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Índice

I. Introdução ...................................................................................................... 1

II. Resenha Histórica ........................................................................................ 2

2.1 Divulgação da Modalidade ........................................................................ 3

2.2 O Voleibol em Portugal ............................................................................. 4

III. Apresentação da Modalidade ..................................................................... 6

3.1 Regras básicas ......................................................................................... 7

3.1.1 Sinais de arbitragem ........................................................................... 7

III. Acções táctico-técnicas ............................................................................ 13

3.1 Movimentos ............................................................................................. 13

3.1.1 Tipos de movimento ......................................................................... 13

3.2 Formas de contactar a bola .................................................................... 15

3.2.1 Por baixo .......................................................................................... 15

3.2.2 Por cima ........................................................................................... 15

3.2.3 Batimento ......................................................................................... 15

3.2.4 Contactos de emergência ................................................................. 15

3.3 Passe ...................................................................................................... 16

3.3.1 Progressões pedagógicas ................................................................ 17

3.4 Manchete ................................................................................................ 17

3.5 Serviço por baixo .................................................................................... 18

3.5 Serviço por cima ..................................................................................... 19

3.6 Remate ................................................................................................... 21

3.6.1 Progressões pedagógicas do remate ............................................... 22

3.7 Bloco ....................................................................................................... 23

3.7.1 Progressões pedagógicas do bloco .................................................. 25

Índice de tabelas e figuras

Figura 1 – Campo de voleibol ............................................................................. 6

Tabela 1 – Regras e gestos do árbitro.............................................................. 12

Tabela 2 – Descrição e erros mais comuns no toque de dedos ....................... 16

Figura 2 – Ilustração do toque de dedos .......................................................... 17

Tabela 3 – Descrição e erros mais comuns na manchete ................................ 18

Figura 3 – Ilustração da manchete ................................................................... 18

Tabela 4 – Descrição e erros mais comuns no serviço por baixo ..................... 19

Figura 4 – Ilustração do serviço por baixo ........................................................ 19

Tabela 5 – Descrição e erros mais comuns no serviço por cima ...................... 21

Figura 5 – Ilustração do serviço tipo ténis ........................................................ 21

Tabela 6– Descrição e erros mais comuns no remate ..................................... 22

Figura 6- Ilustração do remate .......................................................................... 22

Tabela 7 – Descrição e erros mais comuns no remate .................................... 25

Figura 8 – Colocação das mãos no bloco ......................................................... 25

I. Introdução

Este documento foi elaborado por mim com o principal objectivo de ajudar os

alunos a perceber melhor o jogo e todas as suas componentes, bem como

servir de base de apoio à construção dos planos de aula ao longo da Unidade

Didáctica (UD).

A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, sendo que esta seja o mais

sintética possível, mas sempre acompanhada de uma ilustração, a fim de dar

uma melhor percepção às palavras.

Vamos começar por abordar a história da modalidade, seguidamente

apresenta-la como jogo Desportivo Colectivo e por último apresentaremos

algumas acções táctico-técnicas incluindo algumas progressões pedagógicas

na abordagem das mesmas.

Esperemos que este documento cumpra os objectivos a que nos propusemos e

que seja um ponto de partida para o interesse dos alunos nesta modalidade,

não somente como praticantes, mas como entendedores do que executam e

praticam.

EBI de Trancoso 2007/2008

Documento de Apoio de Voleibol 2

II. Resenha Histórica O voleibol nasceu em 1895 criado por William Morgan, director de Educação

Física do Colégio de Holyoke, no Estado de Massachussets (EUA). Morgan

procurou encontrar um jogo que, por um lado não fosse tão fatigante e

competitivo como o Basebol, Basquetebol, Futebol, Andebol, etc. e, por outro,

que não colocasse tantos problemas espaciais e materiais como o Ténis.

Pretendeu criar um jogo de carácter mais lúdico e recreativo, que se adaptasse

melhor às características dos alunos (em grande parte eram homens de

negócios de meia idade) que frequentavam o colégio.

