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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES AVM – FACULDADE INTEGRADA PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU ERA UMA VEZ... UM ESTÍMULO À IMAGINAÇÃO Aparecida Maria de Fátima Coutinho ORIENTADORA: Profª. Edla Trocoli Rio de Janeiro 2016 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

ERA UMA VEZ... UM ESTÍMULO À IMAGINAÇÃO

Aparecida Maria de Fátima Coutinho

ORIENTADORA: Profª. Edla Trocoli

Rio de Janeiro 2016

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Educação Infantil e Desenvolvimento. Por: Aparecida Maria de Fátima Coutinho

ERA UMA VEZ... UM ESTÍMULO À IMAGINAÇÃO

Rio de Janeiro 2016

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AGRADECIMENTOS

Quero agradecer, еm primeiro lugar, а Deus por ter me dado força e coragem pаrа essa longa caminhada.

As crianças dos GREIS – 0, 1, 2, 3, 4, 5 da UMEI, Professora Lisaura Machado Ruas, do Morro da Cocada, Badu, Pendotiba – Niterói/RJ, com elas convivo no dia a dia. Por terem me proporcionado estímulo, incentivo prazeroso de busca e me tornando uma apaixonada pela contação de historia. A elas, meu “muito obrigada”!

A minha família pelo incentivo e colaboração para esse sucesso.

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DEDICATÓRIA

Meus filhos, Cintia Coutinho e Vinicius Coutinho, qυе dе forma especial е carinhosa mе dеυ força е coragem, mе apoiando nоs momentos dе dificuldades.

Aos meus amigos pelo apoio incondicional.

Aos professores pelo simples fato de estarem dispostos a ensinar.

Aos orientadores pela paciência.

Enfim a todos que de alguma forma tornaram este caminho mais fácil de ser percorrido.

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RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo discutir a real importância das

histórias infantis na educação infantil, a abrangência e as possibilidades que

contar histórias proporcionam ao desenvolvimento de todos os aspectos da

criança, podendo ir do enfrentamento de situações no cotidiano até o estímulo

da função simbólica. Através desta pesquisa está confirmada mais uma vez os

benefícios que a contação de histórias traz para as crianças, mesmo àquelas

que ainda não são alfabetizadas. Com o desenvolvimento intelectual, vindo

através da contação identifica-se também que, além de estimular a imaginação

e com a participação das crianças, as habilidades como desenhar, pintar,

escrever e o gosto pela leitura é aprimorado. É importante externalizar que a

arte de contar histórias como ato pedagógico somente dará certo se o

professor se comprometer realmente com a sua prática pedagógica

selecionando as histórias adequadas para cada faixa etária, ter recursos

didáticos remetendo várias linguagens e principalmente, que consigam interagir

com as crianças de forma que estas participem ativamente da história através

de suas dramatizações transformando assim, realmente, o lúdico em uma

constante aprendizagem estimulando os sentidos das crianças.

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METODOLOGIA

Este trabalho foi realizado de forma qualitativa partindo de pesquisas

bibliográficas que serão cuidadosamente selecionadas e darão embasamento

teórico para este tema.

Este tema foi escolhido para que seja um pouco mais conhecido já

que é considerado tão importante para a Educação Infantil, pois se trata de um

grande auxílio no desenvolvimento da criança, para a alfabetização, para o

conhecimento do mundo e para ajudar a conviver com situações difíceis no seu

dia a dia.

Para esta pesquisa usei obras de alguns autores como Piaget

(2002), Fernandes (2003), Antunes (2004), Sisto (2001) e Barreto (2003), além

de leituras de artigos, dissertações e enciclopédia virtual.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

A Origem da Educação Infantil 10

CAPÍTULO II

O Desenvolvimento da Imaginação na Infância 20

CAPÍTULO III

Como Aplicar as Histórias na Educação Infantil 29

CONCLUSÃO 38

BIBLIOGRAFIA 40

WEBGRAFIA 43

ÍNDICE 45

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INTRODUÇÃO

Mesmo com o passar dos tempos, as histórias sempre participaram

da infância junto com o costume de brincar trazendo as invenções, o

imaginário, as fantasias e os anseios da criança ajudando-a a lidar com

aspectos inconscientes.

Quando ouve histórias, a criança alimenta e enriquece sua

imaginação, amplia seu vocabulário permitindo se identificar e se conhecer,

aprende a refletir sendo capaz de aceitar situações que passam na vida

desenvolvendo um pensamento lógico que favorece a memória com o

surgimento do bom humor e da curiosidade natural da criança.

Uma das maiores contribuições da história é fazer com que a criança

entre em contato com os diversos modos de sentir e ver o mundo. Quando a

criança pede para ler a história novamente e novamente, repetidamente, várias

vezes, é porque ela se identificou com a história, com o personagem ou algo

semelhante que está vivendo naquele momento e este é um grande motivo

pelo qual deve-se contar histórias com temas do dia a dia como família que se

desfaz, morte e outros conflitos que podem ser presenciados na vida comum.

A prática da contação de histórias forma a criança em vários

aspectos, inclusive, por incrível que pareça para a cidadania. Muitas crianças

não tem contato com variedade de material para leitura e/ou adultos que

contem histórias, pois se isso acontecesse seria mais fácil sobreviver ao

cotidiano, pois várias histórias são baseadas no dia a dia da sociedade.

Incluir as crianças no mundo das letras é fazê-las conviver com

conhecimentos que não se extinguem. Os contos de fadas e as histórias

infantis não existem somente para esta época ou aquela, ou até mesmo para

uma única cultura, mas é um instrumento ilimitado de vivências com a emoção

facilitando a vida infantil em sociedade, principalmente na escola.

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Por meio da literatura, podem surgir ideias através das emoções e a

criança, combinando sua pequena experiência, poderá até interpretar um

drama e melhorar seu conhecimento. Crianças são vistas com pouca idade

falando desenfreadamente, criando seu mundo de “papai, mamãe e casinha”,

contando suas próprias histórias criadas de uma imaginação fértil, desde um

amiguinho invisível até um pai ou mãe que não existe mais.

No processo de desenvolvimento, principalmente, entre crianças de

4 a 6 anos de idade, em processo de alfabetização, a atividade da contação de

histórias é extremamente importante.

Segundo Vygotsky (2009), o aspecto plástico do organismo é capaz

de conservar e ao mesmo tempo transformar a experiência vivida pelo ser

humano, tendo a imaginação como um elemento da realidade, necessária para

a atividade criadora e indispensável para a existência humana. O fenômeno da

imaginação relaciona-se com a realidade, se apoiando na experiência,

provocando emoções que podem beneficiar o desenvolvimento humano.

No desenvolvimento deste trabalho será conhecida a origem da

Literatura Infantil, assim como citadas algumas histórias mais antigas, isso no

capítulo um. No capítulo dois, como funciona o processo de desenvolvimento

da imaginação infantil, assim como o comportamento da criança durante a

contação de histórias e o quanto é importante esta prática para o crescimento

do seu conhecimento tanto na escola como no dia a dia. No capítulo três será

colocado como funciona a aplicação das histórias na educação infantil

despertando o simbolismo nas primeiras idades.

O primeiro contato da criança com um texto é feito oralmente, através da voz da mãe, do pai ou dos avós, contando contos de fada, trechos da Bíblia, histórias inventadas (tendo a criança ou os pais como personagens), livros atuais e curtinhos, poemas sonoros e outros mais...contados durante o dia – numa tarde de chuva, ou estando todos soltos na grama, num feriado ou domingo – ou num momento de aconchego, à noite, antes de dormir, a criança se preparando para um sono gostoso e reparador, e para um sonho rico, embalado por uma voz amada. (ABRAMOVICH 1997, p. 16, 17).

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CAPÍTULO I

A ORIGEM DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Desde os primórdios da humanidade, contar histórias é uma atividade privilegiada na transmissão de conhecimentos e valores humanos. Essa atividade tão simples, mas tão fundamental, pode se tornar uma rotina banal ou representar um momento de excepcional importância na educação das crianças. (VIEIRA, 2003, p. 8)

É possível que o início da contação de histórias tenha surgido da

necessidade do homem de se comunicar com outros para contar alguma

experiência sua. Não há povo que não se orgulhe das suas tradições, histórias

e lendas, pois é a expressão de sua cultura que devem ser preservadas para

serem mostradas no futuro com orgulho e satisfação. Desta forma está

concentrada a relação entre a literatura e a oralidade.

