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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES FACULDADE INTEGRADA AVM PÓS GRADUAÇÃO “LATO SENSU” DIFICULDADES NO APRENDER: UMA ABORDAGEM NEUROCIENTÍFICA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM Por: Nathália da Silva Costa Orientador Profª Marta Relvas Rio de Janeiro 2013 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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  • UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

    FACULDADE INTEGRADA AVM

    PÓS GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

    DIFICULDADES NO APRENDER: UMA ABORDAGEM

    NEUROCIENTÍFICA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM

    Por: Nathália da Silva Costa

    Orientador

    Profª Marta Relvas

    Rio de Janeiro

    2013

    DOCU

    MENT

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  • 2

    UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

    FACULDADE INTEGRADA AVM

    PÓS GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

    DIFICULDADES NO APRENDER: UMA ABORDAGEM

    NEUROCIENTÍFICA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM

    Apresentação de monografia à Universidade

    Candido Mendes como requisito parcial para

    obtenção do grau de especialista em Neurociência

    Pedagógica.

    Por: Nathália da Silva Costa

  • 3

    AGRADECIMENTOS

    Ao longo do período, muitas pessoas

    passaram por minha vida, deixando

    marcas e lições, proporcionando-me

    alegrias e crescimento profissional.

    Agradeço a Deus, aos meus pais, aos

    professores, em especial a professora

    Marta Relvas pelo conhecimento

    transmitido, amigos e colegas de

    trabalho pela paciência e

    encorajamento.

  • 4

    DEDICATÓRIA

    Dedico primeiramente a Deus, pois sem

    ele, não seria possível e não teria forças

    de realizar esta pesquisa. Meus pais que

    em nenhum momento mediram esforços

    para realização dos meus sonhos e aos

    amigos e aqueles que amo, pela

    confiança e credibilidade.

  • 5

    RESUMO

    O presente trabalho tem o intuito de refletir o processo de aprendizagem

    a partir do campo Neurocientifico. A história sobre a Neurociência delineia a

    importância de conhecer o ser pensante e a maneira como aprende, abordando

    estratégias para redução no número de dificuldades enfrentadas na sociedade.

    Pretende-se com esta pesquisa realizar um levantamento bibliográfico e

    referencial teórico, despertando no leitor desafios para contribuir de maneira

    significativa com uma aprendizagem eficaz, respeitando as especificidades de

    cada ser e construindo novas ligações neurais, por meio de estudos

    anatômicos de áreas cerebrais acionadas durante uma concepção educacional.

    PALAVRAS-CHAVES: Neurociência, ligações neurais, aprendizagem.

  • 6

    METODOLOGIA

    A pesquisa tem o enfoque nas Dificuldades do Aprender, fundamentado

    nas questões Psicopedagógicas, Socioculturais e Neurocientificas. Estudos

    nestas áreas darão base para possíveis soluções na compreensão do aluno

    com essas características. Trata-se de um estudo com enfoque bibliográfico,

    para mostrar aos profissionais da área da educação o quanto se podem

    minimizar as dificuldades que comprometem a aprendizagem. Os livros e

    artigos servirão de base par ao desenvolvimento da pesquisa. A pesquisa será

    baseada nos seguintes autores: Consenza, Gazzaniga, Haidt, Leite, Lent,

    Metring, Nogaro, Relvas, Sampaio, Freitas e Topczewski.

  • 7

    SUMÁRIO

    INTRODUÇÃO 08

    CAPÍTULO I - Histórico da Neurociência 10

    CAPÍTULO II - Bases Biológicas no processo de aprendizagem 20

    CAPÍTULO III –A problematização das Dificuldades de Aprendizagem 30

    CONCLUSÃO 42

    BIBLIOGRAFIA 44

    ÍNDICE 46

  • 8

    INTRODUÇÃO

    Desde a concepção até o nascimento o bebê está aprendendo. O

    cérebro realiza seu trabalho por meio de conexões, contribuindo para o

    desenvolvimento das descobertas, que leva ao reconhecimento de milhares de

    palavras através de esforços e instruções. Desta forma, como a Neurociência

    poderá influenciar na compreensão da aprendizagem da criança no

    desenvolvimento escolar?

    A contribuição da Neurociência nas dificuldades do aprendizado

    proporciona informações que envolvem questões relevantes, considerando que

    se torna uma preocupação de grande complexidade aos pais e profissionais,

    uma vez que o diagnóstico vem tornando-se cada vez mais vagos. Empecilhos

    colocados à frente dos portadores de Dificuldades de Aprendizagem (Das) são

    fatores indispensáveis à família e profissionais que se comprometem com o

    desempenho pedagógico.

    O grande desafio para os pais e educadores é trabalhar com crianças

    que apresentam dificuldade, ajudando-as a adquirir confiança e acreditar nas

    capacidades. Cada um aprende de modos e ritmos diferentes, no entanto, o

    educador deve estar a atento à fatores que intervém neste processo como:

    perturbações emocionais, desordem familiar e situações educacionais

    inadequadas que afetam o processo ensino-aprendizagem. É um desafio

    grandioso identificar sinais pertinentes a fim de evitar desilusão na criança e

    baixo rendimento escolar.

    A análise dos potenciais cognitivos e emocionais no desenvolvimento

    da aprendizagem, para o entendimento das dificuldades de aprendizagem leva

    inicialmente a identificação das áreas cerebrais, acionadas no processo de

    dificuldades de aprendizagem, ressaltando a importância da Neurociência no

    conhecimento do aprendizado e memória.

  • 9

    A Neurociência pode contribuir como fonte de motivação para

    compreensão das consequências causadas pelas dificuldades, que podem ser

    minimizadas se percebida com antecedência.

    Nesta perspectiva este trabalho está estruturado em três capítulos, no

    qual o capítulo I aborda a história da Neurociência, o capítulo II apresenta a

    bases biológicas no processo de aprendizagem, onde pode-se identificar áreas

    cerebrais relacionadas ao processo de aprendizagem e o capítulo III expõe a

    problematização das dificuldades de aprendizagem, e meios a serem utilizadas

    por educadores e pais na busca por soluções que contribuam para

    comprometimento do rendimento escolar.

  • 10

    CAPÍTULO I

    HISTÓRICO DA NEUROCIÊNCIA

    “O que as crianças podem fazer com assistência de outros pode ser, em algum sentido, um indicativo ainda melhor do seu desenvolvimento mental do que o

    que elas podem fazer sozinhas.” Vygotsky

    Durante um longo tempo vem buscando-se compreensão e

    entendimento no processo de aprendizagem, integrando o corpo, a psique e a

    mente. Os desafios da educação tem-se fundamentado na história da

    Neurociência que modifica a concepção de abordar a disciplina. Neurociência

    surgiu das bases cerebrais humanas, sendo uma junção de disciplinas que

    abordam o sistema nervoso. A compreensão dessa história auxilia na

    compreensão das evidências da mente com o cérebro.

    Teorias consideraram até princípios do século XIX que a mente e a

    consciência agiam no cérebro como espíritos, elaborando funções da

    consciência e na cognição, segundo alguns estudiosos. Estruturas cerebrais,

    no entanto, foram centro de armazenagem dos espíritos. Segundo Galeno

    (apud Lent, 2008).

    “ .. forneci demonstrações que provam que a alma racional fica alojada no encéfalo; que esta é a parte com a qual raciocinamos; que ela contém uma quantidade muito grande de pneuma psíquico; e que esse pneuma adquire sua qualidade especial própria através da sua elaboração no encéfalo.”

    A localização das funções da mente originou-se das ideias de Galeno.

    Este afirmava que as três cavidades situavam no centro do cérebro como

    intermédio do corpo e da alma. Os ventrículos cerebrais era comumente

    confundidos com espaços vazios e sem qualquer impureza, acolhendo

    espíritos sem volição.