Este novo jogo exigia uma movimentação constante e variada e podia ser

jogado em recintos cobertos ou ao ar livre, por um qualquer número de

jogadores, não sendo necessário material algum para bater a bola, pois

poderiam fazê-lo com as próprias mãos. A dificuldade estava em arranjar uma

bola de tamanho grande e de pouco peso, que se adaptasse ao tipo de jogo

que havia idealizado. Colocou a rede a uma altura ligeiramente superior à

estatura de um homem, adaptou as medidas do terreno de jogo e experimentou

diversos tipos de bolas, até que a firma A. G. Spalding & Bross fabricou uma

que o satisfez. Era uma bola de couro, com câmara de ar em borracha com

uma circunferência entre 63,5 e 68,6 cm e com o peso entre 252 e 336 gr.

A colocação de rede como obstáculo separador dos dois campos e equipas

impedia o contacto físico e diminuía a intensidade dos deslocamentos. William

Morgan apelidou este jogo de " MINONETTE ".

A apresentação oficial do jogo ocorreu no Springfield College (Instituição onde

Morgan se licenciou) em 1896, a convite do Dr. Luther Gulik, numa reunião de

Directores da Y.M.C.A. Nesta reunião o Dr. Halstead sugeriu a mudança de

nome para “Volley-Ball”, já que o termo traduzia a essência do jogo – passar a

bola de um campo para o outro, por cima da rede. Nesta demonstração Morgan

apresentou 2 equipas de 5 jogadores, num campo de 15,35 x 7,62 m, com a

rede colocada a 1,98 m.

As primeiras regras oficiais a serem adoptadas foram:

Duração – 9 “innings” (cada um consistia na execução de 3 serviços por

jogador em cada equipa;

EBI de Trancoso 2007/2008

Documento de Apoio de Voleibol 3

Sistema de pontuação – uma equipa só marcava ponto quando possuía

o serviço;

A rede não podia ser tocada;

A bola não podia ser agarrada;

A bola podia tocar em qualquer objecto estranho ao jogo e voltar

novamente à área de jogo;

A bola podia ser tocada duas vezes consecutivamente pelo mesmo;

O número de toques era ilimitado; e

O número de jogadores por equipa era ilimitado.

2.1 Divulgação da Modalidade

Nos finais de 1896, W.E.Day divulgou esta nova modalidade em Dayton (Ohio),

introduzindo algumas alterações. Em 1900 o Voleibol chegou ao Canadá, a

Cuba em 1905, Porto Rico (1909), Filipinas (1910), Uruguai (1912), China e

Japão (1913), México (1915), Perú e Brasil (1917).

Em 1907, na 1ª Convenção Anual da Playground of América (actual National

Recreation Association) o Voleibol é indicado como um dos jogos de prática

prioritária.

Em 1915, é alargada a sua prática a todo o território americano, devido ao

empenho das autoridades escolares que indicaram a sua prática como

preferencial, conjuntamente com o basebol, basquetebol e futebol.

Em 1922 tem lugar em Brooklin (New York) o 1º Campeonato Nacional da

Y.M.C.A., com a participação de 27 equipas procedentes de onze estados dos

E.U.A. e Canadá.

Em 1928 é fundada a United States Volleyball Association, que irá

superintender a modalidade em todo o país.

O Voleibol, foi introduzido na Europa pelas tropas norte-americanas durante a

1ª Guerra Mundial. Desenvolveu-se rapidamente em muitos países, como a

França, Checoslováquia, Bulgária e União Soviética.

Os vários países que se dedicaram à prática do Voleibol foram-no

aperfeiçoando e desenvolvendo de modo diferente, quer em relação ao estilo

de jogo, quer mesmo quanto às suas regras.

EBI de Trancoso 2007/2008

Documento de Apoio de Voleibol 4

Com a existência de diferentes regras de jogo em várias partes do mundo,

havia pois uma grande necessidade de regulamentar leis de jogo comuns a

todos os países que se dedicavam a esta prática. Em 20 de Abril de 1947, na

cidade de Paris, é realizado o Congresso de Constituição da Federação

Internacional de Voleibol (FIVB), onde Portugal participa como membro

fundador.

