diversidade morfolÓgica, agronÔmica e potencial … · apresentou valores entre 11,57 a 32,72 %....

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGROECOSSISTEMAS DIVERSIDADE MORFOLÓGICA, AGRONÔMICA E POTENCIAL PARA PRODUÇÃO DE ETANOL DE GERMOPLASMA DE BATATA-DOCE RODRIGO PEREIRA ALVES 2014

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGROECOSSISTEMAS

DIVERSIDADE MORFOLÓGICA, AGRONÔMICA E

POTENCIAL PARA PRODUÇÃO DE ETANOL DE

GERMOPLASMA DE BATATA-DOCE

RODRIGO PEREIRA ALVES

2014

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGROECOSSISTEMAS

RODRIGO PEREIRA ALVES

DIVERSIDADE MORFOLÓGICA, AGRONÔMICA E POTENCIAL PARA

PRODUÇÃO DE ETANOL DE GERMOPLASMA DE BATATA-DOCE

Dissertação apresentada à Universidade

Federal de Sergipe, como parte das exigências

do Curso de Mestrado em Agroecossistemas,

área de concentração em Produção em

Agroecossistemas, para obtenção do título de

“Mestre em Ciências”.

Orientador

Prof. Dr. Arie Fitzgerald Blank

SÃO CRISTÓVÃO

SERGIPE – BRASIL

2014

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

Alves, Rodrigo Pereira A474d Diversidade morfológica, agronômica e potencial para

produção de etanol de germoplasma de batata-doce / Rodrigo Pereira Alves; orientador: Arie Fitzgerald Blank. – São Cristóvão, 2014. 61 f. : il. Dissertação (mestrado em Agroecossistemas) – Universidade Federal de Sergipe, 2014.

O 1. Ipomoea batatas. 2. Descritor molecular. 3. Amilose. 4.

Etanol. I. Blank, Arie Fitzgerald, orient. II. Título

CDU: 633.492

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A Deus e a minha família.

Dedico

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus primeiramente, pois sem Ele sei que não teria conseguido, sei

que sua presença constante me apoiou e me orientou.

Aos meus pais (Denia Pereira e Janilson Alves) pelo apoio, confiança e pelo

amor incondicional que depositaram em mim. Muito obrigado por estarem ao meu lado

em todos os momentos, amo vocês. Aos meus irmãos Felipe e Matheus, eu confio e

torço muito por vocês e sei que sentem o mesmo por mim.

A minha melhor amiga e noiva Camila pela prazerosa companhia, eu te amo.

Ao meu orientador o Prof. Dr. Arie Fitzgerald Blank por todos os ensinamentos

que me foram dados.

Aos amigos do GPMACO, em especial a equipe da batata-doce, Alisson,

Vanderson, Aléa e Manoel pela enorme ajuda e companhia. Agradeço também a equipe

de trabalhadores do Campus Rural e as pessoas que me ajudaram no laboratório, em

especial a Prof.ª Drª Roberta Pereira Miranda Fernandes e a Prof.ª Drª Maria de Fátima

Arrigoni-Blank.

A todos os meus amigos, não vou citar nomes porque posso ser injusto e

esquecer o nome de alguém, então quero somente agradecer o carinho e a companhia de

todos.

Aos meus primos e meus tios e tias, fonte de carinho que de uma forma ou de

outra colaboraram com a realização deste sonho.

Agradeço todas as dificuldades que enfrentei; não fosse por elas, eu não teria

saído do lugar. As facilidades nos impedem de caminhar. Mesmo as críticas nos

auxiliam muito.

Obrigado a vocês que compartilharam os prazeres e dificuldades desta jornada

com os quais convivemos durante tantas horas e carregamos a marca de experiências

comuns que tivemos. Portanto confiantes em busca de nossos ideais, no exercício de

nossa profissão.

Enfim, a todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para a

realização deste trabalho.

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SUMÁRIO

1-INTRODUÇÃO GERAL ........................................................................................... 1

2-REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................................... 3

2.1-Origem e botânica ................................................................................................ 3

2.2-Importância e uso da batata-doce.......................................................................... 4

2.3-Estudo de diversidade .......................................................................................... 6

2.3.1-Descritores morfológicos .................................................................................. 6

2.3.2-Descritores agronômicos e bioquímicos para biocombustível ............................ 7

2.4-Principais pragas ................................................................................................ 10

3-ARTIGO 1: CARACTERIZAÇÃO MORFO-AGRONÔMICA DE

GERMOPLASMA DE BATATA-DOCE DO BAG DE SERGIPE ............................. 12

Resumo .................................................................................................................... 13

Abstract ................................................................................................................... 14

Introdução ................................................................................................................ 15

Material e Métodos .................................................................................................. 16

Resultados e Discussão ............................................................................................ 18

Conclusão ................................................................................................................ 27

Referências Bibliográficas........................................................................................ 28

4-ARTIGO 2: DIVERSIDADE DE GERMOPLASMA DE BATATA-DOCE DO BAG

DE SERGIPE PARA AMIDO E ETANOL ................................................................. 32

Resumo .................................................................................................................... 33

Abstract ................................................................................................................... 34

Introdução ................................................................................................................ 35

Material e Métodos .................................................................................................. 36

Resultados e Discussão ............................................................................................ 40

Conclusão ................................................................................................................ 45

Referências Bibliográficas........................................................................................ 46

5-CONCLUSÕES GERAIS ........................................................................................ 50

6-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 51

ANEXOS .................................................................................................................... 59

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i

LISTA DE TABELAS

ARTIGO 1: Caracterização morfo-agronômica de germoplasma de batata-doce de

Sergipe.

TABELA 1. Caracterização morfológica de parte aérea e raiz de 73 acessos de

batata-doce do BAG de Universidade Federal de Sergipe. São Cristóvão, UFS,

2014 ............................................................................................................................ 19

TABELA 2. Médias para resistência a pragas de solo (RP), massa fresca de parte

aérea (MFPA), massa seca de parte aérea (MSPA) e produtividade total de raízes

(PTR) de acessos de batata-doce oriundos do BAG da Universidade Federal de

Sergipe. São Cristóvão, UFS, 2014. ............................................................................ 24

ARTIGO 2: Diversidade de germoplasma de batata-doce do BAG de Sergipe para

amido e etanol.

TABELA 1. Médias para teor de matéria seca de raiz, teor de amido, rendimento de

amido, teor de amilose, produção de etanol em L ha-1

e rendimento de etanol em L

t-1

de acessos de batata-doce oriundos do BAG de Sergipe. São Cristóvão, UFS,

2014. ........................................................................................................................... 41

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ii

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1. Estrutura química da amilose e amilopectina .............................................. 8

ARTIGO 1: Caracterização morfo-agronômica de germoplasma de batata-doce de

Sergipe

FIGURA 1. Dendrograma de dissimilaridade morfológica de 73 acessos de batata-

doce, estabelecido pelo método UPGMA utilizando-se a distância euclidiana, com

base em 24 caracteres morfo-agronômicos. São Cristóvão, UFS, 2014 ........................ 21

FIGURA 2. Dispersão gráfica de 24 variáveis morfo-agronômicas de batata-doce

do Banco Ativo de Germoplasma da UFS. São Cristóvão, UFS, 2014 ......................... 22

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RESUMO

ALVES, Rodrigo Pereira. Diversidade morfológica, agronômica e potencial para

produção de etanol de germoplasma de batata-doce. São Cristóvão: UFS, 2014. 61p.

(Dissertação – Mestrado em Agroecossistemas).*

A batata-doce (Ipomoea batatas L.) é uma espécie dicotiledônea da família

Convolvulaceae, cultivada em todo o mundo, apresentando um baixo custo de produção

e retorno econômico elevado. Pode ser aproveitada na alimentação humana e animal e

na produção de etanol. O presente trabalho teve como objetivo, a caracterização

morfológica, agronômica e bioquímica de acessos de batata-doce do Banco Ativo de

Germoplasma da UFS. O experimento foi conduzido na Fazenda Experimental

“Campus Rural” da UFS, localizada no município de São Cristovão – SE, utilizando o

delineamento em blocos casualizados, com 73 tratamentos (acessos de batata-doce), e

duas repetições. Na caracterização morfo-agronômica verificou-se que os descritores de

folha proporcionaram a variabilidade entre os acessos. Observou-se também que a

maioria dos acessos apresentou resistência a insetos de solo. A massa fresca e seca de

parte aérea apresentou resultados variando de 0,45 t ha-1

a 12,16 t ha-1

e 0,17 t ha-1

a 2,71

t ha-1

, respectivamente. Para a variável produtividade total de raízes, os valores variaram

de 1,20 a 10,89 t ha-1

. Os acessos demonstraram resultados excelentes para o teor de

massa seca de raiz com média de 30,77%. O teor de amido variou entre 11,56 e 27,07%,

o rendimento de amido por hectare ficou entre 0,30 a 2,39 t ha-1

e o teor de amilose

apresentou valores entre 11,57 a 32,72 %. Enquanto que o rendimento de etanol em L

ha-1

variou entre 198 a 1.576 L ha-1

, o rendimento de etanol em L t-1

apresentou média

de 142,67 L t-1

. Os resultados mostraram que o Banco Ativo de Germoplasma da UFS

apresenta uma grande variabilidade fenotípica e genotípica, com diferentes aptidões.

Palavras-chave: Ipomoea batatas, descritores, diversidade, amido, amilose, etanol.

___________________ * Comitê Orientador: Arie Fitzgerald Blank – UFS (Orientador), Roberta Pereira Miranda Fernandes -

UFS e Renato Innecco - UFC.

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iv

ABSTRACT

ALVES, Rodrigo Pereira. Morphological diversity, agronomic and potential for

ethanol production from sweet potato germplasm. São Cristóvão: UFS, 2014. 61p.

(Thesis - Master of Science in Agroecosystems).*

The sweet potato (Ipomoea batatas L.) is a dicotyledonous species of Convolvulaceae

family, cultivated worldwide, with a low production cost and high economic return. Can

be utilized in food and feed and ethanol production. The present study aimed,

morphological, agronomic and biochemical characterization of sweet potato from the

Active Germplasm Bank of UFS access. The experiment was conducted at the

Experimental Farm " Rural Campus " UFS, located in the municipality of São Cristóvão

- SE, using a randomized block design with 73 treatments (accessions of sweet potato),

and two repetitions. In morpho-agronomic characterization it was found that descriptors

sheet provided the variability among accessions. It was also observed that most

accessions showed resistance to soil insects. The fresh and dry weight of shoots showed

results ranging from 0,45 t ha-1

to 12,16 t ha-1

and 0,17 t ha-1

to 2,71 t ha-1

, respectively.

For total root yield variable, the values ranged from 1,20 to 10,89 t ha-1

. The accessions

showed excellent results for the dry root mass averaging 30,77 %. The starch content

varied between 11,56 and 27,07 % , the yield of starch per hectare ranged from 0,30 to

2,39 t ha-1

and amylose content showed values between 11,57 to 32,72 %. While the

ethanol yield in L ha-1

ranged from 198-1576 L h-1

, the ethanol yield on L t-1

had an

average of 142,67 L t-1

. The results showed that the Active Germplasm Bank of UFS

presents a wide phenotypic and genotypic variability, with different skills.

Keywords: Ipomoea batatas, descriptors, diversity, starch, amylose, ethanol

___________________

* Supervising Committee: Arie Fitzgerald Blank – UFS (Supervisor), Roberta Pereira Miranda

Fernandes - UFS e Renato Innecco - UFC.

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1. INTRODUÇÃO GERAL

Batata-doce (Ipomoea batatas L.) é uma eudicotiledônea pertencente à família

Convolvulaceae, originária das Américas Central e do Sul (SILVA et al., 2002). É

produzida nas mais variadas regiões do mundo, apreciada por milhões de pessoas em

diversos tipos de clima (CHEN et al., 1992).

No Brasil, a cultura apresenta custos de produção relativamente pequenos com

baixos níveis de investimentos e de considerável retorno econômico, sendo de grande

importância econômico-social (MONTES et al., 2008). É bastante disseminada e

cultivada principalmente pelos pequenos agricultores, como cultura de subsistência

(MAGALHÃES, 2007).

Devido ao seu elevado valor nutritivo e sabor agradável, a batata-doce tem

utilização culinária doméstica, constituindo de vitaminas A, B e C, amido e açúcares

solúveis. Além disso, vários estudos têm mostrado outros componentes funcionais, tais

como β-caroteno, polifenóis e antocianinas, que são importantes para saúde humana. E

ainda pode ser utilizada em processos industriais, na obtenção de doces, farinhas, flocos

e fécula (ROESLER et al., 2008; TEOW et al., 2007).

Em todo o mundo, a área plantada com batata-doce equivale a 8.661.288 ha,

com um rendimento de 14,7 t ha-1

(FAO, 2010). No Brasil, a área plantada em 2012 foi

de 40.120 ha produzindo 479.425 t com produtividade média de 12,2 t ha-1

. O Rio

Grande do Sul é o maior produtor nacional (153.770 t) seguido pelo Paraná (47.164 t) e

São Paulo (41.449 t) (IBGE, 2012).

A batata-doce pode ser aproveitada na alimentação humana e animal e na

produção de etanol. Embora seja pouco utilizada para essa última finalidade, a espécie

apresenta grande potencial para produção de álcool no Brasil. Cultivares de batata-doce,

obtidas por meio de melhoramento genético, têm apresentado índices de produção

etílica por hectare duas vezes maior que os da cana-de-açúcar (SILVEIRA, 2008).

No Brasil a produção de etanol tem se restringido basicamente a cana-de-açúcar

(Saccharum officinarum). Comparando os ciclos de produção, a batata-doce apresenta

um ciclo produtivo de 4 a 5 meses podendo ultrapassar a cana-de-açúcar que tem ciclo

de 12 a 18 meses, em sua produtividade global. Mas para que isso ocorra é necessário

investimento em pesquisas voltadas para a melhoria das tecnologias de produção

(SOUZA, 2005).

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2

É uma cultura de multiplicação essencialmente vegetativa, de larga base

genética, permitindo aos futuros programas de melhoramento genético a obtenção de

novas variedades mais produtivas e resistentes a pragas e doenças (SILVA, 1991).

Apesar da alta variabilidade genética existente, as mudanças nos hábitos de

consumo e a escassez de pesquisas com a cultura, têm contribuído para a perda de

genótipos de interesse, sendo de extrema importância à manutenção de acessos de

batata-doce em bancos de germoplasma (ANDRADE JÚNIOR et al., 2009; VIANA,

2009; FIGUEIREDO, 2010).

Sendo assim, o presente trabalho teve como objetivo a caracterização

morfológica, agronômica e bioquímica do Banco Ativo de Germoplasma de batata-doce

da Universidade Federal de Sergipe.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. Origem e botânica

A batata-doce (Ipomoea batatas L. Lam) pertence à família Convolvulaceae,

nativa da América tropical (CHEN et al., 1992). A localização exata de sua origem

botânica é desconhecida, mas a América Central, na região da Península de Yucatán, no

México até a Colômbia, é considerada o principal centro de diversidade (SILVA et al.,

2002).

A América do Sul (Peru, Equador) e o Brasil são considerados os centros

secundários de diversidade da batata-doce (AUSTIN, 1988; ZHANG et al., 2000) pois

era cultivada pelas populações indígenas muito antes do descobrimento do Brasil

(MONTEIRO et al., 2007).

Relatos do seu uso remontam a períodos anteriores a dez mil anos, com base em

análise de batatas secas encontradas em cavernas localizadas no vale de Chilca Canyon,

no Peru e em evidências contidas em escritos arqueológicos encontradas na região

ocupada pelos Maias na América Central (EMBRAPA, 2010).

