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Maputo, Moçambique

2006

Documento para DiscuçãoDiscussion Paper

Rua de Castanheda nº 120Tel.: 258 21 491914 / 491964 / 493089 – Fax: 258 21 493094

Cell: 82 3191300 / 82 3111820E-mail: [email protected] – Web: www.cta.org.mz

Maputo – Moçambique

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nota introdutória

Esta publicação de resumos dos temas em discussão na CTA, reflecte o desenvolvimento dametodologia adoptada pelo Pelouros, nos processos consultivos entre o governo e o sectorprivado. A metodologia “process“, implica o faseamento do processo interactivo, tendo comoponto de partida a “identificação do problema” com um documento conceptual, evoluindo-se para a elaboração de um “documento em discussão” e de seguida para um “documentode posição”. È com base no documento de posição que a CTA interage com o governo paranegociar a reforma específica pretendida. A estratégia “process“, foi adoptada pela CTA, como objectivo de alcançar um nível elevado de aprofundamento dos assuntos, imprimir maiorrelevância nos temas que apresenta como constrangimentos e, maior representatividadeem relação as soluções pretendidas. Por outro lado, a metodologia permite umsequenciamento das discussões e, disciplina os intervenientes a alcançarem resultados nosseus processos de consulta.

Os documentos apresentados abordam os grandes temas da CTA sem os esgotar. A maioria dosdocumentos está ainda na fase de “documento em discussão” pelo que não reflectem aposição final da CTA.

Os assuntos que discutimos nesta colectânea têm a ver com alguns pressupostos na agendada CTA a enumerar:

1. As Barreiras ao investimento e ao desenvolvimento empresarial constituem o principalestrangulamento na criação de empregos e crescimento económico do País. Moçambique,mesmo com esforços que tem empreendido nos últimos anos, na remoção de barreirasadministrativas ainda posiciona-se no 110 lugar em 155 Países avaliados pelo BancoMundial em 2006. Como Moçambique poderia se situar no lugar 20 nos próximos 10anos? Implementando reformas agressivas, sequenciadas e estruturadas que levem amelhorar a competitividade do País e das empresas.

2. O acesso ao crédito de longo prazo continua escasso e as taxas de juro são altas. Osistema financeiro Moçambicano continua instável e o Metical ainda não é uma moedaque por mérito próprio seja credível no mercado. Os sistemas que suportam o mercadofinanceiro ainda são frágeis e pouco eficientes: sistema judiciário; registo de propriedade;mercado de títulos de terra; registo de bens agro-pecuário; registo de mercadorias emtransacção nos armazéns etc. As soluções discutidas nos documentos, passam pelanecessidade de se corrigir as falhas no mercado financeiro ao mesmo tempo que sepropõem soluções institucionais que induzam a oferta de crédito de longo prazo para PME´s.

3. A reforma fiscal adoptada e a prática na sua implementação, mostra que os impostosnão só, não são abrangentes, como também são excessivamente altos para as empresasse rentabilizarem e competirem. Por esse motivo, as grandes empresas pedem isençõese as micro e pequenas empresas optem pela informalidade. A consequência visível é abaixa cobrança de impostos já declarada pelo Governo. Agrava esta situação, umaadministração fiscal ainda sem as competências desejadas para reembolsar o IVA atempo e imprimir justiça fiscal aos contribuintes. Por outro lado o Estado não paga as suasobrigações a tempo. A solução em discussão e que constitui a proposta base da CTA,consiste na necessidade de redução dos impostos tanto do IVA como do IRPC/IRPS. Osimpostos autárquicos deverão ser reformados de modo a terem em conta o peso fiscalque subsiste para as empresas.

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4. A Lei do Trabalho precisa de ser reformulada para alcançar os objectivos de promoção deinvestimento e criação de empregos de forma massiva e competitiva. A falta deflexibilidade da presente Lei, aumenta o custo de empregar e não incentiva a criaçãode novos postos de trabalho. A falta de disciplina laboral e a fraca produtividades têmorigem também na interpretação vaga dos direitos e deveres dos empregadores etrabalhadores. A excessiva interferência do Estado nas relações laborais deveria terminar.

5. O Salário Mínimo constitui uma preocupação do sector privado na perspectiva de que aforma como se decide o salário, faz com que o sistema de remunerações no seu todoesteja indexado ao aumento anual que sempre se produz como resultado das discussões.Sempre que se discute o salário Mínimo há um escalonamento geral de aumento desalários. O sector privado está com o preocupado com o emprego informal e com oaumento artificial de salários agrários que o sistema provoca, pois está a reduzir acompetitividade na agricultura e das pequenas e médias empresas.

6. Os títulos de terra poderiam ser transaccionados entre os detentores, o que tornaria astransacções transparentes e traria maior segurança no investimento agrário.

7. Conhecer a Cadeia de Valor dos produtos, ajuda os produtores e fazedores de políticas acompreender as razões da não competitividades dos produtos e corrigir as falhas, quetornam o produto competitivo no mercado. Este conhecimento, apoia principalmente osprodutores a decidirem em investir mais ou menos. Esta constitui uma metodologiaamplamente utilizada para abordar as políticas que promovam a competitividade dasempresas e o “made in Mozambique”.

8. Os documentos abordam também o papel do Centro de reconciliação e Resolução Alternativade disputas Comerciais assim como a iniciativa contida na actual proposta da Lei do trabalho,que institucionaliza a criação de centros de resolução alternativa de disputa laboral.

Outros temas de interesse e informativo são abordados como: o plano de contabilidade; ometical da nova família; a liberalização do espaço aéreo; a competitividade do sector decomunicações; Contribuição para uma lei da falência para a competitividade da economia; e,o código comercial recentemente aprovado.

Conforme referimos no início, os documentos não reflectem a opinião da CTA, contudo, reflectemas tendências das discussões em curso.

Desejo a todos uma boa leitura e uma contribuição construtiva em prol do desenvolvimento deMoçambique criação de empregos e combate a pobreza.

Sérgio Chitara

Director Executivo da CTA

Maputo 28 de Abril 2006

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TERRA:DOCUMENTO PARA DISCUSSÃO SOBRE LIVRE TRANSACÇÃO DOS TÍTULOS DE

DIREITO DE USO E APROVEITAMENTO DE TERRA (DUAT)

An Economic Analysis of Natural Resources in MozambiqueGordon Hughes, World Bank

Título de Concessão de Direitos de Uso da Terra – Documento para discussãoLand Use Concession Rights Title – Discussion Paper

Jim LaFleur, IAE de CTA

BANCO DE DESENVOLVIMENTO:RISCOS E BENEFÍCIOS DUMA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA DE DESENVOLVIMENTO

Bancos de Desenvolvimento e Moçambique – Documento para discussão Development Banks and Mozambique – Discussion Paper

Tom Timberg, Nathan Ass.

Comentários ao Documento: “Development Bank and Mozambique”Dr. Prakash Ratilal

CUSTOS DE TRANSACÇÃO:ANÁLISE DE CADEIA DE VALOR PARA SECTORES ESTRATÉGICOS EM MOÇAMBIQUE

Análise da Cadeia de Valor para Sectores Estratégicos em Moçambique – SumárioValue Chain Analysis for Strategic Sectors in Mozambique – Executive Summary

Global Development Solutions, LLC

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO MPMES:DOCUMENTO DE POSIÇÃO DA CTA, MARÇO DE 2006

Proposta para Criação de um Instituto para a Promoção de Micro, Pequenas e Médias Empresas emMoçambique – Documento para discussão

Small and Medium Enterprises in Mozambique – Discussion PaperJim LaFleur, IAE de CTA

POLÍTICA FISCAL:ESTUDO

Reforma Fiscal e Ambiente de Negócios em Moçambique – SumarioTax Reform and Business Environment in Mozambique – Summary

Bruce Bolnick & Nathan Ass

Envolvimento do Sector Privado na Consolidação da Política Fiscal – Proposta da CTAPaula Ferreira, Pelouro do Reforma Fiscal.

SALÁRIO MÍNIMO:POSIÇÃO DA CTA

Política de Salário Mínimo em Moçambique – 2006: Documento para discussãoMinimum Wage Policy in Mozambique – 2006: Discussion Paper

Jim LaFleur, IAE de CTA

RESOLUÇÃO ALTERNATIVA DE DISPUTAS LABORAIS E COMERCIAS:DOCUMENTO PARA DISCUSSÃO DA CTA

Mecanismos Alternativos de Resolução de DisputasMário Ussene, CACM

p.8

CONTENT

p.12

p.15

p.21

p.34

p.50

p.54

p.62

p.67

p.75

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PLANO DE CONTABILIDADE:DOCUMENTO PARA DISCUSSÃO DA CTA SOBRE A REVISÃO DO PLANO GERAL DECONTABILIDADE

Avaliação da Proposta de Normas Contabilísticas para Moçambique – SumárioEvaluation of Mozambique’s Accounting Standards Proposal – Executive SummaryRobert McGee, Booz Allen Hamilton

METICAL DA NOVA FAMÍLIA:documento de posição da CTA – pelouro do reforma fiscal

Documento para discussão sobre o Diploma Ministerial relativo à regulamentação dos procedimentoscontabilísticos e fiscais resultantes da introdução do Metical da nova família (MTn):Documento para discussão

AMBIENTE DE NEGÓCIOS:SITUAÇÃO ACTUAL, PROJECÇÕES E METAS, CTA, 2006

Ambiente de Negócios de Moçambique 2006Mozambican Business Environment 2006 Jim LaFleur, IAE de CTA

Anexo – Ambiente de Negócios de Moçambique com Baseline e Projecção de Metas – 2006Annex – Mozambican Business Environment Baseline with projected Benchmarks – 2006

LIBERALIZAÇÃO DO ESPAÇO AÉREO

Liberalização da Política da Aviação de Moçambique – SumarioLiberalization of Mozambique’s Aviation Policy – SummaryAndrés Ricover, Nathan Ass

TELECOMUNICAÇÕES:REVISÃO DO SECTOR DE TELECOMUNICAÇÕES DE MOÇAMBIQUE

Revisão do Sector das Telecomunicações de Moçambique – SumarioReview of Mozambique’s Telecom Sector – SummaryDr. Larry F. Darby, Nathan Ass

LEI DE FALÊNCIA

Falência – Liquidação ou ReorganizaçãoBankruptcy – Liquidation or ReorganizationJim LaFleur, IAE de CTA

LEI DE CONCORRÊNCIA:ESTUDO

Política da Concorrência em Moçambique – SumarioCompetition Policy in Mozambique – SummaryArmando Rodrigues e Jim LaFleur

NOVO CÓDIGO COMERCIAL:BRIEFING ON MAJOR CHANGES AND INNOVATIONS.

Alterações no Código Comercial de Moçambique – Breve AnáliseChanges in the Mozambique Commercial Code – OverviewMGA

p.83

p.79

p.85

p.98

p.102

p.107

p.110

p.116

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Os documentos aqui apresentados reflectem a opinião dosrespectivos autores e destinam-se a promover discussões públicas

sobre os assuntos neles tratados. A CTA não assume nenhumaresponsabilidade pelo conteúdo dos mesmos.

Referir que os mesmos não representam a posição oficial da CTA –Confederação das Associações Económicas, excepto nos casos

explicitamente mencionados.

The documents presented here represent the views of respectiveauthors and are intended to promote public discussion. CTA does not

take any responsibility for the content of these documents.

These documents do not reflect the official position of CTA –Confederação das Associações Económicas, unless

explicitly indicated.

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introductionThe management of land resources and legalarrangements concerning land tenure have been amatter of heated dispute among Mozambican policy-makers and external agencies over the past decade.The positions taken by many participants have beenstrongly influenced by circumstances and developmentselsewhere in Southern Africa – notably Namibia,South Africa, and Zimbabwe. Even so, much of theargument has paid little attention to actual conditionsin Mozambique, in large part because of the lack ofsystematic data relevant to a proper understanding ofland management. One major goal of this chapterhas been the compilation and analysis of data on thedemand for and supply of land for agricultural use inorder to provide a firmer empirical basis for futurediscussion.

From an economic perspective the central issue ofthe land debate concerns the best strategy forpromoting the intensification of agriculture, focusingon the expansion of more capital-intensive forms ofland use aimed at production for the market ratherthan for subsistence. Within this overall theme, amajor point of contention concerns the respectiveroles of commercial medium and large scale farmingthat is highly market-oriented and small-scale ‘family’farming that has been, at least in the past, lesscapital-intensive and more concerned with meetingsubsistence needs.

The social dimension of the debate arises fromconcerns about poverty alleviation and the distributionof the gains from agricultural change. Mozambiqueremains a relatively rural country and a large majorityof the poor depend upon small-scale agriculture fortheir livelihood. Thus, for many commentators ithas been critical that new institutional arrangementsaffecting land tenure should protect or enhance theexisting rights of poor households that rely upon

access to communal land to meet their subsistenceneeds. But even this is far from straightforward,especially under the demographic and socialpressures created by relatively high birth rates andthe impact of HIV/AIDS.

Traditional systems of land management in Mozambiqueare far from egalitarian. Members of local elites havebeen able to obtain access to more and better qualityland than others. The rights of women to hold orinherit rights of land use are insecure, dependingupon family and other ties that may be underminedby social change and the mortality caused byHIV/AIDS. However, the entrenchment of unequalaccess to land has been limited by the option ofmoving to settle new land, either by expanding thearea under cultivation or by reducing fallow periods inshifting agriculture.

The existence of a substantial margin of “unoccupied”or “under-utilised” land is a crucial outlet temperingthe inequalities of communal land management.Thus, land tenure experts developing the new LandLaw and its associated regulations have sought toensure that future arrangements do not freezeexisting patterns of land occupation and use butallow flexibility for expansion and change within thesmall-scale farming sector in future. On the otherhand, opportunities for the rapid development ofcommercial farming may be greatest precisely in suchareas, because small-scale farming is concentratedin areas with either or both the best access toinfrastructure and the best quality soils. As aconsequence, policies about access to land involvereal economic choices even though land resources ingeneral are abundant.

Accepting the importance of sustaining and promotingsmall-scale agriculture as a core element in programsfor poverty alleviation and economic development,

TERRA:DOCUMENTO PARA DISCUSSÃO SOBRE LIVRE

TRANSACÇÃO DOS TÍTULOS DE DIREITO DE USO EAPROVEITAMENTO DE TERRA (DUAT)

an economic analysis of natural resourcesin mozambique

rural land issues and policies

Gordon Hughes, World Bank

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there is still considerable scope for differences inemphasis in the design of appropriate land policies.The role of shifting agriculture is central. Missionestimates suggest that over 75% of all land used forcrop production is classified as land used for shiftingagriculture. Fallow periods are shortening gradually,but there is ample cultivable land available to maintainoverall levels of fertility and crop production. However,sustained increases in agricultural incomes dependupon investment in more intensive methods of landuse that will involve various combinations of animalpower and manure, water management, better seeds,chemicals and mechanical cultivation.

There is no doubt that small farmers will respond toopportunities to enhance their incomes, provided thatthe risks associated with climatic variability can bemanaged. But, some observers believe that existingarrangements for land tenure combined with shiftingagriculture hinder and thus slow up the adoption ofmore capital- and input-intensive forms of smallfarming, either by limiting the access of small farmersto sources of finance or by diffusing incentives toinvest in improving or sustaining soil fertility. It is notenough to protect the interests of some vulnerablegroups if the arrangements limit the capacity of manyfarmers to accumulate capital and adopt newmethods of production.

Equally, the future role of commercial farming is alsovery contentious. The history of large farms andplantations during the colonial period combined withconcerns to avoid the problems that characterisepatterns of land ownership in many other countries inSouthern Africa lead many to be very dubious about anypolicies that seem to promote the emergence of asubstantial commercial farming sector. These doubts arereinforced by anecdotal evidence about local elitesacquiring large holdings of land – sometimes inpartnership with foreign investors – that is barelydeveloped or is used for extensive ranching of cattleand game.

History and present performance matter, but the debateseems to be unnecessarily polarised. The developmentof commercial farming is not a zero-sum game withall gains for large farmers being made at the expenseof the small-scale agricultural sector. Indeed, allexperience elsewhere suggests that the reverse istrue. While land ownership is extremely unequal inSouth Africa, the commercial farming sector hasgenerated employment opportunities, incomes andwealth for a substantial proportion of the population.

The problems that persist arise from the lack ofopportunities and resources for commercial farmingin areas traditionally occupied by smallholders.

Even more important are the lessons from countrieslike Brazil, Uruguay and Argentina where large andmedium-sized commercial farms operate alongsidesmall-scale farming. In the long term economies ofscale, access to capital and technology will favourlarger holdings than the present average size. But, formany decades the two sectors can co-exist to theirmutual benefit by a combination of technology transfer,the creation of full-time or part-time employmentopportunities, and various kinds of smallholder out-growing schemes. This applies as much to livestockrearing as to the production of cash crops, settingaside extensive ranching operations that have fewspin-offs and create little employment.

Various reports of the total number of farm holdingsyield estimates in the range 3.1 to 3.2 million in theperiod 2000-03 with an average cultivated area ofabout 1.35 ha per holding and a total cultivated areaof about 4.25 million ha. In 2000 there were about4,500 holdings of more than 10 ha plus a further50,000 holdings of 5 to 10 ha. In aggregate, holdingswith more than 5 ha of cultivated land account for alittle under 12% of the total area under cultivation.

By conventional criteria the lower threshold for largeand medium-sized commercial farms would be atleast 50 ha. Such farms account for less than 2% ofcultivated land, so that by no stretch of imaginationcan it be claimed that such farms represent a threatto small-scale farming. Indeed, the problem is thatthe commercial farming sector is much too small tosustain the ancillary services and employment thatwould assist in the development of more commercialopportunities for small-scale farmers.

This chapter examines the current and prospectiveutilisation of land resources in Mozambique, reviewsissues concerning the legal and institutionalframework following the implementation of the 1997Land Law, examines the role of land taxes as aneconomic incentive for more efficient use of landresources, and outlines a strategy for future policy. Itis starts from three assumptions that differ sharplyfrom those that underpin most contributions to theland debate:

• The Land Law was a significant and necessarystep in regularising the legal status of land holdings

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and in providing security of occupation to smallfarmers. However, it has been given altogethertoo much importance in the broader context ofrural development by most commentators. Itestablishes a small element of the necessaryconditions for agricultural development, but manyother important issues remain to be addressed.These depend upon a broader vision of the pathtowards higher agricultural incomes.

• As Mozambique is a relatively land-abundant country,the predominant forms of agricultural productionare land-intensive with heavy reliance on shiftingcrop production and extensive livestock grazing.While elements of this pattern of land use willpersist for several decades, achieving sustainedgrowth in agricultural incomes must depend uponthe intensification of land use relying upon theapplication of more human and physical capitalcombined with higher levels of material inputs –seeds, fertilisers, pesticides, etc. The transfer ofskills and resources required for the successfuladoption of improved agricultural technologies isa part of the story. But, the accumulation of land-related stocks of capital such on- and off-farminfrastructure for managing water resources,improving soil fertility, storing and processingcrops, and extending access to markets will bethe critical challenge. Land policies must provideappropriate incentives to promote the transitionaway from land-extensive modes of agriculturalproduction.

• Some discussions of land policy seem to be basedon an implicit assumption that the development ofcommercial farming and the growth of thesmallholder farming are mutually exclusive options1.This is silly. As noted above, the commercialfarming sector is far too small to provide the basefor agricultural growth, while no democraticgovernment can afford to neglect the needs andambitions of small farmers in a largely ruralcountry. But, equally, in a land-abundant countrycommercial farming offers opportunities for theaccumulation of capital, the adaption of newtechnologies, and the development of physicaland market infrastructure that will emerge muchmore slowly from the smallholder sector. Commercialfarmers and ‘advanced peasants’ have played acrucial role in agricultural development everywherein the world. Since the Land Campaign, academicsand NGOs have stressed the importance ofdeveloping linkages between the smallholder and

the private sector as one element in stimulatingthe transformation of the former into market orientedunits of production. (Palmer, 2000; Negrão, 2002)2

Of course, the balance between sectors isimportant for reasons of equity and povertyalleviation, but agricultural growth too is essentialand this can best be promoted by a combinationof policies that recognise the decisive role ofcommercially oriented farming in future.

summary of recommendations

Titles

1. There should be a clear distinction between titleswith conditions and those without conditions.

2. There needs to be a clear distinction between a)commercial activities and b) small holders (5 to 10hectares) and communities.

3. Small holder and communities should not haveconditions attached to their titles

4. There should be no titles of over 1,000 (or 2,000)hectares

Transferability of titles with conditionality andRenewal of title

5. Land titles should be freely transferable – transfereesshould be a private matter subject to registrationat the National Registry

6. Land title should follow ownership of fixedimprovements and fixed property such asbuildings, dams, etc.

7. Sub-division of titles should be allowed and followthe rules of the Commercial Code.

8. Land titles that do not have conditions should befreely transferable

9. Renewal of title should be automatic.

Taxes

10. Land taxes should have a minimal differentiationbetween different categories of user and use. (Taxdifference should be based on agriculturalpotential – rainfall patterns, soil types and access

1 For example, a review of the land debate prepared for Oxfam – J. Hanlon, ‘The land debate in Mozambique’, Oxfam Regional Management Center for Southern Africa, July 2002 – is subtitled “Will foreign investors, the urban elite, advanced peasants or family farmers drive rural development?’.

2 Palmer, Robin. 2000. Land Policy in Africa: Lessons from Recente Policy and Implementation Processes; in: DFID. 2000. Evolving Land Rights, Policy and Tenure in Africa; DFID/IIED/NRI, London.

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to infrastructure and not crop or activity)

11. There should be no special exemption foragricultural incomes or profits from the generaltaxation of income and profits.

12. Small holders with 5 or 10 hectares andcommunities should be exempt from any form ofland taxation.

13. Rise the land tax to Mt300,000 per hectare ($12)

14. All of the land under a title should be taxed andnot just the cultivated area.

15. Cattle breeding should not have a lower tax rate –the ideas is to have higher value, capital and landintensive activities and not promote low value, lowcapital and land extensive investments

16. There needs to be a limit to community areasexempt for the land tax

17. The land tax should be on both titled and untitledland.

Conditionality

18. Re-examine conditionality – leases on privilegedterms should be restricted to circumstances inwhich there are clear economic and/or socialreasons for ensuring that land is developed inways that are consistent with some set of publicgoals supported by public investment.

19. Any leaser should be permitted to hand back anyproportion of the land for which they have titlewithout change within a period of five years fromthe initial grant of the title.

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objectivoO objetivo deste trabalho não é o de propormudanças na constituição do país nem na lei depropriedade da terra. Este trabalho não estáargumentando a favot de uma privatização daterra. O propósito é o de buscar a facilitação e aeliminação do processo burocrático na transferênciados títulos de direitos de uso da terra rural paraempresas Moçambicana legalmente registados.

Actualmente e todos os dias, a terra rural emMoçambique é comprada e vendida entrecompradores e vendedores que desejam fazê-lo.Isto foi verificado por Cruzeiro do Sul – JoséNegrão. O problema com a terra não é a compra evenda mas o processo através do qual istoacontece. Negrão também fêz a distinção crítica eimportante entre comunidades locais, cidadãosnacionais e emprazas legalmente estabelecidas.Ele recomendou que a compra e a venda deterra entre membros de comunidades locais e/oucidadãos nacionais sejam governadas porcostumes locais e dependam da aprovação dosmembros da comunidade.

A lei actual cobre estas transacções bem como asentre firmas e comunidades e firmas e cidadãosnacionais. Tanto estas transacções como as citadasacima não são preocupação minha. Tambémeles não são considerados neste trabalho paradiscussão. O objectivo deste trabalho é o dediscutir a questão das transacções dos direitoscondicionais das concessões de uso da terra jáconcedidos entre empresas moçambicanas legais.

históricoÉ bastante difícil levantar-se capital para odesenvolvimento de um projecto agrícolaeconomicamente viável sem o apoio financeiro deum banco ou de outras instituições financeiras.Muitos projectos de empresas rurais hoje encontram-se somente parcialmente desenvolvidos devido àfalta de acesso a um financiamento razoável.Muitas firmas são forçadas a incluir sócios de fora

objectiveThe objective of this paper is not to argue for achange in the constitution of the country nor is it tochange the law on land ownership. This paper isnot advocating for the privatization of land. Whatit is arguing for is to facilitate and eliminate thebureaucratic process on transferring rural land userights titles for legal business enterprises.

Today and everyday rural land in Mozambique isbought and sold between willing buyers and sellers.This was recorded by Cruzeiro do Sul – Jose Negrao.The issue of land is not buying and selling, butthe process by which this takes place. Negrão alsomade the important and critical distinction betweenlocal communities, national citizens, and legallyestablished enterprises. Negrão recommendedthat buying and selling between members of localcommunities and/or national citizens be govern bylocal costumes and depend on the approval of thecommunity members.

The present law covers these transactions as well asbetween enterprises and communities and enterprisesand national citizens. These and the abovetransactions are not the issues of concern for of thispaper or are they under consideration in thisdiscussion. The objective of this discussion paper isto address the issue of transactions of conditionalland use concession rights between legal Mozambicanenterprises.

backgroundIt is very difficult to raise capital to develop aneconomically viable agricultural project withoutfinancial support from a bank or other financialinstitution. Many rural enterprise project today areonly partly developed due to lack of assess toaffordable finance. Many firms are forced to take onoutside partners where they contribute as title holdersonly. These become more like renters of titles thenentrepreneurs. Without an asset that can be used toleverage funding many if not most rural enterprisesare economically underdeveloped and/or renters of land.

título de concessão de direitos de uso da terradocumento para discussão

land use concession rights titlediscussion paper

Jim LaFleur, IAE de CTA

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que contribuem somente como proprietários emtítulo. Estes tornam-se mais inquilinos de títulosque empresários. Sem algo de valor que possa vira ser utilizado como cobertura de fundos, muitas,senão a maior parte das firmas rurais sãoeconomicamente subdesenvolvidas e/ou inquilinasde terra.

Um dos requisitos essenciais para um maioracesso ao financiamento é os bens legalmentereconhecidos que possam ser utilizados comogarantia ou colateral para empréstimos. Afim deque um bem possa ser utilizado como garantiaé essencial que possua um valor e liquidez nomercado, possa legalmente ser registado como obem e ser legalmente transferido sem aprovaçãoprévia do governo. Actualmente casas, edifícios,equipamentos e outros bens fixos e não fixos seencontram dentro do descrito acima. Porém o bemcom maior valor em potencial pertencente a umafirma rural não se encontra dentre os mesmos – osdireitos de concessão de uso de terra emitidospelo governo para empresas.

proposta

Eu proponho o seguinte:

1. Que o documento de concessão de direitode uso da terra possa ser registado em umregisto colateral (um cadastro ou registo depropriedade).

2. Que a concessão de direito de uso da terrapossa ser utilizada como garantia paraempréstimos financeiros.

3. Que a concessão de direito de uso da terraque o governo fornece a firmas seja um bemtransferível que possa ser comercializado entrefirmas moçambicanas legalmente registadas.

4. Que a transferência da concessão entre firmasseja livre da aprovação prévia pelo governo.

Actualmente, se uma empresa vender sua concessãode direito de uso de uma parcela específica deterra, o comprador deverá ter aprovação dogoverno antes que a nova concessão seja válida.Isto significa que as concessões não podem serutilizadas como bens para a garantia de umempréstimo. Um banco não pode tomar como

One of the essential requirements for greater accessto finance is legally recognized assets that can beused as guarantees or collateral for loans. In order foran asset to be used as a guarantee it is essential thatthey have a market value, have market liquidity, canbe legally registered as an asset and can be legallytransferred without government prior approval. Todayhouses, buildings, equipment, and other fixed andnon fixed assets fit all of the above. But the potentiallymost valuable asset of a rural enterprise does not fitthe above. It is the concession user rights to landissued by the government to enterprises.

proposal

This paper proposes the following:

1. The concession rights for land use document canbe registered in a collateral registry (a cadastre orproperty registry).

2. The concession rights of land use can be used asa guarantee for a financial loan.

3. Make the concessions rights for land use that thegovernment grants enterprises a transferable assetthat can be traded between legally registeredMozambican enterprises.

4. Make the transferring of the concession betweenenterprises free of government pre approval.

Today if an enterprise sells its concession rights touse a specific plot of land, the buyer has to get a newgovernment approval before the new concession isvalid. This means the concessions can not be usedas an asset to guarantee a loan. A bank can nothold an asset as collateral that needs future approvalin order to have market value. This bureaucraticprocess lowers the value of the land use right assetand also eliminates its use as a guarantee for loans.

The government has determined in the indicialgranting of the concession, its use and conditionalityfor the use of the land including time clauses to reachspecific goals. The seller is passing on completely allthe same contractual obligations to the buyer with thesame time limits. The government approves the useand not the enterprise. All Mozambican enterprisesshould be automatically pre-qualified by establishedcriteria on a non discretionary basis.

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garantia um bem que necessita de aprovaçãofutura para que venha a ter um valor no mercado.Este processo burocrático baixa o valor do bem dedireito de uso da terra e elimina, também, seu usocomo garantia de empréstimos.

O governo determina, no momento da aprovaçãoda concessão, seu uso e a condição para o uso daterra, incluindo cláusulas de tempo para o alcancede objectivos específicos. O vendedor repassacompletamente todas as mesmas obrigaçõescontratuais ao comprador juntamente com osmesmos limites de tempo. O governo aprova o usoda terra e não a empresa. Todas as firmasmoçambicanas deveriam ser automaticamentepré-qualificadas por critérios pré-estabelecidoscom base não flexível.

O governo não deveria se envolver com o negóciode aprovação de pessoas ou firmas se estas sãoentidades económicas legais em Moçambique. Aconcessão determina como a terra deve serutilizada; qualquer indivíduo ou firma legal deveriapoder adquirir concessões sem aprovação dogoverno.

Nós acreditamos que isto criaria um mercado paraconcessões e forneceria às mesmas um valor demercado.

conclusãoA fim de promover a aceleração do desenvolvimentoagrícola comercial, o financiamento do sectornecessita ser substancialmente elevado. Uma dasformas de aumento de financiamento para o sectorrequer um aumento proporcional do valor dasgarantias e colaterais para a segurança deempréstimos. Para que isto venha a acontecer, éessencial que a concessão de direitos de uso daterra que o governo fornece às firmas se constituaum bem legal que possa ser registado, que possaser legalmente utilizado como colateral e quepossa ser livremente transferível entre firmas sem aautorização prévia do governo.

The government should not be in the business ofapproving people or firms if they are legal economicentities in Mozambique. The concession determineshow the land is to be used; any legal person or firmshould be allowed to buy the concession withoutgovernment approval.

We believe that this will create a market for concessionsand give them a market value.

conclusionIn order to promote the acceleration of commercialagricultural development, finance to the sector needsbe substantially increased. One of the steps to increasefinancing to the sector requires the proportionalincrease in the value of guarantees and collateral tosecure loans. In order to do this; it is essential that theconcessions rights for land use that the governmentgrants enterprises be a legal asset, that can beregistered, that can legally be used as collateral,and can be freely transferable between enterpriseswithout prior government approval.

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introduçãoMoçambique encontra-se a avaliar uma propostano sentido de estabelecer uma Instituição deFinanças para o Desenvolvimento (IFD), umaempresa de crédito de segundo nível do sectorprivado que trabalharia com uma série deinstituições de crédito. O que os fazedores daspolíticas devem ter em mente ao avaliar osriscos e os benefícios de uma instituição dedesenvolvimento financeiro? Uma análise doobjectivo das IFDs e da experiência destas nospaíses em desenvolvimento pode contribuir pararesponder a esta questão.

antecedentesO apoio ao empreendimento depende de uma sériede instituições e da existência de uma economiarural que possa sustentar a dívida. Raramente umelemento importante para a actividade financeirana estrutura global de um país, as IFDsprovidenciam crédito aos sectores económicosnão devidamente servidos, mas merecedores,suplementando os bancos e instituiçõesfinanceiras não banqueiras, tais como ascooperativas e de crédito, leasing e empresasque cedem os seus créditos a uma entidadeespecializada para efectuar a cobrança. Os bancosde desenvolvimento industrial, que providenciamcapital de longo prazo à indústria, situavam-seentre os primeiros e os maiores. Os bancos têmcomo enfoque a produção agrícola, a habitação eas pequenas empresas;

Muitos bancos de desenvolvimento nos paísesindustrializados são privados. Estes bancostipicamente obtém os seus fundos a longo prazoatravés da venda de obrigações ou dadisponibilização de serviços de poupança a longo

introductionMozambique is entertaining a proposal to establish adevelopment finance institution (DFI), a public sectorsecond-tier lender that could work with a number oflending agencies. What must policymakers keep inmind in evaluating the risks and benefits of a DFI? Anoverview of the purpose of DFIs and experience withthem in developing countries can help answer thisquestion.

purpose of developmentfinance InstitutionsThe support of enterprise depends on a range ofinstitutions and the existence of a real economy thatcan sustain debt. Rarely a major element in acountry’s overall structure for financing enterprise,DFIs provide credit to underserved but deservingeconomic sectors by supplementing the panoply ofbanks and nonbank financial institutions such ascooperatives and lending, leasing, and factoringcompanies. Industrial development banks, whichprovide long-term capital to industry, were among thefirst and largest1. Other banks focus on agriculturalproduction, housing, and small enterprise.

Many development banks in industrial countries areprivately owned. They typically gain their funds on along-term basis by selling bonds or providing long-term savings facilities. This corresponds to the long-term lending they often conduct. Experience withDFIs in industrial countries is mixed-many havefailed or require continued subsidization and theircontribution to national growth is controversial. Indeveloping countries they have enjoyed considerablevogue, especially as promoted by the World Bank.

BANCO DE DESENVOLVIMENTO:RISCOS E BENEFÍCIOS DUMA INSTITUIÇÃO

FINANCEIRA DE DESENVOLVIMENTO

bancos de desenvolvimento e moçambiquedocumento para discussão

development banks and mozambiquediscussion paper

Tom Timberg, Nathan Ass.

1 One of the most prominent, the Credit Mobilier, wreaked havoc on the French economy in the 19th century but seems to have made its promoters’ fortunes.

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prazo. Isto corresponde ao crédito a longo prazoque muitas vezes realizam. A experiência recolhidadas IFDs dos países industrializados é mista –muitas não tiveram sucesso ou requerem umsubsídio contínuo e a sua contribuição para ocrescimento nacional é controversa. Nos paísesem desenvolvimento, gozaram de algumapopularidade, especialmente devido à promoçãodo Banco Mundial.

experiência nos paísesem desenvolvimentoOs doadores, e o Banco Mundial em particular,promoveram bancos especializados na década de60 e de 70. A maior parte destes bancos quer sededicassem ao desenvolvimento industrial, quer aoagrícola, enfrentaram sérias dificuldades e muitosfracassaram.

Na última década, o interesse pelos bancos dedesenvolvimento ressurgiu, muitas vezes comcapitais privados e com enfoque no micro-crédito.Alguns bancos de desenvolvimento, incluindo osdo sector público, tornaram-se bancos comerciaisde grande dimensão e de sucesso – perdendo asua especialização inicial em financiamento deprojectos ou do desenvolvimento, assim como oseu enfoque social. O Banco de Desenvolvimentode Singapura situa-se entre os que tiveram êxito.Na Índia, o ICICI tornou-se num banco comercialde vanguarda e o IDBI seguirá o mesmo caminho.O financiamento agrícola está reservado para oNABARD, altamente subsidiado, e o financiamentoàs pequenas empresas para o SIDBI. Reconhece-se que estes dois são extremamente ineficientes eapenas servem uma pequena parte da suapotencial clientela. Os críticos alegam que elesbloqueiam a entrada de instituições financeiras quepodiam competir com eles, apontando para opapel eficaz dos credores informais ao prestaremserviços a estes potenciais clientes.

O Banco Rakyat Indonesia (BRI), um banco para odesenvolvimento, se não de desenvolvimento, sóregistou sucessos nas suas actividades de micro-crédito (empréstimos inferiores a $5.000), quecorrespondem a um terço do seu total. A maiorparte dos seus créditos de valores maissignificativos estava em mora e o governo teve querecapitalizá-lo.

A experiência do Banco Nacional de Desenvolvimento

experience in developingcountriesDonors, and the World Bank in particular, promotedspecialized banks in the 1960s and 1970s. Most ofthese banks, whether devoted to industrial oragricultural development, encountered seriousdifficulties and many failed. As Gerard Caprio and AshDemirguc-Kunt recount, attempts to cure the allegedscarcity of long-term credit in developing countrieshave been plentiful and expensive. By the early 1980smany DFIs were experiencing significant portfolioproblems. A 1974 World Bank study of delinquencyrates in agricultural credit institutions reported thatthe average arrears rate was 41 percent. A 1983report indicated that 39 percent of all DFIs hadserious portfolio problems, many of which becamemore severe in the late 1980s and resulted in a waveof failures of DFIs… Long-term directed credit failedto reach the intended beneficiaries. Once these directedcredit programs were established, governmentsfound it politically difficult to reduce support for them,regardless of their cost and efficiency2.

Though 60 percent repayment may seem acceptableto some, it is lower than any bank can survive with. Inthe last decade, interest in development banks hasrevived, often with private ownership and a focus onmicrolending. Some development banks, includingthose in the public sector, have become big andsuccessful commercial banks-losing their originalspecialization in project or development finance aswell as their social focus. The Development Bank ofSingapore is among the successes. In India, the ICICIhas become a leading commercial bank and the IDBIwill follow suit. Agricultural finance is reserved for thehighly subsidized NABARD and small enterprisefinance for the SIDBI. Both are recognized to beextremely inefficient and serve only a small part oftheir potential clientele. Critics allege that they blockthe entrance of financial institutions that couldcompete with them, pointing to the effective role ofinformal lenders in serving these potential clients.

The Bank Rakyat Indonesia (BRI), a developmental ifnot a development bank, has only done well in itssmallest microlending (loans under $5,000), whichaccounts for a third of its total. Most of its largerlending was in arrears and the government had torecapitalize it.

Experience with Brazil’s Banco Nacional deDesenvolimento Economico e Social (BNDES) seemsgenerally positive, though it has taken criticism in recent

2 The Role of Long-term Finance: Theory and Evidence. The World Bank Research Observer XIII, 2 (August 1998), p. 172.

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Económico e Social (BNDES) do Brasil parece, nageneralidade, positiva, embora tenha sido sujeita acríticas nos últimos anos por impedir a existênciapotenciais instituições de financiamento dosprojectos privados e fontes de financiamento. Nãoobstante, o banco tem sido honesto e apenasmoderadamente politizado, gozando de um nívelrelativamente baixo de créditos vencidos e nãopagos, ao mesmo tempo que concede muitosmicro-créditos.

A experiência dos bancos estatais em África foipior do que a da Ásia. O governo da Zâmbia nãoconsegue arranjar comprador para o Zanavac. Osbancos de desenvolvimento estatais do Malawi eda Tanzania reduziram o seu crédito para níveisrelativamente baixos. Muitos países possuempequenas IFDs, com um forte contributo e subsídiodos doadores a constituir uma pequena parte doseu crédito total.

Tal como acontece noutros países, o BNDA doMalawi tem a reputação de estar a conseguir bonsresultados como financiador de segundo nível dosbancos de microfinanças das aldeias financiadospor ONGs, como é o caso do Banco Nacional deMicrofinanças da Tanzania, recentemente privatizado.Mais perto de Moçambique, os bancos dedesenvolvimento provincial sul africanos ainda seencontram numa situação difícil (2002), tal como éreportado no Relatório Strauss, embora o Ithalano Kwazulu-Natal se tenha reorganizado e estejaa conseguir melhores resultados. O conceituadoBotswana Development Corporation não é um bancoe serve essencialmente as grandes empresas. Talcomo o BRI, sobreviveu apenas por se concentrarem microfinanças.

O Banco de Desenvolvimento da África do Sul,inicialmente uma instituição destinada a financiar ainfra-estrutura local e municipal, que registava umnúmero insuficiente de mercados de obrigaçõesadequados, começou a diversificar-se para aconcessão de créditos internacionais em apoio àexpansão das empresas sul-africanas no mercadoda SADC. Embora os seus rácios financeiros sejamprovavelmente sustentáveis, eles são demasiadobaixos para que qualquer banco comercial osconsiga sustentar utilizando apenas fundosprivados e capitais próprios, sem recorrer ao apoiodo governo. Em Moçambique, muitos pensaramque as IFDs eram um desastre e insistiram na sualiquidação. No geral, as IFDs que demonstraram

years for crowding out potential private project financeinstitutions and funding sources. Nonetheless, it hasbeen honest and only moderately politicized, and enjoysa relatively low level of arrearages while making a lot ofsmall loans.

The experience of state-owned banks in Africa hasbeen worse than in Asia. The Zambian governmentcannot find a buyer for Zanavac. Malawian andTanzanian public development banks have reducedtheir lending to relatively low levels. Many countrieshave small DFIs with heavy donor input and subsidyproviding a small portion of their total credit.

As elsewhere, the BNDA in Mali is reputed to bedoing well as a second-tier funder of NGOmicrofinance village banks, as is the newly privatizedTanzania National Microfinance Bank3. Closer toMozambique, the South African provincial developmentbanks are still in difficult straits (2002), as shown bythe Strauss Report, though Ithala in Kwazulu-Natalreorganized and is doing better4. The well-reportedBotswana Development Corporation is not a bankand serves primarily larger enterprises. Like BRI, ithas only survived by concentrating on microfinance.

The Development Bank of South Africa, primarily aninstitution for funding local and municipal infrastructurein default of adequate bond markets, has begun todiversify into international lending to support theexpansion of South African enterprise in the SADCmarket. Although its financial ratios are probablysustainable, they are too low for any commercial bankto sustain using only private funds and equity andwithout government support. In Mozambique, manythought that the DFIs were disasters and insisted ontheir liquidation. In general, DFIs that performed wellwent upmarket and become universal banks, or wentdownmarket and are engaging in microfinance. In bothcases they are frequently privatized.

Microlending in Mozambique, including in rural areas,has been expanding rapidly. It appears that funds canbe available as soon as appropriate financialinstitutions with administrative capacity expand sothe proposed development bank is not intended toaddress any lack in microlending. Instead, it isintended to address the problems of long-term(“project”) lending, small and medium lending, andlending for agricultural production.

3 http://www.dai.com/work/project_detail.php?pid=47

4 Gerhard Coetze and Douglas Graham, “Restructuring Agricultural Development Banks in South Africa,” Working Paper 2002-06, Department of Agricultural Economics, Extension and Rural Development, Pretoria

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um bom desempenho tornaram-se bancos universais,ou não tiveram tanto sucesso e envolveram-se emactividades de microfinanças. Em ambos os casos,elas são frequentemente privatizadas.

