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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
PSICOMOTRICIDADE E A EDUCAÇÃO INFANTIL
Por: Caio Marcius
Orientador
Profª. Ms. Fátima Alves
Rio de Janeiro
2012
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
PSICOMOTRICIDADE E A EDUCAÇÃO INFANTIL
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em
Psicomotricidade.
Por: Caio Marcius Pontes
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, Pai Todo
Poderoso, por guiar-me na estrada da vida.
Aos meus familiares por serem verdadeiros
pilares na minha trajetória.
“Não há educação sem amor. O amor implica luta contra
o egoísmo. Quem não é capaz de amar os seres
inacabados não pode educar. Não há educação imposta,
como não há amor imposto. Quem não ama não
compreende o próximo, não o respeita. Não há educação
do medo. Nada se pode temer quando se ama.”
(Paulo Freire- 1986)
RESUMO
O presente trabalho versa sobre a Psicomotricidade e a Educação infantil. A
psicomotricidade contribui para a estruturação e formação do esquema
corporal, desenvolvendo a criança em todas as etapas de sua vida. Além disso,
possui uma dupla finalidade, em que assegura o desenvolvimento funcional,
tendo em conta as possibilidades da criança, e ajudar sua afetividade a se
expandir e equilibrar-se, através da relação afetiva e da troca harmoniosa com
o ambiente humano. A educação psicomotora deve ser trabalhada de uma
forma que sejam utilizadas as funções motoras, perceptivas, afetivas e sócio-
motoras, pois assim a criança explora o ambiente, passa por experiências
concretas, indispensáveis ao seu desenvolvimento intelectual, e é capaz de
tomar consciência de si mesma e do mundo que a cerca.
Palavras Chave: Psicomotricidade – Educação Infantil - Desenvolvimento
METODOLOGIA
Para a realização desta pesquisa utilizou-se o método bibliográfico. A
presente pesquisa foi desenvolvida através de material já elaborado, com base
em livros, artigos científicos e material obtido pelas aulas ministradas.
Segundo Cervo et al. (2007, p.60), a pesquisa bibliográfica procura
conhecer e analisar as contribuições científicas e culturais do passado existente
sobre um determinado assunto, e pode ser realizada independentemente ou
como parte da pesquisa descritiva. Procura resolver problemas através do
referencial teórico e publicações em artigos.
Desta forma, todo o material obtido, ou seja, o levantamento de dados de
toda a bibliografia já publicada foram selecionados cuidadosamente, e assim,
explorados com a matéria mais relevante para o desenvolvimento do estudo.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.....................................................................................................8
CAPÍTULOS:
CAPÍTULO I - A ESCOLA COMO ESPAÇO EDUCATIVO...............................10
CAPÍTULO II - ENTENDENDO A PSICOMOTRICIDADE...............................17
CAPÍTULO III – AS CONTRIBUIÇOES NO DESENVOLVIMENTO
E APRENDIZADO.............................................................................................26
CONCLUSÃO....................................................................................................33 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA........................................................................35 ÍNDICE........................................................................................................37
8
INTRODUÇÃO
A presente pesquisa versa sobre “A psicomotricidade e a educação infantil
de crianças de 3 a 5 anos e 11 meses de idade”.
Muito vem se debatendo sobre a importância da psicomotricidade no
ensino, sendo objeto de palestras, seminários, despertando sempre muito
interesse entre os estudiosos da área da educação. A participação da
psicomotricidade está relacionada com o processo do ensino e da aprendizagem
na criança, estimulando o movimento, desenvolvendo e despertando as noções
de tamanho, espaço, superação dos medos e experimentando suas mais diversas
potencialidades nas brincadeiras, como correr, andar, jogar, escrever, falar, entre
outras.
A pesquisa tem como objetivo precípuo buscar elementos satisfatórios que
auxilie na educação infantil.
A justificativa da pesquisa é pautada em dois critérios: sua importância e
sua viabilidade.
A pesquisa é de grande relevância, tendo em vista que o movimento é a
primeira manifestação na vida do ser humano. A Psicomotricidade faz parte do
desenvolvimento global da criança, das habilidades motoras mais simples
dependem da aquisição das habilidades e competências mais complexas, se
houve falhas no seu desenvolvimento psicomotor, o seu desenvolvimento pode
ser auxiliado independente da idade. Além disso, possui uma dupla finalidade:
assegurar o desenvolvimento funcional, tendo em conta as possibilidades da
criança, e ajudar sua afetividade a se expandir e equilibrar-se, através da relação
afetiva e da troca harmoniosa com o ambiente humano.
Portanto esta pesquisa tem como finalidade compreender a relevância da
psicomotricidade em crianças com idade de 3 a 5 anos e 11 meses no âmbito
escolar.
E a pesquisa mostra-se viável, pois já existe um vasto material, de livros e
revistas, além de pesquisas já elaboradas que podem auxiliar no desenvolvimento
do estudo.
Será estruturada em três capítulos.
9
O primeiro capítulo será abordado um entendimento sobre a educação, o
posicionamento da escola, o papel do educador no relacionamento aluno, e a
importância de se estabelecer o desenvolvimento da criança.
O segundo capítulo, tem como objetivo apresentar de forma mais profunda,
o entendimento sobre a psicomotricidade.
E finalmente, no terceiro e último capítulo será apresentado as
consequências positivas para o educador ao implementar as práticas da
psicomotricidade em seu aprendizado e em suas aulas.