A principal forma de propagação é assexuada, sendo usada para plantios

comerciais. Durante o crescimento da planta, são identificadas três fases fisiológicas, na

primeira predomina o desenvolvimento da parte aérea, embora aí sejam formadas as

raízes absorventes e as aptas à tuberização; na segunda, ocorrem os crescimentos radical

(tuberização) e vegetativo, e na terceira prevalece a tuberização (QUEIROGA et al.,

2007).

Em geral, a planta possui folhas largas cordiformes, lanceoladas ou recortadas,

com cor e recortes variáveis; pecíolo longo; caule herbáceo, rastejante, verde ou

arroxeada, chegando a alcançar de 3 a 5 m de comprimento e pilosidade variáveis;

flores hermafroditas de coloração que varia do branco, lilás a diversas tonalidades do

roxo, mas de fecundação cruzada, em razão da sua autoincompatibilidade; frutos do tipo

cápsula deiscente com duas, três ou quatro sementes (CNPH, 2012).

Existe raiz de dois tipos distintos: a raiz responsável pela absorção de água e

extração de nutrientes do solo; e a de reserva ou tuberosa, que constitui a principal parte

de interesse comercial (MIRANDA, 1995). Estas podem apresentar formatos variados,

redondo, elíptico-redondo, elíptico, oval, oboval, oblongo, oblongo-longo, elíptico-

longo, longo irregular, fusiformes ou alongados (CEAGESP, 2011). Tanto a pele,

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4

quanto a casca e a polpa, podem apresentar coloração variável de púrpura, roxo, salmão,

alaranjada, amarelada, creme ou branco (SILVA et al., 2002).

As raízes tuberosas (batatas) se formam desde o início do desenvolvimento da

planta e são facilmente identificadas pela maior espessura, pouca presença de raízes

secundárias e por se originarem dos entrenós que enraizaram, através do acúmulo de

amido e açúcares. As raízes absorventes se formam a partir do meristema cambial, tanto

nos nós, quanto nos entrenós (SILVA et al., 2002).

É possível a produção de sementes botânicas por polinização, mas não apresenta

interesse comercial devido ao alto nível de segregação de tipos na progênie. Pode, no

entanto, ser bastante importante para o melhoramento genético e conservação de

germoplasma em longo prazo (MOULIN, 2010).

2.2. Importância e uso da batata-doce

Com uma produção anual superior a 133 milhões de toneladas, a batata-doce

está entre os cultivos de maior importância no mundo. Ocupa o quinto lugar entre os

cultivos com maior produção de peso fresco nos países em desenvolvimento, sendo

superado apenas pelo arroz, trigo, milho e mandioca (CIP, 2010).

A batata-doce é cultivada em mais de 100 países, sendo a Ásia o maior produtor

(84%), seguido da África (12,7%), as Américas (2,6%), a Oceania (0,6%) e a Europa

(0,1%). O maior produtor mundial é a China com 3.685.254 t ano-1

e produtividade

média de 23,1 t ha-1

(FAO, 2010).

O Brasil apresenta uma produtividade anual de 12,2 t ha-1

, sendo o Rio Grande

do Sul o maior produtor, com 153.770 t e produtividade de 12,5 t ha-1

. O estado de

Sergipe contribui com 40.600 t, e representa o maior produtor do Nordeste com

produtividade anual de 12,1 t ha-1

. O município de Moita Bonita apresenta a maior

produtividade do estado de Sergipe com 15,0 t ha-1

(IBGE, 2012).

Avaliando o desempenho de 31 clones de batata-doce em três regiões do Estado

de Sergipe, Oliveira Neto (2012) obteve produtividades máximas de raiz de 40,59 t ha-1

(clone IPB-079) no município de São Cristóvão, 36,02 t ha-1

(clone IPB-087) no

município de Malhador e 65,89 t ha-1

(clone IPB-077) no município de Canindé do São

Francisco, com ciclo de cultivo de seis meses.

Essa cultura tem recebido bastante atenção, pois é típica de áreas geográficas de

baixa fertilidade, e é considerada como uma cultura de subsistência, com amplas

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5

possibilidades de utilização (BRITO et al., 2003). É cultivada principalmente em países

em desenvolvimento e considerada de grande importância social, contribuindo

decisivamente para o suprimento alimentar das populações mais pobres. No Nordeste, é

uma das principais hortaliças consumidas (SOARES et al., 2002).

A batata-doce participa do suprimento de calorias, vitaminas e minerais na

alimentação humana. As raízes apresentam teor de carboidratos variando entre 25% a

30%, dos quais 98% são facilmente digestíveis. Também são excelentes fontes de

carotenóides, vitaminas do complexo B, potássio, ferro e cálcio (SILVA, 2010). Em

comparação com outras espécies amiláceas, possui maior teor de matéria seca,

carboidratos, lipídios, cálcio e fibras que a batata, mais carboidratos e lipídios que o

inhame e mais proteína que a mandioca (CNPH, 2012).

Características bromatológicas das raízes de clones de batata-doce foram

estudadas e encontraram-se valores de 2,02% a 5,34% para proteína bruta, de 5,35% a

7,99% para fibra bruta, de 2,28% a 3,99% para cinzas e 47,60% a 60,56% para amido

em matéria seca das raízes (VIANA, 2009).

O consumo das raízes é feito de diversas formas, sendo a mais tradicional na

forma cozida, consumida com ou sem uso de temperos, substituindo o pão e outros

alimentos no café da manhã (CARDOSO et al., 2007). Sua industrialização é

rudimentar, sendo que o produto mais conhecido no país é o doce em pasta "marrom-

glacê" (SILVA, 2010).

Ainda apresenta uma elevada concentração de energia (NDT) e são utilizadas na

alimentação de bovinos, suínos, aves e outros animais domésticos. As ramas possuem

alta porcentagem de proteína bruta e digestibilidade, e podem ser usadas na alimentação

de gado leiteiro, tanto na forma fresca ou como silagem (MONTEIRO et al., 2007).

Na forma de ramas, como também na forma de silagem, a batata-doce apresenta

teores de proteína bruta variando de 9,6 a 13,2%, fibra em detergente neutro entre 37,9 a

58,2% e matéria seca variando de 16,0 a 26,3% (MASSAROTO, 2008). Em países

como a China e Vietnã, as ramas, empregadas exclusivamente ou em associação às

raízes, são largamente utilizadas na alimentação de suínos (MONTEIRO et al., 2007).

Pesquisas realizadas na década de 90 pelo CIP- International Potato Center

(Peru) e a Universidade do Estado da Carolina do Norte (EUA) avaliaram a

possibilidade de aumentar a eficiência alimentar da batata-doce na alimentação animal.

Os resultados mostraram que características como teor de massa seca, fécula, proteína,

inibidor de tripsina e digestibilidade da fécula têm grande variabilidade nos acessos, o

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6

que torna possível o melhoramento vegetal da espécie, para a melhoria da qualidade

nutricional (DAPENG & XIU-QING, 2004).

Uma forma promissora para a utilização da batata-doce é a produção de álcool

com graduação de 94 a 98° GL, que pode ser usado pela indústria alimentícia (bebidas

destiladas), pela indústria química (farmácia, perfumaria e biotecnologia) ou ainda

como biocombustível veicular (CAMARGO, 2013). Talvez a grande potencialidade

dessa cultura seja a produção de biomassa voltada para a produção de biocombustível

(SILVA et al., 2002). Cultivares de batata-doce, obtidas por meio de melhoramento

genético, têm apresentado índices de produção etílica por hectare duas vezes maior que

os de cana-de-açúcar. Outro fator importante é o ciclo curto de produção que varia entre

quatro e cinco meses (SILVEIRA, 2008).

2.3. Estudo de Diversidade

2.3.1. Descritores Morfológicos

Os marcadores morfológicos são descritores acessíveis na quantificação da

diversidade genética quando comparados com técnicas moleculares mais avançadas.

São utilizados na caracterização e avaliação da divergência genética de germoplasma,

permitindo a orientação dos trabalhos a serem realizados juntamente com outros

descritores mais sofisticados, como os marcadores moleculares (DAROS et al., 2002;

RITSCHEL & HUAMÁN, 2002).

A caracterização morfológica consiste em fornecer uma identidade para cada

amostra através do conhecimento de uma série de dados que permitam estudar a

variabilidade genética de uma população (RAMOS & QUEIROZ, 1999). Dessa forma,

essa atividade constitui uma tarefa de grande importância para a cultura da batata-doce,

por evitar o plantio de formas genômicas semelhantes e o consequente estreitamento

genético da espécie em bancos de germoplasma (DAROS et al., 2002).

A adequada caracterização de cultivares de batata-doce baseada em caracteres

morfológicos implica na necessidade que os dados sejam provenientes da mesma época

de colheita, do mesmo ambiente, da mesma densidade de plantio e que as plantas sejam

cultivadas em condições propícias ao desenvolvimento adequado da cultura, pois grande

parte desses caracteres é altamente influenciada pelo ambiente (HUAMÁN, 1991).

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Pesquisadores caracterizaram morfologicamente o BAG de batata-doce do

Instituto de Recursos Biológicos de Castelar, Argentina, que coleciona trezentos e dez

acessos, utilizando vinte e oito descritores. Os maiores valores de correlação foram para

o tipo de lóbulo da folha, a forma do lóbulo da folha e a forma geral da folha. A análise

de agrupamento mostrou uma similaridade média de 0,42, com cerca de 76% dos clones

apresentando morfologia única, enquanto que 34% deles foram distribuídos em 22

grupos que não podem ser distinguidos com esta técnica. Os clones comerciais

(germoplasma mundial) formaram um grupo separado com valores de diversidade mais

elevados do que os clones da Argentina sem apresentar duplicatas (MANIFESTO et al.,

2010).

No norte do estado do Rio de Janeiro, foram coletados quarenta e seis acessos de

variedades locais de batata-doce, e caracterizados morfologicamente, utilizando catorze

descritores. Detectou-se variabilidade genética entre acessos, revelando que o agricultor

tradicional de Campos dos Goytacazes e São João da Barra é responsável pela

conservação de genótipos de batata-doce com expressiva diversidade genética em suas

propriedades (MOULIN et al., 2012).

Em Uganda, foi feita a caracterização morfológica de 1.256 acessos de batata-

doce coletados em vinte e um distritos, através de quarenta descritores morfológicos. A

análise discriminante mostrou que o poder de discriminação de vinte características

morfológicas foi suficiente para diferenciar os acessos. O método de agrupamento com

base na média aritmética agrupou-os em vinte grupos principais. A forma geral de folha

era altamente correlacionada com tipo de lóbulo da folha e o número de lóbulo da folha

e eram responsáveis pelo agrupamento dos acessos. Nenhum agrupamento de acessos

baseados na região de origem foi observado, sugerindo uma grande troca de

germoplasma entre as regiões. (YADA et al., 2010).

2.3.2. Descritores agronômicos e bioquímicos para biocombustível

O principal carboidrato de reserva em todas as plantas superiores é o amido. Em

seu estado nativo, é insolúvel em água fria e seus grãos são parcialmente cristalinos.

Sua morfologia, composição química e estrutura molecular são características de cada

espécie em particular, sendo abundante em grãos de cereais (40% a 90% da massa seca),

leguminosas (30% a 50% da massa seca), tubérculos (65% a 85% da massa seca) e

frutas imaturas ou verdes (40% a 70% da massa seca) (LAJOLO & MENEZES, 2006).

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O amido é um polímero complexo, composto principalmente de amilose (20 -

30%), essencialmente linear e a amilopectina (70 – 80%), altamente ramificada (Figura

1) (CEREDA, 2001). A amilose é um polímero formado por unidade de α-D-

glucopiranosil ou moléculas de D-glicose unidas por ligações do tipo α1-4, ou seja,

carbono 1 (C1) de uma molécula e carbono 4 (C4) de uma outra molécula. A

amilopectina é formada por cadeias curtas de amilose unidas por ligações do tipo α1-6,

resultando uma cadeia ramificada (MOTAWIA et al., 2001).

O polímero linear é fácil de ser rompido, mas a estrutura altamente ramificada

da amilopectina é mais difícil de ser hidrolisada (CEREDA, 2001). Existem muitas

enzimas que ocorrem naturalmente para despolimerizar amido em glicose. A

endoenzima α-amilase hidrolisa ligações α (1-4) glicosídicas, enquanto que a

glucoamilase, que é uma exoenzima hidrolisa ligações glicosídicas α (1-4) e (1-6). No

entanto, se hidrolisa ligações glicosídicas α (1-4) cerca de 20 vezes mais rápido do que

uma α(1-6). Além disso, a temperatura, o pH da solução de amido, a estrutura dos

grânulos de amido e a composição química grânulo, afetam a hidrólise enzimática do

amido (MURTHY et al., 2011).

Figura 1. Estrutura química da amilose (a) e amilopectina (b). Fonte: CORRADINI et al.

(2005).

Considerado um dos principais componentes da raiz da batata-doce, o amido é

seguido de açúcares mais simples como sacarose, glicose, frutose e maltose. Na

indústria de alimentos é utilizado para melhorar as propriedades funcionais, na

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elaboração de compostos farmacêuticos e na elaboração de materiais termoplásticos

biodegradáveis (CEREDA et al., 2001). Intensas pesquisas para conversão de amido em

etanol buscam aperfeiçoar o processo de um modo mais rápido e a menores custos

(CABELLO & SALLA, 2008).

Em geral, o teor de amido em raízes de batata-doce varia entre 20 e 30%,

fazendo com que as raízes sejam fonte ideal de glicose para diversas aplicações

(SRICHUWONG et al., 2012). Muitas das propriedades físico-químicas do amido, tais

como a solubilidade, capacidade de inchamento e cristalinidade são dependentes da

proporção de amilose e amilopectina (JANE et al., 1999).

A produção de etanol a partir de amiláceos não é muito difundida e conhecida no

Brasil. Contudo, tem sido uma técnica muito adotada na Europa, Estados Unidos e

países Asiáticos. Esta tecnologia tem sido objeto de estudos em países detentores de alta

tecnologia, como Alemanha e Estados Unidos, utilizando como matéria-prima grãos de

cereais (SOUZA, 2005). Em média, uma tonelada de batata-doce rende até 180 litros de

álcool e 300 quilos de resíduo, que pode ser utilizado para produção de farinha e de

ração animal (DCI, 2011).

A maior parte do etanol produzido nos Estados Unidos advém da conversão do

amido do milho em biocombustível. Mas pelo fato desta cultura pertencer ao grupo dos

três “alimentos do mundo” (milho, trigo e arroz), há um crescente receio que haja

desvio de prioridade com relação a esta espécie. Portanto, uma cultura em potencial

para produção de etanol é a batata-doce (ZISKA et al., 2009). Por ser uma raiz tuberosa

que apresenta elevado teor de amido, tem potencialidade de ser explorada

industrialmente, podendo passar de cultivo de subsistência para uma atividade rentável

(CEREDA, 2001).

O requerimento de um pré-tratamento como diferença de processo entre

matérias-primas amiláceas, que precisam ser hidrolisadas, e sacarídeas ainda é, à

primeira vista, uma desvantagem para o amido. Por outro lado, nessas fontes os

carboidratos se apresentam em maiores concentrações por unidade de matéria-prima

vegetal, o que significa uma vantagem por reduzir consideravelmente a quantidade

necessária implicando em aumento de investimentos; custeio do sistema; custo de

logística, energia, mão de obra, remoção de resíduos, entre outros (CABELLO, 2005).

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2.4. Principais pragas

Os insetos de solo são as principais pragas da batata-doce, sendo responsáveis

por danos diretos na produção, afetando não apenas a produtividade, como também a

qualidade, conservação e aspecto comercial das batatas (HUANG et al., 1986). Em

cultivos bem conduzidos, o ataque de insetos é reduzido, mas os mal manejados, os

danos causados pelos insetos podem chegar a perdas de 60 a 100% da produção

(VANDERLEY et al., 2004).