O micro-crédito em Moçambique, incluindo naszonas rurais, tem estado a expandir-serapidamente. Parece que os fundos podem serdisponibilizados logo que as instituições financeirasapropriadas e com capacidade administrativa seexpandam – assim, o banco de desenvolvimentoproposto não pretende lidar com quaisquerlacunas no micro-crédito. Pelo contrário, pretendeabordar os problemas de crédito (a “projectos”)a longo prazo, crédito a pequenas e médiasempresas e crédito à produção agrícola.

agricultura e pequenas emédias empresas Estão em causa três aspectos no fracasso dosmercados de crédito:

• O financiamento aos projectos, que é normalmentede grande escala e pode ser financiado a partirde mercados internacionais;

• O financiamento de capitais de especulação, queé essencialmente de alto risco e normalmentefeito a partir de capitais próprios; e

• Financiamento de rotina, de exploração, queuma série de bancos já adoptou.

Sem dúvidas que as lacunas no sistema devem serpreenchidas, mas para os devedores de grandeescala, estas lacunas não constituem necessariamenteum problema.

As pequenas e médias empresas (PMEs) e aagricultura representam um caso diferente. Asdificuldades com a agricultura e o crédito de pequenaescala, bem como os sucessos registados nasmicrofinanças têm sido particularmente frustrantes.Em ambos os casos, e incluindo também o créditoà habitação, foram investigadas formas dedesenvolver formatos semelhantes bem sucedidospara o crédito.

A disponibilização eficaz do crédito depende daidentificação (1) de mutuários merecedores de créditoe (2) de fundos que possam ser emprestados,incluindo os provenientes do orçamento do

agriculture and small andmedium enterprise

Three things are at issue in market failures in thecredit market:

• Project finance, which is usually large-scale andcan be funded from international markets;

• Venture finance, which is mostly high-risk and usuallydone out of equity; and

• Routine, working finance, which a number of banksalready handle.

Undoubtedly, the holes in the system need to befilled, but for large-scale borrowers these holes arenot necessarily a problem.

Small and medium enterprises (SME) and agriculturepresent a different case. The difficulties with agriculturaland small-scale credit and the successes withmicrofinance have been particularly frustrating. Inboth cases, and for housing finance as well, ways todevelop similar successful formats for lending havebeen investigated.

The effective provision of credit depends on identifying(1) unserved creditworthy borrowers and (2) lendablefunds, including from the government budget. Thebusiness plan for a new institution needs to identifyunderserved borrower segments that it can profitablyserve. Often, factors other than credit limit enterpriseexpansion; conversely, if profitable opportunities existthey are usually exploited. And sometimes credit issomehow found for non-creditworthy, unservedborrowers. Perhaps not much effective demandexists for credit at present interest rates. A recentWorld Bank study suggests that this has been truefor small business in Tanzania5, but most smallenterprises surveyed elsewhere as well were able tofind means to respond to entrepreneurial opportunities.Similarly, studies of bankable small borrowers in ruralIndonesia show that many have not been interestedin borrowing6.

Once underserved credit clients are identified, differentagencies (e.g., cooperatives, NGO programs,commercial or development banks, and nonbankfinancial institutions such as leasing companies) needto offer their services, subject to market tests. Beinglinked to the banking system o funds borrowed fromthe general public requires these agencies to pursue

5 But not true in Ghana, Malawi, Senegal, and Mali. See “Small Enterprise Response to Liberalization in Five African Countries,” http://www.Worldbank.org/afr.findings/english/find42.htm.

6 Preliminary Findings: Microfinance Access and Services: Household Survey, Center for Business and Government, John F. Kennedy School of Government, Harvard University, May 2003 and BRI Micro Banking Services: Development Impact and Future Growth Potential, Center for Business and Government, John F. Kennedy School of Government, Harvard University, October 2001. These two studies, in which BRI loan officers assessed a sample of rural borrowers, found that even using BRI’s current standards many bankable unserved borrowers exist, though many were uninterested in taking on debt. The rest constituted a potential market for rural, mostly agricultural, lending.

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Estado. O plano de negócios para uma novainstituição deve identificar segmentos de mutuáriosnão devidamente servidos que pode abarcar deuma forma lucrativa. Muitas vezes, outros factoresque não o crédito limitam a expansão de umaempresa; pelo contrário, se existirem oportunidadeslucrativas, elas são normalmente exploradas e, porvezes, o crédito é conseguido para mutuários nãoservidos e não merecedores deste. Talvez existauma procura não muito eficaz de crédito com asactuais taxas de juros. Um estudo do BancoMundial recentemente realizado sugere que estasituação existe nas pequenas empresas da Tanzania,mas a maior parte das pequenas empresasparticipantes no inquérito noutros países conseguiuencontrar formas de responder às oportunidades denegócios. Do mesmo modo, estudos de pequenosmutuários bancáveis realizados nas zonas rurais daIndonésia demonstram que muitos não se têmmostrado interessados em contrair empréstimos.

Logo que se tenham identificado clientes decrédito não devidamente servidos, as diferentesagências, (por exemplo, cooperativas, programasde ONGs, bancos comerciais ou de desenvolvimentoe instituições financeiras não bancárias, tais comoas empresas de leasing) devem oferecer os seusserviços, sujeitos aos testes do mercado. Estandoligados ao sistema bancário – aos fundos tomadosde empréstimo do público em geral – é necessárioque estas agências sigam uma política de créditoprudente e financeiramente sustentável. Se forempara além disso, devem recorrer aos seus própriosorçamentos ou a fundos doados por instituiçõesde beneficiência e tornar o elemento concessionalexplícito e justificado.

O alargamento do âmbito do crédito através denovos instrumentos financeiros – novas formas deconcessão de crédito – exige uma base deprudência, assim como:

1. Novas formas de colateral que permitam aosmutuantes sentirem-se seguros. As formasmais dramáticas incluem garantias mútuas, taiscomo em microfinanças, mas as formas queenvolvem o leasing, o crédito nos recebimentosdos armazéns, as facturas dos despachantes,remessas ou facturas a receber mostraram-setodas eficazes.

2. O crédito que faz uso da cadeia de produção eestá direccionado aos elementos da cadeia que

a prudent, financially sustainable credit policy. Ifthey go beyond that, they should draw on their ownbudgets or on charitable funds and make theconcessional element explicit and justified.

Extending the scope of lending through new financialinstruments new ways of providing credit requires afoundation of prudence as well as:

1. New forms of collateral that enable lenders to feelsecure. The most dramatic forms include mutualguarantees as in microfinance, but forms thatinvolve leasing, lending on warehousing receipts,shippers’ bills, input credit, remittances, or billsreceivable have all been effective.

2. Lending that makes use of the production chainand targets those in the chain who are mostaccountable (e.g., wholesalers, input dealers,shippers).

Bureaucratic state-owned agencies, however, havenot proved agile in handling innovative lending. Oftenthe best lenders are those with roles as shippers,traders, or input sources.

implications for mozambiqueWhat has been proposed recently in Mozambique isa public sector second-tier lender that could workwith all the potential agencies. Creating a new DFI isrisky and, as we have seen, DFIs have a poor recordof success. Many preconditions must be met andefforts to form a DFI frequently result in costly failure.The DFI must have funds secured for it; a learningcurve for staff and management is understandable. Anew public-sector second-tier entity in Mozambiquecould be nimble, but that is not the usual experienceof public agencies especially since the countervailingdanger is that exploitive rent seekers will capture it. Itmay be preferable to build on various promisingexisting institutions (e.g., microcredit, rural enterprise,small and medium enterprise). If that provesinsufficient, perhaps Mozambique should start outwith a small, flexible second-tier fund that candemonstrate its prudence and agility before getting agreat deal of money to onlend. Such funds are notunusual in development efforts, though insulatingthem from political pressures sometimes requiresextreme measures, such as operation by anexpatriate institution7. In any case, if the DFI borrowsfunds that must be repaid, it must follow tightstandards for remunerative interest rates and prompt

7 One DFI for Pakistan is physically managed from New York.

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são mais responsabilizados (por exemplogrossistas, agentes de factores de produção,despachantes).

Contudo, as agências burocráticas estatais nãodemonstraram agilidade no tratamento do créditoinovador. Muitas vezes, os melhores mutuantes são osque têm um papel a desempenhar como despachantes,comerciantes ou fontes de factores de produção.

conclusões e recomendações Um mutuante de segundo nível do sector públicopoderia trabalhar com todas as potenciais agências, talcomo foi proposto para Moçambique. A criação deuma nova IFD é arriscada e, tal como já foi visto, asIFDs têm um registo de maus resultados. É necessáriosatisfazer muitas condições prévias e os esforços nosentido de constituir uma IFD frequentemente resultamnum fracasso bem caro. O IFD deve ter fundosgarantidos para as suas actividades; uma curva deaprendizagem para o pessoal e os gestores écompreensível. As recomendações propostas paraMoçambique são as seguintes:

• Não é recomendada uma entidade nova desegundo nível do sector público – a criação deuma entidade nova de segundo nível do sectorpúblico em Moçambique poderia ser rápida,mas esta não é a experiência normal dasinstituições públicas – em especial porqueo perigo é que os que procuram rendasespeculadoras irão consegui-las. É preferívelcontar com várias instituições promissoras (porexemplo o micro-crédito, as empresas rurais,as pequenas e médias empresas).

• Pequeno fundo flexível de segundo nível – talvezMoçambique devesse começar por um pequenofundo flexível de segundo nível que possademonstrar a sua prudência e agilidade antesde obter valores monetários avultados paraconceder créditos. Este tipo de fundos não épouco comum nos esforços de desenvolvimento,embora isolá-los das pressões políticas porvezes requeira medidas extremas, tais como a suaoperação por uma instituição expatriada. Emqualquer dos casos, se a IFD tomar de empréstimofundos que devem ser reembolsados, ela deveseguir normas rigorosas em relação a taxas de juroremuneradoras e ao pagamento atempado. Casocontrário, irá ameaçar a estabilidade do sistemafinanceiro – que, como Moçambique bem sabe,pode ser caro e destrutivo.

payment. If not, it will threaten the stability of thefinancial system which, as Mozambique knows, canbe costly and destructive.

1. Um documento intitulado "Development Bankand Mozambique" foi amplamente distribuido peloCTA como "paper para discussão" e que seapresenta neste documento como Anexo 1. Naversão publicitada, o seu autor não é identificado.

O documento em apreciação exprime uma opiniãosobre um tema importantíssimo e estruturantepara a economia nacional: o do financiamento aodesenvolvimento, o seu lugar e função no sistemafinanceiro nacional e as modalidades para a suacapitalização e gestão. Este tema tem sido objectode grande controvérsia dentro do País e ao nívelinternacional. Há intelectuais/profissionais que odefendem, há outros que o rejeitam liminarmente.

Este documento é uma contribuição interessantepara um debate mais esclarecedor. Ele levantaquestões importantes, algumas das quais, na minhaopinião, não podem ser generalizadas, sem seremdevidamente substanciadas.

2. Embora a tónica geral sobre a criação de umainstituição financeira de desenvolvimento sejanegativa, o autor enfatiza as precauções a ter noque respeita à sua sustentabilidade e à necessidadede se assegurar uma certa ‘blindagem’ face aeventuais interferências políticas.

Apesar da apreciação geral ser pouco favorável,porque substima as boas experiências e sobrevalorizaexperiências que correram mal em alguns países,no caso particular de Moçambique, de formabastante tímida, o documento sugere que “Talvezseja preferível construir sobre instituições (porexemplo micro-crédito, empresa rural, pequena emédia empresa). Se os instrumentos existentesprovarem ser insuficientes, talvez Moçambiquepoderá começar com um fundo flexível de 2º piso,

que deve demonstrar a sua agilidade e prudência,antes de se constituir numa unidade dispondo demuito dinheiro para empréstimos” (fim de citação –última página do documento ‘Development Banksand Mozambique’- anexo 1) (1)

3. Analisando com maior detalhe este documento(não sei se existem desenvolvimentos analíticos), o documento retrata a realidade financeira deMoçambique, por vezes, de forma incompleta. Nãoexplicitar de forma precisa a situação prevalecenteno sector financeiro, não identifica o segmento demercado que requer um banco de desenvolvimento eas razões pelas quais o mesmo é necessário.

Com efeito, o documento em apreciação apontacomo falhas no mercado de crédito: (i) ofinanciamento de grandes projectos e que podemser financiados nos mercados internacionais; (ii)fundos para capital de risco, habitualmenteenvolvendo maiores riscos, e que se relacionamcom as necessidades de capital das sociedades;(iii) financiamento para o capital de giro, que algunsbancos já o fazem” (página 3 do anexo1) (2)

4. Antes de prosseguir na análise, creio serimprescindível reter alguns aspectos fundamentaisque caracterizam actualmente o mercado decrédito em Moçambique:

1º Do total dos recursos financeiros disponíveis nosistema bancário, cerca de metade é canalizadopara aquisição de Títulos de Tesouro e a outra metadeé aplicada no crédito à economia. Para satisfazeras suas crescentes necessidades financeiras,essencialmente para cobrir défices e pararecapitalizar alguns bancos, o Estado recorre aomercado monetário. Ao competir directamentecom o sector privado neste mercado, isso contribui

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comentários ao documento "development bankand mozambique"

Dr. Prakash Ratilal

Saldos de Crédito Interno em Milhões de Meticais 31.12.04 31.12.05

i. Crédito ao Governo - Obrigações 12,347.7 47.7% 19,012.3 48.1%

ii. Crédito à economia 13,512.6 52.3% 20,490.9 51.9%

Soma 25,860.3 100.0% 39,503.2 100.0%

Fonte : Banco de Moçambique – Sintese Monetária Global http://www.bancomoc.mz

para: (i) redireccionar recursos bancários paraaquisição de títulos de tesouro que proporcionamprincipalmente a bancos comerciais elevado retornocom risco moderado (com garantia soberana),recursos esses que são essenciais para a economiareal, (ii) esta competição mantém elevadas as taxasde juro, o que afecta o sector produtivo.

2º As Estatísticas Monetárias revelam uma elevadacontração dos recursos disponibilizados para osector produtivo da economia, condicionandoseriamente o funcionamento das empresasassim como restringindo o desenvolvimento (i) dacapacidade de produção e da produtividade e (ii) ageração de emprego.

3º Num ambiente em que o crédito total cresceu59.5% nos últimos 5 anos, o crédito interno àagricultura, no mesmo período, reduziu de formapreocupante em (-) 24%! Com efeito, o crédito a estesector que em 2001 representava 17.8 % do total docrédito, tem vindo a decrescer de forma preocupante,representando em finais de 2005 apenas 8.5%! Éimportante sublinhar que:

• no ano 1999 o sector agrícola tinha absorvido20.5% créditos totais;

• nos princípios dos anos 90 o crédito à agriculturarepresentava mais de 35% do total do crédito;

4º Em contrapartida, o crédito ao comércio beneficiouum crescimento de 200% e a rubrica “outrossectores” cresceram 117.1%.

Para pôr estes numeros em perspectiva, devereferir-se ainda que a proporção do “crédito àeconomia” em relação ao Produto Interno Bruto(PIB) decresceu de 19% em 1999 para 10% em2004 (MPD, 2005).

5. Estes números revelam uma tendênciapreocupante: Moçambique está aceleradamente atornar-se num País de comércio e vendedor deserviços, apesar da esmagadora maioria dapopulação viver no campo, rodeado de imensosrecursos naturais adormecidos nos sectoresagrário, hídrico, energético, minerais e com umenorme potencial a agro-indústria, manufactura eturismo.

Com o desarmamento aduaneiro e o fim dasfronteiras económicas na região da Comunidadede Desenvolvimento da Africa Austral (SADC) cujacontagem decrescente já começou, esta tendênciapara diminuir a canalização dos recursos paraactividades produtivas, poderá gerar efeitos perversosna economia e na sociedade moçambicanas.

6. Mais recentemente, em sintonia com o queeconomistas moçambicanos já vinham advertindo,o Fundo Monetário Internacional (FMI) sintetizouassim a situação prevalecente no sistema bancário:“... o crescimento do sistema bancário, apesar doconsiderável progresso feito na ultima década,permanece constrangido pelo risco dos empréstimos,resultante em parte da fraqueza do ambienteinstitucional. Em adição, ... o sistema [bancário]é caracterizado por níveis elevados de propriedade

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Crédito Total Por Sector de Actividade Económica - em mil milhões de meticais

Dez 01 Dez 02 Dez 03 Dez 04 Dez 05 Peso %

2001 2002 2003 2004 2005 Específico 2005/2001

* Agricultura 2,297.4 2,284.9 1,675,8 1,373.8 1,739.3 8.5% -24.3%

* Indústria 3,262.5 3,353.9 2,625.1 2,243.5 2,694.9 13.1% -17.4%

* Construção 472.0 583.2 739.5 452.9 847.4 4.1% 79.5%

* Indústria Turismo 519.5 554.9 491,1 389.2 742.9 3.6% 43.0%

* Comércio 1,864.1 1,805,3 2,114.40 2,765.4 5,608.8 27.4% 200.9%

* Transp. Comunic. 905.9 765.1 778.3 868.0 1,194.7 5.8% 31.9%

* Outros 3,531.9 4,960.7 5,126.6 4,758.1 7,668.2 37.4% 117.1%

Total (109 meticais) 12,853.4 14,307.8 13,530.7 12,851.0 20,496.3 100.0% 59.5%

Câmbio Médio Fim do Período 22,885.00 23,343.00 23,352.51 18,603.52 23,720.00

Total (milhões de US$) 561.7 612.9 579.4 690.8 864.1

(*) câmbio de Dez 05 definido ao câmbio de venda do BM em 29.12.05

Fonte: Banco de Moçambique - Estatística do Crédito - Distribuição de Crédito Bancário - Crédito Total por Sector

BM - Boletim Estatístico Setembro 2005, Dezembro 2000

http://www.bancomoc.mz

estrangeira, concentração, dolarização e um baixonível de intermediação. De entre as causas de baixaintermediação estão as elevadíssimas margensdas taxas de juro e as relativamente elevadas evoláteis taxas de juro” ...”Em meados de 2004, asmargens bancárias (interest spreads) continuavamelevadas ao nível de 15–16 percentuais“ (in FundoMonetário Internacional - IMF Country Report No.04/342, Outubro 2004

Em finais de 2004, o FMI passou a reconhecer aênfase que deveria ser dada à microeconomia:”Apesar da economia ter respondido positivamenteàs reformas implementadas desde 1987..[a missãodo FMI] identificou um número importante defraquezas e vulnerabilidades. Apesar de nos anosrecentes, o crescimento económico tenha sidoestimulado pelos fluxos de investimento emgrandes projectos, estes megaprojectos geraramum impacto limitado na economia doméstica e nacriação de emprego. Olhando para o futuro, umcrescimento abrangente e sustentável requeracção no sentido de concluir reformas estruturaispara aumentar a produtividade e encorajar oinvestimento privado em sectores com grandepotencial como a agricultura, a indústria ligeira, oturismo e minas... Em particular, os esforços devemter como enfoque a redução dos altos custos detransacção, remover a rigidez laboral, reformar osistema judicial, melhorar as infraestruturas doPaís, especialmente nas zonas rurais “ in FundoMonetário Internacional - IMF Country Report No.04/342 paragrafo 18. <http://www.imf.org/external/pubs/ft/scr/2004/cr04342.pdf (3)

7. A complexidade acima enunciada deve ser tomadaem conta quando se aborda a problemática dosector financeiro e as suas instituições assim comoos seus efeitos na micro e na macroeconomia.

Em regra, os bancos comerciais em Moçambiquesó têm concedido créditos pelo período de um ano,salvo excepções relativas aos grandes clientes eao sector imobiliário. Contudo, as necessidades decrédito à economia não se resumem como serefere no “Development Banks and Mozambique”,apenas na possibilidade de se obter:

• 'project finance' que se relaciona com os médiose os grandes projectos;

• 'venture capital' que em geral é necessário parafase de maturação dos projectos;

• 'working capital' que é relativamente fácil deobter no nosso mercado;

Para além deste tipo de créditos, para asseguraro real desenvolvimento agrícola e rural, para oincremento da produção real e o desenvolvimentode infraestruturas, para a modernização dasempresas, etc. o que verdadeiramente falta nomercado de crédito é o financiamento a médio elongo prazos para o investimento produtivo,incluindo para as pequenas e médias empresas.

8. Com efeito, Moçambique ainda não possuimecanismos para o financiamento do investimento,entre outros, para sistemas de abastecimento deágua (furos e motombombas para irrigação), parapequenas represas privadas, para conservação edesenvolvimento florestal, para o desenvolvimentodo agro-business, para compra de equipamentos,camiões e maquinaria diversa, para construção deinfraestruturas, para conservação do pescadoartesanal, para a interligação inter-sectorial, entreoutros. O mesmo sucede quanto ao financiamentoàs pequenas e médias empresas industriais, dostransportes e de todos os outros sectores produtivos.

Adicionalmente, para assegurar um crescimentoestável e sustentado nas empresas locais, éessencial dispôr de modalidades de financiamentopara:

• integração sectorial e regional, redução custos eprevenção contra crises (petróleo, energia, etc);

• para a desenvolvimento de empresas produtivasassente sobre as cadeias de valor, redução deassimetrias regionais, inovação e modernizaçãogeral das empresas e da economia nacional;

• apoio às exportações, redução das importações,criação de plataformas técnicas e tecnológicasde inserção das empresas no mercadointernacional;

9. O documento “Development Banks andMozambique” em análise refere ainda: que "agênciasdiferentes (cooperativas, programas de ONG’s)necessitam de oferecer seus serviços "(vide página4 do anexo 1) (4)

No essencial estas unidades podem jogar umpapel social importante ao nível local. Permanecemdúvidas sobre se estas micro-financeiras e ONG’s

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possuem condições institucionais e financeirassobre as quais se deve assentar o essencialda estratégia nacional de financiamento aodesenvolvimento. As minhas observações sobre oque se passa na economia aconselham a que seanalise com frieza as práticas e os resultadosprodutivos obtidos por estas micro-entidadesfinanceiras (ONG’s, cooperativas, micro-finançasrurais) em Moçambique.

Creio ser essencial equacionar com urgência erealismo, o custo-benefício das actividades destasentidades que no País operam pequenos volumesde crédito e a respectiva sustentabilidade. Éessencial que todos os custos (incluindo aremuneração total dos técnicos-expatriados, assuas despesas de alojamento, de deslocação ede representação bem como a depreciação dassuas viaturas, edifícios, entre outros) sejamincorporados nas contas de exploração e nos seusbalanços dessas pequenas unidades de crédito.Igualmente se deve publicitar o balanço dasorigens, aplicações de fundos e o performance dasua carteira de empréstimos, bem como osresultados concretos sobre a produção interna.

10. É igualmente importante considerar os custosocultos e ou indirectos (hidden costs) assim comoaprofundar o processo da sua governação internae o processo articulação e de prestação de contasao nível local e nacional e não apenas junto dosseus financiadores/doadores.

O facto de se tratarem de pequenas unidades decrédito, os princípios e o rigor da sua gestão técnicae financeira e a prestação pública de contas nãopodem ser aligeirados. As preocupações residemnão apenas quanto à sua transparência, mastambém quanto à relevância, utilidade e os custosdas suas actividades. Algumas destas instituiçõesao receberem fundos a custo zero, concorrem comos bancos comerciais privados de uma formadesigual, contribuindo assim para minar o sistemafinanceiro a médio e longo prazos.

11. Embora algumas destas entidades assumamum papel social importante face à vulnerabilidadegeral do País e face à grande carência de gestorese financeiros no País, não creio ser recomendávelassentar a estratégia nacional do financiamentoa médio e longo prazos, na massificação deprogramas das ONG's e ou cooperativas decrédito. Elas podem certamente desempenhar

importante papel ao nível local. Mas a sustentabilidadee os resultados destas instituições necessitamainda de ser comprovados e a sua prática degovernação corporativa ser demonstrada.

Salvo se se continuar a admitir que estasinstituições, com um capital próprio relativamentereduzido, continuem a ser utilizadas para transferirfundos perdidos de doadores, em geral, elas nãopossuem capacidade técnica bancária nem capitalpróprio para satisfazer as necessidades definanciamento a médio e longo prazos à escalanacional nem para alavancar transacçõesrelacionadas com as infraestruturas, ou modernizara economia, fortalecer as pequenas e médiasempresas, promover o crescimento e a expansãodas exportações, entre outros.

12. Outra questão importante é a que se relacionacom a gestão do risco. Sabe-se que ofinanciamento rural e o das actividades agráriasapresentam uma maior taxa de risco, quandocomparados com riscos dos empréstimos a nívelurbano. A actividade agrária está associadaa elevados riscos. E em Moçambique nãopossuímos instituições que fazem o seguro decrédito, ou que tomem risco cambial.

Para permanecerem competitivas à escala mundial,nos países desenvolvidos os farmeiros e asempresas de agri-business, há várias décadas,recebem elevados subsídios sob várias formas.Como se cobre este risco num país comoMoçambique, onde o Estado e as empresas estãocarentes de recursos próprios, onde não existeminstituições de seguro de crédito contra asintempéries que recaiem sobre o sector agrícola,nem mecanismos que mitiguem o risco cambial,nem agências que concedem protecção ebenefícios que promovem as exportações,instituições que são comuns nos paísesindustrializados, no Brasil, na India, na China, naAfrica do Sul, nos chamados ‘tigres da Asia’, entreoutros.

Quem deve pagar este prémio de risco? O nossoPaís não dispõe de uma instituição para suavizaros efeitos destes riscos. É claro que uma instituiçãode desenvolvimento não tem por objectivoconceder subsídios, mas as questões acimalevantadas necessitam de ser equacionadas edevidamente resolvidas.

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Estas referências têm por objectivo realçar queesta questão de financiamento ao desenvolvimentoexige um estudo muito cuidadoso e não pode sertratada de ânimo leve. Isso certamente que exigeinstituições sólidas e actuantes no plano nacional.

13. Com o devido respeito, algumas das frasescontidas no documento "Development Banks andMozambique", no mínimo, envergonharia oDevelopment Bank of Southern Africa (DBSA) e oBanco de Desenvolvimento Económico e Social(BNDES) pelas referências genéricas que sobreeles se fazem, designadamente:

a. Sobre o BNDES: “A experiência com o BancoNacional de Desenvovlimento Económico eSocial (BNDES) parece ser geralmente positiva,embora em anos recentes ela esteja a sercriticada por afastar financiamentos de projectosde instituições e fundos privados. Contudo,tem sido uma institução honesta e somentemoderamente politizada, e possui umrelativamente baixo nível de atrasados porefectuarem pequenos empréstimo“ (citaçãodo documento 'Development Bank andMozambique' – vide anexo 1).

b. Sobre o DBSA: “o Banco de Desenvolvimentoda Africa Austral (BDSA) inicialmente umainstituição para financiar infraestruturas locais emunicipais, através de adequados instrumentosemitidos na bolsa, começou a diversificar aoconceder empréstimos internacionais paraapoiar a expansão das empresas sulafricanasno mercado da SADC. Embora os seus raciosfinanceiros sejam provavelmente sustentáveis,eles são baixos para como qualquer bancocomercial sustentar-se utilizando apenasfundos privados e capital, sem o apoio doGoverno” (citação do documento 'DevelopmentBank and Mozambique'”) (6)

14. O risco de concorrência entre bancos dedesenvolvimento e a banca comercial, a verificar-se, isso significa que os primeiros podem ser bemgeridos e ser suficientemente agressivos no seusegmento de mercado, complementando assim asua viabilidade com outros segmentos.

Naturalmente que os bancos de desenvolvimentonão devem ser constituídos para competir combancos privados. O seu papel primordial é o dealavancar o conjunto da economia nacional e,

nesse contexto, complementar os bancos comerciais,com o objectivo de financiar o desenvolvimento deinfraestruturas físicas e empresariais, contribuirpara superar estrangulamentos/gargalos (bottleneck)e promover as relações inter e intra-sectoriais,entre outros para tornar as empresas maiscompetitivas.

15. Um dos exemplos de boa gestão de um bancode desenvolvimento é o de BNDES. Tive o privilégiode visitar este banco há 6 meses integrado numadelegação do Programa para o DesenvolvimentoEmpresarial (PODE). Com efeito, o Banco Nacionaldo Desenvolvimento Económico e Social (BNDES)apresenta os seguites indicadores:

- gere mais de US$ 61.2 biliões de dólares deactivos em Dez 2004;

- os desembolsos em 2004 foram da ordem de13.7 biliões de dólares;

- no primeiro semestre de 2005, o BNDESapresentou lucros no montante de 1.83 biliõesde reais ou seja cerca de US$ 590 milhões. Enão foi um caso isolado, pois no ano de 2004os lucros totalizaram US$ 511 milhões dedólares;

- a taxa de inadimplência do BNDES é de 0.64%,menos de 1% !.

O milagre económico do Brasil que podemostestemunhar hoje, como a 11ª. ou 12ª. economiado mundo, deveu-se e deve-se em grande parte aoBNDES. Disto não há dúvidas. Os números falampor si.

16. O BNDES constituíu-se na realidade como uminstrumento incontornável para contribuir para odesenvolvimento real e abrangente e assim parareduzir o fosso entre os que têm (“have”) e os quepouco ou nada têm (“have not”). Na realidade oBNDES é o principal instrumento financeiro brasileirode financiamento a médio e longo prazos, Nonosso País não existe um instrumento similar eisso, em minha opinião, constitui um dos maioresconstrangimentos ao desenvolvimento sustentável.

As políticas operacionais do BNDES definemnormas relativas (i) à concessão de financiamento;(ii) apoiam projectos que promovem odesenvolvimento da inclusão social, (iii) estimulam

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os empreendimentos que criam emprego e renda,(iv) contribuindo também para a geração de divisaspriorizando: (a) a recuperação e desenvolvimentoda infra-estrutura; (b) a promoção de exportações;(c) o desenvolvimento e expansão de tecnologia;(d) o fomento das PME's e, (e) facilita a integraçãoregional com os países vizinhos e promove ainternalização das empresas brasileiras.

17. Entre outros, o BNDES intervém ainda em35 programas multifacetados e integrados definanciamento, que se encontram listados em (7)no fim deste texto.

Sou de opinião de que esta experiência não podeser omitida nem ignorada. O que o BNDES faz éalgo que os moçambicanos devem conhecer,estudar e divulgar, porque algo semelhante interessaaos empresários e trabalhadores deste País.

Mariamo Carimo, Omar Mithá e Cloé Ribas dirigentese técnicos superiores do PODE assim como SérgioMacamo do MIC presenciaram esta longa exposiçãono BNDES.

Quem quiser aprofundar esta temática e quiserconhecer esta experiência de sucesso do BNDESpode acessar: <http://www.bndes.gov.br> e nocaso do DBSA <www.dbsa.org>. No fim destedocumento junta-se um artigo sobre o BNDES.

18. Em várias partes do mundo existem experiênciassimilares deste tipo de instituições mas commodelos diferentes. Isso pode ser comprovado noDBSA e no Industrial Development Corporation(IDC) na África do Sul. O mesmo sucede com oKFW da Alemanha, entre outros. Curiosamente,estas instituições de desenvolvimento até financiamprojectos de desenvolvimento em Moçambique !

Os casos apontados foram recolhidos com baseem fontes credíveis, sem grandes aprofundamentosnem estudos de consultoria apropriados. Certamenteque os indicadores mencionados fazem inveja aosque são contra o conceito de um banco dedesenvolvimento, com ‘agravante’ de o BNDES seruma entidade pública. Instituições como estaspara o fomento da produção, quando bem geridas,possuem um efeito estruturante e realmentecontribuem para colmatar falhas no mercadofinanceiro.

19. Experiências similares ocorrem também nos

países onde se verificam grandes taxas decrescimento do PIB nos últimos anos, nomeadamentea China e a Índia.

O gráfico 6.3. da página 133 do Relatório do BancoMundial sobre o Desenvolvimento Mundial - 2005,ilustra claramente este facto, quando apreciadopela inversa, ou seja na óptica de bancos públicos.

Nessa mesma página pode-se ler que "o BancoTailandês para Agricultura e Cooperativas Agrícolas éum caso singular de banco de desenvolvimento,cujos empréstimos não dependem de subsídios. Eo banco ainda é bem sucedido na concessão decrédito aos agricultores. Em 1988, estendeu seusempréstimos a mais de 80% das famíliastailandesas de agricultores".

20. Surpreendentemente, perante casos de sucesso,no documento em apreciação "Development Bankand Mozambique" a tónica sobre o banco dedesenvolvimento é em geral negativo, apesar dedeixarem em aberto a possibilidade de umapequena experiência demonstrativa.

Acredito que Moçambique necessita de uminstrumento desta natureza, evidentemente de menorenvergadura, viável, gerido com competência, eassente na ética e no 'corporate governance'implementado rigorosamente.

21. Um organismo estruturante deste tipo, ampliariaa acção dos bancos comerciais para áreas/projectos hoje considerados de maior risco.Naturalmente que este objectivo social eeconómico não pode, em nenhuma circunstância,pôr em causa a necessidade de a mesma serlucrativa, sem ser gananciosa.

Face aos indicadores acima, não é pacíficoconcluir-se como pretende(m) o(s) autor(es)'Development Bank and Mozambique': (início decitação) " Criar uma nova instituição financeira dedesenvolvimento (DFI) é arriscado e, como vimos,DFI’s apresentam um registo muito baixo desucessos. Muitas pre-condições devem serdefinidas e esforços para formar essa instituiçãoresultam frequentemente em elevados custosresultantes do falhanço”. (extractos da últimapágina do documento apresentado no Anexo 1) (8).

Antes de se tirarem conclusões deste tipo, épertinente elaborar-se um sério estudo sobre o

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caso concreto de Moçambique, um estudodesapaixonado, sem influências ideológicas,quaisquer que sejam,

22. É certamente válido o alerta relativo aosproblemas que ocorreram nos bancos de algunspaíses e os seus custos e também nalguns bancose fundos em Moçambique. É preciso identificarcom precisão o que sucedeu e em que contextoisso sucedeu, para que deles possamos tirar liçõesimportantes.

Para maior prestígio das instituições e em benefícioda economia nacional, certamente que não podemossubstimar estas lições. Elas podem ajudar acorrigir erros e deficiências anteriores.

23. Apesar disso, não é possível aceitar secamentea ideia expressa pelo(s) autor(es) ao referirem: “EmMoçambique, muitos pensaram que as instituiçõesfinanceiras de desenvolvimento (DFI’s) foram umdesastre e insistiram na sua liquidação“ (citação dodocumento 'Development Bank and Mozambique”. (8)

Não é claro de que DFI's se fala pois o BCM e nafase final do BPD, ambos eram bancos comerciaispúblicos. Neles ocorreu má gestão e desviosinaceitáveis. Uma parte já foi julgada e condenadapelos tribunais e a outra está sob auditoria forensee no foro da justiça.

O que se passou nestes bancos não temdirectamente a ver com a função de banco dedesenvolvimento, objecto da nossa análise. Porisso, é importante explicitar e identificar a situaçãoconcreta para dela se tirarem lições.

24. Numa avaliação correcta da realidade, não sedevem descurar os efeitos, nos bancos e nasempresas, dos prejuízos resultantes da guerra dos16 anos e da agressão concretizada pela Rodésiado Sul e pelo regime do 'apartheid' contra o nossoPaís. As Nações Unidas calcularam que osprejuízos directos e indirectos foram superiores aUS$15 biliões de dólares, a maior parte dos quaisrecaíram directamente sobre as empresas públicase privadas. Nesta análise não se deve omitir adestruição de centenas de empresas, de linhasférreas, de explorações agrícolas, de milhares decamiões e equipamento e maquinaria diversa, aparalização de outras infraestruturas e da redecomercial rural, encarecendo os custos detransação. É essencial referir os efeitos resultantes

do assassinato de centenas de gestores e técnicos,afectando drásticamente a produção e a circulaçãode pessoas e bens.

No fim da guerra, como resultado de um paísexaurido, essas empresas não receberam acompensação por estas destruições/nem receberamapoio directo para minorar os efeitos geradospelos prejuízos que acumularam, por razõesexógenas. Grandes empresas colapsaram. Nosanos seguintes após o fim da guerra, o Estado deMoçambique beneficiou do perdão da dívidaexterna, mas as empresas continuaram a arcarsozinhas o peso desta guerra destruidora. Fragilizadas,as empresas, não puderam honrar as suasresponsabilidades para com os bancos, perigandoos respectivos equilíbrios financeiros.

Sou de opinião que devemos falar e recordar estascoisas da nossa vida para que, com serenidade, enuma análise séria da situação concreta, sepossam definir acções e os termos que permitam onosso País ser competitivo.

25. O documento “Development Banks andMozambique” refere que a criação de um bancodesta natureza é arriscada (risky)... e que dissopoderá resultar num elevado custo de falhanço(costly failure).

Se analisarmos o conjunto dos fluxos financeirosna economia nacional, incluindo os fluxos da ajudaexterna, na realidade, Moçambique já está a vivero custo de um falhanço muito maior, em resultadoda ineficácia e dos resultados pouco tangíveis dosprocessos de canalização e de aplicação da ajudaexterna.

26. No que respeita à ajuda externa, e após váriosmilhões de dólares terem sido dispendidos (ouregistados) em anos sucessivos, os indicadoresnão permitem concluir que o modelo que estamosa seguir é sustentável e dinâmico. Com efeito, omodelo económico vigente de uma forma geral ,não é sustentável nem é dinâmico, não gera efeitosmultiplicadores sobre a economia, não permitegerar emprego, não facilita a promoção daspequenas e médias empresas (PME’s), não induz oaumento do rendimento das famílias nem permitegerar lucros significativos nas empresas, o quefacilitaria o aumento da base de arrecadação dosimpostos, o aumento a poupança interna , oincremento do investimento de origem doméstica..

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Um modelo dinâmico, profundamente centrado naeconomia doméstica, na qual a ajuda externa fossecomplementar e pro-activa, permitiria tendencialmentereduzir a necessidade de recursos externos.Infelizmente não é isso que está a suceder.

O Relatório patrocinado pelo Primeiro Ministro Blair'Our Common Interest' revela o imenso disperdíciode fundos que tem estado a ocorrer nos modelosactuais que apenas priorizam os sectores sociais.No mesmo sentido, Joe Hanlon escreveurecentemente: “Ajuda no montante de USD 11.0biliões, gastos na última década, não trouxeramum crescimento dinâmico em Moçambique. Oparadigma de desenvolvimento definido no quadrode Consenso de Washington preconiza que osector privado contribuirá para eliminar a pobrezase fôr criado um ambiente de negócios atractivo,mas até o Ministro Britânico de DesenvolvimentoHilary Benn diz: ‘O Consenso de Washington estáagora no corredor da morte, e muito poucos irãovelar a sua morte” (in News reports & clippings no.95 – Joseph Hanlon)

27. Em Moçambique, as autoridades governamentaistêm mantido uma postura firme e determinaçãoférrea de cumprir os programas acordados com oFMI e o Banco Mundial, em particular os querespeitam:

• aos 10 pontos do Washington Consensus‘original’ designadamente: a disciplina fiscal, areorientação das despesas públicas, a reformados impostos, a liberalização das taxas de juro,taxas de câmbio unificadas e competitivas,liberalização do comércio, abertura ao investimentoexterno, privatização, desregulamentação, direitosseguros de propriedade);

• aos 10 pontos do chamado ‘AugmentedWashington Consensus’ designadamente: boagovernação, a transparência e anti-corrupção,o mercado de trabalho flexível, a aderência àdisciplina da Organização Mundial do Comércio(OMC), a aderência aos códigos financeirosinternacionais, a abertura da conta capital‘prudente’, regime livre de taxas de câmbio,independência operacional do banco central egestão orientada para cumprir metas deinflação, segurança da rede social, enfoque naredução da pobreza.

28. Apesar desse enorme esforço e coragem pelaacção realizada pelo Governo e pelos cidadãos, osresultados não são abrangentes e as populaçõesnão sentem esses resultados na melhoria da suabase material. Os pronunciamentos do FMI sobreMoçambique, anteriormente referidos, indicam que“apesar da economia ter respondido positivamenteàs reformas, permanecem importantes fraquezase vulnerabilidades. O crescimento do PIB foiessencialmente devido aos mega-projectos, quegeraram impactos limitados na economia domésticae na criação do emprego”.(in IMF Country ReportNo. 04/342) (3)

O projecto Mozal, Corredor do Desenvolvimentode Maputo, o Gasoduto e o projecto das areiaspesadas, foram realizados com avultados capitaise empréstimos de origem privada, obtidos nomercado financeiro internacional. Estes fundos nãosão os mesmos que têm origem na ajuda externa.

Sendo assim, o crescimento do PIB é resultado defundos que não são os da ajuda externa. Apesar damaioria esmagadora da população viver directa ouindirectamente da agricultura, apenas 5% dosfundos da ajuda são canalizados para estasactividades.

Qual é então a coerência e a relevância destesprogramas de ajuda que têm absorvido fundosavultadíssimos. Mesmo considerando apenasmetade dos montantes apresentados por JoeHanlon – vide nota (10) , a resposta não pode ser atradicional: que se trata de corrupção local. Éfundamental revisitar os conceitos, analisar oscanais da ajuda, a forma de registo dos donativos,a prática concreta no terreno e o processo daprestação de contas.

29. Depois de se terem gastos vários bilhões dedólares, sem incluir o valor dos investimentos dosgrandes projectos cuja origem é totalmente privada,importa questionar sobre o performance dosprogramas de ajuda.

Face ao baixo performance, à excepção dosgrandes projectos, estamos assim perante umimportante falhanço do modelo que preconiza que“a mão livre e invisível no mercado, que tudo regula”.

Curiosamente, algumas agências de doadores emMoçambique começaram a praticar funções quesão típicas de bancos de desenvolvimento.

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Embora não seja a forma apropriada, felizmenteque assim sucede pois os doadores ao praticaremjuros concessionais e ao concederem garantias,alguns bancos comerciais começam a tomaralguns riscos adicionais, o que facilita maiordesempenho das pequenas e médias empresas.

30. Mas isto sucede porque o mercado éfragmentado e assimétrico, falhas estas queconstituem uma oportunidade para se estudar comseriedade a pertinência de instituições dedesenvolvimento. Se seguirmos os conselhos doBanco Mundial inseridos no seu 'Relatório Sobre oDesenvolvimento Mundial 2005 – página 133 daversão portuguesa, podemos constatar o seguinte:“...os bancos de desenvolvimento podem justificara sua existência se estiverem a corrigir uma falhade mercado de modo eficiente em termos decusto. Alguns têm sido capazes de concederempréstimos de modo rentável e manter uma altataxa de adimplemento dos empréstimos semprecisar usar a tradicional exigência de garantias”(fim de citação).

31. Apesar dos sucessivos 'falhanços' por parte deinstituições internacionais reputadas, não é doconhecimento público que alguma delas tenhasido encerrada por desempenho deficiente, apesarde, nas últimas décadas, alguns terem sido partede uma gestão pouco eficaz no uso destes váriosbilhões de dólares "canalizados", muitos diriam"debitados" aos países africanos.

De forma similar, a má gestão e a ocorrência deprejuízos em alguns bancos de desenvolvimentoem certos países, que não são aceitáveis,não permite concluir de per si pela completaeliminação do conceito e das funções de bancode desenvolvimento, necessárias ao nossodesenvolvimento e à superação da pobreza deuma forma sustentável.