Foge totalmente de nossa pretensão produzir o esgotamento do tema
discutido, atendendo a finalidade pedagógica a que se propõe este trabalho.
Muitas outras hipóteses poderiam ser analisadas a partir deste tema, contudo, não
constitui esta monografia espaço adequado para tal abordagem.
Ademais, esperamos que o desenvolvimento deste trabalho venha, de
alguma forma, contribuir para a evolução e outro entendimento sobre a
psicomotricidade, e um esclarecimento mais amplo sobre o assunto, servindo
assim de inspiração de outras pesquisas para estudantes nesta área.
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CAPÍTULO I
A ESCOLA COMO ESPAÇO EDUCATIVO
Para um melhor entendimento do estudo, faz-se necessário analisar o
desempenho e a obrigação da escola no desenvolvimento educativo da criança.
De acordo com Libâneo (2005, p.117):
Características organizacionais positivas eficazes para o bom
funcionamento de uma escola: professores preparados, com
clareza de seus objetivos e conteúdos, que planejem as aulas,
cativem os alunos. Um bom clima de trabalho, em que a direção
contribua para conseguir o empenho de todos, em que os
professores aceitem aprender com a experiência dos colegas.
É função da escola educar as crianças nos valores morais, cívicos e
democráticos. No entanto, esse compromisso vai muito além, pois cabe a escola
a formação do indivíduo. Pois, para que o indivíduo alcance esta capacidade,
depende de relevantes fatores, e principalmente, do seu pleno desenvolvimento
na infância.
Libâneo (2005, p.118) sustenta ainda que:
Devemos inferir, portanto, que a educação de qualidade é aquela
mediante a qual a escola promove, para todos, o domínio dos
conhecimentos e o desenvolvimento de capacidades cognitivas e
afetivas indispensáveis ao atendimento de necessidades
individuais e sociais dos alunos.
A lei nº 8069 de 13 de julho de 1990, que criou o Estatuto da Criança e do
Adolescente, no titulo 1, artigo 4, diz :
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral
e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a
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efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação,
à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária.
A educação infantil é uma fase muito importante, pois pode possibilitar um
pleno desenvolvimento na relação da criança com o mundo, sobretudo,
potencializar seu aprendizado.
Kramer(1989) ensina que:
A educação infantil é a fase da escolaridade que mais tem
crescido no Brasil. Isso ocorre pela preocupação com a formação
das crianças, antes mesmo que atinjam a idade para freqüentar o
ensino fundamental, dentre outros motivos. O que acontece nessa
fase é marcante para o desenvolvimento da criança.
Na Educação Infantil, a criança busca experiências em seu próprio corpo, e
a partir do conhecimento do desenvolvimento do aluno, o educador poderá
estimulá-lo de maneira que todas as áreas como psicomotricidade, cognição,
linguagem e afetividade, estejam interligadas.
Pois, a partir do conhecimento do aluno, cabe ao educador oferecer
atividades que desenvolvam suas habilidades motoras, dando oportunidade para
a criança, através de jogos e atividades lúdicas, se conscientizar sobre seu corpo.
A educação da criança deve evidenciar a relação através do movimento de
seu próprio corpo, o que deve ser levado em consideração sua idade, seus
interesses e sua cultura corporal.
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1.1 RELAÇÃO PROFESSOR – ALUNO
A relação professor-aluno é uma condição do processo de aprendizagem,
pois essa relação dinamiza e dá sentido ao processo educativo. Apesar de estar
sujeita a um programa, normas da instituição de ensino, a interação do professor
e do aluno forma o centro do processo educativo.
A relação professor – aluno pode se mostrar conflituosa, pois se baseia no
convívio de classes sociais, cultura, valores e objetivos diferentes. Podemos
observar dois aspectos da interação professor – aluno: o aspecto da transmissão
de conhecimento e a própria relação pessoal entre professor e aluno e as normas
disciplinares impostas.
Essa relação deve estar baseada na confiança, afetividade e respeito,
cabendo ao professor orientar o aluno para seu crescimento interno, isto é,
fortalecer-lhe as bases morais e críticas, não deixando sua atenção voltada
apenas para o conteúdo a ser dado.
É neste momento que o uso da afetividade no relacionamento professor e
aluno se faz necessário, para modificar este tipo de atuação por parte de
educadores, por este motivo Freire acreditava que a atuação do educador deveria
seguir alguns pressupostos como o citado abaixo:
“O bom professor é o que consegue, enquanto fala, trazer o
aluno até a intimidade do movimento de seu pensamento. Sua
aula é assim um desafio e não uma cantiga de ninar. Seus alunos
cansam, não dormem. Cansam porque acompanham as idas e
vindas de seus pensamento, surpreendem suas pausas, suas
dúvidas, suas incertezas.” (FREIRE, 1996,p.96)
Pode-se encontrar, as emoções na fala e na atitude de educadores e
educandos, quando se busca conhecimento, enquanto se estabelecem relações
com objeto físico, concepções ou outros indivíduos.
13
Afeto e cognição constituem aspectos inseparáveis presentes em
quaisquer atividades. Muito embora em proporções variáveis a afetividade e a
inteligência se estruturam nas ações dos indivíduos. O afeto também implica em
expressividade e comunicação.
