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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES ROBERTA SOMMERS RIBEIRO STABOLAITZ DIVERSIDADE DE FUNGOS ENDOFÍTICOS DE Cuscuta sp. E A PRODUÇÃO DE ENZIMAS CELULOLÍTICAS Mogi das Cruzes, SP 2010

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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES

ROBERTA SOMMERS RIBEIRO STABOLAITZ

DIVERSIDADE DE FUNGOS ENDOFÍTICOS DE Cuscuta sp.

E A PRODUÇÃO DE ENZIMAS CELULOLÍTICAS

Mogi das Cruzes, SP

2010

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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES

ROBERTA SOMMERS RIBEIRO STABOLAITZ

DIVERSIDADE DE FUNGOS ENDOFÍTICOS DE Cuscuta sp.

E A PRODUÇÃO DE ENZIMAS CELULOLÍTICAS

Orientador: Prof. Dr. João Lúcio de Azevedo

Co-orientador: Prof. Dr. Welington Luiz de Araújo

Mogi das Cruzes, SP

2010

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia da Universidade de Mogi das Cruzes, como requisito parcial para obtenção do título de mestre.

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DEDICATÓRIA

Ao meu esposo, Jairo Alves Santos, e ao meu filho, Pedro Henrique

Stabolaitz Santos, por terem suportado com carinho e compreensão todos os

momentos de ausência.

Aos meus pais, Jandira e Alberto, porque sem o conforto de seu amor e

apoio, a caminhada teria sido muito mais árdua, ofereço.

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AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Dr. João Lúcio de Azevedo, pela orientação valiosa, a qual contribuiu

para meu crescimento profissional e pessoal.

Ao Prof. Dr. Welington Luiz de Araújo pela amizade e constante apoio e sugestões imprescindíveis para o desenvolvimento desse trabalho.

À todos os professores de pós-graduação em Biotecnologia, pela ajuda durante as disciplinas, pela dedicação e pelos bons conselhos.

À Maria Carolina Quecine pelas sugestões e auxílio na parte estatística do trabalho.

Ao meu esposo Jairo, pelo seu amor, companheirismo e apoio.

À minha mãe Jandira, que nestes anos me apoiou nos maus momentos, se

preocupando com minha saúde e de minha família, e dando todo o suporte para que eu encontrasse forças para concluir esta etapa tão importante em minha vida.

Aos amigos do Núcleo Integrado de Biotecnologia pela convivência agradável,

pela união e pelos bons momentos que passamos estes anos.

Ao Governo do Estado de São Paulo pela ajuda financeira cedida através do Projeto Bolsa-Mestrado.

A UMC por auxiliar o meu crescimento profissional e educacional.

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RESUMO

Fungos endofíticos foram isolados de caules de Cuscuta sp., com o objetivo de investigar a diversidade de endófitos e a produção de celulase. As coletas foram realizadas em três diferentes áreas quanto à vegetação local e em três épocas do ano. Considerando as características morfológicas das colônias e a observação em microscópio ótico, foi possível identificar nove gêneros: Aspergillus, Bipolaris, Chaetomium, Cladosporium, Colletotrichum, Fusarium, Penicillium, Paecilomyces e Ulocladium. Os gêneros isolados que apresentaram maior frequência foram: Cladosporium, Penicillium e Ulocladium, sendo Penicillium o gênero predominante. Quando testados quanto à atividade celulolítica pelo uso de carboximetilcelulose (CMC) o halo indicador da degradação da CMC e foi observada em apenas 12 isolados, ou seja, aproximadamente 15% dos fungos estudados. Destes, 8 pertencem ao gênero Penicillium. Nas condições expostas aqui neste trabalho, poucos dos fungos endofíticos associados à Cuscuta sp. apresentaram a capacidade de produzir celulase, sugerindo que sua comunidade fúngica endofítica não está envolvida na capacidade de penetração na planta hospedeira.

Palavras-chave: fungos endofíticos, Cuscuta sp., celulase

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ABSTRACT Endophytic fungi were isolated from stems of Cuscuta sp. In order to investigate the diversity of endophytes and the production of cellulase. Samples were collected in three different areas on the local vegetation and in three seasons. Considering the characteristics of the colony and observation by optical microscopy, it was possible to identify nine genera, Aspergillus, Bipolaris, Chaetomium, Cladosporium, Colletotrichum, Fusarium, Penicillium, Paecilomyces and Ulocladium. The genera isolated which showed a higher frequency were Cladosporium, Penicillium and Ulocladium, Penicillium was the predominant genus. When tested for cellulolytic activity by the use of carboxymethylcellulose (CMC) indicator of the halo of CMC degradation was observed in only 12 isolates, or approximately 15% of the fungi studied. Of these, 8 belong to the genus Penicillium. In the circumstances described in this work, few of endophytic fungi associated with Cuscuta sp. had the ability to produce cellulase, suggesting that fungal endophytes your community is not involved in the ability to penetrate the host plant. Keywords: endophytic fungi, Cuscuta sp. Cellulase

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Cuscuta sp. parasitando Hibiscus sp........................................ 19

Figura 2: Cuscusta sp. parasitando Hibiscus sp.. Flecha mostrando haustórios. ................................................................................ 19

Figura 3: Exemplo de vegetação encontrada nos locais de coleta. Em a área de baixo grau de antropização. Em b área de vegetação secundária. Em c área fortemente antropizada. ...................... 30

Figura 4: Espécies hospedeiras de Cuscuta sp. e localização das amostras coletadas................................................................... 30

Figura 5: Frequência de colonização e erro padrão dos fungos endofíticos isolados de Cuscuta sp., comparando as épocas e os locais de coleta. ................................................................ 34

Figura 6: Frequência de colonização de fungos endofíticos e erro padrão nos três locais de coleta de Cuscuta sp. ..................... 36

Figura 7: Exemplos de colônias fúngicas isoladas de Cuscuta sp., agrupadas em 20 morfotipos.................................................... 38

Figura 8: Porcentagem de cada morfotipo dos fungos isolados de Cuscuta sp................................................................................ 38

Figura 9: Macro e micromorfologia de alguns dos fungos endofíticos isolados de Cuscuta sp. Estruturas reprodutivas observadas ao microscópio ótico em aumento de 400x e 1000x................. 39

Figura 10: População relativa de cada gênero de fungo endofítico isolado, e identificado, de Cuscuta sp....................................... 40

Figura 11: Porcentagem dos fungos endofíticos isolados, e identificado, comparando os locais de coleta de Cuscuta sp........................ 40

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Figura 12: Porcentagem de fungos endofíticos isolados de Cuscuta sp. e suas respectivas respostas à produção de celulase............ 42

Figura 13: Atividade da celulase de fungos isolados de caules de cuscuta, cultivados em meio sintético com carboximetilcelulose por 7 dias a 28º C. As setas indicam formação de halo indicador da degradação de CMC. Em a, não houve degradação de CMC, b e c, halo indicando a degradação de CMC.................................................................