32. O facto de Moçambique não possuir recursosfinanceiros como Angola, que recentementedecidiu constituir um banco de desenvolvimentocom capitais públicos, afectando parte dos fundosresultantes das suas imensas riquezas naturais,isso não pode condicionar os moçambicanos depensar no seu processo de desenvolvimentoeconómico e social e nas instituiçõescorrelacionadas e, nesse quadro, estudar asvantagens e os inconvenientes da criação de umtal banco em Moçambique.

Deve-se salientar que Angola decidiu seguir estecaminho porque chegou à conclusão de que osbancos comerciais e as instituições de micro-finanças, em geral, apenas concedem crédito nomáximo pelo período de um ano. Excepçãonaturalmente é feita às médias e grandes empresasque podem proporcionar garantias e uma sã gestão.

Em minha opinião, porque são evidentes as falhasno nosso mercado, falhas estas que irão perdurarpor muitos anos, a constituição de um banco dedesenvolvimento não constitui, à priori, umprojecto inviável, desde que sejam observados osprincípios éticos e de boa governação institucional.

33. Equacionada a questão conceptual e apreciadasas boas experiências no mundo, confirmadas porum importante Relatório do Banco Mundial, restaabordar a questão da gestão e assegurar queestudos técnico-financeiro demonstrem a suaviabilidade, sem descurar os ensinamentos positivosa retirar das experiências que correram mal.

E se, 'in extremis', numa fase inicial, os ‘stakeholders’do desenvolvimento de Moçambique assegurassema gestão de uma instituição financeira dedesenvolvimento assente numa parceria públicoprivada, em minha opinião, operando a 2o nível ecom normas claras de governação empresarial, operigo da ‘politização da instituição’ e ou dedesvios em tal banco, seriam afastados.

Penso que isto a acontecer, proporcionaria grandespoupanças nos custos operacionais dos actuaismecanismos de ajuda, particularmente no querespeita ao apoio ao sector privado. Passaria ahaver uma única agenda. Haveria certamentemaior coerência e uma maior sintonia dofinanciamento com a estratégia e as prioridadesdefinidas pelo governo do País. Prevenir-se-ia aproliferação de micro-unidades, de pequenosfundos e evitar-se-iam assim os disperdícios dadistribuição gratuíta e dos fundos perdidos quesistemáticamente perturbam o mercado. Atravésdeste instrumento haveria um único registo bemcomo a simplificação dos procedimentos e de‘reporting’.

34. A economia de Moçambique deve ser vistacomo uma unidade única e integrada e nãocomo uma manta de retalhos sujeita a agendasdiversas de cada doador. Ao se concentraremuma parte dos recursos doados num banco de

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desenvolvimento, gerido profissionalmente, oscritérios de elegibilidade e a decisão sobre aalocação financeira passaria a ser executada porbanqueiros, bancários e profissionais experientes.Estes, velariam pela recuperação dos fundoscedidos ao sector privado.

O processo seria assim mais rigoroso e maisprofissionalizado e as operações concretizar-se-iam através de entidades financeiras licenciadaspelo banco central. Esta instituição de fomento dedesenvolvimento, seria supervisada pelo bancocentral.

35. O que está verdadeiramente em causa é ofortalecimento da base empresarial em Moçambique,o crescimento da capacidade produtiva dasnossas empresas por forma que elas sejamcompetitivas à escala mundial. A prioridade éassim o desenvolvimento de uma ECONOMIAMOÇAMBICANA COMPETITIVA.

Este esforço requer fundos adicionais aos quepresentemente estão a ser canalizados para ossectores sociais. Os parceiros da cooperaçãopoderiam canalizar de forma mais efectiva partedos recursos adicionais para o fortalecimento dosector privado através:

a. não apenas visando a melhoria do ambiente denegócios;

b. mas também a modernização técnica etecnológica das unidades de produçãoatravés da formação especializada, de novosequipamentos, de tecnologia, de gestão(estratégica, financeira, mercado, inovação,marketing, etc);

c. e do aumento real da produção e daprodutividade por forma a tornar as empresascompetitivas.

Este é o caminho sustentável para reduzir custosde transação, assegurar maior responsabilidade naalocação dos fundos, assegurar maior volume decrédito à economia, principalmente para médio elongo prazos e, assegurar o retorno efectivo dosfinanciamentos.

Isto contribuiria para o aumento real doemprego, para a melhoria do rendimento dasfamílias, incrementaria a poupança nacional, e

consequentemente aumentaria o investimento deorigem doméstica. Esta é a forma segura quepermite um crescimento sólido e assim contribuirpara se eliminar a pobreza de forma sustentável.

36. No debate entre moçambicanos, ninguém édefensor da propriedade exclusivamente estatal deum banco de desenvolvimento no País. As ideiasque têm sido veiculadas relativamente à criação deum tal banco para Moçambique apontam para umaparceria público-privada na qual, ao nível accionistae na gestão profissionalizada da instituição,participariam o Estado com uma posição minoritária,envolvendo também os bancos comerciais e osector privado moçambicano, os fundos, agênciasde desenvolvimento e bancos internacionais.

No que respeita ao apoio de gestão, a Direcção doBNDES referiu que quando solicitada, poderáconsiderar positivamente colaborar na gestão deuma iniciativa similar em Moçambique e noutrospaíses PALOP. Com o apoio do BNDES e/ou com oapoio do DBSA e/ou com o apoio do KFW e/ou deoutros bancos de desenvolvimento de sucessopelo mundo, porque é que uma iniciativa destegénero não daria certo em Moçambique?

37. Um bom exemplo de uma instituiçãomoçambicana que tenta entrar num dos segmentospróprios de banco de desenvolvimento é o GAPIque ainda é uma instituição de pequena dimensão,mas que tem demonstrado um desempenho noessencial bem sucedido e que actua com riscopróprio nas zonas rurais.

É uma experiência nova que está a nascer emMoçambique com base numa parceria público-privada e com o envolvimento de instituiçõesfinanceiras internacionais, incluindo fundos dedesenvolvimento e bancos europeus de 1ª linha.Está a ser finalizado um projecto de longo alcanceque irá gerar efeitos nas zonas rurais e nasactividades agrárias, com enfase:

• nas pequenas e médias empresas (PME’s)

• na promoção do empreendedorismo e nabancabilidade dos moçambicanos.

O projecto está a ser estudado com bastantedetalhe e precaução e conta com a participação deprofissionais credíveis. O projecto GAPI está a serestruturado por forma a fazer diferença. Ele tem

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por objectivo contribuir para mudar a face daszonas rurais de Moçambique.

A nova instituição está a ser concebida numaperpectiva sustentável, sem descurar os critériosde rentabilidade, a responsabilidade social, e osprincípios de ética e de boa governação empresarial.Este projecto, deve servir-nos de exemplo a seguirna procura de soluções para resolver os problemasreais, de uma forma correcta, especialmente para osector das infraestruturas.

38. O que não se compreende é a racionalidade deum certo discurso. Face aos falhanços dos sucessivosmodelos que nos têm sido sugeridos ao longo dosanos, ultimamente está na moda a palavra 'ownership'.

Sobre este tema, a Agenda 2025: Visão e Estratégiasda Nação elaborada ao longo de 2 anos por cientistas,técnicos e profissionais moçambicanos, assentenuma ampla consulta participativa dos váriossectores socio-profissionais e comunidades debase em todo o país, apontou inequivocamentepara a criação de um banco de desenvolvimento.No processo de elaboração desta Agenda 2025 oProfessor Roger Norton, proeminente economistae investigador que já foi Director do BancoMundial, contribuiu para sustentar a base deestudo que preconizava a criação desse banco.

Para além da Agenda 2025: Visão e EstratégiasNacionais que foi ratificada por aprovação unânimeda Assembleia da República (Parlamento), asociedade civil moçambicana representada no G20defendeu no Observatório de Pobreza de 2004 (napresença do Governo e dos Embaixadores residentesem Maputo, Moçambique) a importância daconstituição de uma sociedade financeira dedesenvolvimento.

Adicionalmente, o Manifesto Eleitoral do PresidenteArmando Guebuza, sufragado pela maioria doPovo Moçambicano nas últimas eleições, fala nacriação de um banco de desenvolvimento. Osbancos comerciais desejam esta instituição porquelhes permite mitigar os seus riscos.

39. Perante este consenso nacional dos principaisactores relativamente ao banco de desenvolvimento,bem gerido e lucrativo, alguns consultores consideramuma heresia pensar tal projecto. Afinal o que éownership?

Quanta coisa nos aconselharam e que falhou? Paraalém da pouca eficácia das políticas ‘sugeridas’ noque respeita ao cajú e ao Proagri, são precisosmais exemplos? Para além da pouca eficácia daajuda externa, porque será que apenas 5% dosdonativos cedidos para o País e apenas 8.5% docrédito interno foram canalizados para o sectoragrícola, sabendo-se que 86% da população vivedirectamente ou indirectamente da agricultura oude actividades a ela relacionadas? Que tipo deaconselhamento o País de facto necessita?

40. A Agenda 2025, elaborada essencialmente pormoçambicanos, com amplo consenso nacional,assente em metodologias científicas, aprovada peloParlamento, adoptada pela sociedade civil, sufragadanas eleições gerais livres e transparentes, não podeser posta em causa por análises genéricas. Doponto de vista estatístico, podemos fazer parteda lista de países mais pobres do mundo, mascertamente que não somos dos mais ignorantesou mais preguiçosos.

A ajuda externa é muito importante, nalguns sectoresé muito crítica, mas ela deve sempre servir ospropósitos definidos pelos orgãos nacionais eobedecer à estratégia e as prioridades do Governo.

41. O Professor Roger Norton foi solicitado a apreciaro documento “Development Banks and Mozambique”.No anexo 3 apresenta-se o seu parecer positivo quantoà constituição de um banco de desenvolvimento emMoçambique, ao mesmo tempo que apresentaalgumas reflexões, advertências e precauções quedevem ser tomadas seriamente em conta.

Estamos agora perante duas opiniões diferentesde dois conselheiros estarngeiros: uma queapresenta um cenário desencorajador, mas que nofim, de forma tímida, concorda com a constituiçãode um banco de desenvolvimento e outra queelabora sobre as condições em que uma talinstituição pode ser criada em Moçambique, sempôr em causa os princípios de rentabilidadeeconómica e de governação responsável.

42. A este propósito, alguns empresáriosmoçambicanos presentes numa sessão detrabalho com um alto estadista de um Paísaltamente industrializado disse recentemente:“Não sejam tímidos àcerca desta ideia de banco dedesenvolvimento. Não o usem para subsídios,façam-no lucrativo. Nunca abandonem a vossa

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visão, a vossa atitude empreendedora, o vossocomportamento ético. Com trabalho árduo serãobem sucedidos”.

Foi gratificante! Foram conselhos construtivos deum sábio! (9)

43. Esta questão de uma instituição financeira dedesenvolvimento é uma questão estruturante paraa economia nacional, para que ela se torneCOMPETITIVA! Esta é a regra de jogo da faseactual da globalização. E os moçambicanos sabemque devem aceitar participar neste desafio comdeterminação de nele fazer parte, e para vencerjá sabe que deve preservar a ética e a boagovernação corporativa, e gerar lucros.

Segue-se a fase em que é necessário definir ascondições, por mais difíceis e duras que sejam,para que seja possível gerar as condições políticas,técnicas, financeiras e organizativas para que talinstituição seja criada e assim cumpra a sua funçãode promotora do desenvolvimento de Moçambique.Os consultores deveriam indicar quais as condiçõesessenciais para viabilizar um tal banco, apresentandoclaramente os pontos fortes, os pontos fracos, asameaças e os desafios a ultrapassar.

44. Neste caso particular, para sermos positivos,creio que devemos pedir apoio técnico àquelesque neste momento estão a gerir com eficiênciaum banco de desenvolvimento. Sugiro que secontrate o BNDES e ou o DBSA e ou o KFW paraprepararem um documento consistente sobre aeventual possibilidade de criação de um banco dedesenvolvimento em Moçambique.

45. Na minha óptica, a superação destesestrangulamentos reais só é possível com ocrescimento da base produtiva, particularmentedas pequenas e médias empresas. Os parceiros decooperação de Moçambique, para além do apoio àeducação e à saúde que têm sido fundamentaisdevem canalizar, sem hesitação, uma parte dosrecursos adicionais para o sector privado paraalavancar a economia: (i) não só para melhorar oambiente de negócios; (ii) mas também paraaumentar a base de empreendedorismo dosmoçambicanos; (iii) para ampliar conhecimentostécnicos, científicos e de gestão dos empresários;(iv) para melhorar a organização das empresas; (v)e, acima de tudo, para fazer crescer a produção emcondições que permitam as empresas se tornarem

competitivas no plano mundial.

Isso contribuirá para aumentar o emprego e osrendimentos, aumentar a poupança nacional eincrementar o investimento de origem nacional econsequentemente reduzir a pobreza de formasustentada. Este é o caminho útil para tornar o Paísmenos dependente do exterior e dos donativos,assegurando um crescimento sustentável, assenteno aumento de valor dos recursos naturaisdisponíveis. Felizmente que não somos um paíscom deserto – esta é uma oportunidade deMoçambique valorizar as suas riquezas e assimdeixar de depender de recursos externos.

46. Naturalmente que se tem a noção de que asituação prevalecente não se resolve apenas coma melhoria qualitativa e quantitativa da oferta demoeda, com ou sem existência de um banco dedesenvolvimento.

Também no plano da procura de moeda, a suaqualidade deve melhorada. Iniciativas como as doPODE, PODE-CAT, de agências de desenvolvimentoe todas as outras iniciativas bem geridas que sededicam a melhorar o desempenho de empresasmoçambicanas necessitam de ser reconfiguradase potenciadas para se tornarem mais eficazes noseio das empresas. Igualmente é fundamentalvalorizar e capacitar os centros de inovação e deinstitutos de pesquisa, os centros de qualidade, oscentros de formação vocacional, entre outros.

Uma actuação bem sucedida no seio das empresase destas instituições, reduz o risco do crédito econtribui para diminuição geral das taxas de juros.É esta vasta acção combinada de vários organismosque proporcionam inputs imprescindíveis para umaempresa se modernizar e se tornar competitivaregional e internacionalmente.

Quer isto significar que há ainda muito que fazerpara aguçar o espírito de empreendedor dos nossosempresários de 1ª geração, para elevar a suacapacidade de analisar e tomar riscos nosnegócios, para elevar a cultura de poupança e dereembolso dos créditos, para melhor gerir otempo-espaço, melhorar a organização e aperformance das empresas para desenvolvernegócios lucrativos, sem perderem de vista aresponsabilidade ética, social e ambiental.

Mesmo que sejamos bem sucedidos nestes

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planos, é fundamental encontrar-se uma soluçãourgente para a dívida interna que, em tão poucotempo, se tornou num dos maiores desafios asuperar:

• o serviço da dívida interna absorve importantesrecursos financeiros que poderiam ser melhorutilizados na economia;

• mantém elevada a taxa de juros interna.

Estes são alguns dos grandes desafios a enfrentarna economia. Os parceiros de cooperação podemjogar um papel activo no fortalecimento dacompetitividade da economia moçambicana. Oesforço conjunto dos vários actores, nacionais eestrangeiros, na implementação da consensualAgenda 2025 podem permitir sucessos aindamaiores.

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cultivo do algodão O cultivo do algodão era um sector próspero emMoçambique, mas a guerra, a política interna, afluctuação dos preços internacionais e outrosfactores dificultaram seu crescimento atérecentemente, quando o sector começou a mostraralguns sinais de recuperação. Calcula-se que350,000 agricultores de pequena escala, querepresentam uma base total de dependênciaeconómica de 1.5 milhões de pessoas (10% dapopulação total), faça o seu sustento através docultivo do algodão.

Nas regiões de cultivo do algodão do norte do país,particularmente em Nampula e Cabo Delgado, acultura do algodão é responsável por 52-84percento do rendimento familiar. Não obstante oalgodão ser amplamente cultivado em Moçambique,estas duas províncias concentram mais do que75% (118,866 ha) de toda a produção de algodãoem Moçambique.

A produção total de algodão caroço em 2004alcançou aproximadamente 92,000 toneladas,sendo previsto para 2005 uma produção de120,000 toneladas. Mas esse valor ainda estálonge do potencial de produção, estimado emcerca de 400,000-600,000 toneladas de algodãocaroço por ano. Mas, se tomarmos em consideraçãoque quase 98% do algodão é cultivado por350,000 pequenos agricultores, que vêem oalgodão como uma cultura de baixo-insumo/baixo-rendimento, ao continuar-se a produzir algodãoutilizando a estrutura de mercado e as práticas decultivo existentes, será improvável que se consiga

cotton farming Cotton farming was once a thriving sector inMozambique, but war, internal politics, fluctuatinginternational prices, and other factors have hinderedits growth until recently when the sector began toshow some signs of recovery. It is estimated that350,000 smallholder farmers with a total economicdependence base of 1.5 million people (10% of thetotal population) make their livelihood through cottonfarming.

In cotton growing regions in the north, particularly inNampula and Cabo Delgado, cotton farming accountsfor 52-84 percent of household income. While cottonis grown widely in Mozambique, these two provincesaccount for over 75% (118,866 ha) of all cottonproduction in Mozambique.

Total production of seed cotton in 2004 reachedapproximately 92,000 tons, and it is anticipated that2005 will yield as much as 120,000 tons. But this isfar short of the production potential, which isestimated to be as much as 400,000-600,000 ton ofraw cotton per annum. But taking into account thatnearly 98% of cotton is grown by 350,000smallholder farmers who view cotton farming asa low-input, low-output cash crop, continuingproduction using the existing market structure andfarming practices is unlikely to support an increase inyield rates for the country to realize its full potential in the cotton sector.

In addition to poor on-farm practices, poor use ofagricultural inputs such as fertilizers and sprays arealso to blame for the low yield rate. When compared

CUSTOS DE TRANSACÇÃO:ANÁLISE DE CADEIA DE VALOR PARA SECTORES

ESTRATÉGICOS EM MOÇAMBIQUE

análise da cadeia de valor parasectores estratégicos em moçambique

sumário executivo

value chain analysis for strategic sectors inmozambique

executive summary

Global Development Solutions, LLC

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apoiar um aumento das taxas de rendimento paraque o país realize todo o seu potencial no sector dealgodão.

A acrescentar à utilização de pobres práticas decultivo, o baixo uso de insumos agrícolas, comofertilizantes e pesticidas, também são responsáveispela baixa taxa de rendimento. Quando comparadocom os produtores de algodão da África Orientalcomo o Mali (presentemente o maior produtor dealgodão em África), os agricultores moçambicanosalcançam taxas de rendimento que são menos queum-terço à metade dos seus competidores.

No começo de cada campanha, a ComissãoNacional de Preços e Salários define um preçomínimo para o algodão caroço para toda acampanha. O preço geralmente é negociado entreo MADER e o IAM, as companhias de algodão erepresentantes do pequeno agricultor. Enquantoque o sistema de concessão e o da determinaçãode um preço mínimo foram úteis para estimular arevitalização do sector de algodão, os sistemas demercado prevalecentes tiveram um efeito negativono estímulo do crescimento e na eficiência daindústria do algodão.

O rendimento médio de um campo semeado dealgodão em Moçambique varia entre 415-600kg/ha, o que é baixo mesmo em África. Nos doiscenários analisados nesse estudo, as taxas médiasde rendimento variaram entre o valor mais baixo de297 kg/ha a 450 kg/ha. De acordo com entrevistasde campo e recolha de dados, a média dos custosde produção por hectare entre os produtores dealgodão varia entre US$26.66/ha a US$41.15/ha.Isto traduz-se num custo de produção deUS$0.06-US$0.14/kg, o que é extremamente baixo,mesmo quando comparado com várias empresasfora da região.

Os resultados gerais da análise de cadeia de valorsugerem que em ambos casos estudados, acolheita, a aplicação de pesticidas e a sementeiraconstituem as três actividades com o maior valoracrescentado para os agricultores moçambicanosde algodão. A sementeira foi consistentemente aterceira actividade com valor acrescentado maisalto, enquanto que a colheita e aplicação de pesticidasforam as actividades de maior valor acrescentadoou a segunda actividade de valor acrescentadomais alto, dependendo da concessão.

with West African cotton producers like Mali (now thelargest producer of cotton in Africa), the Mozambicancotton farmers achieve yield rates which are less thanone-third to one-half of its competitors.

At the beginning of each season, the NationalCommission for Price and Wages (Comissão Nacionalde Salãrios e Preços) define a minimum price for rawcotton for the entire season. The price is generallynegotiated between MADER and IAM, cottoncompanies, and smallholder representatives. Whilethe concession and a minimum pricing system wasuseful in stimulating the revitalization of the cottonsector, the prevailing market systems has had anegative effect on stimulating growth and efficiency inthe cotton industry.

An average seed cotton yield in Mozambique rangedbetween 415 – 600 kg/ha, which is low even in Africa.In the two scenarios analyzed for this study, averageyield rates ranged from a low of 297 kg/ha to 450kg/ha. According to field interviews and data collection,average per hectare production costs among cottonfarmers ranging between $26.66/ha to $41.15/ha. Thistranslates to a production cost of $0.06-$0.14/kg,which is extremely low, even compared to a number ofcompanies outside the region.

The overall findings from the value chain analysissuggests that in both case studies, harvesting,chemical spraying and seeding constituted the threehighest value adding activities for Mozambicancotton farmers. Seeding was consistently the thirdhighest value adding activity, while harvesting andspraying were found to be either the highest or thesecond highest value adding activity, depending onthe concession.

Key constraints identified in the value chain for cottonfarming include the following:

• High collection costs (high cost of transport) andpoor extension services;

• High cost of accessing agrochemicals; and

• Poor access and consistent use of quality seeds.

• Other issues: poor institutional representation; highcost of finance; and poor system of cotton grading.

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Os constrangimento chaves identificados na cadeiade valor da produção do algodão incluem osseguintes:

• Custos altos de recolha (alto custo do transporte)e fracos serviços de extensão;

• Custo alto de acesso aos produtos agroquímicos;e

• Pobre acesso e uso consistente de sementesde qualidade.

• Outros aspectos: fraca representação institucional;alto custo de financiamento; e fraco sistema declassificação do algodão.

acesso a produtos agroquímicosO alto custo dos agroquímicos, principalmentefertilizantes e insecticidas, e como resultado a suafalta de utilização, é um problema crónico quecontribui para os baixos rendimentos. Estima-seque 9 entre 10 pequenos agricultores não usamfertilizantes, principalmente devido aos seuscustos altos. Da mesma forma, enquanto que oregime padrão de pulverização de sementes nãotratadas é de cinco aplicações por campanha, osagricultores de pequena escala pulverizam emmédia 2 ou 3 vezes. Como consequência, aqualidade da fibra de algodão e as taxas derendimento são constantemente comprometidas.

Dado a pequena procura do mercado parafertilizantes, os agentes/distribuidores estãogeralmente impossibilitados de negociar umdesconto. Por exemplo, uma ordem mínima parafertilizantes colocada na Arábia Saudita é de10,000 toneladas por ordem. Nesta quantidade,o preço de entrega de ureia na Beira éaproximadamente US$295/ton. Considerando queaté mesmo o maior agentes/distribuidor emMoçambique só compra entre 3,000-7,000 toneladasde ureia por ano, as empresas locais estãogeralmente impossibilitadas de comprar fertilizantesa preços competitivos.

Os custos de transacção para importação sãoaproximadamente US$0.10/kg ou 27% do custoinicial do fertilizante, do qual o custo de transporteconstitui quase 80% do custo total de acesso aosfertilizantes. Enquanto que os custos de transaçãopara importação, particularmente com respeito aos

accessing agriculturalchemicals High cost of agrochemicals, namely fertilizers andinsecticides, and its lack of use as a result, is achronic problem contributing to low yields. It isestimated that 9 out 10 smallholder farmers do notuse fertilizer, principally due to the high costs.Similarly, while standard spraying regime foruntreated seeds is five applications per season,smallholder farmers spray 2 or 3 times on average.As a consequence, cotton fiber quality and yield ratesare constantly compromised.

Given the small market demand for fertilizer,dealer/distributors are generally unable to negotiate adiscount. For example, minimum order for fertilizersfrom Saudi Arabia is 10,000 tons per order. At thisvolume, the delivered price of Urea in Beira isapproximately $295/ton. Given that even the largestdealer/distributors in Mozambique only orderbetween 3,000-7,000 tons of Urea per year, localcompanies are generally unable to purchase fertilizersat competitive prices.

Import transaction costs are approximately $0.10/kgor 27% of the initial cost of fertilizer, of which the costof transport constitutes nearly 80% of the total costof accessing fertilizers. While the import transactioncosts, particularly with respect to transport costs ishigh, interviews with fertilizer importers suggests thatthe time lag between issuance of a purchase orderand delivery is extremely long, particularly taking intoaccount the cumbersome clearance procedures. It isestimated that between the issuance of a purchaseorder and delivery, the time lapse is between 27-36days. As a result of the relatively long time lapse,dealers/distributors are forced to keep stock on handto accommodate fluctuating market demand. This inturn introduces additional warehousing costs whichmust then be past on to farmers.

Banking charges and fees paid at the terminalconstitute an additional 10% to the cost of accessingfertilizer.

High Cost of Importing Insecticides Similar tofertilizers, the time lapse between the issuance of apurchase order and delivery is long, thus causingdealer/distributors to hold substantial inventory toaccommodate demand fluctuations in Mozambique.Specifically, it takes up to 3 months to negotiate andplace an order, and another 3 months for delivery.

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custos de transporte são altos, as entrevistas comos importadores de fertilizante sugerem que otempo que decorre entre colocar uma ordem decompra e a entrega é extremamente longo,particularmente considerando que os procedimentosde “desalfandegamento” são complicados.Estima-se que o tempo que decorre entre colocara ordem de compra e a entrega esteja entre 27-36dias. Como resultado do lapso de temporelativamente longo, os agentes/distribuidores sãoforçados a manter um stock disponível paraacomodar a procura fluctuante. Esse facto, por suavez, introduz custos de armazenagem que deve,portanto, ser passado para os agricultores.

As despesas bancárias e as taxas pagas aoterminal representam um adicional de 10% sobre ocusto de acesso ao fertilizante.

custo elevado para importaçãode insecticidas Semelhante aos fertilizantes, o lapso de tempoentre o colocar de uma ordem de compra e aentrega é longo, causando que os agentes/distribuidores tenham que manter um stocksignificativo para acomodar as flutuacções daprocura em Moçambique. Especificamente,demora-se 3 meses para negociar e fazer umpedido, e outros 3 meses para entrega.

Levando em consideração todos os custos detransação, incluindo frete, taxas de importação ede serviços, a diferença entre o preço FOB e opreço de entrega varia entre 61%-76%. Excluindoo custo próprio da compra do insecticida, os trêsfactores que mais acrescentam ao custo deimportar insecticidas incluem:

• Margem de comercialização alta do agente/distribuidor (25% - 35%);

• Custo alto do frete (1.7% - 5.5%); e

• Despesas de financiamento elevadas (2.5%).

custo de fornecimento deinsecticidas aos agricultores Por causa dos altos custos associados aosagroquímicos, os agricultores tendem a fumigar asua colheita somente duas a três vezes porcampanha em lugar das 5 aplicações prescritas.

Taking into account all of the transaction costs,including freight, duty and service charges, thespread between the FOB and delivered price rangesbetween 61%-76%. Excluding the actual cost ofpurchasing the insecticide, three factors adding tothe cost of importing insecticides include:

• High dealer/distributor mark up (25% - 35%);

• High cost of freight (1.7% - 5.5%); and

• High financing charges (2.5%).

cost of delivering insecticidesto farmers Because of high costs associated with agrochemicals,farmers tend to spray their crop only two to threetimes per season rather than the prescribed 5applications. According to interviews, minimumdifference in yield between 3 and 5 applications is asmuch as 150kg/ha.

According to this case study, the combined cost ofinsecticide and hardware per hectare per applicationranges between 50,606 Mts-63,775 Mts ($2.17-$2.73). Based on these figures, three applicationscosts approximately 151,819 Mts/ha ($6.50/ha), whilethe prescribed 5 application costs approximately253,032 Mts/ha ($10.84/ha).

Taking into account that a network of rural stockistsand other support infrastructure for farmers are notavailable in Mozambique, cotton farmers have noother option but to rely on concession holders tosupply them with agricultural inputs. In this context,there is some possibility that the absence ofcompetition in the agrichemical market is contributingto a market distortion that results in dampening therevenue generating potential of cotton farmers.

cotton ginning Given the relatively low production and yield rates, theginning sector in Mozambique is characterized byover capacity and poor productivity. The ginningsector has experienced an active turnover of playersin the market, as reflected in the number ofcompanies exiting and entering the sector. It isestimated that there are approximately 17 operationalginneries with an installed capacity ranging from150,000-230,000 tons/year.

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De acordo com as entrevistas, a diferença mínimade rendimento entre 3 e 5 aplicações é equivalentea 150kg/ha.

De acordo com esse estudo de caso, o custocombinado do insecticida e do equipamentonecessário, por hectare e por aplicação, varia entreMts 50,606-Mts 63,775 (US$2.17-US$2.73).Baseado nestes dados, três aplicações custamaproximadamente 151,819 Mts/ha (US$6.50/ha),enquanto que as 5 aplicações prescritas custamaproximadamente 253,032 Mts/ha (US$10.84/ha).

Considerando que não encontra-se disponível emMoçambique uma rede de armazenistas rurais ououtra infra-estrutura de apoio aos agricultores, osagricultores de algodão não têm nenhuma outraopção mas confiar nos detentores das concessõespara fornecer os insumos agrícolas. Nessecontexto, há alguma possibilidade que a ausênciade competição no mercado de agroquímicos estejaa contribuir para a distorção do mercado, queresulta numa diminuição do potencial de geraçãode renda dos agricultores de algodão.

descaroçamento de algodãoDada as relativamente baixas taxas de produção ede rendimento, o sector de descaroçamento dealgodão em Moçambique é caracterizado por umacapacidade excedentária e baixa produtividade. Osector de descaroçamento de algodão teve umaalteração activa dos actores no mercado, comoreflectido no número de empresas a sair e a entrarno sector. Calcula-se que exista aproximadamente17 fábricas de descaroçamento de algodãooperacionais com uma capacidade instalada quevaria entre 150,000-230,000 tons/ano.

Com uma utilização da capacidade inferior a 50%,as fábricas de descaroçamento de algodãocontinuam a enfrentar custos fixos altos. Duasgrandes fábricas de descaroçamento de algodãorepresentam aproximadamente 60% de toda acapacidade de descaroçamento de algodão emMoçambique, da qual o Grupo JFS, o maioroperador com uma empresa em joint-venture e aoutra de sua única propriedade, controla acima de26% da produção nacional.

A taxa de extracção de fibra (ginning outturn – GOT– taxa de conversão do algodão caroço para fibra)em Moçambique é calculada em aproximadamente

With capacity utilization of less than 50%, ginneriescontinue to face high fixed costs. Two large ginnersaccount for about 60% of all ginning capacity inMozambique, of which the JFS Group, the largestoperator with two joint venture companies, controlover 40% of domestic production.

The ginning outturn (GOT) ratio (the conversion ratiofrom raw to lint cotton) in Mozambique is estimated atapproximately 34%. This is slightly below averagecompared to other countries in Africa. While poorseed quality is a major culprit contributing to the poorGOT ratio, interviews with ginners highlight othercritical issues that hinder ginners from achievinggreater yield rates. o Low moisture content of cottondue to late planting and late harvest;

• Dirty cotton due to poor on-farm techniques,resulting in an additional 2% loss;

• Use of mixed seed varieties resulting in inconsistentfiber quality;

• Cotton mixing when bulking resulting in inconsistentfiber quality.

The two ginneries reviewed for the value chainanalysis had a GOT ratio of 34.0%-34.4%, which isrepresentative of the sector. Based on a deliveredprice of seed cotton ranging between $0.09-$0.14per kg, estimated cost of ginning one kg of lint cotton ranges from $0.15-$0.26 per kg of lint. According tothe value chain analysis, 47% to 69% of the totalvalue of lint cotton comes from seed cotton, while20%-26% of value comes from administrativeactivities, and 5% - 8% from transport of lint cotton.

administrative charges Interest charges (48.1%), depreciation (25.9%) andoverhead costs (13.5%) were the highest costcomponents associated with administrative costs.Interest charges are related to the high cost offinancing agricultural inputs for smallholder farmers.

One notable difference between the government-private joint venture ginnery and the purely privateginnery was that IAM levy (collected under theMARD), and port clearing payments (collected underthe Port Authority and Customs) were substantiallylower for a joint venture company (2.7% and 2.1%respectively), when compared to a private companywhere the distribution of costs for IAM levy and portclearance was 31.9% and 10.2% respectively.

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34%. Essa taxa está ligeiramente abaixo da médiacomparativamente a outros países Africanos.Enquanto que a baixa qualidade da semente é aprincipal causa que contribui para um baixo ráciodo GOT, as entrevistas com os descaroçadores dealgodão destacam outros assuntos críticos queimpede-os de alcançarem maiores taxas derendimento:

• Baixa taxa de humidade contida no algodãodevido a sementeira e colheita tardias;

• Algodão sujo devido a técnicas rudimentaresempregues nas plantações, que resultam numaperda adicional de 2%;

• Uso de variedades de semente misturadas queresultam numa qualidade da fibra inconsistente;

• Algodão misturado quando empilhado, resultandonuma qualidade da fibra inconsistente.

As duas fábricas de descaroçamento de algodãorevistas pela análise da cadeia de valor tinhamum rácio de GOT de 34.0%-34.4% que sãorepresentativas do sector. Baseado num preço deentrega do algodão caroço entre US$0.09-US$0.14 por kg, o custo estimado para descaroçarum kilo de algodão fibra varia entre US$0.15-US$0.26 por kg de fibra. De acordo com a análisede cadeia de valor, 47% a 69% do valor total dealgodão fibra resulta da semente de algodão,enquanto 20%-26% do valor é resultado deactividades administrativas, e 5%-8% do transportede algodão fibra.

despesas administrativasDespesas com juros (48.1%), depreciação (25.9%)e despesas gerais (13.5%) foram os componentesde custos mais elevados associados aos custosadministrativos. As despesas com juros estãorelacionadas com o alto custo de financiamento deinsumos agrícolas para os pequenos agricultores.

Uma diferença notável entre a fábrica dedescaroçamento de algodão joint-venture entre ogoverno e um privado e a fábrica de descaroçamentototalmente privada é a taxa que o IAM cobra(recolhida sob o MADER), e os pagamentos dedespesas portuárias e aduaneiras (recolhida pelaAutoridade Portuária e Alfândegas), substancialmentemais baixos para a empresa joint-venture (2.7% e

Other issues identified by the value chain analysisinclude:

• Poor quality of electricity: Ginners continue toface fluctuations in their power supply or evencomplete blackouts. As a result, a number ofginners cited that during one season (81 days ofginning), power surges contributed to 35equipment breakdowns (jams in the gin stand andlint cleaner), which accounted for a total of 4.6-4.8 days of work lost per season. As aconsequence, some ginners have installed aparallel power supply, principally using dieselgenerators where the cost of electricity isapproximately $0.085/Kwh, as opposed to$0.035/Kwh on the grid.

• Sampling requirement: A number of ginners havevoiced their concern regarding this system as IAMdoes not retain the samples, but in fact sells themoff in the market to generate additional revenue. Itis estimated that Global Development Solutions,LLC approximately 73.6 tons of samples perannum are being sold in the market by IAM.

• Dirty Cotton: Lack of on-farm support due to thelack of access to transportation for extensionworks, ginners continue receive dirty cotton from itsfarmers, which not only increases the cost of cleaningcotton, but also contributes to a 2% loss rate.

• Absence of Qualified Ginning Mechanics: It isestimated that there are only 5 qualified ginningmechanics in Mozambique.

• Absence of Metrology and Calibration Capacity:In addition to the lack of trained ginning mechanics,the absence of metrology and calibration capacityis limiting the operational capacity of existing ginningequipment due principally to the inability toaccurately calibrate equipment.

transport and infrastructuresupport services The average cost of sea cargo from Asia toMozambique is between $2,550-$3,250 percontainer, and $2,650-$2,950 per container toand from Europe. The principal challenge facingMozambique is to attract more international shippinglines to its ports. Majority of shipping lines continueto use the Port of Durban (South Africa) as a hubwith feeder services to ports in Mozambique.

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2.1% respectivamente) quando comparada com aempresa privada onde a distribuição dos custospara a taxa do IAM e para as despesas portuárias ealfandegárias eram, respectivamente, 31.9% e 10.2%. Outros assuntos identificados pela análise decadeia de valor incluem:

• Deficiente qualidade da electricidade: as fábricasde descaroçamento de algodão continuamenfrentando fluctuações no abastecimento deenergia ou até mesmo cortes totais. Comoresultado, várias fábricas de descaroçamentocitaram que durante uma campanha (81 dias dedescaroçamento de algodão), as oscilações deenergia contribuíram para 35 avarias deequipamento (emperros da máquina dedescaroçamento e no limpador de fibra) querepresentaram um total de 4.6-4.8 dias detrabalho perdidos por campanha. Comoconsequência, algumas fábricas possuemuma fonte paralela de energia, utilizandoprincipalmente geradores a diesel onde ocusto de electricidade é de aproximadamente$0.085/Kwh, ao invés de $0.035/Kwh da redeeléctrica.

• Exigência de amostras: várias fábricas dedescaroçamento de algodão expressaram asua preocupação relativamente a esse sistemaporque o IAM não retém as amostras, masde facto vende-as no mercado para obterum rendimento adicional. Calcula-se queaproximadamente 73.6 toneladas de amostraspor ano estarão sendo vendidas no mercadopelo IAM.

• Algodão sujo: à falta de serviços de extensãoagrária devido a falta de transporte para osserviços de extensão, os descaroçadores dealgodão continuam a receber algodão sujo dosseus agricultores, facto que não só aumenta ocusto de algodão, mas também contribui a parauma taxa de perda de 2%.

• Ausência de Mecânicos de Descaroçamentode Algodão Qualificados: estima-se que háapenas 5 mecânicos de descaroçamento dealgodão qualificados em Moçambique.

• Ausência de Metrologia e Capacidade deCalibração: além da falta de mecânicosqualificados de descaroçamento de algodão, aausência de metrologia e capacidade de

Consequently, the Port of Maputo only receivesregular calls from six international shipping lines forbreak bulk and six for container cargo.

The three principal ports are connected by road andrail. Mozambique has a total of 25,000 km of roads,of which only 4,300 km can be classified as primaryroad.1 In addition, Mozambique and its neighboringeconomies are supported by a 3,048 km railwayinfrastructure network, which is divided into fourgeographic areas.

Although railways serve an important role in linkingthe east-west corridor, Mozambique Railway’s rollingstock has decreased considerably during the last tenyears. The number of locomotives has declined by asmuch as 41%, where the current operationallocomotives number less than 50. Similarly, thenumber of operable wagons has declined by 55%(less than 2,300 wagons are currently in operation).

In the Maputo Corridor the border controls atRessano Garcia (South Africa) and Namaacha(Swaziland) are weak and lack proper infrastructureincluding communication facilities. Trucks importinggoods to Mozambique are required to go throughcustoms clearance through the Matola CargoTerminal (FRIGO), a privately owned inland clearanceterminal on the outskirts of Maputo. Interviewssuggest that traders are concerned with the longwaiting times (refer to an earlier table outlining thetime lapse associated with customs clearance) andthe fact that these tariffs are extremely high,especially for valuable goods.

As far as customs clearing agents are concerned,traders feel that there is a lack of competition inMozambique. The largest agent is ADENA, the state-owned national clearing agent with offices in Maputo,Beira, Nacala and Tete. The clearance processcontinues to be highly centralized around Maputo.This process added more than one week and $155($110 for clearance and $45 for certificate of origin) toa clearing process which should only take one to twodays.

Given the state of the existing internal infrastructure,Mozambique’s economy is defined according to thethree distinct geographic regions: south, central andnorth, where market integration, particularly withrespect to value added production, is virtuallyunrealizable due principally to the lack of access to aviable north-south transport corridor.

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calibração está a limitar a capacidade operacionalde descaroçamento de algodão do equipamentoexistente devido, principalmente, à inabilidadepara calibrar o equipamento com precisão.

transporte e serviços deinfra-estrutura de apoioO custo médio do transporte marítimo da Ásia paraMoçambique situa-se entre US$2,550-US$3,250por contentor, e US$2,650-US$2,950 por contentorpara e da Europa. O desafio principal queMoçambique enfrenta é o de atrair linhas denavegação internacionais para os seus portos. Amaioria das linhas de navegação continuamusando o Porto de Durban (África do Sul) comoporto principal e de alimentação para Moçambique.Consequentemente, o Porto de Maputo sóatende regularmente seis linhas de navegaçãointernacionais para carga a granel e seis para cargade contentores.

Os três portos principais estão conectados porestrada e linha férrea. Moçambique tem um totalde 25,000 km de estradas das quais só 4,300 kmpodem ser classificados como estradas primárias1.Acresce que Moçambique e as economias vizinhassão apoiadas por uma infra-estrutura de 3,048 kmde rede de caminhos de ferro, dividida em quatroáreas geográficas.

Embora os caminhos de ferro tenham umimportante papel em unir o corredor de leste-oeste,o stock circulante da rede de caminhos de ferro deMoçambique diminuiu consideravelmente duranteos últimos dez anos. O número de locomotivasdiminuiu cerca de 41%, sendo as locomotivasoperacionais actuais calculadas em menos do que50. Da mesma forma, o número de vagõesoperacionais reduziu em cerca de 55% (menos doque 2,300 vagões estão actualmente em operação).

No Corredor de Maputo o controle fronteiriço emRessano Garcia (África do Sul) e na Namaacha(Swazilandia) é fraco e falta infra-estruturaapropriada incluindo sistemas de comunicação.Aos camiões que trazem produtos importados paraMoçambique é exigido que passem pelo controledas alfândegas no Terminal de Carga da Matola(FRIGO), um terminal de controle privado paradespacho alfandegário em território moçambicano,situado nos arredores de Maputo. As entrevistassugerem que os comerciantes estão preocupados

For a trader to use road transport to move a productfrom Pemba to Maputo, a truck would be required touse of the east-west corridors to travel throughMalawi, Zambia and Zimbabwe to travel south andeventually use the east-west corridor to re-enterMozambique. As Table 17 indicates, it costs nearly$7,000 to transport a 22-24 ton container fromMaputo to Pemba, which is nearly 2.5 times theamount it would take to ship the same container fromDubai ($2,550) or Guangzhou, China ($2,550).

Similarly, given the infrequent service routes and poorquality of shipping service, shipping cargo fromNacala to Maputo costs $2,500, which is nearly 3times the cost of shipping a container from Maputo toDar-es-Salam, Tanzania ($845), and approximately the same cost as shipping a container from Dubai orGuangzhou to Maputo.

textile Historically, Mozambique has had a number ofoperational textile mills, but since 1993, most millshave closed down with the exception of Riopele,which closed in early 2003. Until 1973, companieswere prohibited from spinning cotton as all lint cottonwas exported to Portugal. But in 1975, the newgovernment allowed private mills to spin and weavecotton. While none of the mills are currentlyoperating, what is evident in Mozambique is thatthere is a wide range of operable and repairableequipment sitting idle in the country. Operationalizingexisting companies, however, will require substantialdebt restructuring, technical improvements, and arealignment of the current labor regulations to helpreduce the burden of idle labor.

