ou com papéis (atividade importante que

proporciona a origem de outras), brincar com materiais de construção e brincar

com regras.

As brincadeiras de faz-de-conta, jogos de construção, jogos que

possuem regras, jogos didáticos, tradicionais e corporais, proporcionam o

desenvolvimento do conhecimento infantil por meio da atividade lúdica.

Na instituição de educação infantil, as brincadeiras são estruturadas pela

oferta de fantasias, brinquedos, objetos específicos e jogos pelo professor e

este fixa o limite de tempo para tais atividades e escolhe o espaço para a sua

realização. Neste momento, o professor tem a oportunidade de observar e

formar uma visão do desenvolvimento da criança, tanto no grupo, como

também na sua individualidade, percebendo seu uso de linguagem, suas

emoções e seu relacionamento social.

A intervenção por parte do docente sendo baseada na observação das

crianças e com a oferta de materiais adequados e espaço estruturado,

proporciona o aumento das competências imaginativas, criativas e

organizacionais infantis.

Na brincadeira a criança recria e consolida o que sabe sobre

conhecimentos variados de forma espontânea e imaginária. Seguindo essa

perspectiva, o professor deve oportunizar situações que envolvam

aprendizagens relacionadas a conceitos, procedimentos ou atitudes para

alcançar objetivos, ao invés do conhecimento ser experimentado de forma

espontânea sem objetividade. Como atividade didática, pode ser oferecido os

jogos que possuem regras, pois não será uma brincadeira livre, mas sim com

intenções didáticas.

Segundo o Referencial Curricular Nacional Para a Educação Infantil

(2002), as situações de aprendizagem orientadas ou com uma intervenção

direta do professor, permite que a criança trabalhe com conhecimentos

diversificados. A intervenção por parte do professor se faz necessária, para

que a criança tanto em situações de interação social ou sozinha possa ampliar

a sua capacidade de apropriação dos conceitos, dos códigos sociais e de

diferentes linguagens, através da expressão e comunicação de suas idéias e

sentimentos, formar perguntas e respostas, construir objetos e brinquedos, etc.

Neste aspecto, o professor é o mediador entre a criança e o objeto do

conhecimento, organizando e oferecendo situações e espaços de

aprendizagem que possam articular os recursos e capacidades emocionais,

cognitivas e sociais do aluno aos seus conhecimentos prévios e conteúdos

relacionados aos diversos campos do conhecimento.

A interação social é um recurso necessário utilizado pelo professor, para

promover a aprendizagem do aluno. O docente deve favorecer situações de

conversa, brincadeiras e aprendizagens orientadas para que se faça a troca

entre as crianças, de modo que se comuniquem e também se expressem,

demonstrando suas características de pensar, agir e sentir, em um ambiente

que proporcione a confiança e a auto-estima.

Segundo o professor e pesquisador Vygotsky, o sujeito forma

conhecimento na atividade e na interatividade com relações intrapessoais e

interpessoais. Os conhecimentos, papéis e funções sociais se internalizam na

troca consigo mesmo e com outros sujeitos, permitindo deste modo a formação

de conhecimentos e da própria consciência.

Com relação aos objetivos a serem desenvolvidos na educação infantil,

o Referencial Curricular Nacional Para a Educação Infantil (2002), menciona

quais devem ser desenvolvidos em relação: ao movimento, a música, as artes

visuais, a linguagem oral e escrita, a matemática e a natureza e sociedade.

Os objetivos a serem desenvolvidos em relação ao movimento são:

. Explorar gestos e ritmos do corpo, para se expressar nas brincadeiras e

outras situações de interação.

. Deslocar-se com habilidade progressiva ao pular, correr, andar e outros

movimentos, adquirindo confiança na capacidade motora.

. Explorar e utilizar movimentos de segurar, encaixar, lançar e outros ao utilizar

objetos variados.

. Ampliar as expressões de movimento, através de gestos e ritmos do corpo

nas brincadeiras, danças, jogos, etc.

. Controlar o próprio movimento, aperfeiçoando seu deslocamento e habilidade

motora para ser utilizado nos jogos, brincadeiras, etc.

A expressividade do movimento envolve expressões e comunicação de

idéias, sentimentos e sensações como as manifestações do corpo que se

relacionam com a cultura. Brincadeiras que envolvem o canto e o movimento

proporcionam a percepção rítmica, identificação das partes do corpo e o

contato com o outro. As mímicas com a face e os gestos expressam

sentimentos e comunicação de si mesmo e dos outros. O molde, a pintura e o

desenho podem ser feitos com algum objeto de referência. Experiências

podem ser representadas como: balançar que nem as folhas de uma árvore,

voar como um pássaro e correr que nem um rio e este tipo de atividade

desenvolve a imaginação e criatividade. As brincadeiras de roda possuem a

função de socializar e realizar movimentos de características variadas e

expressão rítmica. Os jogos motores que envolvem regras oportunizam a

aprendizagem social, pois o aluno compete, colabora com o outro, combina e

respeitas as regras. Para realização das atividades que desenvolvem o

movimento é necessário que o ambiente seja organizado, assim como os

materiais a serem utilizados.

Os objetivos a serem desenvolvidos em relação à música são:

. Brincar com a música, inventar, imitar e reproduzir criações musicais.

. Explorar elementos da música para expressar-se e interagir com os outros.

. Perceber e expressar sentimentos e pensamentos através de improvisações,

composições e interpretações musicais.

Os jogos de improvisação possibilitam a criança de exercer a sua

criatividade em situações musicais e o desenvolvimento de sua comunicação.

