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Nº 02 - ANO II - OUTUBRO/96 A JUNHO/97 FORTALEZA - CEARÁ DO TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO CEARÁ

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Nº 02 - ANO II - OUTUBRO/96 A JUNHO/97FORTALEZA - CEARÁ

DO

TRIBUNAL REGIONAL

ELEITORAL DO CEARÁ

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TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO CEARÁESTADO DO CEARÁ

DODODODOTTTTRIBUNAL RIBUNAL RIBUNAL RIBUNAL RRRREGIONALEGIONALEGIONALEGIONAL

EEEELEITORAL DO LEITORAL DO LEITORAL DO LEITORAL DO CCCCEARÁEARÁEARÁEARÁ

Nº 2 Nº 2 Nº 2 Nº 2 - ANO II ANO II ANO II ANO II - OUTUBRO/96 A JUNHO/97 OUTUBRO/96 A JUNHO/97 OUTUBRO/96 A JUNHO/97 OUTUBRO/96 A JUNHO/97FORTALEZA FORTALEZA FORTALEZA FORTALEZA - CEARÁ CEARÁ CEARÁ CEARÁ

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PUBLICADO NOS TERMOS DE CONVÊNIO DE COOPERAÇÃOTÉCNICA CELEBRADO ENTRE O TRIBUNAL REGIONALELEITORAL DO CEARÁ E O ESTADO DO CEARÁ.

TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO CEARÁR. Jaime Benévolo, 21 - CentroCEP 60050-080 - Fortaleza - CearáPABX: (085) 254-3377 FAX: (085) 231-6548

José Humberto Mota CavalcantiDiretor-GeralMaria do Socorro Nogueira de AlmeidaSecretária JudiciáriaNasarita Sarquis Queiroz de BayasCoord. de Jurisprudência e Documentação

Revista de Jurisprudência do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará.Ano II, nº 2 (outubro/96 a junho/97). - Fortaleza: TRE/CE e Estadodo Ceará, 1997 -

v.

Semestral.

1. Direito Eleitoral - Periódicos

CDU342.8 (05)

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a reprodução total ou parcial, porqualquer meio ou processo, especialmente por sistemas gráficos, microfílmicos,fotográficos, reprográficos, fonográficos, videográficos. A violação dos direitos autoraisé punível como crime (art. 184 e parágrafos, do Código Penal, cf. Leis 6.895, de17.12.80 e 8.635, de 16.3.93) com pena de prisão e multa, conjuntamente com busca eapreensão e indenizações diversas (arts. 122, 123, 124, 126, da Lei 5.988, de 14.12.73,Lei dos Direitos Autorais).

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FICHA TÉCNICA

SELEÇÃO DE ACÓRDÃOS

HELENA DE CÁSSIA CUNHA LIMAJACQUELINE SOARES XIMENESJOAQUIM BOAVENTURA FURTADO BONFIMJOSÉ VASCONCELOS ARRUDA FILHOSUZANA LÚCIA DE PINHO PESSOA VASCONCELOS

EDITORAÇÃO ELETRÔNICA E CAPA

FRANCISCO LUCILÊNIO GONZAGA VANDERLEY

DIGITAÇÃO E CONFERÊNCIA

ANA IZABEL NÓBREGA AMARALJOSÉ GILDEMAR MACEDO JÚNIORMÁRCIO SAMPAIO TEIXEIRANAGILA MARIA DE MELO ANGELIMNAZARETH MARCONDES ARRUDAREGINA LÚCIA FERREIRA LUNAREJANE MONTEIRO AUGUSTO GONÇALVESTEREZA HELENA PARENTE FERREIRA

IMPRESSÃO E MONTAGEM

IMPRENSA OFICIAL DO CEARÁ - IOCE

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S U M Á R I OS U M Á R I OS U M Á R I OS U M Á R I O

APRESENTAÇÃO-------------------------------------------------------------------------- 7

COMPOSIÇÃO DO TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO CEARÁ ---- 9

ACÓRDÃOS---------------------------------------------------------------------------------11

ÍNDICE ALFABÉTICO----------------------------------------------------------------- 215

ÍNDICE NUMÉRICO-------------------------------------------------------------------- 225

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A P R E S E N T A Ç Ã O

Esta Revista de Jurisprudência Eleitoral teve seu lançamentoconcretizado durante o mês de novembro do ano transato, graças àcontribuição da Assembléia Legislativa do Estado do Ceará.

Em convênio com o Governo do Estado, editou-se estesegundo número, do qual constam Acórdãos do primeiro semestre de1997, promanados desta Corte de Justiça Especializada.

Esperanças de ontem transformaram-se em realidade de hoje,pois sempre se sonhou com a publicação de Revista da espécie, em quefossem coligidos os julgados deste TRE, dantes apenas objeto depublicações esparsas na Imprensa Oficial.

Rejubilo-me ao entregar à comunidade o número dois destaimportante Revista de Jurisprudência, que tem como escopo a oferta desubsídios não somente aos especialistas em Direito Eleitoral, mas tambémaos interessados no estudo do Direito como um todo e na evoluçãohistórica da sociedade.

Destaque-se, desta feita, a significante contribuição doGoverno do Estado, que, conveniado com este Tribunal, proporcionou aimpressão deste relevante trabalho, resultado do esforço dos servidores daCasa, máxime daqueles que compõem a Coordenadoria de Jurisprudência eDocumentação da Secretaria Judiciária.

Fortaleza-CE, 1º de setembro de 1997.

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COMPOSIÇÃO ATUAL DO TRIBUNAL REGIONAL ELEITORALDO CEARÁ (1º DE SETEMBRO DE 1997)

DES. STÊNIO LEITE LINHARESPresidente

DES. RAIMUNDO HÉLIO DE PAIVA CASTROVice-Presidente e Corregedor Regional Eleitoral

Dr. JOSÉ MARIA DE VASCONCELOS MARTINSJuiz de Direito

Dra. GERMANA DE OLIVEIRA MORAESJuíza Federal

Dr. LUIZ NIVARDO CAVALCANTE DE MELOJurista

Dr. JOSÉ ARÍSIO LOPES DA COSTAJuiz de Direito

Dr. JOSÉ DANILO CORREIA MOTAJurista

PROCURADOR REGIONAL ELEITORAL

Dr. JOSÉ GERIM MENDES CAVALCANTE

JUÍZES SUBSTITUTOS

Des. JOSÉ MAURI MOURA ROCHA

Dr. NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHOJuiz Federal

Dr. ANTÔNIO ABELARDO BENEVIDES MORAESJuiz de Direito

Dr. MAURÍCIO OSÓRIO COSTAJurista

PROCURADOR REGIONAL ELEITORAL SUBSTITUTO

Dr. FRANCISCO ARAÚJO MACEDO FILHO

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JUÍZES QUE ENCERRARAM SEU BIÊNIO NO PERÍODODE OUTUBRO/96 A JUNHO/97

DES. FRANCISCO HAROLDO RODRIGUES DE ALBUQUERQUEPresidente

DES. STÊNIO LEITE LINHARESVice-Presidente e Corregedor Regional Eleitoral

Dr. PAULO DE TARSO VIEIRA RAMOSJuiz Federal

Dr. ADEMAR MENDES BEZERRAJuiz de Direito

Dr. STÊNIO ROCHA CARVALHO LIMAJurista

PROCURADORA REGIONAL ELEITORAL QUE ENCERROUSEU BIÊNIO NO PERÍODO DE OUTUBRO/96 A JUNHO/97

Dra. MARIA CANDELÁRIA DI CIERO MIRANDA(Solicitou dispensa em 12.2.97)

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ACÓRDÃOSACÓRDÃOSACÓRDÃOSACÓRDÃOS

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Acórdãos

Rev. de Jurisp. do TRE/CE, Fortaleza, nº 2, ano II, pág. 13-214, (out/96-jun/97), 1997 13

ACÓRDÃO Nº 95011969ACÓRDÃO Nº 95011969ACÓRDÃO Nº 95011969ACÓRDÃO Nº 95011969PROCESSO Nº 95011969 - CLASSE VIPROCESSO Nº 95011969 - CLASSE VIPROCESSO Nº 95011969 - CLASSE VIPROCESSO Nº 95011969 - CLASSE VI

PROCESSO CRIMINAL DE COMPETÊNCIA ORIGINÁRIAPROCESSO CRIMINAL DE COMPETÊNCIA ORIGINÁRIAPROCESSO CRIMINAL DE COMPETÊNCIA ORIGINÁRIAPROCESSO CRIMINAL DE COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA

PROMOVENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORALPROMOVIDOS: JOÃO BATISTA DOS SANTOS NETO E OUTROSADVOGADO: JOSÉ ALEXANDRE DANTAS, LUCIANO B. DA COSTA E

FERNANDO DACCACHERELATOR: JUIZ ADEMAR MENDES BEZERRA

- Processo Criminal. Competência Originária.Delito eleitoral praticado em concurso materialcom crime comum. Rejeição da denúncia, frente aprescrição, relativamente ao crime eleitoral(Inteligência do art. 6º. da Lei nº. 8.038/90,combinado com o art. 358, inciso II, do CódigoEleitoral).

- Encaminhamento ao Tribunal RegionalFederal da 5ª Região, inocorrência da vis atractivae inaplicabilidade da perpetuatio jurisditionis,arts. 78, IV e 81, caput, do Código de ProcessoPenal.

Vistos, etc.

Acordam os Juízes do Tribunal Regional Eleitoral, porunanimidade, decidir no sentido da rejeição da denúncia, relativamente aosuposto crime eleitoral (art. 346, do Código Eleitoral), praticado por João Batistados Santos Neto e Bernadete Fernandes de Souza, frente à ocorrência daprescrição antes do oferecimento da peça acusatória, devendo, por isso, serremetidos os autos ao TRF da 5ª Região, órgão competente para apreciar apresente denúncia, já que desaparecida a vis atractiva tratada no art. 78, IV, doCódigo de Processo Penal, não sendo, portanto, aplicável a perpetuatiojurisditionis, a que se refere o art. 81, caput, da retrocitada Lei Processual Penal.

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, aos 22

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Tribunal Regional Eleitoral do Ceará

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de novembro de 1996.

Des. HAROLDO RODRIGUES DE ALBUQUERQUE - Presidente, Dr.ADEMAR MENDES BEZERRA - Relator, Dr. JOSÉ GERIM MENDESCAVALCANTE - Procurador Regional Eleitoral.

RELATÓRIO

1. O Ministério Público Federal, no exercício de seu mistereleitoral, com esteio no incluso Inquérito Policial (nº 2-593/93), ofertou denúnciacontra João Batista dos Santos Neto, Bernadete Fernandes de Souza, RaimundoNonato Furtado Leitão, Jorge Alberto de Albuquerque Pereira, Fernanda BarrosPinheiro, Raimundo Barreto Pessoa e Evandro Pinheiro Marques, todosdevidamente qualificados no aludido investigatório, procedente do Departamentode Polícia Federal neste Estado.

Consoante se infere dos elementos acostados à Investigação, oCLUBE DE MÃES MARIA FELIPE DE OLIVEIRA, localizado no distrito deBoqueirão, do município de Quixeré, fundação de direito privado, obteve doextinto Ministério da Ação Social, do qual era titular o Deputado Ricardo Fiúza,a quantia vultosa de Cr$ 200.000.000,00 (duzentos milhões de cruzeiros), a títulode subvenção social, mediante a intercessão do ex-Deputado Federal Aécio deBorba, de quem era o 1º denunciado e então candidato a Prefeito de Quixeré, naseleições de 1992, correligionário.

A fundação que segundo a denúncia jamais recebera subvençãoou recursos de qualquer natureza ou origem, existindo a bem da verdade apenasde direito, já que não possuia patrimônio, servidores e muito menos sede social,conforme se infere da instrução provisória, aplicou da verba auferida junto aoaludido Ministério, tão-só a quantia de Cr$ 10.000.000,00, tendo o restante, daordem de Cr$ 190.000.000,00, sido apropriados, indevidamente, por suapresidenta, a denunciada Bernadete Fernandes de Souza, bem como pelo jácitado 1º delatado e então candidato a Prefeito de Quixeré, João Batista dosSantos Neto, e gastos em proveito de sua candidatura, durante a campanhaeleitoral de 1992.

De conformidade com a peça acusatória, os dois primeirosdenunciados, João Batista e Bernadete, sacaram da conta-corrente da fundaçãona Agência do Banco do Brasil em Russas, por sinal aberta a 04.08.92, aimportância de Cr$ 156.100.000,00, mediante emissão de cheques nominativos à

Publicado no DJE de 5.12.96.

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Acórdãos

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própria fundação, cujas cópias demoram às fls. 38 a 45 do Inquérito Policial e 49a 56, na remuneração procedida neste TRE, títulos de crédito estes, emitidos porBernadete Fernandes de Souza e Carmélia Maria Ribeiro Lima, respectivamentePresidenta e Tesoureira da dita Fundação denominada de Clube de Mães MariaFelipe de Oliveira e todos eles preenchidos por João Batista, segundo otestemunho das emitentes e dele próprio e confirmação através do Laudo deExame Grafológico.

Observa o Agente Ministerial que em harmonia com adeclarações de Carmélia Maria Ribeiro Lima, tesoureira da retrocitada fundação,cargo para o qual foi eleita apenas no papel, uma vez que nunca pegou emdinheiro, assinando ditos cheques, a pedido da mencionada presidenta, ou seja,Bernadete Fernandes, foi o então candidato a Prefeito de Quixeré, Sr. JoãoBatista, procurado pela tesoureira Carmélia a fim de devolver os cheques, fatopresenciado pelas Sras. Edite Maria Ribeiro, Maria do Espírito Santo, FátimaAlmeida e Ana Lúcia, as três primeiras registradas junto à fundação e a última,secretária da entidade, mas não os devolveu, pedindo o prazo de 48 horas paratanto, sob a alegativa de se encontrarem os cheques em Fortaleza, tudoigualmente presenciado por Bernadete; porém não cumpriu com a promessa (fls.217 a 218 do IP e 228 a 229, do processo).

De acordo com a mesma fonte, João Batista dos Santos Neto,contando com a prestimosa e inestimável colaboração de sua correligionáriaBernadete Fernandes, cujo irmão era candidato a vereador pela mesmacoligação, encabeçada na eleição majoritária por João Batista, utilizou osrecursos decorrentes dos cheques emitidos contra a conta da fundação, emproveito de sua campanha eleitoral haja vista a aquisição de medicamentos,óculos de grau e aparelhos ortopédicos, no valor de Cr$ 61.806.213,00,consoante notas fiscais emitidas pelas empresas e firmas individuais: A. G.Medicamentos Ltda. (antiga distribuidora Farmacêutica Gurgel Ltda.), JARIComercial Ltda., Ótica Pupila Ltda., M.M.Maia Cardoso, Comercial Maurício deMedicamentos Ltda. Maria Cirlângela - Maurício de Alencar (Farmácia SantaMaria) e Francisco Maurício Neto (Farmácia Iracema), cujos sócios-gerentes etitulares, por si e ou por intermédio de seus empregados, confirmam terem sidoas Notas Fiscais emitidas em nome da aludida fundação, conforme pode ser vistonos depoimentos de fls. 698 a 708, segundo a numeração do Inquérito ou 715 a725 do processo.

As referidas mercadorias em consonância com a vestibular,foram recebidas por Bernadete ou João Batista, todavia não ingressaram noClube de Mães Maria Felipe de Oliveira, instituição criada no exercício de 1987,

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com existência tão-só de fato, sequer possuindo sede social e tampoucopatrimônio de qualquer natureza, não tendo até 04 de agosto de 1992 contabancária e obviamente movimentado esta, a não ser durante e em favor dacampanha eleitoral de 92, tendo como candidato o denunciado João Batista dosSantos Neto, por sinal vitorioso, tornando-se prefeito de Quixeré, de cujaadministração Bernadete desfrutou de indiscutível prestígio, haja vista osempregos que conseguiu para seus parentes, inclusive o marido, ANTÔNIOLOURENÇO, servidor do Gabinete do Prefeito.

Pondera também o Órgão do Ministério Público que, “Além denão haverem sido distribuídos, entre as mães carentes, os medicamentos, óculose próteses retro-mencionados, que custaram a quantia de Cr$ 61.806.213,00,outra quantia bem superior de Cr$ 85.000.000,00, foi apropriada indevidamentepor João Batista e Bernadete, mediante a utilização de recibos falsossimuladores de prestação de serviços médicos e hospitalares, pelo que ambossão denunciados, também pela prática de crime de uso de documento falso, emconcurso formal com os crimes de apropriação indébita e de utilização desubvenção social em favor da candidatura do co-réu João Batista.”

Com efeito, diz o Ministério Público, por seu ProcuradorRegional Eleitoral, a Associação de Proteção à Maternidade e à Infância deTabuleiro do Norte, entidade mantenedora da Casa de Saúde e MaternidadeCelestina Colares segundo as declarações de sua Diretora, Senhora LindalvaPessoa Chaves, não emitiu o recibo de fls. 377 do IP e 390 do Processo, no valorde Cr$ 35.000.000,00 justamente porque não prestou os serviços médico-hospitalares ali consignados, o que foi ratificado também pela servidora da ditaMaternidade de nome Francisca Gadelha Gondim (declarações de fls. 259 a 260e 264 a 265, do IP e 270 a 271 e 275 a 276, do Processo, declarações essasconfirmadas no Laudo Pericial (grafotécnico) de fls. 624 a 635 (item V,respostas aos quesitos 2º e 3º).

Da mesma forma acentua o Ministério Público Eleitoral, nãoprestou o médico Raimundo Nonato Furtado Leitão os serviços referidos nosrecibos de fls. 123, 129 e 157, totalizando Cr$ 50.000.000,00, conforme elemesmo confessou em presença da autoridade policial (fls. 459 a 462,esclarecendo na oportunidade que assinou tais recibos a pedido de Jorge Albertode Albuquerque Pereira, no estabelecimento comercial de Antônio InácioRegadas, diante da promessa de emprego que aquele lhe fizera, tendo recebido aquantia correspondente a 5% (cinco por cento) do valor consignado em cada um

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Acórdãos

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dos ditos recibos, cujos valores foram depositados na conta de sua mulher, AnaLúcia Café Leitão, na Caixa Econômica Federal de nº 7850-9, declarações deigual modo confirmadas por Jorge Alberto Pereira e Antônio I. Regadas, motivopelo qual foram Raimundo Nonato Furtado Leitão e Jorge Alberto deAlbuquerque Pereira, denunciados pela prática de falsidade ideológica, estatuídono art. 299 do Código Penal, cumprindo observar que este último denunciado(Jorge Alberto) foi quem preparou a prestação de contas falsas (fls. 338 a 457),nas quais se acham incluídas as Notas Fiscais frias de fls. 362 a 366 emitidaspela Ótica Pupila, da qual era sócia-gerente a denunciada FERNANDABARROS PINHEIRO, igualmente pela prática de falsidade ideológica (art. 299do CP) consistente segundo a peça acusatória calcada em sua própria confissão(fls. 335 a 336 e em outros elementos do Inquérito no fato de haver emitido duasnotas no valor total de Cr$ 22.400.000,00 e recebido por elas a quantia de Cr$10.282.000,00 representada por um cheque nominal emitido por Bernadete epreenchido por João Batista.

A aplicação da citada verba subvencional, de acordo com aproemial, na campanha eleitoral de 1992, em favor do então candidato e depoisPrefeito eleito do município de Quixeré, encontra-se também provada nainstrução provisória, através de depoimentos de diversos eleitores os quais nasdeclarações de fls. 835, 843 e 844, afirmam terem recebido do candidato JoãoBatista autorizações em número de trinta e três, que possibilitaram sersubmetidos a exame de eletrocardiograma, levados a efeito pelo Dr. RaimundoBarreto Pessoa, o qual recebeu por seus serviços médicos a importância deCr$1.650.000,00, conforme recibo passado por ele à Fundação Clube de MãesMaria Felipe de Oliveira, quando sabedor que os eletrocardiogramas foramrealizados por força de autorizações dadas pelo candidato João Batista e não pelacitada instituição fundacional, não tendo, ademais, declarado o numeráriorecebido, ao ensejo da apresentação de sua declaração de rendimentospertinentes ao IRPF, infringindo, assim, não apenas o art. 299 do Código Penal,bem como o art. 1º, da Lei de nº 8.137/90, que dispõe dentre outros, sobre ocrime de sonegação fiscal.

Respaldado ainda nas já mencionadas declarações da denunciadaFERNANDA BARROS PINHEIRO, sócia-gerente da Ótica Pupila Ltda., nasquais a depoente afirma que na campanha eleitoral de 1992, atendeu oacompanhar do Dr. Evandro Pinheiro Marques, em seu estabelecimentocomercial, cujo candidato desejava que a declarante vendesse cerca de 40 oumais óculos, tendo acompanhado o dito médico a Quixeré, onde no Sindicato ou

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Tribunal Regional Eleitoral do Ceará

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em outra Repartição, foi procedido o atendimento e ao final foi efetuado opagamento pelo dito candidato a Prefeito, mediante cheque do Banco do Brasilemitido pelo Clube das Mães de Quixeré, tendo a depoente esclarecido,outrossim, que jamais manteve contato com o referido clube e nem conhece osmembros de sua diretoria, a saber: Bernadete Fernandes de Souza, MariaVirgínia Araújo Lima Veranda, Ana Lúcia de Medeiros de Oliveira e CarméliaMaria Ribeiro Lima, adiantando que só conhece João Batista e que todas aspessoas atendidas pelo Dr. Evandro, na presença da declarante em Quixeré,foram encaminhadas por João Batista.

Tendo presente o fato do aludido esculápio haver recebido asquantias consignadas nos recibos de fls. 349, 422 e 437, sem que tenha oferecidotais rendimentos conforme suas próprias declarações perante a autoridadepolicial, à tributação pelo imposto de renda (fls. 732), incidiu nas sanções docrime de sonegação fiscal, pelo qual é denunciado.

Ao final, pleiteia o Ministério Público o recebimento dadenúncia e em seguida citação dos acusados para se defenderem no prazo legal eoferecerem as provas que porventura tiverem, sendo finalmente condenados:

1. JOÃO BATISTA DOS SANTOS NETO, às penas dos arts.168 do Código Penal e 346 do Código Eleitoral, em concurso material, nostermos do art. 69 do estatuto penal;

2. BERNADETE FERNANDES DE SOUZA, nas penas do art.168, § 1º, inciso III, do Código Penal e 346 do Código Eleitoral, este emcoparticipação com João Batista dos Santos Neto, combinados com o dito art. 69do CP;

3 e 4. RAIMUNDO NONATO FURTADO LEITÃO e JORGEALBERTO DE ALBUQUERQUE PEREIRA, nas tenazes do art. 299, c/c o art.29, ambos do Código Repressivo;

5. FERNANDA BARROS PINHEIRO, nas penas do art. 299 doCódigo Penal;

6. RAIMUNDO BARRETO PESSOA, nas sanções do art. 299do CP e do art. 1º, inciso I, da Lei nº 8.137/90 (sonegação fiscal);

7. EVANDRO PINHEIRO MARQUES, nas penas do art. 1º,inciso I, da dita Lei nº 8.137/90 (sonegação fiscal).

Segue o rol de testemunhas, em número de dez.

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Acórdãos

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Por força da aplicação do rito estabelecido na Lei Federal nº8.038, de 28.05.90, pertinente aos processos de competência do SuperiorTribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal, estendido para os Tribunaisde Justiça, bem como para os Tribunais Regionais Federais, através da Lei nº8.658, de 26 de maio de 1993 e, finalmente aos Tribunais Regionais Eleitorais,por determinação do colendo Tribunal Superior Eleitoral, foram os denunciadosnotificados na forma preconizada no art. 4º, CAPUT, da aludida lei de regênciapara apresentarem resposta, entregando-se-lhes em obediência ao estatuído noparágrafo primeiro do retrocitado art. 4º, cópia da denúncia e do despacho defls. 952, deste Relator, com expedição de carta de ordem ao Juízo de Quixeré afim de que nessa Comarca fossem notificados os delatados ali residentes, comidêntico procedimento com atinência ao denunciado residente em Limoeiro doNorte.

Com exceção de Jorge Alberto de Albuquerque Pereira, todos osoutros denunciados foram notificados pessoalmente e ofertaram resposta, asquais dormitam às fls. 974 a 1021 dos autos.

Procedida a notificação editalícia relativa ao acusado JorgeAlberto de Albuquerque Pereira, decorreu o prazo assinalado no edital, sem queo mesmo atendesse ao chamamento, deixando o Relator de nomear defensor paratanto, porque a Lei nº 8.038/90 é silente, inexistindo por outro lado aobrigatoriedade de tal procedimento, porquanto a ação penal propriamente ditasó será iniciada, com o recebimento da denúncia, com a consequente citação dosacriminados, ocasião em que será imprescindível a adoção do contraditório e daampla defesa, ex vi do disposto no art. 5º, inciso LV, da Constituição daRepública, uma vez que ninguém ainda que ausente ou foragido, poderá serprocessado sem a assistência de um defensor (art. 261 do CPP).

Das seis respostas oferecidas pelos denunciados, exceto aofertada por Raimundo Nonato Furtado Leitão, todas as outras tiveram comosignatário o advogado Alexandre Dantas, tendo ele pleiteado em todas elas arejeição da peça acusatória, porquanto no seu entendimento não praticaram osseus constituintes os crimes que estão sendo imputados às suas respectivaspessoas, sem falar que o representante do Ministério Público não caracterizousequer em tese, os delitos por ele atribuídos aos defendentes (fls. 974 a 976, 978a 980, 988 a 990, 1012 a 1015 e 1018 a 1021).

Reportando-se aos delatados Fernanda Barros Pinheiro, EvandroPinheiro Marques e Raimundo Barreto Pessoa, denunciados por infringência aos

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artigos 299, Código Penal e 1º, inciso I, da Lei nº 8.137, de 27.12.90,respectivamente, relativos aos crimes de falsidade ideológica e de sonegaçãofiscal, diz o nominado causídico que no tocante à falsidade ideológica ainaugural se apresenta inepta, uma vez que o Agente Ministerial não caracterizoutivessem os supostos infratores praticado o delito, visando a prejudicar direito,criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante,imerecendo também guarida no que se relaciona ao crime de sonegação fiscal,seja porque os delatados ainda que não tivesse ocorrido o lapso do contador,consistente na omissão involuntária dos rendimentos ao ensejo da elaboração daDeclaração do IRPF, estariam isentos do tributo em referência, seja porque,mesmo que tal omissão fosse deliberada, não seria a Justiça Especial Eleitoral oforo competente para o ajuizamento da demanda penal.

Com atinência aos denunciados João Batista dos Santos Neto eBernadete Fernandes de Souza, empós mostrar a exemplo do que já fizera nasrespostas anteriores, que foram eles vítimas de perseguição de conhecidosinimigos e adversários políticos, postula o nobre Defensor, acima mencionado, arejeição da peça acusatória, sob color de não haverem praticado os crimes pelosquais foram denunciados, visto que o numerário recebido pela fundação Clubede Mães Maria Felipe de Oliveira foi efetivamente gasto em proveito de pessoascarentes associadas do referido Clube, independentemente da corrente partidáriaa que pertencessem, donde a inexistência das figuras delitivas atribuídas aosdefendentes sob comento, sem falar que preencheu os cheques a pedido daPresidenta do Clube, tendo também ajudado as Diretoras da Instituição quandoda abertura da conta junto à Agência do Banco do Brasil na cidade de Russas,sem qualquer intenção, a não ser, a obsequiosidade que lhe é peculiar, motivandoigualmente a apresentação e indicação de médicos e empresas especializadas,presente o fato de haver exercido a Chefia da Prefeitura de Quixeré por duasvezes e a inexperiência de d. Bernadete Fernandes de Souza.

Com atinência ao denunciado Raimundo Nonato Furtado Leitão,diz este por intermédio de seus advogados, que não procede a acusação imputadaà sua pessoa, consistente na prática de crime de falsidade ideológica, de que tratao art. 299 do Código Penal, em co-autoria com Jorge Alberto de AlbuquerquePereira, a pedido do qual assinou os recibos acoimados de falsos, por sinalimprestáveis para o fim pretendido na denúncia, posto que desacompanhados dadocumentação originária, sendo ademais sujeitos a verificação, o que por si só jálhes retiraria a idéia do falso ideológico, consoante reiterados prelecionamentosjurisprudenciais.

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Acórdãos

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Antes de dar por concluído o relatório, quero trazer aoconhecimento da Corte que estou decretando a extinção da punibilidade dos réusJoão Batista dos Santos Neto e Bernadete Fernandes de Souza, devidamentequalificados nos autos, tendo em vista que o crime eleitoral, consistente naviolação do art. 377 do mesmo Código, pertinente na espécie, na utilização deserviços de fundação subvencionada pelo Poder Público, na campanha eleitoral,ter sido alcançado pela prescrição.

Com efeito, o crime em questão é punido em grau máximo com apena de seis meses de detenção, verificando-se o lapso prescricional em doisanos, a teor do art. 109, inciso VI, do Código Penal, aplicável às infraçõeseleitorais, já que a legislação eleitoral é omissa, donde a obrigatoriedade dasdisposições do art. 12 do CP, consoante as quais “as regras gerais deste Códigoaplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se esta não dispuser de mododiverso.”

A respeito do assunto, assim se pronunciou o Supremo TribunalFederal, em sua sessão plenária de de 24.06.94, em acórdão de que foi relator oMinistro CELSO DE MELLO:

“Ementa oficial: O regime jurídico daprescrição penal em tema de delitos eleitoraissubmete-se aos princípios e às normas geraisconstantes do Código Penal.

Sendo omisso o Código Eleitoral arespeito da disciplina jurídica da prescriçãopenal, tem esta, na própria lei penal comum, oseu específico estatuto de regência.” (APUDRevista dos Tribunais - nº 710 - p. 360 - DJU de16.09.94).

Em assim sendo e tendo o fato ocorrido durante a campanhaeleitoral de 1992, quando a denúncia foi oferecida pelo eminente ProcuradorRegional Eleitoral, o que se deu a 29 de dezembro de 1995, já se achava atingidopela prescrição, pois como visto a punição é inferior a um ano, donde o lapsoprescricional ser o estabelecido no art. 109, inciso VI, do Código Penal, ou seja,de 02 anos.

Diante do exposto, com respaldo no art. 3º, inciso II e parágrafoúnico do art. 2º, ambos da Lei nº 8.038, de 28 de maio de 1990, regedora daespécie, declaro extinta a punibilidade dos denunciados João Batista dos Santos

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Neto e Bernadete Fernandes de Sousa, relativamente à infração de que trata o art.346, do Código Eleitoral, presente também o estatuído no art. 61, caput, doCódigo de Processo Penal, aplicável ao caso sub-judice, ex vi do estatuído no art.364 do Código Eleitoral.

Por acreditar não assistir nenhuma dúvida quanto à ocorrência daprescrição, seja em relação aos eminentes membros deste egrégio Tribunal, sejacom atinência ao douto Procurador Regional Eleitoral e tampouco aos ilustradosadvogados dos denunciados, entendo restar desaparecida a vis atractiva, previstano art. 78, inciso IV, do Código de Processo Penal, que fez com que os crimescomuns, conexos com o eleitoral, passassem também para a competência daJustiça Eleitoral.

Poder-se-ia imaginar que não obstante a declaração da extinçãoda punibilidade pertinentemente ao crime eleitoral continuaria a Justiça Especialem alusão, ainda competente para processar e julgar os denunciados pelos crimescomuns, por força da denominada perpetuatio jurisdictionis, a que se refere oart. 81 caput, do Código de Processo Penal:

“Verificada a reunião dos processos porconexão ou continência, ainda que no processoda sua competência própria venha o juiz outribunal a proferir sentença absolutória ou quedesclassifique a infração para outra que não seinclua na sua competência, continuarácompetente em relação aos demais processos.”

Sem muito esforço, vê-se que a disposição ora analisada não seaplica ao caso vertente, a uma, porque não se trata de reunião de processos, aduas, porque quando a denúncia foi ofertada, já não mais poderia sê-lo,porquanto se verificara a prescrição, promovendo ipso facto, o desaparecimentodo liame ensejador da força atrativa e consequentemente a incompetência daJustiça Eleitoral para apreciar os crimes comuns conexos com o eleitoral, não setratando, ademais, de desclassificação.

Como a exceção de incompetência é matéria de ordem pública,podendo ser reconhecida de ofício pelo Juiz, conforme estatui o art. 92 do CPP,creio deva o processo ser encaminhado não ao Tribunal de Justiça, como aprincípio deixa antever o art. 29, inciso X, da Constituição da República, já coma renumeração decorrente da Emenda Constitucional nº 1, 31.03.92, mas aoTribunal Regional Federal da 5ª Região, hoje o competente para processar e

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Acórdãos

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julgar o prefeito de Quixeré, Sr. João Batista dos Santos Neto e os demaisdenunciados, em face da manifesta conexão, porquanto a verba que no entenderdo Ministério Público foi indebitamente apropriada pelo nominado Prefeito, éproveniente de subvenção federal, haurida junto ao então Ministério da AçãoSocial, donde a aplicação à espécie, do art. 109, item IV, LEI MAIOR, queafirma competir aos juízes federais, processar e julgar “os crimes políticos e asinfrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse daUnião ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas ascontravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da JustiçaEleitoral”, deslocando-se para o TRF, em virtude da prerrogativa funcional deque desfruta o aludido Chefe do Executivo Municipal, atraindo os demaisdelatados, como acentuado, por força da indiscutível conexão.

É verdade que por falar a Constituição Federal, no inciso VIII,agora X, do art. 29, em razão da supracitada Emenda Constitucional, em“julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça”, houve a princípioalguma controvérsia se o TJ seria competente para processar e julgar o Prefeito,ainda quando o bem ou serviço violado pertencesse à União, às suas autarquiasou empresas públicas, mas já não paira a menor dúvida sequer, entendendo-se odispositivo em referência, como 2ª Instância, em se tratando de infrações contrabens, serviços ou interesses da União Federal, sendo este o pensamento doSupremo Tribunal Federal, em sua composição plena, no acórdão de que foirelator o Ministro CARLOS VELOSO, no HABEAS-CORPUS nº 69.649-DF,para quem o dispositivo sob comento tem eficácia plena e aplicação imediata(APUD RT- Vol. 720, p. 571).

No mesmo sentido, o Recurso Extraordinário 170944-8-RS, 2ªTurma do STF, relator Ministro Francisco Resek e AC 59.503 - relator.

Por outro lado, mesmo que o crime de falsidade ideológica, queteria sido praticado por alguns dos denunciados, fosse da competência da JustiçaComum Estadual, ainda assim, se deslocaria para a Justiça Comum Federal, nocaso, para o TRF, conforme o magistério de Fernando da Costa Tourinho Filho,presentes os mesmos motivos que ensejaram a Súmula de nº 52, do extintoTribunal Federal de Recursos, para cujo Tribunal em se tratando de concursoentre a Justiça Comum Estadual e a Justiça Comum Federal, esta será prevalente,por ser especial em relação à Justiça Estadual, sendo no entanto comum, comatinência às Justiças Especializadas. (APUD “PROCESSO PENAL” - Vol. II -SARAIVA, 1994, p. 170).

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É o relatório.

VOTO

Pelas razões acima expendidas, com esteio no art. 6º, combinadocom o art. 358, inciso II, respectivamente, da Lei nº 8.038/90 e do CódigoEleitoral, voto no sentido da rejeição da denúncia, relativamente ao crimeeleitoral, frente à ocorrência da prescrição antes do oferecimento da peçaacusatória, razão pela qual entendo deva o processo ser encaminhado aoTribunal Regional Federal da 5ª Região, já que desaparecida a VISATRACTIVA tratada no art. 78, IV, do Código de Processo Penal, não sendocomo sobejamente assinalado, aplicável a perpetuatio jurisditionis, a que serefere o art. 81, caput, da retrocitada Lei Processual Penal.

É como voto.

EXTRATO DA ATA

Processo n° 95011969 - Classe IV. Relator: Ademar MendesBezerra, Promovente: Ministério Público Eleitoral, Promovidos: João Batista dosSantos Neto e outros (denunciados).

Decisão: Rejeição da denúncia. Unânime.

Presidência do Des. Haroldo Rodrigues de Albuquerque.Presentes o Des. Stênio Leite Linhares e os Juízes José Danilo Correia Mota,Ademar Mendes Bezerra, José Maria de Vasconcelos Martins, Germana deOliveira Moraes, Luiz Nivardo Cavalcante de Melo e o Dr. José Gerim MendesCavalcante, Procurador Regional Eleitoral.

ACÓRDÃO Nº 96001453ACÓRDÃO Nº 96001453ACÓRDÃO Nº 96001453ACÓRDÃO Nº 96001453PROCESSO Nº 96001453 - CLASSE IXPROCESSO Nº 96001453 - CLASSE IXPROCESSO Nº 96001453 - CLASSE IXPROCESSO Nº 96001453 - CLASSE IX

REPRESENTAÇÃOREPRESENTAÇÃOREPRESENTAÇÃOREPRESENTAÇÃO

PROMOVENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORALCOMPLEMENTO: PEDIDO DE REVISÃO ELEITORALRELATOR: JUIZ JOSÉ MARIA DE VASCONCELOS MARTINS

Representação interposta pelo MinistérioPúblico. Revisão Eleitoral em diversos

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Municípios tendo em vista desproporção entre apopulação e o eleitorado.

Deferimento. Determinação para que sejaprocedida a revisão eleitoral solicitada, devendo-se requisitar ao TSE as instruções necessárias àfeitura da mencionada revisão. unanimidade.

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos acimaidentificados, decidem os Juízes do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará,deferir, determinando que seja procedida a revisão eleitoral solicitada,requisitando-se ao TSE as instruções necessárias à feitura da mencionadarevisão, nos termos do voto do Relator, o qual fica fazendo parte integrante dadecisão.

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, em 4de março de 1996.

Des. HAROLDO RODRIGUES DE ALBUQUERQUE -Presidente, Dr. JOSÉ MARIA DE VASCONCELOS MARTINS - Relator, Dr.JOSÉ GERIM MENDES CAVALCANTE - Procurador Regional Eleitoral.

RELATÓRIO

Acompanhada de farta documentação, em longa e lúcidaexposição, representa o Dr. Procurador Regional Eleitoral, a respeito danecessidade de ser realizada revisão eleitoral nos municípios que aponta, emnúmero de trinta (30), nos quais existe “comprovada desproporção entre apopulação e o eleitorado”.

Afirma o digno Dr. Procurador Eleitoral que,

“No ano de 1990 o eleitorado, noEstado do Ceará, representava 52.38% de suapopulação; no ano de 1992, 59.04%, efinalmente, no ano de 1994, 60.40%, consoantese vê da Tabela I da Análise Estatística doEleitorado e da População do Estado do

Publicado no DJE de 29.4.96.

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Ceará, no período 1990/1994, elaborada pelaSecretaria de Informática desse TRE”.

E diz:

“Sucede que no ano de 1994 opercentual de 60.40%, representativo daproporção eleitores versus população, em todoo Estado, foi ultrapassado em nada menos de144 municípios”.

“Por outro lado, em todos essesmunicípios o número de eleitores cresceu,tanto no período 1990/1992, como no período1992/1994, em visível desproporção com ocrescimento das respectivas populações, com aagravante de que em muitos deles a populaçãochegou mesmo a decrescer, conquanto orespectivo corpo eleitoral tenha crescido, oque é admissível apenas quando ambos ospercentuais, de queda da população, e deincremento do eleitorado, ou de aumento oudiminuição desses dois dados, se situem emmargens próximas e de pouca densidade, comono caso do Município de Caucaia, cujapopulação aumentou 7.62%, enquanto oeleitorado cresceu em 7.17%, no período1992/1994, ou como aconteceu em Ibaretama,onde a população e o eleitorado diminuíramem -1.46% e -0.50%, respectivamente, ou,finalmente, como sucedeu no Município deAssaré, no qual a população diminuiu em -1.17%, ao passo que o eleitorado cresceu nopercentual próximo e pouco denso de 0.28%”.

Mais adiante concluiu, assim:

“Havia, pois, em 30 municípios doEstado do Ceará, no ano de 1994, evidentedesproporção entre eleitorado e população,razão por que impõe-se seja procedida, nesses

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municípios, a revisão leitoral prescrita peloart. 71, § 4º, do Código Eleitoral, mediantecritérios a serem baixados por Resolução doTSE, como sucedeu em caso semelhante, noEstado de Mato Grosso do Sul, para cujomunicípio de Bandeirantes o TRE daqueleEstado determinou fosse realizada revisão, nostermos da Instrução baixada pelo TSE, noProcesso n 15.268, publicada no DJU de9.11.95, págs. 38121/2”.

Os documentos trazidos são mapas estatísticos comparativos doeleitorado e da população existentes em cada município, nos anos de 1990 a1994, ressaltando-se, todavia, que o interesse para o conhecimento do pedido sereporta aos dados coletados nos anos de 1992 e 1994.

Tendo o acima dito, como relatório.

Louvável é a preocupação do ilustre Dr. Procurador RegionalEleitoral, no sentido de escoimar os vícios e fraudes existentes no processoeleitoral, trazendo seu conhecimento a esta Egrégia Corte, a quem competeapreciar, para o fim de expurgá-lo do processo eleitoral, como salvaguarda doregime democrático representativo.

É sabido que as transferências de eleitores entre municípioslimítrofes, ocorrem constantemente, principalmente quando os candidatos dedeterminado município reúne maior poder aquisitivo do que os candidatos domunicípio vizinho.

Vale trazer nesta oportunidade, a palavra abalizada doconceituado Procurador de justiça no Rio Grande do Sul, Dr. JOEL JOSÉCÂNDIDO, no seu DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO, às fls. 84. Diz ele:

“Dentre as espécies de fraude eleitorais,no alistamento, talvez a de prática maisdisseminada seja aquela cuja execução deopera em eleições municipais e que consiste naarregimentação criminosa de eleitores demunicípios, geralmente vizinhos. Seus autoresatuam induzindo eleitores - geralmenteoriundos das camadas mais humildes da

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população - a solicitar inscrições outransferências, declarando falsamente seusendereços, para municípios onde possam votarem determinado candidato”.

Define o Parágrafo único do art. 42, do Código Eleitoral, o queseja domicílio eleitoral, entendendo que o alistando poderá escolher comodomicílio qualquer lugar onde possua residência ou moradia, conceito que temtrazido alguns transtornos nesta fixação do domicílio, diferente do que acontececom a lei substantiva civil, que afirma no seu art. 31 que “o domicílio civil dapessoa natural é o lugar onde ela estabelece sua residência com ânimodefinitivo”.

O acima dito, em nada invalida a ocorrência das inscrições etransferências irregulares, porque, em qualquer dos dois casos, o alistando nãotem residência ou moradia, no município onde deseja ser eleitor, e somente ali seencontra, tangida pela mão do candidato que busca o seu voto.

Os dados estatísticos trazidos à colação, mostram que nosmunicípios apontados na representação, o número de eleitores praticamente seequipara ao contingente populacional, donde se conclui que, tomando-se comoverdadeiros e honestos tais dados, naqueles municípios, toda a população tem aidade de 16 anos, ou mais, e todos são eleitores, incluindo os maiores de 70 anos,a pretexto do que diz o art. 6º do Código Eleitoral, o que convenhamos, épraticamente impossível.

Pede o Dr. Procurador Eleitoral a revisão eleitoral nosmunicípios de Jati, Martinópole, Pacujá, Antonina do norte, Itatira, Jijoca deJericoacoara, Altaneira, Caridade, Frecheirinha, Jaguaribara, Groaíras,Ibicuitinga, General Sampaio, Granjeiro, Paramotí, Uruburetama, Mucambo,Moraújo, Palmácia, Piquet Carneiro, Saboeiro, Ipaporanga, monsenhor Tabosa,Ibaretama, São João do Jaguaribe, Tururu, Cruz, Meruoca, Santana do Acaraú eCedro.

Trago a esta Egrégia Corte, através da estatística, dadoscomparativos entre o eleitorado e a população nos anos de 1992 e 1994,transcrevendo tão somente, para não tornar mais enfadonha esta decisão, oscinco primeiros e os cinco últimos municípios relacionados dentre os trinta dorol do ministério público, mostrando que a situação dos vinte outros embutidosna relação, se enquadram no mesmo percentual desta amostragem.

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Vejamos, inicialmente, o Ano de 1992:

• Jati - 6.635 eleitores e 6.822 habitantes, no percentual doeleitorado em relação a população, de 97,26% de eleitores;

• Martinópole - 5.859 eleitores e 6.415 habitantes; percentualde eleitores, 91,93%.

• General Sampaio - 5.135 eleitores e 5.650 habitantes;percentual de eleitores, 90,88%.

• Pacujá - 4.576 5.036 habitantes; percentual de eleitores,90,87%.

• Jijoca de Jericoacoara - 5.329 eleitores e 5.909 habitantes;percentual de eleitores, 90,18%.

E os cinco últimos:

• Tururu - 7.732 eleitores e 9.982 habitantes; percentual deeleitores, 77,46%.

• Cruz - 10.810 eleitores e 14.200 habitantes; percentual deeleitores, 76,13%.

• Meruoca - 7.801 eleitores e 10.449 habitantes; habitantes;percentual de eleitores, 74,66%.

• Santana do Acaraú - 16.561 eleitores e 22.361 habitantes;percentual de eleitores, 74,06%

• Cedro - 17.545 eleitores e 22.969 habitantes; percentual deeleitores, 76,39%.

ANO DE 1994

• Jati - 6.695 eleitores e 6.729 habitantes; percentual deeleitores, 99,49%.

• Martinópole - 6.085 eleitores e 6.321 habitantes; percentualde eleitores, 96,27%.

• Pacujá - 4.925 eleitores e 5.277 habitantes; percentual deeleitores, 93,33%.

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• Antonina do Norte - 4.633 eleitores e 4.976 habitantes;percentual de eleitores, 92,92%, e,

• Jijoca de Jericoacoara - 5.444 eleitores e 5.948 habitantes;percentual de eleitores, 91,53%.

Os cinco últimos:

• Tururu - 8.115 eleitores e 10.157 habitantes; percentual deeleitores, 79,90%.

• Cruz - 11.320 eleitores e 14.295 habitantes; percentual deeleitores, 79,19%.

• Meruoca - 8.256 eleitores e 10.430 habitantes; percentual deeleitores, 79,16%.

• Santana do Acaraú - 17.399 eleitores e 22.126 habitantes;percentual de eleitores, 78,64%,e,

• Cedro - 18.160 eleitores e 23.096 habitantes; percentual deeleitores, 78,63%.

Pelos números transcritos, fácil é verificar que a revisãoeleitoral pedida pelo Ministério Público, é necessária como veículo dedepuração do processo eleitoral, afora ser um brado de alerta da justiça, para quea prática condenável do ilícito seja alijada de uma vez por todas do nossosistema eleitoral.

Diante da motivação apresentada, a braços com os dadosestatísticos encartados das fls. 07 às fls. 65, hei por bem dar guarida ao pedido edeferir a revisão eleitoral solicitada para os trinta municípios, já nominados e,desde que aprovada por esta Egrégia Corte, que se requisite ao Colendo TribunalSuperior Eleitoral, as Instruções necessárias a feitura da mencionada revisão.

É como voto.

EXTRATO DA ATA

Processo n° 96001453 - Classe IX. Relator: José Maria deVasconcelos Martins, Promovente: Ministério Público Eleitoral, Complemento:Pedido de Revisão Eleitoral.

Decisão: Deferimento. Unanimidade.

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Acórdãos

Rev. de Jurisp. do TRE/CE, Fortaleza, nº 2, ano II, pág. 13-214, (out/96-jun/97), 1997 31

Presidência do Des. Haroldo Rodrigues de Albuquerque.Presentes o Des. Stênio Leite Linhares e os Juízes Francisco Maia Alencar,Stênio Carvalho Lima, José Maria de Vasconcelos Martins, José CavalcanteFilho, Napoleão Nunes Maia Filho eo Dr. José Gerim Mendes Cavalcante,Procurador Regional Eleitoral.

ACÓRDÃO Nº 96001453ACÓRDÃO Nº 96001453ACÓRDÃO Nº 96001453ACÓRDÃO Nº 96001453

PROCESSO Nº 96001453 - CLASSE IXPROCESSO Nº 96001453 - CLASSE IXPROCESSO Nº 96001453 - CLASSE IXPROCESSO Nº 96001453 - CLASSE IX

REPRESENTAÇÃOREPRESENTAÇÃOREPRESENTAÇÃOREPRESENTAÇÃO

(EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - PROTOCOLO Nº 96003957)(EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - PROTOCOLO Nº 96003957)(EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - PROTOCOLO Nº 96003957)(EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - PROTOCOLO Nº 96003957)

EMBARGANTES: PSDB DE IBARETAMA E PSD DE IBICUITINGA

RELATOR: JUIZ JOSÉ MARIA DE VASCONCELOS MARTINS

- Embargos de Declaração. Dúvida com relaçãoa acórdão proferido nesta corte - tratando derevisão eleitoral em diversos municípios dointerior do estado, em virtude da desproporçãoentre o número de eleitores e o número dehabitantes - quanto à aplicabilidade do contidono § 4º do art. 71, do Código Eleitoral.Preliminar de ilegitimidade ativa dosembargantes rejeitada, por maioria.

- Reconhecida a necessidade de realização deprévia correição antes de ser procedida a revisão(art. 71, § 4º, do Código Eleitoral). Embargosprovidos. Suspensão da revisão, determinando-sea realização prévia de correição em todos osmunicípios citados na inicial. Unanimidade.

Vistos, relatados e discutidos os autos acima identificados,acordam, inicialmente, os Juízes do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, por

Os Processos a seguir inseridos, com a mesma numeração do acima descrito,referem-se, respectivamente, a Embargos de Declaração interpostos em face doacórdão do Processo primitivo e à complementação da Correição realizada no bojodeste.

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maioria, em rejeitar a preliminar suscitada no sentido da ilegitimidade ativa dosembargantes. No mérito, por unanimidade, decidem pelo provimento dosembargos, determinado-se a suspensão da revisão eleitoral, bem como arealização de prévia correição em todos os municípios citados na inicial, nostermos do voto do Relator, que faz parte integrante da decisão.

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, aos 10de abril de 1996.

Des. HAROLDO RODRIGUES DE ALBUQUERQUE - Presidente, Dr. JOSÉMARIA DE VASCONCELOS MARTINS - Relator, Dr. JOSÉ GERIMMENDES CAVALCANTE - Procurador Regional Eleitoral.

RELATÓRIO

Recebi, mediante protocolo, ao cair da tarde de sexta-feira, dia22 do corrente mês, sob o nº 96003957, os presentes Embargos de Declaraçãoopostos pelo Partido da Social Democracia Brasileira - PSDB, de Ibaretama, eainda pelo Partido Social Democrático - PSD, de Ibicuitinga, ambosrepresentados pelos Presidentes das Comissões Executivas Municipais, que estãoem juízo por intermédio do culto advogado Dr. Aroldo Mota.

Afirmam a ocorrência de dúvida no Acórdão publicado noDiário da Justiça de 12 de março andante, com circulação dia 20 passado,nascendo aí o cabimento do preceituado no art. 275, I, do Código Eleitoral.

Para uma perfeita compreensão deste e. Colegiado, permitam-meler na íntegra, após transcrição ipsis litteris, a petição aforada:

“O PSDB de IBARETAMA e o PSD deIBICUITINGA, pelos presidentes dasComissões Executivas Municipais,representados pelo advogado abaixo-assinado,vêm perante V. Exa. com fundamento no art.275, I, e art. 71, § 4º do Código Eleitoral,interpor EMBARGOS DE DECLARAÇÃO aoAcórdão relatado por V. Exa. no processoacima numerado, alegando o seguinte:

INICIALMENTE

Requer o prazo do art. 37 do CPC

Publicado no DJE de 10.4.96.

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para juntada dos instrumentosprocuratórios.

Requer, também, sejam osrequerentes admitidos como terceirosinteressados no desfecho darepresentação, já que, ambos os partidosindicarão candidatos nos municípiosanunciados.

NO MÉRITO

O item primeiro do artigo 275 doCódigo Eleitoral afirma que sãoadmissíveis Embargos de Declaraçãoquando no Acórdão há dúvida.

O Acórdão embargado conformepublicação do Diário da Justiça quecirculou no dia 20.03.96 tem a seguinteementa:

“Representação interposta peloMinistério Público, revisão eleitoral emdiversos municípios tendo em vistadesproporção entre a população e oeleitorado. Deferimento. Determinaçãopara que seja procedida a revisãoeleitoral solicitada devendo-se requisitarao TSE as instruções necessárias à feiturada mencionada revisão. Unanimidade.”

O § 4º do art. 71 do CódigoEleitoral determina:

“Quando houver denúnciafundamentada de fraude noalistamento de uma Zona oumunicípio o Tribunal Regionalpoderá determinar a realização decorreição e, provada a fraude em

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proporção comprometedora,ordenará a revisão do eleitorado,obedecidas as instruções doTribunal Superior Eleitoral e asrecomendações que,subsidiariamente, baixar, com ocancelamento de ofício dasinscrições correspondentes aostítulos que não forem apresentadosa revisão.”

