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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA UM OLHAR SOBRE A DEGRADAÇÃO AMBIENTAL EM SÃO GONÇALO - RJ, NO BAIRRO ESTRELA DO NORTE Por: Luciana Maria A Santana Sardinha Orientador Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço Rio de Janeiro - RJ 2016 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

UM OLHAR SOBRE A DEGRADAÇÃO AMBIENTAL EM

SÃO GONÇALO - RJ, NO BAIRRO ESTRELA DO NORTE

Por: Luciana Maria A Santana Sardinha

Orientador

Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço

Rio de Janeiro - RJ

2016

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

UM OLHAR SOBRE A DEGRADAÇÃO AMBIENTAL EM

SÃO GONÇALO NO BAIRRO ESTRELA DO NORTE

Apresentação de monografia à AVM

Faculdade Integrada como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista de MBA em

Qualidade, Saúde, Meio ambiente, Segurança do

Trabalho no Sistema de Gestão integrado.

Por: Luciana Maria A Santana Sardinha

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AGRADECIMENTOS

Ao meu irmão Júlio César (Em

memória), que foi mais que um irmão,

era minha direção e exemplo de vida,

de caráter e dedicação, à minha mãe e

amigos que de alguma forma

contribuíram com minha formação.

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DEDICATÓRIA

Ao meu filho Diego Santana que

me fortalece para continuar traçando

meus objetivos.

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RESUMO

O olhar sobre a degradação ambiental em um bairro de São Gonçalo,

chamado de estrela do norte, foi muito importante para que fossem avaliados

quais os fatores que levaram a degradação ambiental naquele local,

juntamente com a verificação sobre a situação das encostas do bairro, por isso

entendemos que para tentarmos solucionar os problemas das encostas,

devemos conscientizar a população sobre a importância da vegetação natural e

o beneficio da ausência de lixos nas encostas, precisamos também,

conscientizar todos quanto a criação de alternativas para diminuir o volume de

resíduos gerados pela população, preservando assim seu ambiente,

incentivando também a realização de reciclagem destes resíduos.

Acúmulo de resíduos, podagem de árvores de modo inadequadas, queimadas

e desgaste natural do solo podem ter levado à degradações significantes. Os

dados foram coletados in loco, pesquisa de campo, ao longo das ruas,

residências e comércios, internet, livros, revistas e entrevistas com as pessoas

para saber se estão conscientes com a falta de preservação que aparece ao

redor. Este trabalho teve como objetivo analisar as diretrizes de Educação

Ambiental dos moradores e coleta de dados qualitativa nas áreas selecionadas

a fim de verificar o perfil das comunidades. As famílias tem se mostrado

preocupadas e sensibilizadas à problemática ambiental, dispostas a mudança

de hábitos no seu dia-a-dia a fim de melhorar a qualidade de vida. O motivo do

trabalho é tentar solucionar os problemas da encosta, pois o solo encontra-se

em processo de erosão e risco de desabamento e mostra sobre a importância

da vegetação natural e o benefício da ausência de lixo nas encostas.

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada foi desenvolvida através de estudos de caso sobre

a degradação do solo e suas consequências com minha vivência profissional

na área de meio ambiente. Foi realizadas pesquisas na internet principalmente

da Defesa Civil do município de São Gonçalo e coletânea da legislação

ambiental, da Constituição Federal, obra de Odete Meduar, foram realizadas

pesquisas em normas técnicas, manual técnico de Bitar e alguns artigos.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO....................................................................................8

CAPÍTULO I – Ações das autoridades ambientais no município de São Gonçalo.........................................................................................................10

CAPÍTULO II – As consequências da chuva nas encostas...............15 CAPÍTULO III – As áreas de estudo e suas características..............20 CAPÍTULO IV – Fatores ambientais que pode interferir em

deslizamentos na área analisada..................................................................22 CAPÍTULO V – O lixo nas encostas e o processo de coleta.............28

CAPÍTULO VI – Resíduos Sólidos Urbanos......................................33

CONCLUSAO - .................................................................................38

ANEXOS - .........................................................................................39

APÊNDICE - ......................................................................................49

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA - ....................................................52

LISTA DE FIGURAS - .......................................................................54

INDICE - ............................................................................................55

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INTRUDUÇÃO

Neste trabalho falaremos sobre os problemas das degradações nas

encostas. O crescimento demográfico é acentuado e os problemas

provenientes da falta do planejamento urbano se refletem nas ocupações

irregulares. De acordo com REIGOTA (1994, pág. 09) “É necessário entender

que o problema está no excessivo consumo desses recursos naturais por uma

pequena parcela da humanidade e no desperdício e produção de artigos inúteis

e nefastos à qualidade de vida”. Desenvolver uma pesquisa com o referido

tema (Crescimento Demográfico) surge da reflexão da vivência no campo

profissional do meio ambiente vinculado a habitação. A observação de

inúmeros problemas como pela degradação ambiental em decorrência das

ocupações irregulares, aumento populacional desordenado e falta de

saneamento básico que mesmo com conhecimento dos problemas os

moradores continuam jogando e acumulando resíduos sólidos urbanos no

entorno de suas residências. Para SANTOS (2002, p. 27) é fundamental maior

atenção à preservação ambiental urbana, principalmente no que diz respeito às

condições em que a população vive na própria degradação de seu ambiente.

Apresento entrevistas em formato de questionários (Apêndices 1 e 2), onde

duas moradoras foram entrevistadas para declara o problema local.As famílias

precisam ser sensibilizadas às questões ambientais, famílias jogavam in natura

todos os resíduos produzidos, estas ações precisam ser reduzidas para uma

melhoria da qualidade de vida de todos. Sensibilizar o cidadão sobre as

questões ambientais exige ação de sensibilização por parte da Educação

Ambiental. É o conhecimento que propicia a mudança de atitude, o

comprometimento e a ação, tanto individual como coletiva, da população.

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(PMRF-APPs, 2004). Fazer com que a população local crie uma cultura de

preservação em seu ambiente para que possuam boas condições de moradia e

não prejudicar o seu meio.

Avaliar a quantidade de resíduos para que possam junto aos órgãos públicos

analisar assentamentos irregulares. Casos citados de escorregamentos na

Região Metropolitana em São Gonçalo – RJ, no Bairro Estrela do Norte.

O trabalho foi apresentado em 5 capítulos e assim apresentado:

O capitulo I um aborda o sobre ações das autoridades ambientais no

município de São Gonçalo, onde a população local é orientada por eles para

evitar o desgaste do solo; no capítulo II são abordadas as consequências do

excesso de chuvas entrando no processo de enchargamento, a importância do

relevo, vegetações para proteger o solo e ação antrópica desenfreada sendo o

principal agente modificador da dinâmica das encostas; no capitulo III abordará

sobre umas das características da área de estudo, clima e coleta, métodos e

ferramentas para a pesquisa; no capítulo IV mostra os fatores ambientais que

podem interferir na área analisada, o trabalho da defesa civil onde tem o

objetivo de reduzir os riscos de algumas eventualidades trabalhando com a

prevenção e mitigação dos riscos; capítulo V aborda sobre o lixo nas encostas,

principal assunto abordado nesse trabalho e todo processo de coleta dos

resíduos sólidos do local, destacando sobre os tipos de coleta, incluindo a

coleta seletiva; no capítulo VI destaquei sobre os resíduos sólidos urbanos e a

logística reversa.

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CAPÍTULO I

Ações das autoridades ambientais no Município de São

Gonçalo

1.1 – Orientações para evitar o desgaste do solo

É de suma importância que as autoridades competentes do município

de São Gonçalo realizem diversas ações nas mais variadas comunidades da

região para que a população tenha conhecimento de como é importante o

envolvimento com o meio.

Conforme o lixo é depositado nesses locais impróprios, como terrenos

baldios e mesmo próximo a suas residências, entulho que sobrecarrega a área

já fragilizada com a decomposição do lixo orgânico. “Para evitarmos isso é

importante que se realize de atividades educativas com os cidadãos durante

todo o ano”. Os moradores das áreas de encostas são quem mais sofrem com

a situação mesmo consciente que são os mesmos que formam o cenário da

degradação, por isso precisam de atenção especial e de orientações para

minimizar os problemas. Na época das chuvas este lixo aumenta de peso pelo

encharcamento. Os movimentos causados pelo acúmulo de lixo nas encostas

adquirem caráter muito destrutivo devido à grande quantidade de água que é

colocada em movimento de uma só vez, sendo as enxurradas.

Antes de o deslizamento começar, acontecem falhas no terreno, com

os seguintes resultados:

ü Portas e janelas empenam ou emperram de repente;

ü Aparecem rachaduras novas no reboco, concreto, tijolos ou

fundações;

ü Rachaduras antigas se alargam;

ü Paredes externas e calçadas começam a se afastar do prédio ou

casas;

ü Cercas, muros, postes e árvores se inclinam ou movem;

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ü Aparecem água e protuberâncias na base da encosta.