Based on an estimate developed by one recentlyclosed textile mill, it would cost approximately$2.53/meter to produce synthetic material usingcurrent equipment, which includes the cost of rawmaterial. Alternatively, taking into account that theequipment set up at one of the textile mills is basedon the use of synthetic material rather than lint cotton,the estimated cost of production excluding materialcosts, is estimated to be approximately $1.34/meter.

Taking into account that the delivered price of lint isextremely low compared to other countries, there ispotential for textile mills in Mozambique to producecompetitively priced cotton yarn, which in turn wouldopen up opportunities for Mozambique to revitalize itsspinning and weaving operations, and thus position

1 50% das estradas são terciárias e não adequadas ao transporte de camiões pesados

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com o longo tempo de espera (referir a um quadroposterior que ressalta o lapso de tempo associadocom o despacho dos produtos pelas alfândegas) ecom o facto de que estas tarifas são extremamentealtas, especialmente para bens valiosos.

No que diz respeito aos agentes aduaneiros, oscomerciantes sentem que há uma falta decompetição em Moçambique. O maior agente é aADENA, a empresa nacional de despachoaduaneiro, propriedade do Estado, com escritóriosem Maputo, Beira, Nacala e Tete. O processo detramitação aduaneira continua a ser altamentecentralizado em Maputo. Este processo acrescentamais de uma semana e US$125 (US$110 paradespacho e US$15 para certificado de origem)para um processo de despacho que deveriater levado apenas um ou dois dias – isto éparticularmente verdade no Norte.

Dado o estado da infra-estrutura interna existente,a economia de Moçambique é definida deacordo com três regiões geográficas distintas: sul,centro e norte onde a integração do mercado,particularmente com respeito ao valor acrescentadoda produção, é virtualmente irrealizável devidoprincipalmente à falta de acesso a um corredor detransporte norte-sul viável.

Para um comerciante utilizar o transporte rodoviáriopara movimentar um produto de Pemba paraMaputo, seria necessário que um camião utilizasseos corredores leste-oeste e viajasse pelo Malawi,Zâmbia e Zimbabwe para viajar para o sul eeventualmente utilizasse o corredor leste-oestepara reentrar em Moçambique. Como o Quadro 17indica, custa quase US$7,000 para transportar umcontentor de 22-24 tons de Maputo para Pemba,quase 2.5 vezes o valor que custaria paratransportar por via marítima o mesmo contentor doDubai (US$2,550) ou Guangzhou, China (US$2,550).

Da mesma forma, devido às rotas de serviçoinfrequentes e à baixa qualidade dos serviços deembarque, transportar carga de Nacala paraMaputo custa US$2,500, quase 3 vezes o custo detransporte marítimo do envio de um contentor deMaputo para Dar-es-Salam na Tanzânia (US$845),e aproximadamente o mesmo custo para transportarum contentor do Dubai ou Guangzhou para Maputo.

itself to develop a competitive integrated textile andgarment industry.

garments As a late comer to AGOA, and the limited garmentproduction in Mozambique, the country fills a mere0.08% of total AGOA apparel exports to the U.S.measured in square meter equivalent. Lesotho, alandlocked country without in-country cottonresources, continues to be the largest exporter oftextiles and apparel under AGOA to the United States.

This poses the question why a country likeMozambique which is able to produce cotton and lintand with a history of textile production, is unable totake advantage of AGOA to generate employmentand income not only for selling garments into the U.S.market, but also to become a supplier of yarn andfabric to other African countries, like Lesotho, whichmust import input materials to continue to enjoy itsquota status under AGOA.

Generally, input material, namely fabric, is importedfrom China and India, or alternatively, the parentcompany outside Mozambique supplies all the inputsas is often the case in cut, make and trip (CMT)operations. The CMT value added for the garmentcompany currently operating in Mozambique isestimated to be $0.69/T-shirt. The three highest valueadding activities include, sewing/assembly (30.5%);finishing (22.8%); and administrative overhead (16.0%).

Sewing and Assembly: The sewing and assemblyfunction within the value chain is divided into threevalue adding activities: labor (88.5%), utilities (4.3%),and depreciation and maintenance (7.2%). A closerscrutiny of labor productivity reveals that due to poorlabor skills, the labor productivity in production of T-shirts per person per day is approximately 10-11.2. Asimilar comparison with Kenya and Lesotho showthat labor productivity in Kenya for the production ofa similar T-shirt was 20-24 T-shirts/person/day.

Labor skills are clearly a problem, but so too is thevalue added for depreciation and maintenance, whichis estimated at 7.2%. Generally, garment factoriesadd between 17%-32% value for depreciation andmaintenance, which indicates that a factory isinvesting in regular maintenance of its equipment.However, in this case, the relatively low value addedsuggest that the factory may not be keeping up withregular maintenance activities of its equipment, which

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têxtil Historicamente, Moçambique teve várias fábricastêxteis operacionais, mas desde 1993 a maioria dasfábricas fechou, com excepção da Riopele queencerrou nos princípios de 2003. Até 1973, asempresas eram proibidas de fabricar o fio dealgodão, pois todo o algodão fibra era exportadopara Portugal. Mas em 1975, o novo governopermitiu que as fábricas privadas fiassem e tecessemo algodão. Enquanto que nenhuma das fábricasestá a operar actualmente, o que é evidente emMoçambique é que existe um largo espectro deequipamento operacional e reparável inactivo nopaís. Porém, a operacionalização das companhiasexistentes irão exigir uma reestruturação substancialdas dívidas, melhorias técnicas, e um re-alinhamentodos regulamentos laborais actuais para ajudar areduzir o peso do trabalho inactivo.

Com base numa estimativa desenvolvida poruma fábrica têxtil recentemente fechada, custariaaproximadamente US$2.53/metro para produzirtecido sintético utilizando o equipamento existente,incluindo o custo da matéria-prima. Alternativamente,levando em consideração que o equipamentoexistente é baseado no uso de material sintéticoem lugar de fibra de algodão, o custo de produçãoestimado, excluindo os custos de materiais, écalculado em aproximadamente $1.34/metro.

Levando em conta que o preço final da fibra dealgodão é extremamente baixo em comparaçãocom outros países, há potencial para que fábricastêxteis em Moçambique produzam fio de algodão apreços competitivos, o que, por sua vez, abririaoportunidades para Moçambique revitalizar suasoperações de fiação e tecelagem e assimposicionar-se para desenvolver uma indústria têxtile de vestuário integrada e competitiva.

artigos de vestuário Como um país recente ao AGOA e com umaprodução de artigos de vestuário limitada emMoçambique, os país preenche apenas 0.08% dototal das exportações de vestuário para os E.U.A.sob o AGOA, medida pelo equivalente em metroquadrado. O Lesoto, um país interior e semrecursos próprios em algodão, continua sendo omaior exportador de tecidos e vestuário para osEstados Unidos sob o AGOA.

Este facto leva-nos a interrogar porque um país

would lead to equipment breakdown and lostoperational time. This, in part, would help explain thedefect rates and low labor productivity rate. Finishing:The second highest value added activity is finishing,which constitutes 22.8% of the overall value added.The distribution of value added activities aresomewhat similar to the situation found in sewing andassembly, specifically, high labor input (82.5%), andlow depreciation and maintenance (6.5%). Hereagain, low labor productivity and limited investment inregular maintenance helps to explain the low laborproductivity and high defect rates.

Administrative Overhead Costs: The third area of highvalue added is administrative overhead costs (16%),of which 100% is accounted for by labor inputs.A closer scrutinyof this figure reveals that thefactory relies on a large number of expatriate staff.Specifically, the factory uses 16 expatriate staff, ofwhich 12 are line supervisors for sewing/assemblyand finishing operation, and front office functions(business managers, accountants, etc). This figure isreflective of the fact that there are few well trainedlocal line supervisors and workers with middlemanagement skills in Mozambique.

Other Critical Issues:

• Labor absenteeism;

• Poor physical infrastructure;

• Slow order-to-delivery sequence time due to poorinfrastructure support services and long customclearance procedures; and

• Anticompetitive labor regulations. Global DevelopmentSolutions, LLC

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como Moçambique que pode produzir algodão efibra de algodão e com uma história de produçãotêxtil, não consegue tirar proveito do AGOA, não sópara gerar emprego e renda através da venda deartigos de vestuário no mercado americano, mastambém para tornar-se num fornecedor de fio etecido para outros países Africanos, como oLesoto, que tem que importar insumos paracontinuar a desfrutar do seu estatuto de quota sobo AGOA.

Geralmente, os insumos materiais, nomeadamenteo tecido, são importados da China e da Índia, oualternativamente, a empresa filiada fora deMoçambique provê todos os insumos, comofrequentemente é o caso das operações de corte,produção e embarque (CMT – cut, make and trip).Estima-se que o valor acrescentado das actividadesCMT para a empresa de artigos de vestuário a operaractualmente em Moçambique seja de US$0.69/T-shirt.As três actividades de maior valor acrescentadoincluem, coser/montar (30.5%); acabamento (22.8%); ecustos administrativos (16.0%).

Coser e Montar: As funções de costura e montagemdentro da cadeia de valor são divididas em trêsactividades de valor acrescentado: mão de obra(88.5%), instalações (4.3%), e depreciação emanutenção (7.2%). Um escrutínio mais próximosobre a produtividade da mão de obra revela quedevido à baixa qualificação da força de trabalho, aprodutividade da mão de obra para a produção deT-shirts por pessoa, por dia, é aproximadamente10-11.2. Uma comparação semelhante com oQuênia e com o Lesoto indica que produtividade damão de obra no Quênia para a produção de umaT-shirt semelhante era de 20-24 T-shirts/pessoa/dia.

A qualificação da mão de obra é claramente umproblema, mas também o são o valor acrescentadoda depreciação e manutenção, estimado em 7.2%.Geralmente, as fábricas de artigos de vestuáriotêm entre 17%-32% de valor para depreciação emanutenção, este percentual indica que a fábricaestá a investir em manutenção regular do seuequipamento. Porém, neste caso, o valoracrescentado relativamente baixo sugere que afábrica pode não estar a manter o rítmo deactividades de manutenção regulares de seuequipamento, o que conduziria a avarias doequipamento e tempo operacional perdido. Esse facto,em parte, ajudaria a explicar as taxas de defeito e abaixa taxa de produtividade da mão de obra.

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Acabamento: A segunda maior actividade de valoracrescentado é o acabamento, que constitui22.8% do valor acrescentado global. A distribuiçãodas actividades de valor acrescentado sãosemelhantes à situação encontrada para coser emontar, especificamente, alto valor para mão deobra (82.5%) e baixo para a depreciação emanutenção (6.5%). Aqui novamente, a baixaprodutividade da mão de obra e o investimentolimitado em manutenção regular ajudam a explicara baixa produtividade da mão de obra e as altastaxas de defeito.

Custos Administrativos Gerais: A terceira áreade elevado valor acrescentado são os custosadministrativos gerais (16%), do qual os insumosrelativos à mão de obra representam 100%. Umescrutínio mais próximo deste número revela que afábrica confia em um grande número de pessoalexpatriado. Especificamente, a fábrica conta com16 expatriados no seu quadro, dos quais 12 sãosupervisores de linha para coser/montagem eoperação de acabamento, e para funções nãooperacionais (gerentes empresariais, contabilistas,etc). Este número é reflexo do facto de que hápoucos supervisores de linha locais bem treinadose trabalhadores com capacidades médias degestão em Moçambique.

Outros Assuntos Críticos:

• Absentismo da mão de obra;

• Pobre infra-estrutura física;

• Lenta duração da sequência ordem-entrega devidoao fraco suporte das infra-estrutura de apoio ea longos procedimentos de despacho pelasalfândegas; e

• Regulamentos laborais anticompetitivos.

processamento primário damadeiraO transporte da madeira extraída é um dosmaiores custos que afecta a indústria da madeira eMoçambique não é excepção. Em média, emMoçambique, o transporte constitui aproximadamente27% de valor acrescentado na cadeia de valorfloresta-para-serração. Uma porção significativadestes custos vem da baixa infra-estruturarodoviária e da sua deficiente manutenção. Outro

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direccionador dos custos de transporte é o factode que a maioria das serrações localiza-se nascidades, a uma distância de movimentação dostroncos bem superior a 200km das zonas deimpacto. Um custo excepcionalmente alto nasexportações de madeira processada primáriasão as altas despesas de administração e deexportação, as quais representam outros 27% detotal do valor acrescentado. Esses despesas deexportação representam uma combinação dealto custo de manuseamento e movimentação dofrete, como também dos ineficientes e demoradosprocessos de despacho da documentação porparte das agências governamentais.

Como resultado, embora os custos de serraçãoestejam dentro da média internacional de US$49-50 por metro cúbico, assim como o facto do custode extracção da madeira ser relativamente baixodevido à relativamente baixa densidade (i.e. baixocusto de acesso à madeira na floresta), estasvantagens são seriamente reduzidas pelo custorelativamente alto de transportar os troncos, tantodentro do país como também do país para osmercados internacionais (em forma de custos deexportação). Assim, a principal influência positivaque faz com que o sector continue em operaçãosão os factores externos, como o facto da madeiratropical consistentemente ter um relativamentealto rendimento por preço de metro cúbico (entreo US$130-170 para a maioria das espéciescomercializáveis) e não a competitividade internado sector. Esta não é uma situação de negóciodesejável, pois qualquer pressão descendentesignificativa sobre os preços como também sobrea procura (principalmente alimentada pela procurachinesa para troncos não processados), encontraráum sector despreparado para competição.

processamento secundário/terciário A confiança global nos fluxos dos mercadosinternacionais é melhor vista no facto de que aindústria local de processamento secundário damadeira é extremamente fraca. Os fabricantes deprodutos finais de madeira, como perfil e mobíliasão muito poucos, e o mercado geral e a estruturade suporte institucional não estão presentes paraapoiar o valor acrescentado local.

Alguns dos maiores inibidores são as fraquezas domercado laboral (ambos em termos de disponibilidade

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de mão de obra qualificada como também daelevada protecção regulamentar existente), falta deestratégias claras de gestão das concessões eincentivos, existência significativa de formalidadesexcessivas e de um comportamento oficial de“busca de rendas” ao longo de todos os passos dacadeia de valor. Talvez a característica maisimportante do sector é o facto de que osintervenientes na indústria e o governo falharam nadeterminação de objectivos e metas a alcançarpara o sector no curto-médio prazos, facto queseria um primeiro passo para alcançar umaestratégia comumente acordada para o sector alongo prazo.

Além disso, o facto de não estar disponível umainformação qualitativa sobre os recursos florestaisgerais existentes no país, como também o facto dareflorestação estar completamente abandonada,acresce à apatia geral do sector, situação que precisaser invertida para que qualquer processamentosecundário possa emergir.

cultivo da banana Cultivar constitui aproximadamente 36% do valoracrescentado da plantação-ao-mercado, aocusto aproximado de US$ 1,400/ha. O custo comagroquímicos representa o maior valor dos custoscom o cultivo, onde os custos combinados defertilizantes e pesticidas representam 40% do valoracrescentado do cultivo. Dessa forma, medidas queconduzam a um custo menor dos agroquímicosteriam um impacto significativo na competitividadeda cultura da banana.

Outra área de importância crítica é a fase dacolheita. Actualmente, não há nenhuma plantaçãocom uma infra-estrutura de colheita moderna,como sistemas de cabos aéreos que são muitoeficientes e reduzem os danos na fruta durante asfases de pós-colheita. Como resultado, as perdasmédias da colheita são estimadas na casa dos15% da produção total. Estas perdas constituemuma parte principal dos custos de colheita geral,de cerca de 26% do valor acrescentado total dacultura. Facilitar e assistir na instalação dessasunidades poderia trazer eficiências consideráveisaos agricultores de banana.

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transporte e comercializaçãoO valor acrescentado das actividades pós-cultivorepresenta a maior parte da cadeia de valorplantação-ao-mercado, dos quais os valoresacrescentados referentes ao transporte ecomercialização constituem 61.3% da cadeia devalor. Em termos monetários, o valor acrescentadodo transporte e da comercialização é de cerca deUS$ 2,350/ha. Com um rendimento médio de40,000 kg/ha, isto significa que sobre o preço totalda plantação-ao-mercado de cerca de US$ 10cents/kg, aproximadamente US$ 6 centavos por1 quilograma de bananas exportadas são custosassociados com o transporte e comercialização.Portanto, políticas e medidas para diminuir estescustos teriam o maior impacto global sobre oslucros do agricultor.

Um olhar mais próximo aos custos de transportee comercialização revela que os agricultores maisao norte dos principais mercados de exportaçãoda África do Sul estão em desvantagem emcomparação com os da área de Maputo em termosde custos totais de transporte. Para os agricultoresde banana da Província de Manica, os custos comtransporte representam 30% do valor acrescentadoda comercialização e transporte, enquanto quepara os de Maputo estes custos são inferiores a10%. Dependendo da estação e condiçõesprevalecentes no mercado de exportação, estescustos podem, às vezes, colocar o agricultor docentro de Moçambique fora do mercado deexportação do sul, por causa do preço.

Outra característica crucial da cadeia de valor dabanana é o facto de que o valor acrescentado paraas fases de pós-colheita muito raramente sãorealizados “em casa”, sem a qual é quase impossívelcomercializar o produto em mercados internacionais. Arazão principal está na falta de instalações paraempacotamento, amadurecimento e armazenamentono país. Como resultado, para exportar, os produtorestêm que contratar terceiros para todos estesprocessos, agentes e/ou compradores, o quetraduz-se em taxas de comercialização elevadas;nomeadamente qualquer valor entre 38-41% do valoracrescentado de transporte e da comercializaçãoassume a forma de taxas ao agente, qualquer valorentre 19-29% encontra-se sob a forma de taxas paraamadurecimento, e qualquer valor entre 12-19% épara actividades de limpeza e empacotamentocontratadas a terceiros.

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mangaO cultivo constitui aproximadamente 75% do valoracrescentado da plantação-para-mercado, cercade US$ 2,000/ha. O custo dos agroquímicosrepresenta a maior parte dos custos de cultivo,onde combinando os custos de fertilizante epesticidas totalizam 42% do valor acrescentadodo cultivo. Como em todas as outras culturasanalisadas, esta é a área que poderia trazermaiores resultados aos agricultores, ou seja, se oscustos com agroquímicos pudessem ser reduzidos.

Os custos com irrigação representam o próximomaior ítem no cultivo de mangas, ao redor de 18%do valor acrescentado total do cultivo. Os custosrelacionados com a instalação, manutenção eoperação do sistema de irrigação correspondem amais do que 90% dos custos de irrigação totais.Estes custos resultam principalmente do factoda rede eléctrica ter uma baixa densidade, o queimplica possuir uma fonte própria de energia,assim como das taxas de importação e impostosna compra de equipamento de irrigação dispendioso.Outro custo elevado é o imposto sobre valoracrescentado local nas compras de combustível,para o qual não há nenhum sistema de isençãopara entidades exportadoras.

Com rendimentos esperados de 10,000kg/ha namaturidade, conforme os dados obtidos nasentrevistas, o custo da manga à porta da produçãoem Moçambique é estimado em US$ 210/MT. Aesse nível, a competitividade internacional dasvariedades Flórida analisadas é questionável,especialmente considerando que Moçambique éum país que tem custos elevados em termos detransporte. Outra área que precisa ser analisada éo facto de, como no caso dos agricultores debananas, as instalações para pós-colheita nãoexistem devido à intensidade de capital necessáriapara estabelecer tais operações e, portanto, osprodutores ou vendem seu produto a granel nãoempacotado ou sub-contratam os estágios pós-colheita aos agentes de comercialização. Emambos os casos, os produtores perdem porçõessignificativas do valor acrescentado.

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O Governo de Moçambique está propondo o criaçãode um Instituto para a Promoção de Micro,Pequenas e Médias Empresas – IMPME. Oobjectivo de criação de instituto é o de promoveractividades e desenvolvimento económico quevenham a reduzir as diferenças económicas ediminua a pobreza através da coordenação dosrecursos e políticas governamentais existentes.

O objectivo é o de elevar a produção, o processamentoindustrial, o investimento e o emprego através de:

• Assistência técnica e apoio da gestão;

• Informação de negócios sobre mercados,produtos e preços;

• Apoio para a garantia de empréstimos, apoiopara a taxa de juros e crédito; e

• Trabalho dentro do ambiente de negócios.

Estes objectivos são extremamente amplos, porémexiste pouca ou nenhuma indicação sobre o seguinte:

• Qual é a demanda por estes serviços

• Qual seria o escopo ou número de negócios aser cobertos

• Qual será o custo fixo do Instituto

• Qual será o custo dos serviços a ser oferecidos

The government of Mozambique is proposing to establishan Institute for the Promotion of Micro, Small, andMedium Enterprises – IMPME. The stated objectiveis to promote economic activities and developmentthat reduce regional economic differences andlowers poverty by coordinating existing resourcesand government policies.

The aim is to increase production, industrial processing,investment and employment by:

• Management and technical assistances;

• Business information on markets, products, andprices;

• Loan guarantee support, interest rate support andcredit; and

• Working on the business environment

These objectives are extremely broad, but there islittle or no indication of the following:

• What is the demand for these services

• What will be the scope or number of enterprisesthat will be covered

• What will be the fixed cost of the Institute

• What will be the cost of the services to be provided

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTODAS MPMES:

DOCUMENTO DE POSIÇÃO DA CTA,MARÇO DE 2006

proposta para criação de um instituto para apromoção de micro, pequenas e médias empresas em

moçambique.documento para discussão

proposal to establish an institute for thepromotion of micro, small, and medium

enterprises in mozambiquediscussion paper

Jim LaFleur, IAE de CTA

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• What will be the value of the benefits to theenterprises

• Who will pay for the Institute and its services (Willit be a tax on business like the one on the cashewproducers to support the cashew Institute?); and

• What support and credit is presently providedthrough donors, NGOs, and the private sector.

Where as desirable aspirations are expressed, thesemay not be the most important issues that need to beworked nor are they the ones that the MPME really want.

The proposal describes MPMEs in general terms usingcommon concepts that are not based on recentstudies or surveys of the private sector. The proposalconsiders the problems areas to be:

• Lack of leadership in policy,

• Low level of finance,

• Limited technical support of production,

• Deficient management,

• Persistent problems with government administrativeand bureaucracy,

• Lack of market information, and

• Low technical skills of labor.

While these are all considered problems they are notnecessarily the one that the private sector feel aretheir priorities. They are also not exactly the sameones pointed out by recent studies.

Two surveys of private sector enterprises done in2005 found somewhat different problems. The majorityof their concerns have to do with government laws,regulations, corruption, and bureaucracy. The first ofthe surveys has the following as problems listed inorder of importance:

• Corruption in government inspections,

• Land use licensing,

• Corruption in customs,

• Corruption in taxes,

• Qual será ao valor dos benefícios para os negócios.

• Quem irá pagar pelo Instituto e seus serviços(Um imposto sobre negócios como o existentepara os produtores de caju para suportar oInstituto do Cajú?); e

• Que tipo de apoio e crédito é actualmenteoferecido através de doadores, ONGs e sectorprivado.

Apesar da expressão destas desejáveis aspirações,as mesmas podem não formar as questões maisimportantes que necessitam ser discutidas nem asque o IMPME realmente deseja.

A proposta descreve as EMPME em termos geraisutilizando conceitos comuns que não estãobaseados em estudos recentes nem pesquisas dosector privado. A proposta considera as áreas deproblemas como sendo:

• Ausência de liderança em políticas,

• Baixo nível de finanças,

• Limite de apoio técnico de produção,

• Gestão deficiente,

• Problemas persistentes com a administração ea burocracia do governo,

• Ausência de informação de mercado e

• Baixo nível de treinamento técnico da mão-de-obra.

Apesar destes serem todos problemas considerados,eles não são necessariamente os mesmosconsiderados pelo sector privado como suaprioridade. Eles também não são exactamente osmesmos identificados por estudos recentes.

Duas pesquisas das firmas do sector privadoefectuadas em 2005 encontraram problemas umpouco diferentes. A maioria de suas preocupaçõestem a ver com as leis, os regulamentos, corrupçãoe a burocracia do governo. A primeira das pesquisasaponta os seguintes como problemas listados emordem de importância:

• Corrupção nas inspecções do governo,

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• Licenciamento do uso da terra,

• Corrupção na alfândega,

• Corrupção nos impostos,

• Custo dos transportes,

• Custo dos financiamentos,

• Registo de negócios,

• Licenciamento de construções e

• As leis e regulamentos da alfândega e dasinspecções.

A segunda pesquisa mostrou os problemas abaixocomo importantes:

• Importações ilegais,

• Falta de segurança pessoal e alta taxa de crime,

• Elevada doença da mão-de-obra,

• Crime organizado,

• Corrupção governamental,

• Alta inflação,

• Alto custo das importações,

• Burocracia do governo,

• Restrições para a mão-de-obra estrangeira e

• Instabilidade da moeda

Todos concordam que a burocracia e o alto custodos financiamentos são problemas importantes.Porém o restante dos problemas listados pelaproposta do governo, apesar de importantes,parece ser de importância secundária para o sectorprivado.

A maior parte dos estudos aponta para o ambientede negócios como a primeira e mais importanteárea para o governo actual

Actualmente as firmas possuem apoio gerênciase assistência técnica disponíveis directa ou

• Transportation cost,

• Cost of finance,

• Business registion,

• Construction licenses, and

• The customs and inspections laws and regulations

The second survey had the following problems listedas important:

• Illegal imports,

• Lack personal security and the high crime rate,

• Major illness of labor,

• Organized crime

• Government corruption,

• High inflation,

• High cost of imports,

• Government bureaucracy,

• Restrictions on foreign labor, and

• Currency stability

All agree that government bureaucracy and the highcost of finance are important problems. But the restof the issues listed by the government proposal whileimportant seem to be of secondary importance to theprivate sector.

Most studies point out that the business environmentis the first and most important area for thegovernment to work on.

Presently enterprises have management support andtechnical assistance available directly and indirectlyfrom the private sector consulting firms and donors.These offer the full range of services includingfinancial support to cover some of the cost of theservices.

If the government gave money to business in order tohelp cover cost of these services it would bewelcome and lower the cost of providing them. It

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indirectamente por firmas de consultoria do sectorprivado e doadores. Estas oferecem uma gamatotal de serviços, inclusive apoio financeiro paracobertura de alguns dos custos dos serviços.

Se o governo oferecesse dinheiro para os negóciosa fim de cobrir os custos destes serviços, istoseria Benvindo e abaixaria o custo da oferta dosmesmos. Além disso, não haveria competiçãocom o sector privado. Finalmente, o governoeconomizaria dinheiro ao estabelecer uma agênciapara a oferta destes serviços directamente.

A informação sobre mercados, produtos e preçosencontra-se actualmente disponível através deoutros negócios, associações de comércio, jornais,a internet e contactos com clientes. Não é claroqual informação adicional o governo poderiaoferecer, e a qual custo adicional, que viesse a serrelevante para o sector privado.

Se o governo baixasse o custo das comunicaçõese dos transportes através a desregulamentação daentrada no mercado de empresas aéreas, baixasseas taxas para importação de telefones celulares,equipamento de comunicação, computadores eoutros, isto tudo iria ajudar a baixar o custo dascomunicações e seria, também, bastante Benvindo.

Existe, certamente, uma necessidade de coordenaçãode todas as actividades governamentais e de apoioàs EMPM que se encontram dentro de ministériose agências governamentais diferentes. Esta éuma área que seria Benvinda e completamenteapreciada por todos os envolvidos.

A proposta para o estabelecimento de umInstituto para a Promoção de EMPM deveria serreconsiderada. Como presentemente planejado,poderia trazer um elevado custo adicional para ogoverno com impacto limitado. O MIC poderiacomeçar com o estabelecimento de um grupo detrabalho com o sector privado para discutir osproblemas mais prementes enfrentados pelasEMPM com um custo mais baixo e impacto maiselevado.

would also not be competing with the private sector.Finally it would save money from the governmentsetting up an agency to provide these services directly.

Information on markets, products, prices is presentlyavailable via other business, trade associations,newspapers, the web and contacts with customers.It is unclear what additional information that would berelevant to the private sector that the governmentcould provide and at what additional cost.

If the government lowered the cost of communicationsand transportation through the deregulations ofmarket entree for airlines, lower tariffs for importationof cell phones, communication equipment, computers,and others; this would help lower communicationcost and also be very welcomed.

There is certainly a need to coordinate all governmentactivities and support to MPMEs that are in thedifferent ministries and government agencies. Thisis an area that would be welcomed and fullyappreciated by all.

The proposal for the establishment of an Institute forthe Promotion of MPMEs should be reconsidered.As presently drafted it could be a costly addition togovernment with a limited impact. MIC could start byestablishing a working group with the private sectorto address the most pressing problems facing theMPMEs at a lower cost and with a higher impact.

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introduçãoO Governo Moçambicano tem estado a seguirum programa abrangente de reforma fiscal como objectivo de modernizar e de fortalecer osistema tributário. O presente documento examinaas preocupações manifestadas por muitos líderesde negócios, com particular referência ao impostosobre os rendimentos e ao imposto sobre o valoracrescentado, e propõe algumas recomendações.

antecedentesO objectivo da tributação é o de mobilizar as receitasnecessárias ao financiamento de bens e serviçospúblicos. Um sistema tributário bem desenhadodeve ser:

- Eficaz na arrecadação de receitas,

- Eficiente nos seus efeitos sobre as decisõeseconómicas das famílias e negócios e

- Equitativo no seu impacto sobre os diferentesgrupos da sociedade.

Em Moçambique, a principal fonte de receitas internas,conforme estimativa do orçamento de 2004, é oimposto sobre o valor acrescentado (39% dasreceitas), impostos sobre os rendimentos (22%) eoutros impostos sobre o comércio internacional(14%). Os impostos sobre a produção e o consumoe sobre o petróleo, juntos, representam mais 18%da receita interna. Ao longo dos últimos cincoanos, o rácio da receita fiscal em relação ao PIBaumentou gradualmente de 11,1% em 1999 para13,7% (projecção) em 2004.

Nos últimos oito anos, o governo introduziu muitasreformas fiscais. Estas incluem, entre outras:

introductionThe Mozambican government has been pursuing acomprehensive tax reform program to modernize andstrengthen the tax system. This paper examinesconcerns expressed by many business leaders, withparticular reference to income tax and value addedtax and proposes various recommendations.

backgroundThe purpose of taxation is to mobilize the revenuerequired to finance public goods and services. A welldesigned tax system should be:

- Effective in raising revenue,

- Efficient in its effects on economic decisions ofhouseholds and businesses, and

- Equitable in its impact on different groups in society.

In Mozambique, the principle source of domesticrevenue, as estimated in the 2004 budget, are thevalue added tax (39% of revenue), income taxes(22%), and other taxes on international trade (14%).Excise and petroleum taxes, combined, accountfor another 18% of domestic revenue. Over thepast five years, the ratio of tax revenue to GDPhas gradually increased from 11.1% in 1999 to13.7% (projected) in 2004.

Over the last eight years, the government hasintroduced many tax reforms. These include inter alia:

• Replacing a distortionary turnover tax with a 17%value added tax (VAT) in 1999;

• Restructuring the excise tax which currentlyapplies to over 140 specific products at ratesbetween 15 to 65%;

POLÍTICA FISCAL:ESTUDO

reforma fiscal e ambiente de negócios emmoçambique

Sumário

tax reform and business environment inmozambique

Summary

Bruce Bolnick, Nathan Ass

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• A substituição de um imposto sobre transacçõesde bens e serviços distorcido por um impostosobre o valor acrescentado (IVA) de 17% em1999;

• A restruturação do imposto sobre a produção eo consumo, que actualmente se aplica a mais de140 produtos específicos, a uma taxa que variaentre os 15 e os 65%;

• A introdução de dois novos códigos do impostosobre os rendimentos, nomeadamente um impostosobre os rendimentos de pessoas colectivas,com uma taxa básica de 32%, e um impostosobre os rendimentos de pessoas singulares,com taxas marginais que variam entre os 10-32% em 2002;

• A redução dos direitos de importação com tarifasstandard que variam dos 0% sobre os bensbásicos designados a 25% sobre os bens deconsumo. A tarifa standard aplicada aos bensintermédios é de 7,5%, 5% sobre os bens decapital e combustíveis e 2,5% sobre matériasprimas;

• A adopção de reformas para os impostos sobreos combustíveis, o imposto do selo e as tarifasmunicipais;

• A introdução do Número Único de IdentificaçãoTributária, a entrada em vigor do novo decretosobre as penalizações fiscais, a restruturaçãodo departamento fiscal e a criação de um quadrolegal para o estabelecimento de uma instituiçãocentral para a arrecadação de receitas.

preocupações do sectorprivadoOs líderes empresariais em Moçambique afirmamque o recente programa de reforma fiscal está aentravar o desenvolvimento do sector privado. Asprincipais preocupações incluem:

• As novas leis fiscais são demasiado complexaspara as condições locais – muitos se queixamde que os códigos fiscais são demasiadocomplexos para as condições existentes emMoçambique. Todavia, o IVA em Moçambique émuito semelhante ao IVA em 10 estados daSADC. O problema mais importante com o IVAem Moçambique é que a base do registo é

• The introduction of two new income tax codes, acompany tax with a basic rate of 32% and anindividual tax with marginal tax rates ranging from10-32% in 2002;

• The reduction of import duties with standard tariffrates which range from 0% on designated basicgoods, to 25% on consumer goods. The standardtariff on intermediate goods is 7.5%, 5% oncapital goods and fuel and 2.5% on raw materials;

• Adopting reforms for fuel tax, the stamp tax andmunicipal levies;

• Introducing Unique Taxpayer Identification Numbers,enacting a new decree on tax penalties,restructuring the tax department and establishinga legal framework for the establishment of acentral revenue authority.

private sector concernsBusiness leaders in Mozambique contend that therecent tax reform program is impeding developmentof the private sector. Main concerns include:

• The new tax laws are too complex for localconditions – many complain that the tax codesare to complex for conditions in Mozambique.However, VAT in Mozambique is very similar toVAT in 10 SADC states. The most important VATproblem in Mozambique is that registrationthresholds are too low, drawing into the tax netmany small taxpayers who should be excluded.

The new income tax codes are also basicallysound and consistent with best practices.However, normal taxpayers may face difficulties incompleting forms accurately and maintainingnecessary documentation.

• Tax rates are to high – the VAT rate of 17% isslightly above the regional average. However, forimported goods, VAT plus duty equals an effectivetax rate of 46.25% for goods subject to excisetax. The picture is similar for corporate tax. Thebasic rate of 32% equals the SADC average, butthe combined burden of company tax plus tax ondividends makes it the highest in SADC. TheMarginal Effective Tax Rate (METR), a measure ofthe extent to which the tax system overall reducesreturns of investment ranges from 48-56% forinvestment projects. This large “tax wedge” would

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demasiado abrangente, arrastando para a rededos impostos muitos pequenos contribuintesque deveriam estar excluídos.

Os novos códigos do imposto sobre osrendimentos são basicamente sólidos econsistentes com as melhores práticas. Contudo,o contribuinte normal pode enfrentar dificuldadesno preenchimento correcto dos impressos e emmanter a documentação necessária.

• As taxas fiscais são demasiado elevadas – os17% correspondentes ao IVA estão ligeiramenteacima da média regional. Contudo, no que dizrespeito aos bens importados, o IVA mais osdireitos é igual a uma taxa de impostos efectivade 46,25% pelos bens sujeitos ao impostosobre a produção e o consumo. A situação ésemelhante em relação ao imposto sobre osrendimentos de pessoas colectivas. A taxabásica de 32% é igual à média da SADC, maso peso deste imposto, aliado ao imposto sobreos dividendos, faz com que seja o mais elevadona região da SADC. A Taxa Fiscal Efectiva (MarginalEffective Tax Rate – METR), uma medida dograu em que o sistema fiscal global reduz osretornos do investimento, varia de 48-56% emrelação aos projectos de investimento. Este grande“tax wedge” desencorajaria os investidores.No que diz respeito ao imposto sobre osrendimentos de pessoas singulares, a taxamáxima de 32% está em conformidade com asnormas internacionais.

• A base fiscal é demasiado reduzida – acomunidade empresarial contesta que os impostosincidem, de uma maneira desproporcional, empoucas empresas formais, enquanto largas somaspermanecem fora do sistema de tributaçãodevido à evasão, corrupção, administraçãofiscal ineficaz e leis fiscais que desencorajam oregisto. Contudo, o IVA, em si, é um dispositivopara a tributação do sector informal. O IVA éacompanhado de incentivos para o registovoluntário. Outros caminhos para alargar abase tributária incluem: o fortalecimento daadministração fiscal, a eliminação dos incentivosespeciais que não são eficazes em termos decustos e a introdução de novos instrumentosfiscais.

• A administração fiscal é ineficaz, arbitrária epropensa à corrupção – os principais problemas

deter investors. For individual income tax, the toprate of 32% is in line with international norms.

• Tax base is too narrow – the business communitycontends that tax falls disproportionately on a fewformal enterprises, while large sums remainoutside the tax system due to evasion, corruption,ineffective tax administration, and tax laws thatdiscourage registration. However, VAT itself is adevice for taxing the informal sector. VAT also hasbuilt in incentives for voluntary registration. Otheravenues for broadening the tax base include:strengthening tax administration, eliminating specialincentives that are not cost effective, and,introducing new tax instruments.

• Tax administration is inefficient, arbitrary, andprone to corruption – major problems includetax evasion, delays in VAT refunds, discretionaryassessments, penalties and corruption. There is asharp divergence between private sector claimsof long VAT refund delays and statements bygovernment officials who claim that processingtimes are within the mandated 45 day period. It isclear form this divergence in views that theprocess suffers from a lack of transparency.

Much criticism is levied at the degree of discretionexercised by tax officials in determiningassessments and penalties. This discretionstems from structural and administrative featuresof the system.

• The tax system unduly impairs business cash flowand raises financing costs – the most prominentexample is the cost of financing delays inobtaining VAT refunds. Long delays sharplydiminish net profits for companies that cannotpass costs along to consumers. These cash flowproblems could be mitigated if the governmentwould honor its statutory commitment to payinterest on overdue refunds.

• Various tax provisions tilt the playing field – theregime in Mozambique has many provisions thatdistort incentives and favor certain producers overothers. The package of fiscal benefits grantsnew investors a strong competitive advantageover other producers. It also favors transientinvestments. The starting point therefore, forstimulating efficient private sector developmentshould be to establish an attractive standard taxsystem with moderate tax rates that apply evenhandedly to broad tax base.

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incluem a evasão fiscal, os atrasos no reembolsodo IVA, as avaliações arbitrárias, as multas e acorrupção. Existe uma divergência acentuadaentre as reivindicações do sector privadoreferentes aos grandes atrasos verificadosno reembolso do IVA e às declarações dosfuncionários do estado que alegam que otempo de processamento está dentro do períodoobrigatório de 45 dias. Desta divergência depontos de vista, está claro que o processo nãoé transparente.

São apresentadas muitas críticas em relação aograu de arbitrariedade exercido pelas autoridadesfiscais ao determinarem as inspecções e asmultas. A arbitrariedade resulta das característicasestruturais e administrativas do sistema.

• O sistema fiscal reduz indevidamente o fluxode fundos das empresas e aumenta os custosfinanceiros – o exemplo mais notório é ocusto dos atrasos financeiros na obtenção doreembolso do IVA. Os longos atrasos diminuemdrasticamente o lucro líquido das empresasque não podem passar os custos aosconsumidores. Estes problemas de fluxos defundos podiam ser mitigados se o governohonra-se o seu compromisso estatutário depagar juros sobre o reembolso pago em atraso.

• Diversas disposições fiscais tornam o campo deactuação desnivelado – o regime em Moçambiquepossui muitas disposições que distorcem osincentivos e favorecem certos produtores emdetrimento de outros. O pacote de benefíciosfiscais concede aos novos investidores umaforte vantagem competitiva em relação aosoutros produtores. Também favorece osinvestimentos transitórios. Por isso, o ponto departida para estimular um desenvolvimentoeficiente do sector privado deve ser aintrodução de um sistema fiscal atractivo, comtaxas fiscais moderadas que se aplicam demaneira uniforme a uma base fiscal ampla.

A estrutura tarifária cria uma outra desigualdade.Mesmo com uma tarifa máxima relativamentemoderada de 25%, a Taxa Efectiva deProtecção (Effective Rate of Protection – ERP)pode ainda ultrapassar os 100% para asindústrias com um componente local reduzida.Isto significa que a tarifa protege os produtoresda concorrência das importações, mesmo que

The tariff structure creates another tilt in the playingfield. Even with a relatively moderate maximumtariff of 25%, the effective Rate of Protection (ERP)can still exceed 100% for industries with lowdomestic content. This means that tariff shieldsproducers from import competition even if theiroperations cost more than twice as much as inother countries-a very high degree of inefficiency.Prospects for efficient private sector developmentand poverty reduction would be enhanced byimproving the neutrality of the tax system.

• Public information on the tax system is inadequateand public-private dialogue is insufficient – theavailability of tax information and public-privatedialogue is poor. Government officials should viewconsultations as an important mechanism forlearning about problems faced by tax payers,educating a major constituency, and strengtheningthe coalition in favor of good tax policy. Officialsmust however be cautious about filtering outspecial pleading that is not in the public interest.

conclusions andrecommendationsThe tax reform program in Mozambique is solidly inline with best practices for low income countries,even so, concerns of the business community warrantserious attention. Some of the recommendations setout below support reforms that are already underway,most, however, point to measures not on the currentagenda.

• Complexity – raise the registration threshold forthe normal VAT regime, the simplified VAT regime,and the normal company tax, in order to eliminatethe tax obligation for very small enterprises; adjustthresholds annually to compensate for inflation.

- Accelerate implementation of the indirect tax regimeunder IRPC by conducting necessary studies todetermine the appropriate indicators.

- Establish a joint public/private task force to identifyprovisions of the IRPC and IRPS codes that canbe simplified without significant loss in revenue.

- Introduce a simple unified tax for very small andmicro enterprises, in lieu of the simplified VAT andIRPS; exempt entities with an established incomebelow the normal threshold for income tax liability.

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as suas operações custassem mais do que odobro das dos outros países. As perspectivaspara um desenvolvimento eficiente do sectorprivado e para a redução da pobreza seriammaiores se houvesse uma maior neutralidadedo sistema fiscal.

• A informação pública sobre o sistema fiscal éinadequada e o diálogo entre os sectores públicoe privado é insuficiente – a disponibilidade deinformação fiscal e o diálogo entre os sectorespúblico e privado são de fraca qualidade. Osfuncionários do estado devem considerar asconsultas como um mecanismo importante paraconhecerem os problemas enfrentados peloscontribuintes, educando um grupo importante efortalecendo a coligação a favor de uma políticafiscal sã. Contudo, os funcionários devem sercuidadosos ao filtrarem algumas reivindicaçõesespeciais que não são do interesse público.

conclusões e recomendaçõesO programa de reforma fiscal em Moçambique estásolidamente em conformidade com as melhorespráticas dos países de baixa renda. Mesmo assim,as preocupações colocadas pela comunidadeempresarial merecem uma séria atenção. Algumasdas recomendações a seguir estabelecidas suportamas reformas que já estão em curso mas, muitasdelas, apontam para medidas que não estãoincluídas na actual agenda.

