diversidade de ácaros associados às flores tropicais na região
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PROD UÇÃO VEGETAL
RENATA MARIA VITAL SANTOS
DIVERSIDADE DE ÁCAROS (ARACHNIDA: ACARI) ASSOCIADOS ÀS
FLORES TROPICAIS NA REGIÃO LITORAL SUL DA BAHIA E A VALIAÇÃO
DE PRODUTOS NATURAIS PARA O CONTROLE Tetranychus abacae
BAKER & PRITCHARD (ACARI: TETRANYCHIDAE).
ILHÉUS – BAHIA
2008
RENATA MARIA VITAL SANTOS
DIVERSIDADE DE ÁCAROS (ARACHNIDA: ACARI) ASSOCIADOS ÀS
FLORES TROPICAIS NA REGIÃO LITORAL SUL DA BAHIA E A VALIAÇÃO
DE PRODUTOS NATURAIS PARA O CONTROLE Tetranychus abacae
BAKER & PRITCHARD (ACARI: TETRANYCHIDAE).
Dissertação apresentada à Universidade
Estadual de Santa Cruz, para obtenção do título
de Mestre em Produção Vegetal.
Área de concentração: Proteção de Plantas
Orientadora: Profª Maria Aparecida Leão
Bittencourt
ILHÉUS – BAHIA
2008
S237 Santos, Renata Maria Vital. Diversidade de ácaros (Arachnida: Acari) associados às flores tropicais na região litoral sul da Bahia e avaliação de produtos naturais para controle Tetranychus abacae Baker & Pritchard (Acari : Tetranychidae) / Renata Maria Vital Santos. – Ilhéus: A Autora, 2008. 96fl. : il. Orientadora: Maria Aparecida Leão Bittencourt. Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual de Santa Cruz. 1. Ácaros de plantas. 2. Plantas tropicais – Ácaros – Bahia, Sul. 3. Flores – Doenças e pragas – Controle. I. Bittencourt, Maria Aparecida Leão. II.Título. CDD – 632.7
“Permitida à cópia total ou parcial deste documento, desde que citada a fonte – O autor ”
RENATA MARIA VITAL SANTOS
DIVERSIDADE DE ÁCAROS (ARACHNIDA: ACARI) ASSOCIADOS ÀS
FLORES TROPICAIS NA REGIÃO LITORAL SUL DA BAHIA E A VALIAÇÃO
DE PRODUTOS NATURAIS PARA O CONTROLE Tetranychus abacae
BAKER & PRITCHARD (ACARI: TETRANYCHIDAE).
Ilhéus, 10 de março de 2008.
Maria Aparecida Leão Bittencourt – DS UESC/DCAA (Orientadora)
Aloyséia Cristina da Silva Noronha – DS CPATU/EMBRAPA
(Co-orientador)
Aníbal Ramadan Oliveira – DS PRODOC/FAPESB – UESC/DCAA
DEDICATÓRIA
Dedico a Osvaldo e Mary, meus pais e a meus irmãos, pelo apoio na minha
formação pessoal e ao meu marido, que foi amigo e companheiro indispensável,
sempre presente na realização deste sonho.
AGRADECIMENTOS
Ao meu DEUS,
Que criou as variedades de flores tropicais e os ácaros que nelas vivem em
especial e assim capacitou-me para realizar este trabalho. Muito obrigada!!!
A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB) pela bolsa
concedida, e a Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) onde foi realizado
o trabalho.
Aos produtores de flores tropicais, os quais cederam gentilmente seus cultivos
para realização das coletas.
A Drª Maria Aparecida L. Bittencourt e Aloyséia C. da S. Noronha,
Pela orientação e paciência, por torcer e confiar na minha capacidade de
realização estando lado a lado principalmente nas dificuldades.
A colega do mestrado Catarina C. de M. Sobrinho,
Pela companhia no período de coleta.
A Izabel V. de Souza,
Pela amizade, força e auxílios prestados.
A Sheila V. Soares,
Por ceder suas plantas infestadas por Tetranychus abacae, para realização do
experimento com defensivos alternativos.
Aos colegas de mestrado Lucas Calazans, Natália Feijó, Adeilson Lins, Sandra
e Francis Tocafundo pela união na realização das atividades.
Ao Dr. Aníbal Ramadan Oliveira,
Pela presença no laboratório e boa vontade em compartilhar idéias e
informações.
Aos professores Dr. Carlos H. W. Flechtmann e Dr. Gilberto J. de Moraes,
Pelo apoio nas identificações das espécies deste trabalho.
Ao Dr. Edmilson S. Silva e Tatiane M. Castro,
Pela identificação de alguns exemplares.
Cláudio R. Franco,
Por informações sobre pulverização manual.
SUMÁRIO
RESUMO................................................................................................................ i
ABSTRACT ............................................................................................................ ii
1 INTRODUÇÃO................................................................................................... 1
2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................. 5
2.1 Flores Tropicais: origem, habitat e diversidade de espécies............................ 5
2.2 Acarofauna associada às culturas no Sul da Bahia........................................ 9
2.2.1 Ácaros fitófagos........................................................................................... 10
2.2.2 Ácaros predadores...................................................................................... 13
2.3 Defensivos de origem vegetal.......................................................................... 15
3 ÁCAROS (ARACHNIDA: ACARI) ASSOCIADOS A FLORES TR OPICAIS
EM MUNICÍPIOS DO LITORAL SUL DA BAHIA ..................................................
20
RESUMO............................................................................................................... 20
ABSTRACT ............................................................................................................ 21
3.1 Introdução........................................................................................................ 22
3.2 Material e Métodos........................................................................................... 24
3.3 Resultados e Discussão.................................................................................. 28
3.4 Conclusões....................................................................................................... 48
4 ESPÉCIES DE PHYTOSEIIDAE ASSOCIADAS À FLORES TROP ICAIS NA
REGIÃO SUL DA BAHIA ......................................................................................
49
RESUMO................................................................................................................ 49
ABSTRACT ............................................................................................................ 50
4.1 Introdução........................................................................................................ 51
4.2 Material e Métodos........................................................................................... 53
4.3 Resultados e Discussão................................................................................... 55
4.3.1 Chave para separação das espécies de ácaros predadores fitoseídeos
(Acari: Phytoseiidae) registradas neste trabalho ..................................................
55
4.3.2 Descrição morfológica de espécies da família Phytoseiidae associadas às
flores tropicais na região Litoral Sul da Bahia........................................................
58
4.4 Conclusões...................................................................................................... 64
5 AVALIAÇÃO DE DEFENSIVOS NATURAIS PARA O CONTROLE DE
Tetranychus abacae BAKER & PRITCHARD (ACARI: TETRANYCHIDAE)
EM FLORES TROPICAIS ......................................................................................
65
RESUMO................................................................................................................ 65
ABSTRACT ............................................................................................................ 66
5.1 Introdução........................................................................................................ 67
5.2 Material e Métodos........................................................................................... 69
5.3 Resultados e Discussão................................................................................... 72
5.4 Conclusões....................................................................................................... 80
6 CONCLUSÕES GERAIS ................................................................................... 81
REFERÊNCIAS CONSULTADAS ......................................................................... 83
APÊNDICES........................................................................................................... 90
DIVERSIDADE DE ÁCAROS (ARACHNIDA: ACARI) ASSOCIADOS ÀS
FLORES TROPICAIS NA REGIÃO LITORAL SUL DA BAHIA E A VALIAÇÃO
DE PRODUTOS NATURAIS PARA O CONTROLE Tetranychus abacae
BAKER & PRITCHARD (ACARI: TETRANYCHIDAE).
RESUMO
Em razão da expansão do agronegócio de flores tropicais na região Litoral Sul do Estado da Bahia, este trabalho teve como objetivos: realizar o levantamento das espécies de ácaros que ocorrem em flores tropicais na região Sul da Bahia, caracterizar morfologicamente as espécies de predadores pertencentes à família Phytoseiidae e avaliar produtos naturais para o controle de Tetranychus abacae Baker & Pritchard (Acari: Tetranychidae). As amostragens foram realizadas em seis municípios da região, no período de setembro de 2006 a junho de 2007 em plantios comerciais de flores tropicais das famílias Musaceae, Zingiberaceae e Heliconiaceae por meio da coleta de ácaros em folhas e inflorescências. Foram registrados 314 exemplares de ácaros, pertencentes a 22 famílias, sendo 4% representantes da subordem Acaridida, 32% de Actinedida, 40% de Gamasida e 24% de Oribatida. O maior número de indivíduos foi registrado em flores de helicônias das espécies Heliconia rostrata Ruiz & Pavon e H. stricta Huber c.v ‘Fire bird’. Phytoseiidae e Tetranychidae foram às famílias mais abundantes, freqüentes, dominantes e constantes. Quatro gêneros e oito espécies da família Phytoseiidae foram registrados: Amblyseius compositus Denmark & Muma, A. operculatus De Leon, A. tamatavensis Blommers, A. aerilias Muma, Iphiseiodes zuluagai Denmark & Muma, I. metapodalis (El-Banhawy), Phytoseiulus macropilis (Banks) e Proprioseiopsis neotropicus (Ehara). As espécies de fitoseídeos foram caracterizadas morfologicamente e uma chave de identificação para as espécies associadas às flores tropicais na região foi elaborada. Com relação à avaliação de produtos naturais foram realizados bioensaios de concentração-mortalidade com cinco tratamentos (25%, 50%, 75%, água destilada e folha limpa); cinco repetições e 20 ácaros por unidade amostral. A “manipueira”, a “calda de pimenta-malagueta” e “calda-de-fumo” apresentam efeito acaricida sobre fêmeas de T. abacae, quando em contato direto (imersão) ou pulverizadas, em condições de laboratório.
Palavras-chave: Acarofauna, controle natural, Heliconia, Phytoseiidae, Tetranychidae.
ii
DIVERSITY OF SPIDER MITES (ARACHNIDA: ACARI) ASSOCI ATED WITH
TROPICAL FLOWERS IN COASTAL SOUTHERN BAHIA AND NATU RAL
CONTROL PRODUCT EVALUATION Tetranychus abacae BAKER &
PRITCHARD (ACARI: TETRANYCHIDAE).
ABSTRACT
The tropical flower agronomic business has expanded in Coastal Southern Bahia. This study surveyed phytophaga mite species that occur in regional tropical flowers, morphologically characterized the predator species of the Phytoseiidae family and evaluated natural products to control mites. Leaves and inflorescence samples were taken from September of 2006 to June of 2007 from commercial plantings. 314 types of mites from 22 families (Acari) were found. 4% were from the suborder Acaridida, 32% from Actinedida, 40% from Gamasida and 24% from the suborder Oribatida. The greatest number of individuals was found in the tropical flower species Heliconia rostrata Ruiz & Pavon and H. stricta Huber c.v ‘Fire bird’. The Phytoseiidae and Tetranychidae families were found among the most abundant, frequent, dominant and constant families. Four genera and eight species of the family Phytoseiidae were found: Amblyseius compositus Denmark & Muma, A. operculatus De Leon, A. tamatavensis Blommers, A. aerilias Muma, Iphiseiodes zuluagai Denmark & Muma, I. metapodalis (El-Banhawy), Phytoseiulus macropilis (Banks) e Proprioseiopsis neotropicus (Ehara). An identification key was created for the species associated to regional tropical flowers. Pulverized “manipueira”, “pimenta-malagueta” and “calda-de-fumo”. The “manipueira”, “pimenta-malagueta” and “Calda-of-I smoke” present acaricida effect on females of T. abacae, when in direct contact (Immersion) or sprayed, in conditions of laboratory.
Keywords: Acarofauna, natural control, Heliconia, Phytoseiidae, Tetranychidae.
1 INTRODUÇÃO
As flores ornamentais tropicais das famílias Musaceae, Zingiberaceae e
Heliconiaceae são originárias da região Neotropical, distribuídas na América
Central, América do Sul e nas Ilhas do Pacífico. Caracterizam-se por serem
plantas herbáceas, de porte reduzido ou arborescente, constituído de um caule
subterrâneo denominado rizoma de onde são originadas as raízes. Algumas
espécies podem ser cultivadas a pleno sol e outras à meia sombra; as plantas
de pequeno porte se adaptam e apresentam melhor rendimento a pleno sol,
enquanto que as de grande porte necessitam de meia-sombra devido ao
crescimento mais lento. Existem espécies que florescem durante todo o ano. A
escolha da espécie a ser cultivada considera a durabilidade, o peso da haste, a
resistência ao transporte e o período longo de floração (ASSIS et al., 2002).
O mercado de flores e plantas ornamentais no Brasil estimulou muitos
produtores a investir nessa área, pois a floricultura tropical apresenta grande
potencial de crescimento, destacando-se como uma atividade agrícola
geradora de renda e fixadora de mão-de-obra no campo. A exportação mundial
de flores encontra-se em ascensão, em razão dos consumidores de países de
clima temperado valorizarem este produto devido à beleza exótica (CASTRO et
al., 2007).
No mundo todo, a floricultura movimenta em torno de US$ 9 bilhões,
sendo a participação brasileira aproximadamente em US$ 800 milhões por ano,
e o Estado da Bahia participa com o equivalente a R$ 15 milhões/ano
(BARROSO et al., 2006; SCHERER, 2006).
2
O Brasil começa a consolidar sua participação no desenvolvimento da
floricultura tropical, que mostra suas mais promissoras possibilidades
ecológicas, produtivas e comerciais; dentro desse contexto o Nordeste tem
grande potencial de participação, em razão da localização privilegiada para
exportação, agrossistemas diferenciados e favoráveis, rotas marítimas e
aéreas regulares, além de políticas eficazes voltadas para este agronegócio
(BARROSO et al., 2006).
Principalmente a região Nordeste, apresenta condições favoráveis para
o desenvolvimento e produção de flores tropicais, devido à diversidade de
clima e solo existentes, que formam microclimas propícios às atividades da
floricultura. A maioria da produção nordestina de flores está distribuída entre os
Estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Pernambuco e Sergipe (CASTRO et al.,
2007).
Estima-se que a Bahia produz cerca de 300 mil dúzias de flores tropicais
e subtropicais por ano, movimentando, no mercado atacadista, mais de R$ 3
milhões/ano, além de plantas ornamentais e folhagens produzidas em
aproximadamente 50 municípios baianos (SCHERER, 2006).
Produtores de cacau da região Sul da Bahia, estão investindo na
plantação consorciada, com flores tropicais. Atualmente, 40% dos integrantes
da Associação dos Produtores de Flores e Plantas Ornamentais do Sul da
Bahia (Florassulba) são cacauicultores, que empregam cerca de R$ 20 mil por
hectare com a nova cultura; a produção de flores ainda é pequena, e estima-se
que há aproximadamente cem hectares plantados com flores e folhagem
tropical nas cidades de Ilhéus e Itabuna (SEBRAE, 2006).
3
Em relação à ocorrência de pragas, a severidade destas está
relacionada ao aspecto nutricional e ao adensamento de plantas, podendo
afetar as inflorescências e flores; com maior incidência em Heliconia
psittacorum Linn F. x H. spathocircinata Aristeguieta cultivares: ‘Golden Torch’,
‘Sassy’ e ‘Alan Carle’ e H. rostrata Ruiz & Pavon (COELHO e WARUMBY,
2002).
No Brasil existem poucos estudos relacionados aos problemas
fitossanitários das helicônias. Dentre eles podem ser destacados os estudos de
Castro (1995), Assis et al. (2002), Coelho e Warumby (2002), Lins e Coelho
(2004). Entre as diversas pragas citadas para as helicônias está o “ácaro-
vermelho” Tetranychus abacae Baker & Pritchard (Acari: Tetranychidae),
causador de manchas nas folhas (ASSIS et al., 2002).
Existem registros de ácaros fitófagos, associados às espécies vegetais
cultivadas na região Litoral Sul da Bahia, e entre elas destacam-se algumas
fruteiras, além do cacaueiro (Theobroma cacao L. – Sterculiaceae), principal
atividade econômica na região, como a aceroleira (Malpighia punicifolia L. –
Malpighiaceae), a bananeira (Musa spp. – Musaceae), o coqueiro (Cocos
nucifera L. – Arecaceae), a gravioleira (Annona muricata L. – Annonaceae),
mangueira (Mangifera indica L. – Anacardiaceae) e o mamoeiro (Carica papaya
L. – Caricaceae) (DONADIO et al., 1998; GONDIM JUNIOR; OLIVEIRA, 2001;
YANINEK et al. 1993; NORONHA et al., 2007).
Os estudos com ácaros fitoseídeos e outros predadores de ácaros
fitófagos, aumentam a possibilidade de reduzir os custos com uso de
agrotóxicos e seus efeitos indesejáveis na saúde humana e no meio ambiente,
4
valorizando assim, o emprego do controle biológico no manejo integrado de
pragas (MIP).
A utilização de plantas com atividade inseticida como método alternativo
de controle de pragas se deve, principalmente, ao surgimento da resistência
das pragas aos produtos organossintéticos, à contaminação causada por estes,
à presença de resíduos químicos tóxicos nos alimentos e à intoxicação dos
aplicadores de agrotóxicos (MOREIRA et al., 2006). Atualmente, não existem
produtos químicos registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA) para o controle de pragas em helicônias, isso tem feito
com que os produtores utilizem indiscriminadamente produtos químicos
registrados para outras culturas, no controle das pragas, propiciando a
ocorrência de risco à saúde humana e ao ambiente.
