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autoridade maritima nacional

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  • 1752 DIRIO DA REPBLICA I SRIE-A N.o 52 2 de Maro de 2002

    7 O regulamento interno do CCN aprovado porportaria dos membros do Governo previstos no n.o 1.

    Artigo 9.o

    Coordenao operacional e centralizao de informao

    1 A coordenao operacional das entidades ourgos que exercem o poder de autoridade martimano quadro do SAM assegurada, a nvel nacional, pelosrespectivos dirigentes mximos.

    2 As entidades policiais que integram o SAM estosujeitas ao regime de centralizao de informao, decoordenao e interveno conjunta, previsto no Decre-to-Lei n.o 81/95, de 22 de Abril, no que respeita acti-vidade de combate ao narcotrfico.

    Artigo 10.o

    Regulamentao

    A estrutura, organizao, funcionamento e compe-tncias da AMN e dos rgos e servios nela integradosso aprovados por decreto-lei.

    Artigo 11.o

    Entrada em vigor

    O presente diploma entra em vigor 30 dias aps adata da sua publicao.

    Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 5de Dezembro de 2001. Antnio Manuel de OliveiraGuterres Jaime Jos Matos da Gama GuilhermedOliveira Martins Rui Eduardo Ferreira RodriguesPena Henrique Nuno Pires Severiano Teixeira RuiAntnio Ferreira Cunha Antnio Lus SantosCosta Lus Garcia Braga da Cruz Lus ManuelCapoulas Santos Antnio Fernando Correia de Cam-pos Jos Scrates Carvalho Pinto de Sousa AugustoErnesto Santos Silva Alberto de Sousa Martins.

    Promulgado em 11 de Fevereiro de 2002.

    Publique-se.

    O Presidente da Repblica, JORGE SAMPAIO.

    Referendado em 14 de Fevereiro de 2002.

    O Primeiro-Ministro, Antnio Manuel de OliveiraGuterres.

    Decreto-Lei n.o 44/2002de 2 de Maro

    O Decreto-Lei n.o 300/84, de 7 de Setembro, definiuo sistema da autoridade martima como tendo por fimgarantir o cumprimento da lei nos espaos martimossob soberania ou jurisdio nacional, estabelecendoainda o respectivo sistema orgnico de nvel central,regional e local.

    A dimenso da costa portuguesa e a especificidadeda sua Zona Econmica Exclusiva, cuja vigilnciaimporta assegurar de forma eficaz, e a confluncia nesteespao das mais importantes e movimentadas rotas mar-timas internacionais, para alm da necessidade dereforo da preveno de situaes potencialmente lesi-vas do interesse nacional e comunitrio, determinarama adopo de um novo conceito de sistema da autoridade

    martima, mais abrangente, cuja estrutura integra diver-sas entidades, rgos e servios.

    Na sequncia da nova filosofia de enquadramentodas matrias relacionadas com a autoridade martima,no quadro aprovado pelas Resolues do Conselho deMinistros n.os 185/96, de 28 de Novembro, e 84/98, de10 de Julho, e na sequncia do disposto no Decreto-Lein.o 43/2002, de 2 de Maro, que cria o sistema da auto-ridade martima, estabelece o seu mbito e atribuiese define a sua estrutura de coordenao, importa pro-ceder definio da estrutura da autoridade martimanacional, dos seus rgos e servios, designadamentepela criao da Direco-Geral da Autoridade Mar-tima, que suceder Direco-Geral de Marinha.

    A Direco-Geral da Autoridade Martima, comoorganismo operativo da Autoridade Martima Nacional,desenvolver a sua actuao no novo quadro legal defi-nido e em conformidade com as directrizes e orientaesemitidas pelo recm-criado Conselho CoordenadorNacional do Sistema da Autoridade Martima.

    Foram ouvidos os rgos de governo prprio dasRegies Autnomas.

    Assim:Nos termos da alnea a) do n.o 1 do artigo 198.o da

    Constituio, o Governo decreta, para valer como leigeral da Repblica, o seguinte:

    CAPTULO I

    Autoridade martima nacional

    SECO I

    Objecto e atribuies

    Artigo 1.o

    Objecto

    1 O presente diploma define, no mbito do sistemada autoridade martima (SAM), a estrutura, organiza-o, funcionamento e competncias da autoridade mar-tima nacional (AMN), dos seus rgos e dos seusservios.

    2 criada, na estrutura da AMN, a Direco-Geralda Autoridade Martima (DGAM).

