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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DA QUALIDADE PARA AS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR: ATENDIMENTO À DINÂMICA DO MERCADO E ÀS EXIGÊNCIAS DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO CRISTIANE LIMA DA SILVA PEIXOTO Prof. Orientador Ms.: Mário Luiz Trindade Rocha VITÓRIA/ES 2012 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DA QUALIDADE PARA AS INSTITUIÇÕES

DE ENSINO SUPERIOR:

ATENDIMENTO À DINÂMICA DO MERCADO E ÀS EXIGÊNCIAS DO

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

CRISTIANE LIMA DA SILVA PEIXOTO

Prof. Orientador Ms.: Mário Luiz Trindade Rocha

VITÓRIA/ES

2012

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DA QUALIDADE PARA AS INSTITUIÇÕES

DE ENSINO SUPERIOR:

ATENDIMENTO À DINÂMICA DO MERCADO E ÀS EXIGÊNCIAS DO

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

CRISTIANE LIMA DA SILVA PEIXOTO

Monografia apresentada ao Instituto A

Vez do Mestre como requisito parcial

para obtenção do título de especialista

em Gestão Estratégica e Qualidade.

Orientador: Prof. Mário Luiz Trindade

Rocha.

VITÓRIA/ES

2013

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RESUMO

O presente trabalho trata da Gestão da Qualidade em Instituições de Ensino

Superior para atender as exigências do Ministério da Educação (MEC) e do

mercado. Primeiramente, foram abordados os conceitos de Gestão da

Qualidade, as contribuições de seus principais pensadores, as ferramentas

utilizadas para a gestão da qualidade na busca da melhoria contínua. Após,

foram demonstrados os padrões de qualidade do MEC e como o Ministério

atua na avaliação, regulação e supervisão das Instituições de Ensino Superior

(IES), assim como os instrumentos utilizados para realizar a análise do

cumprimento das prerrogativas legais para a atuação das IES e a oferta e o

funcionamento dos cursos. Em seguida, foram apresentadas as ferramentas de

gestão da qualidade aplicadas em Instituições de Ensino, sendo algumas

destas ferramentas exigidas pelo MEC para a gestão e atuação das IES e dos

cursos, como também a importância da inovação e utilização desses recursos

para melhorias efetivas da qualidade da educação.

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METODOLOGIA

O objeto deste estudo é a importância da Gestão da Qualidade para

Instituições de Ensino Superior em relação às exigências do mercado e para

atender também as exigências do Ministério da Educação.

Trata-se de um estudo que teve por método a leitura exploratória e seletiva de

material de pesquisa, contemplando as fases de levantamento e seleção da

bibliografia e leitura minuciosa sobre o assunto. A seleção de fontes foi

baseada em publicação de autores de reconhecida importância no meio

acadêmico.

O estudo foi realizado por meio de estudo bibliográfico e documental com a

apresentação de autores de reconhecida importância no meio acadêmico, que

tratam da Gestão da Qualidade, como disciplina geral e também a aplicação da

Gestão da Qualidade em Instituições de Ensino Superior, assim como a

legislação do Ministério da Educação e seus instrumentos de avaliação e

regulação.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO............................................................................................... 6

CAPÍTULO I - GESTÃO DA QUALIDADE: CONCEITOS E IMPORTÂNCIA 8

1.1 Contribuições dos principais estudiosos da qualidade................. 9

1.1.1 W. Edwards Deming............................................................... 9

1.1.2 Joseph M. Juran..................................................................... 10

1.1.3 Armand Vallin Feigenbaum.................................................... 11

1.1.4 Philip B. Crosby...................................................................... 11

1.1.5 Kaoru Ishikawa....................................................................... 12

1.1.6 Genichi Taguchi...................................................................... 12

1.2 Gestão Estratégica da Qualidade................................................. 12

1.3 Aspectos da Gestão da Qualidade: padronização e melhoria..... 14

1.3.1 As Normas ISO....................................................................... 16

1.3.2 Melhorias da Qualidade.......................................................... 23

CAPÍTULO II - PADRÕES DE QUALIDADE DO MINISTÉRIO DA

EDUCAÇÃO PARA INSTITUIÇÕES DE ENSINO

SUPERIOR.........................................................................

28

2.1 Avaliação...................................................................................... 29

2.1.1 Autorização, Reconhecimento e Renovação de

Reconhecimento.....................................................................

32

2.2 Regulação..................................................................................... 38

2.2.1 Credenciamento de Instituições de Ensino Superior.............. 39

2.2.2 Recredenciamento de Instituições de Ensino Superior.......... 42

2.2.2.1 Aspectos Avaliados por Dimensão................................ 44

2.3 Supervisão.................................................................................... 48

2.3.1 Supervisão Ordinária.............................................................. 49

2.3.2 Supervisão Especial............................................................... 50

2.3.2.1 Supervisão Especial Cursos de Graduação.................. 50

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2.3.2.2 Supervisão do Programa Universidade para Todos

(ProUni)..........................................................................

52

2.3.2.3 Supervisão Especial de Composição do Corpo

Docente de Universidades e Centros Universitários....

52

CAPÍTULO III - GESTÃO DA QUALIDADE EM INSTITUIÇÕES DE

ENSINO SUPERIOR........................................................

53

3.1 Indicadores de Desempenho Acadêmico..................................... 54

3.2 Indicadores de Desempenho Corporativo da IES........................ 57

3.3 Planejamento Estratégico............................................................. 58

3.3.1 Plano de Desenvolvimento Institucional – PDI....................... 61

3.4 Infraestrutura da Qualidade.......................................................... 64

3.4.1 Requisitos da auto-avaliação.................................................. 66

3.4.1.1 Dinâmica de funcionamento.......................................... 67

3.4.1.2 Etapas da avaliação interna: auto-avaliação................. 67

3.5 Os Desafios da Gestão da Qualidade.......................................... 68

CONCLUSÃO................................................................................................ 70

REFERÊNCIAS............................................................................................. 72

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INTRODUÇÃO

Esta monografia tem como tema a Gestão da Qualidade, tendo como questão

central a importância da gestão da qualidade para as Instituições de Ensino

Superior.

A relevância do tema proposto baseia-se em fatores que interferem na gestão e

qualidade dessas Instituições como: o aumento das ofertas de vagas nas

Instituições de Ensino Superior – IES – gerando maior concorrência, o

credenciamento de novas instituições, as exigências do Ministério da Educação

– MEC, como também dos órgãos de classe para a melhoria da qualidade da

educação, ocorrendo a necessidade de buscar a excelência na qualidade para

a formação de profissionais que irão atuar no mercado de trabalho.

É importante, também, compreender que o tema qualidade na educação possui

ênfases diferentes dentro do contexto em que se encontra, ou seja, este tema é

percebido de forma diferente por pais, funcionários, entidades mantenedoras,

autoridades locais e centrais. Por este motivo, é um tema abrangente e objeto

de estudo deste trabalho que busca apresentar alguns aspectos da qualidade

para Instituições de Ensino Superior, demonstrando sua importância.

Para demonstrar essa importância serão apresentados os seguintes aspectos:

o que é Gestão da Qualidade, quais as exigências do Ministério da Educação –

MEC – e seus padrões de qualidade para credenciamento de instituições e

autorização de cursos e também, quais as ferramentas da Gestão da

Qualidade podem ser utilizadas para melhoria da qualidade nas Instituições de

Ensino Superior – IES.

No primeiro capítulo são apresentados os conceitos de Gestão da Qualidade e

suas abordagens, como também sua importância como instrumento para a

implantação de sistemas de melhoria da qualidade de produtos e serviços.

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No segundo capítulo são demonstrados os padrões de qualidade do Ministério

da Educação e os instrumentos utilizados com o objetivo de garantir padrões

mínimos de qualidade nas ofertas de cursos superiores.

No terceiro capítulo, são apresentadas as ferramentas de gestão da qualidade

para Instituições de Ensino Superior, como também a relação entre as

ferramentas de gestão e as exigências do Ministério da Educação.

Dentro deste contexto: mercado, clientes e o Ministério da Educação - como

entidade reguladora, avaliadora e Supervisora a educação Superior -, faz-se

necessário entendermos a gestão da qualidade, como forma de garantia e

melhoria dos serviços prestados.

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CAPÍTULO I

GESTÃO DA QUALIDADE: CONCEITOS E

IMPORTÂNCIA

A qualidade é um tema presente na história da humanidade. MARTINELLI

(2012, p. 12), afirma que é necessário um passeio pela história para melhor

compreendê-la.

Segundo MARTINELLI (2012, p.12): “Os critérios de qualidade adotados pelos

artesãos variavam de cliente para cliente, e eram especificados pelos próprios

artesãos ou pela pequena equipe de colaboradores, quando existia.” No

entanto, de acordo com MARTINELLI (2012), ocorre uma mudança de foco na

produção, com a Revolução Industrial, que passa a ser a padronização e a

produção em larga escala, e não mais a customatização. Passa a ser mais

importante vender muito do que vender para poucos. E logo após o período da

II Guerra Mundial, as conquistas do controle estatístico de qualidade se

difundiram e novos elementos de gestão começaram a surgir, como

importância da participação do trabalhador de forma mais ativa nos processos.

No entanto, para entender a evolução dos conceitos de qualidade, é importante

conhecer as cinco principais abordagens para a definição de qualidade,

segundo Garvin (apud MARSHALL JR: 2010, p. 35): Transcendental; Baseada

produto; Baseada no usuário; Baseada na produção; Baseada no valor.

Porém, a definição de qualidade em uma empresa é demonstrada por meio de

sua política de qualidade, que pode incluir mais de uma abordagem.

Outro fator relevante para entendermos a qualidade é abordado por PALADINI

(2000, p. 25), considerando que a qualidade é uma palavra de uso comum e de

domínio público, considera ser importante levar em conta, dois aspectos

fundamentais:

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1. qualquer que seja a definição proposta para a qualidade, espera-se

que ela não contrarie a noção intuitiva que se tem sobre ela, isto é, o

que já se sabe a respeito do assunto;

2. como a questão da qualidade faz parte do dia-a-dia das pessoas,

não se pode identificar e delimitar seu significado com precisão.

De acordo com Garvin (apud MARSHALL JR: 2010, p. 37), o conceito de

qualidade pode ser desdobrado em elementos básicos, descritos a seguir, e

referem-se a:

- desempenho – às características operacionais básica do produto;

- características – são as funções secundárias do produto, que

suplementam seu funcionamento básico;

- confiabilidade – reflete a probabilidade de mau funcionamento de um

produto;

- conformidade – ao grau em que o projeto e as características

operacionais de um produto estão de acordo com padrões

preestabelecidos;

- durabilidade – à vida útil de um produto, considerando suas

dimensões econômicas e técnicas;

- atendimento – à rapidez, à cortesia, à facilidade de reparo e

substituição;

- estética – refere-se ao julgamento pessoal e ao reflexo das

preferências individuais;

- qualidade percebida – refere-se à opinião subjetiva do usuário acerca

do produto.

Como isso, é relevante conhecer as principais linhas de pensamento sobre

qualidade. As contribuições dos principais estudiosos da qualidade do século

XX, são:

1.1 Contribuições dos principais estudiosos da qualidade

1.1.1 W. Eduards Deming

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As idéias de Deming nortearam o conhecimento a respeito da qualidade

(MARSHALL JR: 2010, p. 38): “Uma das principais é a constância de

propósitos, que serve como um agente libertador do poder de motivação,

criando em todos os colaboradores satisfação, orgulho e felicidade no trabalho

e no aprendizado.”

Deming foi um dos principais responsáveis pelo movimento da qualidade no

Japão na década de 1950, juntamente com Juran.

Segundo Deming (apud MARSHALL JR: 2010, p. 40) a qualidade é definida de

acordo com as exigências e necessidades do consumidor, que estão em

permanente mudança e por isso as especificações da qualidade devem ser

alteradas frequentemente. Com isso, ele considera não ser suficiente cumprir

apenas as especificações do produto, sendo necessário utilizar o controle

estatístico da qualidade, em vez da simples inspeção do produto. Também

recomenda a seleção criteriosa dos fornecedores que trabalham para a

empresa.

1.1.2 Joseph M. Juran

Joseph Juran foi o primeiro a aplicar os conceitos da qualidade à estratégia

empresarial, em vez de simplesmente associá-la à estatística ou aos métodos

do controle total da qualidade. Segundo Juran (apud MARSHALL JR., 2010), a

gestão da qualidade divide-se em três pontos fundamentais:

(...) a melhoria da qualidade a principal prioridade do gestor, e o

planejamento a segunda, esforço que deve contar com a participação

das pessoas que irão implementá-lo. Na sua opinião, separar

planejamento e execução é uma noção obsoleta, que remonta aos

tempos de Taylor. A terceira prioridade consiste em promover o controle

da qualidade.

Para Juran uma parcela expressiva dos problemas de qualidade são causados

por processos de gestão. E aconselha que o controle da qualidade seja

delegado aos níveis operacionais, por devido à crescente qualificação dos

trabalhadores, ele acredita em equipes autogerenciadas.

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1.1.3 Armand Vallin Feigenbaum

Feigenbaum foi um dos formuladores do conceito “controle da qualidade total”.

De acordo com sua abordagem (MARSHALL: 2010, p. 41):

(...) qualidade é um instrumento estratégico pelo qual todos os

trabalhadores devem ser responsáveis. Mais do que uma técnica de

eliminação de defeitos nas operações industriais, qualidade é uma

filosofia de gestão e um compromisso com a excelência. Volta-se para

fora da empresa e tem por base a orientação para o cliente.

Segundo MARSHALL JR. (2010, p. 41), o comprometimento positivo com a

qualidade é fundamental para os programas de TQC (controle da qualidade

total). As formas de se desenvolver e atingir esse comprometimento dependem

da cultura, da história, da política, dos recursos e da personalidade da

empresa. No entanto, é importante que para esse desenvolvimento é

fundamental que o comprometimento ocorra a partir da alta administração.