1.2 O interesse como um todo

Os territórios irregulares, que não atendem os parâmetros urbanísticos

estabelecidos, ficam oficialmente excluídos do acesso aos serviços e

investimentos públicos. A omissão do poder público em implantar um conjunto

de medidas voltadas para impedir o surgimento de novos assentamentos

clandestinos, até mesmo dos próprios moradores coloca em perigo aspectos

de interesse coletivo e individual que interferem significante na qualidade de

vida da cidade como um todo.

Em fase de realidade atual das áreas de proteção em espaços urbanos,

estabeleceu-se uma situação particularmente difícil, tendo em vista a enorme

quantidade de habitações nelas instaladas, a maior parte ocupada por

contingentes populacionais de baixa renda, sendo assim ilustra de maneira

inequívoca a dimensão significativa do problema, expõem a uma alternativa

habitacional encontrada pela população de baixa renda a despeito dos

crescentes riscos aos quais acaba se submetendo, isto é, deslizamentos,

recalque e outros.

Área de Proteção Ambiental (APA) é uma área em geral

extensa, com certo grau de ocupação humana, dotada de atributos

abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes

para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas. As

condições para a realização de pesquisa científica e visitação pública

nas áreas sob domínio público serão estabelecidas pelo órgão gestor

da unidade.

A ausência de infraestrutura de saneamento e de problemas como

lançamento inadequado de efluentes, descarte aleatório de resíduos

domésticos, destruição de vegetação nativa, indução de processos erosivos,

impermeabilização do solo, incluindo os efeitos cumulativos dessas práticas.

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1.3 - Escorregamentos em encostas ocupadas

O escorregamento está relacionado às várias áreas do conhecimento,

como: Mecânica dos solos e das rochas, geotécnica, engenharia civil, geologia,

geomorfologia etc.

A importância da análise controle de escorregamento está diretamente

relacionada à demanda socioeconômica oriunda de acidentes e problemas

diversos concernentes à estabilização de encostas.

1.4 - Definições básicas e classificações de escorregamentos

Os processos de transporte de matéria sólida da dinâmica superficial do

nosso planeta podem ser subdivididos em movimentos gravitacionais de

massa, definido como todos aqueles que são induzidos pela aceleração

gravitacional, e em movimentos de transporte de massa, onde o material

movimentado é transportado por um meio qualquer, como água, gelo ou ar.

(http://www.forumdaconstrucao.com.br/)

Os escorregamentos e processos correlatos fazem parte dos

movimentos gravitacionais de massa, diretamente relacionados à dinâmica das

encostas, (GUERRA etc al., 2005).

As encostas podem ser definidas como toda superfície natural inclinada

unindo outras duas, caracterizadas por diferentes energias potenciais

gravitacionais.

O termo talude é mais empregado para definir encostas próximas a

obras lineares, de mineração, dentre outros, tendo um caráter mais geotécnico

e relacionado a áreas restritas. Os termos talude de corte, para taludes

resultantes de algum processo de escavação promovido pelo homem; e taludes

artificiais, relacionados aos declives de aterros, constituídos de materiais

diversos.

Podemos definir talude como uma superfície de solo exposta

que forma um ângulo com a superfície horizontal. Podem ser

classificados como artificial ou natural. Os taludes naturais são

comumente conhecidos como encostas e sua denominação feita

através de estudos geotécnicos. Formados há muitos milhões de anos

e encontrados principalmente nas encostas de montanhas.

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Existem inúmeras classificações de movimentos gravitacionais de massa

ou escorregamentos, sendo as mais recentes baseadas nos seguintes critérios

básicos:

ü Cinemática do movimento: definida pela relação entre a massa em

movimentação e o terreno estável;

ü Tipo de material: solo, rocha, detritos, depósitos etc., destacando a

sua estrutura, textura e contendo água;

ü Geometria: tamanho e formas das massas mobilizadas.

Alguns autores classificam ou termos relacionados a tipos geológicos,

geomorfológicos e climáticos específicos, ou a idade e condições de atividade

destes processos. Elas possuem um caráter restrito de aplicação, e os

processos por elas descritos sempre podem ser associados ás classificações

baseadas nos três critérios (BITAR,1995).

1.4.1 Fatores que atuam na deflagração dos escorregamentos

Os processos de escorregamento envolvem uma série contínua de

eventos de causa e efeito que resultam na ruptura de materiais terrestres,

quando as solicitações são maiores que a resistência dos terrenos.

Segundo Bitar (1995), podem-se agrupar os fatores que deflagram os

escorregamentos em: os que aumentam as solicitações; e os que diminuem a

resistência dos terrenos.

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Tabela 1 – Fatores Deflagradores dos Movimentos (extraída de BITAR, 1995).

Na maioria das rupturas, atuam vários fatores simultaneamente, ou um

único fenômeno para produzir os efeitos de aumento da solicitação, e

diminuição da resistência do terreno. Atentar apenas para o fator

(agente/causa) final responsável pelo movimento, não é somente difícil, mas

também pode ser incorreto visto que ele pode representar apenas o gatilho que

pôs em movimento uma massa que já estava em processo de ruptura. (Extraída

de BITAR, 1995).

Ação

Fatores

Fenômenos

Geológicos/

Antrópicos

AUMENTO

DA SOLICITAÇÃO

REMOÇÃO DE

MASSA (lateral ou da base)

Erosão, escorregamentos

Cortes

SOBRECARGA

Peso da água de chuva,

neve, granizo, etc.

Acúmulo natural de

material (depósito)

Peso da vegetação

Construção de estruturas,

aterros, etc

SOLICITAÇÕES

DINÂMICAS

Terremotos, ondas,

vulgões, etc

Explosões, tráfego, sismos

induzidos.

REDUÇÃO

DA RESISTÊNCIA

PRESSÕES

LATERAIS

Água em trincas,

congelamento, material expansivo.

CARACTERÍSTICAS

INERENTES AO MATERIAL

(geometria, estruturas,etc.).

Característica

geomecânicas do material,

tensões.

MUDANÇAS OU

FATORES VARIÁVEIS

Intemperismo=> redução

na coesão, ângulo de atrito.

Elevação do N.A

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CAPÍTULO II

As Consequências da chuva nas encostas

2.1 As chuvas como agente deflagrador de escorregamentos

As chuvas atuam como principal agente deflagrador dos segmentos no

contexto da dinâmica climática e geológica do Brasil. Os grandes acidentes

relacionados a estes processos registrados no território nacional ocorreram

durante o período chuvoso, que varia de região para região. (Site Fórum da

Construção).

As chuvas contribuem diretamente para as instabilidades de encostas

pelos seguintes mecanismos:

a) Alteamento do nível de água e geração de forças de percolação

(Fórum da Construção);

b) Preenchimento temporário de fendas, trincas e/ou estruturas em solos

saprolíticos e rochas (fraturas, juntas, dentre outros), com geração de pressão

hidrostática.

c) Formação de “frentes de saturação”, sem a elevação/formação de N.A

(solo não saturado), reduzindo a resistência dos solos pela perda de coesão

aparente (GUIDICINI e NIEBLE, 1976).

A influência da distribuição da chuva no tempo correlaciona-se

diretamente com o regime de infiltração no terreno, que por sua vez, determina

a taxa com que a água das chuvas penetra no maciço terroso ou rochoso,

diminuindo sua resistência ou aumentando as tensões nele atuantes.

Os escorregamentos em rocha, condicionados por planos de fraqueza,

são mais suscetíveis a chuvas concentradas ou imediatas (geração de

pressões hidrostáticas), sendo menos afetados pelos índices pluviométrico

acumulados nos dias anteriores ao evento.

Estas estreitas relações entre a deflagração dos escorregamentos e os

índices pluviométricos têm levado alguns pesquisadores a tentar estabelecer

relações empíricas, probabilísticas ou físico-matemáticas entre dois

parâmetros. O objetivo maior destas correlações entre chuvas e

escorregamentos é o de prever temporalmente a ocorrência destes eventos.

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2.2 Características Naturais Agravantes dos Processos de

Escorregamento

As características naturais de uma determinada região revelam uma

correlação com a ocorrência dos processos de escorregamentos. São elas

(PISANI, 1988): relevo, tipo de solo, vegetação índices pluviométricos e lençol

freático.

2.2.1 Relevo

A declividade e a forma do perfil são as principais características físicas

naturais que determinam uma encosta. A declividade é uma característica

fundamental a ser avaliada quando do estudo de escorregamentos. É evidente

que um terreno com um relevo variando de muito suave a quase plano não

deve apresentar grandes problemas com relação a escorregamentos

O perfil que dá a forma das encostas é caracterizado pela variação de

sua declividade ao longo de seu comprimento ou de sua extensão transversal

Os perfis mais observados são: retilíneo, convexo e côncavo.

