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Colégio Ressurreição Nossa Senhora AULAS DE REVISÃO – ENEM – 2013 -Inicialmente, quero chamar a atenção para a estreita relação entre História e as Artes, por isso, fiquem muito atentos à leitura e interpretação de poemas, músicas, telas, fragmento de peças de teatro, dentre outros, que são utilizados para tratar de fatos históricos. Lembrando que, desde os gregos antigos as artes além de entretenimento, tinham também uma função pedagógica. Os poemas épicos, como Ilíada e Odisseia, atribuídos a Homero, serviram como fonte para se narrar importantes fatos que contribuíram para o conhecimento do passado remoto dos gregos, e para enaltecer os feitos heróicos, destacando sempre o que os homens tinham de melhor, sua bravura e obstinação em defender suas terras e seus ideais. -Alguns importantes autores, escritores, pintores são lembrados com frequência por terem dedicado parte de suas obras à história nacional, como Fernando Pessoa, um dos maiores poetas portugueses que escreveu vários poemas sobre as aventuras dos portugueses nas grades navegações, da Idade Moderna e no caso da história do Brasil temos muitos exemplos, mas destacamos nomes que sempre figuram nas provas do ENEM, como Victor Meireles e dos modernistas, como Anita Mafalti e Tarsila do Amaral. Não podemos esquecer de mencionar a importância de artistas no período da ditadura militar (1964-1984), especialmente cantores/compositores, como Chico Buarque de Holanda, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Geraldo Vandré. Mar Português "Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar! Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quer passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu" -As telas de Pedro Américo, Victor Meireles e Cândido Portinari, dentre tantos outros, são lembradas com frequência, quando se trata de criar ou ressaltar o sentimento nacional, seja no processo de independência ou, posteriormente, no momento de criar e/ou fortalecer o sentimento nacional, ou denunciar os graves problemas sociais: Victor Meireles (independência ou morte) Victo r Meireles (Batalha dos Guararapes)

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Colégio Ressurreição Nossa Senhora

AULAS DE REVISÃO – ENEM – 2013

-Inicialmente, quero chamar a atenção para a estreita relação entre História e as Artes, por isso, fiquem muito atentos à leitura e interpretação de poemas, músicas, telas, fragmento de peças de teatro, dentre outros, que são utilizados para tratar de fatos históricos. Lembrando que, desde os gregos antigos as artes além de entretenimento, tinham também uma função pedagógica. Os poemas épicos, como Ilíada e Odisseia, atribuídos a Homero, serviram como fonte para se narrar importantes fatos que contribuíram para o conhecimento do passado remoto dos gregos, e para enaltecer os feitos heróicos, destacando sempre o que os homens tinham de melhor, sua bravura e obstinação em defender suas terras e seus ideais. -Alguns importantes autores, escritores, pintores são lembrados com frequência por terem dedicado parte de suas obras à história nacional, como Fernando Pessoa, um dos maiores poetas portugueses que escreveu vários poemas sobre as aventuras dos portugueses nas grades navegações, da Idade Moderna e no caso da história do Brasil temos muitos exemplos, mas destacamos nomes que sempre figuram nas provas do ENEM, como Victor Meireles e dos modernistas, como Anita Mafalti e Tarsila do Amaral. Não podemos esquecer de mencionar a importância de artistas no período da ditadura militar (1964-1984), especialmente cantores/compositores, como Chico Buarque de Holanda, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Geraldo Vandré.

Mar Português

"Ó mar salgado, quanto do teu salSão lágrimas de Portugal!Por te cruzarmos, quantas mães choraram,Quantos filhos em vão rezaram!Quantas noivas ficaram por casarPara que fosses nosso, ó mar!Valeu a pena? Tudo vale a penaSe a alma não é pequena.Quem quer passar além do BojadorTem que passar além da dor.Deus ao mar o perigo e o abismo deu,Mas nele é que espelhou o céu"

-As telas de Pedro Américo, Victor Meireles e Cândido Portinari, dentre tantos outros, são lembradas com frequência, quando se trata de criar ou ressaltar o sentimento nacional, seja no processo de independência ou, posteriormente, no momento de criar e/ou fortalecer o sentimento nacional, ou denunciar os graves problemas sociais:

Victor Meireles (independência ou morte)

Victor Meireles (Batalha dos Guararapes)