O ato de imitar proporciona a interpretação, a criança imita para interpretar

sons vocais, corporais e sons produzidos por instrumentos de música. A

percepção é desenvolvida pelos sons que imitam os animais, ruídos e sons

corporais como palmas e bater o pé. A exploração de materiais sonoros,

brinquedos sonoros e instrumentos (chocalhos, sinos, guizos, tambor e outros)

favorecem a interação, assim como dança que estimula o contato e vínculo

afetivo. Em um jogo temático, cada criança pode ser uma personagem de uma

história que foi contada e ser explorado as variedades dos sons, como o pingo

da chuva, galope do cavalo e seu trotar, etc. Os jogos também podem

estimular a memória musical e auditiva e levar o aluno a perceber a direção do

som no espaço. Podem ser feitas rimas com os nomes do grupo, nomes de

cores, nomes de frutas e do próprio nome do aluno através de uma canção já

conhecida. Os jogos e brinquedos musicais abrangem as parlendas (rimas

sem música), trava-língua (parlenda que tem uma pronúncia difícil), as canções

de roda (integrando poesia, música e dança) e as adivinhas. Trabalhar com a

sonoridade proporciona o contato com questões relacionadas ao som e suas

características, ao silêncio e também a música. O jogo da estátua enfoca o

som e o silêncio e desenvolve a expressão corporal, disciplina, concentração e

atenção. O espaço para realizar tais atividades deve estar preparado para

ativar o interesse e participação das crianças.

Os objetivos a serem desenvolvidos em relação às artes visuais são:

. Utilizar diversos materiais plásticos e gráficos para ampliar suas

possibilidades de expressão e comunicação.

. Ampliar seu conhecimento de mundo, manipulando materiais e objetos

variados, descobrindo suas propriedades, características e possibilidades de

manuseio.

. Produzir trabalhos artísticos, utilizando linguagens variadas como: desenho,

pintura, colagem, modelagem e construção, desenvolvendo o gosto, o cuidado

e o respeito pelo processo de produção.

Na atividade de desenho deve ser oferecido materiais diversificados

como: lápis preto, lápis de cor, lápis de cera, giz, canetas, gravetos e com

suportes com diferentes tamanhos e texturas, como cartolinas, papel, chão,

areia, lixas, terra, etc. Os jogos de construção podem ser feitos a partir de

sucatas que possam ser empilhadas, encaixadas e justapostas, realizando

maquetes. Os jogos de percepção e observação contribuem para o

conhecimento do corpo do aluno e dos demais alunos do grupo e após estes

jogos, as seguintes atividades podem ser realizadas: desenhar o corpo

humano, observar corpos em movimento em vídeos e montar um painel com

figuras humanas. Atividades escolhidas pelas próprias crianças como:

modelar, desenhar, pintar, fazer construções e realizar colagens, são

atividades que oferecem o desenvolvimento do percurso individual de cada

aluno, pois conforme ele faz sua escolha experimenta possibilidades

diversificadas e regula o tempo que quer se dedicar para a sua produção. O

espaço para realizar atividades artísticas deve oferecer autonomia para o

acesso e uso dos materiais, e proporcionar a exposição dos trabalhos

realizados pelos alunos para ser visualizado pelo grupo, pois favorece a leitura

dos objetos feitos por cada criança e valoriza a sua produção.

Os objetivos a serem desenvolvidos em relação à linguagem oral e

escrita são:

. Participar de situações variadas de comunicação oral, para interagir e

expressar através da linguagem oral desejos, necessidades e sentimentos.

. Ampliar suas possibilidades de comunicação e expressão, interessando-se

por vários gêneros orais e escritos e participar de situações de intercâmbio

social em que possa contar suas vivências, ouvir as de outras pessoas,

elaborar e responder perguntas.

. Familiarizar-se com a escrita através do manuseio de livros, revistas e

portadores de texto diversificados e da vivência de variadas situações em que

seu uso se faz necessário.

. Escutar textos lidos tendo apreço pela leitura.

. Ter interesse por escrever palavras e textos ainda que não de forma

convencional.

. Reconhecer seu nome escrito e saber identificá-lo em diversas situações

diárias.

. Escolher livros para ler e apreciar.

Através dos jogos de contar a criança aprende a narrar, estes jogos são

feitos em parceria com o adulto, são jogos de perguntar e responder, nos quais

o adulto conduz os relatos sobre fatos e experiências de vivência da criança.

Assim, o professor estimula as perguntas e respostas, proporcionando a

criança a detalhar a sua fala. Os jogos de palavras, poesias, parlendas e trava-

línguas fazem com que a criança preste atenção aos aspectos sonoros da

linguagem, como rimas e ritmo e também nas questões culturais e afetivas que

estão envolvidas. O reconhecimento do seu nome pode ser feito através de

brincadeiras variadas e rodas de conversa e o nome deve estar registrado com

letra maiúscula, porque para a criança fica mais fácil perceber cada caractere,

não tendo dificuldade em saber onde começa e onde termina cada letra. As

regras de jogos podem ser usadas como textos para o professor trabalhar

como linguagem escrita, assim como: receitas culinárias, textos de

embalagens, rótulos, cartões, bilhetes, cartazes, anúncios, convites, revistas,

textos de jornais, histórias em quadrinhos, canções, parlendas, quadrinhas,

poemas, trava-línguas, adivinhas, contos de fadas, fábulas, etc. Os jogos de

escrita podem ser oferecidos na forma de: caça-palavras, cruzadinha, forca e

convém ser oferecido para a criança cartelas com letras e letras móveis. O faz-

de-conta pode ser desenvolvido com ambientes de brincadeira dentro e fora da

sala de aula possibilitando novas formas de interagir com a linguagem. Estes

ambientes podem ter materiais variados organizados pelo professor para ficar

mais atrativo o jogo simbólico para a criança. A organização do espaço físico

deve ser agradável e garantir o acesso da criança aos portadores de escrita

(livros, revistas, histórias em quadrinhos, etc.)