Independentemente do perfil da encosta, a declividade é um dos fatores

mais relacionados com o nível de suscetibilidade de risco. Quanto maior a

declividade de uma encosta, maior é o movimento da terra necessário para a

ocupação, e esses cortes e aterros realizados sem obras de estabilização

geram níveis maiores de riscos associados a escorregamentos.

2.2.2 Vegetação

Entre as causas antrópicas o desmatamento tem um papel importante

como desencadeador dos movimentos de massa. A cobertura vegetal constrói

ao longo do tempo um sistema radicular que estrutura as camadas superficiais

do solo, similar a uma tela ou manta protetora. A vegetação forma uma malha,

às vezes densa, de raízes dispostas paralelamente à superfície do terreno e

esta dá às camadas superiores um aumento significativo de resistência ao

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cisalhamento. Esse fenômeno é bem explorado pela engenharia civil que utiliza

gramíneas como agentes protetores de taludes artificiais.

A retirada da camada de vegetação que protege o solo desencadeia, em

pouco tempo, a deterioração e consequente perda de resistência do sistema

radicular. Pode-se afirmar que a resistência do solo aumenta

proporcionalmente a resistência de um sistema radicular por ele coberto.

Evidencia-se que o sistema radicular, mesmo depois da vegetação ser cortada,

continua a dar resistência durante algum tempo até que esteja totalmente

deteriorado. É importante levantar historicamente os desmatamentos ocorridos,

pois um solo nu pode aparentar estabilidade devido a um sistema radicular

ainda ativo e entrar em colapso sem que seja observado o motivo, que é o

enfraquecimento que ocorre debaixo do solo. A camada de vegetação em um

solo forma uma barreira de interceptação das águas pluviais e tem os

seguintes efeitos:

ü Proteger o solo contra os impactos das gotas de chuva;

ü Prolongar o período de precipitação, pois a barreira que é

formada pela vegetação retém parte da precipitação, que goteja após o evento,

dissipando a energia e reduzindo a intensidade;

ü Reter um grande volume de água em todos os componentes da

camada vegetal, reduzindo a quantidade de água a atingir o solo. Essa

quantidade retida varia em função das características da vegetação e da

chuva.

Neste trabalho não foi descartada a evidência de que para se edificar

residências e outras construções, há necessidade de remoção da vegetação,

mas ressalta-se que não há necessidade de remoção total da vegetação, como

é frequente nas tipologias das ocupações em encostas brasileiras.

2.2.3 Pluviosidade

O principal agente acelerador dos movimentos gravitacionais de massa

é a água. Portanto, no período chuvoso é que ocorre a maioria absoluta dos

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acidentes relacionados a escorregamentos em encostas. A água atua na

desestabilização de uma encosta de várias formas:

ü Eleva o grau de saturação do solo e consequentemente diminui

sua resistência;

ü Aumenta o peso específico do solo, devido à retenção da parte

infiltrada da água;

ü Provoca infiltrações nos vazios, fissuras e juntas dos maciços ou

em partes deles, gerando pressões hidrostáticas ou hidrodinâmicas, que

podem ocasionar a ruptura de um talude.

ü Gera o escoamento superficial, podendo ocasionar diferentes

tipos de erosões (laminar, em sulcos e boçorocas) que aumentam a

instabilidade nas encostas.

2.4.4 Lençol Freático

A localização do lençol freático, mais ou menos profundo, tem

influências sobre a suscetibilidade a escorregamentos. Quando há o

surgimento d’água, indicando áreas de lençol freático raso e/ou “aflorante”, as

edificações e as obras de terraplanagem exigem cuidados especiais. Obras de

drenagem são necessárias para manter a estabilidade dos solos, pois, sem

elas, a saturação e outros efeitos provocados pela presença da água

ocasionam instabilizações, podendo gerar escorregamentos.

2.4.5 Causas antrópicas

O homem vem-se constituindo o mais importante agente modificador da

dinâmica das encostas. O avanço das diversas formas de uso e ocupação do

solo em áreas naturalmente suscetíveis aos movimentos gravitacionais de

massa acelera e amplia os processos de instabilização.

A identificação da ação antrópica como importante agente indutor de

escorregamento no Brasil não pode ser considerada novidade. Gonçalves

(1992) apresenta um ofício da Câmara de Vereadores da Comarca da Bahia,

datado de 1671, que atribui como causa para o escorregamento ocorrido nas

ladeiras da Conceição e Misericórdia (Cidade Baixa) em abril daquele ano “as

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imundices lançadas nos despenhadeiros”. Este ofício solicitava permissão ao

rei para levantar paredões a fim de impedir o lançamento de lixo nas encostas.

As principais modificações oriundas das interferências antrópicas

indutoras dos movimentos gravitacionais de massa são apresentadas abaixo

(GEORIO, 2000):

ü Remoção da cobertura vegetal;

ü Lançamento e concentração de águas pluviais/servidas;

ü Vazamento na rede de abastecimento, esgoto e presença de fossas;

ü Execução de cortes com geometria incorreta (altura/inclinação);

ü Execução deficiente de aterros (compactação, geometria, fundação);

ü Lançamento de lixo nas encostas/taludes

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CAPÍTULO III

As áreas de estudo e suas características

3.1 Caracterização da área de estudo

O estudo foi desenvolvido no município de São Gonçalo, localizado na

porção sudoeste do Estado do Rio de Janeiro (Brasil), com um contingente

populacional que ultrapassa a casa de um milhão de habitantes, distribuídos

numa área total de 241km2

No município há o predomínio de dois tipos de movimentos de massa:

a) deslizamentos de encosta e;

b) deslizamentos de blocos.

O relevo do município é caracterizado por três feições distintas: relevo

de morros isolados, planícies flúvio-marinhas e superfícies coluvionares. São

Gonçalo é caracterizado por um relevo colinoso, que corresponde a 35% da

área total, e pela presença de maciços, tabuleiros e planícies costeiras. Nessas

serras e morros que compõem o relevo, as declividades das encostas são

superiores a 30%, o que, segundo Cunha (1991) exige critérios minuciosos

para serem ocupadas.

3.1.1 O Clima de São Gonçalo

O clima da região é do tipo AW (Köppen), e o período mais seco

ocorrem nos meses de maio a outubro, com totais pluviométricos mensais

inferiores a 100 mm. A estação chuvosa acontece no período de novembro a

abril. Cerca de 22,0% do total acumulado está concentrado no mês de janeiro,

no qual, em geral, registra-se um total de chuva superior a 170 mm. (Clima

Tempo – Previsão do tempo/cidade) A temperatura média anual é de cerca de

26°C. Em geral, a região apresenta temperaturas quentes e alta umidade

relativa do ar, em média 74,0%, na maior parte do ano (BERTOLINO et al.,

2007).

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3.2 - Coleta de dados

A coleta de dados ocorreu de forma qualitativa e as informações foram

obtidas por meio de estudo de caso, no município de São Gonçalo onde se

verificou o perfil das comunidades escolhidas através de entrevistas realizadas

nas áreas propostas. As visitas ocorreram de forma aleatória, foi observada a

situação de forma geral, além das observações sistemáticas houve uma

conversa informal com a comunidade. Enfim, a metodologia aplicada nesta

etapa resume-se na observação do ambiente em que se encontram as famílias,

verificação e acompanhamento das ações dos mesmos.

Os métodos que levam ao problema proposto, como leitura de livros,

jornais, revistas, questionários... e a resposta, após coleta de dados, pesquisa

bibliográfica, pesquisa de campo ao longo das ruas, casas e comércio,

observação do objeto de estudo,

Foram realizadas entrevistas com as pessoas para saber se estão

conscientes com a falta de preservação que aparece ao redor.

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CAPÍTULO IV

Fatores ambientais que podem interferir em

deslizamentos na área analisada

4.1- Gerenciamentos de riscos

Em estudos recentes, Bertolino et al. (2014) demonstraram que os

valores de intensidade de chuva para o município de São Gonçalo apresentam

o predomínio de chuvas de menor intensidade (insignificante e leve) que

perfazem um total de 86,3%. Em seguida, ocorrem os eventos de intensidades

moderada (13,0%) e forte (0,6%), não havendo nenhum registro de chuvas

muito fortes no período analisado. Os resultados mostram um padrão para o

município de São Gonçalo de chuvas até 10 mm (93,0%) com predomínio de

intensidades insignificantes e leves (86,3%), ocorrendo preferencialmente nos

períodos úmidos. O padrão de precipitação do município está atrelado a

frequências de chuvas de pequenas magnitudes e de baixa intensidade com

longa duração, estando os movimentos de massa relacionados a esse padrão,

sobretudo após dias seguidos de eventos de chuvas (insignificante e leve)

devido à umidade antecedente acumulada (Bertolino et al., 2014).