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Pedro Américo(Fragmentos de um herói despedaçado)

-Abaixo, obras de Portinari: Criança Morta e O Café

-Não podemos nos esquecer do importante poema de Cecília Meireles, “O Romanceiro da Inconfidência” que nos possibilita conhecer os motivos e quem estava envolvido naquele movimento que não chegou a acontecer.-Outro momento muito importante de relações entre história e artes, se deu na Semana de Arte Moderna de 1922, quando artistas de vários segmentos propuseram o abrasileiramento da arte nacional:

Abaporu de Tarsila do Amaral

-Outra obra muito lembrada pelos historiadores é o mural Guernica de Pablo Picasso que trata dos horrores dos ataques nazistas àquela cidade:

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-Getúlio Vargas, para enaltecer sua figura e seus feitos, como político populista, pais dos trabalhadores, dos pobres, no Brasil, ele encomendou várias músicas, marchinhas de carnaval, cantadas pelos reis e rainhas do rádio, veículo de comunicação de massas, daquele período.-Não podemos esquecer da atuação de artistas no processo de contestação e derrubada da ditadura militar, imposta após o golpe de 1964.

-Sem dúvida há um incontável número de referências, mas esses citados aqui ficam como dicas, lembranças para que vocês fiquem atentos às interfaces e relações da história com outras disciplinas (interdisciplinaridade ou transdisciplinaridade), e com as manifestações artísticas e culturais que expressavam os signos, os símbolos, as culturas dos povos.

Questões do ENEM sobre História do Brasil:Questão 01: Cândido Portinari (1903-1962), em seu livro Retalhos de Minha Vida de Infância, descreve os pés dos trabalhadores.

Pés disformes. Pés que podem contar uma história. Confundiam-se com as pedras e os espinhos. Pés semelhantes aos mapas: com montes e vales, vincos como rios. (...) Pés sofridos com muitos e muitos quilômetros de marcha. Pés que só os santos têm. Sobre a terra, difícil era distingui-los. Agarrados ao solo, eram como alicerces, muitas vezes suportavam apenas um corpo franzino e doente.

(Cândido Portinari, Retrospectiva, Catálogo MASP)

As fantasias sobre o Novo Mundo, a diversidade da natureza e do homem americano e a crítica social foram temas que inspiraram muitos artistas ao longo de nossa História. Dentre estas imagens, a que melhor caracteriza a crítica social contida no texto de Portinari é

Questão 02: Constituição de 1824:

“Art. 98. O Poder Moderador é a chave de toda a organização política, e é delegado privativamente ao Imperador (…) para que incessantemente vele sobre a manutenção da Independência, equilíbrio, e harmonia dos demais poderes políticos (...) dissolvendo a Câmara dos Deputados nos casos em que o exigir a salvação do Estado.”

Frei Caneca:“O Poder Moderador da nova invenção maquiavélica é a chave mestra da opressão da nação brasileira e o garrote mais forte da liberdade dos povos. Por ele, o imperador pode dissolver a Câmara dos Deputados, que é a representante do povo, ficando sempre no gozo de seus direitos o Senado, que é o representante dos apaniguados do imperador.”

(Voto sobre o juramento do projeto de Constituição)

Para Frei Caneca, o Poder Moderador definido pela Constituição outorgada pelo Imperador em 1824 era

(A) adequado ao funcionamento de uma monarquia constitucional, pois os senadores eram escolhidos pelo Imperador.(B) eficaz e responsável pela liberdade dos povos, porque garantia a representação da sociedade nas duas esferas do poder legislativo.(C) arbitrário, porque permitia ao Imperador dissolver a Câmara dos Deputados, o poder representativo da sociedade.(D) neutro e fraco, especialmente nos momentos de crise, pois era incapaz de controlar os deputados representantes da Nação.(E) capaz de responder às exigências políticas da nação, pois supria as deficiências da representação política.

Questão 03:A moderna democracia brasileira foi construída entre saltos e sobressaltos. Em 1954, a crise culminou no suicídio do presidente Vargas. No ano seguinte, outra crise quase impediu a posse do presidente eleito, JuscelinoKubitschek. Em 1961, o Brasil quase chegou a guerra civil depois da inesperada renuncia do presidente JanioQuadros. Três anos mais tarde, um golpe militar depôs o presidente João Goulart, e o país viveu durante vinte anos em regime autoritário.A partir dessas informações, relativas a história republicana brasileira, assinale a opção correta.