Os objetivos a serem desenvolvidos em relação à natureza e sociedade

são:

. Explorar o ambiente, para relacionar-se com pessoas, estabelecer contato

com seres da natureza e objetos variados, expressando interesse e

curiosidade.

. Demonstrar interesse pelo mundo natural e social, elaborando perguntas,

pensando em soluções, expondo opiniões sobre os fatos, buscando

informações e confrontando idéias.

. Estabelecer relações entre o modo de vida particular do seu grupo social e de

outros grupos.

. Estabelecer relações entre o meio ambiente e as formas de vida, para saber

a importância da preservação das espécies e qualidade de vida.

As brincadeiras nas suas formas mais variadas, a exploração do espaço,

o contato com a natureza, a interação com pessoas e observação do meio,

possibilitam a aprendizagem desenvolvendo o respeito ao outro e ao grupo. O

trabalho com músicas, histórias, jogos, brincadeiras e danças tradicionais da

comunidade valoriza a cultura do grupo local pelo aluno. No desenvolvimento

da propriedade de objetos e suas possibilidades de transformação, a criança

precisa brincar, explorar e utilizar estes das mais variadas formas. Estes

objetos devem ficar organizados de forma acessível, como por exemplo:

objetos que produzem sons como os chocalhos e tambores, livros, brinquedos,

materiais para construção (que podem ser empilhados e justapostos). As

atividades que proporcionam a observação e o trabalho com transformação

através da mistura de elementos e materiais são importantes para a criança,

tais como: fazer receitas culinárias, tintas (não tóxicas) e mesclar para

proporcionar a diversão (areia, terra, farinha, pigmentos, água, etc.). O

conhecimento de hábitos e costumes socioculturais de diversos grupos se faz

por conhecimento do tipo de alimentação, músicas, jogos, brincadeiras,

brinquedos, atividades de lazer e trabalho, deste modo a criança estabelece

relações entre a sua vivência e a de outras pessoas. O brincar de faz-de-

conta, proporciona que a criança reflita sobre o mundo, reconstruindo

elementos do mundo que a rodeia com novos significados, compondo novas

relações, produzindo conhecimentos e idéias que possui sobre si própria e

sobre outras pessoas, sobre lugares conhecidos e distantes. Conforme a

criança desenvolve e sistematiza os conhecimentos que se relacionam com a

cultura, ela constrói e reconstrói informações que beneficiam mudanças no seu

modo de entender o mundo, tornando possível o confronto entre suas

hipóteses e explicações com os conhecimentos propagados de forma cultural

nas interações com outras pessoas, com os fenômenos e os objetos. Assim, a

criança percebe as relações, desenvolvendo aptidões relacionadas na

identificação de características dos objetos e seres, na percepção dos

processos de transformação em experiências com animais, plantas e materiais.

O mundo é nomeado e representado pela criança através de desenhos, cantos,

oralidade e outras formas de linguagens, comunicando a outras pessoas seus

desejos, conhecimentos e sentimentos a respeito do meio que ela observa e

vive. Os animais e plantas despertam o interesse e curiosidade da criança,

com isso o trabalho envolvendo este seres vivos proporcionam muitas

oportunidades de aprendizagem e de ampliação do entendimento que ela tem

sobre o mundo social e natural e este conhecimento é importante no

desenvolvimento de atitude de respeito e preservação à vida e ao meio

ambiente. Este tipo de atividade se desenvolve com perguntas sobre os

animais e plantas, observação destes em livros, no espaço educacional e fora

dele e oportunizar o aluno de falar o que sabe sobre os animais e plantas que

ele tem em casa ou conhece de outros lugares e também fazer uma

brincadeira de imitação de animais (gestos e sons). O espaço da sala de aula

deve favorecer a independência da criança no acesso e na manipulação dos

materiais que estão arrumados para o trabalho e exposição da produção do

grupo, como referência para futuros trabalhos.

Os objetivos a serem desenvolvidos em relação à matemática são:

. Estabelecer noções de matemática que são presentes no cotidiano:

contagem, relações espaciais, etc.

. Reconhecer números, operações numéricas, contagem oral e noções de

espaço, valorizando como instrumentos úteis no cotidiano.

. Transmitir idéias matemáticas, hipóteses, métodos utilizados e resultados

encontrados em situações-problema em relação à quantidade, espaço físico e

medida, fazendo uso de linguagem oral e linguagem matemática.

. Confiar em suas estratégias, na própria capacidade em participar de novas

circunstâncias matemáticas, empregando seus conhecimentos prévios.

O ato de brincar construindo torres com blocos de madeira ou encaixe,

torna possível representar o espaço em outra dimensão. O espaço do faz-de-

conta pode ser oferecido com objetos e brinquedos que tenham números

(telefone, relógio, máquina de calcular, etc.). As festividades como

aniversários dos membros da turma, oferecem uma oportunidade de se

trabalhar com a função dos números, sendo feito um quadro com a data de

aniversário e idade de cada aluno. As cantigas e rimas infantis do folclore

envolvem contagem e números que podem ser úteis para estabelecer relação

com a seqüência numérica oral. Jogos que envolvam números como os jogos

que utilizam dados, proporcionam momentos para a criança pensar e utilizar a

seqüência dos números. Nas brincadeiras que imitam lugares e situações,

pode ser trabalhado a ordinalidade (primeiro, segundo, terceiro, etc.), utilizando

fichas para decidir a ordem de atendimento em uma padaria, por exemplo.