O controle químico das pragas da batata-doce no Brasil tem se mostrado inviável

pelo alto custo dos agrotóxicos e inexistência de produtos registrados para a cultura.

Algumas práticas agronômicas têm provado serem eficientes no controle de pragas da

cultura como a utilização de ramas sadias; boa preparação do solo evitando-se o

torroamento excessivo; irrigação adequada visando manter o solo úmido, evitando-se

assim a formação de rachaduras que facilitem a entrada de insetos para oviposição e

alimentação; rotação de culturas e amontoa alta (FRANÇA & RITSCHEL, 2002).

Dentre as pragas que causam danos e prejuízos na cultura destacam-se os insetos

de solo que perfuram as raízes tuberosas formando galerias, além daqueles cujo dano

ocorre superficialmente, deixando as raízes com um mau aspecto para o comércio. A

ocorrência de insetos de solo em áreas agrícolas traz danos agronômicos à produção da

batata-doce em todo o país, reduzindo a produtividade, como também o aspecto

comercial do produto (físico, odor e sabor), reduzindo seu valor no mercado. Destacam-

se coleópteros da família Chrysomelidae (Diabrotica speciosa, D. bivitula e

Sternocolaspis quatuordecimcostata) como os principais causadores de damos às raízes

de batata-doce (BLANK et al., 2001).

A broca-do-coleto (Megastes pusialis) ataca preferencialmente o colo da planta,

mas, também danificam as raízes da batata (MIRANDA et al., 1987). Larva-arame

(Conoderus sp.) perfura o caule e outras partes subterrâneas da planta, diminuindo o

valor comercial das raízes, além de facilitar a entrada de fungos e bactérias. Embora

cause pequenos danos, a larva-arame apresenta a característica desejável de ser

predadora de outros insetos. (SILVA et al., 2002).

A broca-da-raiz (Euscepes postfasciatus [Fairmaire]) da batata-doce ou broca da

batata doce é a principal praga em alguns países da região do Caribe, oeste da Índia, sul

do Pacífico, América Central e América do Sul, incluindo o Brasil (MENEZES, 2002).

Conhecido popularmente como “fusquinha”, o Paraselenis flava (L.), causa danos

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diretos às raízes tuberosas, ataca as folhas da planta tendo um aspecto rendilhado,

trazendo baixos prejuízos econômicos (MONTES & RAGA, 2010).

A batata-doce é suscetível aos nematoides Rotylenchulus reniformis Linford &

Oliveira, Pratylenchus spp., Ditylenchus destructor Thorne e aos nematoides

formadores de galhas Meloidogyne incognita, uma vez que o seu ataque, reduz a

produção, além de causar rachaduras nos tubérculos e obstrução parcial do xilema

(JATALA & BRIDGE, 1990; WANDERLEY & SANTOS, 2004).

Observou-se variabilidade genética em batata-doce para danos causados por

insetos nas folhas (FRANÇA & RITSCHEL, 2002). A avaliação de trinta clones de

batata-doce mostrou que há resistência a insetos de solo com notas de 1,57 a 2,10 aos

nematoides do gênero Meloidogyne (AZEVEDO et al., 2002). Foram encontradas

alterações anatômicas nas raízes de cultivares de batata-doce suscetíveis ao

Meloidogyne incognita, observando-se bloqueio de vasos do xilema e supressão de

tecidos vasculares (WANDERLEY & SANTOS, 2004).

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3. ARTIGO 1

Submetido para: Horticultura Brasileira

CARACTERIZAÇÃO MORFO-AGRONÔMICA DE

GERMOPLASMA DE BATATA-DOCE DO BAG DE SERGIPE*

Rodrigo Pereira Alves1; Arie Fitzgerald Blank

1; Alisson Marcel Souza de Oliveira; Aléa

Dayane Dantas de Santana; Vanderson dos Santos Pinto1; Thiago Matos Andrade

1

* Parte da dissertação de Mestrado do primeiro autor, apresentada ao Programa de Pós-

graduação em Agroecossistemas/UFS. 1

Universidade Federal de Sergipe, Departamento de Engenharia Agronômica; Avenida

Marechal Rondon, s/n, Cidade Universitária prof. José Aloísio de Campos, Jardim Rosa

Elze; 49100-000 - São Cristóvão, SE – Brasil; Telefone: (79)21056929, 21056981; Fax:

(79)21056939, 21056494.

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RESUMO

A batata-doce (Ipomoea batatas L.) é uma planta dicotiledônea cultivada em todo o

mundo, por ser bastante rentável. Essa hortaliça apresenta multiplicação essencialmente

vegetativa, e por isso pode apresentar acessos duplicados em bancos de germoplasma,

dificultando a manutenção adequada do material. O presente trabalho teve como

objetivo a caracterização morfológica e agronômica de germoplasma de batata-doce do

BAG de Sergipe, através de análise multivariada. O experimento foi conduzido na

Fazenda Experimental “Campus Rural da Universidade Federal de Sergipe”, avaliando-

se o nível de ataque a insetos de solo, massa fresca de parte aérea, massa seca de parte

aérea e produtividade total de raízes. O delineamento experimental utilizado foi o de

blocos casualizados com setenta e três acessos de batata-doce, sendo duas repetições,

com quatro plantas por parcela, totalizando cento e quarenta e seis tratamentos.

Verificou-se que, o tipo de lóbulo da folha, o número de lóbulos da folha, a forma do

lóbulo central e a forma geral da folha foram as características que mais proporcionaram

variabilidade entre os acessos. Para a resistência a pragas de solo, cinquenta e dois

acessos apresentaram-se como tolerantes. Com relação a massa fresca e seca de parte

aérea observou-se que os acessos apresentaram bons resultados indicando que as ramas

e folhas podem ser fornecidas na alimentação animal, agregando valor proteico à dieta.

Os resultados obtidos para a variável produtividade total de raízes variaram entre 1,20 a

10,89 t ha-1

, mostrando a grande variabilidade presente no BAG da UFS. Os acessos

avaliados no presente trabalho apresentaram grande variabilidade fenotípica apontando

perspectivas para o programa de melhoramento genético desta cultura.

Palavras-chave: Ipomoea batatas, resistência, diversidade, descritores, produtividade.

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ABSTRACT

The sweet potato (Ipomoea batatas L.) is a dicotyledonous plant grown around the

world, by providing low-cost production and high economic return. This vegetable

presents essentially vegetative propagation, and therefore may have duplicate accessions

in genebanks, hindering the proper maintenance of equipment. The present study aimed

to characterize the morphological and agronomic germplasm of sweet potato BAG

Sergipe, by multivariate analysis. The experiment was carried out at the Experimental

Farm "Rural Campus of the Federal University of Sergipe”, performing the principal

component analysis, and to evaluate the resistance to soil insects, fresh weight of shoot,

dry shoot mass and total yield of roots. The experimental design was randomized with

seventy-three accessions of sweet potato, two replicates with four plants per plot blocks,

totaling one hundred forty-six treatments. It was found that the type of lobe of the sheet,

the sheet number of lobes, the shape of the central lobe of the sheet and the general

characteristics that have provided the most variability between accesses. For resistance

to soil pests, fifty two accesses are found to be resistant and can serve as donors of

alleles that confer resistance to soil insects in breeding programs. With respect to fresh

and dry weight of aerial part was observed that the accessions had good results

indicating that the branches and leaves can be provided in animal feed, adding protein to

the diet value. The results for total root yield variable ranged from 1,20 to 10,89 t ha-1

,

showing the great variability present in the Active Germplasm Bank of UFS. In relation

to the dry mass of the root IPB-121, IPB-101, IPB-109, IPB-144, IPB-042, IPB-123,

IPB-056, IPB-065, IPB-036, and access IPB-095 showed the best results. The

accessions evaluated in this study showed high genetic variability pointing prospects for

genetic improvement program of this culture.

Keywords: Ipomoea batatas, strength, diversity, descriptors, productivity.

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INTRODUÇÃO

A batata-doce (Ipomoea batatas L.) é uma planta dicotiledônea pertencente à

família Convolvulaceae, com centro de origem na América tropical. É cultivada em

todo o mundo onde haja disponibilidade de água para apoiar o seu crescimento

(SALAWU & MUKHTAR, 2008). Além da importância econômico-social, a batata-

doce é fonte de suprimento alimentar para populações em áreas de pobreza, por ser rica

em carboidratos e altamente energética. Por isso, é bastante disseminada pelos pequenos

agricultores, como cultura de subsistência (CAMARGO, 2013).

É uma hortaliça de fácil cultivo, rústica de ampla adaptação a diferentes tipos de

solo e clima, com alta tolerância à seca e baixo custo de produção. Pode ser empregada

na alimentação humana e animal e como matéria-prima nas indústrias de alimentos,

tecidos, papel, cosméticos, preparação de adesivos e álcool carburante (GONÇALVES

NETO et al., 2011).

O maior produtor mundial de batata-doce é a China com 3.685.254 t ano-1

atingindo produtividade média de 23,1 t ha-1

(FAO, 2010). O Brasil apresenta uma

produtividade anual de 12,2 t ha-1

, sendo o Rio Grande do Sul o maior produtor, com

153.770 t e produtividade de 12,5 t ha-1

. O estado de Sergipe contribui com 40.600 t,

sendo o maior produtor do Nordeste com produtividade anual de 12,1 t ha-1

(IBGE,

2012).

A formação de bancos de germoplasma é comum quando se trata da batata-doce.

Apesar da alta variabilidade genética existente, as mudanças no hábito de consumo e a

escassez de pesquisas com a cultura têm contribuído para a perda de genótipos

importantes, sendo de extrema importância à manutenção de acessos de batata-doce em

bancos de germoplasma (FIGUEIREDO, 2010).

Os marcadores morfológicos são descritores bastante acessíveis na quantificação

da diversidade genética quando comparados com técnicas moleculares mais avançadas e

vêm sendo utilizados por diversos autores no Brasil e no mundo, permitindo a

orientação dos trabalhos a serem realizados com outros descritores mais sofisticados,

como os marcadores moleculares (FABRI, 2009).

A caracterização agronômica fornece informações para o melhoramento

genético, para o cultivo comercial e na determinação da finalidade de uso dos acessos.

Esses descritores levam em consideração características desejáveis pelos produtores

atendendo às exigências do mercado consumidor. Para a batata-doce, pode-se citar: a

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produtividade total e comercial, a densidade de plantio, a adaptabilidade e a estabilidade

dos acessos em determinada região de cultivo, a ocorrência de defeitos na pele, a

resistência a insetos-praga, entre outras (CAMARGO, 2013).

Com base nesses pressupostos, este trabalho teve como objetivo a caracterização

morfo-agronômica do Banco Ativo de Germoplasma de batata-doce da Universidade

Federal de Sergipe.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi implantado na Fazenda Experimental “Campus Rural da

Universidade Federal de Sergipe”, localizada no Município de São Cristóvão-SE

(latitude 10° 55’ 27” S, longitude 37° 12’ 01” W e altitude de 46 m). O solo da área é

classificado como Argissolo Vermelho Amarelo com relevo plano a suavemente

ondulado.

O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados com setenta

e três acessos de batata-doce oriundos do Banco Ativo de Germoplasma da UFS (Tabela

1), sendo duas repetições, com quatro plantas por parcela. O trabalho foi conduzido

entre os meses de março e agosto de 2012, usando o espaçamento de 1,0 x 0,3 m. Foram

utilizadas ramas contendo entre oito e doze entrenós e com 25 cm de comprimento,

sendo enterrada a parte basal da rama contendo de três a quatro nós em uma

profundidade de 10-15 cm sobre as leiras com altura de 40 cm.

Antes do preparo do solo e plantio das ramas de batata-doce, amostras de solo

foram coletadas na camada de 0-20 cm, para a realização da análise química e física e

resultaram em: pH(H2O)= 5,40; matéria orgânica= 0,86 dag dm-3

; Ca+2

+ = 0,82 cmolc

dm-3

; Ca+2

= 0,39 cmolc dm-3

; Mg+2

= 0,43 cmolc dm-3

; Al+3

= 0,65 cmolc dm-3

; H+Al=

2,03 cmolc dm-3

; Na= 3,5 mg dm-3

; K= 21,1 mg dm-3

; P= 7,0 mg dm-3

; SB= 0,89 cmolc

dm-3

; CTC= 2,92 cmolc dm-3

; Areia=738,2 g kg-1

; Argila=54,6 g kg-1

; Silte=207,2 g kg-

1; Classificação textural= Franco arenoso.

A calagem foi realizada trinta dias antes do plantio com base nos resultados de

análise do solo. A adubação de fundação constou de 20kg.ha-1

de N; 90 kg.ha-1

de P2O5;

90 kg.ha-1

de K2O. Aos 45 dias do plantio foi realizada uma adubação de cobertura,

aplicando-se 30 kg.ha-1

de N, 40 kg.ha-1

de P2O5 e 60 kg.ha-1

de K2O. Tratos culturais

suplementares efetuados durante a condução do experimento foram realizados de acordo

com as recomendações para a cultura da batata-doce (FILGUEIRA, 2008).

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Foram testados cinquenta e oito acessos oriundos do BAG da UFLA (IPB-001,

IPB-002, IPB-006, IPB-007, IPB-011, IPB-013, IPB-014, IPB-016, IPB-023, IPB-026,

IPB-027, IPB-030, IPB-036, IPB-037, IPB-038, IPB-042, IPB-043, IPB-047, IPB-052,

IPB-053, IPB-054, IPB-056, IPB-059, IPB-060, IPB-063, IPB-065, IPB-067, IPB-071,

IPB-072, IPB-073, IPB-075, IPB-077, IPB-078, IPB-079, IPB-087, IPB-089, IPB-090,

IPB-091, IPB-093, IPB-098, IPB-099, IPB-101, IPB-103, IPB-105, IPB-108, IPB-109,

IPB-113, IPB-114, IPB-117, IPB-120, IPB-121, IPB-123, IPB-126, IPB-127, IPB-134,

IPB-136, IPB-137 e IPB-144), dois de Malhador-SE (IPB-145 e IPB-146), seis de Moita

Bonita-SE (IPB-147, IPB-148, IPB-149, IPB-150, IPB-151 e IPB-153), quatro de

Remijo-PB (IPB-154, IPB-155, IPB-157 e IPB-158) e três de Heliópolis-BA (IPB-095,

IPB-159 e IPB-160), totalizando setenta e três acessos.

A caracterização morfológica da parte aérea foi realizada aos 120 dias após o

plantio das ramas, quando apresentou disponibilidade suficiente de tecidos (folhas

novas, adultas e ramas). As partes vegetativas foram avaliadas por catorze descritores,

conforme preconizado por Huamán (1991) e são eles: comprimento de ramas principais,

comprimento do entrenó, cor predominante da rama, cor secundária da rama, forma

geral da folha, tipos de lóbulos da folha, números de lóbulos da folha, forma do lóbulo

central, tamanho da folha madura, pigmentação das nervuras, cor da folha madura, cor

da folha imatura, pigmentação do pecíolo e comprimento do pecíolo.

A caracterização morfológica da raiz foi realizada aos 150 dias após o plantio

das ramas, ou seja, durante a colheita. As raízes também foram avaliadas, segundo

Huamán (1991), utilizando sete descritores: forma das raízes, defeitos da superfície da

raiz, cor predominante da película, intensidade da cor predominante da película, cor

secundária da película, cor predominante da polpa e cor secundária da polpa.

A classificação de batata-doce quanto aos danos causados por insetos de solo foi

feita utilizando-se a escala de notas estabelecidas por França et al., (1983) em que a

nota “1” representa raízes livres de danos, com aspecto comercial desejável; “2” raízes

com poucos danos, perdendo um pouco com relação ao aspecto comercial (presença de

algumas galerias e furos nas raízes); “3” raízes com danos verificados sem muito

esforço visual (presença de galerias e furos nas raízes em maior intensidade), com

aspecto comercial prejudicado; “4” raízes com muitos danos, praticamente imprestáveis

para comercialização (presença de muitas galerias, furos e início de apodrecimento); e

“5” raízes totalmente imprestáveis para fins comerciais (repletas de galerias, furos e

apodrecimento mais avançado).