A maternidade da Literatura Infantil tem sua origem na Índia na

Novelística Popular Medieval. Desde esta época, a palavra ficou na oralidade

do homem como algo mágico que poderia proteger, construir, destruir ou

ameaçar.

Através da tradição oral, as narrativas conhecidas hoje como

literatura primordial foi descoberta com as maravilhas da contação das histórias

medievais e difundidas por todo o mundo durante séculos a. C. A Literatura

Infantil transformou-se em gênero durante o século XVII, época que a

sociedade estava em mudanças valorizando a área artística.

O surgimento da Literatura Infantil tem suas próprias características,

pois aconteceu no mesmo momento em que ocorreu a reorganização da

escola, a mudança do status concedido à infância na sociedade, a descoberta

da prensa e a ascensão da família burguesa. Foi um surgimento emergencial

por causa da associação à Pedagogia, já que as histórias eram elaboradas

para se converterem em instrumentos dela.

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Somente a partir do século XVIII, que as crianças passaram a serem

vistas como um ser diferente do adulto, com características e necessidades

próprias, daí elas foram distanciadas dos adultos para receberem uma

educação especial que as preparassem para o futuro, a Educação Infantil.

1.1. Algumas Histórias Antigas

Existem contos de fadas que pertencem ao imaginário popular mais

rico. Imagina o quão ficaria uma criança assustada ao saber que o Lobo Mau

comeu a Vovozinha? Ou odiando a bruxa que prendeu a Rapunzel na torre?

Segundo Bruno Bettelheim (1903-1990), nenhum tipo de leitura é tão

enriquecedor e satisfatório como os contos de fadas, pois eles ensinam sobre

os problemas interiores dos seres humanos e apresentam soluções em

qualquer sociedade, ou seja, a fantasia ajuda a formar a personalidade e por

isso não pode faltar na educação.

As principais emoções humanas são despertadas em qualquer

época considerando daí a obra como clássica e referência. O que as crianças

mais temem na infância? Um drama existencial que sempre aparece logo no

início de muitas histórias que são referência na literatura é a separação dos

pais.

Para Bettelheim (1980),

A agressividade e o descontentamento com irmãos, mães e pais são vivenciados na fantasia dos contos: o medo da rejeição é trabalhado em João e Maria, a rivalidade entre irmãos em Cinderela e a separação entre as crianças e os pais em Rapunzel e O Patinho Feio (BETTELHEIM, 1980, p. 32).

No passado, a contação das histórias tinha outro propósito bem

claro: mostrar padrões sociais para as crianças. O objetivo das moças

ingênuas era encontrar um príncipe, como A Bela Adormecida e Cinderela. Em

A Polegarzinha, de Andersen, o prêmio final de Dedolina era também o

casamento.

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Já meninas desobedientes, como Chapeuzinho Vermelho,

deparavam com situações dramáticas, como enfrentar o Lobo Mau. Esta

história tinha uma forte moralidade na sociedade rural do século XVII, pois as

camponesas não deviam andar sozinhas, daí é entendido que, naquela época,

as histórias serviam mais para ensinar do que para divertir.

1.1.1. As Mil e Uma Noites

Coleção de contos árabes organizados possivelmente entre os

séculos XIII e XVI. A estrutura funciona como histórias em cadeia, um conto

termina deixando “um gancho” para que o leitor tenha a curiosidade de retornar

a leitura dando continuidade à coleção.

Foi Antoine Galland, orientalista francês, o responsável por tornar

este livro conhecido no ocidente em 1704. Esta obra não é um texto fixo, pois

variou de manuscrito a manuscrito. Árabes foram reunindo e adaptando esses

contos de várias tradições. Assim, os contos mais antigos são possivelmente

do Egito do século XII, agregando contos hindus, persas, siríacos e judaicos.

O uso do número 1001 sugere que põem aparecer mais histórias

ligadas por um fio condutor infinito. Usar 1000 talvez desse a ideia de inteiro,

de fechamento, de que não haveria mais nenhuma possibilidade de outro conto

e essa não é uma característica da obra.

A história conta que o rei persa Shariar foi traído pela sua mulher,

este manda matá-la, e a partir daí resolve dormir cada noite com uma mulher

diferente mandando degolá-la na manhã seguinte, possivelmente para não ser

traído novamente. Recebeu em uma noite uma mulher chamada Sherazade,

que iniciou uma história que interessou ao rei ouvi-la na noite seguinte. A

mulher por sua grande inteligência e habilidade conseguia sempre fazer

ligações em seus contos e deixar o rei curioso para continuar a ouvi-la na noite

seguinte, e assim encantou o rei por 1001 noites, sendo poupada da morte.

Assim, Sherazade sobreviveu graças a sua sábia palavra e a

curiosidade do rei. Ao fim desse tempo, ela já havia tido três filhos e, na

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milésima noite, pede ao rei que não a mate, por amor às crianças. O rei

finalmente disse que a pouparia da morte, mas, sobretudo por causa da

dignidade dela. Fica então a metáfora de Sherazade onde a liberdade se

conquista com a criatividade. A fantasia ajuda a formar a personalidade da

criança.

1.1.2. Aladim e a Lâmpada Maravilhosa

Não existe manuscrito indiano com a história de Aladim anteriores

ao século XVIII. Segundo Antoine Galland, primeiro tradutor ocidental das “Mil

e Uma Noites”, foi um contador de histórias chamado Hanna Diab que narrou

pela primeira vez o conto em sua casa, em 1709, mas somente no século XVIII,

passou a fazer parte dos manuscritos das “Mil e Uma Noites”.

Este conto é difícil de datar, pois na história não existe nenhuma

ação de tempo ou espaço que possa ajudar. Segundo o estudioso René R.

Khawam pode ser que o conto tenha origem na segunda metade do século XI,

entre a história de “Simbad” (fins do século VIII) e as “Mil e Uma Noites”

(compiladas em árabe a partir do século XIII). Outros supõem uma origem

ainda mais antiga, como E. Gáll, que encontrou paralelos com histórias

contidas em papiros da Antiguidade helenística e romana do Egito e com a

prática do roubo de tumbas egípcias, o que fez propor que a história poderia se

originar no século XVII, após a conquista árabe do Egito.

Aladim nasceu na China, entendido na Idade Média árabe como a

parte da Rota da Seda que compreendia a região do Quirguistão e Sinkiang (no

noroeste da atual China). O conto possui diversas edições, mas a maioria delas

preserva o teor central do enredo. Na versão do francês Antoine Galland, que

inspirou as variadas traduções nos diferentes idiomas no Ocidente, o

protagonista Aladim é descrito como um jovem adolescente que se recusa a

aprender o ofício do pai, que é alfaiate, sendo visto pela sua mãe como

imaturo, “ele esqueceu que não é mais criança”. Mesmo depois da morte do

pai, quando tinha quinze anos, ele não se modifica – é travesso e prefere

brincar do que trabalhar. Por isso é descrito como mau e desobediente.

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Aladim não se preocupa com nada até que encontra um feiticeiro ou

mágico que o procurava. Este encontro foi determinante para mudar o rumo da

sua vida. O mago possuidor de muitos poderes e capaz de realizar muitos

feitos, procura Aladim como um ótimo auxiliar para concretizar um serviço

específico – obter uma lâmpada que continha um gênio que realizava todo e

qualquer desejo para ele pedido. A lâmpada serviria para o mago aumentar

muito os seus poderes e ficava guardada em uma caverna em um jardim

encantado, onde além da lâmpada havia muitas joias e moedas de ouro.

O mago pede para Aladim entrar na caverna para pegar a lâmpada e

em troca ele ganharia uma fortuna. O mago para sua proteção deu a ele um

anel mágico. Ele entrou na caverna, pegou a lâmpada e na saída o mago

tentou ludibria-lo e ele acaba ficando preso na caverna com a lâmpada. O

gênio aparece quando Aladim acidentalmente esfrega a lâmpada e concede a

realização de seus desejos.