1.1.4 Philip B. Crosby

Associam-se a Crosby os conceitos de “defeito zero” e de “fazer certo na

primeira vez”. Para Crosby (apud MARSHALL JR: 2010, p. 42): “(...) qualidade

significa conformidade com especificações, que, por sua vez, variam de acordo

com as necessidades dos clientes. O objetivo é produzir, atendendo as

especificações, o que encoraja as pessoas a melhorarem continuamente.” Ele

acredita que zero defeito é um padrão de desempenho.

Segundo Crosby (apud MARSHALL JR: 2010, p. 42):

A base filosófica para a cultura da qualidade desejada é delineada pelos

quatro princípios de gestão da qualidade:

- A qualidade é definida como conformidade aos requisitos.

- O sistema que leva à qualidade é a prevenção.

- O padrão de execução é o zero defeito.

- A medida da qualidade é o preço da não conformidade.

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Outra afirmação de Crosby é que os responsáveis pela falta de qualidade são

os gestores, e não os trabalhadores.

1.1.5 Kaoru Ishikawa

Ele enfatizou os aspectos humanos e a implementação dos círculos de controle

da qualidade. Para Ishikawa (MARSHALL: 2010, p. 43): “cada elemento da

empresa tem que estudar, praticar e participar do controle da qualidade.” Isso

significa que com a participação de todos os colaboradores, incluindo o

presidente, qualquer empresa ofereça produtos/serviços melhores a um custo

mais baixo, aumente as vendas, melhore os lucros e se transforme em uma

organização melhor.

1.1.6 Genichi Taguchi

A filosofia de Taguchi abrange todo o ciclo de produção, desde o design até a

transformação do produto acabado. Para Taguchi (apud MARSHALL: 2010, p.

44): “a chave para reduzir as perdas não está na conformidade com as

especificações, mas na redução da variabilidade estatística em relação os

objetivos fixados.”

Isto significa para ele que o design e o processo de produção é que

determinam a qualidade e o custo de um produto.

1.2 Gestão Estratégica da Qualidade

Nas últimas décadas do século XX a qualidade passou a ser percebida como

disciplina de cunho estratégico e passou a ser discutida como estratégica do

negócio.

De acordo com MARTINELLI (2012, p. 14):

Preocupados com o desenvolvimento sustentável das empresas

japonesas, onde o preocupação com a qualidade passou a ser global e

holística, as empresas do ocidente começaram, somente a partir da

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década de 1980, a implementar os sistemas de gestão de qualidade,

que se difundiram rapidamente dentre as organizações.

Esses sistemas de gestão da qualidade tornaram-se essenciais para atender a

um mercado que passou a conhecer e perceber padrões mais atraentes

daqueles apresentados antes da padronização e da preocupação em entregar

um produto que atendesse tanto a critérios estabelecidos, como também, às

expectativas dos clientes.

Segundo MARSHALL JR. (2010, p. 31):

As legislações de defesa do consumidor, além de normas internacionais

amplas e aplicáveis na cadeia de interação cliente-fornecedor, como a

família ISSO 9000, transformaram definitivamente o escopo da

qualidade, consolidando-a em todos os pontos do negócio.

Os padrões de qualidade melhoram a imagem da empresa e dão maior

visibilidade no mercado, pois os clientes se sentem mais seguros e satisfeitos

sabendo do empenho da empresa em melhorar os produtos e serviços

oferecidos.

Diferentemente da abordagem do início do século XX nos dias atuais a

qualidade está relacionada às necessidades e anseios dos clientes

(MARSHALL: 2010, p. 32):

Seja qual foi o porte da empresa, observam-se programas de qualidade

e de melhoria de processos na maioria dos setores econômicos. Não

importa fazer o melhor produto com os melhores processos, se o que se

faz não vai ao encontro do consumidor, razão de ser de todos os

processos organizacionais.

Como atualmente a qualidade está muito mais relacionada à percepção de

serviço, é preciso haver sintonia entre os colaboradores. O elemento humano e

sua qualidade representam o grande diferencial nos dias atuais e o treinamento

adequado pode significar o sucesso do negócio.

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A qualidade com foco no cliente também é defendida por MARQUES (2012, P.

32):

As organizações eficientes entendem as necessidades de seus clientes,

assumindo o compromisso com a qualidade, reforçando o

relacionamento e interagindo com seus clientes e fornecedores, sempre

tendo como objetivo principal a eficiência na prestação de seus

serviços, proporcionando benefícios e satisfação.

Outro aspecto fundamental para se produzir qualidade é a atividade de

planejamento. Atividade que tem como objetivo eliminar improvisos, decisões

baseadas na intuição e subjetivismo.

PALADINI (2000, p. 101) aborda a importância do planejamento para a gestão

da qualidade, no sentido não somente de solucionar aos problemas que podem

ocorrer:

(...) Planejar a qualidade significa também escolher a melhor forma de

se fazer as coisas, selecionar os recursos mais adequados para cada

ação, envolver a mão-de-obra mais bem qualificada. Significa,

principalmente, definir a melhor maneira de adequar nossos produtos ao

uso que deles se espera, significa estruturar serviços fundamentais a

serem agregados a nosso modelo de atuação, significa determinar

melhores estratégias de competitividade.

Isso significa que é preciso planejar no sentido de se antecipar aos possíveis

contratempos que podem ocorrer, selecionando com calma e assertividade, a

melhor forma de atender ao mercado.

1.3 Aspectos da Gestão da Qualidade: padronização e melhoria

A padronização é de fundamental importância para as organizações.

Para MARSHALL JR. (2010, p. 89): “Um dos maiores sucessos da produção

em massa, caracterizada pelo desenvolvimento da linha de montagem da Ford

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e pela administração científica da produção, foi a padronização de peças e

componentes.”

O desenvolvimento de sistemas e padrões tornou possível a produção em

série. No entanto, não é suficiente, para a gestão da qualidade, a padronização

de processos, métodos, peças e componentes. É de suma importância

melhorá-los continuamente.

De acordo com MARQUES (2012, p. 31):

A busca pela excelência da qualidade faz com que as empresas tomem

decisões embasadas em dados e pesquisas e não em adivinhações,

formando um procedimento padrão, em que o foco é a melhoria de

produtos e serviços através da implantação de métodos, ou seja, de

como o trabalho é realizado.

A padronização torna mais eficiente a melhoria de produtos e serviços, uma

vez que tornam mensuráveis os aspectos a serem melhorados, para atender

os anseios e necessidades dos clientes.

Conforme BLAUTH & BLAUTH (2012, p. 311):

Em qualidade conceitua-se problema quando o resultado de um

processo é indesejável ou fora de conformidade ou quando ele é

indesejável, ou seja, ainda não aconteceu, mas mostra tendência em

seu desempenho que levarão a um resultado não-conforme mais cedo

ou mais tarde.

Nesse aspecto, a padronização permite a identificação de problemas e por

meio do gerenciamento dos processos adequar o resultado às especificações

ou necessidades dos clientes.

Segundo MARSHALL JR (2010, p. 90): “A promoção da padronização e da

melhoria de processos, bens e serviços se dá através da participação e

comprometimento de todos os colaboradores.”

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Os colaboradores precisam estar comprometidos como a filosofia da melhoria

contínua, normalmente representada pelo ciclo PDCA1 e seus desdobramentos

para alcançar a satisfação e superar as expectativas de clientes, acionistas,

fornecedores, sociedade e colaboradores.

A adoção de um sistema de gestão implica, geralmente, a padronização dos

métodos e práticas de uma organização. Um bom meio para se iniciar a

padronização de uma empresa pode ser a implementação das normas ISO2

9000, que não é a única forma de se buscar a padronização, embora seja uma

das melhores, pois reflete o consenso da maioria dos países.

1.3.1 As Normas ISO

As normas ISO possuem, segundo MARSHALL JR. (2010, p. 67), um papel

muito importante no mundo globalizado, devido ao se reconhecimento

internacional no que diz respeito às relações contratuais e revelam um

consenso mundial sobre gestão e, atualmente, formam, junto com outras

normas, os chamados sistemas de gestão integrados que tanto influenciam o

cotidiano das organizações.

A história dessa organização começou em uma reunião em Londres, no ano de

1946, quando representantes de 25 países decidiram criar uma organização

internacional com o objetivo de facilitar, em nível mundial, a coordenação e a

unificação de normas industriais. Contudo, com sede em Genebra, Suíça,

começou a funcionar oficialmente em 23 de fevereiro de 1947 com a

denominação International Organization Standardization – ISO.

De acordo com MARSHALL JR. (2010, p. 68):

1 O ciclo PDCA – Plan (planejamento), Do (execução), Check (verificação) e Act (agir corretivamente) – é um método gerencial para a promoção da melhoria contínua e reflete, nessas suas quatro fases, a base da filosofia do melhoramento contínuo. Também conhecido com ciclo de Shewhart, seu idealizador, ou como ciclo de Deming, o responsável por seu desenvolvimento e reconhecimento.

2 Denominação de International Organization for Standardization (ISO), ou Organização Internacional de Normalização.

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A ISO é uma organização não governamental internacional, que reúne

mais de uma centena de organismos nacionais de normalização.

Representando países que respondem por cerca de 95% do PIB3

mundial, tem por objetivo promover o desenvolvimento da padronização

e de atividades correlacionadas, de forma a possibilitar o intercâmbio

econômico, científico e tecnológico em níveis mais acessíveis aos

aludidos organismos.

Assim sendo, a ISO concilia interesses de produtores, usuários, governos e da

comunidade científica na preparação de normas internacionais. Seu trabalho é

desenvolvido por intermédio de mais de 2.600 grupos técnicos, compostos por

mais de 20 mil especialistas de todo o mundo, e que participam anualmente de

trabalhos técnicos da ISO, dos quais resultou a publicação de mais de 13 mil

normas desde a fundação da organização.

A normalização tem como objetivo estabelecer, em relação aos problemas

existentes ou potenciais, prescrições destinadas à utilização comum e

repetitiva, sendo, de acordo com MARSHALL JR. (2010), os objetivos da

normalização:

- economia – proporcionar a redução da crescente variedade de

produtos e procedimentos;

- comunicação – proporcionar meios mais eficientes de troca de

informações entre o fabricante e o cliente, melhorando a

confiabilidade das relações comerciais;

- segurança – proteger a vida e a saúde;

- proteção do consumidor – prover a sociedade de meios

eficazes para aferir a qualidade dos bens e serviços;

- eliminação de barreiras técnicas e comerciais – evitar a

existência de regulamentos conflitantes sobre bens e serviços

3 O PIB – Produto Interno Bruto – representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada região (quer seja, países, estados, cidades), durante um período determinado (mês, trimestre, ano etc.). O PIB é um dos indicadores mais utilizados na macroeconomia para mensurar a atividade econômica de uma região.

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em diferentes países, facilitando, assim, o intercâmbio

comercial.

Em sentido prático, a normalização encontra-se presente na fabricação dos

produtos, na transferência de tecnologia e na melhoria da qualidade de vida,

por meio de normas relativas à saúde, à segurança e à preservação do meio

ambiente.

De acordo com BLAUTH & BLAUTH (2012, p. 215): “A meta dos processos é

gerar resultados em conformidade com as especificações, na quantidade

programada e no tempo previsto.”

Em 1987, a ISO lançou a família de normas ISO 9000, fortemente baseadas

nas normas britânicas da qualidade e nas experiências e contribuições de

especialistas e representantes de diversos países, que conseguiram superar

divergências quanto a terminologia, conceitos e práticas, e chegar a um

resultado que pode ser considerado um marco histórico na evolução da

garantia e da gestão da qualidade.

A criação dessas normas tinha como objetivo se tornar um modelo de Sistema

de Garantia da Qualidade.

Segundo MARNETELLI (2012, p. 14): “O sistema se difundiu rapidamente,

através da série ISO 9000, e se tornou a maior referência em padronização e

garantia da qualidade do mundo corporativo atual”.

Foram realizadas revisões para as normas. A primeira ocorreu em 1994, com

objetivo de melhorar sua interpretação e garantir a inclusão dos aspectos

preventivos da garantia da qualidade. A segunda revisão ocorreu em 2000,

dando maior ênfase não só aos aspectos industriais como também aos dos

serviços. Em 2008 ocorreu mais uma revisão com o objetivo de aprimorar os

requisitos da versão anterior.

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A necessidade de revisões ocorre devido a vários fatores que provocam sua

desatualização, como: a evolução tecnológica, novos métodos e materiais,

novos requisitos de qualidade e segurança, entre outros.

Acontece, então, que essas revisões periódicas fazem com que as empresas

tenham que se adaptar para a certificação4, pois as empresas certificadas

precisam adaptar e melhorar seus sistemas de gestão para incluir os novos

requisitos que são inseridos nas normas de referência.

O que originou a atividade de certificação foi a necessidade as empresas

comunicarem aos seus clientes e ao mercado a adequação de seu sistema da

qualidade às normas de referência.

Segundo MARSHALL JR. (2010, p.. 72):

Não se deve pensar em certificação como uma ação isolada e pontual

e, sim, como um processo que se inicia com a conscientização da

necessidade da qualidade para a manutenção da competitividade e

consequente permanência no mercado, passando pela utilização de

normas técnicas e pela difusão do conceito da qualidade por todos os

setores da empresa, abrangendo seus aspetos operacionais internos e

o relacionamento com a sociedade e o ambiente.

A certificação é efetuada por um organismo específico, que deve estar

credenciado ao Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade

Industrial (Inmetro) para exercer tal atividade. O Sistema Brasileiro de

Avaliação da Conformidade (SBAC) conceitua esse tipo de atividade como

certificação de terceira parte, no qual uma entidade independente das partes

envolvidas nas relações contratuais (fornecedor-cliente) realiza a avaliação do

sistema de qualidade da empresa.

4 Certificação é um conjunto de atividades desenvolvidas por um organismo independente, sem relação comercial, com o objetivo de atestar publicamente, por escrito, que determinado processo está em conformidade com os requisitos especificados. Esses requisitos podem ser nacionais, estrangeiros ou internacionais.