Em 1948, é organizado nos E.U.A. o primeiro Torneio de Voleibol de

Praia (variante pares).

Em 1965, constituiu-se a Associação de Voleibol de Praia da Califórnia.

Em 1983, forma-se a Associação Profissional de jogadores de Voleibol

(Masculinos).

Em 1986, forma-se a sua congénere Feminina.

Em 1990, é criada a Liga Mundial que consiste num torneio onde

participam as melhores dez equipas do mundo.

Primeiras Grandes Competições Internacionais:

- Primeiro Campeonato da Europa Masculino – Roma, 1948.

- Primeiro Campeonato Mundial Masculino – Praga, 1949.

- Primeiro Campeonato Mundial Feminino – Moscovo, 1952.

- Primeiro Torneio Olímpico – Jogos Olímpicos de Tóquio, 1964.

- Primeiro integração no programa Olímpico – Voleibol Praia (pares),

1996.

Actualmente, o Voleibol é uma das modalidades mais divulgadas e praticadas

no Mundo contando com cerca de 800 milhões de praticantes que jogam pelo

menos uma vez por semana. A Federação Internacional de Voleibol integra

mais de 160 Federações Nacionais filiadas.

2.2 O Voleibol em Portugal

A divulgação da modalidade na Europa pensa-se ter sido concretizada através

do Corpo Expedicionário envolvido na 1ª Guerra Mundial (o Voleibol já teria

sido introduzido nas Forças Armadas Americanas através da acção de George

Fisher e dos membros do Y.M.C.A.).

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Documento de Apoio de Voleibol 5

A nível nacional, pensa-se ter sido os Açores o primeiro local onde se praticou

a modalidade, pois era local de passagem obrigatória das tropas americanas

para a Europa.

Primeira Associação de Voleibol – A.V. de Lisboa (28 Dezembro de 1938)

Membros Fundadores: - Campolide Atlético Club (2 de Janeiro de 1939);

A.C.M. (4 de Janeiro de 1939); Sporting, Belenenses, Técnico, Benfica (todos

em 14 de Janeiro de 1939).

Segunda Associação de Voleibol – A.V. do Porto (31 de Março de 1942)

Membros Fundadores: - Académico Futebol Club, Associação Académica de

Espinho, Clube Fluvial Portuense, Clube Portuense de Desportos e

Vilanovense Futebol Clube.

Em 1939, a Mocidade Portuguesa, responsável durante largos anos pelo

Desporto Escolar, introduziu o Voleibol na escola alargando a sua prática a

quase toda a população escolar do país.

Em 1943, a FNAT (actual INATEL), incluiu o Voleibol no seu programa de

actividades. Em 1947, a 7 de Abril, é fundado em Lisboa a Federação

Portuguesa de Voleibol. No início da década de 70 a sede da Federação é

transferida para a cidade do Porto, como resultado da crescente hegemonia do

Voleibol nortenho.

EBI de Trancoso 2007/2008

Documento de Apoio de Voleibol 6

III. Apresentação da Modalidade

O Voleibol é um desporto colectivo

jogado por duas equipas, cada uma

delas com seis jogadores de campo

mais seis jogadores suplentes. O

campo é rectangular, dividido a meio

por uma rede e delimitado por duas

linhas laterais e duas linhas finais.

Poderá haver diferentes versões para

responder a situações específicas e

possibilitar a pratica do jogo a todas as

pessoas.

Figura 1 – Campo de voleibol

O objectivo do jogo é enviar regulamentarmente a bola por cima da rede, por

forma a tocar o campo contrário (ataque) e impedir, por outro lado, que ela

toque o solo do seu próprio campo (defesa). Cada equipa dispõe de três toques

para devolver a bola (para além do toque do bloco).

Em cada jogada é ganho um ponto (sistema de ponto por jogada). Quando a

equipa que recebe ganha a jogada, ganha um ponto e o direito de servir e os

seus jogadores efectuam uma rotação, deslocando-se uma posição no sentido

dos ponteiros do relógio.