Jogos que envolvem contagem utilizando os dedos, conchinhas e outros tipos

de material, são utilizados para desenvolver a noção de número. Os jogos e

brincadeiras proporcionam a exploração espacial dos objetos através da

observação das características e propriedades do objeto (quantidade, tamanho

e forma). As cantigas, dança das cadeiras, quebra-cabeças, labirintos, jogos

de encaixe, dados de diversos tipos, dominós e outros tipos de atividades, são

uma rica fonte de idéias matemáticas que envolvem perguntas, observações e

formulação de propostas. Os jogos numéricos (cartões, dominó, dados e

outros), proporcionam a utilização de números, suas representações,

contagem, estabelecimento de correspondências e operações por parte da

criança. Por ter um caráter coletivo, as brincadeiras e jogos permitem que o

grupo ganhe estrutura, crie relações de troca e crie o hábito de se trabalhar

com regras, sabendo que pode ganhar ou perder. O espaço educacional deve

oferecer materiais que despertem o interesse da criança para desenvolver

uma atividade significativa e com desafios, como por exemplo, uma coleção

de objetos pequenos (tampinha de garrafa, conchas, figurinhas, etc.) e que a

cada semana a criança traga novos objetos para tal coleção e juntar com os

que já existem, acompanhando, controlando e anotando o crescimento dessa

coleção em registros.

CAPÍTULO III

A VOZ DOS MESTRES: O LÚDICO NO COTIDIANO

DA ESCOLA

A forma como a ludicidade é realizada diariamente em suas múltiplas

faces, através dos educadores que mediam este processo educacional, é à

base deste terceiro capítulo. Os educadores foram entrevistados com cinco

perguntas. Foram entrevistados dez educadores da Creche Municipal

Vereador José Carlos Theodoro, localizada no município de Duque de Caxias e

dez educadores da Escola Municipal Del Castilho, localizada no município do

Rio de Janeiro.

Segundo os educadores, as atividades lúdicas colaboram na interação

social dos alunos e podem ser aplicadas através de:

. Histórias

. Jogos

. Brincadeiras.

. Músicas

. Dramatização das histórias contadas

. Dança

. Mímica

. Imitação

. Faz-de-conta

. Construção coletiva

. Teatro de fantoches

. Festas

. Brincar na casa da boneca

. Recreação

. Parquinho

. Ginástica historiada,

. Teatro

. Realizar atividades em conjunto

. Cantigas de roda

As histórias podem ser de livros ilustrados ou contadas oralmente

(estimulando a imaginação). Após esse momento, pode ser feita a sua

dramatização, desenvolvendo um trabalho artístico que envolve o corpo, a

mente, a fala e a emoção.

A dança e a música são aliadas para promover o contato com o outro e

descoberta do espaço e nas atividades com datas comemorativas que fazem

parte do meio social.

Os jogos e as brincadeiras estabelecem limites e respeito com o outro, a

fim de saber conviver em harmonia e pacificidade.

A mímica e o faz-de-conta afloram a imaginação e percepção,

despertando curiosidade pelo mundo que cerca a criança.

O parquinho possibilita correr, pular, subir, descer e interagir de forma

muito agradável, e também proporciona a criação de brincadeiras de grupo.

A construção coletiva pode ser feita com peças de encaixe a fim de

construir determinado objeto, ou confeccionar um mural em que cada aluno

tenha participação na pintura.

Já as atividades pedagógicas utilizadas para o desenvolvimento da

oralidade são:

. Roda de conversa

. Contação de histórias

. Rede de ideias (perguntas)

. Músicas

. Trava-línguas

. Leitura de músicas

. Adivinhas

. Conversa contextualizada

. Adivinha de mímicas

. Conversa em grupo

. Recontar histórias

. Identificar e nomear objetos

. Relatar experiências (troca de vivência)

. Transmitir recados para algum membro da turma

. Representar uma história

. Cantar coletivamente

A roda de conversa é um recurso muito utilizado para a aquisição de

novas palavras e conhecimentos, contribuindo para outras tarefas que

envolvam a fala e a comunicação com o grupo, como expor uma idéia, uma

opinião, elaborar um questionamento e relatar seus sentimentos e emoções.

O ato de recontar histórias faz com que o aluno se lembre dos

personagens, suas ações e identifique a mensagem da história.

O trava-línguas é uma atividade que está inserida no nosso folclore e

trabalha a pronúncia de palavras de forma agradável e engraçada. O trava-

línguas pode ser falado ou cantado.

A identificação e nomeação de objetos enfoca o conhecimento de

novas palavras e também sobre o uso destes objetos, levando ao

conhecimento de outras palavras e assim por diante.

O relato de experiência é um momento em que o aluno se lembra de

fatos ocorridos e procura utilizar as palavras adequadas ao momento que

vivenciou e oraliza para o grupo e os demais escutam.

A transmissão de recados para algum membro do grupo faz com que o

aluno fique atento a mensagem a ser transmitida e memorizar o nome de quem

irá receber a mensagem.

A expressão corporal e movimentos são estimulados a partir de:

. Danças

. Brincadeiras

. Expressão musical

. Dramatização de história

. Brincadeira que identifica partes do corpo e envolve música

. Marionete

. Brincar de estátua e atividades rítmicas

. Brincar em frente ao espelho

. Atividades recreativas

. Jogos motores

. Realizar movimentos com o corpo através da música

. Brinquedoteca

. Imitar um personagem da história

As brincadeiras que envolvem a identificação das partes do corpo

despertam a noção de uso dos membros deste corpo e de sua capacidade

para realizar movimentos quando realizar uma dramatização e manipulação de

marionetes.

As atividades recreativas envolvem brincadeiras com bolas, bambolês,

brinquedos, músicas, números, cores e trabalham com movimentos de saltar,

correr, pular em um pé só e despertam a consciência corporal.

Imitar um personagem da história faz com que a criança se lembre das

suas características (jeito de andar e falar, tipo de personalidade, etc.)