A Representação do Ministério PúblicoEleitoral fala que há desproporção entre apopulação e o eleitorado nos municípiosreferidos, não chegando, todavia, apontarfraudes específicas nas inscrições outransferências de eleitores.

A dúvida está em saber se foi cumpridaa primeira parte do § 4º do art. 71 quando diz:

“Quando houver denúnciafundamentada em fraude no alistamentode uma Zona ou Município, o TribunalRegional poderá determinar a realizaçãode correição..”

Só depois o § 4º do art. 71 determina:

“... provada a fraude em proporçãocomprometedora, ordenará a revisão doeleitorado...”

Pela ementa do Acórdão embargado oTribunal Regional eleitoral do Ceará nãodeterminou a correição, que antecede a revisãodo eleitorado. Há um ordenamento jurídico a sercumprido, vez que, a representação doMinistério Público Eleitoral é uma simplesalegação que só a correição poderá encontrar afraude em proporção comprometedora. Em

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Direito Processual Eleitoral a correição é abase legal para que se possa ser ordenada arevisão do eleitoral, com a participação do TSEbaixando as instruções pertinentes.

Em sendo assim, requer que osembargados sejam recebidos e julgadosprocedentes sendo o feito chamado à ordem,para que sejam realizadas as correiçõesdeterminadas no § 4º do art. 71 do CódigoEleitoral. Correições estas realizadas sob aorientação da Corregedoria RegionalEleitoral.”

Autuada a petição, recebeu ela a informação abaixo transcrita:

“INFORMAÇÃO DA COORDENADORIA DEREGISTRO E INFORMAÇÕES PROCESSUAIS- CORIP:

Trata-se de REPRESENTAÇÃO ofertadapelo douto Procurador Regional Eleitoral comvistas à Revisão Eleitoral em diversosmunicípios, dada a desproporção entre arespectiva população e o eleitorado.

Aos seis dias do mês de fevereiro de milnovecentos e noventa e seis, foi feita adistribuição, por sorteio, ao Juiz JOSÉ MARIADE VASCONCELOS MARTINS - Proc. nº96001453, Classe IX.

Em Sessão do dia quatro (04) de março de1996, esta Corte defere aludidaREPRESENTAÇÃO, determinando que seproceda à revisão eleitoral solicitada,requisitando-se ao TSE as instruçõesnecessárias à feitura da mencionada revisão,nos termos do voto do Relator.

No dia 12.03.96 foi publicada a conclusãodo Acórdão, no Diário da Justiça nº 16.749, cuja

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circulação se verificou aos 20.03.96.

Por envolver matéria eminentementeadministrativa e dada a relevante urgência docaso, os autos do Processo foram remetidos aoTribunal Superior Eleitoral - TSE, sob Ofício nº2317/96, de 21.03.96, solicitando-se instruçõesacerca da revisão eleitoral requestada,conforme preconizado no art. 71, § 4º, doCódigo Eleitoral.

Ocorre, porém, que o PSDB de Ibaretamae o PSD de Ibicuitinga ofertaram, nesta data,(21.03.96) Embargos de Declaração ao Acórdãorelatado no feito sob comentário.

Em virtude desse fato, estaCOORDENADORIA junta cópia autenticada detodo o processo, a fim de que o nobre Relatorpossa apresentá-lo em Mesa, visando àapreciação dos Embargos Declaratórios.

CORIP, aos 21 de março de milnovecentos e noventa e seis.

Mª DO SOCORRO NOGUEIRA DE ALMEIDA

COORDENADORA”

Efetivamente, o processo primitivo foi reproduzido porfotocópia, ensejando o julgamento dos embargos nesta sessão, como manda o §2º, do art. 275, do Código Eleitoral.

É o relatório.

VOTO

Após o relatório proferido acima, em sustentação oral, o d.Procurador Regional Eleitoral, Dr. José Gerim Mendes Cavalcante, suscitaquestão preliminar acerca da ilegitimidade ativa dos embargantes, os quais se

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socorreram do art. 499, do Código de Processo Civil, para comporem, também, alide.

Em votação, esta colenda Corte decidiu, por maioria, pelarejeição da preliminar ora sob comento, tendo, este Juiz Relator, julgado peloseu acatamento, por não vislumbrar tal direito aos embargantes, posto que orecurso deverá ser interposto por quem tenha legitimidade para tal, e um terceirosomente será admitido na qualidade de recorrente, se comprovar a ocorrência deprejuízo com a malsinada sentença. No caso da revisão eleitoral, não divisoqualquer prejuízo que possa causar a qualquer dos dois partidos, mesmoindicando candidatos dos seus municípios.

Vencido como fui e uma vez que foi reconhecido por esteColegiado a legitimidade dos partidos, passo à apreciação do mérito.

Na ocasião do primeiro julgamento da questão, não foicorretamente observado o que diz o § 4º, do art. 71, do Código Eleitoral; “... oTribunal Regional poderá determinar a realização de correição...”(grifo nosso).

Essa realização de correição nos parece, mesmo tendo o eméritoDr. Procurador Regional Eleitoral lido e mostrado inúmeros julgados de outrosTribunais omitindo a correição, nenhum deles faz alusão, textualmente, a nãoexigência da correição.

Em assim ocorrendo, de acordo com o texto legal, o meu voto éno sentido de que seja feita prévia correição antes da revisão, ficando a mesma(revisão), a qual foi aprovada pelo Pleno, suspensa, até que se faça, antes, acorreição em todos os municípios sob suspeita.

Defiro, ainda, na oportunidade, o pleito do representante doMinistério Público, quando de seu pronunciamento oral, no sentido de que sejamjuntados, por linha, os documentos autenticados referentes às decisões dosTribunais Regionais, acerca da questão e que foram lidos nesta sessão.

EXTRATO DA ATA

Processo n° 96001453 - Classe IX (Embargos protocolizados sobo n° 96003957). Relator: José Maria de Vasconcelos Martins, Embargantes:PSDB de Ibaretama e PSD de Ibicuitinga.

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Decisão: Embargos providos. Unânime.

Presidência do Des. Haroldo Rodrigues de Albuquerque.Presentes o Des. Stênio Leite Linhares e os Juízes Francisco Maia Alencar,Stênio Carvalho Lima, Ademar Mendes Bezerra, José Maria de VasconcelosMartins, Napoleão Nunes Maia Filho e o Dr. José Gerim Mendes Cavalcante.

ACÓRDÃO Nº 96001453ACÓRDÃO Nº 96001453ACÓRDÃO Nº 96001453ACÓRDÃO Nº 96001453PROCESSO Nº 96001453 - CLASSE IXPROCESSO Nº 96001453 - CLASSE IXPROCESSO Nº 96001453 - CLASSE IXPROCESSO Nº 96001453 - CLASSE IX

REPRESENTAÇÃOREPRESENTAÇÃOREPRESENTAÇÃOREPRESENTAÇÃO(CORREIÇÃO EXTRAORDINÁRIA)(CORREIÇÃO EXTRAORDINÁRIA)(CORREIÇÃO EXTRAORDINÁRIA)(CORREIÇÃO EXTRAORDINÁRIA)

DES. STÊNIO LEITE LINHARESCORREGEDOR REGIONAL ELEITORAL

Realização de Correição Extraordinária emsessenta e oito municípios do Estado do Cearáque se defere, tendo em vista a relaçãoeleitorado/população não se apresentar em níveisrazoáveis. Unanimidade.

Vistos, relatados e discutidos os autos acima identificados,acordam os juízes do Tribunal Regional Eleitoral do ceará, por unanimidade eacatando as razões expostas pelo Exmº Sr. Corregedor Regional Eleitoral, emdeterminar que sejam estendidas as correições aos 68 municípios cearenses, cujarelação eleitorado/população supera o índice de 75% (setenta e cinco por cento),quais sejam: Abaiara, Acopiara, Altameira, Antonina do Norte, Arneiroz,Aurora, Baixio, Barro, Barroquinha, Campos Sales, Caridade, Cedro, Chaval,Chorozinho, Farias Brito, Frecheirinha, General Sampaio, Granjeiro, Groaíras,Hidrolândia, Ibaretama, Ibicuitinga, Independência, Ipaporanga, Itapiúna, Itatira,Jaguaretama, jati, Jucás, Marco, Martinópole, Meruoca, Milha, Mombaça,Monsenhor Tabosa, Moraújo, Mucambo, Mulungu, Nova Olinda, Novo Oriente,Orós, Pacujá, Palhano, Palmácia, Paraipaba, Paramoti, Penaforte, Pentecoste,Pindoretama, Piquet carneiro, pires Ferreira, Poranga, Porteiras, Potengi,Quixelô, Saboeiro, São João do Jaguaribe, São Luís do Curu, Senador Pompeu,Senador Sá, Tarrafas, Tauá, Tejussuoca, Tururu, Umari, Uruburetama e Varjota,

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com a exclusão dos municípios de Cruz, Santana do Acaraú, Jaguaribara e Jijocada listagem inicial, nos termos da proposta do Corregedor Regional Eleitoral,que passa a fazer parte integrante da decisão.

Sala das sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, aos 17de fevereiro de 1997.

Des. HAROLDO RODRIGUES DE ALBUQUERQUE - Presidente, Dr. JOSÉMARIA DE VASCONCELOS MARTINS - Relator, Dr. JOSÉ GERIMMENDES CAVALCANTE - Procurador Regional Eleitoral.

RELATÓRIO

Em sessão de 10 de abril de 1996, atendendo à provocação doDr. procurador, este Tribunal deliberou pela realização de correiçãoextraordinária em 30 (trinta) municípios do Estado, porque nessas localidades arelação eleitorado/população não se apresentava em níveis razoáveis. OsMunicípios estão escolhidos foram os seguintes:

• Jati• Pacujá• Itatira• Martinópole• Antonina do norte• Altaneira• Caridade• Frecheirinha• Groaíras• Ibicuitinga• General Sampaio• Granjeiro• Paramoti• Moraújo• Uruburetama• Mucambo• Palmácia• Piquet Carneiro• Saboeiro• Ipaporanga

Publicado no DJE de 3.3.97.

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• Monsenhor Tabosa• Ibaretama• São João do Jaguaribe• Tururu• Meruoca• Cedro

Constatou-se a esse tempo, por exemplo, que em Jijoca deJericoacoara quase 91,53% dos habitantes eram eleitores.

A triagem feita pelo ilustre Procurador teve por basequantitativos fornecidos pela Secretaria de Informática, os quais, por sua vez,resultaram do confronto do número oficial de eleitores com os números do censode 1990, cujo o critério foi o da estimativa.

Este Corregedor, por iniciativa própria, de posse dos indicadoresdo censo de 1996, que foi o último realizado pelo IBGE, ordenou, no âmbito daCorregedoria, novo levantamento da relação eleitorado/população, em todo oEstado.

O resultado do novo diagnóstico, bem mais atualizado que oanterior, mostra-nos que exatos 68 municípios cearenses, dentro dos quais 26anteriormente listados, acusam número de eleitores em um índice superior a75,00% das respectivas populações, a evidenciar possibilidade de fraude noalistamento em amplitude superior àquela inicialmente cogitada.

MUNICÍPIOS CUJO PERCENTUALELEITORADO/POPULAÇÃO ULTRAPASSA 75%

TOTAL DE MUNICÍPIOS: 68

MUNICÍPIO POPULAÇÃO ELEITORES PERC.

ABAIARA 7.478 5.675 75,89%

ACOPIARA 47.453 39.133 82,70%

ALTANEIRA* 5.435 4.727 86,97%

ANTONINA DO NORTE* 5.807 4.964 85,48%

ARNEIROZ 7.128 5.614 78,76%

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AURORA 2.411 18.728 76,72%

BAIXIO 6.009 4.749 79,03%

BARRO 19.484 14.742 75,66%

BARROQUINHA 12.974 10.523 81,11%

CAMPOS SALES 23.966 19.702 82,21%

CARIDADE* 13.785 11.983 86,93%

CEDRO* 23.059 19.114 82,89%

CHAVAL 11.280 9.470 83,95%

CHOROZINHO 15.029 12.619 83,96%

FARIAS BRITO 19.432 14.872 76,56%

FREICHEIRINHA* 10.865 9.279 85,40%

GENERAL SAMPAIO* 4.843 5.094 105,18%

GRANJEIRO* 4.881 4.319 88,90%

GROAIRAS* 8.356 7.542 90,26%

HIDROLANDIA 17.015 13.088 76,92%

IBARETAMA* 11.051 9.616 87,01%

IBICUITINGA* 8.864 8.354 94,25%

INDEPENDÊNCIA 23.568 18.852 79,99%

IPAPORANGA* 11.008 9.044 82,16%

ITAPIUNA 14.137 10.800 76,40%

ITATIRA* 14.427 13.114 90,90%

JAGUARETAMA 17.217 13.524 78,55%

JATI* 6.758 5.479 81,07%

JUCAS 20.743 16.296 78,56%

MARCO 18.711 14.640 78,24%

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MARTINOPOLE* 7.274 6.550 90,05%

MERUOCA* 10.768 8.768 81,43%

MILHA 12.141 9.256 76,24%

MOMBAÇA 39.228 30.786 78,48%

MONSENHOR TABOSA* 15.449 13.051 84,48%

MORAÚJO* 6.682 5.974 89,40%

MUCAMBO* 12.476 10.568 84,71%

MULUNGU 8.224 6.588 80,11%

NOVA OLINDA 11.304 8.979 79,43%

NOVO ORIENTE 25.306 19.662 77,70%

ORÓS 21.257 17.412 81,91%

PACUJA* 5.358 5.234 97,69%

PALHANO 7.721 5.911 76,56%

PALMÁCIA* 9.888 8.779 88,78%

PARAIPABA 20.785 15.757 75,81%

PARAMOTI* 11.30 9.736 86,13%

PENAFORTE 6.236 4.866 78,03%

PENTECOSTE 28.658 23.064 80,48%

PINDORETAMA 13.599 0.267 75,50%

PIQUET CARNEIRO* 12.724 1.029 86,68%

PIRES FERREIRA 10.065 7.746 76,96%

PORANGA 11.381 8.734 76,74%

PORTEIRAS 15.117 11.766 77,83%

POTENGI 8.333 6.722 80,67%

QUIXELÔ 15.077 13.070 86,69%

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SABOEIRO* 16.345 13.331 81,56%

SÃO J. DO JAGUARIBE* 8.370 7.068 84,44%

SÃO LUIS DO CURU 11.184 9.452 84,51%

SENADOR POMPEU 25.131 20.362 81,02%

SENADOR SÁ 5.511 4.158 75,45%

TARRAFAS 7.872 6.088 77,34%

TAUÁ 50.273 38.047 75,68%

TEJUSSUOCA 11.265 8.867 78,71%

TURURU* 10.662 9.047 84,85%

UMARI 7.574 5.912 78,06%

URUBURETAMA* 15.348 12.881 83,93%

VARJOTA 14.221 11.232 78,98%

As localidade constantes da antiga relação, excluídas da novalistagem, são os Municípios de Cruz, Santana do Acaraú, Jaguaribara e Jijoca deJericoacoara.

Quanto a última, constatou-se que, atualmente, para 9.761habitantes tem 6.281 eleitores, o que equivale a 64,35% da população.

Nestas condições, proponho ao colendo Colegiado que seestendam as correições aos 68 municípios cearenses, já mencionados, cujarelação eleitorado/população supera o índice de 75%.

Esclareço que a Corregedoria já dispões de minuta deprovimento disciplinando as correições e que se propõe a orientar os juízes arespeito da execução dos serviços.

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Tribunal Regional Eleitoral do Ceará

Rev. de Jurisp. do TRE/CE, Fortaleza, nº 2, ano II, pág. 13-214, (out/96-jun/97), 199744

Decisão: Deliberação pela realização da correição. Unanimidade.

Presidência do Des. Haroldo Rodrigues de Albuquerque.Presentes o Des. Stênio Leite Linhares e os Juízes José Danilo Correia Mota,Ademar Mendes Bezerra, José Maria de Vasconcelos Martins, Germana deOliveira Moraes, Luiz Nivardo Cavalcante de Melo e o Dr. José Gerim Mendescavalcante, Procurador Regional Eleitoral.

ACÓRDÃO Nº 96003808ACÓRDÃO Nº 96003808ACÓRDÃO Nº 96003808ACÓRDÃO Nº 96003808PROCESSO Nº 96003808 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96003808 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96003808 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96003808 - CLASSE IV

RECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORAL

RECORRENTE: PSDB - IBICUITINGAADVOGADO: FRANCISCO CAVALCANTE JUNIORRECORRIDO: JUIZ ELEITORAL DA 47ª ZONA - MORADA NOVACOMPLEMENTO: TRANSFERÊNCIA DE DOMICÍLIO ELEITORALMUNICÍPIO: IBICUITINGARELATOR: JUIZ JOSÉ MARIA DE VASCONCELOS MARTINS

Recurso Eleitoral. Transferência. Desde queatenda ao contido no art. 55, do CódigoEleitoral, defere-se a transferência do domicílioeleitoral, sem qualquer óbice. Recurso denegado,mantendo-se a sentença recorrida. Unanimidade.

Vistos, relatados e discutidos os autos acima identificados,acordam os Juízes do Tribunal Eleitoral do Ceará, por unanimidade, emconhecer do recurso, porque ajuizado a tempo, mas lhe negar provimento, nostermos do voto do Relator, que passa a fazer parte integrante da decisão.

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, aos 22de outubro de 1996.

Des. HAROLDO RODRIGUES DE ALBUQUERQUE - Presidente, Dr. JOSÉMARIA DE VASCONCELOS MARTINS - Relator, Dr. JOSÉ GERIMMENDES CAVALCANTE - Procurador Regional Eleitoral.

Publicado no DJE de 05.12.96.

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Acórdãos

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RELATÓRIO

O Partido da Social Democracia Brasileira - PSDB, deIbicuitinga, por seu Delegado, devidamente representado por advogado, não seconformando com decisão do Dr. Juiz Eleitoral, que deferiu, em parte, pedidosde transferências de eleitores, recorre a este Tribunal, no viso de vê-lasindeferidas.

Afirma que os eleitores instruíram seus pedidos com declaraçãode residência falsa, já que uns moram no município de Quixadá, e outros, no deMorada Nova.

Recebido o recurso, o Dr. Juiz Eleitoral da Zona, incontinente oremeteu a este Tribunal, aqui recebendo o lúcido parecer oriundo daProcuradoria Eleitoral, requerendo diligências, o que foi deferido, sem antesmostrar que o juiz da Zona, processou mal o apelo, a exemplo do que fez quandorecebeu impugnação aos requerimentos de transferências.

Retornando os autos, sem as diligências, o eminente Procurador,em novo parecer, afirmou o seguinte:

“Não tendo sido promovidas as novasdiligências recomendadas pelo MinistérioPúblico, e sendo desaconselháveis suarealização nesta fase prévia à realização dopleito, curva-se, a Procuradoria RegionalEleitoral, à decisão recorrida, de vez que oPSDB não acostou aos autos nenhuma prova deque os eleitores relacionados às fls. 04 a 06 nãopossuem residência no Município deIbicuitinga”.

É o relatório.

VOTO

Andou mal o Dr. Juiz Eleitoral de Morada Nova, nas vezes emque oficiou neste feito, como ressalta o eminente Procurador Eleitoral.

É que, ao processar o presente recurso, não se ateve àsdisposições legais, preferindo ignorá-las, tanto que nenhum dos eleitorestransferidos para aquela Zona, foi intimado para contra-razões, o mesmoacontecendo com o Ministério Público da comarca, que não está presente no

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feito.

A manutenção da sentença do Primeiro Grau é aconselhável,como disse o Dr. Procurador em parecer antes das eleições, mas ainda continua,de vez que o município de Ibicuitinga será palco de revisão eleitoral, já aprovadapor esta Egrégia Corte.

Destarte, nego guarida ao recurso e mantenho a sentença doJuízo a quo.

É como voto.

EXTRATO DA ATA

Processo n° 96003808 - Classe IV. Relator: Juiz José Maria deVasconcelos Martins, Recorrente: PSDB - Ibicuitinga, Recorrido: Juiz Eleitoralda 47ª Zona - Morada Nova.

Decisão: Conhecido e improvido. Unânime.

Presidência do Des. Haroldo Rodrigues de Albuquerque.Presentes o Des. Stênio Leite Linhares e os Juízes Stênio Carvalho Lima,Ademar Mendes Bezerra, José Maria de Vasconcelos Martins, Germana deOliveira Moraes, Luiz Nivardo Cavalcante de Melo e o Dr. José Gerim MendesCavalcante, Procurador Regional Eleitoral.

ACÓRDÃO Nº 96009285ACÓRDÃO Nº 96009285ACÓRDÃO Nº 96009285ACÓRDÃO Nº 96009285PROCESSO Nº 96009285 - CLASSE VPROCESSO Nº 96009285 - CLASSE VPROCESSO Nº 96009285 - CLASSE VPROCESSO Nº 96009285 - CLASSE V

RECURSO CRIMINALRECURSO CRIMINALRECURSO CRIMINALRECURSO CRIMINAL

RECORRENTE: MARIA ARLINDA SOUSA DE LIMAADVOGADA: MARIA DO SOCORRO DIÓGENES PAIVARECORRIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORALMUNICÍPIO: AQUIRAZRELATORA: JUÍZA GERMANA DE OLIVEIRA MORAES

-Recurso. Apelação criminal. Prática do delitoprevisto no art. 289, do Código Eleitoral(assinatura de falsa declaração de residência).

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Acórdãos

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Condenação, no juízo a quo, à pena de reclusãode 1 ano e seis meses, cumulada com multa novalor de 5 dias-multa, calculada esta no mínimolegal.

- Recurso provido, para o fim de, com amparo noart. 386, V, do Código de Processo Penal,combinado com o art. 21 do Código Penal, àmíngua de culpabilidade, absolver a acusada.Unanimidade.

Vistos, relatados e discutidos os autos acima identificados,acordam os Juízes do Tribunal Regional Eleitoral, por unanimidade, emconhecer do recurso para dar-lhe provimento, para o fim de, com amparo no art.386, V, do Código de Processo Penal, combinado com o art. 21 do Código Penal,à mingua de culpabilidade, absolver a acusada, nos termos do voto da Relatora,que passa a fazer parte integrante da decisão.

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, aos 9de abril de 1997.

Des. HAROLDO RODRIGUES DE ALBUQUERQUE - Presidente, Dra.GERMANA DE OLIVEIRA MORAES - Relatora, Dr. JOSÉ GERIM MENDESCAVALCANTE - Procurador Regional Eleitoral.

RELATÓRIO

Trata-se de Recurso de Apelação Criminal, interposto porMARIA ARLINDA SOUSA DE LIMA contra sentença do MM Juiz Eleitoralda 66ª Zona do Município de Aquiraz, condenando-a a pena de reclusão de 1 anoe 6 meses, cumulada com multa de cinco dias-multas, calculado este no mínimolegal, pela prática do delito previsto no art. 289 do Código Eleitoral.

A denúncia imputara à condenada o fato de ter assinado,falsamente, declaração de residência no Município de Aquiraz, para fins deinscrição eleitoral, quando na realidade residia em Fortaleza.

Nas razões recursais, muito embora confesse a prática do fato, arecorrente atribui a autoria do delito ao Sr. “Cutia”, que aliciava eleitores parafazer nova inscrição, inclusive financiando-a. Pede, à míngua da prática de

Publicado no DJE de 2.5.97.

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crime, a absolvição, e, alternativamente, invoca o desconhecimento da lei, dada asua situação de semi-alfabetizada, como atenuante.

O Promotor Eleitoral pugna, nas contra-razões, pela manutençãoda sentença condenatória, após destacar a confissão da acusada e reconhecer queela se encontrara entre as pessoas ludibriadas por Cutia, quando, em 1992, houveuma “enxurrada de inscrições eleitorais fraudulentas”.

O Ministério Público Regional Eleitoral opina peloimprovimento do recurso, pois, segundo ele, “não se confunde o delito dealiciamento de eleitores (previsto no art. 299 do CE), cuja autoria é imputadaao Sr. Cutia, com o delito de inscrição fraudulenta (art. 289 do CE), objeto dosautos”, além do que “faltar com a verdade perante a Justiça Eleitoral, em trocade possível dádiva ou recompensa futura não se coaduna com o erro deproibição”.

É o relatório.

VOTO

À denunciada é imputado o delito previsto no art. 289 do CódigoEleitoral, nos seguintes termos:

“Art. 289 - Inscrever-se,fraudulentamente, eleitor:

Pena - Reclusão, até 5 anos, e pagamentode 5 a 15 dias-multa.”

Realmente, a autoria e a materialidade do delito estãodemonstrados pela confissão da acusada, somado à documentação dos autos: àfls. 5, confessa nunca ter residido em Aquiraz; quando foi buscar o título deeleitor; no documento de fls. 16, declara que reside em Fortaleza.

A circunstância de ter sido aliciada pelo Sr. Cutia, à semelhançade outros eleitores, por si só, não seria suficiente para excluir a conduta delituosaimputada à acusada.

Entretanto, merece relevo se somada a outras circunstânciasindicadoras da inconsciência da ilicitude, como o fato de ser semi-alfabetizada,pessoa simplória, e de boa-fé, e sobretudo, por ter comparecido voluntariamenteperante o Cartório Eleitoral com o fim de declarar espontaneamente por escritoque “nunca residiu nem morou na Comarca de Aquiraz-Ce, que, fez sua

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Acórdãos

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transferência em Aquiraz, por intermédio do Sr. Cutia, que na época da eleiçãopara Prefeito carreou várias pessoas para fazer transferências de títulos ouinscrição eleitoral nesta circunscrição, que requereu transferência na cidade deEusébio”.

Vê-se, portanto que, à época do fato, a acusada não tinha umaconsciência nítida da ilicitude, nem era possível esperar, no contexto social emque vivia, que, naquele momento, a tivesse, seja por sua situação cultural esocial, seja porque, como muitas pessoas tomaram igual iniciativa, não é demaisadmitir, na lógica do homem comum, que, por isso, esse fato não constituiriacrime.

Tão logo caiu em si, provavelmente, alertada por outras pessoas,compareceu perante a justiça, para retificar a declaração prestada quanto aoendereço, indicado incorretamente, o que foi feito, antes de receber o títuloeleitoral.

Não se pode ignorar que pessoas mais espertas exploram osincautos e os de espírito pusilânime. Dona Arlinda, pessoa semi-alfabetizada,doméstica, pobre e de boa-fé, o que se revela pela circunstância de terconfessado espontaneamente a declaração falsa perante a Justiça Eleitoral (v. fls.5), caiu nas garras do aliciador de eleitores, Sr. Cutia.

Finalmente, é importante assinalar que a eleitora não utilizou otítulo eleitoral, pois sequer o recebeu.

Esses dados da personalidade da acusada, as circunstâncias emque se fez a inscrição eleitoral e o não aperfeiçoamento do ato de inscrição, poiso título não foi usado, nem sequer recebido, autorizam-me a concluir que estáafastada a culpabilidade e excluído o dolo, à míngua de consciência de ilicitudedo fato, sendo ademais, impossível, nessas circunstâncias exigir do homemcomum de boa fé, como estou convicta que seja Maria Arlinda, a “maldade” dosinescrupulosos que costumam, sorrateiramente, manipular as eleições e muitasvezes permanecem incólumes, às custas da boa-fé e da punição dos incautos.

VOTO, pois, pelo provimento do recurso, para o fim de, comamparo no artigo 386-V do Código de Processo Penal c/c o art. 21 do CódigoPenal, à mingua de culpabilidade, absolver a acusada.

É como voto.

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EXTRATO DA ATA

Processo n° 96009285 - Classe V. Relatora: Germana de OliveiraMoraes, Recorrente: Maria Arlinda Sousa de Lima, Recorrido: MinistérioPúblico Eleitoral.

Decisão: Conhecido e provido. Unanimidade.

Presidência do Des. Haroldo Rodrigues de Albuquerque.Presentes o Des. Raimundo Hélio de Paiva Castro e os Juízes Ademar MendesBezerra, José Danilo Correia Mota, José Maria de Vasconcelos Martins,Germana de Oliveira Moraes, Luiz Nivardo Cavalcante de Melo e o Dr. JoséGerim Mendes Cavalcante, Procurador Regional Eleitoral.

ACÓRDÃO Nº 96009291ACÓRDÃO Nº 96009291ACÓRDÃO Nº 96009291ACÓRDÃO Nº 96009291PROCESSO Nº 96009291 - CLASSE VPROCESSO Nº 96009291 - CLASSE VPROCESSO Nº 96009291 - CLASSE VPROCESSO Nº 96009291 - CLASSE V

RECURSO CRIMINALRECURSO CRIMINALRECURSO CRIMINALRECURSO CRIMINAL

RECORRENTE: ARLENE SOUSA DE LIMADEFENSORES: Mª DO SOCORRO DIÓGENES PAIVA e FRANCISCO IVO

DA SILVEIRA NETORECORRIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORALMUNICÍPIO: AQUIRAZRELATOR: JUIZ LUIZ NIVARDO CAVALCANTE DE MELO

Crime eleitoral. Art. 289 da Lei nº 4.737/65.Provas colhidas no curso da instrução processualindicando que a denunciada, menor de vinte eum anos, foi vítima de aliciamento criminoso depessoa não identificada e excluída da denúncia.Parecer do Ministério Público favorável aoprovimento do recurso. Absolvição decretada.Necessidade de novas providências perante oJuízo singular. Decisão unânime.

Vistos etc.

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Acórdãos

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Acordam os Juízes do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, porunanimidade, consoante parecer do douto Procurador Regional Eleitoral,conhecer do Recurso e dar-lhe provimento, a fim de decretar a absolvição darecorrente, sem prejuízo das medidas complementares que se fazem necessáriasperante o Juízo de origem, tudo nos termos do voto do Juiz Relator e que fazparte integrante desta decisão.

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, aos 7de outubro de 1996.

Des. HAROLDO RODRIGUES DE ALBUQUERQUE - Presidente, Dr. LUIZNIVARDO CAVALCANTE DE MELO - Relator, Dr. JOSÉ GERIM MENDESCAVALCANTE - Procurador Regional Eleitoral.

RELATÓRIO

Inicia os presentes autos DENÚNCIA do Ministério PúblicoEleitoral da 66ª Seção deste Estado, com sede no Município de Aquiraz, contraARLENE SOUSA DE LIMA, como incursa na comunicação penal prevista noart. 289, do Código Eleitoral, por ter requerido, como residente e domiciliada emFortaleza, sua inscrição como eleitora do Município de Aquiraz.

Recebida a denúncia, a indiciada, menor de 21 anos, compareceuao Juízo da instrução criminal, representada por Defensora Pública, a partir desua contestação de fls. 16/17, na qual se disse vítima de trama criminosa armadapor um indivíduo conhecido pelo codinome “CUTIA” e conhecido também comoaliciador de eleitores e que, abusando de sua ingenuidade, os induz aalistamentos eleitorais fraudulentos.

É o relatório.

VOTO

Com a devida vênia de seu ilustre titular, adoto, sem quaisquerrestrições, o bem lançado Parecer da douta Procuradoria Regional Eleitoral,expedido às fls. 46/49, cujos termos passam a integrar este voto, como setranscritos fossem. De suas lúcidas conclusões, emergem minha firme convicção,no sentido de que a sentença condenatória da recorrente, jamais poderia ter sidoproferida, sem que na instrução criminal houvesse, quando menos, uma tentativado Ministério Público, a fim de identificar o elemento apontado, em todos osdepoimentos testemunhais, como responsável pela trama ardilosa que envolvera

Publicado no DJE de 29.10.96.

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Tribunal Regional Eleitoral do Ceará

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a denunciada. Nesse tocante, repito os incisivos termos do Parecer Ministerial,junto a esta Corte (fls.47):

“Que houve a participação dolosa deCUTIA, não restou dúvida. Estranho que oPromotor Público, alertado pela defensoria (fls.16) não se interessou em aditar a denúncia paraincluí-lo, nem requereu seu depoimento comotestemunha referida para esclarecer os fatos”.

Do exposto e à vista do mais que dos autos consta, conheço dorecurso, dando-lhe o provimento que se impõe e, assim, desconstituindo asentença condenatória da recorrente, absolvê-la da imputação delituosa quecontra si foi argüida na denúncia de origem.

Transitada em julgado esta decisão, retornem os autos à suaorigem para o Promotor Eleitoral, se for o caso, e a seu critério, instaure novaação penal pelo mesmo fato contra o indivíduo apelidado de “CUTIA”,requisitando previamente à autoridade policial diligências que possibilitem acorreta identificação da mesma pessoa, salvo a ocorrência da prescrição.

É como voto.

EXTRATO DA ATA

Processo n° 96009291 - Classe V. Relator: Luiz NivardoCavalcante de Melo.

Decisão: Conhecido e provido. Unânime.

Presidência do Des. Francisco Haroldo Rodrigues deAlbuquerque. Presentes o Des. Stênio Leite Linhares e os Juízes Stênio CarvalhoLima, Ademar Mendes Bezerra, José Maria de Vasconcelos Martins, Germanade Oliveira Moraes, Luiz Nivardo Cavalcante de Melo e o Dr. José GerimMendes Cavalcante, Procurador Regional Eleitoral.

ACÓRDÃO Nº 96009424ACÓRDÃO Nº 96009424ACÓRDÃO Nº 96009424ACÓRDÃO Nº 96009424PROCESSO Nº 96009424 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96009424 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96009424 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96009424 - CLASSE IV

RECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORAL

RECORRENTE: RÁDIO FM MONTE MOR

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ADVOGADO: LUIZ EDUARDO MAIA TIGRERECORRIDO: PROMOTOR ELEITORALMUNICÍPIO: PACAJUSRELATOR: DES. RAIMUNDO HÉLIO DE PAIVA CASTRO

- Propaganda eleitoral. Legitimidade doMinistério Público Eleitoral para postular aaplicação das sanções legais à estação de rádioinobediente. Transgressão às normas dapropaganda comprovada por fita magnética.Suspensão das transmissões e multa.Confirmação da decisão punitiva.

- Recurso improvido. Deliberação unânime.

Vistos, relatados e discutidos os autos acima identificados,acorda o Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, por unanimidade, em conhecerdo recurso, mas negar-lhe provimento, nos termos do voto do relator e do parecerministerial.

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, aos 25de junho de 1997.

Des. STÊNIO LEITE LINHARES - Presidente, Des. RAIMUNDO HÉLIO DEPAIVA CASTRO - Relator, Dr. JOSÉ GERIM MENDES CAVALCANTE -Procurador Regional Eleitoral.

RELATÓRIO

Pela decisão de fls. 43/44, a MM. Juíza da 49ª Zona Eleitoral,julgando procedente representação do Ministério Público Eleitoral, tirou do arpor vinte e quatro (24) horas a RÁDIO FM MONTE MOR, sujeitando ainda,ALEXNALDO MONTENEGRO DA SILVA e JOSÉ WILSON ALVESCHAVES ao pagamento de multa de 12.000 e 15.000 UFIR’s, respectivamente,por veiculação de propaganda eleitoral antes da escolha de candidato emConvenção.

Inconformados, os supracitados manifestaram o recurso de fls.53/55, no qual alegam ser o Ministério Público Eleitoral parte ilegítima para a

Publicado no DJE de 8.8.97.

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Rev. de Jurisp. do TRE/CE, Fortaleza, nº 2, ano II, pág. 13-214, (out/96-jun/97), 199754

representação e pedem, ao final, que se declare a nulidade do processo com aconseqüente revogação das sanções impostas.

Recurso contra-arrazoado às fls. 59/62, com o recorridodefendendo a manutenção do decisum impugnado.

O parecer do Procurador Regional Eleitoral, emitido às fls.82/85, é pelo improvimento da inconformação.

É o relatório.

VOTO

Insubsistente a mais não poder a argüida ilegitimidade adcausam do órgão do Ministério Público Eleitoral.

É certo que o art. 59 da Lei nº 9.100/95 não se refere ao parquet,o que enseja ao intérprete mais apressado ou mais incauto a noção de quesomente os candidatos, partidos e coligações podem representar à autoridadejudiciária objetivando a punição da estação de rádio transgressora das normas dapropaganda.

A omissão legal não é, porém, de ser considerada, eis quedescobre, apenas, a imprecisão técnica com que se houve o legislador ao elaborara norma sub examine.

De feito, negar-se ao órgão do Ministério Público o poderpostulatório no âmbito da propaganda eleitoral seria, no mínimo, privá-lo derelevantíssimo dever institucional, que lhe foi confiado pelo Constituinte, depugnar pela preservação do regime democrático.

Por pertinente, vem de molde, no particular, a lúcida observaçãode PEDRO ROBERTO DECOMAIN, que assim percute o assunto, em lúcidareferência à ampla legitimidade do Ministério Público no campo da propagandaeleitoral, verbis:

“...O representante do Ministério Públicodeve hoje acompanhar, com amplos poderespostulatórios e instrutórios, todas as etapas doprocesso eleitoral, para que sua funçãoconstitucional primeira, prevista pelo art. 127da Constituição Federal, seja desempenhada demodo completo” (in Eleições Municipais de

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Acórdãos

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1996 - Comentários à Lei 9.100 de 20-05-95,Obra Jurídica Editora, 1996, pág. 154).

Sem mais delongas, rejeito a preliminar.

Circa merita, a fita anexada aos autos comprova que no dia 11de fevereiro de 1996 a emissora recorrente difundiu, pelo programa “o Pulo doGato”, vibrante discurso do Sr. José Wilson Chaves, por ocasião da abertura daconvenção partidária que findou por sagrá-lo candidato à Prefeitura Municipalde Pacajus.

Como bem alcançado pelo ilustre Procurador, caso depropaganda eleitoral pré-convencional, fora do âmbito interno do partido(parecer de fls. 83/85), a justificar as sanções impostas à estação de rádio, queinfringiu fora de toda dúvida, às restrições constantes dos arts. 50, caput, da Lei9.100/95 e 240, caput, do Código Eleitoral.

Nessas condições, no mérito, nego provimento ao recurso, paramanter, em todos os seus termos, a decisão recorrida.

EXTRATO DA ATA

Processo nº 96009424 - Classe IV. Relator: Des: RaimundoHélio de Paiva Castro, Recorrente: Rádio FM Monte Mor, Recorrido: PromotorEleitoral.

Decisão: Conhecido e improvido. Decisão unânime.

Presidência do Des. Stênio Leite Linhares. Presentes o Des.Raimundo Hélio de Paiva Castro e os Juízes José Maria de Vasconcelos Martins,Paulo de Tarso Vieira Ramos, Luiz Nivardo Cavalcante de Melo, José ArísioLopes da Costa, José Danilo Correia Mota e o Dr. José Gerim MendesCavalcante, Procurador Regional Eleitoral.

ACÓRDÃO Nº 96010034ACÓRDÃO Nº 96010034ACÓRDÃO Nº 96010034ACÓRDÃO Nº 96010034PROCESSO Nº 96010034 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96010034 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96010034 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96010034 - CLASSE IV

RECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORAL

RECORRENTE: ADEMAR BEZERRA DA SILVAADVOGADO: JOSÉ EDSON DE OLIVEIRA

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COMPLEMENTO: FILIAÇÃO PARTIDÁRIAMUNICÍPIO: DEP. IRAPUAN PINHEIRORELATORA: JUÍZA GERMANA DE OLIVEIRA MORAES

- Recurso eleitoral. Filiação partidária.Provimento, reconhecendo-se a filiação ao PSD,em vista da comunicação do desligamento àagremiação anterior, ou seja, ao PMDB.Unanimidade.

Vistos, relatados e discutidos os autos acima identificados,acordam os Juízes do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, por unanimidade,conhecer do recurso para dar-lhe provimento, nos termos do voto da Relatoraque passa a fazer parte integrante desta decisão.

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, aos 9de outubro de 1996.

Des. HAROLDO RODRIGUES DE ALBUQUERQUE - Presidente, Dra.GERMANA DE OLIVEIRA MORAES - Relatora, Dr. JOSÉ GERIM MENDESCAVALCANTE - Procurador Regional Eleitoral.

RELATÓRIO

ADEMAR BEZERRA DA SILVA recorre da decisão da MMªJuíza Eleitoral da 55ª Zona - SOLONÓPOLE de cancelamento, por tê-loconsiderado duplamente filiado a partidos políticos, de suas filiações tanto aoPSD - Partido Social Democrático, quanto ao PMDB - Partido do MovimentoDemocrático Brasileiro.

Informa o recorrente que era filiado ao PMDB, filiando-se, noentanto, em 29.11.95, ao PSD.

Acrescenta ter feito ao antigo Partido - PMDB, em 04.09.95,comunicação de seu desligamento da agremiação.

Pede, pois, a reforma da decisão, para o fim de ser restaurada avalidade de sua filiação ao PSD - Partido Social Democrático.

Publicado no DJE de 29.10.96.

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Acórdãos

Rev. de Jurisp. do TRE/CE, Fortaleza, nº 2, ano II, pág. 13-214, (out/96-jun/97), 1997 57

O Ministério Público inclina-se em princípio pelo provimento doRecurso, sugerindo, porém a realização de diligências, a fim de que sejacomprovada a autenticidade do ofício de fls. 16, bem como que tenha sidorecebido por membro do Diretório do PMDB.

É o relatório.

VOTO

Consta às fls. 41 o documento original referente à comunicaçãoao PMDB de desligamento do Partido, bem como do recibo do ofício.

A decisão recorrida fundamenta-se, conforme o disposto noartigo 22 da Lei nº 9096/95, na ocorrência de duplicidade de filiação partidária.

No caso dos autos, o recorrente fez a comunicação imposta porlei ao PMDB, ao Partido a que antes se filiara, conforme se verifica a fls. 16 e oconfirmam as diligências de fls. 41. Os assentamentos da Justiça Eleitoral e aficha de filiação partidária de fls. 17 indicam, com clareza, a existência defiliação partidária do recorrente ao PSD. Inexiste, assim, dupla filiaçãopartidária, em face da orientação deste Tribunal, segundo a qual, conformeconsta no voto do eminente Relator JUIZ ADEMAR MENDES BEZERRA,proferido no julgamento do Recurso Eleitoral nº 4756/96, não é conditio sinequa non da validade do desligamento a inexistência de sua comunicação ao JuízoEleitoral. Deste julgamento resultou a seguinte ementa:

“Recurso eleitoral. Dupla filiação. -Insubsistência do cancelamento, visto que, aofiliar-se, o recorrente ao PPS já se achavadesligado do PSDB.

Recurso a que se dá provimento a fim deser restabelecida a filiação ao PPS. Decisãounânime.”

VOTO, pois, em face do exposto, pelo provimento dos recursos,para o fim de reconhecer a validade da filiação da recorrente ao Partido SocialDemocrático.

EXTRATO DA ATA

Processo n° 96010034 - Classe IV. Relatora: Germana deOliveira Moraes, Recorrente: Ademar Bezerra da Silva.

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Tribunal Regional Eleitoral do Ceará

Rev. de Jurisp. do TRE/CE, Fortaleza, nº 2, ano II, pág. 13-214, (out/96-jun/97), 199758

Decisão: Conhecido e provido. Unanimidade.

Presidência do Des. Haroldo Rodrigues de Albuquerque.Presentes o Des. Stênio Leite Linhares e os Juízes Stênio Carvalho Lima,Ademar Mendes Bezerra, José Maria de Vasconcelos Martins, Germana deOliveira Moraes, Luiz Nivardo Cavalcante de Melo e o Dr. José Gerim MendesCavalcante, Procurador Regional Eleitoral.

ACÓRDÃO Nº 96011502ACÓRDÃO Nº 96011502ACÓRDÃO Nº 96011502ACÓRDÃO Nº 96011502PROCESSO Nº 96011502 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96011502 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96011502 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96011502 - CLASSE IV

RECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORAL

RECORRENTE: AUDÍZIO OLIVEIRA SILVAADVOGADO: ANDRÉ P. FIGUEIREDO LIMARECORRIDO: MM. JUIZ ELEITORAL DA 82ª ZONA DE FORTALEZACOMPLEMENTO: FILIAÇÃO PARTIDÁRIARELATOR: JUIZ LUIZ NIVARDO CAVALCANTE DE MELO

Filiação Partidária. Irregularidade dessa filiaçãosuperada pela sentença de trânsito em julgado,deferindo o registro da candidatura dorecorrente. Retomada do tema depois de suaeventual diplomação, como candidato eleito.Decisão unânime.

Acordam os Juízes do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, àunanimidade e de acordo com o Parecer do Procurador Regional Eleitoral,conhecer do recurso e lhe dar provimento, para o fim de manter a eficácia doregistro da candidatura do requerente, ao mandato de Vereador à CâmaraMunicipal de Fortaleza, nos termos do voto do Relator, parte integrante destadecisão.

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, aos 2de outubro de 1996.

Des. HAROLDO RODRIGUES DE ALBUQUERQUE - Presidente, Dr. LUIZNIVARDO CAVALCANTE DE MELO - Relator, Dr. JOSÉ GERIM MENDESCAVALCANTE - Procurador Regional Eleitoral.

Publicado no DJE de 29.10.96.

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Acórdãos

Rev. de Jurisp. do TRE/CE, Fortaleza, nº 2, ano II, pág. 13-214, (out/96-jun/97), 1997 59

RELATÓRIO

Adoto como Relatório integrante deste julgamento o mesmo quefoi expendido pelo Sr. Procurador Regional Eleitoral, às fls. 47/49, lido, em seustópicos essenciais, no curso desta Sessão.

É o relatório.

VOTO

Afigura-se inquestionável o entendimento do Sr. ProcuradorRegional Eleitoral, ao afirmar que deve ser conhecido e provido o recursodebatido nos presentes autos, porquanto transitou em julgado a sentençadeferitória do registro da candidatura do recorrente, “assunto que absorve acondição de elegibilidade e da filiação partidária”, segundo consta aduzido nolúcido parecer ministerial. “Contudo, observa o eminente Procurador,analisando-se o processo de registro de candidatura do recorrente, verifica-seque não restou provada sua filiação ao Partido Democrático Trabalhista(PDT),fato que, certamente, ensejará a interposição de recurso contra a diplomação,por tratar-se de matéria constitucional, caso seja eleito”(fl. 49).

Esse, aliás, é o entendimento também acolhido, por JOEL JOSÉCÂNDIDO (v. Direito Eleitoral Brasileiro, 6ª ed., Edipro, pag. 123), ao dizerque, depois das eleições, cabe recurso contra a diplomação e “poderá discutirteses oriundas de fatos ocorridos antes e depois da eleição, mas só seráproposto após a diplomação”.

Do exposto, voto no sentido de que essa Egrégia Corte acolhacomo persistentes os efeitos do registro da candidatura do recorrente ao mandatode Vereador à Câmara Municipal de Fortaleza, pela sigla do PDT, por se tratarde matéria abrigada pelos efeitos da coisa julgada, superando-se, assim e quandomenos por enquanto, o questionamento relacionado com a sua filiação partidária.

É como voto.

EXTRATO DA ATA

Processo n° 96011502 - Classe IV. Relator: Luiz NivardoCavalcante de Melo, Recorrente: Audízio Oliveira Silva, Recorrido: MM. JuizEleitoral da 82ª. Zona (Fortaleza).

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Tribunal Regional Eleitoral do Ceará

Rev. de Jurisp. do TRE/CE, Fortaleza, nº 2, ano II, pág. 13-214, (out/96-jun/97), 199760

Decisão: Conhecido e provido. Unânime.

Presidência do Des. Haroldo Rodrigues de Albuquerque.Presentes o Des. Stênio Leite Linhares e os Juízes Stênio Carvalho Lima,Ademar Mendes Bezerra, José Maria de Vasconcelos Martins, Germana deOliveira Moraes, Luiz Nivardo Cavalcante de Melo e o Dr. José Gerim MendesCavalcante, Procurador Regional Eleitoral.

ACÓRDÃO Nº 96014291ACÓRDÃO Nº 96014291ACÓRDÃO Nº 96014291ACÓRDÃO Nº 96014291PROCESSO Nº 96014291 - CLASSE IPROCESSO Nº 96014291 - CLASSE IPROCESSO Nº 96014291 - CLASSE IPROCESSO Nº 96014291 - CLASSE I

MANDADO DE SEGURANÇAMANDADO DE SEGURANÇAMANDADO DE SEGURANÇAMANDADO DE SEGURANÇA

IMPETRANTE: GIL GUERRAADVOGADOS: MARIA ODELE DE P. PESSOA, VALMIR PONTES FILHO,

JOSÉ GOMES SANTIAGO E MARCUS DE P. PESSOAIMPETRADO: JUIZ COORDENADOR DA PROPAGANDA ELEITORALCOMPLEMENTO: EFEITO SUSPENSIVO AO RECURSO Nº 9600088MUNICÍPIO: FORTALEZARELATOR: JUIZ NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO

- Mandado de Segurança impetrado com o fitode emprestar efeito suspensivo a RecursoEleitoral. Não conhecimento. Perda de objeto.Unanimidade.

Vistos, relatados e discutidos os autos acima identificados,acordam os Juízes do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, por unanimidade, eem consonância com o parecer Ministerial, em não conhecer da impetração,tendo em vista a perda de seu objeto, nos termos do voto do Relator que passa afazer parte integrante da presente decisão. Declaram seus impedimentos osJuízes Luiz Nivardo Cavalcante de Melo e José Arísio Lopes da Costa.

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, aos 5de maio de 1997.

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Acórdãos

Rev. de Jurisp. do TRE/CE, Fortaleza, nº 2, ano II, pág. 13-214, (out/96-jun/97), 1997 61

Des. HAROLDO RODRIGUES DE ALBUQUERQUE - Presidente, Dr.NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO - Relator, Dr. JOSÉ GERIM MENDESCAVALCANTE - Procurador Regional Eleitoral.

RELATÓRIO

Tratam os presentes autos de Mandado de Segurança impetradopor GIL GUERRA, candidato ao cargo de Prefeito de Fortaleza à época do pleitomunicipal de 1996, objetivando conferir efeito suspensivo a recurso interpostocontra decisão do MM. Juiz Coordenador da Propaganda Eleitoral, que, aoapreciar representação interposta por Juraci Magalhães, também candidato aocargo supracitado, determinou a retirada de outdoors afixados pelo impetrante,por entender que na propaganda veiculada pelos mesmos a imagem do já referidocandidato Juraci Magalhães fora maculada, constituindo infração ao art. 243, IX,do Código Eleitoral.

O douto Representante Ministerial, em parecer constante às fls.93/94, opinou pelo não conhecimento do mandamus, arquivando-se o processo,em virtude da perda de seu objeto.

É o relatório.

VOTO

Entendo que o presente Mandado de segurança, o qual visavaconferir efeito suspensivo a recurso eleitoral dele desprovido, perdeu o seuobjeto, tendo em vista a manifestação recursal, conforme informação prestadapela servidora Maria Tereza Farias Frota, deste Tribunal, não haver tramitadonesta Corte (fls. 98).

Não é possível, assim, conferir efeito suspensivo a recursoinexistente, motivo pelo qual voto pelo não conhecimento da impetração.

É como voto.

EXTRATO DA ATA

Processo n° 96014291 - Classe I. Relator: Napoleão Nunes MaiaFilho, Impetrante: Gil Guerra, Impetrado: Juiz Coordenador da PropagandaEleitoral.

Publicado no DJE de 28.5.97.

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Tribunal Regional Eleitoral do Ceará

Rev. de Jurisp. do TRE/CE, Fortaleza, nº 2, ano II, pág. 13-214, (out/96-jun/97), 199762

Decisão: Não conhecido. Unânime.

Presidência do Des. Haroldo Rodrigues de Albuquerque.Presentes o Des. Stênio Leite Linhares e os Juízes José Danilo Correia Mota,José Maria de Vasconcelos Martins, Napoleão Nunes Maia Filho, Luiz NivardoCavalcante de Melo, José Arísio Lopes da Costa e o Dr. José Gerim MendesCavalcante, Procurador Regional Eleitoral.

ACÓRDÃO Nº 96015230ACÓRDÃO Nº 96015230ACÓRDÃO Nº 96015230ACÓRDÃO Nº 96015230PROCESSO Nº 96015230 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96015230 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96015230 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96015230 - CLASSE IV

RECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORAL

RECORRENTE: COLIGAÇÃO HORA DE MUDARADVOGADO: GABRIEL NOGUEIRA EUFRÁSIORECORRIDO: JURACI VIEIRA MAGALHÃESADVOGADO: VALMIR PONTES FILHOCOMPLEMENTO: PROPAGANDA ELEITORALRELATORA: JUÍZA GERMANA DE OLIVEIRA MORAES

Propaganda Eleitoral. Artigo 66 da Lei nº9.100/95. Pedido de direito de respostapostulado por candidato ao cargo de PrefeitoMunicipal. Difamação e injúria. Recursoconhecido e improvido.

Vistos, relatados e discutidos os autos acima indicados, acordamos Juízes do Tribunal Regional Eleitoral, por unanimidade, em conhecer dorecurso, para negar-lhe provimento, mantendo a decisão recorrida, nos termos dovoto da Relatora, que passa a fazer parte integrante desta decisão.

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, a 1º deoutubro de 1996.

Des. HAROLDO RODRIGUES DE ALBUQUERQUE - PRESIDENTE, Dra.GERMANA DE OLIVEIRA MORAES - Relatora, Dr. JOSÉ GERIM MENDESCAVALCANTE - Procurador Regional Eleitoral.Publicado no DJE de 25.10.96.