No município de São Gonçalo há também outro agravante, que é a

interferência antrópica associada ao despejo de dejetos in natura no topo da

encosta, mantendo-a em constante grau elevado de umidade, que associada

ao regime pluviométrico elevado na estação úmida propicia a deflagração dos

movimentos de massa. Os conselhos que seguem já estão repetidos há muitos

anos aos moradores das encostas e se todos entendessem e seguissem estes

conselhos, poderíamos vencer o problema das encostas:

ü Não executar cortes e aterros;

ü Não desmatar;

ü Não remover a vegetação superficial;

ü Não jogue o lixo nas encostas;

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ü Não desviar os caminhos das águas;

ü Não construir às margens dos rios;

ü Não estrangule o rio;

ü Não obstruir a drenagem;

ü Não construir em encostas;

ü Atentar para qualquer sinal de anormalidade.

4.2 - Defesa Civil de São Gonçalo- RJ

A Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de São Gonçalo-

RJ (COMDEC-SG), atende a toda a população do município de São Gonçalo -

RJ das mais variadas solicitações no âmbito da Defesa Civil.

A atuação da proteção e defesa civil tem o objetivo de reduzir os riscos

de desastre e compreende ações de prevenção, mitigação, preparação,

resposta e recuperação. O município de São Gonçalo-RJ deve estar sempre

preparado para atender imediatamente a população atingida por qualquer tipo

de desastre, reduzindo perdas materiais e humanas. Por isso, a importância

dos trabalhos da COMDEC-SG na redução dos riscos e da resposta aos

desastres.

A Política a Nacional de Proteção e Defesa Civil nº 12.608 foi publicada

no Diário Oficial da União nº 70, de 11 de abril de 2012 e orienta que o

gerenciamento de riscos e de desastres deve ser focado nas ações de

prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação e demais políticas.

Na figura 1 mostra o número de solicitações e atendimentos que a defesa civil

do município de São Gonçalo teve no ano de 2014.

Os dados da estatística mostra a quantidade de ocorrências que a

Defesa Civil de São Gonçalo atendeu (Figura 1 – Dados Defesa Civil, São

Gonçalo).

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Figura 1 – Avaliações realizadas pela Defesa Civil de São Gonçalo disponíveis em

seu site

Conhecimento e proteção para um momento que acontecer

deslizamentos e enxurradas:

ü Os grandes deslizamentos são, em geral, acompanhados por um

som trovejante que aumenta à medida que se aproxima. Além

disso, o terreno se inclina e começa a se mover sob seus pés;

ü Depois de chuvas fortes e prolongadas é quase certo haver

enxurradas.

Entrevistas foram realizadas com alguns moradores do local em estudo

(Bairro Estrela do Norte – SG), onde os moradores relataram o que levaram a

construir naquele local e como convivem com a degradação do solo,

aumentando o risco de desabamento de seus imóveis (entrevista anexa).

4.3 - A população afetada

O bairro Estrela do norte possui várias encostas com área construída,

sem nenhum cuidado ou planejamento dos moradores, trazendo grande risco

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de deslizamentos. Encostas com plantações inadequadas que ajudam na

degradação do solo, lixo armazenado de maneira inadequada e até mesmo

jogado nas encostas e a construção evidencia o descaso com a própria

segurança (Conforme figuras 2, 3, 4 e 5). Comunicado aos moradores da

Secretaria Municipal de Infraestrutura e Urbanismo de São Gonçalo (Anexo).

A Lei número 12.305/2010 (Política Nacional de Resíduos Sólidos)

mostra princípios e objetivos, para que sigam e as apliquem para que não

cheguem na decadência dos desgastes das fonte naturais (Aplicação da Lei

anexo).

Figura 2 - Vegetação inadequada - bananeiras (Encosta Estrela do

Norte – Extraída do acervo particular - LUCIANA SANTANA, 2015

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Figura 3 - Construção inadequada (Encosta Estrela do Norte –

Extraída do acervo particular - LUCIANA SANTANA, 2015).

Figura 4 - Lixos nas encostas (Encosta Estrela do norte - Extraída de

acervo particular – LUCIANA SANTANA, 2015).

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Figura 5 - Lixos nas encostas (Encosta Estrela do norte - Extraída de

acervo particular – LUCIANA SANTANA, 2015).

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CAPÍTULO V

O lixo nas encostas e o processo de coleta

5.1 – O efeito do lixo nas encostas

O lixo acumulado nas encostas absorve grande quantidade de água e

desenvolve um processo bioquímico de degradação e produção de chorume,

líquido negro e espesso, favorecendo a sua interação com o solo. À medida

que se avoluma e absorve água, essa massa de lixo pode induzir rupturas e

deslizamentos de encostas. Mesmo que o deslizamento contenha apenas a

massa de lixo, ele poderá provocar acidentes consideráveis, dependendo do

seu volume. O lixo nas valetas do terreno e nas canaletas obstrui o

escoamento da água, permitindo extravasamento e aumento da sua infiltração

nos solos, não esquecendo que é ambiente propício para a proliferação de

ratos, baratas e insetos.

5.2 - A mecanização de coleta domiciliar A mecanização da coleta da coleta convencional só é possível nas vias

abertas à circulação de veículos de grande porte. A coleta é feita em carro

compactador convencional, no qual são utilizados caminhões com carroceria,

tipo baú, adaptada com prensa compactadora. O carregamento é feito pela

parte traseira do veículo, o qual tem uma abertura ampla e uma placa giratória

que empurra o lixo para o interior da caçamba, onde é comprimido contra o

painel. A guarnição para este tipo de coleta é composta por três garis e um

motorista, o qual é responsável pela operação da coleta.

5.3 - Coleta seletiva manual

A coleta alternativa manual é recomendada para locais íngremes e

estreitos onde não existem possibilidades de acesso a veículo de grande e

médio porte, e o transbordo não pode ser executado diretamente para o

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caminhão compactador convencional. Nesses locais, o tipo de coleta

recomendado deve adotar sistemas operacionais e equipamentos alternativos,

utilizando veículo de pequeno porte, carroça, carro de mão e banguê, através

dos quais o lixo domiciliar é coletado porta a porta, e depositado em pontos

indicados pela prefeitura. Em qualquer solução alternativa adotada, o lixo deve

ser acondicionado, se possível, em sacos plásticos, coletados e transportados

em veículo compactador para o seu destino final. É importante orientar a

população sobre as formas de acondicionamento do lixo, os locais, disposição

e horário da coleta, evitando, assim, a prática generalizada de jogar fora o lixo,

logo que seja gerado, lançando-o nas encostas.

5.4 - Coleta com apoio de carrinho de mão A coleta porta a porta, com apoio do carrinho de mão é solução

alternativa para as áreas onde a ocupação urbana se dá em áreas íngremes, e

o acesso é feito através de rampas que permitem a circulação de carrinhos de

mão.

Essa forma de coleta é associada e complementada por veículo de

pequeno porte, que recolhe o lixo nas vias coletoras e o leva para transbordo

em carro compactador, que faz o transporte até o destino final.

5.5 - Reciclagem de lixo A reciclagem do lixo nos morros é uma saída para a redução de

vasilhames PETs e outros materiais recicláveis, lançados e acumulados sobre

as encostas dos morros e levados para os canais, criando problemas para a

drenagem das águas de chuva O custo da coleta do lixo domiciliar nas áreas

de morros é muito alto devido à baixa produtividade do caminhão de coleta,

além do que os resíduos gerados não são coletados na sua totalidade. A

disposição irregular de lixo no ambiente leva à perda de receita, uma vez que

as empresas concessionárias recebem de acordo com o peso do volume

coletado. Pode ser economicamente interessante criar um sistema alternativo

de coleta seletiva, operado pela própria comunidade, de forma a ampliar a

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capacidade da coleta desse material, ao mesmo tempo em que fomente um

programa de educação ambiental e de geração de renda para a população nos

morros.

5.6 - Como implantar a coleta seletiva

Inicialmente é necessária a conscientização de todos para a busca de

soluções para o grave problema. Isto é possível através de palestras, manual

de Coleta Seletiva e cartazes demonstrando as vantagens da reciclagem, da

preservação dos recursos naturais e a não poluição do meio ambiente.

Na próxima fase, é necessário sinalizar e disponibilizar coletores específicos

para cada tipo de material em lugar comum a todos e de fácil acesso. Hoje,

além dos coletores é possível disponibilizar sacos de lixos nas cores padrões

de cada material. Na última fase é necessário ter um sistema pré-determinado

para o recolhimento dos materiais selecionados e que deverão ser

encaminhados para as usinas de reciclagens.

5.6.1 - Sistemas de coleta de seletiva

Existem algumas formas de coletas de materiais recicláveis.

O primeiro exemplo é o sistema de porta a porta onde os caminhões do serviço

de limpeza passam recolhendo os materiais separados, como na coleta de lixo

comum, mas em dias específicos. O segundo exemplo é através da entrega

voluntária (PEV) em postos de coleta distribuídos pela cidade nas escolas,

praças, supermercados, etc., onde a população entrega os materiais separados

nos respectivos coletores. Hoje existem, também, empresas especializadas

que retiram os materiais selecionados e encaminham para as usinas de

reciclagens mediante contratos ou solicitações. Este método é mais adequado

às empresas onde o volume de material é maior.

