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E m 2018, pelo segundo ano consecutivo, a Máquina do Esporte esteve pre- sente na final da Liga dos Campeões. E, se tem uma conclusão a ser tirada disso, é que presenciar tudo que é feito pela Uefa para o jogo chega a dar dó da nossa maior competição continental, a Copa Conmebol Libertadores. Na semana que antecede a final, a cidade-sede na Europa é simplesmente trans- formada. Para a Uefa, o local escolhido precisa respirar a final. E, de fato, respira. São ativações por todos os lados, seja da própria Uefa, seja dos patrocinadores. Além disso, a entidade lembra a todo momento a história da competição e os craques do passado, e sabe vender seu produto comercialmente. A começar por montar uma imensa loja oficial, com diversas opções de souvenirs da partida. O BOLETIM DO MARKETING ESPORTIVO DO EDIÇÃO 1009 - SEGUNDA-FEIRA 28 / MAIO / 2018 POR WAGNER GIANNELLA, DE KIEV (UCR)* 1 mi de dólares, quase R$ 4 milhões, receberá cada jogador da seleção brasileira caso o time conquiste a Copa do Mundo Uefa faz sede ‘respirar’ Liga por uma semana 1 NÚMERO DO DIA O FE R E C I M E N T O

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Em 2018, pelo segundo ano consecutivo, a Máquina do Esporte esteve pre-sente na final da Liga dos Campeões. E, se tem uma conclusão a ser tirada disso, é que presenciar tudo que é feito pela Uefa para o jogo chega a dar

dó da nossa maior competição continental, a Copa Conmebol Libertadores.Na semana que antecede a final, a cidade-sede na Europa é simplesmente trans-

formada. Para a Uefa, o local escolhido precisa respirar a final. E, de fato, respira. São ativações por todos os lados, seja da própria Uefa, seja dos patrocinadores.

Além disso, a entidade lembra a todo momento a história da competição e os craques do passado, e sabe vender seu produto comercialmente. A começar por montar uma imensa loja oficial, com diversas opções de souvenirs da partida.

O B O L E T I M D O M A R K E T I N G E S P O R T I V O

DO

EDIÇÃO 1009 - SEGUNDA-FEIRA 28 / MAIO / 2018

POR WAGNER GIANNELLA, DE KIEV (UCR)*

1 mi de dólares, quase R$ 4 milhões, receberá cada jogador da seleção brasileira caso o time conquiste a Copa do Mundo

Uefa faz sede ‘respirar’ Liga por uma semana

1

N Ú M E R O D O D I A

O

FE R E C I M E N

TO

I M A G E M D A S E M A N A

CBF CRIA LOJA VIRTUAL PARA MASCOTE DA

SELEÇÃO

O carismático “Canarinho Pistola”, mascote da seleção brasileira, virou um produto. A CBF

decidiu lançar uma loja para vender, a princípio, a pelúcia do mascote, a um preço de R$ 99;

segundo a entidade, a ideia é lançar mais produtos licenciados

Para os patrocinadores, ainda há um espaço ao lado do estádio a ser usado antes do jogo que serve para que os convidados tenham uma experiência incrível. Expe-riência incrível, aliás, que qualquer um que está na cidade tem. Os que gostam de futebol nem se fala. Mas até os que não gostam, por conta de shows em um palco montado dentro do Champions Festival na rua principal da cidade e ativações dos mais diversos tipos que deixam a cidade mais alegre e mais vibrante.

A confiança é tão grande no que faz que a Uefa estende tudo isso até o domin-go, um dia após a final. Nada é retirado ou desmontado, e os habitantes e os turis-tas podem aproveitar ao máximo mais um dia de festa. O domingo foi o dia mais lotado no centro de Kiev, local onde ocorreu a maioria das ativações para a final.

E a final da Libertadores? A não ser pela empolgação das torcidas das equipes na frente do estádio pouco antes do jogo, não parece nem que se trata de uma final.

Pergunte ao torcedor do Grêmio, campeão em 2017, o que ele viu em Porto Alegre, que tenha sido feito pela Conmebol, na semana do jogo contra o Lanús.