Page 29: DIVERSIDADE MORFOLÓGICA, AGRONÔMICA E POTENCIAL … · apresentou valores entre 11,57 a 32,72 %. Enquanto que o rendimento de etanol em L ha-1 variou entre 198 a 1.576 L ha-1, o

18

A caracterização agronômica foi realizada pelos descritores: massa fresca de

parte aérea, no qual as ramas foram cortadas, identificadas e pesadas, sendo os

resultados expressos em t ha-1

. Após a pesagem, as ramas foram acondicionadas em

saco de papel e colocadas em estufa com circulação de ar forçado a uma temperatura de

65°C até o peso ficar constante, onde se determinou a massa seca de parte aérea, e os

resultados expressos em t ha-1

. A produtividade total de raízes foi obtida pela pesagem

de todas as raízes da parcela e estimada sua produtividade em t ha-1

;

Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo

teste de Scott-Knott a p ≤ 0,05, utilizando o programa estatístico SISVAR (FERREIRA,

2011). Para estimativa da diversidade genética, foi realizada a análise multivariada

utilizando-se o método dos componentes principais utilizando-se o programa

STATISTICA versão 7.0.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Entre os acessos avaliados foram observadas diferenças significativas na análise

de variância para todas as variáveis morfológicas, tanto de parte aérea quanto de raiz

(p≤0,01). Verifica-se que o coeficiente de variação (CV) de todas as variáveis

apresentou-se com valores abaixo de 15%, exceto a variável defeitos da superfície da

raiz.

As médias dos dados da caracterização morfológica de parte aérea e raiz

mostram que houve variação entre os vinte e um caracteres qualitativos da parte aérea

da batata-doce. As variáveis que apresentaram pouca variabilidade morfológica foram:

o tamanho da folha madura, em 80,8% dos acessos apresentaram tamanho médio (8-

15cm), a cor da folha madura, que apresentaram cor verde-amarelada em 83,9% dos

acessos, cor secundária da película, com 78,1% dos acessos apresentando ausência de

cor, e cor secundária da polpa, com 97,3% dos acessos com cor ausente (Tabela 1).

Page 30: DIVERSIDADE MORFOLÓGICA, AGRONÔMICA E POTENCIAL … · apresentou valores entre 11,57 a 32,72 %. Enquanto que o rendimento de etanol em L ha-1 variou entre 198 a 1.576 L ha-1, o

19

Tabela 1. Caracterização morfológica de parte aérea e raiz de setenta e três acessos de batata-

doce do BAG de Universidade Federal de Sergipe. São Cristóvão-SE, UFS, 2014. A

CE

SS

O

CR

P

CE

CR

AM

A

CS

R

FG

F

TL

F

NL

F

FL

C

TF

M

PN

CF

M

CF

I

CP

PP

FR

CP

EL

ICP

CS

PE

CP

P

CS

PO

DF

IPB-001 5 3 3 5 5 5 3 4 5 5 1 3 3 9 5 9 1 0 9 0 2

IPB-002 5 1 8 2 4 0 1 0 5 2 1 3 1 1 9 6 3 0 6 0 2

IPB-006 7 5 5 7 3 0 1 0 7 5 1 3 3 5 9 8 1 0 2 0 3

IPB-007 5 3 3 6 3 0 1 0 5 7 1 6 1 4 7 1 2 0 1 0 3

IPB-011 7 5 6 2 4 0 1 0 5 5 1 2 3 5 9 6 2 5 3 0 3

IPB-013 7 5 3 4 4 0 1 0 5 6 1 2 3 4 7 2 1 0 1 0 1

IPB-014 7 5 8 2 6 3 5 4 5 2 1 2 1 1 9 5 2 0 3 0 2

IPB-016 5 3 7 4 3 0 1 1 5 6 1 3 3 9 7 8 2 0 2 0 1

IPB-023 7 5 4 6 6 5 5 4 5 5 1 5 1 3 3 3 1 0 1 0 3

IPB-026 5 3 3 4 4 0 1 0 5 6 1 3 3 3 4 5 3 0 2 0 1

IPB-027 7 5 3 6 3 0 1 0 5 8 1 7 3 3 4 4 1 0 2 0 1

IPB-030 7 3 6 6 6 7 5 6 5 5 1 9 1 3 3 5 3 0 2 0 1

IPB-036 9 3 6 6 4 0 1 0 3 5 1 3 1 3 1 9 3 0 2 0 3

IPB-037 7 3 6 6 4 0 1 0 5 7 1 3 3 3 3 6 3 0 3 0 2

IPB-038 7 3 3 4 3 0 1 0 3 2 1 3 1 3 9 1 1 0 1 0 1

IPB-042 7 5 9 7 4 0 1 0 5 6 1 9 1 9 9 9 3 0 9 8 2

IPB-043 9 3 6 2 4 0 1 1 5 5 1 3 1 3 3 2 3 0 3 0 1

IPB-047 5 1 4 2 4 3 3 2 5 2 1 3 1 1 4 6 3 0 3 0 3

IPB-052 5 3 3 4 3 0 1 0 5 7 1 3 3 3 9 2 3 0 1 0 2

IPB-053 3 5 1 4 4 3 3 2 5 7 2 3 1 3 4 5 1 6 1 0 2

IPB-054 7 3 6 4 4 0 1 0 5 7 1 3 1 3 9 6 1 5 2 0 1

IPB-056 5 3 6 7 6 5 4 4 5 5 1 3 3 2 4 2 3 0 3 0 1

IPB-059 5 3 4 6 4 0 1 0 5 5 1 2 1 3 7 2 3 0 4 0 3

IPB-060 7 3 6 4 4 0 1 0 5 2 1 3 1 5 9 6 1 2 6 0 1

IPB-063 5 3 3 6 4 0 1 0 5 7 1 2 3 3 3 2 3 0 1 0 3

IPB-065 5 3 3 6 4 0 1 0 5 8 1 3 1 3 3 2 3 0 1 0 1

IPB-067 7 3 6 6 4 0 1 0 5 6 6 3 3 4 6 9 2 0 2 0 1

IPB-071 5 3 1 6 4 0 1 0 5 6 1 7 3 3 5 6 2 5 2 0 2

IPB-072 5 3 3 4 4 0 1 0 5 6 1 3 3 5 8 5 1 0 2 0 1

IPB-073 7 3 4 6 4 0 1 0 5 8 1 3 1 3 4 5 1 0 2 0 2

IPB-075 7 1 3 4 3 0 1 0 5 5 1 2 3 6 4 8 1 0 1 0 3

IPB-077 5 5 6 6 4 1 5 4 5 2 1 3 3 3 4 5 3 0 2 0 3

IPB-078 7 5 4 4 3 0 1 0 5 2 2 2 3 1 9 8 1 0 2 0 3

IPB-079 3 3 4 2 4 0 1 0 7 2 1 3 1 1 2 6 2 0 2 0 2

IPB-087 3 1 5 7 5 7 5 9 5 8 1 2 1 4 4 2 2 0 2 0 2

IPB-089 3 3 3 4 4 1 1 1 5 3 2 3 3 5 9 5 1 2 4 0 3

IPB-090 7 3 4 4 6 5 5 6 5 5 1 3 3 8 3 8 2 0 2 0 1

IPB-091 5 1 3 4 6 3 3 1 5 3 2 3 3 3 6 5 2 6 2 0 1

IPB-093 5 3 5 4 4 1 1 2 5 2 1 3 3 1 4 6 2 0 2 0 1

IPB-095 5 3 3 6 4 0 1 0 5 7 1 2 3 3 4 2 2 0 1 0 1

IPB-098 7 1 3 4 3 0 1 0 3 6 1 5 1 3 6 1 2 0 1 0 3

IPB-099 7 3 6 2 4 0 1 0 3 2 1 3 1 3 8 2 1 0 1 0 0

IPB-101 7 5 5 7 3 0 1 0 5 7 1 3 3 9 8 9 3 0 9 0 1

Continua...

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20

Continuação.

IPB-103 3 1 3 6 4 0 1 0 5 6 1 3 3 1 4 6 2 0 1 0 2

IPB-105 7 5 6 6 4 0 1 0 5 5 1 2 5 3 9 6 2 2 3 0 1

IPB-108 5 3 3 6 4 0 1 0 5 8 1 3 3 4 9 2 1 6 1 0 1

IPB-109 3 1 4 5 6 3 5 2 5 3 1 6 1 3 7 2 2 0 2 0 0

IPB-113 9 1 4 5 4 1 1 1 5 8 1 5 1 9 5 5 3 0 3 0 1

IPB-114 3 3 3 4 4 0 1 0 5 6 1 3 1 3 2 5 1 6 3 0 0

IPB-117 7 3 1 7 3 0 1 0 5 5 6 2 3 3 8 2 1 0 2 0 3

IPB-120 5 5 3 6 3 0 1 1 5 8 1 5 1 4 4 6 3 0 2 0 1

IPB-121 5 7 3 6 3 0 1 1 5 8 1 4 3 3 4 4 1 6 1 0 2

IPB-123 7 3 3 4 3 0 1 0 3 2 1 2 1 1 6 6 3 0 2 0 2

IPB-126 5 3 3 4 3 0 1 0 5 3 1 8 3 5 4 8 3 0 2 0 1

IPB-127 5 1 5 4 4 0 1 2 5 6 2 3 1 4 4 6 1 0 6 0 1

IPB-134 5 1 4 4 4 0 1 1 5 5 6 8 3 3 9 1 3 0 1 0 1

IPB-136 5 3 3 2 4 0 1 0 3 2 1 3 1 1 9 6 2 4 6 0 2

IPB-137 7 1 3 4 3 0 1 0 3 7 1 6 1 3 3 1 3 0 1 0 1

IPB-144 5 3 4 4 6 0 5 2 5 3 1 3 3 4 4 5 2 0 3 0 2

IPB-145 5 1 6 7 6 5 4 4 5 5 1 7 1 9 9 6 3 5 2 0 2

IPB-146 5 1 1 4 3 0 1 0 3 2 1 3 1 1 8 6 2 2 2 0 2

IPB-147 7 3 3 2 4 1 1 2 5 2 1 3 1 1 5 9 2 0 9 9 1

IPB-148 5 1 3 2 6 5 3 1 5 3 1 2 1 3 8 1 3 0 2 0 1

IPB-149 5 3 3 2 3 0 1 0 5 2 2 3 3 4 8 1 1 0 1 0 0

IPB-150 7 5 5 4 3 0 1 0 3 3 1 3 1 3 4 9 3 0 2 0 1

IPB-151 7 3 3 2 4 0 1 0 5 2 1 8 3 1 6 6 1 5 2 0 3

IPB-153 3 1 6 2 6 5 5 6 3 3 1 3 3 9 3 8 1 0 1 0 1

IPB-154 7 3 6 7 6 5 5 4 5 2 1 3 3 1 1 2 3 0 1 0 0

IPB-155 7 3 8 7 6 7 5 6 3 8 1 7 1 9 4 9 3 0 2 0 1

IPB-157 3 1 3 6 5 5 5 6 5 5 1 2 3 3 4 6 1 0 2 0 1

IPB-158 3 3 1 1 3 0 1 0 5 5 1 2 1 3 6 5 2 0 1 0 3

IPB-159 5 3 7 7 4 0 1 1 5 6 6 6 1 9 7 1 2 0 1 0 1

IPB-160 3 3 3 2 6 7 4 6 3 2 2 8 1 1 4 6 1 4 6 0 3

Comprimento de rama principal (CRP), comprimento do entrenó (CE), cor predominante da rama

(CRAMA), cor secundária da rama (CSR), forma geral da folha (FGF), tipo de lóbulos da folha (TLF),

número de lóbulos da folha (NLF), forma do lóbulo central (FLC), tamanho da folha madura (TFN),

pigmentação das nervuras (PN), cor da folha madura (CFM), cor da folha imatura (CFI), comprimento do

pecíolo (CP), pigmentação do pecíolo (PP), forma das raízes (FR), cor predominante da película (CPEL),

intensidade da cor predominante da película (ICP), cor secundária da película (CSPE), cor predominante

da polpa (CPP), cor secundária da polpa (CSPO), defeitos da superfície da raiz (DR).

A variabilidade morfológica mostrou que os resultados obtidos com o método

Hierárquico de distância média entre grupos dos acessos de batata-doce do Banco Ativo

de Germoplasma da Universidade Federal de Sergipe evidenciam a existência de

variabilidade fenotípica. Observam-se dois grupos, em que o grupo 1 foi responsável

por 16 acessos (21,92%) e o grupo 2 composto por 57 acessos (78,08%). Os acessos

IPB-001 e IPB-155 foram os que se mostraram mais divergentes, por outro lado a

menor divergência foi observada nos acessos IPB-095 e IPB-063.

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21

No presente trabalho pode-se observar a grande variabilidade dos acessos de

batata-doce do BAG da UFS e a verificação que não houve acessos duplicados ao

contrário de trabalho realizado em Campos do Goytacazes-RJ, que identificou cinco

grupos com a presença de acessos morfologicamente duplicados (MOULIN, 2010).

Caracterizaram-se morfologicamente treze acessos de batata-doce componentes do

Banco Ativo de Germoplasma da Embrapa Clima Temperado da Universidade Federal

de Pelotas, observando a formação de quatro grupos com subdivisões (SILVA et al.,

2009).

IPB

-15

5

IPB

-14

5

IPB

-15

3

IPB

-09

0

IPB

-15

7

IPB

-08

7

IPB

-16

0

IPB

-14

4

IPB

-07

7

IPB

-15

4

IPB

-05

6

IPB

-03

0

IPB

-02

3

IPB

-14

8

IPB

-10

9

IPB

-01

4

IPB

-15

9

IPB

-13

4

IPB

-09

9

IPB

-14

9

IPB

-03

8

IPB

-11

7

IPB

-05

9

IPB

-07

2

IPB

-05

2

IPB

-01

3

IPB

-06

5

IPB

-09

5

IPB

-06

3

IPB

-13

7

IPB

-09

8

IPB

-00

7

IPB

-12

6

IPB

-15

1

IPB

-07

1

IPB

-11

4

IPB

-12

1

IPB

-05

3

IPB

-09

1

IPB

-08

9

IPB

-10

8

IPB

-05

4

IPB

-01

1

IPB

-15

0

IPB

-03

6

IPB

-04

3

IPB

-12

7

IPB

-07

3

IPB

-03

7

IPB

-12

0

IPB

-02

7

IPB

-11

3

IPB

-01

6

IPB

-06

7

IPB

-10

5

IPB

-00

6

IPB

-09

3

IPB

-07

9

IPB

-04

7

IPB

-15

8

IPB

-07

5

IPB

-10

3

IPB

-02

6

IPB

-14

6

IPB

-12

3

IPB

-07

8

IPB

-13

6

IPB

-06

0

IPB

-00

2

IPB

-14

7

IPB

-04

2

IPB

-10

1

IPB

-00

1

Acessos

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Dis

tân

cia

Eu

clid

ean

a

Figura 1. Dendrograma de dissimilaridade morfológica de 73 acessos de batata-doce,

estabelecido pelo método UPGMA utilizando-se a distância Euclidiana, com base em 24

caracteres morfo-agronômicos. São Cristóvão, UFS, 2014.

Os valores dos autovetores indicam, em módulo, a ordem de importância

e a contribuição dos descritores morfológicos para a variabilidade do grupo estudado.

