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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E
DESENVOLVIMENTO
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
O IMPACTO DA GLOBALIZAÇÃO NA EMPRESA MODERNA
Heroith Vidal Cunha
ORIENTADOR:
Prof. Cléber Moreira Gonzaga
BRASÍLIA
AGOSTO / 2008
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
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PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E
DESENVOLVIMENTO
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
O IMPACTO DA GLOBALIZAÇÃO NA EMPRESA MODERNA
HEROITH VIDAL CUNHA
Trabalho monográfico apresentado como requisito
parcial para obtenção do Grau de Especialista em
Gestão Estratégica e Qualidade
BRASÍLIA
AGOSTO / 2008
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus em primeiro lugar por
mais esta oportunidade na minha vida;
também agradeço à minha querida
esposa e filhas pelo constante
incentivo ao estudo. Enfim, agradeço
aos amigos e colegas de trabalho pela
colaboração.
DEDICATÓRIA
4
Dedico o presente trabalho aos meus
pais, à minha esposa e filhas, aos amigos
e colegas de trabalho, aos colaboradores
da UNICAM, bem como ao Prof. Cléber
Moreira Gonzaga, enfim pela vida e pela
sagrada oportunidade de continuidade
dos meus estudos.
RESUMO
O presente trabalho monográfico é o resultado de uma pesquisa bem
fundamentada, seguida de cuidadoso estudo realizado por intermédio de
variada bibliografia, para demonstrar a importância do papel que cabe à
5
globalização em âmbito mundial, seu impacto não somente na empresa
moderna, porém permeando também os segmentos da sociedade.
De início, buscou-se localizar no tempo e espaço a origem desse
processo de integração econômica e social, porém sabe-se que esse
fenômeno não é novo, pois na verdade data de séculos transatos.
As grandes corporações transnacionais, aliadas de fato à economia
globalizada, têm contribuído efetivamente para significativas perdas de salário,
pois em virtude de aberturas para o comércio e para o investimento em países
em desenvolvimento muitas fábricas fecham suas portas, enquanto outras são
abertas e se expandem.
Lamentavelmente, por causa da abertura da economia, muitos
trabalhadores a curto prazo terão perdas consideráveis.
Felizmente, globalização não produz somente problemas, mas gera
progresso em países que desejam ingressar nos mercados globais.
Nos dias que correm, muitos pobres se beneficiam com a integração
econômica e social. A idéia é trazê-los cada vez em maior número para o seio
desse processo, não os deixando ilhados nos estreitos limites de um
nacionalismo, que não apresenta as mesmas características passadas.
METODOLOGIA
Com o objetivo de aprofundar o estudo e a análise relativa ao tema da
presente monografia, foi utilizada a pesquisa bibliográfica através da leitura
exploratória de livros e artigos da Internet. A partir de dezembro de 2007, deu-
se início às consultas prévias por intermédio de material previamente
6
elaborado, em especial os livros e outros artigos, os quais foram localizados e
tomados por empréstimo na Universidade de Brasília e na Biblioteca da Caixa
Econômica Federal. Passo a passo, procedeu-se à exploração dessas fontes
bibliográficas, com a conseqüente leitura desse material e devidas anotações à
parte de pontos considerados relevantes para a elaboração deste trabalho
monográfico.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
7
CAPÍTULO I
O processo histórico da globalização no mundo 10
CAPÍTULO II
A globalização e a empresa moderna
15
CAPÍTULO III
O mundo diante da ação globalizante
23
CAPÍTULO IV
A globalização e o poder das corporações 31 Conclusão 35
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
37
FOLHA DE AVALIAÇÃO
39
8
INTRODUÇÃO
O presente estudo aborda questões relativas à globalização, à empresa
holística, assim como trata da presença constante do processo de globalização
nas diversas empresas do mundo contemporâneo.
Ver-se-á que a globalização e/ou mundialização impacta, de maneira
nunca antes visto, em todos os segmentos das empresas, desde os seus
produtos e serviços até os seus recursos humanos e consumidores.
No decorrer do presente estudo monográfico mostrar-se-á como as
grandes corporações transnacionais e os conglomerados, aliados à
globalização, vêm solapando toda a estrutura das empresas de pequeno e
médio portes. Na verdade, as empresas modernas, em virtude da globalização,
vêm sofrendo de fato transformações de ordem econômica, cujo ponto central
dessa mudança é a integração dessas empresas, provocada pelas
corporações mundiais. A participação dessas empresas no mercado mundial
requer competitividade, considerando que essas corporações, atuando como
redes, têm mais poder de mobilidade e, portanto, mais chance de
sobrevivência nesse novo ambiente do que as empresas tradicionais.
Não é somente na empresa moderna, no contexto da economia que o
globalismo está inserido. Ele permeia todos os departamentos da atividade
humana, integrando, assim, o mundo, povos e cultura.
A respeito do tema Boxberger e Klimenta comentam:
“O mundo atual se encontra em um momento peculiar. Em questão de
segundos, países e continentes interagem e se aproximam. Os povos
se confrontam com uma série de novos desafios. Alguns que vêm de
fora, como novas ameaças à segurança interna e externa das nações
ou o aumento intensivo da competitividade econômica. Outros são
resultado de padrões de comportamento que tomam conta das
sociedades, como o individualismo e o egoísmo.
Esses desafios são causados por um fenômeno que não é novo, mas
passou a ser conhecido em todo o mundo como a
Globalização”(Boxberger e Klimenta, 1999, p. 5).
9
É um processo de proporções gigantescas e envolve regimes políticos,
civilizações, grupos e classes sociais, assinalando a emergência da sociedade
global, abrangendo tudo e todos e desafiando a solidez e a sedimentação das
instituições e das pessoas.
Algumas pessoas poderão indagar com razão qual a real origem da
ação globalizante no mundo. Evidentemente, não é tão fácil assim, dizem
alguns estudiosos do assunto, situar no espaço e no tempo o início desse
processo.
Diz-se que remonta há cinco séculos, na era dos grandes
descobrimentos marítimos, acelerando mais fortemente a partir da Segunda
Guerra Mundial. Há aqueles que afirmam que esse processo existe desde o
alvorecer das primeiras civilizações.
A respeito desse tema tão importante na atualidade há vários
estudiosos que são unânimes em afirmar que a globalização moderna
ressurgiu de forma mais vigorosa com o início do pós-Segunda Guerra Mundial
ou com a dissolução da URSS e a queda do Muro de Berlim no ano de 1989.
Milhares de pessoas têm sido beneficiadas por intermédio do processo
de globalização em curso no planeta. No entanto, ela possui, de um lado,
virtudes e, de outro lado, defeitos e vícios, podendo gerar efeitos nocivos na
sociedade global. Essa questão será tratada mais adiante.
Por fim, é preciso considerar que a globalização possui como
fundamento teórico o neoliberalismo, que defende a absoluta liberdade de
mercado, e que a política das grandes corporações transnacionais favorece o
processo globalizante.