“O desenvolvimento da inteligência permite, sem dúvida que a
motivação possa ser despertada por um número cada vez maior
de objetivos de situações. Todavia, ao longo deste
desenvolvimento, o principio básico permanece o mesmo. A
afetividade é a mola propulsora das ações e a razão está a seu
serviço.” (LA TAILLE, 1992, p.32).
Assim, o relacionamento entre educador e educando deve ser de amizade,
solidariedade e respeito mútuo, evidenciando vínculos, o que comprova Serrão na
citação abaixo:
“Chama-se de vínculo a relação que se constrói entre as pessoas
na convivência grupal. Através do vínculo, o processo de
desenvolvimento pessoal e social se torna possível. Na relação e
na troca com o outro se pose construir e reconstruir suas
possibilidades.” (SERRÃO, 1999,p.32)
O vínculo afetivo tem papel essencial em toda e qualquer ação que objetiva
mudanças e transformações, funcionam como um elo de ligação onde une os
indivíduos, favorecendo a ampliação do modo de sentir, perceber a si próprio e ao
outro. Então o vínculo afetivo que o educador estabelece com seus educandos,
deve ter um caráter libertador que possibilite a expressão de questões pessoais e
que conduza a autonomia de ambos, abrindo espaço para questionamento,
derrubando preconceitos e rótulos.
“Não estou descrevendo sobre a afetividade do professor para
com determinados alunos, nem de amor pelas crianças. A relação
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maternal ou paternal deve ser evitada, porque a escola não é um
lar. Os alunos não são nossos sobrinhos e muito menos filhos. Na
sala de aula, o professor se relaciona com o grupo de alunos.
Ainda que o professor necessite atender um aluno especial ou que
os alunos trabalhem individualmente, a interação deve estar
voltada para a atividade de todos os alunos em torno dos objetivos
e do conteúdo da aula”. ( LIBÃNEO, 1994, p.251)
O processo ensino-aprendizagem não é unilateral, envolve relações de
troca. Aprendemos com o meio em que vivemos, com experiências e
principalmente na relação com o outro. Nessa interação com o próximo – neste
caso em particular com o professor – a afetividade constitui um fator essencial
para um resultado positivo na aprendizagem.
O professor como facilitador do aprendizado deverá buscar a motivação de
seus alunos. Não é uma tarefa fácil, pois a falta de motivação pode ter origem em
problemas particulares do aluno como: cansaço, necessidades afetivas não
satisfeitas e, até mesmo, a fome. O docente deverá centrar os seus esforços na
aprendizagem e, ao trabalhar com ela, tornar o ensinamento significativo para o
aluno, utilizar da afetividade para fazer o conteúdo ter significado para a sua vida.
“É sobretudo o mestre que pode, mudando de atitude, provocar
um aperfeiçoamento da relação afetiva. Toda pedagogia desta
relação leva, pois, em uma última análise, a uma formação do
mestre que se preocupe, principalmente, com o aspecto
afetivo”.(MARCHAND, 1995, p. 93)
Vimos, portanto, que o relacionamento professor-aluno é dinâmico,
cabendo ao professor ter sabedoria para lidar com cada situação que se
apresente e ter em mente que deverá estar ligado no fato de que o ensinar não é
apenas transmissão de conhecimentos, mas também um total envolvimento com
situações e a formação de seus alunos como seres pensantes e atuantes,
capazes de construir o seu conhecimento.
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Motivar os alunos com afetividade, sempre buscando a elevação da auto-
estima do mesmo, sempre ressaltando o que o aluno tem de melhor, priorizando
seus talentos e habilidades, de forma a despertar nele o entusiasmo na realização
de qualquer atividade dentro e fora da escola.
Devemos pensar de uma maneira construtivista e repensar o papel do
professor, pelo qual ele, na sua relação com os alunos, buscará formas de facilitar
o aprendizado e fazer seus alunos se interessarem, buscarem e construir o seu
conhecimento.
“Ao professor não cabe dizer “faça como eu”, mas “faça comigo”.
O professor de natação não pode ensinar o aluno a nadar na areia
fazendo-o imitar seus gestos, mas leva-o a lançar-se na água em
sua companhia para que aprenda a nadar lutando contra as
ondas, fazendo seu corpo coexistir com o corpo ondulante que o
acolhe e repele, revelando que o diálogo do aluno não se trava
com seu professor de natação, mas com a água”. (CHAUÍ, 1980,
p.39)
Na visão construtivista, o aluno é o centro, devendo estar sempre
mobilizado para pensar e construir o seu conhecimento, no entanto esse enfoque
construtivista não coloca o professor em segundo plano. Pelo contrário, o seu
papel é de máxima importância no processo de ensino, não sendo aluno e
professor considerados iguais, pois, aos professores, cabe a direção, a definição
de objetivos e o controle dos rumos da ação pedagógica, não se utilizando da
autoridade arbitrariamente, mas exercendo uma autoridade própria de quem tem
zelo profissional e se responsabiliza pela qualidade do seu trabalho, não deixando
os alunos à deriva, sem diretividade e organização.
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1.2 MOVIMENTO, APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO
A psicomotricidade deixou de ser estudada isoladamente, envolve todo um
da via institivo-emocional, com os da linguagem, com os da imagem do corpo,
com os aspectos perceptivo-gnósicos e práxicos e toda uma rede interdisciplinar
que veio dar ao estudo do movimento humano uma dimensão mais científica e
menos mecanicista.