    O interior dos ventrículos foi bem ilustrado por Leonardo da Vinci, sendo,

    portanto o estudioso mais próximo a descrever a estrutura ventricular,

  • 11

    demonstrando o ponto de localização da imaginação, cognição e memória nas

    diferentes cavidades.

    http://www2.uol.com.br/vivermente/reportagens/leonardo_da_vinci_neurocientista_imprimir.html

    Para Descartes, por meio dos tubos nervosos seriam transportados

    fluídos e espíritos animais, que daria visualização de imagens até seu ponto de

    contato no cérebro, a glândula pineal.

    LENT, Roberto.Neurociência da Mente e de Comportamento.Guanabara Koogan: Rio de

    Janeiro,2008.

    Segundo Gazzaniga (2006) o homem esteve alheio a conquistar sua

    sobrevivência durante sua história, obtendo tempo para refletir sobre a origem

    do pensamento. Deste modo, a capacidade de pensar e criar originou a

    curiosidade de onde essas capacidades vinham. O cérebro trabalha com todo

    contexto, as partes que atuam independentemente constituem os estudos

    modernos. Nos últimos 100 anos, a visão do funcionamento do cérebro muda

    constantemente. Para Franz Joseph Gall e J..G. Spurzheim as especificações

    cerebrais eram divididas em cerca de 35 funções que variavam conforme a

    linguagem, a percepção da cor, chegando as capacidades menos duradouras

    como a esperança. Acreditava-se que o uso frequente de uma das faculdades

    http://www2.uol.com.br/vivermente/reportagens/leonardo_da_vinci_neurocientista_imprimir.html

  • 12

    representava o crescimento da função cerebral, causando distorção na caixa

    craniana. A visão localizacionista de Gall foi questionada por Pierre Flourens

    afirmando que lesões do encéfalo recuperar-se-iam. Então:

    “ Todas as sensações, todas as percepções, e todas as vontades ocupam o mesmo espaço nestas estruturas (cérebro). As faculdades de sensação, percepção e vontade são, essencialmente, uma só faculdade.”

    As ideias foram uma confirmação da localização de funções cognitivas

    no córtex, conectados por redes de fibras há áreas distantes. A expansão das

    descobertas do cérebro deu-se pelos estudiosos Broca e Wernicke. Broca

    especificou a localização definida do córtex cerebral, enquanto Wernicke

    relatou através de experimento com um paciente, que a lesão sofrida

    possibilitou a incompreensão de sua linguagem falada e escrita.

    Korbinian Brodman enumerou as células do córtex, verificando-as e

    denominando-as em 52 diferentes regiões, por meio de estudos com

    microscópios. A descoberta de que os neurônios eram únicos ocorreu por

    meio de estudos de Ramón y Cajal, na qual observou-se as ligações das

    terminações axoniais de uma célula, e corpos celulares e dendritos de outras.

    http://www.wikipedia.org

    A humanidade ocupou-se durante um longo período na reflexão sobre o

    pensamento. As atividades exercidas pelo encéfalo não transmite dúvidas a

    respeito das funções dadas a ele, embora nossos antepassados apontassem

    http://www.wikipedia.org/

  • 13

    construções de teorias adversas. No entanto as dobras cerebelares resultaram

    nos ventrículos propiciando a circulação dos espíritos imateriais e as funções

    da mente controlariam a memória e a manifestação da vontade por meio dos

    giros cerebrais. Os ancestrais dedicaram-se para elaborar teorias concretas

    motivando cada vez mais a humanidade.

    Segundo Gazzaniga:

    “ Os mecanismo cerebrais que possibilitam a geração de teorias sobre as características da natureza humana prosperavam no pensamento dos ancestrais humanos. Ainda assim, eles tinham uma grande problema: não possuíam a habilidade de explorar a mente de forma sistemática por meio de experimentação.” (GAZZANIGA, 2006).

    Para tanto é importante considerar a ligação entre consciência e

    cognição estabelecendo atos psíquicos próprios. A Neurociência esclarece tais

    fatos partindo do aprendizado, sendo uma junção de diferentes campos de

    estudos que permeia o sistema nervoso e sua relação com as funções

    cerebrais e mentais bem como o funcionamento da cognição humana. O

    campo desta disciplina envolve-se através de estudos próprios para o ensino e

    aprendizagem humana e engloba áreas como:

    § Anatômicas

    § Biológicas

    § Farmacológicas

    § Fisiológicas

    § Genéticas

    § Patológicas

    § Neurológicas

    § Psicológicas

    § Psiquiátricas

    § Químicas

    § Radiológicas.

  • 14

    Os estudos da Neurociência têm por objetivo a cognição e a consciência

    desde os princípios dos tempos, intermediando aprendizagens

    comportamentais e nas relações humanas. O processo do aprender envolve

    esforços por meio da relação do sistema nervoso, funções cerebrais e mentais

    e ambientais. São necessários estímulos que se iniciam no cérebro e que são

    transmitidas através de processos neuroquímicos.

    “Essa é uma maneira encontrada nesse diálogo, por uma Pedagogia

    mais neurocientifica, compreendendo então que os cérebros humanos são

    diferentes por meio de seus processamentos e procedimentos, e que a

    Neurociência é, assim, o conjunto das disciplinas que estudam, pelos mais

    variados métodos, o sistema nervoso e a relação entre as funções cerebrais e

    mentais”. (RELVAS, 2012, p.35).

    1.1 - Transmissão das informações, uma abordagem das sinapses e

    dos reflexos.

    De acordo com os avanços tecnológicos e estudos de Ramón y Cajal,

    estabeleceu-se explicações sobre transmissões dos impulsos nervosos, onde

    foi possível perceber os “saltos” dados de uma célula para outra, atualmente

    denominado “sinapses¹”. Estímulos realizados em partes sensoriais encadeou

    movimentos instintivos como tosse, espirro, vômito e deglutição. Nesta

    perspectiva, estimulações elétricas foram evoluindo integrando áreas do

    cérebro as funções cerebrais, capazes de produzir movimentos e sensações A

    produção de técnicas produziram com fidelidade a estrutura encefálica e a

    medula espinhal, contendo informações esclarecedoras que nos primórdios

    não tinha acesso.

    ,

    _________________________ ¹ Segundo Relvas (2009, p.32)”Sinapses são junções formadas com outras células nervosas onde o terminal pré sináptico de uma célula faz contato com a membrana pós-sináptica de outra. São nestas junções que os neurônios são excitados, inibidos ou modulados”.

  • 15

    http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/bioconexoes/corra-stevens-corra

    Um estudo envolvendo as diversas áreas da neurociência abordado por

    Relvas (2011) enfatiza a compreensão do funcionamento do sistema nervoso:

    Neurociência Molecular Estuda as diversas moléculas que

    conduz informações para o sistema

    nervoso

    Neurociência Celular Envolve as células que formam o

    sistema nervoso, sua estrutura e sua

    função.

    Neurociência de Sistema ou

    Sistêmica

    Analisa os neurônios que realizam

    funções comuns, através de

    conexões.

    Neurociência Comportamental Estuda as estruturas neurais que

    produzem os comportamentos,

    controle de postura, sono.

    Neurociência Cognitiva Envolve as capacidades mentais mais

    complexas como: pensamento,

    memória, linguagem., atuando

    também nas habilidades motoras.

    http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/bioconexoes/corra-stevens-corra

  • 16

    Um estudo que permeia a evolução humana faz compreender como se

    deu a adaptação sensorial e motora dos seres vivos. Segundo Relvas (2009),

    “para isso, três aspectos (metaforizando propriedades fundamentais dos seres

    unicelulares) são fundamentais para a adaptação dos individuos ao meio

    ambiente: irritabilidade, condutibilidade e contratilidade (movimento-

    motricidade)”.