Segundo Tavares e Vendramim (2005), novas alternativas de controle
têm sido pesquisadas, dentre elas o uso de defensivos alternativos e de origem
vegetal. Além de serem de baixo custo, fácil utilização e obtenção, tais
defensivos podem constituir importante método de controle, principalmente
para pequenos produtores.
Considerando a importância do agronegócio das flores tropicais na
região Litoral Sul da Bahia, este estudo teve como objetivo geral estudar a
diversidade da acarofauna associada às flores tropicais na região Litoral Sul do
Estado da Bahia, avaliando o potencial de produtos naturais para o controle T.
abacae.
5
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Flores Tropicais: origem, habitat e diversidade de espécies
Originárias da América do Sul e parte da América Central, as flores das
famílias Heliconiaceae e Musaceae são plantas originadas das florestas
tropicais, nativas de países da América Central, América do Sul e Ilhas do
Pacífico. As espécies do gênero Heliconia, estão distribuídas, principalmente,
entre os trópicos de Câncer e Capricórnio (Figura 1) (CASTRO, 1995).
Figura 1 – Regiões de ocorrência natural do gênero Heliconia L. (Fonte: Castro, 1995).
As flores tropicais, em condições naturais, estão geralmente mais
adaptadas aos locais sombreados. As helicônias preferem solos areno-
6
argilosos, profundos, com boa drenagem e pH entre 4,5 a 6,5. Em solos
extremamente ácidos, as plantas tornam-se amareladas e pouco desenvolvidas
(PAIVA, 1998).
A temperatura e a umidade são importantes fatores na produção de
flores tropicais. A faixa de temperatura considerada ótima para o cultivo dessas
flores situa-se entre 21 e 35ºC. Temperaturas inferiores a 15ºC são prejudiciais
ao desenvolvimento normal das plantas e abaixo de 10 ºC o crescimento é
paralisado. São bastante exigentes em umidade relativa, sendo que 80% é um
índice considerado satisfatório para o crescimento da produção (CASTRO,
1995). Comercialmente, as flores ficam prejudicadas quando recebem água
diretamente nas hastes florais devido ao acúmulo de água nas brácteas,
formando assim ambiente propícios a insetos e detritos, que apodrecem e
produzem odor desagradável (PAIVA, 1998).
As flores tropicais apresentam grande diversidade de forma, cores e
tamanhos, e de acordo com estas características são divididas em várias
famílias, com grande número de espécies. As principais famílias de flores
tropicais são Costaceae, Heliconiaceae, Musaceae, Strelitziaceae e
Zingiberaceae e entre as principais espécies de flores destacam-se: as
helicônias (Heliconia spp.), o “bastão-do-imperador” [Etlingera elatior (Jack)], os
“tapeinóculos” [Tapeinochilos ananassae Hassk], as “alpínias” ou “panamás”
[Alpinia purpurata (Vieill.) Schum.], Musa coccinea Ander, a “ave-do-paraíso”
[Strelitzia reginae Aiton] e o “sorvetão ou xampú” [Zingiber spectabile Griff.]
(ASSIS, 2002; LINS; COELHO, 2004).
A família Heliconiaceae é a mais cultivada nos plantios comerciais.
Existem aproximadamente 250 espécies de helicônias no Brasil, entre nativas e
7
exóticas, que são exploradas como flores de corte, na arborização urbana e
objeto de decoração para muitos ambientes. São plantas, com altura variando
de 0,5 a 12 metros; são de diferentes cores e formas (MOSCA et al., 2005).
As principais espécies de flores tropicais cultivadas e comercializadas no
Sul da Bahia são apresentadas na Figura 2.
Figura 2 – Espécies de flores tropicais cultivadas na região Litoral Sul da Bahia. Bastão-do-imperador vermelho (A); Musa coccinea (B); Sorvetão (C); Alpínia vermelha (D); H. rostrata (E); H. stricta Huber cv. ‘Fire Bird’ (F); H. orthotricha L. Anderss cv. ‘She’ (G); H. psittacorum x H. spathocircinata cultivares: ’Golden Torch’ (H); ’Golden Torch Adrian’ (I); ’Sassy’ (J).
As condições de cultivo das plantas tropicais, relacionadas aos fatores
precipitação, umidade, temperatura e densidade de plantio, favorecem os
problemas fitossanitários que limitam a produção e reduzem a qualidade das
inflorescências (CASTRO, 1995).
Em relação às doenças, destacam-se as causadas por fungos e
nematóides, sendo assinaladas a “antracnose” Colletotrichum gloeosporioides
8
(Penzig) Saccardo em espécies de helicônias, bastão-do-imperador e
tapeinóculos causando lesões em folhas e inflorescências; “manchas foliares”
(Bipolaris spp., Cercospora sp., Curvularia lunata (Wakker) Boedijn, Glomerella
cingulata (Ston.), Guignardia sp. e Deigthoniella torulosa) em helicônias e M.
coccinea; “podridão” de rizomas e raízes (Rhizoctonia solani Kuhn e Fusarium
oxysporum f. sp. cubense) em bastão-do-imperador, e H. chartacea cv. ‘Sex
Pink’. Os fitonematoídes dos gêneros Meloidogyne, Radopholus e
Helicotylenchus, constituem um dos principais problemas sanitários em
ornamentais tropicais, ocorrendo em alpínias, bastão-do-imperador, sorvetão, e
em espécies de Heliconia e Musa. A “murcha-bacteriana” [Ralstonia
solanacearum (Smith) raça 2] foi assinalada com baixa incidência nas áreas de
cultivo de flores tropicais (LINS; COELHO, 2004).
Estudos relacionados aos problemas fitossanitários das helicônias
relatam como pragas: as “lagartas” Calligo illioneus (Cramer), Opsiphanes
invirae (Huebner), Anthichloris eriphia (Fabricius) que danificam as folhas, a
“broca gigante” Castnia licus (Drury) que perfura o pseudocaule e também o
rizoma, os “pulgões” Pentalonia nigronervosa Coq. que depreciam o valor
comercial das inflorescências, a “cochonilha” Dysmicoccus brevipes (Cockerell)
que provoca a atrofia da planta e até sua morte, as “formigas cortadeiras” (Atta
sexdens sexdens L.) e o “ácaro-vermelho” (Tetranychus abacae Baker &
Pritchard) que causa manchas nas folhas (CASTRO, 1995; ASSIS et al. 2002;
COELHO; WARUMBY, 2002).
Alguns hospedeiros conhecidos, de T. abacae, pertencem às famílias
Musaceae e Heliconiaceae (Heliconia bihai L.). Citado por Vasconcelos et al.
(2004) no Estado de Santa Catarina a espécie está associada à Musa
9
acuminata Colla, em São Paulo associada à M. acuminata e H. bihai. Assis et
al. (2002) citam a referida espécie, em Pernambuco, associada à Musa sp.,
H.bihai e H. psittacorum.
2.2 Acarofauna associada às culturas no Sul da Bahia
As espécies da subordem Actinedida, em especial as famílias
Tetranychidae, Tenuipalpidae, Tarsonemidae e a superfamília Eriophyioidea,
causam grandes prejuízos às culturas. Dentre os ácaros predadores que
podem atuar no controle destes ácaros-pragas estão os pertencentes à família
Phytoseiidae, da subordem Gamasida (FLECHTMANN, 1975; 1985).
Considerando-se os números de espécies vegetais de valor econômico
atacadas e os danos causados às estas, os principais ácaros-praga do Brasil
são Brevipalpus phoenicis (Geijskes) (Tenuipalpidae), conhecido comumente
como “ácaro-da-leprose”, Tetranychus urticae Koch (Tetranychidae), como
“ácaro-rajado” e o “ácaro-branco” Polyphagotarsonemus latus (Banks)
(Tarsonemidae). As fruteiras destacam-se entre as culturas mais afetadas por
infestações de ácaros-praga, devido à severidade dos danos causados nestas
plantas (YANINEK; MORAES, 1991).
2.2.1 Ácaros fitófagos
Entre as espécies de ácaros fitófagos, registradas em culturas da região
Nordeste que são cultivadas no Sul da Bahia destacam-se em algumas
fruteiras: na aceroleira – o “ácaro-branco”, o “ácaro-da-leprose”, Eutetranychus
10
banksi McGregor e Tetranychus neocaledonicus André (Tetranychidae); nas
anonáceas – Aculops flechtmanni Keifer (Eriophyidae) e o “ácaro-da-leprose”;
bananeira – Tetranychus abacae Baker e Pritchard e T. desertorum Banks
(Tetranychidae); no cacaueiro – T. mexicanus (McGregor), no coqueiro – o
“ácaro-do-coqueiro” Aceria guerreronis Keifer, o “ácaro-da-mancha-anelar-do-
coqueiro” Amrineus cocofolius Flechtmann e Notostrix spp., da família
Eriophyidae, Steneotarsonemus furcatus De Leon (Tarsonemidae),
denominado de “ácaro-da-mancha-longitudinal-do-coqueiro”, a espécie T.
mexicanus e o “ácaro-da-leprose”; e no mamoeiro – o “ácaro-branco” e o
“ácaro-rajado” (FLECHTMANN, 1985; GONDIM JUNIOR; OLIVEIRA, 2001;
NORONHA et al., 2005; NORONHA et al., 2007; MORAES; FLECHTMANN,
2008).
Os representantes da família Eriophyidae incluem ácaros vermiformes,
com apenas dois pares de pernas implantadas na porção anterior,
pertencentes à super família Eriophyoidea, grupo estritamente fitófagos, de
grande importância econômica (FLECHTMANN, 1975, 1985; GONDIM
JUNIOR; OLIVEIRA, 2001; MORAES; FLECHTMANN, 2008). Entre as
espécies desta família, destaca-se o “ácaro-do-coqueiro”, A. guerreronis, que
provoca a queda prematura dos frutos e o depreciamento comercial e o “ácaro-
da-mancha-anelar-do-coqueiro”, A. cocofolius, que causa danos às folhas
jovens, mas não afeta significativamente a produtividade (MORAES;
FLECHTMANN, 2008). O cultivo de coco na Bahia representa 35% da
produção do Brasil, sendo o maior produtor nacional, a área cultivada com a
lavoura ocupa 81,5 mil hectares, gerando uma colheita de 434 mil toneladas e
o Litoral Norte do Estado é a principal região produtora, seguida do Litoral Sul
11
(SANTOS; FERRAZ, 2006). Návia et al. (2005) relataram a ocorrência de A.
guerreronis e A. cocofolius em regiões produtoras da Bahia e de Sergipe
associados aos frutos de coqueiros.
Na família Tarsonemidae existem aproximadamente 545 espécies,
pertencentes 45 gêneros, sendo o “ácaro-branco”, P. latus, a espécie de maior
importância agrícola, com ampla distribuição e séria praga em dezenas de
espécies vegetais (MORAES; FLECHTMANN, 2008). O “ácaro-branco”
também é conhecido como “ácaro-tropical”, “ácaro-da-rasgadura” ou “ácaro-da-
queda-do-chapéu-do-mamoeiro”, à medida que o ataque torna-se mais intenso,
as folhas novas ficam reduzidas quase que somente às nervuras, o que
propicia uma paralisação no crescimento (perda do ponteiro ou queda do
chapéu do mamoeiro), podendo ocasionar a morte da planta. Os ácaros
ocorrem durante todo o ano, principalmente nos períodos mais quentes e de
umidade relativa mais elevada (MORAES; FLECHTMANN, 2008).
A produção de mamão na Bahia foi de 679 toneladas, em 2005,
colocando o Estado em primeiro lugar no ranking nacional, correspondendo por
45% da produção do Brasil, que é o maior produtor mundial. A região Extremo
Sul é a principal produtora, responsável por 78% da fruta colhida no Estado
(SANTOS; FERRAZ, 2006). Um dos principais problemas do mamoeiro no
Brasil, em especial nas áreas de cultivos, é o ataque do “ácaro-branco” e do
“ácaro-rajado” (MONTEIRO, 2003; NORONHA et al., 2007; MORAES;
FLECHTMANN, 2008).
Os Tetranychidae compreendem ácaros estritamente fitófagos,
conhecido como “ácaros-de-teia”, sendo espécies praga de diferentes culturas
em todo mundo. No Brasil, seis espécies apresentam importância econômica, e
12
apenas o “ácaro-rajado”, T. urticae, espécie cosmopolita, ataca grande
diversidade de plantas, cultivadas ou não, por isso é considerada como uma
das espécies mais importantes de ácaros-praga (MORAES; FLECHTMANN,
2008).
Atualmente a área de banana cultivada na Bahia é aproximadamente de
62 mil hectares, distribuídos em todas as regiões, porém a maior concentração
encontra-se no Litoral Sul e Sudoeste do Estado, onde a banana é cultivada
em consórcio com o cacau, apresentando em 2005 uma produção de 865 mil
toneladas e produtividade média de 13.880 kg/ha, 3% superior a nacional
(SANTOS; FERRAZ, 2006).
A espécie T. abacae, conhecida como “ácaro-vermelho”, ocorre nas
folhas da bananeira, que ficam totalmente ou parcialmente revestidas de
grande quantidade de teia, e podem causar sérios danos em altas infestações;
nas helicônias causa manchas nas folhas, sendo que no inicio há uma clorose,
que progride para o secamento e queda prematura das folhas, principalmente
durante a estação seca do ano, a colônia localiza-se, normalmente, na face
inferior das folhas, que ficam recobertas pela teia, esta espécie, em
Pernambuco, está associada à Musa sp., H. bihai e H. psittacorum (ASSIS et
al., 2002).
Vasconcelos et al. (2004) verificaram que no Estado de Santa Catarina a
espécie está associada à Musa acuminata e, em São Paulo associada à M.
acuminata e H. bihai.
As exportações brasileiras de flores e plantas ornamentais fecharam o
ano de 2005 em US$ 25 milhões, mostrando um crescimento de 9,5% sobre o
ano anterior (JUNQUEIRA; PEETZ, 2006). No primeiro semestre de 2006 as
13
exportações somaram mais de US$ 15 milhões, 7,95% maior que obtido no
mesmo período do ano anterior (SCHERER, 2006).
O Estado da Bahia produz cerca de 300 mil dúzias de flores tropicais e
subtropicais por ano, além de plantas ornamentais e folhagens produzidas em
aproximadamente 50 municípios baianos, movimentando no mercado
atacadista R$ 15 milhões/ano, equivalente a 20% da participação dos produtos
baianos no mercado da floricultura; o volume comercializado de flores tropicais
e subtropicais no Estado ultrapassa os R$ 3 milhões/ano no atacado
(SCHERER, 2006).
De acordo com Warumby et al. (2004) fêmeas da espécie T. abacae
vivem na face inferior das folhas do “bastão-do-imperador”, das “alpínias” e da
H. bihai, que ficam recobertas por pequenas quantidades de teia,
principalmente em períodos de temperaturas elevadas. As folhas perdem o
brilho característico, tornando-se bronzeadas.
2.2.2 Ácaros predadores
As principais famílias de ácaros predadores são: Anystidae, Ascidae,
Bdellidae, Cheyletidae, Cunaxidae, Phytoseiidae e Stigmaeidae. Os
representantes da família Phytoseiidae são os mais importantes, com mais de
1.500 espécies, pois têm sido utilizados em várias partes do mundo no controle
de ácaros fitófagos e de pequenos insetos, visando manter as populações
destes abaixo do nível de dano econômico, à diminuição dos custos de
produção e a preservação do meio ambiente (GONDIM JUNIOR; OLIVEIRA,
14
2001; NORONHA; MORAES, 2002; GERSON et al., 2003; PINTO et al., 2006;
MORAES; FLECHTMANN, 2008).
Noronha e Santos (2005) relataram espécies de fitoseídeos associados
ao mamoeiro em Cruz das Almas, Bahia, entre eles Amblyseius aerialis
(Muma), Euseius ho (De Leon), Typhlodromalus manihot (Moraes) e
Typhlodromina subtropica Muma & Denmark; sendo observado que a espécie
E. ho foi a mais freqüente na região. Monteiro (2003) sugeriu que o
desenvolvimento do “ácaro-rajado” em mamoeiros, na estação seca, pode
perfeitamente ser regulado pela ação do predador Neoseiulus californicus
(McGregor).
Estudos realizados em áreas de cultivo de mamoeiro no Extremo Sul da
Bahia, registraram entre os predadores, com destaque à ordem Gamasida, os
representantes da família Phytoseiidae que foram os mais freqüentes, entre
eles Neoseiulus ideaus Denmark & Muma e Typhlodromalus sp., que pelo
número de espécimes encontrados podem atuar como agentes de controle
biológico de ácaros fitófagos na região (NORONHA et al., 2007).
O “ácaro-verde-da-mandioca”, Mononychellus tanajoa (Bondar)
(Tetranychidae), foi introduzido na África no início da década de 70,
provocando até 80% de perdas na produtividade devido a sua dispersão por
vários países. Para reduzir a população da praga foram introduzidas várias
espécies de predadores da região Neotropical pertencentes à família
Phytoseiidae, como N. idaeus , T. manihot e Typhlodromalus aripo (De Leon),
dentre outros visando o controle biológico (GONDIM JUNIOR; OLIVEIRA,
2001; YANINEK et al., 1993).