42

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BDA Batata dextrose ágar

CF Frequência de colonização

CMC Carboximetilcelulose

EG Endoglicanase

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

HEC Hidroxietilcelulose

PR População relativa

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SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO ........................................................................................ 11

2 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 13

2.1 Microrganismos endofíticos ........................................................................ 13

2.1.1 Fungos endofíticos ................................................................................... 14

2.2 Família Cuscutaceae .................................................................................. 16

2.2.1 Aspectos botânicos e ecológicos ............................................................. 16

2.2.2 Fungos endofíticos isolados de Cuscuta sp. ........................................... 20

2.3 Celulases .................................................................................................... 21

2.3.1 Endo-1,4- β-glicanase (EC 3.2.1.4) ......................................................... 23

2.3.2 Exo-β-1,4-glicanase (EC 3.2.1.91)........................................................... 24

2.3.3 β-D-glicosidase glicohidrolase (EC 3.2.1.21)............................................ 24

2.3.4 Fungos produtores de celulases .............................................................. 25

3 OBJETIVOS .................................................................................................. 28

3.1 Objetivo Geral ............................................................................................. 28

3.2 Objetivos Específicos ................................................................................. 28

4 MÉTODO....................................................................................................... 29

4.1 Material vegetal............................................................................................ 29

4.2 Desinfecção superficial ............................................................................... 31

4.3 Isolamento dos fungos endofíticos de Cuscuta sp. .................................... 31

4.4 Análise dos dados ...................................................................................... 32

4.5 Análise da diversidade de fungos associados à Cuscuta sp. ..................... 33

4.5.1 Identificação dos fungos endofíticos isolados ......................................... 33

4.6 Produção de endoglicanase ....................................................................... 33

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................... 34

5.2 Isolamento de fungos endofíticos ............................................................... 34

5.3 Identificação de fungos endofíticos ............................................................ 37

5.4 Produção de celulase (endoglicanase) ...................................................... 41

6 CONCLUSÕES E SUGESTÕES .................................................................. 43

REFERÊNCIAS ................................................................................................. 44

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APRESENTAÇÃO

Fungos endofíticos estão associados a muitas espécies de vegetais. Ocupam

espaços intercelulares, o interior de tecidos vasculares ou mesmo intracelularmente.

São encontrados nos mais variados órgãos vegetais como folhas, ramos, caules,

raízes e estruturas florais. Competem por espaço e nutrientes com outros

microrganismos, até mesmo com os patógenos, podendo assim, reduzir o

aparecimento de doenças, além de obter nutrientes e proteção para a sua própria

sobrevivência. Fungos endofíticos possuem certas características de interesse

biotecnológico tais como a produção de enzimas, fármacos, hormônios de

crescimento entre outras.

A família Cuscutaceae possui gêneros que ocorrem em geral, em regiões

tropicais, sendo conhecida como fios-de-ouro, fios-de-ovos, cipó-dourado, cipó-

chumbinho, cuscuta, ou xirimbeira. São parasitas obrigatórias e invadem o xilema de

seus hospedeiros por meio de haustórios.

Em vista da relevante importância que têm os endófitos para as plantas, o

estudo das comunidades endofíticas de plantas ainda pouco investigadas, como a

Cuscuta sp., amplia as possibilidades de descoberta de novos microrganismos de

interesse biotecnológico. Uma vez que as cuscutas apresentam propriedades de

penetração em plantas, pela produção de celulases, possivelmente os

microrganismos endofíticos associados a estes sejam produtores de celulases

também.

O estudo da diversidade da comunidade endofítica de cuscuta, e a

investigação de fungos celulolíticos, foram os objetivos principais que originaram a

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12 ideia deste trabalho. Fatores abióticos e bióticos podem exercer pressões seletivas

que favoreçam um ou outro endofítico em um dado ambiente. Assim, um hospedeiro

pode hospedar diferentes comunidades endofíticas de microrganismos, dependendo

da localização e condição às quais está sendo submetido.

Com base no exposto, o presente trabalho objetivou: (i) isolar e caracterizar a

comunidade de fungos endofíticos dos caules de Cuscuta sp., de três áreas de

vegetação característica: área de baixo grau de antropização, área de vegetação

secundária e área fortemente antropizada; (ii) Identificar morfologicamente os fungos

endofíticos; (iii) verificar e avaliar a produção de enzimas celulolíticas pelos

endófitos.

Dessa forma, é esperado que esse trabalho possa vir a contribuir para

investigações futuras acerca da relação de fungos endofíticos com a planta

hospedeira.

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2 INTRODUÇÃO

2.1 Microrganismos endofíticos

Os microrganismos que em algum período de seu ciclo de vida habitam o

interior de vegetais, são denominados microrganismos endofíticos ou simplesmente

endófitos (AZEVEDO et al., 2002; ARNOLD, 2005). Estes se caracterizam por não

causarem danos à planta hospedeira e podem até mesmo proporcionar benefícios

ao vegetal. São representados principalmente por fungos e bactérias e podem ser

encontrados em órgãos e tecidos vegetais como folhas, ramos e raízes (AZEVEDO

et al. 2002, NETO et al., 2002). Os endófitos são potencialmente úteis na agricultura

e na indústria. Podem ser utilizados como vetores para introdução de genes de

interesse nas plantas, como agentes inibidores de pragas e patógenos e como

fontes de metabólitos primários e secundários (AZEVEDO et al., 200; NETO et al.,

2002; SILVA et al., 2006; SOUZA et al., 2004).

As comunidades endofíticas variam de acordo com o hospedeiro e as

condições ambientais (KOSKELA et al., 2001) e podem interagir no interior da planta

hospedeira. O desequilíbrio desta interação pode afetar o comportamento de todos

os microrganismos presentes, permitindo que microrganismos oportunistas

manifestem seu potencial patogênico no hospedeiro (AZEVEDO et al., 2000;

KOSKELA et al., 2001).