A brinquedoteca é um espaço que oferece diversas opções de

atividades, estimulando a imaginação e percepção de movimentos.

A música é empregada como instrumento de ensino da seguinte forma:

. Contextualização com o tema trabalhado

. Histórias

. Ampliação de vocabulário

. Atividades de dança e expressão

. Brincadeiras

. Leitura e dramatização de músicas e histórias

. Na descoberta de partes do corpo

. Integração social

. Coordenação motora

. Contato afetivo

. Oralidade

. Na hora do relaxamento

. Nas atividades que envolvem a rotina e percepção auditiva

. Nos jogos cantados

. Atividades motoras que envolvam o canto de numerais, conhecimento de

partes do corpo e como ferramenta para o ensino de novas cores, palavras,

números e outros conceitos

A música promove um trabalho rico, pois envolve a percepção auditiva,

a oralidade, o movimento do corpo, o conhecimento de novas palavras, novos

ritmos e estilos musicais.

Seu uso colabora para novos aprendizados e estabelece pontes para

novos conceitos, ou seja, uma música que aborde sobre animais, facilita o

trabalho que será realizado sobre este tipo de tema (nome do animal, como ele

se alimenta, como ele vive, onde ele vive qual som que ele produz, se ele é

coberto de penas, escamas ou pelos). Já uma música que aborde sobre

alimentos pode ser trabalhado sobre a origem do alimento, seu gosto (salgado,

doce ou azedo), onde ele é comprado (supermercado, açougue, padaria, etc.)

e levar a uma conversa sobre alimentação saudável.

O contato afetivo proporcionado pelas melodias musicais contribui no

bom relacionamento do grupo estabelecendo vínculos afetivos que fortalecem

os laços de amizade e união da turma, dando base para um bom trabalho

educativo em que os membros da sala saibam se respeitar e colaborar um com

o outro.

Os recursos pedagógicos considerados necessários pelos educadores

para o desenvolvimento da criança são:

. Histórias

. Brincadeiras

. Rodas de conversa

. Música

. Jogos

. Dramatização

. Dança

. Leituras (diversificadas)

. Expressão corporal e atividades lúdicas (variadas)

. Realizar atividades com o concreto

. Oferecer um ensino contextualizado

. Expressão oral, corporal e gestual

. Trabalhar em grupo para promover o respeito

. Fazer uso de recursos tecnológicos

. Realizar uma parceria com a família

O trabalho em grupo envolve a participação do aluno, levando-o, a saber,

respeitar os diferentes pontos de vista e tomar decisão que beneficie a todos.

O uso de recursos tecnológicos na sala de aula permite uma conexão com

o mundo atual, conduzindo ao contato com novas formas de se comunicar e se

expressar.

A parceria com a família é fundamental no processo educativo, formando

um vínculo educativo para facilitar o trabalho pedagógico e promover o

conhecimento.

Os jogos nas suas mais variadas formas lúdicas envolvem possibilidades

de atividades pedagógicas que desenvolvem no aluno o conhecimento

corporal e seus diversos movimentos, a expressão oral com opções de leituras,

perguntas e músicas, o aprendizado contextualizado do mundo em que vive, a

interagir socialmente com outras crianças por meio de conversas que levam a

aprender novas palavras e brincadeiras que promovem o contato com o outro,

levando-o, a saber, conviver em grupo. O lúdico estimula a participação do

aluno envolvendo-o nas atividades que são realizadas, tais como: nos

momentos de intercâmbio da fala, nas manifestações artísticas, na escuta de

histórias que o levam a fantasiar, na percepção de seus movimentos em

brincadeiras e jogos, na sua fala quando ouve e canta músicas, na sua

expectativa de responder uma adivinha e falar o trava-línguas, na expressão de

seu corpo quando ouve e sente a música criando sua própria linguagem

corporal e interpretando um personagem quando dramatiza histórias.

Segundo Lucena (2008, p. 44), as brincadeiras simbólicas

possibilitam a criança fantasiar e sonhar compreendendo o contexto social em

que vive ampliando seus relacionamentos sociais.

As festas contribuem para os relacionamentos sociais, favorecendo o

contato com outras pessoas e conhecimento de danças, músicas e ampliação

do vocabulário. O ato de recontar histórias proporciona o conhecimento de

novas palavras e estimula o ato de falar em público, assim como a ginástica

historiada que conta uma história através da linguagem do corpo, trabalhando

suas potencialidades, expressões e gestos e contribui para que o aluno fique

desinibido quando se expressa. O ato de imitar personagens de histórias

desenvolve não só os movimentos, mas também a memória e a manifestação

única e própria de cada criança. A brinquedoteca é um espaço lúdico que

oferece um vasto repertório de opções para o desenvolvimento da criança por

possuir brinquedos que despertam a afetividade, a motricidade, a socialização,

além de ser um espaço que favorece a divisão, pois os alunos precisam saber

dividir e saber sua vez de brincar, respeitando os demais. A música é usada

como recurso pedagógico para trabalhar com números e também pode ser

utilizada para trabalhar com cores, nomes de membros da turma, datas

comemorativas, tipos de animais, tradições culturais e outros conceitos

importantes para a educação infantil. A contextualização do ensino é um fator

importante para que a atividade lúdica tenha um significado maior para o aluno,

por despertar o interesse e participação dele nas atividades propostas.

Segundo Cunha (2007, p. 8), quando a criança brinca ela é capaz de

criar e reinventar, demonstrando afetividade e fantasia para descobrir seus

limites e se descobrir desenvolvendo potencialidades.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho buscou pesquisar o lúdico sobre vários aspectos e

práticas que são realizadas nos mais diversos ambientes educativos,

proporcionando um aprendizado agradável e estimulante para a criança,

favorecendo o seu conhecimento, curiosidade e interação com o ambiente,

pessoas e o mundo que a cerca.