CAPÍTULO I
O PROCESSO HISTÓRICO DA GLOBALIZAÇÃO NO
MUNDO
10
Dentro da perspectiva e ótica do processo histórico, a globalização
não é um fenômeno que surgiu no mundo de forma abrupta, não tem
necessariamente um ar de modernidade, pois o certo é que ela deita suas
vigorosas raízes num passado muito distante, como é o caso das
poderosas relações de comércio transnacional de mercadorias, levadas a
efeito pelo então Império Romano até os confins da Ásia e como também é
o caso das sociedades que foram cristianizadas, expandindo, assim, a Fé
Cristã e incorporando territórios e riquezas para a Igreja e a Monarquia, ou
ainda o desejo de um mundo unificado por intermédio das Cruzadas na
Idade Média.
Mais adiante o processo globalizante assume o nome de
imperialismo, lá pelo final do século IX. Por isso, muitos a definem como um
velho e novo fenômeno capitalista, porém não tão velho assim, porque há
tão-somente cinco séculos as culturas então existentes começaram a
aproximar-se, paralelamente à internacionalização do comércio, ou seja,
hoje o capital percorre o caminho que a fé realizou há 500 anos.
A importação de diversas mercadorias e matérias-primas já eram
levadas a cabo pelas grandes potências marítimas, ou seja, pelos ingleses,
portugueses e espanhóis, que as buscavam de suas colônias de além-mar.
O certo é que lá pelo início do século XV, na espetacular era dos
Descobrimentos, momento do auge da cultura portuguesa, deu-se um
grande impulso no que é considerado como um dos primeiros movimentos
globalizadores da era moderna.
No entanto, pode-se afirmar que o processo de globalização das
sociedades data do início da História e segue permeando todos os séculos
afora até ancorar-se no que de fato pode ser entendido como o moderno e
real processo da globalização no mundo, que é mais recente, cujo início
deu-se, dependendo de como o fato foi interpretado, a partir do término da
Segunda Guerra Mundial em 1945, ou com a estagnação econômica da
então URSS em 1975, ou ainda com a queda do Muro de Berlim em 1989 e
a ruptura do Bloco Socialista e o fim da Guerra Fria, nos idos de 1989 a
1991.
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Não obstante o que ficou dito anteriormente, muitos estudiosos do
assunto tendem a situar o novo ciclo do globalismo no momento em que a
Segunda Guerra Mundial põe por terra o imperialismo inglês, francês,
belga, italiano e japonês.
Esse novo ciclo do processo de globalização foi dimensionado tão-
somente para o campo da economia? A resposta é simplesmente não,
porque o novo surto globalizador é um processo que está inserido na
civilização e permeia os diversos departamentos da atividade humana,
enfim, da sociedade como um todo, seja através da música, da pintura, dos
esportes, da gastronomia e da cultura. Assim, tudo se internacionaliza,
tanto no âmbito da economia, como abarcando o aspecto financeiro,
cultural e tecnológico.
Obviamente, naqueles recuados tempos os nossos antepassados
não dispunham de um canal via satélite, para transmitir seus programas
favoritos; não podiam encurtar as distâncias, nem fechar negócios em
curtíssimo prazo, como é feito atualmente através do telefone celular; não
tinham também à sua disposição a rede mundial de computadores ou
Internet, bem como a rede de lanchonetes tipo fast-food, para apreciar em
qualquer parte do mundo a mesma comida.
Realmente é muito complexo esse continuado processo de
integração de economias às sociedades e tem afetado fortemente todos os
segmentos populacionais. Essa integração pode ser vista, por exemplo, na
disseminação maciça da Internet, na comunicação, na mídia, na utilização
cada mais freqüente da telefonia celular.
Entretanto, esse histórico processo de integração da economia não é
igualmente salutar para todos os países pobres. Por outro lado, países
como a Índia e China há pelo menos duas décadas vêm diminuindo
sensivelmente os índices de pobreza
Essa é a razão por que esse processo hoje é mais ágil, mais
dinâmico e mais completo, de modo que não somente as modernas
empresas de pequeno e médio portes, mas principalmente as grandes
corporações transnacionais e conglomerados, devem empenhar-se
12
verdadeiramente para fazer desse mundo um lugar mais justo para todos
os cidadãos, um lugar onde todos possam viver de forma solidária e
democrática.
É preciso ainda retroceder o olhar para os séculos XV a XVIII. Alguns
estudiosos e especialistas enfatizam que esse foi o período em que
ressurgiu o processo de globalização com maior ímpeto e dinamismo. Esse
período viu crescer o fluxo da força de trabalho entre os diversos países,
notadamente entre as colônias do Velho Mundo, a Europa, em face da
expansão comercial e marítima – trilha para o desenvolvimento do
capitalismo e por conseguinte da globalização.
Aproximadamente três décadas antes do final do século XIX e até o
início da Primeira Grande Guerra Mundial o mundo passava por um dos
períodos muito importantes do processo globalizante, a saber o surgimento
de grandes ferrovias, o barateamento nos custos de transporte decorrentes
da substituição do barco à vela pelo navio a vapor, bem como a redução
das barreiras tarifárias.
No período compreendido entre a Primeira e a Segunda Guerra
Mundial os custos relativos a transportes continuavam a diminuir, ao invés
da política comercial, que passava por um momento de derrocada, como
ficou bem caracterizado pela Grande Depressão de 1929, a qual
desencadeou-se nos Estados Unidos da América e alastrou-se mundo
afora.
Foi um período em que a globalização recuou, cedendo lugar ao
nacionalismo. E mais: vários governos ao redor do mundo, para se
protegerem, adotaram severas políticas protecionistas, que inevitavelmente
fizeram com que o comércio internacional despencasse.
Alguns estudiosos vêem o fim da Segunda Grande Guerra como um
novo ciclo da globalização moderna. As nações quase que inteiramente
destroçadas no pós-guerra acordaram em criar um mecanismo diplomático
ou comercial capaz de aproximar uma das outras as nações do planeta
Terra. A conseqüência desse entendimento e acordo foi a criação das
Nações Unidas em junho de 1945.
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No mesmo rastro do entendimento para a criação da ONU, momento
no qual o nacionalismo recuou, cedendo lugar ao internacionalismo, os
governos compreenderam que era necessária a redução de barreiras
comerciais, as quais eles haviam implantado em seus países.
A liberalização comercial, porém, ficou restrita a poucos países e
apenas alguns produtos.
Somente por volta de 1980 é que essas citadas barreiras foram
reduzidas em maior escala nos países desenvolvidos, quanto a produtos
manufaturados. No que tange aos países em desenvolvimento, não houve
muita mudança significativa, tendo em vista que a redução das barreiras
atingiram tão-somente produtos primários, deixando de lado os produtos
manufaturados e agrícolas.
A Organização das Nações Unidas – ONU poderia ter sido o embrião
de um futuro governo mundial ou global. Entretanto, por interesses e por
veto das superpotências ao tempo da Guerra Fria, isso de fato não se
concretizou, a não ser a criação de um organismo que passou a denominar-
se Grupo dos Sete (G-7), formado pelos Estados Unidos, Canadá,
Alemanha, França, Reino Unido, Itália e Japão, atuando fortemente na
economia e na política do mundo.