15
Silva et al. (2005) relataram a espécie Phytoseiulus macropilis Banks
(Phytoseiidae) com boa perspectiva para uso no controle biológico de fitófagos,
sobre condições de cultivo protegido, especialmente em floricultura e
hidroponia de hortaliças, que propiciam excelentes condições para o
desenvolvimento de ácaros-praga.
2.3 Defensivos de origem vegetal
O controle de pragas é geralmente realizado com produtos químicos
sintéticos que, além de nem sempre serem eficientes, acarretam diversos
problemas, tais como resíduos nos alimentos, destruição de inimigos naturais,
intoxicação de aplicadores, aparecimento de populações de pragas resistentes
aos inseticidas, entre outros efeitos diretos e indiretos. A busca de outros
métodos de controle inclui a utilização de produtos naturais que sejam menos
agressivos ao ambiente, dentre os quais pode ser citada a utilização de
inseticidas de origem vegetal, mais acessíveis aos pequenos produtores
(ROEL et al., 2000; LOVATTO et al., 2004; MOREIRA et al., 2006; OLIVEIRA
et al., 2007).
Os inseticidas botânicos são produtos derivados de plantas ou partes
das mesmas, podendo ser o próprio material vegetal, normalmente moído até
ser reduzido a pó, ou seus produtos derivados obtidos por extração aquosa ou
com solventes orgânicos (álcool, éter, acetona, clorofórmio etc.), ou através da
destilação. Algumas espécies vegetais, ao longo de sua evolução,
desenvolveram sua própria defesa química contra os insetos herbívoros,
sintetizando metabólicos secundários com propriedades inseticidas; isto é, com
16
atividade tóxica contra insetos ou que causem sua morte por outros modos de
ação, ou mesmo sua repelência segundo Wiesbrook1 citado por Menezes
(2005).
Algumas classes de metabólicos secundários vegetais, como alcalóides,
terpenóides e compostos fenólicos funcionam como uma defesa química das
plantas, atuando quantitativamente como redutores da digestibilidade, ou
qualitativamente, como toxinas para as pragas, através da utilização de
derivados de plantas com bioatividade contra pragas (VIEGAS JUNIOR, 2003).
Os primeiros inseticidas botânicos utilizados foram a nicotina, extraída
do fumo, Nicotiana tabacum L. (Solanaceae); a piretrina, extraída do piretro,
Chrysanthemun cinerariaefolium Benth. & Hook. (Asteraceae); a rotenona,
extraída de Derris spp. e Lonchocarpus spp. (Fabaceae); a sabadina e outros
alcalóides, extraídos da sabadila, Schoenocaulon officinale Schltdl. & Cham.
(Liliaceae) e a rianodina, extraída de Ryania speciosa Vahl (Flacuortiaceae) de
acordo com Lagunes et al.2 citado por Roel et al. (2000). Algumas plantas de
importância toxicológica e econômica têm se destacado no Estado do
Amazonas, como por exemplo, a espécie Palicourea marcgravii St. Hill.
(Rubiaceae), conhecida como “erva-do-diabo” ou “erva-de-rato”, e o “aipim” ou
“mandioca” Manihot esculenta Crantz (Euphorbiaceae), utilizado na forma
líquida – “manipueira”, extraído da mandioca na produção de farinha
(GONZAGA, 2007).
1 WIESBROOK, M. L. Natural indeed: Are natural insecticides safer and better than conventional insecticides? Illinois Pesticide Review, Urbana, v. 17, n. 3, 2004. 2 LAGUNES, T. A.; ARENAS, L. A. ; RODRÍGUEZ, H. C. Los extractos acuosos vegetales y polvos vegetales com propiedades insecticidas. Chapingo: Centro de entomologia y Acarología, Colegio de Postgraduados-CONACyT-CP-UACH-INIA-DGSV (SARH). 1984. 203p.
17
A espécie Azadirachta indica A. Juss (Meliaceae), conhecida como nim,
possui como principal metabólico secundário a azadiractina, que se destaca
entre várias outras substâncias naturais, por oferecer elevada ação inseticida e
acaricida, baixíssima toxicidade ao homem e compostos de fácil extração
através das folhas ou sementes, sem a necessidade de destruição da planta
(MARTINEZ, 2002).
O ressurgimento dos estudos com inseticidas de origem vegetal se deve
à necessidade de obtenção de novos compostos para uso no controle de
pragas, sem os problemas de contaminação ambiental, resíduos nos alimentos,
efeitos prejudiciais sobre organismos benéficos e aparecimento de insetos
resistentes, bem como à diminuição na diversidade de moléculas sintéticas
com atividade inseticida e a os custos de produção das mesmas
(CASTIGLIONI et al., 2002; VIEIRA et al., 2006).
Ponte et al. (1988) verificaram que a manipueira foi eficiente no controle
da “cochonilha-de-carapaça” (Coccus hesperidium L. – Coccidae), do “pulgão-
preto” (Toxoptera citricidus Kirk – Aphididae) e da cochonilha “escama-farinha”
(Pinnaspis aspidistrae Sign. - Diaspididae). Ponte (1996) obteve 100% de
controle do “ácaro-branco” no cultivo de mamão, utilizando a manipueira,
diluída em água na proporção de 1:3, em pulverizações semanais. Vários
experimentos foram realizados com propágulos vegetativos (estacas de
mandioca, tubérculos de batatinha, bulbos de cebola e alho e rizomas de
bananeira, entre outros) infestados de cochonilhas, e os resultados mostraram
a eficiência da manipueira pura no controle da praga quando estes eram
imersos por uma hora (PONTE, 2000). Mendes et al. (2004) avaliaram a
eficiência da manipueira, no controle do “tripés” (Enneothrips flavens Moulton –
18
Thripidae) na cultura do amendoim (Arachis hypogea L. – Leguminosae) e
concluíram que o produto na concentração de 50%, foi o mais eficiente, entre
outros testados no controle da praga.
Lovatto et al. (2004) testaram o efeito de extratos de diferentes gêneros
de plantas silvestres da família Solanaceae, sendo que o fumo no controle do
“pulgão” (Brevicoryne brassicae L. – Aphididae) em couve (Brassica oleracea
var. acephala – Brassicaceae) apresentou efeito de repelência na concentração
de 5%. Azevedo et al. (2006) testaram a calda-de-fumo e obtiveram mais de
50% de mortalidade em adultos de “mosca-branca” (Bemisia argentifolii
Bellows & Perring – Aleyrodidae) e mais de 80% de mortalidade em ninfas
deste inseto, comprovando uma excelente ação de contato.
Procópio et al. (2003) avaliaram, em condições de laboratório, a
sobrevivência, emergência de adultos do “gorgulho-do-milho” (Sitophilus
zeamais Mots. – Curculionidae) e o efeito repelência quando os grãos de milho
eram misturados com diversos pós de origem vegetal; os autores verificaram
que 0,3 g de folhas da “pimenta-malagueta” (Capsicum frutescens L. –
Solanaceae) provocaram efeito de repelência. Neves et al. (2005) avaliaram ‘in
vitro’ o efeito nematicida da pimenta-malagueta, entre outros produtos naturais,
e observaram que esta não exerceu efeito sobre a eclosão de “nematóides
juvenis” (J2) de Meloidogyne javanica Treub.
Mourão et. al., (2004) testaram a toxicidade dos extratos de folha,
semente e óleo de torta de nim ao ácaro predador Iphiseiodes zuluagai
(Denmark & Muma) (Phytoseiidae) em laboratório. Foram determinadas
concentrações discriminatórias (CL 99) dos extratos de folha, semente e óleo
de torta de nim para fêmeas adultas do “ácaro-vermelho”, Oligonychus ilicis
19
(McGregor) (Tetranychidae), através de bioensaios de concentração-
mortalidade e para estimar a seletividade para o predador, utilizaram folhas de
cafeeiro impregnadas com resíduo seco dos extratos; os extratos de nim
provocaram a morte de 99% dos ácaros-vermelho após 72 horas de exposição
nas seguintes concentrações: 277,4; 520,9 e 10,9 mg/ml, para folha, semente e
óleo de torta, respectivamente; porém as concentrações eficientes do extrato
de óleo e de torta de nim para a praga foram altamente tóxica ao predador,
sendo que as dos extratos de folha e de semente foram seletivos.
Cavalcante et al. (2007), avaliaram a ação repelente e ovicida do óleo de
nim sobre o “ácaro-rajado”, obtendo nas concentrações testadas, eficiência na
ação repelente e ovicida para T. urticae.
Embora um grande número de pragas agrícolas possa ser controlada
com substâncias de origem vegetal, estas são ainda muito pouco utilizadas em
relação a métodos de controle convencionais como o uso de produtos
químicos, devido a algumas limitações, como sensibilidade aos fatores
ambientais e problemas de formulação. Um dos principais fatores é o reduzido
número de substâncias identificadas e reconhecidas como eficientes agentes
de controle de pragas (LOVATTO, 2004).
ÁCAROS (ARACHNIDA: ACARI) ASSOCIADOS A FLORES TROPI CAIS EM
MUNICÍPIOS DO LITORAL SUL DA BAHIA.
RESUMO
No presente trabalho estão relatadas as famílias de ácaros coletadas no período de setembro de 2006 a junho de 2007 em flores tropicais na região Litoral Sul da Bahia. Os ácaros foram coletados, mensalmente, em folhas e inflorescências de 38 espécies de flores tropicais, destacando-se as helicônias (Heliconia spp.), Alpinia purpurata (Vieill.) Schum.(“alpínia”), Etlingera elatior (Jack) R. M. Smith (“Bastão-do-imperador”), Zingiber spectabilis Griff (“sorvetão”) e Tapeinochilos ananassae Hassk (“tapeinóculos”). Após a triagem, foram coletados 314 exemplares de ácaros, pertencentes a 22 famílias. Do total amostrado, 4% são representantes da subordem Acaridida (Acaridae), 32% da subordem Actinedida (Cunaxidae, Eriophyidae, Eupodidae, Stigmaeidae, Tarsonemidae, Tenuipalpidae, Tetranychidae e Tydeidae), 40% da suborden Gamasida (Ascidae, Macrochelidae e Phytoseiidae) e 24% da subordem Oribatida (Austrachipteriidae, Ceratokalummidae, Galumnidae, Haplozetidae, Hemileiidae, Mochlozetidae, Oppiidae, Oribatulidae, Scheloribatidae e Scutoverticidae). Dentre as famílias mais abundantes, freqüentes, dominantes e constantes encontra-se a família Phytoseiidae, constituindo 32% do total coletado. Os espécimes coletados são representantes dos gêneros Amblyseius Berlese, Iphiseiodes Muma, Proprioseiopsis Muma e Phytoseiulus Evans. Nas espécies Heliconia latispatha Benth, H. rostrata Ruiz & Pavon, Musa coccinea Ander e H. stricta Huber c.v ‘Fire bird’ foi coletado o maior número de ácaros.
Palavras-chave: Acarofauna, diversidade, helicônias.
21
MITES (ARACHNIDA: ACARI) ASSOCIATED WITH THE TROPIC AL
FLOWERS OF COASTAL SOUTHERN BAHIA CITIES
ABSTRACT
This study describes the mite families collected from September of 2006 to June of 2007 from tropical flowers in Coastal Southern Bahia. The mites were collected monthly from the leaves and inflorescences of 38 tropical flower species, including heliconias (Heliconia spp.), Alpinia purpurata (Vieill.) Schum.(“alpínia”), Etlingera elatior (Jack) R. M. Smith (“Bastão-do-imperador”), Zingiber spectabilis Griff (“sorvetão”) and Tapeinochilos ananassae Hassk (“tapeinóculos”). 314 mite types from 22 (Acari) families were registered. Of the total sampled, 4% belonged to the suborder Acaridida (Acaridae), 32% to the suborder Actinedida (Cunaxidae, Eriophyidae, Eupodidae, Stigmaeidae, Tarsonemidae, Tenuipalpidae, Tetranychidae and Tydeidae), 40% to the suborder Gamasida (Ascidae, Macrochelidae and Phytoseiidae) and 24% to the suborder Oribatida (Austrachipteriidae, Ceratokalummidae, Galumnidae, Haplozetidae, Hemileiidae, Mochlozetidae, Oppiidae, Oribatulidae, Scheloribatidae e Scutoverticidae). The Phytoseiidae family was found among the most abundant, frequent, dominant and constant families, making up 32% of the total collection. Species were collected from the genera: Amblyseius Berlese, Iphiseiodes Muma, Proprioseiopsis Muma and Phytoseiulus Evans. The greatest number of specimens was found in Heliconia latispatha Benth, H. rostrata Ruiz & Pavon, Musa coccinea Ander and H. stricta Huber c.v ‘Fire bird’.
Keywords: Mite fauna, diversity, heliconia.
22
3.1 INTRODUÇÃO
Muito pouco se conhece sobre os padrões de ocorrência e de
diversidade em comunidades de ácaros associados a plantas, conhecimento
esse, básico e imprescindível na elaboração de propostas de manejo de
espécies pragas (FERES et al., 2003). Apenas a espécie Tetranychus abacae
Baker & Pritchard (Tetranychidae), comumente denominada de ácaro-
vermelho, foi até o momento registrada como praga nos cultivos de flores
tropicais das famílias Heliconiaceae e Musaceae no Brasil, associada à Musa
sp. e Heliconia psittacorum x H. spathocircinata cv. ‘Golden Torch’, ‘Sassy’ e
‘Alan Carle’ e H. rostrata (ASSIS et al., 2002; COELHO; WARUMBY, 2002;
VASCONCELOS et al., 2004).
As colônias do ácaro-vermelho se desenvolvem, principalmente, sob a
face inferior das folhas, que ficam recobertas pela teia (ASSIS et al., 2002). Os
danos causados por esse tetraníquideo se iniciam com o aparecimento de
clorose, progredindo para secamento e queda prematura de folhas
(FLECHTMANN, 1985).
Em relação aos ácaros predadores, não existem registros de espécies
relacionadas às flores tropicais na região Litoral Sul da Bahia, região rica em
características edafoclimáticas para o cultivo de plantas ornamentais.
Este trabalho foi realizado, com o objetivo de identificar a acarofauna
presente nos cultivos de flores tropicais no Litoral Sul da Bahia, assim como
observar quais espécies de flores registraram maior quantidade de ácaros, e
23
caracterizar a comunidade pelos índices de freqüência, abundância,
dominância e constância, além dos índices de equitabilidade e diversidade.
24
3.2 MATERIAL E MÉTODOS
Coleta das amostras. Foram realizadas coletas mensais, em cultivos de
flores tropicais, nos municípios de Ibirapitanga, Ilhéus, Itabuna, Ituberá,
Valença e Uruçuca no período de setembro de 2006 a junho de 2007,
formando 11 (onze) campos de coletas nas Fazendas: Boa Esperança, Boa
Vista, Bom Jesus, Itajaí, Liberdade, Marinas, Myamoto, Monte Alegre, Olho
D’água, São Sebastião e Terra Nova. Em cada amostragem, foram coletadas
três folhas (basal, intermediária e apical) e uma inflorescência/planta,
aleatoriamente, em dez plantas (espécie de flor) por propriedade visitada. As
folhas e inflorescências coletadas de cada planta foram individualizadas, por
espécie vegetal em sacos de papel, estes dentro de sacos plásticos sendo
acondicionados em caixa de isopor com gelo reutilizável e transportados ao
Laboratório de Entomologia da Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC.
Cada amostragem foi etiquetada com os seguintes dados: data da coleta, local,
espécie vegetal e coletor. No Laboratório, as amostras foram armazenadas em
refrigerador, no máximo por sete dias, até a triagem.
Triagem e preparo das amostras (Figura 3). As amostras foram
retiradas do refrigerador e inspecionadas sob microscópio estereoscópico (A),
sendo observadas a face inferior e superior das folhas e as brácteas das
inflorescências. Os ácaros encontrados foram transferidos com auxílio de um
pincel de cerdas finas para recipientes plásticos (microtubos Eppendorf),
25
contendo álcool 70% (B), para posterior montagem em lâminas, quantificação e
identificação. Os ácaros coletados foram retirados dos microtubos e o líquido
derramado em pequenas placas, depois retirados com pincel de cerdas finas e
montados em meio de Hoyer, exceto os eriofiídeos, os quais foram montados
em meio de Berlese modificado, seguindo a metodologia básica empregada na
preparação dos espécimes para identificação conforme Flechtmann (1975) e
Krantz (1978). Foram montados vários exemplares por lâmina/amostra,
circundados com uma caneta para retroprojetor na face inferior da lâmina para
facilitar as observações (C). As lâminas, após a montagem, foram mantidas em
estufa a 50ºC por cerca de 10 dias para fixação, distensão dos espécimes e
secagem do meio (D) posteriormente, foi feita a lutagem das bordas das
lamínulas com esmalte incolor. Após a vedação, as lâminas foram etiquetadas
e separadas para identificação (E).
Figura 3 – Triagem do material vegetal (A), microtubos Eppendorf com álcool 70% (B), Lâminas prontas para estufa (C), Estufa (D), Lâminas com espécimes para identificação (E).