O lúdico proporciona o aprendizado com brincadeiras, relacionamentos

sociais, músicas, imaginação, criatividade, gestos e raciocínio, envolvendo os

mais variados tipos de jogos que são utilizados como recurso pedagógico na

educação infantil.

Estes jogos são trabalhados a partir de objetivos, eles são direcionados

pelo professor com a intenção de desenvolvimento afetivo, motor, mental,

intelectual e social, para que o aluno se desenvolva de forma integral.

Este desenvolvimento se faz através de um ensino com significado,

envolvendo fatores da vida real com a ludicidade da sala de aula e fora dela,

pois na educação infantil, a sala de aula não é o único espaço educativo.

Também se utiliza como espaço, as brinquedotecas, parquinho, pátio, casa de

boneca, etc.

O movimento e a música caminham juntos na educação infantil,

envolvendo ritmo e gestos, além de trabalhar também com a oralidade e

conceitos (números, cores, músicas de festas, nomes e outros aspectos

importantes). Desta forma, o ensino fica interligado por envolver várias áreas

do conhecimento a partir de uma atividade lúdica proposta pelo professor, além

de conectar o aluno com o mundo em que vive, descobrindo sons, palavras,

objetos, potencialidades do seu corpo e voz, formas de se expressar, interagir

e ter a alegria de aprender se divertindo.

Assim, o uso do lúdico como recurso pedagógico contribui no aspecto

social, motor, afetivo e cognitivo, na medida em que é empregado envolvendo

jogos, dança música, sensibilidade, brincadeiras em grupo e estabelece

relações com conceitos, objetos, aspectos culturais e outros tipos de

conhecimento.

Este trabalho demonstrou como o jogo é relevante como recurso

pedagógico na educação infantil, sendo realizado com objetivos e recursos

adequados a faixa de idade deste segmento de ensino.

Assim, ficou exposto uma visão do panorama atual, sendo visível que

futuramente mais características e especificidades serão objetos de estudo

para análise e compreensão.

BIBLIOGRAFIA

ATZINGEN, Maria Cristina Von. História do Brinquedo, 2ª edição, São Paulo,

Editora Alegro, 2001.

CUNHA, Nylse Helena Silva. Brinquedoteca: Um Mergulho no Brincar, 4 ª

edição, São Paulo, Editora: Aquariana, 2007.

KRAMER, Sonia. Infância e Produção Cultural, 6 ª edição, São Paulo, Editora

Papirus, 2007.

KUHLMANN JR, Moysés. Infância e Educação Infantil – Uma Abordagem

Histórica, 4ª edição, Porto Alegre, Editora Mediação, 2007.

LUCENA, Regina Ferreira de. Jogos e Brincadeiras na Educação Infantil, 4ª

edição, São Paulo, Editora Papirus, 2008.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Referencial Curricular Nacional Para a

Educação Infantil, Volume 3 – Conhecimento de Mundo. Brasília, 2002.

Webgrafia:

CENTRO DE REFERÊNCIA EM EDUCAÇÃO. Disponível em:<

http://www.centrorefeducacional.com.br/vygotsky.html> Data de acesso: 30 ago

2009.

ANEXO:

Entrevista com educadores da Creche Municipal Vereador José Carlos Theodoro:

Entrevista com a educadora Flávia:

a) Qual atividade lúdica utiliza para promover a interação social entre os

alunos? Histórias e jogos.

b) Para o desenvolvimento da oralidade, quais atividades pedagógicas são

realizadas? Roda de conversa e contação de histórias.

c) A expressão corporal e seus movimentos são estimulados com atividades

lúdicas? Quais? Sim, brincadeiras.

d) Utiliza a música com freqüência como instrumento de ensino? De que

forma? Sim, utilizo música envolvendo os temas trabalhados.

e) O que acha importante como recurso pedagógico para o desenvolvimento

infantil? Brincadeiras e histórias.

Entrevista com a educadora Maria:

a) Qual atividade lúdica utiliza para promover a interação social entre os

alunos? Brincadeiras e músicas.

b) Para o desenvolvimento da oralidade, quais atividades pedagógicas são

realizadas? Músicas e rede de idéias (perguntas).

c) A expressão corporal e seus movimentos são estimulados com atividades

lúdicas? Quais? Sim. Em danças.

d) Utiliza a música com freqüência como instrumento de ensino? De que

forma? Sim, para ampliar o vocabulário.

e) O que acha importante como recurso pedagógico para o desenvolvimento

infantil? Músicas e rodas de conversa.

Entrevista com a educadora Fabiane:

a) Qual atividade lúdica utiliza para promover a interação social entre os

alunos? Jogos e dramatização de histórias.

b) Para o desenvolvimento da oralidade, quais atividades pedagógicas são

realizadas? Leitura de histórias e trava-língua.

c) A expressão corporal e seus movimentos são estimulados com atividades

lúdicas? Quais? Sim. Na expressão musical.

d) Utiliza a música com freqüência como instrumento de ensino? De que

forma? Sim. Em atividades com leitura de histórias.

e) O que acha importante como recurso pedagógico para o desenvolvimento

infantil? Jogos e dramatização.

Entrevista com a educadora Luciana:

a) Qual atividade lúdica utiliza para promover a interação social entre os

alunos? Dança e música.

b) Para o desenvolvimento da oralidade, quais atividades pedagógicas são

realizadas? Roda de conversa e música.

c) A expressão corporal e seus movimentos são estimulados com atividades

lúdicas? Quais? Sim, nas danças (ritmos variados).

d) Utiliza a música com freqüência como instrumento de ensino? De que

forma? Sim. Nos momentos de dança e expressão.

e) O que acha importante como recurso pedagógico para o desenvolvimento

infantil? Música dança e histórias.