Com o decorrer do tempo, as nações sentiram a real necessidade de
expansão e abertura de seus mercados para outros países. Surgia, assim,
a ideologia econômica do liberalismo.
Fala-se hoje a respeito de globalismo como um novo ciclo do
capitalismo mundial. Anteriormente, as grandes nações do planeta
experimentaram os ciclos do imperialismo, colonialismo e mercantilismo, e
apesar do domínio do capitalismo global, outras nações ainda estão
passando por esses ciclos.
Presentemente, os maiores beneficiários da globalização são os
países emergentes, como o Brasil, a Rússia, a Índia e a China, com as
suas economias de exportação e grande mercado interno.
Anteriormente, em décadas passadas, outros países, com o fito de
rápido crescimento e expansão econômica, utilizaram-se da globalização,
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colocando suas economias voltadas à exportação. Foi o caso do Japão na
década de 70, e dos tigres asiáticos, na década de 80. Na verdade, Taiwan,
Coréia do Sul e Hong Kong é que de fato foram denominados “Os Tigres
Asiáticos”, e isso graças obviamente à aliança entre norte-americanos,
europeus e japoneses e também em razão da influência das corporações
transnacionais.
CAPÍTULO II
A GLOBALIZAÇÃO E A EMPRESA MODERNA
Para muitas pessoas essa palavra ‘globalização’ apresenta-se como
mais um “modismo” de curta duração. Uns e outros afirmam que “ela” é a
bola da vez e que de fato está na ordem do dia. Muitos argumentam
também que ela não passa de um “mito”, ou, da forma como vem sendo
conduzida atualmente, como uma farsa atuando nos mercados financeiros,
ou ainda apresentando-se como uma verdadeira panacéia universal.
Para alguns a onda globalizante produz um verdadeiro
encantamento, tornando-os felizes. E o mundo em realidade se torna
pequeno para eles.
Para outros, no entanto, a sensação é de isolamento. Eles se
sentem localizados e ao mesmo infelizes.
Percebe-se claramente que a globalização no mundo apresenta-se
extremamente polêmica, pois conta com ardorosos defensores, mas
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também em seu meio movimentam-se grandes críticos e afamados
detratores.
Então a globalização, como o próprio nome o demonstra, não atinge
a todos de maneira uniforme e homogênea?
A propósito, é interessante registrar aqui o pensamento de Zygmunt
Bauman, in verbis:
“(..) os processos gobalizadores não têm a unidade de efeitos que se
supõem comumente. Os usos do tempo e do espaço são
acentuadamente diferenciados e diferenciadores. A globalização tanto
divide como une; divide enquanto une – e as causas da divisão são
idênticas às que promovem a uniformidade do globo. Junto com as
dimensões planetárias dos negócios, das finanças, do comércio e do
fluxo de informação, é colocado em movimento um processo
‘localizador’, de fixação no espaço. Conjuntamente, os dois processos
intimamente relacionados diferenciam nitidamente as condições
existenciais de populações inteiras e de vários segmentos de cada
população. O que para alguns parece globalização, para ouros
significa localização; o que para alguns é sinalização de liberdade,
para muitos outros é um destino indesejado e cruel. A mobilidade
galga ao mais alto nível dentre os valores cobiçados – e a liberdade
de movimentos, uma mercadoria sempre escassa e distribuída de
forma desigual, logo se torna o principal fator estratificador de nossos
tardios tempos modernos ou pós-modernos.” (Zygmunt Bauman,
1999, p. 7 e 8)
Em que pese o processo globalizante não ter a mesma unidade de
efeito para todos, certo é que esse processo continua seguindo o seu curso
natural de maneira irreversível, atingindo a todos ainda que de forma
diferenciada.
Pode-se afirmar também, por outro lado, e segundo outra ótica e de
maneira simplificada, que a globalização, como um velho e novo processo,
vem propiciando a abertura de novas fronteiras e novos espaços em âmbito
planetário. A esse respeito, muito se tem escrito. É um processo
globalizante, que faz com que percebamos o mundo como tendo passado
16
por um processo de redução, de encolhimento, enfim tem-se a impressão
de que ele ficou menor, pois por intermédio do telefone, do computador ou
televisão tudo está a nosso alcance. O mercado financeiro passou a
funcionar em caráter mundial, por exemplo, seguindo os rastros da telefonia
e das ondas de satélite.
Outro conceito igualmente simples, porém interessante e
abrangente, é o que sugere Dulan apud Caldas (1998, p. 16) ao asseverar
que “a globalização refere-se ao processo de gradual eliminação de
barreiras econômicas e concomitante aumento nas trocas internacionais e
na interação transnacional”. Assim, temos de um lado a idéia da
globalização como um processo, ressaltando a importância fundamental da
redução paulatina das barreiras, como ocorreu, segundo esse mesmo Autor
entre os anos de 1947 e 1994, em face do estímulo comercial propiciado
pelo então GATT – Acordo Geral de Tarifas e Comércio, substituído em
1995 pela OMC – Organização Mundial do Comércio; de outro lado,
deparamo-nos com o conceito do aumento das trocas internacionais, como
é o caso das empresas transnacionais e do próprio Estado.
Existem empresas automobilísticas européias com fábricas
instaladas na Ásia, por exemplo, na China, vendendo seus produtos, no
caso automóveis, no mercado americano. Assim, o fluxo de mercadorias e
de capital tem aumentado consideravelmente. Desse modo, pode-se
enunciar uma verdade: “O capital não tem Pátria”.
O mapa geoeconômico e político do planeta já não é mais o mesmo,
diante de um número crescente de empresas concorrendo no mercado
mundial, e as nações, os países já não têm mais a noção exata de suas
fronteiras. Estamos nos referindo, por exemplo, às grandes corporações
transnacionais como a McDonald’s, a Siemens, a Toyota, que vendem seus
produtos e serviços praticamente em todo o planeta. A poderosa rede fast
food McDonald’s, por exemplo, conta com mais de 31 mil restaurantes
espalhados em 118 países. De fato, as corporações exercem um papel
preponderante na economia mundial.
17
Entretanto, o processo da globalização não tem funcionado de
maneira uniforme em todos os países do mundo, nem de forma idêntica
para todos os que vivem na mesma nação. A esse respeito, que pensar da
América Latina, da África e da antiga União Soviética?
A respeito dos países pertencentes à América Latina, é imperioso
afirmar que a integração global tem proporcionado algumas desigualdades
internas em função principalmente do processo de formação educacional,
do exercício da política voltada para o interesse das elites e porque não
dizer da corrupção desenfreada por parte dos sucessivos governantes.
Já a África e a antiga União Soviética não possuem ainda economias
integradas fortes, porque de um modo geral esses países lidam com
restritas exportações de produtos primários e não procuram diversificá-las
por intermédio de produtos manufaturados e prestação de serviços.