Um dos desejos de Aladim foi de se tornar um príncipe e casar com

a filha do sultão. Após o casamento, transforma-se em adulto e passa a ser o

governador de seu reino, mas antes enfrenta duas aprovações.

O primeiro é quando o feiticeiro retorna passando-se por um

mercador excêntrico que “troca lâmpadas velhas por novas”, consegue pegar a

lâmpada mágica da mulher de Aladim e ordena ao gênio que transfira o palácio

para sua terra. Por sorte, Aladim guardou o anel mágico, chama seu gênio,

pede que o transporte para a terra do mago, mata-o, recupera a lâmpada e traz

de volta seu palácio.

Tempos depois o irmão do feiticeiro tenta vingar sua morte,

assassinando uma velha, tomando seus trajes e imitando seus modos, engana

a mulher de Aladim e entra no castelo. Aladim avisado pelo gênio mata o

impostor. Enfim, levou uma vida de felicidade até a sua morte.

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1.1.3. Ali-Babá e os Quarenta Ladrões

A história tem sua origem na saga do rei Ali Babádo Sudão. Ele

recusou-se a pagar os impostos ao décimo califa legatário de Bagdá. O rei

rebelde trancou todo o ouro nas montanhas e impediu que os funcionários

fossem à região do Mar Vermelho. Bagdá enviou o seu exército para manter o

seu poder sobre a comercialização do ouro do mundo islâmico e, em cinco

anos, a rebelião foi esmagada. Ali Babá, levado a Bagdá, transportou todo o

ouro escondido por seus homens para o legatário. Uma exibição pública do

grande tesouro e do rei derrotado passou em todas as cidades importantes no

caminho até a capital Samarra e, ao seu retorno, ele deu o ouro aos

necessitados, em todas as principais cidades, ao longo da estrada, como um

bom sinal aos muçulmanos contra quem ele lutou.

A história conta que Ali Babá, um pobre lenhador, encontra com o

tesouro de um grupo de quarenta ladrões, na floresta onde trabalha. O tesouro

encontra-se em uma caverna que abre por magia usando a expressão “Abre, ó

Simsim” (“Abre-te Sésamo”, em português) e fecha usando “Fecha, ó Simsim”

(“Fecha-te Sésamo”). Quando os ladrões saem, Ali Babá entra e pega uma

parte do tesouro e leva para casa.

O irmão rico de Ali Babá, Qassem, pergunta para o irmão a fortuna

inesperada e ele conta sobre a caverna. Qassem vai até a caverna para pegar

uma parte da fortuna, quando, por causa da sua ganancia, esquece as

palavras mágicas e é pego pelos ladrões, que o matam. Como o irmão não

voltou da gruta, Ali Babá vai procura-lo e acha seu corpo, mas não o leva para

casa. Com a ajuda de Morjana, uma esperta escrava da família de Qassem, ele

faz um bom enterro sem pensar em qualquer suspeita sobre a causa de sua

morte. Antes de o enterrarem, Morjana foi a um sapateiro da cidade, vendou-

lhe os olhos e o levou até a casa de Ali Babá. Quando chegaram, ela pediu

para o sapateiro que cosesse o corpo.

Quando os ladrões voltaram, perceberam que o corpo havia sumido

e concluem que alguém sabe do segredo e saem em busca de alguma pista.

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Um dos ladrões se ofereceu para ir a cidade atrás de pistas onde viu o

sapateiro coser um sapato, ele perguntou como conseguia ver com a sua idade

para conseguir coser. O sapateiro disse que tinha bons olhos e que já coseu

até o corpo de um homem. O ladrão pediu para levar ao lugar onde ele havia

feito isso e assim o fez. Chegaram à casa de Ali Babá e o ladrão marcou a

porta com um giz voltando para a floresta. Morjana que estava saindo viu a

marca e estranhou marcando com um giz também as portas de outras casas

da mesma rua.

O ladrão quando contou ao chefe o que fez, levou-o à casa que tinha

marcado, mas viram que também outras casas marcadas, o ladrão foi

imediatamente decapitado por ter falhado na missão. Outro ladrão foi enviado e

fez da mesma forma e Morjana defendeu-se da mesma maneira e outro ladrão

foi decapitado. Até que, finalmente, o chefe foi, pois era mais esperto do que os

outros ladrões e em vez de marcar a porta com giz, fixou-a e estudou todos os

pormenores em volta dela para não esquecer qual era.

Então, o chefe dos ladrões finge ser um mercador de azeite que

precisa da hospitalidade de Ali Babá. Traz consigo mulas carregadas com trinta

e oito odres de azeite, sendo que apenas dois tinham azeite e os outros

escondiam os outros ladrões. Os ladrões planejam matar Ali Babá enquanto ele

dorme. No entanto, Morjana descobre-os novamente e os trinta e oito ladrões

são mortos, nos jarros onde se escondiam, quando neles foi jogado azeite

fervente. Descobrindo que os outros ladrões estavam mortos, o chefe fugiu.

Para se vingar, o chefe dos ladrões estabelece-se como comerciante

e finge-se de amigo do filho de Ali Babá, que agora está na empresa do

falecido Qassem. Logo é convidado para jantar à casa de Ali Babá. O ladrão é

reconhecido por Morjana, que demonstra uma dança com um punhal e termina

por espetá-lo no coração do ladrão. Em princípio, Ali Babá fica irritado com

Morjana, mas quando descobre que o ladrão queria mata-lo, concede a

liberdade a Morjana que se casa com o filho de Ali Babá, terminando a história

feliz para todos.

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1.2. Quem Conta Histórias?

As histórias na educação infantil são fundamentais na formação

educacional da criança, principalmente, no início da escolaridade. Para que a

contação aconteça, o ambiente deve ser todo planejado, pois a criança vai

vivenciar um momento mágico e existe a plena possibilidade dela se identificar

com este momento.

Como é uma atividade extremamente importante para a educação

infantil é interessante que os professores tenham alguns cuidados para

beneficiar e consequentemente propiciar o contínuo crescimento das crianças

no desenvolvimento da linguagem. Como:

1. Através do conhecimento da vivência familiar da criança,

contar uma história que ajude a resolver um problema em

questão, por exemplo, se a criança não gosta de tomar banho

ou não gosta de escovar os dentes, pode aproveitar para

contar alguma história que demonstre para a criança o quanto

é importante tomar banho e/ou escovar os dentes.

2. Em relação às histórias, alguns critérios podem ser seguidos

como, por exemplo, muitas ilustrações, histórias mais curtas

daí menos cansativas onde não se perderá a atenção da

criança, linguagens mais simples porque são mais fáceis de

entender.

3. Não há nenhum problema caso a história se repita, pois o

importante é que seja de bom grado para as crianças. Caso

alguma criança queira escutar esta ou aquela história

novamente, pode-se perguntar o que mais chamou a atenção

e até criar um pequeno debate para depois recontar, pois

assim todas as crianças vão participar mais ativamente da

história, porque estarão entendendo a opinião de outras.

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4. Dentro do possível das outras atividades, a contação deverá

ocorrer diariamente.

1.2.1. Aspectos Fundamentais para a Contação de Histórias

Ao planejar o momento da contação de histórias é extremamente

importante que alguns aspectos sejam considerados:

Local – As histórias não devem ser contadas sempre em sala de

aula, muito pelo contrário, devem acontecer em locais diferenciados como

jardim, quadra de esporte, degraus de escadaria, sentados no chão em um

ambiente bem aberto, entre outros. Se possível escolher um local mais

parecido da história porque facilita a “viagem” da criança.

Posição – O posicionamento do contador deverá ser próximo das

crianças e de forma que todas possam ver o livro na intenção das ilustrações e

possam acompanhar a dramatização do contador, em uma posição confortável.

Motivação – O professor pode escolher em deixar em suspense o

momento da contação e qual história será contada pois, ele estará aguçando a

curiosidade da criança, assim como motivando que o momento aconteça de

forma esperada.