Assim, com relação aos descritores utilizados, pode-se afirmar que para o primeiro

componente (Y1), os descritores mais discriminativos são o tipo de lóbulo da folha (-

0,919828), número de lóbulos da folha (-0,904024), a forma do lóbulo central (-

0,856486) e a forma geral da folha (-0,839520). Quanto à ordem de importância dos

descritores no segundo componente principal (Y2), pode-se observar que existe

mudança na ordem da contribuição.

O gráfico de dispersão foi coerente com os valores de autovetores para os dois

primeiros componentes principais. O modelo de análise de componentes principais com

Page 33: DIVERSIDADE MORFOLÓGICA, AGRONÔMICA E POTENCIAL … · apresentou valores entre 11,57 a 32,72 %. Enquanto que o rendimento de etanol em L ha-1 variou entre 198 a 1.576 L ha-1, o

22

dois componentes principais, explicou 28,07% da variação total. O componente

principal primário com 17,39% e o secundário com 10,68%, separou as variáveis tipo

de lóbulo da folha (TLF), número de lóbulos da folha (NLF), forma do lóbulo central

(FLC) e forma geral da folha (FGF) das demais variáveis (Figura 2).

Os resultados encontrados neste trabalho foram semelhantes aos de Camargo

(2013) onde as características tipo de lóbulo da folha (TLF), número de lóbulos da folha

(NLF), forma do lóbulo central (FLC) e forma geral da folha (FGF), foram observados

os maiores valores de contribuição relativa para a divergência genética de 40

introduções de batata-doce. Mas diverge dos encontrados por Elameen et al. (2011) em

que as características que mais contribuíram para a divergência genética de cento e

cinco acessos de batata-doce foram defeitos da superfície da raiz, cor secundária da

película e cor secundária da polpa.

Figura 2. Dispersão gráfica de 24 variáveis morfo-agronômicas de batata-doce do Banco Ativo de

Germoplasma da UFS. Comprimento de rama principal (CRP), comprimento do entrenó (CE), cor

predominante da rama (CRAMA), cor secundária da rama (CSR), forma geral da folha (FGF), tipo e

lóbulos da folha (TLF), número de lóbulos da folha (NLF), forma do lóbulo central (FLC), tamanho da

folha madura (TFN), pigmentação das nervuras (PN), cor da olha madura (CFM), cor da folha imatura

(CFI), comprimento do pecíolo (CP), pigmentação do pecíolo (PP), forma das raízes (FR), cor

predominante da película (CPEL), intensidade da cor predominante da película (ICP), cor secundária da

bpelícula (CSPE), cor predominante da polpa (CPP), cor secundária da polpa (CSPO), defeitos da

superfície da raiz (DR), resistência a insetos de solo (RI), massa seca de parte aérea (MSPA), massa seca

de raiz (MSR).

CRP

CE

CRAMA

CSR

FGF

TLFNLF

FLCTFN

PN

CFN

CFI

CP

PP

FR

CPEL

ICP

CSPE

CPP CSPO

DR

RI

MSPA

MSR

-1,0 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0

Componente principal primário (17,38%)

-1,0

-0,8

-0,6

-0,4

-0,2

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

Co

mp

on

ente

pri

nci

pal

sec

und

ário

(1

0,6

7%

)

Page 34: DIVERSIDADE MORFOLÓGICA, AGRONÔMICA E POTENCIAL … · apresentou valores entre 11,57 a 32,72 %. Enquanto que o rendimento de etanol em L ha-1 variou entre 198 a 1.576 L ha-1, o

23

A informação obtida da análise de componente principal permite a identificação

dos descritores morfológicos mais discriminativos e informativos em estudos de

caracterização morfológica, facilitando futuros estudos relacionados a morfologia da

espécie Ipomoea batatas L., reduzindo e otimizando, o tempo relativo às análises

(YADA et al., 2010).

Para a variável resistência a pragas de solo, foi observada diferença estatística

pelo Teste F. Nessa variável, acessos com notas menores são desejáveis, já que

representam raízes livres ou com poucos danos, apresentando aspecto comercial

desejável. Foi observada uma grande variabilidade quanto à resistência a pragas de solo,

onde cinquenta e dois acessos apresentaram-se como tolerantes ao ataque e vinte e um

foram caracterizados como raízes com aspecto comercial prejudicado. Os acessos que

apresentaram as melhores médias podem servir como doadores de alelos que conferem

resistência a insetos de solo em programas de melhoramento (Tabela 2).

Os danos provocados por Euscepes postfasciatus (Fairmaire), conhecida como

broca-da-raiz, ocasiona danos na superfície foliar, raiz e na polpa, tornando inviável

para comercialização (BOTTEGA et al., 2009). Seis clones de batata-doce do banco de

germoplasma da UFVJM e duas cultivares foram avaliados em três épocas de colheita.

Aos 150 dias, o clone BD-45 e a cultivar Princesa apresentaram-se mais resistentes,

com notas 1,07, mas semelhantes aos clones BD-31TO, BD-25, BD-08, BD-38 e a

cultivar Brazlândia Rosada (VIANA, 2009).

Foram avaliados cem acessos experimentais de batata-doce oriundos de

sementes botânicas da Universidade Federal do Tocantins encontrando valores para

grau de tolerância às pragas de solo para os acessos BDGU#84 (1,33), BDGU#73 (1,67)

e cultivar Ana Clara com média igual a 2,00 (SILVA, 2010). Encontraram-se clones de

batata-doce com resistência a insetos de solo caracterizando-se como de alta a moderada

resistência (MASSAROTO, 2008).

Avaliou-se 18 genótipos de batata-doce, sendo quatro cultivares comerciais e

catorze clones experimentais pertencentes ao Banco de Germoplasma da Universidade

Federal do Tocantins, havendo ampla variação no nível de severidade de danos

causados por insetos de solo, destacando os genótipos BD#106; BD#58 e BD#22, com

médias respectivas de 1,16; 1,43 e 1,58 (BARRETO et al., 2011).

Page 35: DIVERSIDADE MORFOLÓGICA, AGRONÔMICA E POTENCIAL … · apresentou valores entre 11,57 a 32,72 %. Enquanto que o rendimento de etanol em L ha-1 variou entre 198 a 1.576 L ha-1, o

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Tabela 2. Médias para resistência a pragas de solo, massa fresca de parte aérea, massa seca de

parte aérea e produtividade total de raízes de 73 acessos de batata-doce do BAG da

Universidade Federal de Sergipe. São Cristóvão, UFS, 2014.

ACESSO

Resistência a

Pragas de Solo

Massa Fresca de

Parte Aérea

Massa Seca de

Parte Aérea

Produtividade

Total de Raiz

(1-5) (t ha-1

) (t ha-1

) (t ha-1

)

IPB-001 1,39 a 3,54 c 0,91 d 6,05 b

IPB-002 1,73 a 2,66 d 0,79 e 4,63 c

IPB-006 1,74 a 8,58 b 2,21 b 9,72 a

IPB-007 3,43 c 4,42 c 1,25 d 6,47 b

IPB-011 3,14 c 10,16 a 1,75 c 4,59 c

IPB-013 3,54 c 1,12 d 0,33 e 5,54 b

IPB-014 1,77 a 3,71 c 1,21 d 4,54 c

IPB-016 1,42 a 7,62 b 1,75 c 8,11 a

IPB-023 1,50 a 2,62 d 0,71 e 3,31 c

IPB-026 2,16 b 2,12 d 0,62 e 5,18 b

IPB-027 2,34 b 3,54 c 1,00 d 6,74 b

IPB-030 1,53 a 4,66 c 1,29 d 6,34 b

IPB-036 1,56 a 5,12 c 1,58 c 5,64 b

IPB-037 1,61 a 5,12 c 1,62 c 5,90 b

IPB-038 2,53 b 3,87 c 1,25 d 3,13 c

IPB-042 1,25 a 0,62 d 0,33 e 2,06 c

IPB-043 2,73 b 3,08 c 1,00 d 3,11 c

IPB-047 2,27 b 8,00 b 1,71 c 4,70 c

IPB-052 1,17 a 4,50 c 1,12 d 4,38 c

IPB-053 1,28 a 2,87 d 0,79 e 5,25 b

IPB-054 1,74 a 6,04 b 1,83 c 5,60 b

IPB-056 1,44 a 3,00 c 1,08 d 5,90 b

IPB-059 1,82 a 4,83 c 1,25 d 3,62 c

IPB-060 1,77 a 1,83 d 0,62 e 4,57 c

IPB-063 1,61 a 2,41 d 0,66 e 6,18 b

IPB-065 1,79 a 4,46 c 1,16 d 4,98 b

IPB-067 1,06 a 2,79 d 0,96 d 2,67 c

IPB-071 2,40 b 11,00 a 2,70 a 8,10 a

IPB-072 2,66 b 3,87 c 1,21 d 5,48 b

IPB-073 1,15 a 5,62 b 1,66 c 5,40 b

IPB-075 1,75 a 5,83 b 1,54 c 5,74 b

IPB-077 1,20 a 4,50 c 1,08 d 5,36 b

IPB-078 1,41 a 2,33 d 0,75 e 2,29 c

IPB-079 1,31 a 3,08 c 0,87 d 5,14 b

IPB-087 1,62 a 4,58 c 1,25 d 3,73 c

IPB-089 1,75 a 8,79 b 2,29 b 10,89 a

IPB-090 1,13 a 4,12 c 1,08 d 5,40 b

IPB-091 1,30 a 12,16 a 2,71 a 6,25 b

IPB-093 1,70 a 3,08 c 0,79 e 3,97 c

IPB-095 1,17 a 4,83 c 1,42 c 6,05 b

IPB-098 2,05 b 6,58 b 1,75 c 8,90 a

IPB-099 1,39 a 3,04 c 0,83 d 5,38 b

IPB-101 1,27 a 5,16 c 1,41 c 5,10 b

IPB-103 1,74 a 6,00 b 2,12 b 6,28 b

IPB-105 2,73 b 2,91 d 1,08 d 2,96 c

IPB-108 2,15 b 1,50 d 0,58 e 2,46 c

IPB-109 1,62 a 1,08 d 0,58 e 3,57 c

Continua...

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Continuação.

IPB-113 1,56 a 2,45 d 0,83 d 3,43 c

IPB-114 1,41 a 1,71 d 0,62 e 4,13 c

IPB-117 1,78 a 3,50 c 1,04 d 5,62 b

IPB-120 1,26 a 11,21 a 2,54 a 6,50 b

IPB-121 1,96 a 3,29 c 0,83 d 8,99 a

IPB-123 2,13 b 0,96 d 0,45 e 1,20 c

IPB-126 1,47 a 3,42 c 0,91 d 5,28 b

IPB-127 1,63 a 7,08 b 1,66 c 6,35 b

IPB-134 2,43 b 3,95 c 1,16 d 5,36 b

IPB-136 1,06 a 2,66 d 0,66 e 3,63 c

IPB-137 2,07 b 3,37 c 1,00 d 3,93 c

IPB-144 1,30 a 6,12 b 1,79 c 4,36 c

IPB-145 1,36 a 5,33 c 1,46 c 5,13 b

IPB-146 2,21 b 0,45 d 0,17 e 3,65 c

IPB-147 1,60 a 2,66 d 1,00 d 5,58 b

IPB-148 1,51 a 1,16 d 0,50 e 5,03 b

IPB-149 1,18 a 4,73 c 1,29 d 7,08 b

IPB-150 1,33 a 2,00 d 0,62 e 3,03 c

IPB-151 2,92 c 0,58 d 0,29 e 2,17 c

IPB-153 1,35 a 3,08 c 0,92 d 4,23 c

IPB-154 2,05 b 1,70 d 0,79 e 3,58 c

IPB-155 1,46 a 3,16 c 0,95 d 3,23 c

IPB-157 1,66 a 2,67 d 0,96 d 3,37 c

IPB-158 2,21 b 6,25 b 1,54 c 4,52 c

IPB-159 1,22 a 7,33 b 2,08 b 3,31 c

IPB-160 3,22 c 1,08 d 0,37 e 5,36 b

Média 1,78 4,18 1,16 5,01

CV (%) 18,18 29,14 22,58 26,59

Médias seguidas pelas mesmas letras minúsculas nas colunas, não diferem significativamente entre si,

pelo teste de Scott-Knott (p≤0,05). * Notas de 1 a 5, onde 1 refere-se a raízes livres de danos e 5 refere-se

a raízes totalmente imprestáveis.

Para a variável massa fresca de parte aérea (Tabela 2) quatro acessos

apresentaram os melhores resultados, sendo eles o IPB-091 (12,16 t ha-1

), IPB-120

(11,21 t ha-1

), IPB-071 (11,00 t ha-1

) e IPB-011 (10,16 t ha-1

). A amplitude dos dados

está entre os acessos IPB-091 com uma produtividade de 12,16 t ha-1

e IPB-146 com

0,45 t ha-1

.

Em Jataí-GO pesquisadores encontraram produtividade de massa verde entre 2,3

e 41,7 t ha-1

com os clones CAJ-11 e CAL-3, respectivamente (SCHUMACHER et al.,

2012). Outros trabalhos obtiveram valores próximos para a produtividade de fitomassa

da parte aérea, onde encontraram de 2,83 a 5,83 t ha-1

para nove clones e duas

variedades de batata-doce no Estado de Alagoas (CAVALCANTE et al., 2009).

Já em Diamantina-MG avaliou-se dez acessos e duas cultivares de batata-doce,

alcançando produtividade variando entre 7,3 e 19,7 t ha-1

(ANDRADE JÚNIOR et al.,

Page 37: DIVERSIDADE MORFOLÓGICA, AGRONÔMICA E POTENCIAL … · apresentou valores entre 11,57 a 32,72 %. Enquanto que o rendimento de etanol em L ha-1 variou entre 198 a 1.576 L ha-1, o

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2012). Foram encontradas médias de produtividade de massa verde variando de 5,50 a

10,25 t ha-1

, valores próximos aos obtidos no presente trabalho (VIANA, 2009).

Para a massa seca de parte aérea o acesso IPB-091 com 2,71 t ha-1

apresentou a

maior média não diferindo dos acessos IPB-071 (2,70 t ha-1

) e IPB-120 (2,54 t ha-1

).

Variável esta que obteve média de 1,16 t ha-1

(Tabela 2).

Em acessos de batata-doce oriundos do BAG da UFS encontraram-se as maiores

médias para massa seca de parte aérea num ciclo de cultivo de 150 dias nos acessos

IPB-007 e Brazlândia Rosada com 2,81 e 2,54 t ha-1

, respectivamente (OLIVEIRA,

2013). Produtividade de massa seca de parte aérea entre 1,4 e 8,0 t ha-1

foi obtido em

catorze materiais estudados em Minas Gerais, valores superiores aos do presente

trabalho (PEDROSA, 2012).

Um total de trinta e nove genótipos de batata-doce da coleção de germoplasma

da UFLA foi avaliado com valores de matéria seca de parte aérea variando de 1,03 a

42,70 t ha-1

. As características massa fresca e seca da parte aérea são importantes na

alimentação animal, pois as ramas frescas podem ser oferecidas a aves e peixes na

forma de forragem verde, nas formas de forragem verde e silagem para ruminantes ou

até como ramas secas podendo ser incorporadas à ração (GONÇALVES NETO et al.,

2012).

Quanto à produtividade total de raízes, não houve diferença entre os acesso IPB-

089, IPB-006, IPB-121, IPB-098, IPB-016 e IPB-071, sendo que apenas o IPB-089

(10,89 t ha-1

) foi o único a apresentar produtividade superior a 10 t ha-1

(Tabela 2). Os

valores encontrados foram inferiores aos de Viana (2009), que avaliando três épocas de

colheita em dois ambientes de cultivo encontrou produtividade total de 5,9 a 51,0 t ha-1

.

