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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA A IMPORTÂNCIA DO IMPAIRMENT TEST NAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS Por: Daniele Guilherme de Alcântara Orientador Prof. Luciana Madeira Rio de Janeiro 2014 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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Page 1: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Alguns termos relevantes do Pronunciamento técnico CPC 27: • Depreciação é a alocação sistemática do valor depreciável

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A IMPORTÂNCIA DO IMPAIRMENT TEST NAS

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

Por: Daniele Guilherme de Alcântara

Orientador

Prof. Luciana Madeira

Rio de Janeiro

2014

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A IMPORTÂNCIA DO IMPAIRMENT TEST NAS

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Auditoria e Controladoria

Por: Daniele Guilherme de Alcântara.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço ao meu esposo pelo apoio e

incentivo em mais um projeto realizado.

Agradeço à Deus, em quem deposito

todos os meus sonhos. Ele me ajudou

a subir mais um degrau, conquistar

mais uma vitória! Obrigada Meu Deus!

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha família que

me apoiou e entendeu todos os

momentos que não pude dedicar a eles

em prol desse projeto. Amo vocês!

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RESUMO

O Impairment Test é um procedimento importante utilizado para

avaliar os valores dos ativos registrados nas empresas. Este teste foi

introduzido nas normas contábeis brasileiras através da convergência das

normas internacionais em 2007 sendo regulamentada através da lei societária

11.638/2007.

O Impairment Test se aplica a todos os ativos relevantes da

empresa, ou seja, aqueles ativos que estejam relacionados a atividade fim, que

independente de seu segmento, seja comércio, indústria, serviços, entre

outros, devem avaliar seus ativos para verificar a real valoração deles.

É um assunto que surgiu com a convergência das normas

internacionais de contabilidade pelo Brasil que se viu na necessidade de

padronizar suas demonstrações financeiras tendo em vista seu crescimento no

mercado global. Por esse fato estaremos abordando desde a sua adoção até a

sua aplicação e importância nas demonstrações financeiras

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METODOLOGIA

Este é um trabalho de pesquisa bibliográfica, baseado em coleta de

dados através de livros acadêmicos, materiais publicados como artigos

científicos, revistas e sites especializados no assunto. Além de legislação e

normas concernentes ao tema abordado.

É um assunto pertinente a área contábil tendo como local de estudo

empresas que independente de seu segmento devem avaliar seus ativos para

verificar a real valoração destes.

Este trabalho utiliza como fonte de pesquisa bibliográfica os autores:

Sérgio de Iudícibus, Eliseu Martins e Outros (FIPECAFI); Ernst & Young e

FIPECAFI; Marcelo Cavalcanti Almeida; Marina Yamamoto, Mara Jane

Malacrida e João Domiraci Paccez.

O Pronunciamento técnico CPC 01 (R1) será a principal fonte de

pesquisa deste trabalho, porque é este pronunciamento que estabelece os

procedimentos para o Impairment Test (Redução ao valor recuperável). O CPC

01 (R1) é a base de desenvolvimento e estudo para todos os autores acima

citados.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Conceito do Impairment Test 11

CAPÍTULO II - Aplicação do teste 23

CAPÍTULO III - Reconhecimento do Impairment 31

CONCLUSÃO 38

ANEXOS 40

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 42

BIBLIOGRAFIA CITADA (opcional) 42

WEBGRAFIA (opcional) 44

ÍNDICE 46

FOLHA DE AVALIAÇÃO 47

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INTRODUÇÃO

Diante da globalização do mercado financeiro e da necessidade do

Brasil atrair mais investidores estrangeiros para o país, O Brasil decidiu por

aprimorar a qualidade da informação contábil divulgada a fim de torná-las

confiáveis ao usuário dessa informação.

Em vista desse cenário surgiu a necessidade da adoção de normas

contábeis padronizadas pelo Brasil, visando atender o mercado internacional

facilitando assim o trabalho das empresas estrangeiras, já que estas não

precisariam refazer todo o trabalho para comparar com suas normas, dentre

outros benefícios.

Com a convergência das normas internacionais de contabilidade o

Brasil se propôs a criar um órgão responsável pela convergência das normas

contábeis. O Brasil passou a adotar as International Financial Reporting

Standards (IFRS) - normas emitidas pelo International Accounting Standard

Board (IASB) – que estuda, prepara e emite normas de padrões internacionais

de contabilidade. Entidade do setor privado, independente, criada em 1976

com sede em Londres, constituída por mais de 140 entidades profissionais de

todo o mundo, inclusive do Brasil. (Revista de economia e relações

internacionais, v. 10, 2012)

Criou-se então, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) em

07 de outubro de 2005, através da Resolução CFC nº 1.055/2005. O Comitê

de Pronunciamentos Contábeis (CPC) foi idealizado a partir da união de

esforços e comunhão de objetivos das seguintes entidades: ABRASCA,

APIMEC NACIONAL, BOVESPA, Conselho Federal de Contabilidade,

FIPECAFI e IBRACON. (Site: www.cpc.org.br)

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Segundo a Resolução CFC nº 1.055/2005 no art. 3º o “CPC tem por

objetivo o estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre

procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa

natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora

brasileira, visando à centralização e uniformização do seu processo de

produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade

Brasileira aos padrões internacionais”.

A partir daí foram criados até momento 46 pronunciamentos

técnicos, sendo o CPC 01 (R1) sobre redução do valor recuperável dos ativos,

o primeiro a ser aprovado pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis, que

tem correlação as regras contábeis internacionais (IAS 36 – Impairment of

Assets), regulada pela resolução CFC nº 1.292/2010. O CPC 01 também foi

adotado pela Comissão de Valores Mobiliários através da deliberação nº

639/2010. (KPMG, 2008)

O Pronunciamento técnico CPC 01 que tornou-se obrigatório pela

resolução CFC nº 1.110/2007 e revogado pela resolução nº 1.292/2010, diz se

os ativos estiverem avaliados por valor superior ao valor recuperável por meio

do uso ou venda, a entidade deverá reduzir esses ativos ao seu valor

recuperável, reconhecendo no resultado a perda referente a essa

desvalorização. (FIPECAFI, 2010)

Em meio a essa inovação contábil de avaliação dos ativos, surge

uma pergunta: Como certificar de que os valores de registro dos ativos de uma

empresa estejam retratando a realidade? Através do Impairment Test é

possível verificar se os valores evidenciados nas demonstrações financeiras

retratam a realidade, ou seja, o valor justo do ativo, pois ele assegura de modo

mais próximo a realidade a capacidade de retorno econômico e financeiro de

um ativo.