    Artigo 2.o

    Atribuies da autoridade martima nacional

    1 A AMN a entidade responsvel pela coorde-nao das actividades, de mbito nacional, a executarpela Marinha e pela DGAM, na rea de jurisdio eno quadro do SAM, com observncia das orientaesdefinidas pelo Ministro da Defesa Nacional, devendosubmeter a este a proposta do respectivo oramento.

    2 O Chefe do Estado-Maior da Armada , por ine-rncia, a AMN.

    SECO II

    Estrutura da autoridade martima nacional

    Artigo 3.o

    Estrutura da autoridade martima nacional

    1 A AMN compreende os seguintes rgos con-sultivos:

    a) Conselho Consultivo (CCAMN);b) Comisso do Domnio Pblico Martimo (CDPM).

  • N.o 52 2 de Maro de 2002 DIRIO DA REPBLICA I SRIE-A 1753

    2 Integra ainda a AMN a DGAM, como rgocentral da AMN.

    3 A Polcia Martima (PM) integra a estrutura ope-racional da AMN, nos termos previstos no presentediploma.

    CAPTULO II

    rgos consultivos

    Artigo 4.o

    Composio do Conselho Consultivo da AutoridadeMartima Nacional

    1 O CCAMN tem a seguinte composio:

    a) O director-geral da Autoridade Martima, emrepresentao da AMN, que preside;

    b) Um representante do Ministro dos NegciosEstrangeiros;

    c) Um representante do Ministro da Administra-o Interna;

    d) Um representante do Ministro do EquipamentoSocial;

    e) Um representante do Ministro da Justia;f) Um representante do Ministro da Agricultura,

    do Desenvolvimento Rural e das Pescas;g) Um representante do Ministro do Ambiente e

    do Ordenamento do Territrio;h) Um representante do Estado-Maior da Armada;i) Um representante do Instituto Hidrogrfico.

    2 O CCAMN, quando reunido no mbito e paraos efeitos do disposto no Plano Mar Limpo, aprovadopela Resoluo do Conselho de Ministros n.o 25/93, de15 de Abril, incluir ainda:

    a) Um representante do Ministro das Finanas;b) Um representante do Ministro da Economia;c) Um representante do Ministro da Sade;d) Um perito de combate poluio martima da

    DGAM.

    3 Sempre que o CCAMN rena para apreciaode matrias relacionadas com as Regies Autnomasintegra ainda um representante do respectivo Governoregional.

    4 O presidente do CCAMN substitudo nas suasfaltas, ausncias ou impedimentos pelo subdirector-geralda Autoridade Martima.

    5 Podem ser convidadas a participar nas reuniesdo CCAMN, de acordo com as matrias em discusso,outras entidades, sem direito a voto.

    6 O secretrio do CCAMN, sem direito a voto, nomeado pelo seu presidente.

    Artigo 5.o

    Competncia do Conselho Consultivoda Autoridade Martima Nacional

    1 O CCAMN o rgo de consulta da AMN sobrematrias relacionadas com as suas atribuies.

    2 Compete ao CCAMN:

    a) Pronunciar-se sobre matrias que incidam sobrea autoridade martima e, quando solicitado,sobre o quadro e mbito de interveno dosrgos regionais e locais da DGAM;

    b) Proceder anlise de questes de ndole tcnica,a solicitao da AMN;

    c) Emitir recomendaes no mbito do exerccioda autoridade martima;

    d) Estabelecer, no mbito da AMN, parmetrosde articulao entre os seus rgos e servios;

    e) Emitir parecer, aplicar medidas e fixar as coi-mas, nos termos do disposto no Decreto-Lein.o 235/2000, de 26 de Setembro.

    3 Compete ainda ao CCAMN emitir pareceres eexercer os demais poderes no mbito do Plano MarLimpo.

    4 O regulamento interno do CCAMN aprovadopor despacho do Ministro da Defesa Nacional, sob pro-posta da AMN, ouvidos os seus membros.

    Artigo 6.o

    Comisso do Domnio Pblico Martimo

    1 CDPM compete o estudo e emisso de parecersobre os assuntos relativos utilizao, manuteno edefesa do domnio pblico martimo.

    2 A CDPM presidida por um oficial general daArmada, na situao de activo ou reserva, a nomearpor despacho do Ministro da Defesa Nacional, sob pro-posta da AMN.

    3 A CDPM integra representantes das entidadespblicas que detenham responsabilidades ou competn-cias no mbito da utilizao, conservao e defesa dodomnio pblico martimo, a nomear por despacho domembro do Governo respectivo.