Wallon (1995) afirma que o movimento não é puramente um deslocamento
no espaço, nem uma simples contração muscular, e sim, um significado de
relação afetiva com o mundo, assim, para o autor, o movimento é a única
expressão e o primeiro instrumento do psiquismo. Neste contexto, pode-se dizer
que o desenvolvimento motor é precursor de todas as demais áreas.
A educação psicomotora deve ser considerada como uma educação de
base na escola primária. Ela condiciona o processo de alfabetização; leva a
criança a tomar consciência de seu corpo, da lateralidade, a situar-se no espaço,
a dominar seu tempo, a adquirir habitualmente a coordenação de seus gestos e
movimentos.
A psicomotricidade não é exclusiva de um novo método, ou escola, ou
corrente de pensamento, ou técnica, ela visa fins educativos pelo emprego do
movimento humano, já que o movimento é sempre a expressão de uma
existência. A preocupação aqui foi conferir a cada movimento executado pela
criança uma virtualidade cognitiva e prática A ideia de psicomotricidade, aqui
demonstrada, é justificar o movimento com realização intencional, com atividade
da totalidade, como expressão de uma personalidade e como um modo de
relação particular com o mundo dos objetos e das pessoas.
O trabalho com a psicomotricidade vem ganhando espaço e destaque, em
que compreende a influência desta área do conhecimento no desenvolvimento
com a estimulação na educação e reeducação psicomotora.
17
CAPÍTULO II
ENTENDENDO A PSICOMOTRICIDADE
Este capítulo dedicar-se-à aos conceitos sobre psicomotricidade, no intuito
de embasar a pesquisa. Contudo, serão apresentados conceitos teóricos de
grande relevância que tratam do assunto.
2.1 CONCEITO DE PSICOMOTRICIDADE
O conhecimento sobre essa área tem sido cada vez mais aprofundado, por
ser de grande importância para a Educação Infantil.
A psicomotricidade tem como objetivo precípuo desenvolver e
compreender a linguagem e controle corporal, sobretudo, tem a capacidade de
coordenar e dissociar os diversos segmentos corporais, com precisão, resultante
das condutas motoras, intelectuais, afetivas, e interação com pessoas e objetos
do meio ambiente.
Todas as experiências da criança (o prazer, a dor, o sucesso ou
fracasso) são sempre vividos corporalmente. Se acrescentarmos
valores sociais que o meio dá ao corpo e a cerção de suas partes,
este corpo termina por ser investido de significações, de
sentimentos e de valores muito particulares e absolutamente
pessoais. (VAYER, 1984, p.76)
De acordo com Alves (2003):
18
“a psicomotricidade envolve toda a ação realizada pelo indivíduo,
que represente suas necessidades e permitem a relação com os
demais. É a integração psiquismo-motricidade.”
Neste sentido, é através da Psicomotricidade e dos órgãos dos sentidos a
criança, faz a descoberta o mundo, o que a cerca e se autodescobre.
A educação psicomotora deve ser considerada como uma
educação de base na escola primária. Ela condiciona todos os
aprendizados pré-escolares; leva a criança a tomar consciência de
seu corpo, da lateralidade, a situar-se no espaço, há dominar seu
tempo, a adquirir habilmente a coordenação de seus gestos e
movimentos. A educação psicomotora deve ser praticada desde a
mais tenra idade; conduzida com perseverança, permite prevenir
inadaptações difíceis de corrigir quando já estruturadas. (LE
BOULCH, 1984, p. 36)
Segundo Lapierre (1986), “a educação psicomotora deve ser uma
formação de base indispensável a toda criança”.
Segundo Alves (2003), o movimento e sua aprendizagem abrem um
espaço para desenvolver:
- habilidades motoras que levem a criança a aprender a conhecer
seu próprio corpo e a se movimentar expressivamente;
- um saber corporal que deve incluir as dimensões do movimento,
que indiquem estados afetivos até representações de movimentos
mais elaborados de sentido e idéias, oferecendo um caminho para
trocar afetividades;
- facilitar a comunicação e a expressão de idéias;
- possibilitar a exploração do mundo físico e o conhecimento do
espaço;
- apropriação da imagem corporal;
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- percepção rítimica através de jogos corporais e dança;
- habilidades motoras finas, através de diversas atividades que
facilitem à escrita.
A educação psicomotora necessita que sejam utilizadas as funções
motoras, perceptivas, afetivas, e sócio motoras, pois, desta forma, a criança
explora o ambiente, e possibilita a capacidade da criança tomar consciência de si
mesma e do ambiente que a cerca.
Na prática, a psicomotricidade tem como objetivo desenvolver e
compreender a linguagem do corpo e o controle corporal, como já ficou evidente,
que o primeiro objeto que a criança identifica é o próprio corpo.
Além da capacidade de coordenar e dissociar os diversos segmentos
corporais, com precisão, economia de gestos e eficácia, como consequência da
integração de condutas motoras, afetivas e intelectuais em interação com
pessoas e objetos do meio ambiente.
Todas as experiências da criança (o prazer, a dor, o sucesso ou
fracasso) são sempre vividos corporalmente. Se acrescentarmos
valores sociais que o meio dá ao corpo e a cerção de suas partes,
este corpo termina por ser investido de significações, de
sentimentos e de valores muito particulares e absolutamente
pessoais. (VAYER, 1984, p. 76)
A psicomotricidade se distingue como uma ciência, onde se encontra várias
vertentes, e uma variedade ampla de contribuições de várias ciências
constituídas: biologia, sociologia, psicanálise, etc.