• Complexidade – elevar a base de registo doregime normal do IVA, o regime simplificado doIVA e o imposto normal das empresas por formaa eliminar a obrigatoriedade fiscal imposta àsempresas muito pequenas; ajustar as basesanualmente por forma a compensar a inflação.

- Acelerar a implementação do regime fiscal indirecto ao abrigo do IRPC através da realização de estudos para determinar os indicadores apropriados.

- Criar um grupo de trabalho conjunto entreo sector público e privado com o objectivo deidentificar as disposições dos códigos do IRPC e do IRPS que possam ser simplificadas semuma perda significativa de receitas.

- Introduzir um imposto único simples paraas micro-empresas e as empresas muito

• Tax Rates (Medium Term) – the government shouldoffer more attractive standard tax rates startingwith some relief from the double tax on dividendsand fewer special tax breaks.

- Reduce the standard VAT rate for 17% to 14 %.

- Reduce the maximum import duty to 20%, andthen 15%, to reduce the combined rate of VATplus duty to 35%.

- Reduce the IRPC rate and the maximum IRPSrate from 32% to 25%, as fiscal conditions allow.

- Reduce the double taxation dividend income byadopting provisions to integrate the company taxand the individual tax dividends, at least partially.

• Tax Base – avoid the false expectation that largeamounts of revenue can be raised by taxing microand small enterprises.

- Target higher-income tax evaders, possibly througha presumptive tax based on objective outwardsigns of lifestyle.

- Mobilize special teams to inspect and audit targetgroups that are especially prone to evasion.Perform random checks on import clearances.

- Pursue programs to strengthen and modernizetax administration.

- Enhance fiscal transparency by adopting taxexpenditure budgeting, with regular public reportson the fiscal cost of tax incentives.

- Maximize domestic retention of resource rentsfrom the exploitation of mineral resources andrenewable natural resources.

- Consider the adoption of a Corporate AlternativeMinimum Tax.

- Enhance tax compliance by pursuing ongoingprograms for reform of public expendituremanagement and improve public service delivery.

• Tax Administration – enhance the transparency ofVAT refund administration by publishing monthlyreports on claims and approvals, provide clearinformation to the public about procedures andrequirements.

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pequenas, no lugar do IVA e IRPS simplificados;isentar as entidades com um rendimentoabaixo da base normal da responsabilidade dopagamento do imposto sobre os rendimentos.

• Taxas Fiscais (Médio Prazo) – o governo deveoferecer taxas fiscais mais atractivas, acomeçar pelo alívio da dupla tributação sobreos dividendos e menos isenções fiscais especiais.

- Reduzir o IVA de 17% para 14 %.

- Reduzir os direitos de importação máximos para20% e posteriormente para 15%, por forma areduzir o pagamento do IVA mais os direitospara 35%.

- Reduzir a taxa do IRPC e a taxa máxima doIRPS de 32% para 25%, conforme ascondições fiscais o permitirem.

- Reduzir as receitas dos dividendos da duplatributação adoptando disposições que integremos dividendos do imposto sobre pessoascolectivas e do imposto sobre pessoassingulares, pelo menos parcialmente.

• Base Tributária – evitar a falsa percepção deque se conseguem colectar muitas receitastributando as micro e pequenas empresas.

- Direccionar as acções aos que fogem ao fisco eque deveriam pagar impostos mais elevados,possivelmente através de um impostopresumível baseado nos sinais exterioresobjectivos do estilo de vida.

- Mobilizar equipas especiais para inspeccionareme fazerem auditoria de grupos alvo que sãoespecialmente propensos à evasão fiscal.Efectuar um controlo aleatório dos despachosdas importações.

- Adoptar programas que fortaleçam e modernizema administração fiscal.

- Melhorar a transparência fiscal adoptando umorçamento das despesas fiscais, com relatóriospúblicos regulares sobre o custo dos incentivosfiscais.

- Maximizar a retenção interna das rendasresultantes da exploração dos recursos mineiros

- Adopt risk based selective audits for inspectingVAT refund claims, including “gold card” treatmentof regular exporters with a track record ofaccurate claims.

- Conduct a system audit of VAT refund proceduresto ensure that valid claims can be paid without theseparate step of approval from the Treasury.

- Reduce the volume of refund claims by increasingthe threshold for claiming intermediate payments,and eliminating “complete exemptions” (zero-ratings)for non-export manufactured products.

- Activate the public-private VAT refund Task Force.

- Amend the new regime on tax infractions toreduce the range of discretion and establish moretransparent rules for determining the magnitude oftax penalties.

- End the sharing of tax penalties with officersinvolved in decisions.

- Adopt a tough anti-corruption program includingheavy sanctions for errant tax officials; undertakeand publish periodic corruption surveys.

- Implement the autonomous Revenue Authority,ensure it is adequately funded and professionallymanaged.

• Cash-flow Costs – take urgent steps to expediteVAT refunds.

- Re-assess VAT code provisions involving refundsfor large capital outlays.

- Enforce statutory provisions for the government topay interest on overdue refund payments, andconsider raising the stipulated payment rate toreflect the actual cost of funds to the businesscommunity.

• The Tilted Playing Field – limit the scope of specialtax incentives, and use the gained revenue toreduce general tax rates.

- Continue phased tariff reductions to achieve lowerand more uniform tariffs.

- Replace the special customs regime for manufacturingwith low uniform tariffs on business inputs(classed K, M and I).

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e dos recursos naturais renováveis.

- Considerar a possibilidade de adopção de umImposto Mínimo Alternativo para as empresas.

- Aumentar o cumprimento das obrigações fiscaisseguindo os programas em curso para areforma da gestão da despesa pública emelhorar a prestação dos serviços públicos.

• Administração Fiscal – melhorar a transparênciada administração do reembolso do IVA atravésda publicação de relatórios mensais sobreos valores pedidos e as aprovações, fornecerinformação clara ao público sobre osprocedimentos e os requisitos a serem seguidos.

- Adoptar auditorias selectivas baseadas no riscopara inspeccionar os pedidos de reembolsodo IVA, incluindo um tratamento “VIP” aosexportadores regulares com bons antecedentesem relação ao rigor dos seus pedidos.

- Efectuar uma auditoria ao sistema deprocedimento do reembolso do IVA por forma agarantir que os pedidos válidos possam serpagos sem a etapa separada de aprovaçãopelo Tesouro.

- Reduzir o volume de pedidos de reembolsoelevando a base para o pedido de pagamentosintermédios e eliminando as “isenções completas”(valor zero) relativamente aos produtosmanufacturados e não destinados à exportação.

- Activar o Grupo de Trabalho do reembolso doIVA do sector público – privado.

- Alterar o novo regime sobre as infracçõesfiscais de modo a reduzir o poder discricionárioe estabelecer regras mais transparentes paradeterminar a magnitude das multas fiscais.

- Acabar com a distribuição das multas pelosfuncionários envolvidos nas decisões.

- Adoptar um programa anticorrupção duro,incluindo pesadas sanções para os funcionáriosdas finanças infratores; efectuar e publicarinquéritos periódicos sobre a corrupção.

- Implementar a Autoridade de Receitas autónoma,garantir que seja devidamente financiada egerida de uma maneira profissional.

- Review the deductibility of training expenses inthe tax code.

- Enhance capacity for tax policy analysis, toensure that incentive programs are cost effective.

• Public Information and Dialogue – allocate staffand financial resources to producing anddistributing public information on the tax system.

- Develop a multi-media public information campaignon tax issues (as done for traffic violations) andposting of all major tax documents (includingauthorized English translations) to a well publicizedwebsite and train tax officers, including taxinspectors, to integrate education functions intoevery contact with the public.

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• Custos do fluxo de fundos – tomar medidasurgentes para agilizar o reembolso do IVA.

- Reavaliar as disposições do código do IVA,envolvendo o reembolso destinado a grandesdespesas de capital.

- Aplicar as disposições estatutárias para que ogoverno pague juros sobre os pagamentos dereembolsos pagos com atraso e considerar apossibilidade de elevar a taxa de pagamentoestipulada de modo a reflectir o custo real dosfundos da comunidade empresarial.

• Campo de Actuação Desnivelado – limitar oâmbito dos incentivos fiscais e utilizar asreceitas ganhas para reduzir as taxas fiscaisgerais.

- Continuar as reduções tarifárias faseadas paraconseguir tarifas mais baixas e mais uniformes.

- Substituir o regime aduaneiro especial para aindústria por tarifas uniformes baixas sobre osfactores de produção das empresas (dasclasses K, M e I).

- Rever a possibilidade de dedução das despesasde formação no código fiscal.

- Aumentar a capacidade de análise da políticafiscal de modo a garantir que os programas deincentivos sejam eficazes em termos de custos.

• Informação e Diálogo Públicos – afectar pessoale recursos financeiros para produzir e distribuirinformação pública sobre o sistema fiscal.

- Desenvolver uma campanha multimédia deinformação pública sobre questões fiscais(como foi feito para as infracções do tráfego) eafixar todos os documentos fiscais principais(incluindo traduções autorizadas para o inglês)num website bem divulgado e formar técnicosfiscais, incluindo inspectores, para integraremas funções de educação em todo o contactocom o público.

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introduçãoO Governo de Moçambique tem vindo a executarum amplo e ousado programa de reforma tributáriapara modernizar e fortalecer o sistema tributário.No entanto, os empresários expressam profundapreocupação sobre os efeitos da reforma nodesenvolvimento do sector privado.

Na última conferência anual do Sector Privado foiapresentado um estudo elaborado pela NathanAssociates (Dezembro de 2004) que avaliou osefeitos da reforma fiscal e propôs ajustamentosque garantissem um alinhamento dos interessesdo Governo e do Sector Privado.

Esse estudo foi apresentado ao Governo e temvindo a ser discutido nos encontros regionais doSector Privado promovidos pela CTA, com oobjectivo de ser obtido um consenso sobre odesenvolvimento dum plano de acções entre aCTA e o Governo que concorra para o objectivocomum, que é o do aumento da Receita e,consequentemente do desenvolvimento económicodo País.

objectivoO presente documento reflecte os resultados dessesencontros e procura encontrar uma plataforma deentendimento entre a CTA e o Ministério dasFinanças quanto ao desenvolvimento das acçõesnecessárias à optimização do sistema tributário.

Pressupostos de BaseO Sector Privado está consciente de que:

• O objectivo da tributação de impostos é mobilizara receita necessária para o financiamento debens e serviços, absolutamente indispensável aqualquer país;

• O sistema tributário deve atingir um nívelapropriado de receita tão eficiente e razoávelquanto possível, tendo em conta a suainfluência determinante nas decisões económicasdos contribuintes, quer singulares, quer

colectivos, bem como a sua influência na justiçasocial e desenvolvimento económico equilibradoe harmonizado com os recursos existentes noPaís.

principais preocupações dosector privadoDa compilação efectuada pelo estudo acimamencionado e do resultado das reuniões havidassubsequentemente com empresários, têm ressaltadoas seguintes conclusões, que gostaríamos deagrupar em duas áreas distintas:

De âmbito estratégico

1. Em primeiro lugar, é de destacar o diálogodeficiente existente entre o Sector Privado e oGoverno, representados, respectivamente, pelaCTA e Ministério das Finanças, nomeadamenteno que respeita ao sistema de Impostos, já quena área das Alfândegas os mecanismos deconsulta e discussão já foram encontrados eregista-se uma colaboração positiva.

2. Em segundo lugar a informação ao públicomostra-se também deficiente. A falta dumentendimento claro sobre as razões efundamentação que conduzem às alteraçõesdo sistema tributário provoca reacções negativas,que poderiam ser evitáveis se houvesse maiorinformação e entendimento das mesmas.

3. Em terceiro lugar, mas não menos importanteque as questões anteriores, é a atitude daAdministração Fiscal, correntemente muitomais repressiva, do que educativa, contribuindopara uma hostilidade crescente e não desejável,entre o Sector Privado e a Autoridade Fiscal. Acobrança da multa tornou-se mais importantedo que a cobrança do imposto justo e equilibrado,ou pelo menos, essa é a percepção doempresariado.

De âmbito operacional

1. A atitude repressiva acima mencionada conjugada

envolvimento do sector privado na consolidaçãoda política fiscal

proposta da cta

Paula Ferreira, Pelouro do Reforma Fiscal.

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com a falta de transparência e algumaarbitrariedade no julgamento de certasprevaricações fiscais dos contribuintes,favorecem a percepção da existência decorrupção das autoridades fiscais e a umcansaço generalizado dos actuais contribuintesanalisado em duas vertentes: Por um lado oscontribuintes não vêm o benefício prático dopagamento dos impostos e por outro ladosentem-se vítimas da prepotência e arrogânciadas autoridades fiscais.

2. A complexidade do cálculo dos impostos é umapreocupação frequente, que conjugada com adeficiente informação ao público e o deficientediálogo entre a CTA e o MF acima mencionadosconduz, em certa medida, à evasão fiscal e/oucorrupção das autoridades fiscais, com prejuízopara o crescente aumento da receita.

3. A base tributária é muito estreita, quer porrazões de fraco desenvolvimento económico doPaís, quer por razões de evasão fiscal e asacções da reforma tributária têm privilegiadoum aumento da receita por via do aumentodas taxas dos impostos, antes de procuraraumentar a base tributária.

4. Estudos comparativos com os sistemas deimpostos da região mostram que as taxas deimpostos praticadas no País são, em média, asmais altas prejudicando o desenvolvimento dacompetitividade dos produtores nacionaisversus importação.

5. O favorecimento de novos investidores emdetrimento de empresas existentes criaproblemas à competitividade. Os incentivosfiscais quando bem administrados podem serum sucesso para o desenvolvimento daeconomia, mas também podem ser um desastre,quando não houver a devida avaliação econtrolo. Por outro lado a protecção emdemasia da indústria nacional pode estimulartambém a ineficiência e perda de qualidade.

6. As demoras no reembolso do IVA e ospagamentos por conta no IRPC provocamquebras no cash-flow das empresas eacréscimos nos seus custos financeiros.

conclusõesDas preocupações apresentadas pelo SectorPrivado conclui-se que as de âmbito estratégicosão as mais urgentes de ser resolvidas econdicionam a resolução das de âmbitooperacional. Por outro lado, as de âmbitoestratégico dependem apenas da vontade políticade se alterar comportamentalmente a atitude doGoverno face a uma situação que se mostra difícilde resolver, já que o Sector Privado se mostrahostil ao pagamento de impostos.

As preocupações de âmbito operacional carecem,na sua maioria, de estudos técnicos, (principalmentea curva “Laffer”), que analisem os resultadosdo actual sistema tributário, em termos deelasticidade da receita e criem condições parase produzirem ajustamentos tendentes à suamaximização.

A CTA encontra-se disponível para apoiar oGoverno a encontrar soluções para a melhoria dasua capacidade analítica para a realização dessesestudos e a partilhar e discutir os resultados.

Em anexo, junta-se um conjunto de oportunidadesde melhoria recolhido do estudo atrás referido quepropomos servir de base à elaboração dum planode acções entre a CTA e o Ministério das Finançaspara o estreitamente de relações entre estasentidades.

Maputo 26 de Outubro de 2005

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Impacto

Estratégico Operacional Prazo Respons.

Diálogo Público Atitude Corrupcão Complex. Base Trib. Taxas Competit. Cash flow

1 Operacionalizar a comissão CTA/MF parainformação e discussão regular das acçõesdo Governo tendentes ao aumento da Receitae alterações ao sistema tributário. Pressupõeque à partida esta proposta deverá serdiscutida e detalhada para ser criado umplano de acções.

2 Alocar pessoal e recursos financeiros para aprodução e distribuição pública de informaçãosobre o Sistema Tributário, incluindo apublicação dos Códigos dos Impostos coma compilação das alterações e informaçãosobre as regras e procedimentos, comespecial atenção para reembolsos do IVA

3 Desenvolver uma campanha multi-media deinformação pública, incluindo anúnciosradiofónicos e televisivos sobre assuntosfiscais realçando os problemas maisfrequentes enfrentados pelos contribuintes

4 Publicação de todos os documentos fiscaisprincipais (incluindo traduções autorizadas nalíngua Inglesa) num website bem publicitado;

5 Treinar funcionários das finanças, incluindoinspectores fiscais, para exercer funçõeseducativas em todos os contactos com opúblico.

6 Introduzir a noção de que o objectivo principaldo MF é a cobrança justa do imposto e nãoa multa. Esta accão passa por melhorar oregime de penalizações fiscais, dando-lhemais objectividade e transparência e poradoptar uma abordagem de educação dopúblico ao tratar de erros no cumprimentodo novo código fiscal cometidos pelaprimeira vez, em vez da abordagem correntede penalização

7 Assistir outras instituições e organizações aestabelecer programas de educação do públicosobre impostos.

8 Reforçar a transparência fiscal – adopção deorçamentação e análise de despesas detributação e da publicação de relatóriossobre a relação custo/benefício da cobrançade impostos; melhorar a gestão da despesaspúblicas; melhorar a prestação de serviçospúblicos

9 Activar o Grupo de Trabalho público/privadosobre reembolsos do IVA

10 Reforçar a transparência dos reembolsos doIVA através da publicação de relatóriosmensais sobre pedidos/aprovações

11 Criar o "cartão ouro" ou qualquer outra forma dedistinção para os melhores contribuintes quelhes ofereça vantagens em pagar pontualmenteos seus impostos, quer da parte do MF quer daparte de outros serviços públicos

12 Adoptar um programa anti-corrupção duro,incluindo sanções pesadas para funcionáriosfiscais arbitrários e finalizacão da partilhadas penalidades fiscais com os funcionáriosenvolvidos nas decisões sobre multa.

13 Realizar e publicar levantamentos periódicossobre corrupção

14 Reforçar a capacidade no MF para a análisecuidadosa económica e fiscal de instrumentosalternativos para estimular o investimento -eliminar ou reduzir lacunas e incentivosselectivos que não sejam rentáveis.

oportunidades de melhoriado sistema tributário

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Impacto

Estratégico Operacional Prazo Respons.

Diálogo Público Atitude Corrupcão Complex. Base Trib. Taxas Competit. Cash flow

15 Elevar o limite mínimo para registo no regimenormal do IVA ($50.000 /ano) e ajustaranualmente os limites para compensar ainflação (Requer estudo prévio)

16 Elevar o limite mínimo para registo no regimesimplificado do IVA ($25.000/ano) e ajustaranualmente os limites para compensar ainflação (Requer estudo prévio)

17 Elevar o limite mínimo para o imposto sobreempresas normal ($200.000/ ano) e ajustaranualmente os limites para compensar ainflação (Requer estudo prévio)

18 Introduzir um imposto único simples para asmicro e pequenas empresas, em substituiçãodo IVA simplificado e do IRPS simplificado(Requer estudo prévio)

19 Considerar a introdução dum impostopresumido baseado em sinais externosobjectivos de estilo de vida

20 Mobilizar equipes especiais para inspeccionare auditar grupos que sejam especialmentesusceptíveis à evasão, e (nas alfândegas)realizar verificações aleatórias de despachosde importações.

21 Rever a capacidade de dedução de despesasno IRPC e no IRPS

22 Limitar o âmbito dos incentivos fiscais especiaise usar a receita daí obtida para reduzir as taxasdos impostos em geral.(Requer estudo prévio)

23 Maximizar a colecta de receitas por uso derecursos da exploração de recursos mineraise recursos naturais nacionais renováveis.

24 Reduzir a taxa do IVA padrão de 17% para14%.(Requer estudo prévio)

25 Reduzir a taxa do IRPC e a taxa máximado IRPS de 32% para 25%, quando ascircunstâncias o permitirem (Requer estudoprévio)

26 Reduzir a tributação dupla sobre os dividendos(Requer estudo prévio)

27 Verificar o impacto do regime especial alfandegáriopara a indústria de transformação (K, M e I).

28 Rever as disposições do código do impostosobre o rendimento e o código de benefíciosfiscais para conceder um incentivo maisforte à formação profissional.

29 Adoptar um sistema de auditoria aosprocedimentos de reembolso do IVA paraassegurar que os pedidos válidos podem serpagos sem aprovação específica do Tesouro.

30 Adoptar auditorias selectivas com base norisco para inspeccionar os pedidos dereembolso do IVA.

31 Reduzir o volume de pedidos de reembolsoaumentando o limite para reclamaçãoimediata dos pagamentos, mas reduzindo aomesmo tempo o período de recuperaçãopara posições de crédito para 3 meses

32 Reavaliar as disposições do código do IVAsobre o reembolso de grandes aquisições debens de capital.

33 Criar disposições legais para o governo pagaros reembolsos em mora acrescido dum juropróximo do custo real de financiamento

oportunidades de melhoriado sistema tributário

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US$ milhão Mt 10 bilião PIB - % Receita - %

PIB (1) 5,912.5 133 510 100.00%

Receita Total (1) 742.1 16 838 12.6%

Receita Fiscal (1) 694.6 15 598 11.7% 100.00%

1 2 3 4

Receita Fiscal (2)

Impostos e Receitas Taxas

Rendimento 160.8 4 3.41% 23.16%

IRPC 32% 51 1,224 1.08% 7.34%

IRPS 32% 108.5 2,603 2.30% 15.62%

IR jogo 25% 1.3 32 0.03% 0.19%

Bens e serviços 444.3 10,663 9.43% 63.97%

IVA 17% 282.2 6,772 5.99% 40.62%

Internas 125 3,001 2.65% 18.00%

Importação 157.1 3,771 3.34 22.62%

Consumos 321.7 7,720 6.83% 46.31%

Produção Nacional 43.8 1,052 0.93% 6.31%

Cerveja 40% 28.7 688 0.61% 4.13%

Tabaco 65% 15 361 0.32% 2.16%

Outros 15 a 65% 115.8 2,779 2.46 16.67

Produtos Específicos Importados 15 a 65% 17.4 419 0.37%

Comércio Externo 100.9 2,421 2.14%

Outros 89.4 2,147 1.90% 12.88%

Selo 1 a 7º/00 10.4 249 0.22% 1.50%

Veículos 37,500 a 1.8 44 0.04% 0.26%

160,000,000

Pesca (a) 4.7 112 0.10% 0.67%

Combustíveis (b) 66.4 1,593 1.41% 9.56%

Outros 6.2 149 0.13% 0.90%

Receitas Não Fiscais 24.2 580 0.51%

Taxas de prestação de serviços (c) 5.5 133 0.12%

Outras 16.1 387 0.34%

Receitas Consignadas 8 193 0.17%

Serviços Alfandegários 1.1 27 0.02%

Sobrevalorização da castanha de cajú 18% 2.8 68 0.06%

Outros (d) 4 97 0.09%

Nota: Os totais e os percentuais nao se confirmar por causo os fontes sao diferente

(1). IMF Country Report No 06/46, Feb.2006, pages 22, 23, 24.

(2). Estimativas do Governo do Moçambique

(a) As taxas a aplicar ao sector das pescas são as gerais, existindo um regime fiscal especial apenas para duas operadoras.

(b) Sobre as taxas do Imposto sobre Combustíveis - Decreto n.º 56/03 de 11 de Dezembro e anexo.

(c) Variáveis.

(d) Existem algumas sobretaxas à importação.

Cambio media Meticais por US$ 22,581

contas nacionais - ano 2004

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objetivoO objetivo deste trabalho para discussão é o depropiciar à CTA e ao governo de Moçambique umadiscussão positiva sobre uma política de saláriomínimo que leve a mudanças melhores nas leis eregulamentos que venham a beneficiar a saúdeeconômica e o desenvolvimento do país em geral epromover, especificamente, o emprego e reduzir apobreza. O objetivo é, também, o de oferecer apoiotécnico para a compreensão dos assuntos econceitos que estão envolvidos em uma política desalário mínimo para Moçambique. Além de tudo, opropósito é o de oferecer ao grupo de negociaçãodo setor privado a informação e uma base sólidapara uma decisão equilibrada em relação àsnegociações vindouras sobre o salário mínimopara 2006/07.

o papel do governoO papel do governo é o de intervir quandonecessário para encontrar um equilíbrio entreinteresses variados. A prática do Governo deMoçambique tem sido a de trabalhar como árbitroentre os interesses das firmas do setor privado e ossindicatos que representam os trabalhadores. Estapolítica do governo tem causado a exclusão deuma gama mais ampla de interesses e da grandemaioria dos cidadãos – trabalhadores não formalmenteempregados, i.e., aqueles na economia informal etambém os desempregados.

Os trabalhadores na economia informal e osdesempregados possuem interesses bastantediversos daqueles atualmente empregados naeconomia formal. Os empregados na economiainformal e os desempregados não estão trabalhandona economia formal porque não existir trabalhobastante para eles. Eles também ganham saláriosmais baixos do que aqueles em empregos etreinamento semelhantes àqueles dentro do setor

purposePurpose of this discussion paper is to aid CTA andthe government of Mozambique in a positivediscussion of a minimum wage policy that will lead toimproved changes in laws and regulations that will bebeneficial to the economic health and development ofthe country in general and specifically to promoteemployment and reduce poverty. Also the purpose isto give technical support in understanding the issuesand concepts that are involved in a minimum wagepolicy for Mozambique. Furthermore it is the purposeto provide the private sector negotiating team withinformation and a solid bases for a balanced decisionin relation to the up coming minimum wage negotiationsfor 2006/07.

the role of governmentThe role of government is to intervene when neededto strike a balance between several interests. It hasbeen the practice of the Mozambican government towork as an arbitrator between the interest of privatesector firms and the trade syndicates representingthe workers. This government policy has lead to theexclusion of a broader range of interests and of thelarge majority of citizens – workers not formallyemployed i.e. those in the informal economy and alsothe unemployed.

Workers in the informal economy and the unemployedhave very different interest from those currentlyemployed in the formal economy. Employees in theinformal economy and the unemployed are notworking in the formal economy because there are notenough jobs for them. They also have lower incomesthan those with similar jobs and skills as those thatare in the formal sector. Their situation is not one ofchoice but of necessity and of the conditions of thelabor market.

SALÁRIO MÍNIMO:POSIÇÃO DA CTA

política de salário mínimo em moçambique 2006trabalho para discussão

minimum wage policy in mozambique 2006discussion paper

Jim LaFleur, IAE de CTA

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formal. A situação não é uma de escolha, mas umaadvinda da necessidade e das condições domercado de trabalho.

política de salário mínimoO objetivo principal do estabelecimento de saláriosmínimos é o de promover empregos decentes ereduzir a pobreza entre os trabalhadores. A eficáciada política de salário mínimo em Moçambique parao alcance destes objetivos é questionável.

O salário mínimo atual é bastante elevado em relaçãoao salário médio. Isto significa que sua elevaçãoem termos reais resulta em uma mudança nadistribuição do salário para cima, trazendo puniçãoao invés de ajuda ao trabalhador que deveriaajudar – o jovem, o de pouco treinamento, bemcomo as mulheres trabalhadoras. Os aumentosreais no salário mínimo estão encorajando níveismais baixos de emprego a nível de iniciante, maissalários não relatados e o fortalecimento dosincentivos para as firmas e os empregos parapermanecerem na economia informal.

histórico em MoçambiqueO salário mínimo é mais elevado do que a rendaper capita e a média nacional de produtividade damão-de-obra do país.

1. Em 2005, a renda per capita em Moçambiquefoi estimada em $345 e o salário mínimo foi$674 ao ano ($56.13 x 12). Isto significa que osalário mínimo foi duas vêzes mais elevado (2.0)que a renda nacional per capital. Na agricultura,o salário mínimo foi $484.32 ($40.36 x 12), ou1.4 vêzes a renda per capita.

2. A produtivade agrícola, ou valor agrícolaadicionado por trabalhador agrícola, foi $136 noperíodo entre 2001 e 2003 (World Bank, WorldDevelopment Report 2005). Isto significa que osalário mínimo agrícola foi 2.6 vêzes mais que amédia do valor adicionado do trabalhador agrícola.Devido a isto, a maioria dos trabalhadores ruraisnão estão empregados como trabalhadoresassalariados do setor formal privado.

3. 89.7 % da mão-de-obra rural está empregadana agricultura, florestamento e pesca. Menosde 3% destes trabalham no setor privado,enquanto no mínimo 93% traballham por conta

minimum wage policyThe main goal of setting minimum wages is to promotedecent jobs and reduce poverty among workers. Theeffectiveness of the Mozambique’s minimum wagepolicy in reaching these goals is questionable.

The present minimum wage is very high in relation tothat of the average wage. This means that as itincreases in real terms it shifts the wage distributionupward, punishing rather than helping the workerintended to be supported – young, low-skilled, andfemale workers. Real rises in the minimum wage areencouraging lower levels of employment at the entréelevel of employment, more underreporting wages,and strengthens the incentives for firms and jobs toremain in the informal economy.

mozambican backgroundThe minimum wage is higher then the per capita incomeand the total national average labor productivity of thecountry.

1. In 2005 Mozambique’s per capital income wasestimated at $345 and its minimum wage was$674 per year ($56.13 X 12). That means that theminimum wage was two times (2.0) larger thanthe national per capital income. In agricultural theminimum wage was $484.32 ($40.36 X 12) or 1.4times the per capital income.

2. Agricultural productivity or Agricultural value addedper agricultural worker was $136 in the period2001 – 2003 (World Bank, World DevelopmentReport 2005). That means that the agriculturalminimum wage was 2.6 times the averageagricultural workers value added. Because of thisthe great majority of rural labors are not employedas private sector formal wage earners.

3. 89.7 of the rural labor force is employed inagricultural, forestry and fisheries. Less than 3%of these have private sector jobs, while at least93% are self-employed. (World Bank, Mozambique,Country Economic Memorandum, Sep.27, 2005,pp 39, 49) A minimum wage higher than theaverage value added is not realistic if the object isto create employment.

4. Total national productivity of the labor force,including employed and self employed, rural andurban, and formal and informal; i.e. the total activelabor force; is $696 per worker per year. This is

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própria. (World Bank, Mozambique, CountryEconomic Memorandum, Sept. 27, 2005, pp 39,49). Um salário mínimo mais elevado do que amédia do valor adicionado não é realista se oobjetivo é a criação de emprego.

4. O total da produtividade nacional da mão-de-obra,incuindo os empregados e desempregados,rurais e urbanos, formais e informais, i.e., o totalda mão-de-obra ativa, é $696 por trabalhadorao ano. Isto significa 3.3% mais do que osalário mínimo atual de $674.

5. A produtividade tem crescimento de $440 aoano em 1997 para $696 em 2005. Isto significaum crescimento anual médio de 4.7% e umcrescimento total no período de 11 anos de58.2%.

6. O salário mínimo cresceu de $266 em 1995 para$674 em 2005. Isto significa um crescimentoanual médio de 10.1% e um aumento de152.9% no mesmo período.

7. O salário mínimo cresceu 162.5% mais do quea produtividade nacional nos últimos onzeanos.

8. A média de emprego na agricultura dacaiu em1.15% ao ano de 1996/97 a 2002/03, enquantoa produtividade cresceu em 6.33% (World Bank,Mozambique Country Economic Memorandum,Sept 2005). Isto poderia significar que asempresas estão utilizando mais máquinas eequipamaentos e menos mão-de-obra.

9. O mesmo é verdadeiro em relação ao setorindustrial dentro do mesmo período. Quedasnos empregos na agricultura e na indústria porlongos períodos de tempo são extremamenteproblemáticas para uma economia emdesenvolvimento com elevados níveis de sub-emprego e desemprego como a de Moçambique.

política de salário mínimo –níveis e aumentos As políticas que determinam o nível e as mudançasem uma política de salário mínimo podem serestabelecidas por um número de metódos e/ouindicadores diferentes:

• Em muitos casos, o nível de um salário mínimo

3.3% more than the present $ 674 minimumwage.

5. Productivity has grown from $440 per year in 1997in 1995 to $696 in 2005. This is an averageannual growth of 4.7% and a total growth over the11 year period of 58.2%.

6. The minimum wage has grown from $ 266 in1995 to $ 674 in 2005. This is an averageannual growth of 10.1% and a 152.9% increaseof the same period.

7. The minimum wage has grown 162.5% more thannational productivity over the last 11 years.

8. Average employment in agriculture has beendecreasing by 1.15% per year from 1996/7 to2002/3, while productivity has been increasingby 6.33%. (World Bank, Mozambique CountryEconomic Memorandum, Set, 2005). This couldmean that enterprises are using more machineryand equipment and less labor.

9. The same is true of the industrial sector in over thesame period. Drops in employment in agricultureand industry over extended periods of time areextremely problematic for a developing economywith high unemployment and under-employmentsuch as Mozambique’s.

minimum wage Policy – levelsand increasesThe policies that determine the level and changes ina minimum wage can be established by a number ofdifferent methods and/or indicators:

• In many cases the level of a minimum wage is basedon an estimate of the basic minimum needs for afamily to live on.

• Changes in the minimum wage are also determinedby the changes in the cost of this “minimum livingrequirement”, and the most important indicatorthat is normally used to measure changes in thecost of living and therefore the minimum wage arechanges in the “Consumer Price Index”.

• Estimate changes in labor productivity are anotheradditional indicator that is commonly used todetermine changes in the minimum wage.

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é baseado em uma estimativa das necessidadesmínimas básicas para a sobrebivência de umafamília.

• As mudanças no salário mínimo são tambémdeterminadas pelas mudanças no custo deste“requisito de sobrevivência mínima” e oindicador mais importante normalmente utilizadocomo medida das mudanças no custo de vidae, portanto, no salário mínimo, são as mudançasno “Índice de Preço ao Consumidor”.

• As estimativas de mudanças na produtividadeda mão-de-obra formam um outro indicadorque é comumente utilizado para determinaçãode mudanças no salário mínimo.

• O lucro de uma indústria é, algumas vêzes,também utilizado como um indicador adicionalpara determinação de mudanças no saláriomínimo.

• O crescimento econômico ou mudanças no PIBsão utilizados, também, em alguns casos.

Estes indicadores são algumas vêzes utilizados porsi mesmos ou em combinações, porém existemmuitos problemas com tudo que está mencionadoacima.

O custo de vida para um trabalhador rural édiferente daquele do trabalhador urbano. Umtrabalhador rural pode ter custos menores devido aaluguéis bais baixos, pode produzir alguns outodos os alimentos que necessita para o próprioconsumo e/ou ter acesso à produção de alimentosno seu local de trabalho. Existem, também, custosde vida diferentes nas diversas regiões de um país.

Um empregado do governo normalmente possuiuma posição de emprego muito mais estável doque alguém no setor privado. Esta diferença naestabilidade de emprego necessita ter um refluxoem qualquer política de salário.

A produtividade varia bastante entre setores,indústrias e firmas, indo de níveis bastante baixosem alguns a bastante elevados em outros. Firmasgrandes podem ter economias de escala quegeram níveis mais elevados de produtividade doque firmas pequenas em uma mesma indústria.Algumas firmas possuem gerenciamento melhor,têm mais sucesso que outras e possuemprodutividades mais elevadas. É também difícil, se

• The profitability of an industry is sometimes usedalso as an additional indicator to determinechanges in a minimum wage.

• Economic growth or changes in GDP are used aswell in some cases.

These indicators are used sometimes by themselvesor in combination. But there are many problems withall of the above.

The cost of living for a rural worker is different thenthat on an urban worker. A rural worker can havelower cost due to lower rents, production some or allof foods that is needed for own consumption, and/orhave access to food produce from their employment.There are also different living costs in the variousregions of a country.

A government employee normally has a much morestable job position that someone in the private sector.This difference in job stability needs to be refluxed inany wage policy.

Productivity varies greatly between sectors, industriesand firms, with some being very low and others veryhigh. Large firms can have economics of scales thatgive higher levels of productivity then small firms inthe same industry. Some firms are better managedand are just more successful than others and havehigher productivities. Also it is difficult if not impossibleto determine levels of or changes in productivity in thepublic sector.

All of the above can be said of profitability. It is differsbetween sectors, industries and firms. There is alsothe problem that the public sector does not reportprofits.

Economic growth of GNP or of an industry or a firmis not an indicator of increases in profits nor is it anindicator of increases in productivity. Growth can beand in most cases is caused by increases in physicalinputs. An example would be new areas of land beingbrought into production. The firms production hasincreases it has also caused an increase for theindustry, and in the GNP. But this does not sayanything about the level of its profits or productivity ofits labor force.

Profits and productivity can be either higher or lowerthan the national or firm level averages. And it ispossible that one is higher and the other lower. The

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não impossível, determinar-se os níveis de todasas mudanças na produtividade no setor público.

Todo o acima pode ser dito em relação ao lucro. Eledifere entre setores, indústrias e firmas. Existe, também,o problema que o setor público não relata lucros.

O crescimento econômico do PIB ou de umaindústria ou firma não é um indicador de aumentosnos lucros nem de aumentos de produtividade. Ocrescimento pode ser, e em muitos casos é,causado por aumentos nos insumos físicos. Umexemplo seriam novas áreas de terra entrando emprodução. A produção das firmas tem aumentos e,também, causa aumentos para a indústria e para oPIB. Porém isto não diz nada acerca do nível deseus lucros ou da produtividade de sua mão-de-obra.

Os Lucros e a Produtividade podem ser tantomais elevados como mais baixos do que as médiasda firma ou dos nacionais. É possível que um sejamais elevado e o outro mais baixo. O mesmo podeser verdade no caso de uma fábrica nova serconstruída ou se existir investimento estrangeiro.É concebível que tanto os lucros como aprodutividade se elevem e o crescimento decresça– uma firma diminiu suas atividades para melhorresponder a um mercado com melhor enfoque.O lucro e a produtividade são determinadosnão pelo tamanho ou crescimento, mas pelosrelacionamentos de outros fatores.

recomendações

• O governo de Moçambique necessita de umapolítica distinta e bem-definida de salário eemprego para o setor público que reflita asnecessidades, capacidades financeiras erealidades de Moçambique e de seu setorpúblico, incluindo negociações diretas entreempregador (i.e., o governo) e representantesdos empregados (i.e., sindicatos e uniões).

• Qualquer lei de salário mínimo deveria refletir asdiferenças no custo de vida nas diversasregiões do país bem como a diferença entre oscustos de vida rural e urbano.

• Qualquer lei de salário mínimo deveria eximirfirmas pequenas (tais como as com rendas demenos de $1,000 ao mês) e com um númeromínimo de empregados (tais como três oumenos).

same can be true if a new factory is build or if there isnew foreign investment. It is conceivable that bothprofits and productivity go up as growth goes down– a firm downsizes to better respond to a morefocused market. The profit and productivity aredetermined not by size or growth but by relationshipsof other factors.

recommendations

• The government of Mozambique needs a distinctand well-defined public sector wage andemployment policy, which reflects the needs,financial capabilities, and realities of Mozambiqueand its public sector, including direct negotiationsbetween the employer [i.e. the government] andthe employees’ representatives [i.e. syndicates,unions].

• Any minimum wage law should reflect thedifferences in the cost of living in the differentregions of the country, as well as, the differencebetween rural and urban cost of living.

• Any minimum wage law should exempt smallfirms (such as revenues less then $1,000 month)and with a minimum number of employees [suchas 3 or less].

• Any minimum wage law should exemptagricultural and agro-industrial firms. (At least for afixed period of time such as 10 years.)

• Any minimum wage law should allow forapprenticeships, internees, and trainees, to haveentrée level wage differentials.

• Any national across-the-board adjustments in theminimum wage should only be adjusted by thechanges in the consumer price index.

• Qualquer lei de salário mínimo deveria eximirfirmas agrícolas e agro-industriais (no mínimopor um período de tempo fixo como 10 anos).

• Qualquer lei de salário mínimo deveria permitirque, aprendizes, estagiários ou treinandostenham diferenciais de nível de salário inicial.

• Qualquer reajuste nacional geral no saláriomínimo deveria somente ser causado pelasmudanças no índice de preço ao consumidor.

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75

introduçãoEm Moçambique, temos assistido nos anos maisrecentes, a uma maior crescente procura deformas alternativas para solucionar os conflitosque emergem das relações comerciais. Estatendência tem sido acompanhada pela produçãode legislação adequada, adopção de procedimentose criação de instituições necessários para o efeito.

O presente documento pretende apresentar, de formaresumida, as razões que justificam a introdução daArbitragem Comercial e o estabelecimento daComissão e dos Centros de Mediação e Arbitragemde Disputas Laborais em Moçambique, comomecanismos alternativos de resolução de disputas.

arbitragem comercialNos últimos anos, uns dos principais constrangimentospara a classe empresarial moçambicana tem sido ocumprimento ou execução de contratos.

Muitos países apontam como factores para adificuldade em fazer cumprir contratos:

a) Demoras e deficiências do sistema judiciário;

b) Recursos (protacted appeals);

c) Incompetência dos oficiais de justiça;

d) Custas elevadas;

e) Falta de informação;

f) Complexidade das regras processuais;

g) Corrupção nos tribunais.

Preocupados com a situação acima apontadaalguns países optaram por mudanças sendo queas principais reformas operadas em 2004 foramnas seguintes áreas:

• Recursos simplificados;

• Redução do tempo para execução das sentenças;

• Estabelecimentos de tempos limites parajulgamentos;

• Introdução de procedimentos sumários;

• Estabelecimento de gestão de casos.

O nosso país não foge à regra e apresentatambém problemas comuns aos outros países e,segundo o estudo do Banco Mundial, DoingBusiness in 2006, para fazer cumprir um contratoou resolver uma disputa em tribunal emMoçambique, são necessários mais do que 580dias e 38 procedimentos diferentes para alémde custas elevadas. Este é um dos principaisconstrangimentos apontados pelos empresáriospara o crescimento e desenvolvimento do sectorprivado devido a sua implicação directa nos custosde financiamento e de funcionamento do sectorfinanceiro no país.

Esforços estão sendo feitos no país no sentidode mudanças através de reformas legislativasvisando a simplificação de procedimentos, reformada organização judiciária, formação de juízes,procuradores e oficiais de justiça, bem comoorganização do Gabinete Central de Combate àCorrupção.

RESOLUÇÃO ALTERNATIVA DEDISPUTAS LABORAIS E COMERCIAS:DOCUMENTO PARA DISCUSSÃO DA CTA

mecanismos alternativos de resoluçãode disputas

Mário Ussene , CACM

76

Paralelamente, o sector privado através da CTA –Confederação das Associações Económicas tomoua iniciativa de introduzir mecanismos extrajudiciaisde resolução de conflitos. Com efeito, após aaprovação da Lei de Arbitragem – Lei n.∞ 11/99, de8 de Julho e a abertura do CACM (Centro deArbitragem Conciliação e Mediação) em 2002, opaís de uma forma geral e os empresários emparticular passaram a dispor de uma alternativacredível para a resolução de conflitos na áreacomercial.

A arbitragem e outras formas alternativas deresolução de disputas não devem ser vistascomo antagónicas ao sistema judicial. É que oscomplexos procedimentos do judicial tornam oprocesso de difícil compreensão para o empresárioe quanto maiores as falhas do sistema, mais aspessoas procuram por formas alternativas para aresolução de seus problemas contudo, não háantagonismo nem contradição entre as duasformas de resolução de disputas. Note-se que osmecanismos alternativos de resolução de disputasnão são um substituto para os tribunais ou parao sistema judicial, antes pelo contrário, pois umcomplementa o outro e o país precisa de ambos.