    Através da irritabilidade, uma célula reconhece mudanças no meio

    ambiente, por meio de estímulos conduzidos à outra parte da célula

    proporcionando respostas. Respostas estas, que podem ser encurtadas em

    decorrência da contratilidade devido a uma fuga de estímulo nocivo ou como

    aproximação a estímulo prazeroso.

    A capacidade do ser humano em sentir, pensar, relacionar-se,

    emocionar-se, alcançou o ponto primordial devido a evolução do sistema

    nervoso. De acordo com Lent (2008):

    “O sistema nervoso é um órgão de alta complexidade anatômica: opção ao que está no seu interior, convoluto e, portanto, cheio de saliências e reentrâncias que escondem umas às outras, variável entre as espécies animais e extensamente conectado com estruturas da periferia corporal”.

    1.2 - O que é a Neurociência Cognitiva? Qual sua relação com as emoções? Segundo Leite (2011) Um paralelo entre o passado e o presente pode

    ser aplicado notando-se que por muito tempo, o cérebro vem sendo fonte de

    estudo e pesquisa. Diversas perguntas continuam sem respostas, onde o

    cérebro em algumas áreas continua uma incógnita, principalmente para

    aqueles que se propõe estudá-lo a nível científico. “A aprendizagem, a

    Neurociência e a educação estão intimamente ligadas ao desenvolvimento

    cerebral o qual se molda aos estímulos do ambiente, o estudo da

    aprendizagem une a educação com a Neurociência”.

  • 17

    A neurociência envolve biologicamente as disciplinas que permeiam o

    sistema nervoso, normal e patológico, considerando principalmente a anatomia

    e a fisiologia do cérebro, estabelecendo uma relação entre eles com a teoria da

    informação e linguística, dentre outros processos que avalia o comportamento,

    o processo de aprendizagem e cognição humana, mas também a regulação

    orgânica sendo necessário manter-se atualizado com as possíveis mudanças.

    A neurociência cognitiva atua em pontos do pensamento, aprendizagem

    e memória, explicando as habilidades motoras. O principio das pesquisas

    atuais envolve a sensação e percepção. Segundo Locke (apud Relvas, 2012)

    “todo conhecimento é obtido por meio da experiência sensória – daquilo que se

    vê, ouve, sente, degusta e cheira”.

    Experiências obtidas atingem o sistema nervoso central através de

    estímulos sensoriais e são processadas pelo encéfalo onde se verifica o

    armazenamento prévio das informações ou processamento de aspectos

    adquiridos. O mecanismo envolve aspectos físicos² e emocionais.

    A captação de informações conta com o auxilio dos órgãos dos sentidos

    (visão, tato, audição, olfato e paladar). Entretanto, alguns limites são

    percebidos, como ocorre com as ondas sonoras, que não são interpretadas

    pelo encéfalo em sua totalidade. O sistema nervoso seleciona e retira algumas

    informações referente a cada estímulo, recebendo ondas de diversas

    frequências.

    Conforme Relvas (2012):

    “A percepção permite que se organize características essenciais de um objeto, todavia o suficiente para poder manipulá-lo apropriadamente. Assim, as percepções não são registros diretos do

    _____________________

    ² Segundo Relvas (2012, p.45) – Entende-se por aspectos físicos (cor, forma, tamanho).

  • 18

    mundo ao redor. Ao contrário, elas são formadas internamente, de acordo com as limitações impostas pela arquitetura do sistema nervoso e por suas habilidades funcionais”.

    Com as frequentes mudanças no mundo exterior, a vivência integrada a

    vários mecanismos pode sofrer distorções.

    Deste modo, informações organizadas pelo encéfalo resultante de

    assimilação, elabora uma realidade própria correspondendo a subjetividade ou

    a objetividade³. Diante desta pesquisa percebe-se que o corpo, emoção e

    razão não se separam e nem se dividem. Dados revelados nos últimos tempos

    de estudo da neurociência, surpreendem sobre o funcionamento do cérebro e o

    crescimento de novos neurônios. Afirma-se que a inteligência não é única e

    nem está situado somente em uma área do cérebro, a inteligência é concebida

    como uma função e várias partes dele envolvem ações inteligentes (LEITE,

    2011).

    As emoções existem por diversos aspectos envolvendo as reações do

    corpo e a forma como são interpretadas as reações. Por meio de um

    envolvimento com mente e corpo, o homem absorve as reações conhecidas

    como sentimento. A emoção é provocada através de estímulos, provocando

    alterações fisiológicas. A emoção para alguns estudiosos:

    A emoção, para Piaget ³ - "O psicólogo valoriza o termo afetividade, em vez de

    emoção, e diz que ela influencia positiva ou negativamente os processos de

    aprendizagem, acelerando ou atrasando o desenvolvimento intelectual."

    _____________________

    ³ Segundo Relvas (2012, p.47) – Realidade Objetiva é aquela intangível pela restrição

    perceptiva dos cinco sentidos. Realidade Subjetiva é aquela resultante da assimilação dos

    estímulos externos filtrados pela capacidade cognitiva que nem sempre corresponde à

    realidade objetiva e na qual orienta a vida em função da mesma, tornando-se assim,

    plenamente mutável.

  • 19

    A emoção, para Vygotsky 4 - "Para compreender o funcionamento cognitivo

    (razão ou inteligência), é preciso entender o aspecto emocional. Os dois

    processos são uma unidade: o afeto interfere na cognição, e vice-versa. A

    própria motivação para aprender está associada a uma base afetiva."

    A emoção, para Wallon 5 - "O pesquisador defende que a pessoa é resultado da

    integração entre afetividade, cognição e movimento. O que é conquistado em

    um desses conjuntos interfere nos demais. O afetivo, por meio de emoções,

    sentimentos e paixões, sinaliza como o mundo interno e externo nos afeta.

    Para Wallon, que estudou a afetividade geneticamente, os acontecimentos à

    nossa volta estimulam tanto os movimentos do corpo quanto a atividade

    mental, interferindo no desenvolvimento."

    Diante deste trabalho, nota-se que pesquisas na Neurociência vêm

    proporcionando um novo olhar na compreensão do encéfalo, cognição,

    pensamento, emoção, aprendizagem e no comportamento. A evolução humana

    promoveu uma abordagem ampla de conhecimento por meio da rede neural

    que produz as sinapses.

    _____________________

    ³Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/neurociencia-como-ela-ajuda-

    entender-aprendizagem-691867.shtml?page=1 4Idem nota 3 5Idem nota 3

    http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/neurociencia-como-ela-ajuda-entender-aprendizagem-691867.shtml?page=1http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/neurociencia-como-ela-ajuda-entender-aprendizagem-691867.shtml?page=1

  • 20

    CAPÍTULO II

    BASES BIOLÓGICAS NO PROCESSO DE

    APRENDIZAGEM

    “Quando o professor altera positivamente suas expectativas em relação ao

    desempenho de seus alunos, passa a agir de forma mais favorável à

    estimulação de sua aprendizagem e o aluno passa a aprender mais e melhor.”

    Benjamin Bloom

    Segundo Lent (2008), a compreensão das informações pelos estímulos

    sensoriais até chegarem ao cérebro se dá pelo caminho percorrido, tendo uma

    abordagem anatômica e fisiológica, para facilitar essa decodificação. Existem

    movimentos de conexões nervosas que são dinâmicas e velozes, devido a

    integração entre três sistemas fundamentais para a construção de saberes do

    sujeito que aprende. O primeiro aspecto é o sistema de informação, o segundo

    é a compreensão dos sistemas biológicos e o terceiro relaciona-se em nosso

    cotidiano, formando uma teia de conectividade. As dificuldades de

    aprendizagens poderão ser resolvidas ou amenizadas no momento em que os

    educadores tiverem seus olhares focalizados na promoção do desenvolvimento

    dos diversos estímulos neurais expondo a compreensão dos processos e os

    princípios das estruturas do cérebro, conhecendo e identificando cada área

    funcional, visando estabelecer rotas alternativas para aquisição da

    aprendizagem, utilizando-se de recursos sensoriais, como instrumento do

    pensar e do fazer.