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Este trabalho será elaborado em três capítulos com sua conclusão

ao final do trabalho.

No primeiro capítulo apresenta-se o conceito e o objetivo do

Impairment Test, além de outros conceitos pertinentes ao assunto para melhor

entendimento do tema.

Já no segundo capítulo será abordado sobre a aplicação do Teste

de Impairment nos ativos da empresa, da sua necessidade e obrigatoriedade

para todas as empresas brasileiras

O terceiro capítulo refere-se ao reconhecimento do Impairment, ou

seja, do reconhecimento da perda de um ativo e da sua reversão se for o caso.

O trabalho será finalizado com a conclusão da pesquisa, onde será

visto a importância da aplicação do Impairment test nos ativos da empresa,

pois com esse procedimento que foi estabelecido através da convergência

contábil, é possível ter uma demonstração financeira mais real, mais confiável

ao usuário dessa informação.

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CAPÍTULO I

IMPAIRMENT TEST

CONCEITO

A expressão inglesa “Impairment” na sua tradução literal significa

“deterioração”, entretanto o conceito que a Norma Internacional de

Contabilidade traz não tem a ver com deterioração ou dano físico, e sim dano

econômico. É a redução de valores dos ativos assegurando que eles estejam

registrados contabilmente com valores mais próximo da realidade.

O Impairment Test, também conhecido como Redução ao valor

recuperável de ativos, é um procedimento que a empresa deve aplicar em seus

ativos para assegurar que eles não estejam registrados em sua contabilidade

por valor superior ao seu valor de recuperação. Conforme o Pronunciamento

técnico CPC 01 (R1) se um ativo estiver registrado contabilmente por valor que

exceda seu valor recuperável, ou seja, maior que seu valor de uso ou de

venda, ele estará sujeito ao Impairment Test. Isso quer dizer que o ativo

sofrerá um ajuste para perdas por desvalorização.

1.1 – Conceito de Ativos

Para melhor entendimento do tema abordado, faz-se necessário a

compreensão do significado contábil de ativos.

De forma simplificada, o ativo compreende os bens e os direitos de

uma empresa expressos em moeda. (Equipe de professores da FEA/USP,

2008)

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Definido por Lopes e Martins (2005, p. 143) apud SZUSTER &

FERNANDES (2009), Ativos devem representar possíveis benefícios futuros

obtidos ou controlados por uma entidade como resultado de atividades

passadas ou eventos.

O Pronunciamento Conceitual Básico (R1) – CPC 00 no item 4.4

define ativo como:

Um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que fluam futuros benefícios econômicos para a entidade.

Pode-se dizer então, que uma das características que identificam

um ativo é a expectativa de que futuros benefícios econômicos fluam para a

empresa, sendo essa característica primordial para que um ativo seja

reconhecido no balanço patrimonial.

Esses ativos que geralmente são empregados na atividade fim da

empresa, tendo o seu potencial em contribuir, tanto na produção de bens ou

prestação de serviços, atendendo as necessidades dos consumidores, serão

capazes de contribuir direta ou indiretamente para o fluxo de caixa da

entidade.

O item 4.11 esclarece que ativos não necessariamente precisam ter

forma física, como é o caso dos itens do ativo imobilizado, a forma física não é

essencial para classificar um item como ativo, como por exemplo, patentes e

os direitos autorais. O essencial é que eles sejam capazes de gerar fluxos de

caixas positivos.

O ativo é dividido em dois grupos: Ativo circulante e Ativo não

circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos,

imobilizados e intangível. Destaca-se no grupo do ativo não circulante, os

imobilizados e intangíveis, que periodicamente segundo § 3º no art. 183 da lei

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11.638, de 2009 deverão passar pela análise de redução dos valores

registrados, ou seja, o Impairment test.

1.1.1 – Ativo imobilizado

Segundo Iudícibus e outros (2010, pág. 220) os ativos incluídos no

grupo de ativo imobilizado são todos os ativos tangíveis ou corpóreos de

permanência duradoura, ou seja, que se espera usufruir por mais de um

período, destinado ao funcionamento da atividade fim da empresa. Alguns

exemplos de bens tangíveis classificados no imobilizado: terrenos e edifícios,

máquinas e equipamentos, móveis e utensílios, instalações, veículos e etc.

A Norma da lei 6.404, de 1976 no art. 179 com nova redação dada

pela lei 11.638/2007 define:

IV – no ativo imobilizado: os diretos que tenham por objetivo bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens.

O Pronunciamento técnico CPC 27 define Ativo imobilizado como o

item tangível que é mantido para uso na produção ou fornecimento de bens ou

serviços, para aluguel a terceiros, ou para outros fins administrativos, e que se

espera utilizar por mais de um período. O imobilizado deve ser reconhecido

como ativo se, e apenas se for provável que futuros benefícios econômicos

sejam gerados para a empresa que o controla e que o seu custo possa ser

mensurado de forma confiável.

O reconhecimento inicial de um item do ativo imobilizado deve ser

apresentado no balanço pelo seu custo deduzido da depreciação acumulada e

menos a perda de valor recuperável.

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Apesar do Ativo imobilizado ter um Pronunciamento técnico próprio

que estabelece tratamento contábil para ele, no item 63 do CPC 27 é

enfatizado que a entidade deve aplicar o Pronunciamento Técnico CPC 01

(R1) para determinar o seu valor recuperável.

Alguns termos relevantes do Pronunciamento técnico CPC 27:

• Depreciação é a alocação sistemática do valor depreciável de um ativo ao

longo de sua vida útil.

• Valor depreciável é o custo de um ativo ou outro valor que substitua o

custo, menos o seu valor residual.

• Valor residual de um ativo é o valor estimado que a entidade obteria coma

venda do ativo, após deduzir as despesas estimadas de venda, caso o ativo

já tivesse a idade e a condição esperada para o fim de sua vida útil.

• Vida útil é (a) o período de tempo durante o qual a entidade espera utilizar o

ativo; ou (b) o número de unidades de produção ou de unidades

semelhantes que a entidade espera obter pela utilização do ativo.

1.1.2 – Ativo Intangível

Os ativos incorpóreos que antes eram classificados no imobilizado

agora deverão ser reconhecidos no ativo intangível, como assim determina a

lei 6.404/1976, com nova redação dada pela lei 11.638/2007, no seu art. 179:

VI – no intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive de comércio adquirido.