Com a globalização e da rapidez das transacções,mesmo em países onde o sistema judicial funcionabem, é um facto incontestável a escolha da arbitragempara a resolução de disputas. A arbitragem temsido aceite como o mecanismo por excelência paralidar com disputas internacionais. A aceitaçãogeneralizada da lei modelo da UNCITRAL –Comissão das Nações Unidas para o DireitoMercantil Internacional, como padrão para adeterminação das disputas internacionais, tembeneficiado muito o comércio internacional e oinvestimento, sendo a previsibilidade da formacomo as disputas serão resolvidas muito maior. EmMoçambique, por força da Convenção de NovaYork sobre o Reconhecimento e Execução deSentenças Arbitrais Estrangeiras, é mais fácilconseguir a execução de sentenças arbitraisestrangeiras do que sentenças judiciais estrangeiras.

A nível da SADC já existe um movimento no sentidode transformar a arbitragem numa instituição.

A nível interno, nos últimos cinco anos, a culturaarbitral começou a espalhar-se rapidamente, sendoagora o conceito de arbitragem amplamente aceitepela sociedade moçambicana em geral e pela

comunidade empresarial, em particular. Algunsexemplos do reconhecimento da arbitragem comomecanismo alternativo de resolução de disputassão os seguintes factos:

• A arbitragem é regulada pela Lei 11/99, de 8 deJunho;

• A arbitragem foi incorporada em diversa legislaçãocomo mecanismo referido para resolução dedisputas;

• Os escritórios dos Mediadores de Conflitos(também conhecidos como Provedores deJustiça ou Ombudsman), agora estabelecidosem diversas instituições, estão tambémincorporados de arbitragem. Através desteexpediente, uma pessoa respeitada é apontadapara o cargo com a função de ouvir, conciliar,mediar, informar e fazer recomendações emrelação a disputas internas dentro da sua áreade conhecimento e actuação;

• A nível de diversas instituições do Estado estara crescer o número de cláusulas compromissóriasde arbitragem inseridas em contratos;

• Por seu lado, Organizações da sociedade civiltambém tornam prática a introdução dacláusula compromissória nos seus contratos;

• Os empresários adoptaram a arbitragem comoseu mecanismo de resolução de disputaspreferido. A maior parte dos contratos comerciaisincluem agora cláusulas que remetem para aarbitragem, seguindo as regras do CACM –Centro de Arbitragem, Conciliação e Mediação,a resolução de eventuais disputas;

• A revisão da actual Lei do trabalho, ora emcurso, tornará possível a resolução de disputaslaborais (quer colectivas quer individuais),através de mecanismos extrajudiciais como amediação e arbitragem.

cacm – centro de arbitragemconciliação e mediaçãoCom a criação do CACM – Centro de Arbitragem,Conciliação e Mediação, em 2002 proporcionou-seà sociedade no geral e à classe empresarial emparticular a possibilidade de resolver as disputasna área comercial ao nível da própria sociedade

77

civil, com características diferentes das encontradasem outras vias, de forma a acompanhar a dinâmicada economia e da vida empresarial.

O CACM, como organismo permanente, foi constituídocom o objectivo de servir de base de apoio efacilitação na concretização da Lei da Arbitragem.Conseguiu-se, com este expediente, obviar a criaçãode regulamentos ocasionais para cada disputa,e a procura constante de árbitros e pessoaladministrativo competente para responder àsexigências dos agentes económicos, pretendendo-se por outro lado conferir credibilidade e prestígioao sistema de arbitragem, que aos poucos vai-seconsolidando no país.

O CACM dispõe de regulamentos próprios edisponibiliza apoio logístico e administrativoadequado e competente, em todas as fases doprocesso. Dispõe ainda de uma lista de árbitrosespecializados em vários ramos de actividades e aquem é proporcionada formação e documentaçãonecessários.

O processo arbitral do CACM resulta da interacçãoda Lei da Arbitragem e do Regulamento deArbitragem do Centro. De facto, o processo arbitraldo Centro foi desenhado com o intuito demaximizar a celeridade e minimizar os custos àspartes, e ao mesmo tempo, garantir a qualidade doprocesso como um todo.

O processo é composto de 15 fases distintas eclaramente definidas desde a propositura do casoaté ao depósito da sentença que servirá de títuloexecutivo. A prática do Centro tem demonstradoque as partes preferem usar um sistema quecompreendam, que seja flexível, do qual fazemparte, que seja previsível em termos de tempo ecustas e, consequentemente, mais eficiente.

Com um processo previsível, reduzido a 15procedimentos, com um tempo médio de resoluçãode disputas relativamente curto (100 dias), e comcustas relativamente baixas, principalmente paragrandes casos (média de 2.5% do valor da causa),aliados à qualidade das decisões que na grandemaioria das vezes são de cumprimento voluntáriopelas partes, o trabalho realizado pelo Centro temsido bem aceite, razão pela qual grande partedos escritórios de advogados e empresas deconsultoria já incluem nos seus contratos, esugerem aos seus clientes, a inclusão da cláusula

compromissória recomendada pelo Centro. Estaé também a razão do crescimento gradual donúmero de casos submetidos a resolução por viada arbitragem através do CACM. Com efeito, de2004 para 2005 cresceu em 140% o número deentradas de processos e só nos primeiros trêsmeses de 2006 já deram entrada 58% do númerode casos de 2005.

Embora estejamos no bom caminho, ainda persistemalguns constrangimentos, que merecem atençãoespecial, tais como:

1- Em causas de pequeno valor, o custo daarbitragem, especialmente quando se utilizaárbitros múltiplos (normalmente um painelarbitral formado por três árbitros), pode serdemasiado elevado para justificar este meio deresolução.

2- A inexistência da cláusula compromissória dearbitragem, ou sua deficiente e incompletainclusão nos contratos, impossibilita ou dificultao início do processo.

3- Não havendo cumprimento voluntário dadecisão pelas partes, a execução torna-se porvezes morosa. Há necessidade de tornar aexecução mais célere. Em alguns países estaactividade é também exercida por entidadesprivadas de diligências, não só por oficiais dediligências dos tribunais.

4- A expansão geográfica do Centro para as zonasnorte e centro do país é uma exigência.

5- Necessidade de se estudar a aplicação demecanismos alternativos para a área de defesados direitos do consumidor.

6- A existência de 14,000 casos laborais nostribunais exige rapidez no início da utilização donovo mecanismo de prevenção e resolução dedisputas (ainda em preparação).

estabelecimento da comissãoe dos centros de mediação earbitragem de disputas laborais.Tem sido colocada com toda a pertinência, anecessidade de proceder-se a algumas alteraçõesà actual legislação laboral, sobretudo no querespeita à prevenção de conflitos laborais e a sua

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Algumas das vantagens do sistema alternativo deprevenção e resolução de conflitos laborais são:

• A pró-actividade das instituições na prevençãode conflitos laborais;

• A introdução de códigos de boas práticase directrizes para assistir as partes nodesenvolvimento das relações no local detrabalho;

• A obrigatoriedade de submissão da disputa àmediação antes de qualquer outra instância,quer arbitral quer judicial.

• A obrigatoriedade de arbitragem nas disputasindividuais, sempre que a parte contra quemfoi submetido a disputa à mediaçãodeliberadamente obstruir o processo.

• Permitir às partes em certas instâncias a livreescolha dos respectivos mediadores e árbitros.

• A celeridade e a economia processual.

A introdução desta forma alternativa de resoluçãode disputas em Moçambique poderá ocorrer até2007.

resolução através da mediação e arbitragem, demodo a promover relações laborais que favoreçamum clima propício para o investimento nacional eestrangeiro, fundamentais para o desenvolvimentoda produção e da produtividade, do aumento doemprego, da competitividade, da confiança eespírito de colaboração entre os trabalhadorese empregadores.

A finalidade da reforma é alterar a Lei para permitirque se institua a prevenção, mediação e arbitragemem todas as disputas laborais, de modo a quesejam dirimidas por mediadores e árbitrosindependentes através de um acordo prévio entreas partes.

A principal característica do novo sistema, paraalém de um forte enfoque na componenteprevenção, será o de a mediação constituir umpasso obrigatório para dirimir conflitos emergentesde toda e qualquer relação de trabalho.

Esgotado o processo de mediação e prevalecendoo conflito, os empregadores e os trabalhadorespoderão optar entre o recurso a um tribunal oucentro independente.

Um segundo regime será aplicado quando estejaenvolvida uma empresa pública ou um empregadorcuja actividade se destine à satisfação denecessidades da sociedade. Nesses casos, aarbitragem poderá ser obrigatória, por decisão doórgão de mediação e arbitragem e após parecer doMinistro de tutela.

Na região Austral, com excepção de Angola eMoçambique, todos os países da SADC têmsistemas extrajudiciais de prevenção e resoluçãode conflitos laborais a funcionar em diferentesestágios e inclusive já existe, ainda de modoinformal, uma instância regional de concertaçãosobre o assunto.

Assim, inspirado por um lado pela curta experiênciado CACM e principalmente atendendo os consensosalcançados pelos parceiros sociais, impõem-se aadopção de mecanismos extrajudiciais de prevençãoe resolução de conflitos laborais que incluam osconflitos emergentes das relações individuais detrabalho e permitam a intervenção de iniciativasprivadas na mediação e arbitragem laboral.

79

introduçãoA CTA – Confederação das Associações Económicasde Moçambique recebeu do Ministério das finançasmais concretamente da Direcção Geral daAdministração Tributária dos Impostos uma propostade reforma do Plano Geral de Contabilidade paraprodução de um parecer que reflectisse a posiçãoe os interesses do sector privado.

Neste contexto, a CTA iniciou um processo deauscultação aos seus associados e membros comvista a recolha de opiniões e sensibilidadesrelativamente a proposta para a produção doreferido parecer.

O presente documento constitui o sumário executivona versão português do referido parecer. Paraaceder ao documento completo visite a página deinternet CTA.

posicionamento da cta

A proposta está em concordância com as normasinternacionais de contabilidade?Não. Existem vários pontos na proposta que não estãoem conformidade com as normas internacionaisde contabilidade. As diferenças mais relevantesencontram-se nas áreas de inventário, activosincorpóreos, custo histórico e princípios decontinuidade, contratos de construção de longoprazo, apresentação do balanço, falta de coberturae o imperativo do uso da língua portuguesa.

A proposta é apropriada para Moçambique?Não. É demasiado complexa para a grande maioria dos

introductionConfederation of Business Association-CTA, hasreceived from the Ministry of Finance most precisely,Direcção Geral da Administração Tributária dosImpostos a reform proposal of Chart of Accountingfor the private sector to present their concern aboutthe referred document.

In this context, CTA initiated a process of consult toits associates and members in order to collectopinions and sensibility about the proposal toproduce a private sector position paper.

The present document is an executive summary ofthe position paper which represents private sectorpoint of view in English version. To access thecomplete document, please visit CTA website.

Does the proposal conform to IAS – InternationalAccounting Standards? No.There are a number of items in the Proposal that donot conform to IAS. The most important differencesare in the areas of inventory, intangible assets, thehistorical cost and continuity principles, long-termconstruction contracts, balance sheet presentation,lack of coverage and mandatory use of thePortuguese language.

Is the proposal appropriate for Mozambique? No.It is too complicated for the vast majority of businessesin Mozambique. Yet it does not adequately serve theneeds of the largest enterprises in Mozambiquebecause of the many major differences the proposalhas with IAS.

PLANO DE CONTABILIDADE:DOCUMENTO PARA DISCUSSÃO DA CTASOBRE A REVISÃO DO PLANO GERAL DE

CONTABILIDADE

avaliação da proposta de normas contabilísticaspara moçambique

evaluation of mozambique’s accounting standardsproposal

Robert McGee, Booz Allen Hamilton

80

negócios em Moçambique. E mesmo assim nãoresponde adequadamente as necessidades dasmaiores empresas em Moçambique devido àsmúltiplas e significativas diferenças entre a propostae as normas internacionais de contabilidade.

Existem pontos de demarcação para empresas dediferentes dimensões? Quais são e serão estesapropriados?Deverá existir um único conjunto de normas decontabilidade aplicáveis a todas as empresasindependentemente da sua dimensão. A existênciade normas de contabilidade distintas para grandese pequenas empresas introduz complicaçõesdesnecessárias.

Como podem as pequenas e médias empresasadequar as normas propostas?As pequenas e médias empresas deverão poderusar o sistema de contabilidade na base de caixacaso este seja mais apropriado. Não deverá sernecessário respeitar um conjunto de regras quenão lhes são adequadas.

Existem provisões para um sistema simplificadoque exija menos tempo e custos e que respeite asnormas propostas?Um sistema na base de caixa seria menos caro econsumiria menos tempo. No entanto o uso destemétodo não é apropriado para grandes empresas.Permitir uso do sistema na base de caixa emgrandes empresas poderia tentar os seus gestoresa manipular os resultados.

Quais são os custos/benefícios da proposta para asempresas? A carga resultante da regulamentação proposta émaior do que as vantagens que trás.

1. A exigência do sistema de inventário permanenteobriga a custos que poucos ou nenhum benefíciotrazem.

2. O requisito no uso da língua portuguesa impõecustos às empresas estrangeiras, e aumentandoo seu custo para fazer negócio, sem que daíretirem qualquer benefício.

3. Exigir um plano de contas uniforme seria umfardo mesmo para as companhias Moçambicanas.

4. Um dos aspectos positivos da proposta épermitir o uso do método LIFO para a avaliação

Are there cut off points for different size firms? Whatare they and are they appropriate? There should be just one set of accounting standardsfor all size firms. Requiring one set of rules for largeenterprises and another set for small enterprisesintroduces unnecessary complications.

How can small and medium enterprises conform tothe proposal? Small and medium size firms should be able to usethe cash method if it is more appropriate. Thereshould be no need to conform to a set of rules that isinappropriate for them.

ECSAFA has recently published a draft set ofaccounting principles for small and mediumenterprises for use in the Southern and EasternAfrican region. They are based on IAS (IFRS) but withsimplifications. The applicability of this draft toMozambique should be urgently considered.

Are there provisions for a simplified system thatrequires less time and cost to comply?A cash basis system would be less costly and timeconsuming. However, the cash method is inappropriatefor large enterprises. Allowing the use of the cashmethod for large companies could tempt corporatemanagement to manipulate earnings.

What are the costs/benefits to enterprises of theproposal? The overly burdensome regulatory effects of theProposal more than outweigh the benefits. Requiringthe perpetual inventory system will add costs withlittle or no corresponding benefits. The requirement touse the Portuguese language imposes a cost onforeign companies and thus increases their costof doing business with no corresponding benefit.Requiring a uniform chart of accounts might beburdensome even for domestic companies. Onebenefit of the Proposal is allowing the use of the LIFOmethod of inventory valuation, which might increasea company’s cash flow.

How does the proposal compare with best practicesglobally as well as within the SDAC region?Unfavorably. Best practices allow companies todetermine which inventory method best suits theirneeds. The Continuity principle may not be a bestpractice if the result is to hinder companies fromshifting economic resources from less productiveuses to more productive uses. Best practices alloweach individual enterprise to have its own chart ofaccounts.

81

de inventários, que poderia aumentar o fluxo decaixa da empresa.

Como se compara a proposta com as melhorespráticas a nível global e a nível da região da SDAC?

Desfavoravelmente.

1. De acordo com as melhores práticas, as empresaspodem determinar o método de inventário quemais se ajusta às suas necessidades.

2. O princípio da Continuidade pode nãocorresponder a melhor prática se o resultadofor inibir as empresas de retirar os recursoseconómicos de usos menos produtivosafectando-os a usos mais produtivos.

3. As melhores práticas permitem a cada empresater o seu plano de contas específico.

Em que medida a proposta afecta Moçambique emtermos do custo e tempo de fazer negócios?A proposta iria provocar uma carga excessiva,especialmente para as pequenas e médiasempresas. Iria aumentar o custo de fazer negóciosem um correspondente benefício.

Qual o impacto esperado no investimento e comércioexterno?

Menos atractivo para o investimento A exigência do cumprimento de normas desnecessáriase pesadas, qualquer que seja o seu âmbito, aumentao custo de fazer negócio em Moçambiquetornando-o menos atractivo para o investimento epara fazer negócio.

1. A exigência do uso da língua portuguesaaumenta as barreiras ao comércio para asempresas estrangeiras.

2. O princípio da continuidade pode aumentar ocusto de operação e mesmo impedir o comérciose a regra for usada no sentido de inibir, restringirou proibir a reestruturação/redimensionamentodas empresas.

comentários finaisNão existe de facto a necessidade do governoditar quais as normas necessárias ao reportefinanceiro. O mercado faz um óptimo trabalho

A better solution would be to examine the waysthat countries with similar codified systems, Portugaland others, are adapting the Chart of Accounts tomodern requirements.

How does the proposal affect Mozambique in regardsto the cost and time of doing business? The Proposal does not necessarily increase the costof doing business because many of the sameproblems identified existed with the current chart ofaccounts. However, compliance with the existingChart of Accounts does represent a significantburden on business with no corresponding benefit.

What is the expected impact on investment and foreigntrade? Requiring unnecessary and burdensome regulationsof any sort increases the cost of doing businessand makes Mozambique a less desirable place toinvest and do business. Requiring the use of thePortuguese language raises trade barriers for foreigncompanies. The Continuity principle may increase thecost of doing business and may even prevent tradeif the rule is used to hinder, restrict or prohibitdownsizing.

concluding comments There is really no need for government to dictate whataccounting rules should be required for financialreporting purposes. The market does an excellent jobof regulating the disclosure of financial information.Private stock exchanges and banks can set their ownrules for the kind of financial reporting and disclosurethat are acceptable for doing business with them.

One advantage of allowing the market to do theregulating is that the kind of regulations that willemerge will be market driven. Better rules will tend toreplace less effective rules. Companies that want toraise capital by going either to the debt or equitymarket will feel compelled to comply with those rules.If they do not, they will find it difficult or impossible toraise capital.

A solution could be to examine the ways thatcountries with similar codified systems, Portugal andothers, are adapting the Chart of Accounts tomodern requirements for small and large businessesand also to examine the ECSAFA proposal to seehow far these can be implemented in Mozambique.And then develop accounting principals that are bothas simple as possible and adapted carefully to thelocal environment.

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In developing new Accounting Principals it should beborn in mind that the vast majority of Mozambicanenterprises are small and would gain no benefit fromany linkage to IFRS at the present time and theMozambican authorities will also not have thecapacity to monitor accounts based on IFRS for aconsiderable time. Larger international businessesare already using their own accounting systems,which are sometimes IFRS compliant, for grouppurposes. Local rules applied to these companiesshould be as flexible as possible so reconciliation orintegration with group accounts is facilitated. Atpresent it is normal for such companies to keep twoun-integrated accounting systems, which is inefficientand creates fiscal, legal and exchange controlproblems.

regulando ele próprio a informação financeira a serreportada. Bolsas accionistas e bancos podemdefinir as suas próprias regras para o tipo dereporte financeiro e veiculação de informação queentendam aceitáveis para que se faça negócio comeles.

Uma vantagem resultante de permitir que o Mercadofaça a regulação é que as regras que emergiremserão orientadas para o mercado. Melhores regrastenderão a substituir regras menos efectivas. Asempresas que queiram atrair, seja por contracçãode dívida ou por recurso aos mercados de capital,sentir-se-ão compelidas a respeitar essas regras.

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Na sequência do encontro do dia o8 de Março de2006 sobre o Diploma Ministerial relativo aregulamentação dos procedimentos contabilísticose fiscais resultantes da introdução do Metical danova família (MTn), onde estivarão presentes paraalém da CTA, entidades seguradoras, instituiçõesde crédito e sociedade financeira, conclui-se que oDiploma Ministerial proposto constituí um significativoencargo as empresas pelos seguintes aspectos:

1. A proposta, dentre outros aspectos vem clarificarque para o ano civil de 2006 haverá 2enceramentos contabilísticos, um a 30 de Junhoe 30 de Dezembro do ano corrente. Para oenceramento de 30 de Junho, o diplomaMinisterial clarifica que o mesmo não resulta emnenhuma obrigação fiscal, esse exercício implicao aumento de custos as empresas tais como:

a) Mudança de software

b) Trabalho adicional para empresas que fazem contabilidade em outsourcing.

c) Obrigação de paralisação de actividades para inventário físico.

2. Relativamente a exigência de apresentação dascontas a 30 de Junho, deveria vir expressamenteescrito no diploma que as empresas queencerram o ano económico a 30 de Junho,não necessitam de entregar a informação aquirequerida. Pois as repartições de Finanças nãoirão entender e com certeza poderão até notificaressas empresas a apresentar tal informação, eaí uma vez mais haverá custos adicionaisacrescidos pois terá de haver uma informação aSetembro e outra em Novembro.

3. O facto de o Decreto que cria o Metical novafamília mencionar que as empresas deverãofazer um fecho de contas a 30 de Junho e outroa 30 de Dezembro, não implica necessariamentea apresentação de contas à Administraçãofiscal. Deverá isso sim, ser um procedimentointerno de pura conversão. Caso se pretendacontrolar como foi feita a conversão pelasempresas, poderá ser enviado no final de cadaexercício fiscal o balancete final a 30 de Junhode 2006 (metical) e o inicial a 1 de Julho de2006 (metical nova família);

4. O artigo 3 do Diploma Ministerial exige a preparaçãode uma série de documentos que não serãonecessárias apresentar a D.G.I que serámeramente para as empresas, a pergunta quese coloca é, porque a requisição dos referidosdocumentos que implicam custos e tempo paraprepara-los?

5. Referir que esta em processo de discussão oPlano Geral de Contabilidade que será aprovadoeste ano e entra em vigor em Janeiro de 2007.A introdução do novo plano de contas vaiimplicar outros custos adicionais as empresasnum período de 6 meses.

6. As propostas que foram apresentadas pelosparticipantes da reunião não foram aceites,alegado que todas as posições no DiplomaMinisterial estão estabelecidas pela lei.

Este processo terá definitivamente um efeitoeconómico negativo para todas as empresas queoperam no sistema formal no país. Muitas daspequenas e médias empresas, se não a maioriadelas, não serão capazes de cumprir com as novasregras. Também de referir que muitas micro e

METICAL DA NOVA FAMÍLIA:documento de posição da cta

diploma ministerial relativo à regulamentaçãodos procedimentos contabilísticos e fiscais

resultantes da introdução do metical da novafamília (MTn)

documento para discussão

Pelouro do Reforma Fiscal

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pequenas empresas podem não ser capazes desobreviver a este turbulento processo o queculminará em optar pelo sector informal. Não menosimportantes, as empresas estrangeiras terão maisum motivo para não investir em Moçambique porcausa de burocracia desnecessário e caro.

Depois do encontro ficou claro e patente que existeuma grande diferença na percepção do que énecessário mudar no sistema contabilístico e fiscalna introdução do metical da nova família para osector privado e o Governo, pois, neste momentoas prioridades do governo deviam ser reduzir oscustos para fazer negócios, encorajar a formalizaçãodos informais e promover o investimento estrangeiro.Se o único motivo para este procedimento é estara agir dentro da Lei, então a esta deve ser revistacom vista a reflectir melhor as necessidades doempresariado nacional no invés de aumentarcustos e tempo para fazer negócios.

De referir que estes factores não ajudam de maneiranenhuma a melhorar o ambiente de negócios noPaís, muito pelo contrário, terá um impactonegativo principalmente nas pequenas e médiasempresas que operam legalmente, e para o níveldo investimento estrangeiro no País.

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o milagreAos olhos do mundo Moçambique forma umahistória de sucesso econômico africano, comelevadas taxas de crescimento, desenvolvimentoreal e fazendo progresso na redução da pobreza. Aeconomia de Moçambique tem crescido a taxasimpressionantes nos últimos anos, uma média aoredor de 8% ao ano de 1992 a 2003. Em 2004 e2005 houve crescimento de 7.2% e 7.7.%respectivamente. A taxa de pobreza caiu de 69%em 1996/7 para 54% em 2002/3. A inflação tembaixado das elevadas taxas de 60% no final dosanos noventa. O índice de preço ao consumidor seelevou em 11.1% no período total de 2005, comuma média anual de menos de 8%. O país temestado em paz por mais de dez anos e se encontrapoliticamente estável, tendo passado por diversase justas eleições. Tudo isto tem contribuído para oaumento da confiança internacional e uma melhorreputação, ou “Brand”, para Moçambique, resultandoem um aumento do investimento direto estrangeiro,especialmente em capital elevado e indústrias deenergia intensiva.

o progressoO ambiente de negócios também tem melhoradonos últimos anos. O tempo que é necessário parao registro de um negócio tem caído de uma médiade 153 dias para 111 dias. Os locais de paradaúnica do Ministério da Indústria e do Comércio têmfacilitado o registro e o licenciamento de negóciose de atividades de negócios, com menos custo etempo dispendido para ambos. Em 2005 o setorfinanceiro e os bancos aumentaram o crédito em48% e as micro-instituições financeiras dispensaram7.5% mais em crédito. Tem havido tambémprogresso no reembolso dos créditos das taxassobre o valor adicionado para os negócios. A tarifade importação máxima dos países do SADC caiupara 20%. O sistema alfandegário tem melhoradoem eficiência e a custo mais reduzido. A eliminação

the miracleIn the eyes of the world Mozambique is an Africaneconomic success story, with high growth rates, realdevelopment and visible progress in the reduction ofpoverty. Mozambique’s economy has been growingat impressive rates over the past years, averagingaround 8% per year from 1992 to 2003. In 2004 and2005 it grew at 7.2% and 7.7% respectively. Thepoverty headcount has fallen from 69% in 1996/7 to54% in 2002/3. Inflation has come down from thehigh levels of the late 1990s of over 60%. On thewhole, the consumer price index rose 11.1% in 2005with an average of less then 8%. The country hasbeen at peace for over 10 years and is politicallystable, having held numerous free and fair elections.All this has contributed to increased internationalconfidence and a better “Brand” or reputation forMozambique resulting in increased foreign directinvestment, especially in large capital and energyintensive industries.

the progressThe business environment has also improved overthe last years. Business Registration times have gonedown from an average of 153 days to 111 days. Theone stop shops of the Ministry of Industry andCommerce have facilitated the registering andlicensing of business and business activities loweringthe cost and time of both. In 2005 the financial sectorand banks have increased credit 48%, and microfinancial institutions gave out 7.5% more credit.Progress has been made in reimbursements of thevalue added tax credits to businesses. The maximumimport tariff rate from SADC countries has beenlowered to 20%. The customs system has improvedin efficiency and lower cost. The elimination of thevisa requirements from South Africa and Swazilandhas have resulted a positive impact on business,especially for the tourism sector. There have alsobeen significant improvements in the infrastructurethrough out the country.

AMBIENTE DE NEGÓCIOS:situação actual, projecções e metas,

cta, 2006

ambiente de negócios de moçambique 2006mozambique business environment 2006

Jim LaFleur, IAE de CTA

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dos requisitos de visto para a África do Sul e Swazilandtem tido um impacto positivo nos negócios,especialmente no setor de turismo. Tem tambémhavido melhoras significativas na infra-estruturapor todo o país.

a promessaO governo encontra-se atualmente trabalhando emáreas importantes que trarão impacto significativosobre o custo da condução de negócios e a promoçãodo investimento. Isto inclui reformas amplas nomercado de mão-de-obra que objetivam a promoçãode maior flexibilidade no contrato da mão-de-obraenquanto baixa o custa para os empregadores; umsistema judicial que deve elevar a eficiência ebaixar o tempo e o custo dos processos bem comofortalecer os direitos de propriedade; melhoria nogoverno, incluindo a lida com as aquisições e acorrupção; reforma fiscal que diminui o tempo e ocusto dos acordos, bem como a promoção doinvestimento sem diminuição das receitas; e acontinuação dos principais investimentos emelhoramentos da infra-estrutura, particularmentedas estradas e da eletricidade.

competitividadeApesar de todo o referido acima ser positivo e oferecerdemonstrar nos desenvolvimentos econômicose social, é importante lembrar que Moçambiquecompete com outros países nos negócios e noinvestimento. Portanto, é também importantecomparar o país com o restante do mundodesenvolvido e, especialmente, com seuscompetidores, os países do SADC.

ambiente de negócios einvestimentoA colocação geral de Moçambique no “Ease ofDoing Business” (Fácil de Conduzir Negócios) de2006 do Banco Mundial é 110 dentre os 155 paíseslistados. O país está colocado em nível baixo nomundo porém, mais importante, encontra-se emposição mais baixa do que os melhores paísesdentro do SADC, seus competidores nos negóciose no investimento. O país está colocado bemabaixo de Mauritius (23o.) e da África do Sul, oparceiro comercial mais importante de Moçambiqueque está colocado em 28o. Dentro da classificaçãodos “fácil de conduzir negócios” Moçambique,novamente, está colocado em baixo nível

the promise The government is presently working on importantissues that will have a significant impact on the costof doing business and promoting investment. Theseinclude comprehensive labor market reforms thataim to promote flexibility in labor contracting whilelowering the cost to employers; judicial reform aimedat increasing the efficiency and lowering the time andcost of processes as well as strengthening propertyrights; improved governance including addressingprocurement and corruption; fiscal reform that lowersthe time and cost of compliance as well as thepromotion of investment without lowering revenues;and continuing major investments and improvementsin infrastructure, particularly roads and electricity.

competitivenessWhile all of the above are good and offer progress ineconomic and social development, it is important toremember that Mozambique competes with othercountries for business and investment. As such, acomparison of the country as against to the rest ofthe developing world, especially its main SADCcompetitors is vital.

business and investmentenvironmentIn the World Bank 2006 "Ease of Doing Business",Mozambique ranks 110 out of 155 rated countries.Mozambique is ranked low worldwide but, moreimportantly; it is lower than the best in SADC, itscompetitors for business and investment. It rank isfar below that of Mauritius (23rd).South Africa,Mozambique's most important trading partner, isranked 28th. In individual classifications of ease ofdoing business, Mozambique is again ranked lowcompared with the rest of the world and also withits SADC trading partners. This includes starting abusiness – 139th, dealing with licenses – 54th;registering property 94th, getting credit 70th; andhiring and firing 113th. (Annex 1: MozambicanBusiness Environment)

international tradeThe Mozambican international trade regime hasimproved. There are fewer tariff rates, a lowermaximum rate, and customs management hasimproved. But it still takes an average of 41 days toexport (that is, after the contract and letter of credithave already been agreed upon and signed by both

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comparado ao resto do mundo e também emrelação a seus parceiros comerciais do SADC. Istoinclui o início de negócios – 139o, lida com licenças– 54o., registro de propriedade – 94o. aquisiçãode crédito – 70o. e contratos e dispensas – 113o.(Anexo 1: Ambiente de Negócios de Moçambique).

comércio internacionalO regime de comércio internacional de Moçambiquetem apresentado melhoras. Existem hoje menostaxas de tarifas, uma taxa máxima mais baixa e aadministração alfandegária melhorou, porém sãonecessários, ainda, 41 dias para exportações (istoapós o acordo ter sido feito e a carta de crédito tersido assinada por ambas as partes) e uma médiade 41 dias para importações. Em Mauritius sãonecessários 16 dias para a importação eexportação de produtos. No caso da África do Sul,são necessários 31 dias para exportações e 34dias para importações (vide Anexo 1).

o sistema financeiroO custo elevado e a falta de disponibilidade decrédito constitui o maior, senão o mais importante,impedimento para o desenvolvimento e alucratividade do setor privado de Moçambique. Osbancos moçambicanos atualmente cobram taxasreais de juros de dois dígitos para empréstimos.Além disso, a margem de juros entre a poupançae o empréstimo é percebida como excessiva. Odesenvolvimento econômico de Moçambiquerequer e depende de um sistema financeiro viável,tanto o bancário como o não bancário.

Parte do problema da oferta de mais crédito a umcusto mais baixo é estrutural. O sistema judicialleva uma média de 580 dias e 38 processos porcaso referente ao cumprimento de contratos. Ocusto de um caso jurídico é em média de 16.0% docontrato. O tempo dispendido é mais do dobro daÁfrica do Sul (277 dias) enquanto o melhor paísdentro do SADC, Botswana, leva somente 154dias. Afim de se fechar ou reorganizar um negócio,são necessários cinco anos, enquanto na África doSul a duração é de dois anos e na Namíbia énecessário somente um ano. Além disso, o registropúblico do crédito possui cobertura limitada e nãoexiste uma carteira do crédito privado no país. Oregistro de propriedade para bens móveis eimóveis não está em dias, tem manutenção manuale não é centralizado.

parties) and also an average of 41days to import.Mauritius takes only 16 days to export and importgoods. South Africa takes 31 days to export and 34days to import. (Annex 1)

the financial systemThe high cost and lack of availability of credit is oneof the most, if not the most important, impedimentto the development and profitability of the privatesector of Mozambique. The Mozambican banks arepresently charging double-digit real rates of interestfor borrowing. This is exacerbated by the fact thatinterest spread between savings and borrowing isperceived to be excessive. Mozambican economicdevelopment requires and depends on a viablefinancial system, both banking and non-banking.

Part of the problem of offering more credit at lowercost is structural. The judicial system takes an averageof 580 days and 38 processes for a court case inorder to enforce contracts. The cost of a court caseaverages 16.0% of the contract. The time it takes ismore than twice that of South Africa (277days), whilethe best country in SADC, Botswana, takes only 154days. In order to close a business or reorganize one,it takes an average of 5 years while in South Africa ittakes an average of 2 years and in Namibia it takesonly one year. Also, Mozambique’s public creditregistry has very limited coverage and there is noprivate credit bureau in the country. The propertyregistry for fixed and movable assets is outdated,manually maintained, and not centralized. (Annex 1)

employment Mozambique has a labor force of 9.2 million of which521 thousand are formally employed in 2003 (INE2004), representing less than 6% of the total laborforce. An estimated 7.4 million people make up therural labor force, 89.7% of which is employed inagriculture, forestry, and fisheries, but less than 3%have private sector jobs. At least 93% of the rurallabor form the small scale farmers and self-employed.(World Bank, Mozambique, Country EconomicMemorandum, Sep.27, 2005, pp 39, 49) Theinformal economy is estimated at approximately 40%of the GDP and employs an estimated 76% of theurban labor force. The labor employed outside theformal sector is characterized by low productivity, lowwages, low incomes, and few social benefits.

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empregoMoçambique possui uma força de trabalho de 9.2milhões, 521 mil destes formalmente empregadosem 2003 (INE 2004), representando menos de 6%do total da força de trabalho. Uma estimativa de7.4 milhões de pessoas constitui a mão-de-obrarural, 89.7% da qual está empregada naagricultura, florestamento ou na pesca, porémmenos de 3% possui emprego no setor privado.No mínimo 93% da mão-de-obra rural éconstituída de produtores de pequena escala eempregados por conta própria (World Bank,Moçambique, Country Economia Memorandum,Sep 27, 2005, pp 39,49). A economia informal estáestimada em aproximadamente 40% do PIB eemprega uma estimativa de 76% da força detrabalho urbana. A mão-de-obra empregada forado setor formal é caracterizada por produtividadebaixa, baixos salários e poucos benefícios sociais.

Existem muitas razões para a existência de umagrande parcela da mão de-obra atuando fora daeconomia formal. Moçambique está colocado em113o. lugar no índice geral para os contratos edispensas. O custo fixo do corte de despesas éigual a 141 semanas de salário (para umtrabalhador que trabalha em uma firma por vinteanos). Na África do Sul, este custo é igual a 38semanas e a melhor situação dentro dos SADC é ade Mauritius, igual a 15 semanas.

finanças públicasO governo de Moçambique implementou umaimportante reforma nos impostos em 2002 queincluiu uma revisão completa do Código deBenefícios Fiscais de 1993 e outros regimesespeciais de impostos que vinha sendo bastantecriticado como dispendioso e complicado. O novoCódigo simplifica e consolida programas anteriorese reduz a extensão da redução de impostos para amaior parte dos investidores.

A receita total governamental para o ano de 2005está projetada em 13.8% do PIB, enquanto asreceitas provenientes de impostos está estimadaem 12.4%. A revisão da estimativa para 2004 foi de12.6% e 11.7% para a receita total e a de impostosrespectivamente (IMF February 2006, No. 06/46). Oproblema é que a receita dos impostos é derivadade uma pequena base que inclui as empresasdo setor privado (estimadas em 32 mil) e osempregados formais (aproximadamente 500 mil).

There are many reasons for such a large part of thelabor force operating outside the formal economy.Mozambique is ranked 113th in the overall index forthe hiring and firing. The fixed cost of retrenchment isequal to 141 weeks of salary (for a worker that hasbeen with a firm for 20 years). In South Africa the costis equal to 38 weeks and the best in SADC, Mauritiusit equals 15 weeks. (Annex 1)

public financesIn 2002, the government of Mozambique enactedmajor income tax reform. This reform included anoverhaul of the 1993 Fiscal Benefits Code and otherspecial tax regimes, which had been widely criticizedas costly and complicated. The new Code simplifiesand consolidates previous programs, and reducesthe extent of tax relief for most investors.

The total government revenue for 2005 is projectedto be 13.8% of GDP, while tax revenues areestimated to be 12.4%. The revised estimated for2004 are 12.6% and 11.7% for total revenue and taxrevenue respectively (IMF February 2006, No 06/46).The problem is that the tax revenue is derived from avery small base, including private sector enterprises(estimated at 32 thousand) and formal employees(approximately 500 thousand). Another problem isthat there are numerous tax reductions and taxcredits for many of the large new investments andmega projects. One estimate is that if all theseprojects paid normal taxes the government revenuewith increase by over 3% of the GDP.

Mozambique also has too many different taxes andpayments making the process more bureaucratic,complicated, costly, and time consuming than necessary.It has 35 taxes and government payments. It takes anaverage of 230 hours to comply with the tax reportingregulations. Besides, some of the tax rates are toohigh and form a disincentive to investment. Thepayable corporate tax rate is equal to 50.9% ofenterprises’ income (these includes the corporatetax, tax on dividends, and others) Mauritius has only7 payments and it takes only 158 hours to complywith the regulations. Its payable corporate tax is38.2%. (Annex 1)

conclusion The macro and political situations have givenMozambique good statistics/figures, and thegovernment is working on many of the important

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Um outro problema é que existem inúmerasreduções de impostos e créditos de impostos paramuitos dos grandes investimentos e megaprojetosnovos. Uma estimativa é que se todos estesprojetos pagassem impostos normais, a receita dogoverno se elevaria para acima de 3% do PIB.

Moçambique também possui muitos impostos epagamentos diferentes, o que torna o processomais burocrático, complicado, oneroso e degrande consumo de tempo, tudo isto mais do queo necessário. Existem 35 impostos e pagamentosgovernamentais e são necessárias 230 horas parao cumprimento dos regulamentos da declaraçãode impostos. Além disso, algumas das taxas deimpostos são bastante elevadas e constituem umnão incentivo ao investimento. A taxa de impostocorporativo a pagar é igual a 50.9% da renda dasempresas (incluindo o imposto corporativo, oimposto sobre dividendos e outros). Mauritiuspossui somente 7 pagamentos e são necessáriassomente 158 horas para o cumprimento dosregulamentos. O imposto corporativo a pagar, nopaís, é de 38.2%.

conclusãoAs situações macro e política têm ofertado aMoçambique bons números e o governo vemtrabalhando em muitos dos assuntos importantes.Porém, na realidade, o estado das coisas não é tãobom. A situação positiva da macroeconomia e a dapolítica estável não são suficientes para a promoçãodo crescimento dos setores econômicos tradicionais.As firmas tradicionais do setor privado no setor formalenfrentam burocracia, empecilhos e corrupção emtodos os estágios da condução de negócios. Asexportações tradicionais, com algumas exceções,têm apresentado taxas de crescimento patéticas.O desemprego e o subemprego não são elevadosmas astronomicamente elevados. O setor tradicionalda manufatura encontra-se estagnado, com asfábricas e o equipamento funcionando com menosde 50% da capacidade.

Afim de competir e ter sucesso em atrair negóciose investimentos, Moçambique tem que oferecer asmelhores condições e ambiente possíveis para osnegócios. Não é importante que o ambiente denegócios no país seja são tão bom como a médiados países do SADC; é essencial que seja o melhordentre os melhores.

issues. However, the real state of affairs is not so good.Positive macro economic indicators and a stablepolitical environment are insufficient to promote thegrowth of the traditional economic sectors. Thetraditional private sector firms in the formal sectorface bureaucracy, red tape, and corruption at allstages of doing business. Traditional exports, withsome exceptions, have shown pathetic growth rates.Unemployment and underemployment are not highbut astronomically high. The traditional manufacturingsector is stagnant with plant and equipment workingat less then 50% of capacity.

In order to compete and be successful in attractingbusiness and investment, Mozambique must offer thebest business conditions and environment possible.It is not important that Mozambique’s businessenvironment be as good as the average countries inSADC, it is essential that it be better then the best.

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ambiente de negôcios de moçambique com baseline e projeção de metas

2006James LaFleur

IEA de CTA

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mozambican business environment with baseline and projected benchmarks

2006James LaFleur

IEA – CTA

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introduçãoAs políticas de aviação proteccionistas constrangemo desenvolvimento do turismo e das empresas emMoçambique. Existe uma necessidade considerávelde reforma da política de aviação civil formal e derestruturação do quadro institucional. O tráfegointernacional em Moçambique limita-se a umacapacidade insuficiente durante as épocas de picoe a preços demasiado elevados durante a maiorparte do ano. Regulamentos obscuros e decisõesarbitrárias limitam o acesso ao mercado, facto queresulta em tarifas elevadas nas rotas internacionaise domésticas. A liberalização dos transportesaéreos irá reduzir os preços, impulsionar o turismo,criar postos de trabalho, reduzir o custo de se fazernegócio com Moçambique e permitir um maior acessodos produtos moçambicanos aos mercadosinternacionais.

antecedentesMoçambique tem três aeroportos internacionais -Maputo, Beira e Nampula; seis aeroportosprincipais – Inhambane, Quelimane, Tete, Lichinga,Pemba e Vilanculos; dez aeroportos secundários,seis bases aéreas e aproximadamente 300 pistasde aterragem adicionais, todas as quais carecemde melhoramento sério a nível de equipamento ede reabilitação.

Sete operadores realizam vários serviços programadosnas rotas internacionais, regionais e domésticas. ALAM, Air Portugal (TAP) e SAA prestam serviçosregulares. A TAP é a única transportadora comvoos intercontinentais. A África do Sul é a ligaçãointernacional mais forte de Moçambique. Umacordo bilateral permite a uma transportadora porcompanhia aérea realizar voos entre Maputo eJohannesburg (LAM e SAA). O acordo permite queas transportadoras sul-africanas voem a partir devários destinos na África do Sul para a Beira,

introductionProtectionist aviation policies severely constrain thedevelopment of tourism and business in Mozambique.There is a substantial need for the reform of formalcivil aviation policy and the restructuring of theinstitutional framework. International traffic inMozambique is restricted to a capacity that isinsufficient during peak demand times, and highlypriced most of the year. Obscure regulations andarbitrary decisions limit market access and results inhigh fares on international and domestic routes.Liberalizing air transport will lower prices, boosttourism, create jobs, reduce the cost of doingbusiness with Mozambique and give Mozambicanproducts greater access to international markets.

backgroundMozambique has three international airports – Maputo,Beira, Nampula – six main airports: Inhambane,Quilimane, Tete, Lichinga, Pemba, Vilanculus, 10secondary airports, 6 military airfields, and almost300 additional landing strips all of which need seriousequipment upgrades and improvements.