    4 Os membros da CDPM tm direito a senhas depresena, nos termos a fixar no regulamento previstono n.o 7.

    5 O presidente da CDPM poder convidar paraparticipar nos trabalhos personalidades com responsa-bilidade em determinadas matrias ou reas geogrficas,cujo contributo seja considerado necessrio para a dis-cusso dos assuntos em agenda.

    6 A CDPM rene:

    a) Ordinariamente, nos termos da calendarizaoa fixar no regulamento previsto no n.o 7;

    b) Extraordinariamente, a convocao do seu pre-sidente, para apreciao de matrias constantesda agenda de trabalhos previamente distribuda.

    7 O regulamento interno da CDPM, que estabelecea composio, funcionamento e demais regras proce-dimentais, aprovado por portaria do Ministro daDefesa Nacional, sob proposta da AMN.

    CAPTULO III

    Direco-Geral da Autoridade Martima

    SECO I

    Natureza e estrutura

    Artigo 7.o

    Natureza

    A DGAM o servio, integrado no Ministrio daDefesa Nacional atravs da Marinha, dotado de auto-nomia administrativa, responsvel pela direco, coor-denao e controlo das actividades exercidas no mbitoda AMN.

  • 1754 DIRIO DA REPBLICA I SRIE-A N.o 52 2 de Maro de 2002

    Artigo 8.o

    Estrutura

    1 A DGAM depende directamente da AMN e temos seguintes rgos centrais:

    a) O director-geral da Autoridade Martima;b) O conselho administrativo (CA).

    2 A DGAM compreende os seguintes rgos eservios:

    a) Servios centrais;b) Departamento Martimo do Norte;c) Departamento Martimo do Centro;d) Departamento Martimo do Sul;e) Departamento Martimo dos Aores;f) Departamento Martimo da Madeira;g) Capitanias dos portos.

    3 Os departamentos martimos e as capitanias dosportos so, respectivamente, rgos regionais e locaisda DGAM.

    4 Integram ainda a estrutura da DGAM o Institutode Socorros a Nufragos, a Direco de Faris e a Escolada Autoridade Martima, nos termos da legislaoaplicvel.

    5 A estrutura e as competncias dos servios cen-trais da DGAM so aprovadas por decreto regulamen-tar, que fixar a orgnica e funcionamento, bem comoas reas de jurisdio, dos departamentos martimos edas capitanias dos portos.

    SECO II

    Director-geral da Autoridade Martima

    Artigo 9.o

    Competncias

    1 Compete ao director-geral da Autoridade Mar-tima, para alm das competncias legalmente conferidasaos directores-gerais, o seguinte:

    a) Dirigir e coordenar os servios centrais, regio-nais e locais integrados na DGAM, de acordocom as directivas da AMN;

    b) Representar a DGAM, para todos os efeitoslegais;

    c) Presidir ao CA;d) Presidir ao CCAMN.

    2 O director-geral da Autoridade Martima coad-juvado por um subdirector-geral.

    3 O director-geral e o subdirector-geral da Auto-ridade Martima so, por inerncia de funes, o coman-dante-geral e o 2.o comandante-geral da PM, respec-tivamente.

    SECO III

    Conselho administrativo

    Artigo 10.o

    Estrutura e competncias

    1 O CA constitudo pelo director-geral da Auto-ridade Martima, que preside, pelo subdirector-geral daAutoridade Martima e por um segundo vogal a nomearpelo seu presidente.

    2 Ao CA incumbe, como rgo deliberativo, zelarpela boa utilizao dos recursos financeiros atribudosou cobrados pela DGAM e seus rgos ou servios,bem como a gesto e a conservao do acervo de benspatrimoniais que lhe esto afectos.

    3 Compete ao CA, para alm das competnciaslegalmente cometidas:

    a) Promover e orientar a elaborao dos planosfinanceiros;

    b) Promover e orientar a elaborao da propostaoramental da DGAM e acompanhar a suaexecuo;

    c) Autorizar a adjudicao e contratao de estu-dos, obras, trabalhos, servios e fornecimentosindispensveis ao funcionamento da DGAM;

    d) Autorizar as despesas, nos termos e at aos limi-tes legalmente estabelecidos, e verificar e visaro seu processamento;

    e) Promover a arrecadao de receitas, proceder verificao dos fundos em cofre e em depsitoe fiscalizar a escriturao da contabilidade;

    f) Superintender na organizao da conta anualde gerncia da DGAM e proceder sua apro-vao, a fim de ser remetida ao Tribunal deContas;

    g) Autorizar os actos de aquisio e alienao, bemcomo os de administrao relativos ao patri-mnio;

    h) Autorizar a venda de material considerado intilou desnecessrio, de acordo com a legislaoem vigor.