    Ao conhecer o funcionamento do sistema nervoso, os profissionais da

    educação podem desenvolver melhor o trabalho, fundamentando e melhorando

    a prática diária, com reflexos no desempenho e na evolução dos alunos.

    Profissionais da área podem intervir de maneira mais positiva nos processos de

  • 21

    ensinar e aprender, sabendo que esse conhecimento deve ser criticamente

    avaliado antes de ser aplicado de forma eficiente no cotidiano escolar. Os

    conhecimentos gerados pelas neurociências podem contribuir para um avanço

    na educação, visando melhor qualidade e resultados mais eficientes para a

    qualidade de vida do indivíduo e da sociedade. (COSENZA, 2011).

    Referente ao conhecimento sobre o cérebro humano, há muitos

    questionamentos em aberto ainda, quem sabe o que virá no futuro poderá até

    desconstruir muitas das “verdades” de hoje, isto não autoriza a ignorar sua

    importância para quem quer trabalhar como professor. Com a ausência deste

    conhecimento a prática poderá se tornar ainda mais pobre e enclausurada.

    Como as possibilidades da genética e da biologia ainda são limitadas, embora

    se faça uso de substâncias e medicamentos, talvez a grande alternativa seja

    mudar as condições e o ambiente da aprendizagem.

    É extremamente importante que educadores conheçam as estruturas

    cerebrais como interfaces da aprendizagem e que sejam sempre um campo a

    ser explorado. A formação do sistema nervoso nos faz entender melhor a

    adaptação sensório-motor dos seres vivos e, por consequência, dos sujeitos

    aprendentes. Para isso, três aspectos são essenciais para a adaptação dos

    indivíduos ao meio ambiente: irritabilidade, condutibilidade, contratilidade que

    são realizadas no sistema nervoso, por meio de estruturas microscópicas

    denominadas neurônios.

    A irritabilidade é a propriedade que a célula detecta as modificações do

    meio ambiente. Essa sensibilidade celular é causada por um estímulo que

    conduz a outra parte da célula por intermédio de condutibilidade. A

    contratilidade é a propriedade que garante o movimento da célula, realizando a

    defesa do organismo.

  • 22

    Para Lent, ‘O sistema nervoso é um órgão de alta complexidade

    anatômica: opção ao que está no seu interior, convoluto e, portanto, cheio de

    saliências e reentrâncias que se escondem umas às outras, variável entre as

    espécies animais e extensamente conectados com estruturas da periferia

    corporal.’

    Um sistema de classificação das estruturas e terminologia foram

    criados para facilitar a identificação das partes do sistema nervoso e padronizar

    a linguagem. O primeiro nível de classificação do sistema nervoso divide-o em:

    sistema nervoso central (SNC) e sistema nervoso periférico (SNP). O SNC é

    definido como o conjunto dos componentes do sistema nervoso contidos em

    caixas ósseas, enquanto o SNP apresenta seus elementos distribuídos ao

    longo de todo organismo.

    Em seguida, considera-se um segundo nível de classificação,

    dividindo-se o SNC em encéfalo e medula espinhal. E um terceiro nível que

    classifica o encéfalo em cérebro, cerebelo e tronco encefálico. O SNP adota no

    segundo nível de classificação, os termos nervos e gânglios para indicar os

    condutos de comunicação do SNC com os órgãos periféricos e aglomerados de

    células nervosas que se distribuem nos vários órgãos.

    De acordo com Relvas, 2009, logo que se analisa a superfície do

    encéfalo, observam-se duas metades simétricas, que são os hemisférios

    direitos e esquerdo. O hemisfério esquerdo controla o lado direito do corpo, e o

    hemisférios direito controla o lado esquerdo. Cada hemisfério divide-se em lobo

    frontal, lobo parietal, logo occipital e lobo temporal. Há ainda o lobo da ínsula,

    que só é visto quando o sulco lateral é aberto, ou quando se corta o encéfalo

    adequadamente

  • 23

    http://saladeobservacao.blogspot.com.br/2012/09/como-funciona-nosso-corpo-o-sistema.html

    O cérebro é duplo, portanto necessita receber estímulos específicos. O

    hemisfério direito exalta a liberdade de aceitar informações, sem preocupações

    analíticas. A atenção desliza com rapidez, detendo-se diante de uma nova ideia

    apenas o tempo necessário.

    http://www.auladeanatomia.com/neurologia/telencefalo.htm

    Embora o cérebro seja dividido em hemisférios, não há dominância

    entre eles. Atuam juntos, utilizando milhões de fibras nervosas pondo-as em

    constante interação. Relvas, 2009 atribuiu os hemisférios em:

    http://saladeobservacao.blogspot.com.br/2012/09/como-funciona-nosso-corpo-o-sistema.htmlhttp://www.auladeanatomia.com/neurologia/telencefalo.htm

  • 24

    Com o estudo das subdivisões do SNC, fica mais compreensível

    compreender as estruturas componentes delas. A medula espinhal é

    localizada no interior da coluna espinhal , mantendo a forma anatômica

    tubular que ocorre desde as fases embrionárias.

    Para Lent,2008:

    “É da medula que emergem os nervos espinhais encarregados da comunicação com os órgãos do corpo, e isso ocorre de moro segmentar, já que a coluna vertebral é formada por umas sequência de vértebras alinhadas verticalmente. Os nervos espinhais são formados, em cada segmentos, pela união de dois conjuntos de filetes nervosos que emergem em leque de sulcos longitudinais posicionados dorsal e ventralmente ao longo da medula: são, respectivamente, as raízes dorsais e ventrais.”

    A medula possui regiões conhecidas como substância cinzenta,

    localizada na parte externa e substância branca, localizado no interior da

    medula com o formato da letra H.

    Hemisfério Esquerdo Hemisfério Direito

    § Função Verbal: seleciona

    palavras para descrever,

    definir.

    § Simbólica: Usa símbolos

    para representar.

    § Analítica: Desenvolve a

    habilidade passo a passo.

    § Abstrata: Seleciona pequena

    parte da informação para

    representar o todo.

    § Temporal: Marca o tempo e a

    sequencia.

    § Racional: Busca razão nos

    fatos.

    § Lógica: Extrai conclusões

    lógicas.

    § Função não-verbal: Percebe

    as coisas através de imagens.

    § Concreta: Concebe coisas em

    sua integralidade.

    § Sintética:Agrupa informações

    e forma num todo.

    § Analógica: Compreende

    relações e percebe

    semelhanças.

    § Não temporal: Não possui

    sensação de tempo.

    § Intuitiva: Prefere seguir

    palpites ou amostras.

  • 25

    Tronco Encefálico - é um pequeno talo que une a medula espinhal com a

    parte mais rostral do SNC. Possui a forma de um cone invertido, fino

    inferiormente. Parte dele é coberta pelo cerebelo.

    Bulbo - Órgão que conduz impulsos nervosos é a região mais próxima da

    medula espinhal. Possui em seu interior um grande número de núcleos

    envolvidos no controle das funções orgânicas, especialmente a

    cardiorrespiratória e a digestória.

    Ponte - É a região que liga o cérebro e o cerebelo atuando no controle de

    movimentos voluntários. Nesta região há inversão de lateralidade das

    inervações. Atua no controle do ciclo vigília-sono, na coordenação motora

    em conjunto com o cerebelo e o controle de funções viscerais.

