do cartaz da bauhaus ao cartaz contemporâneo - estética em publicidade

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Universidade de São Paulo Escola de Comunicações e Artes Departamento de Relações Públicas, Turismo e Propaganda DO CARTAZ DA BAUHAUS AO CARTAZ CONTEMPORÂNEO Trabalho de Estética em Publicidade Professor Doutor Victor Aquino Clara Fagundes e Souza

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Trabalho de Estética em Publicidade, orientado pelo Prof. Dr. Victor Aquino, pela Escola de Comunicações e Artes, da Universidade de São Paulo.

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Page 1: Do cartaz da Bauhaus ao cartaz contemporâneo - Estética em Publicidade

Universidade de São PauloEscola de Comunicações e Artes

Departamento de Relações Públicas, Turismo e Propaganda

DO CARTAZ DA BAUHAUS AO CARTAZ CONTEMPORÂNEO

Trabalho de Estética em PublicidadeProfessor Doutor Victor Aquino

Clara Fagundes e SouzaGuilherme Iegawa Sugio

Isabela Pagliari BrunJosé Vinicius Diniz Lopes

Julia Isabel Miranda Travaglini

São Paulo, 2011

Page 2: Do cartaz da Bauhaus ao cartaz contemporâneo - Estética em Publicidade

Universidade de São PauloEscola de Comunicações e Artes

Departamento de Relações Públicas, Turismo e Propaganda

Clara Fagundes e SouzaGuilherme Iegawa Sugio

Isabela Pagliari BrunJosé Vinicius Diniz Lopes

Julia Isabel Miranda Travaglini

DO CARTAZ DA BAUHAUS AO CARTAZ CONTEMPORÂNEO

Trabalho apresentado à disciplina de Estética em Publicidade, ministrada pelo Prof. Dr. Victor Aquino, como parte do requisito para composição da nota final

referente ao primeiro semestre do ano de 2011.

São Paulo,2011

Page 3: Do cartaz da Bauhaus ao cartaz contemporâneo - Estética em Publicidade

INTRODUÇÃO

Com este trabalho, pretende-se estabelecer uma comparação entre o

cartaz Bauhaus e o cartaz contemporâneo, tendo em vista as inúmeras

influências do primeiro sobreo segundo. As características bauhausianas estão

presentes, até hoje, nas produções artísticas como cartazes, sites, projetos

arquitetônicos e tipografia. É importante notar, ao decorrer do texto, a

extemporaneidade da escola de artes Bauhaus, que teve seus princípios de

funcionalidade, geometrização, minimalismo, cores primárias, fortes e

vibrantes, além do notável estilo arquitetônico, ecoados ao longo do tempo, tão

marcantes na arte atual. A seguir, uma exposição do histórico da escola alemã,

do surgimento do cartaz e da sua função comunicacional e artística irá

configurar o tema proposto: “Do cartaz Bauhaus ao cartaz contemporâneo”.

Page 4: Do cartaz da Bauhaus ao cartaz contemporâneo - Estética em Publicidade

BREVE HISTÓRICO DA BAUHAUS

A Bauhaus estabeleceu conceitos do design funcionalista e da didática

desta nova atividade. Nenhuma outra instituição teve tão forte impacto no

design e na tipografia do século XX.

No ano de 1919, o alemão Walter Gropius fundiu duas escolas

existentes na cidade de Weimar, a Escola de Artes e Ofícios, do belga Henri

van de Velde, com a escola Belas-Artes, do alemão Hermann Muthesius, e

criou a Staatliches Bauhaus (Casa Estatal de Construção).

A Bauhaus, como passou a ser conhecida, contribuiu de forma

significativa para a definição do papel do designer. Fundada com a missão de

promover a união entre a arte e a técnica, apresentou nos seus primeiros anos

de funcionamento uma orientação mais individualista, valorizando a expressão

pessoal do artista na concepção do produto. Neste período, a escola começou

a ocupar-se da produção de modelos de produtos para a indústria,

consolidando a linguagem estética que caracteriza a Bauhaus até os dias de

hoje, chamada por Maldonado “funcionalismo técnico- formalista”.

Um dos primeiros movimentos da Bauhaus foi o Arts and Crafts, de

William Morris, que defendia o artesanato como alternativa à mecanização e à

produção em massa industrial e queria acabar com a distinção entre artesão e

artista.