Entrevista com a educadora Conceição:

a) Qual atividade lúdica utiliza para promover a interação social entre os

alunos? Jogos, atividades artísticas e brincadeiras.

b) Para o desenvolvimento da oralidade, quais atividades pedagógicas são

realizadas? Adivinhas e leitura (histórias).

c) A expressão corporal e seus movimentos são estimulados com atividades

lúdicas? Quais? Sim, em brincadeiras que envolvem a música.

d) Utiliza a música com freqüência como instrumento de ensino? De que

forma? Sim. Nas brincadeiras que são realizadas.

e) O que acha importante como recurso pedagógico para o desenvolvimento

infantil? Jogos e leituras.

Entrevista com a educadora Regina:

a) Qual atividade lúdica utiliza para promover a interação social entre os

alunos? Música e jogos.

b) Para o desenvolvimento da oralidade, quais atividades pedagógicas são

realizadas? Leitura de músicas e conversa contextualizada.

c) A expressão corporal e seus movimentos são estimulados com atividades

lúdicas? Quais? Sim. Na música e expressão.

d) Utiliza a música com freqüência como instrumento de ensino? De que

forma? Sim. Na leitura de letras de músicas.

e) O que acha importante como recurso pedagógico para o desenvolvimento

infantil? Dança música e leituras.

Entrevista com a educadora Ester:

a) Qual atividade lúdica utiliza para promover a interação social entre os

alunos? Mímica e histórias.

b) Para o desenvolvimento da oralidade, quais atividades pedagógicas são

realizadas? Leituras e adivinha de mímica.

c) A expressão corporal e seus movimentos são estimulados com atividades

lúdicas? Quais? Sim. Na dramatização de histórias.

d) Utiliza a música com freqüência como instrumento de ensino? De que

forma? Sim, na leitura e dramatização de histórias.

e) O que acha importante como recurso pedagógico para o desenvolvimento

infantil? Histórias, músicas e dramatizações.

Entrevista com a educadora Laura:

a) Qual atividade lúdica utiliza para promover a interação social entre os

alunos? Música e brincadeiras.

b) Para o desenvolvimento da oralidade, quais atividades pedagógicas são

realizadas? Conversa em grupo e música.

c) A expressão corporal e seus movimentos são estimulados com atividades

lúdicas? Quais? Sim. Nas brincadeiras que envolvem o movimento do corpo.

d) Utiliza a música com freqüência como instrumento de ensino? De que

forma? Sim. Na expressão corporal para se movimentar e perceber estes

movimentos.

e) O que acha importante como recurso pedagógico para o desenvolvimento

infantil? Música, conversas em roda e expressão corporal.

Entrevista com a educadora Débora:

a) Qual atividade lúdica utiliza para promover a interação social entre os

alunos? Faz-de-conta e imitação.

b) Para o desenvolvimento da oralidade, quais atividades pedagógicas são

realizadas? Construção de histórias (a partir de imagens), recontar histórias,

identificação e nomeação de objetos.

c) A expressão corporal e seus movimentos são estimulados com atividades

lúdicas? Quais? Sim. Danças, marionete e brincar no espelho.

d) Utiliza a música com freqüência como instrumento de ensino? De que

forma? Sim. Na coordenação motora e integração social.

e) O que acha importante como recurso pedagógico para o desenvolvimento

infantil? Atividades lúdicas variadas.

Entrevista com a educadora Elaine:

a) Quais atividades lúdicas utiliza para promover a interação social entre os

alunos? Teatro de fantoches e construção coletiva.

b) Para o desenvolvimento da oralidade, quais atividades pedagógicas são

realizadas? Roda de conversa e troca de experiências.

c) A expressão corporal e seus movimentos são estimulados com atividades

lúdicas? Quais? Sim. Música com brincadeiras, brincadeira da estátua e

atividades rítmicas.

d) Utiliza a música com freqüência como instrumento de ensino? De que

forma? Sim. Na oralidade e contato afetivo.

e) O que acha importante como recurso pedagógico para o desenvolvimento

infantil? Jogos e brincadeiras que despertem o interesse do aluno.

Entrevista com educadores da Escola Municipal Del Castilho:

Entrevista com a educadora Ana:

a) Quais atividades lúdicas utiliza para promover a interação social entre os

alunos? Jogos coletivos e festas.

b) Para o desenvolvimento da oralidade, quais atividades pedagógicas são

realizadas? Rodas de conversa (envolvendo temas).

c) A expressão corporal e seus movimentos são estimulados com atividades

lúdicas? Quais? Sim, nas recreações.

d) Utiliza a música com freqüência como instrumento de ensino? De que

forma? Sim, nas atividades de rotina.

e) O que acha importante como recurso pedagógico para o desenvolvimento

infantil? Atividades lúdicas.

Entrevista com a educadora Helena:

a) Quais atividades lúdicas utiliza para promover a interação social entre os

alunos? Roda de conversa e atividade na casa da boneca.

b) Para o desenvolvimento da oralidade, quais atividades pedagógicas são

realizadas? Recontar histórias.

c) A expressão corporal e seus movimentos são estimulados com atividades

lúdicas? Quais? Sim, durante as atividades recreativas.

d) Utiliza a música com freqüência como instrumento de ensino? De que

forma? Sim, durante o relaxamento e brincadeiras.

e) O que acha importante como recurso pedagógico para o desenvolvimento

infantil? Jogos diversificados.