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5.6.2 - A separação do lixo reciclável do não reciclável

No cotidiano de nossas cidades, são produzidas milhares de toneladas

de lixo. Há muito tempo este resíduo é um dos grandes problemas que o poder

público e a sociedade tem enfrentado, buscando soluções que nem sempre

atendem as necessidades. Razão disso a degradação do meio ambiente, tais

como as contaminações de nossos rios, a poluição do ar, ruas sujas,

proliferação de insetos, ratos etc, causando doenças.

A solução mais eficiente é a separação dos materiais recicláveis para o

reaproveitamento, transformando o problema do lixo em solução econômica e

social. Para que isto seja possível é preciso que todos participem colaborando

com o programa de Coleta Seletiva.

Empresas que fabricam e comercializam a maior linha de coletores (lixeiras)

para ambientes domésticos, comerciais, industriais e condomínios. Seguindo

os padrões CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) essa empresa

trabalha para que o resíduo seja separado na origem, facilitando todos os

processos posteriores para a reciclagem. Desta forma, permite que toda

empresa enquadrada no projeto de responsabilidade ambiental, atenda

também as normas de qualidade ISO 14001.

5.7 - Benefícios da coleta seletiva Para 75 latas de aço, recicladas, preserva-se uma árvore que seria

usada como carvão; para cada tonelada de papel reciclado, evita-se a

derrubada de 16 a 30 árvores adultas, em média; a cada 100 toneladas de

plástico reciclado, evita-se a extração de 01 tonelada de petróleo e a economia

em torno de 90% de energia; 10% de vidro reciclado, economiza-se 4% de

energia e reduz 10% no consumo de água.

As vantagens da reciclagem são muitas mas acima de tudo, ela melhora

a qualidade de vida, minimiza os efeitos da poluição no planeta, gera empregos

e rendas, além de valorizar as empresas ambientalmente corretas. Os

principais materiais recicláveis são papéis, plásticos, vidro e metal. Todos

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deverão ser separados e colocados em coletores ou sacos plásticos de

preferência na cor padrão de cada material conforme resolução do CONOMA

(Conselho Nacional do Meio Ambiente). Os materiais que não são recicláveis:

Lixo orgânico ou úmido – são restos de comidas, cascas de frutas e legumes

etc; rejeitos: Lenços e guardanapo de papel, absorvente e papel higiênico,

fraldas, papéis sujos, espelhos, cerâmicas, porcelanas etc; resíduos especiais:

Pilhas e baterias; resíduos hospitalar: Curativos, gazes, algodão, seringas etc;

Lixo químico ou tóxico: Embalagens de agrotóxicos.

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CAPÍTULO VI

PLANO NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS

6.1 - Resíduos Sólidos Urbanos

A aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS, após

longos vinte e um anos de discussões no Congresso Nacional marcou o início

de uma forte articulação institucional envolvendo os três entes federados –

União, Estados e Municípios, o setor produtivo e a sociedade em geral na

busca de soluções para os problemas graves e de grande abrangência

territorial que comprometem a qualidade de vida dos brasileiros. A aprovação

da Política Nacional de Resíduos Sólidos qualificou e deu novos rumos à

discussão sobre o tema. A partir de agosto de 2010, baseado no conceito de

responsabilidade compartilhada, a sociedade como um todo - cidadãos,

governos, setor privado e sociedade civil organizada – passou a ser

responsável pela gestão ambientalmente correta dos resíduos sólidos. Agora

o cidadão é responsável não só pela disposição correta dos resíduos que

gera, mas também é importante que repense e reveja o seu papel como

consumidor; o setor privado, por sua vez, fica responsável pelo

gerenciamento ambientalmente correto dos resíduos sólidos, pela sua

reincorporação na cadeia produtiva e pelas inovações nos produtos que

tragam benefícios socioambientais, sempre que possível. Os governos

federal, estadual e municipal são responsáveis pela elaboração e

implementação dos planos de gestão de resíduos sólidos, assim como dos

demais instrumentos previstos na Política Nacional que promovam a gestão

dos resíduos sólidos, sem negligenciar nenhuma das inúmeras variáveis

envolvidas na discussão sobre resíduos sólidos.

O Ministério do Meio Ambiente -MMA, num esforço conjunto com

órgãos dos Governos Federal, Estaduais e Municipais, com a iniciativa

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privada, organizações não governamentais e sempre com a participação da

sociedade civil, vem desenvolvendo ações em diferentes frentes a fim de

viabilizar a implementação da PNRS e o cumprimentos dos prazos

estipulados. Neste sentido, em 2011 iniciou-se o processo de elaboração do

Plano Nacional de Resíduos Sólidos, um dos instrumentos mais importantes

da Política Nacional, na medida em que identifica os problemas dos diversos

tipos de resíduos gerados, as alternativas de gestão e gerenciamento

passíveis de implementação, indicando planos de metas, programas e ações

para mudanças positivas sobre o quadro atual. Como não poderia deixar de

ser, o Plano Nacional de Resíduos Sólidos mantém estreita relação com

outros planos nacionais tais como o de Mudanças do Clima (PNMC), de

Recursos Hídricos (PNRH), de Produção e Consumo Sustentável (PPCS) e

também se harmoniza com a Política Nacional de Educação Ambiental e com

a proposta de Plano Nacional de Saneamento Básico – PLANSAB,

evidenciando, desse modo, a abrangência e complexidade do tema em

questão.

A lei 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos

– PNRS prevê a elaboração do Plano Nacional de Resíduos Sólidos, sendo o

seu processo de construção descrito no Decreto no. 7.404/2010, que a

regulamentou. Cabe à União, por intermédio da coordenação do Ministério do

Meio Ambiente, no âmbito do Comitê Interministerial, elaborar o Plano

Nacional de Resíduos Sólidos num amplo processo de mobilização e

participação social. O Plano Nacional de Resíduos Sólidos tem vigência por

prazo indeterminado e horizonte de 20 (vinte) anos, com atualização a cada

04 (quatro) anos e conteúdo conforme descrito nos incisos I ao XI do Artigo

15 da lei 12.305/2010.

Os resíduos sólidos urbanos (RSU), que correspondem aos resíduos

domiciliares e de limpeza urbana (varrição, limpeza de logradouros e vias

públicas e outros serviços de limpeza urbana), foram os que apresentaram

uma maior quantidade de informações disponibilizadas em diversos sistemas

de informações de fontes oficiais (IBGE, MCidades). Compreendem uma

grande variedade de temas inter-relacionados, tais como a logística reversa,

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a coleta seletiva, a atuação dos catadores de materiais reutilizáveis e

recicláveis, a compostagem, a recuperação energética, dentre outros, e se

referem a questões que apresentam maior impacto nas relações entre entes

federados, em especial Estados e Municípios, com reflexos no processo de

elaboração dos demais planos de resíduos sólidos pelos entes federados

(planos estaduais, Inter federativos e municipais). O Decreto no. 7.404/2010,

que regulamentou a PNRS, em seus artigos 53 e 54 estabeleceu o vínculo

entre os planos de resíduos sólidos (municipais ou intermunicipais) e os

planos de saneamento básico, no que tange ao componente de limpeza

urbana e manejo de resíduos sólidos urbanos.

6.2 - Resíduos Sólidos cuja Logística Reversa é obrigatória

Apresentado como um dos instrumentos da PNRS, a Logística

Reversa é definida no Art. 3º, inciso XII da PNRS como: “o instrumento de

desenvolvimento econômico e social caracterizado pelo conjunto de ações,

procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos

resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo

ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente

adequada.” Assim, a PNRS também estabelece a responsabilidade

compartilhada pelos resíduos entre geradores, poder público, fabricantes e

importadores. Para a implementação da Logística Reversa é necessário o

acordo setorial, que representa: ato de natureza contratual firmado entre o

poder público e fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes,

tendo em vista a implantação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de

vida do produto1 . Nesse sentido, sem este acordo prévio e o conhecimento

da realidade local, regional ou nacional, o planejamento de metas e ações

poderá ser inadequado e, assim, os benefícios da gestão de resíduos sólidos

não serão eficientes e eficazes e os prejuízos ambientais e socioeconômicos

continuarão a representar um ônus à sociedade e ao ambiente.

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6.3 - Planos Intermunicipais de Resíduos Sólidos

As dificuldades financeiras e a fragilidade da gestão de grande parte dos

municípios brasileiros para a solução dos problemas relacionados aos resíduos

sólidos abrem espaço para que as cidades se organizem coletivamente

visando a construção de planos intermunicipais de gestão integrada de

resíduos sólidos. A Política Nacional de Resíduos Sólidos incentiva a formação

de associações intermunicipais que possibilitem o compartilhamento das

tarefas de planejamento, regulação, fiscalização e prestação de serviços de

acordo com tecnologias adequadas à realidade regional.