    Mesencéfalo - É uma estrutura neurológica cuja função é sensorimotora,

    integrando o ambiente percebido pelos sentidos as respostas motoras. Atua

    no controle da dor e nas repostas de motoras de origem emocional.

    http://neurociencia-ducacao.pbworks.com/w/page/9051886/sistema%20nervoso%20central

    Cerebelo

    É um pequeno cérebro, apresenta grande quantidade de giros e sulcos

    organizados paralelamente. Coordena ações motoras complexas, sequência

    de atividades motoras. Armazena conjunto de procedimentos por repetição.

    O cerebelo é dividido em lobos.

    http://neurociencia-ducacao.pbworks.com/w/page/9051886/sistema%20nervoso%20central

  • 26

    O córtex cerebral é organizado em áreas funcionais que assumem

    tarefas receptivas, integrativas ou motoras no comportamento . São

    responsáveis pelo atos conscientes, pensamentos e capacidade de

    responder aos estímulos ambientais voluntariamente.

    Lobo Frontal

    Localizado na região anterior da caixa craniana, recebe impulsos

    nervosos dos lobos parietal e temporal através de feixes de fibras. A

    ocorrência de lesões nesta região constitui falta de concentração e ausência

    de memória. Está envolvida com a fala, função motora e psicomotora,

    controle emocional, estruturação espaço-temporal.

    Lobo Temporal

    Localiza-se ventralmente à profunda fissura lateral. A parte posterior

    relaciona-se com a recepção e decodificação de estímulos auditivos,

    coordenando impulsos visuais. Parte anterior está relacionada a atividade

    motora e aspectos de comportamentos instintivos.

    Lobo Parietal

    Responsável pela sensação de dor, tato, gustação, temperatura, pressão.

    Localizado acima do lobo temporal e anterior ao lobo occipital, integra e

    interpreta informações visuais.

    Lobo Occipital

    Localizado na região caudal do cérebro, carrega informações para serem

    apreciadas e decodificadas para processamento da informação visual.

    Tálamo

  • 27

    Localizado entre o tronco encefálico e o cérebro. Atua como um ponto de

    transmitir impulsos nervosos para o córtex cerebral. É responsável pela

    codificação, armazenamento e acesso ao arquivo de memória a longo prazo.

    Hipotálamo

    Constituído por substância cinzenta, é responsável pela homeostase

    corporal. Liga o sistema nervoso ao sistema endócrino. Controla a

    temperatura do corpo, regula o apetite, o balanço da água no corpo, o sono

    e envolve a emoção e o comportamento sexual.

    2.1 - A Estrutura Neuronal

    Segundo Relvas, 2009 os neurônios recebem conexões especificas e

    executam funções apropriadas, realizando decisões, sendo o principal

    componente do sistema nervoso capaz de conduzir informações. Acredita-se

    que o ser humano possua cerca de 86 bilhões de neurônios e estes façam

    10 milhões de conexões.

    Corpo Celular – é a parte principal da célula nervosa. Essas estruturas

    possibilita a elaboração do impulsos elétrico ou químico, proporcionando

    respostas às sensações recebidas.

    Dendritos – Estruturas que assemelham-se a galhos de uma árvore devido

    suas ramificações, recebe sinais de outras células nervosas ampliando a

    área de captação da membrana neuronal dos estímulos nervosos externos.

    Axônio – Possui a função de transmitir impulsos nervosos originários do

    corpo celular, representando uma via de resposta de expressão da célula

    nervosa, conduzindo sinais elétricos que se propagam aos terminais

    gerando as sinapses6.

  • 28

    Para Relvas,2009:

    “Há muito é sabido que o cérebro, em constante atividade, emite sinais elétricos que revelem, quando analisados por meio da eletroencefalografia espectral, os diversos estados cerebrais, e que esses podem ser normais ou patológicos.”

    http://mmspf.msdonline.com.br/pacientes/manual_merck/secao_06/cap_059.html

    Desta forma, o cérebro realiza associações entre diversas áreas,

    coordenando os impulsos nervosos, a decodificação e associação. A

    frequência elétrica cerebral proporcionou o equilíbrio, durante as funções

    especificas.

    2.2 – Neuroplasticidade, qual a relação com a memória?

    O tecido nervoso possui a capacidade de alterar as suas funções e

    suas formas. E o ato de aprender é um ato de plasticidade cerebral, envolvido

    em fatores intrínsecos e extrínsecos.

    De acordo com Lent, ‘a neuroplasticidade é definida como a propriedade

    do sistema nervoso de alterar a sua função ou a sua estrutura em resposta às

    influências ambientais que o atingem. Tanto as alterações plásticas quanto as

    influências ambientais que as provocam podem variar bastante, de muito fortes

    a extremamente sutis. ’

    _____________________ 6Idem nota 1

    http://mmspf.msdonline.com.br/pacientes/manual_merck/secao_06/cap_059.html

  • 29

    Relvas, 2007 (apud Relvas, 2009) define:

    “Plasticidade cerebral como a denominação das capacidades

    adaptativas do Sistema Nervoso Central (SNC) e sua habilidade para

    modificar sua organização estrutural própria e funcionamento. Ela é a

    propriedade do sistema nervoso que permite o desenvolvimento de

    alterações estruturais em resposta à experiência, e como adaptação

    a condições mutantes e a estímulos repetidos.”

    O cérebro promove novas conexões com circuitos neuronais, até quando

    ocorre pequena perda de conectividade. Os neurônios desenvolvem

    brotamentos axonais aumentando as habilidades funcionais e a força por meio

    do aprendizado.

    O cérebro muda constantemente durante a existência, criando situações

    de desafios e até mesmo agradável. Remodulando a nossa forma de aprender,

    para assim promover estímulos.

    O sistema nervoso de uma criança apresenta mais plasticidade que o de

    um adulto, os exercícios cerebrais realizados nos primeiros minutos de vida e

    que se prolonga até a adolescência estimula e fortalece conexões, facilitando o

    processo do aprender. Informações são levadas para o interior da célula,

    gerando tipos de memória como:

    § Memória Ultrarrápida – informações duram apenas alguns segundos.

    § Memória de Curta Duração – Guarda informações a serem utilizadas em

    pouco tempo, logo ela é descartada.

    § Memória de Longa Duração – Informações são armazenadas por longo

    período.

    Os exercícios cerebrais estimulam funções cerebrais ativando

    diariamente as percepções, e o professor deve estimular a aprendizagem

    levando para o aluno atuações diferenciadas para as memorizações.

  • 30

    CAPÍTULO III

    A PROBLEMATIZAÇÃO DAS DIFICULDADES DE

    APRENDIZAGEM

    “O resultado mais valioso da educação talvez seja a obrigação de fazermos o

    que deve ser feito, quando deve ser feito.” H. Huxley

    O tema aprendizagem, encontra-se em diversas literatura originárias de

    linhas de pesquisa que versam sobre o tema. Segundo Topczewski (2002),

    aprendizagem pode ser compreendida como a capacidade que as pessoas têm

    para perceber, conhecer, compreender e reter na memória as informações

    obtidas.

    Para alguns autores, ‘o processo de aprendizagem da criança é

    compreendido como um processo pluricasual, abrangente, implicando

    componentes de vários eixos de estruturação: afetivos, cognitivos, motores,

    sociais, econômicos, políticos’.(MERCH apud SAMPAIO, S; FREITAS, I. B.,

    2011 ).

    Segundo SAMPAIO, S; FREITAS, I. B., 2011, a Neurociência contribui

    significativamente para a prática educativa, fornecendo subsídios para que,

    “além do aspecto fisiológico referente ao aprender”, compreenda-se a

    integridade de “certas” funções envolvidas no processo, para que a

    aprendizagem ocorra. A aprendizagem não é proveniente de um simples

    armazenamento de dados, mas da capacidade de processar e elaborar as

  • 31

    informações por meio da conexão que receptores sensoriais firmam com o

    ambiente, proporcionando um estilo próprio de aprendizagem.

