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DIAGNÓSTICO DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DE RIO DO SUL Produto - 04 Florianópolis, Dezembro de 2010.

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DIAGNÓSTICO DO SISTEMA DE

ABASTECIMENTO DE ÁGUA DE RIO DO SUL

Produto - 04

Florianópolis, Dezembro de 2010.

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Produto 04 Diagnóstico do Sistema de Abastecimento de Água

Plano de Saneamento Básico de Rio do Sul Dezembro/2010

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 3

2. MANANCIAIS E DISPONIBILIDADES HÍDRICAS ................................................... 4

2.1 Mananciais Superficiais ................................................................................... 4

2.2 Poços Profundos e Soluções Alternativas de Abastecimento ................................. 5

3. CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA INTEGRADO ...................................................... 9

3.1 Atual Manancial do Sistema Integrado .............................................................. 9

3.2 Qualidade da Água do Manancial Atual .............................................................. 9

3.3 Vazões Necessárias para Suprimento Futuro .................................................... 11

3.4 Manancial para Suprimento Futuro ................................................................. 12

3.5 Histórico do Sistema de Abastecimento de Água .............................................. 14

3.6 Diagnóstico das Unidades do Sistema de Abastecimento de Água ....................... 15

3.6.1 Captação .................................................................................................. 16

3.6.2 Elevatória (ERAB) e Adução de Água Bruta (AAB) .......................................... 17

3.6.3 Estação de Tratamento de Água (ETA) ......................................................... 18

3.6.4 Reservatórios, Elevatórias de Água Tratada e Redes ...................................... 21

3.6.5 Projeto de Ampliação e Melhorias ................................................................ 25

3.7 Hidrometração ............................................................................................. 26

3.8 Índice de Atendimento .................................................................................. 27

3.9 Consumo Per Capita e Demandas Futuras ....................................................... 28

3.10 Índice de Perdas ........................................................................................ 30

3.11 Manutenção e Controle Operacional .............................................................. 32

3.12 Padrões de Qualidade da Água ..................................................................... 33

3.13 Política Tarifária e Regulação ....................................................................... 38

3.14 Receitas Despesas e Resultados ................................................................... 40

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 41

5. ANEXOS ............................................................................................................. 44

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Plano de Saneamento Básico de Rio do Sul Dezembro/2010

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1. INTRODUÇÃO

O presente relatório é o quarto produto da série que integra o Plano de Saneamento Básico

do Município de Rio do Sul, desenvolvido conforme Termo de Referência de Elaboração do

Plano, Contrato no 039/2010, Termo Aditivo no 044/2010.

O conteúdo deste relatório contempla a etapa de diagnóstico dos sistemas de abastecimento

de água. Apresenta uma visão da situação do abastecimento de água no Município, tanto nos

aspectos pertinentes ao sistema público da sede do município como também em relação às

soluções coletivas ou individuais, adotadas por iniciativa da população nas áreas urbana e

rural.

O Sistema de Abastecimento de Água do Município de Rio do Sul, que também atende aos

municípios vizinhos de Agronômica, Aurora, Laurentino e Lontras e Ibirama (Serra São

Miguel), é operado em Gestão Associada do Município com o Governo do Estado de Santa

Catarina. Este modelo de Gestão teve início em 14 de abril de 2008, com duração de 20

anos, com o instrumento denominado Convênio de Cooperação para Gestão Associada com o

Governo do Estado de Santa Catarina (Anexo SAA - 01), participando como interveniente a

Companhia Catarinense de Águas e Saneamento – CASAN, para a prestação dos serviços de

abastecimento de água e esgotamento sanitário, respaldado na Lei Municipal no 4.707, de 18

de abril de 2008 (Anexo SAA - 02). As instalações administrativas e operacionais da CASAN

estão localizadas à Rua dos Caçadores, 161, Bairro Laranjeiras. Em Rio do Sul também está

localizada a SRN – Superintendência Regional de Negócios Norte / Vale do Rio Itajaí, com

endereço à BR-470, 141, Bairro Canta Galo.

Para suporte financeiro às ações em Gestão Associada foi criado, através da mesma Lei

Municipal no 4.707, de 18 de abril de 2008, o Fundo Municipal de Saneamento Básico – FMS.

Também através desta Lei Municipal foi criado, como um instrumento de controle social, o

Conselho Municipal de Saneamento, com caráter consultivo, das atividades decorrentes da

execução da Política Municipal de Saneamento. O Decreto Municipal nº 239 de 04 de Junho

de 2008, regulamentou de forma equivocada o Conselho Municipal de Saneamento e deve

ser alterado conforme demonstrado na análise feita por esta Consultora (Anexo SAA - 03).

Não existem sistemas comunitários distritais ou urbanos. Os poços profundos existentes

atendem consumidores pontuais.

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2. MANANCIAIS E DISPONIBILIDADES HÍDRICAS

2.1 Mananciais Superficiais

No Produto 02 deste Plano de Saneamento Básico foram estudadas as disponibilidades

hídricas dos dois mananciais com potencial, em termos de porte e localização, para suprir o

sistema de abastecimento de água de Rio do Sul, ou seja, o Rio Itajaí do Sul onde está a

atual captação do sistema de abastecimento de água e o Rio Itajaí do Oeste. As Tabelas 01 e

02 apresentam o resumo dos estudos destes dois mananciais. O Comitê da Bacia do Rio

Itajaí aponta no Estudo da Bacia uma vazão para o Rio Itajaí do Sul um pouco inferior para a

Q98 (4.583,84 l/s na foz) a que está aqui apresentada, mas em esclarecimentos junto à

Secretaria de Desenvolvimento Sustentável de SC, nos foi informado que a vazão do estudo

do Comitê deve ser majorada, mas não tivemos êxito numa resposta a tempo de concluir

este relatório e para segurança dos cálculos desenvolvidos. No entanto, a ordem de

grandeza está correta e qualquer valor aí considerado permite assegurar o suprimento por

muito longo prazo, com possibilidade de outorga de vazão superior a 2.000 l/s.

Tabela 01 – Dados dos Mananciais Superficiais de Rio do Sul

Rio Itajaí do Sul Captação Atual

Rio Itajaí do Oeste Alternativa

E 634370 629561S 6986271 6985863

338 337

56 57

1.554 1.554

2.020 2.404

243,90 243,90

2.370,08 2.830,96

5.316,95 6.350,86

Mananciais

Dados

Cota Captação (m)

Coordenadas

P (mm)

AD (km2)

P0,748

AD1,021

Desnível Relativo à ETA Atual(m)

Q98(l/s)

Tabela 02 – Capacidade dos Mananciais para Consumo Per capita de 252 l/hab.dia

Rio Itajaí do Sul Captação Atual

Rio Itajaí do Oeste Alternativa

588.793 703.287

1.471.982 1.758.218

Mananciais

Dados

População Abastecível (hab) (utilizando Q98)

População Abastecível (hab) (utilizando QMAX)

Rio Itajaí do Sul e Rio Itajaí do Oeste apresentam áreas de bacias e potenciais de

atendimento semelhantes. O ponto de captação do Rio Itajaí do Oeste tem localização um

pouco mais distante e a bacia é igualmente bem ocupada por atividades agrícolas, embora

não na intensidade do Rio Itajaí do Sul. Ambos asseguram disponibilidade hídrica para um

horizonte longo de abastecimento.

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2.2 Poços Profundos e Soluções Alternativas de Abastecimento

A CASAN não utiliza poços para o abastecimento público em Rio do Sul, fato explicado pela

grande disponibilidade hídrica dos mananciais superficiais. Não há estudo específico para Rio

do Sul do potencial de mananciais subterrâneos, no entanto o Plano de Bacia capítulo A1

(seção 1.2) – Águas Subterrâneas, do Comitê da Bacia do Rio Itajaí, apresenta na parte

referente a mananciais subterrâneos informações técnicas suficientes para orientação nesta

área, conforme segue:

“Um estudo realizado pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente em

1997 indica uma vazão média de 11,70 m3/h para os poços perfurados na região da bacia do

Itajaí. Foram consideradas as vazões dos poços cadastrados junto à CASAN e à CIDASC.

A montante da bacia é mais comum a ocorrência de perfuração de poços secos, sem vazão.

Quando se encontra água, as vazões situam-se próximo a 5,0 m3/h e a profundidade em torno de

140 metros. Nestas localidades, as rochas estão compactadas em forma de pacotes folhados,

com pouco espaço vazio para armazenamento de água (pouca porosidade) e pouca mobilidade

(permeabilidade), sendo estes os principais fatores que influenciam na capacidade do poço. A

água está armazenada nas descontinuidades e faces mais grosseiras das rochas ou em camadas

arenosas. É usada principalmente para o abastecimento de comunidades e para fornecimento aos

animais.

Em razão do pouco conhecimento disponível, existe a necessidade de realização de inventário

hidrogeológico e obtenção das demais informações sobre o comportamento das águas

subterrâneas. Via de regra, as características geomorfológicas da bacia não favorecem a

disponibilização de quantidades significativas de água, por isso, a utilização deste recurso para

abastecimento público deve ser considerado somente em casos extremos.”

O quadro 01, retirado do Plano de Bacia do Rio Itajaí mostra a disponibilidade de água

subterrânea da bacia.

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Quadro 01 – Disponibilidade de água subterrânea

Na busca realizada junto à Vigilância Sanitária foi obtida a relação de poços monitorados, a

seguir descritos: Fredolino Holer, Antônio de Souza, Metalúrgica Riosulense SA, Instituto

Federal Catarinense Campo de Rio do Sul, Motel 3 Chalets, Motel Blue Moon, Frigorífico

Riosulense SA, Catedral São João Batista. Estes poços atendem a consumidores individuais,

sendo que em Rio do Sul não foram identificadas soluções coletivas de abastecimento de

água, definidas na Portaria no518 do Ministério da Saúde como toda modalidade de

abastecimento coletivo de água, distinta do sistema de abastecimento de responsabilidade

do poder público. As soluções individuais detectadas em área urbana normalmente têm

origem em razões econômicas ou na falta de segurança de abastecimento continuado do

sistema público.

Quanto ao uso de soluções individuais para o consumo humano nos locais onde existe rede

pública de abastecimento de água, cabe registrar o que a Lei Federal no 11.445/2007

estabelece:

Art. 45. Ressalvadas as disposições em contrário das normas do titular, da entidade de regulação

e de meio ambiente, toda edificação permanente urbana será conectada às redes públicas de

abastecimento de água e de esgotamento sanitário disponíveis e sujeita ao pagamento das tarifas

e de outros preços públicos decorrentes da conexão e do uso desses serviços.

§ 1º Na ausência de redes públicas de saneamento básico, serão admitidas soluções individuais

de abastecimento de água e de afastamento e destinação final dos esgotos sanitários, observadas

as normas editadas pela entidade reguladora e pelos órgãos responsáveis pelas políticas

ambiental, sanitária e de recursos hídricos.

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§ 2º A instalação hidráulica predial ligada à rede pública de abastecimento de água não poderá

ser também alimentada por outras fontes.

As soluções alternativas coletivas de abastecimento de água quando autorizadas pelo titular,

onde não existe rede pública, são na maioria dos casos através de poços profundos, porém

alerta-se que estão sujeitas a Portaria no 518/2004 do Ministério da Saúde, que estabelece

os padrões mínimos de qualidade para consumo humano, rotinas de análise de

monitoramento pelo operador, bem como a fiscalização de seu cumprimento pela Vigilância

Sanitária, ou seja:

Art. 4º Para os fins a que se destina esta Norma,são adotadas as seguintes definições:

III - solução alternativa de abastecimento de água para consumo humano – toda modalidade de

abastecimento coletivo de água distinta do sistema de abastecimento de água, incluindo, entre

outras, fonte, poço comunitário, distribuição por veículo transportador, instalações condominiais

horizontal e vertical;

IV - controle da qualidade da água para consumo humano – conjunto de atividades exercidas de

forma contínua pelos responsáveis pela operação de sistema ou solução alternativa de

abastecimento de água, destinadas a verificar se a água fornecida à população é potável,

assegurando a manutenção desta condição;

V - vigilância da qualidade da água para consumo humano – conjunto de ações adotadas

continuamente pela autoridade de saúde pública, para verificar se a água consumida pela

população atende a esta Norma e para avaliar os riscos que os sistemas e as soluções

alternativas de abastecimento de água representam para a saúde humana;

Art. 7º São deveres e obrigações das Secretarias Municipais de Saúde:

I - exercer a vigilância da qualidade da água em sua área de competência, em articulação com os

responsáveis pelo controle de qualidade da água, de acordo com as diretrizes do SUS;

II - sistematizar e interpretar os dados gerados pelo responsável pela operação do sistema ou

solução alternativa de abastecimento de água, assim como, pelos órgãos ambientais e gestores

de recursos hídricos, em relação às características da água nos mananciais, sob a perspectiva da

vulnerabilidade do abastecimento de água quanto aos riscos à saúde da população;

IV - efetuar, sistemática e permanentemente, avaliação de risco à saúde humana de cada

sistema de abastecimento ou solução alternativa, por meio de informações sobre:

a) a ocupação da bacia contribuinte ao manancial e o histórico das características de suas águas;

b) as características físicas dos sistemas, práticas operacionais e de controle da qualidade da

água;

c) o histórico da qualidade da água produzida e distribuída; e

d) a associação entre agravos à saúde e situações de vulnerabilidade do sistema.