Entrevista com a educadora Cristina:

a) Quais atividades lúdicas utiliza para promover a interação social entre os

alunos? Parquinho e recreação.

b) Para o desenvolvimento da oralidade, quais atividades pedagógicas são

realizadas? Cantar músicas.

c) A expressão corporal e seus movimentos são estimulados com atividades

lúdicas? Quais? Sim, na hora do parquinho.

d) Utiliza a música com freqüência como instrumento de ensino? De que

forma? Sim, em atividades que envolvem a percepção auditiva

e) O que acha importante como recurso pedagógico para o desenvolvimento

infantil? Trabalhar com o concreto.

Entrevista com a educadora Neide:

a) Quais atividades lúdicas utiliza para promover a interação social entre os

alunos? Ginástica historiada e jogos.

b) Para o desenvolvimento da oralidade, quais atividades pedagógicas são

realizadas? Transmitir recados para alguém da turma.

c) A expressão corporal e seus movimentos são estimulados com atividades

lúdicas? Quais? Sim, nos jogos motores.

d) Utiliza a música com freqüência como instrumento de ensino? De que

forma? Sim, nos jogos cantados.

e) O que acha importante como recurso pedagógico para o desenvolvimento

infantil? Um ensino contextualizado.

Entrevista com a educadora Adriana:

a) Quais atividades lúdicas utiliza para promover a interação social entre os

alunos? Atividades em conjunto e teatro.

b) Para o desenvolvimento da oralidade, quais atividades pedagógicas são

realizadas? Cantar em grupo.

c) A expressão corporal e seus movimentos são estimulados com atividades

lúdicas? Quais? Sim, na ginástica historiada.

d) Utiliza a música com freqüência como instrumento de ensino? De que

forma? Sim, em brincadeiras de roda.

e) O que acha importante como recurso pedagógico para o desenvolvimento

infantil? Ter parceria com a família nas atividades que são realizadas.

Entrevista com a educadora Andréia:

a) Quais atividades lúdicas utiliza para promover a interação social entre os

alunos? Brincadeiras de roda.

b) Para o desenvolvimento da oralidade, quais atividades pedagógicas são

realizadas? Hora do conto.

c) A expressão corporal e seus movimentos são estimulados com atividades

lúdicas? Quais? Sim, nas atividades que movimentam o corpo através da

música.

d) Utiliza a música com freqüência como instrumento de ensino? De que

forma? Sim, em atividades que envolvam números ( exemplo: a música dos

indiozinhos, em que o aluno canta um indiozinho, dois indiozinhos, etc.).

e) O que acha importante como recurso pedagógico para o desenvolvimento

infantil? Usar recursos tecnológicos.

Entrevista com a educadora Vera:

a) Quais atividades lúdicas utiliza para promover a interação social entre os

alunos? Atividades com brinquedo e dramatizações.

b) Para o desenvolvimento da oralidade, quais atividades pedagógicas são

realizadas? Teatro.

c) A expressão corporal e seus movimentos são estimulados com atividades

lúdicas? Quais? Sim, na brinquedoteca.

d) Utiliza a música com freqüência como instrumento de ensino? De que

forma? Sim, nas atividades que movimentam partes do corpo.

e) O que acha importante como recurso pedagógico para o desenvolvimento

infantil? Preparar os alunos para o trabalho em equipe para que se respeitem.

Entrevista com a educadora Teresa:

a) Quais atividades lúdicas utiliza para promover a interação social entre os

alunos? Brincadeiras com música.

b) Para o desenvolvimento da oralidade, quais atividades pedagógicas são

realizadas? Hora do reconto.

c) A expressão corporal e seus movimentos são estimulados com atividades

lúdicas? Quais? Sim, na casa da boneca.

d) Utiliza a música com freqüência como instrumento de ensino? De que

forma? Sim, em brincadeiras variadas.

e) O que acha importante como recurso pedagógico para o desenvolvimento

infantil? Atividades que despertem o interesse e envolvam o movimento do

corpo.

Entrevista com a educadora Érica:

a) Quais atividades lúdicas utiliza para promover a interação social entre os

alunos? Cantigas de roda e conversa em grupo.

b) Para o desenvolvimento da oralidade, quais atividades pedagógicas são

realizadas? Dramatização de histórias.

c) A expressão corporal e seus movimentos são estimulados com atividades

lúdicas? Quais? Sim, nas representações teatrais.

d) Utiliza a música com freqüência como instrumento de ensino? De que

forma? Sim, durante as atividades motoras.

e) O que acha importante como recurso pedagógico para o desenvolvimento

infantil? Trabalhar com a expressão oral, gestual e corporal.

Entrevista com a educadora Luiza:

a) Quais atividades lúdicas utiliza para promover a interação social entre os

alunos? Jogos e brincadeiras em grupo.

b) Para o desenvolvimento da oralidade, quais atividades pedagógicas são

realizadas? Brincadeiras que trabalhem com a música.

c) A expressão corporal e seus movimentos são estimulados com atividades

lúdicas? Quais? Sim, em imitação de personagens de histórias.

d) Utiliza a música com freqüência como instrumento de ensino? De que

forma? Sim, como recurso para trabalhar com novas palavras, números, cores,

etc.

e) O que acha importante como recurso pedagógico para o desenvolvimento

infantil? Brincadeiras e música.

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

FOLHA DE AVALIAÇÃO 3

AGRADECIMENTOS 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I - A HISTÓRIA DO BRINQUEDO E DO BRINCAR: A LUDICIDADE

NA TRAJETÓRIA DA ESCOLA NO BRASIL 9

CAPÍTULO II - A LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL: DEFINIÇÃO,

UTILIZAÇÕES, LIMITES E PERSPEC TIVAS 19

CAPÍTULO III - A VOZ DOS MESTRES: O LÚDICO NO COTIDIANO DA

ESCOLA 30

CONSIDERAÇÕES FINAIS 38

BIBLIOGRAFIA 40

WEBGRAFIA 41

ANEXOS 42

ÍNDICE 51