Foi na Alemanha destruída pela I Guerra Mundial e frente ao desafio da

reconstrução da economia do país que Gropius, tomando por base a

experiência do Deutscher Werkbund, uma associação fundada com o objetivo

de para incentivar as relações entre os artistas modernos, os artesãos

qualificados e a indústria, retoma a questão do artesanato e da produção

industrial, cuja padronização poderia vir a aniquilar o talento artístico individual.

Mais que uma escola, fundou um centro de cultura que tinha como

objetivo a integração do ensino à indústria, superando a oposição entre

trabalho manual e intelectual, arte e artesanato, arte e indústria e funcionando

como um laboratório de ideias em relação à arquitetura, artes plásticas, artes

gráficas e desenho de móveis e objetos domésticos, procurando conciliar o

artesanato e o avanço tecnológico.

Page 5: Do cartaz da Bauhaus ao cartaz contemporâneo - Estética em Publicidade

Considerado um aliado da arte e da técnica, o artesanato é visto com

uma função pedagógica, como um aprendizado pelo fazer, abrindo-se para um

programa que prevê o conhecimento de todos os instrumentos de trabalho e de

todo o processo produtivo, desde a compreensão dos materiais, observação

das formas e texturas da natureza, até o projeto e execução dos objetos.

A Bauhaus combatia a arte pela arte e estimulava a livre criação com a

finalidade de ressaltar a personalidade do homem. Mais importante que formar

um profissional, segundo Gropius, era formar homens ligados aos fenômenos

culturais e sociais mais expressivos do mundo moderno. Por isso, entre

professores e alunos havia liberdade de criação, mas dentro de convicções

filosóficas comuns.

O ensino era suficientemente elástico, com a participação, na pesquisa

conjunta, de artistas, mestres de oficinas e alunos. Para Gropius, a unidade

arquitetônica só podia ser obtida pela tarefa coletiva, que incluía os mais

diferentes tipos de criação, como a pintura, a música, a dança, a fotografia e o

teatro.

De tal maneira a filosofia da Bauhaus impregnou seus membros que,

sem demora, definiu-se um estilo em seus produtos despidos de ornamentos,

funcionais e econômicos, cujos protótipos saíam de suas Oficinas para a

execução em série na indústria. O estilo Bauhaus era fruto do pensamento dos

professores, recrutados, sem discriminação de nacionalidade, entre membros

dos movimentos abstrato e cubista. 

No início da Bauhaus, Gropius baseou-se principalmente em três

mestres: o pintor americano Lyonel Feininger, o escultor e gravador alemão

Gerhard Marcks e o pintor suíço Johannes Itten. A eles se juntaram depois

artistas da categoria de Oskar Schlemmer, Paul Klee, Wassili Kandinski, László

Moholy-Nagy e Ludwig Mies van der Rohe. Em 1925, Josef Albers e Marcel

Breuer passaram a fazer parte do grupo. 

Ameaçada ao fim pelos conservadores por causa de suas inovações, a

escola mudou-se em 1925 para Dessau, onde ficou até o começo do nazismo.

Gropius projetou e construiu um conjunto de prédios que eram, em si mesmos,

um manifesto de arquitetura moderna e uma das mais extraordinárias obras da

década de 1920 para abrigar a Bauhaus.

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Em 1932, com a chegada dos nazistas ao poder em Dessau, a Bauhaus

transferiu-se para Berlim, onde continuou a funcionar até seu fechamento

definitivo em 1933. As possibilidades da vanguarda alemã, com isso, fecharam-

se também, mas o ensino inovador da Bauhaus já havia se difundido a essa

altura nos principais centros de arte. Tal difusão tornou-se ainda maior quando

os grandes mestres da escola, devido às perseguições nazistas, passaram a

emigrar, principalmente para os Estados Unidos e a Inglaterra.

O ENSINO NA BAUHAUS

A Bauhaus tinha como principal estrutura em seu sistema educacional

um curso preliminar obrigatório para todos os alunos — o Vorkus.

O aprendizado conquistado pela prática era o que buscava este curso;

através de estudos, fazia-se com que os alunos desenvolvessem - na prática -

exploração e combinação de formas, cores e materiais.

Só depois de passar por todo o processo do Vorkus, o aluno se

especializaria numa oficina específica. Em suas várias fases, a Bauhaus tentou

unir técnica e arte através da prática e da experimentação. Mais tarde,

introduziu a estruturação de metodologias de projetos.