A bola é posta em jogo com o serviço: o jogador ao serviço bate a bola de

forma a envia-la por cima da rede para o campo contrário. A jogada

desenvolve-se até que a bola toque no solo, seja enviada para fora ou uma das

equipas não a consiga devolver correctamente. Cada jogo é realizado à melhor

de cinco sets, os quatro primeiros são até 25 pontos, tendo de haver uma

diferença de dois pontos entre as equipas para que se possa dar o set por

terminado. Em caso de ter que se recorrer ao 5º set, este tem um sistema de

contagem directa e termina aos 15 com diferença mínima de 2 pontos.

EBI de Trancoso 2007/2008

Documento de Apoio de Voleibol 7

3.1 Regras básicas

A bola deve ser claramente tocada e nunca agarrada. O jogador não

pode tocar duas vezes seguidas na bola, excepção feita ao bloco;

A bola pode ser tocada com qualquer parte do corpo

As linhas fazem parte do campo, logo se uma bola tocar a linha, é

considerada dentro

Libero (jogador com equipamento diferente), jogador com características

predominantemente defensivas, não pode intervir na zona de ataque.

São permitidas seis substituições por set (o libero não conta), as

substituições são feitas entre a rede e a linha dos três metros (esta regra

aplica-se também ao libero).

São permitidos dois descontos de tempo, de trinta segundos, em cada

set.

No serviço a bola pode tocar a rede.

Ninguém durante o rally1 pode tocar na bola

A equipe de arbitragem é composta por dois árbitros e quatro juízes de

linha.

Cada jogo pode ter até cinco sets, sendo os quatro primeiros disputados

até vinte e cinco e o quinto até quinze, em qualquer dos casos com

pontuação directa e só termina quando uma das equipas tiver dois

pontos de vantagem.

3.1.1 Sinais de arbitragem

Factos a assinalar

Descrição dos gestos a executar pelo primeiro (P) e pelo segundo (S) árbitro

Gestos a executar pelos

árbitros

Autorização para o serviço

R. 16.4

Deslocar a mão para indicar a

direcção do serviço

1

Equipa a servir

R. 7.3

Estender o braço do lado da equipa que deverá servir

2

1 Por rally entende-se uma jogada, desde o serviço até que esta toca no chão

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Documento de Apoio de Voleibol 8

R. 24.2.3.c

Mudança de

campo

R. 22.1

Levantar os braços à frente e atrás e rodá-los à volta do

corpo

3

Tempo Morto

R. 19.3

Colocar a palma da mão sobre os dedos

estendida verticalmente (em forma de T)

4

Advertência por demora R. 20.2.1

Penalização Por demora R. 20.2.2

Apontar o pulso com os dedos (advertência)

ou com cartão amarelo (penalização)

5

Conduta incorrecta

Penalização R. 23.2.1

Ou expulsão R. 23.2.2

Exibir o cartão amarelo para a penalização e o cartão vermelho para expulsão

6

Desqualificação

R. 23.2.3

Exibir os dois cartões juntos para a desqualificação

7

Fim do set (ou encontro)

R. 7.1 R. 7.2

Cruzar os antebraços à frente do peito

com as mãos abertas

8

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Documento de Apoio de Voleibol 9

Bola não levantada

Na execução do Serviço

R. 16.5.5

Levantar o braço estendido com a palma da mão

para cima

9

Demora no serviço

R. 16.5.3

Levantar cinco dedos separados

10

Cortina

R. 16.6

Levantar verticalmente os dois braços com as palmas das mãos para

a frente

11

Fim do set (ou encontro)

R. 7.1 R. 7.2

Cruzar os antebraços à frente do peito

com as mãos abertas

8

Bola tocada

Tocar com a palma

de uma mão os dedos da outra, colocada na posição vertical

12

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Documento de Apoio de Voleibol 10

Bola “dentro”

R. 11.3

Estender o braço e o(s) dedo(s)

em direcção ao campo

13

Bola “fora”