    Diariamente na sala de aula, o professor depara-se com situações de

    falta de atenção, pouca assimilação, ausência de compreensão, dificuldades de

    aprendizagem e que infere na busca de alternativas para tais problemas. Às

    Ciências Cognitivas, à Neurociência, contribuem para a extensão de

    conhecimento permitindo uma visão maior e mais profunda sobre a mente

    humana, no entanto, transposição desses saberes para a prática pedagógica é

    de responsabilidade dos educadores instrumentalizando conhecimentos que

    estas ciências alcançam e associando os saberes pedagógicos para entender

    melhor como a cabeça “funciona”, como o cérebro aprende.

    Para Metring (2011, p. 13) os neurocientistas

    [...] não estão preocupados em formular receitas, seja para a área educacional, organizacional, médica ou qualquer outra. Estão sim preocupados em descobrir, dia após dia, coisas maravilhosas sobre a organização neuronal do ser humano e as disponibilizar para quem queira utilizar seus achados, mas o trabalho de articulação (no nosso caso, os processos de ensino e aprendizagem) precisam ocorrer a partir das necessidades dessas áreas e por profissionais dessas áreas.

    De acordo com SAMPAIO, S; FREITAS, I. B., 2011 na maioria dos

    casos, a dificuldade de aprendizagem normalmente envolve a questão

    perceptivo-motora e outras como dificuldades de orientação especial e

    sucessão temporal e psicomotora, que impedem a ligação entre os elementos

    constituintes da linguagem e as formas concretas de expressão que a

    simbolizam.

  • 32

    http://marinachiarinotti.blogspot.com.br/2013/05/dificuldade-de-aprendizagem-o-que-e-isso.html

    Conforme o National Joint Committee of Learning Disabilities apud Sampaio, S;

    Freitas, I. B., 2011:

    Dificuldades de aprendizagem (DA) é um termo geral que se refere a um grupo heterogêneo de desordens manifestadas por dificuldades significativas na aquisição e utilização da compreensão auditiva, da fala, da leitura, da escrita e do raciocínio matemático. Tais desordens, consideradas intrínsecas ao individuo, presumindo-se que sejam devidas a uma disfunção do Sistema nervoso Central, podem ocorrer durante toda a vida. Problemas na autorregulação do comportamento e na percepção social podem existir com as DA. Apesar de as DA ocorrerem com outras deficiências (por exemplo, deficiência sensorial, deficiência mental, distúrbios socioemocionais) ou com influencias extrínsecas, (por exemplo, diferenças culturais, insuficiente ou inapropriada instrução etc.) elas não são resultado dessas condições.

    Principais características das Dificuldades de Aprendizagem (DA):

    • O desempenho não é compatível com a capacidade cognitiva da

    criança ou do jovem;

    • A dificuldade ultrapassa a enfrentada por seus colegas de turma,

    sendo geralmente resistente ao seu esforço pessoal e ao de seus

    professores, em superá-la, gerando uma auto-estima negativa;

    • Podem ser, em grande parte dos casos, diagnosticadas em crianças

    da pré-escola por profissionais especializados, evitando-se ou

    minorando suas consequências futuras;

    • São geralmente transitórias;

    • Podem ser evitadas tomando-se cuidado em respeitar o nível cognitivo

    http://marinachiarinotti.blogspot.com.br/2013/05/dificuldade-de-aprendizagem-o-que-e-isso.html

  • 33

    da criança e permitindo que esta possa interagir com o conhecimento:

    observar, compreender, classificar, analisar, etc.

    Dificuldades generalizadas de Aprendizagem surgem:

    • Na escola (em geral na troca)

    • Na família (desorganização, excesso de atividades extracurriculares, pais

    muito ou exigente);

    • Por causa de problemas como drogas, violência, problemas socioculturais

    (mudanças);

    • Por causa de efeitos colaterais de medicações que causam hiperatividade

    ou sonolência, diminuindo a atenção da criança;

    • Por causa de problemas emocionais.

    O diagnóstico das DA’s podem se dar de forma predominante nas

    pesquisas realizadas inferindo se a partir do desempenho acadêmico, seja a

    capacidade de leitura, o desempenho na escrita, o raciocínio lógico-matemático

    ou os problemas com a aprendizado das ciências em geral. A relação da

    cognição aos sentimentos que o individuo tem de si mesmo iguala-se a

    autoestima, envolvendo percepção de habilidades, expectativa de sucesso e

    fracasso, motivação e atribuições de casualidade para o sucesso ou o fracasso

    escolar.

    http://marinachiarinotti.blogspot.com.br/2013/05/dificuldade-de-aprendizagem-o-que-e-isso.html

    http://marinachiarinotti.blogspot.com.br/2013/05/dificuldade-de-aprendizagem-o-que-e-isso.html

  • 34

    3.1 – A união da família e escola como suporte para as crianças

    com Dificuldades de Aprendizagem.

    A família desempenha participação essencial sobre o aspecto afetivo,

    uma vez que problemas não bem administrados diante dos filhos, podem ter

    efeitos nocivos para o equilíbrio afetivo da criança, prejudicando no seu

    aprendizado. A afetividade inicia-se nos primeiros dias de vidas na relação

    entre mãe e recém-nascido, estendendo-se por toda a vida. A família, portanto,

    torna-se responsável pela aprendizagem da criança, por desempenharem os

    primeiros ensinos.

    http://fabiopestanaramos.blogspot.com.br/2012/02/perspectivas-do-professor-com-relacao.html

    Alicia Fernández, apud Sampaio, S; Freitas, I. B. nos diz que:

    [...] atitudes destes frente às emergências de autoria do aprendente, se repetidas constantemente, iaô determinar a modalidade de aprendizagem dos dos filhos).

    Para Piaget apud Sampaio, S; Freitas, I. B., 2011, ‘o conhecimento parte

    de uma interação entre sujeito e objeto. O individuo constrói seus

    conhecimentos, suas estruturas e os modifica, aperfeiçoa, achando coisas

    novas, novidades adaptadas, relacionadas aos conhecimentos até então

    limitados que possam a servir como ponto de partida’.

    http://fabiopestanaramos.blogspot.com.br/2012/02/perspectivas-do-professor-com-relacao.html

  • 35

    Vygotsky apud Sampaio, S; Freitas, I. B., 2011 enfoca que o

    pensamento desempenha a origem por meio da motivação, a qual inclui

    inclinações, necessidades, interesses, impulsos, afeto e emoção.

    As reações emocionais exercem uma influência essencial

    e absoluta em todas as formas de nosso comportamento

    e em todos os momentos do processo educativo. Se

    quisermos que os alunos recordem melhor ou exercitem

    mais seu pensamento, devemos fazer com que essas

    atividades sejam emocionalmente estimuladas. A

    experiência e a pesquisa têm demonstrado que um fato

    impregnado de emoção é recordado de forma mais sólida,

    firme e prolongada um feito indiferente.

    Alcançar o aprendizado deve-se aos estímulos emocionais nas

    atividades escolares. O professor deve propiciar o aparecimento do afeto na

    sala de aula, para que o aluno possa recordar o que foi ensinado.

    Para Vygotsky apud Sampaio, S; Freitas, I. B., 2011:

    As reações emocionais devem constituir o fundamento do processo educativo. Antes de comunicar algum conhecimento, o professor tem de provocar a correspondente emoção do aluno e se preocupar para que essa emoção esteja ligada ao novo conhecimento. Este só pode se solidificar se tiver passado pelo sentimento do aluno.

    Segundo Relvas (2009) O professor antes de ser um especialista no

    domínio dos conteúdos que busca ensinar necessita se um estimulador de

    aprendizagem e um verdadeiro “jardineiro” de memórias, despertando em seus

    alunos as estratégias para seu uso coerente. O professor deve atuar

  • 36

    diferenciando as memorizações automáticas da memorização consciente,

    verdadeira ferramenta para se aprender e para se pensar sobre como se

    pensa. O professor deve oferecer informações de naturezas diferentes sobre

    um mesmo conteúdo, ajudando ao educando a formar um aprendizado e um

    conhecimento que poderá durar por toda a vida.