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Acórdãos

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RELATÓRIO

COLIGAÇÃO HORA DE MUDAR interpõe recurso contrasentença do MM. Juiz Eleitoral Coordenador da Propaganda Eleitoral deFortaleza, que concedeu a JURACI VIEIRA MAGALHÃES, candidato ao cargode Prefeito de Fortaleza, direito de resposta no horário da propaganda eleitoralgratuita.

O recorrido havia postulado, na qualidade de eleitor, direito deresposta, dizendo-se atingido por ofensas veiculadas em inserções no horário depropaganda eleitoral gratuita dos dias 29.8.96 e 30.8.96, com acusações de queestariam sendo usados recursos públicos da Prefeitura de Fortaleza na campanhado candidato JURACI MAGALHÃES, em especial uma verba de U$500.000,00(quinhentos mil dólares) teria sido liberada para financiar umacarreata do candidato.

O MM. Juiz Coordenador da Propaganda Eleitoral, Doutor JoséArísio Lopes da Costa, concedeu o direito de resposta, por entender que amensagem contém o “dissimulado propósito de atingir o Sr. Juraci VieiraMagalhães, com insinuações sobre os gastos dispendidos com a carreatapromovida por adeptos de sua candidatura, além de associá-lo, por utilizaçãode sua imagem ao lamentável acidente ocorrido ao ensejo daquela manifestaçãode caráter público.”

Nas razões, a COLIGAÇÃO recorrente argúi a ilegitimidade dorecorrido, por não ocupar nenhum cargo público federal, estadual nemmunicipal. No mérito, nega que a mensagem veiculada configura calúnia,difamação ou injúria. Pugna, em síntese, pela extinção do feito sem julgamentodo mérito, ou, pelo provimento do recurso para o fim de reformar a sentençarecorrida.

Nas contra-razões, o candidato recorrido, após sustentar sualegitimidade para postular direito de resposta, pede a manutenção da sentença.

O douto Ministério Público Regional Eleitoral reserva-se paraoferecer parecer oral.

É o relatório.

VOTO PRELIMINAR

O candidato atingido por veiculações inseridas no horário depropaganda eleitoral gratuito da imprensa, desabonadoras de sua imagem e de

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sua honra tem legitimidade, a teor do que dispõe o artigo 66 da Lei nº 9.100/95,para postular o direito de resposta.

Na hipótese de propaganda eleitoral, a legislação somenteassegura o direito de resposta ao candidato, partido ou coligação atingidos,justamente porque são estes os titulares do denominado direito à propagandaeleitoral (art. 66 da Lei nº 9.100/95). E assim o é, para evitar que terceirospreencham o tempo de propaganda eleitoral reservado aos candidatos.

Se o candidato, partido ou coligação se sentem ofendidos aindaque indiretamente por críticas à Administração Municipal, as quais se irradiamsobre sua campanha política, estes sim, em princípio, podem pleitear o direito deresposta, não o Município de Fortaleza, nem os agentes municipais.

Este Tribunal por mais de uma vez já decidiu, com amparo noart. 66 da Lei nº 9.100/95. Conclui-se, portanto, pela legitimidade do candidatoJURACI VIEIRA MAGALHÃES para postular direito de resposta perante aJustiça Eleitoral, em face de ofensas veiculadas no horário de propagandaeleitoral gratuita(Recurso Eleitoral nº 96014015 de que fui relatora, julgado em16.9.96 e Recurso Eleitoral nº 96014351- Relator Juiz Stênio de Carvalho Lima,em 18.9.96).

VOTO, pois, pela rejeição da preliminar de ilegitimidade dopostulante, ora recorrido.

VOTO MÉRITO

Quanto ao mérito, a sentença recorrida merece ser mantida porseus próprios fundamentos.

O MM. Juiz Coordenador da Propaganda Eleitoral, Doutor JoséArísio Costa, fundamentou sua decisão nos seguintes termos:

“Incontroverso o fato sobre que se fundao pedido, posto comprovado, indisfarçável,através da gravação por fita magnética etranscrição do programa com que instrui oreclamante a preambular, não contestado, aliás,a modo algum, por parte da Coligaçãoreclamada, a contexto da defesa que apresenta.

E ao que se colhe, em face da indigitadamensagem, tem-se, por fácil percepção,

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Acórdãos

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configurado o dissimulado propósito de atingiro Sr. Juraci Vieira Magalhães, com insinuaçõessobre os gastos dispendidos com a carreatapromovida por adeptos da sua candidatura,além de associá-lo, por utilização de suaimagem, ao lamentável acidente ocorrido aoensejo daquela manifestação de caráter político,findando por afirmar - ‘Esta grande festa é oretrato vivo de uma Fortaleza dividida, daFortaleza do candidato Juraci Magalhães quesacrifica a todos pelos interesses de alguns’.

São afirmações, em verdade, que, noentendimento do juízo não apenas degradamcomo, especialmente, ofendem a honra e aimagem do candidato postulante.

Donde, importa compreender que amatéria, tal como veiculada por ocasião dapropaganda eleitoral da Coligação HORA DEMUDAR, denota caráter sobremodo ofensivo,constitutivo, por menos, de injúria e difamação,bastante a ensejar a concessão do direito deresposta. Aplicabilidade da regra contida no art.28, da Resolução nº 19.512/96 do TSE”

Realmente, tanto o jogo de imagens - com oposição entre a“festa da carreata” e os problemas sociais de Fortaleza, e a exibição do acidenteautomobilístico, quanto os pronunciamentos - “Juraci Magalhães sacrifica atodos pelos seus interesses comuns” maculam ora a honra objetiva do candidato,como homem público, à medida em que procura atribuir a responsabilidade dosdesníveis sociais de Fortaleza, quanto sua honra subjetiva, ao referir-se àostentação e aos desperdícios de recursos da carreata.

Isto posto, voto pelo conhecimento do recurso, para negar-lheprovimento e manter a sentença, por seus próprios fundamentos.

É como voto.

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EXTRATO DA ATAProcesso n° 96015230 - Classe IV. Relatora: Germana de

Oliveira Moraes, Recorrente: Coligação Hora de Mudar, Recorrido: JuraciVieira de Magalhães.

Decisão: Conhecido e improvido. Unanimidade.Presidência do Des. Haroldo Rodrigues de Albuquerque.

Presentes o Des. Stênio Leite Linhares e os Juízes Ademar Mendes Bezerra,Stênio Carvalho Lima, José Maria de Vasconcelos Martins, Germana de OliveiraMoraes, Luiz Nivardo Cavalcante de Melo e o Dr. José Gerim MendesCavalcante, Procurador Regional Eleitoral.

ACÓRDÃO Nº 96015469ACÓRDÃO Nº 96015469ACÓRDÃO Nº 96015469ACÓRDÃO Nº 96015469

PROCESSO Nº 96015469 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96015469 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96015469 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96015469 - CLASSE IV

RECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORAL

RECORRENTE: HELENA ARAÚJO COSTA E OUTROADVOGADO: HÉLIO PARENTE DE VASCONCELOS FILHORECORRIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORALCOMPLEMENTO: CASSAÇÃO DE REGISTROMUNICÍPIO: FRECHEIRINHARELATOR: JUIZ JOSÉ MARIA DE VASCONCELOS MARTINS

Recurso Eleitoral. Abuso do poder econômico epolítico. Desde que inexiste a efetivaparticipação do candidato em programaassistencial a cargo da municipalidade, não sepode falar em abuso do poder, quer econômico,quer político. Recurso Provido.

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam osJuízes do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, por unanimidade, e contra oParecer Ministerial, em conhecer do recurso ofertado por HELENA ARAÚJOCOSTA e JOSÉ LEALCI DE AZEVEDO para dar-lhe provimento, com o fim dereformar a sentença recorrida, mantendo a candidatura da primeira e tornandosem nenhum efeito a suspensão da inelegibilidade dos recorrentes, nos termos dovoto do Relator que fica fazendo parte integrante da decisão.

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Acórdãos

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Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, a 1° deoutubro de 1996.

Des. HAROLDO RODRIGUES DE ALBUQUERQUE - PRESIDENTE, Dr.JOSÉ MARIA DE VASCONCELOS MARTINS - Relator, Dr. JOSÉ GERIMMENDES CAVALCANTE - Procurador Regional Eleitoral.

RELATÓRIO

Inconformados com a adversa sentença do Primeiro Grau, quedeu pela procedência da investigação judicial eleitoral requerida pelo MinistérioPúblico, recorreram a este Tribunal a Sra. Helena Araújo Costa e o Sr. JoséLealci de Azevedo.

A primeira, candidata a Vereador pelo PSDB, foi apenada com acassação do registro de sua candidatura e teve decretada sua inelegibilidade paraas eleições que se realizarem nos 3 (três) anos subsequentes a esta; o segundo,Prefeito Municipal de Frecheirinha, do mesmo modo, viu seu nome no rol dosinelegíveis aos pleitos que acontecerem nos 3 (três) anos seguintes a partir de 3de outubro vindouro.

A investigação judicial tinha a finalidade de apurar abuso dopoder econômico e político, praticado pelo Prefeito, em favor da candidataHelena Costa e consistia na distribuição de leite da Prefeitura, na residência dela.

Diz o M.P.:

“Segundo informações colhidas naPromotoria Eleitoral desta zona, ratificadaspelo Partido Social Democrático (doc. 01),estaria a referida candidata, fazendo política àscustas do erário público, mediante distribuiçãode leite às pessoas carentes em sua própriaresidência (doc. 02). Leite este, de inteirapropriedade da Prefeitura Municipal deFrecheirinha, destinado apenas às pessoaspobres da cidade, e que, por fins puramenteeleitoreiros, foi desviado de seu escopo básicopara atender exclusivamente os interessespolíticos da candidata. Fato que veio a

Publicado no DJE de 30.5.97.

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Tribunal Regional Eleitoral do Ceará

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concretizar-se com o lançamento de suacandidatura às eleições proporcionais locais”.

Mostra o agente ministerial que a candidata infringiu a normacontida no artigo 58, inciso VIII, da resolução n° 19.512 do Egrégio TSE, por seencontrar caracterizado o abuso do poder político e econômico na distribuição doleite subvencionado pelo Poder Público.

Após a ouvida das dez testemunhas, incluindo-se a esposa doPrefeito Municipal que é a titular da Secretaria da Ação Social, e da jovem AnaAlice Sousa Costa, funcionária encarregada de fazer a distribuição do produto,os memoriais vieram aos autos.

O Dr. Juiz Eleitoral, em sentença de nove laudas concluiu pelaocorrência da infração apontada e julgando procedente a representação do M.P.,sentenciou a cassação do registro da candidata Helena Araújo Costa, suainelegibilidade e a do Sr. Prefeito Municipal, ambas pelo prazo de três anos,contados após o pleito que se avizinha.

Alegam os recorrentes o não cometimento do delito, afirmandoque a distribuição de leite à população carente acontece desde o início destaadministração, beneficiando crianças na faixa etária até dois anos, distribuiçãoque se faz sem qualquer interferência da Sra. Helena Araújo Costa que écandidata pela primeira vez.

Dizem ainda que não exercitaram de ampla defesa e foraminterrogados sem a presença de advogado, concluindo por pedirem a reformatotal da sentença recorrida.

O Dr. Promotor da comarca, em contra-razões, pugna pelamanutenção da condenação, após fazer uma análise de toda a prova coletada.

Já nesta instância, o feito recebeu do Dr. Procurador RegionalEleitoral o parecer de fls. 86 a 90 opinando pelo improvimento do recurso econseqüente manutenção da sentença recorrida.

Independentemente do acolhimento ou não do pensamentoMinisterial, gostaria de ressaltar que o douto Procurador equivocou-se comrelação ao município, confundindo com o de Bela Cruz, mesmo constando nopórtico de sua apreciação o município de Frecheirinha.

Não vejo porque invalidar tal pronunciamento, naturalmentelançado em meio a pletora de feitos que chegaram à Procuradoria, pelo que tenho

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Acórdãos

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o citado parecer como sendo lançado para o caso presente.

É o relatório.

Encontra-se este Colegiado julgando praticamente todos osrecursos eleitorais que lhe foram encaminhados, sendo fácil constatar que emquase todos, ou na sua grande maioria, a sentença do Primeiro Grau, sempreacorde com o parecer do Promotor de Justiça, aqui foi reformada.

Não sei explicar se o contido na legislação eleitoral foi bemassimilado pelos Magistrados e Promotores de Justiça, para ensejar tanta reformanas decisões da instância a quo.

Fazendo minuciosa análise de tudo que existe neste processo,diviso logo no expediente do Presidente do Diretório Municipal do PSD,comunicação dirigida ao Juízo Eleitoral os dois únicos tópicos lá contidos queipsis litteris dizem assim:

“Que a Sra. HELENA ARAÚJO COSTA,candidata a vereadora pelo PSDB - PartidoSocial Democracia Brasileira, vinha fazendo usode recursos públicos com fins de se beneficiarpoliticamente e continua usufruindo-se dosmeios desde 1993 até o presente.

A referida candidata, há mais de três anosfaz distribuição de Leite a pessoas carentes, emsua residência, sito à rua Antônio Costa, S/N,nesta urbe, tudo custeado pela PrefeituraMunicipal a critério da citada candidata, querecebe o produto em sua casa e faz adistribuição”.

Da prova exaustivamente coletada, das oito testemunhas ouvidase das duas testemunhas referidas, a esposa do Prefeito e a distribuidora do leite,afigura-se a certeza de que toda aquela distribuição que data de mais de três anoscomo confessado pelo próprio Presidente do PSD, que originou a investigaçãojudicial, é feita a pessoas que possuem filhos com até dois anos de idade,distribuição esta que faz parte, como consignada nos autos de um programamantido pela Prefeitura local atinente à suplementação alimentar. Em nenhumdos depoimentos aparece o nome da candidata Helena Araújo Costa como sendoa distribuidora do leite ou mesmo como tendo pedido voto ou condicionado ao

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recebedor nela votar, para poder fazer parte da distribuição.

O fato do cadastramento dos pais do menor com a apresentaçãodo título eleitoral, não diviso com infração à Lei, porque é mais fácil nascamadas pobres a existência do título do que da cédula de identidade. Ninguémque apresentou o seu documento eleitoral, foi chamado a votar em Helena Costa.

Consignado ficou, por igual, que há mais de dois meses taldistribuição que era feita defronte à casa de dona Helena, porque lá residia afuncionária encarregada da repartição do produto, passou a ser feita na garagemmunicipal. As testemunhas silenciam até se a candidata Helena Costapresenciava mencionada distribuição, como também não dizem que a mesma erafeita na calçada daquela residência.

Na minha ótica, a investigação judicial que originou esterecurso, em que pese a honestidade do Dr. Promotor de Justiça e do dignomagistrado sentenciante, pecou por excesso de zelo daquelas autoridades queviram genericamente o espírito da Lei e a todo custo procuraram enquadrar osrecorrentes como infratores dessa mesma Lei.

O abuso do poder econômico, é sobejamente sabido que deveráocorrer de forma que haja um desequilíbrio entre quem comete e os demaiscandidatos, pondo em risco a lisura do pleito.

Se a distribuição do leite, repito, está sendo feito há mais de trêsanos por pessoa que não é parente da candidata, como imputar a ela a pecha deabuso do poder econômico para influenciar na sua candidatura? Vejo esteexpediente firmado pelo PSD de Frecheirinha como mais uma picuinha políticatão comum no interior, principalmente em momento eleitoral.

Queira Deus que esta prática malsã, em futuro próximo, passe afazer parte de um passado que não vai deixar saudade.

A distribuição do leite em Frecheirinha é expediente que deveriaser seguido pelas demais prefeituras, não com objetivo eleitoreiro, mas parasaciar a fome de milhares de crianças que tem como alimento primordial, quandotem, mingau de água, goma e açúcar.

Dispenso-me de fazer transcrições dos doutos a respeito doassunto, porque convencido fiquei da inocorrência do crime capitulado no art.22, da Lei Complementar n° 64/90.

Diante do exposto, discordando do parecer Ministerial, recebo o

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Acórdãos

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recurso ofertado por Helena Araújo Costa e José Lealcí de Azevedo para o fimde reformar a douta sentença recorrida, mantendo a candidatura da primeira etornando sem nenhum efeito a suspensão da inelegibilidade dos recorrentes.

É como voto.

EXTRATO DA ATA

Processo n° 96015469 - Classe IV. Relator: José Maria deVasconcelos Martins, Recorrente: Helena Araújo Costa e outro, Recorrido:Ministério Público Eleitoral.

Decisão: Reconhecido e provido. Unanimidade.

Presidência do Des. Haroldo Rodrigues de Albuquerque.Presentes o Des. Stênio Leite Linhares e os Juízes Ademar Mendes Bezerra,Stênio Carvalho Lima, José Maria de Vasconcelos Martins, Germana de OliveiraMoraes, Luiz Nivardo Cavalcante de Melo e o Dr. José Gerim MendesCavalcante, Procurador Regional Eleitoral.

ACÓRDÃO Nº 96016366ACÓRDÃO Nº 96016366ACÓRDÃO Nº 96016366ACÓRDÃO Nº 96016366PROCESSO Nº 96016366 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96016366 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96016366 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96016366 - CLASSE IV

RECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORAL

RECORRENTE: FRANCISCO ASSIS F. PINTO E OUTROADVOGADOS: RAIMUNDO WGERLES BEZERRA MAIA E MARCOS

AURÉLIO CORREIA DE SOUZARECORRIDO: PSDB - LAVRAS DA MANGABEIRAADVOGADO: SÉRGIO GURGEL CARLOS DA SILVACOMPLEMENTO: PROPAGANDA ELEITORAL - CANCELAMENTO DE

REGISTRO DE CANDIDATURARELATOR: JUIZ LUIZ NIVARDO CAVALCANTE DE MELO

Infidelidade partidária. Cancelamento de registrode candidaturas sob o pretexto desta ocorrência.Inexistência do processo disciplinar no âmbitopartidário. Ofensa ao art. 5º, LV, da ConstituiçãoFederal. Recurso conhecido e provido, para o

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fim do restabelecimento dos registros dascandidaturas dos recorrentes. Decisão unânime.

Vistos, relatados e discutidos os autos acima indicados, acordamos Juízes do Tribunal Regional Eleitoral, por unanimidade, em conhecer dorecurso, para dar-lhe provimento, nos termos do voto do Relator, que passa afazer parte integrante desta decisão.

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, a 1º deoutubro de 1996.

Des. HAROLDO RODRIGUES DE ALBUQUERQUE - Presidente, Dr. LUIZNIVARDO CAVALCANTE DE MELO - Relator, Dr. JOSÉ GERIM MENDESCAVALCANTE - Procurador Regional Eleitoral.

RELATÓRIO

1. FRANCISCO DE ASSIS FERREIRA PINTO e GERALDOTOMAZ DE SOUSA recorrem, nos presentes autos, da decisão da MMª JuízaEleitoral da 14ª Zona que determinou o cancelamento do registro de suascandidaturas, ao mandato de Vereador à Câmara Municipal de Lavras daMangabeira.

2. A v. sentença recorrida se fez antecipar de minuciosoRelatório, nele se revelando todos os aspectos essenciais da demanda suscitadapela agremiação partidária do PSDB, em seu intuito de alcançar, contra osrecorrentes, o cancelamento referido, e, com a devida vênia do emérito Juízo aquo faço daquele mesmo relatório parte integrante destas considerações queantecedem o voto a seguir expendido.

3- Acrescente-se, ademais, que os recorrentes ingressaram com oMandado de Segurança nº 96016309, com o fito de ser emprestado, medianteprovimento liminar, efeito suspensivo ao seu apelo, de modo a persistirem aeficácia do registro de suas candidaturas, até a data de julgamento de seu pleitorecursal. Logo depois de lhes ter sido deferida essa liminar, os autos do recursoaportaram a esta Corte e, assim, posto a seu julgamento.

O douto Procurador Regional Eleitoral se manifestou sobre amatéria no curso da Sessão.

Publicado no DJE de 1.10.96.

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Acórdãos

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É o relatório.

VOTO

A matéria debatida nos presentes autos é idêntica, quanto aosseus pressupostos jurídicos, àquela vista e julgada nos autos de outro Recursotrazido ao julgamento desta E. Corte. Reporto-me ao Recurso Eleitoral nº96014023, do que fui também o Relator e cujo Acórdão teve a seguinte ementa:

“Cancelamento de registro de candidato(Lei nº 9.100/95, art. 15, II). Inexistência deprocesso disciplinar no âmbito partidário.Ofensa ao art. 5º, LV, da Constituição Federal.Recurso conhecido e improvido. Decisãounânime.”

No presente caso, a própria MMª Juíza, em tópico incisivo desua veneranda sentença, afirma: “No meu entender, não é necessário aantecedência do processo disciplinar no âmbito do partido quando se trata dodisposto do inciso II, do art.15 da citada Lei (nº 9.100/95). Não havendo,portanto, ofensa à Constituição Federal.”

Entretanto, essa ofensa, no caso dos autos, restou nítida epalmar, a partir da própria omissão do recorrido que não quis sequer atender àsnormas de sua organização estatutária, em seus cânones transcritos às fls. 39, dosquais o art. 132 condiciona a aplicação de penalidades aos filiados do Partido a“processo em que lhes seja assegurada a ampla defesa.”

Por esse motivo, transponho para este voto, quando menos emsuas linhas gerais, o mesmo entendimento inserto no julgamento do Recursoacima referido e em que figurou como parte o PL desta Capital:

“Entendo que o disposto no inciso II, doArt. 15, da Lei que rege as eleições do próximodia 03, deve ser interpretado à luz daConstituição Federal e do próprio Estatuto doPartido, exigindo-se, em relação aos filiadospunidos, o cumprimento de prévio processodisciplinar, o que, sem dúvida alguma, nãoocorreu nos autos em debate.”

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Assim, conheço do Recurso e lhe dou provimento que se impõe,em homenagem a um dos princípios mais relevantes e de maior projeção entre ospressupostos da cidadania, ungida pelo ordenamento constitucional vigente.

É como voto.

EXTRATO DA ATA

Processo n° 96016366 - Classe IV . Relator: Luiz NivardoCavalcante de Melo, Recorrente: Francisco de Assis F. Pinto e outro, Recorrido:PSDB - Lavras da Mangabeira.

Decisão: Conhecido e provido. Unânime.

Presidência do Des. Haroldo Rodrigues de Albuquerque.Presentes o Des. Stênio Leite Linhares e os Juízes Luiz Nivardo Cavalcante deMelo, Stênio Carvalho Lima, Ademar Mendes Bezerra, José Maria deVasconcelos Martins, Germana de Oliveira Moraes e o Dr. José Gerim MendesCavalcante, Procurador Regional Eleitoral.

ACÓRDÃO Nº 96016596ACÓRDÃO Nº 96016596ACÓRDÃO Nº 96016596ACÓRDÃO Nº 96016596PROCESSO Nº 96016596 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96016596 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96016596 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96016596 - CLASSE IV

RECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORAL

RECORRENTES: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL E OUTRORECORRIDO: SÁVIO SAMPAIO TEIXEIRAADVOGADOS: PAULO NAPOLEÃO GONÇALVES QUEZADO E

LARISIER AZEVEDO CAVALCANTECOMPLEMENTO: INVESTIGAÇÃO JUDICIALMUNICÍPIO: ITAPIPOCARELATORA: JUÍZA GERMANA DE OLIVEIRA MORAES

- Recursos Eleitorais. Investigação judicial, porabuso de autoridade, acerca de ex-secretário desaúde e sua esposa, candidata a vereadoradeferida; e indeferida no que tange àinvestigação judicial contra prefeito eleito, no

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Acórdãos

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juízo a quo.

-Improvimento do recurso interposto contra oprefeito eleito; e provimento, quanto ao recursointerposto pelo ex- secretário de saúde e suaesposa, reformando-se, em parte, a decisãorecorrida, para julgar improcedente, diante dainsuficiência de provas, o pedido de investigaçãojudicial contra os recorrentes. Unanimidade.

Vistos, relatados e discutidos os autos acima identificados,acordam os Juízes do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, por unanimidade,em conhecer dos recursos para negar provimento ao interposto contra o Prefeitoeleito, SÁVIO SAMPAIO TEIXEIRA, e prover o intentado contra o ex-Secretário de Saúde, CARLOS CASTRO ALVES, e sua esposa, VereadoraMARIA HELENICE LIMA CASTRO ALVES, para reformar, em parte, adecisão recorrida, com o fim de julgar, diante da insuficiência de provas,improcedente o pedido de investigação judicial contra os recorrentes.

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, aos 14de abril de 1997.

Des. HAROLDO RODRIGUES DE ALBUQUERQUE - PRESIDENTE, Dra.GERMANA DE OLIVEIRA MORAES - Relatora, Dr. JOSÉ GERIM MENDESCAVALCANTE - Procurador Regional Eleitoral.

RELATÓRIO

CARLOS CASTRO ALVES, ex-Secretário de Saúde doMunicípio de Itapipoca e sua esposa, MARIA HELENICE LIMA CASTROALVES, candidata a mandato de Vereadora daquela cidade, nas eleiçõespassadas de 03.10.96, recorrem contra a decisão da MMª Juíza Eleitoral da 17ªZona, que julgou procedente o pedido de investigação judicial por abuso deautoridade, e declarou a inelegibilidade dos dois recorrentes, por três anossubsequentes a este pleito, além da cassação do registro da candidata.

Nos mesmos autos, consta Recurso Eleitoral interposto pelailustre Promotora da Comarca de Itapipoca, contra a parte da sentença que julgouimprocedente por insuficiência de provas a investigação judicial contra o

Publicado no DJE de 9.5.96.

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prefeito eleito, DR. SÁVIO SAMPAIO TEIXEIRA.

O Ministério Público Eleitoral de Itapipoca, com base emdenúncias do Sr. ANTÔNIO JACKSON de fraudes praticadas por autoridadesmunicipais, veiculadas em 30.06.96, no programa “De Tudo Um Pouco”, daRádio Uirapuru daquele Município, e confirmadas em Juízo, requereu aberturade investigação judicial, com o fim de apurar as acusações de abuso de poder deautoridade por parte do DR. CARLOS CASTRO ALVES, Secretário de Saúdedo Município, em favor de sua esposa, então candidata ao mandato de Vereador,MARIA HELENICE LIMA CASTRO ALVES e do candidato ao cargomajoritário, DR. SÁVIO SAMPAIO TEIXEIRA.

ANTÔNIO JACKSON apontou, em síntese, como iregularidadesdo pleito eleitoral: a utilização de medicamentos da Secretaria de Saúde nacampanha política; o abuso no repasse das verbas do SUS- Sistema Único deSaúde, a compra de medicamentos pela Prefeitura em farmácias particulares parafavorecer seus correligionários, desincompatibilização fraudulenta de servidorespúblicos, utilização de laboratórios particulares e desvio de função dosempregados de saúde.

Regularmente processada a investigação judicial, osinvestigados, na resposta, atribuíram as acusações contra si assacadas aodesequilíbrio mental do denunciante ANTÔNIO JACKSON. Concluída ainstrução, após a colheita dos depoimentos das partes e a ouvida de novetestemunhas, seis da acusação, e três da defesa, e juntada de volumosadocumentação, em especial, receituários e formulários de requisição.

A MMª Juíza Eleitoral julgou procedente a investigação contraCARLOS CASTRO ALVES e MARIA HELENICE LIMA CASTRO ALVES,com apoio nas declarações da testemunha WASHINGTON LUÍS SOARES(fls.290/293).

Considerou que os dois investigados, usando do poder deautoridade, tinham na pessoa de JOÃO ISABEL, seu distribuidor demedicamentos na Vila de Pracianis. As demais testemunhas negam os fatos.Reconheceu, de resto, a inconsistência da prova documental.

Julgou improcedente a investigação contra o prefeito eleito, DR.SÁVIO SAMPAIO TEIXEIRA, ante a insuficiência de provas.

Nas razões, sustentam os investigados, em síntese, que asafirmações feitas em Juízo não se fizeram acompanhar de provas de sua

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existência. Discutem a validade de prova testemunhal, sobretudo porque fundadano depoimento de uma testemunha isolada, o Sr. WASHINGTON LUÍS,destacando, ademais, sua condição de adversário político da recorrente,porquanto também tenha sido candidato no mandato de vereador. Ressalta,ainda, que além de inexistir prova documental do alegado abuso de autoridade,os depoimentos das outras testemunhas atestam, claramente, que a distribuiçãoirregular de remédios jamais existiu. Ante a insuficiência de acervo probatório,solicitam a reforma de decisum.

Por seu turno, a douta Promotora de Itapipoca, roga, por se tratarde apuração de abuso de autoridade em apuração de ilícito penal, a aplicação doprincípio in dubio pro societatis, em vez da adoção do princípio in dubio proreo, salientando que o testemunho do DR. NILSON BATISTA COLÁCIO, ex-Secretário de Saúde do Município, aliado à prova documental, dissipam qualquerdúvida acerca da participação do prefeito eleito, SÁVIO SAMPAIO TEIXEIRA,nas irregularidades apontadas, pelo que postula a reforma da decisão.

O douto Procurador Regional Eleitoral, no minucioso Parecer defls. 478/488, opina pela manutenção da improcedência quanto ao investigado,SÁVIO SAMPAIO TEIXEIRA, e pela reforma parcial da decisão recorrida, parajulgar improcedente a investigação judicial contra MARIA HELENICE LIMACASTRO ALVES, e seu esposo CARLOS CASTRO ALVES.

É o relatório.

VOTO

Fundamentam-se os dois recursos, tanto o dos investigadossucumbentes, quanto o da ilustre Promotora Eleitoral, na discussão acerca dasuficiência ou não da prova carreada aos autos para demonstrar a existência dodenunciado abuso de autoridade ensejador do pedido de abertura destaInvestigação Judicial.

Segundo consta no Recurso interposto pela ilustre PromotoraEleitoral, tanto a documentação anexa aos autos, quanto as declarações datestemunha WILSON COLÁCIO seriam suficientes para provar a prática deirregularidade do então candidato, hoje Prefeito eleito, SÁVIO SAMPAIOTEIXEIRA, consistente no uso indevido de medicamentos públicos durante acampanha política.

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Quanto ao valor probante da documentação constante nos autos,procedeu com acerto e equilíbrio a douta magistrada, ao concluir pelaimprestabilidade das receitas médicas e dos formulários de requisição deremédios para atribuir a autoria ao investigado, porque com aqueles documentosnão se identifica quem os requisitou. Relevante ainda a observação do doutoProcurador Regional Eleitoral, segundo a qual “não foi realizada perícia, nemmesmo foi aberto prazo para que os investigados pudessem se manifestar acercados documentos.”

A propósito da prova testemunhal, WILSON COLÁCIO, ex-Secretário de Saúde, declarou a fls. 254 que segundo noticiara o funcionárioJOSÉ EDMILSON BARROSO o então Prefeito DR. SÁVIO teria retiradomedicamentos, em 1993, sendo, posteriormente sanada a irregularidade.

Conforme analisou com precisão e acuidade o sempre lúcidoProcurador Regional Eleitoral, Doutor JOSÉ GERIM MENDESCAVALCANTE, “a ação judicial que aqui se propõe, nos termos do art. 22 daLei Complementar nº 64/90 procura investigar fatos que através de indícios ecircunstâncias, indiquem abuso do poder de autoridade em benefício decandidato ou partido político. No fato aludido pela testemunha, tendo ocorridoem 1993, não há conteúdo eleitoreiro, ou seja, não se destina a beneficiarcandidato ou partido político. Ressalte-se que as demais testemunhas negaram aexistência de desvio de medicamentos. O Sr. Washington Luiz, apesar dasacusações aos outros dois investigados nega a participação do Dr. Sávio.Ademais, o Dr. Wilson Colácio e o Dr. Sávio Teixeira são, hoje, adversáriospolíticos.”

À luz do que existe objetivamente nos autos, não há provas dosfatos imputados ao investigado SÁVIO SAMPAIO TEIXEIRA.

No que concerne aos recursos interpostos pela VereadoraMARIA HELENICE LIMA CASTRO ALVES e por seu marido, ex-Secretáriode Saúde municipal, DOUTOR CARLOS CASTRO ALVES, igual conclusão seimpõe: o acervo probatório é insuficiente para demonstrar a prática do abuso deautoridade a eles atribuído.

A investigação foi julgada procedente em relação aos recorrentesunicamente com base nas declarações da testemunha WASHINGTON LUIZSOARES.

Por primeiro, as outras testemunhas, ora negaram enfaticamente

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os fatos investigados, ora os desconheciam. Depois, ressalte-se a fragilidade deconclusões, com base nas declarações de uma única testemunha, quando noconjunto da colheita da prova testemunhal as conclusões apontam para a direçãooposta.

No que tange a prática de desvio de medicamentos, sobressaem-se os depoimentos do ex-Secretário de Saúde, WILSON COLÁCIO e doenfermeiro JOSÉ TEIXEIRA ALVES.

Assim, o Dr. WILSON COLÁCIO, ex-Secretário de Saúde doMunicípio, a fls. 255, diz categoricamente que em sua gestão “o Dr. Carlos, suamulher Helenice, o verador Evandro, a Isabel e o Miguel Mota não pegavammedicamento, não tinham nada a ver com a Secretaria. O Dr. Carlos erafisioterapeuta.”

O enfermeiro JOSÉ TEIXEIRA ALVES, da Secretaria doMunicípio, a fls. 277. declara que “nunca houve desvio de medicamentos”.

A respeito de eventual desincompatibilização irregular dacandidata Dona HELENICE, que continuaria a trabalhar no hospital durante acampanha, mais uma vez, esclarecedora a análise do douto Procurador RegionalEleitoral, quando assinala que “são evidentes as contradições do decorrer dodepoimento de FRANCISCO ASSIS MARIANO, funcionário da Prefeitura, sendodifícil chegar a alguma conclusão, e consequentemente, atribuir validade àsacusações contra os investigados, ora recorrentes.” Outro aspecto defundamental importância neste depoimento, continua o digno representanteministerial, “é que o Sr. Francisco de Assis afirma, com clareza, que, porOUVIR DIZER, soube que o Dr. Carlos o havia transferido porque não votariaem sua esposa. Para que tivéssemos certeza de tal conduta, seria indispensávela oitiva daquela(s) pessoa(s) que relatou(ram) tal fato.”

As testemunhas ANTÔNIA ROGÉRIO (fls. 259), ADRIANOSOARES TEIXEIRA (fls. 260), ANA LOURDES GOMES DE SOUSA (fls.271) e NILTON PINHEIRO GUERRA, ora desconhecem os fatos, ora nãosabem de quaisquer informações acerca deles. A manicure MARIA MUNIZ (fl.260) diz que não recebe medicamentos da Secretaria de Saúde para distribuircom seus clientes e depoente JOÃO ALVES DO NASCIMENTO, vulgo JOÃOISABEL, declara que não faz campanha política para nenhum dos candidatos (fl.266).

Finalmente, as declarações de WASHINGTON LUIZ SOARES,

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segundo as quais JOÃO ISABEL teria distribuído remédios, em seu boteco, “lána Vila dos Pracianos, fazendo trabalho para o Dr. Carlos e a mulher dele”, nocontexto deste acervo probatório, por si só, são insuficientes para demonstrar oalegado abuso de autoridade por parte dos recorrentes, sobremodo levando-se emconta a circunstância de ter sido ele adversário político da investigada DonaHelenice, na disputa pela Vereança, conforme advertiu o douto ProcuradorRegional Eleitoral, no multicitado parecer de fls. 478/488, onde se lê o seguinte:

“João Isabel, como foi relatadoanteriormente, negou que fizesse campanhapolítica para qualquer dos candidatos. Odeclarante afirmou que essa distribuição deremédios beneficiou toda a comunidade. Noentanto, não repousa nesses autos, o depoimentode quaisquer dos populares ‘beneficiados’, ratificando a sua afirmação.

As mencionadas declarações tiverammaior relevo, tendo em vista que partiram de umoutro candidato, ligado ao partido dosinvestigados. Todavia, embora do mesmopartido, não deixam de ser concorrentes,principalmente porque disputam, internamente,as vantagens, o apoio do próprio meio. Por isso,repetimos: para que se provassem as acusações,teria sido necessário que pessoas tivessempresenciado tais fatos, tivessem sido inquiridasem Juízo.”

Pelos motivos antes expostos, em consonância com o bemelaborado parecer ministerial, VOTO pelo improvimento do recurso interpostopela Promotoria Eleitoral, mantendo-se a improcedência do pedido em relação aoPrefeito eleito SÁVIO SAMPAIO TEIXEIRA, e ainda pelo provimento dosrecursos interpostos pela Vereadora MARIA HELENICE LIMA CASTROALVES e por seu marido, o ex- Secretário de Saúde do Município, CARLOSCASTRO ALVES, para reformar, em parte, a decisão recorrida, com o fim dejulgar, diante da insuficiência de provas, improcedente o pedido de investigaçãojudicial contra os recorrentes.

É como voto.

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EXTRATO DA ATA

Processo nº 96016596 - Classe IV. Relatora: Germana deOliveira Moraes, Recorrentes: Ministério Público Eleitoral e outro, Recorrido:Sávio Sampaio Teixeira.

Decisão: Improvimento do recurso interposto contra o prefeitoeleito; e provimento, quanto ao recurso interposto pelo ex-secretário de saúde esua esposa, reformando-se, em parte, a decisão recorrida, para julgarimprocedente, diante da insuficiência de provas, o pedido de investigaçãojudicial contra os recorrentes. Unanimidade.

Presidência do Des. Haroldo Rodrigues de Albuquerque.Presentes o Des. Stênio Leite Linhares e os Juízes Ademar Mendes Bezerra, JoséDanilo Correia Mota, José Maria de Vasconcelos Martins, Germana de OliveiraMoraes, Luiz Nivardo Cavalcante de Melo e o Dr. José Gerim MendesCavalcante, Procurador Regional Eleitoral.

ACÓRDÃO Nº 96016624ACÓRDÃO Nº 96016624ACÓRDÃO Nº 96016624ACÓRDÃO Nº 96016624PROCESSO Nº 96016624 - CLASSE IIPROCESSO Nº 96016624 - CLASSE IIPROCESSO Nº 96016624 - CLASSE IIPROCESSO Nº 96016624 - CLASSE II

EXCEÇÃO DE IMPEDIMENTOEXCEÇÃO DE IMPEDIMENTOEXCEÇÃO DE IMPEDIMENTOEXCEÇÃO DE IMPEDIMENTO

EXCIPIENTES: COLIGAÇÃO UNIDOS POR UMA CAUCAIA MELHOR EJOSÉ GERARDO O. DE ARRUDA FILHO

ADVOGADO: JOSÉ MOREIRA LIMA JÚNIOREXCEPTO: JUIZ PRESIDENTE DA 175ª JUNTA ELEITORAL - CAUCAIARELATOR: DES. STÊNIO LEITE LINHARES

- Exceção de impedimento.

- O vocábulo “parte”, constante do art. 24 da Lein° 9.100/95, possui acepção restrita, referindo-setão-somente ao juiz que figura ou figurou comoautor ou réu em processo judicial litigioso. Nãoalcança, assim, o magistrado que, em defesa desua honra, interpelou candidato, por isto que ainterpelação não é ação nem tem cunho de

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litigiosidade, sendo mera medida administrativa,“embora desenvolvida com formas judiciais”.

- Argüição rejeitada.

- Decisão por maioria.

Vistos, relatados e discutidos os autos acima identificados.

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, aos 3de outubro de 1996.

Des. HAROLDO RODRIGUES DE ALBUQUERQUE - PRESIDENTE, Des.STÊNIO LEITE LINHARES - Relator, Dr. JOSÉ GERIM MENDESCAVALCANTE - Procurador Regional Eleitoral.

RELATÓRIO

A COLIGAÇÃO UNIDOS POR UMA CAUCAIA MELHOR(PSDB - PPS - PPB - PSC - PFL e PDS) e seu candidato JOSÉ GERARDO DEARRUDA FILHO, suscitaram a incompetência do Juiz CID PEIXOTO DOAMARAL NETO para funcionar como presidente da 175ª. JUNTAELEITORAL - Caucaia.

Alegam, em síntese, que o magistrado excepto promoveuinterpelação judicial contra o candidato-excipiente, encontrando-se, porconseguinte, impedido de participar “de qualquer das fases do processoeleitoral”, conforme estipula o art. 24 da Lei n° 9.100, de 29.09.95.

Recebida a exceção, o magistrado-excepto rejeitou-aincisivamente, ponderando que a interpelação é mero procedimento de jurisdiçãovoluntária (arts. 867 a 873 do CPC), pelo que não se presta para caracterizar opretendido impedimento, o qual pressupõe ação provida de litigiosidade.

Processada e encaminhada ao Tribunal, o Procurador RegionalEleitoral manifestou-se, em sessão, pelo acolhimento da exceção, tal comopleiteada.

Assim relatados, decide-se.

Ao que se lê nos autos, ao saber que José Gerardo Oliveira deArruda Filho, deputado federal com base política em Caucaia, fizera alusões

Publicado no DJE de 23.10.96.

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Acórdãos

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desairosas a sua conduta funcional, o magistrado-excepto interpelou-ojudicialmente, manifestando-lhe a vontade de processá-lo por danos morais. Emresposta, o interpelado não apenas negou a autoria das insinuações contra apessoa do juiz, como afirmou categoricamente que o Dr. Cid Peixoto do AmaralNeto é “um magistrado que honra a toga que veste”, encerrando-se aí o episódiomotivador da exceção.

A julgar pelo que afirmou o próprio candidato-excipiente,remove-se, de logo, qualquer dúvida quanto à imparcialidade do magistrado-excepto que, assim, está plenamente capacitado, pelo prisma moral, a presidiruma das juntas apuradoras das eleições do citado município.

Resta aferir se, tecnicamente, subsiste o impedimento que lhe foiaverbado.

Segundo o art. 24 da Lei Eleitoral do ano, “aos juízes que sejamou tenham sido parte em ações judiciais que envolvam candidatos dedeterminado município às eleições de 1996, é vedado participar de qualquer dasfases do processo eleitoral nos pleitos realizados no mesmo município”.

A mais prudente, decerto a menos recomendável dasinterpretações legislativas, é, fora de toda dúvida, a que é feita com demasiadoapego à literalidade da norma.

A desapaixonada análise do art. 24 da Lei n° 9.100/95 extirpa, deplano, a idéia de impedimento se o juiz e o candidato figuraram como partes emmedida judicial sem fundo de litigiosidade. Entre estas, inscreve-se,evidentemente, a interpelação, em cujo âmbito inexiste litígio, sendo nasubstância mera medida administrativa, “embora desenvolvida com formasjudiciais”, consoante se colhe na melhor doutrina (v. ELIEZER ROSA, NovoDicionário de Processo Civil, 1986, Freitas Bastos, p.182).

Tanto isso é certo que na interpelação não há citação, masintimação, muito menos autor e réu, singularidades que a excluem do rol dasações para situá-la no grupo das medidas preparatórias.

Seria ilógico, no caso, afastar-se o magistrado-excepto dapresidência de sua junta apuradora, só porque, em defesa da sua honra atingida,exercitou o direito que lhe cabia de interpelar judicialmente a quem, mais tarde,negando as ofensas morais a ele dirigidas, reconheceu na pessoa do juiz-interpelante postura funcional ilibada, o que é atributo essencial ao desempenho

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da jurisdição eleitoral.

Parte, no texto legal, significa autor ou réu, não simplesrequerente de medida de jurisdição voluntária, como inconsideradamenteinterpretaram os excipientes em desaviso secundado pelo ínclito procurador.

Nessas condições, acorda o Tribunal Regional Eleitoral doCeará, por maioria de votos e contra o parecer do Procurador Regional Eleitoral,em rejeitar a exceção, ante a inconsistência da argumentação nela articulada.

EXTRATO DA ATA

Processo n° 96016624 - Classe II. Relator: Des. Stênio LeiteLinhares, Excipientes: Coligação Unidos por uma Caucaia Melhor e JoséGerardo O. de Arruda Filho, Excepto: Juiz Presidente da 175ª Junta Eleitoral -Caucaia.

Decisão: Argüição rejeitada. Decisão por maioria.

Presidência do Des. Haroldo Rodrigues de Albuquerque.Presentes o Des. Stênio Leite Linhares e os Juízes Stênio Carvalho Lima,Ademar Mendes Bezerra, José Maria de Vasconcelos Martins, Germana deOliveira Moraes, Luiz Nivardo Cavalcante de Melo e o Dr. José Gerim MendesCavalcante, Procurador Regional Eleitoral.

ACÓRDÃO Nº 96016774ACÓRDÃO Nº 96016774ACÓRDÃO Nº 96016774ACÓRDÃO Nº 96016774

PROCESSO Nº 96016774 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96016774 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96016774 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96016774 - CLASSE IV

RECURSO ELEITORAL RECURSO ELEITORAL RECURSO ELEITORAL RECURSO ELEITORAL EX-OFFÍCIOEX-OFFÍCIOEX-OFFÍCIOEX-OFFÍCIO

RECORRENTE: 20ª JUNTA ELEITORAL

MUNICÍPIO: CRATEÚS

COMPLEMENTO: VIOLAÇÃO DE URNA

RELATOR: JUIZ STÊNIO CARVALHO LIMA

- Recurso Eleitoral ex-offício. Violação de urnanão confirmada. Anulação e apuração emseparado. Apenas a inexistência de lacre nãoimpede a apuração de urna, definitivamente.

Precedentes do TSE: acórdãos nºs 11.549, 11.550e 8.104.

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Acórdãos

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- Recurso conhecido e provido, reformando-se adecisão da Junta Eleitoral, considerando válida avotação da seção eleitoral correspondente.Unanimidade.

Vistos, relatados e discutidos os autos acima identificados,acordam os Juízes do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, por unanimidade eem consonância com o parecer Ministerial, em conhecer do recurso para dar-lheprovimento, reformando-se a decisão da 20ª Junta Eleitoral, para o fim deconsiderar válida a votação da 196ª seção, posto ter sido a mesma anulada, masapurada em separado, nos termos do voto do Relator, que passa a fazer parteintegrante da decisão.

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, aos 8de outubro de 1996.

Des. HAROLDO RODRIGUES DE ALBUQUERQUE - PRESIDENTE, Dr.STÊNIO CARVALHO LIMA - Relator, Dr. JOSÉ GERIM MENDESCAVALCANTE - Procurador Regional Eleitoral.

RELATÓRIO

Tratam os presentes autos de recurso de ofício interposto pela20ª Junta Eleitoral, do Município de Crateús, a qual resolveu anular a votação daseção de nº 196, tendo em vista indícios de violação da urna, em virtude daausência do respectivo lacre e assinatura dos fiscais, procedendo a apuração daurna em separado.

Houve a presença do perito e atuação da representante doMinistério Público.

O d. Procurador Regional Eleitoral, em parecer que repousa àsfls. 07/09, opinou pela validação da votação, posto os precedentes do TSE.

É o relatório.

VOTO

Razão assiste ao douto representante Ministerial. Realmente, oTSE, no acórdão nº 11.855-Ceará, assim decidiu:

Publicado no DJE de 16.10.96.

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“Eleitoral. Apuração. Urna sem lacre.

A simples inexistência do lacre nãoimpede a apuração da urna, de formadefinitiva.”

Em vista do exposto, e ainda dos precedentes do TSE nosacórdãos nºs 11.549, 11.550 e 8.104, VOTO pelo provimento do recurso,reformando a decisão da Junta Eleitoral, validando a votação da 196ª seção,posto ter sido a mesma anulada, mas apurada em separado.

EXTRATO DA ATA

Processo n° 96016774 - Classe IV. Relator: Juiz Stênio CarvalhoLima, Recorrente: 20ª Junta Eleitoral.

Decisão: Recurso conhecido e provido. Unanimidade.Presidência do Des. Haroldo Rodrigues de Albuquerque. Presentes

o Des. Stênio Leite Linhares e os Juízes Ademar Mendes Bezerra, StênioCarvalho Lima, José Maria de Vasconcelos Martins, Germana de OliveiraMoraes, Luiz Nivardo Cavalcante de Melo e o Dr. José Gerim MendesCavalcante, Procurador Regional Eleitoral.

ACÓRDÃO Nº 96016844ACÓRDÃO Nº 96016844ACÓRDÃO Nº 96016844ACÓRDÃO Nº 96016844PROCESSO Nº 96016844 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96016844 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96016844 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96016844 - CLASSE IV

RECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORAL

RECORRENTE: 119ª JUNTA ELEITORAL - MARANGUAPECOMPLEMENTO: VIOLAÇÃO DE URNARELATORA: JUÍZA GERMANA DE OLIVEIRA MORAES

Recurso de Ofício. Anulação dos votos. Númerode cédulas eleitorais injustificadamente superiorao de votantes. Cédulas a mais inseridas, deforma suspeita, dentro de outra cédula dobrada.Mantida a anulação dos votos.

Acordam os Juízes do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, por

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Acórdãos

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unanimidade, em conhecer do recurso de ofício, para dar-lhe provimento mantera anulação da votação, nos termos do voto da Relatora que passa a fazer parteintegrante desta decisão.

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, aos 15de outubro de 1996.

Des. HAROLDO RODRIGUES DE ALBUQUERQUE - Presidente, Dra.GERMANA DE OLIVEIRA MORAES - Relatora, Dr. JOSÉ GERIM MENDESCAVALCANTE - Procurador Regional Eleitoral.

RELATÓRIO

A MMª Juíza Eleitoral da 119ª Junta Apuradora de Maranguapeencaminhou a este Tribunal recurso de ofício referente a anulação de votação daurna nº 55 da Seção nº 55, motivada pela incoincidência entre os números decédulas encontradas na urna (265) e o número de votantes (261), constante dafolha de votação e do total encontrado na ata de eleição. Enviou ainda, emseparado, as quatro cédulas a mais, as quais teriam sido inseridas de formasuspeita em uma outra cédula.

Acompanham ainda o recurso a urna anulada, seu boletim e orespectivo espelho, com apuração dos votos em separado.

O douto Procurador da República, Doutor JOSÉ GERIMMENDES CAVALCANTE, opina pelo provimento do recurso de ofício com aconfirmação da anulação dos votos.

VOTO

A decisão não merece reparo: assiste razão ao douto ProcuradorEleitoral, cujos argumentos expostos no parecer de fls. 18/20, ora adoto comofundamentos.

Observou o ilustrado Procurador Regional Eleitoral, DoutorJOSÉ GERIM MENDES CAVALCANTE o seguinte:

“Prescreve o art. 166, caput e seusparágrafos 1º e 2º do Código Eleitoral,reproduzidos pelo art. 17 da Resolução Nº19.540/96, que:

Publicado no DJE de 25.10.96.

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‘Art. 166- Aberta a urna, a Juntaverificará se o número de cédulasoficiais corresponde ao número devotantes.

§ 1º- A incoincidência entre onúmero de votantes e o número decédulas oficiais encontradas na urnanão constituirá motivo de nulidade davotação, desde que não resulte emfraude comprovada.

§ 2º- Se a Junta entender que aincoincidência resulta de fraude,anulará a votação, fará a apuração emseparado e recorrerá de ofício para oTribunal Regional.’

Estabeleceu, por sua vez, o art. 165,incisos VIII e IX do diploma legal eleitoral,regulamentado pelo art. 16 da Res. 19.540,que:

‘Antes de abrir cada urna, a JuntaEleitoral verificará:

VIII- se votou eleitor excluído doalistamento, sem ser o seu voto tomadoem separado;

IX- se votou eleitor de outraSeção, a não ser nos casosexpressamente admitidos’.

Inexiste nos autos, informações de quetenham votado, na Seção nº 055, da 119ª JuntaEleitoral de Maranguape, eleitores excluídosdo alistamento, ou eleitores de outras Seções.

Assim, não se justificam os 04 (quatro)votos excedentes do número de votantes,

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Acórdãos

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encontrados na questionada urna.

Ademais, foram eles colocados dentro deuma cédula de forma suspeita, evidenciandofraude.”

Realmente, há dois aspectos essenciais a considerar: primeiro, ainexistência de qualquer justificativa do excesso de 4(quatro) cédulas de votaçãona urna; depois, o fato de terem sido encontradas essas quatro cédulas a maisdentro de outra cédula, isto é, de forma suspeita, pelo que se infere a presença defraude.

Por este motivo, VOTO, em consonância com o parecerministerial, pelo provimento do recurso de ofício, para o fim de confirmar o atode anulação dos votos da urna n. 55 da 55ª Seção da Zona Eleitoral deMaranguape. Acatando a sugestão do eminente Juiz Ademar Mendes Bezerra,determino a remessa dos autos à Polícia Federal, inclusive das cédulas de fls.02para apuração de fraude eleitoral.

É como voto.

EXTRATO DA ATA

Processo n° 96016844 - Classe IV. Relator: Germana de OliveiraMoraes, Recorrente: 119ª. Junta Eleitoral - Maranguape.

Decisão: Conhecido e provido. Unânime.

Presidência do Des. Haroldo Rodrigues de Albuquerque.Presentes o Des. Stênio Leite Linhares e os Juízes Stênio Carvalho Lima,Ademar Mendes Bezerra, José Maria de Vasconcelos Martins, Germana deOliveira Moraes, Luiz Nivardo Cavalcante de Melo e o Dr. José Gerim MendesCavalcante, Procurador Regional Eleitoral.