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14 O primeiro registro a respeito de microrganismos endofíticos foi feito por Bary

em 1866, e foram descritos novamente, apenas em 1904, na Alemanha (ARAÚJO et

al., 2008; AZEVEDO, 1999). Trabalhos mais direcionados começaram a ser

realizados por volta de 1940. Até então se conhecia pouco sobre as verdadeiras

funções de microrganismos endofíticos, talvez, pelo fato destes não produzirem em

seus hospedeiros estruturas externas visíveis (AZEVEDO et al., 2000; NETO et al.,

2002).

Já no final dos anos 70 do século XX, foi possível confirmar após vários

estudos que os microrganismos endofíticos possuem algumas funções fundamentais

para a defesa de seus hospedeiros, tal como a relação mutualística onde o endófito

recebe nutrientes e proteção da planta hospedeira e produz compostos químicos,

tais como enzimas, alcalóides que protegem e auxiliam a planta (ALMEIDA et al.,

2005; NETO et al., 2002; SILVA et al., 2006).

2.1.1 Fungos endofíticos

Os fungos endofíticos estão associados a muitas espécies de vegetais. Todas

as plantas em ecossistemas naturais parecem ser simbióticas com fungos

endofíticos (RODRIGUEZ et al., 2009). A cada espécie de planta examinada até

agora, pelo menos uma espécie de fungo endofítico foi encontrada (ARNOLD,

2005). O número de espécies de microrganismos endofíticos varia

consideravelmente e geralmente depende das técnicas e recursos utilizados nas

pesquisas, o que permite ou não o desenvolvimento de certas espécies in vitro

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15 (HYDE & SOYTONG, 2008). Dentro do vegetal, estes endófitos ocupam espaços

intercelulares, o interior de tecidos vasculares ou mesmo intracelularmente. São

encontrados nos mais variados órgãos vegetais como folhas, ramos, caules, raízes e

estruturas florais, tais como pólen, ovários, estames e anteras (NETO et al., 2002;

SILVA et al., 2006). Apesar dessa ampla ocorrência de endófitos, muitos destes

parecem ser especializados para determinados tecidos hospedeiros (ARNOLD,

2005).

Os microrganismos endofíticos podem penetrar na planta hospedeira por

meio dos estômatos ou por ferimento e/ou secretando enzimas hidrolíticas que

permitem a colonização (NETO et al., 2002; SILVA et al., 2006). No interior do

vegetal, os fungos endofíticos competem por espaço e nutrientes com outros

microrganismos, até mesmo com os patógenos, podendo assim, reduzir o

aparecimento de doenças (PIMENTEL et al., 2006). Podem trazer vários benefícios

para esta, além de obter nutrientes e proteção para a sua própria sobrevivência.

Algumas espécies de fungos endofíticos são capazes de sintetizar compostos

que inibem a herbivoria, enquanto que outras podem produzir fitormônios como a

auxina que induz o aumento do sistema radicular e consequentemente melhora o

crescimento da planta hospedeira (AZEVEDO et al., 2000; MACCHERONI Jr. et al.,

2004). A presença dos endófitos, em algumas vezes leva alterações bioquímicas e

histológicas do vegetal, podendo assim dificultar a penetração de patógenos, e

aumentando a resistência da planta (MACCHERONI Jr. et al., 2004).

Produtos de valor econômico, como fármacos tais como novos antibióticos e

produtos anticancerígenos, também têm sido descobertos a partir de fungos

endofíticos. Um exemplo é o taxol, um diterpenóide utilizado contra certos tipos de

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16 câncer e que além de ser produzido por alguns vegetais, também é produzido por

fungos que habitam endofiticamente esta planta (AZEVEDO, 1999).

Os fungos endofíticos também são muito eficientes no controle de pragas na

agricultura. É uma alternativa que se tem mediante a necessidade de reduzir o

consumo de agroquímicos (AZEVEDO et al., 2002; ARAÚJO et al., 2008). Pimentel

et al., (2006) descreveram de plantas de erva-mate, fungos endofíticos com

potencial de biocontrole que segundo os autores deveriam ser testados quanto à

capacidade de induzir proteção contra pragas e doenças.

2.2 Família Cuscutaceae

2.2.1 Aspectos botânicos e ecológicos

A família Cuscutaceae é representada por plantas conhecidas como: fios-de-

ouro, fios-de-ovos, cipó-dourado, cipó-chumbinho, cuscuta, ou xirimbeira. São

parasitas obrigatórias com aproximadamente 150 espécies diferentes distribuídas

em todo o mundo, sendo mais comum nas Américas (LANINI et al., 2002). Em geral

são originárias da Europa, mas algumas espécies são nativas da América do Sul,

como a Cuscuta racemosa que é originária do Chile (PEREIRA, 1998).

Atualmente a espécie Cuscuta pertence à Família Cuscutaceae, mas alguns

autores a classificam na Família Convolvulaceae. Certos autores também divergem

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17 em relação à classificação da Família Cuscutaceae, alguns relatam apenas um

gênero (Cuscuta) enquanto outros autores consideram dois: Cuscuta e Grammica

(JAYASINGHE et al., 2004; STEFANOVIC & OLMSTEAD, 2004; SWIFT, 2005;

FATHOMLLA & DUHOKI, 2008).

As cuscutas não possuem folhas, nem sistema radicular verdadeiro. Seus

caules (Fig. 1) são em forma de fios ou cordões alaranjados, algumas vezes

esbranquiçados, com várias ramificações, e o crescimento é indeterminado,

variando com a espécie e compatibilidade com o hospedeiro (COSTEA & TARDIF,

2006). Quando se fixa a um hospedeiro, enrola-se à volta do tronco do mesmo e

produz os haustórios (Fig. 2). A partir daí começa a extrair nutrientes e água do

hospedeiro, e sua ligação com solo cessa (PEREIRA, 1998; LANINI et al., 2002).

Embora a cuscuta seja capaz de realizar fotossíntese, obtém todas as suas energias

a partir da planta hospedeira (LANINI e KOGAN, 2005; NICE et al., 2005; SWIFT,

2005). A plântula pode sobreviver vários dias sem um hospedeiro, mas se um não é

encontrado dentro de 5 a 10 dias, ela irá morrer. Caules de cuscuta que foram

destacados da planta hospedeira já foram descritos por terem sobrevivido vários

dias (PRATHER & TYRL, 1993; LANINI et al., 2002; COSTEA & TARDIF, 2006).