Buscou uma integração da Arquitetura ao Design, projetando o

mobiliário como componente integrante da arquitetura.

Considerada a fonte do design moderno, foi uma referência estética para

produção industrial moderna. Desenvolveu e aprimorou nos seus laboratórios

protótipos de produtos adequados à produção em massa.

Apesar de todas as críticas que sofreu, foi um marco de extrema

importância para a história do design, tendo em vista que foi a primeira escola

a utilizar-se de métodos educacionais exclusivamente adequados ao design

industrial.

Page 7: Do cartaz da Bauhaus ao cartaz contemporâneo - Estética em Publicidade

MANISFESTO DA BAUHAUS

O fim último de toda a atividade plástica é a construção. Adorná-la era,

outrora, a tarefa mais nobre das artes plásticas, componentes inseparáveis da

magna arquitetura. Hoje elas se encontram numa situação de auto-suficiência

singular, da qual só se libertarão através da consciente atuação conjunta e

coordenada de todos os profissionais. Arquitetos, pintores e escultores devem

novamente chegar a conhecer e compreender a estrutura multiforme da

construção em seu todo e em suas partes; só então suas obras estarão outra

vez plenas de espírito arquitetônico que se perdeu na arte de salão.

As antigas escolas de arte foram incapazes de criar essa unidade, e

como poderiam, visto ser a arte coisa que não se ensina? Elas devem voltar a

ser oficinas. Esse mundo de desenhistas e artistas deve, por fim, tornar a

orientar-se para a construção. Quando o jovem que sente amor pela atividade

plástica começar como antigamente, pela aprendizagem de um ofício, o

"artista" improdutivo não ficará condenado futuramente ao incompleto exercício

da arte, uma vez que sua habilidade fica conservada para a atividade

artesanal, onde pode prestar excelentes serviços.

Arquitetos, escultores, pintores, todos devemos retornar ao artesanato,

pois não existe "arte por profissão". Não há nenhuma diferença essencial entre

artista e artesão, o artista é uma elevação do artesão, a graça divina, em raros

momentos de luz que estão além de sua vontade, faz florescer

inconscientemente obras de arte, entretanto, a base do "saber fazer" é

indispensável para todo artista. Aí se encontra a fonte de criação artística.

Formemos, portanto, uma nova corporação de artesãos, sem a

arrogância exclusivista que criava um muro de orgulho entre artesãos e

artistas. Desejemos, inventemos, criemos juntos a nova construção do futuro,

que enfeixará tudo numa única forma: arquitetura, escultura e pintura que, feita

por milhões de mãos de artesãos, se alçará um dia aos céus, como símbolo

cristalino de uma nova fé vindoura.

Walter Gropius Weimar, Abril de 1919

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CARACTERÍSTICAS DA ESCOLA BAUHAUS

A Bauhaus passou por duas fases, a primeira mais expressionista e a

segunda mais funcionalista, obtendo uma diversificação de obras muito grande.

A escola teve características como: geometrização, onde o uso de

formas geométricas nos cartazes até os moveis eram corriqueiros por valorizar

a simplicidade e a funcionalidade; utilização de cores vibrantes e vivas, em

virtude das diferentes sensações que produziam ao ser humano; minimalismo,

já que a ideia era retirar tudo que fosse desnecessário na peça, facilitando o

desenvolvimento e o custo da produção em massa; funcionalidade, era a lei

da escola, jamais deveria ser sacrificada de forma a obter uma forma mais

agradável, o importante era ser funcional e barato; tipografia, característica

marcante da Bauhaus, sendo centro de estudos tipográficos muito valiosos,

haja vista a importância das letras na construção de um cartaz.

A Arquitetura teve grande destaque, pois Walter Gropius era um

arquiteto e, assim, a Bauhaus focava esta área da arte. Cada espaço dentro do

prédio da escola corresponde a uma área de criação. Os níveis de luz e

ventilação foram estudados para proporcionar o melhor ambiente. Percebe-se

aqui a funcionalidade, um traço tão marcante da Bauhaus.