Em 2018, a luz no fim do túnel, no entanto, parece ter começado a brilhar. A de-cisão da Conmebol de transformar a final da Libertadores em jogo único a partir de 2019 pode ser um primeiro passo. A entidade, contudo, precisa ter em mente que a América do Sul está bem longe do poder socioeconômico da Europa e que não se pode tirar as características que só a Libertadores tem e que a fazem ser única.

Não será possível copiar a Liga dos Campeões em tudo. E nem é isso que se deve fazer mesmo. O que a Conmebol precisa é perceber que tem um produto fantástico nas mãos e que passou da hora de usá-lo da melhor forma possível.

O estrago está feito. Desde 2012/2013, quando investiu na criação de um conceito por trás da realização da final única da Liga dos Campeões, que a Uefa vinha trabalhando com muito mais afinco na transforma-

ção de seu torneio num objeto de desejo dos amantes de futebol em geral.Nesta semana, recebi de dois amigos mensagens tão logo a Máquina do Esporte

publicou a primeira reportagem diretamente de Kiev. “Você vai ver a final da Cham-pions?”. O jogo tornou-se objeto de desejo de quem curte futebol, não só o fanático.

Esse era o movimento que faltava para que não houvesse mais espaço para outras marcas se aventurarem a criar um produto global de futebol. Tem a Copa do Mundo, tem a Champions League. E, muito provavelmente, não terá mais nenhum outro.

A tentativa da Conmebol de transformar a Copa Libertadores numa grande competição é absolutamente válida e im-portante para melhorar o nível da bola que jogamos em nosso continente. Mas, como produto, é imprescindível que a Conmebol e a FC Diez Media, que é a dona do negócio da Libertadores, tenham a consciência de que o apelo da competi-ção é necessariamente para a nossa região.

E isso já é um ótimo ponto de partida para transformar a Libertadores num bom produto, de grande apelo ao sul-america-no. O maior problema, ao que tudo indi-

ca, é que temos nos esforçado para tentar replicar o modelo da Liga dos Campeões em terras americanas. E isso é um tremendo risco nesse processo de construção de marca.

Nesta semana, mostramos diretamente de Kiev que, por mais global que seja o produto Liga dos Campeões, ele não está acima das peculiaridades de cada região. Ver que a Gazprom precisou ser retirada de qualquer ação promocional na Ucrânia é ver que o futebol e as marcas não conseguem passar por cima de rivalidades históricas. Tudo bem que o ucraniano fã de futebol quer ver a Liga em sua casa, mas não tente pedir para ele ter de aceitar qualquer modificação dentro dela para ter esse direito.

A maior lição que a Uefa dá para a Conmebol é a da necessidade de se respeitar as tradições locais para ser também respeitado. E esse é um ativo precioso que temos de levar em consideração num trabalho de construção de marca da Libertadores. Não se pode olhar apenas o que é feito lá fora e replicar o modelo. Temos de achar qual a identidade principal de um torneio de 58 anos de existência e, a partir dela, criar toda uma história. Mas com uma certeza. O maior alcance que existirá é regional.

Copa do Mundo e Liga dos Campeões

são hoje as duas únicas competições

globais do futebol. E a Libertadores?

O P I N I Ã O

Uefa inibe nova ação global no futebol

POR ERICH BETING

diretor executivo da Máquina do Esporte

Nissan usa Liga para apresentar

Fórmula E

O Corinthians finalmente ofi-cializou a Indigo para a administra-ção do estacionamento de sua arena em Itaquera. Há mais de um ano, o clube tentava um acordo com a Omnigroup para romper o con-trato vigente e colocar uma compa-nhia especializada no lugar.

A Indigo é atualmente a maior operadora de estacionamentos no Brasil e pertence à francesa Infra Park. Globalmente, arenas fazem parte do portfólio da companhia, especialemente nos EUA.

O contrato é de dez anos e inclui investimentos de R$ 15 milhões, sendo R$ 2 milhões logo no início do acordo. As melhorias incluem a ampliação de vagas para 3,5 mil.

I N D I G O I N V E S T I R Á R $ 1 5 M I N A A R E N A C O R I N T H I A N S

Com o surfe nos Jogos Olímpicos, a marca de hidratante Neutrox resol-ver ampliar a presença no segmento.