ACÓRDÃO Nº 96016962ACÓRDÃO Nº 96016962ACÓRDÃO Nº 96016962ACÓRDÃO Nº 96016962PROCESSO Nº 96016962 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96016962 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96016962 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96016962 - CLASSE IV

RECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORAL

RECORRENTE: 66ª JUNTA ELEITORAL - AQUIRAZADVOGADO: JOSÉ TUPINAMBÁ CAVALCANTE DE ALMEIDA

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Tribunal Regional Eleitoral do Ceará

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COMPLEMENTO: VIOLAÇÃO DE URNARELATORA: JUÍZA GERMANA DE OLIVEIRA MORAES

Impugnação de votos. Violação de urnaatestada por perito e aceita pela JuntaApuradora. Anulação dos votos. Comunicaçãoao Tribunal Regional Eleitoral. Remessa da urnaà Polícia Federal para apuração de crimeeleitoral. Inexistência no lacre da urna deassinatura do presidente da mesa receptora devotos. Preterição de formalidade a qual não secomina sanção. Inocorrência de violação daurna. Validade dos votos. Provimento parcial dorecurso.

Vistos, relatados e discutidos os autos acima identificados,acordam os Juízes do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, por unanimidade,em conhecer do recurso de ofício, para dar-lhe provimento parcial, nos termos dovoto da Relatora que passa a fazer parte integrante desta decisão.

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, aos 15de outubro de 1996.

Des. HAROLDO RODRIGUES DE ALBUQUERQUE - PRESIDENTE, Dra.GERMANA DE OLIVEIRA MORAES - Relatora, Dr. JOSÉ GERIM MENDESCAVALCANTE - Procurador Regional Eleitoral.

RELATÓRIO

O MM. Juiz Eleitoral de Aquiraz encaminhou a este Tribunalquatro urnas, três de Aquiraz e uma de Eusébio, que foram objeto de impugnaçãodurante o processo de apuração de votos.

O encaminhamento da urna do município de Eusébio foi autuadoem processo à parte, julgado, ontem, por Sua Excelência, o Relator prevento JuizADEMAR MENDES BEZERRA.

Duas das urnas de Aquiraz- as de nºs 121(Tanques) e

Publicado no DJE de 24.10.96.

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Acórdãos

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164(Fagundes) foram impugnadas sob o argumento de que “não consta nasmesmas as assinaturas dos membros da mesa receptora dos votos”, e a urna denº 161 de Aquiraz (sede), porque estaria com o lacre violado, conformeconstatado pelo Presidente da Junta, pelo perito e pelo representante doMinistério Público.

O encaminhamento das urnas foi instruído, às fls. 3, com Termocircunstanciado subscrito pelo Juiz Eleitoral de Aquiraz e pelos Juízes de DireitoPresidentes das 2ª e 3ª Juntas Eleitorais.

A Coligação PTB/PSB, impugnante das urnas 121 e 164 requer adesistência do recurso.

O douto Procurador da República, Doutor JOSÉ GERIMMENDES CAVALCANTE, opina pela validade dos votos das urnas 121 e 164, epela manutenção do decisum, em relação à urna 161, cuja violação foi atestadapor perito designado pelo Juiz, com o aval do Ministério Público.

VOTO

Recebo os presentes autos como comunicação de violação daurna 161( art. 165- par. 1º II do Código Eleitoral), e em relação às urnas nº 121 e164 como recurso de ofício interposto pelas Juntas Apuradoras, com amparo noart. 165, V, c/c par. 3º do Código Eleitoral.

Dispõe o par. 1º, inciso II, do art. 165 do Código Eleitoral que“se o perito concluir pela existência de violação e o seu parecer for aceito pelaJunta, o presidente desta comunicará a ocorrência ao Tribunal Regional, paraas providências de lei.”

No que pertine à urna 161, a Junta Apuradora aceitou, pelo quese depreende da leitura do termo de fls. 3, o parecer do perito conclusivo pelaexistência de sua violação, onde se lê: “no caso da urna 161 esta encontra-secom o lacre violado, tudo sendo constatado pelo Presidente da Junta, perito erepresentante do Ministério Público”.

Cabe a este Tribunal, portanto, determinar a remessa da urna 161de Aquiraz à Polícia Federal, para apuração do delito tipificado no artigo 317 doCódigo Eleitoral.

Quanto às urnas 121 e 164, nas quais não consta a assinatura dosmembros da mesa receptora, é necessário, de início, apreciar o pedido de

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Tribunal Regional Eleitoral do Ceará

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desistência de fls. 7.

Desacolho o pedido de desistência, seja porque se trata derecurso de ofício interposto pelas Juntas apuradoras, seja porque não pode seraceito como pedido de desistência das impugnações, porquanto elas já tenhamsido apreciadas e acatadas pelas respectivas Juntas.

Verificado se foram infringidas as condições do sigilo do voto, aJunta anulará a votação, fará a apuração dos votos em separado e recorrerá deofício para o Tribunal Regional(art. 165- V e par. 3º do Código Eleitoral).

As Juntas Apuradoras anularam a votação das urnas 121 e 164 erecorreram de ofício para este Tribunal. Os votos não foram apurados emseparado, penso eu, porque se o fossem, não haveria condições de verificar-seem seguida se constavam ou não nas urnas as assinaturas dos Presidentes dasMesas Receptoras.

Entretanto, conforme observou o douto Procurador RegionalEleitoral, Doutor JOSÉ GERIM MENDES CAVALCANTE, “inexiste sanção denulidade da votação na hipótese de não haver sido rubricado pelo Presidente eMesários, o selo de vedação da fenda de introdução da cédula da urna”, além doque “inexistindo comprovação de violação da urna, não há de acoimar denulidade os votos nelas contidos, sob o argumento de quebra do seu sigilo.”

Por este motivo, VOTO pela reforma da decisão das JuntasApuradoras, para o fim de reconhecer a inexistência de violação das urnas 121 e164 e consequentemente a validade dos votos das respectivas Seções, edeterminar o retorno das urnas ao Juiz Eleitoral para que providencie perante asJuntas a apuração dos votos. Quanto à urna 161, sou pela sua remessa à PolíciaFederal, para que se apure a ocorrência de crime eleitoral.

É como voto.

EXTRATO DA ATA

Processo n° 96016962 - Classe IV. Relatora: Germana deOliveira Moraes, Recorrente: 66ª Junta Eleitoral - Aquiraz.

Decisão: Recurso conhecido. Provimento parcial.

Presidência do Des. Haroldo Rodrigues de Albuquerque.Presentes o Des. Stênio Leite Linhares e os Juízes Stênio Carvalho Lima,Ademar Mendes Bezerra, José Maria de Vasconcelos Martins, Germana de

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Acórdãos

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Oliveira Moraes, Luiz Nivardo Cavalcante de Melo e o Dr. José Gerim MendesCavalcante, Procurador Regional Eleitoral.

ACÓRDÃO Nº 96017036ACÓRDÃO Nº 96017036ACÓRDÃO Nº 96017036ACÓRDÃO Nº 96017036PROCESSO Nº 96017036 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96017036 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96017036 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96017036 - CLASSE IV

RECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORAL

RECORRENTE: PDT - ACARAÚADVOGADOS: JOSÉ INÁCIO ROSA BARREIRA E JOSÉ JACKSON

NUNES AGOSTINHORECORRIDOS: PSDB/PSD - ACARAÚCOMPLEMENTO: ANULAÇÃO DE PLEITO ELEITORALRELATOR: JUIZ JOSÉ DANILO CORREIA MOTA

Recurso Eleitoral - Anulação de PleitoEleitoral, ou Alternativamente, Recontagem deVotos - Inaplicável o disposto no art. 28, da Leinº 9.100/95, quando não provada a ocorrência devício ou irregularidade a comprometer oresultado do pleito. Mantidos os efeitos daSentença recorrida, pelos fundamentos doAcórdão.

Vistos, relatados e discutidos os autos acima identificados,acordam os Juízes do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, por unanimidade,em sintonia com o parecer da Procuradoria Regional Eleitoral, conhecer dorecurso, mas para lhe negar provimento, nos termos do voto do Relator que éparte integrante desta decisão, esteiada em que não restou provada irregularidadeou vício no pleito, a comprometer o seu resultado.

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, aos 9de dezembro de 1996.

Des. HAROLDO RODRIGUES DE ALBUQUERQUE - Presidente, Dr. JOSÉDANILO CORREIA MOTA - Relator, Dr. JOSÉ GERIM MENDESCAVALCANTE - Procurador Regional Eleitoral.Publicado no DJE de 23.12.96.

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RELATÓRIO

O PARTIDO DEMOCRÁTICO TRABALHISTA - PDT, peloDiretório Municipal de Acaraú - CE, através de advogado regularmentehabilitado, insurgiu-se contra o resultado do pleito eleitoral do dia 3 de outubroúltimo, mediante tempestivo recurso.

Aduziu como sustentáculo do pedido, os seguintes fatos queteriam ocorrido quando da contagem dos sufrágios:

a) apurados votos de duas seções inexistentes naquele município:0250ª e 0420ª;

b) detectação de 19 (dezenove) votos para a candidata ao cargode prefeito da cidade de Cruz;

c) divergência numérica entre os votantes e as cédulas eleitoraisnas seções agregadas 025 e 190, com um acréscimo de 112 votos;

d) apuração posterior da urna 200, em razão de temporáriodesaparecimento, argüindo ainda, com referência à mencionada urna,discrepância votantes/cédulas.

Requereu, alternativamente, anulação das eleições majoritária eproporcional, do Município de Acaraú, ou, recontagem dos votos, providênciaque estaria amparada pelo Art. 28, inciso III, da Lei 9.100/95.

Ao receber o pedido, a MMª Juíza, o indeferiu sob os motivos aseguir enumerados:

a) Referentemente ao primeiro argumento de insurgência,esclareceu a magistrada tratar-se de mero equívoco de ordem material,insignificante e anterior à digitação definitiva, ou seja, onde constava a seção250, era, na verdade, a seção 025 e onde se lia seção 420, deveria ler-se seção n.042. Simples inversão de algarismos, anterior à digitação.

b) Com relação a adução de fraude na apuração da urna n. 10,refutou-a a MMª Juíza, no seu entender, porque inobservadas as regras doArt.171, do Código Eleitoral, em combinação com o Art. 22 da Resolução19.540 do TSE, segundo asseverou, pelo fato de haver-se operado a preclusãoresultante da inércia do recorrrente, no momento próprio, que seria quando daabertura da urna.

c) No respeitante ao terceiro embasamento do pedido, alegada

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Acórdãos

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incoincidência entre votantes e cédulas nas seções agregadas 025 e 190, disse aMMª Juíza ser o caso de erro material ou má-fé, por parte do recorrente, aoafirmar que votaram 479 pessoas, acrescentando que uma simples verificaçãonas folhas de votação levaria à certeza de que ali votaram apenas 304 eleitores.

d) Por fim, quanto à increpação de fraude envolvendo a urna200, que teria desaparecido e reaparecido 36 (trinta e seis) horas depois, e queexistiria uma computação de dois votos superior ao quantitativo de votantes,sustentou a digna julgadora, no primeiro caso, que tal relato está distorcido,porque dada pela falta de referida urna, localizada e iniciada a sua apuração,haviam decorrido apenas 24 (vinte e quatro) horas de quando finda, em parte, acontagem, pois ainda faltava a digitação/totalização, e o fato comunicado portelefone ao Presidente do TRE, o qual, autorizou a dita apuração. Quanto aooutro fato argüido, de incoincidência, estaria enquadrada na preclusão, issoporque, o recorrente, fiscais e delegados partidários estavam presentes e nadaimpugnaram na hora da apuração.

Contra-razões às fls. 369/372, com fundamentos semelhantes aosda decisão, cujo conteúdo é defendido.

Nesta Corte, instado a pronunciar-se, o douto ProcuradorRegional apresentou o detalhado e útil parecer de fls. 378 a 382, ondebasicamente reforça o entendimento externado pela ilustre julgadora, e opinapelo improvimento do recurso.

É o relatório.

VOTO

Como visto, várias foram as ocorrências no pleito eleitoral de 3de outubro último no Município de Acaraú, capazes de, à primeira vista,conceder espaço para um questionamento da regularidade daquelas eleições.

Tais fatos, na mesma ordem da exibição, pelo recorrente, serãoagora apreciados:

a) As seções indicadas pelo recursante como sendo 250 e 420,efetivamente não existem. Assiste razão à digna Juíza, ao elucidar que essesnúmeros correspondiam, efetivamente, a 025 e 042, como corrigido antes darespectiva digitação. Ocorrência tolerável, sem o mínimo indício deirregularidade.

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b) Com relação ao segundo argumento do recorrente, de que naSeção Eleitoral nº 10, teriam sido computados votos dados à candidata IreneMuniz, de outro Município, é elemento que ressente-se de prova, de vez que nãose encontra o nome desse candidato no BU de fls. 49/50, daquela Seção,inexistindo igualmente o registro de qualquer impugnação da respeito. Por isso,excluída a hipótese, do enquadramento no Art. 28 da Lei 9.100/95.

c) Quanto à afirmação de não coincidência votantes/votosenvolvendo as Seções 025 e 190, cabe explicar: as seções 190 (agregada) e 025(agregante), conjuntamente, apresentaram um total de 304 (trezentos e quatro),votos número este, coincidente com o de votantes. É o que comprova o Boletimde Urna de f. 325. Absolutamente regular. A título de esclarecimento, cumpredizer que a menção que o recorrente faz na f. 4, 3º tópico, da inicial, admitindo aexistência da seção n. 190 que possuiria 49 (quarenta e nove) eleitores, tendo alivotado 175 (cento e setenta e cinco) pessoas, é fruto de equívoco, este, detectadoapós demorada pesquisa nos autos. A seção 190, isoladamente não existe, eis queagregada à 025, como demonstrado linhas atrás. Onde votaram 175 (cento esetenta e cinco) pessoas, foi na seção 019, (confundida com 190). É o que seconstata do boletim de urna de f. 327.

d) A quarta e última acusação do recursante, de irregularidade dopleito mencionado, se refere à urna n. 200, apurada a posteriori. Teria infringidoo art. 166 do Código Eleitoral e apresentado resultado divergente em dois votos amaior. Disse o recursante que enquanto o número de votantes era de 190 (cento enoventa), teriam sido contados 192 (cento e noventa e dois) votos.

A negativa à pretensão autoral, fundada neste item, não é o dapreclusão, este, o entendimento manifestado pela íntegra Juíza, mas fundada emque, no primeiro ponto - apuração posterior da urna - foi procedimento ocorridoapós decidido pelas Juntas Eleitorais da Zona Eleitoral do Acaraú, com apresença do Ministério Público, e de representante inclusive do Partidorecorrente, decisão a qual por levar em conta a ausência de indício de fraude oude violação da urna, o que foi chancelado também pelas Presidência eCorregedoria deste Tribunal, conforme se contém no registro de fls. 332/334. Nosegundo ponto, o da incoincidência também aduzida, relativamente a citada urna,por certo é fruto de novo equívoco do recorrente.

Esta conclusão se alcança, baseado em que, na Seção n. 200,foram contadas 222 (duzentos e vinte e duas) cédulas eleitorais, e não 192(centoe noventa e duas), como alegou o Partido insurgente, e o número de eleitores da

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Acórdãos

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mencionada Seção, é também 222 (duzentos e vinte e dois) e não 190, como porengano, argüiu o recorrente. É o que comprova o Boletim de Urna de f. 175.

Digno de destaque no pleito sob recurso, é a circunstância de quea diferença de sufrágios entre o candidato mais votado e o candidato do Partidoinconformado - PDT, é de 891 (oitocentos e noventa e um) votos, o que vem areforçar a convicção de que venceu o candidato que teve a preferência damaioria dos eleitores.

Assim exposto, e do mais que dos autos emerge, tomoconhecimento do Recurso, contudo, para lhe negar provimento, confirmando oindeferimento de anulação das Eleições Municipais do Município de Acaraú, e opedido alternativo de recontagem de votos do mesmo Município, em ambos oscasos, à ausência de enquadramento da espécie nos específicos pressupostos dedireito. Mantidos os efeitos da decisão recorrida, pelos fundamentos desteAcórdão.

É como voto.

EXTRATO DA ATA

Processo n° 96017036 - Classe IV. Relator: José Danilo CorreiaMota, Recorrente: PDT - Acaraú, Recorrido: PSDB/PSD - Acaraú.

Decisão: Conhecido e improvido. Unânime.

Presidência do Des. Haroldo Rodrigues de Albuquerque.Presentes o Des. Stênio Leite Linhares e os Juízes José Danilo Correia Mota,Ademar Mendes Bezerra, José Maria de Vasconcelos Martins, Germana deOliveira Moraes, Luiz Nivardo Cavalcante de Melo e o Dr. José Gerim MendesCavalcante.

ACÓRDÃO Nº 96017039ACÓRDÃO Nº 96017039ACÓRDÃO Nº 96017039ACÓRDÃO Nº 96017039PROCESSO Nº 96017039 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96017039 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96017039 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96017039 - CLASSE IV

RECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORAL

RECORRENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALADVOGADO: JORGE ALBERTO CARVALHO MOTACOMPLEMENTO: REMESSA DE OFÍCIORELATOR: DES. STÊNIO LEITE LINHARES

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Votos com idêntica grafia em favor de ummesmo candidato.

Anulação decretada, mantida a validade davotação restante da urna.

Decisão unânime.

Vistos e examinados os autos acima identificados.

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, aos 21de outubro de 1996.

Des. HAROLDO RODRIGUES DE ALBUQUERQUE - Presidente, Des.STÊNIO LEITE LINHARES - Relator, Dr. JOSÉ GERIM MENDESCAVALCANTE - Procurador Regional Eleitoral.

RELATÓRIO

Cuida-se de remessa ex officio originária da 213ª Junta Eleitoral- Maracanaú, que, acolhendo impugnação formulada pelo órgão do MinistérioPúblico, anulou a votação da urna da 240ª Seção, por motivo de incoincidênciaentre o número de votantes e o de cédulas, bem como por terem sido detectadoscinco votos com grafia semelhante em favor do candidato a vereador “ZéVieira”.

A mesma impugnação foi apresentada pelo delegado do PSB deMaracanaú.

Parecer do Ministério Público no sentido de que as cédulasviciadas pela similitude de grafia sejam periciadas pela Polícia Federal, para sódepois ser confirmada a nulidade da votação, se for o caso.

É o relatório.

Decide-se.

Por equívoco imperdoável da Junta Eleitoral as cédulas suspeitasforam devolvidas à urna após a apuração em separado, quando deviam ter sidoanexadas aos autos, para que a Corte pudesse examiná-las.

No Tribunal, reaberta, porém, a urna, ao alvitre consensual de

Publicado no DJE de 19.11.96.

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Acórdãos

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que a restrição do art. 183 do Código Eleitoral dirige-se exclusivamente ao órgãoapurador de primeira instância, constatou-se, depois de separadas e bemvisualizadas, que as cédulas objetadas ostentam, realmente, induvidosasimilaridade de grafia, indicando, destarte, que os votos nelas enunciados forammanifestados por um só votante, em benefício de um mesmo candidato.

Sendo possível, a partir do que foi verificado pela Corte nadiligência de constatação, expurgar-se os sufrágios contaminados pela fraude,não se exibe razoável invalidar-se a totalidade da votação da urna, senão, apenas,os votos reconhecidamente espúrios, a menos que se queira prejudicar oscandidatos que não se valeram de artifícios desonestos para a obtenção dapreferência do eleitorado.

Releva salientar que a invalidação desses votos restaura a devidasintonia entre o quantitativo de eleitores da seção e o quantitativo de cédulas quea urna deveria ter apresentado, o que é mais um fator a demover a idéia de queé necessária, no caso, a anulação da totalidade da votação acusada nessa unidadeeleitoral.

Impõe-se, todavia, ante a induvidosa ocorrência do crimeeleitoral, a remessa das cédulas apócrifas à Polícia Federal, para que investigue,como convém, o possível envolvimento da turma escrutinadora com a fraudeconstatada.

Nessas condições, acorda o Tribunal Regional Eleitoral doCeará, por unanimidade, em anular os cinco (05) votos com idêntica grafiaatribuídos ao candidato “Zé Vieira”, mantido o restante da votação encontradana urna, com remessa de peças à Polícia Federal para que investigue oenvolvimento da turma apuradora com a fraude constatada.

EXTRATO DA ATA

Processo n° 96017039 - Classe IV. Relator: Des. Stênio LeiteLinhares, Recorrente: Ministério Público Eleitoral.

Decisão: Anulação decretada, mantida validade do restante daurna. Unanimidade.

Presidência do Des. Haroldo Rodrigues de Albuquerque.Presentes o Des. Stênio Leite Linhares e os Juízes Stênio Carvalho Lima,Ademar Mendes Bezerra, José Maria de Vasconcelos Martins, Germana de

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Tribunal Regional Eleitoral do Ceará

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Oliveira Moraes, Luiz Nivardo Cavalcante de Melo e o Dr. José Gerim MendesCavalcante, Procurador Regional Eleitoral.

ACÓRDÃO Nº 96017068ACÓRDÃO Nº 96017068ACÓRDÃO Nº 96017068ACÓRDÃO Nº 96017068PROCESSO Nº 96017068 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96017068 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96017068 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96017068 - CLASSE IV

RECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORAL

RECORRENTE: PSDB - MOMBAÇAADVOGADOS: GIOVANNI FERNANDES SANTOS E JOSÉ CARLOS

MARTINS DE ALMEIDARECORRIDO: 46ª JUNTA ELEITORAL DE MOMBAÇACOMPLEMENTO: IMPUGNAÇÃO DE URNA - 12ª SEÇÃO - 46ª ZONA

ELEITORALRELATOR: JUIZ JOSÉ MARIA DE VASCONCELOS MARTINS

Recurso Eleitoral. Impugnação de urna por estara Seção Eleitoral localizada em prédio público,vizinho à residência do Prefeito Municipal.Recurso conhecido e improvido. Decisãounânime.

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam osJuizes do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, por unanimidade e emconsonância com o parecer Ministerial, conhecer do recurso, por tempestivo,para negar-lhe provimento, por falta de fomento jurídico, confirmando-se asentença recorrida, nos termos do voto do Relator, parte integrante desteAcórdão.

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, aos 31de outubro de 1996.

Des. HAROLDO RODRIGUES DE ALBUQUERQUE - Presidente, Dr. JOSÉMARIA DE VASCONCELOS MARTINS - Relator, Dr. JOSÉ GERIMMENDES CAVALCANTE - Procurador Regional Eleitoral.

Publicado no DJE de 25.11.96.

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RELATÓRIO

O Partido da Social Democracia Brasileira - PSDB, deMombaça, devidamente representado por seu Presidente apresenta recurso contradecisão da 46ª Junta Eleitoral que não acatou impugnação formulada no sentidode anular a urna n°. 7557, da 12ª Seção, que estava localizada no prédio daColetoria Estadual, vizinho à residência do Dr. José Waldomiro Távora deCastro, Prefeito Municipal de Mombaça, afirmando, o recorrente, que a mesareceptora era composta por pessoas ligadas a Coligação PPB/PMDB e ainda, quea fiscalização do recorrente foi deficiente, concluindo dizendo que três eleitoresvotaram e não assinaram a folha de votação e nem receberam o respectivocomprovante.

Estribou seu apelo na letra do artigo 135, § 4°, do CódigoEleitoral.

O recurso foi bem instruído com os docs. de fls. 05 a 63.

Nesta instância recebeu o lúcido parecer do Dr. ProcuradorRegional Eleitoral de fls. 68 a 71, opinando pelo seu improvimento.

É o relatório.

Do exame procedido neste processo, sem maior esforço, sente-seclarividentemente que a disposição codificada pelo recorrente, não lhe socorreporque a Seção atacada funcionou em prédio público, a Coletoria Estadual, nãose enquadrando na vedação de uso constante do mencionado § 4° do art. 135 doCódigo Eleitoral.

Por outro lado, não resultou provado serem os integrantes damesa coletora de votos membros de Diretórios de Partidos, tendo-se comocorretas suas nomeações, mesmo abstraindo-se que citada argüição já era matériapreclusa.

Sem sombra de dúvida, o Dr. Procurador Eleitoral dissecou bemo assunto no seu judicioso parecer, pelo que desejo torná-lo parte integrantedesta decisão.

Diante do exposto, considerando o que foi examinado e o maisque dos autos consta e, a braços com o parecer Ministerial, dou guarida aorecurso, por que ajuizado a tempo, mas lhe nego provimento por falta de fomentojurídico, confirmando a douta sentença recorrida.

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É como voto.

EXTRATO DA ATA

Processo n° 96017068 - Classe IV. Relator: José Maria deVasconcelos Martins, Recorrente: PSDB - Mombaça, Recorrido: 46ª. JuntaEleitoral de Mombaça.

Decisão: Conhecido e improvido. Unânime.

Presidência do Des. Haroldo Rodrigues. Presentes o Des. StênioLeite Linhares e os Juízes Stênio Carvalho Lima, Ademar Mendes Bezerra, JoséMaria de Vasconcelos Martins, Germana de Oliveira Moraes, Luiz NivardoCavlcante de Melo e o Dr. José Gerim Mendes Cavalcante, Procurador RegionalEleitoral.

ACÓRDÃO Nº 96017146/96017153ACÓRDÃO Nº 96017146/96017153ACÓRDÃO Nº 96017146/96017153ACÓRDÃO Nº 96017146/96017153PROCESSO Nº 96017146/96017153 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96017146/96017153 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96017146/96017153 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96017146/96017153 - CLASSE IV

RECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORAL

RECORRENTE: COLIGAÇÃO UNIDOS PARA O PROGRESSO DEMOMBAÇA

ADVOGADOS: TIAGO ALBANO FERREIRA DE MATOS E EDSONMANUEL FEIJÓ GUIMARÃES

COMPLEMENTO: IMPUGNAÇÃO 01 VOTO - SEÇÃO 41 - ZONA 46ª IMPUGNAÇÃO 01 VOTO - SEÇÃO 66 - ZONA 46ª

MUNICÍPIO: MOMBAÇARELATOR: JUIZ JOSÉ MARIA DE VASCONCELOS MARTINS

Recursos eleitorais. Cédula de votaçãoparcialmente dilacerada. Desde que seja possívelcolher a vontade do eleitor, sem suaidentificação, computa-se o voto dado em cédulaque teve parte dilacerada no ato de votar.Recurso provido com reforma da decisão dajunta apuradora.

Decisão unânime.

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Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam osJuízes do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, por unanimidade, conhecer dorecurso, para dar-lhe provimento, reformando a decisão recorrida, nos termos dovoto do Relator, parte integrante deste Acórdão.

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, aos 11de novembro de 1996.

Des. HAROLDO RODRIGUES DE ALBUQUERQUE - Presidente, Dr. JOSÉMARIA DE VASCONCELOS MARTINS - Relator, Dr. JOSÉ GERIMMENDES CAVALCANTE - Procurador Regional Eleitoral.

RELATÓRIO

A Coligação “UNIDOS PARA O PROGRESSO DEMOMBAÇA”, não se conformando com as decisões da 46ª Junta Eleitoral, deMombaça, que considerou nulos dois votos dados ao candidato BENONEDERECO, por se encontrarem as duas cédulas danificadas, resolveu recorrerpara este TRE, pedindo que tais sufrágios sejam computados para o candidatoacima dito.

No recurso que tem o nº 7146, o eleitor votou dentro doquadrilátero correspondente ao nome BENONE DERECO, apondo nele um X erasgando o quadrilátero abaixo, exatamente à altura da primeira dobra; norecurso nº 7153 o eleitor tirou toda a parte esquerda da primeira dobra e a alturada expressão PARA PREFEITO, colocou o numeral 11 que é o correspondenteao candidato Benone Dereco.

A douta Junta Apuradora anulou os dois sufrágios, sem todaviatrazer as razões do seu convencimento.

Nesta Instância, após reunidos os dois processos, o eminente Dr.Procurador Eleitoral opinou pelo provimento dos recursos.

É o relatório.

Efetivamente assiste razão a Coligação recorrente no desejo decomputar esses dois votos para o candidato do Partido Progressista Brasileiro,Sr. RAIMUNDO BENONE DE ARAÚJO PEDROSA, registrado com o nome deBenone Dereco, como é amplamente conhecido.

Publicado no DJE de 25.11.96.

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É que não se pode, de sã consciência, enquadrar a atitude doeleitor, rasgando parte da cédula, como sinal identificador do voto, nos termosdo artigo 31 da Resolução nº 19.540/96, diante do que citados votos, que comclareza trazem a vontade do eleitor, devem ser computados.

Diante do exposto e em consonância com o parecer Ministerial,dou provimento ao recurso, para mandar contar os dois votos para o candidato nº11 do PPB, reformando, assim, a decisão recorrida.

Com relação ao voto para Vereador apenso no recurso 7146,deverá a douta Junta Apuradora apreciar sua nulidade.

É como voto.

EXTRATO DA ATA

Processos n°s 96017146/96017153 - Classe IV. Relator: JoséMaria de Vasconcelos Martins, Recorrente: Coligação Unidos Para o Progressode Mombaça.

Decisão: Conhecido e provido. Unânime.

Presidência do Des. Haroldo Rodrigues de Albuquerque.Presentes o Des. Stênio Leite Linhares e os Juízes Stênio Carvalho Lima,Ademar Mendes Bezerra, José Maria de Vasconcelos Martins, Germana deOliveira Moraes, Luiz Nivardo Cavalcante de Melo e o Dr. José Gerim MendesCavalcante, Procurador Regional Eleitoral.

ACÓRDÃO Nº 96017157ACÓRDÃO Nº 96017157ACÓRDÃO Nº 96017157ACÓRDÃO Nº 96017157PROCESSO Nº 96017157 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96017157 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96017157 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96017157 - CLASSE IV

RECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORAL

RECORRENTE: COLIGAÇÃO UNIDOS P/ PROGRESSO DE MOMBAÇAADVOGADOS: TIAGO ALBANO FERREIRA DE MATOS E EDSON

MANUEL FEIJÓ GUIMARÃESCOMPLEMENTO: IMPUGNAÇÃO 01 VOTO - SEÇÃO 89ª - ZONA 46ªRELATOR: JUIZ JOSÉ MARIA DE VASCONCELOS

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Acórdãos

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Recurso Eleitoral. Anula-se o voto dado naeleição majoritária, se o eleitor fizer qualquerassinalação na cédula, sem possibilidade de ser ovoto computado para qualquer candidato.

Recurso provido, reformando-se a decisãorecorrida. Unanimidade.

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam osJuízes do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, por unanimidade, conhecer dorecurso, para dar-lhe provimento, reformando a decisão recorrida, nos termos dovoto do Relator, parte integrante deste Acórdão.

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, aos 4de dezembro de 1996.

Des. HAROLDO RODRIGUES DE ALBUQUERQUE - Presidente, Dr. JOSÉMARIA DE VASCONCELOS MARTINS - Relator, Dr. JOSÉ GERIMMENDES CAVALCANTE - Procurador Regional Eleitoral.

RELATÓRIO

A Coligação “UNIDOS PARA O PROGRESSO DEMOMBAÇA”, não se conformando com a decisão da 46ª Junta Eleitoral, queconsiderou como “EM BRANCO” a votação para a eleição majoritária, resolveurecorrer para este TRE, pedindo que tal sufrágio seja computado para ocandidato BENONE DERECO.

Mostra a cédula aposta no recurso, que o eleitor não assinalouqualquer dos candidatos, limitando-se a fazer um rabisco logo acima do nomePARA PREFEITO.

A douta Junta Apuradora considerou a votação como “EMBRANCO”, nascendo aí o presente recurso.

Nesta instância, o eminente Dr. Procurador Eleitoral opinou peloprovimento do recurso, para efeito de reformar a decisão, mas, por outrofundamento diverso do recurso, declarando-se o voto como nulo e como tal,computado.

Publicado no DJE de 25.2.97.

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Tribunal Regional Eleitoral do Ceará

Rev. de Jurisp. do TRE/CE, Fortaleza, nº 2, ano II, pág. 13-214, (out/96-jun/97), 1997106

É o relatório.

Inegável que do rabisco feito pelo eleitor, não se pode aferir suaintenção, já que citado traço não ficou colocado perto dos nomes de qualquer doscandidatos, pelo que merece acolhida o parecer Ministerial.

Dou provimento ao presente recurso, reformando a decisãorecorrida, a fim de declarar a nulidade do voto.

É como voto.

EXTRATO DA ATA

Processo n° 96017157 - Classe IV. Relator: José Maria deVasconcelos Martins, Recorrente: Coligação Unidos p/ Progresso de Mombaça.

Decisão: Conhecido e provido. Unanimidade.

Presidência do Des. Haroldo Rodrigues de Albuquerque.Presentes o Des. Stênio Leite Linhares e os Juízes Ademar Mendes Bezerra, JoséDanilo Correia Mota, José Maria de Vasconcelos Martins, Germana de OliveiraMoraes, Luiz Nivardo Cavalcante de Melo e o Dr. José Gerim MendesCavalcante, Procurador Regional Eleitoral.

ACÓRDÃO Nº 96017160ACÓRDÃO Nº 96017160ACÓRDÃO Nº 96017160ACÓRDÃO Nº 96017160PROCESSO Nº 96017160 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96017160 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96017160 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96017160 - CLASSE IV

RECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORAL

RECORRENTE: COLIGAÇÃO UNIDOS P/ PROGRESSO DE MOMBAÇAADVOGADOS: TIAGO ALBANO FERREIRA DE MATOS E EDSON

MANUEL FEIJÓ GUIMARÃESCOMPLEMENTO: IMPUGNAÇÃO 01 VOTO - SEÇÃO 51ª - ZONA 46ªRELATOR: JUIZ JOSÉ MARIA DE VASCONCELOS MARTINS

Recurso Eleitoral. Desde que inexista qualquerassinalação na cédula, essa há de ser consideradacomo em branco não contemplando a legislaçãoeleitoral o voto dado no anverso da mesmacédula.

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Acórdãos

Rev. de Jurisp. do TRE/CE, Fortaleza, nº 2, ano II, pág. 13-214, (out/96-jun/97), 1997 107

Recurso provido, reformando-se a decisãorecorrida. Unanimidade.

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam osJuízes do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, por unanimidade, conhecer dorecurso, para dar-lhe provimento, reformando a decisão recorrida, nos termos dovoto do Relator, parte integrante deste Acórdão.

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, aos 16de dezembro de 1996.

Des. HAROLDO RODRIGUES DE ALBUQUERQUE - Presidente, Dr. JOSÉMARIA DE VASCONCELOS MARTINS - Relator, Dr. JOSÉ GERIMMENDES CAVALCANTE - Procurador Regional Eleitoral.

RELATÓRIO

A Coligação “UNIDOS PARA O PROGRESSO DEMOMBAÇA”, não se conformando com a decisão da 46ª Junta Eleitoral, queconsiderou como VÁLIDOS votos dados ao candidato a Prefeito ZEVENILDE eao candidato a Vereador registrado sob nº 45.640, ambos grafados no anverso dacédula, quebrando, destarte, o sigilo do voto, resolveu recorrer para este TRE,pedindo que tais sufrágios sejam considerados nulos.

Mostra a cédula aposta no recurso, que as partes reservadas asEleições Majoritária e Proporcional, estão totalmente EM BRANCO.

Não andou bem a Junta Apuradora em considerar válidos votosdados no anverso da cédula, por ferir a legislação atinente à espécie, aforaquebrar o sigilo do sufrágio.

Nesse sentido é o douto Parecer do Dr. Procurador RegionalEleitoral.

É o relatório.

Na esteira do entendimento Ministerial, recebo o recurso portempestivo e lhe dou provimento, para o fim de anular os dois votos que foramcomputados pela Junta Apuradora de Mombaça.

É como voto.

Publicado no DJE de 14.2.97.

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EXTRATO DA ATA

Processo n° 96017160 - Classe IV. Relator: José Maria deVasconcelos Martins, Recorrente: Coligação Unidos p/ Progresso de Mombaça.

Decisão: Conhecido e provido. Unanimidade.

Presidência do Des. Haroldo Rodrigues de Albuquerque.Presentes o Des. Stênio Leite Linhares e os Juízes Ademar Mendes Bezerra, JoséDanilo Correia Mota, José Maria de Vasconcelos Martins, Germana de OliveiraMoraes, Luiz Nivardo Cavalcante de Melo e o Dr. José Gerim MendesCavalcante, Procurador Regional Eleitoral.

ACÓRDÃO Nº 96017374ACÓRDÃO Nº 96017374ACÓRDÃO Nº 96017374ACÓRDÃO Nº 96017374PROCESSO Nº 96017374 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96017374 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96017374 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96017374 - CLASSE IV

RECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORAL

RECORRENTE: COLIGAÇÃO FRENTE DE RENOVAÇÃOADVOGADOS: JOSÉ INÁCIO TAVARES DE SOUSA E AROLDO MOTARECORRIDA: COLIGAÇÃO LEITEADVOGADOS: ANTÔNIO L. TAVARES, DJALMA S. DANTAS JR. E

DJALMA PINTOCOMPLEMENTO: IMPUGNAÇÃO DE URNA - 13ª SEÇÃO - 92ª ZONAMUNICÍPIO: BARRORELATOR: JUIZ ADEMAR MENDES BEZERRA

Impugnação de urna a pretexto de fraudedecorrente do famigerado “voto corrente”, porter sido encontrada entre as cédulas, uma nãocorrespondente ao modelo oficial, por sinal nãocomputada, haja vista a coincidência do númerode cédulas e votantes.

Recurso a que se nega provimento, cumprindolembrar que a teor do art. 175, inciso I, docódigo eleitoral, nulas seriam as cédulas nãocorrespondentes ao modelo oficial, jamais a

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Acórdãos

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urna.

Decisão por maioria.

Acordam os Juízes do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, pormaioria de votos, em tomar conhecimento do recurso, mas para lhe negarprovimento, nos termos do voto do relator, que passa a fazer parte integrantedesta decisão.

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral, aos 11 denovembro de 1996.

Des. HAROLDO RODRIGUES DE ALBUQUERQUE - Presidente, Dr.ADEMAR MENDES BEZERRA - Relator, Dr. JOSÉ GERIM MENDESCAVALCANTE - Procurador Regional Eleitoral.

RELATÓRIO

Adoto como relatório o constante do parecer Ministerial de fls.40 a 43, cuja leitura passo a fazer, lembrando, por oportuno, que a Coligaçãorecorrida levantou duas preliminares, por sinal ratificadas pelo MinistérioPúblico Eleitoral, visando ao não conhecimento do recurso, a saber:

“1 - A impugnação do voto pertinente àcédula não oficial, deveria ter ocorrido no atoda votação, perante a Mesa Receptora, donde apreclusão da matéria objeto do recurso.

2 - Inexistência de impugnação da cédulanão oficial, ao ensejo da apuração.

Na hipótese de rejeição daspreliminares.”

MÉRITO

Se adentrarmos no mérito, não desprocede menos o recurso,porquanto não se configurou na espécie, o famigerado “voto corrente”, haja vistaa coincidência das cédulas oficiais encontradas na urna, da ordem de 119, com onúmero de votantes, igualmente de 119, a demonstrar de forma manifesta que osuposto voto ao invés de ser computado, foi excluído, daí a aplicação da normapreconizada no art. `175, inciso I, do Código Eleitoral:

Publicado no DJE de 29.11.96.

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“Art. 175 - Serão nulas as cédulas:

I - Que não corresponderem ao modelooficial”.

Ademais, cumpre observar que o Juiz tendo em consideração oprincípio do PAS DE NULLITÉ SANS GRIEF, consagrado no art. 219 do CódigoEleitoral, deverá abster-se de pronunciar nulidades, sem que esteja demonstradoo prejuízo, caso destes autos, onde além da cédula não correspondente ao modelooficial não ter sido computada, a Coligação recorrente foi vitoriosa na urna quepretende anular.

À vista do exposto e do mais que dos autos consta, presente ascontribuições jurisprudenciais trazidas à colação, nego provimento ao recurso afim de confirmar a decisão recorrida.

É como voto.

EXTRATO DA ATA

Processo n° 96017374 - Classe IV. Relator: Ademar MendesBezerra, Recorrente: Coligação Frente de Renovação, Recorrida: ColigaçãoLeite.

Decisão: Conhecido e improvido. Por maioria.

Presidência do Des. Haroldo Rodrigues de Albuquerque.Presentes o Des. Stênio Leite Linhares e os Juízes Ademar Mendes Bezerra, JoséMaria de Vasconcelos Martins, Germana de Oliveira Moraes, Luiz NivardoCavalcante de Melo, Stênio Carvalho Lima e o Dr. José Gerim MendesCavalcante, Procurador Regional Eleitoral.

ACÓRDÃO Nº 96017459ACÓRDÃO Nº 96017459ACÓRDÃO Nº 96017459ACÓRDÃO Nº 96017459

PROCESSO Nº 96017459 - CLASSE XIIPROCESSO Nº 96017459 - CLASSE XIIPROCESSO Nº 96017459 - CLASSE XIIPROCESSO Nº 96017459 - CLASSE XII

EXPEDIENTE SEM CLASSIFICAÇÃOEXPEDIENTE SEM CLASSIFICAÇÃOEXPEDIENTE SEM CLASSIFICAÇÃOEXPEDIENTE SEM CLASSIFICAÇÃO

RECORRENTE: 32ª JUNTA ELEITORAL

COMPLEMENTO: REMESSA DE OFÍCIO

RELATOR: DES. STÊNIO LEITE LINHARES

- É inválida a votação da urna que não se fazacompanhar da folha de votação modelo II,

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Acórdãos

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porquanto sem esse documento não se podediscernir quanto à normalidade da habilitaçãodos votantes no âmbito da respectiva seção.

- Não apuração confirmada

- Decisão unânime.

Vistos, relatados e discutidos os autos acima identificados.

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, aos 23de outubro de 1996.

Des. HAROLDO RODRIGUES DE ALBUQUERQUE - Presidente, Des.STÊNIO LEITE LINHARES - Relator, Dr. JOSÉ GERIM MENDESCAVALCANTE - Procurador Regional Eleitoral.

RELATÓRIO

Cuida-se de remessa de ofício originária da 32ª Junta Eleitoral.

Ao constatar que a urna correspondente á 154ª seção doMunicípio de Barroquinha não se fez acompanhar da folha de votação modelo IIprevista no art. 154, inc. II, do Código Eleitoral, o órgão apurador deixou deapurá-la e, ato contínuo, subordinou essa decisão ao Tribunal, em obediência aoque prescreve o art. 165, § 5º do mesmo Código.

Nesta instância revisora, o ilustre Procurador Regional Eleitoralmanifestou-se pela confirmação da decisão de primeira instância, salientandoque a urna deve ser restituída à origem, para fim de incineração dos votos tãologo passe em julgado a diplomação dos eleitos em Barroquinha.

É o relatório.

VOTO

Segundo o § 5º do art. 165 do Código Eleitoral, a urna não deveser apurada se não está acompanhada dos documentos legais, entre estes a folhade votação modelo II. No que diz respeito a esse documento, a sua existência éessencial para a validade da votação, porque sem ele é impossível distinguir sefoi ou não regular a habilitação dos votantes no âmbito da seção eleitoral.

Agiu acertadamente a Junta, pois, ao deixar de apurar a urna,

Publicado no DJE de 19.11.96.

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pelo que a sua decisão merece pronta e cabal confirmação.

Nessas condições, acorda o Tribunal Regional Eleitoral doCeará, por unanimidade e de acordo com o parecer do ilustre procurador, emconfirmar a decisão da Junta Apuradora.

EXTRATO DA ATA

Processo n° 96017459 - Classe XII. Relator: Des. Stênio LeiteLinhares, Recorrente: 32ª Junta Eleitoral.

Decisão: Não-apuração confirmada. Unânime.

Presidência do Des. Haroldo Rodrigues de Albuquerque.Presentes o Des. Stênio Leite Linhares e os Juízes Stênio Carvalho Lima,Ademar Mendes Bezerra, José Maria de Vasconcelos Martins, Germana deOliveira Moraes, Luiz Nivardo Cavalcante de Melo e o Dr. José Gerim MendesCavalcante, Procurador Regional Eleitoral.

ACÓRDÃO Nº 96017771ACÓRDÃO Nº 96017771ACÓRDÃO Nº 96017771ACÓRDÃO Nº 96017771PROCESSO Nº 96017771 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96017771 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96017771 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96017771 - CLASSE IV

RECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORAL

RECORRENTE: COLIGAÇÃO AÇÃO E CIDADANIA (PPB/PSD)ADVOGADO: EDSON MANUEL FEIJÓ GUIMARÃESRECORRIDO: PSDB - PALHANOADVOGADO: FRANCISCO IRAPUAN PINHO CAMURÇACOMPLEMENTO: RECONTAGEM MAJORITÁRIA DE VOTOSMUNICÍPIO: PALHANORELATOR: JUIZ STÊNIO CARVALHO LIMA

- Pedido de recontagem majoritária de votos.

- Não configuração da discrepância, em relação àmédia geral, do número de votos nulos ebrancos.

- Inaplicabilidade, na hipótese, do artigo 28,inciso III, in fine, da Lei nº 9.100/95.

-Recurso conhecido e provido para denegar-se o

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Acórdãos

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pedido de recontagem.

-Decisão unânime.

Vistos, etc.

Acordam os Juízes do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, porunanimidade, em consonância com o Parecer da douta Procuradoria RegionalEleitoral, em conhecer do recurso e lhe conceder provimento, a fim de reformar adecisão vergastada, nos termos do voto do Juiz Relator que faz parte integranteda decisão.

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, aos 11de novembro de 1996.

Des. HAROLDO RODRIGUES DE ALBUQUERQUE - PRESIDENTE, Dr.STÊNIO CARVALHO LIMA - Relator, Dr. JOSÉ GERIM MENDESCAVALCANTE - Procurador Regional Eleitoral.

RELATÓRIO

Versam os presentes autos acerca de recurso inominadointerposto pela Coligação Ação e Cidadania, integrada pelo PPB e PSD, domunicípio de Palhano, adversando decisão da 9ª Junta Eleitoral, da 9ª Zona, quedeferiu pedido de Recontagem de votos, relativamente à eleição majoritária de03 de outubro passado, formulado pelo Partido da Social Democracia Brasileira-PSDB, sob o color da inexistência de votos brancos e nulos, em algumas seçõeseleitorais da Zona, discrepando da média geral.

A postulação, inicialmente, foi realizada perante o MM. JuizEleitoral daquela Zona, com pedido de subida dos autos a esta Corte de Justiça.

Entretanto, por se tratar de feito da competência da JuntaEleitoral, o Magistrado, após oitiva do parquet eleitoral, submeteu o pedido àapreciação daquele colegiado, que o aprovou por unanimidade, no sentido deefetivar a recontagem postulada, dando ensejo à interposição do presente recursopela Coligação sucumbente.

Concomitante à interposição deste, foi impetrado Mandado deSegurança, sob o Nº 96017249, com pedido liminar, com o desiderato deconceder efeito suspensivo ao apelo. Liminar concedida às fls.79.

Publicado no DJE de 22.11.96.

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Tribunal Regional Eleitoral do Ceará

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Aportando os autos a esta Corte, o douto Procurador RegionalEleitoral apresentou Parecer às fls.87, pelo provimento do recurso.

É o relatório.

VOTO

1. Quanto à Preliminar:

Rejeito a Preliminar suscitada pelo recorrente, de que teriahavido supressão de instância, em face do pedido de recontagem ter sido dirigidoa este Tribunal, quando, na realidade, a competência inicial era da JuntaEleitoral, tendo o MM. Juiz a quo procedido à conversão ao citado colegiado,providência, entretanto, obstaculizada em razão da Liminar que concedi noMandado de Segurança referenciado.

2. Quanto ao Mérito:

Em relação ao mérito, inicialmente, transcrevo parte dasinformações prestadas pelo MM. Juiz da 9ª Zona Eleitoral, o ilustrado Juiz Dr.Antônio Giovani de Alencar, no Mandado de Segurança citado anteriormente,verbis:

“Indubitavelmente, a decisão dos “juízesleigos” foi por demais precipitada,descaracterizada dos requisitos legais quenorteiam à matéria sub-judice, assim, ao arrepioda lei e, a única explicação que se extrai é queos membros da Junta foram influenciados peloparecer do M. P. Eleitoral desta Zona, queopinou, inexplicavelmente e erroneamente, pelodeferimento do pedido, não bastassem asponderações e intervenções feitas por estetitular, interpretando a Lei e orientando sobre oemprego dos ditames desta, s.m.j., não captadopelos mesmos”.

“Evidentemente, como está exposto nopedido de recontagem de votos “sub exame”, aJunta Apuradora dele não tomariaconhecimento, pois, dirigido ao Egrégio e talaconteceu tão somente pelo “excesso de zelo”

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Acórdãos

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que costumamos empreender em nosso mister,de longe imaginando que tal absurdo ocorresseno decisório, isto porque, evidentemente, não écaso amparado no art. 28, da Lei 9.100/95 earts 24 e 25, da Res. 19.540, de 03.05.96,primeiro, por falta de fundamentação e,segundo, pela não verificação de votosatribuídos a candidatos inexistentes, o nãofechamento de contabilidade das urnasapuradas, bem assim, apresentação de totais devotos nulos, brancos, ou válidos destoantes,bastando, para tanto, que se confronte oresultado obtido e consignado nos Bus”.

“A propósito, se encaixa muito bem incasu, o ensinamento do mestre JOEL JOSÉCÂNDIDO, em sua magnífica obra “DireitoEleitoral Brasileiro”, pag. 376, quandoesclarece que para verificação e constatação devotos destoantes da média geral das demaisseções da Zona Eleitoral, “precisa, além dorequisito objetivo citado pela Lei, mais umasuspeita razoável de que houve erro ou fraudeprejudicial, com um mínimo de prova, eis que,por muitas razões poderá haver quebrasfrequentes das médias entre as espécies doresultado dos votos. Sem isso, demonstradodesde logo, o pedido é descabido, baseado emmera presunção, merecendo sumárioindeferimento”.”

Disse mais S. Exa.: “Apenas para ilustração, a apuração dosvotos da eleição de Palhano, bem assim dos demais municípios integrantes desta9ª Zona (Russas e Quixeré), ocorreram de modo pacífico, praticamente semexistência de impugnações e conseqüentes recursos, como bem comprova acertidão que ora anexamos, diferentemente do que apregoou o Autor do Pedidode recontagem que, ignorantemente, confundiu “burocracia” com“organização”.”

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E, ainda, sublinha aquele Magistrado: “Ressalte-se que, asúnicas impugnações (duas) nas eleições de Palhano”- Certidão às fls. 27 domandamus - “foram de autoria da Coligação Ação e Cidadania e não do Partidorequerente, o que demonstra regularidade no referido processo, surgindoinsatisfação, apenas, quando se viu derrotado.”

Por outro lado, afiguram-se-me insubsistentes os argumentosexpendidos pelo PSDB na peça postulatória, posto que o fundamento de que hádiscrepância entre o número de votos nulos e brancos de algumas seções, com amédia geral das demais, restou inconsistente.

A análise dos dados constantes das provas (boletins de urnas defls. 06 a 31) acostadas aos presentes autos, demonstra que a média geral de votosbrancos e nulos verificada em todas as Seções do município de Palhano foi de2(dois) votos, não existindo “irrazoável distância”, como bem asseverou o ilustreProcurador Regional Eleitoral, em seu lúcido Parecer, às fls. 87/88, porquanto sóocorreu ausência de votos brancos e nulos, em apenas 05(cinco) das57(cinqüenta e sete) seções eleitorais.

Como assinala o douto representante do parquet, não há, nosautos, indícios caracterizadores da ocorrência de mapismo, fato que poderiaensejar o deferimento do pedido de recontagem de votos.

Destarte, entendo inaplicável, na espécie, o preceptivo inserto noinciso III, in fine, do Art. 28, da Lei 9.100/95, assim como considero desprovidasde fundamentação as demais alegativas do requerente constantes da vestibular.

Isto posto, voto pelo provimento do presente apelo, para que sejareformado o decisum exarado pela 9ª Junta Eleitoral, da 9ª Zona, para indeferir opedido, formulado pelo PSDB de Palhano, de recontagem de votos da eleiçãomajoritária de 03 de outubro último, no citado município.

É como voto.

EXTRATO DA ATA

Processo n° 96017771 - Classe IV. Relator: Stênio CarvalhoLima, Recorrente: Coligação Ação e Cidadania (PPB/PSD), Recorrido: PSDB -Palhano.

Decisão: Conhecido e provido. Unânime.

Presidência do Des. Haroldo Rodrigues de Albuquerque.

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Acórdãos

Rev. de Jurisp. do TRE/CE, Fortaleza, nº 2, ano II, pág. 13-214, (out/96-jun/97), 1997 117

Presentes o Des. Stênio Leite Linhares e os Juízes Ademar Mendes Bezerra,Stênio Carvalho Lima, José Maria de Vasconcelos Martins, Germana de OliveiraMoraes, Luiz Nivardo Cavalcante de Melo e o Dr. José Gerim MendesCavalcante, Procurador Regional Eleitoral.