R. 11.4

Levantar os antebraços

na posição vertical com as mãos abertas e as palmas

viradas para o corpo

14

Bola transportada

R. 13.5.3

Levantar lentamente o antebraço, com a palma da mão virada

para cima

15

Dois toques

R. 13.5.4

Levantar dois dedos afastados

16

Quatro toques

R. 13.5.1

Levantar quatro dedos afastados

17

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Documento de Apoio de Voleibol 11

Rede tocada por um jogador

R. 16.8.b

Tocar o bordo superior da rede ou a parte

lateral, consoante a falta

18

Transposição Por cima Da rede

R. 15.4.1

Colocar uma mão por cima da rede, com a palma virada

para baixo

19

Falta de ataque R.17.2.3 R.17.2.5

Ou a um serviço Adversário R. 17.2.4

Efectuar um movimento de cima para baixo, com o antebraço, com a mão aberta

20

Interferência devido a

penetração de campo

adversário ou bola que

atravessa o espaço inferior

da rede

R. 15.2 R. 14.1.3

Apontar a linha central com o dedo

21

Falta dupla Ou repetição

R. 12.2.3

Levantar verticalmente os dois polegares

22

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Documento de Apoio de Voleibol 12

Bola “dentro”

R. 11.3

Baixa a bandeirola

1

Bola “fora”

R.11.4

Levantar a bandeirola verticalmente

2

Bola tocada

R. 28.21.b

Levantar a bandeirola e tocar o topo superior

com a palma da mão livre

3

Bola que passa Por fora do espaço de

passagem ou falta com o pé no

serviço

R. 11.4 R. 16.5.1

Agitar a bandeirola acima da cabeça e apontar com o dedo a vareta ou a linha de

fundo

4

Julgamento impossível

Cruzar os dois antebraços e mãos à frente

do peito

5

Tabela 1 – Regras e gestos do árbitro

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Documento de Apoio de Voleibol 13

III. Acções táctico-técnicas

3.1 Movimentos

No voleibol, como em todos os desportos, a capacidade de deslocação e de

movimento são de importância fulcral. De seguida vamos focar alguns dos

aspectos importantes nos movimentos:

Antecipação;

Contacto controlado;

Manter a posição básica(maior facilidade de movimentos e

deslocamento);

Defesa do campo;

Deslocamento mais rápido;

Chegar rápido à bola, em termos de distância;

Reacção mais rápido, em termos de tempo;

Centro de gravidade mais baixo;

Bom equilíbrio;

Evitamos o choque quando temos de ir ao chão.

3.1.1 Tipos de movimento

3.1.1.1 Movimentos em frente

Distâncias curtas – passos à frente

Distâncias longas – corrida para a bola

Observações – movimento rápido para debaixo da bola.

3.1.1.2 Movimentos laterais

Corrida para a bola

Passos laterais – apoios sempre paralelos

Passos cruzados – só no bloco

Movimentos na diagonal

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Documento de Apoio de Voleibol 14

3.1.1.3 Movimentos para trás

Passo à retaguarda com cruzamento

Passo à retaguarda sem cruzamento

Rotação do corpo e corrida para a bola

3.1.1.4 Movimentos em suspensão

Serviço em suspensão

Bloco

Remate

Passe

3.1.1.5 Movimentos sub-horizontais

Rolamento para trás

Rolamento laterais

Mergulho

Deslize

Colapso (chinesa)

3.1.1.6 Pontos críticos do movimento

Momento preciso

Ritmo continuo

Movimentos rápidos e controlados

Paragem equilibrada para intervenção sobre a bola (leitura da jogada)

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Documento de Apoio de Voleibol 15

3.2 Formas de contactar a bola

3.2.1 Por baixo Com os antebraços (com 1 ou 2 braços)

Recepção ao serviço

Defesa directa de um remate

Defesa do campo (defesa baixa)

Observações: posição: baixa, média, alta

3.2.2 Por cima

Com uma ou duas mãos

Passe para um colega

Passe para o ataque

Passe para cima da rede (do chão, em salto ou lateral), ou para o

adversário

3.2.3 Batimento

Sempre feito com a palma da mão

Serviço

Remate

3.2.4 Contactos de emergência Salvar a bola com uma ou duas mãos

Defesa baixa (mergulho, rolamento, deslize ou colapso)