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O Inmetro estruturou seu sistema de certificação reunindo uma comissão com

composição equilibrada de representantes da sociedade.

De acordo com MARSHALL JR. (2010, p. 72):

O que distingue o Inmetro como organismo credenciador no país é a

participação efetiva da sociedade no funcionamento de sua estrutura

organizacional. Essa forma de atuação mantém a imparcialidade

necessária na avaliação das concessões dos certificados de registro,

para garantir a credibilidade do sistema de certificação e,

consequentemente, do próprio certificado.

Entretanto, a ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas5 - é a

responsável pela produção de normas nacionais e pela representação

brasileira na ISO. É uma entidade nacional com credibilidade internacional.

Todo o processo de certificação está estruturado em padrões internacionais. A

ABNT é credenciada pelo Inmetro, que possui acordo de reconhecimento com

o International Accreditation Forum (IAF) para certificar sistemas de gestão da

qualidade, além de diversos bens e serviços.

Conforme MARSHALL JR. (2010, p. 74):

O Certificado de Registro de Empresa ABNT é o documento que atesta

a conformidade dos sistemas de qualidade e do sistema de gestão

ambiental de uma empresa aos requisitos das normas ISO 9001 e ISO

14001, respectivamente.

Atendendo a acordos com organismos semelhantes, a ABNT oferece também

certificados aceitos na Europa, nos EUA e em outros países da América do Sul.

As normas da família ISO 9000, tem os seguintes propósitos (MARSHALL JR.:

2010):

5 Fundada em 1940, é uma entidade privada, sem fins lucrativos, considerada o único fórum de normalização, em âmbito nacional, pela Resolução do Conmetro – Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial, de 24 de agosto de 1992.

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- resolver as dificuldades encontradas pelos pequenos

negócios, que não dispõem de especialistas ou de

departamentos de gestão da qualidade com conhecimento

suficiente para interpretar os requisitos na norma e

implementá-los adequadamente;

- adequar as normas às necessidades dos setores emergentes,

mais especificamente os setores de serviços, como saúde,

educação, tecnologia da informação, entre outros, uma vez

que as normas da versão anterior, apesar de aplicáveis a

esses setores, possuíam um viés de indústria;

- reduzir o número de diretrizes que foram surgindo, com o

objetivo de esclarecer sua aplicação, quer para setores

específicos, quer para diferentes portes de organizações ou

para categorias de produtos;

- contemplar a evolução das necessidades dos usuários e

clientes, as quais sofreram profundas modificações nas duas

últimas décadas;

- adequar a estrutura da norma e o conteúdo dos requisitos à

gestão orientada para processos, que modernamente orienta a

estrutura da maioria das organizações;

- orientar a gestão das organizações, além da certificação ou do

registro de seus sistemas de qualidade, na direção da

melhoria do desempenho;

- possibilitar a implementação integrada de múltiplos sistemas

gerenciais, notadamente dos sistemas de gestão ambiental,

objeto das normas ISO 14001 e ISO 14004.

De acordo com esses propósitos foram aprovadas as seguintes normas para

sistemas de Gestão de Qualidade:

- NBR6 ISO 9000: fundamentos e vocabulário;

6 NBR é uma abreviação adotada pela ABNT( Assossiação Brasileira de Normas Tecnicas) onde: N=Norma Br=Brasileira, NBR = Norma Brasileira.

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- NBR ISO 9001: requisitos;

- NBR ISO 9004: diretrizes para melhoria do desempenho.

A norma NBR ISO 9001 considera oito princípios de gestão da qualidade: foco

no cliente, liderança, envolvimento de pessoas, abordagem de processos,

abordagem sistêmica da gestão, melhoria contínua, abordagem baseada em

fatos para a tomada de decisões e relacionamento reciprocamente benéficos

com os fornecedores.

Os requisitos desta norma, segundo MARSHALL JR. (2010, p. 82), “visam

prevenir a ocorrência de não conformidade em qualquer fase do ciclo de

produção de um bem ou serviço, desde o planejamento até a entrega,

instalação, assistência técnica de demais atividades pós-venda.”

As normas da família ISO 9000 tratam garantia da qualidade em uma

organização. De acordo com MARSHALL JR. (2010, p. 83):

A norma NBR ISO 9001, mais especificamente, serve para que as

partes envolvidas em uma relação contratual tenham confiança em que

os requisitos acordados serão consistentemente atingidos e em que o

sistema de qualidade será continuamente aprimorado. Para tanto, o

cliente potencial requer normalmente a certificação do sistema da

qualidade da empresa vendedora.

Os motivos que costumam levar uma empresa a implementar um sistema de

qualidade são: conscientização da alta direção, exigências externas e

modismo. Sendo o primeiro motivo o mais eficaz, pois ocorre a participação

efetiva da alta direção no processo, com comprometimento e envolvimento de

toda a organização. Os outros dois motivos tornam mais difícil o processo.

Segundo MARSHALL JR. (2010), entre os diversos benefícios proporcionados

pela implantação de um sistema de qualidade com base na NBR 9001, pode-se

destacar:

- redução de não conformidade de bens e serviços;

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- eliminação do retrabalho e do custo com garantia e reposição;

- aumento da competitividade;

- redução do custo operacional;

- maior sustentação em disputas judiciais;

- melhoria de imagem e reputação;

- aumento da participação no mercado nacional e em mercados

internacionais;

- melhor relacionamento técnico e comercial com o cliente;

- melhor integração entre os processos e departamentos da

empresa;

- melhor desempenho organizacional pela promoção do

treinamento, da qualificação e da certificação do pessoal.

Um grande benefício da NBR ISO 9001 é sua compatibilidade com a NBR ISO

9004, que refere-se as diretrizes papra melhoria de desempenho.

1.3.2 Melhoria da Qualidade

Segundo Juran (apud MARSHALL JR., 2010) o gerenciamento da qualidade

pode ser obtido utilizando-se os 03 processos gerenciais conhecidos como a

Trilogia de Juran:

• Planejamento da qualidade, que envolve:

- identificar os clientes;

- determinar as necessidades dos clientes;

- definir as características dos produtos que respondem às

necessidades dos clientes;

- elaborar processos capazes de reproduzir essas

características;

- capacitar os colaboradores à implementação do plano.

• Controle da qualidade:

- avaliar o desempenho;

- comparar, com as metas, o desempenho obtido;

- atuar a partir das diferenças

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• Melhoria da qualidade:

- estabelecer a infraestrutura necessária para assegurar uma

constante melhoria;

- identificar as necessidades específicas para a criação de

projetos de melhoria;

- criar para cada projeto uma equipe com a responsabilidade de

torná-lo bem sucedido;

- fornecer os recursos e treinamentos necessários às equipes

para diagnosticar as causas, estimular o estabelecimento de

uma solução e implementar controles para manter os

resultados.

Outro meio de entender o conceito e a importância da padronização e da

melhoria é por meio da aplicação do ciclo PDCA.

O ciclo PDCA é, conforme MARSHALL JR. (2010, p. 94), “um método gerencial

para a promoção da melhoria contínua e reflete, em suas quatro fases, a base

da filosofia do melhoramento contínuo.

Na figura a seguir encontram-se as 04 fases do cliclo PDCA:

Fonte: MARSHAL JR., 2010, p. 94

Plan

Do Check

Act Definir as

metas

Definir os métodos

Educar e treinar

Executar a tarefa e

coletar dados

Verificar os resultados da

tarefa executada

Agir corretivamente ou

padronizar

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Na fase Plan (Planejamento), deve-se estabelecer os objetivos e metas, para

que sejam desenvolvidos métodos, procedimentos e padrões para alcançá-los.

Na fase Do (Execução), implementa-se o que foi planejado. É necessário

fornecer educação e treinamento para a execução dos métodos desenvolvidos

na fase de planejamento. Na fase Check (Verificação), verifica-se se o

planejado foi alcançado por meio da comparação entre as metas desejadas e

os resultados obtidos. Na fase Act (Agir Corretivamente), têm-se duas

alternativas: caso as metas não tenham sido alcançadas, buscar as causas

com o objetivo de prevenir a repetição dos efeitos indesejados; e caso as

metas tenham sido alcançadas adotar como padrão o planejado na primeira

fase.

Girar o ciclo PDCA significa obter previsibilidade nos processos e aumento da

competitividade organizacional. Portanto, para Deming (apud MARSHALL JR,

2010) não basta girar o PDCA com constância de propósito, também é preciso

ser coerente, ou seja, é importante que as pessoas trabalhem juntas para

colocar em prática a filosofia para a qualidade total.

Vale ressaltar que a alta administração precisa ter coragem para mudar e estar

insatisfeito com o desempenho passado para alterar seu estilo de

administração com o envolvimento de toda a organização.

Segundo MARTINELLI (2012, p. 18):

A reputação de uma organização é constituída com base em alguns

fatores, tais como: qualidade, confiabilidade, entrega e preço, dentre os

quais a qualidade é o aspecto estrategicamente mais relevante. A

definição do termo qualidade, entretanto, é mais subjetiva do que

objetiva.

Como a competitividade está presente em todos os tipos de organizações, é

importante compreender a importância da qualidade como a mais importante

arma competitiva das organizações.

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Porém, não se pode desconsiderar uma definição mais objetiva do termo

qualidade: atender as necessidades e expectativas de um cliente de forma

satisfatória, ou seja, segundo MARTINELLI (2012, p. 18), “é obter um resultado

esperado, que atenda todas as exigências e requisitos para qual este foi

criado”.

Outro aspecto apresentado por BLAUTH & BLAUTH (2012, p. 39-40) diz

respeito a educação e treinamento como fatores muito importantes para a

melhoria dos resultados, considerando-os fatores responsáveis para garantir a

qualidade e promover melhorias visando atender às necessidades crescentes

dos clientes.

Segundo BLAUTH & BLAUTH (2012, p. 39-40):

Quem não oferece treinamento aos colaboradores não pode cobrar

melhoria nos resultados. Quando as pessoas não recebem treinamento

é de se esperar que continuem fazendo as coisas da mesma forma e

por consequência obtendo os mesmos resultados.

A educação e o treinamento mostram-se imprescindível no sentido de as organizações

para fazer frente às mudanças que ocorrem no mundo, precisam se antecipar e

responder rapidamente às necessidades dos clientes. A busca de processos de

produção mais eficazes torna-se a resposta mais rápida a essa constante

necessidade. E a aprendizagem e o treinamento tornam-se cada vez mais necessários

para acompanhar essas mudanças.

O gerenciamento da melhoria é, segundo MARSHALL JR. (2010, p. 97), “de

responsabilidade da alta administração e tem como objetivos a sobrevivência e

o crescimento do negócio, situando-se no nível estratégico.” A idéia básica é

propiciar apoio para o cumprimento das políticas, buscando novas práticas em

detrimento das antigas.

O gerenciamento da rotina é, conforme MARSHALL JR. (2010, p. 98):

um método de gestão de responsabilidade dos colaboradores e busca a

eficiência organizacional, através da obediência aos padrões de

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trabalho, para evitar alterações ou mudanças que possam comprometer

os níveis de qualidade estabelecidos.

Esse gerenciamento busca o atendimento os objetivos determinados para cada

processo e recomenda a utilização do ciclo PDCA para promover a melhoria

contínua a partir de objetivos delineados pelo gerenciamento da melhoria.

Segundo MARSHALL JR. (2010, p. 98), “uma das aplicações mais usuais do

ciclo PDCA é utilizá-lo na análise e na solução de problemas, permitindo a

realização do controle da qualidade em toda empresa.”

Ao utilizar o desdobramento do ciclo PDCA na análise de problemas, a equipe

de melhoria passa a seguir uma metodologia estruturada que permite impedir

que sejam tomadas decisões precipitadas quanto ao problema, propiciando seu

claro entendimento, permitindo optar pelo caminho de melhor custo-benefício,

esgotando todas as possíveis soluções.

É importante ressaltar que o comprometimento das pessoas com a melhoria do

processo, do bem ou do serviço resulta, principalmente, da participação na

análise e solução de melhorias contínuas no dia-a-dia da organização.

Outro aspecto analisado por MARTINELLI (2012, p. 19) afirma que:

A qualidade ainda é uma das maiores contribuições operacionais para

uma organização, uma vez que é a grande responsável pela redução de

defeitos, redução de custos, aumento de produtividade, controle

operacional, redução de retrabalho, ou seja, está presente e influencia

diretamente todas as atividades da organização.

Como uma relação entre as empresas e o mercado, o desafio da qualidade é tornar-se

um diferencial competitivo num mercado cada vez mais exigente.

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CAPÍTULO II

PADRÕES DE QUALIDADE DO MINISTÉRIO DA

EDUCAÇÃO PARA INSTITUIÇÕES DE ENSINO

SUPERIOR

O Ministério da Educação – MEC – se baseia em três funções atribuídas a ele,

para promover a qualidade do ensino superior em nosso país: avaliação,

regulação e supervisão das instituições e dos cursos de ensino superior.

De acordo com o MEC, essas três funções estão interligadas, de modo que a

avaliação passa a ser um referencial básico da regulação e da supervisão, ou

seja, o MEC passa a gerar conseqüências a partir das avaliações

insatisfatórias de cursos e instituições.

Com base no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes – ENADE (art.

5º da Lei nº 10.861/2004) –, foram criados indicadores de qualidade das

instituições e de seus cursos. Esses indicadores auxiliam o MEC nas atividades

de regulação, por meio das quais o ministério credencia e recredencia as

universidades, centros universitários e faculdades e autoriza, reconhece e

renova o reconhecimento dos cursos.

Esses indicadores também podem motivar ações de supervisão pelo MEC. O

desempenho insatisfatório de um curso ou instituição nas avaliações, por

exemplo, pode levar o ministério a determinar desde medidas corretivas dos

problemas até processo administrativo para aplicação de penalidades. Isso

permite que o controle e fiscalização posteriores e permanentes com o objetivo

de garantir a melhoria da qualidade nas Instituições de Ensino Superior.