São consideradas plantas anuais, reproduzindo-se, principalmente, por

sementes e/ou vegetativamente por pequenos pedaços de ramos que continuam

presos em partes da hospedeira. As sementes variam de tamanho, cor e forma.

(FATHOΜLLA et al., 2008). Cada planta é capaz de produzir milhares de sementes

e geralmente apenas cerca de 5% germina no ano seguinte à sua produção. O

restante pode permanecer latente, mas viáveis, no solo por mais de 20 anos,

dependendo da espécie e das condições ambientais (PRATHER & TYRL, 1993;

PEREIRA, 1998; LANINI et al., 2002; NICE et al., 2005). A temperatura favorável do

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18 solo para a germinação está em um intervalo de 15 a 38°C, com um ótimo em torno

de 30°C (LANINI & KOGAN, 2005) e ocorre independent emente de qualquer

influência da planta hospedeira. O clima ideal para o desenvolvimento das cuscutas

é do temperado até o subtropical, com C. campestri exibindo a mais ampla gama

climática. A preferência para este clima está provavelmente relacionada com o ciclo

de dormência das sementes no solo (COSTEA & TARDIF, 2006).

Cuscuta sp. pode ser encontrada parasitando diversas culturas, plantas

ornamentais, plantas nativas e plantas daninhas. No Brasil, C. racemosa, é a

espécie mais comum encontrada parasitando as culturas de tomate, de cenoura,

plantas ornamentais como Euphorbia milli, Hibiscus sp., Crhysanthemum spp. e

outras. Algumas espécies apresentam uma estreita gama de hospedeiros, outras, no

entanto, são capazes de parasitar numerosas espécies de diferentes famílias.

Mesmo aquelas com uma ampla gama de hospedeiros podem mostrar uma

preferência, e podem apresentar uma parcial ou total incompatibilidade com outros

hospedeiros. Por exemplo, espécies como C. salina, são encontradas em sítios

restritos (pântanos e lagoas) e em apenas algumas espécies de vegetais

hospedeiros. No entanto, C. pentagona, pode ser encontrada em muitas culturas

incluindo alfafa, aspargos, beterraba, tomate e plantas daninhas (PEREIRA, 1998;

PRATHER & TYRL, 1993; LANINI et al., 2002; COSTEA & TARDIF, 2006).

O impacto da cuscuta varia de moderada até severas reduções no

crescimento do hospedeiro e, em alguns casos, pode resultar em completa perda de

vigor e de morte. A severidade de uma infestação depende da fase de crescimento

da planta hospedeira. A maior redução do crescimento ocorre quando cuscuta se

fixa; após esta fase os hospedeiros não são habitualmente mortos. Quando múltiplos

anexos são feitos para a mesma planta, a morte pode ocorrer (LANINI et al., 2002).

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O mais bem sucedido controle de cuscuta envolve uma abordagem

combina vários métodos. Geralmente não podem ser eliminadas com um único

tratamento ou em um único ano. Quando é detectada, a ação imediata é necessária

para eliminar ou reduzir as infestações nestes locais (PEREIRA, 1998; LANINI

2002; FATHOMLLA & DUHOKI, 2008

Figura 1. Cuscuta

Figura 2. mostrando haustórios.

O mais bem sucedido controle de cuscuta envolve uma abordagem

combina vários métodos. Geralmente não podem ser eliminadas com um único

tratamento ou em um único ano. Quando é detectada, a ação imediata é necessária

para eliminar ou reduzir as infestações nestes locais (PEREIRA, 1998; LANINI

FATHOMLLA & DUHOKI, 2008).

Cuscuta sp. parasitando Hibiscus sp.

. Cuscusta sp. parasitando Hibiscus sp. Flecha mostrando haustórios.

19

O mais bem sucedido controle de cuscuta envolve uma abordagem sistemática que

combina vários métodos. Geralmente não podem ser eliminadas com um único

tratamento ou em um único ano. Quando é detectada, a ação imediata é necessária

para eliminar ou reduzir as infestações nestes locais (PEREIRA, 1998; LANINI et al.,

sp. Flecha

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20

2.2.2 Fungos endofíticos isolados de Cuscuta sp.

Fungos endofíticos de Cuscuta sp. ainda é um assunto pouco descrito na

literatura. Shakir et al., (1999) isolaram quatro espécies de fungos (Colletotrichum

gloeosporioides, Fusarium pallidoroseum, Alternaria alternata, Curvularia lunata) que

foram obtidos de caules doentes de Cuscuta reflexa e C. campestri. Estes fungos

obtidos foram reinoculados em caules sadios, de cuscuta, com o objetivo de

identificar os responsáveis por causar necrose. Todos os quatro fungos produziram

lesões no vegetal. Foi observado que Colletotrichum gloeosporioides seguido de

Fusarium pallidoroseum e Alternaria alternarta foram os mais destrutivos quando

inoculadas separadamente. Ataque mais severos foram observados quando

Alternaria alternata, Curvularia lunata, Colletotrichum gloeosporioides e Fusarium

pallidoroseum foram inoculadas em combinações.

Fungos endofíticos de Cuscuta reflexa foram estudados também por

Suryanarayanan et al., (2000). Neste estudo o objetivo foi comparar os endófitos

encontrados em Cuscuta reflexa com os encontrados nas espécies vegetais

hospedeiras. Um total de quarenta fungos foi isolado do caule de Cuscuta reflexa,

onde a porcentagem de colonização de endófitos variou de 28% a 87%.

Cladosporium sp., Colletotrichum sp. e uma forma estéril (HI) pode ser isolado de

Cuscuta reflexa em cinco diferentes espécies hospedeiras.