Como contar a história – É importante que o professor conheça a

história, pois assim contará com suas próprias palavras utilizando de uma

linguagem simples e tom moderado de forma que todas as crianças possam

ouvir de forma agradável e clara.

Momento correto – Não deve existir um horário específico para o

início da contação. O professor pode utilizar qualquer momento da aula para

aproveitar uma situação e começar uma história que encaixe naquele momento

a fim de surpreender a criança de forma agradável e contribuir no seu

amadurecimento.

Mesmo que o professor tenha cumprido todo o planejamento, é bem

possível que nem sempre ele consiga manter as crianças com atenção na

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história que está sendo contada. Crianças se dispersam por qualquer motivo.

Quando isso acontece, o professor pode buscar a atenção das crianças

fazendo perguntas sobre a história, fazendo com que elas participem mais

ativamente do momento interagindo e vivenciando com a história que está

sendo contada.

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CAPÍTULO II

O DESENVOLVIMENTO DA IMAGINAÇÃO NA INFÂNCIA

Não existe caixinha de surpresas maior do que a imaginação infantil,

de lá saem muitos pensamentos, ações e comentários, às vezes, muito

engraçados. Tudo que é dito pela criança deve ser respeitado para não reprimir

a sua imaginação. Para Ferreira (2007),

As histórias ilustradas e cantadas são de grande incentivo e encantamento para torna-las mais atraentes e fáceis de serem assimiladas. A contação de histórias é um aponte que liga uma criança para a leitura, ao ouvir uma história a criança desenvolve a linguagem e isso ajuda bastante na fase da escrita, despertando o senso crítico e fazendo a criança viajar em seus pensamentos. O contar histórias, passa a ser um instrumento importante para estimular a leitura, pois acelera no desenvolvimento da linguagem e deixa a criança mais perto do desenvolvimento da escrita (FERREIRA, 2007, p. 9).

No mundo agitado que vivemos é muito difícil e complicado parar

para dar atenção ao que as crianças dizem. Entretanto essa atenção é

extremamente importante, é o momento valioso para o desenvolvimento da

criança, pois a imaginação está diretamente ligada à criatividade e é

necessário ser criativo para se destacar na sociedade.

Deve-se ouvir o que a criança diz, não julgue antecipadamente e

nem desmereça a história contada. A criança deve ser, não só durante a

contação de histórias, mas o tempo todo estimulada através de perguntas e

sugestões; ao final, é importante ajudar a criança a distinguir qual parte é real e

qual parte é imaginária. Essa troca de informações reais ou imaginárias é um

ótimo momento para introduzir o que é certo e o que é errado.

2.1. O Amiguinho Imaginário

A partir dos três anos, a criança já é capaz de simbolizar, isto é,

fazer uma imagem mental. Essa capacidade é maravilhosa, pois se torna

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possível pensar em muitas coisas unindo o que aprendeu e viu com sensações

e sentimentos.

É muito prazeroso ouvir histórias, então a criança une a história com

personagens que não estão ali na realidade, mas que precisam existir para que

a história se torne mais real na imaginação. Outras vezes, cria-se um amigo

dentro de uma brincadeira para trazer o conforto de uma companhia ou ocupar

o lugar de alguém da família que no momento da brincadeira não pode estar.

O amigo imaginário também aparece para a criança exercitar

diálogos imitando os adultos. Alguns minutos ouvindo a criança conversar com

o seu amiguinho imaginário percebe-se que ela repete palavras, expressões e

até mesmo frases inteiras de pessoas ou de situações que vivenciou.

É comum a criança criar este amigo imaginário numa situação de

mudança de rotina, pois pode ter gerado uma ansiedade sem o normal controle

e no diálogo com o amigo imaginário esta angústia pode ser externalizada

confortando a criança. Essa é uma das formas da criança enfrentar seus

medos ou expressar seus sentimentos. Quando for percebido que o amigo

imaginário está participando da brincadeira, a naturalidade por parte do adulto

é extremamente importante além de, quando for possível, a abordagem dos

temas da brincadeira pode ajudar a resolver o possível conflito.

Imaginar é evocar seres, coloca-los em determinada situação, fazê-los viver como se quer. É criar um mundo a seu bel-prazer, libertando-se. Tudo é possível. Tudo acontece (...). Na vida cotidiana, imaginar é uma atividade paralela à ação que exercemos ligadas à realidade. A imaginação é um processo. O imaginário é seu produto (POSTIC, 1993, p. 13).

Nem os pais e nem os professores devem se preocupar com o

amigo imaginário, pois ele é apenas um personagem com o qual a criança dos

três aos seis anos, mais ou menos, conversa, brinca e, às vezes, até briga.

Isso é normal e faz parte do desenvolvimento infantil.

Os pais podem perguntar o nome do amigo, a idade e permitir que a

criança fale dele. Entretanto, algumas crianças usam o amigo imaginário para

solucionar problemas que elas não sabem resolver sozinhas, por exemplo, ela

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deixa de comer para dar ao amigo, já que não gosta ou tem preguiça de comer.

Outro: quando quebra algo em casa, coloca a culpa no amigo e até mesmo

guarda um lugar separado no sofá da sala para o amigo assistir televisão. Não

é correto usar o amigo imaginário para conseguir alguma coisa da criança, pois

ela pode chatear-se e o simbólico se apagar atrapalhando ou retardando o seu

desenvolvimento que ia tão bem.

Outra questão que merece atenção dos pais é a criança que não

possui amigos reais, apenas os imaginários. Crianças gostam de crianças e se

a criança não tem amigos ou fica isolado em uma festa infantil, algo pode estar

acontecendo com as relações interpessoais desta criança, e isso precisa ser

visto com a família, pois o isolamento pode gerar sofrimento.

2.2. Em Qual Fase da Vida a Criança Começa a Usar a

Imaginação?

A primeira brincadeira de todo bebê é o “esconde-aparece” que os

pais fazem. Com um aninho pode-se perceber que a criança começa a aguçar

sua imaginação brincando de segurar a boneca para ninar ou o barulho do

motor do carro. Aos dois ou três anos, a brincadeira mais importante é do “faz-

de-conta”, então o controle vira carrinho, a colher vira aviãozinho.

O primeiro contato da criança com um texto é feito oralmente, através da voz da mãe, do pai ou dos avós, contando contos de fada, trechos da Bíblia, histórias inventadas (tendo a criança ou os pais como personagens), livros atuais e curtinhos, poemas sonoros e outros mais... contados durante o dia – numa tarde de chuva, ou estando todos soltos na grama, num feriado ou domingo – ou num momento de aconchego, à noite, antes de dormir, a criança se preparando para um sono gostoso e reparador, e para um sonho rico, embalado por uma voz amada (ABRAMOVICH, 1997, p. 16-17).

A criança já consegue se expressar melhor por meio da linguagem

oral e a família participa muito mais porque ocorre a troca efetiva. Os pais

percebem que a imaginação está “a todo vapor” quando a criança transforma

qualquer objeto em brinquedo para sua diversão.

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A imaginação vai surgindo conforme a criança se torna capaz em

pensar em algo significativo para ela. Contar uma história ou cantar uma

cantiga dizendo que “a cuca vai pegar” não faz sentido porque ela não entende

o que é dito dependendo da idade e de suas experiências ao brincar.

A idade varia dependendo da vivência com histórias, brincadeiras e

objetos para diversão, onde a criança já mostra que é capaz de imaginar

quando ela escuta uma história transformando em imagens aquilo que foi

ouvido, podemos contar historinhas que ganham sentido, significado e que

divertem muito os pequenos e que fazem com que usem a criatividade

contando suas próprias histórias. E que histórias!

A criança pequena não sabe diferenciar o real do imaginário. Desde

bebê é estimulada a criar e imaginar, então conta-se histórias de contos de

fadas, são mostrados desenhos da televisão e brinca-se de faz-de-conta.

Conforme ela vai crescendo, os adultos já vão demonstrando “as realidades”. A

missão de ajudar a criança a distinguir o imaginário do real é extremamente

importante e deve-se tomar o maior cuidado para não chocar os fatos na mente

da criança. Quando a criança veste a fantasia do seu super-herói favorito,

pensa realmente que é ele, que tem a força dele, a inteligência dele e que sabe

voar pela janela como ele. Por isso deve-se conversar com os pequenos de

forma clara e carinhosa, sem quebrar a emoção vivida pela criança.