O processo de globalização opera-se de forma fundamental na
esfera da economia, mas não somente nela. Há de fato um conjunto de
transformações, resultando numa integração de ordem econômica, política,
social e cultural. E o ponto central, principal e decisivo dessa mudança é a
integração dos mercados financeiros numa espécie de “Aldeia Global”, ou
como é dito por outros numa espécie de “Fábrica Global”, cuja exploração
fica a cargo das empresas transnacionais, das grandes corporações
multinacionais e conglomerados.
A respeito das corporações assim se expressam Boxberger e
Klimenta:
“As corporações de hoje possuem um pé em muitos países:’Estamos
presentes em mais de 190 países do mundo’, constata orgulhoso
Heinrich Von Pierer, diretor presidente da Siemens. Surge a imagem
de uma centopéia; quando as coisas ficam desconfortáveis ou caras
demais, a corporação coloca o pezinho em outro país. Para produzir
com um custo relativamente vantajoso, ela divide o processo de
produção distribuindo por diversos países; produz onde é mais barato.
As vantagens de custo de cada país podem ser usadas de forma
favorável através da construção de relações globais de fornecimento.
As empresas aproveitam-se de todas “fontes de produção”
disponíveis no mundo todo. Esse conceito de produção, também
18
definido como “Outsourcing” ou “Global Sourcing” (em inglês
source=fonte) é praticado sobretudo pelas corporações
transnacionais, que assim podem comprar materiais, matéria-prima,
força de trabalho e pré-produtos a nível global. As vantagens locais de
países industriais moderno (boa infra-estrutura, forças de trabalho
altamente qualificadas, tranqüilidade social) combinam-se às
vantagens de custos dos países de população de baixa
renda”(Boxberger e Klimenta, 1999, p.19).
Ainda há outro fator a ser considerado no processo da globalização,
ou seja, é preciso inteirar-se acerca da realidade das duas faces dessa
moeda, ou mais precisamente os dois lados de um mesmo processo: o lado
positivo e o lado negativo. Obviamente, ambos se complementam.
Quando esse processo está afeto à horizontalização dos valores
éticos, aos direitos humanos, estamos diante do seu aspecto positivo, ao
passo que a tendência à verticalização, traduzida, digamos assim, no
perverso aumento do desemprego e nos contínuos achatamentos salariais,
mostra-nos o lado negativo desse processo.
Num primeiro momento, a globalização sinaliza-nos um processo de
padronização ou homogeneidade, quando na verdade e sob multifacetados
aspectos se nos apresenta de fato, por outro lado, como um processo de
heterogeneidade.
Pode-se verificar nos mais diversos estratos da sociedade o impacto
resultante desse vínculo e entrelaçamento de dois aspectos diametralmente
opostos na aparência, pois em verdade eles se complementam. E assim,
em conseqüência, duas forças são postas em movimento, a saber os
processos globalizantes, que, atuando segundo a lógica da dicotomia,
desembocam em aspectos de abastança e miséria, dinamismo e inércia,
concentração de poder e riqueza de um lado e desemprego de outro lado.
Além disso, é preciso que seja salientado aqui o fato de que a
concorrência livre no mercado e a economia globalizada têm o
neoliberalismo como principal fundamento.
Segundo a ótica de Boxberger e Klimenta (1999, p. 10) “o
fundamento teórico da globalização é o neoliberalismo, que prega o
19
domínio irrestrito do mercado. A crescente reticulação dos mercados, de
amplitude mundial, surge diante desse cenário como um processo natural,
inevitável. Mas a supostamente ‘fatídica’ globalização é o produto de uma
política para as grandes corporações”.
E em que momento da História o neoliberalismo surgiu no cenário
mundial e começou a impor-se como alternativa viável para a expansão da
economia mundial, principalmente no tocante às potências capitalistas?
Precisamente no fim da Segunda Grande Guerra, quando a
expansão da economia do Planeta havia chegado à sua fase crítica de
enfraquecimento, buscou-se uma alternativa para a construção de um novo
ciclo de crescimento econômico global, para fazer face a esse período de
considerável esgotamento da economia em escala planetária.
A aceleração da economia não ficou tão-somente restrita às grandes
potências capitalistas, aos países do bloco socialista, porém disseminou-se
para os países do ‘Terceiro Mundo’, ou os assim denominados países de
periferia capitalista. Daí resultou um forte e inusitado crescimento
econômico, notadamente entre os anos 40 e 70 do século XX. O prodigioso
avanço e desenvolvimento do capitalismo nesse período começou a dar
mostras de enfraquecimento na década de 70, ou mais precisamente em
1973 com o advento da crise mundial do petróleo. Desse modo, surgia
assim um novo impulso do pensamento liberal.
Eis o que comenta Emir Sader:
“É nesse marco que surgem as propostas liberais – que se
autoproclamavam ‘neoliberais’ – pela retomada atualizada das teses
clássicas do pensamento liberal. A economia mundial foi
transformada, em graus diferentes conforme a região e país, pelas
políticas neoliberais, que promoveram a hegemonia da ideologia de
mercado, identificada com o dinamismo e a ‘liberdade econômica’.
Como políticas concretas, o neoliberalismo se iniciou na América
Latina – mais precisamente na Bolívia e no Chile de Pinochet. O que
era a alternativa neoliberal nesses países? O combate à inflação era
colocado como objetivo fundamental, como condição prévia
indispensável à retomada do crescimento econômico, à modernização
20
tecnológica e à distribuição de renda. A luta contra a inflação era a
forma específica de lutar contra a presença do Estado, que fabrica
moeda para cobrir seus ‘déficits’, o que leva igualmente à redução de
gastos públicos e, assim, à retração das prestações de serviços pelo
Estado, particularmente aquelas dirigidas às camadas mais pobres da
população – justamente as que estavam em piores condições de
disputar os recursos reduzidos nas mãos dos governos.”(Emir Sader,
2005, p. 19 e 20)
Pode-se entender facilmente então por que a globalização é de fato
um verdadeiro paradoxo. Ela beneficia em particular os ricos, que cada vez
mais têm oportunidades de ganhar muito dinheiro. Os pobres, sempre em
número maior, continuam sendo marginalizados.
É preciso, pois, que a sociedade busque de forma alternativa o
descobrimento de uma globalização em base solidária e que atinja
democraticamente ricos e pobres do planeta.
Em que pese a existência de desencontros e de desigualdades na
esteira do processo globalizador, hoje mais do que em outros estágios
passados as economias de vários países do mundo estão mais integradas
em razão naturalmente da redução de barreiras comerciais e da diminuição
dos custos de transporte dentre outros. Na verdade, a integração global
tende a reduzir sensivelmente a pobreza ao redor das nações do planeta,
porém ela necessita mostrar-se mais atuante.
Essas economias, uma vez integradas ou “globalizadas”, reduz para
níveis mais baixos a pobreza, tendo em vista que determinam crescimento
econômico e viabilizam que determinados países detentores de baixa renda
entrem no tão sonhado e desejado mercado globalizado, por intermédio de
produtos manufaturados e ofertas de serviços.
É a partir desse momento que o segmento social dos chamados
pobres começa a deslanchar e a vislumbrar novas e reais oportunidades de
vida, vida livre da opressão de miséria.