    A escola A família A criança

    Condições físicas da sala

    de aula, como higiene, boa

    iluminação, limite aceitável

    de número de alunos/turma.

    Oferecer condições

    adequadas para que o

    ensino e aprendizagem

    sejam um sucesso.

    Comprometimentos

    físicos.

    Condições pedagógicas,

    disponibilidade de material

    didático adequado à faixa

    etária e método pedagógico

    de acordo com a realidade

    da criança.

    A escolaridade dos pais

    influencia o desempenho na

    estimulação da criança para

    um melhor envolvimento

    com os estudos.

    Comprometimentos

    psicológicos.

    Comprometimentos

    neurológicos

    Condições do corpo

    codente, no que se refere à

    motivação, á dedicação, à

    qualificação e à

    remuneração adequada.

    O hábito de leitura é

    fundamental para o

    desenvolvimento cognitivo.

    História familiar de

    alcoolismo, drogas e outras

    dependências são fatores

    desagregadores da família

  • 37

    Conhecimentos na Neurociência por profissionais da educação não

    representa uma revolução extraordinária no processo pedagógico, no entanto

    conscientiza o educador do quanto estes conhecimentos são úteis para quem

    educa as gerações do século XXI.

    http://edfpibid.blogspot.com.br/2012/06/familia-e-responsavel-pelo-aprendizado.html

    De acordo com Cosenza (2011, p. 142) o uso dos conhecimentos

    neurocientíficos não gera uma nova pedagogia, nem fornece soluções

    definitivas para as dificuldades da aprendizagem. Representam uma

    reorientação de direção e um acréscimo para romper com os conceitos

    conservadores cultivados algo longo da história do aprender e ensinar.

    Pretende-se com este recurso uma aproximação maior do educador com os

    estudantes, proporcionando uma maior sintonia entre gerações que

    experimentaram e experimentam o mundo de maneiras diferentes em

    contextos diferentes, com implicações organizações mentais vividas em cada

    circunstância.

    Os conhecimentos oriundos da Neurociência cognitiva contribuem para a

    construção e definição de propostas de intervenção pedagógica eficazes,

    preferencialmente para pessoas que possuam doenças no cérebro ou

    http://edfpibid.blogspot.com.br/2012/06/familia-e-responsavel-pelo-aprendizado.html

  • 38

    distúrbios de comportamento e aprendizagem, sendo então um grande avanço

    para a inclusão, por possibilitar atendimento específico e especializado, assim

    como melhorar a qualidade de vida das pessoas. Não só o individuo com

    alguma doença ou distúrbio beneficia-se, como também os estudantes ditos

    “normais”, também serão beneficiados por intermédio de estratégias didáticas

    diferenciadas ao abordar o conhecimento do assunto. A compreensão de como

    o cérebro funciona e como as pessoas aprendem, proporciona ao educador

    mais clareza e lucidez sobre a forma mais adequada para auxiliar os

    estudantes, permite-se então desenvolver um ensino bem sucedido

    provocando alteração na taxa de conexão sináptica que afeta a função

    cerebral. Para Bartoszeck 2011 apud Nogaro 2012, ‘por certo, isto também

    depende da natureza do currículo, da capacidade do professor, do método de

    ensino, do contexto da sala de aula e da família e comunidade’.

    Cosenza (2011) afirma que, o saber como o cérebro aprende não é

    suficiente para a realização da mágica do ensinar e do aprender, assim como

    os conhecimentos dos princípios biológicos básicos não são suficientes para

    que o médico exerça uma boa medicina. Ao tratar-se da aprendizagem alguns

    princípios e padrões comuns podem ser adequados para todos, mas o

    conhecimento de situações específicas faz-se necessário para que, o professor

    conheça ou trate de maneira diferenciada.

    O cérebro humano apresenta uma ampla capacidade de se recompor e

    revitalizar (neuroplasticidade) abrangendo outras oportunidades na educação:

    a criança e o adolescente ainda não aprenderam, mas poderão aprender.

    Portas e possibilidades se abrem através da concepção dinâmica do cérebro

  • 39

    ao reposicionar a postura e o trabalho do professor. Resultados podem se

    alcançados por meio de ambientes, metodologias e didáticas diferentes, uma

    vez que não há definição definitiva.

    A existência do cérebro é um acontecimento de suma importância, que

    tem por função aprender a mudar o meio ou adaptar-se a ele em tempo curto,

    mas, para tanto, é preciso que ocorra alguma aprendizagem. O aprendizado é

    uma arma poderosa na luta pela sobrevivência e é uma característica inata do

    cérebro. (METRING, 2011, p. 56).

    Para Haydt, 2010:

    A aprendizagem é a mobilização dos esquemas mentais do indivíduo, que o leva a participar ativa e efetivamente da ação de adaptar-se ao meio quer pela assimilação, quer pela acomodação. Por outro lado, é através da aprendizagem que o indivíduo exerce uma ação transformadora sobre o meio ambiente. Em outras palavras, a aprendizagem é a assimilação de dados novos aos esquemas mentais anteriores, e a consequente reorganização ou reestruturação, tanto dos dados assimilados como também dos esquemas de assimilação anteriores, para se ajustarem aos novos dados. Como se vê, a aprendizagem também exerce uma função adaptativa.

    O conhecimento do cérebro de maior tamanho e potencialidades provem

    dos ambientes humanos e sociais, provocando-se a expansão da rede neural

    (novas conexões) que gera novas aprendizagens, novos entendimentos numa

    cadeia em espiral irreversível, desta forma a mente humana constituiu-se. O

    educador precisa conhecer e reposicionar-se frente aos novos estudos e

    descobertas a respeito da mente e da inteligência humana. Desta forma vai

    conseguir desenvolver o trabalho na perspectiva de atender às individualidades

    e atingir o maior número possível de educandos.

  • 40

    3.2 – Práticas pedagógicas, uma solução para a problematização.

    Conforme Cosenza (2011), para entender o quanto é importante o

    entendimento sobre a mente humana, deve-se procurar olhar para a

    complexidade do mundo presente e comparar com o que existia há cinquenta

    anos. Era necessário interagir com o meio, enfrentar problemas cotidianos,

    relacionar-se com as pessoas, adquirir informações para sobreviver.

    Atualmente vive-se com os conceitos de quatro ou cinco séculos passados,

    concebendo ainda a mente humana como única estrutura e com uma visão

    tradicional da inteligência. No entanto aprende-se cada vez mais sobre a

    evolução humana e o funcionamento do cérebro, fruto da revolução de

    diferentes áreas da biologia, da fisiologia, neurologia...

    As descobertas científicas atuais sobre a mente humana chocam-se com

    as práticas pedagógicas tradicionais desenvolvidas há anos e que não levam

    em consideração como o cérebro evoluiu e como está organizado nos seres

    humanos. Deve-se procurar conhecer o estilo de aprendizagem de cada

    sujeito para criar modelos pedagógicos que permitam que cada um aprenda

    mais e melhor do seu jeito. A existência de conhecimentos permite entender e

    demonstrar que é possível produzir resultados melhores na aprendizagem.

    O avanço da Neurociência permite determinar procedimentos e

    acontecimentos pedagógicos que provoca desafios diante do pensar. Passa a

    ser possível utilizarem-se linguagens diferentes, a arte, o humor, a imagem, o

    desenho, contando histórias para criar condições de o sujeito aprender. Para

    Relvas (2012):

  • 41

    Devem-se criar projetos de leitura e escritas; ajudar os alunos a preparar discursos e despertá-los para os debates; elaborar palavras cruzadas; reescrever letras de músicas para trabalhar conceitos, como jogos de estratégias; utilizar informações em gráficos; estabelecer linhas do tempo; proporcionar atividades de movimentos; desenhar mapas e labirintos; conduzir atividades de visualização, como jogo de memória; permitir o trabalho no ritmo de cada um; designar projetos individuais e direcionados; estabelecer metas; oferecer oportunidades de receberem informações uns dos outros; e envolver em projetos de reflexão, utilizando-se de aprendizagem cooperativa.