V - auditar o controle da qualidade da água produzida e distribuída e as práticas operacionais

adotadas;

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VI - garantir à população informações sobre a qualidade da água e riscos à saúde associados, nos

termos do inciso VI do artigo 9 desta Norma;

VII - manter registros atualizados sobre as características da água distribuída, sistematizados de

forma compreensível à população e disponibilizados para pronto acesso e consulta pública;

VIII - manter mecanismos para recebimento de queixas referentes às características da água e

para a adoção das providências pertinentes;

IX - informar ao responsável pelo fornecimento de água para consumo humano sobre anomalias

e não conformidades detectadas, exigindo as providências para as correções que se fizerem

necessárias;

XII - definir o responsável pelo controle da qualidade da água de solução alternativa.

O objetivo da apresentação destas implicações decorrentes da autorização de operação de

uma solução alternativa de abastecimento é alertar o titular para os custos e

responsabilidades agregadas a este tipo de medida.

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3. CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA INTEGRADO

O diagnóstico do sistema integrado de abastecimento de água abrange a caracterização e o

inventário das diversas unidades componentes, sua gestão e os recursos existentes.

3.1 Atual Manancial do Sistema Integrado

O suprimento de água para o sistema de abastecimento de água de Rio do Sul e Cidades

integradas é realizado a partir do manancial superficial Rio Itajaí do Sul, enquadrado como

de classe II, conforme Resolução do CONAMA 357 (Conselho Nacional do Meio Ambiente),

Art. 42 e Resolução 01/2008 do CERH (Conselho Estadual de Recursos Hídricos).

A captação de água está localizada na margem direita do Rio Itajaí do Sul, no Bairro

Laranjeiras, no ponto de coordenadas UTM 634370E e 6986271S (GPS de navegação). A

bacia drenada para este ponto tem área de 2.020 Km2.

O Rio Itajaí do Sul nasce na Serra Geral, no Município de Alfredo Wagner altitude de 1050

metros (afluente denominado rio Lajeado – Fonte Comitê da Bacia do Rio Itajaí), drenando

áreas dos Municípios de Alfredo Wagner, Chapadão do Lajeado, Imbuia, Petrolândia,

Atalanta, Ituporanga, Aurora e Rio do Sul numa extensão de 289 Km até se unir no centro

da Cidade de Rio do Sul com o Rio Itajaí do Oeste, formando o Rio Itajaí Açú.

3.2 Qualidade da Água do Manancial Atual

O Comitê da Bacia do Rio Itajaí tem monitorado, através das entidades que dele participam,

a qualidade da água do Rio Itajaí do Sul e independente da classificação temporária dada

pelo CONAMA, apresenta no Plano de Bacia, capítulo A1(seção 1.1.2) – Análise Qualitativa da

Água Superficial, item “Síntese – O Rio que temos”, um diagnóstico de enquadramento.

Considerando que a Resolução 357 do CONAMA define os padrões de qualidade para as

diferentes Classes de recursos hídricos e com os valores de cada parâmetro obtido ao longo

da rede hídrica, o Comitê da Bacia do Rio Itajaí com a interpretação do significado dos

parâmetros, apresentou em mapa síntese do diagnóstico de qualidade, a condição atual dos

rios da bacia hidrográfica, identificando os problemas mais relevantes de qualidade de água.

A determinação de uma classe leva em consideração vários parâmetros, mas para efeito da

identificação de “O rio que temos” o Comitê adotou o critério de sempre utilizar a pior classe

de qualidade encontrada em cada seção de rio.

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Quadro 02 – Mapa Síntese

Observa-se neste mapa síntese de diagnóstico que o Rio Itajaí do Sul, no ponto de captação

do sistema de abastecimento de água que atende a Rio do Sul, passa a ser enquadrado

como Rio de Classe III, sendo depreciadores para este enquadramento os parâmetros

coliformes, fósforo, DBO, ferro e turbidez. Mostra o mapa que o Rio Dona Luisa, afluente do

Rio Itajaí do Sul em Ituporanga, apresenta o pior enquadramento da bacia, ou seja, Classe

IV, sendo que também possui este enquadramento, embora não indicado no mapa (listado

na tabela A1.13 do mesmo estudo), o Ribeirão Areado, afluente do Rio Itajaí do Sul em

Aurora. Observa-se também a indicação de que o Rio Itajaí do Oeste, alternativa de

abastecimento para Rio do Sul apontada neste Plano, apresenta qualidade de água mais

degradada do que o Rio Itajaí do Sul, reforçando a definição de manutenção do atual

manancial para o futuro.

Para esclarecimento, estão apresentadas abaixo as classes referentes à classificação do

CONAMA para as águas doces conforme a destinação de uso, classificação esta definida por

parâmetros e padrões de qualidade estabelecidos por limites individuais para cada substância

analisada em cada classe.

Classe 2: águas que podem ser destinadas: a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional; b) à proteção das comunidades aquáticas; c) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução CONAMA nº 274, de 2000; d) à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter contato direto; e e) à aqüicultura e à atividade de pesca.

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Classe 3: águas que podem ser destinadas: a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional ou avançado; b) à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras; c) à pesca amadora; d) à recreação de contato secundário; e e) à dessedentação de animais. Classe 4: águas que podem ser destinadas: a) à navegação; e b) à harmonia paisagística.”

O mapa 72 da seção B1.3 do Plano da Bacia do Rio Itajaí mostra o Rio que queremos ter.

Quadro 03 – Mapa Síntese - “O rio que queremos ter”

Salienta-se que a CASAN não disponibilizou as análises de água bruta definidas na Resolução

do CONAMA 357/2005.

3.3 Vazões Necessárias para Suprimento Futuro

Para uma melhor visualização do cenário de necessidades de abastecimento através das

projeções populacionais de Rio do Sul e cidades integradas e o consumo per capita médio

projetado, com sistema operando em regime máximo de 22 horas por dia no período de

maior consumo (dias de maior consumo), foram desenvolvidas as Tabelas 03 e 04.

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Tabela 03 – Projeção Populacional de Rio do Sul e Cidades Integradas

Ano

2010 7.018 Censo 2010 1.931 Censo 2010 1.855 Censo 2010 4.375 Censo 2010 530 Estimado 56.783 Censo 2010 72.492

2011 7.141 1,76% 1.979 2,47% 1.895 2,13% 4.464 2,03% 535 1,00% 57.620 1,47% 73.634 1,58%

2012 7.264 1,73% 2.027 2,41% 1.934 2,09% 4.553 1,99% 541 1,00% 58.457 1,45% 74.776 1,55%

2013 7.388 1,70% 2.074 2,36% 1.974 2,05% 4.642 1,95% 546 1,00% 59.294 1,43% 75.918 1,53%

2014 7.511 1,67% 2.122 2,30% 2.013 2,00% 4.731 1,92% 552 1,00% 60.131 1,41% 77.060 1,50%

2015 7.634 1,64% 2.170 2,25% 2.053 1,96% 4.820 1,88% 557 1,00% 60.968 1,39% 78.202 1,48%

2016 7.757 1,61% 2.218 2,20% 2.092 1,93% 4.909 1,85% 563 1,00% 61.805 1,37% 79.344 1,46%

2017 7.881 1,59% 2.265 2,15% 2.132 1,89% 4.998 1,81% 568 1,00% 62.642 1,35% 80.486 1,44%

2018 8.004 1,56% 2.313 2,11% 2.171 1,86% 5.087 1,78% 574 1,00% 63.479 1,34% 81.628 1,42%

2019 8.127 1,54% 2.361 2,06% 2.211 1,82% 5.176 1,75% 580 1,00% 64.316 1,32% 82.771 1,40%

2020 8.250 1,52% 2.409 2,02% 2.251 1,79% 5.265 1,72% 585 1,00% 65.153 1,30% 83.913 1,38%

2021 8.373 1,49% 2.456 1,98% 2.290 1,76% 5.354 1,69% 591 1,00% 65.990 1,28% 85.055 1,36%

2022 8.497 1,47% 2.504 1,94% 2.330 1,73% 5.443 1,66% 597 1,00% 66.827 1,27% 86.198 1,34%

2023 8.620 1,45% 2.552 1,91% 2.369 1,70% 5.532 1,63% 603 1,00% 67.664 1,25% 87.340 1,33%

2024 8.743 1,43% 2.600 1,87% 2.409 1,67% 5.621 1,61% 609 1,00% 68.501 1,24% 88.483 1,31%

2025 8.866 1,41% 2.647 1,84% 2.448 1,64% 5.710 1,58% 615 1,00% 69.339 1,22% 89.625 1,29%

2026 8.990 1,39% 2.695 1,80% 2.488 1,62% 5.799 1,56% 621 1,00% 70.176 1,21% 90.768 1,27%

2027 9.113 1,37% 2.743 1,77% 2.527 1,59% 5.887 1,53% 628 1,00% 71.013 1,19% 91.911 1,26%

2028 9.236 1,35% 2.791 1,74% 2.567 1,57% 5.976 1,51% 634 1,00% 71.850 1,18% 93.054 1,24%

2029 9.359 1,33% 2.838 1,71% 2.607 1,54% 6.065 1,49% 640 1,00% 72.687 1,16% 94.197 1,23%

2030 9.482 1,32% 2.886 1,68% 2.646 1,52% 6.154 1,47% 647 1,00% 73.524 1,15% 95.340 1,21%

Lontras Aurora Rio do Sul

Crescimento das Populações das Sedes Urbanas

Projeções Lineares

Laurentino TotalAgronômica Serra São Miguel

Tabela 04 – Vazão e Reservação Necessárias para Universalização dos Serviços

2010 72.492 252 303 21.945 22.624 286 7.315

2015 78.202 226 271 21.183 21.838 276 7.061

2020 83.912 216 259 21.740 22.413 283 7.247

2025 89.625 207 248 22.252 22.941 290 7.417

2030 95.339 201 242 23.027 23.739 300 7.676Reservação existente: 6.595 m3

227 l/sVazão Média Captada em 2009:

AnoPopulação

Urbana dos 5 Municípios

Vazão a Captar (l/s)

Reservação Necessária

(m3)

Per Capita em

l/hab*dia

Volume no Dia de Maior

Consumo (m3)

Volume Dia Maior Consumo + Gasto de Processo (m3)

Per Capita no Dia de Maior

Consumo

Observa-se que a vazão necessária para atendimento da população abastecida em 2010 está

acima da vazão média captada ao longo de 2009 indicando a necessidade imediata de

ampliação da capacidade de produção de água tratada. As populações a serem abastecidas

consideram as projeções populacionais desenvolvidas para todas as cidades do sistema

integrado (incluindo Serra São Miguel à população de Lontras), já considerado o Censo IBGE

2010 e a universalização do atendimento. As vazões projetadas como necessárias a captar

do Rio Itajaí do Sul, consideraram perdas de processo de 3%, perdas na distribuição de 40%

declinantes para 25% em 2030. O BADOP em 2009 apontou perdas de 50,52% e no

acumulado de 2010 (até setembro) perdas de 42,99%. A falta de água não se manifestou de

forma mais pronunciada porque o sistema opera 24 horas por dia, acima das 22 horas

recomendadas, a vazão está acima da nominal da ETA (água bruta com baixa turbidez) e a

universalização não foi ainda atingida.

3.4 Manancial para Suprimento Futuro

O Rio Itajaí do Sul é um manancial de potencial de abastecimento que em muito supera a

necessidade futura do sistema integrado, com baixo custo de adução e tratamento e isto

desestimula a busca de soluções alternativas de sistema produtor, sejam de mananciais

subterrâneos ou outros superficiais. Embora o Rio Itajaí do Sul apresente intensa atividade

agrícola na sua bacia, hoje está sedimentado o conceito de que não se pode sair saltando de

ponto em ponto com as captações, em busca de mananciais menos degradados, pois se

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Produto 04 Diagnóstico do Sistema de Abastecimento de Água

Plano de Saneamento Básico de Rio do Sul Dezembro/2010

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ações concretas de recuperação ambiental não forem desenvolvidas chegará o dia em que

não se terá para onde ir.

O suprimento futuro de água bruta para o abastecimento do Sistema Integrado deverá,

portanto, se manter através do atual manancial e as medidas recomendadas para prosseguir

nesta alternativa são as que assegurem a proteção ambiental do Rio Itajaí do Sul. Devem ser

focadas sobre a sua bacia ações prioritárias de recuperação ambiental, de reposição florestal

e de permanentes orientações de boas práticas de uso do solo na intensa produção agrícola

verificada (culturas predominantes de cebola e fumo).

Recomenda-se que a Prefeitura Municipal de Rio do Sul se integre ativa e fortemente às

ações do Comitê da Bacia do Rio Itajaí e lidere o esforço regional para que todos os

municípios do sistema integrado de abastecimento de água e da Bacia do Rio Itajaí do Sul

dispensem o mesmo tratamento para a matéria prima do abastecimento público, principal

prioridade de uso das águas do manancial. Observa-se uma boa organização e atuação do

Comitê do Rio Itajaí e uma medida prática inicial de uma gestão ambiental mais efetiva dos

municípios é a de somar esforços ao programa de Recuperação de Mata Ciliar (RMC) e

programas de Recuperação de Áreas de Preservação Permanente. Como fonte de recursos

para auxiliar no suporte destas ações, sugere-se, a exemplo de outros Municípios que

mantêm convênios de gestão associada com o Governo do Estado, a reversão por parte da

CASAN de todos os pagamentos efetuados referentes ao consumo dos imóveis municipais,

para programas de preservação do manancial, o que para Rio do Sul proporcionaria recursos

da ordem de R$ 240.000,00 por ano.