20
2.2 O DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR DA CRIANÇA
A educação e o aprendizado da criança é o principal objetivo para um
educador. Entretanto, para alcançar este propósito, é possível implementar
atividades e dinâmicas que desenvolva sua capacidade física e mental.
Segundo a teoria Piagetiana, para o desenvolvimento dos processos
mentais superiores, a criança passa por 3 períodos, sedo estes: 1º - Período
sensório-motor (0 a 2 anos); 2º - Período da inteligência representativa, que
conduz às operações concretas (2 a 12 anos); e 3º - Período das operações
formais ou proposicionais (12 anos em diante).
Para Fonseca (1996, p.142) a primeira necessidade seria:
(...) alfabetizar a linguagem do corpo e só então caminhar para
as aprendizagens triviais que mais não são que investimentos
perceptivo-motor ligados por coordenadas espaços-temporais e
correlacionados por melodias rítmicas de integração e
resposta.
Explorar de forma genuína sua percepção do mundo, estimular seus
movimentos e sentidos. O desenvolvimento humano ocorre de forma contínua, e
se estimuladas adequadamente, colabora para a organização progressiva das
demais áreas, até mesmo a inteligência.
Segundo Paim (2003):
Deve-se proporcionar a criança, a oportunidade de um grande
número de vivências motoras, já que seu desenvolvimento motor
está relacionado com estas vivências, desta forma quanto maior
o número de experiências motoras, maior será o desempenho
nas tarefas motoras realizadas por elas.
21
O sistema psicomotor humano é composto de vários fatores psicomotores.
Na verdade, trata-se de um todo integrado. A noção de integração psicomotora
é extremamente importante ao sistema.
IMAGEM 01
1a Unidade
Integração e atenção
3a Unidade
Planificação e regulação
2a Unidade
Análise, síntese e armazenamento
Praxia Fina
Praxia Global
Noção do Corpo
Estruturação Espaço-Temporal
Lateralização
Equilibração
Tonicidade
Fonte: Cunha (1985:34)
22
2.3 OS ELEMENTOS PSICOMOTORES
Faz-se necessário examinarmos de forma cuidados os elementos
psicomotores, no qual devem ser trabalhados. Tendo uma importância superlativa no
processo de desenvolvimento.
Molinari e Sens (2002) afirmam que a educação psicomotora nas séries
iniciais do ensino fundamental atua como prevenção. Com ela podem ser evitados
vários problemas como a má concentração, confusão no reconhecimento de
palavras, confusão com letras e sílabas e outras dificuldades relacionadas à
alfabetização. Uma criança cujo esquema corporal é mal formado não coordena bem
os movimentos. Suas habilidades manuais tornam-se limitadas, a leitura perde a
harmonia, o gesto vem após a palavra e o ritmo de leitura não é mantido, ou então, é
paralisado no meio de uma palavra.
São várias as classificações e as terminologias utilizadas para denominar as
funções psicomotoras. De qualquer forma, os conceitos são basicamente os
mesmos; o que muda é a forma de classificar e agrupar estes conceitos. Assim, as
terminologias mais utilizadas no Brasil e seus respectivos conceitos são os
seguintes:
2.3.1 Esquema Corporal
Entende-se pelo saber pré-consciente sobre seu próprio corpo e de suas
partes, permitindo uma relação com espaços, objetos e pessoas a sua volta. Por
isso, o contato com o professor na sala de aula é importante. As sensações do toque
favorecem o conhecimento do corpo e o que está a sua volta.
As informações proprioceptivas ou cinestésicas é que constroem este saber
acerca do corpo e, à medida que o corpo cresce, acontecem modificações e ajustes
no esquema corporal. Exemplo: a criança sabe que a cabeça está em cima do
pescoço e sabe que ambos fazem parte de um conjunto maior que é o corpo.
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Ajuriaguerra citado por Fonseca(1995), relata que o desenvolvimento, ou seja,
a evolução da criança é sinônimo de conscientização e conhecimento cada vez mais
profundo do seu corpo, e através dele que esta elabora todas as experiências vitais
e organiza toda a sua personalidade.
Oliveira (1992, p. 58), citando Lê Boulch, menciona que o esquema
corporal passa por três etapas distintas:
· Corpo Vivido: corresponde à fase sensório-motora de
Piaget, começa nos primeiros meses de vida, nela o bebê
ainda não tem noção do "eu", confundindo-se com o meio e
seus movimentos são atividades motoras que não são
pensadas para serem executadas.
· Corpo percebido: corresponde ao período pré-operatório
de Piaget, começa por volta dos dois anos quando a criança
passa a perceber-se, e tem-se o início da tomada de
consciência do "eu". Diferencia-se do meio, organizando o
espaço levando em conta o seu próprio corpo, começa assim a
construir uma imagem mental dele. Os conceitos espaciais
como perto, longe, em cima ou embaixo começam a ser
discriminados; as noções temporais relativas à duração, ordem
e sucessão de eventos são compreendidas.