    4 O CA rene por convocao do seu presidenteou por solicitao dos vogais.

    5 O CA pode delegar competncias no seu pre-sidente.

    6 Em casos de falta, ausncia ou impedimento dosmembros do CA, a sua substituio faz-se pela seguinteforma:

    a) O presidente pelo primeiro vogal;b) O primeiro vogal pelo segundo vogal;c) O segundo vogal por funcionrio ou militar da

    DGAM a designar pelo presidente.

    SECO IV

    rgos regionais e locais da Direco-Geralda Autoridade Martima

    Artigo 11.o

    Departamentos martimos

    1 Os departamentos martimos so rgos regio-nais da DGAM aos quais compete, nos espaos mar-timos sob sua jurisdio, coordenar e apoiar as acese o servio das capitanias.

    2 Os departamentos martimos so dirigidos pelosrespectivos chefes de departamento, hierarquicamentedependentes do director-geral da Autoridade Martima.

    3 Compete aos chefes dos departamentos mar-timos:

    a) Assegurar o cumprimento das disposies rela-tivas AMN;

    b) Coordenar e controlar as actividades das capi-tanias dos portos;

    c) Exercer os demais poderes conferidos por lei.

  • N.o 52 2 de Maro de 2002 DIRIO DA REPBLICA I SRIE-A 1755

    3 Os chefes dos departamentos martimos so, porinerncia, comandantes regionais da PM.

    Artigo 12.o

    Capitanias dos portos

    1 As capitanias dos portos asseguram, nos espaosmartimos sob sua jurisdio, a execuo das actividadesque incumbem aos respectivos departamentos mar-timos.

    2 As capitanias so dirigidas por capites dos por-tos, hierarquicamente dependentes dos respectivos che-fes de departamento martimo.

    3 Integram a estrutura das capitanias as delegaesmartimas, como extenses territoriais daquelas, chefia-das por adjuntos dos capites dos portos, nomeados pelaAMN.

    4 Os capites dos portos podem delegar ou sub-delegar competncias de carcter administrativo nosadjuntos que prestem servio nas delegaes martimas.

    5 Os capites dos portos so, por inerncia, coman-dantes locais da PM.

    Artigo 13.o

    Competncias do capito do porto

    1 O capito do porto a autoridade martima locala quem compete exercer a autoridade do Estado, desig-nadamente em matria de fiscalizao, policiamento esegurana da navegao, de pessoas e bens, na respectivarea de jurisdio, nos termos dos nmeros seguintes.

    2 Compete ao capito do porto, no exerccio defunes de autoridade martima:

    a) Coordenar e executar aces de fiscalizao evigilncia que se enquadrem no seu mbito erea de jurisdio, nos termos da lei;

    b) Exercer as competncias que lhe so cometidasno mbito da lei de segurana interna;

    c) Dirigir operacionalmente, enquanto respons-vel de proteco civil, as aces decorrentes dascompetncias que, neste mbito, lhe esto legal-mente cometidas, em cooperao com outrasentidades e sem prejuzo das competncias datutela nacional da proteco civil;

    d) Proceder a inqurito em caso de sinistros mar-timos e, relativamente aos acidentes que envol-vam feridos ou mortos, efectuar as dilignciasprocessuais necessrias, sob direco da com-petente autoridade judiciria, sem prejuzo dainvestigao tcnica de acidentes pelo InstitutoMartimo-Porturio;

    e) Efectuar a investigao da ocorrncia em casode naufrgios e proceder de acordo com o esti-pulado na legislao do registo civil;

    f) Receber os relatrios e protestos de mar apre-sentados pelos comandantes das embarcaesnacionais, comunitrias e de pases terceiros eproceder respectiva instruo processual, deacordo com o estabelecido em legislao pr-pria;

    g) Promover tentativas de conciliao nas matriasespecialmente previstas na lei dos tribunaismartimos;

    h) Verificar, imediatamente antes da largada denavios ou embarcaes, a existncia e confor-midade dos documentos exigidos pela legislao

    em vigor para o efeito e emitidos pelas autoridadesporturias, sanitrias, alfandegrias, fiscais epoliciais, sem prejuzo da visita e da verificaodocumental sempre que ocorram suspeitas deinfraces de natureza penal ou contra-orde-nacional, a fim de ser emitido despacho delargada;

    i) Determinar a deteno de embarcaes, noscasos legalmente previstos, designadamente noDecreto-Lei n.o 195/98, de 10 de Julho;

    j) Impedir a sada das embarcaes que tenhampraticado ilcito penal ou contra-ordenacionalenquanto no prestarem a cauo que lhes tenhasido imposta nos termos legais;

    k) Exercer a autoridade de Estado a bordo denavios ou embarcaes comunitrios e estran-geiros, observados os requisitos preceituados noartigo 27.o da Conveno das Naes Unidassobre o Direito do Mar, quando se verifiquemalteraes da ordem pblica, ocorrncia de ind-cios criminais ou quando os mesmos se encon-trem sem capito ou em processo de abandono;

    l) Fiscalizar o cumprimento das normas legaisrelativas s pescas.