A gestão ambiental que compete aos Municípios vai muito além das necessárias ações de

saneamento básico nas áreas urbanas. A eficácia de sua atuação depende de uma forte

integração com todas as entidades que atuam no setor, somando esforços às ações

coordenadas pelo Comitê de Bacia, juntamente com EPAGRI, Secretaria de Agricultura do

Estado, Secretarias de Agricultura e Meio Ambiente Municipais, Polícia Ambiental, Ministério

Público, Vigilância Sanitária, meios de comunicação e outros. Não se vislumbra uma maneira

mais eficaz para o desenvolvimento de programas permanentes que integrem as populações

rurais e urbanas nas ações de preservação e recuperação da bacia do Rio Itajaí do Sul.

A CASAN não disponibilizou os estudos de ampliação do sistema de abastecimento de água

atual, mas menciona em resumo a existência de um projeto de ampliação datado do ano de

2000, que necessita revisão. Esta síntese indica a ampliação da capacidade de captação e

adução de água bruta para atender a demanda até 2020, a partir do mesmo local atual, em

volume de 300 l/s (227 l/s de captação média em 2009).

Não foi fornecido o documento de outorga de captação no Rio Itajaí do Sul, embora o corpo

técnico da CASAN em Rio do Sul tenha informado que esta outorga já fora providenciada.

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Produto 04 Diagnóstico do Sistema de Abastecimento de Água

Plano de Saneamento Básico de Rio do Sul Dezembro/2010

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3.5 Histórico do Sistema de Abastecimento de Água

As pesquisas realizadas nos arquivos da Fundação Cultural de Rio do Sul, em especial aos

jornais de época, não foram muito frutíferas em função de que muitos dos registros se

perderam na grande enchente de 1983. No entanto, alguns registros foram obtidos, que a

seguir são comentados:

Jornal Nova Era de 16 de fevereiro de 1963 – Destaca em manchete o Abastecimento de

Água para Rio do Sul informando para breve a assinatura, pelo Prefeito Vitório Fornerolli, de

convênio entre a Prefeitura Municipal e o Governo do Estado em que o PLAMEG disponibiliza doze

milhões e trinta e sete mil cruzeiros com dez milhões de cruzeiros de contrapartida do Município

para implantação de redes de abastecimento de água, que seriam executadas pela Prefeitura

seguindo as normas técnicas do DAES – Departamento Autônomo de Engenharia Sanitária de

Santa Catarina.

Jornal Nova Era de 23 de fevereiro de 1963 – Informa a aprovação unânime pela Câmara

Municipal de autorização para a celebração de convênio com o PLAMEG e DAES para execução

das obras do sistema de abastecimento de água.

Jornal Nova Era de 10 de agosto de 1963 – Informa que a Prefeitura já firmou Convênio com

o Governo do Estado (DAES – Departamento Autônomo de Engenharia Sanitária de Santa

Catarina) conforme Plano de Metas do Governo – PLAMAEG, e que as obras da primeira fase do

Sistema de Abastecimento de água foram iniciadas ao final de julho daquele ano na Rua Bonfim.

Não há registros do prosseguimento destas obras noticiadas pelo Jornal Nova Era. Registros

encontrados na sequência são de 31 de janeiro de 1968, quando o Prefeito Alfredo João

Krieck encaminha carta ao Banco do Brasil solicitando empréstimo de NCR$ 867.000,00

(oitocentos e sessenta e sete mil cruzeiros novos), em conformidade com a Lei Municipal no

671 de 30 de janeiro de 1968, que autorizava o Serviço Autônomo Municipal – SAMAE de Rio

do Sul, criado pela Lei Municipal no 608 de 13 de setembro de 1966, a realizar esta operação.

Estas providências seguiram orientações emanadas do BNH – Banco Nacional da Habitação,

provável agente financeiro dos recursos oriundos do BID em parceria com a estrutura

bancária do Banco do Brasil.

Observa-se que o SAMAE foi criado em 1966 e que nos documentos encontrados de

viabilidade econômica do empreendimento não há nenhuma menção a sistema existente.

Isto nos leva a concluir que as tratativas iniciadas em 1963 tiveram seu objetivo final

alcançado somente em fevereiro de 1971, conforme consta da placa de inauguração afixada

na estação de tratamento, cujos dados técnicos da obra coincidem com resumos encontrados

nas tratativas do início de 1968. Não foram encontrados registros do ano em que o projeto

de implantação foi elaborado, sabendo-se que foi anterior ao ano de 1968. No entanto, esta

Consultora ouviu o Engenheiro responsável pela obra e primeiro Presidente do SAMAE de Rio

do Sul, função que exerceu até 1970. Trata-se do Engo Manoel Philippi, que esclareceu que o

sistema iniciado pelo Prefeito Fornerolli tinha uma ETA na margem esquerda do Rio, próximo

a atual captação, abandonada por problemas estruturais e por baixa cota do terreno.

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Produto 04 Diagnóstico do Sistema de Abastecimento de Água

Plano de Saneamento Básico de Rio do Sul Dezembro/2010

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Informou também da pré-existência de pequeno sistema com captação em morro do bairro

Canta Galo, Estrada do Redentor, de propriedade particular e posteriormente abandonado.

Em 20 de abril de 1978, a Câmara Municipal de Rio do Sul através da Lei no 1.293 autorizou

ao Prefeito Luiz Adelar Soldatelli a celebrar Convênio de Outorga de Concessão de Exploração

de Serviços Públicos Municipais de Abastecimento de Água e Coleta e Disposição de Esgotos

Sanitários com a CASAN com prazo de 30 anos, ou seja, até o ano de 2008. A partir de

então o sistema de abastecimento de água passou por ampliações e melhorias até aos dias

atuais, mas sem muitas alterações na sua concepção inicial.

3.6 Diagnóstico das Unidades do Sistema de Abastecimento de Água

Para a realização do diagnóstico das unidades houve atraso da CASAN na disponibilidade de

informações solicitadas e estas não atenderam às expectativas, pois os cadastros técnicos

são deficientes e desatualizados, e a direção da CASAN restringiu o conteúdo a ser repassado

não permitindo o acesso a projetos técnicos de ampliação e melhorias do Sistema de

Abastecimento de Água, nem mesmo aos projetos já implantados. A boa colaboração dos

quadros locais foi fundamental para a realização deste trabalho.

A CASAN forneceu as informações de seu banco de dados operacionais, porém se observa

que este tem menor detalhamento do que bancos de dados de outros sistemas da própria

CASAN já conhecidos por esta Consultora.

Foi fornecida a relação de equipamentos e o quadro de pessoal, este último, no entanto, sem

indicação de função.

Foram fornecidas as análises de água definidas pela Portaria 518 do Ministério da Saúde

(MS), porém somente as referentes à rede distribuição.

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Produto 04 Diagnóstico do Sistema de Abastecimento de Água

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Pela Agência de Rio do Sul foram obtidos o detalhamento do número de ligações, o

histograma de consumo, BADOP analítico e todo o apoio na visitação às unidades do sistema,

com explicações in loco, sem as quais não se teria condições de produzir este relatório. Por

força de resolução interna da CASAN, o corpo funcional de Rio do Sul está impedido de

fornecer projetos, informações e dados oficiais dos sistemas.

3.6.1 Captação

Localizada nas margens da SC-302, Bairro Laranjeiras, Rio do Sul, coordenadas UTM 634434

L 6986335 S. A captação de água no Rio Itajaí do Sul é feita através de poço tubular de

sucção, em concreto armado, alimentado por 3 tubulações de tomada de água com crivo, no

diâmetro de 400 mm cada, dispostos em 3 diferentes níveis de tomada adequados às

oscilações de nível do manancial. Por ocasião da visita realizada o nível do rio permitia a

tomada de água apenas pela tubulação inferior. A vazão captada por esta tubulação não é

suficiente para atender a vazão dos conjuntos motobomba da elevatória de água bruta e um

reforço de tomada de água é feito por uma bomba submersível improvisada que alimenta a

entrada do segundo crivo (de nível intermediário), como pode ser constatado na foto abaixo.

A solução deste gargalo de alimentação do poço de sucção está contida em projeto

desenvolvido internamente pela CASAN, que prevê a substituição de 2 alimentações de

DN400mm do poço de sucção por diâmetros de 700mm (níveis médio-329,40m e superior-

333,40m), e uma terceira no mesmo nível da inferior existente que será mantida (326,40m),

resultando em 4 tomadas, 3 de DN700 mm e uma DN400 mm. Simultaneamente uma obra

em estrutura de gabiões está prevista para contenção da erosão dos taludes da margem do

rio no entorno do poço de sucção, que vem colocando em risco esta unidade, bem como para

ancoragem das novas tomadas de água.

Mangueira da bomba submersa alimentando crivo

intermediário

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Produto 04 Diagnóstico do Sistema de Abastecimento de Água

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3.6.2 Elevatória (ERAB) e Adução de Água Bruta (AAB)

As águas captadas no Rio Itajaí do Sul são aduzidas por recalque a partir da ERAB até a ETA

através de três conjuntos moto bomba de eixo vertical (WEG/KSB - 380 V, 250 CV, 1785

RPM, 195 A, 140l/s, 93 mca), com dois conjuntos operando simultaneamente, e um de

reserva de menor porte, inoperante por problemas técnicos. A capacidade média de adução

destes 2 conjuntos operando simultaneamente é de 235 l/s (máxima de 250l/s em condições

ideais de crivo limpo na tomada de água). O nível da máxima cheia registrada desde a

implantação da captação alcançou a cota 342,20m (jun de 1983) quase atingindo o que hoje

é a plataforma superior do poço de tomada de água, para onde os conjuntos moto bomba

foram alçados posteriormente às grandes cheias de 1983 e 1984, mas devido à excessiva

vibração foram rebaixadas para o nível atual.

Por ocasião da visita ao local o conjunto motobomba reserva danificado estava sendo

substituído por um novo conjunto motobomba anfíbio de rotor misto da Higra, para

instalação submersa (380 V, 250 CV, 1750 RPM, 93 mca, 140 l/s). O projeto de ampliação

da adução de água bruta desenvolvido em Rio do Sul previa a manutenção das duas bombas

KSB, sendo uma ligada à adutora de DN 350mm e a outra como reserva de uma segunda

adução composta de dois conjuntos motobomba anfíbios em série, um submerso, abaixo da

cota mínima do rio (328,20m) e outro fora da água na cota 340,62m (devido ao grande

desnível do solo até o nível mínimo de água – 12,47m), com vazão de 300 l/s, que

alimentarão uma nova adutora de DN 500 mm, com chegada na ETA na cota 403,80m. A

decisão de substituir uma das bombas KSB na linha adutora de DN 350mm, por um novo

conjunto motobomba Higra, ocorreu pela fragilidade do sistema sem bomba reserva (ver

inspeção e auto de intimação da Vigilância Sanitária – Anexo SAA - 04) e em função da

necessidade de segurança de vazão para fazer frente ao consumo do verão que se aproxima

e a possibilidade da ETA em tratar vazões superiores à nominal em dias de baixa turbidez da

água bruta. Com esta medida a vazão de duas bombas operando simultaneamente, uma

KSB e outra Higra (nova), atingiu 265 l/s (rendimento acima do esperado) e o sistema

passou a contar como conjunto motobomba reserva, um dos dois WEG / KSB atuais que

operavam em paralelo. Sabe-se que quando as condições de água bruta permitem são

ligados 3 conjuntos motobomba para fazer frente ao consumo, o que leva a alto gasto de

energia elétrica e a esforços na linha de adução de 350 mm no mínimo preocupantes.

A adução de água bruta até a ETA se processa através de uma linha de adução com DN 350

mm em ferro dúctil e com extensão de 221 m. A nova adutora de DN 500mm prevista para

ampliação da capacidade de adução, conforme projeto desenvolvido em Rio do Sul, deverá

ser implantada paralelamente à adutora de existente DN 350mm, com distância de 1,45

metros entre eixos. Para a nova linha de adução está prevista a instalação de válvula de

alívio e recomenda-se verificação dos transientes hidráulicos para a linha de DN 350mm. As

duas adutoras, conforme projeto, se unirão na chegada à ETA para passagem em medidor

magnético de vazão DN 400mm. Atualmente não há medidor de vazão de água bruta, os

relatórios da CASAN fazem estimativas destes volumes, mas como já mencionado, mesmo se

estiverem baseados em trabalhos de pitometria, estes são pontuais e não contemplam as

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Produto 04 Diagnóstico do Sistema de Abastecimento de Água

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variações de vazão decorrentes dos problemas do nível de água, obstruções de folhas na

captação e as variações de rendimentos das bombas ao longo da vida útil. Sabe-se pelos

operadores que o volume produzido é obtido a partir da medição na calha Parshall, e que

não é contínua e precisa. O volume de processo também é definido por estimativa.