ACÓRDÃO Nº 96017886ACÓRDÃO Nº 96017886ACÓRDÃO Nº 96017886ACÓRDÃO Nº 96017886PROCESSO Nº 96017886 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96017886 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96017886 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96017886 - CLASSE IV

RECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORAL

RECORRENTE: COLIGAÇÃO JUVENTUDE LUTA E TRABALHOADVOGADO: NELSON CARLOS DA SILVA CARDOSORECORRIDO: 78ª JUNTA ELEITORALCOMPLEMENTO: IMPUGNAÇÃO DE 01 VOTOMUNICÍPIO: FARIAS BRITORELATOR: JUIZ STÊNIO CARVALHO LIMA

Recurso. Anulação do voto para prefeito pelaJunta Eleitoral. Provimento parcial, validando-seapenas o voto para prefeito.

Unanimidade.

Vistos, relatados e discutidos os autos acima identificados,acordam os Juízes do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, por unanimidade ede acordo com o parecer Ministerial, em conhecer do Recurso para dar-lheprovimento parcial, validando-se apenas o voto para Prefeito, conformefundamentação, nos termos do voto do Relator, que passa a fazer parte dapresente decisão.

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, aos 13de novembro de 1996.

Des. HAROLDO RODRIGUES DE ALBUQUERQUE - Presidente, Dr.STÊNIO CARVALHO LIMA - Relator, Dr. JOSÉ GERIM MENDESCAVALCANTE - Procurador Regional Eleitoral.

Publicado no DJE de 4.12.96.

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Rev. de Jurisp. do TRE/CE, Fortaleza, nº 2, ano II, pág. 13-214, (out/96-jun/97), 1997118

RELATÓRIO

Adoto como relatório o constante do parecer da doutaProcuradoria Regional Eleitoral, in verbis:

“O Ministério Público Federal, noexercício de sua função eleitoral, vem, nos autosdo recurso interposto pela “ColigaçãoJuventude Luta e Trabalho”, oferecer o seguinteparecer:

Trata-se de Recurso interposto pela“Coligação Juventude Luta e Trabalho”,contra decisão da 78ª Junta Eleitoral doMunicípio de Farias Brito, queconsiderou nulo, para Prefeito, voto daUrna nº 11306, Seção 14.

A mencionada Junta decidiu anularo voto para Prefeito, cuja cédula constaàs fls. 15, tendo em vista a manifestaçãodo eleitor em assinalar, com um (X) oquadrilátero correspondente ao candidatoSÍLVIO NECO, bem como ter manifestadoa sua escolha para Vereador, no terceiroquadrilátero dos candidatos a Prefeito(Dr. Vandevelder), equivocando-se, então,quanto ao local exato, para a eleiçãoproporcional.

Às fls. 04, consta certidão dadecisão recorrida, em que decide, a JuntaApuradora, pela nulidade do voto paraPrefeito.”

É o relatório.

VOTO

Na verdade, examinando-se os autos, vejo que tem inteira razão

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Acórdãos

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o nobre Procurador Regional Eleitoral.

Efetivamente, a Coligação Juventude Luta e Trabalho nãoimpugnou, tempestivamente, a nulidade do voto para a eleição proporcional,deixando somente para fazê-la nas razões de recurso. A recorrente se insurgiuunicamente contra a nulidade do voto para o candidato a Prefeito -SílvioNeco(45)-, consoante Termo de Recurso Interposto Verbalmente(fls. 03), bemcomo a Certidão da Decisão Recorrida(fls. 04).

O Código Eleitoral é claríssimo, em seu art. 171, regulamentadopelo art. 22, da Resolução nº 19.450/96, constata-se:

“Art. 171- Não será admitido recursocontra a apuração se não tiver havidoimpugnação perante a Junta, no ato daapuração, contra as nulidadesarguidas.”(grifamos).

In casu, não houve a nulidade do voto para Vereador (fls. 03/04).Se assim foi, não é possível admitir-se o presente recurso, quanto ao pedido devalidade do voto para a eleição proporcional.

Tocante ao Voto para Prefeito, o eleitor, de maneira clara einduvidosa, manifestou sua preferência para o candidato, SÍLVIO NECO, comum (X) no quadrilátero correspondente a este candidato, pelo que a este deve seratribuído o voto questionado.

Desta forma, na esteira do parecer Ministerial, e atendendo o quedos autos consta, no sentido de conhecer do recurso para dar-lhe provimentoparcial, validando-se apenas o Voto para Prefeito, como acima aduzi.

É como voto.

EXTRATO DA ATA

Processo n° 96017886 - Classe IV. Relator: Stênio CarvalhoLima, Recorrente: Coligação Juventude e Trabalho, Recorrido: 78ª JuntaEleitoral.

Decisão: Conhecido. Provido parcialmente. Unânime.

Presidência do Des. Haroldo Rodrigues de Albuquerque.Presentes o Des. Stênio Leite Linhares e os Juízes Stênio Carvalho Lima,Ademar Mendes Bezerra, José Maria de Vasconcelos Martins, Germana de

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Oliveira Moraes, Luiz Nivardo Cavalcante de Melo e o Dr. José Gerim MendesCavalcante, Procurador Regional Eleitoral.

ACÓRDÃO Nº 96018010ACÓRDÃO Nº 96018010ACÓRDÃO Nº 96018010ACÓRDÃO Nº 96018010PROCESSO Nº 96018010 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96018010 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96018010 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96018010 - CLASSE IV

RECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORAL

RECORRENTE: COLIGAÇÃO PAZ E PROGRESSOADVOGADO: SEBASTIÃO PERES MARTINSRECORRIDO: COLIGAÇÃO DEDICAÇÃO E TRABALHOADVOGADA: SIMONE MARIA MACEDO PAIXÃOCOMPLEMENTO: RECONTAGEM MAJORITÁRIA E PROPORCIONAL DE

VOTOSMUNICÍPIO: CROATÁRELATOR: JUIZ LUIZ NIVARDO CAVALCANTE DE MELO

Pedido de recontagem de votos. Eleiçãomajoritária e proporcional. Decisão de méritodesprovida de fundamentação. (Art. 458, II, doCPC, combinado com o art. 93, IX. da CF).Nulidade. Restituição dos autos ao juízo daprimeira instância, para a colenda Junta Eleitoralproferir novo julgamento. Decisão unânime.

Vistos, etc.

Acordam os Juízes do Tribunal Regional Eleitoral, àunanimidade e consoante Parecer do Procurador Regional Eleitoral, declarar anulidade da sentença recorrida, determinando retornem os autos ao Juízo darespectiva Zona, para proferir novo julgamento de mérito, nos termos do voto doJuiz Relator, parte integrante desta decisão.

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, aos 2de abril de 1997.

Des. HAROLDO RODRIGUES DE ALBUQUERQUE - PRESIDENTE, Dr.

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Acórdãos

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LUIZ NIVARDO CAVALCANTE DE MELO - Relator, Dr. JOSÉ GERIMMENDES CAVALCANTE - Procurador Regional Eleitoral.

RELATÓRIO

Por iniciativa da Coligação PAZ E PROGRESSO, constituídapelas agremiações partidárias PMDB, PFL e PPB, por seus Diretórios doMunicípio de Croatá, foi requerida a recontagem dos votos das eleiçõesmajoritária e proporcional daquele Município, sob o pretexto de que teriamocorrido várias irregularidades que teriam sido constatadas no curso do processode apuração dos votos, tais como, a distribuição de brindes e favores aosmembros da Junta Apuradora; negativa de entrega dos BU’s ao representante daColigação recorrente e, por fim, o não fechamento da contabilidade dasrespectivas urnas.

Ao receber a petição inicial da recontagem pretendida, o doutoJuízo a quo, a indeferiu, in limine, nos termos do conciso despacho de fls. 02,admitindo a sua intempestividade.

Contra essa decisão foi interposto o recurso de fls. 09/11, com orebate da tese da intempestividade, acolhida pela decisão adversada.

Chamada a responder aos termos do recurso, a Coligaçãorecorrida se manifestou, às fls. 16/17, pugnando pela intempestividade dopedido, alegando, nesse tocante, que o relatório geral da apuração foi divulgadologo no dia 04 de outubro, às 16 horas e 15 minutos, e o pedido da recorrenteingressou em juízo, apenas no dia 07 subseqüente, às 16 horas e 43 minutos,quando já teria se exaurido o prazo, para tanto, previsto em lei.

Subindo os autos a esta instância recursal, o douto ProcuradorRegional Eleitoral, por despacho de fls. 44/45, argüiu a necessidade de suadevolução à instância inaugural, para que a Junta Eleitoral julgasse arepresentação de origem, ouvindo, antes, o digno Promotor Eleitoral.

A esta manifestação se sucedeu o despacho que, também comoRelator, proferi às fls. 47, com a seguinte conclusão:

“Assim, determino retornem os presentesautos à Zona Eleitoral de origem, a fim de que asua respectiva e Colenda Junta Eleitoral, no

Publicado no DJE de 25.4.97.

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caso, como titular insubstituível do juízo daprimeira instância, julgue o pedido derecontagem suscitado pela Coligaçãopromovente, ouvindo antes o doutoRepresentante do Ministério Público Eleitoral,sobre o respectivo mérito, conforme expressarecomendação do douto Procurador RegionalEleitoral (fls.45).”

A esse retorno, seguiu-se o julgamento que se menciona noTermo e fls. 52/54, no qual se lê a manifestação ministerial, rejeitando a tese daintempestividade do pedido inicial e contrária à configuração das irregularidadesargüidas pela Coligação promovente e, por fim, o voto individual dos integrantesda Colenda Junta Eleitoral daquela Zona.

A esta segunda decisão, insurgiu-se a COLIGAÇÃO PAZ EPROGRESSO, nos termos do recurso de fls. 72/76, argüindo, em sede depreliminar, a sua nulidade incontroversa, por ferir as disposições do art. 93, IX,da Constituição Federal, com que se combina o art. 93, IX, da ConstituiçãoFederal, com que se combina o art. 165, do Código de Processo Civil. Osargumentos em sentido oposto, ingressaram por intermédio das contra-razões defls. 160/165.

Retornando os autos a esta instância, o eminente ProcuradorRegional Eleitoral, em seu bem lançado Parecer de fls. 327/329, aduziu aseguinte observação conclusiva:

“A decisão de mérito não foifundamentada”.

É o relatório.

VOTO

Acolho, como sendo de pertinência incontroversa, a lúcidaconclusão do Parecer Ministerial às fls. 328:

“Trata-se, pois, de decisão nula, ex vi dodisposto no art. 458, inciso II do que deProcesso Civil e no art. 93, inciso IX daConstituição Federal, consoante os quais todosos julgamentos dos órgãos do Poder Judiciárioserão públicos, e fundamentadas todas as

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Acórdãos

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decisões, sob pena de nulidade, como, aliás,reconhecido e proclamado unanimemente portodos os nossos Tribunais Superiores, v. g. STJ -Resp 19.661.0 - SP, in DJU 8.6.92, pág. 8.623”.

Entendo, pois e seguindo a mesma linha da conclusão ministerialacima referida, que a regra do art. 515 do Estatuto Processual, não constituiforma de saneamento de sentença nula, de acordo, ainda, com as diversasanotações jurisprudenciais que THEOTÔNIO NEGRÃO aduz ao art. 515, emseu CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL E LEGISLAÇÃO PROCESSUAL EMVIGOR, 28ª ed., Saraiva, 1997, págs. 403 e ss.

Do exposto e em sintonia com a conclusão do Parecer do doutoProcurador Regional Eleitoral, declaro a nulidade da decisão recorrida,devolvendo-se os autos ao ínclito Juízo da instância de origem, a fim de que suarespectiva Junta Eleitoral profira outro julgamento, devidamente fundamentado,em obediência aos ditames processuais pertinentes.

É como voto.

EXTRATO DA ATA

Processo n° 96018010 - Relator: Juiz Luiz Nivardo Cavalcantede Melo, Recorrente: Coligação Paz e Progresso, Recorrido: ColigaçãoDedicação e Trabalho.

Decisão: Restituição dos autos ao Juízo da primeira instância,para a colenda Junta Eleitoral proferir novo julgamento. Decisão unânime.

Presidência do Des. Haroldo Rodrigues de Albuquerque.Presentes o Des. Stênio Leite Linhares e os Juízes José Maria de VasconcelosMartins, Luiz Nivardo Cavalcante de Melo, Ademar Mendes Bezerra, JoséDanilo Correia Mota e o Dr. José Gerim Mendes Cavalcante, ProcuradorRegional Eleitoral.

ACÓRDÃO Nº 96018393ACÓRDÃO Nº 96018393ACÓRDÃO Nº 96018393ACÓRDÃO Nº 96018393PROCESSO Nº 96018393 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96018393 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96018393 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96018393 - CLASSE IV

RECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORAL

RECORRENTE: COLIGAÇÃO PSDB-PSB

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ADVOGADO: EDSON MANUEL FEIJÓ GUIMARÃES

RECORRIDA: 54ª JUNTA ELEITORAL

ADVOGADO: FRANCISCO IRAPUAN PINHO CAMURÇA

MUNICÍPIO: SENADOR CATUNDA

RELATOR: JUIZ JOSÉ MARIA DE VASCONCELOS MARTINS

- Recontagem de votos.

- Pedido com base nos itens III e IV do art. 28 daLei nº 9.100/95.

- Evidência de critério dadivoso na interpretaçãode votos dúbios e de reapuração de urna, apesarda vedação legal.

- Necessidade da recontagem que é medidacompatível com transparência exigida dos atosda justiça eleitoral, além de providênciaindispensável para a dissipação da dúvida emrelação ao pleito majoritário, decidido pelaínfima diferença de quatro votos.

- Provimento do recurso.

Vistos, relatados e discutidos os autos acima identificados.

Acordam os Juízes do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, pormaioria, em conhecer do recurso, para dar-lhe provimento, nos termos do votodo Relator.

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, aos 2de outubro de 1996.

Des. HAROLDO RODRIGUES DE ALBUQUERQUE - PRESIDENTE, Dr.JOSÉ MARIA DE VASCONCELOS MARTINS - Relator, Dr. JOSÉ GERIMMENDES CAVALCANTE - Procurador Regional Eleitoral.

RELATÓRIO

Cuida-se de recurso manifestado pela COLIGAÇÃO PSDB/PSB,de Senador Catunda, contra decisão majoritária da 54ª Junta Eleitoral, que negoupedido de recontagem geral dos votos da eleição majoritária daquele Município.

Publicado no DJE de 16.12.96.

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Depois de salientar que seu candidato a prefeito, RaimundoVieira Dias, perdeu a eleição pela diminuta diferença de 04 (quatro) votos para ocandidato Francisco Antônio Lima, da coligação adversária, formada peloPDT/PFL/PSD, a recorrente aduz uma série de fatos que, ao seu ver, justificama recontagem indeferida na instância inferior, a saber:

1 - a seção 146ª acusou apenas um voto em branco e,curiosamente, não registrou voto nulo, destoando da média apresentada pelasdemais seções;

2 - a seção 142ª foi apurada mais de uma vez, sendo expedidosdois BUs, inobstante fosse vedado à Junta reabri-la, ainda que para fim de meraconferência, conforme art. 179 do Código Eleitoral; e

3 - a ata geral das eleições é omissa quanto à impugnação daurna da 79ª seção, o que acarreta a nulidade insanável do citado documento porter deixado de historiar, como exigido pelo art. 186, § 1º, I a VIII do CódigoEleitoral, todas as ocorrências do escrutínio.

A recorrente apóia a pretensão nos itens III e IV do art. 28 da Leinº 9.100/95.

Apelo devidamente contra-arrazoado, com a coligação recorridabatendo-se, em preliminar, pela preclusão da matéria, à míngua de “impugnaçãoperante a Junta no ato da apuração”, a importar o não-conhecimento do recurso.

No mérito, adversa, uma a uma, as alegações recursais,frisando,sempre, a normalidade da contagem dos votos do pleito majoritário de SenadorCatunda, devendo ser recusado acolhimento à pretensão recursória, por isto quenão encerra motivação convincente, sendo obra do “inconformismo eirresignação” alheia “com a derrota que lhe foi imposta pela população” doreferido Município.

Em parecer jacente nos autos, o ilustre Procurador RegionalEleitoral opina pelo improvimento do recurso, questionando, sobretudo, aautenticidade das cópias de que se serviu a recorrente para comprovar a dúpliceapuração da urna da seção 142 de Senador Catunda.

É o relatório.

VOTO

Na sistemática da Lei nº 9.100/95, reguladora do pleito

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municipal de 1996, o pedido de recontagem de votos não apurados pelo sistemaeletrônico, independe de prévia impugnação perante a Junta. Em face deexpressa ressalva legal, não se lhe aplica, pois, a restrição do art. 181 do CódigoEleitoral, sendo possível arguir-se nesta modalidade de propositura matériaomitida na fase da apuração.

Valiosa, no particular, a sensata observação do juristamaranhense JOSÉ ANTÔNIO DE ALMEIDA no seu Eleições 96 - Comentáriosà Lei 9.100, segundo a qual em casos que tais deve ser afastada a idéia depreclusão com base no art. 181 do Código Eleitoral, sabido que ela “só ocorrerá,evidentemente, se perdido o prazo de 48 horas” para o ajuizamento do pedido derecontagem, o que, na hipótese, não sucedeu.

Rejeito, portanto, por manifestamente infundada, a preliminarde preclusão, passando à aferição do mérito recursal.

A espécie ora enfrentada possui uma singularidade que adistancia dos pedidos de recontagem anteriormente decididos pela Corte. É que,em Senador Catunda, a eleição majoritária foi resolvida pela inexpressivadiferença de 04 (quatro) sufrágios, a revelar resultado eleitoral sem-par nahistória do pleito deste ano, pelo menos em nível de Estado.

Quando o legislador colocou o pedido de recontagem fora doraio da preclusão prevista no art. 181 do Código Eleitoral, fê-lo, por certo, parafacilitar a constatação de erros ou de “mapismo” no escrutínio artesanal, que,diversamente do sistema eletrônico de apuração, é reconhecidamente inseguro epropício à fraude.

A eleição majoritária de Senador Catunda registrou doisfenômenos relevantes e curiosos, ambos eloqüentemente demonstrados nosautos.

Primeiro, a urna da 146ª seção não apresentou voto nulo e nelasó foi encontrado um voto em branco.

Esse tipo de ocorrência é incomum em seção do meio rural,composta, na sua imensa maioria, de eleitores analfabetos ou semi-alfabetizados,por onde a desconfiança de que, no mínimo, o órgão apurador foi dadivoso nocritério de interpretação dos votos dúbios.

Segundo, em relação à seção 142ª distinguem-se, efetivamente,dois BUs, a inspirar séria e fundada dúvida sobre qual deles expressa overdadeiro escrutínio da urna.

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É relevante salientar que a coligação recorrida não questionou,nas contra-razões, a autenticidade das cópias desses BUs, as quais são boas de fépor se exibirem devidamente autenticadas.

Esse par de constatações justifica, ao que tenho, a recontagempretendida. Uma se enquadra no inc. III, in fine, do art. 28 da Lei nº 9.100/95,sabido que todas as demais seções de Senador Catunda acusaram votos nulos evariação superior a dois votos em branco. A outra subsume ao inc. IV do mesmodispositivo.

A expressão “...assegurada a recontagem de votos...”, encerradano inc. III do art. 28 da Lei nº 9.100, torna, para mim, obrigatória a medida,quando postulada com base na mesma norma.

A precisa literalidade do preceito sub examine decididamenteexclui e faz insonora qualquer interpretação em contrário, máxime diante dacategórica afirmação do eminente Min. MARCO AURÉLIO ao discorrer sobreregra idêntica, pontualmente idêntica, presente no art. 87 da Lei nº 8.713, regentedo pleito de 1994: “Assegurou-se a recontagem independentemente daprocedência ou não do que articulado, independentemente do concurso do sinaldo bom direito, do bom sinal dos fatos” (in Rev. de Jurisprudência do TribunalSuperior Eleitoral, vol. 5, nº 3, p. 82/83).

Poder-se-ia objetar, em contraposição ao deferimento darecontagem, que a alegação concernente ao dúplice escrutínio da urna da 142ªseção deixou de se articulada na instância a quo.

A objeção é, contudo, desvaliosa, porque erros que inflectemsobre regras eleitorais, reconhecidamente de ordem pública, são conhecíveis deofício em grau recursal.

No processo cível-eleitoral a técnica processual abre espaço aointeresse coletivo, enfim, à busca dos percalços que comprometem alegitimidade da representação popular.

Não interessa, de feito, à Justiça Eleitoral conviver com a dúvidaincidente sobre determinado escrutínio, sendo do seu dever institucional banirtoda e qualquer incerteza inconciliável com a transparência que deve presidir osseus atos.

De resto, cumpre evocar, em defesa da recontagem, o maisrelevante e eficaz meio de alcançar-se a certeza onde há a dúvida eleitoral, o que

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certa vez afirmou o eminente brasileiro OSCAR DIAS CORREA, que antes deser magistrado foi político, ao se deparar com a resistência, já superada, do TSEem deferir a medida. Para ele, OSCAR CORREA, a maior inconveniência darecontagem negada não é propriamente “a injustiça à parte, nem o prejuízo quelhe cause; mas o possível estímulo a quem possa, de má-fé tê-lo provocado (oerro); e que a práticas idênticas se disporá, como os que dele tiverem notícia enão virem desmascarada ou descoberta a má-fé” (confrontar acórdão nº 12.016in Rev. de Jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral, vol. 3, nº 3, p. 209).

Nessas condições, dou provimento ao recurso, nos termos dopedido.

EXTRATO DA ATA

Processo n° 96018393 - Classe IV. Relator: José Maria deVasconcelos Martins, Recorrente: Coligação PSDB-PSB, Recorrida: 54ª JuntaEleitoral.

Decisão: Conhecido e provido. Maioria.

Presidência do Des. Haroldo Rodrigues de Albuquerque.Presentes o Des. Stênio Leite Linhares e os Juízes Ademar Mendes Bezerra, JoséDanilo Correia Mota, José Maria de Vasconcelos Martins, Luiz NivardoCavalcante de Melo e o Dr. José Gerim Mendes Cavalcante, ProcuradorRegional Eleitoral.

ACÓRDÃO Nº 96018597ACÓRDÃO Nº 96018597ACÓRDÃO Nº 96018597ACÓRDÃO Nº 96018597PROCESSO Nº 96018597 - CLASSE XPROCESSO Nº 96018597 - CLASSE XPROCESSO Nº 96018597 - CLASSE XPROCESSO Nº 96018597 - CLASSE X

PRESTAÇÃO DE CONTAS DE CAMPANHAINTERESSADO: PTB REGIONAL DE FORTALEZARELATOR: DES. STÊNIO LEITE LINHARES

- Prestação de contas de campanha.

- Descumprimento das normas referentes àregularidade formal, sem que o partido tenhaatendido, no prazo que lhe foi assinado, asomissões detectadas.

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- Desaprovação na forma do parecer ministerial,com remessa dos autos à Procuradoria RegionalEleitoral para os fins dos arts. 35 e 37 da LeiOrgânica dos Partidos.

Vistos, relatados e discutidos os autos acima identificados,acorda o Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, por unanimidade e de acordocom o parecer ministerial, em desaprovar a prestação de contas relativa àarrecadação e aplicação dos recursos financeiros utilizados pelo PartidoTrabalhista Brasileiro-PTB, na campanha eleitoral de 1996, devendo os autos serencaminhados à Procuradoria Regional Eleitoral, após o trânsito em julgado dapresente decisão, para os fins dos arts. 35 e 37 da Lei nº 9.096/95.

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, aos 2de junho de 1997.

Des. HAROLDO RODRIGUES DE ALBUQUERQUE - Presidente, Des.STÊNIO LEITE LINHARES - Relator, Dr. JOSÉ GERIM MENDESCAVALCANTE - Procurador Regional Eleitoral.

RELATÓRIO

Cuida-se da prestação de contas de campanha do PartidoTrabalhista Brasileiro - PTB.

Encaminhado o demonstrativo contábil à Coordenadoria deControle Interno deste Tribunal e, após, à Procuradoria Regional Eleitoral,assinou-se prazo ao partido para a sanação das falhas formais detectadas, tendo aagremiação se omitido de diligenciar a respeito, apesar de devidamente intimada.

O douto Procurador, em nova e definitiva manifestação nosautos, opinou pela desaprovação das contas.

É o relatório.

VOTO

Lê-se no parecer de fls. 23/24 do percuciente ProcuradorRegional Eleitoral, verbis: “A referida agremiação partidária foi intimada,através do Ofício n°. 12.983/96, cuja cópia consta dos autos, às fls. 17, para

Publicado no DJE de 24.6.97.

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apresentar as peças que faltavam de sua Prestação de Contas, indicadas poreste Órgão Ministerial, no parecer de fls. 12 usque 14, bem como para explicitaro expediente de fls. 02, conforme despacho do insigne relator, às fls. 16”.

A postagem do aludido ofício data de 28 de novembro de 1996,consoante Aviso de Recebimento (A.R.), de fls. 18.

O Partido, no entanto, permaneceu silente quanto às diligênciasrequeridas, não obstante a advertência do Ministério Público, de que teria suascontas desaprovadas, caso não suprisse as impropriedades constatadas.

Inadmissível, pois, considerar regular Prestação de Contas que seapresenta em absoluta dissonância com o art. 3°, § 2°, da Resolução nº19.510/96, visto haver a agremiação partidária apresentado tão somente aRelação de Recibos Eleitorais distribuídos aos Comitês Financeiros Municipais(modelo 8).

Ademais, as assinaturas constantes do modelo supracitado nãopermitem a constatação da observância do art. 3°, § 2°, VIII, alínea “a”, daResolução nº 19.510/96.

A inércia do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), diante daimprescindível necessidade de apresentação dos demais modelos estabelecidosem lei, faz-nos concluir que a referida agremiação partidária foi, no mínimo,negligente, ao submeter à apreciação da Justiça Eleitoral, Prestação de Contasincompleta e ao omitir-se em relação às diligências solicitadas”.

Diante da precisão com que enfocou a matéria, sub-examine,adota-se como razão de decidir, a motivação constante do lúcido opinatório doProcurador Regional Eleitoral.

EXTRATO DA ATA

Processo n° 96018597 - Classe X. Relator: Des. Stênio LeiteLinhares, Interessado: PTB Regional de Fortaleza.

Decisão: Desaprovação das contas. Unanimidade.

Presidência do Des. Haroldo Rodrigues de Albuquerque.Presentes o Des. Stênio Leite Linhares e os Juízes José Danilo Correia Mota,José Arísio Lopes da Costa , José Maria de Vasconcelos Martins, Paulo de Tarso

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Acórdãos

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Vieira Ramos , Luiz Nivardo Cavalcante de Melo e o Dr. José Gerim MendesCavalcante, Procurador Regional Eleitoral.

ACÓRDÃO Nº 96018607ACÓRDÃO Nº 96018607ACÓRDÃO Nº 96018607ACÓRDÃO Nº 96018607PROCESSO Nº 96018607 - CLASSE XPROCESSO Nº 96018607 - CLASSE XPROCESSO Nº 96018607 - CLASSE XPROCESSO Nº 96018607 - CLASSE X

REQUERENTE: PSL - REGIONALMUNICÍPIO: FORTALEZARELATOR: JUIZ PAULO DE TARSO VIEIRA RAMOS

- Prestação de contas que atende os requisitosprevistos na Lei nº 9.100/95 e na Resolução nº19.510 - TSE.

- Aprovação.

Vistos, relatados e discutidos os autos do processo acimaidentificado, acordam os Juízes do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, porunanimidade, em aprovar a prestação de contas de que se trata, nos termos dovoto do Relator, que fica fazendo parte integrante da decisão.

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, aos 21de maio de 1997.

Des. HAROLDO RODRIGUES DE ALBUQUERQUE - Presidente, Dr. PAULODE TARSO VIEIRA RAMOS - Relator, Dr. JOSÉ GERIM MENDESCAVALCANTE - Procurador Regional Eleitoral.

RELATÓRIO

01. Tratam os presentes autos da prestação de contasapresentada, a esta Egrégia Corte, pelo Partido Social Liberal - PSL, e referenteao último pleito.

02. Passando inicialmente pelo crivo da Unidade de ControleInterno, lançou essa as informações de fls. 9/10, em que vêm apontadas algumasirregularidades formais, cuja saneamento foi requerido pelo Órgão Ministerial àsfls. 13/15. Tais irregularidades foram assim discriminadas:

Publicado no DJE de 9.6.97.

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a) Não apresentação do rol de Representantes do Órgão deDireção Estadual, nos termos do art. 3º, § 2º, alínea “b” da Resolução 19.510/96- TSE;

b) Apresentação do Modelo 5 sem a assinatura de profissionalhabilitado em contabilidade, conforme dispõe o art. 3º, § 2º, alínea “a”;

c) Desconformidade na informação sobre a distribuição de 100recibos eleitorais ao Comitê Financeiro Municipal de Pacajus com a antesprestada no ofício protocolado sob o nº 96018592, de 02.11.96, onde constava adistribuição dos mesmos recibos eleitorais ao Comitê Financeiro Municipal deCamocim.

03. Intimado o Partido, juntou os esclarecimentos de fls. 23 comos documentos de fls. 24/30.

04. A pedido do Ministério Público (fls. 32/33), foi apresentado,pela Unidade de Controle Interno, o relatório complementar de fls. 36/37,opinando pela regularidade da prestação de contas, ressalvando, contudo, que:

a) a “Ficha de Qualificação da Executiva Estadual”, de fls. 24,não condiz com o disposto no art. 3º, § 2º, VIII, alínea “b”, porquanto o partidonão constituiu “Comitê Financeiro Estadual”;

b) o modelo 2, apresentado às fls. 25, não é parte integrante daprestação de contas do Órgão de Direção Estadual, consoante o prescrito no art.3º, § 2º, da Resolução nº 19.510/96.

05. Por fim, veio o douto Representante Ministerial, no parecerde fls. 38/40, a se manifestar pela aprovação das contas, ponderando que asmeras irregularidades formais apontadas não comprometiam sua lisura no querespeita à substância, assim concluindo suas ponderações:

“Considera a Procuradoria RegionalEleitoral que as impropriedades acimaressaltadas resultam de meros lapsos por parteda agremiação partidária em comento, semque, todavia, venham a comprometer aregularidade de sua Prestação de Contas comoum todo.

A rejeição de suas contas, emdecorrência tão somente de erros formais,

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seria, na verdade, um contra-senso, sobretudo,porque, de acordo com o art. 4º, § 5º, daResolução nº 19.510/96, o dito Partido nãoestava obrigado a prestar contas a esseEgrégio Tribunal, vez que não arrecadourecursos para a campanha eleitoral, e,portanto, não efetuou qualquer movimentaçãofinanceira.

Quanto aos recibos eleitoraisdistribuídos aos Comitês FinanceirosMunicipais, vale ressaltar que o Modelo 8(“Demonstração dos Recibos EleitoraisDistribuídos”), a priori, comportavainformação equivocada que, contudo, foi,posteriormente, sanada pelo Partido.

Uma vez regularizada a demonstraçãodos recibos eleitorais distribuídos e, tendo emvista que, após o cumprimento das diligências,nenhum erro substancial foi detectado naspeças oferecidas pelo PSL, opina este ÓrgãoMinisterial pela aprovação da presentePrestação de Contas”

06. Examinados os autos, verifico que a manifestação ministerialtraduz a realidade dos elementos que agasalham, pelo que, em sintonia com seuarrazoado, VOTO pela aprovação desta prestação de contas.

EXTRATO DA ATA

Processo n° 96018607 - Classe IV. Relator: Paulo de TarsoVieira Ramos, Requerente: PSL - Regional.

Decisão: Aprovado. Unânime.

Presidência do Des. Haroldo Rodrigues de Albuquerque.Presentes o Des. Stênio Leite Linhares e os Juízes José Danilo Correia Mota,José Maria de Vasconcelos Martins, Paulo de Tarso Vieira Ramos, Luiz NivardoCavalcante de Melo, José Arísio Lopes da Costa e o Dr. José Gerim MendesCavalcante, Procurador Regional Eleitoral.

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ACÓRDÃO Nº 96018608ACÓRDÃO Nº 96018608ACÓRDÃO Nº 96018608ACÓRDÃO Nº 96018608PROCESSO Nº 96018608 - CLASSE XPROCESSO Nº 96018608 - CLASSE XPROCESSO Nº 96018608 - CLASSE XPROCESSO Nº 96018608 - CLASSE X

PRESTAÇÃO DE CONTASPRESTAÇÃO DE CONTASPRESTAÇÃO DE CONTASPRESTAÇÃO DE CONTAS

REQUERENTE: PARTIDO SOCIALISTA BRASILEIRO - PSB REGIONALMUNICÍPIO: FORTALEZACOMPLEMENTO: PRESTAÇÃO DE CONTASRELATOR: JUIZ JOSÉ ARÍSIO LOPES DA COSTA

- Prestação de contas. Irregularidades apontadaspor relatório da Coordenadoria de ControleInterno do TRE, não supridas pelo partidoapresentante.

- Violação a normas estabelecidas na Lei nº9.100/95 e resolução TSE nº 19.510/96.Desaprovação. Decisão unânime.

Vistos, relatados e discutidos os autos supra referenciados,acordam os Juízes do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, por votação unânimee em consonância com o parecer do Órgão Ministerial, em desaprovar aprestação de contas apresentada pelo Partido Socialista Brasileiro - PSBRegional, com remessa dos autos ao Ministério Público para os fins previstos naLei nº 9.096/95, tudo de acordo com o voto do Relator, que fica fazendo parteintegrante desta decisão.

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, aos 18de junho de 1997.

Des. HAROLDO RODRIGUES DE ALBUQUERQUE - PRESIDENTE, Dr.JOSÉ ARÍSIO LOPES DA COSTA - Relator, Dr. JOSÉ GERIM MENDESCAVALCANTE - Procurador Regional Eleitoral.

RELATÓRIO

Examinam-se autos de prestação de contas que apresenta oPartido Socialista Brasileiro - PSB, referente às eleições de 03 de outubro de1996.

Republicado no DJE de 5.8.97.

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Compõem o processo, originariamente, as peças definidas no art.3º da Resolução TSE nº 19.510, de 1996 - (fls. 03/12).

Por exame da matéria, a Coordenadoria de Controle Internodeste TRE emitiu o Relatório de fls. 15/16, quando algumas irregularidades deaspecto formal foram detectadas.

Pronunciando-se às fls. 19/22, o Dr. Procurador RegionalEleitoral, analisando aquele Relatório da CCI, concluiu o seu parecer por sugerirbaixa dos autos em diligência, objetivando sanar as falhas apontadas.

Assim é que nesse sentido despachou o eminente Relator, JuizAdemar Mendes Bezerra, como se vê às fls. 23/verso.

Instado, conforme ofício em cópia às fls. 25/26, o PartidoSocialista Brasileiro apresentou os esclarecimentos constantes do documento defls. 27/28.

Tornando os autos à douta Procuradoria Regional Eleitoral,adveio o parecer de fls. 30/32, opinante pelo indeferimento da prestação decontas em exame, posto persistentes as omissões verificadas.

Não obstante, decidiu ainda o então Juiz Relator por converter ofeito novamente em diligência - desp. de fls. 33.

Inerte, todavia, permaneceu o mencionado Partido - conformecert. fls. 34.

Manifestação derradeira do Órgão Ministerial - fls. 36/37,ratificando anterior parecer, por desaprovação da presente prestação de contas.

É o relatório.

VOTO

Com efeito, não faz por merecer acolhida a prestação de contassob exame, oriunda do Partido Socialista Brasileiro - PSB, como apresentada,porquanto inquinadas de irregularidades e omissões que, apontadas por forma doRelatório expedido pela Comissão de Controle Interno deste Regional, supridasnão restaram, como convinha, pelo Partido apresentante.

Postergam-se, bem se vê, na vertência, normas estabelecidas naLei nº 9.100/95 e Resolução TSE nº 19.510/96.

As razões ofertadas mostram-se de todo o ponto inconsistentes,

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em nada aproveitando ao aludido Partido, a pretender justificar asirregularidades invectivadas, e expressamente reconhecidas (doc. fls. 27/28), aalegação de que “as omissões observadas não ocasionarão nenhum prejuízo aoprocesso de lisura do último pleito” (sic).

Aliás, não se há por compreender legítima, ressalte-se, prestaçãode contas de um Comitê Estadual que sequer foi constituído, in casu, consoantedeclara o próprio PSB, derredor, também, expediente de fls. 27/28.

Ou, como bem registra o parecer Ministerial de fls. 30/32, porexcerto que se transcreve, verbis:

“Todavia, entre as peças acostadas aosautos, consta a ‘Ficha de Qualificação doComitê Financeiro’ (Modelo 6), quando, naverdade, adequada seria a apresentação doRol de Representantes da Direção Estadual doPartido, peça substituta do modelo sobreditonos casos de inexistência de ComitêFinanceiro Estadual, de acordo com o previstono art. 3º, § 2º, VIII, alínea ‘b’, da Resoluçãonº 19.510/96.

Outrossim, embasado ainda nodispositivo supracitado, cumpre ressaltar quea Prestação de Contas em comento deveria tersido providenciada pelo Órgão de DireçãoEstadual e, no entanto, as peças apresentadaspelo Partido referem-se a um ComitêFinanceiro Estadual como o elaborador dareferida prestação, quando, sabe-se que nemsequer fora constituído comitê”.

Por tais considerações, voto, em consonância com o parecer doÓrgão Ministerial, pela desaprovação da presente Prestação de Contas e quetransitada em julgado a decisão tornem os autos ao Ministério Público, para osfins previstos na Lei nº 9.096/95.

EXTRATO DA ATA

Processo n° 96018608 - Classe X. Relator: Juiz José Arísio

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Acórdãos

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Lopes da Costa, Requerente: Partido Socialista Brasileiro - PSB RegionalFortaleza.

Decisão: Prestação de contas desaprovada. Unânime.

Presidência do Des. Stênio Leite Linhares. Presentes o Des.Raimundo Hélio de Paiva Castro e os Juízes José Maria de Vasconcelos Martins,Paulo de Tarso Vieira Ramos, Luiz Nivardo Cavalcante de Melo, José ArísioLopes da Costa, José Danilo Correia Mota e o Dr. José Gerim MendesCavalcante, Procurador Regional Eleitoral.

ACÓRDÃO Nº 96018668ACÓRDÃO Nº 96018668ACÓRDÃO Nº 96018668ACÓRDÃO Nº 96018668

PROCESSO Nº 96018668 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96018668 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96018668 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96018668 - CLASSE IV

RECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORAL

RECORRENTE: RÁDIO DIFUSORA DOS INHAMUNS

ADVOGADOS: FÁBIO AUGUSTO MOREIRA DE AGUIAR E SOLANOMOTA ALEXANDRINO

RECORRIDA: COLIGAÇÃO PARAMBU NOVO

REPRESENTANTE LEGAL: HONORATO FERREIRA LIMA

COMPLEMENTO: PROPAGANDA ELEITORAL

RELATOR: JUIZ PAULO DE TARSO VIEIRA RAMOS

Propaganda Eleitoral. Representação porinobservância da Lei de Propaganda Eleitoral.Descumprimento do artigo 64 - III da Lei nº9.100/95. Condenação da rádio emissora.Redução da multa ao mínimo legal, a míngua deprova da reincidência. Recurso conhecido eparcialmente provido.

Vistos, relatados e discutidos os autos acima indicados, acordamos Juízes do Tribunal Regional Eleitoral, por unanimidade, em conhecer dorecurso, para dar-lhe, em parte, provimento, nos termos do voto da Relatora quepassa a fazer parte integrante desta decisão.

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, aos 21de maio de 1997.

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Des. STÊNIO LEITE LINHARES - Presidente, Dr. PAULO DE TARSOVIEIRA RAMOS - Relator, Dr. JOSÉ GERIM MENDES CAVALCANTE -Procurador Regional Eleitoral.

RELATÓRIO

Trata-se de recurso interposto pela RÁDIO DIFUSORA DOSINHAMUNS contra a sentença do MM. Juiz Eleitoral de Parambu, por meio daqual acolheu representação formulada pela COLIGAÇÃO PARAMBU NOVO(PSDB/PDT E PT) por motivo de inobservância do artigo 64, incisos I a V daLei nº 9.100/95 e impôs multa de 25.000 UFIR’s.

A mencionada COLIGAÇÃO PARAMBU NOVO representaracontra a RÁDIO DIFUSORA DOS INHAMUNS, porque esta levara ao ar em25.4.96, durante sua programação normal, no horário de 13h30min às 14h30minpropaganda eleitoral irregular, capaz de viciar a vontade dos eleitores emdetrimento do princípio da igualdade dos candidatos.

O MM. Juiz Eleitoral de Parambu julgou a representaçãoprocedente porque, segundo o magistrado, “o candidato renunciante, JoaquimNoronha, pediu votos para sua substituta, Milene Freitas, indicando, inclusive onúmero da candidata”, infringindo, assim, o artigo 64, incisos I a V da Lei nº9.100/95.

Em suas razões a emissora recorrente pede a reforma dasentença, após sustentar que a notícia objeto da representação não desatende alegislação eleitoral, em especial aos artigos 59 a 64 da Lei nº 9.100/95. Justificaainda o pronunciamento no intuito de informar a população de Parambu, privadado horário de propaganda eleitoral gratuita, por meio de radiodifusão.

Ao exercer o Juízo de retratação, o ilustre magistrado autorizouo retorno das transmissões da recorrente e manteve a multa.

Determinara a eminente Juíza Titular, Dra. Germana Moraes, oretorno dos autos à instância de origem, com o fim de que fosse intimada aColigação recorrida para apresentar suas contra-razões, a qual declinou do prazorecursal, por já ter sido intimada da sentença de reconsideração do doutomagistrado.

O ilustre Procurador Regional Eleitoral, Doutor JOSÉ GERIM

Publicado no DJE de 8.8.97.

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MENDES CAVALCANTE, opina pelo improvimento do recurso.

É o relatório.

VOTO

A sentença deve ser mantida por seus próprios fundamentos.

A RÁDIO DIFUSORA DOS INHAMUNS divulgou, em 25.4.96,durante sua programação normal, no horário de 13h30min às 14h30min,propaganda eleitoral irregular, quando levou ao ar no programa “Parambu NovoTempo”, as declarações do Deputado JOAQUIM NORONHA MOTA, em favorde sua esposa, a DRA. MILENE, como candidata às eleições majoritáriasdaquele município, a seguir decodificadas:

“O povo tem o direito. O direito dedemocracia está em cada um e em nome dessepovo de Parambu, nós não ficamos dormindo,não ficamos parados, por isso é que a Dra.Milene entra em nome do povo de Parambu.Para que esse povo tenha direito de voto,pedindo o registro do nome dela para Prefeitade Parambu e eu sem dúvida renunciarei emnome dela para evitar mais um episódio comofizerem em Fortaleza... dessa vez quem manda éo povo de Parambu e por o nome desse povo nósestamos firmes e tranqüilos com o nome da Dra.Milene pedindo o registro de candidatura e essenome está lá no nº 15. O povo vai votar JoaquimNoronha elegendo Dra. Milene para Prefeita deParambu para o melhor para Parambu.Parabéns ao povo de Parambu que escolheu oque era melhor que é Joaquim Noronha paraDeputado e Dra. Milene como Prefeita deParambu.”

Percebe-se, claramente, que a emissora recorrente difundiuopinião favorável à candidata Dra. Milene, divulgando propaganda políticavedada, naquele período, com ofensa ao disposto no inciso III do artigo 64 da Leinº 9.100/95, pelo que incide nas sanções ali previstas.

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No entanto, a sanção pecuniária há de ser reduzida ao mínimolegal, à mingua de prova nos autos, da noticiada reincidência.

Em face do exposto, voto pelo conhecimento do recurso, para ofim de dar-lhe provimento parcial, apenas para o fim de reduzir a multa, àmingua de prova nos autos da alegada reincidência, ao mínimo legal de 10.000UFIR’s.

EXTRATO DA ATA

Processo n° 96018668 - Classe IV. Relator: Paulo de TarsoVieira Ramos, Recorrente: Rádio Difusora dos Inhamuns, Recorrido: ColigaçãoParambu Novo.

Decisão: Conhecido e parcialmente provido. Unânime.

Presidência do Des. Haroldo Rodrigues de Albuquerque.Presentes o Des. Stênio Leite Linhares e os Juízes José Danilo Correia Mota,José Maria de Vasconcelos Martins, Paulo de Tarso Vieira Ramos, Luiz NivardoCavalcante de Melo, José Arísio Lopes da Costa e o Dr. José Gerim MendesCavalcante, Procurador Regional Eleitoral.

ACÓRDÃO Nº 96019021ACÓRDÃO Nº 96019021ACÓRDÃO Nº 96019021ACÓRDÃO Nº 96019021PROCESSO Nº 96019021 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96019021 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96019021 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96019021 - CLASSE IV

RECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORAL

RECORRENTES: FRANCISCO OLIVEIRA PEIXOTO MAIA E OUTROSRECORRIDOS: PDT/PSD - JAGUARIBARACOMPLEMENTO: RECONTAGEM DE VOTOSRELATOR: JUIZ JOSÉ DANILO CORREIA MOTA

Recurso Eleitoral - Recontagem de Votos - I -Preclusão não caracterizada. Devolve-se o prazo,se estabelecido o funcionamento do Fórumcontinuamente por 24 (vinte e quatro) horas,houver o fechamento às 21:50 h. II - Mérito -Enquadramento do pedido no inciso IV do art.28 da Lei nº 9.100, quando no processo deregistro de candidato houver divergência de

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Acórdãos

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números, induzindo o candidato e seu eleitor emequívoco. Aplicação do inciso IV do art. 28 daLei nº 9.100, para determinar a recontagem dosvotos proporcionais, computando-se os doisnúmeros, para o candidato. Expressões injuriosasassacadas em petição devem ser riscadas.

Vistos, relatados e discutidos os autos acima identificados,acordam os Juízes do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, por unanimidade,contra o parecer da Procuradoria Regional Eleitoral, conhecer do recurso, paralhe dar provimento, nos termos do voto do Relator que é parte integrante destadecisão, esteada em que não ocorreu preclusão, eis que o Fórum fechou em partedo horário em que deveria estar em funcionamento, além de haver restadoprovada falha no processo de Registro de Candidato, pondo em dúvida o seuverdadeiro número eleitoral. Igualmente decidido que fossem riscadasexpressões injuriosas assacadas pela parte recorrida.

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, aos 9de dezembro de 1996.

Des. HAROLDO RODRIGUES DE ALBUQUERQUE - Presidente, Dr. JOSÉDANILO CORREIA MOTA - Relator, Dr. JOSÉ GERIM MENDESCAVALCANTE - Procurador Regional Eleitoral.

RELATÓRIO

FRANCISCO OLIVEIRA PEIXOTO MAIA, MATHUZALÉMPEIXOTO MAIA, ZEFERINO PEIXOTO DE MEDEIROS E FRANCISCOIVAN BESERRA, através de advogado regularmente habilitado, recorreram aeste Tribunal, contra decisão do MM Juiz Eleitoral de Jaguaribara, que indeferiua recontagem de votos naquele Município, nas eleições de 3 de outubro último.

Em petição protocolizada às 9h do dia 06/10/96 - dia dedomingo, os recorrentes sustentaram, em síntese, que o candidato ZEFERINOPEIXOTO DE MEDEIROS, “conforme ata da Convenção Municipal realizadaem 30 de junho de 1996, assinada pelo escrevente e pelo escrivão eleitoral,

Publicado no DJE de 23.12.96.

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recebeu o nº 15.601, e com este número fez toda a sua campanha eleitoral”.Juntou cópia da mencionada Convenção - fls. 61/65 - e da propaganda eleitoralcom referido número 15.601 - f. 82. Destacou que, afixado na porta da seçãoeleitoral se encontrava o número do candidato como sendo 15.602. Em sendocomputados os votos apenas desse segundo número, teria havido violação àvontade do eleitor, e prejudicado decisivamente o Partido e os candidatosMATHUZALÉM, que teria sido o segundo candidato mais votado e assimmesmo não eleito, FRANCISCO IVAN BESERRA e FRANCISCO OLIVEIRAMAIA. Pugnaram pela recontagem dos votos.

Em circunstanciado despacho, o MM Juiz da 72ª Zona Eleitoral,indeferiu a pretensão dos autores sob o manto da intempestividade. Justificou omagistrado que em tendo sido publicada a ata final às 8h do dia 4 de outubro/96,o recurso teria até às 8h do dia 6 do mesmo mês para ser interposto. Como a peçarecursal foi ajuizada uma hora após, isto é, às 9h, teria sido então a destempo.Arrematou pronunciando que mesmo tivesse obedecido ao prazo, “asargumentações emergentes não se coadunam com o regulado na Lei nº 9.100/95,art. 28, I e III, bem como na Resolução nº 19.540 de 03 de maio de 1996, emseus arts. 24 e 25”.

Inconformados, retornaram os peticionantes, requerendo areapreciação da matéria por este Tribunal, argumentando quanto ao prazo, que orecurso efetivamente fora atempado, de vez que “o Fórum de Jaguaretama sededa Comarca se encontrava fechado, definitivamente, até segunda feira às 8h,isto é, até o dia 7 de outubro de 1996 às 8h”. Salientaram que compareceram aoFórum às 22h do dia 5, o qual se encontrava com as portas fechadas, ocasião emque receberam a informação do segurança que o Dr. Juiz houvera, rapidamenteido ao Fórum e já tinha saído. Relatam ainda que continuaram na porta da sededa Justiça até que resolveram procurar o Sr. Domingos Alves de Freitas e este“se encontrava no rio cortando capim, isto desde cedo”. Esclareceram que omencionado Sr. Domingos voltou exatamente às 9h do dia 6. Dizem que oingresso da petição às 9h, do dia 6, foi aproveitando uma ida à Jaguaribara nopróprio domingo, porque no seu entender o prazo somente expiraria segunda-feira.

Juntaram certidão lavrada pela Escrivã Eleitoral, com o visto doMM. Juiz Pedro Pia de Freitas (f. 78), vazada, essencialmente no seguinte: “queestive presente neste Fórum, sito em Jaguaretama-Ce, no dia 5 de outubro de1996 até as 12 horas, porém sempre à disposição na minha residência próximado Fórum, também o funcionário do Cartório Eleitoral Domingos Alves de

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Acórdãos

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Freitas que mora vizinho ao Fórum sendo do conhecimento geral e do guardaque faz a segurança deste. Certifico, ainda, que o MM. Juiz juntamente com ofuncionário Daniel esteve presente até às 21 horas e 50 minutos deste mesmodia.”

Através de bem redigido petitório, enriquecido com a doutrinade Moniz de Aragão, veio, então, a peça adversativa de fls. 98/104, limitando-seà tese da preclusão. Na parte final das contra-razões, em referindo-se a trecho daargumentação utilizada pelos recorrentes, foi aduzido: “Certamente o capim aque aludem os recorrentes destinar-se-ia a pantagruélico banquete daquelesque, ab hoc et ab hac, lavravam o seródio apelo...”. Juntaram certidão lavradapela Chefe do Cartório Eleitoral atestando que até o dia 6 de outubro às 8h nãohavia sido dada entrada em nenhum recurso eleitoral e concluíram por pedir amantença da Decisão de Primeira Instância.

Em resposta e Juízo de retratação, novamente pronunciou-se odigno julgador, para manter a decisão prolatada às fls. 71/73, acrescentando queo erro ao número do candidato a vereador de 15.601 para 15.602, foi praticadopelo próprio Partido e de sua exclusiva responsabilidade, destacando nessetocante, que a proposta para terem-se como válidos apenas os votos com onúmero 15.601, foi partida do candidato, por ocasião da abertura da primeiraurna e que posto o assunto em votação, a Junta Eleitoral por maioria absolutahomologou tal proposta. Finalizou asseverando “Quanto ao recebimento deRecursos, o Cartório Eleitoral com especial esquema, frente ao diminutonúmero de servidores, ficou em condições de recebê-los durante vinte e quatrohoras de todo o período em que tal ato processual era possível.” Determinou asubida do Recurso.

Nesta alçada, em resumido parecer, o Douto ProcuradorRegional Eleitoral, opinou pelo improvimento do recurso, por tê-lo comointempestivo.

É o relatório.

VOTO

QUANTO À PRECLUSÃO

Este processo, se caracteriza pela presença de peculiaridadessingulares e elementos que se contradizem entre si, colocando o Relator em

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significativa dificuldade para proferir o seu voto, sem o receio do cometimentode uma irreparável injustiça.

Veja-se, de princípio, o aspecto vinculado à preclusão. Tem-secomo incontroverso que o prazo para recurso teve início no primeiro segundoapós às 8h do dia 4 de outubro de 1996. Daí, por força das regras legaisespecíficas, normalmente expirar-se-ia tal prazo às 8.00h do dia 06 do mesmomês. Nesse sentido, detecta-se certidão nos autos - f. 110 - negando ainterposição de recurso até referida hora.

Noutro quadrante, há a declaração do ilustre magistrado na f.121, de que o Cartório Eleitoral ficou com especial esquema, para receberrecursos durante 24 (vinte e quatro) horas. Em rumo diverso, afirmaram osrecorrentes - f. 76 - que no dia 5 de outubro às 22h o Fórum encontrava-sefechado, afirmação tida como verdadeira, ao cotejar-se a parte final da certidãode f. 78, lavrada pela digna Escrivã Eleitoral e visada pelo MM. Juiz Eleitoral doMunicípio, onde, muito embora dizendo que estava sempre à disposição tantoquanto o funcionário de nome Domingos Alves de Freitas, em suas residências,ambas vizinhas do Fórum, deixou claro a Sra. Escrivã que esteve no Fórumsomente até as 12h e o Juiz juntamente com o funcionário Daniel até às 21h e 50min do mesmo dia 5.