No entanto, a avaliação positiva é critério ainda para a participação dos

estabelecimentos de ensino superior nos principais programas do MEC

destinados à ampliação do acesso à educação superior, como o Programa

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Universidade para Todos (PROUNI) e do Fundo de Financiamento ao

Estudante de Ensino Superior (FIES). Para participar do PROUNI e do FIES as

instituições precisam apresentar desempenhos satisfatórios nas avaliações.

2.1 Avaliação

O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), criado em

2004, pela Lei nº 10.861, instituiu a avaliação sistemática das instituições de

educação superior, dos cursos superiores e do desempenho dos estudantes,

conforme o texto a seguir:

Art. 1º Fica instituído o Sistema Nacional de Avaliação da Educação

Superior SINAES, com o objetivo de assegurar processo nacional de

avaliação das instituições de educação superior, dos cursos de

graduação e do desempenho acadêmico de seus estudantes, nos

termos do art. 9º , VI, VIII e IX, da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de

1996.

§ 1º O SINAES tem por finalidades a melhoria da qualidade da

educação superior, a orientação da expansão da sua oferta, o aumento

permanente da sua eficácia institucional e efetividade acadêmica e

social e, especialmente, a promoção do aprofundamento dos

compromissos e responsabilidades sociais das instituições de educação

superior, por meio da valorização de sua missão pública, da promoção

dos valores democráticos, do respeito à diferença e à diversidade, da

afirmação da autonomia e da identidade institucional.

A realização dos processos avaliativos é responsabilidade do Instituto Nacional

de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), sob coordenação e

supervisão da Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior

(Conaes).

São os principais instrumentos e indicadores:

• ENADE – O Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes;

• Conceito Preliminar de Curso (CPC);

• Índice Geral de Curso (IGC);

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• Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e

Esperado (IDD);

• Conceito Institucional e avaliação institucional.

Esses indicadores são referências quanto às condições de ensino de cursos e

instituições.

Portanto, para autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento de

cursos de graduação foram elaborados instrumentos de avaliação que

permitem verificar as condições de ensino e oferta dos mesmos.

De acordo com nota técnica, divulgada no site no do Ministério da Educação

em junho de 2011, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais

Anísio Teixeira (Inep), por meio da Diretoria de Avaliação da Educação

Superior (DAES), coordenou no ano de 2010 e 2011 a revisão dos

instrumentos de avaliação utilizados no Sistema Nacional de Avaliação da

Educação Superior (Sinaes).

A reformulação dos instrumentos partiu de uma padronização inicial dos 12

instrumentos de avaliação dos cursos de graduação, uma vez que eles

apresentavam diferentes critérios de análise.

Na padronização dos instrumentos de avaliação de cursos de graduação

utilizaram-se como referência os indicadores de avaliação e seus descritores

das respectivas dimensões, conforme o artigo 4º da Lei n° 10.861, de 14 de

abril de 2004, em escala crescente de excelência de 1 a 5.

Os instrumentos de avaliação dos cursos de graduação foram reformulados,

respeitando as Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos, os princípios e

diretrizes do Sinaes e os padrões de qualidade da educação superior,

resultando em:

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1. Instrumento de Avaliação de Curso de Graduação

Bacharelado, Licenciatura e Tecnológico - Presencial e EAD

(Autorização, Reconhecimento e Renovação de

Reconhecimento);

2. Instrumento de Avaliação de Curso de Graduação em Direito

– Presencial e EAD (Autorização, Reconhecimento e

Renovação de Reconhecimento);

3. Instrumento de Avaliação de Curso de Graduação em

Medicina – (Autorização, Reconhecimento e Renovação de

Reconhecimento).

Consequentemente, com base na média entre os conceitos de cada indicador

obtém-se o conceito da dimensão. As dimensões Organização Didático-

Pedagógica, Corpo Docente e Infraestrutura permanecem, alterando-se os

indicadores de modo a padronizar os procedimentos provendo sustentação aos

conceitos atribuídos.

Todos os instrumentos possuem a mesma escala de análise, a saber:

Conceito Descrição

1 Quando os indicadores da dimensão avaliada configuram um

conceito NÃO EXISTENTE.

2 Quando os indicadores da dimensão avaliada configuram um

conceito INSUFICIENTE.

3 Quando os indicadores da dimensão avaliada configuram um

conceito SUFICIENTE.

4 Quando os indicadores da dimensão avaliada configuram um

conceito MUITO BOM/MUITO BEM.

5 Quando os indicadores da dimensão avaliada configuram um

conceito EXCELENTE.

Fonte: Ministério da Educação, 2011

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2.1.1 Autorização, Reconhecimento e Renovação de

Reconhecimento

Os instrumentos deixam de se dividir por ato autorizativo com diferentes

critérios de análise e mantêm-se um único conjunto de critérios de análise que

passa a contemplar todos os atos a serem avaliados: Autorização,

Reconhecimento e Renovação de Reconhecimento de curso.

A diferença na avaliação de distintos atos regulatórios se reflete na presença

de nomenclaturas no texto dos critérios de análise. Estes critérios dispõem das

expressões previsto/implantado e regulamentado/institucionalizado. As

expressões previsto e regulamentado são consideradas para a avaliação do

primeiro ato (Autorização de curso) e as expressões implantado e

institucionalizado para os atos subseqüentes (Reconhecimento, Renovação de

Reconhecimento de cursos e para os indicadores da dimensão infraestrutura

no ato de autorização).

Na dimensão Organização Didático-Pedagógica são analisados os seguintes

aspectos:

- Contexto educacional;

- Políticas institucionais no âmbito do curso;

- Objetivos do curso;

- Perfil profissional do egresso;

- Estrutura curricular;

- Conteúdos curriculares;

- Metodologia;

- Atividades complementares (não se aplica para cursos que

não contemplam atividades complementares no PPC e que, ou

não possuem diretrizes curriculares nacionais, ou suas

diretrizes não prevêem a obrigatoriedade de atividades

complementares);

- Ações decorrentes dos processos de avaliação do curso;

- Número de vagas;

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- Estágio curricular supervisionado7 (não se aplica para cursos

que não contemplam estágio no PPC8 - Projeto Pedagógico do

Curso - e que, ou não possuem diretrizes curriculares

nacionais, ou suas diretrizes não prevêem a obrigatoriedade

de estágio supervisionado);

- Trabalho de conclusão de curso – TCC (não se aplica para

cursos que não contemplam TCC no PPC e que, ou não

possuem diretrizes curriculares nacionais ou suas diretrizes

não prevêem o obrigatoriedade de TCC);

- Atividades de tutoria (não se aplica para cursos presenciais,

obrigatório para cursos a distância);

- Tecnologia de informação e comunicação – TIC – no processo

ensino-aprendizagem (não se aplica para cursos presenciais,

obrigatório para cursos a distância);

- Material didático institucional (não se aplica para cursos

presenciais, obrigatório para cursos a distância. Para fins de

autorização, considerar o material didático disponibilizado para

o primeiro ano do curso, se curso superior de tecnologia, ou

dois primeiros anos, se bacharelados/licenciaturas);

- Mecanismos de interação entre docentes, tutores e estudantes

(não se aplica para cursos presenciais, obrigatório para cursos

a distância);

- Procedimentos de avaliação os processos de ensino-

aprendizagem;

- Integração com as redes públicas de ensino (obrigatório para

as licenciaturas, não se aplica para os demais).

7 Período durante o qual um estudante exerce uma atividade temporária com vista à sua formação ou aperfeiçoamento profissional e que compõe a matriz curricular e é supervisionado por docentes do curso de graduação. 8 Projeto Pedagógico de Curso (PPC) é o documentos de um curso que traduz as políticas acadêmicas institucionais, com base nas Diretrizes Curriculares Nacionais. Entre outros elementos, é composto pelos conhecimentos e saberes necessários à formação das competências estabelecidas a partir do perfil do egresso; estrutura e conteúdo curricular; ementário; bibliografia básica e complementar; estratégias de ensino; docentes; recursos materiais; laboratórios e infraestrutura de apoio ao pleno funcionamento do curso.

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Na dimensão Corpo Docente são analisados os seguintes aspectos:

- Atuação do Núcleo Docente Estruturante9 – NDE;

- Atuação do Coordenador;

- Experiência do coordenador do curso em cursos a distância

(indicador específico para cursos a distância);

- Experiência profissional, de magistério superior e de gestão

acadêmica10 do coordenador;

- Regime de trabalho do coordenador do curso (não se aplica a

cursos a distância, obrigatório para cursos presenciais);

- Carga horária de coordenação de curso (não se aplica para

cursos presenciais, obrigatório para cursos a distância);

- Titulação do corpo docente do curso (para fins de autorização,

considerar os docentes previstos para o primeiro ano do curso,

se curso superior de tecnologia, ou dois primeiros anos, se

bacharelados/licenciaturas);

- Regime de trabalho do corpo docente do curso (para fins de

autorização, considerar os docentes previstos para o primeiro

ano do curso, se curso superior de tecnologia, ou dois

primeiros anos, se bacharelados/licenciaturas);

- Experiência profissional do corpo docente (para egressos de

cursos de licenciatura, considerar também a experiência nos

demais níveis de ensino. Para fins de autorização considerar

os docentes para o primeiro ano do curso, se cursos

superiores de tecnologia, ou dois primeiros anos, se

bacharelados/licenciaturas);

- Experiência no exercício da docência na educação básica

(obrigatório para os cursos de licenciatura, não se aplica para

9 Conjunto de professores, composto por pelo menos cinco docentes do curso, de elevada formação e titulação, contratados em tempo integral ou parcial, que responde mais diretamente pela concepção, implementação e consolidação do Projeto Pedagógico do Curso (Resolução CONAES nº 1, de 17/06/2010). 10 Organização no âmbito acadêmico da IES realizando funções de: estabelecer objetivos, planejar, analisar, conhecer e solucionar problemas, organizar e alocar recursos, tomar decisões, mensurar e avaliar.

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os demais). Para fins de autorização, considerar os docentes

previstos para os dois primeiros anos do curso.

- Experiência de magistério superior do corpo docente (para fins

de autorização, considerar os docentes previstos para o

primeiro ano do curso, se cursos superiores de tecnologia, ou

dois primeiros anos, se bacharelados/licenciaturas);

- Relação entre o número de docentes (equivalente 40h em

dedicação à educação a distância - EAD) e o número de

estudantes – específico EAD;

- Funcionamento do colegiado do curso ou equivalente;

- Produção científica, cultural, artística ou tecnológica (para fins

de autorização, considerar os docentes previstos para o

primeiro ano do curso, se cursos superiores de tecnologia, ou

dois primeiros anos, se bacharelados/licenciaturas);

- Titulação e informação do corpo de tutores previstos para o

primeiro ano do curso (se cursos superiores de tecnologia) ou

dois primeiros anos se bacharelados/licenciaturas – não se

aplica para cursos presenciais, obrigatório para cursos a

distância.

- Experiência do corpo de tutores em educação à distância.

Para fins de autorização, considerar os tutores previstos para

o primeiro ano do curso (CST’s11) ou dois primeiros anos se

bacharelados/licenciaturas. Não se aplica para cursos

presenciais, obrigatório para cursos a distância.

- Relação docentes e tutores – presenciais e a distância por

estudante. Não se aplica para cursos presenciais, obrigatório

para cursos a distância.

Na dimensão Corpo Docente são analisados os seguintes aspectos:

- Gabinetes de trabalho para professores Tempo Integral – TI.

Para fins de autorização, considerar os gabinetes de trabalho

11 Cursos Superiores de Tecnologia.

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para os docentes em tempo integral do primeiro ano do curso,

se CST’s, ou dos dois primeiros anos, se

bacharelados/licenciaturas.

- Espaço de trabalho para coordenação do curso e serviços

acadêmicos.

- Sala dos professores. Não se aplica para IES que possui

gabinetes de trabalho para 100% dos docentes do curso. Para

fins de autorização, considerar a sala dos professores

implantada para os docentes do primeiro ano do curso, se

CST’s, ou dois primeiros anos, se bacharelados/licenciaturas.

- Salas de aula. Para fins de autorização, considerar as salas

implantadas para o primeiro ano do curso, se CST’s, ou dois

primeiros anos, se bacharelados/licenciaturas.

- Acesso dos alunos a equipamentos de informática. Para fins

de autorização, considerar os laboratórios de informática

implantados para o primeiro ano do curso, se CST’s, ou dois

primeiros anos, se bacharelados/licenciaturas.

- Bibliografia básica. Para fins de autorização, considerar o

acervo da bibliografia básica disponível para o primeiro ano do

curso, se CST’s, ou dois primeiros anos, se

bacharelados/licenciaturas.

- Bibliografia complementar. Para fins de autorização,

considerar o acervo da bibliografia complementar disponível

para o primeiro ano do curso, se CST’s, ou dois primeiros

anos, se bacharelados/licenciaturas.

- Periódicos especializados. Para fins de autorização,

considerar os periódicos relativos às áreas do primeiro ano do

curso, se CST’s, ou dois primeiros anos, se

bacharelados/licenciaturas.

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37

- Laboratórios12 didáticos especializados: quantidade. Não se

aplica a cursos que não utilizam laboratórios especializados.

- Laboratórios didáticos especializados: qualidade. Não se

aplica a cursos que não utilizam laboratórios especializados.

- Laboratórios didáticos especializados: serviços. Não se aplica

a cursos que não utilizam laboratórios especializados.

- Sistema de controle de produção e distribuição de material

didático (logística). Não se aplica para cursos presenciais,

obrigatório para cursos a distância.

As dimensões são avaliadas, conforme descrito a seguir:

Autorização do Curso

Dimensão Peso

1. Organização Institucional 30

2. Corpo Social 30

3. Instalações Físicas 40

Fonte: Ministério da Educação, 2011

Reconhecimento e Renovação de Reconhecimento de Curso

Dimensão Peso

1. Organização Institucional 40

2. Corpo Social 30

3. Instalações Físicas 30

Fonte: Ministério da Educação, 2011

12 Na análise para os Laboratórios Didáticos, nas categorias quantidade, qualidade e serviços são considerados os seguintes critérios: para fins de autorização, considerar os laboratórios didáticos especializados implantados para o primeiro ano do curso, se CST’s, ou dois primeiros anos, se bacharelados/licenciaturas. Para os cursos a distância, verificar os laboratórios especializados da sede e dos pólos. Para Pedagogia é obrigatório verificar a Brinquedoteca.