Essa mudança é possível e viável e decorre principalmente da
integração globalizada, que em última análise é a grande redutora da
21
pobreza. A redução dos níveis de pobreza pode apresentar-se de forma
limitada em face dos fatores inibidores resultantes da manutenção de
barreiras econômicas por parte dos países ricos.
No entanto, a introdução de países pobres e emergentes no
mercado global poderá ser alcançada significativamente com as mudanças
das regras do comércio mundial, por intermédio de uma ‘rodada de
negociações’, como, por exemplo, a Rodada Doha.
Países ricos, pobres e emergentes, como o Brasil, vinham
trabalhando há sete anos, entre encontros e desencontros, a fim de que
pudesse ser alcançado um satisfatório acordo comercial em âmbito
mundial. Infelizmente, essas negociações fracassaram em virtude dos
conflitos entre os Estados Unidos e a Índia. Mais uma vez a Organização
Mundial do Comércio – OMC permitiu um fiasco de tal magnitude, adiando
a tão sonhada correção e flexibilização das regras do comércio, que daria
um impulso a mais na economia global. Possivelmente uma nova Rodada
como a de Doha poderá acontecer por volta de 2010.
Acerca desse assunto, pondera Jamil Chade:
“Em jogo, porém, não estavam apenas as tarifas de frango ou têxteis,
mas uma nova fase da globalização, baseada não apenas em duas
potências, mas em uma constelação. Não por acaso, o grupo formado
para tentar um acordo incluía tradicionais potências, como UEA, EU e
Japão, mas também Brasil, China e Índia. ‘Perdemos a possibilidade
de fechar o primeiro pacto de uma ordem global redesenhada’,
lamentou Mandelson” (Chade, 2008).
CAPÍTULO III
22
O MUNDO DIANTE DA AÇÃO GLOBALIZANTE
Terceiro milênio. Século XXI. O planeta Terra finalmente entrou na
verdadeira era do globalismo ou mundialização da economia, da cultura, dos
mercados, das empresas e ainda permeando também os diversos segmentos
da sociedade como um todo.
Todos são chamados a se defrontarem com os novos horizontes que se
descerram na formação da sociedade global; todos estão diante de uma
realidade eivada de problemas, permeada por movimentos de integração e
fragmentação, de síntese e dispersão. De um lado, o global; de outro, o local.
Nem de longe pode-se atribuir à sociedade global o dom de uma
presumível panacéia aplicada na solução de tantas e tão intricadas questões
com que se envolvem as economias mundiais. De um lado, temos a
interdependência, de outro lado os antagonismos e as tensões. É o regional. É
o nacional. Também o transnacional. Tudo isso implica em grande parte na
unidade, mas igualmente na diversidade, nas divergências, nas diversas
nacionalidades, grupos e classes sociais, trabalho, capital, etnias, sociedade,
natureza, religião.
Para entender o globalismo, para compreender a sociedade global é
justo e necessário mergulhar nesse universo bipolar das igualdades e
desigualdades, mesmo porque o mundo global não extinguiu as outras formas
de manifestação ainda presentes no planeta, como é o caso do regionalismo,
do nacionalismo, do colonialismo e do imperialismo.
O capitalismo global, como um meio de produção e processo civilizatório
em âmbito mundial, atingiu finalmente um novo ciclo de expansão. É um novo
e arrojado processo de proporções descomunais e desconhecidas, envolvendo
regimes políticos, nações, nacionalidades, classes sociais, as diversas
economias, culturas e civilizações de todos os matizes. Outro patamar de uma
realidade abrangente, global e complexa veio à tona. Uma realidade que
começa a ser conhecida, desafiando as antigas práticas há muito
sedimentadas e cristalizadas. É o momento da ruptura, da quebra dos velhos e
23
desgastados paradigmas na ordem social, econômica, mercados, empresas e
na organização do trabalho.
É assim que se expressa no mundo essa nova realidade do processo
globalizante, como uma enorme onda de integração mundial, apresentando
movimentos incríveis e surpreendentes. E não poderia ser diferente, porque
está inserido no contexto da História, que em seu transcurso não é totalmente
contínua e seqüencial, mas apresenta recorrências e descontinuidades.
Segundo Geoffrey Barraclough apud Ianni (1997, p. 8) “o que devemos
considerar como significativos são as diferenças e não as semelhanças, os
elementos de descontinuidade e não os elementos de continuidade... Se não
mantivermos nossos olhos alertados para o que é novo e diferente, todos
perderemos, com a maior facilidade, o que é essencial, a saber, o sentimento
de viver em um novo período”...
Como ficou dito anteriormente, os conceitos de dependência e
interdependência, colonialismo, regionalismo e imperialismo fundem-se em
grande parte com a noção de globalismo, exigindo mudanças e reformulações
de idéias e conceitos. Isso pode ser constatado no desfazimento das
hegemonias, construídas no período da Guerra Fria, no declínio e
envelhecimento das superpotências mundiais. Pode-se afiançar que até o ano
de 1989 o mundo apresentava-se então como bipolarizado. Todavia, esse foi o
ano da estrepitosa queda do Muro de Berlim.
Depois da emblemática derrocada desse muro de separação,
redesenhou-se o mapa do mundo, através do surgimento de novos blocos
geopolíticos, em face da desagregação de muitas nações. O mundo já não era
mais o mesmo ante um fluxo constante de continuidades, seqüências e
recorrências, até que de repente chegou-se ao final do século XX: uma época
havia terminado estrondosamente, e outra época nova, diferente,
surpreendente começava a brotar. Hoje muitas pessoas obrigam-se a
reconhecer que existe um processo de globalização de formas sociais de vida
e trabalho e de universalização ou mundialização do capitalismo com suas
novas formas de produção, tecnologias avançadas, a divisão internacional do
trabalho recriada, os mercados mundializados.
24
As fronteiras geográficas, históricas e culturais alargam-se
sobremaneira, ultrapassadas pelas forças produtivas do capital, da tecnologia,
da força de trabalho e pela divisão transnacional do trabalho, que engloba a
redistribuição das empresas, corporações e conglomerados em diferentes
países e continentes mundo afora em substituição à concentração da indústria,
organizações do comércio, agências de publicidade e a mídia eletrônica e
impressa. Daí o surgimento das cidades globais, exercendo um papel
preponderante nas relações de produção, influenciando o processo de
desenvolvimento do capitalismo em âmbito mundial, já em pleno século XX e
agora com mais dinamismo no século XXI em que nos encontramos.
A forte influência econômica global dessas cidades mundiais, como
alguns as denominam, torna-se mais e mais predominante no pós-Segunda
Guerra Mundial. Esse o contexto em que segundo Munford apud Ianni (1997,
p.60) “a megalópole está se tornando uma forma universal, e a economia
dominante é a economia metropolitana, na qual nenhuma empresa efetiva é
possível sem fortes laços com a grande cidade”.