No BADOP – Banco de Dados Operacionais fornecido pela CASAN observa-se que na média

mensal de 2009 o sistema produtor operou quase 24 horas de média diária, com vazão

média de 227 l/s, superando o limite máximo recomendável de 22 horas de operação média

diária.

3.6.3 Estação de Tratamento de Água (ETA)

A estação de tratamento de água do sistema integrado de Rio do Sul, Agronômica, Aurora,

Laurentino e Lontras, implantada no início da década de 1970, está localizada à Rua Ernesto

Feldmann, Bairro Laranjeiras, Rio do Sul. É do tipo convencional completo, seguindo as

seguintes etapas de tratamento:

Mistura rápida ► Floculação ► Decantação ► Filtração ► Desinfecção

Com as ampliações e melhorias havidas a configuração da ETA consiste das seguintes

unidades principais:

• Entrada de água e Mistura Rápida: a adutora DN 350 mm chega à ETA em uma caixa

de seção retangular. Imediatamente após a entrada na ETA é feita correção de pH e

o coagulante, policloreto de alumínio - PAC é aplicado por gotejamento ao longo de

tubo perfurado, sendo a dispersão na água promovida pela turbulência da descarga

da calha Parshall de medição de vazão.

• Na captação/adução do Rio Itajaí do Sul não há macromedidor, e as estimativas de

vazão são feitas na calha Parshall da entrada de água bruta, portanto sem muita

precisão.

• Unidade de floculação, com 2 floculadores hidráulicos Alabama em paralelo, cada um

com dois módulos e 38 compartimentos, o primeiro módulo edificado na implantação

do sistema e o segundo módulo na ampliação da produção de água. Há adição de

polieletrólito diretamente no início dos floculadores. O volume total dos floculadores

é de 320 m3.

• Unidade de decantação com 2 decantadores de alta taxa, com cortina de distribuição

e sistema de lonas de decantação (Lonatec).

• Unidade de filtração com 4 filtros de fluxo descendente, com seixo, areia e carvão

antracitoso, com bomba de retrolavagem (sem reserva) e sistema auxiliar com ar

comprimido. Falta regulação de vazão dos filtros. A carreira dos filtros é considerada

normal e as perdas de processo indicadas no Banco de Dados Operacionais da

CASAN, aparentemente elevadas, são estimadas com pouca confiabilidade.

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Produto 04 Diagnóstico do Sistema de Abastecimento de Água

Plano de Saneamento Básico de Rio do Sul Dezembro/2010

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• Casa de Química com as seguintes dependências: Hall de entrada; sala técnica;

laboratório; sala de preparo das soluções; depósito geral; salas de dosagem de cal,

policloreto de alumínio (PAC), polímero e fluorsilicato; barriletes; e instalações

sanitárias. Há deficiência nos dosadores da estação.

• Aplicação de cloro líquido em cilindro sob pressão, com clorador contínuo a vácuo.

Depósito de Cloro líquido em cilindros de 900 Kg, sem balanças de controle de

pesagem.

• Reservatório de Contato enterrado com 150 m³ de capacidade, mais novo

reservatório de contato apoiado de 300 m³.

As águas do Rio Itajaí do Sul apresentam turbidez elevada quando da ocorrência de chuvas,

originada pelo carreamento de folhas e partículas de argila em suspensão, proveniente de

áreas de solo sem proteção vegetal, com o que a capacidade de tratamento da ETA cai

abaixo dos 250 l/s informados como capacidade nominal em diagnóstico recente da CASAN.

Sabe-se pela prática dos operadores que em condições adversas de turbidez esta capacidade

cai para a faixa de 235 l/s. Nas análises da água na saída do tratamento se observa

episódios de turbidez acima dos limites tolerados, permitindo imaginar que isto tenha relação

com a dificuldade de manter vazão do sistema nos dias de elevada turbidez da água bruta.

Esta capacidade de tratamento estimada está bastante coerente com os 227 l/s de média do

ano de 2009.

Ressalta-se, no entanto, que:

• A medição de vazão na calha Parshall da entrada de água é imprecisa e a anotação

pontual.

• Mesmo existindo ensaios pitométricos da adução, estes são pontuais e não

contemplam as variações temporais de condições operacionais como limpeza de

crivos e nível de água na sucção, bem como as oscilações de rendimento, por

desgaste, dos conjuntos motobomba.

• Por ocasião da lavagem de floculadores e decantadores a ETA opera com vazão

reduzida.

• A falta de controle de vazão tem reflexos na eficaz dosagem dos produtos químicos.

Na falta de dados mais precisos foi adotada, para este plano, como vazão captada do Rio

Itajaí do Sul, a média anual captada de 2009 do BADOP, de 229,35 l/s e a vazão tratada

disponibilizada de 217,16 l/s, após o consumo de processo.

Tabela 05 – Estimativa de Volume Tratado pela ETA conforme BADOP Dados

Período de Func. da ETA 8.652 horas/ano

Volume captado 7.143.617 m3/ano

Volume de Processo 379.697 m3/ano

Perdas de Processo 5,3152%

Vazão Média Captada (2009) 229,35 l/s

Vazão Média Disponibilizada (2009) 217,16 l/s

Quantidade

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Produto 04 Diagnóstico do Sistema de Abastecimento de Água

Plano de Saneamento Básico de Rio do Sul Dezembro/2010

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A Tabela 06 mostra a capacidade de atendimento da atual vazão do sistema, considerando o

dia de maior consumo.

Tabela 06 – Capacidade de Atendimento do Sistema a partir do “Per Capita” Estimado

Vazão Aduzida de Água Bruta pelo Sistema Integrado em l/s 229,35

Perdas na ETA em l/s (estimadas em 5,32% - BADOP) 12,19

Vazão Distribuída pelo Sistema em l/s (BADOP 2009) 217,16

Coeficiente do Dia de Maior Consumo 1,2

Consumo Per Capita Estimado para o Sistema (l/hab*dia) 252

População Abastecível Pelo Sistema Operando 22 Horas no Dia de Maior Consumo 56.814

População Abastecida Pelo Sistema em Dezembro de 2009 68.616

A conclusão a que se chega é de que a capacidade de atendimento do sistema está esgotada

para as situações extremas de alto consumo e especialmente quando associada ao alto

consumo, elevada turbidez da água bruta. A situação de falta de água não se apresenta mais

pronunciada face à jornada de 24 horas na ETA e de a mesma ser operada no limite máximo

que a turbidez permite. Esta é uma situação bastante frágil, pois qualquer distúrbio no

sistema produtor ocasionado por eventos isolados ou simultâneos, tais como alto consumo,

elevada turbidez, redução no bombeamento por falta de energia dentre outros, ficará o

sistema deficiente e terá recuperação lenta da normalidade.

É prioridade a ampliação da capacidade de produção da ETA e sua remodelação, que lhe

confira capacidade de tratar vazão mínima de 300 l/s. Esta vazão atenderia a demanda do

sistema até 2030, operando no máximo 22 horas por dia. O resumo dos projetos e dados

operacionais de Rio do Sul, fornecida pela Diretoria da CASAN (Anexo SAA - 05), informa do

projeto de 1998, que deverá passar por uma atualização, onde está previsto ampliar a ETA

para 300 l/s (população de projeto= 87.641 hab. em 2020) e que há uma carta consulta

cadastrada no Ministério das Cidades para ampliação do sistema no valor de

R$18.289.073,62, sem indicar a previsão de início destas obras. Informa também que já

existe um projeto para tratar os efluentes da ETA, que prevê a implantação de adensadores

e decantadores centrífugos de secagem, que se supõe estar contido na carta consulta.

No Anexo SAA - 04 é apresentado relatório da inspeção realizada em junho de 2010 pela

vigilância sanitária e auto de intimação decorrente de no 31221600897/10 com indicação de

itens que devem ser melhorados, dentre os quais se destaca:

- A necessidade de melhoria dos equipamentos de dosagem e da necessidade de maior

conhecimento dos parâmetros de projeto e operação, o que significa treinamento e conhecimento

de projetos e manuais de procedimento operacional pelo corpo funcional.

- Adequar e aperfeiçoar o funcionamento da ETA e organizar a estocagem de produtos químicos,

com procedimentos de rastreabilidade.

- Modernizar e atualizar os equipamentos no laboratório da ETA. Realizar controle de vazão e

controle dos produtos utilizados no processo.

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Produto 04 Diagnóstico do Sistema de Abastecimento de Água

Plano de Saneamento Básico de Rio do Sul Dezembro/2010

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- Manter os parâmetros de qualidade com o preconizado pela Portaria 518 do Ministério da

Saúde.

- Implantar plano e/ou cronograma de implantação do sistema de tratamento de resíduos

provenientes da ETA Rio do Sul e apresentar licenças ambientais de operação atualizadas.

O tratamento dos efluentes da ETA, ou seja, das águas provenientes da lavagem dos

decantadores e filtros, é condição essencial para obtenção de licença ambiental de operação.

Além de ser uma exigência legal que vem sendo cobrada pela Vigilância Sanitária e FATMA, a

licença ambiental é pré-requisito na obtenção de recursos federais para as obras de aumento

da produção de água. A implantação deste tratamento proporcionará um ganho no volume

de água pela reciclagem dos efluentes tratados.

O laboratório da ETA atende também sistemas da Superintendência Regional de Rio do Sul.

Próximo da ETA está o Almoxarifado onde são estocados tubos e materiais para

manutenções e ampliações de redes.

O consumo de produtos químicos informado abrange o mês de setembro de 2010, conforme

apresentado Tabela 07.

Tabela 07 – Tratamento da Água - Custo com Produtos Químicos

Produto químico Quant. Un. Preço unitário (R$) Custo (R$)

Cloro Gás 2700 kg 5,14 13.878

Fluorsilicato de sódio 975 kg 3,36 3.276

Cal (primário) 3120 kg 0,35 1.092

Policloreto de Alumínio 18120 kg 0,65 11.778

Total 30.024,00

3.6.4 Reservatórios, Elevatórias de Água Tratada e Redes

A análise da estrutura de distribuição de água em Rio do Sul conduz a conclusão que desde a

concepção inicial do sistema, efetuada no projeto da Fundação SESP, o que se fez foi correr

com redes atrás da urbanização, que se processou na maioria das vezes desprovida de

disciplinamento básico, invadindo encostas e com ilhas de ocupação. Como resultado o

sistema distribuidor atual é composto por muitas zonas de pressão derivadas de pequenas

unidades de elevatórias, reservatórios e booster. A ausência de equipamentos reserva

instalados em elevatórias e booster, a complexidade da distribuição e a probabilidade de

falhas, acumulada numa estrutura de bombeamentos em cadeia, resulta em muitas

atividades operacionais de emergência comprometendo a continuidade de abastecimento e a

gestão operacional planejada. Há situações extremas de 3 boosters em série (booster 5 >

booster 34 > booster 46) e sem equipamentos reserva, como pode ser observado nos fluxos

que esta Consultora desenvolveu para melhor entendimento do Sistema (Anexo SAA – 06).

Registra-se que a concepção da distribuição foi ao longo do tempo alterada face ao

esgotamento da capacidade de transporte das redes tronco, que não receberam reforços

devidos. Com isto foi estabelecido um Grande Anel de Pressão (GAP) alimentado a partir do

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Produto 04 Diagnóstico do Sistema de Abastecimento de Água

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reservatório de contato 2, passando os reservatórios R0, R3/R3A, R2A a operarem como de

jusante do contato, constituindo uma mesma área de influência.

Esta forma de expandir o sistema de distribuição tornou o sistema mais complexo e

vulnerável, sendo que atividades não programadas de manutenção fazem parte da rotina. A

produção de água no limite e a sucessão de bombeamentos também conduzem a uma

demorada recuperação do abastecimento quando de paralisações no sistema. O controle de

perdas também fica comprometido e um vazamento de porte no grande anel de pressão gera

esvaziamento rápido dos reservatórios principais do sistema distribuidor.

O sistema conta com 33 reservatórios, com volume total de reservação de 6.595 m3. Destes

24 reservatórios estão localizados em Rio do Sul, com 5.940 m3, sendo 6 pequenos

reservatórios em fibra com 10 a 20 m3, conforme apresentado no Anexo SAA – 07 (Resumo

dos Reservatórios).

Da análise do BADOP analítico se observa que a periodicidade de limpeza dos reservatórios

não é seguida, fato já observado no Auto de Intimação da Vigilância Sanitária. Registra-se

também a deficiente segurança de acesso aos reservatórios, cujo arquivo de fotos dispensa

maiores comentários, sendo constatados 2 reservatórios sem tampas nas inspeções,

conforme abaixo documentado.

Reservatório R13 sem tampa na inspeção

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Produto 04 Diagnóstico do Sistema de Abastecimento de Água

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Reservatório R4B sem tampa na inspeção

Todas as unidades de reservação, bem como outras unidades do sistema foram visitadas e o

registro fotográfico está no Anexo SAA - 08.