Os adultos da subordem Oribatida, por serem muito esclerotizados e
pigmentados, foram mantidos em microtubos Eppendorf (0,5 mL) com álcool
70% para fixação. Os espécimes foram previamente tratados com ácido lático,
para clarificação. A identificação foi feita em uma lâmina escavada contendo
A B C D E
26
uma gota de ácido lático, sendo esta parcialmente coberta com uma lamínula
(TRAVÉ et al., 1996; OLIVEIRA, 2004). Os principais trabalhos utilizados, como
referências nas identificações foram os de Krantz (1978), Flechtmann (1975,
1985), Gondim Junior e Oliveira (2001). A identificação, ao nível de família, foi
realizada com auxílio de microscópio óptico.
Análise faunística
Os índices faunísticos: dominância, abundância, freqüência e
constância, além dos índices de equitabilidade e diversidade, foram calculados
com base no programa ANAFAU (MORAES et al., 2003) desenvolvido no
Departamento de Entomologia, Fitopatologia e Zoologia Agrícola da Escola
Superior de Agricultura Luiz de Queiroz - ESALQ/USP, em Piracicaba, SP.
a) Freqüência (F) – corresponde à porcentagem de indivíduos da família com
relação ao total de indivíduos (SILVEIRA NETO et al., 1976). Os resultados
foram classificados como: Pouco freqüente (PF); Freqüente (F) e Muito
freqüente (MF).
b) Abundância (a) – refere-se ao número de indivíduos de cada família por
unidade de superfície e varia no espaço e no tempo (SILVEIRA NETO et al.,
1976); as classes de abundância são: Rara (r), Dispersa (d), Comum (c),
Abundante (a) e Muito abundante (ma).
c) Dominância (D) – é a ação exercida pelos organismos dominantes de uma
comunidade (SILVEIRA NETO et al., 1976).
d) Constância (C) – é a porcentagem das famílias presentes nos
levantamentos efetuados. As famílias foram separadas em categorias, segundo
27
a classificação proposta por Bodenheimer3 citado por Silveira Neto et al.
(1976): Constantes (W) = presentes em mais de 50% das coletas; Acessórias
(Y) = presentes em 25 - 50% das coletas; Acidentais (Z) = presentes em menos
de 25% das coletas.
O índice de diversidade (H’) foi de Shannon-Weaver, H’ = } De. Ri * LN
(De.Ri), que permite calcular a sua variância e o intervalo de confiança, além
de calcular o índice de equitabilidade, calculado pela divisão do H’ pelo H’max.
A análise faunística é uma técnica que vem sendo utilizada há muitos
anos para caracterizar e delimitar uma comunidade, medir o impacto ambiental
de ações antrópicas em uma área, e conhecer as espécies e famílias
predominantes. Considerando que a determinação dos índices faunísticos foi
realizada para selecionar as famílias predominantes, os táxons foram
categorizados no presente trabalho quanto à sua dominância, abundância,
freqüência e constância.
Dados climáticos
Todos os municípios de coleta tiveram o índice de pluviosidade
monitorado, esses dados foram obtidos junto ao Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, por meio do Centro de Pesquisas do
Cacau/Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira
(CEPEC/CEPLAC), no município de Ilhéus, Bahia.
3 BODENHEIMER, F. S. Problems of animal ecology. Oxford: Oxford University Press, 1955, p. 179.
28
3.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Um total de 314 espécimes de ácaros adultos e imaturos foi coletado
com identificação de 22 famílias (Figuras 4 a 6), como se segue (código da
família e número de espécimes identificados entre parênteses):
Classe Arachnida
Subclasse Acari
Ordem Parasitiformes
Subordem Gamasida (= Mesostigmata)
Ascidae (Asc, 24)
Macrochelidae (Mac, 4)
Phytoseiidae (Phy, 101)
Ordem Acariformes
Subordem Actinedida (= Prostigmata)
Cunaxidae (Cun, 12)
Eriophyidae (Eri, 2)
Eupodidae (Eup, 23)
Stigmaeidae (Sti, 3)
Tarsonemidae (Tar, 3)
Tenuipalpidae (Ten, 9)
Tetranychidae (Tet, 44)
Tydeidae (Tyd, 1)
Subordem Acaridida (= Astigmata)
29
Acaridae (Aca, 14)
Subordem Oribatida (= Cryptostigmata)
Austrachipteriidae (Aus, 4)
Ceratokalummidae (Cer,1)
Galumnidae (Gal, 2)
Haplozetidae (Hap, 15)
Hemileiidae (Hem, 1)
Mochlozetidae (Moc, 5)
Oppiidae (Opp, 3)
Oribatulidae (Ori, 1)
Scheloribatidae (Sch, 10)
Scutoverticidae (Scu, 1)
Famílias não identificadas (31)
Na Tabela 1 encontram-se os dados referentes às localidades
(propriedade), municípios, mês de coleta, coordenadas geográficas (GPS) e
espécie vegetal amostrada.
30
Tabela 1 - Locais das coletas de flores tropicais realizadas entre os meses de setembro de 2006 e junho de 2007 em municípios da região Litoral Sul da Bahia.
Localidade Município Ano/Mês Coordenada Espécie Vegetal
Fazenda Barra
Valença
2006: set., out., nov. e dez.
2007: jan., fev., mar., abr. e jun.
13º 21' 29,1"S 39º 10' 27,5" W
Alpinia purpurta Etlingera elatior Zingiber spectabilis H. stricta cv. ‘Fire bird’ H. psittacorum cv. ‘Sassy’ H. latispatha H. rostrata H. rivularia
Fazenda Boa Esperança
Ibirapitanga
2006: dez.
2007: jan., mar., abr., mai. e jun.
13º 58' 44,4" S 39º 27' 09,3" W
Etlingera elatior Zingiber spectabilis H. stricta Huber cv. ‘Fire bird’H. orthotricha cv. ‘She’ H. latispatha H. rivularia Musa coccinea
Fazenda Boa Vista
Ilhéus 2006: set. 14º 58' 33,0" S 39º 04' 50,0" W
H. psittacorum x H. spathocircinata cv. ‘Golden torch Adrian’ Helicônia ‘Bright red’
Fazenda Bom Jesus
Ilhéus 2006: set. 14º 54' 05,2" S 39º 12' 0,8” W Alpinia purpurata
Fazenda Itajaí
Itabuna 2006: dez. 14º 47' 27,6" S 39º 14' 45,2’’ W
Zingiber spectabilis
Tabela 1 continuação.
31
Localidade Município Ano/Mês Coordenada Espécie Vegetal
Fazenda Liberdade
Uruçuca
2006: set. e nov.
2007: jan., fev., mar., abr., mai. e
jun.
14º 35' 51,5" S 39º 19’ 54,5" W
Alpinia purpurata Etlingera elatior Heliconia stricta Huber cv. ‘Fire bird’ H. psittacorum x H. spathocircinata cv. ‘Alan carle’ H. psittacorum cv. ‘Sassy’, ‘Lady day’, ‘Red Opol’ H. bihai cv. ‘Nappy red’, Nappy yellow H. orthotricha cv. ’She’, ‘Total eclipse’, H. rostrata; H. dimitri sulai H. caribaea x H. bihai cv. “Jacquinii” H. psittacorum niqueriense H. marginata x bihai cv. “Rauliniana” Musa coccínea
Fazenda Marinas
Ilhéus 2006: set. 14º48' 02,8" S
39º09' 05,7" W
Etlingera elatior H. stricta Huber cv. ‘Fire bird’, cv. ‘Xingu’ H. sarapiquensis H. bihai Musa coccinea Tapeinocchilos ananassae Helicônia ‘Quimé’
Fazenda Myamoto
Ituberá 2006: nov.
2007: mai e jun.
13º 45' 11,1" S 39º 10' 50,3"W
H. psittacorum x H. spathocircinata cv. ‘Golden Torch’, cv. ‘Adromeda’ Etlingera elatior Strelitzia reginae
Tabela 1 continuação.
32
Localidade Município Ano/Mês Coordenada Espécie Vegetal
Fazenda Monte Alegre Itabuna
2006: nov. e dez. 2007: fev. e mai.
14º 43' 28,9" S 39º 20' 42,2" W
Etlingera elatior H. stricta cv. ‘Fire bird’ H. psittacorum x H. spathocircinata cv. ‘Golden Torch’, cv. ‘Alan carle’, cv. 'Golden torch’, cv. ‘Golden Torch Adrian’ H. rostrata H. rostrata ‘pilosa’ H. wagneriana
Fazenda Olho D’água
Ilhéus 2007: jun. 14º 49' 32,7" S 39º 05' 00,4" W
H. latispatha H. rostrata
Fazenda São Sebastião
Ilhéus 2007: abr. e jun.
14º 54' 05,2" S 39º 06' 59,0" W
H. stricta cv. ‘Fire bird’ H. bihai
Fazenda Terra Nova
Ilhéus
2006: set. e nov.
2007: jan., fev., mar., abr., mai.e
jun.
14º 43' 51,6" S 39º 09' 16,1" W
Alpinia purpurata Etlingera elatior H. psittacorum x H. spathocircinata cv. ’Alan carle’, cv. ‘Golden torch’ H. psittacorum cv. ‘Sassy’, cv. ‘Red opal’ H. latispatha Musa coccinea Zingiber espectabilis H. stricta cv. ‘Fire bird
33
A relação de espécies vegetais por município de coleta e respectivas
famílias de ácaros obtidas está apresentada nos Apêndices (A a F).
Figura 4 – Representantes da subordem Gamasida, pertencentes às famílias Ascidae (A), Phytoseiidae (B) e Macrochelidae (C).
Figura 5 – Representantes da subordem Actinedida, pertencentes ás famílias Cunaxidae (A), Eriophyidae (B), Eupodidae (C), Tarsonemidae (D), Tenuipalpidae (E), Tetranychidae (F) e Tydeidae (G).
A B
A B C
D E F G
C
34
Figura 6 – Representante da subordem Oribatida, pertencente à família Austrachipteriidae.
Algumas variedades de plantas apresentaram maior número de famílias
de ácaros de acordo com as localidades amostradas (Tabela 2). Foram
registrados na Heliconia latispatha Benth a ocorrência de 13 famílias, entre elas
três famílias predadoras (Ascidae, Cunaxidae, Phytoseiidae) e uma fitófaga
(Tetranychidae); na H. rostrata Ruiz & Pavon 12 famílias, sendo três
predadoras (Ascidae, Phytoseiidae e Stigmaeidae); M. coccinea com 11
famílias, onde duas são predadoras (Cunaxidae e Phytoseiidae) e três são
fitófagas (Tarsonemidae, Tenuipalpidae, Tetranychidae) e H. stricta c.v ‘Fire
bird’ com dez famílias, das quais duas são predadoras (Ascidae e
Phytoseiidae) e duas fitófagas (Tenuipalpidae e Tetranychidae). Outras
famílias identificadas neste estudo são compostas por espécimes de hábitos
alimentares diversos ou não totalmente conhecidos (MINEIRO; MORAES,
2002; ZACARIAS; MORAES, 2002).
35
Tabela 2 – Famílias de ácaros relacionadas às variedades de flores tropicais, coletadas em municípios do Litoral Sul da Bahia, no período de setembro de 2006 a junho de 2007.
Espécie Vegetal Aca Asc Aus Cer Cun Eri Eup Gal Hap Hem Mac Moc Opp Ori F.N.* Phy Sch Scu Sti Tar Ten Tet Tyd Total
Alpinia purpurata vermelha x x x x x x x 7Alpinia purpurata rosa x x 2
"Bastão-do-imperador" porcelana x x x x 4
"Bastão-do-imperador" vermelho x x x x x x x x 8
"Bastão-do-imperador" rosa x x x x x x x 7
Helicônia 'Alan carle' x x x x x 5
Helicônia 'Nappy yellow' x 1H. bihai x x 2H. dimitri sulai x x x x 4
Helicônia 'Fire bird' x x x x x x x x x x 10
Helicônia 'Golden torch' x x x x X 5
Helicônia 'Golden torch adrian' x x 2
Helicônia 'Jacquinii' x x x 3Heliconia 'Lady day' x 1Heliconia latispatha x x x x x x x x x x x x x 13
Helicônia 'Nappy red' x x x x x 5
Helicônia 'Bright red' x 1
Helicônia 'Adromeda' x 1
Helicônia 'Niqueriense' x 1
Helicônia 'Rauliniana' x x x 3
Helicônia 'Red opol' x x x 3Heliconia rivularia x x 2Heliconia rostrata x x x x x x x x x x x x 12Heliconia rostrata "pilosa" x x 2
Helicônia 'Sassy' x x x x x x 6
Helicônia 'She' x x x x x x 6
Helicônia 'Stricta xingu' x x 2Helicônia 'Total eclipse' x x 2Heliconia wagneriana x x x x 4Musa coccinea x x x x x x x x x x x 11
Helicônia 'Quimé' x 1
Helicônia 'Sarapiquênsio' x 1Strelitzia reginae x x x 3Tapeinochilos ananassae x x 2Tulipa x 1
Sorvetão ou xampú x x x x x x x x 8
36
36
Entre as variedades de helicônias amostradas, destacaram-se com
apenas a ocorrência de uma família de ácaro por variedade, as helicônias
conhecidas como: “Nappy yellow” (Tetranychidae), “Lady day” (Ascidae),
“Bright red” (Phytoseiidae), “Adromeda” (Ascidae) e “Niqueriense” (Acaridae)
(Tabela 2).
A família Phytoseiidae, ocorreu naturalmente em 26 do total das 36
variedades de flores tropicais ornamentais amostradas (Tabela 2). É importante
ressaltar que os representantes das famílias Phytoseiidae e Tetranychidae
foram os mais freqüentemente encontrados nos locais amostrados, sendo
coletados em todos os municípios (Tabela 3).
O maior número de famílias (16) foi registrado no município de Uruçuca.
Nos municípios de Ilhéus, Valença e Ibirapitanga foram encontradas 14, 12 e
nove famílias de ácaros, respectivamente. Os menores números de famílias de
ácaros foram registrados nos municípios de Itabuna e Ituberá, com o total de
oito e seis famílias, respectivamente.
De acordo com os dados apresentados na Tabela 3, algumas famílias
foram registradas somente em determinados municípios: Eriophyidae em
Ituberá, Tydeidae apenas em Ibirapitanga, Hemileiidae e Scutoverticidae em
Ilhéus, Oribatulidae somente em Uruçuca e Ceratokalummidae apenas em
Valença.
37
Tabela 3 – Relação dos municípios onde foram realizadas coletas de ácaros associados a flores tropicais na região Litoral Sul da Bahia. Setembro de 2006 a junho de 2007
Erro! Não é possível criar objetos a partir de códi gos de campo de edição.
O número total de ácaros fitófagos, representado pelas famílias:
Tarsonemidae (3), Tenuipalpidae (9), Tetranychidae (44) e Eriophyidae (2),
correspondeu a 19% do total amostrado, e o número de predadores da família
Phytoseiidae (101) está representado por 32% do total de ácaros amostrados
(Figura 7). Não foram detectados danos nas espécies vegetais coletadas que
causassem prejuízos econômicos aos produtores da região Litoral Sul da
Bahia. É provável que a aparente ausência de danos significativos nas plantas
amostradas no período das coletas seja devido à ação de inimigos naturais que
podem estar mantendo as populações de fitófagos em equilíbrio no
agrossistema, dos 101 espécimes de Phytoseiidae coletados apenas dois
foram coletados em flores, os demais exemplares foram coletados em folhas.
Lofego e Moraes (2006) encontraram 14 espécies de Phytoseiidae e 19 de
Tarsonemidae em espécies de Myrtaceae, em áreas de cerrado no Estado de
São Paulo, e não verificaram danos nas plantas, provavelmente devido à
atuação dos ácaros predadores.
A diversidade de ácaros pode variar de acordo com a planta hospedeira
e o local pesquisado. Em aceroleira (Malpighia emarginata A.DC.), a maior
percentagem de ácaros coletados por Barbosa et al. (2003), em Recife,
correspondeu a subordem Actinedida (79,4%), seguida de Gamasida (6,7%) e
Acaridida (4,5%). Mineiro et. al, (2004) registraram, no estado de São Paulo,
32 espécies de ácaros em aceroleira pertencentes a 14 famílias, com as
38
famílias Phytoseiidae, Tetranychidae e Tenuipalpidae de ocorrência na maioria
dos municípios amostrados. Em seringueira (Hevea brasiliensis Mull. Arg.), em
São Paulo, foram registradas 26 espécies, pertencentes a 10 famílias, com
nove espécies fitófagas, 13 predadoras e quatro micófagas ou de hábito
alimentar desconhecido (HERNANDES; FERES, 2006). Em citros (Citrus sp.),
Oliveira et al. (2007) verificaram que espécies pertencentes às famílias
Phytoseiidae e Eriophyidae foram predominantes em dois município no estado
da Bahia. Alguns pesquisadores (CASTRO, 1995; ASSIS et al., 2002;
COELHO; WARUMBY, 2002; LINS; COELHO, 2004), relatam a ocorrência do
“ácaro-vermelho” Tetranychus abacae Baker & Pritchard (Acari:
Tetranychidae), em flores da família Heliconiaceae, causando manchas nas
folhas. Assim como, Vasconcelos et al. (2004) citam T. abacae associada à
Musa acuminata e H. bihai.
No presente estudo, os predadores Phytoseiidae foram registrados em
maior quantidade, assim como relatado por Feres et al. (2003) que
identificaram a acarofauna associada ao ipê-branco (Tabebuia roseo-alba
(Ridl.) Sand. – Bignoniaceae), em São José do Rio Preto, SP, e relataram 11
famílias de ácaros, predominando os predadores, seguidos por fitófagos.