· Corpo representado: corresponde ao período operatório de
Piaget. Começa aproximadamente aos sete anos quando a
criança já tem noção do todo e das partes de seu corpo,
assumindo e controlando seus movimentos com autonomia e
independência. No final dessa fase, a criança já tem uma
imagem de corpo operatória, usando-o para efetuar e
programar mentalmente ações e orientando-se por pontos de
referência que podem ser escolhidos.
2.3.2 Imagem corporal
Talvez podemos considerar um dos mais importantes, pois, a imagem,
portanto, vem antes do esquema, portanto, sem imagem, não há esquema corporal.
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Considera-se a representação mental inconsciente que fazemos do nosso próprio
corpo, se formando partir do momento em que este corpo começa a ser desejado e,
também a desejar, e a ser marcado por uma história singular e pelas inscrições
materna e paterna. Um exemplo muito marcante é quando a criança começa a se
reconhecer no espelho, isso ocorre aos 6-8 meses de idade.
2.3.3 Tônus
É a tensão fisiológica dos músculos que garante equilíbrio estático e
dinâmico, ou seja, é a tonicidade, que indica o tônus muscular, tem um papel
fundamental no desenvolvimento motor, é ela que garante as atitudes, a postura, as
mímicas, as emoções, de onde emergem todas as atividades motoras humanas,
coordenação e postura em qualquer posição adotada pelo corpo, esteja ele parado
ou em movimento.
Podemos citar como exemplo a maioria das pessoas portadoras da Síndrome
de Down possui uma hipotonia, ou seja, uma tonicidade ou tensão menor do que a
normal, o que faz com que haja um aumento da mobilidade e da flexibilidade e uma
diminuição do equilíbrio, da postura e da coordenação.
2.3.4 Coordenação global ou motricidade ampla
É a ação simultânea de diferentes grupos musculares na execução de
movimentos voluntários, amplos e relativamente complexos. Exemplo: para
caminhar utilizamos a coordenação motora ampla em que membros superiores e
inferiores se alternam coordenadamente para que haja deslocamento.
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2.3.5 Motricidade fina
Neste elemento temos como exemplo a capacidade que o indivíduo tem de
escrever, costurar, digitar.
É a capacidade de realizar movimentos coordenados utilizando pequenos
grupos musculares das extremidades.
2.3.6 Organização espaço-temporal
É a capacidade de orientar-se adequadamente no espaço e no tempo. Para
isso, é preciso ter a noção de perto, longe, em cima, embaixo, dentro, fora, ao lado
de, antes, depois. Alguns autores estudam a organização espacial e a organização
temporal separadamente.
2.3.7 Ritmo
Para ter ritmo é preciso ter organização espacial. É a ordenação constante e
periódica de um ato motor.
2.3.8 Lateralidade
É a capacidade de vivenciar os movimentos utilizando-se, para isso, os dois
lados do corpo, ora o lado direito, ora o lado esquerdo. Por exemplo: a criança
destra, mesmo tendo sua mão direita ocupada, é capaz de abrir uma porta com a
mão esquerda. É diferente da dominância lateral que é a maior habilidade
desenvolvida num dos lados do corpo devido à dominância cerebral, ou seja,
pessoas com dominância cerebral esquerda tem maior probabilidade de
desenvolverem mais habilidades do lado direito do corpo e, por isso, são destros.
Com os canhotos, acontece o inverso, já que sua dominância cerebral é do lado
direito.
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CAPÍTULO III
AS CONTRIBUIÇÕES NO DESENVOLVIMENTO E
APRENDIZADO
Neste capítulo será apresentada a importância de promover trabalhos
voltados ao desenvolvimento da psicomotricidade, bem como as atividades que
podem ser desenvolvidas pelos professores e a participação dos pais.
3.1 A IMPORTÂNCIA DE PROMOVER UMA PROPOSTA PEDAGÓGICA
Com o desenvolvimento da psicomotricidade diversas complicações podem
ser amenizadas, com confusão nas letras e símbolos, no tocante a concentração.
Galvão sustenta que:
Antes de agir diretamente sobre o meio físico, o movimento atua
sobre o meio humano, mobilizando as pessoas por meio de seu
teor expressivo. Podemos dizer que a primeira função do
movimento no desenvolvimento infantil é afetiva. É só no final do
primeiro ano, com o desenvolvimento das praxias, gestos como o
de pegar, empurrar, abrir ou fechar, que se intensificam as
possibilidades do movimento como instrumento de exploração do
mundo físico, voltando a ação da criança para a adaptação à
realidade objetiva. O desenvolvimento das primeiras praxias
define o início da dimensão cognitiva do movimento.
Cabe ao professor, quando a criança vem com alguma debilidade motora,
trabalhar com psicomotricidade, tendo o objetivo de melhorar seu esquema
corporal, e consequentemente, seu desempenho escolar.
27
(...) não se trata de cuidar do corpo, em massa, grosso modo,
como se fosse uma idade indissociável, mas de trabalhá-lo
detalhadamente; de exercer sobre ele uma coerção sem folga, de
mantê-lo ao mesmo nível da mecânica movimentos, gestos,
atitude, rapidez: poder infinitesimal sobre o corpo ativo.
O objeto, em seguida, do controle: não, ou não mais, os
elementos significativos do comportamento ou a linguagem do
corpo, mas a economia, a eficácia dos movimentos, sua
organização interna; a coação se faz mais sobre as forças que
sobre os sinais; a única cerimônia que realmente importa é a do
exercício. A modalidade enfim: implica uma coerção ininterrupta,
constante, que vela sobre os processos de atividade mais que
sobre seu resultado e se exerce de acordo com uma codificação
que esquadrilha ao máximo o tempo, o espaço, os movimentos.