Tabela 08 – Reservação Necessária no Sistema Integrado c/ População Atendida (set 2010)

População Atendida em Setembro de 2010 69.606

Consumo Per Capita Estimado para o Sistema (l/hab*dia) 252

Coeficiente do Dia de Maior Consumo 1,2

Volume Consumido no Dia de Maior Consumo em m3 21.072

Volume de Reservação Necessário em m3 7.024

Volume de Reservação Existente em m3 6.595

Não há cadastro técnico digitalizado de reservatórios, redes e elevatórias.

As informações fornecidas pela CASAN relatam que o projeto de ampliação e melhorias do

ano de 2000 contempla a implantação de mais 6 reservatórios num total de 2.050 m3, 16

boosters e 5.864m de redes de reforço à macrodistribuição.

O sistema atual conta com 13 estações elevatórias de água tratada (ERATs) das quais

apenas 1 não abastece em marcha, mais 26 boosters, totalizando 39 recalques. Destes, 33

recalques atendem as redes de distribuição de Rio do Sul, sendo que apenas 3 apresentavam

conjunto motobomba reserva instalado por ocasião da visitação. O quadro resumo do Anexo

SAA - 09 apresenta ERATs e Boosters, informando localização, origem e destino do

abastecimento, cota obtida com GPS de navegação, tipo de abastecimento e observações.

Todas as unidades foram visitadas e o registro fotográfico está no Anexo SAA - 08.

A denominação das Elevatórias e Reservatórios deve ser revista tão logo se tenha uma

definição de como será a nova concepção de distribuição do sistema.

Para um melhor entendimento das áreas de influência de reservatórios, das zonas de

pressão e da distribuição atual, foram desenvolvidos, com o apoio do corpo técnico local da

CASAN, dois modelos de fluxograma, sendo um com níveis relativos (Anexo SAA – 06) e um

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croqui do sistema (Anexo SAA - 10). Destes fluxogramas se observa a existência de 41

zonas de pressão para 24 áreas de influência de Reservatórios, assim caracterizado pela

larga utilização de boosters, conforme já comentado (Tabela 09).

Tabela 09 – Áreas de Influência e Zonas de Pressão do SAA Rio do Sul e Cidades Integradas

1a 2a 3a 4a No Zonas No

Direta 1

R4/R4A/R4B Booster 38 2

R13 - 2 Direta 3

Direta 4

Booster 5 5

Booster 34 6

Booster 46 7

Booster 8 8

Booster 25 9

Booster 29 10

Booster 31 11

Booster 33 12

Booster 36 13

Booster 41 14

Booster 39 15

Booster 42 16

Booster 47 17

Booster 48 18

- - 4 Direta 19

R5 - 5 Direta 20

- - 6 Direta 21

Direta 22

Booster 30 23

Booster 40 24

R18 8 Direta 25

- - 9 Direta 26

R14 - 10 Direta 27

R8 11 Direta 28

R9 12 Direta 29

R11 13 Direta 30

R12 14 Direta 31

R15 15 Direta 32

R16 16 Direta 33

R17 17 Direta 34

R19* 18 Direta 35

R20* 19 Direta 36

R21* 20 Direta 37

R22* 21 Direta 38

R23/R23A* 22 Direta 39

R25/R25A* 23 Direta 40

R26* 24 Direta 41

- -

* Cidades Integradas

7

R0=R3/R3A=R2A Grande

Anel de Pressão (GAP)

R7

R1

R2R6

-

- - - 3

Zonas de Pressão

Rcto2- -

Áreas de Influência dos Reservatórios

1

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Os registros fotográficos do Anexo SAA - 11 revelam a necessidade de maior zelo, proteção e

segurança nas unidades do sistema, como pode ser observado com relação a cercas de

proteção, portões, tampas de reservatórios, vazamentos e pintura.

A extensão de redes de distribuição é de 269.842 m, não havendo cadastro técnico nem

registros das extensões nos diferentes diâmetros e materiais, o mesmo ocorrendo com as

redes adutoras de água tratada. O maior diâmetro informado na distribuição é de 400 mm.

No centro da cidade ainda existem redes em cimento amianto que no Convênio de Gestão

Associada foi prevista a sua substituição, o que gradualmente vem sendo realizado.

No Anexo SAA – 12 está apresentado o Croqui georeferenciado de todas unidades do sistema

de abastecimento de água e do sistema de manejo de resíduos sólidos urbanos.

3.6.5 Projeto de Ampliação e Melhorias

Não se teve acesso, apesar de repetidas solicitações, ao projeto existente datado do ano

2000, mesmo assim considerando já decorrer mais 10 anos de sua elaboração sabe-se que é

necessária sua revisão, pois no período decorrido até aos dias atuais, novos vetores de

ocupação urbana se estabeleceram e um novo Plano Diretor foi aprovado. Diante disso

recomenda-se que o cadastro técnico das redes e demais unidades seja elaborado, medida

que permitirá a utilização de software para análise dinâmica do comportamento hidráulico do

sistema de distribuição atual, identificando os gargalos e simulando cenários futuros de

ocupação urbana, em sintonia com o novo Plano Diretor Municipal e projeções populacionais

atualizadas. Este trabalho resultará em novo planejamento das zonas de pressão e de

influência de reservatórios, com definição das intervenções necessárias ao sistema, quanto a

elevatórias, reservatórios, válvulas redutoras de pressão, redes adutoras e redes tronco de

distribuição. Este produto pode ser denominado Projeto Básico de Melhorias e Ampliações da

Distribuição do Sistema de Abastecimento de Água da Cidade de Rio do Sul. É inconcebível

tratar de elaboração de projetos sem o conhecimento documentado das partes integrantes

do sistema de abastecimento de água. O sistema conta com técnicos que detém muito

conhecimento e vivência operacional para contribuir com uma equipe específica para

elaboração do cadastro técnico, e para exercerem a manutenção e aperfeiçoamento deste

cadastro ao longo do tempo. É urgente o início deste trabalho.

Quanto à estação de tratamento de água, que segundo informa a CASAN tem projeto para

300 l/s, considera-se que basta uma atualização deste projeto em termos de novas

tecnologias e experiências adquiridas desde a sua concepção. Observa-se, no entanto, para

que esta vazão seja suficiente para o atendimento da população em 2030, há necessidade de

um bom controle operacional do sistema com uma redução do atual nível de perdas para

25% em 2030. Esta Consultora optou por manter a vazão antes projetada para 2020, como

a mesma necessária para 2030, atuando na redução da perda, pois esta é a orientação do

Ministério das Cidades.

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3.7 Hidrometração

Em 31 de dezembro de 2009 o sistema de abastecimento de água de Rio do Sul,

Agronômica, Aurora, Laurentino, Lontras (com Serra São Miguel-Ibirama) contava com

ligações e economias conforme apresentado na Tabela 10. Não foi possível obter a separação

entre ligações urbanas e rurais. Observa-se que o índice de hidrometração atinge a

praticamente 100% das ligações. O sistema contava ao final de 2009 com 21.326 ligações e

25.073 economias, abastecendo a 68.616 habitantes (54.940 em Rio do Sul – Dez 2009).

Tabela 10 – Sistema Integrado Nos Totais Ligações e Economias em Dezembro de 2009

Tipo Categoria

Residencias 15.391 412 296 1.061 2.133 19.293

Comerciais 1.310 32 33 99 126 1.600

Industrias 79 4 5 8 24 120

Públicas 221 18 20 13 39 311

Sub-Total 17.001 80% 466 2% 354 2% 1.181 6% 2.322 11% 21.324 100%

Residencias 1 0 0 0 0 1

Comerciais 0 1 0 0 0 1

Industrias 0 0 0 0 0 0

Públicas 0 0 0 0 0 0

Sub-Total 1 50% 1 50% 0 0% 0 0% 0 0% 2 100%

17.002 80% 467 2% 354 2% 1.181 6% 2.322 11% 21.326 100%

Residencias 17.890 441 320 1.159 2.294 22.104

Comerciais 2.124 40 37 133 175 2.509

Industrias 79 4 6 10 25 124

Públicas 221 19 37 17 40 334

Sub-Total 20.314 81% 504 2% 400 2% 1.319 5% 2.534 10% 25.071 100%

Residencias 1 0 0 0 0 1

Comerciais 0 1 0 0 0 1

Industrias 0 0 0 0 0 0

Públicas 0 0 0 0 0 0

Sub-Total 1 50% 1 50% 0 0% 0 0% 0 0% 2 100%

20.315 81% 505 2% 400 2% 1.319 5% 2.534 10% 25.073 100%

Economias com

Hidrômetros

Rio do Sul Agronômica Aurora

Economias sem

Hidrômetros

Total de Economias

TotalLaurentino Lontras

Ligações com Hidrômetros

Ligações sem Hidrômetros

Total de Ligações

Os investimentos em hidrometração devem prosseguir com as novas ligações e na

substituição de hidrômetros antigos e inadequados ao perfil e potencial de consumo dos

usuários. Onde o consumo se revela acima do mínimo, as perdas de faturamento são

proporcionais à idade dos medidores. Do estudo realizado pela empresa CISM se extrai:

“Segundo Nilsen et all (Medição de água, 2003), o rendimento de medidores velocimétricos em

função do tempo de instalação apresentam um erro relativo ao registro da vazão nominal de

5,6%, sendo que o erro admitido para medidores usados é de 10 %. O rendimento dos medidores

decresce com o tempo. Para medidores multijatos Classe B (consumidores de 0 a 15 m³/mês), os

rendimentos observados no experimento realizado pelo GECIP/USMV - SANEPAR/2002, variaram

de 85% no início da operação, 83% com 5 anos e 75,5% com 10 anos e 69% com 15 anos. Para

medidores MJ Classe C (consumidores de 15 m³/mês a 30 m³/mês), a variação foi de 93% inicial,

92% aos 5 anos, 90,5% aos 10 anos e 87% aos 15 anos’’.

A Tabela 11, extraída do histograma de consumo, traduz o perfil dos consumidores de Rio do

Sul.

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Tabela 11 – Perfil dos Consumidores

Res. Com. Ind. Pub. Total

13,07 23,39 63,67 64,72 14,74

Consumo Média Mensal em m3 Por Ligação e Categoria Jan/2009 a Dez/2009

Média/Mês %

7.949 49,92%

3.572 22,43%

1.925 12,09%

1.000 6,28%

516 3,24%

275 1,73%

150 0,94%

100 0,63%

67 0,42%

234 1,47%

107 0,67%

30 0,19%

15.923 100,00%49,92% Ligações com consumo até 10 m3/mes72,35% Ligações com consumo até 15 m3/mes

Totais

41 a 45

46 a 50

51 a 100

36 a 40

No Ligações lidas 2009

0 a 10

101 a 300

301 acima

Faixas de Consumo (m3)

26 a 30

31 a 35

21 a 25

16 a 20

11 a 15

Residencial Comercial Industrial Pública Total

2.262.068 344.509 55.007 155.782 2.817.366

80% 12% 2% 6% 100%

Volumes Consumidos em Rio do Sul (2009)

Mesmo diante do percentual 49,92% dos consumidores na faixa de consumo de até 10

m3/mês, é recomendável uma reposição anual de 2.000 hidrômetros, com custo de materiais

estimado em R$80.000,00 e a aferição periódica dos medidores de grandes consumidores.

3.8 Índice de Atendimento

O relatório do Banco de Dados Operacionais da CASAN atualizado para setembro de 2010

indica que a sistema abastece a 100% da população de Rio de Sul, incluindo a população

rural, num total de 61.659. Certamente há um equívoco na forma de preenchimento deste

relatório. No mês de setembro de 2010 o número de economias residenciais de Rio do Sul,

era de 18.330. A taxa de ocupação de domicílios obtida na Contagem do IBGE de 2010 foi

3,07 habitantes por domicílio ocupado em todo o Município de Rio do Sul. Aplicando esta

taxa ao número de economias residenciais existentes abastecidas pela CASAN em setembro

de 2010, ou seja, 18.330 economias residenciais multiplicados pela taxa de ocupação de

3,07 hab/dom, se obtêm a população abastecida de 56.288 habitantes. Nos cálculos não foi

adotada a taxa de ocupação de domicílios urbanos pelo fato de o IBGE só ter divulgado a

taxa de ocupação de domicílios referente à população total. Os dados históricos mostram que

em Rio do Sul e na quase totalidade das cidades brasileiras o número de habitantes por

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domicílio ocupado está em declínio e que as taxas de ocupação urbana são menores que as

taxas de ocupação rural.

Com a população de Rio do Sul divulgada pelo IBGE, base setembro de 2010, temos:

• População Total do Município = 61.196 habitantes

• População Urbana da Sede = 56.783 habitantes

• População Urbana Abastecida em setembro de 2010 pelo SAA = 56.288 habitantes;

Se considerarmos que 100% das economias residenciais atendidas pelo sistema de

abastecimento de água estão dentro do perímetro urbano, o índice de atendimento do

sistema de abastecimento de água em Rio do Sul é:

Índice de Atendimento (56.288/56.783) = 99,13 % da população urbana. Se

considerados todos os municípios o Índice de Atendimento é de 96,73%.

Destaca-se, no entanto, que quando solicitado, a CASAN informou não dispor da separação

cadastral entre ligações urbanas e rurais, mas uma pequena parcela do total das ligações do

sistema de abastecimento de água está fora do perímetro urbano. Considerando também

que a taxa de ocupação por domicílio da área urbana é um pouco menor que a taxa de

ocupação nos domicílios rurais (comprovado de levantamentos censitários anteriores), que o

total de economias residenciais atendidas pela CASAN deve conter alguns domicílios não

ocupados, e a existência de soluções individuais conhecidas, pode-se afirmar que o sistema

tem índice de cobertura um pouco inferior aos 99,13% calculados.