Entretanto, em seringueira, Hernandes e Feres (2006) registraram 95,4% de
ácaros com hábito fitófago e 3,9% de predadores.
De acordo com Yamamoto (2006) e Zannou et al. (2006), os fitoseídeos
se alimentam de pequenos insetos, pólen, fungos, além de ácaros fitófagos,
preferencialmente os Tetranychidae. Ressaltando a eficiência do controle
natural, podemos destacar a espécie Neoseiulus californicus McGregor
39
(Phytoseiidae) no controle de Panonychus ulmi Koch (Tetranychidae),
importante praga da macieira no Sul do Brasil conforme relatado por Monteiro
(2002). Neoseiulus idaeus (Denmark & Muma), Typhlodromalus manihot
(Moraes) e Typhlodromalus aripo (De Leon), dentre outros fitoseídeos são
utilizados no controle biológico do ácaro-verde-da-mandioca (GONDIM
JUNIOR; OLIVEIRA, 2001; YANINEK; MORAES, 1991). A espécie
Phytoseiulus macropilis Banks (Phytoseiidae) tem apresentado eficiência,
sobre condições de cultivo protegido, especialmente em floricultura e
hidroponia de hortaliças (SILVA et al., 2005). Neoseiulus ideaus e
Typhlodromalus sp., atuando como agentes de controle biológico de ácaros
fitófagos no Extremo Sul da Bahia em cultivos de mamão (NORONHA et al.,
2007).
40
Figura 7 – Números de espécimes de ácaros/famílias associados as flores
tropicais, no Litoral Sul da Bahia, no período de setembro de 2006 a junho de 2007.
Provavelmente, devido à chuva ocorrida no momento das coletas em
outubro de 2006, este mês apresentou o menor número de espécimes (2),
seguido pelos meses de dezembro de 2006 e janeiro de 2007, com 15 e 17
indivíduos, respectivamente (Figura 8). Embora nestes meses não tenha
ocorrido elevado índice pluviométrico, é provável que tenha ocorrido chuvas
esporádicas, o que é comum na região, próximo ao dia da amostragem.
No município de Ilhéus, registrou-se durante o período de coleta o total
de 1.490 mm de precipitação pluviométrica, e nas localidades de amostragem
41
foi coletado o maior número de ácaros, com total de 86 indivíduos, seguido
pelo município de Uruçuca (Faz. Liberdade), com 83 ácaros e precipitação total
de 1.613 mm. Na Faz. Barra, em Valença, foram coletados 63 exemplares de
ácaros e a precipitação total de 1.965 mm; em Itabuna (Faz. Itajaí e Faz. Monte
Alegre) foram registrados 35 espécimes e a precipitação total no município foi
de 1.323 mm. No município de Ituberá (Faz. Myamoto) foi coletado o menor
número de ácaros, apenas 11 indivíduos, e a precipitação total foi de 1.722 mm
(Figura 9).
Figura 8 – Índices pluviométricos dos seis municípios do Litoral Sul da Bahia onde foram realizadas as coletas do presente estudo (CEPEC/CEPLAC).
42
Feres et al. (2003) verificaram que houve correlação positiva entre a
precipitação pluviométrica e a ocorrência de Homeopronematus sp. (Tydeidae)
associado a o ipê-branco no Estado de São Paulo, e que as espécies mais
abundantes ocorreram preponderantemente na face inferior dos folíolos, onde
ficaram abrigadas do efeito mecânico das chuvas, que pode remover parte dos
indivíduos das espécies que ocorrem na face superior.
De acordo com Gondim Júnior e Oliveira (2001) a precipitação
pluviométrica propicia a redução da infestação de ácaros, devido à ação
mecânica das gotas de chuva. Os maiores índices de precipitação
pluviométrica, em todos os municípios onde foram realizadas coletas,
ocorreram no mês de fevereiro de 2007 (Figura 8). Fato este que,
possivelmente, influenciou diretamente na quantidade de ácaros obtidos nas
amostragens realizadas durante o mês, sendo encontrados apenas 19
espécimes de ácaros (Figura 9).
Erro! Não é possível criar objetos a partir de códi gos de campo de
edição.
Figura 9 – Número total de espécimes de ácaros coletados em flores tropicais no Litoral Sul da Bahia em 11 localidades, setembro de 2006 a julho de 2007.
Durante o mês de março 2007 verificou-se a ocorrência de maior
número de espécimes de ácaros, sendo coletado o total de 71 exemplares,
provavelmente, devido à baixa precipitação durante o período na região (Figura
9).
43
O maior registro em números de ácaros ocorreu em Ilhéus (Figura 10),
que além de ter apresentado um dos mais baixos índices de precipitação total,
as amostragens (14) foram realizadas em maior número de espécies vegetais e
localidades (6).
Em Ituberá ocorreu o menor número de ácaros coletados, considerando
que neste município as coletas foram realizadas em apenas uma localidade
com três diferentes espécies vegetais. De todas as coletas realizadas neste
município em apenas três foram registrados espécimes de ácaros, além de ter
registrado o segundo maior índice de precipitação total.
O município de Valença apresentou o maior índice total de precipitação,
porém foram coletados 63 espécimes de ácaros, reforçando o citado
anteriormente de que fatores relacionados ao número de propriedades
amostradas, a diversidade de espécies vegetais por localidade e o número de
coletas realizadas, além da possibilidade, conforme Feres et al. (2003), dos
ácaros se abrigarem na face inferior das folhas, se protegendo do efeito
mecânico das chuvas, contribuíram para a variação no número de
espécimes/propriedade.
44
Figura 10 – Número total de espécimes de ácaros coletados em flores tropicais no Litoral Sul da Bahia em seis municípios (11 localidades), setembro de 2006 a julho de 2007.
De acordo com a análise faunística, foram classificadas as 22 famílias
de ácaros registrados nas localidades de coleta. Em relação ao índice de
dominância, observou-se que nove famílias foram dominantes (Acaridae,
Ascidae, Cunaxidae, Eupodidae, Haplozetidae, Phytoseiidae, Scheloribatidae,
Tenuipalpidae e Tetranychidae) e 12 não dominantes. Quanto à abundância, as
famílias Phytoseiidae e Tetranychidae foram classificadas como muito
abundante, enquanto que as famílias Ceratokalummidae, Hemileiidae,
Oribatulidae, Scutoverticidae e Tydeidae foram consideradas raras. Em relação
à freqüência, as mais freqüentes foram: Ascidae, Eupodidae, Phytoseiidae e
Tetranychidae. Verificou-se que apenas cinco famílias Ascidae, Eupodidae,
45
Haplozetidae, Phytoseiidae e Tetranychidae foram constantes nas coletas
realizadas (Tabela 4).
As famílias consideradas predominantes destacaram-se por obter os
índices máximos de dominância, abundância, freqüência e constância (Tabela
4), e entre elas estão às famílias Phytoseiidae e Tetranychidae. Esses
resultados apresentam-se semelhantes aos obtidos por Feres et al., (2003) no
qual consideraram constantes, espécies pertencentes as famílias de
Tetranychidae e Phytoseiidae, ocorrentes em ipê-branco, em São Paulo, e aos
resultados obtidos por Mineiro et al. (2006), que em variedades de café (Coffea
canaphora e C. arábica) no Estado de São Paulo, verificaram que espécies de
Phytoseiidae e Tetranychidae estavam associadas aos índices máximos de
dominância, abundância, freqüência e constância. Essas considerações
sugerem o equilíbrio do agrossistema, apresentando elevados índices
faunísticos em relação à família Tetranychidae (fitófagos), como também em
relação à família Phytoseiidae (predadores).
Em relação à abundância e freqüência, as famílias raras e acidentais, foi
devido à baixa ocorrência nos ambientes estudados, conforme os dados
apresentados na Tabela 4. Observou-se que das cinco famílias
(Ceratokalummidae, Hemileiidae, Oribatulidae, Scutoverticidae e Tydeidae)
registradas como raras, quatro delas são pertencentes à subordem Oribatida,
composta de ácaros plantícolas, que se alimentam de microrganismos
diversos, no solo ou sobre plantas (FLECHTMANN, 1975; 1985; MORAES;
FLECHTMANN, 2008). Embora neste estudo a família Tydeidae tenha sido
classificada como rara, Feres et al. (2003), relatam espécies pertencentes a
46
família Tydeidae sendo constantes em associação ao ipê-branco. Assim como
resultados descritos por Mineiro et al. (2006) que relatam espécies de Tydeidae
associadas a espécies de café, como dominante, muito freqüente e muito
abundante. Esses mesmos autores registraram entre os ácaros fitófagos, mais
abundantes e freqüentes, Brevipalpus phoenicis (Geijskes) - Tenuipalpidae e
Oligonychus ilicis (MaGregor) – Tetranychidae; e entre os predadores mais
abundantes e freqüentes estão os Phytoseiidae e Stigmaeidae.
Tabela 4 – Classes de dominância, abundância, freqüência e constância das
famílias de ácaros coletados em seis municípios do Litoral Sul da Bahia, de setembro de 2006 a junho de 2007.
Famílias Total
(1)
Dominância
(2)
Abundância (3)
Freqüência (4)
Constância (5)
Acaridae 14 D c F Y
Ascidae 24 D a MF W
Austrachipteriidae 4 ND d PF Z
Ceratokalummidae 1 ND r PF Z
Cunaxidae 12 D c F Y
Eriophyidae 2 ND d PF Z
Eupodidae 23 D a MF W
Galumnidae 2 ND d PF Z
Haplozetidae 15 D c F W
Hemileiidae 1 ND r PF Z
Macrochelidae 4 ND d PF Z
Mochlozetidae 5 ND d PF Z
Oppiidae 3 ND d PF Z
Oribatulidae 1 ND r PF Z
Phytoseiidae 101 D ma MF W
47
Scheloribatidae 10 D c F Y
Scutoverticidae 1 ND r PF Z
Stigmaeidae 3 ND d PF Z
Tarsonemidae 3 ND d PF Z
Tenuipalpidae 9 D c F Y
Tetranychidae 44 D ma MF W
Tydeidae 1 ND r PF Z
Diversidade de Shannon-Weaner = 2,3374 Intervalo de confiança (P = 0,005) = [2,330239; 2,344545] Índice de uniformidade ou equitabilidade = 0,7455 (1) Total de espécimes coletados; (2) D = dominante; ND = não dominante; (3) ma = muito abundante; a = abundante; c = comum; d = dispersa; r = rara; (4) MF = muito freqüente; F = freqüente; PF = pouco freqüente; (5) W = constante; Y = acessória; Z = acidental.
3.4 CONCLUSÕES
• Registra-se a ocorrência de 22 famílias de ácaros, fitófagos e predadores,
associados a 36 espécies vegetais de flores tropicais na região Litoral Sul da
Bahia.
• A espécie Heliconia latispatha Benth, seguida por H. rostrata Ruiz & Pavon,
Musa coccinea Ander e H. stricta Huber c.v ‘Fire bird’ são os principais
hospedeiros de ácaros na região.
• As variedades de helicônias “Nappy yellow”, “Lady day”, “Bright red”,
“Adromeda” e “Niqueriense” apresentam o menor número de ácaros coletados.
48
• Do total de ácaros coletados, 32% são Phytoseiidae e 19% de ácaros
fitófagos.
• Os representantes das famílias Phytoseiidae e Tetranychidae são
dominantes, abundantes, freqüentes e constantes na região do estudo.
• Os táxons considerados raros são famílias pertencentes à subordem
Oribatida e a família Tydeidae.
ESPÉCIES DE PHYTOSEIIDAE ASSOCIADAS ÀS FLORES TROPI CAIS NA
REGIÃO LITORAL SUL DA BAHIA.
RESUMO
O presente estudo teve como objetivo realizar um levantamento e apresentar uma chave de identificação para as espécies da família Phytoseiidae associadas às flores tropicais na região Litoral Sul da Bahia, caracterizando-as morfologicamente e apontando variações morfológicas intra-específicas. As coletas foram realizadas no período de setembro de 2006 a junho de 2007 nos municípios de Ibirapitanga, Ilhéus, Itabuna, Ituberá, Uruçuca e Valença. Os ácaros foram coletados, mensalmente, em folhas e inflorescências de 36 espécies vegetais de flores tropicais, destacando-se as helicônias (Heliconia spp.), Alpinia purpurata (“alpínia”), Etlingera elatior (“Bastão-do-imperador”), Zingiber spectabile (“sorvetão”) e Tapeinochilos ananassae (“tapeinóculos”). Foram encontradas oito espécies de Phytoseiidae, pertencentes a quatro gêneros: Amblyseius aerilias, A. compositus, A.
49
operculatus, A. tamatavensis, Iphiseiodes metapodalis, I. zuluagai, Phytoseiulus macropilis e Proprioseiopsis neotropicus. As medições das estruturas de exemplares de cada espécie foram realizadas com a utilização de um microscópio óptico com contraste de fase provido de lente ocular milimetrada. Foram avaliadas às variações morfológicas intra-específicas de 29 exemplares procedentes de diferentes municípios. Os resultados auxiliaram na elaboração de uma chave de identificação para as espécies registradas no presente estudo. Os ácaros identificados como A. compositus, I. zuluagai e A. operculatus apresentaram marcantes variações no tamanho de algumas estruturas analisadas. As espécies A. tamatavensis, A. aerilias, I. metapodalis, P. neotropicus e P. macropilis apresentaram a maioria das medidas de acordo com aquelas já registradas para exemplares brasileiros.
Palavras-chave: Fitoseiídeos, ácaros, taxonomia, plantas ornamentais.
PHYTOSEIIDAE SPECIES ASSOCIATED WITH TROPICAL FLOWE RS IN THE SOUTHERN COAST REGION OF BAHIA.
ABSTRACT
The objective of the present study was to conduct a survey and to
present an identification key for the species of the family Phytoseiidae
associated with tropical flowers in the Southern Coast Region of Bahia,
morphologically characterizing them and pointing intraspecific morphological
variation. Collections were conducted in the period of September 2006 to June
2007 in the municipalities of Ibirapitanga, Ilhéus, Itabuna, Ituberá, Uruçuca e
Valença. Mites were collected monthly from leaves and inflorescences of 36
species/varieties of tropical flowers, with predominance of heliconias (Heliconia
spp.), Alpinia purpurata (“red ginger”), Etlingera elatior (“torch ginger” or “wax
50
flower”), Zingiber spectabile (“beehive ginger”) e Tapeinochilos ananassae
(“indonesian wax ginger”). Eight species of Phytoseiidae were found, pertaining
to four genera: Amblyseius aerilias, A. compositus, A. operculatus, A.
tamatavensis, Iphiseiodes metapodalis, I. zuluagai, Phytoseiulus macropilis and
Proprioseiopsis neotropicus. The measurements of the structures of the
specimens of each species were conducted in a phase contrast optic
microscope with a measuring eye-piece. Intraspecific morphological variations
of 29 specimens from different municipalities were evaluated. The results were
considered in the elaboration of the identification key for the species registered
in the present study. The mites identified as A. compositus, I. zuluagai and A.
operculatus showed significant variations in the size of some of the structures
analyzed. The species A. tamatavensis, A. aerilias, I. metapodalis, P.
neotropicus and P. macropilis presented the majority of the measurements in
accordance with those previously recorded for Brazilian specimens.
Keywords: phytoseiid; mites; taxonomy; ornamental plants.
4.1 INTRODUÇÃO
Os ácaros predadores pertencentes à família Phytoseiidae estão entre
os mais importantes e estudados grupos de Acari, sendo que até 2004 essa
família apresentava 2.217 espécies descritas mundialmente, das quais 131 já
tinham sido assinaladas no Brasil (MORAES et al., 2004).
As principais espécies de ácaros fitoseiídeos predadores criadas
massalmente e utilizadas em diferentes programas de controle de ácaros
tetraniquídeos (Acari: Tetranychidae) no Brasil e no mundo são: Neoseiulus
idaeus Denmark & Muma, Typhlodromalus manihot Moraes e Typhlodromalus
51
aripo DeLeon, visando o controle do “ácaro-verde-da-mandioca” Mononychellus
tanajoa (Bondar); N. idaeus e Phytoseiulus macropilis (Banks), no controle
biológico do “ácaro-rajado” Tetranychus urticae Koch; Neoseiulus californicus
(McGregor), no controle do “ácaro-vermelho-europeu” Panonychus ulmi (Koch),
praga da macieira; P. macropilis, utilizado no controle biológico de fitófagos em
floricultura e hidroponia de hortaliças; Phytoseiulus fragarie Denmark e
Schicha, em populações de T. urticae e Tetranychus evansi Baker e Pritchard
em plantas de Solanum americanum Mill.; Phytoseiulus longipes Evans, no
controle de T. evansi em cultivos de tomateiros em telados; N. californicus e P.
macropilis no controle de T. urticae em laboratório, vasos e canteiros de
crisântemo - Chrysanthemum cinerariaefolium (Asteraceae) (WATANABE et al.,
1994; GONDIM JUNIOR; OLIVEIRA, 2001; MONTEIRO, 2002; SILVA et al.,
2005; MONTEIRO et al., 2006; VASCONCELOS, 2006; SILVA, 2007;
POLLETI, 2007).