Segundo Almeida (2010, pág. 22) esse novo grupo de contas, na

realidade representa um desmembramento do ativo imobilizado, seguindo uma

tendência internacional. O FIPECAFI (2010, pág. 261) diz que com a

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convergência das normas internacionais, a lei 6.404/1976 nos abriga a utilizar

uma segregação de contas semelhantes àquelas que são usadas nos países

onde as novas regras internacionais de contabilidade já estão sendo utilizadas.

Definido pelo Pronunciamento técnico CPC 04, Ativo intangível é

um ativo não monetário identificável sem substância física. O reconhecimento

do ativo intangível segue a mesma regra do ativo imobilizado, que seja

provável que os benefícios econômicos futuros esperados fluam para a

empresa e que seu custo possa ser mensurado com confiabilidade. O

FIPECAFI (2010, pág. 262) afirma que três pontos devem ser analisados com

atenção em vista do reconhecimento de um ativo intangível: identificação,

controle e geração de benefícios econômicos futuros.

Almeida (2010, pág. 22) dá exemplos de ativos intangíveis

reforçando que a diferença entre o ativo imobilizado e intangível é a

inexistência de forma física. São eles: Marcas e patentes, direitos autorais,

fundo de comércio, direitos de concessão ou exploração de serviços e etc.

O Pronunciamento técnico CPC 04 que define o tratamento

contábil dos ativos intangíveis no seu item 111 também enfatizada o teste de

Impairment para avaliar o seu valor recuperável.

Termos importantes do Pronunciamento técnico CPC 04:

• Amortização é a alocação sistemática do valor amortizável de ativo

intangível ao longo da sua vida útil.

• Valor amortizável é o custo de um ativo ou outro valor que substitua o

custo, menos o seu valor residual.

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1.1.3 – Ativos não contemplados pelo CPC 01

O Pronunciamento técnico CPC 01 diz que o Test de Impairment

deve ser aplicado na contabilização de ajuste para perdas por desvalorização

de todos os ativos do balanço com exceção de alguns ativos que o próprio

Pronunciamento técnico destaca e explica que, estes ativos em seus próprios

Pronunciamentos técnicos contêm a orientação para reconhecimento e

mensuração. São eles conforme item 2 do CPC 01:

ü Estoques (Pronunciamento Técnico CPC 16)

ü Ativos advindos de contratos de construção

(Pronunciamento Técnico CPC 17)

ü Ativos fiscais diferidos (Pronunciamento Técnico CPC 32)

ü Ativos advindos de planos de benefícios a empregados

(Pronunciamento Técnico CPC 33)

ü Propriedade para investimento que seja mensurada ao

valor justo (Pronunciamento Técnico CPC 28)

ü Ativos biológicos relacionados à atividade agrícola que

sejam mensurados ao valor justo líquido de despesas de

venda (Pronunciamento Técnico CPC 29)

ü Custos de aquisição diferidos e ativos intangíveis advindos

de direitos contratuais de companhia de seguros contidos

em contrato de seguro (Pronunciamento Técnico CPC 11)

ü Ativos não circulantes classificados como mantidos para

venda ou grupos de ativos disponíveis para venda

(Pronunciamento Técnico CPC 31)

ü Ativos financeiros disciplinados pelos Pronunciamentos

técnicos de Instrumentos financeiros (Pronunciamento

Técnico CPC 38 – Reconhecimento e Mensuração,

Pronunciamento Técnico CPC 39 – Apresentação,

Pronunciamento Técnico CPC 40 - Evidenciação)

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1.2 – Objetivo do Impairment Test

O objetivo do Impairment Test é assegurar que o valor contábil

líquido de um ativo ou grupo de ativos (unidade geradora de caixa) de longo

prazo não seja superior ao seu valor recuperável. Conforme apresentado na

figura 1, para melhor compreensão, o Impairment consiste em comparar o

valor contábil líquido com o valor recuperável, onde o valor recuperável será o

maior valor entre o valor líquido de vendas e o valor em uso. O teste de

recuperabilidade, ou seja Impairment test “tem como finalidade apresentar de

forma mais conservadora o valor real dos ativos imobilizado e intangível. “

(Revista COAD, 2012, p.32)

Figura 1: Valor recuperável (Fonte: Ernst & Young e Fipecafi, pág. 348, 2009.)

Almeida (2010, pág. 78) lista os Ativos que estariam dentro do teste

de Recuperalidade (Impairment).

ü Terrenos;

ü Edificações;

ü Máquinas e Equipamentos;

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ü Investimentos em propriedades contabilizados ao custo

ü Ativos Intangíveis;

ü Ágio;

ü Investimentos em subsidiárias, em coligadas e

empreendimentos controlados em conjunto.

Torna-se pertinente a compreensão de alguns termos utilizados que

fazem referência ao Impairment Test (Redução ao valor recuperável de Ativos):

• Valor contábil é o valor pelo qual o ativo está reconhecido no balanço

deduzido da depreciação acumulada e das provisões para perda registrada

para esse ativo.

• Valor em uso é o valor presente de fluxos de caixa futuros estimados, que

devem resultar do uso de um ativo ou de uma unidade geradora de caixa.

• Valor líquido de venda é o valor a ser obtido pela venda de um ativo ou de

uma unidade geradora de caixa em transações em bases comutativas,

entre partes conhecedoras e interessadas, menos as despesas estimadas

de venda.

• Valor recuperável de um ativo ou unidade geradora de caixa é o maior valor

entre o valor líquido de venda de um ativo e seu valor em uso.

• Valor justo é o valor pelo qual um ativo pode ser negociado entre partes

interessadas, conhecedoras de negócio e independentes entre si.

• Perda por redução ao valor recuperável ou perda por desvalorização é o

montante pelo qual o valor contábil de um ativo ou unidade geradora de

caixa excede seu valor recuperável.

O Impairment Test (redução ao valor recuperável) obrigatório por

força da lei 11.638/2007, diz que se os ativos estiverem avaliados por valor

superior ao valor recuperável, a empresa deverá reduzir esses ativos ao seu

valor recuperável, reconhecendo no resultado a perda por desvalorização.

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1.3 – Unidade geradora de caixa (UGC)

O Pronunciamento técnico CPC 01 define Unidade geradora de

caixa como:

O menor grupo identificável de ativos que gera entradas de caixa, entradas essas que são em grande parte independentes das entradas de caixa de outros ativos ou grupos de ativos.