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21

2.3 Celulases

A celulose, dentre os materiais naturais, é o biopolímero mais abundante do

mundo. É um dos principais constituintes da parede celular dos vegetais, juntamente

com a xilana e outros polímeros. Quimicamente, celulose é um grande polímero de

resíduos de glicose. A cadeia molecular de celulose é consideravelmente longa,

variando com as diferentes espécies e diferentes tecidos (NORKRANS, 1963). É

composta de longas fibras cristalinas em que pontes de hidrogênio unem as

moléculas individuais. Além disso, as fibras são embebidas em uma matriz de

hemicelulose e lignina, as quais reduzem ainda mais a acessibilidade das enzimas

celulolíticas (BÉGUIN, 1990; LYND et al., 2002; ANGELO, 2004). Essas enzimas,

conhecidas como celulases hidrolisam a ligação glicosídica entre dois ou mais

carboidratos ou entre carboidratos e uma porção não carboidrato (CASTILLO et al.,

2002).

Um grande número de fungos e bactérias são capazes de produzir múltiplos

grupos de enzimas, as quais são coletivamente conhecidas como celulases. Tais

sistemas são compostos por uma variedade de enzimas com diferentes

especificidades e modos de ação, as quais agem em conjunto para hidrolisar

celulose. Podem ser classificadas em 3 tipos: endo-β-1,4 glicanase, exo-β-1,4

glicanase e β-D-glicosidade glicohidrolase (BÉGUIN, 1990; BALDRIAN &

VALASKOVÁ, 2008; CULEN & KARSTEN, 1992).

Assim como as demais enzimas extracelulares de hidrólise, as celulases são

induzidas quando há a necessidade de serem secretadas pelos microrganismos

para que ocorra a quebra de celulose, e sua produção depende do tipo de substrato

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22 (RUEGGER & TORNISIELO, 2004). Celulases são induzidas na maioria dos fungos

quando celulose ou um indutor existe; já em bactérias, celulases são produzidas

constantemente (SUTO & TOMITA, 2001). Em Hypocrea jecorina e Penicillium

purpurogenum, os respectivos indutores são soforose e gentiobiose, os quais não

têm ligações β-1,4 assim como celobiose, as quais tem esta ligação, sendo um

indutor em outros fungos (SUTO & TOMITA, 2001).

As enzimas celulolíticas constituem o segundo grande grupo de

carboidratases exploradas comercialmente. Podem ser hidrolisadas quimicamente

em meio ácido, ou enzimaticamente, liberando produtos de baixo peso molecular

como hexoses e pentoses. Graças à eficiência e a especificidade de ação de

enzimas e ao seu apelo ambiental, a utilização de celulases em processos de

hidrólise ganha cada vez mais importância em vários setores da indústria química e

na agricultura (ANGELO, 2004).

Vários têm sido os trabalhos descritos na literatura visando o aumento da

produção de celulases, quer seja por otimização das condições de fermentação quer

seja pela obtenção de linhagens microbianas com alta produtividade. O interesse na

produção de celulases está ligado ao emprego destas enzimas na hidrólise de

resíduos celulósicos para diversas finalidades tais como a produção de proteína

microbiana para ração animal, produção de glicose, extração de componentes do

chá verde, proteína de soja e óleos essenciais; na indústria de polpa de celulose e

de papel, para melhorar as propriedades mecânicas das fibras ou ainda para facilitar

o processo de reciclagem; em processos de hidrólise de biomassa para produção de

reagentes químicos combustíveis e em silagem, entre outros (BHAT, 2000;

RUEGGER & TORNISIELO, 2004).

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23

A importância dos microrganismos na produção enzimática é devido a sua

alta capacidade de produção, baixo custo e susceptibilidade à manipulação

genética. Na verdade, as enzimas de origem microbiana tem alto interesse

biotecnológico, como transformação de alimentos, fabricação de detergente, têxtil e

de produtos farmacêuticos, terapia médica e biologia molecular. Enzimas de

microrganismos endofíticos já foram estudadas, incluindo algumas com potencial de

aplicação na indústria, tais como amilases, quitinases, glicanases e proteases e

outros (ARAÚJO et al., 2008).

Nagar e colaboradores (1984) estudaram as enzimas degradadoras de

parede celular presentes em Cuscuta sp. e suas plantas hospedeiras. Como

conclusão deste trabalho houve atividade celulolítica apenas pela própria cuscuta e

não em suas plantas hospedeiras.

2.3.1 Endo-1,4- β-glicanase (EC 3.2.1.4)

São também conhecidas como endo-β-1,4 glicanases, endoglicanases e

carboximetilcelulases. São monoméricas, com massa molecular tipicamente entre 22

e 45 kDa. Hidrolizam randomicamente e internamente as pontes β-1,4 glicosídicas

em celulose, gerando oligossacarídeos de vários tamanhos e consequentemente

novas cadeias terminais. Como resultado, o polímero rapidamente decresce em

tamanho, e a concentração da redução de açúcar aumenta vagarosamente

(ONSORI et al., 2005; BALDRIAN & VALASKOVÁ, 2008).

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24

Endoglicanases foram isoladas de muitos basidiomicetos e mostram catalise

ótima com pH entre 4.0 e 5.0. Temperatura ótima está entre 50 e 70o C.

Carboximetilcelulose e celulose amorfa são bons – embora não naturais –

substratos da maioria das endoglicanases e indicam que a atividade enzimática é

principalmente direcionada pelas regiões amorfas na molécula de celulose

(BALDRIAN & VALASKOVÁ, 2008).

2.3.2 Exo-β-1,4 glicanase (EC 3.2.1.91)

Conhecidas também como β-1,4 celobiohidrolase ou Avicelase, catalisam a

hidrólise de ligações β-1,4-D-glicosídicas na celulose, liberando celobiose das

extremidades não redutoras das cadeias. São capazes de atuar sobre a celulose

microcristalina, encurtando cadeias do polissacarídeo. (BHAT & BHAT, 1997, LYND

et al., 2002). Possuem ação limitada sobre substratos como carboximetilcelulose

(CMC) e hidroxietilcelulose (HEC) (SINGH & HAYASHI, 1995).

2.3.3 β-D-glicosidase glicohidrolase (EC 3.2.2.21)

Também conhecidas com celobiases, catalisa a hidrólise de resíduos β-D-

glicose terminais não redutores, liberando β-D-glicose. Perdem sua atividade com o

aumento da extensão da cadeia de celulose. Apresentam ampla especificidade por

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25 β--D-glicosídeos, podendo hidrolisar também β-D-galactosídeos e β-D-xilosídeos

(SINGH & HAYASHI, 1995; LIND et al., 2002).