Foram avaliadas oito cultivares de batata-doce do BAG da Universidade Federal

Rural do Semi-Árido (UFERSA) encontrando valores para produção total de raízes

entre 5,42 e 16,80 t ha-1

(MOREIRA et al., 2011). Em experimento realizado na cidade

de Marechal Cândido Rondon, PR, os acessos atingiram valores entre 6,76 e 8,04 t ha-1

(ROESLER et al., 2008).

Foram encontradas produtividades variando de 4,33 t ha-1

para acessos

provenientes da Zona Leste até 8,98 t ha-1

para os da Zona do Lago do distrito de

Bagamoyo, Tanzânia (TAIRO et al., 2008). Avaliando os potenciais produtivo e

genético de clones de batata-doce, pesquisadores encontraram valores para

produtividade de raiz entre 4,17 e 12,08 t ha-1

(CAVALCANTE et al., 2009).

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CONCLUSÃO

O BAG de batata-doce da Universidade Federal de Sergipe apresenta grande

variabilidade fenotípica, e alguns acessos avaliados podem ser promissores para

recomendação de uso e em programas de melhoramento da espécie.

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4. ARTIGO 2

Submetido para: Industrial Crops and Products

DIVERSIDADE DE GERMOPLASMA DE BATATA-DOCE DO

BAG DE SERGIPE PARA AMIDO E ETANOL*

Rodrigo Pereira Alves1; Alisson Marcel Souza de Oliveira

2; Aléa Dayane Dantas de

Santana1; Vanderson dos Santos Pinto

1; Arie Fitzgerald Blank

1; Maria de Fátima

Arrigoni-Blank1; Roberta Pereira Miranda Fernandes

1; Thiago Matos Andrade

1, Wilson

Roberto Maluf2

* Parte da dissertação de Mestrado do primeiro autor, apresentada ao Programa de Pós-

graduação em Agroecossistemas/UFS. 1

Universidade Federal de Sergipe, Departamento de Engenharia Agronômica; Avenida

Marechal Rondon, s/n, Cidade Universitária prof. José Aloísio de Campos, Jardim Rosa

Elze; 49100-000 - São Cristóvão, SE – Brasil; Telefone: (79)21056929, 21056981; Fax:

(79)21056939, 21056494. 2

Universidade Federal de Lavras, Departamento de Agricultura; Caixa Postal 3037;

CEP 37200-000 – Lavras, MG – Brasil; Telefone: (35)38291301.

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33

RESUMO

A batata-doce é considerada uma fonte renovável com potencial para produzir etanol

por ser uma amilácea rústica, com baixo custo de produção e ampla adaptação

climática. Com base nisso, o presente trabalho teve como objetivo a avaliação da

diversidade de germoplasma de batata-doce destinada a amido e etanol do BAG de

Sergipe. O experimento foi implantado na Fazenda Experimental “Campus Rural da

Universidade Federal de Sergipe”, e avaliou-se o teor de matéria seca de raiz, o teor de

amido, o rendimento de amido, o teor de amilose das raízes, além do rendimento de

etanol em L ha-1

e L t-1

de raiz. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos

casualizados com setenta e três acessos de batata-doce, sendo duas repetições, com

quatro plantas por parcela, totalizando cento e quarenta e seis tratamentos. Com relação

ao teor de massa seca de raiz os acessos IPB-121, IPB-101, IPB-109, IPB-144, IPB-042,

IPB-123, IPB-056, IPB-065, IPB-036 e IPB-095 apresentaram os melhores resultados.

O teor de amido variou entre 11,56 e 27,07%, já o rendimento de amido por hectare

ficou entre 0,30 a 2,39 t ha-1

e o teor de amilose apresentou-se com valores entre 11,57 a

32,72 %. Enquanto que o rendimento de etanol em L ha-1

variou entre 198 a 1.576 L ha-

1, o rendimento de etanol em L t-

1 apresentou os acessos IPB-065 (178,70 L t

-1), IPB-

144 (178,11 L t-1

), IPB-042 (177,17 L t-1

), IPB-123 (176,02 L t-1

), IPB-121 (175,45 L t-

1), IPB-056 (171,04 L t

-1), IPB-109 (170,57 L t

-1), IPB-036 (169,40 L t

-1), IPB-052

(168,75 L t-1

) e IPB-101 (168,42 L t-1

) como promissores para obtenção de etanol a

partir de batata-doce. Com base na caracterização realizada no presente trabalho,

recomenda-se a continuação da pesquisa com os acessos de batata-doce com o intuito de

fornecer informações para os programas de melhoramento genético da espécie.

Palavras-chave: Ipomoea batatas, matéria seca, álcool, amilose, germoplasma.

Page 45: DIVERSIDADE MORFOLÓGICA, AGRONÔMICA E POTENCIAL … · apresentou valores entre 11,57 a 32,72 %. Enquanto que o rendimento de etanol em L ha-1 variou entre 198 a 1.576 L ha-1, o

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ABSTRACT

The sweet potato is considered a renewable energy source with the potential to produce

ethanol to be a rough starchy, low production cost and wide climate adaptation. Based

on this, the present work aimed at the biochemical characterization of sweet potato

germplasm of Sergipe. The experiment was carried out at the Experimental Farm “Rural

Campus of the Federal University of Sergipe”, and evaluated the content of dry matter

of root, evaluated the starch content, the yield of starch, amylose content of roots,

beyond the ethanol yield in L ha-1

and L t-1

root. The experimental design was

randomized with seventy-three accessions of sweet potato, two replicates with four

plants per plot blocks, totaling one hundred forty-six treatments. With respect to the dry

mass of the root IPB-121, IPB-101, IPB-109, IPB-144, IPB-042, IPB-123, IPB-056,

IPB-065, IPB-095 and IPB-036 accesses showed the best results. The starch content

was between 11,56 and 27,07%, as the starch yield per hectare was between 0,30 to 2,39

t ha-1

and amylose presented with values between 11,57 to 32,72%. While the ethanol

yield in L ha-1

varied between 198-1.576 L ha-1

, the ethanol yield in L t-1

presented the

IPB-065 accesses (178,70 L t-1

), IPB-144 (178,11 L t-1

), IPB-042 (177,17 L t-1

), IPB-

123 (176,02 L t-1

), IPB-121 (175,45 L t-1

), IPB-056 (171,04 L t-1

), IPB-109 (170,57 L t-

1), IPB-036 (169,40 L t

-1), IPB-052 (168,75 L t

-1) and IPB-101 (168,42 L t

-1) as

promising for ethanol production from sweet potato. Based on the characterization

presented in this work, it is recommended that further research with sweet potato

accessions in order to provide information for programs of genetic improvement of the

species.

Keywords: Ipomoea batatas, dry matter, alcohol, amylose, germplasm.

Page 46: DIVERSIDADE MORFOLÓGICA, AGRONÔMICA E POTENCIAL … · apresentou valores entre 11,57 a 32,72 %. Enquanto que o rendimento de etanol em L ha-1 variou entre 198 a 1.576 L ha-1, o

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INTRODUÇÃO

O provável esgotamento das reservas de petróleo em todo o mundo, rigorosas

regulamentações governamentais sobre as emissões de gases poluentes e o aumento dos

preços dos combustíveis à base de petróleo, incentivam estudos que busquem fontes

alternativas de combustíveis. Os combustíveis renováveis, produzidos a partir da

biomassa, entre eles o etanol, podem ganhar um papel muito importante, já que são

reconhecidamente combustíveis limpos e podem ser produzidos a partir de diversas

fontes renováveis (SANTANA et al., 2013).

O etanol pode ser produzido a partir de várias matérias-primas agrícolas, desde

que contenham carboidratos passíveis de serem fermentados (açúcares e amido). A

batata-doce tem demonstrado ser a opção mais eficaz, apresentando menor custo para

produção de etanol, quando comparado com outras culturas amiláceas como milho e

mandioca (HE et al., 2009).

Por possuir alto teor de amido e apresentar grande variabilidade genética, a

batata-doce, uma eudicotiledônea pertencente à família Convolvulaceae, originária das

Américas, possibilita a implantação de programas de melhoramento visando o mercado

de produção de etanol, destacando-se como alternativa para usinas e agricultores nas

épocas posteriores ao plantio da cana-de-açúcar (PAVLAK et al., 2011).

O amido é o principal componente das raízes, representando cerca de 50-80% da

matéria seca da raiz. É uma valiosa matéria-prima e tem várias aplicações em produtos

alimentares como agentes adesivos, ligantes e formadores de filmes (WEBER et al.,

2009). É composto por dois polímeros em diferentes proporções com relação a sua

origem: amilose (16-30%) e amilopectina (65-85%). A amilose é um polímero de cadeia

linear com glicoses unidas por ligações α-1,4. A amilopectina é um grande polímero

altamente ramificado, que além de possuir ligações α-1,4, inclui também ligações α-1,6

nos pontos de ramificação (HASHEM & DARWISH, 2010).

A produção de etanol a partir de amiláceos não é muito difundida e conhecida no

Brasil, contudo, tem sido uma técnica muito adotada na Europa e Estados Unidos, sendo

objeto de estudos em países detentores dessa alta tecnologia. Resultados preliminares

têm demonstrado que um hectare de raiz de batata-doce rende de 30 a 40 toneladas de

biomassa. Enquanto uma tonelada de cana-de-açúcar gera 67 litros de álcool, a mesma

quantidade de batata-doce chega a até 130 litros do combustível (CASTRO &

EMYGDIO, 2009).

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No Brasil há uma grande variedade de batata-doce e cada uma delas tem suas

próprias características. A determinação de variedades de batata-doce apropriadas para a

produção de etanol é essencial para uma produção industrial de etanol em larga escala.

Com base nisso, objetivou-se com este trabalho a avaliação da diversidade de

germoplasma de batata-doce destinada a amido e etanol do BAG de Sergipe.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi implantado na Fazenda Experimental “Campus Rural da

Universidade Federal de Sergipe”, localizada no Município de São Cristóvão-SE

(latitude 10° 55’ 27” S, longitude 37° 12’ 01” W e altitude de 46 m). O solo da área é

classificado como Argissolo Vermelho Amarelo com relevo plano a suavemente

ondulado.

O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados testando

setenta e três acessos de batata-doce oriundos do Banco Ativo de Germoplasma da UFS,

sendo duas repetições, com quatro plantas por parcela, totalizando cento e quarenta e

seis tratamentos. O trabalho foi conduzido entre os meses de março e agosto de 2012,

usando o espaçamento de 1,0 x 0,3 m. Foram utilizadas ramas contendo entre oito e

doze entrenós e com 25 cm de comprimento, sendo enterrada a parte basal da rama

contendo de três a quatro nós em uma profundidade de 10-15 cm sobre as leiras com

altura de 40 cm.

Antes do preparo do solo e plantio das ramas de batata-doce, amostras de solo

foram coletadas na camada de 0-20 cm, para a realização da análise química e física e

resultaram em: pH(H2O)= 5,40; matéria orgânica= 0,86 dag dm-3

; Ca+2

+ = 0,82 cmolc

dm-3

; Ca+2

= 0,39 cmolc dm-3

; Mg+2

= 0,43 cmolc dm-3

; Al+3

= 0,65 cmolc dm-3

; H+Al=

2,03 cmolc dm-3

; Na= 3,5 mg dm-3

; K= 21,1 mg dm-3

; P= 7,0 mg dm-3

; SB= 0,89 cmolc

dm-3

; CTC= 2,92 cmolc dm-3

; Areia=738,2 g kg-1

; Argila=54,6 g kg-1

; Silte=207,2 g kg-

1; Classificação textural= Franco arenoso.

A calagem foi realizada trinta dias antes do plantio com base nos resultados de

análise do solo. A adubação de fundação constou de 20kg.ha-1

de N; 90 kg.ha-1

de P2O5;

90 kg.ha-1

de K2O. Aos 45 dias do plantio foi realizada uma adubação de cobertura,

aplicando-se 30 kg.ha-1

de N, 40 kg.ha-1

de P2O5 e 60 kg.ha-1

de K2O. Tratos culturais

suplementares efetuados durante a condução do experimento foram realizados de acordo

com as recomendações para a cultura da batata-doce (FILGUEIRA, 2008).

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Foram testados cinquenta e oito acessos oriundos do BAG da UFLA (IPB-001,

IPB-002, IPB-006, IPB-007, IPB-011, IPB-013, IPB-014, IPB-016, IPB-023, IPB-026,

IPB-027, IPB-030, IPB-036, IPB-037, IPB-038, IPB-042, IPB-043, IPB-047, IPB-052,

IPB-053, IPB-054, IPB-056, IPB-059, IPB-060, IPB-063, IPB-065, IPB-067, IPB-071,

IPB-072, IPB-073, IPB-075, IPB-077, IPB-078, IPB-079, IPB-087, IPB-089, IPB-090,

IPB-091, IPB-093, IPB-098, IPB-099, IPB-101, IPB-103, IPB-105, IPB-108, IPB-109,

IPB-113, IPB-114, IPB-117, IPB-120, IPB-121, IPB-123, IPB-126, IPB-127, IPB-134,

IPB-136, IPB-137 e IPB-144), dois de Malhador-SE (IPB-145 e IPB-146), seis de Moita

Bonita-SE (IPB-147, IPB-148, IPB-149, IPB-150, IPB-151 e IPB-153), quatro de

Remijo-PB (IPB-154, IPB-155, IPB-157 e IPB-158) e três de Heliópolis-BA (IPB-095,

IPB-159 e IPB-160), totalizando setenta e três acessos.

A colheita foi realizada aos 150 dias após o plantio das ramas e as seguintes

variáveis foram avaliadas:

Teor de Matéria Seca de Raiz

O teor de matéria seca de raiz foi realizado utilizando-se 10g de raízes de cada

acesso que foram secas em estufa com ventilação forçada a 100 ºC até atingirem peso

constante. O teor de massa seca foi calculado dividindo-se os valores da massa seca

pelos valores de massa fresca e multiplicados por 100. Os resultados foram expressos

em porcentagem.

Teor e Rendimento de Amido

Para as análises químicas, tanto para teor de amido como teor de

amilose/amilopectina, utilizou-se cerca de 200g de cada amostra que foram raladas e

secas em estufa com circulação de ar forçado a uma temperatura de 60 ºC durante 72

horas. Quando secas, essas amostras foram maceradas para obtenção da farinha e então

se procedeu a realização das análises. A condução dos experimentos se deu nos

laboratórios de enzimologia, cultura de tecidos e fitotecnia da UFS.

O teor de amido foi determinado pelo método de Lane-Eynon. O método baseia-

se na redução de um volume conhecido de um reagente de cobre alcalino (Fehling) a

óxido cuproso. O ponto final é indicado pelo azul de metileno, que é reduzido por um

pequeno excesso de açúcar redutor (INSTITUTO ADOLFO LUTZ, 2005).

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Para a analise de amido os seguintes reagentes e soluções foram utilizados: ácido

clorídrico concentrado (HCL) P.A., solução de hidróxido de sódio (NaOH) P.A., sulfato

de cobre (CuSO4 5H2O) P.A., tartarato duplo de sódio e potássio (KNaC4H4O6 4H2O)

P.A., sulfato de zinco (ZnSO4.7H2O) a 30%; solução de azul metileno a 1% e soluções

de Fehlings tituladas.

Para a preparação do Fehling tipo “A” utilizou-se 34,639 g de sulfato de cobre

pentahidratado e 0,5 mL de Ácido Sulfúrico concentrado que foram dissolvidos em

água destilada e vertidos para um balão volumétrico de 500 mL, sendo completado seu

volume com água destilada.

Para a preparação do Fehling tipo “B” foi dissolvido 172 g de tartarato de sódio

e potássio e 50 g de NaOH em água destilada. A solução foi vertida para um balão

volumétrico de 500 mL, e quando houve a diminuição da temperatura, completou-se o

volume com água destilada.