A HISTÓRIA DO CARTAZ

O cartaz, tal como se conhece hoje, surge juntamente com a litografia,

desenvolvida por Aloys Senefelder. Essa técnica foi criada para que a

impressão se tornasse mais barata, fazendo do cartaz um meio de

comunicação em massa. Suas principais características são a fácil

identificação, textos curtos, diretos e impactantes, legíveis a certa distância e

com unicidade. Em 1816, Paris ganha sua primeira impressora litográfica,

abrindo caminho para os cartazes publicitários. Jules Chéret se destaca ao ser

um dos primeiros a criar cartazes de caráter artístico utilizando o modelo

imagem e texto curto, proporcionando uma leitura rápida e percepção da

mensagem claramente, com sedução e impacto emocional. A utilização de

tintas resistentes à chuva e o desenvolvimento da cromolitografia permite a

afixação de cartazes maiores nas ruas.

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Durante a segunda metade do século XIX, aparecem encomendas por

parte das companhias ferroviárias, destacando-se a PLM (Paris-Lião-

Mediterrâneo). Hugo d’Alesi utiliza imagens sedutoras, com paisagens

deslumbrantes, céu azul e mulheres lindas para convidar ao veraneio aqueles

que podiam pagar. Por ser acessível apenas a uma pequena elite, tais imagens

traziam evasão e exotismo às pessoas. Outro grande destaque da época foi

Henri de Toulouse Lautrec, que trouxe a vida boêmia de Paris e suas

apresentações teatrais aos olhos da sociedade.

No início do século XX, influenciado pela Art Noveau, Alphonse Mucha

pinta belas mulheres de cabelos longos e ondulados, com a presença

constante de flores e traços orgânicos, revelando uma liberdade estética e

ousadia criativas características do estilo. Após a Primeira Guerra Mundial, a

forma e a cor são valorizadas por Roger Broders e Jean-Gabriel Domergue ao

retratarem temas mais simbólicos com mensagens mais diretas. Broders se

destaca ao pintar as estações de veraneio de Côte d’Azur e Domergue inova

com suas pin-ups sensuais.

Com o advento dos movimentos que contestavam o modo de produção

capitalista, surgem também os cartazes de propaganda ideológica ou política,

como é o caso da URSS, e mais recentemente, China e Cuba. Tais cartazes

procuram evidenciar suas crenças em outros modelos de sociedade,

mostrando melhorias de vida da população e o culto aos seus líderes. Também

se destacam, durante os anos 20 e 30, a escola de design Bauhaus, que será

citada mais à frente, a revista De Stijl, o Futurismo e o Cubismo, retratando

produtos comerciais e eventos sociais.

Adolphe Mouron Cassandre destacou-se na produção de cartazes de

publicidade, sobretudo aqueles ligados às viagens de luxo, que estavam na

moda no período do Art Deco. Os seus trabalhos obtiveram grande sucesso e

tiveram influência sobre os artistas da época. Seu estilo de desenho é

elegante, apresentando abstração geométrica, vastos planos de cores, com

imagens em perfeita integração com as palavras.

Mais recentemente, nos anos 50, 60 e 70 tem-se, também retratando eventos,

festivais e exposições, Picasso, Matisse e Chagall, além de Andy Warhol, René

Magritte e Roy Lichtenstein, com a pop-art, refletindo os movimentos político-

sociais da época.

Page 10: Do cartaz da Bauhaus ao cartaz contemporâneo - Estética em Publicidade

O CARTAZ NA BAUHAUS

Um dos principais desenvolvimentos artísticos da escola Bauhaus foi o

cartaz. O cartaz tem basicamente a função de propaganda, que no caso da

Bauhaus era para divulgar exposições e a própria escola. Mas o que colocou o

cartaz da Bauhaus como uma referência na propaganda foi a sua marcante

estética.

Três conceitos regem o cartaz: ordem, simplicidade e clareza nas

informações. O forte uso do contraste dá destaque às informações nele

contidas, como, por exemplo, colocar um texto com a coloração tipográfica

preta em uma caixa laranja e com um fundo branco. Outro recurso que destaca

e divide as informações é utilizar palavras em sentido diferentes, como, por

exemplo, formando um angulo de noventa graus entre elas. A mesma

finalidade também é empregada na distribuição da informação em blocos.

Há outras características que também são muito marcantes no cartaz da

Bauhaus, como o uso de formas geométricas, uma tipografia inovadora e

geométrica, muito particular. Cores fortes, principalmente as primárias são as

mais utilizadas. Os títulos dos cartazes geralmente são escritos em caixa alta,

bem como referências à República de Weimar e o nome da escola Bauhaus.