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2.2 Regulação

O MEC é responsável pela regulação das instituições de ensino superior do

sistema federal de ensino (que abrange as instituições federais e as instituições

privadas).

De acordo com a Portaria 2.051/2004:

Art. 17. As avaliações de instituições para efeito de ingresso no sistema

federal de ensino superior, serão da competência da Secretaria de

Educação Superior (SESu) e da Secretaria de Educação Média e

Tecnológica (SEMTEC), devendo ser realizadas segundo diretrizes

estabelecidas pela CONAES, a partir de propostas apresentadas pela

SESu e pela SEMTEC.

(...)

Art. 22 As avaliações para fins de autorização de cursos de graduação

serão de competência da Secretaria de Educação Superior (SESu) e da

Secretaria de Educação Média e Tecnológica (SEMTEC),devendo ser

realizadas segundo diretrizes estabelecidas pela CONAES,a partir de

propostas apresentadas pela SESu e pela SEMTEC.

Isso significa que são de competência da Secretaria de Educação Superior

(SESu) os atos autorizativos de credenciamento ou recredenciamento de

instituições e de autorização, reconhecimento ou renovação de reconhecimento

de cursos de graduação presencial e cursos sequenciais.

Conforme o art. 2º, § único, da Lei 10.861/2004:

Os resultados da avaliação referida no caput deste artigo constituirão

referencial básico dos processos de regulação e supervisão da

educação superior, neles compreendidos o credenciamento e a

renovação de credenciamento de instituições de educação superior, a

autorização, o reconhecimento e a renovação de reconhecimento de

cursos de graduação.

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O credenciamento é um ato autorizativo que deve ser solicitado pelas

instituições de ensino superior privadas, para iniciar suas atividades. No

entanto, ao final de cada ciclo avaliativo do SINAES, as instituições privadas e

as instituições federais de ensino superior devem solicitar a renovação de seu

credenciamento.

A autorização dos cursos de graduação ocorre quando uma faculdade deseja

abrir um novo curso e para isso precisa requerer autorização do MEC. Quando

a primeira turma do novo curso completa entre 50% a 75% de sua carga

horária total, a instituição deve solicitar reconhecimento ao MEC. A renovação

do reconhecimento dos cursos é feita de acordo com o ciclo do SINAES, ou

seja, a cada três anos. Na análise, o MEC considera os resultados obtidos pelo

curso nas avaliações.

2.2.1 Credenciamento de Instituições de Ensino Superior

Para o credenciamento de IES – Instituições de Ensino Superior – é utilizado

um instrumento de avaliação, para a avaliação in loco.

O Instrumento de Avaliação para Credenciamento de Instituição de Educação

Superior (MEC, 2010) destina-se à avaliação das condições iniciais exigidas

para o credenciamento de Instituição de Educação Superior (Faculdade) cujo

resultado servirá de referencial básico para decisão das instâncias regulatórias.

Foi elaborado pela Secretaria de Educação Superior (SESu) e pelo Instituto

Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) de

acordo com as diretrizes e bases da educação nacional (Lei nº 9.394/1996), os

princípios da avaliação (Lei do SINAES nº 10.861/2004, o Decreto nº

5.773/2006 e a Portaria Normativa nº 40/2007, entre outras), além de levar em

conta a política de expansão com a qualidade específica do Ministério da

Educação.

As condições de funcionamento das IES são avaliadas em 03 (três) dimensões:

organização institucional, corpo social e instalações físicas, sendo atribuídos

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conceitos de 01 (um) a 05 (cinco), conforme o atendimento das condições

mínimas de qualidade.

Na dimensão Organização Institucional são analisados os seguintes aspectos:

- Missão;

- Viabilidade do PDI13;

- Efetividade institucional;

- Suficiência administrativa;

- Representação docente e discente;

- Recursos financeiros;

- Autoavaliação institucional.

São analisados, na dimensão corpo social:

- Capacitação e acompanhamento docente;

- Plano de carreira;

- Produção científica14;

- Corpo técnico-administrativo;

- Organização do controle acadêmico;

- Programa de apoio ao estudante.

Na dimensão relativa às Instalações Físicas são avaliadas:

- Instalações administrativas;

- Auditório / Salas de conferência / Salas de aula;

- Instalações sanitárias;

13 Consiste num documento em que se definem a missão da instituição de ensino superior e as estratégias para atingir suas metas e objetivos. Abrangendo um período de cinco anos, deverá contemplar o cronograma e a metodologia de implementação dos objetivos, metas e ações do Plano da IES, observando a coerência e a articulação entre as diversas ações, a manutenção de padrões de qualidade e, quando pertinente, o orçamento. Deverá apresentar, ainda, um quadro-resumo contendo a relação dos principais indicadores de desempenho, que possibilite comparar, para cada um, a situação atual e futura (após a vigência do PDI), de acordo com o Decreto nº 5.773/06.

14 Considerar como produção científica: livros, capítulos de livros, artigos em periódicos especializados, textos completos em anais de eventos científicos, resumos publicados em anais de eventos internacionais, propriedade intelectual depositada ou registrada e produções técnicas relevantes.

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- Áreas de convivência;

- Infraestrutura de serviços;

- Biblioteca: instalações para o acervo e funcionamento;

- Biblioteca: informatização;

- Biiblioteca: política de aquisição, expansão e atualização do

acervo;

- Sala de informática.

Todos os aspectos avaliados nas três dimensões possuem critérios de análise

que definem o conceito de cada aspecto, de acordo com o atendimento. Esses

critérios de análise são norteadores para a avaliação das condições de

funcionamento das IES para os avaliadores, na avaliação in loco.

Outro aspecto a ser analisado no instrumento como Requisitos Legais são as

condições de acesso para portadores de necessidades especiais (Decreto nº

5.296/2004, em vigor a partir de 2009). Estes itens são essencialmente

regulatórios, conforme instrumento, por isso não fazem parte do cálculo do

conceito da avaliação. Os avaliadores apenas farão o registro do cumprimento

ou não do dispositivo legal por parte da Instituição para que o Ministério da

Educação, de posse dessa informação, possa tomar as decisões regulatórias

cabíveis. Por serem exigências estabelecidas em Lei, esses itens são de

atendimento obrigatório.

As dimensões são avaliadas, conforme o quadro a seguir:

QUADRO DOS PESOS DAS DIMENSÕES

Dimensão Peso Quantidade

de Indicadores

1. Organização Institucional 30% 7

2. Corpo Social 30% 6

3. Instalações Físicas 40% 9

Fonte: Ministério da Educação, 2010

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2.2.2 Recredenciamento de Instituições de Ensino Superior

Para o recredenciamento de IES – Instituições de Ensino Superior – é utilizado

outro instrumento de avaliação, para a avaliação in loco.

O instrumento de avaliação para recredenciamento é o Instrumento de

Avaliação Institucional (MEC, 2010). Este foi elaborado de forma conjunta pela

Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (CONAES) e pela

Diretoria e Avaliação da Educação Superior (DAES), do Instituto Nacional de

Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) e sua formulação

teve como referência os princípios e diretrizes do SINAES e os padrões de

qualidade da educação superior.

Conforme o Ministério da Educação, o Instrumento de Avaliação Institucional

atende as modalidades: presencial e à distância. Nesse sentido (MEC, 2010),

ele possui abrangência e flexibilização necessárias para assegurar uma

avaliação fidedigna das instituições, realçar as especificidades que marcam

cada uma delas, e viabilizar a sua utilização associada a indicadores

diagnósticos que contribuirão para uma análise mais substancial da realidade.

A avaliação se baseia no PDI da Instituição e nos relatórios de autoavaliação

da IES.

Para o recredenciamento das IES são avaliadas as seguintes dimensões:

1. A Missão e o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI).

2. A política para o ensino (graduação e pós-graduação), a

pesquisa, a extensão e as respectivas normas de

operacionalização, incluídos os procedimentos para estímulo à

produção acadêmica, para as bolsas de pesquisa, de

monitoria e demais modalidades.

3. A responsabilidade social da instituição, considerada

especialmente no que se refere à sua contribuição em relação

à inclusão social, ao desenvolvimento econômico e social, à

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defesa do meio ambiente, da memória cultural, da produção

artística e do patrimônio cultural.

4. A comunicação com a sociedade.

5. As políticas de pessoal, de carreiras do corpo docente e corpo

técnico-administrativo, seu aperfeiçoamento, seu

desenvolvimento profissional e suas condições de trabalho.

6. Organização e gestão da instituição, especialmente o

funcionamento e representatividade dos colegiados, sua

independência e autonomia na relação com a mantenedora, e

a participação dos segmentos da comunidade universitária nos

processos decisórios.

7. Infraestrutura física, especialmente à de ensino e de pesquisa,

biblioteca, recursos de informação e comunicação.

8. Planejamento e avaliação, especialmente em relação aos

processos, resultados e eficácia da autoavaliação institucional.

9. Políticas de atendimento aos discentes.

10. Sustentabilidade financeira, tendo em vista o significado social

da continuidade dos compromissos na oferta da educação

superior.

Para essas dimensões são atribuídos conceito de 01 (um) a 05 (cinco):

Conceito Descrição

1 Quando os indicadores da dimensão avaliada configuram um quadro MUITO AQUÉM do que expressa o referencial mínimo de qualidade.

2 Quando os indicadores da dimensão avaliada configuram um quadro AQUÉM do que expressa o referencial mínimo de qualidade.

3 Quando os indicadores da dimensão avaliada configuram um quadro SIMILAR ao que expressa o referencial mínimo de qualidade.

4 Quando os indicadores da dimensão avaliada configuram um quadro ALÉM do que expressa o referencial mínimo de qualidade.

5 Quando os indicadores da dimensão avaliada configuram um quadro MUITO ALÉM do que expressa o referencial mínimo de qualidade.

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Existe um conceito referencial mínimo de qualidade definido para os aspectos

de cada dimensão, a saber, conforme o Instrumento de Avaliação Institucional

para recredenciamento de instituição de ensino superior. No entanto, o

conceito referencial mínino de qualidade é atribuído conforme as dimensões e

aspectos avaliados em cada dimensão, atendendo o quadro acima.

2.2.2.1 Aspectos avaliados por dimensão

A seguir, estão os aspectos avaliados em cada dimensão, conforme o

Instrumento de Avaliação Institucional Externa (MEC, 2010):

A Dimensão 1 refere-se a Missão e o Plano de Desenvolvimento Institucional

(PDI) e analisa os seguintes aspectos:

- Implementação do PDI, considerando as metas e as ações

institucionais previstas e a estrutura e os procedimentos

administrativos.

- Articulação entre o PDI e os processos de avaliação

institucional (auto-avaliação e avaliações externas).

A Dimensão 2 refere-se a política para o ensino (graduação e pós-graduação),

a pesquisa, a extensão e as respectivas normas de operacionalização,

incluídos os procedimentos para estímulo à produção acadêmica, para as

bolsas de pesquisa, de monitoria e demais modalidades e analisa os seguintes

aspectos:

- Coerência das políticas de ensino, pesquisa e extensão com os

documentos oficiais.

- Políticas institucionais para cursos de graduação

(bacharelados, licenciaturas e de tecnologia) e cursos

seqüenciais (quando for o caso), na modalidade presencial, e

suas formas de operacionalização.

- Políticas institucionais para cursos de graduação

(bacharelados, licenciaturas e de tecnologia) e cursos

seqüenciais (quando for o caso), na modalidade a distância, e

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suas formas de operacionalização (indicador exclusivo para

IES credenciada para modalidade a distância).

- Políticas institucionais para cursos de pós-graduação (lato

sensu e stricto sensu), na modalidade presencial, e suas

formas de operacionalização (igual forma para faculdades,

universidades e centros universitários).

- Políticas institucionais para cursos de pós-graduação lato

sensu e stricto sensu na modalidade a distância, e suas formas

de operacionalização (indicador exclusivo para IES

credenciada para modalidade a distância).

- Políticas institucionais de pesquisa e de iniciação científica e

suas formas de operacionalização.

- Políticas institucionais de extensão e formas de sua

operacionalização, com ênfase à formação inicial e continuada

e à relevância social.

A Dimensão 3 refere-se a responsabilidade social da instituição, considerada

especialmente no que se refere à sua contribuição em relação à inclusão

social, ao desenvolvimento econômico e social, à defesa do meio ambiente, da

memória cultural, da produção artística e do patrimônio cultural e analisa os

seguintes aspectos:

- Coerência das ações de responsabilidade social com as

políticas constantes dos documentos oficiais.

- Relações da IES com a sociedade; setor público, setor privado

e mercado de trabalho.

- Relações da IES com a sociedade: inclusão social.

- Relações da IES com a sociedade: defesa do meio ambiente,

da memória cultural, da produção artística e do patrimônio

cultural.

A Dimensão 4 refere-se a comunicação com a sociedade e analisa os

seguintes aspectos:

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- Coerência das ações de comunicação com a sociedade com as

políticas constantes dos documentos oficiais.

- Comunicação interna e externa.

- Ouvidoria.

A Dimensão 5 refere-se as políticas de pessoal, de carreiras do corpo docente

e corpo técnico-administrativo, seu aperfeiçoamento, seu desenvolvimento

profissional e suas condições de trabalho e analisa os seguintes aspectos:

- Coerência das políticas de pessoal, de carreiras do corpo

docente e corpo técnico-administrativo, seu aperfeiçoamento,

seu desenvolvimento profissional e suas condições de trabalho

com as políticas firmadas em documentos oficiais.

- Formação do corpo docente.

- Condições institucionais para os docentes.

- Condições institucionais para o corpo técnico-administrativo.

- Formação do corpo de tutores presenciais e suas condições

institucionais (indicador exclusivo para IES credenciada para

modalidade a distância – EAD).