    3 Compete ao capito do porto, no mbito do sal-vamento e socorro martimos:

    a) Prestar o auxlio e socorro a nufragos e aembarcaes, utilizando os recursos materiaisda capitania ou requisitando-os a organismospblicos e particulares se tal for necessrio;

    b) Superintender as aces de assistncia e salva-mento de banhistas nas praias da rea da suacapitania.

    4 Compete ao capito do porto, no exerccio defunes no mbito da segurana da navegao:

    a) Estabelecer, quanto a navios comunitrios eestrangeiros, formas de acesso ao mar territorialou sua interdio, em cooperao com a Auto-ridade de Controlo de Trfego Martimo;

    b) Determinar o fecho da barra, por imperativosdecorrentes da alterao da ordem pblica e,ouvidas as autoridades porturias, com base emrazes respeitantes s condies de tempo emar;

    c) Cumprir as formalidades previstas na lei quantoa embarcaes que transportam cargas perigo-sas e fiscalizar o cumprimento dos normativosaplicveis, bem como as medidas de seguranapara a sua movimentao nos portos;

    d) Estabelecer fundeadouros fora das reas dejurisdio porturia;

    e) Emitir parecer sobre fundeadouros que sejamestabelecidos na rea de jurisdio porturia,no caso de cargas perigosas;

    f) Emitir parecer sobre dragagens e fiscalizar ocumprimento do estabelecido quanto sua exe-cuo, sem prejuzo das competncias espec-ficas das autoridades porturias e de se deverassegurar permanentemente a plena acessibili-dade s instalaes militares sediadas na reade jurisdio porturia;

    g) Publicar o edital da capitania, enquanto con-junto de orientaes, informaes e determi-naes no mbito das competncias que lhe

  • 1756 DIRIO DA REPBLICA I SRIE-A N.o 52 2 de Maro de 2002

    esto legalmente cometidas, tendo em conta asatribuies das autoridades porturias;

    h) Publicar avisos navegao quanto a actividadesou acontecimentos nos espaos martimos sobsoberania ou jurisdio nacional, bem como pro-mover a divulgao dos que sejam aplicveisna rea de jurisdio porturia, sem prejuzodas competncias especficas do Instituto Hidro-grfico;

    i) Garantir o assinalamento martimo costeiro, emarticulao com a Direco de Faris;

    j) Dar parecer tcnico em matria de assinala-mento martimo na rea de jurisdio porturia;

    k) Coordenar as aces de combate poluio,nos termos definidos no Plano Mar Limpo;

    l) Executar os procedimentos previstos em leiespecial sobre embarcaes de alta velocidade(EAV), competindo-lhe, ainda, a fiscalizao documprimento dos normativos aplicveis e a ins-truo processual dos ilcitos;

    m) Promover, sem prejuzo das competncias espe-cficas das autoridades porturias e ambientais,as aces processuais e operacionais necessriasao assinalamento e remoo de destroos deembarcaes naufragadas ou encalhadas,quando exista perigo de poluio martima,perigo para a segurana da navegao ou colo-quem dificuldades entrada e sada de naviosdos portos;

    n) Conceder autorizaes especiais para a reali-zao de eventos de natureza desportiva ou cul-tural que ocorram em zonas balneares ou reasde jurisdio martima.

    5 Compete ao capito do porto, no exerccio defunes de carcter tcnico-administrativo:

    a) Fixar a lotao de segurana de embarcaesnacionais do trfego local;

    b) Emitir o rol de tripulao de embarcaes nacio-nais, nos termos do Regulamento de InscrioMartima (RIM);

    c) Emitir licenas para exerccio e explorao deactividades martimo-tursticas de embarcaes,dar parecer sobre emisso de licenas especiaise fiscalizar o seu cumprimento, nos termos dalegislao aplicvel;

    d) Efectuar a visita e verificao documental atodos os tipos de embarcaes, conferindo omanifesto de carga, o rol de tripulao, a listade passageiros, os documentos de certificaoda embarcao e os demais papis de bordo,nos casos estabelecidos legalmente;

    e) Efectuar as vistorias relativas a reboque deembarcaes nacionais que demandem ou lar-guem de portos na rea da capitania;

    f) Presidir a comisses de vistoria em matria deestabelecimentos de culturas marinhas, deacordo com o estabelecido em lei especial.