De acordo com Ernst & Young (2009, pág. 351) o valor contábil

líquido de uma unidade geradora de caixa é identificado nas unidades

geradoras de caixa que sejam capazes de gerar fluxos de caixa largamente

independentes de outros ativos. É ressaltado que todos os ativos tenham

passado pelo teste de Impairment para identificação do valor contábil de uma

unidade geradora de caixa.

Na indicação de que um ativo possa estar desvalorizado o valor

recuperável deve ser estimado para o ativo individual. (CPC 01 R1, 2010) Nas

situações em que não se pode estimar o valor recuperável de um ativo

imobilizado, a empresa deve identificar uma unidade geradora de caixa à qual

o imobilizado pertença para estimar seu valor recuperável. (FIPECAFI, 2010)

O valor recuperável de uma unidade geradora de caixa é o maior

entre valor líquido de venda e o seu valor de uso.

Existe ainda um grupo de ativo que é necessário destacar, que são

os chamados ativos corporativos. Ernst & Young diz que esses ativos são

incapazes de gerar montantes significativos de caixa de forma independente

de outros ativos, como por exemplo prédios administrativos, centrais de

tecnologia de informação e etc.... O Pronunciamento técnico CPC 01 define:

Ativos corporativos são ativos, exceto ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill), que contribuem, mesmo que indiretamente, para os fluxos de caixa futuros tanto da unidade

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geradora de caixa sob revisão quando de outras unidades geradoras de caixa.

Ainda, segundo FIPECAFI (2010, pág. 237) os ativos corporativos

são caracterizados por não gerarem entradas de caixa sozinhos, ou seja,

independente de outros ativos ou grupos de ativos e por seu valor contábil não

poder ser alocado à unidade geradora de caixa em revisão. Segundo, o item

101 do CPC 01, pelo fato dos ativos corporativos não gerarem entradas de

caixa sozinhos, o valor recuperável não pode ser determinado, a não ser que a

administração decida se desfazer do ativo. Se houver indicação de

desvalorização de um ativo corporativo, o valor recuperável deve ser

determinado para a UGC à qual pertença e compara-lo ao valor contábil dessa

UGC. Para reconhecer a perda por desvalorização deve-se de acordo com o

item 104, reduzir o valor contábil do UGC a qual tenha sido atribuído o ativo

corporativo; para depois reduzir o valor contábil proporcionalmente de cada

unidade ou grupo de unidade geradora de caixa.

Almeida (2010, pág. 80) destaca alguns pontos relevantes na

observação de uma unidade geradora de caixa:

• É o menor nível identificável de um ativo ou grupo de ativos capazes de

gerar entradas de caixa representativas e independentes de outros ativos

ou grupo de ativos;

• O critério de agrupamento de ativos em UGCs deve ser consistente de

período a período.

• A UGC deve ser o menor agrupamento de ativos possíveis.

• Envolve julgamento;

• Depende também de como a administração gerencia o negócio.

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1.4 – Ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill)

O ágio é um tipo de ativo intangível. Ele ocorre quando o valor de

aquisição da participação societária é superior ao montante líquido dos ativos e

passivos da sociedade investida avaliado a valor justo. Ele é classificado no

grupo investimentos no balanço individual ou grupo intangível no balanço

consolidado. Por ser um ativo proveniente de uma combinação de negócios,

ele não é regido pelo Pronunciamento técnico CPC 04 (Ativos intangíveis) e

sim pelo CPC 15 (Combinação de negócios). O ágio por expectativa de

rentabilidade futura (goodwill) é definido pelo Pronunciamento técnico CPC 01

como “um ativo que representa benefícios econômicos futuros advindos de

outros ativos adquiridos na combinação de negócios que não são identificados

individualmente e não são reconhecidos separadamente. ”

O Pronunciamento técnico CPC 15 diz que o ágio por expectativa de

rentabilidade futura deverá ser reconhecido pelo adquirente separadamente

dos ativos identificáveis adquiridos e que ele deve ser reconhecido na data da

aquisição e o seu valor conforme item 32 será a soma da contraprestação

transferida em troca do controle da adquirida, o montante de qualquer

participação de não controladores na adquirida e o valor justo na data da

aquisição no caso de combinação de negócios realizada em estágios menos o

valor líquido, na data de aquisição dos ativos identificáveis adquiridos.

Segundo Iudícibus e outros (pág. 263, 2010) conclui-se que intangíveis que

forem contabilizados individualmente devem ser contabilizados pelo custo

incorrido na operação.

O Pronunciamento técnico CPC 01 afirma que para fins do teste de

Impairment, o ágio adquirido de uma combinação de negócios, deverá a partir

da data de aquisição, ser alocado a cada uma das unidades ou grupos de

unidades geradoras de caixa. Anualmente e sempre que houver indicação de

que uma unidade geradora de caixa na qual tenha alocação de goodwill possa

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estar desvalorizado, deve-se verificar a necessidade de redução ao valor

recuperável, ou seja o Impairmet test, comparando seu valor contábil com o

valor recuperável. Conforme o item 104 do CPC 01, uma perda por

desvalorização só deverá ser reconhecida “se, e somente se” o valor

recuperável da unidade for menor que o valor contábil da unidade. O CPC 01

determina como deve ser alocada a perda por desvalorização para reduzir o

valor contábil da UGC que recebeu alocação de goodwill: Primeiro reduzir o

valor contábil do goodwill; para depois reduzir o valor contábil

proporcionalmente de cada unidade ou grupo de unidade geradora de caixa.

No presente capítulo foi abordado acerca do conceito e objetivo do

Impairment test e conhecido os grupos que devem passar por ele, assim como

também os ativos que estão fora dessa obrigatoriedade. No capitulo a seguir

será abordado sobre a aplicação do Impairment test nos ativos da empresa e

da determinação do seu valor recuperável. Será mostrado também quais

empresas estão obrigadas a aplicar o teste de Impairment nos seus ativos e

quem deve realizar o teste.

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CAPÍTULO II

APLICAÇÃO DO IMPAIRMET TEST

O teste de Impairment aplica-se a todos os ativos ou conjunto de

ativos relevantes da empresa. Esse teste visa assegurar que os ativos não

estejam registrados contabilmente por um valor superior a ser recuperado

futuramente, por uso nas operações da empresa ou pela sua eventual venda.