As características gerais da Bauhaus se aplicam aos cartazes dessa

escola. Tanto o minimalismo, as cores intensas se destacando em um fundo

claro, a geometrização tanto da tipografia quanto dos vetores. Todos esses

aspectos contribuem para o funcionalismo do cartaz, que ao contar com essas

características realiza a propagação da informação com maior facilidade.

Alguns artistas da Bauhaus que desenharam cartazes foram Hebert

Bayer, Fritz Schleifer, Franz Ehrlich e Dimensionen.

HEBERT BAYER

Hebert Beyer foi o artista que desenhou o catálogo da exposição da

Bauhaus de 1923. Artista gráfico, ilustrador, diretor de arte, fotógrafo,

infografista, docente na Bauhaus, pioneiro do Modernismo no design europeu e

norte-america, Hebert Bayer nasceu na Áustria e foi estudante da Bauhaus de

1921 até 1923, onde estudou sob a direção de Kandinsky e Moholy-Nagy.

Page 11: Do cartaz da Bauhaus ao cartaz contemporâneo - Estética em Publicidade

Em 1925, Walter Gropius, na sua função de director da Bauhaus,

convidou-o a dirigir a Oficina de Tipografia e Publicidade; assim, Bayer passou

a integrar o corpo docente da Bauhaus.

Bayer pensou poder superar os limites impostos pelo vai-vem das

modas; para tal, subordinou o seu desenho de letras a leis supostamente

“atemporais” e “objetivas”.

Em 1928, Bayer deixou a Bauhaus para seguir uma carreira de

designer freelance. Desmobilizou o seu rigor e purismo, para poder vender o

seu trabalho.

Em 1933, a Fundição Berthold encomendou-lhe uma tipografia para

uso comercial. Para esta encomenda, Bayer apresentou a sua sturm blond,

mas numa variante já «vestida», ou seja: com serifas, e bastante

condensada.

Houve poucos clientes do exterior interessados no design moderno e

na tipografia feitos na escola Bauhaus. O sucesso comercial das ideias e dos

protótipos da Bauhaus – se é que houve um tal sucesso – só começou a

esboçar-se no fim dos anos 20. Esta aceitação aumentou nos primeiros anos

da década de 30 – para ser brutalmente interrompida pela barbárie nazi.

Uma excepção foi a revista die neue linie.

Herbert Bayer foi director artístico da revista femininaHarper's

Bazaar no final da década de 1920-1930. Trabalhou também para a

revista Fortune, nos EUA, realizando excelentes ilustrações e infográficas.

Bayer trabalhou com Walter Gropius em Berlin, onde tinha o seu

atelier após ter saído de Dessau.

Josef Albers, outro docente da Bauhaus, emigrou para os E.U.A. já em

1933; Herbert Bayer chegou a Nova Iorque em 1938, para finalizar os

preparativos da exposição Bauhaus 1919-1928.

Bayer desenhou a exposição no MOMA a e realizou o catálogo. Este

evento lançou as bases da energia vanguardista que impulsionou o design

norte-americano a partir dos anos 40.

Nos EUA foi consultor da empresa J. Walter Thompson e da Dorland

International. A partir de 1946 esteve activo como professor no Aspen

Page 12: Do cartaz da Bauhaus ao cartaz contemporâneo - Estética em Publicidade

Institute Colorado. Herbert Bayer, depois de trabalhar ainda longos 30 anos

como artista plástico e gráfico nos EUA, fez o legado da sua obra ao Denver

Art Museum.

DO CARTAZ DA BAUHAUS AO CARTAZ CONTEMPORÂNEO

A escola Bauhaus perpetuou alguns ideias que se mantêm até a

atualidade, tanto na arquitetura, quanto no design: a redefinição do espaço

urbano, o funcionalismo minimalista e a tese de que beleza e utilidade são

sinônimos.

O cartaz da Bauhaus, especificamente, influencia intensamente a

estética de cartazes publicitários, cartazes de filmes, embalagens de produtos

e outros impressos da publicidade.

Muito da produção atual da publicidade contemporânea em cartazes é

construída a partir dos pilares básicos dos cartazes da Bauhaus: cores fortes,

geometrização, minimalismo. A utilização de um espectro maior de cores e de

outras tipografias são pontos de diferença, porém ainda se utiliza muito a

divisão por blocos e a disposição diferenciada das palavras. Destacando-se as

tipografias desenvolvidas na Bauhaus, muitas das quais não chegaram a ser

massificadas, pode-se notar que estas, ainda hoje, são encontradas em

cartazes políticos, de filmes, eventos e capas de álbuns musicais.