No ar através dos punhos

Com os pés

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Documento de Apoio de Voleibol 16

3.3 Passe

Elemento técnico básico que nada mais é do que um sistema de comunicação

entre os jogadores. Existem vários tipos de passe podendo nós executá-lo em

apoio (frente e costas), ou em suspensão (de frente ou de costas). Ao nível

escolar é importantíssimo que os alunos dominem, pelo menos o passe em

apoio de frente, e dependendo do nível das turmas poderemos ou não evoluir

para outro(s) tipo(s) de passe(s). Assim sendo é pertinente dominar o ensino

do passe em apoio de frente. Para que este gesto possa melhor ser assimilado,

podemos recorrer a progressões pedagógicas das quais destacamos:

Toque de dedos

Descrição do Gesto Erros mais comuns

Mãos em forma de concha

Bola tocada sempre em cima e

ligeiramente à rente da cabeça

Olhar dirigido para cima

Pernas e braços flectidos

Pernas colocadas +/- à largura dos

ombros, estando um pé ligeiramente à frente

do outro

Extensão activa das pernas e dos braços

no momento de contacto com a bola

Manter os braços entendidos após

terminado o gesto

Todos os dedos devem tocar a bola

Tocar a bola com as palmas das mãos

Tocar a bola na zona do peito

Afastar os braços no final do gesto

Apoios trocados

Não estar enquadrado com a bola

No momento de contacto com a bola

estar já com braços e/ou pernas estendidas

Tabela 2 – Descrição e erros mais comuns no toque de dedos

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Documento de Apoio de Voleibol 17

Figura 2 – Ilustração do toque de dedos

3.3.1 Progressões pedagógicas

2a2 com bola, um atira a bola e o outro faz uma recepção estática,

sem devolução. Repete-se no sentido contrário.

2a2 com bola, trocam a bola em passe, o jogador que recebe deixa a

bola bater no chão antes de a devolver, a bola tem de ser passada bem

alta.

2a2 trocam a bola normalmente entre si com passe a uma distancia de

+/- 3 metros.

2 filas, frente a frente, trocam a bola normalmente com passe.

o Quem passa volta para trás da mesma fila.

o Quem passa volta para trás da outra fila, uma vez pela direita e

outra pela esquerda.

3.4 Manchete

A manchete é como que considerado um “passe a duas mãos por baixo”. É

principalmente usado na recepção do serviço e ataques adversários, como

também na defesa de bolas baixas. Consiste em amortecer a velocidade da

bola e dirigi-la para um companheiro em condições jogáveis

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Documento de Apoio de Voleibol 18

Manchete

Descrição do Gesto Erros mais comuns

Braços estendidos

Pernas flectidas e afastadas à largura

dos ombros

Tocar a bola com os antebraços

A bola deve ser tocada na zona

intermédia

Mãos devem estar sobrepostas e

polegares juntos

Tronco ligeiramente à frente

Tocar a bola o mais baixo possível

Extensão das pernas no final do

movimento

Braços flectidos

Tocar a bola com as mãos

Adoptar uma posição erecta

Entrelaçar os dedos

Não existência de deslocamento

aquando da mudança de trajectória

da bola

Tabela 3 – Descrição e erros mais comuns na manchete

Figura 3 – Ilustração da manchete

3.5 Serviço por baixo

É o gesto técnico que é utilizado para pôr a bola em jogo no início de cada set

e de cada rally. Devido à facilidade com que é executado, deve ser o primeiro

tipo de serviço a ser ensinado

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Documento de Apoio de Voleibol 19

Serviço por baixo

Descrição do Gesto Erros mais comuns

Pé contrário à frente do braço de

batimento

Tronco ligeiramente à frente

Transporte da bola para a zona de

batimento

Arma o braço tipo pêndulo

Lança a bola ao ar e “bate” com a

palma da mão

Termina o movimento com o braço

estendido

Flectir o braço

Oscilar o braço para os lados

Não lançar a bola ao ar

Tronco direito

Não elevar o braço atrás o suficiente

Rotação da mão aquando do

batimento

Apoios trocados

Tabela 4 – Descrição e erros mais comuns no serviço por baixo

Figura 4 – Ilustração do serviço por baixo

3.5 Serviço por cima

Também denominado serviço tipo ténis, e é um gesto técnico que é utilizado

para pôr a bola em jogo no início de cada set e de cada rally.