O Governo Federal tem priorizado a aplicação de recursos na área de

resíduos sólidos por meio de consórcios públicos, constituídos com base na Lei

nº 11.107/2005, visando fortalecer a gestão de resíduos sólidos nos

municípios. É uma forma de induzir a formação de consórcios públicos que

congreguem diversos municípios para planejar, regular, fiscalizar e prestar os

serviços de acordo com tecnologias adequadas a cada realidade, com um

quadro permanente de técnicos capacitados, potencializando os investimentos

realizados, e profissionalizando a gestão.

Quando comparada ao modelo atual, no qual os municípios manejam

seus resíduos sólidos isoladamente, a gestão associada possibilita reduzir

custos. O ganho de escala no manejo dos resíduos, conjugado à implantação

da cobrança pela prestação dos serviços, garante a sustentabilidade

econômica dos consórcios e a manutenção de pessoal especializado na gestão

de resíduos sólidos.

Os estudos de regionalização são importantes para viabilizar a

constituição de consórcios públicos, pois fornecem uma base de dados capaz

de facilitar o entendimento ou as negociações entre os diferentes gestores

municipais, agilizando o processo de constituição de consórcios. O Estudo de

Regionalização consiste na identificação de arranjos territoriais (microrregiões)

entre municípios, contíguos ou não, com o objetivo de compartilhar serviços, ou

atividades de interesse comum, permitindo, dessa forma, maximizar os

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recursos humanos, de infraestrutura e financeiros existentes em cada um

deles, gerando economia de escala.

Os municípios que optarem por soluções consorciadas intermunicipais

para gestão dos resíduos sólidos estarão dispensados da elaboração dos seus

Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. Neste caso, o

plano intermunicipal deve observar o conteúdo mínimo previsto no Art. 19 da

Lei nº 12.305/2010.

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CONCLUSÃO

O estudo mostrou que os principais processos de instabilidade das

encostas são devidos a causas antrópicas, decorrente do fato da ocupação e

não respeitar a capacidade de uso das terras e adotar práticas inadequadas de

implantação de suas moradias. Se a expansão de assentamentos não for

planejada utilizando uma política racional, o equilíbrio da natureza não estará

garantido, comprometendo toda uma estrutura de vidas no local.

As medidas preventivas são imprescindíveis para garantir o equilíbrio

da natureza. Prevenir significa definir uma política de caráter sustentável para o

uso de recursos do solo e da água, preservando-os de modo a mantê-los

renováveis ao longo das gerações. A ocupação das encostas precisa ser feita

de forma planejada, minimizando-se os impactos negativos à área e evitando a

degradação do solo e os danos provocados pelo fluxo descontrolado da água.

Segundo Bitar (1995), as aplicações de normas relativas às áreas de

preservação devem ser diferenciadas para o ambiente urbano, de acordo com

cada caso. Sendo considerado um município urbano-industrial, mantém uma

relação estreita socioeconômico com Niterói e Rio de Janeiro, reforçando a

ideia de município periférico. As relações intermunicipais de acumulação de

produção são dependentes da dinâmica de outros municípios, no caso Rio de

Janeiro e Niterói, o que dificulta o desenvolvimento em São Gonçalo. Essa

situação de dependência faz com que a economia local não seja capaz de

absorver a mão de obra, o que qualifica este município como “cidade-

dormitório”. A ocupação desordenada vem acarretando sérios problemas que

se refletem na qualidade de vida da população e no meio ambiente. É de suma

importância a conscientização dos processos de reciclagem e como descartar

os resíduos sólidos que não são recicláveis, contemplando a logística reversa.

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ANEXO 1

RESOLUÇÃO Nº 303, DE 20 DE MARÇO DE 2002.

Dispõe sobre parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente.

O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA, no uso das

competências que lhe são conferidas pela Lei nº 6.938, de 31 de agosto de

1981, regulamentada pelo Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990, e tendo

em vista o disposto nas Leis nos 4.771, de 15 de setembro e 1965, 9.433, de 8

dejaneirode1997,e o seu Regimento Interno, e Considerando a função sócio-

ambiental da propriedade prevista nos arts. 5º, inciso XXIII, 170, inciso VI, 182,

§ 2º, 186, inciso II e 225 da Constituição e os princípios da prevenção, da

precaução e do poluidor-pagador.

Considerando a necessidade de regulamentar o art. 2º da Lei nº 4.771, de 15

de setembro de 1965, no que concerne às Áreas de Preservação Permanente;

Considerando as responsabilidades assumidas pelo Brasil por força da

Convenção da Biodiversidade, de 1992, da Convenção Ramsar, de 1971 e da

Convenção de Washington, de 1940, bem como os compromissos derivados

da Declaração do RiodeJaneiro, de1992; Considerando que as Áreas de

Preservação Permanente e outros espaços territoriais especialmente

protegidos, como instrumentos de relevante interesse ambiental, integram o

desenvolvimento sustentável, objetivo das presentes e futuras gerações,

resolve:

Art. 1º Constitui objeto da presente Resolução o estabelecimento de

parâmetros, definições e limites referentes às Áreas de Preservação

Permanente.

Art. 2º Para os efeitos desta Resolução, são adotadas as seguintes definições:

I - nível mais alto: nível alcançado por ocasião da cheia sazonal do curso

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d`água perneou intermitente; II - nascente ou olho d`água: local onde aflora

naturalmente, mesmo que de forma intermitente, a água subterrânea;

III - vereda: espaço brejoso ou encharcado, que contém nascentes ou

cabeceiras de cursos d`água, onde há ocorrência de solos hidromórficos,

caracterizado predominantemente por renques de buritis do brejo (Mauritia

flexuosa) e outras formas de vegetação típica;

IV - morro: elevação do terreno com cota do topo em relação a base entre

cinqüenta e trezentos metros e encostas com declividade superior a trinta por

cento (aproximadamente dezessete graus) na linha de maior declividade;

V - montanha: elevação do terreno com cota em relação a base superior a

trezentos metros; VI - base de morro ou montanha: plano horizontal definido

por planície ou superfície de lençol d`água adjacente ou, nos relevos

ondulados, pela cota da depressão mais baixa ao seu redor;

VII - linha de cumeada: linha que une os pontos mais altos de uma seqüência

de morros ou de montanhas, constituindo-se no divisor de águas;

VIII - restinga: depósito arenoso paralelo a linha da costa, de forma geralmente

alongada, produzido por processos de sedimentação, onde se encontram

diferentes comunidades que recebem influência marinha, também

consideradas comunidades edáficas por dependerem mais da natureza do

substrato do que do clima. A cobertura vegetal nas restingas ocorrem mosaico,

e encontra-se em praias, cordões arenosos, dunas e depressões,

apresentando, de acordo com o estágio sucessional, estrato herbáceo,

arbustivos e abóreo, este último mais interiorizado;

IX - manguezal: ecossistema litorâneo que ocorre em terrenos baixos, sujeitos

à ação das marés, formado por vasas lodosas recentes ou arenosas, às quais

se associa, predominantemente, a vegetação natural conhecida como mangue,

com influência flúvio-marinha, típica de solos limosos de regiões estuarinas e

com dispersão descontínua ao longo da costa brasileira, entre os estados do

Amapá e SantaCatarina; X - duna: unidade geomorfológica de constituição

predominante arenosa, com aparência de cômoro ou colina, produzida pela

ação dos ventos, situada no litoral ou no interior do continente, podendo estar

recoberta, ou não,por vegetação; XI - tabuleiro ou chapada: paisagem de

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topografia plana, com declividade média inferior a dez por cento,

aproximadamente seis graus e superfície superior a dez hectares, terminada de

forma abrupta em escarpa, caracterizando-se a chapada por grandes

superfícies a mais de seiscentos metros de altitude;

XII - escarpa: rampa de terrenos com inclinação igual ou superior a quarenta e

cinco graus, que delimitam relevos de tabuleiros, chapadas e planalto, estando

limitada no topo pela ruptura positiva de declividade (linha de escarpa) e no

sopé por ruptura negativa de declividade, englobando os depósitos de colúvio

que localizam-se próximo ao sopéda escarpa; XIII - área urbana consolidada:

aquela que atende aos seguintes critérios:a) definição legal pelo poder público;

b) existência de, no mínimo, quatro dos seguintes equipamentos de infra-

estrutura urbana:

1. malha viária com canalização de águas pluviais,

2. rede de abastecimento de água;

3. rede de esgoto;

4. distribuição de energia elétrica e iluminação pública ;

5. recolhimento de resíduos sólidos urbanos;

6. tratamento de resíduos sólidos urbanos; e

c) densidade demográfica superior a cinco mil habitantes por km2.