(FOUCAULT, 1988, p.126)
A psicomotricidade irá desenvolver de forma expressiva os campos da
afetividade, das relações pessoais, a organização, o seu desenvolvimento motor e
intelectual da criança, assim ela conseguirá descobrir o mundo, tornando-se feliz,
adaptada, livre para todas as novas aprendizagens que a escola vai lhe propor.
Fernandes ensina que:
As modificações operadas na natureza, as relações de troca entre
a motricidade do indivíduo e o meio, bem como a qualidade dos
movimentos e das reações motoras, refletem a maturação do
sistema nervoso central e, portanto a maturação do psiquismo.
(FONSECA, 1983, p.3).
A psicomotricidade é significativa ao desenvolvimento de diversas
habilidades, pois segundo, Alves (2007, p.137):
“A psicomotricidade serve como ferramenta para todas as
áreas de estudo voltadas para a organização afetiva,
28
motora, social e intelectual do indivíduo acreditando que
homem é um ser ativo capaz de se conhecer cada vez mais
e de se adaptar às diferentes situações e ambientes.”
3.2 A PARCERIA ENTRE A ESCOLA E A FAMILIA
Embora exista um “estigma” em que somente a escola seja responsável na
educação e desenvolvimento, na verdade, o conhecimento deve ser estimulado
também pelas pessoas que convivem com a criança.
Paulo Freire1 nos elucida e entende conhecimento desta forma, vejamos:
[...] ninguém educa ninguém, como tão pouco ninguém se educa
a si mesmo: os homens se educam em comunhão, midiatizados
pelo mundo, pelos objetos cognoscíveis que na prática “bancária”
são possuídos pelo educador que os descreve ou os deposita
nos educandos passivos.
O conhecimento é construído de forma integradora e interativa. Não é algo
estático, pronto como define a pedagogia dos conteúdos. Conhecer, portanto é
descobrir, construir2.
O conhecimento é a construção coletiva mediada dialogicamente, que deve
articular dialeticamente a experiência da vida prática com a sistematização
rigorosa e crítica. O processo de construção do conhecimento implica uma relação
dialógica3.
1 FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 13. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983 2 Disponível em www.pesquisa.uncnet.br, acessado em 12 de janeiro de 2013 3 Idem
29
IMAGEM 01
FONTE:
http://www.comofazeremcasa.net/artesanato/brinquedo-educativo-para-criancas-de-
1-a-2-anos/
Os pais podem explorar recursos como brincar com as crianças em lugares
abertos, parques, explorar o tato, a audição, estimular a visão, utilizar jogos
educativos, entre outros estímulos elementares.
Ao trazer os conceitos de psicomotricidade e do brincar notamos
suas relações podem ser recíprocas, visto que ao brincar a criança
ao mesmo tempo tem o prazer, aprende, e ainda socializa-se com
diferentes sujeitos e objetos, dessa forma podemos fazer valer a
seguinte reflexão: “a psicomotricidade consiste na unidade
dinâmica das atividades, dos gestos, das atitudes e posturas,
enquanto sistema expressivo, realizador e representativo do “ser-
em-ação” e da “coexistência” com outrem” (Chazaud apud Alves,
2003, p. 15).
E a escola além de utilizar a prática da psicomotricidade, pode trocar
informações com os familiares, e apresentar propostas ou exercícios a serem
feitos fora da escola.
30
IMAGEM 02
CRIANÇA BRINCANDO
FONTE:
http://censaescolainfantil2009.blogspot.com.br/2011/05/psicomotricidade-
divertida.html
O brincar é um ato social que permite uma comunicação
através de gestos, mesmo que não haja comunicação verbal. É no
brincar que a criança tem a oportunidade de expressar o que está
sentindo ou necessitando; é através das brincadeiras, do faz de
conta, que a criança constrói o seu mundo imaginário situado em
experiências vividas. A criança utiliza-se do brincar para construir
sua aprendizagem, porque é na brincadeira que ela explora
situações usando a imaginação e libera seu eu criativo, realizando
seus desejos mais íntimos. (Goretti, p. s/d)
31
3.3 ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS
Neste espaço será apresentado de forma sucinta como pais e professores
podem desenvolver atividades com as crianças, com o intuito de estimular o
desenvolvimento.
Devido as mudanças sociais, as crianças utilizam mais computadores, TV,
jogos eletrônicos, entretanto, sendo essencial brincadeiras capazes de criarem
uma interação com o outro.
As atividades devem respeitar o tempo adequado de cada idade da
criança.
Fonseca (1983, apud CEZAR; PEREIRA; ESTEVES, 2008, p. 2) afirma
que,
na aprendizagem da leitura e da escrita a criança deverá obedecer
ao tempo de sucessão das letras, dos sons e das palavras, fato
este que destaca a influência da estruturação temporal para a
adaptação escolar e para a aprendizagem.
Para Ajuriaguerra (1988, apud CEZAR; PEREIRA; ESTEVES, 2008, p. 2),
a escrita é uma atividade que obedece a exigências precisas de
estruturação espacial, pois a criança deve compor sinais
orientados e reunidos de acordo com normas, a sucessão faz
destes sinais palavras e frases, tornando a escrita uma atividade
espaço-temporal.