    6 Compete ao capito do porto, no mbito doregisto patrimonial de embarcaes:

    a) Efectuar o registo de propriedade de embar-caes nacionais, assim como o cancelamento,reforma e alterao de registo, de acordo como estabelecido legalmente, nomeadamente emmatria de registo de bens mveis e nutica derecreio;

    b) Efectuar a inscrio martima, determinar a suasuspenso e cancelamento, emitir, renovar ereter a cdula de inscrio martima, manteractualizados todos os registos relativos s car-reiras, cdulas martimas e embarques de mar-timos, nos termos do RIM em vigor;

    c) Assinar, rubricar ou autenticar, conforme oscasos, os certificados, livros, autos, termos, cer-tides, cpias ou outros documentos pertencen-tes a embarcaes nacionais ou ao servio dacapitania cuja emisso caiba no mbito das atri-buies legais dos rgos regionais ou locais daDGAM;

    d) Conceder licenas para praticar actos de acordocom o estabelecido na tabela de servios pres-tados pelos rgos regionais ou locais daDGAM ou em legislao especial;

    e) Promover a cobrana de receitas cuja compe-tncia esteja legalmente cometida DGAM;

    f) Determinar o abate, nas condies previstaslegalmente, decorrente da autorizao da demo-lio ou da determinao de desmantelamentode embarcaes.

    7 Compete ao capito do porto, no mbito con-tra-ordenacional:

    a) Levantar autos de notcia e instruir processospor ilcitos contra-ordenacionais nas matriaspara as quais a lei lhe atribua competncia,determinar o estabelecimento de caues e apli-car medidas cautelares, coimas e sanes aces-srias;

    b) Instruir os processos contra-ordenacionais porilcitos cometidos em matria de esquemas deseparao de trfego (EST) e aplicar coimase sanes acessrias.

    8 Compete ao capito do porto, no mbito da pro-teco e conservao do domnio pblico martimo eda defesa do patrimnio cultural subaqutico:

    a) Fiscalizar e colaborar na conservao do dom-nio pblico martimo, nomeadamente infor-mando as entidades administrantes sobre todasas ocupaes e utilizaes abusivas que nele sefaam e desenvolvam;

    b) Dar parecer sobre processos de construo decais e marinas, bem como de outras estruturasde utilidade pblica e privada que se projecteme realizem na sua rea de jurisdio;

    c) Dar parecer sobre os processos de delimitaodo domnio pblico hdrico sob jurisdio daAMN;

    d) Fiscalizar e promover as medidas cautelares queassegurem a preservao e defesa do patrimniocultural subaqutico, sem prejuzo das compe-tncias legalmente atribudas a outros rgosde tutela;

    e) Publicar os editais de praia, estabelecendo osinstrumentos de regulamentao conexos coma actividade balnear e a assistncia aos banhistasnas praias, designadamente no respeitante a vis-torias dos apoios de praia.

    9 Compete ao capito do porto, no mbito dapesca, da aquicultura e das actividades conexas, executaras competncias previstas em legislao especfica.

  • N.o 52 2 de Maro de 2002 DIRIO DA REPBLICA I SRIE-A 1757

    10 Compete ainda ao capito do porto exercer asdemais competncias previstas em leis especiais.

    Artigo 14.o

    Natureza dos actos

    1 A verificao efectuada nos termos da alnea h)do n.o 2 do artigo 13.o equivale, para todos os efeitos,inclusive de cobrana de taxas por servios prestados, declarao da autoridade martima prevista noartigo 145.o do Decreto-Lei n.o 265/72, de 2 de Julho,e no Decreto-Lei n.o 325/73, de 2 de Julho, sem prejuzodas competncias do Instituto Martimo-Porturio e dasautoridades porturias em matria de segurana mar-tima e porturia dos navios e embarcaes.

    2 Salvo o disposto em legislao especial, dos actospraticados pelo capito do porto ao abrigo do dispostonos n.os 2, 4 e 5 do artigo anterior cabe recursocontencioso.