Art. 3º Constitui Área de Preservação Permanente a área situada:

I - em faixa marginal, medida a partir do nível mais alto, em projeção horizontal,

com largura mínima, de:

a) trinta metros, para o curso d`água com menos de dez metros de largura;

b) cinqüenta metros, para o curso d`água com dez a cinqüenta metros de

largura;

c) cem metros, para o curso d`água com cinqüenta a duzentos metros de

largura;

d) duzentos metros, para o curso d`água com duzentos a seiscentos metros de

largura;

e) quinhentos metros, para o curso d`água com mais de seiscentos metros de

largura;

II - ao redor de nascente ou olho d`água, ainda que intermitente, com raio

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mínimo de cinqüenta metros de tal forma que proteja, em cada caso, a bacia

hidrográfica contribuinte;

III - ao redor de lagos e lagoas naturais, em faixa com metragem mínima de:

a) trinta metros, para os que estejam situados em áreas urbanas consolidadas;

b) cem metros, para as que estejam em áreas rurais, exceto os corpos d`água

com até vinte hectares de superfície, cuja faixa marginal será de cinqüenta

metros;

IV - em vereda e em faixa marginal, em projeção horizontal, com largura

mínima de cinqüenta metros, a partir do limite do espaço brejoso e encharcado;

V - no topo de morros e montanhas, em áreas delimitadas a partir da curva de

nível correspondente a dois terços da altura mínima da elevação em relação a

base;

VI - nas linhas de cumeada, em área delimitada a partir da curva de nível

correspondente a dois terços da altura, em relação à base, do pico mais baixo

da cumeada, fixando-se a curva de nível para cada segmento da linha de

cumeada equivalente a mil metros;

VII - em encosta ou parte desta, com declividade superior a cem por cento ou

quarenta e cinco graus na linha de maior declive;

VIII - nas escarpas e nas bordas dos tabuleiros e chapadas, a partir da linha de

ruptura em faixa nunca inferior a cem metros em projeção horizontal no sentido

do reverso da escarpa; IX- nas restingas :a) em faixa mínima de trezentos

metros, medidos a partir da linha de preamar máxima;

b) em qualquer localização ou extensão, quando recoberta por vegetação com

função fixadora de dunas ou estabilizadora de mangues;

X - em manguezal, em toda a sua extensão;

XI-em duna; XII - em altitude superior a mil e oitocentos metros, ou, em

Estados que não tenham tais elevações, à critério do órgão ambiental

competente;

XIII - nos locais de refúgio ou reprodução de aves migratórias;

XIV - nos locais de refúgio ou reprodução de exemplares da fauna ameaçadas

de extinção que constem de lista elaborada pelo Poder Público Federal,

Estadual ou Municipal;

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XV - nas praias, em locais de nidificação e reprodução da fauna silvestre.

Parágrafo único. Na ocorrência de dois ou mais morros ou montanhas cujos

cumes estejam separados entre si por distâncias inferiores a quinhentos

metros, a Área de Preservação Permanente abrangerá o conjunto de morros

ou montanhas, delimitada a partir da curva de nível correspondente a dois

terços da altura em relação à base do morro ou montanha de menor altura do

conjunto, aplicando-se o que segue:

I - agrupam-se os morros ou montanhas cuja proximidade seja de até

quinhentos metros entre seus topos;II - identifica-se o menor morro ou

montanha;

III - traça-se uma linha na curva de nível correspondente a dois terços deste; e

IV - considera-se de preservação permanente toda a área acima deste nível.

Art. 4º O CONAMA estabelecerá, em Resolução específica, parâmetros das

Áreas de Preservação Permanente de reservatórios artificiais e o regime de

uso de seu entorno. Art. 5º Esta Resolução entra em vigor na data de sua

publicação, revogando-se a Resolução CONAMA 004, de 18 de setembro de

1985.

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ANEXO 2

ESTADO DO RIO DE JANEIRO

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO GONÇALO

SECRETARIA MUNICIPAL DE INFRAESTRUTURA E URBANISMO

AJUDE A EVITAR DESLIZAMENTOS

Os deslizamentos de solo e rochas são fenômenos naturais que ocorrem

nas encostas. No entanto, podem ser agravados pela ação dos próprios

moradores.

Veja o que provoca deslizamentos:

ü LIXO NAS ENCOSTAS

O acúmulo de lixo aumenta o peso na encosta e provoca

deslizamentos. O lixo entope valas e causa enchentes.

Além disso, vira comida de ratos, cobras e insetos.

Se não há coleta perto de sua casa, embale o lixo e coloque-o na

caçamba ou lixeira mais próxima.

_______________________________________________________

________________________

ü BANANEIRAS

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Nos morros, é sinal de perigo, porque ajudam a concentrar água na

terra e facilitam os deslizamentos de terreno.

Substitua as bananeiras próximas a sua casa por outras plantas mais

adequadas.

_______________________________________________________

_________________________

ü ATERROS E CORTES NAS ENCOSTAS

Provocam a instabilidade do terreno e acabam em deslizamentos.

Procure sempre orientação dos técnicos da Prefeitura antes de construir.

_______________________________________________________

_________________________

ü VALAS

Obstruídas, são perigo na certa. Transbordam e encharcam o solo

das encostas. Em época de chuva, mantenha as valas limpas.

_______________________________________________________

________________________

ü ESGOTOS

Se não há rede de esgotos em sua área, conduza a água usada até

a vala mais próxima.

Não deixe que o esgoto seja lançado nas encostas, produzindo

deslizamentos.

_________________________

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ANEXO 3

LEI Nº 12.305, DE 2 DE AGOSTO DE 2010.

Regulamento

Institui a Política Nacional de Resíduos

Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de

fevereiro de 1998; e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional

decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o Esta Lei institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, dispondo sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis.

§ 1o Estão sujeitas à observância desta Lei as pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, responsáveis, direta ou indiretamente, pela geração de resíduos sólidos e as que desenvolvam ações relacionadas à gestão integrada ou ao gerenciamento de resíduos sólidos.

§ 2o Esta Lei não se aplica aos rejeitos radioativos, que são regulados por legislação específica.

Art. 2o Aplicam-se aos resíduos sólidos, além do disposto nesta Lei, nas Leis nos 11.445, de 5 de janeiro de 2007, 9.974, de 6 de junho de 2000, e 9.966, de 28 de abril de 2000, as normas estabelecidas pelos órgãos do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama), do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa) e do Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Sinmetro).

O Decreto 7.404. de 23/12/2010, regulamenta a Lei 12.305/2010 –

Política Nacional de Resíduos Sólidos, que institui a Política Nacional de

Resíduos Sólidos, cria o Comitê Interministerial da Política Nacional e o Comitê

Orientador para implantação dos Sistemas de Logística Reversa.

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A Política Nacional de Resíduos Sólidos estabelece princípios, objetivos,

instrumentos e diretrizes para a gestão e gerenciamento dos resíduos sólidos,

as responsabilidades dos geradores, do poder público, e dos consumidores,

bem como os instrumentos econômicos aplicáveis. Ela consagra um longo

processo de amadurecimento de conceitos: princípios como o da prevenção e

precaução, do poluidor-pagador, da eco eficiência, da responsabilidade

compartilhada pelo ciclo de vida do produto, do reconhecimento do resíduo

como bem econômico e de valor social, do direito à informação e ao controle

social, entre outros.

A Lei estabelece uma diferenciação entre resíduo e rejeito num claro

estímulo ao reaproveitamento e reciclagem dos materiais, admitindo a

disposição final apenas dos rejeitos. Inclui entre os instrumentos da Política as

coletas seletivas, os sistemas de logística reversa, e o incentivo à criação e ao

desenvolvimento de cooperativas e outras formas de associação dos catadores

de materiais recicláveis.

A coleta seletiva deverá ser implementada mediante a separação prévia

dos resíduos sólidos (nos locais onde são gerados), conforme sua constituição

ou composição (úmidos, secos, industriais, da saúde, da construção civil etc.).

A implantação do sistema de coleta seletiva é instrumento essencial para se

atingir a meta de disposição final ambientalmente adequada dos diversos tipos

de rejeitos.

A coleta seletiva deve ser entendida como um fator estratégico para a

consolidação da Política Nacional de Resíduos Sólidos em todas as suas áreas

de implantação. No tocante ao serviço público de limpeza urbana e manejo de

resíduos sólidos deverá se estabelecer, no mínimo, a separação de resíduos

secos e úmidos e, progressivamente, se estender à separação dos resíduos

secos em suas parcelas específicas segundo as metas estabelecidas nos

planos de gestão de resíduos sólidos.

A responsabilidade compartilhada faz dos fabricantes, importadores,

distribuidores, comerciantes, consumidores e titulares dos serviços públicos de

limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos responsáveis pelo ciclo de

vida dos produtos. A lei visa melhorar a gestão dos resíduos sólidos com base

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na divisão das responsabilidades entre a sociedade, o poder público e a

iniciativa privada.