2.3. Como a Imaginação Evolui em Cada Fase da Criança?

A criança, até seus três anos, faz de brinquedo tudo que está a sua

volta e tudo que a pertence, por exemplo, as panelas da cozinha, as almofadas

do sofá, a colcha da cama, as cadeiras da sala, os sapatos da mãe e do pai.

Todos os objetos se transformam e ganham outras utilidades, enquanto tocam,

percebem sensações, de frio e quente, liso e rugoso, o som produzido pelo

objeto. A criança precisa desses objetos reais para criar as suas brincadeiras.

Peças para empilhar ou para encaixar estimulam ações motoras, exploração do

ambiente e desafios. Nesta fase os adultos são os maiores incentivadores da

imaginação infantil, pois eles entram na fantasia e se tornam um pouco criança

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também, mudam a voz e assumem um personagem. Os brinquedos e os

objetos ganham vida e elas realmente acreditam nisso. A panelinha tem

comida de verdade e o cavalinho está cavalgando mesmo! Mais tarde ela

percebe que a boneca não sente mais frio ou calor!

As histórias começam a ganhar sentido dos três aos cinco anos.

Mais personagens são introduzidos com mais criatividade e ação. As crianças

sentem a necessidade de utilizar objetos de casa para participar de sua

fantasia, então compõem cenários utilizando cadeiras com lençóis, móveis

como pistas de corrida e outros. Nesta fase, as crianças podem convidar os

adultos para participarem das brincadeiras.

Todo contador de histórias foi marcado, de alguma forma, pela literatura. Provavelmente porque leram ou contaram histórias para ele na infância. Ou porque aprendeu a brincar com as palavras e aprendeu a “descascá-las”, e vislumbrou a possibilidade de construir outro mundo através da ficção (SISTO, 2001, p. 39).

As histórias ganham sentido, coerência e finalidade dos seis aos oito

anos. As crianças desenvolvem temas como medo, raiva, amor e guerra dentro

das histórias. Imitam personagens de novelas, de desenhos, de filmes.

Distribuem papéis para as brincadeiras entrando em acordo ou discórdia sobre

tais papéis. Nesta fase, a credibilidade dos heróis é muito grande. As meninas

querem ter a beleza e ser a Barbie e os meninos querem ter os poderes do

Homem-Aranha. A escolha dos personagens acontece pela identificação das

crianças com eles, o que mais lhe foi atrativo.

As crianças passam a unir a imaginação com aventuras reais aos

sete ou oito anos. Querem vivenciar emoções para soltar a imaginação e

brincar para valer. Os amigos imaginários foram embora e assumem os amigos

reais para compartilhar as aventuras.

2.4. A Imaginação Pode Ser Perigosa?

As brincadeiras fantasiosas sempre vão contribuir para o

desenvolvimento infantil de forma geral. Contudo, a imaginação infantil pode

ser perigosa em situação em que a criança não consegue perceber que suas

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ações lhe trarão prejuízos, às vezes, até fatais. “É ouvindo histórias que se

pode entrar em contato com diversas emoções como alegria, a raiva, a

insegurança, a tranquilidade e tantas outras causadas pelas narrativas”

(ABRAMOVICH, 1997, p. 21).

Brincar de comer plantinhas do vaso da mamãe ou não prestar

atenção na aula porque o lápis virou um aviãozinho são exemplos de prejuízos

para as crianças que não tem controle sobre sua imaginação ou não conhecem

o momento de brincar, com o que brincar ou como brincar.

Os pais e professores devem conhecer a criança o bastante para

saber se ela está bem ou não. É preciso ter atenção aos passos da criança,

seja na brincadeira no fundo do quintal, ou seja, fazendo acompanhamento

escolar. Na maioria das vezes não é uma bronca que a criança precisa, mas a

compreensão de seus gestos e um diálogo bem afetivo.

2.5. O que o Mundo Irreal Ensina para as Crianças?

Quando pequenas, as crianças incorporam modelos de situações

vivenciadas ou vistas na televisão, reproduzindo gestos e reinventando

situações. Se a criança assiste as brigas em família, as brincadeiras vão

envolver agressividade e dependendo da idade da criança, essa reprodução

aparece na escola, com mordeduras, chutes e empurrões sem motivo.

O faz-de-conta sadio, aquele que representa momentos prazerosos,

contribui para a formação intelectual da criança, como se fosse um ensaio da

vida real. Crianças pouco imaginativas consequentemente são pouco criativas,

então é necessário brincar muito e escutar muitas histórias, até pode ter

computador, DVD ou jogos de regras, mas a brincadeira lúdica é extremamente

importante, aquela que histórias são criadas e objetos são transformados para

compor a brincadeira. Acredita-se que algumas crianças nos tempos de hoje

possui grande dificuldade na escola, como na elaboração de textos, pois não

brincaram usando a imaginação exercitando pouco a criatividade, passaram

grande parte do tempo utilizando-se de jogos programados.

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Com o mundo irreal, as crianças podem aprender a trabalhar a

frustração, a ser mais criativa na resolução de problemas e desenvolver melhor

a sua linguagem oral e corporal e principalmente a lidar com o outro, seja real

ou imaginário.

2.6. Um Pouco de História para Entender Melhor o Papel da

Literatura Infantil na Formação de Leitores

Para entender o lúdico em relação à leitura, inicialmente, é

importante conhecer a formação dos leitores advindos do papel da Literatura

Infantil, extremamente importante à fase da infância em nossa sociedade.

Inicialmente, a literatura dos livros foi pensada apenas para atender

aos adultos obedecendo aos costumes da época e à igreja. A comercialização

de livros era quase nenhuma. Com o desenvolvimento do pensamento em

relação à existência de crianças que antes eram pensadas como adultos em

miniatura, segundo Àries (1981), mas modificada a partir dos séculos XVII e

XVIII, período em que a criança passou a ser percebida como um ser que

necessita de cuidados e saberes e daí o conteúdo dos livros passaram a se

preocupar com o público infantil, sendo criados a partir daí os primeiros

volumes de contos de fadas e histórias folclóricas. “Somente por meio da

veiculação de livros infantis e o despertar pelo interesse em sua leitura é que a

produção desses materiais literários se expandiu” (MATTOS, 2009, p. 32).

No século XX, a literatura passou a ter como objetivo educar. Tal

mudança corroborou para o distanciamento da leitura por prazer, aplicada de

forma lúdica que despertasse a imaginação da criança (CASTRO, 2008, p. 25).

A partir dos anos 70, o Brasil teve uma enorme contribuição de escritores preocupados com a imaginação infantil, dentre eles, pode ser lembrado Monteiro Lobato com suas fantásticas histórias que deixavam e deixam até hoje, as crianças e os adultos deslumbrados com os encantos do Sítio do Pica-Pau Amarelo. Suas inúmeras obras proporcionaram o acesso ao mundo leitor de modo lúdico, uma vez que, possibilitavam a reflexão do sujeito mediante sua vivência social (CASTRO, 2008, p. 26).

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2.7. O Lúdico e a Leitura

Nos dias atuais a ludicidade tem sido um tema por demais debatido

nas escolas, pois os estudiosos chegaram à conclusão de que a brincadeira e

a leitura possui um caráter extremamente educativo.

A importância da ludicidade no processo ensino-aprendizagem

auxilia as crianças a formar seus próprios conceitos, estar mais perto dos

outros, desenvolver relações lógicas, além de sentir prazer no momento da

aprendizagem. A atividade lúdica passou a fazer parte da metodologia do

professor como recurso pedagógico, pois traz benefícios indescritíveis para as

crianças estimulando o pensamento, ampliando o interesse pela leitura,

projetando o prazer pela aprendizagem, provocando a vontade de aprender e

construindo um novo conhecimento.