3.9 Consumo Per Capita e Demandas Futuras

O consumo per capita é informação primordial, juntamente com as projeções populacionais,

para avaliação da demanda atual e demandas futuras. O trabalho de identificação do

consumo per capita deve ser desenvolvido com o dimensionamento das perdas reais e

aparentes conforme apresentado no Anexo SAA - 13 (Quadro Conceitual de Perdas). A

simples divisão do consumo micromedido pela população abastecida proporciona apenas o

per capita micromedido que pode ainda conter os erros da perda aparente, pelas condições

de instalação, especificação e idade dos medidores. A obtenção do consumo per capita para

Rio do Sul que seja consistente para projeções de abastecimento futuro carece de dados de

macromedição dos volumes produzidos e exportados, do correto volume de processo e de

consumos autorizados não medidos. Como não existe medição destes volumes é

recomendada a imediata macromedição do sistema produtor, dos volumes exportados para

os municípios integrados e o controle de todos os consumos autorizados e não medidos,

conforme o já mencionado quadro conceitual de perdas.

Diante da carência de macromedição no sistema a forma mais consistente de avaliar a

grandeza do consumo per capita foi realizar caminho inverso de cálculo, usando dados do

histograma de consumo do ano de 2009, onde foi retirado o volume total micromedido das

ligações lidas. O volume micromedido total foi dividido pela média das economias

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residenciais lidas, obtidas da média das ligações residenciais lidas multiplicadas pelo índice

de verticalização. Foram agregadas perdas por micromedição de 5%, em função da idade

média dos micromedidores e outras causas de erro como instalação e dimensionamento,

perdas de processo de 3% na ETA, e as perdas de distribuição da ordem de 40%, até

otimista considerando as características verificadas do sistema. As Tabelas 12 e 13 a seguir

mostram a estimativa do per capita seguindo os procedimentos descritos, de forma

detalhada para Rio do Sul.

A opção de trabalhar com o histograma de consumo de 2009 foi pelo fato de abranger todas

as sazonalidades de consumo e de serem dados consolidados possíveis de comparação com

outros dados disponíveis do mesmo exercício.

Tabela 12 - Estimativa do Per Capita de Rio do Sul a Partir do Histograma 2009

Número Médio Mensal de Ligações Residenciais Medidas no Período 14.423

Índice de Verticalização 1,162

Número Médio Mensal de Economias Residenciais Medidas no Período 16.764

Volume Médio Mensal Micromedido em Rio do Sul (m3) 234.781

Número de Habitantes por Economia Residencial Urbana - IBGE 2010 3,07

População Média Mensal das Economias Residenciais Medidas em Rio do Sul 51.466

Consumo Per Capita Micromedido em Rio do Sul (l/hab*dia) 152

Perdas na Micromedição em l/s (adotado 5%) 8

Perdas na Distribuição Incluindo Consumos Consentidos (adotado 40%) em (l/hab*dia) 107

Consumo Per Capita Estimado para Rio do Sul (l/hab*dia) 267

Os demais municípios integrados tiveram o per capita estabelecido dentro da mesma

sistemática de cálculo. A projeção dos consumos per capita até 2030 foi associada ao

proposto programa de redução das perdas, de forma a atingir um patamar de 33% em 2015,

30% em 2020, 27% em 2025 e de 25% em 2030.

Tabela 13 - Estimativa do Consumo Per Capita Médio do SAA

Rio do Sul Agronômica Aurora Laurentino Lontras Médio

2010 40% 267 209 232 205 187 252

2015 33% 239 187 208 183 167 226

2020 30% 229 179 199 175 160 216

2025 27% 219 172 191 168 153 207

2030 25% 213 167 186 164 149 201

Ano% de

PerdasConsumo Per Capita Projetado do Sistema (l/hab*dia)

As demandas futuras de vazão e reservação do sistema, identificando as vazões a serem

exportadas e reservações necessárias para os municípios vizinhos, estão apresentadas nas

Tabelas 14 e 15. Estas tabelas foram desenvolvidas com as projeções de população já

atualizadas com os dados do CENSO IBGE 2010 e à população de Lontras foi agregada a

população de Serra São Miguel (Ibirama). Também importante salientar que as projeções de

demanda se referem à universalização dos serviços de abastecimento de água para as

populações urbanas.

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Tabela 14 - Demandas Futuras a Partir das Projeções de População e Consumo Per Capita

2010 56.783 236,62 1.855 6,06 1.931 7,01 4.375 13,98 7.548 21,99 72.492 286

2015 60.968 227,51 2.053 6,01 2.170 7,06 4.820 13,79 8.191 21,37 78.202 276

2020 65.153 232,71 2.251 6,30 2.409 7,50 5.265 14,42 8.835 22,06 83.912 283

2025 69.339 237,48 2.448 6,57 2.647 7,90 5.710 14,99 9.481 22,70 89.625 290

2030 73.524 245,10 2.646 6,92 2.886 8,39 6.154 15,73 10.128 23,60 95.339 300

Lontras

População (hab)

Demanda (l/s)

Total

População (hab)

Demanda (l/s)

Demanda (l/s)

Aurora

População (hab)

Demanda (l/s)

Laurentino

População (hab)

Demanda (l/s)

População (hab)

Demanda (l/s)

Ano

Rio do Sul Agronômica

População (hab)

Tabela 15 - Reservação Necessária a Partir das Projeções de População e Consumo Per Capita

Ano Rio do Sul Agronômica Aurora Laurentino Lontras Média (m3)2010 6.059 155 180 358 563 7.315

2015 5.826 154 181 353 547 7.061

2020 5.959 161 192 369 565 7.247

2025 6.081 168 202 384 581 7.417

2030 6.277 177 215 403 605 7.676

3.10 Índice de Perdas

A correta determinação do índice de perdas do sistema de abastecimento de água de Rio do

Sul fica prejudicada pela inexistência e não funcionamento, quando existentes, dos

macromedidores que permitam a obtenção do volume de água bruta aduzido, do volume de

processo na ETA, do volume disponibilizado e do volume exportado para cidades integradas.

Os relatórios da CASAN fazem estimativas destes volumes, mas, como já mencionado,

mesmo se estiverem baseados em trabalhos de pitometria, estes são pontuais e não

contemplam as variações de vazão decorrentes dos problemas do nível de água, obstruções

de folhas na captação e as variações de rendimentos das bombas ao longo da vida útil. Os

operadores obtêm o volume produzido a partir da medição na calha Parschall, o que não é

feito de forma contínua e não é preciso. O volume de processo é definido por estimativa.

Partindo das informações do Banco de Dados Operacionais da CASAN (BADOP sintético) de

2009 que abrange todas as sazonalidades, as perdas estão calculadas como registrado na

Tabela 16:

Tabela 16 – Perdas Estimadas (BADOP – Jan. a Dez. 2009)

Itens Volumes (m3) %

Captado 7.143.617

De Processo 379.697 5,32%

Produzido 6.763.920

Operacional 10.523

Exportado / Importado 774.435

Disponibilizado 5.978.962

Micromedido 2.893.247 48,39%

Estimado 8.573 0,30%

Faturado pela média 43.066 0,72%

Perdas 3.034.076 50,52%

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Se a referência forem os dados acumulados de janeiro a setembro de 2010 as perdas se

apresentam em 42,99%. Para as projeções de demanda futura adotou-se a perda inicial de

40% em 2010, declinando ao longo do tempo para 33% em 2015, 30% em 2020, 27% em

2025 e 25% em 2030. Tudo o que se conseguir antecipar destas projeções e melhorar a

meta final resultará em ganhos operacionais do sistema, aumentando o alcance do projeto

de ampliação do SAA e a capacidade atual de abastecimento.

No mencionado Projeto Básico de Melhorias e Ampliações da Distribuição do Sistema de

Abastecimento de Água (item 2.2.3) é importante a definição de setores de distribuição com

a otimização de zonas de pressão, que permitam a criação de distritos macromedidos e

controlados por telemetria, com informações de vazão e pressão. O estabelecimento de

distritos macromedidos proporcionará, com o aperfeiçoamento do sistema de gestão por

telemetria, já existente, e a agregação das informações telemétricas de macromedição e

pressão de redes, uma poderosa ferramenta para o controle de perdas permitindo rápida

atuação dos serviços de manutenção, antes mesmo que as reclamações surjam. Os

resultados obtidos nestas unidades de macromedição, o comportamento dos níveis de

reservatórios, cruzados com as totalizações das micromedições setorizadas, indicam a

eficácia da manutenção na redução das perdas, uma vez que auxiliam na identificação de

áreas com possíveis vazamentos. A importância econômica na redução das perdas se

estende além da redução dos custos operacionais, pois aumenta a vida útil do sistema.

Ressalta-se, no entanto, que de nada adiantarão estes investimentos se não forem

acompanhados de uma radical mudança na gestão e manutenção operacional. Exemplos

mostram que é bastante razoável alcançar níveis de perdas de água em padrões

internacionais (menores que 20%).

A posição externada pelo Secretário Nacional de Saneamento do Ministério das Cidades é de

que investimentos em sistemas de abastecimento de água terão como pré-requisito, além do

Plano Municipal de Saneamento Básico, o Plano de Controle de Perdas desenvolvido pela

operadora.

Na Tabela 17 está apresentado a incidência de vazamentos no sistema de abastecimento de

água. A análise da informação detalhada que gerou este quadro chama a atenção para o

elevado número de vazamentos em redes de maior diâmetro de Lontras. Também as médias

de vazamentos em redes por km de redes ou por 1.000 ligações, exceto cavaletes e ramais,

se apresenta acima de sistemas equivalentes.

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Tabela 17 – Incidência de Vazamentos do SAA Integrado - 2009

Total Ano 2499 2286 986 72 5843

Média Mês 208 191 82 6 487

% 43% 39% 17% 1% 100%

0,02

3,85

0,31

22,55

Média Mês/km de Redes 0,78 1,80

8,93

0,71

Média Mês/1000 Ligações 9,77 0,28

Itens Cavalete TotalRamalRedes até 100 mm

Redes > 100 mm

3.11 Manutenção e Controle Operacional

É medida prioritária a elaboração do cadastro técnico de redes e equipamentos, e que este

passe a ser utilizado pelos operadores como um instrumento permanente de trabalho. É

indispensável o treinamento de no mínimo dois operadores lotados em Rio do Sul para a

operação e manutenção deste cadastro, não necessariamente em tempo integral, mas com a

responsabilidade por sua gestão. Somente com este cadastro é que se poderá fazer um bom

diagnóstico de funcionamento do sistema distribuidor, com identificação de gargalos e

intervenções necessárias para melhoria da gestão operacional.

As elevatórias de água tratada, pontos vulneráveis do sistema distribuidor devem merecer

especial atenção, com instalação de equipamentos reserva e em manutenção preventiva. A

quantidade de estações de recalque sem bomba reserva seguramente é fonte rotineira de

situações emergenciais que minam o planejamento operacional.

Sugere-se a criação de uma equipe volante exclusivamente para manutenção das unidades

do sistema tanto nos aspectos de estética e segurança (cercas, portões, tampas pinturas,

etc.) como na parte operacional (instalação de bombas de reserva, correção de perdas de

água dentro das unidades, troca de rolamentos e gaxetas, manutenção de quadros elétricos,

etc.). A manutenção das unidades deve ser primorosa, pois reflete os cuidados operacionais

e a qualidade na prestação dos serviços.

A estrutura operacional atual de equipamentos e frota de veículos tem se mostrado

suficiente para a operação e manutenção do sistema de abastecimento de água, segundo

informa a administração local da CASAN e o que se pode constatar.

O sistema conta com 29 servidores que atendem Rio do Sul e região vizinha. Não se teve no

quadro a especificação de função exercida para exame de indicadores como, por exemplo,

extensão de redes por funcionário da manutenção, mas analisando apenas o número total,

este se mostra insuficiente para o porte e condições que o sistema se encontra, mesmo com

terceirização da leitura e entrega de faturas. A vulnerabilidade constatada do sistema e a

reduzida equipe operacional afetam a gestão e certamente a satisfação do usuário.

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Tabela 18 – Quadro de Pessoal lotado em Rio do Sul.

Cargos No de Servidores

Engenheiro 1

Operador de ETA 5

Assistente Administrativo 7

Agente Adm. Operacional 7

Instalador Hidráulico 6

Desenhista 1

Técnico em Edificações 2

Técnico em Contabilidade 1

Total 30

Quantitativo de Pessoal

Dentre os 13 veículos e equipamentos de porte existentes, o sistema conta com caminhão

valetadeira, retroescavadeiras locada, caçamba, caminhão munk, utilitários e automóveis,

conforme Tabela 19.