Nesta segunda-feira, a companhia irá apresentar o aporte à 2ª edição do

Neutrox Weekend. O evento é feito em parceria com a ABRASP (Associa-

ção Brasileira de Surf Profissional) e será dividido em duas etapas: a pri-

meira na Bahia, em julho, e a segunda no Rio de Janeiro, no fim de setem-

bro. Nas praias, haverá estrutura com skate para o público presente.

NEUTROX APOSTA

NO SURFE FEMININO

POR WAGNER GIANNELLA

Em meio a um final de semana em que só se fala de futebol e da final da Liga dos Campeões em Kiev, a Nissan aprovei-tou a presença maciça da mídia para divulgar seu projeto na Fórmula E. Na próxima temporada, marcada para começar no segundo semestre de 2018, a montadora será a primeira japonesa a ter uma equipe na categoria.

“A ideia da Fórmula E tem tudo a ver com a Nissan e nos-so projeto de Intelligence Mobility (Mobilidade Inteligente, em tradução livre). Somos a marca líder em venda de carros elétricos no mundo, e a categoria é caracterizada por tornar a autonomia mais importante. É o momento adequado para entrarmos na Fórmula E”, revelou Michael Carcamo, diretor mundial da Nissan Motorsports, setor de automobilismo da marca, em evento para a Liga dos Campeões.

Carcamo ainda lembrou que a Nissan faz o caminho inver-so do que normalmente acontece. Enquanto a maioria das montadoras usa a pista para produzir os carros de rua para o consumidor, a marca japonesa já tem seu modelo elétri-co consolidado, o Leaf, e quer usar a pista de uma forma diferente. Como a Fórmula E é uma competição, os carros podem ser levados ao máximo, o que não acontece nas ruas. Isso servirá para que a Nissan evolua a tecnologia que já vem desenvolvendo há vários anos.

“Enxergamos como um ponto bastante positivo o fato de estarmos prestes a correr em pistas onde o Leaf já anda no dia a dia”, completou Carcamo.

POR ERICH BETING

Aliar o futebol à tecnologia. Gerar inovação e emoção. É com esse pensamen-to que a Nissan termina seu primeiro triênio como patrocinadora da Liga dos Campeões e já olha para o próximo, já que renovou o contrato até 2020/2021.

Em conversa com jornalistas na manhã de sábado (26), data da final, o diretor de marke-ting da marca para a América Latina, Juan Manuel Hoyos, fez um balanço de como foram os três primeiros anos de parceria: “Em 2016, nosso foco eram os Jogos Olímpicos. Iríamos inaugurar nossa fábrica no Brasil e, por isso, nossos investimentos ficaram mais voltados para isso. Já em 2017 e agora em 2018, começamos a ver os resultados da parceria com a Uefa”.

Marca líder em carros elétricos e autônomos no mundo, a Nissan enxerga no futebol a maneira ideal para consolidar a construção da marca no Brasil e na América Latina.

Os números corroboram a estratégia. Na região, são 383 milhões de pessoas que assistem ao torneio. Dessas, ao menos 70% se interessam realmente por tudo que envolve o torneio. Com a marca aparecendo para tanta gente, o aumento do reconhecimento é garantido.

Nesta temporada, a Nissan ainda inovou um pouco mais. Em parceria com o Esporte Interativo, detentor dos direitos para TV fechada, criou o “Nissan Scan”, que permite aos aficionados assistirem aos jogos desde as quartas de final de forma gratuita pela internet.

A ideia era chegar a 100 milhões de interações, com ao menos 20% de engajamento. A marca não divulgou os números e ainda faltam os da final, mas garante que o resultado geral será ainda melhor que o esperado. “No ranking da Interbrands, a Nissan estava abaixo do Top 100 há dez anos. Hoje, ocupamos a posição 39 e continuamos crescendo. Acreditamos que muito desse crescimento se deve a essa parceria com o futebol”, explicou Hoyos.

Nissan foca Liga em ativações para AL

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POR WAGNER GIANNELLA, DE KIEV (UCR)