    A Neurociência corrobora com as transformações provocadas pela

    revolução digital na mente humana impactando na educação, na qual se

    provoca a ampliação de redes neurais. O aprendizado contínuo e com

    instrumentos cada vez mais sofisticados diferencia as gerações atuais. O

    cérebro humano desenvolve a capacidade de adquirir permanentemente novas

    informações que geram uma dinâmica interna de ciclo contínuo de expansão e

    ativação de novas sinapses, deixando-o cada vez mais ativo num processo de

    permanente retroalimentação, denominando-se neuroplasticidade do cérebro.

    Conforme Relvas (2012) a intervenção pedagógica é capaz de promover

    processos de pensamento, fazer a relação entre as informações e situá-las em

    uma rede mais complexa de significação. A melhor escola é aquela que

    permite o questionar, que estimula a dúvida, que não oferece respostas prontas

    e que acredita que aprender é um ritmo neurofisiológico da célula cerebral.

  • 42

    CONCLUSÃO

    O homem está em constante evolução, por isso a compreensão de

    suas competências e valores é um trabalho árduo, que se realiza em longo

    prazo. A Neurociência juntamente com essa evolução, tende a sofrer

    mudanças e desta forma suas conclusões está distante de ocorrer. Encontram-

    se muitas crianças com dificuldades de aprendizagem e é necessário encurtar

    o distanciamento que há entre a família e escola no anseio de buscar respostas

    para o número cada vez maior de crianças com dificuldades.

    A Neurociência dispõe de uma forte ligação com a prática pedagógica,

    analisando como o cérebro realiza o processo de aprender e lembrar, por meio

    do estudo de áreas. O conhecimento da anatomia leva a compreensão da

    plasticidade cerebral e de todo o processo de aprendizagem.

    Reformular os meios de ensinar faz-se necessário diante de uma

    sociedade que busca o entendimento do processo de aprender e de ensinar, a

    fim de propor situações que apontem seus sentimentos e ideias. Família e

    escola, através de investimentos no contexto histórico devem garantir relações

    afetivas preparando o educando para a sociedade.

    O insucesso escolar é uma tarefa complexa e com muitos desafios,

    que não possui respostas terminadas. A busca por alternativas minimizam a

    situação. Constata-se que os múltiplos fatores são os pontos chaves para o

    fracasso que leva as dificuldades. Aprender é um ato complexo que pode

    bloquear e inibir os seres humanos. O surgimento de um conflito não deve ser

    classificado como um problema, evitando assim a repetição de condutas.

    A identificação das dificuldades de aprendizagem tem crescido, e com

    ela novas concepções pedagógicas surgem, proporcionando expectativas e

    emoções tanto dos educadores como dos educandos. É importante que

    profissionais compreendam os sentimentos que impulsionam a aprendizagem,

  • 43

    compreendendo que o ser é humano é enriquecido emocionalmente e também

    por alegria, raiva e medo.

    O futuro das crianças está por conta de pessoas que se disponibilizam

    a estar ao seu lado, encorajando-o na tomada de decisões e apoiando suas

    motivações para alcançar os objetivos. Respeitar a individualidade é então,

    aceitar formas diversas de pensar, sentir, agir e aprender.

    Assim, a junção da Neurociência com a pedagogia, auxilia nas

    descobertas de estratégias inovadoras, na seleção, transformação,

    processamento e elaboração da produção do conhecimento.

  • 44

    BIBLIOGRAFIA

    COSENZA, Ramon; GUERRA, Leonor. Neurociência e educação: como o

    cérebro aprende. Porto Alegre: Artmed, 2011.

    GAZZANIGA, Michael (Org.). Neurociência cognitiva: a biologia da mente.

    Porto Alegre: Artmed, 2006.

    HAYDT, Regina Celia Cezaux. Curso de Didática Geral. São Paulo: Ática,2010.

    LEITE, Suely de Fátima Brito de Souza Calabri. Neurociência: Um novo olhar

    educacional. Disponível em: http://www.webartigos.com/artigos/neurociencia-

    um-novo-olhar-educacional/63961/ Acesso em: 24 de Março de 2013.

    LENT, Roberto. Neurociência da Mente e do Comportamento. Rio de Janeiro:

    Guanabara Koogan, 2008.

    METRING, Roberte. Neuropsicologia e aprendizagem: fundamentos necessários para planejamento do ensino. Rio de Janeiro: Wak, 2011. NOGARO, Arnaldo. Neurociência, formação de professores e práticas pedagógicas. Disponível em: http://www.webartigos.com/artigos/neurociencia-formacao-de-professores-e-praticas-pedagogicas/90118/ Acesso: 24 de Março de 2013. RELVAS, Marta. Fundamentos Biológicos da Educação: Despertando inteligências e afetividade no processo de aprendizagem. 4.ed: Rio de Janeiro: WAK Ed., 2009. _______________, Neurociências e transtornos de aprendizagem: as múltiplas eficiências para um educação inclusiva. 5. Ed: Rio de Janeiro: WAK Ed., 2011. _______________, Neurociência na prática pedagógica. Rio de Janeiro: WAK Ed., 2012.

    http://www.webartigos.com/artigos/neurociencia-formacao-de-professores-e-praticas-pedagogicas/90118/http://www.webartigos.com/artigos/neurociencia-formacao-de-professores-e-praticas-pedagogicas/90118/

  • 45

    SAMPAIO, Simaia; FREITAS, Ivana (orgs.) Transtornos de dificuldades de aprendizagem: entendendo melhor os alunos com necessidades educativas especiais. Rio de Janeiro: WAK Ed., 2011. TOPCZEWSKI, Abram. Aprendizagem e suas desabilidades. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2002.

    SITES PESQUISADOS:

    Site: Nova Escola-http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/neurociencia-

    como-ela-ajuda-entender-aprendizagem-691867.shtml?page=1

    http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/neurociencia-como-ela-ajuda-entender-aprendizagem-691867.shtml?page=1http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/neurociencia-como-ela-ajuda-entender-aprendizagem-691867.shtml?page=1

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    ÍNDICE

    FOLHA DE ROSTO 2

    AGRADECIMENTO 3

    DEDICATÓRIA 4

    RESUMO 5

    METODOLOGIA 6

    SUMÁRIO 7

    INTRODUÇÃO 8

    CAPÍTULO I

    Histórico da Neurociência 10

    1.1 - Transmissão das informações, uma abordagem das sinapses e dos

    reflexos. 14

    1.2 – O que é a Neurociência Cognitiva? Qual sua relação com as emoções? 16

    CAPITULO II

    Bases Biológicas no Processo de Aprendizagem 20

    2.1 – A Estrutura Neuronal 27

    2.2 - Neuroplasticidade, qual a relação com a memória? 28

    CAPITULO III

    A problematização das Dificuldades de Aprendizagem 30

    3.1 - A união da família e escola como suporte para as crianças com

    Dificuldades de Aprendizagem. 34

    3.2 - Práticas pedagógicas, uma solução para a problematização. 40

    CONCLUSÃO 42

    BIBLIOGRAFIA 44

    ÍNDICE 46

    AGRADECIMENTOSCAPÍTULO I- Histórico da Neurociência10CAPÍTULO II - Bases Biológicas no processo de aprendizagem 20CAPÍTULO III –A problematização das Dificuldades de Aprendizagem 30

    CONCLUSÃO 42BIBLIOGRAFIA 44ÍNDICE 46FOLHA DE ROSTO 2AGRADECIMENTO 3