2.3.4 Fungos produtores de celulases

Na natureza existe uma grande variedade de microrganismos capazes de

degradar celulose por meio da produção de celulases (CASTILLO et al., 2002;

RUEGGER & TORNISIELO, 2004). Os fungos constituem um dos grupos de

microrganismos mais importantes na atividade de decomposição de matéria

orgânica em geral, e em particular dos substratos celulósicos (LYND et al., 2002).

Sistemas celulolíticos de fungos diferem de complexos sistemas celulolíticos de

bactérias (BALDRIAN & VALASKOVÁ, 2008).

Em geral, os fungos que decompõem substâncias celulósicas ocorrem no

solo, colonizando vegetais, suas raízes e resíduos, com importante função de

reciclagem de nutrientes. A atividade fúngica depende do conteúdo de matéria

orgânica no solo, a qual determina sobremaneira a ocorrência e a distribuição

desses organismos (RUEGGER & TORNISIELO, 2004). Basidiomicetos são os mais

potentes degradadores de celulose (BALDRIAN & VALASKOVÁ, 2008).

As celulases fúngicas tem sido as mais estudadas e exploradas

industrialmente e, apesar de grande parte dos trabalhos estarem voltados para a

obtenção de enzimas de Trichoderma reesei e Trichoderma viridae, muitas outras

espécies tem apresentado um bom potencial para produção de enzimas celulolíticas,

tais como Neurospora crassa e espécies dos gêneros Curvularia, Aspergillus e

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26 Penicillium (RUEGGER & TAUK-TORNISIELO, 2004). No contexto atual, grande

ênfase tem sido dada à utilização de rejeitos de biomassa lignocelulósica

provenientes da agricultura e de processos industriais, por exemplo: da produção de

etanol e da produção de polpa de celulose, como substratos para obtenção de

celulases a partir de fermentação microbiana (CULLEN & KERSTEN, 1992;

ANGELO, 2004).

ONSORI et al., (2005) estudaram várias espécies de Aspergillus para verificar

qual produzia mais celulase. Aspergillus spp. são conhecidos por produzir uma

variedade de enzimas celulolíticas, incluindo carboximetilcelulase ou endo-β-1,4-

glicanase. Neste trabalho identificaram Aspergillus sp. (R4) como o maior produtor

de endo- β-1,4-glicanase entre as 13 diferentes espécies de Aspergillus.

Em Cylindrocladium clavatum a celulase produzida é um complexo

multienzimático que compreende duas endo e três exo β-1,4 glicanases e uma β -

glicosidase, sendo que C. clavatum é capaz de produzir tais enzimas in vitro, quanto

cultivado em diferentes substratos.

Três enzimas com pequenas diferenças foram isoladas de Gloeophyllum

trabeum, Phanerochaete chrysosporium, Sclerotium rolfsii e Serpula incrassata. O

mais estudado sistema de endoglicanase em Phanerochaete chrysosporium foi

originalmente descrito contendo 5 diferentes enzimas, mas algumas delas foram

depois identificadas como produtos de clivagem de outras endoglicanases

(BALDRIAN & VALASKOVÁ, 2008).

Sabe-se que o complexo celulásico de T. reessei possui pelo menos cinco

enzimas com atividade endoglicanásica (EG I, II, III, IV e V) tal multiplicidade tem

sido justificada por alguns autores como decorrente de modificações pós-

translacionais como a glicosilação. No entanto, existem fortes evidências de que

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27 estas enzimas sejam biomoléculas não relacionadas e que, como tal, possuam

funções distintas durante o processo de sacarificação de celulose (GOYAL et al.,

1991).

A EG I é a endoglucanase produzida em maior quantidade pelo T. reesei,

chegando a cerca de 5% do total de proteínas liberadas no meio de cultura,

enquanto a EG II chega a 0,5% e as endoglucanases restantes apresentam-se como

componentes minoritários (CLAEYSSENS & AERTS, 1992).

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28

3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

O objetivo deste trabalho foi o de isolar, identificar e avaliar a diversidade de

fungos endofíticos associados à Cuscuta sp. e estudar a produção de

endoglicanases.

3.2 Objetivos Específicos

• Isolar fungos endofíticos de caules de Cuscuta sp. de três áreas de vegetação

característica: área de baixo grau de antropização, área de vegetação

secundária e área fortemente antropizada.

• Identificar os fungos endofíticos.

• Avaliar a produção de endoglicanases dos fungos endofíticos encontrados.

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29

4 MÉTODO

4.1 Material vegetal

As amostras de Cuscuta sp. utilizadas neste trabalho foram coletadas em três

diferentes áreas quanto à vegetação local e, consequentemente, parasitando

diferentes espécies vegetais (Figura 3 e Tabela 1). As coletas dos caules maduros

sem marcas, arranhaduras ou ferimentos foram realizadas em junho de 2007,

agosto de 2007 e janeiro de 2008.

Os três locais de coletas, diferem quanto à composição vegetal. O local de

baixo grau de antropização, apresenta uma grande diversidade vegetal. A área de

vegetação secundária apresenta vegetação natural, sem interferência humana em

sua diversidade vegetal. No entanto, o local de forte antropização apresenta apenas

duas espécies vegetais (Duranta repens e Hibiscus sp.), sendo estas,

periodicamente podadas e manuseadas.

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Locais de coleta

Área de baixo grau de

antropização

Área de vegetação

secundária

Área fortemente

antropizada

Figura 4. Espécies hospedeiras de

Figura 3. Exemplo de vegetação encontrada nos locais de coleta. Em Em b área de vegetação secundária. Em

a

Espécies vegetais hospedeiras S

Malvaviscus arboreus 23° 26.031’

Dracaena marginata 23° 26.030’

Euphorbia milii 23° 26.030’

Euphorbia milii 23° 28.085’

Syngonium podophyllum 23° 28.028’

Erythrina sp. 23° 28.029’ Ligustrum lucidum 23° 29.091’

Bouteloua curtipendula 23° 29.100’

Asclepias sp. 23° 29.077’

Duranta repens 23° 30.770’

Duranta repens 23° 30.769’

Hibiscus sp. 23° 30.769’

Hibiscus sp. 23° 30.647’

Hibiscus sp. 23° 30.746’

Hibiscus sp. 23° 30.758’ Espécies hospedeiras de Cuscuta sp. e localização das amostras coletadas.