Senão vejamos:
• Jogos de imitação;
• Estátua;
• Cantar músicas que falassem sobre as partes do corpo;
• Apontar as partes do corpo em si mesmo e no corpo do colega;
• Juntar as partes de um boneco desmontável (quebra-cabeça);
32
• Desenhar uma figura humana no quadro, parte por parte.
• Deitar no chão e desenhar o contorno do corpo de uma das crianças,
depois completar suas partes;
• Explorar o próprio corpo com as mãos, de olhos abertos e fechados,
depois representá-lo utilizando vários materiais como: guache, espuma, gel,
farinha;
• Releituras de obras artísticas que privilegiassem o corpo humano;
• Completar o desenho de uma figura humana com o que estiver faltando
etc.
De acordo com Lima e Barbosa (2007, p. 2),
[...] a recreação, através de atividades afetivas e psicomotoras,
constitui-se num fator de equilíbrio na vida das pessoas,
expresso na interação entre o espírito e o corpo, a afetividade e
a energia, o indivíduo e o grupo, promovendo a totalidade do ser
humano.
33
CONCLUSÃO
Por todo o exposto, foi possível chegar a um conjunto de conclusões que se
articulam entre si.
A psicomotricidade tem como objetivo precípuo desenvolver e
compreender a linguagem e controle corporal, sobretudo, tem a capacidade de
coordenar e dissociar os diversos segmentos corporais, com precisão, resultante
das condutas motoras, intelectuais, afetivas, e interação com pessoas e objetos
do meio ambiente.
Percebe-se na pesquisa que são várias as classificações e as
terminologias utilizadas para denominar as funções psicomotoras. De qualquer
forma, os conceitos são basicamente os mesmos, e o que muda é a forma de
classificar e agrupar estes conceitos.
Na prática, a psicomotricidade tem como objetivo desenvolver e
compreender a linguagem do corpo e o controle corporal, como já ficou evidente,
que o primeiro objeto que a criança identifica é o próprio corpo.
A psicomotricidade irá desenvolver de forma expressiva os campos da
afetividade, das relações pessoais, a organização, o seu desenvolvimento motor e
intelectual da criança, assim ela conseguirá descobrir o mundo, tornando-se feliz,
adaptada, livre para todas as novas aprendizagens que a escola vai lhe propor.
A educação e o aprendizado da criança é o principal objetivo para um
educador. Entretanto, para alcançar este propósito, é possível implementar
atividades e dinâmicas que desenvolva sua capacidade física e mental.
A psicomotricidade se distingue como uma ciência, onde se encontra várias
vertentes, e uma variedade ampla de contribuições de várias ciências
constituídas: biologia, sociologia, psicanálise, etc.
Contudo, foi apresentado na pesquisa a importância da parceria escola e
pais, para o desenvolvimento da criança, em que é possível os pais
desenvolverem brincadeiras, explorarem recursos como brincar com as crianças
em lugares abertos, parques, explorar o tato, a audição, estimular a visão, utilizar
jogos educativos, entre outros estímulos elementares.
34
Atualmente, vivemos a era da informatização, globalização, em que as
brincadeiras mais simples deixaram de ser atrativas por essas crianças, é preciso
estimular os jogos, a interação que promove o bom relacionamento com o outro,
os jogos em grupo, buscando através do desenvolvimento corporal,
consequentemente o desenvolvimento social da criança.
Foram essas, portanto, as conclusões a que se chegou ao tratar da matéria,
no qual fica nossa sugestão para futuras pesquisas, sendo um assunto que
permanecerá em constante evolução, sendo necessária, a produção de uma
permanente reavaliação no que se refere ao tema.
35
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
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documentação: referências – elaboração. Rio de Janeiro, 2002.
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de 1992.
36
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Leitura e Escrita. 1992. 277 f. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Educação,
Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1992.
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TOMAZINHO, R.C.Z. As atividades e brincadeiras corporais na pré-escola: um olhar
reflexivo. 2002. 128 f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Presbiteriana
Mackenzie, São Paulo: 2002.
37
INDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3 DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I – A ESCOLA 10
1.1 A ESCOLA COMO ESPAÇO EDUCATIVO 12
1.2 RELAÇÃO PROFESSOR – ALUNO 16
CAPÍTULO II – ENTENDENDO A PSICOMOTRICIDADE 17
2.1 CONCEITO PSICOMOTRICIDADE 17
2.2 O DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR DA CRIANÇA 20
2.3 OS ELEMENTOS PSICOMOTORES 22
2.3.1 Esquema Corporal 22
2.3.2 Imagem Corporal 23
2.3.3 Tônus 24
2.3.4 Coordenação global ou motricidade 24
2.3.5 Motricidade fina 25
2.3.6 Organização espaço – temporal 25
2.3.7 Ritmo 25
2.3.8 Lateralidade 25
CAPÍTULO III – AS CONTRIBUIÇÕES NO DESENVOLVIMENTO E
APRENDIZADO 26
3.1 A IMPORTÂNCIA DE PROMOVER UMA PROPOSTA PEDAGÓGICA 26
3.2 A PARCERIA ENTRE A ESCOLA E A FAMILIA 28
38
3.3 ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS 31
CONCLUSÃO 33
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 35
INDICE 37