Para a padronização dos Fehlings “A” e “B” foi lavada uma bureta de 2 a 3

vezes com solução de glicose a 1%, e em seguida completou-se o seu volume com a

mesma solução de glicose ajustando o seu volume. Em um erlenmeyer de 250 mL, foi

pipetado 5 mL da solução de Fehling “A”, 5 mL da solução de Fehling “B” e

adicionado 40 mL de água destilada. Depois a solução foi aquecida até a fervura,

acrescentando-se então o agitador magnético e colocado 1 mL da glicose da bureta junto

com uma gota da solução azul de metileno. Iniciou-se a titulação mantendo a solução

em fervura até o ponto final da titulação ser dado pela viragem da solução da cor azul

para o vermelho tijolo.

O fator de correção (FC) foi verificado em todas as soluções de Fehling

elaboradas, utilizando a fórmula: FC = V x 0,01, onde ´V´ corresponde ao volume que

foi gasto na padronização para resultar na cor vermelho tijolo. Este foi utilizado para

encontrar os teores de amido.

Procedimentos utilizados na obtenção do teor de amido:

a) Pesou-se 1,00g de farinha de cada amostra transferindo-o para um erlenmeyer

de 250 mL e adicionado 100 mL de água destilada juntamente com 0,5 mL de NaOH a

10 %. Colocou-se em seguida o erlenmeyer em autoclave a 121 °C por uma hora. Ao se

retirar o erlenmeyer deixou-se esfriar e adicionou-se 5,00 mL de HCl concentrado,

levando-o novamente para a autoclave (1 atm) por mais 30 minutos. Passado os 30

minutos, o erlenmeyer foi retirado e resfriado mais uma vez. Com a solução do erlenmeyer

já em temperatura ambiente neutralizou-se o pH da solução com NaOH 40 %. Em seguida

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foram adicionados 2,5 mL de Acetato de Zinco a solução e filtrada com papel de filtro

qualitativo seco em um balão volumétrico de 250 mL, completando o volume com água

destilada. A solução do balão volumétrico foi transferida para uma bureta de 50 mL.

Em outro erlenmeyer de 250 mL, foi pipetado 5 mL de Fehling “A”, 5 mL de

Fehling “B” e adicionado 40 mL de água destilada, aquecendo-se até levantar fervura.

Com o uso do agitador magnético para homogeneizar a solução, foi adicionado 1 mL da

amostra da solução da bureta e uma gota do indicador de azul de metileno. Em seguida

procedeu-se a titulação gota a gota até que se percebesse mudança de cor do titulado

para o vermelho tijolo.

b) Os seguintes cálculos foram realizados:

Onde: FC= título da solução de fehling, adquirido na padronização das soluções;

V = número ou valor de mL gasto na solução da amostra para a titulação;

P = peso da amostra em g.

O teor de amido foi calculado em relação à base de matéria fresca da batata-

doce, ou seja, o teor de amido foi exposto levando-se em consideração a composição

global da batata-doce. O rendimento de amido deu-se pelo produto do teor de amido em

base fresca e a produtividade total de raízes e foi expressa em t ha-1

.

Teor de amilose

O teor de amilose foi determinado utilizando-se o Kit amilose/amilopectina da

Megazyme (MEGAZYME INTERNATIONAL IRELAND, 2006). Neste procedimento,

as amostras de amido foram completamente dispersas por aquecimento adicionando

dimetil-sulfóxido (DMSO). Com o uso de etanol (95%), os lipídios foram removidos

por precipitação, e recuperado o precipitado de amido. Depois da dissolução da amostra

adicionou-se acetato de sódio, e a partir de então a amilopectina foi especificamente

precipitada por centrifugação pela adição de Con A. A amilose foi enzimaticamente

hidrolisada e analisada utilizando-se um reagente de glicose oxidase. Em uma alíquota

separada da solução com acetato de sódio, foi estimado o amido total, onde as amostras

foram hidrolisadas de forma semelhante a anterior. As duas amostras foram medidas

através de espectrofotômetro com absorbância a 510 nm.

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Rendimento de etanol

O rendimento de etanol foi obtido multiplicando-se o rendimento de amido com

o fator de conversão 0,662, de acordo com Pavlak et al. (2011) e expresso em L ha-1

. O

rendimento de etanol por tonelada de raiz foi obtido dividindo-se o rendimento de

etanol pelo rendimento total de raízes e foi expresso em L t-1

.

Os dados experimentais foram submetidos à análise de variância e as médias

comparadas pelo teste de Scott-Knott a p ≤ 0,05, utilizando o programa estatístico

SISVAR (FERREIRA, 2011).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O teor de massa seca de raiz foi analisado em setenta e três acessos de batata-

doce e apresentou os maiores valores para os acessos IPB-121 (37,70%), IPB-101

(37,62%), IPB-109 (37,33%), IPB-144 (37,10%), IPB-042 (37,00%), IPB-123

(36,97%), IPB-056 (36,76%), IPB-065 (36,44%), IPB-036 (36,40%) e IPB-095

(36,28%) (Tabela 1). O teor de MS é uma das características determinantes da textura

do tubérculo, após o cozimento e relaciona-se diretamente com a densidade específica

do tubérculo. Do ponto de vista industrial há interesse em cultivares que apresentem

maior teor de matéria seca, já que resulta em maior rendimento, tanto em processos

alimentícios, quanto para produção de etanol (ANDRADE JUNIOR et al., 2012).

Avaliou-se doze acessos de batata-doce em Minas Gerais, observando-se que os

teores de matéria seca variaram entre 26,3 a 28,8% (ANDRADE JUNIOR et al., 2012),

valores menores aos obtidos no presente trabalho. O teor de matéria seca entre

cinquenta genótipos de batata-doce analisados variou entre 24,53 a 39,13% (MARTINS,

2010).

Essa variável apresentou uma variação de 37,70% para o acesso IPB-121 e

16,87% para IPB-087, com média de 30,94% de MS. Avaliou-se o teor de massa seca

de raiz de doze clones de batata-doce, encontrando média de 29,26% de MS

(FIGUEIREDO, 2010), concordando com os dados desta pesquisa. A raiz da batata-

doce apresenta cerca de 30% de MS que contém em média 85% de carboidratos, cujo

componente principal é o amido (SILVA et al., 2010).

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Tabela 1. Médias para teor de matéria seca de raiz, teor de amido, rendimento de amido, teor de

amilose, produção de etanol em L ha-1

e rendimento de etanol em L t-1 de acessos de batata-doce

oriundos do BAG da Universidade Federal de Sergipe. São Cristóvão, UFS, 2014.

ACESSO

Teor de MS

de Raiz

Teor de

Amido

Rendimento

de Amido

Teor de

Amilose

Produção

de Etanol

Rendimento

de Etanol

(%) (%) (t ha-1

) (%) (L ha-1

) (L t-1

)

IPB-001 32,11 c 23,26 c 1,41 b 20,61 c 932 b 153,52 c

IPB-002 31,29 d 21,83 d 1,01 c 17,68 d 669 c 144,09 d

IPB-006 30,21 d 21,79 d 2,11 a 11,85 d 1.390 a 143,83 d

IPB-007 25,66 f 17,11 f 1,10 b 27,41 b 730 b 112,94 f

IPB-011 31,76 d 22,54 c 1,03 c 22,57 c 680 c 148,76 c

IPB-013 32,14 c 23,18 c 1,26 b 14,21 d 837 b 153,00 c

IPB-014 34,11 c 23,70 c 1,05 c 22,44 c 693 c 156,43 c

IPB-016 24,28 f 17,77 f 1,43 b 19,91 c 947 b 117,28 f

IPB-023 33,01 c 22,79 c 0,76 c 16,88 d 499 c 150,43 c

IPB-026 25,40 f 17,54 f 0,91 c 18,25 d 599 c 115,79 f IPB-027 30,71 d 21,80 d 1,47 b 19,80 c 968 b 143,93 d

IPB-030 32,63 c 23,13 c 1,46 b 19,85 c 965 b 152,68 c

IPB-036 36,40 a 25,66 a 1,45 b 18,33 d 955 b 169,40 a

IPB-037 29,66 d 20,40 e 1,21 b 16,48 d 796 b 134,67 e

IPB-038 28,64 e 18,38 f 0,58 c 12,88 d 382 c 121,35 f

IPB-042 37,00 a 26,84 a 0,55 c 15,47 d 365 c 177,17 a

IPB-043 30,99 d 22,89 c 0,70 c 17,25 d 465 c 151,12 c

IPB-047 31,72 d 21,99 d 1,03 c 17,54 d 679 c 145,13 d

IPB-052 35,86 b 25,57 a 1,12 b 19,18 c 738 b 168,75 a

IPB-053 34,29 b 24,67 b 1,30 b 19,96 c 857 b 162,85 b

IPB-054 31,35 d 22,18 d 1,24 b 17,62 d 820 b 146,41 d IPB-056 36,76 a 25,91 a 1,52 b 15,69 d 1.005 b 171,04 a

IPB-059 17,69 h 11,91 h 0,43 c 22,99 c 283 c 78,60 h

IPB-060 30,25 d 21,76 d 0,99 c 32,72 a 656 c 143,60 d

IPB-063 32,32 c 21,95 d 1,35 b 15,27 d 890 b 144,90 d

IPB-065 36,44 a 27,07 a 1,34 b 18,30 d 884 b 178,70 a

IPB-067 34,88 b 24,61 b 0,66 c 15,90 d 433 c 162,40 b

IPB-071 31,05 d 22,65 c 1,82 a 18,30 d 1.205 a 149,51 c

IPB-072 31,83 d 21,60 d 1,18 b 20,45 c 781 b 142,58 d

IPB-073 33,25 c 24,54 b 1,33 b 16,21 d 875 b 161,97 b

IPB-075 25,46 f 17,44 f 1,00 c 15,98 d 660 c 115,15 f

IPB-077 33,94 c 24,00 b 1,30 b 14,89 d 859 b 158,39 b

IPB-078 33,26 c 22,52 c 0,51 c 18,20 d 340 c 148,65 c IPB-079 30,20 d 20,96 d 1,07 c 16,36 d 711 c 138,34 d

IPB-087 16,87 h 11,56 h 0,40 c 14,23 d 267 c 76,30 h

IPB-089 28,83 e 18,54 f 2,10 a 13,55 d 1.385 a 122,41 f

IPB-090 28,23 e 20,12 e 1,08 c 16,43 d 712 c 132,78 e

IPB-091 30,61 d 19,82 e 1,21 b 14,61 d 801 b 130,85 e

IPB-093 31,85 d 22,70 c 0,89 c 19,47 c 592 c 149,87 c

IPB-095 36,28 a 24,54 b 1,48 b 21,62 c 980 b 161,98 b

IPB-098 22,30 g 14,91 g 1,33 b 18,00 d 882 b 98,41 g

IPB-099 33,25 c 24,18 b 1,30 b 19,28 c 861 b 159,64 b

IPB-101 37,62 a 25,52 a 1,30 b 18,77 c 859 b 168,42 a

IPB-103 26,17 f 18,28 f 1,13 b 17,90 d 745 b 120,65 f IPB-105 35,04 b 24,47 b 0,72 c 15,97 d 477 c 161,48 b

IPB-108 17,76 h 12,28 h 0,30 c 20,73 c 198 c 81,09 h

IPB-109 37,33 a 25,84 a 0,92 c 19,14 c 610 c 170,57 a

IPB-113 25,69 f 17,54 f 0,59 c 17,63 d 393 c 115,76 f

IPB-114 25,89 f 17,92 f 0,73 c 19,12 c 486 c 118,33 f

IPB-117 34,94 b 24,67 b 1,38 b 15,86 d 914 b 162,85 b

IPB-120 27,43 e 18,92 e 1,23 b 16,98 d 814 b 124,91 e

IPB-121 37,70 a 26,58 a 2,39 a 15,32 d 1.576 a 175,45 a

IPB-123 36,97 a 26,67 a 0,32 c 16,73 d 212 c 176,02 a

Continua...

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42

Continuação.

IPB-126 30,69 d 21,30 d 1,12 b 16,01 d 742 b 140,58 d

IPB-127 29,15 e 20,87 d 1,33 b 15,15 d 877 b 137,76 d

IPB-134 33,09 c 22,95 c 1,23 b 16,86 d 815 b 151,48 c

IPB-136 33,54 c 24,82 b 0,90 c 15,73 d 596 c 163,81 b

IPB-137 25,49 f 17,70 f 0,72 c 17,84 d 477 c 116,83 f

IPB-144 37,10 a 26,98 a 1,17 b 11,57 d 775 b 178,11 a

IPB-145 27,35 e 19,53 e 1,00 c 19,44 c 660 c 128,95 e

IPB-146 32,69 c 23,29 c 0,84 c 18,15 d 556 c 153,74 c

IPB-147 28,15 e 19,43 e 1,08 c 14,08 d 715 c 128,26 e IPB-148 27,77 e 19,25 e 0,96 c 15,98 d 635 c 127,03 e

IPB-149 33,17 c 22,92 c 1,61 b 18,67 c 1.064 b 151,30 c

IPB-150 26,25 f 18,44 f 0,56 c 20,86 c 367 c 121,72 f

IPB-151 33,31 c 24,01 b 0,51 c 16,31 d 340 c 158,47 b

IPB-153 25,34 f 18,17 f 0,77 c 15,36 d 508 c 119,94 f

IPB-154 24,70 f 17,45 f 0,63 c 13,09 d 419 c 115,20 f

IPB-155 33,28 c 24,18 b 0,78 c 11,69 d 515 c 159,60 b

IPB-157 32,82 c 23,13 c 0,77 c 21,83 c 511 c 152,68 c

IPB-158 32,25 c 23,06 c 1,04 c 21,17 c 687 c 152,20 c

IPB-159 33,91 c 23,79 c 0,79 c 19,59 c 519 c 157,02 c

IPB-160 28,44 e 19,54 e 1,03 c 23,82 c 678 c 129,02 e

Média 30,77 21,61 1,07 17,83 709,72 142,67 CV (%) 2,75 3,96 25,78 11,72 25,77 3,96

Médias seguidas pelas mesmas letras minúsculas nas colunas, não diferem significativamente entre si,

pelo teste de Scott-Knott (p≤0,05). * Valores expressos em %. ** Valores expressos em t ha-1.

O teor de amido apresentou os maiores valores para os acessos IPB-065

(27,07%), IPB-144 (26,98%), IPB-042 (26,84%), IPB-123 (26,67%), IPB-121

(26,58%), IPB-056 (25,91%), IPB-109 (25,84%), IPB-036 (25,66%), IPB-052 (25,57%)

e IPB-101 (25,52%). Os acessos IPB-108 (12,28%), IPB-059 (11,91%) e IPB-087

(11,56%) foram os que apresentaram os menores resultados (Tabela 1).

Avaliaram-se os efeitos de fontes e doses de matéria orgânica de origem animal

na produção e teor de amido na batata-doce encontrando teores de amido entre 15,4% e

17,3% (OLIVEIRA et al., 2013). Duas cultivares de batata-doce do Centro Nacional de

Pesquisas Agrícolas no Japão apresentaram 27,8% e 28,5% de amido em sua

composição (SRICHUWONG, 2012).

Teores de amido nas raízes variando entre 16,0 a 23,9% foram encontrados por

Andrade Junior et al. (2012). O amido corresponde de 60 a 80% da matéria seca e os

açúcares, glicose, frutose e sacarose são os principais carboidratos presentes nos

tubérculos. Ao atingir a maturação fisiológica, os tubérculos apresentam grânulos de

amido e quantidades variáveis desses açúcares, dependendo das condições ambientais e

de cultivo, cultivar e da interação entre os mesmos (BRAUN et al., 2010).