A) Ao termino do governo João Goulart, Juscelino Kubitschek foi eleito presidente da Republica.B A renuncia de Janio Quadros representou a primeira grande crise do regime republicano brasileiro.C) Apos duas décadas de governos militares, Getulio Vargas foi eleito presidente em eleições diretas.D) A trágica morte de Vargas determinou o fim da carreira política de João Goulart.E) No período republicano citado, sucessivamente, um presidente morreu, um teve sua posse contestada, um renunciou e outro foi deposto.

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Questão 04:I - Para consolidar-se como governo, a República precisava eliminar as arestas, conciliar-se com o passado monarquista, incorporar distintas vertentes do republicanismo. Tiradentes não deveria ser visto como herói republicano radical, mas sim como herói cívico- religioso, como mártir, integrador, portador da imagem do povo inteiro.CARVALHO, J. M. C. A formação das almas: O imaginário da República no Brasil. São Pauto. Companhia das Letras. 1990.

I — Ei-lo, o gigante da praça,/ O Cristo da multidão! E Tiradentes quem passa / Deixem passar o Titão.ALVES, C. Gonzaga ou a revolução de Minas. Is: CARVALHO. J. M.C. A formação das almas: O imaginário da República no Brasil. São Pauto: Companhia das Letras, 1990.

A 1ª República brasileira, nos seus primórdios, precisava constituir uma figura heroica capaz de congregar diferenças e sustentar simbolicamente o novo regime. Optando pela figura de Tiradentes, deixou de lado figuras como Frei Caneca ou Bento Gonçalves. A transformação do inconfidente em herói nacional evidencia que o esforço de construção de um simbolismo por parte da República estava relacionado

A) ao caráter nacionalista e republicano da Inconfidência, evidenciado nas ideias e na atuação de Tiradentes.B) à identificação da Conjuração Mineira como o movimento precursor do positivismo brasileiro.C) ao fato de a proclamação da República ter sido um movimento de poucas raízes populares, que precisava de legitimação.D) à semelhança física entre Tiradentes e Jesus, que proporcionaria, a um povo católico como o brasileiro, uma fácil identificação.E) ao fato de Frei Caneca e Bento Gonçalves terem liderado movimentos separatistas no Nordeste e no Sul do país.

Questão 05:Substitui-se então uma história crítica, profunda, por uma crônica de detalhes onde o patriotismo e a bravura dos nossos soldados encobrem a vilania dos motivos que levaram a Inglaterra a armar brasileiros e argentinos para a destruição da mais gloriosa república que já se viu na América Latina, a do Paraguai.CHIAVENATTO, J. J. Genocidio americano: A Guerra do Paraguai. São Paulo: Brasiliense, 1979 (adaptado).

O imperialismo inglês, “destruindo o Paraguai, mantém o status quo na América Meridional, impedindo a ascensão do seu único Estado economicamente livre”. Essa teoria conspiratória vai contra a realidade dos fatos e não tem provas documentais. Contudo essa teoria tem alguma repercussão.DORATIOTO, F. MaldIta guerra: nova história da Guerra do Paraguai. São Paulo. Cia, das Letras, 2002 (adaptado).

Uma leitura dessas narrativas divergentes demonstra que ambas estão refletindo sobre

A) a carência de fontes para a pesquisa sobre os reais motivos dessa Guerra.B) o caráter positivista das diferentes versões sobre essa Guerra.C) o resultado das intervenções britânicas nos cenários de batalha.D) a dificuldade de elaborar explicações convincentes sobre os motivos dessa Guerra.E) o nível de crueldade das ações do exército brasileiro e argentino durante o conflito.

Questão 06:Quem construiu a Tebas de sete portas? Nos livros estão nomes de reis. Arrastaram eles os blocos de pedra?E a Babilônia várias vezes destruída. Quem a reconstruiu tantas vezes?Em que casas da Lima dourada moravam os construtores? Para onde foram os pedreiros, na noite em que a Muralha da China ficou pronta?A grande Roma está cheia de arcos do triunfo. Quem o ergueu? Sobre quem triunfaram os césares?BRECHT 8. Perguntas de um trabalhador que lê. Disponivel em: http:/recantodastntas.ud.com,br. Acesso em: 28 abr. 2010.