Exemplo de vegetação encontrada nos locais de coleta. Em a área de baixo grau de antropização. área de vegetação secundária. Em c área fortemente antropizada.

b c

30

W

046° 19.437’

046° 19.431’

046° 19.434’

046° 19.758’

046° 19.758’

046° 19.761’ 046° 20.921’ 046° 20.907’

046° 20.900’

046° 11.400’

046° 11.401’

046° 11.430’

046° 11.654’

046° 11.410’

046° 11.406’ sp. e localização das amostras coletadas.

área de baixo grau de antropização.

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4.2 Desinfecção superficial

A comunidade de fungos endofíticos associada às plantas foi isolada pela

técnica de desinfecção superficial dos tecidos vegetais. É a etapa mais importante

para o trabalho, pois tem por objetivo a completa eliminação de microrganismos

epifíticos, mantendo viável a comunidade endofítica da amostra vegetal. Para isso,

os caules de Cuscuta sp. foram coletados e posteriormente lavados em água

corrente abundante. Em seguida foram imersos em álcool 70% por 30 segundos,

seguida de imersão em hipoclorito de sódio (NaOCl) a 3%, por 1 minuto e 30

segundos e novamente imersos em álcool 70% por 30 segundos e duas lavagens

com água destilada esterilizada para finalizar.

4.3 Isolamento dos fungos endofíticos de Cuscuta sp.

Após desinfecção superficial, o caule de Cuscuta sp. foi cortado,

assepticamente, em fragmentos de aproximadamente 0,5 cm. Sete fragmentos

foram colocados em cada placa de Petri com meio de cultura BDA 20% (Potato

Dextrose Agar – MERCK) suplementado com o antibiótico tetraciclina (50 µg/ml-1)

para impedir o crescimento bacteriano. As placas foram incubadas a 28º C por até

15 dias. Foi utilizado um total de 35 fragmentos de cada amostra de Cuscuta sp. em

cada isolamento, totalizando ao final do trabalho, 1575 fragmentos. A última água de

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32 lavagem, foi usada como controle sendo alíquotas da mesma semeadas nos

mesmos meios para isolamento de endofíticos com finalidade de verificação de

escape de microrganismos epifíticos não eliminados Se ocorreu crescimento de

colônias o tratamento correspondente não foi utilizado.

4.4 Análise dos dados

Para a análise dos dados de isolamento, foi calculada a frequência de

colonização em porcentagem (CF%) ao final de cada isolamento para avaliar o

número de fragmentos que apresentaram crescimento fúngico em relação ao

número total de fragmentos vegetais avaliados.

��% = �ú��� �� �� ������ ����� ��

�ú��� �� � �� �� ������ ×���

A população relativa (PR) foi calculada pela razão entre o número de

indivíduos da espécie e o número total de isolados.

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33

4.5 Análise da diversidade de fungos associados à Cuscuta sp.

4.5.1 Identificação de fungos endofíticos

A identificação foi realizada por meio de observação de aspectos macro e

micro-morfológicos de estruturas vegetativas e reprodutivas dos isolados endofíticos,

para isto, pressionou-se um pedaço de fita adesiva contra a cultura do fungo,

coletando-a sobre uma lâmina contendo uma gota do corante azul algodão. Os

resultados foram comparados com literatura específica (BARNETT & HUNTER,

1972).

4.6 Produção de endoglicanase

Para a obtenção de resultados de produção de endoglicanase, os fungos

endofíticos foram crescidos em meio M9 contendo 1% de CMC

(Carboximetilcelulose) a 28º C de 7 a 14 dias. Após o crescimento foram

adicionados 10 mL de Vermelho Congo (1%) e posteriormente lavado com NaCl

(5M). A presença de um halo incolor em torno da colônia indicou a secreção de

endoglicanases. Foram realizadas três repetições para cada isolado fúngico.

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0

3

6

9

12

15

Baixo grau de antropização

Vegetação secundária Fortemente antropizado

Fre

qu

ên

cia

de

co

lon

iza

ção

Mai-Jun/2007

Jul-Ago/2007

Jan-Fev/2008

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Isolamento de fungos endofíticos

Foram isolados 82 fungos endofítos dos caules de Cuscuta sp. A Fig. 4

compara os resultados obtidos quanto à frequência de colonização, nas três coletas

realizadas. O terceiro período foi o que resultou em um maior número de fragmentos

com fungos para todos os locais, embora o local de vegetação secundária tenha

como resultado, igual frequência de colonização no segundo e terceiro períodos.

Figura 5. Frequência de colonização e erro padrão dos fungos endofíticos isolados de Cuscuta sp., comparando as épocas e os locais de coleta.

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35

Importantes aspectos ambientais podem influenciar a infecção da comunidade

endofítica que muitas vezes não são consideradas, como temperatura, umidade,

condições do solo, a espécie vegetal, precipitação anual entre outros fatores

(CARROLL 1988). Nas coletas realizadas entre maio e agosto de 2007, a presença

da própria cuscuta nas plantas hospedeiras era em menor quantidade que a mesma

durante a época de coleta realizada entre janeiro e fevereiro. Segundo Lanini e

Kogan (2005), temperaturas do solo favoráveis à germinação e emergência de

Cuscuta sp. estão entre 15 e 38º C, com ótimo em torno de 30ºC, as quais

correspondem às temperaturas que prevalecem na primavera e verão, época esta

que corresponde aos dados referidos ao 3º isolamento.É provável que a baixa

riqueza de fungos endofíticos nos primeiros isolamentos, esteja associada a algum

destes aspectos intrínsecos a área de estudo, principalmente no que se refere ao

clima ideal ao desenvolvimento da própria Cuscuta sp. Dados obtidos por Tóth et al.,

(2006) em culturas de beterraba na Eslováquia, mostraram que não houve o registro

de C. campestri apenas em regiões de clima frio, sendo que eles analisaram a

distribuição de cuscuta em 150 localidades no período de 2002 a 2004.

Considerando as características de vegetação dos locais de coleta, com os

valores obtidos, não foi possível observar se existe uma preferência destes endófitos

por um hospedeiro específico, bem como o local de coleta não influenciou neste

aspecto nos períodos em que foram realizados os isolamentos (Fig. 5).

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36

0

5

10

15

20

25

Baixo grau de antropização Vegetação secundária Fortemente antropizado

Fre

qu

ên

cia

de

co

lon

iza

ção

Figura 6. Frequência de colonização de fungos endofíticos e erro padrão nos três locais de coleta de Cuscuta sp.