Diante do exposto, mostra-se mais indicado devolver o prazopara fins de recurso, no equivalente ao tempo em que o Fórum esteve fechado,no caso, a partir das 21h e 50 min, do dia 5 de outubro, tempo de fechamentoeste, com certeza superior a uma hora, que foi o atraso tido como havido peloMM. Juiz, face à entrega do Recurso, às 9h do dia 6, consoante recibado erubricado no verso da f. 02. Assim exposto, tenho como afastada a hipótese depreclusão para o Recurso.

É como voto.

NO MÉRITO

Conforme destacado linhas acima, os elementos conflitante dosautos tornaram mais complexa a tarefa da decisão nesta segunda instância,exigindo do Relator um mais detalhado exame do processo, mesmo quanto aosdados não ventilados em primeiro grau. Na parte meritória, o problema tambémestá presente.

O candidato Zeferino Peixoto de Negreiros, cuja corretaapuração de votos pode decidir a sorte de outros seus companheiros de Partido,

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Acórdãos

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candidatos a vereador, teve na Convenção Municipal do PMDB registrado o seunúmero eleitoral como sendo 15.601. É o que se encontra na f. 64 dos autos.Destaque-se que cada uma das folhas que compõem a dita Convenção de fls.61/65, nos versos constam: “CONFERIDO EM 05/07/96 - ESCRIVÃOELEITORAL”, devidamente assinado. No próprio Processo de Registro deCandidatos (apenso) - f. 8 - na cópia da dita Convenção ali anexada, lá seencontra o nº 15.601, como o número do candidato Zeferino. Com esse número,o candidato fez sua campanha para eleger-se, consoante se vê da f. 82.

Já no Mapa e Registro de Candidatura - fls. 14/15 obviamenteque do mesmo processo eleitoral, o número exibido é 15.602, o mesmo afixadono Fórum.

Justifica o magistrado que o próprio candidato, diante daabertura da primeira urna, propôs que lhe fossem contados somente os votos como número pelo qual trabalhara, com a anulação de todos os outros com o número15.602. Acrescentou o Juiz que tal proposta fora homologada pela maioriaabsoluta da Junta. Parece-me que nesse caso, foi utilizada a norma insculpida noInciso IV do art. 28 da Lei nº 9.100/95. Resta saber se de forma acertada. Seriajusto frustrar a vontade do eleitor que apusera na Cédula Eleitoral o número quesabia de cor, como sendo o do candidato de sua preferência? E as implicaçõesquanto ao voto de legenda? Seria correto, enfim, anularem-se votos, quando fácilde identificar a intenção do eleitor, mesmo como conseqüência de critérioproposto pelo próprio candidato?

Diante da dificuldade para responder a estas indagações econsiderando que uma recontagem, não tirará o direito de quem realmente opossuir, mas, ao contrário, dará maior segurança de legitimidade aos candidatosvencedores, por estas razões e pelo mais que consta dos autos, com esteio noInciso IV, do art. 28 da Lei nº 9.100/95, conheço do Recurso, para dar-lheprovimento, determinando a recontagem dos votos para vereadores no Municípiode Jaguaribara - 72ª Zona Eleitoral, computados os votos com os número 15.601e 15.602, para o candidato Zeferino Peixoto de Medeiros, mandando outrossim,sejam riscadas as expressões aéticas e injuriosas transcritas no Relatório eassinaladas na f. 104 dos autos.

É como voto.

EXTRATO DA ATA

Processo n° 96019021 - Classe IV. Relator: José Danilo Correia

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Mota, Recorrente: Francisco Oliveira Peixoto Maia e Outros, Recorrido:PDT/PSD - Jaguaribara.

Decisão: Conhecido e provido. Unânime.

Presidência do Des. Haroldo Rodrigues de Albuquerque.Presentes o Des. Stênio Leite Linhares e os Juízes José Danilo Correia Mota,Ademar Mendes Bezerra, José Maria de Vasconcelos Martins, Germana deOliveira Moraes, Luiz Nivardo Cavalcante de Melo e o Dr. José Gerim MendesCavalcante, Procurador Regional Eleitoral.

ACÓRDÃO Nº 96019127ACÓRDÃO Nº 96019127ACÓRDÃO Nº 96019127ACÓRDÃO Nº 96019127PROCESSO Nº 96019127 - CLASSE IPROCESSO Nº 96019127 - CLASSE IPROCESSO Nº 96019127 - CLASSE IPROCESSO Nº 96019127 - CLASSE I

HABEAS CORPUSHABEAS CORPUSHABEAS CORPUSHABEAS CORPUS

IMPETRANTES: SÉRGIO GURGEL CARLOS DA SILVA E JOSÉ PINTOQUEZADO NETO

PACIENTE: CARLOS FRANCISCO GONÇALVESIMPETRADA: MMª JUÍZA ELEITORAL DA 14ª ZONAMUNICÍPIO: LAVRAS DA MANGABEIRARELATOR: JUIZ LUIZ NIVARDO CAVALCANTE DE MELOADVOGADOS: SÉRGIO GURGEL CARLOS DA SILVA E JOSÉ PINTOQUEZADO NETO

Habeas Corpus. Instância inaugural.Trancamento de investigação judicial cumuladacom pedido de condenação do investigando, naqualidade de prefeito municipal no exercício domandato, como incurso no art. 22 da LeiComplementar nº 64/70. Incompetência do juízomonocrático ratione personae (art. 29. VIII daCF). Concessão da ordem, nos termos de seudeferimento.

Vistos, relatados e discutidos os presentes, acordam os Juízes doTribunal Regional Eleitoral do Ceará, por unanimidade e em dissonância com o

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Acórdãos

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Parecer do douto Procurador Regional Eleitoral, em conceder a ordem, nostermos do voto do Juiz Relator, parte integrante da decisão.

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, aos 23de junho de 1997.

Des. HAROLDO RODRIGUES DE ALBUQUERQUE - PRESIDENTE, Dr.LUIZ NIVARDO CAVALCANTE DE MELO - Relator, Dr. JOSÉ GERIMMENDES CAVALCANTE - Procurador Regional Eleitoral.

RELATÓRIO

1. Nos termos de seu pedido de cópia às fls. 07/05, a Coligação“O POVO EM PRIMEIRO LUGAR”, composta pelo PMDB, PSB e PPB, estes,por sua vez, através de seus respectivos Diretórios do Município de LAVRASDA MANGABEIRA, solicitou INSTAURAÇÃO DE INVESTIGAÇÃOJUDICIAL, com o objetivo de apurar a responsabilidade do então Prefeito, oraimpetrante, CARLOS FRANCISCO GONÇALVES, por suposta prática deabuso de autoridade, no curso do período do embate eleitoral de 1996.

2. Segundo as alegações dos impetrantes, o douto Juízo daquelaZona Eleitoral não teria nenhuma competência para processar e, a seguir, julgara investigação judicial requerida e instaurada contra o beneficiário da impetraçãorequerida, por se incluir entre eles o então Prefeito Municipal de Lavras daMangabeira, com mandato iniciado no dia 01 de janeiro de 1993 e de términoprevisto, naquele ensejo, para o dia 31 de dezembro de 1996. E no exercíciodesse mandato gozava ele de foro privilegiado, em consonância com o dispostono art. 29, inciso VIII, da Carta vigente, cujos termos ditam que o julgamentodos Prefeitos Municipais é de atribuição privativa do Tribunal de Justiça e, porconseguinte, desta Corte Regional, em se tratando de crime eleitoral.

3. Ao se manifestar sobre esse tema da incompetência do Juízomonocrático para apreciar e julgar o procedimento de investigação judicialcontra o Prefeito, suscitada nos termos da petição de cópia de fls. 13, o doutoPromotor Eleitoral da respectiva Zona, em seu parecer de cópia de fls. 21/22 einvocando o art. 24 da Lei Complementar nº 64/90, conclui, afirmando, inverbis:

“Em face do exposto, impõe-se que sejamantida a competência deste juízo paraconhecer e julgar o pedido em questão”.

Publicado no DJE de 8.8.97.

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4. Esse entendimento restou acolhido pela MMª Juíza Eleitoral,como se vê de seu despacho de cópia às fls. 21, com os seguintes termos:

“No presente feito não se trata de crime esim (de) investigação judicial a concluir ou nãopela prática de ilícito, só então a levar ao foroprivilegiado suscitado”,

concluindo, logo a seguir:

“Assim, indefiro o pedido de fls. 13/14 edetermino audiência de instrução para o dia13.11.96...”

5. Foi exatamente esta decisão do douto Juízo a quo, o motivoalegado pelos impetrantes, como pressuposto do seu pedido de liminar de fls. 06,para “suspender o transcurso do processo de investigação judicial contra opaciente até o destrame do habeas-corpus”.

6. Concedido esse provimento liminar, nos termos de meudespacho de fls. 31, surgiram nos autos as minudentes e criteriosas informaçõesprestadas pelo ínclito Juízo daquela Zona Eleitoral, afirmando, mais uma vez,sua competência para “julgar a investigação prevista na Lei Complementar nº64/90 contra o Prefeito Municipal, uma vez que se está apenas investigando umcrime em tese” (fls. 38).

7. Remetida a impetração ao exame do eminente ProcuradorRegional Eleitoral, seu entendimento a respeito da matéria, emergiu do art. 24da Lei Complementar nº 64/90, alinhando-se, por conseguinte, naquele mesmoexpendido pelo douto Juízo a quo, concluindo, em termos taxativos (fls 51):

“Trancar-se investigação judicialeleitoral, por via de Habeas-Corpus, não oprevê a legislação eleitoral ou processual penal:correto, de fosse o caso, seria Mandado deSegurança, nos termos do art. 29, inciso I,alínea e, do CE”.

É o relatório.

VOTO

Inicialmente, menciono a expressão concisa e percuciente do

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inciso VIII, do art. 29, da Carta Suprema e no qual se estampam os grandespreceitos de suporte e de diretrizes primordiais da organização político-administrativa do Município, dentro do atual contexto da República Federativado Brasil:

“Art. 29 - omissis.

I a VII - omissis.

VIII - julgamento do Prefeito perante oTribunal de Justiça.”

Entendo que essa regra é conseqüente da dicção do art. 1º daCarta Federal e a partir de quando o Congresso Constituinte de 1988 erigiu osMunicípios como entidades políticas integrantes da própria República, formadapor eles próprios, pelos Estados e pelo Distrito Federal.

Essa nova dimensão atribuída ao Município, até mesmo comocélula-mater do organismo político da nação, atribuiu também ao Prefeito, comotitular de sua representação em todos os planos da vida nacional, maior dimensãoem decorrência de seu respectivo cargo, justificando-se, desse modo, o foroprivilegiado a que se refere o cânone constitucional acima transcrito.

Feita esta primeira observação, tenho como inquestionável acircunstância de que nos autos do pedido da investigação suscitada perante odouto e ínclito juízo a quo, não se configura apenas esse pedido deprovidências investigatórias em si, mas um outro pedido de prestaçãojurisdicional sobreposto ao primeiro e de conseqüências muito mais profundas edrásticas. Basta que se leia o seguinte tópico da petição de cópia 07/10,excluindo-se os termos inócuos ali contidos, in verbis:

“Face ao exposto é a presente pararequerer V. Exa., que se digne de:

“instaurar investigação judicial para ofim de apurar a responsabilidade do Sr. PrefeitoMunicipal, Carlos Francisco Gonçalves e seuVice-Prefeito e atual candidato a prefeito Dr.Gustavo Augusto Bisneto, pela Coligação‘Lavras, Governo e Povo’ pela prática delituosa,sendo esta julgada procedente ao final, para

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declarar-se a inelegibilidade dos responsáveis,de conformidade com item 14 do art. 22 dodiploma legal, já insistentemente invocado”.

O texto acima transcrito revela, sem embargo, que o pedido deinvestigação suscitado pela Coligação denunciante das pretensas irregularidades,não se limitou à formulação desse pedido em si, cumulando-o, porém e depronto, com a solicitação de JULGAMENTO dos responsáveis pelairregularidade argüida, incluindo-se entre eles o “SR. PREFEITO MUNICIPALCARLOS FRANCISCO GONÇALVES” (fls. 10).

Ademais disso, quer a Coligação denunciante que, emdecorrência desse julgamento pedido na inicial, seja declarada pelo douto juízomonocrático a inelegibilidade dos responsáveis pela prática do abuso do podereconômico, de conformidade com o inciso IV, do art. 22, da Lei Complementarnº 64, de 18 de maio de 1990. Esse objetivo da Coligação suscitante deixa àsclaras a induvidosa incompetência ratione personae daquele mencionado juízoinvestigante, ao qual a parte promovente quis atribuir o encargo funcional deapreciar os resultados da investigação propriamente dita e estabelecer osresultados de seu julgamento em relação aos investigandos, entre eles - repita-se!- o Prefeito de Lavras da Mangabeira, inclusive sob a grave cominação dainelegibilidade, prevista no citado inciso XIV, do art. 22, da Lei Complementarnº 64/90.

Entendo que o exercício dessa atribuição, quando menos emrelação ao Prefeito então impetrante, fere o art. 29, inciso VIII, da ConstituiçãoFederal, impondo-se, por este motivo, o trancamento da investigação judicial deorigem, impropriamente acumulada com o pedido de julgamento de origem,impropriamente acumulada com o pedido de julgamento do Chefe do PoderExecutivo daquela unidade da Federação, ou seja, do Município de Lavras daMangabeira.

Entendo, mais, que o citado cânone constitucional não permite,por dedução elementar, que os termos inseridos no art. 24 de LC nº 64/90configure a competência do Juiz Eleitoral para proferir, em sede monocrática, ojulgamento sentencial dos resultados da investigação por ele processada, quandoentre os investigandos de condutas puníveis, se ache incluído titular de direito aforo privilegiado. E se naquela norma complementar e de conteúdoinfraconstitucional quis o legislador expressar entendimento contrário a essaafirmação, sua eficácia, nesse tocante, não tem como superar o óbice que se lhe

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encontra oposto pelo ordenamento constitucional vigente, entregue, sob o páliode extrema responsabilidade, ao zelo irrenunciável do Poder Judiciário em todasas suas esferas de competência, inclusive desta Corte Regional.

A frente desta conclusão, resta a busca do meio necessário aotrancamento da INVESTIGAÇÃO JUDICIAL em curso, cujos aspectoscircunstanciais lhe conferem os mesmos atributos do inquérito policial, comoprenúncio da ação penal subseqüente.

Nesse tocante, peço vênia ao eminente Procurador RegionalEleitoral, para discordar de sua afirmação às fls. 51, in fine, verbis:

“Trancar-se investigação judicialeleitoral, por via de Habeas Corpus, não o prevêa legislação eleitoral ou processual penal:correto, se fosse o caso, seria Mandado deSegurança, nos termos do art. 29, inciso I,alínea e do CE”.

Entretanto, essa norma referida no douto Parecer ministerial é deabsoluta clareza, quando dita:

Art. 29 - Compete aos Tribunais Regionais:

I - processar e julgar originariamente:

.....................................................................................................

e) o habeas-corpus ou mandado de segurança, em matériaeleitoral, contra ato de autoridades que respondam perante os Tribunais deJustiça por crime de responsabilidade e, em grau de recurso, os denegados ouconcedidos pelos juízes eleitorais; ou, ainda, o habeas corpus, quando houverperigo de se consumar a violência antes que o juiz competente possa proversobre a impetração.

No caso dos autos, a iminência dessa violência ou dessa coaçãoilegal, estaria em se submeter o então Prefeito impetrante a uma investigaçãojudicial, com o fito de condená-lo pelo mesmo juiz processante e de manifestaincompetência, na eventual perda, embora temporária, de sua própriaelegibilidade, uma das maiores expressões da cidadania, dentro do regimedemocrático.

Esse fato, por si só, faz incidir no caso em debate, a regra que

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disciplina a nulidade do processo, nos termos do art. 564, I do Código deProcesso Penal (primeira hipótese: incompetência do juiz), configurando-se, daíe por via de conseqüência, os pressupostos da concessão do habeas corpus,disciplinada pelo art. 647, do referido Código e em perfeita consonância com odisposto no art. 5º, inciso LXVIII, da Constituição Federal, a merecer transcrito:

“LXVII - Conceder-se-á Habeas-Corpussempre que alguém sofrer ou se acharameaçado de sofrer violência ou coação emsua liberdade de locomoção, por ilegalidadeou abuso de poder”.

E quanto ao cabimento desse instituto em área de competênciada Justiça Eleitoral, reporto-me, entre vários outros, ao Venerando Acórdão nº11.055, do Egrégio Tribunal Superior Eleitoral, em que foi Relator o MinistroOCTÁVIO GALLOTI e cuja ementa foi publicada no Diário da Justiça de30.03.90, pág. 2.356, nos seguintes termos, aplicáveis, mutatis mutandis, aocaso deste julgamento:

“Habeas Corpus. Recurso ordinário.Trancamento de Inquérito Policial. Crime dedesobediência. CE. Art. 347. Sendoincontroversos os fatos e de direito a matériaem exame, não refoge à apreciação no âmbitodo Habeas Corpus, mormente quandoconfigurada a ilegalidade da ordem que não seenquadra nos limites e objetivos da Lei nº6.091/74. (transporte e alimentação deeleitores).

Recurso ordinário provido para deferiro pedido de habeas corpus em favor dospacientes”.

Do exposto e à vista do mais que dos autos consta, conheço daimpetração suscitada e defiro o pedido de HABEAS CORPUS do paciente, parao fim de determinar o trancamento da investigação judicial, nos termos iniciaisque contra si foi interposta, sem prejuízo do eventual direito de seuspromoventes de postularem novo procedimento investigatório, com observância

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dos princípios constitucionais e das normas legais pertinentes.

É como voto.

EXTRATO DA ATA

Processo n° 96019127 - Classe I. Relator: Luiz NivardoCavalcante de Melo, Impetrantes: Sérgio Gurgel Carlos da Silva e José PintoQuezado Neto, Paciente: Carlos Francisco Gonçalves, Impetrada: MMª JuízaEleitoral da 14ª Zona.

Decisão: Ordem concedida.

Presidência do Des. Stênio Leite Linhares. Presentes o Des.Raimundo Hélio de Paiva Castroe os Juízes José Maria de Vasconcelos Martins,Paulo de Tarso Vieira Ramos, Luiz Nivardo Cavalcante de Melo, José ArísioLopes da Costa, José Danilo Correia Mota e o Dr. Francisco Araújo MacedoFilho.

ACÓRDÃO Nº 96019398ACÓRDÃO Nº 96019398ACÓRDÃO Nº 96019398ACÓRDÃO Nº 96019398PROCESSO Nº 96019398 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96019398 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96019398 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96019398 - CLASSE IV

RECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORAL

RECORRENTE: HERCULANO HUGO BEZERRA VIANAADVOGADO: BRUNILO JACÓ DE C. E SILVA FILHORECORRIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORALCOMPLEMENTO: PROPAGANDA ELEITORALMUNICÍPIO: REDENÇÃORELATOR: JUIZ JOSÉ ARÍSIO LOPES DA COSTA

- Propaganda eleitoral. Representação.Violação do disposto no art. 51 da Lei nº9.100/95. Ausência de prova da autoria. Recursoconhecido e provido.- Decisão unânime.

Vistos, relatados e discutidos os autos supra referenciados,acordam os Juízes do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, por votaçãounânime, em conhecer do recurso, para dar-lhe provimento, reformando asentença recorrida, nos termos do voto do Relator, que passa a integrar esta

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Tribunal Regional Eleitoral do Ceará

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decisão.Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, aos 11

de junho de 1997.

Des. HAROLDO RODRIGUES DE ALBUQUERQUE - PRESIDENTE, Dr.JOSÉ ARÍSIO LOPES DA COSTA - Relator, Dr. JOSÉ GERIM MENDESCAVALCANTE - Procurador Regional Eleitoral.

RELATÓRIO

Cuida-se de recurso interposto por HERCULANO HUGOBEZERRA VIANA, candidato ao cargo de Vereador à Câmara Municipal deRedenção, nas eleições de 03 de outubro pretérito, irresignado em face dadecisão da MM. Juíza Eleitoral da 54ª Zona - Redenção, que, acatandorepresentação formulada pelo Ministério Público Eleitoral, condenou-o aopagamento de multa equivalente a 1.000 UFIR’s, como incurso no art. 51, da Leinº 9.100/95, por haver, segundo o representante, veiculado propaganda eleitoralconsiderada irregular, consistente no pichamento do leito de estrada vicinaldaquele Município (cfr. fl. 04).

Por razões de fls. 18/19, sustenta o recorrente não serresponsável pela pichação objetivada, atribuindo tal prática a simpatizantes desua candidatura, desconhecedores da legislação eleitoral, que proíbe apropaganda nas condições postas, e que afinal, tanto que notificado,providenciou a imediata retirada da malsinada propaganda. Proclamandoinocência, propugna pelo provimento do recurso.

Apresentadas as contra-razões (fls. 22/23), por despacho de fls.24, mantendo a decisão vergastada, a MMª Juíza Eleitoral determinou a subidados autos.

Nesta instância, o digno Dr. Procurador Regional Eleitoralemitiu o parecer de fls. 30/31, opinando pelo provimento do recurso.

É o relatório.

VOTO

Como se observa, mormente por ilustração fotográfica de fls. 04,norteia a representação do Órgão Ministerial a pichação em via pública,

Publicado no DJE de 25.6.97.

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Acórdãos

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contendo os dizeres: “P/ VEREADOR HERCULANO Nº 15.655”.

Contudo, não colho caracterizada, no caso, a responsabilidadesubjetiva do recorrente, frente à indigitada propaganda, tal como veiculada.

Importando compreender, que ao recorrente não se há imputar, amingua de convincente comprovação, a prática do pichamento sobre que seassenta, precipuamente, a representação do órgão do Ministério PúblicoEleitoral, in specie.

Na verdade, conquanto comprovada restando a materialidade dodelito, não consta dos autos em exame prova sobre a autoria da referidapropaganda, sequer que haja sido feita de ordem do recorrente, bem por issoreputo inadequada, senão injusta, a punição a este imposta, derredor infraçãocuja responsabilidade, repete-se, não restou devidamente configurada.

Sabendo-se, como bem adverte o ilustre Procurador Eleitoral,que “inexiste o princípio da responsabilidade objetiva quanto à propagandaeleitoral, pois a legislação eleitoral não a prevê”.

Relevante, demais, nessa linha de raciocínio, o fato de que orecorrente, posto notificado, cuidou por determinar a retirada da propagandaatacada, circunstância, aliás, destacada pela digna Juíza Eleitoral, por disposiçãodo decisório de fls., de sorte tal que cessada restou a irregularidade tipificada noart. 51, da Lei nº 9.100, de 1995.

Em face dos pressupostos deduzidos, e por adoção, ainda, aosfundamentos expendidos pelo eminente Procurador Regional Eleitoral, conheçodo recurso, dando-lhe provimento, para, reformando a decisão recorrida, julgarimprocedente a representação, sub examine.

É como voto.

EXTRATO DA ATA

Processo n° 96019398 - Classe IV. Relator: Juiz José ArísioLopes da Costa, Recorrente: Herculano Hugo Bezerra Viana, Recorrido:Ministério Público Eleitoral.

Decisão: Conhecido e provido. Unânime.

Presidência do Des. Haroldo Rodrigues de Albuquerque.Presentes o Des. Stênio Leite Linhares e os Juízes José Maria de Vasconcelos

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Martins, Paulo de Tarso Vieira Ramos, Luiz Nivardo Cavalcante de Melo, JoséArísio Lopes da Costa, José Danilo Correia Mota e o Dr. José Gerim MendesCavalcante, Procurador Regional Eleitoral.

ACÓRDÃO Nº 96019516ACÓRDÃO Nº 96019516ACÓRDÃO Nº 96019516ACÓRDÃO Nº 96019516PROCESSO Nº 96019516 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96019516 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96019516 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96019516 - CLASSE IV

RECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORAL

RECORRENTE: PARTIDO SOCIAL CRISTÃO - PSCADVOGADO: EDSON MANUEL FEIJÓ GUIMARÃESRECORRIDO: 104ª JUNTA ELEITORALMUNICÍPIO: MARACANAÚRELATOR: DES. STÊNIO LEITE LINHARES

O partido que participou das eleições emcoligação não possui legitimidade para pleitearindividualmente recontagem de votos, muitomenos para recorrer da decisão indeferitória damedida.

Recurso não conhecido. Decisão por maioria.

Vistos, relatados e discutidos os autos acima identificados.

Acorda o Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, por maioria,contra o parecer do Procurador, em não conhecer do recurso, em face dailegitimidade do partido recorrente.

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, aos 16de abril de 1997.

Des. HAROLDO RODRIGUES DE ALBUQUERQUE - Presidente, Des.STÊNIO LEITE LINHARES - Relator, Dr. JOSÉ GERIM MENDESCAVALCANTE - Procurador Regional Eleitoral.

RELATÓRIO

Trata-se de recurso contraposto pelo PARTIDO SOCIALCRISTÃO - PSC, de Maracanaú, contra decisão da 104ª JUNTA ELEITORAL,

Publicado no DJE de 28.5.97.

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Acórdãos

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que indeferiu pedido de recontagem dos votos da eleição proporcional daqueleMunicípio.

Alega o recorrente, em síntese, que várias urnas acusaram votosbrancos e nulos em quantitativo superior à média registrada nas demais, o quetornaria imperativa a pretendida recontagem, nos termos do art. 28, inc. III, daLei nº 9.100/95, reguladora do último pleito.

Recurso sem contra-razões dos interessados, que não asapresentaram, apesar de regularmente intimados a fazê-lo.

Mantida a decisão denegatória da reapuração, enviados os autosao Tribunal, o órgão do Ministério Público pronunciou-se, em parecer, peloprovimento do recurso.

É o relatório.

VOTO

Está comprovado nos autos que o PSC, ora recorrente,participou da eleição em Maracanaú em coligação com o PFL.

Embora reconheça esse fato, o ilustre Procurador, no parecer defls. 60 usque 64 opina, contudo, pela legitimidade do partido assim para o pedidode recontagem como para o recurso sub examine.

Sem questionar a consistência jurídica do respeitável opinatório,ouso discordar do ponto de vista ali externado, para filiar-me à diretrizdominante no Eg. TSE, até em homenagem à coerência que deve presidir osjulgamentos da Justiça Eleitoral.

No agravo de instrumento nº 12.550 de Fortaleza, julgado em4.5.95, o TSE, pela voz do eminente relator, Ministro Diniz de Andrada,transcrevendo, literalmente, despacho denegatório de recurso especial proferidopelo Des. Ernani Barreira Porto, então presidente deste Regional, deixouconsignado que “toda coligação é partido temporário”.

Assim, não resta dúvida, de que o partido que a integrou, perdeua individualidade, porquanto a coligação em cada pleito é tratada como unidadepartidária. Bem por isto, “não pode invocar prejuízo próprio nem agir in iudicioàs singelas, como se os seus interesses preponderassem sobre o do grupocoligado” (V. Jurisprudência do TSE vol. VII, nº 3 pag. 118 usque 120).

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Conseqüentemente - remato -, não pode de per si, ou seja, isoladamente, pleitearrecontagem de votos, muito menos recorrer da decisão indeferitória da medida.

No aresto dantes mencionado, ressalte-se, o TSE apenas cuidoude reafirmar posição idêntica a que fora externada no Recurso nº 11.579, doAmapá, julgado em 24.5.94, de que foi relator o Ministro Antonio de PáduaRibeiro, assim ementado: “Agravo. Pedido de Recontagem. Falta de legitimidadedo partido recorrente. A coligação é unidade partidária e representante legítimadas agremiações que as integram”. (ob. cit. p. 117 usque 118).

Força é convir, pois, que, em face desses precedentes o partidorecorrente, no caso, usurpou legitimidade privativa da coligação que integrou,por onde ressentir-se o presente recurso de condição de admissibilidade.

EXTRATO DA ATAProcesso n° 96019516 - Classe IV. Relator: Des. Stênio Leite

Linhares, Recorrente: Partido Social Cristão - PSC, Recorrido: 104ª JuntaEleitoral.

Decisão: Recurso não-conhecido. Decisão por maioria.Presidência do Des. Haroldo Rodrigues de Albuquerque.

Presentes o Des. Stênio Leite Linhares e os Juízes José Danilo Correia Mota,Edith Bringel Olinda Alencar, José Maria de Vasconcelos Martins, Germana deOliveira Moraes, Luiz Nivardo Cavalcante de Melo e o Dr. José Gerim MendesCavalcante, Procurador Regional Eleitoral.

ACÓRDÃO Nº 96019728ACÓRDÃO Nº 96019728ACÓRDÃO Nº 96019728ACÓRDÃO Nº 96019728

PROCESSO Nº 96019728 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96019728 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96019728 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96019728 - CLASSE IV

RECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORAL

RECORRENTE: ADILSON VASCONCELOSADVOGADO: HILNAH PINHEIRO MOREIRARECORRIDO: MM. JUIZ COORDENADOR DAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS

DE FORTALEZACOMPLEMENTO: RECONTAGEM PROPORCIONAL DE VOTOSMUNICÍPIO: FORTALEZARELATOR: JUIZ LUIZ NIVARDO CAVALCANTE DE MELO

Recontagem de votos. Pedido da iniciativa decandidato. Legitimidade processual que se insere

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Acórdãos

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em área de competência privativa dos partidospolíticos, nos termos do art. 28, I, da Lei nº9.100/95. Novo precedente jurisprudencial destaCorte Regional. Recurso não conhecido. Decisãounânime.

Vistos etc.

Acordam os Juízes do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará,antepondo-se ao cumprimento de medida processual sugerida pelo doutoProcurador Regional Eleitoral, não conhecer do recurso, nos termos do voto doJuiz Relator, parte integrante desta decisão.

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, aos 14de abril de 1997.

Des. HAROLDO RODRIGUES DE ALBUQUERQUE - Presidente, Dr. LUIZNIVARDO CAVALCANTE DE MELO - Relator, Dr. JOSÉ GERIM MENDESCAVALCANTE - Procurador Regional Eleitoral.

RELATÓRIO

1. Tramita nos presentes autos, recurso interposto por ADILSONVASCONCELOS, contra decisão do MM. Juiz Coordenador das EleiçõesMunicipais de Fortaleza, que, in limine, indeferiu seu PEDIDO DERECONTAGEM DE VOTOS, por entender que os resultados finais do últimopleito não “retratam a realidade de seu trabalho, realizado na comunidade dobairro José Walter, por mais de 24 anos prestados à comunidade, bem comoconsiderando a existência de precedentes nos pleitos anteriores, os quaisdenunciaram a existência de graves irregularidades que ensejaram a anulaçãode milhares de votos”.

2. Remetida a matéria ao exame do douto Representante doMinistério Público Eleitoral, de atuação junto à primeira instância, emergiu o seuconciso e bem lançado parecer de fls. 04/05, demonstrando, COMOARGUMENTOS PRELIMINARES OPOSTOS AO CONHECIMENTO DOMÉRITO DO PEDIDO, que o recorrente não fundamentou seu pleito inauguralem qualquer disposição estabelecida por lei, assim como não demonstrou sequersua alegada condição de ex-candidato a vereador à Câmara Municipal de

Publicado no DJE de 2.5.97.

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Fortaleza, não se fazendo representar por advogado legalmente habilitado, alémde não ter enumerado as Seções Eleitorais que deseja ver recontadas. Concluiaquela manifestação ministerial, afirmando que o pedido não atende às normasinsertas nas disposições do art. 25 da Resolução de nº 19.540/96, impondo-se,assim, o seu indeferimento.

3. Todos esses argumentos preliminares foram acolhidos peloDouto Juízo a quo, quando de sua sentença de fls. 07/08, por cujos termos foiindeferida a inicial, por ter sido inepta sua formulação.

4. Inconformado com essa decisão, o interessado ingressou como recurso de fls. 17/18, direta e estranhamente suscitado junto a esta CorteRegional, seguindo-se o despacho de fls. 20, por cujo Sr. Presidente,Desembargador FRANCISCO HAROLDO RODRIGUES DEALBUQUERQUE, determinou fosse o pedido recursal remetido ao MM. JuizEleitoral da 83ª Zona, a fim de ser processado, de acordo com o art. 266, doCódigo Eleitoral.

5. Em seu despacho de sustentação de fls. 22, o preclaro Juízorecorrido, manteve todos termos da decisão atacada, de logo aguardando oimprovimento do recurso.

6. Subindo os autos a este Egrégio Tribunal, o eminenteProcurador Regional Eleitoral, em seu parecer de fls. 28/29, concluiu peladevolução dos autos ao douto Juizo a quo, “para que a Junta Eleitoral,responsável pela totalização dos votos (Resolução nº 19.541/96, art. 5º,parágrafo único) julgue o pedido da recontagem”.

7. Como se vê do despacho de fls. 31, este Relator, acatando arecomendação ministerial, determinou fossem os autos devolvidos à sua origema fim de ser a matéria submetida ao exame e à decisão da Colenda JuntaTotalizadora das Eleições Municipais de Fortaleza.

8. Recebidos os autos, o eminente Juiz Presidente da 83ª JuntaEleitoral, em seu despacho de fls. 34/35 aduziu, entre suas consideraçõespreambulares, o argumento no sentido de que não há possibilidade jurídica deconvocação de membros da Junta Eleitoral para decidir pendengas posteriores,porquanto foi ela dissolvida, desde quando proclamados os resultados dacontenda eleitoral e diplomados os eleitos.

9. Remetido o recurso a novo exame do eminente ProcuradorRegional Eleitoral, em sua segunda manifestação, reitera seu entendimento no

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Acórdãos

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sentido de que os autos sejam mais uma vez devolvidos à Zona Eleitoral e, seassim não o entender este Relator, seja a questão submetida à apreciação destaCorte Regional.

É o relatório.

VOTO

Com a devida vênia do eminente Procurador Regional Eleitoral,entendo que a esta questão relacionada com a competência da Junta Eleitoralpara conhecer e decidir do pedido de início posto em debate, se antepõe umobstáculo de ordem preliminar e diz respeito à ilegitimidade do recorrente, parapleitear a recontagem pretendida.

Quanto a esse tema, reporto-me às novas decisões desta Corte,atinentes à matéria, a partir de lúcido acórdão de lavra do eminenteDESEMBARGADOR STÊNIO LEITE LINHARES, quando do julgamento doProcesso nº 96017557, do Município de Jaguaribe, com a seguinte ementa:

“Recontagem de votos. Candidato nãopossui legitimidade para pleitear a medida,consoante se vê do item I do art. 28 da Lei nº9.100/95. Recurso não conhecido. Decisãounânime”.

Nessa mesma linha de entendimento, como Relator do Processonº 96017874, do Município do Crato, elaborei o seu respectivo acórdão, assimementado e cujos termos se ajustam ao presente caso:

“Recontagem de votos. Pedido dainiciativa de candidato. Legitimidade que seinsere em área de competência privativa dospartidos políticos, nos termos do art. 28, I, daLei nº 9.100/95. Novo precedentejurisprudencial desta Corte regional. Recursonão conhecido. Decisão unânime”.

Reiterando, por conseguinte, essa mesma afirmação destaEgrégia Corte, não conheço do recurso.

É como voto.

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EXTRATO DA ATA

Processo n° 96019728 - Classe IV . Relator: Luiz NivardoCavalcante de Melo, Recorrente: Adilson Vasconcelos, Recorrido: JuizCoordenador das Eleições Municipais de Fortaleza.

Decisão: Não conhecida. Unânime.

Presidência do Des. Haroldo Rodrigues de Albuquerque.Presentes o Des. Stênio Leite Linhares e os Juízes Luiz Nivardo Cavalcante deMelo, Ademar Mendes Bezerra, José Maria de Vasconcelos Martins, Germanade Oliveira Moraes, José Danilo Correia Mota e o Dr. José Gerim MendesCavalcante, Procurador Regional Eleitoral.

ACÓRDÃO Nº 96020655ACÓRDÃO Nº 96020655ACÓRDÃO Nº 96020655ACÓRDÃO Nº 96020655PROCESSO Nº 96020655 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96020655 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96020655 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96020655 - CLASSE IV

RECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORAL

RECORRENTE: ANTÔNIO VALDECI CUNHAADVOGADA: MARIA GORETTI TÁVORA FRANCELINOCOMPLEMENTO: PRESTAÇÃO DE CONTASMUNICÍPIO: FORTALEZARELATOR: JUIZ LUIZ NIVARDO CAVALCANTE DE MELO

Prestação de contas. Sentença proferida sem oprévio exercício do contraditório e da ampladefesa. Decisão desconstituída. Necessidade denovo julgamento de mérito. Decisão unânime.

Vistos etc.

Acordam os Juízes do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, porunanimidade e consoante Parecer do douto Procurador Regional Eleitoral, emconhecer do recurso e lhe dar provimento, cabendo ao preclaro Juízo a quoproferir nova sentença de mérito, nos termos do voto do Juiz Relator, parteintegrante desta decisão.

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, aos 24de fevereiro de 1997.

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Acórdãos

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Des. HAROLDO RODRIGUES DE ALBUQUERQUE - Presidente, Dr. LUIZNIVARDO CAVALCANTE DE MELO - Relator, Dr. JOSÉ GERIM MENDESCAVALCANTE - Procurador Regional Eleitoral.

RELATÓRIO

Com a devida vênia de seu eminente titular, adoto, em suaíntegra, o relatório contido no Parecer da douta Procuradoria Regional Eleitoral,em seus seguintes e bem lançados termos:

“Trata-se de recurso interposto porANTÔNIO VALDECI CUNHA, candidato aVereador no pleito próximo passado, peloPartido Socialista Brasileiro (PSB), contradecisão do Juiz Eleitoral da 83ª Zona,Coordenador das Eleições Municipais, quedesaprovou sua Prestação de contas.

A Comissão Técnica, responsável pelaanálise de Prestação de contas, após exameinicial de todas as peças apresentadas pelocandidato, observou que o presente processocarecia da apresentação do extrato de conta-corrente relativo a todo o período da campanhaeleitoral (julho a outubro).

Em notificação, emitida através dotelegrama nº 1490, o MM. Juiz da 83ª Zona fixouo prazo de 48 horas, para que o candidatocomparecesse à Coordenadoria das EleiçõesMunicipais, a fim de sanar a omissão detectada.

Consta, às fls. 12 destes autos, telexinformando que o telegrama supracitado nãochegou às mãos do destinatário, por haver, este,transferido-se para outro endereço.

O Juiz Eleitoral da 83ª zona,Coordenador das Eleições Municipais, em

Publicado no DJE de 12.3.97.

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Tribunal Regional Eleitoral do Ceará

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sentença de fls. 19, desaprovou a presentePrestação de Contas, asseverando, inclusive,que o candidato sequer abriu conta bancáriaespecífica para a movimentação do dinheiroaplicado na campanha eleitoral.

Irresignado com a decisão sobredita,ANTÔNIO VALDECI CUNHA recorreu a esseeg. Tribunal, sustentando que, em virtude damudança de endereço, somente na data de2.12.96, tomou ciência do prazo paraapresentação do referido extrato.

Alega, ainda, o candidato-recorrente que,ao certificar-se da diligência requerida pelaJustiça Eleitoral, solicitou de imediato à agênciabancária BEC o extrato atualizado de sua conta-corrente, sendo informado que somente obteriao dito comprovante após 72 horas”.

É o relatório.

VOTO

Seguindo a mesma linha de entendimento adotado pelo lúcidoParecer Ministerial, concluo afirmando também: “restou comprovado que anotificação não foi entregue ao candidato, de forma que este desconhecia adeterminação da Justiça Eleitoral, para comparecer em 48 horas perante aCoordenadoria das Eleições Municipais”, inferindo-se dessa circunstância que orecorrente não teve como exercitar, em seu proveito próprio, o princípio docontraditório e da ampla defesa, tal como previsto no art. 5º, LV, da ConstituiçãoFederal.

Assim e nos termos conclusivos do aludido Parecer, conheço dorecurso e lhe dou provimento, a fim de que, no presente caso, seja reaberto, emprol do recorrente, novo prazo para apresentação dos extratos bancários,relativos ao período de julho a outubro de 1996, cabendo-lhe, ainda, comprovar aabertura de conta corrente específica para os gastos de sua campanha eleitoral,com a subsequente e nova decisão de mérito do MM. Juiz sobre a matéria.

É como voto.

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Acórdãos

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EXTRATO DA ATA

Processo n° 96020655 - Classe IV . Relator: Luiz NivardoCavalcante de Melo, Recorrente: Antônio Valdeci Cunha.

Decisão: Conhecido e provido. Unânime.

Presidência do Des. Haroldo Rodrigues de Albuquerque.Presentes o Des. Stênio Leite Linhares e os Juízes Luiz Nivardo Cavalcante deMelo, Ademar Mendes Bezerra, José Maria de Vasconcelos Martins, Germanade Oliveira Moraes, José Danilo Correia Mota e o Dr. José Gerim MendesCavalcante, Procurador Regional Eleitoral.

ACÓRDÃO Nº 96021041ACÓRDÃO Nº 96021041ACÓRDÃO Nº 96021041ACÓRDÃO Nº 96021041PROCESSO Nº 96021041 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96021041 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96021041 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96021041 - CLASSE IV

RECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORAL

RECORRENTE: COLIGAÇÃO FORTALEZA DE CORPO E ALMAADVOGADO: HÉLIO PARENTE DE VASCONCELOS FILHORECORRIDOS: JURACI VIEIRA MAGALHÃES E ANTÔNIO ELBANO

CAMBRAIAADVOGADO: PEDRO SABOYA MARTINSCOMPLEMENTO: INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORALRELATOR: JUIZ JOSÉ DANILO CORREIA MOTA

Investigação Judicial Eleitoral - Preliminar deIntempestividade. Inocorrência - contagem doprazo deve ter início a partir do inequívoco eoficial conhecimento do advogado, do teor dodespacho proferido em audiência. No mérito,acolhimento da alegativa de violação das normasda LC nº 64/90, face ao deferimento deencerramento da prova da acusação, pelo atrasoà audiência do advogado do representante.Recurso conhecido e provido, para o fim dedeterminar a ouvida das testemunhas arroladaspela parte promovente.

Vistos, relatados e discutidos os autos acima identificados,

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Acordam os Juízes do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, por unanimidade,impedido o Juiz Luiz Nivardo Cavalcante de Melo, e contra o parecer do doutoProcurador Regional Eleitoral, no aspecto da tempestividade, em conhecer dorecurso, para lhe dar provimento, nos termos do voto do Relator que é parteintegrante deste Acórdão. Rejeitada a preliminar de intempestividade do recurso,e no mérito, reconhecimento de ter havido violação às normas da LeiComplementar nº 64/90, com o encerramento, pelo Juiz Eleitoral, da prova daacusação.

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, aos 7de abril de 1996.

Des. HAROLDO RODRIGUES DE ALBUQUERQUE - PRESIDENTE, Dr.JOSÉ DANILO CORREIA MOTA - Relator, Dr. JOSÉ GERIM MENDESCAVALCANTE - Procurador Regional Eleitoral.

RELATÓRIO

Em 28 de novembro de 1996, a COLIGAÇÃO FORTALEZADE CORPO E ALMA, regularmente representada por advogado, interpôsrecurso contra decisão do MM. Juiz de Direito Coordenador das Eleições emFortaleza - Ceará que, atendendo requerimento de JURACI VIEIRAMAGALHÃES, encerrou a prova testemunhal da Coligação recursante, pelo fatodo advogado desta não estar presente, na hora marcada, para a abertura daaudiência.

Aduziu a recorrente que a ação teve por fulcro o abuso do podereconômico, pelos recorridos, consubstanciado pela distribuição de filtros naperiferia de Fortaleza, em afronta ao art. 22 da Lei Complementar nº 64/90.

Disse haver juntado com a inicial, todas as provas de quedispunha, bem como depositado o rol de testemunhas.

Argüiu haver deferido o magistrado, em data de 3 de setembrode 1996, requerimento do procurador do representado, de cópia da fita de vídeojuntada aos autos, sob a alegativa de que não teria visto a dita fita, mesmo,acrescenta, já tendo apresentado a defesa “e contestado toda a inicial.” Teriajustificado o juiz, segundo a recorrente, a aplicação do Princípio da AmplaDefesa em favor do promovido. Acrescenta a recorrente que, inobstante isso, por

Publicado no DJE de 23.4.97

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Acórdãos

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ocasião da audiência em 20 de novembro de 1996, após a sua abertura econstatação da presença das testemunhas da acusação e da defesa, além dosprocuradores das partes, o magistrado resolveu suspender a audiência, atendendoa pedido formulado pela procuradora do promovido Juraci Vieira Magalhães,porque a mencionada não havia tido a oportunidade de examinar a aludida fita devídeo. Transcreveu da ata da audiência realizada em 20 de novembro de 1996 (f.05) o pronunciamento do magistrado no sentido de que “A defesa deve ser amais elástica possível no processo de investigação judicial; que é o mesmo queum inquérito policial; que se entregue a fita magnética de vídeo anexada aosautos por 24 hs, à requerente para que veja o que contém nela, suspendendo-sea audiência até amanhã às 14:15 quando será reiniciada”.

Transcreve, igualmente, da ata realizada no dia seguinte, dia 21de novembro de 1996: “Aberta a audiência, iniciando o depoimento da primeiratestemunha no momento de sua qualificação, já tendo sido qualificada, requereua procuradora do Dr. Juraci Magalhães, que em virtude do nãocomparecimento do Dr. Hélio Parente, procurador da Coligação Fortaleza deCorpo e Alma, requereu a dispensa de sua prova. Pelo MM. Juiz foi dito quedeferia o pedido, uma vez que mesmo presente as testemunhas é dever doadvogado comparecer à audiência na hora designada ou justificar oralmente oupor escrito o motivo por que deixou de comparecer ou chegou atrasado, dando aentender que o procurador tinha desistido de ouvir ou reperguntar astestemunhas por si arroladas. O advogado Hélio Parente compareceu àaudiência às 14:30, quando a audiência estava marcada às 14:15...”

Alegou a recursante que a investigação judicial eleitoral, aocontrário do afirmado pelo magistrado, não tem caráter de inquérito policial, massim, de ação judicial propriamente dita e seu rito está disciplinado nos arts. 22 esegs. da Lei nº 64/90. Lembrou “que julgada procedente a investigação condenao representado a pena da inelegibilidade e cassação do registro de candidatura,se candidato.” Disse mais que, pelas suas próprias características, é matéria deordem pública, o que impõe à autoridade jurisdicional acuidade peculiar emcolher a verdade sem tolher a produção de provas. Em tal sentido transcreveujulgado publicado na Revista de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estadode São Paulo no sentido de que:

“Em se tratando de direitosindisponíveis, o Juiz não pode dispensar a

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produção de provas; deve designar novaaudiência” (RJTJESP 96/385).

Diz que o magistrado teria sido induzido em erro pelaprocuradora do recorrido, que confundiu matéria de natureza privada com direitopúblico, afetando, com o encerramento da prova, direitos indisponíveis. E mais,que a audiência simplesmente havia sido suspensa, não tendo sido encerrada econsoante se pode comprovar pelas atas constantes dos autos. Afirma nessetocante, que a fragmentação da audiência como ocorreu, mesmo sem a oitiva dastestemunhas de acusação, fere o disposto no art. 22, inciso V, que estabelece quea inquirição deverá ser “EM UMA SÓ ASSENTADA, de testemunhas arroladaspelo representante e pelo representado...” Transcreve jurisprudênciaconsonante com tal dispositivo legal.

Anexou cópias das atas das audiências realizadas nos dias 20 e21 de novembro de 1996, onde se constata o registro da presença, dentre outrosenvolvidos no processo, da Representante do Ministério Público Eleitoral, Dra.Zélia Maria Morais Rocha.

Pediu, finalmente, a reforma da decisão interlocutória recorrida,para, alternativamente, determinar a ouvida das testemunhas da recorrente, outornar nula a instrução já realizada em infringência à lei.

Adversando o recurso, veio, inicialmente, a defesa do promovidoJURACI VIEIRA MAGALHÃES, através da cuidadosa petição de fls. 20/26 epor depois a de ANTÔNIO ELBANO CAMBRAIA E CESAR CAMPELO, porintermédio da peça de fls. 40/43.

Nas contra-razões ofertadas por JURACI VIEIRAMAGALHÃES, tem-se, de início, a preliminar de intempestividade do recurso.

Sustenta o recorrido que estando a audiência designada para às14:15 horas, disso previamente intimado o advogado, a presença do referido com15 minutos de atraso, justificou o encerramento de sua prova, tal como fez o Juizque, interrompendo o ato de inquirição de testemunha, a ele comunicou a suadecisão. Destacou que o patrono da Coligação recorrente permaneceu no recintoda sala de audiências por mais de trinta minutos; que “após a inquirição daprimeira testemunha, o advogado supracitado pediu vênia ao doutor JuizPresidente para dela se retirar, comprometendo-se a assinar o termo de audiênciano dia seguinte.

Aduz que a data última para o ingresso do recurso seria em 25 de

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novembro de 1996, e ingressando-o somente no dia 28 do mesmo mês, fê-lo adestempo.

Complementou asseverando que o fato do MM. Juiz com oassentimento de todos os presentes, haver permitido que o Dr. Hélio se retirasseda sala e somente no dia seguinte retornasse para a assinatura do Termo deAudiência, não significava haver-lhe concedido ampliação do prazo pararecorrer, não sendo admissível contar-se o prazo para recorrer, a partir da dataem que assinou o termo de audiência, em 25.11.96, por contrariar a legislação e adoutrina vigentes.

Requereu deste Tribunal seja acolhida a preliminar suscitada,não conhecendo do recurso.

No mérito, argúi que o Magistrado de primeiro grau agiu comacerto ao acolher o pedido de encerramento da prova da Coligação recorrente,face à ausência do seu advogado à audiência de inquirição de testemunhas.Afirmou que o Juiz agiu amparado pelo disposto no § 2º, do art. 453, do Códigode Processo Civil, que disse aplicável à espécie, o qual lhe faculta dispensar aprodução da prova requerida pela parte cujo advogado não comparecer àaudiência em que ela será produzida.

Quanto à ilegalidade aduzida pela recorrente, em razão dafragmentação da audiência, disse tornar-se despiciendo comentários, porque ofato não gerou prejuízo para nenhuma das partes.

Juntou cópias dos termos das audiências, em cujo desenrolaraconteceram os motivos do recurso, e requereu, finalmente, que na hipótesedesta Corte tomar conhecimento do recurso, que lhe negue provimento, por faltade apoio legal.

As contra-razões oferecidas por ANTÔNIO ELBANOCAMBRAIA E CESAR CAMPELO, de princípio, ativeram-se a fatosrelacionados com o mérito da ação de Investigação. Argüíram que a recorrentelaborou em equívoco no concernente ao fato da distribuição de filtros, eis que setratava, segundo o litisconsorte recorrido, de obra assistencial realizada pelaPrefeitura e não à promoção política de candidatura.

No mais, apoiaram a providência do magistrado em encerrar aprova da recorrente pelo atraso do advogado desta à audiência, procedimentoque estaria disciplinado pelo art. 453 do CPC, aplicável à hipótese.

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Requereram, por fim, fosse negado provimento ao apelo.

Pronunciou-se, então, a dedicada Representante do MinistérioPúblico da 83ª Zona de Fortaleza, às fls. 35/37. Em parecer de lapidar concisãoresumiu o assunto, demonstrando-o de natureza pública, manifestação da qualvale reproduzir alguns tópicos:

No item 3 da f. 36:

“Induvidoso o interesse público e desdeque iniciada a investigação, resulta indisponívelpelas partes e pela promotoria oficiante adesistência da representação ou de qualquermeio de prova elucidadora da matériainvestigada.

Verifica-se dos autos que o ilustrado JuizCoordenador, filiado à vocação hermenêuticaeminentemente formalista houve por bem deferirrequerimento da parte investigada, no sentido de‘dispensa’ da prova testemunhal, cujosintegrantes cinegrafistas da TV Jangadeiro alise encontravam dispostos a trazer luzes sobre osfatos da discussão.

Evidenciado o interesse público dadilação probatória questionada e considerandoa presença das testemunhas à audiência,poderiam estas ser ouvidas, mesmo ausente oadvogado da coligacão, pois presente estava a r.do MPE, que além de fiscal do processo,executa o munus de titular da ação penal quepoderia advir da investigação abortada peladecisão sob ataque.”

Opinou, finalmente, no sentido de que o MM. Juiz Coordenador,em utilizando o juízo da retratação chamasse o feito à ordem para possibilitar aprodução da prova questionada, o que não ocorrendo, fosse o recurso conhecidoe acolhido.

Com supedâneo no art. 267, § 6º do Código Eleitoral, o MM.Juiz proferiu o despacho de sustentação de sua decisão, mantendo-a, requerendo

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na f. 46 fosse o recurso conhecido, porém improvido.