Serviço por cima

Descrição do Gesto Erros mais comuns

Fase Preparatória

Apoio contra-lateral ao braço

dominante avançado;

Apoios e linha de ombros orientados

Apoio contra-lateral do braço hábil

ligeiramente avançado

Lançamento da bola na vertical do

braço de batimento

EBI de Trancoso 2007/2008

Documento de Apoio de Voleibol 20

para o alvo;

Membros inferiores ligeiramente

flectidos;

Bola segura pela mão não

dominante, no plano frontal entre a

cara e o ombro;

Lançamento da bola na vertical entre

o plano da cara e o ombro dominante,

a uma altura suficiente para efectuar

a flexão do antebraço;

Flexão, abdução e rotação do braço

dominante, flexão do antebraço e

elevação do braço não dominante;

Ligeira extensão do tronco

acompanhando a braço dominante;

Fase Principal

Extensão do braço e antebraço

dominantes e ligeira flexão do tronco;

Extensão do braço e antebraço não

dominantes;

Extensão dos membros inferiores

para a frente e para cima;

Transferência do peso do corpo do

apoio posterior para o anterior;

Extensão quase completa do cotovelo

no momento do contacto;

Ponto de aplicação do contacto por

cima da bola para que o seu

prolongamento passe pelo centro de

massa da bola;

Contacto com a bola ligeiramente à

frente do plano médio entre o ombro

e a cara;

Pequeno incremento da extensão da

mão durante o contacto;

Fase Final

Continuação da transferência do

peso do corpo do apoio posterior para

o anterior com consequente avanço

do apoio mais recuado;

Batimento da bola no ponto máximo

de extensão do braço de batimento

Batimento da bola na linha

perpendicular ao corpo, com a palma

da mão e através de um batimento

seco

O movimento do braço continua após

o batimento

EBI de Trancoso 2007/2008

Documento de Apoio de Voleibol 21

Entrada em campo.

Tabela 5 – Descrição e erros mais comuns no serviço por cima

Figura 5 – Ilustração do serviço tipo ténis

3.6 Remate

O remate é uma acção na qual se”bate” a bola sobre a rede, imprimindo-lhe

velocidade. Tem como principal objectivo dificultar ao máximo a acção

defensiva adversária, sendo uma das, senão a arma principal do jogo. Devido à

grande solicitação coordenativa intra e intermuscular, é um gesto bastante

difícil de executar para as crianças, apesar de ser talvez o gesto que dá mais

motivação a qualquer aluno de aprender.

Remate

Descrição do Gesto Erros mais comuns

Contem 5 sub-fases

o Corrida preparatória

o Chamada

o Voo

o Batimento

o Recepção ao solo

Troca de apoios

Chamada com 1 pé

Não elevar o braço contrário

Saltar para a frente

Bater a bola atrás da cabeça

Não haver rotação do pulso

EBI de Trancoso 2007/2008

Documento de Apoio de Voleibol 22

2 ou 3 passos, sendo o último mais

largo

Travagem com os calcanhares

Elevação das 2 pernas

Elevação dos 2 braços

“Arma” o braço atrás e acima da

cabeça, no momento do batimento o

braço contrário desce

Contacta a bola no ponto mais alto e

à frente

Rotação do pulso

Recepção ao solo feita no mesmo

sítio da chamada ou ligeiramente à

frente

Tabela 6– Descrição e erros mais comuns no remate

Figura 6- Ilustração do remate

3.6.1 Progressões pedagógicas do remate 2 a 2 sem bola, aproveitando as linhas do campo, executar o gesto,

quem não executa dá feedback ao colega, depois troca.