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37

5.2 Identificação de fungos endofíticos

Os 82 fungos isolados de Cuscuta sp. foram inicialmente agrupados de

acordo com as suas características morfológicas em 20 morfotipos (Fig. 6). A Fig. 7

mostra a porcentagem de cada morfotipo isolado. Pode-se observar que, dentre

estes, o morfotipo 11 é o que mais se destaca, correspondendo a aproximadamente

28% dos fungos isolados.

A identificação microscópica apenas foi possível para os gêneros que

desenvolveram estruturas reprodutivas in vitro. A figura 8 mostra os nove gêneros

identicados: Penicillium, Bipolaris, Ulocladium, Colletotrichum, Fusarium,

Cladosporium, Chaetomium, Aspergillus e Paecilomyces. Foi possível diferenciar em

duas espécies, Penicillium sp. 1 e sp. 2, Fusarium sp. 1 e sp. 2 e Cladosporium sp. 1

e sp. 2. A população relativa de cada gênero identificado foi calculada e é

apresentada na Fig. 9. Na Figura 10, estão sendo apresentados os gêneros

identificados mostrando a ocorrência de cada uma destas e os referentes locais de

coleta.

Suryanarayanan et al., (2000) obtiveram um total de quarenta fungos

endofíticos em Cuscuta reflexa sendo que Cladosporium sp., Colletotrichum sp. e

uma forma estéril foram as espécies predominantes. Além destes foram obtidos

também Alternaria sp, Aspergillus sp., Chaetomium sp., Fusarium sp., Penicillium

sp., entre outros.

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38

0

5

10

15

20

25

30

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

Po

rcen

tage

m

Morfotipos

Figura 7. Exemplos de colônias fúngicas isoladas de Cuscuta sp., agrupadas em 20 morfotipos.

Figura 8. Porcentagem de cada morfotipo dos fungos isolados de Cuscuta sp.

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Figura 9. Macro e micromorfologia de alguns dos fungos endofíticos isolados de Cuscuta sp.Estruturas reprodutivas observadas ao microscópio ótico em aumento de 400x e 1000x.

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40

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

Po

pu

laçã

o r

ela

tiv

a

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Área de baixo grau de antropização

Área de vegetação secundária Áreas fortemente antropizada

po

rce

nta

ge

m

Figura 11. Porcentagem dos fungos isolados, e identificados, comparando os locais de coleta de Cuscuta sp.

Figura 10. População relativa de cada gênero de fungo endofítico isolado, e identificado, de Cuscuta sp.

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41

5.3 Produção de celulase (endoglicanase)

Os fungos endofíticos obtidos foram testados quanto à atividade celulolítica

pelo uso de carboximetilcelulose (CMC). Em todos os isolados fúngicos, foram

empregadas três repetições. A zona mais clara ao redor das colônias,

correspondente ao halo indicador da degradação da CMC e foi observada (Fig. 12)

em apenas 12 isolados, ou seja, aproximadamente 15% dos fungos estudados (Fig

11). Destes, 8 pertencem ao gênero Penicillium.

A visualização do halo depende de vários fatores, além da composição do

meio de cultura. Algumas substâncias químicas do meio de cultura podem interferir

no corante proporcionando resultados falso-positivos, ou ainda provocar sua

precipitação ou inibir a ligação deste aos polissacarídeos. Os fungos celulolíticos,

na natureza, não ocupam o mesmo nicho ecológico em cultura pura, onde não existe

competição; ao contrário, eles interagem com outros organismos celulolíticos e com

aqueles que degradam outros compostos. Essa associação é responsável pela

completa degradação dos substratos celulósicos nos ecossistemas onde estes

organismos são encontrados. (NEIROTTI & AZEVEDO, 1988; RUEGGER &

TORNISIELLO, 2004). Além disso, os fungos estudados foram isolados de três

áreas com coberturas vegetais distintas e em diferentes estações do ano. Todos

esses fatores influenciaram diretamente os resultados obtidos com os diferentes

isolados de uma mesma espécie.

Ruegger e Tornisiello, (2004) observaram que algumas colônias com pouco

crescimento apresentaram os maiores índices enzimáticos, dentre eles P. herquei,

P. miczynskii e P. verruculosum, P. glabrum e Trichoderma hamatum.,

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Figura 12. Porcentagem de fungos endofíticos isolados de de celulase.

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

positivo

Baixo grau de antropização

Po

rce

nta

ge

m

Figura 13. Atividade da celulase de fungos isolados de caules de cuscuta, cultivados em meio sintético com carboximetilcelulose por 7 dias a 28º C. As setas indicam formação de halo indicador da degradação de CMC. Em de CMC.

Porcentagem de fungos endofíticos isolados de Cuscuta sp. e suas respectivas respostas à produção

negativo positivo negativo positivo

Baixo grau de antropização Vegetação secundária Fortemente antropizado

Atividade da celulase de fungos isolados de caules de cuscuta, cultivados em meio sintético com carboximetilcelulose por 7 dias a 28º C. As setas indicam formação de halo indicador da degradação de CMC. Em a, não houve degradação de CMC, b e c, halo indicando a degradação

42

sp. e suas respectivas respostas à produção

positivo negativo

Fortemente antropizado

Atividade da celulase de fungos isolados de caules de cuscuta, cultivados em meio sintético com carboximetilcelulose por 7 dias a 28º C. As setas indicam formação de halo indicador

, halo indicando a degradação

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43

6 CONCLUSÕES E SUGESTÕES

A comunidade fúngica endofítica de Cuscuta sp. apresenta uma grande

diversidade sendo composta pelos gêneros, identificados, Penicillium, Bipolaris,

Ulocladium, Colletotrichum, Fusarium, Cladosporium, Chaetomium, Aspergillus e

Paecilomyces sendo Penicillium o gênero predominante.

A época do ano influencia sobre a freqüência de colonização de fungos

endofíticos.

As diferenças de antropização nos locais de coleta não influenciou na

frequência de colonização dos fungos endofíticos, no entanto a diversidade

endofítica encontrada foi diferente para cada local.

Nas condições expostas aqui neste trabalho, poucos dos fungos endofíticos

associados à Cuscuta sp. apresentaram capacidade de produzir endocelulase,

sugerindo que sua comunidade fúngica endofítica não está envolvida na capacidade

de penetração na planta hospedeira.

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