Devido à importância das espécies predadoras para o controle biológico,
este trabalho teve como objetivo realizar um levantamento e apresentar uma
chave de identificação para as espécies da família Phytoseiidae associadas às
flores tropicais na região Litoral Sul da Bahia, caracterizando-as
morfologicamente e apontando variações morfológicas intra-específicas.
52
4.2 MATERIAL E MÉTODOS
As coletas foram realizadas no período de setembro de 2006 a junho de
2007 em flores tropicais nos municípios de Ibirapitanga, Ilhéus, Itabuna,
Ituberá, Uruçuca e Valença, região Litoral Sul da Bahia. Os ácaros foram
coletados, mensalmente, em folhas e inflorescências de 36 espécies de flores
tropicais, destacando-se as helicônias (Heliconia spp.), Alpinia purpurata
(Vieill.) Schum.(“alpínia”), Etlingera elatior (Jack) R. M. Smith (“Bastão-do-
imperador”), Zingiber spectabile Griff (“sorvetão”) e Tapeinochilos ananassae
Hassk (“tapeinóculos”). Os ácaros encontrados nas folhas e nas
53
inflorescências, sob microscópio estereoscópico, foram transferidos com auxilio
de um pincel de cerdas finas para recipientes plásticos (Eppendorf), contendo
álcool 70%, para posterior montagem de lâminas em meio de Hoyer, seguindo
a metodologia de Krantz (1978) e Moraes e Flechtmann (2008). As lâminas
foram secas em estufa a 50ºC por aproximadamente 10 dias, sendo que para
evitar a deterioração do meio de Hoyer pela exposição à umidade do ar foi
realizada a vedação das bordas das lamínulas com esmalte incolor. Após a
vedação, as lâminas foram etiquetadas e separadas para identificação.
As fêmeas de Phytoseiidae encontrados foram analisadas
morfologicamente, sob microscópio óptico com contraste de fase, provido de
lente ocular milimetrada. Foram tomadas medidas, convertendo-se os valores
obtidos em micrômetros, que permitissem identificar, caracterizar cada uma
das espécies e comparar as variações morfológicas intraespecíficas. Para
caracterização de cada espécie, foram analisados exemplares de todos os
locais de amostragem, de acordo com a disponibilidade destes. Nas espécies
com maior número de indivíduos, as medidas foram realizadas em cinco
exemplares de cada espécie. Quando o número disponível era inferior a cinco
todos os exemplares foram analisados. Os valores médios das estruturas
medidas e a amplitude, em micrômetros (µm), obtidos para cada espécie foram
comparados com o relatado por Lofego (1998).
54
A nomenclatura utilizada para as setas seguiu o sistema proposto por
Rowell et al.4 e Chant e Hansell5 citadas por Lofego (1998), para as faces
dorsal e ventral, respectivamente. A classificação genérica seguiu aquela
adotada por Moraes et al. (2004). Foi elaborada uma chave para a identificação
das espécies de Phytoseiidae coletadas no presente trabalho em flores
tropicais na região Litoral Sul da Bahia.
4.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Do levantamento realizado em flores tropicais na região Litoral Sul da
Bahia, foram registradas oito espécies pertencentes a quatro gêneros da
família Phytoseiidae: Amblyseius Berlese, Iphiseiodes Muma, Phytoseiulus
Evans e Proprioseiopsis Muma. Estruturas de vinte e nove fêmeas foram
4 ROWELL, H.J.; CHANT, D.A.; HANSSEL, R.I.C. The determination of setal homologies and setal patterns on the dorsal shield in the family Phytoseiidae (Acarina: Mesostigmata). Canadian Entomologist , v. 110, n. 8, p. 859-876, 1978. 5 CHANT, D.A.; HANSELL, R.I.C. The genus Amblyseius (Acarina: Phytoseiidae) in Canada and Alaska. Canadian Journal of Zoology , v. 49, n. 5, p. 703-758, 1971.
55
medidas para caracterização das espécies, o que auxiliou na elaboração de
uma chave de identificação para as espécies coletadas no presente trabalho
associadas às flores tropicais na região.
4.3.1 Chave para separação das espécies de ácaros predadores fitoseiídeos
(Acari: Phytoseiidae) registradas neste trabalho.
1 Setas j6 mais longas que o dobro da distância entre suas bases; setas S2 e
S4 ausentes; escudo ventrianal com 1 par ou nenhum par de setas pré-anais
............................. Phytoseiulus Evans..............................P. macropilis (Banks)
1’ Setas j6 menores que o dobro da distância entre suas bases; setas S2 e S4
presentes; escudo ventrianal com 3 pares de setas pré-anais....................................2
2 Seta J2 ausente; z2 e z4 em média 23 e 21 µm, respectivamente....................
..................................Proprioseiopsis Muma...................P. neotropicus (Ehara)
2’ Seta J2 presente; z2 e z4 menores do que 15 µm...................................................3
3 Fortemente esclerozados; marrons; escudos ventrais consideravelmente
amplos........................................................ Iphiseiodes Muma..........................4
3’ Levemente esclerozados; normalmente brancos ou um pouco amarelados;
escudos ventrais pouco alargados.....................Amblyseius Berlese..........................5
4 Escudo ventrianal com margem anterior côncava; setas Z4 grandes, com 132 µm
em média; com escudo metapodal único, muito
desenvolvido....................................................................I. metapodalis (El-Banhawy)
56
4’ Escudo ventrianal com margem anterior reta; setas Z4 diminutas, com 2-3
µm; com um par de escudos metapodais de tamanho
normal................................................................... I. zuluagai Denmark & Muma
5 Cérvix da espermateca em forma de cilíndro curto...................................................6
5’ Cérvix da espermateca em forma de cilindro longo pelo menos duas vezes mais
longo que largo (com mais de 10 µm de comprimento)...............................................7
6 Macroseta da tíbia IV mais longa ou igual à macroseta do tarso IV, porém mais
curta que a macroseta do genu IV; setas Z5 com pelo menos o dobro da distância
entre suas bases, maiores que 250 µm.....................................A. operculatus De Leon
6’ Macroseta da tíbia IV mais curta que as macrosetas do genu e do tarso IV;
setas Z5 menores que o dobro da distância entre suas bases, menores que
150 µm............................................................A. compositus Denmark & Muma
7 Setas s4, Z4 e Z5 respectivamente com 114, 157-164 e 283-293 µm de
comprimento; átrio nodular, claramente visível................................A. aerialis (Muma)
7’ Setas s4, Z4 e Z5 respectivamente com 79-89, 106-114 e 228-230 µm de
comprimento; átrio praticamente não indistinto.................. A. tamatavensis Blommers
4.3.2 Descrição morfológica de espécies da família Phytoseiidae associadas às
flores tropicais na região Litoral Sul da Bahia.
57
As análises morfométricas de espécies de Phytoseiidae coletadas neste
trabalho em flores tropicais na região Litoral Sul do Estado da Bahia são
apresentadas a seguir.
Phytoseiulus macropilis (Banks, 1905)
Medidas (n = 1). Escudo dorsal com 351 de comprimento, 211 de largura;
setas dorsais: j1 25, j3 40, j4 48, j5 53, j6 139, J5 5, z2 10, z4 61, z5 8, Z1 106,
Z4 121, Z5 116, s4 164, S5 28, r3 23, R1 20. Comprimento das macrosetas
Sge I 40, Sge II 23, Sge III 30, Sge IV 68, Sti IV 35, St IV 89; distância entre as
bases das setas: St1-St3 63, St2-St2 78, St5-St5 89; escudo ventrianal 63 de
largura anterior, 68 de largura posterior e 71 de comprimento.
Origem dos espécimes examinados: Uruçuca (Fazenda Liberdade) – Heliconia
rostrata Ruiz & Pavon (folha apical).
Discussão: o valor aqui apresentado para o comprimento do escudo dorsal é
21 µm maior que a maior medida apresentada por Lofego (1998) para esta
estrutura.
Proprioseiopsis neotropicus (Ehara, 1966)
Medidas (n = 5). Escudo dorsal 366 (341 - 392) de comprimento, 330 (316 -
356) de largura; setas dorsais: j1 28 (25 - 30), j3 46 (40 - 51), j4 5 (4 -5), j5 4 (4
- 4), j6 3 - 5, J5 5 (5 - 8), z2 23 (20 - 25), z4 21 (18 - 23), z5 4 - 5, Z1 4 - 5, Z4
121 (114 -132), Z5 104 (96 - 111), s4 121 (114 -127), S2 7 (5 - 8), S4 6 (5 - 8),
58
S5 6 (5 - 8), r3 22 (20 - 25), R1 6 (5 - 8); comprimento das macrosetas: Sge I
30 (25 - 33), Sge II 30 (23 - 33), Sge III 32 (30 - 38), Sge IV 59 (66 - 76), Sti IV
56 (51 - 63), St IV 66 (61- 68); distância entre as bases das setas: St1-St3 62
(58 - 63), St2-St2 84 (81 - 86), St5-St5 110 (106 - 114). Escudo ventrianal 114
(109 - 124) de largura anterior, 102 (96 - 106) de largura posterior e 111 (109 -
116) de comprimento; cérvix da espermateca 23 - 25, dígito fixo 38 (33 - 40),
dígito móvel 37 (35 - 40), números de dentes no dígito fixo (30 - 33) e no móvel 10.
Origem dos espécimes examinados: Itabuna (Fazenda Monte Alegre) e Ilhéus
(Fazenda Terra Nova) – H. rostrata (folhas apical e basal), H. stricta Huber cv.
‘Fire Bird’ (folha apical) e H. psittacorum cv. ‘Red Opol’ (folha apical).
Discussão: a menor medida do comprimento do escudo dorsal obtida no
presente trabalho apresentam-se 28 µm menor do que a menor medida do
comprimento apresentada por Lofego (1998). Ao contrário, a maior largura do
escudo dorsal obtida no presente trabalho apresentam-se 37 µm maior do que
a maior medida da largura apresentada por Lofego (1998).
Iphiseiodes metapodalis (El-Banhawy, 1984)
Medidas (n = 2). Escudo dorsal 387 de comprimento, 359 (356 - 361) de
largura, j1 23, j3 33 (30 - 35), j4 4 - 5, j5 4, j6 4 - 5, J2 4, J5 7 (5 - 8), z2 (4 - 5),
z4 4 - 5, z5 5, Z1 4 - 5, Z4 132 (129 - 134), Z5 184 (177 - 190), s4 137, S2 5,
S4 5, S5 5, r3 5, R1 5; comprimento das macrosetas: Sge I 61 (58 - 63), Sge II
59
36 (33 - 38), Sge III 59 (56 - 61), Sge IV 147 (142 - 152), Sti IV 86 (84 - 89), St
IV 40 (38 - 43); distância entre as bases das setas: St1-St3 51, St2-St2 77 (76 -
78), St5-St5 106, escudo ventrianal 156 (152 - 159) de largura anterior, 120
(119 - 121) de largura posterior e 120 (119 - 121) de comprimento, cérvix da
espermateca 12 (10 - 13), dígito fixo 30, dígito móvel 33, número de dentes no
dígito fixo 29 (28 - 30) e no móvel 10.
Origem dos espécimes examinados: Itabuna (Fazenda Monte Alegre) e
Valença (Fazenda Barra) – Etlinera elatior (Jack) R. M. Smith (folha basal) e H.
stricta cv. ‘Fire Bird’ (folha basal).
Discussão: a maioria das medidas concordam com aquelas apresentadas por
Lofego (1998), exceto a largura do escudo dorsal, que se apresentou
consideravelmente maior nos espécimes examinados no presente trabalho.
Iphiseiodes zuluagai Denmark & Muma, 1972
Medidas (n = 5). Escudo dorsal 323 (316 - 326) de comprimento e 275 (261 -
296) de largura, j1 23, j3 30 (25 - 38), j4 3, j5 3, j6 3, J2 3, J5 3, z2 3, z4 3, z5 3,
Z1 3, Z4 2 - 3, Z5 131 (124 - 139), s4 105 (101 - 109), S2 2 - 3, S4 2 - 3, S5 3,
r3 4 - 5, R1 2 - 3, Sge I 49 (43 - 58), Sge II 33 (30 - 38), Sge III 51 (48 - 56),
Sge IV 97 (94 - 101), Sti IV (61 - 63), St IV 37 (35 - 40), St1-St3 49 (46 - 51),
St2-St2 78 (76 - 81), St5-St5 106 (101 - 109), escudo ventrianal 112 (106 - 116) de
largura anterior, 111 (104 - 116) de largura posterior e 98 (94 - 106) de
comprimento, cérvix da espermateca 3 (3 - 4), dígito fixo 38 (35 - 41), dígito móvel
33 (32 - 35), números de dentes no dígito fixo 11 (8 - 12) e no móvel (3 - 4).
60
Origem dos espécimes examinados: Uruçuca (Fazenda Liberdade) e Valença
(Fazenda Barra) – H. psittacorum cv. ‘Red Opol’ (folha intermediária), H.
rostrata (folha basal e intermediária), E. elatior (folha basal) e H. rivularia (folha
apical).
Discussão: a maioria das medidas concordam com aquelas apresentadas por
Lofego (1998). A menor medida da largura anterior do escudo ventrianal obtida
no presente trabalho apresentam-se 19 µm menor do que a menor medida da
largura anterior do escudo ventrianal apresentada por Lofego (1998). Por outro
lado, o comprimento do dígito fixo apresentou-se consideravelmente maior nos
espécimes examinados no presente trabalho.
Amblyseius aerialis (Muma, 1955)
Medidas (n = 4). Escudo dorsal 385 (377 - 397) de comprimento e 269 (251 -
281) de largura, j1 34 (33 - 35), j3 51, j4 4 (4 - 5), j5 4 (4 - 5), j6 5 (4 - 5), J2 7 (6
- 8), J5 8, z2 10 (8 - 13), z4 6 (5 - 6), z5 4 (3 - 6), Z1 7 (6 - 8), Z4 142 - 157, Z5
290 (283 - 293), s4 111 (109 – 114), S2 9 (8 - 10), S4 12 (10 - 13), S5 12 (10 -
13), r3 13, R1 8, Sge I 42 (40 - 46), Sge II 39 (38 - 40), Sge III 59 (56 - 61), Sge
VI 126 (114 - 132), Sti VI 88 (83 - 91), St VI 79 (76 - 81), St1-St3 65 (63 - 68),
St2-St2 79 (76 - 81), St5-St5 78 (76 - 81), escudo ventrianal 125 (106 - 132) de
comprimento, 84 (76 - 81) de largura anterior e 84 (81 - 89) de largura
posterior; cérvix da espermateca 14 (13 - 16), dígito fixo 39 (38 - 40), dígito
móvel 42 (40 - 43), número de dentes no dígito fixo 29 (25 - 33) e no móvel 11
(10 - 13).
61
Origem dos espécimes examinados: Ibirapitanga (Fazenda Boa Esperança),
Valença (Fazenda Barra) e Ilhéus (Fazenda Olho D’água) – Zingiber spectabilis
Griff (folha intermediária), H. latispatha Benth (folha intermediária), Musa
coccinea Ander (folha intermediária) e H. stricta cv. ‘Fire Bird’ (folha basal).
Discussão: a maioria das medidas concordam com aquelas apresentadas por
Lofego (1998).
Amblyseius tamatavensis Blommers, 1974
Medidas (n = 4). Escudo dorsal 334 (326 - 341) de comprimento e 227 (216 -
246) de largura, j1 34 (30 - 38), j3 52 (51 - 53), j4 4 (4 - 5), j5 (3 - 4), j6 5, J2 5,
J5 (5 - 6), z2 5, z4 5, z5 (3-4), Z1 5, Z4 106 (104 - 109), Z5 (228 - 230), s4 84
(78 - 89), S2 (4 - 5), S4 (4 - 5), S5 5, r3 13, R1 8, Sge I 39 (38 - 40), Sge II 36
(35 - 38), Sge III 55 (51 - 58), Sge IV 104 (101 - 106), Sti IV 71(68 - 76), St IV
67 (63 - 71), St1-St3 59 (58 - 61), St2-St2 69 (68 - 71), St5-St5 73 (71 - 76),
escudo ventrianal 111 (99 - 116) de comprimento, 96 (89 - 104) de largura
anterior e 91 (83 - 101) de largura posterior, cérvix da espermateca 25 (20 - 35)
de comprimento, dígito fixo 37 (35 - 40), dígito móvel 37 (35 - 38), número de
dentes no dígito fixo 29 (28 - 30) e no móvel 10.
Origem dos espécimes examinados: Ibirapitanga (Fazenda Boa Esperança) e
Uruçuca (Fazenda Liberdade) – M. coccinea (folha basal e intermediária), H.
stricta cv. ‘Fire Bird’ (folha intermediária) e H. dimitri sulai (folha intermediária).
Discussão: as medições aqui apresentadas concordam com a descrição de
Lofego (1988).