Todos têm responsabilidades segundo a Política Nacional de Resíduos

Sólidos: o poder público deve apresentar planos para o manejo correto dos

materiais (com adoção de processos participativos na sua elaboração e adoção

de tecnologias apropriadas); às empresas compete o recolhimento dos

produtos após o uso e, à sociedade cabe participar dos programas de coleta

seletiva (acondicionando os resíduos adequadamente e de forma diferenciada)

e incorporar mudanças de hábitos para reduzir o consumo e a consequente

geração.

Entre os aspectos relevantes da Política Nacional de Resíduos Sólidos,

a logística reversa é o instrumento de desenvolvimento econômico e social

caracterizado pelo conjunto de ações, procedimentos e meios para coletar e

devolver os resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento em

seu ciclo de vida ou em outros ciclos produtivos. Sua implementação será

realizada de forma prioritária para seis tipos de resíduos, apresentados neste

item.

A Lei Federal 12.305, cria também uma hierarquia que deve ser

observada para a gestão dos resíduos: não geração, redução, reutilização,

reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente

adequada dos rejeitos, instituindo uma ordem de precedência que deixa de ser

voluntária e passa a ser obrigatória.

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APÊNDICE - ENTREVISTAS

Apêndice 1- ADRIANA MAGALHÃES

Nome: Adriana Magalhães

Função/ profissão: Dona de casa (Moradora do bairro Estrela do Norte).

ü Por que não segue o conselho da Defesa Civil, que não pode cortar as

árvores e jogar aterro nas encostas?

Entrevistado: Se corta quando é necessária, uma delas foi cortada

porque estava com risco de cair em nossa cabeça e a Defesa Civil

nunca veio aqui.

ü Por que jogam lixo e entulhos nesses locais?

Entrevistado: por comodidade mesmo ou quando se perde o horário do

lixeiro ou tem muito carro na rua e o caminhão não dá para passar

ü Qual a maior dificuldade em organizar a limpar entorno de suas

residências?

Entrevistado: A maior dificuldade é que ninguém que mora aqui não

quer se comprometer de cada semana se ajuntar para limpar e organizar

o lugar.

ü Construíram nesse local por qual motivo?

Entrevistado: Meu sogro comprou o terreno com uma casinha,

conforme a família foi aumentando houve a necessidade de ir avançando no

terreno para construir mais casas.

ü Como convivem com a degradação do solo?

Entrevistado: Não fazemos realmente nada para mudar a situação do

lugar, quando acumula muito lixo.

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ü Sabe que com o solo em degradação aumenta o risco de desabamento

de seus imóveis, o que pretendem fazer para não correr esse risco?

Entrevistado: Ainda não sei o que vamos fazer, sei quando chove forte

saímos de dentro de casa com medo de cair.

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Apêndice 2- Sra. IRACY

Nome: IRACY

Função/ profissão: Dona de casa (Moradora do bairro Estrela do Norte).

ü Por que não segue o conselho da Defesa Civil, que não pode cortar as

árvores e jogar aterro nas encostas?

Entrevistado: Moro na parte de baixo e sou prejudicada tanto quanto o

pessoal da parte de cima, sendo que os lixos vêm parar na minha porta.

ü Por que jogam lixo e entulhos nesses locais?

Entrevistado: Porque realmente não possuem educação, o lixeiro passa

três vezes na semana.

ü Qual a maior dificuldade em organizar a limpar entorno de suas

residências?

Entrevistado: A dificuldade é que não querem saber do bem estar do

vizinho ou mesmo deles próprios.

ü Construíram nesse local por qual motivo?

Entrevistado: Meu marido e eu já morávamos aqui quando essa

família veio pra cá, compraram o terreno acima onde tinha uma casinha, daí

a família foi crescendo e mais construção também, agora está esse perigo e

sujeiras, por isso também que não consigo vender essa casa.

ü Como convivem com a degradação do solo?

Entrevistado: Com muito medo disso começar a desmoronar e atingir

minha casa.

ü Sabe que com o solo em degradação aumenta o risco de desabamento

de seus imóveis, o que pretendem fazer para não correr esse risco?

Entrevistado: Já tentei falar com um dos moradores da parte de cima,

simplesmente me ignoram.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

BITAR,O.Y.- Manual técnico para a ocupação das encostas (Relatório

IPT 28.215). 1990.

CLIMA TEMPO - (www.climatempo.com.br/previsao-do-

tempo/cidade/325/saogoncalo-rj); Data de acesso em 31/01/2016.

DEFESA CIVIL – A Política a Nacional de Proteção e Defesa Civil nº

12.608 foi publicada no Diário Oficial da União nº 70.

______(http://www0.rio.rj.gov.br/defesacivil/deslizamento.htm); Data de

acesso em 13/01/2016

______.http://www.defesacivil.sg.nom.br/index.php/estatisticasmenu/62-

estatistica-fev-2014; Data de acesso em 13/01/2016.

FÓRUM DA CONSTRUÇÃO. –

(http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=9&Cod=706); Data de

acesso em 30/01/2016.

GUINDICINI, G., NIEBLE, C.N- Estabilidade de taludes naturais e de

conservação. Editora Edgard Blucher ltda, 1976.

INPE – (www.inpe.br/crs/crectealc/pdf/bressani_ceos). Data de acesso

em 24/01/2016.

LIXO E O EFEITO DO LIXO - http://docplayer.com.br/11959748-Capitulo-

lixo-o-efeito-do-lixo-nas-encostas-15-1-tipos-de-solucoes-para-a-coleta-do-lixo-

15-2.html. Site acessado em 05/02/2015.

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PORTAL DE ARTIGOS GEOGRÁFICOS –

http://www.igc.ufmg.br/portaldeperiodicos/index.php/geografias/article/view/639/

499; Data de acesso em 09/01/2016.

SINIR-

http://www.sinir.gov.br/documents/10180/12308/PNRS_Revisao_Decreto_280812.

Data de acesso 11/02/2016.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Avaliações realizadas..................................24

Figura 2 – Vegetação inadequada................................25

Figura 3 – Construção inadequada...............................26

Figura 4 – Lixo na encosta............................................26

Figura 5 – Lixo nas encostas........................................27

Tabela 1 - Fatores deflagradores dos movimentos......14

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INDICE

RESUMO..............................................................5

METODOLOGIA...................................................6

SUMÁRIO.............................................................7

INTRODUÇÃO.....................................................8

CAPÍTULO I – Ações das autoridades ambientais no município de São

Gonçalo...........................................................................................................10

1.1 – Orientações para evitar o desgaste do solo................................10

1.2 – Interesses como um todo............................................................11

1.3 – Escorregamentos em encostas ocupadas..................................12

1.4 - Definições básicas e classificações de escorregamentos...........13

1.4.1- Fatores que atuam na deflagração dos escorregamentos.........13

CAPÍTULO II - As consequências da chuva nas encostas..................15

2.1 – As chuvas como agente deflacador de escorregamentos...........15

2.2 – Características naturais agravantes dos processos de

ecorregamento.................................................................................................16

2.2.1 – Relevo.......................................................................................16

2.2.2 – Vegetação.................................................................................16

2.2.3 – Pluviosidade..............................................................................17

2.2.4 – Lençol freático...........................................................................18

2.4.5 – Causas antrópicas.....................................................................18

CAPÍTULO III – As áreas de estudo e suas características..................20

3.1 – Caracterização da área de estudo................................................20

3.1.1 – O clima de São Gonçalo...........................................................20

3.2 – Coleta de dados............................................................................21

CAPÍTULO IV – Fatores ambientais que podem interferir em

deslizamentos na área analisada......................................................................22

4.1 – Gerenciamento de riscos...............................................................22

4.2 – Defesa Civil de São Gonçalo – RJ.................................................23

4.3 – A população afetada......................................................................24

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CAPÍTULO V – O lixo nas encostas e o processo de coleta..................28

5.1 – O efeito do lixo na encosta.............................................................28

5.2 – A mecanização de coleta domiciliar...............................................28

5.3 – Coleta seletiva manual...................................................................28

5.4- coleta com apoio de carrinho de mão..............................................29

5.5 – Reciclagem de lixo.........................................................................29

5.6 - Como implantar a coleta seletiva...................................................30

5.6.1 - Sistema de coleta seletiva...........................................................30

5.6.2 - A separação do lixo reciclável do não reciclável.........................31

5.7 – Benefícios da coleta seletiva..........................................................31

CAPÍTULO VI – Plano nacional de resíduos sólidos..............................33

6.1 – Resíduos sólidos urbanos..............................................................33

6.2 – Resíduos sólidos cuja logística reversa é obrigatória....................35

6.3 – Planos intermunicipais de resíduos sólidos...................................36

CONCLUSÃO.........................................................................................38

ANEXOS.................................................................................................39

APÊNDICE – ENTREVISTAS.................................................................49

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA............................................................52

LISTA DE FIGURAS...............................................................................54