Tabela 19 – Relação de Veículos lotados na Agência de Rio do Sul

Veículo/Equipamento Quantitativo

Veículos leves 9

Retroescavadeira 1

Caminhão Munk 1

Caminhão Caçamba 1

Caminhão Valetador 1

Total 13

Quantitativo de Veículo e Equipamentos

Com a implantação do programa de redução de perdas de água que está proposto, o quadro

de pessoal, de equipamentos e veículos deverá ser revisto, assim como toda a política de

manutenção e operação do sistema de abastecimento de água. Mesma atenção deverá ser

dada ao sistema de gestão por telemetria, com a agregação de todas as unidades existentes

e dos novos macromedidores e sensores de pressão. Importante também que se passe a

utilizar indicadores operacionais que o sistema SCI da CASAN já permite acompanhar,

citando como um exemplo os tempos de resposta às reclamações e vazamentos.

A limitada autonomia local para pequenos gastos de manutenção operacional é um fator que

restringe a ação. O acúmulo de pequenos problemas travados pela burocracia das

autorizações centralizadas é no entender desta Consultora um fator de desânimo no dia a dia

que prejudica a gestão operacional.

3.12 Padrões de Qualidade da Água

Fundamentada no disposto no Art. 2º do Decreto no 79.367/1977, a Portaria no 518/2004 do

Ministério da Saúde, é o documento que estabelece os procedimentos e responsabilidades

relativas ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão

de potabilidade, conforme o total da população abastecida e o tipo de manancial, se

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superficial ou subterrâneo. Segundo esta Portaria a amostragem exigida para o sistema de

abastecimento de água de Rio do Sul, Agronômica, Aurora, Laurentino, Lontras e Serra São

Miguel (Ibirama), está apresentado nas Tabela 20 e 21, onde também estão mostrados os

períodos de análises que a CASAN permitiu conhecer, ou obtidos na Vigilância Sanitária.

Para o período que a CASAN apresentou quadros de controle de análises constata-se:

a) As análises bacteriológicas colhidas tanto na saída do tratamento e na rede de distribuição

do sistema de abastecimento de água mostram o cumprimento da portaria 518/MS em

número e padrões de qualidade. No entanto, nos dois últimos meses não foram realizadas,

em número suficiente, as análises de hetereotróficas.

b) Das análises físico químicas observam-se o que segue:

• Não foram fornecidas as análises do manancial conforme definido na Resolução 357

do CONAMA.

• Não foram fornecidas as análises de cianotoxinas no manancial, conforme definido no

Art. 18 § 5º da Portaria 518 do MS. O auto de intimação da Vigilância Sanitária

(Anexo SAA 04) também apontou esta falta.

• Dos seis meses de análises fornecidas na saída do tratamento observa-se número

insuficiente para o período com amostras onde o íon fluoreto está abaixo do valor

recomendado (0,6 mg/L) e turbidez com valores acima do máximo tolerado. A

sobrecarga da ETA operando acima de sua capacidade é seguramente a fonte deste

problema.

• Para a saída do tratamento não foi apresentada a análise trimestral de

trihalometanos exigida pela Portaria 518 MS.

• Para o período coberto pelas demais análises não foram apresentados, para a rede

de distribuição, resultados das 8 (oito) análises de trihalometanos exigidas pela

Portaria 518. As 4 (quatro) análises apresentadas se referem a outubro de 2009.

• O quadro de controle dos “demais parâmetros” da saída do tratamento deixa de

contemplar parâmetros exigidos pela Portaria 518 do MS e apresenta o parâmetro

manganês acima do permitido, merecendo verificação.

As análises não fornecidas pela CASAN foram complementadas em consultas feitas ao

acompanhamento do sistema, realizado pela Vigilância Sanitária. Com os dados do

acompanhamento se pode observar que o número de amostras de cor, turbidez, pH e

fluoreto indicadas como realizadas na saída do tratamento atendem em número ao que

estabelece a Portaria no 518 MS, porém os parâmetros apresentam alguns desvios nos

padrões tolerados de qualidade, em especial Turbidez e flúor.

A Tabela 20 de controle das análises na rede de distribuição que segue abaixo foi baseada

nas informações fornecidas pela CASAN. Na Vigilância Sanitária foi obtido o controle de saída

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do tratamento, mais abrangente, de período diferente e está apresentado na Tabela 21 e

apresenta eventos de Turbidez e Fluoreto fora dos padrões definidos na Portaria no 518 MS.

O Art. 19 da Portaria no 518 do Ministério da Saúde estabelece que a coleta de amostras

semestrais da água bruta junto ao ponto de captação para análise de acordo com os

parâmetros exigidos pelo CONAMA 357, além de relação que a mesma portaria estabelece

para o manancial e saída do tratamento. Foram fornecidas as análises da saída do

tratamento sem cianotoxinas e trihalometanos, porém sem nenhuma análise do manancial.

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Tabela 20 – Portaria no 518/2004 do MS e Resolução 357 do CONAMA - No Mínimo de Amostras para Controle da Qualidade da Água do SAA de Rio do Sul e

Cidades Integradas

no Frequência Total/Mês no Fora dos Padrões no Fora dos

Padrões no Fora dos Padrões no Fora dos

Padrões no Fora dos Padrões no Fora dos

Padrões

Cor 1 Semestral 1/6Turbidez 1 Semestral 1/6

pH 1 Semestral 1/6Cianotoxinas 1 mensal1 1

Demais Parâmetros 101 semestral2 101/6

Cor 1 cada 2h 360 8 0 8 0 8 0 8 0 8 0 8 0Turbidez 1 cada 2h 360 8 4 8 4 8 0 8 3 8 6 8 7

pH 1 cada 2h 360 8 1 8 0 8 0 8 1 8 4 8 0Cloro Residual Livre 1 cada 2h 360 8 0 8 0 8 0 8 0 8 0 8 0

Fluoreto 1 cada 2h 360 7 5 8 6 8 4 8 2 8 3 8 3Trihalometanos 1 trimestral 1/3

Coliformes 2 semanal 9 8 0 8 0 8 0 8 0 8 0 8 0Cianotoxinas * * -

Demais Parâmetros 67 semestral3 67/6

Cor 12 mensal 12 60 2 61 0 61 1 61 0 61 1 61 1Turbidez 12 mensal 12 60 3 61 0 61 1 61 0 61 2 61 4

pH 12 mensal 12 60 8 61 1 61 0 61 2 61 22 61 4Cloro Residual Livre 60 mensal 60 60 2 61 1 61 0 61 0 61 2 61 0

Fluoreto 6 mensal 6 15 7 14 12 15 11 15 3 18 3 18 3Trihalometanos 4 trimestral 4/3 - - - - - - - - - - - -

Coliformes 60 mensal 60 60 1 61 1 61 1 60 0 61 3 61 0Heterotróficas 12 mensal 12 12 0 12 0 13 0 13 0 7 0 7 0Cianotoxinas * * - - - - - - - - - - - - -

Demais Parâmetros 1 semestral4 - - - - - - - - - - - - -

Obs.:

*12

3

4

As análises devem atender à Resolução 347 do CONAMA, conforme a Classe do Manancial (classe II para o Rio Itajaí do Sul) e o disposto nos artigos 14, 15 e 16. As amostras coletadas junto à captação dos manaciais superficiais devem também averiguar se o tipo de tratamento utilizado é compativel com o enquadramento do manancial conforme art.4 da Resolução 347 do CONAMA. A investigação de parâmetros radiotivos será obrigatória somente quando de evidências de causas de radiação natural ou artificial.

As análise devem atender ao disposto nos artigos 14, 15 e 16 da Portaria 518 do Ministério da Saúde. A investigação de parâmetros radiotivos será obrigatória somente quando de evidências de causas de radiação natural ou artificial.

-Em toda amostra microbiológica deve ser efetuada na hora da coleta a medida de cloro residual, sendo recomendada a determinação da turbidez. -A autoridade de saúde poderá alterar a frequência mínima de amostragem conforme o disposto no art. 30 Port. 518.

Quando exceder a 10.000 células/ml a frequência deve ser semanal.

-Número mínimo estimado de procedimentos de análise para o sistema atual atendendo a 60.000 habitantes e operando 24 horas por dia = 2014 análises/mês.

15/02/10 a 15/03/10

Quando exceder a 20.000 células/ml nas análise do manancial, será exigida a análise semanal na saída do tratamento e nos hidrômetros de entrada das clínicas de hemodiálise.

14/05/10 a 16/06/10

A análise semestral na distribuição, é dispensada para os parâmetro que não forem detectados na saída do tratamento e/ou no manancial, à exceção de substâncias que possam potencialmente ser introduzidas ao longo da distribuição.

Locais Análises

Manancial Rio Itajaí do SulRelizadas Relizadas

15/12/09 a 15/01/10 16/04/10 a 14/05/10

Redes e Reservatórios

Relizadas

Manancial

Saída do Tratamento

15/03/10 a 16/04/1015/01/10 a 15/02/10Amostras Mínimas Relizadas Relizadas Relizadas

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Tabela 21 – Portaria 518/2004 do MS e Resolução 357 do CONAMA - No Mínimo de Amostras e Controle da Saída do Tratamento

no Frequência Total/Mês no Fora dos Padrões no Fora dos

Padrões no Fora dos Padrões no Fora dos

Padrões no Fora dos Padrões no Fora dos

Padrões

Cor 1 cada 2h 360 372 0 359 0 370 0 354 0 371 0 370 0Turbidez 1 cada 2h 360 372 78 359 117 370 129 352 136 368 103 370 63

pH 1 cada 2h 360 372 0 359 3 370 2 353 1 371 0 370 1Cloro Residual Livre 1 cada 2h 360 372 0 359 0 370 0 353 8 372 1 370 0

Fluoreto 1 cada 2h 360 372 69 359 68 369 65 348 46 369 68 370 54Trihalometanos 1 trimestral 1/3

Coliformes 2 semanal 9 8 0 8 0 8 0 8 0 8 0 8 0Cianotoxinas * * -

Demais Parâmetros 67 semestral3 67/6

Obs.:

*12

3

4

Quando exceder a 20.000 células/ml nas análise do manancial, será exigida a análise semanal na saída do tratamento e nos hidrômetros de entrada das clínicas de hemodiálise.Quando exceder a 10.000 células/ml a frequência deve ser semanal.As análises devem atender à Resolução 347 do CONAMA, conforme a Classe do Manancial (classe II para o Rio Itajaí do Sul) e o disposto nos artigos 14, 15 e 16. As amostras coletadas junto à captação dos manaciais superficiais devem também averiguar se o tipo de tratamento utilizado é compativel com o enquadramento do manancial conforme art.4 da Resolução 347 do CONAMA. A investigação de parâmetros radiotivos será obrigatória somente quando de evidências de causas de radiação natural ou artificial.

As análise devem atender ao disposto nos artigos 14, 15 e 16 da Portaria 518 do Ministério da Saúde. A investigação de parâmetros radiotivos será obrigatória somente quando de evidências de causas de radiação natural ou artificial.

A análise semestral na distribuição, é dispensada para os parâmetro que não forem detectados na saída do tratamento e/ou no manancial, à exceção de substâncias que possam potencialmente ser introduzidas ao longo da distribuição.

Saída do Tratamento

-Número mínimo estimado de procedimentos de análise para o sistema atual atendendo a 60.000 habitantes e operando 24 horas por dia = 2014 análises/mês. -Em toda amostra microbiológica deve ser efetuada na hora da coleta a medida de cloro residual, sendo recomendada a determinação da turbidez. -A autoridade de saúde poderá alterar a frequência mínima de amostragem conforme o disposto no art. 30 Port. 518.

jul/10 ago/10Amostras Mínimas Relizadas Relizadas Relizadas Relizadas Relizadas Relizadas

Locais Análises

Manancial Rio Itajaí do Sul mar/10 abr/10 mai/10 jun/10

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3.13 Política Tarifária e Regulação

A política tarifária e o regulamento dos serviços em Rio do Sul seguem o estabelecido pela

CASAN, único para todo o Estado de Santa Catarina, no sistema de subsídios cruzados e por

patamares de consumo. Na Tabela 22 estão apresentados os valores das diferentes faixas

tarifárias atualmente aplicadas.

Tabela 22 – Valores das Diferentes Faixas Tarifárias Aplicadas

Categoria Faixa m³ Água R$

1 Até 10 4,58/mês

2 11 a 25 1,2849/m³

3 26 a 50 6,1771/m³

4 maior que 50 7,5392/m³

Estrutura Tarifária - Tarifa Social

Residencial "A" (Social)

Categoria Faixa m³ Água R$

1 até 10 24,47/mês

2 11 a 25 4,4844/m³

3 26 a 50 6,2915/m³

4 maior que 50 7,5392/m³

5 Tarifa Sazonal 9,4240/m³

Estrutura Tarifária - Tarifa Residencial

Residencial "B"

Categoria Faixa m³ Água R$

1 Até 10 36,12/mês

2 11 a 50 5,9935/m³

3 > 50 7,5392/m³

Comercial

Estrutura tarifária - Tarifa Comercial

Categoria Faixa m³ Água R$

1 até 10 25,52/mês

2 Maior que 10 5,9935/m³

Estrutura Tarifária - Tarifa Micro e Pequeno Comércio

Micro e Pequeno Comércio

Categoria Faixa m³ Água R$

1 Até 10 36,12/mês

2 Maior que 10 5,9935/m³

Estrutura Tarifária - Tarifa Industrial

Industrial

Categoria Faixa m³ Água R$

Pública 1 Até 10 36,12/mês

2 Maior que 10 5,9935/m³

Estrutura Tarifária - Poder Público

O estudo comparativo com tarifas de outros sistemas em Santa Catarina, Tabela 23, mostra

que as tarifas praticadas em Rio do Sul estão acima de todas as demais praticadas pelos

sistemas municipais, isto explicado pela política de subsídios cruzados praticada pela CASAN,

onde os sistemas maiores cobrem os déficits dos sistemas menores. O lado positivo desta

tarifa mais elevada, está na possibilidade de viabilização dos investimentos necessários para

a melhoria dos serviços de abastecimento de água e nos investimentos de esgotamento

sanitário que se fazem necessários.