O lúdico existente na literatura infantil faz surgir a fantasia e, através

da imaginação, a criança mergulha no mundo do faz-de-conta comparando

com situações de seu dia a dia. A relação que ela faz entre o imaginário e o

real auxilia imensamente na aprendizagem de vida, respeitando as diferenças

sociais e, principalmente aprendendo a conviver com o outro.

A motivação da leitura deve iniciar-se em casa, do mesmo modo que

são incentivados os hábitos comuns como brincar no computador, jogar bola,

ver TV e outros. É muito importante que no inicio do processo de leitura todas

as pontuações e as diferenciações observadas pela criança, desde o simples

comentário em relação às imagens até a invenção de algum texto divergente

ao que esteja contado, seja valorizado para que em outro momento da história

a criança possa perceber por ela mesma a diferença entre o imaginado e o

escrito, como observa Castro (2008):

Existem dois fatores que contribuem para que a criança desperte o gosto pela leitura: curiosidade e exemplo. Neste sentido, o livro deveria ter a importância de uma televisão dentro do lar. Os pais deveriam ler mais para os filhos e para si próprios (CASTRO, 2008, p. 1).

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A curiosidade não é uma característica nata do ser humano, mas

dela depende a descoberta de saberes aprendidos através da experimentação,

não menos importante a importância do exemplo, formalizando a concepção de

que pais e professores devem ler também para que o gosto pela leitura

acentue-se e desenvolva-se com eficácia, visto que as crianças tomam seus

contadores como modelo e passam a imitá-los.

A contação de histórias é uma prática antiga e não há no mundo

quem não tenha ouvido ou contado algo da vida, de histórias fantásticas ou

dramáticas, pois faz parte da vida de todos, os atos de ouvir, falar e até mesmo

viver a história. Todo conhecimento, por menor que seja, possui seu ponto de

importância porque a criança gosta de ouvir, mas também gosta de contar e

falar sobre situações que viveu.

Contar história é descrever um mundo mágico incrível onde tudo é

possível e tudo acontece. O mundo como é narrado na história faz toda a

diferença, pois aproxima o ouvinte da ludicidade, proporciona momentos

agradáveis e estimula a compreensão e a imaginação.

O bom contador de histórias conhece a sua história de cor e salteado. Tem linguagem acessível às suas crianças e escolhe suas histórias levando em conta a faixa etária que pretende atender. Já que contar e ouvir histórias é um momento especial, o contador de histórias modifica o ambiente físico da sala, tornando-o mais acolhedor e propiciando um contato mais próximo com as crianças. Sua voz tem sempre a sonorização, a emoção de cada personagem. Para que um trabalho cercado de cuidados não se perca, é necessário que haja bastante cuidado com o espaço de tempo no qual se contará a história, para que a criança mantenha seu interesse na atividade desenvolvida, evitando projetar sua atenção a outras situações (BARRETO, 2003, p. 4).

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CAPÍTULO III

COMO APLICAR AS HISTÓRIAS NA EDUCAÇÃO

INFANTIL

Segundo Piaget (2002) o desenvolvimento do ser humano é uma

passagem de um indivíduo de menor equilíbrio para o maior equilíbrio, dando o

nome a este processo de equilibração progressiva e que a atividade mental

não pode e não está separada do funcionamento total do organismo. O autor

acredita que o desenvolvimento ocorre através da interação do meio físico e

social e possibilita uma constante adaptação da realidade externa com a

interna, considerando o desenvolvimento afetivo.

As histórias infantis são utilizadas geralmente pelos adultos interlocutores (sejam pais, professores ou terapeutas) como forma de entretenimento ou distração, já que, pelo senso comum, frequentemente a criança sempre demonstra um interesse especial por elas, seja qual for a classe social à qual pertença. Especificamente em se tratando da aquisição da leitura e da escrita, essas histórias podem oferecer muito mais do que o universo ficcional que desvelam e a importância cultural que carregam como transmissoras de valores sociais (SIMÕES, 2000, p. 23).

Conforme o desenvolvimento da criança ocorre uma maior

participação dela na realidade e isso melhora cada vez mais com a sua

capacidade de representação e de interação. Para que haja esta construção

progressiva da inteligência é necessário conhecer a necessidade da Função

Simbólica, pois esta cria o intercâmbio entre as necessidades internas e o

aprendizado didático.

A ação da contação de histórias sempre fez parte do cotidiano

independente da classe social ou da cultura passando de gerações a gerações

encantando com muita magia e beleza. A origem das histórias e os gêneros

literários são diversos, mas ambos com a mesma função: atender aos anseios

e à imaginação a fim de responder dilemas como perdas, angústias, medos,

alegrias etc.

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Quanto mais a criança se expressar pela arte, maior vivência terá de si mesma, despertando para a conquista da saudável autoestima e desenvolvimento da sua autonomia. O impulso criador é ativado, analisando temores e medos para a construção de um sujeito emocionalmente mais equilibrado. Amarras parecem se dissolver, permitindo que a personalidade se desenvolva na sua multiplicidade de fatores psíquicos afetivos e cognitivos, além das diversidades das expressões verbais e não-verbais, em que a expressão artística da literatura (contos) e das artes plásticas ocupa um lugar de grande relevância (VAL SILVEIRA, 2010, p. 20).

Existem discussões e reflexões sobre a origem da Literatura Infantil,

mas todas indicam em direção à compreensão da leitura para a aprendizagem

capacitando as crianças em ler e escrever. As histórias lidas nas práticas de

aprendizagem como procedimento didático em escolas infantis utilizam a

mesma linguagem do inconsciente (linguagem simbólica) mencionada como

parte do desenvolvimento humano e chamada de Função Simbólica, atuando

diretamente na criança não precisando de explicações e nem de

esclarecimentos. A criança forma em sua “cabecinha” imagens que

conversarão com os personagens das histórias que ouvem.

3.1. Função Simbólica

A criança, através da Função Simbólica, entende a linguagem dos

símbolos que está contida nas histórias proporcionando o que pode ser

chamado de “viagem” ao seu imaginário e inconsciente. Todas as crianças

precisam do lúdico para entender o mundo, e ouvir histórias é um meio seguro

de compreender e traduzir este mundo, além de facilitar o entendimento dos

seus sentimentos que não sabem definir, mas sabem que existem.

3.2. A Origem da Literatura Infantil

Segundo Fernandes (2003), a literatura infantil funciona como um

jogo em torno da linguagem e pode suscitar o prazer e emoções, além do

divertimento.

O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998)

coloca em destaque a importância das diversas situações de leituras para o

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domínio da linguagem, considerando assim o momento das histórias como um

procedimento pedagógico para a percepção da função social que a leitura, o

livro e as histórias têm para facilitar o entendimento do oral e do escrito. O livro

é um meio de diversão para as crianças, além de fonte ilimitada de formação e

conhecimento através dos momentos da contação de histórias.

Conforme Antunes (2004), as crianças esperam dos livros o objetivo

de ser atrativo e mágico como são as histórias que ouvem e participam no

momento da narração. Neste momento ocorre a vontade de explorar as

diferentes linguagens, do contar, ouvir e criar outras histórias.

3.3. Em uma Sala de Aula de Educação Infantil, a Importância

da Leitura Literária

O educador tem um grande desafio em relação às mudanças na

sociedade e é na escola que a criança tem maior tempo para contatar os

contos infantis criando daí sua independência perante a um adulto quando esta

alcança a capacidade da leitura.

A leitura tem que ser algo feito com prazer, nunca como se fosse um

sacrifício que não acaba nunca. Tem que ser um ato desejado, como se a

criança sentisse o quanto este faz falta. Segundo Cavalcanti (2009), “como se

fosse o pão para a boca”.

Para Cavalcanti (2009), o leitor infantil pode ser muito facilmente

envolvido pelo momento de ouvir a história, desde que este momento seja bem

conduzido. Pensando nisso, para narrar a história de forma sedutora,

prazerosa e envolvente o contador – no caso o educador – precisa ser

apaixonado pelo mundo do faz-de-conta, pois estar comprometido afetivamente

com a narrativa é ponto principal, isso porque a história precisa ser contada

com sentimento, entrega e partilha.