(IFRS no Brasil, pág. 190, 2011) Com base nas informações obtidas, a

empresa avaliará se o valor contábil é maior que seu valor recuperável, que

corresponde ao maior valor entre valor de venda ou valor em uso. Sabe-se que

sempre que houver indícios de perda de substância econômica do valor

recuperável dos ativos, ou pelo menos anualmente, o teste de Impairment

deve ser realizado.

2.1 – DETERMINAÇÃO DO VALOR RECUPERÁVEL

Figura 2: Valor contábil x Valor recuperável (Fonte: Elaboração própria)

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O Pronunciamento técnico CPC 01 define valor recuperável como o

maior valor entre valor líquido de venda e seu valor em uso. Sendo o valor

recuperável maior que o valor contábil, não haverá o que estimar, pois não

houve desvalorização. A figura 2 apresenta de forma dinâmica, que quando o

valor contábil for maior que o valor recuperável significa que houve

desvalorização e deverá ser realizado a estimativa para perdas do ativo, isto é,

o registro contábil da desvalorização do ativo. Quando ocorrer que, o valor

contábil estiver menor que o valor recuperável significa que não houve

desvalorização, logo não há o que estimar.

2.1.1 – VALOR LÍQUIDO DE VENDA

A Melhor evidência de um valor líquido de venda de ativos é obtida

através de um contrato de venda formalizada entre partes conhecedoras e

interessadas, menos as despesas atribuídas diretamente à venda. (Yamamoto

e outros, 2011) Caso não exista contrato formal, o valor líquido de venda

poderá ser obtido ser obtido a partir da negociação em um mercado ativo. Se

essas fontes não estiverem disponíveis, o valor líquido de venda deverá ser

baseado na melhor informação disponível para refletir o valor que a empresa

possa obter na data do balanço, para alienação do ativo em uma transação

entre partes conhecedoras e interessadas, após deduzir as despesas da baixa.

O CPC 01 dá exemplos dos tipos de despesas que devem ser

deduzidas ao se mensurar o valor líquido de venda. São os custos legais,

despesas com impostos, custos com remoção e transporte, comissões e

gastos incrementais para deixar o ativo em condição de venda. “Entretanto, as

despesas com demissão com empregados e as associações à redução ou

reorganização de um negócio em seguida à baixa de um ativo não são

despesas incrementais para baixa do ativo.” (CPC 01, item 28, 2010)

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Segundo Iudícibus e outros (pág. 235, 2010) nas situações em que

não seja possível determinar o valor líquido de venda de um ativo, por não se

ter um mercado ativo e não ter uma base confiável de informação para estimar

o valor de venda, as vezes por ter características muito peculiar a uma

indústria, por exemplo, e por isso ter pouco potencial de negociação, o valor

em uso poderá representar o valor recuperável do ativo.

2.1.2 – VALOR EM USO

A determinação do valor em uso de uma unidade geradora de caixa

ou de um ativo é um processo complexo que envolve um nivel de julgamento

profissional enorme. (Ernst & Young, 2009) Por isso a identificação da unidade

geradora de caixa, de ativos corporativos e goodwill e da aplicação da taxa de

desconto devem ser realizados de maneira muito responsável de modo a não

prejudicar o valor justo de cada item.

O valor em uso conforme o CPC 01, no item 30 pode ser

determinado considerando os seguintes elementos:

(a) Estimativa dos fluxos de caixa futuros que a entidade espera obter com esse ativo; (b) Expectativa acerca de possíveis variações no montante ou no período de ocorrência desses fluxos de caixa futuros; (c) Valor do dinheiro no tempo, representado pela atual taxa de juros livre de risco; (d) Preço pela assunção da incerteza inerente ao ativo(prêmio); e (e) Outros fatores, tais como falta de liquidez, que participantes do mercado iriam considerar ao precificar os fluxos de caixa esperados da entidade, advindos do ativo.

Devem ser seguidos os seguintes passos para estimativa do valor

em uso conforme item 31 do CPC 01: “(a) estimar futuras entradas e saídas de

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caixa decorrentes do uso contínuo do ativo e da sua baixa; (b) aplicar taxa de

desconto adequada a esses fluxos de caixa futuros. ”

Iudícibus e outros (pág. 235, 2010) diz que em alguns casos seja

mais comum a utilização do valor em uso como parâmetro para se obter o

valor recuperável, visto que um ativo com características muito peculiar a

atividade de uma empresa não encontre um mercado ativo para negociação.

Pode ser que o ativo tenha maior rentabilidade para a empresa no seu uso do

que pela venda.

2.1.3 – TAXA DE DESCONTO

A taxa de desconto deve ser antes uma taxa de impostos sobre a

renda, que reflita o valor do dinheiro no tempo e os riscos específicos do ativo.

Ela dever ser compatível com o retorno que os investidores escolheriam para

obter o retorno esperado de um investimento, levando em conta época, valores

e riscos equivalentes aos do ativo em avaliação. (Ernst & Young, 2009)

O WACC - Weighted Average Cost or Capital ( custo médio

ponderado de capital) é uma taxa recomendada utilizada como ponto de

partida para cálculo inicial da taxa de desconto e geralmente aceita no

mercado. (Ernst & Young, 2009)

Quando uma taxa não estiver disponivel no mecado, a empresa

deverá, segundo o Pronunciamento técnico CPC 01, usar outras variantes para

calcular a taxa de desconto adequada.

2.2 – APLICAÇÃO DO IMPAIRMENT TEST

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27

O Impairment test deve ser aplicado sempre que houver indícios

de perdas de substância ecônomica do valor recuperável dos ativos

imobilizados e no mínimo anualmente para os ativos intangíveis, efetuando o

cálculo do valor recuperável para os ativos imobilizados, ativos intangíveis de

vida útil indefinida, ativos intangíveis ainda não colocados em uso e o goodwill.

Segundo Yamamoto e outros (2011, pág,176) a avaliação de um

ativo pode sofrer mudanças significativas ao longo de sua vida útil, e por esse

motivo a empresa deve avaliar alguns pontos para mensurar um ativo.

Informações como valor de mercado, mudanças significativas no ambiente

tecnológico, taxas de juros e outros devem ser utilizadas quanto a análise para

mensuração. O Pronunciamento técnico CPC 01 apresenta uma lista de fontes

internas e externas para que seja considerada, caso haja indicação que um

ativo possa estar desvalorizado.

Lista de indicadores apresentada por Almeida (2010, pág. 79) de

forma mais simplificada:

Como fonte externa de informação:

• Declínio do valor de mercado;

• Reflexos de mudanças tecnológicas, legislação, mercado e economia;

• Aumento de taxas de juros;

• Valor da ação da empresa abaixo do valor patrimônio líquido da empresa.