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Tabela 23 – Comparativo de Tarifas Residenciais Vigentes Em Abril de 2010 (R$)

Até 10 m³ 15 20 30

SAMAE Rio Negrinho 17,90 35,35 56,00 106,80

SAMAE Blumenau 18,50 35,40 52,30 86,10

SAMAE Brusque 14,94 28,74 46,34 89,54

SAMAE Tijucas 14,20 22,60 32,25 55,40

SAMAE S. Fco. do Sul 16,50 26,95 40,35 73,05

SAMAE Urussanga 19,50 33,50 49,50 84,50

SAMAE Timbo 18,00 33,30 48,60 84,75

SAME São Bento do Sul 18,90 32,40 47,20 78,90

SAMAE Jaraguá do Sul 16,18 30,83 47,03 83,93

SIMAE Capinzal/Ouro 22,19 37,79 56,79 97,94

SISAM São João Batista 17,50 32,40 47,30 82,50

Média das Autarquias 17,66 31,75 47,61 83,95

CASAN 24,47 46,89 69,31 123,19

Faixas de ConsumoSistemas

Conforme disposto na Lei Federal no 11.445 de 2007, no Decreto Federal no 7.217 de 2010 e

na Cláusula Terceira do Convênio de Cooperação para Gestão Associada celebrado com

Governo do Estado de Santa Catarina, o Município de Rio do Sul deve designar a Agência

Reguladora para os serviços de saneamento básico, com os objetivos definidos no Art. 22 da

Lei, de:

I - estabelecer padrões e normas para a adequada prestação dos serviços e para a satisfação dos

usuários;

II - garantir o cumprimento das condições e metas estabelecidas;

III - prevenir e reprimir o abuso do poder econômico, ressalvada a competência dos órgãos

integrantes do sistema nacional de defesa da concorrência;

IV - definir tarifas que assegurem tanto o equilíbrio econômico e financeiro dos contratos como a

modicidade tarifária, mediante mecanismos que induzam a eficiência e eficácia dos serviços e que

permitam a apropriação social dos ganhos de produtividade.

A cláusula terceira do Convênio de Cooperação para Gestão Associada celebrado entre o

Município de Rio do Sul e o Estado de Santa Catarina, em seu § 2º fixou o prazo máximo de

até 14 de outubro de 2009 para a permanência do uso do Regulamento dos Serviços de

Água e Esgotos Sanitários utilizados pela CASAN, ou seja, o prazo está esgotado.

Certamente à época havia a expectativa de em 18 meses o Município definir Plano de

Saneamento Básico>Agência Reguladora>Contrato de Programa.

O Decreto Federal no 7.217/2010, que regulamenta a Lei Federal no 11.445/2007, em seu

Art. 31 estabelece como poderão ser executadas as atividades de regulação.

Art. 31. As atividades administrativas de regulação, inclusive organização, e de fiscalização dos

serviços de saneamento básico poderão ser executadas pelo titular:

I - diretamente, mediante órgão ou entidade de sua administração direta ou indireta, inclusive

consórcio público do qual participe; ou

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II - mediante delegação, por meio de convênio de cooperação, a órgão ou entidade de outro ente

da Federação ou a consórcio público do qual não participe, instituído para gestão associada de

serviços públicos.

§ 1o O exercício das atividades administrativas de regulação de serviços públicos de saneamento

básico poderá se dar por consórcio público constituído para essa finalidade ou ser delegado pelos

titulares, explicitando, no ato de delegação, o prazo de delegação, a forma de atuação e a

abrangência das atividades a ser desempenhadas pelas partes envolvidas.

§ 2o As entidades de fiscalização deverão receber e se manifestar conclusivamente sobre as

reclamações que, a juízo do interessado, não tenham sido suficientemente atendidas pelos

prestadores dos serviços.

3.14 Receitas Despesas e Resultados

Ficou prejudicada a análise atualizada de resultados e a abertura de contas como esta

Consultora tem realizado em outros sistemas, pois não foram obtidos os denominados

“Relatórios de Custo (Gestão Associada)” como os fornecidos pela CASAN em outros

Municípios em que opera através do mesmo tipo de Convênio existente em Rio do Sul.

Os dados mais recentes do SNIS – Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento,

disponíveis na Internet são de 2008 e estão apresentados na Tabela 24. Estranhamente

aparece no SNIS um item denominado de “Outras Despesas Operacionais” em valor muito

expressivo, talvez oriundo do rateio de estruturas centralizadas. O resultado operacional

expresso neste resumo não é condizente com o porte do sistema e sua comparação com

sistemas equivalentes.

Tabela 24 – Mapa Geral de Custos, Receita e Resultados (R$)

Custos % Médias Mensais

Despesas de Exploração 8.403.796,73 90,15% 700.316,39

Despesas de Pessoal 1.486.498,77 15,95% 123.874,90

Serviços de Terceiros 1.085.991,71 11,65% 90.499,31

Energia Elétrica (força) 1.219.004,09 13,08% 101.583,67

Despesas com Produtos Químicos 254.634,78 2,73% 21.219,57

Despesas Fiscais e Tributárias 846.170,23 9,08% 70.514,19

Outras Despesas de Exploração 3.511.497,15 37,67% 292.624,76

Depreciações, Provisões e Amortizações 504.763,86 5,41% 42.063,66

Serviço da Dívida 413.121,16 4,43% 34.426,76

Total dos Custos 9.321.681,75 100,00% 776.806,81

Total Arrecadação 9.013.217,18 751.101,43

Resultado (Arrecadação - Despesas) -308.464,57 -25.705,38

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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Indispensável a observação de que o suprimento de água para Rio do Sul apresenta se com

vulnerabilidade para um abastecimento contínuo e seguro, além de operar com sobrecarga

na ETA para o abastecimento da população. Há necessidade de reforço nas redes de

macrodistribuição e um novo arranjo nas áreas de influência e pressão para melhor controle

operacional e regularidade no abastecimento.

O sistema de abastecimento de água está no limite de sua capacidade, comprovado pelas

tabelas de demanda projetadas. São necessárias providências prioritárias em paralelo, ou

seja, desenvolver o cadastro técnico do sistema, projetos técnicos necessários à ampliação

da capacidade de produção e distribuição, iniciar um programa de redução das perdas de

água, e fase imediata obras para a implantação das ampliações e melhorias recomendadas.

O Convênio de Gestão Associada com o Governo do Estado de SC firmado em 14 de abril de

2008, tendo como interveniente a CASAN, na cláusula quarta, § 2º, incisos XII e XVI,

demonstra as preocupações do Município com problemas de desabastecimento e índice de

perdas elevado do sistema. O inciso XII dava um prazo de 24 meses para solucionar

deficiências de abastecimento de água que ocorriam em vários pontos da cidade e o inciso

fixava 24 meses para a redução das perdas em 20%. Destaca-se também que este Convênio

não está adequado à Lei Federal no 11.445 e decreto Federal no 7217/2010 que a

regulamentou, devendo tal adequação se concretizar com Contrato de Programa derivado

deste Plano e definição de Agência Reguladora dos serviços.

Dos levantamentos realizados observa-se que não há um projeto técnico atualizado para

ampliação do sistema e isto é urgente. As ampliações realizadas no passado foram a reboque

de uma urbanização não planejada, com o objetivo de resolver situações pontuais sem uma

visão sistêmica.

Como conclusões deste diagnóstico, para o estabelecimento de prioridades de ação e

investimentos nos programas e projetos que serão objeto de detalhamento em etapa

posterior deste Plano, destacam-se as recomendações que seguem:

1. Implantar a etapa imediata de ampliação da capacidade de adução água bruta e

ampliação da capacidade de tratamento de água. Segundo o corpo técnico da

Operadora em Rio do Sul estas medidas estão em andamento para a parte referente

à adução (proteção à estabilidade de taludes, novos conjuntos moto bomba bombas

e nova adutora adutoras de água bruta).

2. Rever o projeto executivo de ampliação da ETA para a sua imediata licitação,

incluindo o projeto de tratamento e reciclo das águas provenientes das descargas de

fundo e lavagem dos decantadores, lavagem de filtros da ETA, condição essencial

para assegurar a obtenção de licenciamento ambiental de operação.

3. Elaborar com prioridade o cadastro técnico das redes e demais unidades e dar

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treinamento imediato para no mínimo dois operadores lotados em Rio do Sul para a

operação e manutenção do cadastro técnico de redes, não necessariamente em

tempo integral, mas com a responsabilidade por sua gestão.

4. Desenvolver a partir do cadastro técnico da distribuição uma análise dinâmica do

comportamento hidráulico do sistema, identificando os gargalos na situação atual e

simulando cenários futuros de ocupação urbana, em sintonia com o novo Plano

Diretor Municipal e projeções populacionais, e desenvolver Projeto Básico de

Melhorias e Ampliações da Distribuição do Sistema de Abastecimento de Água da

Cidade de Rio do Sul e Cidades Integradas para o atendimento das necessidades

identificadas.

5. Iniciar um programa de redução de perdas reais com a definição de distritos

macromedidos monitorados em tempo real quanto a níveis de reservatórios, vazões

de alimentação e pressão de redes, com ampliação e melhoria do sistema de tele-

gestão. Instalar a macromedição do sistema produtor e controlar todos os consumos

autorizados e não cobrados. A existência de um consistente programa de redução de

perdas de água é um pré-requisito de acesso aos recursos federais.

6. Desenvolver os projetos executivos da ampliação e melhorias do sistema distribuidor

(redes, elevatórias, reservatórios, etc.) e implantar as obras necessárias.

7. Participar ativamente das ações do Comitê da Bacia do Rio Itajaí e liderar o esforço

regional de recuperação ambiental para que todos os municípios usuários da bacia

dispensem prioridade à preservação das águas do manancial. Como fonte de

recursos para auxiliar no suporte destas ações, sugere-se, a exemplo de outros

Municípios que mantêm convênios de gestão associada com o Governo do Estado, a

reversão por parte da CASAN de todos os pagamentos efetuados referentes ao

consumo dos imóveis municipais, para programas de preservação do manancial, o

que para Rio do Sul proporcionaria recursos da ordem de R$ 240.000,00 por ano.

8. Estender as ações de saneamento básico às populações rurais, orientando-as nas

soluções individuais de abastecimento de água.

9. Adequar integralmente as análises operacionais ao estabelecido na portaria no 518

do Ministério da Saúde e à Resolução do CONAMA no 357

10. Adequar o quadro de pessoal para manutenção e operação às necessidades do

sistema, mantendo as equipes em dimensionamento ideal.

11. Assegurar a perfeita funcionalidade e aparência das unidades do sistema e adotar

medidas de segurança contra o acesso de terceiros às unidades do SAA, através da

recuperação de cercas, portões e tampas de reservatórios protegidas com cadeados.

12. Programar campanhas de esclarecimento da importância do uso de água tratada com

cloro e flúor, onde existam sistemas individuais alternativos de abastecimento de

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água, quando não enquadráveis no Art. 45º da Lei Federal no 11.445/2007 e nos

Artigos 6º e 7º do Decreto Federal no 7.217/2010.

13. Desenvolver rotina de descargas de redes nas pontas do sistema distribuidor e por

ocasião da ocorrência de vazamentos.

14. Substituir os micromedidores com mais de 5 anos, priorizando os consumidores

acima de 10m3/mês.

15. Desenvolver nova forma de gestão e manutenção operacional, em sintonia com

consistente programa de redução de perdas de água.

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5. ANEXOS

A relação de anexos está apresentada abaixo:

Anexo SAA - 01 – Convênio de Cooperação para Gestão Associada com o Governo do Estado

de Santa Catarina;

Anexo SAA - 02 – Lei Municipal no 4707, de 18 de abril de 2008;

Anexo SAA - 03 – Decreto Municipal nº 239 de 04 de Junho de 2008, e Análise Realizada;

Anexo SAA - 04 – Inspeção e Auto de Intimação da Vigilância Sanitária;

Anexo SAA - 05 – Resumo dos Projetos e Dados Operacionais Fornecidos pela CASAN;

Anexo SAA - 06 – Fluxogramas do Sistema e Fluxograma com Níveis;

Anexo SAA - 07– Quadro Resumo dos Reservatórios;

Anexo SAA - 08 – Fotos das Unidades do Sistema de Abastecimento de Água - Rio do Sul;

Anexo SAA - 09 – Quadro Resumo das ERATs e Boosters;

Anexo SAA - 10 – Croqui do SAA de Rio do Sul;

Anexo SAA - 11 – Registro Fotográficos;

Anexo SAA – 12 – Croqui Georeferenciado.

Anexo SAA – 13 - Quadro Conceitual de Perdas.