Já nesta instância, foi protocolizada a petição do recorridoJURACI VIEIRA MAGALHÃES, para fazer a juntada de cópia da ata deaudiência realizada em 19 de dezembro de 1996, dando conta de que o processode Investigação Judicial teve o seu andamento suspenso por determinação doMM. Juiz Coordenador, com o assentimento da Representante do M. Público, atéque decidido o presente recurso, para evitar embaraços de ordem processual,resultantes deste julgamento, caso o processo tivesse a sua normal tramitação.

Seguiu-se o abalizado parecer do eminente Procurador RegionalEleitoral, que numa judiciosa análise exauriu o tema. Destacou a naturezapública das investigações judiciais eleitorais e a inaplicação da norma do art.453, § 2º do CPC para a espécie, pelo que opinaria pelo provimento do recurso,não fosse, a seu ver, a intempestividade com que fora ingressado. Assim, opinoupelo não conhecimento do apelo.

Distribuído inicialmente este processo ao eminente Juiz LuizNivardo Cavalcante de Melo, declarando-se o mencionado suspeito, mediante odespacho de f. 61, por exercer cumulativamente as funções de Procurador doMunicípio de Fortaleza, houve a redistribuição do processo para este relator.

É o relatório.

VOTO

Quanto à preliminar de intempestividade, aflorada pelo recorridoJURACI VIEIRA MAGALHÃES:

É comum deparar-se o julgador com circunstâncias fáticas etécnico-formalísticas, capazes de dificultar, ainda mais, a desincumbência domister judicante.

Está-se diante de um caso especialíssimo, em que envolvidosvários fatores que interferem no raciocínio hermenêutico e de decisão.

O disposto no art. 258 do Código Eleitoral estipula o prazo detrês dias para a interposição de recursos, sempre que a lei não fixar prazoespecial, iniciando-se o referido da publicação do ato, resolução ou despacho.

Complementando, enuncia o § 1º do art. 242, do Código deProcesso Civil, que reputam-se intimados na audiência quando nesta é publicada

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a decisão ou a sentença.

No caso em liça, considerando que o advogado da recursanteesteve na audiência em que proferido o despacho ensejador do recurso, poder-se-ia tê-lo como intimado a respeito, e ter a data da realização da audiência comomarco inicial do seu prazo para recorrer.

Detecta-se, todavia, do Termo de fls. 15/17, que o procurador dorecorrente, que chegara atrasado, muito embora tenha permanecido por algumtempo no recinto da audiência, dela não tomou parte, não fazendo nenhumapergunta à testemunha que depunha.

Observa-se, também, da ata de fls. 15/17, que ao final daaudiência o dito procurador não estava presente, tanto que foi determinada peloMM. Juiz a sua notificação por telegrama, para comparecer à nova audiência,designada para o dia 19.12.96.

Em 25 de novembro de 1996, o patrono da recorrentecompareceu à Secretaria respectiva e assinou o Termo de f. 17, o que equivaleuao seu conhecimento do que se continha na ata da audiência.

Cumpre relevar, noutro quadrante, que o sédulo magistrado JoséEduardo Machado de Almeida quando da sustentação de sua decisão, fls. 45/46,teve como início da contagem do prazo o dia da assinatura da ata, pelo advogadodo recorrente, isto é, 25.11.97, eis que não cogitou aquele Juiz deintempestividade do recurso, entendimento este robustecido no final da f. 46, nomomento em que, mesmo pugnando pelo seu improvimento, requereu fosse orecurso conhecido.

Diante de tais fatos, sem perder de vista que “O Juiz adotará emcada caso a decisão que reputar mais justa e equânime, atendendo aos finssociais da lei e às exigências do bem comum” (LJE, art. 6º ), exibe-se maisprudente e seguro, mormente na espécie em que o tema principal é de ordempública, admitir como termo inicial para recurso o dia 25 de novembro de 1996.

Assim exposto, ingressado o recurso em 28 de novembro de1996, ocorreu dentro do tríduo legal, pelo que voto pela rejeição da preliminar deintempestividade.

MÉRITO

Como destacado na parte final do Relatório, o zeloso Magistrado

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de primeiro grau, em louvável cautela, (fls. 52/53), fez sustar o andamento doprocesso de Investigação Judicial, até que julgado fosse o presente recurso,afastando eventuais prejuízos que pudessem resultar do referido julgamento.

De outra parte, há de reconhecer-se ter agido o íntegro Juiz cominjustificável rigor, no concernente à decisão de encerramento da prova dorecorrente nas circunstâncias em que o fato se deu, e tendo em vista a matériaenvolver interesse público.

Afigurando-se-me irretorquível na parte dispositiva o parecer doeminente Procurador Regional Eleitoral, peço por empréstimo suas palavras parailustrar o meu voto:

“As investigações judiciais eleitoraispossuem a natureza jurídico-processual de açãoeleitoral, e não de mero inquérito, tanto quepode culminar com aplicação de severassanções, como a declaração de inelegibilidadedo representado e de quantos hajam contribuídopara a prática do ato, e cassação de registro docandidato diretamente beneficiado pelainterferência do poder econômico e pelo desvioou abuso do poder de autoridade (LC nº 64/90,art. 22, inciso XIV).

E possuem indiscutível natureza pública,deduzida não só da finalidade que persegue, alisura do processo eleitoral, senão, também dasseguintes normas:

A - do art. 22 caput, que conferelegitimidade ao ministério público, pararepresentar à Justiça Eleitoral, pedindo suaabertura;

B - do mesmo art. 22, inciso VI, quepermite ao Corregedor proceder a todas asdiligências que determinar de ofício,independentemente de requerimento das partes;

C - do inciso VII do mesmo dispositivolegal, que dá competência ao corregedor para

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ouvir terceiros referidos pelas partes ou pelastestemunhas, como conhecedores dos fatos ecircunstâncias que possam influir na decisão dofeito;

D - dos incisos VIII e IX desse mesmodispositivo legal, que facultam ao Corregedorordenar o depósito ou requisição de qualquerdocumento necessário à formação da prova, quese encontre em poder de terceiro, inclusiveestabelecimento de crédito, oficial ou privado,podendo, inclusive, expedir mandado de prisão einstaurar processo por crime de desobediência;

E - do art. 23 do mesmo diploma legal,que permite ao tribunal formar sua convicçãopela livre apreciação dos fatos públicos enotórios, dos indícios e presunções, atentandopara circunstâncias ou fatos ainda que nãoindicados ou alegados pelas partes, mas quepreservem o interesse público de lisuraeleitoral.”

Continua o conceituado Procurador:

“Indiscutível, a natureza pública dasinvestigações judiciais eleitorais, parece nãocoadunar-se com a norma do art. 453, parágrafo2º do Código de Processo Civil, cujasdisposições são efetivamente aplicáveis aoprocesso eleitoral, mas apenas onde e quandocouber, vale dizer, quando não contrariar osprincípios básicos que informam a naturezadesse processo especial, entre os quais o daindisponibilidade.”

Conclui.

Desta forma, fica evidente que a decisão do MM. Juiz Eleitoral

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violou normas insculpidas na Lei Complementar nº 64/90.

Ante tais considerações e pelo mais que emerge dos autos,conheço do recurso e lhe dou provimento, para o fim de determinar a retomadado processo, de logo, com a ouvida das testemunhas da parte representante, e deeventuais outras pessoas, neste caso, a critério do MM. Juiz, presidente do feito,como permite a lei, para o esclarecimento da verdade.

É como voto.

EXTRATO DA ATA

Processo n° 96021041 - Classe IV. Relator: José Danilo CorreiaMota, Recorrente: Coligação Fortaleza de Corpo e Alma, Recorridos: JuraciVieira de Magalhães e Antônio Elbano Cambraia.

Decisão: Conhecido e provido. Unanimidade.

Presidência do Des. Haroldo Rodrigues de Albuquerque.Presentes o Des. Raimundo Hélio de Paiva Castro e os Juízes José DaniloCorreia Mota, José Maria de Vasconcelos Martins, Germana de Oliveira Moraes,Luiz Nivardo Cavalcante de Melo e o Dr. José Gerim Mendes Cavalcante,Procurador Regional Eleitoral.

ACÓRDÃO Nº 96021171ACÓRDÃO Nº 96021171ACÓRDÃO Nº 96021171ACÓRDÃO Nº 96021171PROCESSO Nº 96021171 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96021171 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96021171 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96021171 - CLASSE IV

RECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORAL

RECORRENTE: ANTÔNIO DE PAIVA DANTASADVOGADO: ANTÔNIO DE PAIVA DANTASRECORRIDO: JÚLIO CÉSAR COSTA LIMAADVOGADO: JOSÉ AROLDO CAVALCANTE MOTAMUNICÍPIO: MARACANAÚRELATOR: DES. STÊNIO LEITE LINHARES

Simples pedido de reconsideração nãointerrompe nem suspende o prazo parainterposição do recurso próprio.

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Recurso intempestivo. Não conhecimento,decisão unânime.

Vistos, relatados e discutidos os autos acima identificados.

Acorda o Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, porunanimidade, em não conhecer do recurso, em face de sua manifestaintempestividade.

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, aos 14de abril de 1997.

Des. HAROLDO RODRIGUES DE ALBUQUERQUE - Presidente, Des.STÊNIO LEITE LINHARES - Relator, Dr. JOSÉ GERIM MENDESCAVALCANTE - Procurador Regional Eleitoral.

RELATÓRIO

Cuida-se de recurso manifestado por ANTÔNIO DE PAIVADANTAS contra decisão indeferitória de investigação judicial requerida peloPromotor da 104ª Zona Eleitoral - Maracanaú, para apurar abuso do podereconômico, por parte de JÚLIO CÉSAR COSTA LIMA, Prefeito eleito daqueleMunicípio.

O recurso contra-arrazoado e bem processado, inclusive com amanutenção do decisum pelo órgão a quo, vislumbra-se nos autos, outrossim,eloqüente parecer do Procurador Regional Eleitoral, pelo não-conhecimento dainconformação, à míngua de legitimidade recursal.

É o relatório.

VOTO

“O prazo para recurso tem início a partir da intimação ou domomento em que o advogado toma ciência inequívoca da decisão que pretendeimpugnar”.(STJ, 4ª Turma, Resp. 1.338-RJ, rel. Min. Fontes de Alencar, in DJUde 5.2.90).

Sabe-se, por outro lado, que “o simples pedido dereconsideração não tem a força de interromper ou de suspender prazorecursal”. (STJ, 2ª Turma, Resp 13.117-CE, rel. Min. Hélio Mosimann, in DJU

Publicado no DJE de 2.5.97.

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de 17.2.92).

Vê-se dos autos que o advogado do recorrente foi intimado dadecisão recorrida em 23 de junho de 1996, tendo, no dia seguinte, 24,apresentado ao MM. Juiz de Maracanaú pedido de reconsideração daquele ato, oque foi negado. Só após este segundo pronunciamento, do qual resultou intimadoem 26 de novembro de 1996, é que o advogado do recorrente se animou aimpugnar, pelo recurso próprio, a decisão recorrida, mostrando-se ainconformação, por isto mesmo, francamente intempestiva, por ter sidoapresentada depois de vencido, em muitos dias, o tríduo previsto no art. 258 doCódigo Eleitoral.

Colaciono, por oportuna, a seguinte passagem doutrináriacolhida na Teoria e Prática dos Recursos, da lavra de ANTÔNIO VITALRAMOS DE VASCONCELOS, verbis:

“A tempestividade do recurso épressuposto de natureza objetiva. Através dele ojuízo de admissibilidade examina se o recursoestá sendo apresentado no prazo permitido porlei. Justifica-se a prefixação de prazo porquenão é só o particular interesse das partes queestá em jogo, mas também, e igualmente, ointeresse do Estado, tendente a uma rápida ejusta composição da lide para o prontorestabelecimento de harmonia social e datranqüilidade pública”. (1976, Saraiva, pag. 30).

Sendo a intempestividade óbice intransponível à admissibilidadedo recurso, voto, pois pelo não conhecimento da presente inconformação.

EXTRATO DA ATA

Processo n° 96021171 - Classe IV. Relator: Des. Stênio LeiteLinhares, Recorrente: Antônio de Paiva Dantas, Recorrido: Júlio César CostaLima.

Decisão: Não conhecido. Unânime.

Presidência do Des. Haroldo Rodrigues de Albuquerque.Presentes o Des. Stênio Leite Linhares e os Juízes José Danilo Correia Mota,

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Ademar Mendes Bezerra, José Maria de Vasconcelos Martins, Germana deOliveira Moraes, Luiz Nivardo Cavalcante de Melo e o Dr. José Gerim MendesCavalcante.

ACÓRDÃO Nº 96021173ACÓRDÃO Nº 96021173ACÓRDÃO Nº 96021173ACÓRDÃO Nº 96021173PROCESSO Nº 96021173 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96021173 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96021173 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96021173 - CLASSE IV

RECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORAL

RECORRENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORALRECORRIDO: FRANCISCO JOSÉ VALENTIM CORDEIROADVOGADO: JOSÉ AROLDO CAVALCANTE MOTACOMPLEMENTO: RECURSO CONTRA DIPLOMAÇÃORELATORA: JUÍZA GERMANA DE OLIVEIRA MORAES

Recurso contra diplomação de Vereador eleito.Argüição de inelegibilidade de Vereador eleito,ex-suplente de Vereador, então investido nomandato e cunhado do Prefeito. Parecer doMinistério Público Eleitoral favorável aodeferimento de registro. Registro concedido.Ocorrência da preclusão no grau máximo.Reconhecimento da coisa julgada.Inadmissibilidade do Recurso.

Vistos, relatados e discutidos os autos acima indicados, acordamos Juízes do Tribunal Regional Eleitoral, por unanimidade, acatar a preliminar depreclusão e de coisa julgada e não admitir o recurso, nos termos do voto daRelatora, que passa a fazer parte integrante da decisão.

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, aos 10de março de 1997.

Des. HAROLDO RODRIGUES DE ALBUQUERQUE - Presidente, Dra.GERMANA DE OLIVEIRA MORAES - Relatora, Dr. JOSÉ GERIM MENDESCAVALCANTE - Procurador Regional Eleitoral.

Publicado no DJE de 20.3.97.

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Acórdãos

Rev. de Jurisp. do TRE/CE, Fortaleza, nº 2, ano II, pág. 13-214, (out/96-jun/97), 1997 179

RELATÓRIO

O Ministério Público Eleitoral de Maranguape, por suarepresentante, a Doutora MARIA DO SOCORRO GURGEL SERRAMARINHO, interpôs Recurso contra a diplomação do Vereador eleito pelalegenda do PSDB, FRANCISCO JOSÉ VALENTIM CORDEIRO.

Fundamenta sua irresignação na inelegibilidade prevista no art.14, § 7°, parte final, da Constituição Federal, aplicável ao recorrido, por sercunhado do então Prefeito de Maranguape, PEDRO PESSOA CÂMARA.Acrescenta que teria ocorrido manobra do eleito, que era suplente de Vereador,ao assumir provisoriamente o mandato de Vereador, pelo prazo de 120 (Cento eVinte) dias, no intuito de afastar a inelegibilidade. Destaca, com apoio emprecedente do egrégio Tribunal Superior Eleitoral (Acórdão n° 2199) serpossível, nesta via, argüir a inelegibilidade, ainda que anterior à diplomação portratar-se de matéria constitucional.

Em sua defesa, o Vereador eleito suscita as preliminares depreclusão de coisa julgada, com amparo em precedente do Tribunal SuperiorEleitoral (Acórdão 10670, Relator Ministro ALFREDO BUZAID, in BE 395),esclarecendo que o pedido de registro de candidatura do impugnado foradeferido, ocasião em que o Ministério Público Eleitoral se pronunciaraexpressamente a propósito da ventilada inelegibilidade, sendo, então, favorávelao registro. No mérito, sustenta que o Suplente de Vereador, uma vez investidono mandato, ainda que a título provisório, é detentor de todos os direitos eprerrogativas do titular do mandato, concluindo pela inocorrência dainelegibilidade.

O douto Ministério Público Eleitoral opina pelo provimento dorecurso.

É o relatório.

VOTO PRELIMINAR

Cuidam os autos de impugnação de mandato de Vereador jáeleito, cunhado do ex-prefeito, e portanto, no dizer do recorrente, inelegível nostermos do artigo 14, § 7°, parte final da Constituição Federal.

Em princípio, consoante a orientação do egrégio TribunalSuperior Eleitoral, admite-se a argüição de inelegibilidade, quando se trata dematéria constitucional, na fase de diplomação, ainda que anterior a ela (Ac 3762,

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in BE 152/272, e Ac. 11106, in RJTSE 91/1/1-66/68).

Entretanto, no caso dos autos, no curso do processo de registrodo candidato, o douto Ministério Público Eleitoral, curiosamente, por intermédioda mesma Promotora que agora interpõe o presente recurso contra a diplomaçãodo Vereador JOSÉ VALENTIM CORDEIRO, doutora MARIA DO SOCORROGURGEL SERRA MARINHO, pronunciara-se a favor do deferimento doregistro, ao analisar eventual ocorrência de inelegibilidade, da seguinte maneira:

“MM. Juiz:

José Valentim Cordeiro é cunhado doatual Prefeito e candidato a Vereador.

Entretanto, referido candidato é titular demandato eletivo e candidato à reeleição.

O inciso VII, § 3°, ao art. 10 da LeiComplementar nº 64/90 determina ainelegibilidade do cônjuge e os parentesconsangüíneos ou afins, até o segundo grau oupor adoção de Prefeito, salvo se já titular demandato eletivo e candidato à reeleição.

Assim, opinamos pela procedência de seupedido de registro”.

MPE, 22.7.96. Assina (Maria do SocorroGurgel Serra Marinho) (v. fs. 49)

Vê-se, assim, pelo que consta no autos, que foi objeto deapreciação, durante o curso do processo de registro de candidatura do recorrido,a matéria referente à eventual inelegibilidade de candidato suplente de Vereador,cunhado do Prefeito e investido no mandato do parlamentar, em virtude doafastamento do titular.

Uma vez deferido o registro, encontra-se a matéria, emhomenagem ao princípio da segurança jurídica, preclusa, de maneira que nãomais é possível ressuscitá-la na fase de diplomação, principalmente, pelo mesmorepresentante do Ministério Público que, anteriormente, manifestara-sefavoravelmente à procedência do pedido de registro.

Trata-se de preclusão no grau máximo, pois o assunto está

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Acórdãos

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alcançado pela força da coisa julgada.

O processo de registro de candidatos, além de judicializado, poisconfiado a um órgão especializado do Poder Judiciário, a Justiça Eleitoral, é, poropção do legislador, de natureza jurisdicional, pois submetido ao regimejurídico, inclusive quanto à questão da coisa julgada, do processo jurisdicional, enão ao regime do processo administrativo.

Ademais, a circunstância de não ter sido a alegadainelegibilidade argüida, mas sim suscitada de ofício pelo magistrado, não obsta àprodução de coisa julgada material.

Isto posto, voto pelo reconhecimento da existência de preclusãoem seu grau máximo, isto é, da ocorrência da coisa julgada, e em conseqüência,sou por não admitir o presente recurso.

É como voto.

EXTRATO DA ATA

Processo n° 96021173 - Classe IV. Relatora: Germana deOliveira Moraes, Recorrente: Ministério Público Eleitoral, Recorrido: FranciscoJosé Valentim Cordeiro.

Decisão: Não admitida. Unânime.

Presidência do Des. Haroldo Rodrigues de Albuquerque.Presentes o Des. Stênio Leite Linhares e os Juízes José Danilo Correia Mota,Ademar Mendes Bezerra, José Maria de Vasconcelos Martins, Germana deOliveira Moraes, Luiz Nivardo Cavalcante de Melo e o Dr. José Gerim MendesCavalcante, Procurador Regional Eleitoral.

ACÓRDÃO Nº 96021209ACÓRDÃO Nº 96021209ACÓRDÃO Nº 96021209ACÓRDÃO Nº 96021209PROCESSO Nº 96021209 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96021209 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96021209 - CLASSE IVPROCESSO Nº 96021209 - CLASSE IV

RECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORAL

RECORRENTE: FRANCISCO XAVIER SAMPAIOADVOGADO: JOSÉ PAULO LACERDA SÁRECORRIDO: JOÃO BERNARDINO PONTESADVOGADO: LUIZ ROCHA ADRIANO

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COMPLEMENTO: RECURSO CONTRA DIPLOMAÇÃORELATORA: JUÍZA GERMANA DE OLIVEIRA MORAES

Recurso contra diplomação de vereador eleito.Argüição de inelegibilidade, por motivo dedesaprovação pelo Conselho de Contas doMunicípio, de contas de ex-prefeito.Inelegibilidade infraconstitucional. Preclusão damatéria. Precedentes do egrégio TribunalSuperior Eleitoral. (RE nº 11.784, relatorMinistro Carlos Veloso; e nº 11.422, acórdãos nº11.928 e nº 11.934). Não conhecimento dorecurso.

Vistos, relatados e discutidos os autos acima indicados, acordamos Juízes do Tribunal Regional Eleitoral, por unanimidade, acatar a preliminar depreclusão e não tomar conhecimento do recurso, nos termos de voto da Relatora,que passa a fazer parte integrante da decisão.

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, aos 10de março de 1997.

Des. HAROLDO RODRIGUES DE ALBUQUERQUE - Presidente, Dra.GERMANA DE OLIVEIRA MORAES - Relatora, Dr. JOSÉ GERIM MENDESCAVALCANTE - Procurador Regional Eleitoral.

RELATÓRIO

FRANCISCO XAVIER SAMPAIO, primeiro suplente deVereador, do Município de Bela Cruz, interpôs Recurso contra a diplomação doVereador eleito pela legenda do PDT, JOÃO BERNARDINO PONTES.

Fundamenta sua impugnação na inelegibilidade do recorrido,decorrente da desaprovação de suas contas de Prefeito de Bela Cruz, noexercício de 1988.

Em sua defesa, o Vereador eleito argüi, preliminarmente, comamparo no artigo 259 do Código Eleitoral e em precedentes do Tribunal Superior

Publicado no DJE de 25.3.97.

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Acórdãos

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Eleitoral, a preclusão, por tratar-se de inelegibilidade infraconstitucional. Nomérito, admite que as contas de sua gestão de Prefeito do exercício de 1988, aqual compreende três meses sob sua administração, foram desaprovadas peloConselho de Contas dos Municípios, sem manifestação da Câmara dosVereadores. Explica, porém, que essa rejeição não enseja a inelegibilidadeprevista no art. 1º, inciso I, letra g, da Lei Complementar nº 64/90, porque adecisão desaprovadora das contas já data de mais de cinco anos.

O douto Ministério Público Eleitoral opina pelo improvimentodo recurso.

É o relatório.

VOTO

Assiste razão ao ilustrado órgão ministerial, quando aopronunciar-se acerca do mérito da impugnação, observa em seu parecer que “adecisão definitiva do Conselho de Contas dos Municípios do Estado do Ceará,acerca das contas do exercício de 1988, da Prefeitura Municipal de Bela Cruz,foi prolatada em 28.02.1991, de sorte que a inelegibilidade dela decorrentecessou em 28.02.1996, nos termos do art. 1º, I, g, parte final da LeiComplementar nº 64/90. Assim, quando o recorrido requereu o registro de suacandidatura, dentro do período de 02 de junho a 05 de julho de 1996 (RES nº19.509/96, arts. 4º, caput, e 11, caput), já não se encontrava mais sob acondição jurídica negativa de inelegibilidade.”

Entretanto, cuida-se de causa de inelegibilidade de origeminfraconstitucional, apoiada na Lei Complementar nº 64/90, de modo que amatéria encontra-se preclusa, consoante predominante orientação jurisprudencialdo egrégio Tribunal Superior Eleitoral, a seguir:

“Recurso nº 11.784, Rel. Min. CARLOSVELOSO.

Eleitoral. Recurso contra diplomação.Inelegibilidade infraconstitucional. Preclusão.Código Eleitoral. Artigo 259.

I - A Jurisprudência da Corte é no sentidode que, tratando-se de inelegibilidadeinfraconstitucional e preexistente ao registro docandidato não pode ser argüida em recurso

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contra diplomação, dado que a matéria torna-sepreclusa, por força do disposto no art. 259 doCódigo Eleitoral. (Precedentes: Acórdãos nº11.928 e nº 11.934 e Recurso nº 11.422).

II - Recurso especial conhecido eprovido”.

Isto posto, VOTO, em face da preclusão, pelo não conhecimentodo recurso.

É como voto.

EXTRATO DA ATA

Processo n° 96021209 - Classe IV. Relatora: Germana deOliveira Moraes, Recorrente: Francisco Xavier Sampaio, Recorrido: JoãoBernardino Pontes.

Decisão: Não conhecido. Unânime.

Presidência do Des. Haroldo Rodrigues de Albuquerque.Presentes o Des. Stênio Leite Linhares e os Juízes José Danilo Correia Mota,Ademar Mendes Bezerra, José Maria de Vasconcelos Martins, Germana deOliveira Moraes, Luiz Nivardo Cavalcante de Melo e o Dr. José Gerim MendesCavalcante, Procurador Regional Eleitoral.

ACÓRDÃO Nº 97000727ACÓRDÃO Nº 97000727ACÓRDÃO Nº 97000727ACÓRDÃO Nº 97000727PROCESSO Nº 97000727 - CLASSE IPROCESSO Nº 97000727 - CLASSE IPROCESSO Nº 97000727 - CLASSE IPROCESSO Nº 97000727 - CLASSE I

MANDADO DE SEGURANÇAMANDADO DE SEGURANÇAMANDADO DE SEGURANÇAMANDADO DE SEGURANÇA

IMPETRANTES: ANA OLIVEIRA MORAIS DE AGUIAR E OUTROSADVOGADO: HÉLIO PARENTE DE VASCONCELOS FILHOIMPETRADO: PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPALMUNICÍPIO: MILAGRESRELATOR: JUIZ JOSÉ DANILO CORREIA MOTA

Mandado de Segurança. Incompetência do TREpara julgar mandamus decorrente de decisão doPresidente do Tribunal de Justiça do Estado.Revogação da liminar concedida.

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Acórdãos

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Vistos, relatados e discutidos os autos acima identificados,acordam os Juízes do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, por unanimidade,em não conhecer do mandado de Segurança, por faltar-lhe competência, julgadoeste, em sintonia com o parecer ministerial, e nos termos do voto do Relator, queé parte integrante desta decisão. Liminar revogada.

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, aos 18de junho de 1997.

Des. STÊNIO LEITE LINHARES - Presidente, Dr. JOSÉ DANILO CORREIAMOTA- Relator, Dr. JOSÉ GERIM MENDES CAVALCANTE - ProcuradorRegional Eleitoral.

RELATÓRIO

ANA OLIVEIRA MORAIS DE AGUIAR, JANILSONRIBEIRO GORGONHA, JOÃO LEITE DE OLIVEIRA, OZÓRIO ALVESDANTAS, FRANCISCO SÉRGIO TAVARES E JOSÉ ALDIR DOS SANTOS,vereadores eleitos no Município de Milagres, impetraram Mandado deSegurança, dizendo-o contra ato do Exmoº Sr. Presidente da Câmara Municipalde Milagres e do MM. Dr. Juiz Eleitoral da mesma cidade.

Aduziram, em síntese, que foram eleitos no último pleito commais nove candidatos, formando uma bancada de quinze vereadores, e que oPresidente da Câmara, objetivando tirar proveito político, no respeitante àescolha da mesa diretora, posteriormente ao resultado das eleições, aumentou emduas unidades o número de vagas de vereadores, para a assunção de doissuplentes, seus correligionários, em franca desobediência ao art. 16 daConstituição Federal.

Argumentaram que os pretendentes às vagas criadas, forameleitos na condição de suplentes, somente podendo assumir o mandato, no casode vacância do titular, o que não ocorreu. Lembraram mais, ser inadmissível aefetivação do suplente no cargo, eis que sequer foi diplomado.

Destacaram ainda, que as medidas adotadas pelo Presidente daCâmara para atingir o seu intento, foram ilegais, e que a respeito não houvecomunicação à Justiça Eleitoral, com vistas a serem refeitos os cálculos doquociente eleitoral e partidário, e a conseqüente expedição de diplomas.

Publicado no DJE de 7.8.97.

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Em razão de tais fatos, informaram que outros vereadores, denomes, Francisco Edilzo dos Santos, Jânio Meira Nóbrega, Klébio SampaioLeite e Francisco Leite Rodrigues, teriam ajuizados Medida Cautelar naComarca de Milagres, obtendo liminar com a suspensão dos efeitos Editais, atase sessões, precedentes ao previsto empossamento dos dois suplentes, na condiçãode titulares.

Todavia, complementam, a Câmara Municipal interpôs Agravode Instrumento perante o Tribunal de Justiça do Estado, sendo deferido o efeitosuspensivo da liminar de primeiro grau.

Daí a origem do mandado de Segurança sob exame, instruídocom os documentos de fls. 11 a 108.

Ingressado durante o período de recesso, foi submetido aoDesembargador Francisco Haroldo Rodrigues de Albuquerque, então Presidentedesta Corte, que reconhecendo presentes os pressupostos do provimento cautelar,deferiu a liminar pleiteada, concedendo efeito suspensivo ao apelo, edeterminou, fossem, no prazo legal, prestadas as informações de estilo.

Prestando informações, a Exmª Dra. Juíza Eleitoral enfatizou que“o Writ visa única e exclusivamente atacar ato do presidente da CâmaraMunicipal de Milagres”, não havendo participação da magistrada, posto quesequer os Suplentes requereram diploma de vereadores ou autorização paratomar posse. Adiantou, no entanto, seguir o posicionamento adotado por esteTribunal, no concernente a impossibilidade de modificar-se a composição dasCâmaras Municipais após as eleições.

Por sua vez, o Presidente da Câmara Municipal de Milagresinformou, que o processo de majoração de cadeiras principiou-se com umprojeto de lei datado de 29.11.96, em tudo obedecendo aos rigores da espécie,segundo a Lei Orgânica de Milagres, lamentando o equívoco consistente naausência de comunicação ao Tribunal Eleitoral, o que fazia através do próprioexpediente informativo.

Por determinação deste relator - f. 124 - foram citados ossuplentes, cuja posse na titularidade do cargo ficou suspensa pela liminarconcedida. Tais suplentes não se manifestaram.

Em promoção contida nas fls. 130/132, o douto ProcuradorRegional manifestou que este TRE, nos termos do art. 29, inciso I, alínea “e” doCódigo Eleitoral, não tem competência para processar e julgar este feito,

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Acórdãos

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esclarecendo que nos dois mandados de segurança citados na liminar, aautoridade impetrada era o Juiz Eleitoral.

Concluiu por opinar pelo não conhecimento do Writ, o qual, noseu entender, seria de competência da Justiça Comum.

É o relatório.

VOTO

É certo que a hipótese, envolve diplomação de candidato,alteração do processo eleitoral, face aos reflexos diretos no quociente eleitoral epartidário, resultado do pleito e legitimidade de mandato, o que poderia levar, àprimeira vista, a suposição de dever ser apreciada pela Justiça Eleitoral.

Todavia, ainda que presente a disposição de fazê-lo, comorelator, vejo-me impedido por motivo de ordem técnico-legal.

Colhe-se da própria narrativa da inicial - quarto tópico da f. 03 -que o Mandado de Segurança sob exame, foi originado de decisão do Exmo. Sr.Presidente do Tribunal de Justiça do Ceará, fato destacado no relatório lidoinstantes atrás.

A comprovação disso, encontra-se na cópia da petição de Agravode instrumento de fls. 24 a 48, e na cópia de despacho de fls. 105 a 107, da lavrado Des. José Ari Cisne, concessivo da suspensão da liminar deferida pela MMªJuíza de Direito de Milagres.

O direcionamento do Mandado de Segurança, pois foiinadequado.

Avulta claro, inexistir motivo para o ajuizamento do mandamuscontra ato da digna magistrada - ato o qual não praticado, como corrobora a suainformação de f. 119 - o que torna inalcançável aos impetrantes, opresumivelmente pretendido abrigo do art. 29, inciso I, alínea “e”, do CódigoEleitoral.

Ante o que ressai dos dados coligidos, não tem este Tribunal,competência para julgar este Mandado de Segurança, pelo que do referido nãotomo conhecimento, disso sendo lógico consectário, a revogação da liminardeferida na f. 109.

É como voto.

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EXTRATO DA ATA

Processo n° 97000727 - Classe I - Relator: José Danilo CorreiaMota, Impetrante: Ana Oliveira Morais de de Aguiar e outros, Impetrado:Presidente da Câmara Municipal.

Decisão: Não conhecido. Unânime

Presidência do Des. Stênio Leite Linhares. Presentes o Des.Raimundo Hélio de Paiva Castro e os Juízes José Danilo Correia Mota, JoséArísio Lopes da Costa, José Maria de Vasconcelos Martins, Luiz NivardoCavalcante de Melo e o Dr. José Gerim Mendes Cavalcante, ProcuradorRegional Eleitoral.

ACÓRDÃO Nº 97000734ACÓRDÃO Nº 97000734ACÓRDÃO Nº 97000734ACÓRDÃO Nº 97000734

PROCESSO Nº 97000734 - CLASSE IVPROCESSO Nº 97000734 - CLASSE IVPROCESSO Nº 97000734 - CLASSE IVPROCESSO Nº 97000734 - CLASSE IV

RECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORAL

RECORRENTE: PSD - VARJOTAADVOGADOS: JOSÉ LINDIVAL DE FREITAS E CARLOS AUGUSTO O.

DE FREITASRECORRIDO: ANTÔNIO PIRES FERREIRAADVOGADOS: ARI MACHADO PORTELA E FRANCISCO IONE

PEREIRA LIMACOMPLEMENTO: RECURSO CONTRA DIPLOMAÇÃORELATORA: JUÍZA GERMANA DE OLIVEIRA MORAESJUIZ DESIGNADO PARA LAVRAR O ACÓRDÃO REFERENTE ÀSPRELIMINARES: JUIZ JOSÉ DANILO CORREIA MOTA

Recurso contra diplomação de Prefeito.

PRELIMINARES:

a) De ilegitimidade do Partido recorrente;

b) De ocorrência de litisconsórcio necessáriocom o Partido do eleito.

I - Inexistência de defeito de representação.

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Acórdãos

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Procuração outorgada pelo Presidente doPartido.

II - Necessidade de citação da agremiação a quepertence o recorrido e da coligação da qual oPartido é componente.

Vistos, relatados e discutidos os autos acima identificados, emapreciando as preliminares afloradas, acordam os Juízes do Tribunal RegionalEleitoral do Ceará, inicialmente e por unanimidade, rejeitar a primeirapreliminar, a de ilegitimidade do Partido recorrente, por defeito derepresentação, tendo em vista que o mandato procuratório foi outorgado peloPresidente do Partido, e, como tal, com legitimidade para fazê-lo. Quanto àpreliminar de ocorrência de litisconsórcio necessário com o partido do eleito, foiacatada por maioria, para decidir-se pelo retorno dos autos à Zona de origempara que o MM. Juiz Eleitoral proceda, de conformidade com o art. 47, parágrafoúnico, do CPC, ordenando ao recorrente, no caso o PSD, que promova a citaçãodo partido pelo qual foi eleito o recorrido, e do representante da Coligação deque o mencionado Partido é componente, tudo consoante o voto do Juizdesignado para lavrar o Acórdão, que passa a fazer parte integrante da decisão.Foram votos vencidos o da Juíza Relatora Germana de Oliveira Moraes e o doJuiz Luiz Nivardo Cavalcante de Melo.

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, aos 10de março de 1997.

Des. HAROLDO RODRIGUES DE ALBUQUERQUE - Presidente, Dra.GERMANA DE OLIVEIRA MORAES - Relatora, Dr. JOSÉ GERIM MENDESCAVALCANTE - Procurador Regional Eleitoral.

RELATÓRIO

Adoto como relatório o contido no voto de fls. da eminente JuízaRelatora Germana de Oliveira Moraes.

VOTO

1ª PRELIMINAR - ILEGITIMIDADE

Rejeito a preliminar, utilizando como razões de decidir, de igual

Publicado no DJE de 4.4.97.

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modo, as externadas no voto da douta Juíza Relatora Germana de OliveiraMoraes.

2ª PRELIMINAR - OCORRÊNCIA DE LITISCONSÓRCIONECESSÁRIO COM O PARTIDO DO ELEITO

Neste ponto, vejo útil transcrever do parecer ministerial de fls.148/149, o seguinte:

“Tendo em vista que a decisão da causapropende, em tese, a prejudicar o partido aoqual o recorrido é filiado (STF - RT 594/248),em face da existência de comunhão de interessedo recorrido e de sua agremiação partidária(STF, AG. 107.489-2, DJU 21.386, pág. 3.962),entende, a Procuradoria Regional Eleitoral, queos autos devam retornar à Zona Eleitoral, a fimde que o recorrente promova a citação doaludido partido, para integrar a lide comolitisconsorte necessário, nos termos do art. 47,parágrafo único do CPC. “Com efeito, seeventualmente o recorrido viesse a ter cassado oseu diploma, por força do presente recurso, oseu partido sofreria evidente e inegável prejuízo,de vez que, na verdade, os partidos políticosoferecem sua legenda para as candidaturas dosseus filiados, escolhendo-os em convençãopartidária e requerendo o seu registro á JustiçaEleitoral, para através deles, candidatos eleitos,exercerem o poder político para o qual seorganizam e existem”.

Diante do exposto, reconhecendo a configuração, na espécie, dolitisconsórcio necessário, voto pelo retorno dos autos à Comarca de origem, paraque o eminente Juiz Eleitoral ordene a citação da agremiação a que pertence orecorrido, bem como a do representante da Coligação da qual o referido Partido écomponente, nos termos do Art. 47, parágrafo único, do CPC.

É como voto.

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Acórdãos

Rev. de Jurisp. do TRE/CE, Fortaleza, nº 2, ano II, pág. 13-214, (out/96-jun/97), 1997 191

RELATÓRIO

O PSD - Partido Social Democrático, por seu DiretórioMunicipal de Varjota, interpõe RECURSO CONTRA A DIPLOMAÇÃO doPrefeito ANTÔNIO PIRES FERREIRA, eleito pela legenda do PMDB - Partidodo Movimento Democrático Brasileiro, nas eleições de 3.10.96.

Fundamenta sua impugnação na inelegibilidade do recorrido,com base no art. 1º, inciso I, alínea “g” da Lei Complementar nº 64/90,decorrente da falta de aprovação pelo quorum de 2/3 (dois terços) pela Câmarade Vereadores, de suas contas de prefeito de Varjota, no exercício de 1988, asquais tinham obtido parecer desfavorável do Tribunal de Contas.

Em sua defesa, o Vereador eleito suscita preliminarmente, comamparo no artigo 259 do Código Eleitoral e em precedentes do Tribunal SuperiorEleitoral, a preclusão, por tratar-se de inelegibilidade infraconstitucional. Nomérito, admite que as contas de sua gestão de Prefeito no exercício de 1998foram desaprovadas pelo Tribunal de Contas dos Municípios, por erros deatecnia administrativa, sem no entanto configurar improbidade administrativa, eque a desaprovação das contas pela Câmara dos Vereadores se deu semobservância do devido processo legal. Requer, caso não seja a preliminar depreclusão acatada, seja o pedido julgado improcedente.

O PSDB formula pedido de desistência do Recurso.

O recorrido argüi a ilegitimidade do PSD para recorrer, porque aSrª MARIA ALZENIR MAGALHÃES não demonstrou sua condição depresidente do Diretório Regional do PSD de Varjota - Estado do Ceará (v.fls.111).

O douto Ministério Público Eleitoral suscita, inicialmente, apreliminar quanto á necessidade de citação, na qualidade de litisconsortenecessário, do partido político a que é filiado o eleito, a qual esta Relatorarejeitou de plano, sem prejuízo de sua reapreciação pelo Plenário da Corte (fls.154/156). Depois, opinou pelo improvimento do recurso, à vista da preclusão.

É o relatório.

Por primeiro, cumpre esclarecer que inexiste recurso propostopelo PSDB. Não obstante conste nos autos uma procuração do PSDB em favordo advogado subscritor da inicial (fl.11), o recurso contra a diplomação foi

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interposto somente em nome do PSD, conforme se lê na peça inaugural.Desnecessário, portanto, apreciar o pedido de desistência formulado pelo PSDBa fls. 116/120.

VOTO PRELIMINAR

Submeto, para espancar qualquer dúvida, a preliminar deilegitimidade do PSD, que seria motivada por defeito de representação doPartido: o recurso foi interposto pelo Diretório Municipal do PSD de Varjota,representado por sua Presidente MARIA LEDA LOPES XIMENES., atestadapela Certidão de fls. 103v do Oficial de Justiça, veio aos autos nova Procuraçãosubscrita por MARIA ALZENIR MAGALHÃES, indicada como Presidente doDiretório Regional do PSD de Varjota.

MARIA ALZENIR MAGALHÃES efetivamente não demostrousua condição de Presidente do Diretório Municipal de Varjota. Entretanto, aconstituição do mencionado Diretório, com seus membros, encontra-se anotadanos assentamentos da Justiça Eleitoral, o que torna pública e independente deprova esta condição.

Reputo, assim, regular a representação do partido legitimamenterepresentado.

Rejeito a preliminar de ilegitimidade.

2ª PRELIMINAR: INOCORRÊNCIA DE LITISCONSÓRCIONECESSÁRIO DO PARTIDO DO ELEITO.

Já decidi, na qualidade de Relatora, quanto à desnecessidade decitação do Partido a que é filiado o eleito, cujo mandato é objeto de recurso, oque fiz com base em precedentes desta Corte (Processo nº 1.159/89, Rel. JuizPÁDUA LOPES) e do Tribunal Superior Eleitoral (Acórdão nº 11.422/93, Rel.MINISTRO MARCO AURÉLIO, in RJTSE 1995, 6/1, p. 194/195; e AI no Respnº 9.557/SP, Acórdão nº 12.322, Rel. MINISTRO HUGO GUEIROSBERNARDES, in DJU de 17.8.92, p. 12.468).

Penso ser de bom alvitre submeter, antes do julgamento, apreliminar à reapreciação da Corte, porque se a decisão coletiva for em sentidocontrário, é conveniente, até por questão de economia processual, que se faça acitação do Partido, antes do julgamento.

Voto, com apoio nos precedentes antes citados pela

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Acórdãos

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desnecessidade de citação, na qualidade de litisconsorte necessário, do Partido aque é filiado o eleito, e portanto pela rejeição da preliminar.

É como voto.

EXTRATO DA ATA

Processo n° 97000734 - Classe IV, Relator: José Danilo CorreiaMota, Recorrente: PSD - Varjota, Recorrido: Antônio Pires Ferreira.

Decisão: Inicialmente rejeição à preliminar. Unânime. Quanto àpreliminar de litisconsórcio necessário, retorna os autos à Zona de origem paraprocedimento do Juiz Eleitoral. Por maioria.

Presidência do Des. Haroldo Rodrigues de Albuquerque.Presentes o Des. Stênio Leite Linhares e os Juízes José Danilo Correia Mota,Ademar Mendes Bezerra, Germana de Oliveira Moraes, José Maria deVasconcelos Martins, Luiz Nivardo Cavalcante de Melo e o Dr. José GerimMendes Cavalcante, Procurador Regional Eleitoral.

ACÓRDÃO Nº 97001230ACÓRDÃO Nº 97001230ACÓRDÃO Nº 97001230ACÓRDÃO Nº 97001230PROCESSO Nº 97001230 - CLASSE IVPROCESSO Nº 97001230 - CLASSE IVPROCESSO Nº 97001230 - CLASSE IVPROCESSO Nº 97001230 - CLASSE IV

RECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORAL

RECORRENTE: PT - MARACANAÚADVOGADO: ANTÔNIO DE PAIVA DANTASRECORRIDO: JUIZ DA 104ª ZONA ELEITORALMUNICÍPIO: MARACANAÚRELATOR: DES. STÊNIO LEITE LINHARES

Investigação judicial cumulada com recurso dediplomação. Inacumulabilidade. Devolução dosautos à instância a quo, para que o juiz sedetenha no pedido de investigação judicial,processando-o, ressalvada a faculdade-dever denegar-lhe seguimento, motivadamente, se for ocaso de intempestivo. Decisão unânime.

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Vistos, relatados e discutidos os autos acima identificados,acorda o Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, à unanimidade, em conhecer eprover o recurso, nos termos do parecer do Procurador, ressalvando ao órgãomonocrático, por despacho motivado, negar o processamento da investigaçãojudicial, caso vislumbre sua intempestividade (TSE, Rec. nº 12.531, rel. Min.Galvão; Rec. nº 12.603, rel. Min. Andrada; Rec. nº 11.994, rel. Min. Jardim).

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, aos 2de abril de 1997.

Des. HAROLDO RODRIGUES DE ALBUQUERQUE - Presidente, Des.STÊNIO LEITE LINHARES - Relator, Dr. JOSÉ GERIM MENDESCAVALCANTE - Procurador Regional Eleitoral.

RELATÓRIO

O PARTIDO DOS TRABALHADORES - PT apresentou ao Juizda 104ª. Zona Eleitoral - Maracanaú, pedido de investigação judicial, cumuladocom recurso de diplomação, contra Júlio César Costa Lima e Antônio Hermínio,eleitos prefeito e vice-prefeito daquele Município.

O magistrado indeferiu liminarmente o pedido, aventando, emseu despacho, a inacumulabilidade da investigação judicial com o recurso dediplomação, por serem diferentes os procedimentos e distintos os respectivosórgãos julgadores.

Inconformados, os requerentes voltaram recurso contra a decisãodenegatória.

Reconhecem, na interpositória, a atecnia processual em queincidiram, mas argumentam que o Juiz “podia ter mandado corrigir a petição,assinando prazo para tanto, antes de determinar o arquivamento do pedido”.

Processado o recurso, o judicante manteve o decisórioimpugnado, tendo o Procurador Regional Eleitoral, nesta instância, opinado peloprovimento da inconformação, “para que os autos retornem à Zona Eleitoral, afim de serem submetidos ao procedimento previsto nos arts. 22 e 24 da LeiComplementar n° 64/90”, que é o rito atinente à investigação judicial.

É o relatório.

Publicado no DJE de 20.5.97.

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VOTO

A investigação judicial é, realmente, inacumulável com o recursode diplomação, são duas figuras possuidoras de procedimentos distintos, de certaforma antagônicos, além de serem julgáveis por órgãos diversos. Enquanto ainvestigação judicial, por abuso verificado em pleito municipal, é resolvida pelojuiz eleitoral, o recurso de diplomação é decidido pelo Tribunal.

O fato de os recorrentes terem incidido em vistosa e eloqüenteerronia, não justificava, porém, o rigor excessivo com que se houve o juizrecorrido. É que ele simplesmente indeferiu o processamento dos pedidos,quando podia ter desprezado o recurso de diplomação, recebendo e examinandocom mais detença a investigação judicial, dado a gravidade das ocorrênciasreportadas.

Em matéria de cumulação, sendo inconciliáveis osprocedimentos, cumpre ao magistrado, salvar o pedido que pode e deve ser salvo(v. ARAKEN DE ASSIS, in Cumulação de Ações, 2ª. ed., p. 184 e segs.).

De todo ponto procedente, portanto, a sugestão do ilustreProcurador, relativamente à devolução dos autos ao juiz eleitoral de Maracanaú,para que o magistrado receba o pedido de investigação judicial, desprezando orecurso de diplomação. Ressalvo, todavia, a faculdade-dever que assiste ao Juizde trancar o processamento da investigação judicial caso vislumbre aintempestividade, já que esse tipo de representação “só pode ser ajuizada até adata da diplomação dos candidatos eleitos” (TSE, Rec. nº 12.531, rel. Min.Galvão; Rec. nº 12.603, rel. Min. Andrada; Rec. nº 11.994, rel. Min. Jardim).

Nessas condições, voto nos termos do parecer do Procurador,com a ressalva já salientada.

EXTRATO DA ATA

Processo n° 97001230 - Classe IV . Relator: Des. Stênio LeiteLinhares, Recorrente: PT - Maracanaú, Recorrido: Juiz da 104ª Zona Eleitoral.

Decisão: Conhecido e provido, ressalvado ao órgão monocráticonegar o processamento da investigação judicial, caso vislumbre suaintempestividade. Unânime.

Presidência do Des. Haroldo Rodrigues de Albuquerque.Presentes o Des. Stênio Leite Linhares e os Juízes José Danilo Correia Mota,

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Ademar Mendes Bezerra, José Maria de Vasconcelos Martins, Luiz NivardoCavalcante de Melo e o Dr. José Gerim Mendes Cavalcante, ProcuradorRegional Eleitoral.

ACÓRDÃO Nº 97001357ACÓRDÃO Nº 97001357ACÓRDÃO Nº 97001357ACÓRDÃO Nº 97001357PROCESSO Nº 97001357 - CLASSE IVPROCESSO Nº 97001357 - CLASSE IVPROCESSO Nº 97001357 - CLASSE IVPROCESSO Nº 97001357 - CLASSE IV

RECURSO CONTRA DIPLOMAÇÃORECURSO CONTRA DIPLOMAÇÃORECURSO CONTRA DIPLOMAÇÃORECURSO CONTRA DIPLOMAÇÃO

RECORRENTES: RAIMUNDO MAURO DUARTE DA SILVA E PSCADVOGADO: FRANCISCO RODRIGUES SOBRINHORECORRIDO: DAMÍLTON JOSÉ CONDE DE VASCONCELOSMUNICÍPIO: CAUCAIARELATOR: DES. STÊNIO LEITE LINHARES

A inelegitimidade por cunhadio é impedimentoeletivo de índole constitucional, podendo seralegada em sede de recurso de diplomação, aindaque não argüido no prazo de impugnação dacandidatura.

Recursos providos, para decretar-se ainelegibilidade do recorrido. Decisão unânime.

Vistos, relatados e discutidos os autos acima identificados.

Acorda o Tribunal Regional Eleitora do Ceará, por unanimidade,em prover os recursos, para decretar a inelegibilidade do recorrido, nos termosdo voto do relator.

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, aos 14de abril de 1997.

Des. HAROLDO RODRIGUES DE ALBUQUERQUE - Presidente, Des.STÊNIO LEITE LINHARES - Relator, Dr. JOSÉ GERIM MENDESCAVALCANTE - Procurador Regional Eleitoral.

Publicado no DJE de 2.5.97.

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RELATÓRIO

Apresentam-se para julgamento, devidamente reunidos emvirtude da conexão existente, dois recurso, sendo, o primeiro, de RAIMUNDODUARTE DA SILVA, suplente de vereador pelo PMN de Caucaia, e, o segundo,do PSC do mesmo Município, ambos direcionados contra a diplomação deDAMÍLTON JOSÉ CONDE DE VASCONCELOS, eleito pela sigla do PMNpara a Câmara Municipal daquela localidade.

Asseveram os recorrentes que o recorrido é inelegível nos termosdo art. 14, § 7º, da Constituição Federal, por que é cunhado de José do Carmo daSilva Marinho, que era o Prefeito de Caucaia, à época do último pleito.

O recorrido, ao contra-arrazoar, limitou-se a suscitar a preclusãoda matéria, à falta de argüição na fase do registro de sua candidatura.

O parecer do ilustre Procurador Regional Eleitoral é peloconhecimento e provimento dos recursos.

É o relatório.

VOTO

As certidões de fls. 07 usque 08 dos autos, exatificam que orecorrido JOSÉ DAMÍLTON CONDE DE VASCONCELOS é casado comCarmem Maria Marinho Conde, irmã de José do Carmo da Silva Marinho,Prefeito de Caucaia à época do pleito.

Diante dessa evidência documental, o recorrido não negou ocunhadio. Limitou-se a argüir, nas contra-razões, a preclusão da matéria agitadano recurso.

Essa alegação puramente jurídica, não aproveita, contudo, aorecorrido, em função da natureza da inelegibilidade que lhe é atribuída, a qual sedistingue em expressa previsão do Texto Constitucional - art. 14, § 7º.

De feito, mercê do que prescreve o art. 259 do Código Eleitoral,“as inelegibilidades constitucionais” - lembra TORQUATO JARDIM -, comosão as originadas pelo cunhadio, “não precluem; não argüidas no prazo daimpugnação da candidatura poderão ser suscitadas em fase posterior” - poronde o inequívoco cabimento da argüição no âmbito do recurso de diplomação(v.Direito Eleitoral Positivo, 1996, Brasília Jurídica, p.86).

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Analisado o caso ao foco da jurisprudência do TSE, vem aoponto colacionar julgado unânime, recentíssimo, de setembro de 1996, proferidopor aquela Corte no Recurso Especial nº 13.437, de Tocantins, relator MinistroNilson Naves:

“Na linha colateral os cunhados estão emsegundo grau. É inelegível candidato quepossuir parentesco em segundo grau com oPrefeito do mesmo Município. Constituição, art.14, § 7º. Recurso Especial não conhecido” (inJulgados do TSE nº 9, vol. II, setembro/96,p.40).

Não admira semelhante conclusão, ante a clareza e precisão danorma constitucional, cuja presunção, ressalta TORQUATO JARDIM, porlamentável que seja, é a de que aquele que exercer os cargos ali discriminados,entre os quais o de Prefeito, certamente, durante a eleição, “praticará atosincompatíveis com a boa administração republicana, com o fim de favorecer osque lhe são próximos” (ob. cit. p. 83).