Como fonte interna de informação:

• Obsolescência;

• Reestruturação ou venda parcial de um ativo;

• Performance econômica pior do que o esperado.

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Ernst & Young (pág. 340, 2009) lista outros fatores que podem

indicar que um ativo esteja desvalorizado, São eles:

• Redução da vida útil do ativo;

• Despesa de capital acima do planejado para desenvolvimento do ativo;

• Gastos com manutenção acima do esperado;

• O ativo vem operando com capacidade ociosa;

• Aumento de concorrência, entre outros fatores,

A empresa deve avaliar, ao fim de cada exercício social, se há

alguma indicação de que um ativo possa ter sofrido desvalorização, devendo

ser observadas as fontes que indicam que essa perda possa ter ocorrido. Caso

haja alguma indicação dessa perda, a empresa deverá formalizar uma

estimativa de valor recuperável. Assim determina o Pronunciamento técnico

CPC 01 a partir do item 8 ao 17.

Os ativos intangíveis com vida útil indefinida ou o intangível ainda

não disponível para uso devem passar pelo teste de Impairment, ou seja o

teste de recuperabilidade, no mínimo, uma vez por ano, independente de

existir ou não indicação de desvalorização, o teste poderá ser efetuado a

qualquer momento, inclusive fora da data do balanço, mas sempre repetido na

mesma época do ano. Também o ágio pago por expectativa de rentabilidade

futura (goodwill) pode ser testado em diferentes períodos.

A lei 11.638 de 2007 no art. 183 diz:

§ 3º A companhia deverá efetuar, periodicamente, análise sobre a recuperação dos valores registrados no imobilizado, no intangível e no diferido, a fim de que sejam: I – registradas as perdas de valor do capital aplicado quando houver decisão de interromper os empreendimentos ou atividades a que se destinavam ou quando comprovado que não poderão produzir resultados suficientes para recuperação desse valor; ou

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II – revisados e ajustados os critérios utilizados para determinação da vida útil econômica estimada e para cálculo da depreciação, exaustão e amortização.

A empresa deverá avaliar e documentar a existência ou não de

indicativos de impairment ao fim de cada exercício social ou período contábil,

considerando os os fatores internos e externos que indicão que um ativo possa

ter sofrido desvalorição. (Ernst & Young, 2009)

2.2.1 – EMPRESAS OBRIGADAS A APLICAÇÃO DO

IMPAIRMENT TEST

Desde 2008 o test de Impairment vem sendo aplicado em todas as

empresas brasileiras, sendo uma exigência tanto para as empresas abertas

quanto para as empresas fechadas de grande porte. A lei 11.638/2007 estende

para as sociedades de grande porte, ainda que não constituídas sobre a forma

de sociedades anônimas de capital aberto, as regras da lei 6.404/1976 que

foram alteradas pela referida lei, e o Test de Impairment é uma dessas

obrigaçãoes. (KPMG, 2008) A resolução do CFC 1.315/2010

O processo de convergência às normas internacionais de contabilidade, buscada há anos, passou a ser legalmente determinada, a partir da edição da lei nº 11.638/07, às companhias abertas e estendido as demais empresas brasileiras...

“...e estendido as demais empresas brasileiras...” Isto quer dizer

que as empresas de pequeno e médio porte também estão dentro dessa

obrigatoriedade, por esse motivo foi emitida em dezembro de 2009 pelo

Comitê de Pronunciamento Contábeis um pronunciamento técnico de

aplicação específica para essas empresas denominado: Pronunciamento

Técnico PME, Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas, que

estabelece procedimentos específicos para tais empresas.

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A comissão de valores mobiliários (CVM) aprovou através da

deliberação CVM nº 639 de 07 de outubro de 2010, o Pronunciamento técnico

CPC 01(R1) tornando obrigatório, para as empresas abertas. O teste de

Impairment que vem sendo aplicado aos exercícios encerrados desde

dezembro de 2010, quando as demonstrações financeiras de 2009 também

foram divulgadas em conjunto com as demonstrações de 2010 para fins de

comparação para os usuários dessa informação.

2.2.2 - QUEM DEVE REALIZAR O IMPAIRMENT?

O teste de Impairment (ou de recuperabilidade) pode ser feito

diretamente por profissionais da própria empresa, como também pode ser

realizado por empresas terceirizadas, como por exemplo empresas de

consultoria especializadas no assunto. Não existem normativas nas IFRS que

exijam a realização obrigatória de laudos externos na análise do Impairment.

Entretanto, por forças de circunstâncias específicas, é razoável a existência de

documentação sobre o procedimento de realização desse teste, mesmo que

realizado internamente. (FIPECAFI – perguntas e respostas) Um exemplo de

contratação de terceiros para realização do teste do Impairment seria no caso

da avaliação de imóveis, onde corretores especializados atestariam o valor

líquido de venda do imóvel de forma compatível com o mercado, uma vez que

possuem bancos de dados e preços mais completos, fornecendo assim um

documento que seria o laudo para comprovação do teste.

No próximo capítulo será abordado sobre a perda por Impairment

test, isto é, quando o ativo sofre uma perda de valor ecônomico pelo fato de

seu valor recuperável estar bem abaixo do valor contábil. Será visto também a

reversão da perda por desvalorização quando essa perda não mais existir ou

tiver diminuído.

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CAPÍTULO III

RECONHECIMENTO DO IMPAIRMENT

Conforme já abordado nos capítulos anteriores a perda por

desvalorização de um ativo deve ser reconhecida, quando seu valor

recuperável for menor que o valor contábil. É o que afirma o CPC 01 no item

59: “Se, e somente se, o valor recuperável de um ativo for inferior ao seu valor

contábil, o valor contábil deve ser reduzido o seu valor recuperável. Essa

redução representa uma perda por desvalorização do ativo.”

A perda por desvalorização deve ser reconhecida imediatamente na

demonstração de resultado de exercício, caso haja algum ativo reavaliado, a

desvalorização deste deve ser diminuída do saldo da reavaliação e essa perda

deve ser reconhecida em outros resultados abrangentes (na reserva de

avaliação). (CPC 01, item 60 e 61)

3.1 – RECONHECIMENTO DO IMPAIRMENT

O Reconhecimento do Impairment acontece quando o valor

recuperável do ativo é menor que o valor contábil, ou seja, o valor contábil do

ativo está registrado com valor superior ao que ele realmente vale.