    SECO IV

    Polcia Martima

    Artigo 15.o

    Polcia Martima

    1 A PM uma fora policial armada e uniformi-zada, dotada de competncia especializada nas rease matrias legalmente atribudas ao SAM e compostapor militares da Marinha e agentes militarizados.

    2 O pessoal da PM rege-se por estatuto prprio,a aprovar por decreto-lei.

    3 So rgos de comando prprio da PM:

    a) O comandante-geral;b) O 2.o comandante-geral;c) Os comandantes regionais;d) Os comandantes locais.

    4 Os rgos de comando da PM so autoridadespoliciais e de polcia criminal.

    5 O Comando-Geral da PM dispe de um esta-do-maior, cuja estrutura orgnica e competncias seraprovada por decreto-lei.

    SECO V

    Funcionamento

    Artigo 16.o

    Receitas e despesas

    1 Para alm das verbas que lhe forem atribudaspelo Oramento do Estado, constituem receitas daDGAM:

    a) O produto resultante da venda de bens ouservios;

    b) O produto resultante da percentagem das coi-mas aplicadas que, nos termos legais, cabem aosrgos e servios da DGAM;

    c) O produto das taxas cobradas pela emisso delicenas;

    d) Donativos, heranas ou legados ou a outrottulo;

    e) Subsdios que lhe sejam atribudos por qualquerentidade, nacional ou estrangeira;

    f) As demais receitas cobradas, nos termos da lei,pelos rgos ou servios da DGAM.

    2 As receitas arrecadadas pelos rgos ou serviosda DGAM so aplicadas mediante a inscrio oramen-tal Dotao com compensao em receita.

    Artigo 17.o

    Representao da autoridade martima nacional

    A representao da AMN ou de qualquer dos seusrgos e servios em outros organismos ser determi-nada por despacho do Ministro da Defesa Nacional,sob proposta da AMN.

    SECO VI

    Pessoal

    Artigo 18.o

    Provimento de pessoal dirigente

    1 O director-geral da Autoridade Martima umvice-almirante nomeado por despacho do Ministro daDefesa Nacional, por proposta da AMN.

    2 O subdirector-geral da Autoridade Martima nomeado, por despacho do Ministro da Defesa Nacio-nal, por proposta da AMN, de entre contra-almirantesda classe de marinha.

    3 Os chefes dos departamentos martimos so con-tra-almirantes ou capites-de-mar-e-guerra da classe demarinha nomeados pela AMN.

    4 Os capites dos portos so oficiais superiores daclasse de marinha nomeados pela AMN.

    5 O provimento dos restantes lugares de pessoaldirigente da DGAM efectuado nos termos do estatutodo pessoal dirigente da funo pblica.

    Artigo 19.o

    Pessoal no dirigente

    1 O quadro de pessoal civil dos rgos e serviosda DGAM fixado por portaria dos Ministros das Finan-as, da Defesa Nacional e da Reforma do Estado eda Administrao Pblica.

    2 O provimento dos lugares de pessoal civil nodirigente dos rgos e servios da DGAM feito nostermos do regime jurdico da funo pblica.

    CAPTULO IV

    Disposies transitrias e finais

    Artigo 20.o

    Disposies transitrias

    1 A DGAM sucede, para todos os efeitos legais, Direco-Geral de Marinha.

    2 Todas as referncias legais feitas Direco-Ge-ral de Marinha e ao conselho consultivo do SAM devementender-se como sendo feitas, respectivamente, DGAM e ao CCAMN.

    3 Os oficiais que data de entrada em vigor dopresente diploma desempenhem o cargo de delegadomartimo passam a desempenhar as funes de adjunto

  • 1758 DIRIO DA REPBLICA I SRIE-A N.o 52 2 de Maro de 2002

    do capito do porto, nos termos previstos no presentediploma.

    Artigo 21.o

    Cooperao institucional

    1 Para os efeitos do disposto no artigo 13.o, n.os 2e 4, as autoridades martimas e porturias promovemtodos os esforos no sentido de garantir a eficcia daactividade porturia e a segurana de pessoas e bens,adoptando, sempre que se revelar necessrio, medidasde cooperao, coordenao e controlo por forma a sim-plificar e acelerar procedimentos, podendo socorrer-seda utilizao de meios informticos para o efeito.

    2 Em observncia do disposto no nmero anterior,os procedimentos a adoptar na verificao e o contedodo despacho de largada de navios ou embarcaes pre-vistos no artigo 13.o, n.o 2, alnea h), so aprovadospor despacho conjunto dos Ministros da Defesa Nacio-nal e do Equipamento Social.