Reforçando o que foi dito anteriormente, desde o fim da II Grande
Guerra Mundial que o capitalismo global vem se expandindo fortemente por
quase todos os recantos do planeta, atingindo várias nações e suas fronteiras,
seus regimes políticos, tradições, cultura, soberania. E utiliza-se aqui a palavra
‘quase’ para enfatizar a condição da globalização como um processo, que
pode e deve ser melhorado, otimizado, para que possa ser disseminado
paulatinamente para além dos limites das cidades mundiais, chegando assim
até outras cidades que compõem o tão bem conhecido ‘terceiro mundo’.
Acerca das novas mudanças implementadas no mapa-múndi
econômico, assim se expressa Ianni, citando John Friedmann e Goez Wolff:
“Os atores principais responsáveis pela reorganização do mapa
econômico do mundo são as corporações transnacionais, envolvidas
em uma luta dura e canibalesca pelo controle do espaço econômico.
O sistema de relações econômicas globais emergente adquire forma
particular, tipicamente urbana, em localidades sob diversas formas
enredadas no sistema global. O modo específico da sua integração
25
nesse sistema dá origem a uma hierarquia urbana de influências e
controles. No topo desta hierarquia encontra-se um pequeno número
de densas regiões urbanas a que chamamos cidades mundiais.
Fortemente interligadas entre si, por meios decisórios e finanças, elas
constituem um sistema mundial de controle da produção e da
expansão do mercado. Exemplos de cidades mundiais em formação
incluem metrópoles como Tóquio, Los Angeles, São Francisco, Miami,
Nova York, Londres, Paris, Randstadt, Frankfurt, Zurich, Cairo,
Bangcoc, Cingapura, Hong Kong, cidade do México e São
Paulo”(Friedmann e Wolff apud Ianni, 1997, p. 61).
No final do século XX a cidade global já era de fato uma realidade, e
numa espiral sempre ascendente atingiu o início do século XXI com grande
força e intensidade, ancorada no capitalismo globalizante.
Assim é a globalização: um desafiante processo histórico ainda
incipiente em períodos anteriores, onde deitou raízes no mercantilismo, no
colonialismo e no imperialismo. E presentemente insere-se vigorosamente não
somente no capitalismo moderno e nas diversas cidades mundiais e/ou globais
propagadas em várias regiões do planeta, mas está presente também na
sociedade global, nações, etnias, culturas, religiões. E mais: permeia a nova
relação de trabalho das empresas de pequeno e médio portes, das
corporações transnacionais e dos conglomerados.
As estratégias nacionais atreladas aos sistemas econômicos têm
apresentado uma forte tendência para o arrefecimento e/ou atrofia de seus
comandos de articulação, em face da prevalência e do rápido avanço da
mundialização da economia, da sociedade, dos grandes centros urbanos e das
empresas.
Na verdade, os sistemas econômicos das nações cada vez mais
desarticulam-se diante da globalização da economia capitalista, ou seja, a
implementação dos diversos e variados projetos nacionais somente se torna
factível, a partir do momento em que se vinculam à nova realidade histórica e
geográfica global, às novas determinações transnacionais, que têm afetado ou
até mesmo anulado as fronteiras.
26
Há que indagar-se, nesse caso, como se comporta a soberania das
nações diante da tremenda pressão e até mesmo da ingerência da ação
globalizante.
Temos, assim, de um lado, a sociedade nacional, e, de outro lado, a
sociedade global. Mesmo considerando-se que a sociedade nacional esteja
solidamente edificada ao longo do espaço e do tempo, bem sedimentada e
cristalizada, ela vem sendo influenciada fortemente pela sociedade global, que,
na condição de um grande sistema mais abrangente, mais amplo, mais
complexo e mesmo contraditório, tende a englobar a sociedade nacional.
A mundialização das economias nacionais, da sociedade e das
empresas, enfim dos processos e estruturas econômicas é conseqüência pura
e natural do processo de globalização vigente hoje na maioria dos centros
urbanos do mundo, nas principais cidades globais e/ou mundiais de várias
nações do planeta.
Não somente as economias nacionais, como um subsistema, vinculam-
se à globalização. Há igualmente um novo surto de estratégia de integração da
economia regional, participando também como um subsistema do capitalismo
global e/ou mundial.
Segundo Ianni (1997), “a integração dessa economia regional é
articulada por empresas públicas e privadas e pelos diversos governos”,
considerando-se o universo das forças produtivas, o capital, regidos pela
batuta inigualável das transnacionais. A Guerra Fria findou. O Muro de Berlim
ruiu. O Império Soviético caiu fragorosamente, restando tão-somente
fragmentos como o Vietnã, Cuba, China, por exemplo, que lenta, mas
progressivamente vêm navegando nas poderosas correntezas das economias
de mercado, abrindo-se a novos empreendimentos capitalistas mundiais,
apesar ainda de permanecerem politicamente debaixo do símbolo do
socialismo.
Na década de 90 floresceram no planeta algumas estratégias de
integração econômica, ou em outras palavras essa década viu o surgimento de
blocos econômicos regionais, como, por exemplo, a Comunidade de Estados
Independentes - CEI, o Mercado Comum do Sul – MERCOSUL, o Tratado
27
Norte-americano de Livre Comércio – NAFTA, a Área de Livre Comércio das
Américas – ALCA e a União Européia – UE.
Nos dias que correm, as economias dos países estão fortemente
vinculadas à formação de blocos econômicos em virtude da globalização e/ou
mundialização da economia, porque é por intermédio deles que os países
participantes podem e devem ser beneficiados através da redução de tarifas
alfandegárias, da circulação de pessoas e mercadorias, do desenvolvimento
da infraestrutura, do crescimento industrial, melhoria dos níveis sociais e
criação de novos empregos formais.
Todavia, na formação desses blocos econômicos, a despeito da
existência de países mais ricos e países mais pobres, todos devem exercitar
os mesmos direitos e as mesmas obrigações, a fim de que todos possam
igualmente ganhar nesse processo.
Num futuro não muito distante, as relações comerciais não mais
acontecerão debaixo de estratégias nacionais, mas seguramente esse
intercâmbio comercial ocorrerá dentro do universo desses blocos econômicos.
Assim, verifica-se que essa espécie de estratégia regional sobrepõe-se
agora ao Estado, à Nação.
Consoante foi referido anteriormente, as comunidades regionais estão
cada vez mais avançando de forma vertiginosa sobre os estados nacionais,
principalmente na Rússia, Américas, Europa, favorecendo os germes de um
novo mapa geopolítico, onde se sobressaem os Estados Unidos da América, a
Alemanha, o Japão, logo a seguir a China e mais adiante a Rússia, todos
recebendo a influência direta do capitalismo global, envolvendo o capital, os
processos de centralização no que tange às empresas, corporações e
conglomerados, sempre movimentando-se além das civilizações, culturas e
fronteiras; priorizando a nova divisão internacional do trabalho, com os seus
avançados procedimentos de produção aliada à força de trabalho; as
operações de planejamento relativas às empresas transnacionais, na esfera
regional, continental e global, sem levar-se em conta o nacionalismo, o
colonialismo ou o imperialismo.
28
Assim é a globalização, cujos três principais fatores que a sustentam
são o elevado intercâmbio de serviços e mercadorias entre os países, a
adoção de uma filosofia empresarial denominada “outsourcing” e uma inédita
movimentação do capital global.