Partindo das reflexões de um trabalhador que lê um livro de História, o autor censura a memória construída sobre determinados monumentos e acontecimentos históricos. A crítica refere-se ao fato de que

A) e os agentes históricos de uma determinada sociedade deveriam ser aqueles que realizaram feitos heroicos ou grandiosos e, por isso, ficaram na memória.B) a História deveria se preocupar em memorizar os nomes de reis ou dos governantes das civilizações que se desenvolveram ao longo do tempo.C) os grandes monumentos históricos foram construídos por trabalhadores, mas sua memória está vinculada aos governantes das sociedades que os construíram.D) os trabalhadores consideram que a História uma ciência de dificil compreensão, pois trata de sociedades antigas e distantes no tempo.E) as civilizações citadas no texto, embora muito importantes, permanecem sem terem sido alvos de pesquisas históricas.

Questão 07:As ruínas do povoado de Canudos, no sertão norte da Bahia, além de significativas para a identidade cultural dessa região, são úteis às investigações sobre a Guerra de Canudos e o modo de vida dos antigos revoltosos.Essas ruínas foram reconhecidas como patrimônio cultural material pelo lphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) porque reúnem um conjunto de

A) objetos arqueológicos e paisagísticos.B) acervos museológicos e bibliográficos.C) núcleos urbanos e etnográficos.D) práticas e representações de uma sociedade.E) expressões e técnicas de uma sociedade extinta.

FATOS MARCANTES DA HISTÓRIA DO BRASIL E DO MUNDO:

-No que concerne à História do Brasil deve-se ficar atento à vinda da Família Real, em 1808, o contexto histórico em que tal fato ocorreu e as influências, consequências para a nossa história, como a Independência política, em 1822 e as pressões e vantagens econômicas obtidas pela Inglaterra que passou a exercer forte pressão e influência sobre a história do Brasil, fim

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do pacto colonial (abertura dos portos às nações amigas, assinatura do tratado de comércio e navegação e pressões para acabar com o tráfico de escravos).-A primeira Constituição brasileira, de 1824 (Constituição da Mandioca), revelando o autoritarismo de D.Pedro I, gerando revoltas, como a Confederação do Equador, em 1824.-O conturbado período do II Reinado, após a abdicação de D.Pedro I, e o período regencial, marcado por várias revoltas, por questões de ordem política, social e econômica, como a Revolta dos Malês, Cabanagem, Sabinada, Balaiada e Guerra dos Farrapos.-A crise da monarquia que, gradativamente, perdeu apoio da Igreja, Exército e parte da Aristocracia, devido às questões abolicionistas, abrindo espaço para o fortalecimento das idéias republicanas no Brasil.-1889-1930: Primeira República no Brasil, período marcado pelo controle da política nacional pelos fazendeiros de café – os Coronéis, ou Barões do café. Forte influência política de Minas e São Paulo, por isso, República do Café com Leite. Um período marcado por fraudes nas eleições, com o voto de cabresto e o curral eleitoral, e abandono dos sertanejos, os pequenos agricultores.-Período marcado por muitas revoltas, rurais e urbanas, como Guerra de Canudos, Revolta da Vacina, Guerra do Contestado, Movimento Tenentista e Semana de Arte Moderna, dentre outros.-Revolução de 1930 e a Era Vargas, populismo e autoritarismo de Vargas.

-Com relação à História Geral, não podemos esquecer das importantes Revoltas Liberais, de 1848, conhecidas como Primavera dos Povos, em um momento no qual as ideologias liberais e socialistas lutavam contra as forças conservadoras que desejavam restauras o Absolutismo na Europa (Congresso de Viena – 1815).

-Importantíssimo: Lembrar dos movimentos que aconteceram a partir de 2011, especialmente, no norte da África, como Túnisia, Egito, Argélia, Líbia, quando jovens utilizando as Redes Sociais, organizaram movimentos políticos que derrubaram ditaduras que duravam décadas naqueles países, apontando para a força e o poder que a sociedade civil possui quando se organiza. Esse movimento tem sido chamado de “Primavera Árabe”, uma alusão e analogia aos acontecimentos que ocorreram no ocidente, em 1848 e que ficaram conhecidos como Primavera dos Povos.-O difícil processo de transição política desses países, após a derrubada dos governos ditatoriais, como ocorre ainda hoje no Egito e a guerra civil que se arrasta na Síria.