- Formação do corpo de tutores a distância e suas condições

institucionais (indicador exclusivo para IES credenciada para

modalidade a distância – EAD).

A Dimensão 6 refere-se a organização e gestão da instituição, especialmente o

funcionamento e representatividade dos colegiados, sua independência e

autonomia na relação com a mantenedora, e a participação dos segmentos da

comunidade universitária nos processos decisórios e analisa os seguintes

aspectos:

- Coerência da organização e da gestão da instituição com as

políticas firmadas em documentos oficiais.

- Gestão institucional (considerar as especificidades da gestão

de cursos a distância, quando for o caso).

- Funcionamento, representação e autonomia dos Conselhos

Superiores.

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- Funcionamento, representação e autonomia dos colegiados de

curso.

A Dimensão 7 refere-se a Infraestrutura física, especialmente a de ensino e de

pesquisa, biblioteca, recursos de informação e comunicação e analisa os

seguintes aspectos:

- Coerência Infraestrutura física, especialmente a de ensino e de

pesquisa, biblioteca, recursos de informação e comunicação

com o estabelecido em documentos oficiais.

- Instalações gerais.

- Instalações gerais nos pólos para educação a distância

(indicador exclusivo para IES credenciada para modalidade a

distância – EAD).

- Biblioteca: acervo, serviços e espaço físico.

- Bibliotecas dos pólos para educação a distância: acervo,

serviços e espaço físico (indicador exclusivo para IES

credenciada para modalidade a distância – EAD).

A Dimensão 8 refere-se ao planejamento e a avaliação, especialmente em

relação aos processos, resultados e eficácia da auto-avaliação institucional e

analisa os seguintes aspectos:

- Coerência do planejamento e da avaliação, especialmente em

relação aos processos, resultados e eficácia da autoavaliação

institucional com o estabelecido em documentos oficiais.

- Autoavaliação institucional

- Planejamento e ações acadêmico-administrativas a partir dos

resultados das avaliações.

A Dimensão 9 refere-se a políticas de atendimento aos discentes e analisa os

seguintes aspectos:

- Coerência das políticas de atendimento aos discentes com o

estabelecido em documentos oficiais.

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- Programas de apoio ao desenvolvimento acadêmico dos

discentes referentes à realização de eventos

- Condições institucionais de atendimento ao discente.

- Acompanhamento de egressos e criação de oportunidades de

formação continuada.

A Dimensão 10 refere-se a sustentabilidade financeira, tendo em vista o

significado social da continuidade dos compromissos na oferta da educação

superior e analisa os seguintes aspectos:

- Coerência da sustentabilidade financeira apresentada pela IES

com o estabelecido em documentos oficiais.

- Sustentabilidade financeira da instituição e políticas de

captação e alocação de recursos.

- Políticas direcionadas à aplicação de recursos para programas

de ensino, pesquisa e extensão.

2.3 Supervisão

A atividade de supervisão de instituições de educação superior e de cursos

superiores de graduação e sequenciais no sistema federal de ensino foi

instituída pela Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004, e regulamentada pelo

Decreto nº 5.773, de 9 de maio de 2006.

A atividade de supervisão das instituições e dos cursos superiores integrantes

do sistema federal de ensino tem como principal objetivo zelar pela

conformidade entre a oferta da educação superior e a legislação vigente,

induzindo a melhoria necessária à garantia da qualidade de ensino.

As Secretarias de Educação Superior (SESu), de Educação a Distância (Sead)

e de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) são os órgãos do Ministério

da Educação responsáveis pelas atividades de supervisão relativas

respectivamente aos cursos de graduação e seqüenciais, aos cursos de

modalidade de educação a distancia e aos cursos superiores de tecnologia.

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As ações de supervisão ocorrem, na maioria das vezes, quando ocorrem

resultados insatisfatórios, como previsto na Lei nº 10.861/2004, em seu art. 10:

“Os resultados considerados insatisfatórios ensejarão a celebração de

protocolo de compromisso, a ser firmado entre a instituição de educação

superior e o Ministério da Educação (...)”. Também podem ser originadas de

denúncias ou representações (de alunos, pais, professores, impressa ou

órgãos públicos) relativas a indícios de irregularidades ou deficiências

relacionadas à qualidade e à regularidade de cursos e instituições, de acordo

com a legislação educacional.

Segundo a Secretaria de Educação Superior (SESu), são realizados dois tipos

de ações de supervisão: a ordinária e a especial.

2.3.1 Supervisão Ordinária

A Supervisão Ordinária (SESu, 2011) é aquela que se origina de denúncias e

representações de alunos, pais e professores, bem como de órgãos públicos e

da imprensa, envolvendo casos isolados de instituições e cursos com indícios

de irregularidades ou deficiências.

Nesses casos, recebida a denúncia ou representação, ela é analisada pela

Coordenação-Geral de Supervisão da Educação Superior do Ministério da

Educação, que, constatando tratar-se de assunto de sua competência, e com

indícios de irregularidades ou deficiências, notifica a instituição para que no

prazo de dez dias manifeste-se sobre os fatos. Com a resposta da instituição, a

Secretaria de Educação Superior pode adotar um dos seguintes

encaminhamentos: concessão de prazo para saneamento de deficiências,

visita de verificação in loco, abertura de processo administrativo para aplicação

de sanções, ou arquivamento.

Os assuntos de competência do MEC para supervisão da educação superior

são relacionados à qualidade e à regularidade do curso, de acordo com a

legislação educacional; outras questões como cobrança de mensalidades,

relações trabalhistas ou formas de avaliação e aprovação dos alunos só serão

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objeto de supervisão quando houver indícios de que estão afetando a

continuidade das atividades acadêmicas, ou de que estão em desacordo com

projetos de curso, estatutos e regimentos de instituições aprovados pelo MEC.

2.3.2 Supervisão Especial

Supervisão Especial (SESu, 2011) é aquela iniciada pelo próprio Ministério da

Educação, a partir de seus indicadores de regularidade e qualidade da

educação superior, e envolvem mais de um curso ou instituição, agrupados de

acordo com o critério escolhido para a ação de supervisão. Esses critérios

podem incluir resultados insatisfatórios no Enade e no IDD, o histórico de

avaliações de cursos pelo Inep, bem como o atendimento de requisitos legais

específicos, como, por exemplo, a porcentagem mínima de mestres e doutores

em universidades e centros universitários.

Conforme a SESu (2011), os processos de Supervisão Especial em andamento

são: Supervisão Especial Cursos de Graduação, Supervisão do Programa

Universidade para Todos (ProUni) e Supervisão Especial de Composição de

Corpo Docente de Universidades e Centros Universitários.

2.3.2.1 Supervisão Especial Cursos de Graduação

Em 2007, teve início o processo de supervisão especial dos cursos de Direito,

Medicina, Pedagogia e Normal Superior a partir dos resultados do Exame

Nacional de Avaliação de Desempenho dos Estudantes (ENADE) e do

Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado (IDD).

Em maio de 2008, iniciou-se o processo de supervisão especial de 17 cursos

de Medicina que obtiveram conceitos 1 e 2 no ENADE e no IDD. Para o

acompanhamento do processo, foi instituída pelo Ministério da Educação uma

Comissão de Especialistas – presidida pelo Dr. Adib Jatene e composta por

especialistas no ensino médico – que, a partir de visitas in loco às instituições,

realizadas entre agosto de dezembro de 2008, apresentou um diagnóstico que

levou em consideração aspectos como a organização didático-pedagógica do

curso; a integração do curso com o sistema local e regional de saúde; a carga

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horária que o aluno desenvolverá na rede do Sistema Único de Saúde; o perfil

do quadro docente, incluindo titulação e regime de trabalho, composição e

atuação do Núcleo Docente Estruturante, colegiado e coordenação de curso e

as condições de oferta das disciplinas de práticas médicas, em especial o

estágio curricular.

De acordo com a SESu, após as visitas, as instituições firmaram com a

Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação Termos de

Saneamento de Deficiências a partir dos quais se comprometiam a realizar as

modificações necessárias nos cursos como forma de garantir a oferta de uma

educação de qualidade. No caso dos cursos que apresentaram situação mais

crítica, a SESu determinou medidas como a suspensão do ingresso de novos

alunos ou ainda a redução do número de vagas ofertadas.

A Supervisão Especial dos cursos de Direito teve início em outubro de 2007, a

partir dos resultados do ENADE 2006, e inclui atualmente 82 cursos de Direito.

Segundo a SESu, o processo foi acompanhado pela Comissão de Ensino

Jurídico, instituída pela Secretaria de Educação Superior por meio da Portaria

nº 904, de 26 de outubro de 2007. As instituições, após serem visitadas e

avaliadas pela Comissão, firmaram com a Secretaria de Educação Superior

Termos de Saneamento de Deficiências, em que se comprometem a realizar

as adequações necessárias no curso.

Também foram definidos pela Comissão de Ensino Jurídico os critérios que

serão adotados para a verificação do cumprimento das medidas por parte das

instituições, sendo esses: a composição do corpo docente da instituição,

devendo ser observada a proporcionalidade entre o número de alunos e o

número de professores contratados; a composição do núcleo docente

estruturante, responsável pela formulação e acompanhamento do projeto

pedagógico do curso, e para o qual deverão ser observados critérios mínimos

de titularidade e dedicação; e a estruturação de bibliotecas com acervo

suficiente para o atendimento aos alunos.

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Iniciou-se em fevereiro de 2008 a supervisão de 49 cursos de Pedagogia e 11

de Normal Superior que apresentaram conceitos Enade e IDD 1 e 2 no ano de

2007.

2.3.2.2 Supervisão do Programa Universidade Para Todos (ProUni)

De acordo com a SESu, o processo de supervisão é uma atividade permanente

e possui dois focos principais: instituições e bolsistas. No caso das instituições,

a supervisão consiste na verificação da regularidade da oferta de bolsas por

parte das IES cadastradas no programa. Sobre os bolsistas, é feita a

verificação, a partir do cruzamento de informações com outros cadastros

oficiais, do atendimento aos critérios exigidos pela legislação do programa aos

estudantes beneficiados.

2.3.2.3 Supervisão Especial de Composição do Corpo Docente

de Universidades e Centros Universitários

A partir de dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais

Anísio Teixeira (Inep), a Secretaria de Educação Superior (Sesu/MEC) realizou

levantamento da situação do corpo docente vinculado às universidades e

centros universitários.

O objetivo foi identificar, entre as instituições do sistema federal de ensino

credenciadas como universidades e centros universitários, aquelas que não

atendiam aos requisitos mínimos de titulação e regime de trabalho do corpo

docente, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e

com o Decreto nº 5.786, de 24 de maio de 2006.

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CAPÍTULO III

GESTÃO DA QUALIDADE EM INSTITUIÇÕES

DE ENSINO SUPERIOR

Atualmente, o grande desafio das Instituições de Ensino Superior é melhorar os

resultados, além de manter a qualidade e tornar mais eficiente o uso dos

recursos disponíveis.

Segundo a Unidade de Educação Adicional - UEA (apud PREEDY et al: 2006,

p. 44):

A maioria das faculdades, agora, reconhece que a melhoria contínua da

qualidade é essencial para a sobrevivência e prosperidade. Com

freqüência isso se reflete nas declarações de missão e nos planos

estratégicos operacionais.

Uma filosofia de gestão com as quais as instituições sentem-se mais

confortáveis é a Gestão da Qualidade Total (GQT), que tem como essência a

melhoria contínua da qualidade e baseia-se, segundo UEA (apud PREEDY et

al: 2006, p. 44), nos seguintes aspectos:

- criação de um clima no qual todos compartilhem a responsabilidade

pelas melhorias contínuas da qualidade;

- um enfoque no cliente;

- gestão por fatos/dados;

- gestão baseada em pessoas.

No entanto, somente inserir a melhoria contínua da qualidade em sua missão e

planos estratégicos não garante as mudanças necessárias para a

implementação da missão proposta.

A criação de uma cultura voltada para a melhoria contínua da qualidade, de

acordo com a UEA (apud PREEDY et al: 2006, p. 45) requer uma mudança

cultural significativa,

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(...) pois deixa-se de ver a qualidade como uma vaga “boa coisa”, da

qual todos falam, para vê-la como uma meta de melhoria contínua, para

a instituição, que envolve a todos –, pessoal de apoio, membros da

corporação, diretor, professores e gestores atendendo às necessidades,

aos requisitos e às expectativas combinadas dos alunos e de seus

patrocinadores (clientes), que podem ser medidos pelo uso de padrões

de qualidade.

Entende-se que o aluno é o principal cliente, sendo os empregadores e os pais

(patrocinadores) clientes secundários. Isso significa que as ações de melhoria

da qualidade visam, primordialmente, a satisfação e o atendimento das

necessidades do aluno.

Portanto, sem uma mudança cultural voltada para a melhoria da qualidade

essa proposta ficará apenas descrita na missão da instituição e não produzirá

os efeitos para os clientes.

A mudança cultural dentro de uma organização, de acordo com a UEA (apud

PREEDY et al: 2006), requer mudanças de atitude e comportamento por parte

de todos os membros da organização, principalmente dos gestores,

demonstrando empenho na melhoria da qualidade. Também, necessita de

pessoas que se comuniquem, assim como ouçam os pontos de vista dos

outros respeitosamente, sendo abertas para críticas e elogios, podendo

identificar dificuldades e sugerir solução para melhoria do desempenho da

organização.

Com isso, a mudança cultural deve ser vista como uma meta de longo prazo.

3.1 Indicadores de Desempenho Acadêmico

Tão importante quanto a mudança cultural na implantação da melhoria

contínua da qualidade nas Instituições de Ensino Superior, é a identificação

das áreas que necessitam de melhoria.

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Segundo JARDON & SILVA (2003, p. 59):

Os programas de pós-graduação já faziam uso de indicadores como

referenciais de qualidade, desenvolvidos pela Capes e pelo CNPq,

cujas avaliações têm orientado investimentos públicos e privados,

nacionais e internacionais, além de servirem com parâmetro para o

desenvolvimento científico e tecnológico do país.