62
Amblyseius operculatus De Leon, 1967
Medidas (n = 5). Escudo dorsal 377 (371 - 382) de comprimento e 275 (266 -
281) de largura, j1 33 (30 - 38), j3 51 (48 - 56), j4 (4 - 5), j5 5 (4 - 5), j6 5 (4 - 6),
J2 5 (4 - 8), J5 6 (4 - 8), z2 10 (8 -13), z4 8 (5 - 9), Z1 7 (5 - 8), Z4 131 (127 -
132), Z5 276 (278 - 263), s4 115 (114 - 116), S2 9 (8 - 10), S4 9 (8 - 10), S5 7
(8 - 10), r3 13 (11 - 15), R1 7 (8 - 10), Sge I 44 (40 - 46), Sge II 39 (35 - 40),
Sge III 55 (53 - 58), Sge IV 124 (116-127), Sti IV 83 (82 - 86), St IV 86 (81 - 89),
St1-St3 66 (63 - 68), St2-St2 74 (71 - 76), St5-St5 72 (71 - 73), escudo
ventrianal 119 (109 - 127) de comprimento, 67 (58 - 76) de largura anterior e 60
(66 - 78) de largura posterior, cérvix da espermateca 5, dígito fixo 37 (35 - 40),
dígito móvel 43 (40 - 46) número de dentes no dígito fixo 12 (11 - 13) e no
móvel 4.
Origem dos espécimes examinados: Ilhéus (Fazenda Marinas e Terra Nova),
Uruçuca (Fazenda Liberdade) e Itabuna (Fazenda Monte Alegre) – M. coccinea
(folha basal), E. elatior (folha basal), H. rostrata (folha basal), H. stricta cv. ‘Fire
Bird’ (folha apical), H. dimitri sulai (folha apical) e H. total eclipse (folha apical).
Discussão: a medida do comprimento do escudo dorsal aqui descrito
apresenta-se 42 µm maior que a descrição de Lofego (1988). As medidas
obtidas para a largura do escudo dorsal, as setas Z4, Z5, s4, a distância entre
as bases St2-St2, comprimento, largura anterior e posterior do escudo
ventrianal foram menores comparados com Lofego (1998).
63
Amblyseius compositus Denmark & Muma, 1973
Medidas (n = 1). Escudo dorsal 211 de comprimento e 346 de largura, j1 20, j3
23, j4 5, j5 4, j6 4, J2 5, J5 8, z2 11, z4 8, z5 4, Z1 8, Z4 76, Z5 119, s4 63, S2
(não visível), S4 5, S5 8, r3 10, R1 5, Sge I 20, Sge II 20, Sge III 25, Sge IV 53,
Sti IV 30, St IV 63, St1-St3 (não visível), St2-St2 (não visível), St5-St5 (não
visível), escudo ventrianal 86 de comprimento, 101 de largura anterior e 89 de
largura posterior; cérvix da espermateca 3, dígito fixo 30, dígito móvel 33.
Origem dos espécimes examinados: Valença (Fazenda Barra) – Z. spectabilis
(folha intermediária).
Discussão: o exemplar coletado no presente estudo apresenta-se menor de
maneira geral, comparado com as medições de Lofego (1998).
4.4 CONCLUSÕES
Os resultados obtidos das coletas de fitoseídeos em flores tropicais na
região Litoral Sul da Bahia, nos permitem concluir que:
64
• As espécies, Proprioseiopsis neotropicus, Iphiseiodes metapodalis e
I. zuluagai apresentam variações de medidas no escudo dorsal, e
I. zuluagai também no escudo ventrianal.
• A espécie Proprioseiopsis macropilis apresenta o escudo dorsal maior
que exemplares já relatados no Brasil.
• As espécies Amblyseius compositus e A. operculatus são no geral
menores que as registradas no país, com variações no comprimento de
algumas estruturas analisadas.
• As espécies Amblyseius tamatavensis e A. aerilias apresentam medidas
semelhantes às registradas para espécimes brasileiros.
65
AVALIAÇÃO DE DEFENSIVOS NATURAIS PARA O CONTROLE DE
Tetranychus abacae BAKER & PRITCHARD (ACARI: TETRANYCHIDAE)
EM FLORES TROPICAIS.
RESUMO
Defensivos alternativos, como caldas e extratos vegetais, são uma alternativa promissora no controle de ácaros fitófagos, pois visam contribuir para a diminuição no uso intenso de agrotóxicos. O ácaro-vermelho, Tetranychus abacae Baker & Pritchard, é relatado nos seguintes hospedeiros Heliconia bihai e H. psittacorum (Heliconiaceae), Etlingera elatior (Zingiberaceae) e Musa acuminata (Musaceae). Em razão de não existir registro de produtos químicos para o controle de pragas em flores tropicais, o presente trabalho teve por objetivo avaliar a ação acaricida da “calda-de-fumo” (Nicotiana tabacum L.), da calda de “pimenta-malagueta” (Capsicum frutescens L.) e da “manipueira” (Manihot esculenta Crantz) sobre T. abacae nas concentrações de 25%, 50% e 75%. Cada unidade experimental foi constituída de uma placa de Petri contendo um disco de folha de helicônia, com 20 fêmeas do ácaro na sua face ventral. Os testes foram realizados por meio de imersão dos discos de folhas nos tratamentos (10 segundos), e de pulverização (borrifador manual); as avaliações para mortalidade foram realizadas até cinco horas após a aplicação dos tratamentos, com observações a cada 60 minutos. Nos testes de imersão, os tratamentos com a “calda-de-fumo” e a “manipueira”, na concentração de 25%, apresentaram mortalidade superior a 50% após cinco horas de avaliação. A “calda-de-pimenta” foi a mais eficiente apresentando 53% de mortalidade, na concentração de 50%, durante a primeira hora de avaliação e na concentração de 75% a “calda-de-fumo” apresentou 86% de mortalidade seguida da “calda-de-pimenta” com 58%. Nos experimentos com pulverização, a “manipueira”, nas três concentrações, apresentou 100% de eficiência na primeira hora após a aplicação dos tratamentos. Os tratamentos com a “calda-de-pimenta” e a “calda-de-fumo”, nas concentrações de 50% e 75% apresentaram mortalidade superior a 80%. Os produtos naturais podem ser uma alternativa de controle para ácaro-praga, devido ao menor custo principalmente para os pequenos produtores de flores tropicais na região litoral Sul da Bahia.
Palavras-chave: Ácaro-vermelho, bioinseticidas, floricultura.
66
EVALUATION OF NATURAL DEFENSES TO CONTROL Tetranychus
abacae BAKER & PRITCHARD (ACARI: TETRANYCHIDAE) IN TROPIC AL
FLOWERS.
ABSTRACT
Defense alternatives, like syrups and vegetable extracts, are a promising alternative to control phytophagas, contributing to the reduction of intense pesticide use. The red mite, Tetranychus abacae Baker & Pritchard, is related to the following hosts: Heliconia bihai and H. psittacorum (Heliconiaceae), Etlingera elatior (Zingiberaceae) and Musa acuminata (Musaceae). Because there are no control chemical products registered for tropical flowers, this study evaluated the effect of “calda-de-fumo” (Nicotiana tabacum L.), “pimenta-malagueta” syrup (Capsicum frutescens L.) and “manipueira” (Manihot esculenta Crantz) on red mites at concentrations of 25%, 50% and 75%. Every experimental unit was made up of a Petri dish containing a heliconia leaf disc, with 20 mite females on its ventral side. The leaves were inserted in the treatment for 10 seconds, observing the contact action and pulverized liquids (Vortex mixer). The mortality evaluations were observed for five hours after the treatment application. Mortality was counted every 60 minutes. In the contact action, the “calda-de-fumo” and the “manipueira”, at a 25% concentration, showed mortality above 50% after five hours. The “calda-de-fumo” was the most effective with 44% mortality at 50% concentration, during the first hour. In the pulverization experiments, the “manipueira” was effective after 60 minutes for all three concentrations. The “calda-de-pimenta” and “calda-de-fumo” treatments resulted in mortality greater than 80% for the evaluated concentrations. The natural products can mainly be an alternative of control for mite-plague, which had to the lesser cost for the small producers of tropical flowers in the South coastal region of the Bahia. Keywords: Red mites, bioinsecticides, floriculture.
67
5. 1 INTRODUÇÃO
O ácaro-vermelho, Tetranychus abacae Baker & Pritchard (Acari:
Tetranychidae), possui alguns hospedeiros conhecidos, pertencentes às
famílias Musaceae e Heliconiaceae (ASSIS et al., 2002). No estado de Santa
Catarina a espécie está associada à Musa acuminata, e em São Paulo à
Heliconia bihai e M. acuminata (VASCONCELOS et al., 2004). Em
Pernambuco, a referida espécie foi associada à Musa sp., H. bihai e H.
psittacorum por Assis et al. (2002). De acordo com Warumby et al. (2004) esta
espécie também ocorre no “bastão-do-Imperador” (Etlingera elatior –
Zingiberaceae), nas alpíneas (Alpinia purpurata - Zingiberaceae) e em H. bihai,
principalmente em períodos de temperatura elevada.
Os ácaros-vermelhos provocam manchas nas folhas de espécies de
flores tropicais, as quais perdem o brilho característico, tornando-se
bronzeadas e recobertas por teia; inicialmente ocorre uma clorose, progredindo
para secamento e queda prematura das folhas (FLECHTMANN, 1985; ASSIS
et al., 2002; WARUMBY et al., 2004).
Atualmente, não existem produtos químicos registrados pelo Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para o controle de pragas
em helicônias, isso tem feito com que os produtores utilizem
indiscriminadamente agrotóxicos registrados para outras culturas, propiciando
riscos à saúde humana e ao meio ambiente. Esses problemas podem ser
68
miminizados com o emprego de métodos alternativos de controle, os quais têm
surgido como uma ferramenta importante no manejo de pragas.
Com o objetivo de fornecer informações a serem utilizadas para o
desenvolvimento de métodos alternativos no controle de pragas, em cultivos de
flores tropicais, neste trabalho foi avaliada a ação acaricida da “calda-de-fumo”
(Nicotiana tabacum L.), da calda de “pimenta-malagueta” (Capsicum frutescens
L.) e da “manipueira” subproduto da produção de farinha de mandioca (Manihot
esculenta Crantz), diluídas em três concentrações sobre T. abacae.
69
5.2 MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi realizado do Laboratório de Entomologia da Universidade
Estadual de Santa Cruz (UESC) em Ilhéus, Bahia. Foram realizados
bioensaios de concentração-mortalidade com fêmeas adultas de T. abacae
coletadas em mudas de H. bihai, sem pulverização com produto químico, em
casa-de-vegetação da UESC. O potencial acaricida da “calda-de-fumo”, da
calda de “pimenta-malagueta” e da “manipueira”, foi avaliado por duas
metodologias: contato do ácaro com o produto no substrato (ação de contato) e
contato direto do produto com o ácaro (pulverização).
Nos testes realizados por ação de contato do ácaro com o substrato,
discos de folhas de H. bihai foram imersos nos tratamentos por 10 segundos,
agitados levemente e colocados para secar em condições ambiente durante 30
minutos, antes da transferência das fêmeas. Nos experimentos onde os
tratamentos foram pulverizados, foram utilizados “borrifadores manuais”
(GIOLO et al., 2005), para cobertura dos discos de folhas, com
aproximadamente 9 mL da calda em cada disco de folha.
A “calda-de-fumo” foi preparada utilizando-se 20 cm de fumo de rolo, o
qual foi repicado e colocado em solução de álcool etílico a 50% (500 mL de
água + 500 mL de álcool), permanecendo curtindo durante dois dias, de acordo
com Azevedo e Gurgel (2006). Para o preparo da calda de “pimenta-
malagueta”, 300 g de frutos de pimenta-malagueta (sem o talo) foram triturados
em liquidificador, misturados a dois litros de água e 15 g de sabão em pó,
70
depois coados com coador de tecido. A “manipueira” foi obtida em uma
propriedade rural de Ilhéus, Bahia, extraída da variedade de mandioca
conhecida como “manteiga”, esta foi coada e diluída em água conforme cada
concentração, sendo utilizada no mesmo dia em que foi extraída.
Os tratamentos, expressos na Tabela 5, foram preparados a partir de
“caldas”, obtidas após o preparo do fumo e da pimenta, e da “manipueira”,
sendo diluídas em água destilada nas concentrações utilizadas nos testes:
25%, 50% e 75%.
Tabela 5 – Tratamentos utilizados nos bioensaios com fêmeas adultas de Tetranychus abacae sobre folhas de Heliconia bihai.
Tratamento Concentração (%)
“calda-de-fumo” 25 50 75
“calda-de- pimenta-malagueta” 25 50 75
“manipueira” 25 50 75
Testemunha com H2O --
Testemunha sem H2O --
A parcela experimental foi constituída de uma placa de Petri (9 cm de
diâmetro), contendo duas camadas de papel filtro umedecidos com água
destilada, sobre o qual foi colocado um disco de folha de helicônia com três
centímetros de diâmetro, circundado com algodão hidrófilo para evitar a fuga
dos ácaros (Figura 11). Cada disco de folha recebeu 20 fêmeas adultas de T.
abacae e as placas foram vedadas com filme plástico de PVC, nos quais foram
71
feitos pequenos furos para aeração; as placas foram mantidas em câmara
climática do tipo BOD, a 25 ± 1ºC e fotofase de 12 horas.
Figura 11 – Parcela experimental utilizada nos experimentos para avaliação da ação acaricida de produtos vegetais em T. abacae.
A mortalidade das fêmeas de T. abacae foi avaliada após 1, 2, 3, 4 e 5
horas da aplicação dos tratamentos, sendo considerado mortos os ácaros que
foram tocados levemente, com pincel de cerdas bem finas, e não conseguiram
se mover até a distância equivalente ao comprimento do seu corpo (MOURÃO
et al., 2004).
O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com
cinco tratamentos e cinco repetições. Os dados foram transformados (√x + 0,5),
a fim de atender as pressuposições para análise (LOVATTO et al., 2004;
GONÇALVES et al., 2004), com objetivo de homogeneizar as variâncias; as
médias transformadas foram submetidas à análise de variância e comparadas
pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. O reduzido número de fêmeas
perdidas no algodão eliminou a necessidade de análise desse parâmetro.
Filtro de papel
Algodão
Placa de Petri
72
5.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Pelos resultados de mortalidade de fêmeas de T. abacae, ocasionados
pela ação de contato com os tratamentos (“calda-de-fumo”, “calda-de-pimenta”
e “manipueira”) na concentração de 25%, verifica-se que na 1ª avaliação (uma
hora), ocorreu 36% de mortalidade no tratamento com a “calda-de-fumo”,
diferindo significativamente dos demais tratamentos (Tabela 6).
Na 2ª avaliação (após duas horas da aplicação) observou-se que os
tratamentos “calda-de-fumo” e “manipueira” foram iguais entre si, e
estatisticamente diferentes dos demais. Na 5ª avaliação, a maior percentagem
acumulada de mortalidade foi de 76% com a “calda-de-fumo”, seguido pela
“manipueira” com 69%, e 17% de mortalidade com a “calda-de-pimenta” em
fêmeas de T. abacae. Quanto ao efeito dos tratamentos sobre os ácaros,
verificou-se que após cinco horas da aplicação as médias se igualaram
estatisticamente às testemunhas (Tabela 6).
Nas análises realizadas na concentração de 50%, pela ação de contato
do ácaro com o produto, as “caldas de fumo” e de “pimenta” promoveram maior
mortalidade dos ácaros na 1ª hora de avaliação, com 44% e 53%,
respectivamente, diferindo significativamente dos resultados obtidos com a
“manipueira” (34%) e as testemunhas (Tabela 6).
Na 4ª avaliação, observou-se que os tratamentos apresentaram as
seguintes percentagens de mortalidade acumulada sobre as fêmeas de T.
abacae: 82% com a “calda-de-fumo”, 69% com a “manipueira” e 67% com a
73
“calda-de-pimenta” (Tabela 6). Os resultados sugerem que após quatro horas
(imersão) a “manipueira” ainda apresentava efeito tóxico sobre os ácaros.
Tabela 6 – Mortalidade (%) de fêmeas de T. abacae, após imersão de discos
de folhas de Heliconia bihai em defensivos alternativos em três concentrações 25%, 50% e 75% durante cinco horas de avaliações.
Tratamentos Avaliação (hora)
1 2 3 4 5
Concentração 25%
Calda-de-fumo 36a 22a 6b 8a 4a
Manipueira 6b 29a 12a 15a 7a
Calda-de-pimenta 5b 3b 3c 3b 3a
Testemunha com H2O 3b 0,5b 3c 3b 3a
Testemunha sem H2O 3b 0,5b 3c 3b 3a
Concentração 50%
Calda-de-fumo 44a 28a 6ab 4b -
Manipueira 34b 17a 7ab 11a -
Calda-de-pimenta 53a 3b 8a 3b -
Testemunha com H2O 3c 3b 0,5b 0,5b -
Testemunha sem H2O 3c 3b 0,5b 0,5b -
Concentração 75%
Calda-de-fumo 86a 5b 5b - -
Manipueira 38b 30a 5b 4b -
Calda-de-pimenta 58b 8b 6b 4b -
Testemunha com H2O 3c 3b 3b 0c -
Testemunha sem H2O 3c 3b 3b 0c - Dados seguidos da mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si, comparados pelo teste de Tukey (P≤0,05).
74
Conforme apresentado na Tabela 6, os tratamentos na concentração de
75%, por ação de contato, apresentaram os seguintes resultados na 1ª
avaliação: 86% de mortalidade com a “calda-de-fumo”, diferindo
significativamente da “calda-de-pimenta” com 58% e da “manipueira” com 38%
que não diferiram entre si.
Na 3ª avaliação, verificou-se que a percentagem de mortalidade
acumulada dos ácaros foi de 96% com “calda-de-fumo”, 72% com “calda-de-
pimenta” e 73% com “manipueira” demonstrando a eficiência desses
tratamentos no controle da praga.