Seven operators, perform various scheduled serviceson international, regional, and domestic routes.Regular services are provided by LAM, Air Portugal(TAP) and SAA. TAP is the only carrier performingintercontinental flights. South Africa is the strongestinternational link from Mozambique. A bilateralagreement allows for one carrier per party to flybetween Maputo and Johannesburg (LAM and SAA).The agreement allows South African carriers to flyfrom points in South Africa to Beira, Maputo,Nampula, Pemba and Vilanculus. In turn, operatorsdesignated by Mozambique can fly from points inMozambique to Cape Town, Durban, Johannesburg,Nelspruit and Lanseria.

Nonregular services are carried out on a case-by-

LIBERALIZAÇÃO DO ESPAÇO AÉREO

liberalização da política da aviação demoçambique

Sumário

liberalization of mozambique’s aviation policySummary

Andrés Ricover, Nathan Ass

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Maputo, Nampula, Pemba e Vilanculos. Po seuturno, os operadores designados por Moçambiquepodem voar de Moçambique para Cape Town,Durban, Johannesburg, Nelspruit e Lanseria.

São realizados serviços não regulares caso acaso, sendo prestados mediante a concessão deuma autorização. As autorizações atrasadas eindeferidas, aliadas à política que limita o númerode pontos de entrada dos voos internacionais,impedem a flexibilidade de que os operadoresturísticos necessitam e solicitam estão a afectar odesenvolvimento do sector do turismo.

As tarifas regionais são mais elevadas emMoçambique do que nos outros destinosregionais devido às ligações limitadas e à ofertaregulamentada. No que diz respeito a viagens compartida em Johannesburg, Maputo é, de longe, odestino mais caro, a 0.70 cêntimos do dólar pormilha voada – perto do dobro de Lusaka, Blantyre,e Dar es Salaam. A causa destes preços elevadosreside no facto de que Maputo é um mercadorestrito, onde a capacidade é controlada comouma questão de política de protecção.

As tarifas domésticas são extremamente elevadasem comparação com as praticadas na África doSul. Um voo que cobre uma distância de 597milhas na África do Sul custa 0.21 $/milhas, emcomparação com uma distância de 528 milhas emMoçambique que custa 0.48$ /milhas. A causadesta discrepância é que o mercado competitivosólido da África do Sul proporciona economias deescala que mantém os custos baixos e o seuambiente liberalizado de preços.

quadro de políticas einstitucionalA reforma deve abordar a política proteccionistaformal, conforme o definido pela Resolução40/2002 de 14 de Maio de 2002, e o quadroinstitucional.

O acesso às rotas é definido por acordos bilateraisde serviços (bilateral service agreements – BASA)celebrados entre Moçambique e os seus parceiroscomerciais. Por lei, as transportadoras sãodesignadas mediante concurso público, numabase rota por rota. Os direitos são concedidos emtermos exclusivos por períodos de até 10 anos,sendo renováveis por concurso público. A política

case basis and are permitted once a permit has beengranted. Delayed and refused permits, together withthe policy limiting the number of entry points forinternational flights is preventing the flexibility thattour operators require and request is damaging thedevelopment of the tourism sector.

Regional fares are higher in Mozambique than inother regional destinations due to limited connectivityand regulated offers. For travel originating inJohannesburg, Maputo is by far the most expensivedestination at 0.70 cents per dollar for mile flown-nearly twice as expensive as Lusaka, Blantyre, andDar es Salaam. The reason for these high prices isthat Maputo is a restricted market where capacity iscontrolled as a matter of protective policy.

Domestic fairs are extremely high in comparisonwith South Africa. A 597 mile flight in South Africacosts 0.21 $/mls in comparison with a 528 milejourney in Mozambique costing 0.48$/mls. Thereason for this discrepancy is that the South Africanmature competitive market provides economies ofscale that keep costs low and its deregulatedenvironment does not control prices.

policy and institutionalframeworkReform must address both the formal protectionistpolicy as defined by Resolution 40/2002 of May 142002 and the institutional framework.

Route access is defined by bilateral service agreements(BASA) between Mozambique and its tradingpartners. By regulation, carriers are designated bypublic tender, on a route per route basis. Rights aregranted on exclusive terms, for periods up to 10years, and are renewable by public tender. Formalpolicy limits market participation to one carrier perside in each market. This prevents competition inspecific markets and facilitates collusion. Regulardomestic operations are assigned per route byconcession on the basis of public tenders which maybe renewed every five years.

Policymaking and regulatory functions are concentratedin Mozambique’s civil aviation institute the Institutode Aviaçao Civil de Moçambique (IACM). IACM isresponsible for regulating procedures of policyapplication and the legal framework, is responsiblefor technical regulation and accident investigation.These functions need to be separated. Policymaking

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formal limita a participação do mercado a umatransportadora por cada lado no mercado. Estefacto impede a concorrência em mercadosespecíficos e facilita o conluio. As operaçõesdomésticas regulares são atribuídas por rotaatravés de concessões numa base de concursopúblico, que podem ser renovadas de cinco emcinco anos.

As funções de definição de políticas e reguladorasestão concentradas no Instituto de Aviação Civil deMoçambique (IACM). O IACM é responsável porregulamentar os procedimentos de aplicação daspolíticas e do quadro legal, é responsável pelaregulamentação técnica e pela investigação deacidentes. Estas funções devem ser separadas.A definição de políticas deve ser separada daregulamentação técnica. A concentração deambas as funções num único órgão facilita amanipulação do regulamento em nome da política.Porque a LAM é uma empresa do Estado, aregulamentação técnica e a definição de políticasnão são actividades independentes desta companhiaaérea. A LAM deve estar separada da definiçãode políticas e da regulamentação técnica. Aresponsabilidade pelo funcionamento da infra-estrutura continua a ser da Aeroportos deMoçambique (ADM).

conclusões e recomendaçõesMoçambique deve liberalizar a sua indústria detransporte aéreo. O proteccionismo está a asfixiaro mercado da aviação, a prejudicar o sectorturístico do país, a abafar o crescimento docomércio e investimento estrangeiro, estandotambém a resultar em tarifas elevadas nas rotasdomésticas e internacionais.

• Permitir a Operação de mais Voos Internacionais– O mercado de Moçambique não gera tráfegosuficiente para tornar lucrativas as operaçõesdos transportes aéreos domésticos. Como tal,o mercado continua a ser servido de formadeficiente, não é fiável e é oneroso. Uma formade resolver este problema é aumentar o tráfegointernacional, facto que permitiria economiasde escala para manter as rotas domésticase fortalecer a capacidade financeira dastransportadoras locais, permitindo assimmelhores serviços no mercado doméstico. Parase conseguir este objectivo, a política deprotecção à LAM terá que ser substituída poruma política de liberalização, a qual trará novas

must be separated from technical regulation.Concentrating both functions in one body facilitatesmanipulation of regulation for the sake of policy.Because LAM is a state-owned company, technicalregulation and policymaking are not independent ofthe airline. LAM must be separated from policymakingand technical regulation. Responsibility for infrastructureoperations remains with Aeroportos de Moçambique(ADM).

conclusions andrecommendations Mozambique should liberalize its air-transport industry.Protectionism is smothering the aviation market,harming the countries tourism sector, stifling growthin trade and foreign investment and resulting in highfares on domestic and international routes.

• Allow more International Flights – Mozambique’smarket does not generate enough traffic to makedomestic air transport operations profitable. Assuch, the market remains underserved, unreliableand expensive. One way to resolve this problem isto increase international traffic which wouldprovide economies of scale to maintain domesticroutes and strengthen the financial capability oflocal carriers, allowing for better services in thedomestic market. To achieve this, the policy ofprotecting LAM will have to be replaced with aliberalization policy, which will bring new carriersand increased competition to the market.

• Increase Competition in the Domestic Air Market– the Government of Mozambique shouldencourage the private sector to provide airservices by facilitating business creation, easingtaxation and lifting bureaucratic obstacles.

• Promote Policy Reform – encourage policy reform,guided by the principles of the YamoussoukroDeclaration, which seeks to liberalize air transport,promote market access, promote safely and otherpolicy reforms to promote aviation.

• Promote Institutional Reform – institutional reformshould aim to separate the functions of policymaker, technical regulator, operator, and theaccident investigator. Support should be given forthe creation of an independent technical regulatorwith financial independence to guarantee properstaff compensation, training and promotion, anduse of state of the art technologies. Aviationpolicies set forth by ICAO on its 18 Annexes to the

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transportadoras e aumentará a concorrência nomercado.

• Maior Concorrência no Mercado Aéreo Doméstico– O Governo de Moçambique deve encorajar osector privado para que providencie serviçosaéreos, facilitando a criação de possíveis negócios,simplificando o esquema de tributação eeliminando os obstáculos burocráticos.

• Promover a Reforma das Políticas – encorajara reforma das políticas, guiada pelos princípiosda Declaração de Yamoussoukro, que procuraliberalizar os transportes aéreos, promover oacesso ao mercado, promover a segurança eoutras reformas de políticas com vista apromover a aviação.

• Promover a Reforma Institucional – a reformainstitucional deve ter como objectivo separar asfunções de fazedor de políticas, reguladortécnico, operador e investigador de acidentes.Deve ser prestado apoio à criação de umainstituição reguladora técnica independente,com independência financeira suficiente paragarantir a remuneração, a formação e a promoçãoadequadas do pessoal, bem como a utilizaçãodas tecnologias mais modernas. As políticas daaviação estabelecidas pela ICAO nos seus 18Anexos da Convenção de Chicago de 1944,bem como as suas edições revistas quegarantam os mais altos padrões de segurançada aviação devem continuar a ser aplicadas.

Chicago Convention of 1944 and its updates,which guarantee the highest standards in aviationsafety, should continue to be applied.

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introduçãoO investimento na infra-estrutura das telecomunicaçõesem Moçambique é uma condição primária enecessária para o crescimento económico. Anatureza de capital intensivo das redes deinformação constitui um obstáculo importanteao desenvolvimento da infra-estrutura. Como tal,os responsáveis pela definição de políticasmoçambicanos devem procurar atrair e mantero investimento estrangeiro. O Governo deMoçambique deve reconhecer as ligações fortese claras existentes na cadeia entre (1) acção/inactividade do governo (por exemplo,regulamentação, tributação e propriedade), (2) osincentivos e as oportunidades para investir nainfra-estrutura da rede de telecomunicações, (3) adifusão e o aprofundamento dos serviços detelecomunicações e (4) os objectivos macro-económicos amplos relacionados com o crescimentoeconómico e desenvolvimento. O reconhecimentodestas ligações motivou a restruturação, privatização,liberalização, ajustamento nas instituiçõesreguladoras, procedimentos e regras nos paísesem desenvolvimento.

antecedentesMoçambique iniciou o processo de liberalização dosector das telecomunicações em 1992; contudo, areforma reguladora continua a ser afectada poratrasos, mudanças de rumo e falta de enfoque e deempenho.

Provedores de Serviços – existem actualmente trêsgrandes provedores de serviços e vários pequenosnichos de provedores. As Telecomunicações deMoçambique (TDM) cobrem 60% do país epossuem cerca de 75.000 assinantes, beneficiando

introductionInvestment in telecommunications infrastructure inMozambique is a primary and necessary condition foreconomic growth. The capital intensive nature ofinformation networks is a major obstacle toinfrastructure development. As such, Mozambicanpolicy makers should aim to attract and keep foreigninvestment. The Government of Mozambique needsto take cognizance of the strong and clear linkages inthe chain between (1) government action/inaction(e.g. regulation, taxation and ownership), (2) incentivesand opportunities to invest in telecom networkinfrastructure, (3) diffusion and deepening oftelecommunications services, and (4) broadmacroeconomic objectives related to economicgrowth and development. Recognition of these linkshas motivated restructuring, privatization, liberalization,adjustment in regulatory institutions, procedures andrules in developing countries.

backgroundMozambique began liberalizing its telecom sector in1992, however, regulatory reform continues to bemarred by delays, changes in course and lack offocus and commitment.

Service Providers – there are currently three majorproviders and several small niche providers.Telecommunicacoes de Moçambique (TDM) covers60% of the country and has approximately 75,000subscribers and enjoys a temporary franchisedmonopoly on the provision of telephone services viacopper-based technology. TDM owns and operatesthe national transmission network linking all provincialcapitals. The network is a combination of marine fibercable, terrestrial microwave links and satellite circuits.Most connections from Mozambique to international

TELECOMUNICAÇÕES:REVISÃO DO SECTOR DE TELECOMUNICAÇÕES

DE MOÇAMBIQUE

revisão do sector das telecomunicaçõesde moçambique

Sumário

review of mozambique’s telecom sectorSummary

Dr. Larry F. Darby, Nathan Ass.

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de um monopólio temporário na prestação deserviços telefónicos através de tecnologia baseadaem cobre. A TDM possui e opera a rede nacionalde transmissão que liga todas as capitaisprovinciais. A rede é uma combinação de cabo defibra marítimo, ligações terrestres por microondase circuitos por satélite. A maior parte das ligaçõesde Moçambique para as rede internacionais éconseguida através da ligação da TDM ao satélite.O investimento total da TDM baixou +-70% desdeque atingiu o seu pico em 2002. Contudo, foianunciado em 2005 que as TDM pretendem investirUS$30 milhões em infra-estrutura backbone ereduzir a sua dependência em relação ao satéliteatravés da instalação de uma ligação por fibraóptica à África do Sul por meio de uma conduta degás natural liquefeito entre Maputo e a fronteira.Este aspecto pode ser fundamental no timing e novalor da privatização.

A mCel, a subsidiária totalmente pertencente àsTDM, investiu mais US$150 milhões e continua aacrescentar estações de base e aumentar apresença do sinal. Ela conecta os seus centros decomutação utilizando o backbone das TDM e asligações VSAT, e possui +700.000 assinantes. AVodacom concorre com a mCel e a TDM naobtenção de taxas de interligação favoráveis juntoao INCM. Possui +250.000 assinantes e encontra-se actualmente a construir o seu próprio backboneque liga alguns locais e usa actualmente um centrode comutação em Maputo.

Comunicação de Dados e a Internet – o principalprovedor de comunicações de dados é a Teledatade Moçambique Ltd., uma sociedade coligada(joint venture) de 50/50 entre as TDM e a PortugalTelecom Internacional. A rede utiliza X.25 paraestabelecer a ligação entre as principais cidadesde Moçambique e os serviços são oferecidosatravés de uma central VSAT em Maputo. Apesarde alegações, por parte dos concorrentes eclientes, de discriminação, de subsídios cruzados,da obtenção de lucros excessivos e de outrosabusos, não existem provas que corroborem estasalegações. A Teledata não tem estado a arrecadarreceitas excessivas do exercício do podermonopolista e a TDM a Teledata refutam qualquerdiscriminação.

Mais de 90% do uso da internet tem origem nogoverno, nas instituições educacionais, nas ONGse empresas. Os actores do mercado incluem a

networks are achieved via TDM links to satellite. Totalinvestment in TDM has declined by +- 70% since itspeak in 2002. It was however announced in 2005that TDM intends to invest US$30 million in backboneinfrastructure and to reduce TDM’s reliance onsatellite by installing a fiber optic link to South Africathrough a liquefied natural gas pipeline between Maputoand the border. This may be instrumental in the timingand value of privatization.

mCel, the wholly owned subsidiary of TDM hasinvested +US$150 million and continues to add basestations and signal presence. It connects its switchingcenters using the TDM backbone and VSAT links, has+700,000 subscribers. Vodcom competes with mCeland TDM for favorable interconnection rates inproceedings at the INCM. It has +250,000 subscribers,is currently building its own backbone linking somesites and currently uses one switching center in Maputo.

Data Communication and the Internet – the main datacommunications provider is Teledata MozambiqueLtd., a 50/50 joint venture for TDM with PortugalTelecom International. The network uses X.25 to linkMozambique’s major cities and services are offeredvia a VSAT hub in Maputo. Despite allegations ofdiscrimination, cross-subsidies, profiteering andother abuses of competitors and customers, noevidence has been forth coming to substantiate theseclaims. Teledata has not been garnering excessiveearnings from the exercise of monopoly power andTDM and Teledata deny any favorable discrimination.

More than 90% of internet usage originates in thegovernment, educational institutions, NGO’s andbusinesses. Market players include Teledata (nationalcoverage), Tropical Connection, Virtual Connection(own gateway), Centre Informatica de UniversidadeEduardo Mondlane (CIUEM), Mozambique Online,Emil and Netcabo. Since May 2002 and the launch ofits Internet Exchange Point (MOZ-IX), Mozambiquehas had peering arrangements among major ISPsand several smaller ones that has yielded savings ininternational bandwidth and network costs. On thebasis of a MOU with the U.S. government, the USAIDexecuted Leland Initiative provides TDM with a highbandwidth Internet link between Maputo and the U.Swhich is then resold to local ISPs. Teledata is anothermajor provider of connectivity.

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Teledata (cobertura nacional), a Tropical Connection,a Virtual Connection (gateway próprio), o Centro deInformática da Universidade Eduardo Mondlane,(CIUEM), a Mozambique Online, a Emil e aNetcabo. A partir de Maio de 2002, e com olançamento do seu Internet Exchange Point (MOZ-IX), Moçambique estabeleceu acordos de parescom os principais provedores de serviços deinternet (ISPs) e com vários outros mais pequenos,facto que originou poupanças nos custos dalargura de banda internacional e da rede. Combase no Memorando de Entendimento firmadocom o governo dos Estados Unidos, a IniciativaLeland, executada pela USAID fornece às TDMuma ligação via Internet de banda larga entreMaputo e os Estados Unidos, que é posteriormenterevendida aos ISPs locais. A Teledata é um outrogrande provedor de conectividade.

quadro de políticas,estatutário e institucionalQuadro Regulador – O quadro regulador deMoçambique, o Instituto Nacional das Comunicaçõesde Moçambique (INCM), criado em 1992, possuipoderes consideráveis, autonomia financeira eadministrativa e, em princípio, independênciapolítica por via de um Conselho de Administraçãoindependente. O processo de tomada de decisõesdo INCM não é justo. Poucos intervenientes sabemcomo os assuntos são incluídos na agenda, comoé que eles são analisados, como participar ou quetipos de dados o INCM irá pesar para tomar umadecisão. Embora o INCM tenha a responsabilidadeestatutária de tomar importantes decisõesreguladoras, o Ministério dos Transportes eComunicações possui amplas responsabilidadesde definição de políticas e é “responsável peladefinição da política do sector e pela formulaçãoda estratégia, conforme estabelecido nosestatutos”. Determinar quem define as políticas emMoçambique reduz-se à identificação de quemtem autoridade política ou exerce o poder políticosobre os responsáveis pelas decisões reguladoras.Embora a lei atribua ao INCM a responsabilidadede tomar decisões reguladoras detalhadas, nãoespecifica as fontes, nem os pontos fortes dopoder político projectados de outros departamentosdo governo e pessoas singulares. A localizaçãoefectiva do verdadeiro poder no INCM é oConselho Administrativo, constituído por umPresidente e quatro membros.

policy, statutory andinstitutional frameworkRegulatory Framework – Mozambique’s regulatorybody, the Mozambique Communications NationalInstitute (INCM), created in 1992 is vested withconsiderable power, financial and administrativeautonomy and, in principle, political independence byvirtue of its empowerment of an independent Boardof Directors. INCMs’ decision making process in notfair. Few stakeholders know how issues get on theagenda, how they are framed for consideration, howto participate, or what kinds of evidence INCM willconsider in making a decision. While INCM bearsthe statutory responsibility for making importantregulatory decisions, the Ministry of Transport andTelecommunications has broad policy makingresponsibilities and is “responsible for the definition ofsector policy and development strategy as set out inthe statutes.” Determining who makes policy inMozambique reduces to identifying who has politicalauthority or exercises political power over theregulatory decision makers. While the law gives INCMthe responsibility for making detailed regulatorydecisions, it does not specify the sources andstrengths of political power projected from othergovernment departments and individuals. The effectivelocus of real power at INCM is the AdministrativeBoard made up of a Chairman and four members.

INCM has more or less unchecked power to imposeand collect fees and taxes for its own accountwithout regard to principles of fair and efficienttaxation or contributions of the proceeds to thegeneral treasury.

The annual report provides a snapshot of theagency’s finances, assets and liabilities, sources anduses of cash and an income statement reflecting netresults of operations. INCM’s fixed asset baseincreased by 52% over the previous year to reach anestimated 20,750,000,000 meticais be the end of2004. INCM booked revenue of 210,242,763,000meticais in 2004 attributed mainly to new taxingcharges, fees for award of licenses to Vodacom,MCEL SARL and TDM SARL and liquidity improvedenormously.

Statutory Framework – Law 8/2004 provides thebasic statutory framework for regulating the telecomsector today. Mozambique’s statutory frameworkcontains all the pieces needed to create a regulatoryenvironment that will meet investors’ objectives, but itlacks coherence and direction. The statutes however

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O INCM tem um poder mais ou menos nãocontrolado para impor e cobrar tarifas e taxas porsua própria conta, sem a devida consideração aosprincípios de tributação justa e eficiente, nem dascontribuições para o tesouro geral.

O relatório anual apresenta uma imagem dasfinanças, activo e passivo, fontes e utilizações dosfundos da instituição e uma declaração derendimentos que reflecte os resultados líquidosdas operações. A base do activo fixo do INCMaumentou em 52% ao longo do ano transacto,tendo atingido cerca de 20.750.000.000 meticaisaté ao final de 2004. As receitas contabilísticas doINCM no valor de 210.242.763.000 meticais em2004, foram essencialmente atribuídas às novastarifas, taxas para a atribuição de licenças àVodacom, MCEL SARL e à TDM SARL, tendo aliquidez aumentado imenso.

Quadro Estatutário – A Lei 8/2004 faculta o quadroestatutário básico para regulamentar hoje o sectordas telecomunicações. O quadro estatutário deMoçambique contém todos os aspectos necessáriosà criação de um ambiente regulador que irásatisfazer os objectivos dos investidores, mascarece de coerência e de direcção. Contudo, osestatutos não proporcionam os meios paraequilibrar objectivos em conflito; criam um órgãoregulador com um enorme poder discricionário nadeterminação do rumo dos acontecimentospreferido e na ordenação das metas estatutárias.Também parece que não existem laços analíticosclaros entre as metas alegadamente seguidas peloINCM e os meios para as atingir, conforme sedepreende das decisões do INCM.

Regras de Interligação – a prática de estabelecertaxas de interligação com base nos custos é muitodifícil. Reconhecendo que o monopólio da rádio doresponsável pelo sector não possui os dados sobreos custos, nem os modelos de cálculo de custosnecessários para um cálculo fiável das taxas deinterligação, o INCM utiliza marcos de referência(“benchmarks”) derivados das taxas de interligaçãopraticados pelos outros países. Confiarmecanicamente nas taxas aplicadas nos outrospaíses não deve substituir uma análise cuidadosado impacto das alternativas sobre a viabilidade daconcorrência, dos incentivos à adesão, das taxasdo utilizador final e da capacidade e do incentivodos transportadores investirem na infra-estruturadas telecomunicações.

provide no means for balancing conflicting goals;create a regulatory body with an enormous amount ofdiscretion in determining a preferred course of actionand marshalling statutory goals. There also appearsto be no clear analytical ties between the goalsreportedly pursued by INCM and the means forachieving them as implied by INCM decisions.

Interconnection Rules – the practice of establishingcost-based interconnection rates is very difficult.Recognizing that the incumbent wireless monopolyhas neither the cost data nor costing modelsnecessary for reliable estimation of interconnectionrates, INCM uses “benchmarks” derived from theinterconnection rates of other countries. Mechanicalreliance on rates in other countries is no substitute forcareful analysis of the impact of alternatives on theviability of competition, entry incentives, end userrates, and the ability and incentive of carriers to investin telecom infrastructure.

recommendationsFour recommendations are provided as to what thegovernment might do to overcome basic economicbarriers and avoid discouraging investment in thetelecom sector. They are as follows:

• Proceed Immediately with TDM Privatization –given TDM’s recent market performance and slidesince 2002, waiting any longer to privatize willresult in the government capturing less value fromthe sale of the assets.

• Proceed Immediately with Regulatory Reform toAttract Investment – INCM must be encouragedto make administration transparent and streamlinerulemaking and analytical processes. Theremust be a shift from an undue focus on licensingactivities and the collection of taxes to a focus onthe requirements of investors in new or improvedtelecom infrastructure.

• Get Business Involved in the Regulatory Process– public participation is an important guarantor ofregulatory transparency and fidelity to the publicinterest. The private sector must become moreaggressive, organized and focused in representingitself to telecom sector decision-makers.

• CTA must Advocate on Behalf of Business Users– CTA must find a way to project the interestsof business into the regulatory process anddeterminants at INCM. This may be achieved by

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recomendaçõesSão aqui apresentadas quatro recomendações sobreo que o governo poderá fazer para ultrapassar asbarreiras económicas básicas e evitar desencorajaro investimento no sector das telecomunicações.Elas são as seguintes:

• Avançar Imediatamente com a Privatização dasTDM – tomando em consideração o recentedesempenho das TDM no mercado e o deslizeque se vem verificando desde 2002, esperarmais tempo pela privatização terá comoresultado que o governo vai obter um valorinferior da venda do seu activo.

• Avançar Imediatamente com a Reforma paraAtrair o Investimento – O INCM deve serencorajado a tornar a administração transparentee a simplificar os processos de definição dasregras e de análise. Deve haver uma mudançade um enfoque desmedido as actividades delicenciamento e de cobrança de tarifas para umenfoque nos requisitos dos investidores numainfra-estrutura de telecomunicações nova oumelhorada.

• Envolver as Empresas no Processo Regulador –a participação pública é um garante importanteda transparência dos regulamentos e dafidelidade em relação ao interesse público. Osector privado deve tornar-se mais agressivo,organizado e centrado na sua representaçãonos órgãos decisórios do sector dastelecomunicações.

• A CTA deve Advogar a Favor dos Utilizadoresdas Empresas – A CTA deve encontrar formasde projectar os interesses do empresariado noprocesso e determinantes reguladores noINCM. Isto pode ser conseguido conseguindo-se um candidato sensível aos interesses dosutilizadores das telecomunicações nomeadopelo Conselho de Administração do INCM;mediante a participação nos processos doINCM através de um ‘Comité de Peritos', o qualdesempenharia as unções de um comité deconsultoria de assessoria ao INCM; e mediantea participação nos processos do INCM atravésda participação formal dos membros da CTA nadefinição das regras.

having a candidate sensitive to the interests oftelecoms users appointed to the AdministrativeBoard of INCM; through participation in INCMprocesses through a ‘Committee of Experts” whowould act as a consultancy committee to adviseINCM; and; through participation in INCMprocesses through the formal participation of CTAmembers in rulemaking.

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introdução: o conceito –reorganização e falência o Uma empresa com problemas que não é capazde pagar seus débitos ou seus credores podeentrar com um pedido de protecção contra falênciajunto a um tribunal de falências dentro de um dosseguintes casos:

- Liquidação (Capítulo 7) ou- Reorganização (Capítulo 11)

Liquidação significa que a empresa tem a intençãode vender todos os seus bens, distribuir as receitasdentre seus credores e cessar suas operações.

Reorganização é uma tentativa de permanecercom o negócio enquanto o tribunal de falênciassupervisionar a “reorganização” das obrigaçõescontratuais e de débitos da companhia.

procedimento de reorganizaçãoA reorganização permite que a empresa devedoraentre em um acordo com os credores dentro doqual toda ou uma parte do negócio continua aoperar.

1. Para estabelecimento de um caso dereorganização, uma petição voluntária é dadaentrada junto ao tribunal de falências.

2. Uma listagem de todos os bens e débitos bemcomo a documentação da situação financeiratêm que ser apresentadas.

3. O devedor permanece em posse de suapropriedade, desenvolve um plano e gerafundos para pagamento dos débitos.

4. Se houver evidência de administração deficienteou fraude, um “trustee” pode ser apontado apedido dos credores.

introduction:bankruptcy conceptA troubled business that is unable to service its debtor pay its creditors can file for bankruptcy protectionto a bankruptcy court under either one to thefollowing:

- Liquidation (Chapter 7) or- Reorganization (Chapter 11)

Liquidation means that the business intends to sell allits assets, distribute the proceeds to its creditors andcease operations

Reorganization is an attempt to stay in business whilea bankruptcy court supervises the “reorganization” ofthe company's contractual and debt obligations.

reorganization procedureReorganization allows a debtor to enter into anagreement with creditors under which all or a part ofthe business continues to operate.

1. To initiate a reorganization case a voluntary petitionis filed with a bankruptcy court.

2. A schedule of all assets and liabilities and astatement of financial affairs must be also filed.

3. The debtor remains in possession of their property,develops a plan and generates funds to pay debts.

4. It there is evidence of mismanagement or fraud atrustee may be appointed upon the request ofcreditors

objective & goalThe objective of the reorganization case is to adjustand reorganize a debtor's obligations so as to allowthe business to continue.

The ultimate goal is the formulation and acceptanceof a reorganization plan.

LEI DE FALÊNCIA

falência: liquidação e reorganização

bankruptcy: liquidation & reorganizationJim LaFleur, IAE de CTA

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objectivos & finsO objectivo da reorganização é o de ajustar ereorganizar as obrigações do devedor parapossibilitar com que o negócio continue a funcionar.

O objectivo final é a formulação e aceitação de umplano de reorganização.

procedimento parareorganizaçãoO devedor mantém a posse e continua a operar onegócio é a razão substancial para entrar com opedido de causa para reorganização.

Um comité de credores irá, geralmente, serindicado para supervisionar a operação do negóciocom a supervisão do devedor.

plano de reorganização

• Somente o devedor pode submeter um plano dereorganização dentro de um período de tempopredeterminado.

• Após isto, qualquer parte interessada podeapresentar um plano.

• Um plano típico tenta reestruturar os débitos.

• Em geral, o plano irá incluir pagamentos deempréstimos assegurados por imóveis oupagamentos dentro de um período de tempoestabelecido.

• Empréstimos com tempo intermediário serãopropostos para serem pagos dentro do períodode vida útil restante da garantia.

• A maioria dos planos irá propor que os credoressem garantia sejam pagos menos do que ovalor total de seus pedidos como satisfaçãodesses pedidos.

• Um plano proposto por um credor podeoferecer liquidação de alguns ou todos os bensnão isentos do devedor.

reorganization procedureThe debtor remains in possession and to continuesto operate the business is the substantial reason tofile for a reorganization case.

A committee of creditors will generally be appointedto oversee the business operation under thesupervision of the debtor.

reorganization plan

• Only the debtor may submit a plan of reorganizationwithin a fixed time period.

• After that any interested party may file a plan

• The plan typical attempts to restructure debts.

• Generally it will provide for repayment of loanssecured by real estate to be paid over an extendedperiod of time.

• Intermediate term loans will be proposed to bepaid over the remaining useful life of the collateral

• Most plans will propose that unsecured creditorsbe paid less than the full amount of their claims infull satisfaction of their claims.

• A plan proposed by the creditor may provide forthe liquidation of some or all of the debtor'snonexempt assets.

confirmation of areorganization plan

1. The plan is developed by the debtor

2. Acceptance of the plan by creditors is sought bythe debtor.

3. The confirmation hearing is held and the plan iseither confirmed or not confirmed

• The court can cancel, in all or in part, some or allof the company's debts and its contracts so thatthe company can make a fresh start.

• If the company's debts exceed its assets, then atthe completion of bankruptcy the company'sowners (stockholders) all end up with nothing– all

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confirmação de um plano dereorganização

1. O plano é desenvolvido por um devedor.

2. A aceitação do plano pelos credores é pedidapelo devedor.

3. Uma audiência de confirmação é conduzida e oplano é confirmado ou não.

• O tribunal pode cancelar, em todo ou em parte,alguns ou todos os débitos da companhia eseus contratos para que a mesma possacomeçar de novo.

• Se os débitos da companhia excederem seusbens daí, após o período de falência, osproprietários da companhia (“stockolders”)terminam com nada – todos os seus direitose interesses são eliminados – e os credoresda companhia terminam ficando com apropriedade da companhia nova e reorganizadana esperança de que, eventualmente, amesma venha a ter sucesso financeiro comocompensação por suas perdas.

confirmação de um plano

• A confirmação de um plano de reorganizaçãofunciona como eliminação de todos os débitos,com pedido em tribunal ou não, excluindo-seaqueles especificados como não elimináveisdentro do código penal.

• Após confirmação de um plano, o devedorrecebe de volta toda a propriedade livre e isentade quaisquer débitos e incumbências a não serque tais débitos sejam preservados pelo plano.

• Tanto o devedor como os credores têm queguiar-se pelos termos do plano aprovado.

conclusãoA reorganização dentro de uma falência ofereceuma segundo oportunidade para reorganizaçãoe reestruturação da operação do negócio dodevedor.

their rights and interests are terminated– and thecompany's creditors end up with ownership of thenewly reorganized company in the hopes that it willeventually succeed financially as compensation fortheir losses.

confirmation of a plan

• Confirmation of a reorganization plan act as adischarge of all debts, filed or not, excluding thosespecified as not dischargeable elsewhere in thelegal code.

• Upon confirmation of a plan, the debtor receivesback all property free and clear of all liens andencumbrances unless such liens are preserved bythe plan.

• Both debtor and creditors are bound by the termsof the confirmed plan

conclusionReorganization under bankruptcy offers a secondopportunity to reorganize and restructure thedebtor's business operation.

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introduçãoEste documento examina o desempenho comparativodas agências de concorrência utilizando dados deinquéritos disponíveis em 102 países e referentesaos anos de 2003-2004. Os dados referentes aodesempenho da política da concorrência sãoretirados de um inquérito realizado e publicado noGlobal Competitiveness Report (GCR), disponívelno site www.weforum.org O Relatório é rico emtermos de dados sobre muitas questões relevantesque os países em desenvolvimento enfrentam aoadoptarem o regime de concorrência, nomeadamenteos custos da corrupção às empresas, a utilizaçãode sistemas informais ou tradicionais de resoluçãode conflitos e a consciência em relação aos direitosde propriedade. Estas questões são amplamenteignoradas, e possivelmente irrelevantes, em muitospaíses desenvolvidos. O documento chega àconclusão de que é prematuro e impraticável terum programa de política da concorrência com umainstituição associada a zelar pela aplicação dessapolítica, pois oferece benefícios reduzidos e limitados.Moçambique beneficiaria consideravelmente maisde um programa cujo enfoque é desafiar e reduzirou remover os constrangimentos reguladores eadministrativos subtis e onerosos causados pelogoverno.

antecedentesUm recente estudo efectuado pela Confederaçãodas Associações Empresariais de Moçambique(CTA) revela que as principais preocupações dosector privado resultam largamente das barreirascolocadas pelo governo ao comércio ou dosimpedimentos administrativos do governo. O estudoafirma categoricamente que o problema reside nogoverno, e não nas práticas monopolistas dosector privado. O estudo abordou empresasnacionais de todas as dimensões em todas as

introductionThis paper examines competition agency comparativeperformance using survey data available from 102countries for the year 2003-2004. Competition policyperformance data is drawn from a survey conductedand published in the Global Competitiveness Report(GCR), available at www.weforum.org The Reportis rich in data on many relevant issues facingdeveloping countries adopting a competition policyregime, including, the business costs of corruption,the use of informal or traditional dispute-resolutionsystems and property rights consciousness. Theseissues are largely ignored and possibly irrelevant indeveloped economies. The paper concludes thata competition policy program with an associatedcompetition enforcement agency is premature andimpractical, offering meager, limited benefits. It isrecommended that Mozambique would benefitconsiderably more from a focused program aimedat challenging and reducing or removing pervasiveand onerous government sponsored regulatory andadministrative constraints.

backgroundA recent survey conducted by the Confederation ofBusiness Associations of Mozambique (CTA) revealsthat the private sectors’ primary concerns are largelya result of government barriers to trade or governmentadministrative impediments. The survey loudly statesthat the problem rests with the government andnot with private sector anticompetitive practices. Thesurvey polled national business of all sizes across allregions of Mozambique, asking respondents to identifycompetitive difficulties. The survey is consistent withthe results reported by the Global CompetitivenessReport. It is important to note that seven of the topnine factors identified involve government corruptionand regulations.

LEI DE CONCORRÊNCIA:eSTUDO

política da concorrência em moçambique:analisando o desempenho da política da concorrência noutros paíes

competition policy in mozambique:examining the performance of competition policy in other countries

Armando Rodrigues e Jim LaFleur

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regiões de Moçambique, pedindo aos inquiridospara que identificassem dificuldades competitivas.Os resultados do estudo são consistentes com osresultados reportados pelo Global CompetitivenessReport. É importante notar que sete dos noveprincipais factores identificados implicam acorrupção e os regulamentos do governo.

Apesar do facto de a lei antimonopólio estarenraizada numa economia convencional e napolítica da concorrência, as prescrições adoptadaspela maior parte dos países reflectem asprescrições convencionais centrais contra afixação de preços e cartéis horizontais, odesempenho das agências de concorrência pordiferentes países tem sido variado. A diferençareside na administração da política daconcorrência reflectida pelo regulamento dogoverno.

constatações do documentoO documento aplicou uma técnica de decomposiçãopara separar a influência de diversas variáveisdistintas e exógenas e constatou, no geral, que asagências de concorrência nas economias africanasapresentam um fraco desempenho devido aosseguintes factores:

Corrupção Endémica: O mau desempenho dainstituição pode ser atribuído à corrupção existentena agência que deve zelar por ela, ou no ambienteempresarial, ou em ambos. Os comentadoresargumentam que as leis antimonopólio alteram ocusto relativo entre a cartelização privada e acartelização patrocinada pelo governo. Isto sugereque, logo após a adopção de uma política daconcorrência, e assumindo que a agência é eficaze activa, observaríamos um aumento nos esforçosde procura de um rendimento, à medida que osgrupos de interesse fazem manobras para protegeros rendimentos monopolistas existentes, sem entrarem conflito com a agência. No sentido restrito, istonão é corrupção. Porém, os actos consideradoscomo sendo corruptos são suficientementeamorfos, especialmente os que ocorrem emnações com estruturas de governação fracas ouas que são historicamente conhecidas comoacarinhando a corrupção, que se torna difícildistinguir o lobbying legítimo e legal da procura derendimentos. É no meio deste ambiente decorrupção desenfreada e histórica, é possível queum observador de uma instituição nacional

Despite the fact that antitrust is grounded inconventional economics and competition policyprescriptions adopted by most countries reflectconventional core proscriptions against price-fixingand horizontal cartels, competition agency performanceacross different countries has been erratic and varied.The difference lies in the administration of competitionpolicy reflected by government regulation.

the paper findingsThe paper applied a decomposition technique toseparate the influence of various distinct, exogenousvariables across regions and found generally thatcompetition agencies in African economies performpoorly due to the following factors:

Endemic Corruption: Poor agency performance canbe attributed to corruption, either at the enforcementagency, or in the business milieu or both.Commentators have argued that antitrust laws alterthe relative cost between private cartelization andgovernment-sponsored cartelization. This suggeststhat shortly after the adoption of a competition policyand assuming the agency is effective and active, wewould observe an increase in rent-seeking efforts asinterest groups maneuver to protect existinganticompetitive rents without running afoul of theagency. Strictly speaking, this is not corruption. Butacts considered corrupt are sufficiently amorphous,especially those occurring in nations with poorgovernance structures or those nations historicallyknown to coddle corruption, that it is difficult todistinguish legitimate, and legal, rent-seeking,lobbying. Amidst this environment of rampant andhistorical corruption, it is possible that a domesticagency observer would perceive the efforts of theagency as inconsequential and wrongly assign it poormarks. In fact the agency cannot be faulted for whatis necessarily a broader problem of utilizing the wrongtool for the wrong problem. A law enforcementagency is unsuited to challenge legitimate andperfectly, albeit anticompetitive, legal lobbying efforts.

Weak Intensity of Competition: More intense competitionis likely to reduce or ameliorate the tasks of thecompetition agency. What forges a vigorouslycompetitive marketplace? Liberal trade policy hadlong been defended by the proposition that importsdiscipline domestic producers' market power to raiseprices. In broad geographic markets, internationalcompetition forces domestic firms to be competitive.Clearly one would expect a variable controlling for

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perceba os esforços da agência como sendoinconsequentes, atribuindo-lhe erradamente umamá classificação. Com efeito, a agência não podeser penalizada por algo que é necessariamente umproblema mais vasto de utilização da ferramentaerrada para o problema errado. Uma instituiçãoque zela pela aplicação da lei é imprópria paradesafiar os esforços de lobbying legítimos eperfeitamente legais, embora monopolistas.

Fraca Intensidade da Concorrência: Uma concorrênciamais intensa irá provavelmente reduzir ou melhoraras tarefas da agência de concorrência. O que forjaum mercado vigorosamente competitivo? Apolítica do comércio liberal há muito que tem sidodefendida pela proposta de que as importaçõesdisciplinem o poder do mercado dos produtoresnacionais para que aumentem os preços. Emmercados geográficos amplos, a concorrênciainternacional força as empresas nacionais atornarem-se competitivas. Obviamente que sedeve esperar uma variável que controle aintensidade da concorrência e que inclua anatureza vibrante da concorrência interna, assimcomo o efeito do comércio que influencie aexplicação do desempenho comparativo daagência. Os melhores em termos de desempenhoserão encontrados nas economias mais competitivas.Contudo, isto não implica a causalidade, isto é,que a agência é responsável pelo vigor daeconomia.

Metas e Objectivos de Políticas Contraditórios:Embora a diferença de desempenho pareçadever-se à prevalência da corrupção e à falta devigor competitivo, a fraca classificação podetambém dever-se à presença de umamultiplicidade de metas explícitas e implícitasenraizadas nas leis da concorrência em muitaseconomias em desenvolvimento, incluindo as deÁfrica. Logicamente é impossível, em algumasinstâncias, cumprir todos os objectivos de políticasda concorrência estabelecidos simultaneamente. Estaconfusão é muitas vezes alimentada internamente,mas também é ajudada e encorajada pelosproponentes da política da concorrência nasagências multilaterais, nas instituições financeirastanto dos países em desenvolvimento, como dospaíses doadores. Em resultado disso, asjurisdições abraçaram qualquer número deobjectivos de políticas explícitos e implícitos.

Por exemplo, a Organização Mundial do Comércio

intensity of competition, one that includes thevibrancy of domestic competition as well as the effectof trade, to be influential in explaining comparativeagency performance. The best performers will befound in the more competitive economies. However,this does not imply causation, i.e. that the agency isresponsible for the vigor of the economy.