Ela tem avançado a passos largos, infiltrando-se em todos os
segmentos da sociedade, nas diversas culturas, civilizações, junto às
empresas, corporações e conglomerados. Sim, a globalização está em
marcha, com todas as poderosas forças que lhe são características, recriando,
transformando e até mesmo eliminando as fronteiras, enfim redesenhando um
novo mapa-múndi da economia global e/ou mundial.
No âmbito da sociedade global, as relações internacionais priorizando o
Estado, a Nação, encontram-se fragilizadas. Até certo ponto pode-se afirmar
que o Estado está em declínio, perdendo parte do seu real significado
tradicional, sendo redefinido, redesenhado, praticamente forçado a subordinar-
se às injunções próprias do processo de globalização.
Obviamente, a sociedade nacional não desaparecerá, não deixará de
existir, mesmo em face do crescimento vertiginoso da sociedade global.
Ela continuará com suas tradições, suas línguas, dialetos, sua cultura,
religiões, etnias, sua história enfim.
A formação dos subsistemas econômicos regionais acompanha pari
passu a globalização atrelada ao capitalismo, à qual se integram as diversas
economias nacionais ao redor do mundo, propiciando novas condições na
produtividade, recriando as atividades trabalhistas e remodelando a
organização.
Muitas pessoas podem até supor que os subsistemas regionais se
ponham na posição de um entrave para a globalização da economia,
sociedade, cultura, civilização e empresas. Entretanto, não é assim. Na
verdade, a regionalização, como um processo, vai ao encontro da
globalização, recriando, remodelando, redesenhando a nação, a fim de que ela
possa adaptar-se mais facilmente ao dinamismo da economia global.
29
Anteriormente, comentou-se acerca dos blocos econômicos ou sistemas
econômicos regionais existentes no mundo. Como é fácil verificar-se, eles são
diferentes entre si. Uns são mais dinâmicos, mais estruturados, mais
desenvolvidos que outros; alguns, no entanto, encontram-se em fase
incipiente.
Por mais paradoxal que possa parecer, todos esses sistemas
econômicos estão atrelados ao colonialismo, ao regionalismo e ao globalismo.
Não obstante, o processo globalizante caminha a passos largos,
permitindo cada vez mais que outros países adentrem o mercado global. Isso
representa a ascensão de novos países globalizados.
Todavia, outros países em desenvolvimento continuam à margem desse
mercado global. São países que sofrem com o aumento da pobreza e o
declínio da renda per capita.
CAPÍTULO IV
A GLOBALIZAÇÃO E O PODER DAS CORPORAÇÕES
A globalização, notadamente nas últimas décadas, vem assumindo cada
vez mais um papel decisivo nas transformações de ordem social, política e
econômica, cujo ponto focal é a integração de mercados numa “Aldeia-Global”.
E quem ou o que estaria à frente dessas transformações e da
integração de mercados, afetando sobremaneira a sociedade?
A resposta fica a cargo das grandes empresas, dos conglomerados e
principalmente das grandes corporações multinacionais ou mais precisamente
transnacionais, que mais e mais espalham seus fortes tentáculos sobre frágeis
economias mundiais, numa tentativa insana de devorar a cada passo todos os
lucros possíveis, eliminando inclusive as pequenas empresas que porventura
se postem à sua frente, confirmando, assim, a máxima reinante na economia
de livre mercado: “As grandes e poderosas indústrias costumam devorar as
pequenas indústrias”.
Sobre o que é ‘multinacional e transnacional’, afirma Korten:
30
“Há uma contínua tensão entre a visão ‘multinacional’ e a visão
‘transnacional’ da corporação global. Uma corporação multinacional
assume várias identidades nacionais, mantendo uma produção
relativamente autônoma e instalações de venda em cada país,
estabelecendo raízes locais e apresentando-se me cada localidade
como boa cidadã local. Suas operações globalizadas são interligadas,
porém profundamente integradas nas economias locais individuais em
que ela opera, e funciona até certo ponto como ‘cidadã’ local.
Entretanto, a tendência é rumo ao transnacionalismo, que envolve a
integração das operações globais de uma empresa em torno de redes
de fornecedores verticalmente integrados. “Por exemplo, quando a
Otis começou a criar um sistema avançado para elevadores, passou a
utilizar o projeto de propulsores no Japão, os sistemas das portas na
França, os elementos eletrônicos na Alemanha e as pequenas
engrenagens na Espanha”(Korten, 1996, p. 147).
As grandes e poderosas corporações não têm tão-somente afetado as
sociedades nacionais, senão têm excedido em poder muitos governos ao redor
do mundo, como o atestam Boxberger e Klimenta:
“As grandes corporações representam um enorme perigo para o
Estado Democrático. Através da crescente concentração de
empresas surge um violento potencial de poder, para além do
parlamento e do governo, e sem nenhuma legitimidade democrática.
As corporações têm uma posição forte o bastante para impor seus
objetivos à política e às pequenas empresas. Cada vez mais, e numa
medida cada vez maior essas empresas usam o dinheiro público das
subvenções às pesquisas. Naturalmente, depois elas não dividem
com a sociedade o lucro obtido com a venda dos produtos. Elas
garantem para si os contratos com o Estado, as facilidades tributárias
e as subvenções, na medida em que, no caso de uma não concessão,
ameaçam com o corte de milhares de postos de trabalho ou a
transferência de suas unidades para outros locais. As grandes
corporações com suas enormes posses de capital já têm hoje em dia
o poder de escolher os locais de sua implantação, comparando os
diversos países. Elas investem ali onde a mistura de infra-estrutura,
31
benefícios (facilidades tributárias e subvenções) e redução de
encargos do pessoal apresentam as maiores vantagens. O Estado se
vê obrigado a exercer uma política para as grandes corporações”.
(Boxberger e Klimenta, 1999, p.28).
Observa-se aqui o fato de que uma empresa global e/ou corporação tem
acesso garantido a um mercado e economia local, ainda mais quando
determinadas localidades se abrem à economia global. Nesse caso, uma
empresa pode aproveitar-se grandemente das diferenças apresentadas pelas
várias localidades, e daí auferir vantagens lucrativas, no que tange a
instalações, recursos humanos, a questão ambiental, a empregabilidade e
principalmente quanto a impostos. E assim essa empresa, bem estruturada e
organizada operacionalmente de forma global, tende a produzir mercadorias,
bens e serviços a um custo menor, para naturalmente vendê-los para outros
mercados onde possa obter um maior lucro, sendo os lucros resultantes
transferidos para localidades que apresentem carga tributária o menos possível
onerosa.
A propósito, não soa estranho asseverar que as multinacionais
(corporações) têm interesses bem diferentes em relação àqueles propriamente
nacionais, pois a elas interessa-lhes a busca de excelentes oportunidades, tais
como lucros, crescimento, alta tecnologia e domínio de mercado.