    Artigo 22.o

    Extino de rgos e servios

    1 extinta a Comisso para o Estudo e Apro-veitamento do Leito do Mar.

    2 extinto o cargo de delegado martimo.

    Artigo 23.o

    Disposio revogatria

    1 revogado o Decreto-Lei n.o 300/84, de 7 deSetembro, os artigos 1.o, n.o 2, 7.o, 10.o e 11.o do Decre-to-Lei n.o 265/72, de 31 de Julho, e o Decreto-Lein.o 17/87, de 10 de Janeiro, e demais normas que con-trariem o disposto no presente diploma.

    2 At entrada em vigor da regulamentao pre-vista no presente diploma, mantm-se em vigor todasas disposies legais correspondentes, desde que nocontrariem o disposto no presente diploma.

    Artigo 24.o

    Entrada em vigor

    O presente diploma entra em vigor 30 dias aps adata da sua publicao.

    Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 5de Dezembro de 2001. Antnio Manuel de OliveiraGuterres Jaime Jos Matos da Gama GuilhermedOliveira Martins Rui Eduardo Ferreira RodriguesPena Henrique Nuno Pires Severiano Teixeira Eduardo Lus Barreto Ferro Rodrigues Eduardo Arm-nio do Nascimento Cabrita Lus Garcia Braga daCruz Lus Manuel Capoulas Santos Antnio Fer-nando Correia de Campos Jos Scrates Carvalho Pintode Sousa Augusto Ernesto Santos Silva Alberto deSousa Martins.

    Promulgado em 11 de Fevereiro de 2002.

    Publique-se.

    O Presidente da Repblica, JORGE SAMPAIO.

    Referendado em 14 de Fevereiro de 2002.

    O Primeiro-Ministro, Antnio Manuel de OliveiraGuterres.

    Decreto-Lei n.o 45/2002

    de 2 de Maro

    No quadro da reestruturao do novo sistema da auto-ridade martima, com vista a conferir uma maior eficcia autoridade exercida pelo Estado em matrias deenorme importncia estratgica, como sejam a preser-vao do meio marinho, a salvaguarda da vida humanano mar e a segurana da navegao, foi readaptado operfil de competncias cometidas aos vrios organismoscom interveno nestes espaos, tipificando-se o mbitoespecfico de actuao, em razo da matria e da reaterritorial.

    aprovao dos novos quadros de competncias terde corresponder uma reestruturao de regimes con-tra-ordenacionais que permitam, com actualidade e efi-ccia, dotar aquelas entidades dos instrumentos neces-srios ao cumprimento e exerccio efectivo dos poderesalicerados em princpios de celeridade e de cooperaoinstitucional entre estas entidades e organismos que inte-gram o novo sistema da autoridade martima.

    Por outro lado, os vrios regimes de ilcitos de meraordenao social de especialidade, que ao longo devrias dcadas foram sendo publicados, em matrias queactualmente se inscrevem nas prioridades do sistemada autoridade martima e que tm cometido s capi-tanias dos portos os poderes vrios de fiscalizao, deinstruo e de deciso processual, apresentam notriassituaes de omisso legislativa, as quais evidenciam fra-gilidades no plano de actuao da autoridade pblica,que urge colmatar.

    Importa, pois, com actualidade e rigor, dotar osrgos locais da Direco-Geral da Autoridade Mar-tima com os imprescindveis mecanismos de poderpblico necessrios ao exerccio da autoridade do Estadonas reas de jurisdio martima nacional, evitando-sesituaes de vazio legal, conferindo, desta forma, umamaior eficcia actuao daquele organismo, integranteda estrutura da autoridade martima nacional.

    Assim:Nos termos da alnea a) do n.o 1 do artigo 198.o da

    Constituio, o Governo decreta, para valer como leigeral da Repblica, o seguinte:

    Artigo 1.o

    Objecto e mbito

    1 O presente diploma estabelece o regime das con-tra-ordenaes a aplicar nos casos dos ilcitos ocorridosnas reas sob jurisdio da autoridade martima nacional(AMN), incluindo ilcitos que ocorram em terrenos dodomnio pblico martimo, por violao das leis e regu-lamentos martimos aplicveis naquelas reas, quaisquerque sejam os seus agentes.

    2 O disposto no nmero anterior no prejudicao disposto na lei sobre as competncias especficas dasautoridades porturias nas respectivas reas de juris-dio.

    Artigo 2.o

    Definies

    Para efeitos do presente diploma entende-se por:

    a) Capitanias dos portos os rgos locais daDireco-Geral da Autoridade Martima, inte-grada na autoridade martima nacional;