De acordo com Cavalcanti (2009), o bom contador de histórias é

alguém que possui a virtude natural para fazer da palavra o canto mágico das

narrativas. Dessa forma pode-se dizer que a história leva a criança para um

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passado misterioso, o instiga para o futuro onde se pode viajar pelas galáxias,

ou seja, é possível ir até onde sua imaginação o levar.

Quando uma leitura é realizada ou uma história é contada é feito

através de um gesto voluntário para levar ao prazer mantendo em sintonia com

a descoberta de algo novo. O gosto pela leitura é provocado pelo afeto e pelo

prazer que são recursos a serem buscados dentro da criança para a inclusão

do hábito de ler nas escolas que, chegando aos nossos pequenos leitores, se

tornarão em futuros leitores apaixonados e comprometidos.

Sobre o ponto de vista de Costa (2007) acrescenta que cabe não

esquecer que todo o trabalho de formação de leitores para a literatura não

pode, em momento algum, menosprezar ou deixar em segundo plano o papel

do professor enquanto mediador e enquanto exemplo de leitor, pois “aprender

a ler requer que se ensine a ler”, tarefa importante para o educador ao inserir a

leitura literária como caminho de transformação e conhecimento e de forma

prazerosa.

3.4. O Hábito da Leitura na Educação Infantil na Construção do

Conhecimento

O professor pode começar a resgatar os contos de fadas e suas

próprias histórias para contar oralmente para os demais. Assim, o hábito da

leitura torna-se uma forma de construção de conhecimento mesmo antes de

saber ler, a curiosidade é aguçada mesmo antes de segurar um livro, pois ouvir

estas histórias antes de aprender o ato da leitura é uma forma de treinar a

relação com o mundo, fazendo o momento de contar, recontar, inventar, criar,

ativar o estímulo da importância da leitura.

Oliveira (2009) acrescenta que a criança que desde cedo entra em

contato com a obra literária, terá uma maior compreensão de si e dos outros,

desenvolvimento seu potencial criativo e ampliando novos horizontes da cultura

e do conhecimento, dessa maneira, sua visão será melhor em relação ao

mundo e da realidade em torno dela.

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Certamente, por este motivo que a autora Oliveira (2009) relata que

a literatura infantil deveria estar presente na vida das crianças da mesma forma

que a mamadeira sempre quando pequenas, pois ambas cooperam para o

desenvolvimento, ou melhor, um é o alimento para o desenvolvimento físico e o

outro para o desenvolvimento intelectual e afetivo.

Para os adultos fica a reflexão do quão é importante o ato de contar

histórias no desenvolvimento da educação infantil, pois para as crianças desde

seus primeiros anos de vida é uma prática construtiva que desperta dentro de

cada uma delas o gosto pela leitura e a ampliação de seu conhecimento, pois

suas imagens iluminam o problema relativo à vida, esse é o papel do conto

com sua linguagem figurada e emocional.

Assim na Educação Infantil, com a contação de histórias, a criança

pode ampliar e adquirir novas experiências pessoais. O educador tem o papel

fundamental de, ao poucos, apresentar, oferecer e inserir o livro para as

crianças, considerando que esse instrumento é de extrema importância para

transformar o universo infantil no suporte para manifestar a imaginação e

estimular a criatividade.

Na família, a criança conheceu o maravilhoso mundo dos contos

através de seus pais, mas é na escola que a criança começa a ter um contato

maior com a leitura onde aparece a importância de contar histórias e a prática

docente, a interação é o que iniciará o trabalho, pois a escolha da história

funciona como uma chave mágica influenciando no universo infantil, unindo

uma criança às outras.

Conforme Costa (2007),

Concentrar o ato da leitura no espaço escolar é reconhecer o efeito enriquecedor que se manifesta em cada pessoa, assim esperamos que o trabalho com a leitura literária pudesse produzir resultados eficazes e amadurecidos, pois as crianças, ao manusear o livro ou o objeto de leitura, tornam-se capazes de identificar a imagem e estabelecer uma relação direta com a linguagem, sendo muitos os benefícios que esse contato pode desenvolver, estimulando a memória e a capacidade de construir as informações por meio da fantasia vivendo um mundo repleto de conhecimentos (COSTA, 2007, p. 56).

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Compreendendo que as obras literárias fazem parte de um extenso

universo relacionado à arte da palavra e do imaginário mostra-se para o adulto

a importância de conquistar nas crianças o gosto pela leitura, é importante

demostrar como acontece o trabalho com a leitura de histórias na educação

infantil, auxiliando o educador neste importante exercício.

Alguns passos são importantes, por exemplo: ler em voz alta ajuda a

despertar a sensibilidade da criança para diferentes formas de linguagem e

auxilia a desligar-se de outras fontes de estímulo, mantendo-se concentrada na

mesma atividade por um longo período de tempo, não se pode esquecer da

importância da expressão “era uma vez...” onde é passada a ideia de algo que

acontecia, mas que não acontece mais, demonstrando a existência do

passado, do presente e do futuro, colocando ordem no mundo da leitura a fim

de distinguir a temporalidade.

Abramovich (2009) acrescenta que:

A importância e a necessidade de partilhar experiência de ler, de falar da relação que acontece entre leitor e o livro são maneiras mais eficazes e significativas de trabalhar a leitura, sendo uma atividade fundamental que precisa ser, desde cedo, plena de valor, leitura prazer, leitura para nos acompanhar por toda a vida, leitura fonte abundante de experiências insubstituíveis (ABRAMOVICH, 2009, p. 23).

Pensando como o autor, a leitura literária é um apoio extraordinário

para estimular a leitura na criança, pois o conto de fada permite o envolvimento

dos personagens com o leitor e a situação vivida por eles, assim a criança

experimenta situações reais dentro do imaginário por meio de sua fantasia.

Os educadores precisam dar credibilidade no trabalho da leitura

literária na educação infantil e ainda recorrer às informações que proporcionam

prazer, descontração e aprendizagem inseridos na leitura, como o humor e as

ilustrações dos livros devidamente escolhidos por eles. O humor, ao contar

uma história, pode ser considerado como a forma que as pessoas têm de

encarar o mundo de uma forma mais agradável e até engraçada, daí os

autores criam histórias totalmente engraçadas.

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Obras engraçadas e imortais como “Sítio do Pica-Pau Amarelo”,

criada por Monteiro Lobato, onde um sabugo de milho pode falar e a boneca de

pano ganha vida, entre outros personagens que vivem a aventura incomum. O

mundo da literatura conhece Ziraldo como seu “Menino Maluquinho”, uma obra

ligada a aspectos didáticos, ensinando a brincar de maneira agradável.

Os educadores podem aplicar em sala de aula essa maneira

gostosa e didática de ler e aprender a garantir o hábito e o gosto pela leitura

por parte dos “baixinhos”. Além da leitura comum das histórias, outra forma que

os levam ao mundo da imaginação é a dramatização.

3.5. Uma Metodologia Diferente, a Dramatização Enriquecendo

o Trabalho da Leitura na Educação Infantil

A dramatização dá vida às histórias, contribui para a aprendizagem

socializando e interagindo uns aos outros fazendo uma troca de informações

entre eles mesmos, além de ser uma prática de facilitação para o entendimento

da história ainda colabora com o crescimento cultural através da linguagem

corporal.

Se o educador estiver contando, por exemplo, a história de

“Chapeuzinho Vermelho” e estiver na parte de “ouvi dizer que na floresta existe

um lobo que devora todo o mundo que passe por ali”, as crianças

automaticamente participam da história com gritos e agitações por todos os

lados, até mesmo fazem menção de puxar o livro da mão do educador para ver

ilustrações do lobo, na curiosidade de saber seu tamanho, seu focinho

assustador, isso se deve a entonação e a vida que o contador dá à história.

Para as crianças, é um desafio contar histórias e dramatizá-las,

participar ativamente a fim de firmar a importância de tornar o momento cada

vez mais prazeroso. Durante o processo da dramatização é importante que

todos participem, cada um com sua capacidade e sua criatividade montando o

cenário com os objetos que possuem em sala de aula, apesar de serem

pequenas crianças, são bem inteligentes e criativas capazes de cantar, dançar

e narrar a história de forma extrovertida e empolgante.