ARTISTAS QUE SE UTILIZAM DE INSPIRAÇÕES BAUHAUSIANA

Brand Paul

O reconhecido designer gráfico norte-americano Brand Paul utilizou em

suas obras, como cartazes, logos e embalagens certa inspiração bauhausiana.

Olly Moss

O artista gráfico Olly Moss reformulou alguns cartazes de filmes

hollywoodianos, dando aspectos bauhausianos a eles.

Camiseta

Page 13: Do cartaz da Bauhaus ao cartaz contemporâneo - Estética em Publicidade

A marca de camisetas Camiseteria também utilizou de inspiração

Bauhausiana.

Esses e outros cartazes atuais com inspiração bauhausiana estão em

anexo.

ANEXOS

Page 14: Do cartaz da Bauhaus ao cartaz contemporâneo - Estética em Publicidade

Figura 1 - Cartaz da exposição de 1923 da Bauhaus

Figura 2 - Edição da Revista Bauhaus – Segundo trimestre de 1928

Page 15: Do cartaz da Bauhaus ao cartaz contemporâneo - Estética em Publicidade

Figura 3 - Cartaz de Fritz Schleifer

Figura 4 - Bauhaus Dessau - Franz Ehrlich

Figura 5 - Capa do Catálogo de produtos da Bauhaus, desenhada por Herbert Bayer.

Page 16: Do cartaz da Bauhaus ao cartaz contemporâneo - Estética em Publicidade

Figura 6 - Edição da Revista Bauhaus 1923

Figura 7 - Cartaz de Hebert Beyer

Page 17: Do cartaz da Bauhaus ao cartaz contemporâneo - Estética em Publicidade

Figura 8 - Cartaz de Hebert Beyer

Figura 9 - Herbert Bayer, 50 jahre Bauhaus, Austellung, 1968

Page 18: Do cartaz da Bauhaus ao cartaz contemporâneo - Estética em Publicidade

Figura 10 - Cartaz de Rudolf Baschant

Figura 11 - Cartaz de Fritz Schleifer

Figura 12 - Reprodução do livro BAUHAUS, Judith Carmel-Arthur, desenho de László Moholy-Nagy, de 1923

Page 19: Do cartaz da Bauhaus ao cartaz contemporâneo - Estética em Publicidade

Figura 13 - Revista BAZAAR capa desenhada por Hebert Beyer

Figura 14 - Cartaz da Utopia Music Festival – 2011

Figura 15 - Cartaz do evento "A Publicidade em debate", realizado pela Faculdade Cantareira – 2010

Page 20: Do cartaz da Bauhaus ao cartaz contemporâneo - Estética em Publicidade

Figura 16 - Cartaz do filme Justin Bieber Never Say Never - 2011

Figura 17 - Cartaz do filme Justin Bieber Never Say Never - 2011

Figura 18 - Anúncio publicitário da marca Brother Company

Page 21: Do cartaz da Bauhaus ao cartaz contemporâneo - Estética em Publicidade

Figura 19 - Cartaz do evento Enterro da Gata - 2008

Figura 20 - Anúncio publicitário da marca Nescafé

Figura 21 - Anúncio publicitário da marca Mc Donald's

Page 22: Do cartaz da Bauhaus ao cartaz contemporâneo - Estética em Publicidade

Figura 22 - Cartazes do artista Olly Moss

Figura 23 - Cartaz do artista Brand Paul

Page 23: Do cartaz da Bauhaus ao cartaz contemporâneo - Estética em Publicidade
Page 24: Do cartaz da Bauhaus ao cartaz contemporâneo - Estética em Publicidade

REFERÊNCIAS

Bauhaus – archive museum für gestalt: starseite <http://www.bauhaus.de>,

acessado em 20 de maio de 2011.

Willkommen in der Bauhausstardt <http://www.bauhausstadt.de>, acessado em

20 de maio de 2011.

Stiftung Bauhaus Dessau <http://www.bauhaus-dessau.de>, acessado em 20

de maio de 2011.

DROSTE, Magdalena. Bauhaus. 2002.

Vídeo ABCs of Bauhaus <http://www.youtube.com/watch?v=3_c6AlBBCCI>,

acessado em 20 de maio de 2011.