Segundo Iudícibus e outros (2010, pág. 234) caso o valor contábil

do ativo seja superior ao seu valor recuperável, a empresa deverá reduzir o

ativo a esse valor através da conta credora “perdas estimadas por redução ao

valor recuperável” devendo calcular também a depreciação acumulada e da

mesma forma reduzir o ativo através da conta redutora do ativo “depreciação

acumulada”, reconhecendo a perda referente à parcela não recuperável no

resultado do período. A baixa por perda do valor não recuperável desses ativos

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deve ser reconhecida de forma direta para o resultado, a crédito da conta

redutora “perdas estimadas por redução ao valor recuperável”.

A perda por impairment deve ser classificada como resultado

operacional. É o que afirma Ernst & Young (2009, pág. 354) visto que o IASB

(International Accounting Standard Board) não reconhece essa classificação

de despesa não operacional em suas normas, já que o impairment é referente

a ativos que estão em uso normal relacionado à atividade da empresa.

Segundo Ernst & Young, esse problema na classificação de despesa

operacional ou não operacional é devido a intromissão fiscal no modelo

contábil brasileiro que gerou essa cultura errônea na escrituração dos registros

contabéis.

A Revista de contabilidade de mestrado da UERJ (v.15, 2010)

publicou que com a regulamentação da Instrução normativa da RFB nº

949/2009, que instituiu um programa destinado às pessoas jurídicas sujeitas

ao lucro real e ao RTT, tendo como objetivo reverter os efeitos tributários

oriundos de lançamentos contábeis que modifiquem o resultado, atendendo as

alterações da lei 11.638/2007, que fica claro que a partir desse

posicionamento, não será admitido que as perdas por impairment

reconhecidas no resultado do período ocasionem qualquer efeito na base de

calculo fiscal.

Instrução normativa da RFB nº 949/2009:

Art. 2º As alterações introduzidas pela Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007, e pelos arts.37 e 38 da Lei nº 11.941, de 2009, que modifiquem o critério de reconhecimento de receitas, custos e despesas computadas na escrituração contábil, para apuração do lucro líquido do exercício definido no art. 191 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, não terão efeitos para fins de apuração do lucro real e da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) da pessoa jurídica sujeita ao RTT, devendo ser considerados, para fins tributários, os métodos e critérios contábeis vigentes em 31 de dezembro de 2007.

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Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput às normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), com base na competência regulamentar conferida pelo § 3º do art. 177 da Lei nº 6.404, de 1976, e pelos demais órgãos reguladores que visem alinhar a legislação específica com os padrões internacionais de contabilidade.

A figura abaixo, extraída da revista de contabilidade de mestrado da

UERJ, ilustra de maneira simples a aplicação, o reconhecimento e a reversão

do Impairment test.

Figura 3: Representação do Impairment Test (Fonte: Revista de Contabilidade do

Mestrado em Ciências Contábeis da UERJ)

3.1.1 – LANÇAMENTO CONTÁBIL PARA RECONHECIMENTO

DO IMPAIRMENT

Para melhor entendimento do reconhecimento do Valor Recuperável

dos Ativos, realizamos a análise da figura 3 através do exemplo a seguir:

Exemplo 1:

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Uma entidade possui em seu balanço patrimonial, na data-base de

31/12/X1, R$ 100.000 referente ao custo do seu imobilizado e R$ 30.000 de

depreciação acumulada. A alta administração da empresa contratou uma

empresa especializada para mencionar o valor recuperável deste ativo,

levando em consideração o valor líquido de venda e o valor em uso, conforme

prevê o CPC 01. A empresa contratada chegou à conclusão que o imobilizado

gerará de caixa R$ 55.000 (valor em uso). No entanto, o valor de venda

deduzido dos custos da mercadoria vendida trará de retorno R$ 48.000.

1) Sabe-se que o valor contábil é o valor de custo menos a depreciação

acumulada, logo R$ 100.000 - R$ 30.000 que é igual a R$ 70.000.

2) Deve-se analisar se o valor recuperável é menor que o valor

contábil, pois sendo menor o valor recuperável a perda por

Impairment deverá ser registrada, conforme demonstra a figura 3.

Observe que tanto o valor de venda quanto o valor em uso são

menores que o valor contábil, isso significa que a empresa não

recuperará o valor investido inicialmente, ocorrendo assim o

Impairment (redução do valor do ativo).

3) Deve-se avaliar tanto o valor recuperável de venda quanto o valor em

uso, porque a perda será reconhecida através da diferença entre o

valor contábil e o maior valor recuperável. Depois de comparado o

maior valor recuperável, este valor será utilizado como base para

apuração do Impairment. No caso deste exemplo o maior valor é o

valor em uso de R$ 55.000. A figura 3 mostra que o reconhecimento

da perda se dá através da diferença entre o valor contábil e o valor

recuperável, como o lançamento contábil a abaixo:

Valor contábil líquido do imobilizado R$ 70.000

Maior valor => valor em uso R$ 55.000

Diferença entre valor contábil e valor recuperável: R$ 15.000

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D – Perda por desvalorização R$ 15.000

(Resultado do período)

C - Perdas estimadas por redução ao valor recuperável R$ 15.000

(Redutora do ativo imobilizado)

4) A posição final do Imobilizado será:

Custo R$ 100.000

Depreciação Acumulada (R$ 30.000)

Provisão para Perda (R$ 15.000)

R$ 55.000

5) A figura também nos mostra a importância do ajuste da depreciação

do ativo conforme o tempo de vida útil e a taxa de depreciação, após

o reconhecimento do Impairment Test. (CPC 27)

3.2 – REVERSÃO DO IMPAIRMENT

De acordo com o Pronunciamento técnico CPC 01, a empresa deve

avaliar, ao término de cada período, se existe alguma indicação de que a perda

por desvalorização de um ativo, reconhecida em períodos anteriores, com

exceção de ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill), possa não

mais existir ou ter diminuido. Constatado de que a perda por desvalorização

não mais exista ou tenha diminuido, deve-se considerar algumas indicações de

fontes internas e externas de informação listada no item 111.

O Iudícibus e outros (pág. 237, 2010) dá alguns exemplos desses

indícios: O valor de mercado do ativo aumentou significativamente durante o

período; Existe evidência nas análises internas que inica que o desempenho

econômico do atvio é ou será melhor do que o esperado.