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As etapas a serem seguidas para o desenvolvimento até a

dramatização foi a roda de conversa, apresentação de diversas obras literárias

para a escolha da história, a proposta de encenar um conto, a dramatização

onde o teatro é apresentado pelas crianças e, no final, outra roda de conversa

para a troca de experiências uns com os outros e com o educador, este ao

narrar o conto faz as intervenções necessárias para que as crianças brinquem

de teatro sendo os personagens da história, podendo mudar as cenas, as falas,

até o final.

3.6. Outras Histórias, Aquelas que Ficam Dentro de Quadrinhos

As histórias em quadrinhos conquistam até hoje tanto adultos como

crianças, com mais de 100 anos de existência, pois com suas imagens e falas

através dos balões fascinam e dão asas à imaginação, são mais acessíveis ao

público em geral porque tem um custo bem menor estando mais próximos do

consumo popular, além de uma linguagem de fácil entendimento. Segundo

Moya (1972, p. 23) ressalta que “os quadrinhos são a forma de comunicação

mais instantânea e internacional de todas as formas modernas de contato entre

os homens de nosso século”.

As histórias em quadrinhos não são boas nem más, dependem do uso que se faz delas. As histórias em quadrinhos ajudam na alfabetização. Por meio de seus enredos, elas ajudam os leitores a ajustar suas personalidades à época e ao mundo. As histórias em quadrinhos preenchem a necessidade de histórias e aventuras da mente infantil (CARVALHO, 2006, p. 34).

Considerando que as histórias em quadrinhos são uma nova forma

narrativa gráfico-visual, constitui em sua estrutura elementos como:

personagens, tempo, espaço e ação, utilizando uma série de recursos para

representar a fala. Possui em seu conteúdo a linguagem não-verbal (desenhos)

e a verbal (textos). Vergueiro (2009a, p. 50) afirma que “a constituição de uma

página de quadrinhos é feita de modo a considerar todos os elementos que

influem na leitura, buscando criar uma dinâmica interna que facilite o

entendimento”.

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A presença dos quadrinhos no ambiente escolar – incentivada pelo governo federal – tem gerado novos desafios aos professores e trazido à tona uma aliada necessidade de se compreender melhor a linguagem, seus recursos e obras (VERGUEIRO e RAMOS, 2009c, p. 7)

Apesar das histórias em quadrinhos terem sofrido muitas críticas,

acabou sendo reconhecidas como uma aliada na alfabetização e na conquista

do gosto de ler pelas crianças. Alguns contadores utilizam também destas

histórias fazendo entonações diferentes referenciando os balões, mudando as

suas vozes para tentar imitar os personagens e/ou contando as histórias com o

material virado para as crianças acompanharem as imagens.

As histórias em quadrinhos possuem potencialidade pedagógica especial e podem dar suporte a novas modalidades educativas, podendo aproveitar nas disciplinas de Língua Portuguesa, História, Geografia, Matemática, Ciências e Artes, de maneira interdisciplinar, fazendo com que o aprendizado se torne, ao mesmo tempo, mais reflexivo e prazeroso em nossas salas de aula (HAMZE, 2008, p. 1).

Vergueiro (2009a) afirma que a utilização dos gibis (histórias em

quadrinhos) não deve ser considerada como um momento de relaxamento para

os alunos ou mesmo um descanso para o professor. Sendo essa imagem

passada, os benefícios do uso das histórias em quadrinhos serão muito

limitados, causando desconfiança dos estudantes que não farão os trabalhos

devidamente.

Os quadrinhos não podem ser vistos pela escola como uma espécie de panaceia que atende a todo e qualquer objetivo educacional, como se eles possuíssem alguma característica mágica capaz de transformar pedra em ouro. Pelo contrário, deve-se buscar a integração dos quadrinhos a outras produções das indústrias editorial, televisiva, radiofônica, cinematográfica etc., tratando todos como formas complementares e não como inimigas ou adversárias na atenção dos estudantes (VERGUEIRO, 2009a, p. 27).

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CONCLUSÃO

Estudos provaram o sucesso alcançado na alfabetização de crianças

que, em casa, tiveram algum contato com histórias infantis. Essas situações

criadas por seus pais são rodeadas de afetividade e segurança que

desenvolvem a interação com seus contadores de forma bem natural. Portanto,

o conforto e o prazer que a criança sente em seu lar devem estar presentes

também na escola.

Então, visando todas as crianças da educação infantil, podemos

fazer valer o ato de contar e ouvir histórias uma ocasião de descobertas. Sendo

assim, o educador tem um desafio grande em relação às mudanças na

sociedade, pois é na escola que a criança tem o contato com os contos infantis,

garantindo sua independência perante o adulto quando a mesma alcança a

capacidade de ler.

Mesmo com o passar do tempo, a contação de histórias não

abandonou as salas de aula, pois é sabido que é uma das formas corretas de

criar nas crianças o gosto pela leitura, a curiosidade pelo que vai ainda

acontecer e, às vezes, participar da finalização da história, a imperial ajuda na

alfabetização, o encanto pela dramatização, a troca, a interação, e

possivelmente conseguir resolver um caso infantil simples através da lição de

vida de uma leitura.

O universo infantil está cada vez mais lotado de tecnologias que não

precisam fazer com que a criança pense e isso faz com que o espaço da leitura

se perca. É muito triste ver crianças terminando o ensino fundamental sem

saber ler ou escrever, não conseguindo compreender textos simples e não

possuindo o hábito da leitura.

No momento da contação, o educador está com um instrumento de

aprendizagem lúdico em mãos proporcionando aprendizagens e vários

benefícios para o desenvolvimento da criança porque as histórias provocam

reações conscientes e inconscientes importantes na rotina da educação infantil.

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O contador cria um link entre o texto e a criança, mas para isso ele

precisa escolher bem a história, preparar o ambiente da contação, observar o

ritmo de sua leitura assim como a entonação da voz para a instantânea

dramatização do que está acontecendo, isso tudo para oferecer um momento

de interesse, aprendizagem e prazer com a interação.

Conclui-se que é muito importante desenvolver crianças mesmo não

alfabetizadas, criar o leitor através do contato da criança com os livros. Formar

leitores é um compromisso da educação com a sociedade, com a cidadania,

visto que o nosso país está entre “os maiores índices de desigualdade no

mundo e para mudar esta situação é necessário que todos se tornem leitores

com competência para compreender e mudar esta triste realidade” (Carvalho,

2004, 36).

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTOS 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I A Origem da Educação Infantil 10 1.1. Algumas Histórias Antigas 11 1.1.1. As Mil e Uma Noites 12 1.1.2. Aladim e a Lâmpada Maravilhosa 13 1.1.3. Ali-Babá e os Quarenta Ladrões 15 1.2. Quem Conta Histórias? 17 1.2.1. Aspectos Fundamentais para a Contação de Histórias 18 CAPÍTULO II O Desenvolvimento da Imaginação na Infância 20 2.1. O Amiguinho Imaginário 20 2.2. Em Qual Fase da Vida a Criança Começa a Usar a Imaginação? 22 2.3. Como a Imaginação Evolui em Cada Fase da Criança? 23 2.4. A Imaginação Pode Ser Perigosa? 24 2.5. O Que o Mundo Irreal Ensina para as Crianças? 25 2.6. Um Pouco de História para Entender Melhor o Papel da Literatura Infantil na Formação de Leitores 26 2.7. O Lúdico e a Leitura 27 CAPÍTULO III Como Aplicar as Histórias na Educação Infantil 29 3.1. Função Simbólica 30 3.2. A Origem da Literatura Infantil 30 3.3. Em uma Sala de Aula de Educação Infantil, a Importância da Leitura Literária 31 3.4. O Hábito da Leitura na Educação Infantil na Construção do Conhecimento 32

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3.5. Uma Metodologia Diferente, a Dramatização Enriquecendo o Trabalho da Leitura na Educação Infantil 35 3.6. Outras Histórias, Aquelas que Ficam Dentro de Quadrinhos 36 CONCLUSÃO 38 BIBLIOGRAFIA 40 WEBGRAFIA 43 ÍNDICE 45