Conflicting Policy Goals and Objectives: Althoughthe performance gap appears to be largely due to theprevalence of corruption and to the lack ofcompetitive vigor the poor marks can be also be dueto the presence of multiplicity of explicit and implicitgoals embedded in the competition laws in manydeveloping economies including those in Africa. It islogically impossible, in some instances; to dischargeall stated competition policy objectives simultaneously.This confusion is often homegrown but also aidedand encouraged by competition policy proponentsin the multilateral agencies, financial institutions bothin developing and donor countries. As a result,jurisdictions have embraced any number of explicitand implicit policy objectives.

The World Trade Organization, for example, recentlylisted “some further examples of objectives fromdifferent competition policy instruments:”

• maintenance of the competitive process or of freecompetition;

• freedom of trade, freedom of choice and accessto markets;

• freedom of individual action;

• securing economic freedom;

• lessening the adverse effects of governmentintervention in the marketplace;

• prevention of abuse of economic power;

• achievement of economic efficiency.

Equity and social considerations are also proffered ascompetition policy goals. South Africa’s competitionlaw, for example, is accountable for racial equality;many other countries explicitly protect and nurturesmall businesses. As a result, and not infrequently,the competition policy goals of one country may beat odds with those of a neighboring country. Notinfrequently, multiple competition policy objectives

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apresentou recentemente uma lista de “algunsexemplos adicionais de objectivos de diferentesinstrumentos da política da concorrência”:

• Manutenção do processo competitivo ou dalivre concorrência;

• Liberdade do comércio, liberdade de escolha eacesso aos mercados;

• Liberdade de acção individual;

• Garantir a liberdade económica;

• Atenuar os efeitos adversos da intervenção dogoverno no mercado;

• Prevenção do abuso do poder económico;

• Conquista da eficiência económica.

Os considerandos sobre a equidade e de ordemsocial também são proferidos como metas dapolítica da concorrência. Por exemplo, a lei daconcorrência da África do Sul é responsávelpela igualdade racial; muitos outros paísesexplicitamente protegem e acarinham as pequenasempresas. Consequentemente, e não é poucofrequente, as metas da política da concorrência deum país podem estar em contradição com as deum país vizinho. Não é pouco frequente quemúltiplos objectivos da política da concorrência,dentro do mesmo país pareçam estar emcontradição uns com os outros.

uma agência de concorrênciacom uma função de advocaciacentrada seria asolução? Uma instituição da concorrência do governo é capazde obter os potenciais ganhos que abundam nasdistorções reguladoras e nos custos administrativos?Um dos papéis mais amplamente divulgadosatribuídos a uma agência de concorrência é afunção de defender a concorrência em benefíciodos consumidores, uma tarefa conhecida por“advocacia da concorrência.” Existem programasde Advocacia da Concorrência na maior parte dasagências de concorrência em todo o mundo. Osprogramas de advocacia são desenhados paraanalisar e enfatizar o grande dispêndio e asimplicações dos regulamentos – a prescriçãoexacta que nós defendemos. Presumivelmente, a

within the same country appear to be seemingly atodds with each other.

is a competition agency witha focused advocacy functionthe solution?Is a government competition agency capable ofcapturing the potential gains that abound inregulatory distortions and administrative costs? Oneof the most widely advertised roles ascribed to acompetition agency is the seeming function ofchampioning competition for the benefit of consumers,a task known as “competition advocacy.” CompetitionAdvocacy programs exist in most competitionagencies around the world. Advocacy programs aredesigned to analyze and highlight the costliness andimplications of regulations – the exact prescriptionthat we advocate. Presumably, information on thetradeoffs involved will result in better-informeddecision-making and one that can steer the economytowards efficient markets and ensure benefits forconsumers. However, consumer advocacy entails a“jawboning” exercise with the potential of underminingpolitically powerful actors, a delicate position for alargely technocratic effort by an agency with nopolitical base or popular support. As a result,competition advocacy program successes are fairlymodest, if at all. Thus, it is unlikely that the putativeagency’s competition advocacy function will be ableto garner much of the large gains available inchallenging administrative burdens and onerousregulations.

In principle, the advocacy functions can be “privatized;”a private institution, fully trained in the principles ofindustrial organization and antitrust economies, themethodology underscoring competition advocacy isequally capable if not better suited to challengegovernmental anticompetitive activity. However, thebest vehicle, private or public, is a role left to the polity.

conclusions and recommendations A competition policy program with an associatedcompetition enforcement agency is premature andimpractical, offering meager, limited benefits, if at all.The following recommendations were put forward forMozambique:

• Focused program aimed at reducing regulatoryand administrative constraints – Mozambiquewould benefit considerably more from a focused

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informação sobre as contrapartidas envolvidasresultarão numa tomada de decisões mais beminformada e que poderá guiar a economia emdirecção aos mercados eficientes e garantirbenefícios aos consumidores. Contudo, a advocaciado consumidor implica o exercício de tentarinfluenciar por palavras, com o potencial de minaractores politicamente poderosos, uma posiçãodelicada para o esforço largamente tecnocráticaempreendido por uma agência sem uma basepolítica ou apoio popular. Em resultado, os sucessosde um programa de advocacia da concorrênciasão bastante modestos. Assim, é pouco provávelque a função de advocacia da concorrência daagência reputada esteja em condições de obtermuitos dos grandes ganhos existentes ao desafiar acarga administrativa e os regulamentos onerosos.

Em princípio, as funções de advocacia podem ser“privatizadas”; uma instituição privada, totalmentetreinada nos princípios da organização industrial edas economias antimonopólio, a metodologia quesublinha a advocacia da concorrência é igualmentecapaz, ou pode mesmo estar em melhorescondições de desafiar a actividade monopolista dogoverno. Contudo, o melhor veículo, privado oupúblico, é um papel deixado para o estado.

concluções e recomendações Uma política da concorrência com uma agênciaassociada que zela pela aplicação da lei daconcorrência é prematura e impraticável, oferecendobenefícios reduzidos e limitados, se é que chegama caso existir. Foram apresentadas as seguintesrecomendações para Moçambique:

• Programa centrado com o objectivo de reduzir osconstrangimentos reguladores e administrativos– Moçambique iria beneficiar bastante mais deum programa com o objectivo de desafiar ede reduzir ou remover os constrangimentossubtis e onerosos reguladores e administrativospatrocinados pelo governo.

• Uma Agência de Concorrência pode serprejudicial – Devido ao sistema judicial frágil, àjurisprudência antimonopólio limitada, ao fracoapoio popular e político, corrupção, inexistênciade dados, capital humano inadequadamenteformado em práticas antimonopólio, a verdadeiraindependência das agências administrativas, aintrodução de uma agência demasiado activa

program aimed at challenging and reducing orremoving pervasive and onerous governmentsponsored regulatory and administrative constraints.

• Competition Agency may be damaging – Due to aweak court system, limited antirust jurisprudence,little popular and political support, corruption,unavailability of data, inadequate human capitaltrained in antitrust practice, true independence foradministrative agencies, the introduction of anoveractive agency in the Mozambican milieu ismore likely to result in an implicit “antitrust tax”and, at its worst, have a “chilling” effect oninnovation, investment and entry.

• Traditional anticompetitive practices not pre-eminent – the pre-eminent competition problemin Mozambique is not the presence of cartels orprivate sector anticompetitive practices. To theextent these exist, they exist with the implicitand often explicit assistance and support ofgovernment institutions.

• Establishment of a private agency/think tank –at this time, the optimal competition policy forMozambique is on that relies on a private agencyor think tank to challenge the real problems ofcompetition in Mozambique.

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no ambiente moçambicano irá provavelmenteresultar num “imposto antimonopólio” implícitoe, na pior das hipóteses, ter um efeito “arrepiante”na inovação, no investimento e na entrada.

• As práticas monopolistas tradicionais não sãonobres – o problema da concorrência preeminenteem Moçambique não é a presença de cartéisnem as práticas monopolistas do sectorprivado. Enquanto existirem, eles existirão coma assistência implícita (e muitas vezes explícita)e com o apoio das instituições do governo.

• Estabelecimento de uma instituição privada/“think tank” – neste momento, a política deconcorrência óptima para Moçambique é a queconta com a instituição privada, ou “think tank”,para desafiar os problemas reais da concorrênciaem Moçambique.

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1. mudança do enquadramento -Razões (em conformidade com oPreâmbulo do Decreto)

• Tempo decorrido e modernidade – O CódigoComercial existente está em vigor desde 1888,estando desactualizado

• Sistema Legal: – teve que ser publicadalegislação separada sobre diversas questões denatureza comercial, gerando o desdobramentode uma série de leis que regem matérias denatureza comercial.

• Razões económicas: A evolução da economiado mercado em Moçambique nos últimos anos,a integração no mercado regional e as tendênciasmodernas do comércio internacional e dasrelações económicas do comércio mundial.

1.2 mudança do enquadramento– objectivos (em conformidadecom a análise das alteraçõesintroduzidas).

Ajustar o Código de forma a reflectir:

• As melhores práticas e interpretação resultantesda sua implementação e da entrada em vigorde nova legislação, incluindo a Constituição daRepública.

• Pensamento legal mais avançado seleccionadodos estudos sobre a lei comercial dentro dosistema do direito civil/comercial

• A tradição da codificação legal europeia dentroda qual cada Código é colocado.

1. changing framework - reasons(as under decree law preamble)

• Time elapsed & modernity: Existing Commercialcode in force since 1888 became out of date

• Legal System: separate legislation had to bepassed on several issues of a commercial nature,generating a number of split laws governing mattersof commercial nature.

• Economic: Evolution of market economy inMozambique in the last years, integration in theregional market; and modern trends of theinternational trade and the world trade economicrelations

1.2 changing framework –purposes (as from the analysison the changes introduced).

Adjust the Code to reflect:

• Best practices and interpretation resulting from itsimplementation and the entry into force of newlegislation, including the Constitution of theRepublic

• Selected most advanced legal thinking incommercial law studies within the civil/commerciallaw system

• The European legal codification tradition within whichthe Code is placed.

• The need to evolve the small and medium scalebusinesses

NOVO CÓDIGO COMERCIAL:BRIEFING ON MAJOR CHANGES AND

INNOVATIONS

Alterações No Código Comercial De Moçambique –Breve Análise

Changes In The Mozambican Commercial Code -An Overview

MGA

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• A necessidade de desenvolver as pequenas emédias empresas.

• Mudanças na legislação prevalecente e/ourelacionada.

• Algumas implicações dos procedimentos:autorização que permita aos menores de idadeabrirem negócios; o registo é suficiente emcasos de acordos de cedência de propriedadee de constituição de empresas, e não deacordos de cedência de propriedade e deconstituição de empresas que não envolvam atransferência de bens imóveis.

1.3 mudança do enquadramento– objectivos

Refazer o Código Legal

Âmbito: – Como órgão relativamente abrangente econsistente dentro da lei comercial comenfoqueem toda a actividade de produção de bens eserviços para o mercado e com fins lucrativos(organização com fins lucrativos)

Enfoque: – (empresa comercial)

Actividades: industriais ou de produção (de bense serviços) e distribuição/comércio/agricultura/pescas/banca/seguros/ – relacionados com asactividades supracitadas

Estrutura: – como forma mais bem sistematizada emais fácil de entender a legislação

1.4 mudança do enquadramento– objectivos

Adoptar conceitos legais induzidos pela economiaem desenvolvimento, tais como

• Pequenas e médias empresas (apenas umamenção)

• Estabelecimento de sociedade por quotas

• Empresa de responsabilidade limitada com umúnico titular do capital

• A responsabilidade limitada dos accionistas

• Changes in prevailing and/or related legislation.

• Some implication of procedures: authorizationenabling minor age individuals to undertakebusinesses; registration is in suffice in cases suchas conveyance agreements and incorporation ofcompanies not conveyance agreements andincorporation of companies not involving transferof immoveable assets.

1.3 changing framework-purposes

Reconstruct the Legal Code

Scope: As a relatively comprehensive and consistentbody within the private law with a focus on the wholeactivity of production of goods and services formarket with a scope for profit (organization for gain)

Focus: Private Enterprise (“empresa comercial”)

Activities: industrial or manufacture (production ofgoods and services) and distribution and trade/agriculture/fisheries/banking/Ensurance/ – related to the aboveactivities

Structure: as a better systematized and easier tounderstand piece of legislation

1.4 changing framework –purposes

Adopt legal concepts induced from developingeconomy such as:

• Small and medium scale enterprises (just a mention)

• The establishment under limited liability

• The sole shareholder company under limited liability

• Limited liability of shareholders under specificcircumstances is disregarded (Disregard of legalpersonality)

1.5 Changing Framework – ScopeThe Decree which approved the 2006 CommercialCode explicitly revokes the 1888 Commercial Code,with the exception to its part on cooperatives andmaritime commerce.

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sob circunstâncias específicas não é considerada(Inobservância da personalidade jurídica)

1.5 mudança do enquadramento– âmbitoO Decreto que aprovou o Código Comercial de2006 revoga explicitamente o Código Comercialde 1888, à excepção da parte que se refere àscooperativas e comércio marítimo.

O Decreto que aprova o Código de 2006 tambémrevoga explicitamente a seguinte legislaçãocomercial distinta existente: a Lei 11 de Abril 1901sobre a responsabilidade limitada pelas sociedadespor quotas; o decreto de 1901 sobre aresponsabilidade limitada por sociedade porquotas; o decreto-lei sobre a fusão e a divisão deempresas; o decreto sobre a redução, fusão edivisão das empresas; o decreto sobre a reduçãodo número de directores nas empresas; o decretosobre o número de directores nas empresas; odecreto sobre a nomeação de directores emsociedades por quotas; a lei sobre o capital mínimodas sociedades por quotas; a lei que restabeleceas acções ao portador; o decreto que restabeleceas acções ao portador; o decreto-lei sobre aauditoria às sociedades por quotas.

1.6 mudança do enquadramento– âmbito

• Relações comerciais com estrangeiros (confirmação):– O Código Comercial é a lei reguladora, salvose algo em contrário for determinado eregulamentado por um Tratado ou Convençãoespecial.

• Lei residual ou subsidiária: – O Código Civil é alei residual do Código Comercial, desde queas disposições aplicáveis do direito civil nãoestejam em conflito com os princípios do DireitoComercial (novo: o rácio ou base comercialprevalece _ v.g. taxas de juro) e o recurso àsdisposições residuais do Código Civil só podeter lugar se uma questão ligada ao CódigoComercial não tiver sido prevista e não puderser regida por uma regra resultante dainterpretação e da reconstrução (analogia) dasdisposições do próprio Código Comercial(confirmação).

The Decree approving the 2006 Code also explicitlyrevokes the following separate existing commerciallegislation: the Law 11 April 1901 on limited liability byquota companies; the decree 1901 on limited liabilityby quota companies; the decree-law on the law onthe merging and splitting of companies; the decreeon the reduction merging and splitting of companies;the decree on the reduction on the number ofdirectors in companies; the decree on the numberof directors in companies; the decree on theappointment of directors in limited liability by sharecompanies; the ; the law on the minimum capital ofquota companies; the law reestablishing bearershares; the decree reestablishing bearer shares; thedecree-law on auditing of share law on auditing ofshare companies.

1.6 changing framework – scope

• Commercial relations with foreigners (confirmation):– The Commercial Code is the governing law,unless otherwise determined and regulated by aTreaty or a special Convention

• Residual or subsidiary law: – The Civil Code is theCommercial Code residual law as far the civil lawapplicable provisions are not in conflict with theprinciples of the Commercial Law (new: thecommercial ratio or ground prevails_v.g.interestrates) & The recourse to Civil Code residualprovisions can take place only if an issue theCommercial Code might have not provided forcan not be governed by a rule resulting frominterpretation and reconstruction (analogy) ofthe provisions of the Commercial Code itself(confirmation)

2. main areas of change –the business performanceenabling rules capacity toperform/exercise business(confirmation)

• The basic enabling rule: enjoyment of civil capacityis the condition to enjoy legal capacity to exercisebusiness (commercial capacity) directly or throughthird parties.

• Any individual (domiciled or not in Moz ) or legalentity (based or not in Moz as per its Articles )which enjoys legal capacity may perform business

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2. principais áreas de mudança– regras favoráveis aodesempenho das empresascapacidade de desempenho/exercício de uma actividadeempresarial (confirmação)

• Regra favorável básica: O gozo da capacidadecivil é a condição para usufruir da capacidadelegal de exercer uma actividade empresarial(capacidade comercial) directamente ou atravésde terceiras partes.

• Qualquer indivíduo (com ou sem domicílio emMoçambique) ou entidade jurídica (baseada ounão em Moçambique, em conformidade com osseus Artigos) que goze de capacidade legalpode realizar uma actividade empresarial emMoçambique, salvo se algo em contrário estiverestabelecido em alguma cláusula especial doCódigo.

2. 1. principais áreas demudança – obrigações geraisno desempenho das empresas

Obrigações específicas aos Empresários do SectorPrivado

• Designação comercial

• Contabilidade e registo contabilístico

• Registo

• Apresentação de relatórios contas

– Os pequenos empresários podem estar isentosde satisfazer todas ou algumas destas obrigações(novo)

– As especificações de cada obrigação são maisexplícitas, detalhadas e alargadas no Código de2005

2. 2. principais áreas demudança – obrigações geraisno desempenho das empresas

Princípios gerais e requisitos da Designação social(normalmente novas, uma vez que estão concentradas

in Mozambique unless otherwise provided by anyspecial provision of the Code.

2. 1. main areas of change – thecommon business performanceobligations

Obligations Special to Private Entrepreneurs

• Trade e Name

• Records/Book Keeping

• Registration

• Render the accounts

– small scale entrepreneurs can be exempt frommeeting all or some of such obligations (new)

– Specifications by each obligation are more explicit,detailed and expanded in 2005 Code

2. 2. main areas of change – the common businessperformance obligations

Trade Name general principles and requisites (mostlynew as they are concentrate as general provisionsand expanded)

• Real: must reflect the identity, nature, size or activityof the bearer

• Authentic: must distinctively and accurately identitythe holder

• Obligatory: must be in the official language, withthe exceptions stated in the Code

• Sound: must not be offensive to the public moralor good customary patterns, national or publicsymbols and personalities, and not use expressionsdetrimental to others

• Acceptance of foreign trade names: subject to proofof its registration in the country of its origin and toits distinctive identity regarding trade names alreadyregistered in Moz.

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como disposições gerais e alargadas)

• Real: deve reflectir a identidade, a natureza, adimensão ou a actividade do portador

• Autêntica: deve identificar o detentor de formadistinta e exacta

• Obrigatória: deve ser na língua oficial, salvo asexcepções estabelecidas no Código

• Sã: não deve ser ofensiva à moral pública ouaos bons costumes, deve representar símbolose personalidades nacionais ou públicas e nãoutilizar expressões em detrimento de outrem

• Aceitação de designações sociais estrangeiras:sujeita à prova do seu registo no país de origem eà sua identidade distintiva relativamente adesignações sociais já registadas em Moçambique.

• Registo: apenas mediante a matrícula é que odetentor de uma designação social tem odireito de a utilizar em regime de exclusividade

Nota: as expressões padrão e as abreviaturasalteram de acordo com o tipo de organizaçãoempresarial, como por exemplo “PE”, “EI”, “SNC”,“SC”, “SCA”, “SCI”, “Lda”, “Sociedade UnipessoalLda” e “SA”

2. 3. principais áreas demudança – obrigações geraisno desempenho das empresas

Designação Social – motivos de encerramento deempresa (agora tornados explícitos):

• Data da rescisão do contrato relevante oudissolução ou liquidação de empresa ou maisde quatro anos sem exercer as actividades aque a empresa está ligada.

Declaração de rescisão (novo)

• A entidade de registo da designação social temo poder de declarar a revogação do direito deuso de uma designação social

• Dentro de todos os primeiros trimestres decada ano, o detentor deve provar à entidade deregisto que continua a exercer a sua actividade

• Registration: only upon registration, a holder of atrade name is entitled to the right to use samewith exclusiveness

Note: standard wordings and abbreviations changeaccording to the type of business organization suchas “PE”, “EI”, “SNC”, “SC”, “SCA”, “SCI”, “Lda”,“Sociedade Unipessoal Lda” and “SA”

2. 3. main areas of change – the common businessperformance obligations

Trade Name – the right termination Reasons (nowmade explicit):

• relevant contract termination date or dissolutionor winding up of company or above four years ofnon exercising of the business activities the firm islinked to.

Declaration of termination (new)

• he trade name registration entity has the power todeclare the termination of a right to a trade name.

• within every first quarter of a year, the holder mustprove to the registration entity that it is on business.

2. 4. main areas of change – thecommon business performanceobligations

Records (compulsory)

• All private entrepreneurs shall keep, as before, thefollowing books: daybook, assets’ inventory andaccounts

• Incorporated Private Entrepreneurs, shall also keepminutes books

• Books can be replaced by cards and other moderntechniques (new)

• They are subject to legalization by the relevantcommercial registrar office (not by a judge) (new)

• Official language and currency to be used andOriginals can be kept in form of microfilm (new)

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2. 4. principais áreas demudança – obrigações geraisno desempenho das empresas

Contabilidade (obrigatório)

• Todas as empresas privadas devem manter,como anteriormente, os seguintes livros: diário,inventário do activo e as contas

• As Empresas Comerciais/Privadas legalmenteconstituídas também devem manter livros deactas

• Os livros podem ser substituídos por fichas eoutras técnicas modernas (novo)

• Estão sujeitas à legalização pela conservatóriado registo comercial relevante (não por um juiz)(novo)

• Deve ser usada a língua e a moeda oficial e osOriginais podem ser mantidos em microfilme(novo)

• É obrigatório manter os livros/contabilidadedurante 10 anos a partir do último registo, salvose algum em contrário estiver definido emdisposições legais especiais (novo)

3. principais áreas de mudança –estrutura da sociedade:

3.1. estabelecimento comercial

Regime Legal (novo no Código de 2005)

• Definição de “Estabelecimento comercial”

• Identificação de formas de alienação (aluguer,usufruto e transferência) e suas formalidades –um documento escrito ou uma escritura pública,no caso de a transferência envolver qualquerbem imóvel

• Elementos para a avaliação (activo corpóreo eincorpóreo e trespasse)

• 5 anos de protecção contra a concorrênciailegal pela pessoa que faz a transferência

• Indica a base legal para rescindir umarrendamento (lease), usufruto ou transferência

• Duty to keep the books/records during 10 years,from last registration, unless otherwise defined inlegal special provisions (new)

3. main areas of change – The Business Structure:

3.1. commercial establishment

Legal regime (new in the 2005 Code)

• Definition of “commercial establishment”

• Identification of the forms to dispose it (lease,usufructus and conveyance) and its formalities – awrittendocument or a public deed in case of atransfer involving any immoveable asset

• Elements for the evaluation (tangible and nontangible assets and goodwill)

• 5 years protection against unlawful competitionby the transferor

• States the legal grounds to terminate a lease,usufructs or conveyance.

3.2 main areas of change – thebusiness structure:Companies under the previous Commercial Codeand Law of 1901 still in force

Companies familiar to us:Sociedades anónimas (known by the abbreviation“SARL”) The capital comprises shares; the membersof the company who hold the shares are known as“shareholders”

Companies under the previous Commercial Codeand Law of 1901 still in force:Sociedades por quotas (known by the abbreviation“Limitada” or “Lda”):. The capital comprises quotas;the members of the company who hold the quotasare “quota holders”

Companies under the previous Commercial Codeand Law of 1901 still in force:“SARL” and “Lda” Companies are familiar to us for avery simple reason, they comprise members withlimited liability. By limited liability member is meantthat the member of the company (shareholders/quota

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3.2 principais áreas de mudança– estrutura da sociedade:Empresas criadas com base no Código Comercialanterior e na Lei de 1901 ainda em vigor

Empresas que nos são familiares:-Sociedades anónimas (conhecidas através daabreviatura “SARL”): o capital é composto poracções; os membros da sociedade que detêm asacções são conhecidos por “accionistas”

Empresas criadas com base no anterior CódigoComercial e na Lei de 1901 ainda em vigorSociedades por quotas (conhecidas pela abreviatura“Limitada” ou “Lda”). O capital é constituído porquotas; os membros da sociedade que detêm asquotas são os “detentores de quotas”

Empresas criadas com base no Código Comercialanterior e na Lei de 1901 ainda em vigor Associedades “SARL” e “Lda” são-nos familiares poruma razão muito simples, elas são constituídas pormembros com responsabilidade limitada. Membrocom responsabilidade limitada significa que omembro da empresa (accionista/detentor de quota)não é responsável perante os credores da empresapor quaisquer dívidas ou passivo da empresa.

Empresas criadas com base no Código Comercialanterior e na Lei de 1901 ainda em vigor Outrasempresas dentro da legislação existente:– Sociedades em Nome Colectivo (conhecidaspela abreviatura “SNC”): O capital é constituídopor partes; os membros da sociedade que detêmas partes são os “partners” (sócios). Os membrosda sociedade podem ser membros por capital (asua contribuição para a empresa pode serconstituída em dinheiro, bens, direitos etc.) oumembros por trabalho (a sua contribuição éconstituída por serviços).

Empresas criadas com base no Código Comercialanterior e na Lei de 1901 ainda em vigor °Sociedades em Comandita (conhecidas pelaabreviatura “SC”): O capital é constituído porpartes; estas sociedades têm dois tipos demembros, um idêntico aos membros nassociedades SARL e a outra idêntica aos membrosda sociedade do tipo SNC.

Empresas criadas com base no Código Comercialanterior e na Lei de 1901 ainda em vigor As SNCe SC não nos são familiares porque elas são

holders) is not liable before the creditors of thecompany for any debts or liabilities of the companyitself.

Companies under the previous Commercial Codeand Law of 1901 still in force:Other companies under the existing legislation :-Sociedades em Nome Colectivo (known by theabbreviation “SNC”): The capital comprises parts; themembers of the company who hold the parts are“partners”. The members of the company can becapital members (its contribution to the companymay comprise money, goods, rights; etc.) or workingmembers (its contribution to the company comprisesservices)

Companies under the previous Commercial Codeand Law of 1901 still in force:Sociedades em Comandita (known by the abbreviation“SC”): The capital comprises parts; these companieshave two kind of members, one identical to themembers in the SARL companies and the otheridentical to the members in the SNC companies.

Companies under the previous Commercial Codeand Law of 1901 still in force:-The SNC and SC are unknown to us because theycomprise members with unlimited liability. By unlimitedliability member is meant that the member is fullyliable before the creditors of the company for thedebts and liabilities of the company.

Companies under the new Commercial Code:-The same ones as exist under the previousCommercial Code:

• Sociedades anónimas (now simply to be knownby the abbreviation “SA”) – Requires a minimumof 3 members, except if State or similar entity is amember in which case it is required one sole member.

• Sociedades por quotas: “Limitada” or “Lda”companies, requiring a minimum of 2 membersand allowing a maximum of 30 members.

• Sociedades em comandita

• Sociedades em nome colectivo

Companies under the new Commercial Code:-New type of companies under the recently theapproved Commercial Code:

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constituídas por membros com responsabilidadeilimitada (unlimited liability). Um membro comresponsabilidade ilimitada (unlimited liability) significaque é totalmente responsável perante os credoresda empresa pelas dívidas e pelo passivo daempresa.

Empresas criadas com base no novo CódigoComercial: – As mesmas que existem dentro doCódigo Comercial anterior:

• Sociedades anónimas (actualmente apenasconhecidas pela abreviatura “SA”) – Requeremum mínimo de 3 membros, salvo se o Estado ouentidade semelhante for membro; nesse caso, éapenas necessário um único membro.

• Sociedades por quotas: empresas com adesignação “Limitada” ou “Lda”; é necessárioum mínimo de 2 membros e é permitido ummáximo de 30 membros.

• Sociedades em Comandita

• Sociedades em Nome Colectivo

Empresas criadas com base no novo CódigoComercial: – Novo tipo de empresas criadasao abrigo do Código Comercial recentementeaprovado:

• Sociedade unipessoal, Sociedade unipessoalpor quotas (“Lda” com um único membro)

• Sociedade de capital e indústria (“SCI”) –Empresas constituídas por Capital e Trabalho,isto é, são constituídas por membros quecontribuem para empresa com capital emembros que contribuem para empresa comtrabalho

Estas novas empresas são inovadoras no sentidode que ambas são constituídas por membros comresponsabilidade limitada

inovações relativas àssociedades em geralInobservância da entidade legal: – Este mecanismoafecta os membros com responsabilidade limitadaem empresas que permitem aos credoresresponsabilizarem um membro de uma sociedadepelas dívidas e pelo passivo da empresa, mesmo

• Sociedade unipessoal Sociedade unipessoal porquotas (“Lda with one sole member”) Companieswhich comprise one sole member

• Sociedade de capital e indústria (“SCI”) – Companieswhich comprise Capital and Work and, i.e.,comprise members that contribute to thecompany with capital and members that atcontribute to the company with work. These newcompanies are innovative in the sense that theyboth comprise members with limited liability

innovations regarding thecompanies in generalDisregard of legal entity: This mechanism affects themembers with limited liability in companies enablingthe creditors to make a liability in companies enablingthe creditors to make a member of a company liablefor the debts and liabilities member of a companyliable for the debts and liabilities of the company, evenif such member is a limited liability of the company,even if such member is a limited liability member.

This happens in some situations stated in the newCommercial Code, for instance, if there is intentionalbreach of environmental rules or intentional breach ofconsumer’s essential rights

Incorporation of a company, amendment of its Articlesof Association and winding-up: Under the newCommercial Code, the incorporation, the Under thenew Commercial Code, the incorporation, theamendment to the Articles of Association and thewinding-up of a company can be undertaken by awritten document signed by the members of thecompany and the signatures certified in the presenceof company of a Notary clerk. The requirement of thepublic deed is only applicable when there isimmovable property involved.

Company´s Head Office: Under the new CommercialCode, it is required that the Articles of Associationrefer to a specific place of location of the head officesof the company, therefore, a general reference suchas Maputo City, Beira City, are not allowed.

Amount of capital: Amount of capital, always stated inthe local currency, the Metical.

Existence of an Internal Audit Committee (Fiscal Board)or a sole auditor: The Internal Audit Committee or onesole auditor, is compulsory under the new Commercial

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se o referido membro tiver responsabilidadelimitada na sociedade.

Isto acontece em algumas situações indicadas nonovo Código Comercial, por exemplo, se houverviolação intencional das regras sobre o ambienteou violação intencional dos direitos essenciais doconsumidor.

Constituição de uma empresa, alteração dos seusArtigos de Associação e liquidação: – Ao abrigo donovo Código Comercial, a constituição, a alteraçãodos Artigos de Associação e a liquidação deempresa podem ser feitas através de umdocumento escrito assinado pelos membros daempresa e as assinaturas autenticadas na presençade um Notário. O requisito da escritura públicaaplica-se apenas quando existam bens imóveis.

Sede da Empresa: – Ao abrigo do novo CódigoComercial, é necessário que os Artigos deAssociação se refiram a um endereço específico dasede da empresa, pelo que uma referência geralcomo Cidade de Maputo, Cidade da Beira, etc. nãoé aceite.

Valor do capital social: – O valor do capital socialdeve ser sempre apresentado em moeda local, oMetical.

Existência de um Comité de Auditoria Interna(Conselho Fiscal) ou de um único auditor: – Éobrigatória a existência de um Comité de AuditoriaInterna ou um único auditor ao abrigo do novoCódigo Comercial sempre que ocorra uma dasseguintes situações:

• uma sociedade com 10 ou mais membros;

• uma sociedade que emita obrigações; e

• uma sociedade anónima )

Declaração obrigatória dos órgãos sociais dasempresas: – Ao abrigo do novo Código Comercial,todos os membros dos órgãos sociais da empresadevem declarar, por escrito, que aceitam o cargopara o qual foram eleitos ou nomeados.

Apresentação de comprovativo do funcionamentoda empresa ao Registo Comercial: – Nos primeirostrês meses de cada ano, a empresa deveapresentar dados comprovativos ao Registo

Code whenever one of the following situations occur:

• a company that has 10 or more members;

• a company that issues bonds/debentures; and

• a company that is an SA company (sociedadeanónima)

Compulsory statement from members of corporatebodies: Under the new Commercial Code, all membersof corporate bodies in the company must state inwriting that they accept the office for which they wereelected or appointed.

Presentation of evidence to the Commercial RegistrationOffices on the running of business: In the first threemonths of each year, the company should presentevidence to the relevant Commercial RegistrationOffices that the company has not ceased its business

Information to be inserted in a company´s documents:Under the new Commercial Code it is required thatthe following data is inserted in all company´s contracts,faxes, e-mails, publications, mails, publications, etc.

• Name of the company;

• The kind of company (SA; The kind of company(SA; Lda Lda; SNC; etc.) ; SNC; etc.)

• The head offices address;

• The number of registration at the relevantCommercial Registration Office;

• The subscribed capital; The subscribed capital;

• The paid up capital if this is different in terms ofamount from the capital subscribed.

4. main areas of change

4.1: commercial contracts &obligations: under theprevious commercial code

Carriage – Loan – Pledge – Deposit – Insurance –Sale and Purchase – Repurchase Agreements –Barter or Exchange – Hire

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Comercial relevante em como a empresa nãocessou as suas actividades.

Informação a ser inserida nos documentos de umaempresa: – Ao abrigo do novo Código Comercial, éobrigatória a introdução dos seguintes dados emtodos os contratos, faxes, e-mails, publicações,correspondência, etc. da empresa:

• Nome da empresa;

• Tipo de empresa (SA; Lda; SNC; etc.)

• Endereço da sede;

• Número de matrícula no Registo Comercialrelevante;

• Capital subscrito;

• Capital realizado, se este for diferente do valordo capital subscrito.

4. principais áreas de Mudança

4.1 : contratos e obrigaçõescomercias: – ao abrigo do antigoCódigo ComercialFrete (Carriage) – Empréstimo – Garantia (Pledge) –Depósito – Seguro – Venda e Compra – Acordos deReaquisição – Compensação (Barter) ou Troca –Aluguer

4.2 : contratos comerciais: aoabrigo do novo códigocomercialVenda e Compra – Acordos de Reaquisição –Prestação de Serviços Comerciais – Fornecimento– Compensação (Barter) ou Troca – Agência – Frete(Carriage) – Associação na Participação – SociedadeColigada

4.3: três contratos comerciaisao abrigo do novo códigocomercial

A. Agência

B. Sociedade (Association in Business)

C. Consórcio

4.2 : commercial contracts:under the new commercial codeSale and Purchase – Repurchase Agreements –Provision of Commercial Services – Supply – Barteror Exchange – Agency – Carriage – Association inParticipation – Joint Venture

4.3: three commercialcontracts under the newcommercial code

A. Agency

B. Association in Business

C. Joint Venture

4.4.A: agency contract

• Obligation to promote, on behalf of a principal, theexecution of contracts, with autonomy and forprice (commissions), within a determined area orbefore certain clients

• Must be written and contain a completeidentification of the parties and their addresses,the agency products or services, the duration, theare of the agent's activities and/or clients

• Agent allowed to enter into contracts on behalfand for account of the of the principal when suchpowers have been assigned to him in writing

• May provide for exclusivity of the agent and/or ofthe principal

• Principal is entitled to promote his businesses,directly, within the area of the agent provided thathe pays the agent for any commissions he wouldhave earned

• Agent is not allowed to use or reveal any secretsof the principal to third parties agent subject to therules of non competition up to a maximum periodof 2 years after termination of the agency

• Expenses incurred by the agent shall not bereimbursed

• Termination is only allowed in contracts enteredfor an indefinite period of time, being subject toprior notice depending on the duration of thecontract

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4.4.A: contrato de agência

• Obrigação de promover, em nome de ummandante, a execução de contratos, comautonomia e por um preço (comissões), dentrode uma determinada área ou perante certosclientes

• Deve estar por escrito e conter a identificaçãocompleta das partes, bem como dos seusendereços, os produtos ou serviços da agência,a duração, a área de actividades do agentee/ou dos clientes

• O agente está autorizado a celebrar contratosem nome do mandante (principal) e por contadeste quando estes poderes lhe tenham sidoatribuídos por escrito

• Pode prever a exclusividade do agente e/ou domandante

• O mandante tem o direito de promover a suaactividade empresarial directamente dentro daárea do agente, desde que pague ao agentequaisquer comissões que ele teria cobrado

• O agente não está autorizado a utilizar nem arevelar quaisquer segredos do mandante aterceiras partes, estando o agente sujeito àsregras da não concorrência, até um períodomáximo de 2 anos após o termo da agência

• As despesas contraídas pelo agente não sãoreembolsáveis

• A revogação só é permitida nos contratoscelebrados por um período de tempoindeterminado, estando sujeita à notificaçãoprévia, dependendo da duração do contrato

• A revogação com base em circunstânciasadversas dá direito à indemnização

4.5. B: contrato de sociedades(association in business)

• Uma ou mais pessoas singulares associam-secom um empresário privado para constituíremuma empresa, com direito de participação noslucros ou prejuízos resultantes

• Termination with grounds on adverse circumstancesgives right to compensation

4.5. B: contract of associationin business

• One or more individuals associate themselveswith a private entrepreneur to exercise a businesscompany, with the right to participate in theresulting profits or losses

• Right to information, inspection & intervention inthe management must be ruled in the contract

• The associate’s contribution may consist of anasset or a right, which shall be incorporated in theassets of the business company

• Assets contributed must be evaluated

• The associate’s contribution may dispensed whenthe right to participate in losses has been agreed

• The relationship with third parties is of theexclusive responsibility of the business companyand creditors of the business company may notenforce their rights over the associate’s patrimony

• Participation in the losses in limited to the amountcontributed

• The associate’s participation shall be referencedto the profits or losses determined in fiscalexercises according to accounting rules

• Losses incurred during previous fiscal exercisesshall be deducted from the associate’s profits upto the limit f the associate’s liability

• Pursuant to the contract some management actsmay require the associate’s consent

• Unless otherwise provided in the contract or in thelaw, changes in shareholding and managementshall not affect the association

4.6.C: joint ventureContract between two or more individuals or companiesfor the exercise of an economic activity

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• O direito à informação, inspecção e intervençãona gestão deve estar previsto no contrato

• A contribuição do associado pode ser constituídapor um bem ou um direito, que será incorporadono activo da empresa

• Os bens que constituem a contribuição devemser avaliados

• A contribuição do associado pode ser repartida(? dispensed) quando o direito de participaçãonos prejuízos tiver sido acordado

• A relação com terceiras partes é da exclusivaresponsabilidade da empresa e os credores daempresa não poderão exercer os seus direitossobre o património do associado

• A participação nos prejuízos limita-se aomontante que constitui a contribuição

• A participação do associado estará relacionadacom os lucros ou prejuízos determinados nosexercícios fiscais, em conformidade com asregras contabilísticas

• Os prejuízos que ocorram durante os exercíciosfiscais anteriores serão deduzidos dos lucrosdos até ao limite da responsabilidade do associado

• Em conformidade com o contrato, alguns actosde gestão poderão carecer do consentimentodo associado

• Salvo se algo em contrário estiver previsto nocontrato ou na lei, as mudanças na estruturaaccionista e na gestão não afectarão a associação.

4.6.C: consórcio (sociedadecoligada)Contrato celebrado entre duas ou mais pessoassingulares ou empresas para o exercício de umaactividade económica

• Deve ser por escrito e, dependendo da naturezados bens que constituem a contribuição de cadaparte no consórcio, poderá ser sob a forma deescritura pública

• As contribuições em dinheiro só são permitidasquando se aplicam a todas partes a um consórcio

• Must be written and depending on the nature ofthe assets contributed by each party to the jointventure, might be in the form of a public deed

• Cash contributions are only allowed whenapplying to all the parties in the joint venture

• Parties to the joint venture are subject to noncompetition rules, amongst other obligations

• Termination shall occur in terms of the contract orafter a period of ten years

• Joint venture can be external or internal

External Joint VentureWhen the activities or assets are directly supplied tothird parties by each party to the joint venture with anexpress indication of that capacity

• allows for the establishment of an inspection boardcomprising all the parties to the joint venture

• must be identified by name followed by: words“external joint venture” or by the correspondingletter (“CE”)

• profits and expenses shall be distributed accordingto the terms of the contract or in proportion toeach party’s participation

• relationships with third parties are of theresponsibility of the head of the joint venture, whomay delegate his/its powers

• parties are allowed to assign their participations,in whole or in part, to third parties or to othermembers of the joint venture, with the priorunanimous authorization by the other parties

Internal Joint Venture a) When the activities or assets are supplied by on of

the parties to the joint venture, who is alsoresponsible for relationships with third parties or

b) When the activities or assets are directly suppliedto third parties by each party to the joint venture,without an express indication of that capacity

• Percentage in profits and losses shall be thatagreed in the contract; when not agreed orestablished, in proportion to each party’scontribution

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• As partes a um consórcio estão sujeitas às regrasda não concorrência, entre outras obrigações

• A revogação será de acordo com os termoscontratuais ou após decorrer um período dedez anos

• O consórcio (sociedade coligada) pode ser externoou interno

Consórcio ExternoQuando as actividades ou bens são fornecidosdirectamente a terceiras partes por cada parte aoconsórcio, sem uma indicação explícita dessaqualidade

• Permite o estabelecimento de um conselho deinspecção constituído por todas as partes aoconsórcio

• Deve ser identificada pelo nome, seguido pelaspalavras “Consórcio Externo” ou pela abreviaturacorrespondente (“CE”)

• Os lucros e os gastos serão distribuídos deacordo com os termos do contrato ou naproporção da participação de cada parte

• As relações com terceiras partes não são daresponsabilidade do chefe da consórcio, o qualpoderá delegar os seus poderes

• As partes estão autorizadas a alienar as suasparticipações, na totalidade ou parcialmente, aterceiras partes ou a outros membros doconsórcio, mediante a prévia autorizaçãounânime das outras partes.

Consórcio Internoa) Quando as actividades ou bens são fornecidos

por uma das partes ao consórcio que éresponsável pelas relações com terceiraspartes ou

b) Quando as actividades ou bens são fornecidosdirectamente a terceiras partes por cada parteao consórcio, sem uma indicação explícita dessaqualidade

• A percentagem dos lucros e prejuízos será aque for acordada no contrato; se tal não tiversido acordado ou estipulado, será na proporçãoda contribuição de cada parte

• Participation in losses is limited to each party’scontribution

5. closing remarks

• “Vacatio Legis” (180 days from date of publicationin the Official Gazette) – Date of Publication: 27December 2005, Enforcement date: from 25 June2006

• The Follow Up Committee: mandate of 5 years

• The 2005 Code means a more developed,explicit, detailed, in some cases simplified, andextensive regulatory framework to undertakebusiness in Mozambique

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• A participação nos prejuízos limita-se àcontribuição de cada parte.

5. observações finais

• “Vacatio Legis” (180 dias a partir da data dapublicação no Boletim da República) – Data daPublicação: 27 de Dezembro de 2005, Data deentrada em vigor: a partir de 25 de Junho de2006

• Comité de Acompanhamento: mandato de 5 anos

• O Código de 2005 constitui um quadro reguladormais desenvolvido, explícito, detalhado e, emalguns casos, mais simplificado e exaustivopara fazer negócio em Moçambique.

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