O rendimento de amido em batata-doce foi analisado e os acessos IPB-121 (2,39

t ha-1

), IPB-006 (2,11 t ha-1

), IPB-089 (2,10 t ha-1

) e IPB-071 (1,82 t ha-1

) apresentaram

os melhores resultados. Esta variável obteve valores de produtividade entre 0,30 a 2,39 t

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43

ha-1

(Tabela 1). Valores entre 1,56 e 2,73 t ha-1

foram encontrados em Sergipe onde se

avaliou seis acessos de batata-doce. Essa é uma característica relevante para a indústria

alimentícia e de biocombustíveis (OLIVEIRA, 2013).

Na caracterização do BAG de batata-doce do Paraná, foram encontrados valores

de rendimento de amido com amplitude de 1,13 a 21,97 t ha-1

. Essa variável pode servir

de informação aos programas de melhoramento genético, principalmente quando o

objetivo é a produção de amido comercial, pois se determinada cultura apresenta baixo

rendimento, podem ser realizados trabalhos no sentido de melhoria (CAMARGO,

2013).

A avaliação de trinta e um acessos de batata-doce do BAG de Sergipe foi

realizada para obtenção do rendimento de amido nas raízes, encontrando valores entre

2,27 e 7,56 t ha-1

em São Cristóvão, 1,35 e 6,38 t ha-1

em Malhador e 2,59 e 11,05 t ha-1

em Canindé de São Francisco (OLIVEIRA NETO, 2012).

O teor de amilose (Tabela 1) apresentou diferença entre os acessos, destacando-

se o clone IPB-060 com 32,72% de amilose na composição do amido. Os menores

valores foram para os acessos IPB-144, IPB-155 e IPB-006 com 11,57%, 11,69% e

11,85%, respectivamente, não diferindo dos outros quarenta e quatro acessos.

Avaliaram-se onze cultivares de batata-doce popularmente utilizadas em

indústrias de produção de amido na China e encontraram o teor de amilose variando

entre 13,33% e 26,83% (ABEGUNDE et al., 2013). O tratamento térmico do amido de

batata-doce sob baixa umidade em micro-ondas encontrou teor de amilose de 19,19%

(GONÇALVES et al., 2009).

No Canadá um estudo com dezenove cultivares de batata-doce oriundas da

Agriculture and Agri-Food Canada Research Centres, encontrando resultados entre

18,7% e 24,9% para o teor de amilose (DUAN et al., 2012). Teores de amilose entre

19% e 28% foram encontrados avaliando-se seis acessos de batata-doce do BAG da

UFS em Sergipe (OLIVEIRA, 2013).

Para o rendimento de etanol (L ha-1

), os clones IPB-121 (1.576 L ha-1

), IPB-006

(1.390 L ha-1

), IPB-089 (1.385 L ha-1

) e IPB-071 (1.205 L ha-1

) apresentaram os

melhores resultados (Tabela 1). Pode-se considerar esses valores baixos quando

comparados com os encontrados por Santos Neto (2013), quando avaliou a

produtividade de raízes, amido e etanol de três acessos de batata-doce oriundos do BAG

de Sergipe com médias que variaram de 3.130 a 8.381 L ha-1

.

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44

A amplitude dos valores obtidos no presente estudo ficaram abaixo dos

encontrados por Pavlak et al. (2011) obtendo valores em torno de 19 mil L ha-1

com

batata-doce. Valores de rendimento de etanol variou entre 2.667 e 4.379 L ha-1

num

ciclo de cultivo de cinco meses (OLIVEIRA, 2013).

De acordo com os resultados apresentados por Santana et al. (2013), os

rendimentos de etanol obtidos variaram de 6.136 L ha-1

a 10.007 L ha-1

, sendo

considerado de alto rendimento quando comparado com a cana-de-açúcar (6.800 L ha-1

)

segundo Kohlhepp (2010).

Nos Estados Unidos, pesquisadores avaliaram o potencial de culturas

alternativas como fontes de produção de etanol. Foram estudadas culturas como batata-

doce, milho, mandioca, beterraba, cana-de-açúcar e batata, que apresentaram

rendimento de etanol em litros por hectare de 8.141, 3.880, 6.717, 5.891, 6.195 e 4.884

L ha-1

, respectivamente. Os dados atuais mostram que o estudo da variabilidade genética

de fontes alternativas de biocombustível é importante, justificando o estabelecimento de

programas de melhoramento que visem analisar a viabilidade e sustentabilidade de

tubérculos, como a batata-doce e mandioca para produção de etanol (ZISKA et al.,

2009).

As médias de rendimento de etanol em litros por tonelada de raiz foram maiores

para os clones IPB-065 (178,70 L t-1

), IPB-144 (178,11 L t-1

), IPB-042 (177,17 L t-1

),

IPB-123 (176,02 L t-1

), IPB-121 (175,45 L t-1

), IPB-056 (171,04 L t-1

), IPB-109 (170,57

L t-1

), IPB-036 (169,40 L t-1

), IPB-052 (168,75 L t-1

) e IPB-101 (168,42 L t-1

). Os

menores valores foram encontrados nos acessos IPB-087, IPB-059 e IPB-108 com

76,30, 78,60 e 81,09 L t-1

, respectivamente (Tabela 1).

Os valores encontrados foram semelhantes aos de Santana et al. (2013), que

avaliaram vinte acessos de batata-doce oriundos do programa de melhoramento genético

do LASPER/UFT, e obtiveram médias que apresentaram amplitude de 89,26 e 181,65 L

t-1

de raiz. No entanto, os resultados obtidos por Lázari (2011) foram superior ao

encontrado nesse estudo, já que obteve rendimentos médios de etanol de 151,67 e

234,33 L t-1

de raiz, o que evidencia a variabilidade genética dos genótipos estudados e

o potencial da batata-doce como matéria-prima para uso industrial na produção de

etanol.

Os acessos com as maiores médias foram potencialmente competitivos com a

própria cana-de-açúcar, para a produção de etanol. A cana-de-açúcar, com elevado

rendimento de etanol em litros por tonelada, atinge produção de 90 L t-1

, em ciclo de 12

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meses (BIOETANOL DE CANA-DE-AÇÚCAR, 2009). Os genótipos de batata-doce

considerados aptos para produção de etanol, com base na produção superior a 158 L t-1

,

apresentam grande potencial na produção etanólica (LOPES, 2013). A superioridade de

produção de etanol dos genótipos de batata-doce considerados aptos para essa

finalidade, em comparação à cana-de-açúcar, evidencia a importância da caracterização

proposta neste trabalho.

CONCLUSÃO

Dentro do Banco Ativo de Germoplasma de batata-doce de Sergipe, existem

acessos que apresentam potencial para utilização na indústria alimentícia e de

biocombustível.

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50

5. CONCLUSÕES GERAIS

A caracterização morfo-agronômica dos acessos do Banco de Germoplasma da

Universidade Federal de Sergipe demonstrou haver variabilidade fenotípica entre os

acessos com base em descritores de parte aérea e raízes, utilizando-se da análise

multivariada para fornecer dados que podem subsidiar programas de melhoramento

genético da espécie.

Com base nos resultados obtidos na presente pesquisa é possível concluir que

muitos acessos avaliados demonstrou bom potencial produtivo e tolerância ao ataque de

pragas de solo para a região em estudo e ainda, os valores obtidos para massa fresca e

seca das ramas, pecíolos e folhas indicam que os mesmos podem ser fornecidos na

alimentação animal, agregando valor proteico à dieta.

A partir das informações obtidas com a análise de diversidade de batata-doce

para amido e etanol realizada no presente trabalho, recomenda-se a continuação da

pesquisa com os acessos de batata-doce com o intuito de fornecer informações tanto

para indústrias e produtores rurais, quanto para programas de melhoramento genético da

espécie.

Os resultados obtidos no presente trabalho mostraram que o Banco Ativo de

Germoplasma da Universidade Federal de Sergipe apresenta uma grande variabilidade

fenotípica e genética, já que os acessos demonstraram diferentes aptidões, seja para

produção de ramas para alimentação animal, material destinado ao consumo humano,

como fontes ricas em amido propicias para as indústrias.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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59

ANEXOS

Lista dos acessos de batata-doce presentes no Banco Ativo de Germoplasma (BAG) da Universidade Federal de Sergipe. São Cristóvão, UFS, 2014.

Código Município Código Município

IPB-001 Lavras-MG IPB-091 Lavras-MG

IPB-002 Lavras-MG IPB-093 Lavras-MG

IPB-006 Lavras-MG IPB-095 Heliópolis-BA

IPB-007 Lavras-MG IPB-098 Lavras-MG

IPB-011 Lavras-MG IPB-099 Lavras-MG

IPB-013 Lavras-MG IPB-101 Lavras-MG

IPB-014 Lavras-MG IPB-103 Lavras-MG

IPB-016 Lavras-MG IPB-105 Lavras-MG

IPB-023 Lavras-MG IPB-108 Lavras-MG

IPB-026 Lavras-MG IPB-109 Lavras-MG

IPB-027 Lavras-MG IPB-113 Lavras-MG

IPB-030 Lavras-MG IPB-114 Lavras-MG

IPB-036 Lavras-MG IPB-117 Lavras-MG

IPB-037 Lavras-MG IPB-120 Lavras-MG

IPB-038 Lavras-MG IPB-121 Lavras-MG

IPB-042 Lavras-MG IPB-123 Lavras-MG

IPB-043 Lavras-MG IPB-126 Lavras-MG

IPB-047 Lavras-MG IPB-127 Lavras-MG

IPB-052 Lavras-MG IPB-134 Lavras-MG

IPB-053 Lavras-MG IPB-136 Lavras-MG

IPB-054 Lavras-MG IPB-137 Lavras-MG

IPB-056 Lavras-MG IPB-144 Lavras-MG

IPB-059 Lavras-MG IPB-145 Malhador-SE

IPB-060 Lavras-MG IPB-146 Malhador-SE

IPB-063 Lavras-MG IPB-147 Moita Bonita-SE

IPB-065 Lavras-MG IPB-148 Moita Bonita-SE

IPB-067 Lavras-MG IPB-149 Moita Bonita-SE

IPB-071 Lavras-MG IPB-150 Moita Bonita-SE

IPB-072 Lavras-MG IPB-151 Moita Bonita-SE

IPB-073 Lavras-MG IPB-153 Moita Bonita-SE

IPB-075 Lavras-MG IPB-154 Remijo-PB

IPB-077 Lavras-MG IPB-155 Remijo-PB

IPB-078 Lavras-MG IPB-157 Remijo-PB

IPB-079 Lavras-MG IPB-158 Remijo-PB

IPB-087 Lavras-MG IPB-159 Heliópolis-BA

IPB-089 Lavras-MG IPB-160 Heliópolis-BA

IPB-090 Lavras-MG

Page 71: DIVERSIDADE MORFOLÓGICA, AGRONÔMICA E POTENCIAL … · apresentou valores entre 11,57 a 32,72 %. Enquanto que o rendimento de etanol em L ha-1 variou entre 198 a 1.576 L ha-1, o

60

ARTIGO 1: Caracterização morfo-agronômica de germoplasma de batata-doce do

BAG de Sergipe.

ANEXO A: Análise de variância das variáveis morfológicas de parte aérea e raiz de setenta e

três acessos de batata-doce do BAG de Universidade Federal de Sergipe. São Cristóvão-SE, UFS, 2014.

FV GL QM

CRP CE CRAMA CSR FGF TLF NLF FLC TFM PN CFM

Acesso 72 4,44 3,61 6,92 5,71 2,25 9,22 4,98 8,81 1,19 8,68 2,61

Bloco 1 0,75 0,21 0,00 0,01 0,03 0,05 0,01 0,00 0,01 0,00 0,00

Erro 72 0,25 0,05 0,05 0,04 0,02 0,03 0,01 0,00 0,08 0,02 0,01

Total 145

CV (%) 9,17 7,69 5,42 4,41 3,71 12,4 6,44 1,55 5,92 2,77 7,98

Média 5,54 2,93 4,15 4,50 4,09 1,31 1,92 1,33 4,71 4,81 1,43

Continuação.

FV GL QM

CFI CP PP FR CPEL ICP CSPE CPP CSPO DR

Acesso 72 7,58 1,87 10,43 11,27 12,62 1,24 7,82 8,15 3,96 1,46

Bloco 1 0,03 0,01 0,02 0,04 0,00 0,00 0,00 0,02 0,00 7,68

Erro 72 0,05 0,04 0,03 0,05 0,02 0,02 0,00 0,01 0,00 0,62

Total 145

CV (%) 5,96 9,63 4,83 4,19 3,02 6,37 7,08 4,77 8,82 47,83

Média 3,66 2,03 3,76 5,64 4,93 1,99 0,97 2,56 0,23 1,65

Valores em negrito são significativos a 1% de significância. Comprimento de rama principal(CRP),

comprimento do entrenó(CE), cor predominante da rama(CRAMA), cor secundária da rama(CSR), forma

geral da folha(FGF), tipo de lóbulos da folha(TLF), número de lóbulos da folha(NLF), forma do lóbulo

central(FLC), tamanho da folha madura(TFN), pigmentação das nervuras(PN), cor da folha

madura(CFM), cor da folha imatura(CFI), comprimento do pecíolo(CP), pigmentação do pecíolo(PP), forma das raízes(FR), cor predominante da película(CPEL), intensidade da cor predominante da

película(ICP), cor secundária da película(CSPE), cor predominante da polpa(CPP), cor secundária da

polpa(CSPO), defeitos da superfície da raiz(DR).

ANEXO B: Resumo da análise de variância para as variáveis resistência a pragas de solo, massa

fresca de parte aérea (t ha-1

), massa seca de parte aérea (t ha-1), produtividade total de raízes (t

ha-1

) e teor de matéria seca de raiz de setenta e três acessos de batata-doce do BAG de

Universidade Federal de Sergipe. São Cristóvão-SE, UFS, 2014.

FV GL

QM

Resistência a

Pragas de Solo

(1-5)

Massa Fresca de

Parte Aérea

(t ha-1

)

Massa Seca de

Parte Aérea

(t ha-1

)

Produtividade

Total de Raiz

(t ha-1

)

Acesso 72 0,666** 13,119** 0,646** 6,413**

Bloco 1 0,038 16,249 0,743 0,012

Erro 72 0,105 1,487 0,069 1,773

Total 145

CV (%) 18,18 29,14 22,58 26,59

Média 1,785 4,184 1,165 5,008

* Significativo a 5% de probabilidade. ** Significativo a 1% de probabilidade.

Page 72: DIVERSIDADE MORFOLÓGICA, AGRONÔMICA E POTENCIAL … · apresentou valores entre 11,57 a 32,72 %. Enquanto que o rendimento de etanol em L ha-1 variou entre 198 a 1.576 L ha-1, o

61

ARTIGO 2: Diversidade de germoplasma de batata-doce para amido e etanol do BAG

de Sergipe.

ANEXO A: Resumo da análise de variância para as variáveis matéria seca de raiz (%), teor de

amido (%), rendimento de amido (t ha-1

), teor de amilose (%), rendimento de etanol em litros por hectare e litros por tonelada de setenta e três acessos de batata-doce do BAG de

Universidade Federal de Sergipe. São Cristóvão-SE, UFS, 2014.

FV GL

QM

Mat. Seca

de Raiz

(%)

Teor de

Amido

(%)

Rendimento

de Amido

(t ha-1

)

Teor de

Amilose

(%)

Rendimento

de Etanol

(L ha-1

)

Rendimento

de Etanol

(L t-1

)

Acesso 72 43,507** 24,68** 0,322** 23,412** 140.261,72** 1.075,497**

Bloco 1 0,158 2,923 0,005 3,834 2.241,221 126,871

Erro 72 0,716 0,733 0,079 4,371 33.463,144 31,935

Total 145

CV (%) 2,75 3,96 25,78 11,72 25,77 3,96

Média 30,767 21,616 1,075 17,838 709,717 142,671

** Significativo a 1% de probabilidade.