Mundialmente falando, existem empresas voltadas puramente para os
interesses nacionais, ao passo que outras empresas tendem a ligar-se mais
estreitamente ao interesse corporativo. Há também aquelas que estão a meio
termo do caminho. Por outro lado, a indicação atual é para o transnacionalismo
corporativo.
Então, pode-se afirmar que de um modo geral as corporações
transnacionais têm sobrepujado os interesses nacionais.
Os Estados nacionais agem segundo os ditames dessas corporações,
que afinal mandam e desmandam numa boa parte dos países do mundo mais
que os seus próprios governos. E não importa que esses governos sejam os
da Alemanha, do Japão ou dos Estados Unidos.
32
Atualmente, as corporações transnacionais representam o capitalismo
mundial e recebem o assessoramento direto e indireto de outros organismos
multilaterais, também tidos como transnacionais, a saber, o BIRD – Banco
Mundial, o FMI – Fundo Monetário Internacional, a Organização Mundial do
Comércio – OMC, a Conferência de Davos e o Grupo dos Oito – G-8
Há alguns séculos a concorrência econômica da força de trabalho, bens
e capital não apresentavam o enorme grau de ampliação, como sucede nos
dias que correm. Logicamente, a ampliação desses espaços econômicos é a
via conducente à globalização.
Não obstante, não é somente isso, porque a globalização não é apenas
um ato voluntário do Estado. Pelo fato de estar fortemente vinculada ao livre
mercado, e em razão dos contratos e concessões com esse mesmo Estado,
ela é estruturada através de decisões políticas. Ela resulta, pois, de um projeto
político.
33
CONCLUSÃO
O mundo, no estágio atual em que se encontra, alcançou um ponto alto
no que respeita à integração globalizada, pelo menos no que concerne à
aproximadamente três bilhões de pessoas espalhadas em diversos países, os
quais tiveram acesso rápido aos mercados industriais globais, à medida que os
seus indivíduos obtinham empregos dignificantes, que os tiravam do segmento
social mais pobre.
Essa integração de fato vem minimizando as brutais desigualdades
sociais e econômicas por que tem passado a sociedade, desde o início de sua
estruturação no planeta. No entanto, esse processo ainda não está
devidamente sedimentado para atender presentemente a um número
esmagador de países ao redor do mundo, até porque sabe-se que por volta de
dois bilhões de pessoas estão marginalizadas, haja vista que os seus países
ficaram de fora do processo de integração econômica.
Hoje mais do que em períodos anteriores a história registra o fato de a
sociedade civil reconhecer e agir em prol de ação global, que atinja a
coletivamente como um todo, pois há urgentes problemas de ordem global à
espera principalmente da abertura de mercados por parte dos países ricos.
Corroborando o que ficou dito atrás, a globalização trouxe no seu bojo e,
em que pese a posição contrária de alguns de seus ilustres e ferozes críticos,
continuará trazendo grandes benefícios e progresso para muitos países,
embora de alguma maneira tenha contribuído para a intensificação de
problemas de outras nações, que não têm assim tão facilmente acesso a
34
mercados globais, vez que a sua pauta de exportações fica restrita a poucos
produtos primários. Esses países estão economicamente decadentes e
marginalizados.
Não é salutar nem para essas nações, nem para o mundo integrado que
essa lamentável situação se perpetue. Às vezes, há um temor generalizado e
um receio de permanecer marginalizado, quando se tenta penetrar nos
mercados globais.
Entretanto, a adoção de políticas robustas, o fortalecimento de
instituições frágeis e decadentes e o combate intensivo à corrupção são etapas
importantíssimas que muitos países candidatos à globalização, tanto
econômica, quanto social, devem trilhar, a fim de que possa obter sucesso na
tão desejada integração.
Por fim, não se pode fugir à dura realidade ainda presente no mundo
globalizado: de um lado, estão os países pobres; do outro, os países ricos.
É preciso que seja adotada uma rápida e urgente ação global, para
beneficiar de forma tremenda os países e pessoas pobres. Lentamente, eles
podem e devem ser conduzidos ao seio da integração econômica e social.
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ANEXO 1 Reportagens
EUA, ÍNDIA E CHINA DERRUBAM DOHA
Jamil Chade O Estado de S. Paulo
30/7/2008
Conflito entre ‘novas’ e ‘velhas’
Foram sete anos de negociações, inúmeros encontros, protestos no mundo todo e centenas de ligações entre presidentes. Mas a Organização potências impede acordo para liberalização do comércio internacional Mundial do Comércio (OMC) fracassou em chegar a um acordo na Rodada Doha. O processo, que tinha como objetivo corrigir as regras do comércio e dar novo impulso à economia global, desabou ante os conflitos entre Índia e Estados Unidos, que não aceitaram um pacote de liberalização.
O Brasil tentou até o último minuto mediar uma solução, mas não conseguiu convencer os parceiros a aderir ao pacote e um acordo agora poderá ser retomado, na melhor das hipóteses, em 2010. Os americanos recusaram-se a fazer concessões para tentar acomodar os interesses dos emergentes e o presidente George W. Bush concluirá o mandato sem o acordo comercial. Para os demais ministros, faltou vontade política, sobretudo de Washington, Nova Délhi e, de certa forma, de Pequim.
“Vai levar anos para que as pessoas voltem a negociar”, afirmou o chanceler Celso Amorim, visivelmente chateado diante do resultado. “É um fracasso coletivo”, definiu o comissário de Comércio da União Européia, Peter Mandelson.
Países ricos e pobres apostavam na Rodada Doha como forma de mandar um sinal positivo à economia mundial, em plena crise. Para ministros e para a própria OMC, a idéia era de que a conclusão do processo abriria novos mercados e reduziria as distorções. Agora, o fiasco é considerado um sinal negativo para a economia mundial. “Esse fracasso é doloroso e terá um impacto negativo para a economia global”, afirmou Mandelson.
A rigor, a Rodada Doha não acabou definitivamente e outras rodadas também acabaram adiadas no passado. Mas, desta vez, a crise pode ser bem mais profunda, já que o acordo redesenharia a estrutura do comércio diante das novas potências emergentes. A Rodada Doha poderia ser retomada pelos governos e mesmo o conteúdo que se negociou poderia ser preservado. Mas poucos acreditam que isso possa ocorrer no curto ou médio prazo.
“A vida continua. Não está sob nossas capacidades manter o que conseguimos até agora intacto. Não vamos nos iludir. Crises ocorrerão no mundo e os interesses protecionistas vão aumentar”, alertou Amorim.
Em jogo, porém, não estavam apenas as tarifas de frango ou têxteis, mas uma nova fase da globalização, baseada não apenas em duas potências, mas em uma constelação. Não por acaso, o grupo formado para tentar um acordo incluía tradicionais potências, como EUA, UE e Japão, mas também Brasil, China e Índia. “Perdemos a possibilidade de fechar o
36
primeiro pacto de uma ordem global redesenhada”, lamentou Mandelson.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA BAUMAN, Zygmunt. Globalização – As Conseqüências Humanas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1999. BOXBERGER, Gerald. KLIMENTA, Harald. As Dez Mentiras da Globalização. São Paulo: Aquariana, 1999.
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