Nos experimentos em que os tratamentos a 25% de concentração foram
pulverizados sobre os discos de folhas contendo as fêmeas de T. abacae,
verificou-se na 1ª avaliação (após uma hora da aplicação) que a “manipueira” e
a “calda-de-pimenta” diferiram dos demais tratamentos, ocasionando 100% e
85% de mortalidade dos ácaros, respectivamente (Tabela 7). Todos os
tratamentos testados foram diferentes estatisticamente dos discos não
pulverizados (Testemunha sem H2O). Na 3ª avaliação, após três horas da
aplicação, 100% dos ácaros encontravam-se mortos na “calda-de-pimenta”.
Os resultados apresentados na Tabela 7 indicam que os tratamentos
(“calda-de-fumo”, “calda-de-pimenta”, “manipueira”) na concentração de 50%,
apresentaram na 1ª avaliação, índices de mortalidade superiores a 80%,
diferindo estatisticamente das testemunhas; verificou-se que o tratamento com
“manipueira” ocasionou 100% de mortalidade na 1ª hora de avaliação.
Observou-se que a pulverização apenas com água (Testemunha com H2O)
provocou 36% de mortalidade dos ácaros.
75
Tabela 7 – Mortalidade (%) de fêmeas de T. abacae, após pulverização de discos de folhas de Heliconia bihai com defensivos alternativos em três concentrações 25%, 50% e 75% durante cinco horas de avaliações.
Tratamentos Avaliação (hora)
1 2 3
Concentração 2 5%
Calda-de-fumo 42b 5b 3b
Manipueira 100a - -
Calda-de-pimenta 85a 5a 10ª
Testemunha com H2O 36b 13a 0
Testemunha sem H2O 3c 0b 0
Concentração 50%
Calda-de-fumo 80b 10a 10a
Manipueira 100a - -
Calda-de-pimenta 97ab 1b 2a
Testemunha com H2O 36c 13a 3b
Testemunha sem H2O 3d 3b 3b
Concentração 75%
Calda-de-fumo 100a -
Manipueira 100a -
Calda-de-pimenta 97a 3b
Testemunha com H2O 36b 2a
Testemunha sem H2O 3c 3c
Dados seguidos da mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si, comparados pelo teste de Tukey (P ≤0,05).
76
Os tratamentos pulverizados a 75% de concentração foram iguais entre
si, e estatisticamente diferentes das testemunhas (com e sem água), e
provocaram 100% de mortalidade dos ácaros após 1 hora da aplicação, exceto
a “calda-de-pimenta” que apresentou 97% de mortalidade (Tabela 7).
De acordo com a Figura 12, observa-se que a ação da “calda-de-fumo”,
através do contato e da pulverização, nas concentrações testadas, provocou
maior efeito na redução dos ácaros na 1ª avaliação, isto é uma hora após a sua
aplicação. Comprovando a eficácia por ação de contato, Azevedo e Gurgel
(2006) observaram que a “calda-de-fumo” ocasionou mais de 50% e 80% de
mortalidade sobre adultos e ninfas, respectivamente, de mosca-branca
(Bemisia tabaci biótipo B) (Hemiptera: Aleyrodidae). Lovatto et al. (2004)
avaliaram o efeito do extrato de N. tabacum no controle Brevicoryne brassicae
(Hemiptera: Aphididae) em couve (Brassica oleracea var. acephala), e
observaram que este tratamento apresentou o efeito repelência a 5% de
concentração.
Erro! Não é possível criar objetos a partir de códi gos de campo de
edição. Erro! Não é possível criar objetos a partir de códi gos de campo
de edição.
Figura 12 – Efeito da “calda-de-fumo” em três concentrações, sobre fêmeas de
Tetranychus abacae em discos de folhas de H. bihai, pela ação de contato (imersão) (A) e pulverização (B).
Conforme os resultados obtidos com a aplicação da “manipueira” por
meio da imersão (ação de contato) e da pulverização, nas concentrações de
25%, 50% e 75% (Figura 13), a maior mortalidade de fêmeas de T. abacae
ocorreu através da pulverização, nas concentrações testadas, ocasionando
A B
77
100% de mortalidade, semelhante ao resultado obtido por Ponte et al. (1996)
que registraram 100% de controle sobre o ácaro-branco (Polyphagotarsonemus
latus Banks) em mamoeiro (Carica papaya L.) utilizando “manipueira” em
diluição aquosa da ordem de 1: 3.
A “manipueira” apresentou resultados satisfatórios no controle de
cochonilhas infestando propágulos vegetativos (estacas de mandioca,
tubérculos de batatinha, bulbos de cebola e alho e rizomas de bananeira, entre
outros), da cochonilha-de-carapaça (Coccus hesperidium L.), do pulgão-negro
(Toxoptera citricidus Kirkaldy) e da cochonilha escama-farinha (Pinaspis
aspidistrae Signoret) (PONTE 2000; PONTE et al., 1988).
Erro! Não é possível criar objetos a partir de códi gos de campo de
edição.
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
1 2 3
Nº
de
áca
ro
s m
orto
s
Horas após pulverização
25%
50%
75%
Figura 13 – Efeito da “manipueira” em três concentrações, sobre fêmeas de Tetranychus abacae em discos de folhas de H. bihai, por ação de contato (imersão) (A) e pulverização (B).
A B
78
A utilização da “calda-de-pimenta” através da pulverização provocou
maior mortalidade de fêmeas de T. abacae nas concentrações testadas, após
uma hora da aplicação, Figura 14 (A e B). Neves et al. (2005) avaliaram o
efeito nematicida da “pimenta-malagueta” sobre a eclosão de nematoídes
juvenís (J2) de Meloidogyne javanica, e constataram que esta não exerceu
efeito sobre a praga. Entretanto resultados promissores foram registrados por
Procópio et al. (2003) que avaliaram a sobrevivência e emergência de adultos
de Sitophilus zeamais Motschulsky e o efeito repelência, verificando que 0,3g
de folhas da “pimenta-malagueta” (C. frutescens) provocaram o efeito
repelência. Erro! Não é possível criar objetos a partir de códi gos de campo
de edição.Erro! Não é possível criar objetos a part ir de códigos de campo
de edição.
Figura 14 - Efeito da “calda-de-pimenta” em três concentrações sobre fêmeas
de Tetranychus abacae em discos de folhas de H. bihai, por ação de contato (imersão) (A) e pulverização (B).
De acordo, com os dados obtidos no presente trabalho, as maiores
quantidades de fêmeas perdidas na água ocorreram no experimento por
imersão, representando 5% das fêmeas nos testes com ”manipueira”, seguidas
da “calda-de-pimenta” com 4% de perda e da “calda-de-fumo” com 3%, entre
as testemunhas não foram registradas perdas em imersão. As menores
porcentagens de perda de fêmeas foram registradas no experimento por
pulverização onde, a “calda-de-fumo” apresentou 2% de perda, seguida da
“calda-de-pimenta” e da testemunha com água, ambos com 1,5%.
A B
79
Nenhum dos produtos testados causou fitotoxidade nos discos de folhas
de H. bihai, utilizados na execução do presente trabalho, em condições de
laboratório.
5.4 CONCLUSÕES
• A “calda-de-fumo”, a “calda-de-pimenta” e a “manipueira”, nas
concentrações de 25%, 50% e 75% apresentam efeito acaricida sobre
80
fêmeas de T. abacae, quando em contato direto (Imersão) ou
pulverizadas, em condições de laboratório.
• A melhor resposta obtida para ação acaricida dos defensivos testados
ocorreu com a pulverização direta sob os ácaros, comparada com a
ação de contato (imersão).
• A manipueira, quando pulverizada, apresenta 100% de eficiência, com
uma hora após aplicação para as três concentrações testadas.
• A “calda-de-fumo” e a “manipueira”, apresentam-se eficientes quando
testadas, por ação de contato, ocasionando mortalidade superior a 50%
da população dos ácaros após cinco horas da aplicação.
• Produtos naturais podem ser uma alternativa no controle de ácaros
fitófagos.
6. CONCLUSÕES GERAIS
81
• Registra-se a ocorrência de 22 famílias de ácaros, fitófagos e
predadores, associados a 36 espécies vegetais de flores tropicais na
região Litoral Sul da Bahia.
• A espécie Heliconia latispatha Benth, seguida por H. rostrata Ruiz &
Pavon, Musa coccinea Ander e H. stricta Huber c.v ‘Fire bird’ são os
principais hospedeiros de ácaros na região.
• As variedades de helicônias “Nappy yellow”, “Lady day”, “Bright red”,
“Adromeda” e “Niqueriense” apresentam o menor número de ácaros
coletados.
• Do total de ácaros coletados, 32% são Phytoseiidae, com registro das
seguintes espécies: Amblyseius compositus Denmark & Muma, A.
operculatus De Leon, A. tamatavensis Blommers, A. aerilias Muma,
Iphiseiodes zuluagai Denmark & Muma, I. metapodalis (El-Banhawy),
Phytoseiulus macropilis (Banks) e Proprioseiopsis neotropicus (Ehara).
• Os representantes das famílias Phytoseiidae e Tetranychidae são
dominantes, abundantes, freqüentes e constantes na região do estudo.
• Os táxons considerados raros são famílias pertencentes à subordem
Oribatida e a família Tydeidae.
• A “calda-de-fumo”, a “calda-de-pimenta” e a “manipueira”, nas
concentrações de 25%, 50% e 75% apresentam efeito acaricida sobre
fêmeas de T. abacae, quando em contato direto (imersão) ou
pulverizadas, em condições de laboratório.
• A melhor resposta obtida para ação acaricida dos defensivos testados
ocorreu com a pulverização direta sob os ácaros, comparada com a
ação de contato (imersão).
82
• Produtos naturais podem ser uma alternativa no controle de ácaros
fitófagos.
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64
APÊNDICE
91
APÊNDICE A – Relação de espécies vegetais de flores tropicais da região
Litoral Sul da Bahia, no município de Ibirapitanga e respectivas famílias de ácaros registradas, incluindo Oribatida imaturo.
Espécie Vegetal Família “Bastão-do-imperador” rosa Scheloribatidae e Tetranychidae H. cv. ‘Alan carle’ Haplozetidae H. cv. ‘Fire bird’ Acaridae, Phytoseiidae,
Scheloribatidae, Tetranychidae, Haplozetidae e Mochlozetidae
H. cv. ‘Golden torch adrian’ Haplozetidae H. latispatha Scheloribatidae e Cunaxidae H. cv. ‘Rauliniana’ Scheloribatidae H. rivularia Tetranychidae H. cv. ‘Sassy’ Haplozetidae H. she Haplozetidae, Oribatida imaturo e
Tetranychidae M. coccinea Acaridae, Phytoseiidae,
Tetranychidae, Haplozetidae, Tarsonemidae e Tydeidae
Sorvetão ou xampu Phytoseiidae e Tetranychidae
92
92
APÊNDICE B – Relação de espécies vegetais de flores tropicais da região Litoral Sul da Bahia, no município de Ilhéus e respectivas famílias de ácaros registradas, incluindo Oribatida imaturo.
Esp. Vegetal Localidade FamíliaAlpinia purpurata vermelha Bom Jesus Ascidae, Cunaxidae, Phytoseiidae e Tenuipalpidae
Terra Nova TenuipalpidaeBom Jesus Phytoseiidae
"Bastão-do-imperador" porcelana Terra Nova Eupodidae, Phytoseiidae e Tetranychidae"Bastão-do-imperador" rosa Liberdade Macrochellidae
Terra Nova Ascidae e Phytoseiidae"Bastão-do-imperador" vermelho Marinas Ascidae
Terra Nova Acaridae, Macrochelidae e PhytoseiidaeHelicônia cv. 'Alan carle' Terra Nova Cunaxidae, Phytoseiidae e TetranychidaeHeliconia bihai Marinas Phytoseiidae
São Sebastião CunaxidaeHelicônia cv. 'Bright red' Boa Vista PhytoseiidaeH.elicônia cv. 'Fire bird' Marinas Phytoseiidae e Tetranychidae
São Sebastião Acaridae, Ascidae, Oribatida imaturo, Phytoseiidae e Tetranychidae Terra Nova Ascidae
Helicônia cv. 'Golden torch' Terra Nova Eupodidae e TetranychidaeHelicônia cv. 'Golden torch adrian' Boa Vista OribatidaHeliconia lady day Liberdade AscidaeHeliconia latispatha Olho d'agua Eupodidae e Phytoseiidae
Terra Nova Acaridae, Austrachipteriidae, Eupodidae, Galumnidae e TetranychidaeHeliconia cv. 'Red opol' Terra Nova Acaridae e PhytoseiidaeHeliconia rostrata Olho d'agua Oribatida imaturo e Phytoseiidae
Terra Nova Haplozetidae e TetranychidaeHelicônia cv. 'Sassy' Terra Nova Eupodidae e Oribatida imaturoHelicônia cv. 'Stricta xingu' Marinas Oribatida imaturo e PhytoseiidaeMusa coccinea Liberdade Tetranychidae
Terra Nova Oribatida imaturo, Scutovertcidae e TetranychidaeMarinas Oribatida imaturo
Helicônia cv. 'Quimé' Marinas Oribatida imaturoHelicônia cv. 'Sarapiquênsio' Marinas AscidaeSorvetão ou xampú Terra Nova Hemileiidae, Oribatida, Phytoseiidae e Scheloribatidae Tapeinochilos ananassae Marinas Oribatida imaturo e PhytoseiidaeTulipa Marinas Phytoseiidae
93
APÊNDICE C – Relação de espécies vegetais de flores tropicais da região
Litoral Sul da Bahia, no município de Itabuna e respectivas famílias de ácaros registradas, incluindo Oribatida imaturo.
Espécie Vegetal Localidade Família
“Bastão-do-
imperador” rosa
Monte Alegre Oribatida imaturo e Phytoseiidae
H. cv. ‘Alan carle’ Monte Alegre Acaridae e Phytoseiidae
H. cv. ‘Fire bird’ Monte Alegre Phytoseiidae
H. cv. ‘Golden torch’ Monte Alegre Oribatida imaturo e Phytoseiidae
H. cv. ‘Golden torch
adrian’
Monte Alegre Oribatida imaturo
H. rostrata Monte Alegre Acaridae, Austrachipteriidae,
Eupodidae, Mochlozetidae, Oribatida,
Phytoseiidae, Stigmaeidae, e
Tetranychidae
H. rostrata ‘pilosa’ Monte Alegre Acaridae e Phytoseiidae
H. wagneriana Monte Alegre Haplozetidae, Tetranychidae, Oribatida
imaturo e Phytoseiidae
Sorvetão ou xampú Itajaí Acaridae e Phytoseiidae
94
APÊNDICE D – Relação de espécies vegetais de flores tropicais da região
Litoral Sul da Bahia, no município de Ituberá e respectivas famílias de ácaros registradas, incluindo Oribatida imaturo.
Espécie Vegetal Família
“Bastão-do-imperador” porcelana Phytoseiidae e Tarsonemidae
“Bastão-do-imperador” vermelho Tetranychidae
H. cv. ‘Golden torch’ Eriophydae
H. cv. ’Adromeda’ Ascidae
Strelitzia reginae Phytoseiidae, Scheloribatidae e
Tetranychidae
95
APÊNDICE E – Relação de espécies vegetais de flores tropicais da região Litoral Sul da Bahia, no município de Uruçuca e respectivas famílias de ácaros registradas, incluindo Oribatida imaturo.
Espécie Vegetal Família
Alpinia purpurata vermelho Tenuipalpidae, Phytoseiida,
Tarsonemidae e Tetranychidae
“Bastão-do-imperador” porcelana Phytoseiidae e Tetranychidae
“Bastão-do-imperador” rosa Phytoseiidae e Scheloribatidae
“Bastão-do-imperador” vermelho Galumnidae, Puytoseiidae e
Tenuipalpidae
H. cv. ’Alan carle’ Tetranychidae
H. cv. ‘Nappy yelow’ Tetranychidae
H. dimitri sulai Austrachipteriidae, Cunaxidae, Opiidae
e Phytoseiidae
H. cv. ‘Fire bird’ Ascidae e Mochlozetidae
H. cv. ‘Golden torch adrian’ Haplozetidae
H. cv. ‘Jacquinii’ Eupodidae
96
APÊNDICE F – Relação de espécies vegetais de flores tropicais da região Litoral Sul da Bahia, no município de Valença e respectivas famílias de ácaros registradas, incluindo Oribatida imaturo.
Espécie Vegetal Família
Alpinia purpurata rosa Ascidae
Alpinia purpurata vermelha Cunaxidae, Eupodidae e Oribatida
“Bastão-do-imperador” rosa Ascidae, Cunaxidae e Phytoseiidae
“Bastão-do-imperador” vermelho Ascidae e Eupodidae
H. cv. ‘Fire bird’ Ascidae, Eupodidae, Phytoseiidae,
Tenuipalpidae e Tetranychidae
H. latisphata Ascidae, Eupodidae, Phytoseiidae,
Tenuipalpidae e Tetranychidae
H. rauliniana Ceratokalummidae
H. cv. ‘Rivularia’ Phytoseiidae
H. rostrata Ascidae, Eupodidae, Phytoseiidae e
Oribatida imaturo