Como as Instituições de Ensino Superior são integrantes do sistema nacional

de educação e determinadas a seguir as orientações e determinações legais

do Ministério da Educação, indicadores passam a fazer parte do conjunto de

critérios que devem ser atendidos pelas instituições para alcançarem os

melhores resultados.

No entanto, as Instituições de Ensino Superior também pode criar indicadores

de desempenho acadêmico, como os apresentados por JARDON & SILVA

(2003, p. 63-64), como os indicadores utilizados na UCB (Universidade Católica

de Brasília):

- indicadores estratégicos: Índices de Resultados Médios Globais e

Índice de Resultados Médios da Graduação;

- indicadores gerenciais: Valor Indicativo de Desempenho Acadêmico

e Tempo Médio de Conclusão de Curso;

- indicadores operacionais: Índice de Satisfação dos Alunos, Média do

Número de Processos Finalizados em Períodos de Matrícula, Índice

de Ocupação das Salas, Taxa de Ocupação dos Espaços de

Aprendizagem e Tempo Médio de Atendimento.

Os indicadores, conforme sua utilização, desempenham papel fundamental na

busca da qualidade. Esses indicadores focam os aspectos de gestão do

negócio e não somente para atendimento às exigências do Ministério da

Educação. No entanto, as exigências do MEC são um importante referencial

para que ações em busca da melhoria da qualidade sejam realizadas.

Outra proposta para utilização de indicadores, feita por ASPINWALL et AL

(2006, p. 57) é a utilização de critérios de sucesso e indicadores de sucesso:

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Todas as avaliações são, de alguma forma, comparativas. Seja de

forma explícita ou implícita, as informações obtidas, por meio de

processos de monitoramento contínuos ou por meio de certas

investigações específicas, incorporarão idéias sobre os padrões ou

critérios pelos quais tal desempenho deve ser julgado e sobre os tipos

de informações que representam evidências de sucesso ou não ao

serem atingidos esses padrões. Esse é o mundo dos indicadores de

desempenho.

Segundo os mesmos autores o desenvolvimento e a utilização de critérios e de

indicadores de desempenho não é uma tarefa necessariamente complexa, no

entanto, muitas medições de desempenham requerem grande quantidade de

conhecimento de especialistas para sua interpretação.

Para o desenvolvimento de indicadores de desempenho ASPINWALL et AL

(2006), propõe alguns questionamentos que devem ser feitos para a

formulação de tais indicadores. Seguem as perguntas relevantes:

- o que se está tentando atingir?

- quais seriam os indicadores de sucesso adequados?

- como os dados devem ser obtidos e processados?

- com que os dados podem ser comparados de forma válida?

- quais as outras informações necessárias para contextualizar

os resultados?

- que conclusões podem ser tiradas legitimamente?

- por qual ação optar?

Todos esses questionamentos têm por objetivos: levar a Instituição para a

identificação e solução de situações-problema; determinar indicadores de

sucesso como meta a serem atingidas e entender que a busca por índices de

desempenho relevantes são alcançados por meio de mudanças

comportamentais na organização.

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3.2 Indicadores de Desempenho Corporativo da IES

Os indicadores de desempenho têm como objetivo mensurar o desempenho

corporativo através dos principais indicadores de desempenho e suas

respectivas metas (alvos mensuráveis). As metas devem ser encaradas como

uma forma objetiva (mensurável) de melhoria contínua.

Abaixo, encontram-se indicadores corporativos, propostos por MACHADO

(2008) para Instituições de Ensino Superior Privadas:

1. Faturamento mensal (C.I.15: Valor do faturamento)

2. Faturamento mensal por funcionário (C.I.: valor do

faturamento/número total de funcionários)

3. Faturamento mensal por aluno (C.I.: valor do

faturamento/número total de alunos)

4. Faturamento mensal proveniente de receitas extras (C.I.:

receita de fontes extras)

5. Rentabilidade do Ativo (C.I.: Lucro Líquido/ativo total)

6. Endividamento geral (C.I.: Passivo circulante + exigível a longo

prazo)/patrimônio líquido

7. Índice de ocupação (C.I.: Total de alunos matriculados/total de

vagas existentes)

8. Índice dos docentes com titulação (C.I.: Titulações de mestre e

doutor/Total dos docentes)

9. Indicador de dedicação (C.I.: Número de docentes com 12

horas ou mais de dedicação)

10. Índice de evasão anual (C.I.: Total de alunos desistentes/total

de alunos matriculados)

11. Índice de alunos por docente (C.I.: Total de alunos

matriculados/quantidade total de docentes

15 Cálculo do Indicador

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12. Índice de alunos por funcionário técnico-administrativo (C.I.:

Total de alunos matriculados/quantidade total de funcionários

técnico-administrativos)

13. Taxa de inadimplência na rematrícula (C.I.: Valor das

inadimplências/faturamento previsto)

14. Taxa de inadimplência mensal (C.I.: Valor das

inadimplências/faturamento previsto)

15. Custo total por aluno (C.I.: Custo total mensal/quantidade de

alunos)

3.3 Planejamento Estratégico

O Planejamento Estratégico é um importante instrumento de gestão, pois

norteia a ações e dá as diretrizes necessárias para o cumprimento da missão

da organização.

Segundo MACHADO (2008, p. 26):

A declaração da missão é uma excelente oportunidade para a IES

deixar claro quais são as razões da sua fundação e os motivos de sua

existência. A idéia é que toda a comunidade (stakeholders16) possa ter

clareza quanto aos “motivos” da organização. A missão tem um caráter

inspirador e motivacional.

No entanto, a declaração dever ser honesta revelando a verdade acerca da

razão da existência da organização e conter mecanismos de atuação e

medição dos parâmetros declarados na missão.

CUTTANCE (2006, p. 24) faz uma reflexão interessante ao tratar o

planejamento estratégico visando o desenvolvimento escolar. Para o autor, os

planos elaborados a partir deste planejamento

16 Palavra, que significa depositários. Pessoa ou grupo com interesse na performance de organização e no meio ambiente na qual opera. (Fonte: Guia do RH, disponível em http://www.guiarh.com.br/dicionario.htm)

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(...)são uma declaração dos principais programas e atividades que a

escola deseja mudar ou melhorar (objetivos); de como essas melhorias

devem ser alcançadas (estratégias); de qual será o seu impacto

(resultados); tudo com o intuito de melhorar os resultados de

aprendizagem para os alunos.

Neste contexto, o autor enfatiza que quando se trata de planejamento

estratégico em uma organização educacional, a melhoria da aprendizagem é

muito importante como meta organizacional.

Outras duas declarações são muito importantes no Planejamento Estratégico

de uma Instituição: a da visão, que trata dos alvos, ou seja, desejos futuros; e

dos valores, que são pilares norteadores do comportamento dentro da

empresa. Com essa declaração da visão, propõe-se um norte para as pessoas

envolvidas, um desafio institucional, um alvo corporativo.

De acordo com MACHADO (2008, p. 29): “A declaração de valores geralmente

é composta por alguns tópicos que a organização gostaria de ressaltar como

sendo comportamentos desejáveis às pessoas e às instituições que se

relacionam com ela.”

A missão, a visão e os valores devem ser divulgados a toda comunidade.

Outro aspecto interessante é abordado por NETO (2003, p. 19):

A antecipação dos rumos e dos impactos das mudanças em curso

torna-se crucial à escolha adequada dos caminhos a serem adotados

(estratégias). As IES que se tornarem mais capazes de identificar

tendências e possibilidades de inflexões no processo de

desenvolvimento da educação podem preparar-se melhor para a

competição, presente e intensa em todos os ambientes.

Entende-se que para o planejamento institucional são necessários, entre vários

aspectos, a análise do contexto em que se encontra a Instituição e a

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observação de tendências que influenciam nas decisões e rumos tomados pela

IES.

Um importante instrumento para a elaboração do planejamento estratégico é a

análise Swot. Isso significa que ao analisar os cenários mundiais, assim como

os cenários regionais que exercem influência nas escolhas feitas pelos atuais e

futuros clientes da IES, que são fatores externos às mesmas, como aspectos

econômicos, novas tecnologias, as organizações identificam oportunidades e

ameaças; ao analisar os aspectos da própria IES e os impactos que esses

aspectos exercem sobre os clientes atuais e futuros, são identificados pontos

fortes e fracos das organizações.

Neste contexto, a idéia central do Planejamento Estratégico é aproveitar as

relações favoráveis (oportunidades mais pontos fortes) e tentar minimizar as

relações desfavoráveis (ameaças mais pontos fracos).

Para as IES particulares MACHADO (2008) enfatiza, que após a análise Swot a

organização deve definir qual o posicionamento competitivo deve ser adotado,

ou seja, como a Instituição vai se posicionar, de forma estratégica, em relação

ao mercado e frente aos concorrentes. O autor apresenta três opções de

posicionamento competitivo: posicionamento competitivo de baixo preço;

posicionamento competitivo de valor agregado e posicionamento competitivo

de atendimento às demandas regionais.

No posicionamento competitivo de baixo preço, a idéia central é o ganho em

escala, ou seja, de acordo com uma maior quantidade de alunos, sendo o

maior desafio o controle de custos baixos. Algumas das soluções encontradas

por IES que utilizam esse posicionamento são: um maior número de alunos em

sala e a baixa titulação dos docentes. Essa última com objetivo de pagar

salários menores.

No posicionamento competitivo de valor agregado, a idéia central é a

excelência no ensino. Essas IES destacam-se por possuir: grande investimento

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na marca; projeção nacional; estrutura de ensino moderna (com uso de

modernas tecnologias); poucos alunos por sala de aula; metodologias de

ensino diferenciadas; rigidez na aprovação de alunos; processo seletivo

concorrido; e credibilidade no mercado empregador.

No posicionamento competitivo de atendimento às demandas regionais, o

objetivo é atuar em mercados regionais ou locais muito bem definidos. Não há

interesse em concorrer com as melhores instituições do país. A pretensão é

atender bem as demandas do seu público-alvo geograficamente definido.

Nesse contexto, a IES pode atender à região escolhida pela oferta de preço

baixo ou pelo valor agregado.

O fato que não se pode ignorar é que independente do posicionamento

escolhido o preço a ser definido deve levar em conta as condições econômicas

do público-alvo.

3.3.1 Plano de Desenvolvimento Institucional - PDI

O Plano de Desenvolvimento Institucional é um documento exigido pelo

Ministério da Educação que deve ser apresentado pelas Instituições de Ensino

Superior como requisito para os processos de regulação e avaliação das

instituições e cursos da educação superior, conforme art. 1º da Portaria

4.361/2004:

Art. 1o Os processos de credenciamento e recredenciamento de

instituições de educação superior (IES), credenciamento para oferta de

cursos de pós-graduação lato sensu, credenciamento e

recredenciamento de instituições de educação superior para oferta de

cursos superiores a distância, de autorização, reconhecimento e

renovação de reconhecimento de cursos superiores, bem como de

transferência de mantença, aumento e remanejamento de vagas de

cursos reconhecidos, desativação de cursos, descredenciamento de

instituições, Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), aditamento

de PDI, além de outros processos afins, deverão ser protocolizados por

meio do Sistema de Acompanhamento de Processos das Instituições de

Ensino Superior - SAPIEnS/MEC.

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No entanto, a edição do Decreto n. 5.773, de 9 de maio de 2006, que dispõe

sobre o exercício das funções de regulação, supervisão e avaliação de

instituições de educação superior e cursos superiores de graduação e

seqüenciais no sistema federal de ensino, exige uma nova adequação dos

procedimentos de elaboração e análise do PDI (Plano de Desenvolvimento

Institucional).

O que se percebe é que não deve ser apenas um documento obrigatório a ser

apresentado ao MEC. Ele é na realidade um Planejamento Estratégico, tendo

em vista, que são necessários na sua elaboração ferramentas de gestão

organizacional. Nesse contexto, é uma importante ferramenta que deve ser

utilizada pela Instituição para o seu desenvolvimento e posicionamento no

mercado, de acordo com as instruções contidas, no artigo 16 do Decreto nº

5.773 de 09 de maio de 2006.

O Plano de Desenvolvimento Institucional – PDI, elaborado para um período de

5 (cinco) anos, é o documento que identifica a Instituição de Ensino Superior

(IES), no que diz respeito à sua filosofia de trabalho, à missão a que se propõe,

às diretrizes pedagógicas que orientam suas ações, à sua estrutura

organizacional e às atividades acadêmicas que desenvolve e/ou que pretende

desenvolver.

MACHADO (2008) também indica um Planejamento Estratégico para cinco

anos, porém com revisões anuais. A cada ano haveria a revisão do

Planejamento Estratégico e a projeção para mais um ano, mantendo-se a

atenção para cinco anos.

A elaboração do PDI deverá explicitar o modo pelo qual o documento foi

construído e a interferência que exercerá sobre a dinâmica da Instituição, tendo

como pressuposto o atendimento ao conjunto de normas vigentes.

É imprescindível, na elaboração do PDI, considerar como princípios, a clareza

e a objetividade do texto, bem como a coerência, de forma a expressar a

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adequação entre todos os seus elementos, de forma a demonstrar a viabilidade

do seu cumprimento integral.

O texto do PDI deverá ser conciso e claro, contendo dados e informações

relevantes para a análise de mérito da proposta e que permitam também, tanto

à IES como ao MEC, identificar e monitorar o cumprimento das metas

institucionais estabelecidas.

Para melhor compreensão das diretrizes propostas, faz-se necessário enunciar

alguns pressupostos básicos, a saber:

- Devem integrar os anexos ao PDI, no caso de faculdades ou

credenciamento de IES nova, os seguintes documentos:

projetos de cursos previstos para o primeiro ano de vigência

de PDI; regimento ou estatuto (ou proposta de), conforme a

natureza da instituição e outros documentos relevantes e

complementares ao PDI, que a IES entenda que devam fazer

parte do mesmo.

- A construção do PDI deverá se fazer de forma livre, para que a

Instituição exercite sua criatividade e liberdade, no processo

de sua elaboração.