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Havendo a indicação de que a perda por desvalorização possa não

mais existir ou ter diminuído, é razoável que a vida útil remanescente, o

método de depreciação, amortização, exaustão e valor residual sejam

revisados e ajustados conforme pronunciamentos aplicável ao ativo. (CPC 01,

item 113)

O Pronunciamento técnico CPC 01 no item 115 diz que: “A reversão

de perda por desvalorização reflete um aumento no petencial de serviços

estimados de um ativo, ou pelo uso ou pela venda, desde a data em que a

entidade reconheceu pela última vez uma perda por desvalorização.” Iudícibus

e outros (pág. 237,2010) afirma que a reversão da perda do ativo demonstra a

capacidade do retorno de geração de benefícios econômicos futuros, seja pelo

seu valor líquido de venda ou valor em uso.

A reversão do Impairment deve ser reconhecida imediatamente no

resultado do período, a menos que o ativo esteja reavaliado, a reversão de

perda deve ser reconhecida em outros resultados abrangentes, conforme

pronunciamento de que tratar tal ativo. (CPC 01, item 119 e 120)

Deve-se observar que o aumento do valor contábil devido a reversão

do Impairment não deve ultrapassar o valor contábil que estaria registrado no

balanço, caso nenhuma perda tivesse sido reconhecida em períodos

anteriores. (Iudícibus e outros,2010)

3.2.1 – LANÇAMENTO CONTÁBIL PARA REVERSÃO DO

IMPAIRMENT

Vejamos um exemplo prático para melhor entendimento de como

acontece a reversão por impairment:

Exemplo 2

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Com base no exemplo 1, suponhamos que em 31/12/X2, a empresa

efetuou novo estudo de Recuperabilidade, na qual apurou um aumento de

R$10.000 do valor recuperável.

1) Neste caso, será efetuada a reversão de parte da perda

contabilizada. Ocasionando o aumento do ativo. O lançamento

contábil será:

D - Perdas estimadas por redução ao valor recuperável R$ 10.000

(Redutora do ativo imobilizado)

C – Perda por desvalorização R$ 10.000

(Resultado do período)

Fica claro a importância da aplicação do Impairment test nos ativos

relevante da empresa, uma vez que a utilização desse procedimento faz com

que a valoração desse ativo esteja retradada de forma mais próxima da

realidade.

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CONCLUSÃO

Conforme já discorrido no presente trabalho, o processo de

convergência das normas internacionais de contabilidade foi um avanço muito

importante na contabilidade brasileira, onde o conceito de contabilidade estava

arraigada simplesmemte na “forma” e não se abria para enxergar a “essência”

dos fatos. Devido a esse processo, a contabilidade brasileira tem caminhado

para uma demonstração financeira mais limpa, ou seja, fornecendo uma

informação útil e relevante, mostrando números mais confiáveis ao usuário

dessa informação.

O Pronunciamento técnico CPC 01 que trata do Impairment test

(Redução ao valor recuperável de ativos) é um procedimento importante que

faz parte desse processo de internacionalização da contabilidade brasileira,

porque ele estabelece critérios para análise dos ativos da empresa, de modo a

verificar a valoração desses ativos, levando-os ao mais próxima da realidade,

evitando que balanços sejam maquiados com equipamentos, por exemplo, que

não retratam o que realmente valem. Este pronunciamento estabelece

procedimentos para que a informação contábil chegue ao padrão esperado

pelo mercado internacional.

Conforme Ernst & Young, a norma sobre Impairment test acaba por

clarificar e estabelecer uma metodologia de execução de testes de

recuperabilidade que deve ser aplicada a todos os ativos, exceto aqueles

ativos que possuam pronunciamento específicos.

Apenas com a depreciação dos ativos não ficaria claro a

desvalorização, já que seu objetivo não é estimar valor do bem, pelo seu uso

ou pela sua venda, e sim o desgate do ativo pelo seu tempo de uso. Por isso

aplicação do Impairment test é necessária, para que se chegue ao resultado

esperado, que seria a verificar a desvalorização do ativo, se for o caso.

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Por fim, fica evidenciado neste trabalho que a aplicação do

Impairmente test nos ativos da empresa, traz maior clareza as demonstrações

financeiras, pois o real valor dos ativos é o que fica evidenciado nas

demonstrações.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS - Pronunciamento Técnico

CPC PME - Contabilidade Para Pequenas e Médias Empresas, 2009.

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SUL, Porto Alegre, 2010.

PEREIRA, L. M. Sanabio. Teste de Recuperabilidade de Ativos: análise da

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PONTÍFICA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS, Belo Horizonte,

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SILVA, E. Ferreira. Os Desafios da Contabilidade face à realidade econômica e

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TEIXEIRA; NASIMBEM; GUIDASTRE; SOUZA. Impairment Test – Panificadora

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CONGRESSO NACIONAL. Lei 11.638. Brasília – DF, 2007.

COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS - Deliberação CVM n°639, 2010.

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS – Pronunciamento

Conceitual Básico CPC 00 (R1) – Estrutura conceitual para elaboração e

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COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS – Pronunciamento Técnico

CPC 01 (R1) – Redução ao Valor Recuperável de Ativos, 2010.

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS – Pronunciamento Técnico

CPC 04 – Ativo Intangível, 2010.

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS – Pronunciamento Técnico

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

IMPAIRMENT TEST 11

1.1 – Conceito de Ativo 11

1.1.1 – Ativo Imobilizado 13

1.1.2 – Ativo Intangível 14

1.1.3 – Ativos não contemplados pelo CPC 01 16

1.2 – Objetivo do Impairment test 17

1.3 – Unidade geradora de caixa 19

1.4 – Ágio por expectativa de renda futura 21

CAPÍTULO II

APLICAÇÃO DO IMPAIRMENT TEST 23

2.1– Determinação do valor recuperável 23

2.1.1 – Valor líquido de venda 24

2.1.2 – Valor em uso 25

2.1.3 – Taxa de desconto 26

2.2 – Aplicação do Impairment test 26

2.2.1 – Empresas obrigadas ao Impairment 29

2.2.2 – Quem deve realizar o Impairment 30

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CAPÍTULO III

RECONHECIMENTO DO IMPAIRMENT 31

3.1– Reconhecimento do Impairment 31

3.1.1 – Lançamento contábil 33

3.2 – Reversão do Impairment 35

3.2.1 – Lançamento contábil 36

CONCLUSÃO 38

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 40

BIBLIOGRAFIA CITADA 40

WEBGRAFIA 42

ÍNDICE 44