Assim, em homenagem à letra constitucional, impõe-se sejam osrecursos conhecidos e providos, cassando-se, em conseqüência, a diplomação dorecorrido, assegurado, contudo, o exercício do mandato, até o trânsito emjulgado desta decisão, na forma do art. 216 do Código Eleitoral.

EXTRATO DA ATA

Processo n° 97001357 (Apenso: nº 97001358) - Relator: Des.Stênio Leite Linhares, Recorrente: Raimundo Mauro Duarte da Silva e PSC,Recorrido: Damílton José Conde de Vasconcelos.

Decisão: Recursos providos. Unanimidade.

Presidência do Des. Haroldo Rodrigues de Albuquerque.Presentes o Des. Stênio Leite Linhares e os Juízes José Danilo Correia Mota,Ademar Mendes Bezerra, José Maria de Vasconcelos Martins, Germana deOliveira Moraes, Luiz Nivardo Cavalcante de Melo e o Dr. José Gerim MendesCavalcante, Procurador Regional Eleitoral.

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ACÓRDÃO Nº 97001727ACÓRDÃO Nº 97001727ACÓRDÃO Nº 97001727ACÓRDÃO Nº 97001727PROCESSO Nº 97001727 - CLASSE IVPROCESSO Nº 97001727 - CLASSE IVPROCESSO Nº 97001727 - CLASSE IVPROCESSO Nº 97001727 - CLASSE IV

RECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORAL

RECORRENTE: COLIGAÇÃO HUMILDADE E TRABALHOADVOGADO: JOSÉ LINDIVAL DE FREITASRECORRIDA: LÚCIA ELIZABETH LOIOLA GOMESADVOGADO: JOSÉ WILSON PINHEIRO SALESMUNICÍPIO: FORQUILHACOMPLEMENTO: RECURSO CONTRA DIPLOMAÇÃORELATOR: JUIZ ADEMAR MENDES BEZERRA

Recurso contra Expedição de Diploma deVereadora eleita pelo PMDB.

Argüição de inelegibilidade em razão da práticade ilícitos tipificados como Crimes Eleitorais.

Improvimento. Decisão unânime.

Vistos, etc.

Acordam os Juízes do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, porunanimidade e em consonância com o Parecer Ministerial, em conhecer dorecurso, para negar-lhe provimento, nos termos do voto do Relator, parteintegrante da decisão.

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, aos 14de abril de 1997.

Des. HAROLDO RODRIGUES DE ALBUQUERQUE - Presidente, Dr.ADEMAR MENDES BEZERRA - Relator, Dr. JOSÉ GERIM MENDESCAVALCANTE - Procurador Regional Eleitoral.

RELATÓRIO

Adoto como Relatório o lúcido parecer do douto ProcuradorRegional Eleitoral:

“Cuidam, estes autos, de Recurso contra

Publicado no DJE de 20.5.97.

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Expedição de Diploma de LÚCIA ELIZABETHLOIOLA GOMES, Vereadora eleita pelalegenda do Partido do Movimento DemocráticoBrasileiro (PMDB), no Município de Forquilha,interposto pela Coligação Humildade eTrabalho.

1. Argúi a recorrente que a referidavereadora é inelegível, “em razão da prática deilícitos tipificados como CRIMESELEITORAIS”.

2. Afirma que a recorrida, enquantocandidata nas últimas Eleições Municipais,desacatou, durante a realização de comício,ordem judicial emanada do MM. Juiz da 24ªZona Eleitoral do Município de Sobral, motivoensejador de abertura de INQUÉRITOPOLICIAL para apurar o suposto crime dedesobediência.

3. Pede, pois, em virtude dos fatos acimaexpostos, que seja declarada como de nenhumefeito a diplomação da recorrida.

4. Contra-arrazoam o presente recurso, avereadora eleita LÚCIA ELIZABETH LOIOLAGOMES e o partido político a que é filiada, oPMDB (Partido do Movimento DemocráticoBrasileiro).

5. Sustentam, em síntese, o seguinte:

5.a. A simples acusação, ou mesmo, amera existência de um inquérito, não legitimamo uso desta modalidade recursal;

5.b. Inexiste sentença transitada emjulgado contra a pessoa da recorrida,considerando-a culpada pela prática de crimeeleitoral.

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Acórdãos

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6. Preliminarmente, cumpre indagarquanto à legitimidade da COLIGAÇÃOHUMILDADE E TRABALHO, sob aperspectiva do legítimo interesse,imprescindível à propositura de ação ou àinterposição de recurso, ex vi do disposto nosarts. 3º e 499º, § 1º do Código de ProcessoCivil, de reconhecida aplicação subsidiária aoprocesso eleitoral.

Sob o enfoque exclusivo de interesseprivado, - que não é o caso não teria, areferida coligação, legitimidade ativa parainterposição de recurso contra a expedição dodiploma da recorrida, candidata eleita peloPartido do Movimento Democrático Brasileiro(PMDB).

É que, nos termos do art. 175, § 3º e 4ºdo Código Eleitoral, não se anulam os votosdados a candidatos inelegíveis, quando, em setratando de eleição proporcional, a decisão deinelegibilidade for proferida após a realizaçãoda eleição a que concorreu o candidatoalcançado pela sentença, caso em que os votosserão contados para o partido pelo qual tiversido feito o seu registro, e não para outro.

Todavia, o que confere legitimidade aqualquer partido político ou coligação, pararecorrer contra a expedição de diploma, comfundamento em inelegibilidades, é o conteúdode natureza pública de tal matéria, por issoque também conferida é a tal legitimidade aoMinistério Público, por força da norma do art.127 da Constituição Federal (LC nº 64/90,artigo 3º ).

7. É mister, ainda, estabelecer adistinção entre inelegibilidade e

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incompatibilidade, vez que a recorrente aludea uma suposta “inelegibilidade” da recorrida,às fls.2 destes autos, e, no entanto, às fls. 3,emprega o termo “incompatibilizada” parareferir-se à mesma.

8. Preleciona Pedro Henrique TávoraNiess, in “Direitos Políticos - Condições deElegibilidade e Inelegibilidades”, pág. 5,1994, Editora Saraiva, ipsis literis:

“À inelegibilidade consiste noobstáculo posto pela Constituição Federalou por lei complementar ao exercício dacidadania passiva, por certas pessoas, emrazão de sua condição ou em face decertas circunstâncias. É a negação dodireito de ser representante do povo noPoder”(grifo nosso).

9. Prossegue o renomado autor, às fls. 8da obra supracitada:

“Enquanto a inelegibilidade é abarreira intransponível à eleição dealguém, a incompatibilidade representaum obstáculo a essa mesma eleição, massuperável, ligado que está,invariavelmente, ao desempenho de cargoou função da qual o interessado deveráafastar-se”(grifo nosso).

10. A hipótese de CRIME ELEITORAL,levantada nestes autos, figura entre as causaspara a declaração da INELEGIBILIDADE docandidato, e não de suaINCOMPATIBILIDADE, conforme sedepreende da inteligência do art. 1º, I, alínea“e”, da Lei Complementar nº 64/90, transcrito

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abaixo:

“Art. 1º - São inelegíveis:

I - para qualquer cargo:

.......................................................

e) os que forem condenadoscriminalmente, com sentença transitadaem julgado, pela prática de crimes contraa economia popular, a fé pública, aadministração pública, o patrimôniopúblico, o mercado financeiro, pelotráfico de entorpecentes e por crimeseleitorais, pelo prazo de 3 (três) anos,após o cumprimento da pena” (grifosnossos).

11. Ademais, consoante este dispositivo, aINELEGIBILIDADE de candidato, decorrenteda prática de crime eleitoral, pressupõecondenação criminal com sentença transitadaem julgado.

12. No caso em comento, apenas foiinstaurado Inquérito Policial para a apuraçãodo crime de desobediência, previsto no art. 347do Código Eleitoral, não havendo sequerprocesso a respeito, quanto mais sentençacondenatória.

13. Declarar a INELEGIBILIDADE dacandidata eleita e, via de conseqüência,considerar sem efeito sua diplomação, é ferir,frontalmente, princípio constitucional previstono art. 5º, inc. LVII, da Constituição Federal, inverbis:

“Art. 5º - .......................................

LVII - “ninguém será consideradoculpado até o trânsito em julgado de

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sentença penal condenatória”.

Isto Posto, a Procuradoria RegionalEleitoral opina pelo improvimento do presenterecurso.”

VOTO

O meu voto, Sr. Presidente, é no sentido de acolher como minhasas razões expedidas no parecer Ministerial, ou seja, conhecer do recurso, maspara negar-lhe provimento.

É como voto.

EXTRATO DA ATA

Processo n° 97001727 - Classe IV . Relator: Ademar MendesBezerra, Recorrente: Coligação Humildade e Trabalho, Recorrido: LúciaElizabeth Loiola Gomes.

Decisão: Conhecido e improvido. Unânime.

Presidência do Des. Haroldo Rodrigues de Albuquerque.Presentes o Des. Stênio Leite Linhares e os Juízes Ademar Mendes Bezerra, JoséDanilo Correia Mota, José Maria de Vasconcelos Martins, Germana de OliveiraMoraes, Luiz Nivardo Cavalcante de Melo e o Dr. José Gerim MendesCavalcante, Procurador Regional Eleitoral.

ACÓRDÃO Nº 97003388ACÓRDÃO Nº 97003388ACÓRDÃO Nº 97003388ACÓRDÃO Nº 97003388PROCESSO Nº 96019516 - CLASSE XIIPROCESSO Nº 96019516 - CLASSE XIIPROCESSO Nº 96019516 - CLASSE XIIPROCESSO Nº 96019516 - CLASSE XIIEXPEDIENTE SEM CLASSIFICAÇÃOEXPEDIENTE SEM CLASSIFICAÇÃOEXPEDIENTE SEM CLASSIFICAÇÃOEXPEDIENTE SEM CLASSIFICAÇÃO

REQUERENTE: PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPOS SALESADVOGADO: FABRÍCIO STEINDORFERCOMPLEMENTO: SUSPENSÃO DE CORREIÇÃORELATOR: JUIZ JOSÉ ARÍSIO LOPES DA COSTA.

Correição extraordinária. Adiamento. Ausênciade razões plausíveis a justificar a medida.Indeferimento. Decisão unânime.

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Acórdãos

Rev. de Jurisp. do TRE/CE, Fortaleza, nº 2, ano II, pág. 13-214, (out/96-jun/97), 1997 205

Vistos, etc.

Decidem os Juízes do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, porunanimidade, e de acordo com o parecer do douto Procurador Regional Eleitoral,conhecer do pedido de suspensão da correição extraordinária no Município deCampos Sales, determinada por este Regional, mas para indeferi-lo, nos termosdo voto do Relator, que fica fazendo parte integrante desta decisão.

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, aos 12de maio de 1997.

Des. HAROLDO RODRIGUES DE ALBUQUERQUE - PRESIDENTE, Dr.JOSÉ ARÍSIO LOPES DA COSTA - Relator, Dr. JOSÉ GERIM MENDESCAVALCANTE - Procurador Regional Eleitoral.

RELATÓRIO

Trata-se de requerimento em que a Prefeitura Municipal deCampos Sales objetiva o adiamento da correição extraordinária naquelemunicípio, determinada por este Regional para o período de 01 de abril a 30 demaio do corrente ano.

Fundamenta o pedido no fato de que parte da população dovizinho município de Salitre “costuma votar em Campos Sales”, de vez quereside em área de litígio envolvendo os dois municípios, decorrente da máredação da Lei Estadual nº 11.467/88, que criou o município de Salitre,invadindo faixa de terra pertencente a Campos Sales. Daí, - afirma a requerente -, a desproporção entre o número de eleitores e o de habitantes, relativamente aoúltimo município.

O Digno Dr. Procurador Regional Eleitoral, em abalizadoparecer, opina pelo indeferimento do pleito (fls. 69/71).

É o relatório.

VOTO

Com efeito, é da essência das próprias razões postas pelarequerente, confirmatório sobre a desproporcionalidade ocorrente entre o númerode eleitores e o de habitantes de Campos Sales.

Publicado no DJE de 28.5.97.

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O fato, segundo consta, decorre da exclusão, do território domencionado município, de moradores do antigo distrito de Salitre, por elevaçãodeste à categoria de município, de acordo com a Lei nº 11.467, de 1988, quandogrande parte dos habitantes alcançados pelo desmembramento territorialcontinuou, ainda assim, a votar em Campos Sales, porquanto eleitores residentesem área limítrofe mais próxima do município-mãe.

Não vem ao caso, contudo, o adiamento da citada correição, porpretensão da requerente, “até que se obtenha o resultado da consultaplebiscitária a se realizar proximamente” (sic).

Posto isso, vejo, por maior força de convencimento, que arealização da correição eleitoral, no caso, resulta inarredável, como aprovidência legal que se impõe, por forma, no expressar do douto parecerMinisterial, de “recasdastrar os eleitores residentes na mencionada áreaterritorial limítrofe entre os dois municípios”.

Destarte, porque não colho presentes, na vertência, razõesplausíveis a justificar a pretendida suspensão da correição extraordinária, de quese cuida, conheço do pedido, indeferindo-o, entanto.

Relevante, enfim, nessa linha de racioncínio, a regra contida noart. 42, parágrafo único, do Código Eleitoral, que não se há de postergar,naturalmente.

É o meu voto, Sr. Presidente.

EXTRATO DA ATA

Processo n° 97003388 - Classe XII. Relator: Juiz José ArísioLopes da Costa, Requerente: Prefeitura Municipal de Campos Sales.

Decisão: Indeferimento. Unânime.

Presidência do Des. Stênio Leite Linhares. Presentes o Des.Raimundo Hélio de Paiva Castro e os Juízes José Maria de Vasconcelos Martins,Luiz Nivardo Cavalcante de Melo, José Arísio Lopes da Costa, José DaniloCorreia Mota e o Dr. José Gerim Mendes Cavalcante, Procurador RegionalEleitoral.

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Acórdãos

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ACÓRDÃO Nº 97003547ACÓRDÃO Nº 97003547ACÓRDÃO Nº 97003547ACÓRDÃO Nº 97003547PROCESSO Nº 97003547 - CLASSE IVPROCESSO Nº 97003547 - CLASSE IVPROCESSO Nº 97003547 - CLASSE IVPROCESSO Nº 97003547 - CLASSE IV

RECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORAL

RECORRENTE: PDTADVOGADA: FRANCISCA DE SOUZA CAVALCANTERECORRIDO : JOSÉ DE SÁ VILLAROUCAADVOGADO: PEDRO MONTEIRO CHAVESMUNICÍPIO: IGUATURELATOR: DES. RAIMUNDO HÉLIO DE PAIVA CASTRO

Eleições proporcionais. Recurso de Diplomação.Alegação de erro na distribuição das vagas devereador. Cálculo elaborado por computador,mediante programa fornecido pelo TSE,previamente conhecido pelos partidos políticos.Insubsistência do discurso recursal, cujamotivação descobre a inexata apreensão dafórmula legal aplicável para a determinação das“sobras”.

Recurso improvido. Decisão unânime.

Vistos, relatados e discutidos os autos acima identificados,acorda o Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, por unanimidade, em conhecerdo recurso, mas para negar-lhe provimento.

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, aos 23de junho de 1997.

Des. STÊNIO LEITE LINHARES - Presidente, Des. RAIMUNDO HÉLIO DEPAIVA CASTRO - Relator, Dr. JOSÉ GERIM MENDES CAVALCANTE -Procurador Regional Eleitoral.

RELATÓRIO

Cuida-se de recurso de diplomação em que o PDT de Iguatualega, erro no cálculo efetuado pela MMª Juíza da 13ª Zona Eleitoral, para afixação dos quocientes partidários, mais precisamente para a distribuição das

Publicado no DJE de 8.8.97.

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sobras, o que teria subtraído do recorrente uma vaga na Câmara de Vereadoresdo citado Município.

Recurso regularmente processado.

O parecer do Procurador Regional Eleitoral é pelo improvimentorecursal.

É o relatório.

VOTO

Conforme acentuado no relatório, centra-se o presente recurso naalegação de erro na distribuição das vagas de vereador, o que teria prejudicado opartido recorrente, fazendo-o perder uma vaga na Câmara Municipal de Iguatu.

Inconformação fundada, pois, no art. 262, inc. III, do CódigoEleitoral.

Vislumbra-se de logo, todavia, a insubsistência do apelo.

Nas últimas eleições proporcionais, os cálculos referentes aosquocientes eleitorais e partidários, bem como os relativos à distribuição dasvagas, foram, todos informatizados, valendo, neste passo, repetir a oportunaobservação do douto Procurador, no parecer de fls. 19/23, segundo a qual “todosos partidos, a nível nacional, tiveram acesso ao sistema de votação e apuração,inclusive com prazo para apresentarem impugnação contra os programas (art.25, § 4º, da Lei nº 9.100/95)”.

Informatizados esses cálculos, conseguiu-se, com isto, absolutasegurança nos resultados dos pleitos proporcionais, afastando, de antemão, todae qualquer desconfiança ou suspeita de que tenham sido objeto de erro ou demanipulação, a tornar decerto ociosa a previsão legal autorizadora do recurso dediplomação com base em alegações que tais.

No contexto, razão assiste, pois, ao insigne Procurador, paraquem não houve erro atribuível à Justiça na classificação dos candidatos e napartilha dos cargos disputados no pleito proporcional de Iguatu, pelo que opresente recurso mostra-se despido de fundamentação convincente, refletindo,apenas, a má-apreensão, pelo partido recorrente, das regras aritméticasconstantes dos arts. 106 a 109 do Código Eleitoral. Com efeito - remata - ,“reputou-se merecedor da última vaga (de vereador), quando, na realidade, por

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ocasião do cálculo da 5º média, já se encontrava em posição inferior aos demaispartidos e coligações”.

Diante do exposto, voto pelo improvimento do recurso.

EXTRATO DA ATA

Processo nº 97003547 - Classe IV. Relator: Des: RaimundoHélio de Paiva Castro, Recorrente: PDT de Iguatu, Recorrido: PromotorEleitoral.

Decisão: Conhecido e improvido. Decisão unânime.

Presidência do Des. Stênio Leite Linhares. Presentes o Des.Raimundo Hélio de Paiva Castro e os Juízes José Maria de Vasconcelos Martins,Paulo de Tarso Vieira Ramos, Luiz Nivardo Cavalcante de Melo, José ArísioLopes da Costa, José Danilo Correia Mota e o Dr. Francisco de Aragão MacedoFilho, Procurador Regional Eleitoral.

ACÓRDÃO Nº 97003550ACÓRDÃO Nº 97003550ACÓRDÃO Nº 97003550ACÓRDÃO Nº 97003550PROCESSO Nº 97003550 - CLASSE IVPROCESSO Nº 97003550 - CLASSE IVPROCESSO Nº 97003550 - CLASSE IVPROCESSO Nº 97003550 - CLASSE IV

RECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORALRECURSO ELEITORAL

RECORRENTE: FRANCISCO EDILMO BARROS COSTAADVOGADO: MÁRIO DA SILVA LEAL SOBRINHORECORRIDO: HILDERNANDO JOSÉ BEZERRA MOREIRA E OUTROADVOGADO: CARLOS ALBERTO CASTRO MONTEIROMUNICÍPIO: IGUATURELATOR: DES. RAIMUNDO HÉLIO DE PAIVA CASTRO

Recurso de Diplomação, alegação de abuso dopoder da parte da Justiça Eleitoral,improcedência do articulado. Improvimento doRecurso. Decisão unânime.

Vistos, relatados e discutidos os autos acima identificados,acorda o Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, por unanimidade, em negarprovimento ao recurso, nos termos do voto do relator e do parecer do Procurador

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Regional.

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, aos 23de junho de 1997.

Des. STÊNIO LEITE LINHARES - Presidente, Des. RAIMUNDO HÉLIO DEPAIVA CASTRO - Relator, Dr. JOSÉ GERIM MENDES CAVALCANTE -Procurador Regional Eleitoral.

RELATÓRIO

Tratam os autos de recurso em que FRANCISCO EDILMOBARROS COSTA investe contra a diplomação de seus opositoresHILDERNANDO JOSÉ BEZERRA MOREIRA e ADELIRO ANTUNESALCÂNTARA FILHO, eleitos prefeito e vice-prefeito na renovação do pleitomajoritário de Iguatu.

Diz o recorrente, em síntese, que a segunda eleição foideterminada na pendência de recurso contra o acórdão local que lhe decretara ainelegibilidade, pelo que estariam configurados o abuso de poder cometido poreste Tribunal e a ineficácia dos diplomas conferidos aos recorridos.

Contra-arrazoada a inconformação, enviados os autos a estaalçada, o ilustre Procurador Regional Eleitoral emitiu parecer pelo improvimentodo recurso, por entender que a matéria nele ventilada não se amolda a nenhumadas hipóteses cogitadas pelo art. 262 do Código Eleitoral.

É o relatório.

VOTO

Centra-se a presente inconformação no argumento de que esteTribunal praticou abuso de poder ao ordenar a renovação do pleito majoritário deIguatu, embora pendente de julgamento recurso manifestado contra o acórdãolocal que manteve a inelegibilidade do recorrente.

A tese recursal é de notável improcedência.

Os recursos eleitorais são, em regra, destituídos de efeitosuspensivo.

Publicado no DJE de 8.8.97.

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Acórdãos

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Em relação à Iguatu, constatada a nulidade de mais da metade davotação das eleição majoritária de 3 de outubro, anormalidade gerada peloimpedimento eletivo do recorrente, que a disputou sem poder disputá-la, cumpriaao Tribunal renovar o pleito naquela localidade, ainda que na pendência derecurso contra a decisão colegiada relativa à inelegibilidade.

Não se tinha aí alternativa sponte propria, mas deverinstitucional imperativo e indeclinável, fixado pelo art. 224, caput, do CódigoEleitoral -, tanto assim que, no particular, a eventual omissão da Corte não lheafetaria apenas a imagem pública, mas tornaria obrigatória interferência do TSE,que fatalmente a substituiria na implementação da medida, conforme previsão do§ 1º do mesmo dispositivo.

Nesta linha de raciocínio, entrevê-se que o recorrente incidiu emdesvario, e desvario retumbante, ao misturar atribuição jurisdicional-administrativa, ínsita à função institucional deste órgão judiciário, com abuso depoder, o que em absoluto não houve, pois não é ilegítimo o nem classificávelcomo tal aquilo que resulta de inarredável dever previsto em lei.

Como salientou o culto Procurador, a alegação do recorrente“chega a ser leviana e irresponsável”... “É cediço”, com efeito, “o entendimentoabsolutamente incontroverso de que o abuso de autoridade que enseja ainvestigação judicial capaz de instruir recurso contra diplomação nos termos doart. 262, IV, do CE, é aquele praticado por agentes da Administração Pública,em desfavor da liberdade do voto”, jamais a determinação judiciária derivada deacórdão regularmente prolatado.

De resto, está provado nos autos que o recorrente tentou, masnão conseguiu junto ao TSE, liminar impediente da renovação do pleitomajoritário de Iguatu.

Semelhante particularidade sobrecarrega, não há negar, avibrante qualificação de leviana e irresponsável dada ao discurso recursal peloeminente Procurador e revigora a fatal conclusão de que a inconformação subexamine foi gerada unicamente pela irresignação comum aos sucumbentes, poisnão é verossímil nem acreditável que tão obtusa colocação tenha sido geradapela pena do brilhante advogado que, infelizmente, a subscreveu.

Por todo o exposto, nego provimento ao recurso.

É como voto, Sr. Presidente.

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EXTRATO DA ATA

Processo n° 97003550 - Relator: Des. Raimundo Hélio de PaivaCastro, Recorrente: Francisco Edilmo Barros Costa, Recorrido: HildernandoJosé Bezerra Moreira e outro.

Decisão: Improvimento. Unanimidade.

Presidência do Des. Stênio Leite Linhares. Presentes o Des.Raimundo Hélio de Paiva Castro e os Juízes José Maria de Vasconcelos Martins,Paulo de Tarso Vieira Ramos, Luiz Nivardo Cavalcante de Melo, José ArísioLopes da Costa, José Danilo Correia Mota e o Dr. Francisco Araújo MacedoFilho, Procurador Regional Eleitoral substituto.

ACÓRDÃO Nº 97003707ACÓRDÃO Nº 97003707ACÓRDÃO Nº 97003707ACÓRDÃO Nº 97003707PROCESSO Nº 97003707 - CLASSE XIIPROCESSO Nº 97003707 - CLASSE XIIPROCESSO Nº 97003707 - CLASSE XIIPROCESSO Nº 97003707 - CLASSE XIIEXPEDIENTE SEM CLASSIFICAÇÃOEXPEDIENTE SEM CLASSIFICAÇÃOEXPEDIENTE SEM CLASSIFICAÇÃOEXPEDIENTE SEM CLASSIFICAÇÃO

REQUERENTE: PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRÁTICOBRASILEIRO - PMDB

COMPLEMENTO: TRANSMISSÃO DE PROGRAMA PARTIDÁRIORELATOR: JUIZ PAULO DE TARSO VIEIRA RAMOS

- Transmissão de programa partidário eminserções, nas programações das emissoras deradio e televisão estaduais, nos termos dopedido. Resolução do TSE nº 19.586, de 4.6.96.

- Deferimento. Inserções, com duração de 30(trinta) segundos cada, de propaganda gratuitado partido, perfazendo o total de quarentaminutos, no período compreendido entre os dias04 a 19 de junho (dezesseis dias) do fluente ano,sendo 05 (cinco) inserções por dia, no intervaloentre as dezenove horas e trinta minutos e asvinte e duas horas. Unanimidade.

Vistos, relatados e discutidos os autos do processo acima

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Acórdãos

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identificado, acordam os Juízes do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, porunanimidade, em deferir o pedido. A veiculação do programa dar-se-á eminserções de 30 (trinta) segundos cada, de propaganda gratuita do partido,devendo a transmissão ser veiculada através das emissoras de rádio e televisãoindicadas pelo Partido, no período compreendido entre os dias 04 a 19 de junhodo corrente ano (dezesseis dias), perfazendo o total de quarenta minutos, nointervalo entre as dezenove horas e trinta minutos e as vinte e duas horas, nostermos do voto do Relator, que faz parte integrante da decisão.

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, aos 19de maio de 1997.

Des. HAROLDO RODRIGUES DE ALBUQUERQUE - Presidente, Dr. PAULODE TARSO VIEIRA RAMOS - Relator, Dr. JOSÉ GERIM MENDESCAVALCANTE - Procurador Regional Eleitoral.

VOTO

Ao analisar detidamente os presentes autos, verifiquei ter oPartido requerente formulado seu pedido de conformidade com as normasaplicáveis ao vertente caso.

Em virtude de o douto Procurador Regional Eleitoral ter opinadopelo deferimento do pleito sob exame e tendo em vista que o Partido atendeu aosrequisitos preceituados na Lei nº 9.096/95 e, por conseguinte, na Resolução -TSE nº 19.586, de 04.06.1996, VOTO PELO DEFERIMENTO DO PEDIDO,devendo a veiculação dos programas dar-se de conformidade com o quadrodemonstrativo apresentado à fl. 15 dos autos, no horário entre as dezenove horase trinta minutos e as vinte e duas horas (art. 5º da Resolução supradita).

Ressalte-se, no entanto, que, nos termos do artigo 9º da aludidaResolução, o Partido deverá entregar as fitas magnéticas, com as gravações dosprogramas em inserções, diretamente às emissoras de rádio e televisão indicadasàs fls. 18 a 25 dos autos.

Determine-se, por fim, que a Secretaria Judiciária oficie àsemissoras de rádio e televisão indicadas pelo Partido suplicante, notificando-asdo inteiro teor da presente decisão.

É como voto.

Publicado no DJE de 9.6.97.

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EXTRATO DA ATA

Processo n° 97003707 - Classe XII. Relator: Paulo de TarsoVieira Ramos, Requerente: Partido do Movimento Democrático Brasileiro -PMDB.

Decisão: Deferido. Unânime.

Presidência do Des. Haroldo Rodrigues de Albuquerque.Presentes o Des. Stênio Leite Linhares e os Juízes José Danilo Correia Mota,José Maria de Vasconcelos Martins, Paulo de Tarso Vieira Ramos, Luiz NivardoCavalcante de Melo, José Arísio Lopes da Costa e o Dr. José Gerim MendesCavalcante, Procurador Regional Eleitoral.

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Índice Alfabético

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ÍNDICE ALFABÉTICO

ABUSO DE AUTORIDADE

- ACÓRDÃO Nº 96016596 - Recursos interpostos, apensados por conexãocontra decisões do Juiz Eleitoral: uma que julgou procedente o pedido deinvestigação judicial por abuso de autoridade, e declarou a inelegibilidade dosrecorrentes; a outra denegatória pela improcedência de investigação judicialcontra o prefeito eleito.(Rel.: Germana de Oliveira Morais)-------------------------74

ANULAÇÃO DE VOTOS

- ACÓRDÃO Nº 96017886 - Recurso interposto por Coligação Partidáriaobjetivando reformar decisão da Junta Eleitoral que considerou nulos votos paraprefeito e vereador (Rel.: Stênio Carvalho Lima)------------------------------------117

- ACÓRDÃO Nº 96017039 - Remessa “ex officio” de processo oriundo deJunta Eleitoral, que acatando impugnação formulada pelo orgão ministerial,anulou votação de urna, por se verificar incoincidência entre o número devotantes e o de cédulas, e ainda terem sido detectados cinco votos para ummesmo candidato, com grafia semelhante. (Rel.: Stênio Leite Linhares)---------97

- ACÓRDÃO Nº 96016844 - Recurso de Ofício interposto pela Junta Eleitoralreferente a anulação de votação de urna, sob o fundamento de incoincidênciaentre o número de cédulas encontradas na urna e o número de votantes constanteda folha de votação e do total encontrado na ata de eleição. (Rel.: Germana deOliveira Morais)------------------------------------------------------------------------------86

APELAÇÃO CRIMINAL

- ACÓRDÃO Nº 96009285 - Recurso de Apelação Criminal interposto poreleitora contra sentença do MM. Juiz Eleitoral que condenou a recorrente a penade reclusão de 1 ano e 6 meses, cumulada com multa de cinco dias-multa pelaprática do delito previsto no art. 289 do Código Eleitoral. (Rel.: Germana deOliveira Morais)------------------------------------------------------------------------------46

CORREIÇÃO EXTRAORDINÁRIA

- ACÓRDÃO Nº 97003388 - Solicitação de adiamento de correição

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Tribunal Regional Eleitoral do Ceará

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extraordinária determinada por este Regional. (Rel.: José Arísio Lopes daCosta)------------------------------------------------------------------------------------------204

CRIME ELEITORAL

- ACÓRDÃO Nº 96009291 - Interposição de Recurso adversando sentençacondenatória proferida na instância a quo, com o fito de obter sua reforma. (Rel.:Luiz Nivardo Cavalcante de Melo)--------------------------------------------------------50

- ACÓRDÃO Nº 97001727 - recurso manejado por Coligação contra adiplomação de vereadora eleita, em face de argüição de inelegibilidade em razãoda prática de ilícitos tipificados como Crimes Eleitorais. (Rel.: Ademar MendesBezerra)---------------------------------------------------------------------------------------199

DIPLOMAÇÃO DE CANDIDATO

- ACÓRDÃO Nº 96021209 - Inconformação articulada para atacar a diplomaçãode vereador eleito, pautada em inelegibilidade face à desaprovação de contas,pelo Conselho de Contas do Município, do candidato quando prefeito. (Rel.:Germana de Oliveira Morais)-------------------------------------------------------------181

- ACÓRDÃO Nº 97001230 - Recurso articulado para contrapor decisão do JuizEleitoral indeferitória de pedido de investigação judicial cumulada com recursode diplomação. (Rel.: Stênio Leite Linhares)------------------------------------------193

- ACÓRDÃO Nº 97001727 - recurso manejado por Coligação contra adiplomação de vereadora eleita, em face de argüição de inelegibilidade em razãoda prática de ilícitos tipificados como Crimes Eleitorais. (Rel.: Ademar MendesBezerra)---------------------------------------------------------------------------------------199

- ACÓRDÃO Nº 97000734 - recurso articulado para contrariar diplomação dePrefeito eleito, sob a alegativa de inelegibilidade com base no art. 1º , inciso I,alínea “g” da Lei Complementar nº 64/90. (Rel.: José Danilo Correia Mota)--188

- ACÓRDÃO Nº 97003547 - Recurso interposto por Partido alegando erro nocálculo efetuado pela MM. Juíza, para fixação dos quocientes partidários. (Rel.:Raimundo Hélio de Paiva Castro)-------------------------------------------------------207

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Índice Alfabético

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- ACÓRDÃO Nº 97001357 / 97001358 - Recursos interpostos, apensados porconexão, ambos contra diplomação de candidato eleito para a Câmara Municipal,ante a caracterização da inelegibilidade por parentesco. (Rel.: Stênio LeiteLinhares)--------------------------------------------------------------------------------------196

- ACÓRDÃO Nº 97003550 - Recurso interposto por candidato contra adiplomação de seus opositores eleitos prefeito e vice-prefeito. (Rel.: RaimundoHélio de Paiva Castro)---------------------------------------------------------------------209

- ACÓRDÃO Nº 96021173 - Apelo interposto pelo M.P.E., contra diplomaçãode vereador eleito, por ofensa a preceito constitucional, preconizado no art. 14, §7°. (Rel.: Germana de Oliveira Morais)------------------------------------------------178

EXCEÇÃO DE IMPEDIMENTO

- ACÓRDÃO Nº 96016624 - Coligação argüindo a exceção de incompetênciade autoridade judiciária. (Rel.: Stênio Leite Linhares)--------------------------------81

FILIAÇÃO PARTIDÁRIA

- ACÓRDÃO Nº 96010034 - Recurso atinente à filiação partidária, interpostocontra decisão do Juízo a quo, que acolheu alegativa de dupla filiação anulandoa mesma. (Rel.: Germana de Oliveira Morais)------------------------------------------55

- ACÓRDÃO Nº 96011502 - Recurso interposto contra decisão monocráticadeferitória de pedido de registro de candidato, trânsito em julgado, com fulcro naexistência de irregularidades na filiação partidária do aludido candidato. (Rel.:Luiz Nivardo Cavalcante de Melo)--------------------------------------------------------58

HABEAS CORPUS

- ACÓRDÃO Nº 96019127 - Writ visando trancamento de investigação judicialcumulada com pedido de condenação do investigando, ante a incompetênciaabsoluta da autoridade judiciária ordenadora do prefalado procedimento, umavez presente prerrogativa de foro. (Rel.: Luiz Nivardo Cavalcante de Melo)--146

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IMPUGNAÇÃO DE URNA

- ACÓRDÃO Nº 96017374 - Recurso interposto por Coligação visandoimpugnar urna apurada pela Junta Eleitoral sob alegativa de fraude decorrente dofamigerado “voto corrente”. (Rel.: Ademar Mendes Bezerra)---------------------108

INELEGIBILIDADE

- ACÓRDÃO Nº 96016596 - Recursos interpostos, apensados por conexãocontra decisões do Juiz Eleitoral: uma que julgou procedente o pedido deinvestigação judicial por abuso de autoridade, e declarou a inelegibilidade dosrecorrentes; a outra denegatória pela improcedência de investigação judicialcontra o prefeito eleito. (Rel.: Germana de Oliveira Morais)------------------------74

- ACÓRDÃO Nº 97000734 - Recurso articulado para contrariar diplomação dePrefeito eleito, sob a alegativa de inelegibilidade com base no art. 1º , inciso I,alínea “g” da Lei Complementar nº 64/90. (Rel.: José Danilo Correia Mota)--188

- ACÓRDÃO Nº 97001357 / 97001358 - Recursos interpostos, apensados porconexão, ambos contra diplomação de candidato eleito para a Câmara Municipal,ante a caracterização da inelegibilidade por parentesco. (Rel.: Stênio LeiteLinhares)--------------------------------------------------------------------------------------196

- ACÓRDÃO Nº 96021209 - Inconformação articulada para atacar a diplomaçãode vereador eleito, pautada em inelegibilidade face à desaprovação de contas,pelo Conselho de Contas do Município, do candidato quando prefeito. (Rel.:Germana de Oliveira Morais)-------------------------------------------------------------181

- ACÓRDÃO Nº 97001727 - Recurso manejado por Coligação contra adiplomação de vereadora eleita, em face de argüição de inelegibilidade em razãoda prática de ilícitos tipificados como Crimes Eleitorais. (Rel.: Ademar MendesBezerra)---------------------------------------------------------------------------------------199

INFIDELIDADE PARTIDÁRIA

- ACÓRDÃO Nº 96016366 - Recurso interposto por vereadores contra decisãoda MM. Juíza Eleitoral que determinou o cancelamento do registro de suascandidaturas por ocorrência de Infidelidade Partidária. (Rel.: Luiz NivardoCavalcante de Melo)-------------------------------------------------------------------------71

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INTEMPESTIVIDADE

- ACÓRDÃO Nº 96021041 - Recurso interposto por Coligação Partidária contradecisão de Juiz Coordenador das Eleições sob a alegativa de violação das normasda Lei Complementar n° 64/90. (Rel.: José Danilo Correia Mota)---------------165

INVESTIGAÇÃO JUDICIAL

- ACÓRDÃO Nº 96015469 - Irresignação adversando tese de abuso do podereconômico e político, aventada em investigação judicial, tendo como corolário acassação de registro e a inelegibilidade temporária. (Rel.: José Maria deVasconcelos Martins)------------------------------------------------------------------------66

- ACÓRDÃO Nº 96016596 - Recursos interpostos, apensados por conexãocontra decisões do Juiz Eleitoral: uma que julgou procedente o pedido deinvestigação judicial por abuso de autoridade, e declarou a inelegibilidade dosrecorrentes; a outra denegatória pela improcedência de investigação judicialcontra o prefeito eleito. (Rel.: Germana de Oliveira Morais)------------------------74

- ACÓRDÃO Nº 96021041 - Recurso interposto por Coligação Partidária contradecisão de Juiz Coordenador das Eleições sob a alegativa de violação das normasda Lei Complementar n° 64/90. (Rel.: José Danilo Correia Mota)---------------165

- ACÓRDÃO Nº 97001230 - Recurso articulado para contrapor decisão do JuizEleitoral indeferitória de pedido de investigação judicial cumulada com recursode diplomação. (Rel.: Stênio Leite Linhares)------------------------------------------193

LEGITIMIDADE PROCESSUAL

- ACÓRDÃO Nº 96019516 - Partido componente de uma coligação interpondorecurso, individualmente, contra decisão indeferitória de pedido de recontagemde votos. (Rel.: Stênio Leite Linhares)--------------------------------------------------156

MANDADO DE SEGURANÇA

- ACÓRDÃO Nº 96014291 - Mandamus ofertado para dar efeito suspensivo arecurso eleitoral, que, por seu turno, não foi interposto perante este Tribunal.(Rel.: Napoleão Nunes Maia Filho)-------------------------------------------------------60

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- ACÓRDÃO Nº 97000727 - Mandamus interposto contra ato do MM. JuizEleitoral e do Chefe do Legislativo Municipal. (Rel.: José Danilo Correia Mota)--------------------------------------------------------------------------------------------------184

NULIDADE

- ACÓRDÃO Nº 96017039 - Remessa ex officio de processo oriundo de JuntaEleitoral, que acatando impugnação formulada pelo orgão ministerial, anulouvotação de urna, por se verificar incoincidência entre o número de votantes e ode cédulas, e ainda terem sido detectados cinco votos para um mesmo candidato,com grafia semelhante. (Rel.: Stênio Leite Linhares)---------------------------------97

NULIDADE DE VOTOS

- ACÓRDÃO Nº 96017146/96017153 - Recurso interposto por Coligaçãovisando reforma da decisão da Junta que considerou nulos dois votos dados acandidato, sob a alegativa de danificação das cédulas. (Rel.: José Maria deVasconcelos Martins)----------------------------------------------------------------------102

PROPAGANDA ELEITORAL

- ACÓRDÃO Nº 96018668 - Recurso interposto por emissora de rádio visandoreforma da sentença do Juiz Eleitoral que, julgando representação formulada porColigação, condenou a recorrente a multa pela inobservância do art. 64, inciso Ia V, da Lei 9.100/95. (Rel.: Paulo de Tarso Vieira Ramos)------------------------137

PRAZO RECURSAL

- ACÓRDÃO Nº 96021171 - Recurso interposto para contrapor decisãomonocrática indeferitória de investigação judicial, precedido de pedido dereconsideração na instância a quo, não suspensivo do prazo recursal (Rel.: StênioLeite Linhares)-------------------------------------------------------------------------------175

PRESTAÇÃO DE CONTAS

- ACÓRDÃO Nº 96018607 - Aprovação de prestação de contas apresentada porPartido que atendeu os requisitos previstos na Resolução nº. 19.510/96. (Rel.:Paulo de Tarso Vieira Ramos)------------------------------------------------------------131

- ACÓRDÃO Nº 96020655 - Recurso interposto por candidato contra decisão

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do Juiz Coordenador das Eleições por ter desapovado sua prestação de contas.(Rel.: Luiz Nivardo Cavalcante de Melo)----------------------------------------------162

- ACÓRDÃO Nº 96018608 - Desaprovação da prestação de contas apresentadapor Partido por violação as normas estabelecidas na Lei 9.100/95 e ResoluçãoTSE nº. 19.509/96. (Rel.: José Arísio Lopes da Costa)------------------------------134

- ACÓRDÃO Nº 96018597 - Descumprimento das normas previstas naResolução nº 19.510/96 na apresentação de contas de Partido e omissão emrelação as diligências solicitadas. (Rel.: Stênio Leite Linhares)------------------128

PROCESSO CRIMINAL

- ACÓRDÃO Nº 95011969 - Denúncia promovida pelo Ministério PúblicoEleitoral em virtude da prática de Delito Eleitoral cominado com crime comum.(Rel.: Ademar Mendes Bezerra)-----------------------------------------------------------13

PROPAGANDA ELEITORAL

- ACÓRDÃO Nº 96009424 - Recurso interposto por emissora de rádio contradecisão do Juiz Eleitoral, que suspendeu sua transmissão por 24 horas e sujeitouao pagamento da multa por veiculação de propaganda eleitoral antes da escolhade candidato em convenção. (Rel.: Raimundo Hélio de Paiva Castro)------------52

- ACÓRDÃO Nº 96015230 - Recurso interposto por Coligação Partidária contrasentença do MM. Juiz Eleitoral Coordenador da Propaganda Eleitoral queconcedeu direito de resposta a candidato no horário de propaganda eleitoralgratuita. (Rel.: Germana de Oliveira Morais)-------------------------------------------62

- ACÓRDÃO Nº 96019398 - Irresignação interposta por candidato contradecisão monocrática, que acatando representação formulada pelo MinistérioPúblico Eleitoral, condenou o recorrente ao pagamento de multa por veiculaçãode propaganda eleitoral irregular. (Rel.: José Arísio Lopes da Costa)-----------153

PROPAGANDA PARTIDÁRIA

- ACÓRDÃO Nº 97003707 - Solicitação formulada por Partido Político paraque sejam formadas redes estaduais de rádio e televisão, nas quais a agremiaçãopretende veicular sua propaganda através de inserções na programação das

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emissoras. (Rel.: Paulo de Tarso Vieira Ramos)--------------------------------------212

QUOCIENTE PARTIDÁRIO

- ACÓRDÃO Nº 97003547 - Recurso interposto por Partido alegando erro nocálculo efetuado pela MM. Juíza, para fixação dos quocientes partidários. (Rel.:Raimundo Hélio de Paiva Castro)-------------------------------------------------------207

RECONTAGEM DE VOTOS

- ACÓRDÃO Nº 96019516 - Partido componente de uma coligação interpondorecurso, individualmente, contra decisão indeferitória de pedido de recontagemde votos. (Rel.: Stênio Leite Linhares)-------------------------------------------------156

- ACÓRDÃO Nº 96017771 - Recurso inominado interposto por Coligaçãoadversando decisão da Junta que deferiu pedido de recontagem de votos,relativos a eleição majoritária de 3/10/96, formulado por Partido, sob o color dainexistência de votos brancos e nulos, em algumas seções eleitorais, discrepandoda média geral. (Rel.: Stênio Carvalho Lima)-----------------------------------------112

- ACÓRDÃO Nº 96018010 - Recurso interposto por coligação objetivando arecontagem de votos com supedâneo na existência de vários vícios eirregularidades no curso do processo de apuração. (Rel.: Luiz NivardoCavalcante de Melo)------------------------------------------------------------------------120

- ACÓRDÃO Nº 96019728 - Recurso interposto conta decisão do JuizCoordenador das Eleições Municipais de Fortaleza, que, in limine, indefiriupedido de recontagem de votos, sob a alegativa da existência de irregularidades.(Rel.: Luiz Nivardo Cavalcante de Melo)----------------------------------------------158

- ACÓRDÃO Nº 96017036 - Recurso interposto perante este Regionalobjetivando a anulação do pleito ou recontagem de votos, com fulcro no art. 28,inciso III, da Lei 9.100/95. (Rel.: José Danilo Correia Mota)-----------------------93

- ACÓRDÃO Nº 96018393 - Recurso interposto por coligação para contrapordecisão da Junta apuradora que negou pedido de recontagem geral dos votos daeleição majoritária e proporcional. (Rel.: José Maria de V. Martins)------------123

- ACÓRDÃO Nº 96019021 - Recurso interposto contra decisão deferitória do

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pedido de recontagem de votos. (Rel.: José Danilo Correia Mota)---------------140

RECURSO CRIMINAL

- ACÓRDÃO Nº 96017068 - Recurso interposto por Partido Político contradecisão de Junta Eleitoral que não acatou impugnação formulada visando anularurna localizada em prédio público vizinho a residência de Prefeito Municipal.(Rel.: José Maria de Vasconcelos Martins)--------------------------------------------100

RECURSO DE OFÍCIO

- ACÓRDÃO Nº 96016774 - Recurso ex officio interposto por Junta Eleitoralque anulou votação de urna, procedendo a apuração em separado, tendo em vistaindícios de violação da mesma, em virtude da ausência do lacre e assinatura dosfiscais. (Rel.: Stênio Carvalho Lima)-----------------------------------------------------84

- ACÓRDÃO Nº 96016962 - Remessa ex officio a este Tribunal de quatro urnasimpugnadas durante o processo apuratório, ante a preterição de formalidadeslegais e comprovação técnica de violação de urna. (Rel.: Germana de OliveiraMorais)------------------------------------------------------------------------------------------89

- ACÓRDÃO Nº 96017039 - Remessa ex officio de processo oriundo de JuntaEleitoral, que acatando impugnação formulada pelo orgão ministerial, anulouvotação de urna, por se verificar incoincidência entre o número de votantes e ode cédulas, e ainda terem sido detectados cinco votos para um mesmo candidato,com grafia semelhante. (Rel.: Stênio Leite Linhares)--------------------------------97

- ACÓRDÃO Nº 96017459 - Remessa de ofício de urna não apurada, em faceda mesma não vir acompanhada da folha de votação modelo II previsto no art.154, inciso II do Código Eleitoral. (Rel.: Stênio Leite Linhares)-----------------110

REVISÃO ELEITORAL

- ACÓRDÃO Nº 96001453- Representação interposta pelo Ministério PúblicoEleitoral junto a este Regional, colimando a realização de revisão eleitoral emtrinta municípios pertencentes a este Estado. (Rel.: José Maria de VasconcelosMartins)-----------------------------------------------------------------------------------------24

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TRANSFERÊNCIA ELEITORAL

- ACÓRDÃO Nº 96003808 - Recurso interposto por Partido Político contradecisão do MM. Juiz Eleitoral que deferiu, em parte, pedidos de transferênciasde domicílio eleitoral. (Rel.: José Maria de Vasconcelos Martins)-----------------44

URNA NÃO APURADA

- ACÓRDÃO Nº 96017459 - Remessa de ofício de urna não apurada, em faceda mesma não vir acompanhada da folha de votação modelo II previsto no art.154, inciso II do Código Eleitoral. (Rel.: Stênio Leite Linhares)-----------------110

VALIDADE DE VOTOS

- ACÓRDÃO Nº 96017157 - Recurso interposto por coligação contra decisão daJunta Eleitoral que considerou voto como “em branco”. (Rel.: José Maria deVasconcelos Martins)----------------------------------------------------------------------104

- ACÓRDÃO Nº 96017160 - Inconformação com decisão da Junta queconsiderou como válidos votos dados aos candidatos a Prefeito e Vereador,ambos grafados, no anverso da cédula, sob a alegativa de quebra de sigilo devoto. (Rel.: José Maria de Vasconcelos Martins)-------------------------------------106

VIOLAÇÃO DE URNA

- ACÓRDÃO Nº 96016774 - Recurso ex officio interposto por Junta Eleitoralque anulou votação de urna, procedendo a apuração em separado, tendo em vistaindícios de violação da mesma, em virtude da ausência do lacre e assinatura dosfiscais. (Rel.: Stênio Carvalho Lima)-----------------------------------------------------84

- ACÓRDÃO Nº 96016962 - Remessa ex officio a este Tribunal de quatro urnasimpugnadas durante o processo apuratório, ante a preterição de formalidadeslegais e comprovação técnica de violação de urna. (Rel.: Germana de OliveiraMoraes)-----------------------------------------------------------------------------------------89

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Índice Numérico

Rev. de Jurisp. do TRE/CE, Fortaleza, nº 2, ano II, pág. 225-227, (out/96-jun/97), 1997 225

ÍNDICE NUMÉRICOÍNDICE NUMÉRICOÍNDICE NUMÉRICOÍNDICE NUMÉRICO

NÚMERO DATA DE PUBLICAÇÃO TIPO RELATOR(A) PÁG.

95011969 5/12/96 PCCO Ademar Bezerra 13

96001453 3/3/97 REP/PRE José Maria 24

96003808 5/12/96 RE José Maria 44

96009285 2/05/97 RC Germana Moraes 46

96009291 29/10/96 RC Luiz Nivardo 50

96009424 8/8/97 RE Raimundo Hélio 52

96010034 29/10/96 RE Germana Moraes 55

96011502 29/10/96 RE Luiz Nivardo 58

96014291 28/5/97 MS Napoleão Maia 60

96015230 25/10/96 RE Germana Moraes 62

96015469 30/5/97 RE José Maria 66

96016366 1/10/96 RE Luiz Nivardo 71

96016596 9/5/97 RE Germana Moraes 74

96016624 23/10/96 EI Stênio Linhares 81

96016774 16/10/96 REEO Stênio Lima 84

96016844 25/10/96 RE Germana Moraes 86

96016962 25/10/96 RE Germana Moraes 89

96017036 23/12/96 RE Danilo Mota 93

96017039 19/11/96 RE Stênio Linhares 97

96017068 25/11/96 RE José Maria 100

96017146 25/11/96 RE José Maria 102

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Rev. de Jurisp. do TRE/CE, Fortaleza, nº 2, ano II, pág. 225-227, (out/96-jun/97), 1997226

NÚMERO DATA DE PUBLICAÇÃO TIPO RELATOR(A) PÁG.

96017157 25/2/97 RE José Maria 104

96017160 14/2/97 RE José Maria 106

96017374 29/11/96 RE Ademar Bezerra 108

96017459 19/11/97 ExSC Stênio Linhares 110

96017771 27/11/96 RE Stênio Lima 112

96017886 4/12/96 RE Stênio Lima 117

96018010 25/4/97 RE Luiz Nivardo 120

96018393 16/12/96 RE José Maria 123

96018597 24/6/97 PC Stênio Linhares 128

96018607 9/6/97 PC Paulo de Tarso 131

96018608 5/8/97 PC José Arísio 134

96018668 8/8/97 RE Paulo de Tarso 137

96019021 23/12/96 RE Danilo Mota 140

96019127 8/8/97 HC Luiz Nivardo 146

97019398 25/6/97 RE José Arísio 153

96019516 28/5/97 RE Stênio Linhares 156

96019728 2/5/97 RE Luiz Nivardo 158

96020655 12/3/97 RE Luiz Nivardo 162

96021041 23/4/97 RE Danilo Mota 165

96021171 2/5/97 RE Stênio Linhares 175

96021173 20/3/97 RE Germana Moraes 178

96021209 25/3/97 RE Germana Moraes 181

97000727 7/8/97 MS Danilo Mota 184

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Índice Numérico

Rev. de Jurisp. do TRE/CE, Fortaleza, nº 2, ano II, pág. 225-227, (out/96-jun/97), 1997 227

NÚMERO DATA DE PUBLICAÇÃO TIPO RELATOR(A) PÁG.

97000734 4/4/97 RE Danilo Mota 188

97001230 20/5/97 RE Stênio Linhares 193

97001357 2/5/97 RCD Stênio Linhares 196

97001727 20/5/97 RE Ademar Bezerra 199

97003388 28/5/97 ExSC José Arísio 204

97003547 8/8/97 RE Raimundo Hélio 207

97003550 8/8/97 RE Raimundo Hélio 209

97003707 9/6/97 ExSC Paulo de Tarso 212

ABREVIAÇÕES UTILIZADAS:

ExSC Expediente Sem ClassificaçãoREEO Recurso Eleitoral Ex OfficioMS Mandado de SegurançaPCCO Processo Crime (Competência Originária)RC Recurso CriminalRE Recurso EleitoralRCD Recurso Contra DiplomaçãoEI Exceção de ImpedimentoHC Habeas CorpusPC Prestação de Contas