Entretanto, os eixos temáticos constantes das Instruções a seguir, deverão

estar presentes, pois serão tomados como referenciais das análises

subseqüentes, que se realizarão por comissão designada pela SESu/MEC e

SETEC/MEC para este fim.

Os itens essenciais na elaboração do PDI são:

I. Perfil Institucional

II. Projeto Pedagógico Institucional – PPI

III. Cronograma de Implantação e Desenvolvimento da Instituição

e dos Cursos (Presencial e à Distância)

IV. Perfil do Corpo Docente

V. Organização Administrativa da IES

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VI. Políticas de Atendimento aos Discentes

VII. Infra-estrutura

VIII. Avaliação e Acompanhamento do Desenvolvimento

Institucional

IX. Aspectos Financeiros e Orçamentários

X. Anexos

3.4 Infraestrutura da Qualidade

A infra-estrutura da qualidade trata das condições necessárias para a

promoção de uma mudança cultural para a melhoria contínua da qualidade

como parte da missão institucional ou para atender efetivamente a missão

apresentada.

A Unidade de Educação Adicional (apud PREEDY et al: 2006, p. 45-46) propõe

que sejam formadas assembléias ou conselhos, com os seguintes objetivos,

entre outros:

• apoiar a missão da faculdade, estabelecendo uma política da

qualidade;

• desenvolver estratégias de implementação para garantir que a

política seja posta em prática;

• estabelecer mecanismos pelos quais as iniciativas específicas para

as melhorias sejam selecionadas e coordenadas;

• garantir que as melhorias sejam medidas, registradas e relatadas

adequadamente;

• garantir que os resultados e os padrões sejam usados e tornados

públicos adequadamente;

• estabelecer mecanismos pelos quais os sucessos possam ser

reconhecidos e comunicados em toda a organização;

• ajudar para que seja incorporada uma cultura para melhoria

contínua em toda a faculdade para garantir que o interesse seja

mantido.

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No entanto, as melhorias e ações descritas acima, não são apenas ações que

visam melhorar a prestação de serviços de apoio à educação. Quando se fala

em melhoria contínua da qualidade das IES, fala-se da melhoria inclusive do

currículo dos cursos oferecidos.

No Brasil, a elaboração dos currículos, suas alterações, melhorias e revisões,

são realizadas por comissões e/ou colegiados dos cursos de acordo com as

Diretrizes Curriculares Nacionais de cada curso, e após serem aprovadas e

tornadas públicas podem ser adotadas pela Instituição. A legislação nacional

também estabelece carga horária mínima para cada curso e período mínimo de

integralização dos mesmos, de acordo com a Resolução nº 2, de 18 de junho

de 2007, respectivamente.

Outro fator importante é a Auto-avaliação Institucional estabelecida pela Lei Nº

10.861, DE 14 de abril de 2004, com o objetivo de fazer com as IES avaliassem

por meio de um instrumento elaborado em conformidade com esta Lei, o corpo

docente, a infra-estrutura oferecida pela instituição que em seu art. 11,

estabelece:

Art. 11. Cada instituição de ensino superior, pública ou privada,

constituirá Comissão Própria de Avaliação - CPA, no prazo de 60

(sessenta) dias, a contar da publicação desta Lei, com as atribuições de

condução dos processos de avaliação internos da instituição, de

sistematização e de prestação das informações solicitadas pelo INEP,

obedecidas as seguintes diretrizes:

I - constituição por ato do dirigente máximo da instituição de ensino

superior, ou por previsão no seu próprio estatuto ou regimento,

assegurada a participação de todos os segmentos da comunidade

universitária e da sociedade civil organizada, e vedada a composição

que privilegie a maioria absoluta de um dos segmentos;

II - atuação autônoma em relação a conselhos e demais órgãos

colegiados existentes na instituição de educação superior.

De acordo com as Orientações Gerais para Roteiro de Auto-avaliação das

Instituições (CONAES, 2004):

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A Avaliação Interna é um processo contínuo por meio do qual uma

instituição constrói conhecimento sobre sua própria realidade, buscando

compreender os significados do conjunto de suas atividades para

melhorar a qualidade educativa e alcançar maior relevância social. Para

tanto, sistematiza informações, analisa coletivamente os significados de

suas realizações, desvenda formas de organização, administração e

ação, identifica pontos fracos, bem como pontos fortes e

potencialidades, e estabelece estratégias de superação de problemas.

A avaliação interna ou auto-avaliação é, portanto, um processo cíclico,

criativo e renovador de análise, interpretação e síntese das dimensões

que definem a Instituição.

3.4.1 Requisitos da auto-avaliação Conforme as Orientações Gerais para Roteiro de Auto-avaliações das

Instituições (CONAES: 2004, p. 7), a adequada implementação e os bons

resultados de um processo de auto-avaliação pressupõem algumas condições

fundamentais, a saber:

a. equipe de coordenação, para planejar e organizar as atividades,

manter o interesse pela avaliação, sensibilizando a comunidade e

fornecendo assessoramento aos diferentes setores da IES, e refletir

sobre o processo.

b. participação dos integrantes da instituição, pois o envolvimento dos

atores – por diferentes que sejam entre si – auxilia na construção do

conhecimento gerado na avaliação.

c. compromisso explícito dos dirigentes das IES em relação ao

processo avaliativo. No entanto, isto não significa que os dirigentes

devam ser os principais membros das comissões instaladas. O

importante é ficar evidenciado que há um apoio institucional para

que o processo ocorra com a profundidade e seriedade necessárias.

d. informações válidas e confiáveis pois, sendo a informação fidedigna

o elemento fundamental do processo avaliativo, sua disponibilização

pelos órgãos pertinentes da instituição é prioritária. Nesse sentido, a

coleta, o processamento, a análise e a interpretação de informações

são essenciais para alimentar as dimensões que a auto-avaliação

quer indagar.

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e. uso efetivo dos resultados. O conhecimento que a avaliação interna

proverá à comunidade institucional deve ter uma finalidade clara de

planejar ações destinadas à superação das dificuldades e ao

aprimoramento institucional. Para isso, é importante priorizar ações

de curto, médio e longo prazos, planejar de modo compartilhado e

estabelecer etapas para alcançar metas simples ou mais

complexas.

3.4.1.1 Dinâmica de funcionamento

Para conseguir eficiência no processo de avaliação interna, é preciso realizar o

planejamento das ações mediante plano de trabalho que inclua cronograma,

distribuição de tarefas e recursos humanos, materiais e operacionais.

A metodologia, os procedimentos e os objetivos do processo avaliativo devem

ser elaborados pela IES segundo a sua especificidade e dimensão, ouvindo a

comunidade, e em consonância com as diretrizes da CONAES.

3.4.1.2 Etapas da avaliação interna: auto-avaliação

Os resultados da auto-avaliação precisam ser submetidos ao olhar externo de

especialistas na perspectiva de proceder a uma avaliação externa das práticas

desenvolvidas. Uma visão externa à IES pode corrigir eventuais erros de

percepção produzidos pela dos agentes internos, atuando como um

instrumento cognitivo, crítico e organizador das ações da instituição e do MEC.

A avaliação externa exige a organização, a sistematização e o inter-

relacionamento do conjunto de informações quantitativas e qualitativas, além

de juízos de valor sobre a qualidade das práticas e da produção teórica de toda

a instituição.

De acordo com a CONAES (2004), a organização deste processo prevê a

ocorrência de diferentes etapas, algumas das quais podem ser desenvolvidas

simultaneamente. As etapas são as seguintes:

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1a Etapa: Preparação

- Constituição de CPA

- Sensibilização

- Elaboração do Projeto de Avaliação

2a Etapa: Desenvolvimento

- Ações

- Levantamento Dados e Informações

- Análise das Informações: Relatórios Parciais

3a Etapa: Consolidação

- Relatório

- Divulgação

- Balanço Crítico

Na auto-avaliação institucional são analisados entre vários aspectos como os

alunos avaliam os serviços prestados pela IES, dos mais básicos até aqueles

que podem ser consideradas vantagem competitiva e fatores críticos de

sucesso.

3.5 Os Desafios da Gestão da Qualidade

A implantação de uma gestão voltada para a melhoria da qualidade, nas

Instituições de Ensino Superior, requer, como todas as metas propostas pela

organização, de um planejamento estratégico. E os desafios tornam-se ainda

maiores em se tratando de Instituições de Ensino Superior Particulares.

Segundo MACHADO (2008), o desafio maior é que o planejamento norteie a

atuação prática da IES Particular, em vez de ser apenas uma bonita peça

encadernada, bem posicionada na estante do dirigente da IES.

No caso das Instituições de Ensino Superior Particulares, pode-se citar como

desafios: a participação efetiva dos mantenedores; o comprometimento dos

funcionários e docentes; a comunicação; a flexibilidade; o controle; a visão

financeira gananciosa. Portanto, alguns a grande maioria desses desafios

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aplicam-se também a Instituições de Ensino Superior Públicas, que também

são avaliadas conforme a legislação educacional e pela forma como é vista

pelo mercado, devido a grande oferta de cursos no setor privado.

Outro desafio, segundo NETO (2003, p. 40) é o papel do professor:

O professor precisa tornar-se também um estudante, desenvolver

habilidades de pesquisa e tornar-se um agente de inovação. A mudança

do perfil dos alunos depende de mudanças socioeconômicas complexas

que implicam uma maior solicitação por parte do setor produtivo de

profissionais das carreiras técnico-científicas. Os currículos devem ser

planejados para desenvolver nos estudantes conhecimentos fundados

na experiência e habilidades técnicas necessárias ao pleno

desempenho profissional.

Apesar dos avanços tecnológicos, o papel do professor é essencial na

formação de alunos com pensamento crítico e com conhecimentos necessários

ao desenvolvimento de um trabalho que atenda as demandas de um mercado

cada vez mais exigente.

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CONCLUSÃO

A Gestão da Qualidade é um meio pelo qual as organizações buscam garantir

a qualidade de seus produtos e serviços, para atender às exigências do

mercado e as especificações técnicas necessárias à sua atuação numa

economia globalizada.

No caso das Instituições de Ensino Superior a gestão da qualidade não é vista

como um departamento específico. Existe para atendimento às exigências do

Ministério da Educação, que possui padrões mínimos de qualidade para o

credenciamento das IES e autorização do funcionamento dos cursos,

inicialmente, e posteriores reconhecimento dos cursos e recredenciamento das

Instituições. No entanto, essas condições são mínimas, não sendo exigido

conceito máximo pelo Ministério da Educação para seu funcionamento.

Conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB – são pilares do

ensino superior: o ensino, a pesquisa e a extensão, ou seja, promover o

conhecimento de forma que sejam aplicados e desenvolvidos conhecimentos

científicos que sejam compartilhados com a comunidade e sociedade a que

pertence a instituição.

Nesse contexto é que as IES são avaliadas pelo MEC, que percebeu que

instrumentos de planejamento estratégico, com análise de todos os aspectos

necessários ao desenvolvimento das IES fossem elaborados pelas instituições

por meio do Plano de Desenvolvimento Institucional – PDI – e que

independente das visitas in loco do MEC, as instituições fizessem e

apresentassem anualmente, um relatório de auto-avaliação institucional. Esses

instrumentos são de extrema relevância para a gestão da qualidade, tendo em

vista que fornecem informações importantes para identificação de fatores de

sucesso e fragilidades que devem ser corrigidas.

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Portanto, a gestão da qualidade não é garantia de vantagem competitiva,

considerando que os clientes precisam perceber e identificar tais vantagens, o

que não ocorre nos casos de atendimentos ao mínimo necessário.

Para obter vantagem competitiva as Instituições precisam ir além das

condições mínimas exigidas pelo Ministério da Educação. Precisam atuar de

forma criativa, promovendo a inovação.

Quando se fala em inovação, entende-se que há de se promover a qualidade

de ensino com o comprometimento dos alunos e professores, com o intuito de

entender a pesquisa como um meio de buscar soluções para problemas

existentes – diversos, previsíveis ou não, e novos –, considerando que no

ambiente de trabalho, as necessidades e variáveis são diversas e o graduado

precisa dos conhecimentos adquiridos na IES e criatividade para atuar de

forma inovadora no mercado de trabalho. A pesquisa não deve ser vista como

algo a ser feito no final do curso para a entrega de um trabalho.

A extensão promovida pela IES aproxima os graduandos da comunidade local,

assim como do mercado de trabalho, dando maior visibilidade às ações

promovidas pela comunidade acadêmica.

Com o avanço da tecnologia e o acesso às informações, a gestão da qualidade

deve fazer parte do planejamento estratégico das IES, mas não é diferencial

competitivo, mas mera condição de existência.

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pessoas que especifica, e nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que

estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da

acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência e com mobilidade

reduzida e dá outras providências. Lex: Brasília, DOU, 03 dez. 2004.

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<http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/legislacao/decreto57731.pdf>

Acesso em: 20 set. 2011.

________. Ministério da Educação. Dispõe que os processos de

credenciamento e recredenciamento de instituições de educação superior

(IES), credenciamento para oferta de cursos de pós-graduação lato sensu,

credenciamento e recredenciamento de instituições de ensino superior para

oferta de cursos superiores a distância, de autorização, reconhecimento e

renovação de reconhecimento de cursos superiores, bem como de

transferência de mantença, aumento e remanejamento de vagas de cursos

reconhecidos, desativação de cursos, descredenciamento de instituições,

Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), aditamento de PDI, além de

outros processos afins, deverão ser protocolizados por meio do Sistema de

Acompanhamento de Processos das Instituições de Ensino Superior –

SAPIENS/MEC. Portaria nº 4.361, de 29 de dezembro de 2004. Lex: Brasília,

DOU, 30 dez. 2004. Disponível em: <http://meclegis.mec.gov.br/

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regulação, avaliação e supervisão da educação superior no sistema federal de

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educação e o Cadastro e-MEC de Instituições e Cursos Superiores e consolida

disposições sobre indicadores de qualidade, banco de avaliadores (Basis) e o

Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE) e outras

disposições. Portaria Normativa nº 40, de 12 de dezembro de 2007. Lex:

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