2 a 2, perto da rede, um lança a bola e o outro agarra no ponto mais

alto

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3 filas em meio campo, virados para a rede, 3 cadeiras junto à rede,

em cada uma das cadeiras está uma pessoa que segura na bola em cima

da rede para o remate, a corrida é em frente. Primeiro sem bola, depois

com bola mas apenas com simulação, por último com corrida preparatória,

chamada e remate.

Com a mesma estrutura do exercício anterior, se apenas retiram as

cadeiras, movimento completo de remate.

2 filas, uma de cada lado da rede, passe ao passador, este devolve ao

primeiro, que faz corrida preparatória, chamada e batimento.

2 filas, uma de cada lado da rede, cada pessoa com duas bolas

pequenas, uma em cada mão, executa o movimento completo de remate,

na elevação dos braços no ponto mais alto, a mão esquerda larga a bola e

a direita faz remate, lançando a bola para o outro lado da rede.

2 filas, uma de cada lado da rede, com bolas de volei, executa o

remate com as duas mãos(rotação dos pulsos).

Com a mesma estrutura do exercício anterior, da linha dos 3 metros,

lança a bola ao ar, só no ponto mais faz a chamada, executa o

remate(tipo serviço em suspensão).

3.7 Bloco

O bloco constitui a primeira linha de defesa contra o ataque adversário.

Consiste em anular o ataque adversário interceptando a trajectória da bola na

sua passagem sobre a rede.

É um gesto técnico dos mais elementares, mas em dúvida é dos que mais

exige ao executante elevados valores técnicos e atléticos.

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Documento de Apoio de Voleibol 24

O bloco na sua execução apresenta quatro fases:

Deslocamentos -» Temos três tipos de deslocamento no bloco: passo

lateral (para distâncias curtas), passo cruzado (para distâncias médias)

e passo cross-over-step (virar, correr, saltar)

Fase de impulsão -» Para realizar o salto de bloco e alcançar a altura

óptima, o aluno deve conseguir ângulos de flexão determinados (cintura

90º, coxa/pernas 100º/110º, tíbio-társica 80º/90º

Fase aérea -» Os braços partem flectidos e à altura dos ombros, esticam

o mais possível, “procurando” a bola.

Queda -» Inicia-se com a recuperação dos braços para trás. Ao cair

roda-se imediatamente para o centro do nosso campo para estar pronto

para a acção seguinte do jogo.

Existem dois tipos de bloco:

Bloco passivo/defensivo - palmas das mãos voltadas para cima

(passivo), é utilizado por atletas baixos, ou quando se atrasado para o

bloco.

Bloco activo/ofensivo - palmas das mãos voltadas para baixo, projecta-

se a bola para o campo adversário.

Bloco

Descrição do Gesto Erros mais comuns

Mãos e pés afastados à largura dos

ombros

Pernas semi-flectidas

Após a impulsão, há um estender dos

Pernas partirem de uma posição

estendida

Braços partirem de uma posição

baixa

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braços para cima e para a frente

Dedos afastados e polegares juntos

Rotação dos pulsos para baixo

Fecho do corpo

Direccionar as mãos

Recepção ao solo no mesmo local

onde foi iniciada a chamada e há uma

flexão das pernas na chegada ao solo

Olhar bem para a bola

Saltar perto da rede

Mãos demasiado afastadas

Saltar para a frente em vez de ser

para cima

Fechar os olhos no momento de

contacto com a bola

Tabela 7 – Descrição e erros mais comuns no remate

Figura 8 – Colocação das mãos no bloco

3.7.1 Progressões pedagógicas do bloco

2 a 2, um de cada lado da rede, contactar com as mãos por cima da

rede em deslocamento lateral.

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2 a 2 com bola, um de cada lado da rede, colocar a bola nas mãos dos

colegas, em deslocamento lateral.

2 a 2 com bola, um de cada lado da rede, em deslocamento lateral, um

dos alunos com a bola, e o outro acompanha, sempre que o primeiro

levantar o braço com a bola o outro salta em bloco, depois troca.

2 a 2 com bola, um de cada lado da rede, o aluna com bola coloca-se na

linha dos três metros e lança a boa para cima da rede, o outro faz bloco,

depois troca.